Diário do Comércio - maio 2006

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Jornal do empreendedor

ADIÓS,

PETROBRAS Bolivia nacionaliza petróleo e gás e expropria Petrobras

R$ 0,60

E Lula não sabia de nada

Edição concluída às 22h55

Carlos Hugo Vaca/Reuters

Ano 81 - Nº 22.117

São Paulo, 2 de maio de 2006

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

O presidente Evo Morales é aliado de Lula e de Chávez

As refinarias foram ocupadas pelo exército. "Acabou o saque!", disse o presidente. E advertiu: "Faremos nos respeitar à força." Lula convocou reunião para hoje. Página 5

1º de Maio: dia de descobrir impostos

Epitácio Pessoa/AE

Newton Santos/Hype

Na festa da Força Sindical, Paulinho e Afif Domingos falaram de impostos. Surpresos com a carga tributária que suportam, milhares assinaram a petição por transparência do De Olho no Imposto. Especial 1º de Maio Eduardo Nicolau/AE

Domingos Peixoto/Agência O Globo

Eis o novo DC virtual Conheça a nova versão online do Diário do Comércio: a plataforma Digital Pages permite folhear o jornal digital como o impresso. HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 26º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 17º C.

Lula e o sinal da cruz

Garotinho e três dias de jejum

O presidente, na Missa do Trabalhador, em São Bernardo: mensagem de desemprego. (foto) Pág. 3

O ex-governador, na sede do PMDB no Rio (foto): dormindo durante a greve de fome. Pág. 4

DC

INFORMÁTICA

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.OPINIÃO

terça-feira, 2 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO

CRÉDITO: SEM DESACELERAÇÃO

A

O resultado do primeiro trimestre mostra que as novas concessões de crédito pessoal encontram-se 5,5% acima da média do último período de 2005, em termos dessazonalizados. Por fim, o dado de inadimplência da pessoa física ficou estável em março. Mesmo assim, o indicador merece monitoramento, dada a trajetória de lento aumento desde meados de agosto de 2005. Considerando os atrasos superiores a 90 dias, a taxa de insolvência em março foi de 7,2%, a mesma verificada em fevereiro, a qual foi revisada no último balanço de 7,1% para 7,2%. Comparativamente a março de 2005, porém, o último resultado mostra um nível de inadimplência 1,3 ponto maior. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE ADRIANO PITOLI E CAMILA SAITO NO BOLETIM TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR

A inadimplência está crescendo devagar

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

IMPOSTOS EXTORSIVOS

Fazendo a coisa certa ROBERTO FENDT

N Patrícia Cruz/LUZ

A agressiva oferta de crédito à pessoa física cresceu num ritmo vigoroso e afastou do cenário o risco de uma desaceleração em relação a fevereiro, após terem sido registradas elevações de 2,0% ao mês nos últimos 12 meses. Vale notar que a variação de março é a menor taxa verificada desde fevereiro de 2004. No acumulado do primeiro trimestre, a expansão do saldo de crédito à pessoa física foi de 26,4% na comparação com o mesmo período de 2005, o que corresponde a um resultado próximo dos 27,0% projetados antes do início do trimestre. Consideramos ser ainda precipitado traçar um cenário de desaceleração mais forte no ritmo do crédito por causa do volume de novas concessões destinadas à pessoa física, vem mostrando um ritmo bastante vigoroso. De acordo com a série dessazonalizada, as novas concessões registraram um crescimento de 2,6% no primeiro trimestre em relação ao período imediatamente anterior.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Na comparação com o mesmo trimestre de 2005, a ampliação foi de 12,7% em março, o que configura uma variação um pouco superior à projetada antes do início do trimestre, que era de 10,5%. Chamam a atenção, em particular, os últimos resultados do volume de novas concessões da linha de crédito pessoal, que vêm apresentando uma performance muito robusta. Destaque-se que esta linha influencia de modo mais intenso a demanda agregada, por apresentar prazos médios mais longos, acima de 10 meses, ao contrário de linhas como o cheque especial, que possui prazo médio menor que um mês.

Céllus

pesar de o saldo de crédito para pessoa física ter apresentado desempenho mais tímido em março, consideramos ser ainda precipitado traçar um cenário de desaceleração mais forte no ritmo do crédito porque o volume de novas concessões destinadas à pessoa física vem mostrando um ritmo bastante vigoroso. De acordo com o balanço do mercado financeiro referente a março, divulgado pelo Banco Central, o saldo de crédito total voltado à pessoa física apresentou um ritmo menor de crescimento. Considerando os dados deflacionados e dessazonalizados, verificouse uma alta discreta de 0,3%

ão é por acaso que a China cresce a dez por cento ao ano ininterruptamente há quinze anos. Há razões objetivas para isso. Uma dessas razões acaba de ser revelada. Não foi nada de espetacular; apenas um sinal claro de como o presidente do segundo PIB do mundo encara os demais governos e as empresas privadas inovadoras e criadoras do progresso. Observadores atentos notaram que, na sua recente visita aos Estados Unidos, o presidente da China, Hu Jintao, fez questão de visitar primeiro, no dia 18, a Microsoft e a Boeing, em Redmond e Seattle, no estado de Washington. Somente no dia 20 o presidente chinês se reuniu com o presidente Bush, em Washington. Em Redmond, o presidente Hu Jintao visitou as instalações da Microsoft e participou de jantar para cem pessoas na casa de Bill Gates. Lá, o presidente chinês reafirmou o compromisso de seu governo com a garantia do direito de propriedade intelectual da Microsoft no mercado chinês. A garantia desse direito é a saída obrigatória dos computadores das fábricas com o sistema operacional já instalado. "A Microsoft é amiga da China, e a China é amiga da Microsoft", disse Hu Jintao. A visita à Boeing também teve suas razões: em março de 2005, a Boeing era o fornecedor de 501 dos 802 jatos em operação na China. Além disso, cerca de 3.500 aviões da Boeing, pertencentes a empresas de todo o mundo, voam com componentes fabricados na China. E a empresa investiu várias centenas de milhões de dólares no país no desenvolvimento da infra-estrutura de transporte aéreo chinesa, em projetos de melhoria da segurança e em treinamento. Enquanto isso, nosso presidente também viaja ao exterior. Somente nos 29 primeiros meses de sua gestão, o presidente Lula fez 41 viagens ao exterior — uma media de 1,41 viagens internacionais por mês. E, embora tenha dito que não pretendia ausentar-se do país este ano, o presidente afirmou no início do mês que "não

pode resistir" a fazer duas viagens em 2006: a Viena e a São Petersburgo, na Rússia, onde se localiza o famoso museu Hermitage. O senhor presidente acredita piamente que suas viagens são proveitosas para o Brasil. Contudo, ao contrário de seu colega chinês, não há registro de que ele tenha visitado empresas de alta tecnologia antes de visitas protocolares a chefes de Estado. E, embora sempre acompanhado de ministros, autoridades e empresários, não se tem notícia de nenhuma demonstração enfática de que os investimentos estrangeiros são e continuarão a ser bem recebidos aqui — e os seus direitos de propriedade devidamente assegurados. E se é verdade que o senhor presidente já visitou países estratégicos do ponto de vista político para o Brasil, como a Argentina, os Estados Unidos e a China, que outros chefes de Estado o presidente Lula tem visitado? Infelizmente, países carentes de alta tecnologia. Exceto pela longevidade de suas ditaduras, que outra tecnologia o nosso presidente pode ter colhido em sua visita a alguns países africanos?

E

ssa história tem uma moral. Ainda não existe liberdade política na China, pelo menos pelo padrão ocidental; os salários são baixos, não há previdência social de modelo ocidental e o crescimento do país decorre do fato de que seus dirigentes separam a política da economia — e entendem que precisam promover a eficiência para crescer e superar a pobreza. No Brasil, jamais crescemos por 15 anos seguidos a taxas "chinesas", exceto entre 1970 e 1973. E embora tenhamos conquistado um regime político democrático, persistimos avessos aos incentivos à eficiência que só uma economia de mercado proporciona. As diferenças estão aí para quem quer ver: um presidente faz a coisa certa e visita empresas de computação e aeronáutica em busca de alta tecnologia para seu país, o outro usa a alta tecnologia aeronáutica para visitar o atraso.

L ula infelizmente prefere visitar países carentes de alta tecnologia

Repensar o sindicalismo PAULO ANTENOR DE OLIVEIRA

N

os últimos anos os sindicatos, principalmente os de servidores públicos, não têm conseguido passar para a sociedade uma imagem da importância do serviço público e dos seus servidores. Sem querer abarcar todas as causas da imagem negativa do serviço público, entendemos que vale a pena comentar alguns dos principais motivos do fracasso das entidades sindicais dos servidores públicos. A greve, que é um instrumento legítimo, tem sido utilizada para qualquer fim e a qualquer hora, não se levando em consideração a sociedade. Isso é um erro, pois três são os principais pilares da democracia: a sociedade organizada, a mídia e o parlamento. Se, na época da ditadura, os movimentos de paralisação eram vistos como afronta ao regime de força, hoje são vistos como causadores de prejuízos para a sociedade. E isso é simples de entender. O que choca mais: a falta de reajuste para o servidor ou a situação do velhinho que ficou horas na fila sem atendimento e que depende de uma aposentadoria muito menor que a remuneração do servidor paralisado? É evidente supor que a sociedade organizada, a mídia e o parlamento vão se sensibilizar mais com aquele velhinho. Então, como fazer para demonstrar a esses setores a importância do que se reivindica? A resposta está em deixar de defender apenas interesses corporativistas e colocar-se ao lado da sociedade na busca de seus legítimos interesses. Não se trata aqui de defender que uma entidade do Fisco vá apoiar a salvação das baleias africanas, mas de interesses sociais ligados a sua área de atuação. A título de exemplo: atual-

mente, o Sindireceita tem duas campanhas, uma voltada a favor da formalidade e contra a pirataria e outra a favor da edição de um código nacional de defesa do contribuinte, para que haja equilíbrio na relação Fisco-contribuinte. Essa última campanha, por sinal, é vítima de ataques de outras entidades do Fisco, defensoras ferrenhas de um corporativismo cego e surdo. É fácil argumentar a favor de um código de defesa do contribuinte, pois, na medida que os contribuintes são melhor atendidos, as atividades dos agentes do Fisco serão facilitadas e valorizadas; ou seja, o reconhecimento dos profissionais envolvidos será decorrência natural.

S

e um sindicato não deve aparecer somente quando faz greve por aumento salarial, também não deve aparecer quando um de seus representantes candidata-se a um cargo eletivo. Ou seja, os dirigentes sindicais têm que se preocupar mais com os trabalhadores que representam do que com o apoio ao partido ao qual estão atrelados. A ligação estreita de sindicatos com partidos políticos tem sido extremamente nociva para seus representados. Os sindicatos deveriam atuar de forma independente. Resumimos então algumas das características que deveriam nortear um novo sindicalismo: independência, politização sem partidarização, preocupação com a Sociedade (a chamada responsabilidade social), autenticidade com a mídia, atuação no parlamento e legitimidade no trato dos interesses dos representados. PAULO ANTENOR DE OLIVEIRA É PRESIDENTE DO SINDIRECEITA PA@SINDIRECEITA.ORG.BR

N ova receita: deixar de defender apenas os interesses corporativistas

uem se lembra de nossa campanha contra impostos extorsivos sabe que foi uma carta anônima, de um conhecedor da política tributária do Brasil mas que não se identificou, que nos deu a senha para começarmos a luta pela revisão total da política tributária do País. Estamos chegando a 1 milhão de assinaturas de brasileiros, que têm a nós como intermediários entre eles e o governo, mostrando que a única política "valável" na área de tributação é a que os reduza. De fato, não pretendemos mais do que isso, pois queremos o desenvolvimento sustentado e este só o conseguiremos com a racionalização tributária, que até hoje não foi possível ter, embora várias vezes campanhas como a nossa tivessem despertado o interesse de vastas extensões demográficas e os representantes do povo.

Q

Queremos o desenvolvimento sustentado e este só conseguiremos com a racionalização tributária que precisa o Brasil, para alcançar a racionalização tributária, é chamar conhecidos tributaristas de renome e lhes entregar a encomenda de uma organização tributária moderna, não escorchante, significativa para os interesses nacionais e com vistas ao bem comum, de que tanto falou num passado remoto o grande Santo Tomás. Não vemos dificuldade em se chegar à racionalização tributária no atual governo ou no próximo, pois a consciência brasileira está desperta para aceitar essa política, desde que ela não seja extorsiva, mas empreendedora das múltiplas lacunas que o Poder Público deve preencher no interesse da eliminação das desigualdades sociais. Não se pense que no tribunal da História a Nação não será julgada; ela já está sendo julgada, com essas assinaturas, que acudiram ao nosso chamado e deram 1 milhão de solidariedades ao trabalho que estamos fazendo, com aplausos que nos honram e nos estimulam. O nosso lema é "De olho no Imposto" e luta contra o seu peso excessivo. Vamos racionalizar a tributação no Brasil!

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 2 de maio de 2006

0,81

por cento foi a desvalorização, na última quinta-feira, da cotação do dólar no segmento comercial. A moeda fechou a R$ 2,088 na ponta de venda.

28/4/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 26/04/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.715.522,61 Lastro Performance LP ......... 1.092.058,17 Múltiplo LP .............................. 3.327.451,90 Esher LP .................................. 2.486.004,45 Master Recebíveis LP ........... 562.171,41

Valor da Cota Subordinada 1.039,563200 1.003,399814 1.035,135521 1.012,419592 969,585005

% rent.-mês 2,1447 1,0733 1,0460 0,7821 1,6976

% ano 6,4068 0,3400 3,5136 1,2420 -3,0415

Valor da Cota Sênior 0 1.023,552454 1.030,672401 0 0

% rent. - mês 0,9714 1,0584 -

% ano 2,3552 3,0672 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

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Política

Lula tornou-se um delinqüente constante em infringir a lei eleitoral e em utilizar o cargo para campanha. Tasso Jereissati, presidente do PSDB

APESAR DE NÃO CONFIRMAR CANDIDATURA, LULA FALA EM ALIANÇAS E MONTA EQUIPE DE APOIO PARA ELEIÇÕES.

Wilton Junior/AE/26-09-2005 Rafael Neddeermeyer/AE/20-10-2004 Luiz Prado/Luz/24-02-2005

Lula, durante missa do 1º de Maio na matriz de São Bernardo do Campo: o povo é quem vai me julgar. E os integrantes do comando político da sua reeleição: Ricardo Berzoini, Ciro Gomes e Aldo Rebelo.

PSDB FALA EM DELINQÜÊNCIA ELEITORAL

A

oposição se prepara para ir à Justiça contra o p ro n u n c i a m e n t o feito domingo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a pretexto de celebrar o Dia do Trabalho, ocupou cadeia nacional de rádio e televisão para divulgar feitos de seu governo. Os adversários avaliam que o presidente fez campanha pela reeleição antes do período autorizado pela lei e o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), anunciou que seu partido vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE): "Lula faz campanha descarada, deslavada, disfarçada e usa para isso os meios institucionais". Em Juazeiro do Norte, o précandidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, e o presidente de seu partido, senador Tasso Jereissati (CE), fizeram duras críticas a Lula. "É um precedente grave o presidente ter usado a rede nacional para fazer campanha. Na realidade, é uma

autopromoção, campanha política deslavada", atacou o exgovernador de São Paulo, que durante o feriado cumpriu no Nordeste uma agenda de campanha eleitoral. Delinqüente – Tasso disse que Lula "tornou-se um delinqüente constante em infringir a lei eleitoral e em utilizar o cargo para campanha". O senador considerou "absurdo" o uso da rede nacional "É uma desfaçatez. Impressiona a tranqüilidade com que Lula e o PT quebram toda a legislação. Lula está banalizando a quebra da lei", protestou o presidente do PSDB. A Lei Eleitoral só autoriza os candidatos a abrirem suas campanhas depois de junho, mês em que os partidos são obrigados a realizar convenções e registrar oficialmente suas candidaturas No pronunciamento de domingo à noite, o presidente fez elogios a seu próprio governo, festejando a auto-suficiência do Brasil na produção de petróleo e apontando os ganhos do salário mí-

nimo ao longo de seu mandato. Nordeste – Alckmin também acusou Lula de não investir no Nordeste, seu principal reduto eleitoral, e o desafiou a apontar pelo menos uma obra realizada por seu governo no Ceará. "É só promessa, não tem nada." Alckmin disse que a região foi muito prejudicada no governo do PT e prometeu, se eleito, fazer parceria com o setor priva- Tasso e Alckmin durante missa dos violeiros no CE do para desatar os grandes "nós" de infra-estrutu- Lula. Negocia a ajuda de gora e logística no Nordeste. vernadores e de máquinas poAlém de cobrar realizações líticas locais na maioria dos de Lula no Nordeste, Alckmin Estados. Com suas visitas, o procura montar na região tucano busca se tornar conheuma estrutura política capaz cido e apresentar propostas de enfrentar o favoritismo de para a região. (Agências) Dida Sampaio/AE

A

o encerrar a missa tista Luiz Dulci, o ex-ministro do 1º de Maio na Ciro Gomes (PSB), o presimatriz de São Ber- dente da Câmara, Aldo Rebenardo do Campo, o lo (PCdoB-SP), os presidenpresidente Luiz Inácio Lula da tes do PSB, Eduardo Campos, Silva praticamente assumiu e do PCdoB, Renato Rabelo, sua candidatura à reeleição além do governador do Acre, ontem ao comentar a decisão Jorge Viana (PT). Esse grupo já fez duas reudo 13º Encontro Nacional do PT. Em mais uma demonstra- niões informais em abril e, deção de que busca uma coliga- pois de formalizado, deve reção ou, pelo menos, uma alian- ceber também um dirigente liça informal com o PMDB nos gado às correntes de esquerda Estados mais importantes, Lu- do PT, o secretário de Relações la pediu que o PT tenha matu- Internacionais, Valter Pomar. Ex-ministros – A estreita vinridade para fazer os acordos culação que Lula pretende criar necessários à reeleição. "O PT tem de ter maturidade entre a campanha e o julgamenpara saber a importância da re- to de sua administração explica elei ç ã o, a i m po rt â nc ia d a a presença de quatro ex-minisaliança política para o proces- tros (além de Ciro, o próprio so de reeleição. O PT sabe que Berzoini, Aldo e Campos) e de um membro da coordenacão de eu não estou pressionando." Lula aguarda uma definição governo no comando político do PMDB – que realiza no pró- da reeleição. Fundador do PT e amigo de ximo dia 13 uma convenção extraordinária – na qual deve Lula desde 1979, Dulci fará a arquivar os projetos de candi- ponte entre a campanha e o Padatura própria do ex-governa- lácio do Planalto sem se afastar dor Anthony Garotinho e do da Secretaria-Geral, que desde setembro coordena a Secretaria ex-presidente Itamar Franco. Mas o partido só vai decidir de Comunicação de Governo e, se faz ou não uma coligação desde 2003, as relações com os nacional na convenção previs- chamados movimentos sociais. Ciro Gomes (PSB), ex-minista pela lei eleitoral para ocorrer em junho. "Eu trabalho com a tro da Integração Nacional, gahipótese de uma aliança com o nhou a confiança e a gratidão PMDB, mas tenho dito à dire- de Lula ao apoiá-lo com entução do partido que jamais farei siasmo no segundo turno conqualquer gesto para que o tra José Serra. Candidato a dePMDB não tenha candidato à putado federal pelo Ceará, Presidência da República. Esse funciona também como "reseré um direito do PMDB", acres- va técnica" para vice de Lula. PCdoB – Aldo centou Lula. "O imfoi líder do Goverportante é saber o no na Câmara e mique está em jogo no nistro da CoordeBrasil. O PMDB nação Política, tem papel impor- O PT tem de ter quando a função tante nisso", ressal- maturidade para foi subtraída de Jotou o presidente. saber a sé Dirceu, em janeiPesquisas – Pesro de 2004. É o poquisas registradas importância da lítico do PCdoB de no Tribunal Supe- aliança política rior Eleitoral (TSE) e para o processo de maior trânsito. Sua eleição para a Prelevantamentos fei- reeleição. sidência da Câmatos para particulaPresidente Lula ra, em 2004, foi conres que chegaram siderada pelo Plaao conhecimento do Palácio do Planalto indicam nalto o início da reação do goque, sem um candidato do verno à crise do mensalão. Eduardo Campos foi miPMDB, Lula seria reeleito, hoje, nistro de Ciência e Tecnologia já no primeiro turno. "O PT sabe que eu não tenho e é candidato ao governo de pressa. A essa altura do cam- Pernambuco pelo PSB. Um peonato, quem tem pressa são dos principais articuladores os outros", completou o presi- de Lula no Congresso, foi dente que foi à missa acompa- uma das opções, além de Alnhado da primeira-dama, Ma- do, na sucessão de Severino risa Letícia, da ex-prefeita de Cavalcanti. O presidente o São Paulo Marta Suplicy, do se- admira pela capacidade de nador Aloizio Mercadante diálogo com os adversários. Jorge Viana é um dos petis(PT-SP), do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do minis- tas mais próximos de Lula do tro da Secretaria Geral da Pre- ponto de vista político e afetivo. Várias vezes cogitado pasidência, Luiz Dulci. Lula pediu que tanto ele ra assumir um cargo político quantos seus adversários se- no ministério. Está encerranjam julgados pelo povo nas do o segundo mandato no goeleições de outubro. Ele disse verno do Acre. O PT só deve realizar sua aos cerca de mil fiéis presentes à Igreja que "algumas pessoas convenção nacional depois nervosas xingam de lá, xingam do PMDB, reservando para de cá", mas que ele teria decidi- esse partido a vaga de vice. Se do não responder às críticas. isso não ocorrer, o vice José "Eu acho que o julgamento Alencar deve ser novamente dessa gente e o meu julgamen- o companheiro de chapa de to não pode ser feito pelo baixo Lula, integrando o pequeno nível da disputa pela impren- PRB à coligação. Comitê central – Na próxisa, tem que ser feito pelo comportamento do povo", disse. ma semana o PT vai inaugu"São vocês que vão julgar rar sua nova sede em Brasília, quem é quem na política brasi- um andar em um prédio no leira", acrescentou Lula, rece- Setor de Rádio e TV Sul (rebendo aplausos dos fiéis. Al- gião comercial da cidade), guns, mais entusiasmados, en- que servirá também como sesaiaram o coro "um, dois, três, de nacional da campanha e do comando interpartidário. Lula outra vez". Esta é outra inovação, pois Comando – Durante o fim de semana Lula definiu, com a Lula centralizou em São Paulo direção petista e partidos alia- o comando de suas quatro dos, o comando político da sua campanhas presidenciais anreeleição. O grupo terá repre- teriores. Apesar de o presidensentantes do PT, PSB, PCdoB e te manter a decisão de só ofifica aberto à participação do cializar a candidatura em juPMDB, caso haja uma aliança nho, a partir de maio a campacom o partido, segundo o coor- n h a f i c a r á m a i s v i s í v e l , denador indicado da campa- inclusive com a instalação do nha, deputado Ricardo Berzoi- comando político. "Será uma ni, presidente nacional do PT. campanha modesta por opção Além de Berzoini, o coman- nossa, não por falta de apoio", do político terá o ministro pe- disse Berzoini. (Reuters)

Mauricio Lima/AFP

SÓ LULA 'NÃO SABE': ESTÁ EM CAMPANHA.


terça-feira, 2 de maio de 2006

Nacional Tr i b u t o s Finanças Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Para o varejo é interessante poder fazer todas as operações em uma só máquina. Marcel Solimeo

LOJISTAS DIVERGEM SOBRE COMPARTILHAMENTO

IDÉIA DO BC É DISCUTIR O COMPARTILHAMENTO DAS MÁQUINAS QUE LÊEM CARTÕES DE DÉBITO E CRÉDITO

CARTÕES: MENOS CUSTO PARA O VAREJO

G

anha corpo no Banco Central (BC) uma idéia que pode ajudar o varejo a reduzir os custos com as operações das vendas feitas nos cartões de crédito e débito: a do compartilhamento da rede de máquinas POS (Point of Sale), as responsáveis pela leitura dos cartões nos estabelecimentos comerciais. Na avaliação do BC, o não-compartilhamento cria restrições ao comércio e aumenta custos, já que, para aceitar o pagamento com cartões de bandeiras diferentes, é obrigado a arcar com as despesas com aluguel de várias máquinas leitoras. Atualmente, o varejo paga às administradoras dos cartões, em média, entre R$ 70 e R$ 100 de aluguel mensal por terminal POS. Há, ainda, uma taxa cobrada do lojista sobre a venda, hoje em torno de 3%. O projeto que começa a ser desenrolado em Brasília faz parte do trabalho do BC para a modernização dos meios de pagamento no País, iniciado em 2002 com a adoção do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que instituiu a Transferência Eletrônica Disponível (TED) para valores acima de R$ 5 mil. "Nos próximos dias, o Banco Central divulgará documento com a opinião do governo sobre o funcionamento do mercado de cartões de crédito", diz o chefe do Departamento de Operações Bancárias do BC, José Antonio Marciano. O documento a que o executivo do BC se refere é, na verdade, um complemento do estudo Diagnóstico do Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil, realizado e divulgado em 2005 pelo Departamento de Operações Bancárias do BC. No estudo de 2005, segundo Marciano, foram detectados três pontos no mercado de cartões que chamaram a atenção dos técnicos: o fato de o credenciamento de estabelecimentos comerciais ser fechado, isto é, estar restrito a pouquíssimas empresas; a fragmentação da infra-estrutura disponibilizada ao comerciante que quer operar com cartões; e a baixa interoperabilidade da rede POS. Este último ponto é o que mais atenção tem chamado da instituição. E ele está nas entrelinhas do documento que o BC divulgará. Uniformização O documento que está na boca do forno não tem a força de uma norma, ou seja, não há nela nenhuma função de determinar mudanças. No entanto, tem tudo para fazer com que se retome no mercado uma velha discussão: a da uniformização das máquinas leitoras de cartões instaladas nos estabelecimentos comerciais do País. "A discussão sobre a unificação dos equipamentos de cap-

tação é antiga. Há alguns anos, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) tentou coordenar com as empresas de cartões de crédito uma ação nesse sentido, mas não obteve sucesso", conta Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP. De acordo com Solimeo, em uma época em que o compartilhamento chegou até os caixas eletrônicos como alternativa para redução de custos dos bancos, a mesma medida para as operações com os cartões acaba sendo inevitável. "Para o varejo é interessante poder fazer todas as operações em uma só máquina, inclusive as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). A discussão tende a ser acalorada", afirma Solimeo. Barreiras "Temos de refletir muito sobre o compartilhamento no longo prazo, porque existem barreiras para concretizar essa idéia", afirma Luis Antônio Rios, presidente da Visanet, empresa responsável pelo credenciamento dos estabelecimentos comerciais para uso do sistema Visa, que opera com os cartões Visa (crédito) e Visa Electron (débito). Segundo o executivo, há um componente positivo no compartilhamento da rede, que é o de reduzir custos para os lojistas. Mas ele poderia criar problemas para o mercado de cartões. "As redes têm feito um trabalho bastante competente para levar o cartão para diversos estabelecimentos, em especial para os pequenos lojistas", diz Rios. "Isso poderia ser prejudicado com o compartilhamento de dados. Atualmente, quando lançamos um produto, não discutimos a idéia com ninguém, basta colocá-lo no POS da Visa. O compartilhamento da rede limitaria essa inovação do mercado, na me-

dida em que existe um limite de memória da rede. O POS não suportaria", observa. "Sem dizer que teríamos de abrir nossa estratégia de mercado para o concorrente", conclui. Em 2005, 135 mil novos estabelecimentos se afiliaram ao sistema Visa depois que a empresa criou condições especiais, com descontos em tarifas e nas taxas de adesão para o varejo, de acordo com o presidente da Visanet. "Devemos chegar a 1 milhão de estabelecimentos credenciados ainda neste primeiro semestre", estima. Já sua concorrente, a Redecard, pertencente à bandeira Mastercard, informou por meio de sua assessoria de imprensa que não quer se manifestar sobre o assunto. Reunião "Estamos, neste momento, nos reunindo com todos os participantes da cadeia do mercado de cartões para levar nosso entendimento a respeito do assunto", informa o representante do BC José Antonio Marciano, referindo-se aos bancos emissores, às credenciadoras do varejo, aos estabelecimentos comerciais e às administradoras Visa e Mastercard, que detêm duas das principais bandeiras de cartões do mercado brasileiro. "Queremos, com esses encontros com o setor, identificar onde estão os problemas que limitam o crescimento do uso do cartão no comércio no Brasil", afirma Marciano. Hoje, de todo o consumo pri-

Paulo Pampolin/Hype

Divulgação

Para Rios, presidente da Visanet, ainda há barreiras

O consultor Freire vê espaço para expansão do setor

vado do Brasil, apenas 21% são pagos com cartão — seja de crédito, débito ou de loja. O cartão perde apenas para o cheque, que detém cerca de 50% dos meios de pagamento no Brasil, segundo Boanerges Ramos Freire, da Boanerges & Cia, consultoria

em varejo financeiro. "O que indica que o cartão tem um espaço enorme para crescer", diz. Novo desenho Para identificar as barreiras do mercado, que movimentou R$ 189 bilhões em 2005 e que cresce a uma média anual de 30% nos últimos três anos, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs), o BC fez um convênio com a Secretaria de Direito Econômico (SDE), órgão subordinado ao Ministério da Justiça que atua na defesa da concorrência e do

direito do consumidor. "Em outros países, o banco central tem competência para intervir diretamente na livre concorrência. Aqui não. O BC e a SDE são dois órgãos públicos, cada um com sua função, mas que, juntos, poderão encontrar um novo desenho para o mercado, com maior concorrência", diz Marciano, do BC. Segundo o executivo, no Brasil existem seis sistemas que processam, compensam e liquidam pagamentos de varejo com cartões, enquanto na maioria dos países a infra-estrutura está concentrada em um único sistema. Fila, o temor O sub-gerente da loja de vestuário masculino Square, Odorico Melgarejo, torce o nariz para a idéia de compartilhamento: "Ter uma única máquina pode representar fila no caixa. E fila espanta o cliente." O analista financeiro da rede de lojas Fotoptica, Felipe di Pietro, diz que a adoção de uma única máquina POS traria vantagens, em especial ao pequeno lojista. "Teríamos redução nos custos, além de evitar aquele monte de máquinas em cima do balcão para fazer a mesma coisa", avalia. Na opinião de Marciano, se houver redução de custo para o lojista, ela seria distribuída por toda a cadeia do mercado de cartões. Em especial para o consumidor, que paga hoje juros que chegam a 13% ao mês no crédito rotativo. Roseli Lopes

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Planalto Senado Eleições Câmara

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

Qualquer acompanhamento de uma eleição tem que ser solicitado pelo próprio governo à OEA, ou, no mínimo, ter sua aprovação. Rubens Barbosa, embaixador

PRÉ-CANDIDATO DO PMDB JÁ PERDEU 700 GRAMAS

GREVE DE FOME É CRITICADA POR OPOSIÇÃO E PELO PRÓPRIO PARTIDO Simone Marinho/AG

Sobe e desce

'SACRIFÍCIO' DE GAROTINHO ENTRA NO TERCEIRO DIA

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eraldo Alckmin fechou abril com 20 pontos porcentuais atrás de Lula nas pesquisas e 5 à frente de Anthony Garotinho. A diferença em favor do presidente, porém, é vista com naturalidade pelos tucanos, sobretudo porque Lula está constantemente na mídia. A previsão dos especialistas em pesquisas é que Alckmin cresça em maio, graças ao seu aparecimento nas inserções que o PSDB faz na televisão. Esperam os tucanos que em função da campanha, Lula possa cair até 10 pontos e Alckmin suba outros 10. Assim, o jogo ficaria empatado. Extraindo-se a média das pesquisas, Lula está com 40% de índice de intenção de votos, contra 20% de Alckmin e 15% de Garotinho. Marcos Coimbra, do Vox-Populi, considera bom o índice de Alckmin porque o candidato tucano ainda é desconhecido pela metade do eleitorado. Alckmin deve melhorar sua imagem quando for mais divulgado pela televisão. Os tucanos querem que Alckmin esteja em igualdade de condições com Lula quando a campanha for iniciada para valer.

O

e x - g o v e r n a d o r e apresentava batimento carAnthony Garoti- díaco regular e pressão sob nho, um dos pré- controle. O jejum forçado, secandidatos à Presi- gundo o médico, já tinha resuldência do PMDB, demonstrou tado na perda de 700 gramas ontem que pretende prosse- até o final da manhã. Na pesaguir com a greve de fome que gem de domingo, Garotinho iniciou no final da tarde de do- tinha 89,9 quilos. Orações – Durante todo o dia, mingo. Ele passou todo o dia numa sala da sede regional do o ex-governador alternou oraPMDB, num edifício do Centro ções, conversas com correligiodo Rio, atrás de uma porta de nários, a leitura de um livro revidro em que se deixa fotogra- ligioso e anotações. Em alguns far, mas não conversa com os momentos, apagava a luz e deijornalistas, apesar de reivindi- tava-se no sofá e permanecia car espaço para defender-se imóvel diante dos flashes dos das denúncias que envolvem a fotógrafos como se dormisse. doação de recursos para sua Foi num desses momentos que, por volta do meiop ré - c a m p a n h a . dia, Rosinha cheNa maior parte do AE/Arquivo/03-02-2006 gou trazendo sete tempo, ele teve a de seus nove ficompanhia da lhos. A família se mulher, a goverabraçou e fez uma nadora do Rio, Rooração. Alguns fisinha Matheus. lhos choraram. Garotinho escoOEA – A carta lheu para o que lida no domingo classificou de "sapor Garotinho, na crifício" uma sala qual o ex-govercom uma porta de nador apela por vidro, que perma" s u p e r v i s ã o i nnece fechada sem ternacional no impedir que ele processo polítiseja observado toco-eleitoral brasido o tempo, numa leiro", foi enviae s p é c i e d e B i g Não me parece da, segundo seus Brother. Os jorna- muito adequada assessores, ao listas, assessores e esta greve de fome. presidente da Orcabos eleitorais o Deputado Michel ganização dos Esobservam do corTemer, presidente do t a d o s A m e r i c ar e d o r. B e m d e frente para a porta PMDB, partido de nos (OEA), José fica um sofá onde Garotinho. M i g u e l M u s s o Nusulza, por fax. G a ro t i n h o d o rO escritório bramiu por volta da meia-noite de domingo, quan- sileiro da OEA em Washingdo Rosinha foi dormir no Palá- ton (EUA) não quis se pronunciar sobre o assunto. cio Laranjeiras. O embaixador Rubens BarFrigobar – A sala tem um frigobar com garrafas de água bosa, que representou o Brasil mineral e, no fundo um peque- nos Estados Unidos até 2004, no banheiro, onde o ex-gover- afirmou que o envio da carta nador tomou banho e trocou de Garotinho à OEA, não tem de roupa depois de acordar outra finalidade senão um por volta das 7h. Garotinho foi "gestual político". "Qualquer examinado por seu médico acompanhamento de uma particular, Abdu Neme, que eleição tem que ser solicitado divulgou um boletim por volta pelo próprio governo à OEA das 11h. Segundo o médico, o ou, no mínimo, ter sua aprovaex-governador estava "lúcido, ção". Segundo o embaixador, o orientado, afebril e hidratado" acompanhamento da campa-

O ex-governador monitorado por médico: flashes e orações.

nha eleitoral solicitado pelo ex-governador do Rio também é inadequado. "A OEA somente enviaria observadores para o dia da eleição e não para acompanhar o processo que a antecede", disse. Para ele, não há hoje "base legal" para que o pedido de Garotinho seja aceito pela entidade internacional, devido ao atual regime democrático brasileiro. Críticas – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou ontem a greve de fome de Garotinho. "Se eu fizesse greve de fome cada vez que a imprensa fala mal de mim, eu seria natimorto", disse Lula a jornalistas ao deixar a missa de 1º de maio na Igreja Matriz de São Bernardo do Campo. "Eu cheguei aonde cheguei com a imprensa assim." O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer, disse que o partido não foi comunicado da decisão de Garotinho de fazer greve de fome. Temer não aprovou a iniciativa do ex-governador. "Vou logo chegando em Brasília amanhã (hoje) e vamos fazer uma reuniãozinha para verificar que providências tomar. Mas não me parece muito adequada esta greve de fome", afirmou o deputado. Para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que criticou a greve de fome, a verdade dos fatos só virá a tona com os

esclarecimentos das denúncias feitas contra Garotinho pelas autoridades estaduais, com as investigações do Ministério Público e o apoio da bancada estadual do PMDB na Assembléia Legislativa do Rio, que até agora não aconteceu. Mais críticas – A direção da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) condenaram a greve de fome. Segundo o diretor-executivo da ANJ Fernando Martins, ao invés de protestar contra o noticiário, o ex-governador deveria se explicar sobre as denúncias de irregularidades na arrecadação de recursos de sua pré-campanha. Já o presidente da OAB do Rio de Janeiro, Otávio Gomes, classificou de "esdrúxula" a atitude de Garotinho. O ministro Marco Aurélio Mello, que assume a presidência do TSE na quinta-feira, disse que ao anunciar a decisão de fazer greve de fome e pedir que organismos internacionais acompanhem o processo político-partidário, Garotinho preservou a Justiça Eleitoral e centrou suas críticas no período pré-campanha. Humor – O site de humor kibeloco.blopspot.com começou uma campanha para que Garotinho "leve a campanha até o fim". "Promessa é dívida", diz o site. (Agências)

CONGRESSO: PAUTA TRANCADA.

A

lém de uma semana mais curta por causa do feriado, Câmara e Senado precisam acelerar as votações de proposições que trancam a pauta em Brasília. A minirreforma tributária (PEC 285/04) e a representação que pede a cassação do mandato do deputado Josias Gomes (PT-BA) são os destaques da pauta do Plenário da Câmara

para a semana. Antes de discutir a PEC 285/04, porém, os deputados terão de destrancar a pauta votando quatro medidas provisórias com prazo de tramitação vencido. As divergências das lideranças sobre a minirreforma concentram-se em torno das novas regras para o ICMS e o aumento de um ponto percentual do repasse de impostos fede-

Eymar Mascaro

rais para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Cassação – A votação do parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que recomenda a perda do mandato do deputado Josias Gomes está marcada para a sessão ordinária de amanhã. O deputado é acusado de ter recebido e não contabilizado R$ 100 mil repassados pelo empresário Marcos Valério, operador do suposto "mensalão". O parlamentar confirma que recebeu os recursos para pagar despesas de campanha, mas nega ter tido conhecimento de que o dinheiro era de fonte ilícita. Senado – Sem acordo entre as lideranças partidárias, a pauta de deliberações do Senado continua trancada por três medidas provisórias (MPs) com prazo de votação vencido. O primeiro item da Ordem do Dia de hoje é a MP 278/06, que prevê crédito extraordinário de R$ 80 milhões, ao Ministério da Integração Nacional para assis-

tência às vítimas de secas e inundações ocorridas no início do ano nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. As outras duas proposições a interromper as votações são a MP 279/06, alterada por projeto de lei de conversão (PLV 8/06) na Câmara, que abre crédito extraordinário de R$ 890 milhões em favor do Ministério das Cidades, e a MP 280/06, modificada pelo PLV 9/06, que reajusta em 8% a tabela de imposto de renda das pessoas físicas a partir de 1º de fevereiro de 2007. Conselho – Amanhã, o Conselho vota o parecer contra o deputado Vadão Gomes (PP-SP), também acusado de envolvimento no mensalão. E a CPI dos Bingos tenta realizar reunião em que deve ser analisadas as convocações do ex-presidente da Caixa Econômica Jorge Mattoso e do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A oposição tentará votar a quebra de sigilo do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. (Agências)

PRIVILÉGIO

COLIGAÇÕES

Os tucanos não se assustam com a vantagem atual de Lula. Por força do cargo que ocupa, a presença de Lula na mídia eletrônica é constante, por isso, figura em 1º lugar nas pesquisas. Os tucanos confiam na recuperação de Alckmin com sua projeção nos programas de TV do partido.

PT e PSDB continuam disputando o apoio do PMDB. Fala-se que os peemedebistas não lançarão candidato próprio a presidente, porque Michel Temer estaria abandonando a pré-candidatura de Anthony Garotinho. Atribuise a Temer o comentário de que apóia Garotinho por "dever do ofício".

CHAPA Lula leva vantagem entre os eleitores do Norte e Nordeste. Fala-se que no Nordeste Lula tem o mínimo de 60% da preferência do eleitor contra 10% de Alckmin. Para minimizar a vantagem de Lula na região é que o PSDB terá um vice do nordeste a ser indicado pelo PFL, em maio.

SENADO Temer está assanhado e acha que pode ser candidato ao Senado com o apoio dos tucanos. Basta que seu partido, em São Paulo, feche um acordo com o PSDB. Mas, para que este acordo vingue, é necessário que o PMDB não lance candidato a presidente.

OS MESMOS

ESPINHA DORSAL

A escolha do vice de Alckmin ficou para depois do dia 20 de maio e está sendo estudada pelos pefelistas entre os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE). Cai por terra, assim, a tese defendida pelo prefeito do Rio, Cesar Maia, de que o PFL não deve indicar o vice na chapa tucana.

O PMDB está sendo considerado a peça-chave da corrida presidencial. Se a sigla não lançar candidato, a eleição pode ser decidida ainda no 1° turno. Se a eleição fosse hoje e o PMDB não tivesse candidato, o beneficiado seria Lula. Mas, até outubro Alckmin deve subir nas pesquisas.

VOTAÇÃO Por mais pífia que pode ser a participação do seu candidato, o PMDB deve arrancar, no mínimo, 10% dos votos, o suficiente para evitar que a eleição se decida no 1° turno. Por enquanto, a candidatura de um peemedebista a presidente interessa ao PSDB.

LIBERDADE Entende Maia que seria mais conveniente ao partido ficar livre para costurar alianças nos estados. Ele não quer ver o PFL preso nos estados por força de uma coligação federal. Mas, o prefeito do Rio está sendo derrotado pelos cardeais do PFL.

GOLPISMO Garotinho acha que está sendo vítima de um golpe com a proposta do PMDB de realizar a convenção no dia 13 de maio para a escolha do candidato a presidente. Garotinho disputa a legenda com Itamar Franco, que já aprovou a antecipação da convenção para maio.

DIFICULDADE

VITÓRIA

O deputado Jutahy Magalhães, líder do PSDB na Câmara, continua considerando impossível seu apoio ao candidato carlista ao governo da Bahia, Paulo Souto. Mas, ACM insiste em ter a participação de Alckmin somente no palanque do candidato do seu partido.

O Ibope dá como certas as vitórias de José Serra (PSDB) em São Paulo, de Aécio Neves (PSDB) em Minas e de Paulo Souto (PFL) na Bahia. Sobre a eleição presidencial, Carlos Montenegro, diretor do instituto, diz que Lula seria reeleito se a votação fosse hoje. Mas a eleição só acontece em outubro.

DERROTA Irônico, ACM lembra que o apoio de Alckmin não soma votos para Paulo Souto, mas sem o apoio do governador o candidato tucano sofrerá grande derrota na Bahia. Em tempo: a Bahia e o Ceará somam 50% dos votos no Nordeste, sendo que a Bahia é o maior colégio eleitoral da região.

APOIO Marta Suplicy insiste em dizer aos convencionais do PT que o presidente Lula não tem preferência por nenhum dos pré-candidatos do partido a governador em São Paulo. A ex-prefeita quer desfazer a versão de que Aloizio Mercadante seria o candidato preferido do presidente.


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Nacional Finanças Agronegócio Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PRODUÇÃO ANUAL É DE 100 MIL TONELADAS

terça-feira, 2 de maio de 2006

50

mil toneladas é a produção anual só do Estado de São Paulo.

por exemplo, dentro do grupo que vai tratar de consumo, mercado e estatísticas, serão definidas que ações poderão ser tomadas em relação aos temas de crédito e comércio. Para João Sampaio, crédito é um dos desafios mais imediatos para que a heveicultura cresça no Brasil. Segundo ele, o setor necessita urgentemente de programas de financiamento adequados à natureza da atividade. "Como a seringueira só começa a produzir após sete anos, é fundamental que os prazos de pagamento das linhas de crédito levem em conta o tempo de retorno da cultura", destacou. Estudo De acordo com o dirigente, neste ano também será realizado um estudo da cadeia produtiva do setor. "Primeiramente, nós vamos tentar definir, dentro do próprio grupo, o que nós efetivamente queremos saber sobre o setor. Só após definirmos esses pontos é que vamos decidir sobre a contratação de uma entidade para realizar um levantamento sobre a cadeia produtiva de borracha", disse. Ao final de cada ano, todas as 25 câmaras setoriais hoje existentes no País encaminham um relatório ao Ministério da Agricultura para formulação de políticas para o setor. A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural deve ocorrer ainda neste mês de maio, na sede da SRB, na capital paulista. Originária do Brasil A seringueira (Hevea brasiliensis) é uma árvore nativa da Amazônia. A borracha dessa árvore foi descoberta no século XVIII. Durante as últimas décadas do século XIX até a primeira metade do século XX, o Brasil foi o maior exportador de borracha do mundo. A importância econômica e industrial da borracha natural fazia da seringueira uma árvore estratégica, tanto que sementes foram levadas pelos ingleses

para serem plantadas em suas colônias na Ásia. Naqueles países a seringueira foi cultivada como uma espécie comercial, diferente do Brasil, onde estava em seu habitat natural. Portanto, enquanto o sistema de produção brasileiro era o extrativismo, o asiático se baseava na exploração comercial. Esse foi o principal fator de sucesso da produção de borracha na Ásia. Atualmente os principais países produtores de borracha natural são Tailândia, Indonésia, Índia, Malásia e China. Os maiores consumidores são China, Estados Unidos e Japão. A produção e consumo mundial estão na casa dos 8,7 milhões de toneladas. De acordo com dados da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), o Brasil tem cerca de 140 mil hectares de seringueiras destinadas à produção, com projeção de atingir 220 mil nos próximos dez anos. Os principais estados produtores de borracha natural são São Paulo, com 50 mil toneladas, Mato Grosso, com 22 mil e Bahia, com 10 mil toneladas. No Brasil, vários produtores estão fazendo os chamados sistemas agroflorestais. Cultivos de cacau, café e leguminosas são feitos de forma intercalada com o de seringueira. A madeira da planta também vem sendo aproveitada. Empregos A cadeia produtiva da borracha gera entre 70 e 80 mil empregos diretos, no plantio; cerca de 150 mil no processo industrial de beneficiamento; e outros 600 mil indiretos. A cada dois hectares plantados de seringueiras, a produção de borracha gera um emprego. Todo o setor movimenta cerca de R$ 500 milhões ao ano. A indústria automobilística nacional absorve 85% da produção, com cerca de 70% para pneus e os restantes 15% como matéria-prima para a fabricação de outros equipamentos. Cláudia Marques

Vitché Palacin/Folha Imagem

A

cadeia produtiva da borracha natural, em conjunto com o poder público, está elaborando uma política definitiva de recuperação do setor. O objetivo é aumentar a produção nacional e, dessa forma, reduzir a dependência do Brasil da importação da matéria-prima. O país produz anualmente 100 mil toneladas de borracha e consome 300 mil toneladas por ano. Ou seja, tem que buscar no mercado internacional dois terços de sua necessidade, o que representa um gasto anual de quase US$ 1 bilhão com a importação do insumo. A heveicultura brasileira também sonha em recuperar um posto que já foi seu: maior produtor e exportador mundial de borracha. O primeiro passo concreto foi a criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural, em agosto do ano passado. Naquela primeira reunião da câmara, realizada no Estado de São Paulo, representantes públicos e privados dos três principais elos da cadeia produtiva da borracha – indústria, beneficiamento e produtores – debateram o assunto. Grupos de trabalho Desde que a câmara surgiu já foram criados três grupos efetivos de trabalho: o grupo de pesquisa e desenvolvimento; o grupo de estatísticas, relação de mercado e consumo; e o grupo de fomento a novos plantios de seringueiras. "Também estamos trabalhando na regulamentação da forma como se produzem as mudas no Brasil e dos viveiros produtores. Eu acredito que esse foi um ponto em que avançamos muito e espero que na próxima reunião da câmara, a gente já esteja com esse tema definido", afirmou João de Almeida Sampaio Filho, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural. João Sampaio explicou que,

Gabriel Romeu/Folha Imagem

Divulgação

O Estado de São Paulo é o principal produtor de borracha natural do País

Começa campanha contra aftosa

P

elo menos 14 estados e o Distrito Federal vão aderir a mais uma etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. O objetivo é imunizar 139,4 milhões de animais, o que representa 69% do rebanho brasileiro, de 202,5 milhões de cabeças. Goiás também integra o

calendário de vacinação em maio, mas o estado, que possui um rebanho de 20,4 milhões de bovinos, antecipou o início da campanha para 26 de abril. Os estados que vão aderir à vacinação são: Acre (2,2 milhões de cabeças), Amapá (76,9 mil), Amazonas (1,3 milhões),

Maranhão (5,9 milhões), Mato Grosso do Sul (24,1 milhões). Além desses também participam Pará (17,4 milhões), Paraná (10,2 milhões) e Piauí (1,8 milhões). Depois, Rondônia (11,3 milhões), São Paulo (13,6 milhões), Sergipe (972 mil) e Tocantins (7,9 milhões). (ABr)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Da atriz Isabella Rossellini, elogiando a presença de mulheres em postos políticos importantes, em especial a presidente do Chile, a socialista Michelle Bachelet.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

MAIO

Para que as coisas realmente mudem, tem que haver mais mulheres em postos de comando.

terça-feira, 2 de maio de 2006

2 Data da morte do inventor e pintor Leonardo da Vinci (1452-1519)

A RTE C RIANÇAS

Reprodução

O recorde de Frida

Higiene com didática A Cottonelle Kids criou um papel higiênico especial para ensinar as crianças a "quantidade exata" de papel a ser usada. As crianças desenrolam o papel e seguem as "pegadas" de um bichinho de até encontrá-lo. Este é o sinal do "limite". A quantidade certa, para quem quer ensinar os filhos e não encontra os papéis da Cottonelle no supermercado, é de cerca de cinco folhas. O site da companhia - em inglês - tem ainda outras dicas para as crianças e adultos, além de uma série de quebra-cabeças e jogos para divertir as crianças.

Obra da pintora vai a leilão avaliada em US$ 7 milhões

O

www.cottonelle.com

E UA

T ECNOLOGIA

David Copperfield, à prova de ladrões

SMS para salvar o ambiente

Há uma semana, ao sair de um teatro em West Palm Beach, após uma de suas performances, o ilusionista David Copperfield foi abordado por quatro adolescentes que queriam assaltá-lo. Mas Copperfield, ao esvaziar os próprios bolsos, revelou que nada havia neles, apesar de, minutos depois do assalto, apresentar seu passaporte, sua carteira e seu celular. As testemunhas do truque de ilusionismo foram os policiais que chegaram o local minutos após o roubo. Eles foram acionados por uma ligação de Copperfield ao 911.

Preocupados com a escassez de água em Madhya Pradesh, na Índia, a população lançou uma campanha. "Senhor, por favor, economize água para um futuro mais seguro" era a mensagem de texto enviada pelos organizadores da campanha aos usuários de celulares da região. A mensagem também pedia para que o texto fosse repassado "ao maior número de pessoas possível". Resultado: os usuários reclamaram das diversas mensagens não desejadas por dia e a campanha foi suspensa.

recorde de preço em leilão para obra de um artista latino-americano foi batido há seis anos por um auto-retrato da mexicana Frida Kahlo pintado em 1929 e vendido na Sotheby’s de Nova York por US$ 5,065 milhões. A mesma Sotheby’s espera repetir a façanha dia 24 de maio, quando põe à venda Raízes (foto), óleo sobre metal criado por Frida em 1943. O quadro pertence está avaliado entre US$ 5

milhões e US$ 7 milhões. Raízes é um retrato de Frida de corpo inteiro, criado por ela como um ex-voto, aquelas plaquinhas de gratidão pelo recebimento de uma graça divina. Foi pintado no período em que ela se casou de novo com o muralista Diego Rivera "É o período em que as pinturas dela são mais bem acabadas e esse é um exemplo soberbo da grande introspecção e beleza do seu trabalho", salienta Carmen Melián, diretora do Departamen-

to de Arte Latino-Americana da Sotheby’s. No quadro, a pintora está deitada sobre a paisagem de Pedregal, localidade no sul da Cidade do México onde Rivera mandou construir um museu. De cabelos soltos e com um vestido típico de tijuana, Frida tem o lado esquerdo do peito aberto, de onde saem galhos de folhas gran-

Timothy A. Clary/AFP

B RAZIL COM Z

Sócrates, o filósofo do futebol A revista Spiegel, da Alemanha, publicou uma matéria com o "filósofo" do futebol brasileiro, Sócrates, integrante das seleções de 1982 e 1986. Ele disse à revista que o número de jogadores em cada equipe precisa ser reduzido. Segundo Sócrates, se não forem feitas mudanças nas regras do futebol - em especial, esta - as chances de bom jogadores tocarem na bola vai diminuir cada vez mais.

P ERSONALIDADE Edmar Melo/AE

L

C A R T A Z

E SPAÇO

Intimidades na estratosfera L

E M

O artista plástico Calazans Neto, de 73 anos, morreu na noite de domingo devido a uma infecção respiratória, em Salvador. Mestre Calã foi internado no início da semana devido a uma isquemia abdominal. Ele fazia parte da geração de personalidades definida por Jorge Amado como de "baianos fundamentais".

PERFORMANCE - O mágico David Blaine pretende ficar sete dias e sete noites vivendo numa esfera de vidro cheia de água colocada no Lincoln Center, em Nova Iorque, segurando a própria respiração por mais tempo do que ninguém jamais conseguiu. A STRONOMIA

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O site Crédito e Cobrança traz informações e serviços especiais para usuários cadastrados. Além de textos explicativos sobre emissão, devolução e lei de cheques, há ainda um vocabulário com termos básicos de finanças e um serviço de formulários de recibo de pagamento, carta de cobrança, nota promissória, confissão de dívida, duplicata, ficha cadastral, análise de balanço e cálculo de parcelas de pagamentos. Tudo online e gratuito.

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www.creditoecobranca.com

A TÉ LOGO

sas, equivalendo a 149,67 milhões de km². O volume total das águas oceânicas chega a 1,59 bilhões de km³. Números astronômicos, velocidade astronômica: ela viaja ao redor do sol a 108 mil km/s, mantendo uma distância orbital média de uma UA (unidade astronômica), equivalente a 150 milhões de km. Com tais parâmetros, metaforicamente a cintura da Terra (que tem apenas um satélite, a Lua, com distância variável entre 356.800 km e 406.400 km) é a de uma senhorita: 40.075 km no Equa-

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Edifício Empire State, de Nova York, completa 75 anos. Festa se estende até o fim de 2006 Senadores dos EUA apresentam resolução para que hino seja cantado apenas em inglês

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Nunca mais lembre a senha

Arte: O. Sequetin

dor, um manequim invejável para sua juventude de 4.5 bilhões de anos – estimase que o Universo tenha 15 bilhões. A atmosfera é composta por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases. Penetrando seu ventre – raio aproximado de 6.400 km – encontra-se o magma, composto de ferro e níquel derretidos, a uma temperatura de até 5000°C. No centro, os minerais se solidificam, formando uma esfera compacta devido às grandes pressões. Uma curiosidade: em 1654, um arcebispo irlandês calculou, com base em textos bíblicos, que a Terra teria se formado às 9h00 do dia 26 de outubro de 4004 a.C! Dos quatro elementos astrológicos, ar, água, fogo, terra relaciona-se aos signos de Touro ( 2 1 / 0 4 - 2 1 / 0 5 ) , Vi r g e m (24/08-23/09) e Capricórnio (22/12-20/01), conferindolhes algumas características comuns: atração pelo oculto, cálculo, firmeza, clareza, emotividade. (Armando Serra Negra)

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F AVORITOS

s helenos não acreditavam que os deuses tivessem criado o Universo, mas o contrário; antes dEles existirem, já tinham se formado Céu e Terra. A criação do planeta, casa e nave espacial dos humanos, portanto, nunca foi explicada, mas, cientificamente, é algo que simplesmente aconteceu. O poeta grego Hesíodo (750 a.C.) foi o primeiro a tentar interpretar sua misteriosa origem : A Terra, a bela, ergueu-se, de regaço vasto, ela que é firme base de todas as coisas. E da bela Terra brotou o Céu estrelado, igual a si mesmo, para cobri-la totalmente e ser a morada eterna dos deuses. Um dos titãs pré-olímpicos digno de menção foi Oceano, o rio que, segundo se supunha, envolvia o planeta completamente: a porção dos mares e oceanos terrestres compreende 70,69% de sua área total, de 510,3 milhões de km², com profundidade média de 3.795 m. No "planeta água" apenas 29,31% são de terras emer-

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G @DGET DU JOUR

des e verdes. É seu sangue que alimenta as folhas e delas passa para a terra ressequida, que se abre numa fenda. Raízes também deve ser visto na Cidade do México, no ano que vem, na grande exposição que está sendo preparada para a comemoração do centenário de nascimento da pintora. (AE)

Time divulga lista das 100 pessoas mais influentes do mundo; Frida Kahlo e Rivera estão lá

A empresa Masten Space Systems, dos EUA, anunciou um serviço de transporte de objetos para o espaço. Os clientes poderão enviar qualquer coisa, desde que caiba numa cápsula do tamanho de uma lata de cerveja e não pese mais de 350 gramas. A cápsula será lançada a mais de 100 mil metros e ficará exposta à gravidade por alguns minutos, antes de retornar à Terra. Fotos e cinzas de parentes falecidos são os objetos mais indicados para o passeio. O serviço começa a funcionar em 2008, ao custo de US$ 99 por cápsula. http://masten-space.com

M ÍDIA

Jornal para imprimir em casa O diário espanhol El País lançou na semana passada o "primeiro diário do mundo atualizado em tempo real". O jornal chama-se 24 Horas e é gratuito. Basta se cadastrar no site para ter acesso à edição mais recente em formato pdf. O jornal pode ser lido com Acrobat Reader ou impresso pelo próprio leitor. As notícias do 24 Horas são produzidas pela equipe do próprio El País. O jornal tem entre 8 e 16 páginas com as editorias Espanha, Internacional e Economia. T EATRO

Diversão para as crianças Espetáculos infantis estão com desconto de até 50% para quem tem cartão Smart VR. O Pequeno Príncipe, Panos e Lendas, Sbrufs, Uma História de Amor à Terra e Querido Mundo são as peças que integram a promoção. Para obter o desconto basta apresentar o cartão na hora da compra dos ingressos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

5 É uma decisão soberana do presidente da Bolívia, que foi eleito. Alejandro Toledo, presidente do Peru

Internacional Morales: o petróleo é nosso Michel Filho/AOG

EXÉRCITO DA BOLÍVIA CERCA AS REFINARIAS Decreto assinado por presidente boliviano Evo Morales obriga empresas estrangeiras das áreas de gás e petróleo a entregarem produção e bens à estatal YPFB

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presidente Evo Morales assinou ontem o "decreto supremo" nacionalizando os hidrocarbonetos na Bolívia. Ele ordenou que as Forças Armadas ocupassem campos de petróleo e gás administrados por empresas estrangeiras, que serão obrigadas a entregar suas propriedades à estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A estatal assumirá a comercialização da produção, definindo volumes e preços no mercado interno e para exportação. Atualmente, há empresas de cinco países operando na exploração de petróleo e gás na Bolívia: Brasil (Petrobras), Reino Unidos (BG Group PLC e BP PLC), Espanha (Repsol YPF), França (Total) e EUA (Exxon Mobil Corp). As companhias têm seis meses para concordarem com os novos contratos, ou terão de partir, disse Morales. A notícia surpreendeu o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que está em genebra, na Suíça, onde participa de negociações da Organização Mundial de Comércio (OMC). Amorim disse que será realizada uma reunião hoje, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro interino de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da petrobras, José Sérgio Gabrilli. Ele disse ontem que a empresa vai "tomar as medidas necessárias, em todas as instâncias", para preservar seus investimentos na Bolívia. O diretor da área de gás da Petrobras, Ildo Sauer, que o contrato da estatal brasileira com a YPFB para o fornecimento de gás natural para o Brasil não será afetado pelo decreto e, portanto, não há perigo de desabastecimento de gás no Brasil. A Petrobras é hoje a maior empresa em operação na Bolívia e responde por 15% a 20% do PIB do país e administra reservas de 64 milhões de metros cúbicos de gás - 10% das reservas totais bolivianas. Pelo decreto, os campos de San Alberto e Sabalo, operados pela estatal brasileira e de onde se exportam 70% do gás boliviano, terão que entregar 82% de sua produção à YPFB, o que resultará em US$ 300 milhões em recursos adicionais ao governo boliviano. Morales, um esquerdista aliado aos planos dos presidentes cubano Fidel Castro, e venezuelano, Hugo Chávez, de acabar com a influência dos EUA na América Latina, vinha prometendo exercer maior controle estatal sobre a indústria desde que venceu a presidência em dezembro, tornando-se o primeiro presidente indígena da Bolívia. "Chegou o momento, o esperado momento, um dia histórico no qual a Bolívia retoma o controle absoluto de seus recursos naturais", discursou Morales no campo petrolífero de San Alberto, no sul da Bolívia, operado pela Petrobras em associação com a Repsol e a Total. "O saque das companhias estrangeiras terminou". A Bolívia tem a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, depois da Venezuela. Mas Morales adiantou que a nacionalização não significa o completo controle estatal já que a Bolívia não tem capacidade de explorar todas suas reservas de gás natural. Ele havia dito na semana passada que a Bolívia terá de "organizar um novo batalhão, um novo exército de especialistas de petróleo e gás para exercer o direito de propriedade" e a tomada total pelo Estado da produção petrolífera. No passado, a YPFB produzia o gás natural da Bolívia, mas ela foi reduzida a um papel administrativo em meados da década de 1990 depois que a exploração e produção de gás foram privatizadas. Morales disse que o Estado iria retomar o controle majoritário das companhias de hidrocarbonetos bolivianas que foram parcialmente privatizadas. Especialistas têm advertido que a YPFB é incapaz de se tornar novamente uma produtora sem uma expressiva injeção de recursos. Mas eles também admitem que a nacionalização foi além do que previam as companhias estrangeiras que não terão outra possibilidade de garantir seus investimentos e recursos que não seja apelar para organismos internacionais de arbitragem. (Agências)

Silvio Andrade/AE

Petrobras promete "medidas necessárias"

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presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem que a empresa vai "tomar as medidas necessárias, em todas as instâncias", para preservar os investimentos na Bolívia, ameaçados após a assinatura do decreto da nacionalização. O duro texto elaborado pelo governo boliviano surpreendeu a direção da estatal, que havia retomado as negociações com os bolivianos há duas semanas. "Foram medidas

unilaterais e não amistosas", afirmou o executivo, que antecipou sua volta ao Brasil. Gabrielli chegou a Houston ontem pela manhã, para participar da Offshore Technology Conference (OTC), feira mundial de tecnologia de petróleo. Foi surpreendido no fim da manhã com o anúncio do decreto e voltou ao Brasil ontem. Segundo ele, a ocupação dos campos de gás pelo exército boliviano não interromperam o fluxo de gás para o Brasil. "Mas

Ativista pede asilo ao Brasil

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dirigente cívico boliviano Edil Gericke (foto), líder dos protestos realizados pela população fronteiriça de Puerto Suárez para defender a siderúrgica brasileira EBX, disse ontem que pediu asilo político ao Brasil porque teme ser detido na Bolívia. Gericke teria se apresentado à Polícia Federal em Corumbá, vizinha a Puerto Suárez, "para iniciar os trâmites do asilo político" "Sinto que meus direitos estão sendo violados, há muitas ameaças contra mim por causa deste problema", afirmou o dirigente, que evitou esclarecer se voltará no lado boliviano da fronteira. Os habitantes de Puerto Suárez e de outras localidade próximas fazem manifestações desde a semana passada e bloquearam uma estrada que leva ao Brasil em protesto contra a decisão do governo de expulsar a siderúrgica EBX, porque isto representará a perda de muitos postos de trabalho. A companhia é acusada de violar a Constituição ao se instalar a menos de 50 quilômetros da fronteira e construir fornos que funcionam com carvão vegetal sem permissões ambientais. Um juiz boliviano ordenou no sábado que a siderúrgica seja derrubada. Segundo Gericke, a ação judicial também tem como objetivo a detenção dos dirigentes do movimento cívico. Manifestantes de Puerto Suárez cercaram a fábrica para protegê-la da possível intervenção dos promotores. (Agências)

precisamos ter atenção especial a respeito de qualquer impacto sobre o processo produtivo", ressaltou. A Petrobras espera que o contrato de importações atual, que prevê o envio de até 30 milhões de metros cúbicos por dia, seja mantido, mas Gabrielli disse que o decreto deixou muitas dúvidas sobre o que significará a nacionalização. "Haverá compensações? Qual a nova relação contratual? Vão romper o contrato de exportação?",

questionou o executivo, que vai tentar uma reunião com o governo boliviano para esclarecer a questão. Até segunda ordem, todos os investimentos na Bolívia estão suspensos. No início do ano, a Petrobras chegou a propor uma série de projetos no país vizinho, que somariam US$ 5 bilhões. "Não tem investimento nenhum. Não tem nada mais de crescimento previsto até que se resolva a situação", afirmou.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

DOISPONTOS -99

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Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Especial: lei seca diminui o crime? eis e portarias restringindo o horário de funcionamento de bares vêm ganhando enorme popularidade no Brasil. Certamente dezenas e possivelmente uma centena de cidades brasileiras, de diferentes portes, já aprovaram ou estão discutindo a adoção dessa medida com o propósito de reduzir a violência urbana. Diadema, cidade de 380 mil habitantes, situada na Grande São Paulo, que teve tal lei implantada em 15 de julho de 2002, invariavelmente é apontada como modelo de sucesso devido ao alto índice de redução da criminalidade. Mas o sucesso de Diadema é explicado por um conjunto de ações implantadas bem antes da lei, e que em 2000 já começavam a mostrar seu efeito na cidade. Por conta de pesquisas e conclusões superficiais que vêm dando fama desmesurada à lei de fechamento de bares em Diadema, o Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial avaliou o seu real efeito na redução da criminalidade na cidade. Vamos aos fatos. O primeiro a ressaltar é que os homicídios já vinham caindo em Diadema de forma bastante intensa dois anos e meio antes da entrada em vigor da lei. As estatísticas oficiais do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde) sobre mortalidade mostram que o número de mortos por agressão em Diadema caiu 21% em 2000 em relação a 1999, e 19% no ano seguinte (2001). Em 2002, ano que teve o segundo semestre sob a lei de fechamento dos bares, ao invés de queda, o número de mortos por agressão subiu 4,5% em relação ao ano anterior. No ano 2003, as mortes voltaram a cair 16%. Mas, dentre todos os anos analisados, é em 2004 que a queda mais expressiva aconteceu: 28%. As estimativas para 2005 apontam para uma queda adicional de 8%. O indicador de mortos por agressão considera todas as mortes decorrentes de agressão, pelo local de residência, tendo ou não a vítima falecido imediatamente ao crime ou apenas dias, semanas ou mesmo meses depois de sofrer lesão. Os resultados permitem deduzir que a lei não foi a principal ação indutora de menos violência. Se utilizarmos um outro indicador de criminalidade, igualmente oficial, o de registro de homicídios dolosos, chegamos à mesma conclusão. Este indicador se baseia nos registros policiais de homicídio, pelo local da ocorrência, que consideram apenas os mortos imediatamente após a lesão. Dentro deste critério, houve redução de 30,3% no ano 2000 em relação a 1999. Lembremos que esse número é maior que os 21% do Datasus. No ano seguinte (2001) a queda foi de 12,2%. Em 2002, ano da lei, volta a decrescer num patamar maior: 16,4%. No entanto, é nos dois anos seguintes que os percentuais descressem de forma mais significativa: 17,1% em 2003, 21,2% em 2004 e 20,8% em 2005.

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ei Seca é um conceito muito simples e direto. Assim, é sempre dada preferência a chamadas e manchetes do tipo "Diadema reduziu o crime em XX% porque adotou a ´Lei Seca´". Tal manchete deixa de informar que a cidade reduziu a criminalidade graças a esforços como melhor e maior policiamento, incluindo a integração entre as ações das polícias Civil e Militar e a Guarda Civil, e a decisão do Poder Executivo Municipal de priorizar a segurança pública. Há ações locais que merecem ser mais conhecidas e copiadas. Pelo lado político, em parte pela saudável e bem-vinda vontade de melhorar a vida dos cidadãos, em parte pela popularidade que essa medida gera, projetos como esse, baseando-se em dados pouco comprováveis, brotam nos quatro cantos do país. Medidas que exigem mais coragem e persistência, como melhor policiamento e controle de armas de fogo, são negligenciadas. O estudo que deu fama internacional a Diadema foi feito em 2004 por uma organização nãogovernamental dos Estados Unidos, o Pacific Institute for Research and Evaluation (PIRE), junto com a Universidade Federal Paulista (Unifesp). Comparando as médias de mortos nos cinco anos antes e nos 24 meses depois da lei, afirmou que 273 vidas foram salvas apenas como resultado da nova lei. O trabalho considerou três (1997-1999) dos cinco anos de chumbo de Diadema (1995 a 1999) para tirar a média que seria então comparada com aquela verificada nos dois anos depois da lei. O modelo despreza por completo todas as medidas importantes tomadas antes e muito depois da nova medida. As quedas mais significativas ocorridas desde o recorde de 1999 até o último ano de 2005, parecem ter relação mais estreita com os trabalhos de investigação dos homicídios na cidade, que permitiu a detenção dos assassinos mais importantes, e com as campanhas de controle das armas de fogo no Estado de São Paulo, que vem ocorrendo antes da nova legislação Federal sobre o tema, em dezembro de 2003.

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m municípios que entre 2001 e 2002 adotaram lei ou portaria com limitação do horário de fechamento dos bares, como Itapevi, Itapecerica da Serra, Embu, Jandira, todos na Grande São Paulo, e Jacareí, no Vale do Paraíba, a redução mais significativa dos mortos por homicídio só acontece de forma permanente a partir de dois ou três anos após a medida.

ANTONIO DELFIM NETTO

DESFAZER O "MALFEITO" btido por meio de manobras "heterodoxas" no primeiro governo tucano, o instituto da reeleição num país sem controle social, distorce o processo democrático. Era previsível o que aconteceu: o eleitor se vê diante da realidade que só à cada oito anos terá a oportunidade de participar de uma eleição relativamente honesta.

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A receita de Diadema não pode ser servida em qualquer cidade

Leonardo Rodrigues/Hype

O Instituto Braudel divulgará a versão final desta pesquisa amanhã. Leia agora

G Muitas cidades

estão discutindo a redução do horário dos bares para combater a violência urbana. Diadema invariavelmente é apontada como modelo de sucesso. G Mas o sucesso

de Diadema é explicado por um conjunto de ações implantadas bem antes da lei seca e que em 2000 já mostravam seu efeito na cidade. G Medidas que

exigem mais coragem, como melhor policiamento e controle de armas, são negligenciadas. G O risco é que

outras cidades embarquem na fantasia e depois frustrem mais uma vez seus cidadãos

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Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

Compreendemos que a influência dos aspectos sócio-econômicos na redução da criminalidade em Diadema não pode ser ignorada. No entanto, os crimes de homicídio são menos explicados por variação do desemprego que outros crimes como roubos, seqüestros, furtos e mesmo latrocínios. Cumpre informar que em Diadema o emprego formal cresceu 40,5% entre 1999 e 2004, após ter caído 4% em 1999 em relação a 1998. A Grande São Paulo teve desempenho apenas um pouco menor que Diadema no mesmo período, crescendo 36,5%. Aqui vale destacar o significativo crescimento do comércio em Diadema. O setor, tanto como empregador importante, quanto como aparelho urbano gerador de ordem, iluminação e movimento ao seu redor, ajuda a reduzir os espaços ermos das cidades, que são guarida para criminosos e crimes. ara concluir, destacamos dois enormes méritos da lei de fechamento de bares. Primeiro, seu grau de controvérsia e efeito imediato na vida social das cidades consegue concentrar a atenção de forma inédita para que a população discuta sobre políticas de redução da violência. O outro mérito é fazer com que, nos municípios em que a lei ou portaria já está em vigor, agrupamentos com guardas civis, policiais e fiscais públicos circulem e demonstrem a presença do Estado em regiões problemáticas das cidades, em geral esquecidas pelas autoridades e à mercê de uma minoria barulhenta de bandidos. Tais fatos nos permite deduzir que a presença efetiva do poder público nestas comunidades por si só já contribui para o aumento da confiança dos seus moradores na polícia e na garantia de um ambiente mais seguro. Porém, em que pese tais méritos da medida, ela não pode ser tratada como remédio para todos os males. É medida acessória e que só funciona sob condições específicas e precedidas de inúmeras outras ações, que, se bem executadas, podem inclusive torná-la dispensável. Exemplos que devem ser seguidos podem estar mais próximos do que se imagina. Com o aumento do número de famílias com telefone em casa e com o Brasil, alcançando a cifra de mais de 90 milhões de telefones celulares, ações públicas de criação e estímulo para que os cidadãos efetuem denúncias anônimas podem ser facilmente empreendidas. No caso de Diadema, a notoriedade da lei alcançou o mundo. Seu prefeito e a secretária de Defesa Social têm sido convidados a apresentar a experiência em congressos até mesmo na Ásia. Para eles, o problema agora é admitir que a lei, da maneira como está citada, é tratada como panacéia e não explica os verdadeiros fatores e medidas da redução da criminalidade da cidade. O risco aqui é que outras cidades embarquem na fantasia e depois frustrem mais uma vez seus cidadãos, o que, como efeito, reforçará nos criminosos o sentimento de impunidade que tanto impulso dá ao crime. Cabe às lideranças políticas, jornalistas e líderes comunitários manter em pauta a prioridade do problema da segurança pública – e em especial do homicídio – para que o instrumental e as experiências de verdadeiro sucesso sejam colocados em prática. NILSON VIEIRA OLIVEIRA É COORDENADOR DO INSTITUTO FERNAND BRAUDEL WWW.BRAUDEL.ORG.BR

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Discuta os dados da pesquisa e escreva seu comentário no nosso site

O Brasil precisa libertar-se do medíocre crescimento e resolver três problemas de estabilização A prova cabal desse fato foi a mal disfarçada disputa interna no PSDB para condicionar a escolha do candidato tucano à promessa que ele "iria desfazer o malfeito por FHC", para dar oportunidade em 2010 ao candidato preterido. O problema é que "as coisas malfeitas talvez possam ser desfeitas, mas não podem ser não-feitas". A disputa entre Serra e Alkmin estimulou a advertência vinda do próprio partido, nas Alterosas: "Agora chega de paulistério: 2010 passa por Minas Gerais"...

Um imenso aumento da carga tributária bruta/PIB; Um imenso aumento do endividamento/PIB; e Uma imensa vulnerabilidade externa/Exportação. O terceiro problema está praticamente superado por uma atuação brilhante da equipe econômica no governo Lula.

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esta enfrentar o aumento da carga tributária e o aumento do endividamento público, que transferem recursos do setor privado (mais eficiente) para o setor público (menos eficiente), reduzindo seus lucros, seus investimentos, o consumo das famílias e, consequentemente, o ritmo de crescimento econômico. A questão é mais grave porque os investimentos públicos que deveriam complementar os investimentos privados não podem ser realizados.

conclusão é que o Estado deixado por FHC depois do Plano Real inchou tanto que não cabe mais no PIB brasileiro. Só merece nosso voto aquele que se comprometer a extinguir o instituto da reeleição e apresentar o melhor programa para desmontar a armadilha produzida pelo simultâneo aumento da carga tributária e do endividamento público.

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DEP.DELFIMNETTO@CAMARA. GOV.BR

Só merece nosso voto quem se comprometer com o fim da reeleição, da armadilha da carga tributária e do endividamento público

ara benefício do processo democrático e eleições competitivas mais freqüentes, o primeiro compromisso que se deve exigir dos candidatos é seu engajamento numa emenda constitucional que liquide de uma vez com a mais trágica herança da octaetéride fernandista: a vergonhosa possibilidade de reeleição sem desincompatibilização.

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sse compromisso é necessário, mas não suficiente, para a escolha do melhor candidato. O Brasil precisa libertar-se do medíocre crescimento que ele tem vivido nos últimos 15 anos e resolver enfim três problemas complexos legados pela execução incompleta do seu programa de estabilização:

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FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


terça-feira, 2 de maio de 2006

Lançamento Te l e f o n i a Inter net Automação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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EMPRESA CRIA SOLUÇÕES SEGUNDO AS NECESSIDADES DO CLIENTE

A plataforma contribui para aumentar o interesse do internauta Youssef Mourad, Digital Pages

Captura de tela

Plataforma cria a sensação de folhear o jornal ferecer mecanismos digitais que funcionam como um instrumento de convergência para diversos tipos de mídia e para ajudar o leitor a encontrar conteúdos de que necessita com clareza e facilidade em publicações online. Este é o objetivo da Digital Pages, plataforma especializada na apresentação de publicações impressas em meios digitais que surgiu há cerca de cinco anos. Seu sócio-diretor, Youssef Mourad, explica que este é um diferencial que transforma sites e portais em endereços virtuais diferenciados e que podem ser plataformas positivas de divulgação de conteúdos e de negócios. "Ela contribui para aumentar o interesse do internauta e estimulá-lo a acessar não só os links informativos úteis e necessários para o seu dia-a-dia e os assuntos conectados a eles como também ampliar seus horizontes ao aproximá-lo de conteúdos com os quais tem pouca familiaridade." Ele explica que o o sistema foi criado quando a Gafisa, empresa que atua no ramo imobiliário solicitou à Digital Pages uma solução para criar uma revista digital para oferecê-la aos seus clientes, com conteúdo sobre construção civil e decoração de ambientes. "A partir daí, criamos um modelo com páginas blocadas e, depois, desenvolvemos o mecanismo que permite 'virá-las'. Sempre elaboramos produtos sob medida para cada cliente, de acordo com suas necessidades. Nunca optamos por 'pacotes de soluções' ", explica Mourad. No caso do Diário do Comércio, o executivo ressalta que a estratégia foi levar o jornal de papel para a tela "exatamente como foi concebido". Público-alvo – Os clientes da Digital Pages são revistas, jornais, editoras de livros, empre-

s vendas de notebooks, sonho de consumo de muitos usuários, vêm crescendo rapidamente, embaladas pelo dólar mais baixo e pela queda no preço das telas de LCD no mercado mundial. O instituto de pesquisas IDC estima que no ano passado foram vendidos legalmente 275 mil unidades no Brasil e este ano a expectativa é de um crescimento de 50% nesse volume. Aproveitando esta onda de otimismo, a Positivo Informát i c a ( w w w. p o s i t i v o i n f o r m a t i c a . com.br) lançou na semana passada três novos modelos de notebooks. O modelo mais barato é o Positivo Mobile M25, que vem equipado com processador Celeron M 360, oferece tela LCD de 13 polegadas widescreeen de alto brilho, 256 MB de memória RAM, disco rígido de 40 GB, gravador de CD/leitor de DVD (Combo), conexão wireless (sem fio), placa de fax modem e de rede, bateria de seis células, conexão S-Video, entrada para cartões conexão PCMCIA, portas USB 2.0, leitor de cartões de memória (SD, MMC, MS) e sistema operacional Windows XP Home pré-instalado. Como pesa pouco mais de 2 kg, o equipamento é ideal para quem necessita de mobilidade. O preço sugerido para o usuário final é de R$ 2.999. Para usuários que desejam uma máquina mais poderosa, a opção é o Positivo Mobile M75, que utiliza processador Pentium M 759 com tecnologia Centrino e chipset Intel 915 GM, tela de 13 polegadas widescreen de alto brilho, 512 MB de memória, disco de 60 GB, gravador de CD/leitor de DVD Combo, conexão wireless, fax/modem, rede Ethernet, conexão S-Vídeo, porta PCMCIA, USB 2.0, leitor de cartão para os formatos SD, MMC e MS e sistema operacional Windows XP Home pré-instalado. Trata-se também de um equipamento leve, pesando pouco mais de 2 kg, e o preço sugerido é R$ 4.799. Estes dois modelos já estão disponíveis para compra. Usuários que desejam mais poder de processamento devem aguardar um pouco mais. Ainda este mês a Positivo estará colocando nas prateleiras o Mobile D75, que virá com proces-

Com a solução Digital Pages o leitor tem a impressão de estar virando as páginas (acima) do jornal real; Youssef Mourad, diretor da Digital Pages, empresa especializada na criação de páginas na internet Milton Mansilha / Luz

sas que elaboram catálogos, guias, anuários e apostilas. Ela já elaborou revistas para o governo federal e criou uma publicação dirigida para a Telemar. Outro projeto de grande porte foi a criação do primeiro portal que abriga as ações de responsabilidade social da Philips no Brasil. Outro cliente que utiliza a plataforma Digital Pages é a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net). Seu e-Brasil, que contém propostas para uma política nacional de tecnologia da informação e de comércio eletrônico, utiliza os recursos digitais criados pela empresa para apresentar seu conteúdo de forma diferenciada. Outro cliente do mercado editorial é a revista "About". Segundo seus editores, o suporte fornecido pela Future Way, com a Digital Pages, contribuiu para inovar no seu visual. Além de criar estes produtos, a empresa passou a oferecer um sistema para que as publicações possam monitorar os acessos dos internautas e realinhar seus produtos de acordo com suas necessidades e dos anunciantes. Todo este processo foi concluído em 2004, com a criação da Digital Pages. Quanto aos custos, eles variam de acordo com a publicação. Inicialmente, a empresa cobra pelo set up, ou seja, a estruturação, customização e adaptação da base de dados. A partir daí, ela cobra por página colocada na plataforma. Estrutura – A Digital Pages conta com uma equipe de 60 profissionais especializados em estrutura (servidores e redes) e em desenvolvimento de tecnologia, em banco de dados e na criação de conteúdos. Além disso, a empresa tem um perfil de consultoria estruturado para orientar os clientes em suas necessidades. Atualmente, os clientes da Digital Pages são empresas de grande porte como a Editora Abril. Entretanto, ela também está atendendo empreendedores médios e publicações de balanços e relatórios de sustentabilidade e de avaliação de projetos de Terceiro Setor. Paula Cunha

Novos notebooks chegam às prateleiras Por Carlos Ossamu Fotos: Divulgação

A Positivo e a Dell apresentam novos modelos de notebooks, inclusive com processador Intel Core Duo T2300

O modelo básico da Positivo custa R$ 3 mil e vem com gravador de CD e leitor de DVD

s a d o r I n t e l C o re D u o T 2 3 0 0 e p re ç o d e R$ 4.999. Esse chip traz dois núcleos e é como se dois processadores trabalhassem simultaneamente. Isso aumenta muito a performance em aplicações multimídias. O equipamento virá com 512 MB de memória DDR2 (mais veloz), tela de 13 polegadas widescreen, 80 GB de disco, gravador de CD/leitor de DVD Combo, conexão para rede sem fio, fax/modem, placa de rede Ethernet 10/1000/1000, portas PCMCIA e USB 2.0, leitor de cartões de memória nos formatos SD, MMC e MS e Sistema operacional Windows XP pré-instalado. Alto desempenho – Os notebooks com chip de núcleo duplo estão mesmo ganhando as prateleiras. A Dell (www.dell.com.br) foi outra fabricante que anunciou o lançamento de um modelo com este processador. Trata-se do Latitude D620, também baseado no chip Intel Core Duo T2300 e pesando cerca de 2 kg. A Dell vende seus produtos por meio de seu site e o usuário pode configurar o equipamento conforme as suas necessidades. Uma configuração básica do notebook D620 com 512 MB de memória DDR2, tela de 14,1 polegadas XGA, disco de 40 GB SATA (mais rápido do que o tradicional ATA) e conexão sem fio Wi-Fi (802.11 b/g) custa cerca de R$ 5.200. "A mobilidade se tornou uma missão crítica para negócios de todos os portes e a Dell entende que os clientes procuram durabilidade, segurança e acesso constante a informações fundamentais para suas atividades", diz Daniel Rostirola, gerente de Produto de Notebooks da Dell Brasil. "O novo modelo Latitude vai além das necessidades dos clientes em design robusto, compreensão das opções de segurança, mobilidade broadbrand integrada e uma redução significativa em relação à primeira geração de produtos em peso e espessura", diz o gerente.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO ara aqueles que estão acostumados a desprezar como "teoria da conspiração" a hipótese de que o Council of Foreign Relations trama com o Grupo Bilderberg e outros círculos de milionários a implantação progressiva mas rápida de um governo mundial, o próprio CFR acaba de dar uma resposta definitiva, num documento oficial em que assume de vez o projeto e a parceria tão longamente descartados pelos onissapientes comentaristas da mídia. No relatório "Building a North American Community", recentemente divulgado, o mais poderoso think tank globalista dos EUA propõe nada menos que a abolição das fronteiras entre Canadá, México e EUA e a transformação do continente numa "área onde o comércio, o capital e as pessoas circulem livremente", a base para "o ingresso mais fácil no território americano". Num momento em que a população americana em peso clama por um controle mais rigoroso das fronteiras e os especialistas militares alertam para os perigos incalculáveis do fluxo contínuo de terroristas e narcotraficantes camuflados de imigrantes ilegais chicanos, a declaração mostra o total desprezo da elite globalista bilionária pela segurança nacional. Não resta a menor dúvida de que o CFR planeja sacrificar friamente a nação americana no altar da unificação administrativa do mundo, a ser atingida, segundo a idéia do velho Morgenthau, por meio de progressivas integrações regionais. Porém o mais surpreendente no relatório é a admissão de que a fusão dos três países deve ser feita "segundo as linhas propostas pelas conferências de Bilderberg e Wehrkunde, organizadas para fomentar as relações transatlânticas". Até agora, esses nomes jamais tinham aparecido num documento oficial do CFR. Bilderberg e Wehrkunde são grupos altamente secretos de potentados da política e da economia que se reúnem periodicamente, sob precauções de segurança maiores que as de qualquer encontro de chefes de Estado, para planejar a implantação de um governo mundial e inaugurar uma nova civilização planetária, incluindo, segundo seus críticos, a fusão de todas as religiões num novo culto biônico inspirado no lixo teosófico de Madame Blavatsky e Alice Bailey. Na última reunião dos Bildergergers, em Sintra, Portugal, a cidade inteira foi bloqueada à entrada de repórteres, enquanto, fechados a sete chaves, longe de toda fiscalização crítica, tipos como os Rockefellers, Gorbachov, George Soros e, modéstia à parte, o nosso Fernando Henrique Cardoso, inventavam o mundo em que vão viver nossos netos. Ao proclamar sua adesão aos objetivos das conferências Bilderberg e Wehrkunde, o CFR confirma ao menos uma parte do que foi denunciado em alguns clássicos da "teoria da conspiração", como "None Dare Call It Conspiracy", de Gary Allen e Larry Abraham (Sealbeach, California, Concord Press, 1972), e sobretudo o mais recente e informado "The Brotherhood of Darkness", de Stanley Montieth (Oklahoma City, Hearthstone Publishing, 2000). Essa confissão basta para explicar por que, arriscando atrair o ódio da base conservadora que o elegeu, o presidente George W. Bush, pertencente a uma família tradicionalmente ligada ao CFR, insiste em dar seu apoio ao projeto de anistia para doze milhões de imigrantes ilegais, elevando ao nível de uma ameaça apocalíptica os riscos de segurança que, por outro lado, ele anuncia querer controlar com mão de ferro. O projeto não só conta com a rejeição maciça do eleitorado americano, mas foi apresentado por dois políticos que Bush teria razões de sobra para considerar seus inimigos: Ted Kennedy, o mais devotado patrono de todas as causas esquerdistas, e John McCain, um republicano que mesmo examinado em microscópio não se distingue facilmente de um democrata. Os interesses maiores do globalismo, evidentemente, transcendem as considerações eleitorais, o respeito pela vontade popular e a profunda inimizade política. Segundo o documento do CFR, George W. Bush, o presidente mexicano Vicente Fox e o primeiro-ministro canadense Paul Martin já se declararam "comprometidos" com a causa ali anunciada, quando do seu encontro no Texas em 23 de março de 2005. No entanto, seria ingenuidade imaginar que o apoio da elite globalista ao estupro das fronteiras se limita a declarações de intenções. Ele inclui o planejamento e a sustentação financeira de ações políticas decisivas. O relatório "Building a North American Community" foi publicado sob o patrocínio de um grupo de grandes empresas, entre as quais a Archer Daniels Midland Corp., ADM, o maior suporte financeiro do senador Sam Brownback. Logo após receber uma bolada de dinheiro da ADM, esse repu-

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terça-feira, 2 de maio de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Os inventores do mundo futuro O mais poderoso think tank globalista dos EUA propõe nada menos que a abolição das fronteiras entre Canadá, México e Estados Unidos (...) blicano do Kansas saiu alardeando apoio ao programa de anistia para os ilegais, anunciando que o fazia por piedade cristã. A luta dos globalistas pela causa mais impopular que já se apresentou na arena política dos EUA também não se contenta com subsidiar manobras parlamentares. Inclui a arregimentação das massas e a ajuda a protestos violentamente anti-americanos. O Boletim G-2, publicado pelo assombroso repórter Joseph Farah como apêndice de seu jornal eletrônico WorldNetDaily, revela na sua última edição os principais suportes financeiros por trás dos movimentos que, para muito além da anistia aos ilegais, visam a entregar ao México os territórios do Texas e da Califórnia. Os mais poderosos entre esses movimentos são "La Raza", "Lulac" (League of United Latin American Citizens) "Maldef" (Mexican American Legal Defense and Educational Fund) e "Mecha" (Movimiento Estudiantil Chicano de Aztlan). Os quatro são financiados por fundações e corporações milionárias associadas ao CFR, como Rockefeller e Ford, Bristol-Meyers Squibb, Chemical Bank, Chevron, Chrysler, General Motors, General Electric, Lockheed, Rockwell, Southwestern Bell, Quaker Oats, Verizon Foundation, AT&T Foundation e o Open Society Institute de George Soros. "La Raza" foi praticamente criada pela Fundação Ford. Esses quatro movimentos organizaram os recentes protestos que hastearam bandeiras mexicanas pelas ruas dos EUA e anunciaram, nas palavras de Mario Obeldo, líder histórico da Mecha, condecorado em 1998 por Bill Clinton, que "a Califórnia vai ser um Estado hispânico: quem não gostar vai ter de sair". A alta elite financeira e a militância vociferante, que os iluminados comentaristas da nossa midia apresentam como os dois polos de um conflito de vida e morte causado pela "desigualdade" e pela "injustiça social", são exatamente uma só e mesma força. E o que move o conjunto não é nenhuma das "causas sociais" impessoais e anônimas que a pseudociência ensina serem os motores da história humana: é o planejamento vindo de cima, acompanhado dos meios financeiros, publicitários e políticos de realizá-lo. Espero que o leitor mais desperto compreenda, à primeira vista, o quanto esses fatos tornam inviável e suicida o empenho de continuar pensando o mundo segundo as linhas usuais propostas pela tagarelice intelectual dominante. A identificação de globalismo e americanismo, por exemplo, que a totalidade das nossas classes falantes dá por pressuposta como elemento básico para a compreensão da política internacional, é uma besteira sem mais tamanho, e quem quer que insista nela depois do documento do CFR deve ser considerado um desinformante profissional ou um idiota incurável. O aspecto mais deplorável em tudo isso não é somente que a humanidade seja arrastada por elites ferozmente ambiciosas em direção a objetivos que não lhe são sequer informados. É que as próprias ciências sociais, intoxicadas de conceitos explicativos que não expli-

cam nada, estejam tão desarmadas para dar conta dos fatos de magnitude incomparável que estão, neste momento, determinando os destinos do mundo. Quando os agentes maiores do processo histórico têm planos que vão além da compreensão da intelectualidade média – para não falar da opinião pública em geral --, é inevitável que esses planos sejam postos em prática sem qualquer possibilidade de discussão crítica. Da noite para o dia, a humanidade atônita

despertará num mundo novo, sem saber como foi parar ali nem quais são precisamente as regras do jogo. A ignorância geral terá se tornado um dos pilares do poder constituído. E o grupo dominante estará separado do povo por uma distância similar à que existe entre os deuses do Olimpo e uma multidão de cupins no subsolo. Meus alunos são testemunhas do esforço que tenho feito para substituir noções pré-históricas de sociologia e

ciência política por ferramentas descritivas mais adequadas à presente situação do mundo. Esforços similares vêmse desenvolvendo em vários centros, mas sempre à margem da corrente acadêmica principal, congelada num verbalismo obsoleto e presunçoso que, se serve de alguma coisa, é de instrumento publicitário para a implantação de políticas que os próprios portavozes desse discurso não enxergam nem compreendem. Não é preciso dizer que, baixando do plano internacional ao nacional, nada dos acontecimentos políticos locais pode ser explicado sem referência ao novo esquema de poder que está se formando no planeta. O apoio descarado das fundações globais bilionárias a movimentos revolucionários como o MST é o fato fundamental que vai determinar o destino nacional nos próximos anos, e os poucos que costumam mencioná-lo, como o sr. Lyndon LaRouche, só o fazem pelo viés de seus próprios planos, que não têm nada a ver com um desejo sincero de compreensão do processo. Se a esquerda continua obscurecendo suas próprias ações com o discurso padronizado que camufla as verdadeiras relações de poder, nos círculos liberais e conservadores a discussão atém-se obsessivamente a proclamações doutrinais gerais que não ajudam em nada a esclarecer o que está se passando. Para mim já se tornou evidente, por exemplo, que o sucesso no plano do Foro de São Paulo, a implantação da URSAL, União das Repúblicas Socialistas da América Latina, não somente não se opõe em nada aos objetivos do globalismo, mas contribui decisivamente para eles, fomentando uma integração regional que provocaria orgasmos em Hans Morgenthau e que, a longo prazo, só tornaria a América Latina ainda mais dependente dos bancos internacionais. E não me venham com a ilusão risível de que o petróleo venezuelano é uma temível arma anti-imperialista. Ninguém no CFR ou nos círculos governamentais americanos ignora que o Estado do Colorado tem reservas de petróleo jamais exploradas, equivalentes a vinte vezes o total das reservas da Arábia Saudita. No Brasil ninguém sabe disso, porque não saiu naquela porcaria do New York Times. Mas o pessoal que em Washington lê revistas especializadas sabe que, se existe um país imune a chantagens petrolíficas (e, de quebra totalmente desnecessitado do petróleo do Iraque, para não falar da Venezuela), são os EUA. Isso não quer dizer, é claro, que os planejadores globalistas sejam mentes geniais capazes de acertar em tudo. O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement, Nafta), concebido pelo próprio CFR como um prefácio à integração total de EUA, Canadá e México, foi um fracasso sublime, e nem por isso os planejadores globalistas se deram por achados. Desde o Nafta, segundo dados da ONU, o número de lares mexicanos abaixo da linha de pobreza (menos de 60 dólares por mês) subiu de 60 para 76 por cento, enquanto o preço das tortillas, alimento básico da população, aumentou em 40 por cento. Os contribuintes americanos também não ganharam nada com isso, tendo hoje em dia de arcar com subsídios de 40 por cento para sua produção nacional de milho. E daí? Quando um sujeito acredita que tem na cabeça a solução para os males do mundo, nada detém sua volúpia de remexer os pilares do cosmos em nome de sua esplêndida utopia. Miséria e prejuízo são detalhes desprezíveis ante a grandiosidade épica dos planos globalistas.

JABOR Um artigo do sr. Arnaldo Jabor publicado no Caderno 2 do "Estadão" do dia 25/4 está, segundo me informam, obtendo grande repercussão em São Paulo. Nele o comentarista do "Jornal Nacional" queixa-se de que a superabundância de provas e documentos da criminalidade petista não é suficiente para tirar o judiciário da sua renitente indiferença. Todos "riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão na bunda". Tão profundo é o contraste entre os fatos conhecidos e o cinismo da sua negação oficial, que isso, diz o cronista, está resultando até numa "desmoralização do pensamento": "A existência desses tipos de mentirosos está dissolvendo a nossa mídia. Esse neo-cinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo ... as palavras estão sendo esvaziadas de sentido ... o Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade e a novilíngua estará consagrada." Lembro-me claramente de ter escrito tudo isso, quase nos mesmos termos, numa época em que o sr. Jabor estava ocupadíssimo embelezando a imagem de São Lulinha e ajudando a preparar o advento do estado de coisas. A dissolução do idioma, por exemplo, não é um efeito da ditadura petista, mas uma condição prévia, criada propositadamente por uma vasta ação cultural sem a qual ela jamais teria vindo poder a implantar-se. Uma coisa é diagnosticar o processo desde os indícios sociais que denotam o seu curso em formação, outra completamente diferente é constatar o fato consumado que, se discutido abertamente em tempo, teria podido ser evitado. Na época em que escrevi textos como "Língua petista" (Zero Hora , 20/10/2002, http://www.olavodecarvalho.org/semana/10202002zh.htm), "Língua dupla e estratégia", O Globo, 2/2/2002, http://www.olavodecarvalho.org/semana/02022002globo.htm), "Reclamação i n ú t i l " ( Ze ro H o ra , 1 4 / 1 2 / 2 0 0 3 , http://www.olavodecarvalho.org/semana/031214zh.htm) ou "A clareza do processo" (Zero Hora, 15/6/2003, http://www.olavodecarvalho.org/semana/030615zh.htm), para não falar do meu livro de 1993 (sim, 1993), A Nova Era e a Revolução Cultural, a irresponsabilidade geral das classes falantes, incluindo o sr. Jabor, me respondeu com a mesma indiferença cínica que agora elas se queixam de encontrar no judiciário. Se o sr. Jabor quisesse mesmo saber como chegamos ao descalabro que hoje

A capacidade do sr. Jabor como diagnosticador de males nacionais consiste no seu timing oportunista de só dizer as coisas quando todo mundo já sabe delas. o escandaliza, bastaria que prestasse atenção aos programas da mesma TV onde trabalha, que ao longo dos anos prepararam a Nação para cair na fraude da superioridade moral da esquerda e para embriagar-se no mito da pureza lulista. A Rede Globo de Televisão foi a grande responsável pela implantação da novilíngua no país. E, se hoje o sr. João Roberto Marinho dá um discreto apoio a organizações conservadoras, seu jornal e sua TV continuam a serviço do mais descarado esquerdismo. Compreendo que o sr. Jabor não possa denunciar seus próprios patrões. Eu mesmo não podia fazêlo quando escrevia para O Globo, limitando-me então a diagnósticos gerais na esperança de que o leitor, com base nas descrições suficientemente claras que eu lhe fornecia, desse nome aos bois. Mas o sr. Jabor, ao denunciar com atraso aquilo que um seu colega sacrificou o emprego (aliás dois) para denunciar em tempo, poderia, sem citar o antecessor, o que seria mesmo demasiado doloroso para sua vaidade, ao menos reconhecer genericamente que está chegando tarde, que está falando na condição de cúmplice moral arrependido e não na de vítima inocente escandalizada. Lembrome de que tanto falei das coisas que agora ele proclama, que, na época (quer dizer, no tempo e na revista Época), cheguei a ser acusado de obsessivo e redundante. A capacidade do sr. Jabor como diagnosticador de males nacionais consiste apenas no seu timing oportunista de só dizer as coisas quando todo mundo já sabe delas e posar, então, de profeta do acontecido. O sr. Jabor não é solução: é parte do problema. A frouxidão cômoda da sua consciência moral, no entanto, não é característica individual dele (se fosse, eu nem tocaria no assunto nesta coluna, que não tem nada a ver com a vida pessoal de quem quer que seja): é um vício geral da classe jornalística, empenhada em exigir dos políticos uma correção ética superior à que ela própria é capaz de manter.


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terça-feira, 2 de maio de 2006

1 Nos juntamos a uma frente com mais de 1,2 mil entidades para alertar o governo e o Congresso sobre essa carga tributária. Paulinho, da Força Sindical

DE OLHO NO IMPOSTO

UM GRITO PELA TRANSPARÊNCIA Paulo Pampolim/Hype

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ós pagamos muito imposto, uma coisa absurda. Até na cachaça, 83% vão para o governo e não temos nenhum retorno em serviços públicos de boa qualidade. A frase é de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical, ao conclamar mais de 1,2 milhão de pessoas, que participaram, ontem, das comemorações do Dia do Trabalho, na Praça Campo de Bagatelle, a assinar a lista do De Olho no Imposto. Paulinho explicou para a multidão que o boné amarelo "que vocês estão usando é de um movimento importante para a cidadania". E prosseguiu: "Nós (a Força Sindical) nos juntamos a uma frente com mais de 1,2 mil entidades para alertar o governo e o Congresso Nacional sobre essa carga tributária", disse Paulinho, ao passar o microfone para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, que comandou essa luta até agora. Afif foi objetivo. "Estamos aqui para conseguir 1,5 milhão de assinaturas para vocês terem o direito de saber o quanto pagam de imposto em tudo o que consomem e, então, cobrar dos governantes melhor educação, Justiça, saúde e segurança". Afif esclareceu à multidão que as assinaturas vão apoiar um projeto de lei para regulamentar o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal, que manda colocar nos cupons e notas fiscais o total de tributos pagos na aquisição de produtos e serviços. Assinaturas – Enquanto o presidente da ACSP dizia que "o cidadão consciente pode cobrar de igual para igual do poder público", mais de 600 voluntários recolhiam, entre os manifestantes, as assinaturas para o movimento De Olho no Imposto. A estimativa dos organizadores da festa é de que, até o final da tarde de ontem, 1,3 milhão de assinaturas já haviam sido contabilizadas. "Acreditamos

que até o final desta semana teremos batido a marca do 1,5 milhão", previu Afif. Engajados no lema do 1º de Maio da Força Sindical, "Menos impostos, Mais empregos", outros líderes sindicais de trabalhadores e empresariais defenderam a campanha De Olho no Imposto. "Consciente de que paga impostos, o trabalhador ajuda no desenvolvimento da Nação", disse Antonio Marangon, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon) e da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). "Temos que exigir mais eficiência nos investimentos públicos", acrescentou Luigi Nese, presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS). Lideranças – Alencar Burti, presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), Nildo Masini, vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, Eleuzes Paiva, presidente da Associação Médica de São Paulo e Eunice Cabral, presidente do Sindicato das Costureiras, destacaram a importância de o cidadão saber que é um pagador de impostos. "Pagamos demais neste País", disse Eunice. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), saudou os trabalhadores reunidos na manifestação da Força Sindical. Ele também foi à festa da Central Única dos Trabalhadores (CUT), realizada na Avenida Paulista. "Festejamos as conquistas dos trabalhadores", disse. No entanto, para Kassab, o Brasil não tem muito a comemorar: "O País está crescendo pouco e gerando poucos empregos". Os senadores Cristovão Buarque (PDT), Roberto Freire (PPS) e o governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PDT), também criticaram a atuação do governo federal.

Guilherme Afif Domingos, da Associação Comercial de São Paulo: o cidadão consciente pode cobrar de igual para igual o poder público

Pelo menos 1,2 milhão de pessoas compareceram à festa da Força

Festa, música e protestos na Praça Campo de Bagatelle

Boné da campanha mostrou adesão ao De Olho no Imposto

O show da dupla Chitãozinho e Xororó animou o evento

Sergio Leopoldo Rodrigues

O pintor José Rosa Leitão no posto de coleta de assinaturas

A telefonista Margarete Nunes da Silva

A auxiliar-administrativa Ivanise dos Santos

O marmorista Marcelo Casemiro

Revolta, indignação e protestos contra os impostos

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primeira vitória da campanha De Olho no Imposto foi despertar o interesse da população sobre quanto os impostos pagos em mercadorias e serviços pesam no bolso. Isso ficou claro durante a coleta de assinaturas para regulamentar o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal – que visa à transparência tributária –, realizada na festa de 1º de Maio promovida pela Força Sindical, na

Praça Campo de Bagatelle, zona norte da capital. Durante o evento, a população procurava pelos postos da campanha e conferia, algumas com grande espanto, o quanto pagava de tributos na compra de produtos para a família. As assinaturas eram seguidas de protestos contra os valores desembolsados aos governos e a falta da contrapartida em serviços públicos. Esse foi o caso do pintor José Rosa Leitão, que não

acreditava nos mais de 45% cobrados sobre os produtos utilizados no seu dia-a-dia. "Fiquei chocado. Quase metade do que eu gasto com material é imposto. Mas eu nunca vi o retorno disso. Pago convênio médico. Não posso contar com o serviço público", disse o trabalhador residente no Jardim Danfer, zona leste de São Paulo. Indignação – "Eu trabalho para pagar imposto?", perguntou a auxiliar-administrativa

Ivanise Pereira dos Santos à reportagem do Diário do Comé rci o, enquanto aderia ao movimento De Olho no Imposto. Na sua opinião, o excesso de tributos impede que ela consiga juntar o suficiente para dar entrada na casa própria. A telefonista Margarete Nunes da Silva registrou o quanto já pagou de tributos somente com a compra de material escolar para a filha de nove anos. Moradora do

bairro de Vila Galvão, no município de Guarulhos, ela espera ao menos um ensino público de qualidade. "Gostaria de saber o que é feito com todo esse dinheiro", indagou. Para o marmorista Marcelo Casemiro, a campanha servirá de alerta para todos. Ele aderiu com a certeza que de alertará deputados e senadores sobre o futuro do País, caso não ocorra a redução da carga tributária. Para a costureira Eliete Al-

ves de Freitas, comprar nunca mais será o mesmo. Após receber o informativo com exemplos do percentual de carga tributária sobre uma série de produtos de consumo básico, ela contou que, a partir de agora, pensará no peso dos tributos no final de suas compras. "Eu recolho todos esses impostos e ainda tenho que pagar um plano de saúde e a escola particular da minha filha", criticou. Davi Franzon


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Inter net Te l e f o n i a Automação Varejo Hi-tech

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

OBJETIVO É OFERECER O MÁXIMO DE CONFORTO AO CLIENTE

Esses displays ficam num espaço privilegiado e muito disputado Moisés Aleixo Nunes, Waytec

Fotos: Divulgação

Lipman TDS Nurit8000S: alta segurança ortátil, ergonômico, leve –e de alto nível de segurança: o terminal Nurit8000S (foto acima), fabricado pela Lipman e distribuído pela TDS, permite mobilidade, graças ao módulo de comunicação GSM/GPRS, de baixo custo. O sistema operacional multiaplicação previne que suas diversas aplicações acessem dados umas das outras. Tem lacres físicos e lógicos, para garantir a inviolabilidade. Os leitores são de módulo SAM, de SimCard, de tarja magnética e de SmartCard. Um teclado programável com backlight favorece a visualização em ambientes de pouca iluminação. Os usuários podem assinar no próprio PoS. A bateria permite mais de 200 transações com uma única carga. (LCA)

NCR RealPoS 7197: impressão nítida NCR RealPoS 7197 –uma impressora térmica de uma estação– imprime até 50 linhas por segundo. Oferece alta resolução de 203 dpi, que resulta na impressão de textos nítidos e gráficos precisos, isto é, imagens fáceis de serem lidas. Comparada com a impressão de impacto, a impressão térmica permite operação mais silenciosa e mais confiável. A NCR RealPoS 7197 (foto à esq.) é testada e certificada para operação no varejo e ambientes de cozinha. Permite o uso de duas cores de impressão. É fácil de operar: não é preciso ajustar o papel, basta levantar a tampa, colocar a bobina e pronto. Dispõe de faca com corte limpo em fração de segundos. Interface auto-sensível que detecta opção de conectividade seja RS232 ou USB. É de fácil instalação: programação de único botão elimina necessidade de se preocupar com DIP Switches durante a configuração. Permite que os reparos sejam fáceis e econômicos. (LCA)

APPI PoSWeb Browser: um software para PoS PoSWeb Browser, da APPI Tecnologia, é uma camada de software sobre o sistema operacional nativo do PoS. Quando acionado, o browser assume o controle de todos os recursos do PoS (esquema abaixo), atuando como um verdadeiro sistema operacional. Permite ao PoS executar aplicações baseadas em servidores remotos conectados usando protocolos baseados em TCP/IP (internet, intranets, Virtual Private Networks etc.) ou mesmo protocolos legados (SDLC, X28, ISO8583). O Browser aceita páginas padrão WML –Wireless Markup Language– e usa as funcionalidades do protocolo HTTP em um processo similar ao usado na internet. (LCA)

Itautec QuickWay PoS: integrador QuickWay PoS (foto abaixo) integra as funções do operador de caixa dos estabelecimentos comerciais e varejistas. A Itautec diz que o equipamento aumenta a velocidade e a produtividade do operador e, também, o conforto e a segurança do cliente. Compostos de duas telas, os modelos QuickWay POS permitem que o cliente acompanhe o registro das compras ao mesmo tempo em que é feito pelo caixa. (LCA)

Pagamentos: o PoS no momento decisivo Novo PoS da Waytec permite CIS MIFare: leitor sem contato

Captura, processamento e transferência de transações eletrônicas: aparelhos fixos, móveis e até um aplicativo

s leitores compactos para cartões Mifare, distribuídos pela CIS, não precisam de contato. Basta passar o cartão e a leitura é feita automaticamente. O aparelho indica, por sinal luminoso, que a leitura foi feita. Suas principais aplicações são: sistemas de controle de acesso, controle de ponto eletrônico, segurança e logon em PC, e-commerce e transporte público. (LCA)

faturar com publicidade

Por Luiz Carlos de Assis hegou um dos momentos mais decisivos para o comerciantes: é quando o cliente entrega o cartão, de crédito ou débito, e paga. Nessa hora, é preciso ter um terminal PoS (Pointof-Sale) de confiança, fácil de usar, rápido, de conexão garantida e à prova de fraude para efetivar a captura, processamento e transferência de transações eletrônicas. Se for um terminal sem fios, pode ser usado em entregas em domicílio e comércio de rua, bem como ser levado à mesa, nos restaurantes. Tudo para dar o máximo de conforto ao cliente –e garantir a venda. A grande maioria dos PoS utilizados no Brasil utiliza comunicação GPRS, uma opção básica de mercado porque é utilizável no Brasil inteiro, como lembra Paulo Gerosa, gerente da TDS Informática, que é fornecedor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em praticamente todos os modelos, há opção para usar linha telefônica fixa, como alternativa. Um bom terminal POS custa em torno de R$ 700. Pode ser contratado como serviço, nos moldes do Pay&Go da Elgin, que tem conexão ADSL ou GPRS, apropriada para estabelecimentos com dois a cinco checkouts –sai por R$ 2.500 por um ano, pouco mais de R$ 200 por mês. A TDS está lançado dois modelos de terminal –Nurit8000S e Nurit8320 GPRS– nesse esquema. Em promoção especial, os usuários vão pagar R$ 20 mensais durante os primeiros seis meses e, depois disso, R$ 50 por mês, por terminal. A estimativa de Paulo Gerosa é colocar 500 terminais em cerca de seis meses. A Elgin, conta Paulo Rua Duri, diretor comercial, oferece um PoS com impressora térmica e módulo fiscal já homologado, precisa e limpa (não solta nem pó de papel), extremamente adaptada para restaurantes, por exemplo. Imprime imagens em duas cores (pode-se, inclusive, fazer campanhas com cor diferenciada) e tem reabastecimento rápido: é só levantar a tampa e colocar a bobina no interior, sem necessidade de nenhum ajuste. Portabilidade – Desde o ano passado, há um início de movimentação das principais empresas do mercado na direção de aumentar a gama de serviços oferecidos nas redes de PoS. Apesar do crescimento moderado da economia nos últimos anos, o setor de TEF no país obteve taxas de expansão elevadas, devido ao aumento na aceitação do cartão como meio rápido e seguro para pagamentos e outras transações eletrônicas. Para quem investiu recursos na montagem de redes, há forte demanda por outras aplicações –além do crédito/débito– que aumentem a geração de receitas por PoS. Atualmente, os terminais PoS utilizam sistemas operacionais proprietários, dependentes do hardware. Desta forma, as aplicações precisam ser portadas de forma individual para cada modelo de terminal. "Com o PoSWeb Browser, isso muda", diz Fernando Wagner da Silva, diretor de Produtos e Novos Negócios da APPI Tecnologia. Quando acionado –é um software–, o PoSWeb Browser toma conta da máquina e age como um sistema, dirigindo os recursos. "A APPI oferece ao mercado uma plataforma completa de ferramentas e serviços para redes de PoS. Integrado ao PoSWeb Browser, o PoSWeb Marketplace Manager é uma ferramenta avançada, única no mercado, que permite centralizar e executar em tempo real o gerenciamento, atualização e distribuição de aplicações nos PoS de sua rede", diz Fernando Wagner.

Waytec, primeira fabricante 100% nacional de monitores LCD e touch screen (telas sensíveis ao toque) está trazendo para o mercado brasileiro um novo PoS, o PoS465 (foto acima), que além das mesmas funções de um PDV completo ainda oferece ao comerciante a possibilidade de ganhar um dinheiro extra, através da acoplagem de um segundo monitor para a exibição de publicidade. O PoS465 tem gabinete compacto porém robusto e resistente, CPU integrada na base, pode ser equipado com qualquer processador Intel (do Celeron ao Pentium 4 ou mesmo o novo 64 bits). Possui 5 portas seriais, 4 portas USB e uma paralela, leitor de cartões de trilha e smart cards acoplado e tela touch screen, com posições variáveis de total vertical à completa horizontal. Seu grande diferencial é ter um espaço na base e conexões para um segundo monitor LCD, de tamanho variável (10.4 ou 12.1 polegadas), que tanto pode ser usado como display de cliente –para acompanhar a evolução da compra que está sendo passada pelo caixa– como pode ser utilizado independentemente da função do caixa, para exibir propagandas, sejam elas institucionais ou de produtos comercializados pelo estabelecimento. Como se trata de um monitor independente, conectado através da CPU do PoS465 à rede da loja, ele pode exibir conteúdo de CD-ROM, DVD, intranet ou mesmo de uma TV interna do estabelecimento comercial. Espaço privilegiado – "Esta função abre um mundo novo de possibilidades para o empreendedor", afirma Moisés Aleixo Nunes, sócio-diretor da Waytec. Segundo ele, este tipo de PoS já vem sendo usado em diversos países como fonte alternativa de renda. "Os fornecedores que vendem seus produtos nos estabelecimentos comerciais têm interesse em tê-los perto dos caixas, para faturar nas compras por impulso enquanto o cliente aguarda na fila do check out. Esses displays ficam num espaço privilegiado e muito disputado, mas acabam muitas vezes atrapalhando o fluxo de clientes e eventualmente os produtos são derrubados, causando confusão e perdas", observa o executivo. Com o PoS465, ao invés de entulhar produtos perto dos caixas e cobrar por esse espaço, o comerciante pode oferecer um espaço publicitário para passar os anúncios neste monitor auxiliar, que pode também ser personalizado com as cores do fornecedor ou do produto, através de adesivos (facilmente removíveis caso mude o anunciante). A forma de pagamento do anúncio pode ser combinada da melhor forma entre as partes, podendo a remuneração ser feita em produtos (permuta), sem envolver novos custos. Preço e disponibilidade - O PoS465 com dois monitores vai custar em torno de US$ 2 mil (R$ 4.250). "Dependendo dos anunciantes, ele se paga em pouco tempo, é uma ótima alternativa para quem precisa renovar a frente de caixa e não tem dinheiro para investir", diz Moisés Aleixo. O primeiro lote de 200 peças, com componentes importados de Taiwan, estará disponível em dois meses. Rachel Melamet Mais informações: Tel. (11) 5575-6650 e www.waytec.com.br


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

1 Macacão de manga curta para bebê custa R$ 107 em loja de shopping.

Patrícia Cruz/LUZ

COMÉRCIO VESTIDO DE VERDE E AMARELO

Perucas nas cores verde e amarelo enfeitam loja na Ladeira Porto Geral, caminho para a 25 de Março

Em tempos de Copa do Mundo, lojas da região da 25 de Março e dos shoppings já vendem roupas, acessórios e jóias com as cores da bandeira.

A

Copa do Mundo só começa no dia 9 de junho, mas a cidade de São Paulo já se veste de verde e amarelo. No país onde o futebol é coisa sagrada, o comér cio leva tão – ou mais – a sério a "maior festa do mundo". E quem sai ganhando é o torcedor, pois há produtos que cabem em todos os bolsos. O Diário do Comércio percorreu duas regiões distintas da capital, a 25 de Março e o Morumbi Shopping, e selecionou algumas peças que já estão fazendo sucesso. A lista in clui desde um saco com 50 apitos nas cores canarinhas, encontrado a R$ 2,52 no Palácio dos Enfeites, na rua 25 de Março, ao par de brincos no formato da bandeira do Brasil em ouro amarelo da Dryzun, no shopping da zona sul, por R$ 695. Para quem quer torcer sem gastar muito, a região da 25 de Março é o paraíso. Tem de tudo: corneta, bandeirinha para decorar o computador, cocar de índio, bandana, quepe, cartola, 'xuxinha' para o cabelo. Isso sem contar os produtos vendidos nas barraquinhas dos camelôs. Na Festas e Fantasias, na Ladeira Porto Geral, por exemplo, são mais de 50 itens relacionados à Copa. "Estamos vendendo tudo", diz uma das gerentes. As perucas – de bolas, à moda rastafari ou 'black power' – custam entre R$ 9 e R$ 21. No Palácio dos Enfeites, na 25 de Março, tem colar havaiano (R$ 0,51 cada) em verde e amarelo para festa de casamento, bandeirinha (R$ 1,19) para o carro e boné de lantejoula (R$ 5,35). Mas o que tem feito sucesso mesmo são os produtos para decoração de festa infantil. Há peças gigantes em isopor para decorar as mesas: apitos (R$ 42,80), chuteiras, bolas de futebol e réplicas da taça Jules Rimet. Para distribuir como lembrancinha às crianças no fim da festa, há óculos (R$ 2,55), pulseirinhas (R$ 1,62) e tiaras com mãozinhas verdes e amarelas a R$ 1,59.

Para assistir aos jogos da seleção confortavelmente sentado no sofá da sala, nada melhor que almofadas do Brasil. Os preços, um pouquinho mais caros, vão de R$ 18,92 a R$ 23,68, também no Palácio dos Enfeites. "A expectativa de vendas desses produtos é 10% maior em relação à Copa de 2002. Isso se deve à variedade de ítens e também ao crescente favoritismo do Brasil. Se a seleção passar das primeiras eliminatórias, as chances de crescimento das vendas aumentam", diz Márcio Gravanic, gerente da Armarinhos Fernando. A loja já está com suas prateleiras repletas de produtos em verde e amarelo. Na Katmandu, os produtos nas cores verde e amarela já representam um total de 15% das vendas do estabelecimento. "Estamos com uma expectativa de aumentá-las em 20% até o final da Copa do Mundo", afirma Bruno Hammud, sócio-proprietário da loja. Agora, quem quiser e puder pagar mais para torcer pelo Brasil, também encontra uma infinidade de produtos mais caros nos shoppings da cidade, cujas vitrines também se vestem de verde e amarelo. Tem roupa de ginástica, mala para viagem, apetrecho para o cachorro, calcinha, cueca e sutiã. Uma camiseta infantil na Tyrol custa R$ 59,90 e é um dos produtos mais baratos – ou menos caro, se preferir. Na Rua 25 de Março, a mercadoria mais cara encontrada foi a fantasia de odalisca, na Casa Costa, por R$ 80. A Cumplice, que vende roupa feminina, fez dois modelos de camisetas "Copa do Mundo". Uma, verde e amarela, lembra a camiseta oficial da seleção de 70, segundo a gerente Karla Cristina. A outra é branca com o mapa do Brasil. Segundo Karla, as camisetas estão vendendo muito bem, obrigada. Tão bem que a loja vai manter as peças mesmo depois de a Copa ter

Leonardo Rodrigues/Hype

terminado. Custam R$ 64. Na Paola da Vinci, pais e mães torcedores fazem a festa com o macacão de manga curta para bebê. Não é barato – R$ 107 – , mas é tão bonito que vende como pão quente na padaria. Tanto que a loja não tem mais os bodies (roupinhas que os bebês usam por baixo) da Copa. Na Adidas, dá para sair da loja vestido a caráter. Tem camisetas, tênis, bolsa unissex no estilo 'carteiro', tudo em verde e amarelo. O tênis custa R$ 258 e a bolsa, R$ 158. A peça mais barata é a camiseta manga longa, que sai por R$ 94. Alto estilo – Agora, para

quem quiser torcer com muito estilo – e dinheiro não for problema – a joalheria Dryzun tem um colar em ouro amarelo com diamantes na bandeirinha do Brasil por R$ 3, 065 mil. A versão em ouro branco sai por R$ 2, 055 mil. Um luxo. Segundo a assessoria de imprensa do shopping, o grupo Multiplan, proprietário também dos centros de compras Anália Franco e Eldorado, entrou com pedido de abertura de capital junto à Comissão de Valores Mobiliários e, por isso, não pode falar sobre as expectativa de vendas. Kety Shapazian

Patrícia Cruz/LUZ

Bandeira do Brasil inspira brincos em ouro da Dryzun, no Shopping Morumbi

Expectativa dos lojistas é de aumento de vendas

Camiseta da seleção na Cumplice

Trio Brasil: tênis, camiseta e bolsa


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Finanças Tr i b u t o s Tr a b a l h o Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

CONGRESSO É O PRÓXIMO PASSO DA CAMPANHA

Eu quero saber quanto pago de impostos porque não tenho essa informação. Manuel da Costa Sobrinho, alfaiate

DE OLHO NO IMPOSTO

POPULAÇÃO MOSTRA CONSCIÊNCIA Q Paulo Pampolin/Hype

uem disse que matéria tributária não é popular? A pergunta foi feita por Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Ele mesmo respondeu: "A prova está aí", referindo-se à milionésima adesão ao De Olho no Imposto, registrada em meio a uma grande festa, no Pátio do Colégio, na região central, sexta-feira à tarde. O presidente da ACSP garantiu que "estamos conseguindo popularizar nossa tese de avisar ao povo que ele paga imposto sobre tudo o que consome e que precisa estar atento a como essa montanha de dinheiro é gasta pelos governos federal, estadual e municipal". Ele lembrou que a campanha é também um trabalho educativo sobre os direitos do cidadão. "Se ele paga, tem o direito de exigir", resumiu. Valor simbólico – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, emendou: "A milionésima assinatura tem um valor simbólico. Mostra que o Congresso Nacional não pode deixar de considerar o desejo de dar ao cidadão transparência tributária que ele está exigindo". Paulinho acredita que o movi-

mento De Olho no Imposto vai mobilizar os congressistas em Brasília. "É a vontade do povo que os deputados e senadores têm que respeitar de qualquer maneira", disse. Assinaturas – O presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon) e da Junta Comercial de São Paulo (Jucesp), Antonio Marangon, também compartilha da opinião de que, desta vez, o Congresso Nacional vai "ouvir a voz do povo". "Quando apresentarmos o projeto de lei, no dia 31 de maio, ao presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros, acompanhado de mais de 1,5 milhão de assinaturas, ele não terá como ignorar", explicou. Os presidentes da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nese, e da diretoria do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Nildo Masini, consideram que o De Olho no Imposto já cumpriu boa parte de sua missão. "Mobilizou entidades num projeto de cidadania", afirmou Nese. "A população encontrou um instrumento para manifestar que a carga tributária chegou a um patamar insustentável", acrescentou Masini.

Líderes de entidades comemoram a milionésima assinatura da campanha De Olho no Imposto

Sergio Leopoldo Rodrigues

Paulinho (de boné), da Força, presente ao evento no Pátio do Colégio

Durante a festa, Feirão do Imposto mostrou a incidência dos tributos nos produtos

O alfaiate Manuel da Costa Sobrinho incentivou os oito funcionários de sua camisaria a participar da campanha De Olho no Imposto

Um show de dança (acima) e malabarismo animou a conquista da milionésima adesão

Francisca Ribeiro: assinatura de número 999.999

A assinatura de número 1 milhão

U

m milhão. Esse foi o número da assinatura de Manuel da Costa Sobrinho na campanha De Olho no Imposto, idealizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e que teve a adesão de numerosas entidades de classe do Brasil. Manuel, um alfaiate que trabalha há mais 20 anos somente no centro de São Paulo, conta que passava todos os dias à frente do posto de assinatura, no Pátio do Colégio, na região central, mas nunca conseguiu parar para aderir ao movimento, que exige o esclarecimento de quanto o brasileiro paga de impostos sobre tudo o que consome. Sua camisaria fica na Rua 3 de Dezembro, próxima à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Sobrinho conta que os oito funcionários de sua loja assinaram o abaixoassinado e ele sempre procu-

rava um espaço entre os pedidos de entrega para ir até o posto de coleta de assinaturas. "Nunca pensei que a minha seria logo a de um milhão. Fico feliz, afinal estamos exigindo um direito. Eu quero saber quanto pago de impostos porque não tenho essa informação", disse. O alfaiate trabalha desde os 11 anos na profissão. Manuel toca sua loja especializada em camisas sob medida e sabe, como ele mesmo diz, o quanto pesa a carga tributária no final de cada mês. "Pago 18% de impostos na matéria-prima. Uma carga pesada demais. A redução teria como resultado a queda nos preços que pratico, aumento nas vendas e a contratação de mais pessoas para a loja", analisou. Morador do bairro da Penha, zona leste da capital paulista, Manuel tem duas filhas. Uma é professora e a ou-

tra, estudante de canto lírico. Como pai, ele também destaca o quanto os impostos pesam no bolso de uma família brasileira, principalmente, no pagamento de contas e na manutenção dos estudos. Quando a campanha atingiu a marca de um milhão de assinaturas com Manuel, os brasileiros já tinham desembolsado mais de R$ 272 bilhões em tributos desde o dia 1º de janeiro de 2006, de acordo com o Impostômetro, instalado no prédio da ACSP. O número assustou. "Nada disso é investido na saúde, educação ou transporte. Tanto dinheiro e nada de volta", desabafou o alfaiate. O melhor é ajudar – Ninguém deu muita atenção para Francisca Ribeiro, 39 anos, no meio da festa do milhão. Afinal, ela era a 999.999ª a assinar a lista do De Olho no Imposto e todos se preparavam

para o personagem do milionésimo. Analista de cadastro, estendendo um pouco a hora do almoço para participar do movimento, ela estava feliz: "Fui quase eu, mas o importante é que ajudei", disse. Francisca acompanha o De Olho no Imposto há um bom tempo, conhece o Impostômetro e o Feirão do Imposto, realizado no Pátio do Colégio. Por que ela apóia o movimento? "Porque o cidadão que sabe o quanto paga, pode pedir um atendimento público melhor", respondeu. A dupla de estudantes Felipe Trigo, 16 anos, e Raul Carvalho, 15 anos, depois de participar do Feirão do Imposto, também concordaram com Francisca. "Acho que sabendo quanto a gente paga, fica mais fácil controlar as despesas do governo", disse Raul. Sérgio Leopoldo Rodrigues e Davi Franzon


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

3

Esporte SEMANA DE DECISÃO O River não é nenhum bicho-papão. Aqui quem manda somos nós.” Carlos Alberto, do Corinthians

A pressão vai ter de ser nossa. O trunfo é nosso por decidir no Morumbi.” Muricy Ramalho

Rubens Chiri/AE

S

ão Paulo ou Palmeiras? Quem vencer o jogo de amanhã, às 21h45, no Morumbi, classifica-se para as quartas-de-final da Libertadores. Ao perdedor, restará o lamento da desclassificação diante do rival. O empate sem gols dá a vaga ao São Paulo, que no primeiro jogo, na semana passada (1 a 1), conseguiu marcar um gol no Parque Antarctica, o campo do adversário. Nova igualdade em um gol levará a decisão para os pênaltis, enquanto qualquer empate a partir de 2 a 2 passará a ser suficiente para classificar o Palmeiras. “Vai ser difícil. O São Paulo é melhor, tem um elenco melhor, tem conquistas recentes, está poupando jogadores e vem de vitória”, reconheceu o atacante palmeirense Edmundo, após a derrota de domingo para o Santos, por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro. “O jeito, pra gente, vai ser tentar se superar na base da raça.” No São Paulo, Leandro pode ser a novidade no ataque, ao lado de Aloísio, devido à lesão muscular na perna direita de Thiago, que pode afastar o garoto do jogo. “O Leandro é um cara que sempre foi titular por onde passou e aqui no São Paulo ele está colaborando muito nos treinos. É um parceiro de todos...”, afirmou o técnico

Depois do 1 a 1 da quarta passada, São Paulo e Palmeiras voltam a se enfrentar amanhã, pela Libertadores Sebastião Moreira/AE

Muricy Ramalho. “Foi assim com o Thiago, foi assim com o Aloísio, e agora o Leandro está conseguindo o espaço dele. Daqui a pouco, não vai ter jeito. Vou ter de colocar ele no time.” Outro lesionado é o lateral-esquerdo Júnior, que, no entanto, deve estar em campo amanhã. O São Paulo montou um esquema especial de vendas de ingressos em uma bilheteria do Morumbi no feriado de ontem, das 11 às 17 horas. Até o final de semana, haviam sido vendidos 38 mil ingressos.

Na quinta, o Corinthians

A

Cercado por quatro adversários, Tevez treina para enfrentar o River

s emoções da Libertadores continuarão a mexer com a cidade na quinta-feira, quando o Corinthians enfrentará o River Plate, da Argentina, no Pacaembu. Como perdeu a primeira partida em Buenos Aires, por 3 a 2, na semana passada, o Corinthians, agora, precisará vencer por 1 a 0 ou 2 a 1 para ficar com a vaga

SÉRIE B

Santos é novo líder

C

om os resultados do Campeonato Brasileiro no último final de semana, o Santos passou a ocupar a liderança. Com a vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras, de virada, domingo, no Parque Antarctica (gols de Gamarra, para o Palmeiras, Paulo Baier, contra, e Reinaldo, para o Santos), a equipe treinada por Vanderlei Luxemburgo chegou a 7 pontos ganhos, mesmo número de Fluminense e Internacional, porém com um saldo de gols superior (três contra dois dos rivais). O Fluminense, até então com 100% de aproveitamento, empatou o clássico com o Vasco (1 a 1). O Inter, jogando em casa, derrotou o Flamengo (1 a 0). Quarto colocado, o São Paulo, no sábado, jogou com seu time praticamente completo, sem poupar titulares para o jogo decisivo de amanhã, contra o Palmeiras, pela Libertadores. E goleou o Santa Cruz por 4 a 0, no Morumbi, gols de Danilo, Mineiro, Leandro e Rogério Ceni, de falta, todos no segundo tempo.

Paulistas divididos

No domingo, a Ponte Preta derrotou o time misto do Corinthians, em Campinas, por 3 a 2, e alcançou o sexto lugar. No primeiro tempo, Da Silva, contra, fez Corinthians 1 a 0 e Iran empatou para a Ponte. Na segunda etapa, Rafael Santos e novamente Iran ampliaram o placar, enquanto Édson descontou para o Corinthians. Roger, do Corinthians, chegou a perder um pênalti, defendido pelo goleiro Jean, quando a Ponte vencia por 2 a 1. Fora o Palmeiras (último colocado com três derrotas, a última delas no clássico com o Santos), o pior paulista é o São Caetano. Sábado, jogando na capital cearense, a equipe do ABC chegou a sair na frente, com um gol no primeiro tempo. Mas, no segundo, sofreu a virada. Alan e Mazinho Lima, no último minuto, marcaram os dois gols da vitória do Fortaleza. No lance mais cômico da partida (e da rodada), Bechara, do Fortaleza, machucou o tornozelo de seu companheiro Ígor em uma cobrança de falta (mal) ensaiada.

D

isputadas as três primeiras rodadas da Série B, as seis equipes paulistas dividem-se em duas partes: três ocupam a banda de cima da tabela, enquanto as outras três, na parte de baixo, já começam a se preocupar com o rebaixamento para a Série C. No final de semana, saíramse melhor Ituano (4º colocado), Guarani (6º) e Paulista (8º), enquanto Marília (14º), Santo André (18º) e Portuguesa (19º) voltaram a decepcionar. Na terça, o Santo André abriu a rodada perdendo em casa para o líder Sport. Na sexta, o Paulista empatou com o Gama em Brasília. No sábado, o Ituano ganhou do Vila Nova, em Goiás. A Portuguesa perdeu do Coritiba, no Paraná. O Guarani, jogando em Manaus, segurou o São Raimundo. O Marília não foi além do empate, em casa, com o Avaí. Hoje, jogam Sport x Remo e Avaí x Vila Nova.

COPA DO BRASIL

Daniel Augusto Jr./AE

Só o gol interessa

S

e o Santos quiser continuar vivo na Copa do Brasil, terá de marcar pelo menos um gol dentro do Ipatingão, em Minas, nesta quarta-feira. Isso porque, no jogo de ida, os mineiros conseguiram um bom empate em 1 a 1 na Vila Belmiro. Agora, com o gol marcado fora de casa, podem até empatar em 0 a 0 para ficar com a vaga. Nova igualdade por 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis e somente o empate em dois ou mais gols passará a classificar o Santos. O maior desfalque pode ser o atacante Reinaldo, que no domingo marcou o gol davitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras e saiu de campo sentindo os efeitos de uma fisgada na coxa esquerda. “Quero muito jogar contra o Ipatinga. Esse jogo vale muito, mas ainda está doendo a coxa e terei de fazer exa-

Reinaldo (entre Magnum e Léo Lima) pode desfalcar o Santos, quarta

mes”, avisou Reinaldo, que seria avaliado ontem. Segundo Reinaldo, na partida de ida, na Vila Belmiro, aconteceram algumas provocações por parte dos jogadores

nas quartas-de-final. Outra vitória, o empate ou ainda a derrota desde que marcando pelo menos três gols garante a classificação aos argentinos. “Nós temos que atropelar o River Plate. Tenho certeza que o Daniel Passarella (técnico do time argentino) e os jogadores vão dormir preocupados na véspera do jogo. Eles sabem da força do Corinthians no Pacaembu, principalmente nos primeiros minutos”, afirmou o meia Carlos Alberto após o treino de ontem.

do Ipatinga, que ele não gostou. “Não vou falar o que eu ouvi, mas eles têm que ter mais humildade e respeito com o Santos, que é time grande e campeão paulista. Exigo um

pouco mais de respeito”, declarou Reinaldo. Se Reinaldo ainda é dúvida, a ausência do volante Wendel é certa. Ele foi julgado na última sexta-feira, pela expulsão em jogo contra o Brasiliense, pela Copa do Brasil, e acabou pegando dois jogos. Um deles já foi cumprido, o outro acontece na própria quarta-feira. Outras possíveis ausências são

Fabinho, De Nigris e Maldonado, machucados. “Esta semana é decisiva e vamos com tudo para o jogo com o Ipatinga”, afirmou o zagueiro Manzur. Já Léo Lima busca no grupo a mesma determinação da vitória no último domingo: “Nós demos o máximo contra o Palmeiras e precisamos fazer a mesma coisa contra o Ipatinga”.

3ª rodada Santo André 0 x 1 Sport Náutico 3 x 2 Paysandu Gama 1 x 1 Paulista América-RN 2 x 1 Brasiliense Atlético-MG 5 x 0 CRB Vila Nova 0 x 1 Ituano Coritiba 3 x 0 Portuguesa Marília 0 x 0 Avaí Remo 1 x 1 Ceará São Raimundo 1 x 1 Guarani Classificação

P

V

S

1 Sport

9

3

5

6

2 Atlético-MG

7

2

7

9

3 Coritiba

7

2

4

6

Ituano

7

2

4

6

5 Náutico

6

2

0

7

6 Guarani

5

1

1

5

7 Ceará

5

1

1

4

8 Paulista

5

1

1

3

9 Remo

4

1

0

4

GP

10 Gama

4

1

-1

3

11Paysandu

3

1

-1

4

12 América-RN

3

1

-1

3

13 CRB

3

1

-5

3

14 Marília

3

0

0

2

São Raimundo

3

0

0

2

16 Avaí

2

0

-1

1

17 Brasiliense

1

0

-2

4

18 Santo André

1

0

-2

1

19 Portuguesa

1

0

-4

1

20 Vila Nova

0

0

-4

1


terça-feira, 2 de maio de 2006

Ambiente Administração Distritais Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Precisamos fazer com que o comerciante invista no bairro Marco Antonio Jorge

PENHA QUER MELHORAR TURISMO E COMÉRCIO

PENHA DISCUTE PROBLEMAS E BUSCA SOLUÇÕES O bairro da zona leste da cidade já teve um comércio muito mais forte e atuante. O objetivo agora é buscar atrativos para trazer os clientes de volta. Marcos Fernandes/Luz/2/3/2006

Divulgação

U

m balanço sobre o trabalho realizado pela Subprefeitura da Penha, na zona leste, no período de janeiro de 2005 a abril de 2006, foi o tema da reunião realizada na Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo, na última terça-feira. Na ocasião, estiveram presentes representantes da subprefeitura e do comércio da região. Os principais pontos debatidos foram as atuais condições comerciais e turísticas do bairro, assim como as possíveis soluções para melhorá-las. De acordo com o superintendente da Distrital Penha da ACSP, Marco Antonio Jorge, o bairro não atrai mais tantos freqüentadores e possíveis clientes como há alguns anos. "Com a construção de grandes avenidas, muitos bairros próximos, como Itaquera, São Miguel e Tatuapé, passaram a absorver

Reunião na distrital discutiu melhorias para a Penha, como a retomada do turismo religioso. O bairro tem uma das maiores igrejas da cidade (ao lado).

os antigos compradores das lojas da Penha", disse. Entre as principais reivindicações da distrital, estão o embelezamento do bairro e a recuperação de seu potencial turístico. Além de obras de iluminação, pavimentação e da retirada dos camelôs do

Jabaquara: mais espaço e Marco da Paz

centro do bairro, o superintendente acha imprescindível um trabalho de conscientização. "Precisamos fazer com que o comerciante invista no bairro. Isso começa pela conservação da fachada de seu empreendimento", ressaltou. O subprefeito da Penha,

Divulgação

A

inauguração da ampliação da sede da Distrital Jabaquara, coordenada pelo superintendente Fernando Calderón Alemany, aconteceu em 28 de março. No mesmo dia, o conselheiro Nilton Alves de Oliveira e Calderón premiaram, com o troféu Marco da Paz, os vencedores do concurso Natal Iluminado 2005 (foto) nas seguintes categorias: Comércio - Restaurante Don Papy, representado por Sandra Regina Ferreira.

Casa - Rua Ártemis, 177, representada por José Amparo Costa. Condomínio - Edifício Santorini, representado por Ivonete Pereira Coelho. Participaram do evento o vicepresidente coordenador institucional das distritais, Valmir Madázio, o subprefeito do Jabaqua-

José Araújo Costa, reconhece os problemas estruturais do bairro, principalmente os relacionados à conservação de praças e outros pontos turísticos. "Como existem dificuldades financeiras, além de conscientizar o comerciante é preciso alertar a população sobre a

ra, Cássio Freire Loschiavo, o comandante da GCM – região sul, Agnaldo de Barros Pedro, o bispo da Diocese de Santo Amaro, Dom Fernando Antonio Figueiredo, além de diretores, convidados e representantes de entidades. Diabetes - A distrital e a Unidade Básica de Saúde Cupecê estão promovendo, mensalmente, palestras educativas para portadores de Diabetes Mellitus, no projeto "Viva a vida com diabetes". No dia 7 de abril foi realizada a palestra: O que é Diabetes? Complicações agudas e crônicas, pela nutricionista

importância de conservar as ruas limpas", afirmou. Entre os projetos da subprefeitura estão a construção de um camelódromo, realização de eventos em parceria com órgãos de turismo e ações conjuntas com redes de grandes lojas. Religiosidade – O turismo,

Nádia Raci Marques. Segue cronograma das palestras a serem ministradas na Distrital Jabaquara (avenida Santa Catarina, 641), às 8h30 horas. 5 de maio: Disfunção Erétil 9 de junho: Pé Diabético 4 de agosto: Saúde Ocular 1º de setembro: Obesidade, dislipidemia e hipertensão arterial 6 de outubro: Alimentação do paciente diabético 8 de dezembro: Saúde bucal Se você é portador de diabetes ou tem interesse em saber mais sobre essa doença confirme já sua presença. As vagas são limitadas e podem ser reservadas nos telefones 5031-3613 ou 50342770, com Marta ou Gilda, ou também pelo e-mail djabaquara@acsp.com.br.

de acordo com Jorge, é uma das prioridades para a revitalização do bairro. Segundo o superintendente, há muitos anos atrás a Penha tinha uma forte tradição no comércio de artigos religiosos. "Muita gente não sabe que Nossa Senhora da Penha é a padroeira da cidade de São Paulo. O bairro e os comerciantes podem ganhar muito com o turismo religioso, que infelizmente ainda é pouco explorado". Para Costa, a Distrital Penha da ACSP continuará sendo uma importante parceira da subprefeitura nos projetos de melhoria do bairro. André Alves

Happy Hour em Santana

E

mpresários da zona norte estiveram reunidos, no último dia 6, no 2º Happy Hour de Negócios promovido pela Distrital Santana. O evento, já tradicional na região, tem o objetivo de integrar os participantes, incentivando a realização de negócios. Compareceram representantes do Banco Panamerican o , To d e s c h i n i , Prato Fino, Sul América Seguros, e Sesc. Mais informações sobre o próximo Happy Hour nos telefones 69794504 e 6973-3708. No mesmo evento, os diretores da distrital premiaram os vencedores do concurso Natal Iluminado 2005 (foto): Gabriella Calçados, Edifício Village Santana, Centro Educacional Miudinho e a rua Pedro Doll. Todos receberam o troféu Marco da Paz.

GIr Agendas da Associação e das distritais

I Vila Maria - A distrital promove Café com Negócios. Às 8h30.

Amanhã I Centro - A distrital realiza

reunião do Movimento Degrau. Às 14h. I Centro - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 18h.

Quinta I Chamber - O vice-

presidente da ACSP Alfredo Cotait Neto coordena reunião do Conselho de Relações Internacionais da São Paulo Chamber of Commerce. Às 10h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, salas 1,2 e 3 - Tadashi Sakurai.

Ó RBITA

I Centro - A distrital realiza

reunião do núcleo de profissionais de aviamentos e armarinhos do Projeto Empreender, coordenada pela consultora Jane Giannini Bueno. Às 19h. I Penha - A distrital realiza mais uma reunião do Fórum de Jovens Empreendedores (FJE), coordenada por Rafael Amaral Franco. Às 19h30. Rua Lateral, 601.

Sexta I Penha - A distrital promove

debate sobre o tema Modificações efetuadas no trânsito e sinalização viária, entre os técnicos da CET e SPtrans e o superintendente da distrital, Marco Antonio Jorge. Às 18h.

SUBORNO ator Charles Adrian Paraventi, o professor Afrânio da novela Malhação, da TV Globo, foi preso sábado sob a acusação de tentar subornar policiais na favela da Rocinha, no Rio. Segundo a polícia, o ator foi abordado em um acesso ao morro junto com Iara Pegorel Batista. Com eles, foram encontradas duas trouxas de maconha e dois pacotes de cocaína. O ator teria oferecido R$ 20 mil aos policiais, além do seu carro. A garota disse que havia ido à favela comprar drogas para o ator.

O

Factoring

DC

Hoje

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA

terça-feira, 2 de maio de 2006

PROGRAMA PARA REDUZIR A BUROCRACIA E AGILIZAR ATENDIMENTO VAI CUSTAR MAIS DE R$ 10 MILHÕES

JUNTA COMERCIAL SE MODERNIZA Milton Mansilha

ATA

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Diana Paolucci S.A. Indústria e Comércio

CNPJ/MF 60.715.703/0001-28 – NIRE 35.300.033.264 Ata de Assembléia Geral Extraordinária de 06 de março de 2006 Data: 06/03/2006, às 9:30 horas. Local: Sede Social. Presença: Acionistas representando a totalidade do Capital Social, conforme livro de presença. Convocações: Foram dispensadas as publicações do Edital de Convocação, conforme disposições do §4º do artigo 124 da Lei nº 6.404/76. Mesa Diretora: Presidente: Abelardo Paolucci e Secretário: Stanislau Ronaldo Paolucci. Ordem do Dia: a) Analisar e votar a proposta da Diretoria no sentido da reestruturação administrativa e financeira da sociedade; b) Eleição dos novos membros da Diretora ante a premência do vencimento do prazo do mandato anterior; c) Alteração parcial do artigo 6º e 11º do Estatuto Social; d) Aprovação da lavratura da presente Ata de forma sumária, nos termos do art. 130 da LSA.; e) Outros assuntos de interesse da Companhia; Deliberações: A) Os acionistas representando a totalidade do capital social resolveram analisar a proposta da Diretoria, que consiste nas seguintes providências: I) a contratação de um Diretor Adjunto para funções administrativas, financeiras e industrial, com as seguintes atribuições: a) gerenciar a sociedade na área administrativa, financeira e industrial, podendo admitir, demitir, dispensar empregados e prestadores de serviços, autorizar e obstar a continuidade de qualquer célula administrativa na empresa, alterações físicas, lay-outs administrativos, implantação de sistema de cargos e organograma da sociedade com a definição das atribuições dos empregados e prestadores de serviços, elaboração de planejamento estratégico e plano de negócios para o incremento de produção e venda, submetendo à Diretoria; b) Funções na área financeira, cosistindo em pesquisar e propor medidas de interesse da Companhia, bem como praticar atos relacionados ao setor financeiro, tais como traçar diretrizes orçamentárias e econômicas, representar a sociedade perante bancos e instituições financeiras de crédito e seguro, providências financeiras relacionadas a importação e exportação, tais como obtenção emissão de cartas de crédito, documentos contábeis e financeiros relacionados ao comércio exterior; c) Funções na área industrial, consistendo em pesquisar medidas de interesse da companhia, no sentido de redução de custos e melhoria da rentabilidade, tais como traçar diretrizes orçamentária e econômicas. Atendendo a proposta também da Diretoria, ficará estabelecido que os poderes outorgados ao Diretor Adjunto Contratado constarão de procuração específica, outorgada na forma do artigo 11º, §6º do Estatuto Social, e os atos relacionados ao setor financeiro serão praticados em conjunto com um dos demais Diretores Estatutários da Sociedade. II) Atendendo também a proposta da Diretoria da empresa, a sociedade resolve alterar fisicamente as instalações da matriz, que será transferida a um escritório em outra região da Capital de São Paulo a ser definida, alteração esta que ocorrerá no prazo máximo de 90 (noventa) dias, autorizando a Diretoria a tomar as providências necessárias à alteração. B) Eleição dos membros da Diretoria, para o mandato de 2 (dois) anos, a contar desta data, verificando-se serem eleitos os seguintes Diretores: Diretor Comercial: Cargo permanecerá vago em função das atribuições dadas ao diretor adjunto contratado; Diretor Industrial: Cargo permanecerá vago em função das atribuições dadas ao diretor adjunto contratado. Diretor Administrativo e Financeiro: cargo permanecerá vago em função das atribuições do Diretor Adjunto Contratado, Diretor Adjunto Estatutário (art. 6º, caput, do Estatuto Social): Stanislau Ronaldo Paolucci, brasileiro, casado, industrial, RG nº 3.390.010-SSP-SP, e CPF/MF nº 535.872.948-87, domiciliado em São Paulo - SP; Diretor Adjunto Estatutário (art. 6º caput, do Estatuto Social): Abelardo Paolucci, brasileiro, casado, industrial, RG nº 4.656.001-SSP-SP e CPF/MF nº 535.872.948-87, domiciliado em Fortaleza - CE; Diretor Adjunto Estatutário (art. 6º caput, do Estatuto Social) João Paolucci, brasileiro, casado, industrial, RG nº 3.147.618-SSP-SP, e CPF/MF nº 045.658.788-87, domiciliado em São Paulo - SP, sendo que a eleição dos membros se deu por unanimidade dos acionistas presente, declarando os eleitos que não detém impedimentos legal para a ocupação dos cargos, determinando-se que fossem tomadas as medidas administrativas, para a assinatura do respectivo termo de posse. C) Alteração parcial do Art. 6º do Estatuto Social, passando a ter a seguinte redação: Art. 6º: A sociedade será administrada por uma Diretoria composta por: 1 Diretor Comercial, 1 Diretor Industrial, 1 Diretor Administrativo-Financeiro; e 3 (três) Diretores Adjuntos, acionistas ou não, residentes no País, eleitos pela Assembléia Geral, com mandato de 2 (dois) anos, que poderão ser reeleitos e que permanecerão nos cargos até a investidura e posse de seus substitutos, salvo a vacância do cargo.”; Alteração parcial do artigo 11º do Estatuto Social em função da eleição do cargo de Diretor Adjunto e da vacância dos demais cargos de Diretor, sendo que fica acrescentado o § 7º ao referido artigo, que terá a seguinte redação: Art. 11º, § 7º: São atribuições do Diretor Adjunto Estatutário: Cumprir e fazer cumprir as deliberações da Diretoria, representar a sociedade em Juizo ou fora dele, representar a empresa, obrigatoriamente, nos atos de alienação a que se refere o § 5º deste Estatuto (alienação de bens móveis), inclusive para a constituição de procuradores conforme especificado naquele §, podendo também representar a sociedade perante qualquer repartição pública na esfera Federal, Estadual ou Municipal, Autarquias, Estatais, podendo negociar preços, subscrever documentos e declarações, assinar propostas de preços ou formular lance em pregões ou quaisquer outros tipos de licitações, negociar diretamente com o pregoeiro, assinar requerimentos para cadastramento da sociedade em órgaõs públicos ou privados, assinar atas de licitações públicas ou privadas, assinar contratos de fornecimento ou de serviços junto a órgãos públicos ou privados, apresentar impugnações, contestações e recursos junto a órgãos da administração, bem como praticar qualquer ato em nome da sociedade em licitações públicas ou concorrências privadas, bem como as demais atribuições estabelecidas no caput deste artigo 11º e alíneas “a” a “m”; D) Questionado pelo Presidente se havia mais alguma questão a ser colocada pelos acionistas, estes se manifestaram pelo encerramento da Assembéia sem mais deliberações. Encerramento: Todas as deliberações foram tomadas pela unanimidade dos votos que compõem o quadro societário, conforme constou do livro de presença dos acionistas. Lavrada e lida a presente Ata, foi a mesma aprovada por unanimidade dos acionistas presentes. Acionistas: João Paolucci, Stanislau Ronaldo Paolucci, Abelardo Paolucci. Certifico que a presente confere com a original lavrada em livro próprio. Presidente da Assembléia – Abelardo Paolucci, Secretário – Stanislau Ronaldo Paolucci. JUCESP – Certifico o registro sob o nº 83.205/06-8 em 29/3/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa – Secretária Geral.

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 28 de abril de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Reqte: Riberlat Comércio de Laticínios Ltda. - Reqdo: Comercial Araújo de Produtos Alimentícios Ltda. Rua Muniz de Souza, 908 – complemento 222 - 01ª V. Falências Reqte: Edigar Bernardo de Almeida - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Elisângela Soares da Silva - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Sueli Aparecida da Silva - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Daniel Sanches Pereira - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Cláudio Soares Cunha - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Deise Luciana Pina Olmedilha - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Palmarino Landi Netto - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Eunide Rosa Rodrigues - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Rua Craveiro Lopes, 19 - 02ª V. Falências Reqte: Julio Trindade da Silva - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 e 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Lucineide de Medeiros - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A - Praça General Craveiro Lopes, 19 02ª V. Falências Reqte: Fred Faria Lima - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2-2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Maria Tereza Alves dos Santos - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A - Praça General Craveiro Lopes, 19 - 02ª V. Falências Reqte: Peeqflex Embalagens Ltda. - Reqdo: Indústria e Com. de Produtos Alimentícios M C Ltda. - Rua Emílio Goeldi, 95 - 01ª V. Falências Reqte: Mara Regina Brito - Reqdo: Química Industrial Paulista S.A. - Praça General Craveiro Lopes, 19 – 25, sobreloja 2/2, sala 01 - 02ª V. Falências Reqte: Atalho Tecnologia Ltda. EPP - Reqdo: MJL Comércio de Suprimentos Inf. Ltda - Av. Engenheiro Roberto Zucollo, 555 - 01ª V. Falências Reqte: Zôo Confecções Ltda. - Reqdo: Yarden Ind. e Comércio de Confecções Ltda. - Rua Javaés, 600 01ª V. Falências Reqte: BMM – Comercial Importação e Exportação Ltda. Reqdo: Vite Courriers Ltda. - Rua Dr. Elísio de Castro, 336 - 01ª V. Falências Reqte: Daniel Dante Caricol - Reqdo: Rodancar Ind. e Com. de Acessórios e Peças p/ Veículos Ltda. – EPP Rua Subtenente-Aviador Francisco Hierro, 465 - 01ª V. Falências Recuperação Judicial Reqte: Comercial de Produtos Alimentícios Grisan Ltda. Reqdo: Comercial de Produtos Alimentícios Grisan Ltda. - Estrada de Taipas, 1451 - 01ª V. Falências

A

Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo iniciou um programa de modernização da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) que vai facilitar a vida do empreendedor paulista. "A iniciativa deve reduzir os prazos para abertura, alteração e encerramento de empresas, incentivando a geração de novos empreendimentos e, conseqüentemente, de empregos", explicou a secretária estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eunice Aparecida de Jesus Prudente. Segundo a secretária adjunta de Justiça, Evane Bediguelman Kramer, o processo de modernização, orçado em mais de R$ 10 milhões, foi concebido em três planos que se completam. O primeiro, focado no sistema de informatização, com um software especialmente desenvolvido pela Prodesp para agilizar e desburocratizar os serviços da Junta. Quando todo o sistema entrar em operação, a previsão é de que 1,5 mil processos por dia sejam iniciados pela internet. "A modernização busca agilizar o registro comercial, atividade fim da Jucesp. Esse sistema vai dar outra performance ao trabalho cotidiano da Jun-

BALANÇO

Eunice: incentivo a novas empresas

ta", afirma Kramer. Mas para dar "aderência" a esse plano, foi elaborado um novo modelo de gestão documental, que inclui, entre outras coisas, código de barras em documentos, já que vários procedimentos ainda são feitos em papel. "Isso será feito para não quebrar a linha de produção e aumentar a fluência no encaminhamento de documentos", explicou. Em outras palavras, a interface entre informática e gestão permitirá acelerar a rotatividade tanto dos documentos, quanto dos arquivos. Esse projeto se torna mais urgente quando se observa o volume de trabalho em questão. Em 2005,

a Jucesp recebeu 117, 7 mil pedidos de registro de novas empresas, 232, 8 mil para alterações e 31,6 mil de encerramento, que geraram uma arrecadação, mediante pagamento de taxas, de R$ 30 milhões. Essa demanda tem levado a Junta a promover, nos últimos 10 anos, um enorme esforço para agilizar o atendimento ao público. Esse empenho já surtiu efeitos: a expedição de um documento caiu da média de 50 dias, em 1995, para, no máximo, 4 ou 5 dias. Mas esse "trabalho de excelência" exige mais uma ação complementar: a adequação física do layout da Junta. "Essa mudança vai dar mais funcionalidade, eficiência, transparência e garantir melhor prestação de serviços", salienta Evane Kramer. O presidente da Jucesp, Antônio Marangon, esclareceu que, após a conclusão dos trabalhos, será feita uma avaliação para saber se há necessidade de aumentar o número atual de 21 escritórios regionais. "Isso deverá ocorrer antes do final deste ano", adiantou. Marangon estima que o novo sistema de informática deverá estar operando até julho próximo e as obras de engenharia até o final deste ano. Sergio Leopoldo Rodrigues

ATAS Mitsui Brasileira Importação e Exportação S.A.

CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE: 35.300.172.108 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA 1. Data e Horário: 31 de março de 2006, às 10:00 horas. Local: Sede Social à Av. Paulista, 1.842 - 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2. Convocação e Quorum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do artigo 124, da Lei 6.404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: 4.1. Da Assembléia Geral Ordinária: a) Exame, discussão e votação do relatório da Diretoria, balanço patrimonial e demonstrações financeiras relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2005. b) Deliberação sobre a proposta de pagamento de dividendos sobre o lucro líquido do exercício de 2005. 4.2. Da Assembléia Geral Extraordinária: a) Deliberação sobre a proposta de creditar juros sobre o capital próprio aos acionistas com base no Patrimônio Líquido do período de 01.01.2006 a 31.03.2006; b) Aprovação do pedido de exoneração de Diretor; c) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: Da Assembléia Geral Ordinária: Foram aprovados por unanimidade com abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” o relatório da Diretoria, o balanço patrimonial e as demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31.12.2005, devidamente publicados no D.O. do Estado de São Paulo, pág. 106, e no Jornal da Tarde, pág. 23 em suas edições do dia 24.03.2006, conforme faculta o artigo 133, § 4º, da Lei 6.404/76, após esclarecidas algumas dúvidas, procedeu-se à votação, cujo resultado foi a aprovação unânime dos acionistas. 5.2. Quanto ao item “b”da ordem do dia, o Sr. Presidente fez aos senhores acionistas um rápido relato das importâncias em reserva, do lucro líquido apurado no exercício 2005 no montante de R$ 2.963.807,07, importância esta já descontada do valor total dos juros sobre capital próprio deliberado na A.G.E. de 29.12.2005. Considerando que o fundo de reserva legal já se encontrava constituído, propôs o Sr. Presidente a distribuição total de R$ 2.963.807,07 a título de dividendos. Votada a proposta, verificou-se ter sido a mesma aprovada por unanimidade. Da Assembléia Geral Extraordinária: 5.4. Quanto ao item “a)” da ordem do dia, o Senhor Presidente fez aos senhores acionistas um rápido relato do Patrimônio Líquido da Companhia do período de 01.01.2006 a 31.03.2006. Propôs o Sr. Presidente creditar aos senhores acionistas a importância total bruta de R$ 576.685,71, a título de juros sobre capital próprio, com base no Patrimônio Líquido do período de 01.01.2006 a 31.03.2006, montante este que sofrerá a retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte na forma da lei. O pagamento da importância líquida dos juros sobre capital próprio aos acionistas ocorrerá até o final do exercício social de 2006 com base na posição acionária de 31.03.2006. Votada a proposta, verificou-se ter sido a mesma aprovada por unanimidade. 5.5. Quanto ao item “b)” foi aprovada por deliberação unânime a homologação do pedido de exoneração do Diretor de Departamento, o Sr. Yuki Kodera, que regressou ao Japão. 5.6. Quanto ao item “c)” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida, assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 31/03/2006. aa) Mitsui & Co., Ltd., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Yasushi Nakano; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita; Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa: Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 31/03/2006. Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka - OAB/SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 103.997/06-4 em 17/04/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

FATOS RELEVANTES

AVISO AOS ACIONISTAS

DECLARAÇÃO Declaração Fenan Agropecuária Ltda, CNPJ 56.227.507/0001-37, com sede à Rua Marquês de Paranaguá, 348 9º andar - São Paulo - NIRE 35.203.800.582, vem pela presente informar, de acordo com o estabelecido nos artigos 1082 e 1084 do Código Civil, que está procedendo a redução de seu Capital Social de R$6.650.000,00 (Seis milhões seiscentos e cinquenta mil reais), para R$ 2.800.000,00 (Dois milhões e oitocentos mil reais).

CONVOCAÇÃO TERREIRO DE CANDOMBLÉ DE SANTA BÁRBARA

Edital de Convocação – Assembléia Geral Extraordinária Ficam convocados os Srs. Associados para se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária a realizar-se em 21 de maio de 2006, às 15:00 hs, na sede social, tendo como Ordem do Dia: a) Ratificação dos atos de gestão dos exercícios anteriores, b) eleição de nova diretoria. Antonia Geremias dos Santos - Vice-Presidente.

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AVISO AOS DEBENTURISTAS

LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 036/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de equipamentos odontológicos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até ás 23:59 horas do dia 12/05/ 2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 11:00 horas do dia 17/05/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas ás 15:00 horas do dia 17/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais. PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 037/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de pneus novos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até ás 23:59 horas do dia 09/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 10:00 horas do dia 12/05/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 11:00 horas ás 11:30 horas do dia 12/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.


terça-feira, 2 de maio de 2006

Te l e f o n i a Automação Software Varejo Hi-tech

DIÁRIO DO COMÉRCIO

OS PRODUTOS DA AG SÃO REPRESENTADOS PELA CONSIST

5 Já era tempo de a Software AG ter sua subsidiária aqui Karl-Heinz Streibich, AG

Fotos: Divulgação

Software AG finca o pé no Brasil

Companhia alemã anunciou a abertura de uma subsidiária e quatro escritórios no país; os alvos são estatais e empresas de grande porte

empresa alemã Software AG (www.softwareag.com) anunciou há duas semanas a instalação de uma subsidiária no Brasil, com a abertura de pelo menos quatro escritórios –em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília. Tratas e d e u m a d a s m a i o re s e m p re s a s d e software da Europa, com faturamento de 438 milhões de euros, presença em mais de 70 países, mais de 2.700 funcionários e 3 mil clientes. No Brasil, os produtos da Software AG são representados pela Consist (www.consist.com.br). O anúncio da chegada foi feito pelo principal executivo da companhia (CEO Chief Executive Officer), Karl-Heinz Streibich. "Assim como a Microsoft, a SAP, a Oracle e outros grandes produtores de software estão fisicamente no Brasil, já era tempo de a Software AG ter sua subsidiária aqui. Mantemos um acordo com a Consist há 30 anos, mas os tempos mudaram, assim como a época das parcerias exclusivas", observou o executivo. Ele explicou que o contrato com a Consist termina no fim de 2007 e até lá, essa exclusividade permanece. Somente a partir de 2008 a empresa estará atuando com um novo modelo de negócios, provavelmente ampliando o número de parceiros. "A Con-

Christian Barrios (à esq.), vice-presidente, e Karl-Heinz Streibich, CEO da AG, anunciaram a chegada ao país

sist representou muito bem os nossos produtos e mantemos um bom relacionamento. Ela deve continuar como uma das nossas parceiras", diz Streibich. Já Christian Barrios, vice-presidente da Região Sul (que inclui partes da Europa e da África, além de toda a América Latina) da empresa comenta que no mundo todo a Software AG possui uma atuação mista, ou seja, possui uma equipe de vendas própria, mas os negócios são sempre fechados com a participação de parceiros. "Atualmente, nossa tecnologia é utilizada por mais de 200 importantes empresas no país. O objetivo dos novos escritórios é aproximar a ampla gama de serviços aos nossos clientes para apoiá-los totalmente", comenta, explicando que São Paulo e Rio de Janeiro concentram as grandes empresas usuárias de tecnologia, Brasília será importante para as vendas na área de governo e Salvador também terá um escritório por conta de um grande contrato fechado pela Consist com o governo estadual na área de segurança pública. Em relação a investimentos, Barrios diz que inicialmente os valores não serão grandes. Além dos escritórios, há a contratação de um executivo para comandar os negócios no Brasil. "Dependendo da resposta do mercado, será necessário a implantação de

um centro de suporte e desenvolvimento no país. Nesse caso, os investimentos serão altos", observa, sem revelar valores. Nova tecnologia – O foco da Software AG se concentra na área de governo e grandes empresas, que utilizam mainframes (computador de grande porte) em missões críticas. A base das soluções oferecidas é o Enterprise Transaction Systems, que usa o banco de dados Adabas 2006 e ferramentas de desenvolvimento Natural 2006, de forma a oferecer um banco de dados de alto desempenho e a capacidade de modernizar os sistemas empresariais. Isso é obtido por meio da otimização e extensão dos sistemas de missão crítica, com tecnologias que melhoram o desempenho e abrem os sistemas para novos ambientes, como web services e e-business. "Os usuários de mainframes enfrentam um dilema: ou jogam fora o que foi investido ou modernizam o legado. Esta última opção é o que oferecemos e é muito mais vantajosa, pois se gasta apenas 10% do custo de se trocar todo o sistema", afirma Streibich. A modernização do mainframe é o primeiro passo para a adoção de um novo conceito que vem virando moda no mercado de tecnologia e que atende pela sigla SOA - Service Oriented Architecture ou Arquitetura Orientada a Serviços. "No

mercado de TI, podemos identificar quatro grande mudanças. A primeira onda ocorreu na década de 70, com os mainframes; na década seguinte vieram os servidores e PCs; a década de 90 foi a das aplicações de negócios; e agora estamos na década da SOA", afirma. Na Arquitetura Orientada a Serviços há uma visão única da informação. Não importa se o cliente comprou na loja física, pela internet ou pelo telefone. Ao acessar o seu nome pelo sistema, todas as suas informações irão aparecer. Parece uma coisa óbvia, mas não é, pois em geral cada sistema foi construído separadamente e em épocas diferentes. Assim, é comum as informações estarem dispersas em vários sistemas. "Estamos impressionados com os avanços da empresas brasileiras na área de tecnologia. Em breve, esperamos que a América Latina responda por 20% de nossas vendas globais, e o Brasil deve ser responsável por 35% do faturamento da região", diz Barrios. Segundo ele, a Software AG mapeou pelo menos 200 empresas usuárias de mainframes com banco de dados Adabas/Natural, que poderão adotar o conceito de SOA. Serão nessas empresas que ela irá mirar, oferecendo além dos seus produtos, serviços de consultoria, integração e suporte. Carlos Ossamu


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Boxe Chelsea Vôlei Europa

terça-feira, 2 de maio de 2006

Temos uma era antes e outra depois dela." Bernardinho, sobre Fernanda Venturini

FERNANDA VENTURINI ENTRA PARA A HISTÓRIA

MAIS UM CINTURÃO A

Tasso Marcelo/AE

Rogério Cassimiro/Folha Imagem

o vencer o norteamericano Zahir Raheem por pontos em luta de 12 assaltos, no ringue do Foxwoods Casino, em Mashantucket, nos EU, o brasileiro Acelino Popó Freitas conquistou, na madrugada de domingo, o cinturão dos pesos-leves da Organização Mundial de Boxe. É o quarto título mundial do pugilista baiano - que foi campeão em 1999, 2002 e 2004. O cartel de Popó tem 38 vitórias (32 nocautes) e apenas uma derrota. O adversário americano foi derrotado pela segunda vez, em 29 lutas como profissional. Popó resgatou, neste fim de semana, o título que foi seu de janeiro a agosto de 2004, quando perdeu para o norte-americano Diego Corrales, por nocaute, no décimo assalto. Foi a sua única derrota na carreira profissional. Mas, acima do título mundial dos leves, a vitória de Popó diante do norte-americano Zahir Raheem representa um momento único na história do pugilismo brasileiro. Pela primeira vez, o Brasil tem dois campeões simultaneamente. Em janeiro, Valdemir Sertão Pereira ganhou o título dos penas na versão Federação Internacional de Boxe. A vitória sobre Zahir Raheem coloca Popó no hall dos grandes campeões da atualidade. Diferentemente dos outros cinturões conquistados, Popó venceu na principal vitrine do boxe diante de um lutador local. "A alegria é muito grande, sei que esta é uma vitória histórica", disse o baiano, com lágrimas nos olhos, em se-

Fernanda Venturini conquista sua 12ª Superliga, na despedida

Adeus, campeã

A

mais consagradalevantadora do vôlei brasileiro despediuse das quadras, em alto estilo, neste domingo: Fernanda Venturini conquistou seu 12º título nacional, na vitória do Rexona-Ades sobre o Finasa-Osasco e foi eleita a melhor da posição da Superliga. Um desfecho glorioso para uma carreira de 25 anos: "Sei que meu nome estará no museu do vôlei internacional. Agora, quero curtir a vida, cuidar da minha filha (Julia, de 5 anos) e pensar em produzir mais um bebezinho", disse, em meio à despedida. Fernanda, 35 anos, não vai largar totalmente o esporte. Casada com Bernardinho, técnico do Rexona-Ades e da seleção masculina, não quer ser treinadora nem pensa em atuar na praia, mas estuda a possibilidade de participar de projetos sociais e ministrar um curso para levanta-

Fred Beckham/AP

Ao lado da mulher, Eliana, e do filho Acelino, Popó exibe cinturão dos leves da Organização Mundial de Boxe após vencer o americano Zahir Reheem. É seu quarto título mundial.

guida à luta, acompanhada por cerca de 150 jornalistas credenciados. Agora, Popó - que retornou no domingo ao Brasil para se reencontrar em São Paulo com a mulher, Eliana, e o filho de sete meses, Acelino Popó, antes do embarque, ontem, para Salvador - quer a revanche contra Diego Corrales. Uma série de problemas financeiros e contratuais dificulta, no entanto, uma nova luta entre os dois. Não faltam, porém, alternativos para o novo campeão, que desembarcou em São Paulo reclamando de não ter um patrocinador brasileiro.

doras, "talvez em Saquarema , no Centro de Desenvolvimento do Voleibol". Nascida em Araraquara, Fernanda começou a jogar vôlei aos 11 anos, na Cava do Boque, em Ribeirão Preto. Com 15, mudou-se para São Paulo em busca do sonho profissional. "Sempre fui determinada e busquei conquistar todos os títulos das competições que disputei", disse ela, após os 3 sets a 0 (parciais de 25/14, 25/20 e 25/23) sobre o Finasa-Osasco, no Ginásio Caio Martins, em Niterói, que fecharam em 3 a 2 para o Rexona-Ades a série decisiva da Superliga Feminina. Bernardinho fez questão de lembrar que a levantadora "marcou época no vôlei" e registrou: "Podemos dizer que temos um período antes e depois dela." A torcida abriu uma faixa no ginásio: "Fica, Fernanda."

Tasso Marcelo/AE

Chelsea é bi, Barça é quase Sean Dempsey/AP

Guido Manuilo/EFE

O

sábado foi azul em Londres: ao vencer facilmente o Manchester United por 3 a 0, no Estádio Stanford Bridge, o Chelsea conquistou o bicampeonato inglês - o terceiro de sua história - com duas rodadas de antecedência. Raro grande time europeu sem nenhum jogador brasileiro, o Chelsea venceu o Manchester com gols de três destaques de diferentes seleções que irão à Copa do Mundo: o zagueiro Gallas, da seleção francesa, abriu o placar logo aos cinco minutos; o meia Joe Cole, da seleção inglesa, ampliou aos 16 do segundo tempo; e o zagueiro português Ricardo Carvalho fez o terceiro

Hernan Crespo, reserva de luxo, festeja bicampeonato inglês

Ronaldinho Gaúcho, estrela do Barcelona, joga pelo bi espanhol

aos 30. Com o resultado, o Chelsea, que já garantiria o bi com um simples empate, chegou aos 91 pontos e não pode

ser mais alcançado pelo próprio Manchester, que tem 79. Também no sábado, em Barcelona, o atual campeão espa-

nhol cumpriu sua obrigação ao derrotar o Cádiz por 1 a 0, gol de Ronaldinho Gaúcho, mas a festa do bicampeonato continua em suspenso. No domingo, o vice-líder Valencia bateu o Alavés por 3 a 0 e manteve os oito pontos de distância para o Barcelona, a três rodadas do final do campeonato. O Barça ainda tem de fazer quatro jogos, mas pode ser campeão já amanhã se vencer o Celta. Ronaldinho Gaúcho ainda é dúvida, por razões médicas, mas o técnico Frank Rijkaard quer contar com ele para decidir logo o Campeonato Espanhol e, então, se dedicar apenas à final da Liga dos Campeões, dias 17, contra o Arsenal.

ITÁLIA

ESPANHA

INGLATERRA

FRANÇA

ALEMANHA

PORTUGAL

36ª rodada Milan 2 x 0 Livorno Cagliari 3 x 1 Parma Chievo 4 x 4 Roma Empoli 1 x 0 Internazionale Lazio 1 x 0 Lecce Palermo 1 x 0 Fiorentina Reggina 3 x 0 Messina Sampdoria 1 x 1 Udinese Siena 0 x 3 Juventus Treviso 2 x 2 Ascoli

35ª rodada La Coruña 0 x 2 Celta Betis 1 x 1 Athletic Bilbao Barcelona 1 x 0 Cádiz Getafe 1 x 1 Villarreal Málaga 2 x 3 Racing Santander Real Sociedad 1 x 2 Sevilla Valencia 3 x 0 Alavés Zaragoza 1 x 1 Espanyol Atlético Madrid 0 x 1 Mallorca Osasuna 0 x 1 Real Madrid

37ª rodada Chelsea 3 x 0 Manchester United Birmingham 0 x 0 Newcastle Liverpool 3 x 1 Aston Villa Manchester City 1 x 2 Fulham Middlesbrough 0 x 1 Everton Wigan 1 x 2 Portsmouth Charlton 0 x 2 Blackburn Tottenham 1 x 0 Bolton

36ª rodada Lens 4 x 2 Lille Ajaccio 0 x 3 Nice Bordeaux 2 x 2 Le Mans Metz 0 x 1 Sochaux Monaco 1 x 1 Nantes Strasbourg 1 x 3 Nancy Troyes 3 x 1 Toulouse Lyon 4 x 0 Saint-Etienne

31ª rodada Hoje Colônia x Hamburgo Hannover x Borussia Dortmund Hertha x Bayer Leverkusen Nuremberg x Borussia Mönchen. Amanhã Bayern x Stuttgart Duisburg x Werder Bremen Eintracht Frankfurt x Kaiserslautern Schalke 04 x Arminia Bielefeld Wolfsburg x Mainz

33ª rodada Nacional 1 x 0 Boavista Amadora 1 x 0 Penafiel Naval 0 x 2 União Leiria Belenenses 0 x 0 Acadêmica Benfica 1 x 0 Vitória Setubal Braga 1 x 1 Gil Vicente Porto 3 x 1 Vitória Guimarães Marítimo 1 x 1 Paços Ferreira Rio Ave 1 x 3 Sporting

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

1 Chelsea

91

29

52

72

1 Lyon

81

24

39

65

GP

Último beijo do técnico Bernardinho: agora, apenas marido e mulher

Classificação

P

V

S

GP

1 Porto

78

24

38

53

GP

2 Sporting

69

21

25

49

60

3 Benfica

67

20

24

50

25

49

4 Braga

58

17

17

38

33

66

5 Nacional

51

14

8

39

14

41

6 Boavista

49

12

8

36

13

11

55

7 Vitória de Setúbal

45

14

-5

27

11

7

46

8 União Leiria

44

12

-1

39

41

10

2

39

9 Marítimo

43

10

1

36

8 Stuttgart

40

8

0

32

10 Estrela Amadora

42

11

-3

30

32

9 Borussia Mönchen.

38

9

-7

36

11 Belenenses

39

11

-1

40 35

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

2 Manchester United

80

24

34

68

2 Bordeaux

65

17

17

41

1 Juventus

85

25

44

67

1 Barcelona

76

23

45

74

3 Liverpool

79

24

30

54

3 Lille

58

15

21

50

Classificação

P

V

S

2 Milan

82

26

52

80

2 Valencia

68

19

27

55

4 Tottenham

65

18

16

52

4 Lens

56

13

12

45

1 Bayern

70

21

33

3 Internazionale

74

23

38

65

3 Real Madrid

66

19

30

61

5 Arsenal

61

18

33

61

5 Rennes

56

18

-1

45

2 Hamburgo

65

20

4 Fiorentina

68

20

19

59

4 Osasuna

62

19

5

45

6 Blackburn

57

17

6

46

6 Olympique

55

15

8

39

3 Werder Bremen

61

18

5 Roma

66

18

28

68

5 Celta

60

19

12

42

7 Newcastle

55

16

4

46

7 Auxerre

53

15

6

42

4 Schalke 04

55

14

6 Lazio

56

14

6

52

6 Sevilla

56

16

8

42

8 Bolton

52

14

7

47

8 Nice

52

14

3

32

5 Bayer Leverkusen

47

7 Chievo

53

13

7

54

7 La Coruña

52

14

3

44

9 West Ham

52

15

-4

50

9 PSG

51

13

9

41

6 Hertha

45

8 Palermo

49

12

-2

48

8 Getafe

51

14

7

51

10 Wigan

51

15

-5

43

10 Le Mans

51

13

4

32

7 Borussia Dortmund

9 Livorno

47

12

-7

37

9 Atlético Madrid

50

13

9

43

11 Everton

49

14

-15

32

11 Monaco

50

13

6

37

10 Parma

45

12

-12

44

10 Villarreal

50

12

8

43

12 Charlton

47

13

-10

41

12 Nancy

47

12

0

11 Empoli

42

12

-16

43

11 Zaragoza

43

9

-5

42

13 Fulham

45

13

-10

46

13 Saint-Etienne

46

11

-8

28

10 Nuremberg

37

10

-6

40

12 Paços Ferreira

39

10

-13

12 Reggina

41

11

-21

37

12 Real Sociedad

38

11

-16

44

14 Middlesbrough

44

12

-9

47

14 Nantes

45

11

-1

36

11 Arminia Bielefeld

37

10

-9

29

13 Acadêmica

38

10

-11

35

13 Sampdoria

40

10

-2

46

13 Betis

38

9

-16

31

15 Manchester City

43

13

-1

42

15 Toulouse

40

10

-10

32

12 Hannover

36

7

-3

38

14 Gil Vicente

37

10

-6

36

14 Ascoli

40

8

-7

40

14 Espanyol

38

9

-18

34

16 Aston Villa

39

9

-14

40

16 Sochaux

40

10

-14

31

13 Eintracht Frankfurt

34

9

-7

39

15 Naval

36

10

-14

34

15 Udinese

40

10

-15

37

15 Racing Santander

37

8

-11

32

17 Portsmouth

38

10

-23

34

17 Troyes

38

9

-9

35

14 Wolfsburg

33

7

-18

30

16 Rio Ave

34

8

-16

32

16 Cagliari

38

8

-11

40

16 Mallorca

37

8

-16

31

18 Birmingham

34

8

-21

28

18 Strasbourg

28

5

-16

31

15 Mainz

31

7

-5

42

17 Vitória de Guimarães

34

8

-12

28

17 Siena

37

9

-18

41

17 Athletic Bilbao

36

8

-10

34

19 West Bromwich

29

7

-27

29

19 Ajaccio

27

6

-30

20

16 Kaiserslautern

30

8

-24

42

18 Penafiel

15

2

-39

21

18 Messina

31

6

-22

33

18 Alavés

33

7

-19

32

20 Sunderland

12

2

-43

23

20 Metz

26

5

-33

24

17 Colônia

27

6

-17

45

19 Lecce

25

6

-29

27

19 Cádiz

32

7

-19

28

18 Duisburg

23

4

-29

29

20 Treviso

18

2

-32

22

20 Málaga

24

5

-24

35


terça-feira, 2 de maio de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Brasil Telecom anunciou que vai processar antigos diretores ligados ao grupo Opportunity.

CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO TEM 96.800 M²

REDE DE LOJAS INVESTE EM MEGA CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO NO ABC PARA ATINGIR A BAIXADA SANTISTA

A NOVA APOSTA DAS CASAS BAHIA Fotos: Gina Stocco/Futura Press

O

Samuel Klein, fundador da rede ao lado da primeira-dama Marisa Letícia, durante a solenidade de inauguração

Ferramenta ajuda a evitar multas

E

mpresas fabricantes de software estão desenvolvendo sistemas para facilitar o registro de importação e exportação nas aduanas. É o caso da Soft Way, que criou um sistema operacional para a realização do registro de produtos importados ou que são vendidos no mercado externo. A empresa desenvolveu o software Scan Sys. O produto traz a lista completa das mais de 10 mil Nomenclaturas de Classificação de Mercadorias (NCM), criada para controlar a entrada e saída de produtos nos países, além da incidência tributária de cada item. Lançado durante a Intermodal South América – a maior feira de logística e comércio exterior da América Latina –, realizada em São Paulo até a última sexta-feira, o sistema promete otimizar o trabalho das empresas, justamente por agregar as informações em um único software.

De acordo com o diretor de pós-vendas da Soft Way, Alexandre Dória, até então esse processo de classificação de item e de quanto a empresa pagará de impostos na operação era feita de forma manual. Rapidez – A maioria das empresas, segundo ele, desenvolvia uma lista dos itens que mais importavam e faziam a classificação manual, geralmente no programa Excel, que faz parte do pacote Office do Windows, da Microsoft. O que implicava a digitação e a checagem dos dados diretamente na lista do governo. "Como o programa, além da lista de NCM atualizada, também mostra o quanto a empresa pagará de impostos sobre aquele produto que foi descrito no sistema, certamente, haverá uma redução significativa do tempo que, até então, se levava para o preenchimento total da lista", explicou Dória. O executivo também desta-

ÁLCOOL Preço médio do litro do hidratado recuou 13,14% na semana passada em São Paulo.

Ó RBITA

cou que a classificação é um dos itens que recebe atenção especial das empresas porque a má interpretação pode resultar em multas. "Cada item recebe uma classificação diferente na lista da NCM, mesmo que seja o mesmo produto, mas com um componente ou insumo diferente. Por isso, é preciso ficar muito atento ao que se vai apresentar à Receita Federal. Qualquer falha será punida com multa", alertou. Ele cita como exemplo o caso de um cabo. Enquanto o cabo de ferro é importado com a alíquota de 15,5% de Imposto de Importação (II) e de 15% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o cabo de fibra ótica paga 19% no primeiro e 15% no segundo. Em outro caso, no de parafuso de ferro fundido, pagam-se 17,5% de II e 10% de IPI. Já no de cobre, a alíquota do II diminui para 16,5% e o IPI é idêntico. Márcia Rodrigues

AÉREAS TAM e Gol descartam aumento na tarifa para repassar alta do querosene.

Pablo de Sousa/LUZ

FGV: CAUTELA NA INDÚSTRIA

I

mpulsionada por demanda forte, a indústria deu sinais de reaquecimento no primeiro trimestre, mas agora espera um segundo trimestre com crescimento modesto. É o que mostra a 159ª Sondagem Conjuntural da Indústria da Transformação, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), referente ao primeiro trimestre deste ano. Os empresários estão otimistas com o cenário atual, mas são realistas quando formam suas previsões para o curto prazo. O consenso entre os

CODEFAT

O

Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador aprovou a aplicação de R$ 19,5 bilhões nos diversos programas de geração de emprego e renda financiados pelo fundo. (AE) A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Ouro foi a aplicação mais rentável em abril

L

Crise agrícola está longe de solução

crescente faturamento das Casas Bahia exigiu que a rede fizesse novos investimentos. O mais recente é o novo centro de distribuição em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, construído em um ano e inaugurado, na última sexta-feira, com a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva. O investimento foi de R$ 44 milhões. O local tem 96.800 m² – o equivalente a 30 campos de futebol – e capacidade de armazenar 360 mil m³ de mercadoria. Até o final do ano, as Casas Bahia vão inaugurar mais dois centros de distribuição, no Paraná (São José dos Pinhais, em maio) e no Rio de Janeiro (Duque de Caxias, em agosto). O investimento total na construção das três unidades chegará a R$ 99 milhões. O depósito de São Bernardo

do Campo está perto do entroncamento das vias Anchieta-Imigrantes, ponto considerado estratégico pelos executivos das Casas Bahia, já que os 250 caminhões poderão fazer 200 mil entregas por mês para a Baixada Santista, região do ABCD e zona leste da capital paulista. "O centro de distribuição reduzirá em até 80% o custo das entregas feitas na região em relação às despesas de envio de produtos, a partir do maior centro de distribuição da rede, que fica em Jundiaí, no interior da capital paulista", disse Michael Klein, diretor executivo das Casas Bahia. Dia das Mães – Neste ano, os centros de distribuição das Casas Bahia vão abrigar um novo tipo de produto: perfumes. A venda de fragrâncias importadas e nacionais, inclusive da marca Natura, podem ser financiadas em até quatro vezes.

Lula diz que se inspirou na rede

A

prova de que o Presidente Lula está em campanha ocorreu na inauguração do centro de distribuição das Casas Bahia, em São Bernardo do Campo – berço político do presidente. Na entrada e na saída, integrantes do PT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC gritavam palavras de ordem. Ao lado da primeira-dama

Marisa Letícia (com uma camiseta verde e amarela e a palavra Brasil), Lula se superou – afinal estava falando para a platéia que mais interessa a ele: os consumidores das Casas Bahia, a população de baixa renda. Lula afirmou que uma das inspirações do governo foram as Casas Bahia, que sempre respeitaram os consumidores". "Se tem gente que paga

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abrange 933 empresas, pesquisadas entre 31 de março e 25 de abril. O câmbio foi um dos fatores mais lembrados como obstáculo à expansão. (AE)

GANDRA CRITICA DIVISÃO DA VARIG

A

hipótese de dividir a Varig em duas empresas, que deve ser discutida amanhã em assembléia de credores, foi criticada duramente pelo brigadeiro Mauro Gandra, que descarta com

veemência a chance de o processo ser bem-sucedido. "Empresas que operam só no mercado doméstico dão certo. Mas se trabalharem apenas com vôos internacionais não se sustentam." (Reuters)

Neide Martingo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou para posar para foto com funcionários das Casas Bahia

Imóvel Comercial p/ venda

industriais é de que a recuperação do setor deve se dar mesmo a partir do terceiro trimestre. Iniciada em 1966, a sondagem é trimestral e

"Inicialmente, apenas 30 lojas das Casas Bahia vão oferecer o produto. Mas a comercialização será feita em todas as unidades no médio prazo. Estamos aproveitando o Dia das Mães para lançar a novidade", disse Michael Klein. Pão de Açúcar – O Grupo Pão de Açúcar também deverá investir na construção de novos centros de distribuição. São dezoito em todo o País (seis só em São Paulo), que abastecem 451 lojas das marcas Pão de Açúcar, Compre B e m , E x t r a , A B C C o m p re Bem, Extra Eletro e Sendas. "Temos um plano de expansão para os próximos três anos. Já sabemos que mais centros de distribuição serão necessários para atender o crescimento da rede", disse o diretor da cadeia de suprimentos do Grupo, Luiz Ricardo Marques Pedro.

corretamente são os pobres. Criamos o crédito consignado para que todos possam comprar, porque as prestações cabem no bolso de cada um". O presidente fez uma crítica aos tucanos, quando mencionou a expressão "choque de gestão", repetida pelos integrantes do PSDB. "Cada hora entra uma nova palavra na moda", disse Lula. (NM)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Inter net Automação Varejo Hi-tech Lançamentos

terça-feira, 2 de maio de 2006

Os chips de 2ª geração terão níveis mais altos de autenticação, criptografia e localização remota

SEGURANÇA DAS RFIDS ESTÁ SENDO COLOCADA À PROVA

Fotos: Divulgação

Riscos de segurança das etiquetas inteligentes são menores do que o esperado

Segundo estudiosos, a possibilidade de uma ação criminosa através do RFIDs é relativamente baixa

Especialistas dizem que as vulnerabilidades já encontradas nos RFIDs não devem ser motivo de pânico já que o interesse dos "hackers" pela cadeia de suprimentos é muito baixo

Por Sergio Kulpas ecentemente, algumas demonstrações acadêmicas colocaram em dúvida a segurança das etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) em sua implementação em larga escala. Em abril, pesquisadores da Edith Cowan University na Austrália demonstraram algumas vulnerabilidades do RFID, simulando um ataque de "denial-ofservice" (um tipo de "sobrecarga" de informações, que na internet faz com que websites saiam do ar). Outros pesquisadores, na universidade holandesa Vrije Universiteit Amsterdam, criaram um vírus para RFIDs, para demonstrar que tal risco era possível. Mas segundo o especialista em tecnologia da informação Mark Willoughby, essas vulnerabilidades não devem ser motivo de pânico na indústria e no varejo. Willoughby argumenta que essas "provas-de-conceito" têm um lado positivo, que é reforçar o desenvolvimento de sistemas de RFIDs mais seguros. Mas aponta que o interesse dos "hackers" pela cadeia de suprimentos é muito baixo; mexer com a logística de distribuição de produtos em indústrias e supermercados não estaria entre as prioridades dos criminosos digitais. O roubo de mercadorias é tradicionalmente um crime de rua, praticado por quadrilhas que possuem seus próprios métodos para roubar cargas. A entrada da internet no processo de desintermediação não

-tech Berço hi

interessa tanto ao submundo do tráfico de cargas como interessa aos fabricantes e comerciantes. Diz Willoughby que cargas roubadas não se convertem facilmente em dinheiro via internet. Cibercriminosos vivem tentando vender mercadorias furtadas através de contas falsas no eBay e outros canais de vendas online. Mas a venda de itens roubados é arriscada e complexa, porque os lotes têm de ser divididos em partes pequenas para não serem detectados e uma vigilância contínua das empresas torna o anonimato muito difícil. Por outro lado, esses hackers criminosos preferem roubar informações que são mais facilmente convertidas em dinheiro. Os especialistas que estão desenvolvendo os padrões de dados dos RFIDs sabem mais sobre os riscos dos que os pesquisadores universitários que estão testando essas "provas-de-conceito" das vulnerabilidades do sistema, argumenta Willoughby. O consórcio EPC Global (www.epcglobal inc.org), que desenvolve esses protocolos mundialmente, é apoiado por empresas que desejam desesperadamente reduzir seus prejuízos com perdas na cadeia de distribuição, que somam bilhões de dólares anualmente. O EPC realiza testes rigorosos para avaliar os riscos de invasão dos sistemas e concluiu que a possibilidade de uma

ação criminosa através do RFIDs é relativamente baixa. O consórcio também avalia como improvável o surgimento de uma "onda criminosa" baseada na exploração de falhas dos RFIDs. O risco deve cair ainda mais com a chegada da nova geração de chips criados pelo EPC, que já estão substituindo a primeira geração. Os chips de 2ª geração terão níveis mais altos de autenticação, criptografia e localização remota, dando aos proprietários uma ampla gama de ferramentas que alertarão sobre qualquer ocorrência fora do normal. Willoughby observa que o Departamento de Defesa dos EUA já é um grande usuário dos chips criados pelo EPC, confiando que os chips protegerão os sistemas de logística do maior exército do mundo. O maior risco nessa área seriam terroristas disfarçando um carregamento de armas letais como mercadorias comuns, usando RFIDs. A ameaça terrorista foi um dos

Divulgação

O berço hi-tech não teve seu preço definido e ainda não está a venda, mas seus criadores já exibem no site um protótipo e um esquema com todas as especificações técnicas

Site relacionado: http://www.intellicot.com

rosoft

"

ma novidade da Microsoft para os próximos meses: o Live Drive, serviço que possibilitará a qualquer internauta armazenar online suas músicas, documentos e videoconferências. Foi Ray Hoste, responsável pela adaptação para a web de produtos oferecidos pela Microsoft, quem revelou o segredinho em entrevista à revista "Fortune". É esperar para experimentar. (JM)

Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a coluna Convergência, de Guido Orlando Júnior

s online

m grupo de designers norte-americanos desenvolveu um berço, batizado de Intellicot ("berço inteligente") que apresenta várias novidades tecnológicas. Uma delas é a ausência de barras laterais, que foram substituídas por janelas de policarbonato, material muito resistente e menos agressivo. O Intellicot possui também um sistema de circulação de ar, que regula a temperatura em dias quentes. Destaque para a câmera montada na estrutura, que permite aos pais acompanhar visualmente os movimentos do bebê através de um monitor externo. A unidade pode ainda ser ligada a um televisor. O acesso ao interior do berço é feito por meio de uma plataforma elevatória, o que facilita, por exemplo, a troca de fraldas. O Intellicot tem ainda um sistema de "embalo automático".

Mais um

sergiokulpas@gmail.com Informações: www.iqpc.com.br/rfid2006

ia tendênc e d r o d i Med

Por João Magalhães

da Mic segredo"

maiores estímulos ao desenvolvimento da 2ª geração de chips, para tornar sua segurança mais robusta e mais confiável. Os cibercriminosos devem permanecer focados no furto de informações do setor bancário, pois é lá que o dinheiro está. É provável que vejamos a escalada de crimes nessa área nos próximos anos, e o uso de RFIDs em cartões bancários e de identificação talvez represente um risco de furto de identidade e dados sensíveis. Esses chips de uso pessoal empregam outras tecnologias, com vários padrões industriais diferentes. Conferência no Brasil – O Brasil terá conferência sobre RFIDs. Nos dias 7 e 8 de junho, várias empresas e associações interessadas na implementação de RFIDs se reunirão em São Paulo para discutir questões técnicas e comerciais ligadas à tecnologia. A organização do evento anuncia participações da All Logistica, Souza Cruz, Acura Technologies, HP, Siemens, IBM, Unisys, Deloitte Consulting, Seal, GSI, BEA Systems, NEC Solutions, CHEP, Symbol Technologies, ABML (Associação Brasileira de Movimentação e Logística) e AIM Brasil.

ues do ara ataq

coração

lerta p

aa Program

m software desenvolvido pela European Society of Cardiology (Sociedade Européia de Cardiologia), é capaz de prever, com bastante antecedência, se uma pessoa corre perigo de infarto ou derrame. Trata-se do HeartScore eletrônico, mais rápido e interativo do que o "risk chart" (gráfico de risco). O programa se baseia em fatores como pressão sanguínea, níveis de colesterol, idade e sexo do paciente para emitir seu prognóstico. Médicos podem fazer o download do software, bem como obter mais informações no site da ECS. (JM) Site relacionado: http://www.escardio.org/initiatives/prevention/HeartScore.htm

MoodViews, software desenvolvido na Universidade de Amsterdã, na Holanda, é capaz de analisar os textos inseridos diariamente nos 10 milhões de blogs alojados no serviço LiveJournal dos EUA e interpretar modismos, reações da opinião pública ou hábitos rotineiros que são veiculados na internet. Segundo os criadores do MoodViews, cerca de 250 mil novos textos são inseridos diariamente nos blogs do LiveJournal, dos quais 150 mil refletem o estado de espírito dos blogueiros. O programa identifica esses sentimentos e analisa a adesão dos internautas a eles. Os testes realizados revelam, por exemplo, que as referências à palavra "drunk" (bêbado) aumentam substancialmente nos fins-de-semana. Em contrapartida, o número de palavras relacionadas a estresse diminui no Verão. Já no Dia dos Namorados, aumentam as alusões a namoros e amor. Os especialistas acreditam que o MoodViews pode ser também uma ferramenta preciosa para avaliar o nível de confiança que os internautas têm em relação a diferentes produtos. (JM) Site relacionado: http://ilps.science.uva.nl/MoodViews

izadas

rgan Buscas o

principal novidade do Clusty, sistema de buscas gratuito, lançado pela Vivisimo, pequena empresa de Pittsburgh, nos Estados Unidos, é o agrupamento (clustering, em inglês) dos resultados em categorias. Ou seja, em vez de fornecer apenas uma longa lista de links, o Clusty organiza-os em pastas, segundo o tipo de informação solicitada, o que facilita a leitura. No Clusty você pode também procurar a partir de um menu, com opções para notícias, compras, enciclopédias e fofocas e também fazer o download de uma barra de ferramentas que é incorporada ao Internet Explorer. (JM) Site relacionado: http://clusty.com

mostram a r u s u a l mc Freiras e ida pela internet sua v reiras da ordem de Santa Clara, que vivem num mosteiro em Galway, na costa oeste da Irlanda, inauguraram o PoorClares.com, site através do qual pretendem compartilhar suas experiências espirituais com fiéis de todo o mundo. No site elas mostram imagens de seu dia-a-dia, contam a história do mosteiro, divulgam preces e explicam por que escolheram viver em clausura, sob votos de castidade e pobreza. "Num momento em que prevalecem o medo e a falta de perspectiva, queremos oferecer uma mensagem de esperança a todos os povos do mundo. Desse modo, gostaríamos de pedir ao Papa que visse os mosteiros como uma escola de orações online", diz irmã Louis, madresuperiora do PoorClare. (JM) Site relacionado: http://www.poorclares.ie


terça-feira, 2 de maio de 2006

Tr i b u t o s Empresas Tr a b a l h o Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 A idéia é criar um canal permanente de negociação, de diálogo, entre o governo, empresários e trabalhadores. Lula

VEM AÍ O CONSELHO DE RELAÇÕES DO TRABALHO

DE OLHO NO IMPOSTO Paulo Pampolin/Hype

Pequenos querem tributo baixo para legalizar empresas Ambulantes que trabalharam na festa de 1º de Maio aprovam campanha

M

ais que transparência nos impostos, o brasileiro precisa que o governo cobre taxas mais baixas. A afirmação é da ambulante Francisca Venâncio Mesquita, 33 anos, que vendia água, cerveja e refrigerante na festa de 1º de Maio promovida pela Força Sindical com apoio de 1.200 entidades. Segundo Francisca, a informalidade é a única forma possível de trabalhar. "O governo fala das pessoas que comercializam produtos piratas como se elas gostassem dessa situação. Se essa situação é ruim para eles, é muito pior para a gente", disse enquanto vendia três cervejas a R$ 5. "Até o fim da festa, espero obter R$ 200 de lucro líquido", corroborou o ambulante Jorge Simões, 24 anos. "Sou arrimo de família. O que vou fazer se não consigo emprego? Roubar?", justificou o vendedor que vendia um CD por R$ 3, e dois por R$ 5. Presença – Até às 13 horas de ontem, os organizadores da Força Sindical calculavam a

presença de um milhão de pessoas na festa, que também reuniu cantores como Daniel, Felipe Dylon, duplas como Edson e Hudson, Chitãozinho & Xororó e bandas como Calypso e KLB. Já a Polícia Militar de São Paulo afirmou que a praça não comportava mais de 600 mil pessoas, e àquela hora, aproximadamente 450 mil pessoas disputavam espaços entre as muitas barracas de bebida, alimentação, CDs e DVDs piratas. Grande parte do público foi atraída pelo sorteio de cinco apartamentos e dez carros. "A vida não está para qualquer um. Saí de Indaiatuba de madrugada na esperança de ser sorteada. Tanto o carro quanto o apartamento me ajudaria a ter uma vida mais decente", disse Wilma Ferreira Dias, de 73 anos, que recebe R$ 351,46 por mês de aposentadoria. O segurança Zezito Pedro da Silva, de 34 anos, preencheu 29 cupons do sorteio. "Quero o meu apartamento, meu carro e minha TV". Desempregado desde janeiro, ele fez questão de participar da campanha De

Olho no Imposto, promovida pelo presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. "O brasileiro precisa de atos como esse. Se ninguém fizer nada, os governantes sempre acharão que o povo está feliz com a balbúrdia que fazem em Brasília", disse Silva. O segurança pediu melhor qualidade na saúde e educação. "É o básico. Nós pagamos impostos por tudo e nunca vemos o retorno", afirmou. Silva não agüenta mais corrupção. "Estou acreditando nessa campanha. Se a lei for aprovada pelo Congresso, voltarei a votar", finalizou Silva, que há dez anos justifica seu voto. Até sexta-feira, 28 de abril, a campanha De Olho no Imposto havia colhido 1 milhão de assinaturas. A expectativa ontem era conseguir mais 500 mil adesões. Pelos cálculos iniciais, foram obtidas 300 mil, mas o movimento atingir 1,5 milhão até o fim da semana, com a chegada de novas adesões do interior e de outros estados. Ana Laura Diniz

Shows de artistas populares atraíram trabalhadores de toda a Grande São Paulo para a festa de 1º de Maio

Homenagens do Prefeito de SP

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Kassab marcou presença nas festas da Força Sindical e da CUT

prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do PFL, marcou presença ontem nas comemorações do dia 1º de Maio, realizadas pela CUT, na Avenida Paulista, e Força Sindical, na Praça Campo de Bagatelle. Nas duas festas, prestou homenagens aos trabalhadores. Kassab disse que a parceria entre a Prefeitura e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, para a realização da festa na Avenida Paulista permanece intacta porque o que deve ser considerado no caso é o trabalhador, e não as diferenças partidárias. (AE)

Lula anuncia medidas na área do trabalho

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, em sua entrevista semanal no programa Café com o Presidente, da Radiobrás, que o governo prepara medidas na área trabalhista, em atendimento a reivindicações do movimento sindical, entre as quais a criação do Conselho Nacional de Relações do Trabalho. "A idéia é criar um canal permanente de negociação, de diálogo, entre o governo, empresários e trabalhadores. Nós já temos países que fazem isso e os dirigentes sindicais chegaram a um consenso, portanto nós vamos criar o conselho de relações do trabalho", enfatizou Lula. O reconhecimento formal das centrais sindicais, o encaminhamento ao Congresso Nacional da proposta para ratificação da Convenção 151 da Organização Mundial do Trabalho (OIT) e a regulamentação das cooperativas de trabalho são outras medidas preparadas pelo governo, segundo Lula. Ele disse que a ratificação da Convenção 151 "vai permitir a implantação da negociação coletiva no setor público e regulamentar o direito de greve". Renda maior – Lula destacou o novo mínimo de R$ 350,00, em vigor desde o mês passado, e a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) por dois anos seguidos, como iniciativas que, segundo ele, incrementam a renda dos assalariados. Lula também lembrou o período de 1975 a 1980, quando foi dirigente sindical no ABC, e comentou as dificuldades que os trabalhadores tinham naquela época para conseguir apenas a reposição da inflação. "Nesses dois últimos anos, os sindicatos que fizeram convenção coletiva do trabalho tiveram ganho real de salário maior do que a inflação, ou seja, tendo aumento

Eduardo Nicolau/AE

maior do que a reposição da inflação", comparou. Depois de sustentar que "tivemos um crescimento do emprego constante há 39 meses, a massa salarial está crescendo, a economia está indo bem, as exportações continuam crescendo", Lula concluiu que, hoje, há mais motivos para a comemoração do Dia do Trabalhador. "Acho que vai ser um 1º de Maio melhor do que aquele que eu participava, aonde nós só íamos na praça para reclamar os prejuízos que tínhamos tido. Desta vez, nós vamos poder comemorar algumas vitórias", disse. Missa – Ontem, ao chegar à igreja matriz de São Bernardo do Campo, na região do Grande ABC, para a missa de 1º de Maio, Lula foi recebido com aplausos pelos fiéis. Ele chegou com a mulher, dona Marisa, e o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Presente à missa, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o ministério vai convocar as centrais sindicais e os bancos brasileiros para discutir as taxas de juros cobradas na modalidade de crédito consignado, particularmente as taxas que incidem em contratos com aposentados e pensionistas. "Achamos que está na hora de fazer uma redução nas taxas que estão cobrando. Tem alguns bancos exagerando nessas taxas. É possível baixá-las", disse o ministro. "Queremos fazer isso numa mesa de negociação", acrescentou Marinho, afirmando que há instituições cobrando entre 4,5 % e 5% de juros nessa linha. "Se não houver acordo, tomaremos as medidas que possam ser tomadas." Também estavam na igreja para assistir à missa o ministro da Secretaria-Geral, Luiz Dulci, e os pré-candidatos do PT ao governo de Estado de São Paulo, Aloizio Mercadante e Marta Suplicy. (Agências)

CUT Muito axé e a defesa do governo Lula

A

Lula é recebido por fiéis durante missa realizada em São Bernardo do Campo (acima). Ao lado, na Praça da Sé, movimentos sociais e partidos de esquerda fizeram protesto contra o mensalão.

Um protesto de desempregados

T

rabalhadores desempregados formaram um acampamento, ontem, ao lado de um Centro de Distribuição (CD) da Azaléia em Novo Hamburgo (RS). Segundo Maria Odete Falcão, coordenadora do Movimento dos Trabalhado-

res Desempregados (MTD), o local foi escolhido para representar um protesto às demissões em empresas que receberam incentivos fiscais do Estado e pedir crédito subsidiado à criação de pequenos empreendimentos. Em dezembro de 2005, a

Azaléia fechou sua fábrica em São Sebastião do Caí (RS), demitindo os 800 funcionários da unidade. Na época, a empresa atribuiu a medida à concorrência desleal da China no setor, ao câmbio desfavorável nas exportações e ao peso dos impostos. (AE)

ex-prefeita Marta Suplicy (PT) participou da festa do Dia do Trabalho da Central Única de Trabalhadores (CUT), na Avenida Paulista, e disse que o trabalhador brasileiro tem o que comemorar com "as conquistas do governo Lula". Segundo Marta, "nunca foi feito tanto no Brasil pelo trabalhador" como no atual governo. Ela mencionou o reajuste acima da inflação que 80% dos trabalhadores da CUT tiveram, e partiu para o corpo-a-corpo em área reservada em frente ao palco. Ela distribuiu beijos e abraços ao som de axé, dividindo as atenções com a apresentação da banda Jamil e Uma Noites. Nova – Para a Conlutas, uma dissidência da CUT, a passeata pelo centro foi um ensaio para os três dias do Congresso Nacional de Trabalhadores, em Sumaré, no interior paulista, nos dias 5, 6 e 7 deste mês. "A CUT e a UNE (União Nacional dos Estudantes) não podem mais falar em nome dos trabalhadores nem da juventude, pois são parceiras deste governo federal", afirma um dos documentos do grupo, que tem simpatizantes do PSTU, do PSOL, da esquerda da CUT e de setores da esquerda católica. "Mas não somos ligados a partido nenhum", avisou um dos coordenadores do movimento, José Maria de Almeida, líder do PSTU . (AE)


terça-feira, 2 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 7


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Cidades

terça-feira, 2 de maio de 2006

Uma erva que é boa para algum sintoma, pode provocar outros Maria Cristina Félix dos Santos, especialista em fitoterapia

Fotos: Luciano Amarante/Hype

ERVAS MEDICINAIS: PERIGO NOS CAMELÔS

Nas lojas, os atendentes não indicam produtos. Mas é preciso sempre consultar um médico antes de usar qualquer medicamento, mesmo que seja só um "chazinho"

Comprar ervas medicinais em barracas, sem saber a procedência, pode representar risco para a saúde Kelly Ferreira

N

a cidade de São Paulo encontra-se de tudo. Na região central, por exemplo, acha-se de jóias a essências. De sapatos e chapéus a importados. No quadrilátero formado pelas ruas Benjamim Constant, Quintino Bocaiúva e praças da Sé e João Mendes não é diferente. Na área existe um reduto de lojas especializadas em ervas medicinais. Além dos pontos legalizados, ambulantes também disputam espaço para vender o produto. Nos camelôs, um pacote das mais variadas ervas custa R$ 3. Dois sai por R$ 5. A reportagem do Diário do Comércio visitou algumas lojas e barracas que vendem ervas medicinais no Centro. Em uma das lojas, a atendente informou que não indica produtos para curar as doenças. Em contrapartida, nas barracas é possível comprar ervas secas e embaladas, ou naturais (que ficam expostas à poluição), e os vendedores indicam o "produto certo" para determinados

problemas. Da queda de cabelo à infecção urinária; da dor de estômago à unha encravada. Os ambulantes, quando não têm certeza de qual erva indicar, procuram ajuda em um li-

Cuidado: nos camelôs encontrase plantas para qualquer doença

vro sobre o assunto. "Temos de tudo. Consultamos o livro sempre que alguém não sabe direito o que deve levar. Às vezes, um chazinho já resolve.

No livro estão todas as ervas existentes no Brasil, para que servem e como devem ser usadas", disse um dos camelôs da praça João Mendes. Tropical – De acordo com a estudiosa em ervas Maria Cristina Félix dos Santos, formada em medicina chinesa e fitoterapia, não há estimativa de quantos tipos de ervas existem no Brasil. "Por causa do ambiente tropical em que vivemos temos uma infinidade de ervas. O que falta é pesquisálas", disse. Segundo Maria Cristina, o brasileiro tem uma cultura diferente dos chineses com relação às ervas medicinais. Na China, disse a estudiosa, quando uma pessoa está com alguma doença, a primeira parada é em um restaurante. "Eles usam a alimentação como cura. Se não houver melhora, o paciente vai para o hospital tomar chás medicinais. Caso isso não resolva o problema, então ele é encaminhado para a medicina auxiliar", explicou. Apesar disso, Maria Cristina faz uma ressalva quanto ao uso de ervas medicinais. "Antes de

REBELIÃO 1

ESTRADAS

ma rebelião de presos ontem, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Campinas, a 92 quilômetros de São Paulo, deixou um agente penitenciário levemente ferido. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, ele levou coronhadas dos rebelados. O tumulto começou depois da fuga de seis presos pela porta da frente do CDP, em carros de funcionários. Um deles, Sidney Silva Ferreira, foi recapturado. Os outros cinco continuavam foragidos até a noite de ontem. O CDP tem capacidade para 768 homens, mas abriga 1.098. Apesar da rebelião, não há previsão para transferências de detentos.

movimento nas principais estradas do País foi intenso, durante todo o dia de ontem, por causa da volta do feriado prolongado do Dia do Trabalho. Em São Paulo, houve pontos de lentidão na saída de São Vicente, no trecho urbano da rodovia dos Imigrantes e na saída do Guarujá. Entre as 17h e 18h, 8.806 carros já tinham passado pelo sistema Anchieta-Imigrantes em direção a capital. Segundo a Ecovias, concessionária que administra o sistema, dos 225 mil veículos que desceram para a Baixada Santista, 170 mil tinham retornado a São Paulo até as 19h.

U

O Ó RBITA

REBELIÃO 2 rebelião de presos no CDP de Guarulhos, na Grande São Paulo, iniciada às 14h de ontem, terminou três horas depois, com a libertação dos 11 reféns. O tumulto começou após uma tentativa frustrada de fuga . Funcionários do CDP encontraram uma revólver 38 e uma réplica da arma em papelão. Não houve feridos. O CDP tem capacidade para 768 presos e abriga 1.467.

A

mais nada é preciso saber para que serve a erva, além da sua origem. Nos produtos de origem desconhecidas pode haver contaminação com fezes ou urina de animais. Outra recomendação é sempre ter a orientação de um profissional. Uma erva que é boa para algum sintoma, pode provocar outros", disse. O c l í n i c o - g e r a l Wa l l a c e Scott, do Hospital Edmundo Vasconcelos, faz coro com a fitoterapeuta. "O uso de medicamentos alternativos, de baixo

custo e fácil acesso, não pode e nem deve ser reprovado. Mas isso não quer dizer que o médico não deve ser consultado. O que poderia fazer bem, pode ter efeito contrário se acharmos que o chazinho vai resolver e demorarmos para procurar um médico", disse. Legislação – De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o comércio de plantas medicinais é permitido apenas em farmácias e ervanárias, conforme a legislação sanitária federal. Sendo assim, expli-

ca a subgerente de Vigilância em Medicamentos, da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), Sonia Gil, todo o comércio feito nas ruas é clandestino. Segundo ela, há fiscalização constante e já foram encontrados muitos produtos sem origem e sem licença. "Isso coloca a vida da população em risco. Muitas vezes, a erva embalada é vendida com outro nome", disse. Apesar disso, a venda de produtos, seja clandestina ou não, continua sendo feita diariamente.


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Nacional Empresas Tr a b a l h o Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

EUA TÊM 12 MILHÕES DE IMIGRANTES ILEGAIS

Em todo o mundo, protestos por melhores condições para os trabalhadores

terça-feira, 2 de maio de 2006

Na Suiça, manifestantes destruíram fachadas de lojas do centro de Zurique.

Claudia Daut/Reuters

Na Europa, manifestantes criticaram o capitalismo e o crescimento do desemprego. O Dia do Trabalho também foi marcado por marchas na América Latina e na Ásia. Nos Estados Unidos, imigrantes fizeram um dia de protesto contra projeto de lei que pode tornar trabalhadores ilegais criminosos.

P

rotestos por melhores salários e palavras de ordem contra o capitalismo marcaram o 1º de Maio pelo mundo. Na Europa, por exemplo, mais de um milhão de pessoas participaram de manifestações. Na Alemanha, o alvo dos protestos foi a ganância das g ra nd e s co r po ra ç õe s. Em Wolfsburg, cidade da montadora Volkswagen, 10 mil pessoas protestaram contra as baixas remunerações e alta do desemprego. Em Leipzig, neonazistas entraram em choque com manifestantes de esquerda que saíram às ruas para se contrapor aos ultradireitistas. Na Rússia, simpatizantes do antigo regime soviético marcharam por Moscou exaltando Wladimir Lenin e Karl Marx e valorizando os avanços que o comunismo promoveu para o proletariado. Portando faixas e fotos de líderes soviéticos, os russos reclamaram das condições de trabalho no país. P r o te s t o s – Trabalhadores na Indonésia foram às ruas para protestar contra uma lei que reduz as indenizações por demissão e o tempo mínimo de contratação. Em Jacarta, mais de 10 mil pessoas marcharam contra os planos do governo de limitar o direito de paralisação, atendendo a um pedido dos empresários, que alegam ter dado, em 2003 muitos benefícios aos empregados. Na América Latina, a data também foi marcada pela movimentação social. No México, os protestos das centrais sindicais tiveram apoio do Movimento Zapatista. Na Argentina, as manifestações foram lideradas por partidos de esquerda e movimentos estudantis em frente ao palácio do governo. Símbolo do enfrentamento entre Irã e Estados Unidos, a antiga embaixada americana em Teerã presenciou no 1º de Maio um outro tipo de animosidade. Cerca de 6 mil trabalhadores, segundo cálculos da polícia, se reuniram na Avenida Faleghani, em frente à embaixada – ou "Ninho de Espiões" como é conhecido o palco da crise dos reféns de 1979 – para exigir empregos formais e a cabeça do ministro do Trabalho e dos Assuntos Sociais,

Mohamad Jahromi. Os manifestantes, convocados pela central sindical União dos Sindicatos de Trabalhadores, acusaram Jahromi de ter vínculos com os bazaris, os ancestrais e ainda poderosos comerciantes do país, e de defender os interesses dos empregadores. Mas frisaram seu apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad e ao regime teocrático. Para uma força de trabalho de cerca de 24 milhões de pessoas, estima-se que 4 milhões (16%) estejam subempregadas. O desemprego oscila entre 10% e 15%. I mi gr a nt es – Centenas de milhares de imigrantes e simpatizantes realizaram ontem um dia de protesto nos Estados Unidos contra um projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados que tornaria os imigrantes ilegais criminosos. Segundo informações não confirmadas, a maioria dos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais obedeceram ao protesto e não foram ao trabalho, ou à escola, ou às compras, como uma forma de demonstrar o poder econômico dos imigrantes. Muitas lojas e empresa fecharam voluntariamente para evitar distúrbios durante o protesto, batizado de "um dia sem imigrantes". A polícia de Chicago disse que cerca de 300 mil pessoas participaram da manifestação. Em Los Angeles, mais de 1 milhão de pessoas participaram em duas marchas. Grandes manifestações ocorreram em Houston, Denver, New Orleans e muitas outras cidades. Em Nova York, manifestantes formaram uma corrente humana em vários pontos da cidade. Centenas de pessoas deram as mãos por três quarteirões no Queens, levando bandeiras dos EUA e cartazes dizendo "somos americanos" e "direitos totais para todos os imigrantes". Uma pesquisa da rede NBC/Wall Street Journal indicou na semana passada que 68% dos americanos são a favor de outro projeto de lei, promovido pelo Senado, que permitiria à maioria dos imigrantes ilegais (cerca de 7 milhões), que estão há mais de cinco anos nos EUA, obter a cidadania. A mesma pesquisa mos-

trou que apenas 17% dos americanos acham que a greve de um dia ajudará a causa dos imigrantes. Entre os entrevistados, 57% acham que a paralisação somente a prejudicará. Perdas – Os imigrantes ilegais têm um papel fundamental na economia americana. Em sua maioria trabalham em empregos de baixa remuneração na agricultura, construção, restaurantes, e como empregadas domésticas ou jardineiros. Um recente estudo da Federação Americana de Agricultore s i n d i c o u q u e a a d o ç ã o de medidas duras contra o trabalho dos imigrantes ilegais produziria perdas de US$ 5 milhões a US$ 9 milhões na agricultura norte-americana, entre o primeiro e o terceiro ano. Cerca de 7,2 milhões de imigrantes ilegais trabalham nos EUA, representando 4,9% da força de trabalho, indicou uma pesquisa recente do Centro Hispânico Pew. Opositores à imigração ilegal passaram o fim de semana construindo uma cerca para simbolizar apoio a uma fronteira segura. Cerca de 200 voluntários organizados pelos Minutemen da Califórnia – um grupo de vigilantes que busca evitar a imigração ilegal – construíram uma cerca de arame farpado de 2 metros de altura ao longo de meio quilômetro perto da fronteira entre o México e os EUA. Marcha – Milhares de mexicanos marcharam ontem pelo centro da Cidade do México e boicotaram os produtos americanos em apoio às passeatas nos EUA. Os manifestantes se reuniram diante da Embaixada dos EUA e pediram mais direitos aos milhões de imigrantes mexicanos. " O trabalho que os gringos não gostam de fazer está sendo feito pelos mexicanos", disse Felipe Gomez, de 50 anos, que se juntou ao protesto, chamado de "um dia sem gringos". Muitos mexicanos, mostrando solidariedade a seus compatriotas nos EUA boicotaram redes americanas como McDonald’s, Burger King e Wal-Mart. Muitos aproveitaram para lembrar as centenas de pessoas que morrem anualmente tentando cruzar a fronteira com os EUA. (AE)

O presidente de Cuba, Fidel Castro, falou a uma multidão em Havana, voltado para uma imagem do Che Aizar Raldes/AFP PHOTO

Marchas e manifestações marcaram as comemorações na Bolívia, que reverenciaram Che Guevara Lee Jae-Won/Reuters

Joshua Lott/AFP PHOTO

Milhares de imigrantes participaram de manifestações nos EUA. Só em Chicago, protesto reuniu 300 mil.

Na Coréia do Sul, operários usaram estilingues contra policiais, que revidaram com jatos de água


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Te l e f o n i a Automação Lançamentos Inter net

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

Os resultados obtidos nos testes foram iguais aos observados com câmeras de filmes 35 mm

A PENTAX IST DL TEM PREÇO SUGERIDO DE R$ 2.500

The Sims 2: chegou a hora de fazer negócios

Aberto para Negócios mantém os componentes de criatividade e personalização que integram a experiência do The Sims

Acabou a diversão e os personagens do famoso game devem amadurecer, virar comerciantes e abrir suas lojas próprias Por Fábio Pelegrini Fotos: Divulgação

duas formas de iniciar um negócio, criar uma empresa doméstica ou comprar um lote comunitário para construir a sua companhia. A empresa doméstica é criada de maneira simples e na casa dos Sims, ao se clicar sobre o item computador ou telefone do seu personagem, basta escolher a opção "Iniciar Empresa Doméstica". Se preferir montar um negócio maior, o jogo permite que você compre um lote comunitário –após clicar no telefone ou PC é só escolher a opção "Imobiliária" e "Comprar Lote Comunitário". Além de equipar seu comércio, outra tarefa que requer cuidados do administrador que está começando é contratar bons funcionários e definir funções. Os seus Sims aprenderão o que é preciso fazer para atrair a clientela e mantê-la feliz e fiel, mas é preciso melhorar o moral dos empregados para gerenciar um negócio lucrativo. Os jogadores podem até mesmo ajudar os seus Sims a criar e produzir novos itens para vender, atendendo à demanda dos consumidores. Como cada consumidor é diferente, você poderá aplicar técnicas de vendas para surpreender até mesmo o mais descrente comprador. Vis-

ta seus empregados com fantasias divertidas para entreter clientes mal-humorados ou reduza os preços para um comprador duvidoso. Aberto para Negócios traz uma jogabilidade conhecida, com gráficos detalhados e muitas horas de jogo, mantendo os componentes de criatividade e personalização que integram a experiência do The Sims, além de permitir que os jogadores pratiquem suas habilidades no comércio que escolherem. Quanto ao quesito qualidade sonora, o jogo não decepciona: conta com a participação da len-

Reflex cabe na palma da mão A Pentax ist DL não grava vídeos ou sons mas tem Autopicture, que melhora seu desempenho Por Ana Maria Guariglia Fotos: Ana Maria Guariglia

Nos testes usamos tripé, o recurso Autopicture e a abertura manual B

ist DL (R$ 2.500), criada pela Pentax japonesa, é uma das digitais do tipo reflex que começa a aparecer no mercado brasileiro. Com base no sistema SLR das câmeras 35 mm convencionais –funciona com um conjunto interno de espelhos que abre e fecha para tirar as fotos– tem um sensor CCD de 6,1 Megapixels (3.008 x 2.008 pixels), podendo imprimir imagens de até 40 x 50 cm, com boa qualidade. O monitor tem 2 polegadas e, embora não seja muito grande, dá perfeitamente para você rever as fotos e escolher os ajustes, lembrando que como é reflex, as fotos são enquadradas através do visor óptico e não pelo monitor de cristal líquido. A capacidade de sensibilidade do sensor varia de ISO 200 a ISO 3.200, podendo gravar as imagens no formato JPEG ou RAW, que é o arquivo bruto que conserva as fotos em seu estado original. No topo da ist DL, há um outro painel de cristal líquido que mostra todas as regulagens que você está fazendo. À medida que acerta essas regulagens, você as visualiza no interior do próprio visor, incluindo as informações de abertura do obturador e as velocidades, que se alternam entre 30 seg e 1/4.000 de seg. Possui ainda a regulagem manual B, para abertura de longa exposição, o que torna a câmera apta para uma ampla gama de aplicações e criatividade visual. Com as câmeras do tipo reflex, não é possível fazer videoclipes ou gravar sons, devido à constituição do aparelho concebido somente para tirar fotos. Porém, não deixa de ter recursos interessantes, no caso dessa Pentax, o sistema Autopicture, que melhora o desempenho da máquina. A partir dele, você faz programações personalizadas para determinados tipos de cena, em que são necessárias exposições longas ou rápidas para congelar uma ação. A exposição programada também contém modos para temas específicos: fotografia macro, que registra pequenos objetos, retratos, paisagens e retratos noturnos.

A máquina oferece portabilidade fácil, é rápida e tem desenho compacto

Outra boa novidade é o alcance de luminosidade de cerca de 15,5 m do flash embutido, e seu sincronismo, em 1/180 seg: em câmeras comuns, o sincronismo é de 1/60 seg. Para conhecermos a ist DL, fotografamos cenas de final de tarde, tendo a lua como motivo principal. Usamos tripé para evitar movimento da câmera, recurso AutoPicture e a abertura manual B. Como estamos lidando com longas exposições, entre dois e cinco segundos, esse tipo de composição requer uma série de fotos até que sejam obtidas aquelas consideradas mais expressivas. Realizamos oito registros e escolhemos as quatro melhores que representaram nosso objetivo. Os resultados foram satisfatórios e iguais as das câmeras convencionais com filmes 35 mm. A máquina oferece portabilidade fácil, é rápida e tem desenho compacto (cabe na palma da mão e pesa 500 gramas). É ideal para todos os níveis de fotógrafos e, pelos recursos e operações extremamente simples, é recomendada para iniciantes. A ist DL vem com objetiva Pentax KAF 18-55 mm, compatível com lentes Pentax KAF2 e KA, focalização automática com trava e foco manual. A armazenagem das fotos é feita em cartões SD (SecureDigital Card) ou MMC (Multimídia Card), usa quatro pilhas AA alcalinas ou recarregáveis do tipo NiMH. Para saber mais: www.pentaxslr.com Onde comprar: www.fotoglobal.com.br

dária banda de rock alternativo, Depeche Mode. O game ganhou uma tradução para a língua nativa do The Sims, o Simlish, a famosa música "Suffer Well", do álbum "Playing the Angel". Outra oportunidade de expansão que a Electronic Arts lançou para quem quiser aumentar o número de objetos de seus Sims é a chamada "Diversão em Família Coleção de Objetos", que traz uma coleção inédita de móveis, roupas e itens de decoração para a casa de seus Sims. São 60 novos itens, que vão desde camas castelo até a réplica em miniatura de navios, por R$ 29,90. THE SIMS 2 - ABERTO PARA NEGÓCIOS Distribuição: Electronic Arts Telefone: (11) 5505-3713 Configuração mínima do sistema: Windows 98, 2000 ou XP, processador de 800 GHz, 256 MB de memória RAM, 1.5 GB de espaço livre no disco rígido, leitor de CD-ROM de 8x, placa de vídeo com suporte a T&L com 32 MB de memória e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0 Idioma: totalmente em português Faixa etária: 16 anos Preço: R$ 59,90

Kodak consolida área de comunicação gráfica Kodak anunciou que o Grupo de Comunicações Gráficas (GCG), além de ser a mais nova unidade de negócios da empresa, está consolidando a tecnologia digital com uma série de aquisições e incorporações. Iniciada em 2003 e concluída no ano passado, o GCG recebeu investimentos de US$ 2,6 bilhões, incorporando empresas do setor gráfico, como a Kodak Polychrome Graphics, Creo Print On Demand System, Nexpress, Encad e Versamark. "O foco da GCG está voltado para o desenvolvimento da tecnologia digital e para apoio aos clientes na aplicação e uso de produtos", diz Gilberto Farias, diretor geral da Kodak GCG para o Brasil. De acordo com ele, a empresa, agora estabelecida em São Paulo, junto aos escritórios

de fotografia e saúde, está assumindo o conceito de inovações, como maneira de pensar e definir parcerias entre os fornecedores e toda a camada de comunicação gráfica. Outras soluções apresentadas pelo GCG são destinadas à tecnologia CTP (computer to plate), fluxos de trabalhos digitais (workflow), provas inkjet de grande formato, impressão contínua de grande velocidade e volume de dados variados, além de produtos para o gerenciamento de cores, escaneamento e arquivo de documentação e serviços de tecnologia da informação para provedores. O faturamento global da área gráfica está em mais de US$ 3,6 bilhões. No Brasil e na América Latina, os números não foram revelados. (AMG) Para saber mais: www.kodak.com.br

Divulgação

epois de viver uma infância alegre, ralarem muito nos estudos durante a faculdade e curtirem demasiadamente a vida noturna é chegada a hora de pensar no futuro. A Electronic Arts anunciou o lançamento de mais uma expansão do seu simulador de vida real The Sims 2, o Aberto para Negócios. A terceira expansão do game para PC traz a oportunidade de levar ao jogador a experiência de ser dono do seu próprio negócio. Coloca em teste a criatividade empresarial e a sua capacidade de ser um bom administrador de conflitos. É permitido abrir quase que qualquer tipo de comércio, de butiques a floriculturas e restaurantes, podendo evoluir e atingir objetivos maiores. O jogador pode, inclusive, se tornar um magnata de um negócio original. Mais do que apenas um jogo, essa é a oportunidade de saber se você tem dom e perfil de administrador, pois seus atos irão refletir diretamente em seu negócio. Mas não imagine que as condições são tão simples e que é fácil ganhar dinheiro. Para se sair bem é importante conhecer os fundamentos de um comércio. Existem

Versamark VT3000: para o setor gráfico


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 2 de maio de 2006

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Informática

NOVO DC VIRTUAL

A versão online do Diário do Comércio ganhou uma nova roupagem com o uso da plataforma Digital Pages que permite folhear o jornal digital como o de papel

www.dcomercio.com.br

NOVO SISTEMA DE BUSCAS O internauta terá à disposição para pesquisa todo o conteúdo do jornal

Imagens: Captura de telas

FOLHEANDO O JORNAL IMPRESSO Clicando nesta área o internauta acessa a Digital Pages e pode conferir toda a edição

MAIS DESTAQUE PARA O LOGO A seção ganha mais área na versão online e será atualizada durante o dia Os suplementos também ganharam o novo formato mas podem ser vistos em HTML

ÍNDICE COMPLETO

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

LEITOR GANHA ESPAÇO PRÓPRIO

Clique nesta área e acesse a lista de todas as reportagens do dia

Esta área receberá conteúdo de mais agências de notícias

A enquete e o Blog da seção Dois Pontos querem saber a opinião dos leitores

uem costumar acessar a versão online do D iár io do Comércio já percebeu a mudança. E quem ainda não viu, não pode perder. Desde o final da semana passada, a versão online do jornal permite que as suas páginas sejam folheadas como se a versão impressa estivesse em suas mãos. Parece impossível? Não é, desde que foi adotada a plataforma Digital Pages. Ela permite que o internauta vire as páginas do jornal na tela do computador, sem sujar os dedos com tinta. "A idéia é conseguir dar uma aparência real ao jornal para o leitor na tela do computador e oferecer um sistema fácil de navegação", explica Luiz Octávio de Lima, editor de internet do Diário do Comércio e coordenador de implantação do novo projeto e da reforma do site. Ele ressalta que não se está apresentando uma versão em PDF da publicação. Trata-se de um arquivo digital cujo formato é mais leve que o modelo tradicional. Lima diz que existe mais de uma maneira de se folhear a publicação: uma, denominada autoplay na qual as páginas viram sozinhas, e o processo pára quando o usuário escolhe uma delas; outra, na qual o internauta clica sobre as setas vermelhas e amplia a matéria que deseja ler. Mas esse é apenas o primeiro, e mais visível, atrativo da reformulação pela qual está passando o site do jornal. Todo o conteúdo da versão impressa continua disponível no site, apresentado na nova plataforma. Os cadernos DCultura, DCarro, DCInformática, Empreendedores e Boa Viagem ainda poderão ser acessados, também, no formato HTML. Novidades – Entre as maiores novidades do site, entretanto, está a criação de um blog para receber a opinião dos leitores e a inclusão diária de conteúdos

produzidos em tempo real, atualizados a cada duas horas. A área de últimas notícias continuará disponível. E a seção Dois Pontos já está abrigando um blog para que os leitores manifestem as suas opiniões. Também serão elaboradas enquetes com perguntas sobre temas de interesse geral ou ainda questões mais específicas voltadas ao setor varejista, como a perspectiva de mudança de alguma legislação. Arquivo vivo – Outro mecanismo criado para facilitar o cotidiano do internauta é o sistema de buscas. Nele, o interessado poderá consultar as edições na íntegra do jornal desde o dia 1º de janeiro de 2006. Este recurso está em fase de implantação e será um facilitador para empresários e profissionais liberais que consultam indicadores econômicos (inflação, desemprego e cotações de moedas estrangeiras), bem como íntegras e comentários sobre leis e projetos de lei já publicados. Na versão atual, é possível ler matérias publicadas há até três anos. No caso das imagens, o leitor também poderá acessar todas as fotos. O novo sistema garante a qualidade visual destes conteúdos, sem gerar distorções. Avaliação e anúncios – Para saber se o leitor do Diário se adaptou bem ao novo modelo, haverá um mecanismo encarregado de gerar relatórios completos com os acessos tanto ao conteúdo editorial quanto aos anúncios. Os documentos serão atualizados ininterruptamente. No caso dos classificados, o processo será o mesmo. A ferramenta também fornecerá uma visão dos interesses do leitor pelos produtos e serviços oferecidos. "Com todos estes novos recursos, a expectativa é de não apenas oferecer algo diferente, mas criar um atrativo adicional ao site", conclui Lima. Paula Cunha Leia mais sobre a plataforma da Digital Pages na página 3

A versão online do Diário do Comércio passa a ser folheada


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Inter net Automação Te l e f o n i a Varejo Hi-tech

terça-feira, 2 de maio de 2006

A mobilidade agora é total. O funcionário poderá estar até na China e receber a chamada Walter Ishibashi, Dígitro

CONVERGÊNCIA DO PABX VOIP COM CELULARES E A REDE WI-FI

Smartphone permite captar sinais de TV aberta

Fotos: Divulgação

Os modelos g.Smart também trazem centrais multimídia e de comunicação completas

Telefone móvel alia PABX à rede sem fio

O telefone F1000 serve como ramal da empresa pela rede VoiP do PABX e também pela rede Wi-Fi

O aparelho F1000 pode ser conectado às centrais de telefonia IP da empresa e servir de ramal pela rede wireless Por Barbara Oliveira onvergir para reduzir custos. Esta é o mantra também no mundo da telefonia. Com o amadurecimento da comunicação via IP (VoIP) surgem soluções flexíveis, tanto para residências como para o mercado corporativo, que agregam várias tecnologias visando a redução de gastos com a telefonia tradicional. Agora é a vez da convergência dos PABX VoIP com celulares e a rede sem fio Wi-Fi. A Dígitro Tecnologia, uma das maiores fabricantes brasileiras de telecomunicações, com sede em Santa Catarina, está integrando projetos completos que incluem uma central de telefonia IP (de todo os portes) com celulares F1000, da UTStarcom, servindo de ramais de bolso e aptos para funcionarem em regiões cobertas por Wi-Fi, tanto dentro da empresa como fora dela. "A mobilidade agora é total", afirma Walter Ishibashi, coordenador de parcerias da Dígitro, que nomeou a Ynoma, de São Paulo, como sua distribuidora no varejo. Os modelos F1000 não operam em redes GSM ou CDMA, pois são configurados para atender e fazer ligações por VoIP ou Wi-Fi funcionando como ramais móveis. "Quando está em trânsito, basta entrar num cybercafé, hotel, aeroporto, restaurante que seja coberto com Wi-Fi, para o funcionário falar com a sua empresa ou receber ligações. Ele poderá estar até na China e receber a chamada", explica Ishibashi. Se o usuário não quiser acessar os serviços gratuitos dos Wi-Fi zones, e garantir mais segurança e privacidade das chamadas, poderá manter uma conta de algum prove-

dor da rede wireless. Para reduzir custos com ligações interurbanas e permitir mais mobilidade aos seus funcionários dentro e fora da empresa, ela vai precisar de uma central de PABX com servidor SIP (Session Inicialization Protocol), o padrão profissional de telefonia IP, com os aparelhos móveis autenticados. Os celulares F1000 já são configurados pela Dígitro com endereço IP do PABX. "Primeiro, ele se conecta à internet pela rede Wi-Fi da empresa –a tela mostra uma mensagem com a autenticação da rede wireless–, para depois se conectar ao PABX. É claro que as soluções convencionais com telefones VoIP fixos, analógicos ou digitais, também são usadas quando os funcionários estiverem na sua sala". As antenas ou pontos de acesso (acess points) Wi-Fi não estão incluídos no pacote integrado pela Dígitro (que compreende a central PABX e os terminais móveis), mas isso é conseguido facilmente no mercado. Fábricas com instalações muito amplas e um grande número de funcionários são grandes beneficiários dessa tecnologia. Um dos quatro clientes da Dígitro que já está usando a nova solução com telefones Wi-Fi IP é a Santana Têxtil, do Ceará, com escritórios, unidades industriais e showrooms em São Paulo, Natal, Rondonópolis (MT) e Nova York. Um colégio de São Paulo e a Odebrecht também utilizam a nova aplicação de VoIP sem fio. A Dígitro tem cerca de 2 mil clientes e desenvolve soluções para telecomunicações como PABX, VoIP, Call Centers para operadoras como Embratel, BrTelecom, Telemar, Telefônica e Claro, entre outras. O investimento para montar uma

central de PABX VoIP para até 10 ramais (pequena empresa) está estimado em R$ 10 mil, e cada aparelho móvel F1000, já configurado, será vendido por R$ 800 nas cerca de 50 revendas da Ynoma, nas regiões Sul e Sudeste, segundo Marcelo Rodrigues, diretor da distribuidora. Rodrigues acha que o retorno do investimento para a empresa é muito rápido. "Não é uma aplicação para uma dona-de-casa, mas para uma empresa ou para um executivo que gaste muito com chamadas em roaming em aeroportos ou hotéis –que é quando eles têm tempo para colocar a agenda em dia. Hoje a rede Wi-Fi se espalha pelo mundo inteiro, ficando tudo mais fácil e barato." Brasil Telecom – A operadora que atua na região Sul, Centro-Oeste e DF também está ampliando seus serviços convergentes e lançando a integração da telefonia móvel (GSM) ao PABX Virtual Net para empresas. Isso significa que os celulares funcionam também como ramais, utilizando cinco dígitos para chamadas internas, mesmo que o usuário esteja em outra localidade. O aparelho é programado para funcionar em roaming internacional como se fosse um ramal. O PABX Virtual é uma evolução da plataforma tradicional existente nas empresas, pois todos os equipamentos e configurações necessárias ao controle de chamadas estão armazenados na rede NGN (Next Generation Network) da BrTelecom, eliminando gastos com manutenção e atualizações tecnológicas, o que é feito pela própria operadora. Os planos e seus preços dependem da configuração do PABX da empresa.

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O g.Smart vem com Windows Mobile 5.0, tem push mail e recepção de tevê aberta

s telefones inteligentes (smartphones), aqueles com funções de celular e de computadores de mão, garantiram seu lugar no mercado mundial e devem representar 15% das vendas de celulares em 2006 em todo o mundo, segundo a ABI Research. Em 2005, de acordo com estimativas da Nokia, a indústria de smartphones vendeu 46,3 milhões de aparelhos, mas neste ano esse número deve mais do que dobrar. No Brasil, uma nova marca de smartphone está chegando para engordar a lista dos tradicionais fabricantes desse tipo de equipamento. Agora é a vez do g.Smart, da Gigabyte (de Taiwan), e que será vendido no Brasil pela Digitron. O g.Smart é um telefone com várias funções de computador de mão, mas com uma vantagem em relação a seus concorrentes: é o primeiro smartphone com uma central multimídia completa, oferecendo inclusive recepção de TV aberta (Palm e NTSC) graças aos fones de ouvido que funcionam como antenas, e sem passar pela operadora. Os modelos g.Smart (também será comercializado aqui o gSmart i, sem teclado numérico) são os "únicos smartphones do mercado com essa característica", observa o diretor de Marketing da Digitron, Vicente Soares. Além da TV aberta, ele sintoniza rádio FM, serve como tocador de MP3 e possui uma câmera de 2.1 megapixels que também funciona como filmadora. "A resolução é uma das melhores para esse tipo de equipamento." Indicado para o mercado corporativo, já que é um aparelho robusto e pleno de recursos de produtividade operando no sistema operacional Windows Mobile 5.0, o g.Smart traz também uma central de comunicação com Wi-Fi, Bluetooth, GPRS e até um fax modem. Também recebe documentos de fax, mas para que seja impresso precisa ser transferido para o computador pela porta USB ou Bluetooth, já que não dispõe de driver de impressora. A navegação pelo Windows Mobile 5.0 é intuitiva, com os ícones dos arquivos e programas disponíveis na tela touch screen de 2,4 polegadas. A função de push mail é similar ao recurso do Blackberry, da RIM, permitindo ao usuário ler as mensagens que chegam pelo Outlook, e em intervalos que podem ser configurados. A cada mensagem, o equipamento emite um sinal sonoro, e cada vez que o usuário apaga o e-mail do servidor, ele também é eliminados do telefone. Word, Excel e PowerPoint também podem ser acionados. A venda dos equipamentos g.Smart serão feitas pelas operadoras de GSM, em planos para o mercado corporativo, ao preço estimado entre R$ 2.000 e R$ 2.500. "Os preços vão depender do que as operadoras vão oferecer." (BO)

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Equipamento une redes Wi-Fi e de telefonia móvel 3G Gateway da Motorola permite que usuários tenham acesso à internet em banda larga e compartilhem dados Motorola está lançando um equipamento que vai ampliar ainda mais as possibilidades de acesso à internet em alta velocidade e sem fio aos assinantes da rede CDMA no mundo todo. O Cellular Gateway NC800 é um equipamento que combina CDMA1x/Ev-DO, Wi-Fi e rede local da casa ou do escritório. Ele será lançado primeiro na América Latina e Caribe pela distribuidora americana Brightstar, e no Brasil pela Vivo, a única a operar com essa rede. "O gateway dispõe de um chip para receber os dados em alta velocidade pela rede Ev-DO e uma placa Wi-Fi para transmiti-los para um ou mais usuários dentro de casa ou de um escritório", explica o gerente de Operações e Negócios de Network da Motorola, Wilson Fukuda. Uma das vantagens do gateway, segundo Fukuda, é a portabilidade, pois o usuário pode levar seu notebook ou PDA para qualquer lugar onde exista a cobertura CDMA1x/Ev-DO e conectá-lo ao equipamento. Este, por sua vez, só necessi-

ta ser ligado a uma fonte de energia. Outra vantagem é poder atender mais rapidamente áreas em que a telefonia celular já tem cobertura mas os cabos da telefonia convencional de banda larga ainda não chegaram. O destaque fica para a possibilidade de se compartilhar a banda larga em casa ou na empresa, pois o gateway pode ser conectado aos desktops por meio de um hub ou switch para que mais usuários usufruam da rede Ev-DO/Wi-Fi de alta velocidade. As operadoras de telefonia móvel também saem ganhando com a solução, já que o Cellular Gateway pode se transformar numa nova fonte de receita e também num jeito de fidelizar clientes, segundo Fukuda, à medida que mais PDAs e PCs ficarem conectados. A Ev-DO é considerada a terceira geração da telefonia celular, oferecendo velocidade média de 500 kbps na transmissão de dados para download (o equivalente ao serviço mais básico de banda larga oferecido pela telefonia convencional, já que as operadoras estão com planos de 1 e 2 Mbps). No pico, a Ev-

DO pode chegar a 2.4 Mbps. É bom lembrar que quanto mais gente pendurada na rede, mais lenta ela ficará. A Motorola espera uma ampliação na cobertura de Ev-DO no Brasil, que ainda está limitada às cidades de São Paulo, Rio, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Brasília. A Vivo tem planos de expandir essa cobertura para o interior de São Paulo ainda neste ano. O equipamento, que serve como uma alternativa à internet sem fio, será vendido para o usuário final em toda a América Latina e Caribe pela Brightstar, com sede em Miami. No Brasil, o Cellular Gateway será comercializado pela Vivo a partir de maio, depois de ele ser certificado pela Anatel. (BO) Mais informações: www.motorola.com/networks/cellulargateway

Gateway NC800, da Motorola, que permite acesso à banda larga pela rede celular Ev-DO e Wi-FI


quarta-feira, 3 de maio de 2006

Congresso Planalto CPI dos Bingos Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PALOCCI E OKAMOTTO NÃO DEVEM ESCAPAR DE INDICIAMENTO

Não sei como configurar o presidente. Não vejo relacionamento dele com nenhum crime que investigamos. Senador Garibaldi Alves (PMDB)

Odival Reis/ Diário de SP/ Ag. O Globo

FILA NOS CARTÓRIOS – Hoje é o último dia do prazo para o alistamento eleitoral e a transferência de títulos. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), 43.822 pessoas foram atendidas nos cartórios eleitorais da Capital paulista neste final de semana e no feriado de 1º de maio. Na foto, eleitores do Campo Limpo enfrentam longas filas. A dica para quem ainda não fez o acerto com a Justiça Eleitoral é ter paciência. Em 2004, foram registrados 41.679 atendimentos somente no último dia da data-limite. Quem precisa justificar ou pagar multa, solicitar certidão de quitação eleitoral ou 2ª via do título, deve procurar os cartórios somente a partir de quinta-feira.

CPI DOS BINGOS: LULA SERÁ O CITADO NO RELATÓRIO FINAL.

JOSIAS PODE SE LIVRAR HOJE

Relator do texto, senador Garibaldi Alves (PMDB), ressalta que presidente não é acusado de nenhum crime. Alan Marques/Folha Imagem

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a reta final dos seus trabalhos, a CPI dos Bingos ainda deve criar problemas para o PT e para o governo. O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDBRN), disse que está convencido de que houve motivação política no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e que vai incluir essa convicção no relatório a ser apresentado no dia 5 de junho. "Eu digo no relatório que o crime foi (praticado) por conta do esquema de corrupção, mas não aponto os responsáveis, porque isso é um caso de polícia." Garibaldi deixou claro que não poupará o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, pela responsabilidade na quebra do sigilo bancário do caseiro

Senadores Efraim Morais e Garibaldi Alves, em reunião da CPI: últimos detalhes.

Francenildo dos Santos Costa, mas disse que, por enquanto, não encontrou motivos para responsabilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será apenas citado no relatório em pelo menos três trechos. "Não sei como configurar o presidente, não vejo relacionamento dele com nenhum crime que investigamos", disse. Garibaldi deverá fazer refe-

PT: SITUAÇÃO FINANCEIRA RUIM

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a primeira prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral desde a eclosão da crise do mensalão, o Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou um balanço patrimonial de 2005 em que, mesmo não reconhecendo R$ 55 milhões dos empréstimos cobrados por Marcos Valério, expõe uma situação financeira dramática, com R$ 28,4 milhões em déficits acumulados. Os déficits provêm de dívidas com fornecedores (R$ 17,1 milhões) e com bancos (R$ 14,1

milhões). O PT declara possuir dívidas de origens trabalhista e fiscal no valor de R$ 2 milhões, além de R$ 6,86 milhões de obrigações decorrentes de "arrendamento mercantil". Caso fossem considerados os R$ 55 milhões, o patrimônio líquido negativo do PT pularia para R$ 83,4 milhões - valor 4,5 vezes maior do que todo o ativo declarado pelo partido. O balanço registra, de forma quase simbólica, sobra de recursos de campanha de R$ 111,34. (AE)

FINALMENTE DIRCEU VAI AO MP

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ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) terá que explicar amanhã ao Ministério Público Estadual qual a origem e o destino de recursos que teriam sido repassados de Santo André ao PT na campanha eleitoral de 2002. Investigação da promotoria criminal aponta Dirceu como suposto recebedor de dinheiro desviado dos cofres públicos de Santo André por meio de um esquema de corrupção e fraudes nos processos de licitação. Ele foi notificado para depor a partir das 14 h. Também deverá depor Paulo Frateschi, presidente estadual

do PT, como testemunha. A promotoria quer saber como o partido pagou os honorários do advogado Aristides Junqueira, exprocurador-geral da República, que foi contratado para defender o PT em Santo André. "A suspeita é que o dinheiro saiu do valerioduto", anotou o promotor Roberto Wider. "Queremos saber de Frateschi se no momento da contratação do advogado já se tinha noção de que o dinheiro sairia do valerioduto ou se havia previsão orçamentária ". Dirceu será ouvido como investigado. Nessa condição tem o direito de ficar calado. (AE)

rência também ao chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e ao presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. O senador informou que vai citar as constantes tentativas de Okamotto de impedir a quebra de seu sigilo bancário. O documento fará ainda uma sugestão para que a sociedade seja ouvida sobre a regulamentação das casas de jogos no Brasil. A pesquisa seria feita

ou por meio de referendo ou de plebiscito nas eleições municipais de 2008. O PT já avisou que barrará qualquer tentativa de incluir no texto assuntos que não tratem das investigações sobre bingos. "Não podemos rasgar a Constituição e o regimento interno para satisfazer a luta política", afirmou o senador Tião Viana (PT-AC). (Agências)

plenário da Câmara dos Deputados, seguindo a tendência das últimas decisões, deverá absolver hoje mais um parlamentar petista envolvido com o mensalão. Agora, é a vez de Josias Gomes da Silva (PT-BA), que admitiu ter recebido R$ 100 mil das contas do empresário Marcos Valério no Banco Rural, agência do Brasília Shopping. Se a previsão de absolvição for mesmo confirmada, Josias será o dé-

cimo acusado pela CPMI dos Correios a salvar o pescoço. "Não resta dúvida de que o deputado Josias agiu de boafé. Tanto é que para receber o dinheiro entregou cópia de sua própria carteira de parlamentar", disse o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP). Josias se defendeu no Conselho de Ética afirmando que recebeu o dinheiro no Banco Rural por indicação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. (Agências)

CONSELHO JULGA VADÃO

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relatório que recomenda a cassação do deputado Vadão Gomes (PP-SP) será votado hoje pelo Conselho de Ética, esvaziado desde a renúncia de seis membros inconformados com as absolvições em plenário dos envolvidos no mensalão. Um grupo de parlamentares vem tentando garantir quórum elevado, para evitar que o parecer do relator Moroni Torgan (PFL-CE) seja der-

rotado já no Conselho. Vadão foi processado porque o empresário Marcos Valério, operador do mensalão, disse ter entregue ao deputado, em duas ocasiões, o total de R$ 3,7 milhões, em dinheiro vivo, nos dias 5 de julho e 16 de agosto de 2004. Valério disse que a entrega foi feita em um hotel de São Paulo. Vadão nega ter recebido qualquer recurso do caixa 2 montado pelo PT. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 3 de maio de 2006

Internacional

O Pentágono lança novo desafio: quer a fabricação de um automóvel que não dependa de motorista.

Morteza Nikoubazl/Reuters

Ó RBITA

GAZA elo menos dois policiais morreram e sete ficaram feridos ontem numa explosão que destruiu o interior de um quartel das forças de segurança palestinas no norte da Faixa de Gaza. O Exército israelense negou qualquer envolvimento com a explosão. Israel tem bombardeado alvos no norte de Gaza nas últimas semanas em resposta a recentes ataques palestinos. Segundo fontes palestinas, ainda não estava clara a causa da explosão, que acabou com o edifício, situado na cidade de Jebaliya. Mosud Salem, oficial de segurança, disse que estava deixando o local quando de repente ouviu "uma grande explosão, que levantou uma grande nuvem de fumaça". "Escutei gritos. Alguns de nossos oficiais estavam naquela parte do edifício". (AE/AP)

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Iranianas visitam exposição sobre energia nuclear, no centro cultural Bahman, em Teerã, no dia em que lideranças do país ameaçam retaliar contra Israel a qualquer ataque dos EUA

ATAQUE DOS EUA TERÁ RESPOSTA EM ISRAEL, AMEAÇA IRÃ O Ocidente aumenta a pressão sobre o Irã para que abandone seu programa de enriquecimento de urânio e os dirigentes do país elevam o tom das respostas, deixando claro que resistirão a qualquer intervenção militar, inclusive aos bombardeiros dos Estados Unidos. tém sob seu controle todo o arsenal de mísseis do país, que segundo peritos internacionais têm alcance para atingir Israel e até a Europa. Depois que o Ocidente aumentou nas últimas semanas a pressão sobre o Irã para que abandone seu programa de beneficiamento de urânio, os dirigentes do país elevaram o tom das respostas, deixando claro que resistirão a qualquer intervenção militar. O governo americano insiste em que busca uma solução para a crise pela via diplomática, e ao mesmo tempo indicam que "todas as opções estão sobre a mesa" numa clara insinuação de um ataque militar. Autoridades de Israel também já indicaram que o país poderia agir por conta própria, já que considera o Irã seu principal inimigo. O Irã sustenta que seu programa nuclear tem finalidade pacífica - para produção de

energia elétrica - , o que está garantido pelo fato de ser signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), e não aceitam renunciar ao domínio de todo o ciclo da tecnologia nuclear. Israel, por sua vez, não é signatário do TNP e possui pelo menos 200 ogivas nucleares, segundo estimativas de especialistas ocidentais em armas atômicas. Como o urânio enriquecido pode ter tanto uso civil como militar, países ocidentais e Israel querem impedir que o Irã leve adiante esse processo, atualmente em fase inicial. Membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e China) desconfiam que o país tenha um plano secreto para produzir armas atômicas. Ontem diplomatas das principais potências mundiais se reuniram em Paris para discutir o assunto.(AE/AP)

Aviões da Embraer fazem pouso forçado nos Estados Unidos

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roblemas com pneus obrigaram os pilotos de dois aviões da Embraer, em operação na American Eagle e na Continental Express, a realizarem pousos forçados praticamente simultâneos em dois diferentes aeroportos dos Estados Unidos ontem. Não houve vítimas. Em Houston, o pneu de um avião da Continental Express estourou pouco depois da decolagem e o piloto foi obrigado a circular o aeroporto antes de fazer a tentativa de pouso forçado. O jato fabricado pela Embraer sobrevoou a baixa altitude o Aeroporto Internacional Bush e, em seguida, arremeteu para que funcionários pudessem analisar os danos causados ao pneu e para que a aeronave liberasse combustível, disse Kristy Nichlas, porta-voz da Continental. O pouso forçado do avião, que ti-

Israel é forte para se defender, diz Peres

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veterano político israelense Shimon Peres pediu ontem ao Irã para congelar seu programa nuclear. Peres falou durante a abertura da cerimônia anual em comemoração do Dia da Independência israelense. Refletindo as preocupações de que o Irã esteja desenvolvendo armas para pôr em prática as declarações do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, de que Israel deveria ser varrido do mapa, Peres advertiu: "Nós pedimos ao Irã que abandone suas ambições

nucleares. Lembrem-se de que Israel é excepcionalmente forte e sabe como se defender." Também ontem, o comandante do exército israelense disse que o mundo tem o poderio militar necessário para impedir o Irã de desenvolver um arsenal nuclear. De acordo com as declarações do general Dan Halutz ao jornal israelense Maariv, o Irã se tornará uma ameaça real à existência de Israel caso obtenha capacidade atômica. Questionado se o país participaria de uma operação militar para bloquear o desenvolvimento do programa nuclear de Teerã, respondeu: "Também somos parte do mundo."

Redes de TV americanas mostraram ao vivo o pouso forçado de avião da Continental express no Aeroporto Internacional Bush, em Houston.

Segundo Elizabeth Cory, porta-voz da Administração Federal de Aviação (FAA), os controladores de vôo do aeroporto viram fumaça saindo do trem de pouso do avião no momento em que ele tentava aterrissar. A aeronave derrapou na pista e parou no gramado. Segundo Dave Jackson, portavoz da American Eagle, um exame preliminar mostrou que um pneu da aeronave estava furado. (AE/AP)

A

presidente do Parlamento do Iraque, o árabe sunita Mahmud Dawood alMashhadani, disse ontem em pronunciamento à nação que a prioridade do novo governo de unidade nacional é o fim do derramamento de sangue no país. Mashhadani pediu aos iraquianos que renunciem à violência. Apesar do apelo, rebeldes desencadearam novos ataques nas últimas 24 horas, causando a morte de pelo menos 19 pessoas, sendo 18 iraquianos e um soldado americano. Mais oito corpos com sinais de execução foram encontrados ontem em Bagdá e outra cidade do interior do país. "Nem uma hora se passa sem que os iraquianos sejam afetados pelo assassinato de seus filhos e entes queridos em Bagdá e em outras áreas", declarou Mahmud Mashhadani em pronunciamento transmitido pela tevê estatal Iraqiya. AP

O

Reprodução de TV

nha 45 passageiros e três tripulanres a bordo, transcorreu com perfeição. Já em Chicago, um jato Embraer-145 da American Eagle saiu da pista quando o piloto fez um pouso forçado no Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago (Illinois). O avião vinha de Bentonville (Arkansas) com 40 passageiros e três tripulantes a bordo e, aparentemente, também apresentou problema em um dos pneus.

pesar de o país deles estar em guerra na região por três anos, seis em cada 10 jovens americanos não conseguiram localizar o Iraque no mapamúndi, mostrou um estudo. Eles se saíram um pouco melhor em relação ao próprio país: apesar da intensa cobertura da mídia sobre os danos do furacão Katrina, cerca de um terço dos americanos entre 18 e 24 anos não pôde localizar Louisiana no mapa, e quase metade não encontrou o Mississippi, segundo uma pesquisa da Roper promovida pela National Geographic. "A ignorância em relação à geografia tem impacto no nosso bem-estar econômico, nas nossas relações com os outros países e com o meio ambiente, e nos isola do mundo", avaliou o presidente da National Geographic, John Fahey.

IRAQUE

Max Rossi/Reuters

A

primeira reação do Irã se for atacado pelos EUA será retaliar contra Israel, advertiu ontem um dos comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana, o contraalmirante MohammadEbrahim Dehqani. Ele acrescentou que Israel "não está preparado" para uma guerra contra o Irã. "Nós vamos certamente resistir aos B-52 (bombardeiros) dos Estados Unidos", declarou o oficial, segundo a agência de notícias iraniana Isna. O Irã possui duas grandes unidades militares, as Forças Armadas regulares e a Guarda Revolucionária, criada depois da Revolução Islâmica, de 1979, para ser uma força leal ao líder supremo do país, atualmente o aiatolá Ali Khamenei. A Guarda tem sua própria Marinha, Força Aérea e divisões terrestres. Além disso, man-

GEOGRAFIA

CIAO – Mesmo sem admitir sua derrota nas urnas, Silvio Berlusconi renunciou ontem ao cargo de primeiro-ministro da Itália, abrindo caminho para que Romano Prodi assuma o poder.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

1 A Petrobras pode garantir o fornecimento de gás. André Singer, porta-voz da Presidência

GOVERNO VÊ BRECHA PARA DISCUSSÃO NO DECRETO BOLIVIANO DE NACIONALIZAÇÃO DO GÁS E DO PETRÓLEO

LULA AINDA QUER NEGOCIAR COM A BOLÍVIA AFP

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Irritação — O presidente p re s i d e n t e L u i z Inácio Lula da Sil- Lula não escondeu sua irritava reconheceu on- ção na reunião de cúpula realitem, em nota, a "so- zada ontem com vários minisberania" do governo boliviano tros e o presidente da Petrona decisão de nacionalizar as bras, Sérgio Gabrielli. Apesar reservas e controlar o setor de das numerosas ameaças de petróleo e gás natural no país. Morales, desde antes de sua O governo brasileiro, no en- eleição (o controle dos recurtanto, continuará negociando sos naturais bolivianos, aliás, é com a Bolívia para preservar promessa de campanha), Lula os interesses da Petrobras, que não esperava que esse tipo de é a maior multinacional em medida fosse tomada nem atuação no país vizinho. A es- agora, nem dessa forma. No Palácio do Planalto, a tatal, por sua vez, decidiu que avaliação foi de que Morales não vai se retirar da Bolívia. A empresa, porém, terá que "passou do limite" e tomou tentar negociar as condições uma medida "acima do tom" impostas pelo governo boli- com o decreto. Morales, seviano, como o aumento dos gundo a avaliação que prevaimpostos de 50% para 82%, leceu na reunião de cúpula, fez p a r a e v i t a r u m a e l e v a ç ã o um "gesto espetacular". O governo também entende no custo do gás natural. A idéia do governo Lula é que Morales está "jogando para a platéia" porevitar um repasque, recém-emse da eventual possado, precisa alta para o confazer maioria na sumidor final, assembléia namas não está cla- A Petrobras fez c i o n a l c o n s t ir o c o m o i s s o investimentos com tuinte que será ocorrerá. O aurecursos públicos e de eleita em julho e mento da carga percebe que a rapara a Petrobras seus acionistas e isso dicalização políé v i s t a p o r a l- precisa entrar nas tica nesse moguns analistas negociações. mento pode lhe como uma forSenador Romero Jucá render votos. ma de pressio(PMDB-RR) Dentro desse nar a estatal braraciocínio, lemsileira a pagar mais pelo combustível bolivia- bram auxiliares palacianos, a no, cujo preço estaria abaixo própria Bolívia deu a deixa de das cotações no mercado inter- que poderia discutir sua decinacional. E mais impostos na são posteriormente ao fixar, Bolívia devem prejudicar a ba- em 180 dias, o prazo para a lança comercial brasileira, à adaptação das empresas às nomedida que eleva os gastos vas regras. O prazo foi intercom a importação, de acordo pretado como "uma janela" pacom análise da Tendências ra a reabertura das conversas. O porta-voz da presidência Consultoria Integrada. Mais de 50% do gás natural da República, André Singer, consumido hoje no Brasil vem disse que o presidente da Peda Bolívia, que manda diaria- trobras assegurou que não hamente cerca de 24 milhões de verá desabastecimento de gás. metros cúbicos do produto. "A Petrobras tem todas as conEm conversa pelo telefone dições de garantir que o fornecom o presidente boliviano, cimento continuará normal." O governo quer estabelecer Evo Morales, Lula obteve a garantia da continuidade do for- uma forma de ressarcimento necimento de gás, combustí- da Petrobras pela expropriavel usado em usinas termelé- ção dos ativos. "A Petrobras tricas, indústrias, residências fez investimentos com recurabastecidas por gás canaliza- sos públicos e de seus acionisdo e carros movidos a Gás Na- tas, e isso precisa entrar nas netural Veicular. Lula se encontra gociações", afirmou o vice-líamanhã em Foz do Iguaçu com der do governo no Senado, Morales e os presidentes da Romero Jucá (PMDB-RR), reArgentina, Néstor Kirchner, e ferindo-se ao investimento de da Venezuela, Hugo Chávez, cerca de US$ 1,5 bilhão nos últimos dez anos. (AE) para discutir o assunto.

Soldados do exército boliviano ocupam instalações de gás no país: medida "acima do tom" de Evo Morales, na avaliação do governo brasileiro

Amorim defende o diálogo como solução Frabrice Coffrini/AFP

A

dotando um tom de cautela e evitando qualquer enfrentamento, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu o diálogo com o governo de La Paz como forma de solucionar a crise envolvendo a nacionalização do petróleo e gás boliviano. "Respeitamos a decisão soberana no governo boliviano, mas queremos um acordo por meio de um diálogo", afirmou ontem o chanceler brasileiro. Amorim foi obrigado a cancelar reuniões em Genebra, com países africanos e com ministros japoneses, para retornar imediatamente ao Brasil. O chanceler estava na Suíça para encontros que tinham como objetivo retirar a Organização Mundial do Comércio (OMC) do estado de paralisia em que se encontra. Em uma entrevista coletiva, Amorim evitou explicar aos jornalistas internacionais o motivo pelo qual estava retornando de forma antecipada ao Brasil. "Tenho

Amorim aconselha cautela

outras coisas para fazer no Brasil", limitou-se a dizer. Diálogo – Segundo Amorim, o Itamaraty sempre buscou o diálogo com os bolivianos para tratar do tema energético e não será diferente desta vez. Para ele, porém, um entendimento terá que ser baseado em uma situação que viabilize os investimentos da Petrobrás na Bolívia, de cerca de US$ 1 bilhão entre 1996 e 2004.

"Temos que respeitar a soberania dos países da região, mas queremos ver o que é viável", afirmou Amorim Retrospectiva – O chanceler brasileiro enviou a La Paz, na semana passada, o secretáriogeral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, para negociar com os bolivianos a questão dos impasses sobre energia e gás. Ele afirmou, porém, desconhecer os motivos pelos quais a missão não teria dado resultados positivos. O ministro brasileiro, que falou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a manhã de ontem, por telefone, não se cansou de insinuar que o Brasil tem tomado várias iniciativas para a ajudar a economia boliviana. Uma delas foi a decisão de propor que os produtos bolivianos entrassem sem qualquer imposto no mercado brasileiro, como forma de ajudar as exportações do país. Na sexta-feira da semana passada, Amorim lembrou, durante entrevista, que os in-

vestimentos brasileiros no país vizinho deram impulso à economia boliviana. As exportações do país ao mercado brasileiro passaram de US$ 30 milhões, em 1991, para US$ 700 milhões, no ano passado. Arbitragem – Enquanto o ministro defendia o diálogo, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicava ontem um levantamento mostrando que recorrer à arbitragem para resolver casos como o da Bolívia pode ser a melhor forma para evitar uma fuga de investimentos estrangeiros. Segundo o levantamento, aumentou o número de casos de arbitragem entre empresas e governos por causa de investimentos feitos em vários países. No total, 48 novas arbitragens no mundo foram abertas em 2005, o que faz com que o número total de casos chegue a 229. A maioria ocorre por causa do tratamento recebido pelas empresas por um governo, diante de situações de expropriação e outras diferenças. (AE)

CONTRATOS Lições para a diplomacia brasileira Governo boliviano aposta em auditorias

O

ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andres Soliz Rada, afirmou que serão realizadas auditorias para verificar o volume de investimento das petroleiras no país e toda a movimentação econômica feita na última década. "O resultado das auditorias nos levará a determinar os tipos de contrato e o nível de tributações", explicou. Desde ontem, todos os contratos do país com as empresas petroleiras foram cancelados. A partir de agora, o governo boliviano negociará, durante seis meses, novos contratos e como as empresas deverão agir. Ontem, durante entrevista ao canal Telesur, o ministro disse que "tudo dependerá das auditorias, para que o Estado elabore e apresente novos contratos e não seja o Estado que se submeta aos modelos que as petroleiras elaboravam, que era o que acontecia". Mais impostos — Os novos contratos trarão "resultados econômicos importantes" para o país, segundo o ministro boliviano. Ele cita o caso da Petrobras, que antes pagava 50% de

tributação sobre a exploração de dois megacampos e agora pagará 82%. Esses dois campos são responsáveis por 70% da exportação do gás que vinha para o Brasil. "Em estudos que realizamos, está demonstrado que a empresa brasileira pagava com toda comodidade, há vários anos, seus gastos de investimento. De modo que, há vários anos, esses megacampos têm utilidades verdadeiramente extraordinárias, das quais o povo boliviano quer participar", disse o ministro. Ele informou que outros campos bolivianos abastecem 80% do mercado de São Paulo. Por isso, ele acredita que a Petrobras e o governo brasileiro "são os mais interessados em que a produção boliviana não diminua e seja normal". Essa é a terceira vez que a Bolívia passa por um processo de nacionalização do petróleo. Em 1937, o país recuperou a produção detida por duas empresas, uma inglesa e outra norte-americana. Em 1969, foram recuperados US$ 3 bilhões em reservas de gás. (ABr)

A

nacionalização do setor de gás da Bolívia deixou três claras lições ao governo do presidente Lula. Primeira: em política externa, ingenuidade é falha mortal. Segunda: discursos de generosidade com a vizinhança só surtem efeito se refletidos em cifras gordas. Terceira: simpatias ideológicas não são suficientes para se obterem benefícios ou tratamento diferenciado. Desde o início de 2005, o presidente Lula deslizou nesses três princípios ao lidar com a vizinha Bolívia. Agora amarga a redução da Petrobras a mera prestadora de serviços, o risco de falta de um dos combustíveis da matriz energética brasileira e o desmoronamento dos pilares da política externa. As advertências vêm de experientes profissionais da diplomacia, que hoje atuam no setor privado, e de fontes do governo que acompanharam o caso. Embora tenha surpreendido o Itamaraty, o modelo anunciado na última segunda-feira por Evo Morales era uma "pedra cantada" há muito tempo, alertou o embaixador José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro de Estudos de Rela-

ções Internacionais (Cebri). O governo Lula agiu no último ano como se a medida não fosse recair sobre a Petrobras,

arrematou o ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o embaixador Sebastião do Rêgo Barros.

Mais incisivo, Botafogo acredita que houve "erros de análise e de tática" por parte do Itamaraty e do Planalto. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

quarta-feira, 3 de maio de 2006

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Paulista – Maio/2006 COMUNICADO CAT-23, DE 27-04-2006 O coordenador da Administração Tributária declara que as datas fixadas para cumprimento das Obrigações Principais e Acessórias, do mês de abril de 2006, são as constantes da Agenda Tributária Paulista anexa. AGENDA TRIBUTÁRIA PAULISTA Nº 201 MÊS: MAIO DE 2006 DATAS PARA RECOLHIMENTO DO ICMS E OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Classificação de Atividade Econômica

Código de Prazo de Recolhimento

CNAE

CPR

15237, 15911 a 15954, 21105 a 21490, 23108 a 23302, 24112 a 24996, 25216 a 25291, 26204, 27138 a 27413, 27499 a 27529, 28118 a 28215, 28312 a 28991, 29130, 29157, 29246, 29254, 29513 a 29548, 29718 a 29963, 30112 a 30228, 31119 a 31410, 31518, 31810 a 31992, 32107 a 32301, 32905, 33103 a 33502, 33910 a 33944, 34100, 34207, 34509, 35114 a 35211, 35238, 35327 a 35912, 36927 a 36951, 36978 e 36994; 40118 a 40142, 40207 e 40304; 51217 a 51926, 60267 a 60291, 61115 a 61239, 62103 a 62308, 64114 e 64122; 92215, 92223 e 92401. 01112 a 01708, 02119 a 02135, 05118, 05126, 10006, 11100, 11207, 13102 a 13293, 14109 a 14290, 16004, 26913, 26921, 45110 a 45608, 50105, 50202, 50504, 51110 a 51195, 55131 a 55190, 55247, 60305 e 63118 a 63401; 65102 a 65994, 72109 a 72907, 74110 a 74993, 85111 a 85324. 64203 15431, 41009, 50300 a 50423, 52116 a 52795, 55212 a 55239, 55298, 60100 a 60224, 66117 a 66303, 67113 a 67202, 70106 a 70408, 71102 a 71404, 73105, 73202, 75116 a 75302, 80136 a 80993, 90000, 91111 a 91995, 92118 a 92134, 92312 a 92398, 92517 a 92622, 93017 a 93092, 95001 e 99007. 28223, 29114 e 29122, 29149, 29211, 29220, 29238, 29297 a 29408, 29610 a 29696. 15113 a 15229, 15318 a 15423, 15512 a 15890, 17116, 17191, 19100 a 19291, 20109 a 20290, 22144 a 22349, 23400, 25119 a 25194, 26115 a 26190, 26301, 26492, 26999, 27421, 31429, 31526, 31607, 34312 a 34495, 35220, 35920, 35998, 36110 a 36919, 37109, 37206, 60232 a 60259. 17213 a 17795, 18112 a 18228, 19313 a 19399, 26417, 26425, 35319 e 36960. Industriais ou Atacadistas de Pequeno Porte (art. 11 das Disposições Transitórias do RICMS/2000) Observações O Decreto 45.490, de 30/ 11/2000 - DOE de 1°/12/2000, que aprovou o novo RICMS, estabeleceu em seu Anexo IV prazos do recolhimento do imposto em relação às Classificações de Atividade Econômica ali indicadas, com alteração do Decreto n° 49.016 de 06/10/ 2004, D.O. de 07/10/2004. O não recolhimento do imposto até o dia indicado sujeitará o contribuinte ao seu pagamento com juros estabelecidos pela Lei 10.175, de 30/ 12/98 - D.O. de 31/12/98, e demais acréscimos legais. Informações Adicionais do Imposto Retido Antecipadamente por Substituição Tributária: Os contribuintes, em relação ao imposto retido antecipadamente por substituição tributária, estão classificados nos códigos de prazo de recolhimento abaixo indicados e deverão efetuar o recolhi-

Regime Periódico de Apuração Recolhimento do ICMS FATO GERADOR 04/2006 03/2006 DIA DIA

1031

4

-

1100 1150

10 15

-

1200

22

-

1220

22

-

1250

25

-

2100

-

10

2102

-

10

mento até os seguintes dias (Anexo IV, art. 3°, § 1° do RICMS aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00, com alteração do Decreto 45.644, de 26/1/01): Dia 04 - cimento - 1031; refrigerante, cerveja, chope e água - 1031; álcool anidro, demais combustíveis e lubrificantes derivados de petróleo - 1031. Dia 09 - veículo novo 1090; veículo novo motorizado classificado na posição 8711 da NBM/SH - 1090; pneumáticos, câmaras-de-ar e protetores de borracha 1090; fumo e seus sucedâneos manufaturados - 1090; tintas, vernizes e outros produtos químicos - 1090; energia elétrica - 1090; Dia 15 - sorvete, acessório como cobertura, xarope, casquinha, copo, copinho, taça e pazinha - 1150. Observações em relação ao ICMS devido por ST: a) O contribuinte enqua-

drado em código de CNAE que não identifique a mercadoria a que se refere a sujeição passiva por substituição, observado o disposto no artigo 566, deverá recolher o imposto retido antecipadamente por sujeição passiva por substituição até o dia 9 do mês subseqüente ao da retenção, correspondente ao CPR 1090 (Anexo IV, art. 3°, § 2° do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00; com alteração do Decreto 46.295, de 23/ 11/01, DOE de 24/11/01). b) Em relação ao estabelecimento refinador de petróleo e suas bases, observar-seá o que segue: 1) no que se refere ao imposto retido, na qualidade de sujeito passivo por substituição tributária, 80% do seu montante será recolhido até o 3º dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1031 e o

restante, até o dia 10 do correspondente mês - CPR 1100; 2) no que se refere ao imposto decorrente das operações próprias, 95% será recolhido até o 3º dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1031 e o restante, até o dia 10 do correspondente mês CPR 1100. 3) no que se refere ao imposto repassado a este Estado por estabelecimento localizado em outra unidade federada, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia 10 de cada mês subseqüente ao da ocorrência do fato gerador - CPR 1100 (Anexo IV, art. 3º, § 5º do RICMS, acrescentado pelo Decreto nº 47.278, de 29/10/02). Empresa de Pequeno Porte e Microempresa - CPR 1210; Dia 22 - Os contribuintes sujeitos a esse regime deverão efetuar o recolhimento do imposto apurado no mês de abril/2006 até esta data (art. 11 do Anexo XX e art. 3°, inciso VII do Anexo IV do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00; Comunicado CAT 3, de 22/1/01 - DO de 24/1/01). Convenção e Feira Paulista de Supermercados Conforme estabelecido pelo Decreto 50.725 de 13/ 04/2005, fica prorrogado por 30 dias o prazo para o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços - ICMS incidente na saídas de mercadorias decorrentes de negócios firmados durante a realização do 22º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, a ser realizado no período de 22 a 25 de maio de 2006, no Pavilhão de Exposições do Expo Center Norte, em São Paulo - SP, observados os dias correspondentes ao Código de Prazo de Recolhimento do imposto de cada estabelecimento e os termos do referido Decreto. Outra Obrigações Acessórias 1) Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA: A GIA, mediante transmissão eletrônica, deverá ser apresentada até os dias a seguir indicados de acordo com o último dígito do número de inscrição estadual do estabelecimento. (art. 254 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/ 11/00 - D.O. de 1º/12/00 Portaria CAT 92, de 23/12/ 98, Anexo IV, artigo 20 com alteração da Portaria CAT 49, de 26/06/01 - D.O. de 27/ 06/01). Final Dia 0e1 16 2, 3 e 4 17 5, 6 e 7 18 8e9 19

Caso o dia do vencimento para apresentação indicado recair em dia não útil, a transmissão poderáser efetuada por meio da Internet no endereço http://www. fazenda.sp.gov.br ou http://pfe.fazenda.sp.gov.br 2) Dia 10 - Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS - Substituição Tributária: O contribuinte de outra unidade federada obrigado à entrega das informações na GIA-ST, em relação ao imposto apurado no mês de abril/2006, deverá apresentá-la até essa data, na forma prevista no Anexo V da Portaria CAT 92, de 23/ 12/98 acrescentado pela Portaria CAT 89, de 22/11/ 00, D.O. de 23/11/00 (art. 254, parágrafo único do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00). 3) Dia 15 - Demonstrativos do Crédito Acumulado: o contribuinte deverá entregar até essa data, no Posto Fiscal do seu domicílio, os respectivos demonstrativos referentes aos fatos geradores do mês de abril/2006 (art. 72 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00 e art. 1º, inciso IV da Portaria CAT 53/ 96, de 12/08/96 - D.O. de 27/ 8/96 - Retificada em 31/8/96, na redação dada pelas Portarias CAT 68/96, 15/97, 38/97, 71/97, 71/98; 37/2000, 94/01 e 35/02). 4) Dia 15 - Relação das Entradas e Saídas de Mercadorias em Estabelecimento de Produtor: produtor não equiparado a comerciante ou a industrial que se utilizar do crédito do ICMS deverá entregar até essa data, no Posto Fiscal a que estiver vinculado, a respectiva relação referente ao mês de abril (art. 70 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1° /12/00 e art. 18 da Portaria CAT 17/03). 5) Dia 15 - Arquivo com Registro Fiscal: Os seguintes contribuintes deverão enviar até essa data à Secretaria da Fazenda através do correio eletrônico http://pfe.fazenda.sp.gov.br, com registro fiscal de todas as suas operações e prestações com combustíveis derivados de petróleo, gás natural veicular e álcool etílico hidratado combustível efetuadas a qualquer título efetuadas no mês de abril: a) os fabricantes e os importadores de combustíveis derivados de petróleo, inclusive de solventes, as usinas e destilarias de açúcar e álcool, as distribuidoras de combustíveis, inclusive de solventes, como definidas e autorizadas por órgão federal competente, e os Transportadores Revendedores Retalhistas - TRR (art. 424-B do RICMS, aprovado pelo Decreto 48.139 de 8/10/ 2003, D.O. de 9/10/03, normatizada pela Portaria

CAT-95 de 17/11/2003, D.O. de 19/11/2003). b) Os revendedores varejistas de combustíveis e os contribuintes do ICMS que adquirirem combustíveis para consumo (art. 424-C do RICMS, aprovado pelo Decreto 48.139 de 8/10/03, D.O. de 9/10/03 e normatizada pela Portaria CAT-95 de 17/ 11/2003, D.O. de 19/11/ 2003). 6) Renovação da Inscrição no Cadastro de Contribuintes: No período de 1º de janeiro a 30 de junho de 2006, deverão solicitar a renovação da inscrição no Cadastro de Contribuintes deste Estado, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Fazenda, os contribuintes que exerçam as seguintes atividades: a) fabricante ou importador de combustível, derivado ou não de petróleo, inclusive de solvente; b) distribuidor de combustível e Transportador Revendedor Retalhista TRR como tal definidos e autorizados por órgão federal competente, inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS; c) comércio atacadista de solvente; d) posto revendedor de combustíveis. O contribuinte que não renovar sua inscrição perante a Secretaria da Fazenda, será considerado não inscrito, sujeitando-se às penalidades estabelecidas na legislação, e terá cassada a eficácia da inscrição de todos os seus estabelecimentos localizados neste Estado, nos termos do artigo 24 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30 de novembro de 2000. (Decreto 50.319 de 07/12/05 D.O. de 07/12/05) Notas Gerais 1. Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - Ufesp: Por meio de comunicado, a Diretoria de Arrecadação divulgou o valor da Ufesp que, para o período de 1°/1/ 2006 a 31/12/2006, será de R$ 13,93 (Comunicado DA 57, de 20/12/05 - D.O. 21/ 12/05). 2. Nota Fiscal de Venda a Consumidor: À vista do disposto no art. 134 do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30/11/00, D.O. de 1°/12/00, será facultada a emissão da nota fiscal, desde que não exigida pelo consumidor, quando o valor da operação for inferior a R$ 7,00, no período de 1°/1/ 2006 a 31/12/2006 (Comunicado DA 61, de 20/12/05 D.O. 21/12/05) 3. Esta Agenda Tributária foi elaborada com base na legislação vigente em 27/04/2006. DOE - 28/04/2006


quarta-feira, 3 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BOLÍVIA PAGARÁ METADE DO VALOR DA PRODUÇÃO

A militarização dos campos de petróleo vai garantir que o país cumpra as exportações. Evo Morales, presidente da Bolívia

GOVERNO BOLIVIANO QUER MAIOR PARTICIPAÇÃO NA EXPLORAÇÃO DE MINÉRIOS, MAS SEM EXPROPRIAÇÃO

PRÓXIMO ALVO É SETOR DE MINERAÇÃO

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próxima intervenção do governo boliviano será no segmento de mineração. Segundo o vice-presidente da Bolívia, Alvaro García, a participação do governo no setor incluirá o aumento dos impostos, mas não a expropriação de mineradoras. García disse a uma rádio local que o governo do presidente Evo Morales estava "contente" com grandes projetos de mineração que entrarão em produção em breve, como a mina de prata e zinco San Cristóbal, da empresa norte-americana Apex Silver, mas sinalizou que as regras do jogo devem mudar. "Se há garantia do investimento privado em diferentes minas, estamos contentes. Mas dizemos isso claramente: tem de pagar mais impostos em relação à taxa atual, que é inferior a 5%", declarou o vice-presidente boliviano. Na mineração "não haverá expropriação de empresas, mas, logicamente, vamos assumir um controle maior do Estado no processo e reativar (a empresa estatal) Comibol", acrescentou García. Vigilância – Soldados vigiavam dezenas de refinarias e campos de gás da Bolívia ontem, em meio à crescente preocupação internacional com a nacionalização dos recursos energéticos do país. Morales foi eleito com promessas de ampliar o controle estatal sobre as riquezas naturais do país, mas a dimensão da nacionalização que ele anunciou na última segunda-feira em um campo de gás da Petrobras surpreendeu analistas e alarmou investidores. A Bolívia tem a segunda maior reserva sulamericana de gás natural, atrás da Venezuela. A forma de gerenciar esses recursos provocou várias revoltas populares, que derrubaram dois governos entre 2003 e 2005. Morales escolheu o Dia do Trabalho para anunciar a nacionalização, que estipula um prazo de seis meses para que as empresas renegociem seus contratos, sob pena de serem expulsas do país. O decreto diz que "o Estado recupera a propriedade, posse e total e absoluto controle" sobre os hidrocarbonetos. Para Enrique Alvarez, analista de Wall Street (Nova York), o decreto "lança a Bolívia de volta às décadas de 1960 e 1970, quando a nacionalização era muito popular e um termo temido (por investidores) em toda a região". "Há outros fatores sociais na

Aizar Raldes/AFP PHOTO

Bolívia que estão pressionando Evo Morales a tomar uma ação rápida. A relação que ele está construindo com o presidente da Venezuela Hugo Chávez e com o líder cubano Fidel Castro o está forçando a agir com rapidez", disse Álva-

Tem de pagar mais imposto em relação à taxa atual, que é inferior a 5%. Alvaro García, vice-presidente da Bolívia rez, estrategista para a América Latina da empresa de pesquisas IDEAglobal. A decisão boliviana lembra atitudes do governo Chávez, que obrigou as empresas a firmarem acordos com a estatal PDVSA e cobrou impostos re-

troativos pela produção na Venezuela – o quinto maior exportador de petróleo do mundo. Em geral, as grandes empresas do setor acataram as condições. Alguns analistas acham que as petrolíferas também aceitarão renegociar com a Bolívia, apesar da redução de lucros. Pelo decreto, a estatal YPFB pagará pelos serviços das multinacionais do setor, oferecendo 50% do valor da produção. Nos dois maiores campos de gás do país – um deles operado pela Petrobras – as empresas ficarão com 18%. O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que a decisão de militarizar as instalações petrolíferas, depois de anunciar a nacionalização da indústria de energia, garantirá que o país cumpra com suas exportações de gás natural. Euforia – O clima na Bolívia é de carnaval após a estatização do setor petrolífero. Evo Morales foi aclamado pelo povo. A visão é de que esta será a solução para o problema da miséria no país. (Agências)

Claudia Daut/Reuters

Para analistas, Evo Morales é influenciado por Fidel Castro

De produtor a presidente

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vo Morales foi eleito em dezembro de 2005 com um projeto político genérico, de "refundar a Bolívia", e duas promessas específicas: tirar da ilegalidade o cultivo da folha de coca e nacionalizar os recursos naturais, principalmente, os hidrocarbonetos. Morales, que na juventude foi um pastor de Ihamas, teve também um papel fundamental nas lutas da população indígena e nos conflitos entre os produtores de coca e os programas de erradicação da droga, financiados pelos Estados Unidos. Expulso do Parlamento em janeiro de 2002 por enca-

beçar protestos contra a erradicação do cultivo da coca, Morales retornou com mais força nas eleições desse mesmo ano, quando seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), conquistou um quinto das vagas no Congresso. Com o decreto, Morales só reforçou o alinhamento da Bolívia com a Venezuela de Hugo Chávez e com a Cuba de Fidel Castro, que assinaram, no último fim de semana, o Tratado de Comércio dos Povos (TCP), para a compra e venda de produtos com tarifa zero e que almeja ser uma alternativa ao Tratado de Livre Comércio (TLC) comandado pelos EUA. (MR)

Trabalhadores da YPFB substituíram o logotipo da antiga empresa de exploração de petróleo pelo da estatal boliviana

A história se repete pela 3ª vez

A

nacionalização das reservas de gás e petróleo decretada pelo governo Evo Morales não é a primeira medida do tipo tomada na Bolívia. Duas outras vezes nos anos de 1937 e 1969 foram efetuadas ações semelhantes. O país passava por regimes militares. A primeira das nacionalizações ocorreu no governo do coronel David Toro. A medida estava diretamente ligada ao conflito entre a Bolívia e o Paraguai, conhecido como Guerra do Chaco. Duas empresas americanas tinham interesses na região do Chaco, a Standard Oil e a Royal Dutch Shell. A primeira era suspeita de apoiar o governo boliviano e a

segunda, o paraguaio. A disputa era pelas possíveis reservas do Chaco – havia sido encontrado petróleo no sopé da cordilheira dos Andes e acreditava-se que isso também ocorreria no Chaco – e pela oportunidade de exportar para a Argentina. A Royal Dutch, além do apoio financeiro ao Paraguai, teria mobilizado os argentinos para seu lado, e a Bolívia saiu derrotada. Morreram aproximadamente 60 mil bolivianos e 30 mil paraguaios. Em 1937, Toro nacionalizou a Standard Oil, alegando que a empresa cometia fraudes fiscais. A gestão dos negócios passou à estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), criada em 1936.

Em 1955, o país adotou uma nova lei para o petróleo, conhecida como Código Davenport. A medida oferecia vantagens às companhias estrangeiras que investissem na Bolívia. Quinze empresas transnacionais investiram no setor, entre elas a americana Gulf Oil. Em 17 de agosto de 1969, o então presidente, general Alfredo Ovando Candia, expropriou as concessões da Gulf Oil Company no país. A medida foi considerada sobretudo política. É que ele havia deposto com um golpe militar o então presidente Siles Salinas. O ato de nacionalizar a empresa dos Estados Unidos foi visto como uma forma de Candia obter apoio popular. (AE)


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quarta-feira, 3 de maio de 2006

Há um erro na maneira como ele (Evo Morales) conduziu esse processo. Ricardo Berzoini, presidente do PT

AÇÕES PN DA PETROBRAS SUBIRAM 1,51% ONTEM

OPERADORES ARGUMENTARAM QUE, NO IMPASSE, BOLÍVIA TEM MAIS A PERDER DO QUE O BRASIL

AÇÕES DA PETROBRAS FECHAM EM ALTA

A

s ações da Petrobras começaram o dia em baixa, ontem, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), em uma reação inicial ao anúncio de nacionalização da produção de gás e petróleo na Bolívia. Nas cotações mínimas do dia, Petrobras PN (sem direito a voto) caiu 1,36%, enquanto as ações ON (com direito a voto) recuaram 1,1%. No encerramento dos negócios, no entanto, Petrobras PN subia 1,51% e os papéis ON, 2,92%. Ao longo do dia, o mercado reavaliou o impacto da decisão do presidente boliviano Evo Morales sobre a estatal brasileira. E acabou prevalecendo, nos preços das ações da Petrobras, a alta das cotações do petróleo no mercado externo. Petrobras PN foi o papel mais negociado na bolsa, com giro financeiro de R$ 404 milhões. Com relação ao caso do gás na Bolívia, um operador do mercado acionário fez o seguinte comentário: "A Bolívia representa pouco para a Petrobras, mas a Petrobras representa muito para a Bolívia." "Morales tem sua razão porque a Bolívia está recebendo um preço inferior aos do mercado internacional. E é isso que deverá entrar em jogo daqui para a frente: o preço do gás a ser pago pela Petrobras", afirmou o profissional. Jogo de poder — O economista Antônio Madeira, da MCM Consultores, afirmou

David Mercado/Reuters

que a Bolívia tem mais a perder do que o Brasil nesse impasse. De acordo com o economista, a Bolívia vendeu para o Brasil no ano passado em gás natural o equivalente a US$ 400 milhões, ou um terço de tudo que os bolivianos exportam. "Do outro lado, o Brasil é o maior exportador de bens intermediários, de consumo e de capital para a Bolívia, ultrapassando os Estados Unidos", afirmou Madeira. Essas vendas, no ano passado, resultaram em uma entrada de US$ 250 milhões a favor do Brasil. Assim, eventuais sanções comerciais custariam caro à Bolívia. Pouco peso — Além disso, comentou um operador, o papel do negócio da Petrobras na Bolívia representa pouco para o total das operações da estatal brasileira. "Esse risco-Bolívia já vinha sendo embutido nos preços das ações da Petrobras, o que ajuda a explicar por que não recuaram na Bovespa", disse. "Se o petróleo continuar subindo, mais que compensa as perdas que a empresa pode ter ao sair da Bolívia", acrescentou. Outro operador ainda fez o seguinte raciocínio: a Bolívia precisa do Brasil e da Argentina para escoar seu gás. O transporte para países distantes é muito caro e a Bolívia não tem condições para bancá-lo. "Isso significa que quanto mais Morales criar dificuldades, mais outras empresas vão se afastar da Bolívia. E a Petrobras ganhará importância com isso", observou. (DC/AE)

Bolívia alimenta "medo" na AL

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Tudo calmo em um posto da Petrobras ontem, um dia depois de Morales assinar decreto polêmico

Uso da diplomacia é a melhor saída, dizem advogados

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governo brasileiro tem a opção de recorrer à Corte Internacional de Justiça para questionar a mudança nas regras de exploração petrolífera na Bolívia, que ocorreu com a edição de um decreto que nacionalizou as reservas de petróleo e de gás. Essa medida seria a mais provável, caso o Brasil decidis-

se endossar a briga da Petrobrás, ou seja, assumir as rédeas da situação e travar uma discussão bilateral com a Bolívia. Especialistas, no entanto, defendem que a diplomacia continua sendo a melhor saída para resolver o impasse. "Tendo por base a atual política externa brasileira de contemporizar, essa deve ser uma primeira abordagem", avaliou o professor de Direito Internacional da Universidade de São Paulo (USP), Umberto Celli Júnior. Na opinião do professor de Direito, a iniciativa do presidente boliviano contraria as regras internacionais relativas a investimentos estrangeiros. Além da corte internacional, o governo brasileiro também poderia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), da qual tanto o Brasil quanto a Bolívia fazem parte. Celli Júnior destacou que não existe acordo formal entre os dois governos que proteja os investimentos feitos na Bolívia. Caso o Brasil decida agir judicialmente, terá que se basear no contrato estabelecido pela Pe-

trobras com o governo boliviano e nas regras internacionais. Na hipótese de o governo brasileiro não endossar a briga da estatal, uma possível ação contestando o decreto de Morales deverá seguir, num primeiro momento, na Justiça boliviana o que, na opinião de Bruno Yepes Pereira, professor de Direito Internacional da Fespsp, pode acarretar a derrota da Petrobras. "Dificilmente Morales editaria um decreto contrariando a Constituição do país. Certamente há respaldo legal para estabelecer a nacionalização", comentou Pereira. O advogado Anis Kfouri Júnior discorda da opinião de Pereira. "O que Morales quer é o crescimento de sua popularidade, e isso ele conseguiu. Vingando ou não a medida, ele terá benefícios. Caso a nacionalização seja, de fato, estabelecida, ele será conclamado como o protetor dos bens bolivianos. Mesmo na hipótese de um desfecho desfavorável no Judiciário, ele ainda poderá sair com a fama de ter tentado", destacou. Márcia Rodrigues, com ABr

Para PSDB, Lula é omisso

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presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser omisso na crise com a Bolívia. Ele disse que o presidente tem um comportamento conivente com países que não estariam respeitando os interesses do Brasil. "Ele não pode dizer que compreende o (Hugo) Chávez, ou o (Evo) Morales. Sua obrigação constitucional é defender os interesses brasileiros imediatamente." E ele não é o único preocupado com a situação da Petrobras na Bolívia e suas repercussões no País. Tanto que ontem, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou o convite para os ministros das Minas e Energia, Silas Rondeau; da Fazenda, Guido Mantega, e da Defesa, Valdir Pires, participarem de uma audiência pública para explicar a repercussão na economia brasileira da estatização. da refinaria da Petrobras. Ela deverá ocorrer na próxima semana. Enquanto isso, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), relator do processo de indicação do novo embaixador do Brasil na Bolívia, decidiu esperar o desenrolar da crise para votar o nome do diplomata

Frederico Cezar de Araújo, indicado pelo governo. Aplausos – Já o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), defendeu a atitude do presidente Evo Morales. Em discurso a seus secretários e ocupantes de cargos em comissão, Requião foi enfático: "O que eu quero para o Brasil, eu quero para a Bolívia. Que a Bolívia vença essa parada da soberania de seu subsolo e retire das mãos das multinacionais e da especulação das bolsas aquilo que pode viabilizar uma modificação profunda na vida de seu povo", disse. "É um conflito da Bolívia com uma empresa que tem mais de 70% de suas ações na bolsa." Opinião semelhante tem o líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Ivan Valente (SP). Ele disse que a nacionalização do petróleo e do gás na Bolívia são a "realização do ideal de Che Guevara 40 anos depois de sua morte". Já o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que o presidente boliviano errou em sua atitude. "Há um erro na maneira como ele conduziu esse processo porque o Brasil é parceiro da Bolívia há muitos anos, independente da boa amizade ou da afinidade ideológica." (Agências)

nalistas estrangeiros alertam que a estatização da indústria de gás e petróleo da Bolívia pode sinalizar o início de uma tendência em países governados por partidos de esquerda de forte tom nacionalista, que afastaria investidores e criaria mais um fator de incerteza e de pressão sobre os preços dessas commodities. "Essa decisão da Bolívia pode fazer com que os investidores do setor de gás e petróleo fiquem mais cautelosos na América Latina", disse Mohammad-Ali Zeiny, analista do Centre for Global Energy Studies de Londres. "Eles vão temer com mais intensidade que o que está acontecendo na Bolívia, e também na Venezuela, poderá ser tornar moda em outros lugares." Esse "fator medo", acrescentou, será estimulado pelos elevados preços do petróleo e gás, que aumentaram a arrecadação dos países produtores. "Haverá o receio de que outros governos se sintam tentados a seguirem a mesma linha política." O temor de uma "onda esquerdista" ou "populista" na América Latina entre os investidores estrangeiros vem crescendo nos últimos meses diante da crescente influência do presidente Hugo Chávez, na região, e a eleição de Morales, na Bolívia. Esse receio foi reforçado no mês passado pela vitória do candidato Ollanta Humala no primeiro turno da eleição do Peru e pela boa posição de Lopez Obrador, ex-prefeito da capital mexicana, nas pesquisas eleitorais do México. O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, é visto como uma versão light dessa onda política que tem ganhado força na região. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é sempre colocado como um contraponto a essa tendência, sendo qualificado pela imprensa e bancos estrangeiros como principal representante da "esquerda responsável" da América Latina, pois manteve políticas econômicas ortodoxas e consideradas pró-mercado. Zeiny observa que o temor de uma "onda nacionalizante" se transformará, também, num fator adicional de pressão sobre as expectativas dos preços do gás e petróleo. "Se os investimentos em países produtores importantes declinarem por uma onda estatizante, isso obviamente poderá ter um impacto sobre os preços, pois sinalizará uma redução na produção prevista para o futuro." Petrobras – Os analistas vêem pouco impacto sobre a Petrobras. Isso porque a Bolívia respondeu por apenas 2,4 % da produção e 2,8% das reservas da empresa, no ano passado. "Se a Petrobras fosse uma empresa privada, eles poderiam sair e recorrer a um processo de arbitragem. Mas eles precisam pensar no suprimento de gás brasileiro", disse Adriano Pires, presidente da consultoria Centro Brasileiro de Infra-estrutura. Os analistas dizem que até 75% do gás natural consumido em São Paulo, o principal pólo industrial brasileiro, vem da Bolívia, e que alguns dos prósperos estados do Sul do País dependem integralmente dessa fonte de suprimento. (Agências)


quarta-feira, 3 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Unidade da Petrobras na Bolívia: país pode perder investimentos da estatal e de empresas européias

S&P: BRASIL TEM INSTITUIÇÕES FORTES

COM A SUCESSÃO DE AÇÕES POPULISTAS NA AMÉRICA DO SUL, PAÍS PODERÁ ATRAIR MAIS INVESTIMENTOS

BRASIL PODERÁ SE BENEFICIAR Amanecer Tedesqui/AP/AE

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Ações como a de Evo Morales, consideradas populistas, poderão favorecer investimentos no Brasil Newton Santos/Hype

O taxista Antonio Francisco de Oliveira tem carros movidos a gás natural desde 1992. Ele optou pelo combustível por ser mais barato, mas agora teme aumento.

Taxista teme aumento do preço

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esmo com a garantia dada pela Petrobras de que não há risco de desabastecimento de gás natural no Brasil, a nacionalização da produção na Bolívia gera apreensão entre consumidores. "Pode não faltar combustível, mas o preço deve ficar mais alto, como sempre acontece quando existe risco de escassez", avaliou o taxista Antonio Francisco de Oliveira, que trabalha com carro movido a gás natural. Levando clientes de um lado para outro da cidade de São Paulo, Oliveira costuma rodar, a cada mês, seis mil quilômetros. Desde 1992 ele só anda com carros movidos a gás natural. "Comparando com a ga-

solina, chego a economizar 60% com esse combustível." O taxista gasta aproximadamente R$ 500 mensais com o gás. "Se usasse a gasolina, gastaria três vezes mais", disse. Preocupação — A escassez de gás natural no mercado brasileiro já vinha sendo apontada por especialistas como uma preocupação. O analista do setor de energia da Tendência Consultoria, Sérgio Conti, acredita que, em 2010, não haverá mais gás natural. A primeira ferramenta do governo para solucionar esse problema, segundo ele, é começar a inibir o consumo veicular a partir de agora. "Isso pode ser feito por meio de aumento de preços", afirmou Conti.

O consumo de gás natural por veículos vem crescendo significativamente. A média do consumo anual cresceu 22,3% nos últimos 12 meses. No Brasil, são cerca de 1,1 milhão de veículos que rodam com o combustível. Porém, Conti não espera que o governo aumente os preços já em 2006. "Estamos em um ano eleitoral e isso seria muito ruim para o presidente se ele pretende se reeleger." Um segundo instrumento que pode ser usado pelo governo para evitar a escassez é aumentar os preços para a indústria. "As empresas já estão se adaptando para usar energia elétrica", afirmou. Sonaira San Pedro/AE

Protestos contra a saída da EBX Evaristo Sa/AFP PHOTO

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oi reiniciado na madrugada de ontem o "Paro Cívico" na Bolívia, em toda a região que faz fronteira com Corumbá, a noroeste de Mato Grosso do Sul, no Pantanal. O movimento é de trabalhadores desempregados de Puerto Suarez e outras 15 cidades que estão mobilizadas há um mês contra a expulsão da siderúrgica EBX, decretada pelo governo do presidente Evo Morales. Eles colocaram caminhões e tratores sobre os trilhos da ferrovia que liga Corumbá a La Paz, bloquearam a rodovia de acesso a Santa Cruz de La Sierra e estão impedindo o trânsito de veículos e pedestres sobre a ponte que une Corumbá e Arroyo Concepción. Frente aos manifestantes que carregavam bandeiras bolivianas, os comerciantes fecharam suas lojas e nem mesmo a feira permanente que é realizada na divisa com o Brasil, está funcionando. Desde a sexta-feira da semana passada, o comércio estava funcionando normalmente, o que não ocorreu ontem, inclusive expediente no Aeroporto Internacional de Puerto Suarez e

Edil Gerick: pedido de asilo

na Estação Ferroviária. O "Paro Cívico" foi decido em uma assembléia popular dos moradores de Arroyo Concépcion, Puerto Quijarro, Puerto Suarez e EL Carmen Riveiro Torrez. Gritos – Os gritos contínuos de "queremos lugar para trabalhar" e "a siderúrgica tem que ficar" estão mais escassos entre os manifestantes. Eles evitam citar o nome da empresa brasileira, substituindo-o por "criação e manutenção de postos de trabalho".

A mudança pode ser justificada pela presença de militares que ocuparam desde as primeiras horas de ontem os postos de combustíveis abastecidos por estatais bolivianas. Soldados da Polícia Nacional e do exército estão garantindo o abastecimento desses estabelecimentos por empresas bolivianas. Nos postos mais próximos da fronteira com Corumbá, as guarnições militares estão reforçadas com até 20 militares em cada uma. Asilo – O líder do Comitê Cívico de Puerto Suarez, Edil Gerick, que teve sua prisão pedida pelo presidente boliviano Evo Morales, oficializou ontem na Delegacia de Polícia Federal de Corumbá solicitação de asilo ao Brasil. Gerick estava à frente das manifestações em defesa da construção da siderúrgica brasileira EBX. A decisão de conceder ou não asilo é do Ministério da Justiça. Ele é acusado de ser responsável pelo movimento que começou no dia 18 de abril, quando os manifestantes fizeram reféns os ministros bolivianos Carlos Villegas, Walter Vilarroel e Celinda Sossa (AE)

m ambiente de menor carga tributária e de expressiva previsibilidade política pode favorecer o Brasil na atração de investimentos estrangeiros em meio às ações populistas que vêm emergindo na América Latina. "Enviar fortes sinais aos investidores é a chave para o Brasil", disse Lisa Schineller, diretora de rating da Standard & Poor's. Roger Scher, diretor-gerente e chefe de rating soberano para América Latina da agência Fitch Ratings, citou um artigo recente do ex-ministro mexicano Jorge Castañeda enquadrando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma esquerda "moderna, mente aberta e reformista", da qual também faz parte Michelle Bachelet, do Chile. Mas acrescenta que, se reeleito, o presidente Lula deveria ter muito claro qual o ponto de políticas ortodoxas para benefício de ações sociais. Schineller ponderou que não é "benéfico generalizar a experiência na Bolívia para a região como um todo". Ações como a anunciada por Morales estão "ocorrendo em países de fracas instituições políticas", disse a analista da S&P, após evento em Nova York. "Definitivamente, não é uma ocorrência positiva", afirmou Schineller. A analista citou que alguns países, como é o

caso da Venezuela, estavam tentando extrair mais do investidor estrangeiro, em uma referência à tentativa do país de mudar contratos de petrolíferas de forma unilateral. Esses países, apontou a analista, não serão vistos com forte apetite pelos investidores estrangeiros. Uma questão que abre dúvidas sobre a trajetória do ritmo do fluxo de investimento estrangeiro para essa região no médio prazo. Diferenças – No Brasil, disse Schineller, as instituições são mais fortes do que em outros países da América Latina. A analista cita que a Petrobras tem parceiros internacionais, mas que não detêm poder de voto, sendo, em teoria, a própria estatal a líder de suas operações. "Certamente, o FDI no Brasil está menor do que no passado. O pico dos anos 90 deveu-se às privatizações", lembrou a analista. Schineller destaca a criação de um ambiente de menor carga tributária e elevada previsibilidade política no País, uma vez que "os investidores internacionais irão olhar no Brasil estes fatores cruciais." Já Roger Scher, em referência a artigo recente publicado pelo ex-ministro Castañeda, citou a diferença entre duas esquerdas na América Latina. "De um lado está uma esquerda comprometida com progresso social,

mas que segue políticas ortodoxas. De outro lado, a outra esquerda que está repetindo os mesmos erros do passado." No artigo, Castañeda pontua que uma esquerda é moderna, mente aberta e reformista, da qual fazem parte Chile e Brasil. A outra, diz o exministro mexicano, nascida da grande tradição de populismo na América Latina, é nacionalista, vociferadora e mente fechada, da qual fazem parte Evo Morales, na Bolívia e, no México, López Obrador. Esperado – Para o analista da Fitch, não há surpresa quanto a manifestações populistas na região. Ele exemplifica que, com indicadores econômicos tendo melhor desempenho, mas com níveis ainda elevados de pobreza na região, é até previsível a eleição de candidatos mais populistas. Com relação ao Peru, o analista disse estar preocupado sobre o que poderá vir a ser a política econômica local. Contudo, ele ressalva: "Peru não é a Bolívia. A oposição é mais pragmática." O analista enfatizou que será necessário ver ações sobre os gastos do governo brasileiro à frente para avaliar o nível de comprometimento com o superávit primário, mas lembrou que "em 2002 os investidores locais estavam muito pessimistas sobre uma vitória de Lula e estavam errados". (AE)

Preocupação da Argentina à Europa

O

governo espanhol convocará as empresas com ativos na Bolívia para analisar a situação criada pela nacionalização dos hidrocarbonetos no país, informou ontem a vice-presidente espanhola, María Teresa Fernández de la Vega. Ela se disse "profundamente" preocupada e afirmou que trabalhará junto com outros países que têm estreitas relações com a Bolívia para encontrar uma solução para as empresas. "A Bolívia é um país que precisa de seus recursos naturais, isso eu não vou discutir, mas também necessita de investimentos estrangeiros", afirmou o ministro espanhol da Indústria, José Montilla. O governo de Jose Luis Rodriguez Zapatero informou ainda que pretende fazer com que sua voz seja ouvida nesse episódio, mas que tentará discutir de forma que suas relações com a Bolívia não sejam abaladas. Por sua parte, a União Européia também mostrou preocupação e decepção porque espe-

rava que a nacionalização fosse ser decidida após processo de consulta e discussão entre os países interessados. Entre as grandes empresas investidoras na Bolívia estão a brasileira Petrobras (que controla 45% dos campos de gás), a espanhola Repsol-YPF, a francesa Total e a britânica BG Group. Surpresa — A nacionalização pegou a Argentina desprevenida e em plena negociação pelo preço do gás que compra do país. O ministro de Planejamento, Julio De Vido, havia se reunido com o presidente da Bolívia, Evo Morales, na semana passada para dar início à negociação sobre os preços. O governo argentino está preocupado não só com o preço, que hoje é de quase US$ 5 por milhão de BTU (especulase um aumento de 50%), mas também com o abastecimento do gás natural no país. Uma fonte do Ministério do Planejamento disse ao jornal Clarín que "se a medida implica menor produção de combustíveis, a Argentina será afetada".

Segundo afirmação do jornal La Nación, os executivos das petrolíferas pensam do mesmo modo, já que dizem que não haverá investimentos energéticos na Bolívia por pelo menos os próximos seis meses, o que inviabiliza a possibilidade de que o país faça reservas. "O que está claro é que, pelo menos agora, absolutamente ninguém vai investir. A Bolívia não vai desenvolver reservas", afirmou o ex-presidente da YPF Daniel Montamat ao La Nación. "Nos surpreendeu a contundência da medida", disse uma fonte do governo. O contrato com a Argentina prevê a exportação de até 7,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Em Cuba, o presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, se solidarizou com o governo boliviano pela reestatização do petróleo e do gás, que definiu como "um sinal de esperança" para a América Latina. Para ele, as medidas indicam "uma tendência que marcará o rumo histórico nestas terras (da América Latina)". (AE)

DC


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do cantor inglês David Bowie, afastado do mundo dos espetáculos desde junho de 2004, quando passou por uma cirurgia no coração, e se adaptou à rotina de caminhadas diárias e filmes.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

MAIO

Vou passar um ano sem fazer turnês nem gravar discos (...) estou cheio da indústria musical, e não é de hoje.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

3 Dia do Sol

C OPA 2006 E M

C A R T A Z

Haiti verde-amarelo

CARYBÉ

Haiti poderá adiar eleições municipais por causa do Brasil

Obras de Carybé, o argentino Hector Julio Paride Bernabó (1911-1977), que pintou a Bahia e seus motivos. Museu Afro Brasil. Parque do Ibirapuera. Pavilhão Pe. Manoel da Nóbrega (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10). Telefone: 5579-0593. 10h às 17h. Grátis.

A

s eleições municipais haitianas, marcadas para o dia 18 de junho podem ser adiadas por causa da... seleção brasileira de futebol. Acontece que exatamente nesse dia o Brasil faz seu segundo jogo no Mundial da Alemanha, contra a Austrália. Como os haitianos têm no futebol seu esporte preferido e, sem seleção na Copa, torcem pelos brasileiros, o Conselho Eleitoral Provisório estuda o adiamento. Cinco vezes campeão mundial, o Brasil, que comanda a força de paz da ONU no país,

tem milhares de torcedores fanáticos no Haiti, que só participou da fase final de Copa do Mundo uma vez, em 1974, quando o Mundial também foi disputado na Alemanha. Essa torcida aumentou ainda mais depois que o Brasil fez o "Jogo da Paz" em Port-au-Prince, um amistoso contra o Haiti, em 18 de agosto de 2004, que terminou 6 a 0 para a seleção de Parreira. "O povo haitiano ama demais o futebol e as pessoas nos dizem que os cidadãos e cidadãs não vão sair de suas casas para ir votar no dia 18 de junho. E nós não podemos ignorar esse fator",

disse o secretário-geral da entidade eleitoral, Rosemond Pradel. "Não vamos nos aferrar à data de 18 de junho. Se for necessário, escolheremos outro dia". Não será decisão fácil, mas, pelos US$ 13 milhões investidos nas eleições, pode acontecer. Por enquanto, o Conselho Eleitoral tem outra prioridade: publicar o resultado do 2º turno das eleições legislativas até 5 de maio, para o parlamento iniciar os trabalhos antes da posse do presidente eleito, René Garcia Préval, no dia 14. (AE) Leia mais sobre a paixão pelo futebol em Economia

Brendan McDermid/Reuters

O Sol em imagens feitas pela Nasa no início de 2006: filtros ultravioleta e efeito de arte pop.

M ÚSICA

L

AFP

O músico Bob Dylan, em foto feita ontem. Ele assinou um contrato com a rádio XM Satellite para comandar um programa semanal com canções selecionadas por ele em sua coleção pessoal e entrevistas que começa hoje.

B RAZIL COM Z

Lula, popular mas não populista

C INEMA

L

Rembrandt nas telas, por Greenaway Modigliani, Vermeer, Pollock e muitos outros pintores já ganharam seus retratos nas telas do cinema. Agora, é a vez do pintor holandês Rembrandt van Rijn (1606-1669). Interpretado pelo ator britânico Martin Freeman, Rembrandt será a figura principal do filme Nightwatching, que começa a ser filmado pelo diretor Peter Greenaway no mês que vem. Nightwatching é também o nome em inglês de uma tela de Rembrandt, pintada em 1642, que em português é conhecido como A Ronda Noturna (foto). O

quadro, que foi feito sob encomenda e não foi aceito pelo cliente, teve grande importância na carreira e nos rumos da vida pessoal do pintor. O projeto está relacionado a uma exposição de Rembrandt, também chamada Nightwatching, desenvolvida por Greenaway para o Rijksmuseum, de Amsterdã e integrará a comemoração pelos 400 anos de nascimento de Rembrandt este ano na Holanda. A vida de Rembrandt já foi retratada em diversos filmes, incluindo no longa de 1936 Rembrandt, de Alexander Korda.

Chaveiro, também para jogar Sudoku

A pesquisa da escola

O jogo de números japonês Sudoku se tornou uma febre mundial. Agora a Brando lançou uma versão eletrônica do jogo, em formato compacto para funcionar como chaveiro. Custa US$ 9 no site.

Atividades pedagógicas, conteúdo para pesquisas escolares, jogos, histórias, tiradúvidas, leituras, guia de profissões e links para sites de interesse. Da pré-escola ao ensino superior, o site Educação Online funciona como um portal de educação. Os serviços são gratuitos e incluem, ainda informações para pais e professores. Para os estudantes de ensino médio, além de tudo isso há também um guia de universidades e testes vocacionais e simulados.

http://gadget.brando.com.hk/ prod_detail.php?prod_id=00285

George Grantham Bain Collection

fim do século 19 e o início do século 20 assistiu à expansão da fotografia, do fotojornalismo, da propaganda oficial, do cinema, das artes visuais e gráficas. Um pedaço da história - testemunhada por fotógrafos, desenhistas, publicitários, pintores, redatores, jornalistas e amadores agora pode ser consultado e pesquisado por qualquer pessoa na internet. O acervo da George Grantham Bain Collection, da Biblioteca do Congresso dos EUA, foi catalogado e digitalizado para se transformar em fonte e informação e entretenimento para qualquer internauta. O material foi produzido entre 1860 e meados dos anos 20 - algumas poucas datadas de depois de 1925 até 1930. São cerca de 42 mil organizadas por temas como Primeira Guerra Mundial, artes, trabalho infantil, afro-americanos, arquitetura, design e engenharia, fotojornalismo entre outros. Todo o material pode ser usado, desde que respeitados os direitos de imagem - citação da fonte e do fotógrafo, por exemplo. Mas uma visita ao site é válida mesmo que o objetivo seja apenas uma viagem no tempo.

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M ALÁSIA

Uma relação apaixonada O fato aconteceu num vilarejo do norte da Malásia e ganhou destaque mundial ontem. Wook Kundor, uma mulher de 104 anos, se casou com Muhamad Noor Che Moussa, 33 anos. A união é o 21º casamento de Wook e, segundo o casal, resultado de uma relação apaixonada. Muhamad negou que o casamento tenha sido motivado por interesses materiais - até porque, segundo ele, a noiva é pobre - e garantiu que seu amor nasceu de "uma relação de amizade e respeito mútuos". Wook não tem filhos e Muhamad não tem emprego fixo desde que deixou o exército, há alguns anos. Ninguém sabe se os 20 maridos anteriores de Wook ainda estão vivos. L OTERIAS Concurso 1545 da QUINA 31

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www.loc.gov/rr/print/catalog.html

Concurso 449 da DUPLA SENA

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Primeiro Sorteio 04

Lista Vermelha de animais e plantas ameaçadas de extinção inclui 721 espécies do Brasil Relatório da Unicef aponta que desnutrição mata quase 6 milhões de crianças por ano

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www.enaol.com

Testemunha ocular

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F AVORITOS

F OTOGRAFIA

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G @DGET DU JOUR

EM CHAMAS - Oito bombeiros ficaram feridos ao tentar controlar um incêndio num complexo de armazéns desocupados de Nova York, ontem. As autoridades disseram que foi o maior incêndio da cidade em dez anos, excluindo-se o atentado ao WTC em 2001.

A agência de notícias ligada ao governo norteamericano Voice of America ( VoA) distribuiu ontem material escrito e arquivo de áudio divulgando uma análise sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diz o material que o presidente é um dos poucos da América Latina que, apesar de sua tendência de esquerda, é favorável à economia de mercado e que, apesar de sua preocupação com as classes menos favorecidas, ele não tem um discurso populista. Lula é apresentado como um "líder formidável" cuja imagem é associada à defesa de melhores condições sociais para os mais pobres, da democracia e dos direitos humanos. O material da VoA foi reproduzido pelo serviço noticioso da China em inglês People of China, de linha política oposta à da agência nor te-americana.

Ignorância geográfica: nos EUA, 60% dos jovens não conseguem localizar Iraque no mapa

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Segundo Sorteio 06

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Empresas Tr i b u t o s Inter nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

A FINLANDESA BOTNIA NA MIRA DO GOVERNO ARGENTINO

Argentina A prepara uma ação contra o Uruguai

Argentina nomeou ontem os representantes encarregados de entrar com uma ação contra o Uruguai junto à Corte Internacional de Haia, sob a alegação de que o país vizinho violou tratados bilaterais ao iniciar a construção de duas fábricas de celulose na fronteira comum.

A Argentina teme que as fábricas, resultado de um projeto envolvendo o maior investimento privado da história uruguaia, contaminem o meio ambiente. Em um decreto publicado ontem no Diário Oficial, o governo argentino nomeou os embaixadores Horacio Adolfo Basabe, Susana Myrta Ruiz Ceruti e Santo Goni Marenco co-

mo representantes do país para dar início à ação judicial. O presidente argentino, Néstor Kirchner, convocou todos os governadores do país para participarem, na próxima quinta-feira, de um ato na cidade de Gualeguaychú, na frente da cidade uruguaia de Fray Bentos, onde estão sendo construídas as fábricas. O objetivo é

Kirchner convocou governadores para protestar contra a construção de fábricas de celulose no Uruguai.

conseguir a suspensão das obras realizadas pela empresa finlandesa Botnia a fim de que seja elaborado um novo relatório de impacto ambiental. Enquanto isso, o Uruguai se empenha em transformar o embate em um tema da agenda do Mercosul e envolver a Organização dos Estados Americanos (OEA) na disputa. (Reuters)

ATA

Av. das Nações Unidas, 12.995, 32º andar, CEP 04578-000 - São Paulo - SP COMPANHIA ABERTA CNPJ/MF nº 59.105.999/0001-86 NIRE 35300035011 ATA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA REALIZADAS EM 28 DE ABRIL DE 2006. DATA: 28 de abril de 2006, às 11:30 horas. LOCAL: Sede Social, na Avenida das Nações Unidas, 12.995, 32º andar, São Paulo, SP. PRESENÇA: Os acionistas da Companhia representando mais de 2/3 (dois terços) do capital votante, bem como representantes da administração e dos auditores independentes, em atendimento ao disposto no artigo 134, parágrafo 1º da Lei nº 6.404/76. Presentes também: (i) o Srs. Flávio Bau e Eduardo Vidal, representantes da empresa especializada Banco Itaú BBA S.A.; (ii) o Sr. Marco Antonio Papini, representante da empresa especializada MAP Auditores Independentes; (iii) o Sr. Clóvis Ailton Madeira, representante da empresa especializada Directa Auditores; (iv) os Srs. Paulo Frederico Meira de Oliveira Periquito e Antonio Mendes, membros do Conselho de Administração da Companhia; e (v) o Sr. Enrico Zito, representante da Empresa Brasileira de Compressores S.A. - Embraco. CONVOCAÇÃO: Editais de Convocação publicados nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio” nos dias 29, 30 e 31 de março de 2006. MESA: Sr. Paulo Frederico Meira de Oliveira Periquito, Presidente; Sra. Yolanda do Amaral de Cerqueira Leite, Secretária. ORDEM DO DIA: ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA: (I) exame e deliberação acerca das contas dos Administradores, do Relatório Anual da Administração, do Balanço Patrimonial, do Parecer dos Auditores Independentes e demais demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, e ratificação das deliberações do Conselho de Administração, em reuniões ocorridas em 20 de dezembro de 2005 e 16 de janeiro de 2006, “ad referendum” da Assembléia Geral Ordinária, sobre o pagamento de juros sobre capital próprio, já realizado, com base nos resultados apurados no Balanço encerrado em 31 de dezembro de 2005, e nos lucros acumulados, computando-se no cálculo do dividendo obrigatório do exercício social de 2005, totalizando um montante bruto de: (a) R$ 16,47 (dezesseis reais e quarenta e sete centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 18,12 (dezoito reais e doze centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais, conforme disposto no inciso I do artigo 17, da Lei nº 6.404/76, com a nova redação dada pela Lei nº 10.303/01, bem como aprovar a destinação do lucro líquido do exercício social de 2005; (II) exame e deliberação acerca da eleição dos membros do Conselho de Administração; e (III) exame e deliberação acerca da fixação dos honorários e da participação dos administradores da Companhia. ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA: (I) exame e deliberação acerca do Protocolo de Incorporação e Justificação (“Protocolo”), firmado em 28 de março de 2006 entre as administrações da Companhia e da Empresa Brasileira de Compressores S.A. - EMBRACO, sociedade por ações com sede na Cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina, na Rua Rui Barbosa, nº 1020, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.720.630/0001-20 (“Embraco”), estabelecendo os termos e condições que deverão reger a incorporação da Embraco pela Companhia (a “Incorporação”); (II) exame e deliberação acerca da ratificação da contratação das empresas especializadas responsáveis pela elaboração das avaliações da Companhia e da Embraco (“Avaliações”), sob diferentes critérios, para fins da Incorporação proposta; (III) exame e deliberação acerca das Avaliações, que constituem anexos ao Protocolo; (IV) exame e deliberação acerca das relações de substituição de 1 (uma) ação ordinária de emissão da Embraco por 1,15081832 ações ordinárias de emissão da Companhia e 1 (uma) ação preferencial de emissão da Embraco por 1,15081832 ações preferenciais de emissão da Companhia; (V) exame e deliberação acerca da Incorporação da Embraco pela Companhia e declaração de extinção da Embraco; (VI) exame e deliberação acerca da proposta de alteração relativa aos itens a seguir e consolidação do Estatuto Social da Companhia: (a) mudança na denominação social da Companhia, com a conseqüente alteração do artigo 1º do Estatuto Social; (b) mudança no objeto social da Companhia, para compreender as atividades exercidas pela Embraco, com a conseqüente alteração do artigo 2º do Estatuto Social; (c) aumento de capital resultante da Incorporação, com a conseqüente alteração do artigo 5º do Estatuto Social; (d) criação de duas unidades de negócios, uma para a atividade de compressores, e outra para eletrodomésticos; (e) instituição de um Conselho Consultivo; (f) excluir a previsão do cargo de Presidente Emérito; e (g) demais alterações relacionadas à Incorporação proposta; (VII) exame e deliberação acerca da autorização aos administradores da Companhia a praticarem todos os atos e a tomarem todas as providências necessárias à implementação da Incorporação; e (VIII) aprovação da alteração dos jornais onde são comumente publicados os atos societários da Companhia. DELIBERAÇÕES: ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA: (I) Foram integralmente aprovados, sem qualquer ressalva, o Relatório Anual da Administração, o Balanço Patrimonial, e demais demonstrações financeiras, auditados, relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, publicados nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio”, no dia 28 de março de 2006 e ratificadas as deliberações do Conselho de Administração, em reuniões ocorridas em 20 de dezembro de 2005 e 16 de janeiro de 2006, sobre o pagamento de juros sobre capital próprio, já realizado, com base nos resultados apurados no Balanço encerrado em 31 de dezembro de 2005, e nos lucros acumulados, computando-se no cálculo do dividendo obrigatório do exercício social de 2005, totalizando um montante bruto de: (a) R$ 16,47 (dezesseis reais e quarenta e sete centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações ordinárias; e (b) R$ 18,12 (dezoito reais e doze centavos) por lote de 1000 (mil) ações, para todas as ações preferenciais, conforme disposto no inciso I do artigo 17, da Lei nº 6.404/76, com a nova redação dada pela Lei nº 10.303/01. Ato contínuo, foi aprovada, ainda, a destinação do lucro remanescente do exercício social de 2005 para Retenção de Lucros; (II) Para Membros do Conselho de Administração, foram reeleitos os Srs. PAULO FREDERICO MEIRA DE OLIVEIRA PERIQUITO, brasileiro, viúvo, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 25.064.000-4-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 064.231.404-72, com endereço comercial na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, 12.995, 32º andar; ANTONIO MENDES, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG nº 3.533.123-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 037.998.408-34, com endereço comercial na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Boa Vista, 254, 9º andar, Centro; e eleito o Sr. RICARDO LEON TOUTIN ACOSTA, brasileiro, casado, engenheiro, portador de Cédula de Identidade RG nº 33.187.136-7-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 608.355.168-49, com endereço comercial na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida das Nações Unidas, 12.995, 32º andar, ficando vagos 3 (três) cargos para serem preenchidos oportunamente, todos com mandato até a Assembléia Geral Ordinária que examinará as demonstrações financeiras referentes ao exercício social a se encerrar em 31 de dezembro de 2008. Os Membros do Conselho de Administração declaram, sob as penas da lei, que: (a) não estão incursos em nenhum dos crimes previstos em lei que os impeçam de exercer a atividade mercantil; e (b) que apresentaram a declaração conforme disposto pela Instrução CVM nº 367/02; (III) A título de honorários, para todos os Membros do Conselho de Administração e da Diretoria, a partir de abril de 2006, foi aprovada a importância, mensal e global, de até R$ 750.000,00 (setecentos e cinqüenta mil reais) e uma participação de até 6% (seis por cento) do lucro apurado no exercício. Competirá ao Conselho de Administração estabelecer a maneira de alocar aos Membros da Administração, o referido montante global e a participação nos lucros. ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA: (I) Aprovado, depois de examinado e discutido, sem qualquer ressalva, o Protocolo, contendo a finalidade, as bases e demais condições relacionadas à Incorporação da Embraco pela Companhia, tendo sido elaborado em conformidade com os dispositivos dos Artigos 224, 225, 227 e 264 da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, bem como com a Instrução CVM nº 319/99, conforme alterada. O Protocolo, rubricado pela Mesa, ficará arquivado na sede da Companhia e integra a presente ata como Anexo 1; (II) Aprovada e ratificada a deliberação do Conselho de Administração da Companhia, de 28 de março de 2006, relativa à nomeação das seguintes empresas especializadas anteriormente contratadas pela administração: (a) Directa Auditores, com sede na Rua Vergueiro, 2016 - 8º andar, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 11.245.719/0001-09, nomeada para realização da avaliação contábil do patrimônio líquido da Embraco em 28 de fevereiro de 2006 – data-base estabelecida para a Incorporação – e elaboração do respectivo laudo, que fundamentará o aumento de capital da Companhia decorrente da Incorporação; (b) Banco Itaú BBA S.A., com sede na Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 3.400, 4º andar (“Itaú BBA”), nomeado para a realização de análises econômico-financeiras da Companhia e da Embraco, para fins de determinação da relação de substituição das ações da Embraco – que serão extintas em decorrência da Incorporação – por novas ações da Companhia; e (c) MAP Auditores Independentes, com sede na Av. Paulista, nº 2.073 – Horsa 1 - 20º andar – cj. 2.011, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 02.878.522/0001-16, nomeada para a realização das avaliações dos patrimônios líquidos a preços de mercado da Companhia e da Embraco, segundo os mesmos critérios e na mesma data-base (28 de fevereiro de 2006), tomando por base as demonstrações financeiras auditadas da Embraco e da Companhia, para fins de comparação dos cálculos das relações de substituição das ações da Embraco por ações da Companhia, em atendimento ao disposto no art. 264 da Lei nº 6.404/76, com a elaboração dos laudos correspondentes; (III) Aprovadas, após examinadas e discutidas, sem qualquer ressalva, (a) a avaliação contábil do patrimônio líquido da Embraco em 28 de fevereiro de 2006 – data-base estabelecida para a Incorporação – que resultou no seguinte valor: R$ 814.283.082,00 (oitocentos e quatorze milhões, duzentos e oitenta e três mil, oitenta e dois reais); (b) as análises econômico-financeiras da Companhia e da Embraco, para fins de determinação da relação de substituição das ações da Embraco – que serão extintas em decorrência da incorporação – por novas ações da Companhia, que resultaram nos seguintes valores: R$ 1.664.825.000,00 (um bilhão, seiscentos e sessenta e quatro milhões, oitocentos e vinte e cinco mil reais) para a Embraco, e R$ 2.732.387.000,00 (dois bilhões, setecentos e trinta e dois milhões, trezentos e oitenta e sete mil reais) para a Companhia; e (c) as avaliações dos patrimônios líquidos a preços de mercado da Companhia e da Embraco, segundo os mesmos critérios e na mesma database (28 de fevereiro de 2006), tomando por base as demonstrações financeiras auditadas da Embraco e da Companhia, para fins de comparação dos cálculos das relações de substituição das ações da Embraco por ações da Companhia, em atendimento ao disposto no art. 264 da Lei nº 6.404/76, que resultaram nos seguintes valores: R$ 1.295.762.000,00 (um bilhão, duzentos e noventa e cinco milhões, setecentos e sessenta e dois mil reais) para a Embraco e R$ 2.182.480.000,00 (dois bilhões, cento e oitenta e dois milhões, quatrocentos e oitenta mil reais) para a Companhia; (IV) Aprovadas as relações de substituição, dentro dos limites apurados pelo Itaú BBA, de 1 (uma) ação ordinária de emissão da Embraco por 1,15081832 ações ordinárias de emissão da Companhia e 1 (uma) ação preferencial de emissão da Embraco por 1,15081832 ações preferenciais de emissão da Companhia; (V) O Sr. Enrico Zito, na qualidade de Diretor da Embraco, pediu a palavra e declarou que, nos termos aprovados na Assembléia Geral Extraordinária da Embraco realizada no dia 27.04.06, às 10:00 horas, aceitava o valor atribuído ao Patrimônio Líquido da Embraco, o qual para todos os fins de direito foi fixado em R$ 814.283.082,00 (oitocentos e quatorze milhões, duzentos e oitenta e três mil, oitenta e dois reais). A seguir foi explicado pelo Sr. Enrico Zito que o sistema operacional e de gestão da Embraco está programado para realizar cortes no último dia de cada mês, em vista do que os acionistas da Companhia deliberam que as operações da Embraco que vierem a ocorrer até o final do expediente do dia 30 de abril de 2006 deverão ser consideradas ainda em nome da Embraco, com o que a Incorporação terá eficácia e deverá ser tomada como válida ao final do expediente do dia 30 de abril de 2006, sendo esta a data do respectivo aumento de capital da Multibrás e de extinção da Embraco para todos os efeitos legais. Em conseqüência da Incorporação, a Companhia sucede à Embraco em todos os seus direitos e obrigações, a título universal, passando a funcionar como estabelecimentos e filiais da Companhia, conforme constante do Protocolo, todos os estabelecimentos e filiais da Embraco, sem qualquer solução de continuidade. Nesse sentido, a fim de evitar qualquer solução de continuidade, foram abertas, antecipadamente, filiais da Companhia nos endereços da sede e filiais da Embraco, nos termos de Reunião de Diretoria da Companhia realizada em 3.4.2006, as quais serão dedicadas primordialmente aos negócios da Unidade Embraco, adiante especificada, conforme segue: (a) Rua Rui Barbosa, nº 1.020, Caixa Postal 91, CEP 89219-901, Distrito Industrial, na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina; (b) Rua Dona Francisca, nº 12.500, Caixa Postal D27, CEP 89239-270, Distrito Pirabeiraba, na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina; (c) Av. Tancredo Neves, nº 1.166, CEP 89340-000, na cidade de Itaiópolis, Estado de Santa Catarina; e (d) Rua Dona Francisca, nº 8.300, Módulo 1, Bloco B, “Perini Business Park”, CEP 89340-000, Distrito Industrial, na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina; (VI) Aprovada a proposta de alteração e consolidação do Estatuto Social de forma a refletir: (a) mudança na denominação social da Companhia para Whirlpool S.A., com a conseqüente alteração do artigo 1º do Estatuto Social; (b) mudança no objeto social da Companhia, para compreender as atividades exercidas pela Embraco, com a conseqüente alteração do artigo 2º do Estatuto Social, com ajustes de redação para melhor aperfeiçoamento do texto; (c) aumento de capital resultante da Incorporação, passando o capital social de R$ 825.000.000,00 (oitocentos e vinte e cinco milhões) para R$ 1.206.264.602,21 (um bilhão, duzentos e seis milhões, duzentos e sessenta e quatro mil, seiscentos e dois reais e vinte e um centavos), com a emissão de 180.193.699 (cento e oitenta milhões, cento e noventa e três mil, seiscentas e noventa e nove) ações ordinárias e 177.986.210 (cento e setenta e sete milhões, novecentos e oitenta e seis mil, duzentas e dez) ações preferenciais, com a conseqüente alteração do artigo 5º do Estatuto Social; (d) criação de duas unidades de negócios, uma para a atividade de compressores, denominada unidade de Negócios de Compressores e Soluções de Refrigeração Embraco (a “Unidade Embraco”), e outra para eletrodomésticos, denominada unidade de Negócios de Eletrodomésticos Multibrás (a “Unidade Multibrás”); (e) instituição de um Conselho Consultivo; (f) exclusão da previsão do cargo de Presidente Emérito; e (g) demais alterações relacionadas à Incorporação proposta, com ajustes de redação para melhor aperfeiçoamento do texto. Dessa forma, o Estatuto Social alterado e consolidado passa a ter a seguinte redação: “ESTATUTO SOCIAL. Denominação, Objeto, Sede e Duração. ARTIGO 1º: A WHIRLPOOL S.A. reger-se-á pelo presente Estatuto e disposições legais que lhe forem aplicáveis. ARTIGO 2º: O objeto da Companhia é dividido conforme as atividades desenvolvidas por suas unidades de negócios, que são a unidade de Negócios de Compressores e Soluções de Refrigeração Embraco (“Unidade Embraco”) – voltada para compressores herméticos, soluções de refrigeração e produtos relacionados, e a unidade de Negócios de Eletrodomésticos Multibrás (“Unidade Multibrás”) – voltada para eletrodomésticos e produtos relacionados, sendo que cada unidade de negócio desenvolve em seus respectivos estabelecimentos, primordialmente, o objeto que lhe é determinado por este estatuto. § 1º - A Unidade Embraco tem por objeto: (a) a indústria, o comércio, a importação, a exportação, a distribuição, a consignação e a representação comercial de: I - compressores herméticos para refrigeração; II - motores elétricos; e III - máquinas, equipamentos, ferramentas, componentes, fundidos, peças, matérias-primas e insumos; (b) a prestação de serviços, manutenção, instalação, assistência técnica, avaliação técnica, desenvolvimento, projetos, consultoria, fornecimento de recursos materiais e humanos; (c) o comércio, a importação, a exportação, a distribuição, a consignação e a representação comercial de produtos acabados, máquinas e equipamentos, ferramentas, componentes eletrônicos para soluções de refrigeração, sistema de refrigeração, peças, fundidos, matérias-primas e insumos adquiridos de terceiros. § 2º - A Unidade Multibrás tem por objeto: (a) a indústria, o comércio, a importação, a exportação, a consignação, a locação e a representação de produtos metalúrgicos, químicos, saneantes domissanitários, elétricos, eletrônicos, gabinetes modulados, combinados multifuncionais, artigos, utensílios, recipientes e acessórios para casa ou cozinha e, especialmente, máquinas e aparelhos de todos os tipos para uso doméstico e comercial, próprios ou de terceiros, tais como, mas não limitados a: I- refrigeradores, congeladores, refrigeradores-congeladores, aparelhos de ar condicionado, fabricadores de gelo, fogões, lavadoras de pratos, trituradores de lixo, compactadores de lixo, aspiradores de pó, lavadoras, secadoras de roupas e fornos de micro-ondas; e II- máquinas, equipamentos, ferramentas, componentes, peças, matérias-primas e insumos relacionados a tais produtos; e (b) a prestação dos seguintes serviços, direta ou indiretamente: I - instalação, manutenção, assistência técnica, desenvolvimento, projetos, conservação e reparos de, incluindo mas não limitado a, produtos e peças elétricas, eletrônicas, hidráulicas, metalúrgicas, químicas e de ferro, pintura e construção em geral e consultoria orçamentária acerca de tais serviços, bem como o fornecimento de recursos materiais e humanos para a prestação de serviços em geral, inclusive a prestação de serviços auxiliares às áreas de segurança, saúde, lazer, do cotidiano e do bem estar das pessoas e da família; e II- fornecimento de informações digitalizadas na forma de dados, texto, áudio e vídeo, para distribuição; administração de bancos e dados, próprios ou de terceiros; comercialização e veiculação de publicidade; intermediação no comércio de produtos e serviços, bem como a comercialização de assinaturas por meio eletrônico, todos por meio de redes de computadores on line e outros meios de comunicação on line, todo e qualquer relacionamento com o usuário final decorrente das atividades da Companhia. § 3º - Independente dos objetos específicos de cada uma das unidades de negócios da Companhia, nos termos dos parágrafos anteriores, a Companhia poderá participar, na qualidade de sócia ou acionista, em outras empresas. ARTIGO 3º: O prazo de duração da Companhia é por tempo indeterminado. ARTIGO 4º: A Companhia tem sua sede e foro na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, podendo abrir ou fechar filiais, agências, depósitos, fábricas e escritórios de representação em qualquer parte do território nacional ou do exterior, por decisão da Diretoria. Capital e Ações. ARTIGO 5º: O capital social é de R$ 1.206.264.602,21 (um bilhão, duzentos e seis milhões, duzentos e sessenta e quatro mil, seiscentos e dois reais e vinte e um centavos), totalmente integralizado, dividido em 1.613.700.168 (um bilhão, seiscentos e treze milhões, setecentos mil, cento e sessenta e oito) ações escriturais, todas sem valor nominal, sendo 1.042.598.008 (um bilhão, quarenta e dois milhões, quinhentos e noventa e oito mil e oito) ações ordinárias e 571.102.160 (quinhentos e setenta e um milhões, cento e dois mil, cento e sessenta) ações preferenciais. § 1º - As ações preferenciais, sem direito a voto, terão prioridade, em relação às ações ordinárias, no reembolso do capital em caso de liquidação da Companhia, e terão direito a dividendos no mínimo 10% (dez por cento), maiores do que os atribuídos às ações ordinárias, tanto no rateio do dividendo mínimo obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento), a que se refere o Artigo 23, § 4º, letra “b”, deste Estatuto, como na distribuição pela Companhia, a qualquer título, de novas ações bonificadas ou outros quaisquer títulos ou vantagens,

inclusive em casos de capitalização de quaisquer reservas ou provisões, e capitalização de lucros remanescentes distribuídos. § 2º - Todas as ações da Companhia são escriturais, sem emissão de certificado, permanecendo em conta de depósito, em nome de seus titulares, em Instituição Financeira designada pelo Conselho de Administração. § 3º - As ações ordinárias terão direito a voto nas Assembléias Gerais, correspondendo a cada uma delas 1 (um) voto. Administração. ARTIGO 6º: A Companhia será administrada pelo Conselho de Administração e pela Diretoria. Conselho de Administração. ARTIGO 7º: O Conselho de Administração será composto de 3 (três) membros, no mínimo, e 6 (seis), no máximo, Acionistas da Companhia, residentes no País ou no exterior, eleitos pela Assembléia Geral, com mandato de até 3 (três) anos, facultada a reeleição. § 1º - Logo que eleito, o Conselho de Administração escolherá, dentre os seus membros, o Presidente e o Vice-Presidente. § 2º - Na ausência e nos impedimentos do Presidente do Conselho de Administração, seu substituto será o Vice-Presidente. § 3º - Nos casos de vaga no cargo do Presidente e do Vice-Presidente, o Conselho de Administração escolherá o seu substituto. ARTIGO 8º: O Conselho de Administração reunir-se-á, no mínimo, a cada 6 (seis) meses, ou sempre que os interesses sociais o exigirem, por convocação do Presidente do Conselho, do Diretor Presidente ou de qualquer outro Conselheiro. As reuniões do Conselho de Administração poderão ser realizadas fora da sede da Companhia, no Brasil ou no exterior, sendo admitida a presença por telefone, videoconferência, ou outro meio de comunicação. § 1º - O Conselho de Administração para validamente deliberar sobre qualquer assunto, deverá se reunir pelo menos com a metade de seus membros, presentes ou representados. § 2º - As reuniões do Conselho serão presididas pelo seu Presidente ou, na ausência deste, pelo Vice-Presidente, e suas deliberações serão tomadas por maioria de votos. Das deliberações do Conselho lavrar-se-á ata no livro próprio. As atas de reunião do Conselho de Administração poderão ser assinadas por telefax. § 3º - Havendo empate na votação, o Presidente, além do seu voto como membro do Conselho terá o de qualidade. § 4º - Os avisos de convocação de cada reunião do Conselho de Administração, inclusive a agenda da reunião, serão enviados aos membros por carta, telex ou telefax com, pelo menos, 5 (cinco) dias de antecedência a cada reunião, avisos esses que serão dispensados quando todos os membros estiverem presentes à reunião. § 5º - Qualquer membro do Conselho de Administração poderá fazer-se representar nas reuniões, por qualquer outro membro, mediante indicação feita por carta, telegrama ou telefax. ARTIGO 9º: Além de outros poderes estabelecidos no Artigo 142, da Lei nº 6404/76, compete ao Conselho de Administração estabelecer a política de desenvolvimento industrial, comercial, financeira e de pessoal, e independentemente de autorização prévia da Assembléia Geral: (a) aprovar planos de expansão e diversificação das atividades sociais; (b) aprovar o orçamento anual; (c) aprovar as demonstrações financeiras anuais, semestrais ou trimestrais, preparadas pelos Diretores, podendo, para tal finalidade, solicitar dos Diretores quaisquer informações relativas a tais documentos; (d) aprovar operações de valor superior à alçada concedida ao Diretor Presidente pelo Artigo 16, Parágrafo Único, alíneas “a”, “b” e “c”; (e) eleger os Diretores da Companhia; (f) escolher e destituir os Auditores Independentes da Companhia; (g) declarar dividendos intermediários; e (h) aprovar autorização para a Diretoria adquirir ações de emissão desta Companhia, para efeito de cancelamento ou permanência em tesouraria e, posteriormente aliená-las. ARTIGO 10: O Presidente do Conselho de Administração tem as seguintes funções e poderes: (a) presidir as reuniões do Conselho de Administração e as Assembléias Gerais; (b) transmitir ao Diretor Presidente quaisquer recomendações ou aprovações específicas dadas pelo Conselho de Administração e verificar que tais recomendações e decisões estejam sendo cumpridas; (c) coordenar as atividades da Companhia com as empresas por ela controladas ou coligadas, podendo delegar, essa atribuição ao Diretor Presidente; (d) coordenar os planos e programas para expansão das atividades da Companhia, bem como, os das empresas por ela controladas ou coligadas; (e) representar a Companhia em Assembléias Gerais ou reuniões de quotista; (f) representar a Companhia em cerimônias públicas; (g) recomendar ao Conselho de Administração a seleção de pessoas que serão eleitas Diretores da Companhia; e (h) executar quaisquer outras funções solicitadas pelo Conselho de Administração. Diretoria. ARTIGO 11: A Diretoria será composta por, no mínimo, 6 (seis) e, no máximo, 12 (doze) Diretores, Acionistas ou não, residentes no País, eleitos pelo Conselho de Administração, e cujo prazo de gestão não será superior a 3 (três) anos, podendo ser reeleitos. ARTIGO 12: A Diretoria terá a seguinte estrutura de cargos: (a) 1 (um) Diretor Presidente; (b) 1 (um) Diretor, sem designação especial que, além de suas atividades executivas, ficará encarregado da função de Relações com Investidores; (c) os seguintes Diretores, que serão responsáveis pela Unidade Embraco, nos termos do artigo 17, alínea “a” abaixo: 1 (um) Diretor Presidente da Unidade Embraco, e de 1 (um) a 4 (quatro) Diretores, sem designação especial, dedicados à Unidade Embraco; e (d) os seguintes Diretores, que serão responsáveis pela Unidade Multibrás, nos termos do artigo 17, alínea “b” abaixo: 1 (um) Diretor Presidente da Unidade Multibrás, e de 1 (um) a 4 (quatro) Diretores sem designação especial, dedicados à Unidade Multibrás. ARTIGO 13: No caso de vaga de um Diretor, o substituto será eleito pelo Conselho de Administração, podendo, no entanto, não ser preenchida a vaga, desde que os Diretores remanescentes satisfaçam o mínimo de 6 (seis) Diretores exigidos pelo Artigo 11 deste Estatuto e, entre estes, pelo menos dois diretores dedicados a cada uma da Unidades de Negócios. ARTIGO 14: Nas ausências temporárias do Diretor Presidente, o Diretor Presidente da Unidade Embraco e o Diretor Presidente da Unidade Multibrás atuarão como substitutos nos assuntos da Unidade Embraco ou da Unidade Multibrás, respectivamente. Nas ausências temporárias de qualquer outro Diretor, competirá ao Diretor Presidente indicar qual Diretor será o substituto. ARTIGO 15: A representação da Companhia far-se-á de acordo com as seguintes regras: (a) todos os papéis, documentos e atos que envolvam obrigação para a Companhia serão firmados por 2 (dois) Diretores, ou por um Diretor e um Procurador, ou, ainda, por 2 (dois) Procuradores, desde que estes tenham poderes expressos para a prática do ato; (b) todas as procurações serão sempre assinadas por 2 (dois) Diretores, em conjunto; (c) todas as procurações serão outorgadas para fins específicos e por tempo determinado, com exceção de procurações “ad-judicia” que poderão ser outorgadas por prazo indeterminado; (d) a Diretoria, em casos especiais e por tempo determinado, poderá autorizar um Diretor ou Procurador a assinar individualmente; (e) nos atos de simples rotina ou correspondência, representação perante repartições públicas ou quaisquer processos administrativos ou judiciais, na emissão de duplicatas e nos respectivos endossos para cobrança, assim como, nos endossos para depósito de cheques em nome da Companhia, qualquer Diretor ou Procurador poderá agir, individualmente, dentro dos limites de seus deveres, poderes e responsabilidades, como definidos neste Estatuto; e (f) na emissão de cheques e títulos de crédito de qualquer natureza, bem como, desembolso de quaisquer fundos da Companhia, será necessária a assinatura conjunta de quaisquer 2 (dois) Diretores ou de qualquer Diretor e de 1 (um) Procurador, ou assinatura conjunta de 2 (dois) Procuradores. ARTIGO 16: O Diretor Presidente se reportará ao Presidente do Conselho de Administração, terá os seguintes poderes e responsabilidades: (a) administrar e ser responsável por todas as atividades sociais e operações da Companhia e ainda coordenar e ser responsável pelas atividades dos demais Diretores, alocados funcionalmente para a Unidade Embraco ou para a Unidade Multibrás; (b) representar a Companhia, ativa e passivamente, em Juízo ou em suas relações com terceiros; e (c) ser responsável pela execução das deliberações da Assembléia Geral e do Conselho de Administração, bem como, cumprir e fazer cumprir as disposições estatutárias e ainda executar quaisquer funções especiais estabelecidas pelo Conselho de Administração. Parágrafo Único – O Diretor Presidente poderá, no curso normal das atividades sociais, decidir e determinar a execução dos seguintes atos: (a) celebrar quaisquer contratos ou compromissos com terceiros não previstos no orçamento anual, bem como adquirir, alienar ou onerar bens do ativo fixo que não sejam bens imóveis ou direitos a eles relacionados e que não tenham sido incluídos no orçamento anual de investimentos da Companhia e cujo valor, em uma única operação ou operações conexas, não exceda o equivalente a 1% (um por cento) do Patrimônio Líquido constante do último Balanço Patrimonial aprovado, em qualquer exercício social da Companhia; (b) contrair empréstimos de um único credor e cujo valor total não exceda o equivalente a 5% (cinco por cento) do Patrimônio Líquido constante do último Balanço Patrimonial aprovado; (c) conceder linha de crédito para um único cliente da Companhia, cujo valor total a descoberto, em qualquer época, não poderá exceder o equivalente a 5% (cinco por cento) do Patrimônio Líquido constante do último Balanço Patrimonial aprovado; e (d) descontar duplicatas e outros documentos de créditos comerciais, inclusive a cessão de duplicatas (“factoring”). ARTIGO 17: Os demais Diretores assistirão o Diretor Presidente e com ele cooperarão na administração da Companhia, da seguinte forma: (a) os Diretores da Unidade Embraco ficarão responsáveis precipuamente pela administração dos negócios de compressores herméticos, soluções de refrigeração e produtos relacionados; e (b) os Diretores da Unidade Multibrás ficarão responsáveis precipuamente pela administração dos negócios de eletrodomésticos e produtos relacionados. ARTIGO 18: A Diretoria reunir-se-á uma vez por trimestre, independentemente de convocação, ou sempre que for necessário, mediante convocação do Diretor Presidente, ou de 2 (dois) Diretores, e suas deliberações serão tomadas por maioria de votos, tendo o Diretor Presidente, também, o voto de qualidade, no caso de empate. Para validamente deliberar, será indispensável a presença da maioria dos Diretores e o “quorum” para decisões será a maioria simples. Das deliberações da Diretoria, lavrar-se-á ata no livro próprio. Parágrafo Único – Caberá à Diretoria, em reunião: (a) aprovar a abertura ou fechamento de filiais, agências, escritórios de representação, fábricas e depósitos em qualquer parte do território nacional ou do exterior; (b) aprovar a aquisição, alienação ou oneração, por qualquer forma, de bens imóveis e/ou direitos a eles relacionados; (c) aprovar a concessão, pela Companhia, de garantias, fianças ou avais, em favor de companhias coligadas, controladas ou de terceiros; (d) aprovar a aquisição, alienação, licenciamento de marcas, patentes ou processos industriais; e (e) aprovar a prática de atos gratuitos razoáveis em benefício da comunidade de que participa a Companhia. ARTIGO 19: A remuneração dos Administradores será fixada pela Assembléia Geral, em montante global, e será composta de honorários e de uma participação de até 6% (seis por cento) no lucro apurado, esta desde que seja distribuído a todas as ações da Companhia um dividendo mínimo, equivalente a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício e desde que tal participação não exceda os honorários anuais e globais dos membros do Conselho de Administração e Diretores. Os honorários e a referida participação nos lucros serão distribuídos entre os membros do Conselho de Administração e Diretores por decisão do Conselho de Administração. Conselho Consultivo. ARTIGO 20: O Conselho Consultivo, quando instalado, será composto de 3 (três) a 6 (seis) membros independentes, um dos quais será nomeado Presidente, eleitos anualmente pelo Conselho de Administração, com mandato não superior a 1 (um) ano podendo ser reeleitos, ao qual competirá aconselhar a Administração nas suas atividades, em especial, com relação aos temas de ordem econômica, de mercado interno e externo, política, gestão, entre outros. §1º - Ocorrendo vaga, poderá o Conselho de Administração nomear substituto para completar o mandato em curso. §2º - A verba remuneratória do Conselho Consultivo será fixada pela Assembléia Geral, cabendo ao Conselho de Administração regulamentar a utilização dessa verba. §3º - O Conselho Consultivo reunir-se-á até 4 (quatro) vezes ao ano, analisando, em separado, os negócios da Unidade Embraco e da Unidade Multibrás. Conselho Fiscal. ARTIGO 21: O Conselho Fiscal, que não será de funcionamento permanente, compor-se-á de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e igual número de suplentes, residentes no país, e somente será instalado pela Assembléia Geral nos casos previstos em lei. Parágrafo Único – A Assembléia Geral que instalar o Conselho Fiscal elegerá seus membros e suplentes e fixará sua remuneração. Assembléias Gerais de Acionistas. ARTIGO 22: Os Acionistas reunir-se-ão, ordinariamente, dentro dos quatro primeiros meses após o encerramento do exercício social e, extraordinariamente, sempre que os interesses da Companhia o exigirem. O Presidente do Conselho de Administração presidirá as Assembléias Gerais, ou na sua falta a pessoa então escolhida pelos presentes, que nomeará o secretário para os trabalhos. Parágrafo Único - Só poderão participar das Assembléias Gerais os Acionistas cujas ações estejam inscritas em seu nome nos registros da Instituição Financeira Depositária designada pelo Conselho de Administração. Durante os 5 (cinco) dias que antecederem as Assembléias Gerais ficarão suspensos os serviços de transferência de ações. Exercício Social, Demonstrações Financeiras, Lucros. ARTIGO 23: O exercício social terminará no dia 31 (trinta e um) de dezembro de cada ano, quando, obedecidas as determinações legais, serão elaboradas as Demonstrações Financeiras do exercício, com base nas quais poderá o Conselho de Administração distribuir dividendos “ad referendum” da Assembléia Geral. § 1º - No dia 30 (trinta) de junho de cada ano, a Companhia levantará um Balanço semestral, podendo ser declarado, pelo Conselho de Administração, dividendo intermediário, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes, e pagas as participações estatutárias dos Administradores, “ad referendum” da Assembléia Geral. § 2º - A Companhia, nos dias 31 (trinta e um) de março e 30 (trinta) de setembro de cada ano, poderá levantar balanços trimestrais, podendo, por deliberação do Conselho de Administração e da Diretoria, declarar dividendos, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício social não exceda o montante das reservas de capital, de que trata o § 1º, do Artigo 182, da Lei 6.404/76. § 3º - O Conselho de Administração poderá declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. § 4º - O lucro líquido anual, apurado na forma da Lei, e após deduzidos os eventuais prejuízos acumulados, bem como, as necessárias provisões, inclusive a provisão para o Imposto de Renda e as participações estatutárias dos Administradores, será distribuído da seguinte forma: (a) 5% (cinco por cento) para constituição da Reserva Legal, até que atinja o limite legal; e (b) a importância necessária para pagar o dividendo mínimo, não cumulativo, de 25% (vinte e cinco por cento), a ser distribuído entre as ações ordinárias e preferenciais, na forma do Artigo 5º, §1º, deste Estatuto. § 5º - O remanescente do lucro líquido do exercício será integralmente destinado nas Demonstrações Financeiras, após ouvido o Conselho de Administração. ARTIGO 24: Por deliberação do Conselho de Administração, a Companhia poderá emitir notas promissórias para colocação pública, cabendo-lhe estabelecer: I - o valor da emissão, e a sua divisão em séries, se for o caso; II - a quantidade e valor nominal das notas promissórias; III as condições de remuneração e de atualização monetária, se houver; IV - o prazo de vencimento dos títulos; V - garantias, quando for o caso; VI - demonstrativo para comprovação dos limites previstos pelas autoridades competentes; VII - local de pagamento; e VIII - contratação de prestação de serviços, tais como custódia, liquidação, emissão de certificados, agente pagador, conforme o caso. ARTIGO 25: Por deliberação do Conselho de Administração, a Companhia poderá pagar ou creditar aos seus Acionistas, individualizadamente, juros a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, “pro rata” dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP ou de outra que venha a substituí-la, observadas as disposições legais. § 1º - A critério do Conselho de Administração, os juros, de que trata este Artigo, poderão ser pagos mensalmente, bimestralmente, trimestralmente, semestralmente ou anualmente, com base nos lucros existentes apurados em balanço a ser levantado para essa finalidade, na ocasião. § 2º - O valor dos juros não distribuídos poderá ser mantido em conta de Reserva destinada a aumento de capital, por deliberação do Conselho de Administração. § 3º - Por deliberação do Conselho de Administração, “ad referendum” da Assembléia Geral Ordinária, o valor dos juros pagos ou creditados pela Companhia, na forma acima mencionada, poderá ser imputado ao valor do dividendo obrigatório de 25% (vinte e cinco por cento), a que se refere a alínea “b”, do § 4º, do Artigo 23, deste Estatuto.”; (VII) Autorizados os administradores da Companhia a praticarem todos os atos e a tomarem todas as providências necessárias à implementação da incorporação. Os acionistas decidiram que, em função do custo e tempo envolvidos no processo de leilão das frações de ações resultantes da Incorporação, no caso de, em virtude da relação de substituição, os acionistas da Embraco fazerem jus a uma fração de ação de Companhia, referidas frações serão complementadas, para fins de arredondamento, pela entrega de ações já emitidas pela Companhia, de propriedade do acionista Whirlpool do Brasil Ltda.; e (VIII) Apresentada proposta para alteração dos jornais onde são comumente publicados os atos societários da Companhia, foi aprovada a alteração do jornal “Diário do Comércio” para o jornal “Valor Econômico”. Dessa forma, as publicações legais da Companhia, nos termos do § 3 do art. 289, da Lei 6.404/76, serão realizadas nos jornais: “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Valor Econômico”. APROVAÇÃO: Todas as deliberações da Assembléia Geral Ordinária e da Assembléia Geral Extraordinária foram tomadas por mais da metade das ações com direito a voto, abstendo-se de votar os legalmente impedidos. Foi aprovado por unanimidade a autorização para que a ata destas Assembléias Gerais seja publicada com omissão das assinaturas dos Senhores Acionistas, e na forma de sumário, conforme faculta o artigo 130, parágrafos 1º e 2º da Lei nº 6.404/76, respectivamente. Nada mais havendo a tratar, foi a presente ata lavrada, e depois aprovada e assinada pela Mesa e pelos demais acionistas presentes. As publicações desta ata previstas na Lei nº 6.404/76, ainda serão efetuadas nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, e “Diário do Comércio”, passando as próximas publicações a serem realizadas nos jornais ora aprovados. São Paulo, 28 de abril de 2006. (aa) ACIONISTAS: p.p. Brasmotor S.A., Yolanda do Amaral de Cerqueira Leite; p.p. Whirlpool do Brasil Ltda., Yolanda do Amaral de Cerqueira Leite; p.p. Whirlpool Global Partnership, Yolanda do Amaral de Cerqueira Leite; p.p. Whirlpool Europe BV, João Carlos Costa Brega. Hugo Miguel Etchenique. AUDITORES: p. Directa Auditores, Clóvis Ailton Madeira; AVALIADORES: p. Banco Itaú BBA S.A., Flávio Bau e Eduardo Vidal; e p. MAP Auditores Independentes, Marco Antonio Papini. MESA: Paulo Frederico Meira de Oliveira Periquito, Presidente; Yolanda do Amaral de Cerqueira Leite, Secretária. A presente é cópia fiel da Ata, lavrada em forma de sumário, no Livro próprio. Yolanda do Amaral de Cerqueira Leite - Secretária.


quarta-feira, 3 de maio de 2006

Empresas Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 O Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil paulista apresentou alta de 0,05% em abril, na comparação com março.

CAI SALDO DA BALANÇA COMERCIAL

ESSE É O VALOR APROXIMADO DE MERCADO DAS AÇÕES DO BANCO BRASILEIRO EMITIDAS PARA O PAGAMENTO

ITAÚ PAGA R$ 4,5 BILHÕES PELO BANKBOSTON Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 22/2/05

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banco Itaú assinou, na última segundafeira, acordo com o Bank of America Corporation (BAC) para a compra, pelo banco brasileiro, do BankBoston no Brasil, por meio da emissão de 69,518 milhões de ações preferenciais, correspondendo à participação acionária aproximada de 5,8%. Tomando por base a cotação média dos papéis em 28 de abril, essas ações estariam avaliadas em R$ 4,5 bilhões. O acordo prevê que o Itaú terá direito de exclusividade para comprar as operações do Boston no Chile e no Uruguai, além de outros ativos financeiros de clientes na América Latina. "Há 99% de chances de o banco Itaú comprar os demais ativos. Só não tivemos tempo para fazer pequenos ajustes", afirmou o presidente executivo do Itaú, Roberto Setubal. O BAC passará a ser acionista do Itaú e indicará um membro no conselho de administração, mas não poderá elevar sua participação além de 20%. Em comunicado, o Itaú ressaltou que essa é a maior transação no mercado financeiro brasileiro envolvendo troca de ações. Ainda de acordo com a nota, a aquisição do BankBoston assegura ao banco a "liderança entre as instituições privadas brasileiras na administração de recursos de terceiros, custódia e nos mercados de grandes empresas e de pessoas físicas de alta renda". Planos – O objetivo do Itaú é manter a equipe e a rede de agências do BankBoston e somá-las à base do Itaú Personnalité. Os clientes devem poder usufruir da estrutura do Itaú (rede de agências, caixas eletrônicos e Bankline) logo que concluída a integração, o que deve ocorrer ao longo dos seis primeiros meses.

Diversas áreas de negócios do BankBoston serão mantidas e aproveitadas dentro da nova estrutura, de acordo com Setubal, que fez ontem reunião com os funcionários do Boston. De acordo com fontes que participaram da reunião, ele disse que as áreas (e respectivas equipes) em que o BankBoston atua fortemente, como a de cash management, câmbio ou small business, sofreriam alterações mínimas. As áreas de negócios que podem ser absorvidas integralmente pelas equipes do Itaú, como a de back-office, deverão sofrer mais. Antes da reunião com Setubal, os funcionários tiveram um encontro de pouco mais de uma hora com o atual presidente do banco no Brasil, Geraldo Carbone, que pediu calma na transição. De qualquer forma, o clima entre os funcionários é de tensão. Chile – Setubal destacou o Chile, em especial, como interessante para o banco. "O Brasil caminha para ser um mercado competitivo e com menores margens, a exemplo do Chile. Assim, ao entrar no mercado chileno aprenderemos a lidar com esse cenário, que será o futuro do País", afirmou. O presidente do Itaú disse que a integração do BankBoston Brasil será realizada nos seis meses seguintes à aprovação do negócio pelo Banco Central (BC), o que deve ocorrer no prazo de três meses a partir de ontem. De acordo com o executivo, a compra das operações no País não inclui o direito à marca. "Assim, a marca BankBoston desapare c e r á d o B r a s i l a o l o n g o de um ano", afirmou. O BankBoston Brasil registrou no ano passado prejuízo líquido de US$ 97 milhões, perda atribuída a operações de proteção do patrimônio. (AE)

Mães deverão ganhar mais eletroportáteis

M

Renato Carbonari Ibelli

Fátima Lourenço

Nem o frio ajudou as vendas de abril

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grande número de feriados, que deu oportunidade para o paulistano deixar a cidade, prejudicou as vendas do comércio em abril. A informação é do economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). No mês passado, as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que medem as vendas a prazo, cresceram somente 1,2% quando comparado ao mesmo mês de 2005. Já as consultas ao Usecheque, que apontam as vendas à vista, também tiveram uma ligeira alta, de 2,3%, na mesma base de comparação. No acumulado do ano, em que o peso dos feriados acaba diluído, o levantamento da ACSP mostra números mais compatíveis com o padrão de variação das consultas. De janeiro a abril, as consultas ao SCPC aumentaram 2,5% e as do Usecheque, 6% quando comparadas ao mesmo período do ano anterior. Números

que, na opinião do presidente da entidade, Guilherme Afif Domingos, mostram que a demanda está controlada. "Os números mostram que a demanda não está crescendo de forma acelerada. Portanto, nada justifica a mudança política do Banco Central sobre a taxa de juros. Qualquer redução no ritmo de queda da Selic, como divulgado na última ata do Copom, poderá comprometer a recuperação das vendas e o crescimento da economia brasileira", disse Afif. Pequenos valores – O fato do levantamento mostrar que no acumulado do ano as consultas ao SCPC cresceram menos que as consultas ao Usecheque, mostra, segundo Alfieri, que o consumidor, apesar de comprar um pouco mais, tem optado por bens de menor valor agregado, com pagamentos à vista. Na opinião do economista, o consumidor também tem direcionado parte de seus recursos para pagar as dívidas. Prova disso é que no mês passado

DIMINUI O RITMO DO SUPERÁVIT

VARIG

A

assembléia de credores da Varig, marcada para ontem, foi adiada para o próximo dia 8 por falta de quórum. Apenas os credores da classe 3, representantes de estatais, obtiveram quórum mínimo para participar da reunião. As outras duas classes de credores não conseguiram o comparecimento necessário para dar continuidade à assembléia. A principal ausência foi o fundo de pensão Aerus. Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o adiamento não será prejudicial para as operações da companhia. (AE)

Ó RBITA

OIT NO BRASIL

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O

superávit da balança comercial brasileira diminuiu de ritmo em abril. O saldo de US$ 3,097 bilhões ainda é considerado alto, mas caiu 15,84% em relação ao resultado do mês de março e 19,97% comparado a abril de 2005. As exportações somaram US$ 9,804 bilhões no mês passado, enquanto as importações chegaram a US$ 6,707 bilhões.

No acumulado do ano, o superávit subiu para US$ 12,438 bilhões, com aumento de 2,16% em relação ao saldo no mesmo período de 2005, resultado de exportações totais de US$ 39,292 bilhões e de importações de US$ 26,753 bilhões. As importações tiveram aumento mais substancial, de 24,56%, enquanto as exportações evoluíram 16,46%. (ABr)

omeça hoje em Brasília a 16ª Reunião Regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que vai debater uma agenda americana de incentivo ao trabalho de qualidade. A A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo: reunião acontece até a próxima sexta-feira e reúne Distribuição ainda é pedra no sapato da Kaiser. delegados de governos, empregadores e Empresas investem no IDH de cidades carentes. trabalhadores das três Américas. É a primeira vez Auditores fiscais da Receita Federal iniciam greve. que ocorre no Brasil. (ABr)

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Neide Martingo

houve um aumento de 13,1% no número de consumidores que excluíram o nome da lista de inadimplentes da ACSP na comparação com abril de 2005. A má notícia é que aumentou em 6,3% a inclusão de maus pagadores na mesma comparação. "Os números preocupam, mas estão dentro de uma margem sustentável de acordo com o levantamento histórico da ACSP", afirmou Alfieri. Segundo ele, a inadimplência recorde registrada pela entidade foi de 20,2%, em 1999. Perspectivas – De acordo com Alfieri, o mês de maio será o termômetro da economia para este ano. Além do Dia das Mães, considerada a segunda melhor data de vendas para o varejo, atrás apenas do Natal, haverá o reflexo do aumento do salário mínimo e das sucessivas quedas da Selic. "Nesta primeira quinzena de maio poderemos ver se a economia continuará morna, como está, ou se trará novidades ", comentou o economista.

Roberto Setubal, presidente do Itaú, afirmou ter interesse na aquisição de outras operações do BankBoston na América Latina. O acordo assinado com o antigo dono do Boston no Brasil — o gigante Bank of America — prevê o direito de preferência para o Itaú nessas aquisições.

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ano, eles podem ter uma procura maior por parte dos consumidores da classe C, para aproveitar a ocasião e atender as necessidades do lar", detalha o presidente da entidade. Outro item cuja venda será favorecida pelo salário mínimo são os eletroportáteis. "As estatísticas mostram que esses produtos têm participação semelhante à do Natal porque são artigos de menor valor unitário e podem ser adquiridos à vista", explica Saab. Os consumidores das classes A e B serão atraídos pelos televisores de telas planas, plasma e cristal líquido (LCD), cujos preços, segundo Saab, vêm caindo. "Já estamos próximos da Copa do Mundo e muitas pessoas podem antecipar as compras que estavam programando para junho e agradar as mães", diz. Torcedoras – A rede de lojas Colombo resolveu unir as duas datas comemorativas – Dia das Mães e Copa do Mundo para faturar mais. A expectativa é de que as vendas de maio sejam 20% superiores em relação ao número registrado no mesmo mês de 2005. Em junho, a alta poderá chegar a 30% se comparada a junho de 2005 – o crescimento do terceiro bimestre será de 25%. Para atrair os clientes, a rede vai investir quase R$ 9 milhões em campanhas. A Colombo apresenta sugestões de presentes com prestações a partir de R$ 9,90 ao mês. Vão de secadores de cabelo e celulares ao forno de microondas.

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desempenho do mercado brasileiro de cartões de crédito neste mês deve ser o segundo melhor da história, segundo estimativa divulgada ontem pelo Credicard Itaú, empresa resultante da divisão das operações da administradora Credicard entre seus sócios Itaú e Citibank. O faturamento previsto para maio, de R$ 13 bilhões, só perde para o de dezembro de 2005, quando a indústria faturou R$ 14,5 bilhões. O movimento financeiro dos 147 milhões de transações esperadas para maio representa crescimento de 24,5% sobre igual período de 2005. "O valor médio das compras se mantém em R$ 88, mas hoje as pessoas usam mais o cartão de crédito para substituir outros meios de pagamento", disse o superintendente de Relações Corporativas da Credicard Itaú, Marcelo Alonso. Segundo ele, até pelo menos 2008, Itaú e Citibank vão compartilhar a marca Credicard. "Ainda será decidido com quem ela ficará." O superintendente disse que, ao acrescentar à sua operação de cartões de crédito os 50% da Credicard, o Itaú assume a liderança do setor. A instituição passa a ter 23% do mercado, com 14 milhões de cartões. Investimentos – "A Credicard Itaú quer crescer mais que o mercado", afirmou Alonso, sem adiantar detalhes do novo projeto. As estimativas iniciais da Credicard, antes da conclusão da cisão, apontavam para um crescimento do setor em torno de 22%, em 2006. Para expandir os negócios, a Credicard Itaú buscará conhecer melhor sua clientela. Ao longo de 2006, a empresa vai investir R$ 40 milhões em tecnologia e treinamento. A idéia é avaliar o comportamento de consumo dos usuários de cartões de crédito junto à Orbitall, processadora de cartões comprada pelo Itaú durante o processo de separação do Citibank. "A Orbitall é a maior processadora de cartões da América Latina", disse Alonso. A primeira entrevista coletiva da Credicard Itaú será ainda nesta semana, quando o diretor-executivo de marketing da nova empresa, Fernando Chacon, deverá dar mais detalhes sobre os projetos. Chacon também deve falar a respeito das tendências do mercado, que passou a ter novo quadro de concorrência.

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u i t a s m ã e s re c l am a m p o r q u e g anham, no dia delas, presentes que serão usufruidos pela família. Apesar disso, neste ano, a situação não será muito diferente. Isso é o que mostra uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). O presidente da entidade, Paulo Saab, afirma que os produtos "preferidos" pelos filhos serão liquidificadores, batedeiras e itens para cuidados pessoais, na linha de portáteis. Também estão na lista dos filhos os aparelhos de DVD, televisores e câmeras fotográficas digitais; além de refrigeradores, lavadoras automáticas e fornos de microondas. A indústria eletroeletrônica espera vender 7% mais neste ano em relação ao Dia das Mães de 2005. "Vários fatores devem contribuir, nos diversos segmentos da população, para o maior volume de compras de eletroeletrônicos para presentear no Dia das Mães", diz Saab. Segundo ele, a antecipação do aumento do salário mínimo, tradicionalmente reajustado em maio, estimulará a venda dos produtos. O estudo da Eletros sobre o impacto da data para o setor destaca as vendas de geladeiras de até 300 litros. Os negócios com o produto costumam ser 5% acima da média anual em março e 2% maiores em abril, meses em que o varejo faz as encomendas para o Dia das Mães. "São artigos que facilitam a vida das mães. Neste

Mercado de cartões de crédito deve faturar R$ 13 bi em maio, diz Credicard


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

(Miami Herald, 01/05/06), e os resultados do estudo conjunto da consultoria Booz Allen Hamilton e do Insead, comentado em matéria de Ricardo César no Valor (25/04/2006).

Okamotto escondeu o Imposto de Renda? em sendo discutida, há já algum muito tempo, a possibilidade, ou não, da quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal do senhor Paulo Okamotto, presidente do Sebrae. Evidentemente, os interessados vêm questionando a possibilidade desse conhecimento e, por enquanto, parece, com algum sucesso. Ora, quem paga as contas, inclusive as alheias, deve ter rendimento, e demonstrar tê-lo, suficiente para tudo isso, ou seja, pagar as próprias contas e as contas alheias. Então, a

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lógica obriga a uma coisa só: a realização de uma análise das declarações de rendimentos desse compadre do presidente Luís Inácio, as quais foram apresentadas nos exercícios de 2000 a 2006, inclusive. Examinadas, e com os dados em mãos, é só fazer as contas para verificar se tudo está nos conformes no que se refere às entradas (receita) e às saídas (despesa). Nestas últimas, aliás, deverão ser consideradas e computadas as declaradas na declaração e as

declaradas fora dela, se for o caso, como, por exemplo, a ostentação de riqueza pelo trem de vida exibido no diaa-dia, assim como, inclusive, ser verificado se constou os tais pagamentos feitos e assumidos das despesas do então candidato à Presidência (R$ 29.400,00) e de sua filha Lurian (R$ 26.000,00). Afinal, coisas tais pode fazer quem tem condições de fazê-lo; e, se fez, tem a obrigação de comprová-las e demonstrar sua capacidade para pagar contas de outras pessoas.

s bancos terão de aprimorar sua tecnologia para gerir risco de crédito, caso queiram aproveitar em plenitude as muitas oportunidades emergentes nesse campo. A primeira versão do Acordo de Basiléia, emitido em 1988, recomendou a adoção de práticas prudenciais nas áreas de supervisão bancária, dentre elas a de crédito, estabelecendo os limites mínimos de alocação de capital para fazer frente ao risco de crédito das carteiras de empréstimos das instituições financeiras. Mas, por não reconhecer diferentes níveis de risco nos empréstimos concedidos à iniciativa privada, acabou por trazer como efeito colateral o “engessamento” dos bancos, entendido como tal nivelar a concorrência pelo capital e não pela eficiência e expertise no crédito. Sob a égide dessa nova ordem nivelaramse parâmetros de forma indiscriminada, a ponto de praticamente desaparecer a livre concorrência no mercado financeiro, um cenário prestes a ser modificado radicalmente à medida que se aproxima o prazo derradeiro para a entrada em vigor do que já se convencionou chamar Basiléia II. Esse autêntico upgrade do acordo original vai permitir às instituições mais competentes alocarem menos capital para cada unidade monetária emprestada, dependendo apenas dos níveis de risco dos empréstimos concedidos em suas carteiras e da capacidade de desenvolvimento de metodologias de apuração e controle de riscos adotadas. Mudança igualmente expressiva será a análise multifacetada do risco, considerando não só o risco empresa, seu DNA, ou seja a propensão natural de determinado devedor, pelas suas características intrínsecas, em não honrar seus compromissos financeiros, atingindo então o estado de “default”; mas também o percentual da dívida não recuperado nesses casos. Em outras palavras, ao invés de seguir um mo-

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FOGO Plim-plim, sinal do monopólio que cresceu nos anos de chumbo

Quem paga as contas alheias deve ter rendimento, e demonstrar de onde ele vem

Qualquer cidadão que tenha lido as notícias a respeito não pode deixar de ficar indignado com a ocultação dos dados. Nada justifica o furtarse de prestar contas à sociedade. Quando se lê que os assalariados de carteira assinada e assemelhados, vieram de apresentar seus rendimentos anuais à tributação, sob as ameaças habituais, ressalte-se, é incompreensível que o senhor Paulo Okamotto seja diferente. Afinal, não há nada a temer, não é? PEDRO LUÍS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

PINGA-

Márcia Gouthier/Agência Sebrae

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Dinheiro vivo Os bancos terão de aprimorar sua tecnologia para gerir os novos supermercados do dinheiro

G Desapareceu a livre concorrência. Mas o cenário vai mudar. G Os bancos poderão gerar parâmetros próprios para a análise do nível de risco. G Quem estiver preparado vai poder emprestar mais e melhor.

Lendo o editorial A Magia da Imagem, de Arnaldo Niskier (DC, 21/04) vi que concordo com o que foi dito sobre a Globo, mas com ressalvas, haja visto que a Rede Globo cresceu justamente no pósditadura e é responsável em grande parte pela "implantação" do aculturamento norteamericano em nosso país. O silêncio pósditadura foi o terreno fértil para o crescimento do "Padrão Globo de

delo pré-estabelecido, os bancos terão a possibilidade de gerar parâmetros próprios para a análise do nível de risco apresentado pelas suas atividades na área de crédito e, conseqüentemente, o montante de capital a ser alocado para cada operação do gênero realizada. Num ambiente assim, quem estiver tecnologicamente preparado, com modelos de classificação e gestão de riscos claramente definidos, certamente vai poder emprestar mais e melhor, dependendo tão somente para isso dos níveis de risco de suas carteiras de crédito aliados à qualidade da metodologia de classificação e à gestão de risco. Assim, obterão o benefício adicional de ampliar a receita trazida pelo crédito, fonte de recursos hoje indiscutivelmente superior à que representam os serviços para a grande maioria das instituições financeiras. Somam-se, finalmente, a tudo isso outros dois aspectos relevantes: sistemas inteligentes gerindo o risco de crédito poderão determinar spreads sem gorduras e mais competitivos, assim como toda a mobilidade necessária a um eficaz reposicionamento das carteiras de crédito frente às perspectivas de mudança de cenários, sejam eles políticos, econômicos, setoriais e outras situações de estresse diante das quais apenas o pronto remanejamento de carteiras seria capaz de evitar prejuízos, bem como o aproveitamento de novas oportunidades. ANTONIO CARLOS CASTRUCCI É CONSULTOR INDEPENDENTE ESPECIALIZADO EM MERCADO FINANCEIRO

Qualidade". Com isto ela conseguiu plastificar tudo. Falou sotaques da forma que bem quis e narrou histórias reais, muitas vezes deturpando-as. É plausível, sim, o que a Globo representa para o País, mas o maior problema é que não temos quase sempre algo que a substitua ou que concorra com ela, pelo menos para instigar a escolha do que se quer assistir. Somos o país da Rede Globo, sim, até mesmo porque o cinema e o teatro são caros e se ficamos nas ruas nos tornamos vulneráveis a vários riscos pelos quais já somos carecas em saber. ANTONIO MARCELO MENDES ANTONIOMARCELOMENDES@YAHOO.COM.BR

informe do BIB conclui que a América Latina como um todo está ficando para trás em todas as categorias de educação, ciência e tecnologia. A região investe menos em pesquisa e desenvolvimento que a Coréia, sozinha. O Brasil, o maior investidor da região, investe somente um por cento do PIB. Em comparação, a China, país muito mais pobre que nós, investe 1,4% do seu PIB. Além disso, enquanto na China socialista a participação do setor privado (multinacionais) nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento seja crescente e já ultrapasse 60% do total dos gastos, ela vem se reduzindo na América Latina, onde nem chega a um terço. A qualidade da educação

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ROBERTO FENDT DUAS AMEAÇAS AO BRASIL empre estive convicto de que o Brasil está cada vez mais ameaçado pelo ressurgimento do atraso político na América Latina — o que Jorge Castañeda chamou de "esquerda populista", atualmente representada por Chávez, Morales, Ollanta, Kirchner e outros menos votados. Essa esquerda não tem qualquer compromisso com o futuro e tem por objetivo único perpetuarse no poder. Os povos (e os vizinhos) que se queixem ao bispo. Exemplo do que pode estar por vir foi a expropriação dos ativos da Petrobras na Bolívia. Sem mais nem menos, o presidente Evo Morales deu um prazo de seis meses para que as empresas estrangeiras de petróleo e gás que operam na Bolívia concordem com os novos termos propostos pelo governo, ou deixem o país. No interregno, 82% da receita bruta dessas empresas passam para a estatal boliviana YPFB e os restantes 18% ficam com as empresas. Obviamente, esses 18% não cobrem as despesas operacionais das empresas, o que reduzirá o seu patrimônio até a data da "renegociação" dos contratos.

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que de fato ocorreu foi uma violação tosca e rude de direitos de propriedade de empresas estabelecidas dentro da lei vigente. A Petrobras e as demais empresas estrangeiras foram expropriadas, pura e simplesmente. E, para adicionar injúria à ofensa, o senhor Morales fez questão de falar grosso dentro de uma das subsidiárias da Petrobras. Ali, mandou dois recados: o primeiro, que se poderia chamar de sutil, por roubar in loco o patrimônio da Petrobras; o outro, truculento, ao dizer que se tratava de ato soberano de governo, que será defendido, se necessário, com a força das armas. Mas os problemas não acabam aí. Há quem considere que há uma ameaça maior ao Brasil que a "esquerda populista": o atraso tecnológico. Em essência, é o que dizem um novo informe do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) comentado na coluna de Andrés Oppenheimer

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Além de Evo, Chávez e Ollanta, há uma ameaça maior ao Brasil: o atraso tecnológico. está melhorando sensivelmente nos países emergentes da Ásia e está caindo no Brasil e nos demais países da América Latina. E registramos nos Estados Unidos somente 130 patentes por ano versus 3.000 pela Coréia e 300 pela China. México (84 patentes) e Argentina (62) estão em situação ainda pior. Já a pesquisa da Booz Allen Hamilton e do Insead destaca a importância dada pelas multinacionais na localização das atividades de pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos 30 anos, essas empresas passaram a desenvolver 66% dessas atividades passaram a ser feitas fora da sede. Hoje, a China e a Índia detêm quase 14% dos centros de pesquisa das multinacionais — comparativamente a 3,4% em 1990. Pouca dessa atividade é desenvolvida aqui. Bolívia já nacionalizou três vezes sua atividade petroleira. O atraso populista pode nos causar sério dano agora, mas a situação pode mudar no futuro. O que as pesquisas citadas mostram é que o atraso tecnológico pode ser pior a longo prazo. Não seria a hora do senhor presidente se dedicar mais a esse assunto e menos a apoiar populistas que acabarão se voltando contra nós?

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ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

LANÇAMENTO

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DCARRO

Pablo de Sousa

Honda capricha

no seu novo Civic

O carro chega com jeito de líder, agradando com inusitado requinte no interior, que oferece maior espaço. Vamos ter boa briga entre os sedãs. ANTONIO FRAGA/CHICOLELIS

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le vai custar entre R$ 59.600 e R$ 77.600 e, ao se abrir a porta e entrar, ainda impressionado com as agradáveis alterações de design do exterior, fica-se ainda mais surpreso com o interior bonito, elegante e futurista do novo Civic. O carro abandonou aquele acabamento espartano característico de carros japoneses deste segmento e é, sem dúvida, um novo carro e a referência entre os modelos deste nicho. Os concorrentes, Ford Focus, Volkswagen Bora, Chevrolet Astra e Vectra, Toyota Corolla e Renault Mégane, vão ter que "rebolar" para convencer os seus consumidores de que vale a pena comprar os seus produtos. Ajuste de bancos efetuados, bem como o do volante, ligamos o motor. No painel a incrível sensação de dois mostradores de instrumentos digitais, separados: no de cima, destacado, o velocímetro. Embaixo, entre outros, o conta-giros bem na frente e o longo tablier. Tudo

com um design muito caprichado. Invejável! O carro ficou mais silencioso e o "rodar" confortável e firme. Este é um dos seus destaques já que em qualquer situação, mesmo nas curvas de alta, ele é estável, graças às suspensões independentes nas quatro rodas e à sua engenharia que formam um excelente conjunto. Na dianteira, o tradicional sistema McPherson, com nova geometria, que aumenta a aderência dos pneus e dá estabilidade. Na traseira, o sistema multibraço double wishbone, o mais avançado disponível. Motor - O i-VTEC (Controle Eletrônico Variável de Sincronização e Abertura das Válvulas), é o motor, agora 1.8 em todas as versões. Seus quatro cilindros em linha SOHC produzem 140 cv a 6.300 rpm e 17,7 kgf.m de torque a 4.300 rpm. Ele responde prontamente a qualquer solicitação, com fôlego. Numa simulação de ultrapassagem, de baixa velocidade para alta, o carro não fez feio e transmitiu segurança. Esse bom resultado é

Na edição do dia 8 de março, mostrávamos, ainda camuflado, o Civic da 8ª geração

auxiliado pela transmissão automática de cinco velocidades (antes eram quatro). A mudança de marchas tem engates rápidos, sem trancos, mas poderia ser mais ágil na redução de marchas quando solicitado a aumentar a velocidade. A versão EXS traz, de série, o sistema de trocas seqüenciais S-Matic. Colocando-se a alavanca no modo "Sport", a seleção das marchas é transferida

ao paddle shift, borboleta atrás do volante, como nos carros de Fórmula 1. É divertido e eficiente, com vantagem de respeitar a vontade do condutor: só troca as marchas quando solicitado. Numa simulação mais esportiva, sem ser essa a vocação deste sedan médio de luxo, o banco do motorista "abraça" o passageiro ficando firme em qualquer curva. São muito bons. Talvez os melhores do mercado O conta-giros na frente, o banco envolvente e o volante esportivo com o seletor de marchas atrás, fica parecendo que estamos num esportivo. O sedã chega à rede de concessionárias a partir de R$ 59.600, na versão LX e equipado com câmbio mecânico de cinco marchas, podendo chegar a R$ 77.600, na versão top de linha EXS, disponível apenas com câmbio automático de cinco marchas. Portadores de deficiência -Na versão LX, o Civic será destinado exclusivamente a portadores de necessidades especiais. Ele tem o mesmo motor 1.8 mas com potência reduzida para 125 cv, contra os

140 cv das LXS e EXS. Em termos de dimensões, o Civic novo ficou maior em comparação com a geração anterior. Ganhou 8 centímetros, na distância entreeixos (2,70 m), 5 cm, no comprimento (4,48 m) e 3,7 cm, na largura (1,75 m). A altura, por sua vez, diminuiu, mas foi pouco: 5 milímetros. Entre os equipamentos oferecidos de série destacam-se air bags para motorista e passageiro, ar-condicionado, destravamento remoto das portas, volante com comandos de áudio e piloto automático integrados, entre outros itens. O único opcional é o revestimento de couro nos bancos, na versão LXS. Ao novo sedã, a Honda também oferece 3 anos de garantia, com assistência 24 horas gratuita nos 2 primeiros anos. Neste período, em caso de imobilização do Civic, a montadora oferece um carro locado para o cliente, desde que o sedã fique na oficina por 48 horas ou mais. A projeção da Honda é comercializar 23 mil unidades da nova geração do modelo até o fechamento do ano.

Os preços - O Civic LX (automático), com motor de 125 vc, para portadores de deficiências físicas, custa R$ 47.967,58, em São Paulo. O LXS mecânico, R$ 59.600; LXS (automático), R$ 64.200; LXS (mecânico, com estofamento em couro), R$ 61.100; LXS (automático, em couro), R$ 65.700 e o EXS, top de linha, R$ 77.600. Veja análise sobre a situação do mercado de segmentos médios/grandes, na página 2.

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O novo carro da Honda vem com linhas harmoniosas, detalhes diferenciados, como o painel bipartido, interior com maior espaço para todos os ocupantes, bem como motor mais potente e câmbio de cinco velocidades, com troca de marchas manualmente, com uso de borboletas atrás do volante, como na F1. Há também versão com motor menos potente, destinada aos que necessitam de um carro em condições especiais.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 3 de maio de 2006

1,77

por cento foi o avanço das ações da Petrobras no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) de ontem.

2/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 27/04/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.724.048,40 Lastro Performance LP ......... 1.092.328,56 Múltiplo LP .............................. 3.326.821,20 Esher LP .................................. 2.487.953,22 Master Recebíveis LP ........... 656.713,57

Valor da Cota Subordinada 1.041,442758 1.003,427715 1.034,882367 1.013,213224 968,795361

% rent.-mês 2,3294 1,0761 1,0213 0,8611 1,6148

% ano 6,5991 0,3428 3,4882 1,3213 -3,1205

Valor da Cota Sênior 0 1.024,148029 1.031,325563 0 0

% rent. - mês 1,0302 1,1224 -

% ano 2,4148 3,1326 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Ano 81 - Nº 22.118

São Paulo, quarta-feira 3 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Não vai faltar gás para o Brasil

'Enérgica' reação do Brasil à Bolívia Lula, Kirchner, Chávez e Morales se encontran na 5ª Em Foz de Iguaçu, Brasil consulta Argentina e Venezuela sobre a ação da Bolívia.

O novo alvo é o setor de mineração Bolívia quer maior participação na exploração de minérios. Mas declara que não pretende expropriar.

Diálogo, cautela, respeito, a estratégia da nossa diplomacia

Ações fecham em alta na Bovespa

O chanceler Amorim volta de Genebra com a reação decidida: o caminho é o diálogo

Sérgio Lima/Folha Imagem

Operadores dizem que valorização das ações da Petrobras mostra fragilidade da Bolívia

Itaú agora é dono do BankBoston Valor da compra, em ações de mercado: R$ 4,5 bilhões. Eco/7

4 páginas com Brasil/Bo lívia, em Econo mia.

Da reunião de emergência convocada por Lula, saiu o porta-voz André Singer (foto) para anunciar a reação do Brasil. E foi uma só, de alívio: não há risco de faltar gás. Para Lula, Morales fez um "gesto espetacular". Pablo de Souza

Marcelo Corrêa/1000 Palavras

Loucuras pela Copa

HOJE Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 13º C.

Empresas aproveitam a paixão de torcedores como o jornalista Luciano (foto) e fazem de tudo para promover a Copa. Economia/10

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima24º C. Mínima 11º C.

Civic posa de líder Novo modelo da Honda capricha no visual, certo de que pode vencer a briga entre os sedãs.


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quarta-feira, 3 de maio de 2006

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Cidades PIMENTA NEVES VAI A

Na lembrança da minha filha (porque ela não existe mais, nem aqui nem em outro lugar) eu prometo a ela que o Pimenta vai pagar. João Gomide, pai de Sandra

Ó RBITA

FAMÍLIA ACUSARÁ SUZANE família de Suzane von Richthofen, de 22 anos, desistiu de poupá-la no processo criminal em que é acusada de duplo homicídio triplamente qualificado pelo assassinato dos pais, Manfred e Marísia, em 2002. Logo após o crime, o tio da jovem, Miguel Abdalla, contratou o advogado Alberto Toron para atuar como assistente da acusação em relação aos irmãos Daniel e Christian Cravinhos, que

A

participaram do crime. Em respeito à memória da irmã, Abdalla preferiu não fazer nada contra a sobrinha. "Mas, diante dos últimos acontecimentos, ele me passou uma procuração para atuar na acusação dela", disse Toron, referindo-se à briga pela herança entre Suzane e o irmão e à reportagem do "Fantástico", que mostrou a jovem numa encenação diante das câmeras. (AE)

Wladimir de Souza/DiarioSP/Agência O Globo

RESGATE FRUSTRADO polícia apreendeu ontem 14 granadas de bocal, oito fuzis e uma metralhadora calibre 30 (acima) que seriam utilizados para resgatar Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital, que está preso na Penitenciária Doutor Paulo Luciano Campos, em Avaré, no interior do Estado. Essa foi a segunda tentativa de resgate do preso em cinco meses. A ação foi descoberta e frustrada por agentes

A

penitenciários. Um homem foi preso com o armamento. Segundo a polícia, os agentes pegaram criminosos cortando as grades que dão acesso à penitenciária, mas não houve confronto. O preso é Leandro Lima de Carvalho, de 23 anos, que foi capturado na segunda-feira perto da rodovia Castello Branco. Ele estava em um Vectra preto blindado com a placa clonada. O armamento, de uso exclusivo das Forças Armadas, estava no carro.

Maria Tereza Correia/Estado de Minas/AE

LIVRES DA GAIOLA oliciais militares do Meio Ambiente apresentaram ontem as 114 aves silvestres e o material utilizado para capturá-las, como tarrafas e redes, apreendidos durante uma operação especial realizada durante o feriado prolongado na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Os animais e todo o material foram entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

P

na capital mineira. As aves foram recolhidas de cativeiros na Grande Belo Horizonte. Um homem foi preso por porte ilegal de armas em Ibirite. Outro foi flagrado no bairro Xangrila, em Contagem, promovendo uma rinha de canários. Insetos – O Ibama apresentou ontem no Museu de Zoologia da USP, no bairro do Ipiranga, centenas de insetos apreendidos e que seriam levados para o exterior e vendidos a colecionadores.

NA MÃO DOS BANDIDOS segurança nas penitenciárias paulistas pode estar comprometida. Projetos de fabricação de grades com segredos de fechaduras e as plantas baixas com a estrutura de presídios estão nas mãos de ladrões, provavelmente integrantes do crime organizado. Na madrugada de domingo os projetos foram furtados do escritório de uma serralheria

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A TÉ LOGO

em Presidente Prudente, no Interior. Os desenhos técnicos estavam em dois computadores levados pelos ladrões, que também pegaram disquetes. O furto foi descoberto na segunda. Rodrigo Guimarães, dono da serralheria, presta serviço há mais de três anos para presídios. Uma equipe especializada em furtos trabalha no caso. A investigação é sigilosa.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias

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Ex-pichadores montam ateliê na zona sul de SP

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Unesp: inscrição para isenção da taxa do vestibular

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Presos 8 bandidos que assaltaram casa de senador

JÚRI DEPOIS DE 6 ANOS Agliberto Lima/AE - 13/09/2000

Réu confesso do assassinato de sua ex-namorada Sandra Gomide, o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves deve ir a julgamento hoje no Fórum de Ibiúna

O

jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, de 69 anos, ex-diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo e réu confesso do assassinato de sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, em agosto de 2000, começa a ser julgado hoje pelo Tribunal do Júri, em Ibiúna, a 70 km de São Paulo. Ontem, cinco anos e oito meses depois do crime, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou recurso extraordinário proposto pela advogada de defesa Ilana Muller, na tentativa de, mais uma vez, adiar o julgamento. Ainda ontem, em decisão unânime, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter entendimento do ministro Hélio Quaglio Barbosa e negou apelo da defesa de Pimenta Neves. Nesse pedido, a advogada solicitava reconsideração de decisão anterior que manteve a acusação de motivação torpe (ciúme). Pelas costas – Hoje, Pimenta Neves deverá ser julgado por homicídio duplamente qualificado. A Justiça entende que o crime foi cometido por motivo torpe e que o acusado não deu à vítima chance de se defender. Sandra foi assassinada pelas costas, com dois tiros à queimaroupa (nas costas e na cabeça), em um haras de Ibiúna. Na época do crime ambos trabalhavam no "Estadão". Desde que anunciara sua decisão de romper o namoro com Pimenta Neves, Sandra passou a ser assediada pelo jornalista. Vítima de ameaças verbais, invasão de domicílio e de agressão física, a jornalista chegou a prestar queixa na polícia contra o ex-namorado. Inconformado com o fim do namoro, Pimenta – 30 anos mais velho que a namorada – exigiu de volta todos os presentes dados a ela. Depois do crime e de uma susposta tentativa de suicídio, o jornalista ficou preso por sete meses. Foi solto em março de 2001 por determinação do ministro do STF Celso de Mello, para quem não existia uma situação que justificasse sua prisão preventiva.

Em liberdade – Ontem à tarde, a advogada de Pimenta pediu ao TJ-SP novo habeas corpus para que, mesmo se condenado, ele possa permanecer em liberdade enquanto houver possibilidade de recurso. O entendimento da Justiça costuma ser nesse sentido: se não havia motivo para prender o réu antes da condenação em primeiro grau e a situação se mantém após a sentença, costuma-se manter a liberdade. A pena prevista vai de 12 a 30 anos de prisão, segundo o promotor de Justiça Carlos Sérgio Rodrigues Horta. Com o posicionamento do STF, que permite progressão de regime para crimes hediondos, se for preso, Pimenta pode pedir o benefício do semi-aberto após cumprir um sexto da pena. A defesa deve alegar que ele cometeu o crime sob violenta emoção, o que também poderia reduzir a pena. O julgamento está marcado para as 8h e monopoliza as atenções em Ibiúna. O Fórum local recebeu pintura e a prefeitura reformou a pracinha do entorno. Na abertura da sessão serão escolhidos, numa lista de 21 nomes, os 7 jurados que formarão o corpo de sentença. O julgamento deve começar com a leitura dos 12 volumes do processo, de 2.400 páginas. Depois serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa. Após os debates, os jurados estarão aptos a dar o veredicto. Se o réu não comparecer, hipótese que chegou a ser aventada ontem à noite, caberá ao juiz avaliar se sua ausência é justificada, caso em que a sessão seria adiada. Entrevista – "Até hoje eu não sei o que aconteceu e porquê chegou a esse ponto. Só posso atribuir isso a uma perda dos sentidos", disse Pimenta ao comentar o assassinato em entrevista concedida ao "Jornal da Noite" (00h20), da Band. Ao jornalista Roberto Cabrini, Pimenta contou como matou a namorada: "Eu dei dois tiros praticamente em seguida." (Agências)

Epitácio Pessoa/AE - 05/05/2000

COCAÍNA Polícia estoura laboratório de refino de cocaína em Sapopemba, zona leste da cidade.

ADIAMENTO Tribunal de Justiça de São Paulo adia decisão sobre julgamento de Gil Rugai.

Robson Fernandjes/AE

O jornalista Pimenta Neves (no alto), que assassinou Sandra Gomide (centro) com dois tiros, começa a ser julgado hoje no Fórum de Ibiúna (acima), onde o crime foi praticado há quase seis anos.

"Prometo que ele vai pagar"

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esde que a filha Sandra morreu, o aposentado João Gomide perdeu a saúde, a boa convivência com a mulher, a garantia de amparo na velhice, a crença na Justiça e na religião. De nervosismo, teve um enfarte e precisou de três pontes de safena. Também desenvolveu diabetes por stress, que agravou a neuropatia (perda gradual da função dos nervos). Desde o crime, a mulher, "que já era nervosa", segundo ele, desenvolveu o transtorno bipolar (caracterizado pela oscilação drástica de humor, com momentos de euforia e de profunda depressão).

O pai de Sandra disse que, atualmente, não quer mais matar o jornalista, como disse em diversas entrevistas de TV. "Quero que ele tome, no mínimo, a pena máxima. Que ele fique uns 10 anos. Não adianta eu matar, que ele não vai sofrer nada." No julgamento, não pretende falar nada – quer apenas lançar um olhar que intimide o réu. "Na lembrança da minha filha (porque ela não existe mais, nem aqui nem em outro lugar) eu prometo a ela que o Pimenta vai pagar", disse o ex-católico, hoje "materialista", João Gomide. (AE)


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Tr â n s i t o Ambiente Entretenimento Compor tamento

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quarta-feira, 3 de maio de 2006

ESPAÇO FUNCIONA NUM PEQUENO APARTAMENTO

Objetivo agora é criar o projeto Museu vai à Escola, para levar a mágica às crianças.

Fotos de Milton Mansilha/Luz

Shopping de Silvio Santos começa em seis meses

O

shopping do Grupo Silvio Santos, na Bela Vista, deve sair do papel no segundo semestre, mas virá acoplado à revitalização do vizinho da frente: os baixos do viaduto Júlio de Mesquita Filho, parte da ligação LesteOeste. A proposta será levada, nos próximos 15 dias, ao Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) e precisa ser aprovada também pela Prefeitura. Segundo o DPH, é uma espécie de compensação pela demolição de duas casinhas tombadas que existiam no terreno, com entradas pelas ruas Jaceguai, da Abolição e Santo Amaro. Segundo o grupo, a melhoria do entorno sempre fez parte dos planos. O shopping vai custar R$ 75 milhões A empresa precisa reapresentar, ainda, a modificação do paredão dos fundos do shopping, que dá para um conjunto de casas. "Já está bem diferente, com as escadas de incêndio e a posição dos cinemas", disse o arquiteto Francisco Fanucci, que assina o projeto com Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki. Ele acredita que a aprovação total do empreendimento deva sair em seis meses. Antes de começar a obra, serão demolidos dois predinhos. Já foi derrubada a Sinagoga Ohel Yaacov, de 1924. A recuperação dos baixos do viaduto, entre a praça Pérola Byington e a rua Major Diogo, receberá R$ 2 milhões. "Vai receber iluminação, paisagismo e incentivo a atividades, como floricultura e cafés", disse o diretor da Sisan Empreendimentos Imobiliários, Eduardo Velucci, responsável pelo empreendimento. O projeto inclui a revitalização de um sacolão que já funciona no local. Na parte próxima da Major Diogo, altura da Casa da Dona Yayá, a intenção é desativar o estacionamento de ônibus e, em seu lugar, fazer uma praça, com atividades como pista de skate e biblioteca com café. No vizinho Teatro Oficina, José Celso Martinez Corrêa promete resistir, ir à Justiça, fazer de tudo para evitar que o shopping interfira na história de seu espaço. Ele tem outros planos para o terreno. "Quero conversar com o Silvio Santos de novo. Tenho certeza de que ele pode bancar minha proposta de fazer ali um teatro de estádio, universidade cultural e oficinas de florestas", afirma. Morador do prédio vizinho ao Oficina, o designer gráfico Antônio Augusto de Toledo Pisa prefere o shopping e acusa Zé Celso de ser egocêntrico. "Esta parte do bairro está abandonada", disse. (AE)

Mister Basart atuou no programa Bambalalão e hoje cuida do museu. Sua luta é para conseguir um espaço maior para abrigar o acervo.

ABRACADABRA. E O MUSEU DA MÁGICA SOBREVIVE NO IPIRANGA. Sem apoio oficial e sobrevivendo graças a doações, o museu tem 22 anos e 50 mil itens ligados à magia Clarice Chiquetto

N

um apartamento escondido como coelho em cartola, sem qualquer placa ou cartaz, no número 519 da rua Silva Bueno, no Ipiranga, funciona o Museu da Arte Mágica e do Ilusionismo. Presidido e fundado por Basílio Artero Sanchez, o Mister Basart, mágico que ficou conhecido por comandar o programa televisivo infantil Bambalalão, na década de 80, o museu existe há 22 anos e tem cerca de 50 mil itens de magia, incluindo quadros, artefatos, vídeos, fitas, instrumentos e cartas. Infelizmente, a maior parte deste material – a maioria reportagens e documentos antigos – está guardada em caixas empoeiradas. Apenas instrumentos, maquetes, revistas e quadros estão expostos para os visitantes. Isso porque o espaço é muito pequeno para tudo o que Basart guardou ou recebeu de doação de mágicos de todo o mundo em pouco mais de trinta anos. "Procuramos por um bom tempo uma sala maior. Até tivemos um espaço no Bixiga por um tempo, mas perdemos quando a entidade que nos abrigava teve de sair do local", disse o mágico. Agora, está em negociação com a Subprefeitu-

Cartaz do famoso mágico Houdini. Os visitantes podem ver também coleções, como roupas que foram usadas em momentos importantes ou livros antigos.

ra do Ipiranga para tentar conseguir um espaço público e se manter no próprio bairro. O mágico já fez diversas tentativas de conversar com os Executivos municipal e estadual, mas nunca teve uma resposta positiva. Até hoje, o museu tem se mantido por meio de doações de admiradores da mágica e pelos próprios mágicos – cerca de 5 mil no estado de São Paulo, segundo Basart. Mesmo assim, o mágico não desanima. Quem visitar o con-

junto 42 no pequeno prédio da Silva Bueno, poderá assistir a diversos números de mágica e ilusionismo, além de obter uma explicação sobre a história da mágica, ilustrada por cem cartazes espalhados nos dois cômodos do museu. Há imagens de personagens que foram, ou são hoje em dia , muito importantes para a história dessa arte, como o francês Robert Houdin, mágico do século 19 que "inventou" a mágica da forma com é feita hoje,

com uma mistura de misticismo e truques (até então era vista apenas como algo sobrenatural), e criou 56 truques, e do famoso Harry Houdini, que se inspirou no primeiro para criar seu nome artístico. O norteamericano David Cooperfield, o mágico mais bem pago e famoso do mundo atual, também está nos cartazes e em vídeos, assim como os respeitados irmãos brasileiros Vik e Fabrini, que atuam na Europa desde o meio da década de 90. Os visitantes podem ver coleções de mágicos famosos, como roupas que foram usadas em momentos importantes ou livros antigos e raros, como os três volumes escritos pelo mágico e pesquisador João Peixoto dos Santos, com 1.800 páginas, editados nos anos 40, que contam a história da mágica e listam centenas dos truques. Basart quer criar o projeto Museu vai à Escola, para levar a mágica aos colégios públicos e particulares da capital. A intenção é dar palestras e mostrar números de magia. Atualmente, procura apoio privado ou governamental para levar sua idéia adiante. Há alguns meses tem recebido o apoio de três museólogos que estão trabalhando para tornar o espaço mais profissional e menos pessoal, e para tentar montar um projeto que agrade aos possíveis investidores.

Em exposição: cartazes, a foto de Robert Houdin (mágico do século 19 que "inventou" a mágica da forma como é feita hoje), apetrechos para truques e os livros de João Peixoto dos Santos, com 1.800 páginas e centenas de mágicas.

Enquanto isso não acontece, visitas agendadas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h às 14h. Outros horários também estão disponíveis, desde que marcados com antecedência pelo telefone 6168-7000 . A entrada custa R$ 5,00 ou 5 quilos de alimentos doados a uma instituição beneficente (basta levar o comprovante da doação). Basart oferece cursos de magia que duram seis meses e custam R$ 180,00 por mês – doze aulas com três números ensinados em cada uma.


quarta-feira, 3 de maio de 2006

Ambiente Compor tamento Ambiente Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

FRENTE FRIA TAMBÉM PROVOCA RESSACAS

9 Na capital, os termômetros marcarão entre 10 e 22 graus até o fim da semana.

TEMPERATURA CAI EM TODO O PAÍS O fenômeno meteorológico, conhecido como friagem, manterá a temperatura baixa até o fim de semana. O mar também ficará agitado em vários estados.

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ma massa de ar seco e frio deve atingir os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais a partir de amanhã. "A temperatura vai cair ainda mais na Serra da Mantiqueira, na zona norte da cidade, onde pode até gear", disse o meteorologista Gustavo Escobar. As mínimas previstas ficarão entre 3 e 4 graus, mas o especialista não descarta que as temperaturas se aproximem de zero. "Isso pode acontecer em alguns pontos da serra, já que as temperaturas vão cair consideravelmente". A frente fria vem do sul do Continente e avança para o norte, provocando também ventos frios. O fenômeno, conhecido como friagem, manterá as temperaturas baixas até o fim de semana. Na capital, onde ontem o frio já podia ser sentido e as temperaturas variaram entre 14 e 20 graus, os termômetros, marcarão entre 10 e 22 graus até o fim da semana. Paraná – Em Guarapuava, no sul do Paraná, os termômetros marcaram 0,4 grau negativo por volta das 6h de ontem. Até então, os 4,6 graus do dia 24 de abril eram a menor temperatura naquele estado no ano. O frio trouxe também a geada. Além de Guarapuava, os moradores de Palmas e de Pato Branco encontraram os campos cobertos de gelo. Em Curitiba, a temperatura mínima foi de 7,3 graus. Um pouco acima dos 5,7 graus em Pinhais, na região metropoli-

tana. O Sistema Meteorológico do Paraná prevê mais frio em Curitiba, com o registro de geadas em pontos mais altos da região metropolitana. Alerta – A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) divulgou ontem alerta sobre queda de temperatura de até dez graus no Acre, Amazonas, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo. As coordenadorias de Defesa Civil de São Paulo e Rio de Janeiro também foram alertadas sobre a previsão de mar agitado, com ondas de até 3,5 metros. A Sedec desaconselha a navegação de pequenas e médias embarcações. A Sedec também alertou para ventos fortes, mar agitado e queda de temperatura no Rio de Grande do Sul e em Santa Catarina. A Defesa Civil do Paraná foi avisada sobre a possível queda de temperatura e mar agitado hoje. O vento forte é conseqüência da presença de um ciclone extratropical no oceano. Para hoje a previsão é ondas de até 4 metros em todo o litoral catarinense e gaúcho. As embarcações também devem ficar em terra firme. Nas regiões mais altas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a temperatura mínima poderá variar entre -1 grau e 3 graus, enquanto no restante dos estados deve ficar entre 5 e 10 graus. No Paraná, os termômetros poderão marcar de 0 grau a 4 graus nas áreas de maior altitude e entre 5 e 10 graus nas demais regiões. (AE)

Marcelo Elias/Gazeta do Povo/Futura Press

Em Curitiba a queda de temperatura já podia ser sentida ontem

Vacinas: busca pela auto-suficiência

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Ministério da Saúde avançou ontem em direção ao sonho da auto-suficiência na produção das vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI). O ministro Agenor Álvares assinou, no Rio de Janeiro, a portaria que cria o Programa Nacional de Competitividade em Vacinas, o Inovacina. O objetivo é garantir condições para que o País, gradualmente, passe a produzir todas as vacinas de que precisa. Todos os anos, a União gasta mais de US$ 120 milhões (R$ 249,5 milhões) na compra de imunizantes. O Inovacina define, oficialmente, a cooperação entre os diferentes centros produtores de vacinas que abastecem o Sistema Único de Saúde, como

o Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, e o Instituto Butantã, em São Paulo. Serão investidos, inicialmente, R$ 16 milhões. Foi criada também a Câmara Técnica de Imunobiológicos, que traçará as diretrizes do programa. Além de permitir grande economia, a auto-suficiência garantirá que as vacinas do plano de vacinação estejam sempre disponíveis ao SUS, destacou o ministro da Saúde. A previsão do governo brasileiro é de que as vacinas contra sarampo, rubéola e caxumba e contra a gripe deverão ser produzidas no Brasil em aproximadamente dois anos. No caso do rotavírus a expectativa é de que seja fabricada em até seis anos. (AE)


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quarta-feira, 3 de maio de 2006

É lamentável que as instituições tenham que ser acionadas na Justiça para que preceitos básicos como estes sejam incorporados às suas ações Ronni Fratti

Bancos buscam adaptar instalações a clientes especiais Os portadores de deficiências físicas começam a ganhar mais atenção das grandes instituições financeiras do país, que investem em equipamentos, softwares e programas específicos para atender a essa parcela da população

A

nalista de sistema, deficiente físico e cliente de um dos maiores bancos nacionais. Gustavo Pereira Simões, de São Paulo, está prestes a ir à Justiça para que seu banco se adapte às suas condições físicas e instale um caixa eletrônico no qual possa, sozinho, utilizar os inúmeros serviços bancários disponíveis nos caixas eletrônicos, sem precisar ceder sua senha a desconhecidos. Ações cotidianas que passam despercebidas para a maioria da população, são sentidas na pele quando se trata de um portador de deficiência física. "Atentos a isso, investimos fortemente em tecnologia para oferecer novas soluções de produtos e serviços financeiros para todo público", disse o diretor do Bradesco Dia e Noite, Marcos Bader. A última novidade do banco é o fornecimento de uma "chave de segurança" para clientes portadores de deficiência visual. É um dispositivo eletrônico que gera senhas aleatórias para que

o cliente acesse sua conta. "As senhas são informadas por meio de som digital, através de fone de ouvido", disse Bader. Esta iniciativa beneficiará os três mil clientes portadores de deficiência visual cadastrados no Bradesco Internet Banking. "É preciso desenvolver software que utiliza recursos de multimídia do computador e da internet para a inclusão digital dessas pessoas. Por meio do software, o cliente pode consultar saldos e extratos, pagar boletos de cobrança, de contas de consumo, de IPTU, realizar transferências entre contas e recarregar celular pré-pago", disse Bader. Ações – Rampas de acesso, portas sem catracas giratórias, caixas eletrônicos com altura mínima para cadeirantes, softwares e telefones especiais para orientação de portadores de deficiência visual e auditiva são as principais medidas tomadas pelos bancos que adaptam seu atendimento a este público. O Banco Real, por exemplo, disponibiliza gratuitamente nas agências o software Virtual Vi-

sion, que permite a navegação na internet com comandos de voz para deficientes visuais. Quem tiver interesse em adquirir a ferramenta basta solicitá-la ao gerente de qualquer uma das agências e retirar o CD após uma semana da data do pedido. Produzido pela MicroPower, o programa possibilita que os deficientes naveguem na internet por meio de comandos de voz e usem os principais aplicativos do PC, como processador de textos, planilhas e recursos de apresentação. Para usar a ferramenta, o deficiente precisa ter apenas um computador com recursos multimídia. Na primeira fase da campanha, realizada em 2004, foram distribuídas mil licenças do software. Para a extensão da campanha, o Banco Real investe R$ 170 mil para oferecer a versão atualizada do Virtual Vision. O material estará disponível até 5 de novembro de 2006 ou enquanto houver estoque. Produtos – Já a Nossa Caixa oferece uma linha de crédito exclusiva para deficientes. Atra-

vés dela é possível financiar a aquisição de equipamentos que atendam necessidades impostas por limitações motoras, auditivas, visuais ou neurosensoriais; comprar cadeiras de rodas, aparelhos ortopédicos, auditivos, próteses, máquinas Braille, PCs especiais, ou ainda, adaptar veículos. O financiamento destina-se, também, à contratação de serviços como fisioterapia, terapia ocupacional e de reabilitação. Os clientes podem financiar até R$ 4 mil em até 24 parcelas, com taxa de juros diferenciada, observando que para valores acima de R$ 1.500 são financiados 80% da nota fiscal e para valores acima de R$ 3.000 é necessária a apresentação de aval. Parece, mas não é – O que parece maravilhoso, dificilmente corresponde à realidade. A afirmação é do advogado da Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Anadec), Ronni Fratti, que, em parceria com os advogados Da-

niel José Ribas Branco e Ana Lúcia Bianco, promoveu ações civis públicas contra a maioria das instituições financeiras que operam no país. Dentre eles, Bank Boston, BMG, Bradesco, Caixa Econômica Federal (CEF), Citibank, Itaú, Nossa Caixa, Santander e Unibanco. "Nesta semana, estaremos distribuindo ações contra todos os bancos estaduais em suas respectivas capitais, como o Banestes, Banrisul, Basa, Besc e BRB, a fim de forçá-los judicialmente a cumprirem a legislação em prol dos deficientes", disse Fratti. Até o momento, a Anadec obteve liminares em ações movidas contra o Citibank, CEF e o Mercantil do Brasil, sendo que a 31ª Vara Cível de São Paulo obrigou o Citibank a adaptar seus caixas eletrônicos para deficientes, no prazo de um ano, sob pena de multa diária de R$ 500 mil. Outra decisão similar obriga a CEF a adaptar um quinto de seus caixas eletrônicos às necessidades dos deficientes físicos,

sensoriais e de mobilidade reduzida. O banco já recorreu dessa decisão da 20ª Vara Cível de São Paulo. Nesta ação os clientes também foram representados pela Anadec. De acordo com assessoria de imprensa da CEF, essa decisão encontra-se suspensa por determinação do TRF da 3ª Região, uma vez que o banco já está tomando as providências necessárias para possibilitar a instalação dos equipamentos destinados aos deficientes, inclusive em número maior do que o pleiteado, estando por ora atendidos "os preceitos legais e constitucionais a respeito do tema". "É lamentável que as instituições tenham que ser acionadas na Justiça para que preceitos básicos como estes sejam incorporados às suas ações. Mas trabalhamos a favor da população e do tratamento igualitário, e não mediremos esforços para que todos adaptem seus produtos e serviços", finalizou Fratti. Ana Laura Diniz

DESNUTRIÇÃO

ROTARY

desnutrição é responsável pela morte de cerca de 5,6 milhões de crianças todos os anos, informou ontem o Unicef, acrescentando que a comunidade internacional está fracassando em seus esforços de reduzir pela metade a fome nos países mais pobres até 2015. O anúncio é mais uma evidência de que as Nações Unidas não deverão atingir as chamadas Metas do Milênio –apresentadas em 2000 para reduzir a miséria no planeta. Em seu relatório, o Unicef diz que, no mundo todo, uma em cada quatro crianças com menos de 5 anos está abaixo do peso, incluindo 146 milhões que vivem nos países em desenvolvimento. "Neste ritmo, não conseguiremos cumprir as metas do milênio", admitiu Ann Veneman, diretora executiva do Unicef. O relatório define a desnutrição como uma combinação de fome propriamente dita com recorrentes doenças infecciosas. Isso inclui estar abaixo do peso e da altura e também a carência de vitaminas e minerais. (AE)

Rotary lançou a campanha “Vamos Construir um Mundo Melhor”, para arrecadação de recursos por meio de ligações telefônicas. Através de serviço telefônico 0500, os interessados podem doar R$ 10 (pelo tel. 0500 1905 010); R$ 20 (0500 1905 020) ou R$ 30 (0500 1905 030). O dinheiro doado será destinado à manutenção e continuidade dos projetos humanitários desenvolvidos pela Fundação Rotária. A campanha será realizada até 14 de maio. Além de apoiar a Fundação Rotária na continuidade do trabalho em prol da comunidade carente, a iniciativa também objetiva ampliar e promover a imagem do Rotary junto da sociedade. “Temos tradição em responsabilidade social antes mesmo do tema ganhar status de item de gestão administrativa. Por isso, temos know-how na elaboração e implantação de ações de largo alcance social, a exemplo da erradicação da poliomielite no Brasil e em quase todo o mundo”, diz Roberto Herrera, Governador do Distrito 4420 do Rotary Internacional.

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O Ó RBITA

METRÔ Metrô de São Paulo já tem 403 funcionários treinados na linguagem Libras para atender deficientes auditivos. Os funcionários estão distribuídos na área de atendimento aos usuários das 53 estações atuais do Metrô e também nos edifícios administrativos da Companhia. De acordo com o Plano de Acessibilidade do Metrô, voltado para a inclusão social das pessoas portadoras de deficiências, o ensino da Libras está sendo ministrado por meio de um convênio firmado, desde 2004, entre a Companhia e a Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais - AME, com carga horária de 20 horas. No Brasil, de acordo com o Censo 2000, do IBGE, existem 5,7 milhões de pessoas portadoras de deficiência auditiva. Só na cidade de São Paulo são 237 mil pessoas com este tipo de deficiência.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR São Paulo, 3 de maio de 2006

Nº 118

A beleza e o charme do Peugeot 307 mudaram de cara. Conheça essas mudanças na página 8. Pablo de Sousa

CIVIC

CHEGOU O NOVO LÍDER? PÁGINAS 4 E 5


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

A volta dos sedãs médios e grandes m uma semana aconteceram dois lançamentos de sedãs médios/grandes. Nos dois eventos o otimismo dos executivos era evidente. No dia 24 a Ford apresentou o Fusion, com preço de sedã médio, mas que tem tudo para disputar com os grandes. A Honda mostrou o seu novo Civic dia 27, prometendo voltar à liderança do segmento em 2007. Enquanto isso a GM saboreia o sucesso do Vectra, atual líder. Depois de anos de queda, o segmento dos sedãs começa a chamar a atenção das montadoras. Em 2000 eles representavam 8,53% do mercado. No ano passado, apenas 5,84%. Mas, pelo andar da carruagem, neste ano os números devem ser diferentes. No primeiro trimestre, mesmo sem os atuais lançamentos as vendas cresceram 14,5% e os sedãs ficaram com 6,86% do mercado. O diretor de Marketing da Ford, Antônio Baltar, diz que "o segmento deve triplicar em 2006". Com uma disputa que promete ser bastante acirrada, o vice-presidente da Honda do Brasil, Kazuo Nozawa, prevê que a marca voltará à liderança do segmento no próximo ano. Com a falta de opções os

consumidores começaram a procurar outros carros, como utilitários esportivos e minivans. Esta migração fez com que houvesse uma reviravolta no segmento. Hoje não se pode mais definir com tanta clareza o que é sedã médio ou grande. Na verdade, transformou-se num "segmentão" onde carros de tamanhos e preços diferentes entram na mesma disputa. A rigor são três subsegmentos: o Fusion, o Vectra e o Accord, entre outros, estão na zona intermediária. Abaixo deles estão o Civic, o Corolla, o Focus, o Astra e o Mégane, mas alguns com versões que custam o preço do Fusion ou do Vectra. Acima estão carros como o Omega, o BMW Série 3, o Mercedes Classe C, o Volvo S. Se as previsões estiverem corretas, neste ano as vendas reverterão a linha de queda dos sedãs, que em 2003 tinham 6,61% de participação no mercado, índice que caiu para 6,48% em 2004 e 5,84% no ano passado. A definição desta tendência poderá ser notada assim que os modelos recém-lançados estejam em plena comercialização.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

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ÍNDICE ACESSÓRIOS - 3 GM amplia linha de personalização e participa do Salão de Tuning.

CAPA - 4 E 5 Chega ao mercado a oitava geração do Honda Civic. Com cara de líder.

MERCADO - 6 Versão 1.6 recupera imagem do Marea.

IMPORTADO - 7 BMW apresenta Série 3 Coupé na Europa, sem data para chegar ao Brasil.

NOVO PRODUTO - 8 Família Peugeot 307 chega renovada e com preços menores.

AGENDA 4 a 7 de maio

O Autódromo de Interlagos, das 8 às 18h, receberá o test-drive multimarcas "Quatro Rodas Experience". Os ingressos custam a partir de R$ 40 (apenas acesso ao evento, sem test-drive).

17 a 21 de maio

No Salão de Tuning 2006 os ingressos para os dias 17, 18 e 19 custam R$ 20 e os portões ficarão abertos das 14h às 22h. Nos dias 20 e 21 (sábado e domingo) o preço é de R$ 25 e os portões abrem às 10h.

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

José Carlos Pontes, da Agência AutoInforme

Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

CONVOCAÇÕES EDITAL DE CONVOCAÇÃO São Paulo, 18 de abril de 2006 Ilmos. Srs. Condôminos do CONDOMÍNIO EDIFÍCIO DA SÉ Rua Roberto Simonsen, nº 62 - Centro - São Paulo. ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA Prezados Senhores: Na qualidade de Síndico deste Condomínio, sirvo-me da presente para convocar V.Sas. para participarem da Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no próximo dia 09/05/2006 (terçafeira), na Rua Roberto Simonsen, nº 62, 6º andar, sala 65, às 18:00 horas em primeira convocação, contando com a presença de pelo menos 1/4 (quarta parte) dos votos totais, ou às 18:30 horas em segunda convocação, no mesmo dia e local, com qualquer número de presentes, para deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: a) Análise e aprovação da Previsão Orçamentária para o exercício de 2006; b) Aprovação das contas do período de 31/03/2005 a 30/04/2006; c) Assuntos gerais. Observações: *A ausência dos senhores condôminos não os desobrigam de aceitarem como tácita concordância aos assuntos que forem tratados e deliberados. Cordialmente, p/Condomínio Edifício da Sé - Síndico.

COOPERWORK DO BRASIL – Cooperativa de Trabalhos Múltiplos - CNPJ – 02488366/0001-87 EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA – Nos termos dos artigos 11 e 18 do Estatuto Social e dos artigos 38 e 44 da Lei nº: 5764 de 16/12/1971, ficam convocados os cooperados em condições de votar, a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária que se realizará no dia 5/6/2006 na Av. Nove de Julho, nº 40 - 18º andar - São Paulo, SP às 7:00 hs. em 1ª convocação com a presença de dois terços dos cooperados, às 8:00 hs; em 2ª convocação com a presença de metade mais um dos cooperados, ou às 9:00 hs; em 3ª e última convocação com a presença mínima de dez cooperados para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1- Prestação de contas dos órgãos de administração, acompanhada do parecer do Conselho Fiscal, relatório de gestão, balanço geral e demonstração de sobras ou perdas apuradas e sua destinação. 2 – Eleição do Conselho Administrativo e Fiscal para o próximo mandato do exercício 2006/2010. 3 - Outros assuntos de interesse da cooperativa. 4 - O número de cooperados para efeito de quórum é de sete filiados. SP, 03/05/2006. João Luiz Ribeiro Novais da Silva – Presidente.

ATAS

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: CONCORRÊNCIA nº 05/0439/06/01 A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação na modalidade Concorrência, do tipo Técnica e Preço, nº 05/0439/06/01, objetivando a PESQUISA PERIÓDICA DE PREÇOS UNITÁRIOS DE INSUMOS BÁSICOS PARA A TABELA DE PREÇOS FDE. CAPITAL SOCIAL MÍNIMO INTEGRALIZADO DE PARTICIPAÇÃO: R$ 90.666,00 (noventa mil, seiscentos e sessenta e seis reais) PRAZO DE VIGÊNCIA CONTRATUAL - 22 (vinte e dois) meses ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) - às 10:00 horas do dia 19/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações ou através da internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 04/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 8:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável, pelo valor de R$ 50,00. O Edital completo através de cópias reprográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

AVISOS AOS ACIONISTAS

EDITAL

Publicidade Legal - 3244-3799

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 2 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Ameplan Assistência Médica Planejada S/C Ltda. - Requerida: Sigma System Segurança e Vigilância Ltda. - Rua Henrique Schaumann, 733 - 01ª Vara de Falências Requerente: New Progress Factoring de Fomento Mercantil Ltda. Requerida: Citroneem Indústria e Comércio de Velas Ltda. - Rua Embirussú, 701 - 02ª Vara de Falências Requerente: Muralha Segurança Privada Ltda. - Requerente: Muralha Serviços Terceirizados Ltda. Requerida: SP Farma Ltda. - Rua Guilherme Asbahr Neto, 510 - 02ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente: JLB Projetos e Construções Ltda. - Requerido: JLB Projetos e Construções Ltda. - Rua Cosmorama, 26 - 01ª Vara de Falências

AVISO AOS ACIONISTAS

ECONOMIA/LEGAIS - 9


DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

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PERSONALIZAÇÃO

GM e a paixão pelo tuning Divulgação

A montadora aposta na venda de acessórios seguindo o "rastro" tuneiro ANDERSON CAVALCANTE

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General Motors do Brasil vem apostando cada vez mais na área de acessórios personalizados e hoje, com mais de 500 itens, orgulha-se de ser "a única montadora a oferecer uma gama completa destes produtos originais, para equipar toda sua linha de veículos nacionais". A empresa registrou, em 2005, um faturamento bruto no varejo de R$ 150 milhões com este segmento e acredita ter potencial para crescer ainda mais. Sua meta é conquistar 27% de participação na venda global de acessórios destinados a veículos da marca. Outros 73% ficariam nas mãos dos independentes.

Vendas em alta - Para atingir, neste ano, a previsão de R$ 207 milhões de faturamento com acessórios, a GM aumentou a oferta de produtos para todos os seus modelos, inclusive para o Classic, que sempre foi vendido equipado com poucos acessórios. Para o Vectra, está disponibilizando itens mais luxuosos, como DVDs, sensores de estacionamento e até geladeiras portáteis. No caso do Celta, o pioneiro em itens de personalização, a sua recém-lançada "nova geração" comporta ainda mais complementos. Hoje, de cada dez unidades vendidas deste modelo no Brasil, oito são equipadas com acessórios. "Estamos muito atentos à evolução deste segmento, que representou um faturamento total, no ano passado, de R$ 3,5 bilhões", explica o diretor-geral de Pós-Vendas da General Motors do Brasil, Luiz Carlos Lacreta.

A engenharia da GM projetou a nova geração do Celta para que o veículo receba spoilers, aerofólios, saias, frisos, rodas e lanternas esportivas, pintura diferenciada em algumas peças e vários outros itens de personalização originais da marca

Os acessórios mais vendidos pela GM, por ordem, são direção hidráulica, CD Player, vidro elétrico, rodas esportivas, aeroparts, alarme e trava elétrica.

Evento - A GM será a patrocinadora oficial do Salão de Tuning, que acontecerá entre os dias 17 e 21 de maio no prédio da Bienal do Ibirapuera. Seu estande, um dos

maiores da mostra, vai expor um Corsa e um Vectra tunados e, ainda, um Celta Nova Geração totalmente equipado com acessórios originais.

LANÇAMENTOS Divulgação

th

ema Bluetoo

com sist DEH-9880BT

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Pioneer está lançando sua linha automotiva de CD e DVD Players produzida no Brasil. A linha High End 2006/2007 estará disponível no mercado brasileiro a partir deste mês. Além dos modelos DEH-P6880MP e DEH-P7880MP serão também fabricados em Manaus (AM) os modelos DEHP8880BT e DEH-P9880BT com tecno-

Novidades sonoras para seu carro logia Bluetooth e o AVH-P5750DVD, produzido pela primeira vez no País. O AVH-P5750DVD conta com dispositivo de segurança ligado ao freio de mão do veículo, funcionando apenas com o freio de mão puxado. Uma vez que o carro é colocado em movimento, o monitor encerra as funções de imagem automaticamente, dando prosseguimento apenas às funções de áudio, se-

guindo à risca as recentes normas de trânsito do Contran. Já os modelos DEH-P8880BT e DEHP9880BT permitem o atendimento de celular (desde que o aparelho telefônico também possua este sistema). O Bluetooth transfere a chamada diretamente para os alto-falantes do veículo. O modelo DEH-P6880MP tem preço sugerido de R$ 749 e o DEH-P7880MP de

S2000 MP3 c

om entrada

para iPod

R$ 899, já os preços das outras novidades ainda não foram divulgados. Delphi - Após anos no mercado produzindo rádios originais de fábrica, a empresa entra no segmento de aftermarket com o S2000 MP3, que oferece som de alta tecnologia com baixo custo. O preço estimado do produto é de R$ 380 a R$ 430.


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Finanças Tr i b u t o s Estilo Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CAMISA BRASILEIRA CUSTA EM MÉDIA R$ 179

quarta-feira, 3 de maio de 2006

A Risqué foi uma das empresas que investiu nas mulheres e criou esmaltes verdes, azuis e amarelos

Divulgação

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le deixou o trabalho, vendeu o computador para completar as passagens aéreas e já colocou a mochila nas costas. O jornalista Luciano Sabbatini embarca para a Alemanha no final de maio, especialmente para realizar um sonho que cultiva desde a infância: o de assistir de perto à Copa do Mundo. "Sempre tentei ir ao mundial de futebol, mas alguma coisa dava errado na última hora", conta. "Desta vez, nem o emprego ou a falta de ingressos foi empecilho." É tamanha a paixão do jornalista pelo futebol, que ele coleciona álbuns de figurinhas de todas as Copas do Mundo. E, mesmo sem mostrá-los em público, garante que todos estão completos. "Lembro até da minha primeira lágrima num jogo do Brasil", conta. "Foi durante a Copa de 1986, eu tinha oito anos, e a França nos desclassificou pelos pênaltis, nas quartas de final". Sabbatini está prestando consultoria para a exposição "Túnel do Tempo: a participação do Brasil nas Copas", prevista para ser realizada no Rio de Janeiro, no próximo mês. "Tudo pelo futebol", diz. Mas o estatístico Marcelo Arruda também não fica atrás quando o assunto é Copa do Mundo. Ele é especialista em calcular a probabilidade de um time de ganhar, empatar ou de perder uma partida de futebol. E já tem prontos os números para o Brasil durante o mundial de futebol. "As chances são calculadas de acordo com a análise profunda do histórico e da força de cada time", explica. De acordo com os cálculos do estatístico, a seleção canarinho tem 66,8% de chances de golear a Croácia logo na estréia, no dia 13 de junho. Com a Austrália, as possibilidades de vitória sobem para 70,4%. E o triunfo sobre o Japão é quase certo: 73% das chances são brasileiras. "Sim, é o Brasil o país que tem mais chances de levar o título, com 36,7% de probabilidade", diz o estatístico, com sorriso maroto de torcedor apaixonado. Previsão de resultados Ele desenvolveu essa técnica de cálculo como tese de mestrado. "O objetivo é prever os resultados das partidas", afirma. "O que começou como curiosidade de torcedor, hoje é minha vida profissional". Arruda está à frente do site chancedegol.com.br, que guarda informações e cobertura estatística de todos os campeonatos de futebol dos últimos quatro anos e dos que estão em andamento, além do ranking d a s s e l eções que vão disputar a Copa do Mundo e de clubes internacionais. "Os resultados mostram que os cálculos matemáticos ficam muito perto da realidade", diz. "Não vejo a hora de a Copa do Mundo começar para eu verificar essas probabilidades e torcer pelo Brasil." Sede de gol E foi de olho nesses torcedores apaixonados que diversas marcas já colocaram no mercado lançamentos com os temas da seleção. A D’Kurs Idiomas tem curso intensivo de alemão para quem vai assistir aos jogos in loco. Custam R$ 770 e começam na próxima semana. Os que forem torcer pela seleção esticados no sofá da sala podem investir em uma TV de plasma que a Philips lançou especialmente para a Copa. O aparelho adiciona cinco vezes mais pixels às cenas, e deixa os dribles dos craques ainda mais iluminados. Já a Risqué apostou nos esmaltes com as cores da bandeira brasileira: Verde Já Ganhou, Amarelo Canarinho, Azul

Para quem vai ficar em casa, nada melhor que assistir aos jogos em uma TV de plasma, como a recém-lançada pela Phillips Marcelo Correa/1000 Palavras

LOUCOS POR COPA Torcedores aficcionados pelo mais famoso campeonato de futebol fazem de tudo para assistir aos jogos. O jornalista Luciano Sabbatini, por exemplo, vendeu o computador e pediu demissão do emprego para ir à Alemanha. Outros, como o estatístico Marcelo Arruda, deram um jeito de transformar a paixão pelo esporte em profissão. Já as empresas brasileiras aproveitam essa onda de entusiasmo para lançar produtos especiais. A Phillips criou uma TV de plasma especialmente para a Copa do Mundo, a Nike investiu pesado na confecção da camisa oficial do time canarinho e a Risqué não se esqueceu das mulheres torcedoras e lançou uma linha de esmaltes nas cores da bandeira brasileira.

Vitória e Branco C a m p e ã o d evem colorir as unhas das torcedoras, a R$ 2, em média, cada um. Camisa Para criar a Camisa Oficial da Seleção, que custa cerca de R$ 179, os designers da fabricante de produtos esportivos Nike pesquisaram não só a história dos uniformes canarinhos, mas também visitaram clubes de futebol, conversaram com jogadores e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e mergulharam a fundo na cultura brasileira. O resultado é a tradicional camisa amarela modernizada e com detalhes de verde na gola e nas bainhas das mangas. Aliás, a gola em estilo mandarim lembra o acabamento das equipes dos primeiros tempos dos uniformes brasileiros. O azul royal aparece, como sempre, nos calções, que têm listas brancas nas laterais. Com tantos apetrechos e figas de boa-sorte, só falta começar o campeonato para torcemos pelo grito de Gooooool!. Sonaira San Pedro

As chances matemáticas de cada time na Copa do Mundo são calculadas de acordo com a análise profunda do histórico e a força de cada um. E, sim, é o Brasil o país que tem mais chances de levar o título, com 36,7% de probabilidade Marcelo Arruda Sabattini já está preparado para embarcar para a Alemanha

Divulgação

A camisa canarinho foi feita após conversa com jogadores

O jogador Ronaldinho veste o novo uniforme confeccionado pela Nike


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Marea recupera sua imagem Mais econômica e adequada ao padrão do mercado, a versão com motor 1.6 ampliou as vendas do carro e diminuiu sua depreciação Fiat Marea tem aquele estigma de carro que não deu certo. Ele é um dos mais depreciados do mercado brasileiro. Porém, o lançamento da versão 1.6, em junho do ano passado, alavancou as vendas e tem melhorado bastante a imagem do sedã da Fiat. No primeiro semestre do ano passado a montadora vendeu apenas 57 unidades do Marea. Depois de equipá-lo com motor 1.6, viu esse número crescer tanto que, na segunda metade do ano, vendeu 887 unidades somando todas as motorizações. No primeiro trimestre de 2006, a média manteve-se a mesma, de 140 carros negociados por mês. Até março, foram comercializadas 409 unidades. O impacto da recuperação da imagem do veículo pode ser visto também na diminuição de sua depreciação no mercado de carros usados. Em 2005, o preço do sedã com motor 1.8 caía 19,5% depois de um ano de uso, de acordo com levantamento realizado pela Agência AutoInforme. Para a versão 2.0 turbo esse valor de depreciação era ainda maior, atingindo 21,6%, e no caso da motorização 2.4 alcançava 23,4%. Como o Marea 1.6 está no mercado há

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menos de um ano, ainda não foi feito um estudo sobre sua desvalorização. Percebe-se, porém, que seu lançamento influenciou o valor das outras versões. Hoje, o preço do automóvel da Fiat com motor 1.8 cai apenas 13,5% no período de um ano após sair da concessionária. O Marea 2.0 turbo também passou a desvalorizar menos: 15,7%. Já o 2.4 chegou a 16,6%. Um dos fatores que fez o Marea 1.6 atingir bons índices de venda foi o seu preço competitivo. Ele custa R$ 44,7 mil, enquanto todos os seus concorrentes com a mesma motorização são mais caros. O Focus sedã sai por 47,5 mil, o Corolla é vendido por R$ 52,6 mil e o Mégane custa R$ 54 mil. Além disso, por ser mais econômico, ele caiu bem melhor no gosto do público. É o contrário do que acontece com a versão 2.4, considerada muito "gastona". Seu preço é até menor, em comparação com o do Vectra (sai por R$ 78,6 mil, enquanto o sedã da GM custa R$ 84,1 mil), mas ela perde por não ser bicombustível. Marco Aurélio Zanni, da Agência AutoInforme

Picapes usadas por menos de R$ 40 mil

o mercado de zero-quilômetro, uma picape média cabine dupla custa em torno de R$ 87 mil. Em alguns casos pode-se comprar versões mais simples, com motor a gasolina, pouco equipadas, por até R$ 50 mil. Mas no mercado de usados as opções se multiplicam e permitem fazer um bom negócio com menos do que isso. É possível encontrar modelos seminovos muito bem equipados, com tração 4x4 e cabine dupla, por preços entre R$ 35 mil e R$ 40 mil. O comprador de picape média é exigente e sempre procura o melhor. A maioria das vendas é de modelo movido a diesel, tração 4x4 e cabine dupla, que não custa menos que R$ 75 mil. A Agência AutoInforme fez um levantamento e foi buscar no mercado

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de usados opções destes veículos por menos de R$ 40 mil. Nestas condições, foram encontrados 40 modelos. A versão mais nova foi uma Hilux DX 2.7 4x2 ano 2003, que custa R$ 39 mil. Outra boa opção é a Ranger XL 2.3, ano 2002, avaliada em R$ 37,4 mil. Se o consumidor optar por um modelo 2000, terá várias alternativas mais sofisticadas, como a S10 Executive com tração 4x4, cotada a R$ 37,1 mil na tabela da Molicar, ou então uma Mitsubishi L200 2.5 também com tração 4x4 por R$ 39,2 mil. Com preço um pouco abaixo tem a S-10 cabine dupla 4x2, fabricada em 1999 e disponível no mercado de usado por cerca de R$ 36,7 mil, assim como a Ranger XLT cabine dupla com tração nas quatro rodas, ano 1988, que sai por R$ 36 mil.


São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

DCARRO

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IMPORTADO Divulgação

DCARRO POR AÍ

SERVIÇO ORIGINAL DA AUDI

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m parceria com a Mondial Assistance Brasil, a Audi está oferecendo um serviço original para os clientes da marca: guinchos com GPS (Sistema de Posicionamento Global) nos grandes centros urbanos. Quando um cliente aciona o serviço de assistência 24 horas, em caso de quebra, pane ou acidente, imediatamente a central do Audi Class Service (0800 149149) localiza o reboque mais próximo do carro parado graças ao sistema via satélite. O serviço é confirmado através de mensagem pelo celular.

Na Europa, o novo A Série 3 Coupé

SISTEMAS DELPHI NA NOVA FERRARI

Entre as novidades do esportivo da BMW, o motor de seis cilindros em linha, com um turbocharger duplo

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BMW apresentou na Europa o Série 3 Coupé, com visual completamente novo. O modelo será vendido naquele mercado a partir de setembro e ainda não tem data para chegar ao Brasil. Uma das suas principais novidades é o motor de seis cilindros em linha, com um turbocharger duplo, injeção de combustível de alta precisão e um cárter todo de alumínio. A linha incorpora quatro versões: 335i Coupé com motor de 306 cv, 330i Coupé (272 cv), 325i (218 cv) e 330d (231 cv). Outras variações do novo modelo de duas portas com motores de seis e quatro cilindros completarão a gama de veículos da linha futuramente. Transmissão - Como uma alternativa para sua caixa de câmbio manual de seis velocidades, o BMW Série 3 Coupé tam-

bém estará disponível com a nova transmissão automática de seis velocidades da marca alemã. Mantendo os tempos de mudança de marcha extremamente curtos, a nova caixa de marchas garante uma resposta ainda mais espontânea em relação ao acelerador, aprimorando desta forma não apenas o conforto de direção, mas também sua dinâmica. Outra nova característica é a introdução do conceito inteligente xDrive de tração nas quatro rodas da BMW. O conjunto transmissão/suspensão como um todo oferece o melhor em termos de desempenho esportivo combinado com uma notável eficiência total. E a suspensão do carro converte a pura energia do motor, além do estilo esportivo e uma segurança superior, em um desempenho verdadeiramente dinâmico na estrada.

Delphi está oferecendo sistemas para o mais novo veículo de luxo da Ferrari, o 599 GTB - Gran Turismo Berlinetta, que substituirá o 575 Maranello. O novo modelo 2007 será o carro mais potente já produzido pela marca italiana com motor V-12. A companhia disponibiliza o sistema completo de climatização e a tecnologia MagneRide de suspensão controlada, além do sistema elétrico/eletrônico (E/E), que inclui centrais elétricas para este modelo de carro de luxo e de estilo.

OPERAÇÕES DE LEASING

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Banco Mercedes-Benz registrou crescimento de 133% nas operações de leasing durante o primeiro trimestre deste ano. De janeiro a março de 2006, foram financiados R$ 74,4 milhões por meio desta modalidade, contra R$ 32 milhões liberados no mesmo período do ano passado. O leasing representou 20% dos novos negócios de 2006. O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) respondeu por 23% dos financiamentos e o Finame, por 57%.

PROTÓTIPO DE CARRO ECOLÓGICO

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protótipo de um carro ecológico de um metro de comprimento e projetado para evitar engarrafamentos foi apresentado na Grã-Bretanha, semana passada, depois de três anos de pesquisas financiadas pela União Européia. O minicarro foi mostrado em público por pesquisadores da Universidade de Bath, que testaram o veículo. O projeto reuniu nove sócios europeus vinculados à indústria e à pesquisa, entre os quais a BMW e o Instituto Francês de Petróleo de Vernaison.

ÓLEO PARA CARRO POPULAR

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Castrol já iniciou a venda no mercado brasileiro do GTX Compact, primeiro óleo do mundo desenvolvido para atender motores de baixa cilindrada. Seu objetivo é garantir maior proteção a estes propulsores, visto que quando eles atingem os níveis mais altos de temperatura o óleo convencional começa a perder a resistência e suas propriedades lubrificantes. O produto será vendido em outros países onde rodam nossos populares.

ARMAZÉM DE PEÇAS EM ANÁPOLIS

P Ainda não está definida a data de lançamento do modelo no Brasil

ara responder à crescente demanda de transporte gerada pelo agronegócio do Centro-Oeste brasileiro, a Scania acaba de inaugurar, em Anápolis (GO), seu armazém regional de peças de reposição. Em uma área de 800 m² localizada dentro do centro de distribuição da operadora logística internacional DHL, o armazém atenderá as 11 concessionárias Scania

situadas nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Rondônia, além do Distrito Federal. "O objetivo é reduzir em até 50% o tempo de entrega das peças em toda a região, melhorando a disponibilidade do concessionário e, por conseqüência, o atendimento ao cliente", comenta Jorge Vittar, gerente-executivo de Logística da Scania para a América Latina.


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 3 de maio de 2006

PRODUTO

Novo 307, mais bonito e mais barato A versão hatch começa a ser vendida na segunda quinzena deste mês. Na seqüência, a SW e a cabriolet. Fotos: Luiz Prado/Agência Luz

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om motor mais potente e preços mais acessíveis, o Peugeot 307 chega ao mercado brasileiro na segunda quinzena de maio com nova aparência e ainda mais bonito. Produzido na Argentina, o modelo incorpora as linhas da atual identidade visual da marca, a partir do 407. A versão Feline do 307 Hatch teve uma redução de R$ 1.000 no preço, custando agora R$ 60.360 (câmbio manual) e R$ 65.360 (automático). A nova versão Griffe poderá ser encontrada por R$ 72.360 e o 307 SW - que virá em junho - teve seu valor de tabela alterado para R$ 79 mil, R$ 5 mil a menos em relação ao anterior. Na seqüência virá o Coupé Cabriolet, sem preço definido. Entre os itens de série do modelo, destacam-se o air bag duplo e freios com ABS, sensor de chuva e luminosidade, travamento automático das portas com o carro em movimento, além de uma ergonomia incomparável para um carro de seu segmento. A linha 307 recebeu, também, ar-condicionado digital "BiZone" e o novo rádio CD Player indexado ao computador de bordo – de série em todas as versões. O motor do novo 307 é um 2.0 16V de 143 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 20 kgfm a 4.000 rpm, 5 cv a mais que a oferta anterior. A motorização melhorou sensivelmente o rodar do carro, que agora oferece maior prazer ainda em dirigi-lo. Em breve virá a nova versão Presence Hatch, equipada com motor 1.6 Flex. Vendas - Produzido na unidade industrial de Palomar, na Argentina, desde 2004, o Peugeot 307 vem apresentando uma evolução de vendas significativa no mercado brasileiro. No ano passado foram comercializadas 7.581 unidades, o dobro do ano anterior, o que lhe garantiu uma participação de 11,8% no segmento dos carros médios, contra 5,9% em 2004. Com o novo 307, a expectativa da Peugeot é aumentar em 16% o volume vendido internamente, totalizando 8.800 unidades neste ano. O novo 307 Hatch será oferecido com transmissão automática e opção de câmbio manual para a versão Feline. O 307 SW e o CC terão só o automático. A novidade na carroceria hatch é a versão Griffe, que antes era apenas uma série especial. Estratégia - A Peugeot vem adotando a política de "oferecer mais por menos" desde o lançamento do 206 Nova Geração. As reduções de preço têm sido possível graças à política de integração das suas

A frente do 307 foi totalmente reestilizada nas versões hatch, stationwagon e cabriolet. O painel também ganhou novo visual. Divulgação

plantas industriais no Mercosul com os fornecedores regionais de peças e equipamentos. Com isso, a relação custo-benefício do modelo 307, que já era considerada a melhor do mercado em seu segmento, se supera, já que as inovações de design, a oferta de um motor mais potente e econômico e ainda a incorporação de muitas funções e equipamentos nas diversas versões estão sendo oferecidas aos clientes a preço menor que o dos veículos atuais.

Os retrovisores externos se recolhem automaticamente quando o carro é travado


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

EMERGENTES VÃO CRESCER 6,9%

As incertezas do quadro brasileiro são correlacionadas com o tamanho do Leviatã brasileiro e nada têm a ver com os ventos do exterior Como diz o dito popular, “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, ao se tomar decisões econômicas, não se deve esquecer os fatores que podem determinar frustração de expectativas tão positivas.. Na verdade, o próprio Fundo Monetário alerta que os riscos deste cenário benigno não são triviais. Existem quatro fontes potenciais de problema, a saber: (i) os preços do petróleo continuam elevados, com tendência altista, e voláteis, (ii) o passivo externo americano segue crescendo, na esteira de elevados déficits em conta corrente, (iii) ainda está em curso (na verdade, em estágio inicial, em alguns países) o processo de elevação das taxas básicas de juro, processo este sempre passível de acabar passando do “ponto ótimo” (overshooting), e (iv) não se pode desprezar a

NÃO AO Céllus

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO NÃO SE DIGA

possibilidade de estouro de uma bolha (?) dos preços dos imóveis americanos, o que traria complicações para o sistema financeiro e, conseqüentemente, para o crescimento econômico dos EUA. Apesar de os preços dos imóveis americanos estarem elevados, realmente, em termos reais, parece haver tendência de queda moderada. Na realidade, são maiores as chances de que a “bolha” seja “esvaziada”, do que “estourada”. Em poucas palavras, o quadro externo segue benigno, mas enseja volatilidade. Para a economia brasileira, o fato de a projeção de crescimento mundial ter sido revista para cima constitui ótima notícia, para a balança comercial e para o crescimento do PIB. A possibilidade de piora no front da liquidez preocupa menos, diante da excepcional melhora das contas externas do País. Como temos destacado, os grandes entraves ao nosso desenvolvimento econômico continuam sendo de natureza doméstica, principalmente fiscal, pois questões como baixo investimento em infraestrutura, alta carga tributária, dívida elevada, corrupção, incerteza do quadro macroeconômico, são todos altamente correlacionados com o tamanho do Leviatã brasileiro, e pouco, ou nada, têm a ver com os ventos que sopram do exterior.

Políticos de má qualidade PAULO SAAB

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TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DO SITE DA MCM CONSULTORES WWW.MCM-MCM.COM.BR Wilton Júnior/AE

FMI divulgou mais uma edição de seu World Economic Outlook, apresentando tanto um resumo dos desenvolvimentos recentes da economia mundial como perspectivas para o futuro. A grande novidade do documento é a revisão da projeção de crescimento mundial para 2006, que passou de 4,3% em setembro passado, para 4,9% (3% de expansão para os países desenvolvidos e 6,9% para os emergentes), mesmo em meio a um cenário que envolve desequilíbrios importantes, ainda não arrefecidos. Com este pano de fundo, voltamo-nos aqui para o tema do cenário externo e seus possíveis impactos sobre o desempenho futuro da economia brasileira.

m dos subprodutos da absoluta falta de educação que alcança o País é a má qualidade de nossos políticos em geral. Ao mencionar essa falta de educação refiro-me ao tema em amplo espectro. Nos falta educação desde o sentido de alfabetização até o de herança cultural, passando pelo conhecimento, pelo embasamento que ajudam, somados, a forjar o caráter do ser humano. A política brasileira, como virou lenda no meio, piora a cada ano; a qualidade dos políticos, enquanto educação geral, é reflexo da baixa qualidade educacional de seus membros. Agravada, em casos importantes, também pela baixa qualidade moral e ética. Os elementos que disponho para opinar sobre a caricata figura de Anthony Garotinho são apenas as referências da mídia e seu comportamento público. Seu figurino cabe perfeitamente no perfil do político brasileiro de má qualidade, embora seja imprecisa a definição quanto ao aspecto que lhe alcança. É um político de má qualidade sem que eu consiga ainda precisar se decorrente da falta de educação, no sentido amplo, ou da ausência de formação ética e moral para o exercício da vida pública. A anedótica situação em que o ex-governador do Rio de Janeiro se enfiou, ao proclamar greve de fome e apelar à OEA, auto-intitulandose perseguido político no Brasil, só não é mais engraçada do que a maledicência de seus adversários, que atribuem a greve de fome oportuna ao desejo de perder alguns quilos, em face de sua avantajada circunferência abdominal. Garotinho expõe ao grotesco, além de si próprio, o que seria natural, sua mulher, a governadora do Rio de Janeiro e, de resto, além do constrangido PMDB, seus filhos, que num mambembe reality show a ele se agarram em sua "grev e d e f o m e " , c o m o s e e s t i v e s s e p re s o e torturado, sob os holofotes estratégicos das emissoras de televisão. É patético para a política brasileira. Não faltassem elementos para fazer de nossa cena po-

lítica um circo de mediocridade, como a absolvição de corruptos , o uso aparelhado da máquina pública, a gritante impunidade que estimula a infração e o crime, ainda há o Sr. Garotinho, em seu regime forçado pela oportunidade política, a bradar internacionalmente que sua pequenez política seria maior não fosse ele um "perseguido político" no Brasil. Ora, nem Arrelia em seus melhores dias faria dar risada enfática o mais sisudo dos mortais. A mediocridade da cena política brasileira é tanta que um "aliado" do presidente Lula ocupa militarmente as instalações da Petrobrás na Bolívia e estatiza o capital e os investimentos do povo brasileiro. Sim, a Petrobrás é do povo do Brasil e não de Lula ou do PT. Ressalte-se que essa mediocridade parece ter contemplado a América do Sul (talvez as Américas) de forma generalizada. Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, o Peru que vem vindo, estão com governos eleitos que, se tivessem combinado ser tão ruins, não conseguiriam o desempenho em vigor.

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udo isso, enfatizo sempre, representa uma ameaça para o bem maior em todo o continente, começando pelo gigante brasileiro, a liberdade democrática. O discurso demagógico da esquerda falida, que Morales agora tenta reeditar com brav a t a s a n a c rô n i c a s , é t ã o a t e n t a t ó r i o a o desenvolvimento e à liberdade quanto os crimes que o MST comete impunemente no Brasil em nome de um "social" que só atende ao bemestar das respectivas lideranças. Pura demagogia. Puro populismo barato. Duro é constatar que o Brasil faz parte dessa tragicomédia latino-americana como astro central . Figura apoplética de um circo mambembe de lona furada. Onde o artista principal deita e rola ditando regras que, nos calendários de parede, não serviriam de auto-ajuda nem aos palhaços do picadeiro. E vamos pagando a conta com a arrecadação sobre nós cada vez mais pesada.

É duro constatar que o Brasil faz parte da tragicomédia latino-americana

Qualidade de vida não tem idade

P etróleo em alta é problema para economias

WALDYR SOARES

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

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iversificar a clientela, ampliar o número de alunos preenchendo horários de menor movimento e ainda sem a necessidade de grandes alterações na infra-estrutura é o sonho de qualquer gestor de academia. Apostar em dois nichos aparentemente tão distantes como o infantil e a terceira idade oferece essa oportunidade. Segmentar o atendimento visando crianças e sêniors demanda mais planejamento e investimento em mão de obra especializada que em equipamentos exclusivos. Executados de forma correta, são garantia de maior rentabilidade. Na verdade, o foco em crianças e idosos deve ser, até certo ponto, encarado como uma contribuição das academias para a saúde pública. O público infantil convive, em nível mundial, com o fantasma da obesidade. A terceira idade tem cada vez mais representantes que precisam de atenção para se manterem ativos na sociedade. Tudo isso por 'culpa' do progresso. Mais tecnologia pode levar tanto a inatividade física precoce, como a longevidade. Nesse quadro, o papel da indústria do fitness é fundamental. Na outra extremidade estão meninos e meninas 'presos' em apartamentos e condomínios, limitados e seduzidos pelo trio computador/televisão/videogame, e famintos por guloseimas

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industrializadas e fast foods. A má notícia é que este quadro não se limita somente a grandes centros e o risco da obesidade infantil cresce tanto no Brasil (estima-se em 10% a população infantil brasileira obesa, número cinco vezes maior que há 20 anos), como na América Latina, seguindo o que já ocorre, hoje, nos Estados Unidos. A boa notícia é que os norte-americanos começaram a se mexer e os latinos devem, gradativamente, fazer o mesmo.

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al crescimento vem junto de uma abordagem diferenciada em relação às aulas de natação e de outros esportes, ampliando as possibilidades de entretenimento para gerar - e manter - o interesse das crianças em freqüentar as academias. A idéia é que, ao educá-las no sentido de demonstrar o quão importante - e divertido - pode ser o exercício físico, as receitas das academias possam mudar drasticamente. Para tanto, as academias norte-americanas investem em planos que unem toda a família ao redor do estabelecimento, a fim de que os pais sirvam como inspiração para os filhos, assim como em aulas que estimulem o trabalho em grupo, deixando a competição dos esportes de lado, em atividades que vão desde ioga a hip hop. WALDYR SOARES É O FUNDADOR DA FITNESS BRASIL

oco em crianças e idosos é contribuição das academias para a saúde pública

SUPERGASODUTO s governos do Brasil, Argentina e Venezuela pretendem construir um supergasoduto desde a fonte boliviana até os mencionados países. Rica do produto, a Bolívia se dispôs a atender aos consumidores potenciais das referidas bandeiras, mas ocorre o inesperado ao vice-ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia. Julio Gómez acha que é uma "maluquice" fazê-lo e desencoraja os parceiros da planície latino-americana, antes que seja tarde. Dizem os entendidos que o vice-ministro boliviano tem razão e apontam os inconvenientes da construção para as nações, vários e caros. A Bolívia não tem interesse na construção do supergasoduto e o vice-ministro da área não hesitou, mesmo, em usar uma palavra forte para caracterizar o apego dos

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O vice-ministro boliviano tem razão. Uma obra como essa é, evidentemente, de alto custo e alto risco chefes de Estado dos países convencionados para a obra em levar adiante a decisão de executá-la. Uma obra como essa é, evidentemente, de alto custo e alto risco. Não podem as nações empenhadas na construção não levarem em conta esses dados fundamentais num negócio tão importante. e as economias brasileira, argentina, venezuelana ou boliviana acenam com desenvolvimento que justifique uma obra de tanta magnitude, é preciso meditar sobre a oportunidade da sua construção. Uma vez concluída, a obra ficaria aguardando o desenvolvimento de cada um dos parceiros, ou de todos, para entrar em função ou para desenvolver suas operações no aproveitamento do gás boliviano. Assim sendo, eu me permito dizer que não se diga não ao supergasoduto, mas se façam considerações sobre o futuro, que tem de ser marcado por um crescimento econômico significativo.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Política

3 Pessoalmente, eu acho que (a greve de fome) não ajuda, mas é o pré-candidato à presidência que tem que avaliar isso. Deputado Michel Temer, presidente do PMDB.

REVIRAVOLTA: GREVE DE FOME DE GAROTINHO PODE COMPROMETER CANDIDATURA PRÓPRIA DO PMDB.

GAROTINHO DIZ QUE GREVE VAI ATÉ A MORTE CANDIDATURA PRÓPRIA PODE SER COMPROMETIDA

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avaliação dentro do PMDB é a de que a atitude de Anthony Garotinho expôs o partido e acabou consolidando a tendência de eliminar, em convenção extraordinária marcada para meados de maio, a candidatura própria do partido à Presidência da República. A decisão de fazer greve de fome no diretório regional da legenda no Rio de Janeiro, num espaço oficial do PMDB, também desagradou a direção. "O partido não tem absolutamente nada a ver com isso. É um gesto unilateral e pessoal", disse o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP) ao ser questionado se o protesto de Garotinho constrange o PMDB. "Pessoalmente, eu acho que não ajuda, mas é o pré-candidato à presidência que tem que avaliar isso", acrescentou. O PMDB realiza uma convenção extraordinária em 13 de maio, quando deverá ser arA governadora Rosinha Matheus aparece na janela da sede do PMDB do Rio, onde o marido Anthony Garotinho faz greve de fome. quivada a proposta de Domingos Peixoto/ Ag. O Globo Beto Barata/AE lançar um candidato próprio à presidência da República. Garotinho e o ex-presidente Itamar Franco lançaram seus nomes na disputa interna. "Não posso conter um gesto pessoal", acrescentou Temer, que descarta a suspensão do pré-candidato. "Ele (Garotinho) não expõe o partiTemer diz que greve é uma decisão pessoal do ao ridículo porque Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem o PMDB está dando sua posição oficial de que o gesto é pessoal", reforçou. Críticas – Para o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), que perdeu para Garotinho a disputa interna pela vaga do PMDB nas prévias para a eleiCombalido e1,3 kg mais magro, Garotinho conversa com o senador Sergio Cabral. PMs tentam conter manifestantes ção presidencial realizadas em março, em vez de fazer greve de fome, Garotinho deveria explicar as denúncias veiculadas na mídia contra ele. "Mais importante ' Te l e m a r t a ' n ã o liadas ao partido têm direito ao to, uma invasão abominável", "Vamos trabalhar até o último do que qualquer manifestação é dar uma resposta clara, correcaiu bem no Vale voto para escolher entre a ex- afirmou a advogada Maria Es- minuto." A mesma linha é adotada en- ta, em relação a tudo o que foi do Paraíba onde, prefeita paulistana e o senador tela Guimarães, que mora em há pelo menos 15 Aloizio Mercadante, nas pré- Jacareí e nunca se filiou a parti- tre os coordenadores da cam- denunciado. Essas denúncias panha de Mercadante. "A dis- são sérias e a sociedade exige dias, muita gente vem rece- vias marcadas para domingo. do nenhum. Reta final – Marta e Merca- puta vai ser voto a voto", ava- respostas muito claras, muito bendo mensagens gravadas Embora nascido em Santos, por telefone da pré-candidata Mercadante tem forte ligação dante apertam o passo em busca liou o deputado Simão Pedro . objetivas", defendeu Rigotto. do PT ao governo de São Pau- com a região, já que tem amigos dos votos dos 192 mil petistas Segundo análises dos dois gru- O presidente do Senado, Relo, Marta Suplicy. O telemarke- e familiares em Jacareí e Pinda- credenciados. A expectativa é pos, Marta seria a favorita na nan Calheiros, que lidera a ala ting, ou 'Telemarta', foi recebi- monhangaba. Mas o 'Telemarta' que pelo menos 80 mil compa- Capital, enquanto Mercadante governista do PMDB, foi mais do até pelo coordenador do PT não chegou somente aos filia- reçam a um dos 661 locais de vo- levaria vantagem no interior, enfático na crítica: "Falta de na região, José Luiz Gonçalves. dos do PT. "Ao atender a ligação tação. A Grande São Paulo é onde é mais conhecido por ter maturidade absoluta para al"Até para mim ligaram. Mas eu ouvi a voz de Marta, dizendo, prioritária para Marta, segundo sido eleito para o Senado, em guém que se coloca como can'amigo do PT'. Não tive dúvida e um dos coordenadores de sua 2002, com dez milhões de vo- didato a presidente", afirmou. sou Mercadante". (Agências) Na região, sete mil pessoas fi- desliguei. Acho um desrespei- candidatura, Valdemir Garreta. tos. (AE)

Telemarta incomoda no Vale do Paraíba

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Factoring

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Joel Rodrigues/Futura Press

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pré-candidato do PMDB à Presidência, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, ameaçou fazer greve de fome até à morte caso não consiga o mesmo espaço para se defender que a mídia tem dedicado às acusações de irregularidades na arrecadação de recursos para sua campanha eleitoral. "Vou fazer greve de fome mesmo que isso me leve à morte. Quem vai me julgar é Deus, não são os homens", disse Garotinho em entrevista a correspondentes estrangeiros na sede do PMDB, no Centro Rio de Janeiro. Ele afirmou que está tentando negociar com os órgãos de comunicação, "principalmente com as Organizações Globo e a revista 'Veja' ", espaço para que possa responder a reportagens que ele considera críticas. O ex-governador do Rio afirmou que se a negociação não for bem-sucedida, vai recorrer à Justiça com base na Lei de Imprensa e, caso não obtenha vitória judicial, permanecerá em jejum pode t e m p o i n d eterminado "para salvar sua honra". A cada Ontem o pominuto que lítico já tinha Garotinho sinais de abatiestiver se mento após 48 definhando, horas sem comer – que o fichame um companheiro zeram perder 1,3 kg . Segunàs ruas. do os médicos, Rosinha G a r o t i n h o Matheus m a n t é m a s f u n ç õ e s c a rdiovasculares normais, mas apresenta "ligeiros sinais de aumento na pressão arterial". Na tarde de ontem, a governadora Rosinha Matheus saudou 200 manifestantes próGarotinho que se aglomeravam em frente à sede do partido. Com megafone, voltou a criticar as Organizações Globo e solicitou apoio dos manifestantes: "A cada minuto que Garotinho estiver se definhando com a greve de fome, chame um companheiro às ruas". A imprensa tem noticiado que organizações não-governamentais ligadas ao governo do Estado do Rio estariam canalizando recursos públicos para a campanha de Garotinho. Empresas de fachada teriam doado cerca de R$ 650 mil. Uma das empresas teria como um dos sócios um presidiário do Complexo Penintenciário de Bangu. Pancadaria – Policiais civis e agentes penitenciários fizeram, na frente da sede do PMDB, uma manifestação de repúdio à Garotinho, o que terminou em pancadaria. Os manifestantes haviam colado cartazes, que foram rasgados por militantes do PMDB, com a ajuda de seguranças do partido. Amigos de Garotinho disseram que os manifestantes tentaram invadir o prédio. A PM precisou intervir e chegou a utilizar gás de pimenta. Dois bares que ficam ao lado prédio fecharam as portas durante o tumulto. "A PM prevaricou protegendo eles dentro do prédio", disse o diretor do Sindicato dos Policiais Civis, Mário Piccolo. (Agências)

Domingos Peixoto/ Ag. O Globo

O que é Factoring?

PFL VAI DE ARRUDA NO DF – Foi fechado ontem na Executiva Nacional do PFL acordo entre os dois pré-candidatos do partido a governador do Distrito Federal: o senador Paulo Octávio e o deputado José Roberto Arruda. Pelo acerto, que começou a ser costurado há dois anos, o candidato ao governo será o deputado Arruda, numa chapa em que terá como vice Octávio.

É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


Senado Câmara Eleições CPI dos Bingos

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

SERRA RETOMA CAMPANHA E ALCKMIN AS CRÍTICAS

EX-PREFEITO PAULISTANO SE DISPÕE A DIVIDIR O PALANQUE COM ALCKMIN Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

Precisamos fazer as reformas. Chacoalhar as estruturas para o Brasil não ser o último. Defendo as reformas inconclusas, mas não faria uma Constituinte. Geraldo Alckmin

Eymar Mascaro

PMDB é a noiva

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PSDB ainda não aposentou a esperança de formar a tríplice aliança com PFL e PMDB de apoio à candidatura de Geraldo Alckmin a presidente. Os tucanos aguardam com grande expectativa o resultado da pré-convenção peemedebista, marcada para 13 de maio. Se o partido decidir não lançar candidato próprio à presidência, os tucanos partem decisivos para tentar formalizar a coligação com o PMDB. Acontece que também o PT espera pelo resultado da pré-convenção peemedebista. Da mesma forma em que o PSDB sonha com o apoio do PMDB, os petistas jogam tudo para terem os peemedebistas ao seu lado. O PMDB é a namorada que todos querem, porque é um partido estruturado nacionalmente e dispõe de um invejável tempo de campanha na televisão. É natural, portanto, que seja assediado por tucanos e petistas.

Ex-governador paulista discursa para lideranças políticas locais em Araripia (PE), durante campanha para conquistar o eleitor do Nordeste.

ALCKMIN REJEITA UMA NOVA CONSTITUINTE Candidato tucano à presidência defende a conclusão das reformas, mas sem Constituinte.

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urante palestra para empresários, ontem de manhã, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o pré-candidato do PSDB à Presidência da República Geraldo Alckmin, defendeu a conclusão das reformas constitucionais. O tucano, porém, disse ser contrário à convocação de uma nova Assembléia Geral Constituinte. "Precisamos fazer as reformas. Chacoalhar as estruturas para o Brasil não ser o último da fila. Defendo as reformas inconclusas, mas não faria uma Constituinte", disse ao encerrar uma visita ao Ceará.

De acordo com ele, a convocação de uma nova Assembléia Constituinte implicaria no risco de tornar a Constituição ainda mais cheia de detalhes, " enciclopédica". "Além do que, muita coisa não precisa de reforma. É ação". Alckmin fez o comentário sobre as reformas depois de ser instigado pelo presidente da Fiec, Jorge Parente, que, em discurso na abertura da palestra, cobrou a conclusão das reformas (política, trabalhista, sindical, etc) e um choque de gestão no País. Durante o tempo reservado a perguntas da platéia, o précandidato tucano foi questionado sobre quais seriam suas

Monalisa Lins/AE

SERRA NEGA FOGO AMIGO ENTRE TUCANOS D epois de 20 dias afastado das atividades de précampanha ao governo de São Paulo, por causa da recuperação de uma cirurgia de hérnia epigástrica, o exprefeito José Serra negou, a exemplo do ex-governador Geraldo Alckmin, que exista qualquer disputa interna entre os dois, conforme insinuou recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, se disse disposto a acompanhar Alckmin nas visitas a outros Estados. "Se ele quiser, é só me convidar que eu vou". De acordo com um dos correligionários que acompanhou Serra em

posições sobre a recriação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a transposição das águas do Rio São Francisco para o Nordeste Setentrional e sobre a reforma agrária. Ele disse ser "tecnicamente favorável" aos projetos da Sudene e da Transposição. Com relação à reforma agrária, também. Mas fez a seguinte ressalva: "não se pode confundir reforma agrária com invasão de propriedades", disse. Bolsa Família – Sobre o desafio lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o povo é quem julgará o seu governo, Alckmin disse que "Lula está soberbo". E diante da estratégia de neutralizar a força do adversário no Nordeste, Alckmin não avançou contra o Bolsa Família. Ele apenas cobrou investimentos do governo do PT na região. Na avaliação do PSDB, Lula conseguiu se consolidar no Nordeste às custas do programa Bolsa Família, mas embora reconheça ser uma política as-

sistencialista, o partido não quer perder votos nas camadas mais pobres. Por isso, a alternativa para Alckmin é sustentar que a origem do Bolsa Família está no governo Fernando Henrique Cardoso, que vai ampliá-lo e não acabar com o programa. Projeto – "Estou aqui para ouvir, sentir, conversar com todos e elaborar um grande projeto para o Nordeste, sem mentiras", discursou Alckmin em Crato, próximo a Juazeiro do Norte, terra de Padre Cícero. Ainda pouco conhecido na região, se amparou na força eleitoral do PSDB no Estado para buscar popularidade, na tentativa de reduzir a preferência do presidente Lula no Nordeste, segundo pólo eleitoral do País. "Lula já teve a sua vez, o povo já lhe deu oportunidades e o Brasil não andou", atacou. "Do ponto de vista ético só andou para trás. Com Lula, reapareceu de forma acintosa aquilo que já tinha acabado na política: não temos outra palavra, é roubo", prosseguiu, recebendo aplausos de militantes do PSDB e de lideranças políticas locais. Do Ceará, o pré-candidato tucano seguiu direto para Brasília, onde à tarde participou de uma reunião com o comando de sua campanha. Segundo sua assessoria, a próxima viagem dele será na amanhã para Uberaba (MG), onde participará de uma exposição de gado Zebu. (Agências)

atividades em Mogi das Cruzes, o pré-candidato ao governo do estado garantiu: "Eu e Geraldo vamos fazer uma dobradinha nessas eleições, pois São Paulo precisa do Brasil e o Brasil precisa de São Paulo." O exprefeito, segundo o tucano, está mais magro, mas recuperado da cirurgia e demonstrou muito bom humor na visita à cidade. Além de negar a existência de fogo amigo no ninho tucano, Serra falou também que está com a agenda lotada. Hoje o prefeito estará em São José do Rio Preto, amanhã em São Carlos, na sexta em São José dos Campos e no sábado em Presidente Prudente.

REAÇÃO

AÇÃO

Antes de anunciar a greve de fome, Anthony Garotinho ameaçou recorrer à Justiça para evitar a pré-convenção do dia 13. Em compensação, Itamar Franco apoiou a idéia. Os dois disputam a legenda do PMDB para concorrer à presidência com Lula e Alckmin.

Como o PT também trabalha para obter o apoio do PMDB, é possível que os peemedebistas não lancem candidato próprio a presidente mas também não se coligue com nenhum dos candidatos. Ficaria livre para fixar alianças nos estados.

GOLPISMO

COLIGAÇÃO

1,3 quilo mais magro em função da greve de fome, Garotinho admite que a antecipação da convenção de junho para maio é um golpe contra sua précandidatura. O exgovernador se diz vítima de uma perseguição política que inclui veículos de comunicação. Garotinho ameaça apoiar Alckmin.

Alckmin vai trabalhando também pela coligação com o PPS. Em São Paulo, o ex-governador tem o apoio do PPS. Resta caitituar o apoio do partido no plano federal. Sabe-se, porém, que o PPS tem candidato a presidente, que é o deputado Roberto Freire.

ALIANÇA

O PSDB recebeu novas pesquisas. Segundo os números, Lula continua mantendo a mesma vantagem sobre Alckmin. Mas, há sinais de crescimento do tucano graças ao seu aparecimento nas inserções do PSDB na TV.

A pré-convenção do PMDB desperta tamanho interesse que levou o PFL a adiar para o fim de maio a indicação do vice de Alckmin. Pode acontecer também de o PFL abrir mão da escolha deixando que o vice seja escolhido pelo PMDB.

VITÓRIA O PFL quer facilitar o máximo os entendimentos do PSDB com o PMDB, porque seu objetivo é o de derrotar Lula. Portanto, o PFL estaria disposto a entregar a candidatura do vice de Alckmin ao PMDB. Resta saber se os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE) concordam.

ESTADOS Se o PMDB formalizar o acordo com o PSDB, em apoio a Alckmin, é provável que os tucanos deixem de lançar o candidato ao Senado em São Paulo. O PSDB passaria a apoiar o candidato do PMDB, que seria Michel Temer ou Orestes Quércia.

COMPROMETIMENTO

Serra é abordado por popular durante visita a Mogi das Cruzes

Eu e Geraldo vamos fazer uma dobradinha nessas eleições, pois São Paulo precisa do Brasil e o Brasil precisa de São Paulo. José Serra

Em Mogi, Serra visitou o centro da cidade e o comércio, concedeu entrevista à imprensa local e se reuniu com membros do diretório tucano municipal. Ele defendeu a necessidade de geração de novos empregos e

de melhoria da infraestrutura da região, como a duplicação da rodovia MogiBertioga, para facilitar o escoamento da produção. Aníbal– Firme em seu propósito de disputar o governo de São Paulo, o vereador tucano José Aníbal vai encaminhar à direção do PSDB, em São Paulo, a lista com as assinaturas dos delegados da legenda favoráveis à sua intenção em disputar a cabeça de chapa do governado paulista com Serra. "Continuo trabalhando para coletar as assinaturas necessárias e devo enviar a lista à direção do partido nos próximos dias", garantiu Aníbal. (AE)

NA MESMA

A cúpula acha que Garotinho está fazendo com que o PMDB exerça um papel ridículo com a história da greve de fome. Por sugestão do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, o PMDB está sendo aconselhado a defenestrar, já, a pré-candidatura de Garotinho.

NORDESTE Em tempo: o PSDB levará em frente a decisão de que o vice de Alckmin seja do Nordeste, que é a região em que Lula leva ampla vantagem sobre Alckmin nas pesquisas. Os tucanos acham que Alckmin está bem posicionado em outras regiões e que necessita de uma recuperação naquela região.

ADESÃO Por enquanto, PCdoB e PSB são os partidos que parecem ter concordado em apoiar Lula. Mas, o sonho do PT é atrair o PMDB. Os dois partidos precisam arrancar um número mínimo de votos (5 milhões) para não perder o registro no TSE em função da cláusula de barreira.

NO CARGO A ministra Ellen Gracie vai assumir a presidência da República, pela 1ª vez, no dia 13, quando Lula viaja para a Áustria. Os substitutos naturais seriam o vice-presidente José Alencar e os presidentes da Câmara (Aldo Rebelo) e do Senado (Renan Calheiros), mas todos eles serão candidatos nas eleições de outubro.

PARTICIPAÇÃO O ex-ministro José Dirceu, cassado por seu envolvimento com o mensalão, admite que como cidadão e advogado vai participar da campanha de reeleição de Lula. Dirceu concorda com a política de coligações defendida por Lula, até mesmo com partidos que se envolveram com os últimos escândalos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

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Política

Devo à liberdade de imprensa no meu País ter chegado à presidência da República. Luiz Inácio Lula da Silva

GAROTINHO SORRI AO SABER QUE PT OFERECEU VAGA DE VICE. STJ VALIDA CANDIDATURA PRÓPRIA DO PMDB.

Severino Silva/AE

GAROTINHO DEBILITADO Garotinho é alvo de manifestações bem-humoradas contra e a favor sua candidatura à presidência e vira até atração turística no Rio

O

No terceiro dia de greve de fome, Anthony Garotinho já demonstra sinais de desidratação e debilidade. Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

Manifesto promovido pelo Sindicato Estadual de Agentes Penitenciários leva bom humor ao Centro do Rio

PMDB: STJ VALIDA CONVENÇÃO, MAS RENAN VAI RECORRER.

A

Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem que o PMDB pode realizar eleições prévias para escolha do candidato do partido à Presidência da República. Os ministros votaram contra o posicionamento anterior do ministro Edson Vidigal, ex-presidente do tribunal, que rejeitava o recurso apresentado pelo partido e mantinha a suspensão da convenção realizada em 2004 e atos subseqüentes, incluindo as prévias. O julgamento do STJ implica considerar válida duas decisões da convenção: a de prever candidatura própria para o PMDB nas eleições presidenciais deste ano e a fixar que essa

decisão só poderia ser derrubada por uma nova convenção, com apoio de dois terços dos convencionais. Ontem mesmo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que o partido entrará com embargo declaratório contra a decisão do STJ. O artifício jurídico anunciado por Renan é costumeiramente empregado quando uma das partes quer mais esclarecimentos sobre a decisão. Neste caso, esse embargo terá como efeito prático permitir que o PMDB realize a convenção extraordinária marcada para o dia 13. Isso porque a decisão de ontem, com o embargo, não teria transitado em julgado e não poderia, portanto, ser aplicada.

A decisão do STJ pegou de surpresa a Executiva Nacional do PMDB. Renan Calheiros, que lidera a ala governista, já havia obtido assinatura de 10 dos 16 membros da direção nacional a favor da convocação de uma convenção extraordinária para o dia 13 de maio. A idéia é usar o encontro para discutir novamente se o partido deve ou não lançar candidatura própria à Presidência. Renan previa uma reunião relâmpago da Executiva, mas ela acabou se prolongando em razão dos debates em torno da decisão do STJ e dos protestos da governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, que veio a Brasília para defender seu marido e pré-candidato Anthony Garotinho. (AE)

Ed Ferreira/AE

LULA DIZ QUE DEVE SEU MANDATO D IMPRENSA

O

ntem, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Declaração de Chapultepec, um documento que visa difundir a importância da liberdade de expressão e de imprensa no mundo. A solenidade de assinatura ocorreu no Palácio do Planalto, com a presença do ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. "Devo à liberdade de imprensa no meu País ter chegado à presidência da República", disse ele. Lula afirmou que no dia em que um político só ler no-

Lula nega maré de autoritarismo

tícia boa a seu respeito no jornal pode estar surgindo no País "uma maré de autoritarismo". Segundo o presidente, o povo sabe diferenciar o que é correto e o que é exagero no noticiário. E apesar de ter perdido três eleições, Lula garantiu jamais ter posto a culpa na imprensa ou ligado para qualquer empresário de jornal para reclamar do tratamento dispensado. A declaração de Chapultepec é resultado de um encon-

tro promovido pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) há 12 anos, na Cidade do México. A carta de princípios traz dez pontos básicos para o desempenho eficiente da liberdade de informação nas democracias. O presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Nelson Sirotsky, afirmou na Conferência Legislativa sobre Liberdade de Imprensa no Brasil, na Câmara dos Deputados, que não há mais censura nos seus moldes tradicionais, a censura truculenta, própria das ditaduras declaradas. O que existe hoje na Imprensa é a censura do Judiciário. "Essa censura, essa interferência nos conteúdos da Imprensa, tem acontecido de forma geral por ação do Poder Judiciário", disse. (Agências)

ex-governador do Rio Anthony Garotinho começou ontem a sentir os primeiros sinais de debilitação decorrentes da greve de fome que iniciou no domingo. Ele passou mais um dia na sede regional do PMDB, no Centro do Rio, onde se tornou alvo de manifestações contra e a favor e virou até atração turística. No final do dia, leu mais uma vez uma carta em que reitera a reivindicação de espaço na mídia para se defender de denúncias que envolvem doações para sua pré-campanha e demonstrou sentir o abandono do principais líderes do PMDB: "Sei que agora, dentro do meu partido, conspiram contra minha candidatura a mando de Lula e dos banqueiros". Aparentando abatimento, Garotinho leu a nota e recusouse a responder perguntas dos jornalistas, apesar de sua principal queixa ser a falta de espaço para explicar a ligação de ONGs que têm contratos milionários com o governo do Estado do Rio e empresas doadoras de sua campanha. Ele disse que não tinha informações sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a validade da consulta prévia que venceu dentro do partido em 2004. Só reagiu quando foi provocado a respeito de uma possível movimentação do PT, diante do enfraquecimento de

sua pré-candidatura, para oferecer ao PMDB a vaga de vice na chapa de Lula. "Só se tiver algum ladrão disposto a acompanhar Lula no PMDB", afirmou, ensaiando um sorriso. O casal de turistas gaúchos João Paulo e Vera Lúcia Cavalcanti foram visitar o ex-governador, mas o encontraram dormindo. Simpatizantes do PMDB, eles tiraram fotos próximo à porta de vidro que separa Garotinho da imprensa. "Estamos passeando no Rio e aproveitamos para vê-lo", disse o eletricitário. Imprensa– À tarde, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, desembarcou em Brasília para uma reunião com líderes do PMDB. Disse que o marido é vítima de uma campanha da mídia para inviabillizar sua candidatura e fez referência a fatos passados. Sedirigindo ao deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), presente na reunião e que é contra a candidatura própria do partido, ela disse: "Garotinho é vítima da mídia, que quer destruir sua reputação para inviabilizar sua candidatura no PMDB. A mesma mídia que exibiu o Jader algemado sem que nada se tenha provado contra ele até hoje. A mesma mídia que fez notícia com o golpe que o Serra aplicou contra a candidatura da senadora Roseana Sarney." Garotinho passou a maior parte do dia deitado e sonolen-

to. De acordo com o seu médico particular doutor Abdu Neme, Garotinho permanece lúcido e orientado, mas começa a apresentar taquicardia e pressão baixa. O ex-governador está levemente desidratado, apesar de ingerir três litros de água por dia. Para o médico, se Garotinho não desistir da greve, poderá atingir um estado crítico na sexta-feira. Diferentemente do dia anterior, os manifestantes trocaram os pontapés pelo bom humor. No final da manhã, servidores estaduais insatisfeitos com a política salarial do governo do Estado depositaram quatro coroas de flores na porta do prédio onde fica a sede do PMDB com a inscrição: "Descanse em paz, Garotinho." Impedimento– O PMDB de Pernambuco oficializou ontem o pedido de impedimento de Garotinho de representar o partido numa eventual disputa à Presidência da República. Em carta dirigida ao presidente nacional do partido, Michel Temer, o presidente da legenda estadual, Dorany Sampaio, justificou que em vez de defender-se das pesadas denúncias "que lhe foram assacadas", Garotinho optou por "uma estratégia patética, que o cobre de ridículo, com o risco de envolver nas suas atitudes imaturas o próprio nome do partido", disse em referência à greve de fome dele. (Agências)

Felipe Hidvégi/AE

Coroas de flores colocadas na porta da sede do PMDB do Rio: 'Descanse em paz Garotinho'.

CASO DO AVIÃO É ESCLARECIDO

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Construfert Ambiental Ltda, que arrendou o avião usado por Anthony Garotinho (PMDB) em sua pré-campanha à Presidência, fez esclarecimentos ontem sobre as denúncias veiculadas pela imprensa. Segundo o advogado e representante da empresa, José Luiz de Souza Filho, a Construfert cedeu o avião a uma empresa de táxi aéreo para repor um banco de horas. O avião foi parar nas mãos da Suprema Comércio e Serviços Aeronáuticos, que prestou o serviço a Garotinho. Na prestação de contas da pré-campanha do candidato, há uma nota fiscal da Suprema, de R$ 113 mil, relativa ao aluguel da aeronave. O Cessna Citation III, prefixo PT-LVF, pertence a João Arcanjo Ribei-

ro, o "Comendador", preso em Mato Grosso e acusado de ser o chefe do crime organizado e do jogo do bicho em cinco estados. Apreendido pela Polícia Federal, o avião estava sob guarda da Justiça, sendo controlado por um administrador judicial, o auditor aposentado Francisco Bonfim. O representante da Construfert disse que

a empresa, especializada em coleta e varrição de lixo, arrendou a aeronave porque vai criar uma empresa de táxi aéreo. O contrato, que tem validade de 24 meses, foi assinado em 1º de fevereiro, e o pagamento é feito à própria Justiça. "Ninguém sabia que seria alugado a Garotinho", afirmou o advogado Souza Filho. (AG)


Senado Câmara Eleições CPI dos Bingos

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 3 de maio de 2006

TUCANOS LIDERAM PESQUISA, MAS PERDEM TERRENO NO ESTADO.

Esses eventos (auto-suficiência em petróleo e o astronauta brasileiro) podem ter elevado os números de Lula. Maurício Tadeu Garcia, diretor de Projetos do Ibope

Eymar Mascaro

Difícil decisão

R

LULA REDUZ DIFERENÇA DE ALCKMIN Berço político de Geraldo Alckmin é minado pelo crescimento da candidatura do presidente

D

iminuiu a diferença entre os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), na opinião dos eleitores do estado de São Paulo, de acordo com a terceira pesquisa Ibope encomendada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e região e a Federação das Empresas de Transporte do Estado. A vantagem do líder Alckmin, que era de 18 pontos porcentuais na pesquisa anterior, agora é de 9 pontos. O astronauta brasileiro e a auto-suficiência em petróleo teriam alavancado os números do petista na nova enquete.

Alckmin aparece na pesquisa com 42% das intenções de votos contra 33% de Lula. No levantamento anterior, o tucano tinha 46% contra 28% do petista. Garotinho (PMDB) está em terceiro com 4%, seguido por Heloísa Helena (PSOL) que tem 3%, Enéas Carneiro (Prona) com 2% e Roberto Freire (PPS) que aparece com 1%. Itamar– No cenário em que o ex-presidente da República Itamar Franco substitui Garotinho, pelo PMDB, Alckmin fica em primeiro (43%), seguido de Lula (34%). Nessa enquete, Enéas seria o terceiro colocado (3%), com apenas um ponto a mais que Itamar.

O diretor de Projetos do Ibope, Maurício Tadeu Garcia, credita o crescimento de Lula à grande exposição de feitos positivos creditados ao governo na mídia. Entre eles, a possível influência de Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, e o anúncio, no mês passado, da auto-suficiência da produção petrolíf e r a d a P e t ro b r a s . " E s s e s eventos podem ter elevado os números de Lula". 2º turno – A pesquisa destacou ainda o cenário de um eventual 2º turno entre petistas e tucanos. Alckmin venceria com 52% contra 36% de Lula. Vale salientar que novamente houve ligeiro crescimento de Lula nesse cenário, que antes obteve 31 pontos porcentuais contra 55% de Alckmin. Já os números de rejeição do Ibope na corrida presidencial apontam novidades. A liderança negativa agora é de Garotinho (39%) e em segundo Enéas ( 36%). Em terceiro aparece o presidente Lula (33%). Na enquete anterior,

os paulistanos colocaram Enéas em primeiro lugar e, empatados em segundo, Garotinho e Lula. "A aparição de Eneás sem a barba e a revelação dos problemas de saúde do candidato do Prona podem ter influenciado os eleitores paulistas na nova pesquisa", disse Garcia. A pesquisa Ibope ainda indagou os paulistas sobre qual área ou tema o Governo Federal enfrenta maiores problemas. A corrupção no Palácio do Alvorada e na Câmara Federal colocaram o assunto em primeiro lugar com 40%. Em segundo aparece o combate à fome e miséria (8%), seguido por violências nas grandes cidades e geração de empregos (7%). O valor dos impostos é o 9º tema que mais preocupa a população, com 2%. Esse último tema não foi citado na pesquisa anterior. Impostos– O número de pessoas preocupadas com os impostos cresce ainda mais quando o Ibope pede que o entrevistado destaque três problemas que o governo vem enfrentando. A corrupção lidera com 56%, mas o imposto sobe do 9º posto para 6º na importância do paulista. A pesquisa nº 719646/06 foi realizada entre os dias 28 e 30 de abril, e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Foram entrevistadas 1.204 pessoas em 63 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos porcentuais para mais ou menos. Ivan Ventura

Pierre Duarte/Diário da Região/AE

SERRA CONTINUA À FRENTE DO PT NA DISPUTA AO GOVERNO DO ESTADO

NAMORO O encontro peemedebista do dia 13 é esperado com ansiedade sobretudo pelo PSDB. Os tucanos sonham com o apoio do partido a Alckmin. O PSDB quer formar com o PFL e PMDB a tríplice aliança que sustentaria a campanha do candidato tucano.

CAUTELA A antecipação da convenção do PMDB mexeu também com o PFL. Os pefelistas querem derrotar Lula e estariam dispostos a abrir mão de indicar o vice de Alckmin, se for para atrair o PMDB. Nesse caso, caberia ao PMDB a escolha do vice.

QUEM SERIA Uma decisão já foi tomada pelo PSDB: o vice de Alckmin será do Nordeste, por se tratar de uma região em que Lula leva vantagem sobre Alckmin. Fala-se no nome do ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Mas, a oposição do PMDB terá de derrotar a ala governista do partido.

OS MESMOS Se o PMDB decidir permanecer neutro, o vice de Alckmin, então, será indicado pelo PFL. Os mais indicados continuam sendo os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE). Um dos dois, portanto, deve ser o vice de Alckmin. O preferido de Jorge Bornhausen é José Jorge.

O

ex-prefeito paulistano José Serra (PSDB) manteve a liderança na corrida para o governo do Estado de São Paulo, de acordo com a terceira pesquisa Ibope. Na nova enquete, porém, o tucano já não garante a vitória no 1º turno em disputas contra a ex-prefeita Marta Suplicy e o senador Aloizio Mercadante (ambos do PT) ou ainda o exgovernador Orestes Quércia (PMDB). Mesmo assim, Serra ainda tem larga vantagem em relação a todos os outros candidatos. No primeiro cenário paulista da pesquisa do Ibope, o tucano Serra aparece com 48% das intenções de votos contra 18% de Marta. Em terceiro aparece Orestes Quércia, do PMDB, com 7%. Na pesquisa anterior do Ibope, Serra tinha 51% sobre 17% de Marta ainda no 1º turno. O novo levantamento revela ainda uma migração dos eleitores de Serra para votos brancos e nulos, em comparação com a pesquisa anterior (antes 10% e agora com 15%).

achado, o PMDB deve decidir no dia 13 que caminho tomar em relação às eleições presidenciais. O partido vai adotar uma das seguintes opções: apoiar Lula ou Alckmin; lançar candidato próprio; ou, ficar neutro e estabelecer as alianças livremente nos estados. Parece que o partido está abandonando a tese de candidatura própria, embora tenha dois pré-candidatos, um dos quais, Anthony Garotinho enfrentando uma greve de fome. O outro candidato, Itamar Franco, ao contrário de Garotinho, apóia integralmente a antecipação da convenção para o dia 13. Garotinho decretou a greve de fome por entender que estão puxando o seu tapete no partido. O ex-governador se sente traído pela legenda e desconfia que Lula e o PT estejam por traz da decisão do PMDB de não ter candidato a presidente. O ex-governador do Rio chegou a ameaçar o partido ao admitir que pode apoiar Alckmin no Rio. Em tempo: a suposta convenção do dia 13 tem o apoio também da ala governista do PMDB.

José Serra come pastel em visita à cidade de São José do Rio Preto

"Não houve oscilação entre os outros candidatos, apenas uma diminuição nos números de Serra e aumento entre os brancos, nulos e indecisos. Daí concluímos essa migração, talvez reflexo do sumiço do tucano da mídia", disse o diretor de Projetos do Ibope, Maurício Tadeu Garcia. Em outro cenário, dessa vez com Mercadante no lugar de Marta, o segundo colocado seria Quércia. Desta vez Serra, que antes aparecia com 55%, contabiliza 50% das intenções de votos. A enquete revelou um empate técnico na segunda colocação, com uma ligeira vantagem para Orestes Quér-

QUANTO ESTÁ cia, com 9%, e Mercadante com 8%. Na pesquisa anterior, o candidato do PMDB tinha 11% contra 7% do petista. 2º turno - A simulação de 2º turno em São Paulo entre Marta e Serra indica vitória do tucano. Serra aparece com 59% contra 27% da ex-prefeita. Os números apontam uma diminuição na vantagem do ex-prefeito tucano, que antes tinha 62% contra 23% da petista. O número de brancos e nulos aumentou de 10% para 12% e o de eleitores indecisos diminuiu 6% para 2%. Em outra simulação de 2º turno, Serra (com 64%) venceria Mercadante (que obteve

20%). Já num embate contra Quércia, o peemedebista teria 18% contra 62% de Serra. Rejeição - O índice de rejeição também foi outro ponto abordado pela pesquisa. Nela o ex-prefeito Paulo Maluf lidera esse quesito com impressionantes 51%. Dentre os candidatos que disputam a liderança, destaque para os 31% de Marta Suplicy. Em seguida está Orestes Quércia com 22% e depois Serra com 15%. A pesquisa tem margem de erro de 3 pontos porcentuais e foi realizada entre os dias 28 e 30 de abril. Foram ouvidas 1.204 pessoas em 63 municípios do Estado. (IV)

SUPLICY DISPARA ENTRE CONCORRENTES

A

mesma pesquisa Ibope indagou o candidato preferido do paulista para uma vaga no Senado. Comparado com a pesquisa anterior, Eduardo Suplicy (PT) aumentou a vantagem sobre os demais concorrentes. O "eterno" candidato petista ao Senado obteve 47% das

intenções de voto, seguido por Orestes Quércia com 19%, Guilherme Afif Domingos com 4% e José Aníbal com 2%. Na enquete anterior, Suplicy tinha 41%, Quércia 21%, Aníbal 9% e Afif 3%. Na nova pesquisa foi incluído o nome da deputada federal Zulaiê Cobra Ribeiro no lugar

de Aníbal. Suplicy manteve a liderança (46%), seguido de Quércia (19%). Afif e Zulaiê empataram em terceiro ( 4%). Nas duas projeções, a vantagem de Eduardo Suplicy é maior entre o eleitorado de ensino superior: 59% na disputa com José Aníbal e 60% com Zulaiê Cobra. (IV )

Pelas pesquisas que o PSDB está recebendo, a vantagem de Lula continua no mesmo patamar. O petista está gravitando em torno de 40% de índice de intenção de voto contra 20% de Alckmin. Mas, as pesquisas foram feitas antes do aparecimento de Alckmin nas inserções de TV do PSDB.

ATRITO A cúpula tucana está preocupada com a desavença que está havendo na área de comunicação da campanha de Alckmin, envolvendo o cientista político Antonio Lavareda e o jornalista Luiz Gonzalez. O jornalista reclama de possível interferência na sua área.

ENTENDIMENTO As conversações entre tucanos e peemedebistas podem levar o PSDB a apoiar um candidato do PMDB ao Senado, em São Paulo, que seria Michel Temer ou Quércia. Nesse caso, o PMDB não lança

candidato a governador e apoiaria Serra.

VAI DISPUTAR O PSDB não deve contar com o apoio do PPS a Alckmin no 1° turno, porque o partido está decidido a lançar a candidatura do deputado Roberto Freire a presidente. Mas, o PPS pode fechar um acordo para apoiar o tucano no 2° turno.

CRESCIMENTO O PSOL admite que mesmo que o PMDB não lance candidato a sucessão presidencial será decidida apenas no 2° turno. Admite-se no PSOL que a senadora Heloísa Helena terá 17% dos votos para presidente. Detalhe: hoje, nas pesquisas nacionais, a senadora está com 5% de índice de intenção de voto.

DECISÃO Mas o PT está convencido de que se o PMDB não tiver candidato a eleição será decidida no 1° turno. Os petistas admitem que o beneficiado pode ser Lula. Os petistas falam com base nas pesquisas atuais, esquecendo-se de que a eleição será só em outubro.

APAGÃO A oposição espera tirar vantagem da crise que envolve o Brasil de Lula e a Bolívia de Morales: espera pelo apagão do gás. Mas, os especialistas acham que não haverá o desaquecimento porque a Bolívia não tem para quem vender o gás que produz. O que pode ocorrer é o encarecimento do produto.

RETORNO No seu primeiro aparecimento público, após a cirurgia, José Serra revelou que está na ponta dos cascos para fazer a campanha de governador. Ele visitou Mogi das Cruzes, fez caminhada e se reuniu com lideranças tucanas. Serra reaparece com amplo favoritismo nas pesquisas.

QUASE PRONTO O relatório da CPI dos Bingos deve ficar pronto até o fim do mês. O ponto de discórdia é a tendência do relator Garibaldi Alves de sugerir o indiciamento do ex-ministro Antonio Palocci e o do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.


quinta-feira, 4 de maio de 2006

Congresso Planalto Cassações CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MEMBROS DO CONSELHO VOLTAM A PROTESTAR

Daqui, dessa legislatura, não se pode esperar nada. Esta é a legislatura da pizza. Deputado Chico Alencar (PSOL)

JOSIAS GOMES É O 10º ABSOLVIDO PELO PLENÁRIO DA CÂMARA. E VADÃO GOMES ESCAPA NO CONSELHO. Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo

SAIU A 10ª PIZZA DO MENSALÃO. E VEM AÍ A 11ª.

FRENTE PELO VOTO ABERTO: OFENSIVA, PROTESTO E APOIO.

A

Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto iniciou ontem uma ofensiva para mobilizar a sociedade civil pelo fim do voto secreto nas deliberações dos legislativos. Em audiência pública, os integrantes da frente receberam apoio de diversas entidades, como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Ministério Público Militar. "Esta iniciativa busca chamar a sociedade para dar força à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349/01", disse o coordenador da frente, deputado Ivan Valente (PSOL-SP). A PEC acaba com o voto secreto em todas as deliberações do Parlamento nos níveis federal, estadual e municipal. Durante a votação do relatório que pedia a cassação do deputado Josias Gomes (PT-BA), parlamentares da Frente mostraram uma faixa de protesto. O presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), José Carlos Cosenzo, disse que a PEC vai "acabar com a cultura brasileira de escolher seus representantes e depois perder o interesse em saber como eles agem no Congresso". Na terça-feira, a frente parlamentar vai cobrir a rampa do Congresso com um abaixo-assinado feito em lençóis para pedir o voto aberto. (AC)

Josias, livre da cassação, conversa com Vadão, que tem como certa sua absolvição no Plenário.

ABSOLVIÇÃO GARANTIDA?

O

Conselho de Ética da Câmara rejeitou ontem por 8 a 5 o pedido de cassação do deputado Vadão Gomes (PP-SP) acusado de ter recebido R$ 3,7 milhões das contas das empresas do empresário Marcos Valério. Essa foi a primeira votação de processo contra deputados acusados de terem se beneficiado do esquema pelo colegiado depois da saída de seis conselheiros em protesto à série de absolvições pelo plenário de parlamentares acusados de mensaleiros. O processo será votado pelo plenário da Câmara, que tem absolvido os deputados, mes-

mo os que tiveram o parecer pela cassação aprovado pelo Conselho de Ética. A nova composição reverteu uma tendência no Conselho que era pela aprovação dos pedidos de cassação dos envolvidos em denúncia do mensalão. Os deputados Ann Pontes (PMDB-PA), Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), Affonso Camargo (PSDB-PR) e Cláudio Magrão votaram a favor do relator, Moroni Torgan (PFLCE), que sustentou o pedido de cassação. Vadão teve o apoio dos partidos envolvidos no mensalão (PT, PP, PSB e PMDB) e de pefelistas. Relatório – O deputado

Eduardo Valverde (PT-RO) será o relator do parecer que substituirá o texto rejeitado no processo relativo ao deputado Vadão. Ele tem duas sessões para encaminhar o texto ao Plenário. Para pedir a cassação de Vadão, Torgan disse que as investigações confirmaram os depoimentos das duas testemunhas. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e Marcos Valério afirmaram na CPMI dos Correios que Vadão recebeu R$ 3,7 milhões no esquema. O deputado do PP negou as acusações e disse que elas se baseiam em depoimento sem provas. "Não posso assumir aquilo que não fiz." (Agências)

D

e novo com baixa p re s e n ç a , o q u e sempre beneficia o acusado, a Câmara absolveu ontem o deputado Josias Gomes de Souza (PT-BA). O deputado Vadão Gomes (PPSP) também escapou, só que no Conselho de Ética (leia mais sobre o assunto na matéria ao lado). Josias Gomes obteve 190 votos pela salvação de seu mandato; pela cassação (a favor do relatório do deputado Mendes Thame (PSDB-SP), votaram 228. Essa maioria não foi suficiente para a perda de mandato, porque para a cassação são necessários 257 votos (a maioria dos deputados na Câmara mais um). Houve 19 abstenções, 5 votos em branco e 1 nulo. Votaram 443 dos 513 deputados. Portanto, faltaram 70. Josias confessou ter recebido pessoalmente R$ 100 mil das contas de Marcos Valério, sendo uma parcela das mãos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outra na agência do Banco Rural

do Brasília Shopping. O dinheiro, segundo ele, foi utilizado para o pagamento de dívidas da campanha de 2002. Absolvidos – Josias foi o décimo dos 19 parlamentares acusados de envolvimento com o mensalão a ser absolvido. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTBSP), lamentou a absolvição. "É uma pena. O Conselho de Ética ficou mais de oito meses tratando dessas questões, levantando provas, num trabalho cansativo e profundo, e o plenário absolve todo mundo." O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que abandonou o Conselho após a absolvição de João Paulo Cunha (PT-SP) protestou. "A Câmara perdeu de vez o pudor. A falta de rigor ético está descarada. Mas acho que o plenário foi coerente no seu descaso para com a própria representatividade do parlamento. Daqui, dessa legislatura, não se pode esperar nada. Esta é a legislatura da pizza." (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.POLÍTICA Adriana Machado/AE

quinta-feira, 4 de maio de 2006

ELLEN GRACIE, A PRESIDENTE DO BRASIL. Por algumas horas, a presidente do STF deve ocupar o cargo do presidente Lula. Ele viaja hoje à Argentina e deve ser acompanhado por Alencar, Aldo e Renan – seus substitutos diretos.

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É um marco da igualdade de gênero, é um momento simbólico para todas as mulheres e para a sociedade em geral. Ellen Gracie, presidente do STF

presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, que deve assumir a presidência interina do País hoje por algumas horas, com a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Puerto Iguazú no lado argentino da fronteira, considera o fato um momento simbólico para todas as mulheres e a sociedade brasileiras. Com isso, ela se tornará a primeira mulher no Brasil a ocupar o mais alto cargo público do País. A ministra deverá ir cedo à Base Aérea para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe transmita o cargo. Em seguida, ela deverá ir para o Palácio do Planalto, onde despachará. "É um marco da igualdade de gênero, é um momento simbólico para todas as mulheres e para a sociedade em geral. Cada vez que se quebra um preconceito fica mais fácil quebrar outros que ainda existem, infelizmente, na sociedade", disse a ministra a jornalistas, após audiência com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBSP), e lideranças partidárias. Substitutos – Ellen assumirá a Presidência porque os substitutos imediatos de Lula – o vicepresidente José Alencar, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e Aldo – ficarão inelegíveis nas eleições de outubro se assumirem a Presidência da República agora. Por isso os três já foram convidados para fazer a mesma viagem com Lula. Se permanecerem em solo brasileiro, um deles tem que as-

sumir o cargo. Segundo a legislação eleitoral, nos seis meses anteriores às eleições, aquele que ocupar um cargo executivo (presidente, governador, ministro, secretário ou prefeito), mesmo que por poucas horas, ficará proibido de disputar o pleito. Encontro – Renan – que ontem não havia confirmado sua ida à Argentina – e Alencar negam que estejam na disputa eleitoral. A saída política para não deixar claro o objetivo eleitoral dos dois, seria, segundo assessores, que o Planalto argumentasse que a presença deles é importante para dar peso à comitiva de Lula no encontro para discutir a crise do gás boliviano com os presidentes Evo Morales (Bolívia), Néstor Kirchner (Argentina) e Hugo Chávez (Venezuela). Ellen Gracie voltará a assumir a Presidência da República do Brasil por um período maior ainda este mês. Entre os dias 11 e 13, a ministra deve assumir novamente o cargo, já que Lula deve viajar para Viena, na Áustria. Nesse caso, os demais substitutos do presidente tam-

bém devem deixar o País. Agilidade – A presidente do STF foi à Câmara pedir agilidade na apreciação de quatro projetos de lei que buscam acelerar o trâmite judiciário no País. Um deles institui os processos virtuais, que vão permitir o acompanhamento dos processos pela internet. Outro institui a súmula vinculante, mecanismo que faz com que as primeiras instâncias sigam, obrigatoriamente, o mesmo entendimento do tribunal superior. O terceiro é a chamada repercussão geral, que impede o STF de julgar casos que não sejam de relevância nacional. Por último, a ministra pediu a aprovação de um plano de cargos e salários para os servidores do Judiciário. Pioneira – A ministra do STF também acumula o título de ser a primeira mulher à frente do Supremo. Ela tomou posse no fim do mês passado. Com 58 anos, é separada e mãe de uma filha. Ellen assumiu o cargo no STF em substituição ao ministro Nelson Jobim, que se aposentou para tentar uma volta à carreira política. (Agências)

Alan Marques/Folha Imagem

Ellen Gracie em reunião com Aldo: pedido de agilidade na Câmara.

AS PIONEIRAS

ELEITORA

PREFEITA

O registro da primeira eleitora do País, datado de 1927, pertence a Celina Guimarães, natural da cidade de Mossoró (RN).

Alzira Soriano de Souza elegeu-se, em 1928, a primeira prefeita no Brasil no município de Lajes, no Estado do Rio Grande do Norte.

SENADORA

DEP. ESTADUAL

Em 1990, Júnia Marise, filiada no PDT-MG, foi a primeira mulher a ocupar um cargo no Senado no Brasil.

No ano de 1935, Maria do Céu Fernandes foi diplomada a primeira deputada estadual eleita no Rio Grande do Norte.

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GOVERNADORA Roseana Sarney foi a primeira governadora eleita do País, em 1994, no Maranhão. Mas a primeira a governar um Estado foi Iolanda Fleming, no ano de 1986, no Acre, para completar o mandato de Nabor Júnior. DEP. FEDERAL A médica paulista Carlota Pereira de Queiroz foi eleita a primeira deputada federal do País, no ano de 1933. E a cientista Berta Lutz, foi a primeira suplente pelo Distrito Federal.


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Empresas Finanças Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Motoristas devem ao Estado de São Paulo R$ 1,57 bilhão em IPVA.

ICMS RENDEU R$ 3,3 BILHÕES AO ESTADO DE SP

CONTABILISTAS RECLAMAM QUE FICOU MAIS DEMORADO ABRIR EMPRESA DEPOIS DA UNIÃO DOS FISCOS

CADASTRO ÚNICO CAUSA TRANSTORNOS

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implantação do cadastro sincronizado da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP), que começou a funcionar no dia 20 de março, vem causando transtornos para contabilistas e empresários. A principal reclamação é a demora do retorno das solicitações de abertura, encerramento ou alteração de dados cadastrais de uma empresa. Ontem, o assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (Sescon-SP), Constantino de Bastos Júnior, se reuniu com o superintendente da Receita Federal, Edmundo Spolzino, para cobrar agilidade do sistema. Segundo Bastos Júnior, ficou acertado, durante a reunião, que o sistema deverá operar dentro da normalidade, no máximo, na próxima semana. "Todo o estoque de processos atrasados será concluído até sexta-feira e o sistema deverá processar apenas os documentos enviados no dia", disse. O diretor também relatou, na reunião com representantes da Sefaz, os problemas enfrentados pelos contribuintes. O principal é o atraso na resposta do processo. "Ainda falta informação sobre o andamento processual e alguns filtros para diminuir o fluxo de sistema", contou. Ele citou como exemplo o caso das prestadoras de serviços. "Elas não precisam de inscrição estadual e, mesmo

Patrícia Cruz/LUZ

assim, figuram como pendentes no sistema", disse. O gerente societário da Confirp, Flávio de Oliveira, disse que, só na sua consultoria, há 75 processos parados. Muitas empresas aguardam a inscrição estadual para imprimir o talão de nota fiscal e começar a trabalhar. "Elas já alugaram um imóvel e tiveram uma série de gastos", informou. Entre os problemas citados por ele estão as falhas na transferência de dados. Oliveira re-

5,4 mil pedidos para abertura e encerramento de empresas e alteração de dados chegam, por dia, à Sefaz latou que foi incluir um sócio no contrato social de uma empresa e o sistema rejeitou o pedido sob a alegação de que o nome dele já constava naquela razão social, o que, segundo ele, não é verdade. A Organização King de Contabilidade enfrenta o mesmo problema. São mais de 40 processos sem conclusão, dos quais seis de abertura de novos negócios. "Entre as solicitações, está a de uma loja, cuja inauguração está marcada para o pró-

ximo dia 10", lamentou a contabilista Elvira de Carvalho. A contadora Lucia Torezan, do escritório Plano Contábil, também não poupa críticas ao novo cadastro. Segundo Lucia, o sistema demorou mais de 20 dias para avisar que sua solicitação de alteração de dados estava incompleta, o que, na sua opinião, não tem fundamento. O problema ocorreu porque a empresa, com matriz em Belo Horizonte (MG) – que não faz parte do sistema sincronizado –, queria fazer uma alteração, mas não foi autorizada porque o sistema só acusou a existência de sua filial, em São Paulo, e apontou falta de informações na sua inscrição. "A inscrição da empresa é em BH, por isso o sistema não obteve os dados", explicou. Sefaz –A Sefaz rebate as críticas. Segundo o diretor de informações da Coordenadoria da Administração Tributária (CAT), Carlos Leony Fonseca da Cunha, o sistema opera normalmente. "As falhas só aparecem no início da operação, mas estamos corrigindo, na medida do possível, com urgência", informou. De acordo com ele, desde que o cadastro entrou em operação, foram finalizados mais de 100 mil processos, restando, apenas, 4 mil pendentes. O salto de 1,7 mil para 5,4 mil do número de processos recebidos por dia, segundo Cunha, ocorre, entre outras razões, porque muitos contabilistas, por conta da demora, têm enviado o documento em duplicidade. Márcia Rodrigues

A contadora Lucia Torezan reclama que o sistema tem falhas de comunicação

Estado vai notificar 1,57 milhão de devedores do IPVA Milton Mansilha/LUZ

A

Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) começa a cobrar neste mês 1,57 milhão de contribuintes com débitos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) acumulados entre 2001 e 2005. Além disso, a cobrança deixa de ser feita por meio de auto de infração para ser realizada por notificação. Hoje, as dívidas de IPVA no Estado de São Paulo totalizam R$ 1,57 bilhão, incluindo juros e multas. A relação completa dos inadimplentes fiscais será publicada em várias edições do Diário Oficial do Estado. Mas, segundo a Sefaz, todos receberão um aviso de notificação pelos Correios. Os contribuintes terão prazo de 30 dias, a contar da publicação do nome no Diário Oficial, para quitar o débito. Caso contrário, serão inscritos na dívida ativa. Também será possível acessar o site www.fazenda.sp.gov.br e digitar o número do Renavam do automóvel para saber sua situação fiscal. "Com isso, não é preciso esperar ser notificado para quitar o débito", diz o diretor de arrecadação da Sefaz, Ademar Fogaça Pereira. Pagamento – O fisco vai exigir o pagamento da dívida à vista nos bancos, nas agências

Fogaça: nova forma de cobrança traz vantagens para o contribuinte

do Banco Postal dos Correios ou casas lotéricas. Segundo Pereira, mais de 50% dos débitos são de cerca de R$ 500 cada. Se, no entanto, o contribuinte quiser contestar a dívida, basta levar – no prazo de 30 dias – provas da cobrança indevida, o documento do automóvel e a carteira de habilitação ao posto fiscal mais próximo. A Sefaz argumenta que a nova forma de cobrar os débitos – instituída pela Lei Estadual n° 12.181/2005 – é vantajosa para o contribuinte por conta da redução da multa. "Quando há lavratura de auto de infração, é cobrada multa de 100% do imposto devido, mais juros de mora. Com a nova lei, será cobrada multa de 20% da dívida,

mais juros", afirma Pereira. Para o Estado, a cobrança por notificação vai ajudar a desafogar o Tribunal de Impostos e Taxas (TIT). Antes, da lavratura do auto de infração até a decisão final do TIT, o contribuinte era obrigado a esperar de seis a oito anos. "Por isso, sempre houve defasagem entre a data de registro do débito e a da respectiva cobrança", diz Pereira. Em 2005, por exemplo, foram lavrados mais de 1 milhão de autos cobrando débitos de 2000. "Agora, o TIT poderá se concentrar na cobrança das dívidas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que são mais impactantes para os cofres estaduais", afirma. Laura Ignacio

Quem não pagar será protestado

A

lém de ter o nome inscrito na dívida ativa, a partir deste mês o contribuinte que estiver devendo o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), for notificado pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) e não regularizar sua situação dentro do prazo será automaticamente protestado pela Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE-SP). A informação é do procurador-chefe da PGE-SP, Clayton Eduardo Prado. Ao ser levado a protesto, o contribuinte corre o risco de ter seu nome incluído em cadas-

tros de inadimplentes, como o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e o Serasa. De acordo com Prado, se a ameaça de protesto não surtir efeito, a Procuradoria entrará com uma ação de execução fiscal para reaver o débito. Como serão cobradas dívidas de IPVA acumuladas de 2001 a 2005, a PGE acredita que deve ingressar com várias ações para cobrar o imposto a partir do segundo semestre deste ano. "Até hoje, somente quando o valor do débito ultrapassa R$ 500 é que é lavrado auto de infração. Não vale a pena para o Estado arcar com os

custos de uma ação judicial porque o valor da maioria das dívidas de IPVA é muito baixo e, assim, eram concedidas anistias", afirma Prado. Para o tributarista Raul Haidar, a prática de protestar débitos fiscais é ilícita. "O meio legal para cobrar dívida tributária é a execução fiscal", diz. Desde 2005, a PGE-SP usa o protesto como arma para cobrar os inadimplentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Recentemente, o governo federal anunciou que usará a mesma estratégia com os tributos federais. (LI)

São Paulo arrecada R$ 3,62 bi O s cofres do governo do Estado de São Paulo engordaram R$ 3,62 bilhões em abril, o que representa um crescimento real de 8,3% na comparação com o mesmo período de 2005. Com relação a março, a receita tributária estadual recuou 13,4%, decorrente, segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de São

Paulo (Sefaz), de mudanças na data de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do comportamento sazonal da arrecadação do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A arrecadação do ICMS alcançou R$ 3,34 bilhões, o que representa aumento de

real de 8,2% sobre abril de 2005. Na comparação com março, houve uma queda de 6,5%, atribuída, pela Sefaz, ao fato de o Carnaval ter ocorrido nos últimos dias de fevereiro, o que provocou o deslocamento da arrecadação dos setores com vencimento no dia 25 de fevereiro para 1° de março. (LI)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Destino três em um: Mauá, Maromba e Maringá Poucos quilômetros separam um vilarejo do outro. Entre eles, o Rio Preto, cachoeiras, algumas trilhas e esportes de aventura. Nos centrinhos escondidos no coração da Serra da Mantiqueira paira o clima de montanha e a certeza de que ali não há lugar para a pressa Por Renata Vila Nova Fotos: Renata Vila Nova

A tranqüila vila de Maromba (à esq., abaixo) e a bela Cachoeira do Alcantilado (à esq., acima), que fica do lado mineiro de Maringá – uma das tantas opções de passeio ao ar livre da região que é toda cortada pelo leito do Rio Negro (à dir.)

A

tranqüilidade da serra e o barulhinho do Rio Preto que cruza a cidade devem ter atraído os hippies que lá se instalaram na década de 70. Mas hoje, além da paz que continua a reinar, Visconde de Mauá oferece gastronomia e hospedagem de primeira qualidade. Dos hippies, sobraram apenas as histórias. Agora, muitos dos turistas que visitam o destino chegam por lá de helicóptero. Incrustada na Serra da Mantiqueira, Mauá está a 1.300 metros de altitude entre os Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e é, na verdade, formada por três vilas: Visconde de Mauá, Maringá, a três quilômetros da primeira, e Maromba, a mais cinco quilômetros. A confusão geográfica não termina por aí, pois, além de cada vila

pertencer a um município diferente – Resende (RJ), Itatiaia (RJ) e Bocaina de Minas (MG) – é o Rio Preto que divide os dois Estados. Do lado de lá, Minas, do lado de cá, Rio. A partir de Penedo, a estrada que leva até as vilas é de terra, cerca de 15 quilômetros, assim como as ligações entre os centros. Mas isso não é motivo de desânimo porque quem se atrever a subir a serra será recepcionado por nuvens de borboletas azul-claro e paisagens de tirar o fôlego. Passeios – A cidade oferece diversas opções de passeios, como cavalgadas, visitas a trutários – Mauá é conhecida como uma excelente produtora de trutas –, esportes radicais e cachoeiras. Entre as quedas d'água mais famosas estão a do Escorrega, que fica pertinho, em Maromba, e tem um tobogã

natural de 30 metros, e a do Alcantilado, que fica no lado mineiro de Maringá. Alcantilado tem nove cachoeiras, sendo que apenas cinco são próprias para banho. A que dá nome ao parque fica a cerca de dois quilômetros de

trilha da recepção e oferece uma vista deslumbrante do lugar. A caminhada é considerada de nível médio. Aventura – No caminho para o Sítio do Alcantilado há o parque Ecológico Radical, com rapel, tirolesa, arvorismo, pis-

cinas naturais e um museu. Acredite se quiser, mas o maior acervo de motocicletas do País está em Mauá no Museu Duas Rodas (www.museuduasrodas.com.br), de Robson Silvestre Pauli. Ao todo são cerca de 90 exemplares, incluindo a

moto mais antiga do Brasil, de 1902. Todas estão em ótimo estado de conservação e expostas com identificação completa e breve histórico. Um capricho que merece a visita. Centrinho – Em Mauá, cada vila tem um pequeno centro, mas o mais badalado – se é que podemos assim dizer – é o de Maringá. É lá que se percebe que Mauá, definitivamente, não é uma cidade comum. Que lugar do Brasil há, por exemplo, uma loja só de chapéus? A Arte Chapéu é um charme à parte e segue o ritmo de vida da vila, pois nem sempre está aberta. Mas não se acanhe em ligar para a dona da loja, Cristina, que sempre deixa seu telefone exposto na vitrine, para entrar e provar os mais variados modelos de chapéus que ela mesma confecciona. Na Vila de Maringá, mas do outro lado do Rio Preto, está o Casebre, mistura de adega e bar de uma das figuras mais folclóricas do lugar, a Vig. Vig faz parte do grupo de alternativos que chegou à cidade no fim dos anos 70 e adora contar histórias sobre esta época e sobre gnomos – sim, ela acredita em duendes. Mascote – Foi ela quem deu a idéia do Festival do Pinhão e é ela a melhor amiga de Rosinha, outra figura clássica de Mauá. A viagem para Mauá não vale a pena se você não conhecer Rosinha, uma burrinha que já foi coroada patrimônio de Mauá. Rosinha é uma espécie de "viralata" local, há mais de 20 anos vive pelas ruas da cidade e um dos poucos animais que aprenderam a usar a passarela sobre o Rio Preto para cruzar a vila. No Casebre da Vig há até uma camiseta em sua homenagem que diz: "Rosinha, Patrimônio Histórico Natural de Mauá" (por R$ 16,50). Depois disso, ainda há duvidas de que Mauá é mesmo um destino diferente?

Pousadas apostam em mimos para casais

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Burrinha Rosinha e a moradora Vig: duas figuras famosas em Mauá. Rosinha virou patrimônio local e tem até camiseta com sua foto – um souvenir feito por Vig

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

ma regra básica de Mauá avisa que você não deve visitar a cidade desacompanhado. Seria um martírio, pois tudo por lá é romântico e feito para ser degustado a dois. Praticamente todas as pousadas e hotéis têm nos quartos hidromassagem e lareira, item quase que obrigatório, além de muitos outros mimos. A Verde que Te Quero Ver-te, considerada uma das melhores da região, ganha o visitante pelo charme. A proprietária Deise Trabachin distribuiu pelos chalés e pela área comum dezenas de detalhes que dão um tom especial ao ambiente. Na varanda dos chalés, há regadores – ao lado de um quadro de poesias – para que o hóspede contribua com a natureza e regue as plantas. Quem quiser se aquecer não precisa ir até o restaurante, há no quarto uma pequena seleção de vinhos e chás. O café da manhã é servido em um gazebo, que tem o teto forrado de hortênsias secas, e o jantar é feito à luz de velas. É a própria Deise quem comanda a cozinha do restaurante que tem pratos requintados como o pato caramelado com cebola e passas ou o faisão com foie gras, castanhas e funghi. Pelos cantos do restaurante, coleções de pratos, chapéus, bengalas, cardápios e uma infinidade de outros objetos angariados mundo afora. "Não é uma coleção, é uma reunião de coisas", brinca Dei-

se que diz ter até uma coleção de cachorros e gatos – de verdade. A Verde tem ainda uma charmosa sala de leitura, estufa, piscina aquecida, sauna e uma ótima adega. Privacidade – A Pousada Tijupá, que fica no Vale do Pavão, é uma das mais isoladas da cidade e tem chalés amplos e confortáveis, equipados com travesseiros e edredom de plumas de ganso. Um dos chalés foi construído na altura da copa das árvores. Como cúmplice, apenas a mata fluminense que rodeia a pousada. Pelo amplo gramado, passando pela horta, ficam a piscina natural e a sauna.

Entre os encantos da Tijupá está seu café da manhã, servido em louça em forma de coração na ampla varanda do restaurante. Tudo é colocado à mesa calmamente em pequenas porções pelos atenciosos garçons. Os queijos, os pães e o pão de queijo são fabricados na cozinha do hotel que também tem em seu cardápio boas opções de fondues e trutas. Charme – Apesar de charme ser condição quase que sine qua non em Mauá, oficialmente, o único hotel que faz parte do Roteiro de Charme é o Fronteira, situado na estrada MauáCampo Alegre, na direção

oposta a Maringá e Maromba. Os lofts do Fronteira têm vista para paisagens exuberantes como o Pico das Agulhas Negras e a Pedra Selada. A suíte Pedra do Oceano, com 100 metros quadrados, possui uma jacuzzi e duas lareiras permitem manter aquecido todo o ambiente. A suíte Ônix, um pouco menor, tem inspiração oriental. Luminárias japonesas e um aquário com mini-carpas complementam o cenário. Entre outras mordomias, piscina de água natural, sauna, sala de leitura, adega com vinhos raros e restaurante de inspiração francesa. (R.V.N.)

Fotos: Renata Vila Nova

Em meio à natureza, a Pousada Tijupá (à esq.) capricha no café da manhã, com louça em formato de coração. Na Verde que Te Quero Ver-te (à dir.) reina um ar de romantismo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

1 Podemos recorrer à arbitragem internacional. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras

ESTATAL SUSPENDEU INVESTIMENTOS NA BOLÍVIA E NÃO DESCARTOU RECURSO A TRIBUNAL INTERNACIONAL Vanderlei Almeida/AFP Photo

PETROBRAS DIZ QUE NÃO ACEITARÁ ALTA NO PREÇO DO GÁS

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ois dias depois de ter suas reservas de gás natural na Bolívia confiscadas pelo governo local, a Petrobras endureceu o discurso, anunciando a suspensão de qualquer novo investimento naquele país e afirmando que não vai aceitar aumento dos preços. A empresa desistiu até da ampliação do Gasoduto Brasil-Bolívia, que elevaria em pelo menos 50% a capacidade de transporte, de 30 milhões de metros cúbicos por dia. No que se refere aos preços mais altos do gás, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, afirmou que a Petrobras não foi informada sobre a possibilidade e prometeu que, se o reajuste realmente vier a ocorrer, a empresa vai recorrer à arbitragem internacional. Segundo o executivo, depois de a YPFB (estatal petrolífera boliviana) notificar a Petrobras sobre seu interesse em elevar os preços, começa um período de negociações que tem prazo de 45 dias para terminar. "Se não houver consenso, recorreremos à arbitragem internacional, como está previsto no contrato", afirmou. Gabrielli descartou a possibilidade de apagão ou racionamento de gás. "O abastecimento de todas as distribuidoras e indústrias que têm contratos de fornecimento está absolutamente garantido. Qualquer questionamento desta hipótese é oportunismo político."

Contratos — Gabrielli disse que existem dois tipos de contrato da Petrobras com a Bolívia. O de fornecimento de gás até 2019, a empresa quer manter "sob qualquer circunstância". Um segundo documento, que se refere à produção da estatal no país, é que foi profundamente alterado pelo decreto do presidente Evo Morales. Pelo decreto de nacionalização, a Petrobras passa a ter como remuneração pela atividade de exploração das reservas bolivianas apenas 18% do valor do combustível negociado. "Isso certamente vai apertar nossa margem de lucro e pode inviabilizar as operações", afirmou o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa. Alternativas — Com a decisão de suspender investimentos na Bolívia, a Petrobras deve correr contra o tempo para substituir 15 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia que atenderiam à demanda interna com uma maior capacidade do gasoduto. Entre as alternativas possíveis, a principal é a instalação de fábricas de regaseificação, que seriam responsáveis por processar Gás Natural Liquefeito (GNL) importado. Essas fábricas de transformação poderiam se tornar viáveis em cerca de dois anos, informou ontem o diretor de Gás e Energia da estatal, Ildo Sauer. De acordo com ele, esse combustível teria um preço mais elevado do que o atual, mas as

fábricas atuariam apenas de forma emergencial para abastecer usinas termelétricas. Diplomacia — Na entrevista coletiva, que reuniu cerca de 200 jornalistas, Gabrielli negou que haja uma crise diplomática entre o Brasil e a Bolívia, como já havia dito de manhã o presidente Lula. "Não existe crise entre Brasil e Bolívia, mas disputa entre Petrobras e YPFB", afirmou. Aliás, Gabrielli e Lula parecem ter afinado muito bem o discurso. Os dois usaram a mesma idéia para argumentar que o Brasil não poderia reagir de outra maneira a não ser reconhecer a soberania do governo boliviano para nacionalizar os recursos naturais do país. Tanto Gabrielli quanto Lula, em lugares diferentes, afirmaram que o Brasil não encontraria armas de destruição em massa na Bolívia que justificassem intervenção militar. Ações — As ações da Petrobras não escaparam ontem de uma correção técnica na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), devolvendo parte dos ganhos de terça-feira, quando os papéis subiram apesar da notícia da nacionalização. A queda de 1,5% do petróleo no mercado futuro também prejudicou as ações da empresa. As preferenciais (sem direito a voto) recuaram 0,21% e as ordinárias (com direito a voto) caíram 0,09%. Os investidores gostaram da posição da empresa na crise. (Agências)

TCU pretende investigar estatais

D

epois do decreto boliviano que, na última segunda-feira, determinou a nacionalização de todas as reservas de gás e de petróleo do país, com prejuízos para a Petrobras, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou que pretende realizar audi-

torias permanentes nos patrimônios das estatais brasileiras no exterior. A proposta do ministro Marcos Villaça foi aprovada ontem durante a sessão do plenário do Tribunal de Contas. O objetivo da medida é defender o patrimônio das estatais brasileiras que operam

em outros países de "vicissitudes de governos e de posições ideológicas". O TCU quer avaliar a repercussão de turbulências na relação das estatais com outros países e a preparação do Brasil para enfrentamento de embaraços diplomáticos nesses casos. (AG)

Gabrielli, presidente da Petrobras, garantiu ontem que não vai haver desabastecimento de gás natural David Mercado/Reuters

Unidade de distribuição da estatal boliviana YPFB: país tem dois contratos diferentes com a Petrobras


Ano 81 - Nº 22.119

São Paulo, quinta-feira 4 de maio de 2006

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Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Justiça na Presidência! AINDA QUE POR ALGUMAS HORAS

A presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie (foto), é a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil, hoje, enquanto Lula viaja à Argentina, com o vice Alencar e os presidentes da Câmara e Senado, para um encontro com os compañeros da Bolívia e da Venezuela, Morales e Chávez. "É um momento simbólico para todas as mulheres e para a sociedade em geral", diz Ellen Gracie. Ela será presidente do Brasil de novo entre os dias 11 e 13, com Lula na Áustria. Pág. 12

Felipe Hidvégi/AE

Coroas de margaridas para Garotinho Servidores do Rio enviam flores ao ex-governador: ironia contra a greve de fome. Página 3 Robson Fernandjes/AE

Petrobras corta verbas e não aceita alta do gás A estatal endurece o discurso contra a ação de Morales. Anuncia suspensão de novos investimentos na Bolívia, não aceita aumento de preços e admite até apelar a um tribunal internacional para garantir os seus direitos. Economia/1

Nas mãos de quatro mulheres No júri de Pimenta (foto), réu confesso do assassinato da ex-namorada, a decisão é das mulheres. Página 8

Lula e los hermanos tentam evitar crise pior

Adriano Machado/AE

Cristiana Vieira/AE

BOA VIAGEM

Lula (foto), Morales, Chávez e Kirchner se reúnem hoje na Argentina para tentar estancar a crise provocada com a expropriação da Petrobras pela Bolívia no 1º de maio. Economia//4

Fuego amigo prova o fracasso do governo

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auá aromba aringá Ailton de Freitas/Agência O Globo

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 8ºC.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 10º C.

Cadastro único, vários problemas Continua dura a vida de quem quer abrir ou fechar uma empresa em São Paulo. O cadastro sincronizado, que veio para facilitar a vida do empreendedor, ainda está muito lento. A Receita promete melhorar o sistema. Promete. Eco/8

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Aqui, nestas serras, clima de romance e muito boa culinária.

O caso do petróleo boliviano é um dos desastres que vêm orientando a política e a diplomacia internacional brasileira. Editorial de Benedicto Ferri de Barros na pág. 10

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

TURISMO - 3

Fotos: Divulgação

Eleito o melhor restaurante mineiro do País pelo Guia 4 Rodas, o Gosto com Gosto (à esq.) é imperdível; no Rosmarinus (à dir.), que ocupa um casarão, pratos variados; e o La Saveur (abaixo) une música, culinária e literatura

Menus feitos para gourmets dão o tom na montanha Mauá já é conhecida pela culinária primorosa de seus restaurantes, cuja lista possui até uma filial do Pomodori de São Paulo. Na região, investe-se não só na originalidade das receitas, como na decoração e nos diferenciais: um cardápio musical para acompanhar o jantar ou uma completa adega de cachaças

Vai começar o festival do pinhão

Q

uem quiser aproveitar todas as delícias gas- aveia em flocos e molho de azedinha e capim limão. Livraria e cozinha – Na vila, para qualquer hora, a tronômicas de Mauá terá de reservar, no mínimo, uma semana para a viagem. São tantos boa pedida é o La Saveur de Vanille Bistro et Pâtisserie, restaurantes imperdíveis que um fim de se- mais conhecido como Bistrô das Meninas. As propriemana é pouco. O turista pode até ficar confuso diante tárias, Renata Nesti e Noemi DelPasso, trabalhavam das ofertas: provar o tempero do melhor mineiro do Bra- em uma livraria carioca e decidiram se mudar para a sil, passar uma noite desfrutando de um dos restauran- cidade unindo um pouco de cada uma de suas paixões: tes mais sofisticados de São Paulo, que tem filial por lá, música, literatura e gastronomia. O bistrô conta com ou passar o tempo ouvindo a agradável trilha sonora – e uma livraria pequena e bem montada, a Shakespeare & Co, e, ao lado do cardápio tradicional, um cardápio mudegustando os pratos, claro – de um charmoso bistrô. Para começar, descubra o melhor restaurante minei- sical. Lá se pode saborear uma sopa de cebola com gruyère ao som ro do Brasil, o Gosto com Gos- Renata Vila Nova de clássicos do jato, comandado por Mônica zz ou um frango Rangel. Desde 2003 o Guia 4 tailandês com o Rodas contempla a casa com o melhor da nossa título – o que deixa muito mibossa nova. neiro inconformado, diga-se Logo mais à de passagem. Não pela cozifrente está o Le nha de Mônica, que é primoPetit. E é quando rosa, mas pelo fato do Gosto você entra lá que com Gosto estar do lado de cá você descobre do rio, ou seja, no Estado do um dos maiores Rio de Janeiro. Casualidade – "mistérios" de ou capricho – que não lhe tira Mauá. Há meses, o mérito. Não deixe de provar existe na estrada o Mexidão da Zú, a costelinha de Mauá-Marinde porco e as lingüiças feitas gá uma faixa na casa. Na sobremesa, a enigmática onde grande atração é o Brasileirise lê: "O Sapo punho, casca do limão feita em lou o riu, uai!". calda com o legítimo doce de Para o povo da leite mineiro dentro. Uma cidade, a tal fraperdição que pode ser levada se é óbvia, mas para casa em simpáticos potes os turistas precidecorados. O Gosto com Gossam conhecer a to também tem cachaça próO Gosto com Gosto tem história dos dopria, além de outros 140 rótucachaça própria e adega nos do Le Petit, Sapo e Milos, e adega com mais de mil riam Carneiro, para decifrágarrafas. Quem não fica atrás é o Rosmarinus Officinalis, dos la. É bom ir com tempo porque as histórias do Sapo, mesmos donos do famoso Pomodori, de São Paulo, que que acaba de mudar para o lado mineiro do rio – daí a tem ao lado da adega uma mesa para acomodar cerca explicação para a frase –, são deliciosas, assim como de 20 pessoas e uma lareira para amenizar o frio das as trutas preparadas por sua mulher Miriam. O Le Petit é ponto de encontro dos moradores de noites de Mauá. A adega, assim como a grande mesa, ficam isolados, no andar de baixo do salão do restau- Mauá. Tanto que a casa oferece um amplo cardápio, ou rante e têm vista para o jardim e a horta de Júlio Bus- melhor, dois cardápios. "Um é fixo o outro é o de sugeschinnelli, que toma conta do dia-a-dia do restaurante. tões, que mudamos sempre. A gente precisa variar, os O Rosmarinus ocupa um aconchegante casarão terra- clientes assíduos reclamam muito", explica Miriam. Se sobrar fôlego – e apetite –, siga para Maromba e dê cota e tem no seu cardápio pratos em comum com a casa paulista, como o delicioso sofiotti de queijo com molho uma parada para provar as pizzas exóticas da Pitzerie de tomate fresco, mas também especialidades locais, Zorba Budda Zen, capaz de deixar até o mais paulista como a truta Visconde de Mauá – truta em crosta de dos paulistas com água na boca.(R.V.N.)

C

O desafio dos chefs é montar pratos criativos nos quais o sabor do pinhão apareça: há até opções doces, como petit gateau, e café

RAIO X COMO CHEGAR Visconde de Mauá fica a 286 quilômetros de São Paulo. O acesso para a cidade fica no km 311 da Via Dutra, logo depois da Polícia Rodoviária de Itatiaia. Passando a entrada de Penedo siga até o fim do asfalto. Depois, são 15 km de estrada de terra. Site www.guiamaua.com.br. ONDE DORMIR Hotel Fronteira: Estrada Visconde de Mauá, Campo Alegre, km 4. Tels. (24) 3387-1219/1220, site www.hotelfronteira.com.br. Diárias de R$ 600 a R$ 800 por casal com café da manhã.

Hotel Verde Que Te Quero Verte : Estrada Mauá-Maringá, km 7,5. Tel. (24) 3387-1322, site w w w. v e r d e q u e t e q u e r o v e rte.com.br. Diárias para casal com preços entre R$ 250 a R$ 550 com café da manhã. Pousada Tijupá: Vale do Pavão. Tel. (24) 3387-1145, site www.tijupa.com.br. Diárias entre R$ 300 e R$ 600 por casal com café. ONDE COMER Gosto com Gosto: Rua Wenceslau Braz, 148, Visconde de Mauá. Te l . ( 2 4 ) 3 3 8 7 - 1 3 8 2 , s i t e www.gostocomgosto.com.br. La Saveur de Vanille Bistro et Pâ-

tisserie: Rua Taquaral, s/nº, Maringá de Minas. Tel. (24) 3387-1461. Le Petit: Maringá de Minas, km 6, Maringá. Tel. (24) 3387-1554. Pitzerie Zorba Budda Zen:Estrada Maringá, Maromba. Tel. (24) 3387-1170. Rosmarinus Officinalis: Estrada para Maringá, km 4,5, Mauá. Tel. (24) 3387-1550. FAÇA AS MALAS Clima: Mauá tem 6 mil habitantes e temperatura média anual é de 18 ºC. No inverno, os termômetros oscilam entre 3 e 6ºC. Na internet: www.viscondedemaua.com.br.

riatividade nunca faltou ao Festival de Pinhão de Visconde de Mauá. Nos 14 anos do evento criou-se praticamente de tudo, de acarajé de pinhão a petit gateau. Isso sem falar na lingüiça, no licor, na pizza e no café feito c o m p in h ã o t o rrado. "O mais incrível é que o café ficou com gosto de café, não de pinhão. Tivem o s d e premiar por causa da originalidade", conta Môn i c a R a ngel, do Gosto com Gosto, que organiza o evento com seu marido, Cláudio Rangel. A festa, que já virou tradição na cidade, conta com a participação dos chefs de cozinha mais prestigiados do eixo RioSão Paulo. Claude Troisgros, Emmanuel Bassoleil, Sérgio Arno e Roberto Ravioli são alguns nomes dos que já partici-

param. Este ano, o Festival será de amanhã até domingo e contará com a visita de Flávia Quaresma (Caréme/RJ), Lucia Hertz (Celeiro/RJ) e Chirstophe Lidy (Garcia e Rodrigues/RJ), entre outros. Desafio – Mas os chefs não colocam a mão na massa. Quem cria as receitas são os donos dos restaurantes de Visconde de Mauá que a cada ano têm de se superar. "O festival é um grande desafio porque fazer o gosto do pinhão aparecer é trabalho difícil. Por isso 30% da pontuação é para o gosto do pinhão", explica Mônica. O visitante também poderá atuar como jurado nos dias de festa. O júri popular é formado por 200 pessoas, que provam todas as receitas e votam em três categorias: criatividade, gosto e combinação. O vencedor do júri popular ganha um ponto. Para participar é só comprar a camisetaconvite do festival que custa R$ 45. Alguns pratos premiados também estarão no cardápio de casas como a Torta Morna da Montanha, do Gosto com Gosto, o Pinhão em Conserva do Verde Que Te Quero Ver-te, e o Risoto de Pinhão com Escalope de Vitelo do Rosmarinus. Informações com Mônica Rangel pelo tel. (24) 3387-1382 ou no site w w w. m a u a g a s t r o n o m ico.com.br. (R.V.N.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

quinta-feira, 4 de maio de 2006

ATA

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 3 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Topema Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Basic Engenharia Ltda. - Rua Lopes Amaral, 112 - 01ª Vara de Falências Requerente: Mineradora Pedrix Ltda. - Requerido: Dourado Comércio e Construções Ltda. - Rua Sete de Abril, 264 - 02ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente: Prolan Soluções Integradas S.A. Requerida: Prolan Soluções Integradas S.A. Rua do Rocio, 351 – 11º andar - 02ª Vara de Falências

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AVISOS AOS ACIONISTAS

CONVOCAÇÕES

ATAS

EDITAL

COMUNICADOS

Isidro Alfonso Villalba, paraguaio, separado judicialmente, engenheiro, portador da cédula de identidade de estrangeiro RNE-W 265405-D e do CPF nº 942.442.868-53, residente e domiciliado na R.Mal. Fiuza de Castro, 521 - apto. 83 , bloco 3, Butantã, SP, CEP: 05596-000, vem pela presente e na melhor forma de direito Declarar como de fato declarado tem que a partir do dia 31/03/2006, não exerce mais nenhum ato de gerência e ou administração da sociedade que gira nesta praça sob a denominação de Thompson Ensino de Idiomas Ltda, CNPJ nº 55.708.192/0001-87, com sede na R. Prof. Máximo Ribeiro Nunes, 359, Jd. Rolinópolis, Butantã, SP, que a partir da citada data é administrada e gerenciada única e exclusivamente pelos Srs Jorge Antonio Rios, RG 17.757.720.SSP/SP e CPF 116.025.908-93 e MICCI Princesa Thompson Rios Machado, RG 12.856.481-SSP/SP e CPF 078.030.848-42. Para maior clareza firmo a presente para que produza os devidos fins e efeitos de direito. SP, 02/5/2006. (a) Isidro Alfonso Villalba.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 4 de maio de 2006 Divulgação/Museo del Prado

MUNDO

GIRO CULTURAL Confira as dicas de programas pelo mundo: de folclore, com a tradicional Festa do Sol no Peru, à música clássica, com concertos em homenagem a Mozart em Viena, passando ainda pelo universo pop, com uma retrospectiva completa de Almodóvar em Paris

Divulgação

BERLIM REVELA A ARTE DE PELÉ Quem for à Alemanha durante a Copa do Mundo poderá conferir a arte do futebol brasileiro não só nos jogos da seleção, mas também numa exposição dedicada ao rei do futebol, Pelé. De 6 de junho a 9 de julho, a estação inativa de metrô em Potsdamer Platz, a U3 Station, em Berlim, abrigará a exposição multimídia “Peléstation – Experience the Legend in Action” (Peléstation – A lenda em Ação).

PRADO E REINA SOFÍA: RETROSPECTIVA ESPECIAL DE PICASSO

Com alta tecnologia a seu favor, o visitante poderá ver o rei em ação em trechos de filmes que lembraram desde o sonhador garoto Edson Arantes do Nascimento até a sua consagração. Além de uma linha do tempo, haverá um estádio virtual e uma seqüência de imagens que formarão um jogo irreal com as melhores jogadas de Pelé. Informações pelo site www.pelestation.com (entra no ar no fim do mês).

Para comemorar os 25 anos da chegada da obra prima de Picasso – o Guernica – à Espanha e os 125 anos do nascimento do famoso pintor, o Museo Nacional del Prado e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía montaram uma exposição especial sobre o artista – uma das mais importantes retrospectivas já feitas sobre ele. "Picasso. Tradición y Vanguardia" dará um completo panorama do mais famoso pintor espanhol do século 20, com centenas de obras do espanhol – do começo de sua carreira ao cubismo e surrealismo até as últimas

décadas de vida –, que estarão expostas nas galerias principais dos dois museus. Enquanto o Prado servirá de cenário para o encontro de Picasso com outros artistas, o Reina Sofía revelará o Guernica – de volta à Espanha em 1981, após ficar anos sob a custódia do MoMA de Nova York – e as respostas do pintor aos duros acontecimentos políticos de sua época, como a Guerra Civil Espanhola. As obras ficarão expostas de 5 de junho a 3 de julho. Mais informações estão no site museoprado.mcu.es.

Stephane Dabrowski/Cinémathèque Française

ALMODÓVAR EM PARIS

Reprodução

Até o dia 31 de julho a Cinémathèque Française, em Paris, exibe uma retrospectiva completa sobre os 25 anos de carreira de Pedro Almodóvar. Com cores fortes e vibrantes, como a obra do cineasta espanhol, a mostra é composta por cartazes, fotografias, quadros, músicas, trechos de filmes, entre outros objetos. Para orientar os visitantes, está dividida em sete salas, da “Emoção”, passando pela sua vida em Madri, pelo “Corpo”, o “Pop” na vida do artista e suas crônicas até o universo de seus marcantes personagens. Estão programadas ainda mesas redondas e palestras, além de exibições de seus filmes mais famosos. Entrada a 9 euros. Mais informações no site www.cinematheque.fr.

PERU TEM FESTA DO SOL

A OBRA DE KANDINSKY NA TATE MODERN A partir de 22 junho até 1º de outubro, o famoso museu londrino exibirá 50 telas e mais 30 trabalhos em papel do mestre da pintura abstrata Wassily Kandinsky – algumas delas nunca expostas no Reino Unido. Focado na primeira metade da carreira do modernista, o começo da exposição coloca à mostra suas primeiras obras, inspiradas nas paisagens da Bavária e folclore russo e repletas de cores fortes. A mostra continua com a linguagem abstrata do artista que concebia a pintura como "um meio para uma realidade espiritual". Mais informações pelo site www.tate.org.uk.

Quem quiser uma experiência cultural mais mística não pode perder o Inti Raymi – o tributo do povo inca ao Sol, realizado anualmente no dia 24 de junho, no solstício de inverno. O cenário da cerimônia que reúne milhares de turistas é a bela Cuzco, no Peru. Vestidos como seus ancestrais, os indígenas cantam, dançam e fazem encenações adorando ao Astro-Rei para que ele garanta boas colheitas durante o ano. Várias operadoras oferecem pacotes para o Peru durante a Festa do Sol. Pela Cia Nacional de Ecoturismo, o roteiro de 8 dias (saída dia 21/6) custa a partir de US$ 1.510 por pessoa em apartamento duplo. Tel. (11) 5571-2525, site www.ciaecoturismo.com.br.

Clientes corporativos da Amadeus fazem reservas de carro direto no sistema Divulgação/Panrotas

Divulgação

Aitor Marín, gerente regional da Amadeus e-Travel para a América Latina

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Reprodução

EM VIENA, 250 ANOS DE MOZART Músicos de todo o planeta vem celebrando os 250 anos do nascimento de Mozart desde o começo do ano. Mas em sua cidade Natal, Viena, na Áustria, a Wiener Mozart Orchester preparou uma temporada especial em homenagem ao mestre. A partir deste mês – até outubro –, serão quatro apresentações por semana. Nos concertos, os músicos estarão vestidos com trajes típicos da época em que Mo-

zart viveu e se apresentarão em locais dignos de uma visita como a Ópera de Viena e o Palácio Imperial. Para finalizar com chave de ouro a celebração, todos os espectadores ganharão o CD comemorativo “20 Years Vienna Mozart Orchestra”. Os ingressos podem ser adquiridos no Brasil pela Keith Prowse, a partir de 39 euros. Te l . ( 11 ) 3 1 6 7 - 2 7 5 7 , s i t e www.keithprowse.com.br.

s clientes corporativos da Amadeus passam a ter acesso ao conteúdo das locadoras de automóveis Europcar e Avis Europe. Isso depois de um acordo entre as empresas, que desde o mês de abril fazem parte do sistema Amadeus e-Travel Management, uma solução de gerenciamento de viagens corporativas. Com essa ferramenta fica mais simples gerenciar as viagens e a integração com o back office das empresas. O sistema já existe há sete anos, mas só há três foi implantado no Brasil como projeto piloto e no mês passado finalmente se firmou. Batizado de e-Direct Connect, o link permite que o usuário adquira de uma só vez toda a parte aérea e terrestre de uma viagem. Entre outras vantagens o sistema permite a conectividade ao inventário do sistema e às tarifas do conteúdo escolhido; busca por múltiplos links; acesso às locações de aluguel de carros; fatura direta por meio de número único de referência de cobrança e integração de PNR em diversos sistemas de distribuição de conteúdo. “Um processo mais simples para

fazer previsões e fluxo de caixa”, diz o gerente regional da Amadeus e-Travel para a América Latina, Aitor Marín. O e-Travel Management é a solução da Amadeus para gestão de viagens corporativas. Com a ferramenta, uma empresa pode reduzir os gastos diretos com reservas entre 20% e 30%; e os indiretos, como comunicação, infra-estrutura e tempo, em até 60%. “O gestor corta os gastos e economiza porque consegue fazer com que as políticas se cumpram”, explica Marín. Além disso, trata-se de uma solução que oferece flexibilidade no acesso a qualquer GDS, link para mais de 70 companhias aéreas de baixo custo, acesso direto ao conteúdo de empresas de trem, comparação de valores e função de administração on-line, que garante que a política de viagens de uma empresa será cumprida. É uma forma de aumentar a produtividade da agência e da corporação. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 4 de maio de 2006

Nacional Empresas Inter nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 No Paraná, há empresas de porcelana que usam exclusivamente gás natural na produção

NO RIO, GÁS REPRESENTA 22% DA MATRIZ

NO PARANÁ, ONDE ESTÃO AS MAIORES FABRICANTES NACIONAIS, HÁ O TEMOR DE PREJUÍZO À PRODUÇÃO

SETOR DE PORCELANA ESTÁ APREENSIVO

E OFERTA Rio pode ajudar

A

produção de gás natural do Estado do Rio de Janeiro poderá ser utilizada para suprir o abastecimento do combustível em estados mais dependentes do gás boliviano. De acordo com o secretário fluminense de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, até 15% da produção de gás natural no estado estaria disponível. O secretário informou que o governo do Rio já determinou, ao lado da Companhia Estadual de Gás (CEG), que os mercados de gás natural veicular (GNV) e de gás natural para residências não estão incluídos em um eventual reforço no abastecimento de outros estados. "Essas são áreas prioritárias, em que não haverá corte

em nenhuma hipótese. Se o Estado do Rio sofrer alguma restrição para ajudar outras regiões, será somente no setor industrial", afirmou. De acordo com Victer, a secretaria orientou a CEG a negociar com indústrias instaladas no Rio que possam substituir o gás como fonte de energia para outro combustível, como o óleo diesel ou o gás liquefeito de petróleo, o GLP. Pelas contas da Secretaria, o Rio de Janeiro é o estado brasileiro que tem maior participação do gás natural em sua matriz energética, chegando a 22% — média bem superior aos 7% registrados no resto do País. No estado, o combustível é usado principalmente em veículos e residências. (ABr)

Até TV digital será afetada

O

ministro das Comunicações, Hélio Costa, admitiu ontem que a crise com a Bolívia pode atrasar as conversas sobre a

escolha do padrão de TV digital brasileiro. Segundo ele, a nacionalização do gás e do petróleo bolivianos tem prioridade no governo brasileiro. (AG)

xpectativa e esperança são os dois sentimentos que animam os empresários paranaenses, sobretudo os dos setores de cerâmica e porcelana, que consomem 20% do gás natural que chega ao estado. "Achamos que a nacionalização na Bolívia é apenas uma troca de fornecedor, mas quando se estatiza um setor, tudo fica mais complicado. Por isso a expectativa", disse o presidente do Sindicato da Indústria da Louça e Porcelana do Paraná (Sindilouça), José Canisso. "Mas há uma grande esperança, pois eles precisam vender." Canisso espera que a situação esteja mais clara nos próximos 180 dias (prazo dado pelo governo boliviano para a negociação com as empresas estrangeiras do setor de energia instaladas no país), mas não acredita que seja necessário as empresas brasileiras adotarem seus planos alternativos de substituição de fonte.

"Mas, em casos extremos, podemos usar GLP ou outras fontes de energia, apesar de ficar mais caro." O gás natural representa 20% do custo de qualquer peça de porcelana. Em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, oito empresas utilizam 150 mil metros cúbicos de gás por dia. O sistema foi implantado em 2000. A cidade é responsável por cerca de 90% da produção nacional de porcelana. Empresas — Duas das maiores companhias que operam na cidade (Incepa e Euro Gles) usam exclusivamente o gás natural para a queima da matéria-prima. As outras têm alternativas como madeira, gás liquefeito de petróleo (GLP) e energia elétrica. A direção da Incepa divulgou uma nota em que o presidente, Jorge Francino, alerta para a possibilidade de a produção ser afetada se houver interrupção no fornecimento de gás. A empresa utiliza 1,5 milhão de metros cúbi-

cos de gás natural por mês. "Estamos atentos à situação, acreditando que o governo brasileiro está se mobilizando positivamente na busca de uma solução que atenda às empresas que usam o insumo em suas linhas de produção", afirmou o presidente. Cautela — O presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), responsável pela distribuição do produto no estado, Luiz Carlos Meinert, viajou ao Rio de Janeiro para participar de reuniões na sede da Petrobras. Ele pediu apenas cautela para os clientes. "O fato mais importante é que a Petrobras garantirá o abastecimento normal do gás natural", disse Meinert. A Compagás, que depende exclusivamente do gás boliviano, distribui diariamente 750 mil metros cúbicos no estado. Desse total, 90% vão para indústrias e 10% para consumo de residências, do comércio e de automóveis. (AE)

Hospital adia planos de uso de gás natural

A

crise da Bolívia já começa a prejudicar planos no Brasil. A Santa Casa da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, tinha um projeto para substituir as fontes de energia de suas duas caldeiras, de óleo diesel para gás natural. Cerca de R$ 50 mil seriam investidos nessa transformação, o que representaria uma economia mensal de pelo menos 50%. O plano já foi engavetado porque o hospital não pode ficar sem energia. (AE)


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Ambiente Compor tamento Polícia Tr â n s i t o

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

JUIZ NEGOU SEIS PEDIDOS DE ADIAMENTO DO JÚRI

Caio Guatelli/Folha Imagem

Às 22h40 de ontem, o juiz disse que ouviria pelo menos duas das nove testemunhas do processo.

Robson Fernandjes/AE

O jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves (foto maior) chega ao Fórum de Ibiúna, no primeiro dia de seu julgamento por júri popular. Mais calvo e de barba branca crescida, Pimenta foi hostilizado por populares, que o chamaram de "assassino". Ex-diretor de redação do jornal "O Estado de S. Paulo", o réu permaneceu o tempo todo cabisbaixo. Escondeu o rosto entre as mãos diversas vezes e fez movimentos de quem tentava aliviar uma dor de cabeça. Na foto acima, João Gomide, pai da jornalista Sandra Gomide, assassinada por Pimenta Neves há seis anos, desce do carro para acompanhar o julgamento em Ibiúna, onde tem um sítio.

NO TRIBUNAL, PIMENTA NEVES SE CALA Quatro dos sete jurados sorteados são mulheres. Réu mantém silêncio diante das perguntas do juiz, que ontem negou seis pedidos de adiamento. Júri prossegue hoje. Márcio Fernandes/AE

Caio Guatelli/Folha Imagem

A

sorte do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, réu confesso do assassinato de sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, está nas mãos de quatro mulheres e três homens. Essas sete pessoas formam o júri popular instalado ontem no Fórum de Ibiúna, cidade a 75 quilômetros de São Paulo, com a responsabilidade de julgar Pimenta Neves. A pena para o crime (homicídio duplamente qualificado) é de 12 a 30 anos. O réu, de 69 anos, encara a Justiça seis anos depois de ter matado Sandra, em agosto de 2000, num haras de Ibiúna. A ex-namorada foi morta com dois tiros à queima-roupa (um nas costas e outro na cabeça). Em seguida, Pimenta fugiu do haras. Passou algum tempo desaparecido, mas logo reapareceu num hospital da capital, vítima de suposta tentativa de suicídio. Esteve em uma clínica de repouso. Depois de sete meses preso, foi libertado por força de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu ao réu responder o processo em liberdade. Ontem, mais magro, mais calvo e com a barba branca crescida, Pimenta chegou a Ibiúna por volta das 8h, acompanhado de seus advogados. Foi hostilizado e, aos gritos de "assassino", se dirigiu para a sala do Tribunal do Júri. Assediado, não deu entrevistas. Um acordo entre os advogados de acusação e de defesa,

Confronto: o promotor Carlos Orta Filho (à esq.) e o advogado Carlos Frederico Müller, um dos defensores

no sentido de abreviar a leitura dos autos, com 2.400 páginas, poderá reduzir a duração do julgamento, inicialmente previsto para três dias. Mesmo assim, até as 22h de ontem a leitura prosseguia. Um dos jurados chegou a cochilar. Calado –Nos 10 minutos em que ficou sentado no banco dos réus, Pimenta respondeu a poucas perguntas do juiz Diego Ferreira Mendes. Disse que mora sozinho, que não trabalha e que é aposentado pelo INSS. Não revelou sua renda. Disse que é pós-graduado e que nunca foi condenado. Em seguida, o juiz informou ao jornalista do que ele estava sendo acusado e disse que faria perguntas sobre o crime. Lembrou que Pimenta poderia optar por permanecer em si-

lêncio, o que aconteceu. O juiz deu início, então, à leitura de parte do processo. Três peças protegidas por segredo de Justiça foram lidas sem a presença do público e da imprensa, que tiveram de deixar o plenário. O júri foi acompanhado por uma das filhas gêmeas do jornalista. O pai de Sandra, João Gomide, também estava presente. Ex-diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, o réu permaneceu o tempo todo cabisbaixo. Escondeu o rosto entre as mãos diversas vezes e fez movimentos de quem tentava aliviar uma dor de cabeça. Para o promotor Carlos Orta Filho e para o assistente de acusação Sergey Cobra Arbex o silêncio de Pimenta Neves foi o fato mais relevante do primei-

ro dia de julgamento. "Isso demonstra que ele é réu confesso e não tem nada a dizer em sua defesa", disse Arbex. "Ele diz que matou por circunstâncias especiais, porque amava. Por que ele não fala isso? Por que não vem aqui hoje e dá essa declaração?" Segundo Arbex, o silêncio é mais uma prova de que Pimenta "matou por obsessão. Não por amor". Dez horas depois de iniciado, o julgamento prosseguia e tudo indicava que sua sentença só seria proferida hoje. O juiz Diego Ferreira Mendes fez parte da leitura para dar um descanso a seus auxiliares. Por volta das 22h, veio uma primeira informação no sentido de que os trabalhos do Júri seriam retomados a partir das 10h de hoje. Às 22h40, o

juiz Diego Ferreira Mendes comunicou o tribunal que ainda ontem interrogaria pelo menos duas das nove testemunhas do processo. Derrotas – Desde terça-feira a defesa de Pimenta Neves vem acumulando derrotas em sua tentativa de adiar ou mesmo suspender o julgamento. Além das decisões do Supremo e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que mantiveram a data do Júri, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou ontem provimento ao recurso da defesa no sentido de permitir que Pimenta, mesmo se condenado, permaneça em liberdade até que sua sentença transite em julgado, isto é, até o esgotamento de todas as possibilidades de recurso. O sorteio de quatro mulheres (entre os sete jurados) foi outro golpe nas intenções da defesa. No curso do primeiro dia de julgamento, seis pedidos de adiamento foram negados pelo juiz Diego Ferreira Mendes: 1) os advogados Carlos Frederico Müller e Ilana Müller quiseram trocar uma testemunha, 2) alegaram que não conseguiram localizar outra testemunha (o jornalista Washington Novaes), 3) disseram que, por erro do governo, uma das testemunhas não pôde ser convocada, 4) alegaram que o processo ainda tem recursos em fase de sentença de pronúncia, 5) reclamaram acesso às informações em áudio e vídeo e 6) disseram que a presença da imprensa no tribunal constrangia o acusado. (Agências)

26,5 anos para ex-juiz

O

ex-juiz Nicolau dos Santos Neto foi condenado ontem a 26,5 anos de prisão pelos crimes de peculato, estelionato e corrupção passiva, além de multa de R$ 1,2 milhão. A decisão foi tomada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. A pena poderá ser cumprida em prisão domiciliar. A condenação deu-se em processo que apurou o desvio de R$ 169,5 milhões da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. No mesmo processo foram condenados o exsenador Luiz Estevão de Oliveira e os empresários Fábio Monteiro de Barros e José Eduardo Ferraz, da construtora Incal. Luiz Estevão e Monteiro de Barros foram condenados a 31 anos por formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e corrupção ativa. A multa a Luiz Estevão foi de R$ 3,150 milhões. Para Barros, R$ 2,7 milhões. Ferraz foi condenado a 27,8 anos por formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica, documentos falsos e corrupção ativa. (Agências)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL PERFEITOS IDIOTAS LATINO-AMERICANOS

Chávez faz lambança com o seu petróleo farto. Lula, com suas commodities. Morales, com os seus “gases”... primeiro em FHC. Vale dizer: é mais lulista do que o próprio Apedeuta. O pobre não sabia, mas a história das idéias que o empurrava para a censura severa à “utopia do possível” tem marcas genéticas que remetem a duas doenças: na versão benigna é populismo; na versão maligna, leninismo. Os picaretas que hoje brotam feito praga na América Latina vão de um ao outro segundo as circunstâncias e as necessidades. Pois bem, caro articulista inconformado com os limites do possível: é mesmo possível fazer diferente; você tinha razão. Eis aí Evo Morales. O aliado de Hugo Chávez e de Lula acaba de passar a mão nos investimentos que a Petrobras fez naquele país. Mais ainda: está demonstrado o tamanho que Lula tem mesmo na América do Sul. Morales está cumprindo rigorosamente os passos de

PETRÓLEO

Fuego amigo, muy amigo BENEDICTO FERRI DE BARROS

É

típico do comportamento de ideologistas da esquerda. Não deveria surpreender Lula que o "fuego amigo" venha agora do seu "compañero" do exterior, Evo Morales. Foi o mesmo que aconteceu aqui dentro de casa, onde os próceres petistas foram os primeiros a lhe desfechar as rajadas do mensalão e as últimas do caso Nildo, sem lhe pedir licença, nem que ele soubesse de nada. Quem sabe para, mantendo-o na pureza virginal de sua ignorância, preservá-lo como mero coringa na manutenção do poder. O que levou seu ex-companheiro Roberto Freire a qualificá-lo de "bestalhão ou ladrão bonzinho". Expressões até polidas, diante do F.d.P. que um petista aplicou a outro, o presidente da CPI dos Correios. Evo Morales compartilha e segue a mesma linha ideológica e política dos petistas e, no caso do petróleo, também de Lula. Candidato que "sem querer" se declarou, Lula vem desde há muito usando estatais (como no caso do mensalão) para financiar sua ilegalmente antecipada campanha de re-eleição. A demonstração mais escancarada é a da maciça propaganda da autonomia petrolífera que vem sendo veiculada pela Petrobrás. O que o "fuego amigo" de Morales desmente, deixando claro a extrema dependência do Brasil em matéria de gás de petróleo. Isso é apenas parte da história. Essa "independência" não foi conquistada pelo investimento

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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

dos últimos três anos, mas inclusive atrasada pela decisão de Lula de querer construir as plataformas P-51 e P-52 no País, quando nossas docas não ofereciam condições para isso. (Jarbas Passarinho, Estadão, 2/5). E que auto-suficiência proclamada é essa, quando, além da dependência de gás petrolífero dependemos da importação de outras qualidades de óleo mais fino para misturar ao óleo grosso dos poços de nossas bacias? E ainda mais, para que serve essa suposta autonomia, se o preço do "petróleo que é nosso" fica atrelado ao do mercado internacional?

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caso do petróleo boliviano é, porém, apenas um dos desastres da filosofia que vem orientando a política e a diplomacia internacional brasileira, na linha do anti-americanismo lulista e nas suas pretensões megalomaníacas de liderar blocos sul-americanos, erigir-se como guru da inclusão mundial, de se mostrar bonzinho com a China, essas e outras. Qualquer prognóstico sobre mais essa crise promovida por toda essa embrulhada é, entretanto, prematuro. Ninguém é capaz de imaginar o que passa pela cabeça e que ações poderão resultar quando um torneiro mecânico e um índio erigidos em presidentes se abraçam, se beijam, têm pensamentos e ideologias geminados. É esperar para ver.

O fuego amigo de Morales deixou clara nossa dependência de petróleo

Governante desconhece que governa

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE REINALDO AZEVEDO NO SITE DA REVISTA PRIMEIRA LEITURA WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

L ula perdeu a liderança da AL para Chávez

Auditado pela

NEGÓCIO DE Céllus

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

um programa combinado com Hugo Chávez, que, evidentemente, desconfia das credenciais, digamos assim, revolucionárias do Apedeuta. Se eu fosse qualquer um daqueles dois demagogos — Chávez ou Morales —, também desconfiaria. Representante de uma nova classe social, Lula e seus rapazes querem é se dar bem na vida. E, para tanto, se tiverem de jogar no lixo o Estado de Direito, eles jogam. O Brasil acaba de ser tungado por um movimento supostamente nativista na Bolívia sem ainda experimentar a graça de ser, vá lá, imperialista. Eis a grande conquista da diplomacia presidencial na gestão Lula. Por que escrevo isso tudo neste 1º de Maio? Porque Lula decidiu ceder aos apelos de seus críticos de esquerda e flertar com a “utopia do impossível”; decidiu que devemos ser um país de “causas”. O perfeito idiota latinoamericano assume características variadas na América Latina, mas é indiscutível que uma coisa os une: a exploração do sentimento nativista, patriótico. Chávez faz lambança com o seu petróleo farto; Lula, com o mercado hospitaleiro às commodities brasileiras; Morales, com os seus “gases”; Kirchner, com as culpas que o FMI ainda tem pelas bobagens que fez na Argentina. Lula, por enquanto, é mesmo um risco maior para os brasileiros. Até porque a batalha pela liderança da América do Sul ele já perdeu para Chávez.

ANTONIO MARANGON Márcio Fernandes/AE

ia desses um articulista que tem fama de ser “amigo do povo” reclamava do fato de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter cravado a expressão “utopia do possível”. Fiel à etimologia, indagava: se é “utopia”, como pode ser “possível”? Segundo ele, o tucano fizera a opção preferencial pela mediocridade, mal que o escrevinhador também enxergava em Lula. Entenderam? O defeito do Apedeuta estaria em se parecer com FHC e pouco consigo mesmo. Como se trata de um desses articulistas isentos, que não cedem à patrulha “da direita”, para bater em Lula, ele, corajosamente, bate

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ilhares de brasileiros saíram às ruas no Primeiro de Maio, Dia do Trabalho, não para comemorar e sim para protestar. Protesto justo, fruto de desilusão social, fundamentada em promessas não cumpridas, como o Programa Primeiro Emprego, que foi enterrado mesmo antes de ensaiar alguns passos; os investimentos aos pequenos empreendedores, que não vieram e, como resultado, milhares de micro e pequenas empresas fecharam as portas, colocando nas ruas pessoas que passam a engrossar as filas do desemprego, que sobe pelo terceiro. mês consecutivo e chega a 10.4%; juros altos e insuportável carga tributária. Como não podia ser outro, o resultado deste macabro cenário, foi que o ritmo de crescimento médio ficou em 0,98% segundo estudo recente, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No cômputo geral, o que fica é que a economia real do Brasil não anda às mil maravilhas, como as autoridades governamentais tentam apregoar. O sistema de saúde vai mal, o de educação também e o de segurança, nem se fala. Mas, a abusiva carga tributária que sufoca os setores produtivos e a sociedade permanece galopante. Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em defesa do seu governo, repete em exaustivos discursos que a eterna crise política por que passa sua administração é conseqüência de "intrigas e perseguições" da oposição. Sabemos que de nada Lula sabe e pelo visto também desconhece a realidade do País. O mais fantástico em tudo isso é que está se preparando para a reeleição... Apregoa boas intenções, mas nem só de boas intenções vive uma Nação. Quanto aos índices de produtividade, a continuar no ritmo de 0,98%, levaremos 400 anos para alcançar os Estados Unidos, como bem disse o jornalista Marcelo Rehder sobre os Indicadores do Desenvolvimento Global, onde aponta a significativa perda de dinamismo da economia brasileira, a despeito dos ganhos de produtivi-

dade do setor privado. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada no início do ano, e agora já esquecida, mostra que o Brasil despencou no ranking de produtividade mundial, crescendo apenas 1,3% no período de 2001 a 2004, o que o coloca no 22º lugar da lista. Ora, sabemos que as âncoras que seguram o desenvolvimento do País são os juros altos, inibindo investimentos; a exorbitante e famigerada carga tributária, que esmaga os setores produtivos, e os gastos públicos, que empurram os governos a caírem na encruzilhada de cobrar mais e mais impostos.

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arece que a sociedade começou a despertar. Poderosas entidades de classe, representantes de significativa parcela da sociedade, estão mobilizadas e dispostas a levar ao conhecimento dos cidadãos o quanto eles pagam de impostos sobre o consumo de bens e serviços. Prova disso é o sucesso da campanha De Olho no Imposto, iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), Ordem dos Advogados do Brasil (OABSP) e Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e Assessoramento no Estado de São Paulo – SESCON-SP, e muitas outras, que pretendem fazer valer o parágrafo 5ª do artigo 150 da Constituição, que prevê a discriminação em nota fiscal do valor dos impostos sobre produtos e serviços. A campanha já colheu cerca de 1,2 milhão de assinaturas em todo o País; a meta é atingir 1,5 milhão e sensibilizarmos os parlamentares a regulamentarem a lei. Esta mudança, cremos, dará aos cidadãos poder de pressão para evitar aumento de impostos. Enquanto Lula não sair do palanque para administrar o País, ficaremos estagnados, sem crescimento, sem direção, sem condições de vida digna aos cidadãos, que esperam há muito pelo progresso definitivo desse País. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP

P arece que a sociedade começou a despertar. De olho no imposto.

preciso acompanhar a virada da esquerda em vários governos da América Latina, para não se surpreender com a estatização, segundo o cacoete comandado pela agit-prop da União Soviética nos anos que antecederam a queda do Muro de Berlim e o soçobro da URSS. Não deveria continuar na América Latina a influência da esquerda mundial, mas continuou e governa em vários países, dominando, inclusive, a estrutura administrativa de todos eles. A ideologia marxistaleninista pregada por Gramsci está viva e forte, aliciando sempre novos pupilos, que fazem o coro esquerdista ser ouvido e apoiado, como foi apoiado o decreto de nacionalização do petróleo na Bolívia, que provou não estar identificado com a nova onda econômica no Ocidente, com repercussões no Oriente, surpreendendo com o ato do presidente Evo

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O presidente Evo Morales cumpriu o seu dever. Sem dúvida. Agora, deve cumprir outro, que é chegar a um acordo com o Brasil. Morales, que apenas "cumpriu o prometido" aos seus eleitores, que o mandaram à Presidência boliviana. Vê-se aí porque a esquerda é tão temida no Brasil e em várias classes, inclusive as empresariais e outras. vo Morales foi direto em sua campanha aos milhões de eleitores, na maioria pobre, proletária e querida pelo presidente, e acessível as suas blandícias sobre a nacionalização de bens econômicos das empresas petrolíferas. Não ocorreu a ninguém na campanha presidencial da Bolívia que a situação econômica e social da maioria pobre e miserável da Bolívia não foi resgatada pela classe política que está no poder. O presidente Evo Morales cumpriu o seu dever. Sem dúvida. Agora, deve cumprir outro, que é chegar a um acordo com o Brasil, que contribuiu significativamente numa fase de desenvolvimento marcado por vários fatores econômicos. Negócios de petróleo são sempre muito grandes e devem os pequenos aproveitarem unidos na comparação dessa grandeza, que deve alcançá-los.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Empreendedores Finanças Inter nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

LULA MANTÉM CANAL ABERTO PARA DIÁLOGO

Em cerimônia, boliviano agradece à Pachamama (mãe terra) pela nacionalização do gás.

HAY QUE ENDURECER: LULA E KIRCHNER QUEREM DIMINUIR PODER DE MANIPULAÇÃO DE HUGO CHÁVEZ

REUNIÃO VAI COLOCAR "PINGOS NOS IS" José Araújo/Folha Imagem

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epois de aceitar a decisão da Bolívia de nacionalizar os investimentos da Petrobras no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará hoje tratar esse potencial conflito bilateral como uma questão sul-americana e evitar os prejuízos adicionais do desabastecimento e da escalada dos preços do gás no Brasil. A iniciativa se dará em Puerto Iguazú, na Argentina, durante uma reunião de Lula com o presidente da Bolívia, Evo Morales. Para o encontro, também foram convidados o presidente venezuelano Hugo Chávez, apontado como o instigador da decisão boliviana, e o anfitrião Néstor Kirchner. Grosso modo, a tática do governo brasileiro equivale a um esforço para impedir a perda dos dedos em um assalto. Os anéis – no caso, o investimento de US$ 1,5 bilhão realizado pela Petrobras no setor de gás da Bolívia nos últimos dez anos – foram-se com o termos do decreto 28.701, que nacionalizou o setor e foi anunciado com estardalhaço na segunda-feira pelo próprio Morales. Além dos chefes de Estado, participarão do encontro os técnicos que elaboraram o decreto, conforme informou ontem o porta-voz do governo boliviano, Alex Contreras. A opção do governo Lula foi a de manter aberto o canal de diálogo entre Brasília e La Paz para evitar riscos mais graves, como o impacto na economia de um desabastecimento de gás para setores produtivos do Sudeste e do Sul do País, uma disparada da inflação e o ocaso

do ambicionado projeto de integração da América do Sul. Em tempos de corrida eleitoral, esses prejuízos tenderiam a pesar nos índices de popularidade do candidato Lula. Em sinal de "paz", o presidente brasileiro deixará claro que o País não aplicará nenhuma sanção contra a Bolívia e que, portanto, respeitará efetivamente a decisão "soberana" de La Paz de nacionalizar os recursos naturais. Mas lembrará que a Petrobras tem reservado o direito de recorrer à arbitragem internacional, como acentuou ontem o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli. Caminhos – "A Bolívia teve quatro presidentes nos últimos três anos. A melhor maneira de lidar com um país politicamente instável é manter o diálogo", defendeu uma fonte do Itamaraty. "Só há duas saídas para uma questão como essa: brigar ou conversar. Optamos por manter o diálogo aberto", completou. Essa linha de ação já havia sido antecipada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, antes de seu embarque em Genebra, e no resultado da reunião de terça-feira, comandada pelo próprio Lula, no Palácio do Planalto. Na manhã de ontem, ao chegar a Brasília, Amorim se internou em reuniões sucessivas no Itamaraty para examinar as possibilidades de evitar uma perda maior para o Brasil nas negociações que devem se desenrolar até o início de outubro, o prazo que Morales definiu para as multinacionais se adaptarem às regras do novo decreto ou deixarem a Bolívia.

Chávez – A reunião de Puerto Iguazú deverá se transformar em uma espécie de terapia de grupo. Ou seja, em uma tentativa de eliminar mal-entendidos entre os quatro chefes de Estado sobre a integração energética sul-americana. Em Brasília, ainda paira a suspeita de que o modelo de nacionalização do setor de gás adotado pela Bolívia teve inspiração direta nas idéias de Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Também há indicações de que La Paz teria reagido, com os duros termos do decreto, à hipótese de o Brasil valer-se da construção do Gasoduto do Sul como meio de alcançar uma fonte alternativa ao gás boliviano nas jazidas da Venezuela. Pingos nos is – O presidente venezuelano, entretanto, antecipou-se e embarcou na tarde de ontem para a Bolívia para encontrar-se com Morales, antes de ambos seguirem para a cidade argentina, na fronteira com o Brasil e o Paraguai, onde ocorrerá a reunião conjunta. Por esse motivo, uma alta fonte diplomática brasileira disse que a reunião "vai além de negociar um preço razoável do gás ou da situação da Petrobras na Bolívia; será um encontro para colocar os pingos nos is". A fonte admitiu o que alguns analistas já vinham comentando: o presidente venezuelano "manobra" para tentar acumular poder no Mercosul, já que "perdeu a influência entre os países andinos/caribenhos com sua saída da Comunidade Andina (CAN)". Por isso, os presidentes Kirchner e Lula tentarão limitar hoje a atuação de Chávez. (AE)

Medida não beneficia bolivianos

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diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Alcidez Costa Vaz, afirmou ontem não haver nada que indique, neste momento, que a nacionalização das reservas de petróleo e gás da Bolívia se reverterá em melhores condições econômicas e sociais para a população daquele país. Para Vaz, "a dependência de países em relação a um único recurso para a geração de riqueza e para a promoção de desenvolvimento econômico é insuficiente". Apesar de classificar a medida de "impositiva", o professor considera "contraproducente"

a aplicação de sanções econômicas à Bolívia. "Uma tentativa de isolar o governo boliviano ou o país pode ter conseqüências tão graves como a medida agora tomada", disse. O professor avaliou que o país ainda não é capaz de explorar sozinho seus recursos naturais. "A presença de capital internacional, inclusive no redimensionamento das reservas de gás boliviano, foi central nesses últimos anos. A Bolívia não pode prescindir desses investimentos para o desenvolvimento do seu setor energético. Ela não possui capacidade de geração de capital e tecnologia suficiente para

mantê-la de uma forma autóctone nesse mercado", observou Vaz. Na opinião dele, a saída do país de empresas como a Petrobras representaria um grande problema econômico, talvez "incontornável" para o governo boliviano. Política coletiva – Ao falar sobre o desenvolvimento de uma política coletiva na América Latina, Vaz disse ser necessário "esperar que os movimentos políticos e econômicos se acomodem em cada país para que então se repense as bases de um projeto regional". Ele ressaltou, no entanto, que a vertente energética será um dos pilares desse projeto. (ABr)

Equador apóia nacionalização

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governo do Equador divulgou na tarde de ontem um comunicado em que apóia a decisão da Bolívia, desde que o país respeite os contratos feitos com os investidores estrangeiros. O Equador promete ser o próximo da lista de impasses para os investidores internacionais no segmento de energia. Em jogo estão investimentos de pelo menos US$ 100 milhões, relacionados à exploração e venda de petróleo no exterior. Atualmente, a diferença entre o preço que está no contrato e o preço exportado do petróleo é compartilhada na proporção de 80% para a empresa exploradora e de 20% para o país. O governo equatoriano, no entanto, levanta questões de licenciamento ambiental e quer aumentar sua fatia para 50%. Sem OMC — O Brasil não poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para solucionar o caso

envolvendo a nacionalização do gás e petróleo na Bolívia. O governo de La Paz não tem nenhum compromisso assinado no organismo de abertura de seu setor de energia. Além disso, investimentos não fazem parte do escopo da OMC, o que inviabiliza o debate sobre expropriação. Há vários anos o governo brasileiro vem defendendo a inclusão na agenda da OMC de temas relacionados aos investimentos. Mas, por oposição dos países mais pobres, o assunto ainda não foi discutido. No setor de serviços, a questão energética é uma das centrais na atual rodada de negociações no âmbito da OMC. Mas uma eventual abertura apenas começaria a partir de 2008 ou 2009. Para um analista europeu, se o governo brasileiro anunciar que, de fato, tem a intenção de estudar um caso contra a Bolívia na OMC, será apenas para "satisfazer o público interno", já que uma decisão

da entidade não teria como ser aplicada. Crítica no FT — Em editorial, o jornal britânico Financial Times criticou duramente a decisão do presidente boliviano, Evo Morales, de nacionalizar a exploração de petróleo e gás e avaliou a "onda de nacionalismo" na região. "A nacionalização do gás boliviano tem um elemento de história se repetindo a si mesma como farsa", disse o diário. O jornal observou que, "apesar de sua retórica inflamada e o emprego do Exército para garantir os campos de petróleo e gás, o plano de Morales parece consistir numa tentativa de extrair uma maior fatia de arrecadação". O FT afirmou, ainda, que não há nada de errado em se tentar maximizar impostos e ro yal tie s, mas a experiência na Venezuela e na Argentina mostra que os ganhos dos governos com os recursos naturais acabam não beneficiando a população. (AE)

Andres Solis Rada, ministro de Hidrocarboneto, visitou a maior refinaria da Petrobras em Santa Cruz

Lula nega que exista crise bilateral Jamil Bittar/Reuters

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ontem, em discurso na abertura da XVI Reunião Regional Americana da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que haja uma crise entre o Brasil e a Bolívia, depois na nacionalização do gás natural e do petróleo decretada pelo governo boliviano. Ele ressaltou que reconhecer direitos do "povo sofrido boliviano", não significa negar direitos das empresas brasileiras. "Não existe crise, mas um ajuste necessário de um povo sofrido, que tem direito de reivindicar maior poder sobre sua maior riqueza", afirmou. "O que não pode é uma nação impor sua soberania a outra", acrescentou. No discurso de improviso, Lula se exaltou ao falar da relação "tranqüila" com a Argentina, lembrando que em outros tempos o país vizinho chegou a pensar em jogar "uma bomba atômica no Brasil", com medo de que a obra da usina hidrelétrica de Itaipu estivesse sendo construída por militares brasileiros

Lula e o diretor geral da OIT, Juan Somavia: "Ajuste necessário"

para inundar Buenos Aires. "A relação entre Brasil e Argentina não é política de empresários, de diplomatas e sindicatos. É política de Estado", ressaltou. "É com esse jogo de cintura que vamos consolidar o processo democrático na América Latina", destacou. Ele espera que o encontro de hoje traga acertos para todos. O presidente ressaltou que a

sua política de governo não prega o imperialismo brasileiro na América do Sul. E que, muitas vezes, as divergências ocorrem porque nações da região estão vivendo novos estágios nas suas relações internas e externas. "Até as disputas políticas que nós temos ocorrem porque a América Latina é um continente politicamente em formação." (AE)

Ministros irão à Câmara

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Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara aprovou ontem o convite para que os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff; das Relações Exteriores, Celso Amorim; de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, compareçam na próxima quarta-feira para explicar as conseqüências da decisão do governo boliviano de nacionalizar a produção de gás e petróleo naquele país. Os parlamentares querem saber em que condições os investimentos da Petrobras foram feitos na Bolívia. "Queremos saber também quais os meios que serão adotados para sanar essa situação vexatória que foi imposta ao Brasil", afirmou o presidente da comissão, deputado Isaías Silvestre (PSBMG). A comissão, segundo o

deputado, quer saber ainda o impacto da decisão boliviana para a população brasileira. Ele lembrou que o governo da Bolívia quer aumentar o preço do gás natural. "E quem vai pagar a conta é o consumidor, lá na ponta", ressaltou Silvestre, referindo-se aos proprietários de carros movidos a gás natural veicular, residências abastecidas por gás canalizado, indústrias e termoelétricas. Ele disse, ainda, que serão feitas outras audiências públicas para ouvir técnicos que elaboraram contratos de fornecimento de gás com a Bolívia e representantes das indústrias do setor. Projeto aprovado – Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) aprovou o projeto de lei do senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) que regulamenta o transporte e a estocagem de gás natural no

País. A aprovação do texto na comissão, que sofre forte oposição da Petrobras, não enfrentou resistências do governo. A intenção dos governistas é discutir a proposta nas próximas etapas de tramitação. Para Tourinho, a crise com a Bolívia acabou facilitando a aprovação do projeto, cuja votação já havia sido adiada seguidas vezes na CCJ. "Ficou difícil votar contra o projeto neste momento. O Brasil precisa de regras claras para atrair investimentos e desenvolver o setor de gás no País", disse. Para o senador, com a decisão do governo boliviano de estatizar o setor de petróleo e gás, o Brasil pode vir a ser o grande receptador de investimentos estrangeiros na área de gás natural. "Ninguém mais vai investir na Bolívia ou mesmo na Venezuela." (Agências)

Decisão da Bolívia assustou Mantega

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decisão da Bolívia de nacionalizar a produção de petróleo e derivados foi uma "surpresa" dentro do cenário econômico para este ano, na opinião do ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Assustou um pouco", admitiu o ministro. No entanto, segundo ele, a medida não deverá interferir na perspectiva de crescimento da economia em 2006, que é de 4% a 4,5%. Mantega acha que os reflexos sobre a economia serão pequenos porque o abastecimento não será prejudicado, conforme o compromisso já assumi-

do pelo governo boliviano. Além disso, não deverá haver aumentos exagerados no preço. Caso a Bolívia insista em um aumento exorbitante, o Brasil poderá levar a questão à Justiça de Nova York. "A Bolívia tem soberania para se apropriar do uso do solo – o Brasil e outros países já fizeram isso –, mas para o fornecimento de gás existe um contrato regido por leis internacionais com direito, inclusive, a um tribunal de arbitragem, que é Nova York", informou Mantega. De acordo com o ministro, o episódio serviu como um aler-

ta para a necessidade de o Brasil buscar sua auto-suficiência em gás, a exemplo do que ocorreu com o petróleo. "Como já descobrimos reservas no litoral do Estado de São Paulo, em algum tempo nós também poderemos ter uma autonomia sobre isso, como já conseguimos em relação ao petróleo", disse. Na última terçafeira, antes de participar de reunião no Palácio do Planalto para discutir a crise com a Bolívia, Guido Mantega havia dito que não sabia quais os impactos da medida sobre a economia brasileira. (Agências)


quinta-feira, 4 de maio de 2006

Compor tamento Polícia Previsão Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DIAS DEVEM SER QUENTES E MADRUGADAS, FRIAS

9 Em Campos do Jordão, onde as temperaturas são muito baixas, a mínima ontem ficou em 5,4 graus

TEMPERATURA PODE CHEGAR A 8 GRAUS HOJE Capital teve ontem a madrugada mais fria do ano, com 11,2 graus. A queda da temperatura é resultado de uma massa de ar frio que atua sobre a região sudeste.

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massa de ar polar que está sobre a região sudeste do P a í s d e r ru b o u a temperatura para 11,2 graus na madrugada de ontem, a menor do ano em São Paulo, e provocou a formação de nevoeiro ao amanhecer na capital paulista. A queda da temperatura é resultado de uma massa de ar frio que atua desde terça-feira sobre a região. As condições devem durar até o próximo dia 15. Os dias devem ser mais quentes, apesar do frio durante as madrugadas. Isso porque o céu claro, sem nuvens, não retém o calor e faz as temperaturas caírem à noite. Até então, a temperatura mais baixa do ano havia sido registrada em 20 de abril, quando os termômetros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Mirante de Santana, na zona norte, chegaram a 13,7 graus. Em 2005, a temperatura mais baixa na cidade foi registrada pelo Inmet em julho, com 9,4 graus. Mais baixa – E a temperatura vai continuar caindo. Segundo o meteorologista da empresa Climatempo André Madeira, a mínima pode chegar a 8 graus hoje. Mesmo com temperaturas mais baixas, o tempo continua ensolarado em todo o estado de São Paulo. O frio pode diminuir um pouco a partir de amanhã. Em São Paulo, a baixa temperatura condensou a umidade e reduziu a visibilidade para 800 metros no Campo de Marte no início da manhã de ontem. A máxima foi de 22,7

graus, às 15h, segundo medição no Mirante de Santana, na zona norte da cidade. Em Campos do Jordão, no interior, onde as temperaturas costumam ser as menores do Estado, a mínima ontem ficou em 5,4 graus. Em abril, chegou a 5 graus. Atenção – À tarde, a umidade relativa do ar baixou para 29%, segundo o Inmet, determinando a implantação do estado de atenção. Na zona sul, no Aeroporto de Congonhas, chegou a 19%, valor que indica o estado de alerta. No Pará – As fortes chuvas no Pará causaram a interdição da rodovia PA-150. O asfalto se rompeu e abriu uma cratera com seis metros de profundidade por sete de comprimento. No trecho interrompido, entre Marabá e Eldorado dos Carajás, caminhões, veículos estão retidos há dois dias num engarrafamento de 4 quilômetros. O transporte está sendo feito com transbordo, com a ajuda de agentes da Polícia Rodoviária Federal e moradores de comunidades vizinhas. Técnicos da Secretaria Estadual de Transporte acreditam que o tráfego será normalizado em uma semana, no mínimo. Outras estradas da região, que serviriam como desvio de quem trafega pela PA-150, também estão com problemas provocados pelas chuvas. Atoleiros tornam difíceis as viagens. Entre Marabá e Conceição do Araguaia, um trajeto de 350 quilômetros, na qual se gastam 4 horas estão sendo necessárias 12. (AE)

Filipe Araújo/AE

Pico do Jaraguá: nevoeiro encobriu a cidade ao amanhecer

Bando Homicídios invade diminuem condomínio no Estado

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ete homens armados de pistolas e revólveres invadiram, na terça-feira, pela garagem, o condomínio Toulouse-Lautrec, no Morumbi. Um dos criminosos colocou uma granada na boca de um dos donos de imóvel. Os assaltantes tinham o controle para abertura do portão e senhas de segurança. Eles levaram R$ 43.600,00 – entre dólares e euros –, jóias e equipamentos eletrônicos. O grupo chegou por volta das 20h30 em três carros. O que entrou pela garagem era uma Parati cinza. Os outros não foram identificados. Depois da invasão, quatro homens que estavam na Parati renderam o porteiro e os outros criminosos entraram. O grupo não usava capuz.

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enos homicídios e roubos e estabilização dos seqüestros. Pelo nono trimestre consecutivo, o índice de crimes violentos caiu no Estado. O indicador é formado por homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte), roubos, estupros e seqüestros. Crescimento só houve em roubo de carga e de banco e de pessoas mortas por PMs. Esse é o resultado do balanço da criminalidade no primeiro trimestre deste ano em comparação com 2005, divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Foram 1.551 homicídios, uma queda de 27% Dois fatores justificariam a diminuição: o aumento de prisões de e menor circulação de armas de fogo. (AE)

AVISO AOS ACIONISTAS


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quinta-feira, 4 de maio de 2006

A reforma das marginais, apresentada por Serra, é tida como o projeto carro-chefe de Gilberto Kassab

PEDÁGIO NA MARGINAL NEM E CHEGOU E JÁ DESAGRADA

Cid

MONTAGEM DE FOTOS

m depoimento à Polícia Civil de Pompéia, o universitário Lincoln Ferreira admitiu que são montagens as fotos em que Francine Favoretto de Resende, de 20 anos, aparece nua com ele e outro amigo, Fábio Avelar, de 30 anos, supostamente num motel de Marília. Ele se recusou a revelar o autor das montagens. Também confessou ter copiado as fotos e repassado a outras pessoas a partir de um computador da escola onde estuda. (AE)

Pelo menos dois projetos para as marginais Tietê e Pinheiros estão em análise. Um deles prevê novas pistas. O outro, um Minhocão sobre o rio. Nos dois casos haveria cobrança de pedágio, o que já desagrada categorias do setor de transportes, como empresas de carga e taxistas.

Davi Franzon

Paulo Pampolin/Hype

Q

uem usa automóvel na cidade de São Paulo conhece bem a situação atual das marginais Tietê e Pinheiros: congestionamentos durante todo o dia, pistas esburacadas e um volume de veículos que não pára de crescer. Projetos já foram apresentados para tentar minimizar o problema do tráfego nas marginais. Dois deles, que estão em análise pelo governador Cláudio Lembo, incluem a cobrança de pedágio e seriam levados adiante por meio de parceria entre Estado, Município e iniciativa privada. Um dos estudos inclui a construção de novas pistas e a cobrança de pedágio de quem utilizá-las. O outro projeto prevê a instalação de um viaduto sobre o rio, seria como um Minhocão sobre as marginais, que também seria pedagiado. O primeiro deles foi deixado pelo ex-prefeito de São Paulo José Serra para seu sucessor, Gilberto Kassab, e é considerado como carro-chefe pela Prefeitura. O segundo projeto foi apresentado pelo Instituto de Engenharia (IE) e prevê dois viadutos com 40 quilômetros cada a 20 metros de altura. O custo é estimado em R$ 3 bilhões. Desagrado – Qualquer que seja a reforma efetuada nas marginais, ao que parece, será acompanhada da cobrança de pedágio. Caso sejam colocados em prática, as propostas deverão, não só desagradar, mas provocar um confronto direto com empresas do setor de cargas e categorias ligadas ao setor de transportes, como os taxistas – autônomos ou ligados a empresas de rádio táxi. A reforma e a ampliação das marginais são vistas como ações positivas por esses setores. Mas o fato de condicionar a ampliação ao pedágio é considerado afronta. O Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), por exemplo, é um dos opositores declarados. Urubatan Helou, presidente do sindicato, informou que a entidade já prepara uma resposta, caso a Prefeitura insista na idéia do pedágio. Segundo ele, estão sendo estudados meios legais e outras formas de pressão para impedir a implantação da cobrança. O dinheiro do pedágio custearia as obras de reforma e ampliação das marginais. Em contrapartida, a iniciativa privada receberia a concessão de algumas novas pistas, implantando as praças de pedágio. "Isso é inviável e impensável. Eles podem planejar lá, mas nós também estamos nos organizando por aqui", disse o presidente da entidade. Para o Setcesp, a adoção dos pedágios acarretará numa elevação dos custos para as empresas de transporte, tanto as que atuam no Estado e no País, como para as de menor porte, cujos roteiros são restritos à capital e cidades da Região Metropolitana. Segundo o sindicato, a cobrança não poderá ser repassada para o custo do frete, já que o pedágio estará dentro da cidade, permitindo rotas de fugas ou o uso das pistas não pedagiadas. Para Urubatan, o efeito poderá ser diferente do esperado pela Prefeitura. "Não resultará na melhoria do trânsito, mas

Marginal Tietê: congestionamentos com os dias contados, mas para quem pagar pedágio Oslaim Brito

Transportadores de carga não poderiam repassar a tarifa Milton Mansilha/Luz/31/3/2006

Governador Cláudio Lembo estuda as propostas Leonardo Rodrigues/Hype/02/04/2006

Kassab herdou de Serra o projeto de ampliação das pistas

em um acúmulo de carros nas vias sem pedágio. Os que puderem pagar ficaram com pistas quase exclusivas", avaliou. Taxistas – Além do Setcesp, o Sindicato dos Taxistas Autônomos também adota uma postura contrário ao pedágio nas marginais. Para a categoria, o projeto obrigará os taxistas a optarem pelas pistas simples ou fazerem acordos com os clientes para o pagamento do pedágio, já que o custo não poderá ser repassado, como acontece nas viagens de grande distância. Taxistas e transportadores de carga aguardam uma posição da Prefeitura sobre os projetos, o primeiro deles considerado prioritário para a cidade pelo prefeito Gilberto Kassab (PFL), já que foi deixado como espécie de diretriz para a nova administração. Serra há havia pedido um estudo de viabilidade em julho de 2005. A estrutura do projeto de reforma e duplicação das marginais foi preparada na Secretaria Municipal de Planejamento. Pacote – Além do pedágio, o pacote de obras para as marginais inclui recapeamento na Tietê e Pinheiros, com custo previsto em torno dos R$ 400 milhões. Esta parte da obra poderá ser resultado de uma parceria entre Estado e Prefeitura. Já a construção de novas pistas e a reforma de toda estrutura das vias atuais está orçada em cerca de R$ 1 bilhão. Como nem Prefeitura nem Estado dispõem da verba, a solução é uma Parceria Público Privada (PPP). A iniciativa privada faria a reforma e construiria as pistas, recebendo o direito de instalar pedágios.

CONGESTIONAMENTO s 18h30 de ontem, São Paulo registrava 132 quilômetros de congestionamento, segundo informações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A média para o horário é de 104 quilômetros. Os trechos mais complicados eram as marginais Pinheiros (sentido Interlagos) e Tietê (sentido Penha-Lapa). As pistas expressas das duas marginais também estavam com trânsito lento e o congestionamento era, em média, de 6 quilômetros. (AE)

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ades

BITA

BITA

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quinta-feira, 4 de maio de 2006

O número de fotografias do acervo é acrescido, todos os anos, em aproximadamente 20 mil imagens

Fotos: SAN/DIM/DPH/SMC/PMSP

ERRO JUDICIÁRIO

reso por 19 anos, sem culpa, por erro judicial, o exmecânico Marcos Mariano da Silva, de 57 anos, vai receber pensão mensal de R$ 1.200 do governo de Pernambuco até receber a indenização de R$ 4 milhões determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PE). O governador Mendonça Filho (PFL), sanciona na tarde de hoje, a lei que autoriza o pagamento da pensão indenizatória.(AE)

P

Ladeira do Carmo, em 1862, retratada por Militão Augusto de Azevedo. Ao fundo, local onde hoje é o Brás.

RETRATOS DE UMA CIDADE EM PRETO-E-BRANCO Mais de 600 mil fotografias do acervo do Arquivo Negativo da Prefeitura, no Centro da capital, mostram uma São Paulo que poucos conhecem. É um retrato dos últimos 146 anos da cidade que está sendo catalogado, digitalizado e já pode ser utilizado, em parte, pela população.

Kelly Ferreira

A

HABILITAÇÃO INTERNACIONAL m cumprimento a uma determinação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o Detran do Rio passou a emitir a Permissão Internacional para Dirigir (PID), até então expedida pelo Touring Club do Brasil. O motorista residente no estado do Rio que deseja dirigir no exterior paga, agora, R$ 71,86 pela carteira. É quase a metade do valor cobrado anteriormente de R$ 140 (sócios tinham direito a desconto de 50%). A PID tem formato de livreto, como o passaporte. (AE)

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sede do governo estadual, uma capela com um jardim central e uma fonte. Tudo cercado por grades e portões. Era isso o que se via ao olhar para o Pátio do Colégio em 1887, dois anos antes da libertação dos escravos. A paisagem retratada, considerada uma preciosidade para os dias atuais, faz parte do acervo do Arquivo Negativo da Prefeitura. Além dela, existem outras 600 mil fotografias que retratam a história da cidade de São Paulo e suas transformações urbanas nos últimos 146 anos. No acervo existem imagens interessantes da primeira enchente da cidade, da inauguração da via Anchieta, da construção da linha norte-sul do Foto de 1887 do então Palácio do Governo, no Pátio do Colégio Metrô, da avenida Paulista no tempo das fazendas e casarões e da construção do Pacaembu, entre muitas outras. O primeiro registro fotográfico existente da capital é datado de 1860. O acervo histórico fotográfico foi criado em 1935, no mesmo ano em que Mário de Andrade iniciou o Departamento de Cultura Municipal. Por volta de 1940, o acervo recebeu um conjunto de duas mil imagens datadas de 1860 a 1920. Os documentos retratavam o antigo Centro da cidade, formado pelas ruas Direita, São Bento e XV de Novembro. Na época, Benedito Junqueira Duarte, o primeiro fotógrafo do Departamento de Cultura, começou a organizar o arquivo e o processo para consulta. Atualmente, são mais de de 600 mil fotos que contam a trajetória da maior metrópole da América do Sul. No acervo ainda estão incluídas várias coleções de fototipias (tipo de foto com impressão diferente). Como a do fotógrafo Guilherme Gaensly, do começo do século); a de Becherini, criada pelo estúdio da família de mesmo nome que retratou a cidade entre as décadas 10 e 50; a de Volcov, que registra as campanhas políticas para prefeito, governador e presidente nos anos de 1954 a 1965; a de Nair Benedicto e a de Sebastião Salgado. "As mudanças que eram feitas pelos prefeitos passaram a ser acompanhadas intensamente nas décadas de 50 e 60. Em 1975, com a criação da Secretaria Municipal de Cultura, o acervo passou a receber imagens dos gabinetes com o registro de obras públicas, eventos e solenidades. Essas imagens chegam com regularidade desde 1980", disse responsável pela seção de Arquivo de Negativos, Michel Robert Alves de Lima. Com o aumento no número de imagens do acervo, cresceu O viaduto do Chá retratado do topo do Edifício Martinel também o volume de consultas. "O número de fotografias é acrescido todos os anos em cerca de 20 mil imagens. O trabalho é detalhado e demorado. Para se ter uma idéia só da Mas a pesquisa ainda é realizada por fichas", explicou ex-prefeita Marta Suplicy temos mais de 20 caixas com fotos. O Arquivo Negativo está instalado no Solar da Mar Ainda estamos catalogando fotografias da época do prefeito sa, na rua Roberto Simonsen, 136, no Centro. Lá, as ima Olavo Egídio Setúbal (1975-1979). As imagens dos últimos podem ser escolhidas por temas (nome de ruas, de par 10 anos, só serão interessantes daqui a 50 anos", disse. de viadutos etc). Ao escolher a imagem é necessário p Atualidade - O acervo negativo municipal está passando cher uma requisição com a identificação da mesma pelo processo de digitalização, patrocinado por uma em- que a pesquisa seja realizada. A reprodução da foto presa privada. Apesar do avanço, ainda há muita dificul- lhida pode ter os tamanhos 9 X 5, 13 X 18 ou 18 X 24. A dade. A ausência de climatização, para evitar a deteriora- trega do material pronto demora alguns dias. ção dos documentos, é um dos problemas enfrentados pelo A cessão de imagens tem custos diferentes para ca departamento. "O verão, a época das chuvas e o inverno nalidade, mas os valores podem ser pagos em materia aceleram o processo de degradação das fotos. Ter um am- escritório ou fotográfico. Mais informações podem se biente climatizado seria o ideal para manter as imagens da tidas no telefone 3105-6118. cidade em perfeito estado", disse Lima. Atualmente, há um banco de dados com seis mil cadasSERVIÇO tros (data, local etc.) das fotos. As imagens devem ser inSolar da Marquesa - Divisão de Iconografia e Museus – seridas em breve. "Em alguns meses teremos seis mil cadasRua Roberto Simonsen, 136, Centro. Funciona de segunda tros e mil imagens. É um processo lento. A expectativa é sexta-feira, das 10h às 16h. Informações pelo 3106-5420. criarmos um banco com pelo menos 50 mil imagens disponíveis em alguns anos. Hoje, são aproximadamente 30 mil.


quinta-feira, 4 de maio de 2006

Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SÃO PAULO, CAPITAL DO TURISMO DE NEGÓCIO

O estande é onde a marca se mostra longe de seu habitat: o escritório

Bom projeto é cartão de visita para os negócios

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Um bom projeto de estande significa o 13º mês de produção e vendas para a empresa. Fernando Brandão

Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Empresas mostram a cara nos estandes

B r a s i l v e m g anhando destaque no ramo de turismo de negócios. E, entre os vários destinos que abrigam feiras e eventos, São Paulo é o principal. Segundo a Embratur, das cerca de 160 feiras de grande porte que ocorrem no País, 120 são realizadas na capital paulista. Não à toa, a cidade recebe todos os anos mais de 45 mil estrangeiros que vêm participar desses eventos. Mas, para o arquiteto Fernando Brandão, especialista na montagem de estandes promocionais, as empresas ainda não cuidam devidamente da sua imagem quando participam de uma feira. "Quando uma empresa vai a uma feira de negócios, ela segue para a frente de batalha", diz Brandão. "Nós temos uma maneira especial de passar a imagem da empresa para a arquitetura. É uma leitura de sua imagem corporativa", diz o arquiteto, que lança o primeiro livro brasileiro sobre o assun-

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to: Escala 1:20 (Editora BKS). H.Stern, Direct TV, Harley Davidson e Sesc são algumas das empresas para as quais o escritório de Brandão monta estandes promocionais. Há dez anos atuando nesse segmento, o arquiteto diz que os clientes "são poucos, mas fiéis". "Eu costumo dizer que um bom projeto de estande numa feira de quatro dias significa o 13º mês de produção e vendas para a empresa", afirma. Apesar disso, afirma o arquiteto, nem todo mundo investe em estandes promocionais. "De uma maneira geral, as empresas são negligentes com as feiras e os estandes. Elas acham que devem ir só para marcar presença. Esquecem que o estande é a cara da empresa. E um estande bem-feito vai ser lembrado até o próximo evento", acredita Brandão. Lição de casa – Quem já aprendeu a lição, segundo o arquiteto, são os bancos. "Os bancos hoje são praticamente virtuais, mas investem em agências para não serem esqueci-

Brandão vai lançar livro sobre estandes: ajuda para profissionais

dos." Para ele, companhias que freqüentam feiras deveriam seguir o exemplo. Segundo Brandão, empresários dos Estados Unidos e Europa levam as feiras de negócio muito mais a sério que os brasileiros. A noção geral é de que, quando participam das feiras, as empresas saem de seu habitat – os escritórios – e ficam lado a lado com concorrentes. "Sabe aquela coisa de ficar vendo como é a casa do vizinho? Na feira, é a mesma coisa", diz Brandão. Segundo o arquiteto, nem sempre ser rica significa que a

companhia tem visão de futuro. "As empresas que me procuram são cabeças-de-chave, com mentes mais abertas. Isso não tem nada a ver com dinheiro, tem a ver com opção." Reconhecimento – Em 2001, pela primeira vez, um estande foi premiado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura. O projeto, de Brandão, foi desenvolvido para a comemoração dos 50 anos da Giroflex . "Para fazer o estande, que tinha mil metros quadrados, foram necessárias 45 pranchas de detalhamento. Pa-

ra se ter uma idéia da dimensão, um projeto para um prédio não usa tudo isso", explica. Embora o Brasil já seja o líder latino-americano no segmento turístico de negócios e feiras internacionais, o profissional acredita que a cidade de São Paulo, especificamente, ainda tem muito a crescer. Não bastasse o caráter econômico, na opinião de Brandão, participar de feiras é também uma oportunidade para o profissional ousar na arquitetura. "Muitas arquiteturas foram criadas em feiras. A vila olímpica de Munique foi experimentada antes em Montreal (Canadá). A torre Eiffel também foi criada primeiro para uma exposição." Investimento – Na Europa, diz Brandão, há uma tendência de se fazer um grande investimento e usar o estande durante dois ou três anos. No Brasil, um grande investimento seria gastar cerca de R$ 2 mil por metro quadrado, "mas usá-lo por quatro anos". Os estandes montados pelo arquiteto custam de R$ 300 a R$ 600 o metro quadrado. O escritório de Brandão fica próximo ao Parque do Ibirapuera, em uma casa projetada

por ninguém menos que Elizário Bahiana, autor do Viaduto do Chá e do Jockey Clube, entre outros marcos da cidade. O carpete das salas é uma foto aérea em preto e branco da região. "Meu primeiro trabalho nesta casa foi gerenciar a restauração do viveiro do Ibirapuera", diz, explicando o motivo de um carpete tão especial. "Somos um País pobre de tudo, inclusive de arquitetura", analisa Brandão, que credita isso às gerações de arquitetos que, segundo ele, continuam seguindo os passos de Oscar Niemeyer, que projetou a capital federal. "A culpa é de Brasília. Querem seguir aquele projeto, mas ninguém vive num lugar como Brasília. É página virada. As cidades são naturalmente caóticas. Não existe alternativa para o caos. O que a gente consegue é minimizá-lo. Por isso, acho que São Paulo tem solução", afirma. E a solução, segundo ele, seria cada cidadão cuidar da sua própria calçada, da sua rua. "Se todos fizessem isso, se cada um corrigisse o canteiro de sua árvore, a cidade seria um lugar muito mais confortável." Kety Shapazian


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2 -.LOGO

Do jogador brasileiro Ronaldinho Gaúcho. O Barcelona conquistou o bicampeonado espanhol ontem.

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

MAIO

Pierre-Philippe MarcouAFP

Assinei com o Barcelona porque queria jogar em um grande clube no qual tivesse a chance de fazer história. Estou muito feliz por participar deste novo ciclo do Barça, e agora temos que continuar assim para poder vencer a final da Liga dos Campeões no dia 17

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Recolhimento de ICMS, IRRF e IPI Nascimento da atriz belga Audrey Hepburn (1929–1993)

C ONFLITO R ÚSSIA

Irã tem que ceder

Denis Sinyakov/AFP

EUA e aliados apresentam resolução contra Irã na ONU e já analisam possíveis sanções

E Tristeza no Mar Negro Uma das mais concorridas estâncias turísticas da Rússia estava em luto ontem enquanto barcos chegavam ao porto de Sochi transportando destroços e corpos de parte das 113 pessoas mortas na queda de um avião da companhia aérea Armavia, a maior da Armênia, no Mar Negro. Desconsolados, familiares dos passageiros - armênios em sua maioria - do Airbus A-320 protagonizavam vigílias no aeroporto de Sochi e nas morgues da cidade. Eles liam as listas de passageiros e esperavam por qualquer palavra dos médicos legistas sobre a identificação dos familiares. O avião caiu por volta das 2h15 locais em meio a uma forte tempestade e num momento de baixa visibilidade quando se aproximava do aeroporto de Adler,

20 quilômetros ao sul de Sochi uma cidade litorânea da qual é possível avistar montanhas cobertas pela neve. A causa da queda ainda não foi determinada e mergulhadores estavam em busca de mais corpos e das caixaspretas. No local da queda, a seis quilômetros da praia, as águas são profundas e o mar é revolto, o que dificulta as operações. Não há esperança de que sobreviventes sejam encontrados. O avião ficou partido em pedaços e os destroços e pertences dos passageiros estavam espalhados por um raio de 1,5 quilômetro em torno do local da queda. De acordo com a companhia aérea, 26 russos, um ucraniano e um georgiano estavam a bordo da aeronave. Os demais ocupantes do aparelho eram armênios(AE)

stados Unidos, GrãB re t a n h a e F r a n ç a apresentaram ontem ao Conselho de Segurança (CS) uma proposta de resolução que exige a suspensão do programa nuclear iraniano, que segundo o Ocidente tem finalidades bélicas. O texto, que enfrenta resistência de Rússia e China, não contém sanções, mas ameaça avaliar "novas medidas conforme for necessário" para garantir a obediência iraniana uma forma velada de as potências ocidentais dizerem que tentarão impor sanções caso Teerã não ceda. A proposta também pede a todos os países que sejam vigilantes para impedir a transferência de materiais e tecnologias "que possam contribuir com as atividades do Irã relativas ao enriquecimento e reprocessamento [de urânio] e a seus programas de mísseis". A resolução se baseia no artigo 7 da Carta da ONU, o que torna seu cumprimento obri-

gatório. Ela dá ao Irã mais uma chance de atender às exigências do Conselho até um prazo que não foi estipulado. O artigo 7 autoriza sanções e até a guerra em caso de desobediência, mas para cada nova etapa será necessária uma nova resolução específica. Rússia e China, que têm poder de veto sobre qualquer resolução, relutam em aceitar qualquer coisa que possa posteriormente levar a sanções ou ações militares. Já as potências ocidentais querem sanções seletivas se o Irã desafiar a ordem. "Esta resolução não vai lidar com sanções", disse o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, acrescentando que não interessa à Rússia "estar dentro do alcance de outra potência nuclear". O embaixador britânico, Emyr Jones Parry, disse que seu país, a França e a Alemanha acham que "o Conselho de Segurança agora precisa responder para indicar como pretende proceder à luz da ausência de obediência por parte

do Irã". O principal parágrafo da resolução diz que "o Irã deve suspender todas as atividades relativas ao enriquecimento e reprocessamento, inclusive a pesquisa e desenvolvimento", além de "suspender a construção de um reator moderado por água pesada". O Irã garante que seu programa nuclear é legítimo e pacífico. Embora recentemente o país tenha acelerado o processo de enriquecimento de urânio, ele ainda está longe da condição necessária para a produção de armas nucleares. "Não abriremos mão do nosso direito legítimo só por causa da intimidação e da pressão dos EUA", disse Hamid Reza Asefi, porta-voz da chancelaria iraniana, segundo uma TV local. "Os EUA estão tentando impor suas políticas aos seus aliados, por meio da humilhação e da intimidação contra eles", afirmou. "A questão nuclear do Irã só pode ser resolvida por meio dos canais diplomáticos". (Reuters)

Paulo Whitaker/Reuters

E UA

Prisão perpétua para réu de 11/9

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concordaram. A lei exige um veredicto unânime. A sentença será formalmente proferida hoje. Cidadão francês de ascendência marroquina, 37 anos, Moussaoui foi preso em agosto de 2001, por despertar suspeitas numa escola de pilotagem. "América, você perdeu", gritou Moussaoui ao deixar o tribunal, depois de ouvir a sentença. Ele bateu palmas e gritou: "Eu ganhei!" De fato, foi uma derrota para o governo e para a promotoria, que havia pedido a pena de morte a Moussaoui, que admitiu ser membro da Al Qaeda.

O filme O Leopardo (1963), obra-prima do italiano Luchino Visconti (foto). Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Telefone: 3113-3652. 19h. Grátis.

O ADEUS - No segundo e decisivo duelo entre São Paulo e Palmeiras por uma vaga nas quartas-de-final da Libertadores da América, o São Paulo levou a melhor: 2 a 1, gols de Aloísio (foto) e Rogério Ceni. Washington marcou pelo Palmeiras, que está fora da competição. L ITERATURA

Na fogueira iraniana Arquivo DC

úmero 1 na lista dos escritores mais vendidos no Irã, com 2 milhões de cópias até o fim de 2005, Paulo Coelho deve enfrentar dias difíceis com o governo do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad. "Temos problemas com a censura sob esse governo", diz Arash Hejazi, editor de Coelho no Irã. "Não temos esperanças de publicar mais as suas obras." Dos 15 livros do escritor brasileiro, 14 foram publicados pela Caravan Books, a editora de Hejazi. A exceção é 11 Minutos. "Não foi autorizado pelo governo, porque é sobre sexo". Embora sexo, adultério, loucura e outros "desvios" estejam em todos os livros de Coelho, Hejazi diz que foi possível publicar quase todas as suas obras no Irã porque "ele não é um escritor de sexo, de perversões" etc.

CINEMA

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A ExtremeToysForBoys lançou esta mesa de jogos que vem com Pac Man, Ms. Pac Man e Galaga em suas versões originais. Os jogos e o gabinete são retrô, mas a tecnologia é de última geração. A empresa está vendendo esta tentação para os nerds por US$ 3.600. Busque por Galaga no site.

Prático e fácil de consultar, o site do Banco Nacional de Empregos oferece serviços gratuitos tanto para empregadores em busca de profissionais como para quem quer cadastrar currículos em busca de empregos. O cadastro de vagas e currículos é gratuito, mediante a apresentação de informações pessoais ou jurídicas, bem como a busca por oportunidades ou profissionais. Além disso, o site também tem serviços pagos, como a pesquisa de salários prática.

http://extremetoysforboys.com

www.bne.com.br

A TÉ LOGO

B RAZIL COM Z

Pirahãs desafiam a lingüística A revista alemã Der Spiegel publicou uma reportagem sobre o povo Pirahã, uma tribo indígena da Amazônia, que desafiou os conhecimentos de especialistas em lingüística como Noam Chomsky e Steven Pinker. A revista conta que os Pirahã não têm registro histórico, palavras descritivas ou orações subordinadas, ferramentas básicas de qualquer idioma. As características transformaram o idioma da tribo num dos mais estranhos do mundo e numa fonte de debate entre os lingüistas. O cotidiano dos índios brasileiros não cabe nas teorias como as de Daniel Everett, que passou sete anos entre os pirahã para tentar entender o idioma e ainda não fez todas as descobertas que gostaria.

Mulheres de Van Gogh e Picasso A Christie's de Nova York levou ontem a leilão os quadros L'Arlesienne, Madame Ginoux, de Van Gogh e Le Repos, de Pablo Picasso. O primeiro, de 1890, retrata Marie Ginoux, dona de um café em Arles, França, onde Van Gogh viveu seus últimos anos. Picasso retratou sua esposa, Olga Khokhlova, em 1932. Os quadros foram vendidos por US$ 40 milhões e US$ 34,7 milhões. crédito2

L OTERIAS Concurso 616 da LOTOMANIA 11

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Confirmado segundo turno no Peru entre o social-democrata Alan García e Ollanta Humala O Museu Imperial comprará a pena de ouro com a qual Princesa Isabel assinou a Lei Áurea

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Para empregados e empregadores

As pesquisas de mercado indicam que 70% dos leitores de Coelho são mulheres de 18 a 40 anos. Ontem, no primeiro dia da Feira Internacional do Livro de Teerã, o stand da Caravan ficou cheio de moças de chador (o véu da cabeça aos pés) interessadas no autor. Quando esteve em Teerã, em maio de 2000, para o lançamento de Brida - o nono livro mais vendido no Irã -, Coelho causou uma comoção. Cerca

de 10 mil fãs foram até a livraria vê-lo. Em abril do ano passado, O Zahir foi lançado no Irã uma semana antes do seu lançamento mundial, por uma razão sui generis. As leis iranianas não prevêem direito autoral de livros que não são publicados em primeiro lugar no país. O Alquimista tem 30 edições piratas no Irã. Como O Zahir fala de homossexualismo, mesmo tendo sido aprovado pela censura, a polícia confiscou as mil cópias que Hejazi tinha no seu stand na Feira, no ano passado, e proibiu as vendas. O editor foi detido e interrogado. Coelho denunciou o incidente à imprensa internacional e, sob pressão, o governo iraniano devolveu as cópias e liberou as vendas. Isso aconteceu sob o governo anterior. Mas ele não deve ter a mesma sorte sob o comando de Ahmadinejad. (AE)

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Jogos antigos em embalagem de luxo

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F AVORITOS

Um detalhe cotidiano tem chamado a atenção em todos os países do mundo em que a data é grafada na ordem dia/mês/ano. À uma hora, dois minutos e três segundos de hoje, os relógios marcaram exatamente a seqüência 01:02:03 04/05/06. Com a duração de um segundo, essa combinação não vai mudar nada no planeta, mas é rara: a próxima só acontecerá no ano de 2106.

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C A R T A Z

G @DGET DU JOUR

Seqüência temporal

A RTE

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Zacarias Moussaoui, única pessoa a ser julgada e condenada nos Estados Unidos pelos atentados de 11 de setembro de 2001, passará o resto da vida na prisão em vez de ser executado, segundo decisão tomada pelo júri ontem. Os promotores federais do caso argumentaram que o fato de Moussaoui, detido antes do atentado, não ter alertado as autoridades norte-americanas o torna tão culpado quanto qualquer outro autor material do crime. Mas nem todos os membros do júri nove homens e três mulheres -

M UNDO

Com mais de cem anos de atraso, cinema chega a pequenas cidades do interior paulista

Concurso 760 da MEGA-SENA 12

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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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quinta-feira, 4 de maio de 2006

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VOLKS VAI CORTAR 25% DOS CUSTOS ATÉ 2008

por cento é a participação da Fiat no setor automobilístico do País. A montadora é líder no Brasil.

MONTADORA ANUNCIOU QUE VAI DEMITIR 6 MIL TRABALHADORES. SINDICATOS TENTAM NEGOCIAR.

VOLKS PODE FECHAR FÁBRICA NO BRASIL

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Volks voltará a demitir funcionários a partir de novembro, quando vence o acordo de estabilidade fechado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e pode até mesmo fechar uma fábrica no País. As demissões fazem parte da segunda fase do plano de reestruturação, iniciado em 2003, com o objetivo de cortar custos e buscar rentabilidade. A empresa tem prejuízo no País há oito anos e, segundo o presidente da Volkswagen do Brasil, Hans-Christian Maergner, quer ter lucro operacional em 2007. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, acenou ontem com a possibilidade de ajudar as montadoras para evitar demissões no setor. Os sindicalistas do ABC afirmam que serão 5,4 mil demissões até 2008, sendo 3 mil só neste ano. Maergner se recusou a confirmar a estimativa, dizendo que "qualquer número é pura especulação". Ele afirmou que a matriz na Alemanha sugeriu o fechamento de uma das fábricas no Brasil por causa dos altos custos e da ociosidade de aproximadamente 70%. Mas, segundo ele, a empresa pretende evitar que isso ocorra e "iniciará imediatamente as negociações com as entidade sindicais para melhorar a produtividade e diminuir os gastos". O executivo afastou a possibilidade de haver transferência de unidades produtivas do Brasil para outros países.

Keiny Andrade/Folha Imagem

Custos – A Volks pretende cortar 25% dos custos de produção dos novos modelos a serem lançados até 2008. Ele admitiu que a fábrica da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, é a mais onerosa. Sem mencionar o nome da concorrente Fiat, o executivo afirmou que a produção em Minas Gerais (a multinacional italiana tem fábrica em Betim) custa a metade do que a da Volks no ABC. O p r e s i d e n t e d a Vo l k s

A Volkswagen iniciará as negociações com as entidades sindicais para melhorar a produtividade e diminuir gastos. Hans-Christian Maergner adiantou que a empresa não planeja reduzir a produção no mercado doméstico. Mas lamentou a falta de iniciativa do governo federal para incentivar as vendas de veículos no Brasil, que crescem abaixo do esperado desde 1997. Após afirmar que "a valorização do real foi de 33% entre 2003 e 2006", e que "ninguém esperava isso e é impossível fazer o repasse desse custo", Maergner disse que a margem das vendas externas não cobre os esforços para exportar. Por isso, o executivo infor-

mou que a montadora deverá reduzir em 40% o número de veículos exportados até 2008. Só neste ano, a expectativa é de um corte de 31% nas vendas externas, que passaram do recorde de 256 mil unidades em 2005, para 175 mil neste ano. De acordo com Maergner, a Volks tem reduzido continuamente os investimentos no País: a empresa investia 10% da receita em 1998, número que caiu para 2% em 2005. Taubaté – Cerca de 5 mil trabalhadores participaram de duas assembléias realizadas ontem na fábrica da Volkswagen em Taubaté, no Vale do Paraíba (São Paulo). Na unidade, onde são produzidos os modelos Gol e Parati, o corte deve atingir 14% dos 5,4 mil metalúrgicos. "Serão 681 demissões até 2008, sendo pelo menos 277 neste ano", afirmou o presidente do sindicato, Valmir Marques da Silva. Os trabalhadores aprovaram que o sindicato dê início a uma bateria de negociações para evitar as dispensas, mas não vão parar a produção. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse ontem que o governo pode ajudar a indústria automotiva, incluindo a Volkswagen do Brasil, para evitar demissões no setor. "Nós estamos abertos a analisar possibilidades para evitar a retração das exportações do setor automotivo", disse. O ministro afastou, porém, qualquer ajuda individualizada à Volks. (AE)

Trabalhadores e sindicalistas decidiram em duas assembléias que não vão paralisar a produção

O contra-ataque da telefonia fixa

A

Brasil Telecom aposta na ampliação na capacidade da tecnologia VoIP (voz sobre IP) que disponibiliza para seus assinantes. Até então limitada a uma conexão física de banda larga, a operadora trabalha para colocar no mercado, no segundo semestre deste ano, uma solução que permitirá ao usuário fazer chamadas por meio de rede Wi-Fi (conexão sem fio), para qualquer lugar do mundo que permita acesso, com tarifa de uma ligação fixa local. O acesso sem fio só será possível por meio do celular da UTStarcom de modelo GF 200. A tecnologia VoIP traz vantagens principalmente para usuários que se deslocam com freqüência para outros estados ou países. Com ela, um assinante da Brasil Telecom de Brasília pode fazer ligação com seu celular de um cyber café de São Paulo e as chamadas serão cobradas como uma liga-

ção local de Brasília. O VoIP permite que sejam feitas ou recebidas chamadas de computador para computador, de telefone para telefone, de telefone para computador e de computador para telefone. "Hoje temos 1,1 milhão de assinantes de banda larga na operadora. Nossa expectativa é que 305 deles passem a usar o VoIP", diz Ricardo Couto, Diretor de Marketing da Brasil Telecom. A Brasil Telecom também anunciou ações para tentar reverter a perda de mercado que a telefonia fixa sofreu com a chegada da móvel. Entre elas, o desenvolvimento de um ponto de acesso de padrão bluetooth – um tipo de comunicação sem fio – que permitirá que ligações feitas por celular em um raio de 100 metros do ponto de acesso sejam convertidas, e conseqüentemente tarifadas, como uma chamada feita de um aparelho fixo. A tecnologia é limitada ao uso residencial. Couto justifica o investimento dizendo

INFLAÇÃO Segundo a FGV, os preços na cidade de São Paulo subiram 0,12% no mês de abril.

Ó RBITA

que "dados de mercado mostram que entre 30% e 40% das ligações de telefone móvel são feitas de dentro de casa ou de um escritório". Hoje, o custo médio da tarifa móvel gira em torno de R$ 0,68, enquanto o da fixa fica em média R$ 0,11. O ponto de acesso, depois de ligado a um plugue de telefone fixo comum, suportará até três celulares. O aparelho, no entanto, terá de um ter software compatível, como o Cordless Telephone Profile (CTP) que, a princípio, só estará disponível em aparelhos da Motorola. "Podemos subsidiar o valor do celular e diluir seu custo nas cobranças das tarifas do assinante que optou pelo serviço", diz Couto. A comercialização do pacote é prevista para junho. A Brasil Telecom presta serviços no Distrito Federal e nos estados do Acre, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Renato Carbonari Ibelli

FORA DA ATIVA A aposentadoria por invalidez em servidores públicos cresceu 394% entre os anos de 1998 e 2003.

Armando Favaro/AE

PRODUÇÃO DE GRÃOS EM ALTA

O

governo reviu de novo sua estimativa de produção de grãos (foto) e algodão na safra 2005/06. Ontem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que os produtores colherão 121,1 milhões de toneladas na atual safra, o que representa um aumento de 6,3% em relação ao volume produzido na colheita passada, que foi de 113,9 milhões de toneladas. A safra do ano passado foi muito prejudicada pelo clima adverso, principalmente na região Sul do País. Mas, em relação à previsão anterior, divulgada em abril, a estimativa atual aponta para um recuo de 0,3% na produção brasileira. No mês passado, a estimativa da Conab era de uma colheita de 121,5 milhões de toneladas. (AE) A TÉ LOGO

FLUXO CAMBIAL

O

ritmo de entrada de dinheiro estrangeiro no Brasil caiu 92% entre abril e março, segundo o Banco Central, com o superávit passando de US$ 7,993 bilhões para US$ 609 milhões. O saldo positivo de fluxo cambial no ano totaliza US$ 18,301 bilhões — mais do que o registrado no primeiro quadrimestre do ano passado. (AE)

BANCOS

O

s bancos paulistanos não estão obrigados a manter quadros com as tarifas nas agências. A decisão é do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, que acolheu mandado de segurança da Febraban, entidade que representa os bancos. A decisão abre espaço para outras demandas desse tipo dos bancos. (DC/Conjur)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Desemprego atinge 16,9% dos trabalhadores na Grande São Paulo

L

Madeireira Caramanu é acusada de comprar terras ilegalmente na Bolívia

L

Fenabrave aponta que Fiat e Volkswagen brigam pela liderança


quinta-feira, 4 de maio de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7

VOLUME DE PRODUÇÃO DE VINHO CRESCERÁ 15%

GARFIELD

Os artigos de papelaria e escolares são os mais licenciados no Pais.

Paulo Pampolin/Hype

Novo filme impulsiona Vinho terá apelo mais popular licenciamentos D O Richard Bruinjé, da La Vigne: aposta em minigarrafas de espumantes para atrair o público jovem que freqüenta danceterias

esmitificar o elitismo para continuar a crescer. Essa é a aposta dos fabricantes de vinhos e espumantes para ampliar as vendas e o consumo desses fermentados no Brasil. "As pessoas têm percebido que há bebidas para todos os gostos e bolsos. Por isso, o consumo ganha cada vez mais espaço no cotidiano do brasileiro", disse Domingos Meirelles, diretor de marketing e vendas da Exponor Brasil, responsável pela Expovinis Brasil 2006, maior evento do setor na América Latina. Segundo dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), em 2005 foram produzidos 271.534.330 litros de

Brasil é um mercado consistente

Factoring

DC

tempo não diminui o to internacional. Os artigos essucesso de Garfield. colares e de papelaria são os Prova disso são as ti- mais procurados pelos fãs. A Pernamr a s c ô m i c a s Fotos: Divulgação bucanas, pardiárias em jorceira da ITC, nais e revistas, lançará no peséries de teler í o d o d e e svisão, produtréia do filme, tos licenciaum conjunto dos e filmes de 20 produde longa-metos, entre eles, tragem que calçados, acesdão ao gato s ó r i o s e m opreguiçoso o Jim Davis, criador do Garfield chilas. A linha posto de um dos cinco personagens mais Garfield Baby é outra aposta da ITC no mercado brasileiro. conhecidos do mundo. Segundo Peter Carrero, Rita Alves presidente da ITC, empresa fundada há 22 anos e que licencia o personagem Garfield O que é Factoring? no Brasil, são mais de 20 contratos ativos no País, e muitos É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas dos produtos com a marca de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). Garfield são líderes de merca- As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos do em seus segmentos. Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a F il m e – Outra empreitada situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência précom data de chegada ao Brasil venda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, prevista para o próximo dia deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, 23 de junho é o segundo epi- tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco sódio com as aventuras do Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) personagem, o Garfield 2. A à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) seqüência traz de volta os atoE-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com res Brecking Meyer e Jennifer Love Hewitt, como Jon e a veterinária Liz. No Brasil, a dublagem será feita pelo ator Antonio Calloni, para a voz de Garfield. Segundo Camila Galatti, gerente de Marketing da Fox Film do Brasil, a história se passa na Inglaterra – a terra da realeza – e é lá que o gato é confundido com um marajá. "A campanha para o lançamento da seqüência do filme será intensa e com um investimento maior que a do primeiro longametragem", disse a gerente. Impulso – Com a estréia, a expectativa é de que o mercado cresça e os número de produtos com o personagem licenciado também. Karen K. Blank, vice-presidente de licenças para a Ásia, Japão e América Latina da Paws Incorporated, empresa detentora dos direitos de licenciamento e do personagem Garfield, diz que o fato de o gato ser um clássico é, sem dúvida alguma, uma grande vantagem. O Brasil é um dos mercados mais consistentes. Em alguns momentos, é lider no segmen-

vinho no Brasil. "É difícil prever quanto será a produção neste ano, mas o volume de vendas deve superar, ao menos, 15%", disse Meirelles. O consumo de vinhos no Brasil é de somente 2,1 litros per capita por ano, praticamente irrisório se comparado ao dos países europeus, que somam 50 litros por habitante ao ano. "Parece absurdo, mas as perspectivas são extremamente positivas. Os produtores nacionais conquistam reconhecimento com seus espumantes e vinhos, e o consumidor brasileiro descobre não apenas aromas e sabores, mas os benefícios das bebidas para a saúde", acrescentou Meirelles. A todo vapor – A Cooperati-

va Vinícola Aurora, líder do setor no Brasil, investirá nos espumantes para ganhar mercado frente aos produtores de vinhos argentinos, italianos, chilenos e portugueses. "Reeditamos o Keep Cooler para expandir os negócios entre o público jovem", disse o gerente de relacionamentos com o mercado da empresa, Milton Cardoso de Mattos. A empresa trocou a antiga embalagem de 350 ml por uma de 295 ml. A estimativa da Aurora, que lucrou R$ 135 milhões em 2005, é crescer 15% apenas com o espumante. As danceterias e as baladas também são foco da importadora La Vigne, que lança uma linha de espumante pop da

Pommery. "Trazemos um novo conceito. A bebida é para ser tomada na própria garrafa e com canudo", explica o diretor da empresa, Richard Bruinjé. Mas o espumante de 200 ml é para o Brasil que não tem crise. O preço para o consumidor final variará de R$ 60 a R$ 70. Outros destaques da importadora são as linhas do vinho argentino Ampakama e da sulafricana Kumani, a preços de R$ 28. "Como se vê, há produtos e mercado para todos", afirmou o executivo Brinjé. Para quem tiver interesse em degustar gratuitamente os lançamentos da feira, o evento termina hoje no ITM Expo, às 22 horas, em São Paulo. Ana Laura Diniz


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DOISPONTOS -11 11

ou o responsável, inclusive perante à lei, por este blog. Leitores mal educados, grosseiros e desrespeitosos não cabem neste espaço. A jovem Clarissa Matheus é uma ativista política. Defende e briga por suas idéias. Podemos discordar de tudo o que ela pensa e até contestá-la, mas no mesmo terreno em que ela se coloca: com inteligência e educação. É natural que

Clarissa defenda seu pai e o governo de sua mãe. Estranho seria o contrário. Já dei espaço para a filha de Lula, a Lurian. Netos e filhos de ACM, César Maia, Tancredo Neves, FH, Arraes, Serra e tantos outros. já desfilaram por este blog, alguns como notícias e a maioria dando opiniões, todas elas em defesa dos seus. Já ousei destacar aqui as belezas das filhas de Gushiken, Ciro Gomes, Mercadante, Zé Dirceu e da própria Clarissa. Tenho o maior respeito por

recorrer a organismos internacionais para fiscalizar uma eleição na simples condição de précandidato, ainda mais quando o seu país exporta modelos seguros de apuração. A greve de fome de Garotinho, para mim, é uma inaceitável tentativa de chantagear a mídia, ainda que ridícula e inepta. O verdadeiro homem público tem coragem de enfrentar sua condição de homem público e estar sempre pronto a dar satisfação à sociedade diante

todos. Sei que nunca foi fácil para a maioria conviver com naturalidade diante das exposições públicas, boas ou ruins, de seus parentes. Nenhum deles é coitadinho. Muitos são até por demais privilegiados e paparicados. Mas não é nada disso que está em discussão. E sim a carta da Clarissa. Eu próprio, destinatário dela, discordo totalmente do seu conteúdo. Acho que a greve de fome de Garotinho não tem causa nobre. Ninguém pode

de qualquer suspeição ou denúncia contra ele. Já se diz há muito que a coragem é a primeira virtude do homem público e que só ela transforma o homem público em estadista. Nem por pensar assim deixo de tratar Clarissa Matheus com toda a atenção e respeito que merece. Assim também sempre fui tratado por ela. E ainda que não fosse, ela sempre seria tratada por mim com respeito. Por mim e por meus educados leitores.

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Assédio moral figura relativamente nova no Direito, desenvolvendo-se mais a partir do início dos anos 2000, com estudos na área de psicologia. Caracteriza-se basicamente pela humilhação reiterada de um profissional, seja por um colega de trabalho seja por algum superior, sendo, no entanto, mais comum essa última situação. A humilhação, a situação de sofrimento moral deve ser reiterada, repetitiva, uma única situação não denota assédio moral (pode até gerar dano moral, mas não como assédio moral). Há pouca literatura ainda sobre o tema, mas sua detecção na empresa não depende tão somente de uma reação da vítima. Com efeito, a análise cuidadosa do ambiente de trabalho poderá demonstrar a eventual existência de um empregado que esteja afastado dos demais colegas, sob tensão extrema, por vezes, deprimido e com problemas de saúde, primeiros “sintomas” de uma situação de assédio. Verificada tal situação uma investigação mais cuidadosa se impõe. Normalmente, tais situações ocorrem como uma pressão para que o empregado peça demissão, e normalmente é o que ocorre, pois as empresas não têm mecanismos internos de detecção e resolução do problema. A falta desses mecanismos pode configurar uma situação de negligência, gerando a obrigação de indenizar o dano efetivado por seu preposto. A empresa é responsável pelos atos de seus prepostos e em situação de assédio moral, age com culpa em duas situações: culpa in eligendo, ou seja, “ao eleger”, escolher o profissional. Hoje as seleções privilegiam competências, resultados, lucratividade mas não há mecanismos de percepção da velha e boa ética profissional do empregado contratado. Além de escolhas que não privilegiam a ética pessoal, a empresa pode responder por culpa in vigilando, ou seja, em não verificar, perceber e controlar a atitude de seus prepostos. Para evitar que ações aconteçam as empresas precisam desenvolver formas internas de solução do problema, punindo o culpado e em alguns casos indicando-lhe tratamento médico se necessário. Colocar a "lucratividade" que um empregado sem ética e desrespeitoso com seus colegas e

É

. EM

G O sofrimento moral repetitivo é assédio moral G Os primeiros sintomas de uma situação de assédio: um empregado afastado dos colegas, deprimido e com problemas de saúde. G Valorizar a "lucratividade" que um empregado sem ética possa gerar e negligenciar com o controle de sua conduta ética pode (e deve) custar muito caro para a empresa.

subordinados possa gerar à frente de um controle de sua conduta ética pode (e deve) custar muito caro para a empresa. O momento de ingresso das ações normalmente vem com a demissão, ou com um pedido de dispensa indireta pelo empregado com base na falta de cumprimento de obrigação contratual da empresa (Justa Causa prevista no artigo 483 da CLT). É muito raro um empregado agir judicialmente estando trabalhando, pois há o receio de piorar sua situação, pois o empregado não está protegido de retaliações se age judicialmente enquanto trabalha. No entanto, mesmo demitidas ou requerendo a rescisão contratual por justa causa, as pessoas estão agindo mais; houve em 2005 um aumento de 5,7% de ações envolvendo assédio moral em relação a 2004, e esse fenômeno talvez se explique pela maior divulgação na mídia desses casos, fazendo com que as pessoas percebam que o que eles sofrem tem um nome - e pode gerar direito à indenização. Somado a isso, os casos parecem estar aumentando em números absolutos, motivados pela forma de avaliação de resultados, na ânsia de alcançar a meta a qualquer custo, ou “livrando-se” do empregado que atrapalha esse objetivo, ou mesmo porque, infelizmente, a ética pessoal e profissional parecem cada vez mais relegadas a segundo plano. Os valores de indenização devem aumentar, pois começa a ser utilizada a teoria da indenização pedagógica, ou seja, em que o seu valor por si só desestimule a empresa a continuar agir com negligência permitindo a continuidade desse tipo de situação. Cabe às empresas evitar que esses casos aumentem, a começar pelo processo seletivo de novos candidatos a cargos diretivos, não só porque um ambiente de trabalho contaminado por assédio moral diminui os resultados da empresa, pois os empregados ficam menos motivados e comprometidos, ou em vista das indenizações, mas porque é o correto a ser feito. MARIA LUCIA BENHAME É ADVOGADA AFP

Para não esquecer aqueles que em busca de notícia

corajosamente partem para o front da periculosidade; para não esquecer aqueles que são perseguidos por expressarem

PAUTA

sua opinião, nem sempre agradável; para não esquecer aqueles que tombaram na execução da sua vocação de buscar e prestar a informação como exercício legítimo da cidadania, neste dia 3 de maio devemos homenagear a todos os jornalistas que fazem de sua atividade de difundir a

A liberdade de imprensa

mais forte para a corrupção é a condenação moral.

Respostas para Clarissa Matheus

BLOG S Quando Garotinho anunciou a greve de fome, o colunista político Jorge Moreno escreveu em seu blog que também entraria (só saindo se Juliana Paes telefonasse!). No dia seguinte, Clarissa (dir), a filha do exgovernador, saiu em defesa do gesto político do pai no mesmo Fábio Motta/AE espaço. Choveu desaforo nos comentários do blog.

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

informação uma profissão de fé. PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

Jornalistas do Zimbábue, em protesto ontem contra o fechamento de três jornais de oposição.

mpresas corruptoras são punidas pela recusa em participar de negócios com elas e pelo ostracismo imposto a seus controladores e operadores. Em países um pouco mais civilizados, o empresário corrupto não é convidado a soirées e vernissages, nem é procurado para dar entrevista para opinar sobre a economia, a expropriação das operações da Petrobras na Bolívia ou o que mais seja. Políticos são punidos pela perda de influência nos círculos políticos, incluindo-se seus partidos. Quando o ex-chanceler alemão e comandante do SPD, Helmut Kohl, foi apanhado operando caixa dois eleitoral, caiu da Chancelaria e da liderança de seu partido. Hoje é carta fora do baralho. Ainda em países um tantinho menos primitivos do que o nosso, o político corrupto não busca a recondução pelo voto, pois no mais das vezes (nem sempre, contudo) é rejeitado quando tenta. O eleitor lhe nega o voto. Será que isso acontecerá com os mensaleiros nas eleições deste ano?

E

CLAUDIO WEBER ABRAMO

CINISMO COMO MODO DE VIDA té o advento do escândalo do mensalão, este que escreve mantinha a ilusão de que o Brasil se diferenciava de muitos outros países no que diz respeito ao modo como a opinião pública absorve casos de corrupção. Assim, sempre me espantava como era possível que bandidagens (quase sempre grupos oligárquicos) não se refletiam em penalidades a seus integrantes, em especial penalidades eleitorais. Apesar de em alguns estados brasileiros a impunidade ter sido a regra histórica, isso não parecia disseminado nacionalmente, ao menos da mesma forma como se observa na América Latina. Entre as diversas lições do mensalão, ficou mais uma – dissipa-se a ilusão de que o Brasil diferiria muito do Haiti (por exemplo) nesse particular. O mensalão e suas malfeitorias subsidiárias e associadas inaugurou uma nova fase na política brasileira. Perdeu-se a vergonha. Indivíduos acusados de armar roubalheiras industrializadas, ladrões contumazes, distribuidores de recursos sujos, lavadores de dinheiro, andam por aí como se nada tivesse acontecido. Aproveitamse de uma característica da corrupção que é muito pouco observada: é muito difícil provar corrupção. Podemos ter certeza, pelos indícios que nos são apresentados, de que Fulano é um ladrão. Entre isso e provar vai uma distância enorme.

A

ara provar que houve corrupção, é necessário exibir a rota do dinheiro que saiu da empresa X e chegou em Fulano. Com as facilidades do tráfego internacional de capitais, a instituição de “laranjas”, testas-deferro, encomendas de serviços inexistentes a consultorias, ONGs, agências de publicidade e mais uma trempe de intermediários venais, torna-se praticamente impossível obter as evidências materiais para provar o fato. Disso decorre que 1) não se combate a corrupção gritando “pega ladrão” depois que o leite derramou, e sim pela prevenção de sua ocorrência; 2) a punição

P

Entre as diversas lições do mensalão, dissipa-se a ilusão de que o Brasil diferiria muito do Haiti ssa é uma pergunta que inferniza o pensamento de cientistas políticos. Tendo em vista o grau de cinismo com que se estão havendo os implicados no mensalão, tanto seus idealizadores quanto seus beneficiários, desconfiase que vários deles serão reconduzidos. Se acontecer com uma parcela considerável deles, então terá ficado demonstrado que o Brasil evoluiu para uma nova fase em sua história política, marcada pela predominância do cinismo. Imagine-se o efeito que isso terá sobre todos os aspectos da vida. O Brasil já não é um país em que se possa confiar num interlocutor tomado ao acaso sem risco de ser tungado. Sacramentando-se pelo voto o despudoramento mensaleiro, pode-se esperar por um agravamento desse estado de coisas já deprimente.

E

adeira abaixo, é para onde a administração do mensalão nos está levando.

L

CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

9

86,99 4/5/2006

por cento foi a variação das ações da Varig PN ontem na Bolsa de Valores de São Paulo. As ações da companhia estiveram entre as mais negociadas.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 28/04/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.915.478,43 Lastro Performance LP ......... 1.143.319,46 Múltiplo LP .............................. 3.326.943,37 Esher LP .................................. 2.489.940,37 Master Recebíveis LP ........... 658.053,63

Valor da Cota Subordinada 1.050,576239 1.004,552446 1.034,879019 1.014,022487 970,772242

% rent.-mês 3,2268 1,1894 1,0210 0,9416 1,8221

% ano 7,5340 0,4552 3,4879 1,4022 -2,9228

Valor da Cota Sênior 0 1.024,744335 1.031,979565 0 0

% rent. - mês 1,0890 1,1866 -

% ano 2,4744 3,1980 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

VISCONDE DE MAUA

quinta-feira, 4 de maio de 2006

TURISMO - 1

EMBARQUE EM PROGRAMAS CULTURAIS MUNDO AFORA

Divulgação/Museo del Prado

De concertos a exibições sobre grandes mestres como Picasso (quadro ao lado), Kandinsky, Almodóvar e até Pelé. Pág. 4

Charme na Mantiqueira

Berg Silva/Agência O Globo

Divulgação

A ntigo reduto

de hippies incrustado na Serra da Mantiqueira, este lugar é hoje um refúgio de charme ideal para os apaixonados. Entre Rio e Minas, o destino é formado por três vilas – Mauá, Maringá e Maromba –, que conquistam pela gastronomia primorosa e hospedagem impecável nos mínimos detalhes. E ainda há passeios na natureza e muitas cachoeiras. Págs. 2 e 3

Divulgação

Renata Vila Nova

Renata Vila Nova

A tranqüilidade e o friozinho da montanha são alguns ingredientes que encantam em Mauá (no topo). Mas há muito mais. Além de passear por belas cachoeiras, como a do Alcantilado (à esq.), desfrute de um sem-fim de mimos nas pousadas, como a Verde que Te Quero Ver-te (acima), e da Divulgação excelente culinária em restaurantes como o Rosmarinos Officinalis (fotos no meio), dos donos do Pomodori, em São Paulo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS

quinta-feira, 4 de maio de 2006

ORIENTAÇÃO LEGAL LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

Agenda Tributária Federal – Maio/2006 SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL COORDENAÇÃO-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO Nº 33, DE 26 DE ABRIL DE 2006 Divulga a Agenda Tributária do mês de maio de 2006. O coordenador-geral de Administração Tributária, no uso de suas atribuições, declara: Art. 1º As datas fixadas para pagamento dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos por esse órgão, definidas em legislação específica, no mês de maio de 2006, são as constantes da Agenda Tributária anexa a este Ato Declaratório Executivo (ADE). Art. 2º As referências a “Entidades financeiras e equiparadas”, contidas nas discriminações da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, dizem respeito às pessoas jurídicas de que trata o § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Art. 3º No caso de extinção, incorporação, fusão ou cisão, a pessoa jurídica extinta, incorporadora, incorporada, fusionada ou cindida deverá apresentar: I - até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento: a) a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ); b) a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples; c) a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa; d) o Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI (DCP); e e) o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon); II - até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao do evento: a) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal (DCTF Mensal); ou b) a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Semestral (DCTF Semestral). § 1º Excepcionalmente, em relação ao ano-calendário de 2006, a obrigatoriedade de apresentação do Dacon, nos casos a que se refere a alínea “e” do inciso I deste artigo, vigorará a partir do período em que os programas geradores do demonstrativo forem disponibilizados. § 2º A DIPJ e a Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples, de que trata o caput deverão ser entregues até o último dia útil de abril de 2006 quando o evento ocorrer nos meses de

janeiro e fevereiro de 2006. § 3º A obrigatoriedade de apresentação da DIPJ, da DCTF Mensal e Semestral, da Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas - Simples e do Dacon, na forma prevista no caput, não se aplica à incorporadora nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-calendário anterior ao do evento. Art. 4º No caso de extinção, decorrente de liquidação, incorporação, fusão ou cisão total, a pessoa jurídica extinta deve apresentar a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), relativa ao respectivo ano-calendário, até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do evento. Parágrafo único. A Dirf, de que trata o caput, deverá ser entregue até o último dia útil do mês de março quando o evento ocorrer no mês de janeiro do respectivo ano-calendário. Art. 5º Na hipótese de saída definitiva do País ou de encerramento de espólio, ocorridos no anocalendário de 2006, a Dirf de fonte pagadora pessoa física, relativa a esse ano-calendário, deve ser apresentada: I - no caso de saída definitiva do Brasil, até: a) a data da saída do País, no caso desta ser em caráter permanente; e b) trinta dias contados da data em que a pessoa física declarante completar doze meses consecutivos de ausência, no caso de saída do País em caráter temporário; ou II - no caso de encerramento de espólio ocorrido no ano-calendário de 2006, até o mesmo prazo previsto para a entrega pelos demais declarantes da Dirf. Art. 6º Os prazos para a apresentação da Declaração Final de Espólio, bem como da Declaração de Saída Definitiva do País, referentes ao exercício de 2006, ano-calendário de 2005, que tenham vencido ou venham a vencer até 31 de maio de 2006, ficam prorrogados até 30 de junho de 2006. Art. 7º Este ADE entra em vigor na data de sua publicação. Michiaki Hashimura Coordenador-Geral de Administração Tributária

ANEXO AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE MAIO DE 2006 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL Data de Vencimento Diária

Diária

Diária

Diária Diária 4

4

4

4

4

8

10

Tributos Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos do Trabalho Tributação exclusiva sobre remuneração indireta Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Royalties e pagamentos de assistência técnica Renda e proventos de qualquer natureza Juros e comissões em geral Obras audiovisuais, cinematográficas e videofônicas Fretes internacionais Remuneração de direitos Previdência Privada e Fapi Aluguel e arrendamento Outros Rendimentos Pagamento a beneficiário não identificado Imposto sobre a Exportação (IE)

Cide - Combustíveis - Importação - Lei 10.336/01 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível

Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins - Importação de serviços (Lei 10.865/04) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas Rendimentos de Capital Demais rendimentos de capital Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos Juros remuneratórios de capital próprio Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Multas e vantagens Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica IOF-Operações de crédito - Pessoa Física IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda IOF-Aplicações Financeiras IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) IOF-Seguros IOF-Ouro, Ativo Financeiro Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Aluguéis e royaties pagos à pessoa fisíca Rendimentos de partes beneficiárias ou de fundador Rendimentos do Trabalho Trabalho assalariado Trabalho sem vínculo empregatício Resgate previdência privada e Fapi Benefício ou resgate de previdência privada e Fapi Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça do Trabalho Outros Rendimentos Remuneração de serviços prestados por pessoa jurídica Pagamentos de PJ a PJ por serviços de factoring Pagamento PJ à cooperativa de trabalho Juros e indenizações de lucros cessantes Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) Indenização por danos morais Rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal Demais rendimentos

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

2063

FG ocorrido no mesmo dia

0422 0473 0481 5192 9412 9427 9466 9478

FG ocorrido no mesmo dia ” ” ” ” ” ” ”

5217 0107

FG ocorrido no mesmo dia Exportação, cujo registro da declaração para despacho aduaneiro tenha-se verificado 15 dias antes.

9438

FG ocorrido no mesmo dia

5442

FG ocorrido no mesmo dia

1020 0668

21 a 30/Abril/2006 ”

5299

23 a 29/Abril/2006 5ª Semana de Abril

0924

Tributos

10

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias IRPJ - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias CSLL - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição para o PIS/Pasep Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias PIS/Pasep - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Pagamento Unificado - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Cofins - Regime Especial de Tributação Aplicável às Incorporações Imobiliárias Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de bebidas (Capítulo 22), cigarros (códigos 2402.20.00 e 2402.90.00) e os das posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica Fundo de Investimento - Renda Fixa Fundo de Investimento em Ações Operações de swap Day-Trade - Operações em Bolsas Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas Rendimentos de Capital Demais rendimentos de capital Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos Juros remuneratórios de capital próprio Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios Prêmios obtidos em bingos Multas e vantagens Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica

Importação, cujo registro da declaração tenha-se verificado no mesmo dia

5434

8053 3426 6800 6813 5273 8468 5557 5706 5232

Data de Vencimento

21 a 30/Abril/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” 21 a 30/Abril/2006

10

10

10

10 5286

21 a 30/Abril/2006

0490 9453 0916 8673 9385

” ” ” 21 a 30/Abril/2006 ” ”

1150 7893 4290 5220 6854 6895 3467 4028

21 a 30/Abril/2006 ” ” ” ” ” ” ”

5869 5871 5884

21 a 30/Abril/2006 ” ”

3208 3277

Abril/2006 ”

0561 0588 3223 5565 5936

” ” ” ” ”

1708 5944 3280 5204 6891 6904 5928 8045

Abril/2006 ” ” ” ” Abril/2006 ” ”

10

15

15

15

15

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

0676

21 a 30/Abril/2006

0676

1097

21 a 30/Abril/2006

1097

1097 1097

” ”

1097 1097

” ”

1097

1097

4095

Abril/2006

4112

4095

Abril/2006

4153

4095

Abril/2006

4138

4095

Abril/2006

4166

5299

30/Abril a 6/Maio/2006 1ª Semana de Maio

1020 0668

1º a 10/Maio/2006 ”

5110

Abril/2006

5123

0924

” 1º a 10/Maio/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” ” ”

5286

1º a 10/Maio/2006

0490 9453 0916 8673 9385

” ” ” 1º a 10/Maio/2006 ” ”

1150

1º a 10/Maio/2006

8053 3426 6800 6813 5273 8468 5557 5706 5232

(Continua na página seguinte)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

LEIS, TRIBUNAIS E TRIBUTOS - 11

ORIENTAÇÃO LEGAL

LEGISLAÇÃO • DOUTRINA • JURISPRUDÊNCIA INSTITUTO JURÍDICO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

COORDENAÇÃO: CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE MAIO DE 2006 DATA DE VENCIMENTO: DATA EM QUE SE ENCERRA O PRAZO LEGAL PARA PAGAMENTO DE TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

(Continuação da página anterior) Data de Vencimento

Tributos

Código DARF

IOF-Operações de crédito - Pessoa Física 7893 IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda 4290 IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda 5220 IOF-Aplicações Financeiras 6854 IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) 6895 IOF-Seguros 3467 IOF-Ouro, Ativo Financeiro 4028 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5987 Contribuição para o PIS/Pasep PIS/Pasep - Faturamento 8109 PIS/Pasep - Folha de salários 8301 PIS/Pasep - Pessoa jurídica de direito público 3703 PIS/Pasep - Entidades financeiras e equiparadas 4574 PIS - Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8496 PIS - Combustíveis 6824 PIS - Não-cumulativo 6912 Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5979 PIS/Pasep - Retenção - Aquisição de autopeças 3770 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) 5952 Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado 5960 Cofins - Retenção - Aquisição de autopeças 3746 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Cofins -Entidades financeiras e equiparadas 7987 Cofins -Demais Entidades 2172 Cofins -Fabricantes/Importadores de veículos em substituição tributária 8645 Cofins -Combustíveis 6840 Cofins -Não-cumulativa 5856 Cide - Combustíveis - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível 9331 Cide - Remessas ao Exterior - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a remessa de importâncias ao exterior nas hipóteses tratadas no art. 2º da Lei 10.168/2000, com a alteração introduzida pelo art. 6º da Lei 10.332/2001. 8741 Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF) CPMF -Operações de lançamento a débito em conta 5869 CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta 5871 CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte 5884 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos 5299 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 0676 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 0676 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 1097 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 1097 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 1097 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 1097 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 1097 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 1097 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 1097 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. 1097 Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas (ME) DARF e Empresas de Pequeno Porte (EPP) Simples Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Juros de Empréstimos Externos 5299 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) IPI - Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi 1020 IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi 0668 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Títulos de renda fixa - Pessoa Física 8053 Títulos de renda fixa - Pessoa Jurídica 3426 Fundo de Investimento - Renda Fixa 6800 Fundo de Investimento em Ações 6813 Operações de swap 5273 Day-Trade - Operações em Bolsas 8468 Ganhos líquidos em operações em bolsas e assemelhados 5557 Juros remun. do capital próprio (art. 9º da Lei nº 9.249/95) 5706 Fundos de Investimento Imobiliário - Resgate de quotas 5232 Demais rendimentos de capital 0924 Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior Aplicações Financeiras - Fundos/Entidades de Investimento Coletivo 5286 Aplicações em Fundos de Conversão de Débitos Externos/Lucros/ Bonificações/Dividendos 0490 Juros remuneratórios de capital próprio 9453 Outros Rendimentos Prêmios obtidos em concursos e sorteios 0916 Prêmios obtidos em bingos 8673 Multas e vantagens 9385 Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) IOF-Operações de crédito - Pessoa Jurídica 1150 IOF-Operações de crédito - Pessoa Física 7893 IOF-Operações de câmbio - Entrada de moeda 4290 IOF-Operações de câmbio - Saída de moeda 5220 IOF-Aplicações Financeiras 6854 IOF-Factoring (art. 58 da Lei 9.532/97) 6895 IOF-Seguros 3467 IOF-Ouro, Ativo Financeiro 4028 Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - (CPMF)

15

15

15

15

15

15

17

17

19

22

24 24

24

24

26

Período de Apuração do Fato Gerador (FG) ” ” ” ” ” 1º a 10/Maio/2006 ”

Data de Vencimento

31

16 a 30/Abril/2006 ” 31 Abril/2006 ” ” ” ” ” ” 16 a 30/Abril/2006 ” ”

16 a 30/Abril/2006 ” ” ” Abril/2006 ” ” ” ”

Abril/2006

Abril/2006 1ª a 10/Maio/2006 ” ”

31

7 a 13/Maio//2006 2ª Semana de Maio

31 1ª a 10/Maio/2006 ”

1ª a 10/Maio/2006

31

31

” ” ” ”

Abril/2006 14 a 20/Maio/2006 3ª Semana de Maio

31

11 a 20/Maio/2006 ” 11 a 20/Maio/2006 ” ” ” ” ” ” ” ” 11 a 20/Maio/2006 ” ” ” ” ” 11 a 20/Maio/2006 ” ” 11 a 20/Maio/2006 ” ” ” ” ” ” ” 11 a 20/Maio/2006

31

31

31

31

31

Tributos

Código DARF

Período de Apuração do Fato Gerador (FG)

CPMF -Operações de lançamento a débito em conta CPMF -Operações de liquidação ou pagamento sem crédito em conta CPMF -Devida pela instituição financeira na condição de contribuinte Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) Recolhimento mensal (Carnê Leão) Ganhos de capital na alienação de bens e direitos Ganhos de capital na alienação de bens e direitos e nas liquidações e resgates de aplicações financeiras adquiridos em moeda estrangeira Ganhos líquidos em operações em bolsa 2ª quota do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Posição na Tipi Produto 87.03 Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station wagons”) e os automóveis de corrida; 87.06 Chassi com motor para os veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05; 84.29 “Bulldozers”, “angledozers”, niveladores, raspo-transportadores (“scrapers”), pás mecânicas, escavadores, carregadoras e pás carregadoras, compactadores e rolos ou cilindros compressores, autopropulsados; 84.32 Máquinas e aparelhos de uso agrícola, hortícola ou florestal, para preparação ou trabalho do solo ou para cultura; rolos para gramados (relvados), ou para campos de esporte; 84.33 Máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas, incluídas as enfardadeiras de palha ou forragem; cortadores de grama (relva) e ceifeiras; máquinas para limpar ou selecionar ovos, frutas ou outros produtos agrícolas, exceto as da posição 84.37; 87.01 Tratores (exceto os carros-tratores da posição 87.09); 87.02 Veículos automóveis para transporte de 10 pessoas ou mais, incluindo o motorista; 87.04 Veículos automóveis para transporte de mercadorias; 87.05 Veículos automóveis para usos especiais (por exemplo: auto-socorros, caminhões-guindastes, veículos de combate a incêndios, caminhões-betoneiras, veículos para varrer, veículos para espalhar, veículos-oficinas, veículos radiológicos), exceto os concebidos principalmente para transporte de pessoas ou de mercadorias; 87.11 Motocicletas (incluídos os ciclomotores) e outros ciclos equipados com motor auxiliar, mesmo com carro lateral; carros laterais. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Devido pelas microempresas (ME) e pelas empresas de pequeno porte (EPP) não optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples). IPI - Bebidas do capítulo 22 da Tipi IPI - Cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi IPI - Todos os produtos, com exceção de: bebidas do Capítulo 22, e cigarros dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 da Tipi Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Rendimentos de Capital Fundos de Investimento Imobiliário - Rendimentos e Ganhos de Capital Distribuídos Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) Outros Rendimentos Juros de Empréstimos Externos

5869 5871 5884

” ” ”

0190 4600

Abril/2006 ”

8523 6015 0211

” ” Ano-calendário de 2005

0676

11 a 20/Maio/2006

0676

1097

11 a 20/Maio/2006

1097

1097 1097

” ”

1097 1097

” ”

1097

1097

0668 1020

Abril/2006 ”

1097

5232

Abril/2006

5299

21 a 27/Maio/2006 4ª Semana de Maio

1599 2319

Janeiro a Março/2006 Abril/2006

0220 2362

Janeiro a Março/2006 Abril/2006

3373 5993 2089 5625 3317

Janeiro a Março/2006 Abril/2006 Janeiro a Março/2006 Janeiro a Março/2006 Abril/2006

9004 9017

Janeiro a Março/2006 Abril/2006

9020 9032

Janeiro a Março/2006 Abril/2006

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Janeiro a Março/2006 Abril/2006

2030 2469

Janeiro a Março/2006 Abril/2006

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Janeiro a Março/2006 Abril/2006

2372

Janeiro a Março2006

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1º a 15/Maio/2006 ” ”

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Diversos ” ” ”

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Diversos ” ” ” ”

Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) PJ obrigadas à apuração com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal PJ obrigadas à apuração com base no lucro real Demais entidades Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal PJ não obrigadas a apuração com base no lucro real Optantes pela apuração com base no lucro real Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal Lucro presumido (2ª quota) Lucro arbitrado (2ª quota) IRPJ - Renda Variável IRPJ - Finor/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (2ª quota) IRPJ - Finor/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Finam/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (2ª quota) IRPJ - Finam/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 IRPJ - Funres/Balanço Trimestral - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 (2ª quota) IRPJ - Funres/Estimativa - Opção art. 9º da Lei nº 8.167/91 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) PJ que apuram o IRPJ com base no lucro real Entidades Financeiras Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal Demais Entidades Balanço trimestral (2ª quota) Estimativa mensal PJ que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado (2ª quota) Contribuição para o PIS/Pasep Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) PIS/Pasep - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado PIS/Pasep - Retenção - Aquisição de autopeças Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Retenção de contribuições - pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) Cofins - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Cofins - Retenção - Aquisição de autopeças Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) Retenção de contribuições pagamentos de PJ a PJ de direito privado (Cofins, PIS/Pasep, CSLL) CSLL - Retenção - pagamentos de PJ a PJ de direito privado Programa de Recuperação Fiscal - Refis Refis - Parcelamento vinculado à receita bruta Refis - Parcelamento alternativo Refis - ITR/Exercícios até 1996 Refis - ITR/Exercícios a partir de 1997 Parcelamento Especial (PAES) PAES - Pessoa física PAES - Microempresa PAES - Empresa de pequeno porte PAES - Demais pessoas jurídicas PAES - ITR

AGENDA TRIBUTÁRIA – MÊS DE MAIO DE 2006 Data de apresentação: data em que se encerra o prazo legal para apresentação das principais declarações, demonstrativos e documentos exigidos pela Secretaria da Receita Federal sem a incidência de multa. Data de Apresentação

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

Data de Apresentação

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas 8 15 25

31 31

DCTF Mensal - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal DCP - Demonstrativo do Crédito Presumido do IPI DCide - Combustíveis - Declaração de Dedução de Parcela da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Incidente sobre a Importação e Comercialização de Combustíveis das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa DIPI - TIPI 33 - Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria

Declarações, Demonstrativos e Documentos

Período de Apuração

De Interesse Principal das Pessoas Jurídicas 31 Março/2006 Janeiro a Março/2006 31 31 31 Maio/2006 Ano-calendário de 2005 Março a Abril/2006

31 31

CPMF - DIC - Declaração de Informações Consolidadas da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF - Medidas Judiciais DIF Bebidas - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação das Bebidas DIF Cigarros - Declaração Especial de Informações Fiscais relativa à Tributação de Cigarros DNF - Demonstrativo de Notas Fiscais DOI - Declaração de Operações Imobiliárias

Abril/2006 Abril/2006 Abril/2006 Abril/2006 Abril/2006 Abril/2006

DOU - 27/04/2006


12

Finanças Nacional Empreendedores Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de maio de 2006

A construção planejada da Flytour incluiu um restaurante em frente a uma bela piscina

A EMPRESA VENDEU R$ 1,4 BILHÃO NO ANO PASSADO

Newton Santos/Hype

MISSÃO IMPOSSÍVEL A luta para concretizar os sonhos Empresário chegou a morar na rua, mas venceu

O

LETREIRO

O

nome Flytour deu asas a um sonho de Elói Oliveira. Nasceu assim, pomposo, porque o empresário sonhava ter uma empresa de fretamento. "Mas era impossível; então montei uma agência com nome de companhia", brinca. Agora, ele está próximo de seu sonho: no segundo semestre, a Flytour começa seus vôos fretados. (CM)

em pres ár io Elói D’Ávila de Oliveira diz que "o em preen dedor faz a ponte entre o possível e o impossível, e como resultado faz o impossível acontecer". A frase, inclusive, consta de uma apresentação que ele usa para incentivar seus colaboradores. Poderia ser pura demagogia, se fosse dita por qualquer um. Mas na boca de Oliveira, dono da Flytour – a maior emissora de passagens aéreas da América Latina – ganha outro sentido. Ele fez mesmo o impossível acontecer. O menino franzino e pobre, que morou na rua, deu a volta por cima. Só precisou de tempo: cresceu, superou as adversidades que a vida lhe impôs e se transformou em empresário

EMPREENDEDORES Oliveira faz o contrário da maior parte dos empresários brasileiros: emprega todo seu dinheiro na empresa

de sucesso. O segredo: coragem e muito trabalho. A história de Oliveira pode ser contada a partir dos seus oito anos, quando fugiu de casa. Sem ter como se sustentar, começou a trabalhar em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Fazia de tudo, engraxava sapatos, vendia pastel, guardava e lavava carros. O dinheiro servia para as despesas. Aos 12 anos, conheceu uma guia de turismo, que o achou "esperto" e o levou para conhecer a Stella Barros. A empresa era grande e tinha nome no mercado. Ele começou a trabalhar lá. "Foi aí que entrei para o

turismo", recorda-se. E não saiu mais. Do Rio veio para São Paulo, trabalhou em mais algumas agências até que, em 1974, montou a primeira empresa do grupo: a Edo. Cinco anos depois, nasceu a Flytour. "Foi o início da realização de um sonho", afirma Oliveira. Instabilidade Sempre atento ao mercado, o empresário – acostumado às dificuldades – aprendeu a lidar com o instável setor de turismo. Enfrentou as crises financeiras que o País passou com criatividade e investimentos. "Faço o contrário de muitos empresários brasileiros, aqueles que quebram a empresa, mas continuam ricos. Aqui, a empresa tem tudo e o empresário não tem nada", afirma. Em 1992, quando o Brasil estava às voltas com inflação e companhias de diversos setores tinham problemas de caixa, Oliveira seguiu sua cartilha: "Investir nos momentos de crise, pois tudo é mais barato". Foi nesse ano que ele montou a divisão de franquia da Flytour. Em 2001, ano dos atentados terroristas nos Estados Unidos

que detonaram a pior crise da aviação mundial, Oliveira se manteve fiel ao discurso. Inovou mais uma vez e passou a emitir bilhetes eletrônicos por meio da internet. A empresa foi pioneira na atividade no País. Oliveira lembra também que, um mês antes dos atentados, tinha comprado um terreno em Alphaville, em São Paulo, para ampliar a empresa. "Isso foi uma coincidência, mas como eu já tinha comprado, não podia voltar atrás; arregacei as mangas e continuei trabalhando", conta. Dois anos depois, o empresário inaugurou a nova sede da Flytour, com direito a espaços planejados e um restaurante onde os funcionários batem papo nas horas livres, em frente a uma linda piscina. Filosofia Avesso aos gurus que ditam regras às corporações e faturam milhões com venda de livros, Oliveira é quem tem a missão de incentivar seus colaboradores. E faz isso com gosto. Desdobra-se em dez para cumprir uma agenda lotada e vai a todas as unidades fazer o planejamento estratégico da empresa com os franqueados. Nas conversas, ele mostra os

três pilares da Flytour: humildade para aprender, paciência para transformar e esperança para realizar. Também prega que os colaboradores têm de brigar todo dia pelo cliente. Quando tem que recorrer a um palestrante, nunca convida gurus, gosta de chamar esportistas. "São pessoas acostumadas a desafios", diz. Tanto empenho tem resultado em números positivos e prêmios para a empresa. Em 2005, a Flytour fechou o ano com R$ 1,4 bilhão em vendas, 1.350 colaboradores e 140 unidades de negócio em todo o Brasil. A empresa também conquistou o prêmio "As melhores franquias do Brasil", da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, e foi eleita a "Franqueadora do Ano" no Brasil pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). "Para este ano, a intenção é abrir o capital da companhia", diz Oliveira. Até 2010 a meta é a abertura de 350 unidades na América Latina. O número parece audacioso, mas é só mais um desafio para o empreendedor que está habituado a fazer o impossível acontecer. Cláudia Marques

SEGREDO

E

lói Oliveira credita o sucesso da empresa às relações profissionais estabelecidas dentro da Flytour. "Por não ter estudado, eu dependo muito de meus colaboradores; me cerquei de bons funcionários e parceiros. E eles sabem disso. Na minha opinião, quanto mais a gente precisa das pessoas, mais elas confiam na gente. Acho que essa sintonia que eu tenho com meus colaboradores é a mola propulsora da Flytour", afirma o empresário. (CM)

A Flytour tem 1.350 colaboradores em 140 unidades de negócio

PEDRA

A

maior dificuldade, para Elói Oliveira, é fazer com que 100% dos seus funcionários estejam afinados com a empresa. "Nós trabalhamos com serviços, então o produto Flytour é formado pelos profissionais. E a minha maior preocupação é motivar essas pessoas para que elas trabalhem felizes e sintam que devem atender bem nosso cliente. Tem de vir de dentro", explica. Apesar dos incentivos e das constantes medidas para promover o bem-estar dos funcionários, o empresário sabe que o time pode desafinar alguma vez. "Um ou outro pode estar no lugar errado", comenta. (CM)


"O BRASIL É O PAÍS DO FAZ-DE-CONTA" A definição é do ministro Marco Aurélio Mello (foto), em discurso de posse ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Página 6 Ano 81 - Nº 22.120

São Paulo, sexta-feira a domingo, 5 a 7 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Dida Sam paio/AE

Edição concluída às 00h05

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Antonio Scorza/AFP

QUÉ PASA, HERMANITOS?

?

O presidente Lula voltou de mãos vazias da reunião com Morales, Chávez e Kirchner, ontem em Puerto Iguazu, na Argentina. A idéia era iniciar negociações sobre o novo preço do gás boliviano e o fim da intervenção na Petrobras. Para os mercados internacionais, segundo a revista The Economist, Lula está perdendo a liderança da América do Sul. Chávez e Morales foram só sorrisos. Economia/1 Lula Marques/Folha Imagem

Leonardo Rodrigues/Hype

ECF VAI TER LACRE

DCultura

O Fisco estadual decide relacrar os Emissores de Cupom Fiscal (ECFs), criados para controlar o pagamento de ICMS. A alegação é de que lojistas rompem o lacre para adulterar o software do ECF, abrindo, com isso, caminho para sonegar imposto. Economia/5 Luludi/Luz

HOJE Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 13º C.

E a Justiça ainda não chegou à Presidência Caro leitor, erramos. A edição de ontem fechou sem atentar para a troca do presidente interino, divulgada por volta de 22h. Saiu a presidente do STF e entrou o presidente do Senado, Renan Calheiros (foto). Página 3

Passeios, dia e noite, pelo Largo do Arouche, marcado pela gastronomia do Le Casserole e pela arte de Brecheret (alto). Cinema de alta voltagem: estréia Missão Impossível (à dir.). No palco, Acorda Brasil!, peça de Antônio Ermírio de Moraes, com orquestra de jovens de Heliópolis (acima). E mais: Freud em livro e exposição, agudos afinados de Angela Maria no Bar Brahma, e a Roda do Vinho, sob céus de Tiepolo.

UIP/Divulgação


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

FREUD

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

Giancarlo Ricci decifra a alma do pai da psicanálise através de seus caminhos e descaminhos por 40 cidades pelas quais passou. Começa em Freiberg, na parte tcheca do Império Austro-Húngaro, onde nasceu, e termina em Londres, onde morreu

De cidade em cidade

A

odas as Mulheres do Mundo é uma das mais bem-sucedidas produções do cinema nacional da década de 60, uma combinação de sucesso entre público e crítica, talvez até porque fugia daquela estética ‘cinemacabeça’ nascida com o Cinema Novo liderado por Glauber Rocha. O filme, dirigido por Domingos de Oliveira, especialista da crônica de costumes urbanos, será exibido no domingo, dia 7, às 19h, no canal GNT. A protagonista desta história é a exuberante e polêmica Leila Diniz. No papel de Maria Alice, ela interpreta uma jovem professora que consegue a proeza de fazer o bon-vivant Paulo (Paulo José) desistir de seduzir todas as mulheres que cruzavam seu caminho. O filme é baseado no relacionamento do diretor Domingos Oliveira e Leila Diniz que, por seu desempenho, recebeu o Prêmio Air France de melhor atriz em 1967. É um clássico que merece ser visto ou revisto.

Renato Pompeu

Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br)

Psicanálise festeja 150 anos de seu pai Eventos no mundo todo homenageiam Sigmund Freud

Emagrecer juntos Divulgação

S

ão Paulo foi a primeira cidade brasileira a ter consultórios psicanalíticos. Assim, nada mais justo que nas comemorações dos 150 anos do pai da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939), a festa também se incie por aqui. A partir deste sábado, dia 6, será aberta a exposição de sua vida e obra. A mostra foi organizada pela psicanalista Maria Ângela Gomes Moretzsohn, coordenadora da Divisão de Documentação e Pesquisa da História da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPSP), e tem coordenação de Plínio Montagna, diretor científico, e Suely Gevertz, coordenadora da Comissão de Mídia. O acervo exibido reúne centenas de livros, fotos, documentos e muitas cartas. A proposta é empreender uma longa viagem ao passado da cidade, na qual a psicanálise desembarcou em 1920. Com o título de Um modesto sábio vienense, será aberta às 10 horas do sábado, com a mesa-redonda, Freud em nosso tempo, que assim como a exposição será aberta a interessados, com entrada gratuita. A linha condutória é a história do movimento psicanalítico brasileiro e a trajetória de seu iniciador: Durval Bellergarde Marcondes, nascido em São Paulo, no dia 27 de novembro de 1899. Psiquiatra erudito, formado pela Faculdade de Medicina de São Paulo em 1924, no ano seguinte introduziu as idéias da psicanálise na atividade clínica brasileira. Em 1927, ele escreveu a Freud, comunicando a fundação da Sociedade Brasileira de Psicanálise, a primeira da América Latina.

A correspondência com Sigmund Freud nunca cessou, porque o austríaco respondia sempre a todos que lhe escreviam, tanto por civilidade quanto como parte de seu esforço de articulação internacional do movimento psicanalítico. Assim, Durval foi seu principal missivista no Brasil. O brasileiro lhe enviava freqüentemente notícias sobre o desenvolvimento da psicanálise nacional. Outro a mandar e receber cartas do pai da psicanálise foi Osório César, psiquiatra do Hospital do Juquery, com Arthur Ramos, médico e etnólogo na Bahia e com Júlio Porto Carrero, psiquiatra no Rio de Janeiro. Outros eventos devem chegar à capital paulista ao longo do ano, incluindo uma exposição itinerante de divãs, o móvel que, no século 20, tornou-se quase sinônimo de psicanálise. Neste sábado, dia 6, a mostra começa a rodar o mundo,

começando no museu Freud de Viena, na casa em que, durante anos, ele atendeu seus pacientes. Depois, seguirá para outras cidades do mundo e voltará para lá em novembro. As comemorações pelos 150 anos de Freud começam esta semana em Pequim, Cairo, Lima, Nova York, Berlim, enfim, no mundo todo. Entre as atrações, de 20 de junho a 30 de agosto há a exposição Imagens Encobertas – Uma Arqueologia do Inconsciente. Judeus e não-judeus em Berlim. 1933-1945-2006, em Berlim. Durante julho e agosto, a mostra bem-humorada de quadrinhos Piadas sobre a Psicanálise fica em cartaz no Museu Freud de Londres. Biografia - Sigmund Freud nasceu em Pribor, no território que atualmente representa a República Tcheca, em 1856, em uma família judaico-alemã. Diplomado médico, Freud foi a fundo nas pesquisas sobre o inconsciente e a psicanálise, ao mesmo tempo em que trabalhava no Hospital Geral de Viena para poder sustentar sua famíla. O psicanalista viveu em Viena até 1938, época em que já era célebre, quando a Áustria foi invadida pela Alemanha. Com a intervenção do diplomata americano William Bullitt e ajuda de Marie Bonaparte, Freud e sua família deixaram Viena rumo a Londres, residindo em Maresfield Gardens, onde fica hoje um dos principais museus dedicados à sua memória. Um modesto sábio vienense Sociedade Brasileira de Psicanálise Rua Cardoso de Melo, 1450, 9º andar, tel.: (11) 2125-3777. Vila Olímpia, aberta das 9h às 18h. Grátis.

Retrato de Mônica Filgueiras, de Flávio de Carvalho

Divulgação

A

Cubo Cube, de Nelson Felix

Desafio para a família Scoggin: emagrecer

A

mericanos gordos é o que mais se vê na terra de Bush. O tema levou o canal Discovery Home & Health a traçar um perfil da obesidade nos EUA e o resultado desse estudo pode ser visto a partir de segunda, dia 8, às 22h, no especial Desafiando o Corpo Humano: Família, em cartaz até o dia 11. O programa arregimentou quatro famílias típicas americanas e fez o desafio: emagrecer juntos. E ofereceu aos participantes, com a ajuda das médicas Pam Peeke e Lydie Hazan, informações e condições para que eles perdessem todos os quilos extras e adotassem um estilo de vida mais saudável. Uma das famílias que aceitaram o desafio, a Scoggin, sempre teve como lema o “a família que come unida, permanece unida”. Conclusão: todos ficaram obesos. Até que a avó Pat e o avô Don decidiram unir-se à sua filha Donna e ao neto Patrick em uma jornada de 12 semanas que mudou completamente a maneira como todos viam a comida.

Itamar no páreo

E

SP Arte volta este ano com mais galerias Romulo Fialdini/Divulgação

Regina Ricca

T

Psicanalista só teve coragem de ir a Roma depois da morte do pai uma escritura estratificada, composta de múltiplas línguas e dialetos. De onde venho? De que acontecimento? De que ponto sideral, local ou cena comecei a me perguntar de onde poderia eu ter vindo?" Indagações tipicamente psicanalíticas e existenciais, mostrando a sucessão de cidades como um caminho de cura a partir do mal-estar inicial de ter nascido e de ter sido criado num mundo que, se queira ou não, tem sempre seus lados cruéis. Quanto às viagens da juventude, em Manchester, Trieste, Paris e Berlim, entre outras cidades, o próprio Freud anotou no fim da vida: "Há tempos sabia com clareza que grande parte do meu prazer de viajar consistia na satisfação de desejos juvenis, isto é, radicava-se na minha insatisfação em relação à casa e à família". São outros tantos passos, não só no mundo real, como também no mundo interno de Freud. A fase seguinte, o "labirinto do Mediterrâneo", tem uma significação marcantemente edipiana. Durante muitos anos Freud quis conhecer Roma, mas sempre evitava visitar a chamada Cidade Eterna, sobre a qual lia exaustivamente, via centenas de ilustrações e reproduções de prédios e obras de arte, estudava com minúcia os mapas das ruas romanas. Mas só teve coragem de visitar a capital italiana após a morte do pai, em 1896. Afinal, ele escreveu sobre Roma que essa cidade era "símbolo e pretexto de vários outros desejos ardentemente acalentados". Depois veio a viagem triunfal aos EUA, cuja sociedade e paisagem humana Freud descreveu como o mais colossal experimento da história humana, no entanto – segundo ele – destinado ao fracasso. A vida, afinal, para a psicanálise, é um fracasso contínuo, em que o ser humano usa a cultura para sublimar seus impulsos destrutivos, mas que acaba na destruição pela morte. Enfim, Freud retorna vitorioso à Europa e plasma um novo Velho Continente a partir da vitória da psicanálise – até que tem de ir a Londres para morrer em paz, sem ficar refém dos nazistas, como judeu que era. Viagens que ecoam até hoje, num livro que, ao final se revela como algo mais do que psicanalítico e se consagra como obra poética.

Leila Diniz, obesidade e Itamar Franco Clássico de volta

Fotos: SBPSP/Divulgação

ssim como cada psicanalista tem o seu próprio método, também existem tantas interpretações da vida e obra do fundador da psicanálise, o austríaco Sigmund Freud, cujos 150 anos de nascimento se comemoram amanhã, quantos são os seus intérpretes e estudiosos. O psicanalista italiano Giancarlo Ricci decidiu decifrar a esfinge de Freud através dos caminhos e descaminhos do mestre por quarenta das dezenas de cidades por onde ele passou – apesar de Freud ter sintomaticamente passado por décadas em que sofreu fobia de viajar. O resultado foi o livro As Cidades de Freud, lançado no Brasil por Jorge Zahar Editor. Através da visão de cada cidade em que Freud esteve, Ricci nos apresenta um retrato de sua evolução como ser humano e como pensador, num percurso que começou em Freiberg, na parte tcheca do Império Austro-Húngaro, onde nasceu, e terminou em Londres, onde morreu, exilado do nazismo triunfante na Áustria. Ricci partiu de diários de Freud sobre suas viagens e de referências em suas obras técnicas sobre as cidades que visitou. A viagem, afinal, é um tema intensamente psicanalítico, em cujo processo se viaja incessantemente entre o consciente e o inconsciente; assim como a cidade muda, mas o viajante é sempre o mesmo, também a consciência muda constantemente, mas o inconsciente, uma vez formado, pouco sofre alterações. As viagens fundamentais de Freud foram à França, onde penetrou nos mistérios da psique ao estudar e praticar medicina sob a orientação do mais eminente psiquiatra da época, Charcot, e aos Estados Unidos, onde lançou com êxito extraordinário a psicanálise, que até então ficara isolada em pequenos nichos na Europa. Mas Ricci divide as viagens do pai da psicanálise em seus capítulos: a infância ("evocativa"), a juventude ("rapsódica"), a passagem pelo Mediterrâneo, na Itália e na Grécia ("labiríntica"); as viagens do movimento psicanalítico, em dois capítulos (numa "conquista", nos Estados Unidos, e numa sedimentação, na volta à Europa); e a final, de consolidação da psicanálise (concebida, segundo Ricci, como uma cidade sem portões e sem limites), e da morte em Londres. Diz o autor: "As primeiras cidades da vida de Freud – Freiberg, Breslávia (assim está no livro, a forma mais comum é Breslau), Leipzig e Viena – são revisitadas retroativamente, exploradas como se se lesse um palimpsesto,

TELEVISÃO

SP Arte Feira Internacional de Arte Moderna de São Paulo cresceu. E quem ganha com isso é o público. Há um número maior de galerias (50 no total) com galeristas e artistas nacionais e estrangeiros. Assim como as grandes feiras, a programação deste ano da SP Arte terá mostras, visitas a coleções locais e debates com a presença de Leda Catunda, Agnaldo Farias e Waltercio Caldas, entre outros. A diretora da feira, Fernanda Feitosa, preparou um atrativo para as galerias. Convidou curadores e colecionadores estrangeiros. Entre as galerias do exterior estão três européias (de Portugal, Espanha e Alemanha) e três sul-americanas Uruguai, Chile e Argentina). Segundo estimativas, A SP Arte do ano passado vendeu algo em torno de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,2 milhões), valor considerado pela diretora da feira como bem abaixo do esperado. Em 2006, o evento acontece duas semanas antes da similar argentina, a ArteBa. Pavilhão da Bienal. Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, parque Ibirapuera, portão 3, tel: (11) 3032-7576. Sexta, das 14h às 22h. Sábado e domingo, das 12h às 22h. Ingresso: R$ 18. Mais informações em www.sp-arte.com

já que estamos cada vez mais entrando no clima eleitoral, vale conferir na segunda, dia 8, o que o expresidente Itamar Franco, que se anunciou pré-candidato à Presidência pelo PMDB, tem a dizer sobre a atual conjuntura política no centro do Roda Viva, da TV Cultura, num programa ao vivo que vai ao ar às 22h30. O polêmico ex-presidente – que entre os feitos administrativos relançou o Fusca e foi o responsável pela estabilidade econômica após o lançamento do Plano Real e enquanto governador de Minas decretou a moratória do Estado – deve aproveitar a deixa e cutucar seu oponente na disputa pela vaga de candidato do PMDB à Presidência, o ex-governador Anthony Garotinho, que preferiu fazer greve de fome a responder as denúncias de patrocinadores suspeitos de sua pré-campanha eleitoral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

LAZER - 3 UIP/Divulgação

AROUCHE DIA E NOITE

Flores e romantismo no largo que nunca dorme

Fotos: Newton Santos/Hype

O agente Ethan Hunt e sua noiva Julia : amor e tiros

CINEMA Tom Cruise de volta. Com muita adrenalina e um pé de coelho Lúcia Helena de Camargo

Flores para a namorada, da banca de Salgado Filho (esq.) e as fachadas da Corpus 1 e cine Arouche

O

E

Mercado de Flores hoje permanece aberto 24 horas de quarta a domingo. Inaugurado em 1953, quando o prefeito Armando de Arruda Pereira remanejou os floristas da Praça da República, até o ano passado não fechava as portas em dia nenhum da semana, mas os clientes já não estavam buscando buquês e arranjos na madrugada de segunda e terça. João Fernando Salgado Filho, proprietário da banca República Flores, gosta de apreciar o movimento e conhecer seus clientes, enquanto vende rosas, dálias e margaridas. As bancas de flores acabam recebendo e encaminhando clientes para os hotéis, bares, lojas e restaurantes da área. A simbiose é mais acentuada com o Le Casserole, local de jantares elegantes, não raro sede de comemorações. "Já presenciei casais se formarem aqui, depois de um jantar romântico, e também vendo muitos arranjos para pedidos de casamento acontecerem ali do outro lado da rua", conta. "O homem chega, descreve a mulher e seu gosto e eu procuro a flor que possa agradar mais", relata ele, mostrando que também tem ali o seu "menu confiança" de cores e aromas dispostos de maneira a ajudar na conquista. Ele prova na prática que realmente conhece o assunto. Fernando Souza, um rapaz algo tímido, entra na loja e diz querer um arranjo para presentear Ana Maria, sua namorada há quatro meses. "É namoro recente e quero enviar umas flores para o trabalho dela", informa. "Ela é uma moça sincera e honesta, além de muito bonita... ela ter me aceitado foi como ganhar na megassena", revela o apaixonado. O dono da floricultura então sugere um arranjo de rosas vermelhas com dálias, que além de traduzir a paixão de maneira delicada, não é exagerado e pode ser enviado para o trabalho da mulher, em um prédio de escritórios da região. O moço inclui

no pacote um CD do filme Grease, Nos Tempos da Brilhantina, escreve o cartão com diversas declarações de amor e deixa a loja, satisfeito. Volta segundos depois apenas para se certificar de que sua encomenda será entregue no horário combinado. Salgado Filho lamenta o fechamento do restaurante Carlino na região, comemora a reabertura do Bar Brahma e a anunciada instalação de uma sede do Sesc e um hotel Formule 1. Muitos de seus clientes são hóspedes dos dois hotéis em volta, o San Raphael e o San Michel Hotel, ambos com diárias para casal em torno de R$ 100, dependendo do apartamento. Também ali, um imponente edifício abriga a Academia Paulista de Letras (APL), cujo presidente atual

Já presenciei casais se formarem aqui, depois de um jantar romântico João Salgado Filho, dono de banca no Mercado de Flores do Arouche é o jurista Ives Gandra Martins. A pedra fundamental do prédio foi lançada em 25 de janeiro de 1948. A primeira sessão plenária aconteceu em 24 de abril de 1952. Com 40 acadêmicos no total, as reuniões ocorrem toda quinta-feira, às 17h. O poeta Paulo Bonfim, decano da Academia empossado em 1967, ocupa a cadeira número 35. Ele comparece toda semana à sessão e geralmente transporta-se até o local de metrô. Depois da reunião, vez ou outra janta no Le Casserole ou no restaurante do Hotel San Raphael, ambos no Largo do Arouche. "Saímos para jantar quando não matamos toda a fome com o lanche servido na Academia", revela. "Mas isso não ocorre com freqüência, porque geralmente é muito bem servido, e enquanto discutimos, conversamos e

Academia Paulista de Letras: reuniões às quintas

trocamos idéias, também comemos bastante." Conhecedor de todas as histórias, passagens personalidades da História Paulistana, Bonfim lembra que não longe dali, na avenida Duque de Caxias, morava a patrona das artes Dona Olívia Guedes Penteado, em cuja casa reuniam-se nos anos de 1920 intelectuais e artistas como Mário e Oswald de Andrade, pessoas com quem Bonfim, hoje com 79 anos, conviveu na infância. "No passado um aglomerado de chácaras, a região é uma das mais agradáveis da cidade, por possuir bom número de árvores." Eleito em 1981 Intelectual do Ano pela União Brasileira de Escritores, o livro de estréia de Bonfim, Antônio Triste, publicado em 1947, teve prefácio de Guilherme de Almeida e ilustrações de Tarsila do Amaral. Almeida chamou o estreante de "O novo poeta mais profundamente significativo da nova cidade de São Paulo". Do outro lado da praça, outro restaurante ainda mais antigo: O Gato Que Ri, italiano que serve macarronadas e polpetas no mesmo endereço desde 1951. E do outro lado, na curva que acaba na avenida Duque de Caxias, no local em que funcionou até a década de 1990 uma loja de instrumentos musicais, há a equipada e dinâmica academia de ginástica Corpus 1, que oferece aulas de aero jump, body balance e axé, entre outras. Ao lado, o Cine Arouche, que já foi ponto de encontro de jovens paulistanos na década de 1960 que lá iam para assistir Humphrey Bogart ser machão e Ingrid Bergman ser vulnerável e indecisa, hoje exibe filmes eróticos gays, em sessões corridas, com ingresso a R$ 7. O público dos filmes convive sem problemas com gente que leva seus cachorros para passear na praça, crianças que brincam no pequeno playground, fregueses da padaria. É o charme da pluralidade no centro de São Paulo.

No passado um aglomerado de chácaras, a região é uma das mais agradáveis da cidade, por possuir bom número de árvores Paulo Bonfim, poeta e membro da APL

xplosões, alucinadas perseguições de carro, tiros, muitos tiros, engenhocas mirabolantes e um pé de coelho. Com raras concessões a cenas românticas e familiares, assim é Missão: Impossível 3, filme que estréia no Brasil, assim como no mundo todo, nesta sexta-feira, dia 5. Agora sob a direção de J.J. Abrams (criador da cultuada série Lost), Tom Cruise retorna ao papel do agente Ethan Hunt, funcionário da Impossible Mission Force (IMF). Ele é chamado de volta à ativa para resgatar sua ex-pupila Lyndsey (Keri Russell, protagonista do seriado adolescente Felicity). Para banir de vez a imagem da estudante caxias e chorosa, ela investe-se de olhos fumegantes e empunha armas com ferocidade. "É adrenalina: você vai sentir a força", avisa Hunt ao aplicar nela uma injeção para tirá-la da letargia. O mote serve para convidar o espectador à ação que a partir dali começa a todo vapor, e inclui uma surreal perseguição de helicópteros em meio a torres de energia eólica.

A equipe de apoio conta com o parceiro Luther Stickell (Ving Rhames, o único além de Cruise a participar dos três filmes da série), John Musgrave (Billy Crudup, de Peixe Grande), Zhen (Maggie Q, de A Hora do Rush 2), Declan (Jonathan Rhys-Meyers, de Ponto Final - Match Point) e Benji Dunn (Simon Pegg, de Todo Mundo Quase Morto). Laurence Fishburne (o Morpheus da trilogia Matrix) é o chefe John Brassel. Todos são envolvidos na missão seguinte, mais dolorosa para Hunt, já que quem corre risco é sua noiva Julia (Michelle Monaghan, de Acontece Nas Melhores Famílias). Os vilões são vários. Muitos acabam mortos, obviamente, porque as missões impossíveis incluem eliminar vários. O mais interessante deles, que aqui não convém contar se sobrevive ou não até o final dos 126 minutos da projeção, é Owen Davian, terrorista, vendedor de mercadorias proibidas, mau até o cerne, como deve ser. Philip Seymour Hoffman prova mais uma vez sua versatilidade ao atacar com voz de trovão e olhar im-

piedoso, bem diferente do Truman afetado e irônico com o qual ganhou o Oscar em Capote. Mais de US$ 150 milhões foram gastos na produção. Grande parte com o elenco estelar e nas seqüências rodadas em Xangai. O roteiro é bem armado. Convence e até surpreende. O que não é pouco. Como a maleta de Ronin (1998, com Robert De Niro), cujo conteúdo jamais fica-se conhecendo, perpassa a história de Missão: Impossível 3 um tal "pé de coelho", que pode ser mil coisas diferentes. Por tal objeto se corre, se mata e morre. Mas a verdade sobre seu teor e poder escorrega por diálogos evasivos. "Te conto se aceitar a nova missão", diz o chefe ao agente. E a revelação acaba postergada para uma provável Missão: Impossível 4.

A

TRUFFAUT

Hoje, sexta, dia 5 17h15 Um Só Pecado 19h25 O Quarto Verde 21h15 Os Incompreendidos 23h10 O Último Metrô Sábado (6) 15h A Noiva Estava de Preto 17h05 De Repente num Domingo 19h10 Atirem no Pianista 21h O Amor aos Vinte Anos Episódio Antoine e Colette Domingo (7) 14h50 A Mulher do Lado 16h55 Os Incompreendidos 18h50 A História de Adèle H. 20h45 As Duas Inglesas e o Amor Quarta, dia 10 Não haverá programação Quinta (11) 17h10 Beijos Proibidos 18h55 O Amor em Fuga 20h45 O Último Metrô Cinemateca - Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel.: (11) 5084-2318.

retrospectiva François Truffaut (1932-1984), em cartaz até dia 15 na Cinemateca, reúne o melhor da produção do cineasta em três décadas. Do singelo Beijos Proibidos ao denso O Último Metrô ou ao analítico De Repente num Domingo, é uma ótima oportunidade para apreciadores reverem os filmes e para quem deseja conhecer o genial cineasta, que conseguia ser engraçado e romântico ao mesmo tempo. Entre as preciosidades da mostra está o curta Os Pivetes (Les Mistons, de 1957), que embora bem recebido pela crítica na época de seu lançamento, é pouco conhecido no Brasil. Esse foi o primeiro filme de Truffaut antes de aventurar-se em longa-metragens. Sempre bom de ver também é Os Incompreendidos (Les Quatre Cents Coups, de 1959), quase que totalmente autobiográfico, sobre sua rebelde e infeliz infância, que acabaria vencendo o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes e seria uma das centelhas do movimento Nouvelle Vague.

Foram incluídos ainda na retrospectiva aqueles filmes de Truffaut que funcionam como homenagens às mulheres. Há Jeanne Moreau em Jules e Jim – Uma Mulher para Dois (Jules et Jim, 1962), ela também em A Noiva Estava de Preto (La Mariée Était en Noir, 1967); Catherine Deneuve em A Sereia do Mississipi (La Sirène du Mississipi, 1969); Isabelle Adjani no papel da insana moça em A História de Adèle H (L’Histoire d’Adèle H, 1975); Fanny Ardant em A Mulher do Lado (La Femme d’à Côté, 1981, para citar apenas as principais musas. (LHC) Confira a programação até a próxima semana:

Missão: Impossível 3 (Mission: Impossible M:i:III, 126 minutos, EUA, 2006). Direção de J.J. Abrams. Com Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Laurence Fishburne. UIP.

Veja programação de cinema em www.dcomercio.com.br


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4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

Rita Alves VISUAIS

Andre Velozo/Divulgação

ADEGA

Das cartas Sérgio de Paula Santos

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DESENHANDO DUMONT Exposição exibe o pioneiro do designer Em 1901, Santos Dumont ganha o Prêmio Deustsch ao conseguir realizar o encontro harmonioso entre a torre Eifell e o dirigível nº 6

A elegância da torre, a esbeltez do dirigível

O primeiro vôo do 14 bis faz 100 anos em 2006. É a obra mais famosa de aviador brasileiro

U

ma viagem no tempo. Assim é a mostra Santos=Dumont Designer, aberta essa semana no Museu da Casa Brasileira. Com concepção e montagem do artista plástico Guto Lacaz, a exposição mostra de forma dinâmica e divertida que Alberto Santos Dumont foi um designer completo. "A beleza do design de Santos Dumont é o resultado da relação entre economia de meios, leveza de execução e clareza de objetivos. Em suma de simplicidade", diz Lacaz. A ausência de painéis explicativos, comuns em exposições, reforça a idéia de aprendizado dinâmico. A admiração do artista plástico pelo inventor nasceu há 15 anos quando conheceu a obra de Santos Dumont. A idéia da exposição começou a amadurecer em 1998 por meio de várias conversas entre Guto Lacaz e Adélia Borges, diretora do Museu da Casa Brasileira que, com a mostra pretende desvelar por baixo de um manto de desconhecimento e superficialidade, a figura de um grande designer. "O conhecimento de mecânica, de tecnologia e de materiais habilitava Santos Dumont a materializar soluções para diferentes necessidades em objetos ou mecanismos perfeitamente funcionais. Um raro senso de elegância, por sua vez, permitia-lhe ir além da praticidade para se distinguir também pelo apuro das

formas. Somadas essas habilidades tornam Santos Dumont um designer na mais completa acepção da palavra", completa a diretora. Alberto Santos Dumont nasceu em 20 de julho de 1873 em Cabangu, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Aos seis anos uma fazenda de café comprada pelo pai passou a ser seu novo endereço. Era lá que ocupava seu tempo lendo livros de Julio Verne. Sem falar nas máquinas de beneficiar o café, que ele desmontava e reconstruía obsessivamente, dando sinais de seu fascínio pelos equipamentos. Sua criatividade também tinha espaço na vida pessoal. Em 1918, em Petrópolis, construiu uma surpreendente casa em um terreno acidentado e íngreme que ficava na costa de um morro. O lugar tinha tudo para não atrair a compra, mas o inventor gostou do local e decidiu comprá-lo para construir ali sua "Casa Encantada". Além de explorar sua verve de designer onde morava, Santos Dumont também a manifestava de outras maneiras. Na mostra, é possível encontrar um manequim com as peculiaridades de seus trajes, como o colarinho de suas camisas mais elevado que os tradicionais feito para disfarçar sua baixa estatura. Modelos em escala dos aviões 14 bis e Demoiselle podem ser vistos voando dentro de dois túneis de vento dispostos nas salas do evento. A parte externa do Museu, com um jardim de 6.660 m2, abriga uma recriação do ambiente do Campo de Bagatelle, em Paris, com a demonstração animada de vôos do 14 bis. O público que visitar a mostra vai conhecer a maquete do feito que deu

a Santos Dumont a oportunidade de ganhar o prestigioso Prêmio Deustsch de 50 mil francos. Com o dirigível nº 6, o brasileiro conseguiu, em 1901, contornar a torre Eiffel e faturar o prêmio que depois foi dado para parienses em dificuldades financeiras e membros de sua equipe de trabalho. Para nomear a exposição, Guto Lacaz usou o nome do aviador da mesma maneira com que ele fazia sua assinatura: usando um sinal de igual entre o sobrenome brasileiro (Santos, Materno) e francês (do pai, Henrique Dumont, filho de franceses). Esse detalhe servia para explicitar que ambas as procedências tinham para ele igual peso. Além de Lacaz, uma extensa equipe composta de marqueteiros, animadores, iluminadores e figurinistas fazem parte da produção. O público tem até o dia 2 de julho para conhecer os trabalhos do inventor-designer Santos Dumont. Que os bons ventos o levem até o Museu. Santos=Dumont Designer Museu da Casa Brasileira - Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705, Pinheiros, tel. (11) 3032-3727. Terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: R$ 4 (grátis no domingo). Estacionamento no local (terça a sábado: R$ 6; domingo R$ 10).

e o cardápio, o menu, a ementa é o cartão de visita de um restaurante, a carta de vinho é o seu referencial de qualidade. Excluam-se naturalmente os fast-food, os vegetarianos, os vega e demais perversões da alimentação. O detalhe da carta de vinho ocorrenos a propósito de uma visita a restaurantes de Buenos Aires e Mendoza, neste mês. Para a revista En Vero, abril 2005, os restaurantes (e suas cartas de vinhos) que têm se destacado entre as centenas de casas de pasto da capital portenha, seriam: Oviedo - para peixes e frutos do mar La Brigada - para muitos a melhor carne do País Tomo Uno - central, junto ao obelisco Sucre - Cozinha contemporânea, em um projeto arquitetônico revolucionário notável. Nós acrescentaríamos o Ca ba ñ a Las Lilas, num ambiente agradável, junto ao rio, do grupo brasileiro Rubayat e Figueira, com know-how brasileiro e carne argentina. De um modo bem resumido pode-se dizer que o vinho chegou à Argentina pelas três correntes colonizadoras, pelo norte, pelo oeste e pelo leste. A pioneira, diretamente da Europa, pelo Rio da Prata, quando da fundação inicial do Puerto de Nuestra Señora Santa Maria del Buen Aire, depois Buenos Aires, em 1536. O povoado foi abandonado em 1541 e refundado em 1580. Pelo norte a vide chegou, como prolongamento da conquista do Peru. Pelo oeste, por Santiago del Estero, a mais antiga povoação das atualmente existentes em território argentino, na segunda metade do século XVI. Voltando às cartas de vinho, a mais impressionante que encontramos no País foi a do 1884 Restaurante, Francis Mallmann, junto a Bodega Escorihuela, Belgrano 1188, Godoy Cruz, Mendonza. A carta é na realidade um livro de 70

Mostra Santos=Dumont Designer

páginas, com uma relação de 380 vinhos, a grande maioria mendoncinos. A originalidade da apresentação é que os vinhos são apresentados, brancos, tintos e espumantes, pela variedade das uvas, excetuando-se aqueles que são cortados, ou seja, de mais de uma variedade, na carta denominados de vinos genericos. Dos brancos aparecem vinhos de Chardonnay (40), Sauvignon Blanc, Pinotgris, Gewurtztraminer, Torrontés, Semillón, Verdelho, Viognier e Tocai. Entre os tintos estão os Malbec (90 vinhos). Cabernet-Sauvignon, Cabernet-Franc, Merlot, Sirah, Tempranillo, Petit Verdot, Pinot Noir, Sangiovese, Bonarda e Marselan. O mais curioso, entretanto, é que, da maioria dos vinhos locais, mendoncino, constem a Bodega produtora, o vinhedo, a época da colheita (o mês), o estágio em madeira e o tipo da mesma e o enólogo que o produziu. Em alguns casos, há mesmo a quantidade prod u z i d a . No c a s o dos vinhos cortados, ditos genéricos, consta a porcentagem de cada variedade que os compõe. Quanto aos preços, os vinhos nacionais argentinos variam de 25 a 540 pesos, 8 a 180 dólares. O grande vinho do país, Cheval de los Andes, 2002, da Terrazas e Ch. Cheval Blanc, custa 455 pesos, cerca de 150 dólares, e vale. Nesse aspecto, no detalhamento exaustivo de cada vinho, a carta de vinho de 1184, Francis Mallmann, é a mais completa que conhecemos. Com tanto esforço e detalhe de apresentação individual, sabemos todos que não é raro o cliente seguir a "escolha" do garçom que o serve... Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

Sob céus de Tiepolo

Milton Mansilha

José Guilherme Ferreira

U Música ao vivo tem companhia especial de caricaturistas às tercas e ...

... nos outros dias, a diversão continua com boa comida e animação.

HAPPY HOUR

Casarão da alegria Tem até correio-elegante. Mas a dança do ventre... Armando Serra Negra

D

epois do sucesso na Mooca, desde os anos de 1980 – em diagonal ao Elídio (DC 03/02/06) – e da segunda casa nas Perdizes, o Autêntico chega à zona oeste. Casarão, dois andares, teto retrátil nas noites enluaradas, capacidade para 200 pessoas, emoldura-se em jane-

las e grades verdes, recheado de plantas e bambu mossô. No mezanino o ambiente é mais tranqüilo, pode-se assistir aos shows, jogos de futebol, corridas de automóvel, olimpíadas, a Copa que vem aí, na horizontal, escapando do gargarejo abaixo. Serviço gentilíssimo: buffet de acepipes (R$ 4,40 / cem grs.), caprichado canapé de

bife tartar (R$ 19,00), chope Brahma (R$ 3,40), caipiroska (R$ 8,50), Clube do Uísque – oito anos, R$ 105; doze anos, R$ 175. Marketing diferenciado para atrair clientes, música ao vivo é acompanhada às terças-feiras por caricaturistas que animam com seus desenhos; às quartas anões sugerem paquera, no papel de

correios-elegantes; na quinta o ventre de quatro belas dançarinas hipnotizam a rapaziada. É o que vale uma graninha nas lindas cinturinhas bailantes, como reza a tradição: maktub! Autêntico - Rua Bandeira Paulista, 405, Itaim Bibi, tel.: (11) 3168-3287.

ma vela acesa sobre cada barrica. E está iluminada a adega subterrânea da Residenz, o palácio barroco mais suntuoso de Würzburg, antiga capital da Francônia, na Bavária. Construída no século XVIII para servir de moradia aos príncipes-bispos, a Residenz acolherá, dias 26 e 27 deste mês, um já tradicional festival de música barroca. É certo que haverá espaço para outras tantas notas em degustações. Os melhores vinhos (muito secos) da Francônia estão ali. E ainda hoje uma vinícola funciona no palácio, processando uvas da vizinhança. Gerald Asher, em The Pleasure of Wine (Chronicle Books, 2002), descreve a terrine de trutas defumadas e o Würzburger Stein

Sylvaner 91 que provou numa das edições do festival, sem deixar de lado o apelo das esquinas, como os cremosos aspargos da temporada e o autêntico gingerbread. Toda essa festa se dará sob afrescos de Giambattista Tiepolo (1696-1770), o pintor veneziano que deixou uma imensidão de céus "iluminados" nos tetos do palácio. Würzburg é feita de igrejas rococós, muralhas medievais, caves seculares (Julius Spital), além dos onipresentes vinhedos, nas encostas do rio Main e meandros. O vinho clássico da região é produzido com uvas Silvaner e engarrafado nas bojudas Bocksbeutel. Mas enquanto a Silvaner está em 20,5% dos vinhedos, a Müller-Thurgau já ocupa 43,3%. Dizem que Goethe, fã do clássico, torceria o nariz.

http://www.germanwine.de/english/d_reg/r_frank.htm http://www.wuerzburg.de/ http://www.world66.com/europe/germany/bavaria/wurzburg


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Joel Silva/Folha Imagem

América Latina tem os melhores resultados

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

Geral

O fim do trabalho infantil está a nosso alcance. Diretor-geral da OIT, Juan Somavia

O

número de crianças trabalhadoras no mundo vem caindo. Entre 2000 e 2004, foram 28 milhões de crianças a menos no mercado de trabalho. A queda mais expressiva aconteceu na América Latina, mas até mesmo a região mais pobre, a África Subsaariana, teve pequena redução. Apenas na Ásia a situação não mudou. O diretor-geral da OIT, Juan Somavia, acredita que será possível eliminar as piores formas de trabalho infantil - trabalhos considerados degradantes ou perigosos, como em pedreiras ou olarias - até 2016, uma das metas colocadas aos países que assinaram o acordo contra o trabalho infantil. "Apesar de ser um desafio de enormes proporções, estamos no caminho correto". A avaliação da OIT é de que a queda não foi maior por falta de vontade política dos países e de esforços maiores para integrar a erradicação do trabalho infantil a projetos de desenvolvimento. "Se não há vontade política, não há vontade de implementar políticas e encontrar recursos para ações", disse Eduardo Araújo, diretor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil da OIT para a América Latina. (AE)

Trabalhadora da indústria calçadista de Franca e os três filhos, de menos de 13 anos, costuram sapatos por dez horas todos os dias. As crianças reclamam de dores

PAÍS REDUZIU TRABALHO INFANTIL, DIZ OIT De 1992 a 2004, o número de crianças trabalhadoras entre 10 e 17 anos caiu 36%. Na faixa de cinco a nove anos, queda foi de 60%.

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Brasil conseguiu Programa de Erradicação do manter taxas na- Trabalho Infantil (Peti) com o cionais constantes Bolsa Família. "Precisamos de redução do tra- melhorar a gestão e garantir o balho infantil desde o início cumprimento das contraparda década de 90. Relatório tidas, que no caso do Peti, mundial da Organização In- além da escola, são o turno ext e r n a c i o n a l d o Tr a b a l h o tra de atividades que a crian(OIT) divulgado ontem mos- ça tem que freqüentar", afirtra que o número de crianças mou o secretário. "Com a intetrabalhadoras entre 10 e 17 gração vai ser possível ainda anos caiu 36% entre 1992 e ampliar o número de crianças 2004 no País. Na faixa etária no programa, coisa que não de cinco a nove anos, a queda conseguíamos mais", argumentou Russo. atingiu a cifra de 60%. O Peti, uma das primeiras Os números gerais registrados pela OIT no País, no en- iniciativas do mundo que tanto, escondem um proble- aliou a transferência de renda ma que o Brasil ainda tem que com a tentativa de tirar crianenfrentar: a metade dos Esta- ças do trabalho, mereceu elogios no relatório da dos brasileiros não OIT. "O Peti é visto conseguiu manter pela OIT como funredução constante damental, mas a nos índices de tratransferência de balho infantil nos renda tem que esúltimos 14 anos. E, Políticas sociais em alguns casos, que mantenham tar vinculada a um incremento no inhouve aumento do vestimento em emprego de mão de as crianças na obra infantil ao lon- escola e melhoria educação", disse go do último ano. dos rendimentos Pedro Américo, coordenador do ProA análise dos da- têm impacto na grama Internaciodos das Pesquisas redução do nal para ErradicaNacionais por ção do Trabalho InAmostra de Domi- trabalho infantil cílio (Pnad) de 1992 Relatório da OIT fantil (Ipec, na sigla em inglês) da OIT. a 2004, feita pela Educação - O reOIT, mostra que em alguns Estados aumento o nú- latório da OIT mostra que a mero de crianças entre 10 e 17 educação é dos fatores de anos trabalhando. É o caso do maior impacto na redução do Mato Grosso do Sul, que teve trabalho infantil. Cruzamenacréscimo em 2002, caiu em tos de dados do Brasil mos2003 e voltou a subir em 2004. tram que, entre as crianças que O mesmo aconteceu em Santa estudam, a proporção das que Catarina. No Acre, os índices trabalham é menos da metade subiram consideravelmente do que entre aquelas que estão em 2002, caíram um pouco em fora da escola. "Políticas so2003 e voltaram a crescer em ciais que visem à manutenção 2004. O mesmo aconteceu em das crianças na escola e seu sucesso escolar, conjugado com a outros 10 Estados. "Se não houvesse essas os- melhoria dos rendimentos facilações regionais a queda miliares, têm um alto impacto nos índices poderia ter sido na redução do trabalho infanainda bem maior", explicou til", diz o relatório na parte esOsvaldo Russo, secretário na- pecífica sobre o Brasil. O evento de divulgação do cional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvi- relatório da OIT aconteceu ontem no Palácio do Planalto e temento Social. Integração - A aposta do go- ve a presença do presidente da verno para manter uma que- República em exercício Renan da constante é a integração do Calheiros. (AE)


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sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

1 Podem chantagear. Evo Morales, sobre decisão da Petrobrás de não investir mais no país.

ESTATAL BOLIVIANA YPFB NEGOCIARÁ DIRETAMENTE COM A PETROBRAS E A ESPANHOLA REPSOL-YPF

GÁS: NOVOS CONTRATOS NA PRÓXIMA SEMANA Antonio Scorza/AFP

N

ão foi desta vez que o presidente Luiz Inácio Lula d a S i l v a c o n s eguiu trazer novidades a respeito das negociações sobre o preço do petróleo e gás bolivianos depois da nacionalização. Segundo uma fonte governamental da Bolívia, a petrolífera estatal do país, a YPFB, começará na próxima semana a negociação de novos contratos com as empresas estrangeiras que operam no território. A YPFB já manteve "contato preliminar" com todas as petrolíferas presentes no país e recebeu por parte da Petrobras e da espanhola Repsol-YPF comunicados oficiais de que continuarão operando na Bolívia e desejam abrir um diálogo sobre as novas condições criadas com o decreto de nacionalização do setor, acrescentou a fonte. O governo do presidente boliviano Evo Morales decretou na segunda-feira a nacionalização dos ativos de gás e petróleo do país e disse que as empresas que não aceitassem de imediato as novas regras teriam que abandonar a Bolívia. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, entretanto, confirmou ontem que a "discussão

racional sobre preços de gás que atendam aos interesses de todos" foi um dos temas da reunião de emergência entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus colegas da Bolívia, Venezuela e Argentina. Os quatro presidentes sulamericanos definiram que a negociação por gás da Bolívia será feita bilateralmente, informou um documento conjunto divulgado após a reunião da cúpula de ontem. No documento, Lula, Néstor Kircher, da Argentina, Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, acertaram que o abastecimento do gás é fundamental para a região. Mãozinha – Enquanto isso, ministros venezuelanos confirmaram ontem que o país ajudará a Bolívia no processo de nacionalização do setor de energia. A proposta oferecida inclui enviar técnicos venezuelanos para auditar reservas e ativos de companhias, informou o ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramirez. "A Bolívia nos pediu um auxílio na indústria de hidrocarbonetos e nós o faremos com prazer", complementou o ministro do Comércio Exterior, Alí Rodríguez. (Reuters)

A partir da esquerda, Kirchner, Morales, Lula e Chávez após a reunião dos quatro líderes sul-americanos: negociações serão bilaterais Enrique Marcarian/Reuters

The Economist diz que Hugo Chávez derrotou Lula

A

Apesar dos sorrisos, o clima foi de tensão

O

encontro de ontem em Puerto Iguazú, na Argentina, entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Bolívia, Evo Morales, da Venezuela, Hugo Chávez, e da Argentina, Néstor Kirchner, foi marcado por um clima tenso. Apesar de os presidentes Chávez e Kirchner terem mencionado que a reunião foi das melhores de que já participaram, o que se via nos salões do Iguazú Grand Hotel era um clima tenso entre os corpos diplomáticos dos países envolvidos na negociação, provavelmente ainda contaminados pela forma beligerante com que Morales anunciou a nacionalização das reservas de gás e petróleo da Bolívia, na última segundafeira, com a invasão da refinaria da brasileira Petrobras naquele país pelo exército. Assessores dos diversos governos também mostravam apreensão com mais de três horas e meia de reunião dos presidentes, sem a presença de nenhuma outra testemunha, o que deixava as equipes sem detalhes das negociações. Até mesmo colaboradores muito próximos de Lula, como o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia e o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, evitaram comentários. Os presidentes procuraram esvaziar o debate em torno do preço do gás natural boliviano, deixando a decisão para negociações bilaterais futuras, e centraram o foco em temas como a necessidade de se investir na Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, e garantir a regularidade de abastecimento do gás natural, sem prejuízos maiores, no curto prazo, para os consumidores. Enfatizaram também a construção do megaprojeto do gasoduto interligando Venezuela e o Cone Sul, com mais de 9 mil quilômetros de extensão, podendo custar US$ 25 bilhões e demandando mais de seis anos de obras. O ingresso da Bolívia no empreendimento, tratado até a semana passada pelo governo Evo Morales como "loucura" e "megalomania" foi con-

siderado uma das vitórias da reunião de Puerto Iguazú. Chantagem – Apesar disso, ao comentar o anúncio da Petrobras de que deixará de investir na Bolívia, o presidente Evo Morales declarou que "essa é uma decisão soberana do Brasil". Porém, considerou a medida uma chantagem. "Podem chantagear." Ele afirmou ainda que não é possível que, "com nossos recursos, nossa economia caminhe mal". Evo Morales comentou ainda que os governos do Brasil e da Argentina "têm que entender" seu pedido para que paguem mais pelo gás boliviano, segundo informou a Agência Boliviana de Informação (ABI). Para ele, a reunião de ontem não foi para negociar nada, mas para levar adiante a integração energética entre os países sul-americanos. Oportunismo – Já o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, classificou de "oportunistas" as críticas que estão sendo feitas ao governo Lula pela condução da suposta crise com a Bolívia. Amorim defendeu a política externa brasileira e afirmou que o problema não foi causado por ações do atual governo. "São críticas oportunistas. No caso específico da Bolívia, o que está sendo discutido hoje decorre de decisões tomadas há oito, dez, 12 ou 13 anos. Algumas vão até mais longe", afirmou. "Então, não é dizer que porque este governo dá prioridade à América do Sul que surgiu esse problema. Ao contrário, porque este governo dá prioridade à América do Sul é que temos uma boa chance de resolver esse problema." Amorim repetiu a avaliação feita pelo presidente Lula, de que o Brasil deveria ter pensado em outras alternativas, apesar de considerar que o uso do gás boliviano é bom para o País. "As alternativas de abastecimento tinham de ter sido pensadas antes", disse. "Não critico que tenham feito esses acordos. Mas os que estão criticando participaram. Esses acordos não foram firmados por este governo." (Agências)

Lula e Morales sorridentes após a reunião, mas presidente boliviano acusou a Petrobras de chantagem

Negociação para garantir reeleição

D

e olho nas eleições de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou nas negociações com o presidente boliviano, Evo Morales, evitar que o decreto de nacionalização do setor de gás e petróleo naquele país tenha impacto negativo sobre a economia popular no Brasil. A avaliação do governo brasileiro é que, garantido o abastecimento de gás a um preço adequado para o cidadão, a crise com a Bolívia não deve ter impacto no processo eleitoral. Para o Palácio do Planalto, o orgulho nacional não foi posto em causa. "Se conseguirmos garantir a normalidade do abastecimento, principalmente o doméstico e o dos automó-

veis, e evitar uma alta nos preços do gás importado pelo Brasil, a questão boliviana não terá impacto no processo eleitoral brasileiro", disse um auxiliar direto de Lula que acompanha a crise desde seu início. Depois do abastecimento doméstico e dos veículos, a terceira linha de problemas estaria no fornecimento de gás para consumo industrial. Lula autorizou a realização de estudos para propor alternativas a esses três grupos de consumidores e ouviu, da direção da Petrobras e do Ministério de Minas e Energia, que seriam necessários pelo menos três anos para substituir totalmente o gás boliviano. No front diplomático, também foi feito o cálculo eleitoral

de que o presidente poderá manter o estilo de negociador, apesar das críticas de que estaria sendo "frouxo" nas relações com o aliado boliviano. Imaturidade – A crise foi exaustivamente debatida por Lula, oito ministros, o vicepresidente, José Alencar, e a diretoria da Petrobras, em longa reunião na terça-feira, um dia depois de Morales ter surpreendido o governo petista com o decreto de nacionalização. Segundo essa fonte, Lula considerou "imatura" a atitude do governo boliviano e acredita que ela foi ditada pelas dificuldades políticas internas de Morales, que precisava reforçar sua popularidade antes das eleições para a Assembléia Constituinte. (Reuters)

Senado também quer ouvir ministros

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Comissão de Relações Exteriores do Senado agendou para a próxima semana a realização de três audiências públicas para debater a crise envolvendo o Brasil e a Bolívia, provocada pela decisão do presidente Evo Morales de nacionalizar as reservas de petróleo e gás. Os requerimentos aprovados na sessão realizada na manhã de ontem pedem a realização de reuniões com os ministros Silas Rondeau, das Minas e Energia, e Celso Amorim, das Relações Exteriores; o presidente da Petrobras, Sérgio Ga-

brielli; e com também com o embaixador da Bolívia no Brasil, Edgar Camacho Omiste. "É uma oportunidade ampla que teremos para discutir o tema", disse a jornalistas o presidente da comissão, senador Roberto Saturnino (PT-RJ). Na sessão, foi retirada da pauta mensagem do Executivo que indicou o diplomata brasileiro Frederico Cezar de Araújo para a embaixada do Brasil na Bolívia. O relator da matéria foi o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Sem querer dar tom de represália ao ato, ele justificou que o atual

embaixador, Antonino Mena Gonçalves, tem mais experiência para tratar do imbróglio diplomático criado com o decreto de Morales. (leia mais na página 3 deste caderno) Outros – Na quarta-feira, outras cinco comissões da Câmara dos Deputados aprovaram a realização de uma sessão conjunta, marcada para o dia 10 de maio, na próxima quartafeira, à qual Rondeau, Gabrielli e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, serão convidados para debater o problema do abastecimento de gás natural no Brasil. (Reuters)

revista The Economist afirmou que a nacionalização do setor de gás na Bolívia parece ter representado "uma vitória para os planos regionais de Chávez (Hugo Chávez, presidente da Venezuela) e uma derrota para os do presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Segundo a revista britânica, a estratégia de Chávez colide com a do Brasil. A intenção do líder venezuelano, observou a Economist, é construir uma aliança contra os Estados Unidos, liderada por ele e baseada principalmente no controle e distribuição de energia. A ambição brasileira é liderar uma América do Sul unida pelo comércio e cooperação entre a Comunidade Andina e o Mercosul. "Convidada pelo Brasil, a Venezuela está negociando sua plena aderência ao Mercosul. Ainda assim Chávez está causando problema naquele grupo", observou a revista. Morales poderá ainda reverter para um trajeto mais pragmático, analisou a Economist. "Mas sua aliança com Chávez e Fidel Castro, mais até do que a nacionalização, envia um sinal errado de que a Bolívia pode estar retrocedendo rumo ao nacionalismo estatizador". Apoio – Segundo a revista, Morales está abraçando mais do que o controle dos recursos naturais. Apesar de conceder aumentos de salários para professores e médicos, ele começa a perder o apoio da classe média. A revista disse que o ranking de aprovação de Morales caiu de 80% para 68% desde que ele assumiu. A nacionalização restaurará sua popularidade da época das eleições, para a Assembléia Constituinte. "Aparentemente, isso é escrever uma nova Constituição para dar mais poder à maioria indígena. Mas o sonho de Morales, diz Carlos Toranzo, um cientista político, é estimular o presidente Chávez, que usou uma assembléia similar em 1999 para apreender o controle de todas as instituições do estado", apontou a reportagem. Mas, a revista alertou que, "mesmo que Evo Morales queira seguir as ações de Chávez, ele pode ficar frustrado. Mudar a Constituição da Bolívia quando isso requer dois terços de aprovação pode derrubá-lo. O resultado será mais como reforma do que uma revolução". (Tradução de Sonaira San Pedro com AE)


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Cidades CET FECHA TRECHO DA AVENIDA DO ESTADO A interdição começa às 16h de domingo. A CET orienta os motoristas sobre os desvios no trânsito.

Fotos Patrícia Cruz/Luz

A partir de domingo, as obras do Expresso Tiradentes (ex-Fura-Fila e ex-Paulistão) vão interditar por seis meses alguns trechos da via. Esquema alternativo de circulação tentará evitar congestionamentos.

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avenida do Estado será interditada para obras por 180 dias. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o fechamento será no trecho entre a praça Alberto Lion e a rua Cipriano Barata, no sentido Ipiranga, e começa às 16h de domingo. A mesma via já está interditada entre as ruas Cipriano Barata e Brigadeiro Galvão. O motivo do bloqueio ao trânsito, de acordo com a CET, são as obras do Expresso Tiradentes, um projeto do ex-prefeito Celso Pitta, que o chamou de Fura-Fila. Na gestão de Marta Suplicy, o projeto recebeu o nome de Paulistão, mas não foi terminado. José Serra rebatizou a obra com o nome oficial de Corredor Expresso Parque Dom Pedro-Cidade Tiradentes. No fim de 2005, a previsão da Prefeitura era gastar R$ 450 milhões na finalização. Os governos anteriores já utilizaram R$ 600 milhões. O atual Expresso Tiradentes, que ligaria o Parque Dom Pedro, no Centro, ao Sacomã, na zona sul, recebeu um novo traçado na administração atual. Agora deverá chegar até a Cidade Tiradentes, no extremo leste, percorrendo um total de 32 quilômetros. Mudanças no trânsito – Com a interdição, a rua Almirante Pestana, entre as avenidas do Estado e Dom Pedro II, terá sentido duplo. O mesmo acontecerá com a rua Cipriano Barata, entre a avenida do Estado e a rua Paulo Barbosa, e a rua Hipólito Soares, entre as

ruas Cipriano Barata e Agostinho Gomes. A CET sugere caminhos alternativos para o motorista. Os veículos que vão do Centro à Mooca, deverão seguir pela pista central da avenida do Estado, praça Alberto Lion à esquerda, rua Ibiruba, rua Presidente Costa Pinto à direita, rua Presidente Soares Brandão à esquerda, viaduto São Carlos à direita e rua Sarapuí. Do Centro para São Caetano, o ideal é seguir pela pista central da avenida do Estado, praça Alberto Lion à esquerda, rua Ibiruba, rua Presidente Costa Pinto à direita, rua Presidente Batista Pereira à esquerda e a avenida Presidente Wilson à direita. Do Centro para a rodovia Anchieta, deve-se seguir pela pista lateral da avenida do Estado, avenida Dom Pedro I à direita, rua Leais Paulistanos à esquerda e rua Agostinho Gomes à direita, seguindo daí as placas para a Vila Prudente, ou, após a avenida Dom Pedro, seguir pela avenida Nazaré e as orientações para a Anchieta. Outra alternativa para os veículos que chegam do Centro com destino à rodovia Anchieta, é seguir pela pista lateral da avenida do Estado, avenida Prefeito Passos à direita, rua Teixeira Leite, rua dos Lavapés, rua da Independência, avenida Dom Pedro I à direita e seguir pela avenida Nazaré a orientação para a rodovia Anchieta. Mais informações sobre o trânsito estão disponíveis no telefone 156, da Prefeitura. (Agências)

INTERDIÇÃO A concessionária ViaOeste vai interditar amanhã a ponte José Guerin Neto, no km 14 da Castelo Branco, para obras de reforço em sua estrutura. A empresa vai sinalizar rotas alternativas aos motoristas.

Será interditado o trecho entre a praça Alberto Lion e a rua Cipriano Barata, no sentido do Ipiranga. As obras do Expresso Tiradentes já consumiram R$ 600 milhões e devem custar mais R$ 450 milhões.

MANIFESTAÇÃO Cerca de 20 pessoas moradoras de uma favela de Guarulhos bloquearam, por três horas, a rodovia Fernão Dias, no km 90. Eles reivindicavam a construção de uma passarela.

Ó RBITA

Apu Gomes/AE

MORTE NA ANCHIETA m acidente, ontem de manhã, interditou por três horas a pista norte da via Anchieta. Três caminhões se envolveram na colisão e um motorista morreu ao ser arremessado num penhasco, numa altura de aproximadamente 100 metros. O acidente aconteceu no viaduto do km 41, no começo da descida da serra. Por volta das 7h, um caminhão bateu na lateral de

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EXPLOSÃO

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INVASÃO A BANCO ma quadrilha formada por cinco homens invadiu ontem, por volta das 11h, uma agência bancária do Bradesco, localizada na avenida Kennedy, no bairro Jardim Domar, em São Bernardo do Campo, no Grande ABC. Os bandidos – armados de pistola, revólver e espingada

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explosão de uma caldeira de óleo, usada para aquecer as máquinas que fazem o tingimento dos tecidos, deixou ontem nove feridos na indústria Santista Têxtil, em Nossa Senhora do Socorro, região metropolitana de Aracaju. O acidente aconteceu por volta das 6h. Três dos feridos estão em estado grave. No final da manhã, a empresa divulgou um comunicado, lamentando o ocorrido e informando que "somente após perícia técnica será possível determinar as causas dessa infeliz ocorrência, o mais grave acidente da unidade desde sua inauguração". No momento da explosão, mais de 10 pessoas estavam trabalhando, entre elas Cledson dos Santos, de 25 anos. Ele disse que quando ouviu a explosão correu para ajudar os colegas do setor de caldeiraria. (AE)

– entraram na agência e fizeram clientes e funcionários reféns, que foram ameaçados de morte. Por volta das 12h30, policiais do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) chegaram ao local e os criminosos se renderam (foto). Ninguém ficou ferido.(Agências)

outro e um terceiro, que vinha atrás, não conseguiu parar. No choque, a porta do terceiro caminhão abriu e o motorista, que provavelmente estava sem cinto, foi atirado para fora e caiu no penhasco. Os bombeiros desceram até uma área de mata fechada para resgatar o corpo. A interdição causou três quilômetros de congestionamento e o tráfego foi desviado para a pista sul.


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

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ATAS DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. CNPJ/MF nº 00.162.760/0001-03 - NIRE 35.300.139.691 Ata da Assembléia Geral Extraordinária

Data, Hora e Local: Aos 29 (vinte e nove) dias do mês de Julho de 2005, às 17:00 horas, na sede social à Alameda Rio Negro, 585, 2º andar, salas 25, 26, 27 e 28, Alphaville, Barueri - Estado de São Paulo. Presença: Acionista da Sociedade representando a totalidade do capital social, conforme assinatura constante no “Livro de Presença de Acionistas”. Publicações Prévias: Dispensada a publicação do Edital de Convocação na forma do § 4º do artigo 124 da Lei nº 6.404 de 15/12/76 com alterações posteriores. Mesa: Presidente: Xavier P. C. Accariès - Secretária: Ruth Petrocelle. Ordem do Dia: (a) Deliberar sobre a incorporação por esta Sociedade da parcela cindida do patrimônio da DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A., mediante aprovação do Protocolo e Justificação da Cisão firmado pela Diretoria de ambas as Sociedades e do Laudo de Avaliação da parcela cindida; (b) Deliberar sobre a nomeação da empresa responsável pela avaliação da parcela cindida do patrimônio da DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A.; (c) Deliberar sobre o Laudo de Avaliação da parcela cindida e sobre o aumento de capital desta Sociedade mediante versão da parcela cindida; (d) Deliberar sobre a alteração do artigo 5º do Estatuto Social, e (e) Outros assuntos de interesse da Sociedade. Quorum das Deliberações: Todas as deliberações foram tomadas por unanimidade de votos dos acionistas presentes. Deliberações: (1) aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, a incorporação por esta Sociedade (Sociedade Incorporadora) da parcela cindida do patrimônio da DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A. (Sociedade Cindida), no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) nas condições estabelecidas no “Instrumento de Protocolo e Justificação” firmado pelas Diretorias de ambas as Sociedades em 20/07/05; (2) aprovado, sem qualquer alteração ou ressalva, o “Instrumento Particular de Protocolo e Justificação de Cisão Parcial com Incorporação da Parcela do Patrimônio em Sociedade Existente, firmado entre a DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. e a DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A.”, datado de 20/07/05, pelo qual se concretizará a operação, a seguir transcrito: “A Diretoria da DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A., com sede na Alameda Rio Negro, 585, 2º andar, salas 25, 26, 27 e 28, Alphaville, Barueri, Estado de São Paulo, inscrita no Ministério da Fazenda sob o CNPJ nº 00.162.760/0001-03, NIRE nº 35.300.139.691, representada por seus Diretores Srs. Kurt Michael Kempa, alemão, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade para Estrangeiros RNE V 356128-F e do CPF nº 229.452.338-51 e Xavier P. C. Accariès, francês, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade para Estrangeiros RNE W 054575-D e do CPF nº 819.140.328-53, e a Diretoria da DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A., com sede à Av. Maria Coelho Aguiar, 215, Bloco E - 1º andar, São Paulo - Capital, inscrita no Ministério da Fazenda sob o CNPJ nº 60.814.191/0001-57, NIRE nº 35.300.010.752, representada por seus Diretores Srs. Kurt Michael Kempa e Xavier P. C. Accariès, acima qualificados, firmam, nos termos dos artigos 224 e 225 da Lei nº 6.404 de 15/12/76, o presente “Instrumento Particular de Protocolo e Justificação”, por meio do qual será submetida aos respectivos acionistas em Assembléia a ser realizada em 29/07/05, a operação de cisão parcial do patrimônio da DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A. (doravante denominada Sociedade Incorporada) com versão da parcela cindida ao patrimônio da DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. (doravante denominada Sociedade Incorporadora). A cisão seguida de incorporação, se aprovadas pelos respectivos acionistas, tem como justificação os argumentos descritos no item I a seguir e se regerá pelas condições elencadas nos itens II a XV: (I) A operação visa promover a reorganização societária das empresas financeiras que integram o Grupo DaimlerChrysler no Brasil, com o objetivo de, se aprovado pelo Banco Central do Brasil, transformar, após a cisão seguida de incorporação, a DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil em banco múltiplo. Portanto, a parcela de patrimônio que se propõe seja cindida e incorporada corresponde a ativos e passivos relacionados com operações de arrendamento mercantil que ficarão concentradas na DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil (art. 225, I); (II) A operação será efetivada em 29/07/05 (data da Assembléia), tomando-se por base os Balanços Patrimoniais levantados na database de 30/06/05, os quais passam a ser parte integrante do presente como Anexo I (art. 224, III); (III) As variações patrimoniais ocorridas entre 1º/07/05 e a data das Assembléias que deliberarão sobre a cisão seguida de incorporação (29/07/05), relativamente a Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela a ser cindida do patrimônio da Sociedade Incorporada, serão contabilizados na Sociedade Incorporadora (art. 224, III); (IV) As partes resolvem nomear a KPMG Auditores Independentes - CRC 2SP014428/O-6 como responsável pela avaliação, a valor contábil, dos Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela a ser cindida do Patrimônio Líquido da Sociedade Incorporada na data-base de 30/06/05, cujo nome será submetido à ratificação dos acionistas de ambas as sociedades; (V) Os Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela a ser cindida do Patrimônio da Sociedade Incorporada totalizam a importância de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e se encontram relacionados no Laudo de Avaliação mencionado na Cláusula VI deste instrumento (art. 224, II); (VI) A parcela do patrimônio da Sociedade Incorporada a ser vertida para o patrimônio da Sociedade Incorporadora foi avaliada em R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), pela empresa nomeada na Cláusula IV retro, tomando-se por base o Balanço Patrimonial referido na Cláusula II reto, conforme Laudo de Avaliação em anexo (Anexo II); (VII) Em razão da cisão de parte do patrimônio líquido da Sociedade Incorporada, serão canceladas, na proporção da parcela cindida, ações escriturais, sem valor nominal, sendo 134 (cento e trinta e quatro) ordinárias Classe B e 4 (quatro) preferenciais Classe B, com a conseqüente redução do capital social em R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), (art. 224, V); (VIII) Em substituição dos direitos de sócio que se extinguirão, serão emitidas 6.285.405 (seis milhões, duzentas e oitenta e cinco mil e quatrocentas e cinco) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, a serem atribuídas aos acionistas da Sociedade Incorporada na proporção de 45.546 (quarenta e cinco mil, quinhentas e quarenta e seis) ações da Sociedade Incorporadora para cada ação detida e cancelada na Sociedade Incorporada. A relação de troca foi determinada levando-se em conta o valor

patrimonial contábil das ações da Sociedade Incorporadora (art. 224, I); (IX) Aos acionistas titulares de ações preferenciais Classe B de emissão da Sociedade Incorporada, as quais serão extintas na proporção da parcela cindida, serão atribuídas ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal de emissão da Sociedade Incorporadora. Os direitos patrimoniais a que faziam jus às ações preferenciais serão substituídos por direitos políticos, consistentes no direito de voto; (X) Em razão da incorporação da parcela cindida, haverá aumento do capital social da Sociedade Incorporadora no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), mediante a emissão das ações referidas na Cláusula VII retro (art. 224 V); (XI) Se aprovada a operação o capital social das empresas ficará assim distribuído (art. 225 III): Capital (R$) Total Ações ON PN Classe A Classe A 91.000.000,00 10.867 13 2 Sociedade Incorporada Classe B Classe B – – 10.524 328 Sociedade Incorporadora 32.000.000,00 107.494.197 107.494.197 – (XII) Se aprovada a operação haverá necessidade de se alterar o Estatuto Social da Sociedade Incorporada em seu artigo 5º “caput”, o qual passará a vigorar com a seguinte redação (art. 224 VI): “Artigo 5º - O capital social é de R$ 91.000.000,00 (noventa e um milhões de reais), dividido em 10.867 (dez mil, oitocentas e sessenta e sete) ações escriturais, sem valor nominal, sendo 13 (treze) ações ordinárias Classe A, 10.524 (dez mil, quinhentas e vinte e quatro) ações ordinárias Classe B, 2 (duas) ações preferenciais Classe A e 328 (trezentas e vinte e oito) ações preferenciais Classe B.” (XIII) Se aprovada a operação haverá necessidade de se alterar o Estatuto Social da Sociedade Incorporadora em seu artigo 5º, “caput”, o qual passará a vigorar com a seguinte redação (art. 224 VI): “Artigo 5º O capital social é de R$ 32.000.000,00 (trinta e dois milhões de reais) representado por 107.494.197 (cento e sete milhões, quatrocentas e noventa e quatro mil e cento e noventa e sete) ações nominativas, sem valor nominal, sendo todas ordinárias”, (XIV) Os acionistas da Sociedade Incorporada dissidentes da deliberação que aprovar a cisão terão direito ao recebimento do valor de R$ 14.489,70 (catorze mil, quatrocentos e oitenta e nove reais e setenta centavos) por ação possuída no capital daquela Sociedade (art. 225 IV); (XV) Nos termos do § 1º do art. 229 e do § único do art. 233, ambos da Lei nº 6.404 de 15.12.76, a Sociedade Incorporadora sucederá a Sociedade Incorporada nos bens, direitos e obrigações relacionados no ato da cisão, sendo que será responsável apenas pelas obrigações que lhe foram transferidas, integrantes da parcela cindida do patrimônio da Sociedade Incorporada, sem solidariedade entre si (art. 224 VII). E, assim, por estarem justas e contratadas as partes firmam o presente instrumento em 04 (quatro) vias de igual forma e conteúdo na presença das testemunhas abaixo. São Paulo, 20 de Julho de 2005. ass) DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. Incorporadora, DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A. Incorporada. Testemunhas: Nome: Carlos Augusto Madeira Godoy RG: 23.600.432 - 3; Nome: Herbert Luis de Souza, RG: 16.244.398-5”; (3) ratificada a nomeação da KPMG Auditores Independentes CRC 2SP014428/O-6, como responsável pela avaliação, a valor contábil, na data base de 30/06/2005, dos Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela cindida do Patrimônio da Sociedade Cindida a ser vertido para aumento do capital desta Sociedade; (4) aprovado, sem qualquer ressalva ou alteração em seu texto, especialmente no tocante aos números nele contidos, o Laudo de Avaliação, a valor contábil, dos Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela cindida do patrimônio da Sociedade Cindida, elaborado pela KPMG Auditores Independentes na data-base de 30/06/2005. A transcrição do Laudo de Avaliação foi dispensada, sendo que o mesmo foi rubricado pelos componentes da Mesa e ficará arquivado na Sociedade, nos termos da alínea “a” do § 1º do art. 130 da Lei nº 6.404 de 15/12/76. A parcela cindida foi avaliada em R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); (5) aprovado o aumento de capital no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a ser subscrito e realizado mediante versão da parcela cindida do Patrimônio da Sociedade Cindida, com a emissão de 6.285.405 (seis milhões, duzentas e oitenta e cinco mil e quatrocentas e cinco) ações nominativas, sem valor nominal, sendo todas ordinárias a serem atribuídas a Starexport Trading S.A., em substituição aos direitos de sócio que se extinguiram, na proporção de 45.546 (quarenta e cinco mil, quinhentas e quarenta e seis) por ação possuída na Sociedade Cindida. O capital social passa a ser de R$ 32.000.000,00 (trinta e dois milhões de reais) representado por 107.494.197 (cento e sete milhões, quatrocentas e noventa e quatro mil e cento e noventa e sete) ações nominativas, sem valor nominal, sendo todas ordinárias; (6) face às deliberações ora tomadas, fica alterado o artigo 5º do Estatuto Social, o qual passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social é de R$ 32.000.000,00 (trinta e dois milhões de reais) representado por 107.494.197 (cento e sete milhões, quatrocentas e noventa e quatro mil e cento e noventa e sete) ações nominativas, sem valor nominal, sendo todas ordinárias”; (7) fica a Diretoria da Sociedade autorizada a praticar todos os atos necessários e a tomar as providencias complementares da operação ora aprovada. Nada mais havendo a tratar, deram os acionistas por encerrada a presente Assembléia, dela lavrando-se a presente ata sob a forma de sumário dos fatos ocorridos, conforme autorizado pelo §1º letra “a” do art. 130 da Lei nº 6.404 de 15/12/76, a qual lida e aprovada foi assinada por todos os presentes. São Paulo, 29 de Julho de 2005. Assinaturas: Presidente: Xavier P.C. Accariès; Secretário: Ruth Petrocelle. Acionista: Banco DaimlerChrysler S.A., representado por seus Diretores Srs. Kurt Michael Kempa e Xavier P.C. Accariès; Starexport Trading S.A. representada por seus Diretores Srs. Paulo Antonio Silvestri e Toshihiro Yamamoto. Registrada na JUCESP sob nº 114.295/06-2 em 26/04/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CONVOCAÇÕES

TOMADA DE PREÇOS PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO/SP

EDITAL DE TOMADA DE PREÇOS Nº 18/2006 REVOGAÇÃO Em razão de modificações a serem efetuadas no processo desta contratação, faço público, para conhecimento dos interessados, que a Tomada de Preços nº 18/2006, para a execução de obras e serviços visando a revitalização da Praça da Igreja Matriz de São Pedro, pelo tipo de empreitada por preço global, regida pela Lei Federal nº 8.666/93, suas alterações e demais legislação expressa no item 4 deste Edital, está revogada para alterações. Os licitantes interessados que adquiriram a pasta técnica poderão reaver o valor pago mediante comparecimento à Tesouraria desta Prefeitura, localizada à Rua Valentim Amaral, nº 748, Paço Municipal de São Pedro, no período das 9:00 às 16:00h, munido do comprovante de recolhimento. Vicente Francisco Gil - Departamento de Licitações e Compras.

BALANÇO Plásticos Metalma S/A C.N.P.J. nº 61.432.118/0001-83 Balanços patrimoniais em 31 de Dezembro de 2005 e 2004 (Em Reais) Demonstrações dos resultados (Em Reais) 2005 2004 Passivo/Circulante: 2005 2004 Receita faturada 25.868.850 48.316.040 Ativo/Circulante: 2005 2004 1.023.087 644.346 ( - ) Impostos incidentes (4.825.815) (9.436.368) Disponível 116.076 89.437 Empréstimos e financiamentos 1.724.395 3.015.323 ( = ) Receita líquida de vendas 21.043.035 38.879.672 Clientes 2.300.128 6.258.865 Fornecedores Obrigações trabalhistas 514.923 578.229 ( - ) Custo dos produtos vendidos (16.428.686) (27.213.704) Estoques 771.258 2.739.672 176.836 393.725 ( = ) Resultado bruto 4.614.349 11.665.968 Outros créditos 229.161 229.963 Obrigações tributárias 2.210.067 1.841.052 (+/-) Desp. e receitas operac.: Despesas admin. (7.299.492) (7.692.990) Contas a receber (venda de imóvel) 1.800.000 1.800.000 Obrigações tributárias - parceladas 75.148 64.269 Despesas tributárias (454.991) (1.264.781) 5.216.623 11.117.937 Contas a pagar 5.724.456 6.536.944 Despesas financeiras líquidas (254.386) (1.205.404) Realizável a l.prazo: Créd. c/pessoas ligadas 3.560.372 860.334 925.148 2.463.247 Outros créditos 534.267 192.091 Exigível a l. prazo: Emprést. e financiamentos 9.857.941 10.766.221 Outras receitas e despesas operacionais 4.617.559 6.172.497 Equivalência patrimonial em controlada 105.025 101.130 4.094.639 1.052.425 Obrigações tributárias - parceladas 1.395.103 866.032 (6.978.696) (7.598.798) Permanente: Investimentos em controlada 4.492.159 4.387.134 Provisão para contingências 15.870.603 17.804.750 ( = ) Lucro (prejuízo) operacional (2.364.347) 4.067.170 Imobilizado líquido 15.020.863 17.247.866 21.500.000 21.500.000 (+/-) Outras rec. e despesas não operacionais 9.123 5.112 Diferido líquido – 120.781 Patrimônio líquido: Capital social 5.983 5.983 ( = ) Lucro (prej.) antes das prov. tributárias (2.355.224) 4.072.282 19.513.022 21.755.781 Reserva de capital 59.792 59.792 (-) I.R. e contribuição social sobre o lucro líquido – (1.149.170) Total do ativo 28.824.284 33.926.143 Reserva de lucro Reserva de reavaliação 10.208.582 11.412.099 ( = ) Lucro (prejuízo) do exercício (2.355.224) 2.923.112 Demonstrações das mutações do patrimônio líquido (Em Reais) Prejuízos acumulados (24.545.132) (23.393.425) Lucro (prejuízo) por ação (0,88) 1,09 Cap.soc. R.cap. R.luc. R.reav. Prej.acum. Total 7.229.225 9.584.449 Demonstrações das origens e aplicações de recursos (Em Reais) S.31/12/03 21.500.000 5.983 59.792 12.615.616 (27.520.054) 6.661.337 Total do passivo 28.824.284 33.926.143 Real.res.reav. – – – (1.203.517) 1.203.517 – 2005 2004 Origens de recursos Luc.exercício – – – – 2.923.112 2.923.112 c/controlada: Representado pelo investimento na controlada Indústria de Das operações: Lucro (prejuízo) do exercício (2.355.224) 2.923.112 2005 2004 S.31/12/04 21.500.000 5.983 59.792 11.412.099 (23.393.425) 9.584.449 Componentes Plásticos Incoplás Ltda.: Itens que não afetam o capital circulante líquido 6.370.000 6.370.000 Real.res.reav. – – – (1.203.517) 1.203.517 – Quantidade de cotas Depreciação e amortização 2.387.033 2.458.544 91,00% 91,00% Prej.exercício – – – – (2.355.224) (2.355.224) Percentual de participação Baixas do ativo permanente 47.026 445 Patrimônio líquido 4.933.665 4.821.026 S.31/12/05 21.500.000 5.983 59.792 10.208.582 (24.545.132) 7.229.225 Equivalência patrimonial (105.025) (101.130) Aumento de capital – 1.627.470 Encargos financeiros sob/exigível a longo prazo 400.697 1.002.830 Notas explicativas às demonstrações contábeis (Em Reais) Lucro do exercício 122.640 181.735 Aum. do exig. a l. prazo-prov.p/contingência 529.071 419.971 1. Contexto operac.: A Cia tem por objetivo a prod. de laminados de plásticos Equivalência patrimonial 105.025 101.130 903.578 6.703.772 p/as ind.de eletrodomésticos e de moldagem a vácuo. As operações que Investimento 4.492.159 4.387.134 De terceiro: Red. realiz. a l. prazo-outros créd. – 41.787 anteriormente eram efetuadas em SP foram totalmente transferidas p/a Cida- Venda de produtos 3.377.204 5.803.417 Total das origens 903.578 7.165.530 de de S.J.dos Pinhais/PR-em jun./98. A implement.das decisões tomadas Contas a receber 514.448 1.389.463 Aplicações de recursos: pela admin.da Cia desde o ano/2001 tem propiciado melhoria substancial no Compra de produtos 169.778 327.263 Investimento em controladas – 1.627.470 perfil de endividamento e a geração de aumento de recursos em seu cap. Contas a pagar 36.960 121.528 86.275 354.054 circ.líq. A retenção no mercado de refrigeração, inclusive com a total As transações c/a controlada foram realizadas em condições consideradas Aquisições do ativo permanente 342.176 – verticalização de um dos principais clientes, provocou a redução de volume, compatíveis c/o mercado e suas demonstrações contábeis foram examina- Aumento do realizável a longo prazo Mútuo com empresa ligada 2.700.038 860.334 que, somada a outros, superaria 30% do volume de 2004. Porém, esta queda das pelos mesmos auditores da Sociedade. Transferência p/o passivo circulante de volume já foi substituída em boa parte por novos volumes conquistados 7. Imobilizado %Taxa de deprec. 2005 2004 de obrigações de longo prazo, líquida 2.863.915 3.095.154 em outros mercados. O ano de 2005 foi marcado por dois eventos significa- Terrenos – 1.153.356 1.153.356 Total das aplicações 5.992.404 5.937.012 tivos, quais sejam, as medidas tomadas e principalmente o volume mais Edificações e benfeitorias 4 5.909.829 5.909.829 Aumento (redução) do cap. circulante líquido (5.088.826) 1.228.518 significativos na operação em Manaus realizada pela empresa ligada Metalma Máquinas, equipamentos e acessórios 10 27.563.772 27.481.701 da Amazônia. A partir do último trimestre, estes eventos trouxeram recupe- Instalações 10 1.494.642 1.494.642 Variação do capital circulante líquido ração nos resultados aos níveis de 2004, porém o acumulado do ano de Móv., utensílios e proces. de dados Ativo circulante No início do exercício 11.117.937 12.507.554 10 a 20 1.217.421 1.222.436 No final do exercício 5.216.623 11.117.937 2005 ainda ficou com prejuízo, não tendo havido possibilidade de reverter os Veículos 20 173.502 213.048 Variação (5.901.314) (1.389.617) prejuízos dos meses anteriores, justificando a queda dos resultados apre- Outras contas 30.533 28.794 sentados quando comparados à este período. 2. Apresentação das demonst. No início do exercício 6.536.944 8.735.108 37.543.055 37.503.806 Passivo circulante No final do exercício 5.724.456 6.536.944 e princ. práticas contábeis: As demonst. contábeis foram elaboradas em Depreciações acumuladas (22.522.192) (20.255.940) conformidade c/as práticas contábeis adotadas no Brasil, sendo as princiVariação (812.488) (2.198.164) 15.020.863 17.247.866 808.547 pais as seguintes: 2.1. Provisão p/devedores duvidosos: Constituída c/ Em dez./01 a Sociedade reconheceu reavaliação de bens imóveis e Aumento (redução) do cap. circulante líquido (5.088.826) base na análise dos riscos de realização das contas a receber, em montante maquinários no montante de R$ 15.022.649, baseado em laudo emitido por apurados de maio/98 a abril/03 prorrogados por mais 48 meses, atualiz. considerado suficiente pela admin. p/cobrir eventuais perdas. 2.2. Estoques: terceiros. 8. Empréstimos e financiamentos monetariamente. Os vencim. das parcelas de l. prazo, contados a partir de Avaliados pelo custo médio de compra ou produção, os quais são inferiores Finalidade ICMS . 01/01/07, estão assim divididos: Taxa anual ao custo de reposição ou valor líquido da realização. 2.3. Investimentos Capital de giro: REFIS Parcelado Incentivado de juros - % a.a. 2005 2004 Ano (particip.societ.): As particip. permanentes e relevantes em controladas - Moeda nacional 450.000 320.418 380.690 9 a 13 166.766 1.457 2007 foram avaliadas pelo método de equival. patrimonial. 2.4. Imobilizado: É - Moeda estrangeira 450.000 320.418 – 9 + variação cambial 2.064.816 2.341.542 2008 registrado pelo custo de aquisição, acrescido da mais valia dos bens, base- Implantação da fábrica 2009 450.000 320.418 – ado em laudo de avaliação elab. por empresa especializada. As deprec. são Agência de Fom.do Paraná S/A 1.435.623 489.992 – TR + 5,0 8.649.446 9.067.568 Outros computadas pelo método linear, considerando-se a vida útil econômica dos 2.785.623 1.451.246 380.690 10.881.028 11.410.567 bens. 2.5. Demais ativos e passivos: Apresentados ao valor de custo ou (-) Parcela de curto prazo 1.023.087 644.346 10. Contingências: A Sociedade é parte em processos fiscais, tributários e realização, incluindo, quando aplicável, as variações monetárias e juros (=) Parcela de longo prazo 9.857.941 10.766.221 cíveis que envolvem responsabilidades contingentes, principalmente relaciincorridos até a data do balanço. Os ativos realizáveis e os passivos exigíveis Os venc. das parc. de l.p., cont. a partir de 01/01/07, estão assim divididos: onados ao crédito de IPI relativo à aquisição de produtos isentos, imunes, até o prazo de um ano, contado a partir de 01/01/06, foram classificados Ano . R$ Ano . R$ não-tributados e alíquota zero. Com base na análise individual destes procomo circulantes, e os c/prazos superiores há um ano foram classificados 2007 810.886 2009 810.886 cessos e com suporte na opinião de seus advogados, considerando para no l.prazo. 2.6. I.R. e contribuição social sobre o lucro: Constituídos 2008 2.830.266 Outros 5.405.903 tanto a relevância dos valores envolvidos e a respectiva expectativa de conforme as alíquotas vigentes c/base no lucro ajustado p/fins tributários. 9.857.941 finalização, a Administração constituiu reserva para contingências conside2.7. Lucro/prejuízo por ação: É calculado pela quantidade de ações nas Os emprést. e financiam. estão garantidos por/caução de recebíveis, hipote- radas adequadas, no montante de R$ 1.395.103 (R$ 866.032 em 2004). 11. 2005 2004 ca de imóveis e notas promissórias.9. Obrigações tributárias-parceladas Patrimônio líquido: 11.1. Capital social: Em 31/12/05 e 04, o capital social datas dos balanços. 3. Estoques Matérias-primas e materiais diversos 625.965 2.565.631 2005 2004 totalmente integralizado montou em R$ 21.500.000, está dividido em 2.682.000 Produtos acabados 145.293 174.041 Obrigações federais - REFIS (a) 3.355.300 3.484.563 ações ordinárias s/valor nominal. 11.2. Destinação dos resultados: O esta771.258 2.739.672 ICMS parcelado (b) 1.771.664 2.006.583 tuto social determina que do resultado apurado em cada exerc. serão dedu4. Contas a receber por venda de imóvel: Rerefe-se ao saldo a receber pela ICMS incentivado (c) 1.700.662 2.522.403 zidos os prej.acumulados. O prejuízo do exerc. será obrigatoriamente absorvenda de um imóvel sito à Rodovia Raposo Tavares, à empresa incorporadora, 6.827.626 8.013.549 vido pelos lucros acumul., pelas res. de lucros e pela res. legal, nessa ordem. p/futura edificação de empreend.imobiliário. A admin.espera sua realização (-) Parcela de curto prazo 2.210.067 1.841.052 Do lucro líquido apurado após dedução dos prej. acumul., 5% serão aplicap/o próximo exercício em virtude da satisfação dos requisitos necessários. (=) Parcela de longo prazo 4.617.559 6.172.497 dos na constituição da res. legal, que não excederá 20% do capital social. 2005 2004 Observação: (a) Obrigação junto à Rec. Federal por meio do Programa de Efetuadas as deduções e destinações estatutárias, será distribuído aos 5. Créditos c/empresas ligadas Metalma da Amazônia 3.538.365 848.327 Recup. Fiscal (REFIS), relativos aos trib. federais, c/amortização de 1,2% acionistas um dividendo mínimo de 25% do lucro líquido. 12. Prejuízos Metalma Holding 22.007 12.007 sob/o faturamento do mês anterior; (b) Obrig. junto à S.F./Paraná por fiscais a compensar: Em 31/12/05, o saldo de prejuízos fiscais e base de 3.560.372 860.334 parcelamento do Imp. sob/Circulação de Mercadorias e Serv. (ICMS) pelo cálculo negativa da contribuição social sobre o lucro líquido era de R$ Referem-se a mútuos c/empresas ligadas, estando os recursos empresta- prazo de 120 meses; (c) Obrig. perante o Estado do PR por débitos do Imp. 8.312.796, (R$ 6.126.146 em 2004), cujo efeito não está registrado nas dos sujeitos a atualização pela taxa SELIC. 6. Investimentos e transações sob/Circulação de Mercadorias e Serv. (ICMS), o qual teve seus débitos demonstrações contábeis. Parecer dos auditores independentes Gianpaulo Matarazzo: Diretor Presidente - Raul Araújo Faria: Diretor Vice-Presidente Executivo - Ronaldo Rogério: TC - CRC/SP-1SP147003/0-5 Aos administradores e acionistas da Plásticos Metalma S/A. 1. Examinamos entidade, a constatação, c/base em testes, das evidências e dos registros exceto quanto ao efeito do assunto comentado no parágrafo precedente, as os balanços patrimoniais da Plásticos Metalma S/A, levantados em 31/12/ que suportam os valores e as informações contábeis divulgados, e a avali- demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em 2005 e 2004, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações ação das práticas e estimativas contábeis mais representativas adotadas todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Plástido patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos corresponden- pela administração da entidade, bem como da apresentação das demonstra- cos Metalma S/A, em 31/12/ 2005 e 2004, o resultado de suas operações, as tes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilida- ções contábeis tomadas em conjunto. 3. Conforme comentado na Nota 7, a mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus de de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma Cia efetuou, em 2001, reavaliação de bens imóveis e maquinários, entretanto recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram não reconheceu os efeitos do I.R. e contribuição à esta reavaliação. Como práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 24 de Fevereiro de 2006. Ricardo Afonso Parra conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria e compreende- conseqüência, seu patrimônio líquido encontra-se superavaliado em, aproxi- Terco Grant Thornton Auditores Contador ram o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o madamente, R$ 3.177.000 (R$ 3.586.000 em 2004) e o resultado do exercí- Independentes - Sociedade Simples volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da cio está a menor a R$ 409.000 (R$ 409.000 em 2004). 4. Em nossa opinião, CRC 2 SP 018.196/0-8 CRC 1 SP 237.688/O-4

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

FORAM OUVIDAS OITO TESTEMUNHAS EM IBIÚNA

O jornalista Pimenta Neves trocou de lugar na hora do depoimento de João Gomide

Fotos de Caio Guatelli/Folha Imagem

Ó RBITA

HABEAS NEGADO ois desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ) – o relator Damião Cogan e Carlos Biasotti – votaram ontem pela não concessão de habeas-corpus a Suzane von Richthofen, acusada pelo assassinato dos próprios pais, Manfred e Marísia, em outubro de 2002. O terceiro e último desembargador a votar o pedido de liminar, Tristão Ribeiro, requereu adiamento do julgamento, que será encerrado na próxima quinta-feira. Por maioria de votos, o habeas-corpus já está negado a menos que algum dos desembargadores reconsidere seu voto, o que é improvável. Com isso, Suzane aguardará seu julgamento presa. (AE)

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BELO cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, poderá deixar o presídio para trabalhar durante o dia, conforme decisão do juiz Carlos Eduardo Carvalho Figueiredo, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio. O pedido foi deferido ontem. Belo irá trabalhar em uma gravadora de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, onde comporá e gravará músicas. Ele passará a noite no presídio. A progressão do regime fechado para o semi-aberto foi concedida em 29 de março. O cantor poderá fazer shows durante o dia. Após as 18h, só com autorização do juiz.

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JUIZ s advogados do juiz Pedro Pecy Barbosa entraram com dois recursos, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, pedindo a anulação do julgamento de setembro de 2005. Barbosa foi condenado pela Justiça do Ceará a 15 anos de prisão pelo assassinato do vigilante José Renato Coelho Rodrigues. O crime aconteceu em um supermercado em Sobral, onde a vítima trabalhava. Segundo os advogados, a pena de 15 anos teria sido muito alta. Não há previsão para o julgamento dos recursos. (AE)

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Pimenta Neves no Fórum de Ibiúna: ele foi descrito como assassino frio e como profissional competente

PIMENTA NÃO ENCARA PAI DE SANDRA GOMIDE O julgamento do jornalista Pimenta Neves, que matou a ex-namorada Sandra Gomide, prosseguiu ontem, noite adentro. Testemunhas de acusação e de defesa depuseram. Sentença deveria sair de madrugada ou hoje cedo.

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escrito como assassino frio, que premeditou o crime, ou como profissional competente, mas abalado pela depressão, o humor do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves oscilou ontem, no segundo dia de seu julgamento pelo assassinato da exnamorada, a jornalista Sandra Gomide, em 20 de agosto de 2000. Acusação e defesa interrogaram oito testemunhas. Por volta das 20h, começou, sob segredo de Justiça, o debate que antecede a decisão dos jurados e que poderia durar, pelo menos, cinco horas. Para tanto, o público teve de abandonar o plenário. A sentença só deveria ser conhecida durante a madrugada ou na manhã de hoje. Pai – O primeiro a ser ouvido foi o pai da vítima, o aposentado João Gomide, que ontem viu Pimenta pela primeira vez desde a morte da filha. "Ele era agressivo com Sandra", disse. Pimenta riu e negou com a cabeça. O aposentado mencionou o dia em que o jornalista foi ao apartamento de Sandra e a teria agredido fisicamente. A advogada Ilana Müller interferiu: disse que ele fora absolvido por isso. Gomide disse que Pimenta andava armado e premeditou o crime. "Não consigo ver minha filha morta e Pimenta, livre... Isso não é Justiça. Preferia estar na cadeia do que per-

Robson Fernandjes/AE

Deomar e Marlei Setti (acima) depuseram pela acusação. O psiquiatra Marcos Pacheco (à esquerda), pela defesa.

der minha filha." Para não ficar frente a frente com João Gomide, Pimenta Neves trocou de lugar na sala do Júri. No fim do depoimento do pai de Sandra, voltou a seu lugar anterior. A acusação tentou provar que o crime foi premeditado e cometido friamente. O promo-

tor Carlos Sérgio Rodrigues Horta Filho considerou positivos os depoimentos. Além de Gomide, testemunharam os donos do Haras Setti, Deomar e Marlei Setti, onde ocorreu o assassinato. "Confirmaram que ele atirou pelas costas, deu o segundo tiro quando ela estava caída e saiu calmamente." Defesa – A defesa investiu na estratégia de mostrar o réu como um profissional reconhecido, porém abalado emocionalmente. Pimenta é ex-diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo. Ao ouvir o psiquiatra Marcos Pacheco de Toledo Ferraz, que o atendeu,

João Gomide viu Pimenta pela primeira vez desde a morte da filha

Não consigo ver minha filha morta e ele livre... Preferia estar na cadeia do que perdê-la. João Gomide, pai de Sandra

O jornalista Pimenta Neves sempre se pautou pelo rigor ético. Roberto Müller Filho, jornalista, amigo pessoal e testemunha de defesa

Pimenta quase chorou. Conteve-se, evitou o soluço e assoou o nariz. Não houve lágrimas. Ferraz contou que examinara um homem "bastante inteligente, brilhante do ponto de vista intelectual e profissional", mas com "dificuldade para lidar com a emotividade". O psiquiatra não acredita em crime premeditado, disse que ele estava deprimido havia três ou quatro meses antes do crime. Sem precisar fazer juramento, por ser irmã do réu, Isabel Pimenta Hernandes disse que o irmão tomava antidepressivos semanas antes do crime. Contou que recebeu um telefonema de Pimenta, em que ele chorava e falava da filha – que havia descoberto ter câncer – e da ex-namorada. Na véspera do crime, ele lhe disse que tinha surtos. "Não houve tempo para ajudá-lo", disse. A defesa também tentou denegrir a imagem de Sandra Gomide, mostrando-a como "aproveitadora". A irmã de Pimenta disse que tentou promover uma reconciliação entre os dois, mas que Sandra estava

irredutível. Também pela defesa, depôs o jornalista Roberto Müller Filho, amigo pessoal de Pimenta e pai dos advogados de defesa do réu, Ilana Müller e Carlos Frederico Müller. Para ele, Pimenta sempre se pautou pelo "rigor ético". E m o ç ão – O depoimento mais emocionado foi o de Marlei Setti. Segundo ela, Sandra lhe disse que era ameaçada de morte por Pimenta. "No começo não quis me envolver. Mas agora, depois de ele ficar tanto tempo livre, resolvi contar", explicou. "Ela me disse que já havia sido agredida e mostrou uma marca no pescoço." Deomar Setti disse que Pimenta recusou convite para ver o abate de um boi pois "não gostava de ver sangue". No dia do crime, o jornalista chegou ao haras por volta das 7h. "Ele me enrolou para esperar a Sandra e matá-la. Não tenho vergonha nem medo de dizer isso", frisou, fora do Fórum. (Agências) Clique www.dcomercio.com.br/logo/ e leia mais detalhes sobre o julgamento de Antonio Pimenta Neves, em Ibiúna.


sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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NÚMERO DE HORAS EXTRAS NA PRODUÇÃO CAI 0,7%

Medo de ficar sem gás leva consumidores, no Paraguai, a enfrentarem filas para comprar o produto.

MAIORIA DOS MINISTROS DO STF REJEITARAM TESE PARA IGNORAR CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

REGRAS DO CDC VALEM PARA BANCOS Antonio Scorza/AFP

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Os presidentes Kirchner, da Argentina, Morales, da Bolívia, e Lula, do Brasil, se reuniram para discutir a questão energética

O caminho da tolerância

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Agência Internacional de Energia (AIE) alertou ontem que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Evo Morales, da Bolívia, terão de aprender a conviver. Em entrevista, o vice-diretor executivo da AIE, William Ramsey, afirmou que um entendimento político entre os líderes na região sulamericana é fundamental para que as empresas possam investir e para que as economias não sofram um desabastecimento energético. "Nenhum dos dois países tem alternativas. Um casamento pode não ser sempre bom, mas nesse caso o divórcio é impensável", disse Ramsey, que já foi o responsável do Departamento de Estado norte-americano para questões energéticas e hoje é o responde dentro da AIE por temas envolvendo os países sul-americanos. Já o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodrígues Zapatero, deve se reunir com Morales na próxima semana para discutir a nacionalização dos hidrocarbonetos decretada pelo país. O encontro deve ocorrer durante a Cúpula da União Européia, da América Latina e do Caribe (Alcue), que será realizada em Viena, na Áustria, em meio a tensões entre os dois países por causa da decisão do governo boliviano, que afeta os interesses e investimentos da espanhola Repsol-YPF. "Embora (o encontro) não esteja fechado, dará chances para

que se possa ter alguma relação bilateral, mas a agenda de hoje não está confirmada", disse o porta-voz Fernando Moraleda. Discussão – A Espanha enviará à Bolívia uma delegação de altos funcionários para discutir com o país andino a nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada no dia primeiro de maio, que obriga as empresas a reconhecerem a propriedade estatal dos recursos sob ameaça de expulsão. As companhias têm um prazo de 180 dias para renegociar os contratos ou deixar o país. "Abre-se um período de negociações em que é preciso ser prudente e tentar fazer com que o diálogo e a diplomacia

Adiada escolha de embaixador

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Comissão de Relações Exteriores do Senado, que realizou reunião ontem, confirmou o adiamento, por tempo indeterminado, da sabatina de Frederico Cezar de Araújo, indicado pela Presidência da República para a embaixada do Brasil na Bolívia. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ainda tentou votar a indicação, ontem, com o argumento de que seria importante para melhorar o diálogo entre os dois países, depois da decisão do governo boliviano de

INFLAÇÃO O IPC-Fipe ficou estável e o índice da inflação de abril fechou o mês em 0,01%.

PREÇOS AGRÍCOLAS ESTÃO EM ALTA

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s preços para os produtores rurais em São Paulo subiram 2,3% em abril, recuperando parte da perda de 3,4% registrada em março, segundo Nelson Batista Martin, autor do levantamento de preços quadrissemanais divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura de São Paulo. Ele atribui a alta de preços em abril à recuperação das cotações de boi, frango e milho. (AE) A TÉ LOGO

sejam as soluções de um problema que pode afetar interesses espanhóis na Bolívia", acrescentou Moraleda. A petroleira hispano-argentina Repsol YPF é um dos principais investidores no País, onde se localiza quase um quinto de suas reservas de petróleo. "A Repsol-YPF e suas subsidiárias estão à disposição das autoridades da Bolívia para cumprir com as obrigações impostas pelo decreto", informou a companhia em comunicado enviado ao presidente da petrolífera estatal boliviana, a YPFB. A empresa pede na carta que seja "esclarecido" como será implementado o decreto de nacionalização. (Agências)

Ó RBITA

nacionalizar as operações de gás e petróleo no país. Mas o presidente da comissão, senador Roberto Saturnino (PT-RJ) alegou que o relator da mensagem presidencial, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), pediu por escrito a retirada do assunto da pauta, depois da atitude do governo boliviano. Saturnino lembrou que o Brasil não está sem embaixador na Bolívia e que o atual representante brasileiro está acompanhando as conversações com o governo boliviano. (AE)

VARIG A Comissão de Valores Mobiliários vai analisar a alta de 358% das ações da Varig.

CUT E FORÇA DISCUTEM CRISE DA VOLKS

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Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical vão se reunir hoje em São Bernardo do Campo, por intermédio das comissões de fábrica das unidades da Volkswagen de São José dos Pinhais, de São Bernardo do Campo e de Taubaté, para discutir ações conjuntas em defesa dos empregos dos trabalhadores da Volks. De acordo com as centrais, a discussão só deve produzir frutos na próxima terça-feira ,

quando os presidentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), filiada à Força Sindical, Eleno Bezerra, e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), da CUT, Carlos Alberto Grana, vão divulgar a estratégia acertada. " Se a Volks concretizar seu plano, o número de demitidos será muito maior. Para cada trabalhador demitido na montadora, três outros são demitidos na cadeia", afirmou Bezerra. (AE)

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Argentina aciona Uruguai em Haia na "guerra das papeleiras"

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Caso EBX: exército boliviano intervém para evitar confrontos na fronteira

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Mercosul goza de boa saúde, diz chefe do gabinete de Kirchner

s bancos saíram praticamente derrotados no julgamento, ontem, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Consif). Na ação, a entidade argumenta que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) não pode ser aplicado nas relações entre os bancos e clientes. Ontem, quatro ministros – Carlos Ayres Britto, Eros Grau, Joaquim Barbosa e Sepúlveda Pertence – votaram pela improcedência da ação, seguindo a linha adotada pelo ministro aposentado Néri da Silveira, que votou antes do primeiro adiamento do julgamento, em abril de 2002. A matéria havia entrado em pauta dois meses antes. Os cinco consideram constitucional o parágrafo 2º do artigo 2º do CDC, que inclui no conceito de serviço abrangido pelas relações de consumo as atividades de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária. Portanto, entenderam que o CDC pode ser aplicado na relação banco-cliente. Além deles, os ministros aposentados Carlos Velloso e

Emiliano Capozoli/LUZ (27/3/2006)

Bancos argumentam que CDC não é aplicável nas relações com clientes

Nelson Jobim deram votos parciais. Eles entenderam que o CDC pode ser aplicado nos serviços bancários em geral, como na espera na fila ou no mau atendimento de um funcionário, mas não serve para questões estritamente bancárias, como empréstimos e aplicações. O julgamento foi interrompido porque o ministro Cezar Peluso pediu vistas do processo. Além dele, faltam votar os ministros Celso de Mello, Marco Aurélio e, em caso de empate, a ministra Ellen Gracie, presidente do STF. Para o advogado especialista em direito do consumidor, Sér-

gio Tannuri, do Tannuri Advogados Associados, os consumidores já podem considerar a votação de ontem uma conquista. "Não é possível afirmar taxativamente que os bancos foram derrotados. Mas foi um grande passo, e gera precedentes para a continuidade da votação. Se cinco dos 11 representantes do mais alto saber jurídico do País votaram contra as instituições financeiras e dois foram parcialmente contrários, é muito difícil a situação se inverter. Foi uma grande vitória para a sociedade, que espera por isso há mais de quatro anos", disse. Clarice Chiquetto

Indústria está produzindo menos

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s indicadores industriais de março, divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), surpreenderam ao registrar uma queda de 0,7% no número de horas trabalhadas na produção, sem efeitos sazonais. Paulo Mol, economista da entidade, disse que esperava um aumento em março, sinalizando a retomada da produção nacional. Em fevereiro, as horas trabalhadas cresceram 2,4% em relação a janeiro, o que levou a CNI a prever o fim do processo

de ajuste de estoques, iniciado no segundo semestre do ano passado. "Os dados de março não apresentam o vigor que se esperava", disse Mol. "Vamos ter de esperar abril para ver se todo o processo de redução dos estoques foi concluído." As horas trabalhadas na produção também registraram uma queda de 0,19%, no acumulado do primeiro trimestre de 2006 na comparação com o quarto trimestre de 2005. O indicador caiu pelo terceiro trimestre consecutivo. No entanto, Mol acredita

que o cenário para os próximos meses será positivo. O aumento das vendas industriais nos últimos meses, segundo ele, indica alta da demanda doméstica e deve levar à expansão da produção no futuro. As vendas reais na indústria cresceram 0,86% em março na comparação com fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. No acumulado do primeiro trimestre, apresentaram expansão de 2,26% em relação ao último trimestre de 2005, interrompendo uma queda de dois trimestres consecutivos. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

LAZER - 5 Divulgação

ACORDA BRASIL! Música e educação! Xô, mensalão! Sérgio Roveri Fotos: Luludi/LUZ

Fé haitiana: Ronaldo, Ronaldinho e Roberto Carlos são deuses

CINEMA

O Haiti perdeu de 6 a 0. E festejou como nunca

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Maestro Edilson Venturelli e a Orquestra Sinfônica Heliópolis na contundente peça de Antonio Ermírio de Moraes, dirigida por José Possi Neto

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m 1996 ele surpreendeu o meio empresarial ao lançar-se como dramaturgo com a peça Brasil S.A., uma cutucada com classe nos desmandos econômicos do País. Três anos depois, um novo texto – e com ele, um novo alvo: as precárias condições de saúde do Brasil foram radiografadas em SOS Brasil. Agora, Antonio Ermírio de Moraes, o autor, está de volta, disposto a apontar, com mais contundência e também muito mais lirismo, os problemas que fazem do Brasil do mensalão e do caixa 2 um dos países com os mais baixos índices de educação do mundo. Acorda Brasil!, terceiro e mais ambicioso texto teatral do empresário, estréia nesta sexta, dia 5, para público no teatro do Shopping Frei Caneca, numa encenação grandiosa que coloca no palco os 68 jovens músicos da Sinfônica Heliópolis. "À medida que vou ficando mais velho, também fica mais difícil escrever", diz o empresário. "Mas nestes dez anos, não mudei o foco do meu teatro. Sempre escrevi sobre o Brasil e é o que pretendo continuar fazendo. Porque acredito neste País". Acorda Brasil! é uma indisfarçável manifestação da fé do empresário nos rumos nacionais. Inspirada em fatos reais – a criação de uma orquestra sinfônica na comunidade carente de Heliópolis, zona Sul de São Paulo – a peça revela o poder redentor da

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O autor e o maestro Silvio Bacarelli: planos de criar Academia de Artes

música e, por tabela, da educação, sobre uma geração de jovens desprezada pelos aparatos do Estado. É a história de Laerte (Petrônio Gontijo), violinista jovem e idealista que, enquanto sonha com uma vaga na Orquestra Sinfônica Municipal, aceita dar aulas de música numa escola da periferia de São Paulo. Seus primeiros obstáculos são o descrédito da diretora Marta (Arlete Salles) e a indisciplina e propensão à violência dos alunos de sua diminuta classe. Com a paciência de quem executa um solfejo, Laerte consegue vencer estes desafios e criar uma orquestra jovem – que passa a ser admirada até por músicos do Exterior. Claro que não se trata de uma luta

sem mártires: ao mesmo tempo em que recupera para o convívio social o jovem VR, o professor Laerte vê um de seus pupilos, Capilé, ser morto durante uma provável guerra de gangues na favela. "Acredito que existam milhares de pessoas como o

Laerte da peça", diz Antonio Ermírio. "Elas precisam ser descobertas e incentivadas. Eu não quero ser presunçoso, mas espero que esta peça tenha o poder de revelar ao Brasil novos exemplos como o do herói da minha história". Dos três textos escritos por Antonio Ermírio, Acorda Brasil! é o único a esbarrar na estrutura dos musicais. Jovens atores, recrutados na comunidade de Heliópolis, cantam e tocam alguns instrumentos em cena, antes do final apoteótico – a execução, com o time completo da orquestra, da Quinta Sinfonia, de Beethoven e Aquarela do Brasil, de Ary Barroso. A direção do espetáculo é de José Possi Neto, que não economiza na mobilidade de vários cenários para ambientar a história. Acorda Brasil!, estréia nesta sexta, dia 5, no Teatro Shopping Frei Caneca, Rua Frei Caneca, 569, tel.: (11) 34722229. Sexta e sábado às 21h, domingo às 20h. Ingressos a R$ 50.

documentário O Dia em que o Brasil esteve aqui, de Caito Ortiz e João Dornelas (co-diretor de Motoboys – Vida Loca), que estréia nesta sexta no País, mostra o antes, o depois e o durante do jogo amistoso de 19 de agosto de 2004, quando a Seleção Brasileira de Futebol foi ao Haiti. Trata-se de um retrato emocionado, mas acertadamente sem aquelas cenas para forçar lágrimas, com closes em rostos de criancinhas pobres e sofridas. A agitação começou antes, com os preparativos e a expectativa para o chamado "Jogo da Paz". Ao chegar lá, o time desfilou em carro aberto – aliás blindados, guiados e protegidos por soldados da força de paz liderada pelo Brasil, com seus capacetes azuis. A multidão genuinamente em delírio gritava, sacudia bandeirolas, ativava pedaços de papel em busca de um autógrafo, delirava a um aceno dos meninos de chuteiras. Se aqui Ronaldo é endeusado, nesse pobre país da América Central ele é nada menos do que Zeus, o mais graduado no Olimpo em que figuram também Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e Kaká. O presidente Lula e sua mulher, Marisa, estavam presentes ao jogo. Entre uma declaração e outra, ele tocou no assunto da ambição brasileira à cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Transmitida para mais de 100 países, a partida em si foi menos importante do que a presença da seleção brasileira. Os próprios jogadores do Haiti pediam autógrafos aos brasileiros, que se emocionaram ao propor-

cionar momentos de alegria genuína a uma nação tão sofrida. Os haitianos adoram o futebol brasileiro a ponto de cogitarem adiar a data das eleições municipais, porque esta coincide com o dia do segundo jogo do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha, contra a Austrália, em 18 de junho. Alguns haitianos se disseram ofendidos, antes da partida, por terem ouvido dizer que o presidente Lula recomendara aos brasileiros que não fizessem muitos gols. Queriam um jogo para valer, legítimo. Depois dos seis a zero, muitos reclamavam por terem levado tantos gols. Outros, talvez mais realistas, diziam "Se os brasileiros tivessem jogado tudo o que sabem, teriam nos batido de 20 a zero. Fénelon Gabart, o goleiro que embora tenha levado quatro gols, defendeu um chute de Ronaldo, declarou: "Até o meu último dia na Terra eu vou lembrar desse momento." Depois de tudo, nada mudou. O Haiti continua paupérrimo, como o 153º país no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil é 63º e sabe-se que as coisas por aqui não são exatamente como na Noruega, a primeira da lista. O Brasil também não conquistou a almejada cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Mas os haitianos tiveram um dia para não mais esquecer, porque nenhuma quarta-feira jamais foi igual àquela em Porto Príncipe. (LHC) O Dia em que o Brasil esteve aqui (Brasil, 2005, 72 minutos). Direção: Caito Ortiz e João Dornelas.

OUTRAS ESTRÉIAS Divulgação

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Georges Laurent e Juliette Binoche: vítimas de um mistério

DOCUMENTO

E assim faz-se música

onos de mãos que se desdobram na busca entusiasmada por novas harmonias, Luiz Alves, Neguinho e Kiko Continentino são o Sambajazz Trio. Formado por músicos virtuosos, ele faz shows há tempos. Um contrabaixista, um baterista (também trompetista) e um pianista. Gente experiente no ramo. Ciganos a percorrer palcos da vida musical. Estradeiros a viver do que tocam. E os três músicos decidiram que chegou a hora de mostrar seu trabalho num CD. Antes, era o tempo de amadurecer o convívio. Considerando suficiente o tempo, preenchido e já feito de contratempos, colcheias e arpejos, assim nasceu, bem na hora, Agora Sim! (Guanabara Records). "Agora Sim!" é também o título de uma parceria de Luiz Alves e Luizão Paiva. Samba que desabrocha ao som do trompete em surdina, que logo se junta em uníssono ao piano e abre portas para um contagiante arranjo em que não faltam solos ricos em criatividade estimulada por harmonias extremamente bem elaboradas. E é no requinte das harmonias que se revela a personalidade deles. Além de composições de seus inte-

Aquiles Rique Reis grantes, o trio gravou grandes nomes da MPB: Dorival Caymmi, Luiz Eça, Milton Nascimento, Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, Marcos e Paulo Sérgio Valle, e trouxe de volta a tradição sonora de outros trios como o Tamba, o Jongo e o Som Três formados por baixo, piano e bateria que revolucionaram a música instrumental brasileira, sobretudo nos anos de 1960. Os arranjos das treze músicas que compõem o repertório do CD, repletos de contrastes e dinâmicas, são feitos a seis mãos, a quatro cabeças, a seis ouvidos, a três esforços. A interpretação do trio para Sweet Georgia Brown é marca para se destacar e ficar impressa na história das dezenas de gravações que já tem essa esplendida canção de Bernie, Casey e Pinkard. O contrabaixo é riscado pelo arco, o piano vai a New Orleans, a bateria começa seu toque em forma de dedilhado suave da ponta das baquetas, logo surge a canção lida como um mix de samba e jazz, que emprestam suas bossas ao

trio e lhes dá nome e inspiração. O Trenzinho do Caipira tem arranjo especialmente rico, dando luz e novo frescor à música de mestre Villa-Lobos. O piano de Kiko, em harmonia detalhista, se deixa acompanhar pelo baixo acústico tocado pelo arco de Luiz Alves e, juntos, vão até o tempo de affrettando, que permite a Neguinho tocar na caixa as vassourinhas em movimentos circulares e induzir o ouvinte a "ver/sentir" o resfolego do velho trem em marcha. Kiko, Luiz e Neguinho sabem bem que não basta ser bom músico. Sabem também que têm de sempre provar que são bons músicos. Sabem mais: que não é suficiente acreditar que o som vem da alma na hora em que desejar vir, e que o músico de verdade precisa emocionar-se para emocionar a outrem. Os três atingem esses estágios, reverentes à modéstia indispensável que rende frutos aos que têm humildade para valorizá-la. Salta aos olhos que Neguinho, Kiko e Luiz não se juntaram apenas por

vontade de tocar o que sabem. Claro que "apenas" isso já seria ótimo, mas eles têm em mente muito mais. Confiantes de seus conhecimentos acerca dos instrumentos que tocam, não se limitam a crer que isso bastaria para criar um CD criativo e estimulante. Agora Sim! tem sabor de ensaio; cheira a trabalho; transborda transpiração na busca da excelência que só alcança os craques que se dedicam com afinco àquilo que já está próximo a eles; denota carinho pela arte cujo dom nasceu com cada um dos integrantes do trio e se desenvolveu graças ao esforço ininterrupto de aprimoramento a que se dedicaram horas a fio. Músicos respiram música. Músicos dormem ouvindo aquilo que tocam e acordam tocando aquilo com que sonharam. Bem, ao menos assim são os músicos que se deixam perceber no transe meio enlouquecido de trazer à luz o som que vem da emoção, passa pelo cérebro, deságua nos dedos e inunda ouvidos ávidos por música boa. O que o Sambajazz Trio faz é música. Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, ed. A Girafa.

Gravidez em depoimentos

Casal unido depois de um crime

a c h é ( Ca c h é , Fr a n ç a / Á u stria/Alemanha/Itália, 2005, 117 minutos). Premiado em 2005, como melhor diretor no Festival de Cannes, o austríaco Michael Haneke (A Professora de Piano) lança agora o drama Caché com Juliette Binoche interpretando Anne e Daniel Auteuil na pele de George Laurent, um apresentador de programa literário na TV. O mistério surge quando o casal que vive em Paris, recebe uma fita de vídeo com imagens de sua casa, filmadas por uma câmara instalada na rua. Além disso, desenhos sinistros também chegam à residência. Para descobrir o autor dos atos, o apresentador embarca em uma extensa investigação.

parte do documentário, gênero que acompanha a carreira da diretora desde 1976. A realidade brasileira é vista por meio do testemunho das garotas que falam sobre sonhos frustrados e incertezas.

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eninas (Brasil, 2005, 71 minutos). Do teste de gravidez até os primeiros meses dos bebês. Foi esse o período que a diretora Sandra Wernek acompanhou Evelin, Edilene, Joice e Luana, grávidas entre 13 e 15 anos moradoras de favelas ou bairros pobres do Rio de Janeiro. Os depoimentos das quatro adolescentes grávidas fazem

M

rime Ferpeito (Crimen Ferpecto, Espanha/Itália, 2004, 105 minutos). Rafael (Guillermo Toledo) trabalha na seção feminina de uma loja de departamentos de Madri. Com a intenção de ser promovido a gerente do andar, ele precisa primeiro superar as metas do concorrente Don Antonio (Luis Varela), um funcionário mais velho e tão preparado quanto Rafael para o cargo. O caminho fica livre quando Rafael provoca mata seu oponente. Mas o que ele não contava é que Lourdes, (Mónica Cervera) a mulher mais feia da loja, testemunhasse o crime. Alvo constante do desprezo de Rafael, Lourdes passa a chantageá-lo. O título é uma homenagem a Disque M para Matar, de Alfred Hitchcock, que na Espanha se chama Crime Perfeito. Dirigido por Álex de la Iglesia.

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

CINEMA NO

PARAÍSO

Se um cineasta do "Cinema do Estado" errar, basta deitar falação ideológica na mídia e aguardar a nova abertura dos cofres estatais um dos combustíveis mais caros do mundo; com a grana fácil do BNDES, extraído do Fundo de Amparo ao trabalhador – FAT, e com a grana da Eletrobrás, uma empresa que aumenta os preços da energia elétrica a cada três meses. Os dois filmes tratam da corrupção nos meios oficiais: o americano disseca a virulência da geografia criminosa de um distrito policial de Nova York, o brasileiro pretende denunciar a putrefação dos bastidores políticos de Brasília e arredores, ambos procurando trabalhar dramaticamente em cima de fatos e personagens atuais – com uma diferença básica: enquanto o filme capitalista palpita de vida, sinceridade, emoção e interesse, o cinema do Estado vegeta no solo árido da inconsistência, da chatice, da preguiça e do escapismo. E a mediocridade do filme nacional não pode ser

ELEITORAL

Quero mais Brasil BENEDICTO FERRI DE BARROS

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ia 26 de abril meu provedor, Terra.com.br, me remeteu um spam bem-vindo. Tinha o título deste artigo. Num retângulo verde-amarelo, um breve texto dizia: "Você deseja menos corrupção, mais investimentos nos brasileiros e mais transparência? Por favor, apóie o movimento Quero mais Brasil. Manifeste-se agora no site www.queromaisbrasil.com.br." Na assinatura do texto era-se informado que "as manifestações coletivas serão enviadas aos governantes" e de que se tratava de uma campanha apoiada pela Abranet. O convite era como uma oferta de água no deserto de inanição cívica em que o País está atolado, inerte sob o mar-de-lama politicóide que reduz o crescimento deste gigante continental com 186 milhões de brasileiros aos índices do nanico Haiti. Ora, a Abranet não é uma organização política, mas uma entidade privada, a Associação Brasileira dos Provedores de Acesso à Internet. Isso tem um duplo significado. O primeiro é que, como dizíamos em artigo aqui publicado recentemente (Os dois Brasis), as grandes reformas significativas, duradouras e capazes de promover o saneamento e progresso da política de uma nação só podem ser feitas por movimentos cívicos de toda a sociedade, pois a classe política, embora minoritária, mas detentora do poder, como qualquer grupo corporativo coloca seus interesses acima dos interesses maiores do povo e da Nação. Em segundo lugar porque a Abranet não é uma entidade privada qualquer, mas a cúpula que representa o acesso de

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

comunicação a todo o universo de usuários de computador. No Brasil há cerca de 14 milhões de terminais para internautas e embora estes ainda sejam pequena fração da população nacional, representam a parte melhor informada e mais esclarecida da população. (Um dado significativo é que, percentualmente, ocupamos a liderança mundial sob esse aspecto, à frente mesmo do Japão e dos Estados Unidos.) Daí o açodamento com que fomos para o site www.queromaisbrasil.com.br. No cabeçalho do site está reproduzida a bandeira brasileira e as reconfortantes afirmações de que "Essa bandeira é sua, este país é seu." As páginas do site informam "O que é – Quem apóia – Como participar, Notícias – Campanhas publicitárias – Apresentações."

N

um rápido passeio por este movimento, que está apenas no seu início, verificamos que além de numerosos cidadãos-eleitores-contribuintes comuns, como nós, ali já se encontram nomes de liderança nacional nos mais diversos setores, como Adib Jatene, Guilherme Afif Domingos, Bernardinho, Washington Olivetto, Carlinhos Brown e muitos outros. Seria muito útil para o movimento se as manifestações apresentadas trouxessem breve indicação sobre os manifestantes. Só uma coisa nos deixou apreensivo: a de que os resultados venham a ser encaminhados aos governantes e esses, como é de seu costume, encontrem meios de tirar das brasas alguma sardinha para seu consumo, sem nada pagar por isso.

presidente Lula aproveita o mais que pode, e é muito, na sua campanha pela reeleição, explorando o direito que lhe assegura manter-se no cargo presidencial com todo o poder que tem nas mãos. O Palácio do Planalto anunciou uma verba fantástica para satisfazer aos prefeitos, que são, como se sabe, bons cabos eleitorais, e que per si garantem a eleição de um candidato. Num país onde há tantos advogados, tantos especialistas em Direito Eleitoral, não houve uma só voz que se levantasse e protestasse contra a desigualdade de direitos entre dois candidatos à Presidência, como é o caso de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. No poder, Lula está fazendo o que a lei lhe permite, usando o poderio do governo presidencial para se assegurar da eleição que lhe garantirá mais um mandato completo de quatro anos.

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Lula está usando o poderio de um governo presidencial para garantir mais um mandato de quatro anos

A s grandes reformas só podem ser feitas por movimentos cívicos

Primeiro de Maio: hora de avaliar

TRECHOS DA CRÍTICA DE IPOJUCA PONTES NO SITE MIDIA SEM MÁSCARA WWW.MIDIASEMMASCARA.ORG

N elson Pereira: o maldito poder do dinheiro

Auditado pela

INIQÜIDADE Céllus

Q

JOÃO DE SCANTIMBURGO

atribuída à falta de dinheiro: é plausível garantir que, com as despesas de lançamento, Brasília 18% supere a casa dos US$ 3 milhões – uma quantia astronômica para os cofres de uma nação que não consegue pagar salário mínimo aos seus professores primários. Em 16 Quadras, a trama é antiga, vem de Homero e até João Ubaldo, em Sargento Getúlio, dela se valeu. Mas o que resulta da narrativa em tempo real é um primor. O filme de Nelson Pereira se vale de fatos folclóricos do apodrecido tecido políticosocial brasiliense. No final do melodrama, o diretor, tradicional lobista do cinema nas ante-salas do poder corrupto de Brasília, revela o real objetivo do filme: ele faz o cineasta caboclo, ao defender-se das acusações, dizer, num depoimento, que pode ser viciado e alcoólatra, mas não é ladrão nem assassino, terminando por amaldiçoar o poder do dinheiro. Se Donner, de 76 anos e mestre na arte de filmar, errar a mão, e o filme não vender tickets na bilheteria, ele vai passar muito tempo na geladeira ou pagar o prejuízo. Se o cineasta do cinema do Estado errar, como em geral erra, não tem problema: basta tirar da cachola uma “idéia”, deitar uma falação ideológica na mídia e aguardar a reabertura dos cofres das estatais. Com uma diferença: a sala de 16 Quadros estará lotada, com o público vibrando, e a de Brasília 18%, com apenas 6 pessoas (sessão das 21h, dia 24, na sala 1 do São Luiz, no Rio), será a jaula de um público miseravelmente frustrado e até enfurecido.

Gustavo Stephan/Agência O Globo

uem quiser saber a diferença entre o cinema do capitalismo e o cinema patrocinado pelo Estado basta ir ver 16 Quadras (“16 Blocks”, Image Films, EUA, 2006) e Brasília 18% (Petrobras e Regina Filmes, Brasil, 2006), ambos em exibição. O primeiro, dirigido por Richard Donner, é produzido por empresa independente, fruto de dinheiro arrecadado nas bilheterias, com a intervenção de companhias de seguros, agentes e empréstimos bancários; o segundo, de Nelson Pereira dos Santos, é feito com o dinheiro da Petrobras, estatal responsável pelo empobrecimento do povo brasileiro, visto que produz

MARCO AURÉLIO BERTAIOLLI

É

passado o Primeiro de Maio. Uma data que representa conquistas, reivindicações e, por que não dizer, muito trabalho. Essa já foi uma data marcada por protestos, manifestações públicas e políticas. Também foi a data que projetou o líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva no Grande ABC. Porém, hoje, tudo mudou. Primeiro, porque o líder sindical se tornou presidente. Segundo, porque o trabalhador está muito mais consciente e não se deixa enganar. Não se deixa enganar por "falsos profetas" e discursos evasivos. Mudou porque quem sempre se disse um defensor dos empregos e dos trabalhadores hoje não consegue cumprir as suas próprias promessas. E são os próprios números do governo que nos mostram isso. Bandeira de campanha, o "Primeiro Emprego" foi lançado com a astronômica promessa de gerar 260 mil vagas no mercado de trabalho. Isso mesmo: 260 mil. Mas, desde julho de 2003, quando foi apresentado como a "grande salvação", conseguiu criar 3.923 vagas. Isso mesmo: 3.923, conforme os dados do próprio Ministério do Trabalho. O que mais impressiona é que agora será lançado um novo projeto, o "Juventude Cidadã". É mais uma proposta que nasce ancorada por um ano político e que tende a naufragar. E isso é fácil de demonstrar. O Projeto Degrau, deflagrado pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, já formou e capacitou para o mercado de trabalho cerca de 100 mil adolescentes. A parceria com as empresas rende frutos não só na Capital, mas também em outros municípios. Só para se ter uma idéia, em Mogi das Cruzes, que possui cerca de 350 mil habitantes, em três anos o Degrau já capacitou

cerca de 2,5 mil jovens. Destes, aproximadamente 1,5 mil conseguiram emprego. Ou seja, quase 50% do programa do Governo Federal para todo o Brasil. Isso é resultado de um trabalho sério, realizado em parceria com empresas e entidades assistenciais, que não se prendem a discursos políticos. Que sabem que para fazer o Brasil crescer e voltar a girar a roda da economia é preciso muito mais que simples maquiagens de marketing, como assistimos há alguns anos e vem dando no que está aí hoje.

O

trabalhador brasileiro sabe que para comemorar o Dia do Trabalho com dignidade é preciso consciência, muito mais que palavras ditas em palanques. Sabe que sempre é tempo de reivindicar, mas que também sempre é tempo de trabalhar por um país mais justo, com igualdades sociais. O Brasil, com todo o seu potencial de crescimento, de desenvolvimento econômico e social, não pode ficar à mercê de alguns poucos que acham que aqui é a casa da mãe-joana e que nela podem fazer o que bem entenderem sem qualquer punição. Temos a Justiça, mas também temos o nosso direito de voto, um protesto silencioso e de profunda dignidade, de que todo o brasileiro pode se valer nas próximas eleições. Esperamos que o próximo Primeiro de Maio não seja comemorado apenas com festa e palanque. Esperamos que em 2007 comemoremos essa data com carteira assinada. MARCO AURÉLIO BERTAIOLLI É VICE-PREFEITO DE MOGI DAS CRUZES E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MOGI DAS CRUZES

P ara fazer o Brasil crescer é preciso mais do que simples maquiagens

ue me conste, nenhum candidato protestou contra essa arbitrariedade, um candidato excessivamente favorecido tendo em face de si mesmo candidatos desfavorecidos. Aqui em São Paulo, por exemplo, Geraldo Alckmin passou o governo ao vice Cláudio Lembo e armou a sua campanha com pessoal próprio, dispostos a apoiá-lo, reconhecendo o seu valor ético e técnico, qualidades que estão em falta no Brasil. Pode sanar essa brutal iniqüidade de legislação eleitoral é necessário um movimento generalizado de opinião pública, que se arme de espírito cívico bem acentuado e que o imponha nas urnas no dia do pleito. O Senado deve, tão logo acabe a campanha de reeleição, examinar a lei e interditar reeleições no Brasil pois, como se viu, aberram contra os princípios de liberdade e fraternidade, virtudes não encontradas na lei que garantiu o direito de reeleição a políticos bem situados no poder, fato que incompreensivelmente ninguém protestou por sua iniqüidade. É o que tenho a dizer!

Q

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tr i b u t o s Empresas Finanças Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DÓLAR MAIS FRACO NO EXTERIOR

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

160

bilhões de reais é quanto o mercado de cartões de crédito deve movimentar em 2006, segundo o Itaú

EM AUDIÊNCIA NO CONGRESSO, O SECRETÁRIO CARLOS KAWALL DISSE QUE DÉFICIT DEVE SER DE 3% DO PIB

TESOURO PREVÊ MELHORA DAS CONTAS PÚBLICAS

O

secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, afirmou ontem que o déficit nominal (receitas menores que despesas, incluindo os gastos com juros) do setor público consolidado deverá cair para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Em 2005, o déficit nominal do setor público consolidado (que inclui governo federal, estados, municípios e empresas estatais) ficou em 3,28% do PIB. Nos 12 meses encerrados em março, o resultado piorou, alcançando 3,87% do PIB. A projeção de Kawall leva em conta o cumprimento da meta de superávit primário (que desconsidera o gasto com juros), de 4,25% do PIB, e uma menor despesa com pagamento de juros — já que a Selic, a taxa básica definida pelo Banco Central, vem sendo reduzida desde setembro de 2005. Kawall participou ontem de audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional. O secretário acredita que a melhora das contas públicas terá contin u i d a d e n o p ró x i m o a n o , quando o déficit nominal poderá ficar abaixo dos 3% do PIB. "A expectativa de continuidade da queda na inflação e de crescimento do PIB um pouco acima do deste ano le-

vam a um déficit nominal menor do que o esperado para 2006", explicou o secretário. Compromisso — Na audiência, Kawall reafirmou o compromisso do governo com o cumprimento da meta de superávit primário neste ano. Mas, como já fez em outras ocasiões, admitiu que, ao longo do ano, no acumulado em 12 meses, o resultado fiscal pode ficar eventualmente abaixo do previsto. "Isso ocorreu no passado, mas sem risco para o cumprimento da meta do ano. Em 2006, os dados apontam para um resultado ligeiramente acima da meta de 4,25%." Dados sobre o resultado fiscal do governo federal, incluindo empresas estatais, apresentados pelo secretário aos parlamentares mostram que o superávit primário no primeiro trimestre foi de 3,23% do PIB, ligeiramente abaixo dos 3,35% estabelecidos no decreto de programação orçamentária deste ano. "Mas não é nada que preocupe", garantiu Kawall, lembrando ainda que a meta incluída no decreto está 0,2 ponto percentual do PIB acima da prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como precaução para eventual aumento de gastos de estados e municípios, o que afetaria a meta do setor público consolidado para o período. (AE)

Governo tenta impedir, mas dólar cai

O

leilão de compra de dólares realizado na tarde de ontem pelo Banco Central (BC) enxugou boa parte da liquidez do mercado de câmbio, que pressionava o dólar para baixo nesta quinta-feira. Com a operação, considerada uma tentativa de estancar a baixa, a moeda americana diminuiu o ritmo de desvalorização e encerrou o dia com leve queda de 0,19%, cotada a R$ 2,071 na ponta de venda. O dólar chegou a ser vendido a R$ 2,061 na cotação mínima do dia, derrubado por fortes ingressos de recursos no mercado de câmbio. Também contribuiu para a queda do dólar no Brasil ontem o enfraquecimento da moeda americana em outros mercados no mundo. O euro superou a marca de US$ 1,27 pela primeira vez em um ano, depois de o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, sinalizar aumento na taxa de juro da zona do euro em junho. Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, lembrou que, quando o cenário externo está tranqüilo, o dólar opera com consistente tendência de queda em relação ao real (leia mais sobre a trajetória da moeda em reportagem nesta página). "A expectativa é de que o fluxo de entrada de dólares no Brasil continue forte, atraído pela ainda elevada taxa de juros do País", afirmou o operador de câmbio.

Bolsa — A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em leve alta ontem, mas sem força para se manter acima do recorde de 41.016 pontos alcançado no fechamento do pregão de quarta-feira. O Ibovespa, principal indicador do mercado de ações, encerrou os negócios com discreta alta de 0,14%, em 40.975 pontos. De acordo com operadores, a Bovespa poderia ter subido mais se não fosse o mau desempenho das ações da Vivo, que fazem parte da carteira do Ibovespa. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da empresa despencaram 6,57%. Os investidores não gostaram do resultado da companhia (a maior operadora de telefonia celular do País), que teve prejuízo de R$ 179,3 milhões no primeiro trimestre, perda maior à esperada. O volume financeiro ficou em R$ 3,09 bilhões, giro superior à média diária do ano, principalmente por causa do forte aumento das operações com papéis da Varig. A expectativa do mercado é de um desfecho para a crise da empresa aérea com a ajuda do governo. Só no pregão de ontem, as ações giraram R$ 78 milhões. A queda de cerca de 3% dos preços do petróleo no mercado internacional afetou as ações preferenciais da Petrobras, que fecharam o dia com desvalorização de 0,98%. A crise com a Bolívia continua tendo pouco impacto sobre os papéis da estatal brasileira. (Agências)

Para analistas, real continuará forte

O

real deve continuar forte. Talvez, até um pouco mais valorizado no curto prazo. Essa é a avaliação majoritária de analistas de bancos e fundos estrangeiros. Os profissionais, porém, acreditam que a tendência de redução dos superávits da balança comercial no segundo semestre pode ter impacto, embora limitado, sobre o valor da moeda brasileira.

Richard Segal, analista do fundo Argo Capital Management, diz que a moeda brasileira deverá testar, para baixo, a marca dos R$ 2 por dólar em breve. O real forte, segundo ele, pode acabar comprometendo as exportações brasileiras de produtos manufaturados. Clyde Wardle, do banco HSBC, observa que os fluxos cambiais em abril foram menos favoráveis ao real. (AE)

Adriano Machado/AE

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 8/11/05

Kawall: setor público terá menos despesa com pagamento de juros neste ano

Chacon, da Credicard Itaú: primeiro quadrimestre superou expectativas

Cartões: BC recomenda compartilhamento

O

Banco Central (BC) divulgou ontem um documento, batizado de diretiva, em que recomenda à indústria de cartões de crédito e de débito o uso de "todo potencial de cooperação na área de infraestrutura". A contribuição a que o BC se refere diz respeito à idéia de compartilhamento das redes atualmente usadas pelas administradoras de cartões para o recebimento dos pagamentos no varejo. Hoje, cada uma das administradoras tem sua própria rede, o que, na opinião do BC, obriga o varejo a arcar com despesas maiores para trabalhar com mais de uma bandeira. Também aumenta indiretamente o custo para o consumidor e reduz a eficiência do próprio mercado de cartões, que cresce, segundo a Associação Brasileira das Administradoras de Cartões e Serviços (Abecs), a uma média anual de 30% em termos de receita. Apesar de não ter o poder de uma norma, o documento explicita a opinião do BC em relação ao funcionamento do mercado de cartões. Nele, o banco ressalta que "o resultado almejado é o de que o substancial crescimento esperado no

uso de cartões seja acompanhado por ganhos de eficiência e de bem-estar social também para os usuários finais (portadores de cartões e estabelecimentos comerciais credenciados), além do fortalecimento de um ambiente competitivo no mercado". Restrições — Na avaliação do chefe do Departamento de Operações Bancárias do BC, José Antônio Marciano, baixo compartilhamento tem conseqüências restritivas para os estabelecimentos comerciais, na medida em que o lojista que quiser trabalhar com mais de uma bandeira tem de gastar com o aluguel de máquinas di-

versas. Isso porque cada bandeira exige um equipamento diferente, o que representa aluguel a mais para o varejo. A idéia do BC é de que, com o compartilhamento, o lojista tenha em seu estabelecimento uma única máquina POS (Point of Sale) para o recebimento de qualquer bandeira de cartão. A diretiva não tem caráter de obrigatoriedade ou vedação, segundo o próprio BC. "Uma diretiva é um documento crescentemente usado por bancos centrais no mundo para expressar sua opinião institucional acerca de temas específicos e, assim, nortear sua ação naquela área", diz o BC.

O diretor de Marketing e Vendas da administradora Credicard Itaú, Fernando Chacon, concorda que o compartilhamento beneficiaria o lojista no que diz respeito ao custo. Mas, em entrevista coletiva para a divulgação de dados do setor de cartões (leia reportagem nesta página), ele evitou comentar a posição da empresa a respeito da mudança. Já para Luís Antônio Rios, presidente da Visanet, empresa responsável pelo credenciamento dos estabelecimentos comerciais para uso do sistema Visa, que opera com os cartões de crédito Visa e de débito Visa Electron, há barreiras para a implantação do compartilhamento, e seria preciso refletir muito antes de sua adoção. Segundo Marciano, do BC, uma parceria com a Secretaria de Direito Econômico (SDE) permitirá estudar melhor a questão da concorrência sadia no mercado de cartões. O diretor do BC informou ainda que o banco vem se reunindo também com todos os participantes da cadeia do mercado de cartões, inclusive com associações representativas dos consumidores, para levar adiante a idéia de compartilhamento. Roseli Lopes/RCI/AE

Credicard Itaú diz ter 19,4% do mercado

A

s recentes aquisições e cisões ocorridas no setor bancário brasileiro alteraram o ranking dos emissores de cartões de crédito no País. Na primeira pesquisa divulgada pela Credicard depois de a administradora ter sido dividida entre Itaú e Citibank, o Itaú aparece como detentor do maior número de clientes com cartões, com 19,4% do mercado. A aquisição do BankBoston, anunciada no início desta semana, também contribuiu para que o banco saltasse da terceira posição que sustentava até o ano passado para a liderança do mercado. Líder do segmento em 2005, o Unibanco aparece na segunda posição pelos dados do le-

vantamento divulgado ontem, mantendo 15,8% do mercado, mesmo montante com que fechou o ano passado. Salto mais substancial deu o Citibank, também beneficiado pela separação dos clientes da Credicard. Da 13ª posição que ocupava em 2005, quando detinha 1,1% dos usuários, passou para a 6ª posição em 2006, com 6,5% de participação. Volumes — No ranking do volume de transações, a Credicard Itaú também aparece no topo, com 25,8% de participação. Em seguida vêm Bradesco, que adquiriu a Amex, com 18,5%, Credicard Citi (10,8%) e Unibanco (8,5%). A previsão do diretor-executivo de Marketing e Vendas da Credicard Itaú, Fernando

Chacon, é de que as transações com cartão de crédito totalizem R$ 160 bilhões em 2006, volume que supera as expectativas que o mercado tinha no início do ano, quando previa R$ 156 bilhões. "Revisamos os números porque os quatro primeiros meses do ano superaram as projeções. Precisamos considerar a evolução da economia, que tem permitido que o consumidor de baixa renda adquira cartões. Esse público ainda tem grande potencial de crescimento", disse Chacon. A Credicard Itaú considera consumidor potencial para os cartões toda a população urbana com 15 anos ou mais com renda mensal acima de R$ 300. Nesse universo, as regiões Centro-Oeste e Nordeste têm

maior potencial de crescimento, de acordo com a empresa. Hoje, essas regiões concentram, respectivamente, 10% e 8% do mercado brasileiro de cartões de crédito. A região Sudeste detém a maior parcela dos usuários, com 75% do mercado, com giro de R$ 126,1 bilhões em transações por ano. Divisão — Para administrar os usuários de cartões Credicard, que indiretamente passaram a ser clientes do Itaú, Chacon informou que o banco terá áreas distintas para cuidar de cartões para clientes e para não-clientes. "Os usuários que não são clientes terão acesso aos serviços e produtos do Itaú, sem a necessidade de abrir conta", disse Chacon. Renato Carbonari Ibelli

Diners Club foi o pioneiro do segmento

O

cartão de crédito surgiu em 1950 nos Estados Unidos, pelas mãos do consumidor Frank McNamara, que conseguiu negociar com um restaurante a possibilidade de que alguns clientes seletos fizessem refeições com desconto mediante

pagamento de US$ 3 anuais. Esse grupo exclusivo fazia parte do recém-criado Diners Club. Na época, para conseguir os descontos, o sócio do clube apresentava um cartão de papel. Só cinco anos mais tarde ele ganhou as características atuais, passando a ser de plástico.

No Brasil, o cartão de crédito foi usado pela primeira vez em 1956, trazido pela família Klabin. Mas apenas em 1970 esse mercado começou a ser explorado. Foi quando Unibanco, Itaú e Citibank se juntaram para criar a administradora Credicard.

Em 1991, o então presidente da República Fernando Collor liberou o uso internacional para os cartões de crédito emitidos no País, mas foi só em 1995 que definitivamente os plásticos em circulação começaram a se popularizar no mercado nacional. (RCI)


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Polícia Saúde Ambiente Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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EM SÃO PAULO, TEMPO ESQUENTA NOS PRÓXIMOS DIAS

Secretaria Nacional de Defesa Civil alerta para quedas de temperatura no sul do País.

Hélvio Romero/AE

DESABAMENTO Parte do teto de uma lanchonete desabou e deixou três pessoas feridas na avenida Gaspar Vaz da Cunha, na Vila Prado. Duas crianças e uma senhora foram hospitalizadas.

Ó RBITA

APREENSÃO Cerca de 700 óculos de sol e de grau, além de 12 mil CDs e DVDs piratas, foram apreendidos ontem na praça da República. A ação foi feita pela Polícia Civil, que deteve 17 pessoas.

MEDO FAZ MOTORISTA AVANÇAR SINAL VERMELHO

F

oram tantos os assaltos que a publicitária Angela Marigo, de 50 anos, perdeu as contas. "Só sei que foram mais de 20 nos cruzamentos da avenida Rebouças, a maioria à noite", disse. Apesar de achar a região perigosa, esse é seu caminho para o trabalho e para a casa de sua mãe. Segundo Angela, só existe uma maneira de se sentir segura no volante depois das 22h: "Não paro em sinal vermelho, é muito arriscado." Na madrugada de quartafeira, a produtora de moda Juliana Torres de Cerqueira,

de 29 anos, sofreu um grave acidente na Rebouças com a Oscar Freire. Suspeita-se que ela fugia de um assalto e, por isso, avançou o sinal. Entre todos os cruzamentos da Rebouças, o da Rebouças com Brasil é apontado como o mais perigoso pelos motoristas. A Secretaria da Segurança Pública não tem levantamento sobre o número de assaltos nos cruzamentos das avenidas da cidade. Na Rebouças, na madrugada de ontem, muitas crianças faziam malabarismos nos sinais e limpavam vidros dos carros.

"Não é a gente que rouba. É gente que vem de longe e aproveita quando alguém abre o vidro para dar alguma coisa", disse C.D., de 13 anos. "Nunca abro a janela. Se vejo que está livre, passo", disse o administrador de empresas Dario Kobara. "Vira e mexe aparece alguém chorando, dizendo que foi assaltado. Acho que o policiamento daqui é insuficiente", disse Antônia de Souza, de 44 anos, que trabalha em um posto de gasolina na esquina da Rebouças com a Cônego Eugênio Leite. Para outro

conhecedor da área, já foi pior. "Trabalho neste ponto há mais de cinco anos e até que melhorou", disse o taxista Renato de Azevedo. Segundo os comerciantes da região, um carro de polícia costuma ficar parado no cruzamento da Brasil, mas na madrugada de ontem, até 1h, não havia nenhum lá. A Secretaria da Segurança não explicou o motivo da ausência da polícia. Informou que no primeiro trimestre a Polícia Militar recuperou 44 veículos, apreendeu 14 armas de fogo e prendeu 48 pessoas na região da Rebouças. (AE)

A noite mais fria deste ano na cidade registrou 10,7 graus

Mais um recorde de frio na madrugada

A

madrugada de ontem bateu novo recorde de temperatura na cidade de São Paulo: foi a mais fria do ano, chegando a 10,7 graus. A medição foi feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Mirante de Santana, na zona norte da capital. Em Campos do Jordão foram registrados 2 graus durante a madrugada. Segundo o Inmet, a massa de ar polar já começa a se enfraquecer, com a temperatura subindo aos poucos. Na quarta-feira, São Paulo teve mínima de 11,2 graus, até então a menor deste ano. Em Campos de Jordão, a mínima havia sido de 5,4 graus. Em 2005, a temperatura mais baixa do ano na cidade de São Paulo foi registrada pelo Inmet em julho, com 9,4 graus. A queda da temperatura é resultado de uma massa de ar frio que atua desde terça-feira sobre a região, mas já começa a se dissi-

par. Os próximos dias devem ser mais quentes, apesar do frio durante as madrugadas. Isso porque o céu claro, sem nuvens, não retém o calor e faz as temperaturas caírem à noite. As condições devem durar até a próxima semana. Alerta – A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) alertou ontem para a queda de temperatura nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De acordo com a previsão, a temperatura ficará entre 2 e 6 graus nas regiões mais altas do Paraná e entre 8 e 13 graus nas demais áreas paranaenses. Os moradores de locais de maior altitude do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina deverão enfrentar temperaturas mais baixas. Também há previsão de mar agitado, com ondas de três metros, nos litorais do Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, pelo menos até hoje. (AE)

Fogo na Ilha Grande continua

U

m incêndio, que começou sábado, continua destruindo a vegetação da Ilha Grande, a maior entre as mais de 250 ilhas e ilhotas que formam o Parque Nacional de Ilha Grande, no noroeste do Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul. Hoje, mais 30 bombeiros se juntariam às 50 pessoas que combatem o fogo. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de São Jorge do Patrocínio, um dos mu-

nicípios situados às margens do rio Paraná, entre sábado e terça-feira foi atingida uma faixa de 20 quilômetros de comprimento, a partir do sul da ilha. Com a intensificação do vento, foram mais 15 quilômetros entre quarta-feira e o início da tarde de ontem. A fumaça não permitiu o cálculo da largura. O vento forte, que propaga o fogo com mais rapidez, é um dos principais contratempos enfrentados pelos bombeiros.


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6 -.LAZER

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SEDUÇAO EM TOM MAIOR Paulo Pampolim/Hype

TEATRO Declaração de amor árabe

O tom agudo de Ângela Maria tem lugar garantido no palco do Bar Brahma. O respeito que sempre teve pelo público não segurou a cantora que, mesmo gripada, deu um show

João Caldas

Sérgio Roveri

A

frente fria que chegou à Você começou a cantar cidade na semana pas- profissionalmente aos 19 anos e sada abalou um dos pila- continua até hoje. Existe algum res mais tradicionais da segredo para a longevidade de uma música brasileira: o agudo de Ângela cantora? Maria. O Bar Brahma, onde ela alterna as Em relação à voz, os mais básicos: noites de segunda-feira com o cantor sair pouco, não fazer noitadas, não fuCauby Peixoto, estava praticamente lo- mar, evitar álcool e não tomar gelado. tado quando a cantora, vestida de pre- Mas nada disso adianta se você não tito, subiu ao palco com apenas dez mi- ver humildade. A única receita para a nutos de atraso. "Pelo respeito que eu longevidade de um artista são a husempre tive pelo público, não consegui mildade e a lembrança de que ele preficar na cama. Estou gripada e com fe- cisa respeitar seu público. Não posso bre", disse, com voz rouca e anasalada. dizer que a técnica sustente uma car"Mas eu fui teimosa por ter vindo". reira. Técnica se aprende em escola e Aclamada pelo público, deixou pas- eu nunca estudei música. sar a entrada da primeira canção. "A gripe atacou meu cérebro", brincou. Foi O que é mais determinante na escolha imediatamente perdoada. "Você pode do seu repertório? tudo", gritou, condescendente, uma Eu sou uma pessoa romântica por antiga fã do fundo do salão. Aos pou- natureza. Gravo as músicas que falam cos, a cantora foi domando as cordas ao coração. Sigo sempre esta pauta: vocais e deu conta, ainda que sem o músicas que falem de amor, seja ele costumeiro brilho, de clássicos como fracassado ou feliz. Uma música boa Ronda, Se Todos Fossem Iguais a Você, me seduz à primeira vista: ouço, gosto Gente Humilde e As Rosas não Falam. e já gravo. Ou me afasto dela. Resistiu o quanto pôde, mas os pedidos foram tantos e tão insistentes que acei- Você mantém contatos com novos tou se aventurar por Ave Maria no Morro compositores? e Babalu, caminhando em direção às Eu tenho de manter sempre contato notas mais altas com a cautela de quem com os compositores, porque muitas carrega cristais. vezes eles escrevem uma música penA 15 dias de completar 78 anos (ela sando em mim. Mesmo nestes casos, nasceu em Macaé, Estado do Rio, em há o risco de eu não gostar da compo13 de maio de 1928), Ângela Maria é o sição. Se eu gravar, pode até fazer suúltimo grande nome de uma geração cesso, mas não gravo. Não consigo cande cantores para quem a garganta tar uma coisa que eu não sinto. sempre valeu mais que a atitude. "Se eu ouço rádio hoje? Ouvir o quê?", res- Mas você nunca se viu obrigada a ponde antes que a pergunta seja con- cantar canções das quais não gostava? cluída. "Quando quero ouvir alguma Isso acontece muito nas gravadocoisa que valha a pena, coloco para to- ras. Às vezes o artista é obrigado a acacar CDs de Cauby Peixoto, Agnaldo Ti- tar a opinião das gravadoras, por isso móteo e Alcione. Se é para ouvir lixo, existem algumas canções que eu só prefiro deixar o rádio desligado". O rá- cantei em estúdio. Gravei para não endio, sim. Mas a televisão, nunca. A can- trar em conflito e não magoar algumas tora diz que passa os dias estirada no pessoas, mas estas músicas nunca ensofá, acompanhando com interesse traram nos meus shows. verdadeiro todas as novelas da Globo e esfolando as teclas do controle re- O Brasil é um país de grandes vozes moto para correr atrás de trechos dos femininas. Quem é que você gosta de folhetins das ououvir? tras emissoras. E de vozes Ou na cozinha, masculinas tamonde jura manebém. Eu gosto jar o fogão com a muito de ouvir o mesma destreza Cauby Peixoto, o com que se comAgnaldo Rayol e porta diante de o Timóteo. Eles um microfone. têm as vozes Ao longo de mais bonitas do 60 anos de carreiBrasil. Entre as ra, Ângela Maria mulheres, a AlQuando quero ouvir gravou 114 álcione e, no pasalguma coisa que buns, nos quais sado, a Maysa. valha a pena, coloco encontra-se disGosto muito da para tocar CDs de t r i b u í d a a i mAna Carolina Cauby Peixoto, pressionante citambém. fra de duas mil Agnaldo Timóteo e c a n ç õ e s. H o j e Você atravessou Alcione. prefere mantervários momentos Ângela Maria se distante dos da música longos contratos brasileira: a era com gravadoras – única maneira, se- do rádio, a bossa nova, os festivais, o gundo ela, de não se ver obrigada a tropicalismo. Que análise você faz do gravar aquilo de que não gosta. "Não atual cenário musical do País? me lembro de um único caso em que Não sei. O que eu sinto é que faz falta aprendi a gostar de uma canção com o um programa de televisão em que não passar do tempo", diz. "Sempre foi haja preconceito. Um programa que reamor à primeira vista. Ou a música me cebesse os grandes intérpretes. As anticonquista no ato ou não fazemos acor- gas emissoras tinham programas deste do. Este negócio de ir dormir para pen- tipo, riquíssimos. E eram sucesso de púsar melhor na música no dia seguinte blico. Hoje você vê poucos programas não funciona". musicais na televisão, e os que existem A cantora, que começou a carreira são de qualidade duvidosa. Eles escoparticipando de programas de rádio lhem quem vai se apresentar por criténo Rio de Janeiro, vive em São Paulo há rios que não são os da qualidade artís34 anos. Embora saia pouco de casa, tica. Além do mais, a produção musical não escondeu sua alegria ao ser infor- brasileira hoje está muito qualquer coimada por um fã de que havia dois no- sa. Antes nós tínhamos o privilégio de vos circos em cartaz na cidade. Para es- receber músicas boas de um Ary Barrote ano, ela tem duas turnês internacio- so, um Dorival Caymmi. Hoje o próprio nais programadas: Portugal no fim do compositor grava sua obra, isso é uma primeiro semestre e Israel em novem- concorrência desleal. Há compositores bro. Após o show, diante de uma refei- de voz horrível, fazem letras maravilhoção composta exclusivamente de pe- sas, mas a voz não ajuda. Na hora de gradaços de fruta, a cantora conversou var, eles acabam com a própria canção. com o Diário do Comércio. São raros os compositores que fazem música boa e cantam bem. Djavan é um deles. Eu continuo recebendo músicas Diário do Comércio: Você carrega até hoje o apelido de Sapoti, dado pelo ex- inéditas, mas hoje eu gravo por obras. presidente Getúlio Vargas. Presidentes Não quero mais gravadoras em cima de mim dizendo para eu gravar tal coisa da República e política são assuntos que vai ser sucesso. Para eles também é que hoje despertam sua atenção? Ângela Maria: De jeito nenhum. interessante: quanto mais eu vender, Não gosto de falar sobre política para mais eles ganham. E as gravadoras semnão ficar enojada. A única coisa que pre ganham mais que o cantor. sinto a respeito da atual situação política do Brasil é nojo. A Elis Regina costumava dizer que

Cláudia Mello de toalha sobre Andréa Bassitt, diretora e atriz

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Aclamada pelo fãs que lotaram o Bar Brahma, Ângela Maria desfilou uma série de clássicos: noite de sucesso garantido

você foi a principal influência na carreira dela. Você acredita que tenha influenciado outras cantoras? Sim, eu sei que fiz uma escola, como a Elis também fez. Antes de nós duas, Orlando Silva e Dalva de Oliveira fizeram escolas. Eu segui o exemplo da Dalva, só cantava as músicas da Dalva em programas de calouro. Eu quero crer que tem muita gente aí cantando depois de se inspirar em mim. Isso é muito natural.

queria. Mas eu não tenho paciência de ficar contando minha vida. Eu tenho preguiça, esqueço os detalhes.

Há dois anos foi montado um musical baseado na vida de Orlando Silva e agora o ator Diogo Vilela quer fazer um espetáculo sobre a carreira de Cauby Peixoto. Você não gostaria de ver sua vida adaptada para os palcos? Janete Clair tinha planos de fazer uma novela baseada na minha vida. Ela já estava coletando material. Ouvi dizer que o Silvio de Abreu também

Como é um dia na sua vida? Televisão e cama. Eu vejo todas as novelas, inclusive as que são exibidas à tarde. Passo a tarde toda no sofá. Saio do sofá somente para ir à cozinha, inventar pratos.

Mas você não é uma pessoa saudosista? O passado não me dá saudades porque não foi um passado legal. Eu só tenho saudades dos programas de auditório da Rádio Nacional. O público se divertia muito e não pagava nada. Disso eu sinto falta.

Existe alguma música que você gostaria de ter gravado e não gravou? Amada Amante, do Roberto Car-

los. Ficou na vontade. Mas posso matar este desejo cantando num show. Agora, por exemplo, morro de vontade de gravar Você é Linda, do Caetano Veloso. Às vezes quero cantar coisas mais recentes, mas no show o público não deixa. Eles querem ouvir minhas velhas canções que não tocam no rádio. Então sabe o que eu fiz? Peguei um velho sucesso, Garota Solitária, e transformei em funk. Era originalmente uma salsa, mas agora eu canto em ritmo de funk. É funk com voz. Já ouviu isso? Eu faço. Quem você convidaria hoje para gravar um disco com você? Cauby Peixoto e Agnaldo Timóteo. Ângela Maria no Bar Brahma, Avenida São João, 677, Centro, tel.: (11) 3333-0855. Segunda, às 22h30. Couvert artístico: R$ 35.

TEATRO Divulgação

Jovens atores criam um jeito pessoal de fazer graça com um desfile de personagens ensandecidos

Os Surtados e uma narrativa impura

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eria injusto com os jovens atores da trupe Os Surtados referir-se a Surto, o espetáculo cômico que eles trazem hoje para São Paulo, apenas como a Terça Insana dos cariocas. Embora o espetáculo, dois anos de sucesso absoluto no Rio de Janeiro, tenha se inspirado nos esquetes de humor que a comediante Grace Gianoukas comanda em São Paulo desde 2001, não há como negar que Os Surtados encontraram rapidamente um jeito pessoal de fazer graça – um caldeirão no qual cabem tanto as raízes do besteirol dos anos 80 como a acidez de um humor calcado nos acontecimentos do dia-a-dia. Ao longo de quase duas horas, o que Sur to promete é um desfile de personagens ensandecidos, mas que em momento algum perdem o foco da realidade. Brilham nesta lista a socialite Ângela Botox, acusada de matar o marido. Com uma composição calcada em trejeitos, Ângela Botox é uma mulher, acima de tudo, desprovida de inteligência – uma falha que ela resolveu suprir com a aplicação de inimagináveis quantidades de silicone em seu corpo inteiramente esculpido nos consultórios de cirurgia plástica. Como contraponto a Ângela, surge a nordestina Adelfrênia, geneticamente incapacitada para o trabalho. De seu currículo constam passagens por laticínios, companhias aéreas e motéis. Há ainda a empresária Walcirene, que resolveu criar um serviço de DisqueDesgraça, no qual usa as técnicas de telemarketing para dar notícias ruins. O sucesso destes esquetes foi tão grande que atores como Luana Piovani, Cauã Reymond e Bruno Garcia não raro apareciam no Teatro dos Quatro, onde o espetáculo era apresentado,

implorando por uma pontinha. Surto, estréia nesta sexta, dia 5, no Teatro Folha, Shopping Pátio Higienópolis, tel.: (11) 3823-2323. Sexta às 21h30, sábado às 20h e 22h e domingo às 20h. Ingressos a R$ 35. Sade e os Satyros unidos Depois do sucesso de A Filosofia na Alcova, o grupo teatral Os Satyros põe em cena um novo – e talvez ainda mais polêmico – texto do Marquês de Sade (1740-1814). Escrito em 1785, quando o escritor amargava mais um período de prisão na Bastilha, em Paris, Os 120 Dias de Sodoma chegou a ser apresentada como a narrativa mais "impura já feita desde a criação do mundo". Dirigido e adaptado por Rodolfo Garcia Vázquez (vencedor do prêmio Shell de direção pela peça A Vida na Praça Roosevelt), Os 120 Dias não pretende seguir fielmente a cartilha do nobre francês. Vázquez fez uma oportuna combinação entre o mundo descrito por Sade e a atual situação política brasileira. Assim, a história original, sobre os libertinos que pretendem organizar uma orgia entre os membros da sociedade francesa, ganhou como personagens extras, por exemplo, um juiz do Supremo Tribunal Federal que enriqueceu às custas de ações favoráveis a criminosos, um ministro que é mestre na arte da corrupção e um empresário inescrupuloso. Ponto para quem achar que a França de Sade e o Brasil de Lula marcaram um encontro macabro na Praça Roosevelt. Espaço dos Satyros Dois, Praça Roosevelt, 214, tel.: (11) 3258-6345. Quinta a sábado às 21h, domingo às 20h30. Ingressos a R$ 35.

Jogo de poder e dominação Trechos de Madame Bovary, de Flaubert, O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, e O Leopardo, de Lampedusa, vão ecoar nos ouvidos do público durante a encenação de Leitor por Horas, premiado texto de José Sanchis Sinisterra. Inovador na dramaturgia e na encenação, a peça é ambientada em uma biblioteca onde uma jovem cega (Ana Beatriz Nogueira) passa a maior parte do tempo a ouvir fragmentos de obras clássicas lidas por Ismael (Luciano Chirolli), contratado por seu pai, Celso (Sebastião Vasconcelos), um homem rico e culto que vê a literatura contemporânea com profundo desprezo. E nada há da letargia dos sarais. A peça mostra um jogo de poder no qual autores clássicos parecem surgir para endossar a obra de um grande dramaturgo contemporâneo. Sesc Avenida Paulista, Espaço Oitavo Andar, Av. Paulista, 119, tel: (11) 3179-3700. Sábado às 20h, domingo às 18h. Ingressos a R$ 15.

s irmãs Nura, Dulce e Vitória estão fazendo seus quitutes em outra freguesia. Depois de uma temporada de sucesso no Centro Cultural Banco do Brasil, a peça As Turca, de Andréa Bassitt, segue em cartaz agora no Teatro Bibi Ferreira. Mudou o endereço, mas não o segredo desta receita simples e de resultado delicado: a peça, que se passa em uma cozinha, capricha nos cheiros, nos sabores e no inconfundível sotaque para homenagear a colônia árabe de São Paulo. "Estamos atingindo uma platéia diferente daquela que nos viu no CCBB", diz Bassitt. "A colônia árabe e o público em geral nos procuram ao final das apresentações para dizer que reconheceram nas personagens velhos parentes e amigos. Eles estão fazendo um excelente boca-a-boca". As atrizes Cláudia Mello, Juçara Morais e Andréa Bassitt vivem três irmãs de família árabe envolvidas com questões financeiras. Em outras palavras: enquanto cozinham, procuram saídas para a falência que está batendo à porta. A irmã mais velha viveu a prosperidade dos primeiros imigrantes, a mais nova, ao contrário, já é o retrato da crise que engoliu as posses da família. "A peça é uma declaração de amor a este povo que encheu de sentido a minha infância e a minha vida", diz a autora. A esperança da família está depositada no aguardado sucesso profissional do filho de uma das irmãs, que estuda na Universidade Americana do Líbano. Com diálogos simples e situações coloquiais, As Turca, dirigida por Regina Galdino, teria o sabor de um almoço de domingo, não fosse uma surpreendente reviravolta na trama. "Nossas avós, mães, irmãs e tias estão no palco para nos contar uma história engraçada e comovente", diz Galdino. As Turca, Teatro Bibi Ferreira, Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 931, tel.: (11) 3105-3129. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 30.

Em cartaz

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mbientada na Estocolmo de 1977, o drama Oxigênio traz três gênios disputando o Nobel pela descoberta do oxigênio. No Ruth Escobar, Rua dos Ingleses, 209, tel: (11) 3289-2358. R$ 20 a R$ 30. Até 2 de julho.

Disputa entre gênios pelo Nobel


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Política

Vou deixar uma medida provisória bem legal para o Renan assinar. Luiz Inácio Lula da Silva, ao passar o cargo para Renan

PRESIDENTE DO SENADO FRUSTRA OS PLANOS DE LULA E ELLEN. E FAZ A FESTA NO PALÁCIO DO PLANALTO. Ed Ferreira/AE

RENAN EM DIA DE PRESIDENTE Descontente com Lula, Renan Calheiros desiste de viagem, assume a Presidência e adia o sonho de uma mulher no comando do Planalto. "queria fazer média" com a presidente do STF, mas só quem poderia fazer essa concessão era ele. O senador Arthur Virgílio concorda. "Lula tentou dar uma barretada com chapéu alheio", disse. No Planalto, enquanto subia no elevador, brincou: "Vamos logo, antes que o Lula volte". Festa– Há três anos e meio sem pisar no Planalto, o senador Agripino Maia, um dos pré-candidatos a vice do tucano Geraldo Alckmin, gostou da sensação de voltar ao Poder. "É bom ver de novo na Presidência um amigo com quem temos abertura. Pode ser um bom presságio." "Levei um susto ao receber uma ligação do Planalto. Achei que era trote, mas era o Renan me convidando para ir lá. Sem dúvida, o Brasil passou um dia melhor, já que a imoralidade viajou no Aerolula", alfinetou o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Ao transmitir o cargo para Renan, o próprio Lula entrou no clima de brincadeira: " Vou deixar uma medida provisória bem legal para o Renan assinar". Renan, um dos maiores críticos ao excesso de medidas provisórias editadas pelo governo, rechaçou a oferta. "A única coisa que não vai haver nessa interinidade é medida provisória", brincou. Inelegível– Com mais quatro anos de mandato de senador, Renan conseguiu afastar definitivamente as especulações de que queria ser indicado a vice na chapa de Lula, caso seja formalizada a aliança nacional entre PT e PMDB, ou mesmo disputasse o governo de Alagoas. Ao assumir interinamente a Presidência, o senador tornou-se inelegível neste ano. (Agências)

DIRCEU NÃO VAI AO MP

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ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu não foi ontem prestar depoimento ao promotor de Santo André, Roberto Wider, do Ministério Público Estadual, sobre um suposto esquema de corrupção montado durante a administração do exprefeito de Santo André (SP), o petista Celso Daniel. O promotor Wider disse que não poderia convocar, mas apenas convidar José Dirceu para prestar o depoimento porque ele tem domicílio em São Paulo e não em Santo André. O advogado do ex-ministro, José Luiz Oliveira Silva, disse que Dirceu não foi convidado formalmente e, por isso, não compareceu. Ele garantiu que seu cliente não deixará de pres-

tar depoimento, desde que na forma prevista pela lei. Lima acusou o MP de não cumprir as formalidades necessárias. STF – Em outra frente, os advogados de Dirceu protocolaram ontem uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra integrantes do Ministério Público de São Paulo que instauraram um procedimento administrativo criminal para investigar o ex-deputado pela prática de supostos delitos cometidos na administração de Celso Daniel. Eles pedem que o STF conceda uma liminar para suspender a tramitação do procedimento. A defesa argumenta que, em 2002, o MPF pediu a abertura de um inquérito para apurar essas suspeitas, mas o STF rejeitou a medida. (AE)

Oposição reúne-se no gabinete de Lula: Renan chama os senadores Romero Jucá, Arthur Virgílio, Agripino Maia e o ministro Paulo Bernardo. Sérgio Lima/Folha Imagem

Ed Ferreira/AE

Após embarque de Lula, Renan atende jornalistas.

GAROTINHO DIZ QUE LULA É UM 'BURGUÊS FELIZ'

Fábio Motta/AE

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protesto insólito de Anthony Garotinho, pré-candidato do PMDB à Presidência da República e ex-governador do Rio, ganha ares cada vez mais dramáticos. No quarto dia da greve de fome, o clima era de velório. A mulher, a governadora Rosinha Matheus, e alguns dos nove filhos, estavam abatidos e com os olhos vermelhos, como se tivessem chorado. Com a voz fraca, ele voltou a reclamar da mídia e atacou o presidente. "Lula, que hoje critica minha greve de fome porque se tornou um burguês feliz, esquece o tempo em que teve que fazer greve de fome pelos operários do ABC", disse ele. Militantes do PMDB, que nos outros dias ficavam embaixo do edifício no centro do Rio onde fica a sede regional do partido e onde está Garotinho, entraram em romaria até a sala onde o pré-candidato pode ser visto. "Nenhum governante fez por nós o que o Garotinho fez. Faça chuva ou faça sol ele estava caminhando ao nosso lado", disse a auxiliar de enfermagem Aline da Penha, de 25 anos, moradora do conjunto resi-

Até a manhã de ontem Garotinho já havia perdido 2,6 Kg. Empresário oferece funeral gratuito.

dencial Nova Sepetiba, construído no governo dele. Deputados estaduais e federais que apóiam o ex-governador passaram a manhã reunidos no auditório do PMDB para escrever uma carta de apoio. Nela, pediram que Garotinho abandone a greve de fome para lutar pela candidatura na convenção marcada para 13 de maio. "Com a publicação de suas respostas espero que ele saia da greve de fome", disse o presidente do PMDB e deputado Michel Temer (SP).

CÂMARA APROVA MP DAS DOMÉSTICAS Câmara aprovou o projeto de conversão da deputada Sandra Rosado (PSB-RN) para a MP 284, que permite à pessoa física descontar a contribuição patronal paga à Previdência relativa ao empregado doméstico. O desconto pode ser exercido na declaração de IR até o ano-calendário de 2011, e vale somente para um

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Ó RBITA

Em exercício na Presidência, Renan conversa com Dilma Roussef.

empregado por declaração. Foram feitas três modificações. A primeira garante que a contribuição paga sobre o 13º também poderá ser descontada na declaração do IR. A segunda mudança permite contabilizar os descontos em relação aos pagamentos a partir de janeiro deste ano e não abril, como na medida original. A relatora

também sugeriu a proibição de o empregador descontar do salário do empregado valores relativos como fornecimento de alimentação, vestuário e higiene. A emenda determina ainda que essas despesas não têm natureza salarial e não se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos. Os destaques devem ser votados somente no dia 9.(AC)

"Precisamos dele de pé, queremos que ele aceite nosso apelo e lute para conseguir ser o candidato do PMDB", disse o deputado federal Pedro Ribeiro (PSC). Apesar dos apelos, Garotinho seguiu irredutível sem comer, passou a maior parte do dia prostrado, com dificuldades para se levantar. Até ontem de manhã ele havia perdido 2,6 kg. F u ne r a l– Em Sorocaba (SP) o empresário dono de uma funerária, Arany Marchetti, – que considera a greve "uma palhaçada para to-

mar o tempo" do brasileiro – ofereceu um enterro de graça a Garotinho. "Ele disse que vai ficar em greve até morrer. Já que quer aparecer, estamos dando uma contribuição". OEA– Uma comissão formada pelos deputados federais Leonardo Picciani, Alexandre Santos e Paulo Lima (PMDB), Carlos William (PTC) e Dr. Heleno (PSC) viajou ontem para Washington para explicar o caso à comissão política da Organização dos Estados Americanos (OEA). (Agências)

Factoring

DC

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m apenas doze horas como presidente da República em exercício, Renan fez tudo a que tinha direito. Não se privou de despachar com ministros no gabinete presidencial, discursou na cerimônia de apresentação do relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), concedeu várias entrevistas ao longo do dia e ainda conseguiu levar para dentro do Planalto os principais líderes de oposição do Senado: José Agripino (PFL-RN) e Arthur Virgílio (PSDB-AM). Tudo isso por estar "chateado" com o fato de o governo ter aberto um canal de negociação com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), na tentativa de fechar uma aliança na campanha pela reeleição de Lula. Renan tentou deixar claro que faz questão de ser o principal interlocutor do partido com o Planalto. E promete repetir os feitos de ontem na próxima semana, já que Lula está com viagem marcada para a Áustria, adiando um pouco mais a possibilidade de a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, tornar-se a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil. " Eu não posso me convidar a assumir a Presidência. Se fosse possível, me convidaria todos os dias", brincou Renan, mostrando estar muito à vontade. Terceiro na linha sucessória, Renan havia deixado clara sua insatisfação, na véspera, com os planos de Lula de faturar politicamente com a transmissão do cargo para Ellen Gracie , sem ao menos consultá-lo antes se ele gostaria ou não de assumir a Presidência. Nas conversas de ontem, Renan confidenciou que Lula

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ECF É PARA QUEM LUCRA MAIS DE R$ 120 MIL

5 O anel de pedra brasileira é a peça mais cara vendida no Wal-Mart e custa R$ 1.598,98.

ATÉ A PRÓXIMA SEMANA, A SEFAZ VAI DIVULGAR PORTARIA EXIGINDO NOVO LACRE EM IMPRESSORA FISCAL

LOJISTA SERÁ OBRIGADO A LACRAR ECF de 2007. Depois, a Deat partirá para a fiscalização. Se for verificada fraude no lacre pelo Fisco, o estabelecimento será autuado e terá de pagar 500 Ufesps (hoje cada Ufesp vale R$ 13,93), além do imposto que ele deixou de pagar, acrescido de multa de 150% do valor devido. Segundo Campos, são comuns casos em que o lacre é rompido para adulteração do software básico do ECF. "Com isso, o emissor admite comandos que zeram ou reduzem os valores de venda dos produtos", disse. "E se for provado que o assistente técnico fez a adulteração, ele também terá que pagar 500 Ufesps para a Fazenda", completou. Outra fraude comum por rompimento do lacre é feita no programa de automação comercial do ECF, que faz com que o emissor funcione ao mesmo tempo que a máquina registradora. "Isso é percebido quando uma pessoa faz compras em um supermercado. Por exemplo, o caixa passa o scanner sobre a etiqueta do produto e ele é registrado no cupom fiscal, mas não no ECF", explicou Campos. Nesse caso, o fabricante do programa é quem corre o risco de também ter de pagar 500 Ufesps para a Fazenda estadual. Custos – De acordo com o di-

retor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, contanto que o governo estadual arque com os custos de um novo lacre, não há problemas em exigí-lo. "Já que o ECF é um instrumento de fiscalização e essa é uma obrigação do Estado, os custos têm que ser arcados por ele", argumentou. O economista também atentou para o prazo de cumprimento da obrigação. "É preciso verificar ainda se há possibilidade de os fabricantes atenderem as empresas de acordo com os prazos estipulados pela Fazenda", lembrou. A Associação dos Fabricantes e Revendedores de Equipamentos para Automação Comercial (Afrac) foi procurada pela reportagem, mas o porta-voz da entidade não foi encontrado. Mães – No ano passado, a Deat preparou uma operação de fiscalização para a semana do Dia das Mães, que não será repetida neste ano. "Estamos concentrados nas operações De Olho na Bomba – realizadas nos postos, distribuidoras e transportadoras de combustíveis – e na fiscalização sobre as redes de varejo. "Além disso, a fiscalização sobre o ECF tem sido feita por computador", disse Campos. Laura Ignacio

Patrícia Cruz/LUZ

Maria Luiza Rodrigues/Divulgação

Clovis Ferreira/Digna Imagem

Campos: combate à sonegação

Custo de lacração por aparelho varia entre R$ 60 e R$ 80

Milton Mansilha/LUZ

Divulgação

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Fisco estadual vai promover uma nova batalha contra fraudes no recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Entre hoje e a próxima semana, a Diretoria de Administração Tributária (Deat) da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) vai expedir uma portaria que exige a relacração dos Emissores de Cupom Fiscal (ECFs) dos quase 150 mil estabelecimentos obrigados a utilizar o equipamento. O uso do ECF é obrigatório para os contribuintes com faturamento acima de R$ 120 mil por ano. Para o diretor-adjunto da Deat, Antonio Carlos de Moura Campos, a medida fará dos fabricantes de ECF "uma extensão do Fisco no combate à sonegação do ICMS". O custo da relacração poderá ser abatido do pagamento do tributo em até três parcelas, de acordo com Campos. Um aparelho equivalerá a crédito de R$ 80; de dois a três, R$ 75 cada; de oito a 13, R$ 70 cada; de 14 a 19, R$ 65 cada; e mais de 20 emissores, R$ 60 cada. Já o prazo para relacrar os emissores será escalonado de acordo com a marca do ECF, mas a Deat adiantou que o primeiro prazo será no dia 30 de setembro e o último em 31 de março

O casal Fernando e Monica Pinho estranhou, mas gostou da idéia de comprar jóias em um supermercado

Wal-Mart começa a vender jóias

N Marcelo Sarpe, da Antídoto, espera aumento de 27% no faturamento neste Dia das Mães

Cosméticos para conquistar as mães

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ãe cheirosa e macia é mãe feliz. Apostando nisso, os fabricantes de cosméticos estão lançando kits e produtos especiais para estimular os filhos a colocar a mão no bolso. As empresas descobriram que a prioridade das consumidoras vai além da beleza. Os produtos têm de livrá-las do estresse e promover qualidade de vida. A revendedora da Natura Edna Nicotera Fernandez se antecipou às escolhas das clientes e fez os pedidos no dia 20 de abril. "Quem deixou para a última hora, não consegue mais nada. Não mostrei as revistas da Natura para minhas clientes. Elas escolheram os produtos do estoque – e já vendi quase todos", diz Edna. A revendedora estima que o faturamento neste Dia das Mães em relação à mesma data de 2005 seja 30% maior. "Só não será melhor em razão dos feriados. As pessoas viajaram, gastaram e agora não têm dinheiro." Os preços dos kits da Natura, criados especialmente para as mães, variam entre R$ 30 e R$ 78. "Mas o mais procurado é o que custa R$ 46, que contém um creme e um óleo para o corpo e um sabonete esfoliante", afirma Edna. Lojistas – A Valmari espera vender até 12% mais em relação ao Dia das Mães de 2005. "É a terceira melhor data comercial para a Valmari, perdendo apenas para o Natal e o Dia dos Namorados", diz o diretor de

Marcos Fernandes/LUZ

Edna Nicotera vende Natura

marketing da empresa, Silvestre Resende. Os kits da Valmari custam entre R$ 77 e R$ 102. A Antídoto Cosméticos também aposta na natureza – o lançamento para a data é a linha Rosas com Vinho, composta de cinco produtos relaxantes para a pele. De acordo com o gerente administrativo Marcelo Sarpe, o faturamento crescerá 27% neste ano. "Nossos kits especiais para as mães custam de R$ 12 a R$ 50. Estamos fazendo a terceira reposição de mercadoria para os 100 franqueados no Brasil", explica. Kits – A Fator 5 ajuda os filhos a agradar mães exigentes. Como o kit reúne seis fragrâncias variadas, não há como errar. "Esperamos vender 30% mais neste Dia das Mães, em relação à mesma data de 2005", diz a diretora financeira da Fator 5, Juliana Carvalho. A Vitaderm criou estojos para a mãe que quer cuidar do

corpo, cabelo e rosto – custam entre R$ 64 e R$ 85. "Os lançamentos vão proporcionar aumento nas vendas de até 20%", afirma o presidente da Vitaderm, Marcelo Schulman. Vendas porta-a-porta – As 350 mil revendedoras da Hermes, licenciada da Payot para vendas por catálogo, oferecem kits que custam entre R$ 17 e R$ 30. "O aumento do salário mínimo vai impulsionar as vendas, que devem ser 15% maiores neste ano. A prioridade serão as lembrancinhas", afirma o diretor de Marketing da Payot, Gustavo Bach. Neide Martingo

ossa, eu nunca vi jóia em supermercado. A frase de espanto foi dita ontem por Monica Pinho, 42 anos, na loja do hipermercado Wal-Mart no Pacaembu. Apesar do "estranhamento", a dona-de-casa afirmou que compraria, sim, jóias em local "tão estranho". Ainda mais depois de saber que as peças são assinadas pelo joalheiro Luiz Carlos Okubo. "E aqui é mais acessível que no shopping?", perguntou. Diante da resposta afirmativa, Monica abriu um sorriso. Não comprou nada ontem – ela tinha ido ao Wal- Mart para abastecer a geladeira com cerveja e refrigerante para a família assistir ao jogo do Corinthians –, mas disse que ia voltar, "para olhar com mais calma". Não é só Monica que está rindo "à toa". O Wal-Mart já comemora os bons resultados da parceria inédita com Luiz Carlos, terceira geração da família Okubo. De acordo com Alexandre Leal, diretor comercial do Wal-Mart, apesar de o contrato – de ambas as partes – não ser de exclusividade, a empresa "não tem a intenção" de procurar outro parceiro. O próprio joalheiro, acostumado com sua clientela de shopping center (sua loja fica no Morumbi Shopping), também faz festa: "A linha é um grande sucesso", diz Okubo. A idéia de jóia em supermer-

cado foi um desafio, conta o joalheiro. Primeiro, a equipe dele realizou pesquisas de opinião com os clientes de cada uma das três lojas do Wal-Mart (além do Pacaembu, Tamboré e Vila Guilherme) para descobrir o que mais agradaria. Fez também um estudo de material e mão-de-obra ("Não adianta reduzir a mão-de-obra e reduzir a qualidade") até chegar às jóias com preços mais camaradas. Além de ouro amarelo e branco, a prioridade são as pedras preciosas e semipreciosas brasileiras. A peça mais barata é um brinco de ouro – sempre em 18 quilates, segundo Okubo – que custa R$ 59,98. A mais cara é um anel em ouro bran-

co e topázio: R$ 1.598,98. Os valores podem ser parcelados em até seis vezes. As pérolas que fazem há anos a fama da família Okubo não ficaram de fora. Há colares por R$ 239 e brincos por R$ 78. "O cliente gasta, em média, de R$ 200 a R$ 300 por compra", diz Leal. O Wal-Mart, segundo ele, já tinha tido uma experiência positiva com bijuterias. Então, começaram a procurar um parceiro para a linha de jóias. "Fomos muito bem recebidos pelo Luiz e por sua mulher (a designer Akiko Davidoff)", conta Leal, que temia a reação do joalheiro. Afinal, como ele mesmo disse, jóia em supermercado é meio estranho. Kety Shapazian


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Congresso Planalto Eleições CPI dos Bingos

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GOVERNO E PT TENTAM ATRAIR O PMDB

EM SEU DISCURSO DE POSSE NO TSE, MARCO AURÉLIO MELLO CRITICA ONDA DE CORRUPÇÃO NO GOVERNO.

MELLO: SOMOS O PAÍS DO FAZ-DE-CONTA.

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m i n i s t ro M a rc o Aurélio Mello tomou posse ontem à noite como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dizendo que "o Brasil se tornou um país do faz-de-conta". Sem citar nomes, Marco Aurélio fez menção ao fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar, com freqüência, que não sabia das irregularidades que, segundo o ministro, provocaram um prejuízo milionário e irreversível. "Perplexos, percebemos, na simples comparação entre o discurso oficial e as notícias jornalísticas, que o Brasil se tornou um país de faz-de-conta", disse. "Faz-de-conta que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados nada sabiam – o que lhes daria uma carta de alforria prévia para continuar agindo como se nada de mal tivessem feito. Faz-de-conta que não foram usadas as mais descaradas falcatruas para desviar milhões de reais, num prejuízo irreversível em um país de tantos miseráveis. Faz-de-conta que tais tipos de abusos não continuam se reproduzindo à plena luz, Valter Campanato/ABr num desafio cínico à supremacia da l e i c u j a o bservação é tão necessár i a e m m omentos conMarco Aurélio turbados", Mello: críticas afirmou o contundentes. ministro, em seu discurso de posse no TSE. O ministro afirmou que o País passa por "tempos muito estranhos". Segundo ele, a notícia de indiciamento de autoridades tornou-se banal. Ele citou a providência tomada recentemente pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de denunciar 40 pessoas acusadas de envolvimento com o esquema do mensalão. Sem limites – "A rotina de desfaçatez e indignidade parece não ter limites, levando os já conformados cidadãos brasileiros a uma apatia cada vez mais surpreendente, como se tudo fosse muito natural e devesse ser assim mesmo", observou o ministro, parente do ex-presidente Fernando Collor. Em seguida, ele disse que há "a tática do avestruz": enterrar a cabeça para deixar o vendaval passar. Marco Aurélio, que presidirá o TSE durante as eleições, conclamou os eleitores brasileiros a fazerem uma revolução pelo voto. "Ao reverso do abatimento e da inércia, é de conclamar o povo, principalmente os mais jovens, a se manifestar pela cura, não pela doença, não pela podridão do vale-tudo", disse. "Ao usar a voz da urna, o povo brasileiro certamente ouvirá o eco vitorioso da cidadania", afirmou. Eleições – O ministro disse que o Judiciário tem um papel fundamental na superação da crise e que, no que depender dele, o TSE será implacável com quem cometer irregularidades na campanha. "Não haverá contemporizações a pretexto de eventuais lacunas na lei. Ele prometeu que o TSE será rígido na análise das contas das campanhas eleitorais. "Esqueçam, por exemplo, a aprovação de contas com as famosas ressalvas", afirmou. "Nenhum fim legitimará o meio condenável", acrescentou. (AE) Leia na íntegra o discurso do ministro em http://www.dcomercio.com.br/ politica_index.htm

ALCKMIN FECHA ACORDO COM O PFL NA BAHIA E RACHA O PSDB LOCAL

Célio Messias/AE

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Geraldo Alckmin, na Expozebu, em Uberaba: dia típico de campanha e críticas à exposição excessiva do presidente Lula na mídia.

GÁS: SERRA CRITICA AÇÃO DO GOVERNO.

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ex-prefeito de São Paulo, José Serra, reafirmou ontem em São Carlos, que é candidato a governador e não a presidente, disputa que compete ao ex-governador Geraldo Alckmin. Serra se disse preocupado com a crise do gás entre Brasil e Bolívia e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo fato. "Vejo com muita preocupação, inclusive pelo amadorismo com que o governo Lula levou isso", afirmou Serra. "A política externa envolve sempre interesses, não é só

camaradagem", completou (Leia mais sobre o assunto na página Economia/1). Pesquisa – Sobre a pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira, que o indicam como vitorioso, o ex-prefeito Serra voltou a demonstrar sua satisfação pelo resultado, mas enfatizando outra vez que é apenas uma "fotografia do momento". O pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem que o "ininterrupto massacre publicitário" pró-Lula na mídia é o responsável pela redução de no-

ve pontos porcentuais entre ambos nas intenções de voto do Estado, segundo a pesquisa do Ibope. "Estou praticamente fora da mídia há mais de um mês e o presidente está com uma campanha publicitária, jamais vista, 24 horas na televisão", afirmou ele durante visita à 72ª Expozebu, em Uberaba (MG). Feliz – De acordo com a pesquisa, Alckmin teria entre 42% e 43% no Estado, contra 33% e 34% de Lula, uma redução pela metade na diferença dependendo do cenário avaliado ante a pesquisa ante-

rior. "Estou feliz, porque são 2,5 milhões de votos à frente do presidente e mais de 4 milhões de votos no segundo turno; na hora que nós tivermos um equilíbrio da mídia, isso vai aumentar." Mesmo apostando na recuperação nas pesquisas, Alckmin voltou a fazer duras críticas ao governo Lula. "Hoje é o custo PT que o Brasil está pagando, com juros altos, política fiscal frouxa e câmbio sobrevalorizado; mas nós somos a escola de fazer e não de falar", disse o pré-candidato do PSDB. (Agências)

PSDB-SP APOSTA EM ALIANÇA COM PMDB Wilson Dias/ABr

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presidente estadual do PSDB de São Paulo, deputado Sidney Beraldo, afirmou ontem que as conversas de seu partido com o PMDB estão muito adiantadas e que se os peemedebistas não tiverem candidatura própria à Presidência da República, a tendência é de uma aliança com os tucanos e não com o Partido dos Trabalhadores no Estado. "Já estamos conversando há algum tempo com os l í d e re s e c o m a s b a s e s d o PMDB e posso garantir que as conversas têm sido muito positivas. Por isso, acredito que o PMDB, em sua base, tende a uma aliança com nosso partido e não com o PT", destacou. Apesar da ofensiva petista para atrair o apoio dos peemedebistas, o presidente estadual do PSDB está confiante num entendimento com o PMDB, principalmente em torno do pré-candidato da legenda ao

Acredito que o PMDB, em sua base, tende a uma aliança com nosso partido (PSDB) e não com o PT. Sidney Beraldo, presidente estadual do PSDB-SP Palácio dos Bandeirantes, José Serra. "A pré-campanha (de Serra) está caminhando muito bem e além do nosso aliado tradicional, o PFL, estamos sendo procurados por outras legendas, incluindo o PMDB, e devemos contar com uma aliança pluripartidária", disse. Horário eleitoral– Beraldo acredita que a ofensiva petista em torno do PMDB está se dando em razão da necessidade do PT em aumentar seu tempo no horário eleitoral gratuito e

também para a montagem dos palanques regionais. Apesar dos esforços petistas, o tucano aposta na aproximação do PMDB com o PSDB. PT avança– Mas não é o que o PT pensa. O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, disse ter tido uma conversa "de alta qualidade política" com Orestes Quércia. Genro admitiu que ainda não há como dizer se o partido aceitará ou não permanecer no palanque de Lula, mas destacou

que as discussões mostraram que existem elementos que justificam a aproximação entre os partidos. "Foi uma reunião que mostrou que existem muitos interesses comuns", disse. O ministro conversou com Quércia e com o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e já havia se encontrado na quarta-feira com o presidente do partido, Michel Temer. Tarso reconheceu que o PMDB está dividido em relação à candidatura própria e à política de alianças, mas insistiu que o objetivo do PT e do governo nessa estratégia é conseguir uma união do partido. "O que nós pretendemos com isso não é rachar o PMDB", garantiu. Ele destacou que a idéia é criar as condições para um governo de coalizão em um eventual segundo mandato de Lula. "Queremos mudar regime de governo para não termos mais uma relação fragmentada com a base aliada", disse. (Agências)

Newton Santos/Hype

LÍDERES PRESTIGIAM HOMENAGEM A OTÁVIO FRIAS entrega do prêmio Personalidade da Comunicação ao proprietário do grupo Folhas, Octávio Frias, reuniu jornalistas, comunicadores, líderes empresariais e políticos, na última quarta-feira, em São Paulo. "Trata-se de um homem que contribuiu para o desenvolvimento social do Brasil", disse o governador Cláudio Lembo (PFL). Outros dois pefelistas, o prefeito da Capital Gilberto Kassab e o senador Marco Maciel destacaram o espírito cidadão de Frias.

Guilherme Afif Domingos cumprimenta Octávio Frias: exemplo de empreendedor da comunicação que criou um dos maiores jornais do País.

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"Ele abriu espaço para a cruzada da democracia no País", disse Kassab. "Um cidadão que soube aliar suas qualidades empresariais a uma coerente visão de mundo", emendou o senador. A homenagem feita pela MegaBrasil Comunicação lotou o Centro de Convenções Rebouças e reuniu também os tucanos.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-prefeito José Serra lembraram o espaço que Frias abriu para artigos da resistência à ditadura militar nas páginas da Folha de São Paulo. "Em plena ditadura ele abriu espaço para todos e criou um jornal independente", disse FHC. Dois líderes do PMDB marcaram

presença: o deputado federal Delfim Netto e o ex-governador Orestes Quércia. "Um exemplo de empresário sério e realizador", disse Quércia sobre Frias. Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) sintetizou o pensamento de líderes empresariais (entre outros, Mauro Salles, os presidentes da Alcoa, Frankin Feder, da Telefônica, Fernando Xavier e da Federação do Comércio, Abram Szajm a n ) : " É o e xe m p l o d e u m empreendedor da comunicação que, com muito esforço, conseguiu fazer um dos mais importantes jornais do País". Sergio Leopoldo Rodrigues

pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, fechou ontem o apoio do PFL da Bahia, removendo um dos principais entraves à formalização da aliança nacional com o partido. Ele desembarcou secretamente em Brasília para um rápido café da manhã com o governador baiano Paulo Souto e confirmou sua primeira visita ao Estado nos dias 12 e 13 de maio. Mas a presença de Alckmin no palanque do PFL teve um preço: o racha do PSDB baiano. "Não estarei com o PFL, e quem quiser apoiar Paulo Souto será dissidente", avisou o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), inimigo do PFL baiano. É um claro sinal de que essa briga ainda vai longe. E terá seus próximos capítulos na próxima semana, durante a visita de Alckmin à Bahia. Ele vai cumprir uma intensa programação com Souto, incluindo o interior, onde o PFL é forte. Mas prometeu, segundo Jutahy, reservar algumas horas de sua agenda para um evento com os tucanos. ACM: pressa – Enquanto o PFL anuncia que haverá neutralidade de Alckmin na briga pelo Senado, o PSDB nega esse entendimento. Resolvida a situação da Bahia, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFLBA) partiu ontem mesmo pra cima do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Ele cobrou pressa na formalização da aliança, mesmo que a escolha do vice Acho que a da chapa de formalização A l c k m i n f i(da aliança) que para depois. Na sua precisa ser avaliação, a rápida. falta da alianSenador ça estaria reAntonio fletindo negaCarlos tivamente nas Magalhães pesquisas e no baixo desempenho do presidenciável. "Acho que a formalização p re c i s a s e r r á p i d a " , d i s s e ACM, pedindo uma solução para antes da visita do pré-candidato à Bahia. Enquanto ACM pressiona Bornhausen, o líder do PSDB na Câmara tenta irritar ACM, afirmando que Alckmin terá dois palanques para o Senado. E rebate o raciocínio de que teria ficado isolado com o acordo, causando constrangimentos ao tucano. "Nada disso, Alckmin vai participar da festa do PFL e depois vai ao diretório do PSDB", disse, antecipando o encontro de Alckmin com o candidato do PSDB ao Senado, Antonio Imbassahy. Vantagem –Na avaliação de Jutahy, a hostilidade a Imbassahy, que trocou o PFL pelo PSDB, deve-se sobretudo pela preferência do ex-prefeito de Salvador nas pesquisas. O candidato de ACM é o senador Rodolpho Tourinho que está em desvantagem. Para Jutahy, o apoio de Imbassahy na capital e região metropolitana, onde é forte eleitoralmente, é importante para Alckmin. Em Sergipe, a saída pode ser, segundo o PFL, a neutralidade para a disputa no Senado. Em relação ao Maranhão, onde o PFL disputa o governo com a senadora Roseana Sarney e o PSDB não tem candidato próprio, a situação ainda está indefinida. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Petras Malukas/AFP

Do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, advertindo a Rússia de um risco de deterioração de suas relações com a União Européia e com os EUA, se refrear as reformas democráticas.

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MAIO

EUA e Europa querem ver a Rússia na categoria das nações sadias, num momento em que os opositores à democracia começam a questionar os avanços da década passada.

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

5 Dia da Língua Portuguesa Doze anos da morte do poeta Mario Quintana (1906-1994). Selo de 2005 homenageia o poeta

C IÊNCIA M EIO AMBIENTE

Dor por antecipação

Novas espécies no Atlântico Cientistas de vários países descobriram de 10 a 20 novas espécies de pequenas criaturas que vivem nas profundezas do Atlântico. A descoberta foi feita durante uma pesquisa cujo objetivo era determinar se o aquecimento da Terra representa uma ameaça para a vida nos oceanos, afirmou um relatório divulgado na quinta-feira. Realizado em águas tropicais entre o leste dos Estados Unidos e a cadeia do meio-Atlântico, o estudo recolheu espécies de

zooplâncton, camarões, águasvivas e vermes marinhos, a profundidades de onde a luz do Sol não penetra. Entre os 120 tipos de peixe apanhados durante a excursão, os cientistas encontraram o que pode ser um novo tipo de peixe-dragão negro, com até 40 centímetros e dentes em forma de presa, e um grande "engolidor", de 20 centímetros de comprimento, com uma mandíbula ampla e um órgão produtor de luz usado para caçar.

C ORÉIA Kin Jae-Hwan/AFP

Q

ualquer pessoa que já tenha levado uma criança pequena ao médico sabe que, muitas vezes, os pequenos choram mais antes da injeção do que depois. O fato, quase banal, tem uma explicação científica séria. Usando técnicas de captação de imagens do cérebro por computador, pesquisadores conseguiram desvendar a biologia do medo e formularam a seguinte explicação: para certas pessoas, antecipar a dor é realmente tão angustiante e traumático quanto experimentá-la efetivamente. Ou seja: a expectativa da dor também dói, e muitas vezes é muito pior do que a dor em si. E quando os pesquisadores

dizem que é uma experiência r u i m , q u e re m d i z e r r u i m mesmo. Entre os voluntários para levar um choque elétrico, quase um terço optou por uma descarga maior, só para ver a coisa acabar logo, em vez de ter de ficar esperando. Mais importante, a pesquisa mostrou que o tanto de atenção que o cérebro reserva para esperar a dor determina se alguém é um "temeroso radical" - sugerindo que técnicas de distração podem amenizar o sofrimento. A pesquisa, publicada na edição de hoje da revista científica S c ie nc e, uma das mais populares e renomadas do mundo, é parte integrante de um novo campo da ciência conhecido como neuroeconomia. Esta ciência usa imagens

do cérebro para tentar entender como as pessoas tomam suas decisões. Até agora, a maior parte dessas pesquisas vinha concentrando-se em recompensas - as coisas que as pessoas fazem para conseguir resultados positivos. "Estamos interessados no lado sombrio da equação", explicou o médico Gregory Berns, na Universidade Emory, que encabeçou o novo estudo. "A aversão freqüentemente leva a decisões ruins". A teoria econômica padrão diz que as pessoas deveriam adiar ao máximo os resultados ruins, porque algo pode acontecer no intervalo e melhorar a perspectiva. Mas na vida real, a reação "vamos acabar logo com isso" é mais provável, diz Berns. (AE)

L

Policiais retiram manifestantes de uma vila próxima a uma base militar em Pyeongtaek, na Coréia do Sul, onde está sendo construída uma uma expansão da base para tropas norte-americanas no país.

Na contramão do governo chinês

Bush fala espanhol 'pero no mucho'

O Vaticano anunciou ontem a excomunhão de dois bispos nomeados pela Igreja católica oficial da China sem o consentimento papal. O papa Bento XVI afirmou que a nomeação foi uma "grave violação da liberdade religiosa". Há duas denominações católicas na China, a Associação Patriótica Católica oficial, com líderes designados pelo governo - e outra, clandestina, que submete-se às orientações de Roma e é perseguida por isso. Santa Sé e Pequim têm relações diplomáticas rompidas desde 1951.

Dizendo que o espanhol do presidente George W. Bush não é muito bom, a Casa Branca contestou ontem uma história da campanha presidencial de 2000, em que ele teria cantado o hino norte-americano na língua espanhola. Críticos têm acusado Bush de hipocrisia por se opor a uma versão em espanhol do hino norte-americano e sugeriram a história. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, disse que a afirmação não lhe soava verdadeira. "O presidente fala espanhol, mas não tão bem".

E M

Egberto Gismonti (foto) e convidados (entre eles, o conjunto de violões Quaternaglia). Auditório Ibirapuera. Parque do Ibirapuera. Telefone: 5908-4299. 20h30. R$ 30.

E XPOSIÇÃO

Sua memória virtual

A famosa marca de brinquedos Fisher-Price está lançando modelos de CD-player e câmeras digitais especificamente criados para crianças em idade préescolar. Além de fazerem tudo que as versões "adultas" dos aparelhos fazem, são supercoloridos e muito resistentes. Ainda sem preço definido. www.fisher-price.com/

Esquecer-se de algo importante; sentir a vida completamente desorganizada e fora de controle; desagradar amigos e parentes por ter esquecido datas de aniversário ou, pior, levar um bronca fenomenal do chefe porque não entregou o trabalho no prazo. Para evitar que tudo isso aconteça você pode organizar sua agenda no site Eu Te Lembro. O cadastro garante acesso a uma área exclusiva em que você pode anotar aniversários, telefones e compromissos. O lembrete vem por e-mail.

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Divulgação Faap

C

Flower Garden (ao lado), e Mariposa (abaixo), obras de Zachary Simpson na iNova

Apesar de evitar comentar a convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo, o técnico Carlos Alberto Parreira afirmou ontem que não haverá surpresas. Parreira também deixou claro ontem que os 23 convocados o Mundial da Alemanha só serão anunciados no dia 15 de maio e deu a entender que está atento aos jogadores que enfrentam lesões ou uma fase complicada, como o goleiro Marcos, Gustavo Nery e Ricardo Oliveira. I NGLATERRA

Patricia Rashbrook, uma psiquiatra infantil de Lewes, Inglaterra, grávida de 63 anos, defendeu ontem seu direito de ser mãe nesta idade. O parto está previsto para daqui a dois meses. Ela tem dois filhos crescidos e, recentemente, casou-se de novo e passou por um tratamento de fertilidade. A maior parte das críticas contra Rashbrook vem de grupos conservadores que se opõem às técnicas de reprodução assistida. Mas a lei não impõe limite de idade para a mulher que quer se submeter ao processo.

Rua Alagoas, 903 - Higienópolis. De terça a sexta, das 10h às 20h. Sábados e domingos, das 10h às 17h.

A TÉ LOGO

Escalação do Brasil, só no dia 15

Maternidade, ainda que tardia

Museu de Arte Brasileira da Faap.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Primeiro-ministro israelense teria planos de dividir a cidade de Jerusalém com palestinos A Rússia envia US$ 10 milhões em ajuda financeira de emergência para governo do Hamas

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CD-player para crianças

Sonhos tecnológicos riatividade, arte e tecnologia caminham juntas e produzem efeitos de luz e sombra, cores e movimentos, imagens oníricas e reflexos. Assim é a exposição iNova, que reúne no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) dez obras artísticas internacionais em que os recursos tecnológicos mais modernos são o ponto de partida da criação e da inspiração. A mostra, que tem curadoria do jornalista Marcelo Tas, tem um ambiente futurista em que a palavra-chave é a interatividade. Mais do que ver, o visitante vai experimentar as criações de artistas como Adam Champman, Liana Brazil, Julius Wiedemann, Julius Popp, Zachary Simpson e Alexander Calder, que reproduzem espaços virtuais e imagens em 3D. Além das obras, o público também conhecerá o processo de criação das obras e os bastidores do evento.

A lua-de-mel do mundo com o etanol brasileiro chegou ao fim. The Washington Post publicou ontem um artigo sobre a impossibilidade de o etanol substituir combustíveis fósseis no curto prazo e, principalmente, de o Brasil fornecer o produto para outros países. Altas freqüentes de preço e problemas de abastecimento mostrariam que o Brasil talvez não consiga suprir sequer a demanda interna nos próximos 5 anos se a produção não crescer os 50% projetados. C OPA 2006

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F AVORITOS

PROFANAÇÃO - Suástica pintada na entrada da grande sinagoga de Petach Tikva, próximo a Tel Aviv. Autoridades acreditam que adolescentes de um grupo neonazista estaria por trás da profanação do templo sagrado dos judeus.

L

G @DGET DU JOUR

Uma obra vendida na por US$ 37,5 milhões na Christie´s e outra arrematada por US$ 95,2 milhões na Sotheby´s, as duas em leilões em Nova York, na quarta-feira. Num só dia, duas obras de Pablo Picasso arremataram mais de US$ 130 milhões. A tela Dora Maar au Chat (foto) foi a que teve lance mais alto e se tornou o segundo quadro mais caro comprado em um leilão nos últimos anos. Até agora, Garçon à la Pipe é a pintura mais bem paga do espanhol (US$ 104,2 milhões), arrematada em 2004. Picasso tem atualmente 13 obras entre as mais valorizadas do mundo.

Nem sempre a melhor solução

C A R T A Z

GISMONTI

Picasso: um dia e US$ 130 milhões

B RAZIL COM Z

L

E UA

Reuters

Nova ciência - a neuroeconomia - mostra que, pior do que a dor é esperar por ela

AFP

R ELIGIÃO

A RTE

Outro um dia de violência no Iraque deixa pelo menos 29 mortos e dezenas de feridos

Concurso 1596 da QUINA 03

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

-19,6

por cento foi a variação no número de cheques sem fundo entre abril de 2005 e abril deste ano, de acordo com o Banco Central.

4/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 02/05/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.967.797,44 Lastro Performance LP ......... 1.145.832,61 Múltiplo LP .............................. 3.481.407,42 Esher LP .................................. 2.491.940,06 Master Recebíveis LP ........... 659.326,37

Valor da Cota Subordinada 1.052,140518 1.007,751235 1.039,635229 1.014,836856 972,649810

% rent.-mês 0,1489 0,3184 0,4596 0,0803 0,1934

% ano 7,6941 0,7751 3,9635 1,4837 -2,7350

Valor da Cota Sênior 0 1.025,343407 1.032,636634 0 0

% rent. - mês 0,0585 0,0637 -

% ano 2,5343 3,2637 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


4

Senado Câmara Corrupção CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

ESQUEMA TINHA RAMIFICAÇÕES EM PELO MENOS 11 ESTADOS

PF PRENDE 46 ENVOLVIDOS EM ESQUEMA DE COMPRA DE AMBULÂNCIAS

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om 56 mandados de busca e apreensão e 54 mandados de prisão, a Polícia Federal (PF) começou a desmantelar ontem uma grande organização criminosa especializada em aquisição fraudulenta de ambulâncias e móveis para prefeituras pobres do interior do País, a partir da apresentação de emendas parlamentares no Congresso. Até o final da tarde de ontem, 46 pessoas já haviam sido presas na chamada "Operação Sanguessuga", incluindo empresários, funcionários da Câmara dos Deputados, dos Ministério da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além de dois ex-deputados federais: Ronivon Santiago (PPAC) e Carlos Rodrigues (PL-RJ) – conhecido como Bispo Rodrigues –, que se apresentou à PF e deve ser expulso do partido. As prisões ocorreram no Acre, Mato Grosso, Rio e Amapá e no Distrito Federal – sob as acusações de crimes contra a ordem tributária, formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção ativa e passiva. O esquema fraudulento tinha ramificações em pelo menos 11 Estados e provocou um prejuízo de, no mínimo, R$ 60 milhões aos cofres públicos, entre os anos de 2001 a 2005. Sede – Segundo as investigações da PF, que começaram em 2004, Cuiabá era a sede grupo que fraudava licitações de bens como móveis, equipamentos e veículos do Ministério da Saúde com várias prefeituras nos Estados de Mato Grosso, Acre, Amapá, Rio de Janeiro, PaEsquema raná e Miprovocou um nas Gerais. prejuízo de, no A operação mínimo, R$ 60 criminosa era comanmilhões aos cofres públicos. d a d a p e l a família Trev i s a n Vedoin, que tem duas empresas em Cuiabá, a Planan Indústria e Comércio e a Santa Maria Comércio, disse o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Aldair Rocha. O empresário mato-grossense Darci José Vedoin aliciava políticos e funcionários do governo para conseguir vender os veículos montados pela Planan com até 110% de superfaturamento. Segundo a PF, o esquema de corrupção começava no Congresso Nacional, durante a votação de emendas parlamentares ao Orçamento da União. De acordo com a PF, funciona da seguinte forma: o bando fazia contato com representantes dos municípios para saber se tinham interesse em adquirir uma ambulância ou "odontomóvel". Os prefeitos recorriam a deputados na ativa para apresentarem emendas para compra de ambulâncias. Liberação – Com os recursos assegurados no Ministério da Saúde, uma ex-funcionária da Planan, Maria da Penha Lino, que ocupava cargo comissionado no ministério desde o governo FHC, agilizava o processo de aprovação e a liberação do dinheiro. Nas prefeituras, a licitação era dispensada e a compra era fraudada, com desvio de recursos e o beneficiamento das empresas Planan e Santa Maria, cujos donos foram presos. Entre os presos estão assessores do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e dos deputados Laura Carneiro (PFL-RJ), João Mendes de Jesus (PSB-RJ), Pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE), Vieira Reis (PRB-RJ), Nilton Capixaba (PTB-RO), Maurício Rabelo (PL-TO), Elaine Costa (PTB-RJ, licenciada), Edna Macedo (PTB-SP), Eduardo Seabra (PTB-AP), além de um ex-assessor do deputado Ronivon Santiago. Todos os detidos serão transferidos para a carceragem da PF em Cuiabá. (Agências)

Acho difícil nova CPI para apurar essa denúncia até porque, a partir de junho, os deputados já estarão em campanha eleitoral em seus estados. Senador Delcidio Amaral (PT)

Eymar Mascaro

Racha no PMDB

OPERAÇÃO E SANGUESSUGA Fraude inclui políticos Alan Marques/Folha Imagem

INVESTIGAÇÃO DE PARLAMENTARES DEPENDE DO STF

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Bispo Rodrigues chega à Polícia Federal acompanhado do advogado Givaldo Barbosa/Ag. O Globo/23-10-2002

Deputado Ronivon Santiago foi preso no Acre e levado para Cuiabá. Sérgio Dutti/AE

Otávio José Bezerra Filho, filho da deputada Edna Macedo, preso também.

diretor-regional executivo da Polícia Federal em Mato Grosso, Tardelli Boaventura, disse ontem que encaminhou aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, os nomes de todos os parlamentares cujos assessores foram investigados pela Operação Sanguessuga. O cuidado do delegado da PF tem uma explicação. Sem autorização do STF, ele não pode investigar parlamentares. Mas, de acordo com informações de dentro da PF, o fato de assessores de deputados e um senador pertencerem à quadrilha que fraudava a licitação e compra de ambulâncias deixou suspeitas no ar. Além do mais, a participação dos ex-deputados Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Ronivon Santiago (PP-AC) na assinatura das emendas ao Orçamento para garantir a fraude forneceram pistas de que pode mesmo haver bom número de parlamentares envolvidos no esquema. Surpresa geral – Deputados e o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), que tiveram seus assessores presos, declararam desconhecer as acusações contra seus funcionários. E afirmaram terem ficado surpresos com o envolvimento dos funcionários. Mas as denúncias não devem motivar a instalação de uma CPI para investigar o caso. Entre as razões, estão a desmoralização da Câmara, que já absolveu 10 dos deputados envolvidos no mensalão, e o calendário eleitoral. "Eu acho difícil nova CPI para apurar essa denúncia até porque, a partir de junho, os deputados já estarão em campanha eleitoral em seus Estados", afirmou o senador Delcidio Amaral (PT-MS), ex-presidente da CPMI dos Correios. Para o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), exrelator da mesma CPMI, a saída seria o Congresso investigar esses parlamentares somente no ano que vem, depois das eleições. (Agências)

CÓPIA DOS ANÕES DO ORÇAMENTO

A

s fraudes reveladas pela Operação Sanguessuga repetem, em sua essência, as que vieram à tona durante a célebre CPI dos Anões do Orçamento, entre 1993 e 94. Como as de agora, as dos anos 90 consistiam em destinar dinheiro do Orçamento da União para emendas aparentemente inocentes. Verbas para ajudar escolas, fundações beneficentes e associações culturais eram aprovadas – às vezes, quando a versão final do Orçamento já tinha sido votada – e em seguida o dinheiro seguia para a conta bancária dos parlamentares. A diferença é que a CPI dos Anões foi bem mais sofistica-

da: o comandante do esquema era o próprio presidente da Comissão Mista do Orçamento, o então deputado João Alves (sem partido-BA). Seu auxiliar direto na operação era outro parlamentar veterano, o maranhense Cid Carvalho (PMDB) e os beneficiários eram mais diversificados. Em comum, o objetivo final da operação: desviar para uso privado um volume de recursos que chegou ao equivalente a dezenas de milhões de dólares. Escândalo – O escândalo veio a público quando o País começava a se recuperar do impeachment do presidente Fernando Collor. Ao final de três meses de trabalho, presidida

por Benito Gama (PMDB-BA) e relatada por Roberto Magalhães (PFL-PE), a CPI propôs o indiciamento de 17 deputados e um senador. Seis foram cassados, quatro renunciaram antes e oito, absolvidos. Enquanto o esquema funcionou, o mentor da operação, o próprio João Alves, remeteu o equivalente a cerca de US$ 53 milhões para diferentes "projetos" de seus currais eleitorais na Bahia. Mas tudo ia para suas contas bancárias. Ele sustentava, para explicar tamanha fortuna, que havia ganho na loteria cerca de 100 vezes. Cid Carvalho "ajudou" uma fundação de Imperatriz, no Maranhão, também sua base eleitoral. (AE)

xiste a ameaça de que o PMDB vai se dividir na eleição presidencial: uma parte fica com Alckmin e, outra, com Lula. Os mais céticos admitem que difìcilmente o partido tomará outra decisão. Para que vingue esta tese é preciso que o partido não decida pelo lançamento de candidatura própria, embora tenha dois pré-candidatos, Anthony Garotinho e Itamar Franco. O partido está antecipando para o dia 13 sua convenção e há quem esteja interessado em implodir a tese de candidatura própria. Com a greve de fome que decretou, Garotinho deu um tiro no pé: implodiu sua précandidatura. Itamar, se não for candidato a presidente, deve disputar o Senado apoiado pelo tucano Aécio Neves (candidato à reeleição ao governo de Minas). Em tempo: está sendo agendada uma reunião de Itamar Franco com peemedebistas em São Paulo. Provavelmente, o ex-presidente está atrás de mais apoio, além de Orestes Quércia. Direta ou indiretamente, o expresidente colaborou com o grupo do PMDB que é contrário à candidatura própria.

COMO SERÁ Na convenção do dia 13, os eleitores vão opinar se querem ou não candidato próprio ou se prefere que o partido se mantenha neutro. Em outras ocasiões, a maioria dos convencionais peemedebistas apoiou a tese de candidato próprio.

DIVISÃO Mantida a neutralidade, o partido se divide entre o grupo que apóia Alckmin e o que prefere marchar com Lula. Diz-se que o presidente do partido, Michel Temer, poderia apoiar o tucano através de um acordo entre PMDB e PSDB em São Paulo.

mesmo se o PMDB não lançar candidato. Entendem que a candidatura de Heloísa Helena, pelo PSOL, crescerá no decorrer da campanha. Estima-se que a senadora chegue aos 17% dos votos. Hoje, ela tem cerca de 5%.

INSISTÊNCIA PT e PSDB não entregam os pontos: vão continuar lutando pela coligação com o PMDB. O PMDB é considerado fundamental nas eleições, pois é um partido que está estruturado em todos os estados e dispõe de invejável tempo de campanha na televisão.

CHAPA

CACHIMBO

Michel Temer seria candidato ao Senado com o apoio dos tucanos. O PSDB, portanto, não lançaria candidato ao Senado. Temer disputaria a vaga que se abrirá no Senado com Eduardo Suplicy (PT). Detalhe: por enquanto, o petista ainda lidera as pesquisas no Estado.

A cúpula do PSDB trabalha pelo fim da animosidade que está havendo na área de comunicação da campanha de Alckmin. O partido tem o cientista político Antonio Lavareda encarregado de analisar as pesquisas, mas que vem sendo acusado de interferir na área do jornalista Luiz Gonzalez.

CONVITE Mas, Temer foi procurado pelo PT, que propôs ao presidente do PMDB a indicação do vice de Lula. Temer saiu pela tangente, dizendo que nada podia responder porque a decisão teria de ser tomada na convenção. Ontem foi a vez de Tarso Genro e Ricardo Berzoini conversarem com Quércia.

EQUIPE O PT está montando a equipe que conduzirá a campanha de Lula. O comando ficará com o presidente do partido, Ricardo Berzoini. Participarão da equipe representantes do PCdoB (Aldo Rebelo, presidente da Câmara) e do PSB (deputado Eduardo Campos).

CANDIDATURA

EXPULSÃO O PMDB de Pernambuco radicalizou e pediu ao diretório nacional a expulsão de Anthony Garotinho. O exgovernador Jarbas Vasconcelos admite que Garotinho estaria expondo o partido ao ridículo ao decretar a greve de fome.

DECISÃO Analistas admitem que se o PMDB não lançar candidato próprio, a eleição de presidente será decidida já no 1° turno. Por enquanto, o beneficiado seria Lula. Atualmente, o petista tem cerca de 40% de índice de intenção de voto contra 20% de Alckmin.

DÚVIDA As esquerdas apostam que a eleição não será decidida no 1° turno,

Se não houver recuo de última hora, o PPS deve bater o martelo e lançar a candidatura do deputado Roberto Freire a presidente. O partido, portanto, só fará acordos no 2° turno. O mesmo deve acontecer com o PDT, que também terá candidato próprio.

CERTEZA No seu 4º giro por cidades do Nordeste, em poucos dias, Alckmin prometeu aos tucanos da região que crescerá nas pesquisas porque vai bater firme em Lula, quando chegar a campanha no horário gratuito de TV.

PARELHA Os petistas não querem arriscar um palpite sobre o resultado da prévia de domingo, que escolherá o candidato do partido ao governo de São Paulo. Admitem que a maioria dos convencionais do interior apóia a précandidatura de Aloizio Mercadante, mas a maioria dos delegados da capital está com Marta Suplicy.


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DOISPONTOS -11 11

ão se proíbe na Bolívia o personalismo na propaganda oficial, ao contrário do que salutarmente se faz no Brasil. Evo Morales, que luta para reverter a queda de popularidade dos últimos meses e põe como prioridade eleger uma maioria na futura Assembléia Nacional Constituinte do país, está faturando adoidado a euforia nacional com o confisco das propriedades das multinacionais estrangeiras. No caso, a principal multinacional que os bolivianos acusam de saquear os recursos do país é a Petrobrás. Provocou orgasmo coletivo

o logotipo da empresa coberto por uma faixa com a palavra "nacionalizada". Nacionalizar era promessa de campanha de Evo, e um analista boliviano com quem conversei

traduzir as perguntas dos brasileiros), Morales disse com todos os fonemas que o sistema de ficar com 82% das receitas do gás era um "saqueo" da Petrobrás. Para entender

luxo europeu (a industrialização da Inglaterra). Até anunciar a nacionalização, Evo Morales só tinha uma coisa para divulgar: um aumento frustrante, de uns US$ 12,00, no salário

Aizar Raldes/AFP

acha difícil de acreditar que o governo Lula tenha sido pego de surpresa. Os sinais estavam todos aí. E na entrevista para o Roda Viva, que a tevê oficial da Bolívia reprisa neste momento (sem nem

como o anúncio de Morales toca uma corda agudíssima na sensibilidade nacional, é preciso conhecer a história da Bolívia, a drenagem secular das ricas minas de Potosí para financiar o

intenções, Evo Morales acaba de enterrar a industrialização da Bolívia sustentado pela alta do petróleo. É verdade que a Bolívia foi o país que mais perdeu território para os vizinhos. Os bolivianos acusam o Brasil de ter-lhes roubado o Acre. A freqüência com que as autoridades aqui falam da cobiça das empresas estrangeiras e da exploração dos estrangeiros se esforçam para me convencer que sou um legítimo representante de um país imperialista. Agora sei como se sente o Larry Rother. Mas resistirei bravamente a fazer matéria sobre a atribulada vida pessoal do presidente local.

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mais famoso investimento em pecuária acabou se transformando em confronto. A começar dos investidores da Boi Gordo, empresa que detinha a maior concentração de adeptos em investimentos na área da pecuária. A empresa quebrou em 15 de outubro de 2001, quando pediu concordata. Depois o caso foi transferido da Comarca de Comodoro no Mato Grosso para a Capital Paulistana. Paulo Roberto de Andrade, dono da empresa, acusado de lesar 33 mil aplicadores por meio de golpes no mercado também está sendo responsabilizado solidariamente como pessoa física, o que aliás é mais do que justo. Quando começaram as dificuldades financeiras, a Boi Gordo declarou ter 100 mil cabeças de gado, quando deveria ter pelo menos dez vezes mais animais engordando no pasto de acordo com os valores recebidos de seus investidores. Sua dívida é estimada em R$ 1,5 bilhão. Como se sabe, os investidores adquiriam da Boi Gordo títulos financeiros, na forma de Contratos de Investimentos Coletivos, ou seja, empréstimos feitos à empresa criadora de gado. As aplicações podiam ser feitas tanto na engorda do boi para abate, com prazo de 18 meses, como no crescimento do bezerro, que tinha carência de 24 meses. A rentabilidade mínima na época era anunciada como sendo de 42%. Em 2 de abril de 2004, a juíza Márcia Cardoso, da 1ª Vara Cível, decretou a falência e em fevereiro deste ano foi nomeado um juiz exclusivo para acompanhar o caso da Boi Gordo Dr. Paulo Furtado de Oliveira Filho. Nomeado como síndico da falência, o advogado Gustavo Henrique Arruda Pinto espera que, com esta notícia, o caso agora ande, pois, segundo ele 90% dos poupadores têm créditos abaixo de R$ 50 mil reais a receber. No dia 28 de abril deste ano saiu publicado no Diário Oficial que o cálculo a ser feito sobre os valores investidos já está à disposição nos autos do processo de falência, vindo a ser corrigidos de acordo com as cláusulas contratuais, pouco importando o tipo de contrato, alcançando inclusive outras empresas do grupo para os quais serão estendidos os efeitos da falência. Já o exótico "avestruz", outra ave que estava sendo comercializada como "matriz", ou seja, ave reprodutora para o aumento do plantel, com custo alto de produção, os preços que eram operados nas vendas permitiam grandes margens de ganho. Infelizmente este mercado se retraiu e muito, fazendo com que estas empresas organizassem a cadeia produtiva do avestruz, voltando a produção deles para os seus subprodutos (carne, couro, plumas). Então a palavra-chave em qualquer cadeia produtiva -- custos -- veio novamente assustar. Além da Avestruz Master que já está com seus bens bloqueados para suprir os investimentos feitos no

mínimo e um incerto decreto de estabilidade no emprego. Nacionalizar transformou-o num herói. Aliás a propaganda oficial enfatiza essa mitologia. Minha opinião é que, com as melhores das

O boi e o avestruz. Uma fábula.

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Lucros milagrosos eram história da carochinha

negócio, outra empresa de Curitiba, a Top Avestruz, foi paralisada sob pena de multa diária de R$-500 mil. A determinação foi do juiz Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira, da 28ª Vara Cível de São Paulo. A liminar atendeu um pedido do Ministério Público, que ingressou com Ação Civil Pública contra aquela empresa, acusada de crime contra o Sistema Financeiro Nacional e inadequação junto a CVM. A pena nesses casos é de 2 a 8 anos de prisão e multa. O juiz determinou a proibição da comercialização do contrato de aplicação no mercado de avestruz e determinou, ainda, que a Top Avestruz cessasse a divulgação pela mídia. Ela oferecia aves G Já com o exótico com planos de recompra. Afirmava que a valoriavestruz, os zação do investimento seria de causar cobiça – 6% preços operados a 8% ao mês, dependendo do tempo que o comnas vendas permitiam grandes prador ficaria com o animal. Essa empresa oferemargens de ganho. cia junto ao investimento um seguro garantia, que por sua vez não está sendo honrado, fazendo Infelizmente, com que os investidores ingressem com medidas este mercado se judiciais para que seja pago o valor segurado. retraiu. Ao correr a notícia de que estes negócios estavam em dificuldades, milhares de investidores procuraram sair rapidamente dos negócios, ampliando de forma insustentável o buraco em que estas empresas se meteram. Assim termina a fábula dos investimentos miraculosos do boi e do avestruz, a provar mais uma vez que não é assim tão fictício o exemplo da ciMande seu comentário garra e da formiga. para doispontos@ G A Boi Gordo declarou ter 100 mil cabeças de gado, quando deveria ter pelo menos dez vezes mais animais no pasto, de acordo com os valores recebidos dos investidores.

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urante toda a campanha eleitoral da Bolívia, Evo Morales prometeu a nacionalização do petróleo e do gás, independente dos contratos assinados entre os governos anteriores e empresas estrangeiras, Petrobras incluída. Ele estava assinando um novo contrato com seus eleitores, um contrato político de nacionalização, sobrepondo-o aos contratos comerciais então existentes. Lulla não o escutou, se escutou não entendeu a língua que Evo Morales falava, se entendeu não acreditou. Eu imagino que Lulla e seus assessores pensavam que Evo Morales e seu partido eram "da turma", digamos farinha do mesmo saco do lullismo e do petismo, e que a promessa de nacionalização do petróleo e do gás da Bolívia iria para o mesmo saco de lixo onde foram parar o Fome Zero, o Primeiro Emprego, os "Dez Milhões de

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Bolívia muda, Evo cumpre

BLOG N

O colunista Sérgio Léo, do Valor, viajou para para a Bolívia, "rezando para encontrar algum gancho novo para a crise entre o Brasil e os andinos", um dia antes do Primeiro de Maio. Antes, portanto, do anúncio de intervenção feito por Evo Morales. Em seu blog, depois de explicar que driblou "centenas de mulheres pequenininhas e gordinhas mascando coca com aquele chapéu coco estranhíssimo" na praça da manifestação, onde até a década de 50 os índios eram proibidos de entrar, conta como e porque sentiu-se um imperialista.

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

VANESSA MASCARO PACIELLO É ADVOGADA

NEIL FERREIRA EVO MORALES É UM CARA DE PALAVRA feriadão de Primeiro de Maio pegou o governo Lulla de calças na mão. Lulla estava em São Bernardo, de onde a sua cabeça nunca saiu. O ministro das Relações Exteriores Celso Amorim estava em Genebra, que é o céu de todo diplomata. A ministra-chefe Dilma Rousseff estava em Washington, fazendo um curso intensivo de Condoleeza Rice. O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, estava em Houston, no Texas, gozando sabe-se lá de qual mordomia. O secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, formulador e ideólogo da fantástica política externa brasileira, estava chegando da Bolívia, onde não conseguiu sequer ser recebido por nenhum ministro. O índio cocaleiro e "irmão mais moço" de Lulla, Evo Morales, estava trabalhando.

O

dia amanheceu com o decreto imperial de nacionalização da exploração, refino, transporte e comercialização do petróleo e do gás. As instalações da Petrobras, que já investiu quase um bilhão e quinhentos milhões de dólares na Bolívia, foram ocupadas pelo Exército. Sérgio Gabrielli, o da Petrobras, falou em "ação intempestiva" do governo boliviano e como um bom burocrata petista não deve saber o que a palavra "intempestiva" significa. O assessor internacional de Lulla, Marco Aurélio Garcia, resumiu a situção em seis palavras: "o governo foi pego de surpresa" e como um bom intelectual petista não deve saber o que a palavra "surpresa" significa. Eu resumo em três: "eu não fui". E não fui pego de surpresa não é porque eu me ache mais esperto do que a alta burocracia do governo brasileiro, o presidente incluído, mas é apenas porque eu sei ler e tenho o hábito salutar de passar os olhos em dois ou três jornais todos os dias. Aconselho a todos, burocrata s ou não.

O

Evo Morales não tem o mesmo DNA do irmão mais velho. Não fez estelionato eleitoral. Cumpre o que prometeu. Empregos", o "Espetáculo do Crescimento". Enfim, que a nacionalização do petróleo e do gás iria virar promessa não contabilizada e que o "irmão mais moço" não criaria problemas mexendo logo com quem, logo com a Petrobras, a menina dos olhos, a Jóia da Coroa. contece que Evo Morales está demonstrando que não tem o mesmo DNA do irmão mais velho. Está demonstrando que é um cara de palavra. Não fez estelionato eleitoral. Está cumprindo o que prometeu e ao romper os contratos com as empresas estrangeiras, está cumprindo o contrato que fez com seus eleitores – e isso parece surpreender a alta burocracia do governo brasileiro, presidente incluído, não acostumada ao cumprimento da palavra empenhada como se ela não tivesse o menor valor. Quando Gabrielli disse "a Bolívia vai ter que negociar", Evo Morales respondeu na bucha que "o povo boliviano não aceita chantagem de multinacionais". O índio quer muito mais que apito. E çó o Noço Guia num çabia.

A

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONVOCAÇÕES

ECONOMIA/LEGAIS - 7

BALANÇO

ANESP - ASSOCIAÇÃO NACIONAL EVANGÉLICA DOS SERVIDORES PÚBLICOS

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Convocamos os servidores públicos federais, estaduais e municipais para se reunirem na sede provisória da ANESP - ASSOCIAÇÃO NACIONAL EVANGÉLICA DOS SERVIDORES PÚBLICOS à rua Sete de Abril, 105, 4º andar, cj. 4-C, Centro, nesta Capital do Estado de São Paulo, no dia 10 de maio de 2006, às 13:00 horas, em primeira convocação, com metade e mais um de todos os Associados e quites com a entidade em segunda convocação, 30 minutos após, com qualquer número de participantes, para deliberarem a seguinte Ordem do Dia: a) Eleger uma Presidência e uma Diretoria composta de um Conselho Administrativo, Deliberativo e Fiscal, determinado prazo de mandato e outras atribuições e ainda, serão discutidos assuntos de interesses sociais. São Paulo, 3 de maio de 2006 - (a) Epaminondas de Almeida.

ATAS AVISO AOS ACIONISTAS DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A. CNPJ/MF nº 60.814.191/0001-57 - NIRE 35.300.010.752 Ata da Assembléia Geral Extraordinária Data, Hora e Local: Aos 29 (vinte e nove) dias do mês de Julho de 2005, às 15:00 horas, na sede social à Av. Maria Coelho Aguiar, 215, Bloco E quarenta e seis) ações da Sociedade Incorporadora para cada ação detida e cancelada na Sociedade Incorporada. A relação de troca foi - 1º andar, São Paulo - Estado de São Paulo. Presença: Acionista da Sociedade representando a totalidade do capital social, conforme determinada levando-se em conta o valor patrimonial contábil das ações da Sociedade Incorporadora (art. 224, I); (IX) Aos acionistas assinatura constante no “Livro de Presença de Acionistas”. Publicações Prévias: O Edital de Convocação foi publicado no “Diário Oficial do titulares de ações preferenciais Classe B de emissão da Sociedade Incorporada, as quais serão extintas na proporção da parcela cindida, Estado de São Paulo” nos dias 21, 22 e 23/07/05 e no “Diário do Comércio” nos dias 21, 22, 23, 24 e 25/07/05. Mesa: Presidente: Dr. José serão atribuídas ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal de emissão da Sociedade Incorporadora. Os direitos patrimoniais a que Roberto Fadon Vicente - Secretária: Ruth Petrocelle. Ordem do Dia: (a) Deliberar sobre a cisão parcial do patrimônio da Sociedade, com faziam jus as ações preferenciais serão substituídos por direitos políticos, consistentes no direito de voto; (X) Em razão da incorporação da versão da parcela cindida ao patrimônio da DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A., mediante aprovação do Protocolo e parcela cindida, haverá aumento do capital social da Sociedade Incorporadora no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), Justificação da Cisão firmado pela Diretoria de ambas as Sociedades; (b) Deliberar sobre a alteração do artigo 5º do Estatuto Social, e mediante a emissão das ações referidas na Cláusula VII retro (art. 224, V); (XI) Se aprovada a operação o capital social das empresas ficará (c) Outros assuntos de interesse da Sociedade. Quorum das Deliberações: Todas as deliberações foram tomadas por unanimidade de votos assim distribuído (art. 225, III): dos acionistas presentes. Deliberações: (1) aprovada, sem qualquer alteração ou ressalva, pelo único acionista da Sociedade, a cisão parcial Capital (R$) Total Ações ON PN do patrimônio desta Sociedade no valor de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) com versão da parcela cindida ao patrimônio da Classe A Classe A DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. (Sociedade Incorporadora), nas condições estabelecidas no “Instrumento de 13 2 91.000.000,00 10.867 Sociedade Incorporada Protocolo e Justificação” firmado pela Diretoria de ambas as Sociedades em 20/07/05; (2) aprovado, sem qualquer alteração ou ressalva, o Classe B Classe B “Instrumento Particular de Protocolo e Justificação de Cisão Parcial com Incorporação da Parcela do Patrimônio em Sociedade Existente, 10.524 328 firmado entre a DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. e a DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A.”, Sociedade Incorporadora 32.000.000,00 107.494.197 107.494.197 – datado de 20/07/05, pelo qual se concretizará a operação, a seguir transcrito: “A Diretoria da DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A., com sede na Alameda Rio Negro, 585, 2º andar, salas 25, 26, 27 e 28, Alphaville, Barueri, Estado de São Paulo, inscrita no (XII) Se aprovada a operação haverá necessidade de se alterar o Estatuto Social da Sociedade Incorporada em seu artigo 5º “caput”, o qual Ministério da Fazenda sob o CNPJ nº 00.162.760/0001-03, NIRE nº 35.300.139.691, representada por seus Diretores Srs. Kurt Michael passará a vigorar com a seguinte redação (art. 224, VI): “Artigo 5º - O capital social é de R$ 91.000.000,00 (noventa e um milhões de reais), Kempa, alemão, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade para Estrangeiros RNE V 356128-F e do CPF dividido em 10.867 (dez mil, oitocentas e sessenta e sete) ações escriturais, sem valor nominal, sendo 13 (treze) ações ordinárias Classe A, nº 229.452.338-51 e Xavier P.C. Accariès, francês, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade para Estrangeiros 10.524 (dez mil, quinhentas e vinte e quatro) ações ordinárias Classe B, 2 (duas) ações preferenciais Classe A e 328 (trezentas e vinte e oito) Classe B.”; (XIII)Se aprovada a operação haverá necessidade de se alterar o Estatuto Social da Sociedade Incorporadora RNE W 054575-D e do CPF nº 819.140.328-53, e a Diretoria da DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A., com sede à ações preferenciais , Av. Maria Coelho Aguiar, 215, Bloco E - 1º andar, São Paulo - Capital, inscrita no Ministério da Fazenda sob o CNPJ nº 60.814.191/0001-57, em seu artigo 5º “caput”, o qual passará a vigorar com a seguinte redação (art. 224, VI): “Artigo 5º - O capital social é de R$ 32.000.000,00 NIRE nº 35.300.010.752, representada por seus Diretores Srs. Kurt Michael Kempa e Xavier P.C. Accariès, acima qualificados, firmam, nos (trinta e dois milhões de reais) representado por 107.494.197 (cento e sete milhões, quatrocentas e noventa e quatro mil e cento e noventa e termos dos artigos 224 e 225 da Lei nº 6.404 de 15/12/76, o presente “Instrumento Particular de Protocolo e Justificação”, por meio do qual sete) ações nominativas, sem valor nominal, sendo todas ordinárias.”; (XIV) Os acionistas da Sociedade Incorporada dissidentes da será submetida aos respectivos acionistas em Assembléia a ser realizada em 29/07/05, a operação de cisão parcial do patrimônio da deliberação que aprovar a cisão terão direito ao recebimento do valor de R$ 14.489,70 (catorze mil, quatrocentos e oitenta e nove reais e DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil S.A. (doravante denominada Sociedade Incorporada) com versão da parcela cindida setenta centavos) por ação possuída no capital daquela sociedade (art. 225, IV); (XV) Nos termos do § 1º do art. 229 e do § único do art. 233, ao patrimônio da DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. (doravante denominada Sociedade Incorporadora). A cisão ambos da Lei nº 6.404 de 15/12/76, a Sociedade Incorporadora sucederá a Sociedade Incorporada nos bens, direitos e obrigações seguida de incorporação, se aprovadas pelos respectivos acionistas, tem como justificação os argumentos descritos no item I a seguir e se relacionados no ato da cisão, sendo que será responsável apenas pelas obrigações que lhe foram transferidas, integrantes da parcela cindida regerá pelas condições elencadas nos itens II a XV: (I) A operação visa promover a reorganização societária das empresas financeiras que do patrimônio da Sociedade Incorporada, sem solidariedade entre si (art. 224, VII). E, assim, por estarem justas e contratadas as partes integram o Grupo DaimlerChrysler no Brasil, com o objetivo de, se aprovado pelo Banco Central do Brasil, transformar, após a cisão seguida firmam o presente instrumento em 04 (quatro) vias de igual forma e conteúdo na presença das testemunhas abaixo. São Paulo, 20 de Julho de incorporação, a DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento Mercantil em banco múltiplo. Portanto, a parcela de patrimônio que se propõe de 2005. ass) DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil S.A. Incorporadora, DaimlerChrysler DC Leasing Arrendamento seja cindida e incorporada corresponde a ativos e passivos relacionados com operações de arrendamento mercantil que ficarão Mercantil S.A. Incorporada. Testemunhas - Nome: Carlos Augusto Madeira Godoy RG: 23.600.432 - 3 Nome: Herbert Luis de Souza, concentradas na DaimlerChrysler Leasing Arrendamento Mercantil (art. 225, I); (II) A operação será efetivada em 29/07/05 (data da RG: 16.244.398-5”; (3)ratificada a nomeação da KPMG Auditores Independentes - CRC 2SP014428/O-6 como responsável pela avaliação, a Assembléia), tomando-se por base os Balanços Patrimoniais levantado na data-base de 30/06/05, os quais passam a ser parte integrante do valor contábil, dos Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela a ser cindida do Patrimônio Líquido da Sociedade na data-base de presente como Anexo I (art. 224, III); (III) As variações patrimoniais ocorridas entre 1º/07/05 e a data das Assembléias que deliberarão sobre 30/06/05; (4) em decorrência das deliberações acima, aprovada a redução do capital social em R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) a cisão seguida de incorporação (29/07/05), relativamente a Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela a ser cindida do patrimônio mediante o cancelamento de 138 ações escriturais, sem valor nominal, sendo 134 (cento e trinta e quatro) ordinárias Classe B e, 4 (quatro) da Sociedade Incorporada, serão contabilizados na Sociedade Incorporadora (art. 224, III); (IV) As partes resolvem nomear a KPMG preferenciais Classe B, passando o capital social a ser de R$ 91.000.000,00 (noventa e um milhões de reais) dividido em 10.867 (dez mil, Auditores Independentes - CRC 2SP014428/O-6 como responsável pela avaliação, a valor contábil, dos Bens, Direitos e Obrigações que oitocentas e sessenta e sete) ações escriturais, sem valor nominal, sendo 13 (treze) ordinárias Classe A, 10.524 (dez mil, quinhentas e vinte e compõem a parcela a ser cindida do patrimônio líquido da Sociedade Incorporada na data-base de 30/06/05, cujo nome será submetido à quatro) ordinárias Classe B, 2 (duas) preferenciais Classe A e 328 (trezentas e vinte e oito) preferenciais Classe B; (5)face à redução do capital ratificação dos acionistas de ambas as sociedades; (V)Os Bens, Direitos e Obrigações que compõem a parcela a ser cindida do Patrimônio da e ao cancelamento das ações, fica alterado o “caput” do artigo 5º do Estatuto Social, o qual passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 5º Sociedade Incorporada totalizam a importância de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e se encontram relacionados no Laudo de - O capital social é de R$ 91.000.000,00 (noventa e um milhões de reais), dividido em 10.867 (dez mil, oitocentas e sessenta e sete) ações Avaliação mencionado na Cláusula VI deste instrumento (art. 224, II); (VI) A parcela do patrimônio da Sociedade Incorporada a ser vertida escriturais, sem valor nominal, sendo 13 (treze) ações ordinárias Classe A, 10.524 (dez mil, quinhentas e vinte e quatro) ações ordinárias para o patrimônio da Sociedade Incorporadora foi avaliada em R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), pela empresa nomeada na Cláusula Classe B, 2 (duas) ações preferenciais Classe A e 328 (trezentas e vinte e oito) ações preferenciais Classe B; (6) fica a Diretoria da Sociedade IV retro, tomando-se por base o Balanço Patrimonial referido na Cláusula II reto, conforme Laudo de Avaliação em anexo (Anexo II); (VII) Em autorizada a praticar todos os atos necessários e a tomar as providências complementares da operação ora aprovada. Nada mais havendo a razão da cisão de parte do patrimônio líquido da Sociedade Incorporada, serão canceladas, na proporção da parcela cindida, ações tratar, deram os acionistas por encerrada a presente Assembléia, dela lavrando-se a presente ata sob a forma de sumário dos fatos ocorridos, escriturais, sem valor nominal, sendo 134 (cento e trinta e quatro) ordinárias Classe B e 4 (quatro) preferenciais Classe B, com a conseqüente conforme autorizado pelo §1º letra “a” do artigo 130 da Lei nº 6.040 de 15/12/76, a qual lida e aprovada foi assinada por todos os presentes. redução do capital social em R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), (art. 224, V); (VIII) Em substituição dos direitos de sócio que se São Paulo, 29 de Julho de 2005. Assinaturas: Presidente: José Roberto Fadon Vicente; Secretário: Ruth Petrocelle; extinguirão, serão emitidas 6.285.405 (seis milhões, duzentas e oitenta e cinco mil e quatrocentas e cinco) ações ordinárias nominativas, Acionista: Starexport Trading S.A., representada por seus Diretores Srs. Paulo Antonio Silvestri e Toshihiro Yamamoto. Registrada na sem valor nominal, a serem atribuídas aos acionistas da Sociedade Incorporada na proporção de 45.546 (quarenta e cinco mil, quinhentas e JUCESP sob nº 114.288/06-9 em 26/04/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

EDITAL

AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 09/2006 OBJETO:Registro de Preços para aquisição de DVD player, armário em aço, batedeira,cadeiras e outros destinados às Creches Municipais e às Escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Limite p/ entrega dos envelopes 06/06/2006 às 16:00 h e abertura dia 07/06/2006 às 08:30h. Prefeitura do Município de São Pedro/SP

Aviso de Abertura de Licitação Objeto: Contratação de empresa especializada para execução de obras e serviços visando a construção do bloco anexo à Escola Municipal “Guido Dante”. Modalidade: Tomada de Preço nº 006/2006 Processo: nº 152/2006 Encerramento: dia 23 de maio de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP, no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais). Outras informações pelo telefone 0xx19-3481-9208. Obs: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. Vicente Francisco Gil - Departamento de Licitações e Compras

COMUNICADO

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FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 4 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: American Glass Products do Brasil Ltda. - Requerido: Safety Life Blindagens Ltda. - Rua Baquirivu, 47 e 51 01ª Vara de Falências Requerente: Erik Grabher Requerida: Geral Prestadora de Serviços Ltda. - Rua Major Sertório, 142-A - 01ª Vara de Falências Requerente: Unipar Comercial e Distribuidora S.A. - Requerida: Indústria de Embalagens Plásticas União Ltda. - Rua da Mooca, 84 – complemento 90 - 01ª Vara de Falências Requerente: Lanifício Brooklin Ltda. - Requerido: Honey-Opa Confecções de Roupas Ltda. - Rua Major Marcelino, 200 - 02ª Vara de Falências Requerente: Multifinance Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Iffa S.A. Indústria e Comércio - Rua Mofarrej, 710 - 01ª Vara de Falências Requerente: Hellermann Tyton Ltda. - Requerido: Comercial Hirata Ltda. - Rua Coriolano, 141 e 143 - 02ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerida: Casa das Essências SS Ltda. - Rua Silveira Martins, 78 - 01ª Vara de

Falências Requerente: Asterisco Assistência Técnica e Comercial Ltda. - Requerido: Centro Calçadista das Américas Ltda. - Av. Washington Luiz, 5685 - 01ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente: Pires Serviços de Segurança e Transporte de Valores Ltda. - Requerida: Pires Serviços de Segurança e Transporte de Valores Ltda. - Rua Alfredo Pujol, 1102 - 01ª Vara de Falências Requerente: Pires Serviços Gerais a Bancos e Empresas Ltda. Requerida: Pires Serviços Gerais a Bancos e Empresas Ltda. - Rua Carlos Escobar, 141 - 01ª Vara de Falências Requerente: Pires Importação e Exp. de Equipam. Eletro-Eletrônicos Ltda. - Requerida: Pires Importação e Exp. de Equipam. Eletroeletrônicos Ltda. Rua Aluízio Azevedo, 19 - 01ª Vara de Falências Requerente: Pires Infra-Estrutura, Saneamento, Logística e Serviços Aux. Ltda. - Requerida: Pires Infraestrutura, Saneamento, Logística e Serviços Aux. Ltda. - Rua Carlos Escobar, 141 - 01ª Vara de Falências


sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

GERAL - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

Ângela Maria, em tom maior. Entrevista na página 6.

LAZER - 1

Radamés ao som do piano

S

emyon Bychkov rege a Sinfônica da Rádio de Colônia. Ibirapuera, domingo (7). Às 11h. Grátis.

M

úsica de R a d am é s G n at a l l i (foto) em recital de piano. CC S P. R . Ve rgueiro, 1000. Domingo (7), 11h30. Grátis.

Teatro com até 60% de desconto. Informações: (11) 3255-3783. Ou: www.apetesp.org.br

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

AROUCHE DIA E NOITE A coleção de pratos comemorativos na parede e o animado almoço executivo dos dias de semana no restaurante La Casserole

A manhã é dos apressados. A tarde, dos compradores. À noite chegam os românticos. Tudo sob a vigilância de Brecheret Lúcia Helena de Camargo

S

ol entrando pela copa das árvores, gente apressada carregando sacolas, literatos e leitores, moradores da região com seus cães, pedintes, executivos, atletas, compradores de flores, casais muito ou nada tradicionais. Misturam-se esses e muitos outros tipos no Largo do Arouche, na região central de São Paulo, em diferentes horas do dia. O nome do lugar, recebido em 1865, homenageia o tenente-general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), nascido e morto na cidade, e dono de terrenos na região. Além de militar era advogado, escritor, foi o primeiro diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, além de deputado Constituinte, entre outras ocupações. A manhã é dos transeuntes apressados rumo às duas estações de metrô dos arreadores, República e Santa Cecília. A tarde é habitada por compradores das muitas lojas de roupas e sapatos que se estendem ao redor do largo e pela rua da Arouche. Quando a noite começa a cair, chegam donos passeando seus cachorros, meninos com bolas, casais de namorados. Os jovens Camila Lúcio e Cristiano Silva escolhem a escultura Depois do Banho, de Victor Brecheret (1894-1916) como anteparo e testemunha do abraço no final da tarde. "A praça é calma e esta hora é ótima para namorar", diz Silva. A afirmação é confirmada pela namorada, que sorri. O romantismo do ar está entranhado também na personalidade do La Casserole, aconchegante restaurante francês instalado ali desde 1954. Mais de 50

anos na ativa não acontecem por acaso. Sem preços populares, a casa mantém-se sobre o tripé comida excelente, atendimento de primeiríssima qualidade e clientela fiel. Confiança no chef - A vedete do momento no restaurante é o recém inaugurado Menu Confiance, servido apenas no jantar de quarta e quintafeira. A idéia é aguçar a curiosidade e depositar total confiança na habilidade do chef Eri Gomes, apelidado de "Pingüim" por um antigo patrão, em razão do hábito de entrar na câmera fria sem agasalho. Funciona assim: você menciona o que mais gosta e o que detesta comer. E a comida vai chegando à mesa. Paga-se R$ 100 por pessoa para consumir uma entrada, dois pratos principais e uma sobremesa. Serviço e bebidas são cobrados à parte. A entrada pode ser, por exemplo, polenta com foie gras (fígado de ganso); lulas à provençal; queijo brie com molho de damasco. O primeiro prato poderá ser um camarão jumbo recheado com abóboras, o segundo, carré de cordeiro com molho de cerejas e risoto de caju sobre shitake, filé mignon com recheio de queijo de cabra ao alecrim, lombo de avestruz grelhado, entre outras. São verdadeiramente infinitas as opções, já que limitadas à grande criatividade do chef Pingüim. Uma das mais importantes tarefas é detectar o que agradará ao cliente. E quem estabelece a ponte entre o comensal e cozinha é, claro, o garçom. Nessa função, Jarbas Souza, que também faz as vezes de barman da casa, identifica rapidamente as preferências e, dono de memória

O barman e garçom Jarbas Souza, que adivinha os pedidos e faz a ponte entre cozinha e mesa; As panelas de cobre que compõem a decoração; o chef Eri Gomes e a escultura Depois do Banho, de Victor Brecheret: lugar bom para namorar

prodigiosa, registra e não esquece as informações. "Com os clientes antigos é mais fácil, porque nem precisam pedir", afirma. E o que ele faz quando senta à mesa gente que nunca viu? Tira de letra: "Com poucas perguntas é possível perceber a disposição, os humores da pessoa, então converso com o chef para

Amor Fraternal, também de Brecheret, retrata criança abraça que bezerro: placa levada

identificar quais os sabores mais marcantes em cada prato e ele já vai elaborando o que vai servir." Prazer em taças - Durante toda a experiência gastronômica, é possível contar com os serviços atentos do sommelier Tom, que indica o melhor vinho para acompanhar cada prato. Um trunfo em seu trabalho é a enorme adega do restaurante, que contém desde argentinos com bom custo-benefício até sofisticados vinhos de Bordeaux vendidos a milhares de reais. Sem ditadura do certo e errado, ele sugere, conversa, convida e adora explicar as características dos vinhos aos que se interessam em entender mais profundamente. Mas tudo sem arrogância de entendido. "Existem os vinhos que obviamente acompanham melhor certos alimentos, mas o gosto pessoal precisa ser respeitado e não se pode impor nada quando se trata de comida", teoriza. "Uma escolha é bem feita quando leva ao prazer. Assim, procuro fazer sugestões que proporcionem o máximo de prazer em cada taça." A decoração bem cuidada, sem exageros, combina um conjunto de panelas de cobre na parede com cartazes de exposições, fotografias, pratos comemorativos, propaganda

de vinhos de Borgonha e um grande painel com uma foto de Paris que exibe a catedral de Notre Dame, junto ao rio Sena. As mesas, dispostas com distância civilizada umas das outras, garantem a privacidade. Na hora do almoço, das 12h às 15h, as mesas são ocupadas por senhores engravatados, com seus celulares e pastas. O almoço de negócios, chamado de "dejeuner executivo", custa R$ 31 por pessoa, com três opções de entradas, pratos principais e sobremesas, que mudam toda semana. "Tenho clientes que almoçam duas ou três vezes na semana", comemora Marie Henry France, atual proprietária, que sucedeu no comando a seus pais Roger e Tuna Henry, fundadores da casa. No vasto cardápio há também pratos da autoria do chef Jerônimo, sênior da casa, mestre nos clássicos franceses. Escargot, omelelete de ervas, camarão cozido no vinho branco e conhaque, faisão são alguns exemplos. Afinal, escolhendo da carta ou apostando nas surpresas do paladar, o Le Casserole é o ponto ideal para começar ou acabar um passeio pela região. Um passeio pela praça em frente revela outra outra escultura de Brecheret, Amor Fraterno, anônima aos aos passantes, por ter perdido a placa que informa seu nome. Em condição semelhante estão diversos

bustos de personalidades que habitam a praça. "Os malandros levam para fazer dinheiro vendendo no ferro velho", diz o funcionário da banca de flores. Dos poucos ainda identificados, José Augusto Cesar Salgado (1894-1979), promotor das Américas; José Pedro Leite Cordeiro (1914-1986), homenageado pelo Instituto Histórico e Geográfico, ao qual pertenceu; o escritor Afonso de Taunay (1843-1899), conhecido como Visconde de Taunay, autor, entre outros livros, de Inocência, que retrata a história de amor entre uma jovem superprotegida e um médico rural. Mais uma inspiração para os apaixonados, que já protagonizaram muitas histórias no Mercado de Flores, ali do lado.

Mais histórias sobre o Mercado de Flores e o Largo do Arouche na página 3


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Nacional Empresas Imóveis Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 5, 6 e 7 de maio de 2006

Lançamentos na cidade de São Paulo andam na contramão do aumento na demanda por imóveis

EMPRESAS BUSCAM NOVOS MERCADOS

Patrícia Cruz/Ag. Luz

ESPECIALISTAS DO SETOR CULPAM A FALTA DE TERRENOS PARA FAZER GRANDES CONSTRUÇÕES

ESFRIA LANÇAMENTO DE IMÓVEIS NA CAPITAL

A

pesar do quadro econômico favorável ao setor, o número de lançamentos imobiliários residenciais na região metropolitana de São Paulo caiu quase 50% no primeiro trimestre deste ano na comparação com igual período de 2005. Foram 53 empreendimentos novos entre janeiro e março de 2006, contra 104 no primeiro trimestre do ano passado, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). O mau desempenho do mercado foi determinado pela queda do volume de novos empreendimentos na capital, que tem participação de 70% a 75% no mercado da Grande São Paulo. De acordo com informações levantadas pelo diretor da Embraesp, Luís Paulo Pompéia, entre janeiro e março foram lançados na cidade 32 empreendimentos, contra 82 nos três primeiros meses de 2005, o que representa uma queda de 46%. "Os números são preocupantes. O mercado esperava mais deste ano", comenta. As mudanças na Lei de Zoneamento da cidade e a conseqüente falta de bons terrenos disponíveis para construção são os principais motivos citados pelo setor para explicar a diminuição dos lançamentos. Na opinião de especialistas, a retração pode tornar-se ainda mais acentuada, caminhando na contramão da tendência de aquecimento da demanda, por sua vez puxada pelo vigoroso crescimento da oferta de crédito imobiliário. Para Pompéia, deve crescer a procura no segmento que atende ao consumidor de classe média, que pode pagar entre R$ 40 mil e R$ 150 mil por um imóvel. "Os grandes bancos estão cheios de dinheiro e com muitas linhas de financiamento abertas, com juros mais acessíveis que os oferecidos nos últimos 20 anos", destaca. Nesse contexto, segundo ele, o mercado paulistano foi prejudica-

Quase todos os espaços rentáveis da cidade já foram tomados por grandes construções, de forma que não sobrou espaço para prédios de alto padrão

Ely Wertheim: o que está ficando pronto, está sendo oferecido de novo

Um dos relançamentos da construtora Wertheim

Prédios em construção mostram o ritmo do mercado imobiliário

Apenas 32 lançamentos foram feitos este ano na cidade

do pelas mudanças do Plano Diretor e pela Lei de Zoneamento, que está em vigor desde o início do ano passado. Relançamentos — A percepção do consumidor, já acostumado a ver várias pági-

cando prontos e sendo reofertados", explica o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Ely Wertheim. "Esta semana, por exemplo,

nas de anúncios de empreendimentos nos jornais, de que há muitas novidades no mercado, parece não corresponder à realidade. "O que está acontecendo é que os lançamentos de 2004 e 2005 estão fi-

a construtora Luciano We r t h e i m a n u n c i o u n o s jornais empreendimentos lançados há um ano na cidade de São Paulo", conta. Segundo ele, o grande problema do setor na cidade hoje

não é a venda, porque a velocidade de comercialização dos imóveis aumentou no último ano, impulsionada pela expansão dos financiamentos e pela melhora da renda da população. A dificuldade está, em 80% dos casos, na procura de áreas para lançamentos. As incorporadoras e construtoras, como a Luciano Wertheim, estão buscando mercado em outras cidades. "Nosso negócio sempre foi concentrado em São Paulo, mas já estamos estudando parcerias para atuar em todo o Brasil", afirma Wertheim. A consequência para a capital, no médio e longo prazos, é queda de receita e aumento de preços dos imóveis, na avaliação do vice-presidente do Sinduscon-SP. Perspectivas — O vice-presidente de incorporação do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Celso Petrucci, acrescenta que no início deste ano também o número de projetos novos aprovados na Prefeitura de São Paulo foi inferior ao registrado em igual período de 2005. Segundo ele, essa retração não é comum nesta época do ano. A boa notícia fica por conta do desempenho das vendas no primeiro trimestre, muito superiores às registradas em 2005, segundo Petrucci. O Secovi-SP promete para os próximos dias um levantamento com números consolidados sobre o desempenho do setor de janeiro a março. O vice-presidente de incorporação diz que, em relação aos lançamentos, a adaptação do setor "leva um tempo" e que o quadro será revertido ao longo do ano. "A falta de crédito nos último anos, aliada aos efeitos do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, levaram o mercado mais para a classe alta", observa. Ele prevê para este ano um volume maior de aprovações para projetos de empreendimentos com dois e três dormitórios, que têm muita demanda na cidade. Fátima Lourenço


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Traição anunciada Enrique Marcarian/Reuters

ela primeira vez na História humana, animal, vegetal ou mineral, um presidente, vendo as propriedades nacionais no exterior invadidas e confiscadas manu militari pelo governo local, se abstém por completo de defender os interesses e a honra da nação e, bem ao contrário, sai elogiando os autores da brutalidade. E o detalhe mais extravagante no caso é que o homem tenta dar a impressão de que, ao fazer isso, age como um cristão exemplar, voltando humildemente a outra face em vez de revidar o insulto. Seria assim, de fato, se não houvesse alguma diferença entre oferecer a própria face e a face dos outros – a face de um povo inteiro. A resposta do sr. Luiz Ignácio Lula da Silva à agressão boliviana não é nenhuma efusão de bons sentimentos. É o ato de entreguismo mais explícito, mais descarado, mais cínico e mais subserviente que já se viu neste país ou em qualquer outro. IMPEACHMENT - Se causas faltassem para um impeachment, só essa conduta, isolada, já bastaria para justificá-lo com sobra de fundamento e razão. Nunca a traição foi tão clara, nunca tão patente a redução do patrimônio comum dos brasileiros a instrumento dócil de objetivos transnacionais sobre os quais os eleitores não foram consultados, aliás nem informados. Não seria certo, porém, dizer que foi acontecimento desprovido de conseqüências pedagógicas úteis. Numa só alocução, com breves palavras, o sr. presidente rasgou de uma vez a fachada de "nacionalismo" com que a esquerda brasileira vinha enganando aqueles que não conhecem a sua história ou que não conseguem lembrá-la no momento apropriado. Espero que agora pelo menos alguns dos militares com que andei discutindo aqui semanas atrás, tão propensos a acreditar nas afeições patrióticas de quem quer que as proclame do alto de um palanque, entendam onde foi que se meteram ao buscar uma aproximação com a esquerda com base na confusão entre patriotismo e anti-americanismo. Também seria injusto dizer, no entanto, que foi ato inesperado, de improviso, surgido do nada. ASSIMETRIAS - Num texto publicado em 2003, bem lembrado pelo articulista Cristiano Romero no jornal Valor, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, expunha o que tem sido a diretriz básica da política externa do governo Lula. Diz Romero: "‘Generosidade’ nas relações com os vizinhos sul-americanos é um conceito caro a Samuel Pinheiro Guimarães. Num texto intitulado ‘O Gato e a Onça: ameaças e estratégia’, ele defende, como ‘objetivo fundamental’ da política externa, a construção do que chama de espaço econômico e político sulamericano. Diz que o Brasil deve fazer isso sem qualquer pretensão hegemônica e com base na generosidade ‘decorrente das extraordinárias assimetrias entre o Brasil e cada um de seus vizinhos’. ‘É necessário praticar o princípio do tratamento especial e diferenciado quase que na proporção das assimetrias reais’." Isso já era, antecipadamente, o nosso presidente defendendo o direito que "um povo sofrido" tem de romper contratos e assaltar seus parceiros de negócios. Vendo a teoria de Guimarães ser levada à prática de maneira tão literal, o embaixador Rubens Barbosa, lembrando uma frase do ex-secretário de Estado americano John Foster Dulles, declarou que "essa é uma visão ingênua, porque países não têm amigos; têm interesses". Mas o que é ingenuidade à luz dos interesses nacionais manifestos pode ser esperteza desde o ponto de vista de interesses supranacionais ocultos. Quem leu o meu artigo no Diário do Comércio de 26 de setembro de 2005

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Os presidentes Lula e Morales, em Puerto Iguazu, na Argentina: "povo sofrido" tem de romper contratos e assaltar seus parceiros de negócios. Jorge Araújo/Folha Imagem

( h t t p : / / w w w. o l a v o d e c a r v alho.org/semana/050926dc.htm) já sabia, desde então, que o sr. presidente, eleito em nome da "transparência", tomava decisões de governo em reuniões secretas com ditadores e criminosos estrangeiros, longe dos olhos do povo, do parlamento, da mídia e da justiça. Ele próprio, de porre ou sóbrio, tinha confessado isso no seu discurso de 2 de julho de 2005, pronunciado na celebração dos quinze anos de existência do Foro de São Paulo. Nesse documento fundamental, cujo significado a grande mídia nacional em peso fez questão de amortecer ou omitir completamente, Lula admitia que o Foro de São Paulo, fundado por ele e Fidel Castro, era uma entidade secreta ou pelo menos camuflada ("construída... para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política"), criada para imiscuir-se ativamente na política interna de várias nações latino-americanas, tomando decisões e determinando o rumo dos acontecimentos, à margem de toda fiscalização de governos, parlamentos, justiça e opinião pública. Ele

A resposta do sr. Luiz Ignácio Lula da Silva à agressão boliviana é o ato de entreguismo mais explícito, mais descarado, mais cínico e mais subserviente que já se viu

Se causas faltassem para um impeachment, só essa conduta, isolada, já bastaria para justificá-lo com sobra de fundamento e razão admitia também haver decidido pontos fundamentais da política externa brasileira não enquanto presidente da República em reunião com seu ministério, mas enquanto participante e orientador de reuniões clandestinas com agentes políticos estrangeiros ("foi uma ação política de companheiros, não uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente"). Não seria possível uma confissão mais explícita de que, para esse homem, os interesses nacionais que nominalmente ele estava incumbido de representar deviam

submeter-se a considerações mais altas, isto é, à estratégia de dominação continental comunista delineada pelo Foro de São Paulo. O compromisso dele não era para com seus eleitores brasileiros: era para com seus "companheiros" da Venezuela e de Cuba. Meses depois, em 12 de dezembro de 2005, mais explicitamente ainda, o Plano de Trabalho da Secretaria de Relações Internacionais do PT informava a "linha justa" a ser seguida pelo Partido: "Aprofundar a prática internacionalista do Partido, nos vários sentidos desta palavra: a solidariedade, as relações com organizações comprometidas com o socialismo e com outra ordem internacional, a mobilização interna e externa em torno de temas de nosso interesse, a ação parlamentar e de governos no plano internacional." Para que não pairassem dúvidas quanto ao tipo de ligações aí aludidas, o documento esclarecia: "Este é o motivo principal pelo qual o PT seguirá investindo suas energias na existência e consolidação do Foro de São Paulo, organização criada em 1990." VÍTIMAS - Sabendo-se que desde os tempos da sua campanha eleitoral o próprio sr. Evo Imorales anunciava seu propósito de estatizar todos os campos de petróleo da Bolívia, as fontes nacionais já forneciam material mais que suficiente para que, delas, qualquer pessoa medianamente acordada concluísse qual seria a reação do nosso governo quando o presidente boliviano transformasse suas palavras em ações: afagar-lhe o ego paternalmente, como há décadas o partido dominante vem fazendo com todos os delinqüentes e transgressores, desculpando-os como vítimas da "desigualdade" e da "exclusão social". O princípio que se aplica aos indivíduos serve,

com muito mais razão, a povos inteiros: a "generosidade" do sr. Samuel Pinheiro Guimarães não é senão a "política de direitos humanos" do governo, transposta à escala internacional. A evolução da caridade petista, nesse sentido, é notavelmente coerente: começou defendendo o direito de os trombadinhas da praça da Sé meterem as mãos nos bolsos dos transeuntes, depois foi gradativamente ensinando à nação estupefata que os invasores de terras eram vítimas em vez de agressores, que os únicos grupos criminosos merecedores de punição eram os policiais, os empresários e os políticos ditos conservadores, que o Estado deve indenizar os seqüestradores em vez dos seqüestrados, que os traficantes de cocaína são heróis da liberdade e que o combate ao narcotráfico é terrorismo de Estado. Que mais faltava, senão oferecer as garantias da alta moralidade ao assalto entre nações? Deixemo-nos, portanto, de nhenhenhém, como diria FHC. Ninguém foi surpreendido pelo imprevisível. Todo mundo sabia o que ia acontecer e como o sr. Lula ia reagir. O único aspecto surpreendente no episódio foi a falta completa do elemento surpresa. Mas, se foi assim, por que ninguém alertou para o perigo nem fez algo para evitá-lo? E, uma vez consumado o delito, por que tantos ainda hesitam em condená-lo como tal, por que se sentem ainda entorpecidos por dúvidas insanáveis, por que relutam em admitir a evidência da escalada criminosa, protelando por meio de tergiversações sem fim a conclusão de um silogismo incontornável? A resposta é simples: para apreender o sentido de uma sucessão de acontecimentos, não basta conhecer os fatos. É preciso ter os con-

ceitos, os termos gerais capazes de iluminar o desenho exato dos detalhes e permitir unificá-los num quadro coerente. No caso, o termo geral era "estratégia revolucionária continental", ou, mais sinteticamente, "Foro de São Paulo". Só vista nessa perspectiva a multidão dos detalhes soltos adquiria uma forma, uma direção, um sentido. Ora, esse elemento articulador foi sistematicamente suprimido dos debates nacionais ao longo de dezesseis anos por um decreto unânime dos donos da opinião pública. Quem quer que ousasse falar disso, nos jornais, na TV ou no Parlamento, tornava-se primeiro alvo de chacota, depois era rotulado de louco, depois abertamente difamado, depois boicotado profissionalmente, por fim calado por meio da intimidação direta, como o sr. Lula fez no ar com o âncora da TV Record, Boris Casoy, ou da demissão pura e simples, como veio a acontecer comigo e com o próprio Boris. SILÊNCIO - Nunca, na história universal da manipulação de notícias, se viu um esforço tão vasto, tão geral, tão uniforme de ocultar o essencial, de desviar as atenções, de paralisar a inteligência da vítima para que não sentisse de onde vinha o ataque. Todos os chefes de redação e donos de empresas jornalísticas deste país, com raríssimas e louváveis exceções que no conjunto acabaram não fazendo diferença prática, acumpliciaram-se ativamente, persistentemente ao projeto petista de anestesiar e estupidificar a opinião pública, preparando-a para aceitar com apatetada e ignóbil passividade o confisco progressivo dos seus direitos, da sua liberdade e do seu patrimônio. Sem o silêncio cúmplice da mídia, jamais o projeto continental de poder, urdido por Fidel Castro, Hu-

go Chávez e Luiz Ignácio Lula da Silva em reuniões que não precisavam nem mesmo ser secretas, já que ninguém queria divulgá-las, poderia ter chegado ao ponto em que chegou. MONSTRO - Agora, é tarde para revertê-lo. Imaginar que resistências pontuais, que protestos avulsos contra abusos isolados possam deter a marcha do monstro ou aplacar sua voracidade é apegar-se a uma ilusão pateticamente impotente. Uma estratégia abrangente só pode ser combatida por outra estratégia abrangente, e a idéia mesma de conceber uma é coisa que ainda nem passa pela cabeça da maioria dos liberais e conservadores, persistentemente ocupados, depois de tudo o que aconteceu, em ater-se a elegantes declarações doutrinais genéricas e em evitar cuidadosamente o rótulo de "anticomunistas". Durante uma década e meia tentei fazer com que essa gente acordasse. Agora começo a achar que despertá-la seria uma crueldade, tão feio é o panorama que se abriria ante seus olhos quando isso acontecesse. O melhor mesmo é deixar que durma. O que a aguarda, em qualquer das hipóteses, é o sono eterno. Seu fim está decretado e é quase tão irreversível quanto o giro da Terra em torno do Sol. Uns vinte anos atrás, Roberto Campos perguntado sobre qual seria o destino do Brasil no caso de Lula ser eleito presidente, disse que haveria duas saídas: Galeão e Cumbica. Não sei se a vida imita a arte. Mas no Brasil ela imita cada vez mais o humorismo. Já começo a me abster de ouvir piadas, por medo de que se tornem realidade. Não me acusem, porém, de derrotismo, de matar as esperanças dos brasileiros. Ao contrário: o que tem matado os brasileiros é a esperança. Recusarse a admitir uma situação desesperadora é recusar-se às ações desesperadas que poderiam, contra toda a esperança, reverter o quadro da tragédia. O Brasil não precisa de esperança. Precisa é de coragem inflexível e lucidez heróica. Não me chamem de derrotista por recusarme a afagar cabeças moralmente covardes e intelectualmente indolentes. SEMINÁRIO - Vejo-me no dever de dizer essas coisas principalmente porque se aproxima a data do Seminário "Democracia, Liberdade e o Império das Leis", que a Associação Comercial de São Paulo vai promover no Hotel Cesar Business nos dias 15 e 16 de maio, e porque tenho a certeza de que ali, pela primeira vez, intelectuais liberais e conservadores vão olhar de frente a questão da estratégia comunista continental em vez de refugiar-se nas teorizações usuais, tão corretas no conteúdo geral quanto deslocadas da situação política especial. O Seminário é uma antiga idéia minha que tive a sorte de soprar nos ouvidos certos e, sem grande ajuda da minha parte, frutificou graças à tenacidade do líder empresarial Guilherme Afif Domingos, do economista Marcel Solimeo, do psiquiatra Heitor de Paola e dos combativos redatores do jornal eletrônico Mídia Sem Máscara (Paulo Diniz Zamboni, Edward Wolff, Graça Salgueiro e tantos outros), bem como da colaboração da Atlas Foundation for Economic Studies. Voltarei a escrever sobre o assunto durante a semana, mas desde já asseguro que, pelo menos entre os participantes brasileiros do evento, todos estão muito conscientes da urgência desesperadora de uma rejeição firme e inflexível do comunismo continental, quaisquer que sejam as diferentes versões com que ele se apresente, todas forjadas e articuladas no Foro de São Paulo. E não digo isso para criar esperanças, mas para lembrar que o dever está acima da diferença entre esperança e desesperança. Com enorme satisfação vejo que ainda há brasileiros capazes de cumprir o dever.


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Finanças Empresas Comércio Exterior Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

A razão para essas novas rodadas durarem mais tempo é que terminou a parte fácil. Embaixador Rubens Ricupero

AGRICULTURA É O ENTRAVE PRINCIPAL DA RODADA

COM ABRIL, ENCERROU-SE OUTRO PRAZO PARA AS NEGOCIAÇÕES, SEM QUE OS PAÍSES ENTRASSEM EM ACORDO.

Rodada de Doha: mais um fracasso Patrícia Cruz/Ag. Luz

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mês de abril terminou e com ele mais um prazo dado por Pascal Lamy, diret o r- g e r a l d a O rg a n i z a ç ã o Mundial do Comércio (OMC), para o encerramento da Rodada de Doha, a IV Conferência Ministerial da OMC, que começou em 2001 na capital do Catar. E, mais uma vez, os negociadores comerciais de cada país não chegaram a um acordo. Ou seja, a rodada de negociações multilaterais, que deveria ter terminado em 2005, ainda não foi concluída. O motivo é a complexidade do tema principal, a agricultura, sensível para todos os envolvidos. Afinal, é nesse tema que os países em desenvolvimento – incluído o Brasil – são mais competitivos, mas também é nele que os desenvolvidos oferecem mais resistência por conta da força política de seus produtores. Não que as sete rodadas anteriores, realizadas des-

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de 1947 com a entidade que precedeu a OMC, o GATT, demorassem menos tempo. De um modo geral, todas elas levaram mais de um ano. Mas, ao contrário das últimas, que envolveram quase sempre negociações sobre a redução de tarifas em produtos industriais – em que nações como os Estados Unidos, países europeus e o Japão tinham interesse em avançar – a rodada atual tem temas mais complexos para essas regiões. Acabou a parte tranqüila das negociações. Questões difíceis – "A razão para essas novas rodadas durarem mais tempo é que terminou a parte fácil e, desde os anos de 1970, começaram as questões que estavam fora das regras do GATT e têm a ver com agricultura, têxtil e antidumping", diz Rubens Ricupero, embaixador brasileiro, ex-secretário-geral da Unctad (órgão de comércio dentro da ONU) e atual diretor da Faculdade de Economia

da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Ele lembra que durante a Rodada do Uruguai, que começou em 1987 e só terminou em 1994, também ocorreram muitas discussões. Na ocasião, o problema era conseguir um equilíbrio em serviços que agradasse a todos os envolvidos. "No final, foi possível a aprovação de um acordo geral sobre comércio e serviços e um sobre propriedade intelectual. Mas a rodada não avançou em agricultura", afirma Ricupero. Até hoje, os países dividemse nessa questão. De um lado, as nações em desenvolvimento buscam o fim do protecionismo dos países ricos. De outro, os ricos dizem que só discutem a questão se os demais se abrirem em serviços. Ou seja, o impasse continua. Privilégio – Os países em desenvolvimento alegam também que as rodadas anteriores tinham privilegiado os desen-

volvidos. Portanto, desta vez, tinha-se que prestar atenção às nações mais pobres. "Mas a rodada está se revelando muito difícil porque a agricultura é altamente protegida, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa", esclarece Ricupero. A vantagem do subsídio é que se produz sem levar em conta a oscilação do mercado. Aqui no Brasil, por exemplo, o agricultor está muito sujeit o a o s p re ç o s v i g e n t e s n o mercado internacional. De qualquer forma, o Grupo dos 20 (G-20), formado pelos países que buscam avanços na agricultura, encabeçados pelo Brasil, tem conquistado algumas vitórias importantes na OMC. "A condução das negociações pelos brasileiros tem sido de um nível inatacável. Mas não depende só da habilidade de nossos negociadores; é preciso que os outros concordem", finaliza Ricupero. Patrícia Büll

Mudança nos EUA traz prejuízo

ão bastassem todos os entraves ao acordo para cortar tarifas e subsídios agrícolas e industriais, os Estados Unidos acrescentaram mais um elemento desestabilizador: a substituição de Rob Portman do cargo de principal negociador comercial, em uma fase que poderia ser considerada a reta final das negociações, por Susan Schwab, que era a sua vice no USTR (o órgão de negociações do governo norte-americano).

"Uma substituição a essa altura complica ainda mais a situação porque uma nova negociadora que chega ao cenário quando já se deveria estar fechando certos acordos, pode fazer com que ele não avance muito além de onde está", explica Rubens Ricupero, embaixador brasileiro, ex-secretáriogeral da Unctad e atual diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Além dessa mudança, os

EUA possuem outro fator limitador: quem tem autorização para negociar o comércio exterior é uma delegação do Congresso, que tem prazo determinado de atuação. "A atual termina em meados de 2007 e a delegação precisa enviar ao Congresso todos os acordos já fechados com no máximo 90 dias de antecedência", diz o embaixador. Ou seja, o acordo da Rodada de Doha teria obrigatoriamente que se fazer até dezembro

deste ano. Mas, para isso, seria preciso que no final de abril e início de maio já houvesse uma aprovação, pelo menos quantitativa, das modalidades em agricultura, em produtos industriais e em serviços. Não bastasse tudo isso, existem ainda problemas políticos. Na França, a questão da agricultura é muito sensível e o governo tem perdido força. No próximo ano haverá eleições presidenciais e não há interesse em fazer concessões. (PB)

Ricupero: a agricultura é altamente protegida na Europa e EUA

N gócios

&

oportunidades

SP Chamber of Commerce recebe missão portuguesa

A

São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), recepciona no próximo dia 10 uma missão empresarial vinda de Portugal, liderada pelo Núcleo Empresarial da Região de Bragança (Nerba), associação que reúne as empresas da região de Trás-os-Montes. Veja o programa do evento: 9h – Apresentação das entidades presentes; 9h30 – Apresentação de Portugal e Distrito de Bragança; 10h – Seminário Oportunidades de Negócios Portugal/Bragança – Brasil e Aspectos Fiscais nas importa-

ções e exportações; 11h – Rodada de negócios. As empresas que compõem a delegação portuguesa possuem diversos interesses. Alguns deles são a importação de máquinas de papel para reciclagem e briquetes de madeira e a exportação de tonéis para vinho, azeite, o próprio vinho, amêndoas, castanhas e várias frutas. Outras empresas portuguesas desejam contatar companhias brasileiras de construção civil e produtoras de tecnologia de biodiesel. A participação é isenta de qualquer custo. Solicita-se a confirmação pelo telefone (11) 3244-3500, com Teresa.

Feiras em países africanos

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Câmara de Comércio Afro-Brasileira de São Paulo está promovendo duas importantes feiras que serão realizadas em países africanos no próximo mês. O Salão de Artes Gráficas, que será em Casablanca, Marrocos, no período de 8 a 11 de

junho; e o 7º Congresso Mundial da Indústria do Tomate, em Tunis, Tunísia, de 6 a 8. As informações sobre condições de participação podem ser obtidas na Câmara, pelos telefones: (11) 3101-8162 e 3104-3449 ou e-mail: afrochamber@uol.com.br.

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL ISRAEL 87 - Tecnologia que transfere dados de um celular para outro, mesmo que padrões e operadoras diferentes 88 - Revestimentos externos e pisos, elaborados a partir de mármores e pedras da região de Jerusalém, da Turquia, além de mosaicos de porcelana e de vidro

89 - Alimentos "kosher" produtos frescos, in-natura, congelados, laticínios e outros PAQUISTÃO 90 - Instrumentos cirúrgicos, dentais e veterinários e tesouras para todos os fins 91 - Tecidos crus, branqueados, tintos ou estampados; roupas de cama e mesa

PAÍSES QUE DESEJAM IMPORTAR DO BRASIL SÉRVIA E MONTENEGRO 92 - Amortecedores de suspensão TAILÂNDIA 93 - Extintores mesmo carregados TAIWAN

94 - Válvulas para transmissões oleohidráulicas ou pneumáticas NORUEGA 95 - Miracema, ardósia e granito em medidas definidas

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

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por cento devem crescer as vendas na região da 25 de Março neste Dia das Mães em relação a 2005.

NO ÚLTIMO FIM DE SEMANA ANTES DO DIA DAS MÃES MOVIMENTO FOI GRANDE NA 25 DE MARÇO E EM SHOPPING

FILHOS LOTAM LOJAS ATRÁS DE PRESENTES Fotos: Luludi/LUZ

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m motivo nobre fez milhares de consumidores enfrentarem uma maratona em vários pontos comerciais de São Paulo nos últimos dias: comprar o presente para o Dia das Mães, que cai no próximo domingo. O resultado não poderia ser outro a não ser ruas comerciais e corredores de shoppings abarrotados de gente. No sábado, na Rua 25 de Março, um dos maiores centros de compras da América Latina, era difícil andar, chegar perto das lojas, escolher o produto e pagar. A expectativa da União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências (Univinco) é de que as vendas cresçam 10% por causa do Dia das Mães na comparação com igual período do ano passado. Cerca de 500 mil pessoas devem passar pela região, o que representa um aumento de também 10% no movimento sobre 2005. A gerente da Casa Shiva, Luciene Souza, espera que o faturamento aumente 70% em comparação com o Dia das Mães do ano passado. "O presente preferido por enquanto é o vestido indiano, que sai por até R$ 70", afirma. O proprietário da Preço de Fábrica, Guilherme Fascioli, relata que as vendas caíram 20% em abril, em razão dos feriados. Para o Dia das Mães ele aposta em um crescimento de

pelo menos 20% até o domingo. Na loja, a aposentada Vanda Silva gastou uma parte dos R$ 100 que ganhou de presente do filho para comprar dois pares de brincos. "Tem que ser na rua 25 de Março, aqui é tudo mais barato", afirma. Shopping cheio — Nos shoppings paulistanos, os preços não são tão convidativos quanto na 25 de Março, mas os corredores estavam igualmente lotados no fim de semana— a diferença, além do preço, é o conforto do estacionamento e do ar condicionado. No shopping Center Norte, o maior em volume de vendas do País, em todos os cantos há lacinhos, flores e corações para tentar comover os clientes. A administração investiu R$ 600 mil em ações de marketing. "Esperamos que as vendas cresçam 10% neste Dia das Mães em relação a 2005. O aumento de público pode chegar a 15%", diz Gabriela Baumgart, gerente de Marketing do Center Norte. A gerente da loja de roupas femininas Erva Doce, Eliete Martins Lima, no sábado atendia os clientes com um largo sorriso. "Esperamos que as vendas cresçam no mínimo 15%." O aposentado Antônio Monteiro acompanhou sua mulher, a professora aposentada Nanete Nogueira, até a loja para "pagar" os presentes, que custaram R$ 490. "É melhor es-

colher o produto para não ter que trocar", diz Nanete. Na Mundial Calçados havia tanto movimento que muitos consumidores experimentavam os sapatos em pé. O casal Tony e Carla Matsuoka gastou um total de R$ 400 em produtos para as mães de ambos e também para Carla. "É um momento de emoção, já que é meu primeiro Dia das Mães. Meu bebê tem 11 meses", conta. Outono-inverno — O Center Norte organizou um desfile de moda com os principais itens da coleção outono-inverno das lojas, incluindo camisolas, lençóis e bijuterias. O ator Luigi Barricelli e Daniel Saullo, um dos integrantes da última edição do reality show Big Brother, causaram furor. Na passarela, misturas interessantes. As moças mostraram saias por cima de calças jeans coladas, além de casaquinhos de tricô com detalhes em pêlo sintético. Os rapazes não ousaram — as roupas clássicas, como calças sociais e camisas, ganharam charme com blusas de lã nos ombros. O inusitado ficou por conta dos aparelhos de celular nas mãos dos modelos e os vestidos de festa com estola. O diferencial: em vez de cada grife se apresentar isoladamente, o desfile mostrou estilo, com a mistura de peças de várias marcas. Neide Martingo

LEMBRANCINHAS Opções a partir de R$ 1,99

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e as lembrancinhas vão dar o tom no Dia das Mães deste ano, os filhos têm endereço certo para encontrar os presentes: as lojas de R$ 1,99, que estão no mercado brasileiro desde 1994. A loja Econômica, na Rua Direita, no centro de São Paulo, é um retrato do que ocorre em todas as outras do gênero. Nos corredores, sempre lotados, os itens mais procurados são porta-retratos (que custam entre R$ 1,99 e R$ 4,99), esteiras indianas que formam jogos americanos (R$ 1,99) e artigos de decoração em porcelana — vasinhos e saboneteiras, com valor entre R$ 1,99 e R$ 11,99. "O preço R$ 1,99 virou uma grife e serve para atrair os clientes. Cada pessoa que entra para comprar um presente para a mãe acaba levando até R$ 6 em compras", afirma o gerente da loja Econômica, Marcos Ferreira da Silva.

Ele diz que o item mais barato disponível é um copo de plástico ondulado, a R$ 0,50. O mais "salgado" é uma lixeira de inox, que sai por R$ 57,90. "Nossa expectativa é de que as vendas sejam 30% maiores neste Dia das Mães em relação à data em 2005", conta Silva. Importados — O setor de produtos importados espera um crescimento de 10% no faturamento por causa do Dia das Mães. "A data é responsável por 25% das vendas do ano. Mas será a quarta mais importante para o setor em 2006, perdendo para Natal, Dia das Crianças e Copa do Mundo. O mercado é sazonal", afirma o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Produtos Populares (Abipp), Gustavo Dedivitis. Do total de produtos vendidos nas lojas populares, 70% são importados, principalmente da China. "No Brasil ainda

não encontramos itens que possam substituir os importados, que custam menos do que os similares nacionais. A concorrência é muito forte. Os chineses têm informalidade no emprego, mão-de-obra barata e subsídios do governo. Mas nós não temos culpa disso", diz o presidente da Abipp. De acordo com Dedivitis, o público-alvo dessas lojas são as classes C, D e E. "O recente aumento do salário mínimo vai estimular as vendas." Mas esse cenário já está mudando. "Existem pessoas da classe B comprando produtos de R$ 1,99. São consumidores que não fazem questão de marcas conhecidas, e sim de qualidade", afirma. "Mães populares não querem ganhar roupas de grife, mas presentes que sejam úteis para toda a família. Elas gostam de ser lembradas em seus dia", acredita o presidente da entidade. (NM)

Fotos: Anna Carolina Negri/AFG

No alto, à esq., o gerente da loja Econômica, Marcos Ferreira da Silva, afirma que o preço de R$ 1,99 serve de chamariz de clientes. Nas outras fotos, alguns dos produtos disponíveis na loja.

Os consumidores lotaram, no sábado, os corredores do Shopping Center Norte, já em busca dos presentes para as mães (abaixo). Os lojistas investiram na decoração (acima), atraindo a atenção de clientes como a aposentada Nanete Nogueira (ao lado), que foi ao shopping escolher seus presentes. "É mais fácil do que precisar trocar depois."


Ano 81 - Nº 22.121

São Paulo, segunda-feira 8 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

CHEGOU A CONTA DO GÁS US$

600 MILHÕES O presidente Morales quer do Brasil e da Argentina o dobro do seu rombo fiscal, ou US$ 600 milhões. Isto significa um aumento de US$ 2 no preço atual. Lula foi ontem de charrete até o seu helicóptero. Ele viaja a Viena destronado da liderança continental por Chávez e Morales (abaixo). Economia/3. Jose Luis Quintana/Reuters

Sergio Lima/Folha Imagem

LULA A GÁS Olavo de Carvalho quer impeachment

OAB também pensa em impeachment

Roberto Fendt: opção pelo atraso

Cláudio Slaviero: efeitos "morales"

Páginas 12

Página 10

Página 10

Página 10

Sílvio "Land Rover" ... E Lula diz: "a mim implica Lula... não preocupa" Página 3

Página 4

Mercadante comemora derrota na capital como se já fosse o vencedor A ex-prefeita Marta precisava mais do que os 8.201 votos de vantagem contra Mercadante para neutralizá-lo na Grande São Paulo e no interior, onde é favorito. Página 3 Luludi/LUZ

Lojas cheias. Graças à mamãe Da rua 25 de Março aos shoppings (acima, o Center Norte) os lojistas estão comemorando o assédio dos filhos se preparando para o domingo que vem, Dia das Mães. É a tão esperada recuperação pelo mês dos feriadões. Eco/1

Ernesto Rodrigues/AE

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 12º C.

1, 2, 3... Uma semana de dor! O Corinthians amarga três derrotas seguidas e sempre levando de três gols. Ontem, 3 a 1, contra o São Paulo (na foto, gol de Souza). Na quinta passada, 3 a 1 contra o River; e, no outro domingo, 3 a 2 contra a Ponte. É a crise. DC Esporte

Já são 1,3 milhão de olho no imposto Economia/5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Até a Copa do Mundo fica tudo beleza.” Marcelo Vilar, técnico interino do Palmeiras

Celso Unzelte

TAFFAREL FAZ 40 ANOS Arquivo Celso Unzelte

Hoje, 8 de maio, completa 40 anos o ex-goleiro Cláudio André Mergen Taffarel. Na foto, ele aparece naquele que foi, talvez, o momento mais importante de sua vitoriosa carreira, defendendo o pênalti do italiano Massaro na série que acabaria dando o tetracampeonato mundial ao Brasil, na Copa disputada nos Estados Unidos, em 1994. Era a quarta cobrança da Itália, que desperdiçou mais duas, com Baresi e Roberto Baggio chutando para fora. Depois do 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, o Brasil ganhou nos pênaltis por 3 a 2, sagrando-se campeão do mundo pela quarta vez.

DE CLÁUDIO A TAFFAREL Chamado no início da carreira de Cláudio, Taffarel nasceu em Santa Rosa (RS) e começou a jogar no Inter, em 1985. Em 1990, transferiu-se para o Parma, da Itália, onde jogou até 1993 e em 2001/2002. Defendeu também: Reggiana (1993/94), Atlético-MG (1995 a 1998) e Galatasaray, da Turquia (1998 a 2001). Foi campeão da Copa da Itália (1992) e da Recopa (1993) pelo Parma; mineiro (1995) e da Copa Conmebol (1997) pelo Atlético-MG; turco, da Copa da Turquia (1999) e da Copa da Uefa (2000), pelo Galatasaray.

NA SELEÇÃO, UM GOLEIRO RECORDISTA

Esporte

CAMINHOS OPOSTOS Antônio Gaudério/Folha Imagem

U

m vinha de uma semana feliz, após eliminar o rival Palmeiras e garantir presença nas quartas-de-final da Libertadores. O outro vinha de um verdadeiro inferno: a desclassificação diante do River Plate, da Argentina, pela mesma Libertadores, com direito a ameaça de invasão do campo e confronto entre torcedores e policiais. No clássico entre Corinthians e São Paulo, os dois maiores favoritos ao título brasileiro antes do início da competição, ontem, em São José do Rio Preto (por conta dos incidentes acontecidos no Pacaembu), a tranqüilidade venceu o desespero. Deu São Paulo, 3 a 1, no que vem se tornando uma constante desde 2003, ano da última vitória corintiana contra o Tricolor. No primeiro tempo, parecia que o Corinthians havia superado seus traumas. Chegou a abrir o placar, aos 21 minutos, quando Carlos Alberto desviou de cabeça para Nilmar, que ganhou de Lugano na corrida e mandou para as redes. O São Paulo teve André Dias, Josué e Aloísio todos lesionados ainda no primeiro tempo, mas jamais se desesperou. Valorizou a posse de bola e esperou a hora certa de definir o jogo. Aos 39 minutos, Souza avançou pela direita, tentou cruzar e, sem querer ou não, mandou a bola para dentro das redes de Silvio Luiz, empatando o jogo. Na etapa final, o Corinthians continuou criando boas chances para marcar. Aos 9 minutos, por exemplo, Tevez acertou o travessão de Rogério. Bastaram, porém, dois minutos para o São Paulo decidir a sorte do jogo, com Alex Dias e Lenílson. Descontrolado, o Corinthians perdeu Carlos Alberto, expulso por agredir Alex. “Podíamos ter feito mais gols”, lamentava no vestiário o

técnico corintiano Ademar Braga. “Os nossos jogadores acabaram perdendo a cabeça. Erraram uma, duas e se descontrolaram.” Em busca da tranqüilidade perdida, o Corinthians pode seguir mais cedo para o interior do Paraná, onde no próximo domingo enfrenta o Paraná Clube. No São Paulo, apesar da vitória, nem tudo era tranqüilidade. O técnico Muricy Ramalho ficou revoltado com a mudança do jogo para São José do Rio Preto, definida na sextafeira pela Federação Paulista de Futebol: “Tenho de respeitar a competição, mas não estou de acordo com o lugar escolhido para o jogo. Ninguém levou em conta a distância e o calor”. O treinador sugeriu que o jogo fosse realizado no Morumbi ou no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas.

Também fazem aniversário hoje: o ex-presidente da CBD e da Fifa, João Havelange (90 anos); o ex-zagueiro italiano Franco Baresi, ídolo do Milan e da seleção de seu país (46 anos); e o zagueiro Lúcio, que deve ser um dos convocados para a Copa da Alemanha por Carlos Alberto Parreira (28 anos). Corinthians e São Paulo enfrentaram-se ontem pela 277ª vez desde o primeiro encontro, em 1936. São 103 vitórias do Corinthians, 87 do São Paulo e 87 empates, 404 gols corintianos, 382 gols são-paulinos. No Rio de Janeiro, Flamengo e Botafogo enfrentaram-se ontem pela 312ª vez em todos os tempos. São agora 113 as vitórias rubro-negras, 101 as alvinegras e 98 os empates, com 489 gols flamenguistas e 456 gols botafoguenses.

São Paulo faz 3 a 1 no Corinthians, ganha o clássico entre os favoritos na largada deste Brasileiro e aumenta a pressão sobre o rival, que começou na semana passada com a desclassificação na Libertadores

“Estou muito chateado com isso, porque a gente nunca é consultado para nada. Nós temos um planejamento e tentamos colocar o melhor em campo”, desabafou. O atacante Aloísio, o volante Josué e o zagueiro André Dias, que saíram machucados, são dúvidas para o jogo de quarta-feira, contra o Estudiantes, na Argentina, pelas quartas-de-final da Libertadores. Os três serão reavaliados hoje pelo médico José Sanchez. “É melhor sair do que tentar continuar e piorar a contusão”, ponderou Josué.

Bruno Milani/Futura Press

Crise sem fim

Foi na Seleção Brasileira que Taffarel mais fez história. Tornou-se recordista de jogos de Copa do Mundo, ao lado de Dunga, com 18 partidas, entre 1990 e 1998. Ao todo, fez 102 jogos oficiais e sofreu 71 gols com a camisa do Brasil. Foi também o único goleiro brasileiro até hoje titular do início ao fim de três Copas do Mundo seguidas. Depois da grande participação na conquista do tetra, voltou a defender dois pênaltis na semifinal de 1998, contra a Holanda, garantindo a presença do Brasil na decisão contra a França.

"O que eu fiz hoje não vale nada se não formos campeões." (Taffarel, depois de defender os pênaltis dos holandeses Cocu e Ronald de Boer, na semifinal da Copa do Mundo de 1998, classificando o Brasil para a decisão do título. Na partida final, a Seleção Brasileira acabou derrotada pela França por 3 a 0.)

O importante é que a bola entrou.” Souza, do São Paulo, sobre o gol que fez ontem

Celso Júnior/AE

almanaque

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Evelson de Freitas/AE

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Rodrigo Tabata: gol abre caminho para vitória sobre Fortaleza no ABC

Devagar e sempre

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Santos vai repetindo no Campeonato Brasileiro, até agora com sucesso, a fórmula pouco empolgante que lhe valeu, depois de 21 anos de espera, o título paulista de 2006: muito cuidado na defesa, movimentação no meio-de-campo e um mínimo de eficiência no ataque. Neste sábado, em Santo André, com o Estádio Bruno José Daniel novamente fechado ao público, venceu o Fortaleza por 2 a 0 - gols de Rodrigo Tabata, aos 39min, e Rodrigo Tiuí, aos 45min, ambos no primeiro tempo - e manteve a liderança do campeonato, agora com os mesmos 10 pontos de Fluminense e Internacional e melhor saldo de gols. O Santos voltou a mostrar força de conjunto e parece ter superado o choque da eliminação na Copa do Brasil diante do Ipatinga no meio da semana. A vitória no ABC foi recebida com alívio pelo técnico Vanderlei Luxemburgo e pelos jogadores, que temiam reflexos negativos no comportamento

do time após a derrota nos pênaltis para o campeão mineiro. Agora, o clima é de otimismo, graças à permanência na liderança do Brasileirão, à volta quase certa de quatro importantes titulares - Luís Alberto, Fabinho, Cléber Santana e Reinaldo - e ao reencontro com a torcida na Vila Belmiro, no próximo sábado, contra a Ponte Preta. Luxemburgo resolveu recompensar o grupo com dois dias de folga, marcando a reapresentação para amanhã, às 16 horas, no Centro de Treinamentos Rei Pelé. O técnico tem motivos de sobra para estar satisfeito: "Numa competição de turno e returno, com pontos corridos, é preciso manter a regularidade do início ao fim, e, graças ao empenho dos jogadores, estamos conseguindo." A boa estréia de Tiuí também alegrou Luxemburgo, que deve efetivá-lo como parceiro de Reinaldo. Será mais uma tentativa de dar força ofensiva a este time que se tem destacado apenas na defesa.

ão sabemos mais o que fazer". A afirmação do diretor de futebol do Palmeiras, Salvador Hugo Palaia, após a quarta derrota em quatro jogos pelo Brasileiro, mostra que a situação não deve melhorar tão cedo para os lados do Palestra Itália. Ontem, o algoz foi o São Caetano, que precisou apenas de um tempo para definir a vitória por 2 a 0, que deixou o time do ABC em nono lugar, com seis pontos. O Palmeiras que entrou em campo ontem no Anacleto Campanella era bem diferente daquele que foi eliminado pelo São Paulo nas oitavas-de-final da Libertadores. Apenas três jogadores eram os mesmos: o goleiro Sérgio, o zagueiro Thiago Gomes e o volante Correa. Os demais eram renegados do tempo de Leão e garotos trazidos do time B, como o lateral-direito Ilsinho, que mostrou personalidade e fez boas jogadas. A crise é tão grande que, além de talento e organização tática, o time carece também de sorte. Aos 33 minutos, Correa e Thiago Gomes se chocaram no meio-de-campo e a bola sobrou para Élton. O ex-corintiano chutou da intermediária. Sérgio soltou e Marabá abriu o placar. Como um castelo de areia, o Palmeiras, que até então equilibrava a partida, desabou. Mais quatro minutos e o pequeno Élton surgiu livre para driblar Sérgio e ampliar. No segundo tempo, o técnico Marcelo Vilar tentou buscar no banco alternativas para mudar o placar. Colocou Fran-

Palmeiras de Cristian foi a São Caetano e perdeu a quarta no Brasileiro

cis, Ricardinho e Alex Afonso no lugar de Reinaldo, Cristian e Enílton - de nada adiantou. "Temos de trabalhar no dia-adia e acreditar no que temos de melhor", disse o goleiro Sérgio, que, no desespero, passou os últimos dois minutos do jogo na área do adversário, em busca de um gol de honra. O time volta a jogar no domingo, no Palestra Itália, diante do Cruzeiro. Todos os demais titulares devem voltar,

inclusive o goleiro Marcos e o meia Juninho, enfim recuperados de contusões. O que não se sabe é quem será o técnico: hoje, uma reunião da diretoria define o futuro de Marcelo Vilar, que comandou o time em quatro jogos, com um empate e três derrotas - nas últimas 11 partidas, o time perdeu oito. "Temos de tentar de tudo para sair dessa crise. Há dias tentamos explicar o inexplicável", diz o diretor Palaia.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

CONVOCAÇÕES

segunda-feira, 8 de maio de 2006

COMUNICADO CONDOMÍNIO EDIFÍCIO SANTA FILIPPA CNPJ 59.953.554/0001-56 Edital de Convocação para Assembléias Gerais - Ordinária e Extraordinária. Conforme instruções recebidas do Síndico Dr. Kenzi Tagomori e obedecendo disposto da cláusula décima segunda da Convenção do Condomínio Edifício Santa Filippa, sito à Av. Paulista nº 688, fica VSª. convocada para as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária a serem realizadas no dia 15 de maio de 2006, às 17hs em 1ª convocação e às 18hs em 2ª e última convocação, na Av. Paulista nº 688, 7º andar, afim de ser apreciada a seguinte ordem do dia: 1) Prestação de contas da Administradora relativas ao ano de 2005. 2) Previsão Orçamentária. 3) Ratificação da aprovação das contas relativas à reforma das fachadas do edifício. 4) Colocação de películas de controle solar (insulfilm) nos vidros. 5) Assuntos de interesse geral do Condomínio. (8 e 15/05/2006)

INTELICAD INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO HOSPITALARES LTDA-ME torna público que recebeu da CETESB a L.O. de Renovação nº 45002307 com validade até 02/05/2009, sita à Rua Bartolomé Carducho, 336 - Jd. Maria do Carmo - CEP: 05541-130 São Paulo/SP.

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

CENTRO ESPÍRITA JESUS TE CHAMA CNPJ N° 47.861.893/0001-23 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Tendo ocorrido mais de 60 dias do prazo para convocação, convocamos os Sócios do Centro Espírita Jesus Te Chama para a Assembléia Geral a ser realizada no dia 25/06/2006, às 15h, em primeira chamada e às 15h30, com qualquer número, em sua sede social, à R. Amador Lourenço, 724, em São Paulo-SP, a fim de eleger os novos membros da Diretoria. São Paulo, 25/04/2006. José Emílio Skolaude - Sócio.

ERRATA BALANÇOS PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PEDRO/SP

Construtora Monteiro de Castro S/A CNPJ nº 64.132.277/0001-50 Relatório da Diretoria Senhores Acionistas: Cumprindo as disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação as demonstrações contábeis do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2005, em milhares de reais Balanço Patrimonial encerrado em 31 de dezembro Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 2005 2004 3.188 1.564 2005 2004 Origens Ativo 2005 2004 Passivo Das Operações 69 681 1.554 283 Circulante 3.607 1.084 Circulante 2.617 635 42 23 Lucro Líquido Disponibilidades 1.472 398 Fornecedores Resultado não Operacionais e Depreciações 59 46 Clientes 1.502 544 Obrigações Tributária 254 66 Acréscimo do Exigível 468 883 Aplicações Financeiras 301 1 Outras Obrigações 1.258 194 Venda do Permanente 19 Outros Créditos 332 141 Exigível a Longo Prazo 1.890 1.422 Diminuição Realizáves a Longo Prazo 25 Realizavel a Longo Prazo 1.112 1.137 Outros Débitos 1.890 1.422 Aplicações 1.940 1.080 Créditos com Coligadas 656 665 Patrimônio Líquido 309 845 2.982 1.639 Investimentos SCP 357 2 Créditos Diversos 456 472 Capital Social 1.260 1.000 Aquisições Imobilizado 173 Permanente 1.707 1.123 Reserva de Capital 228 97 Acrérsimo Realizavel a Longo Prazo Distribuição de Dividendos 1.274 60 Investimentos SCP 1.359 1.050 Lucros/Prejuizos Acumulados 1.494 542 Variação Capital Circulante Líquido 1.252 116 Imóveis e Equipamentos 348 73 Total do Passivo 6.426 3.344 Acréscimo no Ativo 2.523 167 Total do Ativo 6.426 3.344 Acrescimo no Passívo 1.271 51 Demonstração do Resultado do Exercício 2005 2004 Notas Explicativas Demonstrações dos Lucros Acumulados 2005 2004 Receita Operacional Bruta 8.025 1.894 Saldo Inicial 542 (1) ISS, PIS e COFINS (532) (117) 1) Depreciação metodo linear; 2) Capital de 30.000 açôes nominativas sem valor nominal, sendo 10.200 ordinárias e 19.800 preferenciais Lucro/Prejuizo do Exercício 2.617 635 Receita Operacional Líquida 7.493 1.777 Dividendos Distribuidos (1.274) (60) Custos e Despesas Operacionais (4.665) (1.098) Diretoria Transferência para Capital (259) - Provisão Impostos de Renda e Contribuição Social (211) (44) Roberto Nardelli Monteiro de Castro - Diretor Superintendente Transferência para Reservas (131) (32) Resultado do Exercício 2.617 635 Alciones Amaral Filho - Diretor Comercial Saldo Final 1.495 542 Lucro por Ação 87,23 21,17 Carlos Cesar Cavalcanti Neri - Téc-Contab. CRC/SP 1SP197481/O-1

FARMAGRICOLA S/A IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO CNPJ nº 60.528.742/0001-16 RELATÓRIO DA DIRETORIA Senhores Acionistas: Cumprindo as disposições legais e estatutárias, submetemos a apreciação de V.Sas., o balanço patrimonial e as demais demonstrações financeiras, relativos ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005. Colocamo-nos a disposição dos senhores Acionistas para quaisquer esclarecimentos que julguem necessários Mairiporã, 06 de Abril de 2006. Fábio Tadeu Bisognin - Diretor Presidente. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 AT IV O CIRCULANTE Caixa e Bancos Clientes (–) Duplicatas descontadas Estoques Créditos diversos Adiantamentos diversos Aplicações financeiras Despesas antecipadas PERMANENTE Investimentos Imobilizado Imobilizado (–) Depreciações Acumuladas TOTAL DO ATIVO

31/12/2005 4.653.893,04 129.478,54 3.047.263,02 1.892.162,48 3.021.957,56 117.590,40 102.435,75 23.899,49 103.430,76 1.558.306,68 171.903,22 1.386.403,46 2.443.492,29 1.057.088,83 6.212.199,72

31/12/2004 5.248.637,26 298.927,44 2.870.700,93 1.386.851,55 3.092.035,39 79.050,13 216.539,00 21.846,29 56.389,63 1.602.216,46 171.903,22 1.430.313,24 2.341.961,60 911.648,36 6.850.853,72

P A S S IV O CIRCULANTE Fornecedores Obrigações sociais e trabalhistas Impostos e contribuições a recolher Contas a pagar Empréstimos de Sócios a pagar Juros do capital próprio a pagar Empréstimos Bancários a pagar EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Impostos a Recolher PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reserva legal Lucros (Prejuízos) acumulados TOTAL DO PASSIVO + PATR.LÍQUIDO

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reserva Legal Lucro Acumulado 3.694.669,77 4.632,07 88.009,37 92.641,44 (4.632,07) (88.009,37) – 5.088,72 96.685,77 3.787.311,21 5.088,72 96.685,77 101.774,49 (5.088,72) (96.685,77) – – (576.089,04) 3.889.085,70 – (576.089,04)

Histórico SALDO EM 01/01/2004 Incorporado ao capital social Lucro do Exercício SALDO EM 31/12/2004 Incorporado ao capital social Prejuízo do Exercício SALDO EM 31/12/2005

31/12/2004 2.036.257,54 1.135.315,11 122.576,39 440.711,02 91.207,74 – 91.800,00 154.647,28 925.510,48 925.510,48 3.889.085,70 3.787.311,21 5.088,72 96.685,77 6.850.853,72

31/12/2005 31/12/2004 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 16.748.109,25 16.970.920,09 (–) Impostos e devoluções 2.231.530,38 2.293.494,31 RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 14.516.578,87 14.677.425,78 (–) Custo dos Produtos Vendidos 8.542.826,62 8.497.387,56 (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO 5.973.752,25 6.180.038,22 (–) Despesas Comerciais 3.320.266,45 2.812.927,36 (–) Despesas Administrativas 2.383.204,86 2.136.015,68 (–) Despesas Financeiras 897.927,00 1.184.918,57 (+) Receitas Financeiras 75.025,88 91.111,30 (=) LUCRO (PREJ.) OPERAC. LÍQUIDO (552.620,18) 137.287,91 (+) Receitas não operacionais 176,07 7.681,84 (–) Despesas não operacionais 23.644,93 6.462,75 (=) LUCRO (PREJ.) ANTES C.SOCIAL (576.089,04) 138.507,00 (–) Provisão p/ Contribuição Social – 13.995,22 (=) LUCRO (PREJ.) ANTES IMP. RENDA (576.089,04) 124.511,78 (–) Provisão p/ Imposto de Renda – 22.737,29 LUCRO (PREJ.) LÍQ. DO EXERCÍCIO (576.089,04) 101.774,49

Patrimônio Líquido 3.787.311,21 – 101.774,49 3.889.085,70 – (576.089,04) 3.312.996,66

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 31/12/2005 31/12/2004 SALDO INICIAL 96.685,77 88.009,37 Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício ( 576.089,04 ) 101.774,49 (–) DESTINAÇÕES DOS LUCROS Reserva Legal – 5.088,72 Incorporado ao Capital 96.685,77 88.009,37 SALDO NO FINAL DO EXERCÍCIO (576.089,04) 96.685,77

31/12/2005 2.095.737,98 1.093.681,20 101.331,38 310.110,44 22.852,88 379.900,00 – 187.862,08 803.465,08 803.465,08 3.312.996,66 3.889.085,70 – ( 576.089,04) 6.212.199,72

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS 31/12/2005 31/12/2004 VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE (430.648,57) 238.933,08 Valor em 12/05 Valor em 12/04 (576.089,04) 101.774,49 Ativo Circulante 4.653.893,04 5.248.637,26 145.440,47 137.158,59 Passivo Circulante 2.095.737,98 2.036.257,54 Capital Circul. Líquido 2.558.155,06 3.212.379,72 APLICAÇÕES 223.576,09 290.239,76 Valor em 12/04 Valor em 12/03 Aquisição de bens do ativo imobilizado 101.530,69 168.194,36 Ativo Circulante 5.248.637,26 5.655.828,21 Transf. de Parcelamento Paes a Longo Prazo 122.045.40 122.045.40 Passivo Circulante 2.036.257,54 2.392.141,81 REDUÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE (654.224,66) (51.306,68) Capital Circul. Líquido 3.212.379,72 3.263.686,40 ORIGENS Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício Depreciações

Fábio Tadeu Bisognin Diretor Presidente

DIRETORIA Adua Maria Romana Gurzi Bisognin Adriana Maria Luiza Bisognin Vallim Diretora Administrativa Diretora Superintendente

Mirella Maria Bisognin Diretora Industrial

NOTAS EXPLICATIVAS Variação (594.744,22) 59.480,44 (654.224,66) Variação (407.190,95) (355.884,27) (51.306,68)

CONTADOR Adelio Norio Mashiba CRC-1SP098985/O-0

1. CONTEXTO OPERACIONAL: As atividades da empresa compreendem a produção e comercialização de produtos veterinários. 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRA: O balanço patrimonial e as demonstrações financeiras foram elaborados de acordo com a Lei das Sociedades por Ações e disposições tributárias vigentes. 3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS: a) O regime de apuração de resultado é o de competência. b) Ativo Permanente demonstrado pelo custo corrigido monetariamente até 31/12/1995. Depreciação calculada linearmente de acordo com as taxas anuais estabelecidas na legislação. c) Exigível a longo prazo: Impostos estão corrigidos de acordo com a legislação-PAES. 4. CAPITAL SOCIAL: O capital social esta representado por 388.908.570 ações ordinárias no valor de R$ 0.01 (um centavo) cada uma.

AVISOS DE LICITAÇÕES Prefeitura Municipal de Guaratinguetá

Prefeitura Municipal de Guaratinguetá

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 038/06 A Prefeitura de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de motocicletas zero quilômetros, modelo de uso misto da categoria off road. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 18/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 13:00 horas do dia 23/ 05/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 14:00 horas às 15:00 horas do dia 23/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais.

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 039/06 A Prefeitura de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de móveis de escritório. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 18/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 10:00 horas do dia 23/05/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 13:00 horas às 14:00 horas do dia 23/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais.

Prefeitura Municipal de Guaratinguetá

Prefeitura Municipal de Guaratinguetá

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 040/06 A Prefeitura de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de insulina iolin altamente purificada NPH 100 UI-Insulina bovina + suína. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 18/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 14:00 horas do dia 25/ 22/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 15:00 horas às 16:00 horas do dia 25/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais.

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 041/06 A Prefeitura de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de material de consumo odontológico. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 25/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 11:00 horas do dia 30/05/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 09:00 horas às 12:00 horas do dia 31/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores-pregão eletrônico, no item Editais.

ATAS

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO Menor preço pelo mesmo espaço, só no DC Maior cobertura pelo menor preço

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3244-3344 / 3244-3983

3244-3643 / 3244-3643

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Fax 3244-3123

admdiario@acsp.com.br

publicidade@acsp.com.br

DECLARAÇÃO DE EXTRAVIO Semilla Consultoria e Desenvolvimento Ltda, CNPJ 04222707/0001-01, sito à Rua Francisco Leitão, 469 - conj. 407 - Pinheiros, declara o extravio do livro modelo nº 57 mais AIDF. São Paulo, 8 de maio de 2006.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 5 de maio de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Millenniun Ferramentaria Ltda. - Requerido: WP Assessoria em Fundição Sob Pressão e Usinagem Ltda. - Rua Coriolano Durand, 366 - 02ª Vara de Falências

AVISO DE ERRATA Obejto: Onde se lê:... visando a construção do bloco anexo a Escola Municipal “Guido Dante”, Ler:... visando a construção de Pré-Escola no Bairro São Tomé. Modalidade: Tomada de Preço nº 006/2006. Processo: nº 152/2006. Encerramento: dia 23 de maio de 2006, às 11:00 horas. Abertura: às 14:00 horas do mesmo dia. O edital completo poderá ser retirado no Departamento de Compras e Licitações, à Rua Valentim Amaral, nº 748, Centro, São Pedro/SP, no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais). Outras informações pelo telefone 0xx-19-3481-9208. Obs: Não serão enviados editais por via Postal ou fac-símile. Eduardo Speranza Modesto - Prefeito Municipal. Vicente Francisco Gil - Departamento de Licitações e Compras.

ATAS


2

Passe Livre Camp. Brasileiro Copa do Brasil Série B

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Na hora dos pênaltis não tem time pequeno.” Geílson, do Santos, sobre a derrota para o Ipatinga

SEMIFINAIS COMEÇAM NA QUARTA-FEIRA

NA COLA DO SANTOS paSse livre Orlando Kissner/AE

S

antos, Fluminense e Internacional. Disputadas as quatro primeiras rodadas, são esses, pela ordem, os três melhores times do Campeonato Brasileiro, cada um com três vitórias e um empate. Pelos critérios de desempate, o Santos é o líder, pois tem saldo de cinco gols contra três do Fluminense e do Inter. Cariocas e gaúchos, no entanto, estão na cola dos paulistas, com vantagem para o Tricolor, que tem mais gols marcados que o Colorado (seis contra cinco). Tanto Fluminense quanto Internacional entraram em campo neste fim de semana com as atenções divididas com outras competições. Enquanto o Tricolor carioca enfrentará o Vasco, pelas semifinais da Copa do Brasil, na próxima quinta-feira, o Inter irá a Quito, no Equador, na quarta, jogar com a Liga Deportiva Universitária (LDU), pelas quartas-de-final da Libertadores. Mesmo assim, ambas as equipes preferiram jogar com a maioria de seus titulares, e deram-se muito bem no Brasileiro. Sábado, no Maracanã, o Fluminense contou com a ajuda da arbitragem para derrotar o Paraná Clube por 2 a 1 e chegar a 14 jogos invicto. Com menos de cinco minutos de jogo, o atacante Zumbi, do Paraná, foi puxado pelo zagueiro Thiago dentro na área do Fluminense. O juiz Edson Espiridião não marcou pênalti. Aos 45 minutos, o atacante Tuta, em impedimento, deu um passe de calcanhar para Lenny fazer 1 a 0. Na etapa final, o time carioca fez 2 a 0, com o lateral-direito Rissutt. O árbitro, novamente, ignorou um pênalti a favor do Paraná, aos 43 minutos. O goleiro Fernando Henrique derrubou o volante Beto. Em seguida, o juiz enfim assinalou uma penalidade para o time paranaense, já aos 46. Emerson cobrou bem e diminuiu: 2 a 1. Já o Internacional aproveitou-se de uma má apresentação do Atlético Paranaense na tarde de ontem, na Arena da Baixada, em Curitiba, e ganhou por 2 a 1. Rentería aproveitou-se da marcação equivocada da zaga adversária para fazer o primeiro gol do Inter, aos 19 minutos do primeiro tempo. Aos 38, Danilo empatou para o Atlético-PR. A pressão gaúcha no segundo tempo resultou em um pênalti muito contestado pelos atleticanos, que queriam a marcação da falta fora da área. Jorge Wagner cobrou, marcando o gol da vitória do Inter aos 34 minutos.

Roberto Benevides

Aquela defesa

N

Carlos Mesquita/AE

Fluminense e Inter têm o mesmo número de pontos do time paulista, que ocupa a liderança graças ao melhor saldo de gols. Ontem, em Curitiba, o Inter de Jorge Wagner (acima) ganhou do Atlético-PR por 2 a 1. Sábado, no Maracanã, o Fluminense de Lenny (ao lado) fez 2 a 1 no Paraná Clube

PRESSA

Cada vez mais o principal mandatário da nação corintiana, Kia Joorabchian garante que Ademar Braga continuará no comando técnico até o fim da Copa do Mundo e justifica: "Depois, precisamos fazer um planejamento de longo prazo com alguém que trabalhe durante três ou quatro anos conosco." A conferir.

Com a cabeça na Alemanha, Marcos quer voltar ao gol do Palmeiras contra o Cruzeiro, no domingo, véspera da confirmação oficial dos 23 nomes que representarão o Brasil na Copa. Será que um jogo lhe bastará para garantir a vaga no grupo que Parreira anunciará na segunda?

FOLGA SANTISTA

Kia Joorabchian pode querer esperar o fim da Copa do Mundo - até porque sonha com a volta de Carlos Alberto Parreira ao Parque São Jorge, como insinuam alguns de seus amigos - mas muitos corintianos estão apressados e querem Emerson Leão. Já.

Luxemburgo está trabalhando o Santos com a idéia de garantir permanentemente um aproveitamento de 70% dos pontos pontos disputados nestes Campeonato Brasileiro. É o suficiente, segundo ele, para estar na briga pelo título. A meta embute uma folga: o Corinthians foi o campeão de 2005 com 65% de aproveitamento.

TANTO FAZ

LE MEILLEUR

Nem a mudança de técnico alterou o padrão de jogo do Palmeiras. Com Emerson Leão e/ou Marcelo Vilar, o time perdeu todas, até agora, no Campeonato Brasileiro. É o lanterninha, claro.

Juninho Pernambucano foi eleito o melhor jogador do Campeonato Francês. Na seleção do campeonato, escolhida pelos próprios jogadores, mais um brasileiro: o zagueiro Cris, também do Lyon, pentacampeão francês.

*Com Agência Estado e Reuters

Christiano Mazzola/AE

Rodada sem derrotas paulistas

N

TEMPO DE ESPERA

SÉRIE B

a quarta rodada da Série B do Brasileiro, nenhum dos seis times paulistas saíram de campo derrotados. Em contrapartida, a maioria desses jogos terminou empatada. Jogando na sexta-feira, no Canindé, a Portuguesa goleou o América-RN por 4 a 0 e afastou-se da zona de rebaixamento. Cléber, aos 12 minutos do primeiro tempo, Bruno, a um minuto, Santiago, aos 22, e Joãozinho, aos 38 da segunda etapa, fizeram os quatro gols. Apesar da vitória, o técnico Edinho acabou dispensado. Nos outros quatro jogos que envolveram os paulistas, somente empates. Também na sexta, o Santo André foi a Fortaleza e voltou com um ponto no empate com o Ceará em 1 a 1. Os gols foram de Da Guia, aos 44 do primeiro, para o Santo André, e Vinicius, aos 12 do segundo, para o Ceará. No sábado, em Campinas, o

ão há dúvida de que, no papel, o Corinthians continua fortíssimo candidato ao título brasileiro de 2006. Para desgraça do campeão de 2005, porém, não se disputa o título no papel, campo de batalha de comentaristas e palpiteiros. Faz-se o jogo no gramado e, ali, os corintianos não têm justificado a condição de favoritos. Ainda é cedo para enterrar este time parido pelos parceiros Corinthians e MSI, mas é muito difícil que as coisas continuem exatamente do jeito que estão depois da desclassificação na Libertadores e deste péssimo começo no Brasileirão. Algo deve mudar em breve - provavelmente, o técnico - e muita coisa irá mudando nos próximos tempos. Dentro e fora do campo, este Corinthians que ontem perdeu novamente para o São Paulo, por 3 a 1, tem problemas que precisa encarar. Fora, a ciumeira entre dirigentes e investidores corrói o trabalho da comissão técnica. Vingado pelas duas vitórias do River Plate que pulverizaram o sonho corintiano na Libertadores, Daniel Passarella relembrou, na quinta-feira em que uma tragédia chegou a se desenhar no Pacaembu, que é impossível trabalhar o futebol de um clube assim tão dividido. Não o ouviram antes, não vão ouvi-lo agora. Dentro de campo, o time não mostra padrão de jogo até porque foi quase todo escolhido por cartolas e principalmente investidores, de olho mais nas potencialidades comerciais do que na adequação técnica ao conjunto, e os treinadores que o assumem não têm tempo nem tranqüilidade para lhe dar feição própria. A esperança da torcida é que o acaso concerte tantos e, às vezes, tão díspares talentos. Um time menos talentoso talvez estivesse colhendo melhores resultados, a esta altura do Campeonato Brasileiro, mas este Corinthians quer mostrar suas qualidades em campo. Gosta mesmo é de atacar e, aí, o problema é aquela defesa...

Houve muitos empates, como o 2 a 2 do Guarani com o Náutico

Guarani esteve duas vezes à frente do Náutico, mas acabou cedendo o empate (2 a 2). Edmílson, aos 3 do primeiro, e Sandro, aos 13 do segundo, fizeram os gols do Guarani. Netinho, a um minuto, e Kuki, aos 40, marcaram para o Náutico no segundo tempo. Em Jundiaí, Paulista e Atlético Mineiro ficaram no 1 a 1.

Daniel Marques fez 1 a 0 para o Atlético, aos 35 do primeiro tempo, e Carlos Henrique empatou, aos 38 do segundo. No único confronto entre dois times do Estado, em Itu, Ituano e Marília também empataram, em 2 a 2. Os gols foram de Rafael Mineiro e Creedence, para o MAC, e Rômulo, dois, para o Ituano.

4ª rodada Avaí 1 x 0 Vila Nova Sport 3 x 1 Remo Ceará 1 x 1 Santo André Portuguesa 4 x 0 América-RN Ituano 2 x 2 Marília Brasiliense 4 x 1 Coritiba Paulista 1 x 1 Atlético-MG CRB 1 x 1 Gama Paysandu 1 x 0 São Raimundo Guarani 2 x 2 Náutico Classificação

P

V

S

1 Sport

12

4

7

9

2 Atlético-MG

8

2

7

10

GP

3 Ituano

8

2

2

6

4 Coritiba

7

2

1

7

5 Náutico

7

2

0

9

6 Paysandu

6

2

0

5

7 Guarani

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1

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7

8 Ceará

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1

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9 Paulista

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11 Gama

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12 Brasiliense

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13 Portuguesa

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14 Remo

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15 CRB

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16 Marília

4

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17 América-RN

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18 São Raimundo

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19 Santo André

2

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0

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1

COPA DO BRASIL

Três cariocas e o Ipatinga

T

rês times cariocas mais o Ipatinga, de Minas Gerais, farão as semifinais da Copa do Brasil. Na quartafeira, Ipatinga e Santos empataram por 1 a 1 no Ipatingão, mesmo resultado do jogo de ida, na Vila Belmiro. Nos pênaltis, a equipe mineira levou a melhor (5 a 3) e ganhou o di-

reito de enfrentar o Flamengo, classificado após o 0 a 0 com o Atlético, no Mineirão. No Maracanã, o Fluminense fez 1 a 0 no Cruzeiro e também garantiu a vaga nas semifinais. Seu adversário será o Vasco, que na quinta-feira, no Maracanã, fez 2 a 1 no Volta Redonda.


segunda-feira, 8 de maio de 2006

Finanças Tr i b u t o s Inter nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PETROBRAS TEM RECORDE DE PRODUÇÃO

3

3,26

dólares por milhão de BTUs (medida padrão para o gás natural) é o valor que hoje o Brasil paga pelo produto.

NA VENEZUELA, PRESIDENTE HUGO CHÁVEZ ANUNCIOU AUMENTO DE IMPOSTO DE EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO

BOLÍVIA QUER US$ 600 MI COM ALTA DO GÁS Jose Luis Quintana/Reuters

O

Segundo a ABI, Morales presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que "os governos afirmou que espe- sempre foram mendigar no exr a a u m e n t a r e m terior", mas com a nacionalizaUS$ 2 o preço do gás natural ção dos recursos naturais será vendido ao Brasil e à Argenti- possivel resolver os problemas na, segundo informou a Agen- econômicos internamente. O decerto de nacionalização cia Boliviana de Información (ABI), a agência de comunica- das reservas de gás e petróleo ção oficial do país. A medida da Bolívia estabelece um prazo tem como objetivo contornar de 180 dias para que as empreproblemas econômicos, como sas petrolíferas, inclusive a Peo déficit fiscal de US$ 300 mi- trobras, firmem novos contralhões, sem precisar pedir coo- tos. A ABI informou que a espanhola Repsol-YPF foi a priperação internacional. O presidente da Venezuela, meira a iniciar o processo de Hugo Chávez, por sua vez, diálogo com o governo. Venezuela — O presidente aproveitou o domingo para endurecer o discurso. Anun- venezuelano foi enfático nas ciou, em seu programa de rá- declarações de ontem. No caso dio Alô Presidente, que criará da nova tarifa, adiantou que irá se chamar u m n o v o i mimposto sobre a posto sobre a extração, e que a extração do pecobrança irá retróleo. Chávez s u l t a r e m m itambém disse lhões de dólares que está prestes a romper com o milhões de dólares é o ao país. "As empresas que exAcordo de San déficit fiscal da Bolívia, traem petróleo José, vigente desde 1980, pe- que pretende cobrir o d a Ve n e z u e l a l o q u a l Ve n erombo com aumento estão fazendo muito dinheizuela e México dos preços do gás. ro." O chefe de f o r n e c e m h iEstado previu d ro ca r bo ne to s em condições favoráveis à que, em 2007, a taxa trará US$ 1 bilhão aos cofres públicos. O América Central e ao Caribe. Mendigos — De acordo com novo imposto sobre a extração Morales, a alta representará seria pago pelas "empresas um "importante ingresso para mistas", em que a estatal Petroo erário nacional". A ABI infor- leos da Venezuela S.A. (PDVmou que o aumento de um dó- SA) tem maioria acionária. Chávez também anunciou lar no preço do gás natural boliviano representa incremento que aumentará de 34% para anual para o país de aproxima- 5 0 % o I m p o s t o d e R e n d a damente US$ 300 milhões — (ISLR) cobrado das empresas ou seja, se elevar em US$ 2 o que exploram petróleo na faixa preço cobrado do Brasil e da Petrolífera do Orinoco, que Argentina o governo bolivia- tem reservas estimadas em 235 no vai ter arrecadação adicio- bilhões de barris do óleo. O diretor da área Internacional de US$ 600 milhões. A agência disse que o Brasil nal da Petrobras, Nestor Cerpaga à Bolívia US$ 3,26 por mi- veró, não quis comentar colhão de Unidades Térmicas mentar o anúncio do presidenBritânicas (BTU), padrão utili- te venezuelano, alegando que zado para quantificar financei- não conhece a nova medida. ramente o gás natural. A Ar- "Para mim, é novidade. Os gentina paga o equivalente a royalties cobrados pela produUS$ 2,6 por milhão de BTU. ção lá já estão em 50%." Cerveró considerou normal Por causa do aumento dos preços do petróleo, o milhão de o aumento da carga tributária BTU está cotado em US$ 9 no sobre atividades exploratórias mercado internacional. Hoje, o em países produtores de petróBrasil importa 26 milhões de leo. "Isso está ocorrendo no metros cúbicos de gás por dia. mundo todo." (Agências)

300

ABRIL Grupo de mídia brasileiro vendeu 30% de seu capital para grupo sulafricano Naspers.

GREVE NA CESP

A

Companhia Energética de São Paulo (Cesp) pedirá a intervenção da Justiça do Trabalho para tentar encerrar uma greve decretada na última quartafeira pelos eletricitários. Eles reivindicam maior participação na distribuição de lucros da companhia. A empresa considera que há adesão de 40% dos 680 empregados das unidades do Alto Paraná. A empresa tem um total de 1,3 mil funcionários. A Cesp concordou em pagar participação nos resultados equivalente a uma folha mensal de salários. Mas os diferentes sindicatos dos trabalhadores da empresa não se entendem sobre a forma de distribuição. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

Volkswagen: sindicalistas na Alemanha

A idéia de Morales é usar elevação do preço do gás para resolver problemas econômicos sem ajuda externa

Lula: um líder desgastado Beto Barata/AE

A

Cúpula entre a União Européia (UE) e os países da América Latina, que acontecerá nos próximos dias 12 e 13, em Viena, na Áustria, será dominada pela preocupação dos europeus com o avanço do populismo na América do Sul e pela constatação de que o presidente Lula perdeu a posição de liderança e de influência sobre a vizinhança. Segundo uma fonte, a percepção ganhou peso com os episódios protagonizados na semana passada pelos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez. "Os recentes eventos na Bolívia mostraram que fracassou a política do Brasil com os vizinhos da América do Sul. Seu papel de moderador de iniciativas mais radicais enfraqueceu", afirmou um diplomata europeu. "Paradoxalmente, o que precisaríamos neste momento era de uma maior liderança do Brasil na região." A rigor, o presidente Lula se apresentará em Viena como um chefe de Estado desgastado em seu projeto de integrar toda a América do Sul.

VARIG Empresa aérea negou ter dado à Infraero cheque sem fundos, no valor de de R$ 9 mi.

PETROBRAS

A

Petrobras divulgou na última sextafeira ter alcançado em abril recorde mensal de produção de petróleo, com média de 1,795 milhão de barris por dia, ultrapassando em 37 mil barris o recorde mensal anterior, de 1,758 milhão de barris por dia, registrado em fevereiro passado. O resultado indica um aumento de 6,6% em relação à média registrada em 2005, que foi de 1,684 milhão de barris por dia, e de 5,4% quando comparado à média produzida em abril de 2005 (1,704 milhão diários). Segundo a estatal, o recorde foi obtido principalmente com o aumento da produção das plataformas P-43 e P-48 (Barracuda e Caratinga). (AE)

pesar de ser muito difícil encontrar uma solução que concilie o interesse de todos, o IG Metall, principal sindicato de metalúrgicos da Alemanha, vai tentar de tudo para salvar os postos de trabalho no Brasil, afirmou ontem o assessor da entidade para assuntos da Volkswagen, Jörg Köther. "Não sabemos quais e quantos serão os postos de trabalho cortados, a matriz ainda não anunciou nada oficialmente. Mas devemos fazer o possível para tentar evitar demissões, tanto no Brasil como aqui na Alemanha", declarou Köther. Hoje seis dirigentes sindicais da Volkswagen do Brasil participam na Alemanha da reunião do Comitê Mundial de Trabalhadores e pretendem analisar ações conjuntas para evitar demissões nas unidades do grupo. Na Europa estão previstos 20 mil cortes. No Brasil, segundo os sindicatos, quase seis mil. No grupo de brasileiros estão o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, e o coordenador da comissão de fábrica de São Bernardo do Campo, Wagner Santana. A matriz da Volks não divulga dados sobre a reestruturação e os possíveis cortes na empresa. Segundo o presidente mundial da empresa, Bernd Pischetsrieder, a companhia precisa se preparar para a forte competição do setor. (AE)

A

USINAS

O

grupo francês Tereos passa a contar com sua terceira usina de processamento de cana-deaçúcar no Brasil, todas no interior de São Paulo. Agora, além das usinas Cruz Alta, em Olímpia, e Severínia, em Severínia, o grupo controla a Companhia Energética São José (Cesj), dona da usina São José, em Colina. A incorporação da São José possibilitará aos franceses aumentar em 41% o processamento de cana no Brasil, passando de 6 milhões de toneladas para 8,5 milhões na safra 2006/2007. A partir de 2008 eleva a produção com a usina de Pedranópolis, com capacidade para 980 mil toneladas por safra. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Crescimento de 4,5% no ano pode favorecer candidatura de Lula

L

Meirelles sinaliza a autoridades monetárias sua insatisfação com Mantega

Para diplomata, fracassou política do presidente Lula na América do Sul

Mercosul — Até mesmo do ponto de vista sub-regional, essa liderança estaria cada vez mais porosa. Prioridade da política externa de Lula, o Mercosul deu novamente mostras de sua fragilidade com as recentes declarações do presidente do Uruguai, Tabaré Vazquez, de que seu país levaria adiante a negociação de tratados bilaterais de comércio. Romperia, portanto, com o projeto de união aduaneira do bloco. Na avaliação de Gilberto Dupas, coordenador do Cen-

tro de Estudos Estratégicos da Universidade de São Paulo, ainda é possível para Lula "fazer do limão uma limonada" e enterrar a imagem de que a liderança regional do Brasil acabou nas mãos de Chávez. "Por enquanto não se pode dizer que a Venezuela desbancou o Brasil com um Produto Interno Bruto seis vezes menor", argumentou o especialista. "É mais líder o país que tem a capacidade de negociar com firmeza que de invadir o vizinho", acrescentou. (AE)


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Administração Polícia Distritais Ambiente

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Estabelecimentos que lidam com comida precisam ter sempre um especialista na área.

PALESTRA TEVE PARCERIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

COMERCIANTES FAZEM CURSO SOBRE ALIMENTOS Reprodução

Objetivo foi ensinar a produzir, comercializar e servir uma alimentação segura. Aula foi realizada na Distrital Centro para os comerciantes da Liberdade.

A

Distrital Centro, em parceria com a Subprefeitura da Sé e a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), conhecida como Vigilância Sanitária, promoveu um treinamento para as empresas do setor de alimentação do bairro da Liberdade, na região central. O tema do curso foi Alimentos Seguros - Orientações Técnicas . O ponto principal do encontro foi a correta manipulação dos alimentos que são servidos para o público. Foi explicado que os estabelecimentos devem adotar um programa de qualidade, com o objetivo de produzir, comercializar e servir uma alimentação segura. To d o o p ro c e s s o d e v e s e r acompanhado por um profissional com formação na área.

Subprefeito discute obras e projetos no Butantã

No caso de Empresas de Pequeno Porte (EPP) e Microempresas (ME), a responsabilidade técnica poderá ficar a cargo do proprietário ou de uma pessoa por ele designada. Nesse caso, o responsável deverá ser capacitado em cursos específicos para a área. Café com Negócios – A distrital também realizou seu Café com Negócios, desta vez em parceria com a SystemCred. A diretora desta empresa e também da RecebaFácil.com.br, Nilva Berzote, falou aos participantes sobre Como o Lojista pode recuperar o dinheiro dos cheques sem fundos. A abertura do evento foi feita pelo superintendente da distrital, Marcelo Flora Stockler. Estiveram presentes aproximadamente 50 pessoas.

O A distrital promoveu uma palestra sobre alimentos (à esquerda) e outra sobre cheques sem fundos (acima)

Moda chega a Santana

subprefeito do Butantã, Maurício de Oliveira Pinterich, esteve na Distrital Butantã, em 19 de abril, para expor alguns projetos que estão em andamento e outros que poderão ser executados no futuro. Participaram da reunião comerciantes, representantes de entidades de classe, conselheiros e a comunidade do bairro. No trabalho da subprefeitura, teve destaque o início da construção de novas creches, o aumento no número de pontos de iluminação, o recapeamento de ruas e avenidas e a recuperação de praças.

Novo Poupatempo para a Lapa

Divulgação

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Distrital Santana promoveu palestra com a consultora de moda Bia Wong, que afirmou que a roupa é uma linguagem que reflete momentos de alegria, tristeza, religião e estado de espírito. Segundo ele, a moda não está ligada a um guardaroupa lotado ou à chamada "modinha". O importante, disse, é possuir roupas coringas e acessórios para diferenciar e valorizar o estilo. Dicas para homens: Reunião de negócios – roupas nos tons preto, azul marinho e caqui, evitando o branco, exceto profissionais da área da saúde. Botões – para paletós e coletes, o último botão deve ser desabotoado. Camisas com colarinho – dar preferência ao colarinho aberto e pontuado. Camisas – as melhores são brancas lisas, listradas de azul e seus tons, bege e cinza. Cores – as cores fortes devem ficar para as gravatas, que

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Participantes receberam orientação para se vestir bem

devem chegar exatamente até o meio da fivela do cinto. Meias – devem combinar sempre com os sapatos, mas no terno azul marinho, combinam com as calças. Dicas para mulheres: – Usar colares, bolsas e sandálias para acentuar o charme e a elegância. – As mulheres têm mais liberdade nas cores do que os homens . "A roupa, nossa segunda e terceira peles, cobre nosso corpo que cobre nossa alma, nossa essência que, por sua vez, necessita, deseja e merece ser tratada sempre com muito carinho. Ame-se!", finalizou Bia Wong.

superintendente do Poupatempo, Daniel Annenberg, participou da 17ª reunião ordinária da Distrital Lapa, no último dia 19 de abril. Na ocasião, ele informou que pesquisas apontaram o centro da Lapa como o local ideal para a instalação de um novo posto do Poupatempo. O bairro superou os índices apurados para o metrô Barra Funda, Pinheiros, Perdizes e Freguesia do Ó. O bairro da Lapa é considerado um local de atração da população flutuante das regiões mais afastadas das zonas oeste e norte; é rota da maioria das linhas de ônibus vindas da zona noroeste com destino ao Centro; é ponto final de ônibus das linhas intermunicipais da EMTU que chegam de Cajamar, Caieiras, Osasco, Santana de Parnaíba etc. Daniel destacou que as unidades do Poupatempo devem ser instaladas em locais de fácil acesso à população, principalmente para aquela parcela que

depende de transporte público. Ele disse que o posto funcionará no edifício que hoje abriga a Subprefeitura da Lapa. O prédio é um ponto de referência dentro da história da região, por ter sido o antigo entreposto frigorífico municipal. Para contribuir com a revitalização do centro da Lapa, o projeto arquitetônico do Poupatempo assegura a preservação das características históricas e arquitetônicas do imóvel, conforme as normas e procedimentos legais do Condephaat.

Fórum – Vários outros assuntos foram discutidos na reunião, entre eles a instalação do Fórum da Freguesia do Ó, que pode sair do papel ainda neste ano, conforme informou representante do Tribunal de Justiça em reunião realizada no dia 18. Sobre uma nova sede para o Fórum da Lapa, foi informado que o prefeito paulistano, Gilberto Kassab, fará uma reunião com representantes da distrital, da subprefeitura e o governador, Cláudio Lembo, para discutir a doação de um terreno para sede.

Divulgação

Daniel Annenberg, Paulo Bressan, Douglas Formaglio, Helena Diniz e Lys dos Santos na reunião

Na ocasião, o subprefeito recebeu o troféu Marco da Paz, entregue pelo exsuperintendente José Carlos Pomarico. Ricardo Granja, superintendente de Pinheiros, entregou também um troféu para a Coordenadora do Conselho da Mulher Empreendedora do Butantã, Iéris Imbimbo. Adiamento – A Distrital Butantã informou que a 15º reunião ordinária, marcada para o dia 10, foi adiada porque o Sebrae cancelou a sua participação. Não haverá também a reunião ordinária por acúmulo de serviços internos da distrital, devido à campanha “De Olho no Imposto”.

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Santo Amaro - A distrital

realiza reunião do núcleo setorial de beleza do Projeto Empreender, coordenada pela consultora Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 10h. I Penha - A distrital realiza o segundo bate papo do FJE da zona leste – núcleo de Jovens Empreendedores –, coordenado pelo consultor Rafael Amaral Franco. Às 18h30. I Homenagem - O conselheiro da ACSP Renato Ticoulat Filho participa de homenagem aos destaque na Agricultura e Agronomia em 2005, promovida pela Associação de Engenheiros Agrônomos. Às 19h, no Hotel Crowne Plaza, rua Frei Caneca, 1360. I Santo Amaro - A distrital faz reunião do núcleo de pet shop do Projeto Empreender, coordenada por Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 20h.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Segundo o IBGE, são realizados 750 mil casamentos no Brasil todos os anos.

MERCADO DE NÚPCIAS MOVIMENTA R$ 7,5 BILHÕES

Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

Salão da Noiva atrai mulheres de todo o País Todas em busca do modelo perfeito de vestido para o casamento

O

Brasil realiza, todos os anos, cerca d e 7 5 0 m i l c a s amentos, segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um m e rc a d o q u e m o v i m e n t a R$ 7,5 bilhões, boa parte deles dispendidos em roupas e acessórios. Foi justamente com o intuito de escolher o vestido e apetrechos do grande dia, que centenas de mulheres desembarcaram em São Paulo no último final de semana. A cirurgiã dentista Cristiane Garcia veio de Tangará da Serra, no Mato Grosso. A advogada Maíra Aranha saiu de Bauru, no oeste do Estado de São Paulo, a cerca de 350 quilômetros da capital, chegou no sábado e pretendia voltar para casa no mesmo dia. A administradora de empresas Vivian Bomfim (foto ao lado) também veio a São Paulo – de Campinas. As três "abriram" o Salão da Noiva, que começou na sexta-feira e até ontem, último dia do evento, receberia cerca de 300 mulheres, todas à procura do "vestido perfeito". E modelo era o que não faltava. Para todos os gostos e bolsos: cerca de 550 variações, dos mais tradicionais e românticos aos mais modernos e extravagantes, divididos em duas faixas de preço – a partir de R$ 1,8 mil e a partir de R$ 6 mil. Vivian, 25 anos, antes do meio-dia de sexta-feira já havia experimentado seis vestidos no salão principal com

Maíra, no salão VIP: vestido de até R$ 4 mil

peças, digamos assim, de preços mais acessíveis. Gostou "muito" de três modelos, inclusive do que estava vestindo quando falou com o D i ário do Comércio. A noiva se casa só em 5 de maio do próximo ano, mas já saiu do salão com o vestido nos braços, que a consultora de moda Itamar Belleza classificou de "um modelo mais clean". "Está sendo emocionante experimentar os vestidos", dizia Vivian, com os olhos brilhando. A motivação para a administradora escolher o vestido em São Paulo e não em Campinas foi o preço. A roupa, mais véu, grinalda, saiote, luva e garras para o cabelo custou R$ 3,2 mil e foi parcelada. Já Maíra, acompanhada pela mãe, não "se apaixonou" por nenhum modelo do salão principal e foi ao VIP. Mas teve de esperar enquanto Cristiane, a que veio do Mato Grosso, acabava de provar os modelos dela. Enquanto isso, contou que queria gastar "no máximo" R$ 4 mil. Mãe e filha também se emocionaram: "Ah, eu quase chorei só de entrar no salão", contava Maíra enquanto espiava a outra noiva por uma porta de vidro do Espaço Traffô, na Vila Olímpia, local onde o Salão da Noiva foi realizado. Lá dentro, a dentista Cristiane, que se casa agora em julho, "amou" o vestido que experimentava. O problema é que ela

t a m b é m " a m o u " o utros três modelos dos cerca de 70 vestidos que provou somente na última semana em São Paulo. Ela, a mãe e uma irmã passaram sete dias na capital paulista para cuidar do casamento. Na Rua 25 de Março, compraram forminhas para os doces, embalagens para os pães-de-mel e folhas desidratadas para a decoração, e chapéus, perucas e óculos para distribuir aos convidados durante a festa. "Tem gente que acha ruim ver muita coisa", dizia, antes de provar mais um modelo, sob os olhares da mãe, Shirley. "Teve um ( ve st id o) que eu adorei, mas custa R$ 10 mil. Quero algo delicado", dizia Cristiane, dentro de

Dona Emília: costureira que prepara os novos modelos

Cristiane, direto do Mato Grosso: mais de 70 modelos em uma semana

um vestido tomara-que-caia de renda. Ao lado, o estilista Luciano Almeida explicava que vestido de casamento não segue uma tendência, e sim, passa por fases. "Teve a fase do exagero e do tradicionalismo. Agora, estamos na fase neoclássica: uma releitura dos anos 30 e 40", explicou. Segundo Wilson de Almeida Junior, gerente-comercial do salão, os vestidos VIPs podem ser alugados. Mas a maioria das noivas prefere mesmo é comprar a roupa. "É que o aluguel gira em torno de 80% do preço de venda do vestido", explica. O Salão da Noiva é um evento itinerante e a próxima parada é o Rio de Janeiro. Kety Shapazian

Paulo Pampolin/Hype

INFLAÇÃO Índices para terceira idade, classe média e, agora, os jovens. Cresce a tendência de segmentação de índices que medem a variação de preço

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o mês passado, um novo indicador de inflação foi anunciado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP). Trata-se de uma derivação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), batizada de IPC Jovem, concebida para dimensionar o custo de vida de paulistanos entre 14 e 21 anos. "O objetivo é aproximar o conceito de inflação com a realidade das pessoas. A inflação leva em conta gastos médios de alguém que não existe. As pessoas têm dificuldade de interpretar, porque é uma realidade mais distante delas", explica Paulo Picchetti, coordenador do IPC da Fipe. Por isso, segmentações, como a do IPC Jovem, passam a ter mais sentido com a tendência de estabilização da inflação, complementa. Gasto jovem – De acordo com o primeiro IPC Jovem divulgado pela Fundação, houve deflação de 0,02% em março, contra uma inflação de 0,14% do IPC tradicional em igual mês. As análises de Picchetti

Ponto de ônibus na Consolação: transporte urbano tem grande peso na inflação do jovem paulistano

apontam que, entre os paulistanos de 14 a 21 anos, os maiores gastos se dão com transporte coletivo, alimentação fora de casa, recreação e lazer. O transporte, por exemplo, tem um peso de 24,39% no IPC Jovem (contra 15,96% no índice normal, medido pela Fipe). No desmembramento desse gasto, vê-se que o transporte coletivo é o que apresenta o maior peso para o custo de vida dos jovens: 15,77% (contra 5,86% no IPC tradicional), com destaque para os ônibus.

Classe média – Mas a segmentação não se resume ao IPC Jovem. Além dos índices da Fipe, relacionados a famílias com renda de 1 a 20 salários mínimos, São Paulo ainda tem outro indicador focado na classe média, na faixa de renda entre dez e 40 salários mínimos. Trata-se do Índice de Custo de Vida da Classe Média (ICVM), monitorado pela Ordem dos Economistas do Brasil. A tendência é existir, cada vez mais, indicadores segmentados. "Não significa que vá

ocorrer uma proliferação desses índices, mas uma busca de detalhes para grupos e subgrupos", diz Juarez Rizzieri, conselheiro da Ordem dos Economistas do Brasil e também pesquisador da Fipe. Segundo ele, para empresários, em geral, a observação dos detalhes que esses estudos apontam pode facilitar a identificação de nichos de mercado e definições de estratégias. Rizzieri alerta que a trajetória das séries sempre oferece informações úteis. "Quando se analisam os índices de preços, de uma maneira geral, observa-se que, ao longo do tempo, os gastos com alimentação diminuíram. Percebe-se que o dinheiro está indo para outros itens", diz.

A análise de detalhes resultantes de observações como essas pode contribuir para um melhor direcionamento de produtos, lançamentos, políticas de marketing ou mesmo de logística de distribuição, entre outras possibilidades de aprimoramento dos negócios. O raciocínio vale para quem atua no comércio, indústria ou, até, responde pela definição de políticas públicas. Terceira idade – Foi justamente para ser uma ferramenta auxiliar nas definições de políticas públicas para pessoas da terceira idade que nasceu o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo. Divulga-

do trimestralmente, o IPC-3i apresentou variação positiva de 0,82 no primeiro trimestre de 2006, contra 1,79%, em igual período do ano passado. Transporte, saúde, cuidados pessoais e habitação responderam por mais de 83% do resultado acumulado no primeiro trimestre deste ano. "O IPC-3i não é individual, mas relativo a famílias com pelo menos 50% de pessoas com mais de 60 anos de idade", esclarece André Braz, coordenador do IPC-Brasil, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). O indicador já acumula série de 14 anos e reflete um perfil nacional do público pesquisado. Fátima Lourenço


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Internacional

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Cerca de 14.700 famílias abandonaram o Iraque por causa da violência sectária que aflige o país.

Mohammed Swaf/AFP

Domingo normal no Iraque: 3 bombas Ataques em Bagdá e na xiita Karbala (foto) deixaram pelo menos 18 mortos

Israel despeja judeus de Hebron Colonos foram retirados à força (foto) de edifício na cidade da Cisjordânia

Uriel Sinai/AFP

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rês carros-bomba explodiram numa cidade sagrada xiita e em dois bairros da zona norte de Bagdá na manhã deste domingo, num intervalo de poucos minutos, deixando um saldo de pelo menos 18 mortos e 49 feridos, informaram autoridades locais. Mais 26 mortes foram registradas ontem entre assassinatos, atentados e cadáveres com sinais de execução encontrados em terrenos baldios. Entre os mortos encontra-se um fuzileiro naval ferido em combates registrados em Anbar, no oeste do Iraque, informou o comando militar americano em Bagdá. Os episódios de violência ocorrem um dia depois de um helicóptero militar britânico ter sido aparentemente abatido nos arredores de Basra, causando a morte de cinco pessoas a bordo. De acordo com uma contagem da Associated Press, a morte do fuzileiro naval eleva a 2.418 o número de soldados americanos mortos no Iraque desde março de 2003, quando forças estrangeiras lideradas pelos EUA invadiram o país árabe em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas. No pior ataque do dia, um militante rebelde explodiu um carro-bomba perto de uma patrulha militar iraquiana no bairro bagdali de Azamiyah, suicidando-se, causando a morte de mais dez pessoas e ferindo 15. Meia hora mais tarde, num local não distante dali, a explosão de um carro-bomba causou a morte de um civil. Na cidade sagrada de Kerbala, outro militante suicida conduziu um carro-bomba até as proximidades da sede do governo e detonou a carga explosiva. Além do suicida, cinco pessoas morreram e 19 ficaram feridas. Ainda no domingo, um soldado italiano ferido numa explosão em 27 de abril morreu em Verona, elevando a 31 o número de militares italianos mortos no Iraque desde 2003. Êxodo - Os ataques estão levando famílias a deixar o Iraque. Cerca de 14.700 famílias abandonaram suas casas por causa da violência sectária que aflige o país e o número não pára de crescer, informou ontem a ministra iraquiana de Migração, Suhaila Abed Jaafar. De acordo com ela, seria necessário um esforço concentrado dos militares para retomar as áreas controladas por rebeldes e extremistas antes que as famílias possam ser convencidas a retornar às suas casas. "O problema das famílias desabrigadas requer uma operação militar para limpar as áreas das ameaças terroristas", disse Jaafar na cidade sagrada de Najaf depois de se reunir com desabrigados e autoridades religiosas, entre elas o grão aiatolá Ali al-Sistani, líder supremo dos muçulmanos xiitas do Iraque. Ela salientou que, antes da destruição do domo dourado de uma importante mesquita xiita em Najaf, em 22 de fevereiro, o número de famílias desabrigadas estava na casa da dezenas. (AE) Martin Bernetti/AFP

Ó RBITA

A

Reuters

Terremoto abala Irã nuclear. País pode vetar inspeção Parlamento do presidente Mahmoud Ahmadinejad (foto) faz ameaça à ONU

U

m terremoto de 5,2 graus na escala Richter atingiu ontem o sudeste do Irã, deixando mais de 70 pessoas feridas, informou a rádio estatal. O abalo sísmico atingiu a região de Zarand, quase mil quilômetros a sudeste de Teerã, às 9h51 locais. Hasan Rahamani, governador de Zarand, contou à rádio que houve pânico no momento do terremoto e disse que alguns edifícios e casas foram danificados. A intensidade do tremor é considerada moderada. Na capital, o Parlamento iraniano, dominado por ultraconservadores, ameaçou aprovar um projeto de lei que obrigaria o governo do país a retirar-se do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Se a ameaça for cumprida, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), subordinada à ONU, não terá mais permissão de inspecionar o programa nuclear do país. Os Estados Unidos acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O Irã assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica.(AE)

FUMAÇA polícia espanhola deteve dois supostos membros do grupo guerrilheiro irlandês IRA Autêntico. Os irlandeses detidos são acusados de entrar ilegalmente na Espanha com 500 mil maços de cigarro.

A

FOGO

POPULAR

elo menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um incêndio ocorrido no sábado na casa noturna Route 999, em Pattaya, estância turística da Tailândia. O fogo começou no momento em que discoteca não estava aberta ao público. Por isso a maioria dos mortos é composta por funcionários.

ichelle Bachelet (foto), a presidente do Chile, conta atualmente com o apoio de 62,1% dos chilenos, quase dez pontos porcentuais acima da avaliação de março (52,6%), revelou o instituto de pesquisas Adimark. Ela obteve 53,4% dos votos nas eleições de 15 de janeiro.

P

M

polícia israelense despejou ontem um grupo de colonos judeus que havia invadido um edifício palestino de três andares na cidade cisjordaniana de Hebron, numa aparente demonstração de que o governo recém-empossado de Israel estaria disposto a enfrentar os colonos judeus assentados nos territórios palestinos ocupados mesmo nas áreas mais voláteis. Em outro sinal de que está disposto a seguir adiante em sua promessa de retirar-se da Cisjordânia e estabelecer dentro de alguns anos as fronteiras definitivas de Israel, o primeiro-ministro Ehud Olmert declarou durante sua primeira reunião de gabinete como chefe de governo efetivo que pretende remover os postos ilegais de assentamentos judaicos. Horas antes do início do despejo em Hebron, policiais e colonos judeus entraram em choque quando as forças de segurança tentaram dispersar uma manifestação em frente ao imóvel ocupado. Os colonos judeus alegavam ter comprado o imóvel, mas a Suprema Corte de Israel considerou que os documentos foram forjados e ordenou o despejo. Cerca de 500 colonos judeus ultranacionalistas vivem em enclaves fortemente guardados entre 160 mil palestinos em Hebron.


segunda-feira, 8 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

5 O Brasil exporta apenas 1,3% do que produz. Leandro Lara, da Brasil Cachaça

CACHAÇA 51 CUSTA R$ 8 NO BRASIL E US$ 19 NOS EUA

Marcos Peron/Virtual Photo

FITINHAS BOAS DE FÉ E DE LUCROS Fita Têxtil conquista fiéis e a torcida verde-amarela

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onhecidas como lembrança do Senhor do Bonfim, as fitinhas de pulso vendidas por ambulantes ao redor da igreja símbolo de Salvador vão invadir a Copa do Mundo de futebol, que será realizada entre junho e julho deste ano na Alemanha. A fabricante Fita Têxtil, de Sumaré, na região de Campinas (interior de São Paulo), prepara a remessa de 700 mil fitas com as cores e nomes dos países que participarão do mundial. Não são apenas as fitinhas que seguem para a Alemanha as únicas responsáveis pelo aumento do faturamento da empresa em anos de Copa do Mundo de futebol. Grandes empresas de todo País também fazem pedidos especiais para a confecção de produtos nas cores verde e amarela para distribuírem como brindes. "Nesses anos de Copa temos um acréscimo de 10% na produção, hoje em 2 milhões de unidades por mês", disse um dos dois sóciosproprietários da empresa, Osnir Moreno Rolin. As fitinhas que vão para a Alemanha, entretanto, não devem ter o mesmo efeito que as vendidas na igreja de Salvador. Reza o imaginário popular que a lembrança do Senhor do Bonfim deve ser enrolada duas vezes no pulso e fixada com três nós, um para cada pedido que, em tese, é atendido três ou quatro meses depois que a fita rompe e se desprende do braço espontaneamente. A empresa de Sumaré não atende à demanda de fitinhas apenas em Salvador, onde tem 90% do mercado. Também são vendidas fitas com inscrições do santuário de Padre Cícero e Bom Jesus da Lapa. Já em Aparecida, no interior paulista, a concorrência oferece de graça as fitinhas, o que tirou a Fita Têxtil desse mercado. Apesar da fama, a fabricação e venda no atacado de fitinhas,

principalmente da lembrança do Senhor do Bonfim, não é o negócio principal da empresa da região de Campinas. Os produtos representam 10% do faturamento total da indústria que trabalha fundamentalmente com tecidos para a fabricação de bermudas e bonés, além de produtos para decoração de ambientes que levam tecidos sintéticos ou não, fabricados pela própria confecção. O lucro com as fitinhas, segundo Rolin, também é pequeno. Vendida a centavos de real, a produção, que engloba as etapas de confecção do tecido, tinturaria e impressão dos dizeres, é demorada e dispendiosa. "Levamos pelo menos um mês e meio para produzir um pedido de fitinhas para o mercado dos santuários que está estagnado já há alguns anos. As vendas para grandes empresas, para serem utilizadas como brinde, entretanto, estão aumentando", disse o proprietário da Fita Têxtil. As fitinhas são produzidas, hoje, em 11 cores. O leque de cores está aumentando para atender a um novo público, que passou a utilizar o produto nos braços, os evangélicos, não com o mesmo interesse do universo católico, mas como sinal de integração com a comunidade batista. "Uma igreja Batista de Sumaré comprou, depois mandou para outra igreja de Campinas, que já fez o pedido. Agora estamos na expectativa de novos pedidos e que se torne uma moda entre os batistas”, disse Rolin. Pro dução – A Fita Têxtil tem duas fábricas, uma para produção do tecido que utiliza nas fitinhas e demais produtos e outra exclusivamente para confecção das fitas. Cada barracão tem aproximadamente 300 metros quadrados. Dos dez funcionários da empresa, metade trabalha para a produção de fitas. Mário Tonocchi

Uma tradição secular

A

s fitas com a frase "Lembrança do Senhor do Bonfim" começaram a ser produzidas no Brasil no início do século 19 e eram chamadas de medidas. O nome classificava a distância do braço direito até o peito da imagem do santo da Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim. A empresa da região de Campinas fabrica o produto desde 1997. Cada fita tem dez milímetros de largura e 43 centímetros de comprimento. Antes das fitas, a fama do Senhor do Bonfim era ditada pelas festas em sua homenagem. Desde 1773, o Domingo do Bonfim, que é uma das maiores confraternizações da Bahia, ocorre sempre no segundo

domingo após o Dia de Reis (6 de janeiro). Na quinta-feira que precede a festa, há a tradicional lavagem das escadarias da igreja. Em 1991, a Basílica do Bonfim recebeu o Papa João Paulo II em sua segunda passagem pelo Brasil. Na ocasião, o papa ganhou uma fitinha. A igreja foi construída entre 1746 e 1754, no Mont Serrat, localizado na Península Itapagipana, em Salvador. O templo foi concebido para receber a imagem do santo que lhe empresta o nome, trazido de Portugal pelo capitão de Mar-e-Guerra, Theodózio Rodrigues de Faria. Tem arquitetura neoclássica, conforme o modelo das igrejas portuguesas dos séculos 18 e 19. (MT)

Marcos Peron/Virtual Photo

As vendas de fitas do Senhor do Bonfim começaram no século 19

As fitinhas do Senhor do Bonfim representam 10% do faturamento da Fita Têxtil

Osnir Moreno Rolin: força está na Bahia

Marcelo Soares/Hype

CACHAÇA Bebida ganha sofisticação e o mercado externo

E

nquanto o setor de vi- cesso na feira, e carrega a parnhos se esforça para po- ticularidade de ser envelhecipularizar seus produ- da na madeira de castanha-dotos, o segmento de cachaça faz pará. "O público feminino tem o caminho inverso. "O brasilei- gostado muito do sabor e do ro precisa entender que é ele- bouquet sofisticado da bebida", gante consumir cachaça. A be- afirmou Flávio do Amaral. Requinte – Mesmo apelo de bida está para o Brasil como o uísque está para a Escócia e a sofisticação tem a cachaça Magnífica, que vodka para a Rúscarrega a fama de sia", afirmou o diser tão boa quanretor da feira int o o s m e l h o re s ternacional Brasil destilados munCachaça 2006 – diais. Fabricada realizada na últi- Apenas as boas na Fazenda do m a s e m a n a – , marcas da bebida Anil, na divisa de Leandro Lara. sobreviverão. Vassouras com Os estrangeiros De cada cinco Miguel Pereira, valorizam o procontêineres de no Estado do Rio duto, a começar pelo preço. Uma cachaça exportados, de Janeiro, a bebigarrafa de 1 litro um é do tipo premium. da chama atend a m a rc a 5 1 n o Leandro Lara, ção pelo belo enBrasil custa, em da Brasil Cachaça garrafamento. "Uma apresenmédia, R$ 8. Em tação boa é funSan Francisco, é vendida em torno de US$ 19. damental para aguçar a curio"Isso explica em parte o avanço sidade do consumidor em exdas exportações do setor. Mas perimentar. Mas somente a tem muito o que expandir ain- qualidade do produto fará da, já que o segmento exporta com que ele repita a dose", dissomente 1,3% do que produz", se o diretor de Negócios Internacionais da Magnífica, Daacrescentou Lara. A exemplo do que ocorreu niel Groisman. Destilada em com o uísque e a vodka, a ten- alambique de cobre de três esdência é de que as empresas se tágios e envelhecida em barris organizem em cooperativas e de madeiras nobres, além de associações regionais para ex- ser encontrada no mercado naportar um produto de qualida- cional, a cachaça é exportada de. "Afinal, apenas as boas para o Reino Unido e França. Yes, nós temos banana! – Há marcas sobreviverão. De cada cinco contêineres de cachaça também versões da bebida tiexportados, apenas um é do ti- picamente brasileiras, feitas à po premium, com bebida pura b a s e d e b a n a n a . U m a é a aguardente versão ouro, proe destilada", disse Lara. Hoje, o Brasil vende 15 milhões de litros de cachaça para 70 países. Alemanha, Paraguai, Itália e Portugal constam como principais mercados. Escolha – Escolher uma boa cachaça entre 5 mil marcas brasileiras exige certos cuidados. Conhecer a procedência da cana, o tipo de madeira usada no envelhecimento, o tempo de repouso, o processo de produção e o teor alcóolico são indicadores que ajudam a identificar uma boa bebida. "Uma análise do rótulo permite identificar essas características", afirmou Flávio Santana do Amaral, produtor da cachaça 3 Quedas, do Espírito Santo. Vinculado à Associação Capixaba dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Acapeq), Amaral alerta para as garrafas sem rótulos, provenientes de engenhos domésticos. "Na maioria das vezes, essas bebidas não tiveram uma análise química e, portanto, não apresentam nenhuma garantia de que são isentas de álcoois indesejáveis, nocivos ao organismo humano", disse o produtor. A cachaça 3 Quedas fez su-

Daniel Groisman é produtos da cachaça Magnífica, no Rio de Janeiro

duzida artesanalmente e que geralmente é consumida pura ou em coquetéis (disponível em garrafas de 500 ml e teor alcoólico de 39%). A outra é o licor de banana, com adição de álcool puro de cereais, que garante uma maceração natural que dispensa uso de conservante e aromatizante. "Diferentemente da cachaça, que é feita apenas com a cana-de-açúcar, a aguardente tem um papel significativo também dentro do setor", disse o gerente comercial da Cia. da Banana, Eli Silveira. No Brasil, a bebida está na Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. No exterior, pode ser encontrada nos EUA, Alemanha e Bélgica. Continuidade – Apesar do forte apelo internacional, dados do Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Cachaça (PBDAC) revelam que a produção não varia muito anualmente. No total, são feitos 1,3 bilhão de litros, sendo 1 bilhão industriais e 300 milhões arte-

sanais (de alambiques). Mesmo assim, esse volume coloca a cachaça como a terceira bebida mais consumida no mundo e a primeira no País. A produção por alambique é liderada por engenhos de Minas Gerais, que mantêm tradição secular. Outros produtores são os estados da Paraíba, Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. A bebida industrial é feita em São Paulo, Pernambuco e Ceará, além do Rio de Janeiro. O setor reúne cerca de 40 mil produtores no País, com faturamento superior a US$ 600 milhões. Em 2005, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostraram que as exportações de cachaça aumentaram pelo sétimo ano consecutivo e somaram US$ 12,484 milhões. Mas, no ritmo em que vão os negócios, logo a bebida passará da fama de 'tupiniquim' a 'descolada' no mundo globalizado. Ana Laura Diniz


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 8 de maio de 2006

Cid

As reformas são absolutamente necessárias e estamos esperando que comecem o mais rápido possível. Marco Antônio Ramos de Almeida, superintendente-geral da Associação Viva o Centro

Fotos de Leonardo Rodrigues/Hype

PRAÇA DA SÉ

PRAÇA

A Sé fica sobre duas grandes lajes com desníveis de 5,20 metros. O objetivo é deixar a praça com três níveis e facilitar a circulação de pessoas.

Nair Fiorot, zeladora da Roosevelt, chegou a ligar cinco vezes num só dia p

PREFEITURA DEVE TRÊS PRAÇAS Apesar dos recursos do BID, Sé, República e Roosevelt empacam na burocracia, nos processos de licitação e nas dificuldades para demolições. Mesmo assim, o Rejane Tamoto

Matarazzo, serão R$ 9 milhões financiados pelo BID. A partir do início das obras, o prazo para o término é de um ano. A idéia é que sejam demolidos 25 mil m² de praça, de um total de 65 mil m². As lajes junto à igreja da Consolação e ao "pentágono" (marquise) serão demolidas. A escola municipal infantil será transferida para o prédio da Escola Caetano de Campos. O supermercado existente sob o "pentágono" também será realocado. No espaço sem lajes será criada uma esplanada de acesso, com rampas e escadarias. A proposta é tornar o espaço aberto e desobstruído. A praça receberá banheiros públicos, quadras esportivas, salões comunitários e auditórios na área do estacionamento subterrâneo, que continuará aberto. A 3ª Companhia do 7º Batalhão da Polícia Militar e o Comando Operacional da Guarda Civil Metropolitana (GCM) , instalados na Roosevelt, terão de mudar de endereço.

D

esde a liberação de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a revitalização do Centro, três das principais praças dessa região da cidade aguardam na fila da recuperação: Sé, República e Roosevelt. Emblemáticas para a melhoria do Centro, seus projetos demoram para sair do papel. Os processos burocráticos, de licitação e de contratação de empresas são os principais motivos alegados pelo Poder Público para a lentidão na execução das obras. "A reforma é rápida, o que demora é o processo de licitação. A reforma da praça da República começa agora (maio)", disse o Secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo. Para o comércio, esses projetos são esperados com a grande expectativa, já que podem melhorar não apenas as vendas, mas todo o entorno da região. "Essas praças revitalizadas e bonitas trarão benefícios não só para as lojas, mas para todos os moradores do Centro. Um lugar limpo e organizado estimula o comércio e promove a segurança. E não só o comércio direto se beneficia. Os escritórios, prestadores de serviços e clínicas também", afirmou Marcelo Flora Stockler, superintendente da Distrital Centro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo ele, essas obras são reivindicadas há muito tempo pelos comerciantes e pela população. "Mas é importante que, depois da revitalização, exista um processo de conservação dessas áreas. Estamos torcendo para que as parcerias público-privadas sejam encaminhadas e, assim , a conservação das praças seja feita", disse Stockler. O superintendente-geral da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, concorda que o benefício da revitalização se estende aos moradores e ao comércio em geral. "Essas reformas são absolutamente necessárias e estamos esperando que comecem o mais rápido possível. A praça da República retornará a seu aspecto original, já que o local é tombado pelo Patrimônio Histórico. Na praça da Sé, também com projeto pronto, floreiras e desníveis serão rebaixados para que a visibilidade seja preservada. A Roosevelt ainda depende de estudos, uma vez que exigirá muitas demolições. A Roosevelt é um pouco mais complexa pelo fato de ter avenidas sob dela. Não há consenso sobre o que fazer", disse Almeida.

República e Sé

As obras na praça da República, por exemplo, deveriam ter começado em fevereiro. "Do ponto de vista legal, os processos são lentos, demorados", afirmou o engenheiro da Subprefeitura da Sé Antônio Zagatto. O contrato com a empreiteira escolhida para as obras na República estaria em fase de assinatura. A subprefeitura não soube informar em que dia deste mês o contrato será assinado. Após a assinatura, a empresa terá ainda 10 dias para começar as obras. O projeto da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) é devolver à praça da República as características originais de 1905, com a inserção de tijolos cerâmicos nos canteiros e mudança de piso e traçado do lago. A iluminação será intensificada, a vegetação terá alterações e as grades ao redor da praça serão removidas. A obra, orçada em R$ 3 milhões, tem prazo para conclusão de seis meses após o início dos trabalhos. Ao mesmo tempo, deverá começar a reforma

Zeladora A Sé (acima) ficou descaracterizada após a construção da estação do metrô. Hoje, há excesso de níveis, muitos menores de rua e pouca segurança. Na Roosevelt (direita), que tem aparência de prédio, os problemas estruturais são grandes e numerosos.

da praça da Sé. Rampas e passagens reduzirão os vários níveis hoje existentes no piso. Com custo estimado em R$ 5 milhões, a reforma deverá ser concluída em nove meses. Desde 1817, esta é a sexta grande reformulação a ser realizada na Sé. O objetivo é devolver a visibilidade e a utilização que a praça tinha antes da construção da estação do metrô, na década de 70. Naquela época, a praça era apenas a área que fica em frente à catedral. Com a construção do metrô, o espaço foi ampliado e interligado à praça Clóvis Bevilacqua. Hoje, a Sé fica sobre duas grandes lajes de cobertura com desníveis de 5,20 metros entre elas. "O que pretendemos é torná-la mais baixa e transparente, sem muitas subidas e descidas, para que as pessoas enxerguem melhor o outro lado. O objetivo é deixar a praça com três níveis e facilitar a circulação interna. Hoje ninguém atravessa a Sé porque não há percursos. O pouco uso torna a praça subutilizada", afirmou Zagatto. O engenheiro disse que serão trocados os pisos e algumas escadas mudarão de posição. A Sé deverá ter faixas de circulação transversais e o fluxo de pedestres abrangerá toda a área. "Esperamos que a Sé se torne mais amigável e que, com o trânsito de pessoas, os moradores de rua saiam e procurem os abrigos municipais", disse. Outro fator que aumentará o fluxo de pessoas na praça é a acessibilidade a portadores de deficiências, prevista no projeto. Na reforma, o espelho d'água deverá ser recuperado e, para aumentar a segurança, algumas árvores serão removidas. Os pontos de iluminação serão ampliados para facilitar a visibilidade do policiamento no local.

Roosevelt Também com atraso, outra grande praça do Centro que aguarda revitalização é a Roosevelt. As obras deveriam ter começado em março. Segundo o secretário Andrea Matarazzo, o atraso decorre de uma revisão do projeto de recuperação. O novo prazo para o começo das obras é se-

tembro. "Estamos fazendo ajustes no projeto. A idéia é tornar a praça mais agradável, com muita área verde, mais plana e transparente. Para isso, haverá demolições e teremos de encontrar um novo local, próximo da praça, para a reconstrução do supermercado lá existente. A revitalização melhorará o entorno e o comércio, já potencialmente forte na região", disse. A Emurb, responsável pelo projeto, informou que divulgará os detalhes da reforma somente quando a licitação for publicada no Diário Oficial, ainda neste mês. Por enquanto, o plano foi discutido com os moradores do entorno da praça Roosevelt e passa por revisões. Mais ousada, a reforma da Roosevelt é também a mais cara. Segundo

A psicopedagoga Nair Fiorot, moradora da região desde 1990, é zeladora da praça Roosevelt há 9 anos e atua na Ação Local Roosevelt, ligada à Associação Viva o Centro. "Quando comecei a trabalhar na zeladoria urbana, a praça estava bem mais deteriorada. Nos últimos quatro anos houve melhorias na iluminação, jardinagem, na inserção de gradis, retirada de muretas e na segurança", disse. Nair Fiorot afirmou que hoje o principal problema dos moradores da região é que a Roosevelt recebe poucas e esporádicas manutenções do Poder Público, enquanto a grande reforma não acontece. "O projeto de revitalização, aguardado há 20 anos, nunca é executado. A praça tem infiltrações e sérios problemas estruturais nunca resolvidos, sempre sob o argumento da reforma", disse Nair. Ao caminhar pela praça Roosevelt é possível conferir de perto as queixas da zeladora. Abaixo e acima da marquise – o "pentágono" – as estruturas de escoamento de água estão entupidas. As medidas paliativas da Prefeitura também estão à mostra: pequenas valas foram abertas no chão de concreto para escoar a água da chuva. Consequência: alagamento dos dois andares da praça. Com um hidrante quebrado, foram penduradas sob o "pentágono" algumas canaletas para conduzir a água da chuva. "A quadra e o 'pentágono' enchem de água e têm de secar ao sol", disse Nair. Sobre o "pentágono" existe ainda uma quadra poliesportiva (em frente à avenida da Consolação) que teve de ser fechada, pois está sem grades. "Há cinco anos tiraram as grades porque a reforma ia começar. Não dá para as crianças jogarem bola ali. Transformamos o lugar em 'cachorródromo'", disse. Nesse espaço, há também mato alto, rachaduras e dois pequenos palcos, onde, no passado, segundo Nair, já houve apresentações da Orquestra Filarmônica. Hoje, é o local onde os jovens andam de skate.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

ades

A reforma é rápida, o que demora é o processo de licitação. A reforma da República começa neste mês. Andrea Matarazzo, secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé

PRAÇA DA REPÚBLICA

OOSEVELT Patrícia Cruz/Luz

a polícia. Os problemas diminuíram, mas os moradores esperam pela reforma.

Obras na República, que deveriam ter começado em fevereiro, estão orçadas em R$ 3 milhões. Contrato de reforma deve ser assinado neste m

PARA O CENTRO

prevê a retirada das grades do entorno da igreja da Consolação. "Esse terreno faz parte da praça. Ao lado da igreja será construído um bosque de 10 mil m², com trilhas para caminhada e cooper".

etário Andrea Matarazzo crê que ainda este mês haverá boas novidades no Centro.

Avenidas e cultura

Patrícia Cruz/Luz

Reflexo: a Secretaria de Educação continuará na República. A praça vai recuperar suas características originais de 1905, com a inserção de tijolo cerâmico nos canteiros e novo traçado no lago.

O fechamento do acesso ao "pentágono" todas as noites, resolveu um outro problema da praça: o da prostituição. Nair, que do 25º andar do prédio onde mora tem visão total do espaço, contou que sempre comunicava à polícia a ocorrência de pro-

blemas na Roosevelt. "Há cinco anos eu ligava cinco vezes ao dia para a polícia quando via coisas erradas acontecendo na praça. Hoje isso não é mais necessário.", disse. A psicopedagoga afirmou que a revitalização

Entre a igreja e o Comando da GCM há um playground fechado e abandonado. Nair disse que nunca viu uma criança por lá, já que as grades impedem o acesso. Caminhando pela área do Comando da GCM, a moradora destacou o barulho dos carros que passam por baixo da praça Roosevelt, nas avenidas que fazem a ligação Leste-Oeste. Essas avenidas, aliás, são o pivô das discussões sobre como será feita a demolição das lajes da Roosevelt, sem prejudicar a estrutura e a segurança. Além das avenidas, sob a praça Roosevelt há uma garagem subterrânea com vagas para 700 carros. Na região há cinco teatros (Satyros 1 e 2, Cine Recriarte Bijou, Studio 184 e Lucas Prado), o Colégio Caetano de Campos (com mais de 3.500 estudantes), uma escola da rede municipal de ensino (cerca de 700 alunos), uma escola profissionalizante (perto de 250) e uma creche (mais ou menos 250 crianças) e três floriculturas. Nas imediações há ainda três boates, o Teatro Cultura Artística, a Catedral Presbiteriana, a Associação Cristã de Moços (ACM), o Teatro de Arena, a sede do Sindicato dos Jornalistas, o Instituto Clemente Ferreira, o Edifício Copan (com 5.720 moradores) e os hotéis Braston e o Ca’d’Oro.

Praça-edifício Com tanto potencial cultural e habitacional, a praça Roosevelt já foi objeto de mais de 20 estudos

e análises, segundo Marco Antônio, da Ass ção Viva o Centro. O superintendente afir que o principal problema da Roosevelt é qu deixou de ser praça e se tornou uma grande trução. "Os problemas que a Roosevelt enf hoje são decorrentes desse formato de ed que ela adquiriu ao longo do tempo. A carac tica de praça precisa ser recuperada, pois a r é a que tem a segunda maior densidade habit nal da cidade. O distrito República/Roos tem o maior número de pessoas por metro drado de São Paulo", disse. De acordo com Marco Antônio, o que fal Poder Público é discutir formalmente os pro de revitalização com os moradores, em um d te mais aprofundado. "Os técnicos têm de ou comunidade e opinar, responder e discutir ex tivamente. O projeto não pode ficar só na m um arquiteto, de um policial ou de um mor Deve haver um entrelaçamento entre as ár Segundo o superintendente, existem dois a tos em obras desse porte, o físico e o operaci que precisam ser integrados. "O que intere como a praça será mantida, como será o po mento e a limpeza. Todos os órgãos devem s volver e pensar no funcionamento da praç não em seis meses os problemas voltarão. É ciso que o projeto seja integrado". Um exemplo que ilustra o problema da fa integração entre os órgãos da Prefeitura na de projetar ações de revitalização é a abertu banheiros públicos na praça Roosevelt. "E um caso complexo na cidade. Eles já foram truídos e, depois de um tempo, demolidos, a como aconteceu na República (que terá seu nheiros demolidos). É um problema que n resume a construções, mas sim a operações"


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Logo Logo

Se houver diminuição da pena para quem estuda, os presos vão preferir ir à escola do que costurar bola. Juíza Kenarik Boujikian Felippe, da Associação Juízes pela Democracia

MAIO

www.dcomercio.com.br/logo/

8 Dia da Cruz Vermelha Dia da Vitória (término da 2ª Guerra Mundial) Dia do Artista Plástico

A RQUITETURA E M

C A R T A Z

Niemeyer, 360 graus Livro traz registro em todos os ângulos das obras favoritas do arquiteto

O

VISUAIS

arquiteto Oscar Niemeyer já viu suas obras serem retratadas de vários ângulos e não hesitou quando os fotógrafos Rogério Randolph e Luiz Cláudio Lacerda lhe propuseram um livro em que todo o ambiente em que elas se situam fosse reproduzido. Quase um ano depois, sai Oscar Niemeyer 360º - Minhas Obras Favoritas (Editora 360º, R$ 150) em que, além do registro nesta técnica, o construtor de Brasília descreve e explica 22 criações suas. "Não cobre nem 10% do que ele fez em mais de 60 anos como arquiteto, mas aqui deve estar o melhor de sua obra, escolhido por ele mesmo", conta Randolph. Haverá quem sinta falta de um ou outro prédio ou monu-

mento, mas o principal de Oscar Niemeyer está no livro, que começa com a Pampulha, seu primeiro grande projeto, em 1940, em Belo Horizonte, e sua primeira parceria com Juscelino Kubitschek, então prefeito da capital mineira. Lá estão a igreja São Francisco de Assis e o cassino, ambos decorados com azulejos de Cândido Portinari. A ordem é cronológica e, por isso, chega ao Museu Oscar Niemeyer de Curitiba (de 2002). "Mas ele não parou aí, pois atualmente trabalha em uma centena de projetos", lembra Randolph. Além das marcas registradas de Niemeyer, como o Congresso e os palácios Alvorada e do Planalto, em Brasília, e o Museu de Arte Moderna de Niterói, o livro traz obras que

os brasileiros pouco conhecem, como a sede do Partido Comunista francês, em Paris, o Centro Cultural da cidade portuária Le Havre, no norte da França e a Universidade Constantine, na cidade do mesmo nome, na Argélia. A obra, que recebeu tradução em francês, inglês, alemão e espanhol, demorou nove meses para ficar pronta e custou quase R$ 500 mil, obtidos junto à BMW do Brasil e, via Lei Rouanet, Schindler e Densply. Este é o quarto livro da dupla, sempre usando a fotografia em 360º graus. Eles começaram com o Rio, fizeram Salvador, Fernando de Noronha e a Amazônia. E cogitam fazer o próximo sobre Burle Marx. Oscar Niemeyer 360º - Minhas Obras Favoritas, Editora 360º, R$ 150.

Joel Silva/Folha Imagem

Telas de Milton Dacosta (1915-1988). Galeria Bergamin. Rua Rio Preto, 63. Telefone: 3062-2333. 10h às 19h. Grátis.

Motorista do futuro será ecológico As perguntas incluirão conhecimentos específicos e serão do tipo: qual a velocidade mais econômica para um carro familiar médio? Como este não é o tipo de informação que os britânicos detêm, o jornal Observer já criou um teste para os futuros motoristas estudarem.

C INEMA

C ENSURA

http://obser ver.guardian.co.uk /quiz/questions/0,,1763981,00.html

I NTERNET

T ECNOLOGIA

Um Google para a saúde

Sua charge diária no celular

Os rumores começaram na semana passada e a expectativa é de que a mais nova ferramenta de buscas do Google seja lançada esta semana. O serviço permitirá a busca de produtos e experiências sobre saúde. O Google Health aparentemente vai facilitar a vida dos usuários que sempre buscam por este tipo de informação no Google, mas têm dificuldade em encontrá-las no meio de tantos sites gerais ou comerciais.

A novidade deve chegar em breve aos EUA, segundo o site especializado TechWeb. O site SmashPhone planeja lançar um serviço gratuito e diário de envio de charges para celulares. As charges que estarão disponíveis são das séries Girls & Sports e The Meaning of Lila. O serviço será patrocinado por anunciantes e a publicidade aparecerá na tela antes da charge, é claro.

G @DGET DU JOUR

F AVORITOS

Presente para a mãmãe

Uma mãozinha na tradução

Em vez das tradicionais flores e coisa e tal, que tal esse moderníssimo relógio que lembra uma ampulheta? O modelo da

www.smashphone.com

Investimento literal uas idéias não valem mais do que a cobertura que recebem na mídia. A frase é o slogan da Trendio, uma bolsa de valores cujas "empresas" são palavras que aparecem no noticiário mundial. A idéia é "prever" ou acompanhar o sobe e desce dos assuntos na mídia. É possível investir na popularidade de políticos, times esportivos, eventos, idéias, celebridades, catástrofes naturais, temas sociais... Na verdade, qualquer palavra que possa ser manchete.

S

A TÉ LOGO

Mas, para ganhar uma cotação, a palavra precisa aparecer em destaque. Personagens ou palavras que aparecerem apenas em pequenos artigos obscuros, por mais que tenham sido repetidas milões de vezes, estarão necessariamente em baixa na bolsa virtual de palavras. As palavras são cotadas de acordo com o número de vezes que aparecem em 3.000 websites em inglês do mundo inteiro. Ainda em versão beta, a bolsa de valores não envolve dinheiro - ainda. Ao se regis-

trar gratuitamente no site, o investidor recebe 10 mil "dólares de jogo" e pode começar a comprar e a vender. A recomendação dos especialistas é simples: compre as palavras em que você acredita e venda as demais. Para conferir a cotação da sua ação, basta entrar no site que mostra as palavras mais cotadas em letras garrafais e as que estão em baixa em fontes minúsculas. O site ajuda a criar sue perfil de investidor - conservador ou agressivo e a acompanhar o noticiário. www.trendio.com

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Piratas seqüestram e matam tripulante indiano de navio comercial na costa da Somália Médico de família ressurge e vira especialidade com aval dos conselhos de medicina

L

www.google.com.br/language_tools

M ÍDIA

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www.kikkerland.com/S05/1703.htm

INVASÃO EM CRISTAIS - Um grupo de sem terra do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) invadiu ontem uma fazenda pertencente à Indústria de couros Samello, na cidade de Cristais Paulista, interior do Estado de São Paulo.

L

Kikkerland tem design de David Dear, mostra as horas na parte de baixo e os minutos na parte de cima. Funciona com 1 pilha AA e custa US$ 33 no site.

Um dos melhores tradutores online integra um dos mais populares sites da internet. O Google Ferramenta de Idiomas traduz textos ou palavras em inglês, espanhol, italiano e portuguê. Muitas vezes, é verdade, o site não reconhecerá algumas palavras e não apresentará nenhuma opção no idioma desejado. Nesses casos, escolha traduzi-la para outro idioma conhecido, como o espanhol. A ferramenta tem uma utilizade extra: permite a busca em diversos idiomas e países.

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L

A cineasta Allison Anders participa hoje da exibição de seu filme Things Behind The Sun, premiado em Sundance. HSBC Belas Artes, 20h.

A Igreja Católica oficial da China designou ontem um novo bispo e informou que o papa Bento 16 aprovou a indicação. O reverendo Paolo Pei Junmin foi designado bispo adjunto de Shenyang, a maior cidade do nordeste chinês, informou Liu Bainian, vice-presidente da Igreja Católica oficial da China, entidade que não possui vínculos com a Santa Sé. Pequim rechaçou críticas do Vaticano à ordenação não autorizada de outros dois prelados chineses, na semana passada, ato que enfureceu o Vaticano a ponto de ameaçar excomungar os participantes. B RAZIL COM Z

52 mil brasileiros em ação

B IOLOGIA

Música tensa em O Código Da Vinci O filme O Código da Vinci, que estréia no dia 19 no Brasil, mostra assassinatos sangrentos e autoflagelação, mas apenas sua trilha sonora foi contestada no Reino Unido. O jornal The Sunday Telegraph afirma que o conselho que classifica os filmes negou o certificado para ser visto por menores de 12 anos à adaptação cinematográfica do livro de Dan Brown o porque a música era muito tensa. A produção amenizou a trilha e o filme foi liberado.

Papa aprova novo bispo chinês

Há um mês do início da Copa do Mundo da Alemanha, os veículos especializados em esportes já levantaram todos os tipos de informações possíveis sobre o evento. O site italiano DataSport divulgou que a torcida brasileira será, efetivamente, a maior torcida estrangeira em solo germânico durante o Mundial. Pelo menos 52 mil brasileiros são esperados. A segunda maior torcida será a inglesa, 39 mil pessoas. As informações foram obtidas junto aos sindicato dos hotéis, albergues e pousadas alemão. Em terceiro lugar na lista vem a Argentina, que deve contar com 35 mil torcedores na terra da Copa.

R EINO UNIDO

Os britânicos já determinaram: a partir de 2008, uma exigência para obter a licença de motorista incluirá uma prova de "direção ecológica". os motoristas terão de responder questões sobre sua "sensibilidade para os problemas ecológicos" em relação à poluição provocada pelos carros. As autoridades britânicas acreditam que tal sensibilidade pode tornar o trânsito mais seguro.

R ELIGIÃO

Ministério Público deverá pedir hoje a prisão do jornalista Antonio Pimenta Neves

Mulheres, muito mais rápidas A revista norte-americana Intelligence comprovou o que dez entre dez mulheres já defende há décadas: as mulheres são muito mais rápidas para desempenhar tarefas considerada de dificuldade moderada. O estudo, que serviu de base para a conclusão foi realizado na Universidade Vanderbilt com 8 mil pessoas, entre 2 e 90 anos. “Os testes mostraram que as jovens possuem mais competência, eficiência e exatidão para completar determinadas ações com uma velocidade maior”, escreveu o pesquisador norte-americano Stephen Camarata, responsável pelo estudo, na revista. C IÊNCIA

Supercola orgânica Muito mais do que qualquer combinação de produtos químicos, o método ideal para a produção de adesivos poderosos e ultra-resistentes que podem ser usados até na construção civil é natural e depende apenas de uma bactéria: a Caulobacter crescentus, muito comum em lugares molhados, como tubulações ou cascos de embarcações. A C. crescentus produz uma substância capaz de resistir, sem desprender, a uma força equivalente ao peso de quatro carros pendurados e à limpeza com jatos d’água de alta pressão. Os cientistas, agora, estudam como usar a bactéria para desenvolver colas cirúrgicas mais eficientes que as atuais, como revelou um artigo da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

A

Muito barulho e pouca obra ansei de falar, da falta de ética, da incompetência e de tudo isso que o governo de Lula da Silva encarna. A coisa desanda, quando a propaganda mentirosa ocupa o lugar do planejamento sério. Que ainda há muito por fazer, não tenho a menor dúvida. Ninguém, em tendo tino, ignora isso. Democracia é processo. É construção permanente. Foi o que aconteceu com os programas de Geraldo Alckmin dirigido aos jovens e não aconteceu com os programas de Lula. Senão, vejamos. O Primeiro Emprego. Anunciado pelo governo federal com a

C

pompa de sempre, ele – a exemplo do Fome Zero – deu em nada. Desde seu lançamento, em julho de 2003, até o mês passado, ele apenas gerou emprego para 3.936 jovens – o que, em termos percentuais, equivale a 0,55% da meta anunciada. Registrese, ainda, que o programa de inclusão digital do governo federal também apresenta resultados pífios, muito aquém das metas iniciais. Criado em novembro de 2000, o programa Acessa SP, do Governo do Estado, conta com 180 infocentros e 600 mil usuários – de todas as faixas etárias – cadastrados. Em parceria com a Unesco, a Secretaria

de Estado da Educação, em agosto de 2003, lançou o programa Escola da Família, com o objetivo precípuo de ampliar a integração entre pais, filhos e educadores. Universitários de instituições privadas que participam do programa como educadores têm 50% da mensalidade paga pelo governo do Estado. A outra metade é paga pela faculdade ou universidade conveniada. A iniciativa favorece trinta mil jovens por ano. O número de escolas (ETEs) e faculdades técnicas (Fatecs) pertencentes ao Centro Paula Souza cresceu significativamente.

Luis Carlos Leite/AE

Que programas Alckmin pode mostrar aos jovens e Lula tem que esconder?

O Centro conta hoje com 124 (ETEs) e 26 Fatecs. Até o final do ano, sete novas faculdades e dezesseis escolas serão entregues à população. E as três universidades públicas paulistas têm aumentado o número de cursos e vagas. A USP construiu um novo campus na zona Leste da capital. Ali, estudam mais de mil jovens. Competência e seriedade no trato da coisa pública, como se vê, resulta em obra de qualidade. Muito embora não façam tanto barulho como a propaganda enganosa. MILTON FLÁVIO É PROFESSOR DE MEDICINA DA UNESP E EXVICE-LÍDER DO GOVERNO NA

ASSEMBLÉIA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

ANTONIO DELFIM NETTO A INSOLVÊNCIA DE QUEM PRODUZ omo dizia o velho ditado, "é quase como chover no molhado" cobrar do governo medidas que compensem os agricultores dos imensos prejuízos que lhes são impostos pela política monetária e pela quebra dos preços produzida pela supervalorização do Real nos últimos 36 meses. O ministro Roberto Rodrigues, que dentro do governo peleja a favor da agropecuária, parece ter jogado a toalha esta semana diante do que ele próprio qualificou de "crise sem

C

Nem a renegociação das dívidas será capaz de tirar os produtores do sufoco em que se encontram

Joedson Alves/AE

Impeachment! OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, estuda a necessidade de abertura de um processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo em vista especialmente a peça acusatória do Ministério Público Federal, apontando a existência de uma organização criminosa composta por quarenta ladrões. A denúncia, apresentada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, indica a formação da maior quadrilha já organizada no País para manter um grupo político no poder. A denúncia do procurador-geral é uma peça com informações precisas, baseada em fatos e números. Descreve como a organização operava e quem são os seus mentores, chefes e soldados. O gerente era José Dirceu, nada menos que ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula, ex-presidente do PT e principal ideólogo do partido. Abaixo dele, no organograma, outros 39 integrantes, muitos dos quais companheiros e companheiras que convivem com Lula há mais de 30 anos. Só para citar os principais: Delúbio Soares, o tesoureiro do PT; José Genoíno, ex-presidente do partido; Luiz Gushiken, ex-ministro e ex-sindicalista bancário; Sílvio "Land Rover" Pereira, o número dois do PT; os deputados João Paulo Cunha, Paulo Rocha e Professor Luizinho, além do marqueteiro Duda Mendonça, mago das campanhas políticas e das contas no exterior. A OAB, como uma das principais representantes da sociedade civil brasileira, não pode abrir mão de seu papel de defesa institucional da legalidade dos agentes públicos, principalmente depois da apresentação da denúncia pelo Ministério Público, uma instituição reconhecidamente independente. Enquanto essa organização criminosa é investigada judicialmente, cabe às instituições representativas da sociedade civil promoverem uma investigação, ampa-

A

rada na Constituição brasileira, que desde 1891 G A OAB decide prevê a figura do impeachment do presidente nesta semana se da República. pedirá a abertura de um processo de presidente Lula continua afirmando que impeachment não sabia de nada sobre mensalão ou vacontra Lula

O

lerioduto, a despeito de que a coordenação e a operação dessa organização criminosa tiG Depois da vessem ocorrido, o tempo todo, sob o mesmo teto denúncia, feita do Palácio do Planalto, a poucos passos do gabipelo MP, de uma nete presidencial e da mesa de trabalho do próorganização prio presidente. Por muito menos, em 1992 o Concriminosa gresso criou uma CPI para investigar o esquema de corrupção e tráfico de influência que operava instalada no sob o comando do tesoureiro de Collor, PC Farias, Planalto, a OAB não pode abrir mão que nem funcionário do Estado era. O chamado esquema PC tinha como beneficiáde seu papel de rios integrantes do alto escalão do governo. Comdefesa provada a maracutaia, deu-se início ao processo institucional da de impeachment que, como todos sabem, levou legalidade dos ao afastamento de Fernando Collor de Mello, em agentes públicos setembro de 1992. Alguns argumentam que investigar Lula e abrir um processo de impeachment neste momento poderia tumultuar o processo eleitoral. Porém, acredito que o efeito seria exatamente o inverso: nossa democracia é bastante jovem e para sobreviver não pode abrir mão do direito e do dever de investigar os homens públicos, quando sob suspeita. Afinal, só culpados temem a investigação. A OAB deve se espelhar na determinação de Barbosa Lima Sobrinho, o brasileiro digno e honrado que levou em suas mãos o pedido de abertura de processo de impeachment contra Collor de Mello, em nome de todos nós. Afinal, à OAB compete a defesa da Constituição e da ordem jurídica do Estado democrático de direito. Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

agricultura brasileira conquistou muito recentemente a posição de uma das mais produtivas e eficientes do mundo. Em muitos setores ocupa a liderança, seja em volume de produção, seja em produtividade, o que explica o enorme crescimento do saldo de suas exportações. Graças a esse aumento de eficiência do setor agropecuário os brasileiros estão sendo alimentados com os melhores produtos, a custo reduzido. Não é sem razão que um salário mínimo permite ao pobre comprar hoje o dobro dos alimentos que comprava há três anos. Este é o lado bom do problema, mas tão certo quanto o pôr-do- sol à cada 24 horas, isso não se sustenta se não cessar logo o processo de esmagamento dos agropecuaristas, que perderam de 30% a 50% de suas rendas entre 2003 e 2005.

ALEXANDRE THIOLLIER É ADVOGADO E SUPLENTE DE SENADOR PELO PFL ATHIOLLIER@TERRA.COM.BR

precedentes", motivada pelo acúmulo de quatro fatores que se somaram para arrasar o setor: câmbio, taxa de juros, seca e logística. Embora convencido de que se tratava de paliativos, assim mesmo ele tentou agilizar várias medidas, como a redução de alíquotas de alguns impostos incidentes sobre produtos agrícolas e insumos para a produção ou a agilização de alguma espécie de seguro rural, mas não encontrou guarida. No final, resumiu seu desalento aceitando que "a baixa cotação do dólar é um problema de matemática e não tem solução à vista". em mesmo a renegociação das dívidas, obtida com apoio de setores do Congresso ligados ao setor rural, será capaz de tirar os produtores do sufoco: a Agricultura tem suas dívidas corrigidas monetariamente pelos índices de preço, mas suas receitas são determinadas pelo câmbio, de tal sorte que há o efeito perverso da erosão dos patrimônios, que mais uma vez vão sendo destruídos pela dívida ascendente.

N

verdade é que, à exceção dos setores sucroalcooleiro, da cafeicultura e da citricultura, todos os demais estão ou sob ameaça, ou já em situação de insolvência. É isso que explica o desencanto que está levando à revolta produtores em todo o centro-oeste brasileiro. Essa gente foi em grande parte responsável pelo enorme esforço que produziu os saldos comerciais e aliviou o constrangimento externo da economia brasileira. Não pode, agora, ser abandonada pelo governo, quando está sendo ameaçada de extinção pela política monetária que criou as condições da supervalorização cambial ao permitir a arbitragem da diferença entre juros internos e externos, que faz a felicidade dos especuladores nacionais e internacionais.

A

DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

Essa gente foi responsável pelo enorme esforço que produziu os saldos comerciais. Não pode ser abandonada.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


segunda-feira, 8 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Espanhol Italiano Alemão Liber tadores

3 Sempre pode acontecer uma brincadeirinha nos outros campos." Cafu, sobre as chances do Milan no Italiano

BAYERN COMEMORA O BICAMPEONATO

TRI CONTRA TRI

ADEUS, CRAQUE! Philippe Desmazes/AFP

Z

D

idane marcou um gol de cabeça no empate por 3 a 3 com o Villarreal, em sua última partida com a camisa do Real Madrid diante da fanática torcida, que esqueceu por alguns momentos a bronca com a falta de títulos para saudar o meia, eleito três vezes pela Fifa como melhor jogador do mundo (98, 2000 e 2003), e que vai penduras as chuteiras após a Copa. O brasileiro Júlio Baptista, com dois gols, foi o coadjuvante da festa, cujo resultado foi razoável para o Real - manteve o time em segundo lugar no Espanhol, com 70 pontos, 12 a menos que o campeão Barcelona, que, no sábado, bateu o Espanyol por 2 a 0, com um gol de Ronaldinho, e festejou com sua torcida o título conquistado durante a semana. Outro brasileiro que marcou na rodada foi Renato, autor de um gol do Sevilla na vitória por 2 a 0 sobre o Malaga. O time segue na luta por vaga na Liga dos Campeões e ganhou moral para a final da Copa da Uefa, quarta, contra o Middlesbrough, em Eindhoven (HOL). Na Alemanha, o Bayern, de Lúcio e Zé Roberto, festejou o bicampeonato - o sétimo título em dez anos - ao empatar por 1 a 1 com o Kaiserslautern. Foi beneficiado pela derrota do vice-líder Hamburgo para o Hertha Berlim, 4 a 2.

O Italiano é o único dos grandes campeonatos europeus cuja definição ficou para a última rodada. O Milan venceu o Parma por 3 a 2, com um gol de Kaká, de pênalti, e outro de Cafu, e evitou a festa antecipada da Juventus, que bateu o Palermo por 2 a 1 e manteve a vantagem de três pontos.

Na rodada final, no próximo domingo, basta à Juventus um empate contra a Reggina, fora de casa. O Milan tem de vencer a Roma, em casa, e torcer por uma derrota da rival, pois leva vantagem no confronto direto, o critério de desempate. "Sem dúvida, continuamos a sonhar", afirmou Cafu.

ITÁLIA

ESPANHA

INGLATERRA

37ª rodada Roma 1 x 0 Treviso Ascoli 1 x 4 Lazio Fiorentina 5 x 2 Reggina Internazionale 1 x 1 Siena Juventus 2 x 1 Palermo Lecce 0 x 0 Chievo Livorno 0 x 0 Sampdoria Messina 1 x 2 Empoli Parma 2 x 3 Milan Udinese 2 x 0 Cagliari

37ª rodada Barcelona 2 x 0 Espanyol Málaga 0 x 2 Sevilla Valencia 1 x 1 Atletico Madrid Getafe 3 x 1 Cádiz Racing Santander 2 x 1 Osasuna Betis 2 x 1 Mallorca Real Sociedad 2 x 2 Celta Zaragoza 3 x 0 Alavés Real Madrid 3 x 3 Villarreal La Coruña 1 x 2 Athletic Bilbao

38ª rodada Arsenal 4 x 2 Wigan Aston Villa 2 x 1 Sunderland Blackburn 2 x 0 Manchester City Bolton 1 x 0 Birmingham Everton 2 x 2 West Bromwich Fulham 1 x 0 Middlesbrough Manchester United 4 x 0 Charlton Newcastle 1 x 0 Chelsea Portsmouth 1 x 3 Liverpool West Ham 2 x 1 Tottenham

Zidane se despediu da torcida do Real com um gol no empate de ontem

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

1 Juventus

88

26

45

69

1 Barcelona

82

25

48

77

1 Chelsea

91

29

50

72

2 Milan

85

27

53

83

2 Real Madrid

70

20

31

67

2 Manchester United

83

25

38

72

3 Internazionale

75

23

38

66

3 Valencia

69

19

26

57

3 Liverpool

82

25

32

57

4 Fiorentina

71

21

23

64

4 Osasuna

65

20

5

47

4 Arsenal

67

20

37

68

5 Roma

69

19

29

69

5 Sevilla

62

18

13

47

5 Tottenham

65

18

15

53

6 Lazio

59

15

9

56

6 Celta

61

19

11

44

6 Blackburn

63

19

9

49

7 Chievo

54

13

7

54

7 La Coruña

55

15

4

47

7 Newcastle

58

17

5

47

8 Palermo

49

12

-3

49

8 Villarreal

54

13

9

48

8 Bolton

56

15

8

49

9 Livorno

48

12

-7

37

9 Getafe

54

15

6

54

9 West Ham

55

16

-3

52

10 Parma

45

12

-13

46

10 Atlético Madrid

51

13

8

44

10 Wigan

51

15

-7

45

11 Empoli

45

13

-15

45

11 Zaragoza

46

10

-3

45

11 Everton

50

14

-15

34

12 Udinese

43

11

-13

39

12 Athletic Bilbao

42

9

-9

37

12 Fulham

48

14

-10

48

13 Sampdoria

41

10

-2

46

13 Betis

41

10

-17

33

13 Charlton

47

13

-14

41

14 Reggina

41

11

-24

39

14 Real Sociedad

40

11

-16

48

14 Middlesbrough

45

12

-10

48

15 Ascoli

40

8

-11

41

15 Mallorca

40

9

-16

34

15 Manchester City

43

13

-5

43

16 Cagliari

38

8

-13

40

16 Racing Santander

40

9

-11

36

16 Aston Villa

42

10

-13

42

GP

17 Siena

38

9

-18

42

17 Espanyol

38

9

-21

35

17 Portsmouth

38

10

-25

37

18 Messina

31

6

-23

34

18 Alavés

36

8

-20

34

18 Birmingham

34

8

-22

28

19 Lecce

26

6

-29

27

19 Cádiz

33

7

-21

31

19 West Bromwich

30

7

-27

31

20 Treviso

18

2

-33

22

20 Málaga

24

5

-27

36

20 Sunderland

15

3

-43

26

FRANÇA

ALEMANHA

PORTUGAL

37ª rodada Le Mans 0 x 0 Lens Lille 4 x 0 Lyon Olympique 2 x 2 Strasbourg Nancy 1 x 3 Auxerre Nantes 0 x 1 Bordeaux Nice 2 x 1 Metz PSG 2 x 4 Ajaccio Saint-Etienne 0 x 0 Rennes Sochaux 1 x 1 Troyes Toulouse 3 x 3 Monaco

33ª rodada Arminia Bielefeld 0 x 2 Duisburg Bayer Leverkusen 2 x 2 Nuremberg B. Dortmund 1 x 1 E. Frankfurt Hertha 4 x 2 Hamburgo Kaiserslautern 1 x 1 Bayern Mainz 1 x 0 Schalke Borussia Monchen. 2 x 2 Hannover Stuttgart 2 x 1 Wolfsburg Werder Bremen 6 x 0 Colônia

34ª rodada Boavista 1 x 1 Porto Vitória Setubal 1 x 1 Nacional Acadêmica 2 x 2 Marítimo Gil Vicente 1 x 0 Belenenses Paços Ferreira 3 x 1 Benfica Penafiel 0 x 1 Naval Sporting 1 x 0 Braga União Leiria 5 x 2 Rio Ave Vitória Guimarães 0 x 1 Amadora

Classificação

P

V

S

GP

Classificação

P

V

S

GP

1 Bayern

74

22

35

64

1 Porto

79

24

38

54

2 Hamburgo

68

21

24

52

2 Sporting

72

22

26

50

3 Werder Bremen

67

20

41

77

3 Benfica

67

20

22

51 38

Classificação

P

V

S

GP

1 Lyon

81

24

35

65

2 Bordeaux

68

18

18

42

3 Lille

61

16

25

54

4 Olympique

59

16

9

43

5 Rennes

58

18

-1

46

6 Lens

57

13

12

45

7 Auxerre

56

16

7

46

8 Nice

55

15

4

34

9 PSG

52

13

7

44

10 Le Mans

52

13

4

32

11 Monaco

51

13

6

40

12 Nancy

47

12

-2

33

13 Saint-Etienne

47

11

-8

28

14 Nantes

45

11

-2

36

15 Toulouse

41

10

-10

35

16 Sochaux

41

10

-14

32

17 Troyes

39

9

-9

36

18 Ajaccio

30

7

-28

24

19 Strasbourg

29

5

-19

33

20 Metz

26

5

-34

25

4 Schalke 04

58

15

15

44

4 Braga

58

17

16

5 Bayer Leverkusen

51

14

15

62

5 Nacional

52

14

8

40

6 Hertha

48

12

5

51

6 Boavista

50

12

8

37

7 Borussia Dortmund

45

11

3

42

7 União Leiria

47

13

2

44

8 Stuttgart

43

9

-1

35

8 Vitória de Setúbal

46

14

-5

28

9 Nuremberg

41

11

-3

47

9 Estrela Amadora

45

12

-2

31

10 Borussia Mönchen.

39

9

-10

40

10 Marítimo

44

10

1

38

11 Mainz

37

9

-1

46

11 Paços Ferreira

42

11

-11

38

12 Hannover

37

7

-4

41

12 Gil Vicente

40

11

-5

37

13 Arminia Bielefeld

37

10

-13

30

13 Naval

39

11

-13

35

14 Eintracht Frankfurt

36

9

-7

42

14 Acadêmica

39

10

-11

37 40

15Wolfsburg

33

7

-22

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15 Belenenses

39

11

-2

16 Kaiserslautern

32

8

-24

45

16 Rio Ave

34

8

-19

34

17 Colônia

27

6

-24

45

17 Vitória de Guimarães

34

8

-13

28

18 Duisburg

26

5

-29

34

18 Penafiel

15

2

-40

21

epois de despachar o Palmeiras pelo segundo ano consecutivo nas oitavasde-final da Libertadores, o São Paulo encontrou outro tricampeão no caminho de seu quarto títul: o Estudiantes, vencedor do torneio em 1968, 1969 e 1970, que eliminou o Goiás nas oitavas-de-final e evitou um novo duelo brasileiro. Para o jogo de ida, nesta quarta, às 21h45, em Quilmes, na Argentina, com transmissão da Rede Globo, a principal preocupação do técnico Muricy Ramalho é com a condição física do elenco, que teve de viajar para São José do Rio Preto de última hora para o clássico de ontem. O meia Danilo, que já disputou 29 partidas neste ano, não enfrentou o Corinthians; já o volante Josué, cuja escalação era dúvida, saiu contundido e pode desfalcar o time, que viaja amanhã para a Argentina. O jogo de volta, no Morumbi, foi adiado pela Conmebol para 19 de julho, dez dias depois da final da Copa do Mundo. O outro brasileiro vivo na Libertadores é o Internacional, que está do outro lado da chave, o que abre a possibilidade de nova final brasileira, como no ano passado. O time gaúcho eliminou o Nacional com um empate sem gols no Beira-Rio, conquistado com ajuda da arbitragem, que anulou dois gols do time uruguaio, um deles legítimo. Agora, os gaúchos pegam a LDU, do Equador, que passou pelo Nacional de Medellín. A primeira partida é quarta, na altitude de Quito, às 19h30 (horário de Brasília),

Marcelo Ferrelli/AE

Danilo foi poupado contra o Corinthians para enfrentar o Estudiantes

com transmissão do Sportv. O adiamento dos jogos de volta das quartas-de-final para depois da Copa é especialmente benéfico para os mexicanos, que estão nos outros dois confrontos das quartas-de-final: o

Tigres pega o Libertad, e o Chivas enfrenta o Vélez Sarsfield. As duas equipes vinham atuando desfalcadas porque cederam jogadores à seleção mexicana, concentrada para a Copa desde meados de abril.


4

Fórmula 1 Atletismo Tênis NBA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

COMEÇA HOJE O MASTERS SERIES DE ROMA

Estávamos um pouco abaixo da Ferrari." Fernando Alonso, sobre o GP da Europa

Jeff Topping/Reuters

PRIMEIRO BANHO Christian Charisius/Reuters

F

elipe Massa foi batizado com champanhe ontem, após chegar num apertado terceiro lugar no GP da Europa. Foi a primeira vez que o brasileiro subiu ao pódio, em sua quinta corrida pela Ferrari e na 58ª da carreira. Um complemento perfeito para a festa da equipe italiana, que levou Michael Schumacher à sua segunda vitória consecutiva na temporada, num competente trabalho que misturou estratégia e pé embaixo. A primeira apareceu na escolha do momento certo para a troca de pneus; o segundo foi cumprido por Schumacher, que acelerou fundo nas voltas que antecederam os pit stops e, conseguiu, na segunda parada, voltar à frente de Fernando Alonso, que largou na pole e liderou dois terços da corrida, mas não teve carro para lutar pela ponta. Alonso foi ao pódio com cara de poucos amigos, mas segue líder do Mundial, com 13 pontos de vantagem para Schumacher, graças às vitórias do início do ano, quando a Ferrari ainda titubeava. Agora, caberá a Felipe Massa, quinto na classificação, ajudar o heptacampeão a alcançar o rival. "Seria fantástico se Felipe pudesse roubar alguns

panhe é uma delícia", brincou. Schumacher, que comemorou como se fosse a primeira vitória, disse que a Ferrari está pronta para lutar com a Renault. "Não pode haver dúvida de que podemos andar ao lado deles", disse. Já Rubens Barrichello, que chegou em quinto e marcou seu melhor resultado com a Honda, não estava muito satisfeito. "Acredito que ainda existem alguns pontos para melhorar para a prova da Espanha", disse, em referência à corrida do próximo domingo.

Felipe Massa chegou em terceiro no GP da Europa e fez festa no pódio pela primeira vez

pontos de Fernando'', disse o diretor técnico da Ferrari, Ross Brawn. É mais um capítulo da pressão sobre Massa, que tem contrato apenas até o fim do ano e futuro incerto: depende da aposentadoria ou não de Schumacher

no fim da temporada e da possível contratação de Kimi Raikkonen, dada como certa pela imprensa européia. Ontem, no entanto, Massa só quis comemorar. "Estou com vontade de ficar com meu macacão. O cheiro do cham-

Cada vez mais alto

J

essé Ferias de Lima bateu ontem o recorde brasileiro do salto em altura, com 2,30 m, durante o 6º Meeting Gaúcho de Atletismo, realizado na pista da Sogipa, em Porto Alegre (RS). Jessé melhorou em 2 cm sua marca anterior, batida em abril. "Quando se consegue um recorde, significa que o trabalho está correto", disse o atleta, que se mostrou confiante por um bom desempenho no Campeonato Ibero-Americano, em Ponce, Porto Rico, de 26 a 28 de maio. Outros seis recordes da competição

foram quebrados. O meeting gaúcho é o primeiro de quatro eventos oficiais da IAAF (Federação Internacional de Atletismo) que serão realizados no País nos próximos dias: os próximos serão domingo que vem, no Rio; dia 17, em Fortaleza; e dia 21, em Belém. O triplista Jadel Gregório, que está morando na Inglaterra, não competiu em Porto Alegre, mas deverá disputar os próximos torneios. Desde que foi para o exterior, no início do ano, ele ainda não competiu no País. Em março, foi bronze no Mundial Indoor de Moscou.

MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/ Renault), 44; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 31; 3. Raikkonen (FIN/McLaren), 23; 4. Fisichella (ITA/Renault), 18; 5. Massa (BRA/Ferrari) e Montoya (COL/McLaren), 15; 7. Button (ING/ Honda), 13; 8. R. Schumacher (ALE/Toyota), 7; 9. Villeneuve (CAN/BMW Sauber), Webber (AUS/Williams) e Barrichello (BRA/Honda), 6; 12. Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 5; 13. Rosberg (ALE/Williams), 4; 14. Klien (AUT/Red Bull) e 15. Coulthard (ESC/Red Bull), 1. MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 62; 2. Ferrari, 46; 3. McLaren, 38; 4. Honda, 19; 5. BMW, 11; 6. Williams, 10; 7. Toyota, 7; 8. Red Bull, 2.

Escala em Roma

R

oger Federer dá hoje, no Masters Series de Roma, mais um passo nas quadras de saibro européias para tentar estender seu reinado também sobre os domínios de Roland Garros, o único Grand Slam que nunca conquistou. Ele estréia contra um especialista no piso, o argentino Juan Ignácio Chela, por volta das 11h de Brasília. O número 1 do mundo cumpre uma preparação especial para tentar seu primeiro título em Roland Garros, jogando os três Masters Series no saibro. No primeiro, em Montecarlo, perdeu na fi-

nal, justamente para seu principal rival: Rafael Nadal, que soma 47 partidas sem perder na terra batida e estréia apenas amanhã, contra o compatriota Carlos Moyá, de quem é fã confesso. Guga com Filé - Gustavo Kuerten anuncia hoje, em entrevista coletiva, no Rio, seus planos para os próximos meses. Ele será tratado pelo fisioterapeuta Nilton Petroni, o Filé, conhecido pelos trabalhos com Romário e Ronaldo, e deve voltar às quadras apenas em julho, no Torneio de Stuttgart, na Alemanha, em quadra dura.

Brasil em dose dupla

P

ela primeira vez dois brasileiros disputam as semifinais de Conferência da NBA. Na madrugada de ontem, o armador Leandrinho (foto) marcou 26 pontos e foi o cestinha do Phoenix Suns na vitória por 121 a 90 contra o Los Angeles Lakers. O Phoenix virou a série para 4 a 3, depois de estar perdendo por 3 a 1. Nas semifinais, que começam hoje, o time pega o LA Clippers. Na Conferência Leste, o Cleveland Cavaliers, do ala-pivô Anderson Varejão começou mal as semifinais, ontem: perdeu de 113 e 86 para o Detroit Pistons. O brasileiro marcou 11 pontos e pegou oito rebotes.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO

SINAL DE ALERTA NA ATA DO COPOM

O BC transmitiu um recado claro: “Devagar com o andor que o santo é de barro”. Os juros devem fechar 2006 em 14,5% a. a. tendência de inflação revelam valores inferiores às metas, exceto no tocante ao chamado “cenário de mercado”, para 2007. Se tudo vai às mil maravilhas e a decisão da reunião em si confirmou as expectativas, interessa saber o que, de fato, a ata acrescenta. O Banco Central não fez menção a riscos políticos, mas ressaltou a importância da “expansão das transferências”, associada ao novo salário mínimo, e dos “impulsos fiscais ocorridos no último trimestre e esperados para o primeiro semestre deste ano”. Tudo isto, em conjunto, sugeriria “maior parcimônia” na flexibilização adicional da política monetária. Sabe-se que, na segunda metade do ano passado, foi nula a taxa média de crescimento do PIB, tendo se contraído a absorção doméstica. Nos seis meses terminados em fevereiro, o crescimento da produção

NAÇÃO ENFERMA Céllus

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO

industrial foi de apenas 2,8% ao ano, em média. Tais números revelam que a economia brasileira tem-se expandido em ritmo modesto. Espera-se, porém, substancial recuperação. Parte dos analistas de mercado e o próprio Banco Central têm expectativas de crescimento econômico de 4,0%, em 2006. Na ponta, isto representaria taxa de expansão de 5,5%, algo bem mais expressivo que o verificado no segundo semestre de 2004. São vários os motivos que levam a esperar que a demanda agregada crescerá, de forma robusta: (i) revisão para cima das perspectivas de crescimento mundial, (ii) elevação do salário mínimo, (iii) expansão dos gastos públicos e (iv) crescimento do crédito e da renda, para mencionar os mais importantes. Com o passar do tempo e a consolidação de um quadro de maior dinamismo econômico, é natural que a autoridade monetária aumente a cautela, com vistas a evitar surpresas inflacionárias. Em termos práticos, obtém-se da ata que a decisão a ser tomada na próxima reunião será, muito provavelmente, uma redução de 50 pontos, ao invés de 75 pontos, como esperávamos. A opção por uma trajetória de convergência mais lenta não nos leva a mudar a expectativa de que o juro fechará 2006 em 14,5% ao ano. Cenários agressivos dando conta de que a Selic poderá rumar para 13% ao ano, ainda em 2006, soam, agora, muito improváveis.

Opção preferencial pelo atraso ROBERTO FENDT

E

TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DO SITE DA MCM CONSULTORES WWW.MCM-MCM.COM.BR Hélvio Romero/AE

Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom, na qual se reduziu a taxa Selic em 75 pontos, confirmando-se as previsões do mercado. No novo documento, com transparência incomum, a autoridade monetária transmitiu claro recado: “Devagar com o andor que o santo é de barro”. Na verdade, a última ata tem conteúdo bastante relevante e sugere alteração do ritmo de ajuste da taxa básica de juro. A autoridade monetária reforçou o cenário benigno para a inflação, destacando a presença de fatores pontuais que pressionaram os índices no início do ano. Os exercícios de projeção da

sse "arrastão" contra o direito de propriedade da Petrobras e de outras empresas estrangeiras pelo governo da Bolívia parece enredo de novela do colombiano Gabriel García Márquez, prêmio Nobel de Literatura de 1982: o que aconteceu estava escrito em uma "crônica de uma morte anunciada". Só não viu quem não quis ou quem pensou que promessa de campanha na Bolívia é como promessa de campanha no Brasil: não é para valer. Depois de tomar partido a favor do senhor Morales na campanha eleitoral; depois de dizer que teríamos do presidente boliviano um tratamento preferencial; agora o senhor presidente se diz pego de surpresa, argumentando que levou bola pelas costas. Se isso for verdade, então a situação está pior do que se pensa: o senhor presidente não só não sabe o que se passa aqui, como também ignora o que se passa entre nossos vizinhos. Contudo, além das promessas de campanha amplamente noticiadas; da suspensão das negociações com a Petrobras para novos investimentos, há mais de um mês; e da reunião de Havana na semana passada – que reuniu o decano Fidel com o novo condottiere da América do Sul, Don Bolívar Redivivo, e o aprendiz de carbonário – o que mais se poderia esperar? Convenhamos, a trinca Fidel-Chávez-Morales só pegou de surpresa quem quis. Mais que pegar de surpresa o senhor presidente e os que o cercam, os eventos na Bolívia mostram que a opção preferencial pelo atraso pôs a nu a fragilidade da política externa do atual governo. Se não, vejamos alguns exemplos: 1. Diferentemente do presidente da China, que a caminho de encontrar-se com o presidente Bush em Washington parou na costa Oeste dos EUA para visitar a Microsoft e a Boeing, nosso presidente visitou, entre outros, ditaduras tribais na África, de onde nada de bom pode resultar para o Brasil;

Há "morales" que vêm para o bem CLÁUDIO SLAVIERO

A Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

P

ode parecer normal que tenhamos diferenças de opinião com nossos parceiros no Mercosul, mas não podemos esquecer que quem fez a opção pelo atraso fomos nós, não o Uruguai; pode parecer um bom investimento visitar a África em busca de votos para um assento no Conselho de Segurança da ONU, mas não podemos esquecer que a China – país que reconhecemos como economia de mercado! – vetou nossa entrada nesse clube; agora, passa de todos os limites que, com todo respeito, o presidente da Bolívia tenha surrupiado os investimentos da Petrobras e ameaçado usar a força das armas para manter contra nós a sua "soberania". Pode parecer piada, mas em lugar de defender os interesses e o investimento – a Petrobras é empresa estatal! – dos que o elegeram, o senhor presidente prefere numa hora dessas solidarizar-se com "o povo sofrido" do país vizinho. Só faltou dizer que, junto com os demais investidores, de fato nós os espoliamos.

S ó faltou Lula dizer que, de fato, nós espoliamos o povo da Bolívia.

I nflação pode subir com demanda forte

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

2. Embora seja verdade que os problemas no Mercosul não foram inventados durante a atual gestão, também é verdade que a Argentina tomou com freqüência medidas unilaterais de proteção contra a concorrência de empresas brasileiras mais eficientes, contrariando o espírito e a letra do Mercosul. Em face dessas medidas, nosso governo teve uma reação pífia e contemporizou; 3. Também de há muito o Uruguai percebeu que se dará melhor se abandonar o Mercosul e firmar um tratado bilateral de livre comércio com os EUA, a exemplo do que fizeram o México e o Chile, e de que estão a caminho de fazê-lo a Colômbia e o Peru. Com as recentes declarações do presidente Tabaré Vasquez, corre-se o risco de desmonte do Mercosul. Também não reagimos adequadamente a essas declarações.

atitude hostil, com nuances militaristas, do presidente da Bolívia, Evo Morales, ignorando investimentos de US$ 1,5 bilhão da Petrobras em seu país e aspectos jurídicos de acordos internacionais, pode ser o estopim de uma onda de consciência nacional em nossa República do Não-SeiDe-Nada? Reconhecer a soberania da Bolívia, como a de qualquer outra nação, é uma necessidade de qualquer cidadão ou instituição, mas endossar ou deixar de condenar veementemente uma política estrábica, de desrespeito ao Direito, de rompimento com acordos internacionais e a contratos celebrados ao longo de anos, sem agir com extrema firmeza em defesa desses preceitos, é ultrapassar a falta de bom senso. Mas, não há de novo no comportamento de autoridades brasileiras. Aliás, a própria atitude de Morales poderia transformar-se em um bem. Em que pese sua dureza, cumpriu uma promessa de campanha. No Dia do Trabalho, Lula voltou a nos iludir, com discursos contorcionistas, sobre a auto-suficiência do petróleo, juros, etc. Referiu-se, por exemplo, somente aos juros nominais e não aos reais, ainda nos patamares de 2002, quando o país exportava a metade e o risco era dez vezes maior. No 13º Encontro do PT, flagrou-se a estratégia de relevar provas de práticas ilegais, como se toda a enxurrada de denúncias (e comprovações) de corrupção não tivesse a ver com o partido. Aliás, as deliberações partidárias não

dizem respeito apenas aos integrantes de um partido político. Diante da alegada ignorância dos fatos pelos detentores do poder, o comportamento do cidadão brasileiro continuará o mesmo? Ou seja, o Morales não servirá para nada? Continuaremos a compactuar com decisões como a do PT em relação aos acusados e condenados nos processos de corrupção, a não perguntar incisivamente ao Congresso porque não assumiu a tarefa de apressar a reforma política (com instrumentos eficazes para coibir a corrupção), a permitir a quebra de decoro parlamentar, a suportar a mistificação de práticas demagógicas, a admitir manobras e covardia parlamentares diante de temas que exigem honestidade e coragem, a engolir teses dos neopopulistas de plantão?

É

preciso frisar que as pessoas têm o direito de fazer tudo o que a lei não proíbe, mas que as autoridades só devem fazer o que a lei permite. Parece sutil, mas não é. Se, por questões que merecem análises mais profundas, grande parte da população tornou-se tolerante com práticas condenáveis, precisamos de entidades e instituições cada vez mais atuantes para repudiar qualquer tentativa de contemporização com atos lesivos aos brasileiros. O mal com bem se cobra. CLÁUDIO SLAVIERO É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PARANÁ

P recisamos repudiar a contemporização com atos lesivos ao Brasil

ebruço-me sobre o noticiário dos jornais e verifico, por dever de profissão, que o mundo tem inumerosas nações que estão enfermas, sem que se dêem conta as mais bem governadas. Pela magnitude do problema e por sua extensão, tese que vai muito bem num livro, mas não num artigo de jornal, digo que está enferma a nação brasileira, enfermidade política, partidária, social, econômica, financeira e outras enfermidades que os médicos, ao redigirem atestados de óbito, costumam falar em falência múltipla dos órgãos. As nações só chegam a esse ponto por desvios históricos, por movimentos revolucionários, por golpes de Estado ou por uma bem conduzida reforma que acaba fracassando.

D

O mundo tem inumerosas nações enfermas, sem que se dêem conta as mais bem governadas enfermidade das nações ocorre sempre em momentos cíclicos mais longos ou mais curtos, engendrados por grupos descontentes ou ambiciosos, ou corrompidos moralmente. Não é fácil debelar uma enfermidade nacional, sobre tudo numa extensão tão grande como a do Brasil. Não sei mesmo se a criação de Brasília, que eu apoiei pela imprensa, foi ato meritório; foi um ato decisório, de quem detinha nas mãos o poder supremo da República. Essa tese da enfermidade das nações ouvi numa conferência no College de France no fim do outono de 1998. Não me lembro quem falava, mas era brilhante e lembro-me muito bem do conferencista que apelou para aos que ali se encontravam que trabalhassem para curar a enfermidade da nação brasileira, dando contribuições para esse fim os sociólogos da grande instituição francesa. Esse é um tema para meditar, em casa evidentemente, e pôr no papel as idéias que ocorrerem. A enfermidade das nações é um problema muito complexo, mas que deve ser enfrentado.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

3

Política

MARTA VENCE DISPUTA NA CAPITAL. MAS PARCIAL INDICA DERROTA NA GRANDE SÃO PAULO E INTERIOR. Eduardo Knapp/Folha Imagem

PT: NOVAS DENÚNCIAS DÃO O TOM DAS PRÉVIAS. A ex-prefeita com o ex-marido: confiante de que conseguirá a indicação para disputar o governo de SP. Ailton de Freitas/Agência O Globo/19-05-2005

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Sílvio Pereira: denúncias irritam seu ex-partido.

Mercadante: qual a motivação do ex-secretário-geral?

"SÍLVIO TRAIU O PARTIDO" Paulo Liebert/AE

A

o chegar em São Paulo para votar nas prévias do PT para a escolha do candidato à disputa do governo do Estado, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, classificou o ex-secretário-geral, Sílvio Pereira, de traidor e mentiroso. "É uma pessoa que traiu o partido e mentiu para a CPI", afirmou, desqualificando as declarações dadas por Pereira em entrevista ao jornal "O Globo", que afirmou que o empresário Marcos Valério queria arrecadar R$ 1 bilhões no governo. Dizendo-se surpreso com as declarações, Berzoini afirmou que "o senhor Sílvio", como se referiu ao ex-secretário, deveria ter feito as declarações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Berzoini, presidente do PT: surpreso.

Uma vez – Como presidente do partido disse não ver necessidade de ouvi-lo agora. Pereira reclamou porque teria tentado falar com Berzoini por diversas vezes para contar detalhes do esquema de corrupção dentro do partido

O

presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), marcou para depois de amanhã o depoimento do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira. Ele será ouvido a respeito das declarações feitas ao jornal O Globo, ao qual revelou que o empresário Marcos Valério planejava arrecadar R$ 1 bilhão durante o governo Lula. A CPI já acionou a Polícia Federal para intimar Sílvio Pereira a comparecer à sessão. Ele já foi chamado outras duas vezes, mas os depoimentos não aconteceram. Numa delas, não foi encontrado pelos agentes federais.

O

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim)

LISTA DE 135 PARLAMENTARES rá encaminhado à Procuradoria-Geral da República como contribuição complementar às investigações da Operação Sanguessuga, que já resultou na prisão de 47 pessoas, incluindo ex-deputados, assessores parlamentares, empresários e funcionários do governo federal. Ontem, um novo suspeito se entregou em Cuiabá: o representante da Associação dos Municípios de Mato Grosso José Wagner dos Santos. O esquema montado por Darci José Vedoin, dono da Planam, que fornecia ambulâncias para as cidades, movimentou R$ 110 milhões, dos quais metade foi desviado por superfaturamento dos veículos. (AE)

EX-SECRETÁRIO VAI SER CHAMADO NA CPI

Factoring

SANGUESSUGA

presidente da Comiss ã o M i s t a d e O rç amento, deputado Gilmar Machado (PT-MG), vai divulgar amanhã uma lista com o nome de 135 deputados e senadores que apresentaram emendas ao Orçamento entre 2004 e 2005 para a compra de ambulâncias, num valor total de cerca de R$ 250 milhões. A lista é encabeçada pelo líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), e por três integrantes da Mesa da Câmara – João Caldas (PL-AL), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Nilton Capixaba (PTB-RO), que já vinham sendo investigados e faziam parte de uma lista de 65 parlamentares. O levantamento também se-

e não teria conseguido. "Essa é mais uma mentira do senhor Sílvio. Ele falou comigo uma única vez no ano passado, quando o aconselhei a se acalmar e a cuidar de sua vida profissional", disse. Impeachment – B e rz o in i afastou mais uma vez a possibilidade de pedido de impeachment do presidente Lula. "Não há qualquer elemento crível que relacione o presidente a esses fatos", afirmou. Para o presidente do PT, o tema deve ser visto em dois aspectos: um da investigação, que não caberia ao partido, mas sim ao Ministério Público e à Polícia Federal. O segundo é a disputa política em ano eleitoral, sendo previsível que a oposição use as declarações de Pereira para causar constrangimento ao PT. (AE)

Tribunal de Contas da União (TCU) pretende fazer uma devassa em milhares de contratos assinados de 2003 para cá pela administração direta e pelas estatais com todos os prestadores de serviços ao governo federal, não importando se houve licitação ou dispensa de concorrência, na modalidade cartaconvite. A atenção do TCU para os contratos será redobrada depois da entrevista do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira ao jornal O Globo, que levanta suspeitas de que consórcios de empresas abasteceram o mensalão. Um ministro do TCU disse que, além das investigações já feitas nos contratos de estatais, a fiscalização avançará sobre áreas as mais diversas, como a Petrobras, a BR Distribuidora, a Braspetro, a Transpetro, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, a Eletrobrás, a Infraero, o Serpro, a Fundação Nacional de Saúde e todos os ministérios. Cem Valérios – Sílvio Pereira contou que o plano do empresário Marcos Valério era faturar R$ 1 bilhão durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Na mesma entrevista, o ex-dirigente afirmou que o esquema montado por Valério e pelo PT para assegurar base parlamentar para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viria de empresas. Ele não quis indicá-las, apenas disse que eram muitas. "As empresas entre si fraudam as coisas. Às vezes o governo não persegue e é só isso. Elas se associam em consórcios, combinam como vencer (licitações)." O ex-dirigente do partido disse que o sistema pode continuar em operação, porque atrás de Marcos Valério estariam "outros cem Marcos Valérios". (AE)

DC

OPERAÇÃO

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Fábio Motta/AE

A

s repercussões da anterior, integrantes de sua entrevista do ex- equipe sugeriram que aliados secretário-geral do da ex-prefeita estariam por trás PT Sílvio Pereira ao da iniciativa de Silvinho de jornal O Globo – que denunciou romper o silêncio. A suspeita um esquema de arrecadação causou mal-estar. Na entrevista, Sílvio Pereira de recursos da ordem de R$ 1 bilhão no governo –, mexeu disse que, apesar do seu cargo, com os nervos da legenda e do- não tinha autonomia nas deciminaram o domingo de pré- sões do partido – sempre tomavias para a escolha do candida- das pelo presidente Luiz Inácio to petista para disputar o go- Lula da Silva, Mercadante, o exverno do Estado. A ex-prefeita presidente do PT José Genoino e Marta Suplicy largou na fren- pelo ex-ministro José Dirceu. O te, confirmando seu favoritis- senador reafirmou que não timo na Capital, onde alcançou nha conhecimento do esquema 16.591 votos, o dobro do líder de Valério e que nem o governo do governo no Senado, Aloizio nem Lula permitiriam o desvio de recursos públicos. Mercadante (8.390 votos). Motivação – Mercadante disMas o senador deu o troco depois, com o transcorrer da se estranhar que as denúncias apuração na Grande São Paulo tenham vindo à tona agora. "O Sílvio teve tantas e interior: pelos o p or t u ni d a de s resultados parpara revelar o ciais divulgados que sabia, não pelo diretório entendo a razão regional às que o levou a fa21h50m, Merca- Não entendo a razão zer isso agora, d a n t e e s t a v a que o levou a fazer não sei qual exacom 22.850 voisso agora, não sei tamente sua motos, e Marta, tivação." Ele re22.346. Haviam qual exatamente sua chaçou a possibisido totalizados motivação. 45.685 votos (inAloizio Mercadante, lidade de as decluídos os em senador núncias levarem a um pedido de branco e nulos). impeachment de A apuração completa da prévia encerrada Lula, dizendo que o presidente só deve acabar depois de ama- "não sabia de nada" (leia mais sonhã, mas a expectativa é que bre o assunto na página 4). O senador Eduardo Suplicy hoje a quantidade de votos apurados já permita saber (PT-SP) afirmou que Lula deveria se pronunciar sobre o escânquem será o vencedor. Morna – A votação transcor- dalo do mensalão e dar explicareu morna, sem grande mobili- ções à sociedade. "Acho natural zação, com o quórum abaixo da que o presidente faça um proexpectativa. Dos 197 mil filiados nunciamento e explique as coiaptos a votar, o PT esperava o sas como elas são. Eu fiz essa sucomparecimento de 80 mil. De gestão, mas ele não achou boa." Marta reagiu indignada aos acordo com o secretário de Organização da sigla, Luiz Turco, comentários de que as declaraparticiparam da prévia de 60 ções de Silvinho sobre o esquemil a 70 mil petistas, que ele con- ma no PT incluindo o nome de Mercadante seriam uma estrasiderou "uma boa presença". Os pré-candidatos fizeram tégia para fortalecer a sua préquestão de dissociar as acusa- candidatura. "Que horror! Não ções de Silvinho da prévia. Cita- condiz com nada que se possa do pelo ex-dirigente como um imaginar. A preocupação é com dos que mandavam no PT, Mer- o Silvio Pereira. Não entendi cadante mudou o discurso. On- porque depois ele começou a tem, depois de votar, negou pre- quebrar sua casa. Achei que ele juízo à sua campanha. No dia está muito mal." (Agências)

TCU FARÁ DEVASSA NOS CONTRATOS DO GOVERNO DESDE 2003

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SÉTIMO DIA – Com 5,7 quilos a menos do que quando iniciou a greve de fome, sete dias atrás, pálido e desidratado, o précandidato do PMDB à presidência Anthony Garotinho disse neste domingo se considerar fortalecido politicamente. Falou com voz fraca, mas mostrou boa disposição em rápida entrevista, cercado por cartazes com mensagens de seus filhos. Mudando o discurso, ele conclamou "os companheiros do PMDB" a irem à convenção do partido no dia 13 e lutarem pela candidatura própria, e disse que gostaria de ir. O ex-governador do Rio disse que terminará seu jejum se ganhar na Justiça o direito de resposta ao jornal O Globo, à TV Globo e à revista Veja. "Quero responder tudo. Só quero ter o mesmo espaço", afirmou Garotinho, que iniciou a greve de fome acossado por denúncias de irregularidades nas doações financeiras para sua campanha pré-eleitoral.


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Finanças Nacional Tr i b u t o s Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

É preciso um acompanhamento da sociedade para começarmos a colher os frutos. Guilherme Afif Domingos

FEBRABAN VAI CONTESTAR LEI DAS FILAS

DE OLHO NO IMPOSTO

CAMPANHA A CAMINHO DO CONGRESSO Marcos Peron/Virtual Photo

O

d e s c o n he c i m e n t o dos cidadãos sobre o quanto pagam de impostos na compra de produtos e serviços pode estar com os dias contados. Na reta final, o movimento De Olho no Imposto, pela transparência tributária, está prestes a atingir a meta de 1,5 milhão de adesões. Até a última sexta-feira a campanha havia conseguido colher 1,3 milhão de assinaturas só no Estado de São Paulo. Nesse total, ainda não foram contabilizadas as assinaturas obtidas em Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e São Luiz do Maranhão (MA), que devem chegar à Associação Comercial de São Paulo (ACSP) no próximo dia 15. O objetivo do De Olho no Imposto é conseguir 1,5 milhão de assinaturas para enviar um projeto de lei ao Congresso para regulamentar o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal, que prevê a discriminação, na nota fiscal, do valor

dos impostos cobrados sobre produtos e serviços. Mais de 300 empresários de 100 entidades de classe de todo o País estarão em Brasília, no próximo dia 31, para entregar o abaixo-assinado aos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PC do B-SP). "Só o volume de papéis que entregaremos com todas as adesões certamente vai sensibilizar os nossos governantes para que o projeto de lei tenha o encaminhamento necessário dentro do Legislativo", disse Antonio Marangon, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP). Para o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, que lidera o movimento, mais do que atingir a meta e conseguir conscientizar a sociedade sobre o peso real dos impostos no dia-a-dia, o De Olho no Imposto precisa se tornar uma ação constante das entidades

que querem contribuir realmente para o exercício da cidadania. "O preço da liberdade é a eterna militância. Não basta apenas entregar um projeto de lei com 1,5 milhão de assinaturas. É preciso um acompanhamento constante da sociedade para começarmos a colher os frutos", afirmou. O movimento De Olho no Imposto percorreu mais de 400 municípios no Estado de São Paulo e várias capitais do País desde janeiro deste ano. Desde então, em várias cidades, a população teve seu primeiro contato com a questão tributária e com seu peso sobre os produtos e serviços que consome. Muitos não imaginavam que pagam tributos em todas as ações do cotidiano, justamente por figurarem como isentos do Imposto de Renda (IR). "O Feirão do Imposto provou que isso não é verdade. Paga-se, e muito, imposto em tudo o que fazemos", ressaltou Guilherme Afif Domingos.

Marcos Fernandes/LUZ

Márcia Rodrigues

Prefeitos cobram minirreforma concentração está marcada para as 16 horas do dia 9 de maio, na Câmara dos Deputados. Antes da votação da PEC, ainda há três medidas provisórias trancando a pauta: 284/06, 285/06 e 286/06. A expectativa é limpar a pauta

na sessão do dia 9 para aprovar a PEC no dia 10. A minirreforma tributária é composta por quatro medidas. Uma delas unifica as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). (Agências)

Até a última sexta-feira, movimento havia obtido mais de 1,3 milhão de assinaturas

Decisão do STF fortalece leis paulistanas Divulgação

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presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, convoca todos os prefeitos a se mobilizarem para pressionar a votação da minirreforma tributária (PEC 285/04). A

O

julgamento da última quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF), em que cinco dos 11 ministros foram favoráveis à aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) nos serviços bancários, é um importante precedente para garantir a validade de duas polêmicas leis paulistanas. Uma delas fixa em 15 minutos o tempo máximo de permanência de clientes na fila. A outra exige a instalação de guardavolumes nas agências. "O argumento de que a relação entre cidadão e banco não é de consumo ficará comprometido com maior evidência após o fim deste julgamento", afirmou o coordenador de ações judiciais do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Paulo Pacini, que conta com a derrota dos bancos. Multas – Segundo a Secretaria das Subprefeituras, até a última quinta-feira, as subprefeituras, encarregadas da fiscalização nos bancos, haviam recebido 2, 3 mil denúncias pelo não cumprimento da Lei Municipal nº 13.948/05,

Ribeiro: lei da fila nos tribunais

conhecida como lei das filas. No total, já foram aplicadas 709 multas, que correspondem a R$ 518, 5 mil. Com relação à Lei nº 14.030/06, que obriga os bancos a instalarem guarda-volumes antes das portas giratórias de entrada nas agências, desde 27 de março, já foram recebidas 41 denúncias. Até agora, foram aplicadas 469 multas, que correspondem a R$ 480, 4 mil. Febraban – Mesmo com o atual placar no STF, a Federação Brasileira de Bancos (Fe-

braban) está otimista em relação à contestação das duas leis. Segundo o diretor jurídico da Febraban, Johan Albino Ribeiro, a entidade entrou com mandado de segurança contra a lei do guarda-volume, o pedido de liminar foi negado, mas a entidade recorreu. Na ação, a Febraban argumentou que a legislação interfere no funcionamento e segurança da agência bancária. "Provavelmente, em breve entraremos com ação contra a lei da fila", adiantou Ribeiro. Serviços – Na semana passada, os bancos obtiveram uma vitória contra a Prefeitura de São Paulo. O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) decidiu que as agências bancárias do município não estão mais obrigadas a fixar nas agências um quadro com os valores das tarifas dos serviços bancários. Neste caso, a Febraban argumentou que a prefeitura não é competente para fiscalizar esse tipo de medida. Procurada pela reportagem do DC, a prefeitura informou que ainda não foi notificada. Laura Ignacio

TRT-SP: lanche não é refeição

U

m refrigerante, um sanduíche e um pacote de batatas fritas não são uma refeição e sim um lanche. Com esse entendimento, a 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRTSP), condenou o McDonald's a pagar o valor diário referente ao ticketrefeição a um exfuncionário pelo período em que trabalhou em uma de suas lanchonetes. O trabalhador entrou com

ação na 7ª Vara do Trabalho de São Paulo, alegando que a lanchonete oferecia diariamente, como refeição, um refrigerante, um sanduíche e um pacote de batatas fritas. Para o juiz Ricardo Costa Trigueiros, relator do recurso no TRT-SP, "o fornecimento de lanche pelo empregador a seus empregados não se confunde com a refeição preconizada na norma coletiva, mormente ante o

elevado teor calórico e questionável grau nutritivo dos produtos comercializados pela reclamada, conhecida empresa do ramo de fast food, a par da notória impropriedade do seu consumo diário". No entendimento do juiz Trigueiros, "a imposição do consumo diário de simples lanche que não supre as necessidades alimentares do trabalhador pode pôr em risco a sua saúde". (Agências)


Senado Planalto Corrupção CPI dos Bingos

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

LULA TRANQÜILO COM ENTREVISTA DE SÍLVIO PEREIRA

EXPECTATIVA NA OAB É QUE O PEDIDO PODE NÃO SER APROVADO

A

Eymar Mascaro

Beto Barata/AE

Lance final

OAB DECIDE HOJE SOBRE IMPEACHMENT

inda sob o impacto da entrevista do exsecretário do PT Sílvio Pereira, que afirmou que o empresário Marcos Valério pretendia arrecadar R$ 1 bilhão no governo, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decide hoje, em Brasília, se vai ou não ao Congresso pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O colégio da OAB é formado por 36 integrantes – 27 conselheiros federais e nove membros honorários vitalícios. Entre os conselheiros, há a expectativa de que o pedido não será aprovado. O impeachment do Fernando Collor de Mello, em 1992, foi requerido pela OAB, presidida então por Marcelo Lavènere, e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Thomaz Bastos – Por ser expresidente da entidade, Lavènere integra a bancada de membros honorários vitalícios, com direito a voto. Mas, por ser ele hoje integrante do Conselho da Anistia do Ministério da Justiça, deverá ser pedida sua suspeição. Outro que não votará é o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos,

que faz parte do Executivo. "A OAB não é partido político nem tem ideologia. É uma tribuna da cidadania, espaço público não-estatal a serviço dos interesses da sociedade civil. Como em outros momentos dramáticos da história republicana brasileira, somos chamados a exercer um protagonismo na cena política que não postulamos, mas a que não podemos fugir", afirmou o presidente da entidade, Roberto Busato, que há 20 dias visitou o presidente Lula. Amargo – Para ele, o "impeachment é remédio amargo, drástico, ministrado em casos extremos. Mas, se o diagnóstico assim o indicar, deve ser visto com naturalidade, como recurso institucional legítimo, a serviço do Estado democrático de Direito. A serviço da sociedade", afirmou Busato. Se a instituição, no entanto, entender que não é caso de impeachment, afirmou, "não poderá ser acusada de omissão, ou de estar de costas para a parte da sociedade que quer aquela solução. Prevalecerá a vontade soberana da maioria". A comissão da OAB terá como relator o conselheiro Sérgio Ferraz.(AE)

O presidente Lula, que passou os últimos dias descansando em um sítio em Minas Gerais, discute hoje a nova crise com a coordenação política do governo.

L

Lula, no portão do sítio do ministro do Turismo, em Minas, diz que está descansado. E que só vai se inteirar das coisas hoje, quando volta a trabalhar.

DECLARAÇÕES NÃO PREOCUPAM LULA

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou na manhã de ontem o isolamento, num sítio no vilarejo de Santo Antônio do Leite, a 90 quilômetros de Belo Horizonte, para demonstrar tranqüilidade em relação à entrevista de Sílvio Pereira, exsecretário-geral do PT. Depois de dois dias de descanso, Lula foi até o portão da propriedade cumprimentar moradores e conversar rapidamente com os jornalistas sobre o suposto esquema do partido, contado

por Silvinho, de arrecadar R$ 1 bilhão. "A mim não preocupa", disse o presidente. "Ele (Silvio) é livre para falar o que bem entender." Acompanhado do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, dono do sítio, e da primeira-dama Marisa Letícia, o presidente ressaltou que não leu jornais nem assistiu TV. Mas foi avisado do conteúdo da entrevista pelo seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho. "Vou me inteirar das coisas na segunda-feira, quando volto a trabalhar", afirmou Lula. "Estou bem, estou descansando", disse ao responder à pergunta se a estadia em Minas estava sendo agradável. Visita – No portão do sítio, Lula levantou do chão e beijou a menina Rebeca Fagundes, de cinco anos. Depois, conversou com um grupo de mulheres da comunidade do Catete, de Santo Antônio do Leite. Pouco antes, assessores levaram duas delas para conhecer o presidente e dona Marisa. "Ele (Lula) pediu para a gente não chorar, e que nunca descansou tanto como no sítio", relatou a moradora Júlia Mareia Ferreira. O presidente chegou a Ouro Preto na sexta-feira, para inaugurar uma linha turística de trem maria fumaça, de 18,7 quilômetros, até a cidade de Mariana. Ao deixar a propriedade, Lula e Marisa foram de charrete até o ponto onde estava o helicóptero, que os levou até Belo Horizonte. De lá, tomaram o avião presidencial para Brasília. Lula começa o dia de trabalho, hoje, com uma reunião da coordenação política, quando deverá ser discutido a reação do governo às declarações de Sílvio Pereira. Mordomias – Com 22 hectares, o sítio Vila do Carvalho possui três casas, sendo duas de hóspedes, trilha para caminhadas, uma ampla área de grama e pista para quadriciclos. Na casa maior, o presidente pôde conhecer a adega de vinhos importados de Walfrido, uma moderna sala de vídeo e a sala da lareira. Da noite de sexta-feira, quando chegou ao local, até a tarde de ontem Lula e Marisa Letícia contaram ainda com uma piscina aquecida a 28º graus de média e uma banheira de hidromassagem com temperatura de 38º graus, ao ar livre, com capacidade para 15 pessoas. Walfrido contou a repórteres que Lula saboreou doses da cachaça Havana, produzida em 1998 no município mineiro de Salinas. O cardápio servido no final de semana ao presidente e a Marisa Letícia foi variado, com predomínio de pratos típicos da culinária mineira. (Agências)

ula quer agendar um encontro com o presidente do PMDB, Michel Temer, para convidar o partido a fazer parte da sua chapa presidencial. Trocando em miúdos, Lula quer que o PMDB indique o seu vice. Mas, o presidente vai esperar pelo resultado da convenção extraordinária que o PMDB realiza no dia 13, quando o partido decidirá se lança candidato próprio. É a mais ousada das investidas que o PT faz para obter o apoio do PMDB. Os petistas consideram o PMDB peça fundamental na eleição presidencial. Trata-se de um partido bem estruturado em todos os estados e dispondo de um invejável tempo de campanha na televisão. Ricardo Berzoini, presidente do PT, já conversou com Michel Temer e Orestes Quércia sobre o assunto. E tem encontro marcado, amanhã, com Itamar Franco, um dos pré-candidatos do PMDB.

REPETECO Diz-se que o PT não é o único partido a oferecer a vice ao PMDB. O mesmo convite foi feito pelo PSDB. Para derrotar Lula, o PFL estaria disposto a abrir mão da indicação do vice. Então, caberia ao PMDB a escolha do companheiro de chapa de Geraldo Alckmin.

NO AUGE O nome que surge, no momento, é o do exgovernador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Ele seria o vice indicado pelo PMDB na chapa do tucano. O PSDB decidiu que o vice de Alckmin será do Nordeste, região em que Lula leva vantagem nas pesquisas sobre Alckmin.

NO PRELO Se o acerto com o PMDB não vingar, Lula e Alckmin têm outras opções. O vice do tucano sairá mesmo do PFL, sendo que a escolha será feita entre os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE), enquanto o vice de Lula viria de Minas. ACM, uma das maiores lideranças do PFL, pressiona para que a aliança do seu partido com o PSDB – e a indicação do vice pefelista – saia logo.

mais conveniente o partido se libertar das amarras da verticalização e ficar livre nos estados.

LUZ AMARELA Causa preocupação na cúpula do PSDB a queda de Alckmin entre os eleitores paulistas, como registrou o Ibope. Mas, o candidato não se abalou. Alckmin acha que vai crescer na hora certa, ou, quando chegar a campanha na televisão.

REIVINDICAÇÃO Deputados federais do PFL reclamam que não estão sendo consultados para nada na campanha de Alckmin. Admitem que poderiam colaborar com o candidato. Os deputados pefelistas se irritam porque Alckmin só ouve a bancada no Senado.

ENTENDIMENTOS Consta da agenda de conversações entre PSDB e PMDB a possibilidade de Michel Temer ser candidato ao Senado com o apoio dos dois partidos. Mas, seria necessário que o PMDB fechasse o acordo e apoiasse Alckmin já no primeiro turno.

OUTRA VEZ Lula pensa simultaneamente em ter José Alencar (PRB) outra vez como vice, caso falhe a tentativa do PMDB. Alencar é considerado um próspero empresário mineiro. O PT não quer deixar que Aécio Neves transfira o peso dos seus votos para Alckmin. Por isso, a opção por um vice mineiro.

DECISÃO Na convenção do dia 13, o PMDB vai perguntar aos delegados se querem que o partido tenha candidato próprio a presidente. Se a resposta for negativa, a cúpula quer saber se os convencionais tem interesse em coligar o PMDB com Lula ou com Alckmin.

LIBERDADE Muitos peemedebistas estão defendendo a tese de que o partido deve ficar neutro para ter liberdade de fazer as alianças nos estados. Diz-se que o PMDB tem interesse em disputar as eleições de governador, como cabeça de chapa, em pelo menos 15 estados.

GOVERNISTAS Os governistas do PMDB continuam trabalhando para que o partido não tenha candidato próprio ao Planalto. Renan Calheiros, por exemplo, repete sistematicamente que seria

FAVORITISMO Apesar da ampla vantagem que tem sobre os adversários, José Serra adverte os tucanos lembrando que ninguém ganha eleição na véspera. O candidato quer afastar a euforia do "já ganhou". Em tempo: o Ibope registra que Serra é o favorito disparado, seja quem for o adversário.

DÚVIDA Aldo Rebelo, presidente da Câmara, está consultando advogados para saber que providência tomar em relação aos deputados que empregam assessores que se envolveram no escândalo das ambulâncias. Aldo quer atuar com parecer jurídico em mãos.

FORA DO AR A nacionalização do gás da Petrobras na Bolívia e a greve de fome decretada por Garotinho tiraram de foco a CPI dos Bingos. Minguou o noticiário da CPI. Mas, o relator Garibaldi Alves quer concluir o parecer até o fim do mês para ser discutido e votado em 5 de junho.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 8 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

7

2,056

de reais foi o fechamento do dólar comercial na sexta-feira. A moeda norteamericana caiu 0,72%.

5/5/206

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 02/05/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.967.797,44 Lastro Performance LP ......... 1.145.832,61 Múltiplo LP .............................. 3.481.407,42 Esher LP .................................. 2.491.940,06 Master Recebíveis LP ........... 659.326,37

Valor da Cota Subordinada 1.052,140518 1.007,751235 1.039,635229 1.014,836856 972,649810

% rent.-mês 0,1489 0,3184 0,4596 0,0803 0,1934

% ano 7,6941 0,7751 3,9635 1,4837 -2,7350

Valor da Cota Sênior 0 1.025,343407 1.032,636634 0 0

% rent. - mês 0,0585 0,0637 -

% ano 2,5343 3,2637 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


segunda-feira, 8 de maio de 2006

Congresso Planalto Corr upção CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 No STF, o equilíbrio é mais tênue e o conteúdo político pode beneficiar o réu. Franklin Rodrigues, procurador da República

RESSARCIMENTO AOS COFRES PÚBLICOS POR UM FIO

GOLPE DE IMPUNIDADE CONTRA A SOCIEDADE BRASILEIRA: FORO PRIVILEGIADO PARA AGENTES PÚBLICOS. Elza Fiúza/ABr

IMPUNIDADE NAS MÃOS DO SUPREMO

Presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Rodrigo Collaço, diz que a mudança é sustentável do ponto de vista técnico, mas um equívoco do ponto de vista político. "A posição do Supremo Tribunal Federal tem se mostrado muito clara (pela aprovação da proposta)", revela.

Está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão de anular mais de 10 mil processos contra políticos acusados de improbidade administrativa e livrá-los do risco de ter de devolver dinheiro público.

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ais de 10 mil processos por improbidade administrativa, como casos de corrupção, recebimento de vantagem indevida ou omissão, correm o risco de ser anulados por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida beneficiaria diretamente prefeitos, vereadores, governadores e parlamentares de todo o País que respondem a ações na Justiça e que assim ficariam desobrigados a restituir os cofres públicos em caso de condenação. O alerta é feito por representantes da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) e da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), que lutam, juntamente com outras entidades, contra a garantia de foro privilegiado a agentes públicos que cometeram crimes no exercício do cargo. O risco, apontam, está no julgamento da Reclamação 2138, que tramita no Supremo desde agosto de 2002. Encaminhada pela Advocacia Geral da União (AGU), a pedido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a medida recomenda que agentes da esfera pública não sejam processados com base na Lei de Improbidade Administrativa. Com a mudança, ocupantes de cargos eletivos, secretários e ministros só poderiam responder por crime de responsabilidade, tipificação que está sob a guarda do foro privilegiado. Assim, as ações poderiam tramitar apenas nas instâncias superiores (STF para presidente, ministros e parlamentares federais; Supremo Tribunal de Justiça para governadores; e os tribunais estaduais de Justiça para deputados estaduais, prefeitos e vereadores). "Se o STF aprovar essa reclamação, será um golpe de impunidade contra a sociedade brasileira. Os políticos vão poder fazer o que quiser e sem dar satisfação", disparou o presidente Conamp, José Carlos Cosenzo. Como conseqüência, os governantes que respondem a processos por improbidade administrativa no País seriam, na prática, anistiados. Pitta e Maluf livres?– Só na Justiça de São Paulo, 119 processos em curso seriam sumariamente anulados. Na lista dos que podem se salvar, estão figuras carimbadas e velhos conhecidos do Judiciário, como os ex-prefeitos da capital paulista Celso Pitta e Paulo Maluf. Caso fossem condenados em todas as ações por improbidade administrativa a que respondem, os dois poderiam ser obrigados a devolver nada menos do que R$ 19,5 bilhões aos cofres públicos. Até agora, seis dos 11 ministros do STF se posicionaram a favor da reclamação. Houve somente um voto contrário, o do ex-ministro Carlos Velloso, que deixou a Corte no ano passado. Para que a matéria seja rejeitada, todos os outros magistrados precisam emitir voto contrário. O STF deve retomar o julgamento até o fim do ano.

Lindomar Cruz/ABr

Carlos Velloso: único contra.

As entidades também protestam contra o dispositivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 358/05, em tramitação na Câmara, da reforma do Judiciário, que prevê foro privilegiado em casos de improbidade e estende a prerrogativa para ex-governantes. Preciosismo técnico– Segundo juristas, o STF tende a validar a reclamação para atender uma adequação técnica e evitar que um processo pelo mesmo ato seja protocolado tanto por improbidade quanto por crime de responsabilidade. "A mudança é sustentável do ponto de vista técnico, mas um equívoco do ponto de vista político", afirmou o presidente da AMB, Rodrigo Collaço. "A posição do STF tem se mostrado muito clara (pela aprovação da proposta)", revelou. "No STF, o equilíbrio é mais tênue e o conteúdo político pode beneficiar o réu", critica o p ro c u r a d o r d a R e p ú b l i c a Franklin Rodrigues da Costa. "É um privilégio absurdo. Os munícipes que quiserem entrar com uma ação contra o vereador, por exemplo, terão muita dificuldade", lembrou Carlos Cosenzo. Geralmente, os processos por improbidade administrativa são para casos de corrupção, enriquecimento ilícito ou uso da máquina em benefício próprio. Essas ações são de caráter estritamente cível, sem prisão no caso de condenação. As penas vão da perda do mandato ou dos direitos políticos, à indisponibilidade dos bens e ao ressarcimento dos cofres públicos. Já o crime de responsabilidade prevê praticamente as mesmas penas, à exceção da obrigação de efetuar o ressarcimento aos cofres públicos. Também não é passível de prisão. (Diego Moraes, Congresso em Foco)

CONDENAÇÕES PODEM ACABAR

O

ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta bem que tentou levar a ação que responde por falsidade ideológica e crime de responsabilidade – por desvio e má aplicação de verbas públicas, do tempo em que era secretário municipal de Finanças na gestão de Paulo Maluf – ao Tribunal de Justiça (TJ) paulista, mas não conseguiu obter o direito ao foro privilegiado. Com isso, o caso seguirá tramitação na Justiça comum de primeira instância. No entanto, se as regras mudarem, como denuncia a Conamp e a AMB, a sorte dele pode mudar. Bariri– Casos raros como a condenação a 42 anos de prisão do ex-prefeito de Bariri, Domingos Antônio Fortunato Júnior (PP), no interior de São Paulo, se tornarão ainda mais escassos se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que agentes da esfera pública não poderão ser processados por improbidade administrativa. Fortunato Júnior foi condenado por desviar dinheiro da prefeitura e depositá-lo em contas particulares. Fortunato, que governou a cidade entre 1989 e 1992, foi condenado em 18 crimes a penas de 2 anos e 4 meses cada um. Foram 18 desvios de recursos cuja quantia ainda não foi atualizada pela Justiça. O então diretor-financeiro da prefeitura, Luiz Antônio Morales, também foi condenado, a sete anos de prisão. Pena leve – O Ministério Público (MP) considera a pena leve, quer aumentá-la e fazer com que o ex-prefeito devolva todos os recursos desviados aos cofres públicos. Em recurso ao TJ, o promotor de Bariri, Luciano Coutinho, pede condenação de sete anos para cada um dos 18 desvios. Segundo ele a punição para o crime é prevista

Ed Ferreira/AE/27-04-2004

Celso Pitta, ex-prefeito da cidade de São Paulo, teve foro privilegiado negado pela Justiça. Comércio de Jahu

entre dois e 15 anos de prisão e os sete anos são a média. O objetivo é evitar que a punição prescreva, o que pode acontecer se o processo não for julgado definitivamente no prazo de dois anos e quatro meses estabelecido pela Justiça. Ele também pede o ressarcimento dos recursos e afastamento dos acusados da vida pública por cinco anos, procedimentos não adotados pela juíza Carina Lucheta Carrara na sentença de primeira instância. São José dos Campos– Fim diferente teve o ex-prefeito de São José dos Campos , Emanuel Fernandes (PSDB), condenado a devolver aos cofres públicos R$ 150 mil. A decisão foi aprovada por unanimidade pelos 56 desembargadores do TJ, em junho de 2005. O exprefeito foi condenado porque desrespeitou a Lei Orgânica Municipal, ao aumentar durante a sua gestão (em 2000) o próprio salário (de R$ 8.400 para R$ 11.122) e de seus secretários, que tiveram reajustes de até 21,4%. (Agências)

Fortunato Júnior, ex-prefeito de Bariri: 42 anos de prisão

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Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

GRIPE AVIÁRIA E EMBARGO PREJUDICARAM A SADIA

30

por cento do ganho do Bradesco de janeiro a março foi proveniente de operações de crédito.

CRESCIMENTO DE 27% NO LUCRO LEVOU INSTITUIÇÃO A TER O MELHOR RESULTADO TRIMESTRAL DA HISTÓRIA

BRADESCO TEM LUCRO DE R$ 1,5 BI Leonardo Rodrigues/Digna Imagem - 10/2005

O

lucro líquido do Bradesco cresceu 27% no primeiro trimestre deste ano e chegou a R$ 1,5 bilhão – o maior resultado trimestral na história dos bancos, segundo levantamento da consultoria Economática. Da mesma forma, o índice de eficiência alcançou um dos melhores níveis da história do banco, recuando de 52,7% nos primeiros três meses de 2005 para 42,9% neste ano. Quanto menor o número, maior a eficiência da empresa. O retorno sobre o patrimônio, no entanto, manteve-se estável em 34,6%. Segundo o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, a carteira de crédito mais uma vez teve participação crucial no lucro da instituição entre janeiro e março. Cerca de 30% do ganho veio das operações de crédito; 30%, das atividades de seguros; 25%, da prestação de serviços; e 15%, da tesouraria. A carteira de empréstimos e financiamentos cresceu R$ 20 bilhões desde março do ano passado, de R$ 75,06 bilhões para R$ 95,16 bilhões. O segmento que mais contribuiu para o avanço da carteira de crédito da instituição foi o de pessoa física, cujo crescimento chegou a 50,6%, para R$ 35,7 bilhões. Em seguida, ficou o de pequenas e médias empresas, que teve aumento de 22,9% no volume de empréstimos nesse período, saltando de R$ 19,05 bilhões para

R$ 23,41 bilhões. Em contrapartida, a instituição verificou piora no índice de inadimplência desde março do ano passado, de 3,4% para 3,9%. De acordo com Cypriano, essa evolução está dentro das perspectivas do banco. "É natural que haja um avanço da inadimplência, já que houve aumento do volume da carteira de crédito. Além disso, ocorreu uma mudança no perfil da carteira, com maior participação das pessoas físicas, o que significa um índice de perdas maior", disse. Perspectiva – Segundo ele, a previsão é de que o volume de empréstimos e financiamentos do banco tenha uma evolução entre 23% e 25% neste ano. Cypriano destacou também que a instituição vai manter o foco de crescimento na área de cartão de crédito em 2006, após a compra da American Express no Brasil (Amex). "Estamos nos posicionando estrategicamente para crescer em um negócio que será e já está sendo o principal instrumento de 'bancarização' no País." O banco também está de olho na classe de baixa renda. Desde 2005 a instituição mantém uma parceria com a Casas Bahia que já rendeu a emissão de 500 mil cartões de crédito. A expectativa é atingir a marca de 3 milhões de plásticos até o fim deste ano, disse Cypriano. O valor de mercado do Bradesco atingiu a cifra de R$ 77 bilhões no trimestre. (AE)

Armínio Fraga: futebol brasileiro tem mais chances do que a economia

Ex-presidente do BC compara economia a futebol

O

Cypriano: aumento da inadimplência é natural e não surpreende

FUNDOS Bric atrai investidores

Após 13 meses, A mercado prevê um aumento do PIB

O

s economistas do setor ano. Porém, a estimativa de privado, ouvidos por US$ 16,5 bilhões em 2007 caiu pesquisa do Banco para US$ 16,3 bilhões. Os analistas de mercado reCentral na última sexta-feira, dia 5, admitiram um tímido duziram levemente a projeção crescimento de 3,51% na soma de saldo comercial (exportadas riquezas produzidas no ções menos importações) desPaís ao longo de 2006. Nos 13 te ano para US$ 40,32 bilhões, e meses anteriores (52 semanas), mantiveram a expectativa de eles apostaram que a evolução US$ 36 bilhões para o saldo no do Produto Interno Bruto (PIB) ano que vem. Também permanecem com a estimativa de não passaria de 3,5%. A nova perspectiva de cres- US$ 9 bilhões para o saldo de cimento, no entanto, ainda conta corrente, que envolve tocontinua muito distante da das as transações comerciais e projeção de 4% do próprio financeiras com o exterior. São projeções que apostam Banco Central (BC) e da expecno valor máxitativa de 4,5% mo de R$ 2,20 anunciada pepara a cotação lo ministro da d o d ó l a r Fazenda, Guicomercial no do Mantega. final de 2006 e De acordo com valorização de o boletim FoR$ 2,33 no final cus divulgado bilhões de dólares é a de 2007. Elas ontem, a projeexpectativa para a consideram, ção de crescientrada de ainda, que a tamento da proxa básica de judução indusinvestimento ros (Selic), trial no ano estrangeiro direto no atualmente de manteve-se em 15,75% ao ano, 4,5%, com País neste ano deve cair para perspectiva de 14% ainda em igual índice 2006 (13% no ano que vem). para 2007. Mantega x BC – O mercado Não houve nenhuma alteração na projeção da relação também parece mais tranqüilo entre dívida líquida do setor com relação às possíveis diverpúblico e PIB, que deve encer- gências entre o ministro da Farar o ano em 50,5%. Ou seja, zenda e o Banco Central. Ona dívida seria equivalente tem, inclusive, o ministro do a mais da metade de toda a Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que não existe emprodução nacional. A pesquisa semanal do BC é bate entre Mantega, e o presirealizada com uma centena de dente do BC, Henrique Meirelespecialistas de mercado para les. "Não tem nada disso. Essa avaliar as tendências dos indi- é uma visão midiática", disse. Há algumas semanas, Mancadores da economia. A consulta atual revela calma nas tega disse que o relacionamento com o BC iria bem enquanto perspectivas de mercado. Investimento – Houve uma a Selic continuasse em queda. leve melhora na expectativa de As opiniões de Mantega a faentrada de investimento es- vor de juros cada vez mais baitrangeiro direto (IED), que era xos são conhecidas, porém o de US$ 15,06 bilhões e passou tom da declaração pareceu para US$ 15,4 bilhões neste exagerado. (Agências)

15,06

Paulo Pinto/AE - 06/04/2006

c o n s u l t o r i a E m e rging Portfolio Fund Research (EPFR) informou ontem que os fundos acionários dedicados aos países Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) continuam atraindo volumosos investimentos. Durante o mês de março deste ano, os investidores compraram mais de US$ 1 bilhão em ações da China e do Brasil. A demanda por ações russas, embora menor, também foi positiva. Já no caso da Índia, o interesse dos investidores foi mais cauteloso, apesar da forte alta do mercado acionário indiano registrada naquele período. Recursos – Do início deste ano até o final de março, os fluxos para os fundos Bric ultrapassaram os US$ 10 bilhões e representaram quase a metade dos recursos injetados em todos os fundos de mercados emergentes. Segundo a consultoria Emerging Portfolio, durante o mês de março os fundos acionários Global Emerging Market (GEM) continuaram a re d u z i r s u a e x p o s i ç ã o n a América Latina, cujo peso nesses portfólios havia atingido um pico de 21,35% em outubro de 2005. Em contra-

partida, as alocações na Ásia e Europa emergente aumentaram modestamente. No início de abril, a lista dos dez países emergentes com maior alocação nos fundos GEM não havia sido alterada em relação ao mês anterior. Ela é composta, em ordem decrescente, pela Coréia do Sul, Brasil, Taiwan, África do Sul, Rússia, China, Índia, México, Turquia e Tailândia. Taiwan – Apesar da posição média overweight dos fundos GEM no Brasil ter declinado 56 pontos base no início de abril, ela continua sendo a maior entre os emergentes, 1,68% acima do índice de referência Taiwan, que continua sendo o país com a m a i o r r e c o m e n d a ç ã o u nderweight nesses portfólios. O Brasil manteve também sua posição como maior receptor da alocação nos fundos de títulos emergentes, seguido pela Rússia, México, Venezuela, Argentina, Fili pinas e Turquia. Os fundos de renda fixa aumentaram sua exposição à dívida venezuelana pelo sétimo mês consecutivo e compraram o maior volume de bônus argentinos desde junho de 2005. (AE)

PETRÓLEO Contratos futuros caem

O

s contratos futuros de petróleo fecharam em leve queda na New York Mercantile Exchange (Nymex) e na International Commodities Exchange (ICE), em Londres, em reação à notícia de que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad havia enviado uma carta ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, propondo "soluções novas" para o impasse entre os dois países sobre o programa nuclear iraniano. O diplomata iraniano Ali Larijani disse que a carta "poderá levar a uma nova abertu-

ra diplomática", mas ressalvou que ela não reflete nenhuma mudança nas posições de seu país. O embaixador dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), John Bolton, recebeu a notícia da carta com ceticismo. Na Nymex, os contratos de petróleo bruto para junho fecharam a US$ 69,77 por barril, em queda de US$ 0,42. A mínima ficou em US$ 68,25 e a máxima, em US$ 70,56. Na ICE, os contratos do petróleo do tipo Brent para junho fecharam a US$ 70,21 por barril, em queda de US$ 0,74. (Reuters)

diretor do fundo Gávea Investimentos, Armínio Fraga, expresidente do Branco Central do Brasil, é o autor do capítulo dedicado ao Brasil no estudo "A Copa do Mundo e Economia", divulgado ontem pelo banco Goldman Sachs. Em estilo descontraído, ele demonstrou mais otimismo com as chances da seleção brasileira na Copa da Alemanha do que com as perspectivas da economia brasileira. "Minha avaliação é de que o Brasil mais uma vez será competitivo, combinando experiência e juventude, e jogando duro e com elegância", disse, referindo-se ao torneio da Alemanha. "Podemos fazer o mesmo na esfera política e econômica?" Segundo ele, a eleição presidencial de outubro será muito importante para a economia. "O debate está apenas começando, por isso é um pouco cedo demais para se tirar conclusões, mas, neste momento, o principal foco parece estar nos escândalos de corrupção que têm ocupado as manchetes desde o ano passado", disse. Armínio Fraga afirmou considerar que a corrupção é um tema que precisa mesmo ser debatido e solucionado, mas ele lembrou que "o vencedor da eleição precisa também lidar com o desafio de recolocar o Brasil a caminho de crescimento rápido e sustentável". Para o ex-presidente do BC,

o baixo crescimento brasileiro é causado pelo reduzido investimento e por diversas barreiras macroeconômicas. "No curto prazo, alguma retomada no crescimento deve ser esperada, pois as taxas de juros começaram a declinar", disse. "Os juros deverão continuar caindo desde que a disciplina fiscal seja mantida." Mas, de acordo com Fraga, mais trabalho é necessário para garantir um crescimento mais acelerado. "Alguns tópicos merecem a atenção urgente do próximo governo: no topo da lista está a necessidade de conter o crescimento do gasto do governo, que tem mantido um ritmo médio de 10% em termos reais ao longo da última década", analisou. Lições – "Como no futebol, algumas lições básicas para o sucesso econômico parecem ter sido aprendidas: por exemplo, uma estrutura macroeconômica sólida é necessária para o crescimento" disse Fraga. "Mas, diferentemente do futebol, no qual o Brasil jogou nas últimas três finais da Copa do Mundo e ganhou duas, na esfera política ainda precisa ser articulado um razoável grau de consenso em torno de uma estratégia de crescimento." O estudo do Goldman Sachs trouxe também artigos do chanceler britânico Gordon Brown, e do ex-ministro das relações exteriores da Alemanha Joschka Fischer.(AE)

Gripe prejudica Sadia

A

Sadia, maior processadora de aves e suínos do Brasil, registrou lucro líquido de R$ 67 milhões no primeiro trimestre, resultado 33% inferior ao de igual período do ano passado, informou a empresa ontem. A piora no desempenho, segundo a companhia, deve-se à queda na demanda externa por aves (por receios relacionados à gripe aviária), ao embargo à carne de porco pela Rússia após os casos de febre aftosa no Brasil e à valorização do real ante o dólar. "A Sadia viveu um primeiro trimestre marcado pelo impacto dos casos de gripe aviária na Ásia e Europa, que provocaram a redução do consumo mundial de aves e geraram estoques crescentes, pressionando os preços", informou a empresa em comunicado. "Outras adversidades enfrentadas no período foram o embargo russo à carne suína brasileira e a desvalorização de 17,3% do dólar frente ao real", acrescentou. As vendas totais da empresa em volume foram de 428 mil toneladas no primeiro trimestre, praticamente no mesmo patamar registrado há um ano

(425 mil toneladas). A companhia disse que o excesso de oferta de aves no mercado doméstico devido à menor demanda externa fez com que os preços médios dos produtos sofressem queda de 4%. Impacto –A Sadia informou que o segundo trimestre ainda deverá ser impactado pelos fatores que prejudicaram seu desempenho nos primeiros três meses do ano, mas disse que espera um desempenho melhor daqui para a frente. "Tanto no mercado interno, devido à melhoria da renda disponível por conta do aumento real do salário mínimo e do nível de atividade crescente, quanto no mercado externo, com o retorno da demanda e a recuperação de preços devido ao recrudescimento da gripe aviária, além da previsível suspensão do embargo russo às importações de carne suína". A receita operacional líquida no trimestre foi de R$ 1,5 bilhão, 8,3% menor que no mesmo período de 2005. O ebitda (lucro antes dos impostos, juros, depreciações e amortizações) foi de R$ 82,7 milhões e a margem ebitda sobre o lucro líquido ficou em 5,5%. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

7

15,20

por cento ao ano é a taxa para Certificados de Depósito Bancário (CDB) para 30 dias, de acordo com a Enfoque Sistemas.

8/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 04/05/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.982.884,36 Lastro Performance LP ......... 1.197.231,80 Múltiplo LP .............................. 3.754.237,71 Esher LP .................................. 2.496.970,08 Master Recebíveis LP ........... 661.617,44

Valor da Cota Subordinada 1.055,335809 1.009,013848 1.043,565863 1.016,885320 976,029637

% rent.-mês 0,4530 0,4441 0,8394 0,2823 0,5416

% ano 8,0212 0,9014 4,3566 1,6885 -2,3970

Valor da Cota Sênior 0 1.026,541998 1.033,951363 0 0

% rent. - mês 0,1754 0,1911 -

% ano 2,6542 3,3951 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Nacional Finanças Agronegócio Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

Empresa FMC quer captar pelo menos 10% de um mercado que gasta US$ 150 milhões ao ano

FILME REÚNE ATIVISTAS E PESQUISADORES

Cesar Araujo/Correio Amazonense

VEDETE OU TRANSTORNO? A soja, uma das estrelas do agronegócio, agora é vista como vilã.

Floresta amazônica com área preparada para o plantio de soja no Mato Grosso. Segundo o Greenpeace, soja é causa de problemas para a população local e fonte de preocupação.

U

ma das maiores vedetes do agronegócio brasileiro, a soja – responsável direta pelos bons números da balança comercial nos últimos tempos – tem sido também causa de muitos transtornos para a população da floresta amazônica e preocupação dos ambientalistas. O motivo, segundo dados da organização não-governamental Greenpeace, é o avanço desordenado das lavouras do grão nesta região. E o assunto virou tema de filme: Soja: em nome do progresso foi lançado em São Paulo na semana passada. De acordo com o documentário, concluído em abril deste ano, a expansão de lavouras de soja foi a responsável pela perda de 27,2 mil quilômetros quadrados de florestas somente entre os meses de agosto de 2003 e agosto de 2004. A razão do grão ser visto como vilão, segundo o vídeo, é a devastação não apenas da floresta, mas também das populações indígenas e de comunidades tradicionais, que são forçadas a deixar suas terras para dar lugar aos grandes campos de soja. E pouco tem sido feito para resolver esse impasse, até porque a maioria desconhece o que se passa na região. Para mostrar ao mundo e às autoridades competentes a verdade por trás dos fantásticos números que acompanha a produção desses grãos, o filme reúne depoimentos de pesquisadores, ativistas locais e do Ministério Público. Medo – O vídeo mostra como a soja invadiu áreas de preservação da floresta, causando destruição da mata. "As pessoas expulsas de suas terras vão para a cidade em busca de uma vida melhor e acabam morando em favelas. Já quem insiste em ficar, vive na companhia do medo, sob ameaça constante", conta Luciene Sardinha, da Associação de Mulheres de Santarém, no Pará, que também está no vídeo produzido pelo Greenpeace. De acordo com ela, a soja plantada na Amazônia é destinada à exportação e, com isso, produtos como a farinha, o feijão e o milho, que são alimentos essenciais para os habitantes da região, deixam de ser plantados por lá.

Marcos Peron/Virtual Photo

Emprego – Embora a expansão desenfreada da soja seja em nome do progresso, as comunidades locais ainda não viram geração de emprego e nem a melhora da qualidade de vida dos moradores da região. Ao contrário, a expansão originou milhares de hectares de floresta destruídos, terras públicas invadidas e degradadas e comunidades desalojadas e ameaçadas. "Multinacionais como a ADM, Cargill e Bunge controlam o comércio internacional e o processamento de soja; são eles que ficam com os lucros", explica o procurador do Ministério Público do Pará, Felício Pontes. O resultado é miséria e tristeza, ganância e impunidade. Essa é a descrição da realidade de um lugar onde não há implementação de políticas públicas, e os investimentos e a presença do Estado são inexistentes. "Por isso vigora a lei do mais forte e os interesses econômicos de poucos", ressalta Luciene, que faz parte de um grupo de resistência para manter a terra na mão da população local. Ela e outros moradores perceberam que a organização em grupos é o caminho para tentar garantir a sobrevivência de futuras gerações. De acordo com o vídeo, a solução para sanar o problema é

o financiamento, a implementação, a conservação, a vigilância e a adoção de atividades produtivas responsáveis, que possam gerar emprego e renda necessários às comunidades da região. "Há fortes argumentos econômicos para manter a floresta de pé, só precisa de organização, de maior envolvimento do governo federal para implantar os projetos de desenvolvimento na Amazônia", destaca Pontes. É importante lembrar que a Amazônia é uma das regiões de maior diversidade do planeta e desempenha papel fundamental na manutenção do ciclo de chuvas e do equilíbrio climático mundial. "O Greenpeace não é contra o crescimento econômico. É, sim, a favor do desenvolvimento sustentável da floresta e de sua população", ressalta o diretor executivo da ONG no Brasil, Frank Guggenheim. Só assim é que a soja deixará de ser uma ameaça e passará a exercer melhor seu papel: contribuir para acabar com a fome no mundo. O documentário não tem exibição prevista para as salas de cinema. Será apresentado somente em eventos do Greenpeace realizados no Brasil e no exterior. Cláudia Marques

Cesar Araujo/Greenpace

Plantação de soja no Mato Grosso: avanço desordenado das lavouras

Empresa adapta caminhão que vai atravessar quatro estados para divulgar defensivo contra o pulgão

Praga do algodão está condenada

C

om a expectativa de captar pelo menos 10% de um mercado que gasta US$ 150 milhões ao ano no controle de pragas na cultura de algodão, a filial brasileira da norte-americana FMC Agricultural Products, em Campinas, lançou ontem uma caravana promocional de um produto já utilizado no mundo que chega agora ao Brasil. Com investimentos de R$ 250 mil, a empresa adaptou um caminhão de 15 metros de extensão que vai atravessar quatro estados, visitando 13 cidades do Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia. O caminhão vai apresentar aos agricultores informações sobre a principal praga do algodão, o pulgão (Aphis gossypii) e o inseticida para combatê-lo. De acordo com o gerente de produtos da empresa em Campinas, Renato Nivoloni, o inseticida, denominado Turbine, vai concorrer com outros sete existentes no País atualmente. Um deles, inclusive da própria FMC. "No controle às pragas do algodão é essencial a rotatividade entre os inseticidas químicos. A utilização de um único produto cria insetos resistentes aos venenos", afirmou o gerente da multinacional. No planeta já foram identifi-

cados 34 locais com pulgões resistentes aos produtos químicos utilizados para eliminálos. No Brasil, ainda não há relatos de resistência. O trajeto do caminhão – Uma ação de marketing inédita nesse mercado de inseticidas para a cultura de algodão, segundo Nivoloni, atravessa o Cerrado brasileiro. Nas áreas agrícolas das cidades que serão visitadas, a partir da semana que vem, quando parte a caravana, são colhidos atualmente 90% de toda a produção brasileira de algodão. São 2,5 milhões de quilos retirados dos aproximadamente 1 milhão de hectares plantados em todo o território nacional. Entre as cidades do roteiro estão Chapadão do Sul (MS), Rondonópolis, Itiquira, Sapezal, Campo Novo dos Perecis e Lucas do Rio Verde (MT), Rio Ve rd e e U n a í ( G O ) e L u i s Eduardo Magalhães (BA). O caminhão vai realizar o percurso entre maio e junho. O baú do veículo está dividido em três partes. A primeira apresenta um vídeo sobre o pulgão, detalhando os hábitos de alimentação, reprodução e comportamento. Na segunda parte, os técnicos mostram a atuação da tecnologia anti-feeding do produto, que impede que o inseto se alimente. Essa

tecnologia, afirmou o gerente da empresa, é inédita entre os produtos vendidos no Brasil. Na última sessão estão os inimigos naturais do pulgão, como a joaninha, bicho lixeiro, microvespa e o percevejo. Produto – O inseticida da FMC, de acordo com a empresa, age paralisando a alimentação da praga por meio de uma reação química. "É um produto específico para o pulgão. Assim, é ecologicamente correto, já que não mata outras espécies, inimigas naturais do pulgão, como a joaninha, por exemplo", observou Nivoloni. O pulgão é uma das principais pragas que atacam o algodão. O inseto, com menos de um milímetro de tamanho, se alimenta da seiva das plantas. A ação da praga estraga completamente a planta em todos os seus estágios de crescimento e inviabiliza o comércio do produto, manchando-o. Empresa – A FMC produz e comercializa no Brasil herbicidas e inseticidas para arroz irrigado e de terras altas (sequeiro), algodão, milho e soja, entre outros cultivos. A empresa, fundada em 1979, tem escritórios em Campinas e fábrica em Uberaba, Minas Gerais. O faturamento no Brasil, em 2005, atingiu os US$ 220 milhões. Mário Tonocchi


Jornal do empreendedor

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

R$ 0,60 São Paulo, terça-feira 9 de maio de 2006 Ano 81 - Nº 22.122

Novo gás no mensalão

Edição concluída às 23h55

Silvio Land Rover Pereira "é um traidor", acusou o presidente do PT, Berzoini. Ele está "atormentado espiritualmente", acrescentou o ministro Tarso Genro. Não tem "credibilidade", segundo o ministro Marinho. E Lula: "não vi nada de novo". Mas Silvinho Land Rover inflou de novo o mensalão, revelando que o valerioduto arrecadaria R$ 1 bilhão. Já se fala em CPI do Silvinho. O senador Suplicy acha que Lula deveria se explicar ao Congresso. Silvinho deve depor de novo amanhã à CPI dos Bingos. Pág. 3. Leia também Olavo de Carvalho na pág. 10 Ilustração Abê

Aizar Raldes/AFP

O gasoduto da discórdia e da tensão

Queixa-crime da OAB contra a "podridão"

A decisão do presidente Morales (foto) de nacionalizar reservas de petróleo e gás da Bolívia provoca críticas e preocupação dos principais bancos centrais do mundo. A exceção é Meirelles, presidente do BC do Brasil, que está tranqüilo. Eco/1

O advogado Ferraz (foto) relatou o "odor de podridão" no Planalto. Mas pedido de impeachment caiu. Pág. 4 Alan Marques/Folha Imagem

Seminário vai discutir a democracia liberal O cientista político Guy Sorman é um dos convidados do encontro, dias 15 e 16 de maio. Página 12

Mercadante, Lula e Marta contra Serra Marta ouviu novo slogan petista, depois da prévia: "Brasil, avante, é Lula e Mercadante". Bateu palmas. Pág. 6

Pifou? Você é o culpado. De tanto clicar sem prestar atenção você pifa o seu Windows.

Nota fiscal sem talão, eletrônica O projeto piloto já está andando. E em seis meses chega às lojas.

INFORMÁTICA Denise Adams/AFG

ESPECIAL

DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 26º C. Mínima 14º C.

Andrea, 38, tentou ser mãe cinco vezes. Até que vieram quatro de uma vez (foto). Leia no caderno especial. E mais: vendas online no Dia das Mães movimentam R$ 140 milhões. Eco/4

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Suplemento Especial - São Paulo, 9 de maio de 2006

Neste caderno especial, homenagem do Diário do Comércio ao Dia das Mães, no próximo domingo, sugestões de presentes de bichinho de estimação às últimas novidades da informática. O comércio espera vender 7% a mais este ano. Exemplos de momentos sublimes estão no suplemento, de mães adolescentes às de mais idade, como Andréa Teixeira: tentou ser mãe cinco vezes, até os 38 anos, pela fertilização in vitro. Quase desistiu. Então vieram quatro de uma vez

Andréa, Pedro, Lara, Mila e Lena são os personagens desta foto

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

7

Cidades IGREJA A evangelização da juventude é o tema central da 44ª Assembléia Geral da CNBB.

Ó RBITA

CAI AVIÃO Quatro pessoas morreram ontem na queda de um avião no município de Alto Araguaia, MT.

TRÂNSITO RUIM

PIMENTA NEVES

trânsito esteve caótico na manhã de ontem na avenida do Estado em razão do segundo dia de interdição de um trecho entre a praça Alberto Lion e a rua Cipriano Barata para as obras da linha Expressa Parque D. Pedro/Cidade Tiradentes, antigo Fura-Fila e Paulistão. Os motoristas que seguem do Centro com destino à Mooca e a São Caetano devem utilizar a pista sobre o rio Tamanduateí. Os motoristas que seguem para o Ipiranga devem trafegar pela pista lateral da avenida do Estado. A interdição começou domingo e deve durar 180 dias. Abandonada pelas gestões anteriores, a obra foi retomada em novembro de 2005. (AE)

O

promotor de Justiça Carlos Sergio Horta vai protocolar, até sexta-feira, dois recursos que pedem a prisão do jornalista Pimenta Neves, de 69 anos (foto), que matou a também jornalista e sua ex-namorada Sandra Gomide, em agosto de 2000, com dois tiros em um haras em Ibiúna. Na sexta-feira, o Tribunal do Júri da cidade condenou o jornalista a mais de 19 anos, mas, por decisão do juiz Diogo Fernando Mendes, ele teve o benefício de apelar em liberdade. O primeiro recurso, de apelação, pode levar anos para ser julgado. O segundo, um mandado de segurança, terá apreciação rápida, pois o promotor pede imediata suspensão do benefício da liberdade. (AE)

O

penitenciária Tremembé 1, no Vale do Paraíba (SP), passou ontem por uma revista que começou logo nas primeiras horas da manhã. Durante o fim de semana, os presos da cadeia mantiveram reféns, por nove horas, dois agentes penitenciários. A rebelião começou após uma tentativa frustrada de fuga. O motim, que terminou com um agente ferido, acabou por volta das 10h. Por volta das 12h de ontem a Secretaria de Administração Penitenciária divulgou um balanço sobre a revista. Foi encontrada uma pistola feita de sabão (à esquerda, na foto abaixo). A penitenciária, que tem capacidade para 750 presos, abriga atualmente 1.116 homens. (AE)

Filipe Araújo/AE

Fernando Donasci/Folha Imagem - 5/5/06

Luciano Coca/Chromafotos

A TÉ LOGO

ARMA DE SABÃO

A

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Belo deixa cadeia para trabalhar. Associação nega contratação.

L

Internos fazem motim na unidade da Febem da Raposo Tavares.

L

Doze mil pessoas moram nas ruas da capital paulista.

O jogador aposta R$ 1,00 e pode ganhar R$ 10,00. Parece fácil, mas não é bem assim. E mais: é ilegal.

CAMELÔS INVENTAM A JOGATINA DA COPA

No Centro, à luz do dia, ambulantes recriam a cobrança de pênaltis. A dinheiro. Ivan Ventura

Patrícia Cruz/Luz

E

m tempos de Copa do Mundo, os camelôs do Centro criaram uma jogatina, de certo ilegal, para celebrar o evento esportivo do ano: uma mistura de cobrança de pênalti com o boliche. Um dos organizadores da prática, proibida por lei federal, foi flagrado pela reportagem de Diário do Comércio nas esquinas da rua XV de novembro e ladeira General Carneiro, perto da praça da Sé. Os equipamentos usados são simples. O organizador (uma única pessoa) monta um pequeno gol – com pouco mais de um metro de comprimento por quarenta centímetros de altura. A bola é do tamanho oficial, com aproximadamente 30 centímetros de diâmetro e 500 gramas. Os improvisados goleiros são, na verdade, duas garrafas de refrigerante de dois litros, vazias. Elas são colocadas no mesmo gol a uma distância de, pelo menos, 30 centímetros uma da outra. Partida – Tudo pronto para a partida. A torcida e os jogadores (apostadores e curiosos) se aglomeram ao redor do campo improvisado nas calçadas do Centro. O organizador, aos berros, explica as regras do jogo: "Você aposta R$ 1 e pode ganhar R$ 10. O objetivo do apostador é chutar a bola entre as duas garrafas e derrubá-las. Ganha quem derrubar as

Na XV de Novembro: em cinco minutos, apenas um ganhador

duas". À primeira vista parece um jogo simples e com grandes possibilidades para o apostador. Mas não é bem assim. O organizador explica as regras mais importantes do jogo. "Só ganha se o batedor chutar entre as duas garrafas e derrubá-las no momento em que a bola estiver indo na direção do gol. Não vale derrubar só uma garrafa. Não vale a bola atingir a rede, retornar e derrubar o vasilhame remanescente". Nesse momento é que a banca de apostas vence o cobrador de pênaltis. O organizador separa as duas garrafas usando a bola para distanciá-las. O apostador deverá mirar bem para acertar entre as garrafas, chutando a uma distância de mais de dois metros. Em pouco mais de cinco minutos de jogo,

apenas um apostador foi premiado. Os outros 11 jogadores acertavam só uma garrafa, mas somente na rebatida da rede – ou nem chegavam perto de derrubá-las. Torcida – O jogo parece ter caído nas graças da torcida do Centro. Pelo menos 30 pessoas acompanhavam a partida ontem à tarde. Para os que erravam, muitas vaias, brincadeiras e até "pedala, Robinho". Para o único vencedor, toda a glória e um coro de "é o melhor". O organizador não se preocupava nem mesmo com a presença de viaturas da PM. Apostadores e curiosos bloqueavam a visão dos PMs, que estavam nos carros, e não enxergavam a jogatina. Havia até quem alertasse o dono da banca para a chegada da polícia.


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2 -.ESPECIAL

terça-feira, 9 de maio de 2006 Divulgação

Denise Adams/AFG

Mais um Dia das Mães repleto de lembrancinhas Bens de menor valor lideram a lista de intenções de compras, segundo uma pesquisa da Associação Comercial de São Paulo. Mas alguns segmentos apostam alto nas vendas, especialmente de televisão e DVD

Vanessa Rosal

pesar de oficializado apenas em 1932 pelo então presidente Getúlio Vargas, a primeira comemoração brasileira do Dia das Mães foi realizada pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre no dia 12 de maio de 1918. De lá para cá, os filhos se acostumaram a presentear as mu-

lheres mais importantes de suas vidas no segundo domingo de maio. Todos os anos a proximidade da data melhora as expectativas de vendas dos comerciantes pelo País. Segundo a Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), a previsão é de aumento de até 7% nos negócios na primeira quinzena de maio em relação a igual período de 2005, embora uma pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revele que 37% das pessoas não pretendem comprar nenhum presente este ano. "Há uma série de fatores

A psicóloga Norma (á esquerda), mãe de quatro filhos, abandonou sua profissão e hoje é campeã de vendas da Natura. Sugere cosméticos de presente. Mãe e filha, Glória e Cléo Pires (acima) foram as escolhidas do Ponto Frio para atrair os consumidores neste Dia das Mães: "Elas passam um ar de muita tranqüilidade"

que explicam o resultado da pesquisa. Quem não presenteia geralmente é porque já perdeu a mãe, ou está endividado ou ainda a mãe reside em outro Estado, por exemplo", explica o economista da Associação Comercial, Emílio Alfieri. As roupas e calçados continuam liderando a preferência dos consumidores, diz Alfieri. Em seguida, entre os bens de preço mais baixo, estão os CDs, perfumes e bijuterias: "Os bens de menor valor, que somam 32%, lideram a lista de intenção de compras. Mais uma vez o Dia das Mães será das lembrancinhas".

Produtos de maior valor, como aparelhos de DVD, celulares, geladeiras e televisores, fazem parte da lista de intenção de compras de 27% das pessoas que responderam à pesquisa. Segundo Alfieri, as vendas nesta data devem se acelerar cerca de 5% em relação ao ano passado, principalmente no comércio de rua: "Vários fatores contribuirão para o resultado, entre eles as promoções em função da Copa do Mundo, as eleições, a queda da taxa da Selic e o aumento do salário mínimo". Em alta A Copa do Mundo naturalmente já aumenta as vendas de televisão e DVD. Com este gancho, o comércio aposta ainda mais em promoções no Dia das Mães para comercializar esses aparelhos. É o que afirma o diretor de Marketing e Expansão do Ponto Frio, Albert Arar: "Além do crediário em 24 vezes na compra dos televiso-

Cosméticos Mãe de quatro filhas, a

psicóloga Norma Maria Lourenço da Silva abandonou a profissão para cuidar das meninas há 23 anos. Depois de algum tempo, recorreu a um trabalho que pudesse fazer em meio período: tornou-se promotora de vendas da marca de cosméticos Natura e não parou mais. Hoje, considerada campeã de vendas pela empresa, garante que no Dia das Mães as pessoas compram 70% mais do que nos outros meses do ano. Na pesquisa da Associação Comercial de São Paulo, 4% das pessoas responderam que pretendem comprar itens de perfumaria para presentear a mãe na data especial. "Hoje em dia as mulheres adoram receber hidratantes para o rosto e corpo", diz Norma. Inspirada no conceito "Mãe. Feliz pela vida", a Natura lançou uma coleção de estojos com embalagens modernas, indicados para mães de todos os gostos e idades. "A novidade é a embalagem, desenvolvida em papel reciclado e acompanhada por um kit composto por fita decorativa, papel de seda e cartão", explica Norma. Segundo a promotora de vendas, os cosméticos da marca estão com descontos que variam entre 15% e 40%: "Uma das linhas de produtos mais requisitadas é a do hidratante Todo Dia. Um presente maravilhoso, e bem em conta". Estratégias de marketing para atrair clientes no Dia das Mães também são utilizadas pelos shoppings centers, que estimam um crescimento nas vendas entre 12% e 14% em 2006.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Paula Cunha Vanessa Rosal

Diretor de Redação Moisés Rabinovici

Editor de Arte José Coelho

Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

Diagramação Lino Fernandes

Editor Luciano Ornelas

Ilustração Abê Jair Soares

res, que aproxima a classe C desse tipo de item, a grande novidade que oferecemos para as mães é o sorteio de 600 televisores de 29 polegadas e seis de plasma". A cada R$ 100 em compras o consumidor recebe um cupom para participar. A campanha do Ponto Frio conta ainda com a imagem de duas atrizes brasileiras. Mãe e filha, Glória e Cléo Pires, foram escolhidas numa estratégia de marketing da empresa para atrair os consumidores: "Elas passam um ar de muita tranqüilidade". Tudo a ver com o que a data propõe: "A idéia foi fazer algo diferente da publicidade de varejo tradicional". Flores O grupo Pão de Açúcar também está otimista para o Dia das Mães. Políticas agressivas de preços aliadas às facilidades de pagamento devem elevar as vendas de presentes, pratos prontos e demais itens típicos da data. A companhia prevê crescimento médio de 40% nesses segmentos em relação ao mesmo período do ano passado. Só em eletrodomésticos e eletroeletrônicos a expectativa é que haja um aumento de negócios da ordem de 55%. Um dos destaques é a seção de flores naturais. Neste ano a empresa aumentou em 60% o volume de produtos a serem comercializados no Dia das Mães. As vendas devem apresentar expansão de 50% em relação a 2005.

Editor de Fotos Masao Goto Repórteres Bárbara Oliveira Maristela Orlowski

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão O Estado de S. Paulo


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Saúde Polícia Patrimônio Ciência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

A história da faculdade está diretamente ligada à história do Brasil. Eduardo Marchi, diretor

A OBRA DE RESTAURO DEVE DURAR DOIS ANOS

Fotos de Newton Santos/Hype

Depois da restauração da fachada (esquerda), que terminou em 2005, a faculdade passará agora por outro tipo de reforma. Acima, na foto maior, vitrais que já foram recuperados. Nas fotos menores, os livros "Opere Del Divino Poeta", já restaurado, e "Cultura e Opulência do Brasil".

COMEÇA A REFORMA NO INTERIOR DAS ARCADAS A Faculdade de Direito do Largo São Francisco, uma das mais prestigiadas do País, passará por uma reforma em sua alma: serão restaurados 300 livros raros, 40 telas, o mobiliário do Salão Nobre e a pintura decorativa da Sala da Congregação. Rejane Tamoto

Livros raros em pergaminho sobrevivem, alguns desde 1520, nas estantes da São Francisco. As obras passarão por processo de restauração graças a uma doação de R$ 350 mil.

V

itrais que contam a história de São Paulo e do Brasil e livros em pergaminho que sobrevivem desde 1520. O cenário, que lembra um museu, é o de uma das academias mais antigas do país: a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, no centro da cidade. Fundada em 1827, cinco anos após a proclamação da Independência, a faculdade teve a restauração da fachada concluída em dezembro de 2005, após uma espera de mais de 10 anos por recursos públicos. Desde 2004, a direção da escola busca recursos para restaurar o mobiliário, obras raras e telas. "O restauro das instalações é importante porque a história da faculdade está diretamente ligada com a história do Brasil. Daqui saíram nove presidentes e muitos governadores. O ator Paulo Autran e o palhaço Arrelia também estudaram aqui. Esta escola desempenha uma forte formação humanística", afirmou o professor titular de Direito Romano e diretor da Faculdade, Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi. Restauros – Em 2004, a faculdade recebeu uma doação de R$ 300 mil da Orbitall Serviços e Processamento de Informações Comerciais, por meio da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. Com esta soma, foram restauradas 25 telas (algumas com mais de 2 metros de altura), 66 lustres art déco e os vitrais das escadarias, confeccionados pelo Liceu de Artes e Ofícios, em 1900. Segundo Marchi, neste ano as empresas Orbitall e o Instituto Votorantim doaram cerca de R$ 350 mil. O valor será aplicado, segundo o diretor, em quatro projetos, que são: restauro de 300 livros raros do século 17, de 40 telas com retratos de ex-membros da faculdade, do mobiliário (assentos da platéia e dos doutorais) do Salão Nobre, e da pintura decorativa da Sala da Congregação. O prazo para o

término dos restauros foi estimado em 2 anos. "O mais difícil é conseguir convencer as empresas a participar. O Ministério da Cultura autorizou a captação de R$ 1,4 milhão para quatro projetos. Os livros raros, sozinhos, consumiriam 80% desse valor. Por isso, optamos pela restauração de uma parte dos livros do século 17. Nossa dificuldade de captação ocorre porque a contrapartida da empresa que doa recursos é a exposição na mídia. Muitas vezes, um músico popular pode propiciar mais retorno de mídia para as empresas do que um edifício histórico", disse. Vitrais – O prédio da Faculdade de Direito guarda muitas preciosidades. A cada passo, um pouco da história da cidade e do País é contada. Os vitrais da escadaria do primeiro andar, por exemplo, representam o Pátio do Colégio, a Fundação de São Paulo, a Partida das Monções. As imagens são baseadas nas pinturas de Oscar Pereira da Silva e de José Ferraz de Almeida Júnior, pertencentes ao Museu Paulista da USP. No segundo andar do prédio, um vitral reproduz a tela Independência ou Morte, de autoria de Pedro Américo de Figueiredo e Melo. No terceiro andar, as imagens mostram a vocação do prédio. Ao Centro, há a imagem de A Lei das XII Tábuas, la-

deada por duas alegorias: A Força e A Temperança, baseadas em afrescos de Rafael. Livros raros – Outro tesouro que a faculdade guarda são os livros raros, que somam, ao todo 6.500 volumes, correspondentes ao período do século 16 ao 19. Maria Lúcia Beffa, diretora da biblioteca, contou que o acervo da faculdade tem 350 mil livros. "Não só alunos podem consultar, mas também pesquisadores de fora da USP". Neste ano, serão restaurados cerca de 300 livros, a maioria de temas religiosos, do século 17. Segundo Beffa, já foram restauradas as obras mais valiosas da faculdade, oriundas do século 16, com recursos da USP, como a Opere Del Divino Poeta, de Dante Alighieri, de 1520, que contém A Divina Comédia e é a mais antiga do acervo. Restauradas também as Ordenações Manuelinas, de 1539, de Juã Cröeberger, o código das leis portuguesas no reinado de D. Manuel. "Quando o Brasil foi descoberto, se regia por estas leis". "Provavelmente, esses livros são da biblioteca dos frades Franciscanos, existente antes da inauguração da faculdade". Outra obra restaurada é Cultura e Opulência do Brasil por suas Drogas e Minas, de 1711, de André João Antonil. "São livros feitos em pergaminho de excelente qualidade", disse.

Bauru, pique-pique e rá-tim-bum

O

bauru, antes de se tornar o nome do sanduíche mais famoso de São Paulo, era o apelido de um dos alunos da faculdade de direito. "Os estudantes comiam no Ponto Chic, no largo do Paissandu. Um deles, Casemiro Pinto Neto, tinha o apelido de Bauru, porque essa era sua cidade natal. Ele sempre pedia ao garçom um sanduíche que não existia no cardápio: pão, rosbife, queijo derretido e tomate. Os colegas de faculdade começaram a pedir também 'um do Bauru' ao garçom. E assim a moda se espalhou!" A explicação é do professor titular de Direito Romano e diretor da Faculdade de Direito, Eduardo Marchi. Outra curiosidade pesquisada por Marchi é a origem de expressões como "é pique, é pique, é hora, é hora, rá-tim-bum" incorporadas à canção Parabéns a Você, tradução da americana Happy Birthday to you. Segundo ele, há três explicações, todas com origem na faculdade do Largo São Francisco. Pique-pique era o aluno Ubirajara Martins, que usava uma barba imponente e bigodinhos bem pontudos, que eram sempre aparados com uma tesourinha. "Os colegas sempre o saudavam evocando o apelido: É o pique-pique, é o pique-pique". Já a expressão é hora, é hora era usada pelos estudantes quando tinham de esperar durante meia hora para uma nova rodada de cerveja gelar, porque as geladeiras eram pequenas naquela época e demoravam mais para deixar a bebida no ponto. Já o rá-tim-bum é uma brincadeira que nasceu da visita de um Rajá indiano à faculdade. O seu nome era Timbum. Foi o que bastou para que os estudantes incorporassem em seus cantos a frase rá- tim- bum. "De tanto os alunos repetirem essas expressões nas festas da alta sociedade, elas foram incorporadas ao Parabéns". (RT)


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terça-feira, 9 de maio de 2006

ESPECIAL - 3

Faz tempo que é Dia das Mães nos shoppings Todos prepararam fartas promoções e, por isso, alguns apostam num crescimento de até 10% nas vendas comparado com o ano passado. Nas campanhas vale tudo, de presentes a grandes shows, como no ABC Fotos: Divulgação

O Shopping SP Market convidou o casal Vladimir Brichta e Adriana Esteves (grávida) para divulgar o Dia das Mães. Outros shoppings se valem de promoções e de shows para elevar suas vendas

Dia das Mães só é comemorado no segundo domingo de maio, mas os shoppings centers começaram a pensar em estratégias de vendas para a data com bastante antecedência. As campanhas idealizadas esse ano pelos diversos empreendimentos espalhados pela cidade envolvem desde presentes exclusivos para as mães até shows com nomes consagrados da música popular brasileira. Tudo para atrair o consumidor e enfrentar a concorrência com criatividade e ousadia. Uma das apostas dos principais centros de compras para a data especial é a utilização da imagem de artistas famosos em propagandas. Na Zona Sul de São Paulo, o Shopping SP Market convidou o casal de atores Vladimir Brichta e Adriana Esteves para divulgar o Dia das Mães: "Além dos dois juntos serem uma gracinha, a Adriana está grávida. A mensagem que queríamos passar ficou perfeita", diz a gerente de Marketing do shopping, Maria Eugênia Duva. A idéia de trabalhar com atores surgiu "com o intuito de trazer credibilidade ao SP Market". A campanha pode ser vista em outdoors, no site do shopping, em anúncios de televisão e nas salas da rede Cinemark no centro de compra.

A expectativa da campanha, que teve investimentos de R$ 450 mil, é fazer com que as vendas cresçam 15% e o fluxo de pessoas aumente 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Conceito O Shopping Interlagos, também na Zona Sul de São Paulo, criou uma campanha exclusiva com o título "Interespecial". Quem for participante do Programa de Fidelidade Interlagos Card e juntar R$ 200 em notas ou cupons fiscais ganha de presente um relógio de parede personalizado. No dia 14 de maio, as mães que visitarem o shopping poderão acompanhar na Praça de Eventos um show com o cantor Fred Rovella e sua banda. Se-

gundo a superintendente Carla Bourdon Gomes, o Interlagos investiu R$ 500 mil na campanha do Dia das Mães. "A expectativa para a data é de que haja um incremento de vendas de 8% e um aumento de fluxo de público de 5%, se comparado ao movimento de igual período do ano passado", afirma Carla. Presentinhos O Morumbi Shopping e a Nivea estão fazendo uma promoção conjunta. Até o domingo, dia 14, os clientes que fizerem compras no shopping ganharão

kits Nivea Visage contendo um creme facial hidratante e uma nécessaire exclusiva. Basta juntar R$ 200 em compras e trocar pelos produtos. Segundo a gerente de Marketing do Morumbi, Katia Ardito, a parceria vai agradar a todas as mães "porque os cremes ajudam a manter a beleza e a juventude da pele". O Central Plaza Shopping também aposta em presentes para homenagear as mães nessa data especial. Com o slogan "Dia das Mães no Central Plaza Shopping: o que vale é o gesto", a expectativa é ter um aumento de 7% nas vendas e de 5% de público em relação a 2005. Nas compras acima de R$ 100 os clientes podem adquirir uma linda lata em forma de coração por R$ 5, e fazer um agrado a mais para a mamãe. "Nosso objetivo é que cinco mil pessoas adquiram o produto exclusivo", informa o superintendente João Carlos Feitosa. A promoção está sendo veiculada em rádio e jornal, com investimos R$ 250 mil em publicidade. Imagem Para realizar a campanha deste ano, o Shopping Paulista investiu R$ 600 mil e espera aumentar em 10 % as vendas e 7 % o fluxo de pessoas em relação ao mesmo período de 2005. Os clientes podem conferir pelo shopping as três versões criadas para a campanha. Com base no tema "Até Coração de Mãe Fica Apertado", foram produzidas fotos que trazem um coração vazado e dentro estão as três variações de modelo: a figura de uma mãe com uma criança no colo e duas ao lado, um casal de crianças e um menino.

A ação envolve a criação de cartazes dispostos pelos corredores, banners gigantes suspensos no vão central, além de adesivos para as portas dos elevadores e das entradas do shopping e para as vitrines da rua Treze de Maio. O grande show Mamães apaixonadas por Fábio Júnior, Gian & Giovani e Elba Ramalho, preparem-se. Vem

aí um show exclusivo para os clientes do Shopping ABC, que investiu R$ 800 mil na campanha para o Dia das Mães. Para assistir ao show é necessário adquirir o "Cartão Fidelidade Shopping ABC com Você", nos Balcões do Programa de Fidelidade. Nas compras acima de R$ 300 o cliente ganha um par de ingressos. "Escolhemos três estilos musicais para agradar a todos os

tipos de mamães", explica a gerente de marketing Elizabete Henriques. O evento será dia 23 de maio, às 21 horas, no Status Show, em Santo André. Segundo o superintendente Antônio Carlos Ferrite Sampaio, a expectativa é de que haja um incremento de vendas de 10% e um aumento de público de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. (Vanessa Rosal)


terça-feira, 9 de maio de 2006

Ambiente Administração Saúde Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BAIXA UMIDADE AUMENTA DOENÇAS ALÉRGICAS

9 É importante se agasalhar e manter a casa ventilada. Roberto Stirbulov, pneumologista

COM O FRIO, VÊM AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Hospitais já dobram o atendimento a pessoas com gripe, resfriados e bronquites. Para evitar as doenças que chegam com o frio são necessários alguns cuidados. Kelly Ferreira

O

aposentado Nelson Marques, de 70 anos, está gripado há alguns dias e, no último domingo, uma tosse muito forte causou uma crise de falta de ar. A saída foi procurar o pronto-socorro mais próximo de sua casa, na zona norte. Ele tomou soro e fez inalações no hospital, procedimento que deve ser repetido diariamente na semana. Foi também uma gripe que levou o pequeno Eduardo Ramos, de 6 meses, ao hospital. A mãe do garoto, Adriana, explicou que tudo começou com um resfriado, passou para uma bronquiolite e se transformou em uma broncopneumonia. "No primeiro dia em que o levei ao hospital, pelo convênio, esperei mais de três horas para ser atendida. Havia muita gente com problemas respiratórios, principalmente crianças. Ele fez inalações todos os dias da semana. Hoje, a situação está controlada", disse Adriana. Comuns – Casos assim são comuns nesta época do ano. Nos hospitais das Clínicas e São Paulo, por exemplo, o número de crianças atendidas com problemas respiratórios aumentou 40%. Na Santa Casa de São Paulo, no Centro, o crescimento nos atendimentos também já é percebido. "No outono e no inverno os casos de viroses (gripes), resfriados, asma, bronquite, infecções respiratórias ficam mais eviden-

tes. De fato, o número de atendimentos nos hospitais chega a ser até 50% maior em comparação a outras épocas do ano", disse o chefe do setor de pneumologia da Santa Casa, Roberto Stirbulov. Os problemas respiratórios aumentam por causa dos ambientes fechados e da temperatura baixa, que favorece a multiplicação dos vírus e resseca as mucosas, diminuindo a defesa do organismo. Orientação – Stirbulov orienta sobre alguns cuidados que devem ser tomados. O primeiro deles é tomar a vacina contra o vírus influenza (gripe). "É importante também se agasalhar, manter a casa com uma boa ventilação e evitar contato com doentes. Não esquecer de se alimentar bem e beber muito líquido", disse. Já as pessoas alérgicas, vítimas da rinite e da asma, devem trocar a roupa de cama toda semana, evitar cortinas de pano, carpetes, tapetes e bichos de pelúcia que acumulam poeira. A limpeza do chão deve ser feita com aspirador de pó ou com um pano molhado, no lugar da vassoura, para evitar levantar mais poeira. Outra dica é manter uma bacia com água para umedecer o ambiente. Umidade – A umidade diminui hoje entre a capital e o litoral, mas os próximos dias ainda começam nublados com possibilidade de chuviscos. De acordo com a Climatempo, o sol aparece entre nuvens pela manhã e as temperaturas ficam entre 14 e 25 graus.

Tadeu Vilani/Parceiro/Agência O Globo

Em Passo Fundo, uma chuva de granizo deixou as ruas cheias de gelo

GIr Agendas da Associação e das distritais

de profissionais de artesanato do Projeto Empreender, coordenada por Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 18h. I Santo Amaro – A distrital realiza reunião ordinária do conselho diretor. Às 19h.

Quinta Hoje

I Santo Amaro - Café com

Negócios na distrital. Às 8h30. I Comércio Exterior - O vicepresidente da ACSP Renato Abucham coordena reunião da Comissão de Comércio Exterior. Às 17h, sala Tadashi Sakurai. I Pinheiros –Reunião ordinária do conselho diretor na distrital. Às 19h30. I Jabaquara – A distrital realiza reunião ordinária do conselho diretor. Às 19h30.

Amanhã I Portugal - Os vice-

presidentes da ACSP Alfredo Cotait Neto e Luiz Roberto Gonçalves recepcionam empresários da região de Bragança, Portugal. Às 9h, 12º a. I Penha – Distrital realiza o curso É visitando que se vende, ministrado pelo coordenador do FJE, Rafael Amaral Franco. Às 9h. I Santana –Reunião do núcleo

I Penha – Curso É visitando que

se vende na distrital, com Rafael Amaral Franco. Às 9h. I Internacionais - O vicepresidente da ACSP Hélio Nicoletti coordena reunião do Conselho de Câmaras Internacionais, com palestra do embaixador Marcos Azambuja. Às 12h30, 12º, Enre. I Santo Amaro – Reunião do CME da distrital. Às 14h30. I Penha – A distrital realiza reunião ordinária do conselho diretor. Às 19h30.

Sexta I FJE - Reunião do FJE da ACSP,

coordenada por Júlio Cesar Bueno. Às 19h, rua Boa Vista, 51. Sala Tadashi Sakurai (1 e 2). I São Paulo Chamber - Os conselheiros da São Paulo Chamber da ACSP, Eduardo Capozzi e Farid Murad, integram Missão Comercial de São Paulo ao México.


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4 -.ESPECIAL

terça-feira, 9 de maio de 2006

Mãe prática Fotos: Denise Adams/AFG

Mãe esportista

Saia da rotina, dê um presente diferente desta vez Moderna, carente, esportista, clássica, jovem, pontual, fashion, prática, romântica. Não importa o estilo de sua mãe: escolha aqui um presente exclusivo e jamais se esqueça do beijo e do abraço

Se a sua mãe é do tipo que torce e não perde um jogo da Seleção Brasileira, neste ano de Copa do Mundo a dica é presenteá-la com uma camisa oficial do Brasil. A Nike lançou recentemente o modelo feminino, com um corte menor e que cai muito bem no corpo das mulheres. Para completar o uniforme, você pode comprar o boné oficial, também criado especialmente para a torcida feminina.

Bayard Camisa oficial da seleção brasileira: R$ 145 Boné oficial do Brasil: R$ 68 Informações: 5181-8936

ente, neste ano, deixar de lado os presentes tradicionais e surpreender no Dia das Mães. Roupas, perfumes, flores e bombons nunca saem de moda, mas ser cria-

tivo na hora de presentear pode ser uma boa idéia. O Diário do Comércio preparou algumas dicas para você inovar e ser diferente. Tem presente para todo o tipo de

mãe: da moderna à clássica. Classifique o estilo da sua e escolha o que melhor combina com ela. E lembre-se: o que vale é a intenção. Um beijo e um abraço sincero podem fazer toda a diferença. (VR)

O jogo de lanche de duas peças em porcelana é ideal para aquela mãe prática, que gosta de fazer uma "boquinha" no final da tarde ou tomar um café da manhã rápido, utilizando peças bonitas e exclusivas.

Camicado Jogo de lanche 2 peças - R$ 47,00 Informações: 5189-6767

Mãe jovem

Mãe carente

Essas bolsas de pelúcia, além de bonitas, são modernas. Uma boa dica para aquelas mamães que nunca perdem o espírito jovem de ser. E combina com tudo! Creative Store: Bolsas de pelúcia - R$ 65,00 / Informações: 5182-4336

Se sua mãe fica muito tempo em casa, por que não oferecer um amiguinho? Dar um bichinho de estimação pode ser uma alternativa. Esse filhote de gato persa, cor creme, além de lindo, é muito dócil. Mondo Pet Shop: Gato persa com pedigree - R$ 1.100 / Informações: 5181-6826

Mãe pontual

Mãe "Beatlemaníaca"

Para as mamães que precisam levantar cedo, que tal um despertador descolado? Além de servir como decoração, será de grande utilidade. O menor, com desenho de coração, desperta dizendo "I love you". Desse jeito, não há mau humor que resista. Creative Store: Despertador grande: R$ 198,00 Despertador pequeno (I love you): R$ 96,00 / Informações: 5182-4336

Se a sua mãe é do tipo que ainda se emociona quando ouve falar dos Beatles, o melhor presente pode ser um objeto que lembre o grupo musical. Este porta-retrato é exclusivo e pode ser encontrado na Billbox do Shopping Morumbi. Melhor ainda se dentro dele vier uma foto sua. Billbox: Porta-retrado dos Beatles - R$ 130,00 Informações: 5182-5487

Mãe fashion

Mãe romântica

Os óculos escuros nunca saem de moda. Os de mais estilo chamam a atenção por onde passam: estes, da Chilli Beans, são modernos e você pode escolher qual fica melhor para a sua mãe: na cor marrom ou escura. Os relógios de pulso também são uma opção para as mães mais modernas. Chilli Beans: Óculos: R$ 85,00 Relógio redondo preto e branco - R$ 215,00 Relógio de silicone transparente - R$ 95,00 / Informações: 5189-4657

Dona de casa moderna Essa chaleira, além de bonita, é divertida. O desenho de girafa agrada qualquer dona de casa. Com design moderno, a Cafeteira London também não fica para trás: é uma ótima dica para as mães. Camicado: Chaleira Gigi - R$ 210,00 Cafeteira London 720 ml - R$ 298,00 / Informações: 5189-6767

Que tal dar um CD de música italiana para sua mãe neste dia tão especial? O cantor Patrizio é a principal revelação da atualidade na Europa. As músicas dele lembram muito as do espanhol Julio Iglesias. Perfeito para aquela mãe romântica, que vive suspirando pelos cantos. Billbox: Patrizio - Buanne L'italiano CD: R$ 72,00 DVD: R$ 135,00 / Informações: 5182-5487


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

MERCADANTE VINCULA CANDIDATURA À REELEIÇÃO DE LULA

Se é contra, que saia do partido e levante a voz como quiser. Ex- presidente Itamar Franco ao criticar o presidente do Senado, Renan Calheiros

PETISTAS ESCOLHEM MERCADANTE PARA O GOVERNO DE SP. PMDB EM CRISE ABRE ESPAÇO PARA O PSDB. Paulo Pinto/AE

MERCADANTE E MARTA UNIDOS CONTRA SERRA

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e p o i s d e q u a t ro meses de uma acirrada disputa marcada por boatos e acusações de parte a parte, o último capítulo da prévia entre Aloizio Mercadante e Marta Suplicy foi negociado cuidadosamente para recompor e demonstrar a unidade do partido. Marta entrou e saiu do salão lotado onde ocorreu o anúncio sorridente, mas não foi capaz de esconder algum constrangimento. Aos primeiros gritos de "Brasil, avante, é Lula e Mercadante", bateu palmas, mas não cantou. Ao discursar, deu seu recado. Afirmou esperar que marcas de sua administração na capital e mesmo da précampanha fossem assumidas pelo senador, como o bilhete único metropolitano e a idéia de levar os Centros de Educação Unificada para o interior. "Saímos de uma pauta negativa para revitalizar o partido", afirmou. "Temos todas as condições de vencer Serra e estamos unidos na campanha." Convite– De imediato, Mercadante convidou Marta para participar da coordenação da campanha. Dirigentes do PT

admitem, porém, que levará algum tempo para curar as feridas. Aliados da ex-prefeita acusaram Mercadante de ter prometido a liberação de verbas federais para garantir o apoio dos prefeitos no interior. O carro-chefe estaria em Osasco. Hoje, ao deixar o evento de conclusão da prévia, Mercadante rumou para a cidade. Lá, participou de plenária com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para tratar da construção de uma Universidade Federal na região. De um total de 67.495 votos válidos, Mercadante recebeu 35.626 votos - o equivalente a 52,8% do total. A ex-prefeita ficou com 31.869 votos, totalizando 47,2% do total. Os votos brancos chegaram a 378 e os nulos somaram 582.

Críticas– Mal vencida a prévia, Mercante entrou na linha de tiro do PSDB. O deputado Alberto Goldman disse que ele "só venceu porque foi o operador do governo na distribuição de emendas orçamentárias para os municípios paulistas governados pelo PT". O presidente do PSDB, deputado Sidney Beraldo, disse que, antes de revelar o seu programa de candidato, Mercadante terá de prestar contas à população sobre seu mandato. "Ele votou contra São Paulo na expansão dos incentivos fiscais e isso prejudicou gravemente o Estado", afirmou Beraldo. Para a deputada Zulaiê Cobra, antes de fazer a Serra a cobrança de por que ele teria deixado a Prefeitura, Mercadante deverá explicar por que está deixando um mandato de 8 anos, eleito por 10 milhões de votos. Já o deputado Aloysio Nunes Ferreira, secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, ironizou: "Antes do governo Lula, ele era versado em cobrar CPIs para tudo; no governo, se especializou como abafador de CPIs. Qual será o papel e o enredo que ele vai escolher na campanha?". (AE)

Mercadante comemora vitória nas prévias do PT para o governo de SP ao lado de Suplicy e da rival Marta

Marcia Foletto/Ag. O Globo

ITAMAR ATACA RENAN E DEFENDE CANDIDATURA PRÓPRIA

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Garotinho: crise pode ser comparada àquela vivida pelo governo de Fernando Collor de Mello

GAROTINHO PROPÕE 'FORA LULA'

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o oitavo dia de sua greve de fome, o précandidato do PMDB à Presidência da República, Anthony Garotinho, radicalizou os ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defendeu o impeachment. "Lula e o PT são a mesma coisa. Chegou a hora; agora é Fora Lula", declarou. Garotinho acusou o presidente de ter conhecimento de todas as irregularidades cometidas em seu governo e comparou a crise política atual àquela vivida durante o governo de Fernando Collor de Mello. "Ou nós, que amamos o Brasil e queremos uma pátria soberana, tomamos as ruas a partir de agora ou conseguirão impor ao povo brasileiro a complementação do projeto neoliberal." O pré-candidato do PMDB chamou Lula de "traidor do povo brasileiro" e afirmou que, em um segundo mandato, Lula privatizaria a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Pe-

trobras. Disse também que o petista acabaria com o 13º salário. Garotinho voltou a bater na tecla de que é alvo de uma perseguição que uniria o PT, as Organizações Globo, a revista Veja e o "capital financeiro". "Vocês lembram como aconteceu o impeachment do Collor? A Globo induziu a população", afirmou. "Não tenhamos ilusão, nem as Organizações Globo, nem a elite brasileira, nem o capital financeiro nacional e internacional, nem os políticos corruptos de Brasília farão alguma coisa para tirar Lula do poder." Ameaças - A greve de fome de Garotinho, iniciada após denúncias de corrupção no financiamento de sua pré-campanha, tem tumultuado a rotina do centro do Rio. Grupos favoráveis e contrários ao peemedebista já chegaram a se enfrentar diante da sede do partido. O Sindicato dos Jornalistas do Rio fez um apelo aos dirigentes do PMDB para que os manifestantes pró-Garotinho parem de

ameaçar jornalistas que participam da cobertura. Até a administração do Edifício Piauí, onde fica a sede do PMDB, está incomodada com a confusão. O partido teve de assinar um termo de responsabilidade com o condomínio, restringindo o uso dos elevadores. Pelo documento, "o acesso (subida e descida) do edifício será realizado exclusivamente pelas escadas". Foi o que fizeram ontem a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB) e o vice-governador, Luiz Paulo Conde, de 72 anos, que subiram oito andares de escada para visitar Garotinho. No oitavo dia de greve de fome, o estado de saúde de Garotinho teve poucas alterações. O ex-governador, que no início do protesto pesava 89,9 quilos, já emagreceu 5,2 quilos. A equipe médica reintroduziu, em pequenas doses, o soro caseiro para diminuir a desidratação, que permanece em grau moderado. (AE)

ex-presidente da República e atual presidenciável do PMDB, Itamar Franco (MG), voltou a defender ontem a candidatura própria do partido à presidência e fez duras críticas ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ferrenho opositor à tese de que a legenda tenha candidato nas eleições de 2006. "É incrível que o presidente do Congresso, que é uma figura ilustre no PMDB, mas não tem história no partido, continue à viva-voz contra a candidatura. Ele devia respeitar. Se é contra, que saia do partido e levante sua voz como quiser", disparou Itamar, após participar de um almoço, no Palácio dos Bandeirantes, com o governador de São Paulo, Claudio Lembo (PFL), o ex-governador do Estado Orestes Quércia (PMDB), no qual foi discutido, entre outros temas, o cenário eleitoral. Para Itamar, mesmo com a greve de fome do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) (leia ao lado), que enfraqueceu a candidatura própria, a legenda ain-

Niels Andreas/AE

Itamar, Quércia e Lembo em almoço no Palácio dos Bandeirantes

da é capaz de lançar seu candidato. "Acho que só os derrotistas do PMDB é que não querem a candidatura própria", afirmou Itamar. Itamar não quis, no entanto, discutir a possibilidade de uma composição com outros partidos, como PSDB e PFL, ou mesmo com o PT. "Enquanto não definirmos se o partido terá ou não candidatura, não devemos criar hipóteses", finalizou. O ex-presidente disse que o almoço foi apenas de "cortesia" e que não havia sen-

tido se imaginar que ele foi lá para tratar da aliança do partido com o PSDB-PFL, pois ele é candidato a presidente da República e o partido defende hoje a candidatura própria. Itamar disse ainda que a crise no governo Lula aumentou com a entrevista do ex-secretário do PT Sílvio Pereira (leia na pág. 3), mas não acredita em impeachment. "Isso seria um devaneio. Que as denúncias são graves, não há dúvida, mas não é o caso de impeachment", disse Itamar. (AE)

QUÉRCIA NEGA COLIGAÇÃO COM PT

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pesar de se recusar a discutir um cenário no qual o PMDB se aliaria a outros partidos para disputar a eleição presidencial de 2006, o ex-governador Orestes Quércia acha difícil o fechamento de uma coligação com o PT. Não quis, também, comentar a hipótese de uma composição com PSDB e PFL. "Acho que toda avaliação que a gente tem que fazer é no sentido de ter o candidato próprio", afirmou ontem. Quércia, que é partidário da candidatura do ex-presidente da República Itamar Franco, voltou a defender a tese do candidato próprio, mas tam-

bém sustentou que outras análises devem continuar sendo feitas. "Temos que lutar para ter candidato próprio. Se, por ventura, isso não vier a ocorrer, vamos analisar outras alternativas", concluiu. Ele também não poupou críticas ao ex-governador Anthony Garotinho. Chegou a dizer que o PMDB nunca aceitou Garotinho. Ao ser questionado se a greve de fome prejudicava a imagem do partido, Quércia disparou: " Não. O Garotinho não tem muito a ver com o PMDB. Ele está aí há dois anos no partido, foi recebido pelo PMDB do Rio de Janeiro, não consultou ninguém dos outros

estados e já entrou como candidato a presidente". Segundo o ex-governador paulista, a forma como Garotinho passou a fazer parte do PMDB "explica" a reação de peemedebistas contra ele. Nas críticas a Garotinho, sobrou também para o partido no Rio. " O PMDB do Rio se enfraqueceu muito. Garotinho entrou no processo e Moreira Franco concordou. Mas no PMDB nacional, nunca houve aceitação do Garotinho", disse. Quércia ainda reforçou: "Garotinho nada soma ao PMDB. Ele não tem história no partido e tem problemas sérios, que precisam ser esclarecidos." (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

ESPECIAL - 5 Paulo Pampolin/Hype

Denise Adams/AFG

Pós-graduada em finanças, Verônica Dall'Ovo Maciel, mãe de Priscila e Pedro, fez a opção pela maternidade. A professora de educação física Laís Meyer também; hoje é dona de cafeteria

Trabalhar ou cuidar dos filhos, uma escolha difícil Algumas mulheres abandonam o emprego pelo menos até que os filhos cresçam, mas outras não têm alternativas e recorrem aos pais, babás ou creches. E não é fácil voltar ao mercado de trabalho anos depois Maristela Orlowski

possível conciliar a vida profissional com a maternidade? As opiniões são divergentes quando se trata de acompanhar o crescimento e a educação dos filhos. Há quem diga que não dá para ser uma profissional bem-sucedida e uma grande mãe ao mesmo tempo. Mas também há quem acredita numa saída - ser maleável e saber administrar o tempo e as responsabilidades. No entanto, cuidar dos filhos em casa ainda é a melhor alternativa para muitas mulheres que preferem colocar a carreira profissional em segundo plano a deixar os pequenos em creches ou nas mãos de babás e avós. O objetivo é quase sempre acompanhar de perto cada instante do desenvolvimento das crianças, além de criar um vínculo afetivo mais forte. Foi o que fez Verônica Dall'Ovo Maciel, de 28 anos, mãe de duas crianças - Priscila, de dois anos, e Pedro, de cinco meses. Formada em Administração de Empresas e pós-gradua-

da na área financeira, decidiu não trabalhar mais depois que descobriu a primeira gravidez, dois anos depois de casada: "Trabalhava na área administrativa de uma grande financeira. Estava procurando outro emprego, fui chamada para fazer entrevistas, mas quando vi que já estava grávida de uma semana, desisti". Verônica conta que recebeu todo apoio do marido: "O Marcelo também preferiu que eu ficasse em casa". Verônica, que não usa nenhum método contraceptivo, desconfiou que ficara grávida novamente um ano

depois de ganhar Priscila. Na ocasião, ela recebera uma proposta de trabalho no setor administrativo de uma escola: "No dia em que me chamaram, fiz um exame de sangue e confirmei que estava mesmo grávida. Daí nem quis mais o emprego". E não se arrependeu: "Não sei se conseguiria trabalhar fora e deixar meus fi-

lhos em algum outro lugar". Verônica não tem babá. A única ajuda que recebe é de uma pessoa que cuida da casa duas vezes por semana. Receio Nem todas as mulheres podem ficar em casa cuidando dos filhos, até porque a situação econômica do País não permite. Muitas delas fazem uso dos quatro meses de licença maternidade concedida pela legislação brasileira. O maior receio é sair do mercado de trabalho e ter dificuldades para retornar depois. Verônica, que ainda pretende ter mais dois filhos, diz que a expectativa é começar a procurar algum emprego na área administrativa ou financeira dentro de mais ou menos três anos: "Não sei se vou conseguir tão fácil. Talvez eu faça algum curso de atualização ou até mesmo uma licenciatura, pois ela oferece a possibilidade de passar mais tempo com meus filhos". Retorno Voltar ao trabalho depois de alguns anos pode não ser tão fácil, ainda mais na mesma área de atuação. A professora de educação física Laís Meyer, de 50 anos, teve sorte quando retornou a dar aulas de ginástica, cinco anos depois de ganhar o terceiro filho, Jannerson, hoje com 17 anos. Na época, a profissional trabalhava em uma academia própria em Florianó-

polis - o que facilitava de certa maneira o acompanhamento do desenvolvimento das crianças: "O nascimento do Jannerson coincidiu com o casamento da minha empregada, a Regina - uma moça de confiança que cuidou dos meus dois outros filhos desde pequenos. Foi então que resolvi parar de dar au-

las e ficar em casa cuidando dos três". Ao completar cinco anos, o pequeno começou a freqüentar a escolinha, enquanto os outros dois - na época com 13 e 14 anos - já sabiam se virar bem sozinhos. Foi a chance de Laís voltar ao trabalho. Já morando em São Paulo, a professora conseguiu retomar as atividades

normalmente: "Não tive nenhuma dificuldade para voltar ao mercado. Dei aulas em academias do bairro onde moro, na Companhia Atlética do Shopping Morumbi e no Deutsch Bank. Só fui mudar de área profissional quando tinha 43 anos, devido a problemas de saúde". Atualmente Laís é proprietária de uma casa de café.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Da atriz Nicole Kidman sobre seu exmarido, Tom Cruise, em entrevista à revista britânica "Glamour". Eles foram casados por dez anos e estão separados desde 2001.

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MAIO

Ele [Tom Cruise] era amável comigo, e eu o amava. Ainda o amo.

terça-feira, 9 de maio de 2006

9 Em 1994, Nelson Mandela torna-se o primeiro negro a assumir a presidência da África do Sul. Na foto, Mandela em 2004

C ONFLITO F UTEBOL John MacDougall/AFP

Birra internacional

Depois de tanto provocar, Irã sugere negociação aos EUA, que não aceitam Paul J. Richards e Behrouz Mehri/AFP

P Três vezes Ronaldo O atacante Ronaldo lançará amanhã novo site oficial, com informações sobre sua carreira, curiosidades, e atualização constante sobre suas atividades. "Já era hora de eu ter uma página oficial com tantos detalhes. Eu gosto de internet e estou muito empenhado em que o projeto dê certo. Tenho certeza que todos vão poder se divertir e se informar", afirmou Ronaldo. Além de dados estatísticos sobre o jogador, a página trará terá entrevistas com o jogador do Real Madrid, seus parentes, amigos de infância, companheiros e até mesmo com o técnico da seleção

brasileira, Carlos Alberto Parreira. Haverá também fotos e vídeos que contam a trajetória do jogador. Durante a Copa do Mundo, Ronaldo usará o site para comentar suas impressões sobre o Mundial, adversários e expectativa em relação aos jogos. A página também estará disponível em inglês e espanhol. Na foto, um mural em homenagem ao craque brasileiro preparado por artistas em Berlim, como preparação para a Copa. www.mundoderonaldo.com.br www.worldofronaldo.com www.elmundoderonaldo.es

M ARKETING

Apple fica com a maçã A briga entre a Apple Computer e a Apple Corps, gravadora inglesa que detém direitos sobre músicas dos Beatles, pelo logotipo da maçã mordida continua. Na primeira instância, a empresa de tecnologia ficou com a marca e o direito de usá-la em produtos E M

ligados à música, como o serviço iTunes e os tocadores digitais iPod. A Apple Corps, que vai recorrer, acusa a Apple Computer de violar um acordo de 1991, pelo qual a empresa não entraria em mercados relacionados à música.

oucas horas antes de uma importante reunião do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a crise nuclear iraniana, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, enviou ontem uma carta a seu arquiinimigo, o presidente dos EUA, George W. Bush, com propostas para "resolver o problema". Ahmadinejad sugeriu meios de resolver problemas e aliviar as tensões", informou o porta-voz dele, em Teerã, Gholamhossein Elham. Ele acrescentou que Ahmadinejad também escreveu para outros líderes. Essa teria sido a primeira comunicação direta informada publicamente entre um chefe de governo iraniano e o governo americano desde o rompimento de relações diplomáticas entre os dois países, depois da Revolução Islâmica (1979), quando a embaixada americana foi ocupada e seu corpo diplomático feito refém. A carta foi encaminhada por meio da Embaixada da Suíça, que representa os interesses dos EUA no Irã. A secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, fez pouco caso da correspondência, dizendo que continha "17 ou 18 páginas tratando de filosofia,

Bush e Ahmadinejad, protagonistas de um conflito iminente

história e religião", disse. "Ela não trata, de uma maneira concreta, das questões com as quais estamos lidando", assegurou. Funcionários do governo americano disseram que a carta pode ter sido uma tentativa de Ahmadinejad de influenciar o debate no CS sobre o programa nuclear iraniano. Isto porque os chanceleres de EUA, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Rússia e China estavam reunidos ontem em Nova York para decidir uma posição comum sobre a aprovação de uma resolução para pressionar o Irã a suspender seu programa de enriquecimento de urânio. Esses países, com exceção da Alemanha, têm poder de veto no CS. Os EUA acusam o Irã de de-

senvolver em segredo um programa nuclear bélico. Teerã nega a acusação e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica. Ex pl os õe s - Ontem, duas bombas explodiram em um edifício do governo em Kermanshah, cidade de maioria curda no sudoeste do Irã. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas. A explosões se seguiram a incidentes nos quais forças iranianas atacaram, na semana passada, posições ocupadas por rebeldes curdos no Iraque. Nenhum grupo reivindicou as explosões no palácio do governo e na representação da câmara de comércio da cidade. (AE)

Ahmad Masood/Reuters

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MOVIMENTO SAGRADO - Duas mulheres vestidas com a tradicional burca caminham no pátio do santuário de Imam Ali, cunhado do Profeta Maomé, na cidade de Mazar-a-Shariff, ao norte de Cabul, capital do Afeganistão. C OPA 2006

Perdão, 4 anos depois

Nesses tempos modernos, ser prático é o que conta. Pelo menos é que pensa o pessoal da Euro Computer Beds, que criou este móvel reversível, que muda de estação de trabalho para área de descanso com um mero toque de alavanca. Custa US$ 2.079, sem o colchão e as taxas de envio. 14.Euro_BunkBed/Euro-

Se você perdeu a bula do seu medicamento ou não consegue ler as letrinhas minúsculas ou ainda se tem alguma dúvida sobre um medicamento, consulte o site do Bulário Eletrônico da Anvisa. Além de trazer as bulas em formato digital, o site tem as informações adequadas para médicos e pacientes. Além disso, o site também traz informações sobre saúde, prevenção, tratamentos e como usar racionalmente os medicamentos. O site tem ainda uma seção de perguntas freqüentes.

ComputerBed.htm

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Kimimasa Mayama/Reuters

apostas e a distribuição dos grupos no torneio, concluiu que a seleção brasileira tem 12,4% de chances de ser campeã. Em segundo lugar está a Inglaterra (8,6%), seguida da Espanha e França (8,3% cada), Holanda (8%), Argentina (7,4%), Portugal (5,8%), Alemanha (5,5%), Itália (5,3%) e República Checa (5%). O estudo para a Copa do Goldman Sachs é um dos mais esperados no mercado financeiro. Outros bancos de investimentos realizam trabalhos semelhantes. O UBS, por exemplo, afirmou em abril que a Itália é a favorita. Apesar de suas projeções estatísticas que confirmam o

favoritismo do Brasil, o Goldman Sachs, a exemplo das duas últimas copas anteriores, se limita a arriscar quais serão os semifinalistas. "Não dá para apostar contra o Brasil ou a Alemanha e, do resto, o sorteio dos grupos parece favorável para a Itália", disse o chefe de pesquisa econômica global do banco, Jim O'Neill. Segundo O’Neill, deixar de colocar os pentacampeões e os anfitriões como dois semifinalistas é um "negócio arriscado". As casas de apostas colocam o Brasil como favorito, com uma cotação média de 11/4. Já a Alemanha é a quarta favorita, com uma cotação de 7/1.

O forró brasileiro foi destaque ontem no The New York Times. A matéria fala dos bailes em que se apresentam grupos como Os Três do Nordeste, tocando triângulo, zabumba e acordeão. O forró, diz a matéria, é música tradicional do sertão - definido como "campo seco e cheio de cactus" - que se disseminou pelo País no fim dos anos 40, graças ao Luiz Gonzaga, "que fez de Asa Branca um sucesso internacional". A reportagem também fala da popularidade do forró nas grandes cidades, e da presença obrigatória do ritmo "nordestino" nas festas juninas. As características do forró em Caruaru, Campina Grande, Recife e Natal são apresentadas em detalhe pelo jornal que não se esquece de mencionar a "banda" de forró mais popular do País, Calcinha Preta. H ISTÓRIA

Última memória do Titanic A última sobrevivente americana do naufrágio do Titanic, Lillian Gerstrud Asplund, morreu aos 99 anos de idade, no Estado norteamericano de Massachusetts Lillian morreu em casa e tinha cinco anos de idade quando o navio naufragou no Atlântico, depois de se chocar contra um iceberg, em 1912. Ela era a última sobrevivente que ainda tinha lembranças da tragédia. Outras duas sobreviventes vivem na Inglaterra, mas tinham meses de idade quando o barco naufragou e não se lembram de nenhum fato ligado à tragédia. L OTERIAS Concurso 137 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Para ler antes de tomar o remédio

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Transformando o escritório em cama

polêmico estudo Copa do Mundo e Economia divulgado ontem pelo banco de investimentos Goldman Sachs mostra que o Brasil é o franco favorito para vencer na Alemanha. Em 2002, o mesmo levantamento causou polêmica ao não incluir a seleção brasileira entre os prováveis semifinalistas do torneio. Mas desta vez o banco crava, sem hesitar, e quase num pedido de perdão, o Brasil entre os quatro melhores. Um modelo de probabilidades elaborado pelo Goldman Sachs que leva em consideração o ranking da Fifa, cotações médias das casas de

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F AVORITOS

O guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, foi submetido ontem a uma cirurgia para a retirada de um coágulo do cérebro. A operação foi um sucesso, segundo nota publicada no site oficial da banda. O músico estava "bem e falante" depois da cirurgia, mas vai precisar de algumas semanas de recuperação, acrescentou a nota. Keith Richards, de 62 anos, estava de férias nas ilhas Fiji quando caiu de um coqueiro no dia 27 de abril. Foi transferido para o hospital Ascott de Auckland e recebeu alta no último dia 2. Mas voltou a ser internado ontem após fortes dores de cabeça, segundo o site da banda, que adiou o início da turnê A Bigger Band na Europa para junho.

No ritmo da zabumba

VISUAIS

G @DGET DU JOUR

Keith Richards, em recuperação

B RAZIL COM Z

C A R T A Z

Obras da pintora paulistana, de origem belga, Renée Lefèvre (1905-1996). Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Telefone: 3229-9844. R$ 4,00. Grátis aos sábados.

M ÚSICA

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Apesar das pressões, primeiro-ministro britânico Tony Blair se nega a fixar data de sua saída Crise econômica palestina é muito mais grave do que a projetada, avalia Banco Mundial Pelo menos 34 pessoas morreram ontem em diversos episódios de violência no Iraque

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.ESPECIAL

terça-feira, 9 de maio de 2006

A sintonia fina entre filhos e essas mães modernas Participam ativamente da vida dos filhos, saem para baladas, cinema ou shows e curtem a vida, sem perder de vista seus limites. Pode ser no mesmo gosto pelo rock, pela roupa e até mesmo na paixão pela Internet Paulo Pampolin/Hype Leonardo Rodrigues/Hype

A vovó Maria de Lourdes com a família: só não vale chamar adversários de “bambi” ou “porco”

Só mesmo a igreja afasta esta vovó do Corinthians ão há só m ã e s m odernas vagando com suas filhas; há também vovós super diferentes. Dona Maria de Lourdes de Oliveira, de 67 anos, é uma delas. Torcedora fanática do Corinthians, a mãe de nove filhos e avó de onze netos diz não perder um jogo sequer do Timão, conta entusiasmada e com riqueza de detalhes os jogos de todos os times no Campeonato Brasileiro e na Libertadores: "Nunca fui esportista. Sempre tive horror de futebol. Mas quando o Corinthians foi campeão paulista em 1988, em cima do Guarani, com gol do Viola, foi que comecei a me interessar. Agora assisto a todos os jogos. Não perco um. A única coisa que me tira da frente da televisão é se eu tiver de ir à igreja". Dona Maria de Lourdes confessa que já foi mais fanática, hoje está moderada: "Até já deixei meus filhos sem jantar. Quando eles tiravam barato de mim por causa do Corinthians, eu falava que na esquina tinha uma lanchonete, ou então só ia fazer alguma coisa para comer bem mais tarde, quando já estava mais tranqüila", conta a vovó torce-

dora, que diz adorar Viola, Marcelinho Carioca e seu mais novo bebê, o Nilmar. Até beijo do Marcelinho Carioca a tiete já ganhou: "Fui a um jogo no Parque São Jorge e vi o carro dele parando no farol fechado. Fui lá bater na porta. Ele abriu, me atendeu e dei um beijo nele." Mas a torcedora não quer ficar só nisso: "Meu sonho é ir até um treino do Corinthians no Parque São Jorge ou em um jogo no Pacaembu e tirar uma foto com todos os jogadores". Filho de peixe Dona Maria de Lourdes não é a única da família a torcer pelo Timão. A maioria dos seus filhos é corintiana, embora também haja palmeirense, são-paulino, santista e até anticorintiano: "Minha família é toda misturada. Mas isso é bom. Que graça teria se fossem todos corintianos?" E não pára por aí: sete dos onze netos também estão indo pelo mesmo caminho que a avó - e o mais novo tem apenas cinco meses de idade: "Eu ensino meus netos a não falar mal do time dos outros e nem chamar são-paulino de "bambi" ou palmeirense de "porco", porque é muito feio e temos de respeitar os outros". (Maristela Orlowski)

las são amigas, conselheiras, companheiras de baladas, de cinema, boas ouvintes, enfermeiras, professoras, mas não abrem mão dos limites. As mães modernas estão por todos os cantos, exibem vários estilos e se envolvem cada vez mais no dia-adia de seus filhos. Tenha 20, 40 ou 60 anos, não importa. Elas são diferentes e irradiam alegria por onde passam e com quem conversam. A professora do ensino básico Sílvia Regina Arantes Marinho, de 43 anos, revela-se uma grande companheira da filha, a estudante Rachel Mugayar, de 17 anos. Elas saem sempre juntas para cinemas, mostras de arte, lanches de finais de semana, além de shows e outros eventos. "Há lugares que têm ímãs e vamos sempre, como a Galeria dos Pães e a Galeteria, Santa Regina, fã número um do filho, o baixista Luís Gustavo: "Não perco um show" por exemplo. Todos Newton Santos/Hype de lá já nos conhe- Marcelo Mim/AFG cem e estranham quando uma vai sem a outra". O companheirismo entre mãe e filha segue também no estilo musical e no visual a la rock and roll. Para Sílvia, que curte rock desde os 12 anos, o auge do Grand Funk (uma das bandas mais reSandra e a filha Ana Carolina, na mesma sintonia A professora Sílvia, no mesmo repertório da filha Rachel presentativas da década de 1970), a música é a forma mais popular quando pequena e não a indu- e Rolling Stones. bate uma saudade do tempo em que existe: "Eu e Rachel nos da- ziu na escolha do estilo musi"Minha mãe sempre me in- que deitava no colo para recemos muitíssimo bem nesse as- cal: "Ela mesma começou a se- centivou a tocar algum instru- ber carinho. Mas, quando junpecto, fazendo com que haja lecionar o repertório que gosta- mento. Mas eu não me interes- tas, o tempo é precioso. "Não uma excelente sintonia entre va. Graças ao bom Deus temos sava por nada, até que come- saímos mais tanto quanto antes, nós, coisa que não havia entre os mesmos gostos". cei a gostar de rock como ela e pois o tempo é curto. Mas, semminha mãe e eu. Quando joformei a banda junto com al- pre que posso, estou ao lado devem, colocava esse tipo de múguns amigos", revela Luiz la e dos meus avós. Nos fins de Apoio sica em casa, e minha mãe Quando se trata de rock, o Gustavo. "Nosso relaciona- semana passeamos, viajamos, achava horrível. Meu irmão, baixista Luiz Gustavo Amaro, mento é o melhor possível. vamos a barzinhos comer pizque era um puxa-saco, tam- de 17 anos, da banda Silent Não poderia escolher mãe me- za. Ela é a melhor mãe e a mebém. A solução era ouvir bem Scream, não pode reclamar da lhor. Acima de tudo, ela é mui- lhor companhia". baixinho no quarto". "Fazemos muitas coisas junmãe que tem. A gerente-admi- to minha amiga e conversa"Hoje, eu e a Rachel, quando nistrativa de uma imobiliária, mos sobre todos os assuntos, tas", completa Ana Carolina, estamos no carro, por exemplo, Santa Regina da Silva, de 44 inclusive sobre sexo e drogas. que diz ter uma mãe moderna, ou mesmo em casa, ouvimos anos, é a fã número um do fi- Acho isso muito importante engraçadíssima e que adora namúsica bem alto. Todos estra- lho: "Dei apoio desde o início na relação entre pais e filhos". vegar na Internet: "Isso eu acho nham, acham que minha filha é da banda, deixei os meninos demais. Ela fala com todo munquem aumenta o som, quando virem ensaiar aqui em casa e do pelo MSN e até meus amigos Longe de casa na realidade sou eu", conta Síl- até comprei uma bateria para A estudante Ana Carolina vivem deixando recadinhos pavia, que também adora rock eles. Não perco um show. Vou Baptista, de 16 anos, foi morar ra ela no Orkut". progressivo e bandas como The a todos e fotografo tudo", com o pai há três anos, quando a Ter uma mãe jovem pode traWho, Pearl Jam, The Cult, Ra- acrescenta a mãe tiete, que mãe Sandra Filomena Baptista, zer algumas vantagens, princizorlight e White Stripes. A mãe cresceu ouvindo clássicos do de 38 anos, se casou pela segun- palmente quando o assunto é roqueira ressalta ainda que foi rock, como Black Sabbath, De- da vez. Embora elas se vejam to- roupa. "Nunca vi minha mãe bem democrática com a filha ep Purple, Led Zepellin, Rush dos os finais de semana, ainda feia, embora às vezes pareça uma árvore de Natal. A dona Sandra está sempre arrumada. Roupas, sapatos e bolsas - é com ela mesma, e vivo tentando dar uma roubadinha nas coisas dela", completa Ana Carolina.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

O petróleo é nosso ou do governo? esde a metade do século passado, época em que nasci, ouço o bordão ufanista O Petróleo é nosso. Sem sombra de dúvidas, um grande desafio e uma grande meta em um mundo cuja matriz energética é o ouro negro. A fumaça expelida por longas chaminés ou pelo escapamento dos veículos já foi sinal de formoso progresso. Virando o século e à beira de uma eleição majoritária, alcançamos a tão sonhada auto-suficiência em petróleo. Não tiro o mérito da Petrobras, que é uma empresa respeitável, com tecnologia de prospecção em águas profundas mundialmente reconhecida.

D

Mas, somos autosuficientes em petróleo ou insuficientes em crescimento? Essa é a pergunta que cabe, principalmente quando o governo apropria-se de um fato que não é mérito seu. Primeiro, porque a Petrobras é uma empresa estatal, pertence ao Estado e não ao governo, embora ele se sirva dela com o nosso dinheiro, para fazer propaganda de uma gestão que não lhe pertence. A auto-suficiência é ainda só propaganda, pois precisamos importar e exportar petróleo para podermos importar alguns subprodutos, dado que nossa capacidade de refino

não é suficiente, tampouco adequada tecnicamente ao tipo de óleo aqui produzido, chamado de óleo pesado. Alguns fatores devem ser levados em conta: primeiro, a intensa substituição do combustível por álcool, carvão e gás natural. Segundo, o baixo crescimento econômico registrado nos últimos anos. Mais de quinze anos de pífio crescimento econômico fizeram com que a demanda não aumentasse em escala maior, criando espaço para a auto-suficiência. O único crescimento de dar inveja é o da tal BolsaFamília, o que nos remete à conclusão de que há cada vez mais miseráveis neste país,

Tasso Marcelo/AE

O governo se apropria de um fato que não é mérito seu. A Petrobras é uma empresa estatal, não pertence ao governo.

o que sempre se confirma em bom prognóstico para políticos como o nosso presidente, que prioriza o assistencialismo ao desenvolvimento, pois com o assistencialismo é sempre possível juntar a foto do candidato à carteirinha de benefícios. As estatais - e a Petrobras é seu grande símbolo -, além de serem alvo de nomeações são usadas para propaganda do governo, de forma direta ou indireta (embora esse não deva ser o objetivo de uma empresa estatal, já que, em principio, o Estado não é contra, muito menos a favor, de qualquer governo; não é do PT nem de qualquer outro, é apartidária).

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

esde o dia em que meu nome se tornou opção para milhões de brasileiros, venho sofrendo uma campanha mentirosa e sórdida por parte da grande mídia – liderada pelas Organizações Globo – e pelo sistema financeiro, patrocinados pelo governo Lula. Tentam destruir a minha imagem como administrador e homem público. Ridicularizam minhas posições cristãs e éticas. Zombam quando venho a público defender o fim do modelo neoliberal que vem destruindo a nação brasileira. Os poderosos não se conformam com as mudanças, com o inevitável avanço das forças populares e me atacam porque me coloco como instrumento do povo para enfrentar as forças que sempre nos esmagaram como nação.

D

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

EGO

PAULISTANO ecebi e reproduzo, pela importância dos dados contidos, mensagem de leitor a respeito da cidade de São Paulo e seus impressionantes números, como forma, também, de amenizar as críticas e o sofrimento que a grandeza da metrópole traz a cada um no seu cotidiano. I A população na cidade é de 10.434.252 milhões (3º maior cidade do Mundo). I A cidade de São Paulo tem um território de 1.530 km2. I A taxa de alfabetização está em 95,4% da população. I O PIB da cidade de São Paulo é de US$ 76.000.000.000,00 (bilhões de dólares). I A Região Metropolitana possui PIB de US$ 147.000.000.000,00 (bilhões de dólares).

R

G Tentam destruir minha imagem como administrador e homem público.

as matérias sobre a minha pré-candidatura à Presidência da República não praticam jornalismo, perseguem. Não permitem o contraditório, condenam. Não buscam a verdade. Os poderosos lançam mentiras contra mim, tentam confundir o povo. Mas eles não destruirão minha honra e minha vida dedicada ao povo brasileiro com suas mentiras. A minha honra é o meu patrimônio e por ela dou minha vida. Nada vale alguém cheio de poder, mas desonrado; aliás, como o presidente atual. Os poderosos não admitem sequer a convivência democrática com quem defenda os pressupostos de uma Nação livre e soberana. Tentam calarme para, na verdade, eliminar do debate as idéias de quem clama pelo fim da ditadura dos bancos, do modelo econômico excludente, dos juros que escravizam o povo brasileiro. Para, enfim, calar quem guarda compromisso com a soberania nacional e, assim, se coloca de modo claro e firme em defesa dos interesses do povo. Amo o Brasil. Amo o povo brasileiro e tenho dado prova disso durante toda minha vida. Por isso, não posso me calar vendo ser preparada uma eleição de cartas marcadas a fim de manter os privilégios dos poderosos.

N

ANTHONY GAROTINHO, EX-GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO, EX-SECRETÁRIO DE GOVERNO E DE COORDENAÇÃO DO ESTADO (2004-2006) E EXSECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA (2003-2004). FOI PREFEITO DE CAMPOS (1989-1992/1997-1998) E DEPUTADO ESTADUAL (1987-1988

I São mais de 240 mil

PAULO SAAB

MARCO AURÉLIO SPROVIERI É PRESIDENTE DO SINCOELETRICO

estabelecimentos comerciais na cidade. I Restaurantes são 10.000 na cidade! (Oficialmente, a capital mundial da gastronomia!). I São mais de 70 shoppings (o maior número do Brasil). Os shoppings da cidade recebem mais de 30 milhões de pessoas/mês. I Táxis? 30 mil (terceira maior frota da América Latina). I São mais de 5.500 milhões de automóveis circulando em toda a cidade. I O Metrô de SP transporta 2,5 milhões de pessoas por dia. I A cidade conta com mais de 5.000 mil pizzarias. I As pizzarias da cidade produzem cerca de 40 mil pizzas por hora. I São produzidos aproximadamente 16.800 sushis por hora na cidade. I A cidade tem mais de 5.500 cruzamentos com semáforos. I O Metrô da cidade tem hoje uma rede de 57,6 km de extensão em 4 linhas. I A cidade tem mais de 15.000 ônibus em operação em todas as regiões. I Meio milhão de pessoas andam diariamente pela Rua 25 de Março. I Cerca de 30.000 (trinta mil) milionários vivem atualmente na cidade de São Paulo. I 60% de todos milionários do Brasil vivem na cidade. I Na cidade são efetuados 10

compras por segundo via cartão de crédito/débito. I Na Avenida Paulista passam mais de 5.700 carros e 1.400 ônibus por hora em horários de pico. I A cidade tem mais de 205 hospitais (municipais, estaduais, particulares e federais). I A cidade tem mais de 120 teatros e casas de show, 71 museus e 11 centros culturais. I São Paulo é a maior realizadora de eventos da América Latina, com 70 mil eventos/ano.

Na mensagem do leitor, os impressionantes números a respeito da metrópole São Paulo. I Das 170 grandes feiras

realizadas no Brasil, 140 são feitas em São Paulo. I São 42 ruas temáticas de comércio em toda a cidade. I Na cidade são encenadas mais de 100 peças teatrais por semana, ou 4.800 peças por ano. I A cidade tem em torno de 1.500 agências de bancos nacionais e internacionais. I Aeroporto de Congonhas, Campo de Marte e Guarulhos têm mais de 380 mil pousos e decolagens. I Aeroporto de Congonhas

G Nas matérias sobre a minha pré-candidatura à Presidência não praticam jornalismo, perseguem. Não buscam a verdade. G Tentam calar-me para, na verdade, eliminar do debate as idéias de quem clama pelo fim da ditadura dos bancos.

Fábio Motta/AE

"Preparam uma eleição de cartas marcadas"

Ao misturar governo com Estado, este acaba por imiscuir-se em atos políticos, como vimos recentemente em fotos nos jornais, onde veículos da estatal davam suporte ao MST. Só nos resta, agora, ver as aeronaves da FAB transportando os dirigentes do MST, ou mesmo seus contingentes, para as invasões. Creio que a manutenção da imagem e credibilidade da Petrobras como empresa estatal implica em, necessariamente, retirá-la do julgo político de governos, para mantê-la como empresa do Estado. Aí, quem sabe, o Petróleo será nosso.

possui o maior número de pousos e decolagens do Brasil. I Aeroporto de Cumbica é o maior da América Latina (Guarulhos-SP). No Aeroporto de Cumbica operam 39 companhias aéreas (Guarulhos-SP). I A primeira rede de TV da América Latina foi inaugurada na cidade de São Paulo, a PRF-3 TV TupiDifusora, em setembro de 1950. I A cidade de São Paulo é mais rica que Nova Zelândia, Irlanda, Chile, Venezuela e Peru! I A primeira Faculdade de Direito do Brasil é paulistana, criada em 1827 no Largo São Francisco. I São Paulo é a Capital Cultural da América Latina, com a maior diversidade em manifestações culturais. I O edifício do Banespa, construído em 1948, foi inspirado no Empire State, de Nova York. I A Rua Oscar Freire é uma das 8 mais luxuosas do Mundo de acordo com a Mistery Shopping International. I São Paulo é um dos maiores centros geradores de tendências em moda do mundo. I A Serra da Cantareira, na zona norte, é considerada a maior floresta urbana natural do mundo. I A cidade de São Paulo é o maior centro médicohospitalar da América Latina.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

I É possível até tomar banho de cachoeira no núcleo do "Engordador", na Serra da Cantareira. I Na cidade, no bairro do Itaim, existe uma oficina mecânica especializada somente em Ferraris. I A pizza feita na cidade de São Paulo é considerada hoje a melhor pizza do mundo ! I São Paulo é a terceira maior cidade italiana do mundo. I São Paulo é a maior cidade japonesa fora do Japão. I São Paulo é a maior cidade portuguesa fora de Portugal.

É uma forma de amenizar as críticas e o sofrimento que a grandeza da metrópole traz a cada um I São Paulo é a maior cidade espanhola fora da Espanha. I São Paulo é a terceira maior cidade libanesa fora da Líbano.

é sede ainda: de 38% das sedes das 100 maiores empresas privadas de capital nacional. I de 63 % das sedes de grupos internacionais instalados no país. I de 16 dos 20 maiores bancos múltiplos, comerciais e caixas econômicas. I de 6 das 10 maiores

E

empresas de cartão de crédito. Sede das 8 das 10 maiores corretoras de valores. I de 5 das 10 maiores empresas de seguros. I da Bovespa, a maior bolsa de valores do continente sulamericano.. I da BM&F - Bolsa de Futuros e Opções de Commodities, sexta do mundo em volume de contratos negociados. I de 9 das 10 maiores editoras de revistas do país, I de 3 dos 5 principais jornais brasileiros, I de 7 das 10 maiores editoras de livros do país. I de 6 das 10 maiores empresas de equipamentos de informática. I de 6 das 10 maiores empresas de software. I de 7 das 10 maiores empresas de internet que atuam no país. cidade de São Paulo é um dos 47 centros mundiais de inovação tecnológica, de acordo com o Pnud/ONU. I Em São Paulo estão 98 das 200 maiores empresas de tecnologia do País. I Na cidade de Londres existe pouco mais de 11.000 bares e restaurantes, e em São Paulo são mais de 38.000. I Na cidade de Londres existem 20 mil táxis, e em São Paulo são mais de 30 mil.

A

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR


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terça-feira, 9 de maio de 2006

ESPECIAL - 7

Andréa tentou até os 38 anos. Então vieram quatro de uma vez A vida dela e do marido virou um calvário desde que decidiram ter um filho: clínicas, laboratórios, exames.Quase desistiram. Mas na quinta tentativa de fertilização in vitro vieram os quadrigêmeos Denise Adams/AFG

leite que cada um tomava".

ngravidar parece uma tarefa simples, mas nem sempre basta apenas tentar. O casal Andréa de Moraes Teixeira e Dílson Motta estava junto havia oito anos quando decidiu ter um bebê. Cessada a pílula anticoncepcional, passou um mês, dois meses, seis meses, e nada. Então procurou especialistas em reprodução assistida. Foram quatro anos de idas e vindas a clínicas diferentes e laboratórios, intermináveis injeções de hormônios, ultra-sonografias e exames. Mas em 2002, na quinta tentativa de fertilização in vitro - realizada pelo médico Eduardo Motta, da clínica Huntington -, o sonho de gerar um filho se realizou. O presente tão esperado chegou quando Andréa tinha 38 anos, e não foi pequeno: Lara, Mila, Pedro e Lena - hoje com quatro anos e seis meses. A vontade de ser mãe obrigou-a a superar desafios: "Mexe muito com a vida financeira, o corpo e o emocional. De repente você está gorda, mas não tem nenhum nenê ali. Ou então fica imaginando se dessa vez vai dar certo ou não. Sem falar que cada tentativa de fertilização, contando os remédios, custa o preço de um carro popular. Depois da terceira tentativa frustrada, estava tão desgostosa, quase desistindo, que pensei que Deus tinha me colocado no mundo para ser mãe só de cachorro mesmo", relembra a empresária, também protetora de animais. Foi então que Andréa resolveu tentar novamente, desta vez com a equipe do médico Eduardo Mota. Andréa tinha endometriose, além de uma má formação em uma das trompas. A primeira tentativa foi infeliz e deixou a empresária totalmente desiludida. No entanto, o médico pediu por uma segunda chance, pois acreditava

em Andréa: "Nunca ninguém tinha dito que eu tin h a p o t e nc i a l . J u re i a mim mesma que seria a última vez". Tudo de novo: remédios, exames, coleta de óvulos. D e o i t o e mbriões, seis eram perfeitos. Gera lment e i m p l a ntam-se três, Marcelo Mim/AFG no máximo q u a t r o e mbriões no útero das pacientes. "Como era minha última tentativa, resolvi ser radical. Pedi para colocar os seis. Na minha teoria maluca, pensei: se colocar quatro, um vai para cá, outro para lá e tal, mas ainda vai sobrar espaço. Se colocar seis, vai ficar mais apertado, e eles vão ter de grudar em algum lugar". Supergravidez Após confirmar a vinda dos quatro bebês, a preocupação de Andréa era outra: "A única certeza que eu tinha é que estava grávida, mas ainda não sabia se ia ser mãe". Até o quinto

Os presentes de Andréa (no alto): Lara, Mila, Pedro e Lena, hoje com 4 anos e 6 meses. E os de Majoy: Henri, Laila e Maia, de 3 anos e 6 meses

mês de gestação Andréa conseguiu levar uma vida quase que normal. Daí por diante teve de ficar de repouso absoluto em casa: "Não podia sair para nada. O elevador me dava aflição. Sentia falta de ar e dificuldade para comer”. Com menos de sete meses minha barriga tinha 64 cm de cima a baixo; uma gestante de nove meses tem no máximo 36 cm". Até que numa madrugada Andréa, com 29 semanas e três dias de gestação, teve um descolamento de placenta e foi levada ao hospital. Os bebês nas-

ceram prematuros, com peso variando entre 1,1 kg e 1,46 kg, e só deixaram o hospital quase dois meses depois. Organização Depois da gestação chegam as trocas de fraldas, os banhos, as amamentações e as noites mal dormidas. Mas como fazer tudo isso quando se tem três, quatro ou até cinco bebês? Para a empresária Majoy Antabi, de 33 anos, mãe dos trigêmeos Henri, Laila e Maia, de três anos e seis meses, a palavra-chave é organização. Majoy ainda mo-

rava em Londres quando ficou grávida d o s t r i g êmeos, resultado de uma única tentativa de fertilização in vitro feita com o médico brasileiro Dirceu Pereira, da clínica Profert, de São Paulo. Majoy tinha dificuldades para ovular e o marido, varicocele (ou varizes no testículo doença genética causada pela dilatação anormal das veias do cordão espermático, ocasionando piora da qualidade do sêmen). Mãe de primeira viagem, a partir de então começou a buscar em livros e na Internet informações que a ajudassem a entender melhor a gestação de múltiplos, assim como os cuidados posteriores ao nascimento. Não encontrou quase nada. Foi então que resolveu criar um site na Internet ( h t t p : / / w w w . m u l t iplos.com.br). Hoje, a iniciativa é um portal que informa e promove debates e encontros entre as supermães: "São mais de 1.800 cadastradas, do mundo todo". Majoy elaborou uma espécie de tabela numa grande lousa branca para anotar e controlar os horários das amamentações, dos medicamentos, dos banhos e até das fezes: "Marcava todo dia até a quantidade certinha de

Peso no bolso Ter múltiplos proporciona alegrias em doses surpreendentes e, claro, um peso maior no bolso. Os quadrigêmeos de Andréa, por exemplo, consumiam cerca de 1.250 fraldas por mês. Pensando no futuro, ela e o marido já compraram um carro maior, mais confortável, para garantir viagens mais tranqüilas. Por outro lado, os trigêmeos da Majoy consumiam uma lata de 450 gramas de leite Nestogeno por dia, que custa em torno de R$ 13: "No início fiz um chá de fraldas e ganhei uma tonelada de fraldas, que durou quatro meses. Depois disso, comecei a gastar 24 fraldas por dia". Mas os gastos não ficam nisto. Ainda tem os custos com berços, depois com camas, banheiras, remédios, roupas, escola, aula de balé, de natação, de arte marcial, de línguas, a lista não termina. Foi por esse motivo que Majoy e o marido, o engenheiro Marcelo Barbosa, decidiram morar no Brasil em vez de Londres: "Ele quase surtou quando soube que eram três. Ficou pensando nos gastos, começou a fazer contas e mais contas de quanto gastaríamos, e chegou à conclusão quer seria melhor voltar para o Brasil. Aqui, teríamos condições de dar uma vida muito melhor para eles. Lá, além de tudo ser muito caro, não íamos ter ajuda". Superbabá Cuidar de tantas crianças ao mesmo tempo não é tarefa fácil. Por isso, as supermães precisam recorrer às babás, que acabam se tornando membros da família. A babá dos trigêmeos que o diga. A enfermeira Sueli Márcia Anastácia cuida deles desde dois meses de vida: "Sou uma segunda mãe. Cuido dos três sozinha. Dou horário para tudo, ensino, brinco. Sou organizada e mandona, e eles me obedecem". Sueli, que é mãe de dois filhos (que moram na Espanha e no Canadá), diz que ainda acha tempo para fazer seus doces e bolos no sábado, dia de sua folga: "Vou trabalhar mais um tempo com crianças, depois vou abrir minha doçaria". (MO)

Fertilização in vitro, só em casos mais complexos Marcelo Mim/AFG

drama da infertilidade é bem maior do que se imagina, chega a 20% da população de casais no mundo todo com dificuldades para ter filhos. Somente no Brasil, de acordo com o médico especialista em reprodução humana Roger Abdelmassih, 16 milhões de pessoas - ou oito milhões de casais - sofrem com o

problema: "A fertilização in vitro deve ser feita nos casos de maior complexidade, em mulheres que chegaram aos 35 anos e não conseguem engravidar ou casais portadores de algum problema reprodutivo não muito claro e que estão tentando ter filhos há mais de três ou quatro anos". Segundo ele, a endometriose (na mulher) e a varicocele (no homem) são os fatores que mais frequentemente dificul-

Roger Abdelmassih

tam uma gravidez normal, mas há também casos em que as mulheres não ovulam bem, há poucos óvulos, as condições do útero já não são boas etc. A idade é um problema importante: "Em um casal normal - a mulher com até 35 anos - a chance de ela engravidar em um mês é de 15% a 18%; em 12 meses, de 85% a 90%; ao longo de 18 meses, 100%. Se ela não engravidar no período de um ano e meio, algum problema

tem", explica Abdelmassih. Na fertilização in vitro, em mulheres até 35 anos, a chance por tentativa de gravidez é de 55%: "A média de idade das mulheres que procuram fazer a fertilização é de 37 anos, mas tem muita mulher com 40, 41 e 42 anos querendo ter filho". Solução existe para a grande maioria dos casos. Porém, o principal fator limitador é o alto custo do tratamento. Fora os remédios para estimular a

ovulação e preparar o útero para a gravidez, o preço de uma tentativa de fertilização in vitro varia entre R$ 15 e R$ 20 mil. No Brasil inteiro, por ano, são realizados perto de dez mil ciclos ou tentativas de fertilização in vitro. Mas esse número ainda não atende à demanda, segundo o médico: "O grande problema é que o Sistema Único de Saúde [SUS] não financia esse tipo de tratamento". (M.O.)


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8 -.ESPECIAL

terça-feira, 9 de maio de 2006

Denise Adams/AFG

uando a estudante Vivian Flores recebeu a confirmação de que estava grávida, seu corpo todo estremeceu. Menina ainda, com apenas 14 anos, olhou para o médico e para o pai da criança, não sabia o que dizer: "Meu namorado quase desmaiou. Ele já era maior de idade e eu uma criança". Naquele momento, grávida de um mês, Vivian pensou no pior: "Mas apenas nos primeiros minutos, os de mais desespero". Consciente de que a criança não tinha culpa, descartou a possibilidade do aborto. "Graças a Deus", comenta hoje com Cauan correndo pelo apartamento dos avós, na Vila Olímpia: "Ele é tudo na minha vida". Casos como o da menina grávida precocemente são comuns. Ela conta que sua mãe também teve cedo o primeiro bebê, seu irmão mais velho, Carlos Monteiro: "Ela tinha só 17 anos". Por esse motivo, a adolescente diz que a família aceitou bem a sua gravidez, embora o namoro com o pai da criança não tenha dado certo. Amigas Hoje, com 17 anos, Vivian vive como uma jovem da sua idade: cursa o segundo colegial, namora os menininhos do bairro e sai para dançar à noite, geralmente acompanhada pela amiga Fernanda Mattos, de 24 anos: "Ela foi um anjo na minha vida. Espelhei-me nessa grande mulher para educar o meu filho". Fernanda mora no apartamento ao lado de Vivian. Seu filho Rafael nasceu quando ela tinha 20 anos. Tempos difíceis fizeram a garota amadurecer antes da hora. Ela conta que sofreu demais quando recebeu a notícia da gravidez inesperada, mas jamais pensou em aborto: "Vejo muitas meninas perderem a cabeça nesse momento. Eu amei o meu filho desde o primeiro minuto que soube que estava grávida". Juntas, elas passam as tardes brincando com as crianças: "Ficamos amigas justamente por eles. Antes, quase não nos falávamos", relembra Fernanda. Atualmente, ela namora o vocalista da banda de pop rock SOS 80, André Martinez. Como o músico se apresenta todos os finais de semana em São Paulo, as jovens mães fazem questão de acompanhar: "O André tem sido um paizão para o Rafa. E eu, a fã número 1 dele junto com a Vivian".

A gravidez, desejada ou não, pode se tornar perigosa tanto para a mãe quanto para o bebê quando a mulher é muito jovem. Pesquisas comprovam que as complicações do parto e de um aborto feito sem segurança estão entre as principais causas de morte entre as mu-

Vivian tinha só 14 anos quando engravidou. Hoje, com 17, tem lá seus problemas: "Ninguém quer namorar sério uma mamãe solteira"

Rosto de menina, jeito de moleca. Grávida aos 14 anos Vivian tinha 14 anos quando soube que estava grávida. Hoje tem 17, continua solteira, gosta de namorar e sair para dançar. Sobre o filho Cauan: “É uma experiência maravilhosa, mas tudo tem o seu tempo” Denise Adams/AFG

Leonardo Rodrigues/Hype

Fernanda e Rafael (no alto), Vivian e Cauan, Lu e Elaine: histórias comuns de gravidez precoce

Dificuldades Rosto de menina e jeito moleca de ser. Quem olha para Vivian e Fernanda não imagina a responsabilidade que as moças assumiram e o que tiveram de abdicar depois da gravidez. "Ter um bebê hoje em dia sem planejamento é muito complicado. É uma experiência maravilhosa, mas tudo tem o seu tempo, inclusive por questões de 'grana'. Eu ainda nem completei o ensino médio", diz Vivian. Segundo ela, os rapazes se assustam quando sabem que ela já é mãe com apenas 17 anos: "Ninguém quer namorar sério uma mamãe solteira". O pai de Cauan passa os finais de semana com ele a cada 15 dias: "Apesar das brigas do passado, temos um relacionamento bom hoje em dia". Fernanda também acha difícil encontrar alguém que substitua o pai verdadeiro para ajudar na educação: "Meu filho e eu somos muito grudados. Mas a presença masculina na vida de uma criança é fundamental. Graças a Deus encontrei alguém tão legal como o André para namorar", conta a jovem, enquanto chama a atenção de Rafael. Fantasiado de super-herói, o garoto de três anos aplica mais um golpe com a espada de brinquedo no guarda-roupa do quarto. Segunda vez História parecida com a das duas mães adolescentes tem a manicure Lu Gomes da Silva. Grávida de seis meses, ela se prepara para ser mãe pela segunda vez, depois de 17 anos: "Eu era só uma menina, não sabia direito o que estava acontecendo depois que o médico confirmou a minha gravidez". Quando Elaine nasceu, Lu tinha apenas 16 anos e já era casada, mas o relacionamento não durou muito tempo: "Não tinha como dar certo. Eu era muito jovem e ele muito ciumento". Quatro anos depois a menina ganhou um novo pai: "Akio e eu nos conhecemos e nos apaixonamos. Ele é muito bom para a Elaine e graças a Deus estamos juntos até hoje". E dá um suspiro. O segundo casamento deu tão certo que hoje pai e mãe esperam ansiosos pela chegada de Bruno. Aos 33 anos, Lu garante que dessa vez a história será bem diferente: "Quando somos mais experientes, tudo fica mais fácil. Estou bem mais tranqüila agora, com o apoio do meu marido e da minha filha". Segundo a manicure, sua experiência de vida fez com que a educação de Elaine tivesse cuidado redobrado: "Sempre oriento a menina para que não se repita com ela o que ocorreu comigo. Eu não pude mais estudar depois que ela nasceu. Quero que minha filha estude muito e tenha uma carreira brilhante. Só depois quero pensar em netos". (Vanessa Rosal)

O alto risco da gravidez precoce lheres com menos de 20 anos. Nesses casos, o risco de morte pode ser de duas a quatro vezes maior, depende das condições de saúde e sócioeconômica da mãe. As informações fazem parte de um estudo retrospectivo de cerca de onze mil partos realizados

durante um período de cinco anos na Índia. Uma das complicações é a hipertensão induzida pela gravidez que, quando não tratada, pode provocar parada cardíaca ou derrame. Outro problema percebido foi a anemia por deficiência de

ferro. As grávidas mais jovens têm maior probabilidade de ficar anêmicas que as mais velhas, mesmo nos países desenvolvidos. Para evitar a anemia durante a adolescência, os jovens necessitam de duas vezes mais ferro do que as adultas do mesmo peso.

Perfil das mães no Brasil No ano passado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o perfil sócio-econômico de mães que tiveram o primeiro filho em idade precoce (10 a 19 anos). No Brasil, a idade média das mulheres que fo-

ram mães pela primeira vez foi reduzida de 22 anos, em 1991, para 21,6 anos, em 2000. No início da década de 90, 32,5% dos primeiros nascimentos estavam concentrados nas mães com idade entre 10 e 19 anos. Em 2000 essa concentração superou os 38% e atingiu 73% ao serem agregados os primeiros nascimentos de mães com idades entre 20 e 24 anos. O Acre se destacou com a concentração desses dois grupos de idade, com 88%. O oposto Em contrapartida, a pesquisa do IBGE mostra também as mães que tiveram o primeiro filho na meia idade (entre 40 e 49 anos). Em 1991, elas eram 7.142 (0,67%) e, em 2000, somavam 9.063 (0,79%). Ainda que em números absolutos este grupo de mães seja pequeno, o fenômeno já pode ser acompanhado, principalmente nos estados do Rio de Janeiro (passou de 0,91%, em 1991, para 1,09%, em 2000) e São Paulo (de 0,65% para 0,87%). (VR)


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terça-feira, 9 de maio de 2006

ESPECIAL - 9

Celulares, câmeras digitais, agendas? Essas mães precisam Celular é fácil, tem de todo tipo e preço, e um novo sempre agrada. Mas o presente pode ser uma câmera digital, ou um micro de mão, para organizar a agenda. E confira também a nova geração de eletrodomésticos

resentear as mães nem sempre é tarefa fácil. As mulheres são mais complexas que os homens e algumas fogem dos presentes para o ambiente doméstico, preferindo mimos personalizados para usar ou interargir com elas. No caso das mães mais “modernas” (e isto não é mais questão de idade) ou das que trabalham fora, produtos eletrônicos como celulares, câmeras digitais ou organizadores pessoais (PDAs) podem ser uma boa pedida e costumam agradar em cheio. Celulares têm sido um dos itens mais vendidos no mundo inteiro e o Brasil não é exceção. Deveremos fechar o ano com mais de 100 milhões de assinantes de telefonia móvel. E este é o momento certo para deixar as mães contentes com um novo celular. As operadoras estão com várias promoções e oferecem ligações gratuitas aos domingos ou aparelhos por R$ 1 desde que se assine um plano pós pago. Basta dar uma olhada nos sites da TIM, Claro, Vivo, Oi, para conhecer os detalhes antes de ir às compras. Nas lojas, modelos de tantas marcas podem confundir o consumidor. Portanto, o ideal é procurar por faixa de preços. Se o dinheiro está curto, nada como um modelo básico e sem muita complicação - afinal, muitas mães não querem ter trabalho com as múltiplas funções do aparelho. Basta ligar, receber, ouvir mensagens, enviar algum torpedo para o filho que está demorando para chegar a casa e, de quebra, ouvir uma música. Uma sugestão é o C168 da Motorola, um aparelho fininho no formato barra, tela colorida e com um sintonizador de rádio FM (as assinantes da operadora Oi podem captar, em cada Estado onde ela atua, as versões locais de até 16 emissoras de rádio). O preço sugerido é de R$ 199. Outro celular um pouco mais sofisticado, com câmera de 1,3 Mpixel e uma ferramenta que permite armazenar fotos, é o V3c, também Motorola. Além da cor rosa e do formato fininho, as mulheres vão gostar dos acessórios que acompanham o modelo: uma capinha de couro e um fone Bluetooh, que permite a conversação sem a necessidade de fios, também na cor rosa. Tudo por R$ 1.500.

Fotos: Divulgação

Bárbara Oliveira

Aspirador de pó Samsung

Handheld da Dell

Motorola V3c

Celular BenqSiemens, edição especial, da grife Escada FinePix A400, da Fuji

A Nokia sugere um celular com design diferenciado para as mães que gostam de ouvir música enquanto estão no trânsito ou passeando. O 3220 tem teclado giratório. Se ele for girado em 180º, são ativadas as funções de música com as teclas do Music Player já prontas para uso. Se for girado em 90º, o telefone e s t á p ro n t o para tirar uma foto com câmera de 2 Mpixel e zoom digital. A memória interna é de 10 MB, e o preço sugerido é de R$ 1.200. Mães elegantes e que estão sempre de olho no mundo fashion merecem um produto

exclusivo como o celular da Benq-Siemens SL75 com a grife Escada, graças a uma parceria da fabricante com a marca italiana. O aparelho vem na cor dourada, tem teclado deslizante, câmera e tocador de música, além de conexão Bluetooth. Somente 50 modelos desses vieram para o Brasil. Exclusividade tem preço: R$ 2.999, somente na loja o n l i n e w w w. l o j ab e n q s i emens.com.br Fotografar é um hobby que as mulheres gostam muito, e o bom é que os preços das câmeras digitais também estão caindo. A FujiFilm está lançando a

FinePix A400 de 4.1 Mpixel (com resolução para cópias de até 20 x 25 cm) e 3x de zoom óptico por R$ 899; o modelo A500, com resolução maior de 5.1 MPixel, que também grava vídeos e traz programa de edição de imagens, sai por R$ 999. Organizar a agenda, os compromissos da família e do trabalho, acessar planilhas e editor de texto, além de poder ouvir música ou jogar nas horas de lazer são as vantagens de um micro de mão como o Axim X51v, da Dell, por R$ 1.899, ou do Treo 650, da Palm, que também serve como telefone e permite visualizar e-mails, pelo preço médio de R$ 1.900. Se a mãe for uma executiva, que tal um presente prático e singelo como uma bolsa para notebooks por R$ 127? A Lady Notebag, da Leadership, lembra os modelos clássicos de pasta, elegante e com reforço

interno para evitar danos em caso de quedas. Mas existem ainda as mães tradicionais, que não se importam de ganhar produtos domésticos para auxiliar na organização da casa. A Samsung tem uma linha de aparelhos com a nova tecnologia Silver Nano Health System, pela qual as bactérias presentes no ar, nas roupas e nos alimentos são

eliminadas através da ionização de nano partículas de prata. O aspirador de pó, por exemplo, conta com um sistema de filtragem revestido dessas partículas de prata no cabo do equipamento, o que permite uma proteção bactericida. O refrigerador, condicionador de ar e lavadora de roupas também vêm com esse recurso. O aspirador custa R$ 649.


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terça-feira, 9 de maio de 2006

Nas telas, cenas de todos os casamentos E o Vento Levou, A Escolha de Sofia, Kramer x Kramer, Édipo Arrasado. São inúmeros os filmes em que o papel da mãe é reproduzido em todas as situações. Cenas que comovem, alegram, fazem refletir Fotos: Divulgação

Paula Cunha

empre que se aproxima o mês de maio o fenômeno é o mesmo: filhos com ou sem sentimentos de culpa correm às lojas para comprar presentes para suas mães. De sua parte, estejam perto ou longe, sejam calmas ou neuróticas, elas esperam receber presentes e atenção. O cinema explorou este relacionamento - às vezes tão conturbado, na maioria das ocasiões tão sublime - com filmes que fazem rir, pensar, chorar e até sentir muita raiva. Por isso, vamos falar de algumas destas produções que podem ao mesmo tempo comover, alegrar e refletir. Desde o advento do cinema as histórias que se concentram em relacionamentos familiares atraem grande público. Isso parece indicar que as pessoas gostam de se ver refletidas nos filmes e, muitas vezes, se sentem confortadas ao verem seus conflitos resolvidos de uma maneira diferente e original. Durante muitos anos o final feliz foi utilizado como uma válvula de escape. Tudo podia ir mal, mas existia um lugar onde todos os conflitos se resolviam e todos eram felizes para sempre: a tela do cinema. A figura da mãe sempre rendeu boas histórias. Ela passou de uma figura secundária e abnegada nos anos 30 e 40 para uma posição muito mais ativa e independente a partir das décadas de 50 e 60 até os dias de hoje. Um exemplo de mãe que adota o sacrifício pelos filhos como opção de vida é Melanie (Olivia de Havilland), a esposa de Ashley (Leslie Howard), no filme E o Vento Levou. Seu marido é cobiçado por Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), mas ela sempre a perdoa e se concentra em cuidar dos filhos obstinadamente. Acaba morrendo ao dar a luz, confiante de que a sua principal missão era conceber. Assim, este exemplo de comportamento feminino rouba por alguns instantes a cena de Vivien Leigh: sua personagem era a encarnação do espírito de sobrevivência na época, o ideal de iniciativa e dinamismo e se encaixava perfeitamente, pois o filme foi lançado no início da Segunda Guerra Mundial, em 1939. À medida que a mulher se

quecer de filmes como A Escolha de Sofia, onde novamente Meryl Streep é a mãe atormentada pelas circunstâncias à sua volta. Diante de um dilema terrível, qual dos dois filhos vai salvar do campo de concentração, a personagem tem sua estabilidade emocional destruída para sempre. Não se pode esquecer também de todas as versões da vida de Jesus transpostas para o cinema. Na maioria delas Maria é apresentada como uma figura irrepreensível. Assim ocorre em Jesus de Nazaré, de Franco Zefirelli, mas o mesmo não se passa em A Última Tentação de Cristo, dirigido por Martin Scorsese. Nele, Maria está exasperada pelas dúvidas e incertezas que imobilizam o filho e a imagem de paciência e resignação é substituída pela amargura. Esta é uma das raras visões que destoam de todas as outras produções, desde O Evangelho Segundo São Mateus, de Pier Paolo Pasolini, até as montagens mais modestas apresentadas na televisão.

"Kramer x Kramer", "E o Vento Levou" e "A Escolha de Sofia": o cinema reproduz a vida real, todos os dramas entre o amor e o desamor

emancipou financeiramente, esta conquista se viu refletida nos roteiros no cinema. Com isso, tanto na tela grande quanto na televisão, as mães começaram a ser apresentadas não apenas como as felizes donasde-casa (A Feiticeira), mas como as profissionais que conciliam profissão e maternidade (Shirley Jones, em A Família Dó-Ré-Mi, que sozinha cria cinco filhos e toca com eles em um conjunto musical). Tudo isso se refletiu na maneira como as mães eram apresentadas nas telas. No cinema surgiram os filmes que discutiam abertamente o papel da

mulher no casamento e, conseqüentemente, sua função de mãe. Assim, se alternaram produções nas quais mulheres podiam cuidar de seus filhos e viver uma vida independente (Cenas de um Casamento, de Ingmar Bergman, e Nunca Sem Minha Filha, em que Sally Field foge com a filha de um marido repressor) e as que ainda mostravam famílias aparentemente convencionais, como em Gente Como a Gente (1980). Em sua primeira direção Robert Redford escolheu a história de uma família abalada pela perda de um dos filhos e a incapacidade da mãe em admitir que amava

apenas o jovem morto. Interpretada por Mary Tyler Moore, a figura materna ali ganha novas nuances e uma dimensão bem mais humana. Ela não esconde seus sentimentos negativos em relação ao filho sobrevivente (Timothy Hutton) e toma uma decisão radical de deixar a família no final do filme. Ainda no início dos anos 80, estas escolhas nada protocolares e muitas vezes polêmicas passaram a ser mostradas em outras produções. Kramer x Kramer, por exemplo, apresenta um casamento fracassado no qual a mãe ( Meryl Streep) decide ir embora e deixar o filho com

o ex-marido (Dustin Hoffman). O menino de sete anos fica com o pai e os dois constroem um relacionamento sólido até que a mãe volta. Sem grandes apelações, o filme mostra as razões para as atitudes tomadas pelos pais e não transforma a mãe em vilã, o que pode ser considerado um grande avanço para a época, quando no Brasil a guarda compartilhada ainda era uma prática pouco adotada. Sacrifícios Quando se lembra das escolhas que as mães fazem para salvar ou evitar que seus filhos sofram, não se pode es-

Outsiders e dominadoras Mas nem tudo é tragédia nas produções sobre mães em Hollywood. As excentricidades de Cher em Minha Mãe é Uma Sereia fazem com que a filha mais velha reze por uma mãe menos convencional. Afinal, ela muda de cidade ao sentir que um namoro começa a se transformar num relacionamento mais sério e arrasta suas meninas em suas aventuras, que não agüentam mais tantas mudanças. Entretanto, as velhas piadas sobre mães judias dominadoras é que fizeram render o mais engraçado filme dos últimos anos sobre isto. Lançado como um episódio do filme Contos de Nova York, Édipo Arrasado é dirigido por Woody Allen. Ele não deixa pedra sobre pedra na história devastadora de Sheldon (interpretado pelo próprio Allen) e sua mãe que não pára de dar palpites sobre sua vida amorosa e seu trabalho. Quando a leva a um circo com sua namorada (Mia Farrow), velhinha é convidada a participar de um número de mágica e desaparece como que por encanto para ressurgir nos céus de Nova York para controlar a vida do filho e dar-lhe broncas na presença de toda a cidade. A situação fica insuportável e ele não consegue mais sair de casa. Quando a situação se normaliza, a velhinha consegue o que queria: o relacionamento do filho com a namorada termina e ele fica com a cartomante que a ajuda a sair da confusão criada pelo mágico.


OPINIÃO

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10 -.OPINIÃO

terça-feira, 9 de maio de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

BUROCRACIA MATA MÉDICO DA DOR

F

GUERRA DE

Nervos em frangalhos OLAVO DE CARVALHO

E

The Denver Post/AP/AE

De 75 a 100 milhões de americanos precisam de tratamento para dor. O número de especialistas em dor está entre 4 a 5 mil. agravando uma crise na saúde: a do tratamento precário da dor. Apesar de cerca de 75 a 100 milhões de americanos precisarem de tratamento para dor (inclusive dores causadas por câncer, dores nas costas, artrite, enxaqueca e outros tipos de dor de cabeça, HIV/AIDS, acidentes e outras doenças), o número de especialistas em dor, nos EUA, está entre 4 mil a 5 mil médicos – cerca de 1 médico para 6 mil pacientes crônicos, de acordo com um especialista do setor. A análise de Libby sobre a precariedade no tratamento da dor é compatível com um estudo realizado em 2001 por médicos da Califórnia, que descobriram que 40 por cento dos médicos de primeiros socorros da Califórnia relataram que "o medo da investigação afetava seu modo de tratar a dor crônica".

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Há várias razões para se acreditar que a campanha do governo contra os médicos da dor é injustificável, afirma Libby. Primeira: muitos do pequeno número de pacientes cujas mortes foram atribuídas a analgésicos contendo oxicodeína, um opióide, tinham também outras substâncias em seu organismo, sugerindo que este ingrediente não foi, necessariamente, a causa primária de sua morte. Segunda: muitos pacientes viciados em analgésicos prescritos tinham tido problemas anteriores de consumo de droga antes da prescrição de analgésicos. Terceira: os

Céllus

uncionários ultrazelosos do FDA, a agência do governo americano que regula e vigia os setores de farmacêuticos, alimentação e outras áreas ligadas à saúde, estão "travando uma guerra ofensiva, descomedida, injustificável contra médicos especialistas em dor" que os está "atemorizando, levando-os a abandonar a especialidade", segundo o cientista político Ronald T. Libby (University of North Florida). A denúncia foi publicada em artigo da The Independent Review, edição Spring 2006. Médicos da dor têm sido indiciados e condenados em número cada vez maior desde 2001 e, de acordo com Libby, as condenações estão

funcionários do governo subestimaram a facilidade com que estas drogas podem ser obtidas sem a prescrição de um médico, inclusive por roubo e por compra pela Internet. Quarta: as condenações coincidiram com uma mudança no "autofinanciamento" de alguns programas do governo de controle de drogas, tais como o Programa de Controle de Desvio [de uso de drogas], do DEA, setor que controla o uso legal de drogas nos EUA, sugerindo que incentivos distorcidos para as autoridades responsáveis pela vigilância da lei tornam mais prováveis as condenações por excesso de zelo.

scravizar os militantes, forçando-os a agir contra a própria consciência em nome da fidelidade a ideais alegadamente sublimes, é um procedimentopadrão dos partidos comunistas desde há mais de um século. Muitos observadores, de dentro inclusive, ficaram chocados ao ver como esse estupro da psique individual é eficaz, como ele produz e intensifica a devoção àquilo que minutos antes parecia abjeto e repulsivo. Com rapidez impressionante, os princípios morais da vítima são derrubados e substituídos por um novo padrão de segurança interior, baseado na obediência canina, embelezada por um sistema de pretextos ideológicos. Essa técnica de escravização mental não nasceu do puro empirismo, mas tem sólidas bases científicas. Primeiro, Ivan Pavlov demonstrou que cães submetidos a um bombardeio de estimulações paradoxais sofriam um colapso nervoso, que produzia a inversão geral de suas reações habituais: passavam a atacar o dono e lamber as mãos de estranhos. Mais tarde, Leon Festinger descobriu que, de cada cem indivíduos que aceitassem praticar atos contrários a seus princípios, mesmo por pura experiência, 82 acabavam produzindo a posteriori requintadas justificações que tornavam esses atos moralmente aceitáveis. São só dois exemplos. Os estudos a respeito são inumeráveis. Pouco a pouco, essas técnicas, inicialmente empregadas apenas com prisioneiros políticos, foram se expandindo para o uso em massa, não só no treinamento de militantes mas na educação em geral. Tendo reprimido e sufocado o clamor da sua consciência pessoal, o indivíduo passa a viver numa "segunda realidade" que, justamente por ser postiça, tem de ser continuamente reforçada por novos estímulos. Daí a peculiar intensidade emocional do discurso esquerdista, incomparável na expressão do puro ódio irracional apresentado como justo protesto dos humilhados e ofendidos. Ninguém, como aqueles que passaram por essa contra-iniciação, consegue ser tão

Cenários para o álcool e a gasolina

M édicos da dor abandonam a especialidade

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Marcos Menichetti (marcosm@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

A

fragilidade psíquica por trás das caretas ameaçadoras é um dos traços mais inconfundíveis da militância esquerdista. Mas, no conjunto do esquema, essa fraqueza também tem sua utilidade. Tendo rompido o contato com sua consciência originária, o militante se torna inteiramente dependente do partido como base da sua segurança psíquica. Qualquer tentação de ruptura ou infidelidade aparece, então, como um risco psicológico temível, que deve ser evitado a todo preço, incluindo, se necessário, a total negação da realidade. As ondas de suicídios e internações psiquiátricas que se seguiram às revelações dos crimes dos partidos comunistas desde a década de 30 revelam até que ponto indivíduos de inteligência superior tinham se deixado escravizar à morfina da solidariedade partidária. Isso dá ao partido a certeza estatística razoável de que, entre os eventuais dissidentes e traidores, a maioria terá os nervos em frangalhos e qualquer denúncia que venha deles poderá ser facilmente impugnada como fruto do desequilíbrio e da loucura. Nada mais fácil do que desmoralizar o acusador em cujo rosto são visíveis as marcas da perplexidade e do desespero. A utilização sistemática dos hospícios como prisões para dissidentes, na União Soviética, foi só uma das aplicações diretas dessa observação. As campanhas de character assassination de ex-militantes arrependidos são outra. A técnica é, no fundo, a mesma. Lembrem-se disso quando lerem as reações dos envolvidos no mensalão às denúncias do ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira.

É fácil desmoralizar o acusador que traz visíveis marcas de perplexidade

TRECHOS DO ARTIGO "TREATING DOCTORS AS DRUG DEALERS: THE DRUG ENFORCEMENT ADMINISTRATION'S WAR ON PRESCRIPTION PAINKILLERS," DE RONALD T. LIBBY, DISPONÍVEL NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

persuasivo ao lançar, entre esgares de indignação fingida, os insultos mais estapafúrdios e as acusações mais patentemente falsas aos inimigos cuja destruição seja útil ao partido. No fundo, é claro, resta sempre uma pontinha de consciência de que a nova estrutura da personalidade assim produzida é uma construção de papelão, um simulacro improvisado para fins de estratégia ou tática partidária.

LUIZ GONZAGA BERTELLI

C

om os assustadores furacões que assolaram as instalações petrolíferas, os contratos internacionais de entrega futura do petróleo dispararam para cerca de US$ 80/barril. Ademais, o sistema global de energia já está bem próximo da sua capacidade máxima de extração e refino do petróleo. Não obstante, a demanda continua a crescer em todo o universo, como se as reservas existentes fossem inesgotáveis. Novamente, nos países desenvolvidos, a tendência é a aquisição de grandes automóveis, que consomem muito combustível. No Brasil, estamos prestes a alcançar a autosuficiência no petróleo, embora a nossa capacidade de refino ainda não corresponda às nossas necessidades do consumo, mui especialmente no que concerne ao óleo diesel, quando as necessidades da Nação já superam mais de 40 bilhões de litros/anuais, pois viramos as costas para as ferrovias e ao transporte marítimo ou fluvial. Na safra de 2006/07 a produção brasileira de álcool deverá alcançar 17 bilhões de litros, em virtude da construção de novas indústrias, notadamente no Centro-Sul. Em face da absorção de moderna tecnologia, tanto no campo como na indústria, o álcool da cana é competitivo com o preço da gasolina, especialmente diante dos atuais preços do petróleo. Com a constante ab-

sorção de novas técnicas na produção agrícola, bem como nos processos de fabricação, o álcool brasileiro deverá aumentar a sua produção e reduzir os seus custos. Consoante os pesquisadores, existe ainda muito potencial tecnológico a ser desenvolvido, incluindo variedades de cana resistentes a pesticidas e pragas e até mesmo às secas. Não existem mais estímulos governamentais e o custo de produção do álcool (sem impostos) nas indústrias paulistas mais eficientes é de cerca de US$ 0,20/litro.

C

om a produção do álcool em torno de 300 mil barris-diários, ao lado da auto-suficiência do petróleo bruto, o Brasil poderá alcançar a tão ambicionada independência energética neste ano, coroando os esforços governamentais e da iniciativa privada das últimas três décadas. O potencial existente nessa área da alcoolquímica brasileira é enorme. Existem estimativas que poderá alcançar mais de 7 bilhões de litros de álcool anuais de consumo. O espaço disponível para o crescimento do uso dos combustíveis extraídos da biomassa tende, portanto, a crescer, abrindo enormes perspectivas para todas as nações, notadamente localizadas na faixa tropical, como é o caso do Brasil. LUIZ GONZAGA BERTELLI É PRESIDENTE DO CIEE

O Brasil poderá alcançar a ambicionada independência energética neste ano

PALAVRAS stamos no início de uma guerra sem bombardeios, sem movimentos estratégicos, sem generais e sem o Estado Maior dos combatentes. É a guerra em que se enfrentam o Brasil e a Bolívia, com tentativas de apaziguamento entre o presidente Lula e o nervosismo cucaracha do governo boliviano. A Petrobras, que é, no caso, o famoso pomo da discórdia, se pôs em brios e não quer conversar, mas chegará o dia que o "deixa disso" entrará em função e certamente podemos supor que La Paz será a cidade da paz para os dois vizinhos, que tiveram a ilusão de poderem tê-la sem divórcio. As relações entre o Brasil e a Bolívia poderão azedar, mas a acidez será medicada pela diplomacia dos dois.

E

A guerra não será longa. Que os dirigentes se curvem ante os interesses de países que se querem bem. É de se presumir, como em todas as batalhas clássicas, que a verdade será morta e serão inventadas verdades menores e intermediárias para suprir a lacuna da grande verdade, a de que a grande esquerda já deveria ter sido enterrada, sem possibilidade de fazer eleições e de conseguir a eleição de seu candidato, como é o caso do presidente Evo Morales. Bolívia parecia ser um bom parceiro do Brasil para o escoamento de sua riqueza petrolífera, mas ideologicamente seu novo governo não entendeu assim – era o seu direito. A característica principal deste episódio está na sobrevivência de uma ideologia que já caducou e deveria ser arquivada definitivamente, para não perturbar a renovação política, econômica e social em nações com vasta população, necessitando de desenvolvimento, na linha de uma economia moderna, entendida no seu amplo significado de promoção da pessoa ao mais alto bem-estar do que lhe coube, infelizmente, na partilha dos bens da terra. A guerra de palavras não deverá ser longa. Esperamos que os dirigentes do Brasil e da Bolívia se curvem ante o imperativo dos interesses supremos de dois países que se querem bem.

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Política

As declarações de Sílvio Pereira afetaram o presidente. O fato de Lula não ter falado na cerimônia mostra a gravidade da situação Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical

DENÚNCIAS DE SÍLVIO PEREIRA CONTRA O GOVERNO ARMAM A OPOSIÇÃO E CALAM ATÉ O PRESIDENTE LULA.

OPOSIÇÃO QUER CRIAR A CPI DO ´SILVINHO´ Roberto Stuckert/Ag.OGlobo

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PETISTAS DIVERGEM SOBRE O QUE FAZER APÓS ACUSAÇÕES

E

Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais, diz que Sílvio Pereira é uma pessoa 'espiritualmente atormentada'.

LULA EM DIA DE SILÊNCIO Evaristo Sá/AFP

N

em o encontro c o m o s c o m p anheiros sindicalistas motivou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a falar. Seu silêncio chamou a atenção de todos os presentes à cerimônia de reconhecimento oficial das centrais sindicais e da criação do Conselho Nacional das Relações do Trabalho, no Palácio do Planalto. Lula simplesmente não discursou, o que é um fato nada corriqueiro, visto que, se tiver oportunidade, ele fala até quatro vezes num só dia. O presidente chegou uma hora atrasado para a cerimônia com os sindicalistas. Estava reunido com os ministros que formam sua coordenação política, quando tratou rapidamente do tema Silvinho Pereira. Da reunião, participaram Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Tarso Genro (Relações Institucionais), além de Paulo Bernardo (Planejamento), interessado em falar do Orçamento da União. Na opinião de ministros que participaram da reunião com Lula, as declarações de

va, no entanSilvinho ofereto, o fato de o ceram mais presidente detalhes de tonão ter discurdo o processo sado mostra a que resultou gravidade da no escândalo situação e que do mensalão, as afirmações como a inforde Sílvio Pemação de que reira geraram Marcos Valénova crise no rio pretendia governo. arrecadar R$ 1 "As declabilhão em operações de Sílrações que en- Presidente Lula surpreende vio Pereira v o l v i a m o s ao não discursar durante afetaram o bancos Econô- encontro com sindicalistas presidente. O mico, Mercantil de Pernambuco e Oppor- fato de Lula não ter falado na tunity, além de ativos na área cerimônia mostra a gravidade da situação", disse Paulida agropecuária. Avaliação– Para o alto es- nho, defendendo que a Polícalão de Lula, o que Silvinho cia Federal garanta proteção fez foi repetir parte da de- ao ex-dirigente petista para núncia do procurador-geral que ele possa dar mais esclada República, Antonio Fer- recimentos sobre o caso. Gravidade– Paulinho disnando de Souza, que afirmou na sua ação contra os envolvi- se que até agora todos apondos no mensalão que uma tavam o ex-ministro José Dir"quadrilha foi formada" para ceu como o chefe do esquema garantir o poder ao PT. Ao do mensalão e que, agora, Silmesmo tempo, os ministros vinho incluiu o nome do preque formam o núcleo central sidente Lula. Antes de saber do governo consideraram da decisão da Ordem dos Adque Sílvio Pereira é hoje uma vogados do Brasil (OAB) de apresentar queixa-crime pessoa angustiada. Para o presidente da Força contra Lula e não pedir o imSindical, Paulo Pereira da Sil- peachment, Paulinho defen-

PRESTAÇÃO DE CONTAS SOB DÚVIDA

A

s revelações do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira põem mais uma vez em dúvida a prestação de contas oficial apresentada pelo partido na campanha de 2002. Em entrevista ao jornal O Globo no último domingo, Silvinho afirmou que na campanha daquele ano o diretório nacional teria ficado com uma dívida de R$ 17 milhões. Esse débito incluiria, segundo ele, as dívidas das campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de José Genoino (candidato derrotado ao governo de São Paulo), e do senador Aloizio Mercadante (SP). Nas três prestações de contas oficiais, porém, não há registro de dívidas de campanha. Os números oficiais apresentados pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são bem diferentes do que o ex-dirigente revelou. Ele contou que, do débito de R$ 17 milhões, o partido conseguiu pa-

gar R$ 14 milhões, faltando saldar R$ 3 milhões referentes à despesa da campanha para o Senado em São Paulo. Contas errada – Só que esse número não bate com o que foi enviado ao TSE pelo PT. Oficialmente, a campanha do senador Mercadante foi bem mais barata e não deixou débito algum. Arrecadou R$ 710.483,41 e gastou R$ 710.437,36. A campanha de Mercadante, feita pelo publicitário Duda Mendonça, teria um saldo de R$ 46,05. Na campanha de Genoino ao governo de São Paulo, mais uma vez o PT declarou ao TSE que a conta não fechou no vermelho: o saldo seria de R$ 46,31. Os gastos foram da ordem de R$ 2 milhões. O comitê regional petista declarou que gastou em todo o Estado de São Paulo outros R$ 3,4 milhões, destinados à campanha de Genoino e que também podem ter sido gastos na eleição

proporcional (de deputados). Sobraram no caixa do comitê regional R$ 69,37. A declaração oficial registrada no TSE sobre a prestação de contas da campanha de Lula também não coincide com o que Sílvio disse . O PT declarou que a campanha de Lula não deixou dívidas. O partido arrecadou R$ 21.072.475,98 e gastou R$ 21.061.272,57. Teriam sobrado R$ 11.203,41. O comitê nacional do PT, segundo registro do TSE, também não teria deixado dívidas. Foram arrecadados, em 2002, R$ 18,313 milhões e gastos R$ 18,307 milhões. Oficialmente teriam sobrado R$ 6 mil em caixa. Sílvio Pereira afirmou que a dívida eleitoral de R$ 3 milhões cresceu quando chegou a informação de que as campanhas estaduais deixaram débitos de R$ 32 milhões. A direção do PT diz que as contas de campanha da direção anterior ainda estão sob análise. (AOG)

deu a proposta da entidade. "Acho que a OAB é o organismo com maior credibilidade para pedir o impeachment ou não", disse ele. Caso Collor– Segundo o dirigente da Força Sindical, a situação de Lula é mais complicada do que a do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Paulinho disse que no caso Collor "era só um Elbazinho" e que no caso de Lula, o empresário Marcos Valério pretendia ganhar um R$ 1 bilhão até o fim do governo, de acordo com a entrevista de Silvinho ao jornal O Globo. Preocupado com as denúncias, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) propôs, por intermédio de ofício, que o presidente Lula compareça ao Congresso "para uma exposição e diálogo com os senadores e deputados sobre os mais importantes assuntos de interesse do governo e do povo brasileiro"– referindose às denúncias de Sílvio Pereira. No ofício a Lula, Suplicy sugeriu que a data seja negociada antecipadamente com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). (Agências)

mbora parlamentares do PT defendam que o partido deva investigar internamente as denúncias feitas pelo ex-dirigente Sílvio Pereira, a direção nacional da legenda ainda resiste à idéia. Um dia depois de classificar Silvinho como "traidor" e "mentiroso", o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem que o partido não tem instrumentos legais para investigar a conduta de quem não faz mais parte dos quadros do partido. "Esse papel agora é do Ministério Público e da Polícia Federal", disse Berzoini. O deputado federal José Eduardo Martins Cardoso (SP), discorda. "É claro que o PT tem que apurar", disse Cardoso, enfático. Para ele, não se pode afirmar ainda se o que Sílvio relatou tem ou não fundamentos. "Não podemos ainda dizer se (a denúncia) é verdade ou mentira. Por isso, o PT também precisa apurar." O deputado disse ter estranhado as cifras "exorbitantes" e "nada razoáveis" citadas na entrevista ao jornal O Globo. Perguntado se havia razoabilidade para os valores envolvidos em eventuais crimes de extorsão, disse que a situação em si "é inimaginável e foge ao padrão de crime para quem quer montar esquema desse porte". O senador Eduardo Suplicy também avaliou que o partido deve apurar "tudo". Mensaleiros– Envolvido no escândalo do mensalão, o expresidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), evitou entrar em detalhes sobre as denúncias. " Ainda estou tentando entender. Mas o que posso dizer é que a CPI já apurou, o Ministério Público já apurou e a Câmara já julgou", disse ele. Perguntado se pode ter havido motivação política, foi lacônico: "Realmente não sei". O deputado Professor Luizinho (PT-SP), acusado de receber dinheiro do valerioduto, e a deputada Angela Guadagnin (PT-SP), advertida por ter dançado após a absolvição de um colega acusado de envolvimento no mensalão, evitaram falar com a imprensa. (AOG)

Factoring

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s presidentes dos partidos de oposição vão se reunir hoje no Congresso para traçar uma estratégia comum e definir medidas a serem adotadas em relação às denúncias do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira, o "Silvinho", de que o empresário Marcos Valério, operador do mensalão, planejava faturar R$ 1 bilhão durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Silvinho foi localizado ontem pela Polícia Federal, em São Paulo, e assinou a intimação para ir à CPI dos Bingos amanhã, às 11 horas. O líder do PFL no Senado, senador José Agripino (RN), disse que a oposição poderá pedir a criação de uma nova CPI – seria a CPI do "Silvinho" – caso o Supremo Tribunal Federal (STF) dificulte as investigações do caso pela CPI dos Bingos, no Senado. Segundo Agripino, está convidado para a reunião também o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). "Vamos ouvir o Sílvio Pereira. Se for o caso, fazer o confronto entre ele e Marcos Valério e, a partir daí, tomarmos uma iniciativa, que pode ser até o pedido de impeachment (do presidente da República)", afirmou Agripino. Segundo ele, o governo teria tomado uma atitude "escapista" ao desqualificar as declarações de Sílvio Pereira à imprensa, mas o ex-secretário do PT, "na sua Vai ficar brejeirice, tudo por apontou claisso mesmo? ramente que cumpria orTodos com dens e que o cara de comando era paisagem? de Lula, GeJosé n o i n o , D i rAgripino, ceu e Mercalíder do PFL dante", disse no Senado Agripino. E ainda indagou: "Vai ficar tudo por isso mesmo? Todos com cara de paisagem?" Novas denúncias– O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que Sílvio Pereira é uma pessoa "espiritualmente atormentada". Ao comentar a entrevista em que o ex-dirigente petista afirmou que Marcos Valério planejava arrecadar R$ 1 bilhão durante o governo Lula, Genro avaliou que Silvinho fez uma "grande catarse pública". "Conheço muito pouco o Sílvio, mas sei que atualmente ele é uma pessoa muito atormentada, espiritualmente muito atormentada, por ter recebido aquele presente, em circunstância indevida e ilegal", afirmou o ministro, em uma referência ao jipe Land Rover que o ex-dirigente do PT ganhou de presente da empresa baiana GDK, que presta serviços à estatal Petrobras. Tarso Genro disse que o Palácio do Planalto considera a declaração de Sílvio Pereira, "naquilo que lhe toca", um assunto encerrado. Ainda segundo o ministro, a presença de Sílvio na CPI dos Bingos é uma questão pessoal ou do PT, e não do governo. O ministro fez questão de rebater a crítica do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que observou o comportamento dos petistas de ainda considerar como "companheiros" pessoas acusadas de corrupção. Tarso disse que o atual governo incentiva ações da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União de combate às irregularidades. "Por que será que o Fernando Henrique não fez isso no governo dele?", questionou. (Agências)

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Senado Planalto Corrupção CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

A tentação talvez seja mostrar quem é mais corrupto. Odilo Scherer, secretário- geral da CNBB

OAB LIVRA LULA DE IMPEACHMENT

OAB PEDE QUE A PARTICIPAÇÃO DE LULA NO MENSALÃO SEJA INVESTIGADA

Eymar Mascaro

LULA LIVRE DE IMPEACHMENT, O MAS NÃO DE QUEIXA-CRIME.

PMDB continua sendo o alvo do PT e PSDB. Os tucanos querem que o ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, seja o vice de Alckmin, enquanto o PT ofereceu a vaga de vice a Michel Temer. O PMDB é cobiçado por ambos os partidos porque está estruturado em todos os estados e dispõe de excelente tempo de campanha na TV. Mas, o partido vai decidir seu futuro na convenção extraordinária do dia 13. No encontro é que se saberá se os peemedebistas terão candidato próprio; se apoiarão tucanos ou petistas; ou, se a legenda se mantém neutra para ter liberdade de estabelecer alianças nos estados. Por enquanto, o PMDB tem dois pré-candidatos a presidente, Anthony Garotinho e Itamar Franco. Em recente reunião com outros tucanos, Alckmin decidiu que cooptar o PMDB é prioridade. O tucano vê em Jarbas Vasconcelos o vice ideal, mas o político é pule de 10 na eleição para o Senado por Pernambuco.

Ailton de Freitas/Agência O Globo

O

Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu ontem pedir ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que aprofunde as investigações em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a existência do mensalão. O relator do processo que pedia o impeachment do presidente no Conselho Federal da OAB, o advogado Sergio Ferraz, afirmou ontem que nunca houve na história do presidencialismo brasileiro tanta imoralidade e deterioração quanto no atual governo. "A podridão do Planalto exala hoje um odor muito mais nauseabundo e mefítico que nos tempos da "Casa da Dinda'", disse em seu voto, favorável à entidade encaminhar ao Congresso um pedido de impeachment. No entanto, a proposta foi rejeitada pelo Conselho Federal da OAB. "Se tomássemos como elemento de prova tão apenas as declarações à imprensa do próprio presidente, teríamos que, pelo menos por omissão, ele atentou contra o livre exercício do Poder Legislativo (compra de votos, 'mensalões,' etc.) e a probidade na administração", afirmou o advogado. Segundo ele, não há como separar o presidente Lula "de todo o mar de lama em que patinavam seu ministro mais poderoso– poder que o presidente lhe outorgou – e os principais gestores de seu partido de sustentação". Quei xa-cri me - De acordo com o presidente nacional da OAB, Roberto Busato, será formulada e encaminhada uma queixa-crime com base nos supostos indícios de envolvimento de Lula com o mensalão. Esse encaminhamento, aprovado por 17 votos a 15, deverá ser feito em no máximo 15 dias.

DECISÃO O PSDB promoveu uma reunião do presidente Tasso Jereissati com Alckmin, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, quando ficou decidido que o partido faria o cerco ao PMDB. Foi proposto o convite para que o PMDB indicasse o vice do tucano. O relator do pedido de impeachment, Sérgio Ferraz cochicha com o presidente da OAB, Roberto Busato.

Na mesma reunião do Conselho Federal, a OAB rejeitou por 25 votos a 7 uma proposta para que a entidade protocolasse um pedido de impeachment contra Lula no Congresso. A maioria dos conselheiros concluiu que não é oportuna a abertura de um processo de impeachment no atual momento e também não está provado que o presidente Lula cometeu crime de responsabilidade. Avisado sobre a decisão da OAB, o procurador-geral da República deu sinais de que pretende manter um trabalho independente nas investigações. Disse que "todas as investigações a respeito desse episódio estão sendo aprofundadas". Souza não quis citar nomes nem revelar se Lula está entre os investigados. Críticas duras - Autora da proposta de pedido de impeachment, a advogada Elenice Carille, do Mato Grosso do Sul, também fez duras críticas ao presidente da República. "A ignorância criminosa dos fatos, que invoca o presidente da República, importa em crime por omissão, em crime que não

deixa impressão digital e que não deixa qualquer prova material, mas nem por isso deixa de ser crime", afirmou. Entre os advogados que apoiaram a proposta de encaminhar um pedido ao procurador-geral está José Roberto Batocchio. Ele advoga para o exministro da Fazenda Antonio Palocci. Junto com a queixacrime, a OAB deverá enviar ao procurador-geral uma cópia do voto do relator do caso, Sergio Ferraz, que indica elementos sobre as suspeitas de envolvimento de Lula no episódio. Distante – A entrevista do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira revelando novos detalhes do esquema irregular que atingiu duramente o PT, deverá ser usada pela oposição para tentar atingir o presidente Lula e a liderança que ele vem mantendo nas pesquisas. Apesar deste objetivo, analistas acreditam que o presidente continuará descolado do centro desses escândalos. "A menos que exista um fato novo, que comprometa Lula, ele continuará sendo preservado, principalmente, por conta

da imagem receptiva que tem junto ao eleitorado das classes populares e também em razão do elevado capital eleitoral que ainda mantém", avaliou o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Fábio Reis. A opinião é compartilhada pelo pesquisador e cientista político da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) , Marco Antonio Carvalho Teixeira. Com base nessas avaliações, o cenário político não deverá se alterar significativamente nos próximos dias. Planalto comemora– O Palácio do Planalto comemorou a decisão da OAB de arquivar o pedido de impeachment do presidente. Na avaliação de ministros, a posição da entidade esfriou a declaração recente de Sílvio Pereira e fortaleceu o governo na disputa com opositores e minimizou o discurso de tentar envolver o presidente nas denúncias de corrupção. "A decisão veio em boa hora para a sociedade brasileira", disse o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. (Agências)

Igreja pede a renovação do Congresso

O

s bispos da Igreja Católica estarão empenhados este ano em fazer com que os brasileiros aproveitem a chance de renovar o Congresso Nacional, elegendo deputados e senadores não corruptos, conforme manifestou ontem o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Scherer, bispo auxiliar de São Paulo. Na apresentação da 44ª Assembléia Geral da CNBB,

O alvo

que começa hoje em Itaici, localidade do município de Indaiatuba, na região de Campinas, dom Odilo cobrou dos candidatos nas eleições deste ano menos denúncias de corrupção e mais propostas para o País. "A tentação talvez seja mostrar quem é mais corrupto. E se esquece de discutir projetos, se esquece de discutir as questões do Brasil, aonde nós queremos chegar com o exercício do

poder. Por isso, que os candidatos se apresentam com propostas à população para que ela possam discernir em quem votar", propôs. O impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o secretário geral, não foi discutido pela CNBB, que não tem posição oficial sobre o tema. Mas ele considera difícil que o processo de impeachment contra o presidente evolua. "Acho difícil que um eventual pedido

de impeachment contra o presidente possa ter evolução porque estamos em um ano político-eleitoral", disse. Na entrevista coletiva que concedeu ontem em Itaici, dom Odilo Scherer disse que a sociedade não pode esperar que "os políticos caiam do céu", já que a população tem que escolher, entre os candidatos, aqueles que participam intensamente da vida do país com princípios éticos. (AOG)

JOBIM: 'NÃO HÁ FUNDAMENTO JURÍDICO'.

também não vê razões políticas para a cassação de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo depois das declarações feitas pelo exsecretário- geral do PT, Silvio Pereira. "Não há nada de novo nas declarações de Sílvio Pereira. É tudo requentado", Jobim opinou. "Com o crescimento de Lula nas pesquisas e a queda do candidato da oposição, os oposicionistas vão tentar aproveitar as declarações (de Sílvio Pereira) para fazer exploração política, mas não há participação do presidente nos fatos", acrescentou. (AE)

J

uridicamente, não há fundamento para o pedido de impeachment do presidente da República, garante o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim. Ele ressalva que um processo de impeachment analisa principalmente os aspectos políticos do suposto envolvimento do presidente da República num crime de responsabilidade, do que propriamente um mérito jurídico. Entretanto, Jobim

ALTERNATIVA Os tucanos acertaram também que se não puderem ter o PMDB na chapa, que pelo menos consigam impedir o partido de se aliar ao PT. O PSDB não admite que o PMDB feche com Lula. Seria um desastre total para a campanha de Alckmin.

LEMBRANÇA Tasso Jereissati queria saber do convite que Tarso Genro, ministro de Relações Internacionais, fez a Michel Temer para ser o vice de Lula. Ao mesmo tempo, os tucanos decidiram também oferecer a vaga de vice de Alckmin a Jarbas Vasconcelos.

impeachment do presidente em função das novas denúncias feitas pelo ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira ao jornal O Globo. O PFL está em reunião permanente: quer cassar Lula.

DEPOIMENTO A CPI dos Bingos está disposta a pedir a ajuda da polícia para levar Sílvio Pereira a depor amanhã na comissão. Pereira não compareceu em outras convocações. Os membros da CPI querem que Sílvio explique melhor a denúncia de que o esquema do empresário Marcos Valério era o de arrecadar R$ 1 bilhão por meio de negociatas com empresas públicas e privadas.

CONCENTRAÇÃO PT e PSDB tem outra coisa em comum: os dois partidos querem concentrar a campanha no nordeste, em Minas e São Paulo. Apesar de Aécio Neves ser do PSDB, a situação eleitoral de Alckmin em Minas não é das mais cômodas.

QUEDA

LINHA DE FRENTE Com medo de possíveis reações no PFL, os tucanos encarregaram o senador catarinense Jorge Bornahusen de minimizar os eventuais protestos no partido. Em tempo, uma vez que o PFL quer indicar o vice de Alckmin, que seria um dos senadores: José Agripino (RN) ou José Jorge (PE).

NORDESTE Conclui-se que o PSDB decidiu que o vice de Alckmin será do nordeste: Jarbas Vasconcelos e José Jorge são de Pernambuco e José Agripino do Rio Grande do Norte. O nordeste continua sendo a região em que Lula leva ampla vantagem sobre Alckmin nas pesquisas.

INVESTIDA Lula está esperando por um encontro com Michel Temer, que deve ocorrer após a convenção do PMDB do dia 13. Dependendo do resultado da convenção, Lula faria o convite diretamente ao presidente peemedebista para ser seu vice.

IMPEACHMENT Enquanto o PT trabalha o apoio do PMDB, Lula vai sendo encurralado pela oposição. Cresce no PFL a disposição de apoiar o

Lula continua de olho nos votos paulistas. O último Ibope revelou que Alckmin sofreu uma pequena queda, mas continua na sua frente em São Paulo. O Estado cataloga mais de 25 milhões de eleitores. O único presidente que se elegeu perdendo a eleição em São Paulo foi Juscelino Kubitchek.

CANDIDATURA Orestes Quércia continua afirmando que vai defender a candidatura presidencial de Itamar Franco na convenção do PMDB. Detalhe: se não for candidato ao Planalto, Itamar deve confirmar sua candidatura ao Senado. Itamar disputaria a eleição para Senado coligado com Aécio Neves. Um apóia o outro em Minas.

COMUNICAÇÃO Além do cientista político Antonio Lavareda e do jornalista Luiz Gonzalez, o PSDB pode ter na área de comunicação da campanha de Alckmin também o diretor do Instituto Voz Populi, Marcos Coimbra, que ficaria encarregado de fazer as análises das pesquisas para o candidato.

DATA Independentemente do assédio do PSDB ao PMDB, o PFL mantém o dia 25 como data para anunciar o vice de Alckmin. Mas, o partido sabe que pode abrir mão da indicação se os tucanos fecharem o acordo com os peemedebistas. José Jorge parece que leva vantagem sobre José Agripino, porque tem a simpatia do presidente pefelista, Jorge Bornhausen.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS CNPJ/MF Nº 61.594.065/0001-05 - NIRE 35.3.00039823 ATA DE ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 31 DE MARÇO DE 2006 1. DATA, HORÁRIO E LOCAL – Aos 31 (trinta e um) dias do mês de março de 2006, às 14:00 horas, na sede social da Companhia Níquel Tocantins (“Companhia”), localizada na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Dr. José Artur Nova, nº 1.309, São Miguel Paulista, CEP 08090-000. 2. EDITAL DE CONVOCAÇÃO – Edital publicado nos termos do art. 124 da Lei nº 6.404/76, nos jornais “Diário Oficial do Estado de São Paulo” e “Diário do Comércio”, sendo que as publicações foram veiculadas nas edições dos dias 23, 24 e 25/03/2006 e nos dias 23, 24 e 27/03/ 2006, respectivamente. 3. PRESENÇA – Estiveram presentes os acionistas totalizando número superior ao quorum previsto na Lei e no Estatuto Social para instalação desta Assembléia Geral Extraordinária e aprovação das matérias constantes da Ordem do Dia, conforme demonstram as assinaturas lançadas no livro “Presença de Acionistas”. 4. COMPOSIÇÃO DA MESA – Instalada a Assembléia, o Sr. Antonio Ermírio de Moraes, Diretor Presidente, assumiu a presidência da mesa, indicando o Sr. João Bosco Silva, Diretor da Companhia, para secretariar os trabalhos, tudo conforme o disposto no art. 8º do Estatuto Social da Companhia. 5. ORDEM DO DIA – Iniciados os trabalhos, o Sr. Presidente solicitou ao Sr. Secretário que procedesse à leitura da Ordem do Dia para deliberar sobre: 1. Grupamento da totalidade das ações ordinárias representativas do capital social da Companhia, com o propósito de garantir um valor patrimonial mais significativo as ações; 2. Incorporação da Companhia pela sociedade Mineração Serra da Fortaleza S.A, sociedade de capital fechado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 18.499.616/0001-14, com sede social localizada na cidade de Fortaleza de Minas, Estado de Minas Gerais, na Estrada João Soares da Silveira, s/nº, CEP 37.905-000 (“Incorporadora”), implicando a deliberação dos seguintes itens: (2.a) Exame e aprovação do Protocolo e Justificação de Motivos de Incorporação firmado entre a Companhia (“Incorporada”) e a Mineração Serra da Fortaleza S.A (“Incorporadora”); (2.b) Ratificação da nomeação efetuada pelos administradores da Companhia, que elegeram a Moore Stephens Lima Lucchesi Auditores Independentes como empresa especializada responsável pela avaliação e elaboração do respectivo laudo, pelo valor contábil, do acervo líquido da Companhia; (2.c) Exame e aprovação do laudo de avaliação elaborado pela Moore Stephens Lima Lucchesi Auditores Independentes, referente ao patrimônio líquido da Companhia; (2.d) Aprovação da incorporação da Companhia pela sociedade Mineração Serra da Fortaleza S.A, nos termos previstos no Protocolo e Justificação de Motivos de Incorporação, e, conseqüentemente, a sua extinção por incorporação. 6. FORMA DA ATA – Foi deliberada a lavratura da presente ata na forma de sumário, nos termos do parágrafo 1º do art. 130 da Lei nº 6.404/76. 7. DELIBERAÇÕES – Colocadas em discussão as matérias da Ordem do Dia, os acionistas presentes, respeitadas as abstenções legais, deliberaram, por unanimidade: 1. Aprovar o grupamento da totalidade das 13.910.718.073 (treze bilhões, novecentas e dez milhões, setecentas e dezoito mil e setenta e três) ações ordinárias da Companhia, sem valor nominal, na proporção de 1.000.000 (um milhão) de ações atuais para cada 1 (uma) nova ação, resultando, assim, no total de 13.906 (treze mil, novecentas e seis) ações ordinárias nominativas. O grupamento de ações é realizado com o propósito de garantir um valor patrimonial mais significativo às ações, bem como de tornar a quantidade de ações mais adequada ao mercado, sem qualquer redução no capital social da Companhia. Os acionistas detentores de ações em número inferior a 1.000.000 (um milhão) poderão, a seu livre e exclusive critério, ajustar suas posições acionárias no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação desta Ata de Assembléia Geral, de forma a remanescer com 1 (uma) ação da Companhia. Para aqueles que não se manifestarem no prazo acima mencionado, o valor de eventuais frações de ações, resultantes do grupamento, será pago com base no valor patrimonial correspondente, apurado de acordo com o balanço patrimonial levantado em 28 de fevereiro de 2006. O pagamento das frações das ações decorrentes do grupamento será feito com recursos alocados na conta de lucros acumulados, no prazo de até 5 (cinco) dias, a contar da solicitação por parte do acionista interessado. 2. Aprovada a deliberação anterior, passaram a decidir sobre a incorporação da Companhia pela sociedade Mineração Serra da Fortaleza S.A, sociedade de capital fechado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 18.499.616/0001-14, com sede social localizada na cidade de Fortaleza de Minas, Estado de Minas Gerais, na Estrada João Soares da Silveira, s/nº, CEP 37.905-000; (2.a) Após ser lido e examinado pelos acionistas, foi aprovado, sem qualquer restrição ou ressalva, o Protocolo e Justificação de Motivos de Incorporação firmado entre os representantes da Companhia e os representantes da Mineração Serra da Fortaleza S.A, documento este que passa a integrar a presente ata de forma indissociável como Anexo I e no qual estão devidamente definidas as condições e justificativas para a incorporação da Companhia pela Mineração Serra da Fortaleza S.A; (2.b) Em seguida, foi ratificada pelos acionistas presentes a indicação da empresa especializada Moore Stephens Lima Lucchesi Auditores Independentes, com registro no CRC sob o n° 2SP 015.045/0-0 e sede à Rua Laplace, nº 96, conj. 51, São Paulo – SP, devidamente inscrita no CNPJ/MF sob o n° 60.525.706/0001-07, a qual foi contratada para promover a avaliação, pelo valor contábil, tanto do patrimônio líquido da incorporadora quanto do acervo líquido da Companhia, que será vertido para a Mineração Serra da Fortaleza S.A em razão da incorporação, e para elaborar os competentes “Laudos de Avaliação”; (2.c) Apresentado o Laudo de Avaliação referente ao patrimônio líquido da Companhia, os acionistas da Companhia, sem qualquer restrição, oposição ou ressalva, após exame, aprovaram e concordaram integralmente com os termos e valores descritos no referido laudo, o qual passa a fazer parte integrante desta ata como parte indissociável como Anexo II; (2.d) Por fim, foi aprovada a incorporação da Companhia pela Mineração Serra da Fortaleza S.A., nos termos previstos no Protocolo e Justificação de Motivos de Incorporação referido no item (2.a) acima, com a conseqüente extinção da Companhia. Uma vez extinta a Companhia, as ações por ela emitidas serão todas canceladas, mas seus acionistas receberão, em substituição, ações de emissão da Mineração Serra da Fortaleza S.A., mantendo proporcionalmente a participação acionária que detinham na Companhia, ora extinta. Finalmente, foram os administradores da Companhia autorizados a praticar todos os atos necessários à incorporação aprovada, nos termos do parágrafo 2º do artigo 227 da Lei nº 6.404/76. 8. ENCERRAMENTO - O Sr. Presidente franqueou a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, não havendo qualquer manifestação, os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata que, tendo sido lida e achada conforme, foi por todos assinada. (aa) Antônio Ermírio de Moraes, Presidente; João Bosco Silva, Secretário. Acionistas: Votorantim Metais Zinco S.A, p. João Bosco Silva – Diretor Superintendente e Flávio Marassi Dinatelli – Diretor; Votorantim Metais Ltda., p. João Bosco Silva – Diretor Superintendente e Flávio Marassi Dinatelli – Diretor; Hejoassu Administração S.A, p. Marcus Olintho de Camargo Arruda e Nelson Koichi Shimada – Diretores; Cia. Nitro Química Brasileira, p. Fabio Filippos e Mario Bavaresco Junior - Diretores; Votorantim Participações S.A., p. Marcus Olintho de Camargo Arruda e Nelson Koichi Shimada - Diretores; e Maria Helena Moraes Scripilliti. São Paulo, 31 de março de 2006. A presente transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES Presidente. JOÃO BOSCO SILVA - Secretário. SECRETARIA DA JUSTIÇA E DEFESA DA CIDADANIA – JUCESP JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CERTIDÃO - Certifico o Registro sob o nº 117.025/06-9 em 02.05.2006 (a) Cristiane da Silva F. Corrêa, Secretária Geral. - PROTOCOLO E JUSTIFICAÇÃO DE MOTIVOS DE INCORPORAÇÃO - MINERAÇÃO SERRA DA FORTALEZA S.A. (doravante “Incorporadora” ou simplesmente “MSF”), sociedade anônima com sede social no município de Fortaleza de Minas, Estado de Minas Gerais, na Estrada João Soares da Silveira, s/nº, CEP 37905-000, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 18.499.616/0001-14, e com seu Estatuto Social arquivado na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais – JUCEMG sob o NIRE 31.3.00019241, neste ato representada por seus diretores Valdecir Aparecido Botassini e René Pierre Vogelaar; e, COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS (doravante “Incorporada” ou simplesmente “CNT”), sociedade anônima com sede social na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Dr. José Artur Nova, nº 1.309, São Miguel Paulista, CEP 08090-000, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 61.594.065/0001-05, e com seu Estatuto Social arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP sob o NIRE 35.3.00039823, neste ato representada por seus diretores Valdecir Aparecido Botassini e René Pierre Vogelaar; e, em conjunto denominadas “Companhias”; resolvem, por intermédio dos órgãos competentes de suas respectivas administrações, firmar o presente Protocolo e Justificação de Motivos de Incorporação (“Protocolo”), para estabelecer os termos, condições e justificativas que deverão reger a incorporação da CNT pela MSF, na forma e para os fins previstos na Lei nº 6.404/76, de 15 de dezembro de 1976, e alterações posteriores, em especial para os fins dos artigos 224 e 225. I- JUSTIFICAÇÃO - A presente operação de incorporação faz parte de um projeto de reorganização societária e de estratégia iniciado em 2003, e tem como escopo proporcionar maior eficiência e produtividade para as Companhias, que, unificadas, poderão explorar em condições mais favoráveis a atividade empresarial de cada uma delas. As empresas pertencem ao mesmo conglomerado empresarial (Grupo Votorantim - Divisão Metais), sendo que a CNT detém 99,89% (noventa e nove vírgula oitenta e nove por cento) das ações da MSF, e ambas exploram atividades similares, razão pela qual a reunião de ambas, por meio de incorporação da CNT pela MSF, permitirá maior integração, sinergia, posicionamento estratégico e unidade administrativa, comercial e financeira, bem como permitirá a redução de custos operacionais, administrativos e financeiros, que, por sua vez, certamente acarretarão em maior lucratividade para o conglomerado empresarial do qual fazem partes ambas empresas signatárias deste Protocolo. Após um detalhado estudo a respeito do desempenho das atividades econômicas desenvolvidas pela MSF e CNT, concluiu-se que o atual estágio dos negócios de ambas recomenda a centralização de suas atividades, mediante uma operação de incorporação. Deste modo, diante das considerações acima expostas, a CNT e a MSF manifestam interesse na operação de incorporação e unificação de suas atividades, e entendem que a presente proposta, apresentada por seus respectivos órgãos de administração, atenderá amplamente os interesses sociais e institucionais das empresas. A sugerida incorporação foi cuidadosamente examinada em reuniões havidas entre os departamentos técnicos, os administradores das empresas envolvidas e seus assessores legais, que não vislumbraram qualquer fator que não recomendasse a sua realização. Nos termos deste Protocolo, há interesse relevante de ambas as Companhias em realizar esta operação de Incorporação. II - PROTOCOLO - 1. BASES DA INCORPORAÇÃO - 1.1. A operação proposta visa à incorporação da CNT pela MSF, com a conseqüente extinção da CNT e a transferência do seu respectivo patrimônio para a MSF, que a sucederá a título universal, nos termos do artigo 227 da Lei nº 6.404/76. 1.2. A avaliação dos patrimônios líquidos, da CNT, a ser vertido para a MSF, e da MSF será efetuada com base no critério contábil, referindo-se à data de 28 de fevereiro de 2006 (“data-base da incorporação”). 1.3. Os saldos das contas credoras e devedoras passarão para os livros contábeis da MSF na data efetiva da operação, fazendo-se as adaptações necessárias. Todo passivo a ser absorvido pela MSF encontra-se contabilizado, e os bens, direitos e obrigações da CNT, que compõem o patrimônio líquido a ser vertido para a MSF, serão aqueles descritos no Laudo de Avaliação a valor contábil. 2. PERITOS E LAUDO DE AVALIAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO CONTÁBIL DA INCORPORADA - 2.1. Para avaliação do patrimônio líquido contábil da CNT, na data-base de 28 de fevereiro de 2006, foi indicada a empresa Moore Stephens Lima Lucchesi Auditores Independentes, sociedade especializada com registro no CRC sob o n° 2SP 015.045/0-0, com sede à Rua Laplace 96, conj. 51, São Paulo – SP, devidamente inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ/MF sob o n° 60.525.706/0001-07, cuja indicação será submetida à ratificação das Assembléias Gerais Extraordinárias da CNT e MSF. 2.2. Tendo sido anteriormente informados sobre a sua nomeação como perita avaliadora, ad referendum dos acionistas da CNT e MSF, a empresa indicada se antecipou nos estudos e preparou os laudos de avaliação da CNT e da MSF, a valor contábil, constatando que não existe conflito ou comunhão de interesses, atual ou potencial, destes em relação à própria operação de incorporação. 3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS COMPANHIAS - 3.1. MSF - 3.1.1. A MSF possui, na data de assinatura deste Protocolo, o capital social subscrito e integralizado de R$ 305.062.435,29 (trezentos e cinco milhões, sessenta e dois mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e vinte e nove centavos), dividido em 274.350 (duzentas e setenta e quatro mil, trezentas e cinqüenta) ações ordinárias nominativas, todas sem valor nominal, distribuídas entre os acionistas da seguinte forma: Acionistas Ações ON COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS 274.042 VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A 308 TOTAL 274.350 3.2. CNT - 3.2.1 - A CNT, por sua vez, possui, na data de assinatura deste Protocolo, um capital social totalmente subscrito e integralizado de R$ 512.400.364,60 (quinhentos e doze milhões, quatrocentos mil, trezentos e sessenta e quatro reais e sessenta centavos), dividido em 13.910.718.073 (treze bilhões, novecentas e dez milhões, setecentas e dezoito mil, setenta e três) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, distribuídas entre os acionistas da seguinte forma: Acionistas Ações ON VOTORANTIM METAIS LTDA. 4.060.845.017 VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A 9.812.591.680 CIA. NITRO QUIMICA BRASILEIRA 34.898.607 OUTROS – individualmente 2.382.769 TOTAL 13.910.718.073 3.2.2 -Considerando o número excessivo de ações em relação ao capital social, e com o propósito de garantir um valor patrimonial mais significativo a elas, bem como de tornar a quantidade de ações mais adequada ao mercado, será proposto entre os acionistas da CNT, com fundamento no que prevê o artigo 12 da Lei n.° 6.404/76, para aprovação na Assembléia Geral Extraordinária, o grupamento de ações, na proporção de 1.000.000 (um milhão) de ações atuais para cada 1 (uma) ação nova. A proporção acima sugerida é aquela a que, após estudos, análises e debates sobre a matéria, reflete com mais precisão o valor patrimonial das ações de emissão da empresa. O grupamento de ações será realizado sem qualquer redução no capital social da CNT sendo que, após o grupamento de ações, a participação de cada acionista no capital social da CNT ficará da seguinte forma: Acionistas Quantidade das Ações VOTORANTIM METAIS LTDA. 4.060 VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A 9.812 CIA. NITRO QUIMICA BRASILEIRA 34 OUTROS – individualmente 0 TOTAL 13.906 3.2.3 - Restando aprovado o grupamento das ações pela Assembléia Geral da CNT, a CNT garantirá aos acionistas detentores de ações em número inferior a 1.000.000 (um milhão) a faculdade de, a seu livre e exclusivo critério, ajustar suas posições acionárias no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação da Ata de Assembléia Geral de forma a remanescerem com 1 (uma) ação. Para aqueles que não se manifestarem no prazo acima mencionado, o valor de eventuais frações de ações, resultantes do grupamento, será pago com base no valor patrimonial correspondente, apurado de acordo com o balanço patrimonial da CNT, levantado em 28 de fevereiro de 2006. O pagamento das frações das ações decorrentes do grupamento, se aprovado, será feito com recursos alocados na conta de lucros acumulados, no prazo de até 5 (cinco) dias a contar da solicitação por parte do acionista interessado. 4. DO MONTANTE GLOBAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO A SER INCORPORADO - 4.1. -De acordo com a avaliação contábil apresentada pela empresa especializada, o valor contábil do patrimônio líquido da CNT, em 28 de fevereiro de 2006, é de R$734.122.136,89 (setecentos e trinta e quatro milhões, cento e vinte e dois mil, cento e trinta e seis reais e oitenta e nove centavos) que, reduzido da participação societária que a CNT detém na MSF no montante de R$ 241.836.613,22 (duzentos e quarenta e um milhões oitocentos e trinta e seis mil, seiscentos e treze reais e vinte e dois centavos), restará o valor de patrimônio líquido a ser vertido para a MSF de R$ 492.285.523,67 (quatrocentos e noventa e dois milhões, duzentos e oitenta e cinco mil, quinhentos e vinte e três reais e sessenta e sete centavos), conforme Laudo de Avaliação que doravante passa a integrar o presente instrumento de forma indissociável como Anexo I. - 4.2. - O montante do ágio atualmente registrado na CNT, em decorrência do investimento que esta detém na MSF, equivalente a R$60.988.146,60 (sessenta milhões, novecentos e oitenta e oito mil, cento e quarenta e seis reais e sessenta centavos), deduzido da provisão constituída no valor de R$ 38.518.829,43 (trinta e oito milhões, quinhentos e dezoito mil oitocentos e vinte e nove reais e quarenta e três centavos) resultando, desta forma, o montante líquido de R$ 22.469.317,17 (vinte e dois milhões quatrocentos e sessenta e nove mil, trezentos e dezessete reais e dezessete centavos) o qual deverá ser registrado contabilmente na MSF quando da incorporação, em conta de ativo diferido (ágio) e de patrimônio líquido (reserva de ágio), conforme disposição contida no art. 11 da Lei n. 9.718/98. - 4.3. - O valor do benefício fiscal, relativo à amortização do ágio, poderá ser incorporado ao capital social da MSF, na medida de sua amortização, em proveito dos atuais acionistas da CNT, existentes antes da incorporação, e que remanescerem com participação no capital da MSF, nas respectivas datas de aproveitamento do benefício. 5. - TRATAMENTO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ATÉ A DATA DA INCORPORAÇÃO - 5.1. - As variações patrimoniais apuradas a partir da data-base da incorporação serão apropriadas pela MSF, passando-se para seus livros contábeis e efetuando-se as necessárias alterações. 6. RELAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO DAS AÇÕES DA INCORPORADA PELAS AÇÕES DA INCORPORADORA - 6.1. - Considerando que a CNT será extinta em função de sua incorporação pela MSF e que serão canceladas 274.042 (duzentas e setenta e quatro mil e quarenta e duas) ações nominativas sem valor nominal, a relação de substituição das ações representativas do capital social da CNT, por ações de emissão da MSF, será determinada com base nos valores patrimoniais da CNT e da MSF na data base de 28 de fevereiro de 2006. No caso da CNT, o valor patrimonial a ser utilizado para determinar a relação de troca das ações será reduzido do valor do ágio do investimento que esta detém na MSF (deduzido da provisão constituída), equivalente a R$ 22.469.317,17 (vinte e dois milhões quatrocentos e sessenta e nove mil, trezentos e dezessete reais e dezessete centavos) que, após a dedução, totalizará R$ 711.652.819,72 (setecentos e onze milhões, seiscentos e cinqüenta e dois mil oitocentos e dezenove reais e setenta e dois centavos). 6.2. - Com base nos valores patrimoniais das ações emitidas pelas Companhias signatárias, a relação de substituição das ações da CNT, por ações da MSF, se dará de acordo com o demonstrativo abaixo: INCORPORADA INCORPORADORA DESCRIÇÃO CNT MSF Número atual de ações (ordinárias) 13.906 274.350 Valor patrimonial (em R$) 711.652.819,72 242.102.926,44 Valor de cada ação com base no valor patrimonial (em R$) 51.175,95 882,46 Relação de troca das ações da CNT por ações da MSF 1 57,9924 6.3. - ssim, para fins de determinação da relação de substituição das ações da CNT, por ações da MSF, deverá ser considerado que para cada 1 (uma) ação da CNT, serão entregues 57,9924 ações da MSF, sendo que, ao final, a MSF,

LEGAIS - 5

após os devidos arredondamentos de frações e sobras inexpressivas de ações, emitirá o total de 806.442 (oitocentas e seis mil quatrocentas e quarenta e duas) novas ações ordinárias nominativas, em favor dos acionistas da CNT, distribuídas da seguinte forma: Acionistas Novas Ações - Emissão VOTORANTIM METAIS LTDA. 235.449 VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A 569.021 CIA. NITRO QUIMICA BRASILEIRA 1.972 TOTAL 806.442 7. - CAPITAL SOCIAL APÓS A INCORPORAÇÃO - 7.1 - Após a incorporação, o valor do patrimônio líquido da MSF passa a ser, considerando a data-base de 28 de fevereiro de 2006, de R$734.388.450,11 (setecentos e trinta e quatro milhões, trezentos e oitenta e oito mil, quatrocentos e cinquenta reais e onze centavos) sendo que o capital social da MSF será aumentado em R$469.816.206,50 (quatrocentos e sessenta e nove milhões, oitocentos e dezesseis mil, duzentos e seis reais e cinqüenta centavos) sendo emitidas 806.442 (oitocentas e seis mil quatrocentas e quarenta e duas ) novas ações ordinárias nominativas, em favor dos acionistas da CNT, passando o capital social da MSF de R$305.062.435,29 (trezentos e cinco milhões, sessenta e dois mil e quatrocentos e trinta e cinco reais e vinte e nove centavos), representado por 274.350 (duzentas e setenta e quatro mil trezentas e cinqüenta) ações ordinárias nominativas, para R$774.878.641,79 (setecentos e setenta e quatro milhões, oitocentos e setenta e oito mil, seiscentos e quarenta e um reais e setenta e nove centavos), representado por 806.750 (oitocentas e seis mil setecentas e cinqüenta) ações

ordinárias nominativas sem valor nominal. Desta forma, a nova composição societária da MSF passará a ser conforme abaixo: Acionistas Quantidade de Ações VOTORANTIM METAIS LTDA. 235.449 VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A 569.329 CIA. NITRO QUIMICA BRASILEIRA 1.972 TOTAL 806.750 O montante referente ao ágio no valor de R$ 22.469.317,17 (vinte e dois milhões quatrocentos e sessenta e nove mil, trezentos e dezessete reais e dezessete centavos) deverá ser registrado em conta específica de reserva de ágio no patrimônio líquido da MSF após a incorporação. 7.2 - Em decorrência das propostas acima, o Artigo 5º do Estatuto Social da MSF deverá passar a viger com a seguinte redação: “Artigo 5º - O capital social, inteiramente realizado, é R$774.878.641,79 (setecentos e setenta e quatro milhões, oitocentos e setenta e oito mil, seiscentos e quarenta e um reais e setenta e nove centavos), dividido em 806.750 (oitocentas e seis mil setecentas e cinqüenta) ações ordinárias nominativas, todas sem valor nominal. Parágrafo 1º - As ações são representadas por certificados, podendo a Sociedade emitir certificados representativos de múltiplos de ações. Parágrafo 2º - Os certificados representativos de ações serão assinados, sempre, por 02 (dois) diretores conjuntamente. Parágrafo 3º - Pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital social pertencerá sempre a brasileiros.” 8. - ESTABELECIMENTOS EXISTENTES APÓS A INCORPORAÇÃO - 8.1 - Para manutenção da atividade ora desenvolvida, segue abaixo quadro identificando como ficará a situação dos estabelecimentos da MSF.

Unidade

Atividade CNAE-Fiscal

CNPJ

Ext

Cidade

UF

Endereço

01

Matriz

13.29-3/03

18.499.616

0001-14

Fortaleza de Minas

MG

Estrada João Soares da Silveira, s/nº, CEP 37905-

Ativa

02

Filial

74.15-2/00

18.499.616

0002-03

Brasília

DF

SCS – QD01 – Bl H, nº 30, 12 and, parte – Ed. Morro Vermelho – Asa Sul

Encerramento deliberado em Ata de Reunião de Diretoria datada de 05/02/2004, em fase de baixa junto aos órgãos necessários.

03

Filial

74.15-2/00

18.499.616

0003-86

São Paulo

SP

Av. Das Nações Unidas, 18605 – 2º and Santo Amaro CEP 04795-100

Encerramento deliberado na 17ª Alteração do Contrato Social, datada de 27/08/97, em fase de baixa junto aos órgãos necessários.

04

Filial

27.49-9/99

18.499.616

A ser obtido oportunamente

São Paulo

SP

Av. Dr. José Artur da Nova, 1309 – São Miguel Paulista - CEP 08090-000

(estabelecimento da empresa a ser extinta - CNT)

05

Filial

01.50-3/00

18.499.616

A ser obtido oportunamente

Niquelândia

GO

Rdv GO 532, s/n – Km 25 – Zona Rural CEP 76420-000

(estabelecimento da empresa a ser extinta - CNT)

06

Filial

13.29-3/05

18.499.616

A ser obtido oportunamente

Niquelândia

GO

Entr. Acampamento Macedo, s/n CEP 76420-000

(estabelecimento da empresa a ser extinta - CNT)

07

Filial

27.49-9/99

18.499.616

A ser obtido oportunamente

São Paulo

SP

Pça. Ramos de Azevedo, 254 – 6º and – Centro CEP 01037-912

(estabelecimento da empresa a ser extinta - CNT)

08

Filial

13.29-3

18.499.616

A ser obtido oportunamente

Montes Claros de Goiás

GO

Pça da Matriz s/n Centro

(estabelecimento da empresa a ser extinta - CNT)

09

Filial

01.39-2/99

18.499.616

A ser obtido oportunamente

Capão Bonito

SP

Rdv Raul Venturelli SP 127 – s/n – Km 209 – Zona Rural CEP 18300-050

(estabelecimento da empresa a ser extinta - CNT)

Observações

9. - DESCRIÇÃO SUMÁRIA DOS IMÓVEIS DA INCORPORADA (CNT) A SEREM TRANSFERIDOS À INCORPORADORA (MSF) - 9.1. - Nos termos do § 3º do art. 98 da Lei 6.404/76, em sendo aprovada a incorporação, nos termos deste Protocolo, os bens imóveis da CNT, abaixo relacionados serão incorporados ao patrimônio da MSF: Nº 01

Imóvel (CNT-UCB-01) Unid. Capão Bonito-Faz. Apiaí Mirim

02 03

(CNT-UCB-02) Unid. Capão Bonito-Faz. Boa-Esperança/Antiga Santa Inês (CNT-UCB-03) Unid. Capão Bonito-Faz. Santa Fé

04

(CNT-UCB-04) Unid. Capão Bonito-Faz. Santana

05 06 07 08 09 10

(CNT-UCB-05) Unid. Capão Bonito-Sítio Itanguá (CNT-UNQ-01) Unid. Niquelândia-Faz. Abóboras (CNT-UNQ-02) Unid. Niquelândia-Faz. Água Clara - l (CNT-UNQ-03) Unid. Niquelândia-Faz. Água Clara - ll (CNT-UNQ-04) Unid. Niquelândia-Faz. Bananal da Serra (CNT-UNQ-05) Unid. Niquelândia-Faz. Bom Jesus ou Orfão Alegre (CNT-UNQ-06) Unid. Niquelândia-Faz. Bom Jesus ou Rita Vieira l e ll (CNT-UNQ-07) Unid. Niquelândia-Faz. Botelho

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

26 27 28

(CNT-UNQ-08) Unid. Niquelândia-Faz. Caiçara (CNT-UNQ-09) Unid. Niquelândia-Faz. Capão Seco (CNT-UNQ-10) Unid. Niquelândia-Faz. Conceição (CNT-UNQ-11) Unid. Niquelândia-Faz. Coronel (CNT-UNQ-12) Unid. Niquelândia-Faz. Córrego Dantas (CNT-UNQ-13) Unid. Niquelândia-Faz. Córrego Seco (CNT-UNQ-14) Unid. Niquelândia-Faz. Criminoso (CNT-UNQ-15) Unid. Niquelândia-Faz. Curral das Éguas (CNT-UNQ-16) Unid. Niquelândia-Faz. de Baixo (CNT-UNQ-17) Unid. Niquelândia-Faz. Degredo ou Goiabeira - Q.01 (CNT-UNQ-18) Unid. Niquelândia-Faz. Degredo ou Goiabeira - Q.03 04 05 06 (CNT-UNQ-19) Unid. Niquelândia-Faz. Degredo ou Goiabeira - Q.08 (CNT-UNQ-20) Unid. Niquelândia-Faz. Degredo ou Goiabeira - Q.09 (CNT-UNQ-21) Unid. Niquelândia-Faz. Dongá (CNT-UNQ-22) Unid. Niquelândia-Faz. Engenho (CNT-UNQ-23) Unid. Niquelândia-Faz. Estiva

29

(CNT-UNQ-24) Unid. Niquelândia-Faz. Ferrador

30

(CNT-UNQ-25) Unid. Niquelândia-Faz. Forquilha

31 32

(CNT-UNQ-26) Unid. Niquelândia-Faz. Jacuba de Baixo (CNT-UNQ-27) Unid. Niquelândia-Faz. Jacuba de Cima

33

(CNT-UNQ-28) Unid. Niquelândia-Faz. Lageado

34 35 36 37 38

(CNT-UNQ-29) Unid. Niquelândia-Faz. Lagoa do Oco (CNT-UNQ-30) Unid. Niquelândia-Faz. Larga do Botelho (CNT-UNQ-31) Unid. Niquelândia-Faz. Leandro ou João Caetano (CNT-UNQ-32) Unid. Niquelândia-Faz. Morro do Custódio (CNT-UNQ-33) Unid. Niquelândia-Faz. Mosquito do Norte

39 40

(CNT-UNQ-34) Unid. Niquelândia-Faz. Mosquito do Sul (CNT-UNQ-35) Unid. Niquelândia-Faz. Nicomédio

23 24 25

41

(CNT-UNQ-36) Unid. Niquelândia-Faz. Olaria

42 43

(CNT-UNQ-37) Unid. Niquelândia-Faz. Papuda (CNT-UNQ-38) Unid. Niquelândia-Faz. Ponte do Galego - Q.01 (CNT-UNQ-39) Unid. Niquelândia-Faz. Ponte Funda R. Chagas/Fernandes (CNT-UNQ-40) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão da Gina (CNT-UNQ-41) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão da Serra ou Hilarião (CNT-UNQ-42) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão do Buriti da Serra (CNT-UNQ-43) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão do Engenho - Q.01 02 (CNT-UNQ-44) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão do Engenho - Q.08 (CNT-UNQ-45) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão do Engenho - Q.15 (CNT-UNQ-46) Unid. Niquelândia-Faz. Ribeirão do Valeriano ou Beira do Ribeirão (CNT-UNQ-47) Unid. Niquelândia-Faz. Rocha

44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

(CNT-UNQ-48) Unid. Niquelândia-Faz. Santa Cruz-Q.01 02 (CNT-UNQ-49) Unid. Niquelândia-Faz. Santa Cruz do Jambro (CNT-UNQ-50) Unid. Niquelândia-Faz. Santo Antônio da Laguna - Q.69 GL.01 Rem.01 (CNT-UNQ-51) Unid. Niquelândia-Faz. Santo Antônio da Laguna - Q.69 GL.02 (CNT-UNQ-52) Unid. Niquelândia-Faz. Santo Antônio da Laguna - Q.69 GL.03 (CNT-UNQ-53) Unid. Niquelândia-Faz. Santo Antônio da Laguna - Q.69 GL.04 (CNT-UNQ-54) Unid. Niquelândia-Faz. Santo Antônio da Serra Negra (CNT-UNQ-55) Unid. Niquelândia-Faz. São Jacob (CNT-UNQ-56) Unid. Niquelândia-Faz. São João da Piedade (CNT-UNQ-57) Unid. Niquelândia-Faz. Sítio do Alberto (CNT-UNQ-58) Unid. Niquelândia-Faz. Toledo (CNT-UNQ-59) Unid. Niquelândia-Faz. Vargem Redonda - Q.01 (CNT-UNQ-60) Unid. Niquelândia-Faz. Vargem Redonda - Q.03 (CNT-UNQ-61) Unid. Niquelândia-Faz. Vargem Redonda - Q.05 (CNT-UNQ-62) Unid. Niquelândia-Faz. Vendinha (CNT-UNQ-63) Unid. Niquelândia-TerenoAv. Bernardo Sayão (CNT-UNQ-64) Unid. Niquelândia-Tereno-Praça da Matriz (CNT-USM-02) Unid. São Miguel Paulista-Fábrica

Matricula (M) / Transcrição (T) M20632; M27024; M12029; M12030; M12031; M12032; M12033; M192; M1186; M1187; M26123; M26124; M20010; M12023; M12024; M12025; M12026; M12027; M12028; M14291 M14072; M14073; M14074; M14075; M14076; M14077; M14078; M14079; M12034; M12035; M12036 T2367 M432 M6299 T565 T473;

Documentos de Posse

07 Posse – Ata de Assembléia Geral Extraordinária – negócio realizado em 23/10/1998

09 03 01 01 01 01 01 02

Posse - Escritura Pública de Cessão de Direitos e Posse - negócio realizado em 06/11/2003; Posse - Escritura Pública de Cessão de Direitos Hereditários - negócio realizado em 29/01/2004

07

M2544 M2672; M1282 M433 T2335 M2354 M2543 M4872 M3604; T1283 T2360

01 01 01 01 01 01 01 01 02 01

T3766; T3759; T3763; T3762

04

M8257

01 Posse – Certidão de Pagamento – negócio realizado em 04/08/1969

T1072 M2542 T2340

01

02 05

28

Posse – Escritura Pública de Compra e Venda de Direitos Hereditários – negócio realizado em 10/04/1944 Posse - Escritura Pública de Cessão de Direitos Hereditários - negócio realizado em 03/05/00; Escritura Pública de Cessão de direitos sobre Posse e Benfeitorias – negócio realizado em 17/11/03; Escritura Pública de Cessão de Direitos e Posse - negócio realizado em 05/11/03

M143; M5970; T2339;

01 01 01 01 05

02 01

Posse – Escritura Pública de Compra e Venda de Direitos Hereditários – negócio realizado em 19/05/1953 T4404 T2496; T3758

01 01 02

T752; M484

02

T758 T8766

01 01

M5558

01

T3765; T2466; T3760

03

T2204

01

T3760; T3761

02

M269 – R.6 ; M269 – R.7

02

M5423; M5422 M445; M5846

Cancelamento de Registro por Mandado Judicial de 03/03/1999 – Autos 457

11 Posse – Escritura Pública de Permuta – negócio realizado em 17/02/2004 Posse – Escritura Pública de Cessão de Direitos e Posse – negócio realizado em 15/07/1999; Posse – Escritura Pública de Cessão de Direitos de Posse, Meação e Direitos Hereditários – negócio realizado em 04/07/2000

M6332; M6880; M347; T520; T522; T523; T530; T532; T533; 7534; T535; T536; T537; T538; T539; T540; T543; T544; T545; T546; T547; T548; T549; T553; T554; T757; T759; T4354; T8763 M2390;

M6265 M46; M45

01 01 01 01

Posse – Escritura Pública de Compra e Venda de Direitos Hereditários – negócio realizado em 16/11/1955 M6531; M6330; M.6328; M6331; M6528; M6532; M6533; T760; T587; T592; T585. M7319 T125; T636; M6524;

Observações

06

M156; M5036 M434; M439; T2894; M3375; M6368

Total 07

Posse – Escritura Pública de Compra e Venda de Direitos Hereditários – negócio realizado em 14/01/1954 Posse – Certidão de Pagamento de Posse – negócio realizado em 15/09/1953;

03 03

T4263

01

M1902

01

M1903

01

T738

01

T738

01

M4088 M4089 M5557

01 01 01

T1201; M457; T1149; M459; M463 T8772; T3767 M6529; M448

05 02 02

M1398

01

M8194

01

M879

01

T751

01

M442 M783; M61022

01 02

9.2. - A relação descritiva dos bens imóveis e respectiva documentação imobiliária, vertidos para a MSF em decorrência da incorporação da CNT, será autenticada pela mesa da Assembléia Geral da MSF que aprovar a incorporação e ficará arquivada em sua sede social, nos termos do art. 130, §1º, “a”, da Lei nº 6.404/76. 9.3. - O registro da Incorporação na matrícula dos imóveis relacionados no item 9.1 acima deverá ser feita pelos administradores da MSF, que deverão tomar todas as providências necessárias para a atualização da matrícula dos referidos imóveis e realizar a efetiva transferência destes para a MSF. 10. ADAPTAÇÃO DO OBJETO SOCIAL DA MSF APÓS A INCORPORAÇÃO - 10.1. - Tendo em vista que após a incorporação as unidades fabris e as atividades da MSF e da CNT formarão uma única empresa, deverá ser ainda proposta a alteração do objeto social da MSF, para que este contemple as novas atividades que serão exercidas pela MSF, em razão da incorporação da CNT. 10.2. - Sendo assim, o Artigo 3º do Estatuto Social da MSF passará a vigorar com a seguinte nova redação: “ Artigo 3º - A Sociedade tem por objeto social a exploração e aproveitamento de jazidas minerais no território nacional, sua industrialização e comércio dos respectivos produtos, compreendendo a pesquisa, lavra, exploração e beneficiamento, importação e exportação de produtos minerais; o aproveitamento de energia hidráulica; pecuária, florestamento e reflorestamento de áreas próprias ou de terceiros mediante arrendamento ou comodato de áreas; o cultivo, o comércio, a industrialização de madeiras; plantio, compra e venda de sementes, mudas e áreas formadas em todas as espécies arbóreas; distribuição de combustíveis líquidos derivados do petróleo, álcool combustível e outros combustíveis automotivos, caracterizando-se a distribuição pela aquisição de produtos a granel na unidade produtora, seu armazenamento, transporte, comercialização e controle de qualidade; comércio, importação e exportação em geral; exploração de qualquer ramo do comércio por conta própria e alheia; participação em sociedades, como sócia ou acionista, de outras empresas de qualquer natureza e objeto”. 11. - DEMAIS CONDIÇÕES A QUE ESTÁ SUJEITA A INCORPORAÇÃO - 11.1 - A MSF deverá suceder a CNT, a titulo universal, em todos os seus bens, direitos e obrigações, nos termos do art.227 da Lei nº 6.404/76. 11.2 - Eventuais atos jurídicos que, em decorrência de compromissos previamente firmados, por motivos administrativos e/ou operacionais, ainda venham a ser praticados em nome da CNT, no interregno temporal compreendido entre a aprovação do presente Protocolo pelos acionistas das Companhias signatárias deste documento e o registro dos respectivos atos societários na Junta Comercial dos Estados competentes, Minas Gerais e São Paulo, serão considerados válidos para todos os fins legais, e todos os direitos e obrigações decorrentes serão assumidos pela MSF, na qualidade de sucessora universal da CNT, nos termos do que determina o caput do artigo 227 da Lei nº 6.404/76. 11.3 - Aprovada a incorporação pelas Assembléias Gerais das Companhias qualificadas no Preâmbulo deste Instrumento, considerar-se-á extinta a CNT, cabendo aos administradores da MSF providenciar a baixa, registro, averbação e demais atos necessários junto aos órgãos públicos competentes para efetivar a operação, nos termos do disposto no art. 227, parágrafo 3º, da Lei nº 6.404/76. 11.4 - As novas ações ordinárias nominativas emitidas pela MSF em decorrência da incorporação terão direito integral a todos os dividendos declarados e juros sobre o capital próprio creditados a partir da respectiva emissão das novas ações da MSF. - 12. - ALTERAÇÃO DA DENOMINAÇÃO SOCIAL DA MSF APÓS A INCORPORAÇÃO - 12.1. - Após a incorporação da CNT pela MSF, será proposta a alteração da denominação social da MSF para “Votorantim Metais Níquel S.A.”, ficando a cargo de seus administradores tomar todas as providências necessárias para atualizar as inscrições cadastrais e informar a alteração da denominação social para todos os órgãos competentes. 12.2. - Em razão da proposta de alteração da denominação social da MSF acima, o Artigo 1º do Estatuto Social da MSF passará a viger com a seguinte nova redação: “Artigo 1º - A sociedade Votorantim Metais Níquel S.A. (“Sociedade”) é uma sociedade de capital fechado e reger-se-á pelo presente Estatuto e por disposições legais aplicáveis”. Estando de mútuo e comum acordo, as Partes assinam o presente Protocolo de Incorporação e Justificação de Motivos em 6 (seis) vias de igual teor e forma para produzir todos os efeitos legais. São Paulo, 22 de março de 2006. MINERAÇÃO SERRA DA FORTALEZA S.A. Valdecir Aparecido Botassini - Diretor. René Pierre Vogelaar Diretor. COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS - Valdecir Aparecido Botassini - Diretor. René Pierre Vogelaar - Diretor. COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS Laudo de Avaliação do Patrimônio Líquido Contábil em 28 de fevereiro de 2.006 Moore Stephens Lima Lucchesi Auditores Independentes, empresa especializada com registro no CRC sob o nº 2SP 015.045/ 0-0, com sede a Rua Laplace 96, cj. 10º andar – São Paulo – SP, devidamente inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ sob o nº. 60.525.706/0001-07, tendo sido nomeada perita pela Mineração Serra da Fortaleza S.A., para proceder à avaliação do patrimônio líquido contábil em 28 de fevereiro de 2.006 da Companhia Níquel Tocantins, sediada no Município de São Paulo, rua Dr. José Artur Nova, 1.309 – São Miguel Paulista, inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ sob

Área da Usina Cancelamento de Registro por Mandado Judicial de 03/03/1999 – Autos 457

o nº 61.594.065/0001-05, com o objetivo de promover reestruturação societária, apresenta a seguir o resultado de seus trabalhos. CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – Considerando a finalidade específica para a qual será utilizada, entendemos como adequada à avaliação do patrimônio líquido da Companhia Níquel Tocantins, em 28 de fevereiro de 2.006, pelo método patrimonial, no conceito de valor contábil. Portanto, adotamos como base de avaliação os critérios contábeis definidos nos artigos 183 e 184 da Lei 6.404/ 76, que refletem as práticas contábeis brasileiras. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ADOTADOS PARA A EMISSÃO DO LAUDO DE AVALIAÇÃO DO PATRIMONIO LÍQUIDO – Nossos trabalhos de avaliação do patrimônio líquido foram conduzidos de acordo com as normas profissionais de auditoria independente, considerando-se a finalidade do trabalho e o critério de avaliação mencionado acima, e basearam-se, principalmente, na revisão especial e limitada do Balanço Patrimonial em 28 de fevereiro de 2.006 da Companhia Níquel Tocantins, elaborado sob a responsabilidade da administração da empresa. Para esse fim, os procedimentos de auditoria foram adotados na profundidade e extensão julgados suficientes nas circunstâncias, entre os quais destacamos os principais a seguir: • Levantamento dos principais ambientes de controles internos e verificação de sua manutenção, em consonância a preparação das demonstrações contábeis revisadas; • Aplicação de procedimentos de revisão analítica sobre os principais saldos de contas; • Revisão de atas de reuniões; • Entrevistas com os responsáveis pelas principais áreas operacionais, contábil e financeira da empresa; • Conferência dos registros contábeis; • Conferência aritmética de transações e documentação suporte de transações selecionadas; • Revisão das bases para apuração de saldos de estoques; • Revisão dos critérios para constituição de provisões; • Obtenção de informações dos consultores tributários da empresa, acerca de eventuais litígios dos quais a empresa seja parte; • Obtenção da carta de representação da administração; • Outros procedimentos de auditoria julgados aplicáveis nas circunstâncias. CONCLUSÃO – Com base nos trabalhos efetuados, concluímos que o valor dos bens, direitos e obrigações que integram o patrimônio líquido contábil da Companhia Níquel Tocantins, conforme balanço patrimonial sintético em 28 de fevereiro de 2.006, resumido em Anexo, e de R$ 734.122.136,89 (Setecentos e trinta e quatro milhões, cento e vinte e dois mil, cento e trinta e seis reais e oitenta e nove centavos) e está registrado nos livros de contabilidade segundo as normas da legislação societária e práticas contábeis brasileiras. Portanto, o acervo líquido a ser revertido para a Mineração Serra da Fortaleza S. A. monta a R$ 492.285.523,67 (quatrocentos e noventa e dois milhões, duzentos e oitenta e cinco mil, quinhentos e vinte e três reais e sessenta e sete centavos), conforme anexo. São Paulo, 20 de março de 2.006 – MOORE STEPHENS LIMA LUCCHESI – Auditores Independentes – CRC.SP – 2SP 015.045/0-0 – Sergio Lucchesi Filho – CRC 1SP 101.025/O-0 – Marco Antonio Telesca – CRC 1SP 139.386/O-0. ANEXO COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS Balanço patrimonial sintético em 28 de fevereiro de 2.006 R$ ATIVO Circulante 485.438.120,23 Realizável a longo prazo 117.284.334,56 Permanente 1.004.181.703,23 Total do ativo 1.606.904.158,02 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Circulante 587.397.923,56 Exigível a longo prazo 285.384.097,57 Patrimônio líquido 734.122.136,89 Total do passivo e do patrimônio líquido 1.606.904.158,02 O acervo líquido a ser revertido à Mineração Serra da Fortaleza S. A. é como segue: Total do patrimônio líquido da Cia. Níquel Tocantins em 28 de fevereiro de 2.006 734.122.136,89 Participação da Cia. Níquel Tocantins na Mineração Serra da Fortaleza S. A. em 28 de fevereiro de 2.006 (241.836.613,22) Acervo líquido a ser revertido para a Mineração Serra da Fortaleza S. A. 492.285.523,67


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12 -.GERAL

terça-feira, 9 de maio de 2006

Ilustração: Corbis

EM FOCO, OS RUMOS DA DEMOCRACIA NA AMÉRICA LATINA Durante dois dias, conceitos-chave da doutrina liberal como democracia, liberdade e direitos inalienáveis do cidadão serão debatidos em um seminário internacional em São Paulo. No encontro, que reunirá intelectuais e dirigentes de organizações, idéias e experiências políticas latino-americanas merecerão destaque.

E

m um ano eleitoral em que as discussões se concentram em fatos, trajetórias públicas e nos bastidores da administração estatal, nada mais adequado do que refletir sobre as ideologias políticas que servem como base de atuação dos políticos. Segundo o economista e superintendente do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, esta é uma das idéias que motivou a organização do Seminário Internacional Democracia Liberal. "O seminário pretende trazer contribuições filosóficas e experiências concretas ligadas ao pensamento liberal que, no País, tem pouca projeção na mídia e na academia. Isso se reflete no desconhecimento dos princípios básicos do liberalismo, como a defesa da democracia e a economia de mercado. Além disso, é uma oportunidade de organizar e reunir os pequenos núcleos representativos do pensamento liberal no Brasil", explica Solimeo, para quem a reflexão ampla e aberta sobre as diversas correntes ideológicas é fundamental num país que defende o princípio da democracia. O seminário é uma iniciativa da Atlas Economic Research Foundation em parceria com a ACSP, o Diário do Comércio e Mídia sem Máscara e acontece nos próximos dias 15 e 16 de maio em São Paulo. Democracia, Liberdade e o Império das Leis serão os conceitos em debate nos painéis e serão analisados por intelectuais e dirigentes de organizações que têm se dedicado a estudar e aplicar o pensamento liberal (veja a programação e os currículos dos participantes no quadro). "Trata-se também de uma contribuição para avaliarmos a ação do futuro governo, analisando o peso da

tradição intervencionista do Estado brasileiro nos rumos do País. A carga tributária de 40% e a forte presença de empresas estatais na economia são exemplos desse intervencionismo", argumenta Solimeo. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, concorda e acredita que o seminário vem em boa hora. Para ele, num momento em que no Brasil o debate pol í t i c o s e re s u m e a p e n a s a "quem roubou mais ou menos" o seminário poderá apresentar uma agenda de reformas para recolocar o País no caminho do crescimento. "Neste seminário vamos discutir temas importantes relacionados à democracia e o respeito às leis", disse. Para Afif, é impossível imaginar um sistema político com regras claras e confiáveis onde o império da lei não esteja em plena vigência. "A lei é a base fundamental para assegurar os direitos individuais e promover o desenvolvimento econômico e social na América Latina", resumiu. "Não é raro presenciarmos o desrespeito às leis, ao direito de propriedade e à liberdade individual ou econômica. E esse desrespeito coloca em risco o princípio da democracia", reforça Solimeo. "Para os empresários, é muito importante ter uma visão política e ideológica de todas essas questões, para que possam desenvolver uma visão de líderes não só quanto a seus próprios negócios como também em relação à participação nas tomadas de decisão que afetam o futuro do País". As discussões, entretanto, não devem se resumir apenas ao cenário eleitoral brasileiro. A proposta é justamente enfatizar os aspectos mais amplos e urgentes do debate político num mundo globalizado. "A motivação para a criação do seminário foi principalmente o

desejo de refletir sobre o liberalismo na América Latina e no mundo de modo geral. O debate de idéias permitirá enxergar de uma forma ampliada os rumos políticos do País e o atual momento de crise, mas não terá reflexos de curto prazo no cenário político", argumenta o psicanalista, psiquiatra e organizador técnico do seminário, Heitor De Paola. Ele exemplifica o debate ideológico citando os painéis do seminário dedicados aos conceitos de democracia e liberdade que estão na origem do pensamento liberal e que, em sua formação, tiveram influências diversas. Segundo De Paola, a idéia moderna de democracia tem duas tradi-

ções distintas, a norte-americana e a européia. Na tradição americana, democracia significa a igualdade de todos os homens perante as leis, ou seja a defesa dos direitos inalienáveis dos cidadãos. Na tradição européia, o ponto de destaque é o predomínio da vontade da maioria. Já na idéia de liberdade está implícita a liberdade econômica. "Há uma grande confusão sobre esses conceitos e até mesmo sobre o que é o liberalismo. Outra confusão é sobre o princípio liberal do individualismo que, na doutrina, não tem a conotação pejorativa que se tornou senso comum hoje. Tal desorientação é articulada e resulta num desconhecimento sobre as pro-

Sérgio Tomisaki/AOG

Olavo de Carvalho Milton Mansilha/AgLuz

Guilherme Afif Domingos

postas sociais da doutrina liberal, que não são poucas. Basta dizer que nos países mais liberais, a distribuição de renda entre a população é mais equilibrada", defende De Paola. Heci Regina Candiani (Colaborou Sérgio Leopoldo Rodrigues)

Divulgação

Guy Sorman Patrícia Cruz/AgLuz

Ives Gandra Martins

SERVIÇO Seminário Internacional Democracia Liberal Democracia, Liberdade e o Império das Leis. 15 e 16 de maio. Hotel Caesar Business. Avenida Paulista, 2.181. Informações: 3244-3142.


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terça-feira, 9 de maio de 2006

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Vladimir Amarante é engenheiro de sistemas sênior da produtora de antivírus Symantec

1

Informática

Para ter mais segurança, é preciso admitir menor desempenho das redes e sistemas e maiores custos Vladimir Amarante

É um patch (conserto) atrás do outro, um ataque após o outro. Você não se sente nem um pouco culpado? Por Luiz Carlos de Assis

Windows tem conserto? e você já sofreu com as vulnerabilidades do seu sistema operacional e perguntou por que não fazem um Windows sem falhas, tente ver a questão por outros olhos. Os dos desenvolvedores, por exemplo: eles trabalham duro para fazer um código eficiente e seguro. Ou pelos olhos da própria Microsoft: o sistema operacional Windows é um sucesso, move mais de 90% dos computadores no mundo, está em contínuo aperfeiçoamento. Então, por que ocorrem invasões, vírus, roubos de senhas, desligamentos inexplicáveis, falta de segurança na internet e medo generalizado? Só restou um culpado para os contínuos ataques e patches (consertos) do sistema: é você, o usuário. Converse alguns minutos com executivos de produtoras de softwares –dos sistemas operacionais aos clientes de email– e todos dirão que o usuário é muito descuidado. Fica clicando em tudo que é besteira que vê na web, em tudo que é link de e-mail. Procura mulher nua cujas fotos escondem vírus. Aceita qualquer pechincha ou oferta de soft grátis, que baixa e instala sem pensar duas vezes. Até a Microsoft, que reconhece suas responsabilidades, chama os patches de "melhoramentos contínuos", como diz Rodrigo Paiva, gerente de produtos da empresa no Brasil. As falhas, quando existem, ficam meio que por conta do usuário, que deveria manter sempre ativada a atualização automática. Isso serve "para aumentar a eficiência do recurso e reduzir eventuais incômodos". Quão eventuais? De acordo com analistas da indústria mundial de informática, há mais de 50 vulnerabilidades conhecidas no sistema Windows, só entre as principais. Afetam interface e redes, conversores de HTML, controladores de data e hora, protocolos, compartilhamentos e esquema plug and play. Acontecem sempre, é só olhar os informes de segurança das empresas dedicadas a produzir antivírus e esquemas de proteção. Diariamente, novos códigos maliciosos são produzidos, bem como novas atualizações contra ataques. Para ter um sistema o mais possível a prova de falhas, seria necessário não descuidar de nenhum pormenor de segurança –de firewalls a certificação, tudo devida e constantemente policiado. Nas grandes empresas ou naquelas que utilizam dados muito sensíveis, como as instituições financeiras, existem departamentos inteiros só para cuidar disso. Mas boa parte do universo empresarial considera com cuidado (às vezes, excessivo) a equação definida por Vladimir

Amarante, engenheiro de sistemas sênior da produtora de antivírus Symantec: "Para ter mais segurança, em geral é preciso admitir menor desempenho das redes e sistemas e maiores custos". Nem sempre os empresários estão dispostos a pagar o preço. Usuário: culpado, sim – Parte da culpa, está certo, é mesmo do usuário final. As pessoas, sim, clicam onde não devem. Pode ser por ingenuidade, desconhecimento ou simplesmente serem vítimas da engenharia social –a técnica que convence os destinatários de e-mail, por exemplo, que é vantagem clicar em certo link. No clique, lá se vão identidades, senhas e informações confidenciais. Em uma empresa, o caso fica mais sério. "Há uma certa ingenuidade do usuário", diz Isabel Lopes, gerente de produtos de software da Itautec, empresa que vende microcomputadores com dois tipos de sistemas, Windows e Librix, sua própria distribuição Linux. "Em um ambiente mundial de milhões, bilhões de pessoas, sempre existirá alguém que cairá nas armadilhas da engenharia social", diz Wanderley Cavassin, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Mandriva, que produz o sistema operacional Mandriva Conectiva, Linux, concorrente da Microsoft. Supostamente mais consistente, o sistema Linux ofereceu à sua comunidade uma sensação de segurança. Essa sensação durou até o ponto em que a base instalada do sistema aberto começou a ser contada na casa dos milhões. Aí, os hackers abriram olhos de cobiça para tanta gente que, eventualmente, poderia lhes passar suas identidades e senhas sem esforço. Hoje, já são comuns em Linux ataques Denial of Service (DoS, ou negação de serviço) e comprometimento remoto, antes quase exclusivos de Windows. É essa situação de uma base instalada enorme que aflige os usuários: em 2005, segundo o Gartner Research, os sistemas Linux estavam em 12,8 milhões de computadores desktop em todo o mundo, e isso era apenas 1,6% de todos os sistemas, ou seja, Windows ainda detém a grande maioria, coisa de 800 milhões de máquinas. Só nos Estados Unidos, são 242 milhões de computadores, ou 95,3% do total daquele país. Nenhum hacker despreza tal mercado. Nos últimos 12 meses, mais de 52 milhões de usuários individuais nos EUA tiveram informações pessoais roubadas por algum tipo de problema de segurança nos seus sistemas. Contam-se inconsistências de redes, infiltração em servidores, worms que não precisam de interação e um aumento dos exploits (explorações de falhas) no que se chama de zero day, isto é, menos de 24 horas depois da descoberta dos erros. Faz parte dos problemas, também, a perda de fitas de backup, mas o maior deles ainda é a vulnerabilidade do sistema operacional, de acordo com o Privacy Rights Clearinghouse, um grupo de San

Diego, Califórnia, que não visa lucro, dedicado ao cuidado com o modo pelo qual a tecnologia pode comprometer as informações sobre as pessoas. Para cuidar de toda essa gente exposta aos vilões da informática, a Microsoft instituiu uma política de ajustes. São os patches, ou consertos, lançados à razão

de um por mês, às vezes mais freqüentes. Do ponto-de-vista dos usuários destinam-se a contornar falhas que não foram percebidas anteriormente, mas que os espertos hackers encontram e utilizam para chegar ao coração das máquinas e ao bolso dos usuários. Leia mais sobre o Windows na próxima página


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terça-feira, 9 de maio de 2006

1 O presidente da YPFB propôs o valor e nós vamos propor que não haja esse aumento. José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras

BANCOS CENTRAIS PREOCUPADOS COM A BOLÍVIA

Jonne Roriz/AE

A exceção é o presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles, que está tranqüilo

A

decisão do governo da Bolívia de nacionalizar as reservas de gás e petróleo é alvo de preocupação dos principais bancos centrais do mundo, com exceção do presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles. Ontem, na sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS) na Suíça, os xerifes das finanças internacionais debateram a medida tomada pelo governo de Evo Morales ao analisar os eventuais riscos para a economia mundial e apontaram que La Paz pode ser mais uma fonte de volatilidade e inflação. Já Meirelles preferiu minimizar os efeitos da decisão boliviana. "É um fator como muitos outros de incerteza. Mas existem riscos diversos no mundo. Do ponto de vista da economia global, há fatores de incerteza muito maiores, como o Irã", afirmou Meirelles. O presidente do BC ainda opta por não comentar os impactos que a decisão teria sobre a inflação brasileira. "Ainda é prematuro avaliar os efeitos gerados pela Bolívia. Isso vai depender de muita coisa: se have-

rá um aumento do preço do combustível, de quanto será o aumento, de qual será a postura da Petrobras sobre isso. Enfim, do ponto de vista do BC, não temos informações suficientes para nos pronunciar." Para ele, o aumento do preço da energia seria "apenas um dos fatores que influencia a inflação". "Em alguns momentos, ocorreram aumento dos preços de energia, mas ao mesmo tempo ocorreu uma apreciação da moeda. Isso, de certa maneira, equilibrou o processo. O BC não olha um só fator. No dia 30 de maio, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), olharemos tudo o que ocorreu no período e então tomaremos uma decisão." Contexto mundial – Os dez maiores bancos centrais do mundo realizam o encontro para avaliar a economia internacional a cada dois meses e convidam os principais países emergentes, entre eles o Brasil. Desta vez, a inflação esteve no centro do debate, assim como os fatores considerados, entre eles a Bolívia. "A economia mundial continua forte. Isso é uma caracte-

rística que já estamos observando há alguns anos e que confirma um período excepcional em que vivemos. Mas os preços do petróleo e de commoditi es estão em níveis muito elevados e são fatores que exigem uma atenção especial de nossa parte, especialmente quanto ao impacto que podem ter sobre a inflação. Não é o momento de ser complacente", afirmou Jean Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu e porta-voz do G-10. Segundo ele, o tema boliviano foi debatido nesse contexto. De acordo com um economista que esteve presente à reunião de ontem, a decisão de Morales foi citada ao lado de riscos como a instabilidade no Irã, quando se falou dos riscos à médio prazo que poderiam ser gerados ao preço do petróleo. O primeiro a levantar o assunto foi o presidente do Banco Central argentino, Martin Redrado. "Sem dúvida, o mundo enfrenta distintas fontes que fazem aumentar o preço de energia e isso (a decisão boliviana) tem que estar em nosso radar. Ela agrega um fator de incerteza", afirmou. (AE)

Lula reafirma que gás não subirá

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m reunião com a coordenação de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ontem a decisão de não repassar aos consumidores industriais, residenciais e veiculares eventual aumento do preço do gás importado da Bolívia. A informação é do porta-voz da Presidência, André Singer. "A avaliação do governo é de que não há risco de desabastecimento, nem de aumento nos preços para os consumidores, sejam indústrias, residências ou proprietários de veículos", disse Singer. O porta-voz não esclareceu se eventual aumento nos preços pagos pela Petrobras à estatal boliviana YPFB seria absorvido pela empresa brasileira ou por outro mecanismo, como o Tesouro Nacional, por exemplo. "Se (o gás) aumentar, o aumento ficará para a Petrobras e não para o consumidor", disse o presidente na última sexta-feira . Na reunião, segundo Singer, foi feita uma avaliação positi-

va dos investimentos que a Petrobras vem realizando para tornar o Brasil menos dependente do consumo de gás importado. "As perspectivas de diminuir a dependência de importações para o fornecimento de gás são muito boas", afirmou o porta-voz. Além do presidente Lula, participaram do encontro a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef; o ministro da Fazenda, Guido Mantega; o ministro da Justiça, Thomaz Bastos; o secretário de Relações Institucionais da Presidência, Tarso Genro; e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci. Refresco – Pela manhã, durante o programa semanal Café com o Presidente, Lula disse que "o fato de a Bolívia nacionalizar o gás não significa que vai faltar o produto no Brasil e nem vai aumentar o preço do gás. Ele vai aumentar quando tiver a renovação de contrato". Lula lembrou que a Bolívia não é o primeiro país do mundo a nacionalizar seus recursos. De

acordo com ele, decisão como essa já foi tomada pelo Brasil, Chile, Argentina, Iraque, Irã, Líbia e México. "Todos os países querem ser donos da riqueza que está no seu subsolo e a Bolívia tem no gás a sua única riqueza; portanto, o povo, de forma plebiscitária, escolheu nacionalizar o gás." Outras fontes – Ele disse, ainda, que o governo brasileiro investirá na produção de novas fontes de energia para o País. "O Brasil não pode ficar dependendo de nenhum país quando se tratar de uma questão importante para desenvolvimento. Nós temos condições de trabalhar nisso. Estamos investindo muito em energia alternativa, biomassa, agroenergia", acrescentou. O biodiesel, combustível renovável produzido a partir de plantas oleaginosas, é uma das frentes de trabalho do governo federal. "Vamos fortalecer outra matriz, com a construção de usinas para que possamos produzir biodiesel", disse Lula. (Agências)

Trabalhadores aguardam decisão sobre estatização do sistema ferroviário em Santa Cruz de la Sierra

Petrobras fala em aumento zero Presidente da estatal diz que irá negociar para que não ocorra o reajuste anunciado

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presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem que levará à estatal petrolífera boliviana YPFB proposta de "um aumento zero" no gás importado pelo Brasil. Indagado sobre a intenção da companhia boliviana de aumentar o preço do combustível em pelo menos US$ 2 por milhão de BTU (unidade de medição de gás), o executivo se esquivou. "Não vou discutir preços pela imprensa. O presidente da YPFB propôs o valor e nós vamos propor que não haja esse aumento. Será uma reunião de negócios absolutamente natural e tradicional entre duas empresas." "O presidente (Lula) tem dito que a Bolívia irá cumprir os contratos e que vai discuti-los comercialmente. Estou reafirmando junto com o presidente Lula a mesma coisa. Principalmente porque o presidente abriu todas as condições possíveis e facilitou as negociações com uma ação diplomaticamente adequada", completou. O executivo estará hoje em Caracas, na Venezuela, onde deve se reunir com representantes da estatal local, a PDVSA, para discutir negócios em comum. Dali, Gabrielli parte para La Paz, na Bolívia, onde se reunirá, amanhã, com representantes da YPFB. Entre eles, provavelmente estará o novo diretor da Petrobras naquele país, Jorge Soruco, um ex-oficial da Força Naval da Bolívia, nomeado pelo ministro de Energia, Rafael Ramírez, na noite de ontem, segundo o jornal espanhol El País. O jornal

Weverson Rocio/Petrobras

Início das operações do navioplataforma FPSO Capixaba, no Espírito Santo: menos importação de óleo leve

disse ainda que outros quatro diretores já foram nomeados para assumir as empresas que foram nacionalizadas. Segundo Gabrielli, na reunião de amanhã, além dos preços, também serão discutidos aspectos técnicos do decreto de Evo Morales, entre eles, a indenização pelas refinarias que foram nacionalizadas em parte. "Pela Constituição boliviana qualquer nacionalização prevê uma indenização prévia." Nova plataforma – As informações foram dadas durante solenidade para o início das operações do navio-plataforma FPSO Capixaba, no campo de Golfinho, no Espírito Santo. A unidade vai produzir, armazenar e transferir petróleo e gás. A capacidade será de 100

mil barris de petróleo e 3,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Ancorada em lâmina d’água (distância da superfície) de 1,35 mil metros, a plataforma capixaba iniciou a produção interligada a um primeiro poço com vazão de cerca de 15 mil barris por dia. Quando o segundo de seus vários poços entrar em operação, o Espírito Santo será o vice-líder na produção de óleo do País. De acordo com a Petrobras, a produção de óleo leve, adicionado ao petróleo pesado no momento do refino, reduzirá as importações brasileiras deste tipo de óleo. A Petrobras colocará em operação, este ano, outros cinco poços produtores e dois injetores de água. (Agências)


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Convergência Te l e f o n i a Segurança Automação

FAÇA A SUA PARTE

Melhores práticas do consumidor doméstico 1 . Use uma solução de segurança que combine antivírus, firewall, detecção de intrusão e gerenciamento de vulnerabilidades para obter o máximo de proteção contra códigos maliciosos e outras ameaças.

2 . Certifique-se de que os patches estejam atualizados e que tenham sido empregados em todos os aplicativos vulneráveis dentro de um período mínimo de tempo.

3 . Certifique-se de que as senhas sejam combinação de letras e números. Não utilizar palavras de dicionário. Mudar as senhas com freqüência.

4 . Nunca visualizar, abrir ou executar anexos de e-mail, a menos que o anexo e o seu propósito sejam conhecidos.

5 . Manter as definições de vírus atualizadas.

6 . Os consumidores devem verificar rotineiramente se o seu sistema PC ou Mac está vulnerável às ameaças utilizando checadores online.

7 . Todos os usuários precisam saber como reconhecer um Hoax (vírus falso) e as fraudes de phishing. Os Hoax normalmente incluem um e-mail avisando para "enviá-lo para todos que você conhece". As fraudes de phishing são mais sofisticadas: aparentam vir de uma empresa legítima e tentam atrair os usuários para que revelem o número do cartão de crédito ou outras informações confidenciais em websites que imitam os sites das organizações reais.

8 . Os consumidores podem se envolver no combate ao crime cibernético rastreando e relatando as invasões. Avisados, serviços variados podem identificar a localização do provável hacker e encaminhar a informação para o provedor de serviço da internet dele ou para a polícia local.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 . Tanto o spyware quanto o adware podem ser instalados automaticamente em um computador juntamente com programas de compartilhamento de arquivos, downloads gratuitos e versões freeware e shareware de softwares, ou clicando em links ou anexos em mensagens de e-mail ou através de clientes de mensagens instantâneas.

11 . Não clique simplesmente nos botões "Sim, aceito" das licenças de uso (EULAs). Algumas aplicações spyware e adware podem ser instaladas após o usuário final aceitar a EULA, ou como uma conseqüência dessa aceitação. Leia as EULAs com atenção. A licença deve explicar claramente o que o produto está fazendo e deve fornecer um desinstalador.

12 . Cuidado com os programas que colocam anúncios na interface de usuário. Muitos programas rastreiam como o usuário responde a esses anúncios e a presença deles é um sinal vermelho. Quando os usuários vêem anúncios na interface do usuário de um programa, podem estar vendo um tipo de spyware. Fonte: Symantec

A Microsoft tem o compromisso de fornecer a atualização necessária de forma ágil e fácil Rodrigo Paiva

O ELO MAIS FRACO DE TODA A CORRENTE AINDA É O USUÁRIO

Falhas, falhas e mais falhas A Microsoft lança patches à razão de um por mês, às vezes mais freqüentes, para contornar falhas Divulgação

atches, ou atualizações do sistema, ensina Rodrigo Paiva, da Microsoft, são melhorias contínuas que a empresa realiza em seu sistema operacional, mesmo depois do lançamento do produto. Essas melhorias, segundo ele, devem-se ao fato de o ambiente externo mudar constantemente. Com isso, o objetivo do Windows seria se adaptar às novas necessidades dos usuários e também dos administradores de tecnologia nas empresas. Muitas novas ameaças que não existiam na época de lançamento do produto e novas proteções fazem parte destas atualizações que a Microsoft oferece regularmente. Isso é correto. O funcionamento dos "patches" depende do seu propósito, mas basicamente, os principais objetivos são: aumentar a proteção das informações do usuário e da rede em que ele se encontra; melhorar a produtividade do sistema operacional e aumentar a integração com novos dispositivos e programas. "A Microsoft tem o compromisso de fornecer a atualização necessária de forma ágil e fácil, sempre que necessário", diz Paiva. A ativação do recurso "Atualizações Automáticas" reduz a preocupação do usuário e aumenta a confiabilidade do sistema. A política de patches mensais –a iniciativa Trustworthy Computing, iniciada em outubro de 2003– foi implementada, segundo a Microsoft, porque facilitaria o usuário: em uma única atualização seriam feitos vários patches desenvolvidos ao longo do mês. O problema é que os hackers não param nunca. E, assim, a Microsoft fica sempre atrás das ameaças. Os próprios hackers descobriram rapidamente um modo ainda mais eficiente de tirar proveito disso: se o lançamento do patch é feito no dia 10, por exemplo, uma nova ameaça sai no dia 11 ou 12. Assim, eles têm cerca de 30 dias para invadir a máquina de quem quer que seja sem preocupações. Claro que a Microsoft tem uma política de exceções, explicitamente para casos em que os riscos sejam iminentes e demasiados. Nem sempre funciona: em janeiro, por exemplo, a vulnerabilidade WMF (Windows Metafile) ameaçava todo usuário mesmo que não baixasse nada nem clicasse coisa alguma. Bastava ver uma imagem infectada ao navegar em um site suspeito ou conferir um email –sem cliques– para receber instantaneamente um spyware (espião) ou um rootkit (coleção de ferramentas que permite acesso ao nível permitido apenas a administradores de redes), mesmo através de firewalls e de esquemas internos de assinaturas de segurança. Essa foi uma das exceções que a Microsoft abriu –o

patch saiu dez dias depois de a vulnerabilidade ter sido detectada. Bem antes da Microsoft, porém, um gênio russo de programação, Ilfak Guilfanov, foi mais ágil: fez um patch de emergência, que deve ter salvado muito sistema. Essa falha crítica foi diferente de toda vulnerabilidade do passado, segundo admitiram em entrevista Kevin Kean e Debby Fry Wilson, diretores do Microsoft Security Response Center, nos Estados Unidos. As falhas conhecidas até então tiravam vantagem de brechas em programas com os quais os hackers podiam rodar seus códigos. Diferentemente, o problema com os arquivos WMF repousa em um recurso normal e legítimo de software. Em seguida ao patch muito crítico, a Microsoft prometeu fazer uma vistoria extensa em todos os seus programas, novos e velhos, para evitar problemas semelhantes. A falha, entretanto, foi má propaganda para a Trustworthy Computing Initiative (TCI). "Se a TCI tivesse funcionado de fato, esse tipo de falha deveria ter sido eliminada há anos", disse o analista da consultoria Gartner Neil MacDonald. Nada foi eliminado ao longo dos anos, e provavelmente não o será com a nova iniciativa a substituir a TCI. Em fevereiro, a comunidade de desenvolvedores e usuários recebeu da empresa um novo nome em que confiar. Durante conferência da RSA Security, em Sillicon Valley, o próprio Bill Gates lançou um Trust Ecosystem (ecossistema confiável). Com isso, deve ser criada uma estrutura tecnológica destinada a identificar pessoas, periféricos e códigos, como nova tentativa de evitar, ou pelo menos reduzir, as quebras de segurança uma após a outra. O que é um ecossistema confiável? Segundo Gates, é a inter-relação de três componentes; código, máquina e gente. "O que precisamos é a habilidade de rastrear essas relações, verificar se são confiáveis e conceder ou não permissões de acesso. Também revogar essas permissões tão rapidamente quanto necessário", disse ele. Um sistema desse tipo verificaria quem você adiciona à sua lista de colegas de trabalho em um programa de mensagem instantânea, por exemplo. Muito do que Gates explica parece ter a ver com os InfoCards, uma nova tecnologia de gerenciamento de identidades que deve aparecer ainda este ano na nova encarnação do sistema da Microsoft, o Windows Vista. Gates explicou que no caso do código –isto é, de Windows–, a idéia é isolar parte dele assim que se mostra mal-comportado. Claro que ele não explicou o que se faz se o código em questão for parte do coração do sistema, indispensável para que o usuário continue trabalhando normalmente. Como ainda não existe um sistema assim, também Gates deixa por ora a responsabilidade nas costas dos usuários. Segundo o dono da Microsoft, cada um ou aceita os riscos inerentes ao fato de compartilhar informações por meio da internet ou não a compartilha e pronto. Luiz Carlos de Assis Fotos: Divulgação

9 . Conheça as diferenças entre spyware e adware. Adware costuma ser usado para coletar dados com intenções de marketing e, geralmente, tem um propósito válido e benigno. Spyware pode ser utilizado com propósitos maliciosos, tais como o roubo de identidade.

terça-feira, 9 de maio de 2006

O Linux é mais seguro do que o Windows, mas não é isento de falhas

A alternativa funciona?

á que a responsabili- avisa e, logo, o problema é condade é sua, as esco- tornado. É difícil bater tanta genl h a s t a m b é m s ã o te trabalhando, todas ao mesmo suas. Um outro sistema tempo", diz Cavassin. operacional, talvez? O LiIsabel Lopes, gerente de pronux apareceu como alternativa dutos de software da Itautec viável, estruturada e mais segu- (que tem o sistema Librix), conra há alguns anos. Era mais se- corda: "Tem muita gente procugura porque a participação de rando falhas, fiscalizando o cómercado era pequena. Os ha- digo. E essa gente é movida por ckers não se importavam muito vaidade: eles querem ser recocom um pequeno grupo de nhecidos por encontrar e conserusuários, queriam os milhões tar problemas. Isso é um tremenque usam Windows. Wanderley do incentivo". Cavassin, gerente de pesquisa e Assim, é possível afirmar que desenvolvimento da Mandriva um sistema Linux é, geralmente, –união no Brasil dos sistemas Li- mais seguro do que um Winnux Mandrake e Conectiva–, ad- dows. Mas isso não exime nemite que o sistema dominante nhum administrador de manter sempre sofre mais. Mas ressalva medidas de segurança em sua que a Microsoft vem, de há mui- rede. Ainda é necessário estabeto, prometendo melhorar a se- lecer políticas de acesso, instalar gurança, quase sempre com firewalls, usar um antivírus. poucos resultados efetivos. De olho nos vírus – Como não Talvez, diz Wanderley, o pro- há sistema perfeito, resta ao blema esteja na qualidade do có- usuário proteger o seu sistema a digo. Não que o da Microsoft se- qualquer custo. Firewalls, autenja de baixa qualidade, mas sua ticações e certificações são mais implementação é de outra natu- acessíveis a empresas médias e reza. Há milhares de pessoas tra- grandes. Também aí, é preciso balhando para Bill Gates, empe- estabelecer uma política rígida nhadas em fazer do Windows o de acesso, com redução de persistema perfeito. Mesmo assim, missões, o menor volume possíeles são poucos diante dos mi- vel de privilégios, verificação de lhões que cuidam do código do credenciais e de compartilhasistema Linux, como diz Wan- mentos, segundo explica Vladiderley. Isso explicaria por que mir Amarante, da Symantec. uma análise do Linux mostrou Nas pequenas empresas e para que os erros por milhar de linhas usuários individuais, a saída é vêm diminuindo todos os anos. antivírus. Existem circulando "Com um código aberto, tem mais de 103 mil vírus, segundo a mais gente de olho. Se aparece empresa especializada em seguuma falha, alguém percebe e rança Sophos. Só uma parte é

Rodrigo Paiva é gerente de produtos da Microsoft no Brasil

FAÇA A SUA PARTE

Melhores práticas corporativas 1 . Emprego de estratégias de defesa em profundidade, as quais enfatizam os sistemas defensivos múltiplos, sobrepostos e mutuamente apoiadores: sistemas antivírus, firewalls e sistemas de detecção e prevenção de instrução.

2 . Desative e exclua os serviços que não são necessários.

3 . Se um código malicioso ou qualquer outra ameaça explorar um ou mais serviços de rede, desative-os ou bloqueie o acesso até poder aplicar uma correção.

4 . Mantenha seus níveis de correção sempre atualizados, especialmente no caso de computadores que abrigam serviços públicos e são acessíveis através do firewall, como serviços de HTTP, FTP, e-mail e DNS.

5 . Aplique uma política de senhas eficiente.

6 . Configure os servidores de e-mail para bloquear ou remover e-mails que tenham arquivos anexados com extensões utilizadas para disseminar vírus como .vbs, .bat, .exe, .pif e .scr.

7 . Isole rapidamente compuWanderley Cavassin, da Mandriva

verdadeiramente ameaçadora, coisa de 180 a 200 cepas, mas já é o suficiente para deixar em pé os cabelos de qualquer um. De acordo com o Relatório de Ameaça à Segurança na Internet, elaborado pela Symantec e divulgado em março último, o tipo de ataque mais freqüente no último ano, na América Latina, foi o HTTP Connect por túnel TCP. Isto é, uma invasão por meio da internet, que pode contornar firewalls e garantir o anonimato do agressor. Com esse tipo de ataque, diz o relatório, o agressor pode obter acesso a informação sensível ou executar anonimamente ataques subseqüentes. A maioria dos ataques detectados pelos sensores baseados na América Latina originou-se nos Estados Unidos, que respondeu por 25% das ocorrências. Os Estados Unidos também foram o país de origem da maior percentagem de spam no mundo todo. O que podem, então, fazer os desenvolvedores de sistemas: sentar e chorar ou fazer um sistema melhor? Enquanto não aparece um sistema sem falhas, o elo mais fraco de toda a corrente ainda é o usuário –concordam todos. É ele que clica onde não deve, que entra onde há perigo. Então, mãos à obra: faça a sua parte, proteja-se, porque você, afinal, é o culpado pela sua própria insegurança. Não devia ser, mas é. (LCA)

tadores infectados. Faça uma análise posterior e restaure o computador empregando meios confiáveis.

8 . Instrua os funcionários para que eles não abram anexos de e-mails, a menos que sejam esperados e venham de fonte conhecida, além de avisar para que eles não façam downloads da internet, a não ser em casos especiais.

9 . Certifique-se de que os procedimentos de resposta de emergência estejam posicionados. Isso inclui ter uma solução de backup e restauração instalada e eficiente.

10 . Instrua o setor administrativo sobre as necessidades de orçamento de segurança. 11 . Teste a segurança para se certificar de que os controles adequados estão em uso.

12 . Tanto spyware quanto adware podem ser instalados automaticamente nos computadores com programas de compartilhamento de arquivos, downloads gratuitos e versões freeware e shareware de softwares, ou clicando em links e/ou anexos em mensagens de e-mail, ou por meio de clientes de mensagens instantâneas. Assegure-se de que apenas os aplicativos aprovados por sua empresa sejam implementados nas estações de trabalho. Fonte: Symantec


terça-feira, 9 de maio de 2006

Automação Segurança Te l e f o n i a Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

APARELHO É MISTO DE TELEFONE MÓVEL COM COMPUTADOR DE MÃO

Treo 650, da Palm, um dos smartphones mais populares do mundo, lançado em novembro do ano passado no Brasil para rede GSM (TIM), agora também está disponível para os assinantes da Vivo em CDMA. A operadora oferece, desde o fim de abril, o palmtop para usuários domésticos e mercado corporativo com planos que dependem do volume de tráfego em megabytes e de minutos (de conversação) utilizados mensalmente. O misto de telefone móvel com computador de mão traz várias funções que o transformam numa central de produtividade e entretenimento, como organizador pessoal, browser para leitura de e-mail e acesso à internet, tocador de MP3 (Real One Player), câmera digital, recurso para criar e editar documentos, além da visualização de arquivos em PowerPoint. "Um verdadeiro canivete suíço", diz o vice-presidente da Palm, Alexandre Szapiro. O sistema operacional é o Palm OS, mas uma versão recente do palmtop, o 700w, que está à venda só nos Estados Unidos, roda o Windows Mobile. Segundo Alexandre Szapiro, o 700w é exclusivo da operadora Verizon (também em rede CDMA), mas avisa que ele não funciona no Brasil, caso alguém queira comprar lá fora. A Vivo vai comercializar o Treo 650 com o Vivo Smart Mail para acesso em tempo real aos e-mails que chegam à caixa postal do usuário no servidor da empresa. O programa Versamail que vem no equipamento aceita padrões POP (de webmails como UOL, IG, Terra etc.), IMAP e Exchange 2003 ou superior. A cada mensagem que chega no desktop da empresa (seja pelo Outlook ou pelo Lotus Notes corporativo), o usuário é avisado e pode editar ou apagar essas mensagens no portátil. O navegador também traz as funções de qualquer browser da internet (botões de voltar, favoritos, home etc.). O teclado é QUERTY (como o do computador) e facilita o envio de mensagens e MMS (torpedos). Por estar em rede CDMA1x, o Treo 650 da Vivo, trafega em velocidades de 144 quilobits por segundo. O modelo traz o programa DataViz Documents To Go 7.0, um aplicativo igual ao Microsoft Office que pode ler e editar arquivos sem precisar convertê-los, pois são compatíveis com Word e Excel, além de PowerPoint. Uma das grandes vantagens do produto, segundo Szapiro é o fato de ele contar com 29 mil aplicativos disponíveis para a plataforma PalmOS, permitindo uma personalização do handheld ao gosto do usuário, como jogos, papéis de parede, utilitários, ferramentas para escritório etc.

Direito autoral flexível ganha espaço na web nova ordem é oferecer música de graça. Com essa filosofia está sendo criada a Free Records a primeira gravadora brasileira com artistas licenciados sob o conceito de Creative Commons. Criado pelo professor Lawrence Lessig, da Universidade de Stanford, Estados Unidos, o conceito Creative Commons tornou-se um projeto que concede licenças jurídicas para a produção intelectual, mas de um jeito mais livre. Músicas, textos, livros e filmes ficam disponíveis para serem acessados livremente, desde que não seja feito uso comercial deles. A Free Records vai operar dentro do conceito. Em vez de vender CDs, a gravadora vai disponibilizar os álbuns de seus artistas gratuitamente no site www.freerecords.com.br, atualmente em construção. "A idéia surgiu pela observação do mercado, porque vender CDs já não lá lucro há muito tempo. Em dez anos o CD não vai mais existir", diz Fernando Ceal, sócio da Free Records. A gravadora vai funcionar de modo semelhante a qualquer empresa do ramo. "Vamos produzir os discos, gravá-los e colocá-los no site para download", conta Ceal. E como vão ganhar dinheiro? "A idéia é vender produtos derivativos, como ringtones e organizar festivais com nossos artistas." Para Ceal, é uma nova forma de lidar com a real situação da indústria fonográfica, às voltas com a pirataria e com o download caseiro de MP3. Para Ronaldo Lemos, professor de direito da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do projeto Creative Commons no Brasil, a ferramenta vem fazer as pazes com a tecnologia. "É uma forma do artista dizer que não se importa com alguns usos que se façam com a obra dele." Para artistas mundo afora, tem se mostrado uma excelente ferramenta de divulgação. Já são 53 milhões de obras licenciadas dentro do conceito. Um exemplo é a gravadora online www.jamendo.com. Uma amostra do que há disponível também pode ser vista no site www. overmundo.com.br, idealizado pelo antropólogo Hermano Vianna, que reúne produção cultural. Gilberto Gil já lançou faixas dentro do conceito, e a gravadora Trama (www.trama.com.br) também tem licenciado artistas dessa forma. "É uma forma atualizada de equilibrar o interesse do consumidor com o do produtor de cultura", sintetiza Lemos. (AE)

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Treo 650 também na rede da Vivo O smartphone da Palm incorpora browser, programa de e-mail, MP3 câmera e Bluetooth Por Barbara Oliveira Divulgação

O Treo 650 é um misto de telefone móvel com computador de mão

O smartphone Treo 650 é um verdadeiro canivete suíço Alexandre Szapiro

A bateria é removível, mas mesmo que ela fique descarregada os dados não são perdidos. Em rede GSM, a bateria suporta cerca de seis horas de conversação (no modo voz) e em CDMA pelo menos cinco horas, ou 300 horas de stand by. O processador é Intel XCale de 312 MHz para dar mais rapidez às funções multimídia, como acesso a música, fotos e vídeos. Um dos pontos fracos do aparelho é a câmera que só tem 640 x 480 pixels e zoom de 2x, a mesma resolução do seu antecessor Treo 600. Além de Bluetooth, para a sincronização sem fio com o PC a uma distância de até 10 metros (desde que a máquina também tenha essa tecnologia), o modelo da Palm tem infravermelho, slots para cartões de memória e saída para fone de ouvido. Ele pesa 178 gramas. Preços – Se o usuário comprar o palmtop para uso pessoal, só como organizador pessoal, sem navegar na internet e nem telefonar, vai pagar no varejo entre R$ 1.800 a R$ 2.000. Mas como o ideal é usar todos os recursos de navegação, a Vivo oferece para consumidores finais vários planos de dados, com descontos no preço final do Treo 650. Um pacote Vivo ZAP de 10 MB mais 60 minutos de conversação sai por R$ 134,70 mensais, e o Treo custará R$ 1.599 (pode ser parcelado em 10 vezes). Se o pacote escolhido for de 40 MB de dados mais plano pós de 240 minutos para voz, a mensalidade será de R$ 254,80 e o equipamento baixa para R$ 1.199. Para o mercado corporativo, os preços variam conforme a negociação com a empresa. A placa Vivo Zap (PCMCIA) que garante a conexão com a internet em banda larga de qualquer lugar custa R$ 199 no plano de 1 GB. Na operadora TIM o pacote pós TIM Brasil 120, com 120 minutos de voz, mais 40 minutos de roaming, 60 torpedos e 10 MB de dados mensais está por R$ 121,90 (só o plano de 10 MB custa R$ 39). Neste caso o aparelho custará R$ 1.596. Quanto maior o plano adquirido, mais barato sairá o Treo. Alexandre Szapiro informou que o modelo para rede GSM (e que está sendo comercializado pela TIM) começou a ser produzido na fábrica da Palm em Jaguariúna, e que a produção da linha de equipamentos em CDMA deve começar em breve. Só nos meses de janeiro a março deste ano a empresa vendeu 564 mil unidades dos modelos Treo 650 e 700w. São números consolidados de vendas mundiais, mas com grande concentração nos Estados Unidos, onde a Palm lidera o mercado de handhelds, seguida da HP e da Dell, segundo o IDC.

Serviço oferece ligações gratuitas para telefones fixos em todo o Brasil Na mesma época em que o serviço de voz sobre IP (VoIP) Skype comemora o número de 100 milhões de usuários cadastrados, surge na Europa um novo serviço de VoIP que pretende oferecer preços ainda mais competitivos

Divulgação

Por Éric Eroi Messa Skype (www.skype.com) foi um dos primeiros a oferecer ligações para telefones fixos e celulares através do seu serviço SkypeOut. Mediante a compra de um crédito mínimo de R$ 25 é possível efetuar ligações do computador para qualquer número de telefone ou celular. Seu atrativo são os custos baixos em comparação aos valores cobrados pelas operadoras de telefonia. As taxas por minuto são extremamente inferiores para ligações internacionais (DDI) mas também são competitivos para ligações locais. Uma ligação para um número de telefone fixo em São Paulo custa R$ 0,072 por minuto no serviço SkypeOut e para efetuar uma ligação para um telefone fixo de Paris o custo é de apenas R$ 0,059 por minuto. Por conta dos preços competitivos a popularidade do Skype cresceu, estimulando o surgimento de serviços similares. No Brasil, empresas como Ajato e Net começaram a oferecer recentemente produtos para VoIP, porém os custos em geral não são inferiores aos cobrados pela Skype. Recém lançado, o novo serviço chamado VoipDiscount está utilizando uma estratégia radical para ganhar usuários: oferecer ligações de VoIP gratuitamente para 50 destinos diferentes (dentre eles o Brasil) e para outros 15 locais por apenas 0,01 Euro. Para utilizar o VoipDiscount é necessário baixar o software (www.voipdiscount. com) e instalar no computador. O programa é muito semelhante ao Skype. Após a instalação o software solicita a criação de uma conta de usuário e a partir de então já é possível realizar conversas de voz com outros usuários do sistema. Para efetuar ligações para telefones fixos e celulares é preciso ainda criar uma conta de crédito de no mínimo 10 Euros, porém caso efetue ligações para telefones fixos de qualquer um dos 50 destinos

da promoção, como por exemplo o Brasil, Argentina, Canadá, França, Alemanha e Portugal, seus créditos não serão utilizados. As ligações para celulares são tarifadas. No caso de celulares no Brasil, o custo é de cerca de R$ 0,50 por minuto, ou seja, valor inferior ao cobrado pela maioria das operadoras de telefonia do país. Para conhecer os custos para cada um dos destinos, acesse a página w w w. v o i p d i s c o u n t . com/en/rates.html. Os custos são apresentados em centavos por minuto (Ct/Min). Por se tratar de um serviço europeu, é necessário discar o código completo de uma ligação internacional, mesmo que você esteja em São Paulo e pretenda ligar para um número na mesma cidade. Nesse caso, é necessário discar o código de ligações internacionais (00), o código do país (55), o código da região (11) e finalmente o número do telefone, o resultado é algo como 00 55 11 2222-2222. A qualidade da ligação é razoável, porém é comum notar um pequeno atraso da voz, ocasionado justamente pelo longo caminho percorrido pelos dados até chegar ao seu destino. Esse atraso é quase imperceptível no caso do Skype. Éric Eroi Messa é professor da Faculdade de Comunicação e do MBA em Gestão Tecnológica Educacional na FAAP-SP. Também é sócio-diretor da High Performance - Marketing Interativo. E-mail: eric.eroi@messa.com.br

Ligações para 50 destinos diferentes usando o VoipDiscount podem sair de graça


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Empresas Tr i b u t o s Inter nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

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FALTA DE INFORMAÇÕES GERA TENSÃO

milhões de dólares é quanto as exportações de soja geram em divisas para a Bolívia por ano

PRODUTORES TEMEM QUE GOVERNO EVO MORALES ESTEJA PRESTES A BAIXAR DECRETO DE EXPROPRIAÇÃO

BOLÍVIA PODE NACIONALIZAR TERRAS David Mercado/Reuters

O

s rumores de que o governo Evo Morales tem um decreto pronto para ser anunciado, a qualquer momento, de nacionalização de terras movimentaram ontem o Departamento de Santa Cruz, o mais importante da Bolívia. A soja boliviana é o principal item de exportação depois do gás natural. Ela responde por

US$ 400 milhões de divisas por ano, e 35% são viabilizados por negócios de brasileiros. A previsão é de que o decreto atinja apenas terras improdutivas ou sem titularidade reconhecida. Segundo produtores, há muitas áreas na Bolívia que poderiam fazer parte de um projeto de reforma agrária. "Existem pelo menos 4 milhões de hectares aptos para a

Evo Morales (dir.) esteve com o candidato a presidente do Peru, Ollanta Humala, em evento na fronteira entre os dois países

BALANÇO

agricultura que não são utilizados atualmente", disse Carlos Rojas, presidente da Associação Nacional de Produtores de Oleaginosas e Trigo (Anapo). Além disso, para ele, uma iniciativa do governo de entrar em terras produtivas significará rasgar uma lei em vigor há anos no país. A Lei 1715/96, chamada de Lei Inra (da sigla Instituto Nacional de Reforma

Agrária), por si só já define mecanismos para averiguar se uma área é ou não produtiva. A Anapo, que representa também os sojicultores brasileiros, tentou se aproximar do governo para descobrir detalhes do decreto, mas não conseguiu informações. O temor dos produtores é a criação de um limite máximo de propriedade, de 1 mil ou 2 mil hectares. (AE)

COMUNICADOS

ATAS

ATAS

DECLARAÇÃO À PRAÇA

DECLARAÇÃO DE PROPÓSITO

EDITAL INSTITUTO FLORESTAL

Processo SMA 040.134/2006 Leilão Público Nº 001/2006 de Madeira em Regime de Matagem Faço público nos termos da Lei Estadual 6.544/89 e Lei Federal 8.666/93, atualizada pela Lei 8.883/94, que o Instituto Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente, fará realizar o Leilão Público no dia 23/05/2006, às 14:00hs, na Estação Experimental de Itirapina, com sede no município de Itirapina, Bairro Santa Cruz/ SP, com vistas à venda de 74.573 ST de Pinus, 33.783 ST de Eucalipto, 71.127 Árvores de Pinus e 32.961 Árvores de Eucalipto, em regime de matagem, disponibilizadas nas Estações Experimentais de Luiz Antonio, Bento Quirino, Marília, Florestas Estaduais de Batatais, Cajuru, Assis, Pederneiras, Avaré, Paranapanema, Edmundo Navarro de Andrade(Rio Claro) e Horto Florestal Andrade e Silva(Avaré), e no dia 24/05/2006, às 09:00 horas, as disponibilizadas nas Estações Experimentais de Itapetininga, Itapeva, Itararé, Mogi Guaçu, Itirapina, Florestas Estaduais de Angatuba, Piraju, Manduri, nas condições previstas em Edital completo fornecido através dos sites: www.ambiente.sp.gov.br e www.e-negociospublicos.com.br.

CONVOCAÇÕES EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Ficam convocados os servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania para se reunirem em Assembléia Geral, no próximo dia 27 de maio de 2006, às 10 horas, no Salão dos Anjos, sito no Páteo do Colégio nº 184 – 1º andar, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Reeleição da atual Diretoria da Associação Paulista dos Servidores da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania – ASPAJUS, e b) aprovação de alterações nos Estatutos Sociais. São Paulo, 04 de maio de 2006. aa) A Diretoria. CENTRO ESPÍRITA JESUS TE CHAMA CNPJ N° 47.861.893/0001-23 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Tendo ocorrido mais de 60 dias do prazo para convocação, convocamos os Sócios do Centro Espírita Jesus Te Chama para a Assembléia Geral a ser realizada no dia 25/06/2006, às 15h, em primeira chamada e às 15h30, com qualquer número, em sua sede social, à R. Amador Lourenço, 724, em São Paulo-SP, a fim de eleger os novos membros da Diretoria. São Paulo, 25/04/2006. José Emílio Skolaude - Sócio.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 8 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Serrot Comércio de Papéis Ltda. ME - Requerida: Original Grafhics Ltda. - Rua Francisco Marson, 45 - 02ª Vara de Falências Requerente: Justmold Indústria e Comércio Ltda. - Requerida: Indústria e Comércio de Chocolates Tati Ltda. - Av. Guarapiranga, 291-A - 01ª Vara de Falências

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Segurança Te l e f o n i a Convergência Varejo Hi-tech

á está em andamento o projeto piloto pelo qual as empresas deverão adotar a nota fiscal eletrônica. Nessa primeira fase participam 19 empresas de grande porte e a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Essa nova modalidade de controle visa a integração tanto administrativa e fiscal das empresas, quanto tributárias entre estados, municípios e a própria Receita Federal. A intenção é unificar informações nas três instâncias e eliminar a burocracia, já que toda documentação irá tramitar eletronicamente. Nesse caso e será necessário o uso da certificação digital, já que sonegação, fraudes e roubo de informações não podem passar nem de longe por esse processo. Participam dessa fase o estado de São Paulo e 19 grandes empresas, dentre elas BR Distribuidora, Petrobrás, Ultragás, as montadoras com sede aqui, Siemens, Sadia, Bosch e outras. Na segunda fase, que deve se iniciar em julho, mais cinco estados irão aderir: Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Maranhão; e de agosto em diante os demais estados estarão liberados para adotar a nota fiscal eletrônica. Os postos rodoviários e demais órgãos fiscalizadores terão um leitor de código de barras que irá verificar todas as informações da carga e dessa maneira agilizar sua liberação. Além disso, é esperado que as fraudes e sonegação sejam reduzidas praticamente a zero. Não haverá, segundo a receita, obrigatoriedade na adoção desse tipo de emissão de nota, já que ele exige investimentos que a maioria das empresas de médio porte não tem condições de fazer imediatamente. Porém, a previsão é que em um período de três a cinco anos ela será amplamente adotado, por pressão do próprio mercado. Isso porque as grandes empresas farão pressão junto às médias para que elas adotem esse sistema de controle fiscal. Cada dia mais as grandes corporações são pressionadas para que tornem mais eficazes seus controles fiscais e financeiros, principalmente as multinacionais, pois as filiais aqui no Brasil estão sujeitas à aplicação de leis como a SarbanesOxley, por exemplo. Essa lei surgiu nos Estados Unidos há alguns anos e o prazo final para sua adoção pelas empresas de capital aberto está se esgotando. Ela prevê que os controladores e acionistas que fazem parte do conselho de administração são diretamente responsáveis por fraudes e desvios financeiros e estão sujeitos a multas altíssimas e/ou até mesmo pri-

Até o segundo semestre todos os estados estarão aptos a adotá-la Por Guido Orlando Júnior

Os novos acessórios para notebooks e laptops da HP já estão disponíveis no mercado

Com o sistema, espera-se que as fraudes e a sonegação sejam reduzidas praticamente a zero

A ADOÇÃO DESSE TIPO DE EMISSÃO DE NOTA NÃO SERÁ OBRIGATÓRIA

Nota Fiscal eletrônica começa a ser implantada

O objetivo é que os usuários domésticos e corporativos tenham mais conforto na utilização de suas estações de trabalho e possam aumentar a produtividade

terça-feira, 9 de maio de 2006

são, caso o fisco descubra alguma irregularidade na contabilidade ou demonstrativos de lucros fictícios. Ela foi criada para coibir falcratuas como as dos casos Enron e Worldcon, que causaram bilhões de dólares de prejuízo aos acionistas das duas corporações e enriqueceram seus controladores. Além dessa lei, o mercado vem adotando já alguns anos uma política de "auto policiamento" no tocante aos controles fiscais, pois perceberam que o mercado investidor, mais exigente e cauteloso, dá preferência às empresas que controlam seus números com mecanismos que dificultem ao máximo fraudes e desvios de dinheiro. Dois mercados irão se beneficiar imediatamente da nota fiscal eletrônica: o das certificadoras de assinatura digital e as empresas que fazem a integração de soluções de ERP (Enterprise Resource Planing, ou software de gestão empresarial), já que a demanda para integrar essa nova forma de controle fiscal aos sistemas das grandes empresas irá crescer consideravelmente. Contudo, a previsão é que, apesar do investimento inicial que será necessário para sua implantação, as empresas tenham um retorno do capital aplicado para adequar sua administração à nova realidade rapidamente. Terão uma economia considerável na emissão de papel, contratações de agentes para atuarem junto a órgãos do governo, como despachantes, envio e recebimento de papelada pelo correio ou empresas especializadas, além de praticamente eliminarem o retrabalho de digitação de uma nota fiscal, que muitas vezes provoca erros, acarretando multas. Só para citar um exemplo, uma carga que sai de São Paulo e vai para Minas Gerais, não precisará mais levar uma nota fiscal de papel e sim um simples documento com um código de barras. Ele será rapidamente conferido em um posto fiscal rodoviário por um leitor de código de barras e ela poderá seguir viagem mais rápido do que atualmente. Da mesma forma, ao chegar ao destino, a empresa já terá recebido a nota eletronicamente e toda a burocracia de confrontação e desembaraço do frete praticamente irá desaparecer. Não é preciso destacar que a arrecadação irá aumentar e engordar o caixa do governo. A única coisa que não está prevista nesse processo todo é o uso correto dos impostos pelos órgãos municipais, estaduais e federais. Nada é perfeito mesmo. gojunior@voit.com.br

Fotos: Divulgação

pós iniciar 2006 com o lançamento de uma linha de desktops para entrar no mercado doméstico e de pequenos negócios –com preços competitivos e venda através de grandes redes de varejo– e uma linha de notebooks corporativos, a HP Brasil agora está apontando suas armas também para o mercado de acessórios. O objetivo da empresa é oferecer complementos para os computadores de sua grife, de forma que os usuários domésticos e corporativos tenham mais conforto na utilização de suas estações de trabalho e possam aumentar a produtividade. A linha de acessórios vai de gravadores de CD e DVD a suportes de notebooks, passando por m e m órias

HP lança linha de acessórios para desktops e notebooks

adicionais, caixas de som e mouses. Além de serem compatíveis com toda a linha de desktops e notebooks, os acessórios valorizam os equipamentos, aumentando sua funcionalidade e performance. "Estes lançamentos diversificados permitem aos consumidores expandir consideravelmente as possibilidades de utilização de seus equipamentos", observa Frederico D'Avilla, gerente de produtos da HP Brasil. Confira os lançamentos disponíveis no Brasil e seus preços. Suporte – Para quem costuma usar o notebook também em casa e no escritório para tarefas prolongadas, a HP criou o HP Advanced Docking Station, com vários ajustes de posição que permitem transformar o laptop num desktop. O suporte permite usar o notebook com teclado e mouse auxiliares, que proporcionam maior conforto e rapidez na digitação e navegação na internet, e mantém a tela na altura e posição mais confortável da mesa de trabalho que se estiver utilizando. Preço: R$ 325.

Memória – A 256MB HP DriveKey II é uma memory key de 256 MB, com sistema de criptografia de dados para mantê-los seguros e confiáveis. Sai por R$ 119. Já a memória RAM 256MB PC3200 DDR400 DIMM 915 tem preço fixado em R$ 179. CD/DVD – O modelo 16X DVD+/-RW Drive (LS/ DL/ DF) é o primeiro gravador de DVD com a tecnologia LightScribe. O recurso, desenvolvido pela HP, permite utilizar o laser para "imprimir" textos e imagens diretamente no disco (requer mídia específica). Preço: R$ 289. Já o gravador de CD e leitor de DVD 4 8 X / 3 2 X C o m b o D r i v e C D RW / D VDROM, sai por R$ 308. Caixas de som – Com design moderno e na cor grafite, as caixas acústicas HP JBL Plati-

num Series Speakers saem por R$ 99 o par. Mouse – Combinando com as cores dos desktops e notebooks da marca, grafite e prata, o mouse óptico HP USB Optical Scroll Mouse custa R$ 43. Rachel Melamet Onde encontrar: Os acessórios podem ser adquiridos nos canais de venda HP Brasil. Procure a revenda mais próxima em www.hp.com.br/comprar.


terça-feira, 9 de maio de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O Brasil recusa a idéia de que estamos preocupados com liderança. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência.

ESPANHA QUER GARANTIAS NA BOLÍVIA

ASSESSOR ESPECIAL DA PRESIDÊNCIA AFIRMA QUE BOLÍVIA PAGARÁ À PETROBRAS O QUE A LEI GARANTE

"SEM INDENIZAÇÃO, SERÁ EXPROPRIAÇÃO" Newton Santos/Hype

Marcos Fernandes/LUZ

A Segundo Colturato, Sinasa oferece mais de 2 mil médicos

Camargo: solução urgente

Surge uma alternativa aos planos de saúde tradicionais

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á um mês, Cristiano de Freitas Camargo, administrador de empresas de 64 anos, precisou fazer uma série de exames. Como seu plano de saúde está no período de carência de dois anos para doenças pré-existentes, ele teve de procurar uma alternativa que não pesasse em seu bolso. Depois de pesquisar muito, encontrou a solução no Sistema de Atendimento à Saúde (Sinasa). "Os exames teriam de ser feitos com urgência, pois preciso de avaliações periódicas de próstata e também controlar a minha hipertensão. O Sinasa resolveu o meu problema. Paguei só R$ 62 pelos oito exames que fiz. Se eu não fosse associado do Sinasa, teria de pagar R$ 320 pelos mesmos exames", afirma Camargo, que só tem elogios para a instituição, que existe desde 2004. O sistema tem o suporte da Associação Paulista de Medicina (APM), que coloca à disposição dos usuários um cadastro com 2 mil médicos, pertencentes a todas as especialidades. "O Sinasa é uma alternativa para quem não tem plano de saúde, mas pode pagar alguma coisa pelo serviço básico", afirma Eduardo Colturato, diretor de marketing da instituição. O sistema é simples. Com uma anuidade de R$ 148, o usuário tem direito a uma carteira que lhe dá acesso aos serviços de 2 mil médicos, 350 laboratórios, incluindo os mais conceituados, como o Fleury e o Delboni, entre outros, 90 clínicas especializadas e hospitais conceituados, como o 9 de Julho e o Pró-Matre.

"São duas as maneiras de o usuário entrar em contato com a Sinasa para marcar consultas. Pelo telefone ou pela internet, acessando o portal Sinasa (www.sinasa.com.br). Ao dizer a especialidade médica que quer consultar, o usuário poderá escolher o perfil do profissional, já que o currículo do médico está à disposição no site, o horário e a região onde fica o consultório. Em seguida, o sistema manda um e-mail ou um fax para o médico e marca a consulta", explica Colturato. Cerca de 95% dos 2 mil médicos que constam no cadastro do Sinasa cobram R$ 42 pela consulta. "O desconto é de 85% em relação ao que os médicos da rede particular cobram", afirma Colturato, lembrando que as vantagens também são significativas quando o usuário do Sinasa necessita realizar exames laboratoriais. "Um hemograma total, por exemplo, que em qualquer laboratório particular custa R$ 50, pelo Sinasa custa R$ 8", diz ele, que faz questão de ressaltar sempre que não se trata de plano de saúde. "Nós colocamos à disposição do usuário uma rede prestadora de serviços por um valor menor", explica o diretor de marketing da instituição. Mão dupla – O sistema também é interessante para o médico, que recebe o pagamento à vista. Quando trabalha para qualquer convênio, o profissional costuma receber um valor bem menor e com uma defasagem de até 60 dias. O Sinasa surge como uma alternativa em um momento em que os planos de saúde para particulares enfrentam uma grave crise. Para Colturato, os

problemas dos planos atuais, para pessoas físicas, começaram em 1998, quando o governo federal editou a lei 9656, que normatizou o segmento. "A partir da edição da lei, os planos de saúde para particulares foram obrigados a cobrir tudo. Foram proibidos de estabelecer limites para internações, tiveram de cobrir doenças pré-existentes e infectocontagiosas, como a Aids e outras sexualmente transmissíveis. Além disso, o preço aumentou muito. E como o plano de saúde para pessoa física é vitalício, nenhuma empresa tem mais interesse em aceitar mais usuários", afirma. Crises – Nos últimos 10 anos, 10 milhões de pessoas em todo o País deixaram o mercado formal de trabalho, perdendo assim direito a registro em carteira e alguns benefícios, como plano de saúde. "Este fator agravou ainda mais o problema", lembra Colturato. Mas o diretor do Sinasa adverte: "o segmento de plano de saúde pessoa física está fadado à falência. Na verdade, os usuários estão cada vez mais envelhecidos e, por isto, as despesas subiram demais". Ao se associar ao Sinasa, o usuário ganha uma senha, que lhe dará direito a obter informações detalhadas dos médicos no portal da empresa. Ao contrário dos planos de saúde, o Sinasa não tem carência e limite de idade. Cada titular pode cadastrar cinco adicionais, que pagarão R$ 96 cada um. Os adicionais não precisam ser parentes do sócio titular e terão direito a carteira e senha para ter acesso ao portal Sinasa. Wladimir Miranda

Petrobras, maior exploradora de gás na Bolívia, será indenizada pela nacionalização dos hidrocarbonetos naquele país, anunciada na semana passada pelo presidente Evo Morales. A afirmação é do assessor para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, que declarou em Buenos Aires – onde participa de um seminário da Unesco sobre o Mercosul – que, se a indenização não for paga, a nacionalização será, na realidade, uma expropriação "Evidentemente a Petrobras receberá uma indenização. Mas, agora, haverá uma discussão sobre as condições dessa indenização. Havíamos ponderado que ela terá de ser feita com todas as garantias." Segundo Garcia, "isso implicará auditorias, que terão de ser confiáveis, além de definidas de forma bilateral". Garcia considera que a questão com a Bolívia será resolvida antes da reunião de cúpula de presidentes do Mercosul, programada para julho, na Argentina. Morales participará dessa reunião, como país "associado" do bloco. Garcia explicou que a possi-

bilidade de recorrer ao tribunal em Nova York só será utilizada no caso "de que não haja negociação ou exista um impasse. Aí o governo recorrerá. O prazo é de 180 dias". Preconceitos – Morales, homem de origens indígenas (ele pertence à etnia aymará), é tratado com racismo no Brasil, segundo Garcia. Para ele, "alguns colunistas" da mídia brasileira discriminam Morales por suas origens étnicas. "Como também (alguns setores) têm tratado o presidente Lula com preconceito social", disse o assessor da Presidência. Segundo Marco Aurélio García, a questão dos hidrocarbonetos "é um assunto que se arrasta na Bolívia há muitos anos. Os ex-presidentes Gonzalo Sánchez de Losada (20022003) e Carlos Mesa (20032005) caíram um pouco por isso. Na eleição presidencial boliviana, todos os candidatos colocavam (em seus programas) a questão da nacionalização. E quem não o fizesse, ia se dar mal com a sociedade. O Morales cumpre uma promessa". Venezuela – Ele voltou a negar que o Brasil se preocupe com a liderança e a influência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na América do

Sul. Segundo Garcia, o Brasil "recusa essa idéia de que estamos preocupados com liderança. Isso é bobagem. Isso é ótimo para especulação, para analistas políticos ganharem dinheiro e para os colunistas de jornais terem títulos. O que queremos fazer é avançar no projeto de integração sul-americana", afirmou o assessor. Garcia definiu a relação do governo brasileiro com Chávez como sendo de "companheirismo e amizade", e afirmou que "isso desagrada muita gente que acha que se trata de um demônio. Nós não achamos isso. É um companheiro nosso. Temos inúmeros acordos políticos (com a Venezuela), ajudamos nesse processo de ingresso no Mercosul". Ele lembrou que o Brasil "mantém boas relações com os Estados Unidos, mas a Venezuela, não". "Nós achamos que isso é ruim, no sentido de que poderíamos estar nos ocupando de outras questões. Temos interesse em baixar o tom das relações Venezuela-EUA, mas não conseguimos", afirmou. Ao comentar a idéia de que Morales estaria sendo orientado por Chávez, Garcia disse achar "um absurdo essa tentativa de desqualificação". (AE)

Espanha pede respeito a contratos

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ministro espanhol da Economia, Pedro Solbes, disse ontem que a Bolívia deve dar garantias de que respeitará os contratos com as empresas estrangeiras de petróleo, caso o país espere que elas continuem investindo após o decreto de nacionalização dos recursos energéticos. Solbes pediu às empresas que renegociem os contratos com a Bolívia, que nacionalizou as reservas em 1º de maio. Mas o ministro afirmou que as companhias têm o direito de protestar contra o rompimento de contratos anteriores. A oposição espanhola acusa o governo de ter sido brando demais com o presidente boliviano, Evo Morales, que deu às empresas estrangeiras seis meses para renegociar seus contratos, sob pena de serem expulsas da Bolívia. "Os direitos territoriais das companhias, seus direitos em termos judiciais, ainda estão em vigor enquanto esta negociação transcorre", disse Solbes em Madri. " E m p r i m e i r o l u g a r, o s acordos têm de ser cumpridos; em segundo, para inves-

tir em qualquer mercado é essencial ter garantias em termos de condições", afirmou. Questionado a quais acordos Solbes se referia, um assessor disse que "a todos os acordos, passados e futuros". O governo espanhol disse na sexta-feira que vai respeitar a decisão boliviana de nacionalizar o setor energético e que cabe à empresa espanhola Repsol YPF decidir se permanecerá ou não no país. Promessa – A Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, tem a segunda maior reserva

de gás natural do subcontinente. Morales foi eleito em dezembro com a promessa de nacionalizar o setor e distribuir seus dividendos de forma mais justa na sociedade. Repsol, a empresa européia mais atingida pela nacionalização boliviana, disse que não abrirá mão de seus direitos no país. Pelo plano de nacionalização, as empresas de energia devem entregar sua produção à estatal local, que assumirá as vendas. O governo repassará um percentual dos lucros às empresas. (Reuters)

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terça-feira, 9 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA DEVEM CRESCER 14%

Boa parte dos investimentos do comércio estão direcionados à renovação do parque tecnológico Reinaldo Roveri

Setor do comércio busca a modernização

Pesquisa da IDC aponta que as empresas vão aumentar em 14% este ano os seus investimentos em tecnologia Por Carlos Ossamu

Divulgação

instituto de pesquisas IDC Brasil (www.idcbrasil.com.br) divulgou um estudo chamado Brazil IT Investment Trends: Commerce 2006, que procurou investigar como as empresas do comércio, varejistas e atacadistas, utilizam os recursos tecnológicos e quanto eles pretendem investir em novas tecnologias este ano. A pesquisa revelou que os ambientes de TI em geral são mal planejados, com arquipélagos de sistemas de hardware e software isolados, causando ociosidade e gargalos em toda a operação. Isso faz com que grande parte dos gastos totais com tecnologia recaia para manutenção e mão-de-obra. Este cenário acaba por atrasar os investimentos do setor em novos projetos tecnológicos. Para Reinaldo Roveri, analista de mercado e responsável pela pesquisa, este é um cenário típico do mercado brasileiro. "O crescimento desordenado e mal planejado, aliado a constantes aquisições e fusões entre empresas, cria ilhas isoladas de sistemas e eleva a complexidade de controle. Em um setor sensível a custos e com margens apertadas, como é o caso do comércio, é imprescindível que as empresas consigam diminuir seus gastos com gerenciamento e manutenção de TI, disponibilizando verba para investir em novos projetos", diz. Ele explica que a falta de planejamento resultou nesse crescimento desordenado. "Conforme as empresas foram crescendo, elas implementaram novos sistemas que não eram compatíveis com o legado, formando essas ilhas tecnológicas. Isso também ocorreu por conta das várias aquisições ocorridas nos últimos anos", afirma, explicando que quando uma empresa compra outra, herda o seu legado e quase sempre os sistemas não são compatíveis. "Boa parte dos investimentos das empresas do setor estão agora direcionados à renovação do parque tecnológico e o grande desafio dos gestores de TI

Reinaldo Roveri é analista de mercado do IDC e responsável pelo estudo Brazil IT Investment Trends

atualmente é o de promover essa integração. Isso deverá resultar em um enxugamento no número de servidores, na redução de custos e melhoria dos processos", comenta Roveri. Um outro fator que vem forçando essa modernização é que muitos fornecedores, principalmente a indústria, vem exigindo que os varejistas se integrem ao seus sistemas, promovendo transações eletrônicas, o chamado B2B (business to business). Investimentos – "Manter a competitividade em 2006 exigirá investimentos em TI que permitam às empresas de comércio prover respostas rápidas ao mercado, assim como realizar gerenciamento de estoques mais precisos e aprimorar processos, sempre com o objetivo da redução de custos", explica Roveri. O estudo indica que, no ano passado, a expansão econômica permitiu aos estabelecimentos de comércio no Brasil recuperarem o fôlego e gerarem caixa para investir em tecnologia, o que deve ter continuidade em 2006, mesmo em um ano eleitoral. Sem revelar valores, o orçamento das empresas atacadistas e varejistas no país para compra de tecnologia será maior em 2006 do que foi em 2005. A capacidade de investimento em TI deverá estar por volta de 14 % maior.

Os investimentos ao longo deste ano serão feitos, prioritariamente, em soluções de gestão (ERP), segurança e sistemas de VoIP. "Voz sobre IP foi uma das novidades da pesquisa. Um terço dos pesquisados afirmam que utilizam alguma solução de VoIP e 70% dizem que vão investir nessa tecnologia este ano. O objetivo é a redução de custos com telefonia. Em geral, são empresas pequenas, que trabalham com margens apertadas", observa Roveri. "Dados do IBGE indicam que apenas 4% das empresas possuem mais de 20 funcionários. O setor de comércio no Brasil fatura cerca de R$ 600 bilhões, sendo composto por aproximadamente 980 mil estabelecimentos, com 9% do segmento de atacado e o restante do varejo", diz. Essa busca pela redução de custos vem levando muitas empresas a optar pelo sistema operacional Linux. "Mas isso ocorre apenas em sistemas de frente de loja, onde a interação do usuário com o sistema é mínima, como nos check-outs, onde o funcionário apenas passa a mercadoria no leitor do código de barras. No BackOffice, em aplicações de produtividade, a preferência ainda é pelo Windows. Segundo conta Roveri, no segmento varejista há situações completamente opostas. De um lado grandes grupos que adotam conceitos tecnológicos sofisticados, com sistemas inteligentes que analisam o comportamento dos clientes com o objetivo de otimizar as vendas. Na outra ponta existem os pequenos varejistas, cuja automação se resume a um microcomputador com leitor de código de barras. "Espremidos entre esses dois opostos estão os médios varejistas, muito deles com atuações regionais, que precisam se modernizar para fazerem frente aos grandes grupos. Eles estão se organizando em centrais de compras para terem mais poder de barganha. E isso exige que os seus sistemas estejam integrados a estas centrais", observa.


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Tr i b u t o s Finanças Nacional Agronegócio

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

5,2 MILHÕES DE PESSOAS COMPRAM PELA INTERNET

6,2

mil vagas foram abertas na construção civil no mês de março.

MEDIDAS PROVISÓRIAS CRIAM CONSELHO DO TRABALHO E RECONHECEM CENTRAIS SINDICAIS

GOVERNO LANÇA PACOTE TRABALHISTA Ed Ferreira/AE

O

ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou ontem, em solenidade realizada no Palácio do Planalto, três medidas nas áreas sindical e trabalhista. Surpreendentemente, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não discursou durante a cerimônia que reuniu sindicalistas e empresários (sobre isso, leia texto na página 3 do primeiro caderno). O governo tomou a iniciativa de propor ao Congresso, por medida provisória, o reconhecimento oficial das centrais sindicais e a criação do Conselho Nacional das Relações do Trabalho (CNRT). A atuação das cooperativas de trabalho será regulamentada por projeto de lei. O anúncio das três medidas, segundo Marinho, não esgota o pacote trabalhista. Outras três iniciativas serão propostas nas próximas semanas, tão logo empresários e trabalhadores cheguem a um consenso. Uma delas será a regulamentação do trabalho aos domingos. "Não conseguimos aparar as arestas", disse Marinho para justifi-

do Judiciário, para resolver a partir do efetivo papel da negociação", disse o ministro. Sobre o reconhecimento das centrais sindicais, Marinho disse que as organizações passam a ter respaldo jurídico para negociar com o governo. "É estranho falar que vamos reconhecer as centrais sindicais. Elas têm reconhecimento de fato. mas no mundo jurídico, não sindicalmente. Portanto, era preciso trazer à luz da nossa legislação esse reconhecimento", explicou. A terceira medida do pacote será enviada por projeto de lei ao Congresso. Ela busca estimular cooperativas de trabalho formais, coibindo as irregulares. O projeto de lei estabelece critérios para o funcionamento e participação de associados, permitindo que pequenos grupos se beneficiem dos programas públicos de fomento. A proposta cria ainda o Programa de Fomento às Cooperativas de Trabalho (Pronacoop), para dar crédito e apoio técnico às cooperativas, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. (AE)

O ministro Luiz Marinho, do Trabalho (meio), anunciou pacote de medidas preparado pelo governo

Centrais elogiam medidas Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical avaliaram como positivas as medidas voltadas para as áreas trabalhista e sindical encaminhadas ao Congresso Nacional, ontem, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas criam o Conselho Nacional de Relações do Trabalho (CNRT), legalizam as centrais sindicais e estabelecem critérios para as cooperativas de trabalho. "É um fato histórico, pois as centrais sindicais, desde a fundação, lutam pela sua legalização", afirmou o presidente da CUT, João Felício. O presidente da Força Sindical, o Paulinho, também lembrou que a reivindicação das centrais era antiga. "Consideramos uma

Alan Marques/Folha Imagem

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car o adiamento do anúncio. Os patrões, segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, não abrem mão do trabalho no comércio nos quatro domingos do mês. Já os trabalhadores, de acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, querem garantir folga em pelo menos dois domingos, com o trabalho nos outros dois negociados com os sindicatos. "Na negociação com os sindicatos poderemos garantir vantagens adicionais, como refeição, transporte e até mesmo algum ganho extra", explicou Paulinho. Conselho – O CNRT será composto por cinco representantes da cada segmento: governo, trabalhadores e empregadores. Eles serão indicados pelas confederações patronais, centrais sindicais e Ministério do Trabalho. Terá ainda duas câmaras. Uma delas com representantes dos empregadores e do governo, e outra com representantes dos trabalhadores e do governo. "Com isso, tiramos uma grande demanda da mesa

João Felício: fato histórico

vitória o reconhecimento das centrais. É uma reivindicação histórica do movimento sindical desde a época de Getúlio Vargas", disse Paulinho. Sobre o CNRT, Felício lembrou que, no Brasil, infeliz-

mente, as relações entre o poder público e as organizações sociais ainda são muito conflituosas. Para ele, o Conselho vai contribuir para mudar essa realidade. "Agora, nessa questão, conseguimos consolidar um espaço de negociação coletiva, de busca de consenso, ou seja, nada poderá ser decidido no Conselho que não seja fruto de um consenso", disse Felício. O presidente da CUT também elogiou o projeto de lei que estimula as cooperativas formais de trabalho. "É altamente positivo, pois vai evitar que os cidadão sejam explorados. Com certeza, vamos estimular a criação de cooperativas no País com uma relação mais democrática, um funcionamento mais ético", disse. (Agências)

Vendas pela web no Dia das Mães Cresce emprego na construção devem movimentar R$ 140 milhões

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nível de emprego formal na construção civil brasileira voltou a subir em março, com alta de 0,4% em relação a fevereiro, o que corresponde à abertura de 6,2 mil vagas. As informações foram divulgadas ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em conjunto com a GVConsult, com base em pesquisa do Ministério do Trabalho. Em nota, o sindicato destacou, no entanto, que o ritmo de crescimento foi menor que o registrado no

segundo mês do ano, quando a elevação havia sido de 1,2%, com 16,5 mil novos trabalhadores empregados. No trimestre, o setor gerou 42,8 mil empregos, o que representa um crescimento de 3% sobre o mesmo período do ano passado. No fim de março, a construção civil brasileira registrava 1,438 milhão de trabalhadores formais. No acumulado de 12 meses, houve ligeira queda no ritmo de expansão do nível de emprego, com alta de 10,05% contra os 10,27% acumulados até fevereiro de 2006. Em São Paulo o setor contratou 1,2 mil trabalhadores formais em março, 0,3% a mais que em fevereiro. No trimestre, o crescimento foi de 2,24%. No fim de março, o setor empregava 393,5 mil pessoas no Estado, um crescimento de 9,2% no acumulado de 12 meses. Na capital paulista, especificamente, foi registrada a abertura de 1,025 mil vagas, com evolução de 0,56% em março, comparado a fevereiro. No primeiro trimestre, foram criados 4,067 mil empregos (2,24%), levando a um crescimento de 8,22% no acumulado de 12 meses. A maior alta relativa ao mês de março foi verificada na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, com acréscimo de 285 trabalhadores (2,74%). Já a maior queda relativa ocorreu na região de Presidente Prudente, com re d u ç ã o d e 3 , 7 8 % , o u 2 0 5 vagas a menos. (AE)

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ada vez menos as pessoas têm se dado ao trabalho de sair de casa para comprar presentes para o Dia das Mães, o que não significa que os presentes estão sendo deixados de lado. A expectativa da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camarae.net) é de que as vendas online dupliquem este ano na comparação com 2005. Um estudo feito pela entidade, em parceria com a consultoria e-bit e o site BuscaPé, mostra que o Dia das Mães deve movimentar R$ 140 milhões entre de 29 de abril e 13 de maio. No ano passado, o faturamento foi de R$ 92 milhões, o que representou aumento de 27% sobre 2004. Entre os produtos que têm a preferência das mães, segundo a Camara-e.net, estão os CDs e DVDs, livros e telefones celulares, seguidos das cestas de café da manhã, flores, perfumes e eletrodomésticos. Mas

antes de comprar, o consumidor deve lançar mão da principal vantagem do comércio online, a possibilidade de pesquisar preços sem precisar sair de casa. Levantamento que acompanha a previsão para o Dia das Mães, feito pelo BuscaPé em maio de 2006, mostra que a diferença de preços entre os produtos nas lojas virtuais chega a 134%. É o caso, por exemplo, da câmera digital Olympus Camedia D-435 de 5,1 megapixels, vendida a preços que variam entre R$ 437,19 e R$ 1.020,00 mil, uma diferença de R$ 583,71. O aumento gradual do comércio eletrônico se deve à elevação da confiança neste tipo de serviço e à penetração da internet no País. Dados da Camara-e.net mostram que o primeiro trimestre de 2006 fechou com mais de 5,2 milhões de consumidores online, um segmento com potencial de expansão co-

mo mostra outra pesquisa, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo aponta a venda de 6,2 milhões de PCs no ano passado, 24% mais que no ano anterior. Ao mesmo tempo, as conexões de banda larga saltaram de 2,2 milhões para 3,796 milhões. Hoje, como exemplo da importância do comércio eletrônico, cerca de 12% das vendas da rede Magazine Luiza são feitas por intermédio da internet. No ano passado, as vendas o n li n e totalizaram R$ 2,88 bilhões, sendo que as duas grandes lojas do segmento, a Americanas.com e o Submarino, ficaram com 50% desse montante. Mas o espaço a ser conquistado é grande ainda. Do total da vendas do varejo, segundo a e-bit, apenas 2% é resultado do comércio online.(Leia mais sobre o Dia das Mães em caderno especial nesta edição.) Renato Carbonari Ibelli/AE

Volks apresenta plano a Lula

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presidente da Volkswagen no Brasil, HansChristian Maergner, apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a um grupo de ministros o plano de reestruturação da empresa. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou que qualquer medida do

governo que venha a ser adotada beneficiará todo o setor automotivo. "O governo não pode fazer uma medida para uma empresa específica, mas para um setor", disse, após a reunião no Palácio do Planalto. Mantega informou que se reunirá nos próximos dias com representantes da

Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) para discutir a situação da indústria automotiva, que tem se queixado de perda de competitividade por causa do real valorizado. (AE)


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Automação Convergência Varejo Hi-tech Lançamentos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

RFIDS SERÃO ACESSÍVEIS PARA MÉDIAS EMPRESAS EM POUCO TEMPO

As empresas precisarão fazer encomendas de 100 milhões de unidades para conseguir o preço unitário de US$ 0,05

Empresa israelense anuncia RFIDs por US$ 0,05 A SmartCode foi a primeira a romper essa barreira do preço unitário, um divisor de águas importante Por Sergio Kulpas Divulgação

e m p re s a i s r a e l e n s e S m a r t C o d e ( h t t p : / / w w w. s m a r t c o d e c o r p . com/index.asp) anunciou na semana passada que passará a produzir "inlays" de 2ª geração para etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) a US$ 0,05 por unidade em compras de mais de 100 milhões de unidades. Os inlays podem ser convertidos em etiquetas impressas que podem ser aplicadas em caixas e produtos. O processo de aplicação aumenta o preço do transponder para o usuário final, mas a boa notícia é que pela primeira vez o preço dos transponders em UHF rompe a barreira dos 5 centavos de dólar. Segundo Avi Ofer, presidente e executivochefe da SmartCode, romper essa barreira simbólica é um marco importante para a indústria. Ofer disse que a empresa vai trabalhar com fornecedores e fabricantes para implementar a distribuição dos novos RFIDs. Para o executivo, o investimento tecnológico da SmartCode tornou possível a produção de RFIDs a US$ 0,05. Os transponders são montados em substratos de politereftalato de etileno (PET) e são impressos em rolos de 5.000 unidades. Segundo Ofer, a SmartCode fez parcerias com grandes empresas, como Impinj, ST Microelectronics, Philips Semiconductors e outros fornecedores de chips da segunda geração da EPC (Electronic Product Code). As empresas precisarão fazer encomendas de 100 milhões de unidades para conseguir o preço unitário de US$ 0,05 –uma encomenda de US$ 5 milhões. Ofer disse que a SmartCode pode entregar as encomendas em quatro ou seis semanas, mas com pedidos neste volume, ela pode ser dividida em lotes que atendam as necessidades do cliente. A SmartCode está oferecendo RFIDs com 20 modelos diferentes de antenas, inclusive cinco para marcar mercadorias. Ofer disse que as 100 milhões de etiquetas não precisam ter o mesmo modelo de antena para manterem o preço unitário de US$ 0,05. Os usuários finais

A SmartCode está oferecendo RFIDs com 20 modelos diferentes de antenas, inclusive cinco para marcar mercadorias

sergiokulpas@gmail.com

Médias empresas temem a concorrência de companhias maiores Estratégias de auto-suficiência são mais acentuadas

Máquina sensual Por João Magalhães

no Brasil. Apoio governamental e investimentos em tecnologia são as condições de crescimento Por Vanderlei Campos

Divulgação

Sandra Farinas é gerente de Inteligência de Mercado da SAP

entrada de grandes corporações em nichos tradicionalmente ocupados por empresas de médio porte é vista como a maior ameaça competitiva por 41% dos dirigentes de médias empresas no Brasil. É uma das constatações de pesquisa encomendada pela SAP com 3.722 empresários e executivos de empresas, de todo o mundo, com faturamento anual entre US$ 20 milhões e US$ 500 milhões. O estudo inclui depoimentos de 242 dirigentes de médias companhias no país. Entre os brasileiros, 64% destacam a tecnologia como fator central de sua estratégia de crescimento e 66% a consideram um elemento crítico para responder às necessidades de seus mercados. Além da competição de maiores, outros obstáculos apontados foram a pressão cada vez maior sobre os preços (44%), os crescentes custos de matérias-primas e serviços (32%) e a saturação de mercado (31%). Em contrapartida, na pesquisa global, 31% dos entrevistados atribuíram a si mesmo como vantagem uma maior agilidade de executar mudanças, e 29% mencionaram a capacidade de operar a custos menores. No Brasil, a flexibilidade é ainda mais valorizada e citada por 44% (contra 31% na média mundial). Enquanto o crescimento é a prioridade para a maioria dos empresários no Brasil –48% priorizam ampliar a base de clientes, e 45% pretendem reduzir custos–, nos resultados globais a redução de custos e um maior controle operacional foram mencionados como prioridade por 51%. Sandra Farinas, gerente de Inteligência de Mercado da SAP, diz que a regulamentação aplicada sobre as grandes companhias acaba impactando toda a cadeia de fornecimento. "As pequenas e médias empresas que estão no ecossistema de grandes cadeias produtivas têm que se adequar às regras de controle de risco, eficiência e qualidade." Em todas as regiões do mundo, a maioria das médias empresas –68% segunda a pesquisa– planeja crescer de forma orgânica. No Brasil, 53% pretendem crescer utilizando seus próprios recursos internos, 17% planejam utilizar sua rede de parceiros para produção e distribuição e 13% querem comprar outras empresas. Segundo Sandra Farina, a dificuldade de articulação com agentes econômicos externos limita as estratégias de expansão. "Há um conjunto de fatores, por problemas na malha de relacionamento entre as empresas. Em economias mais maduras, há mais equilíbrio entre o patamar de desenvolvimento das empresas e das regiões, o que torna as fusões e aquisições menos traumáticas." A executiva observa que o aumento de capilaridade das corporações não significa necessariamente uma ameaça para as pequenas e médias empresas. "Em paralelo a uma economia concentrada em grandes companhias, essas organizações incluem uma base cada vez maior de fornecedores."

podem encomendar modelos diferentes de antena dentro do pedido de 100 milhões de unidades, e ainda podem determinar modelos exclusivos de antena para sintonia fina de produtos específicos. Analistas do setor aguardavam ansiosamente o rompimento da barreira dos RFIDs a 5 centavos de dólar por unidade. Apesar disso, o anúncio da SmartCode não causou grande comoção. O motivo é óbvio: o valor unitário de US$ 0,05 só vale em encomendas de 100 milhões de unidades. Segundo os especialistas, a verdadeira revolução da etiquetagem eletrônica deve começar quando os RFIDs começarem a ser vendidos a US$ 0,05 em lotes de 1 milhão de unidades. Espera-se que essa barreira seja rompida dentro de 18 meses a dois anos –o que é um grande salto em relação a previsões feitas há um ano. Suspeita-se inclusive que a SmartCode esteja vendendo seus RFIDs a US$ 0,05 com prejuízo, para poder lançar ações em bolsas de valores e aumentar seu market share. Apesar disso, é um divisor de águas importante, que sinaliza que etiquetas com radiotransmissores podem ser acessíveis para empresas de médio porte dentro de pouco tempo. Isso pode provocar um investimento em cascata de várias empresas da cadeia de distribuição, forçando uma redução real no preço final das etiquetas inteligentes. A adoção em massa dessas etiquetas ocorrerá de fato de modo lento e contínuo, à medida que as empresas no mundo todo aprendem por conta própria a integrar os dados gerados pelos RFIDs com seus sistemas de estoque e vendas. É essencial uma grande mudança na cultura comercial, que deve acomodar os efeitos da nova tecnologia em todos os pontos da cadeia produtiva. E isso requer muito mais que uma mera queda de preços nos RFIDs; nem etiquetas gratuitas poderiam resolver essa questão, que é cultural e não tecnológica.

Divulgação

lá vem a Female Type. Não, não é Sharon Stone. Nem a Angelina Jolie. É a mais nova criação da Universidade de Kyoto, no Japão: um robô com características quase humanas, incluindo aí insinuantes formas femininas. A "moça" pesa 800 gramas, tem 35 centímetros de altura e é capaz de realizar os movimentos elegantes de uma modelo desfilando em uma passarela. Veja o vídeo de apresentação dessa máquina sensual no site YouTube. Site relacionado: http://www.youtube.com/ watch?v=H7asESFbzhA&eurl=

694 milhões de internautas internet tem atualmente 694 milhões de usuários. A cifra representa 14% da população mundial, estimada em 6,5 bilhões de habitantes, segundo estudo da comScore Networks. Os Estados Unidos lideram o ranking, com 152 milhões de internautas. China, Japão, Canadá e Coréia do Sul ocupam a 2ª, 3ª, 4ª e 5ª posições. O Brasil aparece na 11ª posição do ranking, com 13,1 milhões de internautas. Entre os sites mais visitados pela galera aparece o MSN, com média de 694,2 milhões de visitantes únicos em março, seguido por serviços do Google, com 538,5 milhões de visitantes e pelo Yahoo, com média de 480,2 milhões de usuários. Site relacionado: http://www.comscore.com/

Roubo de dados sigilosos cresce no 1° trimestre missão dos crackers não é mais causar estragos aleatórios nos computadores de suas vítimas. Agora eles visam dinheiro. Estudo da empresa de segurança Panda revela que 70% dos códigos maliciosos registrados no primeiro trimestre de 2006 estavam programados para roubar dados confidenciais dos internautas. Prova disso é que os maiores vilões do período foram spywares, cavalos-de-tróia, keyloggers e bots, que se instalam sorrateiramente em sistemas e ficam escondidos nele, tentando capturar senhas e informações bancárias. Esse tipo de ameaça, diz a Panda, se torna mais perigosa porque maioria dos usuários de computadores ainda não sabe como lidar com ela corretamente. Site relacionado: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cracker

Vem aí o Google Saúde urante o Google Press Day, encontro dos executivos do líder dos sistemas de busca com jornalistas, que acontece na próxima quarta-feira, serão anunciadas várias novidades. Um delas, muito comentada em março, seria a estréia do Google Health, serviço com informações médicas e sobre saúde em geral.

Browser seguro e veloz eguro e veloz, o K-Meleon, da SourceForge, é ideal para donos de PCs de configurações modestas e para quem acessa a internet por meio de uma conexão discada. Ele ocupa 2,8 MB no HD e exige pouca memória: apenas 8,7 Megabytes. Uma das características mais interessantes do novo browser são as opções para salvar janelas de navegação e recuperá-las. Outra função que merece destaque é a criação de grupos de páginas relativas a determinado assunto que podem ser "folheadas" mediante a digitação de uma palavra-chave na barra de endereços, seguida da combinação de teclas Shift + Enter. No item segurança, o K-Meleon é nota dez. Na Privacy Bar, é possível optar pelo carregamento ou não de imagens, pop-ups etc. Site relacionado: https://sourceforge.net/ project/showfiles.php?group_id=14285


terça-feira, 9 de maio de 2006

Finanças Empresas Tr i b u t o s Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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VENDAS DA BAUSCH & LOMB CAEM US$ 1,2 MILHÃO

A ferramenta de consulta aos serviços de pesquisas está em fase final e terá mecanismos mais ágeis. Celso Luiz Limongi

Milton Mansilha/LUZ

TJ-SP INVESTE EM TECNOLOGIA PARA REDUZIR FILAS

Este mês, serão ampliadas e acrescidas ao site outras comarcas para exame via internet. Celso Luiz Limongi, presidente do TS-SP

A inclusão de dados de outras comarcas em seu site e a instalação de terminais de auto-atendimento são duas das estratégias para melhorar os procedimentos

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Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) está apostando na tecnologia para diminuir o fluxo de pessoas no fórum e, com isso, oferecer melhor atendimento a advogados e público em geral. Uma das novidades será a instalação, no fórum, de terminais para consulta processual. A criação dos terminais para auto-atendimento foi anunciada pelo presidente do TJ-SP, Celso Luiz Limongi que, na entrevista abaixo, aborda a parceria feita com a empresa GV Consult, encarregada de fazer um diagnóstico do andamento dos processos em primeira instância. O trabalho vai custar R$ 5,4 milhões e tem o objetivo de reduzir o tempo de tramitação dos processos na primeira instância, além de fazer parte da reforma administrativa iniciada na gestão do desembargador Luiz Elias Tâmbara. Verifica-se, cada vez mais, aumento nas filas dos cartórios judiciais para atendimento de advogados e público em geral para examinar processos. Há

algum plano emergencial para melhorar esse atendimento? Sim. Nos próximos seis meses, o TJ-SP tem planos para instalar terminais destinados a consultas sobre o andamento dos processos no âmbito dos foros. As informações lançadas serão suficientes para ciência e

O objetivo do estudo é tornar mais ágil a tramitação processual e aprimorar o atendimento ao público. Celso Luiz Limongi

conhecimento do consulente. Também serão ampliadas e acrescidas ao site do Tribunal outras comarcas para exame via internet, facilitando as consultas sem que a pessoa tenha que se deslocar até o cartório em que tramita o processo. Essa providência ocasionará me-

nos consultas nos balcões e, conseqüentemente, mais eficiência para os que necessitam consultar os processos. Quais são os planos para que os servidores tenham melhores condições de trabalho e, conseqüentemente, possam atender melhor os advogados e o público que procura a Justiça? O TJ-SP contratou a GV Consult, órgão da Fundação Getúlio Vargas, para promover estudos de reestruturação administrativa de todo o Poder Judiciário paulista. Iniciado em abril deste ano, o objetivo desse estudo é tornar mais ágil a tramitação processual e aprimorar o atendimento ao público. Esse trabalho será realizado na primeira instância, concluindo projeto feito na segunda instância no ano passado. Visa racionalizar as rotinas nos cartórios e varas, desde o mais simples andamento do processo até o mais complexo. Logo após a conclusão desse estudo, o tribunal vai implantar a execução dos planos propostos no prazo de 14 meses. O projeto terá em sua execução o treinamento e aprimoramento dos serventuários da Justiça que

Inquérito faz a Bausch & Lomb rever resultados

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fabricante de produtos para os olhos Bausch & Lomb, que adiou a entrega de seu balanço por causa de irregularidades contábeis em subsidiárias de vários países, incluindo o Brasil, afirmou ontem que vê novos encargos como resultado da investigação, que está em grande parte encerrada. A empresa, que também está sofrendo pressão em decorrência do surgimento de uma rara infecção de olhos possivelmente relacionada a um de seus produtos, afirmou que uma investigação de práticas para a identificação de receitas em sua subsidiária coreana foi ampliada para avaliar questões em outras unidades estrangeiras. A companhia informou

que continua a avaliar potenciais falhas em controles internos. A Bausch espera que a investigação resulte em ajuste das vendas da unidade de cuidados com visão na Coréia entre 2002 e 2005. A empresa disse também que o impacto, ainda não auditado, das mudanças contábeis reduzirá as vendas líquidas anteriomente divulgadas para o primeiro e o segundo trimestres de 2005 em cerca de US$ 1,2 milhão. Para as vendas líquidas no período 2002-2004, o impacto será de US$ 7,2 milhões. Os ajustes dos resultados anunciados anteriormente pela empresa devem reduzir em US$ 2,9 milhões as vendas brutas do 1° e do 2° trimestres do ano de 2005. A companhia ainda cortará as vendas de 2001-

2004 em US$ 15,4 milhões. Brasil – A Bausch informou que a investigação no País reduzirá os lucros líquidos do primeiro e do segundo trimestre do ano passado em um total de US$ 600 mil na subsidiária brasileira. Ainda segundo a companhia, as mudanças reduzirão, de 2000 a 2004, o lucro líquido em US$ 19 milhões. A investigação brasileira, que envolveu acusações de má conduta, levou a companhia a republicar os resultados financeiros dos anos fiscais encerrados em 2001, 2002, 2003 e 2004, além do primeiro e segundo trimestres de 2005. As republicações dos balanços tiveram como objetivo contabilizar de forma adequada o impacto de questões relacionadas a impostos. (Reuters)

PPI recupera R$ 80 milhões

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té ontem, 2,3 mil contribuintes haviam formalizado a adesão ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) instituído pela Prefeitura de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Finanças do Município, o volume de adesões representa cerca de R$ 80 milhões em tributos em atraso, que serão recuperados em prestações. O PPI permite o pagamento, em até 120 meses, de débitos tributários com o Fisco municipal – inclusive os inscritos na dívida ativa – com desconto nos juros. Somente os débitos ocorridos até 31 de dezembro de 2004 podem ser aceitos no programa de parcelamento. Mas, mesmo que o contribuinte continue inadimplente após esta data, ele pode solicitar o parcelamento. Também poderão ser in-

cluídos no PPI saldos de parcelamento em andamento – exceto os originários de pedidos homologados pelo Refis – e débitos não tributários, exceto multas de trânsito, multas contratuais e indenizatórias. O pagamento pode ser feito em parcela única; em até 12 vezes, com juros de 1% ao mês de acordo com a tabela Price; ou em até 120 parcelas reajustadas pela taxa Selic. Somente as empresas podem parcelar em mais de 120 vezes, sendo a 1ª parcela maior ou igual a 1% da média da receita bruta mensal em 2004 e as demais prestações atualizadas pela Selic. Mas, neste caso, os contribuintes deverão apresentar garantia bancária ou hipotecária. O valor mínimo de cada parcela mensal para pessoas físicas é de R$ 50. Para as empresas, a prestação não pode-

ra racional e possível, direcionado a atender os interesses do Judiciário e daqueles que necessitam de seus serviços.

rá ser inferior a R$ 500. O contribuinte poderá ser excluído do PPI caso atrase o pagamento por mais de 60 dias. A exclusão também é prevista nos casos em que deixar de pagar tributo municipal com vencimento posterior à data de adesão ao programa, salvo se integralmente pago no prazo de 30 dias, contado da constituição definitiva do débito ou da intimação da decisão administrativa que o tornou definitivo. Além disso, a não-comprovação da desistência de ações judiciais no prazo de 60 dias, contados da data de adesão, pode levar o contribuinte à exclusão. As empresas também serão excluídas do programa de parcelamento em caso de falência ou extinção. O prazo para formalizar a adesão vence no dia 30 de junho. Laura Ignacio

Celso Limongi: funcionários do tribunal terão participação ativa

terão participação ativa e lhes darão melhores condições de trabalho em benefício dos usuários do Poder Judiciário. V. Exa. tem falado que o orçamento disponível para o Judiciário é insuficiente. Enquanto não se corrige essa

necessidade, quais são os projetos para minimizar as reclamações dos advogados e dos jurisdicionados? Trabalhar com as verbas constantes do orçamento disponível. Respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal e empregar o numerário de manei-

Imóvel Comercial p/ venda Rua Cordilheiras - City Lapa, ideal p/ clínica médica ou dentária, comércio em geral. Ótima localização, 3 dorms., 3 salas, coz., dep. empr., est p/ 3 carros, 260 m², terreno 280m² const. R$ 470 mil.

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A informática tem ajudado administrações públicas e privadas a suprir suas necessidades no relacionamento em seu círculo de interesses. O TJ-SP tem planos de ampliar o sistema? Os trabalhos de aprimoramento do site estão adiantados. Este mês, por exemplo, serão incluídas no site informações de outras comarcas para exame, facilitando as consultas, sem que a pessoa tenha que se deslocar até o cartório em que o processo tramita. A ferramenta de consulta aos serviços de pesquisas, especialmente de jurisprudência, está em fase final e terá mecanismos mais ágeis e objetivos quando os temas forem selecionados. José Nassif Neto, advogado, especial para o DC


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Te l e f o n i a Automação Lançamentos Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 9 de maio de 2006

A POWERSHOT SD550 TEM PREÇO SUGERIDO DE R$ 1.710

O monitor de cristal líquido da SD550 possibilita ver as imagens em locais com muita ou pouca luz

Todas as características físicas e a emoção das partidas, como o calor das cenas das torcidas vibrando e os efeitos sonoros, foram transferidas para a tela do micro

Fotos: Divulgação

Essa Copa já está no papo. Pelo menos no PC A Electronic Arts anunciou o lançamento do game oficial da Copa do Mundo Fifa 2006 Por Fábio Pelegrini s fanáticos por bola já podem comemorar. Como era de se esperar, o maior evento futebolístico do ano ganha sua versão para computador. A Electronic Arts anunciou o lançamento do game oficial da Copa do Mundo Fifa 2006, que promete dar ao jogador a sensação de estar dentro dos gramados, disputando com as maiores equipes do planeta. Esta é a chance de entrar de cabeça no maior torneio esportivo do mundo liderando sua seleção desde as rodadas de qualificações até as finais da Copa para erguer a taça tão cobiçada pelas nações. A bola deve rolar por muito tempo em seu micro, já que as possibilidades de jogos vão além das competições oficiais. O novo game conta com a presença das 32 seleções que estarão na disputa oficial, buscando reproduzir com qualidade e fidelidade as partidas reais. No modo torneio do Fifa 2006 será preciso sustentar o peso das ex-

pectativas de um país e carregar seu time através das rodadas de qualificação até a final. Se preferir, o jogador terá a possibilidade também de controlar qualquer uma das 127 seleções nacionais de seis territórios (África, Ásia, Europa, América Central e do Norte, Caribe e América do Sul), disponíveis no jogo em outros modos. Para garantir diversão além da disputa oficial, o game conta o modo de jogo Desafio Mundial, que promete agradar os jogadores mais exigentes. Esta modalidade testará as habilidades dos mais fanáticos fãs de futebol ao recriar momentos clássicos da história da Copa do Mundo da Fifa, utilizando equipes atuais na tentativa de mudar o que aconteceu no passado, como uma derrota. O jogador vivenciará uma grande variedade de emoções –da exaltação de derrotar as nações rivais até desesperar-se em ter sua Copa dos sonhos arrasada em uma cobrança de pênalti crucial.

É possível desbloquear bônus no jogo competindo numa variedade de desafios pré-definidos, tal como vencer um jogo que você está perdendo com apenas alguns minutos restantes no relógio, vencendo partidas desfalcado de seus jogadores-chaves e muito mais. Nas partidas, a qualidade não decepciona, mostrando um show em detalhes. A EA Sports se preocupou principalmente em transferir todas as características físicas e a emoção das partidas, como o calor das cenas das torcidas vibrando e os efeitos sonoros para a tela do micro. O cuidado da equipe desenvolvedora do game foi grande no quesito gráfico. Os campos onde serão realizadas as partidas oficiais foram recriados digitalmente, buscando a maior fidelidade possível, com uma qualidade sem igual. Os craques reais do futebol mundial não poderiam faltar e são destacados da equipe com a adição do símbolo de uma estre-

Por Ana Maria Guariglia

já não eram tão convincentes. O que se pode sentir é que o narrador Éder transmite mais empolgação na hora dos gols, mas Neto derrapa um pouquinho em seus comentários, que parecem decorados e pouco vibrantes –mas não deixa de ser engraçado. Para completar, a trilha sonora reuniu uma coletânea de músicas empolgantes, vindas de várias partes do mundo –o que garante que haverá algo para todos os gostos. A participação brasileira é representada por DuSouto, com "Ié Mãe Jah", e Sergio Mendes, em "Mais que Nada". Os verdadeiros campeões poderão desafiar seus amigos em partidas multiplayer para até oito jogadores, além de poder utilizar para sua vantagem a grande quantidade de conteúdo extra do jogo, como jogadores lendários e equipamento de futebol exclusivo, que podem ser destravados durante as partidas.

Fotos: Ana Maria Guariglia

Canon exibe a SD550, uma potente Powershot Essa nova câmera oferece resolução de 7,1 Megapixels, ideal para imprimir pôsteres de até 40 X 50 cm, e zoom digital de quatro vezes

la sobre eles. Será possível encontrar personalidades como Beckham, Zidane, Robinho, Ronaldinho Gaúcho, entre outros. Para acompanhar os resultados dos seus futuros rivais, os jogadores receberão informações dos resultados parciais de outros jogos durante as partidas, por quem está fazendo a transmissão do seu jogo. Já que tocamos no assunto transmissão, uma novidade é justamente sobre o narrador e comentarista do game. As figuras carimbadas dos jogos da série, pelo menos nas versões lançadas no Brasil, eram Milton Leite e Rogério Vaughn. Sim! Você leu era. No jogo Copa do Mundo Fifa 2006 essa aliança foi quebrada e novos profissionais foram contratados. Mas fique tranqüilo: não será o Galvão Bueno. A novidade vem da Rede Record, com Éder Luiz e o exjogador corintiano Neto. Bom, a novidade já veio em boa hora –alguns comentários e reações

A SD550 é uma câmera agradável e bastante simples de ser operada, principalmente pelos recursos que oferece, como as diversas exposições automáticas

Powershot SD550 (R$ 1.710), que faz parte da linha da marca Canon para este ano, é uma das mais potentes da série Powershot SD, com 7,1 Megapixels (3.072 X 2.304 pixels), ideal para imprimir pôsteres de até 40 X 50 cm. O destaque é o nível de detalhamento das imagens de muito boa qualidade, como pudemos verificar. Tecnicamente, os engenheiros da Canon explicam que essa qualidade advém do chip de alta velocidade batizado de Digic II. É um processador cuja função é trabalhar reproduzindo as minúcias das imagens, suas cores, contrastes e brilho. Associado ao sensor CCD, o chip funciona tanto na captura da foto como no momento da gravação, recebendo as informações do objeto e processando-as em seus múltiplos canais. A Canon destaca também a objetiva de 7,7/23,1 mm (corresponde a 37/111 mm da câmera convencional), formada por lentes de cristal e com proteção contra aberrações cromáticas, decorrentes dos diversos padrões de luminosidade emitidos pelas imagens. Possibilita fazer fotos em closeup (enquadramento em apenas uma parte

do assunto), sem distorções, possui zoom óptico com aproximação de três vezes e zoom digital de quatro vezes. Há outros detalhes que fazem da SD550 –também conhecida como Digital Elph–, uma câmera agradável e simples de lidar. Ao produzir videoclipes, por exemplo, você pode escolher entre 60 e 30 quadros por segundo e pode enviá-los por e-mail ao selecionar a opção de filme compacto. Além das exposições automáticas para fotos noturnas, na praia, subaquáticas (com a caixa estanque opcional WP-DC80) e retratos, entre outras, você pode selecionar o modo de efeitos, como My Colors (minhas cores). Essa modalidade altera as cores normais das imagens para vermelho, verde ou azul, escurecendo ou clareando as tonalidades ou dando mais brilho. Há também o modo Personal Colours (cores personalizadas), em que os ajustes de cores oferecem ainda mais liberdade. O monitor de cristal líquido de 2,5 polegadas possibilita ver as imagens em locais com muita ou pouca luz. Acionando o quick bright LCD e o botão DISP por um ou dois segundos, a iluminação muda. Em lo-

cais escuros, o monitor tem a capacidade de se iluminar automaticamente para se adequar à luz enviada pelo assunto, facilitando o enquadramento e a focalização. A câmera é compatível com a entrada USB 2.0 Hi Speed, podendo transferir para o PC e em alta velocidade grande quantidade de dados. Com o sistema Picture Bridge, as fotos são impressas sem passar pelo computador através do comando impressão direta, no uso de impressoras da Canon ou compatíveis. O flash integrado possui alcance em torno de 3 metros, como pudemos comprovar, e a bateria de lítio tem boa durabilidade. Acompanha a câmera um cartão SD (SecureDigital Card) de 32 Megabytes. Para conhecer a SD550, fotografamos crianças, aproveitando a exposição programada. Todo mundo sabe que registrar os baixinhos não é tarefa muito fácil, principalmente quando se trata de pegá-los desprevenidos, sem as desagradáveis poses artificiais. A série Powershot parece talhada para produzir essa categoria de foto e os resultados você confere nas imagens que fizemos. Para saber mais: www.usa.canon.com Onde comprar: www.etronics.com.br

COPA DO MUNDO FIFA 2006 Distribuição: Electronic Arts Telefone: (11) 5506-0232 Requisitos mínimos de sistema: Windows 2000 ou XP, processador Pentium III 1.3 GHz, 256MB de memória RAM (512MB recomendado), unidade leitora de CD/DVD 8x velocidades, 1.2GB de espaço livre em disco rígido, mais espaço adicional para jogos salvos, arquivos de troca do Windows e instalação do DirectX 9.0c, placa de vídeo aceleradora 3D de 32MB (usando um dos chipsets: NVIDIA GeForce2 MX ou superior, ATI Radeon 7500 ou superior) e placa de som, ambas com total suporte ao DirectX 9.0c Idioma: Português Faixa etária: Livre Preço sugerido: R$ 99,90 Mais informações: http://brasil.ea.com/


Senado Planalto Corrupção CPI dos Bingos

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Queremos toda a verdade, ainda que tenhamos de continuar as investigações na próxima legislatura. Não temos limite eleitoral. Fernando Gabeira (PV-RJ)

Partidos de centro-direita à centro-esquerda se unem

PFL, PSDB, PDT, PPS E PV LANÇAM CARTA AO POVO BRASILEIRO.

OPOSIÇÃO UNIDA CONTRA A CORRUPÇÃO

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Sebastião Vieira/AE

ela primeira vez, cinco partidos de oposiç ã o a o p re s i d e n t e Luiz Inácio Lula da Silva decidiram atuar em conjunto para denunciar a corrupção no governo. PFL, PSDB, PDT, PPS e PV – um espectro ideológico que vai da centrodireita à centro-esquerda – divulgaram ontem uma carta "Ao povo brasileiro", na qual exigem garantias de vida para Sílvio Pereira, ex-secretáriogeral do PT, e expressam solidariedade à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que na segunda-feira apresentou notícia-crime contra o presidente da República. Sem o PSol - Dos partidos de oposição só o PSol não participou da reunião. A direção do partido explicou que foi convidada para o encontro de presidentes das oposições, mas decidiu não comparecer porque considera que atua em outro campo ideológico. O PSol alega que é o único que faz oposição ao presidente Lula pela esquerda. Portanto, a presidente do partido, senadora Heloisa Helena (AL), recusou-se a assinar a carta juntamente com Jorge Bornhausen (PFL), Tasso Jereissati (PSDB), Osmar Dias (PDT), José Luiz Penna (PV) e Roberto Freire (PPS). "Está claro que o presidente e toda a direção do PT sabiam de tudo o que acontecia. Lula deve explicações à Nação. Não somos um bando de idiotas e nem vivemos num mundo de faz de conta. Não podemos ig-

norar tudo que ficamos sabendo. Estamos juntos na luta contra a corrupção e a desmoralização dos escândalos", salientou o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE). Nova CPI - Os cinco partidos de oposição afirmaram ainda que rejeitam toda possibilidade de artifícios legais para impedir que Sílvio Pereira revele o que sabe. Comunicaram ainda que, caso sejam insatisfatórios os dados revelados, pode evoluir para uma nova CPI, no Senado. "Os graves acontecimentos envolvendo o governo são objetos de investigações que pode transcender à própria legislatura que se encerra em janeiro de 2007". Com relação à notíciacrime, lembraram que a partir de agora o presidente Lula encontra-se na condição de réu. Oportunismo– A decisão de "pegar o gancho Silvinho" vem no momento em que PSDB e PFL patinam nas sondagens de intenção de voto, perdem vantagem em relação a Lula em estados importantes e ainda não conseguiram lançar sua chapa oficial, já que o PFL não definiu quem será o candidato à vice. "Atos denunciados pelo Sílvio Pereira nos motivaram a nos unir", afirmou o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), um dos pré-candidatos do partido para compor a chapa encabeçada pelo tucano Geraldo Alckmin. Por fim, os partidos acusaram parcela expressiva da Câmara de ser leniente com os

STF NEGA A SILVINHO O DIREITO DE FICAR CALADO

respeito às balizas da impetração, não cabendo redirecioná-la visando a alcançar ato posterior", afirmou Marco Aurélio. Ele também rejeitou o pedido da defesa de Silvinho, que queria restringir as respostas do ex-secretáriogeral do PT a questões relacionadas com os bingos. Saúde– A defesa alegou que Sílvio apresenta estado de "estresse pós-traumático, depressão moderada/grave e distimia" e que a intimação foi feita em período inferior a 48 horas. Médicos atestaram que ele estava "descompensado emocionalmente" e "com

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Supremo Tribunal Federal não acatou o pedido de Sílvio Pereira, Silvinho, que havia requerido a ampliação da liminar concedida em novembro de 2005 para ter garantido o direito de ficar calado em seu depoimento à CPI dos Bingos. O ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, entendeu que o pedido feito seria distinto do que foi requerido inicialmente. "Então, é de concluir pelo

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PFL está convencido de que Lula cometeu crime de responsabilidade e, portanto, estaria sujeito a responder por um processo de impeachment. Mas, a oposição encontra dificuldade para tocar em frente a tese do impedimento, por falta de apoio da sociedade. A situação de Lula se deteriorou com as novas denúncias de que pode haver corrupção no governo, feitas ao O Globo pelo ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira. Silvinho, como é chamado no partido, disse, entre outras coisas, que o objetivo de Marcos Valério era arrecadar R$ 1 bilhão em negociatas na área do governo. A tese do impeachment se enfraqueceu, também, com a decisão do Conselho Federal da OAB, contrária à ação mais radical contra o presidente. Mas, Lula e seu governo, que são reféns de mensaleiros, vão sofrer uma devassa que será feita pelo TCU, além de novas investigações por parte do Ministério Público.

VIABILIDADE

AÇÃO

Sílvio Pereira ontem durante embarque no Aeroporto de Congonhas

acusados de envolvimento com o mensalão, livrando-os, na sua maioria, da cassação do mandato. Por esse motivo, anunciaram que pretendem – depois da audiência de Sílvio Pereira – se unir à sociedade numa comissão única, de parlamentares, juristas e cidadãos, com o objetivo de criar um Comitê da Cidadania. ideações de menos valia bem como a de autoex termínio". A convocação de Silvinho já estava aprovada desde o final do ano passado, mas o assunto só foi retomado após a entrevista dada por ele para o jornal O Globo, domingo passado. Na reportagem, ele disse que o empresário Marcos Valério queria arrecadar R$ 1 bilhão até o final do governo Lula em negociatas junto a empresas que mantém contratos com o governo. Silvinho revelou ainda que o valerioduto continuaria em funcionamento no governo federal por intermédio de

Esse comitê seria a garantia das investigações sem censura e deixaria os documentos para as novas gerações de brasileiros. "Queremos toda a verdade, ainda que tenhamos de continuar as investigações na próxima legislatura. Não temos esse limite eleitoral", avisou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). (Agências) outros lobistas. Depois de dar a entrevista, Silvinho teve um acesso de fúria, destruiu o próprio apartamento e acabou se machucando. Nova intimação – A Procuradoria Geral da República no Distrito Federal intimou Silvinho a prestar depoimento amanhã, às 11h, em Brasília sobre supostas irregularidades encontradas nos contratos dos Correios com a SMP&B, agência de publicidade do empresário Marcos Valério, a Novadata, do empresário Mauro Dutra, amigo do presidente Lula, o consórcio Alfa e a multinacional HHP. (Agências)

Marcos Bergamasco/Folha Imagem

João Arcanjo e seu advogado Zaid Arbid, descontraídos na CPI dos Bingos.

Fars a– Orientado por seu advogado, Zaid Arbid, o bicheiro negou ainda ter trabalhado com bingos ou máquinas caça-níqueis, embora comandasse os crimes de contravenção em Mato Grosso, motivo pelo qual o Ministério Público pediu a sua prisão. Apesar de não contribuir praticamente em nada com os trabalho da CPI dos Bingos, o senador Romeu Tuma (PFL-SP)

Lula, o réu

O PFL está em constante reunião para debater a viabilidade de abertura de um processo de impeachment. O partido insiste em comentar que Lula está envolvido com o crime de responsabilidade. Os pefelistas não acreditam que o presidente não soubesse do que se passava no governo.

CPI DOS BINGOS 'OUVE' ARCANJO

rotegido por um habeas corpus concedido pelo ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para se manter em silêncio, o depoimento do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, de 55 anos, frustrou os membros da CPI dos Bingos, que se deslocaram de Brasília para Cuiabá a fim de ouvi-lo, no Comando Geral da Polícia Militar, sob um forte esquema de segurança. O bicheiro, apontado como o chefe do crime organizado em Mato Grosso e que já foi condenado a 44 anos de prisão, negou todas as acusações. A CPI pretendia esclarecer a relação do bicheiro com jogos de azar, transportes urbanos e o suposto envolvimento no esquema de corrupção e morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, seqüestrado e morto a tiros em janeiro de 2002. Ele negou conhecer Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusados de envolvimento no crime.

Eymar Mascaro

disse estar satisfeito com o resultado da reunião, mas afirmou que pedirá mais informações à Polícia Federal sobre as investigações que vêm sendo feitas sobre bicheiro. Preso no Presídio "Pascoal Ramos", Arcanjo chegou ao comando da PM de helicóptero, algemado e com colete à prova de balas. Ele foi escoltado, durante audiência, por 20 policiais militares e federais. O pre-

sidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFLPB), disse que o bicheiro foi ouvido em Cuiabá devido à dificuldade em deslocá-lo. Quebra de sigilo– O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), assinou requerimentos pedindo a quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares e a convocação do empresário Marcos Valério. Pediu também a quebra dos sigilos do próprio Sílvio Pereira. Nos documentos, o relator não poupa o presidente da República: faz referência a "transações nebulosas" para pagamento de dívidas de Lula e de sua filha Lurian, honradas por Paulo Okamotto. Os requerimentos deverão ser votados após o depoimento de Sílvio Pereira. A expectativa dos integrantes da CPI é que ele detalhe o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro para o PT, confirmando a entrevista dada ao jornal O Globo. (Agências)

Para o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL) o Congresso deveria iniciar, já, o processo de impeachment de Lula. A tese de Efraim é a mesma defendida pelo líder do partido no senado, José Agripino.

INTIMAÇÃO A CPI dos Bingos aprovou novamente a convocação de Sílvio Pereira para depor hoje, às 11 horas, na Comissão. A comissão quer que Silvinho explique com mais detalhes as denúncias feitas ao jornal O Globo. E pediu a colaboração da Polícia Federal para intimá-lo.

RECURSO Nada impede que Sílvio Pereira recorra ao STF atrás de um habeas-corpus que lhe daria o direito de nada responder à CPI. O que seria estranho, é que Silvinho já contou tudo ao jornal carioca.

URNAS Enquanto o PFL defende a abertura do processo de impeachment, o presidente do PMDB, Michel Temer, considera ser mais conveniente que Lula seja julgado nas urnas em outubro. Temer entende que não existe clima para o impeachment. O melhor para ele é ir para as urnas.

ALIANÇAS Indiferentes a tudo o que está acontecendo, após as novas denúncias, PT e PSDB continuam correndo atrás dos partidos para a formalização das coligações. A meta do PT e PSDB é alcançar o apoio do PMDB.

NA VICE PT e PSDB estão dispostos a entregar ao PMDB a candidatura a

vice. Os tucanos querem como vice de Alckmin o exgovernador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, enquanto o PT já teria oferecido a vaga de vice de Lula a Michel Temer.

CONVENÇÃO Michel Temer esclarece que o partido só vai decidir se apóia um ou outro partido depois da convenção do dia 13. Temer lembra que é favorável à candidatura própria e que o PMDB tem dois pré-candidatos, Anthony Garotinho (em greve de fome) e Itamar Franco.

REAÇÃO Itamar Franco está irritado com o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é o principal peemedebista contrário à candidatura própria. Itamar acha que Renan devia deixar o partido. O ex-presidente, contudo, vai participar da convenção e defender sua candidatura.

SOBREAVISO Embora admita que pode abrir mão da indicação do vice de Alckmin para facilitar o acordo com o PMDB, o PFL mantém para o dia 25 a data em que pode indicar o companheiro de chapa do tucano. Se o PMDB não fechar com o PSDB, o PFL indica o vice de Alckmin.

QUEM SERÁ Se a indicação fosse hoje, o PFL indicaria para vice de Alckmin o senador José Jorge (PE). Parece que o senador pernambucano tem a preferência do presidente do partido, Jorge Bornhausen. O outro senador que também disputa a indicação é José Agripino (RN).

FAVORITISMO Com base nas últimas pesquisas, tucanos acham que Aloízio Mercadante (PT) pode ser uma presa fácil para José Serra. Tudo porque as pesquisas indicam que o tucano teria no mínimo 50% dos votos no primeiro turno. Mas, Serra quer espantar o fantasma do "já ganhou".

VOTAÇÃO Além de estar na frente da campanha de Mercadante, o PT quer que Marta Suplicy se candidate a deputada federal para puxar votos para a legenda. A exprefeita já se comprometeu que fará a campanha do senador mas ainda mantém silêncio sobre sua possível candidatura à Câmara.


quarta-feira, 10 de maio de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Esta Casa (Câmara dos Deputados) comete muitos erros, mas não pode ser calada. Zulaiê Cobra (PSDB-SP), sobre seu processo por quebra de decoro parlamentar

PMDB FAZ ALIANÇA BRANCA

MP CONCEDE LIMINAR SUSPENDENDO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CRIMINAL CONTRA EX-MINISTRO Dida Sampaio/AE 02/08/2005

DIRCEU LIVRE DE INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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DEFESA DO MANDATO DE ZULAIÊ

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elator no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do processo contra a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), o deputado Josias Quintal (PSB-RJ) pediu nesta terça-feira o arquivamento da representação do PT. "A representação tenta intimidar a parlamentar por sua opinião. É uma prática desaconselhável, que não se coaduna com a consciência democrática", definiu Quintal. O deputado Eduardo Valverde (PT-RO) pediu vista do processo por duas sessões, adiando a votação da matéria. O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), marcou para a próxima quarta-feira (17) a votação do parecer do relator e do voto em separado a ser apresentado pelo deputado Valverde. Acusação – O PT alega que a deputada, em entrevista à rádio

Jovem Pan, em outubro do ano passado, acusou o partido, "explicitamente e sem provas", de ter mandado assassinar o exprefeito Celso Daniel. A representação também lembra que, durante convenção do PSDB em São Paulo, a deputada chamou o presidente Lula de "bandidão" e o ex-deputado José Dirceu de "chefe de quadrilha". Defesa– Em defesa da deputada, o advogado e ex-deputado José Roberto Batochio afirmou que o processo é inconstitucional. O advogado baseiase no artigo 53 da Constituição Federal, que afirma que os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Zulaiê disse que "o que tenho falado são verdades constatadas pela CPMI dos Correios e pela CPI dos Bingos", afirmou. Segundo ela, suas críticas foram

políticas e muitos outros parlamentares chegaram a usar termos piores. "Não quero ser uma deputada pela metade", acrescentou, dizendo estar absolutamente tranqüila sobre o caso. O relator - Em seu voto, Quintal afirmou que Zulaiê não se excedeu pois se achava no exercício das funções de mandatária da soberania popular. "As opiniões expressadas pela parlamentar, embora não tenham sido polidas, não têm o condão de acarretar-lhe qualquer tipo de represália", diz o relatório. "Mesmo que as palavras tenham sido proferidas fora da Casa Legislativa, a prerrogativa da imunidade protege a congressista", acrescenta. O deputado Eduardo Valverde discorda. "A deputada atacou a honra e há leviandade na interpretação da Constituição. Dessa forma, tudo é possível no Parlamento." (AC)

SUGARAM O ORÇAMENTO

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s presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciaram ontem a criação de um grupo para alterar os critérios na aprovação de emendas ao orçamento. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB), um dos acusados de envolvimento no esquema da compra de ambulâncias que está sendo investigado pela Polícia Federal (PF), participou da reunião. Uma das medidas que a comissão a ser formada irá estudar é a redução no número de integrantes da Comissão de Orçamento, de 84 para 28 parlamentares. Questionados sobre as revelações feitas por Maria da Penha, funcionária do Ministério da Saúde, que apontou uma nova lista de parlamentares envolvidos no esquema das ambulâncias, Rebelo e Calheiros

foram cuidadosos e preferiram aguardar as investigações. O presidente da Comissão de Orçamento, Gilmar Machado (PT-MG), declarou se aliviado. "Mas de 60% deles não integram a Comissão de Orçamento", disse. Segundo o site Contas Abertas, para o orçamento de 2006 foram apresentadas 3.217 emendas para a área de saúde. Deste total, 262 foram para a compra de ambulâncias. Mas nem todas as emendas teriam relação com a quadrilha investigada pela Operação Sanguessuga da PF. Antes mesmo da divulgação da nova lista de parlamentares envolvidos com o escândalo dos sanguessugas, Rebelo falou no plenário criticando duramente o relatório da PF, a quem acusou de enxovalhar o nome de inocentes, misturando deputados apenas citados nas conversas, com os outros sobre os quais há

indícios de envolvimento com a máfia das ambulâncias. Disse que a Casa não protegerá os deputados que se desviaram. Aldo determinou à Procuradoria da Câmara que tome providências para reparar os danos provocados pela inclusão de inocentes e culpados numa mesma lista pela PF. Hoje o corregedor Ciro Nogueira(PP-PI) conclui a triagem e entrega da lista dos deputados que devem ser investigados por uma comissão de sindicância ou pelo Conselho de Ética. Os três membros da Mesa incluídos na lista da PF encaminhada à Corregedoria não devem votar o parecer de Ciro Nogueira, na reunião da Mesa convocada por Aldo. O segundo secretário, Nilton Capixaba (PTB-RO), é o que tem a situação mais complicada e sua assessoria já avisou que ele não participará da votação. (AOG)

dessas apurações não tinham fundamento legal. No despacho redigido ontem, Eros Grau disse que somente poderia ser aberto um procedimento administrativo criminal se surgissem provas novas contra o ex-deputado. "O Ministério Público estadual não demonstra a ocorrência de fato novo que se preste a fundamentar sua instauração (do procedimento). Limita-se a juntar aos autos matérias jornalísticas que não foram reduzidas a termo e que, ademais, não guardam relação com o objeto das investigações", afirmou o ministro. Eros Grau cita em seu despacho a doutrina jurídica dos "frutos da árvore venenosa". "A prova obtida de maneira ilícita contamina os atos dela decorrentes", disse o ministro. "Verifico à primeira vista, que o procedimento administrativo criminal foi instaurado com base na mesma prova declarada processualmente imprestável por decisão de mérito deste tribunal", afirmou. O ministro esclareceu que pediu informações ao Ministério Público de São Paulo sobre o caso. Após recebê-las, ele deverá levar a ação para julgamento no plenário do STF, integrado

por ele e mais dez ministros. Para o advogado José Luís de Oliveira Lima, que defende José Dirceu, seu cliente sofre perseguição. "Eu acho que há sim uma perseguição em relação ao ministro Dirceu", disse Lima, endossando a idéia de que o MP estaria se aproveitando da força do nome de Dirceu e da forma como esse se viu envolvido no escândalo do mensalão para se promover junto à mídia. O advogado citou como outro exemplo dessa teoria o fato de o MP querer convocar Marcos Valério para prestar depoimento sobre o mesmo caso. Lima ressaltou que a decisão do STF ainda é preliminar e há a necessidade de aguardar uma decisão final sobre o caso. O processo contra Dirceu foi aberto com base em declarações dadas ao MP paulista por João Daniel, irmão de Celso Daniel, mas as informações fornecidas por ele seriam insuficientes para instaurar uma investigação contra Dirceu. Celso Daniel foi seqüestrado e assassinado em 2002. As investigações se apoiaram na tese de crime comum, mas a família do político petista tenta comprovar a tese de motivação política. (Agências)

Sérgio Lima/Folha Imagem

ex-deputado José Dirceu conseguiu ontem se livrar de ser investigado em um procedimento administrativo criminal aberto pelo Ministério Público (MP) de São Paulo para apurar sua suposta participação em irregularidades cometidas na prefeitura de Santo André. Horas antes do início de um depoimento de José Dirceu aos promotores que atuam no caso, o ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar determinando a suspensão do procedimento. Eros Grau concordou com as alegações da defesa de Dirceu de que, ao instaurar o procedimento, o Ministério Público paulista desrespeitou decisão tomada em agosto de 2004 pelo então presidente do STF, Nelson Jobim. Naquela ocasião, Jobim determinou o arquivamento de um pedido do MP Federal para que fosse aberto um inquérito no STF para investigar José Dirceu. O ex-presidente do Supremo tomou essa decisão por três motivos: concluiu que não existiam indícios consistentes, que o MP estaria substituindo a polícia e que supostas provas

LULA E OS NÃO-CORINTIANOS– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia receberam ontem 46 crianças de uma escola pública de Ceilândia - cidade-satélite de Brasília para a primeira visita guiada ao Palácio do Alvorada desde o início do seu governo. O palácio esteve fechado por três anos e meio para uma reforma que custou R$ 18 milhões e terminou no mês passado. Lula brincou com os escolares e falou de futebol. Perguntou se todos eram "meio corintianos" e ouviu vários "nãos". As visitas guiadas serão às terças e às quartas-feiras, para o público em geral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.GERAL

quarta-feira, 10 de maio de 2006

LIBERAIS PRECISAM MOSTRAR OS MÉRITOS DE SUA IDEOLOGIA, DIZ SORMAN Nem todas as ONGs são bem intencionadas, nem todos os liberais são de direita, nem sempre o mercado é a palavra de ordem. Com idéias ácidas como estas, o intelectual francês Guy Sorman se tornou um respeitado defensor do liberalismo. Na entrevista abaixo, ele diz que os liberais precisam expandir sua política de direitos inalienáveis e se aproximar mais dos cidadãos.

G

uy Sorman – jornalista, escritor e professor do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Paris – é considerado um dos mais influentes intelectuais contemporâneos que se dedicam a destrinchar os postulados do liberalismo clássico e os caminhos do capitalismo no mundo. Escreveu mais de uma dezena de livros sobre as soluções práticas propostas pelo pensamento liberal aos problemas econômicos e sociais não apenas no contexto francês, mas em vários países como Índia e China. No Brasil, apenas um de seus livros foi publicado – A Felicidade Fr anc esa (Francisco Alves, 1996) em que faz uma análise dos costumes, da cultura e da política francesa. Além de escritor, é também um empreendedor: em 1979 ajudou a fundar e hoje é presidente de honra da ONG Action contre la Faim. Em 1975, criou a Éditions Sorman, que publica semanalmente newsletters temáticas sobre finanças públicas, pequenas empresas, planejamento urbano e outros temas ligados a administração e economia. É também colunista das publicações Le Figaro, European Wall Street Journal, La Nación (Argentina) Joogang ibo (Coréia do Sul) e La Tercera (Chile). Desde 2002, é membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da França. Sorman participa na próxima semana do Seminário Internacional Democracia Liberal, em São Paulo, num painel dedicado a discutir o conceito de democracia (veja quadro). Ao Diário do Comércio, ele deu a seguinte entrevista, em que antecipa o tema do seu novo livro, aborda os desafios políticos da América Latina e fala sobre seu trabalho mais recente sobre a China.

Como o sr. avalia a evolução do conceito de democracia para a América Latina? Guy Sorman - Os liberais da América Latina, por um longo tempo, preferiram o despotismo esclarecido à democracia; mas o povo, a maioria, tomou a palavra. É necessário que os liberais se reconciliem com o povo, expliquem e expliquem novamente os méritos da sociedade liberal. Este relacionamento, hoje, é deficiente e as pessoas desconfiam dos liberais com algumas boas razões históricas.

A tendência socialista é predominante nos atuais governos latino-americanos e é comum ouvirmos que isso acontece porque o liberalismo não traz as soluções para os problemas sociais locais, para as desigualdades. Isso é verdade? O sr. acredita que o pensamento liberal está em crise na região? É preciso dizer que o liberalismo não é, necessariamente, de direita. O Chile é liberal com um governo de esquerda. É uma confusão intelectual esta de colocar o liberalismo à direita. Além disso, não se pode exagerar a dita "crise do liberalismo", porque mesmo seus inimigos aceitaram, interiorizaram, seu princípio essencial que é o valor da moeda. Lula, em 1994, era hostil ao Plano Real, embora este plano eliminasse o imposto sobre os pobres, que é a hiperinflação. Mas também é verdade que o liberalismo tem sido freqüentemente confiscado pelas oligarquias e que o mercado acabou sendo pervertido pelas

Divulgação/Éditions Sorman

1976], que o mercado é a solução. Porque esta não é a verdade das sociedades em que uma minoria detém todos os direitos e os pobres não possuem nenhum. A distribuição de direitos individuais é um imperativo para enfrentar todos esses desafios. É comum ouvir que a globalização é inimiga do progresso dos países pobres. O sr. concorda? Quais seriam os inimigos da globalização? Os principais beneficiários da mundialização são os pobres: centenas de milhões de chineses e indígenas foram tirados da miséria, em dez anos, graças às trocas internacionais. O drama, hoje, é não fazer parte do mercado mundial, como acontece com a África e o Nordeste brasileiro. Os inimigos da mundialização são os especuladores públicos e privados, ao norte e ao sul.

Guy Sorman: planos de trabalhar durante um ano na América Latina e escrever um livro sobre a solução liberal para a região

alianças entre castas econômicas e políticas. Tudo isso está relacionado a uma singularidade história latino-americana, às sociedades desiguais e heterogêneas. Também se assiste a uma revanche dos pobres e das populações indígenas e esta revolta precisa ser compreendida.

sistemas de crédito para aumentar o número de proprietários de terra, empresas. Pretendo escrever um livro sobre a solução liberal na América Latina, quero ajudar um pouco, passar um ano trabalhando na região porque é o lugar, além da África, onde as idéias estão em pane.

Entre seus livros, dois muito importantes são La Solution Libérale e La Nouvelle Solution Libérale (A Solução Liberal e A Nova Solução Liberal, ambos sem edição brasileira, publicados em 1984 e 1998, respectivamente). Qual seria a solução liberal para a América Latina? O caminho é universal: cada um deve ter possibilidades de se tornar proprietário privado. Também é necessário criar

O desenvolvimento é um dos grandes desafios dos países latino-americanos. Como o liberalismo pode ajudar a enfrentá-lo? Simultaneamente ao desafio do desenvolvimento, é necessário responder à pobreza e à desigualdade. Não podemos ficar repetindo, como um papagaio que leu Milton Friedman [um dos principais teóricos modernos do liberalismo, Nobel de Economia em

Em seu novo livro, sobre a China, Sorman analisa acontecimentos de 2005, o ano do Galo no país, marcado por revoltas dos chineses mais bem informados contra a tirania do comunismo.

O Partido Comunista explora o povo chinês, confisca sua mais valia. Os consumidores ocidentais são cúmplices.

Seu livro mais recente - L'Année du Coq: Chinois et Rebelles (O Ano do Galo: chineses e rebeldes, 2006) - é sobre a China, um tema que interessa a todos os outros países. Como o sr. vê o crescimento fantástico desse país onde as palavras democracia e liberdade são tabus? O Partido Comunista explora o povo chinês, confisca sua mais valia. Marx [filósofo alemão Karl Marx – 1818-1883 –, o "pai" do comunismo] descreveu isso. Os consumidores ocidentais são cúmplices, se beneficiam. Mas o povo chinês começa a reclamar a sua parte. Outros países em desenvolvimento, como o Brasil, temem o crescimento da China e não conseguem acompanhá-la. O sr. acredita que a China pode ameaçar o desenvolvimento nesses países? O temor é do Partido Comunista, porque desconhecemos suas intenções. Se a China fosse democrática, não haveria t a n t o m o t i v o p a r a t e m o r. Quem tem medo da Índia, que também cresce rapidamente? Seu país, a França, passa por um momento de crise no governo, altas taxas de desemprego e problemas com a imigração. Como o sr. traduziria este momento francês? Os especuladores e o funcionalismo são a maioria na França. Eles se opõem a qualquer medida que beneficie os jovens e os empreendedores. A crise opõe os estabelecidos do sistema aos outsiders. O sr. é um dos fundadores e presidente de honra da organização não-governamental Action contre la Faim (Ação contra a Fome). Qual sua visão sobre esse problema mundial e as formas de combatê-lo? A fome recua graças ao crescimento econômico, mas ainda existem governos despóticos que matam seus povos de fome. Além disso, a ignorância contribui para a má nutrição. Por exemplo, na Índia ainda hoje se alimentam os meninos mais do que as meninas, sem se preocupar com as conseqüências. Há também ONGs malintencionadas, perniciosas, burocráticas: uma ONG não é angelical apenas porque é ONG. Nem todas as "boas causas" são realmente boas causas. Por isso, é necessário educar, lutar contra os tiranos, promover políticas de desenvolvimento liberal, porque são aquelas que dão resultados. Heci Regina Candiani


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Não tem mais essa de ficar separando homem e mulher. Cíntia Lanzoni

CHÁ-BAR E DE LINGERIE SE POPULARIZAM

Paulo Pampolin/Hype

O casal Cíntia Lanzoni e André de Campos fez despedida de solteiro única

Calcinha em crochê é uma das peças que a loja Jogê oferece para os chás de lingerie

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

No lugar de panelas, lingerie. Mulheres trocam utensílios domésticos por cintas-ligas e festa conjunta com o noivo

À

s vésperas do casamento, a noiva Flávia Gurgel nem quis saber de cháde-cozinha ou qualquer reunião em que ganhasse panelas, canecas, pratos e escumadeiras. Preferiu baby dolls, corseletes, luvas, calcinhas, cintas-ligas e meias-calças. Para isso, reuniu cinqüenta amigas, uma banda de música brasileira e alguns sabores de pizza em um chá de lingerie que ela mesma promoveu no salão de festas do seu prédio. "Fiz a lista dos modelos de roupas íntimas que gostaria de ganhar e a deixei em uma loja de lingeries", conta. "Minhas amigas me deram as peças de presente e prepararam boas surpresas para o encontro." A despedida de solteira, animada com pagode, foi na noite seguinte, em uma casa noturna. "Já se foram os tempos em que a noiva se reunia em um clube de 'luluzinhas' para equipar a cozinha de casa, ou passava meses bordando o enxoval", diz Rosa Maciel, que dirige uma empresa especializada em matrimônios e o site www.guiadenoivos.com.br. Tudo personalizado Agora tudo é personalizado, adaptado ao estilo de vida de cada mulher. "Já preparamos até chá de livros, para as mais intelectualizadas ou um caderno de recordações com fotos e

textos escritos pelas pessoas mais próximas", conta Rosa. "Independentemente de como a reunião for planejada, o importante é que a noiva tenha esse contato com as amigas antes de subir ao altar", acredita. E com essa onda de as mulheres optarem pelo chá de lingerie, lojas especializadas em roupas íntimas já oferecem serviços específicos para esse tipo de cliente. "Nós orientamos a noiva na escolha dos itens, distribuímos a lista nas filiais e oferecemos os convites do evento", diz a gerente de Marketing da Jogê, Marilene Ramos. A marca participa, em média, de 15 chás por mês. Um número que cresce a cada ano. "No final de 2006, deverão ser 25 eventos mensais", estima Marilene. As clientes da marca têm entre 25 e 32 anos, são de classe média, executivas ou profissionais liberais, e costumam fazer listas de 40 a 50 itens. "A calcinha branca de seda pura para a noite de núpcias é modelo quase obrigatório." Bar e cozinha No mês passado, os pombinhos Cíntia Lanzoni e André de Campos comemoraram suas despedidas de solteiros. Primeiro, as mulheres se juntaram para o tradicional chá-decozinha, acompanhadas de uma professora de strip-tease e danças sensuais. "Foi, no mínimo, divertido", conta Cíntia.

Mais tarde, André chegou com os amigos e todos – eles e elas – se reuniram em um chábar. "Enquanto minhas convidadas me presentearam com acessórios para a cozinha, os amigos dele trouxeram apetrechos para o bar", explica Cíntia. "Não tem mais essa de ficar separando homem e mulher." E um barman se encarregou de preparar os drinks da festa a noite toda. "As listas para chás-de-cozinha e chá-bar aumentaram 50% nos últimos dois anos", diz a coordenadora de relacionamentos da Spicy, Ângela Teixeira. "Hoje, os casais fazem desse ritual um evento em que homens e mulheres comemoram juntos a passagem do solteirismo para a vida a dois." Modernidade e tradição Quem não tem tempo de ir à Spicy para elaborar a lista pode fazê-la pela internet, no site da Spicy. "O casal recebe uma senha para acompanhar online as compras e identificar quem os presenteou com determinado produto." Mas, mesmo com tanta modernidade nos rituais pré-casamento, de um costume as noivas não abrem mão na hora da marcha nupcial: o de sempre usar uma peça velha e outra nova, algo azul e outro emprestado na composição do vestido. "Essa eu aprendi com minha mãe", diz Cíntia.

Noivas chegam a elaborar lista com até 50 itens para as amigas escolherem o presente

A calcinha branca de seda pura continua sendo a preferida para a noite de núpcias

Sonaira San Pedro

Paulo Pampolin/Hype

Rosa Maciel tem uma loja especializada, que faz festas adaptadas ao estilo de vida de cada noiva

Interior da loja Jogê. No detalhe, conjunto de tanga e soutien push up pretos.

Vendedora mostra as opções de peças de lingerie que a noiva pode incluir em sua lista de presentes


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por cento do preço final de um CD vai para os cofres públicos em forma de impostos.

NO PREÇO FINAL DE UM SIMPLES VIDRO DE PERFUME, JÁ ESTÃO EMBUTIDOS MAIS DE 70% DE IMPOSTOS

LEÃO NÃO PERDOA NEM A MÃE S

e em coração de mãe cabe de tudo, esse ditado não se aplica ao bolso dos filhos quando o assunto é imposto. Lembrancinhas de pequeno valor, como perfumes, CDs e bijuterias carregam uma alta carga tributária. Com isso, o consumidor fica sem saber o que dói mais no coração: deixar passar o Dias das Mães em branco ou ver que uma fatia considerável do que se paga no presente é abocanhada pelo Leão. Para se ter uma idéia do alcance dessa mordida, no valor final pago por um simples buquê de flores estão embutidos 18,91% de impostos. Em vez de flores, se a opção de presente for um CD, a carga tributária que o consumidor suporta no final das contas chega a 47,25%. O Leão se faz presente até mesmo durante um almoço em família, opção comum para comemorar a data. Ou seja, comer em um restaurante significa pagar 33,51% de tributos. Os dados (veja ilustração à dire it a) foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e assustaram os consumidores que saíram às compras ontem. É o caso da estudante Leide Santana Santos. A idéia de presentear a mãe com calçados quase ficou só na intenção quando ela descobriu que estaria repassando para os cofres públicos mais de 37% do preço final do sapato. "Se ao menos eu tivesse a certeza de que esse valor iria voltar para mim de

alguma maneira, não me incomodaria de pagar. Mas sei que não volta. Ultimamente se fala muito, mas pouco se faz para o povo", criticou Leide. Surpresa parecida teve Dirce de Souza, que costuma presentear a mãe com roupas, mas até ontem não sabia que estão embutidos 37,84% de tributos no preço final das peças. A estudante Sunamita Alves da Silva, de 15 anos, também ficou admirada com a fatia reservada ao Leão no simp l e s a t o d e c o m p r a r. P e l a primeira vez, ela disse ter conseguido juntar dinheiro sozinha para presentear a mãe. E saiu de casa sabendo o que compraria – "uma cesta com perfumes e sabonetes". Já o quanto vai para os cofres públicos na compra de cada produto, ela não sabia. Um perfume da cesta pretendida carrega, no preço final, 70,33% de imposto. É o ítem mais tributado na lista de produtos mais vendidos no Dia das Mães. Surpresas desagradáveis no campo tributário podem estar com os dias contados. É que no próximo dia 31, o abaixo-assinado do movimento De Olho no Imposto, pela transparência tributária, será entregue aos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Aldo Rebelo. A intenção é regulamentar o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal, que prevê a discriminação, na nota fiscal, do valor dos impostos cobrados sobre produtos e serviços. Renato Carbonari Ibelli

Patrícia Cruz/LUZ

Dirce de Souza: 37% para o Leão

Leide: "Imposto vai, mas não volta"

Procon-SP: lojas ferem Código do Consumidor

A estudante Sunamita da Silva não tinha noção do tamanho da mordida

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Patrícia Cruz/LUZ

Afif Domingos faz palestra durante o seminário "A Constituição de 1988 e o Custo Brasil"

145 dias para pagar impostos Mais de R$ 300 bilhões

C

om 22 dias de antecedência em relação a 2005, a arrecadação tributária brasileira atingirá a marca de R$ 300 bilhões este ano. O montante será alcançado amanhã, entre 12h e 13h, e poderá ser visualizado pelo site www.impostometro.com.br e no painel eletrônico instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em 2005, o Impostômetro, que registra os valores arrecadados nas três esferas do gover-

no desde o primeiro minuto do ano, registrou o valor de R$ 300 bilhões no dia 2 de junho. "A fome do Leão só vem aumentando", afirma o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. A ferramenta foi criada no ano passado como parte do movimento de conscientização tributária. "Todo brasileiro tem o direito de saber que paga impostos", diz Afif. Adriana David

C

ada cidadão brasileiro trabalha cerca de 145 dias do ano – de 1° de janeiro a 25 de maio – somente para pagar impostos, informou, ontem, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, durante o seminário "A Constituição de 1988 e o Custo Brasil", promovido pela Academia Internacional de Direito e Economia, na sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). "Vamos fazer um grande bolo, o bolo tributário, no próxi-

mo dia 25, para comemorar essa data e mostrar à população o quanto pesa no bolso o pagamento de impostos", disse Afif, líder do movimento De Olho no Imposto. A meta da campanha é reunir 1,5 milhão de assinaturas – só no Estado de São Paulo já somam mais de 1,3 milhão – para enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional para regulamentar o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal, que prevê a discriminação, em nota fiscal, do valor dos impostos que incidem so-

bre mercadorias e serviços. "Se não sairmos do casulo e não cumprirmos o papel de fermento – que faz a massa crescer – vamos continuar fazendo belos discursos, mas não vai acontecer absolutamente nada", alertou Afif. De acordo com pesquisa encomendada pela ACSP ao Ipsos/Opinion, 74% dos brasileiros não sabem quanto pagam de impostos nos bens e serviços que consomem, mas 93% dos entrevistados gostariam de ser informados a respeito do peso dos tributos. Maristela Orlowski

Fundação Procon de São Paulo deflagrou, entre os dias 24 de abril e 5 de maio, a operação Dia das Mães em lojas de shoppings e centros comerciais da capital. Na ação, foram encontradas irregularidades e desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor em 150 das 460 lojas visitadas. O principal foco de problemas, segundo o Procon-SP, foi o Shopping Aricanduva, com 22 lojas autuadas entre as 48 fiscalizadas. As principais irregularidades encontradas foram a falta de informação de preço à vista em vitrines, informações de preço insatisfatórias, não aceitação de cheques de contas recentes, exigência do cartão de banco para pagamento com cheques e limite de valores para essa forma de pagamento. Também foram autuadas lojas dos shoppings Iguatemi, Light, Paulista, Penha, D e Villa Lobos. Foram fiscalizados, ainda, estabelecimentos das ruas Augusta e Oscar Freire, com irregularidades em 33 lojas. (RCI)


Ano 81 - Nº 22.123

São Paulo, quarta-feira 10 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Winfried Wisniewski/Corbis

A mãe de todos os impostos

Dia das Mães é um banquete para o Leão. Num perfuminho, ele abocanha 70,33% de suculento imposto. Num buquê de flores, outros 18,91%. O CD é música para o festim: 47,25%. No ferro de passar, 44,35%. Sapatos, 37,37%. Flagramos muitos filhos alimentando o Leão, ontem, sem o saber. E sabendo, pelo nosso repórter, indignaram-se. Com tamanha voracidade, o Leão terá engolido R$ 300 bilhões de 1º de janeiro até amanhã entre 12 e 13h - uma antecedência de 22 dias em relação a 2005, a ser registrada pelo Impostômetro da ACSP. Mas o fim está próximo: na quinta-feira, 25, completaremos 145 dias que trabalhamos cada ano só para sustentar o Leão. Então, o resto do ano será nosso. Eco/1 Sebastião Moreira/AE

Fotos Divulgação

A briga dos big sedãs

Pablo de Sousa

Sete modelos médios esquentam a disputa para conquistar mercado. DCarro

Luludi/Luz

E lá vai Silvinho, nova estrela da CPI STF negou ao ex-secretário do PT (na foto, com a mão machucada, depois de uma crise de nervos) o direito a ficar calado hoje na CPI dos Bingos. Pág. 4

Oposição contra corrupção Em carta ao povo exige garantias de vida a Silvinho, estopim de nova onda de denúncias de corrupção no governo. Pág. 4

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 10º C.

Shopping de luxo. Dentro de casa. Condomínio de alto padrão traz as lojas ao morador. Página 4

Os liberais e a democracia, segundo Guy Sorman Editora Sorman

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 12º C.

Pensador vem ao Brasil falar sobre liberalismo. Entrevista na pág. 12


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Cidades

Os passageiros ficaram muito feridos porque estavam dormindo sem o cinto de segurança.

ACIDENTE NA 23 DE MAIO FERE 48 PESSOAS Um ônibus fretado bateu na traseira de outro, de linha regular, provocando um grave acidente ontem pela manhã. Todos os feridos eram funcionários do Hospital Albert Einstein que voltavam para casa após um plantão de 12 horas.

Ó RBITA

Luis Carlos Murauskas/Folha Imagem

CARRETA ma carreta tombou no km 218 da rodovia Presidente Dutra, sentido capital paulista, no acesso ao Aeroporto Internacional André Franco Montoro, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo. De acordo com a Nova Dutra, concessionária que administra a estrada, o acidente aconteceu por volta das 17h e a pista foi liberada pouco depois, mas o congestionamento no local chegou a dois quilômetros. Uma pessoa ficou levemente ferida. Na rodovia Castelo Branco, sentido interior, foi registrada lentidão entre os km 24 e 25, na região de Barueri, por volta das 17h, devido ao excesso de veículos, segundo informações da ViaOeste, que administra a estrada. (AE)

U

COLISÕES

ois acidentes prejudicaram o trânsito na capital paulista na tarde de ontem. Um engavetamento envolvendo três carros deixou duas pessoas feridas e complicou o tráfego na rua Monte Pascal, na altura da rua Abel Monte, no sentido bairro. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a colisão aconteceu por volta das 16h e os veículos ocuparam duas faixas. Um outro acidente envolvendo um carro e uma moto deixou uma pessoa ferida na avenida Paulista, perto da rua Augusta, no sentido Consolação. Segundo a CET, a colisão aconteceu às 15h45 e os veículos ocuparam três faixas. (AE)

D

TRÂNSITO Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou ontem, às 16h, 67 quilômetros de congestionamento em toda a cidade, bem acima da média para o horário, que é de 46 quilômetros. O trecho mais complicado era a pista expressa da marginal do Tietê, sentido Lapa-Penha, onde o engarrafamento chegou a 11,7 quilômetros, desde a ponte Atílio Fontana até a rua Azurita. Ainda neste sentido da marginal do Tietê, mas na via local, a lentidão era de 4,1 quilômetros, entre as pontes Atílio Fontana e Freguesia do Ó. Na avenida Paulista, sentido Paraíso, foram registrados 2,6 quilômetros, da Consolação à praça Osvaldo Cruz. (AE)

A

Kelly Ferreira *

U

m acidente entre dois ônibus, ontem pela manhã, no sentido Centro da avenida 23 de Maio, deixou 48 pessoas feridas, entre elas o motorista de um dos veículos, que ficou preso nas ferragens. A colisão aconteceu por volta das 8h, na altura do viaduto Tutóia, quando um ônibus da linha Terminal Capelinha-Largo São Francisco foi atingido na traseira por outro coletivo, fretado, que levava 47 funcionários do Hospital Israelita Albert Einstein para casa. Eles tinham terminado um plantão de 12 horas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, os passageiros acabaram muito feridos porque estavam dormindo sem o cinto de segurança. O atendimento foi complicado porque viaturas com os equipamentos de resgate ficaram paradas no congestionamento. Todos os feridos estavam no ônibus fretado e foram retirados pelas janelas. Não houve vítimas entre os passageiros do ônibus de linha regular. A pista foi interditada temporariamente para que equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) prestassem socorro às vítimas. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, também participou dos trabalhos e desceu duas vezes na pista para socorrer as vítimas em estado considerado mais grave. Muitas vítimas só saíram do ônibus depois de serem imobilizadas. Os primeiros atendimentos foram feitos na rua. Na operação, trabalharam 40 bombeiros e mais de 10 carros de resgate. Entre os ferido um enfermeira grávida de sete meses. Apesar do susto, ela estava bem. Em nota, a assessoria do Hospital Israelita Albert Einstein informou que 47 funcionários que estavam no ônibus foram atendidos no próprio hospital. O ação rápida, ainda de acordo com o hospital, resultou na liberação de 46 acidentados já na tarde de ontem. Somente um funcionário permanecia, até o início da noite de ontem, internado com uma contusão cervical. O estado dele era considerado bom. O motorista do ônibus foi para o Hospital das Clínicas e submetido a exames. À noite, ele também permanecia internado para observação. O trânsito nas avenidas Rubem Berta e Washington Luis ficou parado. No sentido contrário, o motorista enfrentou sete quilômetros de lentidão. Na avenida 23 de Maio, o trânsito só foi normalizado no final da manhã.

Filipe Araújo/AE

A maioria das vítimas foi imobilizada dentro do ônibus e os primeiros atendimentos foram providenciados na pista, que ficou interditada boa parte da manhã. Devido ao trânsito, viaturas com equipamentos de resgate demoraram a chegar. Na operação de socorro, trabalharam 40 bombeiros e mais de 10 carros de resgate. O helicópetro Àguia da Polícia Militar desceu duas vezes na 23 de Maio para socorrer os feridos mais graves.

Pedra na pista – Na madrugada de ontem, por volta das 2h, um outro acidente aconteceu na zona leste. Um caminhão carregado com cerca de 20 toneladas de pedra tombou depois de colidir em um carro. De acordo com informações da polícia, o motorista do carro avançou o sinal vermelho e o caminhão não conseguiu desviar, bateu e tombou. Os dois motoristas sofreram ferimentos leves.

O cruzamento das avenidas Salim Farah Maluf e Celso Garcia ficou interditado por cerca de quatro horas por causa da carga espalhada na pista. O acidente deixou duas pessoas feridas. Apesar dos acidentes, o pico de congestionamento registrado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ficou em 75 quilômetros às 9h, enquanto a média para o horário é de 111 quilômetros. (* Com Agências)

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FUNDAÇÃO RUBEM BERTA SAI DO CONTROLE

bilhões de reais é hoje o valor das dívidas da Varig, segundo os coordenadores da recuperação da empresa.

PELA PROPOSTA APROVADA ONTEM EM ASSEMBLÉIA, COMPANHIA AÉREA SERÁ DIVIDIDA EM DUAS PARTES

VARIG VAI A LEILÃO EM 60 DIAS Fábio Motta/AE

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s credores da Varig aprovaram ontem o plano de venda da companhia. Cerca de 700 pessoas referendaram a venda da empresa, integralmente ou com as operações doméstica e internacional desmembradas. Demissões só serão decididas depois do leilão, que deve ocorrer em um prazo de 60 dias. A atual administração da Varig será trocada em dez dias, revelou Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pelo pro-

cesso de recuperação. "Serão profissionais do mercado", afirmou. Ele mesmo é cotado para substituir o atual presidente, Marcelo Bottini. O prazo para a mudança de direção da empresa respeita o tempo necessário para a criação do principal meio de reestruturação acionária da Varig, que é o Fundo de Investimento em Participações (FIP). Assim que for criado, o fundo vai receber 87% das ações da Fundação Ruben Berta (FRB), que hoje é a acionista majoritária da Varig.

COMUNICADO

Gomes (esq.), cotado para substituir Bottini (dir.) na presidência

Preços — A companhia será oferecida ao mercado de duas formas. Na primeira, batizada de Varig operacional, ela poderá ser arrematada em leilão judicial com as rotas nacionais e internacionais, pelo preço mínimo de US$ 860 milhões. Nessa hipótese, prevê-se ainda a separação da parte comercial, chamada de Varig relacionamento, que inclui toda a parte de serviços (aeroportuários, Smiles, suporte técnico) e que herdará o passivo de R$ 7 bilhões, segundo consta nos autos da recuperação judicial.

A outra forma prevê a venda apenas de suas rotas domésticas. Conhecida como Varig regional, essa proposta, avaliada pelo preço mínimo de US$ 700 milhões, inclui a criação de uma empresa voltada apenas para a operação internacional, que assumiria as dívidas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai emprestar US$ 100 milhões ao investidor que tiver interesse em investir na Varig. O programa de milhagem Smiles será mantido mesmo com a venda. (AE)

ATAS

ABERTURA DE LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO SITE: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 16/2006 OBJETO: Registro de preços para aquisição de materiais de escritório e papelaria, destinados a todas as secretarias, departamentos e outros. Limite p/entrega dos envelopes 12/06/2006 às 16:00 h e abertura dia 13/06/2006 às 08:30h. MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 008/2006 OBJETO: Contratação de empreitada de mão de-obra com fornecimento de materiais para construção de uma unidade básica de saúde no bairro CAIC II. Limite p/entrega dos envelopes 25/05/2006 às 16:00 h e abertura dia 26/05/2006 às 09:30h.

TOMADA DE PREÇOS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 004/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 23190/2005 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se encontra reaberta licitação na modalidade de Tomada de Preços, do tipo menor preço global, tendo como contratação de empresa especializada para execução das obras de reforma e ampliação da EMEI “Carmelita Rocha Ramalho”, no município de São Carlos - SP, com fornecimento de material e equipamentos necessários, conforme Projeto Básico, Memorial Descritivo e Planilha de Orçamento Básico, fornecidos em CD-Rom, que ficam fazendo parte da presente Tomada. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 08/05/06 até o dia 26/05/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16:00hs, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 29 de maio de 2006, quando após o recebimento iniciarse-á sessão de abertura. São Carlos, 08 de maio de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

EDITAL FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL PREGÃO Nº 017/2006-FAMESP/HEB PROCESSO Nº 094/2006-FAMESP/HEB REGISTRO DE PREÇO 010/2006-FAMESP/HEB Acha-se à disposição dos interessados do dia 10 de maio de 2006 a 31 de maio de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignoli s/n, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111-FAX(0xx14)38821885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/HospitalEstadual Bauru, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL - PREGÃO Nº 0172006-FAMESP/HEB - PROCESSO Nº 094/2006-FAMESP/ HEB, que tem como objetivo o Fornecimento mensal por um período de 12 meses, de REAGENTES COMPLETOS (Reagentes, níveis de controle alto, médio e baixo, diluentes, soluções de limpeza e calibradores) de Hemogramas com no mínimo 26 parâmetros, etc..., com concessão de uso gratuito, de um equipamento analisador automático Hematológico, para o HOSPITAL ESTADUAL BAURU, conforme especificações constantes do anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação, será realizada no dia 01 de junho de 2006, com início às 09:00 horas, na Sala da Seção de Compras do Hospital Estadual Bauru, Avenida Engº Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº 1-100 – Jardim Santos Dumont, Município de Bauru, Estado de São Paulo. Botucatu, 09 de maio de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi - Diretor Vice Presidente FAMESP

EDITAL

BALANÇO

CONVOCAÇÕES CENTRO ESPÍRITA JESUS TE CHAMA CNPJ N° 47.861.893/0001-23 EDITAL DE CONVOCAÇÃO Tendo ocorrido mais de 60 dias do prazo para convocação, convocamos os Sócios do Centro Espírita Jesus Te Chama para a Assembléia Geral a ser realizada no dia 25/06/2006, às 15h, em primeira chamada e às 15h30, com qualquer número, em sua sede social, à R. Amador Lourenço, 724, em São Paulo-SP, a fim de eleger os novos membros da Diretoria. São Paulo, 25/04/2006. José Emílio Skolaude - Sócio.

AVISOS DE LICITAÇÕES

DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 9 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Unitêxtil – União Industrial Têxtil S.A. - Requerido: Marso Participações Ltda. - Rua Roma, 620 - sala 155 - 01ª Vara de Falências

FATO RELEVANTE


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PRESA QUADRILHA QUE ADULTERAVA COMBUSTÍVEL

Cerca de 2 mil pessoas do setor calçadista gaúcho marcham hoje a Brasília e protestam contra política cambial.

SÃO PAULO TEVE EXPANSÃO DE 6,8% EM MARÇO SOBRE IGUAL MÊS DE 2005, ACIMA DA MÉDIA NACIONAL

PRODUÇÃO CRESCE NA INDÚSTRIA Joel Silva/Folha Imagem - 05/01/2005

IPC-S Preços no varejo paulista subiram 0,19% na semana até 7 de maio, segundo a FGV.

Ó RBITA

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produção industrial paulista cresceu 6,8% em março deste ano em relação ao mesmo mês de 2005. O resultado ficou acima da média nacional no período, que foi de 5,2%, segundo divulgou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A sensação que a gente tem é de que São Paulo voltou a liderar depois de ter ficado muito mal de julho a novembro de 2005. Isso pode ser efeito da redução da taxa de juros Selic, já que a indústria paulista é mais sensível aos juros", disse o diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida. Ele lembrou que, no ano passado, os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro puxaram o crescimento nacional e que a Selic já caiu quatro pontos percentuais desde setembro. O aumento da produção industrial em março foi generalizado no País e só houve decréscimo no Rio Grande do Sul (-1%) e no Paraná (-3,2%), cuja indústria de máquinas e equipamentos agrícolas foi afetada pela perda de rentabilidade registrada na agricultura. Alguns estados tiveram taxas de crescimento até bem superiores à de São Paulo, como

ICV-DIEESE Índice captou deflação de 0,06% na capital em abril. No ano, preços subiram 1,31%.

Cesar Ferrari/Reuters

FILAS – Ontem, uma fila de caminhões se formava em alguns pontos da BR-277, que liga o interior do

Gilberto Abelha/Gazeta do Povo/AG

Paraná ao Porto de Paranaguá. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o problema foi gerado por vários fatores, entre eles o cadastramento, pela direção do porto, dos caminhoneiros e das cargas para garantir mais segurança. A situação se agravou com o protesto de agricultores em Maringá.

AGRICULTURA: SEM ACORDO

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ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem que dificilmente defenderá, dentro do governo, as medidas pedidas por produtores rurais para minimizar a crise do setor agropecuário. "O que eles pediram é impraticável. Conversem com eles", afirmou Rodrigues a jornalistas, bastante irritado, depois de se reunir com representantes dos produtores do Mato Grosso. Nova reunião foi marcada para sexta-feira. Em 21 de abril, os produtores do estado

LOTE RESIDUAL

iniciaram uma série de protestos para chamar a atenção do governo para a crise do agronegócio. Na reunião de ontem, eles entregaram ao ministro uma extensa pauta de reivindicações — entre elas

a de uma política cambial diferenciada para o setor. Entre os pedidos, está um pacto de 180 dias com todos os credores. Ontem agricultores de Rolândia (PR) impediram o tráfego de trens na região (foto).(AE)

LEIS PARA ACELERAR O PROCESSO

Receita Federal liberou ontem a consulta ao 5º lote residual do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2005. A restituição será corrigida em 18,10% e estará disponível no próximo dia 15. Para saber se está incluído no lote, o contribuinte deve acessar o site www.receita.fazenda.gov.br ou ligar para o Receitafone (0300-78-0300). (Agências)

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esde ontem, o Código de Processo Civil conta com duas novas leis que prometem agilizar o andamento dos processos no Judiciário. A Lei nº 11.277/05 prevê que, nos casos de ações repetitivas analisadas pelo mesmo juiz, o processo poderá ser extinto sem a necessidade de ouvir o réu. Já a chamada súmula

impeditiva de recursos, prevista na Lei nº 11.276/05, determina a não aceitação de recurso pelo juiz de primeira instância caso a sua sentença esteja de acordo com matéria sumulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou Superior Tribunal de Justiça (STJ). As duas propostas fazem parte da reforma do Judiciário, encaminhada ao Congresso no final de 2004. (DC)

PARCERIA NO GÁS

OPERAÇÃO PÓLO

EMBRATEL

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decisão de Evo Morales de nacionalizar as reservas de hidrocarbonetos está apressando o governo do Paraguai a procurar gás em seu próprio território. Por este motivo, o presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos, propôs ao presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, uma sociedade para a exploração e comercialização de gás e petróleo na província do Chaco, no Paraguai. (AE) A TÉ LOGO

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Polícia Federal prendeu ontem 24 pessoas acusadas de participar de uma organização ilegal de adulteração de combustível e sonegação fiscal. Entre elas, o presidente do Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Solventes de Petróleo, Antonio Carlos Signorini. Segundo a polícia, distribuidoras paulistas simulavam a venda de solventes a empresas de fachada na Bahia. (ABr.)

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Telmex, maior operadora de telefonia fixa do México, anunciou na noite de segunda-feira o lançamento de uma oferta pública para comprar todas as ações preferenciais e ordinárias de sua controlada Embratel por R$ 6,95 o lote de mil ações, o que fez os papéis da operadora de longa distância brasileira dispararem ontem. A Telmex quer fechar o capital da Embratel. (Reuters)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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América Latina Logística (ALL) compra Brasil Ferrovias por R$ 1,4 bilhão

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Governo estudará redução do IPI para estimular montadoras de veículos

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Governo argentino usa superávit para reajustar aposentadorias

Produção de álcool combustível foi um dos destaques paulistas

Pará (17,5%), Ceará (12,3%), Amazonas (8,5%) e Minas Gerais (7,3%), mas a análise de Gomes de Almeida considera não apenas o aumento de produção, mas também o peso e a diversidade da indústria paulista, que representa 40% do setor produtivo brasileiro. Destaques – Em São Paulo, a expansão ocorreu em 15 das 20 atividades industriais pesquisadas pelo IBGE. Os destaques foram para os setores de veículos automotores (13,1%), material eletrônico e equipamentos de comunicações, basicamente celulares, (27,3%) e refino de petróleo e produção de álcool (9,2%). "Tanto automóveis quanto celulares têm um viés exportador", disse Isabella Nu-

nes Pereira, da Coordenação da Indústria do IBGE. De acordo com Isabella, o crescimento da produção industrial no primeiro trimestre deste ano foi maior nas regiões em que existe uma grande participação de produtos ligados ao comércio exterior, como minério de ferro, petróleo, celulose e automóveis. Além desses itens, a produção de televisores também foi destaque, como tradicionalmente ocorre em anos de Copa do Mundo. Com o resultado de março, a indústria paulista acumulou crescimento de 4,7% no primeiro trimestre do ano (4,7%) e 3,6% nos últimos 12 meses nas comparações com iguais períodos anteriores. (AE)

Só grandes sentem melhoras

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s estoques do setor industrial continuaram elevados no final do primeiro trimestre do ano, o que ainda pode ter refreado o resultado da produção industrial de abril, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A expectativa era de que o processo de redução de estoques, iniciado no final do ano passado, tivesse terminado em março, possibilitando a retomada da produção em um ritmo mais forte em abril. Mas a última Sondagem Industrial feita pela CNI mostra que os estoques ainda estão acima do planejado pelas empresas. "Ainda devemos sentir em abril os reflexos do ajuste de estoques", disse Paulo Mol, economista da entidade, ao divulgar a pesquisa relativa ao desempenho da indústria no primeiro trimestre. "Mas como já houve um recuo expressivo do

nível dos estoques, eles não devem ser um limitador do crescimento da produção no segundo trimestre", ressaltou. A sondagem mostra uma discrepância nos resultados das pequenas, médias e grandes empresas. "Como as grandes têm um peso maior nas estatísticas de produção e venda, não se percebem as dificuldades enfrentadas pelas demais", disse o coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. A pesquisa constatou que os grandes grupos estão em um processo de reaquecimento, com leve aumento da produção no início de 2006, enquanto as empresas de menor porte têm queda na produção e no faturamento. "É comum perda de produtividade neste período porque sucede um momento de pico na produção, que ocorre sempre no quarto trimestre

do ano, mas as grandes empresas continuam estáveis e apontam crescimento", disse Mol. De acordo com a sondagem, nos três primeiros meses o indicador de produção das grandes foi de 51,6 pontos, contra 47,8 no primeiro trimestre de 2005, e 52,1 no último trimestre de 2005. O indicador de faturamento também melhorou. No primeiro trimestre de 2006, atingiu 49,9 pontos, contra 47,7 no mesmo período de 2005 e 51,1 no último trimestre do ano passado. Segundo a CNI, o bom desempenho das grandes empresas é decorrente da manutenção das exportações e do reaquecimento da demanda interna devido à queda das taxas de juros e ao aumento da renda familiar. Já o indicador produtivo das pequenas e médias empresas não foi tão positivo. Caiu de 43,2 pontos em 2005 para 42,9 neste ano. (Agências)


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Tr â n s i t o Ambiente Compor tamento Administração

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

A estréia brasileira do filme, baseado em livro homônimo, acontece no próximo dia 19.

ADVOGADO GARANTE QUE NÃO É CENSURA

DEPUTADO QUER CASSAR 'CÓDIGO' Ação judicial pedirá que o filme 'O Código da Vinci' fique longe dos cinemas brasileiros. Alegação é que a obra agride fatos bíblicos.

Ó RBITA

Divulgação/Columbia Pictures

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GIL RUGAI 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo negou ontem, por unanimidade, recurso em favor de Gil Rugai, que tentava derrubar sentença que o mandou a júri popular por duplo homicídio qualificado. A pena para o crime é de 24 a 60 anos de prisão. Gil é acusado de matar a tiros o próprio pai, o publicitário Luiz Carlos Rugai, e a madastra Alessandra de Fátima Troitiño, em 28 de março de 2004, na casa do casal, em São Paulo. Gil ficou preso por 2 anos e 13 dias. Foi libertado em 19 de abril com um habeas-corpus concedido pelo STF. (AE)

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PIMENTA promotor Carlos Sérgio Rodrigues Horta Filho deve encaminhar ainda hoje, ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, o pedido de prisão do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, de 69 anos, condenado pela morte da ex-namorada – a também jornalista Sandra Gomide. Pimenta Neves recorre da sentença – que o condenou a mais de 19 anos em regime fechado -em liberdade. O juiz que determinou o benefício disse que obedecia a decisões anteriores Supremo Tribunal Federal (STF). Para a promotoria, a liminar concedida pelo STF, em 2001, previa que Pimenta Neves ficasse em liberdade somente durante o processo. (AE)

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GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Direito - O vice-

presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Roberto Mateus Ordine participa da inauguração do espaço pátio dos calouros da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Às 10h, no edifício da faculdade, largo São Francisco, 95.

O ator Alfred Molina (foto) interpreta um bispo no filme 'O Código Da Vinci'. A igreja católica também orienta os fiéis a não ìrem aos cinemas.

Em MG, padre Evasão de é morto com fiéis é tema oito facadas na CNBB

Acordo reduz OAB pune preço de droga mais nos anti-aids últimos 5 anos

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p a d re J o s é C a r l o s Cearense, de 44 anos, foi morto com pelo menos oito facadas na casa paroquial de Delta, no Triângulo Mineiro. Ao chegar ontem pela manhã a empregada encontrou o corpo. Estava quase nu, com as mãos amarradas e numa poça de sangue no corredor da casa. Cearense será enterrado hoje em Araxá (MG). Sinais de sangue na casa indicam que houve luta com o assassino. Do local foram levados vários objetos, entre eles um aparelho de DVD, o celular e a carteira do padre. O criminoso fez cortes profundos no pescoço, braços e peito do religioso e em uma das perfurações, perto do coração, colocou um vidro de perfume. A polícia suspeita que o crime tenha sido praticado pelo mesmo criminoso que assassinou duas pessoas há 10 dias na cidade, do mesmo modo. Uma das vítimas era trabalhador rural e outra, um andarilho. Em uma das perfurações no lado direito do peito do trabalhador o assassino colocou os testículos da vítima. A polícia não tem pistas do autor dos homicídios. Por causa do crime, o comércio, repartições públicas e escolas fecharam ontem na cidade. (AE)

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ma queda expressiva do número de católicos, que passaram de 78,7% em 1991 para 68,4% no ano de 2000, marcou a década de 90 em São Paulo, enquanto as porcentagens de evangélicos pentecostais aumentaram, ao mesmo tempo, de forma expressiva – de 5,9% para 11,9%. Esses dados, baseados em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram apresentados ontem no plenário da Assembléia Geral dos Bispos do Brasil (CNBB) no livro Religião e Sociedade em Capitais Brasileiras. Os dados são de 19 cidades. "A redução do porcentual de católicos, entre 1991 e 2000, foi acentuada em São Paulo, atingindo menos 10,3 pontos porcentuais na capital e menos 11,9 na região metropolitana", informa o levantamento. Os evangélicos de missão (pertencentes a igrejas protestantes tradicionais, como a dos luteranos, batistas, metodistas e presbiterianos), que representam menos de 3% da população, tanto na capital como no restante da região metropolitana, tiveram uma expansão inferior a um ponto porcentual. Os mais numerosos são os batistas, com 1,5% da população. (AE)

ministro da Saúde, Agenor Álvares, assinou acordo com a empresa Gilead Science que reduzirá em 51% o preço do medicamento tenofovir, usado no tratamento de pacientes com aids. O contrato vai garantir uma economia de US$ 31,4 milhões ainda este ano. Com a redução, o preço do comprimido passou de US$ 7,68 para US$ 3,80. O preço mais baixo do mundo, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, que participou das negociações. O acordo é fruto de mais de um ano de entendimentos. A negociação começou com um "ultimato" dado pelo então ministro da Saúde, Humberto Costa, para três fabricantes dos remédios mais caros usados no programa de aids. Além do tenofovir da Gilead, foi pedida a redução de preços do Kaletra, da Abbott, e do Evavirenz, da Merck. A ameaça de lançar mão da licença compulsória não foi adiante. A solução encontrada foram as negociações. O primeiro acordo foi feito em 2005, com a Abbott. Agora, resta apenas uma definição do caso da Merck. "Que não deverá demorar muito", disse Barbosa.

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número de advogados punidos pelo Conselho de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aumentou 283% nos últimos cinco anos (de 233 processos em 2001 para 893 em 2005). Em 57% dos casos, o profissional se apropriou do dinheiro ganho pelo cliente no processo judicial. Os dados se referem às denúncias que chegaram ao conselho federal. De acordo com o presidente do conselho, Ercílio Bezerra de Castro Filho, o aumento se deve a uma maior velocidade na tramitação das denúncias nas seccionais de cada estado, além de uma campanha da ordem para punir os advogados infratores. "Houve uma celeridade nos julgamentos e uma campanha para esclarecer a população. A OAB está empenhada em mostrar ao advogado que se ele cometer uma infração vai ser punido." Em São Paulo, que engloba metade dos advogados do País (250 mil), as suspensões subiram 149% e as censuras e advertências, 86%. No ano passado foram registrados 1.861 casos nos quais o advogado recebeu algum tipo de punição, comparados com os 870 de 2001. (AE)

deputado Salvador Zimbaldi (PSB-SP) está travando uma guerra contra a exibição do filme O Código da Vinci, baseado no livro do escritor Dan Brown. Depois de ter uma medida cautelar recusada na 2ª Vara Cível do Fórum Regional de Santo Amaro, o parlamentar recorrerá ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O advogado de Zimbaldi, Affonso Pinheiro, disse ontem que estava preparando a apelação a ser apresentada nos próximos dias, com pedido de liminar para impedir a exibição. A estréia do filme nos cinemas brasileiros está prevista para o dia 19. O advogado apresentou a medida cautelar contra a produtora e distribuidora Sony Pictures, no dia 4, mas ela foi recusada na 2ª Vara sob alegação de que a exibição do filme não confronta normas constitucionais. Pinheiro argumentou, porém, que baseiase na Constituição para pedir que o filme não seja exibido. "A Constituição determina que a liberdade de crença é inviolável e garante proteção aos locais de culto e às suas liturgias", argumentou Pinheiro, alegando que o livro e o filme desrespeitam a liturgia católica. Afirmou que a produção desrespeita também a Bíblia. O advogado acrescentou que a obra agride fatos históricos bíblicos que fazem parte da colonização do Brasil e que são protegidos pela Constituição. "Várias normas constitucionais são deixadas de lado", disse. Pinheiro negou que a tentativa de proibir a exibição do filme seja um ato de censura. "O deputado é democrata e cristão. É alérgico à palavra censura". O advogado considerou, entretanto, que "existem limites" e que a "liberdade termina onde começa a agredir o direito do outro". Prometeu ir até "a última instância" para impedir a exibição do filme. E comentou que não é católico, "apenas cristão temente a Deus". A Sony Pictures informou, por sua assessoria de imprensa, que não discutirá o assunto. O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Pedro Scherer, disse que falar sobre o filme é fazer propaganda. Afirmou que se trata de ficção. "Ficção não se discute, não é um fato verdadeiro". Lamentou que o autor tenha misturado situações históricas reais a fictícias, "que confundem as pessoas". Segundo ele, o livro "é desrespeitoso" à fé e revela "decadência cultural". (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

RESENHA

INTERNACIONAL

AQUELAS ARMAS DE SADDAM

O obstinado auto-engano de Saddam irradiava a confusão. As mentiras eram reforçadas e aprimoradas. uma versão condensada, veja o número de maiojunho da Foreign Affairs (www.foreignaffairs.org) O relatório mostra que o Iraque de Saddam, tal qual a Alemanha de Hitler ou a Rússia de Stalin, era um lugar onde a realidade sofria distorções imprevisíveis. Saddam mesmo passou por mudanças em meados da década de 90, desenvolvendo noções delirantes sobre o seu próprio gênio militar, a sua incontestável infalibilidade. Naquele reino da fantasia, a fé e a bravura dos soldados contavam mais que os avanços tecnológicos ou o poderio bélico. Como minguassem os subalternos que ousavam contraditar as opiniões do chefe, seu obstinado autoengano irradiava a confusão do palácio presidencial para o governo inteiro e além. As mentiras eram reforçadas e aprimoradas. Na frase de um oficial da força aérea, “do primeiro-tenente para

Mitterrand e os 40 ladrões: clonagem? LUIZ ROBERTO SABBATO

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TRECHOS DO ARTIGO DE DANIEL PIPES PUBLICADO NO NEW YORK SUN E TAMBÉM DISPONÍVEL EM WWW.MIDIASEMMASCARA.COM.BR

S addam, o incontestável, o infalível, o irreal

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

Céllus

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

cima, um mentia para o outro, até chegar a Saddam”. Em tais circunstâncias, quem podia saber o que de fato acontecia com as armas de destruição em massa? Até para Saddam, “em relação às ADM, sempre restava alguma dúvida sobre a verdade”. O dilema estratégico do Iraque só complicou as coisas. Percebendo que um sinal iraquiano de fraqueza seria um convite à ofensiva adversária, do Irã em particular, Saddam quis que o mundo pensasse que ele tinha armas de destruição em massa. Enquanto as forças aliadas se preparavam para a guerra no final de 2002, Saddam decidiu que cooperaria com as Nações Unidas para provar que seu país tinha se livrado das ADM, e, conforme disse, “não dar ao presidente Bush nenhuma desculpa para iniciar uma guerra”. Esse momento de lucidez, por ironia, foi vítima de seu velho hábito de iludir as Nações Unidas; no Ocidente, a tentativa iraquiana de acatar o regime de inspeções produziu o efeito paradoxal de confirmar as suspeitas de que a cooperação era uma farsa. Nem mentiram os serviços secretos nem os políticos ocidentais; Saddam era um impostor sanguinário que com seus embustes acabou por confundir e colocar todos em perigo, inclusive a si mesmo.

Jassim Mohammed/AP

grande mistério da Guerra de 2003 — “e aquelas armas de destruição em massa?” — finalmente está resolvido. A resposta breve: por todo o seu passado de mentiras, ninguém acreditou em Saddam Hussein quando ele, na última hora, removeu de fato as armas de destruição em massa (ADM). No Iraqi Perspectives Project, um volumoso e empolgante relatório divulgado pelo Comando das Forças Conjuntas do Pentágono, analistas americanos apresentam os resultados de dois anos de estudo sistemático das forças e motivações que influenciaram Saddam Hussein e seu regime. (Para

ergada pelo incontestável, a gestão prevalecer sobre a contextura técnica, correndo o país o de François Mitterrand não ousou risco de perder o suporte do único Poder em que ainda reagir contra as acusações da obra de pode confiar, na plenitude. Jean Montaldo, cujo título, Mitterrand assertiva não é totalmente correta. O et les 40 voleurs ("Miterrand e os 40 ladrões") só Brasil não seria o detentor exclusivo não ensejou inquérito por crime contra a honra da conotação política exercida no Judo presidente da França para não expô-lo à exdiciário pelas pernas e pelas mentes ceção da verdade. Entre os quarenta ladrões de Jean Montaldo estão os protagonistas dos es- do Conselho. Isso já acontecia na França, como cândalos citados em Tempête sur la Justice ("Tem- confessou Matagrin. Até a ocorrência de uma pestade na Justiça"), de Henri Nallet, ex-minis- alteração radical sobre a matéria, operada em tro da Justiça na França, entre os quais Urba, 1994, o CSM não passava na França de um orBoucheron, Sagès, Gaudino, O.M., Carrefour ganismo dirigido pelo Executivo, que controladu Devellopement, Henri Emmanuelli, Ber- va politicamente os juízes, embora ostentasse atribuições legítimas, dissimuladas na garantia nard Tapit, etc. Fosse o controle externo, na França denomi- da independência e da administração eficaz do nado Conselho Superior da Magistratura, um Judiciário. Ainda antes da reforma de 94, o jumeio eficaz de melhor estruturar a Justiça para diciário francês conseguiu reunir provas para indiciar, processar e punir a quadrilha dos qua- abrir um processo contra o ex-presidente da Asrenta ladrões, não haveria no mundo um só juiz sembléia Nacional, Henri Emmanuelli, tesoucapaz de desacreditar o mecanismo, concebido reiro de um partido político acusado de impropelos franceses com a Terceira República para bidade na captação de verbas canalizadas para acabar com o ranço deixado do sistema anterior a sua agremiação, tudo muito semelhante ao vaonde, segundo Thierry Cathala, ex-conselheiro lerioduto do mensalão. Venceu a jurisdição. da Cour de Cassation, os juízes compravam os Mas a situação, tão intolerável lá como aqui, exicargos dos reis para privilegiar as oligarquias gia uma intervenção firme do Estado francês, dominantes. Comaevolução,estecontroleexter- inclusive com a participação do Legislativo no passou a ser exercido por um grupo heterogê- que, chamado às falas, apresentou um projeto neo de agentes políticos, presidido pelo presiden- de lei para debelar a corrupção, embrião do dete da República, para nomear, movimentar e até creto que fez ressuscitar no Judiciário a plenitude de sua missão de julgar. Como se vê, a vitória mesmo punir juízes. Bom lembrar que tangenciamos um sistema não coube exclusivamente ao Judiciário, mas ao semelhante antes da Constituição de 1988, senso comum dos cidadãos franceses, à sociequando o magistrado brasileiro, ao tempo ain- dade, provocando a pronta reação das autorida não submetido a um controle exógeno de dades políticas para recuperar a credibilidade. Hoje, a estrutura do CSM na França se encontra sua disciplina e administração, via-se obrigado a "beijar as mãos" de um secretário estadual ao profundamente alterada na Lei Orgânica da Magistratura Francesa, com a proaspirar promoção. Ainda que mulgação da alteração introducom a possibilidade da volta à Ainda não se zida pelo Decreto 94-199 de 09 de subserviência, entretanto, um só juiz no Brasil não arriscaria con- consegue processar março de 1994. Por conveniência o órgão não foi extinto, trariar tal regime se isso represene punir o político que política mas transformou-se em mecatasse um verdadeiro progresso comete crimes nismo de controle interno do Judemocrático. Mas a história faladiciário, tal como as Corregedova por si só no sistema anterior, comuns, como o rias de Justiça no Brasil. E no Jucomo bem escreveu Elio Gaspari, homicídio e a diciário tupiniquim, o que ocorna Veja, edição de 8.1.93: "Viveu-se no Brasil uma época em que as auto- gatunagem em geral re? Em que o Conselhão estaria colaborando para o aperfeiçoaridades não cumpriam habeas-cormento das instituições jurídicas? pus e seqüestravam os advogados de Ainda não se consegue processar e punir, a presos políticos. Eram pessoas incapazes de conviver com a idéia de que num país onde era proibido ser co- não ser a custa de enormes dificuldades, o pomunista houvesse advogados dispostos a defendê- lítico que comete crimes comuns, como o homilos e juizes capazes de soltá-los". Felizmente, caí- cídio e a gatunagem em geral. Há os que matam, ram a nomeação e a promoção dos juízes com a ou tentam matar, escafedendo-se não apenas da punição, mas do processo, sob o manto da imuintervenção do Executivo. nidade parlamentar. Confessa-se publicamenas, na contramão da história, após te a apropriação de recursos espúrios e se proanos e anos de resistência logrou- clama no parlamento a licitude, no mínimo susse inaugurar aqui o mecanismo peita, entre o parlamentar e quem lhe depositou francês, passando o Brasil a adotar verbas sem origem em conta bancária, aberrada o controle externo, denominado Conselho Na- declaração de "inocência dos culpados", com cional de Justiça. Dos três Poderes se entendeu justificativas meramente políticas, sem qualque cabia tutelar por conselho apenas o Judiciá- quer preocupação técnico-jurídica. rio, como se nele estivessem todos os mensalões erdemos a compostura? O que fazer "democraticamente" instalados no País, para senão despertar a sociedade brasileira espanto do Executivo e do Legislativo, docepara provocar a mesma reação francemente constrangidos. Vejamos o que aconteceu sa, com a edição de um clone do Decrecom o CSM francês. Por correspondência endereçada à Associação Brasileira de Magistrados, to n. 94? No Brasil e na França parece que os o juiz D. H. Matagrin, secretário geral da Asso- protagonistas de mazelas praticamente idênticiação Profissional dos Magistrados na França cas estudaram na mesma escola. Aqui, em luadmitia o retrocesso causado pela inovação, gar de Mitterrand e os 40 ladrões, fala-se apenas confessando que eventual inversão estava na no "bando dos 40" denunciados pelo Procuradependência da "maioria política atual": Desde dor-Geral da República, Antonio Fernando de 1958 a Justiça está qualificada na Constituição como Souza. Conclui a revista Veja de 19 de abril: O "autoridade judiciária" e não mais como poder judi- nome de Lula não aparece no texto da devastadora ciário. É uma regressão, mas, para além dos símbolos, denúncia do procurador-geral, mas as peças do eso que conta são as garantias efetivas dadas à Justiça. É quema, juntas, formam a imagem do maior benefiforçoso constatar que a situação se deteriorou drama- ciário de tudo: o presidente. Tanto de bom e de mal copiou o Brasil da ticamente com a maioria política atual e que o esforço de recuperação será difícil. Sustentando que o con- França, que se espera copiemos também a reatrole externo é uma falácia, escreveu o ilustre ju- ção de 1994, ampliando – e não enfraquecendo – rista Ives Gandra da Silva Martins, no Jornal da as prerrogativas do Judiciário, para sepultar a Tarde de 04 de dezembro de 1991: Não há controle impunidade crônica que desmoraliza o País. externo possível do Poder Judiciário no Brasil, em que, LUIZ ROBERTO SABBATO É DESEMBARGADOR DO necessariamente, a conotação política terminaria por TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

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C opiemos os franceses, ampliando as prerrogativas do Judiciário

LADRÕES DO ORÇAMENTO peça principal da Administração é o Orçamento. Tão importante é o orçamento que alguns autores sustentam que ele é sinal de independência de um povo. Pela leitura do Orçamento sabe-se quando uma nação é bem ou mal governada. O Orçamento é, portanto, a lei que sustenta as instituições nacionais e que concorrem para o engrandecimento da Nação; isto é, quando é bem preparado, bem redigido e com as atribuições das dotações orçamentárias, podendo responder, assim, às necessidades do País. Vêm estas considerações sobre a prisão de ex-deputados e assessores que se locupletaram com burlas no Orçamento da União, para fraudá-lo em proveito próprio e de seus interesses eleitorais, evidentemente. Estamos no encalço de uma bandalheira que levou o presidente do TSE a fazer blague com o País, do qual é um alto funcionário da elite administrativa, cunhando a expressão "o Brasil é um país do faz-de-conta".

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Mais um sintoma de que a Nação está doente e não o percebem os brasileiros com a incumbência política de tratá-la Mais um juízo vexatório do país acolchetado, desta vez por um magistrado da Alta Corte. Mais um sintoma de que a Nação está doente e não o percebem os brasileiros com a incumbência política de tratá-la. No passado, tivemos os Anões do Orçamento, que ficaram célebres como trambiqueiros e ardilosos autores de combinações de esquemas para saírem sem prejuízo e sem mácula do que faziam na Comissão do Orçamento. Tiveram fim e não se falou mais deles, como acontece sempre no Brasil. O Orçamento se arrasta como é possível arrastarse, no pandemônio, que segundo o Paraíso Perdido é sinônimo de confusão. Confusão, sim, mas que custa muito caro ao País, um país com tantas diferenças de estágios sociais, com faixas de pobreza e miséria medonhas, que jazem no ostracismo esperando, ano após ano, soluções para problemas que em nossos dias são insolúveis. Os ladrões do Orçamento são ladrões de si mesmos, das famílias a que pertencem e do grupo social em que encontraram guarida. JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

SÃO PAULO DISCUTE O TRANSPORTE DE CARGA

Reprodução do croqui do Parque Cidade Jardim, que terá investimentos de R$ 1,5 bilhão.

NOVO EMPREENDIMENTO UNE SHOPPING E APARTAMENTOS DE ALTO PADRÃO NO MESMO ENDEREÇO

O LUXO MOSTRA SUA NOVA CARA Fotos: Luludi/LUZ

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e o consumidor não vai ao shopping, o empreendimento vai até ele. Mas apenas para quem pode pagar. Essa, basicamente, é a idéia do Shopping Cidade Jardim. A construção nem começou ainda, mas o projeto é tratado como o maior complexo de luxo de São Paulo – vai competir com a Daslu e com o Shopping Iguatemi. O investimento chega a R$ 1,5 bilhão. O empreendimento faz parte de projeto imobiliário de 80 mil metros quadrados, localizado na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte Engenheiro Ary Torres, que liga a Marginal à Avenida dos Bandeirantes. Além do centro comercial, envolve ainda nove prédios residenciais e, futuramente, edifícios comerciais. Todo o projeto é grandioso, incluindo o preço dos apartamentos: de R$ 1,5 milhão a R$ 12 milhões, dependendo do tamanho, que varia de 240 a 1,2 mil metros quadrados. O shopping foi inspirado no Bal Harbour, um dos centros comerciais mais conhecidos de Miami. "Apesar de ser de alto luxo, não será destinado apenas ao público de classe A. Nossa expectativa é receber 35 mil pessoas por dia", afirma a diretora do shopping, Sharon Weissman Beting. Segundo ela, o local vai oferecer uma academia Reebok, 18 salas de cinema Cinemark, a Casa do Saber – Livraria da Vila, além de restaurantes como o Empório Fasano. "As opções serão de qualidade, não caras", diz.

Canteiro de obras do Parque Cidade Jardim, que abrigará lojas de luxo e apartamentos de até R$ 12 milhões

Novo estilo – A diretora do Cidade Jardim analisa que o atual formato dos shopping centers está saturado. "O novo empreendimento, previsto para ser entregue em novembro de 2007, vai oferecer espaços ao ar livre. Haverá um corredor único e as lojas ficarão em frente a um jardim", explica. "O consumidor precisa de um lugar com um mix de lojas renomadas para comprar o que precisa, almoçar e ir embora", garante Sharon.

Para se defender dessa concorrência pesada, os shoppings Iguatemi e Morumbi estão se armando. O Morumbi, por exemplo, abrirá 84 novas lojas neste ano e a gastronomia passará a ter mais destaque. Na outra ponta – Enquanto o Cidade Jardim se prepara para surpreender os consumidores mais exigentes, um outro empreendimento abre as portas com sucesso para o público da classe C. O shopping Bonsucesso acabou de ser inaugurado em Guarulhos, na Grande São Paulo, para atender 400 mil pessoas que moram na região. Localizado em um terreno com 100 mil metros quadrados, tem espaço para 140 lojas. "Já no primeiro final de semana de funcionamento, o empreendimento trouxe surpresas. Tínhamos a expectativa de receber 20 mil pessoas por dia, mas apareceram 80 mil consumidores", diz o diretor do centro de compras, Cláudio Politi. A época para a inauguração foi estratégica. "Há dois momentos para abrir as portas de um empreendimento como esse: em maio, por causa do Dia das Mães, ou perto de dezembro, pelo Natal." Segundo Politi, o shopping foi criado nos mesmos moldes dos de alto padrão. "As pessoas chamadas de baixa renda estão gastando mais e os cheques delas voltam menos", garante ele, que até o final de 2007 pretende inaugurar mais dois empreendimentos com o mesmo perfil.

Consumidores observam a maquete do empreendimento, que terá 80 mil m² de área

Neide Martingo

Expansão atende a demandas

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inauguração e a expansão de shopping centers acompanham o crescimento de determinadas regiões. Isso é o que explica o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Paulo Malzoni Filho. Segundo ele, a cada ano cai a vacância (áreas não locadas) nos shoppings. "É muito mais fácil e barato expandir um empreendimento do que construir um novo. O local e o potencial de vendas já

são conhecidos", diz. Além disso, afirma o presidente da Abrasce, o adensamento das cidades provoca o aparecimento de mais centros de compras, de acordo com o perfil econômico de cada região. Para Malzoni Filho, o "formato" não está saturado: "Os shoppings são construídos para atender à crescente demanda. E cada um tem que oferecer um diferencial, já que vai brigar pelos mesmos freqüentadores", explica o executivo.

Mais por vir – Existem hoje no Brasil 260 shopping centers e outros 20 estão em fase de construção, com previsão de entrega até o final de 2007. Em 2005, o setor movimentou R$ 45 bilhões, cerca de 20% do varejo nacional. E a expectativa para este ano é de que haja um aumento de 15% no faturamento. De acordo com Malzoni Filho, no primeiro trimestre deste ano, as vendas cresceram 12% em relação a mesmo período de 2005. (NM)

Seminário vai discutir logística

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oluções de logística, rastreamento e segurança no transporte de carga na cidade de São Paulo. Esses são alguns dos temas que serão discutidos no 2º Seminário de Transporte Urbano de Cargas: Casos de Sucesso, nos dias 23 e 24 de maio, no Hotel Jaraguá. Apoiado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Associação Brasileira dos Transportadores de Cargas (ABTC), Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), o seminário reunirá acadêmicos e representantes do comércio, indústria e setor público responsável pelo transporte e pelas transportadoras. "Saberemos que o transporte melhorou quando as empresas não falharem com suas entregas programadas, tornando seus serviços mais confiáveis ao consumidor", diz Alberto Lima, coordenador técnico da área de transporte da Fundação de Apoio à Tecnologia (Fat), que desenvolve projetos e cursos da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec). Sucesso – Empresas como os Correios, que opera com o serviço Sedex 10, em que as pessoas recebem suas enco-

Niels Andreas/AE

Sedex 10, dos Correios: logística de sucesso que será apresentada no seminário de transportes

mendas até às dez horas da manhã, e o delivery do Habib's, que tem a missão de entregar em 28 minutos a encomenda, sob o risco de o cliente não pagar o pedido se ultrapassar o tempo, são possíveis porque há um planejamento logístico de sucesso por trás. "Se eles conseguem, tantos outros têm condições de levar menos tempo para entregar suas cargas em São Paulo", afirma Lima. Caos – O eterno problema de congestionamento na capital paulista também será abordado. Afinal, se São Paulo já possui a segunda maior frota de helicópteros do mundo, atrás apenas da cidade de Nova York, uma alternativa encontrada pelos executivos para fugir do caos das marginais, as transportadoras não têm a mesma opção. Além do trânsito, elas enfrentam ainda problemas de furtos e roubos de cargas nos inúmeros conges-

tionamentos da cidade. Segundo dados da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo (Fetcesp) e Setcesp, de janeiro a dezembro de 2005 foram registrados 2.592 roubos e furtos de cargas no estado, o que equivale a uma média de 216 ocorrências por mês. Em 2004, foram 2.542 casos. Houve um acréscimo de 1,97% nas ocorrências de um ano para o outro. Os produtos mais visados foram os alimentícios (607 registros), seguidos por cigarros (244), produtos farmacêuticos (223) e eletro-eletrônicos e produtos metalúrgicos (ambos com 208 registros). "Já passou da hora de tornar esse cenário mais positivo", afirma Lima. Serviço – O seminário será realizado no Hotel Jaraguá, na Rua Martins Fontes, 71, Centro. Mais informações e inscrições, pelo fone (11)3311-2676. Ana Laura Diniz


quarta-feira, 10 de maio de 2006

Transpor te Saúde Órbita Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ASSEMBLÉIA QUER PREMIAR BOM MOTORISTA

COMBUSTÍVEL IRREGULAR A Polícia Rodoviária Federal apreendeu 10 mil litros de combustível irregular no quilômetro 74 da Rodovia Fernão Dias. Durante fiscalização do veículo, os agentes constataram que o condutor portava duas notas fiscais e que ambas não condiziam com a carga real transportada, 5 mil litros de álcool combustível e 5 mil litros de gasolina. (AE)

Ó RBITA Custódio Coimbra/AOG

TIROTEIO NA ROCINHA FERE MENINA ma menina de 11 anos ficou ferida na mão durante tiroteio, na manhã de ontem, na Favela da Rocinha, zona sul do Rio. Ela foi internada no Hospital Miguel Couto. A polícia (foto) afirma que não esteve no local onde a menina mora, apesar de duas operações (uma da Polícia Civil e outra da Polícia Militar) terem acontecido simultaneamente na favela durante a manhã. Numa delas, realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi preso

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Flávio Pereira da Silva, de 32 anos, acusado de ser um dos gerentes do tráfico no morro. A outra era para apreender uma carga roubada na semana passada e para cumprir dois mandados de prisão, segundo informou a Delegacia de Roubos e Furtos e Cargas. Os traficantes revidaram e o túnel acústico, que dá acesso ao Túnel Zuzu Angel, foi fechado por 10 minutos ao tráfego. Explosão – Cinco pessoas ficaram feridas ontem com a explosão de uma tubulação

de gás na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Um trator, usado para solucionar um problema de falta de água na região, rompeu acidentalmente uma tubulação da Companhia Estadual de Gás (Ceg) e houve um grande incêndio. Quatro funcionários da Ceg e o motorista da retroescavadeira que prestava serviço para a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) foram hospitalizados. (AE)

BOM MOTORISTA, IPVA MAIS BARATO Assembléia Legislativa de São Paulo começou a analisar um projeto de lei que premia os motoristas bem comportados no trânsito com uma redução no valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). De acordo com o deputado José Caldini Crespo (PFL), são previstos descontos de 10% a 20% para os motoristas que não cometeram infrações de trânsito no ano anterior ao pagamento do tributo.

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No primeiro ano sem multa, o motorista ganharia desconto de 10% e, se repetir a façanha, terá 15% de desconto no ano seguinte. Se chegar a três anos sem infração, terá direito aos 20%, o limite máximo do desconto. O benefício só será dado se o imposto for pago no prazo. Segundo o deputado, as multas têm um efeito corretivo para os maus motoristas, "mas os cidadãos corretos quase nunca são estimulados a manter seus

bons procedimentos". Ele considera que o IPVA representa um peso para a economia doméstica de muitas famílias e os donos de veículos irão se esforçar para conseguir o desconto. "O projeto vai contribuir para a segurança social, evitando infrações de trânsito que podem resultar em acidentes com vítimas", afirmou o deputado." Crespo acredita que a perda de receita com os descontos será compensada pela redução na inadimplência. (AE)

O projeto vai contribuir para a segurança, evitando infrações. José Caldini Crespo, deputado

FILHA DE PELÉ A 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou decisão de primeira instância que julgou improcedente ação de indenização proposta por Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento contra seu pai, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé. Sandra pleiteava indenização por "abandono moral e intelectual". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Política VOTAÇÃO

Valéria Gonçalvez/AE

Se o PMDB teimar em ser coadjuvante e não ter um candidato próprio, só vai lhe restar assinar o atestado de óbito Itamar Franco

SECRETA PARA ACHAR UM VICE

O PROTESTO DAS TESOURINHAS – Cerca de mil costureiras protestaram ontem pela manhã em frente ao ateliê do estilista Rogério Figueiredo, na esquina da rua da Consolação com a avenida Paulista, em São Paulo, em repúdio às denúncias feitas por ele contra a exprimeira-dama paulista Lu Alckmim, a quem teria doado 400 peças de alta costura. A assessoria do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou no mês passado que dona Lu recebeu e doou, a partir de 2004 e de forma anônima, 49 -- e não 400 -- peças do estilista. O protesto, com duração de cerca de uma hora, não atrapalhou o trânsito no local, informou a CET.

PMDB, Itamar e o novo tipo de aliança. Clayton de Souza/AE

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m meio às investidas do PT para fechar um acordo na esfera federal em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encabeçaria a chapa com um vice peemedebista, a direção nacional do PMDB já começa a articular uma "aliança branca" para acomodar os acordos regionais. Para não ferir a lei de verticalização, o partido orientará candidatos aos governos estaduais a declarar apoio aos aliados sem que haja a necessidade de uma coligação formal. Numa aliança branca, os partidos não têm direito, por exemplo, à soma de tempos para uso no horário eleitoral gratuito da TV e do rádio. O PMDB realizou ontem um evento para formalizar apoio de parte do partido à candidatura de Itamar Franco à Presidência. No sábado, uma pré-convenção define a posição do partido na eleição presidencial. Para Itamar, o PMDB terá um futuro sombrio caso não concorra à sucessão de Lula. Óbito - "Se o PMDB teimar em ser coadjuvante neste processo e não ter um candidato próprio, só vai lhe restar assinar o atestado de óbito", disse Itamar, que chegou à sede re-

Quércia e Itamar durante encontro de lideranças do PMDB em SP.

gional do PMDB acompanhado pelo ex-governador Orestes Quércia e o presidente da legenda, deputado Michel Temer. Na opinião do ex-presidente, o maior partido do País não pode deixar de disputar: "Prefiro ter menos governadores e senadores, mas ter o presidente da República. Quem é que comanda o processo político, social e econômico? É o presidente, e não o governador, esse tem que ir a Brasília buscar favores para seu Estado", disse Itamar, No evento, Temer foi claro quanto à necessidade de os

candidatos regionais terem liberdade para apoiar quem quiser. "A avaliação que nós fazemos de todo o panorama estadual é de que a maioria quer candidatura própria e, mesmo nos Estados onde haja alianças com PT, PSDB e PFL, o que estou verificando é que os candidatos a governador querem a candidatura no plano nacional e, naturalmente, farão alianças brancas nos Estados", disse. O evento reuniu cerca de 200 militantes. O presidente do diretório paulista, Orestes Quércia, garantiu que será candidato ao Palácio dos Bandeirantes

se Itamar vencer a convenção do partido em junho. "Quem tem condições de somar o partido depois de a convenção ser aprovada e ratificada é Itamar Franco. Se Itamar for candidato à Presidência, eu serei candidato a governador", afirmou. Ao mesmo tempo, aumentam os apelos para que Garotinho abandone a greve de fome. Dirigentes do partido pretendem reunir hoje cinco mil pessoas no centro do Rio para pedir que ele lute pela sua candidatura. Temer também deve apelar para que o ex-governador do Rio reveja sua posição. Garotinho desmaia - Abdu Neme, médico da família Garotinho há 16 anos, disse que exgovernador terá que encerrar o protesto, caso queira participar da convenção no sábado. Ontem Garotinho chegou a desmaiar de fome. "Em hipótese nenhuma ele pode sair daqui para a convenção", afirmou, acrescentando que Garotinho terá que ficar hospitalizado um dia ou dois, no final da greve. "Tem que repor os sais minerais para por fim à desidratação, e ingerir os nutrientes mínimos para manter o metabolismo", disse Neme. (Agências)

PFL escolherá na próxima semana o nome de seu candidato a vice na chapa presidencial do tucano Geraldo Alckmin. A disputa interna entre o líder do partido no Senado, José Agripino (RN), e o senador José Jorge (PFL-PE) deverá ser decidida por voto secreto, em Brasília. Givaldo Barbosa/Ag. O Globo Os 94 pefelistas que irão compor o colégio eleitoral são os mesmos que participaram de uma consulta aberta há cerca de um mês: os prefeitos de capitais, governadores, deputados federais, senadores e membros da exe- Alckmin e Jereissati durante reunião em Brasília cutiva nacional do partido que não têm man- foi apontado vencedor pordato eletivo. que o presidente do partido A proposta - "Propus ao José declinou da indicação e ceJorge que realizássemos uma deu o lugar ao segundo coloespécie de 2º turno, com o com- cado. Os partidários do perpromisso de quem ganhar nambucano resistem ao 2º apoiar o outro, sem choro nem turno com o argumento de vela", disse Agripino, conven- que Agripino estaria fora dele cido de que esta "consulta rápi- por ter ficado em terceiro luda" é também o "parto mais in- gar. Mas o líder aposta que, no dolor" para encerrar a disputa voto fechado, o resultado será interna e manter a unidade bem diferente. partidária. Na verdade, poA resposta - Amanhã José rém, a disputa vai além dos Jorge dirá a Agripino se aceita dois pré-candidatos. Nos bas- participar do "2º turno" ou se tidores, o enfrentamento é en- tem uma contra-proposta para tre o presidente nacional da le- fazer ao seu oponente. Pesará genda, senador Jorge Bor- também na disputa o prestígio nhausen (SC), que prefere José de Bornhausen e ACM. DuranJorge, e o senador Antônio te o primeiro ano e meio de goCarlos Magalhães (BA), que verno Lula, o senador baiano invota em Agripino. sistia em atrelar o partido ao A primeira consulta foi rea- presidente da República e, ao filizada pessoalmente por Bor- nal, acabou rendendo-se à tese nhausen, que pediu aos eleito- de que o melhor para o PFL era res que apontassem uma lista ficar na oposição. Exatamente tríplice. O vencedor foi o pró- por isso, vários pefelistas queprio Bornhausen, eleito como a rem homenagear Bornhausen, melhor opção por 70 eleitores, porque acham que ele adquiriu seguido de José Jorge, com 55 legitimidade porque "deu alma votos. Agripino foi o terceiro, ao partido", conduzindo-o à com a simpatia de 43 eleitores. oposição sem nenhum interesse O senador pernambucano pessoal ou regional. (AOG)

RUMO AO OUTRO PALÁCIO PAULISTAS SÓ QUEREM OS TUCANOS NO PODER, DIZ PESQUISA. E

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e os paulistas fossem às urnas entre os dias 13 e 17 de abril últimos, elegeriam Geraldo Alckmin (PSDB) presidente da República e José Serra (PSDB) governador do Estado de São Paulo. É o que mostra pesquisa da Toledo & Associados, que coloca o tucanato nas duas principais cadeiras do executivo brasileiro. Olhando o cenário para a presidência, Alckmin venceria Lula com 47,1% das intenções de voto, contra 30,5% para o presidente, e provável candidato a reeleição pelo PT. Os demais concorrentes ao cargo, como a senadora Heloísa Helena (PSol) e, caso seja o escolhido na convenção nacional do PMDB, o ex-presidente Itamar Franco ficam praticamente empatados na casa dos 4%, com uma diferença mínima. Trocando Itamar, pelo "grevista" Anthony Garotinho, o PMDB fica com o terceiro lugar na corrida com 5% das intenções de voto. O Senador Cristovam Buarque (PDT) registrou 1% da preferência do elei-

Apolinário (PDT) 3% e Plínio de Arruda Sampaio (Psol) 1%. Levando o cenário para o 2º turno, o tucano venceria o petista com 66% dos votos válidos, Mercadante ficaria com 18% da preferência. Contra Quércia, Serra teria 63% do eleitorado contra 17% do ex-governador. A pesquisa da Toledo & Associados entrevistou 1.333 mil pessoas em todo o Estado de São Paulo, sendo que 374 somente na capital paulista. A margem de erro é de 2,68 pontos percentuais para mais ou para menos. (DF)

Factoring

DC

ssa avaliação positiva de Alckmin poderá colaborar com a campanha de José Serra ao outro Palácio, o dos Bandeirantes. O ex-prefeito de São Paulo leva a melhor sobre todos os seus possíveis adversários. No confronto com o senador Aloísio Mercadante (PT) – o parlamentar venceu a ex-prefeita Marta Suplicy nas prévias do partido do último fim de semana – Serra teria 50% das intenções de voto contra 11% do petista. Orestes Quércia (PMDB) registrou 8%; Fleury (PTB) 7%; Celso Russomano (PP) 6%; Carlos

O que é Factoring?

torado paulista, o que deixa a legenda longe de qualquer ambição no Planalto. Em uma provável disputa de 2º turno, Alckmin leva o pleito com 55% da preferência contra 35% de Lula. O presi-

dente só seria reeleito no confronto direto com Itamar Franco (50% a 27%) ou Garotinho (52% a 24%). O levantamento demonstra uma aprovação da gestão Alckmin pelo eleitorado paulista, o que pode ajudar

o tucano no período mais "quente" da disputa eleitoral, na segunda quinzena de junho, período de ratificação dos nomes na disputa pela cadeira no Palácio do Planalto.

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quarta-feira, 10 de maio de 2006

Finanças Tr i b u t o s Inter nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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INDÚSTRIA TEME AUMENTO DO GÁS BOLIVIANO

O presidente boliviano Evo Morales reuniu-se com banqueiros, entre eles José Enéas Bueno, do Banco do Brasil no país.

PRESIDENTE DA PETROBRAS QUER DISCUTIR COM REPRESENTANTES DA YPFB AS INDICAÇÕES BOLIVIANAS

GABRIELLI QUESTIONA NOMEAÇÕES

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presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, questionou ontem, em rápida teleconferência com jornalistas, as nomeações de quatro diretores feitas pelo governo boliviano para a unidade da estatal brasileira naquele país. "As indicações foram iniciativa do governo boliviano. Nós pretendemos colocar esse ponto em discussão amanhã (hoje) com a YPFB (Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos)", disse Gabrielli. "Para transformá-los em diretores da Petrobras da Bolívia, há uma série de procedimentos que precisam ser resolvidos", completou o executivo, sem entrar em detalhes. De acordo com informações da Agência Boliviana de Informação (ABI), os indicados para a Petrobras naquele país foram: Felipe Hurtado para o

Jorge Silva/Reuters

cargo de síndico responsável pela companhia e, como diretores, Víctor Hugo Cuellar, Waldo Oblitas, Santiago Sologuren e Sergio Jesús Miranda. Gabrielli acompanha o ministro brasileiro de Minas e Energia, Silas Rondeau, em viagem à Venezuela e seguirá hoje para La Paz, na Bolívia, para uma reunião com o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andre Soliz Rada, sobre a exploração de gás natural. O principal assunto do encontro será o aumento do preço do gás natural. Questionado sobre a possibilidade de o governo boliviano aceitar uma elevação menor do que os US$ 2 sinalizados, Gabrielli limitou-se a dizer que a negociação será feita na reunião. Gasoduto – A entrevista teve também a participação do ministro Rondeau. Ele disse que, em agosto, será apresen-

tado aos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Venezuela, Hugo Chávez, da Argentina, Néstor Kirchner, e da Bolívia, Evo Morales, um relatório de sete grupos que estão encarregados de fazer uma avaliação sobre um gasoduto que irá da Venezuela à Argentina. Este assunto foi tratado em reunião ontem com representantes do governo venezuelano. Segundo Rondeau, o encontro serviu para atualizar o cronograma desses estudos e para acompanhar dez acordos assinados entre os governos do Brasil e da Venezuela – sobre exploração de petróleo, produção de gás natural, produção de etanol e refino, além de colaboração tecnocientífica entre laboratórios e a Petrobras. "A reunião foi boa e transcorreu em um clima amistoso", disse o ministro. (Agências)

Amorim revela desconforto de Lula em relação a Chávez

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chanceler brasileiro, Celso Amorim, manifestou ontem o incômodo do governo com as constantes interferências do mandatário venezuelano, Hugo Chávez, na crise do petróleo da Bolívia e em outras negociações diplomáticas na América do Sul. Chávez foi aliado de primeira hora do presidente da Bolívia, Evo Morales, na nacionalização das reservas de gás e petróleo naquele país, anunciada em 1º de maio. O ato afetou os negócios da Petrobras na nação vizinha e deixou expostas divergências, até agora discretas, na disputa pela liderança da América do Sul. "Foi transmitido ao presidente Chávez nosso desconforto com algumas interferências (dele). Esse desconforto foi expressado de maneira inequívoca, a ponto de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a dizer-lhe que isso colocava em prejuízo não só o gasoduto (proposto para ligar toda a América do Sul), mas a própria integração sul-americana", afirmou o ministro das Relações Exteriores, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado. "Surtiram efeitos? Não sei, mas as conversas têm sido muito francas", questionou.

Ailton Freitas/Ag. O Globo

Amorim: conversas francas

Amorim, em tom apaziguador, fez questão de demonstrar que a participação de Chávez na reunião, na semana passada, entre os presidentes Lula, Morales e Néstor Kirchner (da Argentina) para discutir o decreto de nacionalização boliviano foi importante. "A presença dele se justificou, sobretudo, em função de uma questão macro que é a situação energética da América do Sul. Naquele caso, o presidente Chávez teve uma participação construtiva", disse. O Brasil negocia, principalmente com a Venezuela, a construção de um gasoduto de mais de 8 mil quilômetros de extensão. Oposição – A oposição co-

meçou a fazer coro contra a obra. "O Brasil vai continuar a assistir a audaciosa e, para mim, nefasta, interferência do presidente Hugo Chávez, com o propósito de ser o líder da América do Sul? Temo que nasça um novo eixo de poder na América do Sul, não mais o Brasil e a Argentina, mas a Venezuela e a Argentina", atacou o senador oposicionista Arthur Virgílio (PSDBAM), líder de seu partido no Senado. Ele procurou rotular a política externa do governo de incompetente e se mostrou preocupado com o avanço do "chavismo" na América do Sul. Sobre a relação do País com a Bolívia, o chanceler afirmou no Senado que a nação vizinha é estratégica para o Brasil por fazer fronteira com alguns estados e que os governos continuarão mantendo relações. "Essa nacionalização não nos surpreendeu, era previsível desde as eleições. A forma como foi feita nos surpreendeu", afirmou Amorim. O senador Jefferson Perez (PDT-AM) ameaçou apresentar voto de censura ao governo brasileiro no Senado pela "tibieza" na reação do Brasil. No início da audiência no Senado, o chanceler classificou como "desnecessária" a ocupação da Petrobras por tropas do exército boliviano no dia 1º de maio. (Agências)

EUROPA PREOCUPADA COM CHÁVEZ

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íderes políticos europeus se preparam para uma reunião com colegas latino-americanos na próxima sexta-feira, 12, em Viena, na Áustria. O clima é de perplexidade, incerteza e preocupação com os recentes eventos na Bolívia e a crescente influência regional do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Até muito recentemente, eles esperavam que a 4ª Cimeira União Européia-América Latina serviria para reforçar os laços com uma região crescentemente dominada por políticas econômicas ortodoxas e modernizadoras, e que vem registrando uma recuperação econômica relevante nos últimos anos. Mas agora, surpresos, se vêem diante de uma onda de ressurgência do nacionalismo em vários países sulamericanos, o que impossibilita identificar com clareza quem é a liderança mais influente da região – o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ou Chávez. "A América Latina está novamente se transformando em

um grande ponto de interrogação", diz o professor da London School of Economics, Francisco Panizza. "Há um clima de perplexidade entre os europeus com as mudanças políticas na região." Panizza explica que antes do presidente Evo Morales nacionalizar as reservas de gás e petróleo da Bolívia ainda prevalecia entre os europeus, inclusive na imprensa, uma visão "romântica" do nacionalismo pregado por Chávez e a eleição de Morales na Bolívia. "A avaliação é de que se tratava do renascimento de movimentos que querem ter voz própria, se distanciar dos Estados Unidos", explica o acadêmico. Mas, acrescenta, após a nacionalização boliviana, "o romantismo está acabando". O motivo é óbvio: interesses de empresas européias, como a Repsol espanhola ou a British Gás britânica, estão ameaçados na Bolívia e empresas européias temem que o mesmo possa ocorrer com seus investimentos na Venezuela, Peru, Equador e México.

Esse clima de incerteza, porém, não significa que a Cimeira esteja fadada ao fracasso. O comunicado final do encontro deverá ser positivo, sinalizando maior cooperação entre os continentes. (Agências)

O ministro Rondeau (à frente) participa de reunião na Venezuela com presidente da Petrobras, Gabrielli

Indústria pode voltar a usar óleo

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presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-embaixador Rubens Barbosa, admitiu ontem que, dependendo do reajuste que o governo boliviano repassar para os preços do gás natural que exporta ao Brasil, as indústrias terão de voltar a usar o óleo combustível. "O que se discute é até que ponto o aumento de preços (a ser definido pelo governo boliviano) poderá ser absorvido pela indústria", disse Barbosa, informando que a Fiesp não dispõe ainda de dados sobre qual seria esse limite. "Se a Bolívia pedir preços exagera-

dos, a industria não terá condições de aceitar. Portanto, é normal que se esteja cogitando de fórmulas alternativas." Segundo Barbosa, a Fiesp já estuda planos alternativos, embora não trabalhe com a hipótese de uma interrupção de fornecimento do gás boliviano. A indústria paulista consome 76% de todo o gás vindo do país vizinho. "É importante que as negociações (entre o governo brasileiro, Petrobras e autoridades bolivianas) sejam bem feitas, bem trabalhadas para que, se houver um aumento, ele seja razoável e passível de absorção pela indústria", observou. Pedido antigo – Ele lembrou que a maioria das indústrias paulistas migrou para o

gás natural há poucos anos justamente a pedido da Petrobras, como forma de viabilizar economicamente a finalização do Gasoduto Brasil-Bolívia. "Mas se houver problema, a tendência é voltar ao combustível original e isso representará um custo à indústria." Além dos custos de uma eventual "reconversão" das fontes de energia industrial, os estudos da Fiesp apontam ainda dois problemas sérios. Primeiro, os preços do óleo combustível/diesel, que estão pressionados pela disparada internacional nos preços do petróleo. Outro obstáculo, cujo alcance a Fiesp não sabe ainda mensurar, mas que preocupa, são as restrições ambientais ao uso de óleo. (AG)

Bolívia: só terra ilegal será retomada

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governo boliviano assegurou ontem que seu plano para nacionalização de terras privadas só valerá para áreas adquiridas ilegalmente ou que estejam improdutivas, negando rumores de que haverá expropriações em massa. O ministro do Desenvolvimento Rural, Hugo Salvatierra, contestou reportagens da imprensa local segundo as quais haveria planos de confiscar 11 milhões de hectares (10% do território nacional). Segundo ele, o governo "garantirá a segurança jurídica dos proprietários." "Não devem temer o confisco os empresários bolivianos, e menos ainda os brasileiros, caso tenham conseguido terras de maneira legal e cumpram a função para a qual fizeram essas aquisições," disse Salvatierra a jornalistas.

A menção específica aos brasileiros foi feita devido a uma pergunta dos jornalistas sobre a situação das terras próximas à fronteira, sobre as quais há uma série de restrições.

Centenas de produtores brasileiros estabeleceram-se na Bolívia no início dos anos 90, atraídos pelo custo mais baixo da terra e pelo clima ideal para o cultivo da soja. (Reuters)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Para mim, o estudo é um enigma. No começo, ninguém sabe se vai dar certo. Mas no caso dos jovens de Heliópolis, a música passou a habitar o seu ser Sílvio Baccarelli

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corda, Brasil!, peça de Antônio Ermírio de Moraes, que estreou na última sexta-feira, no Teatro Shopping Frei Caneca, em São Paulo, retrata a transformação pela qual passou a comunidade da favela de Heliópolis após a chegada de um projeto social. "Para mim, o estudo é um enigma. No começo, ninguém sabe se vai dar certo. Mas no caso dos jovens de Heliópolis, a música passou a habitar o seu ser." Com estas palavras, o maestro Sílvio Baccarelli define o espírito do projeto do Instituto Baccarelli, que ensina música a crianças e adolescentes que freqüentam as escolas públicas do bairro da zona Sul da capital paulista desde 1996. Atualmente, o Instituto conta com 505 alunos. Para Baccarelli, o sucesso do projeto é conseqüência direta da opção por acreditar, desde o início das atividades, na capacidade dos jovens e das crianças. "No começo, por nunca terem tido contato com a música erudita, eles est r a n h a r a m . E n t re t a n t o , a dedicação dos professores os estimulou a se empenhar. Hoje, há muitos que estão fazendo faculdade de música", ressalta. O maestro acredita que estas mudanças continuarão acontecendo quando o Instituto se transformar na Academia de Artes, que oferecerá não apenas música, mas também teatro e dança. Para comandar os cursos nestas áreas foram convidados o diretor teatral José Possi Neto e a bailarina Ana Botafogo. Estamos O maestro dando a Edilson Veneles uma tureli, coordeformação nador do Insque tituto, explica que os alunos possibilite têm consciênque eles cia de que premesmos c is am se esrompam o forçar para seciclo de rem admitidos e para miséria continuar no Edilson projeto. "Digo Ventureli a o s a l u n o s que nada cai do céu. Este não é um projeto assistencialista porque optamos não por trabalhar as carências, mas os talentos e as aptidões. Estamos dando a eles uma formação que possibilite que eles mesmos rompam o ciclo de miserabilidade", resume. Atualmente, os jovens da Sinfônica Heliópolis recebem uma bolsa de R$ 500 a R$ 700. Eles passam por um processo contínuo de avaliação de desempenho e a freqüência é controlada. Os escolhidos são os alunos de escolas públicas da comunidade de Heliópolis e de outros bairros do entorno. O maestro Ventureli ressalta a importância deste sistema de trabalho e da transformação que a música opera nas pessoas citando o próprio exemplo, que sem recursos começou a aprender piano aos cinco anos: seu pai ia a pé para o trabalho para pagar os estudos dos filhos. Paula Cunha

MÚSICA MUDA DESTINOS NA FAVELA DE HELIÓPOLIS Newton Santos / Hype

Os 68 jovens músicos da Sinfônica Heliópolis viraram atores e, ao mesmo tempo, personagens da terceira obra do empresário Antonio Ermírio de Moraes, "Acorda, Brasil". A peça, dirigida por José Possi Neto, mostra o poder transformador da música, e principalmente da educação, na vida de jovens carentes. O pano de fundo é a história do Instituto Baccarelli, projeto social que surgiu após um grande incêndio que praticamente destruiu a favela da zona Sul da capital paulista em 1996. Conheça um pouco da história de dois jovens da comunidade, Claudionor de Lima e Jennie Cristina Moreira, que hoje estão no palco do Teatro Shopping Frei Caneca graças à atitude pioneira do maestro Sílvio Baccarelli. Claudionor até virou ator Fotos: Luludi / Luz

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Claudionor de Lima, um dos atores que interpreta o personagem VR na peça Acorda Brasil, foi selecionado entre os alunos do Instituto Baccarelli

O maestro Edilson Ventureli e a Sinfônica de Heliópolis, durante apresentação da peça Acorda, Brasil!, com texto de Antônio Ermírio de Moraes Luludi / Luz

Palco é o futuro de Claudionor

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articipar de uma peça teatral que conta uma parte da sua própria trajetória é uma experiência inédita na vida de Claudionor de Lima, de 19 anos. O novo "trabalho" chegou para confirmar uma vocação. "No princípio, tocava pelo gosto de tocar. Agora sei que é isso o que quero para a minha vida", garante. Agora ele encara de frente a a oportunidade de interpretar o personagem VR em A c o rd a , B r a s i l ! . N a p e ç a , Claudionor é um jovem agressivo e rebelde, que se transforma quando um pro-

Jennie pretende conquistar o mundo com seu violoncelo

fessor decide ensinar música na comunidade carente em que vive. No Instituto Baccarelli desde 2000, o adolescente conta que a música e a arte surgiram através de histórias que foram se encadeando. No começo nem havia percebido que gostava tanto de música, mas ouvia as histórias sobre o avô, que não conheceu e era músico. As vivências dele, contadas pela família, influenciaram o jovem e, quando surgiu a chance de aprender a tocar um instrumento, ele foi se inscrever para tentar uma vaga no Instituto com a

namorada. Claudionor passou na "peneira" e ela não, mas o namoro não terminou. Outra escolha "meio ao acaso" foi a do instrumento. O jovem paulistano conta que no começo todos os seus amigos queriam tocar violino e, por isso, ele acabou optando pela viola erudita. Quanto à reação dos pais diante de sua escolha profissional, o jovem relata a surpresa positiva demonstrada pela família. "Eles ficaram orgulhosos porque tenho mais sete irmãos e sou o único que optou por uma carreira artística", afirma. (PC)

Antonio Ermírio de Moraes entre os atores, o diretor José Possi Neto (à esq.) e o maestro Sílvio Baccarelli (à dir.)

la respira música o tempo todo. Jennie Cristina Moreira superou muitas dificuldades para realizar seu sonho: tocar violoncelo. Seu talento está sendo apreciado por todos desde que começou a tocar o instrumento na Sinfônica Heliópolis há dez anos. Agora, ela tem a oportunidade de mostrar mais uma faceta de suas habilidades artísticas: atua na peça Acorda, Brasil!. Esta conquista é resultado, segundo a jovem de 20 anos, de muito esforço e dedicação. Ela também leva ao "pé da letra" o lema de sua mãe: "começou, vai até o fim". Moradora da comunidade de Heliópolis há 14 anos, Jennie conta que teve que lutar muito para ser admitida no Instituto Baccarelli. "Quando a diretora da escola municipal onde eu estudava começou a selecionar os estudantes para o projeto, ela escolheu primeiro os melhores alunos e depois pegou também os que tinham problemas. Eram para ser selecionados 34 e no fim foram 37. Era boa aluna mas tive que batalhar bastante." Jennie se define como uma pessoa que gosta de coisas novas e de aprender. Ela aproveitou todas as oportunidades que surgiram para fazer cursos. E, quando apareceu a chance de estudar música, se agarrou a ela. No momento de optar por um instrumento, sua primeira escolha ficou entre os mais tradicionais: piano ou violão. Entretanto, quando ouviu o som do violoncelo pela primeira vez apaixonou-se. Jannie conta que nunca havia ouvido uma orquestra antes. Só escutou trechos de óperas aos 13 anos em um projeto voltado para escolas públicas. A jovem encantou-se com as Bodas de Fígaro, de Mozart, e a audição foi decisiva para todas as escolhas que fez posteriormente. Em casa, a jovem conta com o apoio da mãe, Maria José Moreira. A dona de casa nunca teve formação musical na infância ou na adolescência. "Na infância, quis tocar piano mas não tinha meios". Por isso, ela diz que seu maior orgulho é ouvir a filha tocando porque testemunhou todo o seu esforço para progredir. Seus dois outros filhos também estão no projeto: um aprende violoncelo e a outra, clarineta. Hoje, é Jennie quem insiste ainda mais em dar vida ao seu projeto musical. Ela conta que teve um filho, há dois anos, o que a obrigou a interromper temporariamente os estudos, mas voltou ao Instituto e "agora as minhas conquistas também vão beneficiá-lo". (PC)


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Estilo Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

MINISTRO RECONHECE AUTONOMIA DO COPOM

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ofertas públicas de ações já foram feitas neste ano, de acordo com a Bolsa de Valores de São Paulo.

GANHO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DE JANEIRO A MARÇO SOMOU R$ 1,46 BILHÃO, SEGUNDO BALANÇO

ITAÚ TEM LUCRO 28% MAIOR NO TRIMESTRE

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banco Itaú anunciou ontem ter obtido lucro líquido de R$ 1,46 bilhão no primeiro trimestre do ano, resultado próximo ao divulgada na segunda-feira por seu maior concorrente, o Bradesco, que teve ganho de R$ 1,53 bilhão de janeiro a março. O crescimento dos dois resultados, na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, também foi muito próximo. No Itaú, de 28%, e no Bradesco, de 27%. Segundo analistas, não é mera coincidência. Na disputa pela liderança do varejo bancário do País, os dois estão ficando pouco a pouco mais parecidos. "Os bancos convergiram um pouco mais este ano", disse o analista do setor financeiro do banco UBS, Bruno Pereira. O diretor de Controladoria do Itaú, Silvio de Carvalho, reconheceu que, na competição para ganhar escala no varejo, os dois concorrentes acabam se modelando de forma parecida. "Os dois operam no mesmo mercado e os números refletem isso." Até a linha do balanço que mais chamou a atenção de analistas foi a mesma nos dois casos: a provisão para créditos de liquidação duvidosa, conhecida por PDD. "O nível de provisão está mais elevado do que imaginávamos", disse Pereira, que na segunda-feira já havia se surpreendido com os números apresentados pelo Bradesco, que provisionou R$ 938 milhões no primeiro trimestre. A despesa contábil do Itaú com PDD somou R$ 1,445 bilhão de

Lindomar Cruz/ABr – 23-3-06

janeiro a março, praticamente o dobro da registrada no primeiro trimestre de 2005. O expressivo aumento não preocupa o banco, disse o diretor. "O aumento dessa despesa é uma tendência de mercado, pois apostas mais agressivas no segmento de pessoas físicas embutem maior risco." Carvalho estimou a taxa de inadimplência em até 4,5% da carteira de crédito neste ano. Crédito — No final de março, os empréstimos dados como perdidos equivaliam a 4% da carteira do Itaú, que atingiu R$ 72,046 bilhões, com crescimento de 26,4% na comparação com o fim de março do ano passado. Na mesma relação, o crédito para pessoas físicas cresceu 48,4%, para R$ 30,8 bilhões no fim do período. O crescimento da carteira de crédito do Itaú sobre o último trimestre de 2005 surpreendeu Pereira. "No crédito pessoal, o crescimento foi de 11%, e no segmento de automóveis, de 14%. Essas duas áreas, juntas, cresceram perto de 7%, elevando a participação de mercado do Itaú", disse o analista. Com o ganho obtido nos primeiros três meses deste ano, o Itaú obteve uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anualizado de 36,3%. A relação é usada no mercado para medir a atratividade de um banco para investidores. O Itaú fechou os primeiros três meses do ano com um total de R$ 2,121 bilhões de receita de serviços (tarifas), mais do que os R$ 1,794 bilhão obtidos com essas receitas no primeiro trimestre de 2005. (Reuters)

Banco suíço UBS compra Pactual Mantega disse que tem excelentes relações com Henrique Meirelles

Mantega diz que só O elogia ação do Copom

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que tem um excelente relacionamento com o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e que só dá declarações elogiosas sobre a atuação do Comitê de Política Monetária (Copom). Desde que assumiu o comando da Fazenda, Mantega tem defendido uma redução rápida da taxa básica Selic, enquanto Meirelles e a diretoria do BC têm mantido uma posição mais cautelosa. Ao ser questionado sobre um possível mal-estar entre o Ministério da Fazenda e o BC, o ministro respondeu: "Que mal-estar? Eu só dou declarações elogiosas ao Banco Central e digo que eles têm sensibilidade para analisar o comportamento da inflação".

No entanto, Mantega não perdeu a oportunidade de alfinetar Meirelles. O presidente do BC afirmou anteontem que autoridades podem dar suas opiniões sobre juros, mas o Copom toma suas decisões sozinho. Mantega reagiu, dizendo que o Copom tem mesmo autonomia para decidir, mas que "o ministro da Fazenda tem a obrigação de analisar a situação econômica, a situação da inflação e chegar a suas conclusões". "Já pensou o ministro da Fazenda não ter opiniões sobre economia? Seria o fim da picada. É claro que o Copom tem autonomia para decidir. Agora, eu posso analisar e dizer: olha, a inflação está sob controle, as taxas de atacado estão até negativas. A situação econômica nunca esteve tão favorável", afirmou. (AG)

Pactual, último grande banco de investimentos nacional, foi comprado ontem pelo suíço UBS por até US$ 2,6 bilhões. "O Brasil tem um dos mercados financeiros em mais rápido crescimento no mundo e, portanto, é uma área essencial para o UBS", disse o presidente do banco suíça, Peter Wuffli, em nota. "A instituição será uma plataforma inigualável para a expansão dos negócios no Brasil e na América Latina", completou. Segundo a nota, o valor conjunto das receitas de prestação de serviços dos bancos de investimentos no Brasil em 2005 foi um dos maiores entre as economias emergentes e correspondeu a cerca de 40% do total da América Latina. André Esteves, sócio sênior do Pactual, afirmou no comunicado que a aquisição permitirá um aprimoramento significativo na linha de produtos, dando ao banco a liderança de mercado em todas as áreas. Gestão de recursos — O UBS é uma das maiores instituições de serviços financeiros do mundo, além de ser o maior gestor global de patrimônio. Na Suíça, é líder de mercado

entre os bancos de varejo e comerciais. A instituição tem escritórios em 50 países, com cerca de 39% dos funcionários trabalhando nas Américas, 37% na Suíça, 16% no resto da Europa e 8% no Pacífico Asiático. As atividades financeiras do UBS empregam aproximadamente 70 mil pessoas. O Pactual, com escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro, tem 517 funcionários, incluindo 33 sócios. Fundado em 1983 como distribuidora de títulos e valores mobiliários, desde 1984 se dedica à gestão de fundos de investimento. Na área de mercado de capitais, o Pactual é um dos principais coordenadores de emissões de ações e renda fixa no País e atua como distribuidor nos mercados local e internacional. A área de pesquisa do banco acompanha cerca de 150 companhias brasileiras. A empresa de administração de recursos de terceiros, a Pactual Asset Management, administrava US$ 18,6 bilhões ao final do primeiro trimestre. A carteira de gestão de patrimônio tinha sob responsabilidade cerca de US$ 4,6 bilhões de pessoas físicas. (AE)

Captação na Bovespa chega a R$ 11 bilhões

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s empresas brasileiras já levantaram cerca de R $ 11 b i l h õ e s c o m ofertas públicas de ações este ano, volume próximo ao recorde de R$ 14,1 bilhões ao longo de todo o ano passado. O bom desempenho levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a pensar em rever a projeção de até 30 ofertas em 2006, feita no final de 2005. "Acho que talvez seja o momento de rever a estimativa, pois há um grande número de empresas chegando ao mercado de ações", afirmou o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho. Otimista, Magliano disse que o período eleitoral não deve ter impacto negativo sobre a bolsa de valores. "Eleição não mexe com o mercado. A economia brasileira está muito bem", avaliou.

Em 2006, já foram feitas 18 ofertas de ações e há pedidos para outras 14 na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O mercado acionário se beneficia da forte liquidez internacional e dos baixos juros nas maiores economias do mundo. Até empresas de menor porte captam recursos na bolsa. Um exemplo é a CSU CardSystem, que levantou R$ 340 milhões. Neste mês, pelo menos mais duas ofertas devem ser concluídas: a da Lupatech (empresa que vende equipamentos para automação) e a da Brasil & Movimento (fabricante das bicicletas Sundown). Os maiores compradores das novas ações têm sido investidores estrangeiros, que ficaram com 60,19% das ofertas no ano passado e com 74,41% das deste ano. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Sempre penso: Oh, meu Deus, sou uma mãe ruim. Às vezes, quero chegar em casa e colocar as crianças na cama. Mas em outras, quando passo muito tempo com os meus filhos, penso: Quero ser uma artista. É muito difícil Da cantora e popstar Madonna, mãe de dois filhos.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

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MAIO Recolhimento de ICMS, ISS e IRRF Dia da Cavalaria Dia do Campo

P ALESTINA R ELIGIÃO

Inquisição para o 'Código' Representantes da Igreja Católica na Grã-Bretanha e integrantes da Opus Dei criaram um "grupo em resposta ao Código Da Vinci" com o objetivo de fazer um contra-ataque ao lançamento do filme baseado no best-seller de Dan Brown. O livro, que vendeu 40 milhões de cópias em todo o mundo, faz a afirmação considerada herética pelos religiosos de que Jesus Cristo teria se casado com Maria Madalena,

teve filhos com ela e, pior, a Igreja Católica teria encoberto a verdade por mais de dois mil anos. O grupo católico conservador Opus Dei lidera a resposta ao filme porque é retratado no livro como assassino e obcecado pelo poder. Eles acusam o filme de denegrir a imagem dos religiosos. O filme tem pré-estréia no Festival de Cannes no dia 17 de maio e estréia mundial no dia 19.

H ISTÓRIA David Mdzinarishvili/Reuters

Pacto da não-violência Primeiro-ministro palestino obtém acordo entre Hamas e Fatah

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p ri m e i ro- m i n i st ro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniye, chegou a um acordo com os militantes dos grupos Hamas e Fatah para que cessem os episódios de violência registrados na Faixa de Gaza nos últimos dois dias. O pacto foi obtido nas primeiras horas de hoje (horário local). Haniye, do grupo islâmico Hamas, disse que as partes aceitaram "o diálogo como a única forma de solucionar as

diferenças". Ahmed Helas, um líder da Fatah, leu uma declaração conjunta na qual as partes comprometem-se a resolver pacificamente as divergências e expulsar qualquer integrante que use armas ilegalmente. Hamas e Fatah estão engajados numa acirrada disputa de poder desde janeiro, quando o grupo islâmico venceu as eleições palestinas por ampla margem. A rival Fatah dominara a política palestina por mais de quatro décadas. Apenas algumas horas antes

de o acordo ser firmado - com a missão de afrouxar o boicote econômico aos palestinos por intermédio de ajuda humanitária emergencial - pelo menos 12 pessoas ficaram feridas nos diversos episódios de violência envolvendo militantes do grupo islâmico Hamas e do partido político Fatah na Faixa de Gaza. O ataque alimentou temores de agravamento da situação, apesar de líderes dos dois grupos se pronunciarem publicamente contra a violência interna. (AE)

Finbarr O´Reilly/Reuters

F UTEBOL

Real Madrid preserva craque Parado desde 8 de abril, quando sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda, o jogador Ronaldo só volta a jogar em 30 de maio, na Suíça, no amistoso do Brasil contra a seleção da Lucerna. O atacante sonhava em retornar na próxima terça-feira, na partida entre Sevilla e Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol, mas foi vetado pelos médicos do clube depois de um exame de ressonância magnética que mostra cicatrização incompleta de sua lesão. B RAZIL COM Z

'Todos os times temem o Brasil'

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Soldados russos marcham durante um desfile na Praça Vermelha, em Moscou, nas comemorações do Dia da Vitória. O fim da Segunda Guerra Mundial foi celebrado ontem em toda a Europa.

O NU

C IÊNCIA

Gerações futuras Brasil e Cuba sem o gene do câncer no conselho

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Cuba foi eleita ontem para integrar o novo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), após receber 135 votos na Assembléia-Geral. Também foram eleitos para o conselho China e Arábia Saudita. Além de Cuba, as outras sete cadeiras reservadas à América Latina serão ocupadas por Brasil, Argentina, Guatemala Equador, Peru, México e Uruguai. O conselho, um novo órgão da ONU, já vem sendo criticado por dar vaga a violadores como China e Cuba.

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As mulheres britânicas propensas a desenvolver câncer de mama e de ovário hereditários poderão no futuro escolher embriões livres dos genes causadores da doença. A decisão da Autoridade para a Fertilização Humana e Embriologia evitará que as próximas gerações de mulheres herdem a predisposição ao desenvolvimento desse tipo de câncer, cujo índice de probabilidade é de 80%. A medida se aplica também a um terceiro gene, responsável pela predisposição ao câncer de cólon.

EMERGÊNCIA - Nigéria: um bebê de um ano, pressiona seus dedos contra os lábios de sua mãe, denunciando o maior problema do país, a fome. A foto foi a vencedora do prêmio World Press Photo 2006 e integra a mostra que começa amanhã no Sesc Pompéia.

A agência de notícias chinesa Xinhua divulgou ontem uma entrevista com o técnico de futebol brasileiro Mario Zagallo em que ele diz que todas as equipes que participam da Copa de 2006 têm medo de enfrentar o Brasil. "Eu não gostaria de ser adversário da equipe brasileira. Dizem que os brasileiros são favoritos, são os craques que precisam cumprir sua responsabilidade", disse Zagallo. "Uma vitória sobre a seleção brasileira é tão importante quanto ganhar o mundial", acrescentou ele na melhor propaganda da seleção brasileira na China até agora. T URISMO

Cuidado, país anti-social

M ÍDIA

O Reino Unido foi eleito o país com maiores problemas de comportamento anti-social da União Européia em uma pesquisa da companhia ADT e pelo Instituto contra o Crime Jill Dando da University College London (UCL). Consumo de bebidas alcoólicas em excesso promoveriam o comportamento anti-social, segundo o estudo. Os britânicos foram apontados por 76% dos entrevistados como anti-sociais, seguidos dos franceses, com 75% dos votos, e alemães, com 61%.

C A R T A Z

MOZART

C IÊNCIA

Rainha em missão de paz Wolfgang. Concerto da Banda Sinfônica do Estado e do pianista André Mehmari (foto), em homenagem a Mozart. No repertório, trechos da óperas Don Giovanni e A Flauta Mágica, além de composições de Mehmari. Teatro Sérgio Cardoso. Rua Rui Barbosa, 153. Telefone: 3288-0136. 21h. R$ 25.

Holografia em alta resolução

Transplantes salvando vidas

A inglesa Claro TVlançou um modelo de televisão de grande tela que usa tecnologia holográfica para projetar a imagem. O resultado é alta resolução em tela transparente. Preços sob consulta.

Doação de órgãos, tecidos, medula óssea e sangue, vídeos, dados sobre os centros estaduais dedicados a transplantes, estatísticas, informações aos familiares de doadores e lista de espera são algumas das informações disponíveis no site do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. O site tem seções para a população e para os profissionais da área médica. Um serviço específico ajuda a tirar dúvidas sobre transplantes e doação de órgãos.

www.clarotv.co.uk/index.html

www.benandizzy.com

Rania, rainha da Jordânia promovendo a justiça

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

As mulheres sabem dizer se um homem gosta de crianças apenas com um olhar – o que o torna mais atraente quando estão a procura de um relacionamento. É o que sugerem cientistas norteamericanos com base em um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society. Os resultados indicam que as mulheres são capazes de interpretar as feições dos homens e usam essa percepção para escolher potenciais "bons pais" para seus futuros filhos. www.pubs.royalsoc.ac.uk

L OTERIAS Concurso 451 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 05

Conselho de Segurança da ONU: Irã terá chance de escolher entre benefícios e sanções Promessa de renúncia garante mais um ano de governo ao primeiro-ministro Tony Blair Teste de HIV pode se tornar exame de rotina para adultos e adolescentes norte-americanos

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Segundo Sorteio 03

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www.saude.gov.br/transplantes

A TÉ LOGO

referência oblíqua à controvérsia recente sobre cartoons publicados primeiro na Dinamarca que mostraram o profeta Maomé como um homem-bomba e provocaram protestos furiosos de muçulmanos ao redor do mundo.

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F AVORITOS

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de seu potencial em um mundo seguro, pacífico e justo", disse a rainha em um discurso no evento. Criado por uma empresa jordaniana com David Pritchard, ex-produtor de Os Simpsons, o seriado de animação Ben & Izzy é sobre dois garotos de 11 anos, um dos EUA e outro da Jordânia, que partem em aventuras de viagem ao tempo com a ajuda de um gênio c h a m a d o Ya s m i n e . N enhum dos garotos tem identificação específica com uma religião. A rainha disse esperar que o cartoon ajude a promover o entendimento, fazendo uma

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G @DGET DU JOUR

enjamin Martin e Isam Aziz poderão nunca se tornar tão famosos como Bart Simpson, mas os criadores de um cartoon chamado Ben & Izzy, com os dois personagens, têm uma ambição maior: promover a paz mundial. A animação, que está em fase de produção e ainda tem de encontrar um distribuidor, foi apresentado a líderes da indústria da mídia dos EUA em um jantar de gala em Nova York, na segunda-feira, pela rainha Rania da Jordânia. "Sejamos muçulmanos, cristãos ou judeus... quer vivamos no Oriente Médio ou no Upper West Side (de Nova York)... todos queremos que nossas crianças sejam capazes de tirar o máximo

Futuro papai à primeira vista

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Concurso 1598 da QUINA 08

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

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6,60 9/5/2006

reais foi o valor de fechamento das ações da Embratel no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis subiram19,34%.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 04/05/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.982.884,36 Lastro Performance LP ......... 1.197.231,80 Múltiplo LP .............................. 3.754.237,71 Esher LP .................................. 2.496.970,08 Master Recebíveis LP ........... 661.617,44

Valor da Cota Subordinada 1.055,335809 1.009,013848 1.043,565863 1.016,885320 976,029637

% rent.-mês 0,4530 0,4441 0,8394 0,2823 0,5416

% ano 8,0212 0,9014 4,3566 1,6885 -2,3970

Valor da Cota Sênior 0 1.026,541998 1.033,951363 0 0

% rent. - mês 0,1754 0,1911 -

% ano 2,6542 3,3951 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


O D N

A R O

M E M

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Assunto: Parabéns Parece mesmo que se está folheando não só o DC como fazendo browse sobre o Impostômetro em toda a mídia. Parabéns também pela estruturação do site.

G LO

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DE

B O N

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BENEDICTO FERRI DE BARROS

Folha A

es/ arqu lan M

Assunto: Parabéns ao novo site Parabéns ao novo site. Ficou mais dinâmico e mais fácil de ler cada coluna. Mais uma vez parabéns.

em Imag

PAJOLUBE@TERRA.COM.BR

ALDO FELIX

Nonô (acima) com o PT e Renan (abaixo) com os tucanos

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ALDOFELIX2003@

UCHA, MERCADO GOSPEL MERCADOGOSPEL@UOL.COM.BR

Imag Folha arq Lula M

ues/

Assunto: o site era ótimo Acessar o Diário do Comércio ficou mais difícil. Quem quer ler notícias rápidas não tem paciência para esperar por esse programa e ainda por cima imprimir a página. Uma pena porque o site de vocês era ótimo.

em

HOTMAIL.COM

Folhear o Diário do Comércio na internet

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Um pequeno retrato do Brasil em Alagoas José Thomaz Nonô (PFL-AL) é um dos mais ferozes críticos de Lula na Câmara dos Deputados. Renan Calheiros (PMDB-AL) é o maior aliado de Lula no Senado. Mas, em Alagoas, Renan deve apoiar seu colega senador Teotônio Vilela Filho (PSDB) para o governo estadual. E Nonô será candidato ao Senado na chapa do deputado federal João Lyra (PTB), que também quer a cadeira hoje ocupada por Ronaldo Lessa (PSB), que concorre ao Senado. Só que, para presidente, Lyra vai de Lula e o filho do Menestrel das Alagoas vai de Alckmin. Ou seja, em sua base eleitoral Renan estará amarrado à candidatura presidencial tucana e Nonô, à caravana petista. Quem me confirmou essa história foi o próprio Nonô. Não deixa de ser um retrato do Brasil. Em escala reduzida, mas sem dúvida um retrato fiel. BLOG DO ALON HTTP://BLOGDOALON.BLOGSPOT.COM/

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Jorge Araújo/Folha Imagem - 02-05-2006

DOISPONTOS -11 11

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ROBERTO FENDT A MARCHA DA INSENSATEZ déias têm conseqüências, dizia Richard Weaver. Foi esse pensamento que inspirou a criação do Institute of Economic Affairs, de Londres, o think tank que preparou as políticas alternativas aplicadas por Margaret Thatcher, quando o Partido Conservador foi eleito pelo povo inglês para por a Inglaterra de volta no mapa dos países desenvolvidos. Mas não só as boas idéias têm conseqüências. As más, também. Veja agora o que acaba de fazer o senhor presidente. Investido de suas funções legislativas, Sua Excelência acaba de baixar duas Medidas Provisórias relacionadas com o movimento sindical. A primeira, de número 293, dispõe sobre o reconhecimento das centrais sindicais para efeito de representação legal dos trabalhadores. A segunda, de número 294, cria o Conselho Nacional de Relações do Trabalho (CNRT). Essa MP transforma na prática o Fórum Nacional do Trabalho em um colegiado tripartite permanente, formado pelo governo, pelos empregados e pelos empregadores. É claro que Sua Excelência bem poderia ter enviado projeto de lei ao Congresso, dado que a matéria, ainda que fosse relevante, carece de urgência. Mas, como já disse sua excelência, não é possível governar sem as medidas provisórias.

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Roubaram meu I carro a gás ão me restou alternativa que negociar com o ladrão. Por telefone acertei o pagamento do ‘resgate’ e agora espero que o bandido "mantenha sua palavra". A única diferença, em relação à realidade, é que não elogiei o seqüestrador. Fui obrigado, constrangido a negociar, mas não cheguei ao ponto de celebrar a soberania do assaltante. Não reconheço seu direito de roubar. Claro está que a expropriação das refinarias pelo governo da Bolívia suscita outro tipo de questionamento, desde o jurídico (a soberania daquele país às suas fontes de energia) ao complexo de cunho ideológico. Não se discute o direito da Bolívia de seguir o paradigma do próprio Vargas; antes sim seu poder de rasgar contratos e tomar refinarias à força. O medo maior é sobre se a postura de Lula -- exageradamente branda, beirando a letargia -- na defesa do interesse brasileiro, não será parte de uma estratégia mais ampla de reeleição. Saqueiem-me, roubem-me; estarei sempre disposto a oferecer a outra face. Meu preço é barato: garanta-me o fornecimento do gás até outubro. Meu povo não pode sentir, lá na ponta, que o preço do GNV explodiu! E muito menos que falta gás. Então, sim, estará justificada a presença de Kirchner e principalmente Hugo Chávez numa reunião bilateral em que teoricamente Lula e Evo Morales deveriam discutir a questão das refinarias até anteontem de propriedade da Petrobrás. Ou foram conhecer as cataratas? A outra hipótese é simples: tudo não passa de simples incompetência. Se nosso presidente ti-

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nha 1 qualidade ou experiência esta seria: Lula é ótimo negociador. Lá pela década de 80, convocasimples da negociação, nosso va a massa e antes de mais nada iniciava a greve, governo optou pela partindo depois para dialogar. Com a produção estancada, o patronato optava pelo mal menor pior alternativa. dos aumentos salariais. O que faz agora o expeSilenciou quando riente metalúrgico? Logo depois da Bolívia salhe cumpria reagir. quear propriedades brasileiras, aplaude o "direiTudo para garantir to" do vizinho fazer uso de sua "soberania". Refeum gás que a renda o seqüestro do... companheiro Morales. Bolívia apenas Sob o aspecto simples da negociação, nosso pode entregar a governo optou pela pior alternativa. Silenciou quando lhe cumpria reagir. Tudo para garantir nós. um gás que, todos sabem, a Bolívia apenas pode entregar a nós. Agora resta esperar, como no caG Agora resta so de meu fusca, que o ladrão seja honesto, equiesperar, como no caso de meu fusca, librado e cumpra sua palavra. O Brasil não poderia ter optado por pior estratégia de negociaque o ladrão seja lá se vão milhões e até bilhões de dólares da honesto e cumpra ção; "minha" Petrobrás. Que nacionalista; o petróleo sua palavra. era nosso, agora é deles. O Brasil não Tudo enseja uma triste conclusão: há vários poderia ter optado modos de roubar. Por ação ou omissão! A mão arpor pior estratégia mada como aconteceu comigo; ou por inércia, de negociação. deixando de lado o interesse nacional. Quando roubaram meu carro a gás, perturbado emocionalmente, convoquei para intermediar a negociação um experiente metalúrgico. Qual não foi minha surpresa ao constatar que ele, que deveria defender meus interesses, ficou amigo do seqüestrador. Celebraram juntos num hotel-cassino de fronteira. Meu carro voltou depenado. G Sob o aspecto

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CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA É SUPERINTENDENTE JURÍDICO DA ACSP E PROFESSOR DA FGV.

uanto à MP 293, que visa o reconhecimento legal das centrais sindicais na representação dos trabalhadores, o que se está pretendendo é tornar ainda mais rígidas as relações de trabalho no País. A legislação imposta goela abaixo pela MP, manu militari, não conduz à maior liberdade de negociação entre empregados e empregadores. Se aceita pelo Congresso Nacional, impedirá a solução local de querelas específicas entre as partes interessadas. É certo que a MP 293 não contempla o acesso das centrais sindicais ao gordo bolo dos recursos da contribuição sindical obrigatória, hoje partilhada entre os sindicatos, federações, confederações e governo. Mas as centrais já estão se mobilizando para buscar, através da pressão sobre os congressistas, o acesso a esses recursos. Portanto, tendo em vista que as medidas provisórias tiveram sua inspiração no Fórum Nacional do

ndependentemente da forma com que se pretende aprofundar o Estado corporativo no País, as medidas mostram a força das idéias que caracterizam o atraso. O Conselho Nacional de Relações do Trabalho, com sua representação tripartite, é herdeiro direto da Carta del Lavoro, aprovada pelo Grande Conselho Fascista italiano, em 21 de abril de 1927. Esse famigerado documento dizia em seu artigo segundo que "o trabalho, em todas as suas formas de organização e execução, intelectuais, técnicas, manuais, é um dever social. Por isso, e somente por isso, é tutelado pelo Estado". É a organização fascista da sociedade que se está pretendendo, depois de rechaçadas as tentativas de amordaçar a liberdade de imprensa e de expressão cultural.

O governo reconhece as centrais como representantes dos trabalhadores e elas correm atrás do dinheiro. Trabalho, estamos diante de uma divisão do trabalho entre governo e centrais: o governo baixa MP reconhecendo as centrais como legítimos representantes dos trabalhadores; as centrais sindicais correm atrás do dinheiro. or falar em dinheiro e para completar o quadro, o governo pretende com as MP assegurar aos "trabalhadores amigos" assentos nos conselhos de administração das estatais federais. Há uma importante ressalva: só serão criadas, por decreto, vagas nos conselhos de administração das sociedades anônimas empresas estatais; e somente será criada uma vaga por conselho. Isso não nos tranqüiliza, porque a idéia tem a mesma origem da quotas nas universidades, sem se possa dizer que os trabalhadores possam ser caracterizados como minoria sem oportunidades nas empresas estatais.

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ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

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Fotos: Divulgação

Na hora da escolha do presente do Dia das Mães, o que elas pensam em ganhar e o que pensam os filhos, ou melhor, a filha de 7 anos? Os palpites e sonhos na página 8.

ASTRA São Paulo, 10 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nº 119

Hedilberto Monserrat Junior

BORA

Pablo de Sousa

CIVIC

COROLLA

FOCUS

MAREA

ASTRA, BORA, CIVIC, COROLLA, FOCUS, MAREA, MÉGANE

CONHEÇA OS MÉDIOS DO MERCADO MÉGANE

PÁGINAS 3, 4 E 5


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

Tragédias? Nem sempre. ez por outra ocorrem tragédias que incomodam e nos levam à reflexão. A imprensa noticiou que um pai "esquecera" o filho pequeno no interior de seu veículo ao ir para o trabalho. O pai mudou naquele dia sua rotina e "pensou" já ter deixado o menino na creche. Seis horas depois, o carro ardendo ao sol, encontrou a criança desidratada, queimada e morrendo... Dias depois, outra pequena morreu estrangulada pela tira do carrinho de bebê onde dormia. Ela movimentou-se e, ao cair no chão, ficou presa pelo pescoço na correia que deveria protegê-la. São coisas da vida, diria o cético pensador. Não é bem assim. Existem tragédias diárias que não ganham notoriedade. Menores de idade dirigem sob os olhares complacentes de seus pais. Começa a mãe autorizando o filhinho a tirar o carro da garagem. Até que, de madrugada, ele pega as chaves, sai às ruas e envolve-se em acidente. Na polícia, os pais dirão que ele furtara as chaves e que jamais permitiram que sentasse ao volante. As conseqüências serão enormes, com a instauração de procedimento penal apuratório. Os pais serão réus em ação civil

V

ÍNDICE SEDÃS - 3, 4 E 5 Mostramos os prós e contras dos sete sedãs médios vendidos no País.

MERCADO - 6 Produção de veículos cai em abril, mas no quadrimestre a alta é de 5%

SERVIÇO - 7 Dicas de presentes para o Dia das Mães.

MEMÓRIA - 8 Interlagos, o primeiro esportivo brasileiro.

AGENDA

de indenização, sofrendo as sanções previstas no Código de Trânsito até mesmo com a suspensão do direito de dirigir, mas sem jamais superar a dor própria ou daqueles que padeceram na irresponsabilidade de sua conduta. Não custa lembrar, ainda, dos pais desvanecidos que carregam seus pimpolhos no colo enquanto dirigem. Não estou relatando casos esporádicos. São acontecimentos do nosso dia-adia. No caso das crianças vítimas da inadvertência e do desleixo paternos, a legislação penal acolhe o chamado perdão judicial, facultando ao juiz não aplicar a pena quando as conseqüências da infração atingem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torna desnecessária. Isto, porém, sem dúvida, não se aplica aos casos de trânsito apresentados, onde o desrespeito e a irresponsabilidade são as marcas ufanosas destes pais jubilosos. Para eles, o remédio é a severidade da lei. Para eles, o máximo rigor da Justiça! Cyro Vidal S. da Silva, advogado, ex-diretor do Detran-SP e presidente da Comissão de Assuntos e Estudos de Direito do Trânsito da OAB-São Paulo

Até 13 de maio

Inaugurada ontem, encerra-se no sábado a 5ª AutoSports MotorShow, que reúne novidades na área de tuning. A feira acontece no Pavilhão de Exposições do Anhembi (SP).

17 de maio

A Mercedes-Benz lança um novo ônibus urbano, em evento a ser realizado na unidade da DaimlerChrysler em Campinas (SP).

25 de maio

A AEA promove o seminário Matriz Energética x Custos e Benefícios dos Usuários , das 12h às 19h, no Centro de Convenções Milenium (SP).

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


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SEDÃS

São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

Hedilberto Monserrat Junior/DC

A grande briga dos médios Hoje o mercado oferece sete modelos de sedãs médios, segmento que vem crescendo mais que qualquer outro no Brasil ANTONIO FRAGA

segmento de mercado que mais apresentou novidades nos últimos tempos foi o dos sedãs médios. O Renault Mégane e o Honda Civic foram os mais recentes lançamentos. São sete os "concorrentes" neste nicho e o DCarro testou seis para você. Nesta avaliação entre o Chevrolet Astra 2.0, Toyota Corolla 1.8, Ford Focus 2.0, Fiat Marea 2.4, Civic 1.8 e Mégane 2.0, o objetivo é mostrar as principais qualidades de cada um e não dizer qual é o melhor. Isso fica por sua conta, caro leitor. A

O

comparação foi feita usando-se carros com motorização top e equivalentes nos equipamentos. Lançado há apenas duas semanas, o Civic conta com uma ligeira vantagem de design. O Mégane também tem uma proposta interessante, mas chega defasado em relação ao modelo europeu, que já ganhou reestilização. O Corolla, apesar do sucesso de vendas, tem o design mais discreto e seu interior é espartano demais. Os demais modelos já têm substitutos há anos na Europa e estão ultrapassados esteticamente. Mas, dentro da realidade do nosso mercado, ainda são fortes concorrentes e com algumas vantagens, a exemplo do Astra, o único com o motor flexpower. O Marea sobrevive a duras penas, por conta da legião de admiradores e do custo/beneficio. Interior - O novo Civic tem o interior mais bonito e harmonioso de todos os carros produzidos no Brasil,

Divulgação

Após alguns anos fora do mercado brasileiro, o VW Bora volta, vindo do México

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O Astra destaca-se por ser o único com motor flex. Oferece bom acabamento interno, mas seu consumo é considerado muito alto.

independente de categoria. Com um espaço maior que a versão anterior, tem diversos ajustes do banco e do volante, além das facilidades de acesso a alavancas, teclas e botões. O principal destaque está no painel em dois níveis independentes. Já o Mégane tem seu interior com o conceito "touch design". Os comandos têm boa ergonomia e possui regulagem do volante tanto em profundidade como em altura. O espaço interno é generoso mas no banco traseiro, com conforto, o ideal é dois passageiros. Destaque para o cartão que substitui a chave, o silêncio interno e a alavanca do freio de mão com um formato que imita manche de comando de avião. O Corolla é o maior em área externa total, que não se reflete no espaço interno. Tem interior espartano, com bom nível de acabamento e bancos confortáveis, mas que seguram pouco o motorista em curvas mais acentuadas. Também neste modelo o ideal é levar apenas dois adultos no banco traseiro. O Astra possui acabamento refinado, mas já demonstra o peso dos anos e deveria ser atualizado, em função da chegada de fortes concorrentes. O Focus, apesar da idade, ainda tem um interior diferenciado e agradável. A ergonomia é um dos destaques. Itens como direção com a regulagem de altura e profundidade e os bancos com ajuste de altura com-


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Pablo de Sousa

põem um dos melhores conjuntos do mercado brasileiro. O volante tem ótima "pegada" e todos os comandos à mão do motorista. De todos, é o que possui melhor comportamento dinâmico e que transfere mais segurança ao dirigir. Atrás é confortável, mas também indicado para apenas dois adultos. Por fim, o Fiat Marea é o que parece ser de uma classe superior, acomodando bem os passageiros de trás. Mas também está superado, e uma mostra disso é a falta de portacopos. Entre os destaques internos, o sistema Bluetooth de viva-voz, muito prático e seguro.

torista. A máxima ultrapassa os 200 km/h. O novo Renault Mégane vem com propulsor de quatro cilindros em linha, 2.0 16V, com destaque para o bom torque em qualquer faixa de rotação. A potência de 138 cv o deixa competitivo. Com câmbio manual de seis marchas, segundo a mon-

A chegada do Honda Civic, totalmente modificado e com acabamento primoroso incomum na marca -, deu início a uma nova e grande disputa no segmento dos sedãs médios

tadora, faz 10,5 km/l na cidade e 16,5 km/l na rodovia. Na aceleração, de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e máxima de 200 km/h. O motor do Corolla, VVTi – Comando de Válvulas Variável, é o seu maior destaque, com potência de 136 cv é bem elástico e, na comparação

Como andam

O Honda Civic ganhou motorização mais forte e potente. Com quatro cilindros, 1.8 litro e 140 cv, é muito agradável de andar em estradas, mas no trânsito urbano mostra-se cansativo, pois trabalha com altas rotações exigindo mais do moDivulgação

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Líder entre os médios, o Toyota Corolla vai ter que passar por uma grande cirurgia para manter sua posição. Ele tem muitos atrativos, entre eles a confiabilidade. Mas precisa ser modernizado.

A Ford colocou neste seu Focus um dos melhores motores por ela fabricado. Em alta ou em baixa, o propulsor apresenta excelente rendimento e já foi "copiado" por marcas famosas na Europa.

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SEDÃS

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com os concorrentes, não faz feio diante dos mais potentes. A máxima é de 209 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos. O consumo: média de 10,7 km/l na cidade e de 12, 1 km/l na estrada. O maior - O maior motor entre os membros do "clube dos sedãs médios" é o da Marea que, com cinco cilindros em linha, produz 160 cv. Ele incorpora recursos modernos que garantem bom desempenho, durabilidade e confiabilidade. A máxima do modelo da marca italiana é de 205 km/h e 9,8 segundos de 0 a 100 km/h. "Beberrão", faz na cidade 8,5 km/l e na estrada, 12,1 km/l". O Focus tem um dos melhores motores já produzidos pela Ford, o Duratec, com potência de 147 cv. Uma das principais características do equipamento é o alto torque em baixa rotação, com 80% da força máxima disponível a 1.500 rpm. A versão Ghia acelera de 0 a 100 km em 9,8 segundos e a máxima, 207 km/h. O consumo, animador: 11,2 km/l na cidade e 16,2 km/l na estrada. No item estabilidade, o destaque é para o Ford Focus. Desde o seu lançamento o modelo é uma referência entre todos os segmentos, mesmo nos mais sofisticados. Todos os demais modelos tiveram bom comportamento, sem assustar os motoristas. Bora chegando - O Volkswagen Bora, parte deste grupo, ainda não foi testado. Importado do México, chega com motor 2.0 8V de 116 cv leva 11 segundos de 0 a 100 km/h e máxima de 195 km/h. Os preços, muito competitivos: R$ 55.980 (manual) e R$ 59.885 (automático).

PREÇOS Astra – R$ 65.187 Bora – R$ 55.980 Civic – R$ 77.600

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O Fiat Marea tem o maior motor. É também o mais antigo do segmento em atuação. É ágil e agradável de dirigir. Tem muitos admiradores.

Corolla – R$ 78.000 Focus – R$ 66.795 Marea – R$ 84.628 Mégane – R$ 69.990

Este é o carro em que a francesa Renault aposta suas fichas para seus projetos de crescer no mercado brasileiro. E o Mégane tem bons atributos para se destacar. Divulgação


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MERCADO/AUTOINFORME

Produção cai em abril No acumulado do ano, porém, os números ainda são positivos. Foram produzidos 836.290 veículos, um número 5% superior ao do mesmo período de 2005.

A

s montadoras instaladas no Brasil produziram 204.943 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em abril, o que representou queda de 11,1% sobre o mês anterior. Na comparação com abril do ano passado houve decréscimo de 2,7%. No total do quadrimestre, a produção soma 836.290 unidades, um volume 5% maior que no mesmo período do ano passado. As exportações do setor totalizaram US$ 906,7 milhões no mês passado, receita 9,4% inferior à registrada em março. Mas o total dos primeiros quatro meses do ano soma US$ 3,56 bilhões, resultado 8% maior que o do mesmo período de 2005. Empregos - O setor automobilístico perdeu 319 postos de trabalho em abril, o que representou uma queda de 0,3% em relação ao mês de março. No global as montadoras empregam 107.312 pessoas. Em relação a abril do ano passado, quando havia 104.426 postos, o número de pessoas trabalhando é 2,8% maior. Vendas diárias - O volume de veículos automotores vendidos internamente em

abril foi menor que o registrado em março devido ao menor número de dias úteis. Mas apesar disso a indústria automobilística não pára de comemorar bons resultados. Com 18 dias úteis, abril registrou recorde de vendas diárias no ano, com 7.286 unidades, entre carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, um crescimento de 6,9% sobre o mês anterior. Segundo dados do Renavam, a média de venda diária também cresceu em relação a abril do ano passado - alta de 5,9%. Considerando, no entanto, o balanço global, houve queda de vendas em abril tanto na comparação com o mês anterior - que teve 23 dias úteis - como em relação ao mesmo período de 2005. O setor comercializou 131.150 veículos, 16,4% a menos do que em março e 4,7% a menos do que em abril do ano passado. No acumulado de janeiro a abril o setor já vendeu 548.709 unidades no mercado doméstico, um volume 7,9% superior ao registrado nos primeiros quatro meses do ano passado (508.659 veículos). Para o ano, as montadoras mantêm a meta de crescer 7,1% este ano, atingindo 2,64 milhões de unidades.

Volks segue na liderança do mercado

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Volkswagen segue na liderança do mercado nas vendas totais. Em abril a montadora alemã vendeu 31.742 unidades. Em segundo lugar está a Fiat, com 30.987. A General Motors ocupou a terceira posição, com total de 26.457, e a Ford é a quarta colocada, com 14.154 unidades. A disputa entre as novas montadoras está indefinida. Toyota, Honda e Peugeot têm se revezado na quinta posição e no mês passado a Renault também entrou na briga. Em abril foi a vez da Toyota reassumir o quinto posto, que em março foi ocupado pela Honda. A Toyota totalizou 5.156 unidades e a Honda ficou em sexto, com um volume total de 4.660 veículos. A surpresa do mês ficou por conta do renascimento da Renault. Com ajuda do novo Mégane, que teve seu

primeiro mês cheio de vendas, a marca francesa ficou em sétimo lugar no ranking, à frente da outra francesa, a Peugeot. A Renault vendeu 4.053 unidades e a Peugeot 3.957 unidades. Minivans e sedãs - Num mês em que o mercado caiu, os destaques foram as minivans e os sedãs médios. Ampliou-se a comercialização dos modelos Picasso, Scénic e Zafira, assim como a procura pelo Focus e o Astra. A Picasso vendeu 35% mais, saltando de 835 para 1.130 unidades, assumindo a liderança do segmento no mês. A Scénic totalizou 474 unidades, alta de 47%. E a Zafira teve as vendas aumentadas em 15%, fechando o mês com 575 unidades. As vendas do Astra sedã cresceram 20% (912 veículos), enquanto as do Focus sedã (689) ampliaram-se em 23%.


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LINHA 2007

Novo coração para a linha Palio

Família ganha motor 1.8 Flex e séries especiais em comemoração aos 30 anos da montadora Divulgação

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m novo motor 1.8 flex é a grande novidade da linha 2007 das versões HLX, Adventure e Trekking 1.8 da família Palio. Além de trazer a tecnologia bicombustível, o propulsor, segundo a Fiat, oferece mais potência e melhor torque em baixas rotações, maior economia, robustez e confiabilidade. Continuando as comemorações dos 30 anos da montadora no Brasil, a Fiat aproveita para colocar no mercado o "kit 30 anos" para os modelos Siena HLX 1.8 Flex e o Palio Weekend HLX 1.8 Flex, que até agora estava disponível apenas para as versões ELX 1.0 e 1.4 Flex da família.

Maior potência - O novo motor 1.8 da linha 2007 alcança a máxima de 112 cv utilizando gasolina (um ganho de 6 cv se comparado ao motor anterior -1.8 só a gasolina - que tinha 106 cv de potência) e 114 cv de potência quando abastecido com álcool. Os 17,8 kgm de torque máximo são alcançados em 2.800 rpm rodando somente com gasolina e 18,5 kgm utilizando apenas álcool, números que garantem fôlego ainda maior em subidas e retomadas de velocidade. O novo motor da família Palio é o mesmo presente no Idea, no Stilo e no Doblò, utilizando também o sistema eletrônico de aceleração Drive By Wire, que, segundo a Fiat, além de substituir o cabo do acelerador, oferece melhor dirigibilidade, menor emissão de poluentes, economia de combustível e menos manutenção.

Detalhes técnicos - O propulsor agora tem coletor de admissão feito de plástico em vez de alumínio, o que permitiu uma redução de 1,8 kg em seu peso. O cabeçote vem com nova geometria da câmara de combustão e o comando de válvulas tipo roller finger light emprega um balancim roletado para acionar as válvulas. Entre outras novidades, tem o cárter estrutural de alumínio e o sistema de gerenciamento eletrônico da injeção multipoint digital semi-seqüencial.

Acessórios - O "kit 30 anos" oferece vários equipamentos opcionais que privilegiam o conforto, a praticidade e a personalização do veículo. Entre os itens do pacote estão incluídos rodas em liga leve de 15 polegadas, faróis e tecidos diferenciados, vidros que aumentam o conforto térmico dos ocupantes e detalhes internos na cor prata (friso no painel, pomo do câmbio e freio de mão) O kit também incorpora painel e

As versões HLX, Adventure e Trekking 1.8 da família Palio ganham novo motor bicombustível, mais potente e econômico

console bicolor mais painéis das portas pré-formados, nova grade dianteira e frisos cromados, faixa na tampa traseira, revestimento preto fosco nas colunas das portas, faróis de neblina e brake light, volante com regulagem de altura, espelho no pára-sol do motorista, além de tapetes e adesivos laterais com o logo "30 Anos". O preço do kit, tanto para o Siena HLX 1.8 Flex como para o Palio Weekend HLX 1.8 Flex sai por R$ 1.200. Se comparado à soma dos equipamentos opcionais dos modelos, a economia é de R$ 1.183, para quem compra o Fiat Siena e de R$ 1.114, para o Fiat Palio Weekend. Bluetooth - Os novos modelos 2007 do Palio, Siena, Palio Weekend e Strada passam também a oferecer, como opcional, o sistema de viva-voz para telefone celular com a tecnologia Bluetooth.

Mercado - Ao apresentar a linha 2007 da família Palio, a Fiat divulgou o balanço de suas vendas no mês de abril e no primeiro quadrimestre (veja mais informações sobre mercado na página 6). No mês, a montadora liderou no segmento de automóveis e comerciais leves no Brasil. Foram emplacados, respectivamente, 26.910 e 4.080 unidades, num total de 30.990 veículos emplacados, segundo o

Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Com o resultado obtido no mês passado, a Fiat Automóveis continua liderando o ranking nacional no segmento específico de automóveis. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano, totalizou 126.112 unidades emplacadas, o que representa 24,2% de participação.


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São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

DIA DAS MÃES

Sonhando Ferrari. Mas aceita até...

Pablo de Sousa

Comprovado: as mães sonham "alto"! Mas na hora de receber presentes se contentam até em ganhar uma "lixeira". ANDERSON CAVALCANTE

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m uma inspiradora música o cantor e compositor Raul Seixas disse: "Sonho que sonha só é só um sonho que sonha só, mas sonho que sonha junto é realidade". Motivado pelo Dia das Mães, o DCarro decidiu verificar como andam os sonhos de mães e filhas. A escolha recaiu sobre Maria Cristina Izaguirre e sua filha Amanda, de 7 anos. Estão elas "afinadas" no mesmo presente? Sonhando alto - Depois falam que mulher não entende de carro! Maria Cristina pode não entender muito de mecânica e desempenho, mas escolhendo alguns "sonhos de presentes" para o Dia da Mães ela mostrou não ser nada boba e colocou no topo de sua lista uma Ferrari Enzo, uma BMW X5 e um Shelby Cobra. Como opção mais barata, incluiu o modelo Berlingo da Citroën, ano 2006. "É um carro que me identifico e conheço bem, pois possuo um. Além disso, nele sobra espaço para a Amanda e suas amigas bagunçarem bastante". Entre outros possíveis presentes, Maria Cristina incluiu uma película escura (insulfilm), "apesar de achar incômodo, acho que é um item de segurança para mim e para minha família", e também uma lixeira! "Eu e a Amanda não jogamos lixo na rua e o resultado é que o carro vive uma bagunça. O ideal seria uma lixeira decente, não como as oferecidas no mercado, em que pudessem ser utilizados sacos plásticos descartáveis", explica a mamãe. Sonhando junto - Amanda Izaguirre, apesar da pouca idade, mostrou conhecer bem o gosto da mãe! Mas com uma pitada de "ingenuidade" montou o seu presente ideal. "Eu queria dar um carro igual ao que ela já tem (Berlingo), mas novinho! Mas quero que seja rosa com bancos, também, cor-de-rosa. Dentro, colocaria um DVD na frente e outro no banco de trás, onde também poria um toca CDs". E o que ela vai dar? Ainda não está resolvido.

Para equipar o carro da mãe, a garota colocaria um DVD para o banco de trás (mas o presente é para quem?). Como não encontramos o CD Player, também para o banco traseiro, sugerimos o fone de ouvidos compatível com equipamentos da Clarion. Com eles, Amanda pode acompanhar uma programação independente da mamãe!

A lista de sonhos de Maria Cristina vai de uma "Enzo", que custa milhões de reais, passa por um Berlingo (R$ 48.450) e inclui até uma lixeira para conservar a limpeza do carro e manter o hábito da filha de não jogar lixo nas ruas


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

9

4,63

por cento é a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 12 meses até abril.

10/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Situação em 08/05/2006 Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo P.L. do Fundo Empresarial LP ....................... 4.993.060,50 Lastro Performance LP ......... 1.199.303,86 Múltiplo LP .............................. 5.297.830,51 Esher LP .................................. 2.500.973,55 Master Recebíveis LP ........... 691.715,48

Valor da Cota Subordinada 1.057,491036 1.011,083428 1.047,313758 1.018,515724 980,599920

% rent.-mês 0,6582 0,6501 1,2016 0,4431 1,0124

% ano 8,2418 1,1083 4,7314 1,8516 -1,9400

Valor da Cota Sênior 0 1.027,741251 1.035,266918 0 0

% rent. - mês 0,2925 0,3185 -

% ano 2,7741 3,5267 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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GAROTINHO AGORA ESTÁ NO HOSPITAL

Senado Planalto Eleições CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Mônica Zarattini/AE

ASSÉDIO DO PPS E PDT APRESSA O PFL

A Alckmin durante almoço definitivo com José Aníbal Domingos Peixoto/Ag.O Globo

Garotinho chega ao hospital Quinta D`or acompanhado de Rosinha Paulo Liebert/AE

ltamar e Quércia cada vez mais unidos em São Paulo

ELEIÇÕES LIMPAS

N

o lançamento da Operação "Eleições Limpas", campanha deflagrada ontem em Brasília pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) - mais poderosa e influente entidade da categoria, que agrupa 15 mil juízes -, o governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram alvos de severas críticas. "O maior pecado é essa convivência pacífica com um grande esquema de corrupção, contrariando toda uma expectativa popular de que haveria um cuidado extremado com a ética e que teríamos o resgate de valores que a sociedade achava imprescindível reconquistar", disse Rodrigo Collaço, presidente da AMB e idealizador da jornada por "um processo eleitoral ético, legal e democrático". Para Collaço, as revelações de Sílvio Pereira, ex-secretáriogeral do PT, reforçam o clima de "percepção de um quadro de corrupção generalizada". "Sílvio Pereira indicou que ele (Lula) tinha forte ascendência sobre o PT. É preciso mais rigor, inclusive do presidente da República, no combate aos desvios que estão sendo revelados", disse. Os juízes se dizem decepcionados com os rumos do governo e perplexos ante tal volume de denúncias de corrupção e desmandos. "Eu imaginava que teríamos uma grande redução da corrupção no País, mas isso não aconteceu ", disse o presidente da AMB. Collaço cobrou do Supremo Tribunal Federal (STF) "todos os esforços" para que o processo contra os 40 do mensalão seja concluído logo. "O direito brasileiro fez a opção pela presunção de inocência até o trânsito em julgado (sentença definitiva) e isso gera a sensação de impunidade. Esse é um processo que não deve ser tratado como mais um porque é importante demais para a vida pública brasileira". Cartilha - Na primeira etapa da Operação "Eleições Limpas" serão distribuídas 100 mil cartilhas, com instruções sobre o que pode e o que não pode na campanha. São 20 regras acerca de arrecadação de recursos, limite de gastos, doações e seus limites, eventos para levantar fundos, sobras de campanha e seu destino, onde o dinheiro pode ser aplicado, informações à Justiça eleitoral, comitês financeiros e exame das prestações de contas. A AMB também vai veicular chamadas em emissoras de rádio e na TV com informações sobre a legislação eleitoral e os riscos e conseqüências para eleitores e candidatos que saírem da legalidade. "Cabe a todos os segmentos organizados lutarem para modificar esse quadro de afronta à ética que vimos nas últimas eleições", prega Collaço. (Agências)

PETISTAS CANDIDATOS

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É quase impossível uma coligação com o PT. Dos 25 estados que admitem alguma composição, 20 são a favor do PSDB ou PFL e apenas cinco com o PT. Eliseu Padilha, deputado federal (PMDB-RS)

PSDB APRESSA ESCOLHA DE VICE DO PFL

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epois de dez dias em greve de fome confinado na sede do PMDB no Rio de Janeiro, o pré-candidato do PMDB à Presidência Anthony Garotinho foi transferido em uma ambulância do Corpo de Bombeiros para o Hospital Quinta D'Or. Apesar disso, ele afirmou que não vai suspender o jejum, motivado pelo que chamou de perseguição política da imprensa. "Vou continuar a greve no hospital". Antes de ser internado, o exgovernador afirmou que irá à pré-convenção do PMDB, no sábado, em Brasília, quando o partido decidirá se terá candidato a presidente da República. Segundo o médico Abdu Neme, Garotinho perdeu 6,2 kg durante a greve de fome e apresentava alterações em seu quadro de saúde. Ontem, prefeitos e deputados do PMDB participaram de uma manifestação no centro do Rio, um apelo para que o exgovernador deixasse o jejum. O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), fez um apelo para que Garotinho suspendesse a greve. O deputado mencionou razões humanitárias, demonstrando preocupação com a integridade do exgovernador. Segundo a assessoria de Garotinho, 5 mil pessoas participaram do protesto nos arredores do diretório do partido, no centro do Rio, por aproximadamente três horas. Conv enção– Ao contrário do que pretendia fazer anteriormente, o PMDB gaúcho decidiu participar da convenção nacional extraordinária do partido. A decisão foi anunciada pelo presidente licenciado do partido no estado, senador Pedro Simon, após reunião com a bancada federal, com o governador Germano Rigotto e com outras lideranças gaúchas. Apesar disso, os convencionais gaúchos não deverão assinar a ata da convenção. Só assinarão a ata se houver risco de a bancada governista, que conseguiu a convocação da convenção, derrubar a candidatura própria do partido. " Havia a decisão de não participar, para não dar quorum aos que querem derrubar a candidatura própria. Mas agora houve a decisão de participar, para evitar que a ausência terminasse contribuindo com o que não queremos que aconteça", disse o deputado federal pelo PMDB gaúcho, Eliseu Padilha, também vice-presidente nacional do partido.Ele descarta uma coligação com o PT. "É quase impossível. Dos 25 estados que admitem alguma composição, 20 são a favor de uma coligação com o PSDB ou PFL e apenas cinco com o PT". Padilha defende ainda que, não havendo candidato próprio, não haja coligação com outro partido. O PMDB gaúcho votará majoritariamente na candidatura própria. O estado terá 54 votos do total de 726 votos possíveis na convenção. Dos 528 convencionais, 41 são gaúchos. Quércia - PT - O PT paulista procurou o ex-governador Orestes Quércia, que confirmou o que os petistas esperavam: a negociação entre as duas legendas, como diz Padilha, não será nada fácil. Quércia reforçou que só disputará o governo paulista se Itamar Franco for escolhido candidato do PMDB à presidência. Ontem, em almoço com Quércia e Itamar em São Paulo, governador Cláudio Lembo (PFL)ofereceu ao ex-governador a vaga para o Senado na chapa de Serra para a disputa do governo estadual. (AOG)

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s escândalos envolvendo o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci não foram suficientes para abalar seu prestígio diante dos petistas de Ribeirão Preto, cidade que já foi administrada por ele. Palocci foi de longe o mais citado na consulta feita pelo PT local para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Recebeu 316 das 540 indicações registradas. Em segundo lugar, empatados com 60 indicações, estão o deputado estadual Renato Simões (cuja principal base eleitoral é Campinas) e o ex-prefeito de Franca, Gilmar Dominici. Segundo a direção do PT estadual, outros paulistas envolvidos no escândalo do mensalão como João Paulo Cunha, Professor Luizinho, José Genoino e Antônio Mentor também receberam indicações e poderão se candidatar a deputado.

possibilidade de o PDT e o PPS aderirem formalmente à campanha do tucano Geraldo Alckmin em troca da vaga de vice fez com que o PFL acelerasse a escolha do nome do seu candidato para compor a chapa do PSDB. Os dois pré-candidatos do partido, os senadores Agripino Maia (RN) e José Jorge (PE), acertaram ontem, em Brasília, que seus nomes serão submetidos a um segundo turno de votação, na próxima quarta-feira, junto ao mesmo colégio eleitoral de 94 pessoas (deputados federais, senadores, governadores, vice-governadores, prefeitos de capitais e membros da executiva sem mandato),que já fora consultado pelo presidente da legenda, o senador catarinense Jorge Bornhausen. Desta vez a votação será secreta. Embora José Jorge tenha obtido mais votos que Agripino na primeira consulta, é possível que a situação se inverta na próxima semana. Aliados de Agripino, o preferido dos tucanos, apostam que ele terá vantagem de seis votos na bancada do Senado e de seis a oito votos entre os deputados federais. A esolha - A decisão de antecipar a escolha do candidato a vice foi tomada depois de o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), ter sido abordado pelos presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PPS, deputado Roberto Freire (PE), hoje pré-candidato à Presidência. Nessa conversa a portas fechadas, os três partidos discutiram a possibilidade de comporem uma frente contra a reeleição do presidente Lula. Os tucanos ficaram indecisos com a proposta, que poderia ter um impacto positivo capaz de mudar até mesmo o clima de pessimismo que vem tomando conta da campanha do pré-candidato Alckmin. Para viabilizar um acordo, foi cogitada a possibilidade de se ceder a vaga para um nome do PDT. A escolha ficaria entre os dois pré-candidatos do partido à Presidência, os senadores Jefferson Peres (AM) e Cristovam Buarque (DF). O reforço - Alckmin convenceu o vereador José Aníbal a abrir mão da pré-candidatura ao governo em favor do exprefeito de São Paulo José Serra (PSDB). Em troca, Aníbal vai participar da coordenação da campanha de Alckmin. — Ele pode ser útil em São Paulo, pois é o vereador mais votado da cidade, mas também no Brasil, já que foi presidente nacional do PSDB e líder do partido na Câmara — disse o ex-governador. — Aceitei com muita satisfação. Acho que o desafio maior que temos hoje é eleger Alckmin presidente do Brasil. — declarou o vereador. Aníbal deve imprimir um tom mais agressivo na campanha. Na avaliação de fontes do PSDB, é justamente o perfil que estava faltando para dar um impulso ao pré-candidato antes da campanha oficial.Alckmin inicia amanhã uma viagem ao Nordeste, onde apresenta os menores índices nas pesquisas eleitorais. Vai a Salvador, visita a igreja do Bonfim, almoça com lideranças e termina o dia fazendo palestra na capital baiana. No sábado, vai a Feira de Santana, e, depois, segue para Cachoeira. Serra - Depois de percorrer a pé as principais ruas de Jundiaí, o candidato tucano ao governo estadual comentou com aliados que dedicará seu tempo de governo à saúde, segurança, educação e emprego. (Agências)

Eymar Mascaro

PMDB decide

A

pesar das dificuldades que vai enfrentar, o diretório do PMDB de São Paulo vai participar da convenção de sábado insistindo na candidatura própria à presidência da República. O candidato dos peemedebistas paulistas continua sendo Itamar Franco. O ex-presidente passou as últimas horas reunido com Orestes Quércia e Michel Temer: os três condenaram os companheiros de partido contrários à candidatura própria. Na convenção de sábado, o PMDB vai decidir se terá candidato a presidente, se apóia outro candidato ou se fica neutro para estabelecer coligações nos estados. A tendência é que o partido não lance candidato. Prevê-se que o PMDB tenha candidatos a governador em pelo menos 15 estados, atuando como cabeça de chapa. O partido tem dois pré-candidatos ao Planalto: Anthony Garotinho e Itamar Franco. O ex-presidente vai lutar por sua candidatura respaldado por Quércia.

CANDIDATURA Orestes Quércia está disposto a se candidatar a governador para criar um palanque para Itamar Franco fazer campanha em São Paulo. Mas, o próprio ex-governador acha difícil o partido lançar candidato próprio a presidente, porque a ala governista do partido está forte.

INSISTÊNCIA O que se diz no diretório paulista é que Itamar Franco vai bater pé por sua candidatura na convenção. Por isso, Quércia manteve contatos com os convencionais do partido. Até prova em contrário, a tese de candidatura própria tem o apoio irrestrito também do presidente Michel Temer.

trabalha para amarrar o apoio do PPS e PDT a Alckmin, mas só no segundo turno. Esses dois partidos terão candidatos próprios a presidente. O do PPS é Roberto Freire, mas o do PDT também será escolhido por meio de prévias.

NEUTRALIDADE O PSol, que vai disputar a presidência com a senadora Heloísa Helena (AL), deve permanecer neutro no segundo turno. O partido não quer se amarrar com o PT e muito menos com o PSDB. A senadora não quer se vincular nem a Lula nem a Alckmin.

ALTERNATIVAS Se, por acaso, o PMDB decidir pela não-candidatura, os peemedebistas começam a analisar os convites do PT e PSDB para uma coligação. Petistas e tucanos querem ter um vice do PMDB nas chapas encabeçadas por Lula e Alckmin.

CONVITE O PSDB acenou com um convite para que o vice de Alckmin fosse o exgovernador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Também o PT quer um vice do PMDB para Lula e o aceno foi feito para Michel Temer.

ATRASO A possibilidade do PMDB indicar o vice de Alckmin fez com que o PFL retardasse a escolha do companheiro de chapa do tucano. Se o PMDB não fornecer o vice, Alckmin terá como companheiro um pefelista, que pode ser um desses senadores: José Agripino (RN) ou José Jorge (PE).

CONVENIÊNCIA PT e PSDB tem a mesma linha de raciocínio: o apoio do PMDB é o ideal porque o partido está bem estruturado em todo o País, além de ter à disposição um invejável tempo de campanha na televisão. O PMDB se transformou na noiva que tem vários admiradores.

ESTADOS A ala governista do PMDB, pilotada pelos senadores Renan Calheiros e José Sarney, trabalha com duas hipóteses: uma é a de tentar o apoio do PMDB já no primeiro turno a Lula; mas, se não for possível, o jeito é impedir que o partido apóie o PSDB.

ESPERANÇA O PSDB também

1º TURNO Técnicos em pesquisas continuam defendendo a tese de que a eleição presidencial pode ser decidida no primeiro turno, caso o PMDB não lance candidato. Mas, o PSol acha que mesmo sem o PMDB na parada, a eleição vai para o segundo turno, porque Heloísa Helena pode ter mais de 15% dos votos.

SANGUESSUGA A Câmara está tomando cuidado para evitar que a lista com 170 nomes de deputados acusados de envolvimento com o escândalo sanguessuga, seja divulgada. Trata-se de 1/3 do total de deputados implicados, segundo denúncia feita à Polícia Federal pela assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino.

HILARIANTE Segundo a assessora Maria da Penha, os deputados envolvidos recebiam propinas da empresa Planam nos seus gabinetes. O dinheiro era levado em maletas e até na cueca. As propinas eram produto da apresentação de emendas ao orçamento para a compra de ambulâncias superfaturadas doadas às prefeituras.

ARIANO SUASSUNA O ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) poderá enfrentar uma celebridade na disputa pela vaga ao Senado por Pernambuco. O escritor Ariano Suassuna, ardoroso defensor da cultura regional e criador do Movimento Armorial, poderá vir a ser candidato ao cargo pelo PSB, partido a que é filiado.


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Congresso Planalto Vo t a ç ã o CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MÁFIA DAS AMBULÂNCIAS INIBE LIBERAÇÃO DE RECURSOS

Vamos mudar tudo, desde a elaboração do Orçamento até a sua execução, passando pela fiscalização. Renan Calheiros, presidente do Senado

VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PÁRA COM OPERAÇÃO SANGUESSUGA . GOVERNO ARTICULA MUDANÇAS.

SANGUESSUGA BLOQUEIA ORÇAMENTO Ailton de Freitas/ Ag. O Globo

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iante do esquema de corrupção com verbas orçamentárias, desvendado pela Operação Sanguessuga, da Polícia Federal (PF), os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBSP), decidiram desmontar a Comissão Mista de Orçamento e definir novas regras e critérios para a elaboração da lei orçamentária. Os dois criaram um grupo de trabalho suprapartidário, com três deputados e três senadores que deverão apresentar as propostas de mudança na próxima quartafeira das duas Casas. "Vamos mudar tudo, tudo mesmo, desde a elaboração do Orçamento até a sua execução, passando pela fiscalização", disse Renan. "Temos de dar uma resposta rápida à sociedade, atacando a raiz do problema e fechando as brechas do Orçamento que permitem as irregularidades", justificou. Segundo ele, o objetivo é democratizar o Orçamento, dar mais transparência a sua elaboração, acabar com as irregularidades, corrigir defeitos e fazer com que o Congresso cumpra seu papel da melhor forma possível. A criação do grupo de trabalho foi consenso entre os líderes de todos os partidos. Entre as mudanças está a idéia de envolver o Congresso na elaboração do Orçamento desde as primeiras etapas, ainda no Executivo. Também está em discussão a idéia de encontrar uma fórmula

para reduzir a margem de manobra da área econômica do governo no que diz respeito ao contingenciamento (bloqueio) das verbas orçamentárias. Cuidado - O corregedor da Câmara dos Deputados, Ciro Nogueira (PP-PI), disse que a PF deveria ter investigado mais as suspeitas de fraudes nas emendas parlamentares para a compra de ambulâncias superfaturadas. "A PF deveria ter aprofundado mais as investigações e pedido licença ao Supremo Tribunal Federal para promover as investigações ", disse Nogueira. Ele prometeu agilidade nas apurações para concluir a análise rapidamente. Lista - A Mesa Diretora da Câmara vai divulgar ainda hoje a lista dos parlamentares que serão investigados pela comissão de sindicância criada para apurar o envolvimento dos deputados com a máfia da ambulância. A comissão tem prazo de 30 dias para ouvir Maria da Penha Lino, funcionária do Ministério da Saúde envolvida no esquema, e obter mais informações com a Polícia Federal. Rebelo informou que a Mesa decidiu dividir os parlamentares em três grupos. Um deles incluirá os deputados com maiores indícios de envolvimento com a quadrilha desbaratada na operação da PF. Este grupo será o primeiro a ser investigado pela comissão. O deputado Nilton Capixaba (PTBRO), segundo secretário da Mesa da Câmara, deve estar nesse grupo. (Agências)

VADÃO ABSOLVIDO

Laycer Tomaz/AC

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or nove votos a um, o Conselho de Ética aprovou ontem o relatório do deputado Eduardo Valverde (PT-RO) que propõe a absolvição do deputado Vadão Gomes (PP-SP). O único que votou contra foi Moroni Torgan (PFL-CE), autor do relatório original, derrotado na semana passada por oito votos a cinco. O relatório de Valverde deve ir ao plenário da Câmara na semana que vem. Dos nove votos, três eram do PT e um do PSDB. Vadão só será considerado absolvido se o relatório for aprovado em plenário por maioria absoluta - 257 votos. (Agências) Ciro Nogueira (PP) durante entrevista sobre deputados envolvidos na Operação Sanguessuga

OPPORTUNITY DENUNCIA EXTORSÃO

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líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), entregou ontem à CPI dos Bingos documento que apresenta a versão de que o governo Lula tentou extorquir "dezenas de milhões de dólares" do grupo Opportunity, comandado pelo banqueiro Daniel Dantas. É a cópia de ofício enviado em 13 de abril ao juiz Lewis A. Kaplan, da corte distrital de Nova York , pelo escritório de advocacia Boies, Schiller & Flexner, contratado pelo Opportunity para defender seus interesses nos Estados Unidos. O documento foi entregue durante o depoimento do ex-secretário-geral do PT Silvio Perei-

Abertura de empresas: SESCON-SP propõe simplificação à prefeitura E

m reunião com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no final do mês de abril, o presidente do SESCON-SP, Antonio Marangon reivindicou a simplificação para abertura de empresas no município. A Entidade elaborou um documento que propõe o aprimoramento e a racionalização dos trabalhos da prefeitura quanto à abertura de empresas, como por exemplo, a unificação do processo de registro e legalização, pesquisa prévia e autorização provisória, que deverão ser informatizados. Segundo a proposta, entregue ao prefeito na ocasião, a unificação do processo de registro e legalização de empresários e sociedades poderia ser feita por meio de um único órgão ou atendimento. “Dessa forma haverá compatibilização e integração dos procedimentos, de modo a evitar a divergências e garantir a linearidade do processo, da perspectiva do usuário. Isso já foi implantado com sucesso no município de São José dos Campos”, explicou Marangon. A entidade ainda propõe um alvará provisório, “que permitirá o início de operação do estabelecimento imediatamente após

Em resposta à solicitação do SESCON-SP, o prefeito autorizou a criação de um grupo de trabalho para estudar as propostas apresentadas.

o registro, exceto nos casos em que o grau de risco da atividade seja considerado alto. Com isso, será possível racionalizar e simplificar os procedimentos, incentivando a regularização dos empreendimentos”, completou, o presidente Marangon, que acumula o cargo de presidente da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). Em resposta à solicitação do SESCON-SP, o prefeito autorizou a criação de um grupo de trabalho para estudar as propostas apresentadas. Esse grupo será liderado pelo secretário Municipal

de Fianças, Mauro Ricardo Machado Costa. Cadastro Sincronizado – Na ocasião, também foi discutida a implantação do cadastro sincronizado, chamado de CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) Sincronizado, na prefeitura e na Jucesp. A segunda fase da implantação do projeto Cadastro Sincronizado, na qual serão incluídos tanto prefeitura quanto Jucesp deverá entrar em operação na primeira quinzena de julho, tendo como metas maior simplificação e transparência nos procedimentos de abertura, alt e ra ç ã o d e c a d a s t ro e baixa de empresas. O sistema está em operação desde o dia 20 de março, unindo Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo e Receita. A implantação desse novo sistema significa uma entrada única de dados cadastrais e a simplificação dos procedimentos para os contribuintes no âmbito das duas administrações tributárias. Também participaram da reunião, os secretários municipais, Francisco Vidal Luna (planejamento) e Orlando de Almeida (habitação) e o assessor da presidência do SESCONSP, José Constantino de Bastos Junior.

Evaristo SA/AFP

cantil de Pernambuco. Assinado pelo advogado Philip C. Korologos, o ofício enviado ao juiz afirma que o Opportunity atraiu a ira do PT ao se recusar, em 2002 e 2003, a fazer doaLula: guerra e ódio a Daniel Dantas? ções ilegais ao PT para evitar que o gora, o Silvinho, à CPI. Ele foi intima- verno criasse embaraços a seus do a depor depois que o jornal O negócios. O documento reproGlobo publicou, no domingo, duz trecho de depoimento daentrevista em que disse que o do à Justiça americana pela irplano de Marcos Valério e dos mã de Dantas, Verônica, execupetistas era ganhar dinheiro tiva do Opportunity. Na declaração, a irmã de Dancom operações com os Bancos Opportunity, Econômico e Mer- tas cita o presidente Luiz Inácio

Lula da Silva e os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu como responsáveis pela promoção de uma guerra para afastar o banqueiro do comando da Brasil Telecom, da qual o Opportunity é sócio. "O governo do Brasil - Lula, Palocci e Dirceu odeia Daniel Dantas", disse Verônica. Por esta versão, a perseguição ao banqueiro teria começado por causa da recusa em repassar dinheiro ao PT. Arthur Virgílio apresentou à CPI requerimento para que os sócios da Brasil Telecom enviem à comissão os papéis do processo que corre em Nova York referentes a interferências de integrantes do governo. (AE)

ICMS: Fazenda notifica indústrias e atacadistas de pequeno porte A Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda começou a notificar as indústrias e atacadistas de pequeno porte para fins de enquadramento e desenquadramento no benefício fiscal relativo ao Código de Prazo de Recolhimento. A notificação foi publicada no Diário Oficial do Estado, no último dia 3, pela Diretoria Executiva da Administração Tributária (Deat), e atinge com o desenquadramento 7.790 contribuintes e enquadra, como beneficiários do Código, outros 9.091 contribuintes. Os contribuintes enquadrados nesse Código têm um prazo estendido para recolhi-

mento do ICMS apurado, relativo aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril deste ano. Na prática, o ICMS declarado na Guia de Informação e Apuração (GIA), para esses contribuintes, referente a abril de 2006, passa a ser 10 de junho deste ano. Já para os contribuintes desenquadrados, na prática, o prazo para recolhimento do ICMS declarado em GIA, relativo aos fatos geradores ocorridos a partir de abril de 2006, volta a ser o previsto no CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) do seu cadastro, ou seja, perdem o benefício de maior prazo para recolher o imposto.

Reforma tributária poderá sair do papel A Câmara dos Deputados deve votar o pacote, ainda nesta semana, da mini-reforma tributária. A proposta tem quatro pontos considerados essenciais pelo governo: unificação das alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), aumento de um por cento no FPM (Fundo de Participação dos Municípios), elevando o repasse de 22,5 para 23,5 % para as prefeituras; o Fundo de Participação dos Estados e novas regras para os precatórios das prefeituras. A oposição quer fatiar a proposta de reforma tributária e aprovar, agora, apenas o aumento de 1% no Fundo de Participação dos Municípios, mas o governo só aceita votar todos

os quatro pontos da reforma. Para o presidente do SESCON-SP, Antonio Marangon, estas mudanças não terão efeito para as micro e pequenas empresas. “Os deputados deveriam votar incentivos e redução de tributos para que as micro, pequenas e médias empresas possam contratar mais mão-de-obra e investir mais em seus negócios”, ressaltou. Os deputados iniciarão a discussão da PEC (Proposta de Emenda à Constituição 285/ 04) que trata da mini-reforma tributária logo após a desobstrução da pauta, trancada por três Medidas Provisórias, segundo o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Apesar do crescimento da massa salarial, o consumidor ainda está endividado. Haverá parcimônia na hora da compra. Emílio Alfieri, economista da ACSP

DIA DAS MÃES: RETA FINAL PARA VENDAS

QUE VENHA O FINAL DE SEMANA

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A DIFÍCIL TAREFA DE SE DIVIDIR ENTRE A FAMÍLIA E O TRABALHO

Mãe: mulher de dupla jornada

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o Brasil, as mulheres representam mais de 50% da população economicamente ativa. Para boa parte delas, depois do expediente, começa outra jornada. Cuidar dos afazeres domésticos, administrar o tempo escasso e dar atenção aos filhos também faz parte da rotina. A empresária Alba Sousa, 43 anos, é uma típica representante dessa categoria. Sua primeira jornada começa na administração do seu salão de beleza, o Scham´s Cabeleireiros, localizado nos Jardins, em São Paulo. A outra, na administração do lar. Viúva e mãe de dois filhos, assim que chega em casa Alba passa a desempenhar o papel de mãe, pai e de administradora de conflitos, gerados pelo pouco tempo que tem para dedicar às crianças. Ela diz que em alguns dias da semana sente que lhe falta tempo para dar conta de todos os afazeres na empresa e em casa. "O tempo passa muito rápido e é escasso para mim. Gostaria de fazer mais do que faço.” A frase deixa transparecer não só o desejo do aperfeiçoamento profissional, mas também o de ter uma parcela de tempo só para suas realizações.

Alba diz que procura transformar a rotina em algo gratificante, principalmente quando está ao lado dos filhos: “Ser mãe é maravilhoso, sempre foi o sonho da minha vida, mas exige muita responsabilidade.” A dupla – e às vezes tripla – jornada de trabalho da empresária não a deixa tão preocupada quanto a educação que pretende oferecer aos dois filhos. Para compensar sua agitada rotina diária, a cada 15 dias Alba tira "férias de dois dias", reservando um final de semana só para ela. As crianças ficam com a governanta Deide, que trabalha na casa há mais de oito anos. Mesmo nessa "folga", Alba não abandona a prática diária de meditação antes de dormir e depois de acordar. Maria Helena Martins

Fotos: Marcelo Min/AFG

onhecedores do hábito dos brasileiros de deixar tudo para a última hora, os varejistas se preparam para reverter, neste final de semana, as estatísticas modestas de vendas para o Dia das Mães. Lojas de rua e de shoppings oferecem promoções e muitas resolveram estender o horário de atendimento para seduzir todo o tipo de consumidor. E elas contam, ainda, com o "empurrãozinho" do tempo frio. As duas lojas do Depósito de Meias São Jorge, da Rua 25 de Março, estão com um estoque de pijamas, meias e malhas 15% maior que nos meses de fevereiro e março deste ano. "O faturamento está aumentando em razão do frio e do Dia das Mães. Não sei qual das duas razões estimula mais a intenção de compra", afirma a gerente de Marketing da loja, Daniela Dib. Já o gerente da rede Armarinhos Fernando, Márcio Eduardo Gavranic, diz que as vendas no Dia das Mães neste ano serão 2% maiores do que as registradas na data do ano passado. "Do total de clientes, 70% são atacadistas que já fizeram as compras em abril. Mas os 30% restantes deixam a escolha para o último minuto. Costumo receber 3 mil pessoas por dia. Esse número deverá subir para 4 mil no próximo sábado." Gavranic diz que a rede vai "lutar" pelos consumidores até o último minuto. As portas fiLeonardo Rodrigues/Hype

Com todo carinho, Alba acorda o filho caçula, Rodolfo, depois de já ter despertado o mais velho

Enquanto espera Arthur (de azul), escovar os dentes, ela supervisiona Rodolfo

Já vestida para mais um dia de trabalho, Alba leva os dois filhos para a escolinha de futebol

Movimento na Rua José Paulino

carão abertas também no domingo. Assim como a rede de lojas, alguns shoppings também vão estender o horário de atendimento. As lojas do Shopping ABC e do Central Plaza, por exemplo, ficarão abertas até às 23 horas no sábado. Morno – O economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, estima que as vendas neste Dia das Mães poderão ser 5% maiores em relação à data de 2005. Ele analisa que, em razão do tempo frio, os setores mais lembrados pelos consumidores serão vestuário e calçados. "Apesar do crescimento da massa salarial, o consumidor ainda está endividado. Haverá parcimônia na hora da compra", afirma. Já a expectativa do presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), Ruy Nazarian, é um pouco mais positiva: crescimento de até 7%. "Até sábado à noite, as ruas e shoppings ficarão uma loucura. No domingo, apesar de muitos comerciantes abrirem as portas, o movimento não será grande. É que os filhos vão sair para almoçar com as mães e não terão mais tempo de comprar", diz. Para Nazarian, as vendas no próximo final de semana, em relação ao anterior, serão 3% maiores. "O frio está chegando. Além disso, os consumidores encontram crédito fácil. O comércio está se adequando às necessidades das pessoas, que querem retribuir em presente o carinho que sempre ganharam das mães", afirma. Neide Martingo

Enquanto Arthur treina, ela ajuda Rodolfo nas tarefas e marca um compromisso

Mesa posta, desfruta do café da manhã balanceado com os filhos Ao final da atividade, Alba pega os dois filhos e os leva de volta para casa

Começa mais uma jornada, só que a profissional, em seu próprio salão de cabeleireiros

Pausa no expediente para se despedir dos filhos, que seguem para a escola com o motorista

No fim tarde, mas não do trabalho, vai ao colégio dos filhos para os levar para casa


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.GERAL

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Miguel Rojo/AFP

IDEAL É PRATICAR O LIBERALISMO SEM ETIQUETAS, DIZ LACALLE Implementar políticas liberais sem contar com uma sociedade receptiva a seus pressupostos pode ser uma dificuldade real para governantes, explica o ex-presidente do Uruguai Luis Alberto Lacalle

M

embro de uma tradicional família de políticos, Luis Alberto Lacalle foi presidente do Uruguai entre 1990 e 1995. Durante seu governo, envolveuse no projeto de consolidação do Mercosul e promoveu reformas na administração como o saneamento das finanças públicas, privatizações e a redução da participação estatal na economia. No comando do Estado uruguaio, sentiu na pele as dificuldades de implementar os preceitos liberais num país latino-americano e, em alguns momentos, enfrentou forte resistência da opinião pública contra seus projetos. Um exemplo disso foi a aprovação da Lei de Modernização, que permitia a privatização de serviços públicos e a entrada de capital estrangeiro em estatais. Sobre essa experiência, Lacalle falará durante o Seminário Internacional Democracia Liberal, que acontece nos dias 15 e 16 em São Paulo (veja quadro). Na década de 80, antes de assumir a presidência, Luis Alberto Lacalle – que é também advogado, jornalista e um dos líderes do Partido Nacional (PN), além de deter vários títulos honoris causa – participou ativamente do processo de recondução do Uruguai à democracia e foi eleito senador. Ao Diário do Comércio, Lacalle falou sobre sua experiência como governante, o Mercosul e a "má imagem" do liberalismo na América Latina.

Um de seus projetos como presidente do Uruguai, nos anos

Enrique Marcarian/Reuters

Uma vez mais, os Estados Unidos abandonaram o hemisfério sul e reagiram com atraso aos fatos. Evo Morales e Hugo Chávez são exemplo disso.

90, foi implementar as idéias liberais na administração estatal. Quais foram as principais dificuldades que o sr. enfrentou? Luis Alberto Lacalle Herrera – Os principais problemas na implementação dos princípios liberais foram, e são ainda hoje, a longa tradição uruguaia em que, historicamente, o Estado tem uma forte presença na economia. Essa presença estava ligada, sobretudo, à atuação das chamadas empresas públicas. Algumas dessas companhias foram muito bem sucedidas como monopólios em setores de refinaria de petróleo, industrialização do ál-

cool, seguros de automóveis e portos. Antes do pleito de 1989 [em que Lacalle foi eleito], prometemos alterar esta situação de monopólio. O que realizamos foi a eliminação do monopólio nos setores de seguros e álcool e a liberalização das atividades portuárias. A lei que autorizou a venda parcial de empresas públicas – com o Estado detendo 40% das ações, os empregados, 8% e os proprietários privados, 52% – foi aprovada pelo parlamento, mas repelida em um referendo (com 72% dos votos contra a lei e 28% a favor). Além disso, o Uruguai foi muito prejudicado pelo estilo de privatização da Argentina e pela forma como o dinheiro foi aplicado lá. Quais são as diferenças que o sr. apontaria entre a teoria liberal do Estado e a implementação prática dessa teoria? O liberalismo tem péssima fama na América Latina e a implementação de seus princípios é possível apenas por meio de algumas ações concretas, mas não por um plano geral de liberalização. O ideal é adotar as medidas necessárias, mas sem usar "etiquetas". Luis Alberto Lacalle, ex-presidente do Uruguai e líder de um setor do Partido Nacional: ainda sem planos para as eleições de 2009

Há cerca de 15 anos, o sr. foi um dos presidentes latinoamericanos co-fundadores do Mercosul. Qual sua retrospectiva desses 15 anos e quais as expectativas para o bloco no futuro próximo? O Mercosul foi criado como uma organização econômica e de comércio entre Uruguai, Paraguai, Brasil e Argentina. Mas, ao longo dos últimos anos, tem sido transformado em uma associação política. Se não retornarmos ao caminho original com urgência, não haverá o futuro do Mercosul. Como o sr. avalia as relações políticas entre os governos latino-americanos, não apenas dos países do Mercosul, hoje? O que aconteceu recentemente é que o regime Chávez [governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que tem se mostrado um opositor político forte dos países liberais, sobretudo dos Estados Unidos] confundiu todo o cenário da região, é uma tempestade, uma segunda Cuba. A diferença entre Cuba e Venezuela é que Chávez tem uma origem eleitoral legítima, foi eleito [o presidente de Cuba, Fidel Castro, está no poder desde 1959]. Além disso, a Venezuela tem riquezas e recursos que lhe conferem grande importância econômica no continente e que, por isso, tolhem as ações dos Estados Unidos. Esse quadro se tornou possível porque, uma vez mais, o governo norte-americano abandonou o hemisfério sul e reagiu com muito atraso aos fatos. Evo Morales é outro bom exemplo de que isso está acontecendo novamente. O sr. é descrito como líder de uma tendência política denominada herrerismo. O sr. concorda com essa descrição e,

se concorda, em que consiste o herrerismo? O sobrenome da minha família materna é Herrera e meu avô materno, Luis Alberto de Herrera, foi o líder de meu partido, o Partido Nacional [Blanco], fundado em 1836. Depois dele, o grupo dentro do partido por ele liderado passou a ser chamado "herrerismo". Agora, eu sou o líder desse grupo. Mas é apenas uma denominação local e interna. Corrupção e populismo são freqüentemente apontados por líderes internacionais e pela mídia como os maiores

problemas da América Latina. Como o sr. lidou com esses problemas em seu governo e quais são as medidas para combatê-los, na sua opinião? Existem problemas muito mais sérios do que esses na região. Um deles é o fato de os contribuintes dos países latino-americanos não terem a percepção de que o dinheiro gasto pelo governo sai diretamente de seus bolsos. Temos eleitores e democracia na América Latina, mas não há conhecimento sobre a relação cidadão-contribuinte. Por isso, é muito freqüente que os protestos sejam a favor de

uma redução dos impostos, mas nunca contra os gastos públicos que são, em geral, extravagantes. O sr. esteve na presidência e no senado. Como a participação nessas duas instituições alterou sua visão da política? Depois da presidência, eu não assumi nenhum outro cargo público. Antes, havia sido congressista (em 1972) e senador (em 1985). Mas depois de toda essa experiência política, posso dizer apenas que prefiro estar numa posição executiva e ter a capacidade de realizar coisas.

Na sua opinião, como a América Latina poderia alcançar as metas de desenvolvimento, uma melhor distribuição de renda, crescimento econômico e combate à pobreza? A idéia principal é colocar em prática o que o liberalismo ensina, mas sem mencionar seu nome. Quais são seus planos para a política no futuro? Por enquanto, sou um membro ativo da direção do Partido Nacional. Quando a próxima eleição chegar, em 2009, poderemos falar sobre isso. Heci Regina Candiani


Ano 81 - Nº 22.124

São Paulo, quinta-feira 11 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

VALERIODUTO

Falsoduto jorra mentiras na CPI Com "emoção emocional", Silvinho Land Rover Pereira admitiu: "Não sei o que é fato, o que não é, o que eu criei". E uma sombra de mistério envolveu a sala da CPI: por que Silvinho recuou de suas revelações? Página 3

Ataque aos sanguessugas Lei Orçamentária muda para blindar ações que facilitavam vendas superfaturadas de ambulâncias. Página 5

Opportunity: extorsão? Chega à CPI dos Bingos denúncia de que o governo Lula tentou extorquir milhões de dólares do grupo. Página 5

Adriano Machado/AE

GASODUTO

Petrobol diz que não dará o cano na Petrobras Em reunião em La Paz (foto), ministro Rada diz a Gabrielli que Bolívia está disposta a indenizar a Petrobras. Eco/1

E mais Morales: brasileiros fora Governo boliviano decide expulsar 5,5 mil brasileiros que trabalham na extração de castanhas e borracha. Eco/3 Jaime Bóquez

Jonne Roriz/AE

Marcelo Min/AFG

PATAGÔNIA Puerto Natales apresenta as mais belas paisagens do extremo sul do Chile

BOA VIAGEM

MAMÃE 24 HORAS Alba Sousa (foto) e a rotina de filhos com trabalho. Pág. 8

AMANHÃ Parcialmemte nublado Máxima 21º C. Mínima 11º C.

DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 10º C.

Vendas no varejo na mira do Fisco

www.finanfactor.com

Lojas de departamentos estão entre os visados pela fiscalização de SP, que já aplicou multas de R$ 221 milhões. Eco/3

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)

Pabx (11)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

1 A Petrobras é que deve temer (a saída da Bolívia), não nós. Andrés Soliz Rada, ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia

PAÍS ENVIARÁ DIPLOMATA PARA A REGIÃO DE FRONTEIRA PARA AJUDAR OS BRASILEIROS QUE VIVEM LÁ

BOLÍVIA PODE EXPULSAR BRASILEIROS Liliam Rana/AE

O

governo brasileiro anunciou que vai enviar hoje um diplomata à cidade boliviana de Cobija, localizada próxima à fronteira entre os dois países. Ele terá a missão de contatar os brasileiros que residem na região. A informação foi dada ontem pelo Ministério das Relações Exteriores. A decisão foi tomada depois do surgimento de rumores de que o governo de Evo Morales expulsaria os cidadãos brasileiros que vivem em áreas fronteiriças. Segundo estimativas do próprio Itamaraty, cerca de 6,6 mil pessoas estão nessas condições. O embaixador brasileiro em La Paz, Antonino Mena Gonçalves, conversou com autoridades bolivianas de imigração a respeito da ameaça de expulsão de brasileiros do país. Mas, de acordo com o embaixador, o governo boliviano negou a ameaça e informou que teria havido um mal-entendido. Madeireira – Segundo as informações das autoridades do país vizinho, transmitidas a Mena Gonçalves, a única notificação de saída foi dada a uma madeireira brasileira que está

na faixa de terra em que a Bolívia não permite a instalação de propriedades privadas. Sobre essa madeireira, imagens cedidas pela TV Unitel, da Bolívia, e exibidas ontem pelo Jornal Nacional da TV Globo, mostram que o proprietário foi intimado a sair do território boliviano. A ação de despejo foi entregue pelo viceministro da Terra, Alejandro Almaraz, que alega estar cumprindo a lei. "Em uma faixa de até 50 quilômetros de distância da fronteira, nenhum estrangeiro, direta ou indiretamente, pode ter direito sobre a terra ou sobre os recursos naturais da Bolívia", disse o vice-ministro. Um acordo feito em agosto do ano passado entre os governos do Brasil e da Bolívia deu prazo de um ano para que todos os brasileiros regularizassem sua situação. Mas resolução recente do governo Evo Morales determina a retirada imediata dessas pessoas. O cônsul do Brasil em Cobija, Júlio Miguel da Silva, disse que o governo brasileiro está tentando evitar o despejo, "pedindo às autoridades bolivianas que tenham calma para poder resolver esse problema

sem atropelamentos". Reunião – Em relação à crise da nacionalização do gás e das reservas de petróleo bolivianas, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, reuniu-se ontem em La Paz com o ministro das Minas e Energia brasileiro, Silas Rondeau, o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, e o presidente da YPFB, Jorge Alvarado. A reunião, que começou por volta das 16h de ontem, não havia terminado até o fechamento desta edição. Pela manhã, Gabrielli e Rondeau se reuniram com técnicos e advogados da Petrobras em Santa Cruz de la Sierra para alinhar o discurso na reunião da noite e avaliar o impacto de um aumento nos preços dos gás natural pela Bolívia. Antes desse encontro, Soliz disse que a Petrobras tem mais a perder do que a Bolívia, se a companhia sair daquele país (leia texto à direita nesta página). Durante o dia, ele também deu evidências da aproximação entre Bolívia e Venezuela. Os presidentes das duas nações anunciaram projetos entre as estatais de petróleo e gás PDVSA e YPFB. (Agências)

Especialistas defendem novas fontes de energia e gás Valter Campanato/ABr

O

ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse que confia em uma solução rápida para a crise do gás com a Bolívia. "De nada adianta ter gás sem gasoduto e ter gasoduto sem gás", disse. "Trata-se de uma questão de negócios e preços. Eles (Petrobras e governo boliviano) devem resolver isso em breve." China, Mercosul e Bolívia estiveram ontem na pauta de Furlan, que deu palestra no Centro de Estudos Brasileiros em Oxford, na Inglaterra. Questionado por um professor venezuelano sobre as relações do Brasil com seu país, o ministro disse que a Venezuela, assim que aderir ao Mercosul, terá de se submeter às suas regras. "Os clubes são uma tradição na Inglaterra e todos sabem que os novos membros não dão as regras, sempre se submetem a elas", disse. Em outro seminário "A energia e o desenvolvimento do Brasil", o assunto Bolívia também veio à tona. O ex-presidente da Eletrobrás e consultor do grupo GP Investimentos, Firmino Sampaio, fez um alerta sobre a forte dependência do

Furlan: é preciso negociar

Brasil em relação aos países vizinhos para o suprimento de energia elétrica. "Já temos cerca de 7.300 MW supridos por países vizinhos. Temos de ter um plano de contingência caso surjam problemas similares a esse que está ocorrendo na Bolívia", comentou Firmino. Ele considera que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já deveria ter feito uma reunião para discutir a questão. "Não quero ser o profeta do apocalipse e nem estou dizendo que teremos problemas com o Paraguai. Mas temos de lembrar que a usina de Itaipu, que é binacional, supre de 20% a 25% do

consumo de energia elétrica no Brasil", comentou ele. O consultor do grupo Odebrecht, Abel Holtz, que participou do mesmo seminário, observou que o Banco Mundial fez um estudo alertando que o Brasil só deveria concluir as negociações para a construção do gasoduto com a Bolívia se tivesse construído alternativas para alguma emergência. "A recomendação era investir na produção interna de gás natural ou ter usinas de regaseificação para evitar problemas." Holtz afirmou que o Brasil tem opções mais baratas para o suprimento de gás natural do que o gasoduto que está sendo negociado com a Venezuela. A principal é a construção de fábricas de regaseificação. Segundo ele, essas usinas podem ser construídas ao custo de US$ 400 milhões. O gasoduto demandaria US$ 25 bilhões. A Petrobras já estuda a instalação de unidades de regaseificação. O secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer, informou ontem que o governo ofereceu a concessão de licenciamento ambiental para a instalação de uma unidade no Rio de Janeiro. (AE)

Gabrielli (à esq.), e o ministro Soliz Rada, antes de encontro em La Paz para negociação do preço do gás.

Indenização da Petrobras é incógnita

A

Petrobras ainda não sabe se será indenizada pelo governo boliviano, que expropriou parte de suas refinarias no país. De um lado, o presidente da estatal local YPFB, Jorge Alvarado, informou que a empresa pretende fazer algum tipo de indenização com produtos como gás natural à Petrobras. De outro, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, fez duras críticas à empresa brasileira em entrevista à imprensa, afirmando que pode não indenizá-la. Perguntado se temia a saída da Petrobras de seu país, Soliz

Rada afirmou: "A Petrobras é que deve temer, não nós". Alvarado disse que o natural é pagar pelas refinarias. "Quanto às refinarias, naturalmente é preciso pagar por elas, porque a indenização não é confiscatória, mas é preciso antes fazer uma conciliação de contas para determinar um valor justo", disse ele. O presidente da YBBF encontrou-se pela manhã com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e com os ministros de Energia de ambos os países, o boliviano Andrés Soliz e o brasileiro Silas Rondeau. Alvarado explicou que os

técnicos da YPFB calculam que nos depósitos da Petrobras estejam armazenados combustíveis brutos e refinados em um valor de US$ 20 a US$ 30 milhões, o que deve ser incluído nas contas da indenização. Soliz, por sua vez, afirmou que a Petrobras erra ao assumir uma posição dura, querendo negociar diretamente com a YPFB. "Não sabemos ainda se vamos ou não indenizar as petroleiras", disse, incluindo a Petrobras. "Primeiro o governo terá de saber se, no processo de privatização, as empresas pagaram um preço justo pelas refinarias." (Agências)


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quinta-feira, 11 de maio de 2006

7

Cidades VEREADORES Clayton de Souza/AE/19/12/2005

Ivan Ventura

A

empreitada do vereador Celso Jatene (PTB), que quer a aprovação do Projeto de Emenda de Lei Orgânica que decreta o fim do recesso parlamentar de julho na Câmara Municipal, sofreu um duro golpe na tarde de ontem. Jatene recebeu o relatório final de levantamento feito pela Ong Voto Consciente, que perguntou a opinião dos outros 54 vereadores sobre o tema: apenas 15 fizeram a lição de casa, não incluindo o voto favorável de Jatene. Doze deles se mostraram favoráveis, dois contrários e um pede uma solução intermediária (aprovaria o projeto com algumas restrições). Os outros 39 vereadores sequer responderam à pesquisa. De acordo com o texto da propositura, seria extinto o recesso de julho – uma espécie de segundo período de férias dos parlamentares. Hoje, os vereadores de São Paulo têm direito aos recessos de janeiro e do meio do ano. "Recesso só se admite a deputados, estaduais e federais, que precisam viajar por alguns dias e visitar os redutos eleitorais, geralmente em outras cidades ou estados. O vereador é o único parlamentar que mora próximo do seu eleitorado e não precisa viajar", comentou Jatene. No mês passado, o vereador do PDT havia dito que era um absurdo um vereador ter duas férias ao longo do ano. "Todo e qualquer trabalhador tem apenas 30 dias e nós temos 60. Que emprego tem tudo isso de férias? Nenhum". Relatório – No relatório da Voto Consciente, os 12 vereadores favoráveis à aprovação do projeto são: Ricardo Montoro (PSDB), Aurélio Nomura (PV), os petistas Donato, Paulo Teixeira, Chico Macena, Claudete Alves, Soninha, além de

ESQUECEM DE FAZER A LIÇÃO DE CASA

Maioria dos vereadores sequer respondeu à pesquisa da Ong Voto Consciente sobre o fim do recesso parlamentar em julho. Apenas 15, dos 54 consultados, deram suas opiniões: 12 foram favoráveis, dois contrários e um pede alterações no projeto. Proposta do fim das férias é de Celso Jatene. Na Câmara: vereadores têm 60 dias de férias ao ano, diferente de qualquer outro trabalhador

Marcos Fernandes/Luz

Jatene criou o projeto em 2001 e ainda não conseguiu excluir o recesso

Bispo Atílio Francisco (PRB), Claudinho de Souza (PSDB), Aurélio Miguel (PL), Claudio Prado (PDT) e Russomano (PP). Estão contrários ao projeto Goulart (PMDB) e Toninho Paiva (PL). Votaria com alguma restrição, Dalton Silvano. Aparentemente chateado com o baixo número de participações dos vereadores na en-

quete, Jatene acredita que esse número deverá aumentar quando o PLO for a votação no Plenário. "Criei o projeto em 2001 e o número de adeptos está aumentando. Tanto que, na votação do ano passado, 25 vereadores votaram favoráveis, alguns inclusive que nem estão na lista da Ong. O presidente da Câmara, Roberto Trípoli,

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

me disse que também é favorável ao projeto". Para ser aprovado na Câmara Municipal, a proposta necessita de 37 assinaturas nominais, em primeira e segunda votações. "Até sugeri aos outros vereadores que criassem emendas ao projeto ou que colocássemos a proposta em nome de todos os vereadores. Ninguém respondeu a isso também", disse o vereador. Comum – A coordenadorageral da Ong Voto Consciente, Sonia Barboza, foi quem entregou o resultado a Jatene. Ela revelou que já está acostumada com essa atitude dos vereadores. "É comum eles não responderem aos nossos pedidos. E isso acontece mesmo com a ajuda do presidente da Casa".

Agora o vereador precisa convencer, o mais rápido possível, o restante dos vereadores a votarem favorável à proposta. Isso porque faltam cerca de 50 dias para o recesso de julho. "E ainda temos a Copa do Mundo e a participação dos vereadores nas próximas eleições, sendo para apoiar algum nome ou como candidatos". Caso a proposta não seja aprovada novamente, o vereador garante que não há problema. "Vamos continuar lutando pelo projeto assim mesmo. A maior Câmara Municipal do Brasil, e uma das maiores do mundo, não pode continuar com esse tipo de privilégio". Tentativas - Não é a primeira vez que o parlamentar briga em favor do seu projeto. No dia

26 de junho de 2003, Jatene pediu pela chamada inversão da pauta – assim o projeto seria colocado no topo da lista de prioridade para votação. Como resultado, 26 votaram, sendo que 24 se manifestaram contra a inversão de pauta, um se absteve e apenas Jatene votou a favor. No dia 9 de junho de 2004 nova tentativa de inversão de pauta. E de novo não deu certo. Dos 28 parlamentares que votaram, 20 foram contrários à proposta, sete favoráveis e um se absteve de votar. A última tentativa do vereador aconteceu no dia 28 de abril do ano passado. Nova derrota: dos 30 vereadores que votaram, 26 foram favoráveis e quatro se abstiveram.


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

quinta-feira, 11 de maio de 2006

ATAS COREMA S/A EMPRESA DE COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO CNPJ/MF nº 61.409.983/0001-09 - NIRE nº 353 00010302 EXTRATO DA ATA DA AGOE DE 30 DE ABRIL DE 2005 Arquivada em seu inteiro teor na Jucesp sob n.° 176.125/05-0 em 20/06/05. Deliberações: a) foram aprovadas as Demonstrações Financeiras encerradas em 31.12.2004 e ratificados, assim, todos os atos de gestão dos administradores praticados no exercício de 2004; b) aceita a renúncia do Diretor VicePresidente Executivo de Marketing-Comercial FÁBIO FRANCHINI; c) eleito o DR. CÉSAR TADEU LOPES PIOVEZANNI para o cargo de Diretor, com a designação de Diretor de Parcerias e Joint Venture tomando posse neste ato; d) eleito o Dr. ELIANDO LOPES DE SOUSA, para o cargo de Diretor, com a designação de Diretor Jurídico que agirá sempre em conjunto com qualquer outro Vice-Presidente, na forma do Estatuto Social, tomando posse neste ato. A Diretoria da sociedade ficou assim composta: Presidente: LÉLIO RAVAGNANI FILHO; Vice-Presidente Executivo Industrial: NEWTON RAFAEL DEL NERO; Vice-Presidente Executivo de Planejamento Estratégico: LUIZ CARLOS MARCHETTI; Diretor Comercial: IVANILDO VELOSO MONTEIRO; Diretora Adjunta: CÉLIA ORDACOWSKI; Diretor de Parcerias e Joint Venture: CÉSAR TADEU LOPES PIOVEZANNI; Diretor Jurídico: ELIANDO LOPES DE SOUSA, todos com mandato até a Assembléia que aprovar as contas de 31/12/05 permanecendo vagos os demais cargos da Diretoria. A ata foi assinada por todos os presentes. São Paulo, 30/04/05. Lélio Ravagnani Filho – Presidente; Célia Ordacowski – Secretária. Acionistas presentes: Lélio Ravagnani Filho e COREMA Participações Ltda. p/ Lélio Ravagnani Filho. Registro Jucesp. 176.125/05-0 em 20/06/05.

COMPANHIA TRANSAMÉRICA DE HOTÉIS - SÃO PAULO

COMUNICADO DE EXTRAVIO COMUNICADO DE EXTRAVIO Comunicamos que foram extraviadas Notas Fiscais de Serviços Série A - 9 blocos - Nºs. 6.801 a 7.250, sendo que, de 6.801 a 6.840 foram emitidas. Empresa ASC - Sistemas e Computadores Ltda - Av. Açocê, 565 - São Paulo-SP - CNPJ 56.631.013/0001-13, Insc. Mun. 9.365.330-1.

DECLARAÇÕES DE PROPÓSITOS

CONVOCAÇÃO

CNPJ nº 43.212.943/0001-90 - NIRE nº 35 3 0000648 8 ATA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA DATA: 28/04/2006. HORÁRIO: 10:30 horas, Assembléia Geral Ordinária, e, em seguida, Assembléia Geral Extraordinária. LOCAL: Sede Social - Avenida das Nações Unidas nº 18.591 - São Paulo - SP. PRESENÇA: Acionistas representando mais de dois terços do capital social com direito a voto e auditoria externa independente, BDO Trevisan Auditores Independentes (CRC 2SP 013.439/O-5), representada por Jorge Alberto da Cunha Moreira, CRC 1RJ078169/O-3 “S”SP. MESA: Paulo Celso Bertero - Presidente. Aloysio de Andrade Faria - Secretário. DOCUMENTOS LIDOS E ARQUIVADOS NA SEDE SOCIAL: 1. relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e demais peças das demonstrações contábeis do exercício encerrado em 31.12.2005: Diário Oficial do Estado de São Paulo, de 14.04.2006 e no Diário do Comércio, de 17.04.2006; 2. editais de convocação: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 20, 21 e 25; e Diário do Comércio de 20, 24 e 25, todos de abril corrente; 3. proposta da Diretoria; 4. ata da Assembléia Geral Especial dos Titulares de Ações Preferenciais Classe A; 5. ata da Assembléia Geral Especial dos Titulares de Ações Preferenciais Classe B; 6. ata da Assembléia Geral Especial dos Titulares de Ações Preferenciais Classe C; 7. projeto da reforma e reestruturação do Estatuto Social. DELIBERAÇÕES TOMADAS POR UNANIMIDADE: EM ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA: 1. com abstenção dos legalmente impedidos, aprovou o Relatório da Diretoria, o Balanço Patrimonial, e as demais peças das demonstrações contábeis do exercício encerrado em 31.12.2005; 2. elegeu para comporem a Diretoria, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, por reeleição: Srs. PAULO CELSO BERTERO (CPF nº 033.351.948-53 - RG nº 4.251.530-SSP-SP), brasileiro, casado, hoteleiro, domiciliado e residente em São Paulo-SP; CLÁUDIO BONUCCELLI (CPF nº 048.077.468-47 - RG nº 9.616.770-SSP-SP), brasileiro, casado, hoteleiro, domiciliado e residente em São Paulo-SP; e por eleição os Srs.: NELSON MARCELINO (CPF nº 279.391.708-72 - RG nº 3.724.674-SSP-SP), brasileiro, casado, hoteleiro, domiciliado e residente em São Paulo (SP), e THOMAS HUMPERT (CPF 006.985.468-81 - RG nº 6.461.110 - SSP-SP), brasileiro, divorciado, hoteleiro, residente e domiciliado na Ilha de Comandatuba, Una, BA; 3. com abstenção dos interessados e atendendo aos preceitos estatutários, fixou em até R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), em média mensal, a remuneração da Diretoria, nos termos do estatuto social, cabendo a esse órgão deliberar, em reunião, sobre a forma de distribuição dessa verba entre os seus membros, a vigorar a partir de abril do corrente ano, a qual poderá ser reajustada de acordo com os índices da inflação. Poderá a sociedade proporcionar aos seus administradores transporte individual e, para alguns, também segurança; 4. declarou que os Diretores ora reeleitos e eleitos não estão incursos em crime algum que vede a exploração de atividade empresarial, nos moldes do Art. 1.011, § 1º, do Código Civil. EM ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA: 1. aprovou a transformação das ações ordinárias Classe B em ações ordinárias Classe A, em decorrência do que as ações dessa espécie passarão a ser simplesmente designadas “ações ordinárias”, nos precisos termos da proposta da Diretoria; 2. mandou registrar em ata que os titulares das ações preferenciais Classe A, Classe B e Classe C, nas respectivas Assembléias Gerais Especiais, deram sua plena concordância à proposta da Diretoria sobre a transformação das ações preferenciais Classe C em ações preferenciais Classe B; 3. aprovou a transformação das ações preferenciais Classe C em ações preferenciais Classe B, nos precisos termos da proposta da Diretoria; 4. em decorrência do deliberado nos itens anteriores, o artigo 5º, “caput” e seu § 1º, passaram a ser redigidos da seguinte forma: “Art. 5º - O capital social é de R$ 59.071.201,91 (cinqüenta e nove milhões, setenta e um mil, duzentos e um reais e noventa e um centavos), integralmente realizado e dividido em 1.177.869 (um milhão, cento e setenta e sete mil, oitocentas e sessenta e nove) ações escriturais, sem valor nominal, das seguintes espécies e classes: a) 404.521 (quatrocentas e quatro mil, quinhentas e vinte e uma) ordinárias; b) 2.525 (duas mil, quinhentas e vinte e cinco) preferenciais Classe “A”; e c) 770.823 (setecentas e setenta mil, oitocentas e vinte e três) preferenciais Classe “B”. § 1º - O número de ações preferenciais, Classes “A” e “B”, sem direito a voto ou sujeitas a restrições no exercício desse direito, não poderá ultrapassar 2/3 (dois terços) do total das ações emitidas.”; 5. autorizou a elevação do capital social pela emissão de mais 51.670 ações escriturais, sem valor nominal, sendo 17.746 ordinárias e 33.924 preferenciais Classe B, ao preço de emissão de R$29,03 cada uma, nos precisos termos da proposta da Diretoria, observando-se, ainda, as seguintes condições para esse aumento: a) o aumento de capital ora autorizado será levado a efeito por subscrição particular e integralização em dinheiro no ato da subscrição: b) o prazo para o exercício do direito de preferência legal na subscrição das novas ações será de 30 dias corridos, a partir da data da primeira publicação do respectivo Aviso aos Acionistas; c) é facultado aos acionistas, dentro do prazo do exercício do direito de preferência legal, ceder frações de direito visando a eliminá-las; d) as sobras de subscrição serão rateadas na proporção dos valores subscritos entre os acionistas que tiverem pedido, no Boletim ou na Lista de Subscrição reservas de sobras; e, se ainda houver sobras, poderão ser subscritas livremente por outros acionistas; e) as ações relativas ao aumento de capital ora autorizado terão direito a dividendos calculados “pro rata temporis” a partir da data de sua integralização; 6. determinou à Diretoria que fizesse publicar, imediatamente, o Aviso aos Acionistas para o exercício do direito de preferência legal na subscrição das ações objeto do aumento de capital ora autorizado; 7. mandou registrar em ata a declaração dos representantes legais das acionistas Alfa Participações, Administração e Representações Ltda. e Fazenda Fortaleza Ltda. no sentido de que renunciavam ao exercício do direito de preferência legal para que a subscrição de parte do aumento do capital social, representado por 51.669 ações escriturais pudesse ser livre e imediatamente subscrita pela Transamérica Holdings Ltda., conforme Boletim de Subscrição que foi entregue à Mesa; 8. ainda em decorrência do deliberado nos itens anteriores, mandou registrar em ata que, quando da Assembléia Geral que homologar o aumento do capital ora autorizado, será levada a efeito a reestruturação do Estatuto Social incorporando, pois, as alterações dos artigos 7º; 9º; 23, letra “b”, assim como a supressão do § Único do artigo 6º e do Título VII, com a conseqüente renumeração dos atuais Títulos VIII e artigo 28 para Título VII e artigo 27; e que para isso a Diretoria já elaborou projeto do Estatuto Social com tais reformas, que foi lido neste conclave e será mantido na sede social à disposição dos acionistas; Lida e aprovada, vai esta ata assinada pelos presentes. São Paulo, 28 de abril de 2006. MESA: Paulo Celso Bertero - Presidente da Mesa; Aloysio de Andrade Faria - Secretário. AS ACIONISTAS: TRANSAMÉRICA HOLDINGS LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. ALFA PARTICIPAÇÕES, ADMINIST. E REPRESENTAÇÕES LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. FAZENDA FORTALEZA LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. CERTIDÃO. Secretaria da Justiça de Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 120.630/06-0, em 08/05/2006. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária Geral. BOLETIM DE SUBSCRIÇÃO BOLETIM DE SUBSCRIÇÃO de 51.670 ações escriturais, sendo 17.746 ordinárias e 33.924 preferenciais Classe “B”, sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 29,03, cada uma, integralizadas mediante subscrição particular e integralização em dinheiro no ato da subscrição, relativas ao aumento de capital social autorizado pela Assembléia Geral Extraordinária de 28.04.2006. Ações Ações Subscritas Subscritas Preferenciais Total Subscritor Ordinárias Classe “B” R$ Transamérica Holdings Ltda., CNPJ nº 62.937.347/0001-12, com sede na Alameda Santos nº 466 São Paulo - SP. Aloysio de Andrade Faria Diretor 17.746 33.923 1.499.951,07 Totais 17.746 33.923 1.499.951,07 São Paulo, 28 de abril de 2006.Companhia Transamérica de Hotéis - São Paulo. Paulo Celso Bertero - Diretor; Cláudio Bonuccelli - Diretor.

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AVISO AOS ACIONISTAS

C.N.P.J. nº 43.212.943/0001-90 - NIRE 35 3 0000648 8 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ESPECIAL DOS TITULARES DAS AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE A DATA: 28.04.2006. HORÁRIO: 9:00 horas. LOCAL: Sede Social - Avenida das Nações Unidas nº 18.591 - São Paulo - SP. PRESENÇA: Acionista representando 100% das ações preferenciais Classe A. MESA: Paulo Celso Bertero - Presidente. Aloysio de Andrade Faria - Secretário. DOCUMENTOS LIDOS E ARQUIVADOS NA SEDE SOCIAL: 1. editais de convocação: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 20, 21 e 25, e Diário do Comércio de 20, 24 e 25, todos de abril corrente. 2. Proposta da Diretoria. DELIBERAÇÕES: Aprovou proposta da Diretoria para transformação das ações preferenciais Classe C em preferenciais Classe B e correspondente reforma estatutária. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 28 de abril de 2006. Aloysio de Andrade Faria - Secretário; Paulo Celso Bertero - Presidente da Mesa. A Acionista: TRANSAMÉRICA HOLDINGS LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. CERTIDÃO. Secretaria da Justiça de Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 120.627/06-1, em 08/05/2006. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária Geral.

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EDITAL

C.N.P.J. nº 43.212.943/0001-90 - NIRE 35 3 0000648 8 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ESPECIAL DOS TITULARES DAS AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE B DATA: 28.04.2006. HORÁRIO: 9:30 horas. LOCAL: Sede Social - Avenida das Nações Unidas nº 18.591 - São Paulo - SP. PRESENÇA: Acionistas representando mais de 99,99% das ações preferenciais Classe B. MESA: Paulo Celso Bertero - Presidente. Aloysio de Andrade Faria - Secretário. DOCUMENTOS LIDOS E ARQUIVADOS NA SEDE SOCIAL: 1. editais de convocação: Diário Oficial do Estado de São Paulo de 20, 21 e 25; e Diário do Comércio de 20, 24 e 25, todos de abril corrente. 2. Proposta da Diretoria. DELIBERAÇÕES TOMADAS POR UNANIMIDADE: Aprovou proposta da Diretoria para transformação das ações preferenciais Classe C em preferenciais Classe B e correspondente reforma estatutária. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 28 de abril de 2006. Aloysio de Andrade Faria - Secretário; Paulo Celso Bertero - Presidente da Mesa. Os Acionistas: TRANSAMÉRICA HOLDINGS LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. ALFA PARTICIPAÇÕES, ADMINIST. E REPRESENTAÇÕES LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. FAZENDA FORTALEZA LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. CERTIDÃO. Secretaria da Justiça de Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 120.628/06-5, em 08/05/2006. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária Geral.

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C.N.P.J. nº 43.212.943/0001-90 - NIRE 35 3 0000648 8 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ESPECIAL DOS TITULARES DAS AÇÕES PREFERENCIAIS CLASSE C DATA: 28.04.2006. HORÁRIO: 10:00 horas. LOCAL: Sede Social - Avenida das Nações Unidas nº 18.591 - São Paulo - SP. PRESENÇA: Acionista representando 100% das ações preferenciais Classe C. MESA: Paulo Celso Bertero - Presidente. Aloysio de Andrade Faria - Secretário. DOCUMENTOS LIDOS E ARQUIVADOS NA SEDE SOCIAL: 1. editais de convocação: Diário Oficial Empresarial do Estado de São Paulo de 20, 21 e 25, e Diário do Comércio de 20, 24 e 25, todos de abril corrente. 2. Proposta da Diretoria. DELIBERAÇÕES: Aprovou proposta da Diretoria para transformação das ações preferenciais Classe C em preferenciais Classe B e correspondente reforma estatutária. Lida e aprovada, vai esta assinada pelos presentes. São Paulo, 28 de abril de 2006. Aloysio de Andrade Faria - Secretário; Paulo Celso Bertero - Presidente da Mesa. A Acionista: TRANSAMÉRICA HOLDINGS LTDA. a.) Aloysio de Andrade Faria. CERTIDÃO. Secretaria da Justiça de Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 120.629/06-9, em 08/05/2006. Cristiane da Silva F. Correa - Secretária Geral.


quinta-feira, 11 de maio de 2006

Nacional Empresas Tr i b u t o s Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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LULA AUTORIZA VENDA FRACIONADA DE REMÉDIOS

Fed eleva para 5% a taxa de juros nos Estados Unidos, um aumento de 0,25 ponto percentual.

SEFAZ CRUZA DADOS DE REDES DE VAREJO E APLICA MULTAS DA ORDEM DE R$ 221 MILHÕES

FISCO MONITORA VENDAS NO VAREJO Patrícia Cruz/LUZ

CHINA O Banco Mundial elevou a projeção de expansão do PIB chinês de 9,2% para 9,5%.

Ó RBITA

PETRÓLEO Os contratos futuros nos EUA fecharam a US$ 72,13 o barril, alta de US$ 1,44.

Ayrton Vignola/Folha Imagem

MEDIDAS PARA AGRICULTURA

P

reocupado com a possibilidade de uma nova manifestação de agricultores tumultuar Brasília na terça-feira e servir de munição aos partidos oposicionistas, o governo corre para tentar divulgar até amanhã medidas adicionais de apoio ao agronegócio. Ainda não ficou claro se haverá um pacote ou apenas

uma "medida de impacto". Uma das possibilidades é que o governo anuncie medidas para garantir os preços mínimos. "Pode haver

VALE

A

Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) teve lucro líquido de R$ 2,185 bilhões no primeiro trimestre, resultado 35,3% superior ao registrado em igual período do ano passado. (AE) A TÉ LOGO

alguma renegociação de dívida e também medidas para compensar a valorização do real frente ao dólar", disse uma fonte. Na região de Presidente Prudente, agricultores fecharam a Rodovia Raposo Tavares e fizeram enterro simbólico de Lula (foto). (AE)

REMÉDIO A CONTA-GOTAS

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou as normas para a venda fracionada de remédios em drogarias. Um decreto vai permitir que elas vendam remédios em unidades. Um projeto de lei,

a ser encaminhado ao Congresso, obrigará os laboratórios a produzirem medicamentos fracionados. Há um ano, o governo liberou a fabricação, mas poucos laboratórios se interessaram. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Brasil cai no ranking dos países mais competitivos do mundo

L

Calçadistas reclamam com governo queda nas exportações

L

Ficou mais caro lacrar e emplacar veículos em São Paulo

O

novo plano de fiscalização eletrônica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) nas empresas com mais de cinco pontos de venda resultou, até o momento, em 202 autos de infração. As autuações são o resultado do cruzamento de dados de todos os estabelecimentos de uma mesma rede. Segundo Newton Oller, diretor-adjunto da Diretoria Executiva da Administração Tributária, estão na mira do Fisco os supermercados, as lojas de departamento, calçados e vestuário. Os autos foram lavrados contra 74 estabelecimentos, pertencentes a quatro redes do varejo, e totalizaram R$ 221 milhões. Segundo o diretoradjunto da Diretoria de Administração Tributária (Deat), Antonio Carlos de Moura Campos, além disso, 112 estabelecimentos sofreram fiscali-

Oller: mira nos supermercados

zações pontuais – quando a rede não é fiscalizada como um todo –, o que resultou em autos no valor R$ 83,6 milhões. "Cerca de 30% desse valor já foi pago", afirmou Campos. Até o fim do ano, 39 redes de varejo serão fiscalizadas nesta nova operação. Os estabelecimentos flagrados foram selecionados por denúncias, moni-

toramento da Sefaz iniciado em 2004 e com base em arquivos eletrônicos enviados pelas empresas nos últimos cinco anos. "A cada semestre, as redes são obrigadas a enviar em arquivo digital todas as informações fiscais. Com isso, a Sefaz tem mais de 3 bilhões de registros", disse o diretor-adjunto. Um servidor, chamado por Campos de "grande irmão", processa estas informações e organiza os dados em um grande banco. "Basta digitar o CNPJ da nota fria, que o computador varre todo o sistema e localiza o infrator", explicou. O uso de nota fria é a causa mais comum das autuações do Fisco estadual. A irregularidade é descoberta quando um documento não corresponde a uma efetiva operação mercantil ou quando a operação se realizou, mas o verdadeiro fornecedor é desconhecido. Laura Ignacio

Impostômetro chega a R$ 300 bi

O

Leão está cada vez mais faminto. Do primeiro minuto de 2006 até hoje, por volta do meio-dia e meia, já abocanhou diretamente do bolso dos brasileiros R$ 300 bilhões em impostos, taxas e contribuições. O montante pode ser visualizado no Impostômetro, instalado na fachada da Associação Comercial de São Paulo

(ACSP), que monitora em tempo real a arrecadação tributária dos governos federal, estadual e municipal. Na comparação com o ano passado, a cifra foi alcançada com 22 dias de antecedência. Além do Impostômetro, cuja versão online pode ser acessada pelo site www.impostometro.com.br os tributos degustados pelo Leão de todas as formas (sobre a renda, patrimônio e

consumo) podem ser calculados e acompanhados pela Calculadora do Imposto (www.calculadoradoimposto) e Feirão do Imposto (www.feiraodoimposto.com.br). Todas essas ferramentas foram desenvolvidas pela ACSP e fazem parte da campanha que visa conscientizar os cidadãos de que pagam, e muito, impostos. Adriana David


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Ambiente Administração Saúde Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

O paciente só percebe o bruxismo se prestar atenção na própria tensão muscular Roberto Macedo, dentista

TRATAMENTO PARA A DOENÇA É SIMPLES

Fotos: Newton Santos/Hype

BRUXISMO: ESTRESSE LEVA 80% DOS ADULTOS A RANGER DENTES Problema aparece principalmente em mulheres, com idade entre 15 e 35 anos, e pode acarretar dor no ouvido, no maxilar e até nos ombros. O diagnóstico tardio pode provocar sérios danos à saúde bucal. Kelly Ferreira

P

roblema odontológico pouco conhecido de grande parte da população, o bruxismo – hábito de apertar e ranger os dentes – pode atingir até 80% das pessoas na idade adulta. Além de incômodo, o problema se agrava e traz sérias consequências se demorar muito para ser detectado. Foi o que aconteceu com a empresária paulistana Zélia Maria Paro, de 47 anos. O fato de não ter percebido rapidamente que sofria de bruxismo causou sérios problemas no maxilar, no ouvido e na gengiva. "A situação estava tão adiantada que os meus dentes se desgastaram. Houve retração da gengiva e, por pouco, não perdi dentes. Tive de fazer até implante", disse Zélia. A empresária explicou que descobriu o problema somente após várias visitas a otorrinolaringologistas. "Nem sei ao certo há quanto tempo tenho a doença, pois não percebia que rangia os dentes. Mas, ao acordar, tinha fortes dores no maxilar. Já acordava cansada. Além disso, as dores no ouvido eram terríveis. Andava com um vidro de remédio na bolsa e vivia indo ao médico, até que um deles me disse que o problema era na boca. Com o passar do tempo, rangia os dentes até durante o dia e todos começaram a perceber", disse.

Zélia buscou a ajuda de um dentista e começou a usar, durante a noite, uma placa que impede o desgaste dos dentes. "Sempre fui muito agitada e preocupada e acho que tudo começou por causa disso. Depois que passei a usar a segunda placa, para a arcada superior, já que não me adaptei à placa da arcada inferior, senti um grande alívio. Hoje não sinto mais dores no ouvido e não tenho mais o hábito de ranger os dentes de dia. O melhor é que ninguém mais chama a minha atenção", disse. No silêncio – Segundo o odontologista Roberto de Paula Macedo, especialista em dentística e mestre em estética pela Universidade de São Paulo (USP), o bruxismo é uma doença silenciosa que pode atingir qualquer pessoa, mas é mais freqüente em mulheres com idade entre 15 e 35 anos. A doença traz graves conseqüências quando diagnosticada tardiamente. Os vilões geralmente são a tensão emocional e o fechamento inadequado da boca. "Estes sintomas são comuns durante o sono. Ranger os dentes à noite e apertá-los de dia formam um problema progressivo. O paciente só percebe que é vítima do bruxismo se prestar atenção na própria tensão muscular ou se alguém ouvir o ranger noturno", explicou.

Paciente que tem bruxismo começa tratamento com placa dentária. O aparelho deve ser usado durante a noite para distribuir a tensão na boca.

O odontologista Roberto de Paula Macedo, especialista em dentística e mestre em estética pela USP, mostra a placa dentária. Segundo ele, o bruxismo é um mal silencioso que pode atingir qualquer pessoa. A doença traz graves conseqüências quando diagnosticada tardiamente.

O problema do bruxismo, termo derivado do francês la bruxomanie – ligado às bruxas por causa do ranger e do desgaste de dentes – está associado com o estresse em 100% dos casos. Isso acontece, explicou Macedo, porque a tensão emocional é a principal causa da doença. "Um alinhamento incorreto dos dentes e o fechamento inadequado da boca fazem parte da maioria dos casos, mas dificilmente são suficientes para causar o problema na ausência de um aumento de tensão", disse.

Para reconhecer o bruxismo é preciso ficar de olho em alguns sintomas, como dores de cabeça tensionais, que surgem por contração excessiva dos músculos da mastigação, podendo atingir o rosto, pescoço, ouvido e até os ombros. Outro sintoma é a dor na articulação da mandíbula, que pode também sofrer estalos, travamento da mesma, restrição na abertura da boca e desvio para os lados ao abri-la e fechá-la. Macedo afirmou que também é freqüente aos portadores de bruxismo a dor e o des-

gaste dos dentes. "A dor é pior pela manhã e o desgaste pode atingir até a gengiva. Em dentes mais frágeis, cariados ou tratados, o ranger pode provocar a quebra. Traumas repetidos e inflamação da gengiva levam à perda do suporte ósseo dos dentes, que se tornam móveis". Tra t a me n t o – Apesar dos graves problemas que o bruxismo pode causar, o tratamento é simples. Um dos primeiros passos é diminuir a tensão psicológica com esportes, ioga e exercícios de relaxamen-

to. Se a causa estiver ligada à depressão ou à ansiedade, é importante a ajuda da terapia. De acordo com o médico, fechar bem a boca também é outra forma de evitar o bruxismo. O contato ruim entre os dentes de cima e os de baixo leva a pontos de atrito que aumentam a tensão muscular", disse Macedo. Outra saída pode ser o encaixe de placas de acrílico na arcada dental durante a noite. Elas distribuem a força muscular em todos os dentes e não apenas em um ou dois que estão mal posicionados.

CAMPANHA

ASFALTO

TRANSLADO

Campanha do Agasalho 2006 começou ontem em todo o Estado de São Paulo. Com o slogan O inverno está aí. Não dá pra ser frio nesta hora. Doe um agasalho, a campanha pretende bater o recorde do ano passado, quando foram arrecadadas 18 milhões de peças. Podem ser doados casacos, cobertores, meias, calças e sapatos. Informações no telefone 3874-6738.

recapeamento das marginais Pinheiros e Tietê começa no sábado. As obras irão atingir 15,2 quilômetros das vias e deverão ser concluídas em cinco meses. Para não atrapalhar o trânsito, as intervenções serão feitas à noite e nos fins de semana. Além do recapeamento, está em estudo a ampliação do número de faixas na marginal Tietê e a cobrança de pedágio.

corpo de Isaías Expedito Pereira, de 40 anos, que morreu em Revere, nos EUA, em 8 de abril, chegou ontem ao Brasil e deve ser sepultado hoje em Tapejara, perto de Curitiba. Ele vivia clandestinamente nos EUA desde 2005 e morreu em conseqüência de um acidente onde fraturou pescoço e coluna. O pai dele vendeu um terreno para pagar o translado. (AE)

Rubens Cardia/Folha Imagem

A Ó RBITA

APREENSÃO iscais da subprefeitura da Lapa, GCM e CET, fizeram ontem, na marginal Tietê, uma blitz (esquerda) para apreender produtos de camelôs.

F

O

O


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 10-.OPINIÃO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO CENÁRIO FAVORÁVEL, SEM INFLAÇÃO

A

O FAZ-DECONTA

Pró-memória BENEDICTO FERRI DE BARROS

F Nilson Konrad/Divulgação

Resultados da indústria até março mostram cenário favorável para os investimentos e abrem espaço para crescimento da demanda sem inflação. Na comparação pela média móvel trimestral, houve queda de 0,2% da produção após três meses de alta. Na abertura por categorias de uso, enquanto a produção dos bens intermediários ficou estável, os demais grupos apresentaram queda, mas após elevação relativamente forte nos meses anteriores. Assim, a produção manteve-se, de maneira geral, em bom patamar. Com este resultado, houve crescimento de 1,2% na média do primeiro trimestre em relação ao anterior, confirmando uma tendência de alta mais forte em comparação aos últimos dois trimestres, que é explicada pela continuidade da expansão do crédito e da massa salarial, pela redução dos

JOÃO DE SCANTIMBURGO

juros e pela recuperação da confiança. Do ponto de vista de impactos sobre a inflação, os resultados da indústria em março, tanto da CNI quanto do IBGE, mostram um perfil favorável de crescimento. O NUCI da CNI permaneceu no patamar relativamente baixo que vem sendo observado desde setembro do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a média do NUCI ficou 1,4 ponto porcentual abaixo da média do primeiro trimestre do ano passado. Além disso, a produção de insumos para a construção civil permaneceu com ritmo bom de crescimento em março, com alta de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 0,86%

Céllus

produção industrial cresceu 5,2% em março na comparação com o mesmo mês do ano anterior e apresentou queda de 0,3% em relação a fevereiro no dado com ajuste sazonal. O resultado ficou um pouco abaixo da nossa expectativa (5,8% e 0,0%, respectivamente) e dentro das projeções do mercado, que iam de -1,7% a 0,6% para a comparação mensal. Apesar da leve queda na margem, a produção manteve-se em um patamar elevado, próximo ao alcançado em dezembro lembrando que os dados têm se mostrado bastante voláteis nos últimos meses (2,5% em dezembro, -1,2% em janeiro e 1,2% em fevereiro).

no primeiro trimestre contra o quarto trimestre de 2005 no dado dessazonalizado. No caso da produção de bens de capital, apesar da queda na margem (-2,1%), no primeiro trimestre, houve crescimento de 9,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior e de 0,5% na margem. E o consumo aparente de bens de capital cresceu 18,1% e 15,4% na mesma comparação. Portanto, esses dados apontam para um aumento nos investimentos no início do ano, o que é bem positivo para o cenário de inflação, na medida em que abre espaço para a continuidade do crescimento da demanda sem gerar pressão inflacionária.

oi ontem. Mas quem se lembra? Public a m o s p a r a re a v i v a r a m e m ó r i a . "A revelação apresentada pela revista Época e documentada pelas fitas gravadas em flagrante das gestões de Waldomiro Diniz, sub-chefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, junto ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, no sentido de obter doações para campanhas eleitorais, com uma propina de 1% por seu trabalho de intermediação, ameaçaram levantar mais uma tampa das caixas-pretas do PT, a terceira, depois do caso Celso Daniel e dos gafanhotos de Roraima. A gravidade do impacto dessa explosão, que se deu numa sexta-feira, dia 13, precisamente quando se iria comemorar o 24º aniversário do PT, pode ser avaliada pelo fato de que atrasou por 40 minutos a reunião dos próceres do partido. Suas repercussões foram ao ponto de se aventar na Câmara, além da constituição de uma CPI, o afastamento do todo-poderoso ministro, para se fazerem as investigações. Não é menos significativa a imediata explicação dada pelo ministro da Justiça de que os fatos se teriam passado antes da posse (o que é óbvio) e que teriam ocorrido a mil quilômetros de distância (o que não tem importância nenhuma). É também significativo que Genoino tenha se apressado a declarar que José Dirceu não tem nada a ver com isso, sinal de um "isso" que existe.

A

personagem principal pertence há muito tempo às partes subterrâneas, corredores, cozinhas, alcovas e outras dependências privadas onde a política se faz, longe e às ocultas das fachadas e aposentos nobres dos palácios governamentais. Conhecido e íntimo de Dirceu há mais de 12 anos, com quem chegou a morar, mais do que homem de sua confiança, foi íntimo do círculo mais alto e fechado do PT. Morou em outra época com João Paulo Cunha e foi chefe de gabinete de Cristóvão Buarque. No seu ofício de corretor de negociações pecuniárias e de votos parlamentares teria feito suas gestões em beneficio de D. Benedita da Silva (PT), de D. Rosinha Mateus (PMDB) e de Geraldo Magela. Sua atuação foi facilitada (ao que se diz, por influência de José Dirceu) por sua estratégica colocação como presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro, supervisora dos bingos.

Na malha fina

P rodução industrial está mais volátil

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

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scrito tempos atrás, a memória desses fatos, então contundentes, foi soterrada pela avalanche de escândalos maiores, confirmando a asserção de um filósofo de que quem esquece o passado está condenado a repeti-lo. De forma ainda mais agravada. O monturo que se acumulou sobre a vida política nacional atinge na atualidade proporções que ninguém menos do que o ProcuradorGeral da Repúlica qualifica de estar o País sob o domínio de uma quadrilha criminosa. E agora se repete com maior gravidade com a deserção e o "fogo amigo" desfechado por ninguém menos do que Silvinho, o ex-secretário geral do PT. Acrescente-se o escândalo das ambulâncias municipais e as derrotas infligidas à Petrobras por Evo Morales da Bolívia. No entanto, é essa mesma Petrobras que continua insistindo em que atingimos autonomia petrolífera! Gastando rios de dinheiro para isso, que Evo Morales desmente à vista do mundo. Demonstração evidente e descarada de que a única coisa que continua funcionando no País é a campanha eleitoreira para a reeleição de Lula e a sobrevivência do PT no desgoverno. As estradas nacionais estão em pandarecos. A economia agropecuária sofre crises de sobrevivência. Grandes indústrias estrangeiras anunciam desinvestimentos no País. Não há dinheiro para se investir em nada, só em propaganda eleitoreira. A ilegalidade e a corrupção assumem um odor nauseabundo. Mais do que aturdido, o País parece ter entrado em catalepsia ou coma cívica. Não é para menos. A República jamais conheceu crise igual. O mais grave é que parece destituída de instrumentos de saneamento e reabilitação.

A ilegalidade e a corrupção assumem um odor nauseabundo.

TRECHO DO COMENTÁRIO DE MARCELA PRADA NO BOLETIM TENDENCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Na atualidade, exercia a função de sub-chefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, situando-se no mesmo andar, a 20 metros de distância do ministro que o nomeou. Chefões não freqüentam edículas nem porões dos palácios onde ficam os Gregórios. Delegam tais funções a terceiros, que as terceirizam para quartos, como executivos das caixas-pretas.

HOMERO RUTKOWSKI

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temida “malha fina”, que cruza informações prestadas pelo contribuinte com as de suas fontes recebedoras e pagadoras, além de exercer seu poder fiscalizador, é um mecanismo de pressão emocional sobre os cidadãos. A figura do leão bravo do Imposto de Renda, que com sua fome insaciável busca amedrontar os contribuintes, nascida na era do regime militar, ainda perdura, até hoje, na mente dos brasileiros. Em época de entrega da declaração de Imposto de Renda de pessoa física, vê-se na grande imprensa a utilização da imagem do animal como metáfora para uma Receita Federal autoritária e arrogante ao contribuinte, que sente-se um sonegador contumaz, até se prove ao contrário. Diversos desses cruzamentos realmente existem, como os rendimentos e retenções de imposto de renda, as operações de compra, venda e locação de imóveis e veículos, as despesas com cartões de créditos e a CPMF. Mas em muitos casos de retenção na "malha fina", as chamadas inconsistências justificadas pela Receita não têm razão de ser. É o caso das despesas médicas e com planos de saúde, pois o governo não tem informações detalhadas sobre esses gastos. Se não há previsão legal que obrigue qualquer empresa operadora de plano de saúde, hospital ou clínicas enviarem informações anuais detalhadas à Recei-

ta Federal, que possibilitariam o cruzamento com os valores declarados, não há como saber de erros e/ou informações falsas. Mesmo assim e, arbitrariamente, vários contribuintes estão retidos na malha fina desde 2001 e ainda não receberam suas restituições. Nas agências da Receita Federal, o esclarecimento é o de que esses contribuintes devem aguardar a verificação e processamento ou a notificação para comparecimento. A única informação que se consegue é o motivo genérico de estar na malha fina. Não se tem acesso aos dados que o governo possui do declarante, fato que possibilitaria a identificação precisa das divergências.

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disseminação do uso da certificação digital pode ser uma alternativa para este impasse que prejudica, principalmente, os cidadãos brasileiros. As assinaturas digitais poderiam dar segurança para que o contribuinte acessasse as informações que a Receita Federal tem a seu respeito, mesmo antes de entregar sua declaração de Imposto de Renda. Dessa forma, seria o fim dessa fiscalização arcaica, repressora e arbitrária aos cidadãos. Seria o início de uma fiscalização preventiva e educativa, melhorando a imagem do órgão arrecadador como parceiro do contribuinte. HOMERO RUTKOWSKI É CONTABILISTA

A certificação digital pode ser uma alternativa aos impasses da malha fina

em no dicionário Aurélio o faz-de-conta como fantasia. A definição é desenvolvida no verbete da última edição, mas não se alonga descritivamente, e ficamos mesmo nessa fantasia que o dicionarista adotou com a sua capacidade técnica. O faz-de-conta é antigo no interior, muito comum nas quermeses de pátio de Igreja Matriz e muito comum nas festas religiosas. O ministropresidente do TSE, Marco Aurélio Mello, usou de um hábil recurso de retórica para fustigar os tempos ominosos que estamos vivendo, pois quem se detém para observar a conjuntura brasileira nas suas velhas manifestações se dá conta de que estamos vivendo no regime fantasioso do faz-de-conta. O ministro aproveitou muito bem a oportunidade para falar sobre o tema bizarro, na vasta crise política em que o faz-de-conta predomina mais do que a conta feita.

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Não queiramos ser uma nação do faz-de-conta, pois o que as CPIs revelaram até agora é de cair a alma aos pés. nquanto o faz-deconta se desdobra em faz-de-conta menores, a Nação se mantém num equilíbrio difícil entre a crise e o desejo geral de que ela desmorone e voltemos a alguns tempos mais antigos da História. É muito simpático, como sempre disseram os jovens no interior, liderar com o faz-de-conta, mas em uma nação com a responsabilidade do Brasil, com uma população elevada e com grandes concentrações urbanas, tendo de encontrar solução para os mais diversos problemas sociais e econômicos, o faz-deconta fica bem apenas em situações de bonança social, não nas seqüelas da tremenda crise que a nação atravessa. Foi muito oportuno o ministro Marco Aurélio Mello, usando da ironia para punir com o verbo quente a classe política. Não queiramos ser uma nação do faz-de-conta, esse subproduto do homem cordial, pois o que as comissões de inquérito revelaram até agora é de cair a alma aos pés, porquanto é demasiado para uma nação sem um sistema de defesa moral, como é o Brasil.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tr i b u t o s Finanças Nacional Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira,11 de maio de 2006

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FRANGO PRESSIONA INFLAÇÃO EM SP

por cento é a variação em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

TAXA DO ÍNDICE QUE SERVE DE BASE PARA A META DO GOVERNO CAIU EM RELAÇÃO AO MÊS DE MARÇO

IPCA CAPTA INFLAÇÃO DE 0,21% EM ABRIL

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Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,21% em abril, abaixo dos 0,43% de março. Os medicamentos, por força do reajuste anual, autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, foram o principal elemento de pressão, com alta de 2,03%, e ainda devem gerar resíduo na taxa de maio. Outros destaques de alta foram reajustes em vestuário, energia elétrica, táxis, condomínios e planos de saúde, segundo Eulina Nunes, coordenadora dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo IPCA. O índice recuou entre abril e maio principalmente pela maior oferta de produtos agrícolas e pela acomodação dos preços do álcool combustível. São Paulo — Em São Paulo, a inflação recuou de 0,37% em março para 0,07% em abril, influenciando o índice geral. "A região tem um peso grande, de 36,26% no índice geral, e o comportamento dos preços em São Paulo contribuiu para reduzir a média", explicou Eulina. Destacaram-se itens como botijão de gás, energia elétrica, álcool combustível e artigos de higiene pessoal. Já os remédios tiveram impacto em todas as regiões pesquisadas. Ainda assim, a pressão dos remédios sobre o IPCA reflete um reajuste pontual, afirmou o economista Emílio Alfieri, do

Empresários se queixam de câmbio Representantes de grandes empresas temem aumento do desemprego

D Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Hoje, poucas coisas puxam a inflação para cima." O economista destacou que o IPCA acumulado nos 12 meses encerrados em abril, de 4,63%, está ligeiramente acima do centro da meta de inflação do governo, que é de 4,6%. Alfieri ratificou análise que já fazia no início de 2006, de que a inflação está sob controle, com folga até para que o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central acelere a queda da taxa básica de juros da economia. A inflação acumulada em 12 meses até abril é inferior àquela registrada nos 12 meses imediatamente anteriores, de 5,23%.

Farmácias: por menos imposto

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Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) recolheu, no segundo semestre de 2005, 3,644 milhões de assinaturas em campanha para a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os medicamentos. "Assim que o Congresso

retomar as discussões sobre a reforma tributária, vamos entregar o documento", disse o presidente da entidade, Sergio Mena Barreto. "Somos um segmento de preços controlados. Por isso, a queda da carga tributária teria impacto direto sobre o preço para o consumidor", afirmou. (FL)

Juro alto — Segundo Alfieri, mesmo considerando fatores como os juros norte-americanos e a taxa de risco brasileira, o atual juro básico de 15,75% ao ano não se justifica. "A taxa deveria deveria estar entre 7,5% e 12%." Ele espera que o Copom a reduza em pelo menos 0,75 ponto percentual na reunião do final deste mês. Alfieri lembrou que o IPCA é o único índice de inflação com acumulado de um período de 12 meses acima da meta de 4,6%. O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado na terçafeira pela Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, variou 0,02% em abril, com deflação de 0,77% em 12 meses. Fátima Lourenço

IPC Fipe apura inflação de 0,08% na primeira prévia deste mês

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variação de 0,08% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apurado pela Fipe em São Paulo na primeira quadrissemana de maio é a maior desde o fechamento de março, quando o índice foi de 0,14%. Na primeira quadrissemana de abril, o IPC ficou em 0,03%. Essa ligeira alta dos preços ao consumidor na capital paulista foi provocada basicamente pelo grupo alimentação, de acordo com o coordenador do índice, Paulo Picchetti. Esse grupo reduziu de 0,64% para 0,33% a deflação do fechamento de abril para a primeira medição de maio. No sobe-e-desce de preços dos alimentos, o que mereceu destaque por parte do coordenador do IPCFipe foi a alta do preço do frango, que subiu 2,16%. (AE)

iante da possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) desacelerar para 0,5 ponto percentual o ritmo de corte da taxa básica da economia, empresários reunidos ontem no Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) voltaram a lembrar que só com juros menores será possível frear a valorização do real e impedir o aumento do desemprego. Os empresários disseram não ter intenção de ir ao governo pedir medidas compensatórias por causa do câmbio, como estão fazendo os calçadistas e a indústria automotiva. "Defendemos uma política homogênea e não a ajuda a um ou outro setor mais organizado, como é o caso do automobilístico", disse Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, do Iedi e filho do vice-presidente da República, José Alencar. Para ele, as soluções individualizadas "custam mais".

não produzir, as carrocerias no exterior, importando peças do Brasil. Hoje o câmbio inviabiliza as importações da empresa no exterior. "Acabamos criando vagas lá fora", afirmou. Segundo Décio da Silva, presidente da Weg, maior empresa de motores elétricos do Brasil, o efeito do câmbio sobre o emprego se dá de várias formas: pela queda das exportações, pelo aumento da concorrência das importações e pelas operações no exterior. "O empresário brasileiro não termina embaixo da ponte, mas parte da sociedade, sim", emendou o diretor de Pesquisas Econômicas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, usando o termo "embaixo da ponte" como figura de linguagem para desemprego. O presidente da Sadia, Walter Fontana, disse que a empresa está muito preocupada. "Andamos para trás", afirmou o executivo. (AE)

Gasoduto depende de reservas

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construção do mega gasoduto interligando toda a América do Sul depende de a Venezuela certificar sua reserva de gás, informou ontem o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. "A grande discussão hoje é sobre qual é o tamanho das reservas de gás da Venezuela. Esse é o ponto principal para se dar andamento ao projeto." O presidente da EPE afirmou que a Petrobras está tentando acesso aos estudos que estimam reservas de 150 trilhões de pés cúbicos na Venezuela. A alternativa seria as reservas venezuelanas do produto serem certificadas por organismos internacionais. "A Petrobras está solicitando, como condição para a construção do gasoduto, que possa saber o volume das reservas. Hoje a Venezuela não é certificada por um órgão internacional. Ou tem que ser certificada ou precisa liberar o acesso aos estudos para a Petrobras." Tolmasquim afirmou que essa exigência brasileira já foi comunicada ao governo venezuelano e que é "ponto-chave" da discussão para a construção do gasoduto regional.

AVISO SINDICATO DAS EMPRESAS EXIBIDORAS CINEMATOGRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Com sede na Rua do Triunfo, 134, 10º andar, salas 105/109, Capital, São Paulo Telefones: (11) 3333-2299 e 3333-6362 CHAPA CONSENSO 2006/2009 AVISO Em cumprimento das disposições legais vigentes, comunico que foi registrada chapa única, sob o título “Chapa Consenso”, que concorrerá à eleição a que se refere o aviso publicado no dia 26 de abril de 2006, no jornal “Diário do Comércio”, assim composta: Diretoria - Efetivos: Eli Jorge Lins de Lima - Presidente, Paulo Celso Lui - 1º Vice-Presidente, Valmir Fernandes - 2º Vice-Presidente, Adalberto Moura Macedo - 1º Secretário, Luiz Gonzaga A. de Luca - 2º Secretário, Heloísa Conti Assunção - 1ª Tesoureira, Márcio Eli Leão de Lima - 2º Tesoureiro; Suplentes de Diretoria: Adhemar Oliveira, João José Passos Neto, Mário Luiz dos Santos, Gilberto Araújo, Luiz Severiano Ribeiro Neto, Otelo Bettin Coltro e Alexandre Canteruccio. Conselho Fiscal: André Pompéia Sturm, Antonio Campos Neto, Ronaldo Passos; Suplentes do Conselho Fiscal: Carlos Marin, Fabrício Severino da Silva e Noel Taufic. Delegados Representantes: Valmir Fernandes e Eli Jorge Lins de Lima; Suplentes de Delegados Representantes: Luiz Gonzaga A. de Luca e Adalberto Moura Macedo. Isto posto, o prazo para impugnação é de 05 (cinco) dias a contar da publicação deste aviso. São Paulo, 10 de maio de 2006. ADALBERTO M. MACEDO - Presidente.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 10 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Holcim (Brasil) S.A. - Requerido: AGH Assessoria e Construções Ltda. - Rua Pequetita, 145 – 8º andar - 01ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: D Girus Distribuidora Ltda. - Rua Dianópolis, 1319 - 01ª Vara de Falências Requerente: Megareia Comércio de Materiais

Com o dólar cotado ao redor de R$ 2, cresce a possibilidade de desemprego na indústria e ganha peso a defesa de uma cotação do dólar mais favorável (em torno de R$ 2,4 ou R$ 2,6). "Se o Copom reduzir o ritmo de corte da Selic para 0,5 ponto percentual, o dólar vai chegar a R$ 1,8. A única atitude que pode mudar o quadro é a redução mais rápida dos juros", disse o empresário. Arbitragens — O vice-presidente Corporativo da Marcopolo, José Antônio Fernandes Martins, afirmou que os juros altos motivam as operações de arbitragem entre os próprios exportadores, que acabam puxando para cima a cotação do real. Além de um corte drástico da Selic, ele propõe a adoção de impostos para as operações de curto prazo em dólar. A Marcopolo iniciou seu processo de internacionalização em 1990, em Portugal. Martins disse que a intenção do grupo sempre foi montar, e

para Construção Ltda. - Requerido: AGH Assessoria e Construções Ltda. - Rua Pequetita, 145 – 8º andar - 01ª Vara de Falências Requerente: Strutura Fomento Mercantil Ltda. Requerido: APR Comércio de Alimentos Ltda. - Rua Guaiaúna, 314 - 01ª Vara de Falências

O projeto do super gasoduto de 7 mil quilômetros que poderá integrar a América do Sul, orçado em cerca de US$ 23 bilhões, vem sendo discutido pela Venezuela, Brasil e Argentina. A próxima reunião está prevista para setembro. Preço do gás — Sobre o possível aumento do gás importado da Bolívia, cujas negociações prosseguem hoje na capital La Paz, Tolmasquim afirmou que um reajuste de 61%, como quer o governo boliviano, seria inviável para o mercado brasileiro. Ele descartou, porém, um impacto imediato. Segundo Tolmasquim, a maior parte da energia gerada por gás natural no Brasil está contratada ao preço atual do produto da Bolívia por pelo 15 anos. "Mas os preços futuros podem mudar", alertou. "O cenário no que diz respeito ao setor elétrico é de tranqüilidade. A Petrobras detém a maioria das usinas movidas a gás e já contratou a maior parte dessa energia. Se a empresa

aceitar o aumento, não tem como repassar ao consumidor." Ele afirmou, no entanto, que não crê em aumento de preços e nem em problemas de abastecimento de gás natural para o mercado brasileiro por causa da crise com a Bolívia. Já o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia e ministro interino, Nelson José Hubner, avaliou que as turbulências trazidas ao mercado de gás pelas recentes decisões na Bolívia — nacionalizar o produto e aumentar preços — devem prejudicar o próximo leilão de empreendimentos de energia nova, que está marcado para o dia 12 de junho. "A crise da Bolívia pode influenciar ou prejudicar a participação das usinas térmicas no leilão de junho", afirmou. "Pode haver frustração de alguma usina a gás. Pode ser que, com a perspectiva do preço mais alto, algumas resolvam não entrar. Por outro lado, isso pode acelerar outras alternativas energéticas." (Reuters)

Repercussão na Argentina

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s jornais argentinos destacaram ontem as declarações do ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, à Comissão de Relações Exteriores do Senado na última terça-feira sobre o mal-estar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com o venezuelano Hugo Chávez. Lula fez uma advertência a Chávez de que "sua ingerência regional prejudica a integração e o projeto de construção de um gasoduto sul-americano", ressaltou na edição de ontem o El Cron i st a . "Não é segredo para ninguém que Chávez exerce influência sobre Evo Morales, disse Amorim", salientou o principal jornal econômico da Argentina. O jornal La Nación abordou o assunto com uma frase do senador Arthur Virgílio (PSDB): "Temo que nasça um novo eixo de poder na América do Sul, já não entre Brasil e Argentina, mas sim entre Venezuela e Ar-

gentina". O Ámbito Financiero dedicou um terço de sua capa de ontem ao assunto. "O governo de Lula está irritado. Não é tanto porque o presidente da Bolívia, Evo Morales, tenha decidido aumentar o preço do gás que exporta." Segundo o Ámbito, a irritação de Lula deve-se ao fato de o episódio ter exposto a dependência do Brasil do gás boliviano e por ter que enfrentar a "sombra ameaçadora de Hugo Chávez e seus petrodólares". O Infobae destacou que "Lula reconheceu publicamente seu mal-estar com Chávez". O jornal disse que a nacionalização do petróleo da Bolívia "não só obrigou a olhar para La Paz mas também para Caracas". I n fo b a e salientou ainda que "poucos são os que a esta altura das circunstâncias podem negar o papel protagonista que o presidente venezuelano está assumido há alguns anos nos assuntos do hemisfério". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

CANTOR PASSOU MENOS DE 40 HORAS NO REGIME SEMI-ABERTO

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Marcelo Theobald/Agência O Globo

BELO VOLTA PARA O REGIME FECHADO tinha um advogado no caso. O novo pedido da advogada de Belo é para que ele trabalhe numa gravadora na Urca. Sandra argumentou que o cantor achou que sua suposta função na Amar – gerente operacional – não era compatível com sua profissão. O cargo de gerente operacional não existe na amar. Além disso, o estatuto proíbe que associados como Belo sejam empregados . O contrato apresentado à VEP foi assinado por um funcionário à revelia da diretoria. O cantor foi para o Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, onde aguardará nova fiscalização da VEP na gravadora da Urca. Belo saiu da prisão às 10h de segunda e chegou à Amar às 13h, permanecendo por duas horas. Na terça, ele deixou a Casa do Albergado às 7h e só retornou à noite. Na Amar, informaram que ele não trabalhou. (AE)

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p ro m otor Carl o s S é rgio Rodrigues Horta Filho protocolou ontem, no Tribunal de Justiça de São Paulo, uma apelação para que o jornalista Antonio Pimenta Neves (foto), condenado há 19 anos, dois meses e 12 dias pela morte da exnamorada, a jornalista Sandra Gomide, aguarde na prisão o trânsito dos recursos. O jornalista foi condenado no último dia 5 e deveria cumprir a pena em regime fechado, mas obteve o direito de recorrer em liberdade. O juiz Diego Ferreira Mendes, de Ibiúna (município onde aconteceu o julgamento), disse que obedecia a decisões anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, para a promotoria, a liminar concedida pelo STF em 2001 previa que o réu permanecesse livre somente durante o processo.

GUARDA EM GREVE– Aproximadamente 500 guardas municipais de Guarulhos, na Grande São Paulo, estão em greve desde a zero hora de ontem. A categoria entregou um manifesto ao prefeito Elói Pietá e ao secretário para Assuntos de Segurança Pública, Geraldo Jânio Vendramini, com várias reivindicações, entre elas, a exoneração da comandante e diretora da Guarda, Mônica Mazzola.

REBELIÃO etentos se rebelaram e fizeram 29 agentes penitenciários reféns ontem, por volta das 11h, na Penitenciária de Valparaíso, no interior de São Paulo. Quatro presos do pavilhão 2, armados, aproveitaram um encontro com a direção do presídio para tomar reféns, pegar as chaves das celas e soltar outros companheiros. Até as 18h50, os amotinados mantinham 22 reféns. Até as 19h, não havia expectativa de acordo com os rebelados. (AE)

D Ó RBITA

DROGAS comerciante Sérgio Bussada Júnior, dono do sex shop Sexolândia, e a funcionária, Diana Luzia Custódio, foram presos ontem por policiais do Denarc vendendo Poppers, uma droga considerada a febre dos jovens que vão às baladas. O entorpecente, vendido em uma loja no Shopping 25 de Março, provocaria aumento do prazer sexual. (AE)

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A Associação de Músicos e Arranjadores desmentiu que Belo estaria em seu quadro de funcionários

APELAÇÃO PEDE CADEIA TRIBUNAL JULGA HOJE PARA PIMENTA NEVES LIBERDADE DE SUZANE

Mario Angelo/Folha Imagem

cantor M a rce l o P i r e s Vieira, o Belo (foto), passou menos de 40 horas no regime semi-aberto. Ele voltou para a prisão em regime fechado, na noite de terça-feira, por determinação do juiz da Vara de Execuções Penais do Rio, Carlos Augusto Borges. Depois de informar à Justiça que o cantor trabalharia na Associação de Músicos e Arranjadores (Amar) – o que foi desmentido pela entidade -, a advogada de Belo, Sandra Regina de Almeida, já encaminhou pedido para que ele mude de emprego. A manobra foi combinada com a presidência da Amar, que, para não prejudicar o cantor, não informou formalmente à Vara de Execuções Penais (VEP) que o contrato de trabalho era inexistente. Marcos Vinícius Mororó, presidente da Amar, disse que a instituição

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Crime - O crime aconteceu no dia 20 de agosto de 2000, quando Pimenta Neves foi ao Haras Setti, em Ibiúna, e atirou duas vezes contra Sandra Gomide, sua exnamorada e colega de trabalho. Os tiros atingiram as costas e o ouvido da jornalista. A defesa de Pimenta Neves tenta sustentar que o jornalista, ex-diretor de redação do jornal O Estado de S.Paulo, agiu movido por forte emoção. (Agências)

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Tribunal de Justiça de São Paulo irá julgar hoje o pedido de liberdade para Suzane von Richthofen (foto), ré confessa de participar do assassinato dos pais, Marísia e Manfred, em agosto de 2002, na casa da família. A decisão foi adiada – era para ter sido julgada na semana passada – pelo desembargador Tristão Ribeiro, que pediu tempo para avaliar o caso. A liberdade de Suzane havia

Robson Fernandjes/AE/29/06/05

Ambiente Tr â n s i t o Polícia Administração

Caio Guatelli/Folha Imagem/03/05/06

quinta-feira, 11 de maio de 2006

sido concedida por habeas corpus, mas ela voltou à prisão em 10 de abril por rep r e s e n t a r, s egundo a Justiça, uma ameaça ao irmão, Andreas. Os dois brigam pela herança dos pais. O julgamento está marcado para 5 de junho. Suzane está no Centro de Ressocialização de Rio Claro, interior do estado, . Os irmãos Christian e Daniel Cravinhos, que participaram do crime, continuam presos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

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Política OPOSIÇÃO NÃO

Vai ser difícil fugir de uma nova investigação. Ele esclareceu muito pouco. Pensa que está nos levando no bico, mas não. Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.

Roberto Stuckert Filho/ Ag.O Globo

PRESSIONA E SILVINHO NADA ESCLARECE Na tentativa de cooptar Sílvio Pereira para conseguir novidades do mensalão e imprimir no presidente Luiz Inácio Lula da Silva a marca de principal envolvido no esquema que atingiu figuras históricas do partido, a oposição decidiu ser paciente durante o depoimento dele à CPI dos Bingos e até formalizou um pedido de proteção policial ao ex-dirigente do PT. Resultado: Silvinho abusou da boa vontade e nada esclareceu. O ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, durante depoimento à CPI dos Bingos para explicar as denúncias feitas ao jornal O Globo.

A ENTREVISTA-BOMBA

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ex-dirigente do PT Sílvio Pereira iniciou seu depoimento à CPI dos Bingos fazendo um relato de como transcorreu a entrevista ao jornal O Globo publicada no último domingo. Segundo ele, a jornalista Soraia Aggege apareceu em sua residência sem que ele esperasse. Ele disse que imaginava que fosse outra pessoa. Ela justificou que queria apenas fazer um perfil dele. Pereira respondeu que não. Depois permitiu que ela entrasse no apartamento. Nisso, a jornalista perguntou sobre o carro (a Land Rover que recebeu da empresa GDK) que, segundo ela, petistas teriam dito que ele não teria devolvido à empresa. Ele mostrou documentos comprovando a devolução. "Ficou assim a primeira conversa".

Mais tarde, o ex-secretário disse ter ligado para jornalista e chamou-a para conversar. Os dois marcaram um novo encontro, onde ela mostraria o texto com o perfil. Por volta das oito da noite, quando "viu" o perfil, reclamou que não tinha dado entrevista, mas apenas explicado a situação dele. A jornalista respondeu que ele não havia definido se o que disse era em on ou off. A partir daí ficou um clima tenso. "Eu tentei me controlar, tentava conversar, mas entrei em crise". Ele não deu detalhes de como foi, mas contou que achava que ela estava com medo de sua reação. Por isso chegou a dizer que não faria nenhum mal à ela. Quando a jornalista saiu do apartamento, o zelador subiu. "Aí eu já estava anestesiado, mais calmo".

AMNÉSIA OU DELÍRIO?

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ex -secretár io-ge ral esquivou-se quando os parlamentares lhe perguntaram sobre um plano da direção do partido para arrecadar R$ 1 bilhão, mencionado na entrevista que ele deu ao jornal O Globo. O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) perguntou serenamente: "O que o senhor quis dizer quando falou que as operações de Marcos Valério para arrecadar R$ 1 bilhão não deram certo?" A resposta do exdirigente foi: "Não sei de onde tirei isso. Se foi da imprensa ou

da minha cabeça". "O senhor tem problema de amnésia?", insistiu o relator. "Me nego a responder. A partir de agora me nego a responder a esse tipo de pergunta", afirmou Pereira. Nas respostas que precederam essa intervenção, Sílvio Pereira disse que quem participava efetivamente das questões relacionadas a dinheiro no PT era apenas o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. E reafirmou que, sobre a entrevista que deu ao O Globo, não sabe se falou a verdade – dentro da es-

tratégia de parecer confuso. "Não sei mais onde está a verdade". Ele repetiu a frase três vezes. "Não sei se o que eu falei é verdadeiro ou não é". Sílvio afirmou ainda que não tinha conseguido ler a matéria publicada no jornal porque teria ficado alterado. "Não li as notas, não li o jornal e não assisti a nenhum noticiário." Ele confirmou que conhecia o assessor do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, Rogério Buratti, com quem chegou a se encontrar em um hotel. Disse que nunca soube do destino do dinheiro que empresários de bingo teriam dado para a campanha do PT em 2002, conforme denúncia de Buratti. "Nunca soube desse dinheiro. Vim a saber pelo jor-

nal ou por esta CPI. Nunca soube desse negócio de dinheiro e bingo". Sobre o caixa 2, disse que pessoalmente não sabia de nada, mas acredita que "outras pessoas tivessem conhecimento". Reconheceu que a dívida do PT era alta, mas não que era de R$ 50 milhões. Por fim, uma revelação inquietante. Ao titubear sobre o que era ou não verdade o que dissera ao jornal, afirmou que alguma coisa poderia ter saído de sua imaginação. Suspeitando de que ele estava acobertando o governo, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), provocou: "O senhor já teve outros momentos de delírio?" Resposta: "Infelizmente, na minha vida, já tive outros momentos de delírio."

EMISSÁRIO DO PLANALTO

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ílvio Pereira negou que tivesse sido procurado nesta terça-feira pelo secretário financeiro do PT, Paulo Ferreira, em nome do Palácio do Planalto. "É mentira. Esta notícia não é verdadeira", disse, afirmando que conversou com Paulo Ferreira ao telefone antes da entrevista concedida ao O Globo, para tratar de sua indenização no PT. Ele disse à CPI dos Bingos que não conversa com o presidente Lula desde que parou de cuidar das indicações dos partidos para cargos no governo e que não esteve mais no Palácio do Planalto desde que saiu do PT. Quanto às 12 ligações telefônicas recebidas do Planalto, em julho passado, conforme relatou o senador Álvaro Dias

(PSDB-PR), afirmou serem de um amigo pessoal que trabalha na Presidência. "Depois que me desfiliei do PT, não tive contato com nenhuma autoridade, mas recebo ligações de amigos até hoje", acrescentou o ex-secretário - geral do PT. Respondendo a questionamento do senador Demósthenes Torres, disse não ter falado com o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, ontem de manhã. "O senhor não falou com nenhum senador que tinha conversado com Gilberto Carvalho hoje (quarta) de manhã?", insistiu Torres. Em um tom de voz elevado, Sílvio negou. "Estou falando a verdade e desafio alguém a provar que estou mentindo", respondeu irritado.

OKAMOTO. OU TIO PATINHAS.

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mbora tenha sido evasivo ao falar sobre as atividades do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto, ou de suas relações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o exsecretário-geral do PT revelou um dado novo: Okamoto tinha como apelido "Tio Patinhas". O que é, de certa forma, pouco compatível com o comportamento que teve ao saldar com recursos próprios, como Okamoto garante, uma dívida de quase R$ 30 mil contraída pelo presidente Lula. "Convivemos mais antes de 2002, quando fui secretário de organização do PT. A imagem que tenho dele é de uma pessoa séria e até conservador em termos de gastos. Conhecido como Patinhas", contou Sílvio Pereira ao ser indagado sobre o papel de Okamoto no PT. Silvinho, no entanto, não

conseguiu lembrar com precisão o papel que Okamoto exercia dentro do PT na campanha de 2002: "Não sei direito que cargo ele tinha. Mas ele cuidava da sede do PT." A CPI dos Bingos suspeita que Okamoto tenha usado recursos do valerioduto para saldar uma dívida de R$ 29,4 mil que Lula teria com o PT, referente a antecipação de recursos usados para compra de passagens aéreas. Okamoto está sendo investigado pela CPI. Sobre outros personagens investigados, Silvinho pouco disse. Mesmo admitindo que conhecia o advogado Rogério Buratti, que foi assessor em Ribeirão Preto do ex-ministro Antonio Palocci, Silvinho garantiu que se encontrou pouquíssimas vezes com ele e não se lembrou dos telefonemas que teriam trocado.

QUEM MANDA NO PT

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o jornal, Silvinho disse: "Quem mandava eram Lula, Genoino, Mercadante e Zé Dirceu. Eu não estava à altura desse time." Durante o depoimento à CPI, no entanto, ele mudou a versão: "Eu disse que os líderes do PT eram eles, e que não sentava nessa mesa. Mas não disse que eram quadrilheiros". Na entrevista, ele também comentou: " Como o Delúbio consegue, com uma assinatura dele mesmo, R$ 50 milhões? Olha, eu acho que o Delúbio

não parou e olhou a coisa como um todo. Ele não é corrupto. Não é. Quem decidia tudo isso? Não havia uma decisão, não é como vocês pensam. Atrás do Marcos Valério deve haver cem Marcos Valérios. É um mecanismo, e que agora continua no país.” Sobre o mesmo assunto disse ontem: "O responsável principal é a direção do partido. O Delúbio fez sozinho, mas a direção política também é responsável. Essa autonomia nunca foi dada (a Delúbio)".

Oposição insiste na abertura de CPI

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nconformados com uma série de perguntas que o ex-dirigente petista deixou sem resposta e com as contradições de Silvio Pereira, os principais líderes da oposição insistiram ontem na abertura de uma CPI específica para apurar o esquema ilegal de arrecadação de recursos para o PT, que chamaram de "CPI do Silvinho". O que mais irritou a oposição foi a afirmação de Silvio Pereira de que a entrevista ao jornal O Globo era verdadeira, mas que não sabia dizer quando ele mesmo mentiu e quando falou a verdade. "Não posso dizer o que é fantasia, o que é coisa da minha cabeça. Pode ser que eu tenha dito a verdade, pode ser que não", despistou Silvinho. Segundo o líder do PFL no Senado, Agripino Maia (PE), o fato determinante da nova investigação seriam as declarações de Silvinho sobre ações do

empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para obter vantagens para bancos e empresas usando a influência que tinha no governo federal. "Tem que manter a chaga aberta", disse o líder. "O senhor diz que

o esquema continua. Estou tendente a propor que se instale o prosseguimento da apuração desses fatos." O senador considerou o depoimento "absolutamente frustrante" porque o ex-secre-

tário-geral do PT "protegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva" durante as mais de seis horas de depoimento e não quis repetir os detalhes sobre o esquema do valerioduto. O senador do PFL disse que o ideal se-

ria uma acareação entre Silvinho e Marcos Valério. "Da maneira como ele descreveu, Marcos Valério era o presidente do País. Precisamos fazer um gesto político para que as coisas aconteçam" insistiu o líder.

Sidney Lopes/Estado de Minas/Folha Imagem

ESTUDANTES VAIAM E XINGAM DIRCEU EM BH

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ex-ministro José Dirceu foi chamado de "ladrão" ontem por universitários que superlotaram o auditório da PUC Minas, em Belo Horizonte. Dirceu foi convidado pelo Diretório Central dos Estudantes para uma palestra sobre a mídia e a crise política. Durante sua fala, na qual fez duras crí-

ticas à imprensa e defendeu o presidente Lula, foi interrompido diversas vezes por vaias e gritos hostis. Alguns estudantes usavam narizes de palhaço e exibiam folhas de caderno chamando o ex-ministro de "corrupto". Muitos cobravam insistentemente uma resposta às acusações que pesam contra ele no escândalo do mensalão. Dirceu disse que é inocente e culpou os tucanos pela hostilidade. (AE)

Está marcada para amanhã uma reunião dos partidos de oposição para decidir como agir depois do depoimento. O tema será discutido por dirigentes do PSDB, PFL, PDT, PPS e PV. "Vai ser difícil fugir de uma nova investigação. Ele esclareceu muito pouco. Ele pensa que está nos levando no bico, mas não está", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). Enquanto o ex-secretário do PT prestava depoimento na CPI dos Bingos, ontem de manhã, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, procurou demonstrar tranqüilidade, tentando afastar a polêmica do Planalto. Afirmou que o depoimento de Pereira não era um problema do governo nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que passou o dia em audiências e não viu o depoimento, segundo o portavoz André Singer. (Agências)


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Nacional Empreendedores Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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GASTOS DO GOVERNO NO FOCO DOS INVESTIDORES

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por cento é a alta estimada para o Ibovespa até o fim deste ano.

DECLARAÇÕES DO SECRETÁRIO DO TESOURO SOBRE SALDO MENOR PODEM AFETAR MERCADOS NO LONGO PRAZO

META DE SUPERÁVIT GERA PREOCUPAÇÃO

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s recentes declarações do secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, de que o superávit primário do setor público poderá eventualmente ficar abaixo da meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, devido aos maiores gastos com investimentos, causaram preocupação em alguns analistas de bancos e fundos estrangeiros. Eles observam que, embora a notícia não tenha tido um impacto negativo imediato nos ativos, um resultado fiscal inferior à meta poderá causar maior nervosismo entre os investidores no longo prazo. O banco JP Morgan, em nota para clientes, ressalta que, de fato, as regras orçamentárias permitem que alguns investimentos em infra-estrutura podem ser subtraídos da meta oficial do superávit. "Se o governo concretizar esses projetos, o superávit primário poderia se aproximar de 4,10% do

Valter Campanato/ABr – 18/4/06

Kawall: contas abaixo da meta

PIB, um resultado que não significaria um fracasso formal no cumprimento da meta, mas que certamente geraria preocupações no mercado", comentam os analistas do banco de investimentos. "Nós ainda prevemos que o superávit primário brasileiro cairá abaixo dos 4,25% nos próximos meses por causa do contínuo aumento nos gastos, especialmente depois do impacto do aumento no salário mínimo."

BOLSA

Henry Stipp, economista do fundo Threadneedle Investments, observa que a utilização neste momento das regras que permitem usar 0,15% do PIB para gastos com investimentos não ajuda a fortalecer a confiança dos investidores nos compromissos fiscais da nova equipe econômica. "Muita gente nos mercados desconfia da determinação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de manter o rigor fiscal e esse tipo de notícia aumenta ainda mais a incerteza"", diz Stipp. Reação negativa — Um analista de um banco espanhol afirma que se o cenário externo estivesse menos favorável, a reação negativa dos investidores teria sido mais pronunciada. "Se o sentimento não estiver tão positivo, um superávit menor será brincar com fogo", avalia. "Mas a equipe econômica brasileira não deveria enviar esse tipo de sinal antes de conquistar a total confiança dos mercados." (AE)

Credicard Citi quer dobrar base

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administradora de c a r t õ e s d e c ré d i t o Credicard Citi, que nasceu da separação dos antigos sócios da Credicard, Citibank e Itaú, planeja dobrar sua base de 4,4 milhões de cartões até 2010. "A meta é crescer rapidamente, com alto investimento e parcerias", disse o presidente do Citigroup Brasil, Gustavo Marin, que não quan-

tificou os investimentos. A Credicard Citi chegou ao mercado como uma das maiores emissoras do País em volume de transações. "Respondemos por 10% do faturamento do mercado brasileiro de cartões, que no último mês de março foi de R$ 12,4 bilhões", disse o presidente da Credicard Citi, Hector Nevarez. A equipe da nova adminis-

tradora já está estruturada. A empresa conta com 50 profissionais do Citibank, 260 funcionários da antiga Credicard e ainda contratou 160 pessoas. "O número é praticamente o mesmo da Credicard antes da cisão", disse Nevarez. "A manutenção da estrutura mostra que preservamos uma cultura até aqui vencedora." Sonaira San Pedro

Expectativa de alta em 2006

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Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ainda deve render lucros em 2006, mas os investidores podem esperar um retorno menor que o exibido até agora, avaliam analistas. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, já subiu cerca de 25% neste ano, depois de avançar quase 200% nos últimos três anos, atingindo o patamar recorde de 42.000 pontos. Mesmo assim, analistas vêem potencial de ganhos. "Os juros no mundo inteiro estão subindo, mas ainda estão baixos, e as taxas no Brasil estão altas, mas com tendência de queda. O cenário político está relativamente tranqüilo. A combinação desses fatores favorece a bolsa de valores", disse o sócio da Questus Patrimônio, Luiz Gustavo Medina. Ele estimou que o Ibovespa não deve avançar mais que 10% até o fim do ano, mas ponderou que alguns fatores podem dar incentivo extra ao mercado, como uma queda

maior que a esperada da taxa de juros do País — quanto menor a taxa, maior é a atratividade dos investimentos em bolsa — e uma eventual vitória do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), nas eleições presidenciais deste ano. Fôlego adicional pode vir do fim do ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos, com a taxa do país limitada a 5,25% ao ano. Ontem o banco central do país elevou o juro em 0,25 ponto percentual, para 5% . Entre as principais oportunidades deste ano, Medina destaca as ações da Petrobras, dos bancos, da Gerdau, dos setores de construção civil e de ferrovias e rodovias. Lucros — O analista da Socopa Daniel Lemos mencionou a perspectiva de aumento dos lucros das empresas. "As companhias apresentam bons resultados de um modo geral. Conforme for avançando o crescimento econômico, desempenhos melhores vão aparecer", acrescentou.

A expectativa da corretora Socopa para o Ibovespa no fim do ano está agora em 48.075 pontos, contra previsão de 41.863 pontos feita do final de 2005. As principais apostas da corretora para este ano são Companhia Vale do Rio Doce ON, Telemar ON e Companhia Siderúrgica Nacional ON. A crise do gás com a Bolívia e a proximidade das eleições presidenciais não geram grandes preocupações, na avaliação de Lemos. "Não há muita dúvida do que vai acontecer nas eleições e isso diminui um pouco a incerteza do mercado", disse, referindo-se à grande probabilidade de Lula ou Alckmin vencerem o pleito. O movimento na Bovespa não é isolado. Vários mercados acionários da América Latina estão em níveis recordes, como os de México e Chile, também beneficiados por uma forte liquidez internacional. "O mais importante é a tendência do juro no exterior", disse o analista da corretora Coinvalores Marco Aurélio Barbosa. (Reuters)


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Internacional

[Jeb] seria um grande presidente. Do presidente George W. Bush sobre seu irmão, governador da Flórida

Max Rossi/Reuters

Ali Mashadani/Reuters

O senador Giorgio Napolitano, eleito presidente, ao chegar para coletiva de imprensa, em Roma Rebeldes atacaram ontem carro com quatro policiais iraquianos em Ramadi, 100 quilômetros de Bagdá

IRAQUE CHOCADO COM ESQUADRÕES DA MORTE

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presidente do Iraque, Jalal Talabani, pediu ontem às facções em conflito no país que se unam contra o aumento da criminalidade e do "terrorismo". Talabani, um ex-comandante guerrilheiro curdo, disse que os iraquianos estão "chocados, estarrecidos e furiosos" com a violência, especialmente com os casos de ataques atribuídos a esquadrões da morte sectários que torturam e mutilam suas vítimas antes de largar os corpos pelas ruas. "O que se pede dos partidos políticos é que eles denunciem clara e decididamente esses crimes, independentemente de

quem sejam os responsáveis", declarou Talabani. "Os clérigos – sejam eles muçulmanos ou cristãos, xiitas ou sunitas – de todas as facções devem emitir éditos religiosos rejeitando esses atos". Dados dos ministérios iraquianos da Saúde e do Interior mostraram que 952 pessoas morreram em episódios de violência civil em abril, sendo 686 civis, 190 rebeldes, 54 policiais e 22 soldados iraquianos. Durante o mesmo período, 82 soldados estrangeiros morreram no país, sendo 76 americanos, três italianos, um romeno, um britânico e um australiano. Uma emboscada ontem, em Ramadi, a 100 quilômetros da capital Bagdá, deixou quatro policiais iraquianos mortos. Em outro episódio de violência, homens arma-

dos interceptaram um ônibus com funcionários de uma empresa estatal a bordo, ordenaram às mulheres que descessem e abriram fogo contra os homens. A seguir, os agressores armaram explosivos no ônibus, que explodiu quando as equipes de resgate abriram a porta. Ao todo, 11 pessoas morreram e seis ficaram feridas. EMBAIXADOR - O Irã indicou um embaixador para o Iraque pela primeira vez em mais de 20 anos. Hasan Kazemi Qomi apresentou as credenciais ao presidente iraquiano, Jalal Talabani, em Bagdá, na noite da terça-feira. A iniciativa indicaria a melhoria nas relações entre os países. Os embaixadores foram retirados pouco antes do início da guerra de 1980 a 1988. (AE/AP)

Um democrata de esquerda na presidência da Itália A escolha de Giorgio Napolitano, de 81 anos, um dos maiores intelectuais do país, é mais uma vitória do líder de centro-esquerda Romano Prodi. Ex-comunista, Napolitano toma posse na segunda-feira

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Parlamento italiano e delegados regionais elegeram ontem novo presidente da Itália Giorgio Napolitano – um ex-comunista de 81 anos, considerado um dos maiores intelectuais do país. Recebeu 543 votos, 38 a mais que a maioria exigida pela lei. Cargos-chave - A escolha de Napolitano é apontada como uma vitória do líder centro-esquerdista Romano Prodi e mais um revés para o líder conservador Silvio Berlusconi. Prodi, cuja coalizão venceu por estreita margem as eleições gerais de 9 e 10 de abril, conseguiu dessa forma, colocar homens de sua inteira confiança em cargos-chave da política italiana. Fez os presidentes da Câmara, Senado e República, além de contar com bancadas. Para Berlusconi resta o consolo de ter pelo menos mantido a união de sua coalizão de centro-direita em torno de seu nome. A maioria esmagadora da bancada conservadora atendeu a um pedido dele: "Votar em branco, jamais num comunista." Napolitano será empossado na segunda-feira como primeiro chefe de Estado oriundo do extinto Partido Comunista

Italiano. No dia seguinte, dará carta branca a Prodi para formar o novo governo. Ele ingressou no PCI em 1945. E marcou sua trajetória no partido como um político prudente, moderado, reformista e de visão de Estado. "Quando ingressei no PCI estava movido mais por um sentido de revolta moral do que por opção ideológica", confessou Napolitano, hoje um social-democrata e membro influente dos Democratas de Esquerda (partido que substituiu o ex-PCI). Portanto, não é à toa que o definiam como o "mais liberal de todos os comunistas". Carreira - A eleição de Giorgio Napolitano coroa uma carreira política de mais de meio século marcada pela moderação. Aos 80 anos de idade e no cargo de senador vitalício, é conhecido por um estilo compreensivo e pelo rigor moral. Suas credenciais incluem os cargos de presidente do Parlamento, ministro de Interior e membro do Parlamento Europeu. Como integrante do "maior partido comunista do Ocidente", o presidente eleito propôs diálogo com socialistas italianos e europeus para acabar com o isolamento de seu

partido, e foi um dos primeiros incentivadores da integração européia. Durante a primeira Guerra do Golfo, no início dos anos 90, Napolitano foi contra a retirada do pequeno contingente italiano. Já em 1956, à época da invasão russa à Hungria, classificou a supressão como necessária, segundo o diário italiano Corriere della Sera."Ele é um verdadeiro estadista, acredita na democracia, é um amigo dos Estados Unidos e conduzirá seu mandato com integridade e imparcialidade", disse Richard Gardner, diplomata americano na Itália de 1977 a 1981. Natural de Nápoles, Napolitano lutou contra os nazistas e fascistas durante a Segunda Guerra Mundial. Especialista em relações internacionais com forte interesse por assuntos europeus, é considerado o "chanceler" de seu partido. Casado com Clio Bittoni e pai de dois filhos, Napolitano é um intelectual respeitado, conferencista-convidado deprestigiadas dos EUA, como Yale e Harvard. Recentemente, publicou seu livro de memórias Do Partido Comunista Italiano ao Socialismo Europeu. Uma autobiografia política.

CHÁVEZ, O "LÍNGUA SOLTA" Apoio explícito ao candidato nacionalista à presidência do Peru traz problemas

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mulher do candidato nacionalista Ollanta Humala, Nadine Heredia, disse ontem que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, é um "língua solta" e manifestou estar cansada das intervenções e

comentários de Chávez acerca da sucessão presidencial peruana. "Compreendo que o senhor Chávez seja um pouco digamos, 'língua solta', mas creio que já basta", disse Heredia, em entrevista à emissora de televisão Canal 9. A reação de Heredia parece responder à percepção no partido de Humala de que o apoio explícito de Chávez está prejudicando a candidatura do nacionalista. Recentes insultos proferidos pelo venezuelano ao ex-presidente Alan García, que disputa o segundo turno com Humala, provocaram repúdio geral no Peru e uma sensação de que Chávez cometeu uma "in-

tromissão flagrante" na política peruana. Desde o início de sua campanha, Humala tem o apoio de Chávez, a quem diz compartilhar a mesma ideologia. Agora, prefere negar que esteja sendo apadrinhado. Humala venceu o primeiro turno das eleições peruanas, mas agora está atrás de García de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto. De acordo com sondagem do instituto Apoyo, se as eleições fossem hoje García derrotaria o nacionalista por 57% contra 43%. Segundo a mesma pesquisa, o presidente Hugo Chávez é desaprovado por 74% dos entrevistados. (AE/AP)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

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MAIS LINHAS DO BNDES PARA MONTADORAS

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mil toneladas é a expectativa de vendas de produtos à base de amendoim, de maio a junho.

MICROS E PEQUENAS EMPRESAS TIVERAM QUEDA DE 1,4% NO FATURAMENTO REAL DO PRIMEIRO TRIMESTRE

PEQUENOS: BOM SÓ PARA A INDÚSTRIA Luiz Prado/LUZ

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diamente pelo consumidor final". A expectativa do SebraeSP é que a partir do mês de maio os resultados já sejam positivos para todos os setores das micros e pequenas empresas. Março – Considerando apenas os resultados do mês de

3,3 por cento foi a queda no faturamento real dos micros e pequenos comerciantes no primeiro trimestre março, as micros e pequenas mostram um salto de 6,9% no faturamento real em relação ao mês anterior. Isso, porém não ocorre na comparação com março de 2005. Nessa análise, houve uma queda de 3,7%. Gonçalves atribuiu o resul-

tado ruim ao "fator calendário". A Páscoa, época que movimenta o mercado, em 2005 caiu em março. Neste ano, foi em abril. "Padarias, mercados e docerias estão entre os pequenos negócios e são sensíveis ao fator calendário." Ainda assim, na comparação com março do ano passado, mais uma vez aparecem em destaque as micros e pequenas indústrias, especialmente as da região do Grande ABC. As vendas de componentes e peças para o segmento metal-mecânico, carro-chefe daquela região, renderam alta no faturamento real de 4,3%. No município de São Paulo e no interior do estado, as variações foram, respectivamente, de 0,6% e -4,7%. Salários – O gasto com a folha de pagamento em março de 2006 teve alta de 4,2% em comparação a fevereiro. Em relação a março de 2005, a expansão foi de 3,9%. O levantamento do Sebrae-SP mostra que as micros e pequenas empresas gastam, em média, R$ 1.899 com funcionário por mês. Renato Carbonari Ibelli

Getúlio Ursulino Netto: Copa do Mundo e festas juninas devem incrementar vendas de amendoim em 45%

A força do amendoim na Copa

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Abicab desenvolveu uma campanha institucional com informações, como valor nutricional do produto, direcionada ao atacado e ao auto-serviço, responsáveis por 60% da receita do setor. Segundo o vice-presidente da área de amendoim da Abicab, Carlos Barion, as 40 empresas associadas à entidade, que representam 80% do volume de vendas, vão distribuir o material nos pontos de venda. Satisfação – Os resultados do último ano também agradaram. Houve aumento na produção de 118 mil toneladas em 2004 para 127 mil toneladas em 2005. Segundo Barion, a perspectiva para 2006 é de que sejam contabilizados 140 mil toneladas de produtos industrializados, cerca de 10% mais que no ano passado. Como a produção agrícola não cresce – a colheita de 2005 foi inferior à de 2004 e em 2006 deverá ser mantida na casa das 301 mil toneladas – , os produtos com maior valor agregado contribuem para o crescimen-

ntes mesmo de a seleção brasileira de futebol garantir a taça da Copa do Mundo, um setor econômico brasileiro já comemora vitória. A expectativa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) é de que o evento esportivo, juntamente com as festas juninas, contribua para um incremento no consumo de amendoim e seus derivados em 45% entre maio e julho em relação ao constatado em março e abril deste ano. As vendas de produtos industrializados à base de amendoim devem somar 45 mil toneladas. Geralmente nesta época do ano o aumento no consumo é de 30%, mas por causa da Copa, deverá ser maior. "O horário dos jogos vai facilitar os encontros entre amigos e familiares. A parceria do amendoim com a cervejinha também é uma boa combinação", diz o presidente da Abicab, Getúlio Ursulino Netto. Para estimular as vendas, a

to do faturamento anual. A receita do setor passou de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,6 bilhão de 2004 para o ano passado. As exportações também surpreenderam e registraram incremento de 50%, superando as projeções de alta de 20%. Passaram de 41 mil toneladas em 2004 para 62 mil no ano passado e há perspectiva de atingir 70 mil este ano. O bom desempenho é explicado pelas ações conjuntas com o governo para a melhoria da cadeia produtiva nos últimos cinco anos. Incentivos – Em 2001, a Abicab criou o Pró-Amendoim, programa de auto regulamentação e expansão do setor, para monitorar a qualidade dos produtos desenvolvidos em toda a cadeia. No ano seguinte veio o Selo Amendoim de Qualidade Abicab. Segundo Barion, o resultado foi um produto mais seguro. Até então, os produtores perdiam 40% do amendoim, que não se enquadrava nas normas de qualidade. Hoje, essa perda está em 5%. Adriana David

Setor imobiliário premiado

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ste prêmio está cada vez mais "ão", uma grande festa do Estadão, brincou o governador Cláudio Lembo (PFL), referindo-se ao anúncio do jornal, na abertura da 13ª edição do Top Imobiliário, na noite de terça-feira, oferecido anualmente pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) e apoio do Sindicato da Habitação (Secovi). Lembo destacou a importância social do setor imobiliário. "Porque representa uma enorme fonte de geração de empregos", resumiu. O primeiro lugar do Top Imobiliário, que vai para as empresas que mais se destacaram nas categorias de construção, incorporação e vendas, em 2005, foi para a Cyrela/Brazil Realty (construtura e incorporadora) e Lopes Consultoria, invicta desde o início da premiação.

Milton Mansilha/LUZ

s micros e pequenas empresas do Estado de São Paulo fecharam o primeiro trimestre do ano registrando queda de 1,4% no faturamento real em relação ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP). O resultado foi considerado estável pelos economistas da entidade pois, analisando por setores, o levantamento mostra que as indústrias tiveram faturamento real 2,9% superior na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Quem pressionou a média para baixo foi o comércio, que teve queda de 3,3% na mesma comparação. O setor de serviços ficou praticamente estável, com alta de 0,6% no faturamento. Pedro João Gonçalves, economista do Sebrae-SP, atribuiu o bom desempenho das micros e pequenas indústrias no trimestre à ligeira melhora do cenário econômico. "Houve maior oferta de crédito e queda na taxa Selic (a taxa básica de juros), o que tem aquecido as grandes indústrias, que por sua vez compram mais bens intermediários produzidos pelos pequenos empresários", comentou Gonçalves. No extremo oposto ao das indústrias, os micros e pequenos comerciantes tiveram queda mais acentuada, segundo o economista, porque a "melhora da economia é sentida mais tar-

Afif Domingos: mais iniciativas para prestigiar quem corre risco para gerar riquezas

Em segundo lugar ficaram as empresas Gafisa e Abyara. E, na terceira posição, a Company, Even e Fernandez Mera. Estímulo – Ao entregar o prêmio Top para as empresas Setin, Goldfarb e Itaplan, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, disse que o prêmio é um estímulo aos empreendedores de um setor da maior importância para o desenvolvimento da economia brasileira. "É preciso

prestigiar iniciativas como essa, que estimulam quem está disposto a correr risco para gerar riquezas", disse Afif. Destaques – O arquiteto paranaense David Libeskind, de 77 anos, recebeu o prêmio "Pensador de Cidades". Depois, o diretor comercial corporativo do Grupo Estado, Cláudio Santos, anunciou que o Top Imobiliário de 2006 – entregue em 2007 – premiará também os melhores "cases" de sucesso de vendas. (SLR)

Governo oferece crédito e nega IPI A s montadoras poderão ser beneficiadas com ampliação dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com novas regras para receber seus créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Esses foram os

principais tópicos discutidos ontem entre os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Trabalho, Luiz Marinho, e técnicos do Ministério do Desenvolvimento com representantes do setor. Marinho descartou qualquer possibilidade de o governo mudar a política cambial ou reduzir impostos dos carros para compensar a

desaceleração das exportações. Na terça-feira, Mantega havia dito que estudaria pedido de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Marinho disse que o governo vai estudar medidas que compensem a perda de competitividade causada pelo câmbio também para outros setores. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso no Palácio do Planalto, na terça-feira, explicando suas derrotas antes da eleição de 2002.

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MAIO

Perdi três eleições. Uma das razões pelas quais eu perdi as eleições, eu descobri logo: é que uma parcela da sociedade não tinha votado em mim.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

11 25 anos da morte do músico de reggae Bob Marley (1945-1981)

C IÊNCIA P LANETA

Tempestade de partículas solares O Instituto russo de Ionosfera e Magnetismo Terrestre alertou ontem sobre uma tempestade magnética "prolongada" que afetará a Terra provavelmente esta noite e pode se prolongar por pelo menos três dias. As tempestades magnéticas são desatadas pelos intensos fluxos de partículas ionizadas que resultam das explosões que ocorrem na coroa solar. Em condições normais, o fluxo de partículas passa despercebido, mas quando as explosões aumentam de intensidade o campo magnético

terrestre é alterado, fenômeno chamado de tempestade geomagnética que afeta organismos vivos e o meio ambiente. Essas tempestades produzem as auroras boreais, interferem nas transmissões de rádio e influem de modo negativo na saúde das pessoas sensíveis às alterações do campo magnético terrestre. Dependendo de sua intensidade, as tempestades geomagnéticas também podem afetar o funcionamento de satélites, redes elétricas, sistemas de navegação e oleodutos.

F UTEBOL Enrique Marcarian/Reuters

A era do crânio quebrado Há seis mil anos, a violência era a regra básica das relações humanas

O

s habitantes das ilhas britânicas no período neolítico, entre cinco mil e seis mil anos atrás, eram pessoas extremamente violentas e tinham grandes chances de morrer assassinadas, com traumatismo craniano, afirma um estudo científico publicado ontem. De acordo com a pesquisa, realizada por antropólogos da Queen´s University de Belfast, na Irlanda do Norte, "a vida nos povoados britânicos nunca foi tão violenta quanto no neolítico". Segundo o estudo, a chance de os britânicos que viveram há seis mil anos morrerem devido a violentos golpes na ca-

beça, geralmente com a utilização de bastões ou pedras, era de uma entre 14. Além disso, um entre 50 britânicos do neolítico era morto com apenas um golpe fatal. Chegou-se a essa conclusão depois de um primeiro estudo sistemático de crânios de homens do neolítico que habitavam as ilhas britânicas. Apesar de, no passado, cientistas já terem encontrado crânios desse período com graves fraturas, até agora não se sabia do grau de violência empregado. Nesse sentido, o antropólogo Rick Schulting, que dirigiu a pesquisa, declarou à revista de divulgação científica New S ci en ti st que o neolítico nas

ilhas britânicas "foi um período muito mais violento do que imaginávamos". Até o momento os especialistas analisaram cerca de 350 crânios, a maioria deles de pessoas que viveram no sul da Inglaterra. Em 5% dos casos, os crânios apresentavam fraturas graves. Em 2%, fraturas que teriam provocado a morte instantânea. A maioria dos golpes foram registrados na parte esquerda do crânio, o que sugere um agressor destro. Schulting informou à revista britânica ter anunciado os resultados da pesquisa durante a reunião anual da Sociedade de Arqueologia Americana em San Juan, Porto Rico. (AE)

A RTE

Campbell por US$ 11,7 milhões Small Torn Campell Soup Can (Pepper Pot), obra de 1962 do "rei da arte pop" Andy Warhol, foi vendida ontem por US$ 11,7 milhões num leilão da Christie's de Nova York. A serigrafia de Warhol -técnica de impressão por meio de uma moldura -, registra a passagem do tempo na cultura pop através de uma reprodução do rótulo da sopa instantânea marca Campell. Uma serigrafia em azul e rosa de Brigitte Bardot, também feita por Warhol, foi vendida por US$ 3,4 milhões no mesmo leilão. Timothy A. Clary/AFP

Brendan McDermid/Reuters

B RAZIL COM Z

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O São Paulo perdeu de 1 a 0 do Estudiantes, pela Libertadores. Na foto, Souza e Alex, vencidos.

Benefícios da lei seca

E SPAÇO

Raro asteróide na África do Sul magnético e gravitacional incomum do local permitiu que os cientistas mapeassem a cratera, e brocas de mineração sondaram a rocha no fundo da depressão, fundida pelo impacto. A descoberta é de uma equipe da Universidade de Québec. Oculta sob uma cobertura de areia, a cratera só foi descoberta nos anos 90. Um dos participantes da pesquisa conta como a broca encontrou o pedaço de pedra espacial de 25 centímetros, a uma profundidade de 766 metros. Os cientistas também descobriram diversos fragmentos menores.

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Um pedaço, do tamanho de uma bola de futebol, de um asteróide de vários quilômetros de diâmetro foi encontrado no fundo da cratera Morokweng, na África do Sul, que tem mais de 70 km de diâmetro e, acredita-se, 145 milhões de anos. A descoberta de um pedaço tão grande de um impactador é um evento extremamente raro, já que esses asteróides são quase que totalmente destruídos no choque com a Terra. A descoberta é apresentada na edição de hoje da revista científica Nature. O perfil

ANGELICAIS - Karolina Kurkova (à esq.) e as brasileiras Adriana Lima e Gisele Bündchen posam com asas de anjo desenhadas por elas para um leilão beneficente. As modelos participaram do lançamento do perfume Dream Angels Heavenly, da Victoria´s Secret. E SPETÁCULO

E M

C A R T A Z

TRUFFAUT

Beijos Proibidos (foto), na mostra dedicada a filmes de François Truffaut. Cinemateca. Largo Senador Raul Cardoso, 207. Telefone: 5084-2318. 17h10. R$ 8.

Passatempos e brincadeiras

A sul-coreana Kowon produziu esse modelo de óculos com minitelas de TV embutidas. A empresa resolveu os problemas históricos desse tipo de aparelho, e qualidade da imagem é muito boa. De acordo com a empresa, a usar os óculos é como ver uma TV de 32 polegadas a 2 metros de distância. Deverá custar US$ 216, ainda sem data definida.

Para quem passa horas e horas conectado à internet em busca de passatempos, bobagens, piadinhas, brincadeiras para fazer com os amigos, softwares inúteis mas que rendem boas risadas, o Superdownloads criou a seção "inutilitários". Ali é possível baixar de graça uma série de programas inúteis que fazem botões fugirem do mouse, testes, falsas mensagens de erro que estouram na tela e assustam usuários desavisados. Só não vale usar no trabalho.

www.kowontec.com/

http://superdownloads.uol.com.br

lcd/frame_lcd_en.htm

/programas/4INU.html

Os usuários do programa Google Earth, que mostra imagens de satélites, podem ver imagens de um combate entre Estados Unidos e Iraque nas ruas de Bagdá. Segundo o jornal argentino Clarín, que divulgou a notícia, é possível distinguir tanques de guerra e Humvees - veículos militares norte-americanos transitando pelas ruas. O jornal divulgou imagens de 2004 do conflito. O Google Earth é uma dos mais polêmicas – embora não tão popular – ferramentas do Google e diversos países já reclamaram dizendo que o programa representa uma ameaça à segurança, facilita a espionagem e o terrorismo.

Mummenschanz 3x11.

Concurso 618 da LOTOMANIA

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L OTERIAS

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A TÉ LOGO

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Lula indica procuradora de Minas Gerais para ministra do STF, em substituição a Jobim Emplacamento de veículos pelo Detran-SP aumenta de 528% na capital e 239% no interior Seis pessoas são presas por venderem empregos falsos por até R$ 1.500 em São Paulo

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TV de 32 polegadas nos óculos

Imagens da guerra do Iraque

ummenschanz volta ao Brasil com seu teatro de máscaras. Dois anos depois da turnê de sucesso, Bernie Schürch e Floriana Frassetto, fundadores, criadores e performers trazem de novo sua mistura de circo, teatro, fantoches e comedia dell’arte, agora no palco do Teatro Municipal de São Paulo. O espetáculo é o 3x11, que significa uma retrospectiva da carreira do Mummenschanz - Três vezes onze anos - de estrada, sempre estimulando a platéia no mundo todo e evocando idéias através da arte do ilusionismo cênico. A montagem estreou no início do ano em Sidney, Austrália, e desde então esteve em turnê por toda a Oceania, antes de chegar à América do Sul. Depois de São Paulo, a companhia segue para apresentações em Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

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F AVORITOS

T ECNOLOGIA

Divulgação

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G @DGET DU JOUR

O baile das máscaras

O jornal norte-americano San Francisco Chronicle e agência de notícias Reuters destacaram ontem a controversa medida adotada pelo município de Diadema, na região do ABC, que restringe as atividades dos bares após as 23h. "A media transformou Diadema, uma das mais violentas cidades do País, num modelo urbano", diz o texto do Chronicle. Os homicídios caíram quase 50% e os outros crimes foram reduzidos em 80%. A cidade tem 4.800 bares e restaurantes que, desde 2002, não vendem mais bebidas alcoólicas depois entre as 23h e as 6 da manhã. A medida também ajudou a reduzir internações relacionadas ao consumo de álcool nos hospitais.

Concurso 762 da MEGA-SENA 09

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quinta-feira, 11 de maio de 2006

Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

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65% DOS CONSUMIDORES VÃO PAGAR O PRESENTE À VISTA

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reais é o valor que os consumidores estão dispostos a gastar no presente no Dia das Mães.

Leonardo Rodrigues/Hype

O movimento é grande, mas as vendas, nem tanto. Intenção de compra para o Dia das Mães está menor que no ano passado

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consumidor paulistano continua desanimado, e o número dos que pretendem comprar presentes para o Dia das Mães neste ano está menor que o do ano passado. É o que mostra uma pesquisa da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio). Isso, porém, não significa que será um período fraco para o comércio, já que, costumeiramente, muitos resolvem ir às compras na última hora. Entre os 800 consumidores ouvidos na região metropolitana, 58,1% pretendem comprar algo para as mães, contra 69% em maio de 2005. "Muitos

Consumidores circulam pela Rua José Paulino em busca de presentes para o Dia das Mães

respondem que não pretendem comprar nada, mas acabam voltando atrás e dando uma lembrança", disse Abram Szajman, presidente da Fecomercio-SP, para quem essa mudança de idéia, caso realmente aconteça, será captada na próxima sondagem da entidade, marcada para depois da comemoração da data. A pesquisa foi realizada nos dias 6 e 7 de maio e revelou que o valor médio do presente deste ano será de R$ 53. Cerca de 45% dos entrevistados afirmaram que irão optar por algo que custe até R$ 50. Para 39%, é possível comprar acima de R$ 70. Os homens estão dispos-

tos a comprar presentes um pouco mais caros. Entre eles, o valor médio é de R$ 56. Produtos – As peças de vestuário foram citadas por 23,4% dos entrevistados como opção de presente. Cerca de 20% disseram que as mães deverão ganhar dinheiro ou apenas um passeio, possivelmente acompanhado de almoço, e 11% citaram perfumes e cosméticos. Os eletrodomésticos foram mencionados por 9,5%. Outro dado da sondagem é que 65% dos entrevistados manifestaram a intenção de comprar o presente à vista, seja em dinheiro, cheque ou cartão de débito. (Agências)

Ânimo nos shoppings

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financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para apoiar a reestruturação da Varig aumentou de US$ 100 milhões para US$ 166 milhões. O crédito

faz parte do esforço do governo para salvar a empresa. Os investidores interessados em obter o apoio oficial para investir na Varig têm de formalizar seu interesse até o dia 15. O financiamento

corresponde a dois terços do empréstimo de US$ 250 milhões que a Varig receberá para girar seu fluxo de caixa. O restante virá do investidor, depois de aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). (AE)

Factoring

DC

Varig: BNDES aumenta crédito O

mbora a pesquisa da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio) mostre uma queda na intenção de compras no Dia das Mães, as lojas de shoppings apostam no aquecimento nas vendas e, para impulsioná-lo, não poupam esforços em campanhas e promoções para a data. Vale tudo para ganhar os filhos. O Shopping Center Norte, por exemplo, investiu R$ 600 mil em uma ação que inclui até desfile de modas. No outro lado da cidade, o Jardim Sul apostou na criatividade dos filhos e montou o projeto "Oficina do Dia das Mães". Já o SP Market viu nas estrelas da TV Adriana Esteves e Vladimir Brichta o apelo para conquistar os filhos. O centro de compras investiu R$ 450 mil para veicular anúncios com os dois na mídia. Em contrapartida, tanto o Frei Caneca quanto o Morumbi Shopping têm, junto com o Dia das Mães, a comemoração dos seus aniversários. O primeiro faz cinco anos e o outro, 24. Na Grande São Paulo, os centros de compras também fizeram investimentos. O Shopping Taboão, por exemplo, gastou R$ 150 mil em ações de

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

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todos os shoppings esperam crescimento nas vendas. Alguns, de até 25%. Já a previsão da Associação dos Lojistas de Shopping (Alshop) é mais modesta, de até 7%. (Da redação)

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DEU

NO

BLOG O publicitário Márcio Machado fez uma anotação no blog Blue Bus sobre a capa da revista Veja desta semana, que desencadeou em leitores e não-leitores a reprovação quase unânime (veja ao lado e também comente). Na semana anterior, ela pintou o diabo mais feio do que parece e ninguém reclamou.

WWW.BLUEBUS.COM.BR

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

Ninguém reclamou quando Veja satanizou o Garotinho m fato me chamou a atenção nas últimas semanas. Nas segundasfeiras, geralmente um assunto comum de debate era discutir a capa da última Veja. Alguns leitores protestavam indignados com a posição da publicação contra o governo, sobre a parcialidade nas reportagens, falta de apuração dos fatos, etc., etc. Chegavam a

U

afirmar que não comprariam mais a revista. Bom, salvo engano, ninguém, mas ninguém mesmo,

protestou contra a capa do Garotinho ilustrado como diabinho (do outro fim de semana). Estou muito

longe de ter qualquer afinidade com o governador Bolinha (nem voto no Rio), mas concluo que os reclamantes

passados, afinal, não buscavam imparcialidade nas reportagens e jornalismo sério - e tão somente a defesa do governo do PT, não é? Não vi registros agora condenando a revista por imprecisões e pelo pouco respeito com que tratou na capa o ex-governador carioca. MARCIOMACHADO@ GMAIL.COM

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Conta salgada ados do IBGE comprovam: obter diploma universitário não é garantia de bom emprego e salário alto – ao menos no Brasil, um país sabidamente carente de mãode-obra qualificada. Em quatro anos (2002/2006), o rendimento médio das pessoas com maior escolaridade despencou 12,3%, um índice bem superior aos verificados em outras faixas de instrução. A rigor, tal informação apenas confirma o que já vem acontecendo no país há muitos anos. De 1995 a 2004, sempre de acordo com dados do IBGE, todos os trabalhadores tiveram, em termos reais, perda

D

exatamente porque exibiria a roubalheira. Imagine-se quantas sanguessugas, lombrigas e outros vermes hediondos não seriam encontrados se a análise de preços unitários e de quantitativos fosse disseminada.

salarial. Os mais prejudicados, no entanto, foram os que tinham apenas o diploma do Ensino Médio e os portadores de título universitário. E isto decorre, em larga medida, do fato de a economia do país vir crescendo a taxas irrisórias, bem abaixo da média mundial. Diante da abundância de mão-de-obra, as empresas passaram a fazer maiores exigências, a fim de diminuir o número de candidatos por vaga oferecida e facilitar/baratear seu processo seletivo.

G Sem projetos

para o País, o governo conseguiu agravar problemas que já eram graves. G Em quatro anos,

o rendimento médio das pessoas com maior escolaridade despencou 12,3% G A incompetência

apresenta sua fatura. E ela é salgada!

Os números, no entanto, devem ser vistos com cautela. Em 2004, por exemplo, quem tinha um título de mestre ou de doutor, na média, ganhava quase o dobro de quem dispunha só de diploma universitário. Mais: no início deste ano, a distância entre o rendimento médio dos menos e dos mais instruídos continuava sendo expressiva. Ou seja, estudar está longe de ser um mau negócio, ao contrário do que pode sugerir a leitura apressada dos números.

fato é que o País precisa crescer, para gerar emp re g o s e o f e re c e r a quem trabalha salários mais dignos. Uma tarefa difícil, com juros básicos estratosféricos, câmbio defasado e carga tributária elevada. Mas, além destes fatores, há outros que contribuem para que a economia brasileira não deslanche como deveria. Eles vão do excesso de burocracia à informalidade, passando pela ausência de marcos regulatórios, que inviabiliza participação mais ativa da iniciativa privada. Não é preciso ser especialista no assunto para perceber que, também neste campo, o atual governo nada fez para reverter o quadro. Ao contrário. Por conta de sua falta de projetos para o País, ele conseguiu agravar problemas que já eram graves. É evidente que o assalto aos cofres públicos é um dos pecados capitais do atual governo e do principal partido a lhe dar sustentação política. Mas não é o único. A incompetência também apresenta sua fatura. E ela é salgada!

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MILTON FLÁVIO É

CLÁUDIO WEBER ABRAMO

LOMBRIGAS E OUTROS BICHOS esta semana os brasileiros foram informados dos primeiros resultados da operação da Polícia Federal apropriadamente denominada Operação Sanguessuga. Parlamentares federais (fala-se em mais de 60) introduziriam emendas ao Orçamento da União destinadas a repassar grana para que municípios realizassem a compra de ambulâncias. As respectivas licitações eram direcionadas para uma certa empresa. Os preços pagos eram muito maiores do que a média e a diferença era repassada por propinodutos comandados pelos parlamentares e operados por seus assessores de gabinete. Embora tenha surgido só agora, o caso é mais antigo. Começou em 2004, quando um funcionário da Controladoria-Geral da União lotado em Rondônia resolveu comparar os preços unitários praticados na compra de ambulâncias por municípios daquele estado com os preços médios nacionais. Rapidamente, descobriu o superfaturamento. No fim do ano passado, o repórter Lúcio Vaz, do Correio Braziliense, deu o assunto, a que se denominou “Máfia das ambulâncias”. Nenhum jornal do eixo Rio-SP registrou o caso.

N

ois bem, não é sobre a cobertura da imprensa que quero escrever, mas sobre o método pelo qual o assalto foi descoberto. Não poderia ser mais simples – comparar preços unitários. A comparação permite determinar quem está comprando mais caro (ou mais barato) do que a média (dada uma margem de tolerância). Mais elementar, impossível. O que faz perguntar por quê governos não investem e não investiram históricamente na coleta sistemática de preços unitários e dos quantitativos dos bens e serviços que adquirem.

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EX-VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA

LEGISLATIVA DEPMILTONFLAVIO@YAHOO. COM.BR

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

í tem coisa. No Brasil nunca é muito saudável interpretar os fatos – quaisquer fatos – como decorrentes de inadvertência ou boa fé, de modo que se deve concluir que governos não fazem isso

A

stá na cara que a última coisa que desejam as forças políticas que chegam ao poder, não importa qual a sua coloração, é instrumentalizar o Estado para que seja mais eficiente em suas compras. É interessante assinalar o caso do Tribunal de Contas de Santa Catarina. O órgão fez uma parceria com a Transparência Brasil no âmbito da qual dados sobre todas licitações realizadas pelos 293 municípios do estado desde 1997 foram submetidos a análise e colocados na Internet: www.licitassist.org.br/ desempenho. Além de informar quem venceu e perdeu licitações. Só isso já permite apontar para situações no mínimo esquisitas, que

E

Imagine quantas sanguessugas não seriam encontradas se fosse feita análise de quantidades e preços unitários mereceriam exame mais atento. Por exemplo, o município de Erval Velho tinha 4269 habitantes segundo o censo de 2000. Em 1997, comprou 66,5 quilos de cimento por habitante, pagando 23 centavos de real por quilo, a média do estado. (Note-se que isso não inclui cimento comprado por empreiteiras; é comprado direto pelas prefeituras.). No mesmo ano, o município de Ponte Alta do Norte, com 3221 almas, adquiriu 8 toneladas de cimento por 39 centavos o quilo. Para não ficar atrás, o município de Macieira, 1900 habitantes, comprou cerca de 2,5 toneladas do produto ao preço de 50 centavos por quilo. análise dos combustíveis revela situações igualmente interessantes. Em 1999, a municipalidade de São Bonifácio consumiu 660 mil litros de diesel. Como Boni tinha cerca de 3200 habitantes, isso deu nada menos de 205 litros desse combustível especializado por habitante. Em 2003, o consumo de gasolina municipal em Braço do Trombudo foi também qualquer coisa de espetacular: 94,1 litros para cada um de seus 3187 habitantes. E por aí vai, mas vamos nós parando por aqui.

A

CLÁUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR DA TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

PUERTO NATALES

quinta-feira, 11 de maio de 2006

TURISMO - 1

24 HORAS DE CULTURA EM SÃO PAULO

Wanderlei Celestino/SP Turis

De apresentações circenses a MPB, prepare-se para uma maratona de eventos pela cidade, dias 20 e 21 deste mês. É a Virada Cultural. Pág. 4

A Patagônia revisitada

Fotos: Jaime Bórquez

Ícones da região: chimarrão, aves e ovelhas. O cais de pescadores de Puerto Natales (acima) é o ponto de partida para alguns passeios. Nos pampas, peões mostram seus costumes. As estâncias locais (abaixo) abriram as portas recentemente para turistas. Na cidade, há diversos restaurantes de charme, como La Mesita Grande (no pé, à esq.), de pizzas. O hotel Remota Patagônia (no pé, à dir.) é a maior novidade por lá, com linhas arrojadas e todo conforto. Que tal jacuzzi ao ar livre?

N o extremo sul do Chile,

embarque num roteiro diferente pela famosa região, muito além das geleiras. Cavalgadas pelos pampas, visitas a fazendas de ovelhas, caminhadas e observação da natureza são algumas das atividades em torno de uma cidadezinha que só agora ganha fama: Puerto Natales. Aqui acaba de ser aberto o primeiro hotel cinco-estrelas. Págs. 2 e 3


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Fotos: Jaime Bórquez

Puerto Natales convida à Patagônia o ano todo A pequena e pacata cidade chilena caiu nas graças do mundo e transforma-se no coração do turismo patagônico no país, oferecendo passeios para todos os gostos. E mais: visitantes descobrem maravilhas em todas as estações Por Jaime Bórquez

Q

uem algum dia já visitou o Parque Nacional Torres del Paine poderá trazer à mente vagas imagens desta cidadezinha chilena. Recordará, talvez, que parou num posto de gasolina, reabasteceu e continuou viagem rumo à reserva. Ou, quem sabe, conseguirá lembrar que aproveitou a parada e tomou um chá no fim de tarde, após quase três horas de estrada, vindo da cidade mais austral do Chile, Punta Arenas. Aí morrem as imagens de Puerto Natales. Pois aquela cidadezinha hoje é centro do turismo patagônico. E nem todo mundo que a visita está só a caminho do mais belo e conhecido parque nacional chileno, longe disso. O entorno de Natales, como agora a chamam os íntimos, oferece muito mais destinos que as Torres del Paine. Há cruzeiros até os gelos, cavalgadas pelos pampas, visita às fazendas de ovelhas, caminhadas, observação da natureza, pesca esportiva, escalada em gelo, enfim, um leque de alternativas turísticas para todas as idades, bolsos, gostos e sensibilidades. Inclusive acaba de ser aberto lá o primeiro hotel cinco-estrelas da cidade. E, muito importante: os visitantes começam a descobrir que a Patagônia chilena é interessante em todas as estações. Cada uma tem sua graça. No verão, o sol reina: nasce às 4h30 da manhã e se põe perto da meia noite. No outono, os carvalhos oferecem uma paisagem avermelhada inesquecível. No inverno, some aquele

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Puerto Natales (no topo) e seu entorno abrem um leque de programas. Um deles, a trilha que contorna o Canal Señoret, onde se podem observar os elegantes cisnes de pescoço preto (foto à dir). Trekking famoso na região é o circuito ao redor das Torres del Paine, no parque nacional (à esq.)

vento inclemente que, às vezes, atrapalha a caminhada e o sol fica preguiçoso, clima especial para quem está em lua-demel. E na primavera, como em todo o planeta, a vida brota por todo lado, fauna e flora se energizam. A Patagônia chilena é para o ano inteiro. Portanto, prepare suas malas e escolha os passeios. Caminhando contra o vento – As caminhadas são programas corriqueiros na Patagônia. Há para todos os gostos e fôlegos. Subir o morro Dorotea a pé, por exemplo, não é nada do outro mundo e é considerado um trekking de esforço leve. Entre 9h da manhã e 13h dá e sobra tempo para esste exercício, com aquela visão dos pampas absolutamente fascinante. Outra caminhada que não exige esforço demais é a excursão entre Puerto Prat e a Estância Consuelo, lugares que ficam só a meia hora a pé do centro de Puerto Natales. A trilha contorna o Canal Seño-

ret e pelo caminho, entre mata baixa e extensos gramados naturais, podem-se observar quero-queros, gansos selvagens, os elegantes cisnes de pescoço preto (ave-símbolo da região) e as belas e encorpadas bandurrias, o ibis patagônico. Em quatro horas e a passo tranqüilo, se faz o percurso completo ida-e-volta. Mas se desejar mais adrena-

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Jair Soares

lina, a dica é a Trilha dos Alacalufes, assim batizada em nome dos nativos que moravam nesta região, também conhecidos como kaweskar, exímios navegantes. Requer dois ou três dias e esquema de camping. A excursão se inicia no cais de pescadores de Puerto Natales, de onde uma embarcação cruza o canal deixando o grupo na Península Antonio Va-

ras, num território praticamente desabitado. Dali percorrem-se mais de 40 quilômetros do mítico Caminho Austral até a Bahia Talcahuano. Pelo caminho, bosques de “lengas” (o carvalho patagônico), o perfumado cipreste das guaitecas, árvore sagrada dos nativos, e uma fauna abundante em leões-marinhos e patos silvestres. Há paisagens ina-

creditáveis, como o Canal Worsley, a Ilha Ballesteros, a Cordilheira Riesco, o estreito fiorde Rossi e o mágico Lago dos Acantilados. Depois de cruzar a Cordilheira Sarmiento, se chega ao ponto alto da viagem: o Canal de las Montañas e suas diferentes geleiras. Outras caminhadas muito interessantes são pela Serra Baguales ou até o cemitério aonikenk, nome original dos nativos da Patagônia. Mas o trekking considerado "número um" da região é o circuito ao redor das Torres del Paine. Passar por esta experiência requer um bom preparo físico e um planejamento responsável. São sete dias a pé, pernoitando nos refúgios franciscanos que a Corporação Florestal do Chile dispõe ao longo de todo percurso. A caminhada, pode-se dizer, é a versão chilena do Caminho de Santiago de Compostela (mas muito mais difícil) e sua fama extrapolou, há muito tempo, as fronteiras chilenas.

Viagem até as geleiras

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r à Patagônia e não ver geleiras é como ir à Disney e não ver o Mickey. Há pelo menos uma dezena delas ao redor de Puerto Natales. Algumas estão na orla de fiordes (a palavra deriva do norueguês fjord, que significa canal fechado produzido por degelo), como Pio XI, maior do cone sul, ou Amalia, assim como há outras em franco

retrocesso que ficam penduradas nas íngremes montanhas de rocha. Há passeios a bordo de modernos catamarãs para observar estas maravilhas da natureza bem de pertinho. A viagem mais comum é ao Parque Nacional Balmaceda, onde se visita a lagoa e geleira Serrano. Em menos de três horas de navegação se chega ao pequeno cais do parque e,

depois de uma caminhada de uma hora, aos pés da geleira imponente. Na lagoa flutuam icebergs. Quem quiser mais emoção, pode andar de caiaque ou em zodiac a motor entre os gelos, contratando os serviços oferecidos no local. E àqueles que quiserem uma “superdose” de geleiras, o passeio até o Canal de las Montañas é imperdível. Lá pode-se tocar na geleira Bernal

e gastar a memória de sua câmera para imortalizar as geleiras Alsina, Zamudio e Paredes, que parecem fugir montanha acima. Tudo isso com direito a um bom uísque com gelo milenar, é claro. Se achar que a adrenalina ainda é pouca, vale a caminhada no gelo entre as fendas da geleira Grey, dentro do Parque Nacional Torres del Paine. (J.B.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

TURISMO - 3

Conheça a vida de peão no Chile

Fotos: Jaime Bórquez

Andar a cavalo, tomar chimarrão e provar churrasco de cordeiro são programas imperdíveis na região patagônica

V

iajar a Puerto Natales é respirar a cultura patagônica. Assim que se põe o pé na região dá vontade de andar a cavalo pelos pampas, tomar chimarrão e, claro, comer um churrasco de cordeiro no mais puro estilo patagão. Uma boa cavalgada é subir até o topo do morro Dorotea, guarda-costas geográfico de Puerto Natales. O passeio é suave, sem encostas íngremes nem trajetos perigosos, com várias paradas que permitem admirar a paisagem. A inexistência de poluição atmosférica permite ver os extensos pampas, inclusive muito além da fronteira com a Argentina. Para almas citadinas, sair em cavalgada com os “baqueanos”, os gaúchos destas terras, é uma experiência que enriquece mente e alma. Aprendemos sobre laços, estribeiras e, ainda, como se serve um bom “mate”, o chimarrão chileno. Ao chegar ao alto do morro Dorotea, a impressionante paisagem é a recompensa. Da borda da falésia quase vertical, Puerto Natales estará a seus pés, assim como o Canal Seño-

ret, o Golfo Almirante Montt e vários lagos ao longe. De lá também há a perfeita visão da mítica Cordilheira Paine. Se não fosse pelo cordeiro na brasa e o vinho tinto à espera lá embaixo, a vontade de regressar seria infinitamente menor. As cavalgadas podem durar de meio dia até uma semana, se hospedando em estâncias, ou fazendas, ao longo do percurso. F az e nd a s – Os “estancieros”, ou fazendeiros, da região têm pouco a pouco percebido que o turismo rural é um bom negócio. Ariscos às influências forasteiras, hoje começam a abrir as portas de suas casas para turistas. Nelas, segundo a estação do ano em que as visitemos, pode-se ver a tosa (entre outubro e dezembro), a “señalada” (janeiro e fevereiro, quando se marcam as ovelhas com uma senha) e o quase interminável banho “desparasitário”. Imagine quanto leva para banhar 10 mil ovelhas, de uma em uma. Nestas visitas também se tem a oportunidade de ver a destreza dos cachorros de ar-

Cavalgar com os “baqueanos” (acima), os gaúchos destas terras, é inesquecível. Nas fazendas é possível marcar o passeio a cavalo, ver a tosa (acima, à esq.), entre outubro e dezembro, e provar o tradicional cordeiro na brasa

reio. Com assobios, o amo consegue que eles procurem, arreiem, detenham e guardem um bando de ovelhas. Em todas as estâncias se oferecem passeios a cavalo e, obviamente, o tradicional churrasquinho de cordeiro. Ali aprende-se como se faz o bom churrasco gaúcho: ascender o fogo cedo, com lenha de carvalho, escolher um animal que tenha menos de 16 quilos, salgar e botar no ferro, com a cabeça pa-

ra baixo. Cravar o ferro no chão, esperar boas brasas e botar o bicho a mais de meio metro do fogo. Alternar frente e costas, devagarinho no fogo, com muita paciência. Alguns experts recomendam ter sempre à mão uma chaleira com água quente, para dar umas duchas no cordeiro para que a gordura escorra. Depois de tudo isso, é esquecer do regime. Afinal, este pecadinho da gula será cometido, com sorte, uma vez ao ano. (J.B.)

Surge um novo cinco-estrelas na paisagem

F

amoso no destino, o hotel Explora Patagônia, que fica dentro do Parque Nacional Torres del Paine, acaba de ganhar um rival à sua altura: o cinco-estrelas Remota Patagônia. Obra do arquiteto chileno Germán del Sol, justamente responsável pela arquitetura e filosofia dos hotéis Explora do Atacama e da Patagônia, o Remota é um galpão de fazenda patagônica estilizado, com linhas arrojadas, construído em concreto, vidro e madeira nobre da região (carvalho), ardósia no chão. Seus elementos interiores são simples, quase minimalistas. Mesas de linhas retas, lustres de vime, papel e arame. E as acomodações são uniformes, não há suítes, por exemplo. São todas standard, embora de um luxo sóbrio. A proposta do hotel é que o

Projeto de Germán del Sol – que assinou os hotéis Explora –, o Remota é um moderno galpão de fazenda

visitante chegue à confortável e grande casa para viver a Patagônia em toda a sua grandiosidade. Respire o perfume de carvalho nos quartos, de cipreste nos banheiros e admire de suas enormes janelas a deslumbrante paisagem do Canal Señoret e das montanhas ao redor. Não há televisão “para que ninguém grude na telinha e deixe de sair para viver dias

de lazer na Patagônia”, diz o próprio Germán del Sol. Com capacidade para 140 hóspedes, o Remota oferece sauna finlandesa, jacuzzis ao ar livre, piscina climatizada e fechada com gigantescos painéis de vidro, sala de massagens e um alto e amplo salão para o relax total, onde no lugar dos sofás há tatames gigantes. E não há divisões interio-

res, todos os ambientes estão comunicados, sejam as três salas, o bar, o refeitório ou a sala de leitura, do primeiro andar. Além de mostrar a Patagônia ao hóspede pelas janelas, o Remota oferece um menu de passeios. De uma caminhada por Puerto Natales até a subida à base das míticas Torres del Paine, tudo com guias de primeira, é claro. (J.B.)

RAIO X COMO CHEGAR A partir de São Paulo, pela Lan Chile (tel. 11/2121-9000, site www.lan.com), voa-se para Punta Arenas com conexão em Santiago. Ida-e-volta, o bilhete custa US$ 746 – preço válido até 16/6. De lá, tomase um carro até Puerto Natales (duas horas e meia). Os hotéis oferecem o traslado. ONDE DORMIR Remota Patagônia: Rota 9 Norte, tels. (5661) 41-4040 e (562) 387 1200, site www.remota.cl. Programas a partir de três noites por US$ 790 por pessoa, com passeios e refeições. No Brasil, a Expedition (tel. 11/3253-2128, www.expedition.cl) e a Interpoint: (tel. 1 1 / 3 0 8 7 - 9 4 0 0 , w w w. i n t e rpoint.com.br) têm pacotes. Explora Patagônia: Parque Nacional Torres del Paine. Reservas

Paraguai

Chile

Uruguai

Argentina

pelo tel. (562) 206-6060. Quatro noites a partir de US$ 1.560 por pessoa, com traslados, pensão completa e passeios. Costausralis: Rua Pedro Montt 262, (5661) 41-2000, www.hotelesaustralis.cl. Opção mais econômica, pioneiro na região. Diárias para casal a partir de US$ 207. ONDE COMER Angelic a’s: Eberhard 532, tel. (5661) 41-0365. El Asador Patagônico: Ar turo Prat 158, tel. (5661) 41-3553 La Mesita Grande: Arturo Prat esquina com Eberhard. El Living: Arturo Prat 156, tel.. (5661) 41-1140. AONDE IR Cavalgada ao monte Dorotea: reservas pelo tel. (56) 952-2659 Cavalgada de dez dias: tel. (56)

903-8048, www.estanciatravel.com. Trilha dos Alacalufes: reser vas pelo tel. (56) 9480-6366, site www.graciaresdelapatagonia.cl. Navegação às geleiras: Serrano e Balmaceda, Canal de las Montañas, tel. (5661) 41-2409, site www.skorpios.cl. Escalada em gelo e caiaques: Big Foot Patagonia, tel. (5661) 413247, site www.bigfootpatagonia.com. Estâncias: Rosario, tel. (5661) 411273; Perales, tel. (5661) 41-1978; El Palenque, tel. (5661) 41-3074; e Tres Pasos, e-mail reservas@trespasos.cl. FAÇA AS MALAS Moeda: peso chileno (US$ 1 equivale a 512 pesos chilenos). Fuso: uma hora a menos em relação à Brasília.

Passeando pela cidade

A

cidadezinha de Puerto Natales parece pequena, mas engana-se quem pensa que não há nada para visitar. Comece pelo Museu Histórico Municipal, que nos surpreende ao mostrar que já nos idos de 1900 este “fim de mundo” tinha telefone. Na parte dedicada às etn i a s r e g i onais, percebemos o entorno duro e indomável no qual viviam, com temperaturas beirando o zero grau. A ativ i d a d e e c onômica de Puerto Natales foi efervescente e trouxe luxos a seus habitantes. Restaurante Como exemplo disso, estão expostos belíssimos El Living, faqueiros de prata, máquinas fotográficas e louça vegetariano; fina usados pelas abastadas famílias locais. e Museu Outro lugar a ser visitado é o Museu Puerto BoPuerto ries, uma antiga fábrica construída pela Sociedad Bories, Explotadora de Tierra del Fuego, a maior do Chile, antiga para o abate e refrigeração de carne de ovelha e lã fábrica para que se exportava a Europa. o abate e Bom apetite – Mas os passeios dão fome, certo? refrigeração Natales tem suas gracinhas gastronômicas. Uma dede carne de las é o Angelica’s, com certeza o melhor restaurante ovelha e lã da cidade, pertencente a uma família. O cordeiro com ervas finas e o fetuccini com frutos do mar são pedidas perfeitas. As boas pizzas estão no La Mesita Grande que, como diz o nome, tem uma extensa mesa comum a todos seus freqüentadores. Se a essa altura você ainda não tiver provado o cordeiro magalhânico não se desespere. Vá à noite ao Asador Patagônico e mate a vontade. E para quem não come carne, o bar-restaurante El Living é vegetariano. De um casal de jovens ingleses, é como um living de casa, onde se pode sentar no sofá e beber um bom vinho ou cerveja local (muito boa, chama-se Austral). Antes de sair da cidade, tente sorte no Casino Municipal. Quem sabe o dinheiro gasto nesta viagem volta aos seus bolsos. A esperança é a ultima que morre... Curiosamente, aliás, Puerto Natales fica no fiorde Última Esperança. (J.B.)


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4 -.TURISMO

quinta-feira, 11 de maio de 2006 Emerson de Souza/SP Turis

SÃO PAULO

Cultura agita a capital S

hows musicais, concertos, exibições de filmes ao ar livre, dança, bailes, artes cênicas, visuais e circenses, discotecagem com DJs. As mais variadas manifestações culturais vão agitar São Paulo a partir das 18h do dia 20 até às 18h do dia 21 de maio. É a segunda edição da chamada Virada Cultural, evento que pretende revelar a vocação cultural dos mais diferentes espaços urbanos para toda a população. “Cultura para todos em todos os lugares e com várias linguagens artísticas”, defende Carlos Augusto Calil, secretário municipal de Cultura. João Bosco e a Banda Mantiqueira abrem a Virada Cultural com um show às 18h do dia 20 no Boulevard São João. Entre as 14h e 17h de domingo, o projeto Samba de São Paulo levará ao mesmo palco grandes nomes da música popular brasileira, como Jair Rodrigues, Ná Ozzeti, Paulo Vanzolini e Maria Alcina. Nesta segunda edição, durante a noite de sábado e a madrugada de domingo, a festa ficará concentrada no Centro. Os espetáculos e intervenções ficarão espalhados por calçadões, praças e largos. Entre o Vale do Anhangabaú e a Praça da Sé, funcionará um boulevard. A disposição das atrações será contínua, o que permitirá ao público, com curtas caminhadas, ter acesso a diferentes manifestações. Vários palcos funcionarão com atividades de artes plásticas, música e literatura especialmente programadas pela Secretaria Municipal de Cultura. Durante o dia de domingo, as atividades estarão pulveri-

Anote as datas. Nos próximos dias 20 e 21, São Paulo será sede da segunda edição da chamada Virada Cultural, uma extensa programação feita de shows, exposições, concertos, apresentações circenses e muito mais

Espetáculos ficarão espalhados por calçadões, praças e largos. Concerto de encerramento ocorrerá no Museu do Ipiranga

Wanderlei Celestino/SP Turis

do, o Sesc-São Paulo e a SP Turismo. Os principais apoiadores da iniciativa são CET, SPTrans, Metrô, Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, além das subprefeituras. Nesta segunda edição do evento, a SPTuris será responsável pela infra-estrutura do evento: 33 ambulâncias, 3 postos médi-

zadas por toda a cidade, em parques e bairros onde haverá exibições de chorinho, jazz, teatro infantil e danças folclóricas. A programação noturna dos bairros prevê sessões de cinema em casas de cultura, cinemas e tendas especialmente montadas para as exibições. Os 21 CEUs terão apresenta-

ções de circo pela manhã e à tarde. Além do espetáculo de encerramento, com a Orquestra Sinfônica Municipal regida pelo maestro José Maria Florêncio, o Museu do Ipiranga receberá na madrugada grupos de dança como Balé da Cidade, Qasar e Stagium. Museus e outros espaços da Secre-

taria Estadual de Cultura (como a Casa das Rosas, na Avenida Paulista), além das unidades do Sesc, também terão programação especial durante a Virada. A Virada Cultural é realizada pela Secretaria Municipal de Cultura, em parceria com a Secretaria de Cultura do Esta-

cos, 80 brigadistas de incêndio, 15 palcos, 2.660 refeições/camarim; 7.560 lanches, 230 carregadores, 24 geradores, 200 cabines sanitárias e 800 seguranças privados. A Secretaria da Cultura preparou um site com a programação completa do evento, os locais que aderiram ao evento e os apoiadores públicos e privados. Além disso, na semana do evento, boletins de notícias estarão no ar dando todas as novidades da Virada. O endereço do site é o www.viradacultural.com.br. Percebendo o potencial turístico que um evento como a Virada Cultural possui, os hotéis de São Paulo estão preparando pacotes especiais para receber o visitante que quer participar da festa e reforçar o caráter múltiplo e acolhedor da cidade. Os hotéis que vão participar do evento estarão listados no site www.viradacultural.com.br.

SERVIÇO Mais informações sobre este e outros programas em São Paulo pelo site www.spturis.com.

Otávio Magalhães/AE

João Bosco (foto) e a Banda Mantiqueira abrem a Virada Cultural com um show às 18h do dia 20 no Boulevard São João

VEM AÍ O 2º SALÃO DO TURISMO Aberto ao público, o evento, marcado para junho em São Paulo, apresentará 541 roteiros turísticos no Brasil. E trará novidades

N

a última quinta-feira o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, falou das novidades para a segunda edição do Salão do Turismo, que terá lugar no Expo Center Norte, entre os dias 2 e 6 de junho. A primeira delas é o lançamento do Vai Brasil, um programa envolvendo mais de 25 entidades – entre companhias aéreas, hotéis, locadoras de veículos e operadoras -, que irá oferecer roteiros de viagens a preços mais camaradas. “O objetivo é promover o turismo interno e garantir a ocupação em aviões e hotéis durante a baixa temporada e assim aumentar a oferta de empregos diretos e indiretos no setor”, afirmou o ministro. As reservas poderão ser feitas o ano inteiro pela internet no site www.vaibrasil.com.br a partir do dia 2/6 e a comercialização começará a ser feita a partir do dia 12/6. “O Vai Brasil irá garantir preços 30% mais baratos que a média de preços da baixa temporada. E como a

baixa já possui um preço 30% menor que na alta, estamos falando em uma redução de, no mínimo, 50% no valor dos roteiros nacionais”, afirmou José Zuquim, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Pacotes à venda no local – A outra boa-nova, que foi criada levando em consideração as sugestões dos visitantes do ano passado, é a criação do Balcão de Comercialização dentro do Salão do Turismo. Quem comprar por lá deverá se dar bem, pois os organizadores garantem preços mais atraentes do que os encontrados no mercado (em média 20% mais baratos) para os roteiros apresentados durante a feira. “Queremos fazer o Salão do Turismo para os consumidores. O evento será novamente em São Paulo, pois é aqui que fica o maior mercado emissor de turista do País. Entre os maiores viajantes em território nacional estão, em

primeiro lugar, os paulistanos e, em segundo, os paulistas”, explicou Mares Guia. Números – A expectativa para a próxima edição do Salão do Turismo é registrar um crescimento de 20% no número de roteiros apresentados e consolidar pelo menos três destinos em cada uma das 27 Unidades da Federação. Serão apresentados 541 roteiros turísticos (87 deles com qualificação internacional), que envolvem 117 regiões e 474 municípios turísticos. Além da feira e do balcão de comercialização de roteiros, haverá palestras e mesas redondas, rodadas de negócios e a Vitrine Brasil – uma mostra de artesanato, culinária e manifestações folclóricas das diferentes regiões do País. Com as novas atrações e numa área maior que a de 2004, o Salão do Turismo espera atrair mais de 100 mil visitantes. A entrada custará R$ 10. Informações pelo site www.turismo.gov.br. Lygia Rebello

Divulgação/Panrotas

Abgev celebra o sucesso

A

idéia de fundar uma associação para o segmento de turismo corporativo surgiu numa conversa entre amigos que trabalham com administração de viagens e de eventos de grandes empresas. Eles eram vítimas da falta de uma entidade que pudesse defender o interesse de gestores corporativos, então, decidiram criá-la. Como era grande a vontade de tornar o desejo real e de levar a sério o comprometimento, a idéia saiu muito rápido do papel. E está dando certo, pois nesses três anos a entidade cresceu 57,4%. “Não viemos tumultuar o mercado”, diz a vice-presidente, Patrícia Thomas. A Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev), a única no Brasil e na América Latina, acaba de completar três anos de trabalho e a merecida comemoração ocorreu no dia 9 de maio, com uma festa para os fundadores e seus associados. O plano era fortalecer e desenvolver o setor de viagens corporativas junto com o mercado. Para isso, realizar congressos, fóruns, debates, cursos, palestras e reuniões. E tudo é muito bem organizado e dividido por quatro comitês: de Aviação, de Cartões de Crédito, de Eventos e de Executivos -- criado para abrir a possibilidade de troca de experiências nos diferentes ramos de atividade e atender às expectativas e buscar soluções para as respectivas necessidades. Cada um com suas definições e obrigações. PROGRESSO Nestes três anos, a Abgev conseguiu triplicar o número de associados e conseguiu a proeza de fazer parte do grupo Paragon Partnership, um grupo mundial de Associações de Viagens de Negócios, liderado pela National Business Travel Association (NBTA), “que é a nossa grande mãe”, diz a presidente da Abegev, Viviânne Martins. Além da NBTA, a associação faz parte das 11 entidades que, juntas, geram um budget de cerca de US$ 150 bilhões. O melhor é que os fundadores estão orgulhosos e realizados por terem conseguido cumprir as metas de 2005. E na lista das principais realizações constam a primeira reunião entre comitês, a parceria com a Academia de Viagens Corporativas, que realizou 20 cursos, a presença na 37ª NBTA, em San Diego, na Califórnia; a Abgev Cultural, o novo portal e - finalmente - as novas instalações. Tudo o que estava programado, segundo os fundadores, para o ano de 2005. “Vimos que tudo o que foi traçado, foi realizado”, disse Viviânne. A associação começou com 104 empresas e hoje tem 288 associados. Entre eles, como se sabe, agências de viagens, hotéis, GDSs, locadoras de automóveis e travel managers, entre outros. METAS E o grupo segue seu curso em direção às metas estabelecidas para 2006. O plano é participar do 2° Encontro de

Viviânne Martins e Patrícia Thomas, da Abgev Comitês e da 38ª Convenção NBTA, que será realizada em Chicago, participar do Encontro Latino-Americano de Viagens Corporativas e Tecnologia (em fevereiro), dos trabalhos em conjunto com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB, que fizeram em março), aumentar o quadro de funcionários (abril), divulgar a marca com anúncios em revistas especializadas, lançar uma cartilha e o Abgev Saúde, além de manter os cursos que fazem com a fiel parceira com a Academia de Viagens Corporativas. A meta é ministrar 30 cursos neste ano. Trabalhar com pesquisa de mercado para consolidar os dados do mercado corporativo também faz parte dos planos. É a forma que encontraram para ter mais informações que não sejam apenas por amostragem. E para isso, estão começando a trabalhar com um professor da Universidade de São Paulo (USP), mas é um trabalho a longo prazo. O atual conselho será mantido por cinco anos, tempo escolhido para firmar e realizar os objetivos. Quem fundou quer deixar um legado. E para 2008, quando muda a diretoria, querem uma conscientização de que esse mercado tem de ser mais profissional. “Se tivermos números para mostrar a importância desse mercado, chegaremos perto do nosso objetivo”, diz Viviânne. PROFISSIONALIZAÇÃO A Abgev promove cursos em parceria com a Academia de Viagens Corporativas, e isso tem dado bons resultados para uma entidade que quer profissionalizar o setor, que cada vez cresce mais. “Tem muita gente que não sabe qual é o papel de um gestor”, lamenta Viviânne. Mas o importante é que há muitas pessoas interessadas. ORGULHO E para uma entidade que começou com oito pessoas, sem uma sede oficial, apenas com a vontade e o apoio das empresas que acreditaram na iniciativa, o que mais o deixaram felizes foi o fato de conseguirem, depois de três anos de trabalho, montar uma estrutura com direito a secretária e assistente, para “desafogar” o dedicado diretorexecutivo, Alberto Martins, que poderá se dedicar aos trabalhos mais específicos. Que mantenham o ritmo e a seriedade e sigam em frente! Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


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Tr i b u t o s Nacional Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Sócias da Banca de Camisetas querem aumentar o faturamento em 30 % neste ano.

DESAFIO É NÃO ROTULAR O NEGÓCIO

Fotos: Newton Santos/Hype

No peito, clientes mostram o segredo do sucesso Empresárias utilizam uma tradicional banca de jornal para vender camisetas exclusivas, com estampas e frases diversas. O movimento da "loja" é tamanho que elas atraem até artistas famosos, como a família do cantor Xororó.

U LETREIRO

O

nome Banca de Camisetas nasceu naturalmente. Uma união de banca de jornal, onde foi instalada a loja, com o único produto vendido e grande variedade de cores e modelos. "Assim como os jornais e as revistas, as camisetas são um canal de comunicação. As pessoas podem mostrar o estado de espírito por meio das frases e estampas, ou da ausência delas", diz a sócia do negócio, Suzana Jeha. A grife nasceu há três anos, na Vila Madalena, em São Paulo, e já conta com sete pontos-de-venda – inclusive em shoppings. Os próximos passos são lançar uma rede de franquias e abrir filiais do negócio em outros países, como Portugal e EUA. (NM)

SEGREDO

S

uzana e Débora não têm graduação universitária. Elas aprenderam com as dificuldades enfrentadas na rotina e viram o negócio prosperar pelo mais tradicional meio de propaganda e marketing, o boca-a-boca. Suzana afirma que confia na fé e no faro para dar cada passo, além das informações que recebe de amigos e da mídia. "Antes de expandir a grife por intermédio da abertura de franquias, queremos estruturar o que já existe", explica ela. O sucesso do negócio é tamanho que artistas e intelectuais freqüentam o ambiente. Um dos consumidores mais conhecidos é o Júnior, da dupla Sandy e Júnior. (NM)

ma banca de jornal ou uma loja? As duas coisas. Na fachada, as notícias aparecem gigantes, como marca registrada. Dentro do local, em vez de jornais e revistas, camisetas. "É uma peça do vestuário que é um meio de comunicação. A pessoa se expressa quando usa", explica uma das donas da Banca de Camisetas, Suzana Jeha. Estampados nas roupas, diferentes pensamentos, em palavras ou desenhos. A idéia principal do negócio é justamente que as pessoas se identifiquem com as frases e estampas. Há três anos, Suzana aliou-se a Débora Suconic e criou a grife. "A Débora tinha a idéia. Eu, o espaço, na Vila Madalena. Uma banca de jornais é chamativa, cheia de cores. Eu vejo o lugar como um pequeno compartimento, um mundo à parte", diz Suzana. Após a camiseta já ter sido explorada durante muito tempo, por diversas grifes – famosas ou não – a dupla viu na peça uma forma de ganhar dinheiro com criatividade. "Nossos c o n c o r re n t e s s ã o t o d o s e n i n g u é m . To d o s , p o r q u e atualmente é difícil encontrar uma loja de roupas em que camisetas não sejam vendidas. E ninguém... nas nossas mãos, o item ganhou abordagem exclusiva", explica Débora. O desafio da dupla é não dar rótulo ao negócio, para atender a todos os tipos de públicos. "Numa banca de jornal encontramos as revistas de fofoca junto com as de economia. Queremos que o negócio tenha o espírito múltiplo de uma banca. Não lemos nem revista de moda para não atrapalhar a inspiração", detalha Suzana. Na prática As sócias não têm curso universitário completo. Débora "fez faculdade da vida". Atuou vários anos como produtora na editora Abril. A experiência em varejo foi adquirida quando trabalhava em grifes como Huis Clos e Glória Coelho. Suzana ocupou vários cargos na MTV. Mesmo assim, revelam vários motivos de ter orgulho da Banca de Camisetas. Com três anos de existência, a banca tem sete lojas próprias – inclusive em shoppings. Suzana cuida da comunicação da grife. Débora, da organização das lojas.

A expectativa das empresárias é que o faturamento cresça até 30% este ano. Mas contando com uma novidade: a expansão por intermédio das franquias. "Nós recebemos muitas ligações de interessados no negócio. Em média, seis por dia. Temos cerca de 100 pessoas inscritas e estamos analisando a história de cada um", diz Suzana. Para ser "aprovado", segundo ela, é preciso que o aspirante a franqueado tenha experiência em varejo e esteja conectado ao dia-a-dia de uma loja. Até setembro, os planos prevêem até cinco franquias. E há negociações para a abertura de unidades em Portugal, Miami e México. "Elas podem estar na rua ou nos shoppings, não sabemos ainda como será", afirma Suzana. Criação As proprietárias fazem parte da equipe de criação. Elas dizem que as pessoas podem "falar" por intermédio das camisetas. "As frases e as ilustrações ajudam os usuários a se comunicar e mostrar o estado de espírito daquele dia: romântico, triste, alegre, preocupado", explica Débora. As peças são 100% algodão. "São macias, não deixam cheiro e podem ser usadas mesmo no inverno, com uma malha por cima", sugere Débora. A grife está lançando uma linha mais artesanal. "As camisetas serão exclusivas e poderão ser usadas numa festa, por exemplo", detalha Suzana. As peças vão custar aproximadamente 80% mais que as tradicionais. Por não ter uma "cara", as camisetas são exibidas por clientes de todos os tipos. A família do cantor Xororó, da dupla Chitãozinho & Xororó, é consumidora da banca. Na visita mais recente, Júnior escolheu uma peça que trazia o desenho de uma caminhonete. A mãe do músico, Noeli, levou duas camisetas para dar de presente – uma delas, com amuletos – para a filha, a também cantora Sandy. "Viemos almoçar em um restaurante da região e não resistimos: ao passar em frente à loja, é impossível não parar", diz Noeli. "Aqui encontro variedade de estampas e frases. Sou um consumidor antigo", revela Júnior.

Xororó e a mulher Noeli escolhem modelos para a filha Sandy, que não foi à Banca de Camisetas.

O cantor Júnior opta por uma camiseta com a estampa de caminhonete. Ele se diz cliente antigo da grife.

Acima, Débora Suconic e sua sócia, Suzana Jeha, que montaram o negócio há três anos.

Neide Martingo

CABECEIRA

PEDRA

Valores humanos nos negócios

A

s proprietárias da Banca de Camisetas, Suzana Jeha e Débora Suconic apostam na criatividade para ter sucesso. Esse é o desafio da dupla – crescer sem perder a autenticidade. "Não queremos apenas lucro. Quando uma empresa cresce muito, perde a identidade", afirma Débora Suconic. O desafio da dupla é não dar "cara" ao negócio. "Em uma banca de jornal tradicional encontramos as revistas de fofoca junto com as de economia. Queremos que o negócio tenha o espírito de uma banca. Não lemos nem revista de moda para não atrapalhar a inspiração", diz Suzana. (NM)

EMPREENDEDORES

A

s leis naturais que dão ênfase aos valores humanos e o respeito aos empregados e ao meio ambiente para solidificar a obtenção dos lucros começam a ter espaço nas grandes corporações brasileiras. É o que mostra a obra Mais Lucro: Valores Humanos na Construção da Empresa (Editora José Olympio), da autora Rose Marie Muraro. Os depoimentos de executivos como Fábio Barbosa, do Banco Real; Rodrigo Loures, da companhia Nutrimental;

Por fora, negócio parece uma tradicional banca de jornais.

Ricardo Young, da rede de escolas de inglês Yázigi e Gleisi Hoffman, da empresa Itaipu Nacional, ajudam a reforçar a tese da autora de que a destruição do meio ambiente está sendo feita pelo sistema produtivo, mas que ela pode ser revertida como querem os ambientalistas. E mais: com redução de custos para as empresas e aumento da lucratividade para os empresários. Dora Carvalho

ução

Reprod


10 -.GERAL

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

LIBERALISMO É PREJUDICADO POR CONFUSÃO DE IDÉIAS

PARA RIBAS, LIMITAR O PODER LEVA À MUDANÇA Demagogia, a confusão entre liberalismo e monetarismo e um Estado inchado garantem a manutenção da pobreza na América Latina, sugere Armando Ribas

C

ubano radicado na Argentina, Armando Ribas, professor de Filosofia Política da Escuela de Economía y Administración de Empresas (ESEADE), vem ao Brasil para participar do Seminário Internacional Democracia Liberal. Com 15 livros publicados, ele é um forte defensor da idéia de que a limitação dos poderes políticos dos governantes é fundamental para promover o crescimento econômico para os países, principalmente na América Latina. Ao Diário do C om é rci o , ele falou sobre o conceito de democracia, a importância do chamado "Império das Leis" e os discursos que ele considera demagógicos dos governos socialistas.

Quais são os principais aspectos da democracia que merecem ser discutidos na atualidade na América Latina? É preciso discutir a confusão histórica que existe a respeito do Ocidente. Sempre concebemos o Ocidente como produto da virtude cristã e da liberdade do Iluminismo. Como conseqüência, "Ocidente", mais do que uma descrição espacial, se converteu num verdadeiro valor e, por isso, tudo que é não ocidental, diga-se o que se disser, não tem valor. Esta é uma confusão que ignora a profunda diferença – interna ao pensamento ocidental – entre a filosofia política anglo-americana (de Locke, Hume, Adam Smith, Madison, Hamilton, Alberdi) e a filosofia de origem franco-germânica (de Rousseau, Kant, Hegel, Nietzsche, Fitche, Marx). A primeira surgiu com a república liberal; a segunda, é resultado do racionalismo romântico do Iluminismo e deu origem às doutrinas totalitárias do comunismo, do nazismo e do fascismo. Embora o totalitarismo aparentemente tenha desaparecido na Europa, não é incorreto dizer que ali, na União Européia, ele sobrevive sob as formas do nacionalismo e do socialismo, que significam a centralização do poder na medida em que cresce o Estado e que ocorre às custa dos direitos individuais. Tudo isso faz parte do mesmo Ocidente. A democracia liberal falhou na América Latina? O que fracassou na América Latina, assim como na Europa, não foi exatamente a democracia liberal, que nunca existiu. Nem o liberalismo falhou, porque o liberalismo não é a teoria econômica que se confunde com o monetarismo. O fracasso dessa prática econômica é resultado da intenção de frear a inflação mediante a fixação do câmbio e o controle monetário enquanto se expandem os gastos públicos. O resultado é a supervalorização monetária e o aumento da taxa de juro real, que se sobrepõe à rentabilidade das atividades empresariais e produtivas. Na tradição norte-americana, a democracia é associada à idéia dos direitos inalienáveis. Na tradição européia, por outro lado, a base da democracia é a vontade da maioria. Quais desses dois conceitos é mais relevante para os países latinoamericanos hoje?

do mais da metade da população vive do Estado, é impossível modificar o sistema político por meio do sufrágio universal.

Como já predisse Raymond Aron, quando mais da metade da população vive do Estado, é impossível modificar o sistema por meio do sufrágio universal. Esta é, realmente, a grande diferença entre os dois conceitos de democracia. Mas a filosofia européia pretende modificar a natureza humana e, ao mesmo tempo, se funda em uma ética segundo a qual os interesses particulares são contrários ao interesse geral. Já os Estados Unidos, ao contrário, consideram - nos termos do liberalismo de Hume que a natureza humana é constante e falível. Portanto, o que deve mudar são as circunstâncias, para alterar os comportamentos. Também por esses termos, não se considera que os interesses particulares sejam contrários ao interesse geral. Do princípio do direito do homem a buscar sua própria felicidade surge o respeito aos direitos individuais que prevalecem sobre a vontade da maioria. Ou seja, o império das leis. Esta é a idéia relevante. Em um artigo recente sobre a eleição de Michelle Bachelet como presidente do Chile, o sr. comenta o fato de seu governo não ser exatamente socialista. O que isso significa exatamente? O que eu sustento é que onde se respeitam os direitos individuais, principalmente a propriedade privada, estamos diante de um sistema liberal. Como no Chile. O socialismo é, por definição, contrário ao direito de propriedade privada e privilegia os supostos direitos sociais, que são os privilégios outorgados pelo poder político. Alexis de Tocqueville [francês, autor do clássico A Democracia na A m ér i c a, 1805-1859] já disse que o socialismo e a concentração de poder são frutos do mesmo solo. Ainda que o sistema socialista tenha aumentado o poder do Estado, não garante a segurança jurídica dos contratos que é o pressuposto da criação de riqueza. Mas como avaliar, então, a prevalência de governos socialistas na América Latina? Quando os socialistas respeitam os direitos individuais, o sistema é realmente liberal. Mas muitos se intitulam socialistas para, desta forma, conseguir votos. É o mesmo que acontece hoje na Europa. Ali, o que prevalece é a social-democracia. E, como já predisse Raymond Aron [sociólogo francês de tendência liberal, 1905-1983], quan-

Evo Morales, Hugo Chávez, Fidel Castro, Michele Bachelet, Lula. Quantas faces tem o socialismo na América Latina? Esses personagens aparentemente aplicam sistemas diferentes. De um lado, estão Castro, Chávez e, agora, Evo Morales que, em função do nacional socialismo, sustentam sistemas totalitários. Lula não se classifica aí, aos meus olhos, por mais que, claramente, tenha chegado ao poder pelas mãos da esquerda. Bachelet, entretanto, para mim ainda é uma incógnita. Veremos se seguirá o caminho de Lagos [Ricardo Lagos, ex-presidente do Chile em 2000-2006, socialista] ou se pretende uma reviravolta à Allende [Salvador Allende, ex-presidente do Chile entre 1970 e 1973, socialista]. Quais são as perspectivas para o liberalismo, dos pontos de vista econômico e político, para a América Latina? As perspectivas do liberalismo na América Latina são pobres, porque esta ideologia tem sido eficientemente desqualificada e taxada de neoliberalismo, que beneficia os ricos em prejuízo dos pobres. A realidade é que a pior distribuição de renda é aquela que surge da arbitrariedade do poder político e de uma ética falsa segundo a qual o Estado – ou seja, os governantes – representa o interesse geral contra os interesses particulares. Assim, se enriquecem os políticos às custas da pobreza da população. Esse é o caráter da má distribuição de renda na América Latina. A corrupção é a conseqüência do populismo e este, da prevalência da maioria sobre os direitos individuais. Quanto mais regulação, mais corrupção e mais pobreza. E quanto mais pobres são as pessoas, mais elas votam por aquele que divide, que não é a distribuição. A divisão é pura demagogia desde os tempos de Aristóteles. O sr. acredita, então, que existe um preconceito contra o liberalismo na região? É certo que existe um preconceito contra algo que não se conhece, da mesma forma que se segue pensando nos termos de Marx, por mais que as pessoas não o tenham lido nunca e ainda se digam anti-marxistas. O sr. nasceu em Cuba, embora viva na Argentina, e já escreveu algumas vezes sobre seu país. O socialismo de Cuba vai sobreviver a Fidel Castro? O sistema político cubano, denominado socialismo, é na verdade um sistema totalitário em que a ideologia é usada em benefício do poder político, que como bem disse Milovan Djilas [teórico político de tendência comunista da Iugoslávia, 1911-1995] cria uma Nova Classe. O que vai acontecer quando Fidel morrer, apenas Deus sabe. Mas sair de um sistema como esse depois de 50 anos não será tarefa fácil. Basta ver os problemas da América Latina, ainda que não tenha vivido sob o comunismo, para imaginar o futuro. Heci Regina Candiani


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sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

LAZER - 1

O UNIVERSO DE DEGAS Quatro bailarinas em cena (esq.) e escultura Dança espanhola. Abaixo, foto de Degas com sua governanta Zoé Closier (1880) e Mulher enxugando o braço esquerdo (após o banho)

Arquivo DC

Fotos: Masp/Divulgação

Masp abre exposição com 196 obras do impressionista, seus mestres e seguidores Lúcia Helena de Camargo

B

Para facilitar a compreensão dos imagem que ficava retida na memóailarinas e banhistas, saias, toalhas, pés e mãos ao ar. caminhos percorridos e desbravados ria mais intensa do que aquela que Essas são as imagens pre- pelo mestre impressionista, entra- podia ver à sua frente." Segundo Eugênia Gorini Esmeralsentes em maior número ram na mostra obras de pintores e esentre 196 obras da exposição Degas, o cultores que influenciaram seu traba- do, foi dado um caráter didático à exuniverso de um artista, que o Museu de lho e aqueles que foram influencia- posição, para que os visitantes entenArte Moderna de São Paulo Assis Cha- dos por ele. Com formação acadêmi- dam o contexto e o desenvolvimento teaubriand (Masp) abre para o público ca, Degas passava horas no Museu do do artista. A mostra foi dividida em na próxima quarta, dia 17. Perseguin- Louvre copiando mestres, principal- três núcleos: o início da formação do do o aparente contra-senso de fixar o mente Ingres. Depois encantou-se artista está em A Relação de Degas movimento em estáticas esculturas e por quadros de Van Dick, Velásquez, com a Tradição Clássica; O Retrato Copinturas, o francês Edgar Hilaire Ger- Ticiano, Rafael e Delacroix. Na outra mo Exercício Formal traz seus retratos main de Gas ou apenas Edgar Degas ponta, Picasso e Toulouse-Lautrec ti- e artistas contemporâneos; e A Gra(1834-1917) tanto as retratou que elas veram sua trajetória marcada pela mática do Movimento agrupa os teacabaram mais famosas do que o pró- obra de Degas. O curador Sulger-Büel mas Corridas de Cavalos, Ballet Clássico, Série de Monotipias de prio, ficando conhecido coBordel e Lavadeiras, Passamo "o pintor das bailarinas", deiras e Costureiras. "Procuembora tenha entre seus ramos fazer um paralelo trabalhos também retratos entre a produção gráfica e de passadeiras, lavadeiras, a escultórica, porque ele corridas de cavalos. revisitava os próprios teO destaque na atual mas", explica a curadora. mostra é a notória série de "Essa prática era tão inten73 esculturas em bronze sa que quem comprava os pertencentes ao acervo, ganhava suas obras, quanconjunto que apenas o do ele ainda vivia, precisaMasp e outros três museus va escondê-las dele ou no mundo possuem comacorrentá-las na parede, pletos. Elas estão também porque Degas costumava no Museu D’Orsay, em Palevar os quadros para deris, no Museu Metropolitan volvê-los (ou não) totalde Nova York e na Carlsberg mente modificados." Glyptotek, em CopenhaO movimento era uma gue, capital da Dinamarca. constante em sua trajetória, Outras peças vieram dessas seja nos retratos ou na próentidades e também da pria concepção, já que se londrina National Gallery, mantinha constantemente do Museu Picasso de Paris, Mulher passando roupa, de 1880: sem glamour em transformação. Fascinaentre outros, totalizando do que era em transpor padez museus. Entre pinturas, desenhos e escultu- diz que um dos objetivos foi eviden- ra a arte formas humanas – especialras, 120 peças são de autoria do próprio ciar a singularidade do artista, que mente femininas – em deslocamento, Degas. O óleo Quatro bailarinas em ce- "rompeu padrões e soube fazer uma não é difícil imaginar que, tivesse Denae os dois pastéis Mulher enxugando a ponte entre a academia e o impres- gas nascido algumas décadas mais perna esquerda e Mulher enxugando sionismo, dessacralizando a arte, ao tarde, seria um grande cineasta. braço esquerdo (Após o banho), do acer- escolher como heroínas figuras sem Degas, o universo de um vo do Masp, estão entre os mais interes- glamour, como passadeiras." artista - Masp, Av. Paulista, santes trabalhos exibidos. Degas não gostava da obra de Re1578, Cerqueira César, tels.: A curadoria é de Romaric Sulger- noir e nem de Monet, o que não o im(11) 3251-5644 e 3283-2585 Büel, produtor cultural que foi adido pedia de convidá-los para os salões (agendamento para escolas). cultural da embaixada da França no Bra- impressionistas que costumava orEm cartaz do dia 17 até 20 de sil e Eugênia Gorini Esmeraldo, coorde- ganizar. Tão gregário era o artista agosto, de terça a domingo, nadora de Intercâmbio do Masp, com que sua única exposição individual das 11h às 18h. A bilheteria consultoria da historiadora da arte Ana ocorreu em 1893, quando ele já tifecha com uma hora de Gonçalves Magalhães, PhD em Degas nha quase 60 anos de idade. Outro antecedência. Ingressos: pela Universidade de São Paulo (USP). dado curioso é que, ao contrário de R$ 15 e R$ 7 (estudantes). Com patrocínio do Bradesco e da seus contemporâneos, Degas não Grátis para crianças até 10 AGF Seguros, co-patrocínio e apoios apreciava pintar ao ar livre, preferinanos, maiores de 60 anos e culturais de uma dúzia de empresas do trabalhar com luz artificial, em alunos de escolas públicas e entidades, a mostra fica em cartaz seu estúdio. O curador explica a agendadas. A entrada agora é até 20 de agosto. idiossincrasia: "Ele considerava a gratuita todas as terças-feiras.

Ele considerava a imagem que ficava retida na memória mais intensa do que aquela que podia ver à sua frente. Romaric Sulger-Büel, curador

Terceiro tempo da grande arabesque: impressionista francês era fascinado pelo movimento

OUÇA A MÚSICA DOS PLANETAS

Marte, Vênus, Mercúrio, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno: os sete movimentos de Os Planetas, obra de Gustav Holst. Vá até a página 5.


Ano 81 - Nº 22.125

São Paulo, sexta-feira a domingo, 12 a 14 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h40

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Dida Sampaio/Agência Estado

BOMBAS DE EFEITO MORALES Alan Marques/Folha Imagem

A Petrobras sonega impostos A Petrobras faz contrabando Não temos que indenizar o Brasil O Acre foi trocado por um cavalo

Atingido em cheio pelas bombas de efeito explosivo disparadas pelo presidente Evo Morales em Viena (acima, nas cores da Bolívia), o governo brasileiro "lamentou, estranhou muito", se "indignou" e as rebateu com diplomacia e ameaça de partir para "o caminho jurídico". O presidente Lula foi para a Áustria prevendo uma cúpula entre Europa e América Latina com fundo de valsa, mas entrou em seu hotel (ao lado) com salsa e merengue. A The Economist o considerou "humilhado" pelo presidente Chávez e "um irrelevante espectador em seu próprio quintal". Lula e Morales devem se ver hoje. Especial

ATRAÇÃO TURÍSTICA: A FOME DO LEÃO NO IMPOSTÔMETRO

Milton Mansilha/LUZ

Atração extra ontem no Impostômetro para o guia Laércio Cardoso e seus turistas: a marca dos R$ 300 bilhões devorados pelo Leão. Economia/1

DCultura

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 22º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ

JR Duran

Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 10º C.

O Masp abre exposição com obras de Degas, mestre do impressionismo. Destaque para as esculturas de bailarinas (foto), Leia ainda: designers, ilustradores, escultores, artistas plásticos, cenógrafos, fotógrafos (à esq., imagem de JR Duran) e carnavalescos interpretam visualmente a obra de Dorival Caymmi. O resultado está no Museu Afro Brasil. Não faltam também bons programas de música: a Jazz Sinfônica toca de graça no Memorial da América Latina e a Osesp apresenta Os Planetas, grandiosa suíte de Gustav Holst.


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2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006 Reprodução

JAZZ SINFONICA Receita do sucesso: temas incomuns, convidados sempre especiais André Domingues Fotos: Divulgação

"M

oderna, contemp orânea e, sobretudo, agradável", é assim que o maestro-assistente Fábio Prado descreve a Orquestra Jazz Sinfônica, dando pistas dos motivos de seu incontestável êxito artístico e popular. Criada em 1990 com objetivo de retomar a sofisticação das antigas orquestras de rádio e televisão, a Jazz Sinfônica tornou-se a maior referência brasileira de tratamento orquestral para música popular. Sua união da nossa mais forte tradição musical com o refinamento da música erudita resultou tão bem, que, apenas três anos depois de abrirem assinaturas para assistir aos seus concertos, já tem mais de 500 pessoas inscritas, o que dá uma boa idéia do número e da fidelidade de seu público. A série das assinaturas deste ano, inaugurada no final de abril, com um bonito concerto que teve como convidada a cantora Jane Monheit, elegeu temas de grande valor histórico e cultural. Um bom exemplo é a próxima apresentação, marcada para este sábado (13), que abordará composições de Dolores Duran. No dia 24, será a vez da Velha-Guarda da Portela tendo como convidado ninguém menos do que Paulinho da Viola. Depois dele, virão dois outros que o maestro titular e diretor artístico, João Maurício Galindo, acredita serem dos mais importantes do ano: o sobre o choro de Pixinguinha, no dia 14 de junho, com participação do clarinetista paulista Nailor Proveta; e o sobre o frevo de Capiba, no dia 30 de agosto, que trará o saxofonista pernambucano Spok. (Este último tem tudo para provocar na platéia algo que só acontece em salas de concerto com a Jazz Sinfônica: levantar e dançar). "É legal chamar mesmo a atenção para esses concertos porque, neles, a orquestra aposta em dois músicos muito respeitados no meio, mas ainda pouco conhecidos para o grande público", diz o maestro.

Naná Vasconcelos: voz com efeito de sintetizador

C

Músicos da orquestra: repertório diferente de qualquer outra orquestra do mundo cria estética própria

Outro destaque é a última apresentação de 2006, em 15 de novembro, que terá como tema a obra do jazzista John Pizzarelli, a maior atração entre os convidados internacionais do ano. Com temas incomuns na música de concerto e convidados tão bons, a Jazz Sinfônica vem se estabelecendo como a maior produtora de novos arranjos orquestrais do Brasil, quiçá do mundo. Toda vez que vai ao palco, sobretudo na série de assinaturas, tem, no mínimo, oito arranjos inéditos, o que já garante 56 por ano. E a qualidade é altíssima, garante João Maurício. "Dentre as mais de 800 partituras escritas para nós, 100 seguramente vão entrar na história da música or-

questral brasileira", diz ele. Com uma produtividade tão grande e com um repertório bastante diferente de qualquer outra orquestra do mundo, é natural que a Jazz Sinfônica comece a consagrar uma estética própria, sobretudo a partir das obras dos dois arranjadores que mais escreveram para a formação: Nelson Aires, mais jazzista, e Cyro Pereira, atual Compositor-Residente, formado nas antigas orquestras de rádio e televisão. E o sucesso dessa nova estética já está fazendo escola. No Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, por exemplo, foi criada há algum tempo, nos mesmos moldes, a Orquestra Jovem Tom Jobim, comandada por Roberto

Sion. Além disso, dentre os ambiciosos projetos da Jazz Sinfônica para os dois próximos anos, como abrir espaço no exterior e gravar dois DVDs, está a realização de um concurso de composição e de um curso de formação de novos arranjadores. "Agora, só nos falta estabelecer no mundo acadêmico qual é o papel da Jazz Sinfônica. Entre outras dificuldades, essa indefinição nos traz o curioso problema da mídia divulgar nossas apresentações, mas não fazer nenhuma crítica, já que os críticos eruditos da imprensa acham que fazemos música popular e os críticos populares acham que fazemos música erudita", conta Fábio Prado.

Divulgação

I

orquestra da Rádio Nacional, é a sua maior influência? O Radamés, o Lírio Panicali e o Léo Peracchi são os meus espelhos. Quando eu era novo, ouvia Radamés e ficava encucado: como o cara consegue fazer isso de um samba?! E tinha os arranjadores de cinema, que eu não sei dizer quem eram, mas que ouvia com muito gosto nos filmes. Também sou apaixonado por Piazzolla. Na minha juventude, no Rio Grande do Sul, eu, como todo mundo lá, ouvia muitas estações argentinas pelo rádio e gostava de tango. Naquela época, eu tocava numa orquestrinha de baile e tinha um bandoneón. Tinha mesmo que ter, senão o povo reclamava.

ntegrante da Orquestra Jazz Sinfônica desde a sua fundação, o veterano maestro Cyro Pereira é um dos seus maiores entusiastas. Mesmo tendo dirigido grandes orquestras, como as da rádio e televisão Record dos áureos tempos, é por esta, em que ocupa o cargo de CompositorResidente, que os seus olhos brilham.

Qual foi sua última criação? A última coisa que eu fiz foi uma Suíte para Trompete Solo, com um choro, uma canção e um frevo. É isso que eu gosto de fazer. E gosto de escrever pot pourri, misturar coisas.

A Chegada de Naná Aquiles Rique Reis

"Gosto de música popular desde garoto"

Como é a atuação do CompositorResidente na Jazz Sinfônica? Cyro Pereira: Eu componho novos temas, sempre populares. Nada de sinfonia. Não sou sinfonista e não quero ser. Ganhei dois prêmios em concursos com músicos eruditos nos anos 60, mas só entrei nisso porque insistiram muito. Num deles, na Academia Brasileira de Música, entrei porque meu mestre, o maestro Gabriel Migliori, falou umas mil vezes. Eu não dei muita bola pro concurso, tanto que só fui saber da minha premiação através de um açougueiro, que ouviu no rádio e contou para a minha mulher.

CD

Hoje, nem a maior potência, a TV Globo, tem uma orquestra, só aqueles conjuntinhos Cyro Pereira, maestro Tem um que eu fiz que deixa o ouvinte pensando que é Rapsody in Blue, do Gershwin, até que um trompete começa a tocar Um Americano em Paris. Gosto de música

popular desde garoto, não sei se é porque minha mãe lavava roupa em casa cantando coisas do rádio. O Radamés Gnattali, formador da

A Jazz Sinfônica ainda segue essa linha das antigas orquestras de rádio e tv? A proposta sempre foi reviver essas orquestras, que davam um tratamento mais sofisticado para uma música que sempre foi considerada algo menor nas orquestras convencionais. Todas as grandes e médias estações de rádio tinham orquestras desse tipo, e isso passou para a televisão, mas, depois de um tempo, acabaram. Hoje, nem a maior potência, a TV Globo, tem uma orquestra, só aqueles conjuntinhos.

Próximos concertos: Dia 24 - Velha Guarda da Portela, com Paulinho da Viola 14 de junho - Pixinguinha, com Nailor Proveta 30 de agosto - Capiba, com Spok 27 de setembro - Francis Hime, com Francis Hime 25 de outubro - Miles Davis, com David Liebman 15 de novembro - John Pizzarelli, com John Pizzarelli Dolores Duran, Paulinho da Viola, Pixinguinha: jazz sinfônicos de primeira

SHOW

Patu Fu. Sexta (12), sábado (13) Choperia do Sesc Pompéia. Rua Clélia, 93. Telefone: 3871-7700. Ingressos também no Cinesesc e demais unidades do Sesc. 21h. R$ 20.

Mônica Salmaso em Soneto. Sábado (13), 21h; domingo (14), 18h. Sesc Santana. Av. Luís Dumont Vilares, 579. Tel.: 69718700. R$ 15.

Chitãozinho e Xororó. Sábado (13) e domingo (14), 21h30. Via Funchal. Rua Funchal, 65. Tel.: 3038-6698. R$ 30 a R$ 100.

hegada, o novo CD de Naná Vasconcelos, lançado pela Azul Music, é o trabalho coletivo de alguns ótimos músicos amigos que atenderam ao convite para tocar sem pudores sonoros. Nele, Naná se desdobra em mil facetas de sons percussivos tirados do imprevisível. Lui Coimbra (cello, charango e violão); César Michiles (flautas e saxes); Chiquinho Chagas (piano, teclados e acordeão); Lucas dos Prazeres (djembe, congas, pandeiro, percussão e charme), estão juntos com Naná. E todos conspiram para levar modernidade vivaz aos ouvidos de quem os ouve. Chegada começa com Alvorada (nada mais simbólico), de Sebastião Biano e Benedito Biano, adaptação e arranjo de Naná. Os primeiros compassos ecoam com caixa, bombo e bumbo. Logo vem a flauta e depois a voz de Naná. Juntas inflam a emoção, numa esplêndida combinação rítmica e harmônica. Cascudo (As sereias do Caruaru), de César Michiles e Roque Neto, é um baião contagiante em que a flauta dando suporte à voz de Naná, que sai em sons onomatopaicos. A melodia se repete em módulos pontuados pelo acordeão e faz lembrar os salões de baile nordestinos, os pés arrastando no chão empoeirado. A terceira faixa é de Villa-Lobos. O canto do cisne negro começa com o bombo pianíssimo e com "ondas" que parecem vir do fundo do mar do Recife de Naná. Piano e cello dão cor à pungente canção do mestre. A voz de Naná Vasconcelos, com efeito de sintetizador que lhe faz "correr" de um lado para o outro das caixas de som, dá graça ainda maior ao tema clássico. Ritmo forte tem Chegada (Naná Vasconcelos). Piano, sax e cello conferem intenso suingue à faixa-título do álbum – aqui, o arranjo de Naná ecoa lembranças do som do grupo Aquarela Carioca, de Lui Coimbra, Paulo Muylaert, Paulo Brandão, Mario Seve e Marcos Suzano. Traz um belo solo de sax, e a voz de Naná, também modificada pelo sintetizador, diz coisas ininteligíveis, compreensíveis apenas à linguagem musical. E começa Dida (Naná Vasconcelos e César Micheles): "Dedé com dedé e dedé com dedé", repete Naná, enquanto os instrumentos se revelam em frases musicais ricas em detalhes. As congas e as palmas, acompanhadas pelas cordas do charango, dão início a Sou do bem, de Naná Vasconcelos. O coro feminino se junta a ele para mais uma música cheia de paixão. O cello pontifica, enquanto a letra diz: "Fico feliz só em te ver". Simples assim. Tundekagô (composição tradicional da África do Sul), adaptada e arranjada por Naná, carrega nas notas da flauta, enquanto o violão responde e a voz repica, e todos juntos vão ao som das congas e de ruídos extraídos do sintetizador. Novamente vem a flauta, agora em belo intermezzo. Voltam o violão e a voz. Se em Chegada o arranjo de Naná lembra o som do Aquarela Carioca, em Tundekagô se pode relembrar o som do Quarteto Novo, lendário grupo instrumental dos anos 1960, formado por Théo de Barros, Heraldo do Monte, Airto Moreira e Hermeto Pascoal. Esses ecos, que poderiam ser vistos como demérito, na verdade, são um atestado de extraordinário bom gosto. A voz dobrada entoa aboios. Os instrumentos marcam o ritmo. A flauta vem e logo se junta à voz, e juntas fazem furor. O acordeão resfolega para mais charme dar à levada. Em Vôo 2364 (Chiquinho Chagas), a flauta sopra melodia límpida, acompanhada de percussão em ritmo de marcha-rancho. O cello soa solene, triste. O piano se faz presente. A bateria faz cama para o acordeão lembrar canções de Espanha. Piano, cello e flauta se juntam e fazem nascer e crescer a melodia, que se repete magicamente, como se estivesse num ritual de contemplação mística. Zumbi (Naná Vasconcelos) começa com uma nota grave que vem lá do fundo e se junta à voz de Naná. As congas batem. O berimbau tira som do arame... Mas a palavra final cabe à grandiloqüência de sons da verve musical de Naná Vasconcelos. Cabe a ele revelar toda a possibilidade de se fazer música em instrumentos tão distantes quanto afins. Aquiles Rique Reis é vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.

CICLO

Sutil violão

F

ábio Zanon (foto) integra o Panorama do Violão. Rara oportunidade de assistir a performences dos melhores artistas brasileiros, em espetáculos de grande sensibilidade e virtuosismo. No CCBB. Do dia 16 (terça) a 30 (terça), às 15h e 19h30. Rua Álvares Penteado,112, Centro. Tel.: (11) 3113-3652. Participam os violonista Yamandu Costa, Duo Duo Assad, Maurício Carrilho, Paulo Bellinati e Franz Halasz. Também no Auditório Ibirapuera, 18 (quinta), 19 (sexta) e 20 (sábado), às 20h30. Av. Pedro Álvares Cabral, s/n. Tel.: (11) 5808-4299. R$ 30.


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sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

1 A cada ano, o governo chega a este valor mais cedo porque a carga tributária está aumentando. Marcel Solimeo, economista da ACSP

O IMPOSTÔMETRO ALCANÇOU, ONTEM, O MONTANTE DE R$ 300 BILHÕES. QUEM VIU, FICOU INDIGNADO.

UMA ARRECADAÇÃO ASSUSTADORA Milton Mansilha/LUZ

H

á dois anos, a pensionista Josefa Cavalcante entrou com uma ação contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pedindo a revisão do valor que recebe como pensão. "Eles alegam falta de dinheiro. Como pode faltar recurso se o Impostômetro mostra que o governo está bilionário?", questionou. Ontem, o Impostômetro alcançou a marca de R$ 300 bilhões arrecadados pelos governos federal, estadual e municipal, desde 1° de janeiro deste ano. O Impostômetro é uma espécie de taxímetro do Fisco, q u e m a rc a p o r s e g u n d o o quanto entra de dinheiro nos cofres do governo em forma de impostos. A ferramenta está instalada na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da cidade. Mas também é possível visualizá-lo p e l o s i t e w w w. i m p o s t o m etro.com.br. Na comparação com o ano passado, o montante foi alcançado com 22 dias de antecedência. "A cada ano, o governo chega a este valor mais cedo porque a carga tributária está aumentando, por mais que ele diga que não", afirma Marcel

Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP. O objetivo do Impostômetro é conscientizar a população de que ela paga tributos e, portanto, os serviços públicos não são um favor do governo mas a contrapartida que, na opinião do analista financeiro Luis Malva, é bastan-

Se todo o valor recolhido fosse realmente revertido para a sociedade, nossa vida seria outra. Luis Malva, analista financeiro

te duvidosa. "Se todo este valor que é recolhido fosse revertido para a sociedade, nossa vida seria outra", disse. O casal de estudantes Carlos Alberto de Souza Lima e Samanta Lima de Moraes ficou inconformado com o valor arrecadado até agora. "Tínhamos conhecimento de que todos pagamos impostos embutidos nos produtos e serviços,

mas não sabíamos que isso rendia tanto dinheiro para o governo", afirmou Lima. A ACSP desenvolveu outras ferramentas que revelam aos cidadãos o quanto eles recolhem de impostos: a Calculadora do Imposto (www.calculadoradoimposto.com.br) e o Feirão do Imposto (w w w. f ei r a odoimposto.com.br). Além disso, a ACSP e outras entidades de classe uniram-se no movimento De Olho no Imposto. A campanha já colheu 1,3 milhão de assinaturas para enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei exigindo que as notas fiscais passem a registrar, também, a carga tributária da mercadoria ou serviço. O próximo passo do movimento De Olho no Imposto será comemorar o dia de alforria do contribuinte, no próximo dia 25. Isso porque cada cidadão brasileiro trabalha cerca de 145 dias do ano – de 1° de janeiro a 25 de maio – só para pagar impostos. No dia dia 31, líderes da campanha vão a Brasília levar as assinaturas coletadas e a minuta do projeto de lei aos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A pensionista Josefa Cavalcante questiona o fato de o governo alegar falta de recursos

Laura Ignacio

Milton Mansilha/LUZ

Um casal inconformado com o recorde de arrecadação

Luis Malva: contrapartida do governo é questionável

RS isenta aves e suínos do ICMS O governo gaúcho vai zerar, de forma transitória, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas saídas de carnes e produtos decorrentes do abate de aves e suínos para outros estados. A medida será editada em decreto do governador

Impostômetro é parada obrigatória do guia Laércio durante a caminhada noturna com turistas

ATRAÇÃO TURÍSTICA Impostômetro desperta atenção

O

Impostômetro já virou ponto turístico da capital paulista. Ao levar grupos de turistas e estudantes para conhecer o Pátio do Colégio, no Centro Velho de São Paulo, o guia Laércio Cardoso de Carvalho, da Indytur Turismo e Receptivo, por iniciativa própria, explica o que é aquele painel com números que se movimentam de forma veloz. Além de mostrar os pontos turísticos, o guia preocupa-se em difundir a idéia de que todos os cidadãos são responsáveis pela arrecadação tributária. Segundo ele, a população tem de saber que recolhe impostos para ter serviços públicos satisfatórios, o que

geralmente não ocorre. "Os guias também devem ter essa função social", disse. Laércio trabalha como guia turístico há 26 anos, dos quais dez no centro, e aprova as campanhas de esclarecimento promovidas pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), como o Feirão do Imposto, que traz o percentual de carga tributária incidente sobre bens de consumo e serviços. Milhares de pessoas já ouviram suas explicações sobre os impostos embutidos no preço do cafezinho, da cachaça, do pacote de viagem. Um dos programas guiados por Laércio é a caminhada noturna, que é feita toda quinta-feira, a partir do Teatro

Municipal. A cada passeio cerca de 20 pessoas visitam locais históricos. Ontem, o grupo passou pelo Pátio do Colégio e se espantou com os R$ 300 bilhões arrecadados desde o início do ano. "É assustador", disse o idealizador do projeto, o empresário Carlos Beviel, do Apfel Restaurante. Ele afirmou que há um forte desequilíbrio entre o arrecadado e as despesas. "O governo precisa ser menos esbanjador", criticou. A aposentada Maria Isabel Nepomuceno, que participou da caminhada, tenta acompanhar o painel. "O número é grande, o governo arrecada demais", disse. Adriana David

Só com foto números param de girar R isos e vontade de tirar uma foto. Essas são as reações de estrangeiros quando se deparam com o Impostômetro. A parada não faz parte da programação dos passeios turísticos, mas a guia Marina Pedrosa, que leva hóspedes da rede Parthenon ao centro da cidade, faz questão de explicar a razão do

painel eletrônico. "Todos têm de saber que contribuem com uma parte do valor arrecadado". De acordo com a Marina, os estrangeiros, em geral, ficam assustados com tantos números. Acham que é algum tipo de piada. Perguntam se os números não param de girar nunca e, diante da

negativa da guia, apontam uma solução: tirar uma fotografia. "Ao sair do Pátio do Colégio, após uma volta ao tempo e, em meio a um ambiente tranqüilo, levamos um tapa na cara quando nos deparamos com a dura realidade: o Impostômetro", diz Marina. (AD)

Germano Rigotto (PMDB), que deve ser publicado na próxima semana, com efeito retroativo a 1º de maio. Na prática, o governo gaúcho vai conceder aos contribuintes um crédito presumido para eliminar essa incidência do imposto, explicou o diretor da Receita

Estadual, Luiz Antônio Bins. Com isso, o estado abre mão de uma arrecadação estimada entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões mensais, mas melhora a competitividade do setor, igualando as condições do estado com as de outros concorrentes, ressaltou Bins. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

LAZER - 3

Buena Vista/Divulgação

DVD

Segredos e jogos de Harry Potter Fernanda Pressinott Fotos: Warner Bros/Divulgação

Zena Grey, Spencer Breslin e Shawn Pyfrom em cena com companhia canina

CINEMA

Vidas de cachorro Comédia traz Tim Allen como advogado que vira cão Lúcia Helena de Camargo

B

ichos bem dirigidos sempre rendem boas cenas. Os Estúdios Disney sabem disso há muito tempo. Agora chega aos cinemas brasileiros nesta sexta, dia 12, mais uma produção em que os animais fazem toda a diferença. É a comédia Soltando os Ca cho rro s, dirigido por Brian Robbins (Hardball – O Jogo da Vida), produtor executivo da série adolescente One Tree Hill. Refilmagem do longa dirigido por Charles Barton de mesmo título (The Shaggy Dog, 1959), a nova versão pouco tem em comum com o filme antigo, cujo protagonista era um adolescente (interpretado por Tommy Kirk) que, enfeitiçado, virava cachorro e precisa arranjar coragem para quebrar o encantamento. No filme atual, Tim Allen é Dave Douglas, um promotor público que trabalha demais e não tem tempo para a mulher, Rebeca, e os filhos Carly (Zena Grey) e Josh (Spencer Breslin). Um yuppie que em sua busca tresloucada pelo sucesso, acaba esquecendo

dos valores da família. Em resumo, é o tipo de gente que os filmes Disney adoram execrar. O acidente que muda tudo tem origem no caso no qual ele trabalha, em defesa de um laboratório de animais que testa a droga que multiplica por sete cada ano de vida de um ser humano. Lembra da teoria de que cada ano canino corresponde a sete humanos? Por falta de idéia melhor, é usada essa mesma. Acidentalmente infectado por um soro secreto, geneticamente modificado, ele passa a se transformar periodicamente em um cachorro. Os novos sentidos caninos o fazem reavaliar suas atitudes e ver o mundo sob outra perspectiva. Claro que ele muda sua opinião sobre a vida que leva e tentará recobrar aquilo que nunca teve. Mas para conseguir mudar, antes ele precisa anular os efeitos do soro. A dedicada esposa é vivida por Kristin Davis, conhecida do grande público como a Charlotte da série Sex and the City, interpretação pela qual ela foi

indicada ao prêmio Emmy e ao Globo de Ouro. Embora tenha feito pequenas aparições em filmes depois que a série foi extinta, este é seu maior papel no cinema. E ela dá conta do recado, revelando-se um destaque positivo no filme, ao lado dos peludos sheep dogs que têm qualidades para conquistar a platéia infantil. Baseado em uma história de Felix Salten, Soltando os Cachorros, apesar das lições de moral, chega a divetir também adultos, e não espanta que já tenha arrecadado cerca de US$ 55 milhões de bilheteria mundial. Detalhe que vale lembrar: a música Who Let the Dogs Out faz parte da trilha. Soltando os Cachorros (The Shaggy Dog, 98 minutos, Estados Unidos, 2006). Direção de Brian Robbins. Danny Glover, Joshua Leonard, Kristin Davis, Robert Downey Jr, Spencer Breslin, Tim Allen, Zena Grey. Buena Vista.

Fiennes) é iminente. Paralela à ação principal, acontecem os conflitos e as descobertas dos adolescentes que vivem os papéis principais. Ciúmes, brigas e discussões apimentam a história. O elenco também é perfeito, com destaque para Brendan Gleeson, como o desconfiado Olho-Tonto Moody, e para Fiennes, que vive o malvado Voldemort. Ele é realmente assustador e tem olhos que hipnotizam os espectadores mais adultos, quem dirá as crianças... DVD - O DVD vem em formato de vídeo tela cheia 4x3, áudio Dolby Digital 5.1, no original em inglês e dublado em português, com legendas em português, inglês, espanhol. No disco um ficam o filme e foram incluídas as cenas adicionais. Os extras do disco dois são divididos em quatro grandes seções, todas legendadas em português: A Arena do Dragão, O Lago, O Labirinto e Castelo de Hogwarts. A Arena do dragão - Torneio dos tribruxos – O desafio do dragão é um jogo dividido em três partes. Tem tudo a ver com o filme, porque retrata a primeira tarefa que Harry tem que enfrentar no torneio entre escolas. Exige atenção, agilidade e inteligência, um tanto difícil para crianças menores de 10 anos. Há ainda Harry Potter contra o rabocórneo – A primeira tarefa, um making of de seis minutos explicando como a cena foi realizada, cheia de informações legais. Conheça os vencedores é o documentário de 13 minutos, como se fosse um diário dos participantes. Muitas cenas de bastidores e, conseqüentemente, curiosidade e informações.

O Lago - Nessa parte, está o Torneio tri-bruxos: O desafio do lago, um jogo que, como o primeiro, retrata o desafio vivido no filme pelo bruxinho, só que desta vez, no lago. Muito profundamente é a segunda tarefa, um making of de dez minutos sobre a gravação das cenas no lago. O Labirinto - O desafio do labirinto é o jogo que mostra a terceira etapa do torneio. Exige muito conhecimento sobre a série. É preciso que o participante saiba selecionar a magia exata para cada situação. Na verdade, algo bem simples para os fãs de Harry Potter. O labirinto: a terceira tarefaé outro making of, com seis minutos de duração. Aquele que não se deve nomear, outro documentário, traz várias curiosidades e cenas de bastidores e com depoimentos que podem revelar (ou não...) algum dos mistérios do filme. Bem completo, com muitas informações técnicas, desenho de arte, figurino, concepção etc. Castelo de Hogwarts - São as cenas adicionais, reunidas em um clipe, daquelas seqüências que não entraram na edição final, com dez minutos. E Preparando-se para o baile exibe todos os bastidores da cena do baile, com ensaios e testes engraçadíssimos, que mostram a pouca habilidade de Daniel Radcliffe para dançar. Conversando com o elenco é uma sala de bate-papo com os protagonistas, que contam opiniões pessoais sobre a saga. E, finalmente, Refletindo sobre o quarto filme: mais 14 minutos sobre os atores falando do crescimento dos seus personagens, o que mudou e o que é importante nesta edição.

OUTRAS ESTRÉIAS

Viagem nostálgica

Amores atribulados e uma concepção diferente

Em busca do filho, Bil Murray surpreende e diverte

Rita Alves

A

mais recente parceria de Bill Murray (Encontros e Desencontros) com o diretor Jim Jarmusch (Sobre Cafés e Cigarros) chega às locadoras. Flores Partidas, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2005, mostra o aposentado do ramo de informática e solteirão convicto Don Johnston (Murray) levando um fora da namorada logo no início da trama. O rompimento não o abala por muito tempo porque, em seguida, ele recebe a notícia de que é pai de um filho de 19 anos. A novidade chega de maneira curiosa: uma ex-namorada escreve uma carta corde-rosa, digitada com letras vermelhas em uma máquina de escrever. Don, com seu jeito apático e misterioso, não se altera com a notícia. É o vizinho e amigo Winston (Jeffrey Wright), viciado em romances policiais, o responsável pela idéia de descobrir a autora da carta e o paradeiro

Playarte/Divulgação

Marie Gillain é Louise, 30 anos, independente e feliz, em O Prazer é todo meu; A Concepção (Gabrielle Lopez, na banheira) e a morte do ego; Nathalie Press e Emily Blunt: amizade e algo mais em Meu Amor de Verão. E Ashley, a grávida tagarela de Retratos de Família

Concepção (Brasil, 2005, 96 minutos). Os moradores de Brasília Alex (Juliano Cazarré), Lino (Milhem Cortaz)e Liz (Rosanne Holland) são filhos de diplomatas que tem o tédio como companhia constante. Vivem juntos em uma casa repleta de quinquilharias obtidas nos mais variados cantos do mundo. Um misterioso personagem chamado X (Matheus Nachtergaele) aparece com uma nova proposta: viver um dia sem qualquer impedimento. X propõe um movimento chamado Concepcionismo, que consiste na morte do ego e em seguir o caminho do excesso. Dirigido José Eduardo Belmonte.

eu amor de verão (My Summer of Love, Inglaterra, 2004, 86 minutos). O encontro acontece durante as férias de verão. A espirituosa Mona (Nathalie Press) e Tamsin (Emily Blunt), assim que se conhecem desenvolvem uma forte amizade que logo evolui para algo mais íntimo. Os verdes campos de Yorkshire, interior da Inglaterra, são o cenário escolhido pela dupla apaixonada trocar juras de amor. O relacionamento pouco convencional entre as duas começa a incomodar algumas pessoas, principalmente o irmão mais velho de Mona, Phil interpretado por Paddy Considine. Do diretor Pawell Pawlikowski

prazer é todo meu (Tout le Plaisir Est Pour Moi, França, 2004, 82 minutos). A comédia francesa dirigida por Isabelle Broué traz Marie Gillain interpretando Louise, uma mulher de 30 anos, independente e feliz. Ela namora François (Julien Boisselier) e leva a vida tranquilamente como colunista de rádio. Sua irmã Félicie (Garance Clavel) é alvo de suas críticas pois finge ter prazer com o marido. A rotina de Louise começa a mudar quando decide apresentar seu namorado aos pais. O pesadelo surge porque a partir dessa data ela perde completamente o desejo sexual. Para ficar livre do problema Louise tenta de tudo: ginecologista, bruxo africano, chá afrodisíaco etc.

etratos de Família (Junebug, Estados Unidos, 2005, 106 minutos). Os recém-casados Madeleine e George viajam de Chicago até Carolina do Norte em busca de um artista desconhecido. Para aproveitar o clima de estrada, resolvem estender o passeio para conhecer a família de George. A recepção não é das melhores, o que faz Madeleine querer fechar o negócio com o artista o mais rápido possível e voltar para casa. Ashley, a grávida tagarela é a única pessoa que simpatiza com Madeleine. É ela a pessoa que resolve ajudá-la nos dias em que a família se une para jantar, fazer reuniões da igreja e o chá de bebê. Dirigido por Phil Morrison.

A

O

A

ssim como os fãs da série, Harry Potter cresceu. Em seu quarto filme – Harry Potter e o Cálice de Fogo –, lançado recentemente em DVD e VHS, o bruxinho vive as agruras da adolescência. Talvez por isso a história tenha perdido o tom infantil e tenha se tornado definitivamente mais sombria. Também contribuiu para o fato do filme ser mais adulto, o crescimento do poder do Lorde Voldemort, o grande vilão da série, que agora tem um corpo para enfrentar Harry. Além disso, é a primeira história na qual um personagem morre. Assim, não é coincidência que este seja o primeiro filme da série não recomendado para menores de 12 anos. É o primeiro longa da saga dirigido por Mike Newell (O sorriso da Monalisa). Mas foi mantido o roteirista Steve Kloves, que fez um ótimo trabalho, adaptando para o cinema um livro enorme, cheio de emoção e histórias paralelas. Na nova aventura, o bruxinho (vivido novamente por (Daniel Radcliffe ) sai da casa dos tios e volta para escola com seus amigos Ronny (Ruppert Grint) e Hermione (Emma Watson). Só que desta vez, a tradicional competição entre casas de Hogwarts é substituída pelo Torneio Tribuxo, um evento que reúne as três maiores escolas de magia. São quatro campeões se enfrentando em provas dificílimas, que fornecem as melhores cenas de ação do filme – em especial o combate ao dragão. Mas a tragédia aguarda o quarteto de bruxos, já que o retorno de Lorde Voldemort (Ralph

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Imovision/Divulgação

Europa Filmes/Divulgação

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Paris Filmes/Divulgação

do filho. Don resiste à idéia, mas depois das dicas e da insistência do amigo resolve partir pelos Estados Unidos em busca do filho desconhecido. Um mapa da cidade e um buquê de flores estão sempre ao seu alcance durante a viagem. O mapa é consultado nos momentos de dúvida e, as flores são entregues aos amores do passado em cada reencontro. Com o endereço de exnamoradas e ao som de uma bela trilha sonora gravada por Winston, a viagem começa com a visita à casa de Laura (Sharon Stone). No reencontro, Don descobre que a ela é viúva, vive com a filha adolescente e trabalha organizando guardaroupas. O olhar atento à procura de alguma pista não descansa. E é assim que ele reage com as outras ex-amantes. As atrizes Jessica Lange e Tilda Swinton estão entre elas. Na bagagem dessa extensa viagem ao passado o

público encontra momentos tocantes e divertidos. (RA) Flores Partidas (Broken Flowers, Estados Unidos França, 2005, 106 minutos).

Europa Filmes/Divulgação


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

ATAS DIXIE TOGA S.A. Companhia Aberta CNPJ nº 60.394.723/0001-44 - NIRE 35300027175 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Realizada em 28 de Abril de 2006

Data, Hora e Local - Aos 28 (vinte e oito) dias do mês de abril de 2006, às 8:00 horas, na sede social da Dixie Toga S.A. (a “Companhia”) situada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Avenida Guido Calói, 864. Presença - (1) acionistas, com direito a voto, em número suficiente para assegurar o quorum legal, conforme se verifica pelas assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas e os seguintes acionistas preferencialistas HG Global Macro Master Fund, Lp., Green HG Fund Llc, Hg Agar - Fundo de Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Beta 14 - Fundo de Investimento Em Ações, Hedging-Griffo Carteira Administrada - Hedge Fundo de Investimento Financeiro, Hedging-Griffo Carteira Administrada Real Fundo de Investimento Financeiro, HG Cerejeira Fundo de Investimento Em Ações, HG Hiper - Fundo de Investimento Multimercado, HG Master Fundo de Investimento Financeiro, Hedging-Griffo Mega Hope Fundo de Investimento em Ações, Camino Fundo de Investimento em Ações, HG Pilar Fundo De Investimento Financeiro, HG Private Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Raphael - Fundo de Investimento em Ações, HG Star Fundo de Investimento Multimercado, HG Top Fundo de Investimento Multimercado, HG Top 30 - Fundo De Investimento Financeiro, HG Turbus - Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Verde Fundo De Investimento Financeiro, HG Verde Master Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Verde 14 - Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Clique Fundo De Investimento Em Ações; (2) representante dos auditores independentes, Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes; e (3) o seguinte administrador da Companhia Sr. Thomas Ricardo Auerbach. Mesa Dirigente - Presidente - Thomas Ricardo Auerbach; Secretário - Nazir Takieddine. Convocação - Conforme editais de convocação, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2006 e no Diário do Comércio nos dias 12,13 e 17 de abril de 2006. Ordem do Dia - (1) Em Assembléia Geral Ordinária: (a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras relativas ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2005; (b) deliberar a respeito da destinação do resultado do exercício; (c) eleger os membros do Conselho de Administração; (d) fixar a remuneração dos membros do Conselho de Administração e Diretoria, e (2) Em Assembléia Geral Extraordinária: (a) aprovar a mudança da sede social da Companhia, da Avenida Guido Calói, 864, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, para Rua Paes Leme, 524, conjunto 151, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo e a conseqüente alteração da redação do artigo 2º, caso essa alteração seja aprovada; (b) aprovar a alteração do artigo 3º; item “e” do Estatuto Social da Companhia para incluir no seu objeto social a exploração do comércio de compra e venda de produtos de terceiros, inclusive a fabricação e comércio de máquinas, moldes e equipamentos industriais; e (c) ratificar e autorizar a concessão de aval à controlada Insit Embalagens Ltda. em contrato de financiamento junto ao Banco Bradesco S/A. Deliberações - Verificada a presença de acionistas detentores de capital votante representando o quorum de instalação, o Presidente da Mesa declarou instalada a Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária. Os acionistas presentes concordaram, por unanimidade, que a presente ata fosse lavrada na forma sumária e que sua publicação fosse realizada com omissão das assinaturas dos acionistas presentes, conforme faculta o artigo 130, parágrafos primeiro e segundo da Lei n° 6.404/76, alterada pela Lei n° 9.457, de 5 de maio de 1997 e pela Lei n° 10.303, de 31 de outubro de 2001 (“Lei das Sociedades Anônimas”), sendo que os protestos e dissidências seriam recebidos pela mesa mediante protocolo. Em conformidade com o Estatuto Social da Companhia e a legislação em vigor, foi examinada e discutida a ordem do dia, tendo sido decidido, por unanimidade dos acionistas com direito a voto, sem ressalvas, o quanto segue: Em Assembléia Geral Ordinária: (a) foram aprovados, sem ressalvas, o Relatório da Administração e o Balanço Patrimonial relativos ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2005 e as Demonstrações do Resultado do Exercício, das Mutações do Patrimônio Líquido e das Origens e Aplicações de Recursos, bem como as Notas Explicativas que os acompanham, e o Parecer dos Auditores Independentes, Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes, relativo às referidas demonstrações e notas; (b) foi aprovada a seguinte destinação do lucro líquido do exercício, no montante de R$43.729.756,54 (quarenta e três milhões, setecentos e vinte e nove mil, setecentos e cinqüenta e seis reais e cinqüenta centavos): b.1) R$2.186.487,83 (dois milhões, cento e oitenta e seis mil, quatrocentos e oitenta e sete reais e oitenta e três centavos) para constituição da reserva legal; b.2) R$32.250.634,67 (trinta e dois milhões, duzentos e cinqüenta mil, seiscentos e trinta e quatro reais e sessenta e sete centavos) para retenção de lucros, conforme proposta da Administração de aplicação em plano de investimentos de capital, incluído o montante de R$1.457.577,51 (um milhão, quatrocentos e cinqüenta e sete mil, quinhentos e setenta e sete reais e cinqüenta e um centavos) relativo à amortização da Reserva de Reavaliação; b.3) R$ 10.750.211,55 (dez milhões, setecentos e cinqüenta mil, duzentos e onze reais e cinqüenta e cinco centavos), para distribuição de dividendos aos acionistas, à razão de R$ 37,96 (trinta e sete reais e noventa e seis centavos) por lote de 1.000 (mil) ações ordinárias e R$ 41,76 (quarenta e um reais e setenta e seis centavos) por lote de 1.000 (mil) ações preferenciais. Os referidos dividendos serão pagos aos acionistas no decorrer do mês de maio. (c) foi aprovada a eleição e reeleição dos seguintes membros para o Conselho de Administração, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária a ser realizada nos quatro primeiros meses do ano 2007: (i) Henry Theisen, norte-americano, casado, executivo, portador do Passaporte nº 028086057, residente e domiciliado em Cricket Court, 1840, na Cidade de Neenah, Estado de Wisconsin, Estados Unidos da América; (ii) James J. Seifert, norteamericano, casado, advogado, portador do Passaporte nº 026211887, residente e domiciliado em Churchil Drive, 3322, na Cidade de Woodbury, Estado de Minnesota, Estados Unidos da América; (iii) Stanley Jaffy, norte-americano, casado, executivo, portador do Passaporte nº 156968003, residente e domiciliado na 38th Avenue, 13125, na Cidade de Plymouth, Estado de Minnesota, Estados Unidos da América; (iv) William Austen, norte-americano, casado, executivo, portador do Passaporte nº 016094253, residente e domiciliado em 4556 Bell haven Lane, na Cidade de Oshkosh, Estado de Wisconsin, Estados Unidos da América; e (v) Nelson Fazenda, brasileiro, separado judicialmente, administrador de empresas, portador da Carteira de Identidade RG nº 6.383.216-1 SSP-SP, inscrito no C.P.F. sob o nº 756.637.328-53, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo; tendo sido reeleito como Presidente do Conselho de Administração, o Sr. Henry Theisen e como Vice-Presidente o Sr. James J. Seifert, ambos acima qualificados, não estando nenhum dos eleitos incursos em crime previsto em lei que os impeça de exercer atividades mercantis nem nos impedimentos previstos no art 147, parágrafo 3º, inciso I e II da Lei das Sociedades Anônimas; (d) foi aprovada a fixação da verba anual global de até R$6.000.000,00 (seis milhões de reais) para remuneração dos Administradores, que será partilhada entre eles pelo Conselho de Administração; (e) tendo sido apreciadas as matérias constantes da ordem do dia, os acionistas HG Global Macro Master Fund, Lp., Green HG Fund Llc, Hg Agar - Fundo de Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Beta 14 - Fundo de Investimento Em Ações, HedgingGriffo Carteira Administrada - Hedge Fundo de Investimento Financeiro, Hedging-Griffo Carteira Administrada Real Fundo de Investimento Financeiro, HG Cerejeira Fundo de Investimento Em Ações, HG Hiper - Fundo de Investimento Multimercado, HG Master Fundo de Investimento Financeiro, Hedging-Griffo Mega Hope Fundo de Investimento em Ações, Camino Fundo de Investimento em Ações, Hg Pilar Fundo De Investimento Financeiro, Hg Private Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Raphael - Fundo de Investimento em Ações, HG Star Fundo de Investimento Multimercado, HG Top Fundo de Investimento Multimercado, HG Top 30 - Fundo De Investimento Financeiro, HG Turbus - Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Verde Fundo De Investimento Financeiro, HG Verde Master Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Verde 14 - Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Clique Fundo De Investimento Em Ações, representantes, em conjunto, 13,71% das ações preferenciais da Companhia, e nos termos do Artigo 161, parágrafo 2º, da Lei das Sociedades Anônimas, pediram a instalação do Conselho Fiscal, que permanecerá em funcionamento até a Assembléia Geral Ordinária a ser realizada nos quatro primeiros meses do ano 2007. Foram eleitos, com observância do disposto no Artigo 162, da Lei das Sociedades Anônimas, os seguintes membros para compor o Conselho Fiscal, com mandato de até 1 (um) ano: (i) Márcio Luciano Mancini, brasileiro, solteiro, administrador de empresa, portador da cédula de identidade RG n. 24.458.714-0 SP/SSP e inscrito no CPF/MF n. 268.791.478/95, residente e domiciliado à Rua Ana Teles Alves de Lima 106 Campinas - São Paulo, e como seu suplente: Bruno Baptistella, brasileiro, solteiro, administrador de empresas, portador da carteira de identidade RG nº 28.924.843-7, SP/SSP e inscrito no CPF/MF sob o nº 221.377.548-60, residente e domiciliado na Rua Joaquim Candido de Azevedo Marques, 750, casa 10, cep 05688-020, São Paulo/SP, ambos eleitos por votação em separado pelos titulares de ações preferenciais sem direito a voto, nos termos do parágrafo 4º do Artigo 161 da Lei das Sociedades Anônimas; (ii) Roberto Walter Haberfeld, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 2.666.147SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 642.890.878-68, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Avenida Lopes de Azevedo, nº 870, Jardim Guedala, CEP 05603-001, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, como membro efetivo, e, como seu suplente, Jobelino Vitoriano Locateli,brasileiro, casado, contador, portador da Cédula de Identidade RG nº 2.489.268-3, expedida pela SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 035.964.518-68, residente e domiciliado na Capital do Estado de São Paulo, com endereço residencial na Rua Palacetes das Águias, 279 - Vila Alexandre e (iii) Robert Emmett Mescal Jr., norte-americano, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade para Estrangeiros “RNE” nº V225.050-J SE/DPMAF/DPF, inscrito no CPF/MF sob o nº 218.385.198-82, residente e domiciliado na Capital do Estado de São Paulo, com escritório na Avenida Guido Calói, nº 864, sala 1, Jardim São Luís, CEP 05802-140, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, como membro efetivo, e, como seu suplente, José Tavares De Lucena, brasileiro, casado, contador, portador da Cédula de Identidade RG nº 10.171.767, expedida pela SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 918.938.528-49, residente e domiciliado na cidade de São Caetano, Estado de São Paulo, com endereço residencial na Rua Rafael Correa Sampaio, 1438. Foi eleito como presidente do Conselho Fiscal o Sr. Robert Emmett Mescal Jr. Foi fixada a remuneração anual para cada membro do conselho fiscal em 10% (dez por cento) da que, em média, for atribuída a cada diretor, não computados benefícios, verbas de representação e participação nos lucros, conforme os critérios estabelecidos pelo parágrafo 3° do Artigo 162, da Lei das Sociedades Anônimas. Os membros suplentes somente farão jus à remuneração acima se e quando, por ausência, impedimento temporário ou vacância, tiverem de substituir seus respectivos membros efetivos nas reuniões do Conselho Fiscal. Os membros efetivos do Conselho Fiscal e os respectivos suplentes poderão ser reeleitos ao término de seus mandatos. Em Assembléia Geral Extraordinária: (a) foi aprovada a mudança da sede social da Companhia, da Avenida Guido Calói, 864, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, para a Rua Paes Leme, nº. 524, conjunto 151, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, passando o artigo 2º do Estatuto Social da Companhia a ter a redação que lhe é atribuída no Estatuto Social consolidado da Companhia anexo à presente ata na forma do Anexo I, anexo este que passa a ser parte integrante desta ata. (b) foi aprovada a alteração do artigo 3º; item “e” do Estatuto Social da Companhia para incluir no seu objeto social a exploração do comércio de compra e venda de produtos de terceiros, inclusive a fabricação e comércio de máquinas, moldes e equipamentos industriais, passando o artigo 3º do Estatuto Social da Companhia a ter a redação que lhe é atribuída no Anexo I à presente ata. Embora a unanimidade dos acionistas presentes entenda que a modificação do objeto não enseja o direito de exercício de recesso por parte dos acionistas que, por ventura, dissintam de sua alteração, já que essa mudança não compromete o objeto social na sua essência e substância, mas somente o complementa e reflete a realidade do mercado de moldes para embalagens, a Companhia pagará o valor de reembolso aos acionistas que eventualmente dissentirem da referida deliberação. O valor do reembolso por ação ordinária ou preferencial, no caso do exercício do direito de recesso, será de R$0,88/por ação, que é o valor patrimonial por ação constante do balanço patrimonial da Companhia aprovado nessa data. Ademais, o reembolso por ação deverá ser reclamado diretamente à Companhia pelos eventuais acionistas dissidentes no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação desta ata de Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária (“AGOE”) nos jornais que a Companhia usualmente realiza as suas publicações. Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao término do prazo de 30 (trinta) dias acima referido será facultado ao Conselho de Administração da Companhia convocar uma Assembléia Geral Extraordinária para ratificar a deliberação que deu ensejo ao recesso ou reconsiderá-la, se entenderem que o pagamento do preço de reembolso aos acionistas dissidentes colocará em risco a estabilidade financeira da Companhia. Poderão exercer o direito de recesso os acionistas dissidentes que comprovadamente eram titulares de ações na data da primeira publicação do edital de convocação da AGOE da Companhia que ocorreu em 12 de abril de 2006. O pagamento aos dissidentes será feito em moeda corrente nacional durante o presente exercício através de depósito bancário em conta corrente para aqueles que tiverem tais informações devidamente atualizadas. (c) foi ratificada e autorizada a concessão de aval à controlada Insit Embalagens Ltda. em contratos de constituição de garantia junto ao Banco Bradesco S/A. celebrado em 23/03/06, no valor total de R$27.518.000,00 (vinte e sete milhões, quinhentos e dezoito mil reais). Encerramento - Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente declarou encerrada a Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária, da qual se lavrou esta ata que, depois de lida, foi aprovada por todos os presentes. Assinaturas - Sr. Thomas Ricardo Auerbach - Presidente da Mesa; Nazir Takieddine - Secretário da Mesa. Acionistas: (i) DT Participações S.A. (p.p. Nazir Takieddine); (ii) Misbe Participações Ltda. (p.p. Nazir Takieddine); HG Global Macro Master Fund, Lp., Green HG Fund Llc, Hg Agar - Fundo de Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Beta 14 - Fundo de Investimento Em Ações, Hedging-Griffo Carteira Administrada - Hedge Fundo de Investimento Financeiro, HedgingGriffo Carteira Administrada Real Fundo de Investimento Financeiro, HG Cerejeira Fundo de Investimento Em Ações, HG Hiper - Fundo de Investimento Multimercado, HG Master Fundo de Investimento Financeiro, Hedging-Griffo Mega Hope Fundo de Investimento em Ações, Camino Fundo de Investimento em Ações, Hg Pilar Fundo De Investimento Financeiro, Hg Private Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Raphael - Fundo de Investimento em Ações, HG Star Fundo de Investimento Multimercado, HG Top Fundo de Investimento Multimercado, HG Top 30 - Fundo De Investimento Financeiro, HG Turbus - Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Verde Fundo De Investimento Financeiro, HG Verde Master Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Verde 14 - Fundo De Investimento Multimercado, Hedging-Griffo Clique Fundo De Investimento Em Ações. A presente é cópia fiel da ata registrada no livro da Sociedade. São Paulo, 28 abril de 2006. Thomas Ricardo Auerbach - Presidente da Mesa; Nazir Takieddine - Secretário. Estatuto Social Consolidado - Dixie Toga S.A. Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto e Duração: Artigo 1º- Dixie Toga S.A é uma companhia aberta regida pelo presente estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º - A sociedade tem sede na Rua Paes Leme, 524, conjunto 151, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Parágrafo Único - A Diretoria poderá abrir ou extinguir estabelecimentos em qualquer ponto do território nacional, ou no exterior, sujeito o ato à aprovação do Conselho de Administração. Artigo 3º - A sociedade tem por objetivo: a) a fabricação de embalagens, colas, tintas e vernizes, cilindros e chapas para impressão; b) a transformação e o beneficiamento, inclusive corte e vinco, de celulose, papel, cartão, alumínio, celofane e plásticos; c) a indústria gráfica em geral; d) a prestação de serviços e o comércio em geral, relacionados com os produtos acima; e) a exploração do comércio de compra e venda de produtos de terceiros, inclusive a fabricação e comércio de máquinas, moldes e equipamentos industriais; f) a importação e exportação de todos os produtos acima; g) a participação, com capitais próprios, em outras sociedades. Parágrafo Único - São excetuadas do objeto social as atividades que dependam de autorização especial dos poderes públicos. Artigo 4º - O prazo de duração da sociedade é indeterminado. Capítulo II - Do Capital Social e das Ações: Artigo 5º - O capital social subscrito e integralizado é de R$144.575.048,43 (cento e quarenta e quatro milhões, quinhentos e setenta e cinco mil, quarenta oito reais e quarenta e três centavos), composto por 278.116.301 (duzentos e setenta e oito milhões, cento e dezesseis mil, trezentas e uma) ações, sendo dividido em 191.100.116 (cento e noventa e um milhões, cem mil e cento e dezesseis) ações ordinárias e em 87.016.185 (oitenta e sete milhões, dezesseis mil, cento e oitenta e cinco) ações preferenciais, sem valor nominal, todas escriturais. Parágrafo 1º - A Companhia está autorizada a aumentar seu capital independente de reforma estatutária, até o limite de 600.000.000 (seiscentos milhões) de ações, mediante deliberação do Conselho de Administração, que fixará a espécie, quantidade das ações a serem emitidas, o preço de emissão e as condições de colocação. Parágrafo 2º - As ações serão escriturais, sem a emissão de certificados, permanecendo, nessa hipótese, em conta de depósito, em nome de seus titulares, podendo entretanto, ser representadas por títulos múltiplos ou singulares e, provisoriamente, por cautelas que as representem, firmados por dois Diretores da Companhia, na forma do Estatuto Social, tendo cada ação ordinária o direito a um voto nas deliberações assembleares. Parágrafo 3º - A sociedade poderá criar classe ou classes de ações preferenciais, aumentar a quantidade de uma espécie ou classe de ações, sem guardar proporção com as ações de outras espécies ou com as demais ações, observando-se, no entanto, que o número de ações preferenciais deverá estar limitado a 2/3 (dois terços) das ações representativas do capital social. Parágrafo 4º A sociedade poderá realizar grupamento de ações, observadas as disposições legais. Parágrafo 5º - As integralizações de

ações far-se-ão com observância das disposições legais a respeito, no prazo e forma fixados pela Reunião do Conselho de Administração. Parágrafo 6º - Com exceção das hipóteses previstas no artigo 172 da Lei 6.404/76, é assegurado o direito de preferência dos acionistas à subscrição de aumento de capital social, de acordo com o artigo 171 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que será exercido dentro de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contados da realização da Reunião do Conselho de Administração que deliberar o aumento de capital. Parágrafo 7º - O Conselho de Administração poderá autorizar a aquisição de ações de emissão da Companhia, para permanência em tesouraria e posterior revenda ou cancelamento. Parágrafo 8º - As ações preferenciais não terão direito de voto nem a dividendo fixo ou mínimo, sendo-lhes garantida a prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele. Cada ação preferencial deverá sempre receber dividendo 10% (dez por cento) superior ao dividendo que for distribuído a cada ação ordinária na forma do inciso II, do § 1º do artigo 17 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, com a redação dada pela Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001. Parágrafo 9º As vantagens ou bonificações em ações a que venham a ter direito os acionistas em ações preferenciais serão sempre na mesma classe de ações de que são titulares. Parágrafo 10º - A Companhia poderá outorgar, nos termos aprovados pela Assembléia Geral, opção de compra de ações aos administradores, empregados e pessoas físicas que prestem serviços à Companhia. Capítulo III - Do Conselho de Administração e da Diretoria: Artigo 6º - A sociedade será administrada por um Conselho de Administração e por uma Diretoria, devendo os conselheiros residentes ou não no País, ser acionistas e os diretores residentes no País, acionistas ou não. Parágrafo 1º - O mandato do Conselho de Administração e da Diretoria será anual, de uma a outra Assembléia Geral Ordinária da sociedade, devendo os seus membros permanecer em exercício até a investidura de seus sucessores, podendo ser reeleitos. Parágrafo 2º - Os membros do Conselho de Administração e da Diretoria serão investidos em seus cargos mediante a assinatura de termo de posse no livro próprio. Artigo 7º - O Conselho de Administração será composto de no mínimo 4 (quatro) e no máximo 10 (dez) membros, eleitos pela Assembléia Geral Ordinária de Acionistas. Dentre os eleitos, a mesma Assembléia Geral designará aqueles que ocuparão a Presidência e as três Vice-Presidências. Artigo 8º - Ocorrendo vaga, por qualquer motivo, do cargo de Presidente do Conselho de Administração, os membros remanescentes deverão nomear, dentre os Vice-Presidentes, o seu substituto. Parágrafo 1º - Para o preenchimento da vaga aberta com a nomeação do novo Presidente, ou ocorrendo vaga, por qualquer motivo, do cargo de qualquer Conselheiro, o Presidente do Conselho de Administração convocará os acionistas para, reunidos em Assembléia Geral, escolher o novo membro. Parágrafo 2º - No caso de ausência ou impedimento temporário superior a 30 (trinta) dias, o Conselheiro poderá indicar para seu substituto outro acionista, para servir durante sua ausência ou impedimento, sujeito o ato à aprovação do Conselho de Administração. Artigo 9º - O Conselho de Administração estabelece as diretrizes fundamentais da política geral da sociedade, verifica e acompanha sua execução, cumprindo-lhe, especialmente, observado o disposto nos Parágrafos 4º e 5º do artigo 10 deste Estatuto: I - fixar a orientação geral dos negócios da sociedade; II - eleger e destituir os Diretores da Sociedade, fixando-lhes as funções e atribuições desde que não estejam especificamente previstas neste Estatuto ou na Lei; III - fiscalizar a gestão dos Diretores; examinar, a qualquer tempo, os livros, papéis e outros documentos da sociedade, e de suas sociedades controladas e coligadas; solicitar informações sobre contratos celebrados ou em vias de celebração e sobre quaisquer outros atos; IV - convocar a Assembléia Geral, quando julgar útil ou necessário; V manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da Diretoria; VI - manifestar-se, previamente à deliberação da Assembléia Geral Extraordinária, acerca de propostas da Diretoria relativas às seguintes matérias: (a) aquisição, permuta, transferência ou alienação por qualquer forma, ou hipoteca ou ônus de qualquer espécie, de bens imóveis da sociedade, e (b) concessão de quaisquer garantias em favor de terceiros, envolvendo a sociedade; VII - examinar, discutir e votar propostas da Diretoria, para aprovação da prática dos seguintes atos: (a) contratação de empréstimos, com exceção daqueles relativos às operações normais e rotineiras da sociedade e que não excedam ao valor total a ser fixado pelo Conselho de Administração; (b) aquisição, alienação ou oneração de ações, quotas ou qualquer parcela do capital de outras sociedades, com exceção daquelas participações societárias relacionadas à obtenção de incentivos fiscais; VIII - fixar os limites dentro dos quais a Diretoria fica autorizada a promover a aquisição ou a alienação de bens do ativo imobilizado, bem como a imposição de quaisquer ônus com relação a estes; IX - apresentar à Assembléia Geral, juntamente com a Diretoria, proposta de destinação dos lucros sociais e de alteração estatutária; X - escolher e destituir os auditores da sociedade; XI - autorizar a sociedade a comprar ações de sua própria emissão, para a permanência em tesouraria e posterior revenda ou cancelamento; XII - autorizar aumentos de capital por subscrição pública ou particular, dentro do limite de capital autorizado pelo Estatuto; XIII - autorizar a emissão de notas promissórias (commercial papers) para colocação pública, na forma prevista na Instrução Normativa CVM nº 134/90 e a de debêntures simples, não conversíveis em ações e sem garantia real; XIV - criar comitês e comissões técnicos ou de aconselhamento, inclusive para a administração do Plano de Opção de Compra de Ações da Companhia; XV - indicar os seus representantes nas assembléias de sócios e/ou reuniões dos administradores nas sociedades controladas e coligadas. Artigo 10 - O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que necessário, na sede da sociedade ou em qualquer outra localidade escolhida, mediante a convocação de seu Presidente ou de dois Vice-Presidentes. As atas das reuniões serão lavradas em livro próprio. Parágrafo 1º - As reuniões serão convocadas mediante comunicação por escrito, expedida com pelo menos 3 (três) dias úteis de antecedência, devendo dela constar o local, dia e hora da reunião, bem como, resumidamente, a ordem do dia. Parágrafo 2º - A convocação prevista no Parágrafo anterior será dispensada sempre que estiver presente à reunião a totalidade dos membros em exercício do Conselho de Administração. Parágrafo 3º - Para que as reuniões do Conselho de Administração possam se instalar, será necessária a presença da maioria dos membros, sendo considerado como presente também aquele que tiver enviado o seu voto por escrito. Parágrafo 4º - As resoluções do Conselho de Administração, exceto o disposto no Parágrafo 5º deste artigo, serão sempre tomadas por maioria simples de votos dos membros presentes às reuniões. Parágrafo 5º - As resoluções do Conselho de Administração, que tenham por objeto a apreciação das matérias seguintes, somente produzirão efeitos perante a sociedade e terceiros, depois de submetidas à aprovação da Assembléia Geral de Acionistas: (a) alienação de participações societárias de titularidade da Companhia, exceto aquelas advindas de incentivos fiscais; (b) concessão de garantias reais ou fidejussórias de qualquer espécie, ou qualquer operação equivalente, quando, no exercício social da concessão, em conjunto ou isoladamente, sejam superiores a 10% do valor do patrimônio líquido da Companhia apresentado no balanço patrimonial do exercício anterior; (c) aprovação do orçamento do capital e dos planos de investimentos da sociedade e de planos de investimento de controladas e coligadas desta; (d) contratação de empréstimos e financiamentos quando, no exercício social da contratação, em conjunto ou isoladamente, sejam superiores a 10% do valor do patrimônio líquido da Companhia apresentado no balanço patrimonial do exercício anterior; (e) aquisição ou alienação de bens do ativo permanente, ainda que para a sua integralização no capital de outras sociedades, em operações que, no exercício social da aquisição ou alienação, em conjunto ou isoladamente, sejam superiores a 10% do valor do patrimônio líquido da Companhia apresentado no balanço patrimonial do exercício anterior; (f) celebração de contratos de arrendamento mercantil, quando, no exercício social em que forem celebrados, em conjunto ou isoladamente, sejam iguais ou superiores a 10% do valor do patrimônio líquido da Companhia apresentado no balanço patrimonial do exercício anterior; (g) escolher e propor a substituição de auditores independentes da sociedade e das suas controladas ou coligadas. Artigo 11 - A sociedade terá uma Diretoria constituída por, no mínimo, 2 (dois) e, no máximo, 9 (nove) Diretores, eleitos anualmente pelo Conselho de Administração, que lhes fixará os cargos, designação e funções. Dentre os eleitos, cujo número será fixado em cada exercício pelo Conselho de Administração, um será o Diretor Presidente, e o outro o Diretor de Relações com os Investidores, tendo os demais a denominação que lhes for atribuída pelo Conselho de Administração que os eleger. Parágrafo Único - A fixação da remuneração dos Diretores é de competência da Assembléia Geral, devendo ser distribuída entre eles de acordo com o que for determinado pelo Conselho de Administração. Artigo 12 Ocorrendo vaga, por qualquer motivo, do cargo de Diretor Presidente, o respectivo substituto será escolhido pelo Conselho de Administração, em reunião a ser realizada no prazo de 5 (cinco) dias depois da ocorrência da vaga. Ocorrendo a vaga de um dos demais cargos da Diretoria, caberá ao Conselho de Administração promover o preenchimento do cargo, devendo o diretor designado exercer as funções do Diretor substituído pelo prazo restante do mandato. Parágrafo Único - O Diretor que for designado nos termos deste artigo exercerá as suas funções pelo prazo restante do mandato do diretor que for substituído. Artigo 13 - Compete à Diretoria a administração dos negócios sociais e a prática, para tanto, de todos os atos ordinários de gestão necessários ou convenientes, ressalvados aqueles para os quais seja, por Lei ou pelo presente Estatuto, atribuída competência à Assembléia Geral ou ao Conselho de Administração. Seus poderes incluem, mas não estão limitados a, entre outros, os suficientes para: (a) zelar pela observância da Lei e deste Estatuto; (b) zelar pelo cumprimento das deliberações tomadas nas Assembléias Gerais, nas reuniões do Conselho de Administração e nas próprias reuniões; (c) administrar, gerir e superintender os negócios sociais; (d) emitir e aprovar instruções e regulamento internos que julgar úteis ou necessários; e (e) representar a sociedade ativa ou passivamente, perante terceiros.Artigo 14 - As escrituras de qualquer natureza, as letras de câmbio, os cheques, as ordens de pagamento, os contratos e em geral quaisquer documentos que importem em responsabilidade ou obrigações para a Sociedade, serão, obrigatoriamente assinados: a) por 02 (dois) Diretores em conjunto; b) por qualquer Diretor em conjunto com um Procurador; ou c) por 02 (dois) Procuradores em conjunto, desde que investidos de especiais e expressos poderes. Parágrafo Primeiro - O Conselho de Administração poderá, por solicitação de qualquer Diretor, indicar um dos Diretores ou autorizar a outorga de mandato a terceiros para, isoladamente, praticar os atos previstos no “caput” deste artigo, fixando os respectivos limites. Parágrafo Segundo - A Diretoria da companhia, sempre em conjunto de dois Diretores, poderá conceder garantia em favor das suas controladas e coligadas, bem como a contratar empréstimos até o valor de R$10.000.000,00 (dez milhões de reais), sem a necessidade de ratificação pelo Conselho de Administração. Artigo 15 - A Diretoria reunir-se-á sempre que necessário. As reuniões serão presididas pelo Diretor Presidente ou, na sua ausência, pelo Diretor que na ocasião for escolhido. Parágrafo 1º - As reuniões serão sempre convocadas pelo Diretor Presidente, ou por qualquer dos Diretores. Para que possam se instalar, é necessária a presença da maioria dos Diretores que, na ocasião, estiverem no exercício de seus cargos. Parágrafo 2º- As deliberações da Diretoria constarão de atas lavradas no livro próprio e serão tomadas por maioria de votos, cabendo ao Presidente da reunião, em caso de empate, também o voto de desempate. Artigo 16 - O Diretor ausente ou temporariamente impedido poderá votar por fax, telex ou telegrama, ou ainda, indicar um dos demais Diretores para representá-lo. Artigo 17 - As procurações serão sempre outorgadas por 2 (dois) Diretores, devendo especificar prazos e poderes conferidos, com exceção daquelas outorgadas para fins judiciais, ou processos administrativos, que serão por prazo indeterminado. Capítulo IV - Do Conselho Consultivo: Artigo 18 - A Sociedade terá um Conselho Consultivo de caráter não permanente, que poderá ser instalado mediante deliberação da Assembléia Geral e será composto por no mínimo 3 (três) e no máximo 12 (doze) membros e seus respectivos suplentes, residindo ou não no País, com mandatos de um ano, permitida a reeleição. A Assembléia Geral Ordinária indicará um dos membros eleitos para atuar como Presidente do Conselho Consultivo. Artigo 19 - Os membros do Conselho Consultivo considerar-se-ão como tendo sido empossados na data de sua eleição e permanecerão em seus cargos até que os novos conselheiros sejam eleitos. Parágrafo 1º - No caso de vaga no Conselho Consultivo, o cargo será ocupado pelo suplente do conselheiro substituído. Caso tal suplente não possa ou não deseje assumir o cargo, o Presidente do Conselho de Administração convocará uma Assembléia Geral para eleger um novo conselheiro e seu respectivo suplente. Parágrafo 2º - Os membros do Conselho Consultivo receberão uma remuneração a ser estabelecida em cada exercício pela Assembléia Geral Ordinária. Artigo 20 - O Conselho Consultivo terá como função aconselhar o Conselho de Administração, expressando sua opinião e oferecendo sugestões, sempre que para tanto solicitado pelo Conselho de Administração, com relação à estratégia geral a ser adotada no desenvolvimento dos negócios sociais. O Conselho Consultivo deverá, ainda, opinar a respeito de toda e qualquer matéria de interesse social que lhe venha a ser submetida pelo Conselho de Administração. O Conselho Consultivo é um órgão consultor, não tendo qualquer função executiva ou qualquer poder para representar ou obrigar a sociedade. Parágrafo Único - Visando a manter o Conselho Consultivo informado acerca dos negócios sociais, a administração deverá fornecer aos membros do conselho Consultivo, imediata e regularmente, todas as informações e materiais que a sociedade venha a fornecer ao Mercado, aos órgãos Reguladores e às Bolsas de Valores. Os membros do Conselho Consultivo poderão durante suas reuniões, solicitar diretamente à administração da Sociedade quaisquer explicações e esclarecimentos referentes a tais informações e materiais. Artigo 21 - As reuniões do Conselho Consultivo realizar-se-ão trimestralmente, sendo convocadas pelo Conselho de Administração ou, caso o Conselho de Administração deixe de fazer tal convocação, dentro dos 10 (dez) dias imediatamente seguintes ao final de cada trimestre civil, por qualquer membro do Conselho Consultivo. As convocações serão efetuadas por escrito, através de carta (entregue pessoalmente ou através de serviço especial de entrega expressa de documentos), telegrama, ou telecópia enviada a todos os membros do Conselho Consultivo com antecedência de, pelo menos, 8 (oito) dias da data marcada para a reunião, devendo dela constar o local, dia e hora da reunião, bem como, resumidamente, a ordem do dia. A convocação na forma aqui prevista será dispensada para uma reunião à qual todos os membros do Conselho Consultivo compareçam ou estejam representados. Parágrafo 1º - Aos membros do Conselho Consultivo, ou quando for o caso seus respectivos suplentes, poderão votar através de carta, telegrama ou telecópia, enviada ao presidente do Conselho Consultivo ou ao Conselho de Administração e poderão, ainda, participar nas discussões de qualquer reunião através de conferência telefônica ou outro sistema de telecomunicação. Os membros do Conselho Consultivo que tenham enviado seus votos na forma indicada neste parágrafo serão, para todos os fins, considerados como tendo estado presentes às reuniões. Parágrafo 2º - As atas das reuniões do Conselho Consultivo serão lavradas e mantidas nos arquivos da sociedade, devidamente assinadas pelos Conselheiros presentes às reuniões. Parágrafo 3º - As resoluções do Conselho Consultivo serão adotadas por maioria simples de votos dos conselheiros presentes à reunião. Capítulo V - Do Conselho Fiscal: Artigo 22 - A Sociedade terá um Conselho Fiscal, composto de 3 (três) até 5 (cinco) membros efetivos, acionistas ou não, eleitos pela Assembléia Geral, que deverá fixar sua remuneração, com mandato até 1 (um) ano, permitida a sua reeleição. A Assembléia Geral elegerá, também, um suplente específico para cada um dos membros do Conselho Fiscal. O Conselho Fiscal terá as atribuições, deveres e responsabilidades previstos em lei e não terá funcionamento permanente, devendo ser instalado pela Assembléia Geral, a pedido de acionistas, na forma da lei. Capítulo V - Das Assembléias Gerais: Artigo 23 - A Assembléia Geral reunir-se-á ordinariamente nos quatros primeiros meses após o término de cada exercício social, e extraordinariamente, sempre que os interesses sociais exigirem a manifestação dos acionistas. Parágrafo Único - Os anúncios de convocação serão publicados pela imprensa na forma da lei e deles constarão o dia, hora e local da reunião, e a ordem do dia, ainda que sumariamente. Artigo 24 - As Assembléias Gerais serão presididas pelo Presidente do Conselho de Administração ou pelo seu substituto, ou, na ausência de ambos, por um acionista escolhido por maioria de votos dos presentes. Ao Presidente da Assembléia cabe a escolha do Secretário. Capítulo VI - Do Exercício Social, Demonstrações Financeiras e Distribuição de Lucros: Artigo 25 - O exercício social inicia-se em 1º de janeiro e encerra-se em 31 de dezembro de cada ano, quando serão elaboradas as correspondentes demonstrações financeiras da sociedade. Parágrafo 1º - Do lucro líquido de cada exercício, após efetuados os ajustes previstos no artigo 202, inc. I, alíneas a) e b) da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 com a redação dada pela Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001, será deduzida quantia correspondente a, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) para distribuição aos acionistas a título de dividendo obrigatório do exercício, aplicando-se o disposto nos incs. II e III daquele artigo ao pagamento do dividendo. Parágrafo 2º - O lucro remanescente terá a destinação que lhe for dada pela Assembléia Geral, com base em proposta dos órgãos de Administração. Parágrafo 3º - Observado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 152 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a Assembléia Geral poderá determinar a distribuição, aos Administradores, de uma participação no lucro líquido. Parágrafo 4º - Parte dos lucros apurados, até o limite das variações da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP poderá ser distribuída, a critério da Assembléia geral, como juros a título de remuneração do capital próprio, de conformidade com o art. 9º da Lei nº 9.249/95. Artigo 26 - A Companhia fará elaborar demonstrações financeiras semestrais, podendo distribuir dividendos intermediários com base em tais demonstrações, mediante aprovação da Conselho de Administração. Parágrafo Único - A Companhia poderá distribuir dividendos intermediários à conta de lucros acumulados ou reservas de lucro existentes no último balanço anual ou semestral, mediante aprovação do Conselho de Administração. Capítulo VII - Da Liquidação: Artigo 27 - A sociedade entrará em liquidação nos casos previstos em Lei, ou por deliberação da Assembléia Geral. Parágrafo Único - Cabe à Assembléia Geral estabelecer o modo de liquidação, eleger o liquidante e o Conselho Fiscal que deverá funcionar no período da liquidação. Capítulo VIII - Foro: Artigo 28 - Para dirimir todas as questões relacionadas com o presente instrumento, fica eleito o Foro Central da Comarca de São Paulo, com a exclusão de qualquer outro, por mais privilegiado que seja ou venha a ser.”. Thomas Ricardo Auerbach - Presidente da Mesa; Nazir Takieddine - Secretário. JUCESP nº 119.435/06-8 em 05/05/2006. Cristina da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

BALANÇO IMPORTAÇÃO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO AMBRIEX S/A CNPJ 33.022.294/0001-01 RELATÓRIO DA DIRETORIA Srs. Acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V.Sas, o Balanço Patrimonial e as demais Demonstrações Financeiras concernentes ao exercício de 2005. Colocamo-nos à disposição dos Srs. para quaisquer esclarecimentos que por ventura possam desejar. A Diretoria ATIVO Circulante Caixa Bancos Conta Movimento Aplicações de liquidez imediata Duplicatas a Receber Adiantamentos Impostos a Recuperar Estoques Despesas Antecipadas Realizável a Longo Prazo Depósitos Judiciais Permanente Imobilizado Investimentos Imóveis Equipamentos , Máquinas e Instalações Veículos, Móveis e Utensílios Outras Imobilizações (-) Depreciações Total do Ativo

Balanços Patrimoniais em 31 de dezembro (Em reais) 2005 2004 PASSIVO 2005 6.112.535,34 5.463.551,90 Circulante 4.253.984,14 108.636,27 888,96 1.120,85 Fornecedores Nacionais 105.768,76 165.750,06 Fornecedores do Exterior 1.688.013,70 5.061,56 4.620,36 Salários e Contribuições Previdenciárias 262.999,44 1.921.634,28 869.477,30 Dividendos à Pagar – 262.338,14 54.810,98 Obrigações Fiscais 200.411,07 390.985,45 187.317,26 Provisão Imp. de Renda/Contribuição Social – 3.392.175,68 4.180.455,09 Contas à Pagar 221.283,58 33.682,51 – Adiantamentos Clientes/Fat. Entrega Futura 1.772.640,08 17.151,76 17.151,76 Exigível a Longo Prazo 878.517,34 17.151,76 17.151,76 Parcelamentos de Impostos 858.174,34 808.876,07 933.293,73 Fornecedores do Exterior – 808.876,07 933.293,73 Outras Obrigações 20.343,00 39.891,73 39.891,73 Patrimônio Líquido 1.806.061,69 681.366,75 681.366,75 Capital Social 1.812.890,20 197.669,00 177.762,40 Reserva de Capital 16.962,99 866.915,53 895.013,29 Reserva Legal 114.719,31 37.295,52 37.295,52 Resultados Acumulados 12.707,33 (1.014.262,46) (898.035,96) Prejuízo do Exercício (151.218,14) 6.938.563,17 6.413.997,39 Total do Passivo 6.938.563,17

Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido (Em reais) Capital Res. de Res. Lucros Descrição Social Capital Legal Acum. Total Saldo em 2004 2.115.638,00 16.962,99 162.920,97 25.828,44 2.321.350,40 Red. Capital (302.747,80) – (48.201,66) – (350.949,46) Res. Legal – – – – – Luc. Exerc. – – – (151.218,14) (151.218,14) Distr. Luc. – – – (13.121,11) (13.121,11) Saldo em 2005 1.812.890,20 16.962,99 114.719,31 (138.510,81) 1.806.061,69 Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras em 31/12/2005 1. Apresentação das Demonstrações Contábeis: Foram preparadas de acordo com os princípios e as normas brasileiras de contabilidade, as disposições da legislação brasileira e a Lei das S/As. 2. Principais Práticas Contábeis: a) O resultado é apurado de acordo com o regime de competência de exercícios; b) Os estoques são valorizados ao custo médio de aquisição. c) O imobilizado é demonstrado ao custo de aquisição, acrescido

2004 1.776.631,19 87.035,90 985.591,92 295.539,22 42.781,04 101.581,92 175.075,81 89.025,38 – 2.316.015,80 1.079.556,99 1.199.269,59 37.189,22 2.321.350,40 2.115.638,00 16.962,99 162.920,97 25.828,44 – 6.413.997,39

Variações no Capital Circulante Ativo Circulante: No fim do Exercício No início do Exercício

2005 2004 6.112.535,34 5.463.551,90 5.463.551,90 6.626.324,82 648.983,44 (1.162.772,92) Passivo Circulante: No fim do Exercício 4.253.984,14 1.776.631,19 No início do Exercício 1.776.631,19 2.414.536,29 2.477.352,95 (637.905,10) Redução do Capital Circulante (1.828.369,51) (524.867,82) de correção monetária até 31/12/1995. As depreciações são calculadas pelo método linear, as taxas que levam em consideração a vida útil-econômica dos bens. 3. Redução do Patrimônio Líquido: O Patrimônio Líquido foi reduzido em R$ 350.949,46 devido à saídas de acionistas da empresa, sendo que tal redução se deu da seguinte maneira: Capital Social – R$ 302.747,80 e Reserva Legal – R$ 48.201,66. 4. Capital O capital social da sociedade é dividido em 19.393.348 (dezenove milhões, trezentos e noventa e três mil, trezentos e quarenta e oito) ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, com os demais direitos e vantagens previstas na Lei 6.404/76. 5. Distribuição de Lucros: A Distribuição de Lucros no exercício de 2005 refere-se à valores não provisionados em exercícios anteriores a 2005.

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Demonstração de Resultados – Exerc. em 31 de dezembro (Em reais) 2005 2004 5.616.595,31 4.326.899,16 3.708.130,57 3.638.064,12 9.324.725,88 7.964.963,28 (1.367.720,38) (1.332.912,67) (493.385,83) (49.056,98) (1.861.106,21) (1.381.969,65) 7.463.619,67 6.582.993,63 (1.884.715,74) (1.153.322,48) 5.578.903,93 5.429.671,15 (5.059.736,88) (4.083.262,63) – (379.604,70) (845.312,79) (862.235,54) 7.477,37 20.433,85 218.478,54 410.362,18 (100.189,83) 535.364,31 (18.596,32) (49.425,72) (81.593,51) 584.790,03 (32.431,99) (125.650,09) (151.218,14) 360.288,50 (0,007797) 0,018578

Venda de Mercadorias Venda de Serviços Receita Operacional Bruta Impostos incidentes sobre vendas Devoluções e Abatimentos Deduções da Receita Bruta Receita Operacional Líquida Custo Mercadorias Vendidas Lucro Bruto Despesas Administrativas Despesas de Comercialização Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras (+) Receitas Diversas Lucro Operacional Contribuição Social Lucro antes do Imposto de Renda Imposto de Renda Lucro Líquido do Exercício Lucro Líquido por Ação

Demonstrações das Origens e Aplicação de Recursos (Em reais) Origens 2005 2004 Lucro do Exercício (151.218,14) 360.288,50 Diminuição do Realizável a Longo Prazo – 5.997,76 Baixa do Ativo Permanente 8.191,16 – Depreciação – Amortização 116.226,50 148.002,72 Juros à Apropriar s/ Arrendamento Mercantil 6.382,51 – Total das Origens (20.417,97) 514.288,98 Aplicações de Recursos Diminuição Exigível Longo Prazo 1.443.880,97 266.173,29 Diminuição Capital Social 302.747,80 – Diminuição Reserva Legal 48.201,66 – Dimunição Lucros Acumulados 13.121,11 – Aumento Ativo Permanente – 431.472,68 Distribuição Lucros – 341.510,83 Total das Aplicações 1.807.951,54 1.039.156,80 Redução do Capital Circulante (1.828.369,51) (524.867,82) Adam Getlinger – Diretor Presidente Oliere Pereira Lourenço – Contador – CRC 1SP185567/O-5

Publicidade Comercial - 3244-3344 Publicidade Legal - 3244-3643

CONVOCAÇÕES

Inter Ação – Sociedade Cooperativa de Trabalho Prestadora de Serviços na Área da Saúde Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária A Presidente da Inter Ação - Sociedade Cooperativa de Trabalho Prestadora de Serviços na Área da Saúde, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará à Av. Brigadeiro Luis Antônio, 4899 – Jardim Paulista, na cidade de São Paulo, em 07 de junho de 2006, em primeira convocação às 14:00 horas, em segunda convocação às 15:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quórum mínimo de 10 (dez) associados, às 16:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: : I – Reforma Estatutária – estando as sugestões de alteração à disposição dos associados na sede da Cooperativa; II – Assistência Médica; III - Outros assuntos de interesse geral. São Paulo, 05 de maio de 2006. Cibele Helena Ferrero Munhoz - Presidente Paramédica – Sociedade Cooperativa de Trabalho dos Auxiliares de Serviços de Saúde Edital de Convocação - Assembléia Geral Extraordinária A Presidente da Paramédica - Sociedade Cooperativa de Trabalho dos Auxiliares de Serviços de Saúde, no exercício dos poderes que lhe são conferidos pelos artigos 38 e seguintes da Lei nº 5.764/ 71, CONVOCA a todos os seus associados cooperados para a Assembléia Geral Extraordinária que se realizará à Av. Brigadeiro Luis Antônio, 4899 – Jardim Paulista, na cidade de São Paulo, em 07 de junho de 2006, em primeira convocação às 12:00 horas, em segunda convocação às 13:00 horas e, em terceira e última convocação, cuja realização depende do quórum mínimo de 10 (dez) associados, às 14:00 horas, para deliberar a seguinte ORDEM DO DIA: I – Reforma Estatutária – estando as sugestões de alteração à disposição dos associados na sede da Cooperativa; II – Assistência Médica; III – Apreciação das defesas apresentadas por cooperados em processo de eliminação do quadro associativo conforme deliberação da Assembléia Geral Ordinária de 2006; IV – Outros assuntos de interesse geral da Sociedade Cooperativa. Ficam, ainda, os associados cooperados informados de que poderão participar da Assembléia, com voz e voto, através do sistema de áudio conferência, localizados nos seguintes endereços: Porto Alegre – Av. Carlos Gomes, 75, sala 301, Boa Vista; Rio de Janeiro – Rua México, 119 sala 902, Centro; Salvador – Av. Antônio Carlos Magalhães, 2573, sala 303 e Marília – Rua Paes Leme, 47, 4º andar, sl. 42, Alto Cafezal e Santos - Rua Carvalho de Mendonça, 230 - cj. 72, Vila Mathias. São Paulo, 05 de maio de 2006. Cibele Helena Ferrero Munhoz - Presidente.

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

ABERTURA DE LICITAÇÃO Site: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: TOMADA DE PREÇOS Nº 008/2006 Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para construção de uma Unidade Básica de Saúde no bairro Caic II, neste município. Valor estimado: R$ 478.978,67. Limite para entrega dos envelopes 29/05/2006 às 16:00h no Departamento de Compras, localizado no 2o andar do Paço Municipal na Av. Alberto Andaló, nº 3.030, bairro Centro, e abertura dia 30/05/2006 às 08:30h, no mesmo endereço, na sala de Comissão de Licitações.

BALANÇO SINDICATO DO COMÉRCIO ATACADISTA DE DROGAS E MEDICAMENTOS DO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ (MF) N° 52.806.460/0001-05 RESUMO DA PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA PARA O EXERCÍCIO DE 2006 Aprovada em “Assembléia Geral Ordinária” realizada em 27 de dezembro de 2005 R E C E IT A Renda Tributária .......................... Renda Social .......................... Renda Patrimonial ....................... Renda Extraordinária ..................

R$ 900.000,00 350.000,00 85.000,00 175.000,00

DESPESA R$ Administração Geral .................... 517.000,00 Contribuições Regulamentares ... 360.000,00 Assistência Social ....................... 10.000,00 Assistência Técnica .................... 405.000,00 Despesas Extraordinárias ........... 3.000,00 Total da Despesa ....................... 1.295.000,00 Total da Receita ......................... 1.510.000,00 Aplicação de Capital ................... 215.000,00 Total Geral .................................. 1.510.000,00 Total Geral .................................. 1.510.000,00 Manoel Joaquim Aporta João Franco de Godoy Filho Tesoureiro Presidente Job Martins Klein - Técnico Contábil - CRC-PR.1PR005681/T-8


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Administração Saúde Polícia Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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SUZANE VAI AGUARDAR JULGAMENTO NA PRISÃO

Decisão dos desembargadores do Tribunal de Justiça foi tomada por unanimidade.

Jonne Roriz/AE - 10/04/2006

APREENSÃO A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, na manhã de ontem, mais de 95 quilos de maconha. A droga estava dentro de um carro que trafegava na altura do km 386 da BR-116, na região de Miracatu, a 180 quilômetros da capital. Um homem de 31 anos foi preso.

JULGAMENTO Mais de 16 anos após o crime, começou o julgamento do alemão Manfred Landgraf, de 44 anos, acusado de matar seu enteado, Arley de Jesus, de 4 anos, em Joinville (SC). A vítima foi submetida a tortura até sua morte, provocada por traumatismo craniano.

Ó RBITA

DROGAS

CRIANÇA

PROFESSOR

MOTIM

oliciais federais prenderam no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, o africano I.M., de 38 anos, que tentava embarcar para Madri, com cerca de três quilos de cocaína. A droga estava em sua bagagem, em pacotes fechados de lençóis. I.M. responderá por tráfico internacional de drogas. Policiais do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) prenderam duas pessoas e apreenderam 250 comprimidos de ecstasy ontem à tarde, na Vila Brasilândia, zona norte. (AE)

rmados, dois homens, em uma moto, atiraram, por volta das 21h30 de anteontem, contra a cabeça de Eduardo Gomes de Oliveira, de 12 anos, quando a criança preparava-se para atravessar a rua País Natal, onde mora, no Jaçanã, zona norte da capital. Mesmo encaminhado pela mãe a um prontosocorro, no mesmo bairro, o garoto não resistiu e morreu. Seu pai, armado, saiu em busca dos atiradores. Acabou preso por porte ilegal de arma. A polícia crê que a morte da criança tenha sido um acerto de contas com seu pai ou uma vingança. (AE)

gentes da equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil tentam esclarecer a morte do professor Eduardo Nelson Alves, de 58 anos, cujo corpo foi encontrado, no final da noite de anteontem, pelos seus dois filhos, na altura do nº 300 da avenida Bento Ghelfi, no Jardim das Laranjeiras, São Mateus, na zona leste da capital. Eduardo teria sido morto com tiros na cabeça. Um B.O. foi registrado no plantão do 49º Distrito Policial. A polícia não descarta a hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte. (AE)

Secretaria da Administração Penitenciária decidiu ontem transferir líderes de rebeliões de penitenciárias das regiões Oeste e Noroeste do Estado e promoveu blitze em todas os presídios. As ações estão relacionadas à rebelião em Valparaíso, a 577 km de São Paulo, onde 1.161 detentos destruíram praticamente todas as dependências internas do presídio e fizeram 22 agentes reféns desde as 11h de quartafeira. Os amotinados pediram a transferência de todos detentos como condição para libertar os reféns. Só os líderes foram transferidos. (AE)

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Suzane Richthofen, quando se apresentava à polícia, em abril

Justiça nega habeas a Suzane Richthofen

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pós julgamento que se prolongou por três sessões consecutivas, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou ontem habeas corpus para a revogação da prisão preventiva de Suzane von Richthofen, acusada de ter facilitado o assassinato de seus pais, em outubro de 2002. Votaram pela não-concessão do habeas corpus, os desembargadores Daniel Cogan (relator), Carlos Dias Biasotti e Cristão Ribeiro. O júri popular de Suzane von Richthofen e de seus cúmplices, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos – que estão presos – está marcado para o próximo dia 5 de junho. Os três estão sujeitos a pena variável de 24 a 60 anos de cadeia, por duplo homicídio qualificado. No dia 10 de abril, poucos meses depois de ter sido liber-

tada condicionalmente (liberdade provisória), a prisão de Suzane foi decretada. A medida deu-se logo após uma entrevista sua ao programa Fantástico, da TV Globo. Segundo a reportagem, Suzane teria sido orientada por seus advogados a chorar diante dos jornalistas sempre que falasse sobre seus pais, sobre o crime e sobre a suposta influência dos irmãos Cravinhos em sua conduta. Na entrevista, Suzane disse que Daniel Cravinhos, seu namorado na época, lhe dava muita droga. Disse também que o odiava. Algumas vezes, durante a reportagem exibida pe lo Fa nt ás ti co , Suzane foi orientada a chorar. Manfred e Marísia, os pais de Suzane, foram assassinados enquanto dormiam em casa, localizada no Brooklin, bairro da zona sul de São Paulo, a golpes de barras de ferro.

Mais dois pedidos de prisão contra Pimenta

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Ministério Público de Ibiúna entrou ontem com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo pedindo prisão para o jornalista Antonio Pimenta Neves, de 69 anos, já condenado a mais de 19 anos pela morte da ex-namorada – a também jornalista Sandra Gomide. Ele foi condenado a prisão em regime fechado, mas obteve o direito de recorrer em liberdade. Pedido idêntico foi apresentado ao TJ pelo assistente de acusação Sergei Cobra Arbex. Na quarta-feira, a promotoria havia protocolado uma apelação para que Pimenta Neves aguarde preso a tramitação dos recursos.

O juiz que determinou a pena do jornalista, Diego Ferreira Mendes, de Ibiúna, disse que permitiria que ele recorresse em liberdade em obediência a decisões anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF). Para a promotoria, a liminar concedida pelo STF, em 2001, previa que Pimenta ficasse em liberdade só durante o processo. No mandado de segurança, a alegação é de ilegalidade no benefício concedido pelo juiz. O crime aconteceu em 20 de agosto de 2000, no Haras Setti, em Ibiúna. A vítima, que tinha 32 anos, foi atingida por dois tiros , um nas costas e outro no ouvido. A defesa do jornalista afirma que ele agiu sob forte emoção. (Agências)


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Nacional Tr i b u t o s Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Leque de produtos ainda ajuda o comércio popular Miguel Giorgi Júnior, presidente da Univinco

PREÇO POPULAR, VITRINES COMO AS DE MILÃO

O DIA DAS MÃES TRAZ O MELHOR FATURAMENTO PARA OS RESTAURANTES, MAS TAMBÉM AS MAIORES FILAS

DEPOIS DOS PRESENTES, O ALMOÇO Marcelo Min/AFG

Divulgação/Gabina

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Para mães que apreciam comida espanhola, a Coroa de Camarões é opção especial do Gabina

Fernando Carneiro: tempero caseiro

COMÉRCIO POPULAR Lojas ganham visual mais moderno Fotos: Luiz Prado/LUZ

Paulo Pampolim/Hype

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om ou sem crise nas vendas do varejo, ruas de comércio popular continuam atraindo muitos consumidores. Mas o preço baixo característico da Rua José Paulino (no bairro do Bom Retiro), da Voluntários da Pátria (em Santana), ou da Silva Bueno (no Ipiranga), entre outras, não responde mais sozinho pelo sucesso desses centros de compra. O visual moderno e arrojado de muitas lojas, que passaram a exibir vitrines superproduzidas e espaços para o consumidor amplos e mais confortáveis, é a bola da vez. Quem passa, hoje, por ruas como a Aymoré, no Bom Retiro, ou a Miller, no Brás, se confrontará com lojas que nem de longe lembram um comércio popular. "As vitrines ficaram muito parecidas com as de ruas chiques, como a Oscar F re i re " , c o m p a r a S h l o m o Shoel, ex-presidente da Associação dos Lojistas do Bom Retiro e há 18 meses à frente da Associação de Lojistas do Brás (Alobrás), referindo-se a um dos comércios mais badalados da cidade, nos Jardins. O Bom Retiro, que segundo Shoel concentra 600 lojas, a maioria distribuída por oito corredores principais, foi o primeiro a mostrar essa nova face. "Quando a rodoviária da rua Princesa Isabel saiu da região, há pouco mais de 15 anos, muitos lojistas se mudaram para os shoppings e outros deixaram o comércio. Foi quando chegaram os coreanos, com modelos de lojas e tendências para a moda trazidos dos Estados Unidos e da Europa", conta. Novidades – Hoje, segundo o presidente da Alobrás, 70% do comércio do Bom Retiro está nas mãos desses comerciantes. Ju Seok Kim, de 35 anos, 11 deles no Brasil, é um deles. Há cinco anos na José Paulino com a loja Namine, de roupas femininas, Kim resume seu sucesso com uma explicação simples: "A mulher brasileira gosta muito de moda, e a moda aqui no Brasil muda muito. Então é preciso ter sempre novidades", diz ele, que viaja ao exterior atrás de tendências. Sua produção mensal de sete mil peças é vendida entre o consumidor da José Paulino e pequenos lojistas de outros estados, como Sunj Hwang, também coreano, residente na cidade de Vitória, no Espírito Santo, há 21 anos, e que nos últimos seis vem a São Paulo para abastecer sua loja. Antigos comerciantes das

Vitrines modernas e vistosas se tornam aliadas dos preços baixos

Shlomo Shoel, da Alobrás

Patrícia Cruz/LUZ

varejo não é o único segmento que lucra com o Dia das Mães Afinal, depois dos presentes, as famílias costumam se reunir ao redor da mesa de almoço, e na maioria das vezes, fora de casa. E já que tantas pessoas têm a mesma idéia, os restaurantes de São Paulo têm de se preparar para atender à demanda. No Consulado da Cônego, em Pinheiros, as mães poderão apreciar a comida caseira sem passar pela cozinha. Caçula de 13 irmãos, o proprietário do restaurante, Fernando Carneiro, criou um prato especial que leva o nome da mãe, o Mãe Noêmia, composto por pernil de cordeiro, tutu de feijão e purê de mandioca. Ele diz que o Dia das Mães é a data mais importante para o estabelecimento, informação confirmada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). "O faturamento registrado no Dia das Mães é o mais importante no ano para o segmento, cerca de 30% acima daquele de um domingo normal", afirma o presidente da Abrasel, Joaquim Saraiva de Almeida. Segundo ele, a expectativa em relação ao Dia das Mães de 2005 é de um incremento de até 10%. Mas não será apenas o faturamento que vai aumentar. "O tempo de espera por uma mesa também será maior, de uma hora e meia deverá subir para até três horas e meia", diz Almeida. Por isso, é aconselhável fazer uma reserva antecipada. Paladar apurado – No restaurante Azäit, o chef francês Yann Corderon também criou um cardápio especial para a data. Além da entrada, salada de endívias com pistache, gorgonzola e pêra, inspirada nos sabores de Israel, foram incluí-

dos três pratos principais. Para as mães que não descuidam da forma, a sugestão é salmão assado com legumes grelhados e molho de tomates, tradicional da culinária espanhola. Quem não fica sem massa pode pedir o paglia e fieno com cogumelos, tapenade e azeite de trufas. E as carnívoras vão apreciar o filé mignon com pesto vermelho e batatas assadas, prato francês do menu. Mama – A já tradicional fila do restaurante Famiglia Mancini, no centro de São Paulo ganha um reforço no Dia das Mães. "Normalmente, mil pessoas disputam os 177 lugares aos domingos. Esse número tende a aumentar 50% no Dia das Mães", detalha Walter Mancini, proprietário. Não há prato especial para a data. Mas o padeiro vai entrar uma hora antes – às 6 horas. "É o segundo dia mais importante, só perde para o Dia dos Namorados. A expectativa é de que o faturamento cresça 50% em relação à mesma data de 2005." E para as mães que apreciam a culinária espanhola, os tapas e as paellas do Gabina Restaurante são uma boa pedida. A proprietária Purificación Perez da Paz criou a entrada Coroa de Camarões. "Vou reforçar o quadro de garçons e contratar pessoas para a arrumação da cozinha. Esperamos um aumento de até 40% no movimento e no faturamento em relação ao Dia das Mães do ano passado", diz Purificación. Neide Martingo e Lúcia Helena de Camargo

SERVIÇO Famiglia Mancini: 3256-4320 Azäit: 3063-5799 Consulado da Cônego: 3898-3241

Patrícia Cruz/LUZ

Comércio na Doze de Outubro ganhou nova cara

ruas populares aprovam a mudança. Etejan Hepner Coin, de 70 anos, proprietária da Companhia 233, loja de roupas masculinas situada na José Paulino há 60 anos, herdada dos pais, imigrantes da Polônia e Lituânia, diz que, hoje, a qualidade predomina no comércio popular. Ímã – Preço competitivo aliado a uma qualidade maior, ambos oferecidos em um ambiente mais moderno, têm o efeito de um ímã sobre o consumidor com maior poder de compra, na opinião de Amândio Martins, presidente do Clube de Lojistas do Ipiranga. "As mudanças nos estabelecimentos atrai consumidores acostumados a freqüentar os shoppings", avalia ele. Com duas filhas adolescentes, a terapeuta Marcia Cristina Franco de Camargo divide as compras entre as lojas do Brás e as da José Paulino. "Hoje, encontro nesse comércio quase tudo de que elas gostam", diz. A funcionária pública Lúcia D'Almeida admite que o comércio de rua tem hoje um novo apelo, em linha com um público de classe mais alta. "Acho que o brasileiro não olha só o preço baixo. Ele também quer comprar em locais bonitos, ainda que sejam populares como o Brás, diz Lúcia. Atenção – Principal concorrente do Bom Retiro, o comércio do Brás, que tem aproximadamente 6 mil lojas espalhadas por 55 ruas, considerado o maior pólo fabricante de jeans

A terapeuta Márcia Cristina com a filha, no Brás

do Brasil, vem aderindo à modernidade. Noel Kim, filho de coreanos, proprietário da Ellen One, uma grande loja de pé direito alto e vitrines que chamam a atenção de quem passa em frente, diz que é preciso conquistar o cliente com algo mais do que o preço. "Precisávamos de uma loja com uma cara mais bonita, capaz de atrair sua atenção", diz Kim. Outro empurrão à modernização desse comércio veio com a revitalização que está sendo promovida pela Prefeitura em muitas dessas ruas, segundo Gaetano Brancatti Luigi, presidente da Associação dos Co-

merciantes, Proprietários e Empreendedores da Lapa. Caso da Rua Doze de Outubro, na Lapa, que ganhou vigor com a maior organização do sistema viário. "Um bom comércio de rua tem de ter preço competitivo, mas não é só isso. Tem de ter bom acesso para o consumidor", diz Luigi. Só isso? Não. A variedade de produtos ainda conta pontos. "É o leque, imenso, de produtos que também faz as ruas populares venderem bem", diz Miguel Giorgi Júnior, presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco).

Divulgação/Azäit

Programa diferente no restaurante Azäit: degustação de azeite antes ou depois do salmão assado com legumes grelhados e molho de tomates, prato especial para o Dia das Mães

Roseli Lopes

MARIANGELA

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

HAPPY HOUR

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

No lugar da mina, a vinha José Guilherme Ferreira

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Armando Serra Negra

agricultor afegão de Kandahar segura um cacho de uvas como um troféu. Integra um grupo vitorioso, coordenado pela Roots of Peace (Raízes da Paz), ONG criada em 1997, nos Estados Unidos, com o objetivo de transformar territórios minados em campos férteis. Durante décadas de conflitos, terras ao norte de Cabul, capital do Afeganistão, foram arruinadas por soviéticos, talibans e seus contendores. As minas ali plantadas causam ainda hoje cerca de 200 acidentes por mês. O projeto Mines into Vines planejou a custosa retirada dos explosivos, o replantio das áreas degradadas e o incentivo às novas gerações de afegãos, cujas famílias ali produziam, antes das guerras, 70 tipos de uvas de mesa. Missões semelhantes já alcançam Angola, Iraque e Cambodja, com a retomada de seus cultivos de tradição. Na Croácia, vilas e cidades ao longo do rio Danúbio tiveram seus vinhedos replantados e as

Perfume da noite

A proprietária do Frango com Tudo, Liliam Gonçalves, entre os garçons Ivonete Oliveira (esq.) e Keenan Brandão

pelo lado materno abrindo sua primeira casa, chamada Lalynka, servindo café e pão de queijo. Os mesmos que derretiam na boca de Juscelino. Depois veio o prosaico Boca da Angélica, comida baiana, que passou para a frente. O sucesso veio com o Biroska, chique, curioso, ótimo de paquera, firme no ponto há mais de 30 anos. Um lugar que foi se alastrando tanto, que acaba de inaugurar o Frango Com Tudo – a sexta casa no mesmo quarteirão, em Santa Cecília. Outro acerto: Cecília é a santa padroeira da música, e música é o que não falta em seu mundo... Ambiente cool, parede de tijolinhos brancos, arandelas vermelhas, freqüentado na happy hour por executivos, médicos, estudantes da Santa Casa e do Mackenzie. Entre o delicioso frango assado, primorosamente decorado na bandeja com saladas e legumes (R$ 20), saboreiam a casquinha de frango grelhada (R$ 6), a lingüiça de metro (R$ 18) e o imperdível pão de alho recheado com catupiry, que é 10, mas só custa R$ 5. São criações do simpático chef Ronaldo, que vem à mesa cumprimentar os clientes com a elegante saudação hindu, namastê. O lado di-

vertido de Liliam fica por conta do uniforme dos garçons, um chapéu que é a cara de um frango! Skol Beats (R$ 4), caipirinha (R$ 6), caipiríssima (R$ 7), caipiroska (R$ 8), Teacher (R$ 6,50), Red (R$ 9,50), Black (R$ 11). Está frio? 15 caldos e cremes (R$ 6, em média). A empresária emprega 400 funcionários, com capital de giro de R$ 500 mil ao mês. Com todo esse glamour artístico-empresarial, Liliam está longe de ser figurinha difícil: "Um dia, já de saída, foi dar tchau para um grupo que bebia descontraidamente na calçada; tocou na garrafa de cerveja, viu que não estava geladinha, e foi, ela mesma, até o balcão, voltando com uma cumbuca de gelo para eles" comenta um admirador. Batendo papo com todos, é uma simples mulher, mãe para os corações solitários. "Meu maior império são os meus amigos... este é o meu grande orgulho", autografa num livro. Em homenagem ao Dia das Mães, viva Liliam Gonçalves!

http://www. rootsofpeace.org http://grgich.com/index.html

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A arte do banquete Divulgação

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m dos banqueteiros mais criativos da cidade, Charlô Whately (foto), faz menus especiais para celebrar o Dia das Mães em seu bistrô nos Jardins e no Charlô Jockey Club. No bistrô, a sugestão para começar é a salada de maçã verde, endívias e queijo roquefort (R$ 22). Entre os pratos principais, o inusitado filé chateubriand com molho de cassis (R$ 38). As famosas sobremesas de Charlô fecham a festa: bolo de nozes ou

Frango Com Tudo - Rua Canuto do Val, 115, Santa Cecília, tel.: (11) 3338-2525.

goiabada tatin (R$ 14 a fatia, cada). Já o brunch no Jockey oferece pratos variados com um belo visual na janela. A R$ 74 por pessoa (crianças até dez anos, R$ 55), o menu, com 30 itens, inclui filé com crosta de shitake, caçarola de legumes à provençal e purê de cará. O Bistrô Charlô fica na rua Barão de Capanema, 440, Jardins, tel.: (11) 3088.6790. E o Charlô Jockey Club, à av. Lineu de Paula Machado, 1263, tel. (11) 3811-7799. (LHC)

ADEGA

Uma degustação histórica Sérgio de Paula Santos

A

presentações e degustações de vinhos em nosso meio são ocorrências diárias. No final do ano ocorrem várias nos mesmos dias, impossibilitando os profissionais do ramo a atendê-las todas. A pletora de vinhos europeus e agora do Novo Mundo, para um mercado aparentemente promissor como o nosso, estimula o lançamento desses vinhos em nosso meio. A grande maioria desses lançamentos são de vinhos correntes, do Mercosul ou de vinícolas menos conhecidas de países europeus. Felizmente ocorrem algumas poucas exceções, de vinhos notáveis, que confirmam a regra. Foi o caso dos vinhos da Ribera del Duero, os Vega Sicília da Espanha no ano passado e agora, em abril deste ano, não por acaso também da região do Douro, português, o Chryseia, da Prats a & Symington, do Porto, Portugal. O detalhe importante, além do mérito do vinho, foi o tipo de degustação, vertical, comparação de várias safras do mesmo vinho, desde o lançamento do vinho, em 2000. É de se levar em conta a dificuldade de se encontrar o Chryseia, mesmo em Portugal, o que se explica por sua pequena produção, no máximo de 3 mil caixas de nove litros anuais. Tivemos a oportunidade de conhecer a primeira safra do vinho

(2000), em Lisboa, mas trazida por um primo, de Londres... Já era notável. A história do vinho é curiosa. Quando a família Prats decidiu vender a propriedade do Chateau Cos d’Estounel em St. Estèphe em Bordeaux, seu proprietário Bruno Prats, defensor do conceito do terroir, passou a procurar outro terroir de bom nível, fora da França, para fazer vinhos do tipo bordalês, valorizando as castas locais. Encontrou-o no Douro português onde se associou à família Symington, tradicional membro da portocracia, produtora dos Portos Graham’s, tão apreciados na Inglaterra. O primeiro produto dessa associação tomou o nome de Chryseia (significa "ouro" em grego), safra 2000. Provém das variedades Touriga Nacional (que lhe da a complexidade), Touriga Franca (responsável pelos aromas), Tinta Roriz e Tinta Cão. Estagiou por 8 meses em cascos novos de carvalho francês de 400 litros, e foi engarrafado em julho de 2001. Nos anos em que as condições climáticas não foram ideais, como em 2002, com muita chuva, não se elaborou o Chryseia. Mas um correspondente, normalmente denominado seu segundo vinho, elaborado do mesmo modo e com as mesmas uvas, de preço menor. No caso, o vinho tomou a denominação de Post Scriptum.

A degustação, patrocinada pela importadora dos vinhos, a Mistral, teve a seguinte ordem: Post Scriptum 2005, 2004 e 2002, Chryseia 2004, 2003, 2001 e 2000. Seguiu-se um jantar no From the Galley, acompanhado novamente por um Post Scritptum 2004 e um Chryseia 2003 e um Porto Graham’s 10 anos Tawny, que acompanhou as sobremesas. Cabe aqui lembrar que degustar vinhos, com os provadores sentados, os vinhos identificados ou não, com ou sem refeição, os degustadores em pé, movendo-se entre os vários produtores, em feiras ou apresentações coletivas, são situações bem diversas, além do que, os que apresentam ou promovam os vinhos nessas feiras, nem sempre os conhecem. Cotações: G Regular - 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis G Bom - 60 a 70 pontos G Muito Bom - 70 a 80 pontos G Ótimo - 80 a 90 pontos G Excelente - acima de 90 pontos.

Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

Post Scriptum 2005.

Chryseia - 2003

Produtor Prats de Symington Ltda, Vila Nova de Gaia Portugal. Importadora Mistral, Rua Rocha, 288, São Paulo, tel.: (11) 3372-3400. Apesar da juventude o vinho não tem taninhos agressivos. O vinho provém de uvas das Quintas da Perdiz, do Vesuvio e Bomfim . O inverno seco e a ausência de chuvas do verão aprimorou o vinho. Produzido com Touriga Franca 40%, Touriga Nacional 30%, Tinta Barroca 20% e Tinta Cão 10%. De aroma frutado e complexidade gustativa, o vinho, mesmo jovem agradou muito. Preço: US$ 39. Avaliação 82/100.

Mesmo produtor e mesmo importador. Possivelmente o melhor vinho tinto provado este ano. De coloração rubi escura brilhante, o vinho tem uma gama de aromas ampla, florais e frutados. Na boca o vinho é potente, harmônico, redondo, com a madeira bem equilibrada. Um grande vinho. Preço: US$ 139. Avaliação: 96/100.

Fotos: Divulgação

D

ama-da-noite (cestrum nocturnum): delicadas pétalas brancas e macias inundam, com doce e marcante perfume, a alma dos boêmios. Tradução perfeita para Liliam Gonçalves, personagem das mais importantes da vida noturna paulistana. Nasceu do brilho de uma estrela: "Sou filha de Nelson Gonçalves", orgulha-se. Família simples, mineira, mudou-se para Brasília em 1958, a mãe cozinhando a "galinhada do JK". Origem do boato que a diverte até hoje: "Eu era uma gatinha muitíssimo mais nova, e ele um grande sedutor...". O desmentido saiu na revista Flash, por ocasião da minissérie da Globo, em que foi interpretada pela atriz Mariana Ximenes. Empresária de sucesso – autora do livro Dicas de Sucesso Para Novos Empresários (Editora Abrather) – largou a carreira de cantora romântica na virada dos 70, porque "queriam que eu cantasse Julio Iglesias, mas minha onda era country". Nessa época circulava pela cidade numa limusine Landau branca, feita exclusivamente para ela: "Sempre fui marqueteira!", sorri. Sangue de pai cantor e mãe cozinheira, enveredou

vinícolas começam a ser reconstruídas para trazer de volta o vinho branco da região. A Roots of Peace busca recursos financeiros e tecnológicos principalmente na iniciativa privada, com destaque para os vitivinicultores da Califórnia. Um dos entusiastas de primeira hora é Miljenko Mike Grgich. O imigrante croata fincou raízes na Califórnia nos anos 50, pouco depois de estudar viticultura em Zagreb e fugir do comunismo. No mês passado, recebeu na sua próspera vinícola, em Rutherford, o presidente da sua Croácia, Stjepan Mesic. Plantaram juntos uma videira para celebrar o sucesso do Mines into Vines no país. Grgich também faz vinhos na sua terra natal e faz questão de treinar os jovens vinicultores.


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LAZER - 5

LEITURA

TELEVISÃO

As artes de FHC

Dança, mães e o prêmio da música Regina Ricca

Renato Pompeu

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m seu livro A Arte da Política – A História que Vivi (coordenação editorial do jornalista Ricardo Setti, lançado pela Civilização Brasileira), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dono de uma das vivências mais ricas entre os grandes brasileiros do século 20, pois tem sido grande como intelectual e grande como político – apesar das críticas que possa merecer nessas duas vertentes, não pratica apenas a arte da política. É fato que o livro é, fundamentalmente, um relato de seus oito anos de mandato, em que Cardoso, como bom político, procura apresentar, sob a luz mais favorável possível, os motivos de suas grandes decisões, que mudaram radicalmente a face do País, e, não tão profundamente, respostas a seus críticos, mas não aos mais ferozes. Mas, acima de tudo, o ex-presidente, a partir dessas decisões muitas vezes mais tomadas no dia-a-dia da política do que a partir de uma grande estratégia, pratica as artes das ciências humanas e da filosofia política. O grande livro sobre Cardoso, como governante e como político e inclusive como ser humano, terá, naturalmente, de ser escrito por terceiros; e talvez sejam necessários vários volumes. Mas, em seu próprio trabalho, o ex-presidente mostra sua grandeza como cientista social. Mal compreendido pelos que dizem que ele "esqueceu o que escreveu", ele foi talvez o primeiro observador, pelo menos entre os adversários do regime militar, a perceber que o chamado "capitalismo dependente e associado" brasileiro não significava necessariamente, estagnação econômica, de um lado, e autoritarismo político de outro. Todas as esquerdas e todos os setores progressistas da época defendiam a tese de que a dependência significava estagnação, contra toda a experiência vivida pelo "milagre econômico" do regime militar. Praticouse até o desatino de partir para a luta

armada quando a grande maioria da população estava satisfeita com a economia, a ponto de o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter lembrado que, como operário, "nunca ganhou tanto dinheiro" como durante o governo do presidente general Emílio Garrastazu Médici. Cardoso percebeu mais claramente essa situação do que todos os outros teóricos políticos contrários ao regime militar, que só julgavam o desenvolvimento econômico possível com o fim da "dependência". Também foi o primeiro a se dar conta de que o chamado "imperialismo" – o governo americano e as grandes empresas estrangeiras que atuam no País – não era forçosamente defensor de um regime autoritário no Brasil. Pelo contrário, percebeu que, com os arroubos estatizantes do governo do presidente general Ernesto Geisel e com a política de direitos humanos do presidente americano Jimmy Carter, necessária para desgastar a influência da União Soviética, haveria, no Brasil e em outros países, apoio internacional para o retorno à democracia. Igualmente, foi, entre os teóricos da oposição ao regime militar, o primeiro a perceber que a grande massa da população brasileira, embora galvanizada pela crise econômica que precipitou o fim daquele regi-

me, não era favorável ao socialismo ou ao comunismo. Na verdade, Cardoso se destaca até mesmo internacionalmente; se não é o maior teórico vivo das ciências sociais em todo o mundo, é, sem dúvida alguma, de todos os grandes intelectuais de todos os países, um dos mais apegados à fria realidade dos fatos, nunca permitindo que as extrapolações teóricas "superem" as constatações empíricas. Sua teoria não é um modo de "condenar" a realidade existente para "propor" uma realidade nova, mas uma maneira de observar efetivamente o real e de agir dentro do chamado "possível". Tanto que sua política econômica foi adotada pelo governo dos petistas que a ela se opuseram durante todo o mandato do ex-presidente. Uma das grandes preocupações de Cardoso é legitimar as suas ações por meio das constatações dos grandes teóricos sociais de todas as épocas e países. Do grego Aristóteles ao alemão Max Weber, passando pelo também alemão Karl Marx e pelo brasileiro Florestan Fernandes, e por nomes mais contemporâneos, como os do espanhol Manuel Castells, as citações e glosas do livro do ex-presidente demonstram o valor maior de seu livro: uma introdução de alto nível à filosofia política, mais do que uma justificação das insuficiências de seu governo. A coordenação editorial, em geral eficiente, deixou escapar estrangeirismos como "amplo senso" (no lugar de "sentido amplo") e "confrontação" (ao invés de "confronto"), além de erros de data, como 1954 para o relatório do líder soviético Nikita Khruchtchëv sobre os crimes de seu antecessor Iussuf Stalin, que na verdade é de 1956. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br).

ESTANTE

Líderes que marcaram a história mundial

Lançado pela Companhia das Letras e escrito pelo historiador B o r i s Fa u s to, é uma obra de síntese que contribui para a compreensão não só da trajetória do "pai dos pobres" como dos impasses da formação nacional. O livro faz parte da primeira leva da série Perfis Brasileiros. Getúlio Vargas - O poder e o sorriso Boris Fausto Coleção Perfis Brasileiros Editora Companhia das Letras 2006, 264 páginas, R$ 34,00

O escritor Evaldo Cabral de Mello é o maior conhecedor da breve experiência de colonização holandesa capitaneada por Maurício de Nassau no Brasil do século 17. A biografia é mais um dos volumes da série Perfis Brasileiros, que trazem sempre cronologia, indicações bibliográficas e caderno de fotos. Maurício de Nassau - Governador do Brasil Holandês Evaldo Cabral de Mello Coleção Perfis Brasileiros Editora Companhia das Letras 2006, 320 páginas, R$ 37,00

Roosevelt apresentado por FHC

O maior protagonista da Segunda Guerra Mundial relata nesse volume o período que antecedeu o conflito e os anos de provação em que liderou a resistência à tiraria nazista como primeiro ministro da Grã-Bretanha, entre 1940 e 1945. Um clássico da Coleção História Mundial. Winston S. Churchill - Memórias da Segunda Guerra Mundial - Vol. 2 Winston S. Churchill Editora Nova Fronteira 2006, 640 páginas, R$ 59,00

Temas controversos são explorados em quinze ensaios. É o primeiro estudo detalhado a partir da enorme quantidade de novos documentos que vieram a público com a abertura dos arquivos secretos, após o colapso da União Soviética. Oferece a mais informativa explanação sobre o mistério da morte de Stalin. Um Stalin desconhecido - Novas revelações dos arquivos soviéticos Zhores A. Medvedev e Roy A. Medvedev Editora Record 2006, 443 páginas, R$ 53,90

A biografia traça um retrato fiel do homem que ocupou por mais t e m p o a p r e s idência norteamericana e colocou o país na posição que até hoje ocupa: o centro do mundo. A biografia traz em sua apresentação um texto escrito por Fernando Henrique Cardoso. Roosevelt - Lord Roy Jenkins Roy Jenkins Apresentação de Fernando Henrique Cardoso Editora Nova Fronteira 2005, 206 páginas, R$ 35,00

O autor resgata a trajetória do marechal Henrique Loot desde a sua formação rígida nas Escolas Militares até sua atuação nos governos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheki e Jango. O registro mostra um dos mais esquecidos personagens da história brasileira do século 20. O soldado absoluto - Uma biografia do marechal Henrique Lott Wagner William Editora Record 2005, 570 páginas, R$ 60,90

A obra encerra a trilogia de Isaac Deutscher, import a n te b i ó g ra fo dos líderes revolucionários russos, sobre a vida e obra de Trotski a partir de 1921. Em O profeta banido é narrada a estranha e tocante história baseada na correspondência íntima entre Trotski e sua esposa e filhos. Trotski - O profeta banido Isaac Deutscher Editora Civilização Brasileira 2005, 644 páginas, R$ 65,90

A b i o g r a f i a r econstitui a vida do primeiro presidente brasileiro eleito democraticamente que terminou o seu mandato na história da República. Com depoimentos e fotografias, o livro traça o panorama político, social e cultural da época em que o Brasil era presidido por Juscelino. Juscelino Kubitscheki - O presidente bossa-nova Marleine Cohen Editora Globo 2005, 312 páginas, R$ 42,00 (RA)

Mães e filhas

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CONCERTO Astros e deuses numa grandiosa aventura sonora. Ouça Os Planetas.

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ustav Holst (1874-1934) dividiu com os compatriotas Elgar, Delius e Vaughan Williams a glória de reconduzir a música inglesa às salas de concerto, na segunda metade do século 19, antes dominado pela Áustria, Alemanha, França e Itália. Os quatro músicos se destacaram por saber trabalhar a orquestração com grande habilidade. Porém Holst (graduado no Royal College) ousou mais, experimentou timbres e harmonias originais. Foi assim que, misturando espírito religioso, paixão pelo ocultismo, atração pela astrologia e grande curiosidade pela mitologia, compôs Os Planetas, uma das obras mais populares de toda a história da música erudita ocidental. Nunca antes apresentada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), Os Planetas será ouvida nesta sexta (12) e sábado (13), sob a batuta do belga Ronald Zollman. É uma suíte orquestral em sete movimentos (cada um deles com o nome de um planeta) inspirados na astrologia e na mitologia grecoromana. Holst excluiu a Terra ("porque ela é alvo da influência de outros planetas", justificou), e Plutão, descoberto por Clyde William Tombaugh, em 1930, onze anos depois da estréia da peça de Holst (apresentada pela primeira vez em concerto da Royal Philharmonic Society, em Londres, no dia 27 de fevereiro de 1919). Curioso, supersticioso, místico, Holst interessava-se também por filosofia oriental e literatura sânscrita (que estudou para musicar textos religiosos hindus). E acabou sendo astrólogo amador, além de músico. É com esse espírito, de astrólogo

amador e apaixonado pelos deuses mitológicos e timbres, que Holst criou Os Planetas, obra longa, de cerca de 50 minutos, recheada de grandiosos efeitos orquestrais. (Essa partitura dorme e acorda na cabeceira dos trilhistas de cinema.) Movimentos - Marte - O Mensageiro da Guerra. É um allegro, denso, enfurecido, levado por formidável intensidade sonora. Marca o início da obra, para "estremecer" a platéia. Vênus - O Mensageiro da Paz. Diáfano adágio, refinado, permeado por meios tons, iniciado por um aveludado solo de trompa (de difícil execução). Mercúrio - O Mensageiro Alado. Um vivace saltitante, conduzido por todos os naipes de cordas (violinos, violas, celli e contrabaixos). Júpiter O Mensageiro da Alegria. Allegro giocoso, pleno de felicidade, dançante. Talvez o tema mais conhecido da peça. Saturno - O Mensageiro da Velhice. Mais um adágio, sereno, que Holst diz ser uma reflexão a respeito da fragilidade humana, da mortalidade. Urano - O Mágico. De volta o vivave, intenso apogeu instrumental, com destaque para sopros (madeiras, metais) e percussão. Netuno - O Místico. Um andante retrata a eternidade: um coro de anjos anuncia a paz. "É o alto astral que deve mover a todos nós, os mortais do planeta Terra", conclui Holst. (MMJ) Concerto: Igor Stravinsky - Fogos de Artifício; Alfredo Casella - Concerto para Violino em Lá Menor (solo de Emmanuele Baldini); Gustav Holst Os Planetas. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/n. Nesta sexta (12), 21h. Sábado (13), 16h30. Telefone: (11) 3337-5414. R$ 25 a R$ 79.

Holst, místico generoso. E visionário Gustav Holst (foto) estudou piano, composição e trombone. Como trombonista, tocou em orquestras até se dedicar à composição. Em seu repertório, 4 óperas, peças sacras, canções e Os Planetas. Em todas as obras, destaca-se seu amor à humanidade. Abaixo, duas belas gravações de Os Planetas. Com André Prévin e Zubin Mehta.

oldie Hawn X Kate Hudson. Debbie Reynolds X Carrie Fisher. No domingo (14), Dia das Mães, o canal A&E apresenta às 15h um programa que pode ser bem educativo para mães e filhas em geral. As quatro mulheres citadas acima são estrelas de Hollywood, têm dinheiro e poder, mas vivem os mesmos problemas de quaisquer mortais. No programa, Kate e Carrie falam da dificuldade que foi crescer ao lado de mães superstars, o quanto sofreram com a separação dos pais e como tudo isso foi ainda pior porque a vida pessoal delas sempre esteve exposta nos tablóides – que colocavam paparazzi no encalço delas até quando faziam um trivial passeio no parque. Rosana Arquette, Naomi Judd e Diane Ladd também dão sua contribuição nesse raio-X da intimidade de estrelas.

Balé

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s 23h, a TV Cultura e a TV Sesc estréiam uma série inédita de quatro documentários, o DoctvSP, uma co-produção das duas emissoras com a Secretaria de Estado da Cultura, com o apoio da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD). O filme de estréia, Renée Gumiel, A Vida na Pele, de Inês Bogéa e Sérgio Roizenblit, põe em foco a vida dessa bailarina e coreógrafa francesa e sua trajetória no Brasil. O filme fala da relação de Renée, hoje com 93 anos, com os movimentos de modernização da dança paulista nos anos 70 (Teatro Galpão, Ballet Stagium e o Balé da Cidade de São Paulo), aborda sua relação com o teatro, principalmente no Oficina de José Celso Martinez Corrêa, e volta no tempo para Renée relembrar de sua chegada ao Brasil, em 1957, quando encontrou muitas resistências para desenvolver seu trabalho inovador. Os documentários São Paulo de Uauá, Violência S. A. e O Papel Principal serão apresentados durante as próximas três semanas consecutivas, sempre no mesmo horário.

Na cidade-luz

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a terça (16), às 20h30, que tal viajar um pouco pela divina cidade de Paris? Na série Cidades, exibida pelo Eurochannel, o telespectador poderá percorrer alguns dos mais belos pontos turísticos e históricos da capital da França, como a igreja de Saint Chapelle, construída em 1248 e que ostenta os maiores vitrais do mundo (citados até em passagens da Bíblia), o Palácio da Justiça, cuja fachada exibe em grandes letras os ideais da Revolução Francesa: Egalité, Liberté et Fraternité (Igualdade, Liberdade e Fraternidade), a famosa Catedral de Notre-Dame, os museus d’Orsay, Pompidou, Louvre e o Nacional de Arte Moderna e os mais que turísticos Arco do Triunfo, Torre Eiffel e Praça da Bastilha. Para terminar, o programa leva o ‘viajante’ para um passeio às margens do romântico rio Sena.

Músicas premiadas

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ASTRONOMIA Holst gostava de astrologia. Mas revelou, diversas vezes, que gostaria de ter dedicado algum tempo a estudos "sérios" de astronomia, por ser esta uma ciência fascinante. E é mesmo, como mostra a revista Astronomy (a mais importante do mundo no gênero), agora editada no Brasil. Já está nas bancas.

quem gosta de música brasileira não deve perder ainda na terça (16), às 21h15, a cerimônia de entrega (ao vivo, do Teatro Municipal do Rio) do Prêmio Multishow, que chega a sua 13ª edição. Única premiação na qual quem vota é o público, a cerimônia será conduzida pela atriz Fernanda Torres e põe na corrida pelo prêmio os grupos Los Hermanos e Capital Inicial, os campeões em indicações, com cinco quesitos cada. O Los Hermanos disputa melhor grupo, melhor instrumentista (Rodrigo Amarante), melhor CD (4), melhor show e melhor música (O Vento). Já o Capital Inicial concorre em melhor grupo, instrumentista (Yes Passarelli), DVD (Capital Inicial Aborto Elétrico), show e cantor (Dinho Ouro Preto). Ana Carolina & Seu Jorge também estão bem cotados. Disputam o prêmio de melhor DVD (Ana Carolina & Seu Jorge), melhor CD (Ana Carolina & Seu Jorge), melhor música (É Isso Aí – The Blower´s Daugther / Damien Rice) e individualmente ainda concorrem à melhor cantora e cantor, respectivamente. Os mineiros do Jota Quest estão no páreo como melhor grupo, instrumentista (Marco Túlio), show e música (O Sol).


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Ambiente Tr â n s i t o Administração Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

A legislação existente era federal ou estadual. Agora teremos penas municipais. Gilson Barreto, vereador

PIRATARIA TAMBÉM SERÁ PUNIDA POR LEI MUNICIPAL

Sebastião Moreira/AE

CÂMARA APROVA LEI CONTRA COMÉRCIO ILEGAL Ivan Ventura

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s vereadores da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram em segunda e definitiva votação o projeto de lei do vereador Gilson Barreto (PSDB), que dispõe sobre a cassação do auto de licença de funcionamento de lojistas e do Termo de Permissão de Uso (TPU) de ambulantes que venderem produtos irregulares (falsificados, contrabandeados, pirateados ou produtos de furto). A proposta vai agora à apreciação do prefeito Gilberto Kassab. Caso a proposta seja sancionada pelo Executivo, valerá a pena conferir se os 600 fiscais municipais, que são encarregados de zelar pelo cumprimento de todas as leis e posturas da cidade, serão capazes de executar mais essa tarefa. De acordo com a propositura, serão cassadas a licença de funcionamento do estabelecimento ou a permissão de uso do ambulante que comercializar, adquirir, estocar ou expuser produtos de qualquer natureza que sejam falsificados, pirateados, contrabandeados, ou fruto de atividade delituosa. Ainda segundo o texto do PL, o comerciante ou ambulante que tiver cassada a licença de funcionamento ou a permissão de uso, não poderá obter nova licença (ou nova permissão de uso) para o mesmo ramo de atividade, pelo prazo de 10 anos. A penalidade alcança todos os sócios do comércio flagrado pela irregularidade. O vereador Gilson Barreto acredita que a nova lei deverá diminuir a incidência de delitos como a venda de CDs piratas, produtos eletrônicos, além de brinquedos de origem e qualidade duvidosos. "Antes a Prefeitura não tinha uma lei que punia as pessoas que comercializam esses produtos. A legislação existente era apenas federal ou estadual. Agora teremos penas municipais".

Barreto disse que o lojista que for flagrado escondendo produto ilegal também poderá punido. "Há pessoas que estocam esses produtos em lojas. Um esconderijo. Essas pessoas também deverão ser penalizadas pela nova legislação por essa conivência". Representes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Bom Retiro são favoráveis ao projeto. Eles acreditam que a nova lei deverá valorizar o bom comerciante. "Apoiamos a decisão dos vereadores do município. Afinal, alguns ambulantes comercializam brinquedos que não possuem selo do Inmetro e perfumes que podem causar alergias. Isso acaba gerando um dano irreparável ao verdadeiro produtor da marca", contou o executivo da CDL, Aris Adalberto de Souza, para quem a nova lei defenderá os interesses dos ambulantes legais do município. "Alguns deles conseguiram o TPU a duras penas e queremos acreditar que não irão comercializar esses produtos". Indagado sobre o baixo número de fiscais do município, Souza foi enfático em afirmar que o contingente é insuficiente para a maior cidade da América Latina. "Tivemos reuniões com a Subprefeitura da Sé e levantamos a questão da falta de fiscais. Por exemplo, não conheço o quadro de fiscais na região de São Mateus, que tem um comércio interessante", contou Souza. O dirigente da CDL destacou ainda a importância da nova lei nas blitze da forçatarefa, promovidas pela Polícia Militar, Civil e Federal, Guardas Civis Metropolitana e fiscais da Prefeitura, além de agentes da Receita Federal. "Lógico que a lei deverá auxiliar na força-tarefa. Com o envolvimento de todos esses órgãos, quem for flagrado cometendo essas atividades delituosas deverá sofrer, no momento da apreensão dos produtos, as penalidades nas esferas estadual, federal e, agora, municipal".

Agente da GCM empunha arma durante conflito com ambulantes na rua Sete de Abril, na área central da cidade. Duas pessoas ficaram feridas.

DOIS FERIDOS EM CHOQUE DA GCM COM AMBULANTES Ação da Guarda Civil Metropolitana chegou a irritar pedestres. Agente afirma que não houve abuso. Maria Eugênia/AE

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relógio marcava 16h30. Como sempre, as ruas do Centro de São Paulo estavam movimentadas: o comércio funcionando, p e d e s t re s c o m s a c o l a s d e compras, pessoas saindo do trabalho, camelôs vendendo produtos pirateados e fiscais da Prefeitura circulando. Até aí, nada de anormal. Dez minutos depois, o cenário era outro: um guardacivil metropolitano sangrando no rosto, dois ambulantes e um pedestre detidos, a população revoltada, pedras e caixas voando, gás pimenta sendo espirrado, armas em punho e um clima de guerra em plena rua Sete de Abril. Segundo pedestres, ambulantes e os próprios guardascivis, uma apreensão de CDs e DVDs piratas foi o estopim da confusão. O tumulto, que durou 20 minutos, começou quando o GCM Edgar Bergamino abordou um vendedor ambulante que vendia CDs e DVDs piratas. Depois de apreender as mercadorias, o GCM espirrou gás pimenta nos olhos do camelô, o que desencadeou uma briga. O ambulante revidou. Houve troca de socos e os dois saíram feridos. Nesse momento, outros

Guarda-civil sangra depois de ter sido atingido em choque com vendedores ambulantes do Centro

GCMs correram para ajudar o colega. O ambulante foi atirado contra a parede de um edifício e agredido por mais de cinco guardas. A reação da população foi imediata. Os gritos de indignação ecoaram pela rua Sete de Abril: "Ele só está trabalhando!", "Vai prender ladrão na rua! e "O GCM tá despreparado". A confusão se espalhou pela rua e outros guar-

das utilizaram gás pimenta contra os pedestres, mesmo contra aqueles que nada tinham a ver com a confusão. Os dois feridos foram encaminhados à Santa Casa, mas o estrago já estava feito. Guardas de um lado, população e ambulantes de outro. Houve muita provocação, demonstrações de desrespeito e força exagerada. Mais três pessoas foram detidas na confusão.

Os GCMs pediram reforço e logo a Sete de Abril estava tomada pelos guardas. Eram cerca de 50 homens. Muitos portavam escudos, cassetetes e até armas de fogo. A reportagem ouviu um inspetor da GCM pedindo, por meio de um radiocomunicador, para que os guardas se dispersassem. Ele próprio admitia que a situação já estav a c o n t ro l a d a e q u e t o d o aquele aparato só servia para irritar a população. Na opinião do inspetor da Guarda Civil (que não quis se identificar) a ação dos agentes naquela situação foi correta e defensiva. "Não houve nenhum tipo de abuso", afirmou ele. Quando os guardas deixaram a rua Sete de Abril, os vendedores ambulantes, pedestres e comerciantes continuaram indignados. "Sou um artista. Vendo minha arte. Vem um GCM aqui e diz que meu trabalho é uma porcaria. Com que autoridade ele diz isso?", reclamou Sandoval Santos, que vende pintura em azulejo na rua. "Eu sei que os ‘piratas’ estão errados. Mas a mercadoria já estava apreendida quando a pancadaria começou", completou Madalena Fernandes, 64 anos, desempregada. (AE)


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6 -.LAZER

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TEATRO Otelo da Mangueira é uma grande homenagem à verde-e-rosa

Shakespeare em ritmo de samba Sérgio Roveri Chico Lima/Divulgação

Musical inspirado em clássico de Shakespeare mostra forma contemporânea de visitar um clássico

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versão de Shakespeare: Otelo é um general mouro que serve na cidade de Veneza, no século 16. Militar corajoso e condecorado, conquistou o coração da jovem Desdêmona, filha de um rico senador italiano. Vítima de uma rede de intrigas promovida por Iago, soldado que ele se recusou a promover, Otelo mata Desdêmona, por acreditar que ela o traía com Cássio, um subalterno seu. A versão de Gustavo Gasparani, ator e passista da Mangueira há 17 anos: Otelo é o presidente da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, nos anos 40. Sambista justo e respeitado na comunidade, conquistou o coração da porta-bandeira Lucíola. Vítima de uma rede de intrigas promovida por Dirceu, compositor da escola que teve um de seus sambas rejeitado, Otelo mata Desdêmona, por acreditar que ela o traía com Candinho, jovem compositor da verde-e-rosa. Otelo da Mangueira, musical inspirado no clássico de Shakespeare, estréia hoje no teatro do Sesc Anchieta, para provar que a humanidade continua refém do ciúme, da vingança e da inveja – mesmo que agora a tragédia

se dê no ritmo de samba e as cuícas ocupem a lugar das velhas espadas. "A poesia de Shakespeare e a da Mangueira são populares e, por isso mesmo, universais", diz Gasparani. "A idéia foi justamente colocar os compositores e poetas mangueirenses lado a lado com o dramaturgo inglês. Escolhi Otelo por se tratar de uma história de amor, inveja, poder e traição. Temas que foram sempre presentes na poesia da Mangueira". Além de assinar o texto, Gasparani foi o responsável pela trilha sonora de Otelo da Mangueira, na qual despontam 17 sambas, entre eles os consagrados As Rosas não Falam, de Cartola, Alvorada, parceria de Cartola e Carlos Cachaça, e Luz Negra, de Nelson Cavaquinho. "São todas composições da metade do século passado, quando o samba foi promovido à categoria de ritmo nacional, com um impulso do presidente Vargas". A canção que fecha o espetáculo, quando a tragédia já se consumou, é Primeira Estação do Samba, que Gasparani compôs em 1994, ano em que a escola fez feio no carnaval do Rio. "Além da péssima classificação nos desfiles, ocorreu

uma chacina na quarta-feira de cinzas. Primeira Estação do Samba nasceu, assim, como uma canção muito triste", diz o autor. Otelo da Mangueira é, nas palavras do autor, uma grande homenagem à verde-e-rosa. Nascido em uma família de Ipanema, indiferente ao samba, Gasparani passou dois meses lendo e ouvindo tudo que se referia à Mangueira antes de escrever o texto. Ou melhor, antes de gravá-lo, já que ditava todos os diálogos diante de um gravador e só passava para o papel quando o resultado soava agradável. "Eu não acredito que este musical possa suavizar a tragédia de Shakespeare. Chico Buarque e Paulo Pontes escreveram Gota d’Água em 1975, baseado no mito de Medéia, e a peça ainda hoje é exemplar. Otelo da Mangueira é apenas uma forma contemporânea de visitar um clássico".

Rita Alves

Otelo da Mangueira, estréia nesta sexta no Teatro Sesc Anchieta, Rua Doutor Vila Nova, 245, tel.: (11) 3234-3000. Sexta e sábado às 21h, domingo às 19h. Ingressos a R$ 20.

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Miguel Paiva e Zé Rodrix: vida decadente de classe média inspira dupla a criar espetáculo

TIPO CLASSE MÉDIA Paula Kossatz

Anjo da Noite, de Marcello Grassman, Maracangalha, de Speto e A Vizinha do Lado, de Mario Cravo Jr. Obras inspiradas em canções de Dorival Caymmi expostas no Museu Afro Brasil

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cartunista Miguel Paiva e o compositor e autor de jingles Zé Rodrix uniram forças para criar Lavanderia Brasil, peça que retrata a decadência da classe média brasileira. Um casal, Cláudio e Janete, vive às turras porque, durante anos, ele se

mostrou incapaz de tirar proveito de todas as falcatruas que surgiram em seu caminho. Estréia hoje no Teatro Procópio Ferreira, Rua Augusta, 2823, tel.: (11) 3083-4475. Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos de R$ 30 a R$ 40.

Fotos: Divulgação

nterpretar visualmente obras do mestre baiano Dorival Caymmi. Essa foi a proposta feita a designers gráficos, fotógrafos, ilustradores, escultores, artistas plásticos, cenógrafos e carnavalescos. O resultado pode ser visto na exposição A imagem do som de Dorival Caymmi aberta esta semana no Museu Afro Brasil. Entre as criações estão pinturas, desenhos, fotografias e instalações. Além de apreciar as obras, o público encontra ao lado delas a letra da música e um headfone para escutar a trilha sonora inspiradora. Segundo Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro Brasil, são composições que tocam profundamente a alma brasileira. No elenco estão nomes como Arnaldo Antunes, Gringo Cardia, Maria Bonomi, Ziraldo e muitos outros. Em sua sexta edição, a mostra faz parte do projeto criado e curado pelo designer gráfico Felipe Taborda que a cada evento seleciona 80 artistas para homenagear os principais compositores da música brasileira. Para as criações visuais Taborda sempre seleciona artistas contemporâneos com atuação evidente. "Ao longo das edições, pretendo ter um catálogo representativo", afirma o curador. Museu Afro Brasil, Parque Ibirapuera. Tel: (11) 5579-0593. De terça a domingo, das 10h às 18h. Ingresso: grátis. Até 06 de agosto.


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Brasil Bolívia

Não vamos retaliar um país que é infinitamente mais pobre que o Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva

Os contratos com a Petrobras são ilegais e inconstitucionais. Evo Morales

Carlos Hugo Vaca/REUTERS

ficar frente-a-frente em encontro em Viena. A posição A crise na América do Sul, que começou no dia 1º de de "liderança" do presidente brasileiro, no entanto, maio com o decreto boliviano de nacionalização do não convence mais ninguém. A ameaça do setor de petróleo e gás do país, atingiu seu ápice populismo do venezuelano Hugo Chávez e sua ontem, com declarações duras do presidente Evo influência na região, de acordo com importantes Morales contra a Petrobras. A estatal brasileira foi acusada de sonegar impostos e fazer contrabando. Lula reagiu publicações internacionais, criou uma situação humilhante para o Brasil. Enquanto isso, a Petrobras tenta fazer valer o que de forma indireta: pediu ao ministro Celso Amorim que está em contrato e nas negociações que andavam até ontem. divulgasse sua "indignação". Mas hoje, ele e Morales podem

MORALES ATACA PETROBRAS E TIRA O BRASIL DA LISTA DE 'PAÍSES AMIGOS' Ricardo Stuckert

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ez dias depois de ter deflagrado uma crise na América do Sul, ao nacionalizar o petróleo e o gás bolivianos e mandar o exército ocupar as empresas estrangeiras que atuam no setor em seu país, o presidente Evo Morales mostrou que não está preocupado com a diplomacia e em manter boas relações com a Petrobras ou o país vizinho. Ele acusou diretamente a estatal brasileira de sonegar impostos, praticar contrabando e sinalizou que La Paz não pagará indenização à companhia, responsável por investimentos de US$ 1,5 bilhão no setor de gás boliviano. Em entrevista em Viena, onde estará até amanhã ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 4ª Cimeira União Européia-América Latina, Morales excluiu deliberadamente o Brasil e a Espanha de sua lista de países que ofereceram "apoio incondicional" à Bolívia, e levantou a suspeita de que uma tentativa de fazer contato com Lula, antes do anúncio do decreto que nacionalizou o gás, no dia 1º de maio, foi "bloqueada" por assessores do Planalto. "Os contratos são ilegais e inconstitucionais. Se você quer saber da Petrobras, posso dizer como ela operava ilegalmente, sem respeitar as normas bolivianas", afirmou Morales, irritado com uma pergunta sobre a decisão unilateral de La Paz de quebrar o contrato de compra e venda de gás entre Brasil e Bolívia, de 1993. "Há muitas denúncias de empresas petroleiras que não pagam impostos, que são contrabandistas. De que segurança jurídica essas empresas e seus países podem falar?", declarou, referindo-se à Petrobras e às demais multinacionais que atuam em seu país no setor de gás e petróleo. Curto e grosso – As declarações surpreenderam pela ausência de cuidado diplomático e por surgirem no momento em que estão em andamento negociações entre os dois países em La Paz, sobre o reajuste de preços do gás exportado ao Brasil e o destino da Petrobras na Bolívia. Morales, entretanto, falou claramente e não se intimidou nem mesmo pela repercussão que sua decisão de nacionalizar o gás e o petróleo causará na própria Cimeira e nos encontros de hoje em Viena. O presidente boliviano argumentou que os contratos firmados entre seu país e companhias estrangeiras – como o da

Petrobras – são "inconstitucionais", porque não passaram pela aprovação do Congresso boliviano, e que os termos do acordo haviam sido negociados "secretamente". Segundo ele, o fato de essas empresas terem atuado "ilegalmente" em seu país anula seus direitos de reclamar segurança jurídica. Tais companhias, insistiu ele, "desprezam a Bolívia e a traíram". O presidente boliviano ainda jogou uma pá de cal no pleito de indenização da Petrobras. Garantiu que os investidores têm o direito de "recuperar seus investimentos e a ter lucros", mas acrescentou que não podem "exercer o direito de propriedade". "Eles executaram seus investimentos e terão seus lucros. Não há porque falar em indenização. Se estivéssemos expropriando sua tecnologia, teríamos que indenizar. Mas não é o caso." Expulsão – Aparentemente, Morales fez questão de diferenciar a situação da Petrobras e de companhias "convidadas" a se retirar da Bolívia, como a siderúrgica brasileira EBX e da condição dos brasileiros que cultivam soja no país (que respondem por 60% das exportações bolivianas do produto). "Eles respeitam a lei. Tenho muita amizade com os 'sojeiros' brasileiros." Ele, porém, indicou que interesses brasileiros podem ser afetados pelo projeto de reforma agrária e pela aplicação de regras constitucionais, como as atividades que estiverem na faixa de fronteira e os que não tiverem licenças ambientais exigidas. "Se a Bolívia era, antes, uma terra de ninguém, agora é dos bolivianos, especialmente dos povos indígenas." (Agências)

"Procurei Lula por todos os lados"

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presidente da Bolívia, Evo Morales, se defendeu da crítica de não ter avisado antecipadamente o governo brasileiro de sua decisão. "Não tenho por que perguntar, consultar ou informar sobre políticas que o país tenha de adotar soberanamente", disse, irritado. "Dias antes do anúncio da nacionalização, procurei o companheiro Lula por todos os lados. Creio que seus assessores o bloquearam (de um contato). Quando anunciei, imediatamente me convocaram para falar com ele." Morales, entretanto, também deixou claro que delimitou o grupo de "países amigos" da Bolívia e que, dessa lista, nem o Brasil nem a Espanha tomam parte. (Agências)

Lula chega para encontro entre América Latina e Europa em Viena, já informado sobre declarações do colega boliviano

Lula em Viena: "estarrecimento" Caso Lula e Morales não conversem hoje, governo brasileiro vai pedir explicações formais à Bolívia

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A história da crise 1º de maio

ABI

O presidente Evo Morales assina "decreto supremo" nacionalizando os hidrocarbonetos na Bolívia e ordena ao exército que ocupe refinaria da Petrobras.

Alan Marques/Folha Imagem

rês horas e meia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter desembarcado em Viena, o governo brasileiro reagiu com "indignação" às afirmações do presidente boliviano, Evo Morales, dadas quase nove horas antes, em entrevista coletiva. As duras declarações de Morales contra o Brasil e a Petrobras "chocaram" o presidente Lula e seus principais auxiliares, que ficaram "estarrecidos" com o fato de o vizinho "ter passado em muito o tom considerado razoável". Lula foi informado dos ataques de Morales ainda durante o vôo para a Áustria. Logo que chegou ao hotel, em Viena, o presidente ouviu, ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, toda a entrevista do colega boliviano. Escalado por Lula para dar a resposta oficial do governo brasileiro à diatribe de Morales, Amorim "lamentou profundamente" e "estranhou" as afirmações do boliviano. "Há um contraste entre o que se acorda entre os dois países e as declarações públicas", disse o ministro. "E para nós têm de valer o que está escrito." Explicações – Amorim disse

O ministro Celso Amorim: "para nós, vale o que está escrito"

que Lula e Morales poderão conversar sobre o assunto hoje, em Viena. Mas anunciou que, se isso não ocorrer, o Brasil vai formalmente pedir explicações ao governo da Bolívia. "Precisamos saber em que terreno estamos pisando", afirmou o ministro, que se disse perplexo e irritado. Ele admitiu que poderá ir a La Paz para tratar da questão. "Nós temos de esclarecer isto. Para nós, deve valer o que está escrito entre os presidentes e os ministros. Se não for assim, nós teremos

de reexaminar toda a situação e todo o relacionamento." Celso Amorim chegou a ser irônico quando os jornalistas insistiram em saber a que ele atribuía a atitude de Morales. "Não estou no exercício da interpretação psicológica", disse. Deixou claro também que as afirmações do presidente boliviano contrastavam com o que foi acertado na reunião de Puerto Iguazú, na semana passada, entre Lula, Morales e os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezue-

la, Hugo Chávez, e também nas negociações iniciadas em La Paz na última quarta-feira. Referindo-se à Petrobras, Amorim observou que ela "é o orgulho do País" e disse que "o governo brasileiro não deixará de defender os interesses brasileiros legítimos". E, em seguida, comparou: "a Petrobras será defendida como se fosse a seleção brasileira". Negociações – Já o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, classificou as afirmações de Morales como contraditórias com o resultado positivo da discussão entre ele, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andres Soliz Rada, e os presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado, haviam tido no dia anterior. Por seu lado, a Petrobras respondeu, em nota oficial, as acusações. No texto, duro, a empresa manifesta repúdio e indignação com as acusações de que estaria operando na ilegalidade. A empresa informou ainda que, na reunião de quarta com os bolivianos, ficou acertado que haverá compensações por possíveis perdas da estatal com a nacionalização dos ativos na Bolívia. (Agências)

Antonio Scorza/AFP

2 de maio

4 de maio

8 de maio

11 de maio

O presidente Lula reconhece oficialmente a soberania da Bolívia e o direito de nacionalização de suas riquezas, controlando os setores de petróleo e gás natural no país, mas diz que negociará para preservar os interesses da Petrobras.

Os presidentes da Argentina, Brasil, Bolívia e Venezuela se reúnem em Puerto Iguazú para discutir a questão energética.

O governo boliviano nomeia novos diretores para a Petrobras no país. Surgem rumores de nacionalização de terras.

Presidente boliviano endurece o discurso, dizendo que Petrobras tem operações ilegais na Bolívia.


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Nacional Finanças Crise do gás Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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também o fato de o governo Lula ter se mantido em silêncio em relação à conduta de Chávez, que não tem respeitado contratos, nem normas democráticas. "O projeto do senhor Chávez é muito diferente daquele do Brasil. Ele não quer nada com países que tenham acordos comerciais com os Estados Unidos", diz a reportagem. Segundo o texto, o Brasil falhou ao articular uma alternativa clara ao "chavismo". "Não faz muito tempo, os líderes brasileiros tinham uma visão de integração regional baseada na defesa da democracia, respeito aos tratados e em integrar o Mercosul ao mundo por meio de um pacto de livre comércio com a União Européia. Não é difícil concluir que essa visão está sendo sacrificada em nome de um impulso pueril de seguir aqueles que vendem a retórica populista do antiimperialismo. Por causa disso, os brasileiros podem ter que pagar um preço em breve", prevê a reportagem. Petrobras – O Clarín t a mbém deu destaque à crise instalada na América Latina por

conta da decisão da Bolívia de nacionalizar suas reservas de gás e petróleo. Em entrevista concedida ao periódico argentino, o ministro de Planejamento da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou que "a empresa que tem tido uma reação mais dura ao governo boliviano é a Petrobras, pois é a que obtém lucros mais importantes em nosso país". Por telefone, Villegas falou que o decreto de nacionalização "não é revisável". Segundo ele, o decreto "será aplicado nas condições estabelecidas pelo governo da Bolívia" e que a "Petrobras tem que aceitar as nomeações para a diretoria da empresa". Indagado sobre as nomeações de militares para as diretorias das empresas, Villegas disse que o governo tem tomado critérios para uma seleção cuidadosa de pessoas que reúnam experiência em hidrocarbonetos. Segundo ele, o governo também tem contratado advogados que, "se não têm grande conhecimento neste campo em particular, têm um vasto conhecimento jurídico". (Agências) The Economist usa humor para mostrar crescimento do poder do venezuelano Hugo Chávez na região, enquanto Lula teria se transformado em "irrelevante espectador em seu próprio quintal"

Pressão sobre Peru e Colômbia

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Bolívia aliou-se à Venezuela nas pressões para que a Colômbia e o Peru desistam de implementar acordos de livre comércio com os Estados Unidos. Embora não tenha indicado que vá seguir os passos de Caracas, e abandonar a Comunidade Andina de Nações (CAN) como represália, o presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que está tentando demover os dois vizinhos a prosseguir com tais acordos. Em sua opinião, os acertos com Washington levariam a região à "defesa da economia neoliberal e dos interesses de multinacionais". "Os acordos de livre comércio estão destroçando a CAN", declarou em uma acusação in-

direta de interferência dos Estados Unidos no bloco andino. "O princípio básico da CAN era fortalecer as economias nacionais e o comércio entre os países andinos. Quando um país negocia um acordo com os EUA, abandona esses princípios básicos", completou. Morales informou que pediu o recuo a Lima e Bogotá, mas que também enviou uma carta à Venezuela na qual tentou convencer seu aliado, o presidente Hugo Chávez, a não retirar seu país do bloco. Dissabor – A saída da Venezuela e a posição dúbia do governo Morales já provocou pelo menos um dissabor para a CAN. A União Européia previa anunciar ontem o início das

"Lula confiou demais na capacidade de sedução"

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om a experiência de uma vida dedicada à diplomacia, o embaixador Marcos Azambuja não acredita que haja uma "conspiração" de esquerda em curso nas relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, com os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia. Ao contrário, na opinião de Azambuja, Lula cometeu o erro de confiar demais na sua capacidade "de seduzir infinitamente". E que o resultado foi um grande revés na busca para assumir a liderança latinoamericana, ou mesmo sulamericana, avaliou durante reunião do Conselho de Câma-

Querem que o Lula mande tanques para a Bolívia, mas ele não vai ceder à pressão. Hugo Chávez

LULA TERÁ DE REAFIRMAR LIDERANÇA

IMPRENSA INTERNACIONAL FALA EM "BRASILZINHO" presidente da Venezuela, Hugo Chávez, humilhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo matéria publicada ontem na revista inglesa The Economist. A publicação afirma que o presidente brasileiro foi transformado por Chávez em um "irrelevante espectador em seu próprio quintal", ao se referir ao episódio de nacionalização do gás e petróleo bolivianos. A polêmica nacionalização foi decretada no dia 1º deste mês pelo presidente boliviano, Evo Morales, que, segundo a revista, "foi aconselhado e aparentemente inspirado por Chávez". A reportagem afirma que a resposta de Lula à decisão do presidente boliviano foi insignificante. "Para os críticos do governo Lula, a submissão do Brasil desmascarou a confusão no coração de sua política externa", diz o texto. Embora reconheça que existe algum partidarismo nas críticas ao presidente, por se tratar de ano eleitoral, a matéria afirma que há nelas algum fundamento. O texto destaca que, como L u l a p r o v a v e l- Reprodução mente irá se candidatar à reeleição, parte dessas críticas são apenas manifestação da oposição, e cita como exemplo a busca do Brasil por maiores ligações com países africanos, do Oriente Médio e da Ásia, "com resultados escassos". A matéria critica

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ras Internacionais de Comércio (CCIC), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Sobre a ocupação militar da Petrobras na Bolívia e em relação aos fatos que se seguiram, enfatizou: "Foi uma semana de maior aprendizado da sua vida. Hoje ele (Lula) sabe que aquilo não é o ABC paulista. Se deu conta de que sua liderança está sob risco de desmoralização". Para Azambuja, Lula viu que não estava negociando com parceiros que têm exatamente os mesmos interesses. Contudo, o embaixador aposta na diplomacia como fonte para solucionar conflitos. "O Lula percebeu que perdeu um round, mas não creio

negociações de um acordo de livre comércio com o bloco andino, nos moldes do que discute com o Mercosul. A declaração final da 4ª Cimeira União Européia-América Latina, entretanto, mencionará apenas o início da negociação dos europeus com o bloco dos países da América Central. Em entrevista à imprensa, a comissária de Relações Exteriores da União Européia, Benita Ferrero-Waldner, afirmou que espera uma posição em comum da CAN para que as negociações possam começar. Caso contrário, Bruxelas estaria disposta a discutir o livre comércio individualmente, apenas com os países andinos interessados no acordo. (AE)

Herwig Prammer/Reuters

Presidente da Bolívia, Evo Morales, posa ao lado do colega austríaco, Heinz Fischer, no encontro de Viena

Oligarquias forçam Lula a endurecer discurso, diz Chávez O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou ontem que "a oligarquia brasileira está submetendo a pressões selvagens" seu colega Luiz Inácio Lula da Silva para que responda com dureza à nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia e entre em conflito com o governo venezuelano. "Isso não ocorrerá", disse Chávez. "Alguns querem que Lula mande uma divisão de tanques para a Bolívia. Mas, em vez disso, Lula me disse, por telefone: 'Chávez, me pressionam para que seja duro com a Bolívia, mas não vou fazê-lo, porque é um país pobre e isso não me sai da alma'". Chávez, que se reuniu com o papa Bento XVI e em seguida viajou para Viena, na Áustria, negou qualquer influência sobre a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar os hidrocarbonetos, embora admita tê-la apoiado. "Essa é uma idéia nascida do império (os Estados Unidos) e foi comprada pela oligarquia brasileira, que conspira e quer me fazer brigar com Lula." Sobre as declarações do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, segundo as quais Lula teria demonstrado

Alberto Pizzoli/AFP

Chávez presenteia o papa Bento XVI com imagem de Simon Bolívar

desconforto com a sua interferência na Bolívia, Chávez considerou que são fruto da "pressão da oligarquia interna". "Eles andam incomodados, querem que eu e Lula briguemos, mas vão ficar de cabelo em pé, porque eu e Lula somos irmãos", ressaltou Chávez. Segundo o presidente venezuelano, o documento de Puerto Iguazú (Argentina), onde se realizou, em 4 de maio, a reunião dos presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, da Bolívia, da Venezuela e do Brasil, demonstra o sentimento e a vontade política dos presidentes. Ele lembrou dos projetos de cooperação existentes

entre a Petrobras e a estatal venezuelana de petróleo a PDVSA e sublinhou que as duas empresas se completam. Papa — No Vaticano, o papa Bento XVI entregou carta a Chávez em que pede respeito à liberdade da Igreja Católica na nomeação dos bispos. Pediu também que o ensino da religião não seja abolido nas escolas, como quer o projeto de reforma da educação. Na tradicional troca de presentes, Chávez deu ao Papa um quadro com a imagem de Simon Bolívar e o testamento do herói da Venezuela, que termina com a afirmação "Sou um católico e fiel cristão". (Agências)

Paulo Pampolin/Hype

Azambuja: ressentimento do passado não podem servir de inspiração.

que queira perder a guerra". De qualquer modo, os estragos estão aí: desconfiança entre parceiros e retrocesso no pro-

cesso de criação de um bloco capaz de se integrar, ainda que tardiamente, na globalização. A z a m b u j a l e mbrou que as diferenças, não percebidas por Lula, com seus dois parceiros, Chávez e Morales, são de origem. "Lula vem de uma tradição democrática, sindical, negociadora, já Hugo Chávez de

uma tradição messiânica e militarista". Para o embaixador, esse populismo evoca bandeiras passadas para impedir os avanços do presente. "O ressentimento do passado não pode ser a nossa inspiração", disse. A maior preocupação do embaixador é que esse nacionalismo-populista, "com sua agenda requentada do velho", retorne à América do Sul, depois de 20 anos de democracia. "Essa receita do bolo, só deu bolo". Embora apresente bandeiras aparentemente justas para a população boliviana, Azambuja alerta: "O jogo para a platéia não traz soluções". Por isso, o embaixador propôs "baixar a retórica e partir para o pragmatismo da negociação", mas não evitou criticas à Bolívia por usar a força –

tomando a sede da Petrobras – para depois propor a negociação. "Imagine se tomássemos uma fábrica da Bunge (Argentina) aqui no Brasil, para depois propormos negociar a revisão de preços", ironizou Azambuja, que também alertou que o Brasil vai negociar, mas não vai se submeter a nada nem se intimidar. O coordenador da CICC, Hélio Nicoletti, disse que a longa negociação de acordos comerciais entre Brasil e Bolívia não pode ser ignorada. Agora, a forma como Morales conduziu a nacionalização, segundo Nicoletti, é um péssimo exemplo e vai dificultar a injeção de novos investimentos na Bolívia. Para ele, a negociação continua sendo a solução mais rápida para a atual crise. Sergio Leopoldo Rodrigues


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

8 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

DESINTEGRAÇÃO E DIGRESSÃO

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foi botando ferrugem no pensamento, na academia, na imprensa, nos jornais. A imprensa brasileira parece Saturno devorando os próprios filhos, em quadro célebre de Goya. Com reportagens, ela dá fatos à luz; com análises, ela os engole. Isso prova que não nos faltam nem lambanças nem patrões dispostos a transformá-las em notícias. Falta-nos, mesmo, é inteligência, capacidade analítica, para entender o que vemos. Como costumava dizer Ângela Maria, a cantora, resta-me agradecer “a este imenso público que me apóia”. A gente se vê por aí. Serei aquele do chapéu, da cicatriz que provoca alguma introspecção. Serei aquele que voltou. Não estou mais sábio; não recebi mensagem; nada me foi soprado das alturas. Ou, por outra, foi, sim: a fé é nua. TRECHOS DO ARTIGO DE REINALDO AZEVEDO NO SITE DA REVISTA PRIMEIRA LEITURA WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

A imprensa parece Saturno, devorando os fatos

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

EMPREGO E SEGURANÇA

Lula dominado. O Brasil dominado PAULO SAAB

O Adriano Machado/AE

O PT é esse miasma que faz com que a mentira não se distinga da verdade e que torna o verdadeiro uma das várias formas do falso. a andar apressada e desordenadamente? Sabem quando os encontros alegres se quedam tristes, sem assunto, repetitivos? E não que faltem indignações e alegrias comuns ao grupo, mas é que elas já não bastam, e a gente já não sabe o que bastaria? Repare, leitor, que torno tudo muito pessoal, subjetivo. Fui até ali e voltei e, talvez por isso, tenha de reaprender a compartilhar imagens, sensações, percepções. Num esforço final — já estou bem cansado —, esclareço: o PT é esse miasma que toma conta dos dias, que faz com que a mentira não se distinga da verdade ou, pior de tudo, que torna o verdadeiro apenas uma das várias formas do falso. Para Silvio Pereira, tanto faz dizer num dia “Lula sabia” e a versão oposta no dia seguinte: “Lula não sabia de nada”. Há até a possibilidade de que, de certo modo, ele próprio acredite que as duas

JOÃO DE SCANTIMBURGO

ocorrências podem ser reais, sem que uma anule a outra. Uma parte do jornalismo ainda lhe faz o favor de dizer que sempre foi assim. Nesta quarta, voltei aos jornais. Clóvis Rossi escreve na Folha, repetindo Vinicius Torres Freire (que está certo), que o arranjo institucional brasileiro “apodreceu”. Rossi diz depois que tal arranjo permanece porque alguns dele se beneficiam. “E se beneficiam faz uns 500 anos”, observa. Pronto! Nem tentarei demonstrar que ele está errado, o que seria fácil. Aliás, com mais talento do que Rossi, Raymundo Faoro encontrava culpados até na Casa de Aviz. Trata-se apenas de um pensamento que não serve pra nada, que reflete aquela suave estupidez que

Céllus

eapresento-me para a batalha no dia em que Silvio Pereira executa o segundo tempo de sua pantomima. Ele não é burro, evidentemente, nem aqueles aos quais protege. Ao contrário: ele é uma das peças inteligentes de um sistema que cria um tempo, uma era, um espírito, o zeitgeist. O que é a desintegração? Sabem quando voltamos em viagem a um lugar em que já fomos muito felizes, reconhecendo todos os detalhes do cenário, as personagens que animavam o ambiente, mas não a felicidade, que já nos fugiu e não pode ser recuperada? Ou quando, ao fim de uma procissão, os fiéis começam a se dispersar,

camarada Chávez dominou Lula. O Brasil está dominado. De fora para dentro, pelo próprio Chávez e de dentro para dentro pela corrupção, pela desinformação das autoridades, pelos descaminhos, como Silvio Pereira, ex-secretáriogeral do PT, mostrou anteontem no depoimento no Congresso Nacional. É no mínimo preocupante a relação Lula/Chávez. A capa de Veja mostrou com clareza o que o companheiro Chávez tem feito com Lula e com o Brasil. Pode parecer contraditório que use as botas de Morales para chutar o Brasil e, ao mesmo tempo, segundo se noticia, Chávez invista milhões de dólares na reeleição de Lula e até veio pedir votos, como fez no Paraná semana passada . O cônsul venezuelano tem andado por lá, pelas plagas do sul, em campanha próLula, distribuindo "simpatia" aos sindicatos e movimentos. A situação em que o Brasil ficou perante a ação da Bolívia, monitorada pela Venezuela, a patética reação do governo brasileiro, do chanceler patropi, as evasivas, as desculpas, mostram que o Brasil se submeteu ao "bolivarismo" de Chávez, seja lá o que isso signifique. Mais do que isso, revela o quanto é interessante para Chávez ter no Brasil um presidente sob sua esfera de influência. Mais do que isso, dominado como está nosso presidente. Por isso causa estranheza a muita gente, e a

mim também, os resultados das pesquisas que mostram a preservação da imagem de Lula. Ele parece flutuar acima do bem e do mal. Até se fosse isso, se não soubesse mesmo de nada, estaria incorrendo em grave erro, porque como presidente não pode ser omisso ou ignorante. A sensação do brasileiro médio em face a tudo o que vem ocorrendo, aos silvinhos, delubios e dirceus, valérios e luizinhos, é de caos total no ambiente ético, moral, administrativo e político do País. É impossível assistir a isso tudo diariamente e não sentir o contraste com a forma descompromissada como o PT e o governo Lula conduzem as coisas. Nada é com eles . E tudo é com eles. Tão ou mais aborrecedor é ver a oposição ser leniente com o atual quadro nacional.

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uando a atual oposição era governo, a oposição do PT era implacável. Essa inversão não se revelou boa para o País também, porque o PT peca, peca muito, entrega o Brasil à Bolívia e à Venezuela, instala o caos interno, e a oposição não sabe recolocar as coisas em seu lugar. Não sabe agir. E deixa o País à própria sorte, dominado por MSTs da vida e por ações danosas ao patrimônio nacional, justificadas aqui dentro. Nos tomaram, nos invadiram, e nós ainda damos uma de bonzinhos para não deixá-los nervosos. Quanta patacoada! Está tudo dominado!

N os tomaram, nos invadiram e nós ainda damos uma de bonzinhos.

Governante desconhece que governa - 2 ANTONIO MARANGON

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ão bastasse o episódio do gás da Bolívia, que colocou o País em uma situação de nocaute político perante o mundo, aparece, agora, o desenrolar do mar de lama que inunda o Brasil há alguns meses, com as recentes declarações do exsecretário geral do Partido dos Trabalhadores (PT) Sílvio Pereira, trazendo sérias indicações de que o nosso mandatário petista está envolvido nos escândalos do mensalão. À parte os estragos e perdas nacionais, fica evidente a impressionante comodidade com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sai de situações difíceis de seu governo, alegando simplesmente desconhecimento de causa, desinformação e, o que é pior, incorporando uma omissão que agride a qualquer mediana inteligência. Enquanto isso, os governistas saem em sua defesa alegando que no caso da Petrobras boliviana seu comportamento "é o de um chefe de Estado que tem posição estratégica para as relações latino-americanas". Que posições são essas? É visível que o País está cada vez mais longe da famigerada liderança do continente, como antes se apregoava, mesmo que na surdina. Jamais esta hegemonia esteve tão distante. Com o Mercosul esfacelado, o Uruguai negociando com os Estados Unidos e a liderança dos hermanos ampliando suas asas, onde fica o Brasil? E com relação aos escândalos que surgem a toda hora? Nenhuma resposta, nenhuma explicação, a não ser a declaração da suposta "insanidade" do ex-companheiro. Em meio a essa balbúrdia, a população brasileira permanece inerte, contemplativa, sem definição. Pagando impostos elevadíssimos que, como sabemos, sufoca o setor produtivo, gera desemprego e retarda o crescimento do Brasil. É a mesma tecla, na qual vimos tocando há muito e, no entanto, sem eco. Quando o presidente vai, enfim, começar a governar? Sair do terreno da balela e se conscientizar de que o País tem pro-

blemas sérios, que precisam de soluções urgentes, que virão com as reformas trabalhista, tributária e da Saúde, base requerida por qualquer sociedade que almeja o desenvolvimento. E agora entra em cena a questão dos interesses nacionais em termos energéticos, agrícolas e até territoriais. De olho na reeleição, o presidente Lula diz que a Petrobras arcará com a alta dos preços do gás, se houver, e que o "desastre" boliviano não afetará de imediato o bolso do povo brasileiro. Essas declarações trazem em si sinais claros de que o Brasil entrará no jogo para perder. Já buscam paliativos e escusas para a derrota nas negociações. E após a reunião de Puerto Iguazu, o presidente brasileiro não descartou novos investimentos no país vizinho. Isso é, no mínimo estranho. Que interesses haverá por detrás dessa cortina esfumada que aconchega a amizade dos hermanos latino-americanos?

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erdade é que a situação é grave, seja no sentido de "arrumar a casa" ética e moralmente, seja no posicionamento do País em suas relações exteriores, e a sociedade brasileira espera do presidente da República explicações, postura e condições de defender a Nação em questões tão sérias e delicadas como as que hoje nos cercam. Dizer que desconhece tudo o que se passa nos corredores e gabinetes palacianos, por onde circula diariamente, já não convence a ninguém. Retrucar que desconhecia as intenções do presidente Evo Morales é um equívoco, pois existiam informações suficientes para a diplomacia brasileira adotar uma postura preventiva e evitar a agressiva atitude boliviana. Ora, que casulo de desinformação é este que mantém o presidente afastado da realidade que o cerca? Se um governante desconhece a realidade de seu governo, ele não é digno dele. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON-SP

S e o governante desconhece a realidade de seu governo, não é digno dele.

ublicado no fim de 1938, o livro O mundo em busca de segurança, do meu saudoso amigo e companheiro de idéias João Camilo de Oliveira Torres, traçou uma doutrina em que esposa capitalistas e socialistas nas suas diversas versões, concluída pela quase utopia do pleno emprego e da segurança do emprego. Vemos que nos embates sindicais os dirigentes das instituições obreiras não têm elementos para garantir a sua opção por emprego com rigorosa segurança. Sabemos que o pleno emprego no regime capitalista não se verifica nunca e nos regimes socialistas, inclusive nos extremos comunistas, é imposto pelo Estado totalitário, sem correspondência com a instituição obreira. Conclui-se daí que a economia não garante a segurança do emprego, a não ser em acordos trabalhistas e patronais limitados.

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A segurança no emprego é uma hipótese nãoexplícita. A solução do emprego é uma quimera para a classe obreira. iu-se que a queda do Muro de Berlim foi mal recebida por parte dos trabalhadores de Pankov, que não apreciaram a mudança que se anunciou em seguida nas relações de trabalho, porquanto no entender dos trabalhadores eles não teriam segurança no emprego. Sem dúvida, nos regimes altamente capitalistas como Inglaterra, Alemanha, EUA e outros países, que ou estão no capitalismo pleno ou esperam alcançálo, com o é o caso do Brasil, a segurança no emprego é uma hipótese, mas não explícita. O capitalismo tem temperado fases de emprego, quase pleno emprego e desemprego, esta última aflitiva, porque a faixa dos desempregados é muito grande e sofre, portanto, as conseqüências do regime, que se considera incompleto na segurança que deseja ter o trabalhador. É esse o grande problema da economia e dos governos apelados pelo socialismo, que, de resto, não provoca ilusões, pois a realidade é esta. A solução do emprego é uma quimera para a classe obreira.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Imóveis Tr i b u t o s Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

Companhia Vale do Rio Doce pode elevar proposta de aumento do preço de minérios.

LUCRO DO UNIBANCO TEVE CRESCIMENTO DE 30%

BANCO ALTEROU REGRAS DE ANÁLISE DE GARANTIAS PARA FACILITAR O ACESSO DE PEQUENAS EMPRESAS

BNDES SIMPLIFICA FINANCIAMENTOS Tasso Marcelo/AE

Luiz Prado/LUZ – 29/11/05

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presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, anunciou ontem um pacote de medidas para simplificar o crédito para pequenas e médias empresas, que é repassado por meio de outras instituições financeiras. O BNDES deixará de determinar regras de garantia aos agentes financeiros, que fazem a ponte entre o BNDES e os tomadores de crédito. Os agentes financeiros serão agora responsáveis pela análise das garantias, que poderão até ser dispensadas . "Atualmente o BNDES tem segurança de estabelecer um limite de crédito por banco. Uma vez estabelecido esse teto, a instituição é que resolve que garantias pedir", afirmou Fiocca. O banco repassador também poderá dispensar burocracia envolvendo registro de veículos com propriedade fiduciária e com garantia de fiança ou aval de pessoas físicas. O BNDES vai parar de exigir dois pedidos formalizados para operações automáticas. A chamada "consulta prévia" fica dispensada, o que na prática reduz o número de pedidos formais para apenas um. A fixação dos juros de mora passam a ficar a critério dos bancos repassadores. Fiocca lembrou ainda que, por recente mudança no decreto que regula o leasing, agora é possível financiar esse tipo de operação com remuneração pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) com empresas de capital estrangeiro, inclusive bancos. O presidente do banco Safra, Carlos Vieira, representando a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e o vice-presidente executivo do Bradesco,

Febraban aponta queda de inflação

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Fiocca: BNDES transfere análise de garantias para os repassadores

Norberto Barbedo, participaram ontem do anúncio e elogiaram as mudanças. Volkswagen — Fiocca também confirmou que o BNDES está estudando mudanças em seus financiamentos para o setor automobilístico e em relação aos créditos para exportações de automóveis. O presidente do banco de fomento destacou que o empréstimo de R$ 450 milhões concedido para a Volkswagen inclui o compromisso formal de a montadora não fazer nenhuma demissão no âmbito específico dos projetos de investimento de R$ 920 milhões que o BNDES está financiando. "Isso não tem nenhuma relação com a reestruturação mundial da empresa", afirmou. Balanço — O BNDES "cresceu bastante" em abril na comparação com igual mês do ano passado, afirmou Fiocca, que, no entanto, não quis adiantar números. O balanço do banco referente ao período deve ser divulgado nos próximos dias.

De acordo com Fiocca, a economia brasileira está em aceleração e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pode ficar entre 3,5% e 5% neste ano. Ele manteve a previsão de que os desembolsos do BNDES em 2006 devem crescer cerca de 20% em relação ao ano passado. Os recursos para pequenas e médias empresas devem crescer em torno de 25%, ganhando peso no total. Segundo o diretor para a área de pequenas e médias empresas, Maurício Borges Lemos, as medidas anunciadas ontem para simplificação do crédito para empresas de menor porte devem produzir sozinhas um aumento de 5% a 10% nas operações para empresas menores, que são chamadas de indiretas porque os recursos do BNDES são repassados por outros bancos. O diretor do banco informou também que "o conjunto de operações de crédito indiretas está prejudicado pelo setor agropecuário". (AE)

Juros estáveis para o consumidor

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s taxas de juros bancários ficaram praticamente estáveis em maio na capital paulista, segundo levantamento divulgado ontem pela Fundação Procon-SP. A taxa média de cheque especial foi de 8,20% ao mês (157,56% ao ano), com queda de 0,01 ponto percentual em relação a abril. O juro médio do empréstimo pessoal foi de 5,37% ao mês (87,39% ao ano), o mesmo de abril. A pesquisa foi feita em dez bancos. As instituições financeiras da amostra praticamente não alteraram suas taxas, apesar de

o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ter reduzido em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros, de 16,5% para 15,75% ao ano, na reunião do mês passado. O Procon-SP destacou também que, apesar de o Copom ter cortado a taxa básica em 4 pontos percentuais desde setembro do ano passado, os juros para o consumidor não acompanharam essa trajetória declinante. No período, a taxa média de empréstimo recuou apenas 0,09 ponto percentual e a de cheque especial diminuiu 0,12 ponto percentual.

AVISO AOS ACIONISTAS

EDITAL PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 005/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 16162/2005 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade Tomada de Preços, do tipo menor preço global, tendo como objeto contratação de empresa de engenharia para a execução da obra de reforma e modernização da piscina municipal - Primeira Fase, no Município de São Carlos - SP, com fornecimento de material e equipamentos necessários, conforme Projeto Básico, Memorial Descritivo e Planilha de Orçamento Básico, fornecidos em CD-Rom, que ficam fazendo parte da presente Tomada. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 11 de maio de 2006 até o dia 12 de junho de 2006, no horário das 09:00h às 12:00h e 14:00h às 16:00h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 08 de junho de 2006, quando após o recebimento iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos,10 de maio de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

COMUNICADO

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 10 de abril de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências:

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lucro líquido do Unibanco no primeiro trimestre de 2006 cresceu 30% na comparação com igual período do ano passado, saltando de R$ 401 milhões para R$ 520 milhões. Trata-se do melhor resultado da instituição em um período de janeiro a março, segundo o vice-presidente Corporativo do banco, Geraldo Travaglia. Ele destacou a evolução do retorno sobre o patrimônio líquido do Unibanco, que subiu de 21% para 24%. Da mesma forma, o índice de eficiência teve melhora significativa e fechou o trimestre em 48,1%. A evolução da carteira de crédito teve importante participação na formação do lucro do banco, a exemplo do que ocorreu com os concorrentes Bradesco e Itaú. No período de 12 meses encerrado em março, o volume emprestado subiu de R$ 33,18 bilhões para R$ 39,68 bilhões — um avanço de 19,6%. As operações para pessoa física cresceram 25,6%, impulsionadas especialmente pela expansão do portfólio de cartão de crédito, de 51,6%. No segmento de atacado, a carteira cresceu 16,2%, graças ao aumento das operações de micros, pequenas e médias empresas, de 25,1%.

Inadimplência — Travaglia afirmou, no entanto, que a instituição adotou medidas mais restritivas na concessão de crédito ao consumo, já que o índice de inadimplência cresceu de forma significativa. O indicador que mede as operações vencidas há mais de 60 dias em relação à carteira total atingiu 5,6%, ante 5,1% de igual período de 2005. Esse número foi pressionado especialmente pelas operações das financeiras do Unibanco, cujo índice de inadimplência atingiu 10%. Na avaliação do executivo, o aumento da inadimplência deve-se à elevada oferta de crédito no mercado e à falta de um cadastro positivo para auxiliar as instituições na concessão de empréstimos. Além disso, há o aspecto sazonal do início do ano, em que as despesas são maiores para o cliente, com o pagamento de impostos. O executivo explicou que o banco elevou suas provisões para devedores duvidosos em R$ 151 milhões, para R$ 494 milhões no trimestre. Apesar das restrições, Travaglia espera um aumento entre 20% e 25% da carteira de crédito em 2006. O Unibanco atua na área de consumo com Fininvest, LuizaCred e PontoCred, em 300 lojas no País. (AE)

PREVIDÊNCIA Segmento privado captou R$ 4,9 bilhões em novas contribuições no primeiro trimestre.

Ó RBITA

COMÉRCIO Lojistas estão menos otimistas com Dia das Mães, segundo Federação do Comércio.

L. Adolfo/AE

PROTESTOS GANHAM FORÇA

A

s manifestações de produtores rurais estão mais fortes em vários estados brasileiros, apesar da promessa do governo de estudar novas medidas de apoio ao setor. As ações, iniciadas no Mato Grosso, passando por Ituverava, no interior paulista (foto), são vistas como antecipação dos protestos nacionais previstos para terça-feira. "O pessoal não tem muita esperança. O governo já prometeu demais e não fez nada", afirmou o agricultor Alcindo Uggeri, de Nova Mutum, no Mato Grosso. A TÉ LOGO

Pressionado, na última sexta-feira, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, prometeu dar uma resposta às reivindicações dos agricultores, que cobram

medidas urgentes que reduzam os custos de produção, elevados pela disseminação da ferrugem asiática nas lavouras e também pelos preços altos dos combustíveis. (Agências)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Governo federal quer aumentar controle de verbas no Orçamento

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Nível de emprego cresceu 1,92% em abril, diz Fiesp

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Requerente: Federal Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Rolbrasil Comércio Rolamentos e Acessórios Ltda. Rua Tijuca Paulista, 216 - 2ª Vara de Falências Requerentte: Worth Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: NC Games & Árcades Com., Import. e Locação de Fitas e Máq. Ltda. - Avenida Imirim, 1.105 - 1ª Vara de Falências Requerentte: Formosa Factoring Fomento Comercial Ltda. Requerida: Arco Íris Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. - Rua Existente, s/ nº - 2ª Vara de Falências

Lucro do Unibanco soma R$ 520 milhões

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São Bernardo do Campo, 03 de maio de 2006. À Ford Motor Company Brasil Ltda. Av. do Taboão, 899 -Rudge Ramos São Bernardo do Campo, SP Prezados Senhores, Sirvo-me da presente para manifestar minha renúncia, a partir desta data, ao cargo de Diretor Presidente, para o qual fui eleito por meio do Instrumento Particular de 38ª Alteração do Contrato Social da Ford Motor Company Brasil Ltda., datado de 27 de maio de 2003, devidamente registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº 137.255/03-2, em sessão de 11 de julho de 2003. Atenciosamente, Antonio dos Santos Maciel Neto Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 120.593/06-3 em 08/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

Segundo o levantamento, em maio, a maior taxa de empréstimo pessoal foi cobrada, como nos últimos meses, pelo banco Itaú (5,95% ao mês), e a menor foi verificada novamente na Nossa Caixa (4,25% ao mês). No período, nenhum banco alterou os juros. Quanto às taxas do cheque especial, Itaú e Santander apareceram como as instituições com juro mais expressivo (8,5% ao mês) e a Caixa Econômica Federal apresentou o mais baixo (7,2% ao mês). Não houve altas no juro do cheque especial. (AE)

Ganho foi o maior para um primeiro trimestre, diz Travaglia

esquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com 50 bancos aponta que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2006 deverá fechar em 4,37%, ou 0,13 ponto percentual abaixo do centro da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A taxa esperada pelos bancos, contudo, está acima da mediana das expectativas de 100 instituições consultadas pelo Banco Central (pesquisa Focus) para o IPCA no encerramento deste ano, de 4,33%. Quanto ao desempenho da economia em 2006, a Febraban constatou com seus associados uma expectativa de 3,56% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Na Focus, em que além de bancos são ouvidas consultorias, corretoras e administradoras de recursos, entre outras, a mediana das previsões para a evolução da economia este ano é de uma expansão de 3,51%. O crescimento prospectivo do PIB apurado pela Febraban considera uma taxa básica de juros (Selic) encerrando o ano em curso em 14,13%. No próximo ano, as estimativas dos bancos já apontam para taxa de juros de 13,04%. Na Focus, a mediana para a Selic é de 14% para 2006 e de 13% para 2007. A inflação apurada no atacado, segundo a pesquisa da Febraban, deve fechar com elevação de 2,99% pelo IGP-M. A taxa deve refletir um dólar cotado ao final do ano a R$ 2,19. Para 2007, a taxa de câmbio, segundo as expectativas dos bancos, deve ter ligeira depreciação em relação a 2006, para encerrar a R$ 2,32 por dólar. As projeções para o saldo comercial brasileiro neste ano são de US$ 39,93 bilhões. No mesmo período, o saldo em transações correntes deve ficar em US$ 8,74 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos devem, segundo a Febraban, somar US$ 15,22 bilhões. (AE)

Senado dos Estados Unidos aprova corte de US$ 70 bilhões em impostos


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Nacional Empresas Crise do gás Tr i b u t o s

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TODAS AS MONTADORAS USAM GÁS BOLIVIANO

O consumo de gás deve ser repensado até 2010, porque estamos em um momento de escassez. Maurício Tolmasquim, da Empres de Pesquisa Energética

CRISE DEVE FREAR CONSUMO DE GÁS Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) defende que o uso do combustível seja repensado por crescer em ritmo mais acelerado que a oferta

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consumo de gás no Brasil deve diminuir em 2006 em decorrência da crise com a Bolívia, afirmou ontem o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. No ano passado, o consumo cresceu 7,4% em relação a 2004, apresentando o maior aumento entre as fontes energéticas utilizadas no País. O consumo de energia hidráulica (produzida pelas hidrelétricas) avançou 5,2% em 2005. Já o consumo de gás natural no ano passado passou de 54,5 milhões de m³/dia para 58,5 milhões de m³/dia, fazendo com que a participação do gás na matriz energética atingisse 9,4% em 2005. Em 1998, a participação do gás na matriz era de apenas 3,7%. O impacto da crise no Brasil se dá porque de todo o gás utilizado no País, 51%, o que corresponde a 25 milhões de metros cúbicos, vem da Bolívia. Para Tolmasquim, "o contexto atual de crise tende a diminuir este ano o consumo de gás. Seja consumidor industrial ou residencial, é natural que, mesmo não havendo risco de aumento de preço ou de desabastecimento, haja um receio em usar o gás e as pessoas certamente vão se perguntar: será que vale a pena fazer o investimento?". "O próprio noticiário vai influenciar no consumo. InÉ natural d ep en de nt eque haja um m e n t e d e receio em qualquer meusar o gás e dida, o consumo de gás vai as pessoas ser freado". vão se No ano pasperguntar: sado, o consuserá que mo de gás da vale a pena i n d ú s t r i a a v a n ç o u investir? 16,9%, supeMaurício rado apenas Tolmasquim, pelo de transda Empresa p o r t e s , n o de Pesquisa qual o cresciEnergética mento do uso de Gás Natural Veicular (GNV) ficou em 20,9%, 5,2 milhões de m³/dia. Segundo a EPE, 15 milhões de m³/dia foram reinjetados nos poços de petróleo ou queimados no País no ano passado. "Isso tem a ver com a questão dos gasodutos", afirmou, referindo-se à falta de infra-estrutura para transportar o produto. Tolmasquim defendeu que o uso do GNV seja repensado no país. Segundo ele, a demanda pelo produto cresce em ritmo mais acelerado que a oferta disponível. "Isso independe da questão da Bolívia. A oferta não está acompanhando a demanda. Acho que isso deve ser repensado até 2010, porque estamos em momento de escassez", disse, lembrando que a partir de 2008 o Brasil ampliará sua produção com a entrada em operação do campo de Mexilhão e, a partir de 2010, a oferta será contará com a produção em novos campos na bacia de Santos. Indústria – Entre os setores da indústria que mais podem sofrer com a interrupção na distribuição do gás boliviano estão cerâmicas, vidros, alimentos e bebidas, principalmente as empresas situadas em São Paulo e nos estados da região Sul do País. A possível alta de preços deve elevar o custo dos produtos e reduzir a competitividade das empresas que apostaram no combustível para expandir as operações no mercado interno e externo. Adotar outro tipo de insumo, como óleo combustível, exigiria outros milhões de dólares para converter o sistema. (Agências)

Marcos Peron/Virtual Photo (02/09/2005)

Combustível da Bolívia é essencial para montadoras

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Veículo passa em frente a posto de abastecimento de gás natural. O combustível também é utilizado pelas montadoras na linha de produção.

odas as montadoras de veículos utilizam o gás natural vindo da Bolívia em suas linhas de produção. Ele é queimado em fornos industriais, caldeiras e outros pontos das fábricas. Mas, como o assunto anda tão inflamável quanto sempre foi o combustível, é difícil conseguir qualquer tipo de posição por parte das fábricas. A exceção é a Fiat, com sede em Betim (MG), que informou consumir 2 milhões de m³/mês em sua linha de montagem, uma participação significativa dentro da matriz energética da montadora. Além do uso convencional, o gás também faz funcionar a cozinha industrial que garante a alimentação de mais de 16 mil trabalhadores, entre contratados e terceirizados da fábrica mineira. O futuro? – Enquanto a Fiat, que garante estar com a situação de fornecimento de gás absolutamente normal, informa que na pior das hipóteses – a de o abastecimento de gás natural sofrer um colapso – a empresa reverteria seus equipamentos para queimar óleo combustível ou GLP, mantendo a produção normal. Silêncio – No mais, silêncio. General Motors, Mercedes-Benz, Ford e Volkswagen não falam sobre o assunto. A GM vai um pouco além, mas limita-se a dizer que não divulga números por razões estratégicas, que a produção segue normalmente e não se manifesta sobre o futuro. chicolelis

Há limites em renegociações de contratos

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Aizar Raldes/AFP Photo

Técnicos vão discutir atuação da Petrobras

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rasil e Bolívia divulgaram ontem um comunicado conjunto a respeito da criação de grupos técnicos de trabalho para tratar da atuação da Petrobras naquele país depois de determinada a nacionalização das reservas naturais bolivianas. O documento resultou de reunião realizada na quartafeira, na capital boliviana, La Paz, entre os ministros de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, e o de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, além dos presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e da Yacimientos Petroleros Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado.

De acordo com Silas Rondeau, um dos pontos importantes foi o reconhecimento, por parte dos bolivianos, de que o contrato de compra e venda de gás natural (GSA) está em vigor. Portanto, qualquer discussão sobre aumento de preço será feita com base nas cláusulas de reajuste previstas em contrato. O documento conjunto prevê expressamente que a proposta de revisão de preços será tratada de forma "racional e equitativa". "Foi muito positivo o resultado dessa reunião, no momento em que temos um documento conjunto em que há reconhecimento de que a forma adequada para se discutir isso é contrato", afirmou o ministro, em entrevista coletiva. Se não houver acordo sobre o reajuste de preços, o próprio contrato prevê que a

Rada, ministro boliviano: contrato

discussão será levada à Câmara Americana de Arbitragem, em Nova York. Outra questão pendente, que será tratada por um grupo de técnicos da Petrobras e da YPFB, é a condução dos negócios durante a fase de transição, uma vez que o decreto que nacionaliza os recursos naturais bolivianos

transfere toda a produção de hidrocarbonetos para a YPFB e determina que o governo da Bolívia seja sócio majoritário, com 51% das ações, de duas refinarias da Petrobras que operam no país. "Resta saber, e isso será a discussão entre a Petrobras e a YPFB, se as condições que estão ali são exeqüíveis dentro da lógica comercial da Petrobras", explicou o ministro brasileiro. Outra tema será a avaliação dos ativos da Petrobras nas duas refinarias, para verificar a necessidade de indenização da estatal brasileira. Os técnicos definirão condições e contratos necessários para a produção e comercialização de gás e o processo de refino. "É preciso regulamentar como serão os contratos da boca do poço para o gasoduto, quem é responsável pela molécula etc." (ABr)

secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luiz Awazu Pereira da Silva, afirmou que há limites para cada parte na renegociação dos contratos de fornecimento de gás boliviano ao Brasil. "Há limites do aceitável para cada parte e instâncias de arbitragem internacionais", disse Silva, em Paris, em referência às negociações iniciadas após as novas exigências do presidente da Bolívia, Evo Morales. O secretário, que respondia a uma pergunta após discursar na Câmara de Comércio e Indústria de Paris, disse que, no Brasil, os poderes públicos estão tratando a questão seriamente "com uma atitude tranqüila, responsável e serena". Ele não entrou em detalhes sobre a questão do impacto que poderia ter para a economia brasileira o novo cenário gerado pela nacionalização, além de reconhecer que "temos um problema pontual com um de nossos fornecedores" e que algumas empresas intensivas em energia utilizam o gás boliviano. A palestra de Silva foi dedicada aos resultados econômicos do Brasil e às perspectivas neste ano eleitoral, circunstância que – garantiu – não afetará as políticas macroeconômicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Agências)


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Política

Não há tempo para nenhum tipo de investigação (sobre o envolvimento de parlamentares na máfia das ambulâncias). Alexandre Cardoso (PSB-RJ)

ALDO REBELO É PRESSIONADO A REJEITAR LISTA DE DEPUTADOS CITADOS NO ESCÂNDALO DAS AMBULÂNCIAS

DEPUTADOS APAVORADOS COM SANGUESSUGA Adriano Machado/AE

Lula Marques/Folha Imagem

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Epitáci

o Pesso

À esquerda, Alexandre Cardoso (RJ), novo líder do PSB na Câmara. Ele assumiu no lugar de Paulo Baltazar, afastado após suspeita de envolvimento na máfia das ambulâncias. Acima, membros da Corregedoria da Câmara discutem o envolvimento de congressistas na Operação Sanguessuga. À direita ambulância superfaturada, doada a uma igreja em Sorocaba.

a/AE

UM ESQUEMA MILIONÁRIO Operação Sanguessuga desmontada pel a Po l í c i a Fe d e ra l , fraudava a venda de ambulâncias UTIs móveis para prefeituras de diversos Estados do País e era chefiada pela família Trevisan Vedoin, no Mato Grosso. A empresa era chefiada por Darci José Vedoin e tinha membros infiltrados na Câmara dos Deputados, no Ministério da Saúde e na Associação de Municípios do Mato Grosso. O primeiro passo da ação da quadrilha era o contato com os prefeitos interessados. A vantagem seria livrar-se da burocracia. A quadrilha prometia a entrega de uma ambulância completa antes do prefeito consegui-la pelos trâmites normais. Com a concordância do prefeito, a quadrilha acionava asses-

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sores de parlamentares que preparavam emendas a serem apresentadas por deputados e senadores. O texto era aprovado no Congresso Nacional e a assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino (que pediu o benefício da delação premiada para depor), teria a incumbência de aprovar o convênio e facilitar a liberação dos recursos. Caberia à empresa Planam, de propriedade da família Trevisan Vedoin, montar as ambulâncias e entregá-las ao prefeito. A empresa super faturava em até 110% a operação e entregava um veículo sem os equipamentos necessários para atendimentos de emergência. Ao invés de uma UTI móvel, as prefeituras recebiam apenas um carro com maca, assim como aconteceu em Sorocaba.

No total, a quadrilha teria movimentado R$ 110 milhões desde 2001 e entregue 1.000 veículos. Cada intermediário recebia propina para atuar. Há indícios, conforme as investigações, que dois ex-parlamentares, Ronivon Santiago e Carlos Rodrigues, tenham também recebido propina. A máfia já começava a operar um outro esquema. Dessa vez, em licitações de equipamentos para inclusão digital. O delegado responsável, Tardeli Boaventura Cerqueira, disse ter encontrado indícios de licitações fraudulentas nessa área. A denúncia que permitiu o início das investigações partiu do próprio governo. Coube à Controladoria-Geral da União alertar a Polícia Federal sobre as irregularidades. A PF iniciou as investigações em 2004 e com o auxílio

da Receita Federal, identificou 22 empresas fantasmas montadas para dar aparência de veracidade para as licitações de venda das ambulâncias. Foram quebrados, com a autorização da Justiça, os sigilos bancário e telefônico de 60 pessoas. Com base nessas informações, os envolvidos foram identificados. A PF ainda não teria identificado os responsáveis por operar o esquema na estrutura do governo durante a gestão Fernando Henrique Cardoso. Nova testemunha– Uma nova testemunha, em entrevista à TV Globo, garantiu ter presenciado encontros entre os donos da Planam e deputados envolvidos no esquema. Marcelo Antônio de França revelou ontem que tais reuniões eram realizadas no restaurante do hotel on-

de ele trabalhava como gerente. Ele disse que está disposto a depor. "Os deputados chegavam com mãos vazias e saíam com envelopes recheados. Isso acontecia quase todos os dias no restaurante. Às vezes eram grupos de cinco ou seis deputados. A única coisa de que falavam era sobre o dinheiro", afirmou. Leilão eletrônico– Uma portaria conjunta dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, que será assinada na próxima semana, vai definir os prazos para que municípios e Estados que recebem recursos do Orçamento da União passem a comprar bens apenas por meio do sistema de leilão eletrônico. Com esse dispositivo, o governo espera evitar fraudes nas compras, como as descobertas na Operação Sanguessuga. (Agências)

TARSO GENRO DESQUALIFICA DENÚNCIA DE DANTAS Sérgio Lima/Folha Imagem

Palácio do Planalto escalou o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, para reagir à denúncia de que integrantes do governo tentaram extorquir o grupo Opportunity em 2002 e 2003. "A fonte não é muito credenciada", disse o ministro. Tarso desqualificou o depoimento prestado à Justiça americana por Verônica Dantas, executiva do Opportunity e irmã do principal dirigente do grupo, o banqueiro Daniel Dantas. O depoimento foi reproduzido em ofício encaminhado pelo Opportunity a um juiz de Nova York no qual se afirma que os petistas tentaram obter "dezenas de milhões de dólares" do grupo. "Verônica é uma fonte que merece respeito como qualquer fonte comum, como um cidadão ou uma cidadã, mas não tem nenhum credenciamento para dar uma informação desse tipo", afirmou o ministro. Tarso observou que a declaração de Verônica "não envolve o próprio governo, envolve o PT". De acordo com o ministro, "o que parece estranho é que a última notícia sobre o assunto é de que os pleitos do Opportunity não foram atendidos, foram duramente rejeitados pelo governo". Na entrevista, o ministro disse que todas as fontes que atacam o governo começam a minguar . "É de pasmar. Agora, é uma irmã do Daniel Dantas nos Estados Unidos", afirmou. Nessa linha de raciocínio, Tarso acrescentou que a CPI dos Bingos "vem per-

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dendo a sua eficácia e a capacidade de fazer investigações"– referindo-se ao depoimento do ex-secretário - geral do PT, Sílvio Pereira. Sobre Daniel Dantas, afirmou, ao final da entrevista: "É preciso se observar os precedentes do sujeito". O ministro chegou a atacar o senador Eduardo Suplicy (PTSP), que defendeu a ida de Lula ao Congresso para explicar os escândalos contra o governo. "A postura do senador Suplicy é totalmente inaceitável para qualquer tipo de parlamentar que tenha relação com o governo", disse. "Ele está mais preocupado em criar talvez um valor adicional para o seu mandato do que trabalhar para investigar os fatos que, em última análise, estão sendo trabalhados pela CPI." CPI dos Bingos– Para ele, o governo não faz o jogo da oposição, de levantar denúncias "leves, levianas e triviais" contra os adversários. Tarso lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória proibindo o jogo do bingo, mas que o Congresso derrubou. "Eu pergunto: será que esses parlamentares que votaram contra a MP permitindo a abertura de bingos têm algum compromisso, alguma relação com os bingos? É claro que não, apenas cumpriram a sua missão republicana", ironizou Tarso, sugerindo que a imprensa investigue os motivos que levaram os parlamentares a derrubar a MP. Tarso disse ainda que o depoimento de Silvinho à CPI e a en-

José Cruz/ABr

Sílvio Pereira ao sair da Polícia Federal

trevista ao jornal O Globo foram usados pela oposição num momento pré-eleitoral. "Acho que ficou comprovada a minha tese, a do tormento de espírito. Sílvio Pereira deu um depoimento atormentado, fez uma catarse pública. Emocionalmente se mostrou uma pessoa bastante instável e não agregou nenhum dado novo", disse. Ontem em depoimento à Polícia Federal, Sílvio Pereira disse que desempenhava o papel de "mero tarefeiro" do partido não tendo indicado ninguém para ocupar postos no governo. Também disse desconhecer qualquer detalhe sobre o esquema operado pelo empresário Marcos Valério, de arrecadação de dinheiro de empresas privadas que mantêm negócios com as estatais. Valério e Dantas– Silvinho foi intimado, mas não indiciado, em conseqüência da entrevista na

Genro diz que fontes da oposição estão minguando

qual afirmou que o esquema montado por Valério tinha como meta arrecadar R$ 1 bilhão com negócios escusos. Um deles consistia na omissão do governo para facilitar a ação do empresário, que pretendia obter ganhos fraudulentos com os bancos Econômico, Mercantil de Pernambuco e Opportunity, de Daniel Dantas.

A exemplo do que fizera na véspera na CPI dos Bingos, Silvinho disse que, por se sentir abandonado pelo PT, estava deprimido quando deu a entrevista. Ele reclamou em especial de não ter sido convidado para o encontro nacional do PT realizado há duas semana e de não ter sido sequer mencionado pelos atuais dirigentes. (Agências)

Factoring

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m dia depois de a Mesa da Câmara decidir que de início só 16 deputados serão investigados por envolvimento com a quadrilha que fraudava licitações para a compra de ambulâncias, os líderes dos partidos da base do governo se rebelaram e exigiram que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoBSP), negue-se a receber a nova lista de parlamentares suspeitos, esta elaborada a partir do depoimento de Maria da Penha Lino, assessora especial do Ministério da Saúde, presa na Operação Sanguessuga. O s l í d e r e s d e P T, P T B , PMDB, PSB e PL exigem que, antes de enviar a lista, a Polícia Federal e o Ministério Público concluam as investigações e apontem qual deputado comprovadamente recebeu propina na liberação de emendas ao Orçamento de interesse da quadrilha. Também exigem que Aldo assuma uma posição firme de defesa dos parlamentares, inclusive em cadeia de rádio e TV. Ontem de manhã, chegou à Corregedoria uma nova lista com 81 nomes de deputados acusados por Maria da Penha. Os líderes se reuniram com o líder do governo, Arlindo Chinaglia, e decidiram pressionar Aldo. A sessão da Câmara se transformou num muro de lamentações, com deputados chorando e pedindo aos líderes que retirassem seu nome da recomendação de investigação na comissão de sindicância. O deputado Wellington Fagundes (PL-MT) disse que os líderes fariam uma carta pedindo a Aldo que retirasse seu nome, mas não teve sucesso. O líder do PL, Luciano Castro (AM), incluído na lista de Penha, foi à tribuna e chorou ao dizer que estava nervoso, porque estava sendo violentado e massacrado, sem direito de defesa. A lista com os 81 novos nomes chegou à Corregedoria quando os membros da Comissão de Sindicância aprovavam a convocação de 28 pessoas para depor na investigação dos primeiros 16 acusados. Entre os convocados estão o delegado da PF Tardelli Boaventura e Maria da Penha, além dos investigados. Chinaglia e o líder do PTB, José Múcio, comandaram a reação da Câmara às listas. A PF divulgou nota para rebater as acusações de que está fazendo acusações precipitadas. Diz que atendeu a pedido da Justiça Federal e enviou a lista de parlamentares citados na investigação. “A Polícia Federal investiga apenas pessoas que não gozam de prerrogativa de foro especial, sendo descabidas as insinuações de que tenha produzido relatórios sobre parlamentares”. O PSB, que teve o líder Paulo Baltazar (RJ) envolvido – ele foi afastado ontem de suas funções, cedendo o lugar a Alexandre Cardoso, também do Rio–, não quer saber da CPI. "Essa idéia só pode ter saído da cabeça dos que não conhecem nada dos trâmites no Congresso. Não há tempo para nenhum tipo de investigação", disse Cardoso. A Oposição está descrente até mesmo do resultado da investigação contra os 16 parlamentares. O PV e PSol tentam colher assinaturas para instalação de uma CPI das ambulâncias. Mas sabem que não há condições políticas para ela prosperar. Ontem tinham apenas 25 assinaturas das 170 necessárias. Outra alternativa é criar uma Comissão Externa para acompanhar as investigações da PF e MP. (AOG)

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Indicadores Econômicos

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2,70

reais é o valor da cotação do Euro para venda, segundo o Banco Central. A moeda teve forte valorização ontem, assim como o Iene e a Libra Esterlina.

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Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 09/05/2006 09/05/2006 09/05/2006 09/05/2006 09/05/2006

P.L. do Fundo 5.000.455,81 1.200.298,82 5.297.830,51 2.502.983,10 717.195,45

Valor da Cota Subordinada 1.059,057304 1.012,063195 1.047,313758 1.019,334108 981,280342

% rent.-mês 0,8073 0,7477 1,2016 0,5238 1,0824

% ano 8,4021 1,2063 4,7314 1,9334 -1,8720

Valor da Cota Sênior 0 1.028,342118 1.035,266918 0 0

% rent. - mês 0,3511 0,3185 -

% ano 2,8342 3,5267 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

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COMÉRCIO


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Finanças Empresas Crise do gás Nacional

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Em alguns casos, os bolivianos chegam a trabalhar mais de 15 horas por dia nas oficinas têxteis de SP.

NÚMERO DE IMIGRANTES BOLIVIANOS É INCERTO

BRASIL PAGOU, E MUITO BEM, PELO ESTADO DO ACRE.

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presidente da Bolívia, Evo Morales, gerou mais um atrito nas relações com o Brasil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comprou uma séria disputa com o Itamaraty. Em entrevista à imprensa internacional, Morales "lamentou" que o território do Estado do Acre, que pertenceu à Bolívia e ao Peru até 1903, foi "trocado por um cavalo" pelo Brasil. "O Acre, trocaram por um cavalo. Com nosso governo não dará isso porque a luta dos povos indígenas, historicamente, é a defesa do território, a defesa dos recursos naturais do país", afirmou o presidente boliviano. Apresentada espontaneamente, como um exemplo de espoliação do país vizinho, sua queixa reverberou em risos e pedidos de explicação. Morales, entretanto, mostrou que sabe contar bem uma meia história e defender sua versão dos fatos. Região ocupada por seringueiros brasileiros no final do século XIX, o Acre acabou adquirido pelo Brasil em 1903 por 2 milhões de libras esterlinas pagos aos governos boliviano e peruano, e mediante o pagamento de uma indenização de 110 mil libras esterlinas ao arrendatário da área, The Bolivian Syndicate, que tinha total controle sobre a região, inclusive militar. Mesmo naquela época, não havia cavalo cotado a tal fortuna. A negociação foi conduzida pelo mais reverenciado diplomata brasileiro, o Barão do Rio Branco, na época ministro das Relações Exteriores, e selada no Tratado de Petrópolis, em seguida. A anexação, segundo informações que estão disponibilizados no site oficial do governo do Acre, resultou de um longo processo de povoa-

Fotos: Marcos Vicentti/Folha Imagem

Milhares de bolivianos sob tensão

Vista noturna e diurna do Acre, incorporado ao território brasileiro em 1904, depois que o Barão do Rio Branco, então ministro das relações exteriores, pagou 2 milhões de libras esterlinas pela região

mento da região, além de uma negociação que envolveu essa quantia em dinheiro e a cessão de outros territórios. Desde as primeiras décadas do século XIX, a maioria da população da região já era formada por brasileiros, envolvidos na exploração de seringais. Em 1899, os bolivianos começaram a recolher impostos e fundaram Puerto Alonso (hoje Porto Acre) na tentativa de assegurar o do-

mínio total da área. Revolta – Isso despertou a revolta entre os brasileiros, que já haviam criado na prática um território independente da Bolívia e vinham exigindo sua anexação ao Brasil. O conflito terminou com a assinatura do Tratado de Petrópolis, ratificado em 17 de novembro de 1903. Pelo documento, a Bolívia abria mão de toda a região do Acre em troca de áreas no Mato Grosso, do

N pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré. O tratado foi aprovado por lei federal de 25 de fevereiro de 1904, regulamentada por decreto presidencial, de 7 de abril de 1904, e, assim, o Acre foi incorporado como território brasileiro. Em 1962, o Acre passou à categoria de Estado. Segundo o livro História da Formação das Fronteiras do Bra-

sil, de Teixeira Soares (Editora Biblioteca do Exército), o pagamento à Bolívia foi feito com "absoluta pontualidade". "(Barão do Rio Branco) pagou, e pagou muito bem pela compra", escreveu Soares. Indenizado o Bolivian Syndicate, e depois de haver renunciado a futuras reclamações, o consórcio desapareceu da América do Sul, "para espanto de muitos governos sul-americanos". (Agências)

Fotos: Patrícia Cruz/LUZ

Em São Paulo, da pobreza para a semi-escravidão

A

s posições duras tom a d a s p e l o p re s idente Evo Morales, que de sua cúpula deixou vazar rumores de que os brasileiros que vivem em condições irregulares nas fronteiras seriam expulsos, levou preocupação a bolivianos que residem no Brasil. Mesmo os que apoiam o discurso nacionalista de Morales temem que o governo brasileiro possa começar perseguições mais intensas aos bolivianos em situação irregular no País. Há oito anos no Brasil, Charles Mendoza conseguiu montar uma barbearia, onde cobra R$ 5 o corte de cabelo e R$ 7 o trato na barba. A loja funciona no primeiro andar da pensão onde vive com sua esposa e dois filhos. O atual cabeleireiro entrou como turista no País em 1998, e por aqui permaneceu desde então. Trabalhou como costureiro, passou algum tempo ilegal, mas hoje faz questão de mostrar a carteira de motorista para provar que não deve nada às autoridades brasileiras. "Evo (Morales) está correto em parte. O retorno que o povo boliviano tinha pela

exploração de seus recursos por estrangeiros era pouco. Agora está mais justo. Mas não concordo com a intervenção militar", diz o cabeleireiro, que conta ter de encarar brincadeiras de seus clientes brasileiros. "Eles dizem que vão mandar suas contas de gás para eu pagar." Mas confessa ter receio de que o incômodo fique mais sério. "Os meus conterrâneos estão com medo de sofrer represálias do governo e ter que voltar para a Bolívia", comenta Mendoza. Medo – De história parecida à de seu compatriota cabeleireiro, o costureiro Adolfo Huanca, também em situação regular (os que não estavam se recusaram em falar com a reportagem do Diário do Comércio) vê as ações do presidente boliviano pelo mesmo prisma. "Tem boliviano vindo para o Brasil porque a pobreza lá é grande. Morales está devolvendo ao povo o que por muito tempo ficou nas mãos só dos mais ricos." Huanca conta que depois da crise entre os países vizinhos ter sido deflagrada, duas de suas irmãs que viviam com ele no Brasil – eram

em cinco ao todo –, voltaram para a Bolívia. "Aumentou a esperança de que a situação do nosso povo vai melhorar." Acordos – A Pastoral do Migrante de São Paulo recebeu, desde setembro do ano passado, quando Brasil e Bolívia assinaram um acordo relativo à imigração, mais de 3 mil bolivianos buscando auxílio para regularizar sua permanência no País. "Depois da crise, a freqüência tem diminuído. Nosso povo é reservado nestas horas", diz o boliviano Ernesto Martinez, que trabalha voluntariamente na Pastoral. (RCI)

Charles Mendoza, cabeleireiro (acima), e Adolfo Huanca, costureiro (ao lado), ambos bolivianos: medo de represálias

ão há quem afirme o número exato de bolivianos que vivem no Brasil. Dependendo da entidade procurada, entre elas a Polícia Federal e organizações voluntárias de apoio aos imigrantes, esse número varia de 15 mil a 60 mil. A maioria entra no País de forma ilegal e continua assim ao longo dos anos, trabalhando em regime de semi-escravidão, em geral em oficinas têxteis. Em São Paulo, destino da maioria, eles se concentram nos bairros do Brás, Moóca e Bom Retiro, onde chegam a trabalhar mais de 15 horas por dia para receber, ao final do mês, R$ 400. A cada peça de roupa que produzem, conta Ernesto Martinez, boliviano que presta trabalho voluntário na Pastoral do Migrante de São Paulo, recebem entre R$ 0,34 e R$ 0,70. O salário mal dá para pagar a comida, moradia e muitas vezes o atravessador – conhecidos como coiotes – que os trazem da fronteira. Mesmo assim, para os bolivianos questionados pela reportagem do Diário do Comércio, eles ganham mais trabalhando no Brasil, apesar da realidade estar longe da prometida por seus aliciadores. Martinez conta que essas "promessas" chegam a até US$ 500. Por isso se arriscam nas fronteiras. Conduzidos pelos coiotes, uma das rotas dos estrangeiros ilegais se deflagra a partir do Paraguai. De lá, atravessam desviando da polícia de fronteira, andando por Foz do Iguaçu até o lado brasileiro, onde um ônibus está à espera para levá-los ao destino final, em geral São Paulo. Martinez acredita que a opção pelo uso de seus compatriotas nas indústrias têxteis esteja relacionada com a habilidade para o artesanato. Outro fato é que muitas dessas oficinas são dirigidas por bolivianos, o que simplifica as negociações. Antigo – As fugas dos bolivianos não são novas. Desde a independência do país, que ocorreu em 1825, a Bolívia passou por 200 golpes de Estado até a instauração da democracia, em 1982. Foi um desses, em 1972, que obrigou a vinda de Martinez. Renato Carbonari Ibelli


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2 -.LOGO Tanto na Europa como nos Estados Unidos, o cinema vive, há algum tempo, uma verdadeira crise de criatividade, sem dúvida a mais grave da História. Do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, em entrevista ao jornal francês "Le Nouvel Observateur".

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MAIO Dia Mundial da Enfermagem

B IOLOGIA A STRONOMIA

Cometa despedaçado no horizonte Mais de 60 fragmentos do cometa 73P/Schwassmann Wachmann 3 vêm em nossa direção. E, embora devam chegar mais perto da Terra do que qualquer outro cometa nos últimos 20 anos, a distância será segura: cerca de 11 milhões de quilômetros na aproximação máxima, prevista para entre esta sexta-feira e o próximo dia 16. Quem estiver disposto a encarar algumas madrugadas frias neste fim de semana, com um telescópio ou bom binóculo nas mãos, terá a oportunidade de ver

um espetáculo: passando pela constelação do Cisne, o 73P continua a se desintegrar, com fragmentos maiores dando origem a menores, em súbitas explosões de luz. O melhor horário para tentar a observação varia entre 4h e 6h da manhã, no horizonte norte. Uma hipótese para explicar a destruição do cometa é o stress térmico - o calor intenso sofrido pelo astro ao se aproximar do Sol. Se o cometa contém material sob pressão, o aquecimento pode causar explosões.

M ÚSICA

A maior estrela do rock O ex-vocalista da banda Nirvana, Kurt Cobain, morto em 1994, foi eleito a estrela de rock mais importante de todos os tempos, segundo uma pesquisa publicada ontem no Reino Unido e nos EUA pela revista especializada NME. Feita com 2 mil leitores da revista, a pesquisa apontou no segundo e no terceiro lugares o ex-vocalista da banda The Libertines, Pete Doherty, atualmente líder do grupo Babyshambles, e o Morrissey.

O novo parente do homem Descoberto na África novo gênero do macaco - o primeiro em mais de 80 anos

U

m tipo recém-descoberto de macaco africano é diferente o bastante dos demais para merecer um gênero separado, decidiram os cientistas. O macaco, que vive na Tanzânia, foi descrito pela primeira vez no ano passado. Naquela época, foi listado no gênero Lophocebus, que inclui o mangabey. Depois de mais estudos, os pesquisadores dizem agora que o macaco - conhecido como kipunji - está mais relacionado a alguns tipos de babuínos do que com os mangabeys, apesar de ser anatomicamente diferente dos babuínos, e portanto deveria ter seu próprio gênero.

Uma equipe de pesquisadores liderada por Tim R. B. Davenport, da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, sugere na Science Express que o kipunji deveria ser colocado no gênero recémcriado Rungwecebus. É o primeiro novo gênero para um primata africano em 83 anos. O nome se refere ao vulcão Rungwe, onde esse tipo de macaco foi visto pela primeira vez. "Logo que o vi pela primeira vez, percebi que era um animal diferente, certamente uma nova espécie", conta Davenport. "Descobrir que se tratava de um novo gênero, porém, foi realmente surpreendente." Muitos kipunji foram ob-

servados, e um deles foi estudado no Museu de História Natural Field em Chicago, depois de ter sido morto em uma armadilha de fazendeiros. O animal tinha cerca de 38 centímetros de comprimento e pesava 4 quilos. Os pesquisadores disseram que o kipunji está ameaçado pela fragmentação de seu hábitat, e pela caça. Gêneros e espécies são termos científicos descritivos usados para classificar plantas e animais. Por exemplo, pessoas são Homo sapiens - gênero Homo, espécie sapiens. A classificação mais geral é reino, seguido de filo, classe, ordem, família, gênero, espécie e subespécie. (AE)

RTR/AP

Seleção completa e incógnita

MERGULHO - Imagens de TV mostram o momento exato da queda de um helicóptero russo Mi-14 caiu ontem no mar de Okhotk durante exercícios conjuntos de resgate com o Japão. Uma das 13 pessoas a bordo do helicóptero morreu.

C A R T A Z E GITO

VISUAIS Ferramenta de protesto Reprodução

pressão int e r n a c i onal é grande e a comunidade de blogueiros do mundo está unida numa missão. Transformar a busca pela palavra "Egypt", no Google, na maior ferramenta de um protesto contra o próprio país. O blogueiro egípcio Alaa Abd El-Fattah, um ferrenho crítico do regime no país, foi detido no último domingo junto com outros dez ativistas durante uma manifestação pacífica no Cairo. Além de pedir a libertação do jovem – em uma infinidade de blogs na internet, inclusive um específico para pedir a liberdade do blogueiro –, os internautas lançaram mão da técnica chamada "Google-bombing". A idéia é que, a cada minuto, um número maior de blogueiros coloquem em suas páginas referências ao caso

A

Gravuras de Mário Gruber (na foto, Porto de Santos). Galeria Marta Traba (Memorial da América Latina). Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664. Telefone: 3823-4600. Das 9h às 20h. Grátis.

Guarda-chuva canino

Venda seu carro pela internet

O "Pet Umbrella" mantêm seu cãozinho seco, em caso de chuva ou granizo. O cabo é ergonômico e curvo, e o dono pode passear confortavelmente com guardachuva aberto. O modelo transparente permite a visão total do animal. Custa US$ 18,95 no site da Rescue Pet Store.

O site de classificados de veículos Bolsa do Carro atrai vendedores e compradores com um visual simples e um serviço básico cuja maior vantagem é o fato se ser gratuito. Quem pretende comprar não tem trabalho maior do que o de selecionar marca e modelo e esperar pelas indicações de ofertas disponíveis. Já quem pretende anunciar deve preencher um cadastro, que é a melhor forma de garantir maior credibilidade e segurança nas transações.

www.rescuepetstore.com/

www.bolsadocarro.com.br

B RAZIL COM Z

Alquimia e futebol

Novos filhotes do Google A Google apresentou nos EUA três novos produtos de busca. O Co-op permite registrar anotações em páginas da web que eles considerem muito boas de acordo com seus conhecimentos específicos para que outros internautas saibam que ali podem encontrar bons dados. Já o Google Trends ajuda na visualização de gráficos. A terceira ferramenta anunciada foi o Notebook, serviço que, ao contrário dos demais, ainda não está disponível na internet e permitirá que usuários copiem pedaços de páginas da internet, adicionem comentários as salvem em um diretório. www.google.com/coop www.google.com/trends

M EIO AMBIENTE

Tibete e a camada de ozônio Pesquisadores dos EUA e Escócia descobriram como produtos químicos lançados pelo homem chegam à camada de ozônio, o escudo contra o excesso da radiação ultravioleta emitida pelo Sol. É no Tibete que se encontram as mais altas montanhas do mundo e a ocorrência de tempestades forma uma passagem livre para que vapor de água e produtos químicos sigam da camada mais baixa da atmosfera para a estratosfera. O estudo também verificou que a mesma passagem é responsável pelo transporte de monóxido de carbono para a estratosfera. www.pnas.org

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L OTERIAS

Estudo mostra que alguns temores sobre deslocamento da gripe aviária são infundados TV estatal jordaniana transmite confissões de três integrantes do Hamas detidos no país

L

pet-supplies-22698.html

http://freealaa.blogspot.com

L

F AVORITOS

de Alaa, ao mesmo tempo em que - seguindo uma série de passos que são explicados em cada página - produzam uma associação automática entre a palavra Egypt e o site Free Alaa. Assim, qualquer internauta que fizer uma busca pela palavra Egypt será levado – logo nas primeiras páginas de resultado – a algum site com a história do blogueiro. Segundo as autoridades egípcias, Alaa será mantido na prisão por 15 dias e é acusado de promover propa-

ganda crítica ao regime e de ofensa ao presidente Hosni Mubarak. Em entrevista à imprensa, a mulher de Alaa, Manal El-Fattah, afirmou que "as prisões têm o objetivo de calar vozes críticas e intimidar os críticos do regime". Alaa e outros 50 membros do movimento Kifaya, que luta pela democracia no Egito, foram presos. No ano passado, o blog Manal and Alaa's Bit Bucket, editado por Alaa e sua esposa, foi o vencedor do Prêmio Especial Repórteres Sem Fronteiras, concedido pelo concurso internacional de weblogs da Deutsche Wellee da organização não-governamental The BOBs. O objetivo do prêmio é justamente incentivar o empenho dos blogueiros na defesa da liberdade de opinião.

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G @DGET DU JOUR

O "explorador" britânico Alex Hartley anunciou a intenção de criar um micro-Estado em uma ilha do Ártico. A ilhota, do tamanho de um campo de futebol, foi formada após o derretimento de uma geleira no arquipélago norueguês de Svalbard, situado em uma latitude próxima aos 79° graus norte. Ele negou que seu objetivo seja criar um paraíso fiscal. "Quero que seja uma república". O escritório do governo norueguês em Svalbard confirmou ter recebido uma carta com o pedido, mas ainda não analisou o caso.

I NTERNET

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E M

não foi à toa". Apesar de ter escolhido os atletas, Parreira não divulgou ou comentou sobre qualquer nome. A lista será divulgada na próxima segundafeira. No próximo dia 18, todas as seleções serão anunciadas pela Fifa. Sempre que perguntado sobre o assunto, o treinador desconversou e dava uma resposta comentando o livro que lançou ontem no Rio de Janeiro: Formando equipes vencedoras (Editora BestSeller). No livro ele conta sua trajetória e as lições de liderança aprendidas ao longo de seus 40 anos de carreira.

Mais um país no mundo

A CNN da Índia levou ao ar uma entrevista com o escritor brasileiro Paulo Coelho em que o autor deu declarações sobre seu livro O Alquimista e sua maior paixão, o futebol. "Os brasileiros nascem com dois dons, o futebol e a música", disse ele. Paulo Coelho disse ainda que vai assistir ao jogo de abertura da Copa e às partidas do Brasil na Alemanha. Apesar de grande fã de esoterismo e de profundo conhecedor das coisas ocultas, Paulo Coelho não foi capaz de adivinhar para os jornalistas indianos qual será o vencedor da Copa. "Ele não estava suficientemente inspirado", arriscou a reportagem.

C OPA 2006

O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, disse ontem que não há mais dúvidas e que os 23 jogadores que vão representar País na Copa do Mundo da Alemanha já foram escolhidos. O treinador, que até então afirmava ter algumas indefinições técnicas e médicas. "A lista está concluída e não tem dúvida alguma. Não vai ter surpresa, porque todo mundo conhece os 23 jogadores", destacou Parreira. "E é bom que seja assim porque mostra que nosso trabalho de 3 anos e meio

Á RTICO

Pelo menos 130 mortos em cinco dias de combates contra milícia islâmica em Mogadiscio

Concurso 1599 da QUINA 13

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71

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Senado Planalto Eleições CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

O que não vou admitir é que esses órgãos (de imprensa) tentem passar para a população que sou um Zé Dirceu ou um Palocci. Anthony Garotinho, pré-candidato à Presidência da República ( PMDB)

PMDB CADA VEZ MAIS PRÓXIMO DO PSDB

GAROTINHO GANHA ESPAÇO, SERRA ATACA LULA E AS CPIs, FAVORECEM O PT? Marcos D´Paula/AE

Agressividade

GAROTINHO ENCERRA GREVE DE FOME APÓS 11 DIAS

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eputados federais do PSDB querem que Geraldo Alckmin jogue mais pesado com Lula. Querem que o candidato tucano aproveite, por exemplo, a crise do gás boliviano e as novas denúncias feitas por Sílvio Pereira, para provocar mais desgaste na imagem do presidente. Os deputados admitem que Alckmin não cresce nas pesquisas porque estaria amaciando o adversário. O candidato prometeu que mudará seu estilo de campanha, mas na hora oportuna. Alckmin estaria se resguardando para bater duro em Lula quando chegar o momento da campanha na televisão. As pesquisas continuam apontando lideranças de Lula. O presidente mantém os 40% de índice de intenção de voto, contra 20% de Alckmin. É por isso que os deputados insistem para que o candidato também mude a tática de campanha.

O

p ré - c a n d i d a t o d o PMDB à Presidência Anthony Garotinho encerrou ontem a greve de fome, iniciada em 30 de abril, dizendo ter alcançado seus objetivos. O ex-governador, que perdeu 6,7 kg no período, comemorou o direito de resposta, concedido pela Justiça, a acusações feitas pela revista Veja e pelo jornal O Globo. Perguntado sobre qual seria o primeiro alimento que pretendia comer após o longo jejum, Garotinho falou em marmelada, dizendo que era o que os veículos de mídia tinham feito com ele. Mas, apesar do fim da greve de fome, o ex-governador terá de passar as próximas 24 horas apenas tomando soro e pequenas quantidades de sucos de frutas. De acordo com o seu médico pessoal, Abdu Neme, após tanto tempo sem ingerir alimentos, o corpo precisa de uma adaptação suave para voltar a receber diferentes nutrientes. Alimentos sólidos não podem ser ministrados em tão pouco tempo, sob o risco de morte à primeira refeição. A presença de Garotinho na pré-convenção do PMDB, que tentará definir no sábado se o partido lançará candidato próprio à Presidência, ainda é incerta – embora o ex-governador esteja otimista, seu médico tem sido cauteloso. Sem contar com o fato de que ontem o deputado federal Nelson Bornier (PMDB-RJ) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da convenção, alegando desrespeito ao regulamento interno do Senado. Satisfeito– A greve de fome, que estava em seu décimo-primeiro dia, foi anunciada em protesto contra o que Garotinho, de 46 anos, chamou de perseguição política de órgãos da imprensa. "Quando iniciei a greve de fome, havia dito que estava fazendo isso em defesa da minha honra, que tinha sido atacada de forma cruel e desonesta", disse. "Hoje considero que a minha honra está sendo lavada pela Justiça." Garotinho cobrava espaço das Organizações Globo e da revista Veja para se defender de denúncias de que organizações não-governamentais (ONGs) ligadas ao governo do Estado do Rio de Janeiro estariam canalizando recursos públicos para a sua campanha. Empresas de fachada teriam doado cerca de R$ 650 mil à campanha do ex-governador. Uma das empresas teria como um dos sócios um presidiário do Complexo Penintenciário de Bangu. Comparação– O direito de resposta obtido ontem por Garotinho se refere à denúncia de que ele teria usado um jatinho de um traficante para fazer suas viagens de campanha pelo País. "O que não vou admitir é que esses órgãos tentem passar para a população que sou um Zé Dirceu ou um Palocci", disse Garotinho, referindo-se aos ex-ministros da Casa Civil José Dirceu e da Fazenda Antonio Palocci, que deixaram o governo após escândalos. Itamar– O adversário de Garotinho no PMDB, o ex-presidente Itamar Franco, que também disputa a pré-candidatura à Presidência da República, terá uma reunião no Palácio do Planalto com o ministro de Relações Institucionais Tarso Genro e com o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). No encontro, os três vão discutir as relações entre os dois partidos com vistas à eleição deste ano. (Agências)

Eymar Mascaro

VIAGENS

Anthony Garotinho, no hospital Quinta D´Or, no Rio, depois de anunciar a suspensão da greve de fome.

SERRA FALA MUITO MAL DO GOVERNO

O

pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, afirmou, em Bauru, que não pretende nacionalizar a discussão política na campanha eleitoral, mas, se isso ocorrer, terá munição para enfrentar os adversários. Apesar da promessa, Serra, porém, criticou a conduta do governo federal quatro vezes em discurso feito a 41 prefeitos da região. Disse que o governo Lula levou o país à estagnação política; acusou o presidente de beneficiar banqueiros mais que Fernando Henrique Cardoso; afirmou que o governo federal se apropria de forma desleal de verbas da saúde; e, por fim, se disse surpreso pelo comportamento ético do PT no poder. "Nós somos progressistas, nós somos de esquerda. Há partidos que se dizem de esquerda, mas são partidos de corporação", afirmou. Briga na Bahia - A trégua entre o PSDB e o PFL, adversários ferrenhos no estado, em favor da candidatura de Alckmin es-

Mônica Zarattini/AE - Arquivo DC

Serra em franca campanha

teve a um passo de se desfazer nas últimas 48 horas. O motivo foi a programação da visita de dois dias que o tucano inicia hoje à Bahia. A extensa programação, que inclui viagens a dois municípios, além de visitas na capital em companhia do governador Paulo Souto (PFL), prevê apenas um encontro com a bancada tucana, na sede regional do partido. Insatisfeito, o presidente do PSDB baiano, deputado Jutahy Magalhães Júnior, decidiu promover, num hotel, um grande evento para Alckmin, a

exemplo do que faria o PFL depois, em outro hotel. A iniciativa foi interpretada como provocação e contrariou o governador candidato à reeleição. — Se for para ter festa no PSDB, então o PFL está fora e Alckmin nem precisa vir — reagiu Souto, segundo disse um pefelista. A cúpula tucana teve de negociar. E o PFL levou a melhor. — A principal força política no estado é o PFL. Alckmin está com Paulo Souto e é o que nós queremos — disse o senador Antônio Carlos Magalhães, símbolo do PFL baiano. Não à CPI - OTribunaldeJustiça de São Paulo negou liminar para criação da CPI da Nossa Caixa, que investigaria supostas irregularidades com verbas publicitárias durante o governo Alckmin. O mérito da decisão ainda será apreciado pelo Órgão Especial do TJ, mas não há prazo para o julgamento.Parlamentares de oposição, frustrados, apostam agora em recurso enviado ao STF. (Agências)

AÉCIO CONTRA O PT, PAES CONTRA GAROTINHO. A disposição do PT de Minas Gerais de convidar o vice-presidente da República, José Alencar (PRB), para concorrer ao Senado, para fortalecer sua chapa estadual e o palanque de Lula, desagradou o governador Aécio Neves (PSDB), candidato à reeleição. Em visita ao sul de Minas, ele reagiu dizendo que "causa no mínimo estranheza a facilidade" com que o PT mineiro "descartou" a presença de Alencar na

chapa da virtual candidatura à reeleição de Lula. Para o governador, o vice-presidente esperava "mais firmeza" dos petistas no apoio à sua permanência. O précandidato do PSDB ao governo do Estado do Rio, deputado Eduardo Paes, iniciou sua campanha justamente em duas cidades muito caras ao casal Garotinho: Itaperuna, onde nasceu a governadora Rosinha Garotinho, e Campos, berço político do

ex-governador Garotinho. Paes criticou e brincou com o casal. E disse que já está fazendo a composição das alianças indispensáveis para a chapa dos seus sonhos: ele quer o deputado Francisco Dornelles (PP) no Senado e o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto da Silveira (PDT) como vice. Paes espera o apoio do PV, não conta com César Maia (PFL) e parece não temer Sérgio Cabral (PMDB), o favorito. (Agências)

CPIs AJUDAM CAMPANHA DE LULA? Alan Maeques/Folha Imagem- Arquivo DC

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m dia depois de o presidente Lula vetar o artigo do projeto de lei que proibia cenas externas e artistas na propaganda eleitoral, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, surpreendemente avaliou que os petistas também vão tirar proveito da decisão. Numa entrevista no Palácio do Planalto, Tarso sugeriu o uso pelo PT de imagens das CPIs que "alvejaram" o governo e o partido. "Essas questões (das CPIs) serão profundamente educativas no debate político e uma oportunidade de o presidente se defender de maneira adequada", disse o ministro. Tarso acha que Lula poderá reivindicar até participação nos êxitos da CPI dos Correios, pelo fato de o presidente dessa CPI ter sido o senador petista Delcídio Amaral (MS), conhecido como "tucano" no Congresso.

Delcídio Amaral

Ainda o mensalão - O ministro Joaquim Barbosa, do STF, informou que parte dos denunciados no inquérito do mensalão já foi notificada para que apresentem defesa. Entre eles está o ex-ministro Luiz Gushiken. Catorze notificações foram endereçadas a Minas Gerais. Na próxima semana, outras irão para São Paulo. No inquérito, 40 pessoas foram denunciadas pe-

lo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza. Após notificadas, essas pessoas terão prazo de 15 dias para apresentar a defesa. Composto de 14 mil páginas por enquanto, o inquérito foi digitalizado com o objetivo de tornar mais ágil a notificação dos denunciados. Em breve, será possível consultá-lo de forma online, com exceção dos documentos sobre quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Vitória do PSDB - O partido obteve liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibindo a reexibição de filmes publicitários do PT, levados ao ar na terça-feira. Os tucanos alegaram que o PT camuflou propagandas exibidas em abril e contra as quais foram deferidas liminares pelo mesmo tribunal. O TSE considerou "propaganda extemporânea" e deu razão ao PSDB. (AE)

Os deputados pediram para Alckmin que nas suas viagens pelos estados explore o lado fraco de Lula. Os deputados citaram, como exemplo, as viagens de Alckmin ao Nordeste, região em que Lula continua levando ampla vantagem nas pesquisas.

REGIONAIS Simultaneamente, os deputados desejam que Alckmin explore também os temas regionais em suas viagens. Há estados no Nordeste em que o candidato tucano alcança índice de 10% nas pesquisas. Os deputados fizeram uma promessa: vão colaborar com o candidato nas ruas regiões apresentando sugestões.

PMDB no colo de Lula. Mas, os governistas do PMDB, senadores Renan Calheiros e José Sarney, não dão trégua: trabalham para que o partido apóie a reeleição de Lula.

CHAPA Diz-se no PT que o partido formalizou o convite para Michel Temer ser o vice de Lula. Mas, o presidente do PMDB não responde ao convite enquanto não conhecer o resultado da convenção de amanhã, quando o partido decidirá seu futuro.

DECISÃO Os convencionais do PMDB vão decidir se lançarão candidato próprio a presidente, se apoiarão candidato de outro partido ou se manterá a neutralidade para ter a liberdade de estabelecer alianças nos estados. Em São Paulo, por exemplo, o PSDB corre atrás do apoio do PMDB para Serra.

MAIS PRÓXIMO

CARONA José Serra, candidato ao governo de São Paulo, prometeu fazer algumas viagens com Alckmin para ajudar o presidenciável a se tornar mais conhecido. As viagens serão dentro e fora de São Paulo. Serra é mais conhecido porque foi ministro da Saúde e candidato a presidente.

CONVENÇÃO Os tucanos estão à espera do resultado da convenção de amanhã do PMDB. O PSDB luta para obter o apoio do PMDB a Alckmin. Estaria inclusive disposto a aceitar a indicação do vice na chapa tucana.

CONVITE O PSDB teria convidado o ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, para ser o vice de Alckmin. Mas, se o PMDB não aceitar a coligação com o PSDB, o vice do tucano seria mesmo do PFL: José Agripino (RN) ou José Jorge (PE).

Se o PMDB não se coligar com o PT, no plano federal, é quase certo que, em São Paulo, feche com o PSDB e apóie a candidatura de José Serra a governador, admite Orestes Quércia. O PMDB, segundo o ex-governador, estaria mais próximo do PSDB do que do PT em São Paulo.

ESQUEMA Na eventualidade do PMDB fechar com o PSDB, Orestes Quércia poderia ser o candidato ao Senado com o apoio dos dois partidos. Neste caso, os tucanos deixariam de lançar candidato ao Senado. Quércia seria, portanto, o adversário de Eduardo Suplicy (PT), líder nas pesquisas.

É CONTRA Mas, o grupo do exgovernador Mário Covas é contra a reaproximação de Serra com Quércia. O grupo covista promete deixar de se integrar à campanha tucana se Serra fechar qualquer acordo com Quércia. Em tempo: apesar da ameaça, Serra e Quércia continuam trocando figurinhas.

INDICAÇÃO

INVESTIGAÇÃO

O PFL mantém de pé a promessa de que no dia 25 deve indicar o vice de Alckmin, caso não haja o acerto com o PMDB. O vice, seja indicado pelo PMDB ou PFL, será do Nordeste. Os tucanos querem que Alckmin diminua a diferença em favor de Lula na região.

A Corregedoria da Câmara decidiu investigar apenas 16 dos 64 deputados (citados inicialmente) de terem recebido propina de uma empresa que distribui ambulâncias para as prefeituras com dinheiro do orçamento da União. Mas, uma segunda lista indica que são 170 os deputados envolvidos na maracutaia.

CORRIDA O PSDB não quer que a ala governista jogue o


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Finanças Tr i b u t o s Imóveis Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

Escritórios de arquitetura têm projetos engavetados por falta de informação precisa da Prefeitura.

FALTA CONSENSO SOBRE O ZONEAMENTO

QUEM QUER CONSTRUIR EM SÃO PAULO ENCONTRA INFORMAÇÕES CONFLITANTES SOBRE COEFICIENTE

NEM A PREFEITURA CONHECE O ZONEAMENTO

P

onto comum sobre a lei de zoneamento da cidade de São Paulo: não há consenso algum. Prefeitura, setor imobiliário e urbanistas divergem a respeito da eficácia da lei, cujo objetivo, pelo menos no papel, é organizar o adensamento da capital. A discussão atual gira em torno do coeficiente de construção (limite relacionado ao tamanho do terreno) estabelecido pela lei, que foi aprovada durante a gestão de Marta Suplicy. As empresas do mercado imobiliário acham que, em alguns casos, o coeficiente limita as construções a ponto de tornar inviáveis os empreendimentos. Além disso, quem quer construir em São Paulo encontra uma diretriz na Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) e outra nas subprefeituras. Representantes do mercado imobiliário dizem que a confusão em torno desse coeficiente é um dos fatores responsáveis pela diminuição do volume de lançamentos nos primeiros meses deste ano. De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), foram lançados na cidade 32 empreendimentos de janeiro a março, contra 82 nos três primeiros meses de 2005 — o que representa uma diminuição de 60%. Na gaveta — Ao lado do mercado imobiliário, no coro dos descontentes, estão arquitetos e urbanistas. O presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil em São Paulo, Arnaldo Martino, conta que grandes escritórios de arquitetura já

Patrícia Cruz/LUZ

acumulam até 16 projetos em suas gavetas devido a esse imbróglio da lei de zoneamento. "A diferença cria uma indefinição. Qual coeficiente é o correto? O da Sempla ou o da subprefeitura? Qual o custo para o projeto que o escritório deve apresentar? Não dá para concluir projetos dessa forma. Precisamos de definição." Um exemplo dessa incoerência nos dados está na subprefeitura da Penha, na zona leste da cidade. O eixo da Rua Penha de França é classificado

Qual coeficiente é o correto? O da Secretaria ou o da subprefeitura? Qual o custo para o projeto que o escritório deve apresentar? Arnaldo Martino como uma Z2, o que permite a construção de duas vezes a área do terreno. Mas só tem essa informação quem procura a Sempla. Na subprefeitura, o interessado em construir recebe a informação de que a região é uma Z1, em que é permitida a construção de apenas uma vez a área do terreno. A diferença pode encarecer o projeto em até 20%, dependendo de sua finalidade. O secretário municipal de Planejamento, Francisco Vidal Luna, admite as incoerências e diz que são fruto da aprovação "a toque de caixa" da lei.

O vice-presidente do Secovi-SP (sindicato das empresas do setor imobiliário) Cláudio Bernardes defende a unificação dos coeficientes, deixando essa responsabilidade a cargo da Sempla. Segundo Bernardes, essa mudança faz parte do pacote de reivindicações do mercado imobiliário para a revisão do Plano Diretor paulistano, que deve ocorrer neste ano. Esse plano serve de base para todo o desenvolvimento da cidade, com regras que vão de transporte a habitação. A lei de zoneamento é um anexo do Plano Diretor. "Se conseguirmos aprovar nossas propostas, o número de lançamentos imobiliários pode voltar a crescer em São Paulo", avalia. Garagens — Em 2005, o mercado foi prejudicado pelo texto da lei de zoneamento, segundo Bernardes. "O setor praticamente parou durante oito meses." Um veto de última hora fez com que as áreas de garagem passassem a fazer parte da área construída. Na esmagadora maioria dos projetos, as garagens ocupavam quase toda a área permitida para construção, o que inviabilizou os projetos. "Só depois de muito debate essa distorção foi corrigida", afirma Bernardes. Para o urbanista Candido Malta, o setor imobiliário tem suas razões para reclamar, mas isso não pode justificar um retorno à lei anterior. Malta é um dos principais críticos do atual modelo, mas lembra que a revisão do texto não pode resultar em um processo "frenético" de verticalização da cidade. Davi Franzon

Secovi-SP afirma que confusão sobre coeficiente afetou ritmo de lançamentos de empreendimentos

Secretaria de Planejamento e subprefeituras dão informações diferentes sobre zoneamento da cidade

Setor imobiliário quer alterar pontos da lei na revisão do Plano Diretor

Nova lei substituiu texto de 1972

C

riada em 2003, a nova lei de zoneamento de São Paulo substituiu as regras criadas em 1972, mas implantadas somente em 1973. As novas regras foram aprovadas no final de 2003, junto aos 31 planos regionais de cada subprefeitura. O texto era um complemento ao Plano Diretor Estratégico, aprovado alguns meses antes na Câmara Municipal paulistana. O modelo atualizado transformou os 53 zoneamentos anteriores da cidade em 15, com uma subdivisão de 25 tipos de zona de uso, e não mais 76, como constava da lei anterior.

Dentro desse pacote o destaque são as "Zers" (Zonas Exclusivamente Residenciais). Também foram criadas pela lei as Zonas Mistas (ZM), subdivididas em tipos como Zona Mista de Baixa Densidade (ZM-1), Zona Exclusivamente Residencial de Média Densidade (ZER-2) e Zona Mista de Alta Densidade (ZM-3). Cada subprefeitura recebeu autonomia para classificar suas ZMs, segundo o grau de adensamento da região. O novo modelo colocou em vigor os corredores comerciais e também permitiu a implantação das Operações Urbanas. (DF)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

DOISPONTOS -99

pelo ministro Eros Grau ao mesmo José Dirceu, impedindo de novo que ele seja investigado no caso Celso Daniel.

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

S

A esperança de integração N F C OJ ento e vinte anos depois da abolição da escravatura, duas fotos, uma ao lado da outra, mostram como pouco mudou a realidade brasileira. Se olharmos a foto de uma sala de aula em uma universidade federal, veremos somente rostos brancos; uma foto tirada dentro da Febem, mostraria apenas rostos negros. Essas duas fotos bastam para envergonhar e indignar o Brasil pelo pouco que já foi feito ao longo de um século para corrigir o que ocorreu durante os quatro séculos anteriores. Mas nada indica que o Brasil esteja decidido a tomar as medidas para corrigir isso. A primeira e definitiva ação seria fazer a revolução educacional que permitisse assegurar oportunidades iguais a todas as crianças brasileiras, desde o dia do nascimento até o final do ensino médio, independentemente da cidade em que tenham nascido, da cor de sua pele, da renda de sua família. Está na desigualdade da oportunidade, por ser pobre ou ter nascido em uma cidade pobre, a causa das cores nas duas fotos. A discriminação racial no Brasil não vem de leis discriminadoras. O preconceito racial, embora existente no Brasil, não é suficiente para brecar o ingresso de estudantes negros na universidade, e de jovens brancos na Febem. Mas essa ação, mesmo que tomada agora, com uma nacionalização da educação básica, levaria 15 anos para surtir o efeito da igualdade de oportunidades racionais no ingresso nas universidades e febens. Até lá, a discriminação social continua e induz à discriminação racial. Por isso, as cotas para negros são um paliativo para mudar a realidade crônica das duas fotos. Mesmo assim muitos, talvez a maioria da população brasileira, são contra a cota, c o m d o i s a rg u m e n t o s falsos. Primeiro, de que levaria à queda na qualidade do ensino. Um argumento de quem deseja manipular a opinião ou de quem não conhece o assunto. As cotas só beneficiam aqueles que terminarem o

G É preciso fazer

uma revolução educacional que permita assegurar oportunidades iguais a todas as crianças brasileiras

G Completar a abolição dos escravos, com uma escola pública que assegure igualdade de oportunidades a todas as crianças: descendentes de brancos livres ou de escravos negros

ensino médio e passarem no vestibular; apenas promove quem tenha sido aprovado, mas em uma classificação posterior ao limite das vagas. Ou seja, tenha passado em 27º lugar para um total de 25 vagas. Nada indica que depois de quatro ou cinco anos de curso, um jovem que tenha passado em 25º lugar no vestibular vá ser um profissional melhor do que aquele aprovado em 26º lugar. Ninguém pergunta a um médico a sua classificação no vestibular. A qualidade pode até se elevar graças às cotas, por duas razões: uma, porque aumenta a concorrência no vestibular, ao atrair mais jovens que não pensariam em entrar na universidade; outra, porque os “cotistas” terão de se esforçar para quebrar o preconceito contra eles. O segundo argumento é de que discrimina jovens brancos que teriam de ceder vaga para negros. Na verdade, a discriminação seria contra os jovens que estudaram em escolas de qualidade, com garantia de acesso à universidade, quase todos brancos, mas que passaram por virem de famílias com renda acima da linha de pobreza.

A

lém disso, defendo que a vaga não seja retirada dos que se classificaram, mas que sejam criadas novas vagas para jovens negros que passaram abaixo da classificação. O jovem negro citado acima como exemplo, aprovado em 27º lugar, ganharia uma vaga nova, passando por cima do jovem branco que tivesse sido excluído por ter passado em 26º lugar. Não haveria exclusão de nenhum dos classificados, apenas uma discriminação afirmativa entre os aprovados não-classificados. Isso não piora a universidade, mas tampouco traz qualquer benefício social, porque o jovem negro que termina o ensino médio e passa no vestibular certamente não vem de uma família pobre. Isso somente corrige a vergonha das duas fotos, que mostram a demora em completar a abolição dos escravos, com uma escola pública que assegure igualdade de oportunidades a todas as crianças: descendentes de brancos livres ou de escravos negros. CRISTOVAM BUARQUE É SENADOR PELO

PDT/DF

O fracasso da reprovação euforia neoliberal cedeu espaço, na análise da educação brasileira, a um tempo de realismo objetivo. O governo Fernando Henrique Cardoso, sendo ele professor, comemorou intensamente a universalização do ensino fundamental, quando na verdade, se isso houve, estamos certos da sua lamentável descontinuidade. Os índices de reprovação na escola pública são terríveis, como conseqüência desta política superficial e, ao mesmo tempo, inteiramente oca. Em estudos internacionais, o Brasil ficou numa das últimas colocações, perdendo inclusive para nações africanas. Temos a média de 21% de reprovações no ensino fundamental, apesar de todos os artifícios utilizados, como a comprometedora reprovação automática. Como dormir tranqüilo com tamanha barbaridade? Para se ter idéia do vexame, que grava especialmente as escolas fundamentais no Norte e no Nordeste, o Rio de Janeiro, que precisa melhorar, assinala 16% de taxa de reprovações, que está 5% abaixo da média nacional. A sua Secretaria Estadual de Educação está tomando medidas enérgicas para reverter o quadro, a partir de 2007, com a redução anual do índice de 2 em 2%. Para isso dispõe do Projeto Nova Escola, premiando os professores que comprovadamente fizeram reduzir a taxa. Em 2006 já foi assinalada melhoria em Língua Portuguesa e especialmente Matemática, o que promete resultados promissores daqui para a frente, com uma política séria. Estamos convencidos de que a educação não se faz apenas com a precária transmissão de conhecimentos. É preciso demonstrar claramente que

A

G Temos a média

de 21% de reprovações no ensino fundamental. Como dormir tranqüilo com tamanha barbaridade? G Educação não

se quer ensinar (recado para os 70 mil professores e especialistas fluminenses) e que se deve levar os alunos (no caso do Rio de Janeiro, mais de 1,3 milhão) a querer aprender. Sem esse binômio fica difícil obter resultados convincentes. Quando queremos o retorno de disciplinas como Francês, Filosofia e Literatura Brasileira, além do reforço de Religião na rede pública, o objetivo não é sobrecarregar o currículo, mas pegar firme na decisão de ensinar valores, hoje quase ausentes na relação ensino-aprendizagem. A educação moderna é científica, com forte apoio na tecnologia. A aula só de cuspe-e-giz deve ser banida, pois precisamos dos alunos bem formados e aptos a enfrentar as exigências cada vez maiores do mercado de trabalho que se sofistica, com a rápida industrialização do Estado.

se faz apenas com a precária transmissão de conhecimentos. É preciso demonstrar stamos convencidos de que os professores claramente que devem merecer melhores salários, com um se quer ensinar bom plano de carreira, o que impedirá o e que se deve mestre de precisar de três ou quatro escolas para lelevar os alunos a cionar, sacrificando a qualidade do seu empenho. querer aprender. É preciso que haja entre o mestre e o aluno uma re-

E

lação mais eficiente de convívio. Isso também é educação de primeira qualidade. Defende-se o tempo integral, pelo menos com oito horas do aluno na escola – e de forma interessada, pois se ele estiver desmotivado não haverá força no mundo que o faça apreender conhecimentos ou atitudes adequadas. Há muito o que fazer. Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

ARNALDO NISKIER É SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DO DO RIO E MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

EIL ERREIRA UQUINHA TÁ CERTO uma das primeiras aulas do ano, a professora de uma escola particular de classe média alta, querendo conhecer melhor seus alunos, pergunta: "Olguinha o que o seu pai faz ?" "É engenheiro", a menina responde. "E o seu, Pedrinho ?" "Médico". "E o seu, Marco ?" "Funcionário público". "E o seu, Juquinha ?" "É travesti, professora" o menino responde sem nem piscar. Desaba o silêncio na classe. Juquinha explica. "Toda noite ele se veste de mulher e vai numa boate erótica fazer striptease..." A professora, um tanto desconcertada encerra a aula, dispensa os alunos, mas pede para o Juquinha ficar: "Mas é isso mesmo que o seu pai faz para ganhar a vida?" O Juquinha dá aquele suspiro profundo de quem já teve que explicar isso muitas vezes na vida: "Não professora, o meu pai não é travesti não. Na verdade ele é dirigente do PT, mas eu tenho vergonha de falar".

N

Juquinha tá certo. Veja o Mercadante. Mal ganhou a indicação do PT para sair como candidato a governador, disse sob estridentes aplausos da sua platéia que "vai trazer para São Paulo o mesmo Brasil do Lulla"... Mercadante está avisando antes e ninguém pode dizer que foi pego de supresa. Se alguém quiser para São Paulo o mesmo Brasil do Lulla é só votar no Mercadante! O Juquinha tá certo. Agora é oficial. O que eram só murmúrios nos corredores de Brasília entrou para a vida real. O Fuhrer em peçoa, o Noço Guia, o Duce, ordenou que o PT dê legenda e apoio a todos os mensaleiros que comprovadamente meteram as mãos no velérioduto, mesmo os que foram indiciados como quadrilheiros no impecável relatório do Procurador-Geral da República. Até Palocci, duplamente indiciado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, foi docemente constrangido pelo Il Capo a tentar a candidatura a deputado federal para ter foro privilegiado e ser processado pelo STF, que tem dado liminares a todos os cumpanheros do PT que as requereram. A mais recente foi dada

O

obre essas candidaturas, agora com apoio explícito do Palácio do Planalto, é bom lembrar que Tarso Genro deixou o Ministério da Educação para assumir o PT e promover a sua "refundação" com a promessa pública de não dar legenda aos mensaleiros. Foi defenestrado. Hoje Tarso Genro é um ministro que recebe salário do Estado, portanto pago pelo povo, e não faz outra coisa a não ser correr atrás do Itamar e do Quércia para arrumar alianças para a reeleição do Lulla, com despesas pagas, claro, pelo Estado e portanto pelo povo. O Juquinha tá certo. Todo mundo sabe que o Silvinho Land Rover deu uma entrevista bombástica ao jornal O Globo, falando até que temia ser um novo PC Farias, um arquivo a ser queimado, colocando

Quem é que vai ter coragem de falar que é filho do Land Rover, do Luizinho, do João Paulo, do Delúbio, do José Dirceu? os pingos nos "is" prometidos pelo José Dirceu lá atrás, no já quase esquecido caso Waldomiro Diniz. Na realidade, Land Rover colocou os pingos em quatro "is", Lulla, José Dirceu, Mercadante e Genoíno, apontando-os como os chefes de fato da coisa toda. Qual a novidade? Nenhuma, todo mundo está careca de saber quem manda em tudo, mensalão e mensaleiros incluídos. Então, por que a entrevista foi tão bombástica? Porque foi a primeira vez que um cardeal do PT deu nomes aos "is". Berzoni, presidente do PT, disse que Land Rover, até há pouco tempo um dos quatro dirigentes mais importantes do PT, com trânsito livre nos andares mais cardealísticos do palácio do Planalto, era "desequilibrado". E todo mundo viu na tevê, na CPI dos Bingos, Land Rover - certamente tendo levado uma lavagem cerebral de "desequilíbrio" - quase cambalear, tomar gotinhas e afirmar que "não sabia o que era fato e o que era ficção" na entrevista que deu. Pode? Juquinha tá certo. Quem é que vai ter coragem de falar que é filho do Land Rover, do "Professor" Luizinho, do João Paulo Cunha, do Delúbio, do José Dirceu? É mais fácil mesmo o pai ser travesti.

O

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 12, 13 e 14 de maio de 2006

Cidades

Fotos de Patrícia Cruz/Luz

5 Começa na próxima semana a terceira etapa do programa de recapeamento de ruas e avenidas e de pavimentação de ruas de terra em São Paulo. Leia em www.dcomercio.com.br/ canais/cidades_index.hmt

A arquiteta Juliana Camargo é responsável pelo projeto da nova rua da Mooca, que prevê, entre outras mudanças, a reforma nas fachadas das lojas e também alterações na fiação elétrica aérea

RUA DA MOOCA VAI FICAR DE CARA NOVA Objetivo da recuperação é trazer de volta os consumidores. O projeto inclui reforma das calçadas, melhoria da iluminação e recapeamento.

Paula Cunha

Lojistas estão otimistas

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principal centro comercial da Mooca, a rua que leva o mesmo nome do bairro, vai passar por uma repaginação total. O objetivo é reconquistar moradores e consumidores que deixaram de circular pela via, preferindo fazer suas compras em shopping centers e em outros pontos comerciais da cidade. O projeto arquitetônico para a rua da Mooca – que inclui reforma das calçadas, melhoria da iluminação e recapeamento do asfalto – foi discutido ontem, durante o 3º Café de Negócios da Distrital Mooca da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para atingir a meta, o bairro aderiu ao Programa de Requalificação de Ruas Comerciais, implementado no final do ano passado pela Prefeitura de São Paulo. Pelo programa, as ruas podem ser revitalizadas ou reformadas por meio de um convênio com uma entidade local de lojistas. A reunião de ontem teve o objetivo de criar uma comissão para convencer os comerciantes a apoiar o projeto, que já foi implementado em outras ruas da cidade, como a Joaquim Nabuco e a Oscar Freire. Nesta última, os lojistas registraram aumento de vendas da ordem de 11% após a conclusão das reformas. Durante o encontro, representantes da ACSP, dos lojistas e da Subprefeitura da Mooca discutiram propostas e se comprometeram com a tarefa de convencer todos os lojistas da rua da Mooca, no trecho entre a rua João Antonio de Oliveira e a avenida Paes de Barros, a aderir ao projeto e reformar suas calçadas e fachadas. Protocolo – Antonio Viotto Netto, superintendente da Distrital Mooca, explicou que a ACSP assinou um protocolo de intenções com a Prefeitura, se comprometendo com a reforma de 70% dos metros lineares de calçadas deste trecho, que será efetuada pelos lojistas. Segundo ele, já existe um projeto arquitetônico para a reforma padronizada das calçadas e a melhoria do visual da rua, com alterações nas fachadas das lojas e outras benfeitorias. "Devem ser feitas também reformas para garantir a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiências", disse. O subprefeito da Mooca, Eduardo Odloak, ressaltou que a tarefa de recuperação das calçadas é dos lojistas, de acordo com a legislação atual. "A Prefeitura só efetua o trabalho de reparo quando o

O

O subprefeito Eduardo Odloak (esq.), as lojistas Leila e Letícia e o superintendente Viotto Netto: todos trabalhando pela revitalização da rua da Mooca

quadro é de deterioração total. Peço aos comerciantes que não percam esta oportunidade de criar um novo padrão visual para o bairro da Mooca, o que trará benefícios para todos", disse. Ele acrescentou que outro ponto positivo do projeto é que ele trará benfeitorias não só para os lojistas, mas para todos os moradores do entorno da área escolhida. E lembrou que as características da Mooca são favoráveis para que todos se beneficiem com as mudanças, pois em outros bairros, como o Brás, há poucas pessoas vivendo perto

das áreas comerciais, o que não acontece com a Mooca. Para Juliana Camargo, arquiteta responsável pelo novo projeto arquitetônico da rua da Mooca, a recuperação das calçadas é o primeiro passo para que outras melhorias sejam providenciadas. Segundo ela, a recuperação de fachadas e a padronização dos cabos e fios de iluminação também podem contribuir para a valorização dos imóveis e do bairro como um todo. Juliana já participou do projeto em outras ruas da capital, como na Joaquim Nabuco.

Cifras e prazos – Além da meta mínima de 70% de adesão por parte dos lojistas, a reunião definiu que o investimento mínimo para a reforma das calçadas deve oscilar entre R$ 90 e R$ 100 por metro reformado, segundo uma avaliação preliminar de custos. No caso da fiação elétrica, que polui visualmente a rua, deverá ser encontrada uma solução diferente da que foi adotada pela rua Oscar Freire, onde ficou subterrânea, em razão de seus altos custos. A ACSP, por meio da Distrital da Mooca, já entrou

em contato com os bancos que têm unidades na rua da Mooca para pedir a colaboração na execução do projeto. "Temos que cumprir o prazo de adesão ao projeto da Prefeitura, que termina no dia 10 de junho", concluiu Viotto Netto. Para Waldomiro Silva, diretor e segundo secretário da ACSP, a iniciativa de revitalização da rua da Mooca é positiva. Ele ressaltou, no entanto, que será necessária a aplicação da legislação contra os camelôs, que provavelmente se instalarão na área após as melhorias.

timismo. Esta era a sensação dos comerciantes da região, ontem, depois do encerramento do 3º Café de Negócios realizado na Distrital Mooca da ACSP, onde foi discutida a revitalização da rua da Mooca. Para eles, o bairro todo será beneficiado pelo projeto de revitalização. A empresária Leila Duek, proprietária da loja de confecções Leilokas, disse que acredita que as mudanças contribuirão para aumentar a segurança em toda a área próxima ao centro comercial. "O projeto tem tudo para dar certo", afirmou. Para Letícia Kamachi, dona da Loja Tokkio, especializada em moda infanto-juvenil, e também da perfumaria Sumirê, este será um passo importante para o desenvolvimento de toda a região. "Com certeza, mais pessoas circularão pela área. Elas terão mais conforto e também mais segurança, e o comércio local será beneficiado com isso", concluiu. (PC)


Transpor te Saúde Distritais Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 Mesmo que algo pareça impossível, vá lá e faça. Tem de ser ousado. Sérgio Mercado, palestrante

EXERCITAR A MENTE PARA VENCER O MEDO

Palestra e doação de alimentos

Divulgação

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Distrital São Miguel discute o medo e arrecada 140 quilos de alimentos não-perecíveis para uma instituição

N

o dia 25 de abril, a Distrital São Miguel realizou a 18ª Reunião Ordinária, com a palestra "Vencer o medo", realizada por Sérgio Mercado. O palestrante falou da importância de voltar a ser criança, de brincar e sorrir.

Através de dinâmicas, Mercado mostrou que é necessário mudar hábitos, ocupar e exercitar a mente com conteúdos saudáveis, usar mais a criatividade, procurar caminhar com os próprios pés e ter sempre um foco. "Mesmo que algo pareça impossível, vá lá e faça.

Tem de ser ousado, ter coragem para ser humilde e assim aprender, crescer e mudar. Se você quer muito alguma coisa, então insista, persista e nunca desista", disse. A reunião, coordenada pelo diretor-superintendente José Parziale Rodrigues, contou

com a participação de diretores, associados e representantes de entidades da região. Cada participante contribuiu com um quilo de alimento não-perecível. Os 140 quilos de alimentos arrecadados foram doados ao Grupo Esperança e Amor.

Jabaquara – A Distrital Jabaquara da Associação Comercial de São Paulo realizou a palestra "Disfunções Sexuais em Portadores de Diabetes", com o médico Murilo Moura, dia 5.

Ipiranga mostra a importância da voz

N

o dia 19 de abril, a Distrital Ipiranga apresentou a palestra "A voz na venda", ministrada pela fonoaudióloga Magda Denise Alves. O objetivo foi mostrar a importância do perfil profissional na hora de falar e como a voz deve ser usada para conquistar. De acordo com Magda, o

GIr

corpo e a voz somam 93% da responsabilidade de comunicação, restando apenas 7% para a palavra. "O gesto e a maneira é mais importante do que aquilo que é dito. Expressamos nossas emoções através da voz. Ela está relacionada às questões social e cultural e, porque não profissional ?", disse Magda.

Terça-feira I São Miguel - A distrital

promove "Café com negócios". Às 8h30, na Escola Técnica de Guaianases, rua Feliciano de Mendonça, 290. I Centro – A distrital realiza reunião do "Movimento Degrau", coordenada por Paula Braga Viscaino. Às 8h30.

Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Sipat – A Associação

Comercial de São Paulo (ACSP) promove a abertura da 10ª Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho). Às 10h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, no Auditório. I Distritais - Reunião do Conselho das Sedes das Distritais da ACSP, coordenada pelo vice-presidente Valmir Madazio. Às 16h30, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/11º andar, na sala Tadashi Sakurai. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de beleza do Projeto Empreender, coordenada por Valdeir Gimenez. Às 18h. I Penha - A distrital realiza plenária do Fórum dos Jovens Empreendedores, com a palestra "Plano RH e Remuneração", coordenada por Carlos Ferro. Às 18h.

Quarta-feira I Centro - A distrital realiza

reunião do Conselho das Sedes Distritais com a palestra "Planejamento Estratégico para Micro e Pequena Empresa", coordenada por Ribeiro de Sousa. Às 18h. I Pirituba – A distrital promove a palestra "Como realizar os sonhos de sua vida", coordenada por Dill Cassella. Às 19h. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de lojas de móveis e colchões do "Projeto Empreender", coordenada por Valdeir Gimenez. Às 20h.

Quinta-feira I São Miguel - A distrital

realiza reunião do núcleo setorial de escolas particulares do "Projeto Empreender", coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 15h.

Associação Comercial de São Paulo Distrital Butantã Rua Alvarenga, 415 – CEP 05509-070 Fone/fax: 3032-6101 José Sérgio Pereira Toledo Cruz Diretor Superintendente

Distrital Jabaquara Av. Santa Catarina, 641 – CEP 04635-001 Fone: 5031-9835 – Fax: 5031-3613 Fernando Calderon Alemany Diretor Superintendente

Distrital Penha Av. Gabriela Mistral, 199 – CEP 03701-010 Fone: 6641-3681 – Fax: 6641-4111 Marco Antonio Jorge Diretor Superintendente

Distrital Santana Rua Jovita, 309 – CEP 02036-001 Fone: 6973-3708 – Fax: 6979-4504 João de Favari Diretor Superintendente

Distrital Sudeste Rua Afonso Celso, 76 – CEP 04119-000 Fone/fax: 5572-0280 Giacinto Cosimo Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Centro Rua Galvão Bueno, 83 – CEP 01506-000 Fone/fax: 3207-9366 - Fone: 3208-5753 Marcelo Flora Stockler Diretor Superintendente

Distrital Lapa Rua Martim Tenório, 76/1º andar CEP 05074-060 – Fone: 3837-0544 – Fax: 3873-0174 Douglas Formaglio Diretor Superintendente

Distrital Pinheiros Rua Simão Álvares, 517 – CEP 05417-030 Fone: 3031-1890 – Fax: 3032-9572 Ricardo Aparecido Granja dos Santos Diretor Superintendente

Distrital Santo Amaro Av. Mário Lopes Leão, 406 – CEP 04754-010 Fone/fax: 5521-6700 Aloysio Luz Cataldo Diretor Superintendente

Distrital Tatuapé Praça Silvio Romero, 29 – CEP 03303-000 Fone/Fax: 6941-6397/6192-2979/6942-8997 Antonio Sampaio Teixeira Diretor Superintendente interino

Distrital Ipiranga Rua Benjamin Jafet, 95 – CEP 04203-040 Fone: 6163-3746 – Fax: 274-4625 Antonio Jorge Manssur Diretor Superintendente

Distrital Mooca Rua Madre de Deus, 222 – CEP 03119-000 Fone/fax: 6694-2730 Antonio Viotto Netto Diretor Superintendente

Distrital Pirituba Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 3.678 CEP 05145-200 – Fone/fax: 3831-8454 José Roberto Maio Pompeu Diretor Superintendente

Distrital São Miguel Av. Marechal Tito, 1042 – CEP 08010-090 CEP 08010-080 – Fone: 6297-0063 – Fax: 6297-6795 José Parziale Rodrigues Diretor Superintendente

Distrital Vila Maria Rua do Imperador, 1.660 – CEP 02074-002 Fone: 6954-6303 – Fax: 6955-7646 José Correia Diretor Superintendente


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO

POLÍTICA VERSUS ECONOMIA

A

PELA DEMOCRACIA

Os trunfos do companheiro Chávez ROBERTO FENDT

H Joedson Alves/AE

A percepção de que Lula vencerá não significa para os analistas que o cenário econômico esteja “descolado” da política No momento atual, a percepção de que Lula vencerá a eleição parece consolidada para a grande maioria dos analistas. Diz a prosaica sabedoria que só se deve prever o resultado de uma eleição após a contagem dos votos... Ainda assim, o favoritismo do petista está apoiado em alicerces firmes. Primeiro, a vantagem de quem está no posto e utiliza a máquina a seu favor, às vezes ultrapassando o limite do permitido. Segundo, o desempenho favorável da economia, na margem. Terceiro, o peso relativamente menor que, aparentemente, o eleitorado atribui aos escândalos, a despeito dos esforços contrários da oposição. A evidência de que Lula está “quase lá”, contraposta aos termômetros econômicos favoráveis, sugere de certa forma que a eleição presidencial deixou de marcar a dicotomia dos cenários.

JOÃO DE SCANTIMBURGO

O fato de que as expectativas estão bem ancoradas em ano eleitoral não significa que o cenário econômico esteja “descolado” da política. Significa, isto sim, que o Brasil está amadurecendo, ou seja, a vitória do candidato A ou B não implica abandono de preceitos básicos, garantidores da estabilidade. Os bons ventos de curto prazo escondem, no entanto, fragilidades da economia brasileira, que vão bem além da defunta “restrição externa”. Há gargalos de infraestrutura, problemas graves com a Previdência e atraso na Educação. Para resolver estes problemas, é preciso que se torne predominante a

Céllus

té pouco tempo a definição de cenários econômicos relativos ao Brasil subordinava-se ao resultado previsto para as eleições. Mais do que aos programas em si, recipientes de idéias semelhantes e suficientemente genéricas, construídas para satisfazer “gregos e troianos”, as expectativas tendiam a oscilar em função das supostas preferências dos candidatos e seus seguidores. A título de ilustração, a eleição de 2002 gerou incertezas fortes porque, com ou sem a famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, temia-se que a ação do novo governo mudasse expressivamente a direção da política econômica.

visão de que o Estado deve ser mantido sem gordura e que crescimento econômico resulta de um ambiente propício aos negócios. Não nos parece que a atual administração compartilhe de tal visão. Em suma, na melhor das hipóteses, a perspectiva de vitória do PT na próxima eleição parece compatível com um cenário de “mais do mesmo”. Mas, se assim for, o potencial de crescimento econômico não aumenta e não será possível continuar a estimular a demanda interna, como faz o atual governo, sem criar problemas seja nas contas externas, seja na inflação ou em ambas. Portanto, os agentes de mercado devem levar este cenário em conta antes de resolverem “ficar comprados em Brasil”, principalmente em ativos de longo prazo.

á quem goste de Chávez. Há quem desgoste. A má notícia para os que desgostam é que o "companheiro" Chávez continuará nos rondando pelo menos por algum tempo, se depender da economia. A liderança de Chávez no subcontinente depende de sua capacidade de respaldar com dinheiro sua retórica. O caso da Bolívia é emblemático. Sai Petrobrás, entra PDVSA. E se a União Européia decidir suspender qualquer ajuda voluntária que esteja dando à Bolívia pela expropriação de ativos de suas empresas, a dependência boliviana da Venezuela irá aumentar – enquanto a Venezuela tiver caixa para bancar o novo parceiro bolivariano. Esse parece ser o caso atual. A economia venezuelana atravessa a sua mais longa expansão desde a explosão dos preços do petróleo na década de 90. O PIB cresceu 17% em 2004 e 10% em 2005. A taxa de crescimento anualizada do primeiro trimestre de 2006 persiste em torno de 10%. Alguém poderia argumentar que a Venezuela tem um PIB extremamente volátil, como outros países primordialmente produtores de petróleo. De fato, o PIB venezuelano ficou negativo entre o terceiro trimestre de 1998 ao último trimestre de 1999, cresceu de forma irregular em 2000 e 2001 e ficou negativo novamente em 2002 e 2003. No primeiro trimestre de 2003, a taxa anualizada de crescimento foi negativa em 25%. Se, com um histórico desses tudo é possível, dois fatores dão atualmente força a Chávez. Em primeiro lugar, o crescimento em 2005 foi liderado pelo setor não-petroleiro. Recorde-se que o setor petroleiro responde apenas por 25% da economia venezuelana, embora seja responsável por 80% do total das exportações e por metade das receitas do setor público. Os atuais preços do petróleo, portanto, contribuem em parte para sustentar o PIB e principalmente para engordar os cofres públicos – do quais depende a força e a ousadia de Chávez. O segundo fator é a expectativa de manutenção dos preços do pe-

O tímido projeto da Fecomercio MARCOS CINTRA

B ons ventos escondem fragilidades na economia

A Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

A

té agora a inflação na Venezuela está sob controle pela adoção ampliada do modelo kircheriano-cepalino: uma combinação de taxa de câmbio fixa (que barateia as importações), controles de preços, administração da distribuição de alimentos pelo governo e reduções de impostos sobre o consumo. Contudo, as políticas monetária e fiscal são altamente expansionistas, no momento em que a Venezuela vive uma bonança de preços altos do petróleo. A história econômica venezuelana comprova que essa combinação é a ideal para produzir uma crise econômica no futuro, quando o desequilíbrio se aprofundar suficientemente e o preço do petróleo cair. Nessa ocasião, teremos mais retórica e menos ação de Chávez – algo como o que ocorre, de forma permanente, com o "companheiro" Fidel. Até lá, faria bem a todos colocar as barbas de molho, especialmente quem as usa, como o senhor presidente, e evitar a companhia de tão notória companhia.

C hávez depende de petrodólares para respaldar sua liderança

TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO DA MCM CONSULTORES WWW.MCM-MCM.COM.BR

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

tróleo. O atual patamar tem a ver com o desequilíbrio no mercado, decorrente da incapacidade da oferta de acompanhar o crescimento da demanda. Foi esse desequilíbrio que produziu os atuais preços, incapazes por ora de restaurar o equilíbrio no mercado de petróleo. E os preços poderão voltar a subir, já que a taxa de utilização das refinarias americanas está muito abaixo do normal e a demanda persiste forte. Em março, as importações chinesas de petróleo cresceram 29%, relativamente a março do ano passado. Além disso, o parco crescimento da oferta russa e as indicações de que a produção poderia estar chegando ao pico no Mar do Norte não ajudam a compensar a redução da produção na Nigéria e os riscos de suspensão das entregas iranianas. Com tudo isso, o mais sensato é imaginar que as receitas provenientes do petróleo manterão o momentum do "companheiro" Chávez. O que pode mudar nesse cenário?

Fecomercio está propondo uma reforma tributária em duas etapas. A primeira unificaria o ICMS, o IPI, o ISS, o PIS/Pasep, a Cofins e o Simples em um imposto sobre o valor agregado com alíquota de 12%. A segunda fase uniria o Imposto de Renda (pessoa física e jurídica), a CSLL e as contribuições previdenciárias em um imposto sobre a renda com alíquota de 17%. O projeto da Fecomercio simplifica. Porém, destrói importantes conquistas parciais já obtidas com a tributação simplificada para as micro e pequenas empresas -o Simples, que seria eliminado. Nesse sentido, a proposta é um retrocesso. Cabe destacar ainda o irrealismo quantitativo do projeto. As alíquotas dos novos impostos a serem criados estão subestimadas relativamente aos níveis atuais de arrecadação. É importante citar que as alíquotas atuais necessárias para os dois impostos seriam de 18%, no caso do IVA, e de 20% para o Imposto de Renda. É improvável que medidas reduzam despesas numa magnitude que permita praticar alíquotas como as projetadas. É inquestionável a necessidade de reduzir as despesas públicas. Mas a reforma tributária não pode permanecer em compasso de espera até que outras ações sejam implementadas. O argumento de que é preciso primeiro reduzir gastos para depois mudar a estrutura de impostos é continuar fazendo o jogo dos que se beneficiam de sistema que castiga

o assalariado e as empresas formais. Quem ganha com a postergação da reforma tributária são as atividades informais, os sonegadores e o governo federal. Outra limitação do trabalho da Fecomercio é incorporar de forma indiscriminada o conhecimento convencional que sataniza a cumulatividade e endeusa os impostos sobre valor agregado e sobre a renda.

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uitos acreditam que as fraudes fiscais devem ser combatidas com fiscalização mais invasiva e com medidas punitivas mais rigorosas. Isso é uma meia verdade. Intensificar o controle e a fiscalização pode inibir, mas não evita que contribuintes graúdos, pessoas físicas ou empresas, escondam patrimônio e faturamento. A concepção de um projeto de reforma tributária deve prevenir essas ocorrências. Não basta fiscalizar e punir. A proposta da Fecomercio, apesar de avançar ao propor drástica redução nas bases tributárias a serem utilizadas, comete erro capital ao repudiar a experiência acumulada no Brasil com o uso da movimentação financeira como base de incidência. Sua utilização tornaria o sistema mais simples e ao mesmo tempo mais justo e menos discriminatório. MARCOS CINTRA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE É VICE-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, MCINTRA@MARCOSCINTRA.ORG

O projeto destrói conquistas obtidas com a tributação simplificada

LIBERAL líder Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo, vai demonstrar mais uma vez sua vocação democrático-liberal no seminário a se realizar nos dois próximos dias. O ilustre promotor da reunião e seu presidente escolheram a data num momento em que manifestações de caudilhismo estão ameaçando as últimas resistências democráticas do continente. Em meu livro O Destino da América Latina dediquei um longo capítulo para advertir leitores sem estudos sobre a civilização e a cultura no continente e que a democracia na sua acepção liberal tem poucas chances de ser cultivada aqui. Não que falte vocação democrática, mas pela herança colonial autoritária que precedeu a emancipação de todos os países que se declararam livres no Século XIX.

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Os princípios liberais são a única doutrina que preserva a democracia e devem ser defendidos pelos democratas studei em profundidade esse compromisso histórico, adquirido em lutas e tropelias que deixaram a marca da opção caudilhesca contra os ensinamentos dos mestres anglófonos. O Brasil teve no Império um modelo superior de democracia liberal; fomos o exemplo altamente elogiável de um regime liberal com correspondência na Inglaterra, de onde nos vinha o modelo. A partir do novo regime e de sua inspiração presidencialista norte-americana, passamos para um órgão autoritário, que só recentemente foi sendo substituído pelo liberalismo, ainda que moderado e, mesmo, com vários defeitos, que seria longo mencionar. Guilherme Afif e seus convidados, todos militantes dos princípios liberais, vão expor a única doutrina que preserva a democracia e que deve ser defendida por todos que se dizem democratas, aos quais faz perfeita junção o liberalismo das velhas tradições britânicas e suas descendências americanas. Essa é a democracia que nos interessa, a liberal, como a querem Guilherme Afif e seus convidados.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Tratei de me posicionar o mais perto possível de onde estavam os fotógrafos e cinegrafistas. Evangelina Carozzo, ativista argentina que protestou, apenas de biquíni, durante a foto oficial dos presidentes participantes da Cúpula de Viena, no jornal argentino La Nación.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

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MAIO

www.dcomercio.com.br/logo/

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Dia do Assistente Social Dia do Gerente Bancário Dia Internacional da Família Recolhimento de ICMS, IRRF, Cofins, PIS-Pasep, IPI e INSS

I RAQUE E UA

País segue sem rumo

Super Nanny virtual Os pais americanos em busca de distração eficaz para seus filhos entre seis meses e três anos de idade já podem recorrer ao Canal 293. Trata-se da BabyFirstTV, com uma programação que inclui o desenho animado Hide and Seek, em que dois esquilos se revezam na tarefa de esconder uma noz; Sandman, especialmente concebido para colocar as crianças para dormir; e Black and White, que mostra figuras geométricas movendo-se lentamente pela tela da televisão. O canal preocupa os especialistas que aconselham deixar crianças

com menos de dois anos de idade bem longe da TV. A direção da BabyFirstTV rebate afirmando que os pais colocam os nenês para assistir televisão de qualquer jeito, então é melhor que disponham de programação específica. Uma pesquisa realizada em 2003 apontou que 68% das crianças americanas com menos de 2 anos de idade assistem TV e vídeos diariamente, e 26% têm uma televisão em seu próprio quarto. "Não é só o adolescente que está conectado e sintonizado, os bebês também", diz Vicky Rideout, coordenador do levantamento.

I NGLATERRA

S UIÇA

Odd Andersen/AFP

Atletas nus para combater a Aids

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O príncipe Harry participou ontem da tradicional parada militar anual no Hyde Park, em Londres, que reúne oficiais de diversos regimentos.

O departamento de prevenção à Aids do Ministério da Saúde suíço lançou uma campanha polêmica com atletas nus praticando esportes como esgrima e hockey de gelo. O slogan é: "Nada de ação sem proteção". Segundo o chefe do departamento de prevenção do Ministério, Roger Staub, a intenção é mostrar que, "assim como na prática desses esportes, você não faz sexo nu, você tem que usar uma camisinha”.

Primeiro-ministro interino não consegue coesão, e atentados matam 42 pessoas

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elo menos 42 pessoas morreram ontem no Iraque em razão de uma série de atentados a bomba, a maioria contra membros das forças de segurança, enquanto o primeiroministro designado, Nuri alMaliki, negociava a formação de um novo governo. O atentado mais grave foi cometido de forma simultânea por dois terroristas suicidas na rodovia que dá acesso ao aeroporto. Dirigindo veículos carregados de explosivos, eles arremeteram contra um posto de controle perto de uma base militar americana, matando 14 pessoas e ferindo outras seis. Em Bagdá, morreram 19 pessoas e 28 ficaram feridas em

uma série de ataques rebeldes com bombas contra policiais iraquianos em missão de patrulha na cidade. A polícia encontrou ainda, dez corpos de iraquianos executados a tiros abandonados por diversos bairros da cidade. "Todos apresentavam sinais de tortura", disse um porta-voz do Ministério do Interior. Ainda em Bagdá, dois guarda-costas do ministro das Relações Exteriores, o curdo Hoshiar Zebari, morreram e outros três receberam ferimentos durante um ataque de rebeldes sunitas contra um comboio oficial. Em Baquba, cidade a 65 quilômetros ao norte da capital, militantes sunitas dinamitaram dois pequenos santuá-

rios xiitas. Um foi destruído, o outro, seriamente danificado. Esforço em vão – O agravamento da onda de violência coincidiu com os esforços de Maliki junto a distintos partidos políticos (xiitas, sunitas e curdos) para constituir um governo de união nacional. "O primeiro-ministro interino está correndo contra o relógio", disse um diplomata americano, referindo-se ao prazo constitucional para apresentação de um gabinete de governo ao Parlamento iraquiano que expira no dia 22. Maliki havia prometido apresentar ontem a lista completa de seu gabinete, mas mais uma vez não conseguiu fechar um acordo entre as diversas facções. (AE)

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E M

ENFIM, DEMOCRACIA - Haitianos festejavam ontem, em frente ao Palácio Nacional, em Porto Príncipe, a posse do presidente René Préval (detalhe do recorte). Ele é o primeiro líder local eleito democraticamente após a queda do ditador Jean-Bertrand Aristide.

Recital Alma Brasileira. Obras de Nepomuceno, Miguez e VillaLobos (foto), interpretadas por pianistas (entre eles, André Moreno). Souza Lima Music Hall. Rua José Maria Lisboa, 745. Telefone: 38849149. 20h30. Grátis.

À caça de um cargo público

O verão já acabou, mas pense adiante. Esse aparelhinho simpático é um robô de controleremoto com espaço para várias bebidas (latas e copos). Basta deitar e relaxar, enquanto o garçom flutuante traz os drinques. Custa US$ 50. Para comprar, acesse o site e busque por Remote Control Drink Float.

Concursos abertos em todo o País, exercícios e simulados para trinar para as provas, editais, licitações, aulas, artigos e entrevistas sobre temas importantes que viram questões nos testes. O Portal do Concursando tem a proposta de reunir todas essas informações e, ainda, dados sobre apostilas, livros e material para quem quer estudar sozinho em casa, e que são vendidos pelo site. Há ainda um fórum para tirar dúvidas e, para facilitar, as informações são organizadas por assunto.

www.thingsyouneverknew.com

www.vemconcursos.com.br

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A TÉ LOGO

mostrou que o Brasil não tinha documentos em vídeo que fizessem uma reflexão histórica da política nacional. "Percebemos que só existiam filmes retratando curtos períodos e biografias", disse. A pesquisa gerou cinco horas editadas de depoimentos históricos e contou com a participação de uma equipe formada pelos jornalistas Alberto Dines, Nelma Salomão e Florestan Fernandes Júnior. "São depoimentos e 'causos' contados pelas testemunhas oculares do que aconteceu, pelas pessoas que fizeram a

nossa história", conta Alvim. José Mindlin, Oscar Niemeyer e Antonio Ermírio de Moraes estão entre os 70 entrevistados. Declarações de Fernando Henrique Cardoso e Sandra Cavalcanti são alguns dos destaques do primeiro episódio Pa r ti d os , Alianças e Frentes. Da República Velha (1889-1930) ao governo Collor, o documentário analisa fatos relevantes de nossa história política, entre eles o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), de Jânio Quadros (1961), de João Goulart (1961-1964), o período do governo militar, a partir de 1964, a Constituição de 1988, entre outros temas. Histórias do Poder - 100 Anos de Política no Brasil. Direção: Nelma Salomão e Max Alvim. Reportagem: Florestan Fernandes Júnior. Co-produção: SESCTV, TV Cultura, Digital Produções e Canal Independente.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Em Londres, o venezuelano Hugo Chávez adverte Estados Unidos contra ataque ao Irã Suprema Corte mantém lei que impede palestinos de morar em Israel

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Garçom-robô na piscina

Divulgação

Cine SESC lança hoje, às 20h, o documentário Histórias do Poder - 100 Anos de Política no Brasil, dividido em cinco episódios. No lançamento para convidados será apresentado o primeiro episódio Partidos, Alianças e Frentes. N a T V, a e x i b i ç ã o acontece no próximo dia 17, às 23h30, pelas emissoras SESCTV, NBR, TV Nacional e TV Câmara. Os outros episódios serão apresentados sempre às quartas-feiras, no mesmo horário. Na TV Cultura, a transmissão do primeiro episódio está marcada para 31 de maio. O projeto, idealizado pelos produtores Max Alvim e Ana Dip, pretendia criar um registro eletrônico da história política brasileira. Mas o extenso material rendeu, além da série de documentários, a edição de três livros e ainda a criação do site www.historiasdopoder.com.br. O projeto teve início em 1999 e segundo Max Alvim uma análise feita na época

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F AVORITOS

O poder na tela

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G @DGET DU JOUR

E DUCAÇÃO

O Ministério de Educação anunciará na quinta-feira a expansão, para todos os Estados do País, do Conexões de Saberes, um bem-sucedido projeto socioeducativo criado em uma favela carioca e encampado pelo Ministério em 2004. Entre os objetivos do projeto está a aproximação das universidades federais de núcleos pobres e a atuação de universitários de origem popular para melhoria das condições de vida de suas comunidades. O MEC repassa, por ano, R$ 182 mil a cada uma das 31 instituições já associadas. O dinheiro é usado para pagar bolsas de extensão de R$ 300 aos 25 universitários bolsistas escolhidos pelas entidades e para manutenção do projeto. C ELEBRIDADE

Paixão pelos gordinhos

P OLÍTICA

C A R T A Z

MÚSICA

O telefone do Disquedenúncia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes mudou. Agora, discando apenas o número 100, qualquer pessoa pode denunciar casos de exploração sexual infanto-juvenil. A ligação é gratuita. O serviço funciona todos os dias, das 8 às 22 horas, inclusive nos feriados. Não é preciso se identificar. Segundo a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, em 2005 o Disque-denúncia recebeu 5.126 relatos de violência sexual infanto-juvenil. Este ano, até o início de maio, já foram registrados 3.650.

Alunos viram agentes do saber

Discovery, de partida externo e a dois foguetes de combustível sólido. Na próxima sexta-feira, o Discovery deverá ser levado para a base de lançamento. A nave deverá decolar entre 1º e 19 de julho. Esta será a segunda partida de um ônibus espacial desde o desastre da nave Columbia, em 2003, e a primeira em mais de um ano. A tripulação, de sete astronautas, testará novos procedimentos de segurança durante a missão de 13 dias, rumo à Estação Espacial Internacional e de volta.

Combate ao abuso infantil

Carlos Barria/Reuters

E SPAÇO

O ônibus espacial Discovery foi levado no fim de semana para o prédio de montagem deixando o hangar. Trata-se de um passo importante na preparação para o próximo lançamento da nave, previsto para julho. O veículo, de 37 metros, foi transportado sobre um caminhão de 76 rodas. A viagem, de cerca de 300 metros, levou quase uma hora, por conta da delicadeza da carga. No prédio de montagem, o ônibus espacial será conectado a um tanque de combustível

D ENÚNCIA

Vice-presidente norte-americano foi grande defensor de espionagem sem autorização

A escritora britânica J.K. Rowling, criadora da saga do mago Harry Potter, disse que os personagens "cheinhos" de seus livros são seus favoritos, ao fazer sua campanha contra as modelos supermagras. "Eu não sei muito sobre a pressão de ser magra: não estou em um ramo onde serei julgada pela minha aparência. Sou uma escritora e ganho a vida utilizando meu cérebro", disse. Os comentários foram uma resposta às críticas de "hipocrisia", depois de ter afirmado temer que suas duas filhas se tornassem clones de "mulheres esqueléticas que ocupam as capas das revistas". L ITERATURA

Saddan: homem das letras A Dança do Diabo, um romance atribuído ao expresidente iraquiano Saddam Hussein, foi lançado no fim de semana no Japão. Segundo a publicação Tokuma, o texto é inédito. Saddam supostamente escreveu quatro romances: o mais famoso é Zabiba e o Rei, editado também no exterior depois de passar pelo filtro de muitos serviços secretos. Em Bagdá apareceu, há três anos outro volume, Fora daqui, malditos (em português literal), ao que parece, preparado pouco antes da queda de seu governo. Especialistas advertem, entretanto, que Saddam teria apenas se limitado a escrever esboços dos livros, desenvolvidos depois por outras pessoas.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

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Política

Os segmentos 'sérios' da oposição saberão que o uso eleitoral dessas informações representaria um desserviço à sociedade. Tarso Genro, ministro das Relações Institucionais

DANIEL DANTAS DIZ POSSUIR UMA LISTA DE CONTAS NO EXTERIOR QUE SERIAM DE LULA E OUTROS PETISTAS.

LULA VAI PROCESSAR A REVISTA VEJA

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Daniel Dantas, do Opportunity, diz que PT queria US$ 50 milhões.

Tarso Genro diz que reportagem de Veja é caluniosa e difamatória.

VERACIDADE DE LISTA NÃO É CONFIRMADA Vidal Cavalcante/AE- Arquivo DC- 13/05/2005

Diógenes Santos/ Ag.Câmara - 26/01/2006

D

e acordo com a edição deste fim de semana da revista Veja, o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, teria em mãos uma lista com nomes e números das contas de petistas que teriam dinheiro em paraísos fiscais – o que incluiria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A lista teria sido produto da investigação da Kroll a pedido de Dantas, que diz ter sofrido perseguição do governo Lula por rejeitar pedidos de propina. A revista diz ter tido acesso à relação em setembro de 2005. Após submeter o material à pe-

SEVERINO POP STAR Beto Barata/AE- 26/04/2006

Gushiken nega ter conta bancária em paraíso fiscal. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci também é citado, na reportagem.

rícia, revela que não conseguiu determinar nem a veracidade nem a falsidade do documento. A lista divulgada (sem o número das contas) aponta que

Lula teria cerca de 38 mil euros, Dirceu (36 mil euros), Luiz Gushiken (cerca de 900 mil euros), Palocci (2 milhões de euros), Márcio Thomaz Bastos

(1 milhão de euros) e Paulo Lacerda ( 1 milhão de euros). Em rápida entrevista ao colunista Diogo Mainardi, Daniel Dantas disse que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares teria pedido entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões para proteger o Opportunity na disputa com o Citibank e fundos pelo controle da Brasil Telecom. E reconhece que patrocinou o programa de TV da Gamecorp, empresa de Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente, a fim de fazer o possível para "diminuir a hostilidade no governo". (TN)

Eduardo Munhoz/Reuters

GAROTINHO PERDE SEU DIREITO DE RESPOSTA

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Severino Cavalcanti está de volta e garante que terá o dobro de votos nessa eleição

uito mais magro, o que fez desaparecer a barriga pronunciada que virou sua marca registrada durante os sete meses em que foi presidente da Câmara, o exdeputado Severino Cavalcanti (PP-PE) tem tanta certeza de que obterá pelo menos o dobro dos 80.668 votos que teve em 2002 que já dispensa pedir apoio para si. "Não peço mais o voto para mim, mas para o Dudu", repete, referindo-se a Eduardo da Fonte, também do PP, candidato a deputado federal. Severino diz não ter dúvidas de que terá o dobro dos votos da eleição anterior com base em seu faro político. "Em todos os locais as pessoas afirmam que vão votar em mim", relata. "Isso é porque eu defendo os interesses de Pernambuco e das pessoas mais humildes". Ele diz não sentir nenhum tipo de rejeição. P elo contrário.

"Virei um popstar", exagera. Pupilo – Eduardo foi secretário particular de Severino na Câmara. Agora, com a ajuda do chefe, poderá ser seu companheiro de bancada a partir do ano que vem. Severino renunciou ao cargo de presidente da Câmara em setembro do ano passado. Assim, conseguiu fugir do processo de cassação, pois fora denunciado pelo empresário Sebastião Buani, que o acusou de lhe cobrar propina mensal para que pudesse manter o contrato de exploração de um restaurante no prédio onde ficam os gabinetes parlamentares. A renúncia de Severino foi resultado da onda de denúncias consistentes que varreu a cena política a partir de meados do ano passado – de mensalão a mensalinho. Severino foi pego pelo menor, mensalinho, apelido dado ao esquema descoberto no restaurante da Câmara. (AE)

d es emb arg ad or de plantão no Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Felipe Salomão, deu uma liminar favorável ao jornal O Globo, no fim da noite deste sábado, suspendendo a decisão do juiz Ricardo Corona, da última sextafeira. Ele determinava que o jornal publicasse, no prazo máximo de 24 horas, a resposta do governo do Estado do Rio a reportagens que denunciavam a contratação sem licitação de ONGs que têm relações com empresas que fizeram doações para a campanha do pré-candidato à Presidência Anthony Garotinho (PMDB). (AOG) Wilton Jr. /AE - 01/06/2005

Vice-presidente José Alencar ao lado de Jeb Bush, no Haiti.

ALENCAR E BUSH NO HAITI

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presidente eleito do Haiti, René Preval, tomou posse ontem em uma cerimônia na capital do país, Porto Príncipe. O Brasil participou do evento representado pelo vicepresidente da República, José Alencar, e o embaixador brasileiro no país, Paulo Cordeiro. Entre os convidados estavam o

governador da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente americano George W. Bush. O Brasil comanda uma força de paz da ONU no Haiti. A missão foi autorizada após a queda do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em fevereiro de 2004, que causou uma crise social e política. A previsão é que a missão continue no governo Préval.

Factoring

DC

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Jefferson Bernardes/AE - Arquivo DC

Roosewelt Filho/ABr- 21/09/2005

presidente Luiz dente da Áustria. QuestionaInácio Lula da Sil- do sobre a denúncia, Lula resva irá processar a pondeu a princípio com uma r e v i s t a Ve j a e m ironia: "A Veja não fez uma defunção da matéria publicada núncia. Fez uma mentira. Se tineste final de semana sobre vessem me avisado antes que uma lista de supostas contas eu tinha 38 mil euros, eu teria bancárias no exterior em nome comprado um presente para do próprio presidente e de dona Marisa. Fico sabendo membros da cúpula petista– quando vou embora, pô". Só tais como José Dirceu, Antonio depois de ser duramente presPalocci, Luiz Gushiken (Secre- sionado pelos jornalistas é que taria de Assuntos Estratégi- elevou o tom. Outra denúncia– Genro cos) e Márcio Thomaz Bastos (Ministro da Justiça). A deci- afirmou ainda que ele próprio são foi confirmada no domin- moverá outro processo contra go pelo ministro de Relações a revista, devido a uma reporInstitucionais, Tarso Genro, tagem publicada nesta semana que passou o fim de semana no que associa um esquema de irRio Grande do Sul. "Já conver- regularidades eleitorais no Rio sei com ele (Lula) e está decidi- Grande do Sul à sua campanha do que irá processar (a Veja)", para o governo do Estado. "É uma matéria reafirmou Genro, quentada e difapor telefone. matória", disse o De acordo ministro, acrescom o ministro, a centando que as matéria publica- Se tivessem me investigações da pela revista, conduzidas sobaseada em in- avisado antes que eu bre o caso gaúcho formações for- tinha 38 mil euros, eu removeram o sun e c i d a s p e l o teria comprado um posto vínculo banqueiro Da- presente para dona com sua campaniel Dantas, doMarisa. nha eleitoral. no do OpportuPresidente Lula, " E l e s f i z e r a m nity, não tem neem viagem à Áustria uma ligação vil n h u m a f u n d adesses recursos mentação e foi produzida com único intuito com minha campanha." Questionado se as reportade atingir o governo e o presigens aparecem como arma padente Lula. "É uma matéria jornalística ra a oposição nas eleições deste caluniosa e difamatória", disse ano, Genro ressaltou que os Genro, lembrando que a pró- segmentos "sérios" da oposipria Veja reconheceu no texto ção saberão que o uso eleitoral que não conseguiu comprovar dessas informações represena veracidade das informações. taria um desserviço à sociedaAinda segundo o ministro, os de e ao processo democrático. PMDB– Genro também cofatos foram inventados e resultaram em uma reportagem mentou o resultado da con"gravíssima" que terá a reação venção do PMDB, que decidiu, no sábado, derrubar a tese da legal cabível. Lula indignado– No sába- candidatura própria à presido, o presidente Lula chamou dência nas próximas eleições o jornalista que escreveu o tex- (leia mais sobre o assunto na págito de "bandido, mau caráter, na 4) . Ele reconheceu que a vamalfeitor e mentiroso", mas ele lidade da decisão ainda não é não especificou a quem estava certa, mas ressaltou que, caso se referindo. A reação do presi- esse cenário se confirme, o PT e dente aconteceu ao chegar ao o governo continuarão trabaHotel Imperial depois de sua lhando para manter o PMDB visita a Heinz Fischer, o presi- no palanque de Lula. (AE)

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

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Farinha pouca, meu pirão primeiro Epitácio Pessoa/AE

ivemos em uma época de grande dificuldade econômica, norteada pela imposição de alta carga tributária e pela inflexibilização das leis trabalhistas que acabam por prejudicar o desenvolvimento. Neste contexto, surge na legislação brasileira o novo instituto de Direito Falimentar, com o objetivo de recuperar as empresas e evidenciando a necessidade de conceder tratamento diferenciado às empresas em situação de crise econômicofinanceira. Há a recuperação extrajudicial, na qual o devedor reúne seus credores com o intuito

V

de negociar possibilidades que permitam a superação da crise, que posteriormente, desde que preenchidos os requisitos legais, poderá ser homologado judicialmente. E a recuperação judicial, que é aquela requerida pelo devedor diretamente ao juiz, que após análise dos requisitos legais, decidirá pelo deferimento ou indeferimento de seu processamento. Contudo, para que a recuperação empresarial se efetive são necessários alguns benefícios que possibilitem o reequilíbrio da

empresa, tais como a dilatação dos prazos para efetuar os pagamentos e a suspensão de todas as ações e execuções em nome do devedor, benefícios estes previstos na legislação somente de forma parcial. É sabido que o maior passivo das empresas em dificuldades financeiras é representado por créditos tributários, a exigência de apresentação de certidões negativas, assim como a continuidade do processamento das execuções fiscais, que constituem grave

O Leão salta na frente para recolher impostos atrasados das empresas em recuperação

limitação ao sucesso e real aproveitamento deste novo instituto. Face a essas exigências legais, pergunta-se: este novo diploma nasceu com o intuito de preservar as empresas ou de assegurar, mais uma vez, o direito do Fisco? O objetivo maior é a preservação da empresa. Deve o magistrado flexibilizar as exigências legais diante do exame de cada caso concreto, do contrário, a nova lei de recuperação de empresas não sairá do papel. ROSANA MARQUES NETO, DO ESCRITÓRIO IDEVAN LOPES ADVOCACIA & CONSULTORIA EMPRESARIAL. ROSANA@IDEVANLOPES.COM.BR.

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

ANTONIO DELFIM NETTO INEXPLICÁVEL DESCONHECIMENTO nome de uma antiga peça era Crônica do desastre anunciado ou algo parecido, e se aplica inteiramente à crise da Petrobrás com a Bolívia em torno da exploração do gás. Ora, era preciso total desconhecimento da história da América Latina e dos negócios entre Brasil e Bolívia para se meter nesta complicação do gasoduto. A Bolívia tem um passado de instabilidade política formidável e infelizmente uma longa tradição de não cumprimento de contratos. Ela passou uma boa parte do século passado tentando compensar-se da perda do acesso ao oceano Pacífico, depois de ter sido derrotada em 1881 na guerra com o Chile.

O

Agliberto Lima/AE

Era preciso total desconhecimento da história da América Latina para se meter na complicação do gasoduto

Empregos invisíveis

resce o número de empresas paulistas que buscam profissionais em outros estados brasileiros. Enquanto muitos jovens enfrentam filas quilométricas em busca de emprego, indústrias e grandes corporações de São Paulo não conseguem preencher suas vagas por falta de pessoas qualificadas. É o caso de uma renomada fabricante de doces, que desde janeiro disponibiliza seis vagas no interior e, até agora, não encontrou ninguém que atendesse às suas necessidades. Se por um lado cresce o número de jovens com um diploma de graduação na mão, cai a quantidade de técnicos atualizados e com boa formação em todo o país. Os poucos técnicos formados em novos cursos, como Tecnologia em Açúcar e Álcool, e Mecânica de Embalagem, são disputados a tapas pelo mercado. Sandra Benetti, proprietária da Eficiência e Eficácia Recursos Humanos, que trabalha com recrutamento há 25 anos, afirma que técnicos em Eletrotécnicas, por exemplo, são muito valiosos, em especial, para os ban-

C

NÃO HÁ VAGAS PARA QUEM NÃO TEM FORMAÇÃO TÉCNICA cos. Eles são responsáveis pela manutenção dos caixas 24 horas e, por serem "produtos escassos", acabam tendo seus serviços supervalorizados. As empresas que os contratam aumentam seus salários o quanto podem para não perdêlos para o concorrente. Há demanda de mercado e os únicos assuntos discutidos pelo governo federal são o Prouni e a reforma universitária, como se ambos pudessem salvar os cidadãos do desemprego. Não há mais trabalho para tantos diplomados. É preciso buscar outras alternativas. Investir em ensino técnico é uma delas. Não existe nenhuma lei ou decreto que obrigue Brasília a destinar qualquer recurso à educação profissionalizante. Embora quase todos os ministérios possuam um programa de formação profissional, o ensino técnico não tem fundo que possa repassar uma verba anual para a construção de novas escolas ou manutenção das já existentes. A educação básica tem o Fundeb, o ensino fundamental tem o Fundef, o ensino superior tem o Orçamento.

G Cresce o número de jovens com um diploma de graduação na mão e cai a quantidade de técnicos atualizados e com boa formação. G Há demanda de

mercado e os únicos assuntos discutidos pelo governo federal são o Prouni e a reforma universitária G Não há mais

trabalho para tantos diplomados. Investir em ensino técnico é uma alternativa.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

educação profissionalizante não tem pai nem mãe. Ela depende dos governos estaduais e municipais para ser mantida e ampliada. A única verba reservada à educação profissionalizante é desorganizada e está pulverizada entre os ministérios. A soma de todos eles chega a R$ 1 bilhão, segundo uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Educação. Este dinheiro poderia ser mais bem utilizado se fosse canalizado. Atualmente, cada ministério usa os recursos que recebe da maneira que bem entende. Com isso, é comum programas terem nomes diferentes, mas possuírem as mesmas características e serem implantadas no mesmo local. O Programa Escola de Fábrica, do MEC, e o ProJovem, da Secretaria Geral do Governo, são exemplos de sobreposição. Ambos visam capacitar jovens e oferecer oportunidade de emprego. Enquanto há cidades sendo beneficiadas com os dois projetos, muitas nem sabem que eles existem. Deveria haver um planejamento de gastos para que esse desperdício não aconte-

A

ucessivos governos brasileiros trataram friamente as propostas de exploração do petróleo boliviano, que ressurgiam de tempos em tempos. Confrontado com uma oferta dessa natureza nos idos dos anos 70, o presidente Geisel colocou secamente a pergunta não respondida: "Se nós formos para lá e um dia eles fecharem as válvulas o que é que nós fazemos, enviamos as tropas?" Mas nos anos 90 voltamos a demonstrar enorme imprevidência. Era necessário fazer algumas alterações em nossa matriz energética, mas escolhemos o caminho mais tortuoso e inexplicável, acreditando que o gás boliviano poderia tornar-se um substituto confiável.

cesse. Ao invés de dezenas de programas, bastariam alguns bons e abrangentes. Gastariase menos e restaria um bom montante para a construção de novas escolas técnicas. Acredito que a universidade seja, sim, importante para os nossos jovens. Mas ela pode ser cursada posteriormente, como continuação do ensino profissionalizante. Uma pesquisa feita pelo professor Gabriel Grabowski, doutorando em educação profissional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mostra que pelo menos 70% dos adolescentes e adultos de classe média e classe média baixa, formados em escolas técnicas, conseguiram emprego e, com seus salários, bancaram suas faculdades. É preciso melhorar a educação básica para que todos tenham a mesma oportunidade já na porta de entrada. E criar políticas públicas para que o ensino técnico receba a atenção merecida. Trabalho tem. Só temos que dar ferramentas para os jovens encontrá-lo. WALTER IHOSHI É VICE-PRESIDENTE DA

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO

m 1938, Brasil e Bolívia firmaram um tratado que permitia o livre trânsito pelo nosso território e o acesso dos produtos bolivianos aos portos do Atlântico, em especial o petróleo. Ela precisava vitalmente desta saída e o acordo previu a construção de uma ferrovia ligando Santa Cruz dela Sierra a Corumbá, onde encontraria os trilhos da Noroeste e daí em direção a Santos. Em contrapartida, o Brasil poderia explorar petróleo na região do Chaco boliviano. A ferrovia ficou pronta e ainda na festa de inauguração, em 1955, o presidente Café Filho recebeu um memorando de seu colega, Paz Estensoro, em que a Bolívia renegava os termos do acordo que permitiria a exploração do petróleo. Os motivos permaneceram obscuros e apesar da forte indignação do governo brasileiro nunca foram realmente explicados. O vexame foi tão grande, o Brasil estava em vésperas de troca de governo e o tema acabou abandonado pela mídia e confinado aos trâmites diplomáticos.

E

ssa crença foi revelada no discurso de nosso ministro das Relações Exteriores, Fernando Henrique Cardoso, na assinatura da compra do gás boliviano em fevereiro de 1993, compromisso que qualificou de "inequívoca demonstração de confiança entre nossas nações e reafirmação da solidariedade em torno do ideal de integração sul-americana". E reafirmada em 1997, já na Presidência da República, ao incluir a construção do gasoduto na relação dos 42 projetos de seu programa de governo "Brasil em Ação"...

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epois que a bomba estourou no colo do governo Lula, a saída agora é monitorar a crise, providenciar a substituição do fornecimento de energia o mais rápido possível e tratar de fazer o que não foi feito antes, basicamente: acelerar a exploração do gás da Bacia de Santos, investir na rede interna de dutos e, mais do que tudo, recomeçar a construção das hidrelétricas. Com isso vamos poder recuperar a nossa matriz energética, após a desmontagem que sofreu na última década.

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DEP.DELFIMNETTO@CAMARA. GOV.BR

A saída agora é monitorar a crise e providenciar a substituição do fornecimento de energia o mais rápido possível

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


segunda-feira, 15 de maio de 2006

Finanças Nacional Tr i b u t o s Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

SÓ IGREJA NÃO EMBUTE IMPOSTO

7 Os sapatos de uma noiva têm 37,37% de imposto embutido. O valor do convite tem 25,52%.

A BELA E A FERA O casamento é uma bela festa, em que o Leão do imposto abocanha boa parte dos gastos dos noivos. Veja quanto se paga ao governo para casar. Produção Modelo: Priscila Café Vestido: www.showroomdanoiva.com.br / 3228-0037 Bolo: www.operaganache.com.br / 5017-6928 Fotógrafo: Masao Goto Filho


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

"Resposta virá e será dura. Não vai ficar barato".

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Cidades

Para ler mais notícias sobre as ações do PCC e a reação da polícia paulista, além de repercussões, clique www.dcomercio.com.br/ canais/cidades_index.htm

Fernando Donasci/Folha Imagem

Muitas críticas ao comando Silvia Pimentel

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A frase acima foi dita ontem por chefes das polícias Militar e Civil. Para eles, a situação chegou ao limite. Em clima de revolta silenciosa, policiais assassinados pelos bandidos do PCC foram sepultados.

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resposta virá e será dura. "Vocês vão ver: não vai ficar barato. Vamos quebrar a espinha deles." Os chefes da cúpula das Polícias Civil e Militar ouvidos ontem pela reportagem da Agência Estado estão revoltados. "Chegou ao limite, não dá para suportar isso aí", disse um delegado. Muitos disseram que tiveram de controlar seus subordinados. "Eles estão acuados, humilhados, pois a polícia é sempre criticada em tudo o que faz. Meus homens se sentem desamparados e sozinhos", afirmou. Outro cardeal, como são chamados os homens da cúpula da Polícia Civil, criticou a Justiça e o Ministério Público, que não apóiam e não dão respostas rápidas aos pedidos da polícia para o combate ao crime organizado. "Tem juiz que está com medo do PCC", disse um dos principais chefes da Polícia Houve um caso em que a Justiça demorou uma semana para conceder o grampo dos telefones de dois bandidos e só aceitou o pedido da polícia horas antes de os criminosos participarem do ataque a uma delegacia onde um investigador e uma carcereira foram baleados. "Seguraram a polícia e deram asas ao crime. Agora ele está voando. A sociedade deve decidir o que ela prefere: ser governada pelo Lembo ou pelo Marcola", disse o delegado. Para um coronel da PM, é necessário aumentar os meios legais e a auto-estima da polícia. Só assim o Estado poderá combater o crime organizado. "Apesar de tudo, a gente está enfrentando, apesar do pouco reconhecimento ao nosso trabalho. Às vezes fico me perguntando o que estou fazendo aqui." Família – Há ainda a pressão familiar. Delegados e oficiais da PM não conseguiram evitála. "Minha família não queria que eu fosse na esquina. Não queria me deixar ir à padaria comprar um sorvete. Não, você não vai. Eu vou buscar o sorvete para você", afirmou outro cardeal da Polícia Civil. O delegado contou que deu uma ordem a seus subordinados: "Não tenham dó desses caras." E orientou seus homens: "Respondam com mais energia. Vamos buscar eles um a um." Enterros – Revolta silenciosa. Esse era o clima entre parentes, amigos e colegas de trabalho do investigador José Antônio Prada Martinez durante seu enterro, ontem pela manhã no Cemitério da Vila Mariana, zona sul. Apesar do medo de represálias, ninguém conseguia se conformar com o assassinato de Martinez, uma das vítimas da série de atentados contra policiais iniciada na noite de sábado. Para a mulher de Tito, como ele era chamado pela família, "o crime foi uma covardia." O policial foi atingido por oito tiros quando havia acabado de chegar com ela ao Cabana Grill para tomar uma cerveja, por volta das 20h30 de sábado. O bar, no Itaim-Bibi, zona sul, fica a apenas sete quadras do 15º Distrito Policial (DP), de onde ele havia saído pouco antes. Um parente mais exaltado cobrou a presença de defensores dos direitos humanos. "Eles se esquecem de pensar nos deveres humanos de um policial",

afirmou. "Só querem saber dos bandidos." O delegado do 15º DP, Mauro Soares, tentava demonstrar firmeza diante da morte do investigador. Com a voz embargada, porém, admitiu: "Já perdi colegas em várias situações, mas nunca tinha visto isso em 20 anos de polícia." Segundo ele, a forma como Martinez foi assassinado "não está nas regras do jogo". Uma pequena roda de policiais se formou enquanto os funcionários do cemitério desciam o caixão no jazigo da família. Sobre o confronto entre o Estado e o crime organizado, poucas palavras: "Vamos seguir combatendo os criminosos. A vida continua." Mãe – Foi o Dia das Mães mais triste de dona Maria Bernardo da Silva, de 60 anos. Ontem, às 11h, em vez de preparar o almoço da família, enterrava o filho, o policial civil Paulo José da Silva, de 35 anos. Ele era investigador do 85º DP. Ele foi metralhado sábado dentro de seu carro, na ponte do Socorro, na zona sul. Com ele, também foi morta sua namorada, Daniela Souza, de 23 anos. Silva foi enterrado no Mausoléu da Polícia Civil, no Cemitério Campo Grande, na zona sul. O corpo do investigador foi coberto pela bandeira da Polícia Civil. Uma salva de tiros prestou homenagem à vítima, que tinha dois filhos. A irmã de Silva, a enfermeira Maria Célia Parra, exigiu, mais uma vez, a presença dos representantes dos direitos humanos. "Sei que não adianta reclamar agora, mas não gostaria que acontecesse isso com outras famílias", disse ela. Duas horas antes, o corpo de Daniela havia sido enterrado no Cemitério Parque das Cerejeiras. A moça namorava Silva havia sete meses. Parentes comentavam que ontem os dois almoçariam juntos. Os corpos dos agentes penitenciários Amauri Aparecido Bonilha, de 50 anos, e Cecília Maria da Silva, de 49, foram sepultados ontem no Cemitério do Araçá, na zona oeste. Os dois foram atingidos por tiros quando jantavam na lanchonete da família, na Vila Maria Alta, zona norte. Também foram enterrados o PM Wilson dos Santos, no Cemitério Parque dos Girassóis, zona sul, e o bombeiro Alberto Costa, de 41 anos, no Cemitério da Quarta Parada, na zona leste. Desativação – A PM desativou ontem bases comunitárias móveis que mantém na capital paulista, para evitar novos ataques do PCC. A justificativa é de que, parados em pontos estratégicos, os policiais se tornariam alvos fáceis. Em outros pontos da cidade, as unidades foram mantidas e o efetivo, reforçado. Mesmo assim, havia tensão entre os PMs, que isolaram faixas das ruas para dificultar a aproximação de criminosos. A PM deslocou bases para prédios públicos, como a Prefeitura, e manteve outras em locais estratégicos, como na avenida São Luís, ao lado da praça Dom José Gaspar, no Centro. Um dos lugares que deixaram de contar com esse tipo de policiamento foi a esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação. (Agências)

Helicóptero da PM sobrevoa um ônibus incendiado em Guarulhos. PCC também atacou alvos civis. Paulo Pinto/AE

Sebastião Moreira/AE

Sepultamentos em clima de revolta. Banco foi atacado. Ademir Almeida/AE

Refém é ameaçado com uma faca na nuca: motins em penitenciárias multiplicaram-se rapidamente Rickey Rogers/Reuters

Policial civil participa de sepultamento de colega assassinado

Hélvio Romero/AE

Bomba lançada pelo PCC

Fernando Donasci/Folha Imagem

Revoltas na Febem exigiram a presença da tropa de choque. Na Vila Maria, comando do PCC.

clima é de insatisfação e insegurança entre os que trabalham para oferecer segurança à população. E de críticas ao Estado, que não aparelha a polícia para conter a ação de criminosos e nomeia pessoas "despreparadas" para comandar a segurança pública. "Os presos mandam dentro e fora das penitenciárias", disse o diretor da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, ao lembrar que as cadeias não possuem bloqueadores de celulares e, tampouco, foram instalados vidros blindados nas bases comunitárias. "A blindagem foi prometida em janeiro deste ano e até agora nada. Se depender da burocracia do governo, vai demorar mais 10 anos", critica um capitão da Polícia Militar, na ativa, que preferiu não se identificar. Na opinião do policial, faltou ação tanto do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, como do Secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro. "Existe uma inércia por parte do governo e um conformismo por parte da tropa", completou. Para o capitão, os comandos da PM, com certeza, previram os atentados e, mesmo assim, ignoraram um plano estratégico para se defender. "Se o fizeram, não fomos informados", disse. Arrogância – A mesma opinião tem o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM, Wilson Moraes, que sugeriu a substituição dos secretários de Segurança Publica, a quem classificou de arrogante, e da Administração Penitenciária (Nagashi Furukawa), "que ninguém respeita". "A Segurança Pública sabia das consequências após a transferência dos líderes do PCC. Por que não reforçou o policiamento das bases?", indagou. Segundo Moraes, além de receberem mal, os policiais civis e militares no Estado estão mal armados e equipados. "Quando saem do serviço, têm que repassar o colete à prova de balas para outro colega", informou. No quesito condições de trabalho da polícia, o capitão que falou com a reportagem do DC va i além, ao afirmar que os policiais têm medo de agir sob o risco de serem retaliados. "A atual Lei de Execuções Penais é bonita na teoria. Na prática, entretanto, é benevolente com a bandidagem", criticou, referindose ao número exagerado da ocorrência de um mesmo delito para que uma pessoa comece a cumprir pena no Brasil. O presidente da Associação dos Delegados, o delegado André Di Rissio, reforçou as críticas aos comandos da segurança pública e dos presídios. "Temos um amador na Segurança e um incompetente na Administração Penitenciária". Para o delegado, o Estado não detém o controle das prisões, pois o detento sai da cadeia já orientado pelos líderes. "Se não matar, é morto", disse. (Com Agências)


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Nacional Finanças Comércio Exterior Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Cerca de 70% do aço importado pela Bolívia é proveniente do Brasil.

COMÉRCIO BRASIL-BOLÍVIA NÃO SERÁ AFETADO

COMÉRCIO BRASIL-BOLÍVIA VAI ALÉM DO GÁS Leonardo Rodrigues/Hype

Marcos Peron/Virtual Photo

A

corrente de comércio entre Brasil e Bolívia alcançou pouco mais de US$ 640 milhões de janeiro a abril deste ano, resultado de exportações brasileiras de US$ 221,2 milhões e importações de US$ 418,9 milhões. Destas, mais de 87% se concentram em gás natural. Ou seja, o Brasil teve déficit no período de US$ 197,7 milhões. Por esse motivo, especialistas em relações internacionais e empresários brasileiros que exportam para aquele país acreditam que os acordos comerciais firmados por Brasil e Bolívia em segmentos além do gás natural não serão afetados pela crise que se instalou desde 1º de maio, quando o presidente boliviano Evo Morales anunciou a nacionalização de todos os recursos naturais. A "briga" entre os dois países deve ficar concentrada apenas na disputa do comando de gás e petróleo, até então nas mãos da brasileira Petrobras. Mas o relacionamento comercial bilateral é mais abrangente. O Brasil é responsável por boa parte do abastecimento de peças para veículos e motocicletas, maquinário, materiais de cabos elétricos, aço e equipamentos eletroeletrônicos da Bolívia. Neste último item, praticamente toda a exportação é de origem brasileira. Só de aço, por exemplo, são vendidas 70 mil toneladas ao ano. "Mesmo que o Evo Morales veja na nacionalização uma plataforma para reaquecer a economia do país, ele sabe que o Brasil é um grande mercado e que certamente a Bolívia perderia muito se houvesse uma ruptura de comercialização. O que me faz acreditar que o desentendimento entre os dois países vai se concentrar apenas nos hidrocarbonetos", afirmou o presidente da Câmara de Indústria e Comércio BrasileiroBoliviana, Elio Galarza Garcia. Desde que a crise foi deflagrada, segundo Garcia, muitos empresários, que mantêm acordos e negócios com a Bolívia, procuraram a Câmara para se informar qual seria a melhor maneira de agir. Mas

Para o professor Flávio Rocha de Oliveira, nuvens carregadas não devem se expandir a outros setores Marcos Peron/Virtual Photo

Mascarim, da Dedini: Bolívia precisa de equipamentos brasileiros

logo se tranqüilizaram ao perceber que não havia interesse do país em mexer em outros segmentos fora o gás. "Até mesmo na questão dos brasileiros produtores de soja em território boliviano não há o que temer. O governo só quer fazer um recadastramento para saber quem está com posse irregular de terras, o que certamente qualquer país faria se estivesse enfrentando o mesmo problema", afirmou. Doce – Os argumentos do presidente da Câmara são sustentados por Tarcisio Ângelo Mascarim, diretor corporativo da Dedini, empresa de Piracicaba, interior de São Paulo, que exporta para a Bolívia equipa-

mentos para diversos setores, principalmente para as usinas de álcool e açúcar. Ele não vê meios de a Bolívia cortar este tipo de relação comercial. "A Bolívia tem seis usinas de açúcar e precisa dos equipamentos brasileiros para fazer a reposição anual de peças para que a produção continue a funcionar", disse Mascarim. No ano passado, a Dedini exportou US$ 600 mil em equipamentos para a Bolívia, número que deve ser mantido neste ano. O resultado representa pouco mais de 1% do faturamento da empresa, que no ano passado alcançou R$ 700 milhões. Nem tão calmo – Para Flávio Rocha de Oliveira, professor e

coordenador do curso de Política e Relações Internacionais da Fundação e Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), por enquanto o quadro é de estabilidade, apesar dos pequenos nevoeiros que se formam no momento. "Claro que haverá tempestades, até porque foi a forma que Evo Morales encontrou para ter maior poder de barganha nas negociações comerciais além da questão do gás, até então mais benéficas para o Brasil", disse Oliveira. Segundo ele, tudo deve caminhar, a partir de agora, para as negociações. "Principalmente para a Bolívia, o melhor caminho é a negociação. Afinal, eles precisam vender o gás e o Brasil é o grande mercado potencial na América do Sul para isso." De acordo com o professor, os bolivianos têm os recursos naturais, mas não possuem tecnologia e mercado consumidor para explorar, tanto o gás como outros setores conquistados hoje pelo Brasil. "A Bolívia é um país pobre por natureza e sabe que depende do Brasil para se fortalecer economicamente – e até politicamente – no Mercosul. Por isso, tudo deverá caminhar pelas vias diplomáticas", concluiu. Márcia Rodrigues

Relações com Venezuela continuam bem

O

presidente venezuelano, Hugo Chávez, apontado como o grande articulador da nacionalização dos setores de petróleo e gás imposta pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, deve manter os acordos comerciais entre Brasil e Venezuela celebrados antes da crise boliviana e, até, estreitar ainda mais o relacionamento com o Brasil. A opinião é do presidente da Câmara Venezuelana-Brasileira de Comércio e Indústria, José Francisco F. Marcondes Neto. Segundo ele, as relações comerciais entre os dois países

vêm crescendo muito nos últimos três anos, principalmente nos segmentos de aparelhos de telefonia celular, veículos, equipamentos agrícolas e frango. "Só com as exportações para a Venezuela, o Brasil faturou em 2005 mais de US$ 2,5 bilhões e esperamos que esse volume seja mantido ou até cresça neste ano. Ou seja, nossas relações estão se estreitando cada vez mais e, por isso, a classe empresarial já descartou qualquer impacto negativo da crise da nacionalização do gás na Bolívia", afirmou. Otimismo – A Decar Autopeças é uma das empresas que

estão confiantes com o aumento dos negócios bilaterais. Segundo o encarregado de exportação da companhia, Massayoshi Umetsu, não houve alteração na rotina comercial. Os negócios vêm crescendo, em média, 15% ao ano. Em 2005, as exportações da empresa para lá geraram lucro de US$ 120 mil e neste ano a estimativa é de US$ 200 mil. "Estamos tão tranqüilos que nem marcamos reunião com nossos clientes para ver se haveria alguma alteração nos nossos negócios", informou o executivo. Para Thiago Rodrigues, coordenador do curso de Rela-

ções Internacionais da Faculdade Santa Marcelina, as relações entre Brasil e Venezuela vêm se estreitando já há algum tempo e, por isso, os acordos bilaterais devem ser mantidos. Tanto que já existe um projeto para a construção conjunta de uma refinaria no Nordeste do Brasil. "O acordo consiste na construção de um gasoduto continental que ligaria a Venezuela à Argentina, passando pelo território brasileiro. As obras estão programadas para começarem neste ano. A crise pode até atrapalhar um pouco o andamento, mas não vai impedir", acrescentou. (MR)

Greve da Anvisa freia vendas externas Milton Mansilh/LUZ

A

greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já dura dois meses, foi um dos assuntos discutidos pela Comissão de Comércio Exterior da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em reunião na última semana. Ficou decidido que o Departamento Jurídico da ACSP vai entrar com um mandado de segurança para que as mercadorias de seus associados sejam liberadas o

Abucham: problema grave

mais rápido possível. "A greve da Anvisa é um dos maiores problemas do comércio exterior brasileiro", disse Renato Abucham, vice-presidente da Associação Comercial, que presidiu a reunião. Problemas – O grupo de empresários que atuam com negócios internacionais debateu as alternativas para superar esse e outros problemas do comércio exterior do País. Em pauta, ainda, a paralisação dos funcionários do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em relação a esse movimento, a ACSP também vai entrar com mandado de segurança para proteger os pequenos e médios empresários. O atendimento que esses empreendedores de porte menor de São Paulo recebem da Receita Federal – que é péssimo, na avaliação dos participantes do encontro da última semana –, foi mais um tema debatido na Associação Comercial. Wladimir Miranda

Equipamento para usinas de açúcar exportado pela Dedini

N gócios

&

oportunidades

Comércio com Hong Kong será tema de evento

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novo diretor regional do Hong Kong Trade Development Council para as Américas, Stephen Wong, estará em São Paulo na próxima quinta-feira. Ele vai participar do seminário "Hong Kong: Apresentando Grandes Oportunidades na China", realizado pela São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com o escritório do Hong Kong Trade de São Paulo, na sede da ACSP, a partir das 17 horas. Na opinião de Alfredo Cotait Neto, coordenador da SP Chamber, será uma oportunidade para os empresários brasileiros obterem uma ampla e precisa visão sobre a economia de Hong Kong e as perspectivas de negócios entre o Brasil e

a China, país cujo Produto Interno Bruto (PIB), cresce a um ritmo médio de 9% ao ano. Stephen Wong tem suas bases em Nova York e é responsável por nove filiais da Hong Kong Trade Development Council divididas pela América do Norte, Central e do Sul. Os escritórios são responsáveis pela promoção comercial e de investimentos de Hong Kong. Além da apresentação de Stephen Wong, haverá depoimentos de empresários que já participaram de feiras de negócios na China e que mantêm comércio bilateral. Informações –A participação no evento é gratuita, mas as inscrições devem ser feitas antecipadamente pelo telefone (11) 3244-3500 ou e-mail: tneuma@acsp.com.br.

Feira Internacional de Argel

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Embaixada do Brasil em Argel confirmou a participação brasileira na 39ª edição da Feira Internacional de Argel, a realizar-se entre 1º e 8 de junho. O País terá um estande de 150 metros quadrados, cujo aluguel será custeado pelo Ministério das Relações Exteriores. A montagem, decoração e coordenação da participação das empresas será da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).

Informações – Para mais informações e até uma eventual participação, há duas formas de contato: G Embaixada do Brasil em Argel, Setor de Promoção Comercial, conselheiro Fernando Igreja: telefone +213 21 922350 e +213 76 879165 ou e-mail: figreja@mre.gov.br G Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rodrigo Solano, e-mail: rodrigo@ccab.org.br, telefone (11) 3147-4074.

PAÍSES QUE DESEJAM EXPORTAR PARA O BRASIL ÍNDIA 96 - Vários tipos de embalagens, entre elas, para embalar alimentos, cimento, fertilizantes, químicos, etc. Também sacolas para o comércio; sacos para construção civil e para jardinagem. 97 - Artigos de aço inoxidável para uso doméstico. ISRAEL 98 - Cosméticos com matérias-pri-

mas da região do Mar Morto. 99 - Bebidas kosher 100 - Produtos wireless para computadores. PORTUGAL 101 - Amêndoa seca, natural, despelada, processada em palitos, laminada, granulada em cubos ou em farinha. 102 - Azeite a granel com denominação de origem.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


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Senado Planalto Eleições CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Quem estava esperando esse sinal da convenção do PMDB estará agora liberado para os acordos. Acontecerá em todos os Estados. José Agripino (RN), senador e líder do PFL

PARTIDOS PREPARAM CORRIDA AO PLANALTO

SEM CANDIDATURA PRÓPRIA, PMDB VIRA A BOLA DA VEZ NOS ESTADOS.

ABERTA A TEMPORADA DE ALIANÇAS COM O PMDB

Sergio Lima/Folha Imagem

Nordeste

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Bahia e o Ceará somam 50% do total de votos do Nordeste. Por isso, Geraldo Alckmin deve priorizar os dois estados nas vezes em que viajar pela região. O candidato tucano está atrás de Lula nas pesquisas feitas nos estados nordestinos. Em alguns deles, Alckmin soma 10% de índice na intenção de voto contra 50% do petista. Alckmin está de olho no Nordeste, mas sabe que não pode descuidar de outras áreas importantes, como o Sudeste, especialmente São Paulo e Minas. Apenas no Estado de São Paulo estão concentrados cerca de 25 milhões de um total de 125 milhões de eleitores do País. Portanto, de cada bloco de 5 eleitores no Brasil, 1 é voto paulista. Pesquisas que chegam aos partidos continuam indicando que Alckmin vence Lula em São Paulo, por uma diferença de 10 pontos percentuais. Detalhe: Juscelino Kubistcheck foi o único que se elegeu presidente perdendo a eleição em São Paulo.

A

derrota da candiSe essa equação der certo, datura própria do cresce a chance de a vice-presiPMDB na conven- dência da chapa de Lula ficar ção nacional de sá- com o ex-ministro de Integrabado intensificou a corrida do ção Nacional Ciro Gomes Palácio do Planalto e do PSDB (PSB). Ele desembarca hoje em para fechar o maior número de Brasília para conversas polítialianças com o partido nos Es- cas no Planalto. Resta resolver tados e iniciar as articulações pendências de seu partido com vistas a um eventual se- com o PT em, pelo menos, seis gundo turno da eleição presi- Estados. Lula chegou a indicar dencial. O ministro de Rela- a interlocutores próximos a ções Institucionais, Tarso Gen- aliança com o PSB. São Paulo – Outra prioridaro, reúne-se hoje, às 10 horas, com o ex-presidente Itamar de do PT e do PSDB é o quadro Franco, que agora deve dispu- em São Paulo, maior colégio tar o Senado. A idéia é garantir eleitoral do País. A disputa eno apoio de Itamar, que ainda tre Michel Temer e o ex-govertem prestígio eleitoral em Mi- nador Orestes Quércia para vinas, à reeleição do presidente ce do tucano José Serra teria sido, na avaliação de governisLuiz Inácio Lula da Silva. A pedido de Lula, o próprio t a s d o P M D B , o p r i n c i p a l Tarso Genro ofereceu recente- motivo do número expressivo mente ao PMDB a vaga de vi- de votos pela candidatura próce-presidente na chapa presi- pria na convenção do partido. "Fomos traídos por Quérdencial do PT, em conversa com o presidente do partido, cia", comentou um parlamendeputado Michel Temer (SP). tar. Ele relatou que, caso deciMas, essa hipótese está agora da se candidatar ao Senado, afastada com o resultado da Quércia quer articular o cargo de vice para o dec o n v e n ç ã o n a- Evaristo SA/AFP - 08/05/2006 putado Marcelo cional, que derBarbieri (PMDBrubou por 351 SP). Mas Temer contra 303 votos quer o cargo. O a candidatura PFL também própria. O presiquer ser vice de dente do Senado, Serra e entende Renan Calheiros ser esse o cami(PMDB-AL), foi nho natural. quem deu má noAlém de Quértícia a Lula: o cia, os governispartido não terá tas analisam que candidato, mas o grupo mineiro também não irá ligado ao ex-miapoiá-lo. O prénistro da Saúde candidato do Saraiva Felipe PMDB, Anthony também teria Garotinho, endespejado votos tretanto, ainda A idéia é garantir o em favor da canaguarda uma deapoio de Itamar, que d i d a t u r a p r ócisão judicial, na pria, como tamt e n t a t i v a d e ainda tem prestígio bém peemedemanter seu pro- eleitoral em Minas, bistas de Goiás, jeto eleitoral. à reeleição de Lula. Paraná e Rio Temer marcou Tarso Genro, Grande do Sul. para 11 de junho ministro das Para reforçar as a convenção naRelações Institucionais negociações com cional para, defio PMDB, os artinitivamente, resolver o assunto. Mas, os parla- culadores da reeleição de Lula mentares do PMDB entendem e da campanha do tucano Geque ela será atropelada pelos raldo Alckmin têm praticapróprios acordos estaduais mente os mesmos motivos. Quércia, o preferido– O préque já estão em curso e serão candidato do PT ao governo de cada vez mais acelerados. Bahia– O deputado Geddel São Paulo Aloizio Mercadante Vieira Lima (PMDB-BA) disse disse, a assessores próximos, que nesta semana já começa a que pedirá ao presidente Luiz fechar o acordo na Bahia. No Inácio Lula da Silva que procuplano nacional apóia o pré- re o ex-governador Orestes candidato do PSDB, Geraldo Quércia para pavimentar uma Alckmin. Em seu Estado vai aliança com o PMDB estadual. subir no palanque do ex-mi- A avaliação é que a negociação nistro Jaques Wagner, do PT. com Quércia passa necessaria"Quem estava esperando esse mente pelo governo federal. sinal da convenção do PMDB Por isso, além da oferta de esestará agora liberado para os paço num segundo governo de acordos. Isso acontecerá em to- Lula, integrantes da cúpula dos os Estados, afirmou o líder petista defendem até a costura do PFL, senador José Agripino de um acordo em que o partido (RN), lembrando que as con- se comprometeria com a eleiversas do PFL e do PSDB com o ção de Quércia para a presiPMDB nos Estados serão in- dência da Câmara de Deputados, uma vez que o PT não tensificadas. Min as– Em Minas Gerais, abrirá mão de lançar a canditerra de Itamar, a situação é de- datura de Eduardo Suplicy palicada. O ex-presidente deve ra o Senado na vaga pleiteada apoiar a reeleição do tucano por Quércia. Tarso Genro já deixou claro Aécio Neves ao governo estadual. Todavia, o ex-governa- que, independentemente do dor Newton Cardoso, que con- nome do futuro presidente, a trola o PMDB, resiste em dar a aliança com o PMDB é fundavaga de candidato ao Senado mental para a sustentação parpara Itamar. Diante dessa bri- lamentar do próximo governo. ga, Aécio poderá fechar a vaga O objetivo do PMDB ao sepuldo Senado com o vice-presi- tar a candidatura própria foi dente José Alencar (PRB). O justamente eleger uma bancaministro do Turismo, Walfrido da federal expressiva e garanMares Guia, está fazendo a in- tir cacife político para influir terlocução. Por isso é provável no governo e no Congresso a partir de 2007. (Agências) que Itamar se alie ao PT.

Eymar Mascaro

CONFIANÇA

Paulo Pampolim/Hype- 14/02/2006

Lindomar Cruz/ABr- 17/01/2006

ACM deve ser o principal agente da campanha de Alckmin na Bahia. O candidato tucano fechou com o PFL no Estado e está apoiando a reeleição do governador Paulo Souto. O acordo foi fechado com os pefelistas mesmo contrariando o PSDB local, sobretudo o deputado Jutahy Jr.

TASSO No Ceará, a campanha de Alckmin será balizada pelo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati. Mas, Alckmin terá no estado a forte oposição de Ciro Gomes, que governou o Ceará por duas vezes e é detentor de um rosário de votos na região. Ciro apóia a reeleição de Lula. Itamar (no alto da página) vai hoje ao Palácio do Planalto ouvir as propostas do PT - que quer garantir o apoio do expresidente no colégio eleitoral de Minas. Acima, Orestes Quércia, cotado para a presidência da Câmara, caso ele se candidate a deputado federal. À direita (acima) Renan Calheiros dá as más notícias a Lula. Ao lado, José Sarney comemora a derrota da candidatura própria no PMDB.

Arquivo DC

NO RIO Além de São Paulo e Minas, Alckmin está cuidando com atenção da campanha no Rio de Janeiro. A decisão que o PSDB tomou no estado de lançar a candidatura do deputado Eduardo Paes a governador, desagradou o prefeito César Maia (PFL).

Jorge Araújo/Folha Imagem

DECISÃO

Jornais de Laz Paz acusam a Petrobras de sub-imperialismo brasileiro

MORALES BANCA O FALSO HUMILDE

D

epois de dizer que as empresas estrangeiras do setor de gás e petróleo que operam na Bolívia "não devem ser expropriadas nem expulsas", após a nacionalização do setor, o presidente boliviano Evo Morales admitiu que "ainda está tentando saber como se governa". "Estou tentando saber como se governa. Não me acostumo com a presidência. Às vezes penso que ainda sou um dirigente sindical", revelou Morales durante um encontro com dirigentes da esquerda e representantes latinoamericanos em Paris. Morales voltou a criticar os meios de comunicação pela crise diplomática com o Brasil e a Espanha depois da nacionalização do setor de petróleo e gás no país. Ele lembrou que as empresas estrangeiras afetadas têm "o

direito de recuperar seus investimentos" e acrescentou que há um prazo de 180 dias para a negociação. "Estamos numa etapa de como ter mais parceiros. Buscamos sócios, não donos de nossos recursos naturais", explicou. Ontem, em La Paz, o vicepresidente boliviano, Álvaro Garcia Linera, disse à BBC que o Brasil é mais importante para a Bolívia do que a Venezuela e que seu governo espera contar com mais investimentos da Petrobras. De acordo com 60,36% dos internautas que acompanham a versão na online do jornal Diário do Comércio (www.dcomercio.com.br), o governo brasileiro não está conduzindo de forma competente a crise com a Bolívia. Apenas 21,62% aprovam a atitude do Brasil e 18,02% ainda não têm opinião formada. (Agências)

Na reunião que marcou para quarta-feira, o PFL pode decidir qual dos senadores lançará para vice de Alckmin: José Agripino (RN) ou José Jorge (PE). O partido convocou para a reunião 94 pessoas, que serão os responsáveis pela escolha.

OUTRO VICE O PSDB decidiu que o vice de Alckmin será do Nordeste. Além de José Agripino e José Jorge, os tucanos pensaram também no ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos, na esperança de que poderia vingar o acordo do PSDB com o PMDB.

ANTECIPAÇÃO A princípio, o PFL tinha fixado no dia 25 a data para decidir sobre o vice de Alckmin. Mas, o partido pode antecipar o anúncio na quarta-feira. Pefelistas e tucanos não querem perder mais tempo e querem pensar nas coligações após a escolha do vice.

APOIO O PSDB ainda tenta obter o apoio do PPS e do PDT, mas esses dois partidos devem lançar candidatos próprios. O candidato do PPS é o deputado Roberto

Freire (PE) e o do PDT pode ser o senador Cristovam Buarque (DF), a ser escolhido por meio de prévias.

SONHO Independentemente da decisão tomada pelo PMDB na convenção de sábado, o PT ainda sonha em alcançar o apoio dos peemedebistas na campanha de Lula. O sonho dos petistas é que Lula dispute a reeleição com um vice do PMDB, sendo o mais cotado o presidente do partido Michel Temer.

MUDANÇAS A Câmara aprovou na Comissão Especial a emenda do deputado paulista Luiz Carlos Santos (PFL) propondo uma reforma constitucional em 2007. Pode ser que mexendo na Constituição o Congresso decida votar a emenda que acaba com a reeleição de prefeito, governador e presidente da República.

REELEIÇÃO O fim da reeleição interessa sobretudo ao PT e aos setores do PSDB ligados ao governador Aécio Neves e ao exprefeito José Serra, que são candidatíssimos às eleições presidenciais em 2010. Não se sabe ao certo se o mesmo interesse tem Geraldo Alckmin, que gostará de disputar a reeleição se se eleger contra Lula.

CANDIDATURA Apesar de ter provocado o partido com sua carta a Lula, pedindo ao presidente que se explique quando à entrevista de Sílvio Pereira, a candidatura de Eduardo Suplicy à reeleição ao Senado não corre risco. O PT não admite negociar a recandidatura do senador para facilitar o acordo do PT com o PMDB.

COMO SERIA Na carta que enviou, Suplicy pede ao presidente Lula que rebata as críticas de Sílvio Pereira e responda também as denúncias do mensalão. Na carta, Suplicy defendeu o comparecimento de Lula ao Congresso como forma de facilitar as respostas e ajudar no "aprimoramento dos princípios democráticos".

NOVA CPI Os governistas não estão a favor da criação de uma nova CPI na Câmara para apurar quais os deputados que se envolveram com o escândalo sanguessuga. Os governistas acham que o Congresso já ficou muito tempo paralisado com a CPMI dos Correios e a CPI dos Bingos.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Cidades

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

6

Nós estamos com controle total da situação. Claudio Lembo, governador de São Paulo

Thiago Bernardes/AOG

Maria Bernardo da Silva chora sobre o caixão de seu filho, o investigador Paulo José da Silva, de 32 anos, assassinado por bandidos do PCC. Ele foi sepultado no Mausoléu dos Heróis da Polícia Civil do Estado de São Paulo. À direita, vidro de uma delegacia perfurado por uma bala.

TERROR DO PCC FAZ 77 MORTES EM SP Criminosos realizaram 115 ataques às forças de segurança paulistas. 77 pessoas já morreram, 37 delas policiais. Ontem, queimaram pelo menos 12 ônibus. Uma agência bancária foi atacada. O governador Claudio Lembo disse que a situação está sob controle.

A

onda de terror imposta por bandidos terroristas ligad o s a o P r i m e i ro Comando da Capital (PCC), desde a última sexta-feira, já provocou a morte de 72 pessoas, 37 delas policiais, no Estado de São Paulo. Ao todo, até as 23h45 de ontem, 115 ataques haviam sido feitos contra as forças de segurança paulistas. Segundo informações da Agência Estado, entre os mortos estão 20 policiais militares, 6 policiais civis, 8 agentes penitenciários, 3 guardas-civis, além de 3 civis inocentes, 23 supostos criminosos e 15 presos. Renato Rufino dos Santos, de 27 anos, filho de um investigador do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) Lorival Rufino dos Santos, de 62 anos, foi morto a tiros na noite de sábado. O clima entre os policiais de São Paulo é de indignação, com duras críticas ao comando da Polícia Militar, ao secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa (ver página 12). Depois de 48 horas de ataques, o governo ainda não havia conseguido dar um basta aos atentados. O governo federal colocou de prontidão a Força Nacional, grupo formado por integrantes de elite de diversas organizações federais e estaduais. Recusa – Em entrevista coletiva concedida sábado, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), afirmou que o Estado não iria "se dobrar ao crime organizado". Ontem, dispensou a ajuda da Polícia Federal, oferecida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. "A Polícia Federal tem um efetivo mínimo em São Paulo. Ela deve ser respeitada como uma polícia da União, mas ela não é uma polícia que possa nos oferecer nada. São Paulo não precisa da Polícia Federal, quando muito se eles nos passarem informações elas serão bem-vindas", disse Lembo. Controle total – Perguntado sobre a hipótese de um pedido de intervenção de forças do Exército Brasileiro, Lembo também rechaçou a idéia. "Não, não, nós estamos com

controle total da situação." Segundo ele, o Exército tem uma função constitucional de preservação da soberania nacional e os episódios em São Paulo seriam uma questão de ordem interna. "Esta noite (de sábado para domingo) tivemos algumas situações difíceis, mas não são além dos limites que ocorrem", afirmou. Estopim – Segundo o comando da segurança pública de São Paulo, a onda de terror é uma reação do PCC à transferência de líderes da organização para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (a 620 km da capital), complexo de segurança máxima. Entre os 765 detentos transferidos para o presídio está Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola, considerado o principal chefe do grupo. Por toda a cidade foram montados bloqueios da polícia, que procura por suspeitos de participação nas ações. Diante da gravidade da situação, toda a força policial do Estado foi convocada para reforçar a segurança nas instalações e aumentar a vigilância nas ruas. Férias e folgas foram canceladas. Alvos civis – Ontem à tarde, os ataques dos bandidos do PCC estenderam-se a alvos civis: pelo menos doze ônibus foram incendiados na capital. Três atentados ocorreram na zona sul (nos bairros de Capão Redondo, Campo Limpo e Jardim São Luís). Dois outros foram queimados na Estrada de Itapecerica da Serra. Não houve feridos. Os passageiros foram obrigados a descer e os carros queimados em seguida. Em São José dos Campos (SP), um ônibus da Viação Real foi incendiado. Acredita-se que esses episódios estejam ligados à onda de ataques do PCC. Uma agência bancária foi atacada por volta das 21h de ontem, em Taboão da Serra. Uma bomba incendiária foi jogada na frente do prédio. Não houve feridos. Menores – Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, por volta das 17h30 de ontem, quatro menores assaltaram um ônibus que vinha de G u a ru l h o s , m u n i c í p i o d a Grande São Paulo, próximo à marginal Tietê. Depois de assaltarem os passageiros, os menores atravessaram o can-

Paulo Whitaker/Reuters

Niels Andreas/AE

Entrevista: o governador Claudio Lembo e o prefeito Gilberto Kassab Alex Silva/AE

Policial vê os estragos que uma bomba fez em DP de Francisco Morato Rickey Rogers/Reuters

Amotinados: faixa do PCC em revolta no presídio de Junqueirópolis

teiro e pararam outro ônibus, que estava na pista local, indo em direção ao Rio de Janeiro, e atearam fogo. Segundo o Corpo de Bombeiros, cinco equipes foram para o local. Aparentemente, essa última ação não teve ligação com os ataques do PCC, mas serviu para agravar o clima de insegurança que se instalou ontem em São Paulo. Motins – Além dos ataques e assassinatos, 67 unidades prisionais de São Paulo estavam amotinadas até o fim da tarde de ontem, com cerca de 300 pessoas reféns. Em Jaboticabal (SP), os presos da cadeia pública atearam fogo no diretor do estabelecimento, delegado Adelson Taroko, que teve cerca de 70% do corpo queimado. Internado no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, seu estado é grave. Por volta das 18h, as rebeliões já haviam acabado em 16 prisões. Febem – Menores de duas unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) na zona leste de São Paulo também se rebelaram ontem à tarde. Na unidade da Febem Tatuapé houve uma tentativa de fuga frustrada por volta das 15h, seguida de mo-

tins nas unidades 10 e 12. Por volta das 16h, na Vila Maria, os internos dos dois complexos da instituição, segundo o Sindicato dos funcionários da Febem, se rebelaram, colocaram fogo em colchões e foram para o telhado do prédio, junto com nove agentes mantidos como reféns. Às 18h, policiais da Tropa de Choque da PM invadiram a unidade, dando fim à rebelião. No Tatuapé, a situação também foi controlada. O PCC, por meio de um telefonema, foi o responsável pelo motim na Febem/Vila Maria. Ataques – Os ataques do PCC foram indiscriminados. Os bandidos alvejaram bases comunitárias da PM, postos da Guarda Civil Metropolitana, viaturas policiais, delegacias e até instalações do Corpo de Bombeiros, com o assassinato de um soldado num quartel situado no bairro da Luz, Centro de São Paulo. Até um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi atacado. Por volta da 1h30 da madrugada de ontem criminosos abriram fogo contra um posto da PRF localizado no quilômetro 285 da rodovia Régis Bit-

Alvo civil: Meninos observam ônibus incendiado na zona sul da cidade

tencourt, no município de Itapecerica da Serra (SP). "Eles estavam em uma Mercedes e passaram atirando, mas ninguém no posto ficou ferido", disse à Agência Reuters o policial rodoviário João Batista Mantovani. Viaturas da PM paulista perseguiram os bandidos, que foram encurralados. Houve troca de tiros e os três agressores foram mortos. Homens armados também dispararam na direção do edifício que abriga o Fórum Criminal de Santana, na zona norte da capital, danificando janelas, mas sem deixar feridos. Um Distrito Policial de Francisco Morato, na região metropolitana de São Paulo, foi atacada a bombas. Na zona sul, uma base da Guarda Civil Metropolitana foi atacada duas vezes em pouco mais de 12 horas. Um dos

guardas levou um tiro no braço, após mais de 50 disparos realizados pelos agressores. Interior – O policial militar Ricardo José Martins de Lara, 38 anos, de Limeira, foi o segundo policial a morrer devido aos ataques contra instituições policiais na região de Campinas. Dois homens encapuzados saltaram de uma motocicleta e obrigaram o policial a se deitar. Ele levou dois tiros na nuca. Na madrugada de sábado, o PM Adilson Umbelino de Carvalho, 28 anos, de Santa Barbara d'Oeste, morreu após ser atingido por 10 tiros de pistolas semi-automáticas disparados a partir de um carro. Em Cordeirópolis, um PM escapou de disparos, mas dois frentistas ficaram feridos. Em Hortolândia, o alvo foi o prédio do Fórum. (Agências) Na pág. 12, mais sobre os ataques


segunda-feira, 15 de maio de 2006

Congresso Planalto Câmara CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 O Código (de Defesa do Eleitor) é viável e pode colaborar com a moralização do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. Luiza Erundina (PSB-SP)

PROJETO DE INICIATIVA POPULAR

INSPIRADO NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, PROJETO DE LEI PROPÕE O CÓDIGO DE DEFESA DO ELEITOR. Pablo de Souza/LUZ

ELEITOR BUSCA GARANTIA PARA ELEGER BONS POLÍTICOS Davi Franzon Evelson de Freitas/AE- Arquivo DC

s líderes pefelistas decidiram apressar a escolha do nome que irão apontar para compor a chapa do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, à presidência da República, para evitar que o partido seja atropelado pelos pequenos PDT e PPS, que se manifestaram prontos para entrar na disputa com candidatos a vice-presidente. O PFL marcou para quinta-feira o anúncio do vice na chapa de Alckmin, a partir de uma escolha por voto secreto. O nome sairá da votação de um colegiado de 96 pessoas do partido (governadores, vices, prefeitos de capitais, senadores, deputados federais e membros da Executiva sem mandato). Os senadores José Agripino Maia (RN) e José Jorge (PE) disputam a indicação. Os tucanos preferem Agripino, mas Jorge tem o apoio do presidente do partido, o senador catarinense Jorge Bornhausen. A semana será marcada também pelos desdobramentos do embate da Bolívia com o governo brasileiro, que deverá ser acompanhado de perto pela oposição brasileira, que passou a semana passada cobrando uma posição mais dura do Itamaraty. E ainda pelos resquícios das denúncias esquecidas pelo ex-dirigente petista Sílvio Pereira, considerado um dos mentores do valerioduto em parceria com seu colega Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério. Co nve r s a s - Amanhã, o expresidente Itamar Franco vai se reunir com o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) e o presidente do PT, Ricardo Berzoini. O assunto é a sucessão do presidente Lula. O tufão Sílvio Pereira, ex-se-

José Cruz/Agência Senado

O VICE DE ALCKMIN: ESTE É O DESTAQUE DA SEMANA. Valter Campanato/ABr

O

Acima , Percival Maricato, autor do projeto que cria o Código de Defesa do Eleitor. Ao lado, Luiza Erundina que 'abraçou' a proposta.

Senadores Agripino e Jorge, um deles será indicado pelo PFL.

cretário-geral do PT que ressuscitou no cenário político o escândalo do mensalão, deixou poucas consequências na CPI dos Bingos. Afinal, atacado por uma péssima memória, praticamente de nada lembrou. A comissão de inquérito convidou então a jornalista Soraya Aggege, autora da entrevista com Sílvio Pereira e publicada em O Globo, para esclarecer as circunstâncias em que a entrevista foi dada – e, principalmente, como estava o entrevistado no momento das declações. Em viagem a Viena (Áustria) onde acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a repórter ainda não confirmou sua presença na CPI. As ambulâncias - A Câmara dos Deputados, durante a semana, vai continuar se ocupando do escândalo das fraudes no Orçamento da União para a compra de ambulâncias, que teve a participação de vários deputados num esquema de corrupção milionário desbaratado pela Polícia Federal. A comissão de sindicância da Casa que apura as denúncias inicia a tomada de depoimentos na terça-feira e os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Fernando Gabeira (PV-RJ) começaram a recolher assinaturas para a instalação de uma CPI.

Os líderes dos partidos aliados do governo querem que o presidente da Casa não aceite novas denúncias e faça um pronunciamento em cadeia de rádio e TV, esta semana, para defender o parlamento e críticas à Polícia Federal que divulgou nomes de parlamentares envolvidos. Veja seguir os principais fatos desta semana: S egunda-feira - O ex-presidente Itamar Franco (PMDB) tem encontro marcado em Brasília com o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, e o ministro das Relações Institucionais do governo, Tarso Genro. Terça-feira - A jornalista Soraya Aggege, autora da entrevista com Sílvio Pereira em O Globo foi convidada a prestar depoimento à CPI dos Bingos a respeito do assunto, e deve dar uma resposta à comissão logo que retornar da viagem à Viena. Quarta-feira - O Conselho de Ética vota o pedido de arquivamento do processo contra a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP). A representação foi feita pelo PT, que acusa a tucana de ter feito declarações agressivas e grosseiras contra o presidente Lula e o PT. A deputada alega que exerceu seu direito de crítica. O processo deve ser arquivado. Quinta-feira - O PFL escolhe por voto secreto o vice para formar na chapa do candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin. O senador José Agripino, do Rio Grande do Norte, pode ganhar a disputa favorecido pelo voto secreto. Na votação em aberto, no primeiro turno, ganhou o pernambucano José Jorge. O PPS e o PDT já tinham até escolhido seus candidatos: seriam os senadores Jefferson Peres (AM) ou Cristovam Buarque (DF). (Agências)

O

s últimos acontecimentos no cenário político nacional colocaram deputados, ministros, senadores e até o Presidente da República no "furacão" de um esquema de corrupção e financiamento ilegal de campanha eleitoral. Como fica o eleitor brasileiro nesta história, quais são as vias de cobrança e de fiscalização do trabalho do parlamentar que conquistou o voto de milhares de pessoas que confiaram em suas palavras? Colocando o debate da transparência e do compromisso de campanha em jogo, o professor e advogado Percival Maricato, em parceria com outros profissionais do direito político, membros do Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE), formularam o Código de Defesa do Eleitor. À semelhança do Código de Defesa do Consumidor, o documento – enviado à Câmara dos Deputados como Projeto de Interesse Popular – prevê uma série de normas e punições, cujos objetivos são permitir um controle mais efetivo do trabalho do político por parte dos seus eleitores. Tr a n s pa r ê n c i a – Maricato conta que a proposta pretende regular e fiscalizar não só as ações do político eleito, mas também de candidatos, funcionários públicos, doadores de grandes quantias para campanhas, seja pessoa física ou jurídica e até do próprio eleitor. "O projeto é uma proposta de transparência e cidadania. Algo que não existe hoje. Tudo é feito sob a sombra de algum interesse ou de alguém", diz. Dentro do projeto, que hoje se encontra na Comissão de Legislação Participativa, levado pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP), os principais pontos estão ligados ao controle dos gastos e dos trabalhos dos parlamentares e dos demais políticos, seja no Executivo, caso de um ministro, incluindo o presidente de empresa estatal ou órgão de financiamento, como o BNDES. Entre as sugestões estão a implantação obrigatória de portais na internet, com uma

atualização diária de todas as ações do político e do partido. O espaço deve proporcionar fácil acesso ao eleitor, colocando à disposição informações sobre a Justiça Eleitoral e partidos políticos. "Isso permitirá uma fiscalização diária por parte da sociedade civil. Quer saber o que o deputado fez durante a semana? Olha o portal!", comenta o advogado. Acompanhamento– O Código também exige que o político informe seu eleitorado, seja por meio de correio eletrônico, com antecedência, qual será sua próxima iniciativa. No caso dos parlamentares, o eleitor deverá conhecer qual projeto será encaminhado à votação naquele dia e se ele aprova ou não sua ida ao Plenário. Maricato diz que a iniciativa prevê a criação de uma Câmara de Acompanhamento, órgão que seria formado pela sociedade civil, poder público e entidades empresariais, com o objetivo de controlar com mais eficácia toda a atividade política nacional. A Câmara, pelo o que prevê o Código, teria autonomia para permitir ou não o aumento de gastos e repasses do legislativo brasileiro. Dentro desse pacote estão os salários dos parlamentares, funcionários nos gabinetes, verbas extras como o pagamento de viagens, hospedagens, combustível, material de escritório e auxílio moradia, entre outros, bem como o pagamento do funcionalismo em todas as casas legislativas. Pu niçõ es– Entrando no campo das punições, o projeto estabelece multas e outras punições, como até a perda de mandato, aos políticos que não cumprirem suas normas. Elei-

tores e financiadores de campanhas também serão punidos caso desrespeitem o documento. Maricato sabe que o texto não será votado em curto prazo, já que, segundo sua própria avaliação, existem outros projetos com preferência na fila da Câmara dos Deputados. Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), o projeto é importante e demonstra o interesse da sociedade civil no dia-a-dia dos governantes. Erundina acredita que um instrumento de fiscalização pode inibir acordos e negociações por parte dos parlamentares e empresas ou pessoas físicas responsáveis pelo financiamento da campanha daquele parlamentar. "A sociedade civil não pode assistir a tudo o que vem acontecendo de braços cruzados. O primeiro passo é demonstrar sua indignação nas próximas eleições. O Código é instrumento viável e pode colaborar com a moralização do Legislativo, do Judiciário e do Executivo", explicou Erundina. Fidelidade partidária– O cientista político Álvaro Sanches diz que o projeto pode inibir o troca-troca de partidos, comum no legislativo brasileiro. Esse órgão de fiscalização, segundo o especialista em fidelidade partidária, é um dos pontos mais conflitantes para a política brasileira. "O grande ponto é passar no Plenário. Será que os próprios parlamentares aprovariam um órgão fiscalizador, punitivo?", indaga o cientista político. (Leia a íntegra da proposta e descubra todas as entidades que apóiam este projeto de Lei de participação popular no website www.pnbe.org.br)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 15 de maio de 2006

Geral/ AFIF FAZ A

No Brasil, abolimos a monarquia, mas não abolimos a corte. Afif Domingos

Patrícia Cruz/Luz/9/5/2006

DEFESA DE UM REAL 'REGIME DE MERCADO' O presidente da Associação Comercial de São Paulo diz que os liberais precisam conhecer melhor as diretrizes do liberalismo, que não está na "reserva de mercado"

G

uilherme Afif Do- presente no embaraço gerado mingos, presidente pela liberdade, que significa a da Associação Co- perda de controle. O curioso é mercial de São Pau- que esse medo da perda de conlo (ACSP) e da Federação das trole gera um excesso tão granAssociações Comerciais do Es- de de controle que leva, por outado de São Paulo (Facesp), tras vias, ao descontrole que é o acredita que não é apenas no crescimento da informalidade. debate acadêmico ou na mídia que existe uma grande confu- Mas hoje, a economia brasileira são em relação ao liberalismo. praticamente depende da Para ele, o empresariado latino- informalidade... americano ainda confunde as É justamente pela informalireais diretrizes do pensamento dade que o conceito liberal resliberal e, muitas vezes, substi- pira: é a iniciativa do cidadão, tui o preceito do "regime de só que fora da estrutura da lei. mercado" pelo de "reserva de Há uma imensidão de propriemercado". Convicto de que os tários de baixa renda. Eles não liberais também têm suas uto- são proprietários, porque estão pias e plenas condições de rea- irregulares e o custo da regulalizá-las, Afif falará, no Seminá- rização não está ao alcance do rio Internacional sobre Democra- seu poder aquisitivo. Hoje, 60% cia Liberal – que começa hoje e da população economicamentermina amanhã, em São Paulo te ativa do Brasil está na abso– sobre políticas específicas pa- luta informalidade. Portanto, o ra a implantação do liberalismo conceito liberal de democracia na América Latina. econômica funcioEm entrevista ao na fora da lei. O Diário do Comérgrande desafio é cio, Afif discorre soe x a t a m e n t e i mbre o futuro da deO liberalismo não plantar a liberdade mocracia no Brasil e de empreender, a na América Latina, prega um Estado desburocratização, analisa os "fenôme- fraco, prega um a simplificação, a nos" Hugo Chávez e Estado forte. O regularização das Evo Morales e fala que não significa propriedades, ditambém sobre a imminuindo seu cusum Estado obeso, portância de os libeto. Este seria o granrais relerem a obra paquiderme. de papel do Estado. de Karl Marx, o pai Guilherme Mas o Estado hoje do comunismo, que Afif Domingos, s e r v e a p e n a s a tem muito a ensinar presidente da q u e m v i v e d e l e . sobre as elites. Associação Quem está fora – a Comercial imensa maioria – Quais são os de São Paulo também está fora da lei. desafios para o desenvolvimento de políticas de implantação da idéias Como recolocar o Estado em suas reais funções, de acordo com o liberais na América Latina? O grande desafio é colocar as pensamento liberal? Eu acredito que é preciso, anteses liberais num mundo em que o liberalismo nunca foi im- tes de mais nada, identificar os plantado. Aqui, aqueles que liberais. A ACSP tem cumprideveriam defender os concei- do seu papel como entidade e tos liberais, principalmente os tem buscado popularizar a tese grande empresários, em vez de liberal. O primeiro grande modefenderem o regime de mer- vimento é a consciência tribucado, preferem defender o regi- tária. É um movimento de insme de reserva de mercado. piração liberal que parte do priQuerem a proteção do Estado, meiro princípio do liberalismo, não a sua liberação. Querem a igualdade de oportunidades. subsídio por meio dos imensos Outro princípio é a garantia bancos públicos. Portanto, para dos direitos do cidadão. O libecomeçar, aqueles que pode- ralismo não prega um Estado riam defender a tese liberal não fraco, prega um Estado forte. O a praticam. O universo que efe- que não significa um Estado tivamente a pratica – aqueles obeso, paquiderme. É um Estaque estão em regime de merca- do que cumpre sua função de do, as pequenas e médias em- regulador da sociedade. Sua presas – enfrenta, por decorrên- primeira função é a igualdade cia, uma imensa burocracia ori- de oportunidades, dar condiginária na cultura ibérica, tanto ções de educação e saúde. Tamda Espanha quanto de Portu- bém é importante garantir os gal. No Brasil, abolimos a mo- direitos, ou seja, justiça e segunarquia, mas não abolimos a rança. Deve prover a infra-escorte. A cultura da corte está trutura básica na promoção do Leia mais sobre democracia liberal em Economia/10

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

Guilherme Afif: presidente da ACSP diz que entidade tem buscado popularizar as teses liberais e cita a campanha pela consciência tributária

desenvolvimento e – este é o papel primordial do Estado – a estabilidade da moeda. O Estado tem que ser o guardião dessa estabilidade, que é o que dá tranqüilidade para a tomada de decisão de investimentos de longo prazo. Esses são os princípios básicos da condição liberal. E aí eu pergunto: aqui no Brasil temos isso? Temos, a duras penas, a estabilidade da moeda, sempre ameaçada pela instabilidade das contas públicas. Essa é a reflexão que os liberais deveriam fazer. Como o sr. avalia os rumos da democracia na América Latina? O que acontece hoje é que dirigentes como Hugo Chávez e Evo Morales usam a democracia para andar para trás. Eu vou dar um exemplo muito claro sobre Evo Morales. Ele está agindo igualzinho o general Galtieri [Leopoldo Galtieri, último ditador militar da Argentina, entre 1981 e 1982]. Galtieri, quando quis criar uma unidade na Argentina, resolveu invadir as Malvinas. O que ele não contava era com a reação dos ingleses. Agora, a diferença é que, aparentemente, Morales conta com a paralisação do presidente Lula, e até com a cumplicidade dele. É uma agressão a Petrobras ter suas refinarias invadidas por tropas. E deveria haver uma resposta à altura. É uma demonstração de autoritarismo e do velho populismo. Tudo isso está na contramão da democracia e representa o abuso da boa-fé do povo que precisa da geração de emprego e renda. O Estado inchado nunca foi o caminho para gerar emprego e renda, a não ser para os que estão no Estado, para a burocracia estatal. Os Estados latino-americanos, então, não servem aos cidadãos? O ser humano é movido pelo egoísmo, e não pelo altruísmo. Por isso, quando se comanda um Estado, não se pode esquecer que ele não é um ente etéreo. Ele passa a existir a partir das pessoas que o compõem, que têm interesses próprios. E aí o Estado fica a serviço do interesse da sua burocracia. Não é uma questão ideológica, é uma questão prática. O Estado, assim, não funciona. O sr. acha que a democracia está ameaçada na América Latina? Pela origem, principalmente de [Hugo] Chávez, sim. A menos que alguém considere que Cuba é uma democracia. Parece que ele tem uma verdadeira idolatria por Cuba que nunca foi modelo de democracia, de distribuição de renda, nem de desenvolvimento. Este é um ano eleitoral em vários países da América Latina. Como a reflexão sobre o liberalismo se encaixa na definição de diretrizes da administração estatal, especialmente no Brasil?

Acho que o liberalismo é um conceito para quem pode adotá-lo. E acho que o Brasil tem bases muitos sólidas para a adoção deste modelo, que nunca foi aplicado aqui. Até porque hoje, no Brasil, a aplicação do modelo liberal é feita por pessoas que assumem uma postura de esquerda e que estão inscritas na Internacional Socialista, como a própria social-democracia. Acho que o liberalismo puro dificilmente vai ser implantado, mas pode ser um grande contrapeso à social-democracia, jogando para o centro um projeto de nação que assuma o aspecto do discurso da social-democracia, mas que pegue as qualidades da liberaldemocracia em termos de geração e distribuição de renda por meio do trabalho e de um real regime de mercado. É um projeto que pode ser atingido. Acho que o crescimento dessas duas correntes, pelo centro, tirará o Brasil do atraso do eixo latino-americano. Este vai continuar atrasado e o Brasil tem que começar a romper este ciclo

para que possa, com este rompimento, também contaminar positivamente os vizinhos. Como romper esse ciclo? O Brasil, por sua dimensão, tem a tendência natural de liderar com o exemplo. Mas o Brasil, à direita, foi fascista. À esquerda, comunista e socialista. A virtude está no meio, que é a construção de uma corrente social-democrata com uma corrente liberal-democrata, que resultará numa doutrina para uma agenda. Isso não significa unificação de partidos, porque isso nunca vai acontecer entre as duas correntes. O que pode e deve acontecer é o entendimento delas numa agenda única com alternância de poder entre as duas. Será o caminho do amadurecimento da democracia no Brasil. E como o empresariado pode participar disso? Marx dizia que a burguesia iria vender a corda com a qual seria enforcada, porque não olha outra coisa senão o lucro

da venda da corda. E o que assistimos aqui no Brasil é o empresariado olhando só o interesse de curto prazo, o seu resultado. Mas é preciso olhar o modelo no longo prazo, como preservação do ambiente de livre competição, que é a essência do pensamento liberal. O sr. acha que olhar para a forma como a corda está sendo usada, no caso dos liberais, é também reler Marx? Eu acho que sim, até porque Marx também se enganou. Ele previa o fim das pequenas empresas, a grande concentração dos capitais, e foi desmentido pela grande explosão das atividades individuais que, por falta de amparo nas leis, estão se colocando na informalidade. A cada dia, mais indivíduos pensam na liberdade de trabalhar por conta própria. Se conseguem, isso é outra coisa, mas que pensam e sonham, não há dúvida. Portanto, vamos viver este sonho. O liberal tem utopias também. Só que são utopias realizáveis e com o pé no chão.

Paulo Pampolin/Hype

BONS LIBERAIS – O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, saudou ontem os participantes do Seminário Internacional. Da esq. para dir., o secretário de Desenvolvimento Social, Rogério Amato, Afif, o professor Armando Ribas e o psicanalista Heitor De Paola. Acompanhe hoje pelo site www.dcomercio.com.br


Ano 81 - Nº 22.126

São Paulo, segunda-feira 15 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h55

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PRESOS MATAM 77 NAS RUAS

Sebastião Moreira/AE

De dentro dos cárceres, os líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) comandaram 115 atentados que mataram 77 pessoas, entre elas 37 policiais e 23 supostos bandidos, desde a noite de sexta-feira. A maior guerra da bandidagem até hoje começou por causa da transferência do chefão Marcola, com outros 764 presos, para o presídio de segurança máxima de Venceslau. Assassinatos, distritos atacados, incêndios e rebeliões em presídios até fora do Estado, o governador Cláudio Lembo advertiu: "O Estado não vai se dobrar ao crime organizado". Págs. 6 e 12 Leonardo Soares/Agência O Globo

Pelo menos 12 ônibus incendiados ontem. E começaram os enterros. O domingo de SP superou o do Iraque, onde um carro bomba matou 14 pessoas. Arivaldo Chaves/Agênia RBS/Agência O Globo

A NOIVA ~ E O LEAO Masao Goto Filho/DC

Inter balança o São Paulo

O goleiro Rogério (foto) em ação: levou 3 do Inter, na véspera da lista de Parreira. Será convocado? Paulo Pampolim/Hype

Giuseppe Cacace/AFP

COMEÇA A COPA Só no vestido de noiva, 35,87% estão nas garras do Leão. O dia da noiva levará outros 27,52%. O bufê, 33,51%. E o pacote da lua de mel, 30,76%. Felizes para sempre? Só sem o Leão. Eco/6 e 7

Convocados da Seleção saem hoje: Kaká é certo. Na foto, comemora gols pelo Milan. DC Esporte De Paola, Ribas e Afif (foto). Hoje, Sorman e Olavo de Carvalho.

HOJE Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 23º C.

Democracia Liberal em debate Começa hoje o Seminário Internacional sobre Democracia Liberal que reúne em SP intelectuais de vários países. Acompanhe-o ao vivo pela internet. Programa, entrevista, artigo: Eco/1 e 12

Tudo por alianças com PMDB PT e PSDB, na corrida pelo apoio nos estados. Pág. 4


DIÁRIO DO COMÉRCIO

1 -.ECONOMIA/LEGAIS

segunda-feira, 15 de maio de 2006

ATAS C.N.P.J. nº 61.194.080/0001-58 - CIA. ABERTA Capital Autorizado: Até 200.000.000 de ações – Capital Subscrito e Realizado: R$ 903.630.000,00 dividido em 126.827.072 ações ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA DA DURATEX S.A., REALIZADA EM 28 DE ABRIL DE 2006. Data, Hora e Local: São Paulo, 28 de abril de 2006, às 16:30 horas, na sede da nº 1.446.416-SSP/SP, CPF nº 005.902.588-34, domiciliado na Rua Caetés nº 619, nesta Companhia, na Avenida Paulista nº 1938 - 5º andar, São Paulo-SP. Convocação: Edital Capital, como respectivo suplente; (ii) pelos titulares de ações preferenciais, mediante de convocação publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 13, 14 e a indicação da acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil 18.04.2006 (págs. 91,12 e 79, respectivamente) e no Diário do Comércio nos dias 13, 17 PREVI, registrando-se a abstenção de acionistas titulares de ações preferenciais que e 18.04.2006 (págs. 04, 04 e 02, respectivamente). Presença: Presentes os acionistas apresentaram suas manifestações (docs. 1, 2 e 3), Fabiano Romes Maciel, brasileiro, representando mais de dois terços do capital com direito a voto, conforme registros e casado, economista, RG nº 26.262.781-4-SSP/SP, CPF nº 679.715.639-49, domiciliado assinaturas constantes do livro de presença. Além dos administradores e conselheiro na Praia do Botafogo nº 472 - apto. 610 - Rio de Janeiro/RJ, como membro titular; fiscal da sociedade, esteve presente, também, representante da PricewaterhouseCoopers Paulina de Menezes Berwanger, brasileira, divorciada, economista, documento de Auditores Independentes. Mesa: Conforme disposto nos Artigos 7º e 10, § 4º do Estatuto identidade nº 17893401- Detran/RJ, CPF nº 335.453.677-20, domiciliada na Rua Sacopa Social, assumiu a presidência dos trabalhos Laerte Setubal Filho, sendo indicado, como nº 485 - cobertura, Rio de Janeiro/RJ, como respectivo suplente. Os acionistas secretário, o acionista Antonio Massinelli. Ordem do dia: Dando início aos trabalhos, o aprovaram, como remuneração dos membros do Conselho Fiscal, efetivos e suplentes, Sr. Presidente solicitou ao Secretário que procedesse à leitura da Ordem do Dia, a saber: as quantias de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), Assembléia Geral Ordinária: a) Relatório da Administração, Contas dos Administradores respectivamente. A acionista Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil e Demonstrações Financeiras atinentes ao exercício social encerrado em 31 de PREVI apresentou manifestação solicitando que fosse incluído na Ordem do Dia da dezembro de 2005; b) Destinação do lucro líquido do exercício social de 2005, ratificação próxima assembléia geral da Companhia que vier a ser convocada, proposta de dos dividendos distribuídos antecipadamente e das transferências de reservas efetuadas deliberação de alteração estatutária a fim de tornar permanente o Conselho Fiscal da no mesmo exercício, mediante autorização do Conselho de Administração; c) Eleição dos Companhia (doc. 4). Em Assembléia Geral Extraordinária: 1. Procedeu-se à leitura da membros do Conselho de Administração e fixação do montante global anual de remuneração dos Administradores; e d) Eleição dos membros do Conselho Fiscal e ata da Reunião do Conselho de Administração realizada em 12 de abril de 2006. 2. Foi fixação da respectiva remuneração. Assembléia Geral Extraordinária: a) Proposta do aprovado, por unanimidade, o cancelamento de 48 (quarenta e oito) ações ordinárias, Conselho de Administração visando: (I) Cancelamento de 48 (quarenta e oito) ações emitidas pela companhia, que se encontram em tesouraria, sem redução do capital social. ordinárias, emitidas pela Companhia, que se encontram em tesouraria, sem redução do 3. Na seqüência, o Sr. Presidente registrou o aumento do capital social, realizado dentro capital social. (II) Aumento do capital social, para R$ 903.630.000,00, mediante dos limites do capital autorizado, deliberado pelas Reuniões do Conselho de Administração, capitalização parcial de reservas, com a emissão de 63.413.536 ações, ordinárias e realizadas em 22.02.2006, 11.04.2006 e 12.04.2006, de R$ 325.000.000,00 (trezentos e preferenciais, sem valor nominal, as quais serão distribuídas entre os acionistas, na vinte e cinco milhões de reais) para R$ 520.750.000,00 (quinhentos e vinte milhões, proporção de 1 (uma) ação nova para cada ação da mesma espécie que possuírem; (III) setecentos e cinqüenta mil reais). 4. Passando ao exame da proposta de aumento do Ajustar o limite do capital autorizado para até 200.000.000 de ações, sendo 80.000.000 capital social, mediante a capitalização de reservas, o Sr. Presidente informou aos ordinárias e 120.000.000 preferenciais; (IV) Reforma Estatutária consistente em: a) acionistas presentes que o Conselho Fiscal havia se manifestado favoravelmente à alteração do “caput” e do parágrafo 1º do artigo 4º, para atualizar a expressão do capital referida proposta, nos termos do art. 163, inciso III, da Lei nº 6.404/76. Em relação à social e autorizado; e b) alteração na redação do parágrafo 2º do artigo 9º, com a bonificação, o presidente esclareceu, ainda, que: a) o cálculo das ações novas terá como finalidade de condicionar a posse dos administradores à obrigação de subscrever o base a posição acionária do dia 28.04.2006; b) para fins tributários, será atribuído às Termo de Anuência, exigido pelo Regulamento de Práticas Diferenciadas de Governança ações bonificadas o custo unitário de R$ 4,901215, em conformidade com o disposto no § Corporativa. Registros e Deliberações: Iniciados os trabalhos, os acionistas presentes 1º do Artigo 25 da Instrução Normativa SRF nº 25, de 06.03.2001; c) a inclusão das ações autorizaram a lavratura da ata em forma de sumário, bem como sua publicação com a bonificadas, na posição acionária dos acionistas, será efetuada em 03.05.2006; d) as omissão das assinaturas dos acionistas presentes, nos termos do art. 130 e seus §§ da ações oriundas da bonificação terão direito a dividendos e/ou juros sobre o capital próprio Lei nº. 6.404/ 76. Colocadas em discussão as matérias objeto da ordem do dia, procedeu- integrais, que vierem a ser declarados a partir desta data, e farão jus a eventuais se ao seguinte: Em Assembléia Geral Ordinária: 1. Com base no Parecer dos Auditores vantagens atribuídas as demais ações; e e) foram capitalizadas a totalidade de reservas Independentes e no Parecer do Conselho Fiscal, os acionistas presentes, abstendo-se de lucros existentes em 31.12.2005, com exceção das reservas de lucros constituídas de votar os legalmente impedidos, deliberaram unanimemente aprovar, sem ressalvas, nos exercícios de 1994 e 1995. 5. Em seguida foi unanimemente aprovado o aumento no as contas dos administradores, o relatório da administração e as demonstrações montante de R$ 382.880.000,00 (trezentos e oitenta e dois milhões, oitocentos e oitenta financeiras atinentes ao exercício social encerrado em 31.12.2005, publicadas no jornal mil reais), mediante a capitalização das seguintes reservas: 1) reservas de lucros: a) Diário Oficial do Estado de São Paulo de 15.02.2006 (págs. 09, 10, 11 e 12) e no Diário do reserva legal (parte), no valor de R$ 41.849.134,68 (quarenta e um milhões, oitocentos e Comércio de 15.02.2006 (págs. 07 e 08). 2. Os acionistas presentes aprovaram, por quarenta e nove mil, cento e trinta e quatro reais e sessenta e oito centavos; b) reserva unanimidade, a proposta do Conselho de Administração de destinação do lucro líquido do para aumento de capital, no valor de R$ 6.153.218,33 (seis milhões, cento e cinqüenta e exercício social de 2005, ratificando as distribuições de dividendos feitas três mil, duzentos e dezoito reais e trinta e três centavos); e c) reserva especial estatutária antecipadamente e as transferências de reservas efetuadas. 3. Antes de proceder à (parte), no valor de R$ 262.800.999,11 (duzentos e sessenta e dois milhões, oitocentos eleição dos membros do Conselho de Administração, o Sr. Presidente indagou aos mil, novecentos e noventa e nove reais e onze centavos), perfazendo o montante de acionistas minoritários que atendiam à exigência do § 6º do art. 141 da Lei nº. 6.404/76 se R$ 310.803.352,12 (trezentos e dez milhões, oitocentos e três mil, trezentos e cinqüenta esses desejariam exercer a faculdade do § 4º do mesmo artigo e eleger, em votação em separado, representante para o Conselho de Administração da Companhia, não tendo e dois reais e doze centavos); 2) reservas de capital: a) reserva de correção monetária havido qualquer manifestação nesse sentido. 4. Por unanimidade, foram reeleitos para do capital, no valor de R$ 70.029.823,63 (setenta milhões, vinte e nove mil, oitocentos e integrar o Conselho de Administração, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária do vinte e três reais e sessenta e três centavos); b) reserva de prêmio de opções de ações, ano de 2007, os Srs. Olavo Egydio Setubal, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº no valor de R$ 46.071,39 (quarenta e seis mil, setenta e um reais e trinta e nove centavos); 505.516-SSP/SP, CPF nº 007.773.588-91; Laerte Setubal Filho, brasileiro, casado, e c) reserva de incentivos fiscais (parte), no valor de R$ 2.000.752,86 (dois milhões, engenheiro, RG nº 721.228-SSP/SP, CPF nº 006.819.208-82; Maria de Lourdes Egydio setecentos e cinqüenta e dois reais e oitenta e seis centavos), perfazendo o montante de Villela, brasileira, divorciada, psicóloga, RG nº 2.497.608-8-SSP/SP, CPF nº R$ 72.076.647,88 (setenta e dois milhões, setenta e seis mil, seiscentos e quarenta e sete 007.446.978-91; Paulo Setubal Neto, brasileiro, casado, engenheiro, RG nº 4.112.751- reais e oitenta e oito centavos). Em razão deste aumento de capital, serão emitidas em SSP/SP, CPF nº 638.097.888-72; José Carlos Moraes Abreu, brasileiro, viúvo, bonificação 63.413.536 ações, ordinárias e preferenciais, sem valor nominal, as quais advogado, RG nº 463.218-SSP/SP, CPF nº 005.689.298-53; Jairo Cupertino, brasileiro, serão distribuídas entre os acionistas, na proporção de 1 (uma) ação nova para cada ação casado, engenheiro, RG nº 728.776-SSP/SP, CPF nº 006.819.388-20; Olavo Egydio da mesma espécie que possuírem, passando o capital social a ser representado por Setubal Júnior, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG nº 4.523.271-SSP/SP, 126.827.072 (cento e vinte e seis milhões, oitocentas e vinte e sete mil, setenta e duas) CPF nº 006.447.048-29; Alfredo Egydio Arruda Villela Filho, brasileiro, casado, ações escriturais, sendo 53.120.492 (cinqüenta e três milhões, cento e vinte mil, engenheiro, RG nº 11.759.083-6-SSP/SP, CPF nº 066.530.838-88, e eleito o Sr. Jair quatrocentas e noventa e duas) ordinárias e 73.706.580 (setenta e três milhões, Ribeiro da Silva Neto, brasileiro, divorciado, advogado, RG nº 6.988.460-SSP/SP, setecentas e seis mil, quinhentas e oitenta) preferenciais, no valor total de CPF nº 022.718.058-56, todos domiciliados na Avenida Paulista nº 1938 - 5º andar, nesta R$ 903.630.000,00 (novecentos e três milhões, seiscentos e trinta mil reais). 6. Também Capital. Os acionistas presentes unanimemente decidiram manter a verba global e anual por unanimidade, foi aprovado o ajuste do limite do capital autorizado, que passou a ser de remuneração dos administradores fixada na última Assembléia Geral Ordinária, de 200.000.000 (duzentos milhões) de ações, sendo 80.000.000 (oitenta milhões) reajustada em 20% (vinte por cento), que deverá ser indexada pelos mesmos índices ordinárias e 120.000.000 (cento e vinte milhões) preferenciais. 7. Por fim, foram aprovados naquela assembléia, competindo aos administradores distribuí-la pela unanimemente aprovadas as alterações estatutária propostas pelo Conselho de maneira que lhes convier. Alguns acionistas titulares de ações preferenciais Administração, da seguinte forma: a) o “caput” e o § 1º do artigo 4º, mantidos os atuais 2º, apresentaram manifestações sobre este item da Ordem do Dia (docs. 1, 2 e 3), dentre os 3º, 4º, 5º e 6º parágrafos, passarão a ter as seguintes redações: “Artigo 4º - Capital e quais manifestações contrárias a deliberação tomada. 5. Durante a eleição dos membros Ações - O capital social é de R$ 903.630.000,00 (novecentos e três milhões, seiscentos e do Conselho de Administração, o sr. Presidente ressaltou que a indicação do Dr. Jair trinta mil reais), dividido em 126.827.072 (cento e vinte e seis milhões, oitocentas e vinte e Ribeiro para ocupar cargo de membro do Conselho de Administração tem o objetivo de sete mil, setenta e duas) ações escriturais, sem valor nominal, sendo 53.120.492 aperfeiçoar as práticas de Governança Corporativa adotadas pela Duratex S.A. (cinqüenta e três milhões, cento e vinte mil, quatrocentas e noventa e duas) ordinárias e O Conselheiro eleito, Dr. Jair Ribeiro, é figura de destaque nos meios empresariais, 73.706.580 (setenta e três milhões, setecentas e seis mil, quinhentas e oitenta) atualmente exercendo atividades nos setores de Comércio Exterior, Tecnologia da preferenciais, estas sem direito de voto.”; “§ 1º - A sociedade está autorizada a aumentar Informação e na área cultural. Ocupou cargos de direção em importantes instituições o capital social, por deliberação do Conselho de Administração, independentemente de nacionais e internacionais e possui grande conhecimento na área de Mercado de reforma estatutária, até o limite de 200.000.000 (duzentos milhões) de ações, sendo Capitais, preenchendo os requisitos apontados pela BOVESPA para ocupar 80.000.000 (oitenta milhões) de ações ordinárias e 120.000.000 (cento e vinte milhões) cargo de Conselheiro Independente em Administração de Companhia Aberta. Por essas razões, confia-se que sua contribuição será valiosa para o desenvolvimento das de ações preferenciais. As emissões para venda em Bolsa de Valores, subscrição pública atividades da companhia. O representante da Dynamo Administração de Recursos Ltda. e permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, poderão ser efetuadas e da Hedging-Griffo Corretora de Valores S.A. manifestou apoio à eleição do Conselheiro sem a observância do direito de preferência dos antigos acionistas (art. 172 da Dr. Jair Ribeiro. 6. Os acionistas presentes deliberaram eleger como membros efetivos e Lei nº 6.404/76).” b) o parágrafo 2º do artigo 9º, passará a ter a seguinte redação: “§ 2° suplentes do Conselho Fiscal, com mandato até a Assembléia Geral Ordinária de 2007, Os Conselheiros e Diretores serão investidos em seus cargos mediante assinatura de as seguintes pessoas: (i) pelos controladores, Paulo Ricardo Moraes Amaral, brasileiro, termo de posse no Livro de Atas do Conselho de Administração ou da Diretoria, conforme separado judicialmente, engenheiro, RG nº 1.960.638-SSP/SP, CPF nº 008.036.428-49, o caso, devendo, cada um deles, ter firmado anteriormente termo de anuência ao domiciliado na Rua Pamplona nº 1465 - 12º andar, conjunto 121, nesta Capital, como Regulamento de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa - Nível I, da Bolsa de membro titular; Antonio Geraldo Toledo Moraes, brasileiro, casado, administrador, Valores de São Paulo.” Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi suspensa RG nº 1.459.262-SSP/SP, CPF nº 037.813.648-87, domiciliado na Rua Orobó nº 1055, a assembléia para a lavratura da presente ata. Lida a ata, foi esta aprovada pelos nesta Capital, como respectivo suplente; Iran Siqueira Lima, brasileiro, casado, acionistas que constituíram o quorum necessário para a aprovação das deliberações economista, RG nº 1.976.590-SSP/SP CPF nº 035.001.957-68, domiciliado na Av. Prof. acima tomadas. São Paulo, 28 de abril de 2006. (aa) Laerte Setubal Filho - Presidente, Luciano Gualberto nº 908 - FEA 3 - Cidade Universitária, nesta Capital, como membro Antonio Massinelli - Secretário. Certifico que a presente é cópia fiel do original titular; José Marcos Konder Comparato, brasileiro, casado, engenheiro, RG lavrado em livro próprio. ANTONIO MASSINELLI - Secretário, OAB/SP n° 70.321.

AVISO AOS DEBENTURISTAS

CONVOCAÇÕES COOPERATIVA HABITACIONAL E SOCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO - COOHSESP

CONVOCAÇÃO - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Cooperativa Habitacional e Social do Estado de São Paulo - Coohsesp convoca todos os seus Cooperados para a reunião no dia 17 de junho de 2006 no local Av. Vicente de Carvalho, 41 - 1º andar - Conj. 01/02 - Vila Seabra - Mongaguá -SP. 1ª convocação às 9:00 hs, e 2ª convocação às 9:30 hs, com qualquer números de cooperados para deliberação da seguinte ordem do dia: Reforma do Estatuto. Diretora Presidente: Márcia Sammpaio.

UNIÃO BRASILEIRA DE VIDROS S.A. C.N.P.J./M.F. n.º 60.837.689/0001-35 - N.I.R.E.: 35.300.033.205 Ata de Assembléia Geral Extraordinária e Ordinária realizada em 28 de abril de 2006 Data, Hora e Local: Realizada no dia 28 de abril de 2006, às 10:00 horas, na sede social da Companhia, localizada na Avenida Senador Teotônio Vilela, s/n, Km 30, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Composição da Mesa e Instalação da Assembléia: Foi aclamado Presidente da Assembléia, o Sr. José Roberto Mendes Freire, e Secretária, a Sra. Vera Lúcia Dias Brunelli. Publicações Prévias no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no Diário do Comércio: Aviso aos Acionistas: edições de 29, 30 e 31.03.2006 Demonstrações Financeiras: edições de 30.03.2006 e Edital de Convocação: edições de 18, 19 e 20.04 de 2006. Presenças: Acionistas representando a maioria de ações representativas do capital social votante, conforme assinaturas constantes do respectivo Livro de Presença de Acionistas, a Diretoria pelo Sr. Luis Roberto Souto Vidigal, e a empresa de auditoria independente. Ordem do Dia: (a) alteração do Estatuto Social da Companhia, referente à extinção do Conselho de Administração; e renumeração das demais cláusulas em virtude dessa extinção; e, ainda, consolidação do Estatuto Social da Companhia; (b) apreciação das contas dos administradores, exame, discussão e votação das demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31.12.2005; (c) destinação do lucro líquido do exercício e distribuição de dividendos; (d) eleição da Diretoria; e (e) fixação da remuneração global anual da Diretoria da Companhia. Deliberações: Dando início aos trabalhos, os acionistas examinaram os itens constantes da ordem do dia e aprovaram, por unanimidade de votos, abstendo-se de votar os legalmente impedidos: (a) a alteração do Estatuto Social da Companhia, referente à extinção do Conselho de Administração; e renumeração das demais cláusulas em virtude dessa extinção; na forma do Estatuto Social da Companhia, anexo à presente Ata, Anexo I; (b) as contas dos administradores e as demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31.12.2005; (c) a seguinte destinação do lucro líquido do exercício no valor de R$ 2.728.861,45 (dois milhões, setecentos e vinte e oito mil, oitocentos e sessenta e um reais e quarenta e cinco centavos): (i) R$ 136.443,07 (cento e trinta e seis mil, quatrocentos e quarenta e três reais e sete centavos) para a constituição da reserva legal; e (ii) R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) que serão distribuídos aos acionistas na forma de juros sobre o capital próprio, conforme deliberado na Reunião do Conselho de Administração de 31 de dezembro de 2005, à razão de R$ 2,28 (dois reais e vinte e oito centavos) por lote de 1.000 (mil) ações possuídas naquela data; e (iii) R$ 592.418,38 (quinhentos e noventa e dois mil, quatrocentos e dezoito reais e trinta e oito centavos), à conta de Lucros Acumulados; (d) a eleição dos seguinte membros para compor a Diretoria da Companhia: Sr.: José Roberto Mendes Freire, brasileiro, casado, engenheiro de minas, portador da Cédula de Identidade R.G. n.º 986.535 SSP/PE e inscrito no C.P.F./M.F. sob o n.º 275.333.954-68, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com escritório na Avenida Senador Teotônio Vilela, s/n, Km30, para o cargo de Diretor Presidente, e a Sra. Vera Lúcia Dias Brunelli, brasileira, casada, contadora, portadora da Cédula de Identidade R.G. n.º 7.409.694-1 SSP/SP e inscrita no C.P.F./M.F. sob o n.º 106.723.008-42, residente e domiciliada na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com escritório na Avenida Senador Teotônio Vilela, s/n, Km30, para o cargo de Diretora sem designação específica. Os Diretores ora eleitos tomarão posse mediante assinatura do competente termo no Livro de Registro de Atas da Diretoria da Companhia, exercerão os cargos até a Assembléia Geral Ordinária de 2007 e declararam, sob as penas da lei, não estarem incursos em quaisquer dos crimes previstos em lei que os impeçam de exercer a atividade mercantil; e (e) a remuneração global anual da Diretoria da Companhia em até R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). Encerramento: O Sr. Presidente determinou a suspensão da Assembléia pelo tempo necessário à lavratura da presente ata. Reabertos os trabalhos, foi a presente ata lida aos acionistas, que aprovaram e assinaram o livro competente tendo sido autenticados todos os documentos apresentados. Aprovação e Assinatura da Ata: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata em forma de sumário, nos termos do § 1º, do artigo 130, da Lei n.º. 6.404/76 que, lida e aprovada, foi assinada por todos os acionistas presentes.: Presidente - José Roberto Mendes Freire; Secretário - Vera Lucia Dias Brunelli. a) Souto Vidigal S.A. A presente é cópia autêntica da Ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 28 de abril de 2006. José Roberto Mendes Freire - Presidente; Vera Lúcia Dias Brunelli - Secretária. Anexo I - Estatuto Social da União Brasileira de Vidros S.A. - Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto e Duração - Artigo 1° - A União Brasileira de Vidros S.A. é uma sociedade anônima regida pelo disposto no presente Estatuto Social, pela Lei nº 6.404, de 15.12.1976, alterada pelas Leis nº 9.457, de 05.05.1997 e nº 10.303, de 31.10.2001, e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2° - A Companhia tem por objeto: a) a fabricação e a comercialização de vidros e cristais; b) a participação direta ou indireta em outras atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços, conexas ou não à indústria e ao comércio de vidros e cristais; c) a participação no capital de outras sociedades como sócia ou acionista, mesmo que de outros setores econômicos; d) a representação, a mediação, a importação e a exportação de bens e serviços por conta própria ou de terceiros; e e) a locação de bens móveis e imóveis. Artigo 3° - A Companhia tem sede e foro na Capital do Estado de São Paulo, podendo, por deliberação da Diretoria, criar, alterar e encerrar filiais, agências, escritórios de representações, armazéns e depósitos em qualquer localidade do território nacional. Artigo 4° - A Companhia tem prazo indeterminado de duração. Capítulo II - Capital Social e Ações - Artigo 5° - O capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 35.000.000,00 (trinta e cinco milhões de reais), representado por 874.718.120 (oitocentos e setenta e quatro milhões, setecentas e dezoito mil, cento e vinte) ações ordinárias, todas nominativas e sem valor nominal. Parágrafo 1° - As ações representativas do capital social são indivisíveis em relação à Companhia e cada ação ordinária confere ao seu titular o direito a 1 (um) voto nas deliberações da Assembléia Geral. Parágrafo 2° - Os acionistas têm direito de preferência para a subscrição das novas ações. No caso de aumento de capital, será respeitado o direito de preferência para subscrição na proporção do número das ações que os acionistas possuírem. Capítulo III - Assembléia Geral - Artigo 6º - À Assembléia Geral compete as atribuições que lhe são conferidas por lei e pelo presente Estatuto Social. Artigo 7º - As Assembléias Gerais realizar-se-ão, (a) ordinariamente, no prazo e conforme previsto na legislação em vigor, para (i) tomar as contas dos administradores relativas ao último exercício social; (ii) examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; (iii) deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição dos dividendos; (iv) eleger os membros da Diretoria; e (v) fixar a remuneração global anual da Diretoria; e, (b) extraordinariamente, sempre que os interesses sociais o exigirem, sendo permitida a realização simultânea de Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária. Artigo 8º - As Assembléias Gerais serão convocadas nos termos da legislação em vigor e instaladas pelo Diretor Presidente ou na sua ausência por dois outros Diretores, em conjunto. O Presidente da Assembléia escolherá o secretário para compor a mesa. Parágrafo 1° - É necessária a aprovação por acionistas que representem no mínimo, a maioria de ações representativas do capital social votante, para as seguintes deliberações: (i) a aquisição ou a alienação de bens imóveis, ou a criação de hipoteca, gravame ou quaisquer outros ônus e gravames sobre bens imóveis; (ii) a alienação ou a imposição de ônus e gravames sobre ações ou quotas de sociedades das quais a Companhia participe, direta ou indiretamente, com 50% (cinqüenta por cento) ou mais do capital votante, ou a prática de qualquer ato que implique o mesmo efeito, inclusive a cessão de direitos de subscrição de ações; (iii) a captação de empréstimos em valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por operação; (iv) a concessão de fianças, avais, endossos ou garantias de qualquer natureza em favor de terceiros; (v) a apreciação de atos ou contratos que lhe sejam submetidos pela Diretoria quando o valor individual for igual ou superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); (vi) a apreciação sobre as recomendações da Diretoria quanto à aquisição, alienação ou oneração de bens, móveis ou imóveis, pertencentes ao patrimônio da Companhia, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias em operações de interesse da Companhia, quando o valor individual for igual ou superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (vii) a deliberação sobre operações que lhe forem submetidas pela Diretoria; (viii) a alteração do Estatuto Social; (ix) operações de incorporação, cisão, fusão ou transformação envolvendo a Companhia; e (x) a escolha e a destituição dos auditores independentes da Companhia e de suas sociedades controladas. Parágrafo 2° - Não se aplica o disposto na alínea (ii) do parágrafo anterior, às transferências de participações societárias para outras sociedades controladas pela Companhia. Parágrafo 3° - Ficam liberadas de apreciação e deliberação por qualquer órgão desta Companhia as operações praticadas para captação de recursos financeiros contratados sob o sistema de Compror, Vendor, Adiantamento de Contrato de Câmbio - ACC, Adiantamento de Contrato de Exportação - ACE e outras que surgirem no mercado para financiamento exclusivo a fornecedor e cliente. Parágrafo 4º - Os acionistas poderão ser representados nas Assembléias Gerais por outro acionista, administrador ou advogado, nos termos da legislação vigente, com poderes específicos, devendo a procuração ficar arquivada na sede da Companhia. Capítulo IV - Administração - Artigo 9° - A Companhia será administrada pela Diretoria. Artigo 10 - A Diretoria da Companhia será composta de 2 (dois) a 5 (cinco) membros, todos residentes no País, acionistas ou não, eleitos pela Assembléia Geral, sendo um deles o Diretor Presidente, e os demais Diretores sem designação específica. Parágrafo 1º - O mandato dos Diretores é de 1 (um) ano, sendo permitida a reeleição. Parágrafo 2º - A posse dos Diretores efetiva-se com a assinatura dos respectivos termos de posse de seus titulares lavrados no livro de atas de Reuniões de Diretoria da Companhia. Parágrafo 3º - Os Diretores permanecem nos cargos até a posse de seus sucessores. Parágrafo 4º - Nos exercícios em que for pago o dividendo mínimo obrigatório, a Assembléia Geral poderá atribuir à Diretoria

participação nos lucros, respeitados os limites do parágrafo 1º do artigo 152 da Lei nº 6.404/76. Artigo 11 - Compete à Diretoria a administração dos negócios da Companhia, ficando investida de plenos poderes de gestão, observado o disposto no parágrafo 1° do artigo 8º deste Estatuto Social. Parágrafo Único - É função da Diretoria: a) desempenhar suas funções e atribuições, devendo cada Diretor colaborar com os demais nos encargos que lhes incumbirem; b) elaborar os relatórios e demonstrações financeiras anuais; c) elaborar os orçamentos anuais, plano qüinqüenal, fluxos de caixa periódicos, relatórios mensais a serem submetidos à aprovação dos acionistas em Assembléia Geral, e demais relatórios gerenciais necessários ao acompanhamento das atividades da Companhia e para embasamento às decisões tomadas; d) convocar a Assembléia Geral quando julgar conveniente e nos casos previstos na Lei n° 6.404/76; e e) deliberar sobre a criação, alteração e encerramento de filiais da Companhia. Artigo 12 - Compete a cada um dos Diretores, observadas as limitações estabelecidas no parágrafo 1° do artigo 8º deste Estatuto Social, dirigir os negócios ordinários da Companhia, cumprir as diretrizes aprovadas pela Assembléia Geral, em concordância com as funções e atribuições designadas pelo Diretor Presidente. Parágrafo 1° - Compete ao Diretor Presidente: a) a direção geral dos negócios da Companhia, e execução de estratégias previamente aprovadas pela Assembléia Geral, em consonância com os princípios e diretrizes estabelecidos pelo presente Estatuto Social; b) a outorga e assinatura de escrituras, em conjunto com outro Diretor; c) a organização e a supervisão das equipes de gestão e de suporte administrativo, de forma a cumprir os requisitos de desempenho estipulados pela Companhia; d) a elaboração e assinatura, com os demais Diretores, dos relatórios e demonstrações financeiras anuais; e) a organização e a alocação dos recursos financeiros, recursos humanos e de infra-estrutura necessários ao desempenho eficiente da administração da Companhia; f) a definição e a supervisão das atribuições dos demais Diretores, em consonância com as diretrizes estabelecidas pela Assembléia Geral; g) a escolha de seu substituto dentre os demais Diretores, nos casos de ausência, licença ou impedimento; e h) a representação da Companhia em Assembléias Gerais de sociedades de que seja sócia ou acionista, sem prejuízo dos poderes de representação outorgados a advogado por procuração com poderes específicos. Parágrafo 2º - Na hipótese do período de impedimento do Diretor Presidente ser superior a 60 (sessenta) dias, o cargo do mesmo será considerado vago, devendo ser observado o procedimento disposto no artigo 7º deste Estatuto Social. Parágrafo 3° - Compete a qualquer um dos demais Diretores: a) o exercício das atribuições que lhe forem designadas pela Assembléia Geral e pelo Diretor Presidente; b) o auxílio ao Diretor Presidente nos encargos que lhe incumbem; e c) a representação da Companhia em juízo. Artigo 13 - Observado o limite previsto no parágrafo 1º do artigo 8º deste Estatuto Social, todos os documentos, escrituras, títulos, papéis e atas de qualquer natureza, pelos quais a Companhia contraia obrigações ou exonere terceiros de obrigações para com ela contraídas, devem ser assinados (i) por 2 (dois) Diretores em conjunto; ou (ii) por um Diretor em conjunto com um procurador; ou (iii) por 2 (dois) procuradores em conjunto. Parágrafo 1° - A representação da Companhia perante quaisquer repartições públicas ou autoridades federais, estaduais ou municipais competirá a qualquer dos Diretores, individualmente, ou a um ou mais procuradores, legalmente constituídos e com poderes específicos. Parágrafo 2° - As procurações em nome da Companhia serão outorgadas por dois Diretores, em conjunto, devendo especificar os poderes conferidos e, com exceção daquelas para fins judiciais, terão período de validade limitado a, no máximo, 01 (um) ano. Parágrafo 3° - A Diretoria reunir-se-á por convocação do Diretor Presidente ou por solicitação da maioria dos seus membros, com a presença dessa maioria. Capítulo V - Conselho Fiscal - Artigo 14 - A Companhia terá um Conselho Fiscal de funcionamento não permanente, que será instalado quando solicitado por acionistas, na forma prescrita em lei. Parágrafo 1° - O Conselho Fiscal, quando em funcionamento, será composto por, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros efetivos e igual número de suplentes, acionistas ou não, eleitos pela Assembléia Geral, observada a qualificação e demais requisitos estabelecidos na legislação aplicável, com mandato até a realização da Assembléia Geral Ordinária subseqüente à sua instalação. Parágrafo 2° - Os membros do Conselho Fiscal serão investidos nos respectivos cargos mediante a assinatura de termo de posse lavrado no respectivo livro de registro de atas e Pareceres do Conselho Fiscal. Parágrafo 3° - O funcionamento, a competência, os deveres e as responsabilidades dos Conselheiros obedecerão ao disposto na legislação em vigor. Parágrafo 4° - Quando em funcionamento, os membros efetivos do Conselho Fiscal farão jus à remuneração fixada pela Assembléia Geral que os eleger, respeitado o limite legal. Capítulo VI - Exercício Social e Distribuição de Resultados - Artigo 15 - O exercício social inicia-se em 1° de janeiro e encerra-se em 31 de dezembro de cada ano. No encerramento do exercício, levantar-se-á o balanço patrimonial da Companhia e serão elaboradas as demonstrações de lucros e prejuízos acumulados, resultado do exercício e origens e aplicação dos recursos, observadas as prescrições legais. Artigo 16 - O lucro líquido do exercício social, calculado com base nas disposições contidas na Lei n° 6.404/76, terá a seguinte destinação: (a) 5% (cinco por cento) serão aplicados antes de qualquer outra destinação na constituição da reserva legal, que não excederá 20% (vinte por cento) do capital social; (b) 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido, no mínimo, será destinado ao pagamento de dividendo anual obrigatório, apurado nos termos do artigo 202 da Lei n° 6.404/76; e (c) o saldo remanescente, que não for destinado na forma dos artigos 193 a 197 da Lei n° 6.404/76, terá a destinação aprovada pela Assembléia Geral, observadas as disposições legais e estatutárias. Parágrafo Único - Poderá a Assembléia Geral destinar o saldo remanescente do lucro líquido à constituição de reservas para futuro aumento de capital ou com a finalidade de atender ao pagamento de dividendos intermediários previsto no artigo 18 deste Estatuto Social, ficando a soma destas, acrescida da Reserva Legal, limitada ao máximo previsto no artigo 199 da Lei n° 6.404/76, devendo o excesso ser aplicado no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. Artigo 17 - Os dividendos não reclamados dentro dos 3 (três) anos, contados da data em que tenham sido postos à disposição dos acionistas, prescreverão em benefício da Companhia. Artigo 18 - A Companhia poderá, por deliberação da Diretoria, “ad referendum” da Assembléia Geral, distribuir dividendos intermediários à conta de lucros acumulados ou reserva de lucros existentes nos últimos balanços anuais, ou, ainda, distribuir dividendos com base em balanços intercalares levantados semestralmente ou em períodos menores, “ad referendum” da Assembléia Geral, nos termos do artigo 204, parágrafos 1º e 2º da Lei n.º 6.404/76. Parágrafo Único - O dividendo distribuído à conta de lucro apurado em balanços semestrais ou em períodos menores levantados pela Companhia, deverá ser deduzido do valor do dividendo mínimo obrigatório, nos termos da legislação aplicável. Artigo 19 - Por deliberação da Diretoria, “ad referendum” da Assembléia Geral, poderão ser pagos ou creditados aos acionistas juros a título de remuneração sobre o capital próprio, até o limite permitido em lei, com base em balanços anuais ou intermediários, nos termos do artigo 9° da Lei n° 9.249 de 26 de dezembro de 1995, cujo montante deverá ser imputado ao valor do dividendo mínimo obrigatório nos termos da legislação pertinente. Capítulo VII - Transformação - Artigo 20 - A Companhia poderá ser transformada de um tipo em outro, conforme o disposto no artigo 220 da Lei n° 6.404/76, por deliberação dos acionistas representando a maioria do capital social da Companhia. Capítulo VIII - Dissolução e Liquidação - Artigo 21 - A Companhia será dissolvida ou entrará em liquidação nos casos previstos na legislação aplicável, ou por deliberação da Assembléia Geral Extraordinária especialmente convocada para esse fim, e mediante a aprovação de acionistas representando a maioria do capital social, com direito a voto. Compete à Assembléia Geral estabelecer a forma da liquidação e nomear o liquidante e o Conselho Fiscal que deverão funcionar no período de liquidação, fixando seus poderes e estabelecendo suas remunerações, conforme previsto em lei. Capítulo IX - Disposições Gerais Artigo 22 - Eventuais controvérsias e divergências entre os acionistas decorrentes do presente Estatuto Social serão resolvidas e administradas por meio da Arbitragem, de acordo com o disposto na Lei n.º 9.307/96, de acordo com o regulamento do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, renunciando as partes a qualquer foro por mais privilegiado que seja, e constituindo-se o tribunal arbitral de 3 (três) árbitros, devendo o acionista requerente nomear um árbitro de sua confiança e o acionista requerido nomear outro árbitro de sua confiança, sendo o terceiro árbitro, que presidirá os trabalhos, nomeado pelos dois árbitros acima mencionados. Parágrafo 1º - Exceto quando de outra forma disposto pelo tribunal arbitral, caberá a cada acionista o pagamento dos honorários, custas e despesas do árbitro que indicar, rateando-se entre os acionistas os honorários, custas e despesas do terceiro árbitro na proporção de 50% (cinqüenta por cento) para cada um. Parágrafo 2º - Em face da presente cláusula compromissória, toda e qualquer medida cautelar deverá ser requerida (i) ao tribunal arbitral, caso este já tenha sido instaurado, e cumprida por solicitação do mesmo ao juiz estatal competente ou (ii) diretamente ao juiz estatal competente, caso o tribunal arbitral ainda não tenha sido instaurado. Artigo 23 - Os valores monetários referidos no Artigo 8º deste Estatuto Social serão corrigidos, no início de cada exercício social, com base na variação do Índice Geral de Preços Mercado - IGP-M, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas ocorrida no exercício anterior; e, na falta deste, por outro índice publicado pela mesma Fundação que reflita a perda do poder de compra da moeda nacional ocorrida no período. São Paulo, 28 de abril de 2006. José Roberto Mendes Freire - Presidente; Vera Lúcia Dias Brunelli - Secretária. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob o nº 123.336/06-5, em 11/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

O nosso time teve uma péssima atuação e o Inter mereceu a vitória". Lugano, do São Paulo

almanaque Celso Unzelte

76 ANOS DE CONVOCAÇÕES UH/Arquivo do Estado de São Paulo

O técnico Carlos Alberto Parreira tem hoje a difícil missão de divulgar os nomes dos 23 jogadores que representarão o Brasil na Copa do Mundo deste ano, na Alemanha. Uma tarefa que, ao longo dos anos, sempre causa polêmica, por ser impossível agradar a gregos e troianos. Acima, aparece Adhemar Pimenta, o técnico do Brasil na Copa do Mundo de 1938, a primeira para a qual partimos com nossa força máxima. Ele foi o primeiro a sofrer pressões na hora da convocação, principalmente por parte de paulistas e de seus conterrâneos cariocas.

OS CHAMADOS PARA AS PRIMEIRAS COPAS Para a Copa do Mundo de 1930, no Uruguai, o Brasil embarcou com uma seleção apenas de jogadores cariocas, por não ter havido acordo com os paulistas. O time era orientado por Píndaro de Carvalho Rodrigues. Na Copa seguinte, a da Itália, em 1934, a briga era entre profissionalistas e amadoristas. Uma seleção de “amadores”, embora regiamente paga para isso, nos representou no único jogo que disputamos naquela competição: derrota de 3 a 1 para a Espanha, nas oitavas-de-final. O técnico era Luís Augusto Vinhais.

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Esporte

Ronaldinho é a bola da vez, como foram Platini, Zidane, Ronaldo, Romário, Maradona, Pelé em outros Mundiais." Carlos Alberto Parreira

AS CARAS DO BRASIL A

Seleção Brasileira chegará à Copa da Alemanha com pelo menos oito nomes do pentacampeonato conquistado na Ásia: o goleiro Dida, os laterais Cafu e Roberto Carlos, o zagueiro Lúcio, os volantes Edmílson e Gilberto Silva, os meias Kaká e Ronaldinho Gaúcho e o atacante Ronaldo. A lista dos 23 convocados que será divulgada hoje, às 11h30, no Rio, pode incluir ainda os pentacampeões Marcos ou Rogério Ceni, Roque Junior e Ricardinho. Para chegar ao grupo que anunciará hoje, Parreira começou a renovação ao reassumir o comando da Seleção, em janeiro de 2003, quando anunciou: "É preciso saber mesclar naturalmente os novos atletas com os experientes." O técnico deu chance a mais de 80 jogadores e está convencido de que a lista dos 23 não surpreenderá ninguém: "Vai ser a convocação mais sem graça de todas as copas, porque todo mundo já sabe quais serão os chamados." Constam da relação o goleiro Júlio César, o lateral Cicinho, os zagueiros Juan e Luisão, os volantes Emerson e Zé Roberto, o meia Juninho Pernambucano e os atacantes Adriano e Robinho. Com exceção de Emerson, que jogou em 1998 e perdeu a vaga em 2002 por contusão, os demais disputarão sua primeira Copa. As dúvidas ficam entre Rogério Ceni e Marcos no gol, Roque Junior e Cris na zaga, Gilberto, Gustavo Nery e Junior na lateral esquerda, Ricardinho e Júlio Baptista no meio-de-campo, Fred, Ricardo Oliveira e Rivaldo no ataque.

Dida

Lúcio

Zé Roberto

Júlio César

Juan

Juninho Pern.

Goleiro

Luisão

Kaká

Cafu

Zagueiro

Meia

Antonio Scorza/AFP

Cicinho

Adriano

Edmílson

Estrelas preocupam Roberto Carlos

Gilberto Silva

Lateral-esquerdo

Émerson

R

onaldo, destaque das Copas de 1998 e 2002, e Ronaldinho Gaúcho, eleito o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005, são as principais armas de Carlos Alberto Parreira na luta pelo hexa e também a maior preocupação do técnico. Parreira teme o desgaste físico de Ronaldinho Gaúcho, que tem

feito muitos e decisivos jogos pelo Barcelona e ainda jogará quarta-feira a decisão da Liga dos Campeões da Europa. O plano é lhe dar bastante descanso depois que se apresentar à Seleção na Suíça. Ronaldo, que se recupera de uma lesão na coxa direita e não joga há um mês, também terá tratamento especial. No seu caso, a prioridade é a condição física.

Robinho

Atacante

Sinal vermelho Jefferson Bernardes/AE

DE ADHEMAR PIMENTA A PARREIRA Depois de Luís Vinhais,o primeiro a exercer de fato as funções de selecionador e técnico de campo, em 1938, foram os seguintes os homens encarregados de convocar os jogadores do Brasil para as Copas do Mundo: Flávio Costa (1950), Zezé Moreira (1954), Vicente Feola (1958 e 1966), Aymoré Moreira (1962), Mário Jorge Lobo Zagallo (1970, 1974 e 1998), Cláudio Coutinho (1978), Telê Santana (1982 e 1986), Sebastião Lazaroni (1990), Carlos Alberto Parreira (1994 e agora, em 2006) e Luiz Felipe Scolari (2002).

“Somos um país em que cada pessoa se crê uma autoridade em futebol. A primeira condição para ser treinador, por aqui, é pensar com a própria cabeça, e não com a cabeça dos milhões de autoridades que estão espalhadas por aí.” (Flávio Costa, técnico na Copa de 1950, que perdeu a final para o Uruguai). Morreu na manhã do domingo retrasado, 7 de maio, vítima de cirrose, em Santos, o ex-zagueiro Pavão, que jogou no Flamengo e no Santos. Pavão, que estava com 76 anos de idade, foi tricampeão carioca pelo Flamengo, em 1953/54/55. No Santos, foi campeão paulista e da Taça Brasil em 1961.

Apesar dos limitados recursos técnicos, Pavão foi imortalizado na letra do Samba Rubro-Negro, de Wilson Batista: “O mais querido tem Rubens, Dequinha e Pavão, eu já rezei pra São Jorge pro Mengo ser campeão”.

Há 25 anos, em 15 de maio de 1981, Pelé recebia o título de Atleta do Século, conferido pelo jornal francês L’Équip e após enquete realizada com jornalistas de 20 países. Pelé teve 178 votos contra 169 do norteamericano Jesse Owens.

E

ra o duelo entre dois dos melhores times deste Campeonato Brasileiro, os únicos ainda vivos na Libertadores. E deu Inter contra o São Paulo, vencendo por 3 a 1, ontem, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Com o resultado, agora é o Inter que continua na cola do líder Santos, com o mesmo número de pontos (13) porém com um saldo de gols inferior (5 contra 7). Enquanto isso, o São Paulo estacionou nos 9 pontos, e já permite o que seu técnico, Muricy Ramalho, não queria: deixar que os líderes se distanciem. No reencontro com o time que levou ao vice-campeonato brasileiro no ano passado, o técnico são-paulino Muricy Ramalho foi aplaudido pela torcida gaúcha. E viu sua equipe sofrer com a forte marcação adversária.

Festa colorada, desalento tricolor: com os 3 a 1 sobre o São Paulo, o Inter já briga pela ponta com o Santos

Se a defesa do Inter estava bem postada, a do São Paulo falhou. No primeiro gol, o zagueiro Fabão não subiu com Índio, que aproveitou cruzamento de Jorge Wagner para fazer 1 a 0, aos 13 minutos. Na segunda etapa, em menos de dez minutos, saíram dois gols. Logo aos 2 minutos, foi a vez da zaga do Inter bobear e Aloísio, sem sair do chão, cabecear para empatar. O segundo gol dos gaúchos veio em outra jogada aérea, com o zagueiro Índio, aos 7. No terceiro gol do Inter, aos 15 minutos, Rafael Sóbis estava impedido. O técnico Muricy Ramalho, no entanto, reconheceu a superioridade do adversário: “Nosso time jogou muito pouco. Não soubemos anular as principais jogadas do Internacional e por isso perdemos a partida”.

Presentes valem a liderança Guilherme Dionízio/Futura Press

N

o jogo de sábado, justamente a véspera do Dia das Mães, a Ponte Preta foi uma verdadeira mãe para o Santos. Dos três gols marcados na vitória santista por 3 a 1, dois foram contra: um de Preto, logo aos 2 minutos, e outro de Da Silva, aos 48 minutos do primeiro tempo. Além disso, o terceiro gol santista, marcado por Rodrigo Tiuí, aos 25 do segundo, também teve a participação direta de ponte-pretanos. Rafael Santos acertou a própria trave e, ao tentar tirar, Da Silva acabou facilitando a vida de Tiuí, que fez o gol. A seu favor, mesmo, a Ponte marcou apenas uma vez, com Iran, que havia diminuído para 2 a 1 aos 4 do segundo tempo.

A partida marcou o retorno do Santos à Vila Belmiro, após dois jogos de suspensão (o time enfrentou o Atlético-PR em Mogi-Mirim e o Fortaleza em Santo André). Com a vitória, o Santos segue invicto no C a m p e o n a t o B r a s i l e i ro . Após cinco rodadas, soma 13 pontos, com quatro vitórias e um empate, e lidera a competição, graças ao saldo de gols melhor que o do Inter. “Só espero que o juiz me dê os gols”, pediu no final da partida o meia santista Rodrigo Tabata, de cujos pés saíram os dois lances dos gols contra. Já Rodrigo Tiuí, autor do terceiro gol, estava satisfeito: “Meu esforço foi recompensado com aquela bola sobranPonte Preta faz dois gols contra, contribui para o terceiro e ajuda o Santos a manter-se em primeiro lugar do para mim”.


segunda-feira, 15 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Cheguei a ter seis cadeiras no meu salão, com mais sete profissionais. Nérsio Rossi, barbeiro

NOS ANOS 50, SHOPPING DE PAULISTA ERA A PRAÇA DA SÉ

Fotos de Patrícia Cruz/Luz

TESOURAS E NAVALHAS RESISTEM NO CENTRO Nem o tempo nem as mais novas tecnologias ameaçam alfaiates, barbeiros, engraxates, caneteiros...

Gildo Salia, o alfaiate (foto maior), exibe sua tesoura. Nérsio Rossi, o barbeiro (no alto), mostra a estufa e Sebastião Martins Vieira, o caneteiro (acima), examina uma peça. Abaixo, o chapeleiro Aldo Zucchi. Todos esses profissionais trabalham no Centro e fazem parte de um grupo de trabalhadores resistentes. Suas profissões, apesar da modernização da cidade e dos avanços tecnológicos, ainda atraem clientes, pessoas de bom gosto e que exigem um trabalho executado por experts.

Luiz Prado/Luz

Ivan Ventura

D

écada de 50. Dentro de um mês, José e Maria irão ao aniversário de um amigo e, desde já, querem se preparar para a festa: comprar roupas novas, cortar o cabelo e adquirir um bom presente para o aniversariante. Decidem ir ao Centro. Na época, shopping de paulistano era a praça da Sé e ruas adjacentes. Com o roteiro na cabeça, José vai marcar hora no barbeiro, tirar as medidas para um terno novo no alfaiate, namorar as novidades de alguma chapelaria e passar no engraxate de sua confiança. Maria ficou responsável pela escolha do presente: o amigo do casal é escritor e nada mais apropriado do que um belo "instrumento de escrita tinteiro" (como a caneta era conhecida na época). Horas depois, missão cumprida. A historieta contada nos parágrafos acima ilustra a rotina de muitos paulistanos de décadas passadas e dos profissionais que impulsionavam o comércio no Centro. Com o inchaço da cidade, alfaiates, barbeiros, caneteiros, engraxates, chapeleiros, entre outros, praticamente sumiram do cotidiano da cidade. Muitos deles fecharam suas portas ou se adaptaram às novas tendências da moda ou acompanharam os avanços tecnológicos. Mas existem os que resistiram ao tempo e, com charme e bravura, mantêm seus comércios como antigamente. E é a história desses personagens que iremos contar. Eles são Nérsio, o barbeiro; Aldo, o chapeleiro; Sebastião, o caneteiro; Jorge, o engraxate; e Gildo, o alfaiate. Em comum, a dedicação à profissão, experiência de vida e o exemplo de obstinação e, sobretudo, de resistência. Barba e cabelo –Barbeiro corta cabelo e faz a barba. Até aí, nenhuma novidade, a não ser

que o ambiente era apenas masculino. O bom barbeiro era reconhecido pela quantidade de cadeiras no salão. Cadeiras bem diferentes das de hoje, americanas, com alavancas para controlar a altura do cliente e uma espécie de cinto largo para afiar as navalhas. As barbearias ainda tinham as famosas estufas, máquinas que aqueciam toalhas. Elas eram indispensáveis. Colocadas no rosto dos clientes, sua função era amolecer as barbas mais cerradas, mais rebeldes. Proporcionavam imensa sensação de bem-estar. De memória privilegiada para detalhes como os expostos acima, o barbeiro botucatuense

Nérsio Rossi, de 85 anos, 60 dos quais na profissão (sempre no Centro de São Paulo), é um dos mais renitentes seguidores do antigo ofício. Experiente, revelou um dos grandes segredos da profissão: "O barbeiro é uma pessoa comunicativa, que conversa com o cliente sobre os mais variados assuntos. Principalmente sobre carros, sobre as damas, política e futebol. E, de preferência, com um toque de humor", revelou. Com saudade, Seu Nérsio lembra dos áureos tempos da profissão, principalmente nas décadas de 50 e 60. "Cheguei a ter seis cadeiras no meu salão, com mais sete profissionais. O tempo passou, a clientela diminuiu. Hoje, tenho apenas três cadeiras". Os bons tempos podem ter passado, mas seu Nérsio mantém a fleuma". Seu salão, que recebia em média 12 clientes por dia, hoje não recebe mais do que dois, nenhum deles freguês assíduo. É o caso do analista de sistema João Flávio Mendonça, 24 anos. Perguntado sobre o motivo da preferência pelo barbeiro Nérsio, Mendonça creditou ao acaso sua presença no salão instalado na rua Senador Feijó. "Precisava buscar a minha mulher no Centro e, como já tinha visto este local, aproveitei para cortar o cabelo", disse. Serviço concluído, seu Nérsio recebe R$ 8 pelo corte e despede-se do cliente com a frase que repete nos seus mais

de 60 anos de profissão. "Volte sempre. Estou sempre aqui". Chapeleiro – Seu Nérsio também tem clientes fiéis e um deles atua numa atividade que, assim como a dos barbeiros, resiste ao tempo. Trata-se do chapeleiro Aldo Lourenço Zucchi, 63 anos, dono da tradicional Chapelaria Paulista, na rua Quintino Bocaiúva, fundada em 1914. "Eu sou formado em direito, mas nunca exerci a profissão de advogado. Tive de assumir a chapelaria no lugar do meu pai", afirmou. Quem entra em seu estabelecimento logo tem a impressão de voltar no tempo. Paredes e colunas bem decoradas, detalhes em madeira no teto. Há 50 anos, era comum o paulistano usar chapéu. Tempos do compositor Adoniran Barbosa. "Ele sempre passava por aqui para olhar alguns chapéus, antes de voltar para casa. Antes de pegar o trem das onze", brincou Zucchi, que ainda revelou que o chapéu preferido de Adoniran era o 3X. Profundo conhecedor dos mais variados chapéus, Zucchi explica e cita alguns dos modelos mais vendidos. "O chapéu 3X era o mais vendido entre os anos 50 e 70. Ele se assemelha muito ao que foi usado pelo ator Harrison Ford no filme Indiana Jones", comparou o chapeleiro. Outro líder de vendas era o panamá. Geralmente branco e com diversos microfuros, era opção do homem elegante no verão ou nos dias mais quentes de São Paulo. Zucchi disse que estrangeiros de passagem pelo Brasil tinham o hábito de usar esse tipo de chapéu, principalmente aqueles em fase de adaptação com o nosso clima. Na pág. seguinte, mais sobre resistência no Centro

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segunda-feira, 15 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

MESMO NA CRISE, MÃES IMPULSIONAM COMÉRCIO

3 Botas e mocassins tiveram boa saída. O tíquete médio ficou entre R$ 100 e R$ 120. Marcelo Braga, gerente da loja de calçados Romão

FILHOS LOTAM SHOPPINGS PAULISTAS

Fotos: Newton Santos/Hype

S

Corredores e lojas lotados e dificuldade para conseguir um espaço em frente às vitrines foi o cenário que os filhos Gislaine Felipe (no alto, ao lado do marido e filho), Pamela e Jessica (no meio) e Luís Henrique (à esq., com a filha Júlia) encontraram no sábado no Shopping Metrô Tatuapé. Comprar o presente para suas mães foi um grande esforço que, segundo todos eles, valeu a pena.

eguindo à risca a máxima "mãe é mãe", os dividuais que podem ser combinadas foram as consumidores compareceram "às pen- mercadorias mais vendidas. Calçados e perfumes– Entrar com o "pé direicas" aos shoppings da capital paulista no último sábado. De acordo com estimati- to" na casa da mãe no domingo não foi apenas um vas de shoppings, as vendas podem ter registra- trocadilho para muitos consumidores. O gerente do crescimento de até 18% nos centros de com- da loja Romão, Marcelo Braga, confirmou, otimispras na véspera do Dia das Mães frente ao mesmo ta, o aumento da procura no final da semana pasperíodo do ano passado, mas poderiam ser maio- sada. "Neste ano, as pessoas anteciparam as comres não fossem os juros altos praticados atual- pras porque o dia 1º caiu na segunda-feira. Itens mente, que inibem o consumo. O resultado é bem caros, como botas e mocassins, tiveram boa saída. superior à previsão de alta de 5% sobre 2005, feita O tíquete médio ficou entre R$ 100 e R$ 120." Com previsão de crescimento de 15% a 20% pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Asnas vendas sobre o ano passado, a rede Ângela sociação Comercial de São Paulo (ACSP). O resultado foi superior, segundo lojistas do de calçados também vendeu um volume exShopping Metrô Tatuapé, em razão de a data ter pressivo de botas, cujos preços são superiores caído no dia 14, quase na metade do mês de maio, aos de demais tipos de sapatos oferecidos. Os perfumes também foram bastante procuo que deu mais tempo aos consumidores para pesquisar e escolher os presentes. Nesse centro de rados. Na loja O Boticário, a expectativa da gecompras da zona leste da capital, as vendas regis- rente Letícia Oliveira era de, pelo menos, iguatraram elevação de 12% frente ao mesmo período lar o faturamento do ano passado. O tíquete méde 2005. Neste ano, os bens de menor valor, como dio nos últimos dias atingiu os R$ 150, um valor considerado positivo. CDs, livros, vestuário, acessórios O mesmo aconteceu na loja da de moda e modelos mais simples rede L'Áqua Di Fiori. O movide telefones celulares, lideraram mento na unidade do shopping a preferência dos filhos na busca Metrô Tatuapé foi maior que o de presentes para as mães. do ano passado e a expectativa O público recebido no Metrô era de manter o mesmo nível de Tatuapé atingiu a marca de 300 vendas de 2005. Os produtos mil pessoas entre sexta-feira e mais procurados eram os mais ontem. Este número ficou denbaratos, cujos preços estavam tro da expectativa dos comerem torno de R$ 33. ciantes, que era de 250 mil a 300 As bolsas foram as únicas vimil visitantes. No ano passado, lãs para os lojistas no último sáforam 250 mil pessoas. Admibado. Na Dino Tacconi, as vennistradores do shopping lemdas caíram em relação ao ano braram que a ligação do centro de compras com a estação de Pais levaram filhos às compras passado. Os consumidores preferiram os modelos de menor metrô do mesmo nome também valor, de R$ 49 a R$ 69. Entretanto, a loja oferecia colaborou para o aumento de consumidores. Corredores lotados – Circular pelos corredores itens de até R$ 300. O mesmo aconteceu na Le do shopping foi uma tarefa no mínimo difícil no Postiche, com saída apenas de tipos mais barasábado passado. Podia-se ver, com freqüência, tos de bolsas, carteiras e outros itens. Busca incansável – Em meio a corredores e mães e pais perdendo crianças e casais de namorados separados por uma multidão andando em lojas lotados no sábado, crianças, jovens e adulbloco de uma vitrine para outra. A praça de ali- tos pulavam de um lado para o outro para esmentação e o complexo de salas de cinema tam- colher o melhor presente. Animado, o filho bém ficaram lotados. Neste último, os ingressos Marçal Martins saiu da Zelo com um edredom para o filme "Missão Impossível 3" estavam esgo- colorido e disse que gastou mais com sua mãe tados. Este bom fluxo de consumidores em todas neste ano que em 2005. Empolgadas, as adolescentes Pamela Maciel as áreas foi um aspecto positivo destacado pelos administradores e Jessica Mendes passeavam pelo shopping sem se incomodar com a confusão geral. Elas já hado empreendimento. Com isso, o movimento nas lo- viam escolhido os presentes e conseguiram o jas também foi grande. No meio que queriam. A primeira gastou R$ 50, mas não da tarde, era intenso o entra-e-sai contou o que adquiriu, e a segunda mostrou, das lojas de calçados, confecções contente, a sanduicheira que a mãe escolheu. Acompanhado pela filha, Júlia, Luís Henrie telefones celulares. Na revendedora da operadora Vivo, 100 que Pereira contou que deu uma volta por todo consumidores já haviam visita- o shopping para decidir o que comprar para a do o espaço até as 15 horas. Os esposa e acabou adquirindo algumas peças de modelos da Nokia e os mais ba- roupa. Ele achou maior facilidade nas formas ratos, com preços em torno de R$ de pagamento neste ano. Já Gislaine Cristina Felipe decidiu-se pelo tra99, eram os mais procurados. Havia, também, um número pe- dicional CD. "Vou gastar cerca de R$ 30 e estou queno de interessados em trocar seus aparelhos tranqüila. Posso continuar passeando", disse. Balanço – Fechadas as lojas na noite de sábaantigos por outros mais sofisticados. Vestuário –Consumidores preocupados em do, chegou o momento de avaliar o movimento acertar na escolha apostaram nos itens mais tra- deste ano. No Shopping Metrô Tatuapé, as esdicionais. Malhas, blusas, camisas e calças tive- timativas mostravam vendas 12% maiores que ram boa saída nas lojas. Na Barred's, especiali- no mesmo período de 2005 e público dentro da zada em moda feminina, os vendedores não fe- expectativa. Ainda na zona leste, o Central Placharam números de crescimento, mas aposta- za Shopping recebeu 70 mil pessoas, número vam em um resultado positivo em razão da boa 7% maior que no ano anterior. A expectativa de negócios também foi de 7% superior a 2005. saída de peças de tricô e ternos. No Interlagos, na zona sul da capital, o voluNa Todas A Bordo Sports Wear, as vendas aumentaram tanto em relação ao ano passado me de vendas subiu 8%, enquanto o público alquanto na comparação com as últimas sema- cançou 140 mil pessoas, 5% a mais que no ano nas. Sem divulgar números ou cifras, os vende- passado. No Shopping ABC, as vendas crescedores atribuíram o resultado, além da proximi- ram 15% e o público, 18%. Já no Tamboré, os nedade do Dia das Mães, às oscilações climáticas. gócios atingiram alta de 18% e o público, 20%. Por isso, os agasalhos de moleton e as peças inPaula Cunha


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Passe Livre Copa do Brasil Camp. Brasileiro Série B

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Encaramos uma semana difícil como homens e este gol é para todo o grupo.” Rafael Moura, do Corinthians

SANTOS LIDERA PELO SALDO DE GOLS

NO ÚLTIMO INSTANTE paSse livre F Quem vai à Copa Celso Júnior/AE

oi sofrido, porém merecido. O Corinthians foi a Maringá, no norte do Paraná, ontem, enfrentar o Paraná Clube, em busca da vitória e de paz, ausente desde que a equipe foi eliminada da Libertadores, na semana retrasada. Conseguiu, graças a dois gols de Rafael Moura, o último deles marcado aos 47 minutos e 39 segundos do segundo tempo. Depois de quatro derrotas, todas sofrendo três gols, o Alvinegro voltou a sentir o gostinho da vitória, que serviu também para a saída da zona de rebaixamento do Brasileiro. Na despedida do técnico Ademar Braga do comando do time (ele entrega na terçafeira o cargo ao recém-contratado Geninho), o Corinthians começou bem diante de um adversário frágil, dando a impressão de que venceria com facilidade. Em poucos minutos, mandou uma bola no travessão, com Rosinei, e marcou o primeiro gol, com Rafael Moura, em um chute forte de fora da área. No segundo tempo, só o Paraná mostrava disposição. O empate era questão de tempo. E veio aos 7 minutos, em cobrança de pênalti de Émerson. Após a entrada de Roger, aos 33 minutos, o Corinthians melhorou. Na garra, Rafael Moura decretou o alívio.

Roberto Benevides

A

Com dois gols de Rafael Moura, o segundo aos 48 do segundo tempo, Corinthians derrota o Paraná: 2 a 1

“Também estou com o Coelho e o Betão. Não os afastei, apenas os tirei pela parte técnica”, afirmou nos vestiários Ademar Braga. Ele se referia ao fato de Rosinei ter jogado com uma camisa por baixo com uma mensagem de apoio aos dois companheiros. Em sua despedida como treinador corintiano, Ademar também elogiou o meia Roger, jogador que ele próprio havia afastado do time titular. Hoje, depois de uma semana

no Paraná (primeiro em Curitiba, depois em Maringá), o Corinthians retorna ao Parque São Jorge. Partiu dos jogadores a determinação de voltar para São Paulo. Eles não suportavam mais viajar pelo Brasil, fugindo da torcida. Ainda mais sabendo que o novo técnico, Geninho, pretende levar o time para o interior paulista durante a Copa do Mundo. “Precisamos voltar para a nossa família. Perdemos a vaga na Libertadores, mas não somos

Primeiro pontinho

P

ara um time que não havia marcado nenhum ponto nas quatro primeiras rodadas, empatar em casa pode não ser um resultado tão ruim. Esse foi o caso do Palmeiras, que, ontem, ficou no 1 a 1 com o Cruzeiro, no Parque Antarctica, e somou seu primeiro pontinho neste Brasileiro. “Ficou de bom tamanho, porque o Cruzeiro teve algumas chances no final”, justificou, no final da partida, o goleiro Sérgio. “Claro que empatar em casa nunca é bom, mas esse ponto vai nos ajudar lá na frente.” Com o resultado, o Palmeiras ainda é o lanterna da competição. O time mineiro, com 10 pontos, está em terceiro. Aos 18 minutos, o cruzeirense Wagner recebeu passe do ex-corintiano Gil e fez 1 a 0. “O contra-ataque sempre pega a gente desprevenido”, diagnosticou, no intervalo, o zagueiro Gamarra.

diversão de muita gente boa nos últimos dias tem sido adivinhar a lista que Carlos Alberto Parreira anunciará hoje com os 23 convocados para a campanha do hexacampeonato em campos alemães. Há poucas dúvidas - uma vaga de goleiro, uma de zagueiro, a reserva de Roberto Carlos, uma vaga de meia e uma de atacante, nada mais. A graça da espera, porém, está nas dúvidas. Na verdade, quando a bola começar a rolar, pouco importarão os nomes que todos estão discutindo. A menos que alguém seja atingido por uma desgraça ou opere uma série de milagres no curto período de treinamento, o Brasil que realmente importará na Alemanha já está definido, há muito tempo, com Dida, Cafu, Lúcio, Juan, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano. É um timaço. Desde 1982, pelo menos, não se vê uma seleção desembarcar na Copa do Mundo com tantos talentos. Não é à toa que Tostão, por exemplo, acha que esta geração pode ser comparada à do tricampeonato no México - principalmente se Ronaldinho Gaúcho confirmar na Seleção o futebol luminoso que tem jogado com a camisa do Barcelona. Até as 11 e meia de hoje, porém, estamos preocupados com os cinco nomes que se juntarão aos 11 titulares e aos reservas Júlio César, Cicinho, Luisão, Edmílson, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano e Robinho, tidos como certos na lista de Parreira. É claro que será possível uma nova surpresa - como a não convocação de Gilberto Silva, por exemplo, já que Edmilson irá como dublê de zagueiro e volante -, mas esses 18 parecem garantidos. Quem vai mais? Rogério no gol, Roque Junior na zaga, Gilberto na lateral-esquerda, Júlio Baptista no meio-de-campo e Fred no ataque são uma boa aposta. Nada mais do que isso. Trata-se de puro palpite, levando em conta o que Parreira vem fazendo desde que reassumiu a Seleção e tem dito nos últimos tempos, mas ninguém morrerá de susto se, daqui a pouco, ele chamar Marcos, Cris, Júnior, Ricardinho e Rivaldo.

Marcelo Ferrelli/AE

criminosos para fugir”, disse o goleiro Sílvio Luiz. “Entendo o lado da diretoria, que tentou nos preservar, mas o nosso lugar é em São Paulo”, resumiu o meia Ricardinho. Kia Joorabchian acha que a ira dos torcedores já está superada. O dirigente desistiu da excursão pela América do Sul durante o Mundial. A diretoria espera ficar sem Tevez, Mascherano, Ricardinho e Gustavo Nery por 50 dias por causada Copa do Mundo.

SÉRIE B

Ituano é o melhor entre os paulistas

D

Edmundo luta, mas não consegue levar o Palmeiras além do 1 a 1

No segundo tempo, com a entrada de Muñoz, o Palmeiras, com três atacantes, melhorou. Em uma confusão na grande área, Edmundo furou e Washington fez o gol: 1 a 1, aos 16 minutos. Após o empate, dois lances polêmicos para cada lado. No primeiro, Paulo Baier caiu na área e o árbitro Djalma Beltrami viu simula-

ção no que parecia pênalti. Pouco antes, Gil havia sido deslocado por um palmeirense e também reclamou pênalti. Aos 36, a bola bateu na mão de Washington dentro da área e os mineiros chiaram. O zagueiro Edu Dracena, do Cruzeiro, resumiu: “Se o juiz errou, acabou errando para os dois lados”.

isputadas as cinco primeiras rodadas da Série B, o Ituano aparece como o melhor time paulista. Invicto, ocupa a terceira colocação, atrás apenas de Sport e AtléticoMG, que também não perderam para ninguém ainda. Sábado, em casa, o Ituano fez 3 a 2 no Brasiliense. Outro que ainda não perdeu é o Paulista de Jundiaí. Na terça-feira, foi a Fortaleza e ganhou de 2 a 0 do Ceará. Também na terça, o igualmente invicto Marília fez 2 a 1 no América-RN e o Santo André perdeu para o Paysandu por 3 a 1 em Belém. Na sexta, foi a vez do Guarani, outro que ainda não perdeu, apenas empatar com o Avaí, em Campinas: 2 a 2. A decepção paulista da rodada, mais uma vez, foi a Portuguesa, que na estréia do técnico Luís Carlos Barbieri perdeu para o Gama, em Brasília, por 1 a 0. 5ª rodada Ceará 0 x 2 Paulista Marília 2 x 1 América-RN CRB 5 x 1 São Raimundo Paysandu 3 x 1 Santo André Guarani 2 x 2 Avaí Náutico 2 x 3 Vila Nova Ituano 3 x 2 Brasiliense Gama 1 x 0 Portuguesa Atlético-MG 3 x 1 Remo Coritiba 1 x 1 Sport

OLHAR DO CHEFE

Ricardo Oliveira jogou apenas 20 minutos na derrota do São Paulo para o Inter por 3 a 1, mas ficou satisfeito: "O que fiz no Beira-Rio superou as minhas próprias expectativas. Consegui uma boa movimentação, enfrentei bem a defesa do Inter e consegui boas conclusões ao gol. É claro que ainda falta ritmo de jogo, mas isto vou conseguir se jogar todas as partidas. Depende do treinador."

O líder Santos ainda não está jogando o futebol dos sonhos de Luxemburgo, mas os 3 a 1 sobre a Ponte animaram o treinador: "Contra o Fortaleza, já tinha visto algumas coisas mais de acordo com as características de meus times - mais velocidade, mudança de direção e lances bem trabalhados. Contra a Ponte, vi a equipe buscando resultado, mas também jogando futebol."

JOGUINHO

Santos e Inter são os únicos invictos no Campeonato Brasileiro.

Maldade de um são-paulino: "Você sabe o que um corintiano faz quando ganha a Libertadores? Desliga o videogame e vai dormir."

SINAL AMARELO

FORA

Melhorou o lanterninha Palmeiras nesta quinta rodada: ao empatar, em casa, com o Cruzeiro por 1 a 1, conseguiu o primeiro ponto no campeonato.

Angola divulgou ontem a lista dos 23 jogadores que irão à Alemanha. Johnson, exPortuguesa, não vai.

SINAL VERDE

SINAL VERMELHO Palmeiras e Santa Cruz são as únicas equipes que ainda não ganharam um joguinho sequer.

Nº 2 DA HONDA Barrichello terminou o GP da Espanha em sétimo lugar, mais uma vez atrás de Jenson Button, seu parceiro de Honda. Saiu do circuito reclamando do carro.

*Com Agência Estado e Reuters

COPA DO BRASIL

Fla e Vasco em vantagem

N

Classificação

P

V

S

1 Sport

13

4

7

10

2 Atlético-MG

11

3

9

13

3 Ituano

11

3

3

9

4 Paysandu

9

3

2

8

5 Paulista

9

2

3

6

6 Coritiba

8

2

1

8

7 Gama

8

2

0

5

8 Náutico

7

2

-1

11

GP

9 CRB

7

2

-1

9

10 Guarani

7

1

1

9

11 Marília

7

1

1

6

12Avaí

6

1

0

4

13 Brasiliense

4

1

0

10

14 Portuguesa

4

1

-1

5

15 Remo

4

1

-4

6

16 Vila Nova

3

1

-4

4

17 América-RN

3

1

-9

1

18 São Raimundo

3

0

-5

3

19 Santo André

2

0

-4

3

20 Ceará*

0

1

-1

5

*Perdeu seis pontos no STJD.

ELE GOSTOU

a quarta-feira, em Minas, o Flamengo empatou com o Ipatinga por 1 a 1, gols de Obina, aos 38 minutos do primeiro tempo, e Camanducaia, aos 46 do segundo. Na partida de volta,

quinta, no Maracanã, o empate em 0 a 0 classifica o Flamengo para a decisão. Na quinta, no Maracanã, o Vasco venceu o Flu por 1 a 0, gol de Edílson, e agora também só precisa empatar.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

VELHOS PROFISSIONAIS DIZEM QUE SEGREDO É A PACIÊNCIA

Hoje em dia, os maiores inimigos dos engraxates do Centro da cidade são os tênis e os sapatênis.

Luiz Prado/Luz

Terno, gravata e samba para engraxar sapatos Marcelinho do Pagode seguiu os conselhos de sua mãe e conquistou clientes O engraxate Jorge Dalal. Do pai libanês herdou a cadeira na praça Antonio Prado. Tênis é o maior inimigo.

Luludi/Luz

Profissionais mantêm o trabalho e a tradição

A

s lembranças do chapeleiro Aldo Zucchi vão além. Boinas e bengalas, que compunham a elegância masculina, eram itens muito comercializados. Indagado sobre alguma lembrança ou história sobre bengalas, Zucchi não foi muito longe no tempo. "A lembrança mais recente é daquele senhor que deu uma bengalada no José Dirceu. Eu tenho aquele mesmo modelo". O chapeleiro refere-se ao escritor Yves Hublet que, indignado, no fim de 2005 investiu contra o deputado cassado José Dirceu (PT). E as vendas, hoje? "Tem saído muito chapéu de cowboy, por conta da novela América (que mostrava o mundo dos rodeios). Os jovens que compram os chapéus mais tradicionais geralmente são músicos", disse Zucchi. Caneteiros – Outra profissão que resiste ao tempo ajudou muitos brasileiros a escrever parte de nossa história. Sebastião Martins Vieira, 65 anos, orgulha-se disso: adora dizer que suas canetas escreveram algumas da leis de nosso País. "Políticos históricos como Paulo Egydio Martins, Francisco Prestes Maia, Vicente Rao e o jurista Miguel Reale estão entre nossos ilustres clientes". E a lista é ainda maior "Quando o Brasil era parlamentarista, um dos meus instrumentos de escrita foi dado de presente ao primeiro-ministro, em 1962, Auro Soares de Moura Andrade", revelou o profissional. Vieira só não gosta quando chamam os instrumentos de escrita de meras canetas. "Quando falamos caneta, temos sempre que especificar seu tipo: tinteiro ou esferográfica. Já instrumento de escrita globaliza todas as canetas". As décadas de 40 e 50 foram o auge das canetas-tinteiro, que tinham preços que oscilavam entre US$ 20 e US$ 300. O preço, apesar de salgado, não era empecilho para os amantes da qualidade. "Duram, mas merecem grande cuidado". Vieram as canetas esferográficas e, com elas, a queda no número de clientes do caneteiro. Criada em 1934, a esferográfica só virou moda no início dos anos 60. "Nunca vai ter o mesmo charme de um instrumento de escrita tinteiro. E agora temos essas esferográficas descartáveis, distribuídas até como brindes". Para se adequar ao mercado, Vieira vende esferográficas e acredita na sobrevivência de sua profissão. "Sempre vai haver alguém para anotar recados ao lado de um telefone. Sempre vai haver repórteres com um bloco de anotações e um instrumento de escrita". Engraxate – Vai graxa? Se for, então, o lugar é o Centro, mais especificamente a praça Antonio Prado. Mas esqueça aqueles rapazes de décadas atrás, que usavam suspensórios e carregavam seu material de trabalho numa caixa de madei-

ra. Hoje, a profissão beira uma microempresa. Na praça, por exemplo, os funcionários são todos uniformizados e têm faturamento na casa de R$ 1,2 mil/mês. E pagam impostos. A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) financiou a construção de quiosques onde estão instaladas as cadeiras de engraxate. Ali, os engraxates são divididos em duas categorias: os proprietários das cadeiras e os que alugam o espaço. Para esses, a diária sai por R$ 25. Os proprietários são aqueles que adquiriram uma cadeira por um valor que pode chegar a R$ 30 mil. Jorge Dalal, 49 anos, viveu as transformações da profissão ao longo dos anos. Incentivado pelo pai, o libanês Nayef Salet Dalal, Jorge começou a engraxar aos 8 anos. "Meu pai chegou ao Brasil e não tinha estudo para exercer outra profissão. Começou a engraxar sapatos e, depois, me ensinou a profissão. A cadeira foi sua herança. Ele lembra que os antigos engraxates não tinham local fixo para o trabalho. Eram andarilhos. "Andávamos pelas estações de trem, barbeiros e praças à procura de clientes. Hoje, geralmente, trabalhamos em lugares fixos". Cobra R$ 4 por engraxada. O preço é convidativo, mas, mesmo assim, os clientes estão em queda. Os maiores inimigos: o tênis e o sapatênis. "Não dá para engraxar esses calçados", lamenta o também engraxate e amigo de Dalal, Rogério Félix de Oliveira, 25 anos. Alfaiate – Paciência é tudo na vida do alfaiate Gildo Salia, 78 anos, desde 1945 na profissão, sempre na rua Senador Feijó, próximo à praça da Sé. Essa paciência é usada no corte e na costura do tecido, tarefas quase sempre realizadas manualmente. Daí o preço e o tempo de confecção: ternos ficam prontos em 15 dias e saem por R$ 1,6 mil cada. Mas qual a vantagem de adquirir um terno por R$ 1,6 mil se o mercado oferece o mesmo produto por R$ 200 - ou até menos. "As lojas vendem ternos baratos e praticamente descartáveis. Aqui faço um terno que dura muito mais, muitos a vida toda". Essa durabilidade tem garantido clientes fiéis a Salia, a maioria cultivada entre 1956 e 1970 (auge da profissão, na avaliação do alfaiate). "Tenho clientes famosos, como o dramaturgo Jorge de Andrade (autor de "Os Ossos do Barão"), o jornalista Joemir Beting e até o trineto de D. Pedro II, D. Luís de Orleans e Bragança". Ultimamente, Salia foi obrigado a diminuir o número de funcionários. Afinal, fazia 40 ternos por semana e agora, apenas 15. "Cheguei a empregar 16 funcionários. Hoje, pago uma costureira e só. Os tempos da casemira e do tropical inglês se foram. Hoje, as pessoas querem apenas sintéticos". Mesmo assim, Salia resiste. (IV)

Marcelinho do Pagode: serviços de engraxate por toda a cidade, com muita música

Rejane Tamoto

E

ntre uma mão de graxa, a escova e a flanela de lustrar nasce um samba. É assim que, criativo, o engraxate Fábio Rodrigues de Oliveira, de 26 anos, o Marcelinho do Pagode, conquista seus clientes. Além de produzir sons sincopados que remetem às batucadas de um samba, Marcelinho é também inventor de uma nova categoria na profissão: a do engraxate executivo. Há 10 anos, ele sai todos os dias de casa, que fica no bairro do Jacanã, na zona norte da cidade, às sete horas da manhã. Em vez de usar roupa de briga, Marcelinho veste calça, paletó, camisa social, gravata e – é claro – sapatos brilhantes. "Foi a maneira que encontrei para tentar melhorar minha vida. Hoje me considero um exemplo de sucesso", disse. A idéia de usar um traje social para engraxar sapatos partiu da mãe de Marcelinho. No começo, ele conta que impressionou os clientes com o visual incomum e bem cuidado. Depois, tornou-se uma celebridade. "Já fui a programas da Rede Globo, SBT, Record e Rede TV", disse o engraxate. Hoje, Marcelinho é uma figura conhecida de quem trabalha no Centro de São

Paulo e de municípios como Carapicuíba, Osasco e Mogi das Cruzes. A cada dia da semana o engraxate faz um itinerário diferente para atender seus clientes: advogados, delegados e empresários. "Costumo freqüentar as ruas São Bento e Augusta, a praça da República e a avenida Paulista. Por dia, recebo 15 chamadas de clientes". O importante, segundo ele, é atender os pedidos, não importa o lugar. Pode ser na rua ou 'em domicílio'. "Acho que estar bem vestido me ajuda a ter mais clientes", disse Marcelinho. O preço para engraxar os sapatos com um engraxate executivo é o mesmo: R$ 4. Como trabalha até às 22 horas, Marcelinho consegue ganhar R$ 180 em um dia. "Dá para sustentar a mãe, minhas duas irmãs e um filho de cinco anos", conta. Com tanta popularidade, Marcelinho só trocaria a profissão de engraxate pela de músico. Ele canta e toca pandeiro em uma banda de pagode criada por ele mesmo. E contou que voltaria a estudar, já que parou de freqüentar a escola na segunda série. Grife - O jeito de vestir fez de Marcelinho um pequeno empreendedor de si próprio. O nome de sua grife é Marcelinho do Pagode, que representa seus negócios como engraxate e músico. Para captar os clientes, ele

distribui cartões de visita nos prédios comerciais, é patrocinado por fornecedores e clientes e também costuma fazer permutas. Um dos clientes de Marcelinho, o comerciante André Augusto Pinto, de 19 anos, que gerencia uma loja de produtos para fotografia, é um de seus parceiros. "Conheço o Marcelinho há um ano. Ele vem aqui todas as semanas para engraxar os meus sapatos. Gosto da qualidade do serviço e também do samba que ele faz na hora de lustrar", disse André. Marcelinho contou que engraxa os sapatos de André e, em troca, tem fotos reveladas e ampliadas. Até a roupa e a graxa que Marcelinho usa são patrocinadas. Ele contou que recebe doações de paletós, gravatas, calças e camisas de seus clientes executivos. Como se expõe com freqüência na mídia, até um fabricante de graxa passou a fornecer o material de trabalho sem custo para o engraxate. Em troca, ele mostra a marca nos programas de televisão. Segundo Marcelinho, a repercussão do engraxate executivo é tanta que já existem clones por aí. "Eu comecei com essa idéia sozinho. Hoje, devem existir uns 50 engraxates vestidos como eu. Isso prova que a aparência é tudo. E faz a diferença".


4

Tr i b u t o s Finanças Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

FISCO VAI LISTAR FIRMAS QUE ADERIREM À NFE

O tomador de serviço vai acumular créditos até outubro para utilizá-los no abatimento do IPTU. Mauro Costa

A PARTIR DE JUNHO, PRESTADORES DE SERVIÇOS EM SÃO PAULO APOSENTAM A NOTA EM PAPEL

VEM AÍ A NOTA FISCAL ELETRÔNICA Newton Santos/Hype

C

omeça a funcionar em junho em São Paulo o projeto piloto da Nota Fiscal Eletrônica (NFE) para o setor de serviços, que vai substituir o documento em papel. Com a nova ferramenta, toda vez que uma empresa emitir uma nota fiscal, o tomador do serviço ganhará um crédito calculado com base no Imposto sobre Serviços (ISS) devido para descontar até 50% do Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana (IPTU). "A NFE vai possibilitar maior controle fiscal pela Prefeitura, mas também menos trabalho para a empresa", acredita Reginaldo Frias, gerente administrativo e financeiro da Central de

Intercâmbio Viagens, uma das empresas participantes do projeto experimental. Segundo o secretário Municipal de Finanças, Mauro Ricardo Costa, a NFE deve ser definitivamente implantada em julho. Ela será obrigatória para alguns setores e facultativa para outros. O Fisco estima um ganho líquido de R$ 80 milhões por ano com a nova ferramenta, considerando o incremento de caixa com o maior controle fiscal e o quanto deixa de ganhar por conta dos créditos concedidos aos tomadores de serviços. Segundo Costa, os usuários da NFE não precisarão comprar equipamento novo, mas

Costa: Prefeitura terá um ganho líquido de R$ 80 milhões por ano

a p e n a s a l t e r a r o s o f t w a re . "Além disso, o aparelho será unificado com o Emissor de Cupom Fiscal (ECF)", disse.

Quando a NFE estiver sendo emitida, no momento em que o tomador (pessoa física) pagar pelo serviço, obterá um crédito

equivalente a 30% do ISS recolhido. No caso das pessoas jurídicas, o crédito será de 10%. O funcionamento do sistema é simples. Quando a empresa recolher o ISS, automaticamente será registrado o CPF ou CNPJ do tomador. Os créditos acumulados em cada operação poderão ser acompanhados pelo site da Prefeitura. "O contribuinte vai acumular créditos até o mês de outubro. Em novembro, vai informar à Prefeitura, pelo site www.prefeitura.sp.gov.br, o imóvel para o qual pretende utilizar tais créditos para o pagamento do IPTU de 2007", explicou Costa. Os carnês do imposto virão com os valores já deduzidos.

AVISO DE LICITAÇÃO

O secretário lembrou, ainda, que o tomador poderá comercializar esses créditos. "O crédito poderá ser usado para abater o IPTU de imóvel próprio ou de terceiros", esclareceu. A Prefeitura vai relacionar os prestadores de serviço que aderirem à nota fiscal eletrônica para que os tomadores busquem os serviços deles. A NFE é uma das armas da Prefeitura para obter equilíbrio fiscal. Do passivo de R$ 8 bilhões herdados de gestões passadas, ainda falta quitar a dívida de precatórios – cerca de R$ 3,4 bilhões – e a contraída com fornecedores de bens e serviços, de R$ 1 bilhão. Laura Ignacio

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 042/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de motocicletas zero-quilômetro, modelo de uso misto da categoria off -road. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até às 23:59 horas do dia 23/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até às 10:00 horas do dia 26/05/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 11:00 horas às 12:00 horas do dia 26/05/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

ERRATA

Requerente: Antonio Ribeiro Paz - Requerido: Consid Cons-

ERRATA - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 005/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 16162/2005 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de TOMADA DE PREÇOS, do tipo menor preço global, tendo como objeto contratação de empresa de engenharia para a execução da obra de reforma e modernização da piscina municipal - Primeira Fase, no Município de São Carlos - SP, com fornecimento de material e equipamentos necessários, conforme Projeto Básico, Memorial Descritivo e Planilha de Orçamento Básico, fornecidos em CD-ROM, que ficam fazendo parte da presente Tomada. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, nº 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 11 de maio de 2006 até o dia 30 de maio de 2006, no horário das 09:00h às 12:00h e 14:00 às 16:00h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 30 de maio de 2006, quando, após o recebimento, iniciar-se-á sessão de abertura. São Carlos, 12 de maio de 2006 - Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

CONVOCAÇÕES Edital de Convocação A Câmara de Comércio e Indústria Brasil Gabão convoca seus associados e componentes da diretoria e principalmente a Sra. Gabriela da Consolação Deniz a comparecer dia 17/05/2006 das 14 às 17 horas à Rua Boa Vista nº 51, 11º andar - Centro - sala Tadachi 1 e 2, dia 22/05/2006 das 10 às 12 horas à Rua Arthur Azevedo, 1583 - sala 32 - Pinheiros, para se tratar da reformulação dos estatutos e da diretoria. Os que não comparecerem aceitarão as decisões tomadas pelos presentes. Wilson Bueno - Presidente. CONDOMÍNIO EDIFÍCIO SANTA FILIPPA CNPJ 59.953.554/0001-56 Edital de Convocação para Assembléias Gerais - Ordinária e Extraordinária. Conforme instruções recebidas do Síndico Dr. Kenzi Tagomori e obedecendo disposto da cláusula décima segunda da Convenção do Condomínio Edifício Santa Filippa, sito à Av. Paulista nº 688, fica VSª. convocada para as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária a serem realizadas no dia 15 de maio de 2006, às 17hs em 1ª convocação e às 18hs em 2ª e última convocação, na Av. Paulista nº 688, 7º andar, afim de ser apreciada a seguinte ordem do dia: 1) Prestação de contas da Administradora relativas ao ano de 2005. 2) Previsão Orçamentária. 3) Ratificação da aprovação das contas relativas à reforma das fachadas do edifício. 4) Colocação de películas de controle solar (insulfilm) nos vidros. 5) Assuntos de interesse geral do Condomínio. (8 e 15/05/2006)

COMUNICADOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Reforma de Prédio(s) Escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0476/06/02 - EE Culto à Ciência – Rua Culto à Ciência, 422 - Botafogo - Campinas/SP – 180 - R$ 81.157,00 – R$ 8.115,00 – 09:30 – 01/06/2006. 05/0925/06/02 - EE Yoshiya Takaoka – Rua José Bonifácio Arantes, 272 - Vila Paiva - São José dos Campos/SP – 120 R$ 30.657,00 – R$ 3.065,00 – 10:30 – 01/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 15/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 31/05/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

BALANÇOS ALDEIA DO FUTURO - ASS. P/M. C. DA POPULAÇÃO CARENTE CNPJ 74.137.126/0001-49 BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/2005 E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADA EM 31/12/2005 ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE DISPONÍVEL Obrigações Tributárias e Sociais 131.506,88 Caixa e Bancos 4.975,82 Outras Obrigações 64,22 131.571,10 Aplicações Financeiras 585,55 5.561,37 Créditos Diversos PATRIMÔNIO LÍQUIDO REALIZÁVEL A CURTO PRAZO Superávit Acumulado 169.922,19 169.922,19 Adiantamentos 12.991,16 Impostos a Compensar 14.352,88 27.344,04 PERMANENTE Imobilizações Diversas 268.587,88 268.587,88 301.493,29 TOTAL DO ATIVO 301.493,29 TOTAL DO PASSIVO DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO CONSOLIDADO EM 31/12/2005 RECEITAS - UNIDADE JOVENS Convênios e Doações 1.152.007,83 Receitas Financeiras 3,12 1.152.010,95 RECEITAS - UNIDADE ADULTOS Convênios e Doações 212.140,13 212.140,13 (-) DESPESAS - UNIDADE JOVENS - Despesas com Pessoal -341.058,27 - Despesas com Serviços Prestados por Terceiros -228.645,84 - Despesas Tributárias e Sociais -3.155,90 - Despesas Financeiras -39.011,62 - Despesas Gerais -505.511,76 -1.117.383,39 (-) DESPESAS - UNIDADE ADULTOS - Despesas com Pessoal -140.233,75 - Despesas com Serviços Prestados por Terceiros -106.698,78 - Despesas Financeiras -3.325,67 - Despesas Gerais -36.252,18 -286.510,38 RESULTADO DO EXERCÍCIO -39.742,69 Maria Cristina Mastopietro - Diretora Presidente Edvaldo A. Morata - Diretor Financeiro Oreste Bissolotti - Contador - TC - CRC 1SP105620/O5

Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 12 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

truções Pré-fabricadas Ltda. - Rua dos Piemonteses, 207 - 02ª Vara de Falências Requerente: Racional Tecnologia de Ativos e Fomento Mercantil Ltda. - Requerido: Dugui Auto Peças Ltda. - ME - Rua Sertões de Crateús, 33 - 01ª Vara de Falências Requerente: Raimundo Ramalho de Campos - Requerido: Badra S.A. - Av. Condessa Elizabeth Rubiano, 1822 - 01ª Vara de Falências Requerente: Antonio Donizetti Rodrigues - Requerido: Badra S.A. - Av. Condessa Elizabeth Rubiano, 1822 - 01ª Vara de Falências


segunda-feira, 15 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Liga dos Campeões Italiano Espanhol Liber tadores

3 Thierry Henry é o maior artilheiro da história do Arsenal, com 216 gols em sete temporadas

CAMPEONATO SÓ TERMINA NO DIA 20

ÚLTIMO DUELO Copa no meio P C Cesar Rangel/AFP

Odd Andersen/AFP

arlos Alberto Parreira deve anunciar hoje o nome dos três na equipe que vai representar o futebol brasileiro na Copa da Alemanha, mas, nesta quarta-feira, Ronaldinho Gaúcho e Edmílson estarão de um lado e Gilberto Silva do outro. No Estádio da França, em Saint-Denis, Barcelona e Arsenal decidirão a Liga dos Campeões da Europa. É a primeira vez na história que o Arsenal chega à decisão da mais importante competição de clubes do futebol europeu e, até por isso, o favoritismo é do Barcelona, que terá a torcida reforçada na França pela presença do rei Juan Carlos e do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, mas conta mesmo é com o futebol extra-classe de Ronaldinho para conquistar, pela segunda vez, o título da Liga. Neste fim de semana, já consagrado como campeão espanhol da temporada, o Barça poupou seus titulares na derrota para o Sevilla por 3 a 2. Como o Campeonato Inglês já chegou ao fim, os jogadores do Arsenal também tiveram folga e estão com a cabeça ligada exclusivamente no confronto que, na quarta-feira, oporá duas das estrelas da próxima Copa do Mundo: o brasileiro Ronaldinho Gaúcho e o fran-

O Arsenal de Gilberto desafia o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho

cês Thierry Henry. Ontem, o astro do Barcelona fez questão de lembrar que a final da Liga dos Campeões não será um duelo particular entre ele e o atacante do Arsenal:

Na bola, deu Juve

Max Rossi/Reuters

Time fez festa após bater a Reggina, mas bicampeonato pode ser cassado

A

"Não será um jogo entre Henry e Ronaldo, mas entre Arsenal e Barcelona." Ronaldinho repetiu, porém, que sonha, desde criança, com o título que estará em jogo na quarta.

ITÁLIA 38ª rodada Milan 2 x 1 Roma Cagliari 2 x 2 Internazionale Chievo 0 x 2 Fiorentina Empoli 1 x 2 Ascoli Lazio 1 x 0 Parma Palermo 1 x 0 Messina Reggina 0 x 2 Juventus Sampdoria 1 x 3 Lecce Siena 0 x 0 Livorno Treviso 2 x 1 Udinese Classificação

P

V

S

1 Juventus

91

27

47

71

2 Milan

88

28

54

85

3 Internazionale

76

23

38

68

4 Fiorentina

74

22

24

66

5 Roma

69

19

28

70

6 Lazio

62

16

10

57

7 Chievo

54

13

5

54

8 Palermo

52

13

-2

50

9 Livorno

49

12

-7

37

10 Parma

45

13

-16

47

11 Empoli

45

12

-14

46

12 Ascoli

43

9

-9

43

GP

Juventus comemorou ontem o bicampeonato italiano, 29º título de sua história, ao bater a Reggina por 2 a 0, fora de casa, e chegar a 91 pontos, três de vantagem para o Milan, que fez sua parte ao derrotar a Roma por 2 a 1, em casa - dependia de derrota do rival. Mas a disputa ainda está longe do fim. Por conta das denúncias de influência da Juventus em relação à escalação de árbitros em algumas partidas, a equipe

de Turim pode perder a conquista, o título da temporada passada e até ser rebaixada. Promotores públicos investigam o caso, que provocou a renúncia da alta cúpula da Juventus e do presidente da Federação Italiana de Futebol, Franco Carraro. O premiê Silvio Berlusconi, dono do Milan, quer os dois títulos. Mas o técnico Fabio Capello, da Juventus, ignora a polêmica. "Saímos de cabeça erguida e merecemos este título", disse.

ESPANHA

FRANÇA

ALEMANHA

37ª rodada Atletico Madrid 1 x 1 Betis Cádiz 5 x 0 Málaga Celta 1 x 0 Getafe Mallorca 3 x 1 Zaragoza Alavés 1 x 0 La Coruña Espanyol 1 x 0 Real Sociedad Sevilla 3 x 2 Barcelona Villarreal 2 x 0 Racing Santander

38ª rodada Ajaccio 3 x 1 Saint-Etienne Auxerre 4 x 0 Strasbourg Bordeaux 1 x 1 Olympique Lens 3 x 1 Nantes Lyon 8 x 1 Le Mans Metz 1 x 0 PSG Monaco 2 x 2 Nancy Rennes 2 x 2 Lille Toulouse 1 x 2 Sochaux Troyes 1 x 2 Nice

34ª rodada Colônia 4 x 2 Arminia Bielefeld Bayern 3 x 3 Borussia Dortmund Duisburg 0 x 0 Mainz E. Frankfurt 0 x 2 Borussia Monchen. Hamburgo 1 x 2 Werder Bremen Hannover 2 x 2 Bayer Leverkusen Nuremberg 2 x 1 Hertha Schalke 04 3 x 2 Stuttgart Wolfsburg 2 x 2 Kaiserslautern

Classificação

P

V

S

1 Barcelona

82

25

47

79

2 Real Madrid

70

20

31

67

3 Valencia

69

19

26

57

4 Osasuna

65

20

5

47

GP

5 Sevilla

65

19

14

50

6 Celta

64

20

12

45

7 Villarreal

57

14

11

50

8 La Coruña

55

15

2

47

9 Getafe

54

15

5

54

10 Atlético Madrid

52

13

8

45

11 Zaragoza

46

10

-5

46

12 Mallorca

43

10

-14

37

13 Athletic Bilbao

42

10

-8

37

14 Betis

42

10

-17

34

15 Espanyol

41

10

-20

36

16 Real Sociedad

40

11

-17

48

17 Racing Santander

40

9

-13

36

18 Alavés

39

9

-19

35

19 Cádiz

36

8

-16

36

20 Málaga

24

5

-32

36

Classificação

P

V

S

GP

1 Lyon

84

25

42

73

2 Bordeaux

69

18

18

43

3 Lille

62

16

25

56

4 Lens

60

14

14

48

5 Olympique

60

16

9

44

6 Auxerre

59

17

11

50

7 Rennes

59

18

-1

48

8 Nice

58

16

5

36

9 PSG

52

13

6

44

10 Monaco

52

13

6

42

11 Le Mans

52

13

-3

33

12 Nancy

48

12

-2

35

13 Saint-Etienne

47

11

-10

29

14 Nantes

45

11

-4

37

15 Sochaux

44

11

-13

34

16 Toulouse

41

10

-11

36

17 Troyes

39

9

-10

37

18 Ajaccio

33

8

-26

27

19 Strasbourg

29

5

-23

33

20 Metz

29

6

-33

26

13 Udinese

43

11

-14

40

14 Sampdoria

41

10

-4

47

15 Reggina

41

11

-26

39

16 Cagliari

39

8

-13

42

17 Siena

39

9

-18

42

18 Messina

31

6

-24

33

19 Lecce

29

7

-27

30

20 Treviso

21

3

-32

24

Classificação

P

V

S

1 Bayern

75

22

35

67

2 Werder Bremen

70

21

42

79

3 Hamburgo

68

21

23

53

4 Schalke 04

61

16

16

47

5 Bayer Leverkusen

52

14

15

64

GP

6 Hertha

48

12

4

52

7 Borussia Dortmund

46

11

3

45

8 Nuremberg

44

12

-2

49

9 Stuttgart

43

9

-2

37

10 Borussia Mönchen.

42

10

-8

42

11 Mainz

38

9

-1

46

12 Hannover

38

7

-4

43

13 Arminia Bielefeld

37

10

-15

32

14 Eintracht Frankfurt

36

9

-9

42

15Wolfsburg

34

7

-22

33

16 Kaiserslautern

33

8

-24

47

17 Colônia

30

7

-22

49

18 Duisburg

27

5

-29

34

aciência, eis uma arma importante para o São Paulo na busca de seu quarto título da Libertadores. Foram mais de 85 minutos de resistência diante do Estudiantes, na derrota por 1 a 0 da última quarta-feira, em Quilmes, na Argentina, e agora são 70 dias de espera até a partida de volta, no Morumbi, em que o time terá de derrotar o rival por dois gols de diferença para ir às semifinais. Pela tabela original, a Libertadores teria os jogos de volta das quartas-de-final ainda nesta semana, antes da Copa, embora a Fifa tenha estipulado o dia 15 de maio como data-limite para as competições de clubes - à exceção da Liga dos Campeões, que já tinha a data da final marcada antes. A Conmebol, no entanto, decediu adiar os jogos. O técnico Muricy Ramalho reclamou de "perder o calor" da disputa. "Mata-mata é coisa rápida, e agora vamos ter de esperar", disse. Mas os preparadores físicos gostaram de idéia de recuperar os jogadores. O Internacional também foi derrotado no jogo de ida, 2 a 1, de virada, para a LDU, na altitude de Quito. Em Porto Alegre, o time terá a possibilidade de se classificar com uma vitória por 1 a 0 ou por dois gols de vantagem. No México, Chivas e Vélez Sarsfied, que podem pegar o São Paulo, ficaram no 0 a 0. E na Argentina, o River empatou por 2 a 2 com o Libertad, num jogo de confusa arbitragem de Carlos Eugênio Simon - o juiz brasileiro que vai à Copa.

Tom Dib/Futura Press

Muricy Ramalho reclamou, mas o São Paulo só terá a revanche diante do Estudiantes, no Morumbi, em julho, dez dias depois da final da Copa do Mundo


segunda-feira, 15 de maio de 2006

Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5

O LUCRO EBITDA DA PETROBRAS ATINGIU R$ 14 BI

As exportações de suco de laranja somaram 71.317 toneladas em abril, 26,32% mais que em 2005.

O METRÔ SAÚDE FAZ JUS AO NOME, COM GRANDE NÚMERO DE FARMÁCIAS QUE BRIGAM PELO CONSUMIDOR

A ESTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS Marcelo Min/AFG

A

Clientes circulam pela Farma Conde em busca de preços menores

INFLAÇÃO O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 0,21% na primeira prévia de maio.

Ó RBITA

PREJUÍZO A Varig teve um prejuízo de R$ 1,4 bilhão em 2005, 1.600% maior que no ano anterior.

L. Adolfo/AE

PROTESTO SERÁ INTENSIFICADO

P

rodutores rurais de nove estados vão intensificar os protestos contra a política agrícola do governo até amanhã, quando os governadores se reúnem, em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entidades ligadas ao agronegócio estão convocando os produtores a Brasília. "Estamos pedindo aos nossos associados que fretem ônibus ou sigam de carro até Brasília", disse o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia.

EMBRAER

A

fabricante brasileira de aviões Embraer quer cooperar com a européia Airbus ou a americana Boeing Co. no desenvolvimento da nova geração de aviões de fuselagem estreita. A empresa prevê que um novo modelo desse tipo seja anunciado em breve por elas, o que vai requerer bilhões em financiamento. (AE)

VOLKS

M

etalúrgicos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Força Sindical farão, a partir do dia 22, paralisações de advertência nas cinco fábricas da Volkswagen no Brasil. A greve é em protesto contra demissões pela montadora. (AE)

A TÉ LOGO Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Empresário pretende exibir cachaça no Festival de Cannes

L

Presidentes do Brasil e da Bolívia decretam "trégua"

L

Wal-Mart vai abrir lojas de porte médio no Brasil

A mobilização é pela ampliação do pacote de medidas anunciado pelo governo, de forma a incluir a renegociação de dívidas antigas dos agricultores, como as do Fundo de Defesa

estação de metrô Saúde é realmente da saúde. Quem chega de metrô ao bairro da zona sul de São Paulo depara-se com peças publicitárias da rede Ultrafarma espalhadas por 25 painéis em toda a estação. Após passar pela catraca, ainda dentro do metrô, as 26 mil pessoas que circulam diariamente por lá podem comprar gratuitamente remédios na Farmácia Dose Certa, do governo estadual. Na rua, com duas unidades em frente e ao lado da Ultrafarma, a Farma Conde trava uma acirrada disputa, com direito a gritos no microfone, para ganhar os clientes. "Farma Conde cobre qualquer oferta da concorrência", diz Sabrina Silva. "Essa briga é boa pois a concorrência ajuda a baixar o preço dos remédios. Mas a área está parecendo o Brás, estamos perdendo outros tipos de comércio", diz a bancária Andréia Pirulo, referindo-se ao fechamento de uma padaria. O local em breve abrigará uma terceira loja da Ultrafarma. Há menos de um ano, duas unidades da Farma Conde foram abertas a poucos metros da Estação Saúde. Já havia duas lojas da Ultrafarma e uma da Drogaria Antares. Segundo o diretor-presidente da rede, Manoel Conde Neto, havia potencial para mais lojas pelo movimento do metrô. "Em breve o local será um centro de compras de remédios e medicamentos, a exemplo do que ocorre na Santa Efigênia para os artigos eletrônicos e de informática", diz. Preço – Andréia comprou remédio na Farma Conde por

causa do preço menor. "Também prefiro comprar aqui porque na Ultrafarma há muita fila." A bancária tem razão. As filas são extensas para atendimento e pagamento de conta. Existem até poltronas e televisores para os clientes aguardarem a vez. As filas começam nas portas das lojas. Numa delas, a reportagem do DC constatou a presença de 30 pessoas aguardando para pagar as compras. "Não faz mal, vale a pena esperar. Lá perto de casa é mais caro", disse Lídia Barros, que mora próximo do Zoo Safari e vai de carro até a Saúde. Outro morador da mesma região é o aposentado Eduardo Dias dos Santos. Ele é uma das 1,5 mil pessoas que optam por comprar na Farma Conde por dia. A razão? Ali ele encontra remédios com valor 1% mais baixo que no concorrente. Além de preços reduzidos, ele aprecia a qualidade do atendimento, feito por 50 funcionários em cada uma das duas lojas. "Eles são prestativos", completa. Na Ultrafarma, os atendentes também não deixam os clientes escaparem. Se você reclama da fila do caixa, eles dão um jeitinho de passar o descontente na frente. Não há desculpa até para quem está sem dinheiro, já que existe um caixa eletrônico bem na porta de uma das lojas. Está com dores nas costas? Aproveite para receber uma massagem. Estacionamento – A Ultrafarma e a Farma Conde também estão investindo nos clientes motorizados. A primeira inaugurou há alguns dias um enorme estacionamento na Avenida Jabaquara. Já a Farma

Conde firmou convênio com o Interpark Estacionamentos, que fica ao lado de uma das lojas. O proprietário do local, Ailton Ribeiro, calcula que, em média, 30 consumidores param o carro lá por dia. Para o metrô, a concorrência também é vantajosa. Para locar os 25 espaços publicitários da estação entre fevereiro e agosto, a Ultrafarma pagou R$ 91 mil. Segundo a chefe de Novos Negócios do Metrô, Maria Cristina Bastos, o impacto é grande na estação, pois o ambiente é pequeno e tem muita gente circulando. "Na rua há muita dispersão. Poucos vêem outdoors", diz. A estação está até sendo conhecida como o metrô da Ultrafarma. A força de referência da rede é tanta que um metroviário já se cansou de dar informações sobre onde fica a farmácia. "Se cobrasse para informar, ficaria rico", diz. Além das farmácias, bem na saída da estação, os clientes têm outras opções, como a Droga Raia, Drogaria Sakamoto e Farmácia Popular do Brasil, do governo federal, que vende remédios de uso contínuo com até 90% de desconto. Após 33 anos, o proprietário da Drogaria Sakamoto, Augusto Sakamoto, já pensou em abrir outro negócio. "Mas é muito arriscado. Tem que ser um tiro certo", diz. A unidade da Drogaria Antares, localizada em um das saídas da estação, foi fechada por motivos financeiros. Chegaram a mudar o foco para perfumaria, mas não foi suficiente. A Ultrafarma apresentou proposta irrecusável pelo ponto. Adriana David

da Economia Cafeeira. Desde a semana passada, os produtores estão unidos em protesto (foto). Eles bloquearam rodovias e a estrada de ferro para o Porto de Paranaguá. (Agências)

R$ 1 BILHÃO PARA A AGRICULTURA

O

governo anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para apoiar a comercialização da safra 2005/06 de soja, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 55,231 milhões de toneladas. De acordo com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, novas medidas de apoio ao setor serão anunciadas no dia 25.

Apesar do valor, a medida não agradou plenamente os agricultores, que reivindicavam, entre outros pontos: câmbio fixo, subsídio ao diesel utilizado na produção agrícola e nova renegociação de dívidas. O impacto nas contas do governo da liberação de R$ 1 bilhão para apoio à soja só ocorrerá no ano que vem. (Agências)

PETROBRAS LUCRA R$ 6,67 BILHÕES

A

Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,675 bilhões no primeiro trimestre, o que representa um aumento de 33% sobre os R$ 5,021 bilhões apurados em igual período de 2005. A receita líquida cresceu 20%, para R$ 35,886 bilhões. A despesa financeira líquida recuou

57% no período, para R$ 444 milhões. O lucro antes de impostos, taxas, juros e amortizações (ebitda) atingiu R$ 14,113 bilhões, com alta de 35%. A margem ebitda subiu de 35% no primeiro trimestre de 2005 para 39% no mesmo trimestre de 2006. (AE)

A Dose Certa, do governo estadual, fica dentro da estação do metrô

Publicidade abundante

VENDAS NO VAREJO EM ALTA N os primeiros três meses do ano, as vendas das grandes redes do varejo farmacêutico totalizaram R$ 1,6 bilhão. Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que representa 26 redes, isso significa um aumento de 11,34% em relação ao primeiro trimestre de 2005. De acordo com balanço divulgado pela entidade, o faturamento obtido com as vendas somente de medicamentos alcançou

R$ 1,2 bilhão, o que representa um crescimento de 10,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Pelos dados apresentados, os genéricos parecem ter caído no gosto dos brasileiros. No período, as vendas desse tipo de medicamento alcançaram R$ 141 milhões, ante os R$ 114 milhões comercializados no ano passado, o que significa um aumento de 22,75%. No balanço da Abrafarma, chama a atenção o

faturamento obtido pelas redes com as entregas em domicílio, que alcançou, no período, R$ 76 milhões. Em relação ao mesmo período de 2005, o aumento foi de 29,45%. Itens como xampus, cosméticos, absorventes íntimos, adoçantes, desodorantes, entre outros, da categoria nãomedicamentos, subiram 12% em volume comercializado, passando de 392 mil unidades, em 2005, para 442 mil unidades neste ano. (DC)


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Fórmula 1 Atletismo Tênis Boxe

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

COMEÇA HOJE O MASTERS SERIES DE HAMBURGO

Só tenho de congratular Nadal pelo excelente jogo que fez nesta final." Roger Federer

Alberto Pizzola/AFP

Lluis Gene/AFP

REI ALONSO F Alonso fez a pole e venceu o GP da Espanha de ponta a ponta, diante do Rei Juan Carlos e de 130 mil fanáticos torcedores

ernando Alonso fez o serviço completo no GP da Espanha: saiu na pole e venceu de ponta. Tornou-se o primeiro piloto nascido no país a vencer a prova, diante de 130 mil fanáticos torcedores, que pintaram de azul as arquibancadas do Circuito da Catalunha, na periferia de Barcelona, e de um orgulhoso Rei Juan Carlos, a quem deu uma breve carona antes da prova e que depois lhe entregou o troféu pela vitória. " É provavelmente a melhor sensação até agora em um carro de Fórmula 1. Correr aqui na frente de uma arquibancada toda azul é uma sensação diferente, e 66 voltas não é o suficiente para curtir isso'', disse o atual campeão mundial, que ampliou novamente para 15 pontos sua vantagem sobre

Michael Schumacher na luta pelo bi. Ao alemão da Ferrari, que havia vencido as duas últimas provas, restou o consolo do segundo lugar, à frente da outra Renault, de Giancarlo Fisichella. Felipe Massa chegou em quarto. "Nós simplesmente não fomos rápidos o suficiente hoje, mas ainda falta muito para o final da temporada. Estou razoavelmente feliz por perder apenas dois pontos', disse. Schumacher. "Consegui somar pontos importantes no campeonato", afirmou Massa. Kimi Raikkonen, da McLaren, chegou em quinto, seguido das Honda de Jenson Button, sexto, e Rubens Barrichello, sétimo. "Foi uma corrida difícil, mas ter os dois carros na zona de pontuação não é um mau resultado, considerando

a força da concorrência", afirmou Rubinho, O alemão Nick Heidfeld chegou em oitavo e fechou a zona de pontuação. MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/ Renault), 54; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 39; 3. Raikkonen (FIN/ McLaren), 27; 4. Fisichella (ITA/ Renault), 24; 5. Massa (BRA/Ferrari), 20; 6. Button (ING/Honda), 16; 6. Montoya (COL/McLaren), 15; 8. Barrichello (BRA/Honda), 8; 9. R. Schumacher (ALE/Toyota), 7; 10. Villeneuve (CAN/BMW Sauber), Webber (AUS/Williams) e Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 6; 13. Rosberg (ALE/Williams), 4; 14. Klien (AUT/Red Bull); 15. Coulthard (ESC/Red Bull), 1. MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 78; 2. Ferrari, 59; 3. McLaren, 42; 4. Honda, 24; 5. BMW Sauber, 12; 6. Williams, 10; 7. Toyota, 7; 8. Red Bull, 2.

Marcos D'Paula/AE

Sertão quer revanche Nick Laham/AFP

V

aldemir Pereira, o Sertão, perdeu o título mundial dos penas, versão FIB (Federação Internacional de Boxe) para o norte-americano Eric Aiken, numa decisão polêmica do árbitro, que o desclassificou da luta, na madrugada de domingo, por causa de três golpes abaixo da cintura do rival, em três rounds seguidos. Sertão quer uma revanche e reclama de injustiça. "O calção dele estava alto demais. Não tive a intenção de atingi-lo abaixo da cintura", disse o brasileiro, que perdeu a invencibilidade após 23 vitórias. O ex-lutador Servílio de Oliveira, empresário de Sertão, é mais radical. "O Sertão foi roubado e merece uma nova oportunidade", disse.

Jadel Gregório conquistou a medalha de ouro no GP do Rio depois de 22 horas de viagem

Bom até de maratona J Sertão caiu duas vezes, mas perdeu o título por causa de polêmicos golpes ilegais

adel Gregório enfrentou uma maratona antes de vencer o salto triplo no GP do Rio, ontem. Na sexta, havia ficado com a prata no GP de Doha, no Catar, com 17,20 m. Depois, enfrentou 22 horas de vôo e a perda da bagagem, mas

foi à pista e conquistou o ouro, com 17,13 m. "Achei que não daria tempo de participar, mas dei um jeito de lidar com o cansaço e rendi o que esperava na pista", disse o saltador, que desde o início do ano mora e treina em Londres.

Nadal, para a história

N

um jogo épico, Rafael Nadal (foto) confirmou sua condição de "rei do saibro" ao derrotar o número 1 do mundo, Roger Federer, por 3 a 2 (6/7 (0/7), 7/6 (7/5), 6/4, 2/6 e 7/6 (7/5)), em pouco mais de cinco horas de jogo, e conquistar o bicampeonato do Masters Series de Roma. De quebra, Nadal fez história ao igualar o recorde do argentino Guillermo Vilas de 53 vitórias consecutivas na terra batida. São nove títulos seguidos, três deles (Roma, Montecarlo e Doha) com vitória sobre Federer na final. Pode quebrar o recorde amanhã, em sua estréia no Masters Series de Hamburgo, contra o alemão Tommy Haas. Bater Federer não foi nada fácil. Nadal salvou dois match points no quinto set, e precisou de todo o seu preparo físico invejável para o tie-break - definiu o jogo em seu primeiro match point. "Acho que podia ter perdido. O fator sorte foi importante", disse.


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Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Rede de cristais Swarovski enfeita tiara da loja Black Tie, que fica na Avenida Rebouças.

EXCLUSIVIDADE É A MARCA DA REBOUÇAS

Fotos: Milton Masilha/LUZ

Casamento para todos os gostos e bolsos

Na Rua São Caetano, as noivas encontram vestidos de primeiro aluguel a partir de R$ 1,5 mil. Segundo os estilistas, o preço é mais baixo, mas as tendências e materiais são os mesmos das lojas mais caras.

Para facilitar a vida das noivas e impulsionar as vendas, cada vez mais lojas ligadas a casamentos se concentram nos mesmos lugares. Se antes só havia a "rua das noivas", hoje também existe a "rua dos convites, fotos, docinhos..."

nquanto acompanha a retirada de mais um vestido, a gere n t e M e g C aprioli, da Odut, entrega: tem cliente que sai dos Jardins para fazer o vestido de noiva na Rua São Caetano. "Um modelo de vestido que sai por R$ 8 mil lá, fazemos por R$ 3 mil", conta Meg. "Querida, onde eles compram pedraria, a gente compra também. Com tecido é o mesmo." A São Caetano, conhecida nacionalmente como a rua das noivas, há muito caiu no gosto popular. Virou a 25 de Março das noivas. "A rua deixou de ter glamour e agora atrai mais o povão", afirma o estilista da Occasion Noivas, Marcos Lima, com quase 25 anos de São Caetano. "Há muitos profissionais qualificados, mas também tem muito picareta, que q u e i m a a i m a g e m d a ru a . Além disso, qualquer strass o povo chama de cristal Swarovski", alfineta Marcos. Mas os preços são assim tão

Paulo Pampolin/Hype

diferentes? São. O primeiro aluguel de um vestido na Rua São Caetano, em geral, começa em R$ 1,5 mil. Na Black Tie, tradicional loja na Avenida Rebouças, outro corredor que concentra comércio voltado para o casamento, os vestidos de primeiro aluguel não saem por menos de R$ 3,5 mil. Exclusividade — "A diferença entre nós e a São Caetano é a exclusividade", diz Cristofer Mickenhagen, gerente de Marketing da Black Tie, onde não são feitas duas peças iguais. Realmente, quem vai à São Caetano não está atrás de exclusividade. A personal trainer Fabiana Donato Vieira se casou no último sábado com um vestido alugado na Odut. Pagou R$ 1 mil pelo aluguel de uma roupa que já foi usada "inúmeras" vezes por outras noivas. A gerente Meg diz que a maioria das noivas tem noção certa de quanto pode gastar. Agora, pechinchar, todo mundo pechincha. "Nenhum vestido sai daqui sem muita negociação." Na Odut, a média gasta pelas noivas não passa de R$ 2 mil.

Estilista Sergio Augusto, da Black Tie Paulo Pampolin/Hype

A personal trainer Fabiana Donato escolheu seu vestido para alugar em uma loja da Rua São Caetano

"Nosso negócio não é nome, e sim atender bem a cliente", afirma Meg, que aluga uma média de 40 vestidos por mês. Maio, o mês das noivas? Não para a Black Tie, que atende, de acordo com o gerente de Mar-

keting, noivas de classes média e média alta. "A época do ano mais forte para entrega de peças é setembro", diz Mickenhagen. Entre roupas de noivas, noivos, padrinhos, daminhas e pajens, a loja da Rebouças entregou 800 unidades em apenas um fim de semana de setembro do ano passado. E se na São Caetano, em algumas lojas, a noiva pode pagar em até 12 vezes (quanto mais cedo decidir, em mais meses ela pode pagar), na Black Tie não passa de seis parcelas. Seis pesadas parcelas, porque, se os noivos fecham com a loja, os padrinhos são obrigados a alugar seus fraques e meio-fraques lá. "Como nossas estampas são exclusivas, eles têm que vir aqui alugar suas roupas", justifica o gerente. Tendências — Na Black Tie, as profissões das noivas dizem tudo sobre o vestido que elas vão usar. Segundo a loja, advogadas e médicas têm perfil mais sóbrio, querem um vesti-

do clean. Publicitárias, arquitetas e jornalistas estão no grupo das descontraídas, que desejam uma roupa original. Modelos tradicionais atraem mais as pedagogas e professoras. De acordo com estilistas das duas regiões, os vestidos seguem tendências. O modelo tomara-que-caia com saia evasê está em alta há cerca de três anos, de acordo com o estilista da Occasion, na Rua São Caetano. Na Rebouças, apesar de todas as diferenças, também é esse o modelo que mais sai, diz Sergio Augusto, um dos estilistas da Black Tie. Vestidos de um ombro só ou com cava americana também fazem sucesso. Outra tendência é o estilo grego, que Sergio Augusto traduz como "uma coisa mais diáfana, uma espécie de mistura de Grécia com império, uma linha mais Josefine (esposa de Napoleão Bonaparte)". Entendeu o conceito? Mas a noiva precisa tomar muito cuidado com o local em

Estilo grego está em alta

que será realizada a cerimônia do casamento, aconselha o estilista. "Esse estilo grego combina com ambientes mais modernos, com igrejas barrocas, bufês e campo", observa Augusto. É um dos poucos vestidos de noiva que pode ser usado com sandália e, "se a noiva não tiver braços grossos", pode até colocar um bracelete como acessório. Pode ser usado no inverno também? "Morra de frio, mas morra chique", sentencia o estilista. Kety Shapazian

Cunha Gago também é para noivas

A

Rua Cunha Gago, em Pinheiros, na verdade são duas. Até a Rua Cardeal Arcoverde, a Cunha Gago é uma via de comércio popular. Mas, nos últimos três quarteirões, ela se transforma, e seu foco passa a ser a indústria do casamento. São três empresas de convites, duas de fotografia e vídeo, duas de locação de móveis e objetos, uma de decoração e outra de bemcasados, os famosos doces de casamento, que tradicionalmente são oferecidos aos convidados no fim da festa. "A rua está em formação. Depois que nós viemos, outras empresas também abriram seus negócios na Cunha Gago", conta Carolina Mattos, 23 anos, da Casando com Você. Lá, mãe e filha fazem convites para casamento e para outras festas, como formaturas e bar-mitzvah. Os preços variam de R$ 2,80 a R$ 23 a unidade do convite. O de R$ 23 é um modelo que está sendo gravado em toalha de praia para um casamento em Ilhabela (litoral paulista). Os convites que vendem mais, segundo Carol, que há nove anos trabalha com a mãe, Rita Mattos, são os de R$ 7,50. "Eles saem muito para as noivas de uma classe social boa.

São mais clean, clássicos, com cortes retos", diz Carol. A arte da caligrafia ela aprendeu sozinha. "Desde pequena pegava as penas da minha mãe para brincar e criar letras diferentes." Se a cliente gosta de um tipo de fonte, Carol desenvolve o alfabeto para o convite.

Ela conta que há algumas clientes que querem exclusividade no convite e chegam a pedir a faca (molde) da gráfica de volta, com medo de que seja feito convite igual para outra pessoa. Para "entender as noivas" que atende, Carol faz faculdade de psicologia. (KS)

Paulo Pampolin/Hype

Carolina Mattos, da Casando com Você, especializada em convites, estuda psicologia para entender as clientes


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segunda-feira, 15 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

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-1,55

por cento foi o índice registrado pelo Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) – na sexta-feira.

12/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 10/05/2006 10/05/2006 10/05/2006 10/05/2006 10/05/2006

P.L. do Fundo 5.008.211,61 1.200.766,79 5.306.715,90 2.504.995,10 718.720,08

Valor da Cota Subordinada 1.060,699922 1.012,346032 1.046,475414 1.020,153491 983,366370

% rent.-mês 0,9636 0,7758 1,1206 0,6046 1,2973

% ano 8,5703 1,2346 4,6475 2,0153 -1,6634

Valor da Cota Sênior 0 1.028,942630 1.036,584961 0 0

% rent. - mês 0,4097 0,4463 -

% ano 2,8943 3,6585 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO os últimos anos chegaram ao meu conhecimento várias dúzias de projetos de Estado democrático liberal, de Constituição federalista, de reforma fiscal e judiciária, etc. etc. Por um vício herdado da tradição bacharelesca, os brasileiros adoram as definições doutrinais, sobretudo de coisas que não existem. Liberais e conservadores não escapam à regra. Quando sonham com um futuro melhor, buscam logo transmutá-lo num código e recheá-lo de comentários eruditos, esmiuçando-lhe as mais delicadas nuances conceptuais e fundamentando sua construção ideal em citações de John Locke, Friedrich Hayek, Hannah Arendt e não sei mais quantos luminares do pensamento democrático. Tão intensamente se entregam a esses respeitáveis afazeres, que se esquecem de pensar em três detalhes. Primeiro: Como vamos tirar do caminho os malditos comunistas que ocuparam o espaço inteiro e nos separam do belo ideal a que aspiramos? Segundo: Supondo-se que esse obstáculo já tivesse sido removido, para que serviria ter uma concepção prontinha do Estado democrático, se o próprio exercício da liberdade haveria de produzir, na prática diária, soluções novas e mais apropriadas à situação? Terceiro: Os homens podem matar e morrer por um sonho, mas não o farão por um código. Reduzido à formulação racional de uma proposta jurídica explícita, o ideal já não impele à ação, mas à contradição e ao debate. Quanto mais detalhada a proposta, mais discussão e menos ação. Enquanto os liberais e conservadores brasileiros criam doutrinas, os comunistas dominam o país e aumentam dia a dia o seu poder. E fazem isso sem nenhuma unidade doutrinal, antes curtindo gostosamente a nebulosidade e a indefinição cuja fecundidade estratégica e tática aprenderam com Antonio Gramsci. Por isso é que, se me pedem uma definição de democracia liberal, saco do meu revólver. Não digo isso por ser um praticista avesso a teorias. Adoro teorias, mas não quando se transformam em fetiches. Teorias só são boas quando se contentam em ser expressões provisórias da realidade apreendida na experiência. E, como estudei um pouquinho de Hegel, sei que, no domínio das coisas humanas, o sentido real de um conceito não está no significado nominal da sua expressão verbal: está naquilo que se opõe a ele, não enquanto idéia, mas enquanto realidade. Para sabermos o que pode e deve ser a democracia liberal no Brasil, não temos de formulála doutrinalmente, mas de olhar em torno e entender as causas que levaram ao triunfo do seu oposto. Da própria dialética histórica que produziu a hegemonia esquerdista é que temos de obter o sentido e a direção dos nossos esforços. Essa dialética mostra, desde logo, que a mixórdia doutrinal da esquerda foi, de maneira aparentemente paradoxal, um dos segredos da sua vitória. Diluindo numa pasta confusa a antiga ideologia monolítica dos partidos comunistas, a esquerda continental ampliou formidavelmente sua base de apoio e obteve os meios de sugar o prestígio dos ideais democráticos, dos valores morais e até

N

segunda-feira, 15 de maio de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

O dever que nos espera

do cristianismo. Esse inimigo informe e onipresente é o avesso daquilo que queremos. Invertê-lo não é fácil, mas é o único meio de vislumbrar um futuro democrático para o Brasil. E isso é uma questão de estratégia e tática, não de doutrina. Não podemos esquecer, desde logo, que a base da hegemonia comunista neste país foi construída sobre o prestígio mágico de umas quantas dezenas de intelectuais de esquerda. Digo "mágico" porque há algo de feitiço no modo como tantos charlatães semicultos puderam adquirir a autoridade quase sacerdotal que os transformou em juízes supremos da moralidade pública. Sem destruir primeiro o encanto desses ídolos de papier mâché, nenhum futuro terá a democracia liberal no Brasil. Ele foi o cimento psicológico que deu solidez ao edifício do poder petista e tornou possível que um bando de delinqüentes dominasse o país em nome da moral. Mais urgente do que definir a democracia liberal é destruir um a um os falsos prestígios que bloqueiam o acesso da juventude universi-

tária ao conhecimento dela. Não falo propriamente de "guerra cultural". Guerra cultural é luta de idéias. Desmascarar vigaristas é algo ao mesmo tempo mais simples e mais dificultoso que uma luta de idéias. Trata-se de contestar, na base, qualquer pretensão de autoridade intelectual dos usurpadores e charlatães que dominaram o universo cultural brasileiro. Para isso não é preciso expor as nossas idéias nem discutir as deles. É preciso apenas demonstrar que não têm idéia nenhuma, apenas "ideologia" no sentido antigo e pejorativo do termo, isto é, um "vestido de idéias" (Ideenkleid) encobrindo o desejo de poder e os mais sórdidos interesses grupais. Desprovida de seus ídolos acadêmicos, a juventude sairá em busca de novos polos de orientação. Esse sim será o momento de expor e discutir doutrinas. O segundo pilar de sustentação da hegemonia esquerdista é o controle da informação. O povo brasileiro pouco ou nada sabe do Foro de São Paulo, da estratégia criminosa continental, dos nexos

secretos entre narcotráfico, seqüestros, assassinatos, revolução e petróleo, sem cujo conhecimento é impossível entender o que se passa hoje. Por exemplo, a recente denúncia dos crimes petistas pôde ser facilmente reaproveitada em prol do mito da superioridade moral esquerdista mediante o artifício de imputar as culpas a "um grupo", encobrindo a articulação maior que o colocou no poder e que, expurgada de dois ou três ladrões de galinha mais notórios, continuará a operar com redobrado prestígio moral. Estudar, conhecer e divulgar o alcance e o funcionamento do esquema inteiro é muito mais urgente para os liberais e conservadores do que definir e expor suas doutrinas. A difusão de idéias pressupõe um ambiente de clareza e sinceridade, que não existe nas presentes condições de ocultação geral e mentiras cruzadas. É preciso antes limpar a atmosfera, diluir a névoa infernal que cega e estupidifica a audiência. O terceiro sustentáculo do império do crime é a rede de apoios que a ignomínia esquerdista conseguiu tecer entre banqueiros, empresários, investidores da bolsa e potentados da mídia, na base de interesses imediatistas em nome dos quais essa gente vende a honra que nunca teve e a pátria que ainda tem. A extensão dessa rede é quase impossível de calcular. Um indício eloqüente obtém-se pelas reações de algumas dessas criaturas ao ato de guerra empreendido pelo sr. Evo Imorales contra o patrimônio nacional. Desculpam-no e celebram-no sob os pretextos mais fúteis, postiços e absurdos. Querem até que tenhamos peninha de um "povo sofrido", como se a massa de cocaleros não vivesse, há décadas, de espalhar o vício e a morte entre os jovens do continente. Um pai que, na miséria, prostitui suas filhas, merece mais respeito do que aquele que sobrevive de desgraçar os filhos dos outros. Cocaína é isso, não é outra coisa. Evo Imorales é isso, não é outra

ma ante os nossos olhos. Essas são as três primeiras etapas de uma autodefinição da democracia liberal no Brasil. Definição que não deve surgir de especulações teóricas prévias, mas da própria prática das virtudes essenciais do debate democrático: transparência, sinceridade e idoneidade. É preciso por em ação estas armas temíveis. Elas nos ensinarão – a nós e a nossos ouvintes – o que é a democracia liberal. Cortar as línguas dos falsos profetas, dissipar a treva que espalharam com suas bocas mentirosas, destruir as muralhas da antidemocracia que nos oprime – estas são as tarefas primordiais da intelectualidade conservadora e liberal no Brasil. Para exercê-las, não é preciso ter nenhuma definição clara e final da fórmula democrática com que sonhamos. É preciso apenas ter vivo nos nossos corações o ideal da liberdade e do império das leis. Esse ideal pode continuar vago e impreciso durante todo o período inicial da luta, que equivale àquilo que os antigos retóricos chamavam a pars destruens, a parte destrutiva do serviço, o longo e dificultoso "trabalho do negativo", como o chamava Hegel: os ideais se esclarecerão e se transformarão em fórmulas práticas no próprio curso do combate.

Enquanto os liberais e conservadores brasileiros criam doutrinas, os comunistas dominam o país e aumentam dia a dia o seu poder.

A mixórdia doutrinal da esquerda foi, de maneira aparentemente paradoxal, um dos segredos da sua vitória.

Para sabermos o que deve ser a democracia liberal no Brasil, não temos de formulá-la, mas de olhar em torno e entender as causas que levaram ao triunfo do seu oposto.

Sustentáculos do império do crime são os apoios que a ignomínia esquerdista conseguiu tecer entre banqueiros, empresários, investidores da bolsa e potentados da mídia (...)

coisa. A economia boliviana é isso, não é outra coisa. E se precisam tanto de petróleo, não é para encher o tanque dos carros que não têm: é porque daí sai o único solvente para o processamento da cocaína. Os poços brasileiros vão servir é para fazer um upgrade na indústria boliviana da morte. Muita gente sabe disso. Mas, se pedimos o apoio de certos donos do capital financeiro à nossa luta contra o maior crime de que o Brasil foi vítima nas últimas décadas, eles nos respondem que estão contentinhos, que nunca ganharam tanto dinheiro, que o governo Lula tem um sex appeal irresistível. Isso é um bando de criminosos tão abominável quanto a turma do Mensalão. Identificá-los e desmascará-los é uma providência sem a qual nenhuma esperança sensata se pode depositar na futura democracia liberal brasileira. É, ademais, tarefa pedagógica, que nos esclarecerá, no curso da sua execução, sobre as estruturas de poder em que se assenta a pax luliana, o sorridente domínio do mal neste país. É derrubando os obstáculos que a democracia liberal irá tomando for-

Raciocinar na pura atmosfera abstrata e rarefeita das formulações doutrinais é para acadêmicos e beletristas. Tanto o filósofo genuíno quanto o líder político sério raciocinam, isto sim, desde dentro do próprio fluxo da realidade, agindo e experimentando, aprendendo com a experiência e fazendo a cada momento os ajustes necessários a manter a intuição clara do rumo das coisas. É este o apelo que, na auspiciosa abertura do nosso seminário "Democracia, Liberdade e o Império das Leis", faço aos meus colegas de debate e a todos aqueles que ainda crêem na possibilidade de salvar o Brasil e o continente latinoamericano da armadilha cruel e estúpida em que estamos caindo. Fujam das fórmulas, atenham-se aos fatos e às ações. Tentem compreender o que está acontecendo. Busquem informação. Não temam as hipóteses arrojadas. Testem-nas na experiência. Aprendam e lutem. O conhecimento que não vem de um "saber de experiência feito" é um luxo inútil, um fardo pesado que oprime a inteligência e debilita os ânimos.


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Senado Planalto Corrupção CPI dos Bingos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

Cumprirei com serenidade e respeito as decisões proferidas. Waldomiro Diniz, exassessor da Casa Civil

SANGUESSUGA: CÂMARA MANTÉM LISTA EM SIGILO.

AS ACUSAÇÕES: FORMAÇÃO DE QUADRILHA E FALSIDADE IDEOLÓGICA. Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo/02-03-2004

Ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz: 'Continuo, como sempre estive, à disposição da Justiça'.

POLÍCIA QUER PRISÃO PREVENTIVA DE WALDOMIRO DINIZ

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ois anos e três meses depois de ser exonerado do governo federal pela acusação de ter pedido propina ao empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Waldomiro Diniz, terá a sua prisão preventiva solicitada pela Delegacia de Combate às Ações do Crime Organizado (Draco), do Rio. No governo, Waldomiro foi um dos principais assessores do então ministro da Casa Civil, o hoje deputado cassado José Dirceu (PT-SP).

Waldomiro, que já tinha sido acusado formalmente por corrupção passiva, agora será indiciado por formação de quadrilha, enriquecimento ilícito e falsidade ideológica, entre outros crimes. O relatório final do inquérito 008/2004 será encaminhado hoje pelo delegado Milton Olivier para a 23.ª Promotoria de Investigação Criminal do Ministério Público Estadual. No inquérito, Cachoeira, já indiciado por corrupção ativa, será acusado pelos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica. Além dos dois, outras oito pessoas serão

indiciadas, incluindo o ex-deputado e ex-bispo da Igreja Universal Carlos Rodrigues, que está preso em Cuiabá (MT), acusado de desviar dinheiro público destinado à compra de ambulâncias. Cachoeira e Rodrigues também terão a prisão preventiva requerida. Loterj – A polícia apurou a gestão de Waldomiro Diniz na presidência da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj). Ele será acusado de beneficiar o empresário de jogos manipulando concorrências para que a empresa Combralog, de Carlinhos Cachoeira, ganhasse a licita-

ção para explorar jogos eletrônicos online no estado. Usando também o que foi apurado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa do Rio, o relatório a ser encaminhado ao promotor Homero das Neves Freitas Filho concluirá que Waldomiro usou de sua influência com o presidente da Associação de Bingos do Estado, José Renato Granado Ferreira, para que Cachoeira fornecesse as máquinas de jogos eletrônicos aos bingos. Contraventor – No entendimento do delegado, o empresário goiano – que para a polícia é, antes de tudo, um contraventor do jogo do bicho – conseguiu colocar suas máquinas eletrônicas de jogos no Rio de Janeiro com a ajuda de Waldomiro. Este será acusado ainda de, como presidente da Loterj, ter autorizado o funcionamento de bingos irregulares no Rio. Por conta desses "favores" é que Waldomiro, na análise da polícia, teria conseguido enriquecer ilicitamente, o que lhe permitiu, inclusive, adquirir uma residência em Brasília por R$ 290 mil pagos à vista. O advogado do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Luís Guilherme Vieira, lembrou ontem que não existe respaldo legal para o pedido de prisão preventiva que, inclusive, já tinha sido sugerida pela CPI da Alerj ao Ministério Público Estadual. Disse ainda que seu cliente nunca deixou de comparecer, pessoalmente, onde foi convocado. Já Diniz, por meio do advogado, fez chegar ao jornal O Estado de S. Paulo mensagem eletrônica afirmando estar à disposição da Justiça. "Continuo, como sempre estive, à disposição da Justiça, pois a ela cabe e caberá o julgamento dos meus atos. Nunca me furtei ou furtarei de comparecer em qualquer instância onde for convocado. Cumprirei com serenidade e respeito as decisões proferidas", diz no texto. (AE)

Alan Marques/ Folha Imagem - 04/05/2006

BISPO RODRIGUES ACUSADO DE DESVIO NA LOTERJ

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reso na Operação Sanguessuga, acusado de receber verba pública destinada à compra de ambulâncias, o ex-deputado Carlos Rodrigues (RJ), conhecido como bispo Rodrigues, será acusado em mais um processo judicial. Ele renunciou ao mandato depois que Roberto Jefferson (PTB-RJ) o apontou como beneficiado pelo mensalão. No relatório do delegado Milton Olivier, o ex-líder do PL será acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e apropriação indébita, entre outros crimes. Pelo inquérito, ele recebeu dinheiro desviado da Loterj, além de ter ficado com parte dos salários de assessores que em-

pregou na autarquia. A verba desviada saía como recurso publicitário, o que justificaria o seu aumento vertiginoso no ano de 2002, quando foram utilizados R$ 20 milhões, ou 38% da arrecadação de R$ 52,7 milhões. O normal seria um gasto máximo de 10%. Apesar deste aumento de despesa, a venda das raspadinhas cresceu apenas 2,5%. Agência – Oficialmente o dinheiro saía da Giovanni, agência de publicidade da Loterj, para a Job, empresa de outdoors, e parte dele chegava às mãos do então deputado Antônio Valdeci Paiva, também bispo da Igreja Universal. Assessores do parlamentar, assassinado em janeiro

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que está presa em Mato Grosso e entregou à PF lista com nomes de deputados supostamente envolvidos. Já estão confirmados para hoje os depoimentos do delegado Tardelli Boaventura, que comandou as investigações na PF; e do procurador Paulo Gomes Ferreira Filho, designado pelo Ministério Público para acompanhar o caso. Tardelli será ouvido às 10h30, e Paulo Gomes, às 15 horas. A intenção da comissão de sindicância é ouvir na próxima semana os deputados suspei-

Preço político

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s tucanos querem saber qual será o preço político que podem pagar pela ação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo. As manchetes de jornais serão usadas pelo PT na campanha de televisão. Em tempo: até ontem, já eram 180 os ataques da criminalidade com mais de 80 mortes. Os petistas se preparam para responsabilizar diretamente o ex-governador Geraldo Alckmin pela ação do PCC. Vão lembrar que Cláudio Lembo herdou uma política de segurança desastrosa, que foi colocada em prática por Mário Covas. Se prevalecer na convenção de 11 de junho a decisão do PMDB de não lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto, as eleições presidenciais podem ser decididas já no primeiro turno. Sem o candidato do PMDB, a disputa será polarizada entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Resta saber como os dois trabalharão as propostas para a segurança pública na campanha.

ORÇAMENTO O corte nas despesas do Orçamento federal de 2006, a ser anunciado hoje, deverá ficar próximo dos R$ 16 bilhões. O aperto visa garantir o cumprimento da meta de superávit primário (4,25% do PIB). O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não informou sequer se o Orçamento de segurança pública será preservado.

O CORTE Paulo Bernardo diz que os problemas que ocorrem no Estado não podem ser atribuídos à falta de recursos federais porque as transferências a estados e municípios teriam crescido 23% em termos reais em 2005, ante 2004.

PMDB O PMDB tinha dois précandidatos a presidente (Anthony Garotinho e Itamar franco) , mas na convenção extraordinária de sábado, que está subjudice, decidiu não lançar candidato próprio. A decisão foi tomada devido à verticalização, que obriga os partidos a seguirem nos estados a mesma coligação estabelecida no plano federal.

PMDB. O presidente do partido, Michel Temer já esperava pela iniciativa. A cúpula realizou a convenção sabendo que seu resultado seria contestado na Justiça.

ASSÉDIO Apesar de decidir em não apoiar nenhum dos candidatos (Lula e Alckmin), mesmo assim o PMDB continuará sendo assediado por PT e PSDB. Lula e Alckmin querem o apoio do PMDB, porque o partido é muito bem estruturado nos estados e dispõe de bom tempo de campanha (8 minutos e 23 segundos) na televisão.

CHAPA O PT, por exemplo, continua sonhando com um vice do PMDB para Lula. Vários nomes são citados por petistas, como os de Nelson Jobim e do próprio ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos. Não faltam petistas que lembram ainda do nome do expresidente Itamar Franco.

EM ALTA Mas, quem está em alta é o ex-ministro Ciro Gomes, que pode ser indicado pelo PSB para a vice de Lula. O presidente gostaria, ainda, que seu vice fosse novamente José Alencar, mas as costuras políticas são mais favoráveis a Ciro Gomes.

ENCONTRO

Preso na Operação Sanguessuga, Rodrigues enfrenta outra acusação.

de 2003, garantem que os recursos eram repassados ao então líder do PL, bispo Rodrigues. Para o delegado Olivier, os desvios que ocorriam na Loterj podem ser o motivo do assassinato de Valdeci. Até hoje, acredita-se que a morte dele tenha sido encomendada pelo deputado estadual Marcos Abrahão, suplente da vítima. A investigação também juntou indícios de que alguns empregados da Loterj, que tinham sido indicados pelo bispo Rodrigues, tiveram parte de seus salá-

rios confiscada pelo ex-deputado. Ele teria usado o dinheiro da conta de um dos funcionários até para pagar contas de luz da sede regional do PL. Pelo menos 20 pessoas já foram presas por conta da Operação Sanguessuga, entre elas o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC), que foi cassado no final do ano passado. A PF ainda não forneceu detalhes sobre o envolvimento do ex-deputado no esquema de compra fraudulenta de ambulâncias e nem sobre o bispo Rodrigues. (AE)

PF E MP VÃO SE EXPLICAR SOBRE SANGUESSUGA Comissão de Sindicância, que apura denúncias resultantes da Operação Sanguessuga, começa a ouvir nesta semana os responsáveis pela investigação na Polícia Federal (PF) e no Ministério Público (MP), além de representantes da empresa Planam, acusada de montar o esquema de superfaturamento de UTIs móveis e de pagar propinas a parlamentares. Será ouvida também a exassessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino,

Eymar Mascaro

tos de envolvimento no esquema de superfaturamento de ambulâncias e equipamentos hospitalares. Lista-bomba– O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), garantiu que a lista contendo nomes de parlamentares, divulgada por Maria da Penha, continuará sob a guarda da CorregedoriaGeral da Casa até que sejam feitas as investigações. "Como a lista não veio acompanhada de qualquer investigação, nem policial nem do MP, ela vai ficar sob a guarda do corre-

gedor, deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que acompanhará as investigações resultantes do depoimento", disse. Aldo Rebelo lembrou que a primeira lista enviada à Câmara, abriu "procedimentos" porque ela estava acompanhada de provas colhidas nas investigações, como transcrições de diálogos e gravações envolvendo deputados. Em relação à nova lista, encaminhada na última quinta-feira, disse que cabe à Casa esperar que as investigações sejam feitas e acompanhá-las. (AC)

PREJUÍZO O PMDB é o partido com mais candidatos a governador. A verticalização, portanto, impede o partido de fazer coligações diferentes nos estados. Calcula-se que o PMDB terá candidatos a governador em pelo menos 15 estados.

RECURSO Os peemedebistas já esperavam pelo recurso que Anthony Garotinho encaminharia à Justiça contestando a convenção de sábado. O précandidato justifica que venceu as prévias do partido contra Germano Rigotto (governador do RS). Portanto, reconhecendo que é o natural candidato à presidência.

SURPRESA A decisão de um deputado ligado a Garotinho (Eduardo Cunham -RJ) de recorrer à justiça, portanto, não surpreendeu a cúpula do

O PFL quer se reunir amanhã para decidir sobre o vice que o partido deve indicar para Alckmin. O partido tem dois candidatos, os senadores José Agripino (RN) e José Jorge (PE). Esta reunião do PFL estava prevista para o dia 25.

PREFERÊNCIA É voz corrente que se depender do presidente do PFL, Jorge Bornhausen, o vice de Alckmin será o senador por Pernambuco, José Jorge. Acontece que Antonio Carlos Magalhães, outro cardeal do partido, tem preferência por José Agripino, do Rio Grande do Norte. A disputa entre os dois caciques é acirrada.

NAMORO Alckmin quer ampliar as coligações do PSDB. Pensa, por exemplo, em atrair o apoio do PPS e PDT, no segundo turno. O PPS terá como candidato o deputado Roberto Freire (PE), enquanto o candidato do PDT deve ser o senador Cristovam Buarque (DF), indicado ontem. O nome dele deve ser ratificado na convenção do PDT em junho.


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Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

4,32

NOVO MERCADO DA BOVESPA TEM 28 EMPRESAS

por cento é a previsão dos analistas do mercado financeiro para a inflação medida pelo IPCA em 2006.

GANHO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DO ANO FOI INFLADO POR CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS

BANCO DO BRASIL LUCRA R$ 2,34 BI Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 16/5/05

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Banco do Brasil (BB) obteve lucro líquido de R$ 2,34 bilhões no primeiro trimestre do ano, valor 143% superior ao registrado um ano antes. O lucro do banco estatal, porém, que superou com certa folga os ganhos dos gigantes privados Bradesco (R$ 1,53 bilhão) e Itaú (R$ 1,45 bilhão), foi inflado por uma decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), que permitiu a incorporação pelo BB de créditos tributários no valor de R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre. Como R$ 500 milhões desse total foram utilizados para reforçar as provisões do BB contra "volatilidades futuras", um total de R$ 1,4 bilhão foi efetivamente incorporado ao resultado do banco. Descontado esse recurso, o lucro líquido resultante das atividades bancárias do BB no trimestre (resultado recorrente) foi de R$ 938 milhões, 14% maior que o desempenho recorrente dos primeiros três meses de 2005. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do BB, sem contar efeitos extraordinários, foi de 23%. Sem o ganho extraordinário, o BB cai para o terceiro lugar no ranking dos bancos mais lucrativos que já divulgaram os resultados relativos ao primeiro trimestre. Ele fica à frente apenas do Unibanco, cujo lucro líquido no período foi de R$ 520,4 milhões. Maior banco do País, o BB chegou ao final de março com uma carteira de crédito total de R$ 95,7 bilhões (descontados avais, fianças e financiamentos para o segmento de comér-

cio exterior), saldo 14,8% maior que o do ano anterior. Os saldos das carteiras de crédito de Bradesco e Itaú cresceram 28% e 25,5%, respectivamente, nesse mesmo período. Consignado — Por segmentos, a carteira de crédito ao consumidor do BB cresceu 15,9% no período de janeiro a março, para R$ 19,77 bilhões, e os repasses de recursos livres a pessoa física, 27,1%, para R$ 18,6 bilhões. No crédito consignado (com desconto em folha de pagamento), as operações contratadas aumentaram 165,3%, para R$ 4,69 bilhões. "Temos caprichado na oferta de crédito em nossa rede de agências, bem como nos terminais de atendimento automático, em que, com base em análises de risco, disponibilizamos limites pré-aprovados para os nossos 23 milhões de clientes", afirmou o vice-presidente de Varejo do BB, Antonio Francisco Lima Neto. A inadimplência média da carteira do banco era de 4,3% do total contratado no final de março, enquanto as provisões contra créditos de difícil recebimento totalizavam 7,3% da carteira, percentual equivalente a R$ 7,7 bilhões. O Banco Popular, subsidiária do BB voltada ao microcrédito, teve prejuízo de R$ 14,8 milhões de janeiro a março, com queda de 14% frente à perda de R$ 17,3 milhões no último trimestre de 2005. "Se considerarmos que é um banco em processo de maturação, não é um mau resultado" comentou o presidente do Banco Popular do Brasil, Robson Rocha. (AG)

Proibida TAC em consignado

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s bancos que operam com o empréstimo com desconto em folha para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não poderão mais cobrar a Taxa de Abertura de Crédito (TAC) nas novas operações, por determinação do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). O Conselho decidiu pela proibição depois de receber solicitação dos representantes dos aposentados. De acordo com o INSS, os bancos são obrigados a cumprir a decisão. A instituição que insistir na cobrança pode ser punida com a suspensão provisória das operações ou até mesmo com o descredenciamento. Não havia nenhum dispositivo regulamentando o valor

da taxa, que variava de um banco para outro. Alguns cobravam um valor fixo em reais. A maioria, um percentual sobre o valor do empréstimo, que podia chegar até a 5%. O chamado empréstimo consignado é uma das modalidades de crédito que mais crescem no País. Só em abril, segundo dados da Previdência Social, os empréstimos com desconto em folha movimentaram R$ 470,7 milhões. Os valores acumulados desde que essa modalidade de crédito passou a ser oferecida pelos bancos, em maio de 2004, atingiram R$ 13,7 bilhões em abril. Nesse tipo de empréstimo, o segurado não pode comprometer mais de 30% do benefício com o pagamento das parcelas mensais. (AE)

Dia de tensão nos mercados Juro dos Estados Unidos causa apreensão

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Presidido por Rossano Maranhão, BB reforçou provisões em R$ 500 mi

Lupatech estréia com alta na Bovespa

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Lupatech, líder brasileira na produção e vendas de válvulas industriais, entrou ontem no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No primeiro dia de negócios, os papéis da empresa fecharam com valorização de 5,95%, cotados a R$ 23,31. Dos participantes da oferta pública de ações ordinárias (com direito a voto) da empresa, 80% são investidores estrangeiros e 20%, pequenos investidores locais. A Petrobras é um dos principais clientes da companhia, que vende equipamentos especialmente para os setores de petróleo e gás. Segundo o presidente da Lupatech, Nestor Perinia, a crise com a Bolívia não afeta os negócios da empresa porque o

impacto sobre a estatal Petrobras deve ser mínimo. As exportações da Lupatech representam 15% do faturamento. Os principais mercados são os Estados Unidos e a Europa — principalmente Alemanha e Itália. Cingapura também faz parte dos clientes estrangeiros, segundo o diretor Financeiro e de Relações com o Mercado, Thiago Oliveira. O executivo informou que este ano a Lupatech pretende se concentrar em aquisições. Os segmentos especiais de listagem da Bovespa já têm 76 companhias (28 no Novo Mercado, 13 no Nível 2 e 35 no Nível 1). A empresa passa a compor a carteira do Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC). Renato Carbonari Ibelli

Bolsa chinesa tem recorde

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a contramão das perdas registradas nos mercados acionários da Ásia, os principais índices referenciais da Bolsa da China fecharam no nível mais elevado em 25 anos, com um giro recorde, após as operadoras locais das bolsas indicarem flexibilização nas regras para negociação de ações A.

Hoje, as ações compradas nas bolsas chinesas têm de ser transferidas para uma conta dos investidores e devem ser mantidas na carteira por pelo menos um dia antes de serem revendidas. Mas, a partir de julho, apenas as ações B, denominadas em moeda estrangeira, terão que ser mantidas em carteira. (AE)

s mercados financeiros viveram um dia de nervosismo ontem, com investidores reduzindo sua exposição a ativos que oferecem maior risco, em especial os dos países emergentes, como o Brasil. O resultado foi a alta do dólar comercial e a desvalorização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A explicação para o comportamento dos investidores é o temor de elevação da taxa de juros nos Estados Unidos. A onda de violência no Estado de São Paulo não chegou a prejudicar diretamente as operações, mas fez a Bovespa cancelar o pregão noturno (after market). A decisão foi acompanhada pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que determinou a suspensão dos negócios noturnos com Ibovespa (principal indicador da bolsa de valores) futuro. No mercado de ações, houve queda pelo quarto pregão consecutivo. O Ibovespa encerrou os negócios com uma queda de 2,34%, em 39.271 pontos. O volume financeiro totalizou os R$ 4,37 bilhões. Dólar — O dólar comercial teve mais um dia — o terceiro seguido — de valorização. A moeda norte-americana chegou ao fim dos negócios com alta de 1,96%, cotada a R$ 2,186

na ponta de venda. Em três dias, o dólar chega a acumular uma elevação de 6,07%. "O clima ficou tenso. O humor do mercado mudou bastante", disse o gerente de câmbio de um banco estrangeiro. "Parece que a cautela está voltando aos mercados internacionais", acrescentou. Segundo ele, o fluxo foi maior no mercado futuro, o que normalmente sinaliza ajuste de posições dos investidores, em especial estrangeiros. O responsável por câmbio do banco ING, Alexandre Vasarhelyi, afirmou que o cenário de aversão a risco não se limitou ao mercado brasileiro. Depois de aumentar o volume de compra de dólares na semana passada, o Banco Central não realizou leilão ontem. Foi a primeira vez que o BC não atuou no mercado à vista desde o fim de março passado. Com relação à violência em São Paulo, operadores disseram que ela contribuiu para causar mais desconforto durante as operações. "Os ataques não deixam de ser uma notícia ruim para o investidor estrangeiro. Qualquer coisa que afronte uma instituição altera a imagem do País", afirmou um profissional. Alguns operadores foram dispensados mais cedo. (Reuters)

Previsão melhor para o PIB

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mercado financeiro elevou de 3,51% para 3,57% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, conforme pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central (BC). Apesar da melhora, a previsão ainda é menos otimista que a do BC, de 4%. "Não acredito que possamos ter uma expansão do PIB muito acima desse patamar", disse o economista-chefe da Corretora Concórdia, Elson Teles. A chance de a projeção do BC ser alcançada, na opinião do economista, é inexistente. "Ficaremos mesmo entre 3,5% e 3,6%", comentou. Com crescimento moderado, as estimativas de mercado para a inflação deste ano continuaram a cair e recuaram de

4,33% para 4,32%, percentual ainda menor que a meta central de 4,50% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Menos otimista, Teles acredita que o IPCA poderá fechar o ano em torno dos 5%. Os juros básicos, apesar de uma possível alta da inflação, deverão continuar caindo nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). As quedas, no entanto, deverão ocorrer em uma intensidade menor do que a observada até o mês de abril, quando os juros foram reduzidos em 0,75 ponto percentual. "Acredito que já na reunião do fim deste mês a queda será de apenas 0,5 ponto percentual", comentou Teles. (AE)


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2 -.LOGO

Logo Logo

O Peru precisa de autoridade e ordem. Não quero uma democracia molenga

N ATUREZA

Aquecimento ameaça a vida humana Milhões de pessoas em todo o mundo enfrentarão a morte e a devastação provocadas por enchentes, fome, seca e violência provocadas pelo aquecimento global, informa uma agência filantrópica religiosa. Relatório divulgado pelo grupo Christian Aid (Ajuda Cristã), que reúne ações de caridade de igrejas cristãs da Grã-Bretanha e Irlanda, diz que 162 milhões de pessoas na África subsaariana poderão

perecer, neste século, de doenças que podem ser atribuídas à mudança no clima da Terra. O texto pede que o governo britânico lidere os países ricos para agir e deter o aquecimento do planeta e encoraje as regiões pobres a adotar fontes de energia renováveis. O relatório também alerta para a possibilidade de violência, com as pessoas lutando por recursos que se tornam escassos. (AE)

S IMPATIA

P UBLICIDADE

Copa técnico Carlos Alberto Parreira anunciou ontem os 2 3 j o g a d o re s q u e disputarão a Copa do Mundo da Alemanha, que começa no dia 9 de junho. Sem surpresas de última hora, o destaque foi a confirmação de alguns nomes que não estavam garantidos: o goleiro Rogério Ceni, o zagueiro Cris, o lateral-esquerdo Gilberto e o atacante Fred. Em busca do hexa, houve uma renovação de mais de 50% em relação ao grupo que disputou a Copa de 2002. Mas a base da seleção continua a mesma que conquistou o penta na Coréia/Japão: Dida, Cafu, Roberto Carlos, Lúcio, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Por isso, Parreira considera que a seleção está com a média etária, entre 28 a 30 anos, perfeita. "O Brasil mesclou juventude e experiência na intensidade ideal para ser campeão mais uma vez".

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Anúncios publicitários antigos que fazem parte da história de Nova York serão leiloados no próximo dia 18. Os desenhos, placas e anúncios em neon pertencem à companhia Artkraft Strauss, responsável pela maioria das propagandas colocadas na Times Square há décadas. Alguns ficaram famosos, como o da CocaCola, em 1991, que tinha quase 20 metros de altura e, com a ajuda de jogos de luz criava a impressão de que o líquido saía da garrafa.

Vídeo de Paris Cientista estoniana Hilton nas locadoras é presa no Rio

E M

MAIO

Entre os convocados estão os jogadores Rogério Ceni, Cris, Gilberto e Fred que, apesar de não estarem garantidos, eram esperados

O

B IOPIRATARIA

O polêmico filme caseiro de Paris Hilton, a herdeira da cadeia de hotéis Hilton, chega ao mercado brasileiro em vídeo e DVD este mês depois de muita controvérsia sobre se seria ou não divulgado. O vídeo, que foi descoberto e estourou em diversos sites, em 2003, mostra Paris, que na época da gravação tinha 19 anos, fazendo de tudo com seu namorado Rich Salomon. O filme chega às prateleiras do País com o título "Uma Noite em Paris", pelo selo da Platinum Plus.

Dia do gari Último dia para o recolhimento do ICMS

O Time

Anúncios históricos vão a leilão em NY

E ROTISMO

16

www.dcomercio.com.br/logo/

Alan García, ex-presidente social-democrata e líder nas pesquisas para a presidência do Peru

O ator Johnny Depp é a estrela de Hollywood mais amável na hora de dar autógrafos, segundo pesquisa da Autograph Collectors

terça-feira, 16 de maio de 2006

Uma cientista estoniana foi presa em flagrante pela Polícia Federal ontem, no aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio. Merike Kelve foi detida quando embarcava no vôo 0443 da Air France com quatro fragmentos de esponjas marinhas da fauna brasileira. O material estava em sua bagagem de mão e ela não tinha autorização legal para leválo para o exterior. A cientista responderá pelo crime de remessa ilegal de patrimônio genético brasileiro.

Dida

Lúcio

Émerson

Juninho Pern.

Júlio César

Juan

Zé Roberto

Cafu

L ÍBIA

EUA normalizam relações com país O governo americano vai normalizar as relações com a Líbia e retirar o país da lista dos que apóiam o terrorismo. O anúncio foi feito ontem pela secretária de Estado, Condoleezza Rice. Segundo ela, os Estados Unidos vão transformar sua representação em Trípoli em uma embaixada, continuando o processo iniciado em 2003, quando a Líbia concordou em abrir mão de seu programa de armas nucleares. Com a medida, os EUA esperam ampliar a pressão sobre o Irã e a Coréia do Norte, mostrando que "recompensam" seus aliados. B RAZIL COM Z

Luisão

Edmílson

Adriano

Cris

Robinho

Gilberto Silva

Cicinho

Fred

Roberto Carlos

Kaka

Gilberto

Ricardinho

PCC na mídia internacional A onda de ataques à polícia no estado de São Paulo continua merecendo destaque na imprensa internacional. Durante todo o dia de ontem, tudo o que acontecia no País foi relatado nos sites de notícias dos principais jornais. Entre eles estavam The New York Times, dos EUA, Financial Times, do Reino Unido, Le Monde, da França, El País, da Espanha, e o Clarín, da Argentina. http://www.nytimes.com/ http://news.ft.com/home/us http://www.lemonde.fr/ http://www.elpais.es/ http://www.clarin.com

Rogério

Ronaldinho

Ronaldo

S AÚDE

Fitoterápico da menopausa

Carlos Moraes/AE

Chega ao mercado neste mês o resultado do primeiro contrato de licenciamento da Agência de Inovação da Unicamp (Inova). O produto, um medicamento fitoterápico para a reposição hormonal durante a menopausa, é resultado de cinco anos de pesquisas do professor aposentado da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Yong Kun Park. O fitoterápico com ação antioxidante substitui a atividade do hormônio feminino estrogênio e é indicado para a prevenção da osteoporose e para o tratamento da diabete.

C A R T A Z

CULTURA Por Ti América. Exposição sobre arte e cultura pré-colombiana. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Das 10h às 21h. Grátis. Tel. (11) 3313-3651.

S HOW

L

SELEÇÃO – O técnico Carlos Alberto Parreira e seu auxiliar técnico, Mario Jorge Lobo Zagallo, durante o anúncio da lista dos 23 jogadores brasileiros convocados para disputar a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.

J USTIÇA

Pimenta Neves está livre Juiz decidiu que o jornalista não pode ser preso até conclusão do julgamento

Tudo para prevenir e tratar a diabetes

A GadgetShop está anunciando este prático liquidificador que funciona com quatro pilhas AA, para ser usado em qualquer lugar. O aparelho tem o tamanho ideal para ser transportado em cestas de piquenique e valises (22 cm de altura). Custa cerca de US$ 19 no site. http://www.thegadgetshop.com/pws/

Quer mais informações sobre a diabetes? É só acessar ao site da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Lá é possível saber tudo sobre a doença, inclusive, quais são os tipos e em que situação eles começam a se manifestar. O site também relata os sintomas, os medicamentos usados no tratamento, como prevenir, quais os principais cuidados para evitar as complicações, as atividades físicas indicadas, entre outras informações. A home ainda traz dicas legais sobre os direitos da pessoa diabética.

ProductDetails.ice?ProductID=747

http://www.diabetes.org.br

C

ondenado a mais de 19 anos de prisão pela morte da ex-namorada e também jornalista Sandra Gomide, o jornalista Antonio Pimenta Neves vai continuar em liberdade. O desembargador Carlos Bueno, da 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, negou ontem duas liminares que visavam revogar o benefício de Pimenta apelar em liberdade da sentença, que foram

concedidas pelo juiz do Tribunal do Júri de Ibiúna, Diogo Ferreira Mendes. As liminares haviam sido requeridas em mandados de segurança pelo promotor Carlos Oliveira Horta e pelo assistente do Ministério Público, contratado pela família da vítima. A decisão de conceder a Pimenta o benefício de apelar em liberdade foi proferida pelo juiz de Ibiúna com base em jurisprudência do Supremo Tri-

bunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, que invocando preceito constitucional de que a presunção de inocência do réu prevalece até trânsito em julgado (decisão definitiva) da sentença condenatória. Atualmente quando um réu é levado a julgamento em liberdade, a tendência é de que permaneça em liberdade caso venha a ser condenado, com a concessão do benefício em apelar em liberdade. (AE)

O grupo MPB-4 comemora 40 anos de carreira musical. No repertório, grandes clássicos como Roda Viva, do Chico Buarque, intercalados com novidades e a participação de convidados. Hoje, Milton Nascimento, Roberta Sá e Cauby Peixoto estarão no palco com o grupo. Amanhã, Zeca Pagodinho junta-se à trupe na apresentação. Teatro do Sesc Vila Mariana. R$ 30,00; R$ 20,00 (usuário matriculado e dependentes) e R$ 15,00 (mais de 60 anos e estudantes com carteirinha Umes, Ubes e Unes). Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana. http://www.sescsp.org.br/ sesc/busca/index.cfm

L OTERIAS Concurso 138 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Liquidificador movido à pilha

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F AVORITOS

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G @DGET DU JOUR

MPB-4: quatro décadas de música

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

EUA anunciam embargo à venda de armas e equipamentos bélicos para a Venezuela A Revolução Cultural Proletária do Partido Comunista da China (PCC) faz 40 anos Bush colocará mais de 6 mil soldados nas fronteiras dos EUA para reforçar vigilância

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terça-feira, 16 de maio de 2006

Segurança Varejo Hi-tech Te l e f o n i a Lançamentos

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 6265: o primeiro Nokia na rede da Vivo a dispor de uma câmera de alta resolução de 2 Mpixels

APOSTA: A CONEXÃO BLUETOOTH DEVE SER O PADRÃO MUNDIAL

Operadoras de celular criam novos serviços Entre as promessas está um que combina comunidades, como o Orkut, e serviço de localização

A Vivo oferece vários serviços baseados no gpsOne, como o Vivo Localiza

Por Carlos Ossamu o entrar em um shopping center, a pessoa pega o celular, acessa um serviço da operadora e fica sabendo se há algum amigo(a) no mesmo local. Caso afirmativo, basta mandar um SMS ou mesmo ligar para dizer que está indo ao seu encontro. O mesmo vale para um show, que pode reunir milhares de pessoas e seria muito bom saber se há conhecidos por lá. Claro que podem haver situações inconvenientes, em que o usuário não quer ser localizado. Nesses casos, assim como ocorre nos messengers, será possível ficar invisível. Essa combinação entre rede social e serviço de localização deverá chegar em breve, pelo menos essa é a opinião de Ernani Lima, gerente regional para a Améri-

ca Latina da Qualcomm. Lima foi um dos palestrantes da 5ª edição do Tela Viva Móvel, evento sobre serviços, negócios e conteúdos para dispositivos móveis, que aconteceu semana passada em São Paulo. Ele abordou os atuais serviços e novidades em LBS (Location Based Service ou serviços baseados em localização). A Qualcomm é uma das principais fornecedoras de sistemas nesta área, com a solução gpsOne. "Antes, quando a tecnologia LBS era baseada apenas na triangulação de torres de celulares, os serviços eram pouco confiáveis. Ao solicitar uma localização, o sistema dizia apenas que estava em algum lugar na região norte da cidade, por exemplo", exagera. Ele explica que, com o sistema gpsOne, a precisão agora é

credito

Ernani Lima, gerente regional da Qualcomm, aposta na combinação de rede social com serviço de localização

de alguns metros. "Ele usa os satélites de GPS e as estaçõesbase de celulares para determinar a localização", explica. "Um dispositivo dedicado de GPS custa entre US$ 500 a US$ 1 mil. As operadoras estão oferecendo esse serviço por um valor bem mais acessível." Segundo informações divulgadas pela Qualcomm, o gpsOne é usado por 45 operadoras de rede sem fio em 9 países. Mais de 150 milhões de aparelhos usam esses tipos de serviços e no mercado mundial há mais de 250 modelos de aparelhos compatíveis com essa plataforma, de 40 fabricantes diferentes. No Brasil, o gpsOne é usado pela operadora Vivo, que oferece vários serviços para o consumidor final e empresas, como o Vivo Localiza (informa onde uma pessoa está, por exemplo o filho), Vivo Onde Estou? (diz onde o usuário está), Vivo Aqui Perto (informa sobre estabelecimentos próximos) e Vivo CoPiloto (traça roteiros). "Para empresas, há serviços voltados para a força de vendas, que indicam qual o funcionário mais próximo de uma região ou que avisa quando alguém sai de um perímetro pré-determinado", comenta. "Esses serviços de LBS inicialmente ganharam força na Ásia e depois foram para os Estados Unidos. O Brasil, com

a Vivo, não deixa nada a desejar com o que é ofertado lá fora", garante Lima. Aumentar a fatura - Um dos objetivos do Tela Viva Móvel é a troca de experiência e conhecimento entre os profissionais que atuam neste mercado de comunicação móvel, entre operadoras de celulares e desenvolvedores de conteúdo. No final, o objetivo sempre é como fazer para aumentar os valores das faturas dos usuários. Fábio Freitas, gerente de Conteúdo da divisão Premium da Vivo revelou que a operadora vem apostando forte em campanhas envolvendo conteúdo de cinema e sazonalidade. "Iniciamos agora uma campanha exclusiva com o filme Código Da Vinci, onde o usuário pode baixar tons musicais, fotos, enviar torpedos etc.", explica Freitas. "Depois desta, já está programada outra campanha com o filme Superman Return, em julho." Ele conta que a operadora começou a apostar neste segmento em 2002, com o filme O Senhor dos Anéis, que obteve a participação de 300 mil usuários únicos –cada um pode fazer uma ou mais ações, como baixar músicas, fotos, papel de parede etc., gerando tráfego e aumentando a receita da operadora. "Já temos 14 filmes trabalhados. No caso do Star Wars, tivemos a participação

de 700 mil usuários únicos", diz. "Para a Copa do Mundo, fechamos um acordo com o portal Terra e os nossos usuários poderão ver lances e gols momentos depois de eles acontecerem", comenta. Um outro tema que causa preocupação entre os desenvolvedores de conteúdo e as operadoras é a questão da proteção do direito autoral. Benjamin Serridge, diretor da SupportComm abordou no evento as tecnologias de DRM (Digital Rights Management), programas que impedem a cópia ilegal. Segundo ele, em junho de 2004, meio que às pressas, a indústria lançou a versão OMA DRM 1.0, que basicamente impede que um arquivo, que pode ser uma música, seja copiado para um outro dispositivo. Isso traz problemas, pois o usuário pode perder o aparelho ou danificá-lo, e não há como fazer cópias de segurança. Além disso, há vários tipos de DRMs no mercado. O iTunes, serviços de venda de músicas da Apple, usa uma versão chamada FairPlay, a Microsoft tem o Windows Media DRM, a Sun lançou um DRM baseado em software livre e até o Google criou o seu, ainda na versão Beta. Tudo isso ainda causa confusão e insegurança dos produtores de conteúdo e dos usuários.

Nokia aposta que a conexão sem fio Bluetooth se transforme em padrão mundial para celulares, PDAs, notebooks, micros de mesa e outros dispositivos eletrônicos em pouco tempo, e por isso está ampliando seu portfólio de aparelhos móveis com esse tipo de tecnologia. No segundo semestre chegam ao mercado brasileiro quatro modelos para a rede CDMA, com novos designs e cores, todos com Bluetooth. O destaque é o Nokia 6265, formato slider e fino, que além das cores convencionais virá em pérola, para agradar também ao público feminino. Trata-se do primeiro aparelho Nokia na rede da Vivo a dispor de uma câmera de alta resolução de 2 Mpixels (antes eram só para GSM), com flash integrado e zoom de 4x (digital). Além da Bluetooth, para a comunicação num raio de até 10 metros com outros aparelhos da mesma tecnologia, o celular funciona como um tocador de MP3 e faz download de jogos em 3D. A memória interna é de 24 MB, o que garante um armazenamento de pelo menos 50 fotos em boa resolução. Mas, além disso, é possível conectar um cartão

Fotos: Divulgação

Modelos Nokia com Bluetooth chegam no segundo semestre Nokia 2865: com push-totalk e rede sem fio

Nokia 2365i: mais compacto e com rádio FM

de 256 MB para expandir a memória e guardar cerca de 70 músicas. Outro com Bluetooth e que virá em cores mais arrojadas –índigo e vinho– é o modelo Nokia 2855, em acabamento metálico e um visor de 128 x 160 pixels e 262 mil cores, ideal para mensagens multimídia. Viva-voz,

ringtones em MP3 e o recurso adicional de push-to-talk, o que vai depender da disponibilidade da operadora, são outras características do aparelho. É um dos mais leves entre os lançamentos Bluetooth, pesando apenas 98 gramas. No formato folder, o 6165 também vem equipado com

câmera de 1 MPixel para gravação e reprodução de pequenos vídeos. Ele tem dois displays coloridos, rádio FM e ringtones nos formatos MP3 e AAC. O 6165 também dispõe de infravermelho e é capaz de receber streaming de áudio e vídeo (o que também depende do serviço oferecido pela operadora).

Nokia 6175i: câmera de 1.3 Mpixel

O último lançamento da Nokia previsto para o segundo semestre é o 6175i, dobrável, com câmera de 1,3 Mpixel e com a opção de fotos em retrato. O modelo ainda suporta serviço de localização por GPS e pesa 101 gramas. Nenhum dos modelos ainda tem preço definido. Barbara Oliveira


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

7

-2,34

por cento foi a variação do Ibovespa – principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) – no fechamento ontem.

15/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 11/05/2006 11/05/2006 11/05/2006 11/05/2006 11/05/2006

P.L. do Fundo 5.016.132,28 1.201.807,43 5.318.778,76 2.506.848,71 820.055,23

Valor da Cota Subordinada 1.062,377458 1.013,386636 1.048,957185 1.020,908369 985,193147

% rent.-mês 1,1233 0,8794 1,3604 0,6791 1,4855

% ano 8,7420 1,3387 4,8957 2,0908 -1,4807

Valor da Cota Sênior 0 1.029,542765 1.037,243432 0 0

% rent. - mês 0,4683 0,5101 -

% ano 2,9543 3,7243 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


DEU

NO

BLOG Cesar Maia, prefeito da cidade mais atormentada pelo crime organizado, o Rio, sugere em seu ex-blog que enfrentar essas quadrilhas é missão federal. Dificilmente as polícias estaduais teriam autonomia para se relacionarem internacionalmente, como faz o tráfico. Cesar Maia pede a criação de um Ministério da Segurança Pública.

Vanderlei Almeida/AFP

Congonhas ficou fechado das 14h às 17h com a ameaça de bomba.

HTTP://CESARMAIA. BLOGSPOT.COM

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

DOISPONTOS -77

O crime sem fronteiras deve ser reprimido com comando federal s fatos ocorridos e ainda ocorrendo em SP só fazem demonstrar, mais uma vez, que as policiais estaduais não terão como reprimir crimes sem fronteiras, como os tráficos de drogas e de armas. Por melhor que seja uma polícia estadual, ela não tem articulação internacional direta para trocar

O

informações e tomar a iniciativa como prevenção. O crime se diz organizado quando o objeto do crime tem alto valor de troca e permite profissionalizar o núcleo de uma quadrilha. Não há como dar

combate ao crime organizado, lastreado nos tráficos de drogas e armas, sem que o governo federal assuma funções de comando, coordenação e liderança. Não há Federação mais forte que a dos EUA. No entanto o combate ao crime organizado tem nas instâncias federais - DEA, FBI e Guarda Nacional - sua matriz de responsabilidade. Mais uma vez um estado vive uma situação de emergência como a que SP vive. Já ocorreu no RJ, no Espírito Santo. E sempre com o sistema prisional - controlado pelas quadrilhas, (facções) - como referência. Tais organizações só existem da forma conhecida, pelo tipo de crime que as sustenta. E este crime sem fronteiras não poderá ser

reprimido sem comando federal. O presidente da República e o ministro da Justiça ofereceram apoio -como já o fizeram outras vezes em outros estados, neste e em governos anteriores. É de uma hipocrisia a toda prova. É como se não fosse problema dele e que apenas se prestam a ajudar. Não é assim. É problema diretamente da instância federal, pelas características do crime. Perguntem se as autoridades brasileiras -da Polícia Federal por exemplo se relacionam com as polícias de Ohio ou Los Angeles ou New Jersey ou... em relação à repressão aos tráficos de drogas e de armas? Certamente não. Seus contatos são o DEA, o FBI

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

.

Maurício Lima/AFP

e a Interpol. O crime com base no tráfico de drogas se espalha pelo Brasil a taxas alarmantes. Seu principal indicador é o índice de homicídios de jovens/homens entre 16 e 24 anos. Conheçam as estatísticas para cidades tão pacatas como Cuiabá ou Macapá há 25 anos atrás, em 1980. Cuiabá passou de 2 homicídios por 100 mil jovens de 16 a 24 anos, para quase 120. Macapá de menos de 10 para quase 120. Isso para não falar do Rio, SP, Vitória, Recife, Baixada Fluminense, Grande SP, Baixada Santista, etc., onde a comparação entre 2000 e 1980 oferece taxas de crescimento estonteantes. Não há mais como o Governo Federal se omitir atrás do mesmo

discurso de apoio. Cabe ao Congresso Nacional - se o Governo Federal não aceitar que seja por lei aprovar Emenda Constitucional atribuindo ao governo federal tal função de coordenação, comando e liderança nesse processo e criar nesta mesma emenda constitucional o Ministério de Segurança Pública. Antes que tenhamos saudades dos fatos de hoje. Centenas de comentários de políticos e cidadãos de Vitória e do Rio, neste fim de semana, comparando suas tragédias similares com esta de SP, e dando a elas caráter menor, é prova disso. Que o Congresso Nacional não apenas debata. Mas tenha a iniciativa que tais graves fatos merecem. Já!

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Chamem o Exército, Marinha e Aeronáutica. A questão é de soberania nacional, os bandidos estão tomando o poder. Como chamar brasileiros para defenderem a paz e a democracia no Haiti, enquanto suas famílias estão correndo risco na própria pátria? É preciso que o "pessoal da conversa, do alisa bandido", dê espaço aos verdadeiros heróis nacionais. Chamem o coronel Ubiratan! A coisa não pode ficar como está!

. Fruto amargo u posso entrar numa delegacia e matar um policial, mas um policial não pode entrar na cadeia e me matar, pois é obrigação do estado me proteger... A frase acima é de Marcos Willians Herbas Camacho (o Marcola), chefão do autoproclamado Pr imeiro Comando da Capital, PCC, reflete a impotência do Estado, da polícia, do Judiciário e, principalmente, da sociedade perante os criminosos. Reflete também 15 anos de políticas de direitos humanos desmedidos para os criminosos, enquanto a polícia e a sociedade foram deixadas em segundo plano; 15 anos de subveniência do Estado aos criminosos. Reflete a política do ministro da Justiça, sr. Thomaz Bastos, que lutou para desarmar a população de

E

(quando não é aliado e/ou fomentador), uma formidável rede de comunicação interligada pela tecnologia dos celulares, no estabelecimento de um Estado paralelo. O da bandidagem, da República do nóis vai, nóis fais.

G Marcola reflete a impotência do Estado e da sociedade perante os criminosos. G Thomaz Bastos lutou para desarmar a população de bem, enquanto reduzia a verba para segurança pública no País. G A árvore

plantada no fértil terreno do crime frutificou.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

bem, o trabalhador, o pai de família, enquanto reduzia a verba para segurança pública no país, de R$ 400 milhões em 2004 para R$ 160 milhões em 2005. E, por último, reflete o posicionamento das ONGs que se dizem da paz, que fizeram passeatas inócuas, enquanto ao mesmo tempo tentam impedir que o cidadão tenha o direito a se defender; defenderam criminosos e seus direitos humanos; lutaram contra a redução da idade penal; lutaram pelo fim da lei dos crimes hediondos; e lutam contra o endurecimento das leis penais. A árvore plantada no fértil terreno do crime frutificou. Um fruto amargo demais para ser engolido pela sociedade. PROF. BENE BARBOSA É

ICARO SCHUETT MORAES ICARODEMORAES@HOTMAIL.COM

Se, de um lado, o MST vem praticando atos de guerrilha contra fazendeiros, de outro temos bandidos, traficantes e vândalos queimando ônibus, destruindo propriedades particulares e públicas, provocando arrastões em diversos pontos do País e até invadindo e metralhando postos policiais. Se os governos tivessem feito suas lições de casa com competência não teriam sido pegos como recrutas, dormindo durante a sentinela, deixando que o quartel fosse invadido. Também não é hora para algumas emissoras de tevê ficarem divulgando notas que beneficiam a imagem do ministro da Justiça ou do Lula, como se estes estivessem se comportando como heróis ao cumprirem com a obrigação que seus cargos determinam, de colocar as Forças Armadas a serviço de São Paulo. Esta é a hora de promover uma limpeza e acabar com todos os antros de bandidos conhecidos pela Polícia. Atuar com eficiência e enfrentar toda a organização criminosa. Se é uma guerra e o fim é gerar mortes, que seja a dos bandidos. Nessa hora e diante de tantos fatos que vão deixando de aparecer nas manchetes, perguntamos: a quem interessam estas agressões, pois além das baixas que sofrem os dois lados, o PCC sabe que levará a pior. Para a população, que também tem culpa por omissão, resta perguntar: onde anda o coronel Ubiratan?

PRESIDENTE DO MOVIMENTO

JOÃO PATRICIO

VIVA BRASIL

JBPATRIC@UNISYS.COM.BR

PAULO SAAB O CAOS

A

ANUNCIADO ão há motivos para surpresas maiores em relação a tudo que aconteceu e vem acontecendo em São Paulo e em outros estados da federação nos últimos dias. Certamente é algo que revolta, comove, provoca indignação pela covardia das ações criminosas, mas o crime sempre é covarde. As autoridades públicas de nosso país, a sociedade em geral, e mesmo a mídia, deveriam saber que esse tipo de violência explodiria como conseqüência natural da ordem das coisas, no que diz respeito ao comportamento das próprias autoridades, da legislação retrógrada e da impunidade vigente. Há tempos o caos vem sendo anunciado. Seja na forma como a classe dirigente do País e os políticos tratam a coisa pública, seja na legislação ultrapassada sempre interpretada pela Justiça de forma a favorecer os infratores, ou seja, na omissão já injustificada da maioria da população brasileira de acomodar-se sem mostrar sua indignação, sua insatisfação com a situação vigente.

N

omissão da sociedade, pela ignorância de como funciona o País , pela ausência de lideranças comprometidas de fato e de direito com os anseios legítimos dos cidadãos e cidadãs pagadores de impostos e cumpridores da lei, entre outros fatores, permitiu aos dirigentes públicos e aos políticos se apoderarem dos instrumentos públicos para usufruto pessoal, de grupos e até de quadrilhas. A gestão dos mecanismos do Estado ficaram relegadas a segundo plano. Enquanto nos palácios e parlamentos de todo o país se discute questões de interesse corporativo e se busca modos de desvio dos recursos públicos, enquanto nas cortes e tribunais se aplicam penas que estimulam os bandidos e deixam criminosos em liberdade, os marginais floresceram, enraizaram, colhendo seus braços no seio da miséria, da pobreza, e criaram, na certeza da impunidade e da ausência de instrumentos do poder público para combatê-los

A

situação só tende a piorar. Quando explodem picos de ataques à autoridade e à sociedade, como nesses dias, a autoridade que veio a público em nome da Presidência da República, no domingo, foi o senador Renan Calheiros. Sem comentários. Na presidência da Câmara, o deputado Aldo Rebelo. Sem comentários. No nível estadual a questão é recorrente. Misturam-se anos e anos de ausência de política educativa/corretiva, de combate ao crime através do uso inteligente da tecnologia, e a necessidade demagógica de resultados rápidos para reconhecimento da população em outras áreas. O governante que

A questão é saber se criminosos e maus políticos vão dominar tudo antes da sociedade reverter o quadro ocupa o Palácio dos Bandeirantes acaba refém de uma política que ele é incapaz de reverter e de uma polícia vítima das mesmas circunstâncias da sociedade, que se encolhe, intimida e muitas vezes se torna sócia do crime. O Brasil só reverterá essa tendência de piora, de caos anunciado, quando houver liderança séria, quando investimentos maciços forem feitos na educação de base da população, quando recursos públicos trilionários forem usados de maneira honesta e adequada, quando a população tomar as ruas, que lhes pertence, para mostrar, inclusive aos bandidos, que não aceita ser vítima, refém, de abusos que matam seus inocentes. questão é saber se os criminosos e os maus políticos vão dominar tudo antes de a sociedade conseguir reverter o quadro que é de médio e longo prazo. Escrevi aqui, quase como premonição, na semana passada, que o Brasil estava dominado. Referia-me a outra situação, mas constato que a dominação é total. Haiti, Bagdá, são aqui. Em outubro teremos eleições quase gerais. Que oportunidade para uma primeira faxina geral. Pena que ninguém esteja aí para discutir e buscar soluções para questões estruturais. Deixa o caos chegar e salve-se quem puder.

A

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


terça-feira, 16 de maio de 2006

A M415 diverte os usuários iniciantes, principalmente, na hora de imprimir as fotos

SISTEMA PERMITE COMPARTILHAR IMAGENS DA M415 POR E-MAIL

Robyn Beck / AFP

Robyn Beck / AFP

Público da feira de games finalmente conhece os novos consoles da Sony e da Nintendo

Robyn Beck / AFP

Playstation 3 e Wii mostram as caras na E3

Chris Pizzello / Reuters

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Segurança Automação Lançamentos Varejo Hi-tech

Robyn Beck / AFP

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Os destaques foram o Playstation 3 (mais à esq.) e o Wii (acima e ao lado); entre os jogos lançados: America´s Army - Special Forces, Metal Gear Solid 4 - Guns of the Patriots e Flight Simulator, da MS

Por Fábio Pelegrini * e lançamentos de novos consoles e jogos que prometem levá-lo a uma viagem tridimensional sem precedentes a um anúncio que interessa o mercado de games brasileiro: essa foi a Electronic Entertainment Expo (E3) 2006, maior feira de videogames do mundo que é realizada todos os anos em Los Angeles, Califórnia. O encontro que reuniu pessoas de várias partes do planeta, nos dias 10, 11 e 12 de maio, demonstrou porque essa é a feira mais importante da categoria, trazendo os principais fabricantes e novidades para o público que é amante de entretenimento digital. Muitos fãs de videogames aguardavam logo cedo os portões serem abertos no primeiro dia do evento, principalmente para ver de perto os consoles

le é "para todos". Já a alteração das duas letras "i" representa os novos e diferentes controles do videogame –a grande novidade do aparelho. Esse novo joystick é sensível aos movimentos e foi apresentado pelo principal criador da Nintendo, Shigeru Miyamoto. Seu formato lembra muito um controle de televisão, só que mais fino, reto e com botões de videogame. Com tecnologia sem fio, o dispositivo permite que façamos movimento livres no ar, que são captados por uma base de recepção de sinal colocada em frente à TV. O sistema é muito semelhante ao das pistolas utilizadas em jogos de tiro, só que bem melhorado e reconhecendo inclusive movimentos de inclinação. É possível ver mais detalhes e alguns dos jogos que permitem usar essa tecnologia nos víDivulgação

Divulgação

de última geração que prometem revolucionar a forma de se jogar. O videogame da fabricante japonesa Nintendo foi um dos destaques da E3, nem tanto pela capacidade e qualidade gráfica que seu console poderá reproduzir –conhecido até então como Revolution–, mas pela a nova forma do desenho dos controles e, conseqüentemente, a nova maneira de se jogar, que refletiu até mesmo na mudança do nome do aparelho, que se chamará oficialmente Wii. Esse nome foi escolhido porque é parecido com a palavra inglesa "we", que em português significa "nós", dando um significado de que o conso-

instalado e estará disponível apenas na cor preta. Outra aposta está na inclusão de um drive Blu-Ray, um dos formatos que tem o apoio da Sony e que promete substituir o DVD, como o HD-DVD. O console da Sony foi um dos motivos que levou muita gente à feira, principalmente para ver os novos títulos do game. Foram demonstrados jogos, como Sonic the Hedgehog, Medal of Honor: Airborne e o esperado Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots, da produtora japonesa Konami, que promete agradar os fãs que curtem games de ação e espionagem. Preços – A data para lançamento do videogame também foi divulgada. Está marcada para o dia 11 de novembro, no Japão, e no dia 17 do mesmo mês, nos Estados Unidos, na Europa e no

Robyn Beck / AFP

Divulgação

deos oficiais no site da Nintendo: http://wii.nintendo.com/home.html. O responsável pela apresentação do PlayStation 3 foi o presidente da Sony Computer Entertainment, Ken Kutaragi, considerado o "pai" do PlayStation, que durante uma conferência demonstrou os avanços do console e também do novo controle. O joystick sem fio tem conexão Bluetooth e –quem diria– um sensor interno de movimento em seis direções. O dispositivo é diferente do controle da Nintendo, que capta sinais, mas traz o mesmo princípio: liberdade para os movimentos. O console de nova geração da Sony tem também disco rígido (HD) pré-

Flight Simulator e Halo 3. O Flight Simulator, game para computador que nos últimos anos tem sido um dos jogos mais apreciados pelos fãs do gênero –utilizado até mesmo por aprendizes e instrutores de aviação– traz gráficos de primeira e está pronto para utilizar recursos do Windows Vista. O título conta com um grande número de aviões, desde os mais antigos aos mais recentes, entre as novidades do jogo estão o modo online e aeroportos localizados em todos os continentes. Já Halo 3 foi demonstrado em um pequeno vídeo, mas foi o suficiente para ver os belos gráficos, com um grande número de detalhes. O título que deve chegar em 2007 e tem grandes possibilidades de ter uma versão para computador. (* Com agências)

resto da Ásia. O valor do aparelho nos EUA custará US$ 499 com 20 GB de HD e US$ 599 com disco de 60 GB. A previsão de venda do aparelho até o fim do primeiro trimestre de 2007 são de seis milhões de consoles. Já a Microsoft Corporation revelou, pelo próprio Bill Gates, que pretende lançar o Xbox 360 no Brasil, só não se sabe quando e por quanto, já que a assessoria de imprensa da Microsoft do Brasil divulgou nota oficial da empresa informando que "ainda não há definições sobre o plano de comercialização e data de lançamento". Entre os jogos anunciados pela Microsoft destaca-se a nova versão do

Bill Gates anunciou que o Xbox 360 (acima) será lançado no Brasil, só não se sabe quando e por quanto

Fotos: Ana Maria Guariglia

Câmera da HP já vem com impressora portátil

Photosmart M415 é fácil de usar, mas leva muito tempo para recarregar as baterias Por Ana Maria Guariglia

que mais incomoda na nova digital Photosmart M415 da HP (R$ 1.299) é o tempo que leva para recarregar as baterias. O manual diz que é cerca de 20 horas na primeira vez, mas foram 30 horas e, nas outras vezes, 18 horas. A recarga, na verdade, não é um defeito, mas um problema maçante, principalmente quando se tem pressa em fotografar. Em um revista eletrônica, também encontramos a mesma consideração sobre essa questão ( h t t p : / / w w w . e p in i o n s . c o m / c o ntent_215909764740). Depois de esperar tanto tempo, você pode sair fotografando porque a M415 é muito fácil. As imagens são boas, como comprovamos nas cópias, pro-

Os resultados dos testes foram satisfatórios e a máquina mostrou ser bem rápida ao processar as imagens

duzidas pela impressora HP 420, que acompanha a câmera. É portátil e vem com cartucho de tintas Vivera de três cores, cinco folhas de papel Premium Plus Glossy, controle remoto e entrada para a maquininha para produzir cópias e reabastecer as baterias. A capacidade de resolução é de 5,2 Megapixels (2.620 X 1.984 pixels), o zoom digital é de seis vezes, e óptico, três. A tela de cristal líquido tem 1,5 polegadas. Possui um programa interno que corrige os olhos vermelhos das pessoas e

você pode programá-lo logo após tirar as fotos. A HP introduziu nesse modelo o sistema Instant Image para compartilhar as imagens via e-mail. Não é necessário criar anexos ou álbuns, apenas configure o menu compartilhar da câmera e siga as instruções embutidas na própria máquina ou no manual. Aliás, todo o manual está dentro da M415, disponibilizado a qualquer momento. A exposição automática tem opção macro para fotos a pequena distância, entre 10 cm e 80 cm,

esporte, ação, retrato, paisagens, praia e neve, além de videoclipes. O flash possui regulagens e, caso você o desligue, em situação de pouca luminosidade, a câmera avisa indicando a necessidade do seu uso. Para os testes, usamos a exposição automática para ação, fotografando carros, ônibus e motos do 12º andar de um edifício na cidade de Santos (SP). Os resultados foram satisfatórios e a máquina mostrou ser bem rápida ao processar as imagens, sobretudo quando é usada em locais bem ilumina-

dos. Com o flash, há uma certa lentidão, o processamento fica entre dois e cinco segundos, fato considerado normal em algumas digitais. A M415 é robusta, pequena e pesa 115 gramas. Com certeza, vai encantar e divertir os usuários iniciantes, principalmente, na hora de imprimir as fotos. Com a máquina já acoplada à impressora basta acionar alguns comandos e observar o mágico passo-a-passo da reprodução e da distribuição das cores. Onde encontrar: www.submarino.com.br


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terça-feira, 16 de maio de 2006

Geral

Fotos:Leonardo Rodrigues/Hype

É possível se estabelecer políticas para a implantação do liberalismo na América Latina. Guy Sorman

Contra a violência, o império das leis Seminário sobre liberalismo, que termina hoje, mostra a importância de uma base legal sólida para assegurar os direitos do indivíduo e o desenvolvimento da livre iniciativa

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Afif Domingos: está na hora de os defensores da democracia liberal apresentarem propostas efetivas de ação conjunta na América Latina

América Latina ainda busca equilíbrio dos preceitos liberais Guy Sorman, Armando Ribas e Maurice Ferré discutem o liberalismo e suas relações com os direitos individuais

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xiste efetivamente uma crise do liberalismo na América Latina? Esta foi a questão que perpassou as análises dos conferencistas do primeiro painel do Seminário Internacional sobre Democracia Liberal. Ao discutir "As Diferenças entre os conceitos americano e europeu de Democracia: império das leis X império da maioria", o cientista político Guy Sorman, o professor de Filosofia Armando Ribas e o deputado estadual pelo Estado da Flórida, Maurice Ferré, concordaram num ponto: o liberalismo, na prática, é uma combinação eficiente e igualitária entre o livre mercado e a democracia baseada nos direitos individuais. Para cada um deles, entretanto, a possibilidade de a América Latina conquistar essa justa medida entre os dois preceitos básicos ainda difere. Guy Sorman defende que, apesar da herança cultural latino-americana, em que os líderes, em geral, são partidários do despotismo esclarecido – um forte poder atribuído ao governante – é possível se estabelecer políticas para a implantação do liberalismo na América Latina, ainda que histórica e culturalmente, o liberalismo seja mais facilmente aplicável aos Estados Unidos. A principal proposta liberal para a América Latina é promover o crescimento econômico e, com ele, ampliar a distribuição de renda. Sorman diz que os liberais venceram por comprovarem que sua ideologia é mais eficiente em combater problemas sociais, como a concentração de renda. Especificamente para o caso brasileiro, Sorman elencou três propostas que deveriam entrar na agenda dos liberais. A primeira é a desregulamentação e a ampliação do microcrédito, que daria aos cidadãos o direito de se tornarem empreendedores e a liberdade de atuar economicamente. "O micro-crédito, entretanto, deve ser concedido por instituições bancárias privadas, e não por órgãos estatais, o que ampliaria a dependência do Estado. O micro-crédito privado é totalmente viável e lucrativo, como mostra o exemplo de Bangladesh", ressaltou Sorman. A segunda proposta é evitar confundir liberalismo e direita, porque os governos socialistas já reconheceram as práticas liberais como eficientes, lembrou ele, citando o caso do

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Guy Sorman, em vídeoconferência: o inimigo do liberalismo é o populismo praticado por Chávez e Fidel

A maior contribuição norte-americana ao debate sobre a democracia foi provar que esta não é resultado da vontade das maiorias (...) Armando Ribas Chile, e o próprio caso brasileiro, em que práticas socialistas como nacionalização e manipulação da moeda foram totalmente abandonadas. "O inimigo do liberalismo não é a esquerda, mas o populismo praticado por Hugo Chávez ou Fidel Castro". Democracia Socialista – O professor Armando Ribas discorda de Guy Sorman em relação ao triunfo do liberalismo. Para ele, a América Latina se rendeu, sim, ao conceito socialista de democracia, baseado na ausência de regimes militares e a existência do sufrágio universal, que legitima os governantes por meio do voto. "A maior contribuição norte-

americana ao debate sobre a democracia foi provar que esta não é resultado da vontade das maiorias, que muitas vezes podem oprimir as minorias, e sim conseqüência de mecanismos que limitem o poder político dos governantes", enfatizou Ribas, lembrando o papel da Suprema Corte nos EUA nesse sentido. Para ele, a tradição norteamericana ensina que o Estado é feito para a defesa das liberdades individuais e é esse aprendizado que ainda falta aos países latino-americanos para que a democracia liberal efetivamente se concretize na região, afastando riscos de governos autoritários ou totalitários. Esta reflexão é uma herança da revolução americana, que não foi sangrenta e que foi feita em defesa da liberdade de propriedade e da segurança. Já na América Latina, a herança européia trouxe consigo as seqüelas da revolução francesa que, segundo ele, com o terror, fortaleceu a crença de que "a liberdade pode nascer do crime" e isso deu origem aos governos totalitários. Essa herança cultural e a valorização da vontade da maioria, para Ribas, são as principais barreiras para a implantação plena do liberalismo nos países latino-americanos. Adaptação – O porto-riquenho radicado nos Estados Unidos, Maurice Ferré, defendeu a idéia da maleabilidade da cultura e a total possibilidade de adaptação das teses liberais ao contexto latino-americano. O ponto de partida de seu argumento foi o exemplo de Porto Rico, ilha que atualmente é um

Estado não anexado aos Estados Unidos e que, por mais de 400 anos, foi colônia espanhola antes de passar ao domínio norte-americano no último século. Ferré reconhece a grande dificuldade de Porto Rico em vencer as tradições históricas e culturais européias e se adaptar à cultura norte-americana, sobretudo em sua dependência dos Estados Unidos. "Hoje, dos US$ 53 bilhões do PIB porto-riquenho, pelos menos US$ 21 bilhões são resultado de subsídios dos Estados Unidos. E a dívida pública chega a 80% do PIB", destacou ele, para ilustrar a dependência dos cidadãos em relação ao Estado. Para o deputado, o que falta para que o liberalismo seja implantado na América Latina é convencer os países da região dos benefícios da democracia liberal. Além disso, é preciso reforçar os preceitos chaves do sistema liberal – liberdade, igualdade, individualismo e livre mercado – com alguns outros princípios fundamentais para a democracia, como a defesa dos direitos individuais e coletivos, a proteção dos direitos das minorias, a divisão de poderes de modo a que haja limites e contrapesos na ação política e a divisão entre Estado e religião. "O sistema político norte-americano é a base fundamental do liberalismo, mas a aplicação dos preceitos deve ser local, com base na dinâmica das culturas de cada país", resumiu ele, adotando um meio termo entre as posições de Guy Sorman e Armando Ribas. Heci Regina Candiani

onda de violência gerada por presos, líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi o pano de fundo do primeiro dia de discussões do Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, realizado no Hotel Caesar Business, na capital. O terror, de acordo com os organizadores do evento, o psicanalista Heitor De Paola e o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, mostra a importância do império das leis como base da democracia. "Apenas o império das leis pode garantir segurança para o indivíduo e para o desenvolvimento do empreendedorismo", disse Afif, acrescentando que essa ameaça à liberdade no País está expressa com clareza na manchete de ontem do Diário do Comércio – Presos matam 77 nas ruas. "Essa é a contradição que vivemos hoje, onde presos comandam ações terroristas nas ruas." Para Heitor De Paola, "é impossível evitar a tirania sem uma base legal sólida e sem liberdade de expressão". As ações criminosas foram a justificativa para a ausência do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, no evento, que contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas de vários estados brasileiros e de outros países. A mensagem de abertura do seminário, apresentada pelos oradores Guilherme Afif Domingos e Heitor De Paola, dexou claro que está na hora de os defensores da democracia liberal apresentarem propostas efetivas de ação conjunta na América Latina, em especial no Brasil, como contraponto à chamada democracia socialista. Essas ações, segundo eles, devem enfatizar a trilogia democracia, liberdade e efetivo império das leis como base para assegurar os direitos do indivíduo e o desenvolvimento da livre iniciativa. Afif apontou o "Estado interventor" como causador dos maiores problemas para a população. "Por isso, temos que fortalecer este intercâmbio de idéias para potencializar propostas práticas de divulgação dos ideais liberais", enfatizou o presidente da ACSP no evento, que contou com a participação do presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, de-

Para autores escolásticos, o ser humano não é visto somente como indivíduo, mas como um centro de inteligência, espírito e sentido social. Alejandro Chaufuén

Essa é a contradição que vivemos hoje, onde presos comandam ações terroristas nas ruas. Guilherme Afif Domingos

putado Rodrigo Garcia (PFL), e do secretário Estadual da Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato. Para o deputado Rodrigo Garcia, o ideário liberal vai ajudar a aprimorar a democracia no Brasil. Ele informou que a Assembléia Legislativa poderá apresentar propostas para a mudança da legislação penal ao Congresso Nacional e iniciativas que ajudem a polícia a desempenhar melhor suas funções no combate ao crime organizado. Rogério Amato, secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, acredita que os princípios liberais podem mobilizar a sociedade neste momento de crise. "É preciso pensar em ações concretas para garantir o direito individual, sem o que não haverá desenvolvimento econômico e social", disse. Para Amato, "a liberdade é o centro da democracia e por isso deve ser posta como um bem social maior". O s v i c e - p re s i d e n t e s d a ACSP, Alfredo Cotait Neto e Roberto Gonçalves, defenderam o liberalismo como instrumento de aprimoramento das instituições. "É uma boa hora para unir os pensadores liberais como contraponto ao pensamento socialista", afirmou Cotait Neto. "Para isso é preciso levar os conceitos do liberalismo principalmente aos jovens de todo o Brasil", concluiu Gonçalves. Sergio Leopoldo Rodrigues

O sistema político norteamericano é a base fundamental do liberalismo, mas a aplicação dos preceitos deve ser local. Maurice Ferré


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Informática Fotos: Marcos Fernandes / Luz

A bela que é fera contra cyber criminosos

Laura Chappell, uma das maiores especialistas mundiais em segurança tecnológica, esteve em São Paulo e deu dicas práticas em palestras na Faap Por Rachel Melamet

s belos olhos verdes, a pele bronzeada, os terninhos de corte impecável e acessórios fashion aparentemente inocentes, como brincos, tiara, relógio e uma bolsa de couro preta com necèssaire combinando camuflam o perigo que ronda os cyber criminosos quando Laura Chappell está por perto. A norte-americana –que esteve pela primeira vez no Brasil na semana passada, dando palestras no Seminário sobre Segurança e Mobilidade promovido pela Faculdade de Computação e Informática da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)– é uma das maiores especialistas mundiais em segurança tecnológica. Fundadora do Protocol Analysis Institute, baseado na Califórnia, Chappell é consultora dos mais importantes órgãos de segurança dos Estados Unidos, como o FBI, a CIA e o Serviço Secreto americano. Entre seus principais clientes estão empresas como IBM, Cisco Systems, Microsoft, Symantec e Hewlett-Packard, além da marinha norte-americana e do Banco da Suíça. Administradores de cidades como Camberra (Austrália), São Francisco (EUA) e o estado americano do Novo México também utilizam seus serviços. Como no cinema – Laura tem um jeito cinematográfico de trabalhar.

Quando uma empresa ou instituição precisa resolver algum problema de segurança cibernética –como furto de informações e documentos confidenciais, navegação indevida na web ou contaminação da intranet por pragas virtuais– e apela para os serviços de Chappell, ela entra na companhia disfarçada de secretária, recepcionista, copeira, o que for necessário para obter as provas e identificar os responsáveis sem despertar suspeitas. Lembra dos acessórios mencionados acima? Os brincos de design geométrico são na verdade mini drives USB portáteis –um deles contém as ferramentas que a especialista usa para "ler" o tráfego de informações nos computadores da empresa atacada, e o outro é uma memória para gravar as provas. O relógio esportivo na verdade é outra memória de 256MB, com um cabo USB embutido na pulseira. A tiara? Bem, essa é uma antena wireless para conexão à internet. Jogos com a mãe – "Tudo começou na infância e minha mãe é a responsável", conta Laura, hoje com 44 anos. "Ela adorava jogos e, quando eu era garota, me deixava às vezes faltar na escola para ficar jogando com ela. Nossos favoritos eram Monopólio e jogos de cartas, e através deles desenvolvi o interesse em saber quais os métodos e sistemas por

trás do funcionamento dos jogos." Foi por conta desse prazer em resolver problemas e superar limites que Chappell acabou ingressando no mundo da informática. Ela não cursou nenhuma faculdade, estudou só até o segundo grau, aprendeu tudo que sabe na prática. "Eu trabalhava na Novell quando as intranets e a internet começaram a se desenvolver. Eu mandava um e-mail de uma máquina para outra e ficava pensando: 'mas o que acontece com a informação durante o trajeto?' Eu queria saber como essa conversa virtual acontecia, fui estudando e me dedicando a desenvolver ferramentas que mostrassem esse processo", conta a hacker do bem. Em 1993, após uma longa experiência na indústria de TI, Chappell iniciou seu próprio negócio, o Protocol Analysis Institute, empresa através da qual ela presta serviços de consultoria e treinamento e divulga suas palestras, artigos sobre segurança, seus onze livros já escritos –entre eles um best-seller sobre redes Novell que já vendeu mais de cem mil cópias– cursos em DVD, softwares e ferramentas de segurança. Pedofilia – Chappell é membro ativo do High Technology Crime Investigation Association (Associação de Investigação de Crimes Tecnológicos). Mãe de dois filhos, de nove e onze anos, a pedofilia é o crime cibernético que mais a deixa indignada. A especialista se emociona ao lembrar das fotos de crianças torturadas e mortas por pedófilos que viu numa palestra, há cinco anos, e que a inspiraram a fundar a Internet Safety for Kids (Segurança na Internet para Crianças), uma espécie de ONG através da qual oferece gratuitamente orientação e ferramentas para o combate a predadores online e segurança na internet, a qualquer pessoa ou instituição que atue no combate à pedofilia. Dicas – Para os empresários e CIOs que não tiveram a oportunidade de assistir suas primeiras palestras no Brasil –para onde pretende voltar em breve– Laura Chappell dá dicas que devem ser observadas principalmente por pequenas e médias empresas: "Dirijam seus recursos e esforços para proteger o que realmente importa para a empresa: banco de dados, folha de pagamento, arquivos confidenciais sobre produtos e serviços. De nada adianta preocupar-se em blindar a empresa contra ataques externos, porque mais de 80% dos problemas, incluindo contaminação por pragas virtuais, vem de dentro da companhia", afirma Chappell. Ter ferramentas que podem ser baixadas gratuitamente na internet, para monitorar e gerar relatórios sobre o tráfego diário de informações dentro da companhia é muito útil, mas é preciso ter um profissional atento para analisar essas informações. "Um acesso fora do horário de expediente, por exemplo, é a primeira pista para descobrir se alguém da própria empresa está usando indevidamente o sistema ou xeretando departamentos fora de sua área de trabalho", observa Laura Chappell. Leia mais na página 3 Mais informações e downloads gratuitos em www.packet-level.com .

Os brincos de design geométrico são na verdade mini drives USB portáteis –um deles contém as ferramentas que a especialista usa para "ler" o tráfego de informações nos computadores da empresa atacada, e o outro é uma memória para gravar as provas; o relógio esportivo na verdade é outra memória de 256MB, com um cabo USB embutido na pulseira; e a tiara é uma antena wireless para conexão à web

De nada adianta preocupar-se em blindar a empresa contra ataques externos, mais de 80% dos problemas vem de dentro da companhia Laura Chappell


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Tr i b u t o s Nacional Agronegócio Finanças

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terça-feira, 16 de maio de 2006

PARA 98% DOS PECUARISTAS, SETOR ESTÁ EM CRISE

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milhões de reais foi quanto o governo concedeu aos agricultores familiares em Aquisições do Governo Federal (AGFs).

L.Adolfo/AE

CHOVEM CRÍTICAS NA MAIOR FEIRA DO AGRONEGÓCIO Na abertura do Agrishow Ribeirão Preto, a maior feira do agronegócio na América Latina, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, prometeu anunciar no próximo dia 25 um plano de safra 2006 com mais dinheiro e menos tributos

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epois de ter sua permanência defendida por lideranças do agronegócio após o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que "nem que a vaca tussa eu continuo" e que "após o término do governo, minha missão estará cumprida". Na cerimônia de abertura do Agrishow Ribeirão Preto, a maior feira do agronegócio da América Latina, que prossegue até sábado, no interior paulista, o ministro admitiu ser "difícil e chato" lidar com as críticas ao governo federal e ao mesmo tempo ser poupado delas. O presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), Carlo Lovatelli, e o presidente da feira, Sérgio Magalhães, foram os principais defensores de Rodrigues e críticos da política do governo para o setor agrícola. "Peço a Deus que ele não saia do ministério", disse Magalhães. "É um incansável lutador, não pode nos deixar e que fique no ministério para sempre", completou Lovatelli. Preferência – O ministro afirmou que "hoje a agricultura familiar é a mais privilegiada pelo governo. Existe um ministério que cuida só disso, e os efeitos da crise agrícola foram muito mais fortemente direcionados, em termos de ação do governo, para a agricultura familiar do que para a empresarial", completou. Na opinião de Rodrigues, o esforço que se faz é para atender a agricultura familiar, "não apenas na área privada, como o

Agrishow está fazendo, mas também com posições de governo, sobretudo no Ministério do Desenvolvimento Agrário". Os agricultores familiares foram beneficiados com a liberação de metade dos R$ 204 milhões para a comercialização por meio de Aquisições do Governo Federal (AGFs). Durante a cerimônia de abertura do evento, Rodrigues reafirmou todos os fatores que causaram a crise agrícola, como câmbio, juros altos, falta de recursos e de logística, além das invasões de terra. "Mas a

Nem que a vaca tussa eu continuo. Após o término do governo, minha missão estará cumprida. Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura

crise é conosco, e estamos elaborando uma política de longo prazo com medidas estruturais para superá-la." O ministro prometeu que vai anunciar o plano de safra 2006 até o próximo dia 25, com "mais dinheiro, mais barato, menos tributos e com medidas para o seguro rural e o biodiesel da soja". Não deu detalhes sobre as medidas, mas disse que elas estão sendo discutidas 24 horas por dia pelos ministérios da Agricultura, Casa Civil e Fazenda, e que poderá anunciálas antes do prazo previsto.

Rodrigues garantiu que vai reiterar ao presidente Lula os problemas do setor produtivo durante encontro que ambos terão com governadores em Brasília. "Já conversei com o presidente, expus a situação e ele próprio solicitou essa ação conjunta dos ministérios." Críticas – A cerimônia de abertura do Agrishow Ribeirão Preto foi marcada por críticas à falta de solução do governo para a crise agrícola e por sugestões de mudanças na estrutura do Executivo. O presidente da Abag, Carlos Lovatelli, afirmou que o governo federal "deve ser mais pró-ativo e ter mais sensibilidade" com a crise na agricultura brasileira. Ele confirmou que vai acompanhar os agricultores na manifestação de hoje, em Brasília: "A crise é verdadeira, não é mais uma reivindicação de ‘pidões’", garantiu. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton Mello, solicitou a revogação da medida provisória que isentou do Imposto de Renda (IR) os investimentos estrangeiros em dólar feitos no País, que, segundo ele, foram especulativos e ajudaram a desvalorizar a moeda norte-americana. Sérgio Magalhães, presidente do Sistema Agrishow, criticou a política cambial e disse que "a taxa de câmbio no Brasil é eleitoreira e deve permanecer assim até as eleições em outubro", numa referência à estratégia do governo de segurar a inflação por meio de juros altos. (Agências)

Rodrigo Cubel/AE

Produtores rurais esperam uma colheita menor neste ano por conta da crise

Pesquisa confirma crise do setor

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ma pesquisa divulgada ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que 76% dos agricultores esperam uma colheita menor nesta safra do que na do ano passado. Segundo o levantamento, 98% dos pecuaristas acreditam que a atividade está em crise. Outros dados revelam o clima de pessimismo nas duas atividades: 57% dos agricultores e 75% dos pecuaristas prevêem perda de rentabilidade e prejuízos no curto prazo. O alto índice de agricultores que esperam colher menos nesta safra se deve, basicamente, a três fatores: diminuição da utilização de insumos (26%), problemas climáticos e ataque de pragas ou doenças na lavoura (30%) e diminuição da área plantada (20%).

Dos que admitiram redução, a pesquisa da CNA aponta que 16% projetam que a queda será superior a 50%. O levantamento foi realizado com 7,8 mil produtores de todo o País e faz parte do projeto denominado Conhecer da CNA. Custos – A pesquisa da Confederação, constatou, ainda, que 70% dos agricultores demitiram funcionários ou deixaram de contratar empregados para trabalhar na atual safra. Desse universo, 57% projetam que terão prejuízo. Um dos responsáveis por esse quadro de dificuldades, na avaliação de 43% dos entrevistados, foi o aumento dos custos. A maioria dos produtores consultados informaram que os custos cresceram até 25%. No setor pecuário, 75% dos

produtores consultados registraram perda de renda há dois anos. Outros 23% dos entrevistados disseram que se encontram nesta situação nos últimos 12 meses. Em razão da crise que assola a atividade, 66% informaram que se sentiram obrigados a reduzir as matrizes bovinas dos seus rebanhos. De acordo com o levantamento, pelo mesmo motivo, 66% informaram que pretendem reduzir as áreas de pastagem, substituindo-as por culturas agrícolas. Na opinião de 88% dos entrevistados na pesquisa, o faturamento, neste ano, será menor em comparação com 2005. Outro dado da pesquisa é que 53% declararam q u e p re t e n d e m re d u z i r a utilização de insumos, o que pode comprometer a produtividade. (Agências)

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, abre a maior feira do agronegócio da América Latina Valterci Santos/Gazeta do Povo/Futura Press

Agricultores protestam no trevo de Apucarana, no interior do Paraná

Agricultores interditam rodovias para protestar contra o governo

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rodutores rurais do interior de São Paulo interditaram ontem 10 quilômetros da rodovia Marechal Rondon (SP-300), em Araçatuba, interior de São Paulo, em protesto contra a política agrícola do governo. Cerca de 350 máquinas agrícolas, tratores e caminhões foram colocados sobre as duas pistas da rodovia, impedindo a passagem dos motoristas por duas horas. A rodovia é uma das principais ligações entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. O protesto reuniu cerca de 700 plantadores de grãos e produtores de leite. A concentração ocorreu em frente à fábrica da Nestlé, no quilômetro 531 da rodovia, que é a principal compradora do leite dos pecuaristas. Eles também protestaram contra o baixo preço pago pela multinacional. "Ela só explora os pequenos produtores brasileiros", disse um pecuarista. A interdição do tráfego começou às 12 horas. Meia hora depois havia um quilômetro de congestionamento nas duas pistas, logo desfeito por um desvio do tráfego de 12 quilômetros pela Rodovia Elyeser Montenegro Magalhães (SP-465). Reivindicações – Os produtores reivindicam alongamento da dívida agrícola para 20 anos com dois de carência e juros de 4% ao ano, novas linhas

de crédito para o plantio da próxima safra, câmbio diferenciado para o setor agrícola, isenção de impostos para insumos, defensivos e óleo diesel, e a criação de um seguro de acordo com realidade do setor. "Sem essas condições, não temos como plantar", disse Roberto Frare, presidente da Associação dos Produtores Rurais de Coroados, líder do movimento. Segundo ele, produtores da região devem cerca de R$ 17 milhões da safra passada e os bancos não querem dar carência de um ano para pagamento, contrariando as determinações do Banco Central (BC). "O R$ 1 bilhão prometido pelo governo para comercialização da safra não ajuda em nada porque já comercializamos nossa safra. E a preços bem abaixo do custo de produção, por isso estamos falidos", concluiu Frare. Sul – O Estado do Rio Grande do Sul também enfrenta uma onde de protestos. Ontem, agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetrafsul) formaram acampamentos em três cidades. A entidade reivindica uma política de recuperação dos preços agrícolas e desconto nos financiamentos concedidos a produtores no Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar (Pronaf). Segundo a Fetrafsul, custaria menos ao governo subsidiar os financiamentos do que prorrogar vencimentos. O custo operacional de transferir um empréstimo de R$ 4 mil, por exemplo, é de 20%, disse o coordenador regional da entidade, Altemir Tortelli. Os produtores também pedem a liberação de R$ 12 bilhões no plano de safra do segmento para o período 2006/07, ante os R$ 9 bilhões previstos no último exercício. B l o q u e i o s – Já no Mato Grosso do Sul, prosseguem os bloqueios nas rodovias em protesto contra a política agrícola federal. Cerca de 500 trabalhadores rurais do distrito de Marechal Rondon, em Campo Novo dos Parecis, a noroeste de Cuiabá, fecharam no final de semana a rodovia MT-170, em apoio aos produtores rurais. Desde que começaram os protestos em todo o País, batizados pelos produtores de "Grito do Ipiranga", é a primeira vez que os empregados das fazendas tomam a iniciativa de realizar manifestações. Isso porque, no distrito onde vivem 600 pais de família, em torno de 400 já perderam o emprego nas fazendas da região, que é grande produtora de soja e algodão, produtos afetados diretamente pela política cambial brasileira. (Agências)

Avipal retoma abate de aves A

Avipal retomou o abate de frangos nas três fábricas que estavam em férias coletivas: Porto Alegre (RS), Lajeado (RS) e Dourados (MS). Com isso, 3 mil funcionários voltam à atividade nas unidades, que adotaram essa medida em abril para ajustar a oferta à queda na demanda externa, motivada pela gripe aviária na Europa. No período, 30 mil toneladas de carne de frango

deixaram de ser produzidas pela Avipal, disse ontem o diretor da unidade de carnes, Fernando Becker. O diretor-superintendente da empresa, Rami Goldfajn, observou que o ritmo de produção será de 80% da capacidade das fábricas. As três abaterão 500 mil frangos por dia. Depois que provocou uma retração dos consumidores, a divulgação de informações sobre a gripe aviária teve um

efeito positivo, avaliou Goldfajn. "As notícias tiveram um papel de conscientização", comentou, em uma referência ao fato de que agora os consumidores estão melhor informados sobre o problema. No primeiro trimestre, a produção de carne de frango aumentou 7%, para 78,7 mil toneladas, ante o mesmo período de 2005. A produção de carne suína subiu 10,6%, para 13,5 mil toneladas. (AE)


Ano 81 - Nº 22.127

São Paulo, terça-feira 16 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r Milton Mansilha, Marcos Fernandes/LUZ; Paulo Whitaker/Reuters; e Robson Fernandjes/AE

PÂNICO: O POVO NO FRONT

A cidade se rendeu ao pânico no 4° dia da rebelião dos presos do Primeiro Comando da Capital (PCC) que transbordou para as ruas, matando desde sexta-feira, 81 pessoas, queimando 56 ônibus e contagiando presídios, com o povo na linha de tiro. Um toque de recolher informal imobilizou o comércio, escolas, o trânsito e até celulares. Uma onda de boatos percorreu o front, disparada pela internet. Hoje, metade dos ônibus volta a circular, com escolta policial. O governo quer reconquistar a normalidade. Caderno especial e Opinião 6 e 7

Em pânico, no front esvaziado pelo medo: o comércio fecha as portas, o povo foge sem ônibus e a polícia mira suspeitos.

Marcos Fernandes/LUZ

Sergio Moraes/Reutrs Leonardo Rodrigues/HYpe

Rumos do liberalismo na América Latina Guy Sorman, em videoconferência (foto), no Seminário Internacional sobre Democracia Liberal: inimigo é o populismo de Chávez e Fidel. Página 5

A OO7 da era digital Chappel caça os cyber criminosos. Informática DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 14º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 17º C.

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A seleção do hexa Página 2

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Lançamentos Varejo Hi-tech Segurança Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

Dizer que uma tecnologia pode prejudicar a produtividade é ingenuidade Antônio G. da Rocha Vidal

MESSENGER, CRIADO PARA USO PESSOAL, INVADIU OS ESCRITÓRIOS

Fotos: Divulgação

Instant messaging: ferramenta de trabalho, brincadeira, ou ambos?

Segundo Priscyla Alves, o Messenger pode ajudar na produtividade

Liberar ou proibir o uso de mensagens instantâneas durante o expediente é uma discussão que vai além da área de tecnologia. Administradores de empresas e profissionais de RH avaliam benefícios e riscos da nova modalidade de comunicação Por Vanderlei Campos ebre entre adolescentes (de todas as idades) na internet, os aplicativos e serviços de Mensagens Instantâneas (IM) cada vez mais são usados nos computadores das empresas. Para profissionais que compõem grupos de trabalho dispersos geograficamente, a facilidade de integração e a redução de custo são apelos relevantes. Todavia, nos ambientes de escritório, há ainda certo conservadorismo, pelo temor relacionado à dispersão e perda de produtividade, além dos próprios riscos de TI (invasões, vírus, vazamento de informações restritas etc.). A forma com que o uso de IM se expandiu já explica, em grande parte, a polêmica. Ferramentas como o e-mail surgiram no mundo corporativo (ainda com os mainframes) e posteriormente passaram a ser usadas para comunicações pessoais. Assim como o telefone fixo, há uma demarcação clara entre o número/endereço de trabalho e o particular. Em contrapartida, o IM começou a ser usado por iniciativa individual das pessoas. Evidência disso é que, nas empresas que usam IM, a ferramenta foi introduzida por funcionários não necessariamente ligados à área de informática. "O Messenger foi desenvolvido para uso pessoal, mas muitos profissionais aproveitam a abrangência da

MSN para comunicação com colegas, parceiros de negócios e clientes", constata Priscyla Alves, gerente de marketing de serviços de comunicação da Microsoft. Só o MSN Messenger, o sistema de IM de maior popularidade, tem 18 milhões de usuários registrados no Brasil, que representam o segundo maior público do mundo, atrás apenas dos EUA. A gerente da Microsoft diz que não tem estatísticas sobre quantos usam em ambiente de trabalho. "Criamos o produto para usuários finais e eles o levaram para dentro das empresas", resume. Ela observa que, assim como ocorre com o telefone celular, o mesmo meio de contato é usado tanto para fins particulares quanto profissionais. "As pessoas passam cada vez mais tempo no trabalho e é natural que eventualmente usem a internet para se comunicar com a família e amigos. Cumprimentar alguém pelo aniversário, conversar rapidamente com o filho ou mandar um recado para a esposa não influenciam negativamente na produtividade", avalia. Explorar corretamente a possibilidade de alternar entre diversas formas de interação –chat de texto, voz, vídeo e transferência de arquivos em tempo real– é uma das formas de ganhar conveniência e produti-

vidade com IM. "Às vezes, o Messenger é menos invasivo do que o telefone. Em outras situações, permite interações muito mais ricas, seja um papo por vídeo com um Francisco Camargo amigo, ou uma reunião virtual em que os participantes compartilham imagens, planilhas e documentos." Além da convergência multimídia, outro efeito do uso de IMs abertos (ba- Francisco Soeltl seados na internet, não em servidores internos) é a convergência das redes de relacionamento. E aí está uma das principais ambigüidades da ferramenta, que torna sua eficácia altamente dependente da personalidade do usuário. "Consultar um colega, professor ou amigo que entenda de determinado assunto é valioso na hora de resolver um problema ou tomar uma decisão. Com a lista de contatos online, é mais fácil lembrar quem poderia ajudar e está disponível (pelas sinalizações do próprio IM). Isso cria um ótimo ambiente de compartilhamento de conhecimento", exemplifica Vanessa Arantes, analista de Recursos Humanos da Pró-RH. "Pessoas sem maturidade profissional, independente da idade, podem acabar se desviando do trabalho. Mas é melhor resolver isso com conscientização do que com restrições absolutas", diz. "Entrar em uma telinha semelhante à que usa em casa pode causar dispersão e perda de foco na atividade profissional", admite Fran-

cisco Antônio Soeltl, vice-presidente de tecnologia do Sistema Nacional ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e presidente da MicroPower (especializada em projetos de e-learning). "Mas é preciso lembrar que as pessoas mais jovens estão acostumadas a fazer várias coisas ao mesmo tempo. E as empresas têm enxugado tanto suas estruturas de pessoal, que é fácil perceber quando há alguém perdendo tempo", contrapõe. Entre as empresas que adotam IM por decisão geral, predominam as que operam com muitos colaboradores remotos (como prestadores de serviços autônomos) ou redes muito pulverizadas de parceiros (como revendas de varejo). Nesses casos, em que se incluem muitas corporações globais, o correto uso da ferramenta se baseia em dois instrumentos: mecanismos e procedimentos técnicos de segurança (firewall, anti-virus, bloqueio de arquivos etc.), e um código de conduta, com permissões, restrições e eventuais penalidades claramente expressas. "Em administração de pessoal, existe a abordagem X e a abordagem Y. A X considera que os empregados devem ser constantemente controlados para se manter a produtividade. A Y parte do princípio de que o colaborador tem total compromisso com o desempenho da empresa. Há esses dois perfis nas organizações, mas a maioria das pessoas fica em algum ponto entre os extremos", explica o professor Antônio Geraldo da Rocha Vidal, do curso de Administração FEA-USP. "Dizer que uma tecnologia pode prejudicar a produtividade é ingenuidade. O que a ferramenta pode fazer é ressaltar as características de cada um e o acerto do responsável pela seleção de pessoal. Com IM aberto, o X vai ficar batendo papo, enquanto o Y vai usar toda sua rede de relacionamentos em benefício de seu trabalho", resume.

Cara de planilha pesar das oportunidades de ganho de produtividade e economia, os riscos técnicos e comportamentais relacionados ao IM fazem com que muitos administradores prefiram excluir essa alternativa em suas empresas. "Há três razões para bloquear o Messenger: a banda (de acesso à internet) fica congestionada; abrem-se portas para violações de segurança; e a maioria usa o sistema para coisas que não têm a ver com o trabalho", enumera Ronaldo Fernandes, consultor da Byte Solutions, provedora de consultoria e serviços de suporte para pequenas e médias empresas. "Fica claro que o IM é uma grande brincadeira quando bloqueamos o acesso aos servidores da MSN. O pessoal tenta acessar por meio de outros links, ao invés de reclamar com o técnico de suporte. Isso evidencia que os próprios usuários reconhecem que usam o aplicativo para lazer durante o expediente", afirma. O consultor observa que as restrições ao Messenger e outros aplicativos de IM não se aplicam a todas as ferramentas de comunicação via internet em tempo real. "O usuário de Skype, por exemplo, tem outro tipo de comportamento. O serviço é usado como alternativa ao telefone, é ponto-a-ponto e sua adoção normalmente é decidida pelos responsáveis por finanças e infra-estrutura. Mas outros IMs ainda estão fortemente vinculados à idéia de diversão na internet", menciona. "Se um funcionário fica enrolando no cafezinho ou fica batendo papo no telefone, todo mundo vê e acaba pegando mal. Mas, com o chat de texto, basta virar a traseira do monitor para a porta e fazer cara de que está olhando uma planilha", ironiza Francisco Camargo, diretor da CLM, fornecedora de soluções de segurança.

Em termos de tecnologia, Camargo observa que o IM tem que contar com os mecanismos de criptografia, filtragem e auditoria condizentes com a importância das informações que trafegam. No entanto, destaca que a liberação do recurso depende de uma avaliação mais ampla dos riscos e benefícios. "Por enquanto, os diretores de empresas adotam como premissa que devem bloquear e vão soltando conforme demandas concretas de algumas áreas, principalmente a comercial. De nossa parte (dos provedores de soluções de tecnologia), temos que estar prontos a oferecer alternativas de segurança e controle, para que as empresas possam decidir o melhor momento e forma de atender às pressões dos usuários", diz. "O IM é muito eficiente e simples de usar e é essa facilidade extrema que preocupa os dirigentes. Mas a preocupação da empresa em não usar o Messenger também é grande", constata Marcelo Negrão, diretor da BRconnection, que acaba de lançar o Policy, um sistema de proteção de comunicações via MSN. "Pelo fato de a tecnologia ser tão abrangente, as possibilidades de impactos positivos e negativos são diversas. Mas a discussão terá que ser apressada se o uso ou exclusão da ferramenta começar a gerar efeitos para o negócio", diz Carlos Fagundes, presidente da Aprisco (Associação Profissional do Risco), que promove nesta semana um evento sobre uso profissional de IM. Ele explica que existe uma pressão crescente dos usuários pela liberação do uso de IM nas empresas, já que melhora os fluxos de comunicação. "Entretanto, os especialistas em segurança são radicalmente contra, pelas possibilidades que estes softwares abrem de vazamento de informações confidenciais e entrada de vírus, spywares e outros perigos", completa. (VC)


terça-feira, 16 de maio de 2006

Lançamento Varejo Hi-tech Segurança Te l e f o n i a

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FACULDADE PROCURA FORMAR GESTORES TECNOLÓGICOS

Nosso objetivo é formar um profissional totalmente diferenciado Francisco Paletta

Marcos Fernandes / Luz

Tecnologia e empreendedorismo caminham juntos na Faap

Laura ficou agradavelmente surpresa ao conhecer as "antenas" de um grupo de quatro alunos da Faap

Faculdade de Computação e Informática aposta em currículo diversificado para que os estudantes se tornem "gestores tecnológicos" e saibam transformar suas idéias em produtos e serviços comercializáveis ma das maiores autoridades mundiais em segurança de redes, a norteamericana Laura Chappell nunca pisou em uma faculdade, a não ser para dar palestras. Seu espírito empreendedor a levou a abrir sua primeira empresa aos 18 anos –a Automated Word (Palavra Automatizada), uma espécie de precursora do e-mail de massa, que utilizava os recursos dos primórdios da informática para acelerar o processo de digitação e impressão de mensagens e envelopes para o envio de mensagens comerciais, convites e impressos em geral– na época das máquinas de escrever, foi uma verdadeira revolução na economia de tempo. Nos dias atuais, com sua inseparável "hack sack" (mochila hacker) de rodinhas, Laura Chappell já percorreu os cinco continentes prestando consultoria a grandes companhias. Ela possui nada menos que dez laptops, cada um configurado para um tipo de "invasão" de sistema a ser investigado. Em seu mais recente trabalho investigativo, infiltrar-se na empresa foi impossível. Laura então disfar-

çou-se e deu plantão por dois dias num parque em frente ao edifício da companhia, fingindo ser uma mendiga. A antena wireless que ela usou para se conectar à rede com problemas foi escondida numa lata de comida para cachorro, e o laptop ficou num saco de lixo preto onde ela fingia carregar comida e suas tralhas de sem-teto. Antenas em latas – Laura ficou agradavelmente surpresa ao constatar que um grupo de quatro alunos da Faculdade de Computação e Informática (FCI) da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) –entidade que a trouxe a São Paulo para um ciclo de palestras– está desenvolvendo o projeto de antenas wireless (sem fio) de baixo custo utilizando o princípio de reciclar latinhas –exatamente como ela fez para esconder sua antena na última investigação. "Eu trabalho com esse recurso, tenho antenas sem fio ocultas em latinhas de batata frita e de comida para cachorro. Mas os alunos da Faap foram muito além porque experimentaram diversos tamanhos de lata, desde uma bem pequena, de café solúvel, até minibarris metálicos de chope. Com is-

so, é possível variar bastante o alcance das antenas", anima-se Laura, que já encomendou ao grupo um protótipo do barrilzinho. Os autores do projeto que encantou a ilustre visitante são Daniel Stelut Keller, Dennis Soares Chamas, Rafael Trussardi Ugolini e Wilson Francisco Capellini Neto, alunos do segundo ano da FCI, para a disciplina Sistemas de Informação. "É um trabalho longo, que leva o ano todo para ficar pronto, porque não basta desenvolver o produto, temos que saber como torná-lo viável para fabricação e também desenvolver uma campanha de marketing para o lançamento. É um trabalho multidisciplinar e temos aulas e orientação de professores de diversos outros cursos", explicam Dennis e Daniel. Técnico empreendedor – O projeto dos alunos ilustra bem a atual proposta pedagógica da faculdade: formar gestores tecnológicos. Disciplinas como criatividade e formação de empreendedores, aliadas a um conjunto de matérias da área de gestão, proporcionam aos estudantes uma visão diferenciada da computação e informáti-

ca. A idéia é prepará-los não somente para implantar sistemas de informação, mas para transformar tecnologia em negócios. O professor Francisco Paletta, diretor da Faculdade de Computação e Informática, define o empreendedor tecnológico como o profissional que, além das qualidades técnicas, possui uma formação em gestão, que lhe permite administrar negócios e gerar inovações na área de tecnologia. "Nosso objetivo é formar um profissional totalmente diferenciado, com uma bagagem suficiente para alcançar posições de destaque no mundo dos negócios", comenta. Montar planos de negócios, fazer planejamento financeiros e atuar no departamento de marketing são algumas das qualidades deste profissional. Para isso, os alunos da Faculdade de Computação e Informática têm o acompanhamento constante de um professor-orientador, que acompanha trabalhos realizados a cada final de ano letivo. "A criação de negócios, empresas e produtos é uma atividade indispensável ao longo do curso de Sistemas de Informação", afirma o diretor.

Direto para o mercado – Reconhecido pelo MEC com conceitos de excelência, o curso de Sistemas de Informação conta com suporte multimídia em todas as salas de aula e disponibiliza um computador para cada aluno. Além disso, a tecnologia wi-fi permite a utilização de equipamentos sem fio em qualquer ponto do campus da Faap. Parcerias firmadas com empresas como Microsoft, IBM, Intel, Cisco e Oracle garantem o fortalecimento do vínculo dos estudantes com o mercado de trabalho, além de certificações profissionais nas mais diversas áreas da tecnologia. A parceria com a Intel viabiliza ainda o 5º Centro do Programa WCN (Wireless Competence Network), de apoio e patrocínio à tecnologia wi-fi. O programa é o único do Brasil que desenvolve negócios e aplicações com tecnologia wireless e a Faap é a primeira instituição privada que representa este centro. Rachel Melamet Para baixar gratuitamente o conteúdo das apresentações de Laura Chappell no Brasil acesse www.packet-level.net/faap.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Segurança Lançamento Convergência Varejo Hi-tech

terça-feira, 16 de maio de 2006

PARA LEIGOS, PC DEVERIA SER IGUAL A QUALQUER ELETRODOMÉSTICO

Usuários desnorteados

o mesmo tempo em que o computador, a internet e o e-mail facilitam muito o dia-a-dia tanto profissional quanto pessoal, também trazem aborrecimentos e transtornos. Não existe nada similar na indústria de qualquer setor da economia que se compare ao que ocorre com quem utiliza computador e web. Digo isso porque é cada dia mais crescente o desentendimento e dúvidas por parte dos usuários sobre as funções que eles têm que assumir para ficarem a salvo de roubo de dados e senhas, contaminações por vírus, chantagens virtuais, perda de informações importantes. Apesar do bombardeio noticioso da mídia em tentar esclarecer e educar a respeito dos perigos e atualizações necessárias para que a convivência de pessoas

rem que ficar atentos a tudo isso. Sempre que alguém começa uma conversa desse tipo comigo, pergunto se eles não lêem o que a mídia publica a respeito e as respostas são as mais diversas, porém remetem ao mesmo ponto: acham que não vão entender o que está escrito, consideram que a linguagem é complicada e, o que é mais verdadeiro, acham que não é de sua competência ter que saber instalar, configurar e atualizar nada no

te, atualizar o dispositivo porque ele ficou obsoleto". Do ponto de vista do consumidor, não dá para tirar sua razão. Recentemente uma pesquisa realizada e divulgada pela Symantec –uma das principais fabricantes de antivírus e programas para bloquear ameaças de invasão a computadores– na cidade de São Paulo, com 250 usuários, revelou um dado que pode ser considerado surpreendente: mais de 80% desconhece a

comuns com a tecnologia seja pacífica, isso aparentemente não acontece. Digo isso porque freqüentemente tenho que dar explicações a leigos que me perguntam sobre o que é um vírus, como os hackers conseguem invadir uma máquina e pegar senhas de banco, qual o motivo de terem que trocar de máquina e atualizar o sistema operacional, se a que possuem funciona perfeitamente e por aí vai. Ao contrário do que possa parecer não são somente usuários com mais idade e que não estão familiarizados com tecnologia; são também jovens que não se interessam pelo assunto e que acham chato te-

computador. Consideram isso tudo uma grande chateação. Várias vezes já me disseram que utilizam computador por imposição no trabalho e que em casa nem chegam perto de um. Além disso, dizem que o micro deveria ser igual a qualquer eletrodoméstico, ou seja, tem que ligar e esquecer; nada de ter que digitar senhas, esperar carregar para começar a interagir, fazer atualizações e por aí vai. Certa vez um deles me disse: "A tecnologia está toda errada. Comparando um carro com o computador, me sinto como se eu tivesse que comprar um alarme numa loja, instalar sozinho e ter que, semanalmen-

real ameaça que o método conhecido como phishing representa. Além dele, também os spyware, spam, adware e worms foram pouco lembrados, o que não deixa de ser igualmente alarmante. A idade dos entrevistados variou entre 20 e 35 anos e foi feita entre moradores de classe média alta da capital paulista. Outras coisas que fazem com que os usuários não entendam direito são as suítes chamadas de colaboração, que contém programas de planilhas, editores de textos, apresentação e banco de dados. Além de acharem esses produtos caríssimos –daí o alto índice de pirataria–,

Avanços tecnológicos de computadores, programas e celulares geralmente são dor de cabeça para os usuários comuns Por Guido Orlando Júnior

CADEADO ELETRÔNICO TRANCA O PC QUANDO USUÁRIO SAI DE PERTO Composto por duas partes, ele tem garantia de seis meses e custa R$ 72

O cadeado eletrônico USB de presença bloqueia PCs e notebooks quando o usuário se afastar a uma distância superior a dois metros

á está sendo comercializada no Brasil uma novidade muito útil para os usuários de desktops e notebooks que não gostam de estranhos mexendo em seus PCs nem xeretando o que está na tela quando precisam se ausentar, ainda que por alguns instantes. O cadeado eletrônico USB de presença para PCs e notebooks resolve o problema de forma simples e eficiente, bloqueando o computador cada vez que seu dono se afastar dele a uma distância superior a dois metros. O cadeado USB2200 wireless, da Cables Unlimit, é composto de duas pequenas peças –um receptor para ser conectado a uma porta USB do computador e um transmissor que pode ser carregado no bolso ou na bolsa. Uma vez ativado o cadeado eletrônico USB, o computador será bloqueado sempre que o transmissor carregado pelo usuário ficar a mais de dois metros de distância. Para desbloquear, basta aproximar o transmissor novamente ou digitar uma senha. O mecanismo permite que, num momento de pressa, o usuário se afaste da mesa de trabalho ou do laptop sem perder tempo fechando arquivos, digitando senhas ou ativando a proteção de tela. O cadeado é compatível com portas USB 1.0/1.1 e2.0 e vem com software de instalação para Windows 98SE, ME, 2000 e XP. O transmissor é alimentado por uma bateria tipo CR2032 (não fornecida). Para melhor funcionamento do equipamento, áreas com interferência eletromagnética e superfícies metálicas devem ser evitadas. O cadeado USB 2200 tem garantia de seis meses e custa R$ 72. À venda na e-store www.e-store.com.br . Rachel Melamet Divulgação

GLAMORGANN 1 As mulheres preferem páginas com fundo e letras coloridos e que tenham sido resultado da criatividade feminina.

@ Ó RBITA

80%

acham um desperdício terem tantas funções que nunca utilizam nem vão utilizar. Também não tiro a razão de quem pensa assim e tenho até uma comparação que faço para ilustrar: um pacote desses é comparável ao cérebro humano, pois não se utiliza nem 10% de seus recursos. Os celulares também não escapam às críticas dos consumidores. Apesar de comprarem celulares que acessam a internet, mandam mensagens de SMS –mensagens de texto–, tenham viva-voz, bluetooth e até toquem MP3, raramente sabem utilizar essas funções. Simplesmente compram modelos sofisticados por pura falta de opção. Querem somente falar e se comunicar. O máximo que fazem é mudar o toque da campainha por outra que já vem instalada no aparelho e raramente associam um toque a uma

pessoa. Quer uma prova disso? Então responda às seguintes perguntas: Quantas vezes você acessou a web com seu celular? Quantos torpedos mandou no último mês, apesar de seu pacote provavelmente disponibilizar cerca de 50 deles mensalmente? Quantos toques você tem associado a pessoas de seu relacionamento? Você personalizou as configurações do aparelho? Se alguém mudar as cores de fundo, toque e saudação você sabe como desfazê-las? Por fim, quantas fotos tirou no último mês e o que fez com elas? gojunior@voit.com.br

GLAMORGANN 2 Já os homens preferem sites de cores escuras, que tenham imagens animadas.

Google Earth mostra batalha nas ruas de Bagdá blog "Shiis Rocky Middle Path" está exibindo imagens de um combate entre tropas americanas e rebeldes iraquianos, obtidas através do Google Earth (foto à dir.). Em diferentes níveis de zoom é possível ver tanques de guerra MiA1, camionetas conhecidas como Humvees e soldados da Primeiro Grupo de Cavalaria do Exército dos Estados Unidos combatendo nas ruas de Sadr City, bairro xiita que fica ao noroeste de Bagdá.

O

João Magalhães Site relacionado: http://shii.wordpress.com /2006/05/07/showdown-atgoogle-gulch/

Visual de site revela sexo de seus visitantes

Perfil de um site jornalístico perfeito ual seria o perfil de um site jornalístico perfeito? A pergunta foi feita pelo The Wall Street Journal a seus leitores online, na semana passada. A maioria respondeu que o ideal seria páginas web com mais conteúdo, informações extras sobre as matérias publicadas, menos anúncios, eliminação das janelas suspensas, exibição de vídeos e áudios e novas formas de receber as notícias, como, por exemplo, pelo celular. Boa parte dos participantes da enquete disse ainda que seria interessante o site em questão filtrar as notícias e adaptá-las ao gosto de cada um dos leitores, ou seja, personalizá-las. (JM)

Q

Aprenda mandarim online andarim é um idioma complicado? O governo chinês acha que não e, para provar que está certo, lançou um portal para ensinar a língua a todos os internautas interessados em aprendê-la. O novo sítio oferece lições, exercícios e tutorial, tudo em multimídia. O Departamento Nacional de Ensino de Mandarim (NOCFL), que projetou o portal, pretende também expandir o uso do idioma, através dos chamados institutos Confúcio. Várias unidades do estabelecimento de ensino serão abertas em todo o mundo, inclusive no Brasil. (JM)

M

studo da Glamorgann University Business School, do País de Gales, revela que certas Site relacionado: http://www.language-learning.net/ características de um site sb1_628_2_2_915_2074.html podem atrair mais homens. Analisando 32 endereços verificaram que 94% deles apresentavam características m parceria com a permite fazer ligações masculinas. O que gera a rede de intérpretes telefônicas via internet. pergunta: para ter sucesso Language Line, a O serviço, que funciona um site deve ter versões para Skype está disponibilizando 24 horas por dia, é gratuito ambos os sexos? (JM) tradutores de 150 idiomas para chamadas entre para os usuários de computadores. Em Site relacionado: VoIP, tecnologia que ligações do PC para http://www.glam.ac.uk/bus

E

dos usuários desconhece a real ameaça que o método conhecido como phishing representa

Site relacionado: http://online.wsj.com/ public/us?mod=OHP2OSM01

Skype tem tradutor em tempo real

E

telefones móveis ou fixos é cobrada um taxa de US$ 2,99 por minuto. (JM) Sites relacionados: http://www.languageline.com/ http://pt.wikipedia.org/wiki/VoIP


terça-feira, 16 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

Cidades

1 O governador Claudio Lembo negou ontem à noite qualquer acordo com o PCC no sentido de acabar com a onda de terror que domina São Paulo desde sexta-feira.

Thiago Bernardes/AOG

O paulistano viveu ontem um dia de pavor. Não bastassem os ataques e assassinatos promovidos por bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) ao longo dos últimos quatro dias, uma onda de boatos tomou conta da cidade, aterrorizando a população, especialmente os comerciantes do Centro e dos bairros. Pela manhã, diante de 56 ataques a ônibus, as empresas de transporte da capital retiraram 5.100 carros de circulação.

Cinco milhões de paulistanos ficaram sem condução. E a população poderá ter mais um dia de dificuldades. Hoje, apenas metade da frota de 20 mil ônibus da capital deverá circular. Os 10 mil ônibus vão trafegar com escolta. À noite, a Agência Estado informou que um acordo do governo com o PCC teria posto um fim à guerra e aos motins nos presídios. O governador Cláudio Lembo negou qualquer acordo com os bandidos.

Caio Guatelli/Folha Imagem

Policiais militares fazem blitz na avenida Angélica. Carros considerados suspeitos e motocicletas ocupadas por duas pessoas eram invariavelmente paradas pelos policiais. Depois de revistadas, as pessoas eram liberadas.

SOB O DOMÍNIO DO TERROR D

epois de mais de 180 ataques a alvos policiais e civis, que provocaram a morte de 81 pessoas desde a noite de sexta-feira, os bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) conseguiram ontem, praticamente, paralisar a cidade de São Paulo, pela intimidação. Com estratégias típicas de grupos terroristas, entre elas a queima de 56 ônibus, boatos e até chantagem pela internet, os marginais deixaram cinco milhões de pessoas sem transporte. O comércio de rua e alguns shoppings fecharam suas portas por volta das 16h, com queda de 90% em seu movimento. Escolas infantis e universidades liberaram seus alunos bem antes do horário normal de término das aulas. O trânsito ficou caótico. Às 18h20, eram 226 km de congestionamento (a média do horário é de 72 km). Na volta para casa, a busca por táxis se transformou em disputa física. Houve quem oferecesse R$ 50 por uma corrida curta. Bancos – Até o final da madrugada de ontem, a polícia havia registrado 11 ataques a agências bancárias na capital e em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que reúne as maiores instituições bancárias do País, divulgou nota de repúdio aos atos

Vivi Zanata/AE

de violência em São Paulo, que atingiram agências bancárias. Segundo a Febraban, os "atos de violência que vêm sendo cometidos pelo crime organizado são uma afronta ao estado de direito e à cidadania". Mortes – De acordocomaSecretaria de Segurança Pública, entre os 81 mortos estão 22 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis. Além deles, 39 suspeitos de ataques morreram em confrontos. Treze presos teriam morrido em rebeliões, o que elevaria para 94 o número de mortes. Essa informação, contudo, não foi confirmada. Na manhã de ontem, 46 unidades prisionais do Estado permaneciam rebeladas, com 237 reféns. Por volta das 21h, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o governador Claudio Lembo disse que os motins nas penitenciárias haviam terminado. Boataria – Além do trauma causado pelos ataques e mortes registrados nos últimos quatro dias, o principal inimigo do paulistano, ontem, foi o medo. A onda de boatos provavelmente plantados pelo PCC, se estendeu rapidamente. Para se ter uma idéia de seu poder destrutivo, vale dizer que em apenas 20 minutos todas as 600 lojas da rua Teodoro Sampaio, tradicional centro de

Ônibus incendiado na manhã de ontem, no Jardim Nazaré, zona leste

comércio em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, fecharam suas portas. Por volta das 14h40 começou o diz-que-diz vindo da ponta mais movimentada da rua, o Largo da Batata, onde terminais de ônibus

dividem espaço com barracas de camelôs: uma bomba havia explodido em uma loja, um homem havia sido fuzilado, havia promessa do PCC de fazer atentados contra os lojistas às 17h. As notícias (reproduzidas

às pressas e em tom cada vez mais alarmista) foram se avolumando. Pouco depois, um pequeno conjunto de comerciantes abaixou grades de lojas e saiu correndo avisando os vizinhos. O grupo foi crescendo e subindo a rua, em direção ao outro extremo, a avenida Doutor Arnaldo. "As pessoas passavam em grupo, apavoradas e gritando: fecha tudo! fecha tudo! Os lojistas fechavam e alguns iam para a rua ajudar a avisar os demais. Nunca tive tanto medo", contou Conceição Braz de Souza, vendedora da loja Difranelli Móveis. Desencontro – Às 15h, uma das ruas que simbolizam a São Paulo que não pode parar (e que não interrompe suas atividades nem mesmo aos domingos e feriados) já estava completamente fechada. Espalhados em cinco viaturas estacionadas em algumas das esquinas mais movimentadas e dez motos, policiais militares do 23º Batalhão avisavam que a "ocorrência não procedia" e o comércio poderia voltar ao normal. "A polícia avisou a todos: pode abrir, gente!", diz Fernando Braga, dono da loja de 1,99 JC Marrach. Não adiantou. A maioria das lojas seguia fechada. Só a Casas Bahia permanecia com as portas abertas e luzes acesas – para ninguém. O Pão de Açúcar funcionava à

meia luz, com apenas uma porta lateral levantada. Medo – Chamado para checar a origem do medo que se alastrou pela Teodoro Sampaio (e rapidamente irradiou para todas as ruas transversais) o sargento da PM Mauro Mário Souza entrou em uma viatura e chegou a tempo de ver a corrente passando e provocando o fechamento das grades. O carro entrou na rua pela contramão, com a sirene ligada, e foi até o Largo da Batata. "Chegamos lá e não havia nada, nada, nada. Nem bombas, nem tiros, nem alguém par a c o n f i r m a r q u e re c e b e u ameaças. Só o medo das pessoas", disse ele às 15h20, enquanto segurava uma submetralhadora apontada para cima na esquina da Pedroso de Morais com Teodoro – e ouvia de motoristas que passavam gritos de apoio como "coragem nessa guerra, companheiro!" Mas os estabelecimentos comerciais da rua Teodoro Sampaio continuavam com suas portas fechadas. "Já avisamos que não há nada... Mas eles insistem em manter fechado", disse o sargento Souza, que saiu de casa pela manhã sob as recomendações de cuidado da mulher, mas respondeu que tudo ficaria bem porque "os bandidos estão vendo que estamos prontos para reagir". (Agências)


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Ambiente Administração Te r r o r Compor tamento

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terça-feira, 16 de maio de 2006

CIDADE VIVE DIA DE CAOS NO SETOR DE TRANPORTE

Thiago Bernardes/AOG

Além do medo, a população da capital viveu ontem um dia de imensos transtornos. Quase sem ônibus, muita gente chegou atrasada ao serviço ou nem conseguiu chegar. Coletivos foram incendiados em todo o estado e a estação Artur Alvim do

A decisão de retirar os ônibus das ruas foi dos donos das companhias e dos funcionários.

metrô foi metralhada. À tarde, a situação estava mais calma, mas o paulistano enfrentou o caos para voltar para casa: poucos ônibus, congestionamentos e metrô lotado. Para hoje, muita gente foi dispensada do serviço e das aulas.

CINCO MILHÕES SEM TRANSPORTE Onda de ataques tirou grande parte da frota de ônibus das ruas e fechou os terminais, prejudicando a população. Ao todo, 56 veículos foram incendiados. AE

C

inco milhões de pessoas foram prejudicadas ontem na capital pela paralisação de empresas de ônibus, provocada pelos ataques organizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). No Estado, 56 veículos foram queimados no total. Ontem à tarde, 8 foram incendiados. Na zona leste, dois ônibus foram incendiados entre 11h45 e 12h15. O primeiro na rua João Maciel Baião, na altura do número 248, no Itaim Paulista. O outro na rua Camões, altura do número 60, em Guaianases. De acordo com a SPTrans, nove empresas interromperam o serviço (Vip, Tupi, Paratodos, Transcuba, Cidade Dutra, Campo Belo, Gatusa, Cooperauhton e Cooperpan), todas na zona sul. Na zona norte, a Sambaíba também retirou os carros das ruas. Nove terminais fecharam (Bandeira, Capelinha, Santo Amaro, Guarapiranga, João Dias, Jardim Ângela, Varginha, Parelheiros e Grajaú). O resultado foi pontos de ônibus lotados e muitos passageiros chegando atrasados ao trabalho. Por causa da onda de ataques, a Prefeitura suspendeu o rodízio de veículos ontem. A medida também valerá para hoje. Decisão – De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, a decisão de retirar os ônibus das ruas foi dos donos das companhias e dos funcionários, com medo da onda de ataques. Em São José do Rio Preto, três ônibus da viação Circular Santa Luzia, única da cidade, foram incendiados na madrugada de ontem. Grupos de seis pessoas entravam nos ônibus e anunciavam o ataque. Motorista, cobrador e passageiros desciam e os criminosos

jogavam combustível e ateavam fogo nos veículos. Os ataques também atingiram o metrô. Na estação Artur Alvim, na zona leste, um guichê foi atingido por tiros por volta da 0h15 de ontem. A estação estava fechada e ninguém ficou ferido. De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, a Artur Alvim foi a única estação do sistema atacada. Ontem, as linhas operaram normalmente. O pânico chegou ainda ao Aeroporto de Congonhas, na

zona sul. O saguão central, onde estão o balcão de informações e a lanchonete, foi evacuado após denúncia anônima de que haveria um atentado no local. O policiamento foi reforçado, mas os pousos e decolagens não foram cancelados. O local foi liberado às 17h. Domingo – No fim da noite de domingo, criminosos lançaram coquetéis molotov contra duas bases da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) – em frente ao terminal Parque Dom Pedro e no Glicério. Um

carro da Delegacia Anti-Seqüestro (DAS), da Polícia Civil, foi metralhado ontem, por volta das 13h de ontem, na rua Maranhão, em Higienópolis, na zona oeste. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o veículo foi atacado por dois carros quando fazia patrulhamento. Ninguém se feriu. Estopim – Os ataques começaram na sexta-feira e atingiram principalmente forças de segurança – delegacias, postos, veículos militares e poli-

Para ONU, a situação é muito séria

E

specialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram ontem que a situação da violência em São Paulo é "muito séria" e autoridades precisam "tratar das raízes dos problemas" se querem dar um fim à onda de ataques iniciada pelo crime organizado. "Essa é, no fundo, uma crise de desenvolvimento", afirmou Anna Alvazzi Del Frete, pesquisadora do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, órgão que tem sede em Viena, na Áustria. Segundo a especialista da ONU, a falta de alternativas para as camadas jovens da população mais carente contribui para alimentar os grupos criminosos com novos membros. Para Anna, nem sempre enviar o Exército para combater os criminosos pode ser a melhor opção para lutar contra a violência. "Emocionalmente, a reação imediata de um governo pode ser a de enviar tropas para um local de crise. Mas isso nem sempre pode ser a solução", explicou a analista. (AE)

ciais. Os ataques começaram após a transferência de 765 presos para Presidente Venceslau, na quinta-feira, em uma tentativa de desarticular ações criminosas. No dia seguinte, oito líderes do PCC foram para o Deic, em Santana. Entre eles, Marcos Williams Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi para a penitenciária de Presidente Bernardes, considerada a mais segura do País. Ele ficará sob o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). (Agências)

Operadoras discutem bloqueio de celulares

R

epresentantes das operadoras de telefones celulares Vivo, TIM e Claro discutiram ontem em uma reunião na Secretaria de Segurança Pública a possibilidade técnica de bloquear os celulares nas proximidades de cadeias e presídios. A Associação Nacional das Operadoras Celulares (Acel) não quis comentar o que foi decidido. Uma opção seria desligar as antenas que atendem a essas áreas, ação que faria com que vizinhos das cadeias e dos presídios também ficassem sem sinal. As operadoras, no entanto, não poderiam interromper um serviço público sem ordem da Justiça ou da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Anatel também precisa de uma decisão judicial para tomar tal decisão. Outra opção seria os bloqueadores, que degradam o sinal em uma determinada área, deixando mudos os aparelhos. "A aquisição e instalação de sistemas bloqueadores não são de competência da agência nem das prestadoras de serviço móvel", informou a Anatel. Ontem, o clima de apreensão frente aos ataques atribuídos ao PCC causou congestionamentos nas redes de telefonia celular. Vários aparelhos

não faziam e nem recebiam chamadas. As ligações de telefones fixos para celulares também foram prejudicadas. Segundo as operadoras, os problemas foram pontuais, como os que ocorrem no fim do ano. Apesar do transtorno, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) comunicou que não recebeu alertas sobre problemas com as redes. Em contrapartida, a Atel (Associação das Empresas de Telefonia Celular) confirmou o congestionamento nas redes, "similar aos verificados nas festas de fim de ano", e negou boatos sobre atentados a antenas das redes. Internet – A onda de ataques realizada pela facção criminosa PCC virou assunto também na internet. Alguns discutiam a situação, outros propagavam notícias falsas, prejudicando o trabalho da polícia e também da imprensa. Os boatos virtuais, conhecidos também como "hoax", divulgavam ataques que não aconteceram e também grandes ações com horário marcado. Para tentar convencer os donos das contas, os textos, geralmente, aparecem escritos em letras maiúsculas e sempre chegam com o título de "urgente". (Agências)


terça-feira, 16 de maio de 2006

Ambiente Administração Te r r o r Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 O faturamento foi insuficiente para cobrir os custos do dia. Miguel Giorgi Junior, presidente da Univinco

QUEDA NO FATURAMENTO FOI DE 90% NA 25 DE MARÇO.

Thiago Bernardes/AOG

Eram 13h de ontem quando as lojas do Centro da capital começaram a fechar suas portas. Por volta das 16h, em toda a cidade e na Grande São Paulo, a maioria delas encerrou as atividades, que podem nem ser retomadas hoje. Assustados e

pensando na escassez de transporte, funcionários e proprietários de estabelecimentos foram para casa mais cedo. Vinte e dois shoppings também fecharam suas portas à tarde. No interior a situação não foi muito diferente.

Milton Mansilha/Luz

MEDO FECHA AS PORTAS DO COMÉRCIO Fernando Vieira e Davi Franzon

O

terror parou o comércio ontem em São Paulo. O medo afastou os clientes das lojas de rua e dos shoppings, deixando os funcionários – aqueles que conseguiram chegar ao trabalho – de braços cruzados a maior parte do tempo. A redução no movimento foi drástica. Na região da rua 25 de Março, o mais tradicional centro de compras da Capital, a queda no faturamento do dia bateu em 90%. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) não tem números, mas o presidente da entidade, Guilherme Afif Domingos, calcula que 50% da atividade tenha sido afetada. Alguns setores ainda deverão permanecer fechados hoje e amanhã. Os comerciantes tentaram abrir normalmente as lojas pela manhã, apesar de atrasos e de algumas faltas de funcionários. Mas a sensação de insegurança e, em grande parte, a falta de transporte público, fizeram com que as portas dos estabelecimentos começassem a ser fechadas já por volta das 13h, na 25 de Março. "Estamos liberando todos os funcionários mais cedo porque ouvimos notícias de que fecharam os terminais e não há transporte. Por isso, os funcionários estão com medo de não conseguir voltar para casa", disse Tiago Monteiro, gerente da loja Fri-fri, por volta das 14h30. O efeito cascata no fechamento das lojas da 25 de Março foi praticamente imediato. Por volta das 16h, todas as portas foram cerradas. "Não tem cliente. Não temos por que segurar os funcionários diante dessa situação de guerra urbana", disse Fábio Giorgi, gerente da loja Gaivota. Para deixar a loja, foi montada uma verdadeira operação de fuga. "Ninguém sai sozinho. Vamos juntos e de uma vez", anunciou Fábio, enquanto se dirigia a um portão lateral. A entrada principal já estava fechada. Segundo Miguel Giorgi Junior, presidente da União dos Lojistas da 25 de Março e Ad-

jacências (Univinco), o faturamento dos comerciantes foi com certeza insuficiente para cobrir os custos de funcionamento do dia. Na casa de meias São Jorge, as vendas ficaram cerca de 15% abaixo de uma segunda-feira normal, de acordo com o gerente Carlos Vitório. Os índices em mais de cinco estabelecimentos consultados variavam entre 10% e 20% do total de vendas habituais. "Simplesmente não tem movimento", disse o gerente Remi Galon, da loja Sabie. Uma das poucas consumidoras encontrada circulando pelas ruas do Centro acabou perdendo a viagem. Às 15h30, encontrou as lojas abaixando as portas. "Nem parece a 25 de Março! Neste horário, isso aqui está fervendo de gente. Acho que está cada vez mais difícil morar em São Paulo", afirmou a dona de casa Margareth de Fátima Silva. No Brás – Os prejuízos de ontem se estenderam por outras regiões da cidade. O balanço inicial da Associação dos Lojistas do Brás (Alobras) indicou uma queda de até 60% nas vendas. Os lojistas abaixaram suas portas às 16h. O objetivo era dispensar os funcionários antes do anoitecer em nome da segurança pessoal. Destino de grande parte de consumidores e comerciantes de outras cidades e estados, as ruas do Brás receberam um número 40% menor de ônibus. De acordo com a Alobras, o resultado da onda de atentados que assolou a capital sobre o comércio da região será conhecido realmente somente no fim da semana, quando um balanço geral deverá ser realizado por todos os comerciantes do bairro. As ruas Augusta e Oscar Freire, duas vias comerciais de alto padrão de São Paulo, também tiveram suas lojas fechadas antes das 16h por prevenção. Vinte e dois shoppings da capital encerraram suas atividades mais cedo. Bovespa – O mercado de ações também sofreu efeitos. A

Oslaim Brito/Folha Imagem

Estudantes ficam sem aula também hoje

A

Rua 25 de Março quase deserta (foto maior). Acima, lojista de Pinheiros.

Bovespa suspendeu as negociações em after-market, realizadas normalmente das 17h30 às 19h. A operação permite a negociação de ações no período noturno, após o horário regular, de forma eletrônica. A BM&F, acompanhando a decisão da Bovespa, também suspendeu o after-market para os contratos de Ibovespa futuro, mas as operações com os demais foram mantidas. A noite paulistana seguiu a tendência de quebras de rotina em São Paulo. Bares e restaurantes tradicionais da capital paulista deixaram de funcionar. O Bar Brahma, localizado na esquina das avenidas Ipiranga e São João, um dos pontos mais conhecidos de São Paulo, decidiu cancelar todos

os shows programados para a noite de ontem. A apresentação de hoje também foi suspensa e a de amanhã pode ser cancelada. Seguindo o mesmo caminho, Lílian Gonçalves, proprietária de seis casas noturnas na capital, decidiu não abrir as portas. Localizados na rua Canuto do Val, bairro de Santa Cecília, bares como o Biroska, Viva Maria e Bastidores, entre outros, deixaram aproximadamente dois mil clientes sem opção na noite passada. O Lellis Tratoria, conhecido espaço da culinária italiana em São Paulo, também ficou fechado. João Lellis, dono da casa, informou que a decisão de fechar foi seguida pela maioria das cantinas paulistanas.

maioria das escolas da cidade e da Grande São Paulo liberou os estudantes mais cedo ontem. No período noturno as aulas foram canceladas e muitos estabelecimentos permanecerão fechados também hoje, à espera de que a situação se normalize. A Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo divulgou, em seu site, uma nota informando que não haverá aulas em razão da insegurança. A universidade recomendou que estudantes, professores e funcionários acompanhem, pelo site, a normalização das atividades. "Em virtude da situação de insegurança generalizada na cidade de São Paulo, que implica em risco para a população de estudantes, funcionários e professores que se dirigem rotineira-

mente à universidade, a PUC-SP suspendeu suas atividades acadêmicas e administrativas às 15h nos campi da capital (Monte Alegre, Marquês de Paranaguá, Santana e Derdic). A volta às atividades será informada no site e por mensagem eletrônica assim que forem restituídas condições adequadas ao funcionamento da universidade". O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo também dispensou alunos e professores às 16h de ontem. No período noturno não houve aulas. Até a noite, a escola não havia decidido se o expediente seria normal hoje. Em nota, o Centro informou que decidiu pela suspensão por causa da segurança dos estudantes e funcionários, muitos prejudicados por problemas no transporte público.

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Ambiente Tr â n s i t o Te r r o r Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

A PEDIDO DE LULA, MINISTRO VEIO A SÃO PAULO

Thiago Bernardes/AOG

No início da noite de ontem a Agência Estado veiculou informação de que o governo do estado – envolvendo um coronel da Polícia Militar, um delegado e um corregedor, além de uma advogada – teria fechado um acordo com o PCC, no sentido

Para ler mais notícias sobre as ações do PCC e a reação da polícia paulista, além de repercussões, clique www.dcomercio.com.br/ canais/cidades_index.htm

de acabar com os ataques. O governador Claudio Lembo e autoridades da polícia paulista refutaram a informação e disseram que São Paulo não faz acordos com bandidos. Ontem, Lembo rejeitou nova oferta de ajuda do governo federal.

LEMBO REJEITA AJUDA DE NOVO Marcos Fernandes/Luz

Luciano Coca/Chromafotos

Sergio Kapustan

O

governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), voltou a rejeitar a ajuda do governo federal para enfrentar a crise na segurança pública no Estado. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, esteve ontem no Palácio dos Bandeirantes para oferecer a ajuda da Polícia Federal e das Forças Armadas, mas o governador achou desnecessário porque, segundo ele, a situação estaria controlada. Lembo e Bastos se reuniram para fazer uma avaliação da situação no Estado. De acordo com o governador, a polícia paulista já trabalha em parceria com a Polícia Federal na área de inteligência. Como o trabalho terá continuidade, não há porque convocar a força federal. "Nós estamos controlando todas as situações. Há total integração da Polícia Federal com a Polícia de São Paulo", declarou o governador. Quanto ao Exército, o governador afirmou que se situação no Estado está controlada, não há razão para convocá-lo. "O Exército seria algo desnecessário neste momento", avaliou. Lembo admitiu depois que o Exército poderia trabalhar na segurança externa dos presídios no futuro. A posição de Lembo foi apoiada pelo ministro. Bastos afirmou que a polícia paulista está conseguindo manter a ordem. "Nós vamos reiterar nossa solidariedade e nossa oferta de todas as forças públicas. Temos confiança que as forças de São Paulo são capazes de debelar essa situação. " Se conseguirem resolver sozinhas, ótimo. Se pedirem a presença de forças federais, seja ela quais forem, inclusive o Exército, isso estará a disposição. O governo quer e vai ajudar até o último limite", declarou o ministro. Bastos recordou também que as forças federais já foram utilizadas por outros estados em situação de crise, citando o carnaval de 2003, no Rio de Janeiro, a greve da Polícia Militar em Minas Gerais, em 2004, e a crise com o crime organizado depois da morte de um juiz no Espírito Santo. O governador Lembo negou qualquer tipo de acordo com o PCC, no sentido de encerrar as rebeliões nos presídios e a suspensão dos atentados a quartéis, delegacias policiais, fóruns, agências e estações de metrô. Um suposto acordo foi divulgado ontem à noite pela Agência Estado. Segundo a informação, o acordo teria sido negociado por três representantes do governo estadual (um coronel da PM, um delegado e um corregedor) e uma advogada. A ordem de cessar as ações teria sido dada pelo líder do PCC, Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola. "Não há acordo com o crime organizado", disse Lembo. A Secretaria de Administração Penitenciária também negou qualquer informação nesse sentido. O governador reiterou que a segurança pública está sob controle e que a população de São Paulo dever ir às ruas hoje, normalmente.

Com medo dos ataques, as lojas fecharam mais cedo ontem no Centro da cidade, como na rua XV de Novembro (acima)

Em São José dos Campos, policial recolhe granada

Sebastião Moreira/AE

Dirceu Portugal/Futura Press

Vanderlei Almeida/AFP

Acima, policial civil é mantido refém na delegacia de Campo Mourão, no Paraná. À esquerda, cão farejador procura bomba no Aeroporto de Congonhas. Denúncia anônima, que obrigou à evacuação do saguão principal, era falsa. Abaixo, Terminal de Ônibus Bandeira, no Centro, completamente vazio. Grande parte da frota não circulou ontem na cidade.

Sem ônibus, passageiros lotam a estação Corinthians-Itaquera Almeida Rocha/Folha Imagem

Matuiti Mayezo/Folha Imagem

Daniel Pera/Agência O Globo

Recorde de congestionamento: 226 quilômetros às 18h20 Alessandro Roncatti/Futura Press

Ministro Thomaz Bastos e governador Lembo no Palácio do Governo

Superlotação também na estação Sé do Metrô na volta antecipada para casa do paulistano


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Planalto Par tidos Seminário Eleições

DIÁRIO DO DO COMÉRCIO COMÉRCIO DIÁRIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

A igualdade de direitos e a liberdade são as bases dos ensinamentos do cristianismo e do pensamento liberal Ives Gandra Martins

LIBERALISMO E DIREITOS INDIVIDUAIS

Sistema político empobrecido compromete liberdade da maioria, diz professor Jacy de Souza Mendonça, professor de Filosofia do Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, criticou a atual organização partidária do Brasil Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

A

falta de partidos políticos é apontada por Jacy de Souza Mendonça como um dos principais problemas enfrentados hoje no Brasil. O professor de Filosofia do Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que participou ontem do debate "O Império das Leis e os Direitos Individuais como os fundamentos da Liberdade", não se refere ao número de partidos, mas à grande confusão programática que envolve hoje as quase trinta agremiações políticas filiadas ao Tribunal Superior Eleitoral. Mendonça, que já foi vice-presidente da Fiesp e da Anfavea, acredita que essa falta de posicionamento dos partidos, não só confunde o cidadão como compromete sua liberdade. Segundo o professor, muitas pessoas se vêem sem opção de escolha e opinião. Situação prejudicada ainda mais pelo fato de a Constituição Federal permitir que um único indivíduo assine um papel que pode mudar a vida de milhões de pessoas. "Na teoria, a diferença entre os partidos está no posicionamento e no programa de administração pública de cada um eles têm que ser diferentes, para que o cidadão possa esco lher", explica Mendonça. – Se prestarmos atenção nos planos de governos publica-

Terán: América Latina luta contra totalitarismos

Mendonça critica os partidos: agrupamentos comandados por poucos

dos pelos partidos no Diário Oficial, veremos que são todos iguais e que as diferenças são insignificantes. Na prática é pior ainda, todos agem da mesma forma. Não são partidos, são agrupamentos comandados por poucos. Nesse contexto, ressaltou a importância do liberalismo: "É a doutrina da liberdade e evita

o abuso dos poderosos. Hoje temos um sistema empobrecido no qual uma pessoa pode comprometer a liberdade da maioria". Ele destacou que as revoluções e constituições dos Estados Unidos e da França devem servir de modelo para o Brasil, na busca de uma democracia real, que respeite os direitos individuais e a liberdade

D'Eça: busca do modelo de democracia dos Estados Unidos

de pensamento. Posição corroborada pelo equatoriano Edgar Terán, exministro das Relações Exteriores de seu país, e por Fernando Lobo D’Eça, advogado tributarista membro da Comissão de Comércio Exterior e Relações Internacionais da seccional paulista da OAB. Para Terán, a América Latina vive hoje uma luta contra o totalitarismo. "Temos que brigar para recuperar os valores da democracia que perdemos". Uma das formas, segundo ele, seria voltar a interagir com os Estados Unidos. "Vivi lá quatro anos e vi que eles não se preocupam em conhecer os valores e a cultura sul-americana, assim como nós não fazemos questão de conhecê-los a fundo. Isso precisa mudar para que um lado ajude o outro de uma forma positiva". Para D'Eça e Terán, o fato de o Estado norte-americano valorizar a liberdade de expressão individual e a liberdade econômica mostra que o modelo de democracia dos EUA é o melhor que já surgiu. "A democracia não é um bom modelo, mas é o melhor que já inventaram. E como o objetivo da democracia é buscar os direitos individuais, preservando os coletivos, foram os norte-americanos que conseguiram usá-la da melhor forma", disse D’Eça. Clarice Chiquetto

"Crise moral profunda demorou a ser percebida"

O

filósofo e jornalista Olavo de Carvalho, correspondente do Diário do Comércio em Washington, aproveitou sua intervenção no seminário, por teleconferência, para provocar os participantes da discussão: "Enquanto o Brasil vive o caos, estamos aqui dissertando sobre teorias liberais...", disse Olavo. Referia-se à onda de violência que tomou conta da cidade de São Paulo e de outras importantes cidades brasileiras iniciada no fim de semana. "Temos que discutir as doutrinas liberais, mas também armar estratégias de ação para sairmos desse caos que nosso país vive hoje", ponderou. Para Olavo de Carvalho, a classe empresarial demorou muito tempo para perceber que o que estava acontecendo era uma crise moral profunda, "e que poderia desencadear em tantos ataques civis e militares". "O que está ocorrendo no Brasil não é uma concorrência democrática, mas inúmeras pessoas armadas prontas para uma insurreição. No exterior, pouca gente consegue entender o que está se passando no nosso país", disse. Para o doutor em filosofia do direito, Ives Gandra da Silva Martins, que, como Olavo de Carvalho, participou do debate "Os Fundamentos Cristãos da Liberdade e da Democracia", os preceitos do cristianismo representam o único atestado de segurança para o crescimento da sociedade. Gandra disse ainda que "a

Na foto maior, o filósofo Olavo de Carvalho. Ao lado, o jurista Ives Gandra Martins. E Alejandro Chafuén, da Atlas

igualdade de direitos e a liberdade são as bases dos ensinamentos do cristianismo e do pensamento liberal". "São os princípios morais do cristianismo que ajudam na defesa da paz e na igualdade de direitos", corroborou o matemático e bacharelando do curso de negócios e relações internacionais, Cláudio André Telles. Para ele, liberalismo e cristianismo são doutrinas absolutamente compatíveis e complementares. E citou alguns nomes da história mundial que uniram pensamento cristão e ciência para o desenvolvimento da humanidade. "Galileu Galilei vivia muito ligado à religião

católica e Nicolau Copérnico era cônego". O presidente da Atlas Economic Research Foundation e Hispanic American Center for Economic Research, Alejandro Chafuén, citou a contribuição dos autores escolásticos, do pensamento cristão da Idade Média, para as instituições jurídicas e à democracia. "Para esses autores o ser humano não é visto somente como indivíduo, mas como um centro de inteligência, espírito e sentido social", disse Chafuén. E faz a defesa do capitalismo liberal e da liberdade, mostrando que "a essência do cristianismo se mostra no livre arbítrio". Sonaira San Pedro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

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14,3

por cento foi o aumento das vendas à vista para o Dia das Mães sobre o mesmo período de 2006.

FILHOS COMPRARAM MAIS À VISTA Newton Santos/Hype - 13/05/2006

Consultas ao Usecheque aumentaram 14,3% em relação ao Dia das Mães do ano passado, ante elevação de 0,1% nas consultas para compras a prazo

O

resultado das ven- corte superior a 0,75 ponto perdas para o Dia das centual", disse o economista. Shoppings – Os shoppings Mães ficou dentro das expectativas também tiveram grande movida Associação Comercial de mento nos dias que antecedeSão Paulo (ACSP). As consul- ram o Dia das Mães. O resultatas ao Serviço Central de Prote- do no Shopping ABC foi um ção ao Crédito (que mede ven- aumento de 18% no fluxo de das a prazo) e ao UseCheque público e de 15% nas vendas (negócios à vista) da ACSP au- quando comparados ao mesmentaram 0,1% e 14,3%, res- mo período de 2005. "O movipectivamente, em relação ao mento foi intenso na semana que antecedeu o Dia das Mães mesmo período de 2005. "O resultado das vendas ba- e permaneceu lotado em todo teu com as nossas expectati- final de semana", disse o superintendente do vas, apesar de o e m p r e e n d icrediário ter mento, Antonio mantido o mesCarlos Ferrite mo patamar do Sampaio. ano passado", Segundo ele, d i s s e o e c o n o- O resultado das apenas no sábamista Emílio Al- vendas bateu com as do, 70 mil pesfieri, do Instituto nossas expectativas, soas passaram de Economia pelo local, um Gastão Vidigal, apesar de o crediário fluxo 20% da ACSP. Vestuá- ter mantido o mesmo maior do que rio e calçados fo- patamar do ano em um sábado ram alvo para a passado. normal. "O forsegunda melhor data de vendas Emílio Alfieri, da ACSP te apelo da data, e a chegada de do varejo. "O clima frio no início deste mês e os novas marcas, com a inauguraR$ 50 a mais no salário mínimo ção do Piso Loft, também immovimentaram o pequeno co- pulsionaram as vendas", disse mércio", disse Alfieri. Jóias, Sampaio. Chegaram ao shopperfumes, bijuterias, CDs, ping lojas como Casas Bahia, DVDs e celulares também fo- Zêlo e Lojas Americanas. Outros – O shopping Interram destaques nas vendas. "O cenário é moderadamen- lagos também registrou um inte positivo. As vendas devem cremento de vendas de 8%, e continuar a ser puxadas pelo um aumento de público de 5%, cheque, já que o crediário está se comparado ao Dia das Mães mais atrelado à política de ju- de 2005. Já o Tamboré alavanros do Comitê de Política Mo- cou as vendas em 18% em relanetária (Copom)", acrescentou ção ao mesmo período do ano o economista. Segundo Alfieri, anterior e teve alta de 20% no as pessoas ainda têm receio na fluxo de pessoas. Os artigos hora de assumir dívidas maio- mais procurados foram celulares. "Para movimentar o crédi- res, roupas e calçados. to, o Copom precisa fazer um Ana Laura Diniz

Durante toda a semana que antecedeu o Dia das Mães, e principalmente no sábado, movimento de consumidores nos shoppings foi intenso

Melhora da renda e queda no endividamento ajudam

O

Aumento na matéria-prima se refletirá no preço dos eletrônicos

Reajuste nos eletroeletrônicos

A Restaurantes e lembrancinhas superaram as expectativas

A

lém dos shoppings, pelo menos outros dois setores viram as expectativas de faturamento tornarem-se realidade neste Dia das Mães: o de bares e restaurantes e o das lojas de produtos populares, que custam a partir de R$ 1,99. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) esperava que o faturamento fosse 10% maior em relação à data de 2005. Mas a alta chegou a 20%. "Atingimos nossa capacidade total. A espera por uma mesa chegou a três horas", disse Joaquim Saraiva de Almeida, presidente da Abrasel. Agora, o setor se prepara para o Dia dos Namorados. "Esperamos movimento e fatura-

mento 20% maiores em relação ao ano passado", afirmou. Lembrancinhas – Para quem não tinha muito dinheiro, mas não quis deixar a data passar em branco, os produtos preferidos foram os que custam a partir de R$ 1,99. A Associação Brasileira de Produtos Populares (Abipp) ainda não tem o balanço final de vendas, mas o presidente da entidade, Gustavo Dedivitis, estima que a projeção inicial, de aumento de até 12% no faturamento em relação ao Dia das Mães de 2005, foi alcançada. "Os produtos preferidos foram os utensílios domésticos e os porta-retratos. Lembrancinhas que deixaram as mães felizes", disse Dedivitis. (NM)

O consumidor está mais confiante na economia brasileira

Marcos Peron/Virtual Photo - 14/02/2006

alta nos preços de insumos e matéria–prima que abastecem a indústria de eletroeletrônicos poderá significar aumento também para o consumidor final. O setor prevê um reajuste nos preços para o varejo que pode variar entre 2% e 6%. Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) entre as empresas do segmento mostra que as siderúrgicas aumentaram os preços do aço aproximadamente 6% neste mês. Também aponta aumento acima da inflação para os segmentos de cobre e alumínio. "O impacto dos reajustes é sentido também nos preços de compressores das geladeiras e motores das lavadoras automáticas, que utilizam vários insumos", disse Paulo Saab, presidente

da Eletros, para justificar o possível aumento. Se confirmado o reajuste, os fogões poderão ficar 2% mais caros; as lavadoras automáticas, entre 3% e 5%; e os refrigeradores, até 6%. "Mas os reajustes poderão ser menores, maiores ou nem existir. Vai depender dos gastos das empresas. Cada uma delas sabe o que significa a alta dos custos." Ele disse, porém, que a indústria não tem como absorver o aumento de custos, considerando inclusive que os eletroeletrônicos não estão acompanhando a variação da inflação. Segundo Saab, "de janeiro a abril, o preço dos eletrônicos caiu 2,6%, enquanto o IPC da Fipe subiu, no mesmo período, 0,62%. Em 2005, os valores dos eletroeletrônicos caíram 4,9%, enquanto o IPC teve alta de 4,53%." Neide Martingo

consumidor da Região Metropolitana de São Paulo está mais otimista com a situação econômica do Brasil. Em maio, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu 138,7 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200, o que representou alta de 4,2% sobre abril e de 3,4% ante o mesmo período de 2005. A apuração é da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). De acordo com a entidade, o resultado do ICC de maio foi influenciado pelas variações positivas do Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que ficou em 143,1 pontos e cresceu 5,9% ante o mês anterior, e do Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), que atingiu 132,1 pontos e aumentou 1,7%, na comparação com abril. O IEC indica a percepção do consumidor em relação ao futuro, enquanto o ICEA mede o grau de otimismo em relação ao presente. A Fecomercio-SP destacou que a melhora na percepção dos consumidores em relação à situação econômica do País, apontada pelo ICC, é influenciada também pelo aumento do salário mínimo, pela queda no endividamento e pela au-

sência de pressões de preços. A manutenção do otimismo, porém, dependerá do desempenho da economia e da melhora nos indicadores de renda e emprego, segundo destacou a entidade. Os técnicos ressaltaram que, apesar da recuperação no Índice de Confiança do Consumidor, ele ainda está 4,2% abaixo da média registrada nos seis meses que antecederam a crise política, de outubro de 2004 a março de 2005. Segundo o presidente da entidade, Abram Szajman, mesmo com a recuperação da economia em ritmo lento, os consumidores já começaram a percebê-la, daí a melhora apontada nos índices. Renda – Embora o aumento no Índice de Expectativas do Consumidor tenha sido verificado tanto na parcela de consumidores com faixa salarial abaixo de 10 salários mínimos quanto nos que ganham acima disso, no médio prazo o otimismo é maior entre os que têm menor remuneração, um aumento de 4,2% em comparação a abril. Já aqueles com renda superior a 10 salários mínimos apontam percepção mais positiva no longo prazo, um crescimento de 7,9% em maio sobre o mês anterior. (Agências)


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Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

VAGAS NA INDÚSTRIA RECUARAM 0,3% EM MARÇO

Emprego na indústria cai O emprego industrial em março caiu 0,3% na comparação com o resultado de fevereiro, na série livre de influências sazonais, segundo informou on-

terça-feira, 16 de maio de 2006

tem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com março do ano passado, a queda foi de 0,9%, a sétima taxa negativa consecutiva.

No primeiro trimestre deste ano, houve queda de 1% nas vagas em relação a igual período no ano passado. Apesar disso, segundo avaliação da coordenadora da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), Isabela Nunes, "na margem" há sinais de estabilidade. É que o indicador de média móvel trimestral, usado para mensurar tendências, se manteve estável entre os trimestres encerrados em março e em fevereiro. A economista comentou que o emprego industrial reflete o

cenário registrado na produção. E embora a atividade aponte sinais de recuperação, não é uma retomada forte. Além disso, os indicadores de emprego levam algum tempo até mostrarem reação. Isabela comentou ainda que os setores produtivos que estão liderando o crescimento da atividade no País não são intensivos de emprego. É o caso de veículos, celulares, TVs e eletrodomésticos em geral. Outros setores, que são muito intensivos em emprego, como calçados, madeira e má-

0,5

quinas e equipamentos não estão registrando bons resultados de recuperação na atividade industrial. Horas pagas – O número de horas pagas na indústria também registrou queda. Caiu 1,8% em março na comparação com fevereiro. Naquele mês, tinha aumentado 1,9% em relação a janeiro. Ao comparar com março do ano passado, houve queda de 0,6%. A retração no primeiro trimestre do ano foi de 0,4%, quando comparada a igual período do ano passado. Porém,

por cento foi o aumento real da folha de pagamentos no primeiro trimestre.

no acumulado dos últimos 12 meses até março, o número de horas pagas subiu 0,2%. Conseqüentemente, o valor da folha de pagamento caiu 2% em março, quando comparado com o fevereiro. Houve queda de 0,8% no resultado de março deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2006. Isabela lembrou que, no primeiro trimestre de 2006, o valor real da folha de pagamento subiu 0,5%. "Isso reflete o controle inflacionário, o aumento do poder aquisitivo e dos salários médios", afirmou. (AE)

ATAS ORIENT RELÓGIOS DO BRASIL S/A

CNPJ/MF 60.401.205/0001-00 - NIRE 035.300.042.875 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas em 28/04/2006 Data: 28/04/2006. Hora: 15:00 horas. Sede social à Av. das Nações Unidas, 10.989, 6º andar, conj. 62, Vila Olímpia, São Paulo, SP - CEP 04578-000. Convocação: Editais publicados no DOE e no Jornal Diário do Comércio em 05, 06 e 07 de abril de 2006. Presença: Acionistas representando a maioria do capital social com direito a voto, conforme livro de presença de acionistas. Mesa: Presidente, Sr. Nabor Rony Anzanello, secretária, Sra. Iolanda Castilhos Anzanello. Ordem do Dia: Dispensada a leitura, por ser do conhecimento dos presentes. Deliberações: a) Aprovados por unanimidade, com as abstenções legais, os relatórios da Diretoria, o Balanço Patrimonial e Demonstração Financeira relativa ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, publicado simultaneamente nos jornais DOE e Diário do Comércio no dia 23 de março de 2006; b) Ratificada por unanimidade a distribuição de dividendos aos acionistas, parte da conta de lucros relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, no montante de R$ 1.714.990,76 (um milhão setecentos e quatorze mil, novecentos e noventa reais, setenta e seis centavos), já efetuada “Ad-referendum” desta assembléia. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a assembléia, sendo lavrada a presente ata, redigida na forma prevista no art. 130 da Lei 6.404/76, que lida e aprovada vai assinada pelos membros da mesa e pelos acionistas presentes. São Paulo, 28 de abril de 2006. Assinaturas: Nabor Rony Anzanello - Presidente; Iolanda Castilhos Anzanello - Secretária. Acionistas: Nabor Rony Anzanello, Ana Hanaishi, Iolanda Castilhos Anzanello. A presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. Nabor Rony Anzanello. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 122.272/06-7 em 10/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

COMUNICADOS VIDROS BRASIL SAINT-GOBAIN VIDROS S.A.

SAINT-GOBAIN VIDROS S.A. CNPJ/MF nº 60.853.942/0001-44 - NIRE 35.300.031.211 Ata da 102ª Assembléia Geral Ordinária realizada em 28.04.06 Data, Hora e Local: dia 28/04/06, às 15:00 horas, na Av. Santa Marina, 482, 3º andar, São Paulo, Estado de São Paulo. Mesa: Jean-Pierre Eugene Floris - Presidente; Vergílio Minutti Filho - Secretário. Quorum: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme disposto no § 4º, do artigo 124, da Lei 6.404/76. Constituída a mesa, o Sr. Presidente deu início aos trabalhos, esclarecendo que esta Assembléia tinha por objetivo tomar conhecimento e deliberar sobre a seguinte Ordem do Dia: 1) As contas dos administradores e as demonstrações financeiras correspondentes ao exercício findo em 31.12.05; 2) Destinação do lucro líquido do exercício de 2005; 3) Eleição dos membros do Conselho de Administração; 4) Outros assuntos de interesse social. Deliberações: Foram submetidas a discussão e votação dos senhores acionistas e por estes aprovadas, por unanimidade, as seguintes deliberações: 1) As contas dos administradores e as Demonstrações Financeiras correspondentes ao exercício social findo em 31.12.2005, publicadas no Diário Oficial do Estado em 28.03.06 e no jornal O Estado de S. Paulo em 25.03.06; 2) Destinação do lucro líquido do exercício de 2005, no montante de R$ 126.471.082,19, conforme proposta da administração: a) R$ 6.323.554,10 na constituição da Reserva Legal; b) R$ 32.826.872,86, na constituição da Reserva para Estabilidade de Dividendos; c) R$ 87.320.655,23 de dividendos declarados pelo Conselho de Administração em reunião realizada em 09.03.06; 3) Eleição dos membros do Conselho de Administração, com prazo de gestão até a Assembléia Geral Ordinária a realizar-se em 2007, dos Srs.: Jean-Pierre Eugene Floris, francês, casado, industrial, RNE nº V394252-0-DELEMIG/ SP, CPF nº 231.217.438-30, domiciliado em São Paulo - Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482 - 4º andar, CEP 05036-903, como Presidente; Francisco Sanches Neto, brasileiro casado, administrador de empresas, RG 10.745.854-SSP/SP e CPF 010.660.068-06, domiciliado em São Paulo, Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 4º andar, CEP 05036-903, como Vice Presidente; Denis Marie Simonin, brasileiro, casado, industrial, RG nº 37.354.479-0-SSP/SP e CPF nº 213.399.038-6, domiciliado em São Paulo - Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 2º andar, CEP 05036-903; Nicolas Yatzimirsky, francês, casado, industrial, RNE nº V3889216-DELEMAF/SP e CPF Nº 231.069.148-82, domiciliado em São Paulo - Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 2º andar, CEP 05036-903; e, 4) Fixada, com vigência a partir de 01 de abril de 2006, a remuneração mensal global de até R$ 14.359,00 (catorze mil, trezentos e cinqüenta e nove reais) para os membros integrantes do Conselho de Administração. Os eleitos tomarão posse no livro respectivo. Os Conselheiros eleitos declaram, para os fins e efeitos do disposto no artigo 1011, da Lei 10.406/02, parágrafo 1º, que não estão impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal ou por se encontrarem sob os efeitos delas, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra norma de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública ou propriedade. Nada mais havendo a tratar e ninguém desejando fazer uso da palavra, o Sr. Presidente suspendeu a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, a qual, na reabertura dos trabalhos, foi lida, achada conforme, aprovada e assinada por todos os presentes, dela se extraindo cópias de igual teor e forma para os devidos fins de direito. aa) - Jean-Pierre Eugene Floris Presidente, Vergílio Minutti Filho - Secretário, Compagnie de Saint-Gobain - pp. JeanPierre Eugene Floris, Santa Cláudia Administradora Ltda. - pp. Vergílio Minutti Filho, Santa Cláudia Participações Ltda. pp. Vergílio Minutti Filho, São Lourenço Administradora Ltda. - pp. Vergílio Minutti Filho, Jean-Pierre Eugene Floris, Francisco Sanches Neto, Denis Marie Simonin, Nicolas Yatzimirsky. Confere com o original. Vergílio Minutti Filho - Secretário. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 121.825/06-1, em 9/5/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CNPJ/MF nº 60.853.942/0001-44 - NIRE 35.300.031.211 Ata da 221ª Reunião do Conselho de Administração realizada em 28.04.2006 Aos vinte e oito dias do mês de abril de dois mil e seis, às 16:00 horas, na sede social, na Av. Santa Marina, 482, 3º andar, São Paulo, Capital, reuniu-se o Conselho de Administração da SAINT-GOBAIN VIDROS S.A., presentes os Conselheiros abaixo assinados. O Presidente do Conselho de Administração, Sr. Jean-Pierre Eugene Floris, deu início aos trabalhos, convidando a mim, Vergílio Minutti Filho, para secretariá-lo. Dando início aos trabalhos, o Sr. Presidente declarou que esta reunião tinha por objetivo a eleição da Diretoria da Sociedade, com prazo de gestão até a próxima Assembléia Geral Ordinária a realizar-se em 2007, tendo sido eleitos, por unanimidade, os seguintes Senhores: Diretor Presidente: Jean-Pierre Eugene Floris, francês, casado, industrial, RNE nº V394252-0-DELEMIG/SP e CPF nº 231.217.43830, domiciliado em São Paulo, Capital com escritório na Av. Santa Marina, 482 - 4º andar, CEP 05036-903; Diretores sem designação especial: Francisco Sanches Neto, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG 10.745.854-SSP/SP e CPF 010.660.068-06, domiciliado em São Paulo, Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 4º andar, CEP 05036-903; Bernard Robert Poissonneau, francês, casado, industrial, RNE nº V334857-2-SRE/DPMAF/DPF e CPF nº 228.312.008-06, domiciliado em São Paulo, Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 3º andar, CEP 05036-903; Cláudio Meirelles Bastos de Oliveira, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG 4.289.586-SSP/SP, CPF 872.450.358-49, domiciliado em São Paulo, Capital, com endereço profissional na Av. Santa Marina, 482 - 4º andar, São Paulo, SP, CEP 05036-903; Ney Bretanha Galvão Filho, brasileiro, casado, engenheiro mecânico, RG nº 7.884.058-2-SSP/RJ e CPF nº 878.281.978-53, domiciliado em Campinas, SP, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 05036-903; Nicolas Yatzimirsky, francês, casado, industrial, RNE nº V388921-6-DELEMAF/SP e CPF nº 231.069.148-82, domiciliado em São Paulo, Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 2º andar, CEP 05036-903; Raul da Costa Navarro, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG nº 3.733.006SSP/SP e CPF nº 038.910.118-49, domiciliado em São Paulo, Capital, com escritório na Av. Santa Marina, 482, 3º andar, CEP 05036-903; e Renato Nogueira da Silva Holzheim, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG nº 7.343.705-SSP/SP e CPF nº 057.014.568-62, domiciliado em São Paulo, Capital, com endereço comercial na Rua Rui Barbosa, 346, Mauá, SP, CEP 09390-000. Nos termos do § 3º, do artigo 10 do estatuto social, foi indicado o Diretor Bernard Robert Poissonneau para substituir o Diretor Presidente nas suas ausências ou impedimentos temporários. Os Diretores eleitos declaram, para os fins e efeitos do disposto no artigo 1011, da Lei 10.406/02, parágrafo 1º, que não estão impedidos de exercer a administração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal ou por se encontrar sob os efeitos delas, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra norma de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, fé pública ou propriedade. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente, deu por encerrada a reunião, determinando a lavratura da presente ata, por todos aceita e assinada. aa) Jean-Pierre Eugene Floris - Presidente, Vergílio Minutti Filho - Secretário, Francisco Sanches Neto, Denis Marie Simonin, Nicolas Yatzimirsky, Bernard Robert Poissonneau, Cláudio Meirelles Bastos de Oliveira, Ney Bretanha Galvão Filho, Raul da Costa Navarro, Renato Nogueira da Silva Holzheim. Confere com o original. Vergílio Minuti Filho - Secretário. Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania - Jucesp nº 121.826/ 06-5 em 09/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CONVOCAÇÃO

NEWPEN DO BRASIL IND. E COM. LTDA. torna público que requereu à CETESB a Licença de Operação Nº 31002737, com validade até 25/ 04/ 2009 para fabricação de canetas, lapiseiras e outros materiais de uso escolar e de escritório, à Rua São Paulo, 125 - Liberdade, São Paulo, Capital. CEP 01513-000

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO COMUNICADO DA COMISSÃO JULGADORA DE LICITAÇÕES CONCORRÊNCIA Nº 05/0439/06/01 Alteração do Edital de Pesquisa de Insumos - Anexo I - Especificações Técnicas dos Serviços - Item 4 - Pesquisa de Insumos ONDE SE LÊ: 4.8. Os meios utilizados poderão ser através de contato pessoal pesquisador/fornecedor, fac-símile e e-mail: LEIA-SE: 4.8. Os meios utilizados poderão ser através de contato pessoal pesquisador/fornecedor. Em decorrência da modificação no Edital da Concorrência nº 05/0439/06/01, cujo objeto é PESQUISA PERIÓDICA DE PREÇOS UNITÁRIOS DE INSUMOS BÁSICOS PARA TABELA DE PREÇOS FDE, fica adiada a data de entrega dos envelopes nº 1 - DOCUMENTAÇÃO DE HABILITAÇÃO, nº 2 - PROPOSTA TÉCNICA e nº 3 - PROPOSTA COMERCIAL para as 10:00 horas do dia 03/07/2006, quando dar-se-á a abertura do envelope nº 1. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 - Bom Retiro - CEP 01121900 - São Paulo - SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. Ficam mantidas as demais condições do aviso inicial.

EDITAL

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 15 de maio de 2006, na Comarca da Capital, o seguinte pedido de falência: Requerente: Alexandre Álvares Têxteis - Requerida: Algo Mais Indústria Têxtil Ltda. - End.: n/c - 02ª Vara de Falências

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terça-feira, 16 de maio de 2006

Tr i b u t o s Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MÉDIA DIÁRIA DE EXPORTAÇÃO É DE US$ 490 MILHÕES

Queda do preço do álcool na semana passada foi de 4,3% no País e de 7,2% em SP, segundo a ANP.

Itamar Miranda/AE – 27/6/97

BALANÇA TEM SALDO POSITIVO DE US$ 1 BI NA 2ª SEMANA DO MÊS Resultado elevou para US$ 14,38 bilhões superávit comercial acumulado no ano

A

Exportações na segunda semana de maio totalizaram US$ 2,34 bi; importações somaram US$ 1,27 bi

AÇÕES DA TIM Com rumores de venda da empresa, papéis PN subiram 4,85%, em dia de queda da bolsa.

Ó RBITA

EMBRAER Empresa anunciou que pretende lançar mais dois jatos executivos no próximo ano.

Marcelo Hollanda/O Dia/AE

VARIG: PASSIVO FICA FORA

A

Justiça do Rio de Janeiro decidiu ontem que o comprador da Varig não ficará com o passivo de R$ 7,9 bilhões registrado em 2005, dúvida que surgiu na semana passada. A decisão é do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, que acompanha a recuperação judicial da companhia. A dúvida sobre com quem ficaria a dívida veio à tona na semana passada, quando a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional teria emitido um parecer avaliando que havia risco de

GREVE NO BC

O

s funcionários do Banco Central (BC) em Brasília decidiram ontem entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira. O objetivo é pressionar o governo e garantir o cumprimento de acordo feito no ano passado. Pelo acerto, os servidores do BC teriam reajuste salarial de 10% parcelados em janeiro e junho. (AE) A TÉ LOGO

balança comercial brasileira registrou, na segunda semana de maio, um superávit de US$ 1,071 bilhão, resultado de US$ 2,342 bilhões em exportações e de US$ 1,271 bilhão em importações. No mês, há um saldo positivo de US$ 1,951 bilhão e, no ano, a balança está superavitária em US$ 14,389 bilhões, contra US$ 13,568 bilhões no mesmo período de 2005. A média diária exportada em maio está em US$ 490,1 milhões, valor 4,8% superior ao registrado no mesmo mês de 2005. No entanto, a média caiu 10% em relação a abril, o que reflete uma desaceleração, principalmente nas receitas obtidas com manufaturados

(16,3%) e semimanufaturados (9,2%). As exportações de básicos subiram 5% no período. Já na comparação com abril, os maiores aumentos ocorreram em soja em grão, petróleo em bruto, fumo em folhas, catodos de cobre, alumínio em bruto, suco de laranja, motores e geradores elétricos, veículos de carga e tratores. Importações — Do lado das importações, a média diária está em US$ 273,3 milhões. As compras externas tiveram desaceleração maior do que a das exportações. Em relação a maio de 2005, houve uma queda de 9,9% e, em relação a abril deste ano, o valor importado caiu 26,6%. Na comparação com maio do ano passado, as maiores re-

duções se deram com combustíveis e lubrificantes (55,6%), equipamentos mecânicos (11,4%) e químicos orgânicos/inorgânicos (8,4%). Quando a base de comparação é abril de 2006, diminuíram os gastos com combustíveis e lubrificantes (60,6%), automóveis (31,4%), produtos siderúrgicos (25,1%) e químicos (15,5%), entre outros. Com o resultado da segunda semana de maio, as exportações no ano são de US$ 43,602 bilhões e as importações, de US$ 29,213 bilhões. Mesmo com o bom desempenho das vendas para o mercado externo, o crescimento das importações (19,2%) continua em ritmo maior do que o das exportações (14,5%). (AE)

Governo vai cortar Orçamento

O sucessão de dívidas, o que foi negado. Prazo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que entrará com dois terços do empréstimo-

ponte total (até US$ 166,6 milhões), prorrogou para quarta-feira o prazo para o cadastramento de investidores interessados em entregar propostas para obter financiamento. (AE)

VOLKS NEGOCIA COM GOVERNOS

A

responsável pelo setor de Assuntos Governamentais da Volkswagen do Brasil, Elizabeth Carvalhaes, disse ontem que a direção da empresa deve conversar com os governadores de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), e do Paraná, Roberto Requião (PMDB), além dos prefeitos das cidades onde a empresa tem unidades, para detalhar a reestruturação.

"Queremos a manutenção dos serviços no Brasil, por isso a empresa precisa se reestruturar", justificou. Ela reforçou que o maior problema é a questão cambial, pois a Volks destina 43% de sua produção ao mercado externo. A montadora tem planos de reorganização em todo o mundo que prevêem milhares de demissões de empregados. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Base monetária chinesa cresce 18,9% e empréstimos têm nível recorde

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Fluxo de capitais fica positivo em US$ 69,8 bilhões em março nos EUA

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Companhia aérea de magnata britânico adia planos no Brasil

bloqueio das despesas do Orçamento federal do ano de 2006, que deve ser anunciado pelo governo ainda nesta semana, deve ficar próximo ao contingenciamento de R$ 15,9 bilhões promovido no ano passado, afirmou ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "O bloqueio estimado fica abaixo da casa dos R$ 20 bilhões", afirmou o ministro, falando a respeito da proposta

do corte dos recursos disponíveis que seria discutida ainda na noite de ontem por ministros que fazem parte da junta orçamentária com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado se o bloqueio tende a ter a mesma magnitude que o determinado no ano passado, Bernardo respondeu: "Acredito que fique perto disso." O ministro do Planejamento ressaltou, no entanto, que a decisão final sobre o corte caberá ao presidente Lula.

O anúncio do corte do Orçamento deverá ser "totalmente compatível" com a meta estabelecida pelo governo federal de obter um superávit primário (receitas menos despesas, excluindo os gastos com pagamento de juros) de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro Bernardo reiterou, ainda, que o governo procurou preservar as áreas sociais e de infra-estrutura ao estabelecer os bloqueios de recursos. (Reuters)

BNDES repassa R$ 3,8 bilhões

O

s desembolsos do Banco Nacional de D e s e n v o lv i m e n t o Econômico e Social (BNDES) subiram 48% em abril em relação a igual mês do ano passado, somando R$ 3,8 bilhões. Nos quatro primeiros meses de 2006, porém, os desembolsos acumulam queda de 12% na comparação com igual período em 2005. Em comunicado oficial, o BNDES avaliou, no entanto, que as liberações de recursos devem crescer nos próximos meses, uma vez que o valor de financiamentos aprovados cresceu 10% em abril, totalizando R$ 3,4 bilhões.

Aprovações — No acumulado do ano, as aprovações também registram alta, de 5%, somando R$ 11,647 bilhões. O BNDES esclareceu que os enquadramentos para financiamentos totalizaram R$ 5,314 bilhões em abril, valor 8% inferior ao registrado em abril de 2005. De janeiro a abril, os enquadramentos somaram R$ 28,221 bilhões, montante 14% acima do registrado em igual período de 2005. O cenário, porém, não é positivo no desempenho das cartas-consulta, primeiro contato entre o investidor e o banco de fomento, consideradas um termômetro do apetite do empre-

sário para futuros investimentos. Os pedidos de cartas-consulta somaram R$ 8,780 bilhões em abril, montante 13% inferior ao registrado em abril de 2005. No acumulado de janeiro a abril, as cartas-consulta acumulam R$ 25,991 bilhões, valor 5% inferior aos quatro primeiros meses de 2005. A melhora em abril no desempenho de desembolsos foi originada, basicamente, da demanda da indústria, responsável por R$ 2,3 bilhões do total de R$ 3,8 bilhões liberados pelo banco no mês. Os desembolsos para a indústria no período representaram um crescimento de 97%. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

terça-feira, 16 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

AVISO ÀS FACÇÕES CRIMINOSAS

Se não forem atingidos juízes, procuradores, ministros, prefeitos, governadores, não há risco de que mude o combate ao crime recursos até beneficiar os criminosos com a prescrição. Mas se alguma dessas facções, mediante erro ou descuido, começar a fazer vítimas nos escalões mais altos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (ou entre parentes dessas autoridades), poderá haver reações que virão em prejuízo dos bandidos. Explica-se. Há várias décadas que as autoridades brasileiras foram convencidas de que “problemas sociais” estão na raiz da crescente criminalidade. Tanto que a primeira manifestação do presidente da República diante desta nova onda de atentados foi no sentido de aumentar os programas sociais. Deixou-se, ao longo de décadas, de aparelhar e treinar as polícias. Assim, se as facções criminosas continuarem cautelosas, evitando atingir procuradores, juízes, desembargadores, secretários de Estado,

O PCC

NA ATIVA

Acorda Brasil! BENEDICTO FERRI DE BARROS

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TRECHOS DO EDITORIAL DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

mprevistos pessoais me impediram de assistir ao pré-lançamento da terceira peça teatral de Antonio Ermírio de Moraes, para o qual fôramos convidado. Por isso mesmo procurei conhecer seu efeito e alcance, não só pelo noticiário como pelo depoimento de pessoas que puderam assisti-la. E esta é uma apreciação "virtual" do que ela significa no momento que o País vive. Antonio Ermírio de Moraes não se pretende um teatrólogo acadêmico nem convencional. Isso está confirmado pelos malabarismos operacionais que o diretor da peça teve de executar para levá-la à cena. Entre eles, a de botar no palco 95 figurantes, a maioria de amadores, meninos e adolescentes, em tempos de cenário que se sucediam cinematograficamente. A peça dificilmente pode ser classificada entre os vários gêneros teatrais. Pela razão muito simples de que, como seu nome já sugere, mais do que um produto literário, trata-se de um depoimento sobre a realidade dramática da Nação, mas que transmite contudo, no seu subplano, a alentadora mensagem de que sim, é possível, resgatar deficiências e erros sociais de políticas egocêntricas pela iniciativa de cidadãos conscientes, generosos e criativos. Pois não foi isso que o maestro Silvio Baccarelli realizou, incluindo numa orquestra sinfônica meninos excluídos da Favela de Heliópolis? E não foi isso que esses meninos se demonstraram capazes de assumir, comportando-se no palco com a desenvoltura de profissionais?

Daí o sucesso teatral da peça. Que poderá haver de mais dramático do que uma realidade que é nossa vivência diária? Na conjuntura de defecção cívica em que vivemos mergulhados, que mensagem de confiança mais alentadora do que essa? E quem entre outros tantos raros brasileiros de igual experiência e gabarito poderia mais oportunamente do que isso conclamar Acorda Brasil!.

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m país que tem na chefia de seu Supremo Tribunal Federal uma ministra com a integridade de Ellen Gracie e como procurador-geral da República um homem com a limpidez de Antonio Fernando de Souza, um presidente do Tribunal Eleitoral com a firmeza de um Marco Aurélio, e em todas suas camadas sociais figuras como Antonio Ermírio de Moraes, o bispo Dom Luís Flávio Cappio, da diocese de Barra, na Bahia, e até um Nildo, que se declarou disposto a morrer para poder dizer a verdade, a despeito de ter sido amordaçado por uma autoridade judiciária suprema, um País e um povo assim se acham acima da mera conjuntura de tudo o que aí está e um dia passará - por mero decurso de prazo e de infelicidade. É nessa linhagem de confiança que se insere e deve ser vista a peça Acorda Brasil, como reforço suplementar a tudo o que o setor privado nacional já vem fazendo espontaneamente para o resgate da cidadania brasileira. O público teve motivos para aplaudir de pé.

É possível resgatar deficiências sociais pela iniciativa de cidadãos criativos

Flagelo na segurança

T udo igual: o policiamento continuará insuficiente

RICARDO PATAH Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

ormação paramilitar originada nos presídios, adquiriu forma e atualidade sob a liderança de detentos. Quem conhece o Primeiro Comando da Capital confirma que a liderança que o dirige é forte e implacável, para se manter na posição de mando. O suprimento de armamentos é feito com perfeição, como se sabe, pelo contrabando garantido pelos "senhores das armas". Segundo testemunhas dos acontecimentos, os membros do PCC atacaram com segurança, todos bem armados e municiados. Estamos numa situação que não pode ser minimizada, pois está em jogo a própria segurança da população, de todo aparato econômico e do funcionamento das instituições públicas, das quais depende o trânsito legal de interesses. Já se previa que mais dia menos dia a cidade acabaria sendo cenário de um ataque do PCC, com mortos e feridos a serem lamentados, sobretudo na Polícia Militar, que, segundo consta, está em desigualdade de armamentos com os rebelados.

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O

s trabalhadores no comércio de São Paulo estão estarrecidos com a onda de selvageria que está tomando conta do Estado mais rico e produtivo do País. O Estado de Direito está sendo atacado e a sociedade se sente acuada e exposta à ação criminosa de marginais, que têm demonstrado em suas ações que os planos de ataque à sociedade nasceram dentro dos próprios presídios. É inadmissível a barbárie que estamos assistindo. O governo não pode dar mostra de fragilidade e deixar que a sociedade sem defesa se recolha pelo medo. A seqüência das ações criminosas ocorridas nas últimas horas é uma demonstração do flagelo na segurança do Estado de São Paulo, pois a polícia não está conseguindo oferecer ao cidadão garantias para circular nas ruas com tranqüilidade. A sociedade não pode ficar à mercê de um bando de marginais e todos os esforços devem ser feitos no sentindo de mostrarmos que não perdemos o controle no combate ao crime. Além disso, com a onda de terror que se instalou na cidade, os comerciários comissionistas tiveram seus ganhos reduzidos pela metade,

uma vez que inúmeros estabelecimentos comerciais, por falta de segurança, foram obrigados a fechar suas portas neste dia. Não há dúvida que o Sindicato dos Comerciários de São Paulo tem como preocupação principal a vida do cidadão, mas, infelizmente, as ações que ocorreram nos últimos dias estão pondo em risco a segurança dos 430 mil comerciários da cidade de São Paulo, levando, inclusive, intranqüilidade a seus familiares.

C

omo medida prática nosso sindicato está encaminhando a todos os sindicatos patronais solicitação para que não haja desconto no salário dos trabalhadores que, por ventura, tenham faltado ao serviço em função dos atos de terror ocorridos na cidade. O Sindicato dos Comerciários participou da campanha do desarmamento e contribuiu para a Paz no País, trabalhando para que fosse aprovado o desarmamento, o que, infelizmente, não foi aprovado. RICARDO PATAH É PRESIDENTE DO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE SÃO PAULO

O governo não pode mostrar fragilidade e deixar a sociedade indefesa

Céllus

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO

ministros, governadores, prefeitos de grandes capitais, professores titulares de ciências sociais, deputados federais, senadores e seus familiares, não há risco de que algo mude. Eis alguns exemplos de alterações que teriam impacto grande no mundo do crime: 1) mudanças no Código de Processo Penal e da Lei de Execuções Penais para abreviar a tramitação dos inquéritos e processos e limitar a possibilidade de benefícios para qualquer apenado; 2) prioridade na distribuição dos recursos de natureza penal para os tribunais de Justiça, a fim de evitar a prescrição dos crimes; 3) prioridade na vigilância de fronteiras, a fim de evitar o contrabando de armas e tóxicos; 4) criação de penitenciárias de segurança máxima em locais isolados do território nacional para que criminosos de alta periculosidade nelas cumpram suas penas; 5) proibição de contato físico entre os apenados e visitantes, a fim de impedir que celulares, rádios, armas e entorpecentes cheguem às mãos dos bandidos; 6) instalação de equipamentos eletrônicos que impeçam o funcionamento de celulares e rádios dentro das cadeias. Nessa altura dos acontecimentos, a única coisa que o cidadão honesto espera é que o inevitável agravamento da situação não sirva de pretexto para o Estado suprimir liberdades e garantias individuais.

Fernando Donasci/Folha Imagem

s facções criminosas que cometeram uma série de atentados no Estado de São Paulo no último final de semana precisam tomar alguns cuidados. Enquanto suas vítimas forem simples policiais, bombeiros, investigadores ou pessoas comuns, não há nenhum problema. Tudo seguirá rigorosamente como se encontra: o policiamento preventivo continuará insuficiente; a vigilância das fronteiras continuará porosa, permitindo o contrabando de armamento pesado; os inquéritos policiais continuarão sem esclarecimento ou se arrastando por anos; e as ações penais continuarão sendo alvo de infindáveis

O PCC está disposto a tudo para vencer a parada a que se lançou. O crime organizado está forte. essa uma situação explosiva, que não terminará neste ou naquele dia, mas que conservará o seu poder explosivo por um tempo indeterminado. Compreende-se que as autoridades procurem acalmar o estado de desassossego da população. É seu dever. Mas, saibam que o perigo existe e os tiroteios podem aumentar o número de inocentes mortos nos combates que serão provavelmente travados se a situação não for dominada a tempo. Vê-se que a conjuntura é extremamente grave e que o PCC está disposto a tudo para vencer a parada a que se lançou. O crime organizado está forte. O Estado tem de se manter alerta e perfeitamente inteirado de sua capacidade de luta, até a volta da normalidade, ainda que ameaçada. Estejamos avisados para não sermos colhidos numa trama mais grave do que a que nos apresenta.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tr i b u t o s Finanças Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

Nós temos de ser donos do nosso nariz. O Brasil tem condições de ser autosuficiente em gás. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

PETROBRAS TEM NOVOS PROJETOS PARA GÁS

A AMEAÇA FOI FEITA ONTEM PELO VICE-PRESIDENTE A UM GRUPO SUÍÇO E OUTRO ESPANHOL

BOLÍVIA PODE INTERVIR EM FUNDOS DE PENSÃO Jorge Araújo/Folha Imagem

fundos de pensão se não cumprirem o prazo de três dias, o decreto é claro", disse García ao apresentar à imprensa o chamado decreto complementar da nacionalização. Os administradores de fundos de pensão devem transferir as ações que controlam nas petrolíferas que o governo decidiu expropriar parcialmente, segundo um decreto apresentado pelo vice-presidente. Controle – Com a transferência, a YPFB passará a controlar entre 34% e 48% da empresa operadora de dutos Transredes, controlada pela anglo-holandesa Shell, e as produtoras de petróleo e gás Chaco, dirigida pela norteamericana BP Amoco, e Andina, pela Repsol-YPF. (Reuters)

Combustível será limitado

A

venda de combustível a brasileiros poderá ser limitada pelo governo boliviano, segundo o jornal El Deber, de Santa Cruz de la Sierra. Reportagem da edição de ontem do jornal revela que centenas de veículos, incluindo carretas, são abastecidos diariamente nas cidades fronteiriças da província de Germán Busch, cujo prefeito, Nicolas Vaca, disse que "ordenará uma investigação que permita regulamentar e controlar a venda do produto". Fotografia publicada pelo jornal mostra dezenas de caminhões fazendo fila para abaste-

cer em um posto de gasolina em Puerto Suarez. Segundo o jornal, esses caminhões abastecem entre 600 e 800 litros de óleo diesel cada um graças a seus tanques adicionais. Veículos oriundos da cidade brasileira Corumbá chegam a comprar 150 litros de cada vez. O excesso, sugere o jornal, seria revendido em território brasileiro, uma vez que o combustível boliviano custa em média a metade do preço cobrado no País. O presidente da estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado, se disse "surpreso" com a informação e mandará investigar a denúncia. (AE)

Governo de Morales cai em 3 meses se romper contrato, diz Sauer

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Álvaro Garcia e o ministro Andres Soliz Rada (foto) assinam decreto para nacionalização dos fundos

Crise faz Petrobras elevar investimentos em gás

O

novo plano de negócios que a Petrobras vai divulgar no final de junho, para o período 2007-2011, terá novos projetos na área de gás, inclusive a construção de unidades para regaseificação de gás liquefeito de petróleo, afirmou ontem o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa. No plano anterior, de 20062010, a previsão era investir US$ 16 bilhões na área de gás e energia, valor que poderá ser revisto para cima. "Nosso problema não são recursos, mas a falta de equipamentos e serviços disponíveis no mercado, mas podemos deslocar de outros projetos se a companhia assim decidir... É possível que venhamos a incrementar nossos investimentos na área de gás", disse Barbassa. Pouco depois, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, reforçou as declarações de Barbassa, afirmando que a crise da Bolívia ressaltou a necessidade de o País atingir a auto-suficiência em gás natural. "Temos a possibilidade de acelerar a produção nacional de gás e buscarmos a diversificação de fontes de energia", disse Gabrielli durante o 18º Fórum Nacional realizado no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O executivo destacou produtos como biodiesel e etanol como potenciais integrantes de uma matriz energética diversificada. A Petrobras e o governo brasileiro estão em plena negociação com a Bolívia sobre o preço do gás e a nacionalização dos

O gás importado da Bolívia, ativos da estatal brasileira no país vizinho, anunciada pe- corresponde a 100 mil barris lo presidente boliviano Evo diários de petróleo, o mesmo Morales no dia 1º de maio. volume que a empresa pretenSegundo Barbassa, o plano de exportar em média no final de negócios deve ser influen- do ano, o que garantiria a alarciado por essas conversas. deada auto-suficiência brasi"A evolução das negociações leira em petróleo. No caso vai influenciar as ações da de ter que redirecionar esse volume para o mercado intercompanhia", afirmou. Resultados – Ao comentar o no, Barbassa admite que a resultado da empresa no pri- auto-suficiência poderá ser meiro trimestre deste ano, o adiada temporariamente. Peru – Como boa notícia pamelhor primeiro trimestre da história da estatal, com lucro ra a empresa, a filial peruana de R$ 6,7 bilhões, 33% a mais da Petrobras declarou que o do que há um ano, o diretor governo do Peru assinará hoje um contraafirmou que o to de exploração aumento de im- Lindomar Cruz/ABr e distribuição postos realizado de petróleo e pela Bolívia no gás com a Petroano passado – de bras, em um es18% para 50% – f o rç o p a r a refez o lucro da Peverter o déficit trobras naquele energético que o país cair de R$ 24 país enfrenta. milhões no priO contrato meiro trimestre permitirá à filial de 2005 para da estatal brasiR$ 13 milhões leira buscar peneste ano. O exetróleo e gás no cutivo não quis Barbassa: regaseificação lote 117, localicomentar qual será o impacto no lucro da zado em uma zona de floresta empresa após o novo aumento no noroeste do Peru, declarou em comunicado a estatal de impostos, para 82%. Barbassa explicou que, se Perupetro. Para a execução inipor alguma eventualidade, cial do trabalho serão necessá"não cogitada pela Petrobras", rios US$ 35 milhões. O Peru, que não registra houver suspensão no fornecimento do gás boliviano, a em- grandes descobrimentos de represa pode redirecionar o óleo servas de petróleo há duas décombustível exportado para cadas, busca firmar novos cono mercado interno. "É claro que tratos para reverter seu déficit não é simples, vai ser um esfor- de hidrocarbonetos, além de ço de todos, vamos estudar preparar um plano para trocar todas as possibilidades, mas sua matriz energética para gás não é impossível (substituir o natural devido à escalada de preços do petróleo. (Agências) gás boliviano)", disse.

País busca auto-suficiência, diz Lula

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o País buscará a auto-suficiência em gás natural e continuará a comprar o combustível boliviano, "desde que o gás da Bolívia seja conveniente do ponto de vista de preço para o povo brasileiro". "Nós temos de ser donos do

nosso nariz. O Brasil tem condições e, portanto, nós vamos trabalhar para que o País seja auto-suficiente. Isso não implica que a gente não continue importando gás da Bolívia, desde que o gás da Bolívia seja conveniente do ponto de vista de preço para o povo brasileiro", afirmou no programa de

Factoring

DC

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governo da Bolívia ameaçou ontem fazer uma intervenção nos fundos de pensão privados do país, administrados por grupos financeiros da Suíça e da Espanha, caso não transfiram para a estatal YPFB as ações que detêm em três petrolíferas. O vice-presidente do país, Alvaro García, anunciou que os fundos de pensão Futuro da Bolívia, do grupo Zurich Financial Services, e Previsión Bolivia, do espanhol BBVA, têm um prazo de três dias para fazer a transferência, sem custos, tal como estabeleceu a nacionalização de hidrocarbonetos decretada no início deste mês por Morales. "Haverá intervenção nos

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

rádio Café com o Presidente. Para Lula, a nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia provocou polêmica, "interpretações e afirmações equivocadas". Lula e o presidente boliviano, Evo Morales, se encontraram na Áustria, durante a Cúpula União Européia – América Latina e Caribe. Dois dias antes, Morales havia declarado que a Petrobras agia ilegalmente em seu país. "O que eu disse ao presidente Evo Morales é que nós reconhecemos que a Bolívia é dona do seu gás e eles reconhecem que o Brasil é o maior consumidor. Nós precisamos ter tranqüilidade na renovação dos acordos e levar em conta, primeiro, o contrato que nós temos; e em segundo lugar, um preço que seja justo para os bolivianos e para os brasileiros que consomem o gás", disse. (ABr)

diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, afirmou ontem que a Bolívia é mais dependente do Brasil na questão do gás, e não o contrário, como costuma dizer o governo boliviano. "Se houver a interrupção (nas exportações de gás), ou seja, se a Bolívia quebrar o contrato com o Brasil, o país fica sem óleo e sem receita e o povo não quer isso... o governo cai em três meses", afirmou, lembrando que o petróleo utilizado na Bolívia é extraído junto com o gás natural. Ou seja, cortes na produção de gás criam risco de desabastecimento de combustíveis no país. Sauer destacou que o decreto de estatização das reservas nacionais bolivianas de gás natural tem como único objetivo elevar as receitas do país. Ele disse que, com a nova carga tributária, que elevou para 82% os impostos sobre a produção de gás, a arrecadação com a produção do combustível neste ano deve chegar a US$ 700 milhões. Entre 1999 e 2005, a Bolívia arrecadou US$ 575 milhões com o gás natural. "O governo boliviano precisa do Brasil", reiterou o executivo. "Hoje temos condições de substituir todo o gás que importamos por combustíveis alternativos, como o diesel ou o GNL (gás natural liquefeito), mas na Bolívia, se houver uma interrupção no fornecimento para o Brasil, haverá o caos", concluiu Sauer. A Petrobras, no entanto, não trabalha com a possibilidade de corte no fornecimento de gás boliviano. Mesmo assim, estuda alternativas para reduzir a dependência do país vizinho, como as importações de GNL e o gasoduto ligando a Ve n e z u e l a à A rg e n t i n a . "Muitos chamam o gasoduto (da Venezuela) de 'transpinel' porque não sabem do que estão falando. A maior segurança não é o completo isolamento", afirmou Sauer. Para ele, se a tubulação, capaz de transportar 150 milhões de metros cúbicos por dia, já estivesse funcionando, "nem cócegas a situação da Bolívia faria no Brasil". O executivo disse ainda que a estatal estuda a possibilidade de instalar no País três unidades de regaseificação para processar o GNL a ser importado por navios, para abastecer o parque nacional de termelétricas. (AE)

Argentina negociará preço do gás sem coordenação com Brasil

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Ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido, deve desembarcar hoje em La Paz para retomar as duras negociações sobre o preço do gás boliviano. Ele tentará convencer a equipe do presidente Evo Morales a definir um preço que não seja excessivamente alto. O valor pago atualmente é de US$ 3,20 o BTU. A administração Morales pretende obter dos argentinos pelo menos o valor de US$ 5,50. Mas Néstor Kirchner já indicou que o preço "aceitável" seria o de US$ 4,50. A estratégia argentina está sendo desenvolvida sem uma coordenação com o governo brasileiro. Isso porque a dependência da Argentina do gás boliviano é muito inferior à sofrida pelo Brasil. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

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Política

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar a origem do dossiê sobre as supostas contas bancárias no exterior do presidente Lula e de outros membros da cúpula petista.

SENADORES DO PSDB E PFL NÃO ENTRAM EM ACORDO SOBRE LEVAR OU NÃO O BANQUEIRO À CPI DOS BINGOS

CONVOCAÇÃO DE DANTAS DIVIDE ATÉ A OPOSIÇÃO

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banqueiro Daniel Dantas divide o Congresso e a própria oposição entre aqueles que querem sua convocação e os que desejam mantê-lo longe dos holofotes da CPI dos Bingos. O líder do PSDB no Senado Arthur Virgílio (AM), insistiu ontem na convocação de Dantas, do banco Opportunity, para confirmar a denúncia de que sofreu tentativa de extorsão por parte do PT, em julho de 2003. Virgílio deve apresentar hoje requerimento à CPI – propondo a convocação de Dantas –, que pode ser votado hoje mesmo na comissão. Caso seja aprovada a convocação, o banqueiro deverá falar em sessão fechada. O senador afirmou que, se o pedido for negado, vai propor a abertura de uma nova comissão. O tucano teve apoio do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). "Daniel Dantas deve provar o que disse. Se provar, é preciso botar para fora o senhor Lula, como desonesto e chefe da quadrilha. Ou Daniel Dantas prova o que disse e Lula pára de desmoralizar o Brasil, ou Daniel Dantas paga o preço da infâmia", disse. Mas o próprio relator da CPI dos Bingos, Garibaldi Alves (PMDB-RN), é contra a convocação, assim como toda a base governista. "Temos pouco tempo até a apresentação do relatório final, no fim deste mês. Não haverá tempo para exaurir a investigação." Extorsão – Documentos apresentados por Virgílio durante depoimento do ex-secretáriogeral do PT, Silvio Pereira, na semana passada, revelam que a

tentativa de extorsão foi informada por advogados de Dantas à Justiça americana, onde o banqueiro responde processo movido pelo Citigroup. Segundo matéria da revista Veja, Dantas teria confirmado a tentativa de extorsão no valor "entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões". Segundo o banqueiro, em troca do dinheiro, o partido facilitaria a solução de pendências do Opportunity com o governo Dúvidas – No PSDB de Virgílio e no PFL de ACM, também há dúvidas sobre a convocação do banqueiro à CPI. O líder do PFL, José Agripino (RN), contestou a viabilidade de levar o banqueiro à CPI. "Eu tenho dúvida sobre a viabilidade e o acerto dessa providência." Já o senador Heráclito Fortes (PFLPI) sugeriu que Dantas fosse ouvido na Comissão de Fiscalização Financeira ou na Comissão de Assuntos Econômicos. A oposição recebeu com cuidado a outra reportagem de Ve j a , segundo a qual Dantas tem informações de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades e políticos têm conta no exterior. "É preciso ter prudência, fazer oposição com responsabilidade", disse o líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDBPR). "Uma pessoa não tem que provar que não tem conta no exterior. O outro é que tem que provar que a conta existe", disse Virgílio. No requerimento, o senador pede também a convocação da irmã de Daniel Dantas, Verônica, e de representantes do Citigroup, que controla o Citibank. Defesas – Citado na lista pu-

blicada pela revista – ao lado dos ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci –, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) negou que tenha conta no exterior e também apresentará pedido de requerimento para convocação de Dantas à CPI. O senador comunicou que pediu investigação da Polícia Federal sobre o caso. Outro que aparece na lista, o ex-ministro Luiz Gushiken, do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, também desmentiu, em nota, que tenha conta lá fora. PT – A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), protestou contra a convocação de Dantas e disse que a oposição quer "tumultuar". Ela argumentou que o relatório final da CPMI dos Correios já pediu ao Ministério Público para investigar o banqueiro. "O caso já está onde deve estar". Reunida ontem em São Paulo, a coordenação política do PT também desqualificou a reportagem da revista Veja. O PT trabalha para evitar a convocação de Dantas na CPI e estuda processar o banqueiro. O caso deve ser anexado à ação que o partido já abriu contra a Veja por causa de reportagens publicadas durante a crise do mensalão. "Daniel Dantas, no governo passado, tinha relações íntimas com o poder e com os dois partidos da coligação que elegeu Fernando Henrique. Esse cidadão está mais uma vez insatisfeito porque não pode fazer no governo Lula as falcatruas que fez na administração do PSDB", afirmou o presidente do PT, Ricardo Berzoini, após a reunião. (Agências)

Fernando Vivas/ A Tarde/ AE

HELOÍSA HELENA DIZ QUE É UMA ONÇA. NÃO DOMESTICADA.

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pré-candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena (AL), disse a estudantes da Bahia que manterá seu estilo "raivoso" na campanha presidencial sem nenhum marqueteiro para suavizar o discurso. "Com os canalhas sou selvagem, uma onça não domesticada", afirmou, garantindo que não vai aceitar dinheiro de "setores empresariais" nem contratará "nenhum Duda Mendonça". A senadora resumiu seu discurso sobre com esta frase: "Quem serve ao dinheiro vai para o inferno, eu vou para o céu porque sou socialista". Heloísa foi convidada pelos alunos da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para participar do seminário "Comunicação e Política" e aproveitou a crise na segurança pública para criticar os poderes constituídos e os grupos econômicos. Disse não aceitar que "as ilustres excelências delinqüentes" passeiem em carros blindados e policiais que combatem o crime não recebam tal equipamento, além de usarem coletes à prova de balas vencidos. Violênci a– Em Salvador, responsabilizou o governo federal pela onda de violência promovida por traficantes em várias cidades do País. "O Pla-

Em palestra a estudantes da UFBA, Heloísa Helena (PSOL), candidata à Presidência, alerta para a redução de verbas no orçamento da União.

nalto não cumpriu o que estava no orçamento do ano passado e não liberou recursos para o combate à violência", disse, lembrando que houve uma redução de 48% de verba para o fundo penitenciário. Segundo ela, além disso, "não existem políticas públicas para evitar que os jovens sejam tragados pelos traficantes", comentou criticando o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar fora do País (em Viena), enquanto o Brasil mergulhava "num mar de sangue". Al ert a– Ela disse que junto com um grupo reduzido de parlamentares, vem chamando a atenção para a iminência da explosão desse "barril de pólvora". "Fizemos vários pronunciamentos no Senado alertando para os graves riscos na área de segurança pública, pois fora as reduções nas verbas para a área ocorreu uma pífia execução orçamentária".

A senadora voltou a atacar os colegas parlamentares e qualificou os partidos que apóiam o governo de "bases bajulatórias" que servem apenas para "articular conluios. Justiça – Sobre a Justiça, disse que escritórios de advocacia "compram" facilmente sentenças e não livrou os meios de comunicação que teriam a função de convencer as pessoas a aprovar as políticas impostas pelo governo. "A mídia acaba reproduzindo essa inserção do neoliberalismo (na vida do brasileiro), uma opção cretina e ridícula". Segundo Heloísa apesar dos problemas, em todas as áreas há exceções. "Embora exista essa estrutura de mídia montada para manter os poderosos no Poder, existe uma permeabilidade que reflete as forças (de pressão) da sociedade". (AE) (A violência está também num Caderno Especial.)

Antonio Cruz/ABr

Roberto Stuckert Filho/Ag. O Globo/06-02-2006

Valter Campanato/ABr/12-2005

Ideli: oposição quer tumultuar.

Virgílio: convocação é necessária.

ACM: Dantas tem que provar.

PF ABRE INQUÉRITO PARA APURAR CONTAS

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Polícia Federal abriu inquérito ontem para investigar a origem do dossiê sobre as supostas contas bancárias no exterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros membros da cúpula petista – como os ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci e Luiz Gushiken –, incluindo ainda o senador Romeu Tuma, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e do diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Fernando da Costa Lacerda. A polícia suspeita que o documento, reproduzido pela revista Veja, seja uma farsa que vinha sendo preparado contra algumas autoridades federais desde o ano passado. Em nota oficial, divulgada no início da noite, a PF informou que o objetivo do inquérito é verificar as denúncias apresentadas contra o diretor-geral da PF, e ainda a autenticidade do dossiê apresentada por Veja e sua "possível origem delituosa". As investigações serão conduzidas pelo delegado Disney Rosseti que nos próximos dias, deve chamar para depor os jornalistas Márcio Aith, autor da reportagem, e Diogo Mainardi. A Polícia Federal ainda deve pedir explicação a todos os envolvidos no caso e também vai investigar o banqueiro Daniel Dantas que, segundo a matéria da Veja, teria repassado a lista das contas no exterior. O inquérito foi aberto por determinação de Paulo Lacerda. Assim como os políticos presentes na lista, o diretor da PF negou que tenha contas no exterior e ofereceu a quebra de sigilo bancário para que o responsável do inquérito confira a informação. As primeiras informações do dossiê chegaram à PF em novembro do ano passado. Para a polícia, o documento é uma falsificação grosseira. Inverossímil – Ontem, Dantas divulgou nota de esclarecimento em que classifica como "inverossímil" os documentos parcialmente publicados pela revista Veja sobre contas no exterior de altas personalidades do governo petista. Daniel Dantas nega que tenha encomendado qualquer tipo de investigação de pessoas do governo ou de outras autoridades. O banqueiro diz na nota que teve "conhecimento do teor" dos documentos citados pela Veja, mas a eles não teve acesso. Ele afirma ainda que manifestou descrédito em relação às supostas contas no exterior, que considera inverossímeis. Segundo Dantas, ele não entregou qualquer documento impresso ou eletrônico, nem fez qualquer declaração, sobre as informações contidas na reportagem. De acordo com a nota, Daniel Dantas nunca preparou ou encomendou dossiês. Ele declara, entretanto, que "se dados foram produzidos no curso de

algum procedimento já de conhecimento público, tal sucedeu sem minha autorização". Dantas confirma que foi entrevistado pelo colunista Diogo Mainardi em 11 de maio, mas desautoriza todas as informações sobre ele contidas na reportagem principal, separada da coluna, publicada pela revista. O banqueiro considera-se perseguido pelo governo e declarou a Mainardi que o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, em nome do governo petista, teria pedido ao Opportunity, o seu grupo financeiro, de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões, em troca de reduzir os obstáculos aos seus interesses empresariais. Ele também disse que o publicitário Marcos Valério intermediou o encontro entre Delúbio e Carlos Rodenburgo, seu sócio à época. Questionado ontem pela Agência Estado se o Opportunity deu ou não dinheiro ao PT, Dantas desconversou: "Foi sugerido que nós pudéssemos ajudar a cobrir o déficit que o PT tinha." Leia abaixo, a íntegra da nota do banqueiro: "Sobre a matéria da Revista Veja de 17 de maio de 2006, intitulada "A Guerra nos Porões", tenho a esclarecer que: 1. Não encomendei nenhuma investigação de qualquer natureza sobre atividades ou pessoas do governo federal ou de qualquer autoridade. 2. Nunca me ocupei em preparar dossiês de qualquer natureza. Como também nunca os encomendei a ninguém, a nenhum auxiliar, a nenhum colaborador ou contratado. Se dados foram produzidos no curso de algum procedimento já de conhecimento público, tal sucedeu sem minha autorização. 3. Tive conhecimento do teor de parte dos papéis que serviram à matéria da Revista Veja, mas jamais tive acesso a eles. Manifestei meu descrédito sobre o assunto. Na minha opinião era – e é – inverossímil. 4. Não entreguei à Revista Veja, a nenhum repórter, editor, jornalista ou qualquer funcionário - como também para nenhum outro veículo de comunicação nacional ou internacional - nenhum papel, nenhum arquivo eletrônico, nenhuma informação ou declaração acerca das informações publicadas na citada matéria da Revista Veja. 5. Concedi, em 11 de maio de 2006, uma entrevista ao colunista Diogo Mainardi. Quanto ao restante das informações colocadas em matéria separada, nada partiu de mim." (Agências)

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407


terça-feira, 16 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Finanças Tr i b u t o s Nacional

5 Em 2005, 40,3% da população ocupada tinha carteira de trabalho assinada.

IR: ATRASO NA DECLARAÇÃO CUSTA R$ 165

O ECONOMISTA JOSÉ PASTORE PROPÕE ENCARGOS DIFERENCIADOS DE ACORDO COM O PORTE DE EMPRESA

CARTEIRA DE TRABALHO EM EXTINÇÃO Patrícia Cruz/LUZ

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em uma legislação trabalhista condizente com a realidade econômica brasileira é impossível aumentar o número de empregados com carteira assinada. A constatação é do economista José Pastore, especialista em estudos ligados ao trabalho que chegou, até mesmo, a propor a criação de um Simples Trabalhista, com as mesmas premissas do modelo tributário. A luta para reformular a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tida como grande inibidora das contratações, porém, é difícil e antiga. A última tentativa de alterar a lei foi em 2004 e terminou com dois estudantes presos, e vidraças do Congresso e carros apedrejados por manifestantes contrários a mudanças na legislação. Mas, na opinião de Pastore, o protecionismo aos direitos do trabalhador imposto por sindicatos tem um preço: a carteira de trabalho assinada pode estar com os dias contados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de profissionais com carteira assinada vem se mantendo praticamente estável, com uma variação de um ponto percentual para mais ou para menos, nos últimos cinco anos. Em 2002, 40,8% da população empregada tinha carteira assinada. Esse percentual caiu para 40,1% no ano seguinte e teve um recuo ainda maior em 2004, para 39,05%. Em 2005, subiu para 40,3% e em 2006 – o índice é fechado todo mês de março – a taxa subiu para 41,3%. Propostas – Para Pastore, o número de contratações poderia aumentar consideravelmente com uma diferenciação de alíquotas para as empresas

m e n o re s . " E n q u a n t o u m a grande empresa continuaria a recolher 8,5% de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), para a de pequeno porte a alíquota seria de 2,5%", propõe. Ele também tem uma sugestão para a indenização por dispensa do empregado: reduzir de 40% para 2% o percentual aplicado sobre o FGTS. O economista participou da elaboração do Projeto de Lei nº 210/2004, que institui regime tributário, previdenciário e t r a b a l h i s t a e s p e c i a l à m icroempresa. O PL, que tramita no Congresso, está apensado ao PL nº 123/2004, que também pede a simplificação dos encargos trabalhistas para as pequenas empresas. Pastore parte do princípio de que é inviável manter uma mesma classificação tributária para empreendimentos de portes diferentes. "O Brasil não pode continuar com uma lei tamanho único para todas as empresas. Se, por um lado, uma montadora de automóveis pode pagar as despesas de 103,46% por pessoa, por outro, um salão de barbeiro não tem condição de enfrentar a burocracia e gastar mais de R$ 800 para ter um funcionário com salário de R$ 400." De acordo com o economista, as empresas brasileiras gastam mais de um salário por ano a título de FGTS, pagam um abono de férias correspondente a um terço do salário e indenizam o trabalhador desligado sem justa causa com 40% do saldo do FGTS. A soma desses encargos coloca o Brasil no topo da lista de países com o maior custo de "descontratação". "Com isso, os microempresários têm medo de empregar formalmente", conclui. Márcia Rodrigues

Paulo Pampolin/Hype

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O técnico Thales Corsino Pinto se transformou em PJ e não se arrepende

Troca valeu a pena

técnico de informática Thales Corsino Pinto de Mello, de 34 anos, viu seu salário saltar de R$ 3 mil para R$ 7 mil quando a empresa em que trabalhava o convidou para prestar o mesmo serviço, mas como pessoa jurídica (PJ). Mello, que atuava há seis anos com registro, não se importou com a perda dos direitos trabalhistas para mudar seu status dentro da empresa. "Com uma carteira assinada, jamais chegaria a esse valor de salário", afirma.

O técnico de informática também diz que não sente falta do 13º salário e nem do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "Quando nos tornamos PJ, nos adaptamos à nova realidade e planejamos toda a nossa vida. Mesmo com o pagamento de impostos que comecei a arcar desde então, ainda prefiro essa nova forma de garantir meu salário mensal e não desejo voltar a ser funcionário com registro em carteira", afirma. (MR)

Dida Sampaio/AE

Joaquim Adir, da Receita: 73 mil retardatários até a última terça-feira

IMPOSTO DE RENDA Fisco recebe declarações Advogada Myrian Bueno: sinal vermelho para o vínculo empregatício

Funcionário com registro chega a custar 103,46% mais

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ontratar um profissional com carteira assinada traz para o empregador uma despesa infinitamente maior que a contratação de cooperados, prestadores de serviços ou autônomos. Pelos cálculos de especialistas, registrar em carteira significa um custo, p a r a o e m p r e g a d o r, d e 103,46% sobre o salário. No caso dos cooperados, a empresa só é responsável por contribuir com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), a uma alíquota de 15% sobre o valor bruto da prestação de serviços. No caso de prestadores de serviço, a contratante deve reter 11% sobre o valor do trabalho prestado, mas não tem nenhum ônus por esse recolhimento. O valor é debitado do que é pago ao prestador. Já com os autônomos, o empregador é obrigado a descontar 11% e contribuir com mais 20% para o INSS sobre o valor da prestação do serviço. "Se somarmos o salário com as provisões do 13º, do adicional de férias, mais os percentuais de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a parte patronal do INSS, além do vale transporte, perceberemos que custa muito mais caro para uma empresa manter um funcionário registrado do que buscar al-

ternativas de contratação", diz Myrian Bueno Quirino, contadora e consultora do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco). Segundo ela, muitas empresas, principalmente dos ramos de limpeza, informática e confecção, estão buscando outros caminhos para manter sua atividade sem onerar demais os custos com o pagamento de funcionários. A melhor saída vem sendo a contratação de empresas terceirizadas. Com elas, é possível manter a qualidade do serviço e, até, a mesma quantidade de profissionais que seriam utilizados para determinada atividade. (MR)

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s contribuintes que perderam o prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2006, encerrado no dia 28 de abril, ainda podem regularizar a situação com o Fisco. Segundo o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, do dia 2 de maio até terça-feira passada, 73 mil contribuintes haviam prestado contas com o Leão. O procedimento de entrega não muda para os contribuintes atrasados. É preciso preencher a declaração, cujo programa está no site www.receita.fazenda.gov.br, e enviá-la pela internet. Outra opção é o preenchimento do formulário online, que pode ser gravado em disquete e entregue em posto da Receita. A entrega da declaração em atraso implica multa de 1% ao

mês sobre o imposto devido, no valor máximo de 20% do total. O valor mínimo da multa é de R$ 165,74. A novidade, neste ano, é que o boleto para pagála vem impresso junto com o recibo de entrega. Em caso de correção de dados, o contribuinte deve refazer a declaração. Se ele havia pago um valor menor do que o correto, deverá pagar a diferença, mais multa aplicada sobre o que deixou de recolher. Já se o contribuinte declarou um valor maior, o programa refaz o cálculo. "Mesmo que o contribuinte já tenha pago a mais a primeira parcela, o sistema ajusta as posteriores para que ele não tenha de pedir restituição", disse Adir. A Receita recebeu 22 milhões de documentos dentro do prazo. Laura Ignacio


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Segurança Convergência Varejo Hi-tech Lançamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 16 de maio de 2006

7% dos varejistas dos EUA adiaram investimentos nas RFIDs por preocupação com a privacidade do consumidor

USUÁRIOS DE RFIDS SE PREOCUPAM COM A PRIVACIDADE

Consórcio de empresas propõe normas para o uso de RFIDs Empresas de tecnologia, usuários e associações de consumidores se uniram para estabelecer um "código de conduta" para o uso de etiquetas com microtransmissores de rádio (RFIDs) Por Sergio Kulpas Fotos: Divulgação

aliança, que opera sob o nome de CDT (Centro para a Democracia e Tecnologia), recomenda que as empresas que usam etiquetas com RFIDs em seus produtos informem seus consumidores que as etiquetas estão ativas e dêem instruções para desativá-las. O CDT é um grupo de defesa dos direitos civis e privados nos Estados Unidos. O grupo também recomenda que as empresas que coletam dados pessoais dos clientes através dos RFIDs informem qual será o uso desses dados. Se os clientes não quiserem conceder acesso a dados pessoais ou quiserem destruir as etiquetas depois da compra, essas opções devem estar "prontamente disponíveis", segundo o relatório da associação. O relatório diz ainda que não devem existir segredos em relação às etiquetas e os sistemas de dados. "O uso da tecnologia de RFID deve ter o máximo de transparência possível e os consumidores devem ser informados sobre a implementação e o uso dessa tecnologia nas transações comerciais. Ao mesmo tempo, é importante observar que só informar o consumidor não é o bastante para resolver todas as preocupações de segurança relacionadas com os RFIDs", diz o relatório.

Empresas deveriam informar que as etiquetas estão ativas...

O CDT espera que as normas propostas, que levaram mais de um ano em seu desenvolvimento, sirvam como um exemplo para as empresas que estão implementando a tecnologia. Segundo Paula Bruening, conselheira do CDT, o relatório buscou um consenso entre as práticas de acesso democrático às informações. Ela disse que a proposta oferece um guia concreto para empresas que queiram implementar os RFIDs segundo princípios de respeito à vida privada, ao mesmo tempo em que dá espaço para a modernização tecnológica do varejo e da indústria. A rápida expansão do uso dos RFIDs levantou questões sérias por parte das associações de defesa dos consumidores. Os RFIDs usam microprocessadores e antenas integrados em uma etiqueta de plástico ou pa-

pelão. Esses chips podem ser lidos por um scanner eletrônico. Ao contrário dos códigos de barra tradicionais, os RFIDs permanecem ativos por muito tempo e resistem à sujeira e ao impacto. À medida que a adoção dos RFIDs se amplia, a tecnologia pode facilitar para empresas e governos vigiar os hábitos e movimentação das pessoas, temem as organizações de defesa dos consumidores. Além de empresas e indústrias, as etiquetas inteligentes também estão sendo adotadas por bibliotecas, hospitais e outras entidades não comerciais. O relatório do CDT recomenda que as empresas que usem RFIDs permitam acesso "razoável" dos consumidores às informações coletadas pelas etiquetas. Além disso, as empresas deveriam informar os clientes sobre o uso de

RFIDs antes que a transação comercial seja completada. O CDT informa que seu guia para o uso de RFIDs deve evoluir ao longo do tempo, e o grupo não espera que todas as empresas adotem todas as recomendações. Paula Bruening disse que o documento deve ser um importante passo na discussão do tema pela sociedade. Os padrões podem ser um bom ponto de partida para empresas que se preocupam com os direitos de privacidade dos consumidores antes de implementarem sistemas de RFIDs. Segundo Steve Shafer, pesquisador do Vision Technology Group da Microsoft, essas recomendações podem ser muito benéficas para a sociedade, porque respeitam a vida privada dos consumidores. Outros membros importantes do CDT incluem a Cisco Systems, IBM, Intel, a Liga Nacional de Consumidores dos EUA, Procter & Gamble e VeriSign. Segundo de Susan Grant, vice-presidente da Liga Nacional de Consumidores dos EUA, trata-se de um "excelente começo" para lidar com a questão dos RFIDs. Entretanto, alguns participantes do consórcio que definiu as normas não endossam o relatório final, como a importante National Retail Federation, o maior associação de varejo dos EUA, e a Electronic Fron-

... e dar instruções ao consumidor de como desativá-las

tier Foundation, reconhecida com a principal associação de defesa dos consumidores em questões tecnológicas. Paula Bruening, do CDC, frisa que o relatório ainda é provisório, e que normas definitivas para regulamentar o uso dos RFIDs ainda devem demorar. Uma pesquisa realizada em 2005 indicou que 7% dos varejistas dos EUA e 11% dos fabricantes de produtos de consumo adiaram seus investimentos na tecnologia de RFIDs devido a preocupações com a privacidade dos consumidores. sergiokulpas@gmail.com

Divulgação

Pen drives inteligentes trazem até antivírus Dispositivos portáteis além de armazenarem vários arquivos, agora são enriquecidos com criptografia, certificação digital e outros aplicativos de segurança Por Barbara Oliveira evar o conteúdo do PC, como endereços de e-mail, textos em Word, planilhas, apresentações em Power Point, ou seja, boa parte do escritório dentro de um pen drive já não é novidade para quem está sempre se movimentando e acessando os computadores de cybercafés, hotéis, livrarias e aeroportos (geralmente cobertos por redes Wi-Fi). Às vezes é até mais prático deixar o notebook em casa ou na empresa (especialmente por causa das quadrilhas que atuam nos aeroportos hoje em dia), e levar apenas um dispositivo portátil que possa ser espetado nas portas USB das máquinas dos locais públicos, mas nem sempre seguros. Mas agora os pen drives estão ficando sofisticados, "inteligentes" e com níveis de segurança mais elevados. Eles podem incorporar aplicativos como antivírus, sistemas de criptografia, leitores de e-mail, organizador portátil, chaveamento de redes e gerenciador de certificação digital para internet banking, em substituição aos tokens e smart cards. A Mapa Brasil Consultoria, especializada em soluções para o mercado de TI, está oferecendo esses pen drives já integrados com os diversos aplicativos e facilitando ainda mais a mobilidade de quem precisa trabalhar fora da empresa. Os pen drives inteligentes são importados do Japão e a inte-

gração da tecnologia é feita aqui pela Mapa em parceria com a coreana Hauri (fabricante do antivírus que já tem mais de 100 mil licenças no Brasil). Paulo Tonetto, sócio-diretor da Mapa e diretor de negócios da Hauri do Brasil, lembra que os pen drives vêm de fábrica com três divisões: uma delas é a CD-ROM zone, área que o usuário pode ver mas não pode alterar, impedindo que dados e sistemas armazenados sejam apagados ou modificados. É aqui que são instalados os aplicativos para o cliente e que são executados assim que ele é conectado à porta USB. A outra divisão do dispositivo é a chamada Flash Drive zone, existente em qualquer outro pen drive, onde são armazenados os arquivos e base de dados variáveis dos sistemas instalados na CD-ROM zone. "Com nosso aplicativo de encriptação, os dados do usuário podem ficar totalmente protegidos no caso do uso indevido do pen drive", explica Tonetto. A terceira região é a Hidden Memory zone, que como o próprio nome sugere, é uma área

oculta que ninguém vê, e nem é reconhecida pelo sistema operacional como um drive. É ali que são armazenados dados de validação, login em rede, chave de assinatura digital, números de série, enfim, configurações especiais de segurança. Tonetto explica que se o usuário quiser usar o dispositivo num cybercafé, por exemplo, e precisar de segurança para seus dados vai conectar o pen drive inteligente no micro e ligar a internet. A partir daí o equipamento aciona o antivírus Hauri que fará uma varredura na memória RAM do micro. Feito isto, ele avisa que tanto a memória como o teclado estão seguros para serem usados. Ao desligar o pen drive, o antivírus "efêmero" também é desativado. "Nosso objetivo é equipar o produto com uma solução de segurança e garantir o máximo

de proteção, sem interferir na portabilidade, por isso agregamos o antivírus efêmero da Hauri, que não requer nenhuma instalação", diz Tonetto. Outra vantagem é o gerenciador de assinatura digital: o usuário carrega sua assinatura, autenticando seus dados para fechar contratos quando não estiver na empresa. Tonetto compara esta solução com os smart cards que necessitam um drive e um leitor para serem carregados, e com os tokens (outro hardware usado em certificação digital) que não têm memória flash para armazenar grande número de informações. "O nosso produto une as funções de memória portátil com as dos tokens ou smart cards, e pode ser conectado em qualquer porta USB, além de ter diversas capacidades (128 MB a 1 GB) e tamanhos meno-

res do que seus concorrentes." A Mapa e a Hauri agregam os aplicativos de acordo com as necessidades dos clientes. Nos dispositivos de 1 GB é possível armazenar uma grande quantidade de dados e alguns programas, além das soluções de segurança. "O produto dispõe de uma proteção de instrução em caso de perda ou furto para que o usuário carregue, sem perigo, as informações privadas de uma empresa de um computador para outro." Nesta fase de lançamento, a Mapa focará suas vendas no mercado corporativo. Para usuários domésticos, haverá a necessidade de investidores que subsidiem o pen drive, como os bancos fazem hoje com os tokens e smart cards. As empresas podem solicitar orçamentos pela internet no site da Hauri do Brasil (www.hauri.com.br).

Os pen drives inteligentes agregam aplicativos para profissionais de diversas áreas


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

DÉBITOS ATÉ R$ 100 MIL PODERÃO SER PROTESTADOS

FISCO MUNICIPAL OFICIALIZA PROTESTO DE DEVEDORES Portaria prevê que poderão ir a protesto contribuintes que devem entre R$ 100 e R$ 10 mil

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Procuradoria Geral do Município de São Paulo publicou no Diário Oficial, no início do mês, uma portaria que autoriza a Prefeitura a levar a protesto os débitos, tributários ou não, inscritos na dívida ativa, de valor entre R$ 100 e R$ 10 mil. De acordo a portaria, a estratégia foi adotada em decorrência do número expressivo de dívidas de pequeno valor. A cobrança pela via judicial, segundo o texto, seria antieconômica e demorada, principalmente por conta do número elevado de execuções fiscais ajuizadas mensalmente.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

A legislação prevê, ainda, que poderão ser protestados em cartório os débitos resultantes de parcelamentos rompidos, como aqueles enquadrados no Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), regulamentado recentemente pela Prefeitura. O PPI é um programa de parcelamento que permite o pagamento, em até 120 meses, de débitos tributários com o Fisco municipal – inclusive os inscritos na dívida ativa – com desconto nos juros. A adesão pode ser feita até 30 de junho. Para o advogado Rafael Giglioli Sandi, do escritório Peixoto e Cury Advogados, o pro-

O protesto de empresa de qualquer porte é ilegal, pois o Fisco já dispõe da execução fiscal para cobrar os débitos. Rafael Giglioli Sandi, advogado testo de empresa de qualquer porte é ilegal. "Primeiro, porque o Fisco já dispõe da execução fiscal para cobrar esses dé-

bitos. Além disso, com o protesto, a Prefeitura acaba pressionando o contribuinte a quitar seus débitos, mesmo que estes sejam indevidos", argumenta o advogado. A portaria determina também que a Procuradoria pode deixar de entrar com ação de execução fiscal para cobrar dívidas de valor igual ou inferior a R$ 500 e autoriza o arquivamento das execuções fiscais de valor inferior a R$ 10 mil, caso não sejam encontrados bens à penhora para garantir a dívida. "Mas, nestes casos, os débitos poderão ser cobrados via protesto", afirma Sandi. Na hipótese da existência de vários débitos de um mesmo devedor, cuja soma ultrapasse R$ 10 mil, deverá ser ajuizada uma única execução fiscal. "O protesto é uma medida para atrapalhar ainda mais a vida dos contribuintes. Infelizmente, esse é mais um exemplo em que o Poder Judiciário é conivente com estas medidas", comentou o advogado. Histórico – A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE-SP) foi um dos primeiros órgãos a protestar débitos tributários no País. A partir deste mês, a ferramenta começa a ser

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aplicada inclusive com relação às dívidas do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) acumuladas de 2001 a 2005. Segundo a PGE-SP, os notificados que não regularizarem sua situação dentro do prazo serão automaticamente protestados. Em outubro de 2005, a Procuradoria municipal seguiu os passos da Fazenda estadual e começou a fazer o mesmo, mas sem formalizar a estratégia e focando os devedores renitentes do Imposto sobre Serviços (ISS). No mês passado, a assessoria de imprensa da Secretaria de Negócios Jurídicos havia informado à reportagem do DC que o protesto de débitos teria sido abandonado porque o retorno aos cofres públicos ficou aquém do esperado, mas voltou atrás. A portaria municipal parece ter sido baseada em norma da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que deu autonomia ao órgão para protestar em cartório, desde abril, os contribuintes inscritos na dívida ativa da União com débito de valor entre R$ 1 mil e R$ 10 mil, colocando os micros e pequenos empresários na berlinda. Laura Ignacio

mil contribuintes omitiram rendimentos na declaração do Imposto de Renda (IR) 2006.

IR

Mais de 1 milhão de contribuintes já caíram na malha do Leão

A

Receita Federal já processou 85% das 22 milhões de declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) entregues este ano. Segundo dados preliminares, 1,1 milhão de contribuintes caíram na malha fina, um aumento de 20% sobre 2005, quando pouco mais de 900 mil tiveram o documento retido. Entre os maiores motivos para a retenção na malha estão a omissão de rendimentos, divergências entre informações fornecidas ao Fisco pela fonte pagadora e os dados declarados pelos contribuintes e dedução exagerada de gastos médicos. (AG)

ATAS

Organização

Médica

Cruzeiro

do

Sul

S/A

CNPJ Nº 61.613.287/0001-10 - NIRC 3530004000.7 ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 18 DE ABRIL DE 2006. Aos dezoito dias do mês de abril do ano de dois mil e seis, às onze horas, na sede social, na Av. dos Autonomistas nº 2.502, Osasco, SP, reuniram-se os Doutores Roberto Cavalieri Costa, Ronaldo Jorge Azze e Akeshi Taira, membros do Conselho de Administração, para, tendo em vista a fixação, pela assembléia Geral Ordinária realizada nesta data, da verba honorária anual global dos administradores, em R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), o Conselho de Administração, por unanimidade, destacou deste valor, a verba honorária anual global da Diretoria Executiva, em até R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais), para ser rateada entre os Diretores de Serviços Hospitalares, e Administrativo, já que o Diretor de Serviços Ambulatoriais recebe honorários, a título, unicamente, de membro do Conselho de Administração. Nada mais havendo a tratar o Sr. Presidente deu por encerrada a reunião, da qual foi lavrada a presente ata, que após lida e aprovada foi assinada pelos presentes. aa) Dr. Roberto Cavalieri Costa; Dr. Ronaldo Jorge Azze; e Dr. Akeshi Taira. A presente é cópia fiel da ata original, transcrita em livro próprio. Dr. Roberto Cavalieri CostaConselheiro Presidente do Conselho de Administração, Dr. Ronaldo Jorge Azze-Conselheiro. Dr. Akeshi Taira-Conselheiro. JUCESP nº 119.407/06-1 em 05/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa-Secretária Geral.

Organização

Médica

Cruzeiro

do

Sul

S/A

CNPJ Nº 61.613.287/0001-10 - NIRC 3530004000.7 Ata Sumária da Assembléia Geral Ordinária Realizada em 26 de Abril de 2.005. Data, hora e local: 18 de abril de 2006, às 9:00 horas, na sede social, na Av. dos Autonomistas nº 2.502, Osasco, SP. Mesa: Aclamado para presidir os trabalhos o acionista Dr. Denir do Nascimento e para secretariá-lo o acionista Dr. Rubens Correa da Costa Filho. Convocação: Por editais publicados no DOE Diário Oficial do Estado em suas edições dos dias 16, 17 e 18 de março de 2006 e no Diário do Comércio em suas edições dos dias 16, 17 e 20 de março de 2006, com o seguinte teor: “Organização Médica Cruzeiro do Sul S.A. - CNPJ/MF nº 61.613.287/0001-10 - Assembléia Geral Ordinária - Convocação - Ficam convocados os Senhores Acionistas desta sociedade para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no dia 18 de abril de 2006 às 09:00 (nove) horas, em sua sede social, na Av. dos Autonomistas, 2502 na cidade de Osasco, Estado de São Paulo, a fim de tomarem conhecimento e deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Exame, discussão e votação das contas da diretoria, do balanço geral e das demais demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31/12/2005; b) Fixação da Remuneração dos Administradores; d) Destinação do Resultado Liquido do Exercício; e) Outros assuntos de interesse social. Aviso: Acham-se a disposição dos Senhores Acionistas na sede da empresa os documentos a que se refere o art. 133 da lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2005. Osasco, 14 de março de 2006. Dr. Roberto Cavalieri Costa - Presidente do Conselho de Administração.”Quorum: Acionistas representando a maioria absoluta (96,15%) do Capital Social. Deliberações: a) por unanimidade de votos e com abstenção dos legalmente impedidos, foram aprovados, sem qualquer restrição, o Relatório da Diretoria, o Balanço Geral e as demais Demonstrações Financeiras do exercício social, encerrado em 31/12/2005 e publicados no Diário Oficial do Estado e no Diário do Comércio, em suas edições do dia 05 de abril de 2006; b) por unanimidade, o plenário fixou em até R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais) a verba honorária global dos administradores, ou seja, dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva da sociedade, para o período compreendido entre 1º de maio de 2006 e 30 de abril de 2007; d) ainda por unanimidade, os presentes decidiram que o lucro apurado no exercício, no valor de R$ 331.117,29 (trezentos e trinta e um mil, cento e dezessete reais e vinte e nove centavos), seja utilizado para a absorção de prejuízos de exercícios anteriores; e) Dada a palavra aos presentes, para tratar de outros assuntos de interesse social não houve qualquer manifestação. Documentos: ficam arquivados na sede da Sociedade, os documentos referentes à presente Assembléia Geral Ordinária. Aprovação da Ata: A ata, redigida na forma prevista no art. 130, parágrafo 1º, da Lei nº 6.404/76, foi lida e aprovada pelos acionistas presentes. aa) Dr. Denir do Nascimento – Presidente da Mesa, Dr. Rubens Correa da Costa Filho – Secretário. Acionistas: Dr. Denir do Nascimento, Dr. Rubens Correa da Costa Filho, Dr. Ronaldo Jorge Azze, Dr. Roberto Cavalieri Costa e Dr. Akeshi Taira. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente declarou encerrada a presente Assembléia Geral Ordinária. Osasco, 18 de abril de 2006. A presente é cópia fiel da ata transcrita no livro próprio. Dr.Denir do Nascimento-Presidente da Mesa, Dr. Rubens Correa da Costa Filho-Secretário da Mesa. JUCESP nº 119.406/06-8 em 05/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa-Secretária Geral.

CRUSAM DE

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CRUZEIRO

DO

ASSISTÊNCIA

SUL

MÉDICA

SERVIÇO S/A

CNPJ Nº 45.646.726/0001-34- NIRE 35218459008 ATA SUMÁRIA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA REALIZADA EM 19 DE ABRIL DE 2006. Data, hora e local: 19 de abril de 2006, às 11:30 horas, na sede social, na Praça das Orquídeas nº 124, Barueri, SP. Mesa: Aclamado para presidir os trabalhos o acionista Dr. Roberto Cavalieri Costa e para secretariá-lo o acionista Dr. Denir do Nascimento. Convocação: Por editais publicados no DOE Diário Oficial do Estado, em suas edições dos dias 16, 17 e 18 de março de 2006 e no Diário do Comércio, em suas edições dos dias 16, 17 e 20 de março de 2006, com o seguinte teor: “Crusam-Cruzeiro do Sul Serviço de Assistência Médica S.A. - CNPJ/MF nº 45.646.726/0001-34 - Assembléia Geral Ordinária - Convocação - Ficam convocados os Senhores Acionistas desta sociedade para se reunirem em Assembléia Geral Ordinária, a realizar-se no dia 19 de abril de 2006 às 11:00 (onze) horas, em sua sede social, na Praça das Orquídeas, 124 na cidade de Barueri, Estado de São Paulo, a fim de tomarem conhecimento e deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: a) Exame, discussão e votação das contas da diretoria, do balanço geral e das demais demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31/12/2005; b) Fixação da Remuneração dos Administradores; c) Destinação do Resultado Liquido do Exercício; d) Outros assuntos de interesse social. Aviso: Acham-se a disposição dos Senhores Acionistas na sede da empresa os documentos a que se refere o art. 133 da lei 6.404/76, relativos ao exercício social encerrado em 31/12/2005. Barueri, 14 de março de 2006. Dr.Roberto Cavalieri Costa Diretoria.”Quorum: Acionistas representando a totalidade do Capital Social. Deliberações: a) por unanimidade de votos, foram aprovados, sem qualquer restrição, o Relatório da Administração, o Balanço Geral e as demais Demonstrações Financeiras do exercício social, encerrado em 31/12/2005 e publicados no Diário Oficial do Estado e no Diário do Comércio, em suas edições do dia 07 de março de 2006; b) por unanimidade, o plenário fixou a remuneração dos administradores em até R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), verba esta que será rateada de comum acordo entre os Diretores, ressalvadas em relação ao pagamento as possibilidades econômicas da Sociedade, para o período compreendido entre 1º de maio de 2006 e 30 de abril de 2007; c) ainda por unanimidade, os presentes decidiram que o lucro apurado no exercício, no valor de R$ 364.128,73 (trezentos e sessenta e quatro mil, cento e vinte e oito reais e setenta e três centavos), seja mantido na conta de lucros; d) Dada a palavra aos presentes, para tratar de outros assuntos de interesse social, não houve qualquer manifestação. Documentos: ficam arquivados na sede da Sociedade, os documentos referentes à presente Assembléia Geral Ordinária. Aprovação da Ata: A ata, redigida na forma prevista no art.130, parágrafo 1º, da Lei nº 6.404/76, foi lida e aprovada pelos acionistas presentes. aa) Dr.Roberto Cavalieri Costa - Presidente da Mesa, Dr. Denir do Nascimento - Secretário. Acionistas: Dr. Denir do Nascimento, Dr. Rubens Correa da Costa Filho, Dr. Ronaldo Jorge Azze e Dr. Roberto Cavalieri Costa. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente declarou encerrada a presente Assembléia Geral Ordinária. Barueri, 19 de abril de 2006. A presente é cópia fiel da ata transcrita no livro próprio. Dr.Roberto Cavalieri Costa-Presidente da Mesa, Dr. Denir do Nascimento-Secretário da Mesa. JUCESP nº 119.759/06-8 em 05/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa-Secretária Geral.

COMUNICADOS CASA DE TINTAS DIVA LTDA – ME - CNPJ: 02.587.383/0001-71 I.E. 115.278.126.110 R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 65 comunica que foram extraviadas as seguintes notas fiscais série D-1, 14 a 1000. (17, 18 e 19/05/2006)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

EDITAIS

Retificação do Comunicado da Comissão Julgadora de Licitações, publicado no Diário do Comércio de 16-05-2006 Concorrência nº 05/0439/06/01 Alteração do Edital de Pesquisa de Insumos ANEXO I – Especificações Técnicas dos Serviços ITEM 4 – PESQUISA DE INSUMOS Onde se lê: 4.8. Os meios utilizados poderão ser através de contato pessoal pesquisador/fornecedor. Leia-se: 4.8. Forma de pesquisa O meio de pesquisa deverá ser através de contato pessoal pesquisador/fornecedor.

CONVOCAÇÃO

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 16 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Sérgio Castresi de Souza Castro - Requerido: NVB Informática SC Ltda. - Rua Zike Tuma, 301- conjunto 15 - 02ª Vara de Falências Requerente: Disparcon Distribuidora de Peças para Ar-Condicionado Ltda. - Requerido: Confortherm Instalação e Manutenção de Ar-

EDITAL

Condicionado Ltda. - Av. General Waldomiro de Lima, 889 - 01ª Vara de Falências Requerente: Tec Imports Importação e Exportação Ltda. - Requerido: Brasilnet Distribuidora de Produtos para Informática Ltda. Rua Regino Aragão, 201 - 02ª Vara de Falências

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 013/2006- FAMESP

PROCESSO Nº 424/2006 - FAMESP

Acha-se à disposição dos interessados do dia 17 de maio de 2006 até o dia 30 de maio de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 013/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 424/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a Contratação de empresa para o fornecimento de Notebook., em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 31 de maio de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 17 de maio de 2006. Prof. Dr. Shoiti Kobayasi. Diretor Vice Presidente. FAMESP

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Cidades

1 Aconteceram 251 ataques a instituições públicas e privadas e a servidores de corporações militares e civis.

130 MORTOS D

Foi um dia de balanços trágicos e de calma aparente. A guerra urbana de cinco dias travada entre as forças de segurança de São Paulo e bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) terminou com 130 mortos. Desses, 40 eram policiais e 71 eram suspeitos de ligações com o crime. Quinze presos figuram entre os mortos, assim como quatro cidadãos inocentes. Só na madrugada de ontem a polícia paulista matou 33 pessoas. O comércio pagou um alto preço pela guerra, com vertiginosa queda nas vendas, segundo mostraram ontem os baixos números de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). A cidade, que anteontem parou em meio a uma onda de pânico e boatos, viveu ontem um dia calmo. Mesmo assim, o movimento no comércio foi pequeno. Um suposto acordo do governo estadual com Marcos Williams Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC, no sentido de pôr um fim na guerra, foi, mais uma vez, negado pelas autoridades. Maurício Lima/AFP

epois de cinco dias de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) a alvos policiais e civis, São Paulo viveu ontem um dia de relativa calma. O saldo dessa guerra urbana é trágico: 130 mortes, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública. Desse total, 71 foram consideradas suspeitas e morreram em confrontos com a polícia. Trinta e três foram mortos apenas na madrugada de ontem, quando aconteceram novos atentados na Grande São Paulo. Há registros de 251 ataques a instituições públicas e privadas, servidores públicos de corporações militares, civis e estaduais. Desses ataques, 80 foram a ônibus, 15 a bancos, um a uma garagem de ônibus e um à estação Artur Alvim do metrô. Entre os mortos estão 23 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária e quatro cidadãos comuns. Além de 15 presos (9 já identificados). Entre os feridos estão 22 policiais militares, seis policiais civis, oito guardas municipais, um agente penitenciário, 16 cidadãos comuns e 9 criminosos. Há 115 suspeitos presos. Ainda que com duas horas de atraso, em média, os ônibus deixaram ontem cedo seus terminais (vigiados pela polícia) e circularam normalmente. Mesmo com o rodízio de veículos suspenso, o volume de tráfego ficou abaixo da média. Polêmica – O fim dos ataques teria sido determinado, por telefone celular, por líderes do PCC a presos e a membros da organização criminosa que estão fora das cadeias. Eles teriam sido orientados a interromper a onda de violência depois de um suposto acordo com autoridades. Governo do Estado e o comando das polícias negam qualquer acordo. O preso Orlando Mota Júnior, o Macarrão, teria sido um principais interlocutores nesse suposto acordo. Ontem, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, negou qualquer acordo. Admitiu, contudo, ter havido uma "conversa" com o preso e líder do PCC, Marcos Williams Herbas Camacho, o Marcola, no domingo. O delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, negou que o fim dos ataques tenha sido motivado por um acordo com a cúpula da facção criminosa e atribuiu a redução da violência ao trabalho de repressão da polícia. "Não houve acordo. O que ocorreu foi um recado: a polícia sabe jogar o xadrez da investigação, mas também sabe passar para o futebol americano e com prazer", disse Desgualdo. Advogada – A advogada Iracema Vasciaveo, que representa a Nova Ordem, organização que trabalha na ressocialização de detentos em São Paulo, confirmou ontem, em entrevista coletiva, que foi ao presídio de Presidente Bernardes acompanhada de três representantes do sistema de segurança do Estado, num avião da Polícia Militar. Mas negou ter sido firmado qualquer acordo para pôr fim aos ataques e rebeliões do PCC. Segundo Iracema, a visita foi requisitada por ela, após pedidos dos familiares de Marcos Williams Herba Camacho, o Marcola (principal líder do PCC) e de mais sete líderes da facção criminosa para averiguar a situação física dos criminosos. "Foi uma demonstração de boa vontade (do governo)", disse, em referência ao atendimento rápido do pedido (a demanda foi

Agentes da Guarda Civil Metropolitana fazem blitz durante a noite, em busca de suspeitos ligados às ações do PCC contra alvos civis e policiais. A madrugada de ontem ainda foi de ataques e confrontos. Caio Guatelli/Folha Imagem

De arma em punho, uma policial militar aborda motoqueiro em rua de Higienópolis

Hélvio Romero/AE

Depois de tiroteio, bananas de dinamite foram encontradas ontem à noite em um carro roubado

Almeida Rocha/Folha Imagem

Na manhã de ontem, soldados da Polícia Militar fizeram blitz na saída do Terminal Santo Amaro, na zona sul da cidade. Vários carros e motoqueiros (geralmente em dupla na moto) foram abordados.

apresentada no sábado de manhã e o encontro ocorreu no domingo à tarde) e ao empréstimo do avião para ir ao presídio. Apesar de negar o acordo, Iracema deixou escapar que "havia uma instabilidade emocional dos familiares". "Os detentos que estão em Presidente Bernardes seriam a cúpula do PCC, então os familiares aqui fora devem ter, provavelmente, como articular alguma coisa caso essa informação não chegasse (do bom estado físico dos presos)", disse a advogada. O presidente da Nova Ordem, o ex-carcereiro e ex-investigador Ivan Barbosa, disse, na entrevista, que "poderia ter morrido mais gente se a doutora não tivesse ido lá". Iracema disse não ter considerado estranho o grupo que a acompanhou ao presídio (formado pelo corregedor da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Antonio Ruiz Lopes, o delegado da Polícia Civil José Luiz Ramos Cavalcante e o comandante do Comando de Policiamento Interior, coronel Ailton Araújo Brandão). O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, confirmou a visita da advogada aos presos, mas voltou a negar o acordo. Na entrevista, Iracema insistiu que não advoga para o "partido" (PCC) nem para seus líderes, mas pode já ter defendido algum de seus membros (veja entrevista do comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, na página seguinte). Mais ataques – Com ou sem acordo, o fato é que a tranqüilidade começou a voltar à cidade. Mesmo assim, a madrugada de ontem foi de tensão e mortes. Dados oficiais informam que 33 suspeitos foram mortos em confrontos com a polícia. Foram encontradas bananas de dinamite em um carro. À tarde, na zona norte, um ônibus foi incendiado e outro depredado. O primeiro caso ocorreu por volta das 15h30, na avenida Antonelo da Messina, região do Jaçanã. O veículo foi depredado. Dois suspeitos pelo ataque foram levados ao 73º DP. Na Vila Maria, um ônibus foi incendiado por volta das 16h30, na rua Filhos da Terra. Ninguém ficou ferido. A polícia procura os autores desses atentados. Mesmo numa noite de silêncio e recolhimento, várias cidades do interior paulista sofreram pelo menos 27 atentados na madrugada de ontem. Recusa – O governador Cláudio Lembo disse ontem que recusou a ajuda de tropas federais para enfrentar a crise na segurança de São Paulo porque o Exército é muito nobre e o problema que assolou o Estado, muito pequeno. "O Exército é muito nobre para situações pequenas e locais", justificou Lembo, pela manhã, ao chegar à sede do governo estadual. Segundo ele, o efetivo federal pode ser solicitado no futuro, eventualmente, para reforçar a guarda externa de presídios. Embora o clima fosse de euforia no governo, devido ao controle da crise, Lembo passou o dia em seu gabinete. Somente falou com os jornalistas porque foi abordado quando chegava ao Palácio dos Bandeirantes. Depois disso, não apareceu mais. À tarde, indicou o comandante-geral da Polícia Militar para prestar os esclarecimentos sobre os procedimentos adotados pelo governo para controlar a escalada de violência iniciada sexta-feira. (Agências) Em Política, mais informações sobre a crise na segurança. No Caderno de Economia, o desempenho do comércio na primeira quinzena de maio.

Paulo Libert/AE

Alguns dos 80 ônibus incendiados em São Paulo estavam na garagem da empresa Simbaiba, no Tremembé, zona norte da cidade. Ontem, dois outros ônibus foram atacadas na mesma região.


quarta-feira, 17 de maio de 2006

Estilo Empresas Nacional Finanças

VENEZUELA Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 9,4% no primeiro trimestre deste ano.

DIÁRIO DO COMÉRCIO

GREVE NO BC Segundo sindicato, adesão no primeiro dia envolveu 80% dos servidores em Brasília.

Hélvio Romero/AE

IPC-S CAPTA ALTA MENOR DE PREÇOS

O

Índice de Preços ao ConsumidorSemanal (IPC-S) subiu 0,20% na quadrissemana encerrada em 15 de maio, segundo a Fundação Getúlio Vargas, alta menor que a da apuração anterior (0,42%). O destaque do período foi a desaceleração de preços do grupo alimentação. (AE)

A

milhões de reais é a estimativa de aumento da carga tributária até 2014, segundo Raul Velloso.

PARA CRESCER, PAÍS PRECISA DE UM FORTE AJUSTE FISCAL Economistas alertam que o cenário externo favorável não vai durar para sempre Fábio Rossi/Agência O Globo

N LEASING

WebJet retomou ontem suas operações como companhia aérea regular. A empresa, que conta com apenas uma aeronave na frota, opera na rota Rio de Janeiro-Porto Alegre. De acordo com o presidente da companhia, Paulo Henrique Coco, a taxa de ocupação é próxima a 15%. A WebJet foi criada em julho de 2005 e não sobreviveu à concorrência das grandes empresas do setor. Sem passageiros, as operações foram suspensas depois de quatro meses, quando o prejuízo chegou a US$ 10 milhões. (AE)

80

GM ADMITE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA

Ó RBITA

WEBJET

3

GENERAL MOTORS

O

mercado de leasing teve crescimento de 43% no primeiro trimestre de 2006 em relação a igual período do ano passado, informou ontem a Associação Brasileira de Empresas de Leasing (Abel). De janeiro a março deste ano, o acumulado gerado com novos negócios atingiu os R$ 5,7 bilhões. Desse total, R$ 3,093 bilhões corresponderam a contratos assinados com pessoas físicas, ou seja, 53,74% do total. O restante, R$ 2,663 bilhões, ou 46,26% do montante, são relativos a contratos firmados com empresas. (AG)

A

General Motors do Brasil admite oferecer Plano de Demissão Voluntária (PDV) para alcançar a dispensa de 10% dos funcionários da principal unidade no País, em São José dos Campos, no interior paulista. Os cortes envolverão 960 funcionários a partir de agosto. "Vamos discutir o plano com os sindicatos", disse o vice-presidente da GM do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto. Segundo a empresa, a necessidade de cortes é fruto da perda de competitividade nas exportações por causa do real valorizado. (Reuters)

MÍNIMO MUDA CARTA DE CRÉDITO

O

Factoring

Medidas que se voltem ao crescimento econômico ainda estão à espera de quem as implemente. Affonso Celso Pastore, economista desaceleração gradual da economia mundial, embora não seja desprezível a possibilidade de reversão mais abrupta. Daí a necessidade, segundo ele, de uma gestão cambial que permita aproximar o real "gradativamente do nível de equilíbrio

de longo prazo", e rigor fiscal. "É importante bater nessa tecla. Muita gente no governo já entendeu isso. Mas precisamos da compreensão do ajuste fiscal de longo prazo para o crescimento sustentado do País." A necessidade de um ajuste fiscal ousado também foi defendida por Raul Velloso, especialista em contas públicas. Para ele, o superávit primário da União "está prestes a se esgotar, se nada for feito". Impostos – Os economistas ainda criticaram a carga tributária. Segundo Velloso, se o ritmo de aumento da despesa pública dos últimos anos for mantido, a carga de impostos deverá crescer em R$ 80 bilhões, ou 4% do PIB, até 2014. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, por sua vez, defendeu o governo. Segundo ele, as medidas de desoneração de impostos adotadas tanto para as empresas como para as pessoas físicas já resultaram em queda de arrecadação de R$ 19 bilhões desde 2004. Appy usou o número para rebater a idéia de que o governo pratica uma política fiscal que usa a expansão da carga tributária para aumentar os gastos correntes. (AE)

DC

novo salário mínimo de R$ 350 trouxe mudanças na Carta de Crédito Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O Ministério das Cidades publicou, no Diário Oficial da União, alterações que ampliam os limites operacionais para algumas linhas de financiamento habitacional com recursos do FGTS. A principal mudança foi a ampliação do limite de renda para o cálculo do subsídio nas operações de financiamento imobiliário que utilizam recursos do Fundo, o que beneficiará famílias com renda bruta mensal de até R$ 1,75 mil. Antes, o benefício atingia somente as famílias com renda de até R$ 1,5 mil. (AG)

o segundo dia do Fórum Nacional, ontem, no Rio de J a n e i ro , e c o n omistas como Affonso Celso Pastore, Cláudio Frischtak e Raul Velloso, defenderam um ajuste fiscal mais forte e ousado para que o País cresça de forma sustentada e alertaram que o cenário externo favorável não durará para sempre. Também criticaram o baixo crescimento na comparação com outros emergentes, a despeito dos avanços nos "fundamentos" da economia. "Medidas que se voltem ao crescimento econômico ainda estão à espera de quem as implemente", disse Pastore. Para ele, os juros continuam elevados e o Brasil "precisa fazer um ajuste fiscal mais ousado para trazer a taxa para baixo". Ele citou, ainda, a necessidade de aprofundar o acesso ao crédito, aumentar investimentos em infra-estrutura, reduzir barreiras e abrir mais a economia. Impulso – Pastore ressaltou que o Brasil atravessou um cenário externo positivo, mas "não conseguiu transformar o impulso em crescimento, como os demais países". De forma geral, ele indicou que houve, de fato, melhoria nos fundamentos da economia. As reservas internacionais brasileiras, por exemplo, superam em mais de duas vezes as amortizações previstas em um ano. Mas ponderou que o avanço na medida de riscoPaís reflete, em grande parte, a liquidez internacional. Já o consultor Frischtak afirmou que o cenário mais provável para os próximos anos é de

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

POR CELULAR, TERIA SIDO DETERMINADO O FIM DOS ATAQUES

quarta-feira, 17 de maio de 2006

O que preserva a vida das pessoas é o medo. Coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges

Vidal Cavalcante/AE

"NÃO HOUVE ACORDO. HOUVE CONVERSA". Comandante da PM afirmou ontem que ninguém fez qualquer acordo com o PCC. Disse, contudo, que houve uma conversa de uma advogada com líderes da facção criminosa. O comando da Polícia Civil reafirmou que "não negocia com bandido".

O

comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, negou ontem que tenha havido um acordo entre o governo e o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, para colocar um ponto final nas rebeliões e ataques iniciados sexta-feira no Estado. Ele admitiu, no entanto, que no domingo houve uma "conversa" com o preso. Informações extra-oficiais dão conta de que participaram do encontro a advogada Iracema Vasciano; o comandante da PM Ailton Araújo Brandão, da região de Presidente Prudente; o corregedor Antônio Ruiz Lopes, representante da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SAP); e o delegado da Polícia Civil José Luiz Cavalcante. Marcola é o maior líder do PCC e o principal suspeito de comandar os 251 ataques que mataram 130 pessoas até

ontem. No mesmo período, rebeliões simultâneas atingiram dezenas de unidades prisionais. Menos de 24 horas depois da conversa entre Marcola e a advogada, todas terminaram. Teor – Ontem, em entrevista, o coronel disse que apenas um policial militar e a advogada participaram da reunião, mas afirmou desconhecer o que foi discutido. "No domingo, após dezenas de atentados e policiais mortos, minha preocupação como comandante passou a léguas de distância disso", afirmou o coronel. O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo, reafirmou ontem o que já havia dito na segunda-feira: não houve acordo. "Eu nunca fiz acordo com ninguém, principalmente com bandido", disse. O encontro entre Marcola e a advogada seria incomum no momento, já que o preso encontra-se em Regime Disciplinar Diferenciado

(RDD) desde sábado, quando foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes, no interior do Estado, a mais segura do País. O regime restringe as visitas, o acesso à televisão, a revistas e a jornais, e prevê apenas uma hora por dia fora das celas – para o banho de sol. Também na tarde de ontem, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, afirmou que é necessário agendar visitas com antecedência de dez dias, no RDD. Ele alegou que Marcola recebeu a advogada no dia seguinte à internação numa "situação especial". Celulares – Teria sido por meio de telefones celulares que líderes presos determinaram a integrantes do PCC, do lado de fora das cadeias, que interrompessem a onda de violência. O preso Orlando Mota Júnior, o Macarrão, teria sido um dos principais interlocutores do governo. Ele está na penitenciária 2 de Presidente

O coronel Elizeu Eclair Borges, comandante-geral da Polícia Militar, durante entrevista coletiva

Venceslau, no interior, desde quinta-feira. Macarrão e outros líderes teriam dado a ordem de cessar os atentados. O coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges voltou a dizer ontem que o medo e a insegurança que marcaram a segunda-feira foram provocados principalmente por boatos e não por fatos concretos. "O que preserva a vida é o medo", disse. O comandante-geral afirmou que a Polícia continua mobilizada e está atenta nas ruas e que "a caça continua". O movimento de violência desencadeado em São Paulo teria sido uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. Na quinta-feira, 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior do Estado, em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas. No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), em Santana, na zona norte. Entre os presos estava o líder Marcola. Durante o período em que permaneceu no Deic, mais de 10 pessoas foram mortas em ataques nas ruas, dando início à onda de terror que só foi enfraquecida ontem. No sábado, Marcola foi levado para a penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes. (Agências)

Alckmin: PCC pode virar Farc

O

pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disse ontem que a melhor ajuda que o governo federal pode dar para resolver a crise de segurança no Brasil é liberar os recursos do fundo penitenciário e do fundo de segurança pública. Segundo ele, nem sequer os convênios para a liberação dos recursos foram assinados. "Isso aí é uma guerra. Temos de vencer batalhas todos os dias. Às vezes, a gente perde uma batalha", afirmou. Para Alckmin, a atitude do PCC em São Paulo foi uma resposta à ação do governo. Segundo ele, o governo "pôs o dedo na ferida" quando identificou 745 presos ligados ao crime organizado e os colocou no isolamento. "É só não amedrontar e ir para cima. Tanto que a rebelião acabou. Se não partirmos para cima, eles vão virar as Farc", afirmou ele referindo-se às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. (AE)


quarta-feira, 17 de maio de 2006

Compor tamento Ambiente Te r r o r Administração

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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POUCA GENTE E VIATURAS DA PM NOS TERMINAIS

Quem pegou ônibus estranhou. O movimento de ontem parecia o de um domingo ou feriado.

DEPOIS DOS ATAQUES, ÔNIBUS E RUAS VAZIAS

Apesar da trégua das ações criminosas, principalmente aos ônibus, a população viveu ontem um dia de apreensão. Muitos ainda estavam assustados e com medo. Vanessa Rosal

Fotos de Marcos Fernandes/Luz

Vidal Cavalcante/AE

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epois do caos, a calma aparente. Quem passou ontem pelos terminais de ônibus em São Paulo, um dia após os ataques liderados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), ficou surpreso. "Está parecendo domingo ou feriado. Quase não tem movimento", disse o segurança Laércio Pereira, enquanto dava informações a um usuário do terminal de ônibus de Santo Amaro, o maior da região sul da cidade. Pereira, que também trabalha no terminal João Dias, afirmou que ontem foi a terça-feira mais calma desde que começou a trabalhar no local. "As poucas pessoas que passam pela catraca, descem correndo para a plataforma. A população ainda está assustada, muita gente preferiu ficar em casa", disse. Além do pouco movimento, outra diferença em relação aos dias normais foi a presença das viaturas da polícia. "Está calmo demais. Não há o que temer, mas mesmo assim percebemos o medo no olhar das pessoas", afirmou um policial que preferiu não se identificar. Agentes da SPTrans, empresa que administra o transporte público na cidade, orientaram os policiais a não dar entrevistas enquanto estivessem dentro dos terminais. Grande parte da imprensa trabalhou do lado de fora, próximo à estação do metrô Santo Amaro, com a esperança de obter novas informações sobre os ataques. Sufoco - Na segunda-feira, dia em que o paulistano voltou mais cedo para casa com medo de novos ataques, os terminais Capelinha, João Dias e Santo Amaro, todos na zona sul, fecharam seus portões por causa dos ônibus incendiados em toda a cidade. Nesse dia, alguns trabalhadores foram a pé do largo 13 de Maio até o Centro da cidade. Outros, como a ajudante de limpeza Terezinha de Jesus, optaram pelo táxi. "Na confusão de segunda-feira, gastei R$ 48 de táxi para ir do trabalho para casa. Estava tão nervosa que até esqueci de pedir a nota. A empresa não vai me reembolsar. O pior de tudo é o medo", disse. Ontem, no percurso para o trabalho, dentro do ônibus Parque Dom Pedro, Terezinha contou à reportagem do Diário do Comércio que também enfrentou dificuldades. "Os ônibus só voltaram a circular depois das oito da manhã em Vargem Grande. Fui até o terminal Santo Amaro e esta é minha

Acima, à esquerda, o motorista Weliton dirige o ônibus Terminal Santo Amaro/Praça da Sé por ruas sem trânsito. Ao lado, passageiros apreensivos olham a escolta policial realizada em vários pontos da cidade. Acima, Lourival Silva de Paula preso sob suspeita de comandar os ataques a ônibus na capital. Ele foi surpreendido por policiais quando usava um telefone público na região de Americanópolis. Já cumpriu pena por roubo e formação de quadrilha.

segunda condução. Mais uma guardas-civis municipais. União - Para o motorista de vez, vou me atrasar para o ônibus Weliton Ribeiro, a serviço", disse. solução para combater os Medo - O cobrador ataques do PCC que Augusto César Alves foi aterrorizaram a cidade desde trabalhar com medo ontem. "Não quero nunca mais ter de a sexta-feira seria a união de todas as polícias de São Paulo. passar por isso. "E não só isso. Os partidos A SPTrans nos informou que deveriam deixar de lado as pode ser que ao meio-dia o diferenças políticas e se PCC volte a atacar os ônibus. unirem também". Como podemos Ribeiro trabalha manter a há nove anos com tranqüilidade transporte coletivo assim? É e nunca viu nada impossível", disse ele, ontem pela Segunda não fui parecido com o que aconteceu na manhã. trabalhar. Dou cidade. "Na Segundo mais valor à segunda, não fui Augusto, ontem foi minha vida do trabalhar. Dou mais um dia atípico. que a qualquer valor à minha vida "Geralmente neste do que a qualquer horário, o ônibus outra coisa. outra coisa. Tenho está lotado. Mas, Tenho um filho um filho para por enquanto, o para sustentar. sustentar", disse o que vemos são Weliton Ribeiro, motorista. lugares vazios". motorista Suspeito – Na segunda-feira Lourival Silva de à noite, a Paula foi preso informação era de ontem sob suspeita de que apenas 50% da frota iria comandar os ataques a ônibus circular pela cidade. Com na capital. Ele foi surpreendido escolta policial. "A SPTrans nos informou isso, mas não vi por policiais quando usava um telefone público na região de nada de diferente. Tem muito Americanópolis. Já cumpriu boato em toda essa história", pena por roubo e formação de disse. Nos terminais, o quadrilha. policiamento foi feito por


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

HOJE ACABA O PRAZO DE PROPOSTAS PARA A VARIG

CONSUMIDOR SE AFASTA DOS PARCELAMENTOS

0,5

por cento foi o crescimento nas consultas ao SCPC na primeira quinzena de maio.

Ailton de Freitas/Ag. O Globo

Consultas ao Usecheque subiram 10,6% na quinzena, contra 0,5% ao SCPC

P

ara o varejo, a tônica da primeira quinzena de maio foi a das vendas de bens de pequeno valor, de acordo com levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Os números computados pela entidade neste início de maio mostram crescimento de 10,6% nas consultas ao Usecheque, parâmetro para as vendas à vista, que costumam ser de menor valor, ante igual período do ano passado, enquanto as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), termômetro das venda a prazo, registraram expansão de apenas 0,5% na mesma comparação. Para Emílio Alfieri, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, "como o endividamento da população é maior neste ano, as compras de produtos mais caros ficam inibidas, já que é preciso reservar uma parcela da receita para saldar as dívidas". O economista também cita como conseqüências do crescimento mais acentuado das compras à vista a queda da temperatura, que "leva o consumidor a adquirir vestuário, item de valor menor", e "ao re-

Newton Santos/Hype - 13/05/2006

Compras: só de pequeno valor

cebimento antecipado do reajuste do salário mínimo, que beneficia uma parcela da população que adquire produtos mais baratos". Inadimplência – Já os números referentes à inadimplência levantados pela ACSP neste início de maio mantêm os lojistas em estado de alerta. No período, os registros de inadimplência recebidos, ou seja, a inclusão de maus pagadores, cresceram 19,6% em relação à primeira quinzena de maio do ano passado. Já os registros de cancelamentos tiveram crescimento de 9,9%. No entanto, Alfieri disse que a tendência é de queda da inadimplência nos próximos meses, já que na primeira quinzena de maio, comparado com o mesmo período de abril deste ano, houve crescimento de 5,1% nos cancelamentos, enquanto os registros recebidos computaram apenas 0,1%.

Dia das Mães – Também ontem, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), divulgou uma alta de 2,3% nas vendas para o Dia das Mães em relação aos negócios da mesma data em 2005. Porém, o número ficou abaixo do registrado no ano passado, quando o crescimento foi de 4,65% em relação a 2004. O levantamento da Fecomercio-SP, feito com 120 empresários da região Metropolitana de São Paulo, mostrou que os consumidores deram preferência à compra de produtos semi-duráveis, cujas vendas cresceram 2,75% no período, sobre 2005, contra alta menor, de 1,7%, na aquisição de bens duráveis. O cartão de crédito foi a modalidade de pagamento preferida entre os consumidores. Cerca de 64% das compras foram feitas com cartão; 22% foram à vista; 10% com cheques pré-datados e 4% dos consumidores optaram por carnês. Já a Associação dos Lojistas de Shoppings (Alshop) divulgou crescimento de 7% nas vendas e 8% no público para a data. (Veja o impacto da violência no varejo no caderno Cidades). Renato Carbonari Ibelli

Hélio Costa (ao centro), durante seminário de TV digital: presidente fará a escolha do padrão

Padrão de TV digital na mira dos parlamentares Seminário na Câmara dos Deputados discute opções disponíveis ao País

A

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a pedido do ministro das Comunicações, Hélio Costa, impediu a Câmara dos Deputados de fazer uma transmissão usando as três tecnologias de TV digital em estudo: a japonesa, a americana e a européia. A transmissão seria uma atividade paralela ao seminário TV Digital: Futuro e Cidadania, realizado ontem. A intervenção do ministro, que defende a tecnologia japonesa, frustrou os representantes do padrão europeu de TV digital, que tinham preparado uma demonstração dos produtos. "Ficamos surpresos e indignados. Nossa frustração é muito grande", disse o consultor da Siemens, Eduardo Nascimento Lima. Quando a notícia do cancelamento chegou aos parlamentares, a informação era de que a Anatel somente poderia manter a autorização se todos os três padrões estivessem presentes. Entretanto, os representantes do padrão japonês, que provavelmente será o escolhido pelo governo, cancelaram a participação no evento na segunda-feira à noite. Para tentar minimizar o mal-estar gerado, Costa garantiu com a Anatel a publicação de uma nova autorização.

A TV digital será importante, por exemplo, para capacitar professores à distância. Ronaldo Mota, secretário de Educação à Distância do Ministério da Educação

A própria regulamentação deve procurar assegurar a acessibilidade da população brasileira à conquista tecnológica do padrão digital. Aldo Rebelo, presidente da Câmara Educação – O secretário de Educação à Distância do Ministério da Educação, Ronaldo Mota, defendeu que o debate em torno do conteúdo deve acontecer em paralelo à definição do padrão. Segundo ele, o Brasil tem facilidade especial para adotar novas tecnologias. Mota lembrou das urnas eletrônicas e da declaração do Imposto de Renda pela internet, como ações de sucesso. No

entanto, ele disse que "na área da educação, as novas tecnologias são pouco utilizadas". Por isso, ressaltou a importância da TV digital "para, por exemplo, capacitar professores à distância". Na opinião do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a regulamentação da TV digital no Brasil deverá assegurar o acesso da população. "Não só a escolha do padrão tecnológico, mas a própria regulamentação deve procurar assegurar, em primeiro plano, a acessibilidade da população brasileira à conquista tecnológica do padrão digital", afirmou. O professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Projeto Sistema Brasileiro de Televisão Digital, Marcelo Zuffo, explicou que que estão sendo trabalhados diversos modelos de terminais para atender a população. Entretanto, ele chamou atenção para o preço. Segundo Zuffo, embora a matériaprima custe US$ 55, o produto poderá chegar ao consumidor por R$ 400, devido à alta incidência tarifária. Por esse motivo, o governo estuda propostas de incentivos fiscais para os produtos que vão compor os novos aparelhos. O ministro Hélio Costa voltou a dizer que a escolha do padrão caberá ao presidente da República. (Agências)

Varig ainda sem interessados BNDES não recebeu propostas formais de interessados no empréstimo-ponte

O

presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, disse ontem que ainda não apareceu, oficialmente, nenhum investidor interessado em comprar a Varig com o empréstimo-ponte do BNDES. As declarações foram dadas durante audiência pública no Senado, promovida por quatro comissões da Casa, para debater uma solução para a companhia aérea. Fiocca informou, entretanto, que o BNDES recebeu várias consultas informais. Para ele, um dos motivos para a não-oficialização dos eventuais interessados pode ser a prorrogação do prazo, em 48 horas, dado pelo banco, a pedido do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, que cuida do processo de recuperação da empresa. O encerramento estava marcado para a última segunda-feira, mas foi prorroga-

do para até as 18 horas de hoje. Apesar da pressão dos trabalhadores da companhia aérea, o executivo descartou a possibilidade de o BNDES alterar os critérios para a concessão do empréstimo-ponte. Por se tratar de um financiamento emergencial, que só pode ser concedido a um investidor interessado que apresente garantias, "o BNDES não tem condições de fazer um empréstimo direto à Varig", disse. Garantias – Durante a audiência, o comandante Márcio Marsilac, da entidade Trabal h a d o re s d o G r u p o Va r i g (TGV), chegou a atribuir a ausência de interessados aos critérios adotados pelo BNDES. Mas, de acordo com Fiocca, a garantia pedida pelo banco é uma fiança bancária. Ele afirmou que o custo da taxa Selic (taxa básica de juros da economia, fixada pelo Banco Central) do empréstimo, considerado elevado pelos trabalha-

dores, é adequado. "Se, por acaso, o investidor que pegar o empréstimo não for o que vencer o leilão, ele será ressarcido pela Varig em 200% da Selic", explicou o diretor do BNDES. Fundo de pensão – Na mesma audiência, o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis, garantiu para os senadores que a liquidação dos planos de benefícios patrocinados pela empresa aérea poderá ser revertida, caso apareça um fato novo – a sobrevivência da empresa – que modifique a situação existente. Reis explicou os motivos que levaram a Secretaria a decretar a intervenção no fundo de pensão Aerus e a liquidação dos dois planos patrocinados pela Varig. De acordo com ele, o Aerus já deu, ao longo do tempo, uma forte contribuição para a sobrevivência da companhia aérea. "A Varig deve cerca de R$ 2,3 bilhões ao fundo de pensão", afirmou Reis. (AE)


quarta-feira, 17 de maio de 2006

Tr i b u t o s Estilo Agronegócio Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Protesto em Brasília fez parte do 12º Grito dos Excluídos, promovido ontem pela Contag.

GOVERNADORES PEDEM PISO PARA PREÇOS

Orlando Kissner/AFP Photo

PARA ESTADOS, POLÍTICA CAMBIAL AFETA AGRICULTURA Nove governadores apresentaram ontem a Lula lista de reivindicações que também inclui suspensão por 120 dias dos vencimentos de dívidas rurais. Em protesto, agricultores apresentam em faixa a política cambial como razão da crise que atravessam

Produtores bloqueiam estradas

C

erca de 300 produtores rurais de São Paulo e do Paraná bloquearam ontem, durante quase 10 horas, a Rodovia Francisco Alves Negrão (SP-258), na divisa entre os dois estados, em protesto contra a política agrícola do governo. O bloqueio começou às 7 horas, no km 342, em Itararé, e foi encerrado pouco antes das 17 horas. Os manifestantes estacionaram tratores, colheitadeiras e caminhões sobre a pista. Só era permitida a passagem de automóveis, ambulâncias e caminhões com produtos perecíveis. No Paraná, agricultores conseguiram fazer 108 bloqueios nas rodovias federais e estaduais. Os produtores rurais reclamam das políticas governamentais para o setor e reivindicam mais prazo para pagamento de suas dívidas. A Federação dos Transportadores do Paraná (Fetranspar) colocou os caminhões dos

Jamil Bittar/Reuters

Em Brasília, protesto com a bandeira nacional feita de alimentos

associados do interior do Estado para ajudar nos bloqueios. A América Latina Logística (ALL), que ainda está com dois trechos bloqueados pelos produtores, apesar de ordens de reintegração de posse, apoiou o manifesto e não colocou nos trilhos os vagões no Estado. Em Ponta Grossa, produtores de leite preferiram distribuir 4 mil litros do produto à população. As pistas da BR376, que leva ao Porto de Para-

naguá, foram fechadas totalmente durante algumas horas, o que provocou congestionamento. Caminhões barrados formaram fila de 15 quilômetros no acostamento. Em Brasília, um grupo de agricultores ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) protestou em frente ao Congresso Nacional com uma bandeira brasileira montada apenas com alimentos.(AE)

BC: câmbio se equilibra sozinho

A

queda dos juros, o crescimento da economia e o aumento das importações vão colocar, naturalmente, um freio no processo de valorização do real. A avaliação foi feita ontem pelo economista Mário Mesquita, indicado para a diretoria de Estudos Especiais do Banco Central (BC), durante sabatina realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. O nome dele para compor a diretoria do BC foi aprovado pela CAE, bem como a indicação do economista Paulo Vieira da Cunha para a diretoria de Assuntos Internacionais do banco. Agora, para a efetivação de ambos no cargo, resta apenas a deliberação do plenário, o que ocorrerá depois que a pauta for liberada pela votação de medidas provisórias.

Reconhecendo que o real valorizado hoje pune alguns setores — chegou a citar o agronegócio como exemplo —, Mesquita avaliou que o dólar tende, em um processo gradual, retornar para um nível mais equilibrado. "Eu não acho que essa tendência de valorização do real seja permanente. O que as estatísticas mostram é que a taxa de câmbio, ajustada pela inflação, tende a retornar à sua média histórica de longo prazo." Ele lembrou que, entre 2002 e 2003, o real esteve bastante desvalorizado, na comparação com sua média histórica. "Era natural que essa taxa de câmbio voltasse para a média histórica", afirmou. Para o diretor, a valorização do real nos últimos anos ocorreu não só como correção dos excessos de 2002/2003, mas

também refletindo o aumento das exportações, a expansão da liquidez internacional e a taxa de juros do Brasil (mais alta que as dos outros países). Mesquita defendeu o sistema de câmbio flutuante, combinado com um regime de metas de inflação. "Aqui e ali, surgem analistas sugerindo que deveríamos ter um câmbio estabilizado, ou com flutuação limitada. Se a tarefa do BC for essa, terá de relegar ao segundo plano o objetivo de atingir a meta de inflação", disse. (AE)

E

m reunião no Palácio do Planalto, governadores de nove estados entregaram ontem ao presidente Lula um documento no qual sustentam que a atual crise na agricultura é provocada, principalmente, pela política econômica do governo federal, "orientada para o fortalecimento do real". Mesmo com os preços internacionais dos grãos em suas médias históricas, o real valorizado provocou perda de renda do produtor. Os governadores citaram estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que indica queda de receita de R$ 18 bilhões em 2005. Mas o governo deixou claro que não vai atender à principal queixa dos produtores (a baixa cotação do dólar) e que não haverá mudanças no câmbio, que continuará sendo flutuante. Esse recado foi dado pelo próprio presidente Lula. No documento, os governadores reivindicam garantia de preços mínimos condizentes com os custos de produção, além de um total de R$ 2,8 bilhões para a safra 2005/06.

Ed Ferreira/AE

Rodrigues: medidas insuficientes.

O texto lembrou ainda que "a perda de renda impediu o produtor de honrar seus compromissos junto a bancos e iniciativa privada". Em decorrência, segundo os governadores, a estimativa é de redução de pelo menos 30% na área plantada com soja, milho, arroz e algodão na próxima safra e de eliminação de 600 mil empregos na cadeia produtiva. Dívidas — Como medida emergencial, os governadores propõem a suspensão por 120 dias de todos os vencimentos dos financiamentos e dívidas rurais. Eles defendem que as dívidas sejam pagas em 25 parcelas anuais, iguais e sucessivas, a partir de outubro de 2007, com encargo financeiro de 3% ao ano. Para os produtores de café e cacau, a proposta é de prorrogação das dívidas no

sistema bancário conforme a capacidade de pagamento, com três anos de carência. Os governadores pedem, ainda, desoneração de impostos sobre insumos agrícolas e a retirada da Contribuição sobre Intervenção de Domínio Econômico (Cide) incidente sobre o óleo diesel. Segundo eles, para plantar, colher e transportar a produção de 1 hectare de soja, são gastos 200 litros do produto. Em novembro de 2002, o custo era de US$ 70, ou 7 sacas de soja por hectare. Em abril de 2006, subiu para US$ 200, ou 20 sacas de soja por hectare. Medidas — O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, admitiu que medidas emergenciais anunciadas pelo governo federal são "insuficientes" para conter a crise. "Alternativas estão sendo avaliadas", afirmou o ministro, depois de participar de seminário organizado pelos produtores no Senado Federal. O ministro Rodrigues também confirmou ontem que, no próximo dia 25, serão anunciadas medidas estruturais e também o Plano Agrícola e Pecuário do período 2006/07. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, sobre o Congresso tentar criar a "legislação do pânico" por causa da onda de ataques à Polícia Militar em São Paulo.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

MAIO

Num momento como esse em que o País vive uma crise, em que São Paulo vive uma crise, que é de todos nós, é preciso ter muito cuidado para que não cedamos à tentação da legislação do pânico.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

17 Dia da Constituição Último dia para o recolhimento do ICMS referente ao mês de abril

E UA A RQUEOLOGIA

Múmia tatuada no Peru Ira Block/National Geographic

A múmia de uma mulher com tatuagens nos braços e objetos cerimoniais como jóias, armas e os restos mortais de uma adolescente, foi descoberta no Peru, informa a National Geographic Society. Os cientistas dizem que a mulher foi sacrificada e pertencia à cultura Moche, que floresceu na área entre o ano 1 d.C. e o ano 700. A múmia foi datada como sendo do ano 450. A presença de jóias mostra que era

Imagens inéditas do 11/09 Pentágono divulga vídeo com cenas do momento que avião se choca com o prédio Reprodução

Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou ontem as imagens do avião da American Airlines que se chocou contra o prédio do Pentágono no dia 11 de setembro de 2001. Cento e oitenta e quatro pessoas morreram quando o vôo 77 bateu no quartel-general, depois de ter sido seqüestrado por militantes da al-Qaeda. As imagens, feitas por câmeras do Pentágono, foram liberadas porque a organização de defesa de direitos legais Judicial Watch usou o Ato de Liberdade de Informação para obtê-lo.

O de uma pessoa importante, mas o antropólogo John Verano, da Universidade Tulane, disse que os cientistas estão intrigados com a presença de clavas de guerra, que geralmente não são encontradas com mulheres.

I RAQUE

Atentado mata 36 em Bagdá A escalada de violência em Bagdá e em outras partes do Iraque resultou na morte de pelo menos 36 pessoas em um dia no qual o primeiro-ministro designado, Nouri al-Maliki, anunciou estar próximo da conclusão das negociações para compor seu governo. O prazo para a formação do primeiro governo iraquiano pleno desde a queda de Saddam Hussein se encerra em 22 de maio. Apesar do anúncio de Maliki, outros grupos alegavam que ainda está longe

do fim. Qualquer acordo definitivo vai depender de um pacto entre a xiita Aliança Unida Iraquiana (majoritária) e a Frente de Acordo Árabe Sunita (minoritária) em torno dos ministérios de interior e da defesa. Os sunitas insistem em ficar com a pasta da defesa. No pior ataque do dia, homens armados atacaram um bairro xiita de Bagdá baleando seguranças e detonando um carro-bomba, causando a morte de pelo menos 19 pessoas e ferindo dezenas.

S AÚDE

E MIRADOS ÁRABES

Câmera registra momento que o avião se aproxima do Pentágono

Choque destruiu bloco de cinco andares do prédio de segurança americana

Ismael Francisco/Prensa Latina/Reuters

O papa Bento 16 nomeou ontem o bispo de Pittsburgh, Donald W. Wuerl, o novo arcebispo da capital Washington, informou o Vaticano. O posto é um dos mais prestigiosos da Igreja Católica Americana. Wuerl sucederá o cardeal Theodore E. McCarrick, de 75 anos, que se aposentou após cinco anos no cargo. O posto é um dos mais influentes do Catolicismo norte-americano por causa dos contatos frequentes com a Casa Branca e com outros braços do governo dos EUA. S UPERAÇÃO

Um teimoso no Everest INTRIGA DA OPOSIÇÃO – Em pronunciamento na TV, o presidente cubano Fidel Castro negou ranking da revista Forbes em que aparece como o 7º governante mais rico do mundo, com US$ 900 milhões e disse que deixará o poder se a informação for provada. B RAZIL COM Z

C A R T A Z

LITERATURA

E M

Guimarães Rosa (foto) é tema de seminário do qual participam o crítico Antônio Cândido e o bibliófilo José Mindlin. Auditório da Geografia - USP. Av. Prof. Lineu Prestes, 338. Cidade Universitária. Às 9h30 e 14h, até sexta (19). Grátis. Tel.: 3091-2088.

Que tal melhorar a sua home page?

A Joby lançou este interessante tripé para máquinas fotográficas que é uma mão na roda em para produzir fotos em ambientes difíceis e íngremes. O "GorillaPod" é super-flexível, sustenta câmeras digitais em qualquer posição e pode ficar em pé ou pendurado. No site, o produto é vendido por US$ 24,95.

Você acabou de criar seu site, e agora precisa cresce-lo certo? O site Código Fonte traz uma série de dicas de como fazer a manutenção de sua home page. Entre as dicas, o site cita um dos maiores pecados cometidos pelos webdesenvolvedores que trabalham com editores WYSIWYG: não mudar o título da página e deixá-lo como Untitled Document. Parece pouco não é? Mas, como bem definiram os desenvolvedores do Código Fonte, um site é feito de detalhes.

http://www.joby.com/products.html

?secao=dicas&Gid=99

http://www.codigofonte.net/

N

Vocalista do U2 faz editorial criticando a onda de violência que aconteceu em São Paulo nos últimos dias

Um alpinista da Nova Zelândia que teve amputadas as duas pernas depois de um acidente ao escalar uma montanha tornou-se a primeira pessoa nessas condições a chegar ao topo do monte Everest. Mark Inglis, de 47 anos, telefonou para dizer que chegou ao topo do mais alto pico do mundo na última segunda-feira e retornou ao Acampamento 4, na base da montanha, disse a sua esposa, Anne Inglis. O alpinista levou na bagagem próteses de reserva em caso de acidente, mas não houve nenhum problema durante sua façanha, afirmou a mulher. Inglis perdeu os dois membros em um corte abaixo dos joelhos depois de sofrer queimaduras de frio em 1982. Mark Inglis.com/AFP Photo

ampla vitória eleitoral do presidente Lula em 2002 foi "uma vitória da democracia e deu esperança aos pobres do País". E, "ao invés de desestabilizar o País com a corrida acelerada para reforma radical, Lula sabiamente gravitou em torno do centro, prometendo gerenciamento sólido da economia" Mas o editorial alerta que os eventos dos últimos dias pode podar parte do otimismo brasileiro. O jornal observa que inicialmente a violência foi atribuída a ação de gangues criminais, enfurecidas pela remoção de presos para presídios de alta segurança. "Entretanto, com o

passar dos dias, era difícil não ver a violência sob uma luz política", disse. O editorial afirma que "nenhum estado moderno merece esse nome" se pode ser mantido refém por indivíduos ou grupos que operam fora da lei. "Mas o presidente Lula estava parcialmente certo quando disse que a violência é resultado da desigualdade social e a falta de investimento em educação. "Esses fatores são algozes que podem ser apenas resolvidos no longo prazo", disse. "Enquanto isso, Lula se vê cada vez mais enroscado por reformas que progridem lentamente para o pobre e rapidamente para o rico."

L OTERIAS Concurso 453 da DUPLA SENA Primeiro Sorteio 13

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Ministro Fernando Haddad defende aumento de gastos com educação para 6% do PIB Aumenta a tendência do brasileiro de tomar remédios para prevenir doenças

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Joby cria triplé ultramoderno

Luke MacGregor/Reuters

uma edição especial, editada pelo músico do grupo U2 e ativista Bono, o jornal britânico The Independent publicou ontem um editorial que analisa a onda de violência que varreu São Paulo nos últimos dias e alerta que o otimismo com as perspectivas do País poderão ser reduzidas. Metade do dinheiro arrecadado com a edição será destinada ao combate à Aids na África. O jornal observa que o Brasil é o mais promissor dos países BRIC, grupo que inclui também a Rússia, Índia e China. A Rússia se vê diante de uma crise demográfica e sua democracia vacilante. A Índia é contida por um sistema de castas que alimenta a pobreza, e a China "pela desigualdade de seu desenvolvimento e a crescente tensão social". No entanto, afirma o editorial, o Brasil parece ter quase tudo que é necessário para se tornar uma potência. As reformas econômicas nos anos 90 trouxeram estabilidade comparando-se aos altos e baixos do passado. A

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F AVORITOS

O Brasil do "editor" Bono

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G @DGET DU JOUR

A Rússia e a China não votarão a favor do uso da força para resolver a disputa nuclear iraniana, informou ontem o ministro do Exterior russo Sergey Lavrov. A posição dos dois países é um sinal de que as diferenças com os Estados Unidos ainda persistem. Depois de dois dias de conversas com o ministro do Exterior da China, Li Zhaoxing, Lavrov afirmou que Moscou e Pequim possuem posições idênticas sobre o Irã e a Coréia do Norte: que as duas disputas exigem diplomacia e não força. Lavrov também disse que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, vai a um encontro em junho em Shangai com líderes da Rússia, China e outras nações da Ásia Central.

Novo arcebispo em Washington

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Um diplomata dos Emirados Árabes Unidos, cuja identidade não foi revelada, foi seqüestrado ontem em Bagdá por um grupo que matou um de seus seguranças. Segundo o policial Thair Mohammed, o diplomata foi abduzido no distrito de Mansour, por volta das 22 horas local. A vítima estava a pé a caminho de sua casa, que fica próxima a embaixada. O ministro do Exterior dos Emirados Árabes confirmou o desaparecimento, segundo uma agência de notícias local.

Disputa nuclear com diplomacia

V ATICANO

Câncer de pulmão Diplomata é atinge mais homens seqüestrado O câncer de pulmão não é comum em pessoas que nunca fumaram. Mas quando isso acontece, os homens são as principais vítimas. Analisando registros médicos de quase um milhão de pessoas, pesquisadores da Sociedade Americana do Câncer perceberam que os índices de morte pela doença em não-fumantes são maiores nos homens, o que contraria a sabedoria popular que ditava o inverso. Cerca de 15 mil mortes ocorrem em pessoas que nunca fumaram.

R ÚSSIA

EUA rompem definitivamente as negociações de livre comércio com o Equador

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Concurso 1601 da QUINA 20

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

DOISPONTOS -77

ou os programas rodam? Por que será que ninguém quer a diretoria de cortinas e tapetes? É óbvio que os partidos e os políticos almejam controlar as funções de responsabilidade porque a partir delas se fazem negócios. Negócios ilícitos, por óbvio.

O dia em que São Paulo parou Melman em seu livro O Homem sem Gravidade – Gozar a qualquer preço, na época em que vivemos instalou-se "... uma espécie de violência que se tornou um modo banal de relação social". Efeito, por um lado, do não reconhecimento do sujeito, e por outro lado, da ineficácia das palavras e das instituições reconhecidamente "portadoras de palavras", que deveriam servir como mediadores simbólicos nas relações sociais. Outra possibilidade de enfoque deste comentário centralizase no efeito da proliferação de informações e boatos que provocaram uma verdadeira histeria coletiva na segundafeira. Com o objetivo de

is que o que ocorreu nos últimos dias em São Paulo pode nos levar por diversos caminhos de argumentação: a violência, o lugar da lei, a posição do Estado, a relação do povo brasileiro com suas mazelas, e mesmo aquilo que já sabemos e não queremos ver. Nesse sentido, tudo parece ter acontecido como uma espécie de invasão do real da violência em nosso sonho coletivo denominado realidade. Por este raciocínio, aliás, aquilo que ouvimos freqüentemente nestes dias como pesadelo é o mais duro encontro com o que não suportamos, mas que insiste em bater à nossa porta. E a insistência pode virar violência, num piscar de olhos. Ora, como afirma

E

sustentar a própria ilusão, os grupos podem recorrer ao "poder mágico das palavras", que tem a eficiência de entorpecer e provocar catarses coletivas, mas que em última instância servem justamente para afastá-los (os grupos) de suas interrogações e dúvidas. Em parte, parece que foi isto que ocorreu no último dia 15 de maio. Na completa ausência de palavras mediadoras e do reconhecimento mútuo entre os indivíduos e para com as instituições do Estado, os boatos "caíram como uma luva", uma espécie de detonador de uma bomba que já havia sido atirada, porém que precisava ser calada a qualquer custo. Deste modo, os boatos e o conseqüente

Milton Mansilha /Luz

Sem declarações de autoridades, os boatos caíram como uma luva, uma espécie de detonador de uma bomba já atirada

medo e pânico provocados podem justamente servir para novamente mascarar aquilo que nos acordou do sonho em que vivemos, e que insistimos em chamar de "nossa realidade". Uma ressalva merece ser feita aqui: não estou negando a veracidade dos fatos violentos (a guerra), pelo contrário, mostrando como as palavras podem além de mediar e interceder, servir para criar véus ali onde algo de insuportável se manifesta em nossa sociedade. E, quando acordamos, podemos voltar a pensar na convocação da seleção... FERNANDO MEGALE É COORDENADOR DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOPSICOLOGIA DA FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO (FESPSP).

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Pra lá de Bagdá m 1992, a invasão da polícia para controlar a rebelião no Pavilhão 9 do Carandiru terminou com 111 presos mortos. Os ataques atribuídos ao crime organizado deixaram 115 mortos, superando o saldo de vítimas fatais daquele dramático episódio há 14 anos. No final de semana, morreram mais brasileiros em São Paulo do que iraquianos e americanos em Bagdá. São números que chocam e indicam a necessidade urgente de medidas administrativas, legais e jurídicas para que o Estado reassuma o controle e restitua a confiança dos cidadãos nas instituições encarregadas de zelar pela segurança pública. Como advogado, c o n s i d e ro e x t re m amente infeliz e inoportuna a proposta do governo paulista de "monitorar" conversas de presos com advogados. O sigilo entre o advogado e seu cliente, mesmo que este seja um criminoso condenado, deve permanecer inviolável. Se há provas de má conduta contra o advogado, aí sim ele deverá ser responsabilizado e até excluído da Ordem e da profissão. Devem ser monitoradas, estas sim, as conversas telefônicas entre os criminosos, de dentro para fora das cadeias, e vice-versa. Contra as máfias, as polícias da Itália e dos Estados Unidos usaram e usam, antes de tudo, a inteligência. É disso que precisamos aqui em São Paulo, na luta contra o crime organizado: infiltrar agentes nos presídios e nas quadrilhas, para saber antecipadamente o que os bandidos estão planejando, além de monito-

Vivi Zanatta/AE

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rar conversas telefôni- G Morreram mais cas. Também é indis- brasileiros em pensável reavaliar o São Paulo do que sistema prisional como iraquianos e um todo, em particular americanos em o quadro de funcioná- Bagdá. rios que trabalham diretamente com os preG A concessão de sos, para reduzir os níindultos é um veis alarmantes de corprocedimento que rupção, que no fundo estão permitindo a pró- precisa ser pria organização e arti- reavaliado com rigor. culação de grupos criG Tomar medidas minosos. administrativas, Quanto aos líderes criminosos, esses ne- legais e jurídicas cessitam ser isolados, para que o Estado longe da cadeia de co- reassuma o controle mando a que estão ha- e restitua a bituados, de preferên- confiança dos cia numa das peniten- cidadãos. ciárias de segurança máxima que estão sendo construídas pelo governo federal. Também no plano federal é imMande seu comentário perioso alterar a legispara doispontos@ lação para endurecer dcomercio.com.br

com os criminosos. Da mesma forma que há, por exemplo, a progressão, com abrandamento da pena para os presidiários que trabalham (cada três dias de trabalho reduzem um dia atrás das grades), a lei deveria prever o agravamento da pena para quem participa de rebeliões, que comprovadamente seja integrante de qualquer organização criminosa ou utilize na cadeia equipamentos proibidos, como armas e celulares. A impunidade é uma das principais causas do alto nível de criminalidade no Brasil. Os ataques dos últimos dias mostram ainda que a concessão de indultos é outro procedimento que necessita ser reavaliado com ri-

gor. Mesmo para um leigo ficou claro que o indulto do Dia das Mães, que liberou em todo o estado 12 mil presos, foi fator determinante na violência que marcou a cidade de São Paulo. Muitos desses presos saíram na quinta-feira dos presídios com a tarefa de atacar delegacias, postos policiais, escolas, bancos ou de incendiar ônibus. Quem não cumpre as ordens dos chefões da bandidagem praticamente tem decretada a pena de morte, ao voltar às cadeias, como acontece em qualquer máfia organizada. Foram mais de 250 ataques, ou seja, menos de dois por cento dos presos indultados seriam suficientes para executar as ações que deixaram São Paulo em estado de perplexidade e medo. No ano passado, mais de 700 presos indultados no Dia das Mães não voltaram para os presídios, o que significa 6,4% do total. Em média, 8% dos presos que saem das prisões não voltam às unidades, segundo a Secretaria da Administração Penitenciária. A Lei de Execuções Penais prevê indultos de Páscoa, Dia dos Pais, Dia das Mães, das Crianças, Finados e Natal. Eles ficam fora das cadeias por até sete dias. A Secretaria informou: vai investigar os presos que puderam sair dos presídios para visitar as mães no fim de semana mais violento da capital paulista. Não estamos em guerra, mas São Paulo viveu dias de Bagdá, com muito mais mortos e feridos. ALEXANDRE THIOLLIER É SUPLENTE DE SENADOR PELO PFL ATHIOLLIER@TERRA.COM.BR

CLAUDIO WEBER ABRAMO

CORRUPÇÃO FRACTAL uiza, uma visitante habitual do blogue que mantenho (crwa.zip.net), saiu-se outro dia com uma descrição sintética e excepcionalmente aguda sobre a corrupção no Brasil. Disse ela que é “fractal”. Fractais são estruturas matemáticas caracterizadas pela repetição de um mesmo padrão, não importa o grau de detalhe com que sejam vistas. De longe ou de tão perto quanto se queira, sua organização é a mesma. É de fato assim que parece se estruturar a corrupção no Brasil.

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semana passada foi em parte tomada pelas declarações feitas à repórter Soraya Aggege, do jornal O Globo, pelo grão-mensaleiro Silvio Pereira, ex-secretário de organização do Partido dos Trabalhadores, beneficiário de um mimo automobilístico que lhe foi aquinhoado pela empresa GDK, fornecedora da Petrobras. Embora alguns tivessem feito um fuzuê danado a respeito da entrevista, Pereira não disse nada que todo mundo não soubesse. A corrupção evidenciada no caso dos Correios/Mensalão dá-se fundamentalmente pelo direcionamento de licitações públicas a determinadas empresas. Quem direciona são os indivíduos colocados nas posições de mando pelos detentores do poder. E por quê esses sujeitos ocupam tais cargos? Porque foram indicados por partidos políticos, no âmbito de negociações realizadas com o Executivo para a obtenção de apoio parlamentar. É assim: “Você me apóia e em troca fica com tais e quais diretorias”.

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que os partidos querem com esses cargos? Será que têm compromisso ideológico com a eficiência do Estado? Desejam controlar a diretoria de informática da estatal X porque detectaram defeitos na forma como os computadores funcionam

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que faz o governo? Olha para o outro lado, pois se prestasse atenção no que acontece naquelas diretorias, abalariam as próprias bases do negócio, como explicitou o sr. “Land Rover” Pereira. O que a turma quer é nadar de braçada na roubalheira, e na ausência dessa condição perde-se a razão de se apoiar o governo. Engana-se o eventual leitor se imagina que isso foi inventado pelo presente governo ou que se limitaria à esfera federal. O governo Lula fez a coisa muito mal feita e foi apanhado. Só isso. Mas o esquema gerador da corrupção – apoio político-nomeaçõesroubalheira-falta de fiscalização – exibido é o mesmíssimo em todos os estados e em todos os municípios.

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É necessário quebrar a espinha dorsal da corrupção, que é a liberdade de se nomear para funções públicas O que explica a completa indisponibilidade tanto da oposição quanto da situação em apontar o problema e sugerir medidas corretivas. Acontece que os oposicionistas fazem igualzinho nos lugares em que detêm o poder. O mecanismo da corrupção reproduz-se fractalmente, não importando a escala que se empregue para examiná-lo. ão se corrige esse estado de coisas por medidas cosméticas, e muito menos com discursos moralizantes autoreferidos. É necessário quebrar a espinha dorsal do processo, que é a liberdade com que se nomeiam pessoas para ocupar funções públicas no Brasil. Sem mexer nisso de modo radical, não há chance de a corrupção diminuir.

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CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


DIÁRIO DO COMÉRCIO

DCARR São Paulo, 17 de maio de 2006

Nº 120

Interlagos. Este é um nome que fez história nas pistas e nas ruas brasileiras nos anos 60. Relembre este Willys na página 8.

Rodrigo Crins/Machina Comunicação

ACCORD

SIMPLICIDADE E COMPETÊNCIA PÁGINAS 4 E 5


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

6 -.OPINIÃO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

O CRIME SANTIFICADO

Que o futuro governador se mire em exemplos internacionais para saber como acabar com as organizações criminosas

Atenho-me ao que ousaria chamar de ideologização do crime organizado, tendo como alvo certo pensamento que santifica a violência e transforma os bandidos em heróis. Infelizmente, isso está posto cotidianamente nas televisões, na imprensa e é fundamento de muitas ONGs que dizem combater a violência, mas que funcionam antes como sucursais do crime. O governo, que não tirou do papel o Plano Nacional de Segurança, oferece agora, de forma cínica, “ajuda” ao Palácio dos Bandeirantes. Que ajuda? Por que Márcio Thomaz Bastos não dá um jeito de impedir a entrada de armas ilegais no País? Por que não se ocupou de criar um cadastro único das secretarias de Segurança dos Estados? Por que não encaminhou uma emenda reformando a Constituição e unificando as Polícias? Ajuda? O Palácio do Planalto faz rigorosamente o que Lula disse que não faria:

Como "vender" idéias liberais? GUILHERME AFIF DOMINGOS

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TRECHOS DO ARTIGO DE REINALDO AZEVEDO NO SITE DA REVISTA PRIMEIRA LEITURA WWW.PRIMEIRALEITURA.COM.BR

M arcola: bolchevismo com roupa de delinqüente

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br)

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Auditado pela

Céllus

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JOÃO DE SCANTIMBURGO

exploração eleitoral do medo que se disseminou em São Paulo. O poder no Brasil está dividido entre o crime comum organizado e os criminosos políticos, porque certo pensamento que ser quer “progressista” decidiu que a miséria era uma espécie de verdade revelada de uma nova escolástica, que seria socorrida, no plano das idéias, pelo marxismo. Ora, então não foi o Apedeuta o primeiro a sair dizendo que a violência no Brasil vai diminuir quando houver mais inclusão social? Pois agora o MSL — o Movimento dos Sem-Lei — resolveu nos sitiar em nossas casas, no maior centro urbano do país. E, então, nos damos conta de que, de fato, estamos com problemas. Que o futuro governador de São Paulo se mire em exemplos internacionais para saber como foi que países como a Alemanha, a Itália e a França, dentre outros, deram cabo das organizações criminosas, políticas ou não, que estavam incrustadas nos presídios e que tratamento dispensou a seus líderes para que parassem de impor a sua lei ao cidadão comum. Mais do que isso: mesmo sabendo que há problemas cuja natureza requer o concurso da Federação, será preciso agir como se ela não existisse. Se não atrapalhar, já está de bom tamanho. Nenhum homem nasce bom. Ele tem de ser coagido a cumprir as leis democraticamente instituídas. E ponto final.

Rerprodução/O Globo

extrema esquerda prestou duas grandes colaborações à formação do Brasil: 1) a organização do crime como partido político e 2) a falácia de que a pobreza é a grande responsável pela violência. No primeiro caso, os bandidos se aproveitaram do leninismo que lhes foi ensinado na cadeia pelos “camaradas” para revertê-lo em favor do crime — ou, melhor ainda: de uma nova modalidade de crimes, que não aqueles que Lênin e a canalha endossariam. O bolchevismo, como variante do terrorismo e do banditismo político, vestiu a roupa da delinqüência social. Seu “Lênin” é Marcola.

epois de um dia e meio de palestras e debates, os principais aspectos do tema central do seminário Democracia, Liberdade e o Império da Lei fo ram exaustivamente examinados, demonstrando a clara superioridade dos princípios, valores e práticas liberais para promover o desenvolvimento dos países. Também as dificuldades enfrentadas na América Latina para fazer avançar o pensamento liberal e, principalmente, para que ele possa ser aplicado na solução dos problemas dos países, foram bastante evidenciadas. A Associação Comercial de São Paulo concordou em organizar este seminário por uma questão de coerência com sua trajetória de 111 anos de defesa da liberdade em seu sentido amplo, e da liberdade de empreender como o meio mais eficiente para promover o progresso, considerando a Democracia como instrumento político para essa finalidade, e o Império da Lei, como condição necessária para se conciliar desenvolvimento com liberdade. Confesso, no entanto, que chegamos a pensar em realizar um evento limitado à discussão de um grupo de intelectuais, e depois divulgar suas conclusões usando o Diário do Comércio e a Digesto Econômico, ambos da entidade. Isto por considerar que a discussão do pensamento liberal não atrai a maioria da população, nem sequer, regra geral, os empresários, que deveriam ser seus grandes defensores. Mas decidimos fazer um seminário aberto a todos interessados e a resposta foi positiva no tocante ao interesse demonstrado, embora a presença seja muito mais qualitativa do que quantitativa. O importante foi que reunimos não apenas pensadores ilustres da doutrina liberal, mas pessoas engajadas na divulgação do liberalismo, embora de forma nem sempre articulada, com pequenos grupos atuando isoladamente. Esperamos que esta seja uma oportunidade para que os vários institutos ou organizações que atuam na difusão do pensamento liberal procurem formas de ação conjunta, que possa potencializar os esforços de todos. Com essa digressão, chego ao tema deste painel – Políticas Liberais para a América Latina – com uma indagação, ao invés de propostas. Como podemos "vender" as idéias liberais para a população? Sem que se tenha a adesão da sociedade, não se conseguirá viabilizá-las politicamente, pois a classe política somente aceitará reduzir seu poder intervencionista se houver uma forte pressão social. Os socialistas e intervencionistas de vários matizes "vendem" as ilusões da igualdade, praticando suas intervenções no presente em troca de um futuro que nunca chega ou, então, quando atingido, como ocorreu nos países comunistas, resulta na perda da liberdade.

a que algumas delas acabem, muitas vezes, dando mais importância a divulgar seus "programas sociais", do que mostrar os benefícios da atividade empresarial para a sociedade. O problema é que essa ênfase na "responsabilidade social" faz parecer que apenas essas empresas são "socialmente responsáveis". As demais, que não pratiquem ou não divulguem ações "sociais" são, por consequência, "irresponsáveis" socialmente. Distorce-se a realidade de que, em uma economia de mercado, a responsabilidade das empresas é a de produzir, gerar empregos, pagar tributos, observando a legislação e contribuindo para o desenvolvimento. Alguns empresários não se empenham na defesa da liberdade de empreender porque pensam apenas em seus interesses de curto prazo, apoiando intervenções que favoreçam suas empresas ou setores, esquecidos de que o Estado nada pode dar que não tenha tirado de outros, e que o intervencionismo pode amanhã se voltar contra eles. Outros, talvez a maioria, e especialmente os de menor porte, parecem considerar que o importante é o seu negócio. Assim, qualquer movimento de defesa dos princípios, ou de setores que não sejam os deles, mesmo aqueles que sejam vítimas de intervenções arbitrárias, parecem não lhes dizer respeito.

Q

ual o caminho que o liberalismo pode oferecer para esse imenso contingente da população latino-americana? Creio que essa seja a grande indagação não apenas para os liberais, mas para todos os que se preocupam com o futuro. O risco que se corre é que os intervencionistas apresentem seus planos mirabolantes que, ao invés de resolver o problema, possa agravá-lo, como tem ocorrido com inúmeras medidas que os Estados têm adotado. Talvez a resposta possa ser a de liberar a criatividade do povo, reduzindo os obstáculos existentes para que o espírito empreendedor latente na população possa se converter em atividades produtivas dentro de um marco legal simplificado que lhe dê segurança. A luta pela desburocratização e desregulamentação da economia deve ser travada em todas as frentes para que se possa desenvolver o espírito empreendedor existente na população latino-americana, que se revela nos milhões de cidadãos que buscam, na informalidade, desenvolver atividades informais que lhes assegurem condições de sobrevivência. Em recente Congresso Internacional de Jovens Empreendedores, realizado em São Paulo e organizado pela Associação Comercial de São Paulo, e que contava com a participação de representantes da ONU, tive a oportunidade de chamar a atenção de que a Carta dos Direitos Humanos da Organização contém direitos relativos à garantia do emprego, do salário, das férias e outros itens, e nada diz sobre o direito de empreender. Propusemos na oportunidade que fosse inserido um artigo na Carta reconhecendo o papel relevante do empreendedor, inclusive para viabilizar os benefícios reconhecidos aos trabalhadores, incluindo o direito de empreender entre aqueles contemplados na Declaração, e que nenhum governo deveria opor obstáculos à realização pessoal dos indivíduos através do empreendedorismo. Quanto mais aumentar o número de empreendedores, mais fácil será a tarefa de divulgar os princípios liberais. Precisamos aprender a falar a linguagem que eles entendem e a utilizar os meios de comunicação de que eles se utilizam. Se a mídia tradicional tem um viés antiliberal, vamos utilizar a Internet, que não tem esse viés, para transmitir nossas mensagens e procurar criar uma rede que vá penetrando cada vez mais nesse mundo virtual onde o Estado ainda não conseguiu colocar suas garras. Como fazer isso é um desafio que depende de todos. Vamos fazer deste seminário um ponto de partida para isso.

A classe política somente aceitará reduzir seu poder intervencionista se houver uma forte pressão social

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reio que o primeiro problema a ser enfrentado é o da comunicação, em cuja batalha estamos sendo derrotados, não com relação às idéias e princípios, mas porque há uma grande penetração na mídia das idéias antiliberais. Mais do que isso, porque não estamos sabendo desmascarar a "falsificação semântica" de que os inimigos se valem para "carimbar" o liberalismo e para encobrir seus intentos intervencionistas sob o manto do "social". No Brasil, o uso do termo "social" não se limitou ao discurso demagógico. Ele foi incluído na Constituição, que fala da "função social da propriedade", o que tem servido para restrições e ataques à propriedade privada. Não bastasse esse fato, o novo Código Civil inseriu entre seus dispositivos, o da "função social do contrato", conceito subjetivo que pode levar ao enfraquecimento das relações contratuais e, em conseqüência, da economia de mercado, que é essencialmente contratual. Nessa mesma linha, temos a tendência recente da "responsabilidade social da empresa", levando

S ocialistas e intervencionistas "vendem" as ilusões da igualdade

SOBRE A AMÉRICA LATINA m meu livro O Destino da América Latina procurei definir o sentido da colonização hispânica no continente latinoamericano. Seus conquistadores, como ficaram conhecidos na História seus caudilhos, genuinamente espanhóis, moldaram o continente com autoridade e inspiração evangélica para submeter os povos colonizados à bandeira de Cristo e dos reis da Espanha. Creio ter alcançado meu objetivo, mas reconheço que há muito ainda a pesquisar e a definir. Líderes incontestes como Bolívar foram atingidos pela decepção. Ainda se reflete essa herança nos problemas que os atuais governantes, a rigor, não estão sabendo enfrentar, por não conhecerem a herança que lhes veio às mãos.

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Sem um caminho de união para a América Latina, não teremos uma resposta definitiva ou animadora sobre o desenvolvimento econheça-se que não têm aparecido líderes para a imensa tarefa que seria ou será a assimilação do legado latino-americano numa unidade, que em nossos dias estão seduzindo na Europa e nos EUA pensadores e homens públicos de mérito. Viu-se agora que a cúpula marcada para ser realizada em Viena não se realizou. Lula conversou com Evo Morales sobre assuntos contemporâneos e deve ter se dado por satisfeito com as explicações que o presidente boliviano arranjou para suas declarações - o já clássico "bode expiatório", que é a imprensa, servido para cobrir as fraquezas dos dirigentes presidenciais em declarações sobre decisões tomadas pelos governos que presidem. Enquanto não se encontrar um caminho para fazer na América Latina uma grande união, como a que já marcou a Europa, não teremos no continente uma resposta definitiva, ou pelo menos animadora, sobre o desenvolvimento, elevando a um plano mais alto a pessoa humana, nas suas várias situações sociais, políticas e econômicas.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

Marronzinhos só podem multar? omo sabe o sr. Roberto Scaringella, a maior autoridade municipal de trânsito da cidade, o terror assombrou São Paulo por quatro dias. E a população da maior cidade da América Latina ficou apavorada. Todo mundo foi para casa mais cedo. Ou melhor, tentou. Usuários de ônibus, com sorte, foram para casa nos poucos em serviço; os do Metrô tiveram mais sorte, apesar dos boatos de atentados nas estações. Muitos caminharam horas até em casa. Mas o senhor, Roberto Scaringella, a autoridade maior, reservara um estresse extra para quem voltou para casa de carro: folga para os seus marronzinhos. Cada cruzamento da nossa atormentada cidade virou um inferno. Muita gente levou três horas para percorrer poucos quilômetros. Outros, intermináveis minutos à espera de conseguir transpor cruzamentos. No final do dia era impossível medir o congestionamento. A verdade é que, em razão da suspensão do rodízio municipal, os coloridos agentes do trânsito desapareceram das ruas. E daí, claro, motoristas irresponsáveis impuseram a

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ÍNDICE ACESSÓRIOS - 3 Começa hoje na Bienal do Ibirapuera o Salão de Tuning.

PRODUTO/TESTE - 4 e 5 Os prós e contras do Accord, o sedã de luxo da Honda.

MERCADO - 6 Modelos 2006 de linha que ganharam visual novo estão em promoção.

PNEU - 7 Novo pneu da Continental roda 80 quilômetros mesmo "furado".

MEMÓRIA - 8 Interlagos, o primeiro esportivo brasileiro.

AGENDA 19 a 21 de maio

Acontece no Aguativa Golf Resort, na Rodovia Mello Peixoto, km 101, Norte do Paraná, o tradicional Encontro dos Amigos Motociclistas, destinado aos apaixonados por motos, principalmente da marca BMW.

24 a 27 de maio

Estudantes de engenharia do Brasil (USP São Carlos e Instituto Mauá) participam da SAE Mini Baja Midwest 2006, competição de bajas que acontece em Milwaukee (EUA).

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

lei do mais forte, desobedecendo a sinalização, fechando cruzamentos. A "farra do boi", numa paulicéia, nunca tão desvairada. Fica a pergunta para a maior autoridade de trânsito: os agentes só trabalham quando podem faturar? Se o rodízio é suspenso e assim não se multa, por que mandá-los para a rua? Saiba, sr. Roberto Scaringella, que o senhor e os seus coloridos agentes têm que estar a serviço da população desta cidade em todos os instantes e não apenas quando há a chance da multa. Nada contra ela, que existe para punir abusos. Mas, como nós, cidadãos, vamos nos defender de falhas tão incríveis, inaceitáveis e previsíveis como a ocorrida na segunda-feira? Um pedido final: por favor, não venha dizer que os seus agentes corriam risco de ataques dos bandidos de plantão. Lembre-se que os milhares de paulistanos que ficaram parados no trânsito por horas, correram riscos. E pagam impostos, taxas e as multas aplicadas - com justiça - pelos seus agentes. Com a palavra, o Sr. Roberto Scaringella. chicolelis

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Política

Se o Lula queria passar a campanha sem enfrentar esse debate, perdeu, mas se o Alckmin queria passar como campeão do combate ao crime, também perdeu. De um dirigente tucano

LULA E ALCKMIN EVITAM LEVAR A CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA PARA A DISPUTA ELEITORAL.

SEGURANÇA: O PONTO FRACO DOS CANDIDATOS. Celso Junior/AE

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Senadores do PFL Antonio Carlos Magalhães e Demóstenes Torres em reunião com Alckmin sobre segurança

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ministro-chefe da Secretaria de Relaç õ e s I n s t i t u c i onais, Tarso Genro, participou ontem, em Fortaleza, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), de uma reunião com os representantes nordestinos do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em encontro definido por ele como "sem conotação partidária". Discutiu-se, segundo ele, política de Estado. "O Conselho está em condições de apresentar sugestões que dêem suporte para um desenvolvimento e aliem uma baixa taxa de inflação com altas taxas de crescimento nos próximos anos", afirmou. Com relação à taxa de juros, ele acredita que há "um processo declinante de, no médio prazo, chegar a patamares internacionais". "Agora, o que o governo não vai fazer é ruptura, pois pode parecer quebra de contrato. Seja quem for o

GOVERNO CORTA R$ 14,2 BILHÕES DO ORÇAMENTO O governo anunciou ontem um corte de R$ 14,2 bilhões em despesas programadas para o Orçamento de 2006, após rever as projeções de receitas e de gastos obrigatórios fixados pelo Congresso à lei orçamentária. O chamado contingenciamento, que poderá ser revisto, ficou abaixo dos R$ 20 bilhões especulados por parlamentares da

TARSO GENRO FALA SOBRE JUROS, DENÚNCIA E ALIANÇAS. próximo presidente da República, ele vai encontrar uma situação macroeconômica muito mais favorável do que aquela que o presidente Lula encontrou", comentou Tarso Genro. Denúncias – Sobre as denúncias feitas pela revista Veja desta semana contra o presidente Lula e outros petistas, o ministro disse que esse assunto já foi devidamente respondido. "É uma matéria caluniosa e mentirosa", classificou. Segundo ele, a crise política está sendo superada graças a um "diálogo de alto nível com a própria oposição". "Estamos caminhando para a normalidade. E isso é o que todos os deComissão Mista de Orçamento. Proporcionalmente, o Ministério do Turismo é o mais atingido pelo chamado contingenciamento, que reduziu em 76,2% suas verbas de custeio e investimento. O Ministério da Saúde foi o que menos perdeu, apenas 1,6%. O Ministério da Educação e o Ministério do Desenvolvimento Social também foram razoavelmente preservados. "Recebemos a orientação do presidente Lula de preservar os investimentos dos ministérios da área social", justificou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

mocratas querem, seja qual for sua conotação ideológica: que tenhamos um ano eleitoral saudável e que aquele que ganhar tenha legitimidade para governar", afirmou. Tarso Genro também comentou o trabalho que está sendo feito no sentido de formar uma grande coligação para disputar as eleições. Para o cargo de vice, numa eventual chapa encabeçada por Lula, considerou o PMDB como aliado preferencial, embora ache difícil o partido largar como aliado no primeiro turno. "Respeitamos se ele (PMDB) tiver candidato (próprio) no primeiro turno. É um direito dele. Mas nós também temos o direito de dizer ao PMDB que seria muito bom para o País, se ele se somasse a uma coalizão de partidos para dar uma estabilidade mais definida, mais consolidada para o próximo governo, que nós pensamos será do presidente Lula, se ele for candidato", disse. (AE)

CNBB FALA DE ELEIÇÃO E PEDE REFORMA POLÍTICA A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lembra o caráter endêmico da corrupção brasileira e pede no documento, divulgado em Indaiatuba, "uma reforma política" urgente. A igreja convoca os eleitores a escolher candidatos éticos, "idôneos, capazes de orientar o País para novos caminhos". A CNBB, no entanto, alerta: "as complexas questões nacionais não serão re-

PT CONFIRMA SUA CONVENÇÃO PARA JUNHO Luiz Prado/LUZ/04-07-2005

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PT confirmou para o dia 23 de junho a realização de sua convenção nacional, que dá início à campanha do partido para as próximas eleições. Na data, deverá ser oficializado o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a reeleição, assim como o nome que ocupará a vice-presidência na chapa. Na mesma data, o partido anunciará suas alianças nacionais para as eleições. De acordo com nota divulgada no site do partido, a convenção será realizada no Minas Brasília Tênis Clube, na capital federal. A expectativa da sigla é de que cerca de 3.500 pessoas compareçam ao evento, entre elas candidatos para as eleições estaduais, ministros, prefeitos, governadores, parlamentares, dirigentes petistas e representantes de partidos que se coligarão com o PT. Nova sede – O PT adiou a inauguração da nova sede em Brasília, que passará a funcionar no Edifício Palácio da Imprensa, no Setor Comercial

Genoino confirma candidatura

Sul, onde também irá funcionar o comando político da campanha de Lula, formado por dirigentes do PT, PCdoB e PSB. A partir do próximo dia 23, o Diretório Nacional do PT em Brasília está mudando de endereço, para um espaço com praticamente o triplo do tamanho do antigo. A inauguração contará com a presença do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, que deverá ser o coordenador da campanha da reeleição de Lula.

Vice – Ontem, Berzoini afirmou que o presidente irá escolher seu vice entre o vice-presidente José Alencar (PRB) e o exministro Ciro Gomes (PSB). Segundo ele, a chapa deve ser definida duas semanas antes da convenção nacional. Lula e o PT desistiram, na prática, de montar uma chapa com um vice do PMDB, embora oficialmente ainda trabalhem por uma coligação formal com este partido. "Alencar e Ciro são os dois grandes nomes, conhecidos nacionalmente, de reconhecida experiência política e leais aliados", disse Berzoini. "Estamos trabalhando como se o presidente Lula já tivesse declarado sua condição de candidato à reeleição, porque é assim que a população já o está tratando." Candidatura – Depois de meses manifestando a interlocutores sua incerteza quanto a uma candidatura nas próximas eleições, o ex-presidente do PT, José Genoino, decidiu aceitar o convite do partido e disputar um mandato de deputado federal. (Agências)

onda de ataques desencadeada pelo crime organizado em São Paulo traz para a disputa eleitoral um elemento indesejado pelo governo e pela oposição –a crise da segurança pública. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou fazer uma leitura política em sua primeira declaração sobre a crise, sábado, em Viena, mas de volta ao Brasil corrigiu o discurso e afirmou, na segunda-feira, que seria "mesquinho" tirar proveito eleitoral do episódio. O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato da oposição, também foi aconselhado a evitar uma abordagem eleitoral da onda de violência, que já fez 130 mortos. Ele não perdeu tempo e foi ontem ao Senado discutir com os políticos do PFL mudanças na legislação para combater a criminalidade. "Ninguém vai ganhar nada tratando essa crise pelo aspecto político", disse o senador Sergio Guerra (PSDB-PE), coordenador da campanha de Alckmin. A segurança pública aparece em quarto lugar como prioridade para os eleitores (atrás de emprego, saúde e educação) na pesquisa CNT-Sensus de abril, e em terceiro lugar na pesquisa CNI-Ibope (atrás de emprego e saúde), mas tende a subir rapidamente. "É muito provável que aumente a importância desse tema no debate presidencial", disse o sociólogo Marcos Coimbra, diretor do instituto Vox Populi. Fragilidade – A primeira reação no comando das principais campanhas, no entanto, é reconhecer que os dois lados estão fragilizados diante da opinião pública. "Se o Lula queria passar a campanha sem enfrentar esse debate, perdeu, mas se o Alckmin queria passar como camsolvidas só com as eleições" e oferece propostas para um projeto de nação: democratizar o Estado e ampliar a participação popular, rever o modelo econômico e o processo de mercantilização da vida, ampliar as oportunidades de trabalho, fortalecer exigências éticas em defesa da vida, reforçar a soberania, democratizar o acesso à terra e ao solo urbano, proteger o meio ambiente e a Amazônia. O grande desafio, diz, é "alentar" o povo, que manifesta "desencanto e decepção" ante os "escândalos largamente divulgados".

peão do combate ao crime, também perdeu", comparou um dirigente tucano. No Palácio do Planalto, a preocupação maior é que o tema da violência mobilize o chamado "sentimento conservador" contra o governo petista. "O plebiscito pela proibição da venda de armas, em outubro, mostrou que a questão da segurança tem um potencial político importante, numa direção contrária à do governo", disse um ministro da coordenação de governo. Lacuna – De todas as políticas Arquivo/Evaristo SA/AFP

Lula: mudança de discurso.

públicas do governo federal, a de segurança é a pior avaliada nas pesquisas de opinião. A mais recente pesquisa sobre o tema, divulgada em abril pelo instituto Sensus, mostra que 79,7% das pessoas acham que o problema vem se agravando, ao contrário do que ocorre com educação e combate à pobreza. "Segurança pública é a principal lacuna deixada pelo governo federal, na percepção do eleitor menos politizado, maior até do que as questões ligadas à ética, muito expostas nos últimos meses", disse Coimbra. Embora a segurança pública seja também o ponto fraco da administração de Alckmin no Estado de São Paulo, segundo

ADIADA VOTAÇÃO DE CONVOCAÇÃO DE DANTAS NA CPI A reunião da CPI dos Bingos que votaria, entre outros, o requerimento de convocação do banqueiro Daniel Dantas foi adiada para hoje a pedido das lideranças partidárias no Senado. O motivo foi a realização de uma reunião extraordinária da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) para discutir a onda de violência em São Paulo. A CPI dos Bingos deve votar os

as pesquisas, houve, na oposição, quem ensaiasse um ataque direto ao presidente. "Lula está querendo fazer média ao oferecer as forças federais para ajudar São Paulo", disse o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), que disputa a indicação para vice de Alckmin. "Se a oposição quiser levar essa discussão para este campo, dará um tiro no pé. Está claro que é muito mais fácil responsabilizar o ex-governador Geraldo Alckmin pela má gestão dos presídios, mas esse debate não é saudável, pois o problema lá é muito sério", disse o deputado Renato Casagrande (PSB-ES), aliado de Lula. Risco – Para o diretor do Vox Populi, a crise da segurança pode ter mais impacto sobre o desempenho eleitoral do presidente do que a onda de críticas que Lula recebeu, da oposição e dos chamados formadores de opinião, por seu comportamento na crise do gás com a Bolívia. "O problema da Bolívia não afetou diretamente a vida das pessoas, dos consumidores brasileiros, mas a questão da segurança pública está realmente ligada ao cotidiano do brasileiro comum", comparou Coimbra. Segundo o último levantamento disponível da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Ministério da Justiça), em 2003 foram registradas 6,7 milhões de ocorrências policiais no País, o que corresponde a uma taxa próxima de quatro ocorrências por grupo de cem habitantes. "A recuperação do presidente Lula nas pesquisas eleitorais, desde o fim do ano passado, acompanha a percepção, por parte da maioria dos eleitores, de que as coisas vão melhorando em vários setores, mas em relação à segurança elas só vão piorando", concluiu Coimbra. (Agências) vários requerimentos polêmicos, entre eles o que convoca a depor o banqueiro Daniel Dantas, dono do banco Opportunity. Ele revelou que o PT pediu cerca de US$ 50 milhões para ajudar o Opportunity a resolver problemas com o governo federal. Segundo a revista Veja, o banqueiro disse ter uma lista com nomes de integrantes do governo que teriam contas em paraísos fiscais. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci afirmou ontem que vai processar a revista e Dantas, alegando que a documentação é falsa.


São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

DCARRO

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ACESSÓRIOS Pablo de Sousa

"Que ronquem os motores..." Modelos "tunados" como Gol, Corsa, Astra, Parati, Chrysler e BMW roubaram a cena durante a Semana da Manutenção, Reparação e Serviços

ANDERSON CAVALCANTE

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ão Paulo começou a acelerar seus motores para um ano que promete muito quando o assunto é automóvel. Durante a Semana da Manutenção, Reparação e Serviços o tuning foi quem deu a "largada". O evento, que reuniu as feiras TecnoAuto, Posto & Facilidades e AutoSports MotorShow e mostrou o mercado de equipamentos, acessórios, combustíveis e tuning, foi um pouco "tímido" e mais voltado para pessoas envolvidas com empresas e negócios automotivos. Mas já serviu como aquecimento para a maratona de eventos da metrópole paulista, como a F1 e o Salão do Automóvel que acontecem em outubro e também para o Salão de Tuning que abre seus portões hoje. "Furiosos" - Durante a feira, o grande destaque foi a exposição de tunados que reuniu veículos de diferentes marcas de lojas Nacionais ou importados independente da marca. O que vale aqui é a personalização!

Carro alemão com tuning brasileiro! A BMW foi um dos destaques da AutoSports.

e particulares. Entre as "máquinas" expostas no local, estavam modelos nacionais como Corsa, Gol, Astra e Parati, além de importados como Chrysler e BMW. A organização do espaço tuning da AutoSports MotorShow convidou participantes que representassem as categorias Luxo, Feminino, Artigo Moderno, Som, Pinturas Diferentes e Tecnologias. Além de apresentar veículos equipados com aparelhos de DVD e som, jato de gás e pinturas diferenciadas, entre outros detalhes de personalização, ofereceu também aos visitantes um show com o nicaragüense DJ Craze,

responsável pela trilha sonora do filme Velozes e Furiosos. Especial Tuning - Começa hoje o 2º Salão de Tuning, na Bienal do Ibirapuera. O local será o "point" da galera que se amarra em carros e em som automotivo. O evento mais esperado pelos tuneiros de Sampa acontece das 14h às 22h até sextafeira com ingressos a R$ 20. No sábado e domingo o local estará aberto a partir das 10h e os ingressos custam R$ 25. Aposentados e crianças até cinco anos entram gratuitamente, mas a garotada entre 5 e 12 anos paga R$ 10.

NOVIDADES E CURIOSIDADES

Kenwood "conectando-se"

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om a grande maioria dos equipamentos do mercado de som automotivo já oferecendo tecnologia para reprodução de arquivos MP3, a Kenwood aposta na "conectividade" como grande tendência a partir de agora. Em sua recém-lançada linha de áudio, destaque para os aparelhos compatíveis com dispositivos USB e SD Card, controle de iPOD e, ainda, com função HD Radio para sintonizar rádios digitais. Os três equipamentos da Kenwood by Visteon que possuem estas tecnologias são: KDC-

MP876U, com preço sugerido de R$ 729, KDC-X890, modelo top de linha que custará aproximadamente R$ 1.600 e o VSB 7705, lançado exclusivamente na América do Sul com sugestão de preço próximo a R$ 599. A linha completa ainda oferece DVDs, altofalantes, subwoofers e uma série de acessórios como módulos com sistema viva-voz Bluetooth, controles remotos para instalação em volantes e equipamentos com sistema de conectividade para instalação em rádios originais de montadoras.

Divulgação

O top de linha KDC-X890 tem preço sugerido de R$ 1.600

Qualidade digital

Divulgação

KD-HDR1, entrada para Ipod e sintonizador digital: R$ 1.599

JVC: alta definição de som

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ma das preocupações das empresas JVC e Kenwood, verificadas em seus lançamentos, é a adaptação dos equipamentos com a tecnologia HD Radio que permite aos usuários sintonizarem emissoras que utilizem o sistema digital. Segundo a Associação de Emissoras de Rádio e Difusão do Estado de São Paulo, hoje são cerca de 15 estações operando com o sistema e a previsão é de que este número chegue a 100 até o final do ano. A Kenwood está lançando também um sintonizador de rádio digital, KTC-HR100MC, que custará cerca de R$ 2500.

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JVC do Brasil também aposta na conectividade e na tecnologia HD Radio. Segundo o diretor de Marketing e Vendas da empresa, Ronaldo Seron, a marca é a pioneira no sistema digital. "A JVC é a primeira no segmento de eletrônicos a lançar no mercado brasileiro um CD Receiver com sintonizador interno HD Radio (High Definition Radio), permitindo ao usuário obter som de FM com qualidade de CD e AM com qualidade de FM". Além do modelo KD-HDR1 compatível com a tecnologia, outras novidades apresentadas na linha 2006/07 são

os modelos com entrada frontal USB, que permitem conectividade com pen-drives, MP3 Player, handhelds, notebooks e celulares: DVD Player KD-DV6200 (R$ 1.599) e o CD/MP3/WMA Player KD-G820 (R$ 1.199). Outros equipamentos com tecnologia avançada, da JVC, são o KD-AR8500 (R$ 2.699) com placa de memória USB e cartão de memória de 8MB e o KD-AR550 (R$ 1.799) capaz de reproduzir cartões de memória que já faziam parte da linha 2005. A linha básica de CD Receivers da marca tem preços sugeridos a partir de R$ 319.


6 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006


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Congresso Planalto Sanguessuga CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Nomes que foram citados, podem ser excluídos. Mas nomes que não foram citados podem ser acrescentados. Robson Tuma (PFL-SP)

CRESCE A LISTA DE PARLAMENTARES ENVOLVIDOS

O LIVRO-CAIXA DA MÁFIA

Eymar Mascaro

Nova data

Lula Marques/Folha Imagem

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livro-caixa da máfia dos sanguessugas, a organização acusada de vender ambulâncias superfaturadas para prefeituras, caiu como uma bomba na Comissão Especial da Corregedoria da Câmara encarregada de investigar o envolvimento de parlamentares com a quadrilha. Espécie de diário de pagamentos de propina, o livro deverá aumentar o número de parlamentares sob suspeita. Ontem o delegado Tardelli Boaventura, coordenador da Operação Sanguessuga, entregou à Comissão Especial o livro, que registra pagamentos de R$ 5 mil à R$ 50 mil. "São dados extremamente importantes, que nos criaram um teor profundo de angústia. Nomes que foram citados, podem ser excluídos. Mas nomes que não foram citados podem ser acrescentados", afirmou o relator do caso, deputado Robson Tuma (PFL-SP). N o m e s – N o l i v ro - c a i x a constam nomes, como o de Iris Simões (PTB-PR), que até o momento não haviam surgido entre os deputados citados na lista encaminhada à Procuradoria Geral da República. Surgiram também os nomes dos mato-grossenses Pedro Henry

Senador Ney Suassuna (PMDB-PB) defende-se das acusações

e do suplente Lino Rossi, ambos do PP e que ainda estão fora das investigações na Câmara. Os novos documentos comprometem ainda parlamentares que já estavam seriamente envolvidos nas conversas telefônicas, como o 2º secretário da Mesa da Câmara Nilton Capixaba (PTB-RO) e Paulo Baltazar (PSB-RJ). Há ainda o registro de pagamentos feitos a vários ex-parlamentares. Segundo uma autoridade que teve acesso ao documento, os nomes de Capixaba e Henry estão incluídos na rubrica "contas a pagar". Em depoimento à Polícia Federal, o exgerente de restaurante Marce-

lo Antônio de França disse que Capixaba fazia parte do seleto grupo de cinco parlamentares que se reuniam frequentemente, num hotel em Brasíla, com o empresário Darci José Vedoin, apontado como o chefe dos sanguessugas. Mas, mesmo assim, o nome do deputado foi excluído da leva dos 16 parlamentares que estão sob investigação da Comissão Especial. Ministérios– Tardelli Boaventura também entregou à Comissão um livro com o registro de projetos de vários ministérios que estavam sendo acompanhados pela organização dos sanguessugas. Embora menos contundente que o li-

vro-caixa, envolveria pelo menos 60 parlamentares. Todos os projetos, descritos no documento, são financiados com verbas oriundas de emendas parlamentares. A Comissão Especial deve, agora, fazer uma triagem para conferir os nomes dos autores das emendas e checar se, de fato, as empresas beneficiadas pertencem ao conglomerado de companhias de Darci Vedoín. " São denúncias que envolvem entre 60 a 80 parlamentares", disse uma autoridade, que também teve acesso aos papéis. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, a ex-assessora especial do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino disse que aproximadamente 170 parlamentares, entre eles um senador, estavam envolvidos com os sanguessugas. Ex-funcionária da Planam, uma das empresas de Darci Vedoín, Maria da Penha é considerada uma peça-chave do esquema de direcionamento de emendas do Orçamento da União e de fraude em licitações para a compra de ambulâncias. Segundo o advogado Eduardo Mahon, contratado por Maria da Penha, a organização pagava de 10% a 20% do valor de cada emenda aos parlamentares. (AOG)

SUASSUNA DIZ QUE SUA ASSINATURA FOI FALSIFICADA

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líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), denunciou ontem que sua assinatura foi falsificada em um documento enviado ao Ministério da Saúde, em dezembro passado. O senador reconheceu o pedido de empenho de R$ 3,6 milhões para compra de equipamentos hospitalares para vinte municípios paraibanos, mas disse que, no ofício foram incluídas, indevidamente, como intermediárias dos repasses, duas instituições das quais nunca ouviu falar. "Assinei sem ler", disse o senador, que

ocupou a tribuna do plenário por uma hora. Suassuna disse não ter como provar se os responsáveis pela falsificação foram os ex-assessores de seu gabinete Marcelo Carvalho e Roberto Arruda, presos na Operação Sanguessuga por envolvimento no esquema de compras superfaturadas de ambulâncias. Suassuna mostrou o laudo que encomendou ao perito autônomo José Cândido Neto, de Brasília, atestando a falsificação. O senador lamentou o "infausto destino" que o fez contratar os dois assessores. Suassuna disse

que, por não ser um "chefe centralizador", tem "dificuldade de controle das ações dos subordinados". Citado pela ex-servidora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, também presa por envolvimento na fraude, o senador negou ter participação no esquema de compra de ambulâncias superfaturadas. E garantiu que as compras para suas emendas foram feitas pelo "preço adequado" de R$ 80 mil pelo veículo, mais R$ 12 mil para adaptações como instalação de maca, sirene e oxigênio. Sobre a fraude desvendada pela PF disse: "O

parlamentar pede ao ministério que libere recursos. Não acompanha o resto. O que o senador tem a ver com isso (o superfaturamento) ?", questionou na tribuna do Senado Federal. Suassuna não será investigado pelo Senado até que esteja concluída a apuração da Polícia Federal e do Ministério Público. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou que o corregedor, Romeu Tuma (PFL-SP), ao final das investigações, faça um relatório dizendo se Suassuna deve ou não ser submetido ao Conselho de Ética da Casa. (AE)

FRAUDE DE US$ 3 BI NO INSS

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ma operação conjunta da Receita Federal, do Ministério Público Federal, da Procuradoria do INSS e da Polícia Federal prendeu ontem quatro pessoas, entre elas o ex-procurador do INSS, Armando Avelino Bezerra, que já cumpriu pena por fraudar a Previdência e agora é acusado de chefiar uma quadrilha que "lavou" o dinheiro das fraudes cometidas nos anos 90. As autoridades brasileiras descobriram mais uma parte do dinheiro que foi desviado. As prisões ocorrem 16 anos após a descoberta de uma das maiores fraudes contra a Previdência Social, quando quadrilhas de advogados, juízes e procuradores do INSS deram desfalques com a concessão de falsos benefícios e de indenizações superfaturadas. Além de Avelino, foram presos no Rio o auditor da Receita Federal João da Hora, o advogado Esperidião Fernandes Campos e o assistente administrativo Cícero Nogueira de Souza. Um outro mandado de prisão era em nome de Michele Augusto do Nascimento Bezerra, filha de Avelino e que há duas semanas viajou para a Alemanha. A Polícia Federal e o procuradores federais também queriam prender Miguel Miranda Olivares, intimamente ligado ao grupo, mas a 5ª Vara Criminal Federal não atendeu ao pedido. Outro membro do grupo, o administrador de empresa Ri-

cardo Carvalho de Almeida, morreu misteriosamente em outubro de 2003. Sua morte foi registrada como suicídio, mas a Polícia Federal suspeita de assassinato. Informações periciais mostram que o tiro que perfurou seu tórax e seu abdome, causando lesões no coração, no baço e no rim esquerdo, dificilmente foi disparado por ele mesmo. Rastreamento – A investigação que levou as autoridades a descobrirem a utilização de parte do recurso desviado da Previdência em imóveis - já foram identificados mais de 140 – títulos de valores e obras de arte – começou em março de 2004 com uma representação à Procuradoria da República do Rio do auditor fiscal da Receita Rubem Silva de Oliveira e do advogado santista Marcos de Oliveira Alessio. Os dois compraram casas no Condomínio Residencial Praia do Moleque, em Angra dos

Reis, no litoral Sul do Rio, lançado pela Imobiliária Orial Ltda., do Rio. Diante de irregularidades, como a falta de registro do condomínio em cartório, os dois vasculharam a imobiliária descobrindo que ela adquiriu em leilão judicial o apartamento 301 da Rua Aires da Mata Machado Filho, 50, (na capital fluminense), usado por Avelino. Curiosamente, em 1991, este imóvel foi seqüestrado do próprio Avelino pela Justiça, em favor do INSS, por ter sido comprado com dinheiro desviado da Previdência. A suspeita é que o imóvel adquirido em leilão foi novamente comprado com o dinheiro das fraudes. Jorgina de Freitas– Avelino, no início dos anos 90, era procurador do INSS na Justiça Federal. Em conluio com Jorgina de Freitas e Ilson Escócia da Veiga, entre outros, perdia as ações, sempre com valores absurdamente al-

tos. Em uma delas, em que Jorgina atuou como advogada, o INSS foi condenado a pagar uma indenização de US$ 50 milhões, segundo dados da CPI do INSS. Condenado a 12 anos, Avelino cumpriu apenas quatro, sendo libertado em 1996. A Polícia suspeita que Avelino está por trás da Orial e de outras empresas investigadas como a Coronado Empreendimentos e Participações Ltda., cujo sócio era Ricardo Pereira, e também da off shore Villars Holdings Inc., registrada nas Ilhas Virgens Briânicas, que tem participação acionária na Coronado. O procurador da Villars no Brasil é Espiridião Fernandes Campos, pessoa de estrita confiança de Avelino e um dos presos na operação. Rombo– A CPI calculou que as diversas fraudes contra o INSS no início da década de 90, incluindo fraudes em benefícios e não recolhimentos por parte de empresas, causaram um rombo de US$ 3 bilhões. O delegado federal José Maria Fonseca, encarregado desta investigação, diz que apenas 7% do que foi roubado foi recuperado. A Receita identificou o reingresso de R$ 2,3 milhões, de forma legal, por remessa da Villars para a Coronado e desta para a Orial, um ano após Avelino deixar a prisão. Os 40 mandados de busca cumpridos ontem serviram para a apreensão de documentos que poderão mostrar o caminho deste dinheiro. (AE)

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s governistas do PMDB querem transferir para o fim do mês de junho a convenção oficial do partido marcada para o dia 11. O grupo quer consolidar as alianças nos estados antes da realização da convenção, pois sabe que os oposicionistas ainda alimentam a esperança de lançar candidatura própria à presidência. O PMDB é o partido que deve lançar mais candidatos a governador, por isso não é conveniente a legenda ter candidato próprio a presidente. Por força da verticalização, os partidos não podem estabelecer coligações nos estados diferentes da aliança feita no plano federal. Anthony Garotinho ainda não perdeu a esperança e acredita em seu recurso encaminhado à Justiça. O exgovernador do Rio de Janeiro justifica que venceu as prévias no partido contra o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.

NAMORO

MAIS APOIO

O PT e o PSDB, no entanto, continuam assediando o PMDB. Querem a coligação de seus partidos com os peemedebistas. Os tucanos se dão por satisfeitos se tiverem o apoio do PMDB no segundo turno, mas o PT deseja se coligar com o PMDB ainda no primeiro turno.

O PSDB insiste numa coligação também com o PPS e PDT: se a aliança não for possível no primeiro turno, os tucanos querem amarrar o acordo para o segundo turno. Detalhe: PPS e PDT devem ter candidatos próprios a presidente.

CHAPA Os petistas ainda sonham com um vice do PMDB para Lula. Falam nos nomes de Michel Temer, Itamar Franco, Nelson Jobim e do exgovernador (PE) Jarbas Vasconcelos. O sonho de Lula é ter como vice o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim.

REPERCUSSÃO É forte o temor no PSDB de que o partido pode ser prejudicado na campanha eleitoral pela ação do PCC ( Primeiro Comando da Capital), em São Paulo. O PT estaria recolhendo material sobre os ataques do PCC para explorar na campanha de televisão.

RECURSO Apesar da calmaria que voltou a reinar em São Paulo, o governo federal insiste na tese de que pode ajudar (com a Polícia Federal e o Exército) o governo paulista a debelar a crise no setor de segurança pública. Mas, o governador Cláudio Lembo também insiste em recusar a oferta.

INTERVENÇÃO ACORDO Na Bahia, o PMDB vai se aliar ao PT e o deputado Geddel Vieira de Lima (PMDB) pode disputar a eleição de senador na chapa majoritária. Em troca, apoiaria o précandidato do PT ao governo baiano, Jacques Wagner.

PLANO B Como existem outros dois nomes opositores do PFL querendo disputar o Senado pela Bahia, além de Geddel (João Durval do PDT e Antonio Imbassahy do PSDB), o peemedebista pode tentar a reeleição de deputado federal.

NEUTRALIDADE O PMDB, contudo, espera ficar neutro na eleição presidencial, isto é, não quer apoiar nenhum dos candidatos, seja Lula, seja Alckmin. Argumentase no partido que a meta é eleger numerosas bancadas nas casas legislativas e diversos governadores.

DUALIDADE Admite-se entre peemedebistas que o partido poderia apoiar informalmente o presidente Lula no plano federal e José Serra, em São Paulo, para o governo do Estado. O PMDB apoiaria Serra em troca do apoio do PSDB à eventual candidatura de Orestes Quércia ao Senado. Portanto, o PSDB não lançaria candidato ao Senado em São Paulo.

Nas vezes em que conversou com o governador Cláudio Lembo, pessoalmente e por telefone, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos procurou deixar claro que o auxílio do governo federal não representaria qualquer forma de intervenção na segurança de São Paulo.

MUDANÇA O que se discute na área do governo estadual é se o governador continuará sustentando nos cargos os secretários Saulo de Castro (Segurança) e Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária). Fala-se também que antes de tomar qualquer decisão nesse sentido, Lembo consultaria Alckmin.

PREÇO Pefelistas admitem que o governo estadual deve dar uma resposta imediata à sociedade sobre a ação do PCC, para desfazer o zunzunzun de que as autoridades teriam feito acordo com os criminosos. Prevalece ainda entre os pefelistas a idéia de que o preço político pode ser alto pelo que acontece no estado.

PREOCUPAÇÃO Geraldo Alckmin está preocupado com a crise na segurança em São Paulo e já admite que pode ser prejudicado na campanha. Em tempo: as pesquisas revelam que mais empregos e mais segurança são as principais reivindicações do povo.


DCARRO

TESTE

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São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

Bom, porém muito espartano

DCARRO

O desenho de sua frente mostra-se imponente, criando harmonia com a traseira, que segue as tendências atuais

Como alguns dos melhores carros japoneses o Honda Accord LX 2.0 tem lá suas deficiências em matéria de luxo e conforto. Mas é um carro que faz bonito diante da concorrência. Para quem quer luxo e mais potência, tem o EX, com motor V6. ANTONIO FRAGA Rodrigo Crins/Machina Comunicação

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té alguns meses atrás o Honda Accord "rodava" folgado pelo mercado de sedã de luxo, mas, aos poucos, vai ficando apertado o seu reinado. Chegou o Ford Fusion, mais moderno e com mais conteúdo, e ainda tem o Chevrolet Vectra Elite - que, mesmo não sendo da categoria, acaba fazendo uma "boquinha" no segmento - e o Toyota Camry, que compete na mesma faixa mas nunca marcou presença. Assim, o Honda Accord estava "muito bem na fita" e, sozinho, deitava e rolava. Na configuração quase básica, o modelo é importado do México e, com a isenção de impostos, chega aqui com um preço superinteressante: R$ 86.190. O modelo testado pelo DCarro, mesmo ficando a dever em termos de equipamentos, surpreendeu pelo silêncio interno, conforto e consumo. Mas comete grande pecado para um carro destinado a esse segmento, que tem consumidor exigente: não dispõe de trava automática das portas (até o Fiat Uno Mille tem, inclusive por segurança), vidros elétricos de um toque para subir e descer, faróis de milha, arcondicionado digital, entre outros itens. Simplicidade - Depois de mais uma reestilização, este sedã grande japonês - um dos modelos mais vendidos no mercado norte-americano - tem linhas agradáveis. O novo modelo ganhou uma traseira mais comportada, ao contrário do anterior, cujas lanternas davam um ar futurístico. Para não cair na mesmice, a Honda decidiu colocar o break-ligth (luz de advertência adicional do sistema de freio) na tampa do porta-malas. Além de não ser uma escolha feliz, o equipamento perdeu parte da sua eficiência, pois o veículo Detalhes da frente e da traseira mostram um Accord com linhas modernas e bonitas que causam boa impressão

Já por dentro, ele não é tão elegante e mantém o clima "espartano" que a marca abandonou, por exemplo, no novo Civic lançado recentemente

subseqüente ao de trás já não vê o acionamento da luz auxiliar de freio, que está está muito baixa. Isto porque o lugar dele é na parte superior do vidro traseiro ou no teto. Assim os demais veículos que o seguem verão quando o seu motorista acionar os freios. A frente longa tem uma caída muito acentuada formando um conjunto bonito e bem resolvido. Sobra espaço - Por dentro o Accord é muito espaçoso e os bancos extremamente confortáveis, mas sem opção de revestimento em couro. Ele tem apenas o básico, o que para esse nível de carro o coloca muito abaixo da concorrência. Mas não se pode dizer, absolutamente, que não seja agradável, muito pelo contrário. Mesmo "espartano", o Accord é vistoso. O painel de instrumentos, bem ao gosto dos carros japoneses e para atender os americanos, tem mostradores enormes, ainda que no quesito computador de bordo, parece que nem se pensou nisso. Tem ar-con-

dicionado, rádio com CD Player, air bags só na frente (o Ford Fusion, por exemplo, tem air bags dianteiros e laterais de cortina) e ajuste de altura do banco. Ponto para este item que, juntamente com o volante, permite regulagem na altura e profundidade e torna muito fácil encontrar a melhor posição para se dirigir. Nesse aspecto o Honda Accord se destaca entre todos os seus concorrentes. Os passageiros do banco traseiro, de preferência dois, são privilegiados pelo espaço e conforto. Por onde se olhe, o modelo japonês tem porta-objetos e copos. O porta-malas é amplo e tem boa "boca" de acesso, o que facilita carregar objetos maiores. Ou seja, o Accord é mais do que qualquer um do seu segmento, um carro familiar e muito bem comportado. Como anda - Rodando, o Honda Accord transmite tranqüilidade e demonstra ser um sedã muito equilibrado. A estabilidade é boa, mesmo em velocidades mais elevadas, apesar de não ser este o perfil deste carro.

Na estrada, é muito confortável, silencioso e absorve bem as irregularidades do solo. Somente em pisos muito esburacados ou paralelepípedos fica mais barulhento. Mas este não um privilégio do Accord. Quase todos os carros importados ficam trepidantes nas nossas ruas, avenidas e até mesmo em algumas estradas privatizadas - sem falar das trágicas federais, com seus remendos superfaturados e mal feitos - por mais tropicalização a que sejam submetidos por seus fabricantes. O motor - Sem a menor dúvida, um dos destaques deste grande sedã japonês é o motor. Com dois litros, 16 válvulas, duplo comando variável (i-VTEC), desenvolve potência máxima de 150 cavalos a 6.000 rpm, o que faz o Accord andar na frente de muitos concorrentes e até de carros com propulsores maiores. Durante os testes o veículo acelerou de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos e atingiu a velocidade máxima de 205 km/h. São números muito interessantes para um carro que pesa quase uma tonelada e meia. O câmbio automático de cinco velocidades tem engates suaves e rápidos, mas poderia ser um pouco mais ágil nas reduções. Mas é preciso reconhecer que, de uma maneira geral, o conjunto é muito bom. Além disso, para um carro deste tamanho e peso, até que os números do consumo são bem atraentes: na estrada fez uma média de 10,5 km/l e na cidade, 7,8 km/l. Comparado com o concorrente nacional, o japonês deu um show. Quer mais? - Para quem não se contenta com o motor 2.0, ainda que eficiente, e quer mais, a Honda também disponibiliza no mercado brasileiro o modelo V6, que custa R$ 134.795. Uma curiosidade sobre os preços do Accord: no modelo 2.0, o preço praticado no mercado doméstico está acima do estabelecido na tabela oficial da montadora japonesa, sendo vendido a R$ 88 mil. Já o V6 é encontrado por um preço R$ 2.700 menor.

O seu motor responde bem aos comandos do pé direito, o rádio oferece bom som. No porta-malas cabe a bagagem de cinco pessoas.

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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Linha antiga por preço mais baixo É preciso fazer as contas para ver se compensa. O problema é na hora da revenda quando a depreciação do modelo antigo é maior. uem não se importa com a reestilização do carro e pensa primeiro em economizar, o mercado oferece versões antigas com preços atraentes. Essa situação sempre ocorre quando há um lançamento: durante um tempo os dois carros (velho e novo) permanecem no mercado e mesmo que o recém-lançado não tenha mudanças substanciais e custe o mesmo preço, a concessionária acaba baixando o preço do modelo antigo para acabar com o estoque. Atualmente isso acontece, por exemplo, com o Celta, que pode ser encontrado tanto na versão 2007 quanto na 2006, esta com desconto de até 11%. No entanto, é preciso que o consumidor faça as contas com cuidado para verificar o que é mais vantajoso. O problema é na hora da revenda, daqui a dois ou três anos, quando a versão antiga terá um ano a mais de depreciação. Muitas vezes o valor economizado hoje na compra do modelo velho pode se perder com o tempo. Mas se a diferença de preços for grande, o consumidor pode fazer um bom negócio. O Celta Life 1.0 nova geração ano 2007 está custando cerca de R$ 24,7 mil, enquanto que o modelo da linha 2006 pode ser encontrado por aproximadamente R$ 22,3 mil. Nesse caso a diferença é de R$ 2,4 mil, ou 10% no preço. Como o Celta deprecia cerca de 5% no primeiro ano de uso, a previsão é de que o modelo 2006 vai

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estar custando R$ 1 mil a menos em maio do ano que vem, enquanto que o modelo 2007 vai estar com uma depreciação menor, praticamente com o mesmo preço. Mas daqui a dois anos, o Celta 2007 vai depreciar mais e, fazendo uma projeção de acordo com as desvalorizações médias do mercado, ele estará custando cerca de R$ 23,2 mil, enquanto o Celta 2006 vai custar perto de R$ 20,7 mil. A partir do terceiro ano, a tendência é os preços se acomodarem e se aproximarem um do outro. Portanto, a conclusão é que é vantagem comprar o modelo novo caso a intenção seja vender o carro em até três anos. Se o objetivo do comprador for ficar mais do que quatro anos com o carro, a compra do modelo velho não é mau negócio. Claro que estamos falando do ponto de vista financeiro, pois a maioria dos consumidores prefere pagar mais ou perder dinheiro na hora da revenda e ficar com o produto mais moderno. Uma boa dica para quem optar pelo modelo velho é a pechincha. Lembre-se que as concessionárias precisam desovar o estoque antigo para comprar o modelo novo, por isso preferem dar desconto e até perder dinheiro para atualizar a oferta. Essa situação é passageira - dura no máximo um mês - e sempre ocorre quando há uma reestilização. O próximo é o Honda Civic, cujo modelo novo está chegando às revendas.

LANÇAMENTOS

80 novas versões só no primeiro quadrimestre ritmo de lançamentos de carros e comerciais leves no mercado brasileiro é de praticamente um modelo por dia. Nos quatro primeiros meses tivemos 82 dias úteis, período em que a indústria lançou 80 modelos, considerando todas as versões de acabamento, configuração de carrocerias, número de portas e motorização (nacionais e importados). Apesar do grande número, no entanto, o volume de novidades este ano é menor do que em 2005, quando foram apresentadas 96 opções.

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Esse grande movimento é resultado das estratégias das montadoras, que ficam atentas às mudanças no comportamento do consumidor e à ação da concorrência e, a partir dessa avaliação, realinham a sua atuação no mercado, alterando o catálogo de produtos. Três carros realmente novos foram lançados no quadrimestre e apenas um é fabricado no Mercosul, a perua SpaceFox, da Volkswagen. Os outros dois são importados: o Kia Ceratto e o Chrysler 300 C. Entre os que foram reestilizados, tem o Celta e o Civic.


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quarta-feira, 17 de maio de 2006

Geral 'LIDERANÇA

A democracia é um modelo superior de governo, que garante as liberdades e gera prosperidade Timothy Goeglein

Newton Santos/Hype

DE CHÁVEZ AMEAÇA A AMÉRICA LATINA' Afirmação é de Alejandro Peña, para quem o continente americano deve se unir contra o líder venezuelano

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liderança do presi- Brasil está, a exemplo do país dente da Venezue- vizinho, sofrendo com o avanla, Hugo Chávez, ço dessa política esquerdista na América Latina radical. "A guerrilha chegou precisa ser combatida. A opi- aos presídios pela incompenião foi unânime entre os par- tência da nossa política de seticipantes do Seminário Inter- gurança", criticou. Para Afif, a política de direinacional sobre Democracia Liberal, organizado pela Asso- tos humanos no Estado de São ciação Comercial de São Paulo Paulo paralisou todo o proces(ACSP), e encerrado ontem na so de ação da polícia e fez com que o governo federal não incapital paulista. "Ele [Hugo Chávez] é como vestisse, por exemplo, no comum câncer que se alastra sem bate ao narcotráfico nas froncontrole. A sua influência pre- teiras. Como resultado, não há cisa ser controlada urgente- investimento estrangeiro no mente em todo o continente Brasil o que aumenta o desemamericano", afirmou Alejan- prego e leva à criminalidade e dro Penã Esclusa, candidato à às 800 prisões a cada mês. Esclusa apoiou a sugestão presidência venezuelana na eleição de 1998, quando Chá- de Afif de realizar mobilizações no continente. "Precisavez foi eleito. Esclusa quase não conse- mos de uma aliança continenguiu vir ao Brasil para o semi- tal contra o castro-comunisnário. Foi necessário que a mo", argumentou, afirmando ACSP cumprisse diversas exi- que também pretende contigências até sua liberação para nuar a lutar pela conscientização da populasair da Venezueção venezuelala. Ele já foi preso na para mudar o e responde a três governo e prop ro c e s s o s p o r mover a aplicarebeliões no O governo ção do artigo 350 país. Há 11 anos, norte-americano da Constituição ele luta contra a tem que tirar Hugo do país, que perpolítica de CháChávez do poder, a mite a desobev e z . E s c re v e u favor dos cidadãos diência civil seu primeiro arfrente a regimes tigo contra o da Venezuela ditatoriais e atual presidente Armando Ribas ameaça aos divenezuelano em reitos humanos. 1995. Ontem, aproveitou a via- "Na Venezuela, estamos vigem ao Brasil para lançar o li- vendo a ditadura de terceira vro El Continente de La Esperan- geração, sem fuzilamento, za, que indica quais seriam os mas com procedimentos imverdadeiros planos da esquer- plícitos que ameaçam a população", disse. da na Iberoamérica. O professor de filosofia polítiMobilização – Segundo Esclusa, o objetivo de Chávez é ca, Armando Ribas, que intedestruir o sistema democráti- grou a equipe de economistas co, e substituir instituições do Fundo Monetário Internacomo o Comunidade Andina cional (FMI) entre 1972 e 1976, (Can), Mercosul e G3 (Acordo também afirmou que é necessáde Livre Comércio entre Co- rio que os Estados Unidos comlômbia, México e Venezuela) preendam que, nos países da por instituições castro-comu- América Latina, não há demonistas. "Ele quer exportar a re- cracia, mas política demagógivolução cubana para o resto ca. "É por isso que os norte-amedo mundo", afirmou o espe- ricanos têm que tirar Chávez do c i a l i s t a e m s u b v e r s ã o n a poder, a favor dos cidadãos da Venezuela", disse. América Latina. O advogado Luis Alberto Para combater esse "mal", o presidente da ACSP, Guilher- Lacalle Herrera, ex-presidente me Afif Domingos, sugeriu do Uruguai, afirmou que, para q u e s e j a r e a l i z a d o e m combater a atual catástrofe poWashington um seminário se- lítica – a principal fonte de demelhante ao que aconteceu sequilíbrio na América Latina em São Paulo. Segundo ele, é – é necessário criar espaços na preciso que haja uma mobili- sociedade para que a populazação dos liberais latino-ame- ção reflita sobre o assunto. ricanos nesse sentido, pois o Adriana David

Paulo Pampolin/Hype

Alexander Boyd: 'Chávez dá suporte financeiro a Fidel Castro, financiou a campanha de Evo Morales e agora faz o mesmo dom Ollanta Humala, no Peru, e Rafael Correa no Equador'

Fragilidade sul-americana facilita crescimento do populismo

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Alejandro Peña Esclusa, opositor do presidente Hugo Chávez: 'Ele quer exportar a revolução cubana'

Falsa imagem dificulta implantação do liberalismo Newton Santos/Hype

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eunidos ontem à tarde para debater sobre as "Políticas Específicas para a Implantação das Idéias Liberais", o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, o ex-presidente do Uruguai, Luiz Alberto Lacalle, e o doutor em Economia Ubiratan Iorio reconheceram: não é fácil promover o liberalismo na América Latina. Para Guilherme Afif Domingos, o primeiro problema a ser enfrentado é o da comunicação. "Devido à falsificação semântica e à divulgação de falsas idéias, os liberais estão perdendo esta batalha", atestou. Segundo o presidente da ACSP, os defensores do liberalismo são apontados como retrógrados, direitistas e defensores de ricos. "Se a mídia tradicional tem um viés anti-liberal, vamos usar a internet para procurar construir uma rede de debate num espaço em que o Estado ainda não conseguiu colocar suas garras", sugeriu ele. Para destruir os mitos que envolvem essa má fama dos liberais, Afif sugere "liberar a criatividade do povo para esta se converta em atividades produtivas. Isso ajudaria a desenvolver o espírito empreendedor da população da América Latina", disse o presidente da ACSP. Afif lembrou ainda que a Declaração Universal dos Direitos Humanos não tem "sequer uma linha" sobre o direito de empreender. "Esta seria uma grande bandeira. Mais importante até do que o Brasil ter uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU (Organização dos Direitos Humanos)", defendeu, acrescentando que quanto maior o número

Guilherme Afif Domingos: defesa da liberdade para empreender

de empreendedores, mais fácil será divulgar as idéias liberais". Para Guilherme Afif Domingos, os cidadãos precisam perceber que também podem se tornar empreendedores. "A partir do momento que o cidadão se torna legalmente um proprietário, passa a ter também o que perder. O direito à propriedade é um dos pilares do liberalismo". "Carga negativa" – O preconceito contra o liberalismo na América Latina também foi um dos itens da reflexão do expresidente do Uruguai, Luis Alberto Lacalle. Para ele, a culpa de o termo "liberal" ser alvo de uma "carga tão negativa" é do presidente de Cuba, Fidel Castro. Segundo Lacalle, o fenômeno Castro no continente foi "nefasto" e produziu um dano muito grande aos conceitos básicos do liberalismo. "Ele transportou o pior que a Revolução Francesa realizou para a América Latina. Trouxe uma concepção radical de serem os socialistas os donos da verdade e, com isso, nos deu uma história sangrenta de execuções e exílios". Lacalle concordou com Afif sobre a importância de

se criar uma rede de comunicação e participação dos liberais na vida política e ilustrou: "democracia é como bicicleta: se você parar de pedalar, cai". Líderes em questão – Fidel Castro não foi o único governante latinoamericano criticado na tarde de ontem. Seus colegas Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foram poupados pelos palestrantes. Para o economista Ubiratan Iorio, o momento atual da América Latina parece ter saído de um livro antigo, de onde saltaram quatro "traças enormes": Chávez, Morales, Fidel e Lula, "que parece viver num mundo mitológico cercado por sílfides dançando xote". Arrancou risos e aplausos dos presentes. "No entanto, nós temos algo que eles não têm – argumentos. Eles vivem à base de chavões. Nós temos a história e a lógica ao nosso lado". Para Iorio, algumas coisas podem ser feitas a curto prazo, como a criação de uma Universidade da Liberdade, idéia bemrecebida pelos participantes do seminário. Kety Shapazian

ob a liderança do presidente da Venezuela Hugo Chávez, a América Latina caminha para um processo sem perspectivas a curto prazo, diz Aleksander Boyd, venezuelano radicado em Londres há seis anos e um dos maiores oposicionistas do governo de seu país. Boyd, entretanto, acredita que a educação dos cidadãos pode reverter esse quadro. "A democracia falhou na América Latina ao não se traduzir em benefícios para a sociedade. Temos que ensinar a população a pensar, mostrar qual é a função do governante. Só a elite, que tem nivel cultural mais elevado, pode fazer isso", disse, durante o painel "As Razões do Fracasso e os Riscos da Democracia na América Latina". Fundador da ONG "Pro Venezuela" e do site Vcrisis.com, que trata da crise no país, Boyd diz que as sociedades sul-americanas são fracas e fáceis de serem convencidas por um populista como Chávez. Mesma opinião dos outros palestrantes do painel, o professor universitário argentino Ricardo Göttig e o conselheiro da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas de Porto Alegre, Percival Puggina. "O populismo invade a liberdade de imprensa e até prende parlamentares opositores. Sua raiz é a mesma do fascismo", disse Göttig. Boyd ressaltou o poder econômico que Chávez tem por causa do petróleo e atribui a isso o fato de nenhum líder sul-americano se declarar contrário a ele. Preocupado com o futuro do continente, Boyd disse que o regime de Chávez é pior do que a ditadura (a última foi de 1953 a 1958), pois inibe a liberdade individual e submete todos a um pensamento único. A união dos líderes esquerdistas locais seria outra ameaça à democracia local. "Chávez dá suporte financeiro a Fidel Castro e confirmou ter fornecido U$ 30 milhões para a campanha de Evo Morales. Agora, o mesmo está acontecendo no Peru, com o nacionalista Ollanta Humala, e no Equador com Rafael Correa", contou. Para Boyd, a solução seria quebrar o mito construído na América Latina de que a direita e o liberalismo são monstros. "Todos defendem a esquerda como solução, mas não há um molde esquerdista no planeta que tenha atingido êxito. Mas o Chile, país com desenvolvimento positivo, cresceu sob ideais liberalistas", disse. Aleksander Boyd citou os Tigres Asiáticos como exemplo de mudanças a médio prazo e ressaltou que a união dos liberais e a realização de debates como o seminário que terminou ontem têm importância fundamental nesse processo. Clarice Chiquetto

Democracia está além do direito a voto

A

s discussões do painel "As Conseqüências Políticas do Liberalismo: A Carta dos Direitos e o Devido Processo Legal", durante o Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, se concentraram nas relações democráticas entre os países, com destaque para a liberdade econômica. Em suas intervenções, os participantes argumentaram que é preciso mostrar aos países latino-americanos as vantagens da democracia liberal – livre mercado, liberdade, igualdade e garantia das liberdades individuais. Ao mesmo tempo, eles questionaram os diversos conceitos e entendi-

mentos de democracia que de disseminaram pelo mundo. "Eleições não fazem um regime democrático", argumentou o presidente da Fundação pela Defesa da Democracia, o norte-americano Clifford May. "Na ex-União Soviética, os eleitores eram obrigados a votar em candidatos indicados pelos líderes socialistas. O mesmo acontece em regimes autoritários que dão direito ao voto, mas são inconstitucionais". O assistente especial do presidente norte-americano George W. Bush e diretor assistente do escritório de relações públicas da Casa Branca, Timothy Goeglein concordou com May. "Os governos devem estar sujeitos às leis. Seus po-

deres e os direitos do povo devem ser garantidos por uma Constituição", defendeu. "A democracia é um modelo superior de governo, que garante as liberdades individuais e gera prosperidade". Goeglein defendeu que as políticas adotadas pelo presidente Bush representam uma luta por um mundo mais seguro e democrático. "O islamismo é antidemocrático. Os governos dos países islâmicos são legitimados pela religião, e não por processos eleitorais claros", argumentou Goeglein, acrescentando que as ações do governo norte-americano "fazem parte de um movimento global que favorece a manutenção dos direitos civis".

Livre mercado – Os conferencistas também discutiram as barreiras comerciais entre os países, que entravam o sesenvolvimento. Segundo eles, a formação de tratados de comércio regional é fundamental para o crescimento econômico continuado. "Somos a favor da entrada do Uruguai na Alca, mas sem deixar o Mercosul", disse o uruguaio e especialista em estudos internacionais Isidoro Hodara. "Quanto mais aberta a economia de um país, menores os problemas criados entre as nações", refletiu, citando como exemplo o crescimento do comércio europeu, após a formação da União Européia. Sonaira San Pedro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

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2,746

reais é o valor de cada euro na cotação de ontem. A moeda européia, assim como o iene, a libra esterlina e o dólar caiu em relação ao dia anterior.

16/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 12/05/2006 12/05/2006 08/05/2006 12/05/2006 12/05/2006

P.L. do Fundo 5.023.843,59 1.202.452,66 4.938.000,56 2.509.061,88 921.312,81

Valor da Cota Subordinada 1.064,010653 1.013,904173 1.047,313769 1.021,809678 986,703971

% rent.-mês 1,2788 0,9309 1,2016 0,7680 1,6411

% ano 8,9091 1,3904 4,7314 2,1810 -1,3296

Valor da Cota Sênior 0 1.030,142899 1.035,266918 0 0

% rent. - mês 0,5268 0,3185 -

% ano 3,0143 3,5267 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

DCARRO

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PNEUS Luiz Prado/Luz

Nem tiro pára esse alemão! A Continental investe no conceito de mobilidade estendida para aumentar a segurança do motorista

ANDERSON CAVALCANTE

a Europa alguns carros já saem de fábrica com a inovação. Os consumidores de veículos BMW, por exemplo, estão entre os que não precisam se preocupar quanto aos transtornos causados por pneus furados. A montadora, além de possuir em seus modelos um sistema que verifica a pressão de ar dos pneus, utiliza o Continental SSR, que permite que o veículo continue rodando a uma velocidade de até 80 Km/h após um indesejado vazamento. O modelo ContiSupportRing (CSR) foi projetado para sedãs de luxo, enquanto o Continental SSR (Self-Supporting Run-flat Tyre ou Pneu Run-flat Auto-Sustentável) é próprio para esportivos. Ambos permitem uma média de 80 quilômetros rodados a uma velocidade de até 80 Km/h mesmo após um pneu apresentar perda de pressão. "No caso de um tiro acertar o pneu, o desgaste deve acontecer um pouco mais rápido, mas mesmo assim o condutor poderá evadir-se do local com segurança, devido às laterais reforçadas dos modelos", explica o diretor de Vendas e Marketing da Continental, Rogério Chaves de Aguiar. Durante a apresentação do produto no autódromo de Interlagos, a BMW não teve maiores dificuldades para completar o teste com o pneu totalmente vazio. Na velocidade máxima estipulada, percebe-se apenas o carro

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Aparelho (TPMS) mede a pressão dos pneus e transmite alerta, acendendo a lâmpada de advertência, instalada no painel do carro, ao detectar algum tipo de problema

"puxando" um pouco para o lado. Para uma utilização de forma mais adequada no Brasil, a Continental estará comercializando juntamente com os pneus o TPMS (Sistema de Monitoramento de Pressão de Pneus), que no caso de haver algum problema alerta o motorista através de uma lâmpada de advertência no painel de instrumentos. O kit "TPMS mais pneus", para automóveis que utilizam rodas de aros 16" e 17", começam a ser vendidos em junho em São Paulo e Rio de Janeiro. O preço sugerido para o TPMS é de R$ 1.700. Quanto aos pneus, o preço depende do modelo . O Continental SSR 205/55/R16, por exemplo, sai por R$ 850 cada. Ou seja, o kit deve ser comercializado com preços a partir de R$ 5.100.

EXPORTAÇÃO

ESPORTE

Corrida inédita dentro Idea será comercializado da fábrica da Volkswagen no Chile e na Venezuela

uma ação inédita, a Volkswagen decidiu realizar uma corrida dentro da sua fábrica de São Bernardo do Campo. Programada para o dia 25 de junho, a competição será aberta ao público em geral e já tem confirmada a presença de atletas de elite, como os vencedores da São Silvestre Marílson dos Santos e Émerson Izer Bem, além da campeã panamericana de 2003, Márcia Norloch. Batizada de Volkswagen Run, a prova reunirá cerca de 6 mil corredores e o trajeto de 10 mil quilômetros incluirá tanto a área externa como a linha de montagem da empresa. Paulo Kakinoff, diretor de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil, informa que a corrida terá transmissão ao vivo pela TV Bandeirantes (para a região metropolitana

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de São Paulo) e pelo canal BandSports (para o resto do Brasil). Os vencedores, tanto na categoria feminina como na masculina, vão ganhar um Gol 0 km como prêmio. Para os colocados do segundo ao décimo lugares, serão distribuídos prêmios em dinheiro. Todos os atletas inscritos concorrerão ao sorteio de uma Parati Track&Field. Para concretizar a prova, a montadora procurou a empresa JJS (José João da Silva), especializada em competições esportivas. Para a sua divulgação, serão espalhados pelas ruas da Grande São Paulo mais de 20 placares eletrônicos e 10 mil cartazes, além do envio de mala-direta para clientes e divulgação nas principais revistas do meio. A inscrição, que pode ser feita no site da Volkswagen (www.vw.com.br), custa R$ 50.

epois da Argentina, agora é a vez teto skydome, que foi uma inovação no do Chile e da Venezuela rece- mercado. A comprovação do sucesso do berem o Fiat Idea. Os primeiros produto veio com a vitória de inúmeros lotes da versão HLX 1.8 a gasolina da prêmios, entre eles um dos mais conminivan já foram embarcados, com 100 ceituados na indústria automobilística, o unidades destinadas ao Chile e outras 150 de Carro do Ano. Divulgação à Venezuela. A minivan reforçará a gama de veículos disponíveis na Venezuela composta até o momento por Palio, Uno, Strada, Fiorino, Stilo e Ducato. E no Chile completa a linha local de produtos da marca italiana, composta pela família Palio, Uno, Strada, Fiorino e Stilo. O Fiat Idea, lançado no Brasil em agosto de 2005, recebeu o conceito de um veículo ousado e com itens exclusivos, como o A versão exportada é a HLX 1.8 a gasolina

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engenheira química Flávia Inoue, 33 anos, sempre achou que uma embalagem bonita vale por um presente. Como levava jeito para a coisa, resolveu fazer do limão uma limonada: pediu demissão do emprego e abriu uma microempresa de embalagens especiais. Apesar de o negócio ter nascido em dezembro do ano passado, Flávia se mudou nesta semana para um lugar um pouco maior – na Lapa, em São Paulo, – e diz que está procurando por outro na Vila Madalena. Na Joan Embalagens (Joan, de joaninha), Flávia trabalha com diferentes caixas, sempre nas cores branco, preto e craft (cru). As que mais saem são as de cartão Paraná – mais resistente que o papelão – enfeitadas com miçangas. A de 22 centímetros por 14 centímetros custa R$ 11,30. As de madeira com pintura automotiva também agradam, principalmente a preta, que tem brilho. Além de miçangas, Flávia usa estrelas, contas e "pompons". Apesar de as caixas de cartão Paraná venderem mais, as embalagens de acrílico são as que mais chamam a atenção. "Todo mundo adora, mas o preço espanta um pouco", admite Flávia. A menor custa R$ 54,50. A maior, R$ 205,30. "A caixa é um presente também porque acaba sendo usada como objeto de decoração". Somente uma caixa grande foi vendida até agora – dentro foi uma jóia de cristal Swarovski. Como inspiração, Flávia diz que algumas idéias vêm do scrapbooking (técnica de decorar e preservar fotos por meio de colagens em álbuns artesanais), outras nascem de revistas norte-americanas e japonesas. No Japão, inclusive, existe até revista só sobre embrulhos e embalagens. "Lá, valoriza-se muito a embalagem. Quando alguém vai fazer uma visita, leva uma fruta, um biscoito, uma coisa bem simples, mas o embrulho é lindo. Mostra que a pessoa se dedicou àquilo", conta a empresária. Em outra loja especializada, a Paper House, na Rua Oscar Freire, o entra-e-sai de gente atrás dos famosos – e caros – embrulhos só termina quando a papelaria fecha. Um dos segredos de tamanho sucesso, segundo a funcionária Ilda dos Santos Gomes, é o cuidado com que cada pacote é feito. "Nenhum pacote sai daqui c o m o d u re x a p a re c e n d o . Além disso, eu faço o embrulho com gosto", orgulha-se Ilda, enquanto escolhe a cor da ráfia que amarra o livro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, A Arte da Política – A História Que Vivi . De acordo com a gerente Magna Mota, embrulha-se de tudo. Máquina de cortar grama? Já embrulharam. Geladeira? Também. Jóias, quadros, aparelhos de jantar? A mesma

Empresas Finanças Estilo Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

EMPRESAS JÁ EMBRULHARAM ATÉ GELADEIRA

Fotos: Newton Santos/Hype

Os tubos de acrílico revestidos com papel japonês são caros

Flávia Inoue: sucesso da loja nos primeiros cinco meses já fez a proprietária procurar um novo espaço para suas embalagens

Pacotes e embrulhos que arrasam corações Já não basta dar um bom presente, para agradar, a moda agora é colocá-lo em uma linda caixa Marcelo Soares/Hype

Dedicação e cuidado são essenciais para os embaladores

Ilda Gomes faz pacotes com gosto, mesmo na correira do Natal As caixas pretas da Joan Embalagens fazem sucesso pelo brilho

Marcelo Soares/Hype

coisa. Ultimamente as funcionarias têm embrulhado muitas TVs de plasma. "No Natal, então, 'vixe', o pessoal chega cheio de sacola", continua Ilda, enquanto um motoboy espera o embrulho com o livro ficar pronto. O motoboy vai embora com a recomendação para tomar "muito cuidado" com o pacote, que custou R$ 22 – dois metros de fita, quatro de ráfia, mais a mão-de-obra. O valor da mãode-obra é determinado pela quantidade de folhas usadas: uma folha, R$ 5, duas folhas, R$ 10, e assim por diante. "Quando é motoboy, motorista particular ou de táxi que leva o embrulho, nós colocamos 'bolas' de papel de seda dentro da volta do laço para que não perca a forma", diz Magna. "Eles pegam os embrulhos de qualquer jeito, não têm noção", emenda Ilda. Datas especiais De acordo com Vivian Gebara, uma das sócias da empresa, depois do Natal, a data mais forte para a Paper House é o Dia dos Namorados. "Natal é o grande momento para embalagens. Depois, vem o Dia dos Namorados, que ganha até do Dia das Mães e Dia dos Pais". E Vivian garante que não é só mulher que embrulha, não. "Tenho muito cliente homem. Hoje, eles estão que nem nós (mulheres)", fala. E, quem diria, até embrulho passa por tendências. A última moda na Paper House é o papel reciclado – R$ 21 a folha. O papel liso não reciclado custa R$ 8 cada e o não liso, R$ 12. Para o laço, a ráfia, uma fibra sintética, também atravessa um momento muito bom. Sai por R$ 2 o metro. Um pacote pequeno, como o livro que Ilda embrulhou, usa dois metros de ráfia. Imagina para fazer o laço na geladeira... Kety Shapazian

SERVIÇO

A embalagem de acrílico pequena é admirada por todos, mas custa R$ 54,50

Joan Embalagens Rua Tenente Landi, 222, Lapa – Tel.: 3641-4412 Paper House Rua Oscar Freire, 281, Jardins – Tel.: 3082-4022 Casa da Rosa Rua Harmonia, 252-A, Vila Madalena – Tel.: 3034-5007

Miçangas, laços e ráfias são fundamentais para transformar uma pequena caixa de papelão em um objeto de decoração.

Masao Goto Filho

colocar em uma toalha, a de embalagens para Criatividade enorme mulher disse: "Dá aqui que eu pizza, usadas nos casos de vou colocar na barra de uma compra para presente. também saia". Ela começou a receber "As clientes adoram. Faz o encomendas – "uns bordados maior sucesso", diz Renata, vovó" – e, de repente, já que quase se formou em surpreende Odontologia. "Teve gente que deestava fazendo bolsas, em

Masao Goto Filho

Embalagens em forma de pizza servem para guardar bijouteria, carta ou receita

uem entra na Casa da Rosa, uma loja para lá de simpática na Vila Madalena, se surpreende com o que encontra lá dentro. Nela fica permanentemente posta uma mesa com café, suco, petit-four e bolo, que Renata Tavares, 31 anos, assa todo o dia para os clientes. Depois de passear pelas duas araras e se decidir por alguma peça – as roupas e bolsas são criação dela –, na hora de pagar, outra surpresa: no caixa, uma pilha

veio e comprou algo só para levar a embalagem. Em casa, dá para guardar bijouteria, carta, receita, fotografia, bolacha, o que a pessoa quiser", fala a empresária, que sempre gostou de moda. "Desde criança faço coisas manuais. Aprendi muita coisa com minha mãe e minha avó." Um dia, Renata estava em casa fazendo um bordado quando uma amiga da família lhe perguntou o que ela ia fazer com aquilo. Quando respondeu que ia

feiras e bazares. Recebeu proposta de sociedade e a loja foi aberta em maio de 2004. A sociedade foi desfeita há cerca de 10 meses. As caixas de pizza são decoradas com retalhos de chita, sobra da coleção de verão. "É barata, prática e criativa", diz Renata, enquanto serve um pedaço de bolo a outra cliente, desta vez uma vizinha, dona de um restaurante natural que vai abrir em breve na esquina. (KS)

Renata usa chitas e retalhos que sobram das coleções de roupas para enfeitar as caixas de pizza. As embalagens são usadas em caso de aquisições para presente.


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Compor tamento Ambiente Te r r o r Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

NA RUA 25 DE MARÇO, A RETRAÇÃO FOI DE 70% A 80%

quarta-feira, 17 de maio de 2006

A repercussão foi muito negativa, podendo prejudicar as intenções de investimentos no Brasil. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP

COMÉRCIO PAGA CARO PELO TERROR O SCPC chegou a registrar uma queda de 92,8% nas consultas, na segunda. Ontem, o movimento nas lojas e shoppings foi retomado aos poucos durante todo o dia. Paula Cunha

Luiz Prado/Luz

O

s efeitos dos ataques e rebeliões comandados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) na comércio paulistano, na segunda-feira, foram divulgados ontem. Os números indicaram uma queda vertiginosa no movimento no primeiro dia útil após o Dia das Mães, em comparação com o mesmo dia de 2005. No início da manhã de segunda, o declínio nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) variou de 10% a 12%, mas atingiu o pico máximo de 92,8% entre as 20h e 21h (veja quadro). Ontem, o ritmo de retomada das atividades foi considerado lento por comerciantes e pelas associações de lojistas. Esta violenta retração teve outros desdobramentos, na opinião do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. Para ele, a repercussão nas mídias nacional e internacional foi muito negativa, o que pode prejudicar as intenções de investimentos no Brasil, com resultados negativos posteriores na geração de emprego e de renda. Ontem, entidades ligadas ao comérc i o d i v u l g aram suas avaliações sobre os eventos do fim de semana e seus desdobramentos nos últimos dois dias. Para o Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilojas), o período mais crítico para os varejistas foi a noite de segunda-feira. O representante de relações institucionais da entidade em São Paulo, Marcos Antônio Galindo, justificou a avaliação dizendo que é à noite que o movimento das lojas dos shoppings aumenta. "As pessoas saem do trabalho e vão para estes centros de compra. Sempre adquirem alguma coisa e jantam por lá", disse. Quanto ao comércio de rua, Galindo informou que a falta de funcionários e o caos no transporte público foram fatores que contribuíram para diminuir sensivelmente o movimento nas lojas. Segundo ele, no bairro do Brás, houve queda entre 50% e 60% nas vendas e muitos lojistas não conseguiram cobrir o custo das despesas na segunda. Na rua 25 de março, a retração foi de 70% a 80%. Ontem, o movimento foi muito fraco no comércio de rua, segundo o Sindilojas. A redução nas vendas foi da ordem de 30% durante o período da manhã. Nos shoppings – A segunda-feira também foi considerada um desastre nos shoppings, na avaliação da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop). As vendas registraram redução drástica de 40% frente às segundas-feiras anteriores. O diretor-superintendente da entidade, Luís Augusto Hildefonso da Silva, explicou que o trânsito foi um dos principais fatores que contribuiu para este resultado. E ressaltou que muitos centros de compras decidiram fechar as portas por iniciativa própria para que seus funcionários pudessem voltar para casa mais cedo. Apesar de todos os resultados negativos, ele se mostrou otimista e afirmou que há expectativa de que estas quedas nas vendas sejam recuperadas até o próximo fim de semana.

Pouca gente se arriscou a visitar a região da 25 de Março ontem, ainda com medo do terror vivido na segunda. Movimento ainda estava longe do habitual.

EM BUSCA DA CALMA PERDIDA Movimento nas lojas de rua e dos shoppings foi crescendo durante o dia. Mas lojistas ainda aguardam recuperação. Fernando Vieira

D

epois de dias de terror, o comércio começa a vencer o medo em São Paulo. O movimento nas ruas comerciais e shoppings centers deu sinais de recuperação. Segundo lojistas, o número de clientes foi maior ontem do que na última segunda-feira, mas ainda está bem abaixo do habitual em dia de semana, cerca de 50% menor. Aos poucos, a capital paulista tenta voltar à rotina agitada, que lhe conferiu a fama de cidade que não pode parar. As lojas abriram normalmente pela manhã. Os funcionários não tiveram problemas para chegar ao trabalho por causa de uma possível paralisação do sistema de transporte público, conforme boato que correu de boca em boca no final do expediente antecipado, na segunda-feira. Com todos a postos no horário de praxe, só faltava um detalhe: clientes. Foram raríssimos os consumidores que botaram o pé para fora de casa ontem pela manhã. As ruas e principais avenidas vazias davam a impressão de que seria mais um dia de sérios prejuízos para os lojistas, como no anterior, quando as vendas chegaram a cair 90%, segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Por pouco, o comércio não tornou a encerrar as atividades precocemente. "Aproveitamos a manhã para uma limpeza geral na loja. O patrão disse que se o movimento não me-

lhorasse depois do almoço e fosse o mesmo de ontem (segunda-feira), podíamos fechar as portas para diminuir o prejuízo", disse Tiago Monteiro, gerente da loja Free-free, na rua 25 de Março. Mas os presságios da manhã não se concretizaram no período da tarde. "Até as três horas da tarde acho que atingimos uns 50% das vendas", disse. Timidamente, os paulistanos passaram a sentir confiança e voltaram a circular pela capital. O mesmo comportamento tiveram os visitantes que vêm atrás de negócios. "Evitei sair logo cedo porque não sabia como estava a situação", disse a comerciante de Brasília Cristina Papazoglou, que vem ao Centro de São Paulo uma vez por mês renovar os estoques e chegou à capital no domingo. Acostumada a circular pela região, ela estranhou o cenário de tranqüilidade aparente que havia na rua 25 de Março, sempre repleta de compradores. Lucilene Teodoro, caixa da loja de bijouterias onde Cristina comprava, na ladeira Porto Geral, contou que seria difícil recuperar o faturamento do dia. "Durante a manhã não vendemos nem 10% do que seria o normal. E agora o movimento ainda está bastante fraco em comparação com os outros dias", disse, por volta das 15h. Na região do Brás, a impressão de calmaria geral também era nítida. As tradicionais ruas de comércio estavam vazias, mesmo sendo a terça-feira o dia de maior movimento nesta área comercial. A repercussão dos mais de 250 ataques a alvos militares e civis fez com que

muitos consumidores de outros estados deixassem de vir a São Paulo ontem. Nos estacionamentos sobravam vagas. Um deles, com capacidade de lotação para 250 ônibus, recebeu ontem no máximo 30, de acordo com o segurança Samuel Elias, que faz o controle de entradas e saídas dos veículos. Os shoppings centers que fecharam mais cedo na segunda-feira, acompanhando o posicionamento geral do comércio, retomaram os horários normais de funcionamento. O ambiente fechado provavelmente passou maior sensação de segurança, favorecendo o retorno dos clientes. Com o filho no colo e ao lado da esposa, o bancário Wagner Batista aproveitou o fim da tarde de ontem para um passeio em família pelos corredores do shopping Center Norte, em Santana, que um dia antes fechou as portas por volta das 18h. "Não acredito que esteja mais seguro aqui dentro. Se os bandidos desafiam os policiais e atacam delegacias, poderiam atacar shoppings como também fazem nas ruas", disse Batista, contrariando a maioria que ali circulava. Segundo Eliete Martins Lima, gerente da loja Ervadoce do shopping Center Norte, o movimento ontem estava 40% mais fraco. Ela confere a culpa na queda do faturamento ao "burburinho acentuado" que causa pânico e afasta consumidores. Contudo, mesmo com a normalização nos próximos dias, Eliete prevê que entre 5% e 10% do resultado final das vendas ficará afetado pela baixa sentida nos últimos dois dias.


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

MEMÓRIA

Interlagos, o primeiro esportivo Cópia do francês Alpine, o modelo foi lançado no País em 1961 abrindo caminho para outros do gênero Fotos:Luiz Prado/Luz

ANTONIO FRAGA

E

m homenagem ao templo sagrado do automobilismo brasileiro hoje Autódromo José Carlos Pace - surgiu em 1961 o Willys Interlagos, o primeiro esportivo fabricado no Brasil. Cópia do esportivo francês Alpine, o modelo abriu a porta para outros esportivos, como o Puma, e foi responsável pelo maior impulso ao automobilismo brasileiro em todos os tempos. Produzido em série, o Interlagos em fibra de vidro, motor traseiro de quatro cilindros em linha e cilindrada que variava de 845 cm³ a 998 cm³. A potência máxima, de 40, 50, 56 ou 70 cv, também variava em função da carburação utilizada, simples ou dupla, e da taxa de compressão entre 8:1 e 9,8:1. Graças ao peso reduzido e à ótima aerodinâmica, o Interlagos tinha bom desempenho. A máxima, superior a 160 km/h e aceleração de zero a 100 km/h em "apenas" 14,1 segundos. Números impressionantes para a época. Até 1966, o Willys Interlagos continuou a ser produzido em três versões (Conversível, Berlineta e Coupé) sem alterações. Naquele ano ganhou pequenas modificações estéticas e um único motor, de 845 centímetros cúbicos e 55 cv. Rei das pistas - No início da década de 60 surgia a Equipe Willys de Competição, que foi responsável pelo progresso das corridas automobilísticas no Brasil. O esporte, elitizado, virou paixão nacional. Os famosos Gordini e Interlagos davam shows em cima de bólidos importados. A Equipe Willys tinha nomes como Bird Clemente (ele corria de óculos e dava grandes shows), Luis Grecco, Christian Heins, Wilson Fittipaldi Jr., Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, o Moco, e Luiz Pereira Bueno, entre outros. Grecco virou chefe da equipe e os três últimos chegaram à F 1. Emerson foi o mais famoso. Em 1965, a Willys importou os verdadeiros Alpines com motor de 1300 cc. Eram verdadeiros carros de corrida. Em 1967, a Ford comprou a Willys mantendo por pouco tempo a produção de todos os modelos, substituindo por carros mais atualizados e modernos. A única salvação foi a fantástica equipe de competição, que com outros produtos Ford, foi ao longo de décadas alimentando o automobilismo e a paixão nacional.

O esportivo francês Alpine (abaixo) inspirou a criação do Willys Interlagos, que foi produzido aqui em três versões: Conversível, Berlineta e Coupé. Com carroceria em fibra de vidro, tinha motor traseiro de quatro cilindros em linha de até 998 cm³. Divulgação

Origem da Alpine é uma oficina

A

té 1955, quando foi fundada a fábrica francesa Societé des Automobiles Alpine, por Jean Rédélé, a Alpine era uma das mais conceituadas oficinas de preparação de veículos de rua para competição. Filho de um concessionário Renault, Jean era apaixonado por automobilismo de competição. De 1951 a 1954, foi contratado pela Renault para integrar o seu time oficial de rally. Fez um grande sucesso pilotando o Renault 4CV. A partir daí, começou a sonhar com a produção do seu próprio carro, usando a maioria das pecas do próprio Renault 4CV com o qual corria. Em 1952 realizou o sonho com car-

roceria desenhada pelo italiano Michelotti. Logo de início, venceu a Mille Miglia, a mais importante prova automobilística da época. Em 1954, repetiu o feito e ganhou a Copa dos Alpes e o famoso Rally de Monte Carlo. Todos queriam o carro e Rédélé. Diante disso ele transformou a oficina em pequena fábrica e começou a produzir algumas berlinetas A-160 Mille Miglia, o primeiro modelo, produzido até 1960, quando surgiu o A-105. Utilizando peças Renault, surgiam carros para competição e também para rua, como o coupé e o conversível. Em 1974, a Alpine já era uma verdadeira fábrica de automóveis,

com mais de 13 mil m² de área ocupada e mais de 100 funcionários. Vários modelos da marca Renault eram transformados por Rédélé em esportivos e comercializados nas revendedoras da marca em todo o mundo. O modelo A continuava evoluindo e vencendo sempre. Em todas as categorias e provas, a Alpine ia colecionando resultados vitoriosos. Assim, continuando seu sonho, Jean Rédélé partiu com igual sucesso para os monopostos e produziu carros de Fórmula 2 e 3. Até hoje, a marca Alpine é reconhecida em toda a Europa pelos carros esportivos de grande eficiência.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

1 Novos investimentos (na Bolívia) são muito difíceis. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras

PETROBRAS JÁ FALA EM DEIXAR A BOLÍVIA Jamil Bittar/Reuters

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Petrobras poderá deixar de refinar derivados de petróleo na Bolívia, caso as negociações que mantém com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) não cheguem a um bom resultado. Foi o que afirmou ontem o presidente da companhia brasileira, José Sérgio Gabrielli, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Ele reiterou que todos os planos de investimento na Bolívia foram suspensos. "Novos investimentos são muito difíceis, a menos que tenhamos condições muito diferentes das atuais", afirmou. Para fortalecer a posição da empresa na mesa de negociação com La Paz, Gabrielli disse que a permanência ou não da Petrobras naquele país dependerá dos entendimentos sobre como funcionará a refinaria boliviana após a nacionalização. Serão analisadas se as novas políticas de pessoal, meio ambiente, de relações políticas e comerciais e de expansão de negócios estarão ou não de acordo com as diretrizes seguidas pela estatal brasileira. "A depender das negociações, poderemos até analisar a possibilidade de estar ausentes do refino boliviano", frisou Gabrielli. Caso a Petrobras decida sair, explicou, "a YPFB fica com 100% da refinaria. E paga por isso", disse o executivo. O refino, porém, não tem nenhuma relação com o fornecimento de gás boliviano para o Brasil. Segundo o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, a venda de gás é tratada em um contrato à parte, que as autoridades bolivianas prometem cumprir. "O abasteci-

mento está garantido", reafirmou. "As regras, estamos apostando que serão mantidas." Dúvidas – Nas cinco horas em que conversaram com os senadores antes de começar uma outra rodada de debates na Câmara dos Deputados, Rondeau e Gabrielli mostraram que há mais dúvidas do que certezas sobre como funcionará o setor de gás e petróleo na Bolívia. "O decreto estabeleceu metas, mas não disse como chegar a elas", afirmou Sérgio Gabrielli. O ministro e o presidente da estatal estiveram, na semana passada, em La Paz. Na ocasião, foi criada uma comissão negociadora que tratará de todos os pontos de dúvida, desde o preço do gás até a indenização cobrada pela Petrobras. O pagamento de uma compensação "prévia e justa" em caso de nacionalização de ativos está prevista na Constituição boliviana. De acordo com Rondeau, enquanto as negociações se desenvolvem, a estatal brasileira cumprirá a lei, inclusive a regra que determina uma tributação de 82% sobre as receitas. "A Petrobras zela pelo cumprimento das leis do país onde ela está. Se o decreto diz que é para deixar 82%, não vamos discutir isso agora, porque não pagar impostos é ser contrabandista", afirmou o ministro. Mas ele esclareceu que essa tributação é provisória. Incide por 180 dias, até que as duas partes se entendam sobre o nível adequado de impostos. Reforço – Também ontem, o Itamaraty informou que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, estará no próximo final de semana em La Paz. O objetivo é dar prosseguimento às negociações diplomáticas com a Bolívia. (AE)

Morales nega indenização para fundos de pensão espanhóis

ma compensação, obviamente isso é inaceitável", declarou o ministro da Economia da Espanha, Pedros Solbes. "Não há o que indenizar", rebateu Morales. Ele disse que o decreto apenas transfere para o controle do Estado recursos de trabalhadores que estavam sendo administrados por empresas privadas. Mais – Ontem, o governo da Bolívia deu continuidade aos anúncios de nacionalização ao dizer que irá revisar também os contratos firmados com um grupo internacional, representado atualmente pelas espanholas Abertis e Aena, para o gerenciamento dos três principais aeroportos do país. A revisão dos contratos foi uma concessão para que os funcionários da Aasana (estatal do setor aeroportuário) encerrassem uma greve. (Agências)

E

m resposta a exigências do governo espanhol, o presidente boliviano, Evo Morales, afirmou ontem que não haverá nenhum tipo de indenização por conta do decreto assinado na segundafeira que expropria as ações de empresas de petróleo e gás que estão sobre o controle de fundos de pensão do país. A medida obriga o banco espanhol BBVA e a seguradora suíça Zurich Financial, que administram dois fundos de pensão na Bolívia, a repassar para a estatal YPFB as ações que estão sob seu controle. "Se estamos falando de tomar parte dos ativos de uma instituição financeira sem existir nenhu-

Indenização da estatal brasileira poderá ser feita por gás natural

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O presidente da Petrobras, Gabrielli (atrás), e o ministro Rondeau no Senado: negociações continuam

Argentina não repassará alta

O

governo argentino tentou tranqüilizar a p o p u l a ç ã o o ntem, ao garantir que não elevará o preço do gás natural para o consumo doméstico em função de uma alta no valor da importação do combustível da Bolívia. A Argentina, que exportava gás natural na década passada, sofre desde 2003 uma escassez de oferta que obrigou o governo a importar o produto da Bolívia e reduzir as remessas ao Chile. Agora, deverá enfrentar a decisão boliviana de elevar os preços do gás exportado. "O impacto zero está garantido pelo volume de gás que importamos e porque nossa prioridade é manter a proteção dos lares argentinos e a compe-

titividade de nossa indústria", disse o ministro do Planejamento, Julio De Vido, conforme a agência estatal Télam. De Vido tem em sua agenda uma viagem a La Paz esta semana para seguir com as negociações de um novo preço, mas seus porta-vozes não puderam ser precisos sobre quando ele viajará à Bolívia. Segundo afirmou recentemente o governo de Evo Morales, a Argentina já teria aceitado a elevação do preço do gás que importa da Bolívia. O valor atual é em torno de US$ 3,18 por milhão de unidades térmicas britânicas (BTU), e o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz, declarou que os novos preços entrarão em vigor neste mês.

Alta garantida – O ministro de Planejamento boliviano, Carlos Villegas, afirmou na semana passada que espera que o preço de exportação do produto à Argentina suba para até US$ 5,5 por milhão de BTU. A Bolívia possui a segunda reserva de gás natural da América do Sul, atrás apenas da Venezuela, e as vendas para a Argentina e o Brasil, seus únicos mercados, alcançaram cerca de US$ 1 bilhão no ano passado, mais de um terço das exportações totais do país. A Bolívia vendeu à Argentina cerca de 5,5 milhões de metros cúbicos diários de gás no primeiro trimestre deste ano, ante uma cota máxima de 7,7 milhões de metros cúbicos para todo o ano de 2006. (Reuters)

gás natural poderá ser usado como moeda para indenizar a Petrobras pela estatização de suas refinarias instaladas na Bolívia. A proposta, feita pelo ministro de Hidrocarbonetos daquele país, André Soliz Rada, está sendo analisada pela estatal, disse ontem o diretor da área internacional da companhia, Nestor Cerveró. "O gás natural é dinheiro, assim como qualquer outro combustível, desde que haja mercado para ele. Faz parte da negociação avaliar esta proposta", explicou. A única possibilidade descartada pela Petrobras, segundo Cerveró, é a de que a indenização não seja paga. O próprio executivo, entretanto, negou que o governo boliviano tenha sugerido tal hipótese. O diretor da Petrobras rebateu a afirmação do ministro boliviano de que a empresa teria que receber como indenização um valor menor do que o pago pelas refinarias. Soliz Rada alega que, quando comprou as refinarias, a estatal brasileira ficou também com os estoques de combustíveis das unidades, cujo valor deverá ser descontado agora. Cerveró disse que esse "estoque" já havia sido descontado do valor final pago ao governo boliviano na época da compra. Ainda segundo ele, a questão na Bolívia é tratada como caso isolado dentro da Petrobras e não interfere na estratégia da estatal para a América Latina. Até 2010, a empresa deverá investir US$ 4 bilhões na região, inclusive na construção de uma planta de Gás Natural Liquefeito (GNL) na Venezuela, como já estava programado antes da crise boliviana, e que poderá ser utilizada para exportar gás para o Brasil. Por ora, estão suspensos apenas os outros US$ 3 bilhões que seriam destinados a empreendimentos na Bolívia. "O único problema hoje é a Bolívia", afirmou Nestor Cerveró. (AE)


Ano 81 - Nº 22.128

São Paulo, quarta-feira 17 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h30

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

TENSA TRÉGUA

A viagem do medo Nossa repórter pegou um ônibus da mesma linha dos 80 atacados na guerra da bandidagem

CONTRA-ATAQUE

Comércio sufocado caiu 92,8%

A noite dos 33 mortos

Violência estrangulou o comércio. Ontem, ele voltou a respirar.

Na cidade vazia de medo, polícia e bandidos se enfrentaram. A noite foi sangrenta: 33 mortos, elevando o total da guerra de cinco dias a 130 - entre eles 23 PMs, 6 policiais civis, 3 guardas municipais, 8 agentes penitenciários, 4 civis e 15 presos. Um suspeito que estava na moto ao lado foi baleado e morreu. A cidade amanheceu em cessar-fogo frágil. A guerra se deslocou para o plano político. Em SP, a questão: houve acordo com o PCC? Em Brasília, planos. Caderno Especial Fotos: ao alto: Marcos Fernandes e Luiz Prado/LUZ e ao lado: Mauricio Lima/AFP e José Patrício/AE

Newton Santos/Hype

HOJE Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 10º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 9º C.

Ricardo Cris/Machina Comunicação

Contra Chávez, pela América Latina O venezuelano Peña Esclusa (foto), da Universidade Simon Bolivar, no Seminário Internacional sobre Democracia Liberal, organizado pela ACSP: "Chávez quer exportar a revolução cubana para o resto do mundo". Pág. 5

Sóbrio, valente e em conta O Accord LX da Honda, testado: faz bonito. E merece mais equipamentos. DCarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 17 de maio de 2006

8 Nunca saí de São Paulo e jamais imaginei sair do país. Quero muito representar a minha raça lá na Alemanha Lucas Eduardo Santos

Fotos: Leonardo Rodrigues / Hype

A OUTRA SELEÇÃO BRASILEIRA Projeto "Leve essa Bandeira" vai levar garotos brasileiros para dentro do campo em duas partidas da seleção verde-e-amarela na Copa do Mundo da Alemanha; conheça a jovem equipe indicada por ONGs

E

ntregar uma pulseira verde-amarela a cada um dos 23 jogadores da Seleção Brasileira de Futebol e desejar a eles boa sorte nesta Copa do Mundo. É isso que o jovem paulistano Lucas Eduardo Santos, de 15 anos, vai fazer quando encontrar o time em 22 de junho, dia em que o Brasil disputará a partida contra o Japão no estádio de Dortmund, Alemanha. Lucas é um dos três meninos brasileiros integrantes de projetos sociais de Organizações Não-Governamentais (ONGs) que entrarão em campo carregando a bandeira nacional e representando a paixão e o orgulho do povo brasileiro pelo futebol. "Também quero pedir uma camisa autografada, uma chuteira e uma bola", lembra. O garoto, que treina como meia-esquerda na Escolinha de Futebol da Portuguesa, participa das Copas Nike, Topper e Sul-Americana Sub-12, e pretende ser jogador profissional, diz que já está se preparando para a viagem: "Comecei a estudar algumas palavras em alemão, a história do Brasil e da raça afro-brasileira, assim como os títulos da Seleção". O entusiasmo é grande. "Já fui a estádios, mas nunca pisei no gramado. Nunca saí de São Paulo e jamais imaginei sair do país. Quero muito representar a minha raça lá na Alemanha." A ligação do jovem com o esporte vem de longa data. Seu pai, o guardador de automóveis César Eduardo Silva dos Santos, foi jogador de futebol e já vestiu a camisa de 14 times, como Portuguesa, Bragantino, Embu-Guaçu e Confiança de Sergipe. Hoje, ele incentiva o filho, que acorda diariamente às 5h para treinar com o pai. A inspiração vem também de outro craque –Ronaldinho Gaúcho. "Ele encanta todo mundo", ressalta o fã número um do craque do Barcelona. Afazeres – Lucas é um garoto que não pára. Estudante da 8ª série, ele também participa de atividades promovidas pela Fundação Orsa –criada em 1994 com o compromisso de reduzir a desigualdade e a injustiça social no país– e do Projeto Guri –criado em 1995 pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, que socializa crianças e adolescentes que vivem em lugares culturalmente carentes através de orquestras-escola, corais e grupos musicais. "Jogo bola, toco percussão e

participo da orquestra", conta o garoto, integrante do Pólo Zumbi dos Palmares do Projeto Guri, na Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sócio-Cultural (Afrobras). "Quero ver se eles deixam eu tocar lá na Alemanha. Ia ser o máximo." Quando o assunto é percussão, Lucas dá outro show. Desta vez, quem rouba o cenário não é a bola, mas sim o pandeiro, o djembe, o tamborim e o afoxé (instrumentos musicais de origem africana). Que o diga o músico Silas Fherrer, que dá aulas de percussão no Projeto Guri desde 2000: "Logo que entrei neste pólo do projeto, percebi a grande facilidade do Lucas em aprender. Ele pega tudo muito rápido. Em três meses já passou da turma de iniciantes para a orquestra", comenta. Diferenciação – De acordo com a vice-presidente executiva da Afrobras e responsável pelo Projeto Guri dentro do Pólo Zumbi dos Palmares, Ruth Lopes, a iniciativa visa à inclusão social de crianças de 8 a 16 anos através da música. "O pólo é diferenciado, porque trabalhamos com a questão da cultura afro-brasileira", diz. Segundo ela, o papel desse projeto é muito importante, visto que não muda apenas a visão de mundo das crianças, mas também da família. "O Lucas, por exemplo, deixou de trabalhar com o pai, guardando carros, e voltou a estudar." Atualmente, o Projeto Guri, dentro da Afrobras, abraça cerca de 110 crianças, que participam das aulas de orquestra e coral. Rumo a Alemanha – A iniciativa de levar garotos carentes para a Copa faz parte do programa "Leve essa Bandeira" –promovido pela Coca-Cola– e reunirá cerca de 300 jovens de 23 países. No Brasil, a empresa destinou seis das 12 vagas para jovens integrantes de projetos sociais de Organizações NãoGovernamentais (ONGs). Para o diretor de Comunicação da Coca-Cola Brasil, Marco Simões, essa é uma ótima oportunidade para estreitar laços com importantes agentes da responsabilidade social do país. "A visão que temos hoje é que atingiremos resultados mais consistentes para a sociedade se agirmos como uma rede, com interação permanente entre empresas e entidades. É essa proximidade que nos permitirá pensarmos juntos na solução para os problemas do país", avalia.

Lucas Eduardo Santos aprende percussão no Pólo Zumbi dos Palmares do Projeto Guri, na Afrobras

Outros cinco "eleitos" entrarão em campo

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rês garotos brasileiros, entre 12 e 16 anos, do Instituto Ayrton Senna, do Afro Reggae e da Afrobras, entrarão em campo carregando a bandeira nacional. Enquanto isso, nas cadeiras do estádio, três meninas da mesma faixa etária –integrantes da Pastoral da Criança, do Instituto Dunga de Desenvolvimento do Cidadão e do Programa Coca-Cola de Valorização do Jovem– estarão representando toda a torcida brasileira que não for à Alemanha. Cada participante levará ainda um acompanhante. A viagem de partida está marcada para o dia 15 de junho e o retorno para o dia 23. Todos assistirão a dois jogos: Brasil x Austrália (dia 18) e Brasil x Japão (dia 22). Os jovens que seguirão para o país da Copa foram escolhidos pelas próprias ONGs convidadas pela Coca-Cola a participar do projeto, através de

dinâmicas e votações. Desenvoltura e capacidade de comunicação e interação foram os fatores que mais influenciaram na hora de decidir quem irá carregar a bandeira do Brasil e da própria instituição social. Show – O escolhido pelo Grupo Cultural Afro Reggae –cujo objetivo é transformar a realidade de crianças e adultos por meio de projetos culturais– foi Luiz Henrique Nascimento, de 12 anos, da comunidade de Vigário Geral, no Rio de Janeiro. Luizinho, como é chamado pelos amigos, participa do projeto desde os três anos. Atualmente, é cantor do Grupo Afro Samba, do Afro Reggae, com repertório composto por sambas de raiz. Para ele, será uma oportunidade única. "Vou ver de muito perto meus ídolos Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo. Se tiver chance, quero cantar para eles o samba 'O show tem que continuar'." Líder – O menino indígena da nação Terena, de Mato

Grosso, Juliano Cece Bordela, de 14 anos, é o representante do Instituto Ayrton Senna, que já transformou a realidade de mais de cinco milhões de crianças em jovens em todo o país. O jovem já é líder na aldeia, e repassa para os menores os conceitos de esporte-cidadão, valorização da cultura indígena e respeito às diferenças das raças. Solidariedade – Quem representará a Pastoral da Criança é uma menina de 14 anos, Alaine Sousa Damas, residente no interior do Maranhão. A garota é voluntária da instituição, ajudando sua mãe nas visitas às famílias carentes desde os dez anos. Além disso, dedicase também à fabricação de brinquedos no Projeto Brinquedos e Brincadeiras. "Tenho orgulho do meu trabalho, que faço com dedicação e boa vontade, pois é inexplicável a emoção de saber que ajudo a salvar vidas. Tento buscar novas conquistas conscientizando as pessoas mais próximas de

que a Pastoral precisa de voluntários como eu. E ainda vou para a Copa do Mundo por causa disso? É bom demais!", diz a menina. Sonho – A goleira gaúcha Priscila Peixoto Nolarte, de 14 anos, do projeto Esporte Clube Cidadão, do Instituto Dunga de Desenvolvimento do Cidadão, adora futebol e tem muitos planos. "O contato como futebol e com o programa mudaram minha vida. Quero ser advogada para ajudar a melhorar a vida dos outros. Pretendo estudar muito para isso. Apesar da dificuldade que temos, podemos conseguir o que queremos com bastante esforço." Monitora – Aliny Pereira da Silva também vai participar do "Leve essa Bandeira". Moradora de Cuiabá, Mato Grosso, ela tem 12 anos e é aluna da rede pública e monitora do Programa Coca-Cola de Valorização do Jovem. Foi escolhida através de um concurso de redação. (MO)

Maristela Orlowski

Evandro Monteiro / Digna Imagem - 6.jun.2004

Ajude a renovar o Conselho da Criança

M

Mais de três mil pessoas compareceram ao Palácio das Indústrias para votar na eleição dos conselheiros do CMDCA em 2004

ais uma vez, sociedade civil, Organizações Não Governamentais (ONGs) e entidades ligadas ao movimento social estão se preparando para a eleição de dois representantes para compor o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) na cidade de São Paulo. Até o dia 19 deste mês, os interessados em participar podem se inscrever para participar das eleições, que acontecem no dia 28 no Palácio das Convenções do Anhembi. Os representantes escolhidos atuarão no Conselho, que é responsável pela elaboração das

políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes no município, no período que vai de 2006 a 2008. Na opinião de Rogério Amato, Secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, "é essencial participar dessa eleição. Por isso é muito importante que as pessoas se habilitem para votar". Para Elisa Bracher, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as eleições são fundamentais para renovar o CMDCA. "Não é só o dinheiro público, mas também o privado, que passa pelo CMDCA e o órgão é o responsável pela elaboração das principais políticas para crianças e adolescentes".

Ela ressalta que, devido à sua importância, as eleições deveriam ser melhor divulgadas. E critica o processo de cadastramento para que os eleitores se habilitem a votar. "O cadastramento é difícil e não está sendo devidamente divulgado. Por isso, não estou muito otimista." Como funciona – Para participar do processo de inscrição, os interessados devem preencher alguns requisitos básicos. Devem ser eleitores, residir na cidade de São Paulo e efetuar o cadastramento. Existem duas opções para efetuar o cadastramento. Pessoas que se interessam pelos ru-

mos das políticas criadas para crianças e adolescentes devem acessar o site www.prefeitura. sp.gov.br/eleicaocmdca até o dia 19 e fornecer dados do seu Título de Eleitor. Outra maneira de participar é comparecer à Praça de Atendimento das SubPrefeituras até o dia 19 de maio, com o mesmo documento. Representantes de diversas entidades lembram que aqueles que estão sem este documento podem solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral um comprovante de que votou nas últimas eleições (no www.tresp.gov.br) e, assim, participar do processo. Paula Cunha


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

QUEM TRAIU LULLA?

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à Petrobras. Se Silvinho, presenteado pela empresa, fosse o traidor, ela não continuaria contratada da estatal. Algum desavisado poderia sugerir que o traidor teria sido o Duda "Galo de Briga" Mendonça, mas este foi inocentado, mesmo tendo declarado que recebera pagamentos pela publicidade, via Marcos Valério, no exterior. A extensão do seu contrato de publicidade é prova conclusiva disso; portanto, ele não pertence à "corja" dos traidores de Lulla. Zé Genoino também foi alvo de homenagens, além de ter recebido uma boa quantia a título de indenização por sua

Dida Sampáio/AE

Só Lulla pode responder, mas que dá uma enorme curiosidade em saber os nomes do traidores, isso dá.

porque continua trabalhando pela reeleição. Pagou, com recursos próprios, o jatinho que o levou a Itamar para convencê-lo a embaralhar a candidatura própria do PMDB. A suspeita seguinte seria a de que seriam Genoino (irmão do deputado da cueca), Silvinho "Land Rover" e Delúbio. Recentemente, em solenidade pública, Lulla chamou este último de "o nosso Delúbio". Portanto, o traidor não é Delúbio. A alternativa Silvinho também não se mostra consistente no papel de traidor, até porque a empresa que o presenteou (modestamente), a GDK, continua prestando serviços

campanha na guerrilha do Araguaia. Não é, portanto, um dos traidores. Eu aposto que nenhum dos traidores está na lista apontada pelo ProcuradorGeral da República como integrantes de uma quadrilha (40 ladrões) que pretendia tomar de assalto o Poder. O governo fez de tudo para absolvê-los na CPI do Mensalão. Só Lulla pode responder, mas que dá uma enorme curiosidade em saber os nomes do traidores, isso dá. A população merece, presidente! COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ, PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERAL, PUBLICADO ONTEM NO SITE DO INSTITUTO WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

L ulla ficou devendo o nome do traidor

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

JOÃO DE SCANTIMBURGO

A CRISE EM BRASÍLIA Céllus

eve haver alguma lógica no processo, mas ainda não descobri. Lulla que, pouco depois das circunstanciadas declarações de Roberto Jefferson se disse traído, ficou devendo o complemento: quem é o traidor? Obviamente, o(s) traidor(es) não é o denunciante que, claramente, afirmou que Lulla não estava envolvido no mensalão, mas advertia Zé Dirceu que devia renunciar, o que de fato aconteceu. Hoje, Zé Dirceu é uma importante figura na reeleição do "nosso" metalúrgico. E o Zé, por falar nele, está ganhando um monte de dinheiro. Portanto, Zé Dirceu não é o traidor, até

A eloqüência dos fatos OLAVO DE CARVALHO

M

esmo depois que a insurreição geral do crime organizado, com o apoio do MST e das Farc, subjugou e humilhou a maior capital latinoamericana, ainda haverá quem negue o avanço da subversão comunista no continente e, desviando a atenção pública das verdadeiras forças ativas por trás desse descalabro, busque entorpecer as consciências com as explicações "sociológicas" de sempre. Mas, apesar de todo o prestimoso diversionismo da mídia e dos bem-falantes, é muito difícil não enxergar, nos acontecimentos das últimas semanas, um complexo de ações coordenadas do Foro de São Paulo para quebrar a espinha da nação brasileira e entregar o nosso povo, de joelhos, aos agentes da revolução continental. Se os líderes da insurreição criminosa que espalhou o terror na cidade de São Paulo admitem francamente ter sido treinados e ajudados pelo MST, e se o dirigente máximo deste movimento, ao mesmo tempo, oferece ostensivamente a ajuda da sua militância ao agressor estrangeiro que sob os olhos complacentes do nosso presidente invadiu os postos da Petrobrás, a mensagem dessa conjunção de fatores é bem nítida: não há autoridade, não há soberania, não há ordem nem lei acima do comando subversivo continental. Pouco falta para que a Nação, atônita e amedrontada, aceite essa mensagem com a naturalidade de quem se curva a "um imperativo categórico, um mandamento divino", para usar as palavras com que Antonio Gramsci definia a autoridade do partido revolucionário. A articulação e o timing foram perfeitos: com poucos dias de distância, o governo da República ensina o país a curvar-se servilmente ao insulto que venha da fonte ideológica apropriada, o MST proclama orgulhosamente seu direito de lutar contra o país, o indulto presidencial solta 12 mil presos e a "democracia direta" dos ho-

mens armados impõe o toque de recolher a vinte milhões de brasileiros. Alguém ainda é idiota o bastante para achar que foi tudo uma coincidência fortuita, que ações enormemente complexas como essas que estamos vendo podem ser improvisadas do dia para a noite, sem nenhuma comunicação entre os vários focos geradores da revolução continental? Pelo menos o líder dos criminosos rebelados, que confessa ter estudado muito Lênin, sabe que isso é impossível. Também o sabe o fundador e presidente crônico do Foro de São Paulo, temporariamente afastado para exercer o papel de presidente do Brasil.

O

s fatos estão visíveis, mas muitos brasileiros ainda insistem em não tirar deles as conclusões mais óbvias e incontornáveis. É que, nessas criaturas, o medo da chacota cínica superou o instinto de sobrevivência. O cérebro delas está chegando àquele ponto de entorpecimento em que já não é possível distinguir o vivo do morto. Psicologicamente, é esclarecedor que essa explosão de brutalidade e arrogância sobreviesse nos mesmos dias em que o seminário Democracia, Liberdade e o Império das Leis rompia um silêncio de décadas. A longa e sistemática supressão das idéias liberais e conservadoras criou o vazio no qual o establishment esquerdista plantou o complexo de preconceitos e inibições que desarma a sociedade e instila nos delinqüentes a confiança ilimitada – e, como bem se viu, justificada -- no seu poder de ação. Nós todos, participantes do seminário, estávamos conscientes de que é nosso dever tirar o País das mãos dos criminosos que o desgovernam e o atormentam. Cada palavra que ali se disse refletia um sentimento de urgência quase desesperada. Em torno de nós, os fatos, com a eloqüencia cruel dos tiros e do sangue, nos davam mais razão do que desejaríamos ter.

A esquerda plantou o complexo de inibições que desarma a sociedade

A crise anunciada CARLOS FREDERICO HACKEROTT E PEDRO ANDREA KREPEL

A

crise deflagrada pela dupla ChávezMorales foi fartamente anunciada, mas pegou de surpresa o governo brasileiro. O resultado não poderia ser outro: a Petrobrás ficou isolada e arcará com os custos no curto prazo. Pior foi a acusação de sermos imperialistas, quando já pagamos somas com o take-or-pay para viabilizar o projeto de exploração, mesmo enquanto não tínhamos consumo pleno local. Também é grave constatarmos que, até o último arranque nos preços do petróleo, os valores pagos pelo gás boliviano eram bem superiores aos do mercado mundial. O preço do gás natural subirá após as eleições brasileiras e não restam ao governo muitas decisões imediatas, a não ser mitigar o aumento por meio de política tributária. Impressiona nossa incapacidade de se antecipar às crises. O atual governo continua a rejeitar o risco do apagão elétrico, com probabilidade crescente a partir de 2009. Só começou a se preocupar com um planejamento para o setor no ano passado, mas insiste em um modelo longe de ser o melhor para novas alternativas, como o biodiesel, e estimula energias alternativas caras (eólica). Há muito defendemos uma política energética clara, que defina o papel da energia adicional de origem hidráulica como preferencial e a térmica como complementar; que reconheça a finitude das reservas fósseis e que o mundo já vive em um patamar de preços mais elevado para a energia. O Brasil precisa assumir sua matriz independentemente de modelos. A integração de energia hidráulica com os potenciais próprios de petróleo, gás natural e bioenergia pode representar a auto-

suficiência energética a custos mais baixos que os dos concorrentes internacionais. Lamentavelmente, os fatos ocorridos demonstraram o quanto perdemos tempo discutindo um marco regulatório. Preocupa, também, o esvaziamento das agências de regulação, com contingenciamento de recursos arrecadados para esta finalidade, perda dos quadros técnicos e indicações político-partidárias para substituí-los. Para deixarmos de ser reféns de uma nação, é essencial um apoio explícito e ativo à tramitação da Lei do Gás, com espaço para alguns aperfeiçoamentos.

A

correção dos equívocos no desenvolvimento de modelos alternativos de energia produzirá resultados tão favoráveis quanto os alcançados pelo álcool etílico. Não damos ainda suficiente ênfase aos esforços de conservação de energia. As crises revelaram quanto potencial de redução esta atividade pode proporcionar. Falta lutar por linhas de financiamento preferenciais. Finalmente, precisamos desmitificar a questão do meio ambiente, que encarece desnecessariamente a ampliação da oferta. Um projeto hidráulico com responsabilidade social causa menos danos que o uso de usinas térmicas a óleo combustível ou a carvão. Hidroelétricas bem concebidas podem conviver harmonicamente com o meio ambiente, sim. Que o choque boliviano ajude o Brasil a colocar isto em prática. CARLOS FREDERICO HACKEROTT E PEDRO ANDREA KREPEL, DIRETORES DA DIVISÃO DE ENERGIA DO DEPTO. DE INFRA-ESTRUTURA INDUSTRIAL DA FIESP

O governo continua a rejeitar o risco do apagão elétrico em 2009

screvi sobre a crise gerada em Brasília e volto ao assunto, pois temos a capital majestosa e impressionante por sua arquitetura como berço de duas graves crises institucionais, a de Collor e a atual. E outra também, merecedora de citação, de grande significação, a da moléstia e morte de Tancredo Neves, com a ascensão providencial de José Sarney à Presidência da República, ele que não tinha desfeito ainda sua bagagem na adesão ao PMDB. As cidades têm um peso definitivo em várias crises, principalmente políticas, como esta cuja evolução estamos acompanhando. Citemos Paris, berço de inúmeras crises na França, que levou o rei Henrique IV a concordar que Paris valia bem uma missa e a aderir à religião católica.

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Brasília, por si mesma ou não, participa com sua realidade sociopsicológica no agravamento da moral política ão se quer tanto para Brasília, mesmo porque a secularização da história não permitiria. O certo é que estão acontecendo fatos com os quais não se contava na história da capital brasileira. Ficamos de um momento para outro plutocratas; basta para ilustrar esta citação a denúncia do Ministério Público, por seu presidente, sobre os 40 responsáveis por comportamento censurável e mesmo, condenável. A Casa da Dinda foi citada há poucos dias, mais de uma vez, e os acontecimentos destes últimos tempos serão citados no futuro como uma condenação de período histórico com o qual não tínhamos convivência. São estas considerações que faço sobre o papel de Brasília, por si mesma ou não, participa com sua realidade sociopsicológica no agravamento da moral política, que está muito baixa no País. Que os historiadores, sociólogos e sociopsicólogos tratem do assunto Brasília e sua influência no comportamento político. Isso ficará para as próximas gerações.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tr i b u t o s Finanças Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

BOLIVIANOS NÃO ACREDITAM EM PREJUÍZO DA COLPA

500

milhões de dólares é o valor da retaliação do Brasil contra subsídios da Europa ao açúcar

Michel Filho/Agência O Globo

YPFB E PETROBRAS NEGOCIAM. E ATAQUE RECOMEÇA.

A

s autoridades bolivianas voltaram ao ataque ontem, no primeiro encontro com representantes da Petrobras depois da reunião de quarta-feira da semana passada, que definiu a pauta de negociações dos próximos 180 dias. O tema do encontro era modesto: debater a situação da Colpa, empresa que armazena e comprime o gás boliviano. O encontro entre representantes da Petrobras Energia, uma das subsidiárias da brasileira, e da YPFB, a estatal boliviana, encerrou-se com uma acusação pesada: "os representantes da Petrobras disseram que a empresa dá prejuízo, mas não acreditamos

nisso", afirmou Jorge Alvarado, presidente da YPFB. Pelas contas da Petrobras, a Colpa gera um rombo anual de US$ 4 milhões. "Nossos cálculos apontam em outra direção", disse o executivo da YPFB. A Colpa é propriedade do governo brasileiro, e vinha sendo gerida pela Petrobras. Após o decreto de nacionalização, o governo boliviano quer passar a operar a empresa. Decretos – O ministro boliviano de Desenvolvimento Sustentável, Carlos Villegas, anunciou que está em elaboração a regulamentação dos decretos de nacionalização dos hidrocarbonetos. Um deles autoriza a Superintendência de Hidrocar-

bonetos a fazer auditorias nas petroleiras. "Teremos o respaldo jurídico para executar todas as disposições da nacionalização." Para o ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, "as auditorias abrirão as caixas negras das multinacionais". Já o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, voltou a afirmar que tudo está em discussão. "Muito bem, os bolivianos querem introduzir outras mudanças no texto? Vamos discutir. Tudo está em discussão." Ele disse também que o País está disposto a renegociar o preço do gás que compra, além das atuais regras contratuais. (Agências)

Militares bolivianos estão à frente da Petrobras desde o decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos

Bolivianos apóiam Morales

A

o se debruçar sobre o humor dos bolivianos após a nacionalização do gás e do petróleo, o Instituto Ipsos Public Affais confirmou o que já se podia adivinhar: a medida assegura ao presidente Evo Morales um nível altíssimo de popularidade. O levantamento, feito uma semana após o movimento, most r a q u e 8 8 % d o s e l e i t o re s

apóiam a nacionalização. Na mesma pesquisa, os entrevistadores quiseram saber a opinião do eleitor sobre a nacionalização de outros setores. Fizeram perguntas específicas sobre minas (77% a favor), bancos (72% a favor) e terras pertencentes a estrangeiros (74% a favor). Sobre o desempenho do governo, o instituto descobriu que 86% dos bolivianos

têm uma avaliação positiva. A pesquisa mostra também que o eleitorado espera benefícios concretos da nacionalização – a começar por mais empregos. O Ipsos perguntou como ficaria o apoio à medida, se mais tarde ela se revelasse incapaz de criar mais postos de trabalho. Descobriu que seria reduzido a menos da metade, ficando em 35%. (AE)

Brasil pode retaliar UE por açúcar Se europeus não corrigirem mecanismo de proteção de subsídios, adequação exigida pela OMC há mais de uma ano, poderão sofrer punições de outros países Itamaraty quer transparência por parte de Bruxelas em relação às medidas já tomadas para reformar o sistema, além de dados concretos sobre as futuras modificações. Se os europeus não esclarecerem como farão para cumprir a condenação e nem tomarem medidas nos próximos cinco dias, ficará aberta a possibilidade para que Brasil, Austrália e Tailândia peçam autorização para impor retaliações contra Bruxelas nas próximas semanas. O Itamaraty terá até meados de junho para fazer o pedido. Ontem, na OMC, nenhum dos países falou oficialmente em sanções. Mas diplomatas admitem que brasileiros, australianos e tailandeses já começam a se coordenar para ver o que farão. Além disso, no Brasil, estudos estão sendo feitos para determinar o valor exato do pedido de retaliação. A autorização será dada com base no prejuízo que o País tenha sofrido diante da concorrência desleal dos europeus. Proteção – Os preços do açúcar na Europa são quatro vezes maiores que os valores praticados no mercado internacional. Além disso, o setor é protegido por pesadas tarifas de importação. O bloco europeu também paga altos valores em subsídios para as companhias locais que exportam açúcar, as quais, sem tal ajuda, não conseguiriam competir com outros países. (Agências)

Nauro Júnior/Zero Hora

açúcar subsidiado. Segundo o Itamaraty, há informações de que, em 2006, apesar da condenação, os europeus já exportaram mais do que teriam direito, mesmo que o ano nem tenha chegado à sua metade ainda. Excessos – Para a Austrália, a Europa não conseguirá cumprir a condenação dentro do prazo dado pela OMC e alerta que as exportações subsidiadas de Bruxelas devem bater todos os recordes neste ano, chegando a 8 milhões de toneladas de açúcar, volume muito maior que o limite determinado pela OMC, de 1,3 milhão de toneladas. "O volume é praticamente igual a toda a produção de açúcar da Austrália", disse o governo australiano em um comunicado. À espera – Para evitar ter de passar à fase das retaliações, o Brasil espera ainda conseguir informações e explicações dos europeus sobre os dados relativos às exportações. Ontem, durante a reunião da OMC, Bruxelas não providenciou os dados. Os europeus apenas afirmaram que algumas medidas já foram tomadas para adequar seu sistema às regras da OMC e que outras decisões serão tomadas ainda neste mês. O representante da União Européia lembrou, entretanto, que a reforma do sistema açucareiro, que existe há 40 anos, está sendo "dolorosa". Para o Brasil, a explicação européia foi "insuficiente". O

CSR deve investir no País

A

companhia australiana CSR estuda aumentar seus investimentos no exterior em açúcar e o Brasil é o alvo mais provável,

FAZENDA O secretário de Acompanhamento Econômico, Helcio Tokeshi, pediu demissão ontem.

DESIGUALDADE De acordo com o Ipea, índices de desigualdade no País caíram 30% entre 2001 e 2004.

A

linha de montagem da Volkswagen do Brasil, planta de Tatuapé, interior de São Paulo (foto), iniciou a produção do Gol da Copa, com 150 unidades ao dia, em um total previsto de 16 mil veículos até o final da competição. Se o Brasil for o campeão, o modelo será intitulado Gol Hexa. A Volkswagen também informou que, a partir desta semana, o Gol será equipado com sistema de monitoramento. O modelo já sai da fábrica com o rastreador, sem custo

adicional ao preço final do produto. Mas, por enquanto, o carro será vendido apenas na Grande São Paulo. Segundo a Volks, o que a

motivou oferecer esse sistema também para o Gol – ele já existe nos modelos Golf, Parati e Saveiro – foi a redução no valor do seguro em até 40%. (Agências)

BANCOS

BIODIESEL

TELEFONIA

O

A TÉ LOGO

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BR Distribuidora pretende ter 500 postos com biodiesel até julho. Atualmente, o combustível só é vendido em três postos, todos no Pará. A partir de hoje, o combustível começa a chegar em outros estados, com o plano inicial de atender 22 pontos esta semana. O preço deve ser o mesmo do óleo diesel derivado do petróleo. (AE)

A

diferença entre a participação de mercado da TIM e a da Vivo, pela primeira vez, passou a ser de apenas um dígito. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o intervalo entre elas é de 9,77 pontos percentuais. O grupo ibérico possui 33,35% da base nacional e o grupo italiano detém 23,58% dos assinantes móveis. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Brasil pode substituir gás natural por álcool e reduzir dependência da Bolívia

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Presidentes Morales e Chávez criam empresa de mineração

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Agricultura Familiar (Fetraf) bloquearam ontem o tráfego na BR-116 próximo ao trevo de acesso a São Lourenço do Sul, no Rio Grande do Sul. Eles reivindicavam a renegociação de dívidas e o asfaltamento de uma rodovia da região. Nos últimos dias, vários protestos semelhantes pararam outras estradas.

Ó RBITA

da demanda por álcool combustível e a quebra de safra em produtores mundiais importantes. Também atuante nos setores da construção civil e metais, a CSR informou ontem que seu lucro líquido no ano fiscal terminado em março caiu 4,4%, para 305 milhões de dólares australianos, ante 318 milhões no ano anterior (US$ 1 = AS$ 0,75). (AE)

GOL DA COPA EM PRODUÇÃO

horário de atendimento ao público das agências bancárias pode ficar mais curto nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo. Nesses dias, os bancos poderão funcionar só por 4 horas e não precisarão observar a obrigatoriedade de ficar abertos entre 12 horas e 15 horas, de acordo com o Banco Central. (AE)

MAIS PROTESTOS DE AGRICULTORES – Integrantes da Federação de Trabalhadores da

afirmou ontem o chefeexecutivo da empresa Alec Brennan. Ele disse que o País, maior produtor mundial, tem muito espaço para aumentar a oferta. A companhia considera que o cenário de preços para o produto é muito favorável e cita uma série de fatores que corroboram tal posição. Entre eles está a redução das exportações da União Européia (UE), o aumento

Lucas Lacaz Ruiz/AE

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Brasil prepara retaliações de cerca de US$ 500 milhões contra Europa se Bruxelas não reformar seus subsídios ao açúcar. O prazo determinado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) para que os europeus corrijam seu mecanismo de apoio à produção termina na semana que vem. Mas ontem, em Genebra, o Brasil denunciou a Europa por não ter conseguido explicar o que fará para retirar os subsídios ilegais. "A Comissão Européia teve mais de um ano para implementar a decisão da OMC que julgou a ilegalidade das exportações de açúcar", afirmou um diplomata brasileiro durante a reunião da OMC, ontem, em Genebra. A entidade havia dado razão ao Brasil, Austrália e Tailândia ao condenar os subsídios europeus ao açúcar. Em abril de 2005 a organização do comércio decidiu que os subsídios pagos pela UE são ilegais porque deprimem os preços do produto no mercado internacional e tornam impossível a competição de outros países. A OMC, então, estipulou a data de 22 de maio para que Bruxelas reformasse seu sistema. Pela lei, os europeus podem exportar até 1,2 milhão de toneladas de açúcar subsidiado. O Brasil conseguiu provar que os europeus colocavam, todos os anos no mercado, mais de 4 milhões de toneladas de

Banco HSBC decide reduzir compra de títulos soberanos brasileiros


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quinta-feira, 18 de maio de 2006

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Política

É impressionante: a cobertura da eleição presidencial no Brasil, é fofoca, é intriga, não tem substância e conteúdo. Geraldo Alckmin

JOSÉ AGRIPINO OU JOSÉ JORGE? A CAMPANHA DE ALCKMIN DEVE MUDAR? E O VICE DE LULA, QUEM SERÁ?

PFL INDICA HOJE O VICE DE ALCKMIN

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PFL escolhe hoje, por voto secreto, o nome para ser o vice na chapa de Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Os dois postulantes - José Agripino (RN) e José Jorge (PE) - são engenheiros e senadores do PFL com padrinhos poderosos. Nas avaliações de bastidores, no entanto, o favorito é o pernambucano, que venceu o adversário na consulta aberta feita pelo presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC). Entre 94 eleitores (governadores, vice-governadores, prefeitos de capital e membros da executiva nacional sem mandato eletivo), o grupo de José Jorge crê numa vantagem de 19 votos sobre o adversário. Os partidários de Agripino, sustentado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (BA) e a preferência discreta da cúpula do PSDB e do próprio Alckmin, acredita que o resultado é imprevisível. Mas reconhece que seu adversário conta com o apoio do senador Bornhausen, presidente do partido, e também do senador Marco Maciel (PE), dos prefeitos do Rio, César Maia, e de São Paulo, Gilberto Kassab, e do governador Cláudio Lembo (SP). Ainda assim, apostam que o voto secreto abre espaço para Agripino, porque deixa os eleitores à vontade para se manifestar, independentemente da pressão dos caciques. Nos bastidoresdoPFL, porém, o combate será travado entre Bornhausen e ACM.

Valéria Gonçalvez/AE

AGRIPINO DIZ O QUE PRETENDE COMO VICE

JOSÉ JORGE EXPLICA POR QUE É O MELHOR

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epois de 16 anos de mandato de deputado federal e oito de senador, interrompidos apenas no ano e meio em que passou à frente do Ministério de Minas e Energia, no governo passado, o senador José Jorge Vasconcelos Lima, 61 anos, espera fechar com chave de ouro sua carreira parlamentar. Ele espera vencer a disputa, certo de que um vice pernambucano será de grande valia para Alckmin na campanha.

Lula Marques/Folha Imagem -15/05/2006

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om a experiência de três mandatos de senador, dois de governador do Rio Grande do Norte e mais de três anos na liderança do PFL no Senado, José Agripino Maia enfrenta a disputa pouco antes de completar 61 anos, em 23 de maio. Acredita que será o escolhido e se propõe a ser o fiador dos compromissos que o candidato Alckmin assumir com sua região. Como um vice nordestino pode fazer Alckmin deslanchar? Além da formulação de uma política abrangente para a região, o vice nordestino pode ser o arauto dos compromissos do candidato com cada Estado da região, sem perder a visão nacional dos problemas. Por que o senhor é uma boa opção para vice? Ao longo de três anos de liderança de oposição no Senado, a cara do PFL, de oposição consciente e combativa, ficou muito identificada comigo. Creio que isso ajudará a estabelecer o contraponto entre Alckmin e Lula na campanha. O Estado de origem do vice – Pernambuco ou Rio Grande do Norte – tem peso na campanha? Depende da visibilidade do vice. Ser de um Estado ou de outro, o que faz a diferença é como ele é visto pelo Nordeste e pelo País. A disputa com o senador José Jorge deixará seqüelas? Não, porque há um compromisso prévio, meu e dele, de o escolhido ter o apoio do outro, sem restrições.

Geraldo Alckmin em visita ao 13ª Agrishow, em Ribeirão Preto (SP)

Adriano Machado/AE- 08/05/2006

Mas a briga pela vice reascendeu a disputa entre ACM, que lhe apóia, e Bornhausen, que quer o seu adversário? Essa dicotomia eu não aceito nem admito. Apresento-me como fundador do PFL, líder no Senado escolhido por unanimidade e um político que é identificado como aglutinador de correntes. (AE)

Com Lula batendo Alckmin nas pesquisas no Nordeste, qual o peso de um vice nordestino? Lula tem vantagem grande no Nordeste porque é a quinta vez que disputa a Presidência e a população local, por causa do baixo nível de escolaridade, demora mais a conhecer novos candidatos. Mas, no momento em que Alckmin for identificado com nosso grupo político, que é muito forte em Pernambuco, a tendência é ele encostar em Lula. Ser pernambucano lhe dá vantagem sobre o adversário potiguar? Pernambuco é um Estado com maior peso político e eleitoral. Tem mais que o dobro de eleitores do que o Rio Grande do Norte. Lá, a aliança com o PSDB é mais clara, com a vantagem de o PFL comandar a chapa para o governo, com um vice tucano. No Rio Grande do Norte, o candidato a governador não será da aliança, mas do PMDB. A disputa, que inclui ACM e Bornhausen, ameaça a unidade do PFL? De jeito algum. Eu e Agripino somos amigos, e eu concordei com esta segunda consulta, por uma sugestão dele. Além disso, até agora não houve trauma algum entre Bornhausen e o senador Antônio Carlos. Com a escolha do vice, a disputa acaba. Seus adversários alegam que o senhor foi ministro durante o apagão. Afirmativa é falsa. Assumi o ministério em março de 2001 e, em maio, tivemos de fazer o racionamento. O que fiz foi administrar a crise. (AE)

TRIUNVIRATO TUCANO SE REÚNE EM NY

O

coordenador da campanha do exgovernador de São Paulo, Geraldo Alckmin, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), negou que esteja marcado para hoje um encontro do triunvirato tucano – formado por Tasso Jereissati, Fernando Henrique Cardoso e o governador mineiro, Aécio Neves – com o candidato ao governo paulista José Serra, em Nova York. A reunião seria para rever o rumo tomado pela campanha presidencial tucana. Segundo Guerra, houve uma coincidência de agendas e o encontro será informal, mas, logicamente, política e

campanhas eleitorais estarão entre os temas que devem ser debatidos pelos principais líderes do tucanato. "Seria um contra-senso marcar uma reunião em Nova York para discutir a campanha no Brasil. O que aconteceu foi que, coincidentemente, eles estão nos Estados Unidos e resolveram se encontrar. Obviamente que política e campanha serão discutidas, mas isso eles já fazem diariamente", esclareceu Guerra. Aécio critica– Ontem, nos Estados Unidos, Aécio Neves voltou a cobrar uma correção de rumo no projeto do PSDB de retornar ao poder. O senador Guerra, que conversa

constantemente com Aécio, minimizou as declarações dadas pelo governador de Minas Gerais. Disse apenas que as palavras dele demonstram o desejo de se empenhar "ao máximo" na campanha presidencial. "As declarações do governador foram no sentido de contribuir, construir. O governador tem contribuído muito e vai continuar." Para Guerra, a ansiedade dentro do partido com relação a campanha mostra uma disposição geral de participar efetivamente da corrida presidencial. "No âmbito da campanha, estamos criando um modelo que abrigue todas essas contribuições, mas isso

ainda será definido. O certo é que há uma vontade geral de contribuir", finalizou. Alckmin rebate– Ao ser questionado sobre o assunto, Geraldo Alckmin, que estava em Ribeirão Preto (SP), descartou mudanças em sua campanha. "Não tem nenhuma alteração, eu estive com o Aécio e vocês mudam as palavras das pessoas", disse o exgovernador de São Paulo, para em seguida ampliar as críticas à imprensa. "É impressionante: a cobertura da eleição presidencial no Brasil, é fofoca, é intriga, não tem substância e conteúdo", completou Alckmin. Ele reafirmou que está "absoluta-

mente zen" e disse não ter dúvidas de que "o Brasil vai mudar", caso seja eleito. O vereador José Aníbal (SP), um dos coordenadores da campanha de Geraldo Alckmin, procurou desviar do assunto. Disse que está "bem adiantado" o entendimento com o PFL para contar com um nome da legenda na vaga de vice . E nem sequer comentou os rumores sobre mudanças no curso da campanha. Aníbal criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que faz "pouca coisa a mais que campanha", em sua avaliação. A crise de segurança pública motivou outra crítica ao Planalto. Aníbal afirmou

PMDB", conclui Berzoini. Cortes – O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, publicou, na edição de ontem do Diário Oficial do Estado, o Decreto nº 12 105, com a demissão de 1.800 funcionários comissionados e a redução de salários do governador, do vice e dos secretários. A medida faz parte de um pacote onde tam-

bém estão incluídas decisões para diminuir gastos com combustíveis, diárias de viagens, material de escritório e de limpeza. A partir do próximo mês, os salários do governador, do vice e dos secretários ficam reduzidos em 22%. Desde o início do mês passado, Zeca do PT vem afirmando que adotaria uma "economia de guerra", alegando que somente

q u e o g o v e r n o p ro m e t e u construir três presídios de segurança máxima e não fez nenhum. O vereador defendeu a "coerência" com que o governo de São Paulo realiza investimentos no setor, citando que estão orçados R$ 10 bilhões para 2006. Para Aníbal, o governo federal deveria ter um ação forte nesta área. Ele avaliou que o problema chegou a um estágio que exige medidas da União – embora esteja entre as atribuições dos Estados. "Quem vigia as fronteiras?", questionou Aníbal, que discursou na Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul . (Agências)

Adriano Machado/AE

UM NOVO 'L' PARA A CAMPANHA DE LULA O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não confirmou sua candidatura nem tampouco definiu quem será seu vice na chapa da reeleição, mas já tem um aliado que promete alavancar sua campanha política. Aproveitando a onda da Copa do Mundo, Milani o publicitário paranaense Mário Milani criou um decalque em verde e amarelo que repete o gestual do "Lula-lá" e que traz a inscrição "Lula presidente". Criador do gestual da mão semi fechada que forma um "L", e que ao longo de quatro campanhas de Lula foi repetido por multidões – sendo depois copiado por políticos como Fidel Castro (Cuba) e Hugo Chávez (Venezuela) – Milani diz que chegou o momento de o PT voltar às suas origens, segundo ele,

perdidas em 2002, pelas mãos de Duda Mendonça. "Duda vendeu Lula como se fosse um sabonete", afirma ele. "Como não posso vender sabonetes, resolvi vender a ética". O publicitário pretende espalhar as figuras entre os petistas, embora saiba que no momento a propaganda política é ilegal. Vice – O presidente do PT e coordenador da campanha de Lula, deputado Ricardo Berzoini (SP) afirmou que o presidente negocia três hipóteses para a escolha de seu candidato a vice, na tentativa de obter a reeleição. "Pode ser o atual vice, José Alencar, o ex-ministro Ciro Gomes ou alguém do PMDB", disse Berzoini. "Não temos pressa nessa definição porque a escolha do vice deve ser bem planejada e obedecer a vários critérios, como questões regionais."

Milano e o novo decalque para Lula

Berzoini fez uma análise sobre as possibilidades de escolha do candidato a vice de Lula. "O primeiro candidato é o vice José Alencar. Ele tem a prioridade", afirmou. Caso Alencar não queira continuar na chapa de Lula, existem outras as duas alternativas. "O nome do ministro Ciro Gomes é muito bom, mas depende da vontade dele. E ele quer ser candidato a deputado federal porque acha que puxará votos e ajudará o PSB a vencer a cláusula de barreira (5% dos votos no País para deputado federal, com 2% em pelo menos 9 Estados). "Queremos ainda ter o PMDB na chapa. Se sair um acordo, o vice pode ser do

os efeitos da descoberta dos focos da febre aftosa no extremo sul do Estado fizeram a arrecadação cair R$ 100 milhões este ano. "Minha prioridade é pagar em dia os salários dos servidores e garantir o Bolsa Escola e o Segurança Alimentar para 80 mil famílias beneficiadas. Adotei uma economia de guerra para entregar o Estado com as contas em dia", afirmou. (Agências)


quinta-feira, 18 de maio de 2006

A

s vendas do comércio varejista cresceram 3,01% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a fevereiro houve recuo de 0,10%, que o instituto interpreta como "estabilidade no ritmo dos negócios do varejo". De qualquer forma, as vendas no comércio acumulam alta de 5,04% no primeiro trimestre em comparação a igual período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 4,73% até março. De acordo com o IBGE, houve ainda resultados positivos no desempenho da receita de vendas do comércio. Na comparação com março de 2005, a receita nominal subiu 5,68% em março deste ano. No acumulado do primeiro trimestre, houve expansão de 7,78% ante igual período do ano passado. Na avaliação do economista do IBGE Reinaldo Silva Pereira as vendas no comércio varejista continuam em trajetória positiva beneficiadas pela melhor oferta de crédito e aumentos no nível de renda e no patamar de emprego – o que conduz a uma expansão no poder aquisitivo da população. Segundo Pereira, a queda de 0,10% no volume de negócios do comércio em março ante fevereiro, por ser tão próxima de zero, representa mais uma "estabilidade" do que uma retração no setor. "Tivemos no ano de 2003 uma recuperação nas vendas do varejo, que prosseguiu (durante os anos de 2004 e 2005). No ano passado tivemos um resultado muito bom. A alta de 3,01% em março (ante março de 2005) é a 28ª elevação nesse tipo de comparação."

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Não ocorreu esgotamento da procura por crédito com o aumento do endividamento da população. Nilo Macedo, do IBGE

PRIMEIRO TRIMESTRE DE BOAS VENDAS

OFERTA DE CRÉDITO AINDA FAVORECE VENDAS NO VAREJO Segundo o IBGE, vendas em março cresceram 3,01% em relação ao mesmo mês do ano passado Emiliano Capazoli/LUZ

A alta de 3,01% no mês de março (ante março do ano passado) é a 28ª elevação nesse tipo de comparação. Reinaldo Silva Pereira, economista do IBGE Já o economista do IBGE Nilo Macedo considerou que a melhora na oferta de crédito não é um fenômeno novo e esteve presente durante todo o ano de 2005, puxando para cima as vendas do comércio. "Na minha avaliação, poderia ter ocorrido um esgotamento dessa procura por crédito com o aumento do endividamento (da população). Mas esse esgotamento não ocorreu", disse, observando que a continuidade na queda da taxa básica de juros, a Selic, nos últimos meses, contribuiu para manter atraente a oferta de crédito aos olhos do consumidor. Destaques – O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e bebidas foi um dos destaques nas vendas do comércio varejista, nos resultados de março e do primeiro trimestre. Segundo o

IBGE, as vendas no setor registraram aumentos de 0,70% em março ante fevereiro; de 3,51% em março ante igual mês em 2005; de 5,19% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual trimestre no ano passado; e de 2,99% no acumulado de 12 meses, até março. "O setor de hipermercados é muito sensível ao aumento de renda", disse Pereira, acrescentando que o IBGE tem registrado elevações no nível de renda, como também redução no desemprego – o que leva ao aumento no poder de compra

do consumidor. "Além disso, o setor também começa a aceitar vendas a crédito", disse. Na comparação com março do ano passado, o IBGE registrou em março deste ano aumentos de vendas em seis das oito atividades pesquisadas. Além de hipermercados, é o caso de móveis e eletrodomésticos (11,03%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (30,90%); outros artigos de uso pessoal (3,80%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméti-

cos (4%) e tecidos, vestuário e calçados (0,84%). As quedas no volume de vendas, na mesma comparação, foram verificadas em livros, jornais, revistas e papelaria (-0,06%) e combustíveis e lubrificantes (-9,26%). O indicador de média móvel trimestral, usado para mensurar tendências, mostrou sinais de crescimento em março, segundo Pereira. Para o economista, o primeiro trimestre deste ano foi melhor para o comércio do que o quarto trimestre de 2005. O economista Nilo Macedo foi surpreendido pelo

resultado. "Pessoalmente, eu não esperava um primeiro trimestre tão bom", disse. Violência – Mas, a recente onda de ataques e violência em São Paulo, nos últimos dias, poderá afetar negativamente os resultados de vendas do comércio varejista do mês de maio, de acordo com Pereira e Nilo Macedo. Eles admitiram que os acontecimentos poderão influenciar a pesquisa, visto que a onda de ataques provocou o fechamento de grandes áreas de comércio durante algum tempo. Além disso, eles lembraram que São Paulo é a localidade de maior peso na formação da pesquisa de indicadores de varejo. "Pode aparecer sim na pesquisa", disse Macedo, considerando que, se o comércio é fechado por algum tempo, "isso afeta a receita bruta (de vendas)." Câmbio – Já a valorização do real frente ao dólar tem influenciado positivamente os resultados de vendas de alguns setores do varejo, que são intensivos no uso de importados. De acordo com Pereira, com o dólar baixo, o custo dos produtos diminuiu, puxando para baixo os preços das mercadorias em determinados setores, aumentando o apetite do consumidor pela compra. Segundo o economista, em março deste ano, houve altas expressivas nas vendas varejistas de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (30,90%, em relação a março do ano passado). Esse setor abrange, por exemplo, aparelhos celulares. Além deste setor, houve aumento de 3,80% no volume de vendas em outros artigos de uso pessoal e doméstico, também influenciado pela valorização cambial. (AE)


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Senado Planalto CPI dos Bingos Eleições

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

DANTAS DIZ QUE NÃO QUER SER AMEAÇA AO PLANALTO

Seria uma insanidade passar essas contas. A Veja está em guerra com o governo e quer me usar como bucha. Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity

BANQUEIRO QUER FALAR NA CPI DOS BINGOS. PF COMEÇA A INVESTIGAR. Roosewelt Pinheiro/ABr/09-2005

A força da TV

DANTAS TEME QUE PF SEJA USADA CONTRA ELE

D

aniel Dantas, o todo-poderoso banqueiro do Opport u n i t y, t e m e s e r preso pela Polícia Federal. Mas não quer silenciar. Ontem, ele reafirmou a disposição de depor na CPI dos Bingos, desde que a sessão seja secreta –a comissão adiou pela segunda vez ontem a reunião que votaria a convocação do banqueiro. "Eu tenho a informação de que o governo quer utilizar a Polícia Federal como instrumento. Ainda que não tenha qualquer amparo legal, eles querem botar o cachorro para morder", disse Dantas, em conversa em sua mansão, na Península dos Ministros, no Lago Sul de Brasília. Na sua avaliação, a ameaça seria uma forma de pressioná-lo a recuar na queda-debraço com os fundos de pensão que participam da administração da Brasil Telecom. Parece que a pressão está dando certo. Ao contrário do que muitos oposicionistas podem imaginar, Dantas não pretende transformar a CPI em trincheira para disparar contra o governo. O banqueiro tenta se reapresentar não mais como ameaça ao Planalto. Depoimento – Em seu contorcionismo, Dantas deseja falar para os parlamentares sobre o processo por quebra fiduciária a que responde em Nova York em sessão secreta, para não correr o risco de ter a situação agravada por quebra de

confidencialidade. Ele está impedido pela Justiça americana de discutir publicamente os detalhes da ação. "Talvez seja melhor falar em sessão secreta. Mas CPI tem o risco de criar novos problemas", diz. Ontem, o banqueiro passou o dia recebendo interlocutores com trânsito no governo para explicar que não foi ele quem passou para a revista Veja informações sobre supostas contas bancárias da cúpula do PT e do presidente Lula no exterior. Foi além. Dantas, o homem que contratou o espião Frank Holder, da Kroll, para investigar os petistas, admitiu que os supostos documentos podem não ser verdadeiros e desconfia até dos valores registrados nas contas. "Seria uma insanidade passar essas contas. A Ve j a está em guerra com o governo e quer me usar como bucha." Violação – Para Dantas, ainda que ele tivesse repassado informações sobre as contas, em seus cálculo não haveria crime. Alega que, até no caso de as contas terem sido inventadas ou criadas por alguém, o fato de ter manuseado não constituiria crime. Argumenta ainda que, na hipótese de as contas serem legais, o crime de quebra de sigilo dependeria da legislação em vigor nos países onde houve a violação. Dantas, porém, confirma basicamente boa parte do conteúdo da reportagem da revista. Ele contou, por exemplo, que o ex-

Eymar Mascaro

A

cúpula do PT foi aconselhada a não usar as imagens dos distúrbios que ocorreram em São Paulo, no seu programa de televisão que vai ao ar na segunda-feira. As imagens poderiam atrair uma reação desfavorável ao partido devido ao luto de familiares que tiveram mortos no confronto com o crime organizado. O PT deve usar as imagens somente na campanha gratuita de televisão, embora o presidente Lula também tenha saído arranhado dos episódios. Mas, o partido quer explorar a deficiência da política de segurança em São Paulo, cujo modelo foi implantado no estado pelo exgovernador Mário Covas. O PT pretende fazer sua campanha denunciando a massa de desempregados que diz ter herdado do governo FHC e a deficiência da política de segurança. O PSDB já se está se preparando para rechaçar as acusações e incluir Lula no rol dos culpados pelos distúrbios.

Dantas nega ter repassado para a revista 'Veja' lista comprometedora

tesoureiro petista Delúbio Soares procurou Carlos Rodenburg, um dos sócios do Opportunity, para pedir ajuda financeira da ordem de US$ 50 milhões para cobrir déficit do PT. Segundo ele, o dinheiro não teria sido doado. "Mas eu não sei se ele chegaram a qualquer acordo com o Citi (Citibank)." Investigação – A área de Inteligência da Polícia Federal começou a fazer uma varredura no sistema financeiro brasileiro e internacional para ver se descobre contas bancárias em paraísos fiscais em nome das autoridades brasileiras que teriam sido citadas pelo banqueiro. Entre essas autoridades, estariam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o ex-ministro An-

tonio Palocci, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) e o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda. Todos eles negam a acusação e anunciaram que vão processar o banqueiro e a revista. As primeiras investigações não encontraram nenhuma conta em nome dos acusados, mas a PF não descarta a possibilidade de vir a encontrar alguma, seja em nome de homônimo ou aberta dolosamente por alguém interessado em incriminar essas autoridades. Daniel Dantas será intimado a depor na próxima semana e, se a suspeita da PF ficar comprovada, ele pode sair do depoimento indiciado por falsidade ideológica, crime contra a honra e outras tipificações que estão sendo analisadas. (Agências)

NADA MUDA

ATAQUE

Apesar dos acontecimentos, o governador Cláudio Lembo garante que não mudará sua equipe que atua na área de segurança pública. Lembo, portanto, não vai substituir os secretários Saulo de Castro (Segurança) e Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária).

Mais cauteloso após os acontecimentos em São Paulo, Alckmin vai intensificar a campanha nas regiões em que Lula leva vantagem, como, por exemplo, o Nordeste. É por isso que o vice de Alckmin será da região: José Agripino (RN) ou José Jorge (PE). A escolha do vice deve ser anunciada hoje.

DESGASTE

PREFERÊNCIA

Os tucanos estão convencidos de que serão alvos da campanha petista. Admitem que as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) devem repercutir também na campanha de seus candidatos a presidente (Geraldo Alckmin) e ao governo do Estado (José Serra).

Até ontem, a preferência de parte da cúpula do PFL era pela escolha de José Jorge, que teria a preferência de Jorge Bornhausen, do senador Marco Maciel e do líder do partido na Câmara, deputado Rodrigo Maia, além do governador Cláudio Lembo.

VERBAS

Além do Nordeste, Alckmin vai concentrar sua campanha também em áreas igualmente importantes do ponto de vista eleitoral, como São Paulo e Minas. Somente em São Paulo se concentram 25 milhões de um total de 125 milhões de eleitores no País. Detalhe: Minas é o 2º maior colégio eleitoral.

Mas, o PSDB não quer se sacrificar sozinho e vai lembrar que também o presidente Lula é culpado de tudo. Os tucanos vão denunciar, por exemplo, que o governo federal cortou parte das verbas destinadas aos governos estaduais para aplicação na área de segurança.

ALIANÇAS

Antonio Cruz/ABr

GUADAGNIN CNBB PEDE CONDENADA RENOVAÇÃO A PAGAR R$ 1 MI DO CONGRESSO

PMDB QUER SIMON PARA A PRESIDÊNCIA

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) condenou ontem a deputada Ângela Guadagnin (PTSP), dançarina da pizza no Congresso, ao pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão e ao ressarcimento de R$ 8, 91 milhões – valor referente a maio de 1996 – ao Tesouro municipal de São José dos Campos, interior paulista. O TCE concluiu que Ângela, exprefeita de São José (19931996), praticou irregularidades em processos de desapropriação de áreas da Tecelagem Parahyba S.A. e da Fazenda São José Agropecuária Ltda – 6 glebas por R$ 19, 5 milhões. A assessoria técnica do TCE demonstrou que o preço do metro quadrado constante do laudo encomendado pela prefeitura foi 199% acima do preço calculado por um engenheiro independente e 164% superior ao obtido na perícia contratada pela Câmara. O prejuízo do erário teria chegado ao montante de R$ 13, 14 milhões. (AE)

Um grupo de peemedebistas passou o dia reunido com o senador Pedro Simon (RS) discutindo o possível lançamento de sua candidatura à Presidência, que teria como vice o ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Na convenção do PMDB realizada no dia 13, no entanto, a tese da candidatura própria foi derrubada. Participaram desse encontro o presidente do partido, Michel Temer, e os deputados federais Cezar Schirmer (RS), Moreira Franco (RJ), Eduardo Cunha (RJ) e Fernando Diniz (MG), que é presidente do diretório do PMDB mineiro. Também estava no encontro o ex-deputado e vereador Ibsen Pinheiro. (AOG)

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Geraldo Majella Agnelo, disse que o Congresso Nacional precisa ser "bem renovado, sem dúvida alguma" e criticou "tudo o que não é ganho com seu suor", inclusive políticas assistencialistas. "A hora é do cidadão. A sociedade precisa assumir esse papel", acrescentou o secretário-geral da CNBB, dom Odilo Pedro Scherer. A CNBB encerrou ontem a 44ª Assembléia Geral, em Itaici, Indaiatuba. A corrupção foi um dos assuntos mais comentados durante o evento. Os bispos condenaram políticos oportunistas, que atuam em benefício próprio, e a busca "do poder pelo poder". Lamentaram a pizza do mensalão e convocaram os eleitores a escolher muito bem seus candidatos. "É preciso ver os que estão aí. O que eles fizeram? Agiram corretamente? Quem foram os corruptores e os corrompidos?", defendeu d. Geraldo. (AE)

CCJ aprova Carmem Lúcia para STF

SUPREMO TERÁ MAIS UMA MULHER A Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) aprovou ontem, por unanimidade dos 23 votos, a indicação da procuradora Carmem Lúcia Antunes Rocha para o Supremo Tribunal Federal (STF). Seu nome ia ser referendado pelo plenário ontem mesmo, mas a votação da indicação da procuradora foi adiada para a próxima sessão deliberativa, que deve ser hoje, porque a pauta foi bloqueada. A causa foi o debate entre governistas e oposição sobre a crise da segurança pública em São Paulo. Carmem Lúcia será a segunda mulher a ocupar uma vaga no STF. O expresidente Itamar Franco foi quem sugeriu seu nome ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Carmem Lúcia comentou a proposta de emenda constitucional que propõe que decisões liminares do STF só possam ser expedidas pelo plenário do tribunal e não por só um ministro. "É mais cômodo que todos os ministros decidam. Mas, em algumas ocasiões, não há condição de reunião imediata", disse.

DEPUTADO ACUSADO DE ASSASSINATO O deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) será indiciado hoje pela Polícia Civil de Alagoas, acusado de envolvimento na morte do líder comunitário e funcionário público Edivaldo Guilherme da Silva, de 47 anos, conhecido como "Baré Cola", que trabalhava como assessor político do também deputado estadual Dudu Albuquerque (PSB). A informação é do delegado Arnaldo Soares de Carvalho, titular do 3º Distrito Policial e presidente do inquérito. Foram indiciados os policiais civis Everaldo Verçosa, Gilvan Fontes e Ivanildo Barbosa. O deputado teria encomendado o assassinato a policiais civis. (AE)

ATENÇÃO

REFLEXO Os partidos acham que a onda de violência que explodiu em São Paulo pode refletir nas próximas pesquisas. O PT espera que Lula diminua a diferença em relação a Alckmin em São Paulo. Detalhe: a última pesquisa Ibope revelou que Alckmin estava 10 pontos percentuais na frente de Lula no Estado.

REAÇÃO Alckmin promete que recuperará os pontos eventualmente perdidos quando chegar a campanha gratuita na televisão. O tucano admite que no debate direto com Lula pode levar vantagem porque seu governo, em São Paulo, tem o que exibir ao eleitor. Por enquanto, Lula leva vantagem sobre Alckmin nas pesquisas.

IMAGEM Pesquisa Datafolha divulgada ontem revela que o paulistano culpa não só o ex-governador Geraldo Alckmin, mas responsabiliza também o presidente Lula. Para 55%, por exemplo, o maior culpado pelos acontecimentos é o judiciário, mas cerca de 40% responsabilizam também Lula e Alckmin.

PT e PSDB estão à espera das escolhas dos vices de Lula e Alckmin para dar seqüência à política de coligações. Os dois partidos estão de olho sobretudo no PMDB, mas os peemedebistas querem se manter neutros para terem liberdade de amarrar diferentes alianças nos estados.

ACORDO O PSDB que costurar, já, uma aliança com o PMDB no segundo turno. Também o PT costura um acordo com os peemedebistas. Lula chegou a oferecer a vice na sua chapa a um peemedebista, de preferência o ex-ministro Nelson Jobim. Falou-se também nos nomes de Michel Temer e Itamar Franco.

PULE DE DEZ Ciro Gomes e José Alencar são os mais cotados para ser o vice de Lula. Filiado ao PSB, Ciro é o primeiro da lista do petista e Alencar (PRB) é a opção seguinte. Ciro Gomes foi duas vezes governador no Ceará e pode ajudar a campanha de Lula naquela região do Nordeste.

CANDIDATURA O PSDB não terá o apoio do PDT, como pretende, no primeiro turno. Os pedetistas já decidiram que terão candidato próprio, que deve ser o senador Cristovam Buarque (DF). Portanto, o PDT só faria acordo com um dos candidatos ( Lula ou Alckmin) no segundo turno.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

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UM LUXO SO A

concentração de renda no Brasil faz poucas pessoas terem acesso ao luxo. Mas isso não significa que esse mercado seja pequeno ou pouco rentável. Trata-se de um segmento que cresce a cada ano. Por esse motivo, empresários e especialistas no tema se reuniram ontem em seminário em São Paulo para discutir o consumo de luxo. "Temos que desmistificar o luxo. Estamos falando de uma questão emocional, não é possível fazer limitações de produtos ou segmentos", disse o organizador da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, que completou: "Se uma pessoa não pode comprar um terno da Dior, adquire um perfume da marca. Por isso cada grife tem que oferecer um mix completo de itens." Segundo ele, São Paulo concentra 75% do mercado de luxo do Brasil. Se o segmento é rentável no mercado interno, as grifes nacionais ainda engatinham lá fora. Segundo Borges, o País não tem como competir com as grandes grifes, no exterior, por falta de investimento das empresas. Muitas marcas, como a Osklen, Rosa Chá, Isabela Capeto, estão exportando. Mas estabelecer uma cultura de mercado é um longo trabalho. "Como ser competitivo, com o câmbio que temos, além dos juros e altos encargos trabalhistas?", questionou. Já o coordenador da reestruturação da Daslu, Raul Rosen-

Esperamos triplicar o faturamento até 2010. Silvia Gambin, diretora da L'Occitane do Brasil

TRÊS FAZEM PROPOSTA DE EMPRÉSTIMO PELA VARIG

O faturamento do consumo de luxo cresce a cada ano e já corresponde a 3% do PIB brasileiro. São Paulo concentra 75% do mercado.

Paulo Pampolin/Digna Imagem - 20/08/2004

thal, disse que é possível sim, fazer sucesso lá fora. Ele afirmou que o total de exportações de produtos da marca Daslu, fabricados no Brasil, vai passar de US$ 3,5 milhões em 2005 para US$ 8 milhões este ano. "Vendemos para 90 lojas em 30 países. Não competimos com grandes estabelecimentos. Mas oferecemos o charme e o glamour do brasileiro." Sem reflexo – Embora a Daslu esteja envolvida em processo de investigação da Polícia Federal por sonegação fiscal, o faturamento da marca cresceu 55% no acumulado deste ano em relação ao mesmo período de 2005 no mercado interno. E Rosenthal deixa escapar que a expansão está nos planos: "Estamos negociando a abertura de dois novos pontos de venda fora de São Paulo." A diretora da L'Occitane do Brasil, Silvia Gambin, uma uruguaia há 22 anos no País, destacou a boa vontade e o sorriso dos brasileiros para o sucesso dos negócios. "As pessoas têm prazer ao servir, os vendedores são solícitos." Silvia prevê que a empresa triplique o faturamento até 2010. "Vamos dar ênfase à divulgação dos produtos e aumentar os pontos de venda dos atuais 19 para 60", afirmou. Para a empresária, o País, apesar de ter um enorme potencial de crescimento para esse segmento de consumo, não oferece condições positivas para o empreendedor: "Os impostos que incidem sobre cada produto

Sinônimo de luxo: Jaguar e Emporio Armani, na Rua Haddock Lobo, endereço que concentra as principais grifes internacionais no País Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

variam entre 40% e 60%." Balanço – Segundo o diretor do MBA de Gestão de Luxo da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Silvio Passarelli, o mercado de luxo corresponde a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De acordo com o professor, um consumidor freqüente dos produtos chamados de "luxo" tem uma renda mensal de aproximadamente R$ 25 mil. Neide Martingo

Raul Rosenthal, da Daslu: exportações de US$ 3,5 milhões em 2005

Produto pirata é o pior concorrente do setor

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pirataria é um dos grandes problemas das grifes de luxo. Embora os consumidores sejam diferentes, o produto falsificado "arranha" a imagem da marca, o que implica em prejuízo ao mercado. O diretor do MBA de Gestão de Luxo da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Silvio Passarelli, descreveu alguns "tipos" de personalidade de quem compra produtos piratas.

G Inseguro: compulsivo, sofre com a baixa autoestima. Queria ter o original, mas se contenta com o falso. G Esperto: acha que está "ganhando" porque todos pagaram mais caro pelo produto original, enquanto ele conseguiu o item, "aparentemente igual", por um preço irrisório. G Ególatra: pensa que, se usar o produto falsificado, todos vão achar que é verdadeiro, já que é "ele" quem está usando. (NM)

Paulo Borges (alto); Arthur Vasconcelos, Amcham (centro), e Silvio Passareli, da FAAP (acima)

BNDES tem três propostas para Varig Mas há outras empresas interessadas apenas em participar do leilão

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu três propostas de investidores, candidatos à obtenção do empréstimo-ponte para capitalização da Varig até o leilão, programado para ocorrer em julho. A informação foi dada pela assessoria da instituição, após o encerramento do prazo para entrega de propostas, prorrogado para até as 18 horas de ontem, limitado a dois terços de até US$ 250 milhões, o que equivaleria a cerca de US$ 166 milhões. O prazo para formalização de propostas no BNDES foi prorrogado depois que o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a quem está sujeito o processo de recuperação judicial da Varig, decidiu que o vencedor do leilão da companhia não herdará as dívidas fiscais e levará como parte dos ativos as linhas ou horários de transporte (hotrans) da companhia.

Devido à exigência legal de sigilo bancário, o nome dos interessados no empréstimo não foi revelado. Segundo a assessoria do banco, o diretor da consultora Alvarez&Marsal (contratada pelos credores para cuidar da reestruturação da Varig), Marcelo Gomes, fez um pedido para que o BNDES venha a financiar o vencedor do leilão. Caso a resposta seja positiva, será considerado um financiamento normal do banco, sujeito às regras e condições de garantia exigidas em qualquer operação da instituição, destacou a assessoria. Outros interessados – A lguns empresários afirmaram que irão participar do leilão, mas não vão participar do empréstimo-ponte à companhia. O presidente da companhia área WebJet, Paulo Enrique Coco, afirmou não ter interesse no empréstimo por não saber que garantias terá com relação ao leilão. "Vamos aguardar o edital do leilão. Quero conhecer melhor as regras", disse.

O presidente da Ocean Air, Carlos Ebner, também se mostrou inseguro quanto às condições para o empréstimo à Varig, mas deixou claro que tem interesse em participar do leilão da companhia. "Não ficou claro para nós (as condições do empréstimo). Afinal, estamos falando de US$ 100 milhões. Não tivemos conforto em relação às condições oferecidas pelo BNDES", afirmou Ebner. O vice-presidente de Operações da Gol, David Barioni, também mostrou interesse no edital de leilão e está esperando o data-room (apresentações para investidores) e os critérios de venda para definir se será um dos investidores. Justiça – O ministro Castro Meira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), manteve a decisão de indenizar a Varig em R$ 3 bilhões pelas alegadas perdas decorrentes do congelamento das tarifas aéreas entre 1985 e 1992, impondo uma derrota à União e ao Ministério Público Federal. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

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Estamos satisfeitos. Talvez nem todos estejam felizes, mas a felicidade não é algo deste mundo

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Do primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, ao tomar posse ontem e anunciar os nomes dos membros de seu governo.

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MAIO Dia Internacional dos Museus Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

S OCIEDADE C A R T A Z

Fome, longe do grau zero

LEITURA

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Catorze milhões de brasileiros passam fome, mostra estatística do IBGE

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comprovação da distância entre as intenções do Programa Fome Zero, do governo federal, e a realidade foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estudo inédito revelou que mais de 3,3 milhões de famílias em todo o País convivem de forma rotineira com o pesadelo da fome. Um total de 14 milhões de brasileiros, número equivalente a 7,7% da população, vivem no que o instituto chama de ambiente de "insegurança alimentar grave". Ou seja, passam fome.

Lançamento do livro Bilac, o Jornalista, de Antonio Dias. Livraria Cultura. Avenida Paulista, 2073. Tel.: 3170-4033. A partir das 18h30.

O estudo "Segurança Alimentar" foi realizado para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. A principal novidade da pesquisa é a metodologia, que permitiu, pela primeira vez, contar o número de pessoas em diferentes estágios de risco alimentar, desde a fome moderada à grave. O estudo identifica não apenas aqueles que passam fome, mas também os que convivem com a preocupação de eventual falta futura de comida. Norte e Nordeste lideram as estatísticas: mais da metade da população dessas regiões mora

em domicílios onde a quantidade de alimentos disponíveis é insuficiente para a sobrevivência em condições mínimas de dignidade. O Maranhão, com 18% dos domicílios em situação de "insegurança alimentar grave", lidera o ranking da fome, seguido por Roraima (15,8%) e Paraíba (15,1%). Santa Catarina, com 2%, São Paulo, com 3,4%, além de Paraná, Rio de Janeiro e Sergipe, todos com 3,7%, compõem o bloco dos cinco Estados que apresentam a menor proporção de domicílios onde a fome é mais do que uma ameaça. (AE)

Toby Melville/Reuters

B RAZIL COM Z

Brasil e o conflito nuclear "Em plena crise iraniana, Brasília anunciou que vai entrar no círculo bastante restrito do clube atômico mundial". Com essas palavras, o jornal francês Figaro anunciou ontem a pretensão brasileira de produzir urânio enriquecido a 5% na cidade de Resende, sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo o jornal, os norte-americanos dizem que a diferença entre Brasil e Irã é a "confiança". Mas o Figaro questiona tal decisão e diz que os especialistas dizem que, em dois anos, o Brasil pode, também, se tornar uma ameaça. F AVORITOS

R ELIGIÃO

Contagem regressiva

Opus Dei se rende ao poder do 'Código' O líder do Opus Dei, o movimento conservador católico apresentado como um culto assassino em O Código Da Vinci, disse ontem que todo o burburinho envolvendo o livro e agora o filme pelo menos deu a oportunidade à Igreja de falar sobre a verdade de Jesus Cristo. "Neste momento impressionante que estamos vivendo, precisamos falar sobre Cristo e sempre mantê-lo na mente em nossa vida pessoal e em nosso trabalho", disse o monsenhor Javier

As informações atualizadas sobre a seleção brasileira, programação completa da Copa do Mundo, camisas oficiais, notícias sobre os jogadores escalados, histórias sobre o futebol brasileiro. Tudo isso pode ser encontrado no site oficial de notícias da Confederação Brasileira de Futebol. O site traz ainda notícias sobre a Copa do Brasil, a legislação do futebol brasileiro e uma seção multimídia com vídeos de jogos e entrevistas com jogadores.

Echevarria na sede mundial do Opus Dei em Roma. A entrevista no dia do lançamento do filme no Festival de Cannes - fez parte da campanha do Opus Dei para refutar através de uma transparência inédita o que a prelazia e a Igreja católica dizem são erros e ofensas aos fiéis na obra de Dan Brown. Numa coincidência marcante, a estréia do filme ocorre no 14º aniversário da beatificação do fundador do Opus Dei, Josemaria Escriva de Balaguer.

F AMOSOS

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John Giles/AFP

TRADIÇÃO SECULAR - Guardas da Torre de Londres deixam a Abadia de Westminster depois da cerimônia da Ordem de Bath, da cavalaria inglesa. Oficializada por George I no dia 18 de maio de 1725, há exatos 281 anos, a ordem existe informalmente desde 1128. C ULTURA

'Biblioteca indivisível' empresário e bibliófilo José Mindlin, 91 anos, doou ontem a sua biblioteca Brasiliana, com mais de 25 mil volumes, para o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB). A doação foi feita em cerimônia na Universidade de São Paulo. A coleção ficará abrigada na Biblioteca Mindlin no futuro prédio do instituto na Cidade Universitária, que deve estar pronto em 2009. A biblioteca de Mindlin é resultado de 80 anos de trabalho e paixão pela literatura. "Aos 13 anos ganhei um

O Enfim, separados

A TÉ LOGO

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declara: "Tentamos duramente fazer com que nosso relacionamento funcionasse em meio às pressões cotidianas que recaem sobre nós, mas é com tristeza que anunciamos a decisão de trilhar caminhos separados. Nossa separação é amigável e ainda nos gostamos muito. "Para qualquer casal, a separação é um processo muito difícil, mas ter de trazer isso a público, especialmente com uma filha pequena, é algo muito estressante. Esperamos, pelo bem de nossa filha, que nos dêem espaço e tempo para superar esse momento difícil".

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O ex-Beatle Paul McCartney e sua segunda esposa, Heather Mills, anunciaram ontem que vão se separar. Eles atribuíram a separação à intromissão da imprensa e asseguraram que a separação é amigável. Há anos, circulam rumores de desentendimento entre Heather Mills e os filhos do cantor especialmente Stella McCartney. Os dois casaram-se em junho de 2002, quatro anos depois da morte de Linda McCartney. Paul McCartney, de 63 anos, e Heather Mills, de 38, têm uma filha, Beatrice, nascida em outubro de 2003. Numa nota divulgada à imprensa, o casal

exemplar da 'História do Brasil', de Frei Vicente do Salvador, então passei a colecionar os livros sem a intenção de formar uma biblioteca", conta. Entre livros, revistas, documentos e periódicos, a postura despretensiosa de Mindlin resultou em uma coleção, constantemente atualizada, com mais de 50 mil volumes. Dois galpões no jardim de sua casa abrigam a biblioteca. A doação feita à USP compreende os clássicos da literatura brasileira, história, geografia e história natural. Inclui também exemplares

raros, como a primeira edição de O Guarani, de José de Alencar (com apenas dois exemplares conhecidos). Grande parte dos livros da biblioteca de Mindlin foi adquirida em antiquários de países como Inglaterra, Portugal, França e Estados Unidos. "Encontrei muita coisa em minhas viagens", conta. "A garimpagem de livros sempre foi uma das minhas ocupações", afirma. "É uma coleção indivisível", diz Mindlin. "Doei para a USP para garantir a perenidade dessa biblioteca que deve ser viva".

http://cbfnews.uol.com.br/

G @DGET DU JOUR

Alta tecnologia em beleza A Zeno lançou um aparelho que deve ser a última palavra em tratamento eletrônico contra acne e outras protuberâncias faciais. Basta segurar o aparelho sobre a espinha, e esperar o ciclo de tratamento (cerca de 2 minutos). Custa US$ 225 no site. www.myzeno.com

L OTERIAS Concurso 620 da LOTOMANIA 08

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Ministério Público pede abertura de inquérito para investigar comunidades do Orkut Deputados da França aprovaram ontem projeto de lei que impõe restrições à imigração Cientistas anunciaram a descoberta de um sistema planetário semelhante ao da Terra

A RTE

Relevos e Esculturas do artista plástico Paulo de Tarso ganham duas exposições simultâneas em São Paulo, uma no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) e outra na Galeria Arte Aplicada. Nas suas obras mais recentes, que estarão nas mostras, curvas, movimento e sensualidade ganham forma em chapas de metal, cada uma com um único tom. A luminosidade tem papel especial nas exposições, projetando ao redor das peças sombras e curvas que expandem os limites de cada peça. Paulo de Tarso, Esculturas e relevos, de 19 de maio a 18 de junho. www.mube.art.br e www.arteaplicada.com.br


quinta-feira, 18 de maio de 2006

Congresso Planalto Sanguessuga CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Os documentos (em poder da comissão) são muito mais explícitos do que no caso da CPI do Mensalão. Givaldo Carimbão (PSB-AL)

283 PARLAMENTARES SOB SUSPEITA

QUEBRA DE SIGILO DE PESSOAS PRESAS NA OPERAÇÃO SANGUESSUGA PODE COMPROMETER PARLAMENTARES

CORREGEDORIA APERTA O CERCO A DEPUTADOS PF DESMONTA ESQUEMA COM LARANJAS DO INSS

Com a ajuda da deputada estadual Cidinha Campos (PDT), a Polícia Federal e a Procuradoria da República estão desvendando a ação de fraudadores do INSS para lavar dinheiro. Suspeitam, por exemplo, que Cícero Nogueira de Souza, 48 anos, um simples assistente administrativo seja um laranja usado pela quadrilha. Em dezembro de 2005, segundo registros da Previdência Social, ele recebia um salário mensal de R$ 630. Apesar disto, Cícero morava em um belo apartamento no Edifício Valente, na rua Aires da Mata Machado Filho, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, área nobre na zona oeste do Rio. Como se não bastasse, em nome de Cícero foram feitas aplicações em Fundos de Depósito Interfinanceiro (DI) que lhe renderam R$ 800 mil, em uma única operação. No cálculo de auditores da Receita Federal, para obter tal rendimento, seria necessário aplicar um valor de R$ 10 milhões. Por isso, para a PF, Cícero é um "laranja" do ex-procurador do INSS, Armando Avelino Bezerra, preso na terça-feira , juntamente com Cícero, acusado de lavagem do dinheiro desviado do INSS no início dos anos 90. Foram levados cerca de R$ 3 bilhões, na época. (AE)

Fotos: Lula Marques/Folha Imagem

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deputado Givaldo Carimbão (PSBAL) disse ontem que integrantes da comissão de sindicância da Corregedoria Geral da Câmara – encarregada de investigar denúncias na fraude das ambulâncias (Operação Sanguessuga) – vão pedir a quebra dos sigilos bancários das empresas e das pessoas presas sob a acusação de integrar o esquema nos casos em que depósitos bancários em favor de parlamentares foram registrados num livro-caixa. O objetivo do pedido é o de confirmar se houve realmente os repasses. Carimbão, que falou com jornalistas ao sair da Polícia Federal, onde acompanhou os depoimentos de acusados de envolvimento, afirmou que a lista em poder da Câmara, da qual constam os nomes de 16 parlamentares sob suspeita, pode crescer. Informações extra-oficiais indicam que pelo menos outros 13 parlamentares podem ser adicionados à lista. Segundo ele, a investigação deve ser rápida. "Os documentos (em poder da comissão) são muito mais explícitos do que, por exemplo, no caso da CPI do Mensalão." De cor o– Na avaliação do deputado, a existência de depósitos feitos pela quadrilha na conta de parlamentares configura " quebra de decoro" parlamentar, o que seria motivo para a cassação do mandato dos envolvidos. Carimbão dis-

se, porém, que sua tendência é a de "desacreditar" da versão de que haveria 283 parlamentares no esquema. Um backup do computador da empresa Planam apresentado ontem à Comissão por Maria Penha Lino, ex-assessora do Ministério da Saúde, trouxe os nomes de 283 parlamentares que estariam envolvidos. Eles teriam negociado emendas com a Planam para a compra dos veículos. Durante o depoimento, Maria responsabilizou o delegado da Polícia Federal (PF) Tardelli Boaventura, pela divulgação do que ela disse à PF de Cuiabá. "Hoje, o que acontecer comigo é responsabilidade da justiça", afirmou. Depoimentos – A conclusão do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), corregedor da Câmara, depois de ouvir oito depoentes presos na Operação Sanguessuga , foi de que "existe uma decisão de não ajudar". "Não houve uma conclusão como esperávamos. Eles não quiseram colaborar", disse. Segundo Ciro, parlamentares devem começar a ser ouvidos na próxima quarta-feira. O corregedor descartou acareações, dizendo que as investigações serão suficientes. Foram ouvidos ontem Darcy José Vedoin, sócio da Planam – empresa apontada como responsável pela fraude na compra de ambulâncias por meio de emendas no orçamento – os filhos do proprietário da Planam, Luiz Antonio Trevi-

MP DENUNCIA RONAN E SOMBRA EM SANTO ANDRÉ

Ao lado, Darcy José Vedoin, dono da empresa Planam, entrando no camburão. Abaixo, membros da Corregedoria da Câmara, antes dos depoimentos.

san Vedoin e Alessandra Vedoin, a esposa do empresário, Cleia Trevisan; o sobrinho dela, Gustavo Trevisan Gomes, o empresário Ronildo Pereira Medeiros e o representante comercial da Planam, Alessandro Silva de Assis, além da exsecretária do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino. Protesto– Para o líder do PV, deputado Fernando Gabeira (RJ), o corregedor Ciro Nogueira é só um exemplo de falta de idoneidade para conduzir os processos, já que no dia

10 de maio último foi condenado pela Justiça Eleitoral a pagar uma multa de R$ 20 mil por crime eleitoral. "Como esse corregedor vai conduzir esses processos da Operação Sanguessuga, dizer quem, desse ou daquele partido, deve ou não ser investigado? Estamos num ano eleitoral e o corregedor foi condenado pela Justiça Eleitoral. Se o pole position é o próprio corregedor, imagina os outros", denunciou Gabeira em discurso no plenário. (Agências)

Os promotores de Santo André ofereceram nova denúncia à Justiça paulista contra os empresários Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra – suposto mandante da morte do prefeito Celso Daniel (PT), seqüestrado e assassinado a tiros em janeiro de 2002 –, por fraude em 12 contratos entre a prefeitura e a Rotedali Serviços de Limpeza Urbana Ltda., empresa de Ronan, no período de 1997 a 2002, totalizando R$ 50 milhões. A ação foi protocolada ontem na 3ª Vara Criminal de Santo André e inclui o secretário de Serviços Municipais da cidade na gestão de Celso Daniel, Klinger de Oliveira, e o superintendente do Serviço Municipal de Saneamento Ambiental (Semasa) à época, Maurício Mindrisz. A ação criminal pede a detenção dos quatro em penas que variam de 3 a 5 anos por dispensa irregular de processo licitatório em 10 ocasiões, e de 2 a 4 anos por fraude na licitação, em duas ocasiões. Os contratos eram para serviços de limpeza de rua, coleta de lixo e manutenção do aterro sanitário. A ação pede a progressão da pena de Klinger e Mindrisz por mais um terço do estipulado por ocuparem cargo de confiança. (AE)


quinta-feira, 18 de maio de 2006

Empresas Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TEMOR DE ALTA DE JURO AFETA BOLSAS

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bilhões de reais foi o giro financeiro do pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

INFLAÇÃO AMERICANA AFETA MERCADOS Filipe Araújo/AE – 28/3/06

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fato de a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em abril ter ficado acima das estimativas dos analistas causou apreensão nos mercados mundiais ontem. E o Brasil não escapou: subiram dólar, taxa de risco e projeções de juros, enquanto a bolsa de valores teve forte queda. O dado da inflação afetou os negócios em todo o mundo porque aumenta a possibilidade de os juros americanos continuarem subindo, apesar de já estarem no maior patamar em um período de cinco anos. Quando os juros estão muito elevados nos Estados Unidos, o s i n v e s t i d o re s t e n d e m a transferir recursos de ativos de maior risco (em especial ações e títulos de países emergentes como o Brasil) para os Tresuries (papéis do Tesouro americano), considerados ativos de risco praticamente zero. Em outras palavras, a elevação do juro americano provoca a diminuição do que os analistas chamam de liquidez global (quantidade de recursos disponíveis para investimentos em mercados financeiros). Os preços medidos pelo CPI (sigla em inglês para o Índice de Preços ao Consumidor) subiram 0,6% em abril, enquanto o núcleo do indicador avançou 0,3%. Economistas previam alta de 0,5% para o índice cheio e de 0,2% para o núcleo. Bovespa — A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou com a maior queda desde o início de fevereiro. Em cinco pregões consecutivos de desvalorização, o mercado brasileiro de ações já perdeu 9%. O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, recuou 2,86%, para 38.290 pontos. Dos 56 papéis que compõem a carteira do índice, apenas um subiu (Embraer PN). O volume financeiro da bolsa paulista totalizou R$ 3,03 bilhões, giro superior à média diária de R$ 2,39 bilhões registrada ao longo deste ano.

Influência também sobre o petróleo, que fechou o dia em queda

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s preços internacionais do petróleo caíram ontem para menos de US$ 69 por barril, por conta da preocupação de que os altos preços do produto alimentem a inflação americana e, conseqüentemente, provoquem alta dos juros. O custo de vida para o consumidor americano subiu mais em abril do que o estimado por analistas. Em Nova York, o contrato para junho cedeu US$ 0,84, para encerrar a US$ 68,69 o barril, após atingir US$ 68,20 na mínima da sessão (o menor patamar desde 13 de abril). Em Londres, o petróleo tipo Brent com vencimento em julho perdeu US$ 1,04 e fechou cotado a US$ 69,04 o barril. Segundo operadores, os dados dos estoques nos Estados Unidos também contribuíram para a retração nos preços do petróleo durante o pregão. O relatório semanal mostrou que os estoques de gasolina subiram 1,3 milhão de barris no período, contra uma estimativa de alta de 1,6 milhão de barris. Mas as refinarias do Em um dia negativo nos mercados, dólar comercial teve a maior alta registrada desde o mês de maio de 2003. Banco Central não realizou leilão. produto utilizaMonalisa Lins/AE – 15/5/06 ram apenas 89,8% da capaciDólar — Também por in"A surpresa ruim com o CPI dade de refino, o fez os investidores estrangei- fluência da inflação americaque representa ros intensificarem o movimen- na, o dólar comercial enconum recuo de 0,4% to de venda de ações na Boves- trou espaço para alta ontem e em relação à sepa", afirmou Tommy Taterka, fechou com a maior valorizamana anterior. operador da corretora de valo- ção em um dia desde 26 de "O dado mosres Concórdia. Nos Estados maio de 2003. A moeda ameritra que, apesar de Unidos e na Europa, as bolsas cana terminou a quarta-feira a capacidade nas de valores também despenca- cotada a R$ 2,205, com ganho refinarias ter diram ontem(leia mais sobre o de- de 3,28%. Desde o último dia minuído um sempenho desses mercados em re- 29 de março o dólar não supepouco, elas ainda rava a casa de R$ 2,20 no encerportagem nesta página). estão conseguinContribuíram para empur- ramento dos negócios. Ontem do aumentar os rar para baixo o Ibovespa as o Banco Central não fez leilão. estoques de gaO dólar também subiu no ações preferenciais da Petrosolina e isso é um bras (as mais negociadas do mercado internacional em resinal positivo", dia), que recuaram 2,93%. lação a outras moedas como o disse Addison Também foram mal ontem as euro e o iene. No fim da tarde Armstrong, geações preferenciais série A da de ontem, o risco-Brasil subia rente da TFS Companhia Vale do Rio Doce, 15 pontos, para 257 pontos-báApenas uma das 56 ações que fazem parte do Ibovespa teve alta no pregão de ontem Energy. (Reuters) sicos. (DC/Reuters) com perdas de 2,61%.

Quedas nos EUA e na Europa

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s m e r c a d o s f inanceiros brasileiros acompanharam ontem o mau desempenho das bolsas americanas e européias, que tiveram fortes quedas por causa da alta da inflação nos Estados Unidos acima das estimativas dos analistas. Em Nova York, o índice Nasdaq zerou os ganhos do ano e registrou a seqüência mais longa de baixas em cinco anos. No fechamento, o indicador estava em 2.195 pontos, com desvalorização de 1,5%. O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, perdeu 1,88% no pre-

gão de ontem, fechando em 11.205 pontos — a queda foi a maior desde março de 2003. "Com a inflação subindo mais que o esperado, aumenta a crença de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode elevar mais os juros. E isso é um problema para os mercados acionários e de títulos", disse o vice-presidente de investimentos da Johnson Illington Advisors, Hugh Johnson, destacando que os preços são o principal foco do Fed. O aumento dos custos de energia elevou os preços ao consumidor nos Estados Unidos em 0,6% em abril e a

alta de moradia pressionou o núcleo do índice, que subiu 0,3%. Os economistas estimavam avanço de 0,5% para o índice cheio e de 0,2% para o núcleo da inflação. Investidores venderam ações de bancos, conglomerados industriais e de outros papéis sensíveis à taxa de juros. Também por causa da inflação americana, as bolsas de valores européias sofreram sua maior queda dos últimos três anos e meio. Recuaram mercados importantes, como Londres (2,92%), Paris (3,18%), Frankfurt (3,4%), Milão (2,85%) e Madri (3%). (Agências)

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

communicações e desenvolver o comércio entre os dois países". E prevê a arbitragem para dirimir possíveis controvérsias na execução do Tratado.

Os negócios do Estado com os bandidos Alex Silva/AE

empre uso como referência a chamada teoria do salame: a melhor maneira de acabar com um salame é cortando fatia por fatia. Assim trabalha o governo e assim trabalha o crime. Nesta curiosa cumplicidade, os governantes reverenciam o MST, que nada mais é que um PCC rural, e derretem-se em amores por incentivadores e patrocinadores de outros bandos, como as Farc, o Sendero Luminoso e quetais. Durante muitos anos, décadas talvez, éramos sabedores de que o jogo do bicho patrocinava alguns políticos, mas o jogo, que era contravenção e depois virou crime, nunca fôra de fato criminalizado pela sociedade, que apreciava fazer sua fezinha zoológica. Assim, ajudamos a ir cortando o salame da lei, ordem e ética.

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O jogo continua crime, mas em São Paulo há lojas estabelecidas para o jogo do bicho e no Rio as bancas estão no meio da rua, em frente a edifícios públicos e até mesmo de delegacias. Todos ganham com o jogo: a banca, apostadores, polícia, o carnaval e as campanhas políticas. Com a natural evolução de uma economia de mercado, outras formas de crime também foram estruturadas: o tráfico de entorpecentes, o roubo de cargas, o MST, o contrabando e o tráfico de armas, empreendimentos prósperos e altamente lucrativos. Afinal, se uma modalidade criminal compensa e recompensa, por que outras não haveriam de compensar? Como alguns empresários do jogo migraram para o tráfico, tal como ocorrera na máfia americana dos anos 20,30, não titubearam em cooptar políticos

e autoridades para a defesa de seus interesses. A sociedade tornouse refém do politicamente correto, que sempre busca nas prováveis causas a desculpa para não combater os efeitos, como alguém que vitimado por uma forte gripe buscasse saber como a contraiu para só depois medicá-la. A entrevista do secretário de Administração Penitenciária - que já teria sido demitido, se fosse um governo minimamente austero - nos dá a clara percepção de um conluio, por duas razões. Primeira, se não houvesse um acordo prévio não haveria necessidade da reunião de representantes do Estado com um prisioneiro. Reunião para quê? O que tem o Estado a tratar com um marginal? Negociar o quê? O Estado tem negócios

De regalia em regalia, o crime conseguiu transformar o Estado em parceiro

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

com os bandidos? Segunda, o secretário admite a execução de uma exigência do preso; ou seja, a instalação de sessenta televisores, afirmando não saber quem pagou a conta. Foi contaminado pela Síndrome de Lula: não sabe de nada! Será que foi o Okamotto que pagou também essa? Patético e incompetente, o secretário deixa a convicção de que o crime está verticalizado, dos mais altos postos da República até o mais humilde serviçal dos presídios. Tá tudo dominado! Vide o referendo de outubro de 2005, a serviço do de políticos que estão a serviço de inconfessáveis mas não invisíveis interesses. No Brasil o crime não só compensa, mas recompensa, podendo conduzir políticos a elevados postos. MARCO AURELIO SPROVIERI É PRESIDENTE DOSINCOELETRICO

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Marcos Mendes/AE

Portas abertas para o crime

s gravíssimos fatos ocorridos nos últimos dias na área da segurança pública, chocando o Brasil e o mundo – nível 8 na escala Richter - atestam a absoluta falência da política da segurança vigente, com ênfase para o sistema prisional brasileiro, particularmente o paulista. A começar pela localização das prisões em regiões urbanas, que estimula o excesso de visitas aos presídios, diminuindo a qualidade da fiscalização e propiciando o ingresso de drogas e celulares. Na ocorrência de fugas, os presidiários logo desaparecem disseminados pela malha viária envoltória. Manifestações induzidas frente aos portões são facilitadas pelos meios de acesso, provocando congestionamentos e inviabilizando as atividades normais nas vizinhanças. Sistemas eficientes de bloqueio de sinais de celular não são implantados porque interferem no funcionamento dos demais aparelhos em toda a região. O presidiário com longa pena a cumprir, erotizado pelas "visitas intimas", adrenalinado pela visão da livre movimentação humana ao redor do presídio, alarido de crianças, rumor de veículos e burburinho citadino, é tomado por anseio insopitável de liberdade e se transforma em maquina de fuga. A origem do terrível engano está na visão idílica de que o presidiário, estando próximo e acessível a amigos e familiares, poderá regenerar-se facilmente, hipótese que só existe em singelas delegacias de vilas do interior, onde os crimes se limitam a bebedeiras ou pequenos surrupios. Nenhuma relação com o violentíssimo crime organizado de profissionais, que jamais serão recuperados para a vida sadia.

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Diminuiu perigosamente a distância entre o presidiário e a rua

Eis que o tema da recuperação do criminoso deG Os fatos atestam a absoluta falência ve afinal ser revisto com realismo pela sociedade brasileira; que terá de conscientizar-se de que não da política da há caminho de volta para o meliante que já ultrasegurança. G É um engano a visão idílica de que o presidiário, estando próximo a amigos e familiares, poderá regenerar-se facilmente G A política de segurança é dirigida por pessoas e idéias que ainda confundem segurança do cidadão e da propriedade com segurança política do período militar.

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

passou os limites da racionalidade humana e ingressou no reino escuro da selvageria. Isso após o dispêndio de bilhões, públicos e privados, ao longo de décadas de política de segurança dirigida por pessoas e idéias que ainda confundem segurança do cidadão e da propriedade com segurança política do período militar. Posso dar testemunho pessoal dessa administração prisional visionária, que se iniciou no governo Franco Montoro, com a introdução das "visitas íntimas", sob a gestão do polêmico secretário de segurança José Carlos Dias, ligado ao cardeal Evaristo Arns. A política de benesses e facilidades aos presidiários perigosos se acentuou no governo Mário Covas, não sofrendo freios e produzindo os resultados que estamos presenciando, profundamente alarmados. Diferentemente de tudo isso, o sentenciado a pena de média ou longa duração, ao adentrar o estabelecimento prisional, deve ser preparado para o período da condenação, revendo perspectivas de realização pessoal e amoldando-se à idéia de vida singela, tosca, introvertida – pois essa é a realidade de qualquer presídio. Terá, portanto, de metabolizar o viver recluso, adstrito ao regime prisional, conquistando diminuição da pena tão somente pelo bom comportamento. EVANDRO MESQUITA É DIRETOR DA FUNDAÇÃO ULYSSES GUIMARÃES DE

SÃO PAULO

ortanto, não há cavalo algum na história. Além disso, o valor pago à Bolívia em compensação pela não equivalência nas áreas dos territórios permutados é o mesmo que o Brasil pagou à Inglaterra em 1822, saldando dívida de Portugal e obtendo o reconhecimento de sua independência. O assunto da Petrobrás me parece mais complexo. O Brasil não tem tratado com a Bolívia de proteção recíproca de investimentos porque nosso governo não aceita esse tipo de coisa. Por isso, a subsidiária da Petrobrás na Holanda é o investidor na Bolívia; os holandeses aceitam e requerem tratados dessa natureza para se resguardarem do tipo de furto como o praticado pela Bolívia contra a Petrobrás. Se os ativos da

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ROBERTO FENDT AINDA A BOLÍVIA ão, leitor, não vou tratar aqui da vida do senhor Marcos Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital, e que ao que se diz é o plenipotenciário da bandidagem paulista para negociar o fim da violência com o Governo do Estado. Pretendo apenas tecer algumas considerações sobre a distância entre o que se diz e os fatos em nosso entrevero com a Bolívia. A primeira se refere à suposta troca do Acre por um cavalo. Na peça Ricardo III, o rei shakespeareano pede um cavalo ao sentir perdida a batalha de Bosworth Field: "Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!", grita Ricardo na penúltima cena do quinto ato. Ora, se tivéssemos dado um cavalo em troca do Acre, poderia ter razão o indócil presidente Morales. Sucede, contudo, que o assunto foi objeto de um "Tratado de Permuta de Territorios e outras compensações" ,o Tratado de Petrópolis, de 17 de novembro de 1903 – em que "a República dos Estados Unidos do Brasil e a República da Bolívia, animadas do desejo de consolidar para sempre a sua antiga amizade", e buscam remover motivos de "ulterior desavença" e "facilitar o desenvolvimento das suas relações de comércio e boa vizinhança". O tratado estipula cuidadosamente o traçado da nova fronteira, estabelecendo que "a transferência de territórios resultante da delimitação descrita [no artigo primeiro] compreende todos os direitos que lhes são inherentes e a responsabilidade derivada da obrigação de manter e respeitar os direitos reais adquiridos por nacionais e estrangeiros segundo os principios do direito civil". E que, "por não haver equivalência nas áreas dos territorios permutados entre as duas Nações, os Estados Unidos do Brasil pagarão uma indenização de 2.000.000 (dois milhões de libras esterlinas), que a Republica da Bolívia aceita com o propósito de aplicar principalmente na construção de caminhos de ferro ou em outras obras tendentes a melhorar as

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Não há cavalo algum na história. Os políticos "pós-modernos" apostam na ala do atraso. Petrobras na Bolívia estiverem protegidos, deveremos essa proteção à previdência dos holandeses. Já a elevação dos impostos sobre os hidrocarbonetos cabe no conceito de soberania, se as alíquotas dos tributos não estiverem previstas no contrato entre a Petrobrás e as autoridades bolivianas. De qualquer forma, uma alíquota de 82% é claramente espoliativa, com o que concordariam até os mais empedernidos petistas. inalmente, a parte indígena da Bolívia poderá vingar-se da parte moderna, expropriando as terras dos plantadores estrangeiros (brasileiros) de soja no país. A Bolívia, como outros países da América Latina, também está dividida entre uma parte moderna e outra atrasada. Os políticos "pós-modernos", como o senhor vice-presidente boliviano se intitula, apostam na ala do atraso. E é esta ala que propaga a história de permuta de território por cavalo, quer matar a galinha dos ovos de ouro com tributos e agora pretende expropriar os lavradores brasileiros – que plantam soja na parte moderna do país.

F

ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


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Nacional Tr i b u t o s Finanças Empreendedores

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TESOURO REDUZIU OFERTA DE TÍTULOS

quinta-feira, 18 de maio de 2006

47,3

por cento foi quanto cresceu o lucro líquido da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre.

DESDE A CRISE ARGENTINA DE 2001 ANALISTAS E MÍDIA ESTRANGEIROS NÃO OBSERVAVAM TANTO A REGIÃO

AMÉRICA LATINA: SINAIS PREOCUPANTES

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risco América Latina está de volta. Os investidores e analistas estrangeiros acompanham com preocupação os recentes acontecimentos na região. Desde a crise da Argentina, em 2001, a América Latina não era alvo de tantas análises de bancos e fundos de investimento e de reportagens na mídia mundial. Nem mesmo a derrocada da economia argentina e o pavor causado pela perspectiva da vitória eleitoral de Lula em 2002 foram vistos como eventos capazes de causar crise sistêmica na região. Mas, dessa vez, os sinais são mais preocupantes. Fazem parte da agenda de temores a crescente influência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez; a nacionalização das reservas de gás na Bolívia; os sinais de que a tendência poderá se alastrar para outros países, como o Equador; a disputa entre a Argentina e o Uruguai em torno de uma fábrica de celulose; e a proximidade de eleições presidenciais importantes, entre elas no Peru, no México e no Brasil. Analistas observam que o aumento da incerteza não teve um impacto mais pronunciado nos preços dos ativos dos países da região por conta do cenário externo, ainda favorável para os emergentes. Mas os últimos dias, marcados por um aumento na aversão ao risco, serviram como alerta de que a tolerância dos investidores uma hora vai acabar.

Valter Campanato/ABr – 18/4/06

Se os governos da região não tirarem vantagem do ambiente atual, o risco de uma nova onda de populismo aumentará. Markus Jaeger, analista do Deutsche Bank Excesso de temor — Nesse caso, embora os agentes do mercado internacional tenham aprendido a diferenciar as conjunturas peculiares de cada país, a cautela com a região poderá se evidenciar. Como comentou o gerente de um grande fundo de investimentos britânico "até agora, houve um exagero na frieza dos investidores, mas isso poderá ser substituído rapidamente por um excesso de temor". O analista do setor de pesquisa do Deutsche Bank, Markus Jaeger, alerta que a perspectiva positiva de curto prazo não pode obscurecer os desafios mais duradouros enfrentados pela América Latina. Esses desafios incluem a necessidade de se manter o apoio a políticas macroeconômicas que busquem a estabilidade, além de reformas estruturais que preparem a região para enfrentar a crescente competição comercial chinesa no mundo.

"Se os governos da região não tirarem vantagem do ambiente atual e lançarem as bases para um crescimento econômico mais acelerado sustentável e igualitário, o risco de uma nova onda de populismo, atualmente confinada à região andina e Argentina, aumentará", diz Jaeger. "Por isso, os governos precisam implementar as chamadas reformas estruturais de segunda geração e melhorar a eficiência e a qualidade de seus gastos sociais." O analista observa que, se a América Latina fracassar nesses objetivos, perderá ainda mais terreno para os países asiáticos. "Carecendo de capital humano, infra-estrutura e tecnologia, a América Latina correrá o risco de se tornar apenas provedora de commodities. Seus superávits e performance financeira não vão significar nada daqui uma década." Respeito às regras — Embora não tenha citado países, o diretor-executivo do banco BBVA, José Ignacion Goirigolzarri, ao falar num seminário do Banco Interamericano de Desenvolvimento realizado ontem em Madri, expressou sua preocupação. "O futuro dos países emergentes e, especialmente, da América latina depende de que os governos defendam o sistema democrático e cumpram com as normas e os princípios do Estado de direito moderno." No início do mês, a Bolívia quebrou contratos ao nacionalizar o setor de hidrocarbonetos. (AE)

Início da gestão de Kawall na Secretaria do Tesouro coincidiu com aumento da volatilidade dos mercados

Dívida pública recua, mas continua no trilhão

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epois de dois anos de trajetória crescente, a dívida pública interna em títulos caiu R$ 18,44 bilhões, totalizando R$ 1,002 trilhão em abril. O estoque poderia até ter ficado abaixo desse valor se não fossem os R$ 8,28 bilhões de juros que foram incorporados ao total da dívida. A queda verificada em abril, porém, foi fruto de uma má notícia: a piora no cenário externo causada pelas incertezas sobre os juros americanos, que deixaram o mercado financeiro mais nervoso e avesso à compra de títulos do governo. A piora coincidiu com a entrada de Carlos Kawall na Secretaria do Tesouro Nacional. "Em abril houve um aumento muito forte da volatilidade no mercado internacional. Isso se refletiu na estratégia do Tesouro, que foi mais conservador no volume e no prazo das emissões de títulos", afirmou o coordenador-geral da Dívida Pública, Ronnie Tavares. Ele explicou que o aumento na taxa de juros dos títulos de 10 anos do tesouro americano, que vem ocorrendo desde março, fez com que os investidores procurassem mercados "mais tradicionais", em detrimento dos chamados mercados emergentes, como o Brasil. "Houve um aumento na chamada aversão ao risco dos investidores", disse Tavares.

27,6 por cento é a participação dos títulos prefixados no total da dívida pública, segundo o Tesouro. Cautela — Diante desse quadro, o Tesouro foi mais cauteloso e diminuiu a quantidade de títulos colocada no mercado em abril. A previsão era vender até R$ 35 bilhões em papéis, mas foram emitidos efetivamente R$ 20,3 bilhões. Com isso, houve um resgate líquido (vencimentos maiores que as emissões) de R$ 26,9 bilhões, que se refletiu diretamente no tamanho da dívida interna. Tavares explicou que esse resgate líquido se concentrou nos títulos com vencimentos em prazos mais longos, os preferidos dos investidores estrangeiros. Ele não quis prever se esse fenômeno vai se repetir em maio com a continuidade da volatilidade dos mercados. O efeito da turbulência ficou claro também no indicador de prazo médio dos títulos emitidos, que caiu de 55,16 meses, em março, para 31,89 meses

Lucro da Caixa soma R$ 699,5 milhões

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Caixa Econômica Federal teve lucro líquido de R$ 699,579 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 47,3% superior ao registrado em igual período de 2005. O banco lucrou mais do que esperava, principalmente por causa dos ganhos com títulos públicos. "O orçamento previa resultado de R$ 490 milhões", disse o vice-presidente de Controladoria, João Dornelles. As operações de crédito garantiram à Caixa uma receita de R$ 2,083 bilhões de janeiro a março. A maior parte dos ganhos veio dos empréstimos para empresas, que aumentaram dos R$ 3,373 bilhões do

primeiro trimestre do ano passado para R$ 5,199 bilhões neste ano. "Historicamente, temos uma presença menor nessas operações. No primeiro trimestre, porém, mudamos um pouco essa estratégia", disse Dornelles. Calote maior — O destaque negativo do balanço da Caixa foi o crescimento da inadimplência nas operações de crédito. "Na comparação com 2005, o percentual das operações com atraso acima de 60 dias passou de 4,77% para 6,89% na nossa carteira de crédito comercial", informou Dornelles. Diante do aumento, o banco resolveu aperfeiçoar seus mecanismos de

em abril. Apesar da queda, o prazo médio da dívida como um todo não diminuiu, porque as novas emissões ainda ficaram acima do prazo do estoque já emitido de papéis. Com isso, o prazo médio subiu de 29,31 para 29,64 meses. Nos demais indicadores, a dívida interna teve uma discreta piora. A parcela de títulos com vencimento nos próximos 12 meses subiu de 40,1% em março para 40,3% em abril. Prefixados — A participação dos títulos prefixados, considerados de melhor qualidade porque a remuneração é definida no momento da venda dos papéis, caiu de 28,75% em março para 27,61% do total da dívida em abril. Segundo Tavares, isso ocorreu não por causa da turbulência externa, mas porque o mês concentra vencimentos desses títulos. Por outro lado, a parcela dos títulos com rentabilidade atrelada à taxa básica Selic (os chamados pós-fixados) cresceu de 49,55% para 49,98%. Houve uma ligeira melhora na parcela vinculada aos índices de preços, que passou de 21,23% para 21,94% na mesma base de comparação. Os títulos com variação cambial totalizaram apenas 2,23%. Com isso, o governo federal aumentou sua posição credora em dólares em relação ao mercado financeiro, para R$ 16,33 bilhões. (AE)

cobrança e passou a estabelecer metas de recuperação do crédito. "Mas o aumento da inadimplência não chegou a afetar as taxas de juros das operações", ressaltou. Apesar da inadimplência mais alta, o valor total da carteira de crédito da instituição deverá crescer 31,5% este ano, segundo Dornelles. Com isso, o estoque dos empréstimos passará dos R$ 37,195 bilhões do final de 2005 para um total de R$ 48,924 bilhões. "Teremos expansão em um patamar muito próximo à média do mercado", disse. No fim do primeiro trimestre, o estoque de empréstimos da Caixa estava em R$ 39,512 bilhões. O banco trabalha com expectativa de obter um lucro de R$ 2,101 bilhões este ano. O número é muito próximo dos R$ 2,073 bilhões de resultado positivo de 2005. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MACEIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

EUA LANÇA PROJETO PARA ATRAIR TURISTAS

TURISMO - 1 Divulgação/TIA

Medidas foram anunciadas no 38º Pow Wow, maior feira de turismo norte-americana, que contou ainda com várias novidades. Pág. 4

UMA CIDADE QUE SE RENOVA

Fotos: Divulgação

C om aeroporto e

centro de convenções novíssimos, a capital de Alagoas ganha cada vez mais investimentos em hotéis e condomínios. O resultado: um incremento de 19% no fluxo de turistas que visitam a cidade nos últimos dois anos. Entre as grandes atrações, a natureza em seu entorno e a menos de meia hora de estrada: piscinas naturais, falésias coloridas, lagoas, rios, coqueirais, arrecifes e manguezais. Págs. 2 e 3

Orla de Maceió (acima) brilha noite e dia. Piscinas naturais de Pajuçara (à esq.) já são um clássico; pouco conhecida, a bela Ilha da Croa (no pé, à dir.) fica perto da cidade. Para chegar à vizinha Praia de Carro Quebrado (no pé, à esq.), só de jipe. E a viagem inclui boa comida e artesanato


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Esporte

É muito difícil para um lateral fazer gol numa final. Belletti

Albert Gea/Reuters

BELETTI E RONALDINHO SÃO CAMPEÕES COM O BARCELONA Philippe Wojazer/Reuters

Gol de Juliano Belletti garantiu a virada do Barcelona

colocado no canto direito (num espaço pequeno) do goleiro Almunia. Ajudado pela chuva forte e o cansaço dos ingleses, os espanhóis mantiveram a pressão e conseguiram a virada. Larsson, de novo, passou em profundidade e Belletti, num chute cruzado de pé direito, fez o segundo gol. Foi o lance da virada e o que garantiu a justa conquista taça. Antes de ser "soterrado" pelos companheiros na comemoração do gol que deu o título europeu ao Barcelona, Belletti caiu de joelhos no gramado e colocou as mãos no rosto, como se não acreditasse no que

havia acabado de fazer. "Nunca passou pela minha cabeça fazer o gol do título, ainda mais que comecei o jogo na reserva. É muito difícil para um lateral fazer gol numa final", disse. Belletti só entrou no lugar de Oleguer aos 26 minutos do segundo tempo. O espanhol não tinha feito nada no ataque e ainda estava sofrendo para marcar Thierry Henry. Cheio de fôlego, Belletti partiu para o ataque e fez o francês correr atrás dele. No lance do gol, ele recebeu de Larsson, entrou na área como se fosse um meia-direita e bateu entre as pernas do goleiro. (AE)

Ronaldinho celebra título inédito: Barcelona venceu o Arsenal, em Saint Denis, perto de Paris

NOME DOS PAIS NA CHUTEIRA

R

onaldinho é uma das pessoas mais conhecidas do mundo hoje. Mas não perde a simplicidade e não deixa que a relação com a família e os amigos esfrie. Ontem, na final da Liga dos Campeões, deu mais uma demonstração de humildade ao homenagear os pais e irmãos. De forma discreta e sem alarde, mandou grafar em sua chuteira o nome dos pais, João e Miguelina, e dos irmãos, Roberto – o Assis que também atua como seu empresário – e Deise. O par de chuteiras com a assinatura dos pais, fabricado pela Nike, sua patrocinadora, foi utilizado apenas nesta quarta e ficará guardado com a família como recordação de um dos jogos mais importantes da vida do craque nascido em Porto Alegre.

Copa

A chuteira deu sorte para o mais valioso jogador do mundo na atualidade. Mesmo sem ter brilhado como em outras ocasiões, Ronaldinho conquistou mais um título importante em sua vitoriosa carreira. Ele não terá, no entanto, tanto tempo para comemorar. Na segunda-feira já iniciará o trabalho de preparação para a Copa do Mundo com a seleção brasileira, em Weggis, na Suíça. Sua primeira conquista do ano com o Barcelona foi a Supercopa da Espanha, na final contra o Betis. A segunda foi o bicampeonato espanhol, garantido com quatro rodadas de antecedência. E nesta quarta veio a principal, num estádio onde ele havia jogado três vezes e ainda não tinha ganho – eram duas

derrotas e um empate. Individualmente, o camisa 10 ganhou tudo o que podia ganhar. Em dezembro, na eleição promovida pela Fifa, levou pelo segundo ano seguido o prêmio de melhor jogador do mundo. A mesma honraria lhe foi concedida pela revista inglesa World Soccer (também pelo segundo ano seguido) e pelo Sindicato Mundial de Jogadores. E a revista France Football o elegeu o melhor jogador em atividade no futebol europeu em 2005. Some-se a todos esses prêmios o fato de o craque ter tido sua temporada mais abundante em gols desde que chegou ao Barcelona, em agosto de 2003. Foram 25, distribuídos em 17 no Campeonato Espanhol, sete na Copa dos Campeões e um na Supercopa da Espanha

O primeiro jogo do Brasil será no dia 13 de junho, em Berlim, contra a Croácia

Alaor Filho/AE

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Barcelona é campeão europeu de clubes da temporada 2005/06. Venceu ontem o Arsenal (da Inglaterra) por 2 a 1, de virada, graças a um gol do lateral-direito brasileiro Belletti. E assegurou pela segunda vez em sua história o título da Liga dos Campeões da Europa (tinha sido campeão em 1992). É o primeiro título neste torneio dos brasileiros Ronaldinho, Thiago Motta, Edmilson, Deco (naturalizado português), Sylvinho e o próprio lateral pelo atual bicampeão espanhol. O jogo foi disputado no Stade de France, em Saint Dennis (arredores da capital Paris, na França) para cerca de 77.500 espectadores. O primeiro gol foi marcado por Campbell, do Arsenal. Numa bola cruzada por Henry em cobrança de falta, pelo lado direito, o zagueiro subiu mais alto e cabeceou forte, sem chance de defesa para Valdés. Aos 31 minutos do segundo tempo, o torcedor do Barcelona enfim comemorou o gol, furando a defesa que não tomava gols no torneio há 996 minutos (não tinha tomado nenhum até então). O sueco Larsson recebeu o lançamento na área e ajeitou para Eto'o, que chutou

HOTEL DA SELEÇÃO – A cidade de Weggis, na Suíça, prepara-se para receber a seleção brasileira durante a Copa do Mundo da Alemanha, que começa dia 9. A equipe ficará hospedada no Park Hotel.


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2 -.TURISMO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Uma nova capital alagoana De hotéis a condomínios residenciais, Maceió vem recauchutando sua infra-estrutura, preservando a beleza natural Por Renato Ibelli Fotos: Divulgação

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apital de Alagoas, a exuberante Maceió vive uma redescoberta flagrante a quem caminha pela sua orla. Basta girar a cabeça em direção oposta à do mar de água esverdeada e saltará aos olhos, quadra após quadra, guindastes e operários trabalhando para levantar novos hotéis, condomínios e prédios residenciais, em número difícil de contar. Os investimentos na cidade estão a todo vapor. Um novo aeroporto, o Zumbi dos Palmares, foi concluído no fim do ano passado. O turismo de negócio também foi valorizado, depois do término, também em meados de 2005, do novíssimo Centro de Convenções. Estes investimentos recentes, sejam eles públicos ou privados, fizeram o número de turistas que escolhem Maceió como destino saltar 19% nos últimos dois anos segundo a Secretaria de Turismo do Estado de Alagoas. Estes turistas, em sua maioria (93%), são brasileiros, 40% deles vindos de São Paulo. Hoje a capital alagoana é o quinto destino disputado por quem procura a principal operadora de turismo do País, a CVC. "Os números poderiam ser maiores, mas ainda enfrentamos o problema da pequena quantidade de vôos que vêm para o Estado", diz Adilson Araújo, secretário adjunto de turismo de Alagoas. Os investimentos são bem-vindos, trazem comodidade ao turista. Mas com ou sem eles, quem visita Maceió tem a certeza de que dinheiro nenhum pagaria o que de melhor essa capital tem a oferecer: sua rica e diversificada natureza. Ao longo de seu litoral, e entrando um pouco pelos municípios vizinhos, que fazem parte da chamada microrregião de Maceió, as paisagens e atrações mudam

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Novo aeroporto (acima) foi concluído em meados do ano passado, assim como o Centro de Convenções (acima, à esq.). Obras chamam a atenção de quem caminha pela orla (à esq.). Das praias urbanas, Ponta Verde (no topo) é uma das mais belas

de parada em parada. São piscinas naturais, falésias coloridas, lagoas, rios, coqueirais imensos, arrecifes e manguezais. O que não se encontra na capital é visto a menos de meia hora nos municípios fronteiriços. Mil roteiros – Há roteiros para agradar todo tipo de turista. Quem gosta de estar em meio à agitação vai se saciar nas praias do Francês e do Gunga, a 20 minutos ao sul de Maceió, ou a de Paripueira, até a qual se leva o mesmo tempo para chegar, mas em direção ao norte. Estas são algumas das opções que certamente serão indicadas pelos nativos e guias. Mas há opções ainda pouco populares e que não devem nada aos roteiros mais badalados. Caso das praias de Carro Quebrado e da Ilha da Croa, a 25 minutos ao norte da capital. Para quem preferir ficar na cidade, a orla de Maceió guarda pedaços de areia bastante atraentes. As mais belas e limpas são Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara. Nesta última, há piscinas naturais e pode-se ter contato com o artesanato local. E a capital alagoana tem boa vida noturna, seja em choperias e quiosques à beira-mar, sejam nas tradicionais casas de forró. A viagem foi oferecida pela BNTM/CTI Nordeste

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

RAIO X

Pajuçara: águas claras e artesanato A praia serve de porto para mais de 100 jangadas, que levam turistas para as piscinas naturais. Na feirinha, não perca o filé – arte local

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r à Maceió e não visitar a Praia de Pajuçara, é ficar sem conhecer o cartãopostal da cidade. Mesmo passando por uma fase de reestruturação, a praia continua exibindo sua beleza natural. O mar de águas claras ora é verde, ora azul. Sua areia é cercada por coqueiros e serve de porto para mais de 100 jangadas, que atraem turistas para conhecerem as maravilhosas piscinas naturais formadas por arrecifes, distantes dois quilômetros da costa. O passeio em Pajuçara, porém, depende da lua e da maré, que definem o melhor horário para ir às piscinas. Tudo começa com a escolha do jangadeiro. O valor cobrado é igual para todos os turistas, R$ 13 por pessoa. A diferença está no atendimento que pode ter incluso uma visita ao aquário natural, um local próximo das piscinas com maior concentração de cardumes coloridos, além de máscaras e snorkel. A partir daí, é só curtir o visual. A uma certa distância, já considerado alto-mar, é quase impossível imaginar que ali a

água não irá ultrapassar a linha da cintura. Nas piscinas, a recepção é feita por peixinhos coloridos que fazem acrobacias nos pés dos turistas. Para atrair os cardumes de peixes listrados de amarelo bastam alguns pedacinhos de pão. Imediatamente, o visitante é cercado por uma infinidade de espécies. O vi-

sual é maravilhoso. No estacionamento das jangadas, próximo aos corais, o turista pode, além de mergulhar nas águas claras, saborear drinques exóticos e frutos do mar. Lá, duas jangadas se transformam em bares. E o preço é convidativo: porção de camarão R$ 20, de lagosta R$ 30. Artesanato – Pajuçara não tem apenas as piscinas natu-

rais como atração. Próximo às jangadas há uma feira que vende o artesanato típico da região. O carro-chefe é o filé, um trabalho feito manualmente com linhas de bordar. Os formatos, desenhos e cores são diversificados. O filé pode ser encontrado em bolsas (R$ 20), jogos americanos (cada peça sai a R$ 5), almofadas (R$ 15), caminho de mesa (de R$ 20 a R$ 25) e até mantas para sofás (R$ 50). Além dos filés, a feirinha também oferece colares (a partir de R$ 4), ímãs de geladeira e chaveiros com motivos típicos (a partir de R$ 1), entre tantos outros produtos. Atravessando a rua, o turista pode também conhecer o Mercado do Artesanato. As opções de produtos e preços são equivalentes aos da feirinha. O diferencial, porém, é a praça de alimentação no primeiro piso, onde se pode tomar um cafezinho ou fazer uma refeição. Kelly Ferreira

A viagem foi oferecida pelo XIV Troféu Lagoa Mar

COMO CHEGAR A TAM (tel. 11/4002-5700, site www.tam.com.br) e a Gol (tels. 11/2125-3200 e 0300/7892121, site www.voegol.com.br) têm vôos entre São Paulo e o Aeroporto de Zumbi dos Palmares, em Maceió. Ida-evolta, passagem custa a partir de R$ 349 e R$ 606, respectivamente. Tarifas promocionais sujeitas a disponibilidade. ONDE DORMIR Jatiúca Resort: Lagoa da Anta, 220, Praia de Jatiúca, tel. (82) 3327-2555. Diárias a partir de R$ 332 por casal, com café da manhã e jantar. Matsubara Hotel: Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, 1.551, Praia de Lagoa da Anta, tel. (82) 3214-3000. Diárias a partir de R$ 200 por casal, com café da manhã e taxas. Hotel Meliá Maceió: Av. Álvaro Otacílio, 4.065, Praia de Jatiúca, tel. (82) 2121-5656. Para casal, a partir de R$ 347, com café da manhã. ONDE COMER Irmãs Rocha: Rua José Pontes Magalhães, s/nº, Jatiúca, tel. (82) 3325-9080. Pratos típicos da culinária alagoana. Windows: Rua Machado Lemos, Ponta Verde, tel. (82) 3327-4647. Uma boa pedida é o camarão ao molho de laranja e arroz com castanha do Pará. Mar & Cia: loteamento Sol de Verão, lote 9, zona da praia de Paripueira, tel. (82) 3293-2031. Vale experimentar a lagosta com molho de camarão acompanhado de arroz e purê de batata. Estrela Azul: Loteamento Paraiso Lotes, 01 A 05, Barra de Santo Antônio, tel. (82) 32911599. O menu variado traz opções interessantes como o camarão ao molho especial ou o escondidinho, que leva carne de sol desfiada com purê de macaxeira, queijo e arroz . ONDE AGITAR Lampião Show: Rua Álvaro Otacílio, Jatiúca, Maceió, tel. (82) 3325-4376. Forró. Maikai Choperia: Rua Alfredo Gaspar de Mendonça, s/nº, Lagoa da Anta, Maceió, tel. (82) 3305-4400.


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quinta-feira, 18 de maio de 2006

1 Já conseguimos, na primeira instância, duas liminares favoráveis aos consorciados. Ronni Fratti,da Anadec

Newton Santos/Hype

STJ: CÓDIGO DO CONSUMIDOR VALE PARA CONSÓRCIOS Decisão também fixa em 12% o valor que pode ser cobrado para administrar os planos

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Para o presidente da Abac, Rodolfo Montosa, decisão não traz impacto para o sistema de consórcios

Senado aprova emenda do "Refis 3" Ed Ferreira/AE

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ontribuintes que devem tributos federais poderão ganhar um novo programa de parcelamento para regularizar a sua situação fiscal. O programa, que já vem sendo chamado de Refis 3, foi incluído como emenda na Medida Provisória nº 280, que trata da correção em 8% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A MP 280 foi aprovada no Senado na última terça-feira e agora será encaminhada à Câmara para nova apreciação. Caso a emenda seja aprovada, as empresas devedoras poderão saldar seus débitos em até 180 parcelas ou em prestações, que podem variam entre 0,3% e 1,5% do faturamento mensal. A criação de um novo programa de parcelamento é uma reivindicação antiga do empresariado. Com base nos altos índices de inadimplência fiscal, o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP), por

Ramez Tebet: voto favorável ao novo parcelamento

exemplo, encaminhou recentemente para o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ofício em que pede a manutenção da íntegra do texto relativo ao Refis. No ofício, o Sescon lembra que o "inadimplente tributário já enfrenta uma situação de pária e não está em berço esplêndido como faz crer a justificação dos que são contrários à medida". A emenda, entretanto, criou polêmica na Câmara. Os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), Ideli Salvatti (PT-SC), Tião Viana (PT-AC) e Sibá Machado (PT-AC) votaram contra, por acreditarem

primeiro foi instituído Três programas noOano 2000, durante a gestão de Fernado Henrique de parcelamento Cardoso, o Refis. O outro foi criado em 2003, o chamado em seis anos Paes (Programa de

N

os últimos seis anos, o governo federal criou dois programas de parcelamento de débitos tributários nos mesmos moldes do que acaba de ser incluído na Medida Provisória nº 280.

Parcelamento Especial), já no governo Lula. Balanço – Segundo o último balanço da Receita Federal, feito até o mês de março deste ano, enquadraram-se no Refis mais de 129,1 mil contribuintes, mas apenas

que a medida incentiva a inadimplência. No Senado, o programa foi defendido por Arthur Virgílio (PSDB-AM), José Agripino (PFL-RN) e Ramez Tebet (PMDB-MS). Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, em um País com uma alta carga tributária e economia instável, os contribuintes não se tornam inadimplentes porque querem, "mas pelas condições desfavoráveis". "Nesse caso, o parcelamento não vai beneficiar os maus pagadores", avaliou. Das 200 empresas cadastradas na Criativa Contábil, empresa de consultoria contábil, 50 estão em débito com a Receita Federal, segundo a proprietária, Cláudia Alves Guedes. "Se o Refis 3 não trouxer entraves como os programas anteriores, todas as empresas para as quais presto serviço devem se cadastrar", informou Cláudia. Renato Carbonari Ibelli

25,2 mil permaneceram no programa. Mais de 90 mil foram excluídos por falta de pagamento das parcelas. No Paes – que trazia como principal novidade a possibilidade de as pessoas físicas parcelarem seus débitos com o Fisco – dos 455 mil contribuintes que aderiram (114,8 mil pessoas físicas e 341 mil empresas), 374,6 mil estão conseguindo pagar seus débitos. (RCI)

Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por maioria de votos, que a taxa de administração nos contratos de consórcio não pode ultrapassar 12% do valor do bem, de acordo com o Decreto nº 70.951/72. No mesmo processo, a turma reiteirou, ainda, que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) pode ser aplicado nos contratos. A decisão foi proferida em recurso especial de um consumidor contra a decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba, que permitia ao Consórcio Nacional GM Ltda. a fixação da taxa de administração de até 58,32% nos contratos. Em primeiro grau, o juiz havia considerado a taxa justa sob o argumento de que, ao final do pagamento da 50ª prestação, o valor do bem adquirido (automóvel pick up Chevrolet Silverado Diesel) atingiria um montante de R$ 49.730. Mas a maioria da turma, no STJ, considerou abusivo o percentual de 58,32%. "A empresa de consórcio deveria valerse de outra prática financeira com o fim de permitir, ao final do consórcio, a integralização do valor real do bem, que não a

de embutir encargos que excedam o limite da taxa de administração, o que é expressamente vedado por lei", declarou a ministra Nancy Andrighi no processo. Precedente – O advogado Ronni Fratti, da Associação Nacional de Defesa da Cidadania e do Consumidor (Anadec) comemorou a decisão. "Ela é um importante precedente, pois beneficiará todos os consorciados que discutem a taxa de administração em juízo ", disse Fratti. Há alguns dias, a Anadec havia entrado com 155 ações contra empresas de consórcio argumentando – com base no Decreto nº 70.951/72 – que, quando o valor do bem adquirido for inferior a 50 salários mínimos, a taxa deve ser limitada em 12% deste valor. Já quando o valor do bem for superior a 50 salários mínimos, a taxa deve ser de, no máximo, 10%. "Deste último lote de ações judiciais, já conseguimos duas liminares favoráveis aos consorciados", informou o advogado. Em um dos processos em que a liminar foi deferida, contra o Consórcio Nacional Suzuki Motos Ltda, a 20 ª Vara Cível decidiu: "Ante os fatos ale-

gados e os documentos apresentados, e considerando o disposto no artigo 42 do Decreto nº 70.951/72, concedo a liminar para vedar a cobrança de taxa de administração dos grupos de consórcio em percentual superior a 12%". Sem impacto – Já para o presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), Rodolfo Montosa, a decisão não terá impacto no sistema porque o contrato em discussão no STJ é peculiar. "Neste grupo foi fixada a taxa de 58,32% porque todos os consorciados seriam contemplados na primeira assembléia. Geralmente, a cada da sorteio, um consorciado é contemplado", afirmou. Montosa também argumentou que a taxa de administração de consórcios deve ser definida pelo Banco Central (BC). "O próprio Decreto nº 70.951/72 permite que o Ministério da Fazenda fixe disposições diferentes e o Banco Central é um braço deste Ministério", alegou. Segundo Montosa, a Circular n° 2.766/97 do BC – que trata de consórcio – não impõe limites ao valor da taxa de administração. "Quem fixa a taxa é o mercado", disse o presidente da ABAC. Laura Ignacio


Ano 81 - Nº 22.129

São Paulo, quinta-feira 18 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 00h05

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Entra em ação o Primeiro Comando da Capital Federal A partir do próprio Lula, o PCCF dispara críticas a SP, em guerra de reconquista da paz roubada pelo PCC. Adriano Machado/AE

Adriano Machado/AE

Atira Lula: Polícia e bandidos fizeram um acordo.

O PCC ouviu os planos da Polícia. E por apenas R$ 200 Artur Vinicius (foto) trabalhou no áudio do depoimento da cúpula da Polícia à CPI. E tirou uma cópia.

Atira Genro: SP preferiu o PCC a socorro de Lula

Lei do silêncio. Celular, não.

O PCC CONTINUA ATACANDO A Copa do Mundo na TV

Guerra em São Paulo já fez 138 mortos. E a conta não pára.

Governador de São Paulo autoriza televisores para os presos. "É um direito".

Só na madrugada de ontem a polícia matou 22. Eliaria Andrade/Diário de S.Paulo

4 ônibus incendiados, um deles no Jardim Japão, zona norte (foto). Quadrilha tentou invadir batalhão da PM, em Osasco.

Nas páginas 6, 7, 8 e Opinião Secretaria de Turismo de Alagoas

Lluis Gene/AFP

Maceió, com charme renovado

As datas para devolver o IR

Mais investimentos valorizam hotéis e praias. DC Boa Viagem

São 7 lotes de pessoa física de 2006. Economia/2

Virada brasileira do Barça Belletti faz 2 a 1. Barcelona é bi da Liga. Pág. 12 DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 24º C. Mínima 10º C.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Empresas Nacional Tr i b u t o s Finanças

2

A

greve dos auditores fiscais iniciada no último dia 2 pode atrasar a devolução do Imposto de Renda e já começa a afetar a produção de empresas que dependem de peças importadas, especialmente do setor eletroeletrônico. A Intelbrás, maior fábrica de telefones e centrais telefônicas do País, já concedeu folga para 150 dos 400 empregados da sua fábrica localizada em São José, na Grande Florianópolis (SC), e deve interromper a produção de telefones sem fio por falta de peças e placas de silício importadas da China pelo porto de Itajaí.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

150

IR: SAI DIA 16 DE JUNHO 1º LOTE DE RESTITUIÇÕES

GREVE DO FISCO AFETA INDÚSTRIAS Intelbrás concedeu folga para 150 funcionários A produção da empresa será reduzida à metade e já há risco de desabastecimento, segundo

o diretor industrial Otávio Ernesto. A Intelbrás exporta para o Oriente Médio e África, e lide-

ra o mercado interno, com faturamento de R$ 20 milhões mensais. Se a greve durar até o fim do mês, o prejuízo pode chegar a R$ 10 milhões. Os 7 mil auditores fiscais do País farão assembléias hoje, mas a Unafisco, que os representa, adianta que a greve deve ser mantida por tempo indeterminado. "Sabemos que o movimento afeta a produção das empresas e vai atrasar a devolução do Imposto de Renda, mas exigimos o plano de carreira", afirma Silvana Mendes Campos, diretora da Unafisco. Segundo ela, a devolução do IR poderia ter começado no último dia 10. (AE)

ATAS

é número de funcionários da Intelbrás dispensados por causa da greve dos auditores fiscais

Receita divulga datas de restituição

A

Receita Federal publica hoje no Diário Oficial a Instrução Normativa nº 651 que fixa as datas para liberação dos lotes de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) 2006, ano-base 2005. Ao todo, serão sete lotes. O primeiro será liberado no dia 16 de junho e o último em 15

de dezembro. Os idosos com mais de 60 anos terão prioridade na hora de receber a restituição, em cumprimento à Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, denominada Estatuto do Idoso. A liberação só ocorrerá com as declarações que não apresentarem problemas passíveis de retenção em malha. (Agências)

EDITAIS

TURVO PARTICIPAÇÕES S.A. CNPJ/MF nº 05.013.312/0001-53 - NIRE 353.001.963-33 Ata de Assembléia Geral Extraordinária realizada em 20/06/2005 1 - Preâmbulo - Às 10:00 horas do dia 20 de junho de 2005, na sede social da Companhia sita à Rua Luis Coelho, 320, 3° andar, conjunto 31, Consolação, CEP 01.309-000, São Paulo, SP, reuniram-se em Assembléia Geral, Securinvest Holdings S.A., empresa inscrita no CNPJ sob o nº 03.839.026/000116, com sede na Rua Luis Coelho, nº 320- 3º andar –, conjunto 31, Consolação, na cidade de São Paulo-SP representada por seus Diretores, Carlos Masetti Júnior e Francisco Bosque Neto e Vultee Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, empresa inscrita no CNPJ sob o nº 05.808.579/ 0001-37, com sede na Rua Luis Coelho, nº 320- 3º andar – conjunto 31, Consolação, na cidade de São Paulo-SP, representada por seus Diretores, Carlos Masetti Júnior e Francisco Bosque Neto, acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, razão pela qual foi dispensada a convocação nos termos do Artigo 124, § 4°, da Lei 6.404/76. Para dirigir os trabalhos a mesa foi formada pelo Sr. Carlos Masetti Neto, como Presidente, e pelo Sr. Franscico Bosquê, como Secretário, os quais iniciaram os debates para deliberar sobre os seguintes assuntos constantes da ordem do dia: I – Redução do capital social de R$ 85.100.000,00 para R$ 7.370.000,00 (sete milhões, trezentos e setenta mil reais). 2 Deliberações - Os Acionistas, por unanimidade, deliberam: 2.1- Redução do capital social no valor de R$ 77.730.000,00, por julgá-lo excessivo, conforme determina o art. 173 da Lei 6.404/76, alterando assim a quantidade de ações. Com a referida redução, o capital social passa de R$ 85.100.000,00 (oitenta e cinco milhões e cem mil reais) para R$ 7.370.000,00 (sete milhões, trezentos e setenta mil reais). 2.2Em razão da redução do capital social e respeitando a igualdade dos acionistas, a acionista Securinvest Holdings S/A passa a ter 7.321.000 ações ordinárias e a acionista Vultee Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros a 49.000 ações ordinárias, todas nominativas, sem valor nominal. 2.3- Com a mencionada redução de capital, passa o caput do art. 5° do Estatuto Social a vigorar com o seguinte texto: “Art. 5° - Capital Social e Ações - O capital social é de R$ 7.370.000,00 (sete milhões, trezentos e setenta mil reais), representado por 7.370.000 (sete milhões, trezentos e setenta mil) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” 3 - Encerramento - Nada mais havendo a tratar, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, a qual, tendo sido lida e aprovada, e sendo cópia fiel da ata lavrada em livro próprio, vai por todos os presentes assinada. São Paulo, 20 de junho de 2005. Presidente: Secretário: Acionistas: Securinvest Holdings S.A. p. Carlos Masetti Júnior. p. Francisco Bosquê Neto. Vultee Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros. p. p. Boletim de Subscrição de Ações da Companhia Turvo Participações Ltda. - CNPJ/MF nº 05.013.312/000153 - NIRE 35217524531. Anexo à Assembléia Geral Extraordinária realizada em 20 de junho de 2005 Capital Social Antes da Redução de Capital R$ 85.100.000,00 Quantidade de Ações Antes da Red. de Capital 85.100.000 Redução de Capital R$ 77.730.000,00 Preço de Emissão R$ 1,00 Novo Capital Social da Companhia R$ 7.370.000,00 Quantidade Total de Ações Ordinárias da Cia. 7.370.000 Acionista Ações Subscritas Securinvest Holdings S.A. com endereço à Rua Luís Coelho, 320, 3º andar, conjunto 31, CEP 01309-000, São Paulo, SP 7.321.000 Vultee Companhia Securitizadora de Créditos Financeiros, com sede na Rua Luis Coelho, nº 320 3º andar, conjunto 31 Consolação, CEP 01309-000, São Paulo-SP 49.000 São Paulo, 20 de junho de 2005. Presidente: Secretário:

FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO MÉDICO E HOSPITALAR PREGÃO Nº 015/2006- FAMESP PROCESSO Nº 448/2006 - FAMESP Acha-se à disposição dos interessados do dia 18 de maio de 2006 até o dia 01 de junho de 2006, das 8:00 às 11:30 horas e das 13:30 às 18:00 horas, na Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP, localizada na Rua João Butignolli, s/nº, Distrito de Rubião Junior, Município de Botucatu, Estado de São Paulo, Fone (0xx14) 3815-2680–ramal 111FAX(0xx14)3882-1885–ramal 110, site www.famesp.fmb.unesp.br/licitações/Hospital das Clínicas, o EDITAL DE PREGÃO PRESENCIAL Nº 015/2006-FAMESP, PROCESSO Nº 448/2006 - FAMESP, que tem como objetivo a AQUISIÇÃO DE MATERIAIS PARA LABORATÓRIO: PONTEIRA UNIVERSAL PARA MICROPIPETA PADRÃO PIPETAS GILSON (CURTA) COM FILTRO, SEM FILTRO, MICROTUBO PARA PCR, ETC.., PARA A DIVISÃO HEMOCENTRO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU, em conformidade com o disposto no Anexo II. A abertura dos Envelopes Proposta de Preços e Envelope Documentos de Habilitação será realizada no dia 02 de junho de 2006, com início às 14:00 horas, na Sala da Seção de Compras da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, no endereço supracitado. Botucatu, 18 de maio de 2006.

AVISO DE LICITAÇÃO Empresa Municipal de Processamento de Dados - EMPRO

AVISO DE LICITAÇÃO Pregão Presencial n° 003/2006 Objeto: Contratação de empresa para prestação de serviço de transporte de pessoal e pequenas cargas com disponibilização de 02 (dois) veículos, com quilometragem livre, juntamente com a disponibilização de 03 (três) motoristas, de acordo com as especificações técnicas e condições de locação estabelecidas no Edital e Anexos. Abertura: 31/05/2006 às 09:30 (nove horas e trinta minutos), na Av. Alberto Andaló, 3030, 6° andar – São José do Rio Preto. Edital completo: na sede da EMPRO ou pela Internet www.empro.com.br. São José do Rio Preto/SP, 17 de maio de 2006. Cássio Domingos Dosualdo Moreira - Pregoeiro

BALANÇO AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL – SÃO PAULO

Demonstração do Resultado para os Exercícios Findos em 31/12/2005 e 2004 - (Em Reais) 2005

Balanço Patrimonial em 31 de dezembro de 2005 e 2004 - (Em Reais) Passivo Circulante Empréstimos Fornecedores Contrib. Sociais Adiantamentos Recebidos Impostos a Recolher Provisão de Férias e Encargos Total 13.758 – Exigível a Longo Prazo Provisão de Contingência 448.914 – Total 462.672 – Patrimônio Social Superávit Acumulado 1.947.598 1.605.535 Total 1.947.598 1.605.535 7.262.158 7.421.907 Total do Passivo As notas explicativas anexas fazem parte integrante deste balanço. Bank Boston Demonstração das Mutações do Patrimônio Social para os Banco Safra Exercícios Findos em 31/12/2005 e 2004 - (Em Reais) Banco Unibanco Superávit Acumulado Nossa Caixa Nosso Banco Saldos em 31 de dezembro de 2003 7.296.598 Ativo

Circulante Caixa e Bancos Aplicações Financeiras Duplicatas a Receber Estoques Outros Créditos Total Realizável a Longo Prazo Depósitos Judiciais Impostos a Restituir Total Permanente Imobilizado Total Total do Ativo

2005 60.578 3.145.987 836.619 783.813 24.891 4.851.888

Ajustes de Exercícios Anteriores Superávit do Exercício Saldos em 31 de dezembro de 2004 Ajustes de Exercícios Anteriores Déficit do Exercício Saldos em 31 de dezembro de 2005

2004 479.541 3.746.272 869.347 635.813 85.399 5.816.372

(194.900) 3.107 7.104.805 (182.475) (260.556) 6.661.774

Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis para os Exercícios findos em 31/12/2005 e 2004 - (Em Reais) 1. Contexto Operacional - A Entidade foi constituída em 1967, sendo sua objetiva a promoção de atividades de ação comunitária, visando contribuir para a solução de problemas típicos de grandes concentrações urbanas, sobretudo daquelas de caráter social e cultural em comunidades carentes, prestando para tais fins, serviços gratuitos, permanentes, sem qualquer discriminação de clientela, conforme a legislação em vigor. Dedica-se também à realização de estudos, pesquisas, projetos e planos pilotos, objetivando a formação de tecnologia para o desenvolvimento social, bem como a prestação de serviços a órgãos públicos, a instituições voltadas ao desenvolvimento comunitário e a empresas privadas. Para a consecução desse objetivo, angaria recursos provenientes de setores públicos e privados, nacionais e estrangeiros, e promove a venda de cartões e brindes de Natal. É reconhecida como entidade de utilidade pública Federal, Estadual e Municipal. Por se tratar de uma Entidade com objetivos filantrópicos e sem fins lucrativos, goza de isenção das contribuições sobre o total das remunerações pagas aos empregados (INSS – parcela empregador, seguro contra acidentes de trabalho, SENAI, SENAC e SEBRAE), de acordo com o artigo 55 da Lei nº 8.212/91, com a alteração dada pela Lei nº 9.429, de 26 de dezembro de 1996. Para assegurar este benefício, faz-se necessária a renovação periódica do Certificado de Entidade Filantrópica. Em 08/09/ 2003 a Entidade protocolou junto ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), o pedido de renovação do Certificado de Entidade Filantrópica sob o número 71010.0000840/2003-82, tal pedido, assim como de outras instituições encontra-se em análise desde então. Assim sendo, a Entidade é isenta do recolhimento das referidas contribuições, que neste exercício foi de R$ 480.534 (R$ 467.060 no exercício de 2004). 2. Apresentação das Demonstrações Contábeis - As demonstrações contábeis foram elaboradas e estão sendo apresentadas em conformidade com as práticas contábeis emanadas da legislação societária brasileira e normas específicas para entidades reconhecidas como de utilidade pública. 3. Principais Práticas Contábeis - a. Aplicações Financeiras - São registradas pelo valor da aplicação acrescidas dos rendimentos auferidos até a data do balanço. b. Estoques - Os estoques são demonstrados ao custo médio de aquisição ou produção, inferior ao preço de mercado. c. Imobilizado - Demonstrado ao custo, corrigido monetariamente até 31 de dezembro de 1995. A depreciação é calculada pelo método linear, às taxas que levam em consideração a vida útil-econômica dos bens, conforme mencionado em nota explicativa 6. d. Provisão para Férias - Neste exercício, a Entidade voltou a reconhecer, pelo regime de competência, a provisão de férias, a quais foram apuradas considerando pela parte vencida e proporcional a vencer, inclusive com os respectivos encargos até a data do Balanço. e. Demais Obrigações - Demonstradas pelos valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos incorridos até a data do balanço. f. Resultados - A apuração das receitas e despesas é efetuada pelo regime de competência do exercício. 4. Aplicações Financeiras - São representadas por aplicações de renda fixa e têm diversos vencimentos. Os recursos estão aplicados nas seguintes entidades financeiras: 2005 2004 Banco Bradesco 296.887 681.193

2005 – 190.312 33.387 85.289 11.026 190.917 510.931

2004 15.691 233.751 42.909 11.295 13.456 – 317.102

89.453 89.453

– –

6.661.774 6.661.774 7.262.158

7.104.805 7.104.805 7.421.907

1.358.064 1.431.427 – 59.609 3.145.987

507.949 1.108.711 1.448.419 – 3.746.272

2005

2004

472.834 26.566 29.418 130.475 34.933 24.605 31.016 14.957 19.099 783.813

396.328 7.755 78.185 68.491 21.546 13.971 9.168 40.369 635.813

5. Estoques Cartões de natal Tradicionais Com compact disc – CD Produtos em consignação CD Cartão postal Envelopes Papel Cartões de agradecimento Agendas Outros produtos 6. Imobilizado Taxa anual Depreciação % Terrenos Edifícios 4 Móveis, utensílios e instalações 10 Veículos 10 Equipamentos de informática 20 Reformas em Andamento Outros

2005 2004 135.655 136.220 2.322.586 1.659.400 567.493 445.924 94.800 131.024 552.660 406.805 0 362.487 65.669 42.997 3.738.863 3.184.717 (-)Depreciações acumuladas (1.791.265) (1.579.182) Imobilizado líquido 1.947.598 1.605.535 7. Contingências - a. ICMS sobre Venda de Cartões de Natal - Por recomendação de seus assessores legais, em julho de 1992 a Entidade impetrou mandado de segurança perante a 9ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital contra o Delegado Regional Tributário da Grande São Paulo, objetivando o reconhecimento judicial da inexigibilidade de qualquer recolhimento a título de ICMS sobre a venda de agendas e cartões de Natal, argumentando ser reconhecida como entidade imune de utilidade pública federal, estadual e municipal. Nesse processo, vitorioso em instância final, a decisão judicial proferida em 9 de novembro de 1998 determinou à Fazenda do Estado a restituição do imposto que fora indevidamente recolhido nos exercícios de 1990 e 1991, no total de R$ 569.848, montante que foi objeto de precatório. Em 2005, face à eminência do recebimento a Entidade procedeu o registro de R$ 440.034,25, classificado no Realizável a Longo Prazo, correspondente aos depósitos judiciais efetuados pelo Estado de São Paulo, relativo ao cumprimento dos referidos precatórios. A Entidade aguarda a finalização do processo administrativo para levantamento destes depósitos. b. IOF – Imposto sobre Operações Financeiras - A Entidade também litiga pelo reconhecimento de mesma imunidade em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras – IOF e ao Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, tendo conseguido sucesso em primeira instância. A União Federal recorreu da sentença, estando os autos no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, para a reapreciação da matéria. c. Processos Trabalhistas - Amparada na opinião de seus assessores jurídicos, a Entidade procedeu neste exercício, o provisionamento de R$ 89.453, para fazer face a eventuais desfechos desfavoráveis nas reclamações trabalhistas em andamento. 8. Patrimônio Social - O ajuste de exercícios anteriores, em 2005, no montante R$182.474 refere-se aos efeitos da mudança de prática contábil, quanto à constituição de provisão de férias e encargos. 9. Outra Receitas (Despesas) Operacionais – Referem-se basicamente ao reconhecimento dos créditos relativos aos depósitos efetuados pelo Governo do Estado de São Paulo em cumprimento aos precatórios. (Vide Nota 7).

DIRETORIA Celso Luiz Teani de Freitas - Superintendente - CPF 021.634.798-03

Roberto Alves da Silva - Contador - CRC 1SP 148.266/O-0

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Aos Conselheiros e Administradores da AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL - SÃO PAULO 1. Examinamos o balanço patrimonial da AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL – SÃO PAULO levantado em 31 de dezembro de 2005, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio social e das origens e aplicações de recursos e, adicionalmente, a demonstração do fluxo de caixa correspondentes ao exercício findo naquela data, elaboradas sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil

e de controles internos da Entidade; b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da Entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião as Demonstrações Contábeis referidas no parágrafo 1 acima representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da AÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL-SÃO PAULO, em 31 de dezembro de 2005, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio social e as origens e aplicações de seus recursos referentes ao exercício findo naquela data de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. A demonstração do fluxo

2004 Receitas Vendas de Produtos 2.195.417 2.472.839 Contribuições e Doações 2.449.066 2.062.331 Financeiras 610.005 642.103 Outras Receitas 38.055 526.912 Total das Receitas 5.292.543 5.704.185 Desps. c/ Prod. e Vendas de Produtos Custos dos Produtos Vendidos (906.212) (963.811) Despesa com Vendas (558.001) (682.580) Total Desps. c/ Prod. e V. de Produtos (1.464.213) (1.646.391) Desps. com Atividades Assistenciais Programas Sociais (3.134.930) (2.836.908) Administrativas (578.011) (573.848) Captação de Recursos (460.084) (472.747) Depreciações (192.734) (145.570) Financeiras (29.605) (25.614) Total Desps. c/ Atividades Assists. (4.395.364) (4.054.687) Outras Receitas (Despesas) Operacionais 306.478 – Superávit Déficit do Exercício (260.556) 3.107 As notas explicativas anexas fazem parte integrante desta demonstração. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos para os Exercícios Findos em 31/12/2005 e 2004 - (Em Reais) 2005 2004 Origens Das Operações Superávit do Exercícío (260.556) 3.107 Itens que não Afetam o Cap. Circ. Líquido Depreciação e Amortização 192.734 145.570 Baixa de Ativo Imobilizado 63.976 3.989 Provisão para contingência 89.453 – Total das Operações 85.607 152.666 Aplicações Aquisições de Ativo Imobilizado 598.774 483.617 Aumento do Realizável a Longo Prazo 462.671 – Total das Aplicações 1.061.446 483.617 Diminuição do Cap. Circ. Líq. (975.839) (330.951) Demons. da Variação do Cap. Circ. Ativo Circulante: No início do Exercício 5.816.372 6.134.881 No final do Exercício 4.851.887 5.816.372 (964.485) (318.509) Passivo Circulante No início do Exercício (Reclassificado) 499.577 304.660 No final do Exercício 510.931 317.102 11.354 12.442 Diminuição do Capital Circulante Líq. (975.839) (330.951) As notas explicativas anexas fazem parte integrante desta demonstração. Demonstração do Fluxo de Caixa para os Exercícios Findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 - (Em Reais)

2005 2004 Atividades Operacionais Superávit (Déficit) do Exercício (260.556) 3.107 Itens que não Afetam o Capital Circ. Líquido: Depreciação e Amortização 192.734 145.570 Valor residual do Ativo Perm. Baixado 63.976 3.989 Ajuste de Exercícios Anteriores - (194.900) Provisão para Contingência 89.453 _ Diminuição das Duplicatas a Receber 32.728 31.745 Diminuição (Aumento) dos Estoques (148.000) 15.823 Diminuição dos Outros Créditos 60.508 7.017 (Aumento) de Realizável a Longo Prazo (462.671) – Aumento (Diminuição) em Fornecedores (43.448) 15.581 (Diminuição) de Contribuições Sociais (9.522) (4.119) Aumento (Diminuição) de Adiant. de Clientes 73.994 (11.216) Aumento (Diminuição) de Impostos a Recolher 2.430 3.489 Aumento Provisão para Férias 190.917 – Caixa Líq. Proven. (Consum.) nas Ativ. Oper. (404.792) 16.086 Atividades de Investimentos Aquisição do Ativo Imobilizado (598.774) (483.617) Caixa Líq. Consum. nas Ativid. de Investim. (598.774) (483.617) Atividades de Financiamento Aumento (Diminuição) dos Empréstimos (15.682) 8.707 Caixa Líq. Proven. das Ativid. de Financ. (15.682) 8.707 Diminuição das Disponibilidades (1.019.248) (458.824) Saldo de Bancos e Aplicações Financeiras No início do Exercício 4.225.813 4.684.637 No final do Exercício 3.206.565 4.225.813 Diminuição das Disponibilidades (1.019.248) (458.824) As notas explicativas anexas fazem parte integrante desta demonstração. de caixa para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 foram submetidas a procedimentos adicionais de auditoria, estando apresentada de forma apropriada, como informação complementar, cujo dados são consistentes com aqueles ultilizados na elaboração das demonstrações contábeis obrigatórias. 4. O balanço patrimonial levantado em 31 de dezembro de 2004 e as respectivas demonstrações do resultado das mutações do patrimonio social e das or igens e aplicações de recursos e, a dicionalmente, a demonstração do fluxo de caixa correspondentes ao exercício findo naquela data, foram por nós examinadas em nosso parecer, data de 18 de fevereiro de 2005, continha ressalva quanto ao não reconhecimento da provisão de férias e respectivos encargos, eliminada neste exercício. São Paulo, 27 de janeiro de 2006. DIRECTA AUDITORES S/C CRC n.º 2SP013002/O-3. Clóvis Ailton Madeira CT CRC nº 1SP106895/S-8 Cesar de Alencar Leme de Almeida CT CRC nº 1SP 151681/O-0.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 17 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falências: Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Sleever Point Comércio de Materiais Fotográficos Ltda. - Rua Gonçalves Cunha, 65 - 02ª Vara de Falências

Requerente: Vox Editora Ltda. Requerida: Editora Quatro Estações Repres. Ltda. - Rua Manoel de Arzão, 338 - 01ª Vara de Falências

Requerente: Comércio de Frutas Calu Ltda. - Requerido: Verde Suprema Comércio e Distribuição Ltda. Rua Cabo Antonio Pinton, 30 - 02ª Vara de Falências

Requerente: Metalinox Aços e Metais Ltda. - Requerido: Personal Comércio de Aço e Inox Ltda. - Rua das Juntas Provisórias, 181 - 02ª Vara de Falências

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS JULGAMENTO DE HABILITAÇÃO TP 2/271/2006 – Objeto: Contratação de seguro de vida em grupo para as crianças, adolescentes e funcionários da FUNDHAS. A Comissão Permanente de Licitações, após promover Diligência n° 1, informa que foi julgada a documentação apresentada pelas empresas HSBC Seguros (Brasil) S/A, Itaú Seguros S/A, Liberty Paulista Seguros S/A, Marítima Seguros S/A, Metropolitan Life Seguros e Previdência Privada S/A, Mongeral S/A Seguros e Previdência, Nobre Seguradora do Brasil S/A, Panamericana de Seguros S/A e Royal & Sunnalliance Seguros (Brasil) S/A, sendo inabilitadas: Liberty Paulista Seguros S/A por não apresentar o documento referente ao item 7.3.1.b. do Edital; Marítima Seguros S/A por apresentar o documento referente ao item 7.3.1.l. em desacordo com o solicitado no item 7.4. do Edital e Panamericana de Seguros S/A por apresentar o balanço patrimonial em desacordo com o solicitado no item 7.3.1.m. do Edital. Habilitadas: as demais participantes. Prazo recursal: 5 dias úteis. São José dos Campos, 15 de Maio de 2006. Hiromiti Yoshioka – Presidente Hiromiti Yoshioka - Presidente

COMUNICADOS CASA DE TINTAS DIVA LTDA – ME - CNPJ: 02.587.383/0001-71 I.E. 115.278.126.110 R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 65 comunica que foram extraviadas as seguintes notas fiscais série D-1, 14 a 1000. (17, 18 e 19/05/2006)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio(s) escolar(es): TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0825/06/02 - EE Profª Alice Antenor de Souza – Rua das Crianças, 95 - Jardim Picerno II - Sumaré/SP – 120 - R$ 23.763,00 – R$ 2.376,00 – 09:30 – 06/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 05/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: CONCORRÊNCIA A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Construção de prédio escolar em estrutura pré-moldada de concreto com fornecimento, instalação, licenciamento e manutenção de elevador, Construção de ambientes complementares e Reforma: CONCORRÊNCIA N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – ÁREA - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0602/06/01 - Terreno Prq Grajaú/Nair Toledo Damião - Rua Augusto Teixeira/Nelo Bertolacine, s/nº - Grajaú – São Paulo/ SP – 240 - 3.182,66; EE Profª Nair Toledo Damião - Av. Rosália Ianini Conde, 550 – Grajaú – São Paulo/SP -180 - 34,56 - R$ 419.791,00 – R$ 41.979,00 – 09:30 – 20/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 19/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 50,00 (cinquenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 19/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

CONVOCAÇÕES


quinta-feira, 18 de maio de 2006

Administração Ambiente Te r r o r Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Nunca vi um acordo em que a facção criminosa tenha tantos mortos. Cláudio Lembo, governador

COMPRA DE TVs PARA PRESÍDIOS SERÁ INVESTIGADA

LEMBO ADMITE USO DE AVIÃO DA PM Governador disse que autorizou o uso de aeronave para encontro de advogada e autoridades com Marcola, líder do PCC, mas negou acordo com o criminoso Daniel Mobília/Agência O Globo

João Clara/Agência O Globo

O

governador de São Paulo, Claudio Lembo (PFL), reafirmou ontem que autorizou o uso de um avião da Polícia Militar no transporte da advogada Iracema Vasciaveo para o presídio de Presidente Bernardes, onde se encontrou com o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Partiu também de Lembo a autorização para que se desconsiderasse a lei que prevê uma ordem judicial para que se realize qualquer visita a detentos que estão em regime de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). "Achei boa política administrativa que ela fosse, para que não haja depois a idéia de violação dos direitos humanos. Poderiam amanhã dizer que ele estava sendo agredido, torturado", disse Lembo, para quem a visita sem ordem judicial foi necessária, por conta do caráter de urgência da situação. "Não podíamos esperar uma decisão judicial. Seria demorado e estávamos em conflito", disse Lembo. Ele, no entanto, continua negando qualquer tipo de acordo . Para o governador de São Paulo, a quantidade de mortos supostamente envolvidos com o PCC é um dado que demonstra a inexistência de qualquer negociação. "Nunca vi um acordo em que a facção criminosa tenha tantos mortos", comentou Lembo, que, entretanto, admitiu que o governo deveria usar "todas as formas possíveis para agilizar o diálogo, inclusive com essa figura (Marcola)". Com relação aos mortos pela polícia nos últimos dias, o governador afirmou que ainda não há previsão para a divulgação da lista com os nomes, mas ressaltou que isso deve ocorrer em breve. "Pedi ontem que houvesse um trabalho o mais rápido possível", disse Lembo. Por fim, o governador ainda se disse satisfeito com os trabalhos da Secretaria de Segurança Pública, da Secretaria de Administração Penitenciária e das polícias Civil e Militar. E garantiu que não fará mudanças na equipe de comando da segurança do Estado. "Estou muito honrado com a presença desses secretários e acho que eles são de grande qualidade", finalizou. Em entrevista à TV Globo, Lembo disse que também não sabia porque os ataques tinham cessado rapidamente. Perguntado se havia necessidade de uma reunião com o Marcola, mesmo sabendo que as rebeliões iriam cessar, Lembo disse que sim. "Senão iriam nos acusar de estar negando os direitos humanos". Lembo, durante a entrevista, se perdeu ao tentar responder o que foi tratado durante as duas horas de reunião entre Marcola e autoridades do governo. "Isso é uma coisa que pensam que o governador é a autoridade. Eu sabia que ia a advogada e grupos. Quando você está no meio de um grande conflito social como nós estávamos, nós tinhamos que permitir todas as informações, inclusive o diálogo que ele manteve com a advogada. Se não fizéssemos isso, estas autoridades seriam responsáveis", disse. Televisores – A polícia e o Ministério Público Estadual (MPE) vão investigar a origem do dinheiro usado na compra de 60 aparelhos de televisão adquiridos pelo PCC. As TVs serão usadas para que os presos possam assistir aos jogos da Copa do Mundo. O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, admitiu que autorizou a entrada dos aparelhos nas penitenciárias. Os aparelhos devem ser instalados em áreas comuns dos presídios, as chamadas galerias, funcionando como uma espécie de telão. Furukawa afirmou não saber a origem das TVs, quem as comprou ou qual o tipo e o tamanho dos aparelhos. (Agências)

O governador Cláudio Lembo e a advogada Iracema Vasciaveo, que participou do encontro entre o líder do PCC e autoridades da segurança pública de São Paulo

PCC paga R$ 200 por depoimento Funcionário vendeu cópia sigilosa a advogados da facção. Na gravação, policiais antecipavam transferência de presos.

D

eputados da CPI do Tráfico de armas afirmaram que a cópia das declarações do diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Rui Ferraz à CPI, na quarta-feira passada, foi vendida por R$ 200, inicialmente. Segundo os deputados, no depoimento à Delegacia de Polícia Legislativa, o funcionário que vendeu a cópia aos advogados do Primeiro Comando da Capital (PCC), Artur Vinícius Pilastres Silva, receberia mais pelo serviço, mas o valor ainda estava sendo negociado. Os deputados avaliam que esse vazamento provocou os distúrbios em São Paulo. Isto porque, segundo eles, Bittencourt antecipou à CPI que haveria transferência de presos e que a Polícia estava se preparando para enfrentar rebeliões no domingo, Dia das Mães. O depoimento chegou às mãos do preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC. Artur Vinícius contou que os advogados ofereceram dinheiro para que ele gravasse a reunião. "A idéia do dinheiro me tentou. Infelizmente não ganho bem", afirmou. Os advogados lhe disseram que o dinheiro que estavam pagando (quatro notas de R$ 50) era "um café", porque eles não estavam preparados. Mas fariam contato por e-mail para negociar o restante. "Depois eu falo com os meninos para te mandar algum", disse Artur, relatando o que ouviu do advogado Sérgio Weslei da Cunha. Além de Sérgio, a outra advogada é Maria Cristina de Souza Rachado. Segundo o relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o funcionário gravou o depoimento da sessão reservada em um "pendrive", se encontrou com os advogados em um shopping em Brasília e reproduziu a gravação em um CD. O deputado Paulo Pimenta quer agora a prisão dos advogados porque, segundo ele, existem provas de que os dois não estavam exercendo advocacia, "são parte integrante do PCC, são bandidos". O deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP) afirmou que também deve ser so-

Adriano Machado/AE

licitada à OAB a suspensão dos direitos de advocacia dos dois profissionais. Deputados da CPI contaram também que o áudio da reunião foi reproduzido em vários presídios de São Paulo e acabou conhecido dos detentos. PCC no Congresso – "O que é grave é que tem PCC no Congresso", afirmou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que é integrante da CPI do Tráfico de Armas e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara. Faria de Sá afirmou que Bittencourt lhe contou que, na sexta-feira passada, quando foi interrogar Marcola, o preso reproduziu as declarações que ele havia feito na comissão em sessão reservada dois dias antes. "Ele (Marcola) ainda ironizou a polícia", disse o deputado. Na quarta-feira passada, Bittencourt e Ferraz foram participar de audiência na CPI do Tráfico de Armas. Eles identificaram dois advogados do PCC no plenário da comissão onde seria realizada a audiência. Por causa disso, e a pedido dos policiais, a sessão que era pública se tornou fechada, quando apenas parlamentares e assessores da comissão podem ficar na sala. Os advogados, segundo relato de Faria de Sá, protestaram por terem sido retirados da sala. O presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), confirmou que realmente houve o vazamento das declarações e disse que todas as providências foram tomadas para esclarecer o caso. "Houve uma investigação pela polícia de São Paulo que chegou ao funcionário responsável pela gravação, que é de uma empresa terceirizada, afirmou Torgan. "Ele (o funcionário) já foi ouvido e teria confirmado a venda da fita", afirmou Torgan. (Agências)

Artur Vinícius Pilastres Silva recebeu R$ 200

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

TURISMO - 3

Fotos: Divulgação/Tom Carvalho

Pelo litoral sul... Duas jóias da natureza de Alagoas encontram-se a apenas 30 quilômetros ao sul de Maceió: praias do Gunga e do Francês

Divulgação

Carro Quebrado: falésias de várias tonalidades compõem o visual. Chegar lá é uma aventura

E no litoral norte...

Carol Frederico/Folha Imagem

U

Pouco conhecidas pelos turistas as praias da Ilha da Croa e de Carro Quebrado encantam à primeira vista Gunga (acima) é bordada por coqueiros de uma fazenda particular. Tours de jet ski, banana boat e bugue estão disponíveis; já a Praia do Francês (à esq.) tem dois extremos: a parte de águas calmas em piscinas naturais e o trecho com fortes ondas boas para o surfe

ma das mais belas praias do litoral brasileiro, a Praia do Gunga, no município de Roteiro, fica entre o belo mar de águas esverdeadas e um segundo "mar" de verdes coqueirais. Boa parte de sua extensão, uma das maiores faixas de areia do Estado, é acompanhada por uma infinidade de coqueiros pertencente a uma fazenda particular. Para entrar na praia, é preciso ter o acesso liberado pelos seguranças da fazenda, o que normalmente ocorre. Ou deve-se pegar "carona" (R$ 15) em escunas que partem pela manhã do porto da Barra de São Miguel, município vizinho. De lá à praia são, em média, 20 minutos.

A apenas 33 quilômetros de Maceió, Gunga é ótima para o banho e costuma ser a eleita pelos marajás alagoanos nos fins de semana. Ficar sob o guarda-sol apreciando a vista já vale o passeio, mas a praia oferece uma série de outras programas de lazer. Entre elas, tours de jet ski, banana boat e bugue. Esta última é a opção mais atraente. Leva em média uma hora e meia pela areia, passa por falésias coloridas, um dos pontos de parada, e termina com um mergulho na Lagoa Azeda, uma pequena lagoa que desemboca no oceano. Praia do Francês – Com boa estrutura hoteleira e de bares, a Praia do Francês, no município de Marechal Deodoro, a 28

km ao sul de Maceió, está entre as mais procuradas de todo o litoral nordestino. O motivo: tem contrastes interessantes. Num dos seus extremos, há águas calmas, graças a recifes de corais que represam o mar em verdadeiros piscinões. Esta é a parte mais urbana. No outro extremo, a praia é selvagem e suas fortes ondas são boas para o surfe. Além da badalada praia, a cidade de Marechal Deodoro é opção de roteiro cultural, tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Considerada a primeira capital do Estado e o berço do proclamador da República, pelas ruas se exibem belos conjuntos arquitetônicos dos séculos 16 e 17. (R.I.)

A

menos de 25 minutos ao norte de Maceió, o município de Barra do Santo Antônio concentra em seu território mangues, falésias, uma bela península, o Rio Santo Antônio e uma lagoa. E possui praias exóticas e uma fauna que inclui pica-paus e jacarés do papo amarelo. Ainda assim, por alguma razão difícil de explicar, esse roteiro por muito tempo foi ignorado pelo turismo. Apenas há dois anos ocorre um esforço maior para divulgar os atrativos da Barra, entre eles, as praias da Ilha da Croa e de Carro Quebrado. Como ficaram um longo tempo sem fazer parte do "roteiro oficial", elas continuam virgens, mas é pouca a infraestrutura para receber o turista. Portanto, é indispensável apelar para guias que organizam passeios. O ponto de partida mais estruturado é o restaurante Estrela Azul, onde se

Divulgação

A apenas 20 minutos da capital, o município abriga piscinas naturais que convidam a nadar entre corais e peixes coloridos

um carro de boi não foi rápido o bastante para escapar da maré alta e encalhou no local. E para aproveitar esse passeio, é importante escapar da maré também. De balsa que sai do Estrela Azul se chega até um manguezal em dez minutos, onde se embarca em jipes que levam o turista, sentado no teto, até a praia em meia hora. O jipe passa por mangues, beira o Rio Santo Antônio que mostra a fauna e flora de sua margem – o passeio é acompanhado por um biólogo –, atravessa o bairro do Croa, onde pescadores se encontram em praça para ver programas numa TV comunitária, até chegar a Carro Quebrado, onde prossegue até próximo das falésias. Uma curiosidade: as falésias têm camadas coloridas: amarelo, roxo, vermelho e outras 40 tonalidades das rochas que, quando diluídas com água, tingem os turistas. (R.I.)

Ilha da Croa: lá é possível banhar-se em água de mar ou de rio. No centro da praia, há um quiosque

As águas mansas de Paripueira A

s piscinas naturais de Maragogi são as mais conhecidas e belas do litoral alagoano, é consenso. Mas há opções à altura bem mais próximas de Maceió e um pouco menos disputadas que as da praia de Pajuçara. O município de Paripueira, a 20 minutos da cidade, abriga um enorme complexo de piscinas, de águas mornas e cristalinas que permitem observar peixes, polvos, ouriços e corais. A opção mais segura de saída para o passeio depende da estrutura oferecida pelo

consegue comprar pacotes que englobam travessia de balsa pelo Rio Santo Antônio e para Croa. Também, passeio de jipe até Carro Quebrado. Nestes tours, o restaurante garante bebida e petisco aos turistas. Croa – O desfrute de ambos passeios depende da maré, que muda de um dia para o outro em um intervalo de cerca de uma hora. Com a maré baixa, pode ser dispensada a escuna para chegar à Ilha da Croa, que apesar do nome é na verdade uma península. Por água ou por terra, o tempo que se leva do Estrela Azul até a "ilha" não é superior a dez minutos. Na praia pode-se banhar em água do mar ou do rio, que contornam a "ilha" para se juntarem adiante. No centro da praia, um quiosque serve petiscos e oferece guarda-sóis. Carro Quebrado – Seu nome curioso tem várias versões. A verdadeira, porém, conta que

restaurante Mar & CIA. De lá, grupos seguem a pé mar adentro, com água na cintura durante a maré baixa, até chegar às escunas que levam às piscinas em 15 minutos. Um biólogo acompanha o tour. As "praias de águas mansas" de Paripueira – essa é a tradução do nome indígena – ainda são boas para o mergulho. No município, encontra-se a maior família de peixeboi do Nordeste, no Parque Municipal Marinho de Preservação do Peixe-boi, único na América Latina. (R.I.)


quinta-feira, 18 de maio de 2006

Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

WICKBOLD JÁ EMITIU 4,3 MIL NOTAS ELETRÔNICAS

3

5,1

mil é o número de notas fiscais eletrônicas já enviadas à Sefaz-SP desde abril.

A NOTA FISCAL ELETRÔNICA ESTADUAL AGUÇA O APETITE DAS EMPRESAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

UM NOVO MERCADO DE R$ 1,4 BILHÃO

U

m novo e rentável mercado se abre para as empresas de tecnologia com a instituição da Nota Fiscal Eletrônica (NFE), este ano, por seis estados brasileiros, até o momento. Estima-se que, até 2008, a nova tecnologia vai movimentar R$ 1,4 bilhão no País, sendo a metade com licença de produtos. Por enquanto, existem seis empresas oferecendo soluções para os usuários da NFE, mas a tendência é que esse número aumente. O documento eletrônico tem como principal finalidade a integração e o compartilhamento, em tempo real, de informações entre o Fisco estadual e os contribuintes, além de garantir maior controle da arrecadação e redução de custos para os usuários do documento. Muitas empresas de tecnologia estão partindo para atuar nesta área, segundo Flávio Ortêncio, diretor geral da Softeam. A empresa implementou solução desenvolvida pela Config para três das 19 primeiras companhias que participam do projeto piloto da NFE em seis estados: Wickbold, SiemensVDO e Ultragaz. "Empresa que focava o trabalho em locação de mão-de-obra e consultoria está de olho neste mercado gigantesco", afirma Ortêncio, que diz não ter medo de novos concorrentes. Outra empresa que está apostando no mercado é a Gedas, que atua no ramo de tec-

Leonardo Rodrigues/Hype

nologia de informação e pertence à T-Systems. Em parceira com a Microsoft, ela desenvolveu um produto para a Volkswagen. "A Gedas foi a primeira provedora a fornecer solução completa e aposta nisso para se sedimentar no mercado", disse o diretor de CRM da Gedas, Ronaldo Rodrigues, referindo-se ao uso da ferramenta BizTalk, que assegura agilidade na entrega dos dados às secretarias de Fazenda dos estados e rapidez para a implementação da solução. A BizTalk possibilita que a empresa imprima o documento em papel após três tentativas sem sucesso, em três minutos. A Gedas oferece soluções para a emissão de até 100 mil notas por mês e conseguiu enviar à Fazenda paulista 50 notas da Volkswagen em 15 segundos. Por ora, apenas Wickbold, Volkswagen e Souza Cruz estão emitindo eletronicamente as notas. As outras devem começar em agosto. Em abril, primeiro mês de funcionamento para essas empresas, foram emitidos 5,1 mil documentos, segundo o Fisco paulista. Só a Wickbold emitiu 4,3 mil notas. Estima-se uma redução de 5% nos custos dos contribuintes. "Para a indústria de alimentos, o impacto deve ser ainda maior, pois uma das vantagens em usar a nota eletrônica é que o tempo de paradas nas fronteiras será reduzido", disse o gerente de soluções corporativas da Microsoft, Eduardo Longano. Adriana David

Volks quer massificar uso da nota

A

A redução de custos, com a nota fiscal eletrônica, será ainda maior para as indústrias de alimentos. Eduardo Longano, da Microsoft (acima)

Vamos massificar o uso do documento eletrônico, faturar peças de reposição e até as vendas para o exterior. Vagner Montagner (ao lado), da Volkswagen

Volkswagen, que emite anualmente 2,2 milhões de documentos fiscais em seus pontos de venda, pretende usar a Nota Fiscal Eletrônica (NFE) em toda a sua cadeia de negócios até o final de 2007. "Vamos massificar o uso do documento eletrônico, faturar peças de reposição, transferência de componentes e até para a exportação", disse, ontem, o gerente de Planejamento de Tecnologia de Informação da empresa, Vagner Montagner. Seguradoras e financeiras também serão integradas. Atualmente, como parte do projeto-piloto que termina em julho, a montadora utiliza a nota fiscal eletrônica para faturar veículos em cinco concessionárias em São Paulo. Em abril, esses pontos-de-venda emitiram aproximadamente de 100 documentos. Segundo Montagner, até o fim de 2006, a tecnologia será estendida para as 600 concessionárias espalhadas pelo País. (AD)


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Administração Ambiente Te r r o r Compor tamento

quinta-feira, 18 de maio de 2006

ATAQUES DO PCC GANHAM ABORDAGEM ELEITORAL EM BRASÍLIA

O presidente Lula desrespeita e ofende o povo de São Paulo. Geraldo Alckmin

PT ABRE GUERRA CONTRA SÃO PAULO O presidente Lula e o ministro Tarso Genro criticaram ontem um possível acordo realizado entre o estado e o PCC e também o ex-governador Geraldo Alckmin Ed Ferreira/AE

Valéria Gonçalvez/AE

A

onda de ataques desencadeada pelo crime organizado em São Paulo virou uma guerra política com as últimas declarações do governo, apesar de o consenso em Brasília ter sido o de evitar uma abordagem eleitoral sobre a crise. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o suposto acordo entre o governo de São Paulo e líderes do PCC, desmentido pelas autoridades estaduais. Para agravar a situação, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, levou de vez o assunto para o campo político. Ele deu dura resposta ao pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin – que afirmou que a rebelião nos presídios está relacionada a não transferência de todos os recursos federais prometidos para a área de segurança pública – dizendo que o ex-governador comete um erro ao politizar e dar tratamento eleitoral ao tema. Tarso acusou o ex-governador de "fugir às responsabilidades". Genro disse também que o governo do Estado "preferiu negociar com os criminosos a aceitar ajuda do governo federal". "Diante de uma crise como essa, é preciso tirar as questões eleitorais e assumir a responsabilidade política pelo que se fez", disse o ministro. "Parece que Geraldo Alckmin não quer assumir essa responsabilidade." Tarso Genro criticou tanto Alckmin quanto o atual governador Claudio Lembo (PFL). "Essa crise não começou hoje, ela começou com as rebeliões da Febem, às quais o Geraldo Alckmin não deu a devida atenção", disse o ministro. "Agora, quando a crise acontece, a primeira tendência é transferir a responsabilidade para o governo federal", disse. "São Paulo é o Estado mais rico do Brasil, mas reduziu nos últimos cinco anos os investimentos em segurança pública", disse. Após péssima repercussão no Senado, Tarso declarou à noite que não teve a intenção de ofender Geraldo Alckmin, mas que o governo não admite transferência de responsabilidade. Alckmin preferiu não comentar a fala de Tarso, mas atacou duramente o discurso de Lula. "O presidente, que tem iniciativa legislativa, se omitiu na mudança de lei que dá folga a esses bandidos. Ele é cúmplice dessa situação", disse. "O presidente Lula desrespeita e ofende o povo de São Paulo. Ele sempre foi omisso nessa questão de segurança. E nesse caso de agora, pior. Lula nunca condenou o crime organizado, nunca falou uma palavra condenando os atentados covardes. Policiais de São Paulo foram mortos pelas costas. E o que faz o presidente? Lula preserva as quadrilhas criminosas e vem atacar a polícia paulista. É inadmissível. Há dois dias, o Lula falou que não 'haveria nenhum mesquinho no Brasil capaz de querer fazer uso eleitoral desses atentados. Tem sim. O próprio Lula com essas declarações", completou Alckmin. Lula – Em visita a Goiás, o presidente aproveitou vários discursos de improviso para tratar do tema. "O momento é grave porque mostra o peso do crime organizado. Pelas reportagens que ouvi, parece que havia mancomunação entre policiais e os bandidos, acordo e não-acordo. O que precisa ficar muito claro é que a parte que o governo federal poderia fazer nós oferecemos ao governo estadual", disse Lula em visita a uma obra na rodovia BR-060, que liga Brasília a Goiânia. "O que o governo federal pode é dar apoio, seja com Exército, com a Força Nacional, ou com a Polícia Federal", completou. Em outro momento, Lula deu uma estocada nos tucanos, ao dizer que as ações atribuídas à facção criminosa PCC são resultados da falta de investimentos dos governos anteriores em educação. "Não se cuidou corretamente de nossas crianças e adolescentes", criticou. (Agências)

O presidente Lula (esquerda) criticou o suposto acordo com líderes do PCC e disse que o momento é grave porque mostra o peso do crime organizado. Alckmin (acima) respondeu às críticas dizendo que o presidente é cúmplice desta situação.

Declarações param Senado Oposição bloqueou a votação de projetos de interesse do governo

Projetos aumentam rigor

Adriano Machado/AE

O

s reflexos políticos da crise de segurança em São Paulo abriram uma guerra no Congresso e levaram à paralisação dos trabalhos no Senado. O estopim foi, principalmente, as declarações do ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro. A oposição reagiu bloqueando a votação de projetos de interesse do governo. Nervoso, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), anunciou o rompimento do diálogo com o governo e atacou o ministro. "Ele é um irresponsável e leviano, que só pensa em poder", disse Tasso, ao anun- Tarso Genro foi chamado de irresponsável devido às suas declarações ciar a decisão de cortar o diálogo com "este governo, que tem um homem que fala buna para defender o ministro, afirmando que ele uma bobagem deste tamanho". Segundo ele, Tar- se baseara em notícias divulgadas pela imprensa so deveria se retratar, pois procurou responsabi- sobre um acordo entre o governo de São Paulo e o lizar Alckmin, que está fora do governo paulista, Primeiro Comando da Capital (PCC). com base em especulações. "O ministro quis fazer "Não podemos trazer para o plenário o calor política de baixo nível, de leviandade, justamente da disputa eleitoral", interveio o senador Siba no momento em que o Senado começa a trabalhar Machado (PT-AC), tentando pôr panos quencom seriedade", disse. tes. "Nós somos contra a politização deste epiO clima de tensão foi reforçado quando o líder sódio e a pesquisa mostrou que tanto o governo do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), reagiu estadual quanto federal têm culpa." com veemência a outra declaração de Tarso, que Diante das cobranças da oposição, que se recomentara com ironia a polêmica a respeito dos vezou em atacar Tarso Genro, o senador Romevestidos recebidos por Lu Alckmin, mulher do ro Jucá (PMDB-RR) disse que, em nenhum mocandidato tucano à Presidência. "Qual a segu- mento, o presidente Lula teria estimulado a disrança de um presidente da República que não puta política por conta dos episódios de violênsabe dos vestidos que a mulher tem no armá- cia ocorridos em São Paulo. Tanto que o próprio rio?", indagara Tarso. Lula orientou seus aliados a evitarem troca de Virgílio acusou o ministro de tê-lo procurado acusações. há alguns dias para pedir uma trégua e que eviJucá disse que havia conversado com Tarso tasse ataques aos parentes dos candidatos ao Pla- Genro e que ele negara as declarações. "Foram innalto - providência que reduziria a pressão por in- formações truncadas", disse. "Ele não é nenhuma vestigações sobre os negócios de Fábio Luis, um criança", devolveu Arthur Virgílio, certo de que o dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ministro agira intencionalmente para acirrar o cli"Não é o mesmo homem que esteve comigo para ma entre oposição e governo. O senador Antonio dizer que queria elevar o debate", disse. Carlos Magalhães (PFL-BA) foi duro com o minisEnquanto isso, a líder do PT, senadora Ideli Sal- tro, afirmando que ele criou "um ambiente desavatti (SC), tentava, em vão, falar ao telefone com gregador", justo no momento em que os partidos Tarso. Só no início da noite é que ela subiu à tri- se entendiam para a votação de projetos. (AE)

A

Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem, por unanimidade, um pacote de 11 projetos de lei para tornar mais rigoroso o controle sobre os integrantes de organizações criminosas dentro das cadeias e endurecer a legislação penal brasileira. Junto com os projetos seriam analisadas também duas propostas de emendas constitucionais, uma delas para vincular uma parte da arrecadação do governo federal, dos estados e municípios aos gastos com segurança pública. Mas, depois de uma manifestação da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), a proposta de emenda ficou para outra reunião da CCJ. As medidas ainda terão de passar pela Câmara dos Deputados, mas os senadores aprovaram ontem a criação do regime penitenciário de segurança máxima, que prevê, por exemplo, isolamentos de até 720 dias para presos problemáticos e a transformação em falta grave, punida com o isolamento por até um ano, a posse de telefones celulares dentro de presídios. Foi aprovado ainda o projeto que prevê a determinação para que as empresas de telefonia celular forneçam gratuitamente bloqueadores de sinal para evitar que os aparelhos funcionem nos presídios. O regime de segurança máxima prevê medidas de restrição maior de liberdade para os presos ligados a grupos organizados. Na avaliação de especialistas, o pacote representa um endurecimento da legislação penal. Além das propostas que atingem os criminosos já presos, estão incluídas no pacote, por exemplo, medidas como a proibição aos juízes de concederem liberdade condicional para um condenado que esteja sendo julgado depois de já ter cometido algum outro crime. Um projeto aumenta o prazo de prescrição de crimes e outro impede que pessoas condenadas a prisão por mais anos do que os 30 previstos na lei sejam beneficiadas por outros expedientes legais. (AG)


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4 -.TURISMO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

MERCADO

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inco anos após os atentados de 11 de setembro a indústria turística dos Estados Unidos já não fala mais em terrorismo como o pior inimigo para seu crescimento. Durante o 38º Pow Wow – o maior evento do setor em território norte-americano, realizado na semana passada – a preocupação maior era com as fronteiras. Agora, o principal assunto nas rodas de discussão é outro: fala-se de facilitar o visto e de melhorar o atendimento nos consulados e nos aeroportos na chegada ao país. "Estamos buscando um equilíbrio entre segurança nas fronteiras e abertura de portas para os turistas, mas ainda não conseguimos os resultados que gostaríamos", afirmou Jay Rasulo, national chair da Travel Industry Association of América (TIA). "A América precisa mandar a mensagem de que está de portas abertas para o mundo. E decidimos que 2006 será o ano da virada para o turismo", completou. Para reverter o quadro, que ainda não é de todo satisfatório – segundo estimativa da TIA, a falta de investimentos do governo no setor gera uma perda da ordem de US$ 20 bilhões por ano –, e atrair ainda mais turistas, a tática será juntar hospitalidade, trabalho em conjunto entre os Estados, lobby com políticos para aprovarem projetos para o trade e uma forte campanha publicitária. Eis o plano, chamado de Projeto Apollo, que deve ser colocado inteiramente em prática em até dois anos. O objetivo final será chegar ao topo do ranking dos países mais visitados. "Hoje os EUA é o terceiro no ranking, mas é o número um em gastos de turistas", afirmou Roger Dow, presidente e CEO da TIA. "O mercado internacional é muito importante para nós, para o crescimento do país, e por isso virou uma prioridade para a TIA". Para Rasulo, a urgência agora é melhorar e acelerar o processo de obtenção de vistos para acompanhar a crescente demanda mundo afora. Apoios – A iniciativa da TIA recebeu o apoio das operadoras brasileiras, que mesmo com o aumento nas vendas para os Estados Unidos ainda veêm a dificuldade em obter visto como um obstáculo para que mais brasucas visitem a nação. "O maior resquício dos atentados do 11 de setembro foi uma maior dificuldade na obtenção do visto, que acaba desanimando alguns turistas", afirmou Magda Nassar, da Soft Travel, operadora que registrou um aumento no número de pacotes

EUA de portas abertas Durante o maior evento de turismo dos Estados Unidos, o Pow Wow, a Travel Industry Association of America (TIA) anunciou um pacote de ações para atrair mais turistas. Entre as principais medidas estão uma maior facilidade para obter vistos e atendimento mais cordial na entrada ao país do Tio Sam Por Lygia Rebello Divulgação/TIA

Cerca de 5.400 pessoas de 70 países diferentes participaram do Pow Wow, realizado na semana passada em Orlando, Florida

vendidos para os EUA de 43% de janeiro a abril deste ano. No ano passado, os Estados Unidos receberam 49 milhões de visitantes (7% a mais que em 2004) e a expectativa é de receber o número recorde de 52 milhões este ano. Entre os brasileiros, o grande crescimento do números de turistas viajando à Terra do Tio Sam vem animando operadores: foi registrado um aumento em 2005 de

cerca de 26% em relação ao ano anterior. "Neste primeiro bimestre já registramos um aumento de quase 30% no número de brasileiros viajando aos Estados Unidos", comemorou o diretor internacional da TIA, Luiz de Moura Jr. "Janeiro também foi o 16º mês consecutivo de crescimento desde outubro de 2004. Estamos quase recuperando os excelentes números anteriores a 2001."

Neste primeiro bimestre já registramos um aumento de quase 30% no número de brasileiros viajando aos Estados Unidos Luiz de Moura Jr., diretor internacional da TIA

onfira abaixo algumas das novidades lançadas durante o 38º Pow Wow.

Parques em Orlando O Sea World inaugurou o novo e emocionante show "Believe", que mistura cenário diferente com novas coreografias com as baleias orcas e um aparato multimídia de última geração (incluindo música e vídeo). No Animal Kingdom, a maior e mais recente atração é a "Expedition Everest", uma montanha-russa super veloz que conta a história de uma lenda do Nepal, o monstro Yeti que supostamente habita o famoso pico. No mesmo parque, um novo brinquedo sobre o desenho "Procurando Nemo" está programada para este ano. O simpático peixinho também será tema de uma atração no Epcot Center. E o Discovery Cove – parque onde se pode nadar com golfinhos – virou allinclusive para facilitar a visita de dia inteiro dos turistas. Em setembro, Orlando ganhará um parque dedicado aos amantes do surfe, o Ron Jon Surfpark, com direito a piscinas com ondas radicais. Já o Universal vai inaugurar

um espetáculo de alta tecnologia, com telões de 360 graus e efeitos pirotécnicos, que abordará alguns dos maiores sucessos de bilheterias. Aos fãs dos Piratas do Caribe, no Magic Kingdom, uma boa notícia: a atração, que fechou para reforma, volta a abrir em julho incluindo mais personagens na aventura. 'Passe' Mágico em Orlando O Preferred Visitor Magicard, um cartão elaborado para turistas que oferece descontos em compras, restaurantes, atrações e hotéis, agora pode ser adquirido também por visitantes internacionais. Pode-se obter o cartão via internet (www.orlandoinfo. com/global/magicard) ou com as operadoras turísticas. Kennedy Space Center Visitor Complex Para o início de 2007, o complexo promete oferecer uma ousada proposta a seus visitantes: participar de uma simulação de um lançamento ao espaço. A "The Shuttle Launch Experience" custará US$ 60 milhões e promete recriar sensações idênticas às

As seis operadoras que formam o See America – pool de representantes oficiais de roteiros turísticos para os Estados Unidos que está no seu sexto ano de funcionamento no Brasil – obteve um aumento de 41% no número de pacotes vendidos para o território norte-americano. "Os resultados gerais só não são melhores porque o brasileiro continua vendo os Estados Unidos só

A viagem foi oferecida pela Travel Industry Association of America (TIA) e pela Delta

SERVIÇO Informações sobre roteiros e pacotes com o pool de operadoras que promove os Estados Unidos, o See America Vacations, pelo site www.seeamericavacations.com.br.

Prós e contras do treinamento experiencial ao ar livre

S

NOVIDADES C

Ranking – Segundo ele, 494 mil brasileiros visitaram o país no ano passado, colocando o Brasil em sétimo lugar no ranking dos maiores mercados emissores para os EUA – excluindo da lista os dois maiores emissores internacionais Canadá e México. E a estimativa é que 630 mil brasileiros visitem o país este ano. "A expectativa é de crescer no mínimo 15% este ano", confirmou Moura Jr.

como Disney. Precisamos mudar essa mentalidade", alertou Magda Nassar. Câmbio favorável– O dólar baixo tem sido o maior aliado das vendas de roteiros para os Estados Unidos. "Comparando as ofertas de produtos domésticos o turista percebe que economicamente vale mais a pena aproveitar uma semana fora do Brasil", comentou Plínio Nascimento, da Nascimento Turismo. E os bons resultados foram confirmados pela maioria das operadoras brasileiras presentes na feira. Mas todas são unânimes em afirmar que os brasucas ainda precisam descobrir mais a Terra do Tio Sam, pois continuam indo para os mesmos destinos há várias décadas: Flórida, Nova York, Califórnia, Chicago e Las Vegas. "Estamos buscando promover outros destinos como Filadélfia, Nova Inglaterra e Wisconsin", contou Augusto Guedes, da Agaxtur, que espera um crescimento de até 50% este ano. Cerca de 5.400 pessoas de 70 países diferentes participaram do Pow Wow (mais de 90 brasileiros) na semana passada em Orlando. A estimativa da TIA é que os negócios fechados na feira gerem para o setor do turismo algo em torno de US$ 4 bilhões para os Estados Unidos nos próximos três anos. E a expectativa é que os bons resultados se repitam no encontro do ano que vem, em abril, na cidade de Anaheim, Califórnia.

de um lançamento real para a órbita terrestre. Massachussetts O Estado será o primeiro destino do mundo a ter uma tevê própria. O canal online (www.usamass.tv) será 24 horas e mostrará vídeos das principais cidades, com dicas de passeios, compras, etc. Por enquanto, os capítulos serão apenas em inglês, mas em breve serão lançados vídeos em outros idiomas, incluindo o português. Massachussetts anunciou ainda durante a feira uma promoção em parceria com a locadora de veículos Avis. Quem visitar Boston e alugar um carro terá 25% de desconto, além de benefícios em hotéis, atrações e restaurantes da cidade. Delta Aproveitando o grande fluxo de brasileiros para os Estados Unidos (um crescimento de cerca de 80%), a companhia aérea norteamericana Delta Airlines inaugura no próximo mês seu vôo, diário e noturno, entre São Paulo e Nova York. A nova freqüência da empresa começa a ser operada no dia 17 de junho. (L.R.)

ua empresa sabe que treinamento e capacitação são necessários e indispensáveis para a evolução dos negócios e dos profissionais. O diretor financeiro ou o presidente já liberou a verba, mas quer ver a programação e os detalhes. De repente aparece a sigla TEAL e eles quase têm um troço. TEAL, para quem não sabe é a sigla para Treinamento Experiencial ao Ar Livre, criado pelo consultor Paul Dinsmore, da Dinsmore Associates. O treinamento ao ar livre, segundo Dinsmore, foi deturpado por algumas ações no passado recente e acabou com a imagem arranhada, muito ligada à recreação pura. Mas não é, segundo ele, o foco das empresas de consultoria sérias. O TEAL geralmente é usado como um complemento ao treinamento técnico, a uma estratégia maior. Ele pode ser usado ainda para um trabalho de gestão de projetos e aí ter um embasamento mais técnico por trás das atividades. Pode durar de uma a quatro horas durante um congresso ou reunião (oxigenação mais rápida e instantânea), alguns dias em um hotel (aí com as atividades voltadas para fins bem específicos), ou mesmo alguns meses em uma empresa (programa de readequação de estratégia, fusão de equipes díspares, etc). Bobagem? – Longe de ser uma bobagem, apesar de alguns executivos não gostarem desse tipo de atividade, que pode incluir arvorismo, exercícios de coordenação motora e situações engraçadas (para outros ridículas), o TEAL tem várias técnicas e depoimentos a seu favor. Mas quem não se entrega ou nunca experimentou, dificilmente vai dar o braço a torcer. Paul Dinsmore diz que esse tipo de treinamento pode ser utilizado para a integração de equipes e grupos de pessoas; para terapias e resgate; e para o desenvolvimento organizacional, para indivíduos, equipes e empresas. O TEAL para executivos pode ser utilizado para liderança e trabalhos em equipe, com temas como Marketing, Vendas, Gestão de Projetos, Qualidade e Atendimento. Uma das defesas de Dinsmore para o TEAL vem do pensamento: "Ouço e esqueço, vejo e me lembro; faço e compreendo". Segundo ele, quando a pessoa vivencia algo, o índice de fixação das idéias chega a 70%; quando ouve de 10% a 20% e quando vê de 30% a 40%. "Muitas vezes no TEAL as pessoas redescobrem o que já sabem, pois o óbvio é mais difícil", diz ele. Portanto, o que pode ser óbvio em uma atividade para alguns, e até considerado básico, para outros é uma redescoberta ou aprendizado.

Divulgação/Panrotas

Grupos de treinamento em plena atividade Subjetividade – O TEAL é mais comportamental que técnico e aí que residem os argumentos contrários. O primeiro deles é sua subjetividade. Como medir os resultados a curto prazo? Como saber se foi caro ou barato frente ao que se conseguiu? Outro é a avaliação dos funcionários. Como o TEAL não é para julgar os funcionários e sim para despertar neles algumas percepções, alguns dizem que é muito dinheiro gasto para diverti-los ou colocá-los em situações inusitadas. Dinsmore diz que alguns casos é possível fazer uma avaliação/julgamento, mas isso deve ser avisado aos funcionários. Para provar a eficiência do TEAL, Dinsmore convida Marco Antonio Gomes, da Hamburg Sud, para dar seu depoimento sobre as atividades e ele deu algumas dicas aos presentes: quem contratar o TEAL tem que experimentar antes e conhecer do que se trata, segundo ele. Para Gomes, "o TEAL é bom mas não é tão barato", portanto, não é para ser realizado todo ano. Tem que haver a hora certa, o momento em que a empresa vai se beneficiar mais. A Hambur Süd usou o TEAL para unir funcionários de quatro empresas que faziam parte da holding, depois de várias compras feitas pela companhia alemã. Segundo Marco Antonio Gomes, a consultoria também tem que ser acompanhada de perto pelo contratante, que vai ajudar a definir os tipos de exercícios adequados a sua meta. "É bom lembrar que o TEAL é sempre um preâmbulo para algo maior", diz Marco Antonio Gomes. Não pode ser banalizado e a empresa tem que estar certa do que quer buscar e acreditar no modelo escolhido. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


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Ambiente Administração Te r r o r Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Leitores da versão online do DC responderam a uma pergunta com três alternativas.

MAIS DE 2 MIL INTERNAUTAS QUEREM PENAS MAIS SEVERAS

Reprodução

LEITORES OPINAM SOBRE OS ATAQUES

Denise Adams

Em primeiro lugar, os leitores internautas querem penas mais severas

Fernando Moya e Maria Eulina Hilsenbeck durante palestra

Ex-moradora de rua conta a sua história Paula Cunha

A

presentar sua experiência como exmoradora de rua e ressaltar a importância de que todos se conscientizem de que são cidadãos brasileiros e devem ser solidários. Este foi o objetivo de Maria Eulina Hilsenbeck na palestra De Gata Borralheira a Cinderela, realizada ontem, na Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat), na Associação Comercial de São Paulo. O s o rg a n i z a d o re s d o evento ressaltaram a importância de escolher temas como este, além das pales-

tras técnicas de prevenção contra acidentes, para oferecer qualidade de vida aos funcionários e promover integração entre eles. Eulina relatou sua vida como moradora de rua e como essa experiência contribuiu para que ela fundasse a ONG Oficina Profissionalizante Clube de Mães do Brasil, que ajuda moradores de rua a se requalificar para o mercado de trabalho. Para o superintendente de Recursos Humanos da ACSP, Fernando Moya, a mensagem da palestrante é importante para demonstrar que o trabalho das organizações não-governamentais pode modificar as pessoas e a sociedade.

Marlene Bergamo/Folha Imagem

Rogéria, na capa do DC... Luiz Prado/Luz

...e ontem, em seu trabalho

Rogéria, a moça da capa: "Medo"

F

Os ataques liderados pelo PCC trouxeram pânico para a população

O que deve ser feito para conter o crime? Penas mais severas para os criminosos – 56,67%

Realização de mais operações policiais – 23,33% Isolar líderes criminosos nos presídios – 20%

PROMOTOR promotor Thales Ferri Schoedl, acusado de matar Diego Mendes Modanez e ferir Felipe Siqueira Cunha de Souza, em 2004, em Bertioga, poderá ter seu cargo de volta. Ele havia sido exonerado por uma decisão do Conselho Superior do Ministério Público no ano passado.

O Ó RBITA

HABEAS s advogados de Suzane von Richthofen moveram ontem, no STJ, um novo pedido de habeas corpus com liminar para restituir a liberdade provisória concedida a ela em 2005.

O

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje I Centro - Reunião do núcleo

de aviamentos e armarinhos do Projeto Empreender, com Valdeir Gimenez. Às 15h. I Hong Kong - O coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo Cotait Neto, coordena o seminário Hong Kong: apresentando grandes oportunidades na China, com palestra do diretor regional para as Américas do Hong Kong Trade Development Council, Stephen Wong. Às 17h30, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária.

oi a atendente Rogéria Vidori, de 28 anos, quem expressou a imagem do pânico causado pelos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Rogéria apareceu na capa de segunda-feira do Diário do Comércio, depois de ser clicada pelo fotógrafo Milton Mansilha, enquanto conversava com o marido pelo celular. "Combinava com ele de pegar minha filhinha de dois anos na escola", conta. "Eu também me rendi ao temor que tomou conta da cidade naquele dia e não via a hora de ter minha família por perto". Rogéria trabalha no restaurante Nova Opção Grill, no Centro. "Fiquei sem transporte e meu marido veio me buscar". Rogéria levou um susto quando percebeu que havia sido fotografada e não se reconheceu na capa do jornal. "Nem percebi. Foi uma amiga que estava comigo que disse: 'Olha, é você na capa' ". Sonaira San Pedro

Factoring

DC

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Diário do Domércio promoveu uma enquete eletrônica para saber a opinião de seus leitores sobre a onda de violência que, desde sextafeira, tem se caracterizado por uma guerra entre bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e as forças de segurança do Estado de São Paulo. O saldo desse confronto tem sido trágico, com centenas de mortos, feridos e atentados. A guerra urbana que se instalou na cidade teve reflexos profundos nos seus habitantes que, na segundafeira, vítimas da boataria e da chantagem eletrônica, voltaram mais cedo para suas casas. Universo – O levantamento teve a participação de 2.331 internautas leitores da versão online do Diário do Comércio (período de 15/05 a 17/05), que responderam a uma pergunta com três alternativas. Os resultados demonstram que os leitores querem, em primeiro lugar, penas mais severas para os criminosos. Vejam os resultados:

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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Indicadores Econômicos

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0,57

por cento foi a oscilação das ações da Embraer ontem na Bolsa de Valores de São Paulo. A ação da empresa foi a única a ter alta no pregão.

17/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 15/05/2006 12/05/2006 08/05/2006 15/05/2006 15/05/2006

P.L. do Fundo 5.187.877,20 1.202.452,66 4.938.000,56 2.511.279,71 921.266,74

Valor da Cota Subordinada 1.065,500316 1.013,904173 1.047,313769 1.022,712884 986,654632

% rent.-mês 1,4206 0,9309 1,2016 0,8570 1,6361

% ano 9,0616 1,3904 4,7314 2,2713 -1,3345

Valor da Cota Sênior 0 1.030,142899 1.035,266918 0 0

% rent. - mês 0,5268 0,3185 -

% ano 3,0143 3,5267 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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quinta-feira, 18 de maio de 2006

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Cidades GUERRA VERBAL EM BRASÍLIA, BOATOS EM SP A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou 11 projetos para combater a criminalidade.

A guerra entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e as forças de segurança de São Paulo ganhou novos contornos na tarde de ontem, no interior de Goiás e em Brasília. Contornos políticos. Numa visita a obra na rodovia BR-060, em Goiás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o suposto acordo entre o governo de São Paulo e líderes do PCC, negado pelas autoridades estaduais. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, levou o assunto para o campo político, com duro ataque ao tucano Geraldo Alckmin. No Congresso, a reação foi imediata. Em São Paulo, novos ataques e ônibus e nova onda de boatos, todos negados pela polícia. 138 pessoas já morreram. Caio Guatelli/Folha Imagem

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pesar do anúncio oficial do governador Claudio Lembo de que a guerra urbana iniciada sexta-feira pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), contra as forças de segurança de São Paulo, havia terminado, novos ataques criminosos foram registrados ontem. Na Capital, pelo menos quatro ônibus foram incendiados: um na zona leste, dois na sul e outro na zona norte. Uma quadrilha tentou invadir um batalhão da Polícia Militar em Osasco, na Grande São Paulo. Um dos criminosos foi baleado. No bairro do Cambuci, segundo informações da Rede Globo, uma delegacia teria sido atacada. Ameaças – Por volta das 22h, policiais da capital e diretores de presídios do interior receberam recados ameaçadores dos detentos da facção criminosa: os ataques do PCC recomeçariam a partir da zero hora de hoje. A mensagem, transmitida por "salves" (espécie de comunicado interno das cadeias passado por líderes a outros detentos), foi ouvida por agentes e presos e levou a direção dos presídios a pôr os efetivos em estado de alerta. Em algumas prisões, diretores fizeram grandes pedidos de munição para guardas de muralha. As mensagens pediam "para ninguém voltar", em possível menção a indultados que receberam "tarefa" de praticar atentados. Também dizem "ônibus não", para que sejam evitados mais ataques a ônibus, mas orientam para "chegar chegando nos azuis, cinza, preto e branco", referindo-se a policiais e autoridades, e "voltarse para a caminhada até a meia-noite". A decisão de volta dos ataques teria sido tomada pela reação violenta da polícia aos ataques do PCC– até ontem , 93 supostos bandidos haviam sido mortos pela polícia, incluindo parentes de presos. O traficante Capetinha, por exemplo, teve mãe e irmão mortos no fim de semana. Outra razão seria a negativa do governo em liberar banho de sol e visita de advogados. "Já estávamos tensos, agora a situação piorou. Tem gente acreditando que tudo acabou, o que não é verdade", disse o coordenador dos Presídios do Oeste Paulista, José Reinaldo Santos. Rebeliões podem ser facilitadas pela precária situação em que ficaram muitos presídios. Há pelo menos oito penitenciárias (Araraquara, Avaré, Iaras, Irapuru, Pacaembu, Valparaíso e P-1 e P-2 de Mirandópolis) fora de controle por conta dos estragos. Presos estão soltos e podem a qualquer momento reiniciar motins. Há ainda outros presídios, como de Junqueirópolis, onde a vigilância foi reforçada porque há túneis abertos. O governo ainda não decidiu como reformará as unidades, mas dois diretores de presídios acham que será difícil - não há como remanejar tantos detentos nem espaço para confinálos até que se concluam as obras. Uma saída, dizem, seria reformar com os presos dentro, com ajuda da Guarda Nacional. Boataria – Por volta das 21h, na Capital, a boataria que paralisou São Paulo na última segundafeira voltou com força. Segundo a rede de chantagem psicológica, a polícia teria matado a mãe e a cunhada de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC. Um porta-voz da Polícia Militar negou a veracidade dessas informações e procurou tranqüilizar a população. Mesmo assim, a Secretaria de Segurança Pública emitiu alerta para que as delegacias e bases policiais reforçassem seu efetivo à noite e na madrugada. No início da tarde, em Brasília, descobriu-se que um funcionário da Câmara dos Deputados vendeu depoimentos secretos do diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Rui Ferraz (prestados na CPI do Tráfico de Armas) para advogados do PCC. De posse dessas informações, Marcola teria descoberto a estratégia da polícia paulista em relação à transferência de presos. Ao mesmo tempo, uma decisão da Justiça paulista determinou que, em 48 horas, o sinal de telefones celulares seja cortado pelas operadoras em seis áreas próximas a presídios. Números – Dados do governo informaram ontem que desde sexta-feira aconteceram 281 ocorrências, entre eles 82 ataques a ônibus, 17 atentados a bancos ou caixas eletrônicos, um ataque a estação do metrô e a uma garagem de ônibus. Também ocorreram 54 ataques a residências de policiais. Foram presos 122 criminosos e apreendidas 134 armas. O comandante da PM de São Paulo, coronel Elizeu Eclair, disse ontem que mais de 40 dos 93 suspeitos mortos ainda não haviam sido identificados até ontem. No balanço de terça-feira o número de suspeitos mortos era de 71. Na madrugada de ontem mais 22 suspeitos foram mortos pela polícia. Desde sexta-feira, os criminosos mataram 41 policiais. Outros quatro cidadãos inocentes morreram. "Temos a relação dos mortos, mas temos também uma porcentagem grande sem identificação", disse. Para Eclair, os ataques da madrugada de ontem não estão ligados ao PCC. (Agências)

Pelo menos quatro ônibus foram incendiados na noite de ontem, em São Paulo. Acima, coletivo atacado na avenida Roland Garros, zona norte. Não houve feridos. Guilherme Pinto/Agência O Globo

Os ataques promovidos em São Paulo foram iniciados e finalizados depois de conversas em telefones celulares dos presos da facção criminosa PCC

Operadoras terão de bloquear sinal

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Justiça paulista determinou ontem o bloqueio dos sinais de telefonia celular nas áreas onde estão instalados presídios, em seis cidades do Estado de São Paulo. A medida deverá entrar em vigor em 48 horas, segundo determinação do Departamento de Inquéritos e Polícia Judiciária do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. As estações de rádio base de todas as operadores de telefonia celular nas regiões próximas aos presídios das cidades de Avaré, Presidente Venceslau, Iaras, Araraquara, São Vicente e Franco da Rocha serão desligadas, segundo ordem do diretor do Dipo, juiz Alexis Tadeu Monteiro Zilenovski. A decisão atende ao pedido do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Secretaria de Segurança Pública. Antes de dar a ordem, o juiz consultou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que o desligamento tenha o menor impacto possível para os usuários de telefonia celular que moram nas cidades citadas. A decisão tem validade por 20 dias e, caso

necessário, será prorrogada pelo prazo que for preciso, até que se encontre solução definitiva para a questão do uso de celulares pelos presos. A operadoras Vivo, Claro, TIM e Nextel terão de seguir a medida, segundo o secretário de Segurança do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho . O pedido do Deic foi motivado pela onda de violência que atingiu São Paulo e foi comandada por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) de dentro de presídios, por meio de telefones celulares. Antes mesmo da divulgação da decisão, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi ao Ministério das Comunicações para participar, com o ministro Hélio Costa, de reunião com as operadoras de telefonia celular. Eles iriam discutir o texto do decreto que está sendo elaborado pelos dois ministérios e que obrigaria as operadoras e comprarem e instalar os bloqueadores de celular nos presídios e casas de detenção. Marcola – O juiz-corregedor Carlos Fonseca Monnerat, do Departamento Técnico de Apoio ao Serviço da Vara de Execuções Criminais do TJ, não aceitou o

pedido para transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, conhecido como líder do PCC. A intenção da defesa era transferir Marcola para o Centro de Readaptação da Penitenciária de Presidente Bernardes. Ele está no mesmo presídio, mas sob o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) desde o último sábado. O RDD é um sistema prisional mais rigoroso que determina cela individual, apenas uma hora diária de sol e veta aos presos acesso a jornais, rádio, televisão e visitas íntimas. O juiz citou o artigo 60 da Lei de Execuções Penais. Pela regra, "a autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10 dias. A inclusão do preso no Regime Disciplinar Diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente". Marcola é apontado como o comandante de diversos ataques a policiais, bancos e ônibus em todo o estado de São Paulo. Os atentados teriam sido uma "reação natural" dos presos às condições das detenções.


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Empresas Nacional Empreendedores Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Esse não é um mercado (hospitalar) de reposição. E já não eram construídos tantos hospitais no Brasil. Alexandre Nardi, gestor e sócio da Fami-Itá

RECEITA: 10% A 15% VÊM DE EXPORTAÇÕES

Marcos Fernandes/Luz

Pesinato (à esquerda) e Nardi investiram em tecnologia e comércio exterior para aumentar vendas de produtos em aço inox

Inovações A necessidade de mudanças na Fami-Itá era clara para ambos. Nardi assumiu a parte financeira, implementou a informatização e começou a trabalhar o processo de sucessão. Pesinato incumbiu-se de arrumar a parte industrial. Além de implantar procedimentos mais eficientes na linha de produção, viajou para o exterior para pesquisar o mercado e suas tendências. "Trocamos mais processos do que máquinas", sintetiza o engenheiro. "Nos primeiros anos, não sabíamos ao certo o que fazer", lembra Nardi. As pesquisas realizadas pelos dois, dentro e fora do País, no entanto, apon-

taram caminhos e deram um novo gás à empresa. Apostar na exportação foi uma das soluções encontrada pela dupla para expandir a atuação da Fami-Itá. Como não podiam competir com os europeus, por conta da avançada indústria local nesse ramo, Nardi e Pesinato buscaram mercados alternativos. Mas adotaram o padrão europeu para a concepção dos seus produtos, como forma de agregar valor e qualidade. Além disso, respaldaram-se em um projeto da Agência de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) e, por conta disso, marcaram presença nas principais feiras internacionais do setor. Hoje, vendem seus produtos para a Venezuela, Bolívia, Paraguai, Austrália, Nova Zelândia, Israel e Costa Rica. "Estamos prospectando o leste Europeu e Oriente Médio",

Comadres hospitalares são feitas com aço de qualidade

conta Pesinato. O comércio exterior representa de 10% a 15% do faturamento da empresa, que também passou a produzir peças em alumínio: "90% do que exportamos é em alumínio. É mais leve e pode ser colorido", conta Nardi. Diferencial As pesquisas e o aprimoramento da qualidade também apontaram novas possibilidades no mercado interno. Os estojos para esterilização, por exemplo, ganharam novas vesões. Muitas delas seguindo os novos padrões de esterilização, que exigem artefatos perfurados; ou dotados de acessórios, como a trava que permite o transporte do estojo. É comum, segundo Nardi, a Fami-Itá desenvolver projetos customizados, para atender

necessidades de segmentos médicos específicos. "Esse é o nosso grande diferencial", diz. A favor da marca ainda pesam, segundo Nardi, a qualidade do aço utilizado – "Ele não oxida, porque não tem carbono" – e o acabamento, com produto final "impecável, sem riscos", graças a procedimento desenvolvido por eles, mas mantido sob segredo. Como resultado dos esforços, que incluíram, em 2005, investimentos da ordem de US$ 25 mil, só com participações em feiras, os novos comandantes da metalúrgica Itá também ampliaram o leque de clientes no mercado interno. Além da área cirúrgica hospitalar, vendem para os setores veterinário e odontológico.

SEGREDO

PEDRA

LETREIRO

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ami-Itá resume o nome original da "Fábrica Artefacto Metalúrgica Italiana", que o imigrante Romeu Masini fundou em 1915, em São Caetano do Sul, São Paulo. O "Itá", explica Alexandre Nardi, tataraneto de Romeu, foi a forma encontrada para esconder a menção à Itália, por força da II Guerra Mundial. À época, a empresa ainda ocupava os fundos do casarão onde o imigrante vivia. A empresa permaneceu ali até o início dos anos 1990. E de lá saiu para acomodar a expansão dos negócios. (FL)

CABECEIRA

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sinergia da área administrativofinanceira, sob o comando de Alexandre Nardi, com as ações que seu primo, Wiliam Pesinato, implementa no chão de fábrica, é, em última instância, a razão do bom desempenho da quarta geração de comando na metalúrgica Fami-Itá. Afinal, apesar da mesma raiz, eles representam famílias diferentes e estão à frente de um negócio que também pertence a outros herdeiros, com diferentes interesses, e que já dura mais de 90 anos. (FL)

Fátima Lourenço

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mplantar novas idéias e decidir-se por investir nelas, sem a certeza de obter êxito, foram as principais dificuldades enfrentadas pelos novos gestores da FamiItá. Afinal, o processo sucessório, como é comum acontecer, não chegou a ser preparado. Ele deu-se mais como uma tentativa de manter a sobrevivência do negócio. "Assumimos uma empresa que estava bem. A tendência seria não querer mudá-la. Mas penso que pode-se mudar exatamente o que está estruturado", diz Alexandre Nardi. (FL)

Novo palco para negócios

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ção

cursava Direito e nem tinha clareza se queria permanecer à frente da metalúrgica. Seu primo Pesinato, na faixa dos 40 anos, já acumulara experiência como engenheiro em o u t r a s e m p re s a s , s e m p re atuando em operações que envolviam a manipulação de aço. A experiência facilitava sua atuação, mas ele compartilhava a mesma dúvida do primo sobre assumir um posto de comando na empresa. Inicialmente, os dois se dispuseram a ajudar o pai de Pesinato, Welington Pesinato, responsável pela parte contábil da Fami-Itá. Seu parceiro n a e m p re i t a d a , C o n c e t t o Constantino, avô de Nardi, falecera em 1990. Pesinato pensava: "tem tanta gente querendo montar um negócio. Por quê não trabalhar em uma coisa que já temos?" Aos poucos, eles perceberam que valia a pena assumir o comando, conta Nardi, que para aprimorar-se especializou-se em comércio exterior em Londres e fez pós-graduação em administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas.

u Reprod

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Fami-Itá completou 91 anos no último dia 10 de março sob o comando da sua quarta geração – uma dobradinha de sucesso dos primos Alexandre Nardi e Wiliam Pesinato. Há 15 anos, quando eles foram chamados a integrar a empresa, o negócio até estava bem estruturado, mas seu futuro era incerto. A metalúrgica mudara para uma área mais espaçosa e não estava sob pressão de dívidas. Vivia, porém, um momento crucial, comum a todo empreendimento familiar: a transição de comando entre gerações. Além disso, a vida longa dos produtos ali fabricados também punha em risco a continuidade do negócio. Os artefatos em aço produzidos, como estojos para esterilização de instrumentos, comadres, bicos-de-papagaio, cubas e bandejas, eram fornecidos basicamente para a área médico-hospitalar. "Esse não é um mercado de reposição. E já não eram construídos tantos hospitais, no Brasil", comenta Nardi. À época, ele tinha 19 anos,

EMPREENDEDORES

O sucesso de nossas comadres no exterior

globalização é um fato. A questão agora é saber o que vem depois. No livro O novo palco da economia global– Editora Bookman e Wharton School Publishing, 308 páginas –, o estrategista Kenichi Ohmae tenta justamente desvendar o mundo pós-globalização. Utilizando a metáfora de um palco, o autor afirma que as regras econômicas, políticas, corporativas e

pessoais que se aplicam hoje têm pouca relação com aquelas de 20 anos atrás. Novos roteiros são exigidos das empresas e dos empreendedores. Ohmae, que já publicou livros como Triad Powere The Invisible Continent , apresenta nesta obra uma síntese de mais de duas décadas de pesquisas sobre as oportunidades e os desafios em um mundo crescentemente unificado. Fernanda Pressinott


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

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Política

O governo do presidente Lula já deu o que tinha que dar e, mais quatro anos, é impossível. Senador José Jorge

O PFL PREFERIU JOSÉ JORGE A JOSÉ AGRIPINO. PEDIDO PARA UMA CPI DO LULA VOLTA AO CONGRESSO. Sérgio Lima/Folha Imagem

JOSÉ JORGE É O VICE. UMA VITÓRIA DE BORNHAUSEN. Os senadores Antônio Carlos, Jorge Bornhausen e o vencedor José Jorge, o preferido do PFL para compor a chapa com o tucano Alckmin.

LULA ESTUDA PROCESSO CONTRA VEJA O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que vai processar a revista Veja por causa de reportagem que reproduz documento de autenticidade não comprovada no qual ele aparece como titular de uma conta bancária secreta no exterior. Lula ainda está avaliando se a ação será como pessoa física, com um advogado particular ou por intermédio da Advocacia Geral da União (AGU), já que considera que a figura do presidente da República foi desrespeitada. O mais provável é que seja como pessoa física. Não foi definido, também, se será uma ação especificamente contra a revista, ou contra os autores da matéria, individual-

uma CPI no Senado. "É a maioria absoluta da Casa que determina a instalação da comissão", disse Almeida Lima a jornalistas lembrando que seriam necessárias apenas 27 rubricas de senadores para a apresentação do documento. Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que o parlamentar tenta emplacar uma investigação contra Lula. Ele acusa o presidente de ter se beneficiado de recursos de "ori-

mente, ou ambas as coisas. Desde segunda-feira, primeiro dia útil de trabalho no Brasil depois que chegou de Viena, na Áustria, o presidente Lula vem conversando com o advogadogeral da União, Álvaro Augusto Ribeiro, para discutir como se defender dos ataques que recebeu. A princípio, as ações serão por dano moral, por calúnia e difamação e até exigindo direito de resposta. Além do advogado-geral da União, Lula tem conversado sobre o assunto com os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Há uma outra dúvida de quando se deverá dar entrada na ação: se imediatamente ou se é melhor aguardar o fim do inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar as denúncias da revista que fala de contas no exterior de vários petistas. (AE)

no final do ano passado, quanCPI CONVOCA do foi divulgada reportagem sobre a suposta utilização de DELÚBIO PARA dólares vindos de Cuba na do presidente Luiz DEPOR NA TERÇA campanha Inácio Lula da Silva, em 2002, A CPI dos Bingos convocou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para depor na próxima terça-feira. A CPI quer esclarecer as declarações do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity – que o acusou em entrevista à revista Veja de pedir uma "contribuição" para o partido num valor de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões. Segundo Dantas, o dinheiro poderia facilitar a vida do Opportunity junto ao governo. Figura central do escândalo do 'mensalão' e denunciado criminalmente pelo procurador da República Antonio Fernando de Souza, Delúbio voltou a ser objeto do desejo da CPI. A convocação foi aprovada

por meio de "caixa dois". Silvinho– Como a investigação do caso não prosperou, a presença de Delúbio na CPI foi deixada de lado. No entanto, de acordo com integrantes da CPI, o comparecimento do extesoureiro tornou-se obrigatório após Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, ter declarado, em entrevista ao jornal O Globo, que o publicitário mineiro Marcos Valério de Souza pretendia, com o apoio de dirigentes da agremiação, arrecadar R$ 1 bilhão em operações com o governo, ligadas, principalmente, ao setor bancário. As declarações de Daniel Dantas só fizeram apressar ainda mais a data do depoimento. (AE)

Antonio Cruz/ABr

JANENE USOU 'VALERIODUTO' EM MANSÃO

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Polícia Federal encontrou "indícios" de que o dinheiro do 'valerioduto' – o esquema de dinheiro para parlamentares aliados ao governo montado pelo publicitário Marcos Valério e pela cúpula do PT – enviado ao deputado José Janene (PR), que então liderava o PP na Câmara, foi utilizado por ele na compra de uma propriedade rural, na aquisição de dois terrenos num condomínio de luxo e na construção da uma casa de mil metros quadrados. A casa, segundo a PF, é avaliada em cerca de R$ 2 milhões. A CPI dos Correios apurou que Janene recebeu R$ 4,1 milhões do chamado 'valerioduto'. Nove mandatos de busca e apreensão foram cumpridos ontem pela PF – cinco em Londrina, onde Janene reside, três em São Paulo e um em Barueri (SP). A operação, chefiada pelo delegado Gerson Machado,

a p re e n d e u d o c u m e n t o s e computadores no escritório do deputado e na residência de dois funcionários dele – Rosa Alice Valente e seu marido Meheidin Hussein Jenani, que é primo de Janene. Família– Os dois e a esposa de Janene, Stahel Fernanda, vinham sendo investigados há dois anos a pedido do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda que acompanha a movimentação de correntistas de bancos por suspeita de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Bônus- Banval– Segundo o delegado da PF, as investigações seguiram a parte do dinheiro que a corretora BônusBanval, que intermediava o dinheiro do 'valerioduto' para o PT, havia depositado nas contas de Rosa e de Stahel Fernanda e também depósitos na con-

PF suspeita que José Janene tenha adquirido mansão de R$ 2 milhões com dinheiro de propina

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.COM Informática e Papelaria Venda de suprimentos para informática Cartuchos e Toners

ta de Meheidin feitos por uma off-shore do Panamá, por ordem da Taha Administração e Construção, de São Paulo, e de uma corretora localizada em Barueri. Naji Nahas– A Taha tem 99% das ações em posse da offshore panamenha Quirkline e 1% em nome de uma advogada, que não teve sua identidade revelada. Segundo a PF, a Taha já teve como sócio o investidor Naji Nahas e, numa das contas da empresa, foi encontrado um "labirinto" de outras contas atribuídas a pessoas jurídicas. A PF apreendeu documentos na Taha, no escritório de contabilidade da assessora e no escritório da advogada. A busca na sede da corretora de

Barueri não pôde ser efetuada porque a empresa mudou de endereço. A PF não informou o nome da empresa. Alguns milhões– Documentos de uma construtora londrinense também foram apreendidos. O delegado disse não poder informar o total do dinheiro movimentado nas contas dos três investigados. "Alguns milhões", limitou-se a dizer. Uma fonte da PF assegurou que o valor é muito superior aos R$ 4,1 milhões liberados pelo 'valerioduto'. O advogado de Janene, Adolfo Góis, classificou de "arbitrária" e "injusta" a operação da PF, que, na avaliação dele, teria de se limitar a apreender documentos dos funcionários do deputado, e não dele. (AE)

iginais hos Or Cartuc nufaturados a e Rem Rua João Boemer, 517 - Brás Fones: 11 6096-8015 / 6096-7751 / 6096-6458

Factoring

DC

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senador Almeida Lima (PMDB-SE) apresentou ontem um novo requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o pagamento, pelo presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, de uma dívida no total de R$ 29,4 mil que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha com o PT, a chamada "CPI do Lula". O senador conseguiu 41 assinaturas, 14 além do necessário para abrir

Celso Junior/AE/24-04-2006

MAIS UM REQUERIMENTO PARA A CPI DO LULA

gem ilícita", já no exercício da fluência por parentes do presipresidência, por intermédio dente. Por isso desta vez Almeida Lima restringiu o pedido do presidente do Sebrae. Arquivamento – Na oportu- apenas ao caso Okamotto. "Tentou-se esclanidade anterior, o recer em outras pedido, com 35 assiCPIs e não foi possínaturas, foi arquivel. Tem fato mais vado pelo presidenque objetivo. Acho te do Senado, Renan que é importante Calheiros (PMDBpara o próprio preAL), argumentando sidente provar se que inexistia fato tem culpa ou não no determinado para cartório", justificou abrir a investigação, o senador. uma vez que o reLula tem que se A líder do PT, sequerimento abrangia a apuração de explicar, diz senador. nadora Ideli Salvatti (SC), não quis cooutras quatro denúncias contra o presidente e mentar a iniciativa, dizendo que aguardaria a decisão do presiseus familiares. Entre as denúncias estavam dente do Senado. "Vou aguaros negócios da Telemar com dar o pronunciamento do presiuma empresa de um dos filhos dente do Senado. Prefiro não de Lula e o possível tráfico de in- adjetivar", afirmou. (Agências)

escolha do senador o líder do PFL e um parlamenJosé Jorge (PE) co- tar atuante, mas o voto foi no mo o candidato a Bornhausen contra o ACM", vice na chapa de disse um deputado do partido Geraldo Alckmin (PSDB), por que declarou ter votado em Joapertados seis votos de dife- sé Jorge, mas pediu para não rença, revelou a divisão do ser identificado. As duas correntes - Para esPFL, mas reforçou a posição do senador Jorge Bornhausen conder a disputa entre os dois (SC), presidente do partido, caciques, o PFL justificou o recomo comandante da legenda, sultado pela oposição de duas e significou uma derrota para o correntes: a que desejava um grupo liderado pelo senador vice mais ativo, caso de Agripibaiano Antônio Carlos Maga- no, e a de que o melhor para Alckmin era ter um companheiro lhães. Talvez para não acirrar ain- mais discreto. "O José Jorge é o nome ideal da mais a divisão partidária, não houve manifestação de en- para ser candidato, pois não tusiasmo após a declaração do atrapalha (o Alckmin)", analiresultado, apenas palmas for- sou o prefeito do Rio de Janeimais, ao fim de uma dura dis- ro, César Maia. "Vice não agreputa interna de mais de dois ga votos, mas pode tirar." O pernambucano meses que escondia Jorge não é um opouma verdadeira basicionista politicatalha pelo comando mente tão agressivo do partido. Nesse como Agripino, conflito estavam o mas reconhece que senador Antônio possui um discurso Carlos (BA) e o sena- Ele (Lula) é forte dor catarinense Jor- lá (no Nordeste), duro contra o governo. Sobre seu ge Bornhausen. mas vamos p a p e l n a c a m p aA derrota - José trabalhar para nha, ele garantiu: Agripino (RN), líder ter um bom "Vou ser moderado. pefelista no Senado, Quem dará o tom é candidato de ACM e resultado. o que reunia o apoio Senador José Jorge o presidente (o préc a n d i d a t o A l c kdiscreto dos tucamin)." O PSDB de nos, obteve 45 dos 96 Alckmin desejava votos, contra as 51 rubricas em favor do senador em sua campanha um aliado nordestino para fazer frente à pernambucano. Participaram da votação força de Lula nessa região do desta quinta-feira senadores, País. Pernambuco, com um codeputados federais, governa- légio de 5,7 milhões de eleitores, dores, vice-governadores, pre- faz parte do mapa estratégico de feitos de capitais e os membros todos as disputas nacionais. "O presidente (Lula), na últida Executiva Nacional sem ma vez, ganhou do José Serra. mandato federal. "O governo do presidente Ele é forte lá, mas vamos trabaLula já deu o que tinha que dar lhar para ter um bom resultado e, mais quatro anos, é impossí- em Pernambuco. É uma eleivel", disse Jorge aos jornalistas ção difícil, mas um empate lá já logo após a proclamação do re- é um bom resultado", reconheceu José Jorge. O senador acresultado da consulta. No próximo dia 29, em Reci- dita numa mudança de atitude fe, será assinado os termos da dos eleitores nordestinos. Ele acha que Alckmin vai crescer coligação entre PSDB e PFL. Alguns pefelistas arrisca- logo que se identificar com o ram avaliar que Agripino, PFL do Nordeste. (Reuters) apontado por muitos como o melhor nome para ajudar na campanha de Alckmin, perdeu a votação porque recebeu apoio do senador Antônio Carlos Magalhães. "O Agripino tem mais presença, é mais conhecido por ser

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


Senado Planalto Sanguessuga Eleições

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

Não importa se não há clima ou vontade política para fazer a CPI funcionar. Temos a lei do nosso lado e vamos ao STF para fazê-la funcionar. Fernando Gabeira (PV-RJ)

OPOSIÇÃO CONSEGUE ASSINATURAS PARA ABRIR CPI

SE INSTALADA, CPI DA SANGUESSUGA SERÁ A 16ª DESTA LEGISLATURA. Ailton de Freitas/ Ag. O Globo

Eymar Mascaro

Cobranças

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PSDB quer dividir com o PT o prejuízo eleitoral que pode ter sofrido com a crise que explodiu na área de segurança pública em São Paulo. Os tucanos não querem pagar o mico sozinhos e já se preparam para responder na televisão às acusações preparadas pelos petistas. O partido vai cobrar de Lula, por exemplo, a promessa não cumprida da construção de presídios federais nos estados, bem como a falta de verbas para os governadores aplicarem na política de segurança e, ainda, a ausência de uma política de segurança nacional. Os tucanos se preparam porque estão convencidos de duas coisas: a onda de violência vai atingir a candidatura de Geraldo Alckmin e o PT está armazenando imagens dos conflitos em São Paulo para jogar na televisão no momento oportuno, acusando "a inépcia" do governo estadual no combate ao crime organizado.

Senador Tião Viana (PT), vice-presidente do Senado, recebe requerimento do PSol, PV e PPS para abertura de CPI da Sanguessuga.

CPI DOS SANGUESSUGAS PODE SOFRER BOICOTE

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turas na Câmara e 27 no Senado. Bastaria, portanto, subtrair quatro nomes da atual lista do Senado apresentada ontem. STF– Como as investigações da Polícia Federal, Ministério Público e Corregedoria já mostram indícios concretos de pagamento de propina a parlam e n t a re s n a l i b e r a ç ã o d e emendas para compra de ambulâncias superfaturadas, o líder do PV, Fernando Gabeira(RJ) avisa que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para exigir a criação da CPI, já que os fatos estão mais que explícitos. "Não importa se não há clima ou vontade política para fazer a CPI funcionar. Temos a lei do nosso lado e vamos ao STF para fazê-la funcionar, se for o caso", disse Gabeira. Apoios– Pelas articulações dos autores da proposição, os nomes já cotados para presidir e relatar a CPI seriam o senador Jefferson Péres (PDT-AM) e do deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ). Além do PPS, PV e PSol, o PDT também apóia a CPI da Sanguessuga. (Agências)

Palácio do Planalto vai operar para derrubar o pedido de CPI sobre as irregularidades apontadas pela Operação Sanguessuga. A interpretação é de que a oposição pretende usar as investigações para atacar o governo, uma vez que a maior parte dos envolvidos pertence a partidos da base aliada. Um grupo de parlamentares entregou ontem ao primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC), requerimento para a instalação da CPI Mista que pretende investigar supostos envolvidos no esquema de fraude na licitação e compra superfaturada de ambulâncias para municípios usando recursos do orçamento da União. O requerimento obteve assinatura de 229 deputados e 31 senadores. O próprio Viana deu a senha de que o Planalto não tem interesse nas investigações. "A oposição vai querer usar a CPI para desgastar a relação da base com o governo", analisou Viana, integrante ele mesmo

da CPI dos Bingos. "Acho que este é um ano complicado para uma CPI. Além disso, qual a condição que a Câmara tem de fazer uma investigação quando as suspeitas recaem sobre tantos nomes daquela Casa?" A quantidade de suspeitos na Câmara é o principal fator a inibir a investigação. Em tom de brincadeira, o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que o número de deputados supostamente envolvidos (283) é suficiente até para eleger o presidente da Casa. "Assim não dá para investigar", disse. Compromisso– O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que o fato de estar em ano eleitoral não significa que o parlamentar não deva exercer plenamente o seu mandato. "Temos que exercer o mandato até o fim e isto significa investigar este escândalo", disse. Ele defendeu que a CPI trabalhe nestes cinco meses que antecedem as eleições adotando um caráter técnico e fugindo de disputas partidárias. Raul Jungmann (PPS-PE) também

defendeu uma investigação. "Quero comissão interna, externa, da sociedade civil, do Ministério Público, quero tudo que possa investigar. O que eu não suporto é abrir o jornal e ler que na Casa onde trabalho tem gente recebendo dinheiro em mala, em cuia, meia, cueca", disse Jungmann. Só dois dos 16 deputados investigados pela comissão de sindicância da Corregedoria da Câmara – grupo considerado em situação mais delicada por terem ou recebido dinheiro em suas contas particulares ou de seus assessores – assinaram o requerimento: João Correia (PMDB-AC) e Maurício Rabelo (PL-TO). Único senador citado no relatório da PF e que teve um assessor de seu gabinete preso, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), não assinou o pedido. Segundo assessores palacianos, a estratégia a ser seguida pelo governo é "desidratar" a lista de parlamentares que apoiaram a criação da CPI. Para que a comissão seja instalada, são necessárias 171 assina-

PF PRENDE 12 POR FRAUDE NO INSS DO MARANHÃO

PSOL PROTOCOLA REPRESENTAÇÃO CONTRA LUPION

CORRUPÇÃO NO FIESP REUNIRÁ MIL TOPO DO RANKING EMPRESÁRIOS NOS DE PREOCUPAÇÃO DIAS 25 E 26 DE MAIO

A Polícia Federal prendeu ontem pela manhã 12 pessoas envolvidas num esquema de fraude de aposentadorias e benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) em São Luís (MA). Pelo menos um funcionário do INSS, Rubens César Araújo Figueiredo, foi preso. A operação, batizada de "Desmanche", é resultado do trabalho de uma força tarefa do Ministério da Previdência Social (MPS), Ministério Público Federal e Polícia Federal (PF), que vem investigando a atuação da quadrilha desde outubro do não passado depois que o INSS recebeu duas denúncias - uma anônima e outra de um segurado - contra o funcionário preso. O rombo está estimado em R$ 1,8 milhão nos 130 processos fraudulentos analisados até agora pela PF. Junto com os acusados foram encontrados ainda 180 cartões magnéticos que eram usados para sacar os benefícios dos segurados lesados. O golpe consistia em conceder benefícios de aposentadorias por tempo de serviço e por tempo de contribuição. (Radiobrás)

A bancada do Psol e deputados do PT, PCdoB e PV protocolaram ontem, na Câmara, representação contra o deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), em razão de denúncias publicadas contra ele pelo jornal Co r re i o Braziliense, no último dia 8. A reportagem aponta vínculo entre interesses de empresas do agronegócio e a atuação do parlamentar. Além de deputado, Lupion é agropecuarista e empresário. Na Câmara, é titular na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. O deputado Abelardo Lupion declarou que o Psol e o PT estão tentando "requentar" um assunto já arquivado pela Mesa Diretora da Câmara. Ele afirma estar processando o autor da matéria e o acusa de divulgar informações falsas a serviço do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST ). A representação ainda será analisada pela Mesa Diretora da Câmara. Caso seja considerada procedente, será encaminha à Corregedoria. Do contrário, deverá ser arquivada. (AE)

A crise do mensalão fez a corrupção atingir o segundo posto no ranking dos problemas nacionais que mais preocupam os brasileiros. É o que aponta pesquisa da Market Analysis, realizada desde 1999 em oito capitais do País e que pela primeira vez registra a corrupção entre as grandes questões nacionais, com 19,8% das menções - atrás apenas do desemprego, mencionado como principal problema por 32,6% das pessoas entrevistadas. "Desde o fim da inflação, com o Plano Real (1994), o desemprego, a pobreza e a violência têm sistematicamente figurado como principais problemas, porque têm uma relação direta com o bem-estar material", explica o diretor da Market Analysis, o cientista político Fabian Echegaray. O resultado, segundo ele, " reflete a interpretação de parte do público de que a corrupção também atinge seu bem-estar material". "As pessoas passaram a fazer a conexão de que a falta de transparência e eficiência do poder público afeta diretamente seu bolso". (AE)

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) anunciou ontem que realizará um congresso no qual serão discutidos os "anseios do industrial" no que se refere à políticas públicas. Segundo a entidade, será elaborado um documento para ser entregue a cada um dos candidatos ao governo do Estado e à Presidência da República. O evento, que irá reunir mais de mil empresários de diversos setores, será realizado na semana que vem - nos dias 25 e 26 de maio, em São Paulo. Estarão presentes o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Claudio Vaz, e o presidente do Conselho Superior de Economia da Fiesp, Antonio Delfim Netto, além dos presidentes de outros conselhos da entidade. A Fiesp pretende abordar temas como gastos públicos, reformas constitucionais, matriz energética, mudança na Lei Cambial e política industrial. A iniciativa visa contribuir com sugestões e explicitar os principais problemas do setor produtivo. (AE)

RESGUARDADO

CONTESTAÇÃO

O PT vai usar o material na campanha gratuita de televisão. Mas, para o programa que vai ao ar na segunda-feira, o PT não deve usar as imagens de pânico. Admitem os petistas que poderia haver uma reação negativa porque o Estado ainda está de luto por seus mortos.

A não realização da convenção será contestada na Justiça pelo précandidato Anthony Garotinho. O exgovernador do Rio argumenta que sua candidatura foi referendada ao vencer as prévias contra o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.

ACUSAÇÃO

COLIGAÇÕES

O governo estadual está sendo acusado de ser o responsável pelos distúrbios em São Paulo, mas o PSDB responde que faltou apoio do governo federal para combater a criminalidade no Estado. A questão da segurança será o ponto nevrálgico da próxima campanha.

O PMDB não quer ter candidato a presidente para ficar livre e estabelecer as alianças nos estados. O partido deve lançar candidatos a governador em pelo menos 15 estados. A meta do partido é eleger numerosas bancadas nas casas legislativas e um bom número de governadores.

DESGASTE

ACORDO

A pesquisa Datafolha constatou que, por enquanto, a população de São Paulo responsabiliza Lula e Alckmin, além da Justiça pela onda de violência. Portanto, o roto não pode falar do esfarrapado. O PT, contudo, quer levar a mensagem de que a política de segurança é uma atribuição dos governos estaduais.

PT e PSDB continuam namorando o PMDB. Ambos os partidos querem o apoio peemedebista: o PSDB se contenta em amarrar um acordo no segundo turno, mas o PT ainda joga para ter o apoio do PMDB no primeiro turno.

REFLEXO Os partidos são informados pelas pesquisas que a falta de segurança é reclamada pela população. O tema da segurança tem servido de principal mote de campanha para os candidatos a governador da oposição. No caso de São Paulo, o PT vai tentar responsabilizar o PSDB por estar no poder há 12 anos.

NEUTRALIDADE O PMDB, no entanto, quer se manter neutro na campanha presidencial. Avisa que não embarca em nenhuma das canoas. A expectativa do partido é se fortalecer nos estados e nas casas legislativas. Mesmo assim, PT e PSDB não desistem de lutar pelo apoio peemedebista.

NOVO RUMO Geraldo Alckmin reage com indignação à suposta informação de que a cúpula do PSDB se reuniria para sugerir mudanças de rumo na sua campanha. O candidato não só desmente como prefere responsabilizar a imprensa pela falsa notícia. Alckmin chegou a dizer que parcela da imprensa é fofoqueira.

ENCONTRO EXPANSÃO O medo do governo federal e dos partidos é que a onda de violência se espalhe também por outros estados. Neste caso, a tática do governo federal será a de oferecer ajuda aos governadores, como ocorreu no caso de São Paulo, em que Lula colocou a Polícia Federal e o Exército à disposição de Cláudio Lembo.

RECADO O PMDB não terá candidato próprio à presidência porque a cúpula está estudando a não realização da convenção em junho.O argumento é que só realizam as convenções os partidos que vão lançar candidato a presidente. Não é o caso do partido.

FHC, ex-presidente; Tasso Jereissati, presidente do PSDB; e o governador de Minas, Aécio Neves se reuniram em Nova York para discutir o quadro eleitoral no Brasil. Os líderes tucanos viajaram para os EUA para a homenagem a um brasileiro. Alckmin desmente que a reunião tenha alguma ligação com o rumo de sua campanha.

MAIS UM Além de Lula, também o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, confirma que deve processar o banqueiro Daniel Dantas e a revista Veja pela divulgação da notícia de que seria detentor de uma conta bancária no paraíso fiscal. Dantas teria sido o informante da revista.


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Indicadores Econômicos

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2,175

18/5/2006

reais é a cotação do dólar comercial para venda. O valor da moeda norte-americana caiu 1,32% ontem.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 15/05/2006 15/05/2006 12/05/2006 15/05/2006 15/05/2006

P.L. do Fundo 5.187.877,20 1.233.244,99 5.325.789,63 2.511.279,71 921.266,74

Valor da Cota Subordinada 1.065,500316 1.014,615904 1.053,154998 1.022,712884 986,654632

% rent.-mês 1,4206 1,0018 1,7660 0,8570 1,6361

% ano 9,0616 1,4616 5,3155 2,2713 -1,3345

Valor da Cota Sênior 0 1.030,743743 1.037,901971 0 0

% rent. - mês 0,5855 0,5739 -

% ano 3,0744 3,7902 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

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Congresso Planalto Segurança CPI

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O MINISTRO, O GOVERNADOR, O CANDIDATO E A VIOLÊNCIA

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A bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para haver mais empregos, educação, solidariedade, diálogo. Claudio Lembo (PFL), governador de SP

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POLITICA TAMBEM ´ E UM PERIGO

Marcos D´Paula/AE

Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Para evitar que a crise da Justiça (CCJ) do Senado aprovou projetos que de mudanças nas leis de execução penal, segurança pública em São tratam reforço e segurança em unidades prisionais, Bastos já havia dito que não achava convePaulo seja usada como mas niente o que classificou de "legislação de pânicomo via de solução para o problema. combustível político – ca- co",Ciclo institucional – Para Thomaz Bastos, a onda de ataques e rebeliões em São Paulo reprepaz de chamuscar tucanos senta o fim do ciclo institucional brasileiro. estamos diante de uma onda de violência, e petistas em ano eleitoral – "Não mas no fim de um ciclo institucional. O País prereconstruir suas instituições republicanas, o ministro da Justiça, Már- cisa em especial, as voltadas à segurança e à tensão disse. cio Thomaz Bastos, conde- social", No entendimento do ministro , há o risco de nou a exploração política que "essa questão que é de Estado" possa se transformar em objeto de disputa eleitoral: "Onda violência e voltou a de- tem (quarta-feira), tivemos um sintoma disso. A questão precisa ser tratada com mais urgência, fender a integração das for- mas dentro do interesse do Estado e da nação. Não pode ser objeto eleitoral ou político". ças de segurança para en- No campo eleitoral, também na quarta, houve uma troca de acusações entre o ministro das frentar o crime organizado. Relações Institucionais, Tarso Genro, e líderes

Márcio Thomaz Bastos: "Não estamos diante de uma onda de violência, mas no fim de um ciclo institucional".

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que não se pode fazer da questão da segurança pública uma disputa eleitoral, nem política. "Temos que discutir as questões, procurar os caminhos e integrar as forças, mas não sermos levados pela tentação do ano eleitoral e de tornar a questão uma disputa eleitoral, porque assim só vamos fazer mal para o Brasil", disse. Bastos negou que a crise ocorrida em São Paulo justifique intervenção federal. "Não é caso de intervenção. O governador (Cláudio Lembo) tinha a convicção, que acabou se realizando, de que as coisas iam se acalmar. Eu acredito que elas tenham se acalmado razoavelmente e, então, é administrar essa crise, sair dela, e procurar caminhos para evitar a repetição disso". A integração das forças de segurança do País, segundo ele, tem o objetivo claro de combater o crime organizado e a violência que vem se espalhando pelo País: "A gestão integrada é a solução. É preciso abandonar a mania de que tudo se resolve por lei", disse o ministro.

tucanos, sobre a responsabilidade pela crise de violência em São Paulo. Integração – O ministro reafirmou a disposição de auxiliar o governo de São Paulo e dos demais estados. Ele citou o trabalho de inteligência que vem sendo feito pela Polícia Federal, em integração com as forças de segurança estaduais. Bastos contou que Cláudio Lembo é seu amigo particular, foi colega de turma, e disse que pretende, "até por instrução expressa do presidente da República", dar a ele todo apoio de que precisar. Como exemplos do sucesso desta integração, Bastos lembrou que o assassinato da missionária Dorothy Stang, no Pará, foi decifrado em tempo recorde (menos de um ano), graças à parceria entre a Polícia Federal, polícias estaduais, Ministério Público e Judiciário. Ali, os executores do crime, seus articuladores e mandantes foram identificados, presos e condenados. A chacina de fiscais do trabalho em Unaí (MG), um caso de difícil identificação por envolver pistoleiros profissionais, também foi desvendado com a atuação conjunta das forças de segurança. Ele acrescentou que uma sociedade segura e livre não se baseia na consciência dos homens: "É preciso baseá-la na eficácia e na confiança que as instituições inspirem". (Agências)

O DESENCONTRO ENTRE LEMBO E ALCKMIN

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, obteve ontem total apoio da cúpula do PFL em suas queixas contra o PSDB do candidato a presidente Geraldo Alckmin, pela falta de solidariedade dos tucanos no episódio da onda de violência no Estado. Lembo aproveitou para rebater mais uma vez as críticas do Palácio do Planalto: "Eu diria que o governo federal foi omisso no passado quando não passou verbas do fundo penitenciário, não construiu uma penitenciária no Estado de São Paulo, não transferiu nenhuma verba de segurança para o Estado de São Paulo. Zero, nada. Aí ele foi incompetente e irresponsável", disse. Para o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), as relações entre os parceiros da aliança precisam passar "por uma reciclagem urgente". "Esta falta de solidariedade é uma coisa que me preocupa." Alckmin contradisse as declarações do atual governador de que quase não teria falado com ele durante a crise. Ele afirma ter conversado com Lembo todos os dias, "às vezes duas vezes por dia". "Eu conversei com o doutor Lembo todos os dias. Agora, eu não quero é interferir em questões de governo, na autoridade do governador. Mas tive contato permanente, tenho procurado ajudar, mas tendo a cautela de não interferir nos assuntos do Estado", afirmou. Lembo queixou-se também

Nelson Antoine/Futura Press

ram a solidariedade reclamada por Lembo. "Agora é preciso levar isto ao Executivo". Solidariedade– Alckmin, mais uma vez, incluiu o governo federal entre os responsáveis pela crise na segurança pública em São Paulo. Citou a aprovação de uma lei preparada pelo Executivo e a p ro v a d a e m Governador Cláudio Lembo no Palácio dos Bandeirantes, após 'desabafo'. dezembro de das críticas do ex-presidente sombraram São Paulo, e até 2003 como uma das causas de Fernando Henrique Cardoso concordam que isto deve ser São Paulo não ter conseguido às negociações entre o Estado e levado em conta nas reclama- isolar os líderes das facções crio Primeiro Comando da Capi- ções do governador. "Temos minosas. "É a lei Lula", disse. tal (PCC), e também lamentou que analisar as coisas no clima "Antes não se precisava de autoo fato de ter recebido apenas em que ocorrem. Esses mo- rização judicial para colocar um dois telefonemas de Alckmin mentos são muito sensíveis líder de facção criminosa no Redurante a crise. "O governador porque a responsabilidade do gime Disciplinar Diferenciado expressou o que está sentindo governador é muito grande", (RDD). Era uma decisão do sise eu sou solidário a ele", resu- pondera Bornhausen, certo de tema penitenciário. Desde a lei miu o presidente nacional do que o relacionamento entre Lula não se pode mais." Alckmin afirmou que o goPFL, senador Jorge Bornhau- PFL e PSDB vai melhorar . "Se a relação não está ideal, verno paulista está desde janeisen (SC), logo cedo. Reunidos ontem cedo para escolher o vi- vai ficar", afirma Bornhausen. ro tentando a transferência do líce de Alckmin na chapa presi- "Tudo isto se ajeita. Cargueiro se der do PCC, Marcos Willians dencial, os dirigentes pefelis- arruma em viagem." Preterido Herbas Camacho, o Marcola, tas não endossaram as críticas, na escolha do companheiro de para o presídio de segurança mas também não discordaram chapa de Alckmin, Agripino máxima de Presidente Bernardelas. Eles atribuem a "sinceri- adverte, no entanto, que é preci- des, mas até poucos dias o Judidade exacerbada" do governa- so haver um diálogo mais fran- ciário não havia autorizado. Maioridade penal – O ex-godor ao "momento sensível" pe- co e de maior proximidade entre os aliados e cobra a partilha de vernador de São Paulo defenlo qual está passando. Stress intenso– Há no PFL o responsabilidades. "Os dois deu ainda a redução da maiorireconhecimento geral de que partidos precisam entender que dade penal e diz que esse é um Lembo atravessa um momen- são parceiros, e não mero alia- dos temas de um pacote de nove to de "stress intenso", por conta dos". O líder reconhece que os propostas que levou ao Condos atentados em série que as- tucanos do Senado manifesta- gresso esta semana. "Não é 18

anos. Termina por ser 21, porque o jovem comete um crime com 17 anos, 11 meses e 29 dias e vai para a Febem e fica até completar a pena", disse. "Depois, sai de lá com a ficha limpinha, zerada, mesmo que tenha cometido um, dois, três assassinatos. Para mim deveria ser tudo aos 16 anos: votar, dirigir e também a responsabilidade penal." Entrevista – José Agripino não quis comentar sobre a entrevista que o jornal Folha de S. Paulo publicou ontem e na qual o governador afirma que o problema de violência no Estado só será resolvido quando a "minoria branca" mudar sua mentalidade. "Nós temos uma burguesia muito má, uma mi-

noria branca muito perversa", disse o governador à colunista Mônica Bergamo. Já o senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse que "medo não dá só em branco, dá em qualquer um". Para Lembo, "a bolsa da burguesia vai ter que ser aberta para poder sustentar a miséria social brasileira no sentido de haver mais empregos e solidariedade". Ele disse na reportagem que o Brasil é um país cínico: "É um país que quando os escravos foram libertados, quem recebeu a indenização foi o senhor, e não os libertos, como aconteceu nos Estados Unidos". E completou: "Temos de ter consciência. O cinismo mata o Brasil." (Agências)


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Finanças Empresas Imóveis Nacional

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RETRAÇÃO DE 42,5% NO NÚMERO DE LANÇAMENTOS

Venda cresce, lançamentos diminuem.

Em valores, as vendas de imóveis no início do ano cresceram 16,4%, totalizando R$ 1,54 bilhão

Leonardo Rodrigues/Hype

Alta nas vendas de imóveis foi de 4,8% no trimestre

A

comercialização de imóveis novos na cidade de São Paulo cresceu 4,8% no primeiro trimestre de 2006 em relação a igual período do ano passado. Ao todo, foram vendidas 5.214 unidades, contra 4.976 nos três primeiros meses de 2005. Em valores, as vendas deste início de ano cresceram 16,4% na mesma base de comparação, totalizando R$ 1,54 bilhão, aponta balanço divulgado pelo Sindicato da Habitação (Secovi/SP) ontem. "O setor apresenta um vetor de crescimento um pouco maior que o da economia e isso se reflete nas vendas", comenta o vice-presidente de Tecnologia do Secovi, Alberto Du Plessis Filho. Mas o produto da comercialização, ressalva, é fruto de estoque antigo. O levantamento do Secovi aponta retração de 42,5% nos novos lançamentos feitos na capital. O desempenho negativo motivou Luís Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a pesquisar a série histórica que sua empresa detém sobre o assunto. "Desde 1993 não tínhamos um resultado tão ruim em lançamentos", afirma. Números semelhantes aparecem entre 1990 e 1992, possivelmente refletindo efeitos do Plano Collor. Fora da realidade – Segundo as análises do diretor da Embraesp, há uma desconexão do mercado imobiliário real com o de lançamentos. Isso porque haveria uma superprodução de unidades com quatro dormitórios. Plessis, do Secovi, comenta que ainda é muito grande a participação das unidades com três e quatro dormitórios no total dos apartamentos vendidos. Imóveis com esse perfil

representaram quase 70% das vendas do setor no primeiro trimestre deste ano. Condições favoráveis – E a tendência deve se manter. "É um momento bom para São Paulo, com oferta de financiamentos, recursos à produção e ao consumidor final", diz Plessis. Essas condições, lembra ele, também favorecem a classe média, que busca, preferencialmente, imóveis com um e dois dormitórios. No entanto, o mercado não se dedica fortemente a esse público. "Para a classe média, a oferta ainda não cresceu o quanto deveria", diz. Em sua opinião, podem faltar unidades para atender essa demanda e a reversão do quadro só deve ocorrer no médio e longo prazos. Os imóveis com dois dormitórios representaram 35% dos lançamentos do primeiro trimestre deste ano – mesma participação das unidades com quatro dormitórios. Porém, apenas 6% dos lançamentos tinham um dormitório. Sem correção – Demanda existe. O diretor da Itaplan Imóveis, Fábio Rossi Filho, conta que, no início do ano, vendeu, em três dias, 340 unidades de um prédio com perfil de classe média, na região central da cidade. Levando em conta todos os padrões de imóveis negociados pela empresa, as vendas cresceram 40% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Ele abribui o sucesso à melhora nas condições – e opções – de financiamento e ao intenso trabalho de treinamento das equipes de vendas. "Vivemos os últimos 30 anos baseados em gatilhos, tablitas. Agora tem banco oferecendo financiamento em até 20 anos, sem correção monetária", diz.

Há poucos imóveis para a classe média na cidade

Ao todo, foram vendidas 5.214 unidades no primeiro trimestre deste ano. Mas todas de lançamentos antigos.

Condições de financiamento aumentaram comércio de imóveis

Fátima Lourenço

Apartamentos de quatro dormitórios representam 70% das vendas Carlos T. Jorge/Divulgação

Construções concentram-se em alguns bairros como Perdizes

Kassab e Chap Chap em almoço sobre problemas do setor

Zoneamento atrapalha

A

retração na oferta de novos lançamentos imobiliários em São Paulo é conseqüência, segundo representantes do setor, das restrições advindas do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, que eles pretendem alterar. Na última quarta-feira, durante almoço com empresários do segmento promovido pelo Sindicato da Habitação (Secovi/SP), o prefeito da capital, Gilberto Kassab, propôs a criação de um grupo de trabalho com representantes da iniciativa privada e da Secretaria Municipal de Planejamento, para analisar e encaminhar eventuais alterações na legislação. "A Lei de Zoneamento é incompleta e um dos problemas

para a aprovação de novos projetos", disse Romeu Chap Chap, presidente do Secovi. Otimista com a receptividade Kassab para discutir eventual revisão da legislação, Chap Chap não espera resultados imediatos, por conta de este ser um ano eleitoral. "Sou realista. Se conseguirmos chegar a um bom termo até o final do ano, com os ajustes necessários, me dou por satisfeito." Salão – O Secovi realizará, entre 14 e 17 de setembro, a primeira edição do Salão Imobiliário de São Paulo. O evento será no Pavilhão de Exposições do Anhembi, onde estarão à venda imóveis, lotes e galpões. Espera-se público superior a 30 mil pessoas. (FL)


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Cidades JUSTIÇA VAI INVESTIGAR SUPOSTA ENTREVISTA Governo garante, em nota, que é falsa a conversa entre o líder do PCC, Marcola, e um jornalista de TV, divulgada na madrugada de ontem. Já foi pedida a instauração de inquérito para apurar delito de apologia ao crime ou ao criminoso. Na entrevista, que teria sido feita por celular, Marcola disse que há possibilidade de novos ataques. Nelson Antoine/Futura Press

Depois de mais ataques, mortes e boatos, a novidade do dia ontem ficou por conta de uma suposta entrevista de Marcos Willians Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), e Orlando Mota Júnior, o Macarrão, a duas emissoras de TV durante a madrugada. Por volta das 14h, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou, em nota, que é falsa a entrevista levada ao ar pelas TVs Bandeirantes e Record. Assessoria da SAP, no entanto, não divulgou quais foram os critérios usados para a certificação da conversa, realizada por celular. Marcola está no presídio de Presidente Bernardes, onde há bloqueadores de celulares. A secretaria já pediu instauração de inquérito para apurar delito de apologia ao crime ou ao criminoso e quer que os responsáveis sejam punidos civil e criminalmente. A juíza Isaura Cristina Barreira, do Departamento de Execuções Criminais (Decrim) do Tribunal de Justiça (TJ) determinou que a Rede Bandeirantes envie, nos próximos cinco dias, uma cópia da fita da entrevista feita pelo jornalista Roberto Cabrini. Segundo a nota da SAP, a veiculação irresponsável de "falsas gravações com líderes criminosos serve para inflamar o ânimo sensacionalista, assustando a sociedade e prejudicando as investigações realizadas pelas autoridades". A secretaria lembrou o precedente lamentável de outra emissora de televisão, que, após divulgação de falsa entrevista com integrantes de facção, houve condenação, referindo-se ao SBT. "Neste caso, o Ministério das Comunicações está tomando conhecimento do que fizeram as redes Record e Bandeirantes para idêntica providência", disse a nota. Incomunicável – Pouco antes da divulgação da nota, o governador de São Paulo, Claudio Lembo, já havia contestado a veracidade da entrevista. Lembo garantiu que, segundo informações de seus secretários da área de segurança, o líder do PCC estaria incomunicável. Lembo reafirmou que o governo irá ao poder Judiciário pedir esclarecimentos sobre a entrevista, além de investigar a notícia internamente. "Segundo me informa o secretário Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária), é uma entrevista absolutamente irreal, portanto, devo compreender que meu secretário esteja certo e, eventualmente, houve um equívoco na captação dessa voz", afirmou o governador. (Agências)

Reprodução/O Globo

O governador Claudio Lembo (acima) disse que as informações que recebeu de seus secretários garantem que a entrevista de Marcola "é irreal". "Me garantiram que o líder da facção criminosa estaria totalmente incomunicável", afirmou. Marcola (à esquerda) teria conversado, por celular, com o jornalista Roberto Cabrini, da TV Bandeirantes. O bandido disse que os ataques podem recomeçar. Agora, a voz ouvida na fita será periciada.

Bandidos também queriam matar políticos

U

m dos objetivos do PCC era matar políticos e, principalmente, agentes e diretores de presídios. No segundo dia de ataque às forças de segurança, líderes da facção ordenaram de dentro da prisão ao exército de "soldados" (bandidos): "Não pára por aqui. Levanta aí, procura levantar onde tem, onde mora agente penitenciário, diretores (de presídio) e políticos. O negócio é botar pra arrebentar, a

ordem é matar sem dó", diz Cabeça, Ney ou Cérebro, um preso do interior, ao falar com um "soldado" da zona norte da capital. A conversa entre integrantes do PCC, interceptada na madrugada de sábado, deixa claro que o "soldado" acabara de executar duas pessoas, provavelmente policiais, com dois comparsas. O criminoso liga para prestar contas. "Soldado": "Deixa eu te falar a fita. Sabe quem fechou com nós,

mano? O Moinha, mano. Ele pilotou... Eu, ele e o Fabinho. Nós fizemos um esquema ali certinho. Já era. Caiu (sic) dois". Na seqüência, o "soldado" aproveita para pedir punição para o mau desempenho de um dos homens da tropa: "Soldado" - "Deixa eu te passar uma fita. O gigante lá, mano, lamentável: 90. O Titi deu a peça (arma) na mão dele e ele deu pro Fabinho, irmão. Tô falando, irmão.

Toda hora, ele queria ficar só dentro do carro dele, no carro quente, mano. Foi o maior desacerto, já era pra gente estar em casa há maior cara e tamo chegando agora". Preso - "Ou amanhã ele puxa o bonde ou vai tomar noventa (90 dias de suspensão). Vai tomar noventa não, vai ser logo excluído. Porque o salve (a ordem) foi bem claro: os irmãozinhos que não pá nessa situação aí vai pagar é com a vida, certo mano?" (AE)

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

Para ler mais notícias sobre as ações do PCC e a reação da polícia paulista, além de repercussões, clique www.dcomercio.com.br/ canais/cidades_index.htm

Marcola deverá ser ouvido na CPI A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas informou ontem que pretende ouvir o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O requerimento já está aprovado e agora os deputados devem definir se ele será ouvido no presídio de Presidente Bernardes. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que, na próxima terça-feira, o assunto será votado no plenário da comissão. Se depender do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Marcola será ouvido na Câmara. "Você pode passar a imagem de que, ao ir lá, está com medo de ser intimidado. A Polícia Federal, o Congresso Nacional, a Polícia de São Paulo e a Justiça têm de mostrar à sociedade que o bem tem de vencer o mal", disse. O deputado Alberto Goldman (PSDB-SP) tem outra opinião. Para ele, Marcola deve ser ouvido no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. "Sou favorável a que ele fique dentro da cela, bem fechadinho. Não tem nada de vir ao Congresso Nacional", disse Goldman. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que está em Washington, disse a interlocutores que não gostaria da realização desse tipo de depoimento na Casa. Ele sugere que os integrantes a CPI se desloquem até a penitenciária. Advogados – O deputado Arnaldo Faria de Sá, que integra a CPI do Tráfico de Armas, disse também ontem que os advogados do PCC Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cecília de Souza Rachado devem depor na comissão na terça-feira. Os dois advogados são acusados de comprar por R$ 200 a cópia dos depoimentos do diretor do Departamento Estadual de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic) de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Rui Ferraz, durante audiência secreta da comissão, realizada na última quarta-feira. Segundo Faria de Sá, na próxima quinta-feira, a CPI deverá fazer uma acareação entre os dois advogados e o ex-funcionário da empresa que presta serviço à Câmara, Artur Virgílio Pilastres Silva, que confessou ter gravado e vendido a cópia. O deputado disse também que a CPI vai encaminhar um ofício ao presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´urso, para que seja instaurado um procedimento ético contra os advogados. O presidente do conselho da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp), Ademar Gomes, que defende Sérgio Wesley da Cunha, desafiou a polícia e a CPI do Tráfico de Armas a divulgarem o conteúdo da fita que teria sido usada para repassar informações, colhidas em uma sessão da comissão, ao PCC. "Eu acredito na versão do meu cliente de que ele não está envolvido nesse episódio. Quero que a fita seja divulgada publicamente", disse também o advogado. Ademar Gomes confirmou que Wesley irá depor na CPI do Tráfico de Armas na próxima terça-feira, às 15h. E adiantou que vai requerer uma acareação entre ele e o funcionário Artur Virgílio Pilastres Silva. Durante a entrevista, concedida na sede da Acrimesp, na capital paulista, Gomes citou que foi procurado por telefone pela advogada Maria Cristina de Souza Rachado, também acusada de envolvimento neste episódio. "Ela estava muito nervosa quando me telefonou, ficou de vir aqui hoje, mas ainda não apareceu". Artur Virgílio trabalhava numa empresa terceirizada, que prestava serviço de gravação à CPI. Ele disse aos deputados que entregou a cópia da gravação em um shopping de Brasília e que receberia mais dinheiro. (Agências)

Jornais de bairro unidos: De Olho na Câmara Parceria com a Associação Comercial permitirá acesso a informações para regionalizar as notícias da Câmara dos Vereadores

J

á está selada uma parceria da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por meio do Diário do Comércio (DC), com jornais de bairro que, apenas na Capital, representam juntos uma tiragem superior a um milhão de exemplares semanais. O ponto de união entre todos será a agência noticiosa De Olho na Câmara, organizada em conjunto com o Instituto Ágora de Defesa do Eleitor e da Democracia. O lançamento oficial do projeto está marcado para a próxima terça-feira, dia 23. O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, fez o anúncio ontem, durante

um encontro que contou com a presença de representantes das 15 distritais da ACSP e de mais de 20 jornais. A reunião aconteceu na sede da entidade, no Centro. Segundo Guilherme Afif Domingos, existe uma tendência mundial em valorizar os jornais locais, que têm contato direto com os principais problemas enfrentados pela comunidade. "Por esse motivo, aqui na Capital muitos desses jornais já mantêm estreita relação com nossas distritais", explicou o presidente da ACSP. Afif destacou que esse trabalho funcionará em duas mãos "pois a agência De

Olho na Câmara servirá também para a captação de informações, coordenadas pela ACSP, que refletirá essa

parceria e suas necessidades". Lembrou ainda o enorme potencial da imprensa local quando

ampliada para todo o Estado de São Paulo, com sua estreita ligação junto às 413 associações comerciais que integram a rede da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). "Essa rede capilar pode também trabalhar com o objetivo de compartilhar a informação", salientou. Afif relatou que a ACSP investiu para que as informações cheguem a um custo zero aos jornais que, normalmente, disputam uma fatia bem menor das grandes verbas publicitárias. "Com o tempo, a nossa união poderá ajudar também

nesse sentido", disse. Na verdade, na reunião de ontem foi dado "apenas o primeiro passo" desse trabalho de regionalização da notícia, como uma forma de valorizar o distrito. Não apenas as reportagens, mas também as fotos, serão de livre acesso para o uso por todos os jornais locais, por meio do portal da agência na internet. "Trata-se de uma real parceria entre nós", concluiu Guilherme Afif. Para se integrar à Agência De Olho na Câmara basta acessar o endereço www.deolhonacamara. org.br. (SLR)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

LEITURA

CHICO

O Acre de Morales, nos 30 anos de Galvez

Harmonias do gênio carioca

Renato Pompeu

S

Aquiles Rique Reis

C

hico nasceu no Rio de Janeiro e, ainda guri de colo, foi para São Paulo. Lá virou o "Carioca", mas aos poucos foi estendendo seus limites e logo passou a ser de todo o Brasil. Unanimidade nacional, expandida através da TV Record (não esta comandada pelo bispo Macedo, mas a criada por Paulo Machado de Carvalho – aquela emissora que deu cara e voz à música brasileira composta no início dos anos 1960), Chico Buarque de Hollanda, um brasileiro, criou asas e voou a povoar imaginários em terras de sul a norte. Assim como nos últimos tempos esteve escritor, neste ano de 2006 Chico está compositor. Um verdadeiro camaleão a vestir e rasgar roupas quando lhe dá na telha, ou quando os donos de sua editora e de sua gravadora tornam insuportáveis suas súplicas por um novo trabalho. Faz tempo é assim. Músico e escritor se confundem na bagunça do armário embutido que Chico Buarque carrega no peito. Feito um parto, sabe-se o quanto é dolorosa para ele essa troca de identidade, do computador ao violão – mas dela não foge. Vai a ela como se fosse uma missão irrecusável. Lançado pela gravadora Biscoito Fino, Carioca está nas lojas. Vem com doze faixas. Sete somente de Chico. E mais Ode aos ratos, em parceria com Edu Lobo, composta para Cambaio, musical de Adriana e João Falcão; Bolero Blues (choro intrincado feito com o contrabaixista Jorge Helder); Renata Maria (parceria com Ivan Lins); Leve (feita com Carlinhos Vergueiro, gravada originalmente por Dora Vergueiro) e Imagina (com Tom Jobim), participação da admirável Mônica Salmaso. Um DVD documentário, Desconstrução, dirigido por Bruno Natal, acompanha o CD. Destaque para a reação emocionada de Jorge Elder à surpresa feita a ele, que não sabia que Chico tinha dado versos à sua melodia, muito menos que ela seria gravada naquela sessão. Este novo CD de Chico Buarque revela um compositor que evoluiu de forma inequívoca como melodista e harmonizador; mais que qualquer outro contemporâneo seu (inclusive aqueles que prudentemente se dedicaram e ainda se dedicam aos estudos musicais). Chico, hoje, alia sua reconhecida envergadura poética às sutilezas de harmonias insuspeitas. Hoje, quem ouve Carioca constata que Chico se tornou um exímio criador de melodias; alguém que cria atalhos, como Ronaldinho inventa dribles, para mais fascinar seus admiradores. O ouvinte deve se preparar para se surpreender, e bem, com o requinte das novas músicas feitas por Chico. Não foi à toa que ele escreveu letras para músicas compostas com imensa opulência melódica por seus parceiros presentes no CD Carioca. O compositor, que hoje assume o lugar do escritor que habitou o peito de Chico nos últimos anos, faz música para ele próprio. E satisfaz-se com o que faz. Basta-se com seus achados, regala-se com suas descobertas. Chico, hoje, desligou-se de suas preocupações e trabalha sem concessões àquilo que esperam dele. Chico nunca esteve tão pessoal e bem-humorado; tão autoral e reservado quanto em Carioca. No disco, cabe ressaltar a presença fundamental do arranjador Luiz Cláudio Ramos. Maestro e violonista há tempos, ele se encarrega de traduzir em orquestrações aquilo com que Chico sonhou. E o faz magistralmente. A criatividade das concepções instrumentais mostra que Luiz Cláudio é hoje imprescindível ao compositor. Destaque para os arranjos de Dura na queda, feita para Elza Soares, samba embalado por metais embrasados; de Ode aos ratos e de Sempre, a grande música do disco, feita para filme de Cacá Diegues, em que o arranjo lembra o som orquestral de Glenn Miller. O Carioca é hoje um cara disposto a seguir seu ofício revelando ainda mais corajosamente suas opiniões, que cada vez mais se desprendem daquilo que nos acostumamos a não ouvir sair da boca buarqueana. Mais do que nunca, Chico se mostra disposto a não se furtar a tocar em coisa alguma. E o faz sem perder um pingo de seu gênio, mantido à flor da pele. Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

ACRE O Estado do Acre ocupa 153 mil km² na região Norte. Tem como limites o Amazonas (N); Rondônia (L); Bolívia (SE); e Peru (S e O). Rio Branco é a capital e sua economia baseia-se na extração de borracha, castanha e na pecuária.

e pareceu recuar nas suas declarações sobre a Petrobrás, o presidente boliviano Evo Morales não mais se referiu às suas afirmações de que o Acre foi extorquido da Bolívia pelo Brasil em troca de uma ninharia, "um cavalo", como diz, embora tenham sido dois milhões de libras esterlinas, mais pedaços do Mato Grosso e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, para facilitar o escoamento de produtos da Amazônia boliviana. Mas o mais interessante é que as declarações de Morales ocorrem exatamente quando se completam trinta anos da primeira edição, em 1976, do romance Galvez, Imperador do Acre, do escritor amazonense Márcio Souza (obra agora na 18ª edição, Editora Record, 220 páginas, R$ 33,90). Além do mais, as afirmações de Morales fazem renascer no Brasil o interesse pela obra, num presente para seu autor Souza, que também por coincidência está comemorando sessenta anos de idade. O romance, ao mesmo tempo picaresco e modernista, narra de modo caricatural a conquista do Acre pelo Brasil na passagem do século 19 para o 20. A trama é que o ex-diplomata espanhol Galvez, radicado em Belém do Pará, um apreciador de boas comidas e boas bebidas, e de belas mulheres, fosse em bordéis, lupanares, prostíbulos ou no sacrossanto leito conjugal de alguma mulher casada que fosse bonita e desinibida – até uma freira ele desencaminhou –, foi recrutado para proclamar o Acre como país independente, para depois pedir a anexação ao Brasil. A par de narrar de modo irreverente a vida urbana na Amazônia naquela época – o romance nunca se passa na floresta, e quase não tem personagens índios ou caboclos –, Souza fez de tu-

A obra Galvez, Imperador do Acre, já na 18ª edição, e seu autor, Márcio Souza

do para agradar o leitor. São capítulos curtos, em geral de menos de meia página, em tom ao mesmo tempo de opereta e de sucessão de piadas, com inúmeras referências à literatura francesa, ao teatro espanhol e às óperas italianas, que, a par da literatura pícara espanhola e francesa, são as influências maiores nessa obra. A linguagem é ao mesmo tempo coloquial e gaiata; o romance se compõe como uma sucessão de anedotas que ilustram a sociedade amazônica brasileira da época, no auge da euforia da borracha, com seringalistas e comerciantes tornados multimilionários da noite para o dia, ou melhor, de uma hora para outra. A dinheirama atrai aventureiros de todo o mundo, toda espécie de companhias teatrais e operísticas, e acima de tudo lindíssimas prostitutas estrangeiras que vêm amenizar, com muita bebida, a rotina sexual dos homens da borracha, mediocremente casados com mulheres locais, estas ignorantes das técnicas amorosas dominadas pelas estrangeiras. Ao mesmo tempo, começam a surgir, entre as mulheres locais, algumas mais requintadas, com passagem até pelo ensino superior, ansiosas para encontrar na cama, com os aventureiros estrangeiros, prazeres desconhecidos na convivência com os maridos pouco afeitos a carícias mais ousadas. De modo que grande parte do ro-

mance se passa em diferentes camas; do restante, trechos importantes se passam em regabofes, em grandes mesas de restaurantes e hotéis de luxo, com negociantes e altas autoridades, com a companhia de damas mercenárias e desinibidas, enchendo-se de champanha francês e uísque escocês. A intriga política surge como pano de fundo, mas ali estão o cônsul boliviano, o cônsul americano, o expedicionário inglês, além dos nacionalistas brasileiros que querem reclamar o Acre para o nosso país. Então o Acre tinha um estatuto dúbio, era nominalmente boliviano, mas habitado por uma esmagadora maioria de posseiros brasileiros, principalmente cearenses, atraídos pelas riquezas da borracha. Havia ainda interesses ingleses e americanos em jogo, e no meio disso Galvez, que na vida se vira expulso de várias cidades européias e, no fim, do serviço diplomático espanhol, sempre por freqüentar leitos conjugais de personagens importantes, se vê envolvido numa conspiração e, sem ser por vontade própria, mas levado pelos desejos de viver a boa vida com belas mulheres, se vê proclamado líder de revolucionários acreanos e, depois, imperador do Acre. Como não tem nenhum tino político, transforma seu governo numa imensa farra, farra essa que, no livro inteiro, diverte o leitor. Mas de todo modo não se pode recomendar o livro para o presidente Morales, pois ele não melhorará seu humor ao ver que os personagens bolivianos são descritos do mesmo modo irreverente que os demais. Renato Pompeu é jornalista e escritor, autor de Canhoteiro, o Homem que Driblou a Glória (Ediouro), e do romance internético O Poder Virtual (www.carosamigos.com.br).

DVD Europa Filmes/Divulgação

Documentário Extremo Sul: alpinistas e equipe de cinema no Monte Sarmiento

Isolados na Terra do Fogo A O compositor, que hoje assume o lugar do escritor que habitou o peito de Chico nos últimos anos, faz música para ele próprio.

o longo de 200 anos, apenas 15 expedições tiveram como destino o Monte Sarmiento, uma montanha de difícil acesso situada na Terra do Fogo, extremo sul do continente sul-americano. De todas elas, somente três conseguiram chegar ao cume. A quarta tentativa aconteceu em 2003 e já está nas locadoras. O documentário Extremo Sul mostra a viagem de um grupo de cinco alpinistas (os brasileiros Barretta e Nativo, os argentinos Walter e Tato e o chileno Julio) em direção ao topo do Monte Sarmiento. Para documentar a escalada, uma equipe de cinema viajou junto com o grupo.

Os meses de março e abril foram os escolhidos para o começo da jornada, pois é nesse intervalo que os 340 dias de chuva da região dão trégua. Antes de encarar a montanha são exibidas cenas de despedidas e depoimentos. Há um misto de expectativa e empolgação. Ao chegar à região, os alpinistas são afetados pelo isolamento, pelo clima severo e pela visão dos assustadores paredões de gelo. O clima de medo começa a tomar conta de alguns alpinistas e a decisão de chegar ao cume passa a ser o assunto principal discutido pelo grupo. Os diretores Mônica Schmiedt (An-

tártida, O Último Continente) e Sylvestre Campe (Ascent of the Lhotse Shar) não desviam as câmeras. Tanto as belas imagens da região do Monte Sarmiento quanto os conflitos entre os alpinistas são registrados. O longa é o grande vencedor do Prêmio José Lewgoy que premia o melhor do cinema gaúcho. Ganhou nas categorias de melhor filme, direção, fotografia e montagem. O DVD vem com o making of de 20 minutos que mostra a odisséia que foi produzir um filme numa região isolada e inóspita da Terra do Fogo, onde o acesso se dá apenas por barco ou helicóptero. Rita Alves

VINÍCIUS O poetinha que inventava para cima

D

Caixa e capa do DVD: documentário mais visto

ocumentário mais visto no Brasil, Vinícius, sobre a vida e obra de Vinícius de Moraes, teve público de 270 mil pessoas, nas 22 semanas que permaneceu em cartaz, no ano passado. Agora chega numa bem cuidada edição em DVD duplo (Paramount, R$ 44,90) já nas lojas. Além dos 124 minutos do filme, há extras com cenas inéditas, entrevistas, traillers, galerias de fotos e o depoimento Músicas - Um Olhar Detalhado, no qual o diretor Miguel Faria Júnior explica os caminhos que determinaram a caráter do filme, como as escolhas dos músicos que interpretam as canções. Entre os músicos convidados estão Yamandú Costa, Olívia Byington, Mônica Salmaso, Mariana de Moraes (neta do

poeta), Sérgio Cassiano, Zeca Pagodinho e Adriana Calcanhotto. Bons nomes da música brasileira, sem dúvida, mas alguns fãs sentiram falta nessa composição de Marilia Medalha e Maria Creuza, entre outras. O diretor justifica as ausências dizendo que preferiu chamar a ala mais jovem da MPB. Se é acertada com Yamandú, que arranca lágrimas da platéia com seu arranjo para Valsa de Eurídice, emociona menos a interpretação de Calcanhotto para Eu sei que vou te amar. "O DVD veio me consolar, porque pude incluir coisas que eu tinha sido obrigado a cortar do filme original", disse Faria Jr, que declarou ao Diário do Comércioestar estudando propostas para elaborar uma versão de Viní-

cius para a TV aberta. "Minha intenção é fazer um documentário de cinco horas para a televisão." O filme foi construído a partir da montagem de um pocket show em homenagem ao poeta Vinicius de Moraes por dois atores (Camila Morgado e Ricardo Blat). Com esse mote, o diretor faz uma declaração de amor ao poetinha, mostrando sua vida, obra, família, amigos e amores de maneira delicada, através de poesias e canções. Inclui depoimentos calorosos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Toquinho, Antônio Candido, Francis Hime, Miúcha, Ferreira Gullar, que faz poesia ao vivo para a câmera: "Já que ninguém sabe mesmo o que é a vida, é melhor escolher inventar para cima", diz, traduzindo o mais genuíno espírito de Vinicius, que jamais inventava para baixo. Lúcia Helena de Camargo

TELEVISÃO A trajetória de Leonardo e a dupla nacionalidade Regina Ricca Fotos: Divulgação

Da Vinci e o Código de Sua Vida

Mais Da Vinci

N

a semana em que todas as atenções estarão voltadas para a estréia do filme O Código Da Vinci, com Tom Hanks, a televisão também vai tirar uma ‘casquinha’ no sucesso desse novo blockbuster, que deve bater recordes de bilheterias nos cinemas de todo o mundo. Portanto, confira os três programas inéditos sobre o tema que o History Channel vai exibir no fim de semana. Em Além do Código da Vinci (que vai ao ar sábado, às 21h), o telespectador poderá decidir quais das duas histórias considera mais crível: se a da Igreja, tal como conhecemos pela Bíblia, ou a de Da Brown, que em sua ficção diz que o Santo Graal não é um cálice, e sim a própria Maria Madalena, que teria dado continuidade à linhagem de Cristo (fato ocultado pela Igreja). Segundo ainda Brown, o enigma teria sido decifrado por Leonardo Da Vinci em algumas de suas obras. No domingo, às 20h, o especial A Tecnologia de Da Vinci foca o grande inventor do Renascimento, cuja criatividade em vários campos de estudo deram origem a invenções como salva-vidas, pára-quedas, bicicleta, entre outras. E às 21h do domingo, confira a terceira parte dessa saga, Da Vinci e o Código de sua Vida, que encena os principais momentos do pintor na Última Ceia desde sua infância até sua morte; e cita a importância da família Medici em seu caminho. O programa mostra também como Da Vinci descobriu, entre outras glândulas, a tireóide, embora não tenha entendido seu funcionamento.

Além do Código da Vinci: no History Channel

Identidade

P

essoas que buscam a dupla nacionalidade é o tema do documentário Um Passaporte Húngaro (2003), da diretora Sandra Kogut, que destrincha o tema a partir de pequenas histórias familiares – as que emigraram e as que ficaram em seus países de origem e mostra, através delas, a interminável lista de documentos que é preciso apresentar para conseguir o novo passaporte. O filme de Kogut, que será exibido no domingo, dia 21, à meia-noite, na TVE, é sensível ao revelar como é feita a construção de uma identidade. E por causa disso recebeu indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil de Melhor Documentário.


1,5 milhão de assinaturas Economia/1

Ano 81 - Nº 22.130

São Paulo, sexta-feira a domingo, 19 a 21 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Leão abocanha recorde histórico

Lula não põe o Leão protegendo contribuinte

R$ 34,96 bilhões

O governo cortou 48% da verba para o fundo penitenciário e não liberou recursos para a segurança pública. O Leão, Eco/1; e o desprezo ao contribuinte, págs. 5 e 7. Arte de Céllus sobre foto de Ricardo Stuckert/PR

Luludi/LUZ

São Paulo continua de mãos ao alto Na OAB, a exigência: não ao terrorismo Manifesto quer "ação imediata" contra o PCC. Foi aprovado por mais de 50 entidades, entre elas a Fenabrave, ACSP e OAB (Reze, D'Urso e Afif, na foto). Página 7.

Caio Guatelli/Folha Imagem

Marcola, o chefão da entrevista suspeita, na CPI

Carro tenta furar bloqueio da Luz, policial aponta a arma, faz revista e libera os ocupantes. Tensão e medo rondam a cidade.

O VICE DE ALCKMIN

Página 12

Divulgãção/Columbia Pictures

Adriano Machado/AE

Senador José Jorge (PFL-PE), em Brasília: força do Nordeste. Pág. 3

Estréia Guy Sorman Cientista político e professor da Universidade de Paris é o mais novo colaborador do DC. Leia em Opinião HOJE Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 24º C. Mínima 13º C.

DCultura

O FIM DE SEMANA DA VIRADA Audrey Tautou (foto) é a criptóloga francesa Sophie Neveu parceira do professor de simbologia Robert Langdon (Tom Hanks), chamado a depor sobre a morte de um curador do Louvre.Dessa trama, nasce um thriller de 125 milhões de dólares, que reaviva a história do

best-seller O Código Da Vinci.É a grande estréia da semana. Que, em São Paulo, será agitada também pela maratona de artes e espetáculos, a Virada Cultural já em sua 2ª edição. Leia mais: o charme do Bourbon Street, na Happy Hour, e o jogo do Château de Sours, na Roda do Vinho.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

1 Esse é o resultado do trabalho da comunidade, do cidadão que não quer mais ser súdito. Guilherme Afif Domingos

DE OLHO NO IMPOSTO

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1,5 MILHAO Campanha liderada pela ACSP atinge meta de assinaturas pela transparência tributária. Próximo passo será levá-las a Brasília, no dia 31 de maio. Patrícia Cruz/LUZ (16/02/2006)

E

nquanto a Receita Federal divulgava, ontem, mais um recorde de arrecadação, o movimento De Olho no Imposto comemorava o recolhimento de 1,5 milhão de assinaturas pela transparência tributária. "Esse é o resultado do trabalho da comunidade, do cidadão que não quer mais ser súdito e quer dizer o que deseja do poder", disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, durante reunião com mais de 20 representantes de jornais de bairro da capital. O próximo passo da campanha será levar a Brasília, no dia 31 de maio, as milhares de assinaturas da população em apoio à proposta de que seja obrigatório constar, nas notas ou cupons fiscais, os tributos embutidas nos preços finais dos produtos e serviços. Para isso, líderes do movimento entregarão aos presidentes da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), uma minuta com

o pedido de regulamentação do parágrafo 5° do artigo 150 da Constituição Federal, que diz: "A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços". Mesmo com 17 dias de atraso, já que o 1,5 milhão de assinaturas estavam previstas para serem alcançadas no dia 1º de maio, o clima entre os líderes da campanha foi de comemoração. "Na verdade, alcançamos duas metas: 1,5 milhão de adesões e conscientizamos a sociedade de que ela paga impostos embutidos nos produtos e serviços", disse Antônio Marangon, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP). Com a discriminação dos impostos nas notas fiscais, a campanha quer incentivar os cidadãos a cobrar a contrapartida do governo em serviços públicos de qualidade. No próximo sábado, o De Olho no Imposto deve ultrapassar a marca de 1,5 milhão

de adesões. Isso porque o Continental Shopping realiza sua I Feira da Saúde e da Cidadania, onde será montado um Feirão do Imposto e um balcão para a captação de mais assinaturas. Formiguinha – Afif creditou o êxito dessa "missão" ao trabalho "formiguinha" de todas as entidades que formam uma enorme rede capilar na cidade e no Estado de São Paulo. Desde janeiro, entidades como a ACSP, Sescon, Associação Médica do Brasil (AMB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Força Sindical – que participaram da Frente Brasileira contra a MP 232 – uniramse para promover o De Olho no Imposto pelo País. No total, a caravana do movimento passou por mais de 400 cidades paulistas, além de estados como Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul. A campanha também invadiu a internet. Até ontem, o site ww w. de ol ho no im po st o. org. br havia registrado 12,78 mil adesões online.

Milton Mansilha/LUZ

Laura Ignacio

Petróleo puxa arrecadação recorde da Receita Federal

Meta de 1,5 milhão de adesões foi alcançada com certo atraso, mas líderes da campanha comemoraram resultado.

I

mpulsionada principalmente por tributos pagos pelas empresas de refino de petróleo, a arrecadação de impostos e contribuições federais atingiu R$ 34,96 bilhões em abril, o que representa, em termos reais, um aumento de 5,29% sobre o mesmo mês do ano passado. O volume arrecadado é recorde para o mês de abril e o segundo melhor de toda a série histórica da Receita Federal. No ano, a arrecadação soma R$ 125,62 bilhões, com crescimento real de 2,67% em relação aos quatro primeiros meses de 2005. Apesar do forte desempenho, o secretário-adjunto da Receita Federal, Ricardo Pinheiro, descartou novas medidas de redução de impostos. Segundo ele, a receita ainda será afetada pelas medidas de desoneração tributária adotadas no ano passado – uma renúncia fiscal estimada em R$ 9 bilhões. Com isso, Pinheiro acredita que a arrecadação, ao final deste ano, terá crescimento pequeno ou ficará estável, sem espaço para mais cortes de tributos. "Não estamos trabalhando com hipótese de novas desonerações porque não há margem para isso", afirmou. IRPJ – Segundo Pinheiro, o forte resultado da arrecadação em abril foi determinado pelo aumento na receita do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do setor de refino de petróleo e também pela maior receita de IRPJ obtida com os bancos. No caso do petróleo, a arrecadação dos dois tributos quase dobrou, passando de R$ 707 milhões, em abril de 2005, para R$ 1,3 bilhão no mês passado. "Isso é reflexo do lucro das empresas do setor", explicou o secretário-adjunto da Receita. Já em relação aos bancos, o aumento na arrecadação ocorreu porque, em 2005, a Receita foi derrotada em uma decisão judicial que permitiu às instituições financeiras compensar créditos que tinham com o Fisco no

União recupera R$ 2,7 bilhões

A

arrecadação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional cresceu 24,34% no primeiro quadrimestre deste ano, tomando como base o mesmo período do ano passado. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Fazenda ontem, o montante chegou a R$ 2,78 bilhões, contra R$ 2,289 bilhões nos quatro primeiros meses de 2005.

A área de recuperação de créditos da dívida ativa da União foi responsável pela arrecadação de R$ 784 milhões. O restante, R$ 2 bilhões, veio da área de defesa judicial, de processos em que o contribuinte entra com uma ação questionando o pagamento de algum tributo, mas quando perde na Justiça é obrigado a pagar ao governo o valor que

deixou de recolher. Segundo a Fazenda, a arrecadação da dívida ativa cresceu 10,27% em relação ao primeiro quadrimestre de 2005, enquanto o crescimento na área de defesa judicial foi de 30,68% no mesmo período. Em 2005, a arrecadação da Procuradoria-Geral havia sido de R$ 8,81 bilhões, 18,1% superior à de 2004. (AE)

Fisco prioriza tributo invisível pagamento do IRPJ. "Como esses créditos cessaram neste ano, a arrecadação desse tributo está crescendo", explicou Pinheiro. A arrecadação de IRPJ com os bancos passou de R$ 397 milhões para R$ 614 milhões, uma expansão de 47,57%. O pagamento da primeira cota ou cota única do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) também influenciou o desempenho de abril, mas na comparação com março. Por esse critério de análise, a expansão das receitas foi de 19,3%. No resultado acumulado do ano, o crescimento da arrecadação tem como destaque o aumento nas receitas obtidas com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, que aumentou 17,45%. Pinheiro explicou que o volume de vendas de veículos no mercado interno teve elevação de 8,5%. Perdas – Por outro lado, o governo tem perdido receitas na rubrica IPI-Outros, por conta da isenção concedida ao setor de bens de capital a partir de julho de 2005. Em termos reais, a arrecadação do IPI-Outros caiu 8,53%, passando de R$ 4,28 bilhões no período de janeiro a abril de 2005 para R$ 3,91 bi-

lhões nos quatro primeiros meses deste ano. Influenciada pela valorização na taxa de câmbio, a arrecadação do Imposto sobre Importação acumula queda de 3,36% no ano, passando de R$ 3,08 bilhões para R$ 2,98 bilhões no primeiro quadrimestre de 2006. A arrecadação previdenciária em abril totalizou R$ 9,92 bilhões. Esse valor representa um crescimento real de 7, 17% em relação a abril de 2005. No primeiro quadrimestre, a arrecadação da Previdência totalizou R$ 39,76 bilhões, montante 8,96% maior, descontando a inflação, do que os R$ 34,66 bilhões registrados de janeiro a abril de 2005. Refis – No que depender da Receita Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetará a proposta aprovada na última terça-feira pelos senadores que prevê um novo Programa de Recuperação Fiscal (Refis). "É algo que nos incomoda e muito", afirmou Pinheiro. Ele destacou, no entanto, que cabe à Receita apenas opinar tecnicamente sobre o assunto. "Sobre o ponto de vista estritamente tributário é um incômodo e um mau exemplo", disse Pinheiro. (AE)

D

os R$ 86,5 bilhões arrecadados pela Receita Federal no primeiro trimestre deste ano, R$ 46,7 bilhões foram provenientes de tributos embutidos, e invisíveis, nos preços finais das mercadorias e serviços. O montante representa mais da metade (54%) do total da arrecadação no período. Os dados fazem parte de um estudo feito pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Sindical). Na liderança dos impostos e contribuições sobre o consumo que mais engordaram os cofres da União, segundo o levantamento do Unafisco, aparece a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que respondeu por 46% da arrecadação, um crescimento real de 1% na comparação com igual período do ano passado. Por outro lado, o

levantamento destaca que, no mesmo período, houve uma queda de 8,9% no recolhimento dessa contribuição pelas instituições financeiras. Contramão – Quando os dados do levantamento da Unafisco são comparados com a realidade tributária de países pertencentes à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), verifica-se que o Brasil está na contramão. Enquanto a média da carga de tributos sobre o consumo em países da OCDE corresponde a 13,2% sobre o Produto Interno Bruto (PIB), no Brasil, essa categoria de impostos chega a 18,3% do PIB. O inverso ocorre com a tributação sobre a renda e o patrimônio. Enquanto na maioria dos países essas bases de incidência contribuem, em média, com 13,8% do PIB, no Brasil, elas alcançam 9,3%.

"É incoerente, pois tributar o consumo é onerar quem tem menor renda. O sistema tributário deveria servir para equilibrar as rendas, cobrando mais de quem ganha mais", critica a diretora do Departamento de Estudos Técnicos do Unafisco, Clair Hickmann. Trabalhador – De acordo com o estudo do Unafisco, dos R$ 86,5 bilhões em impostos que a Receita Federal arrecadou no período, R$ 56 bilhões saíram do bolso do trabalhador em forma de impostos sobre o consumo e a renda. Mais uma vez, no ano passado, o consumo foi o alvo preferido do Fisco. Segundo a Unafisco, essa base de incidência foi responsável por uma arrecadação da ordem de R$ 402,8 bilhões, o que equivale a 59% da arrecadação tributária das três esferas de governo. Renato Carbonari Ibelli

Polícia Federal prendeu Maranhão. Ao menos um Fraudes A ontem 12 pessoas funcionário do INSS, Rubens envolvidas em um esquema César Araújo Figueiredo, foi fraude em aposentadorias preso. O rombo está no INSS na dee benefícios do Instituto estimado em R$ 1,8 milhão Nacional de Seguridade 130 processos mira da PF Social (INSS) em São Luís, no nos fraudulentos. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

ATAS CHEMIN CONSTRUTORA S/A

COMARDI COMERCIAL LTDA.

CHEMIN INCORPORADORA S/A CNPJ nº 61.849.396/0001-03 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 28 de abril de 2006 Local e Hora: Sede social, na Rua Sebastião Gil, 22, sobreloja, nesta Capital, às 15:00 horas. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro de “Presença dos Acionistas”. Convocação: Dispensada a publicação de editais, conforme o disposto no § 4º, do art. 124 da Lei nº 6.404, de 15/12/76. Composição da Mesa: Presidente: Arnaldo Giácomo Chemin, Secretário: Luiz Alberto Chemin. Deliberações Tomadas na Assembléia Geral Ordinária: Foram aprovados, por unanimidade, com as abstenções legais: I - O Relatório da Diretoria, as Demonstrações Contábeis e Parecer dos Auditores, referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, no dia 24/03/2006, pág. 106, e no Diário do Comércio, nos dias 24, 25 e 26/03/2006, pág. 13, dispensada a publicação do aviso que trata o artigo 133 da Lei nº 6.404, de 15/12/76, em face do disposto no § 4º e § 5º do mesmo artigo da referida lei. II - O saldo do lucro apurado no exercício encerrado em 31/12/2005, no valor de R$ 117.319,61, que permanecerá em contas correntes para futura distribuição aos acionistas, na proporção das ações que possuírem nesta data. III - A eleição da nova diretoria com mandato de três anos, que vigorará até 28/ 04/2009, conforme artigo 7º dos Estatutos Sociais, a cargo dos quais fica a fixação dos respectivos honorários, dentro dos limites permitidos pela legislação vigente, a saber: Diretor Presidente: Arnaldo Giácomo Chemin, brasileiro, casado, industrial, portador da cédula de identidade RG nº 780.408-SSP/ SP, inscrito no CPF/MF sob nº 035.868.638-53, residente e domiciliado nesta Capital, na Av. Magnólias, nº 115 - Cidade Jardim; Diretor Vice-Presidente: Luiz Nicodemo Chemin, brasileiro, casado, industrial, portador da cédula de identidade RG nº 617.915-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 035.924.308-82, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Fidalga, nº 761, apto. 62 - Vila Madalena; Diretora Superintendente: Brigitte Caradec Chemin, brasileira, casada, administradora de empresa, portadora da cédula de identidade RG nº 7.372.162-SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº 042.275.568-05, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Fidalga, nº 761, apto. 81 - Vila Madalena; Diretor Industrial: Sergio Duarte, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade RG nº 2.855.214-SSP/SP, inscrito no CPF/ MF sob nº 027.009.998-00, residente e domiciliado nesta Capital, na Av. São Paulo Antigo, nº 396, apto. 21, no Real Parque - Morumbi; Diretor Comercial: Ricardo Calderini Neto, brasileiro, divorciado, administrador de empresa, portador da cédula de identidade RG nº 6.678.780-SSP/SP, inscrito no CPF/ MF sob nº 677.852.128-72, residente e domiciliado nesta Capital na Rua Dianópolis, nº 1.283, apto. 81, Bloco B, Parque da Mooca; Diretor Administrativo-Financeiro: Afonso Celso Sergenti, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 3.652.040-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 393.742.898-49, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Indiana, nº 217, apto. 62, Brooklin, continuando vago o cargo de Diretor Jurídico para futuro preenchimento. Os diretores eleitos declaram expressamente não estarem incursos em crimes previstos em lei que os impeçam de exercer atividades mercantis. Por proposta do Sr. Presidente da Assembléia, os acionistas presentes ratificam todos os atos até então praticados pela diretoria da empresa e seus administradores durante suas respectivas gestões. Deliberação Tomada na Assembléia Geral Extraordinária: Foi aprovado, por unanimidade, com as abstenções legais: I - A alteração do inciso V, do artigo 8º, dos Estatutos Sociais, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 8º - Compete: V. aos Diretores titulados, agindo sempre um deles em conjunto com procurador com poderes específicos: para representar a companhia na compra, venda e oneração de bens móveis e imóveis, podendo receber o preço, dar quitação e transmitir posse, domínio, direito e ação, responder pela evicção legal sobre os bens”. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário a lavratura da presente ata, registrada no livro próprio, a qual tendo sido lida e aprovada, vai por todos os presentes assinada. Acionistas: Luiz Alberto Chemin, Luiz Nicodemo Chemin e Arnaldo Giácomo Chemin. São Paulo, 28/04/2006. Presidente da Mesa: Arnaldo Giácomo Chemin; Secretário da Mesa: Luiz Alberto Chemin. Acionistas: Luiz Alberto Chemin, Luiz Nicodemo Chemin e Arnaldo Giácomo Chemin. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Jucesp. Certifico o registro sob o nº 125.509/06-6 em 16/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CNPJ nº 59.892.083/0001-13 - NIRE nº 35.208.464.297 Ata de Reunião de Sócios Data Hora e Local:- Aos dezessete dias do mês de maio de 2006, às dez horas, na sede da sociedade à Rua Colômbia, nº 534 - Jardim América - CEP 01438-001; Presença:- Sócios representando a totalidade do Capital Social; Composição da Mesa:- Arnaldo dos Santos Diniz, brasileiro, casado, empresário, portador da cédula de identidade RG nº 3.265.692 - SSP/SP e inscrito no CPF sob nº 083.877.538-15, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo à Rua Guadalupe, 558 - Jardim América - CEP 01439-010 - Presidente, e Arnaldo dos Santos Diniz Filho, brasileiro, solteiro, maior, estudante, portador da cédula de identidade RG nº 34.185.657-5 - SSP/SP e inscrito no CPF sob nº 224.143.078-11, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo, à Rua Guadalupe, 558 - Jardim América - CEP 01439-010 - Secretário; Convocação:- Dispensados de convocação, por atenderem ao disposto no Art. 1.072, Parágrafo 2o. da Lei nº. 10.406 de 10 de janeiro de 2002; Ordem do Dia:- Deliberar sobre a Proposta de Redução de Capital Social, no valor de R$ 1.652.674,00 (um milhão, seiscentos e cinqüenta e dois mil, seiscentos e setenta e quatro reais), conforme prevê o Parágrafo II, do Artigo 1.082, da Lei 10.406 de 10/01/02, passando portanto de R$ 34.662.674,00 (trinta e quatro milhões, seiscentos e sessenta e dois mil, seiscentos e setenta e quatro reais), para R$ 33.010.000,00 ( trinta e três milhões e dez mil reais ); Deliberação:- Os sócios sem restrição aprovam a Proposta apresentada de Redução de Capital Social, para R$ 33.010.000,00 (trinta e três milhões e dez mil reais), respeitando-se o disposto no Art. 1.084, da Lei 10.406 de 10/01/02, que determina que a diminuição deva ser proporcional ao valor nominal das quotas. Deliberam ainda que a presente Ata deva ser encaminhada para a publicação conforme determina o Parágrafo 1o. do Art. 1.084 da mesma Lei, e decorridos 90 (noventa) dias, e não havendo oposição de credores quirografários, a respectiva Alteração de Contrato Social, seja levada a registro na MM. Junta Comercial do Estado de São Paulo; Encerramento e Aprovação da Ata:- Terminados os Trabalhos, inexistindo qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata, que lida, foi aprovada e assinada por todos os sócios. Arnaldo dos Santos Diniz - Presidente. Arnaldo dos Santos Diniz Filho - Secretário.

CNPJ nº 43.109.891/0001-21 Ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária Realizada em 28/04/2006 Local e Hora: Sede Social, na Rua Sebastião Gil, 22, sobreloja, nesta Capital, às 11:00 horas. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social, conforme assinaturas lançadas no livro de “Presença dos Acionistas”. Convocação: Dispensada a publicação de editais, conforme o disposto no § 4º do art. 124 da Lei nº 6.404, de 15.12.76. Composição da Mesa: Presidente: Arnaldo Giácomo Chemin; Secretário: Luiz Alberto Chemin. Deliberações Tomadas na Assembléia Geral Ordinária: Foram aprovados, por unanimidade, com as abstenções legais: I - O Relatório da Diretoria, as Demonstrações Contábeis e Parecer dos Auditores, referentes ao exercício social encerrado em 31/12/ 2005, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo, nos dias 24/03/2006, pág. 105, e no Diário do Comércio, no dia 24, 25 e 26/03/2006, pág. 13, dispensada a publicação do aviso que trata o artigo 133 da Lei nº 6.404, de 15.12.76, em face do disposto no § 4º e § 5º do mesmo artigo da referida lei. II - O saldo do prejuízo apurado no exercício encerrado em 31/12/2005, no valor de R$ 2.566.540,15. III - A eleição da nova diretoria com mandato de três anos, que vigorará até 28/04/2009, conforme artigo 7º dos Estatutos Sociais, a cargo dos quais fica a fixação dos respectivos honorários, dentro dos limites permitidos pela legislação vigente, a saber: Diretor Presidente: Arnaldo Giácomo Chemin, brasileiro, casado, industrial, portador da cédula de identidade RG nº 780.408-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 035.868.638-53, residente e domiciliado nesta Capital, na Av. Magnólias, nº 115 - Cidade Jardim; Diretor Vice-Presidente: Luiz Nicodemo Chemin, brasileiro, casado, industrial, portador da cédula de identidade RG nº 617.915-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 035.924.308-82, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Fidalga, nº 761, apto. 62 - Vila Madalena; Diretora Superintendente: Brigitte Caradec Chemin, brasileira, casada, administradora de empresa, portadora da cédula de identidade RG nº 7.372.162-SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº 042.275.568-05, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Fidalga, nº 761, apto. 81 - Vila Madalena; Diretor Industrial: Sérgio Duarte, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade RG nº 2.855.214-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 027.009.998-00, residente e domiciliado nesta Capital, na Av. São Paulo Antigo, nº 396, apto. 21, no Real Parque Morumbi; DIretor Comercial: Ricardo Calderini Neto, brasileiro, divorciado, administrador de empresa, portador da cédula de identidade RG nº 6.678.780-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 677.852.128-72, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Dianópolis, nº 1.283, apto. 81, Bloco B, Parque da Mooca; Diretor Administrativo-Financeiro: Afonso Celso Sergenti, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 3.652.040-SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob nº 393.742.898-49, residente e domiciliado nesta Capital, na Rua Indiana, nº 217, apto. 62, Brooklin, continuando vago o cargo de Diretor Jurídico para futuro preenchimento. Os diretores eleitos declaram expressamente não estarem incursos em crimes previstos em lei que os impeçam de exercer atividades mercantis. Por proposta do Sr. Presidente da Assembléia, os acionistas presentes ratificam todos os atos até então praticados pela diretoria da empresa e seus administradores durante suas respectivas gestões. Deliberação Tomada na Assembléia Geral Extraordinária: Foi aprovada, por unanimidade, com as abstenções legais: I - A alteração do inciso V, do artigo 8º, dos Estatutos Sociais, que passa a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 8º - Compete: V. aos Diretores titulados, agindo sempre um deles em conjunto com procurador com poderes específicos: para representar a companhia na compra, venda e oneração de bens móveis e imóveis, podendo receber o preço, dar quitação e transmitir posse, domínio, direito e ação, responder pela evicção legal sobre os bens”. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, registrada no livro próprio, a qual tendo sido lida e aprovada, vai por todos os presentes assinada. Acionistas: Luiz Alberto Chemin, Luiz Nicodemo Chemin e Arnaldo Giácomo Chemin. São Paulo, 28/04/2006. Presidente da Mesa - Arnaldo Giácomo Chemin. Secretário da Mesa - Luiz Alberto Chemin. Acionistas: Luiz Alberto Chemin; Luiz Nicodemo Chemin; Arnaldo Giácomo Chemin. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 125.508/06-2 em 16/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

INSTITUTO DAS APÓSTOLAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – C.N.P.J./M.F. nº 61.015.087/0001-65 Demonstração do Superávit ou Déficit dos exercícios BALANÇOS PATRIMONIAIS ENCERRADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2004 – Em R$ findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 – Em R$ 2005 2004 ATIVO 2005 2004 PASSIVO 2005 2004 21.946.532,68 18.368.931,85 Ativo Circulante 31.769.246,35 27.758.700,34 Passivo Circulante 95.836.057,47 82.492.564,80 Fornecedores 1.598.498,94 925.273,56 Receita de Serviços Disponibilidades 1.431.817,87 5.545.490,46 Receitas escolares/acadêmicas 66.042.060,72 77.242.841,54 Empréstimos/financiamentos 12.143.848,64 9.667.678,57 Caixa e bancos 901.343,63 673.737,79 Salários e encargos sociais 4.798.181,11 4.401.618,90 Receitas escolares/acadêmicas – Aplicações financeiras 530.474,24 4.871.752,67 Gratuidades 16.475.163,29 15.499.087,59 Obrigações tributárias 363.922,01 336.218,06 Realizáveis 30.337.428,48 22.213.209,88 1.171.200,75 1.030.523,13 Parcelas antecipadas 2.565.031,82 2.624.487,06 Outras receitas escolares Anuidades a receber 17.949.602,77 10.935.210,02 528.561,18 408.340,61 Bolsas a distribuir 44.167,00 44.167,00 Receitas com subvenções Títulos a receber 6.725.453,10 5.633.733,78 Receita com isenção usufruída 18.816.362,67 – Subvenções a aplicar 22.977,82 8.893,60 Prov. p/ créd. de liq. duvidosa (10.309.392,56) (5.665.944,49) Rec. com doações e promoções 9.301.927,55 3.863.924,82 Outros valores a pagar 409.905,34 360.595,10 Aplicações financeiras 14.946.875,45 10.247.289,80 5.659.390,16 11.885.319,01 (-) Deduções da receita Estoques de bens de consumo 639.911,43 642.233,94 Exigível a Longo Prazo Cancelamentos e devoluções (24.055,40) (53.065,30) Empréstimos/financiamentos 3.818.436,10 1.483.959,00 Adtos. trabalhistas/fornecedores 181.384,88 221.191,81 Assist. educac. – filantrópicas (13.296.268,33) (12.627.818,04) Prov. INSS – Isenção sob análise – 9.011.420,62 Outros valores a receber 48.000,14 83.846,87 Assist. educacional – funcional (3.178.894,96) (2.871.269,55) Provisão para contingências 1.836.464,11 1.389.939,39 Despesas antecipadas 155.593,27 115.648,15 (50.309.261,47) (43.160.315,29) Outros valores a pagar 4.489,95 – (-) Custo dos serv. prestados Ativo Realizável a L. Prazo 26.462.860,93 26.086.567,54 45.526.796,00 39.332.249,51 136.739.113,61 118.510.064,24 Resultado Bruto Anuidades e direitos a receber 26.822.270,90 26.215.158,12 Patrimônio Líquido (28.219.640,84) (30.203.206,07) Prov. p/ créd. de liq. duvidosa (669.839,27) (428.498,09) Total do Passivo 164.345.036,45 148.764.315,10 (-) Despesas Operacionais Despesas administrativas (13.612.505,68) (13.113.387,44) Depósitos judiciais 191.387,34 194.874,68 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Despesas com pessoal (9.549.917,45) (8.355.104,32) Projeto Moramor 51.978,04 79.700,83 … continuação da Nota 5. Ativo permanente Despesas de manutenção (4.216.758,29) (4.827.784,57) Crédito Educativo 67.063,92 25.332,00 2005 2004 Desp. tributárias e contribuições (683.257,46) (658.007,09) Ativo Permanente 106.112.929,17 94.919.047,22 Conta Adiantamento para imobilização 375.000,00 875.709,70 Despesas financeiras (2.578.781,44) (3.056.706,73) Investimentos 167,02 167,02 Construção em processo 14.269.448,51 5.428.074,63 Receitas financeiras 3.170.118,55 2.570.475,23 Imobilizado 106.003.365,44 94.822.320,35 (-) Depreciação Acumulada (8.999.646,67) (8.999.646,67) Receitas diversas 968.449,12 558.517,57 Diferido 109.396,71 96.559,85 109.396,71 96.559,85 Desp. com deprec./amortização (4.857,48) (4.857,48) Total do Ativo 164.345.036,45 148.764.315,10 Diferido Projetos 128.506,43 110.812,09 Despesas assistenciais (350.746,28) (1.133.626,90) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis (-) Amortização Acumulada (19.109,72) (14.252,24) Projetos assistenciais (1.361.384,43) (2.182.724,34) Demonstração das Mutações do Patrimônio Social dos 6. Parcelas antecipadas – Representa anuidades recebidas por oca- Resultado Operacional 17.307.155,16 9.129.043,44 exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 – Em R$ sião da matrícula para o ano seguinte. 7. Empréstimos/FinanciaDespesas não operacionais – (3.220,28) Descrição Patrimônio Social Total mentos – Refere-se basicamente a empréstimos obtidos com reReceitas não operacionais 799.701,19 423.604,88 Saldo em 31/12/2003 109.262.782,52 109.262.782,52 cursos do BNDES, através da emissão de Cédulas de Crédito Co- Superávit do Exercício 18.106.856,35 9.549.428,04 Ajustes de exercícios anteriores (308.246,32) (308.246,32) mercial com vencimento em 15.06.2007, com encargos de 4,5% ªª As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Doações patrimoniais recebidas 6.100,00 6.100,00 + TJLP, em fase de amortização, sendo ofertado em garantia hipoteDemonstração das Origens e Aplicações de Recursos dos Superávit do exercício 9.549.428,04 9.549.428,04 ca cedular em 1º grau; e recursos do FINAME, com emissão de Saldo em 31/12/2004 118.510.064,24 118.510.064,24 Cédulas de Crédito Bancário, em 09.09.2005, com vencimento em exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 – Em R$ 2005 2004 Ajustes de exercícios anteriores 30.044,82 30.044,82 15.09.2010, com carência de doze meses e amortização em quaDoações patrimoniais recebidas 92.148,20 92.148,20 renta e oito meses, com encargos de 6,5% ªª + TJLP, sendo ofertado Origens de Recursos Das Operações 17.322.105,83 6.660.770,71 Superávit do exercício 18.106.856,35 18.106.856,35 em garantia alienação fiduciária e aval. 8. Provisão para contin(-) Ajustes ao Result. de Vlrs. que Saldo em 31/12/2005 136.739.113,61 136.739.113,61 gências – Refere-se principalmente a contingência fiscal constituínão afetam o Cap.Circul. Líquido da com base em 80% das contribuições devidas ao PIS (até maio/ As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis Superávit do exercício 18.106.856,35 9.549.428,04 2003) e 100% das contribuições devidas ao PIS (após maio/2003), Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis Depreciação/Amortização 4.857,48 4.857,48 não recolhidas por estarem sendo compensadas, tendo em vista a ação de 31 de Dezembro de 2005 (Valores expressos em R$) Resultado na venda de imobilizado (789.608,00) (347.474,72) ordinária de inconstitucionalidade movida pela entidade, relativa ao PIS Variações no R.E.F – (2.546.040,09) 1. Contexto Operacional – O Instituto das Apóstolas do Sagrado recolhido no período de janeiro/92 a fevereiro/96, que conforme avaliaDe Terceiros 2.410.303,90 11.386.605,51 Coração de Jesus é uma pessoa jurídica de direito privado de fins ção efetuada por nossos advogados é considerada suficiente para suVenda de imobilizado 2.192.446,00 1.517.053,09 educacionais, assistenciais, culturais, filantrópicos e beneficente, portar as demandas. 9. Isenção usufruída sob análise e Receita com Baixa de imobilizado 125.709,70 – que tem duração por prazo indeterminado, sede e foro na cidade de isenção usufruída – Tendo em vista a emissão, por renovação, do Doações patrimoniais recebidas 92.148,20 6.100,00 São Paulo, estado de São Paulo. Declarado como de Utilidade Pú- Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, Aumento no Ex.L.P – 9.863.452,42 blica Federal, conforme processo MJ n.º 55.915 de 12/04/1965, Es- em 17.11.2005, pelo Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, 19.732.409,73 18.047.376,22 tadual, conforme processo n.º 6434 de 27/10/1961, e registrado no o saldo da rubrica “Isenção usufruída sob análise”, que correspondia à Total das Origens CNAS conforme processo n.º 52.307/54-60 em 05/06/1964, porta- provisão da quota patronal sobre a folha de pagamento e a contribui- Aplicações dos Recursos 376.293,39 13.967.182,21 dor do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social ção empresarial para o INSS sobre serviços prestados por autônomos Aumento no R.L.P Redução no Ex.L.P 6.225.928,85 – renovado através do processo n.º 71010.001779/2003-61, tendo por no exercício de 2004, foi revertido para a rubrica “Receita com isenção 12.727.287,13 5.982.910,08 finalidade prestar a assistência social à infância, adolescência e usufruída”. Os valores de mesma natureza, relativos ao exercício de Aquisição de permanente Total das Aplicações 19.329.509,37 19.950.092,29 aos idosos carentes, promover a educação e o ensino, desenvolver 2005, foram também registrados na rubrica “Receita com isenção usu30.044,82 (308.246,32) a promoção social da coletividade e estimular a disseminação da fruída”. 10. Patrimônio Social – Formado por resultados apurados Ajustes de Exercícios Anteriores 432.945,18 (2.210.962,39) cultura nessa mesma coletividade. 2. Apresentação das Demons- em exercícios anteriores, desde sua fundação em 23.08.1935. 11. (Redução)/Aumento do CCL trações Contábeis – As demonstrações contábeis foram elabora- Ajustes de Exercícios Anteriores – Refere-se, basicamente, a ajus- Demonstrativo do CCL 2005 2004 das de acordo com a Lei das Sociedades por Ações nº 6.404/76, tes decorrentes de conciliação efetuada em mensalidades a receVariação no ativo circulante 4.010.546,01 5.143.137,81 Resolução nº 877/00 do CFC, e demais disposições complementa- ber relativas a exercícios anteriores. 12. Subvenções – Subvenções Variação no passivo circulante 3.577.600,83 7.354.100,20 res, sendo os principais critérios apresentados a seguir. 3. Princi- recebidas das esferas governamentais, durante o ano de 2005, com Variação Total 432.945,18 (2.210.962,39) pais práticas contábeis – a) apuração do resultado: conforme re- destinação a casas assistenciais, ou para aplicação em projetos As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis gime de competência; b) aplicações financeiras: foram reconheci- específicos, conforme demonstramos: das pelo regime de competência; c) contas a receber: foram reco- Subvenção Concedente Valor Recebido nhecidas em função da realização da receita; d) provisão para cré- Educandário Madre Clélia – Adamantina Fundo Munic. Assist.Social – Gov.Fed. 4.298,00 ditos de liquidação duvidosa: constituída em montante considera- Creche Lar Santo Antonio – Caçapava Fundo Munic. Assist.Social – Gov.Fed. 28.100,80 do suficiente para absorver possíveis perdas; e) estoques: avalia- Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus Fundo Munic. Assist.Social – Gov.Fed. 1.200,00 dos pelo custo médio de aquisição, sendo inferior ao valor de mer- Creche e Escola Madre Clélia – Bauru Fundo Munic. Assist.Social – Gov.Fed. 6.859,06 cado; f) Investimentos: avaliado pelo custo de aquisição; g) ImobiTotal federal 40.457,86 lizado: avaliado pelo custo de aquisição, acrescido de avaliações Educandário Madre Clélia – Adamantina Fundo Munic. Assist.Social – Gov.Est. espontâneas efetuadas até 1999, deduzido da depreciação acumuSecretaria Est. Assist. e Desenv. Social 72.211,97 lada, calculada pelo método linear; h) Diferido: avaliado pelo custo Centro Assist.Sagrado Cor. Jesus – Brasília Secretaria de Est. de Ação Social 26.334,00 de aquisição, deduzido da amortização acumulada; i) Provisões: a Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus Secretaria Est. Assist. e Desenv. Social 53.124,00 provisão de férias foi constituída sobre os direitos adquiridos, acresTotal estadual 151.669,97 cidos dos encargos sociais, até dezembro de 2005; a Instituição é Creche Lar Santo Antonio – Caçapava Secretaria Municipal de Educação 28.000,00 isenta de imposto sobre a renda da pessoa jurídica, e de contribui- Creche e Escola Madre Clélia – Bauru Secretaria Municipal Bem Estar Social 58.033,07 ção social sobre o lucro; a provisão de INSS sobre quota patronal foi Assistência Social Madre Clélia – Águas da Prata Prefeitura Municipal 7.200,00 constituída com base nos valores que seriam devidos sobre folhas Colégio Sagrado Coração de Jesus – Castanhal Secret. Municip. Edu,Cult,Desp. e Tur. 30.350,00 de pagamento e autônomos; a provisão para contingências fiscais Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus Secretaria Municipal Bem Estar Social 243.937,12 foi constituída em montante considerado suficiente para suportar Total municipal 367.520,19 eventuais demandas; j) Gratuidades e isenções: as gratuidades Total geral recebido 559.648,02 relativas a assistência educacional, assistência social e a projetos (+) Saldo anterior a aplicar 8.893,60 assistenciais, educacionais e culturais são registradas em contas (-) Valor devolvido 17.002,62 específicas de despesas e controladas de forma genérica no grupo (-) Saldo a aplicar 22.977,82 de compensação. As isenções usufruídas sobre a cota patronal re- Total geral aplicado 528.561,18 ferente a folha de pagamento e a contribuição empresarial para o 2005 2004 INSS sobre serviços prestados por autônomos são contabilizadas O Instituto através de sua Universidade recebeu em 2005 o montan- Descrição/Base de cálculo: em contas de despesas. 4. Anuidades e direitos a receber – Cons- te de R$ 1.530.453,29 da Fundação para o Desenvolvimento da Gratuidades realizadas: Assistência educacional Educação – FDE para realização do Programa Escola da Família tituída por valores relativos a bolsas rotativas de estudos concedi13.296.268,33 12.627.818,04 (bolsas de estudos) (Bolsa Universidade). das e de acordos de mensalidades a receber. (-) subvenção recebida p/ bolsas (30.350,00) (0,00) 13. Doações 2005 2004 5. Ativo permanente Despesas assistenciais 350.746,28 1.133.626,90 Doações recebidas de Conta 2005 2004 Desp. com projetos assistenciais 1.361.384,43 2.182.724,34 pessoas físicas 2.988.372,15 2.780.939,25 Investimentos 167,02 167,02 (-) subvenção recebida p/ projetos (288.042,54) (246.762,19) Ações bancárias 167,02 167,02 Doações recebidas de Casas assistenciais (creches, pessoas jurídicas 5.684.909,00 409.383,43 Imobilizado 106.003.365,44 94.822.320,35 educandário, recanto, outros) 2.215.738,65 1.950.094,23 Total 8.673.281,15 3.190.322,68 Imóveis 70.038.945,97 69.604.832,62 16.905.745,15 17.647.501,32 Veículos 3.450.821,03 3.355.127,70 14. Base de cálculo da filantropia: Assistência educacional, so- Total 20,96% 20,70% Móveis e utensílios 5.622.623,58 5.233.657,48 cial e projetos: Em atendimento aos seus objetivos estatutários e Percentual realizado 9.804.942,05 9.011.420,62 Máquinas e equipamentos 14.111.446,55 12.630.365,04 em aderência aos preceitos estabelecidos no inciso VI do artigo 3º Isenção do INSS usufruída Assistência aplicada a maior Decreto nº 2536/98, a entidade aplicou uma parcela substancial do Computadores e periféricos 4.379.772,48 4.087.308,47 Biblioteca 1.514.262,86 1.486.233,06 dos seus recursos em projetos de assistência social e outras ações em relação a isenção usufruída 7.100.803,10 8.636.080,70 15. Seguros – Como medida preventiva a Instituição, em função de Material didático e áudio visual 888.187,94 785.921,13 de caráter filantrópico, conforme resumido no quadro a seguir: 2005 2004 análises administrativas de risco, adota a política de contratar coInstrumentos musicais 124.561,61 117.321,61 Descrição/Base de cálculo: bertura de seguros contra incêndios e riscos diversos. Rec. escolares / acadêmicas 66.042.060,72 77.242.841,54 Animais bovinos, eqüinos, Outras receitas escolares 1.171.200,75 1.030.523,13 suínos e aves 21.888,23 21.888,23 DIRETORIA Rec. com doações e promoções 9.301.927,55 3.863.924,82 Direito de uso telefone 6.752,04 6.752,04 MARIA ALBA LEITE – Presidente Receitas financeiras 3.170.118,55 2.570.475,23 Direito de uso de software 128.110,33 120.280,33 ALAÍDE RÚBIO DE LIMA – Ecônoma Provincial Receitas diversas 968.449,12 558.517,57 Equiptos. de estação TV e rádio 64.672,58 64.672,58 80.653.756,69 85.266.282,29 PEDRO LUIZ ZANINI DE CAMARGO Outros itens 6.518,40 3.822,40 Total Aplicação mínima exigida – 20% 16.130.751,34 17.053.256,46 Téc. de Contabilidade – CRC 1SP 084.908/O-9 PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Ilmas. Sras. Diretoras do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus São Paulo – SP 1. Examinamos os balanços patrimoniais do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, levantados em 31 de dezembro de 2005 e 2004, e as respectivas demonstrações do superávit ou déficit, das mutações do patrimônio social e das origens e aplicações de recursos, correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas brasileiras de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume das transações e o sistema contábil e de controles internos da Entidade; (b) a constatação com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representa-

tivas adotadas pela Administração da Entidade, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. A Entidade não possui controle individual e atualizado do ativo imobilizado. O levantamento realizado em 2002, que compôs aproximadamente 40% do total do ativo, esta desatualizado. O levantamento complementar realizado em 2004, de aproximadamente 16% do total do ativo, não foi conciliado com a contabilidade e tampouco seu controle implantado. A depreciação de bens integrantes do ativo imobilizado não é efetuada. A determinação de saldos e montantes adequados a serem contabilizados depende da realização de novos levantamentos e da manutenção de controles sobre os levantamentos já realizados. 4. O saldo em 31 de dezembro de 2005 da rubrica contábil “Anuidades a receber” apresentava uma divergência a maior, apurada e não conciliada, de R$ 715.204,99 (2004 – R$ 357.726,55) em relação aos relatórios do controle financeiro. A Entidade deverá conciliar o saldo e rever seu sistema de controle interno. Os reflexos sobre as demonstrações contábeis não foram possíveis de serem estimados neste momento.

5. A Entidade não efetuou a composição e conciliação de parte do saldo da rubrica contábil de “Fornecedores”, no montante de R$ 1.145.503,41. 6. Em nossa opinião, exceto pelos efeitos de possíveis ajustes que poderão decorrer do descrito nos parágrafos 3 a 5, as demonstrações contábeis referidas no parágrafo 1, representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, em 31 de dezembro de 2005 e 2004, os superávit ou déficit de suas operações, as mutações de seu patrimônio social e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, exceto pela não depreciação descrita no parágrafo 3. São Paulo, 17 de maio de 2006. & Cia S/C Auditores Independentes CRC 2 SP 17245/O-0 Marco Antonio de Carvalho Fabbri Contador CRC 1 SP 148961/O-2

CONVOCAÇÕES

IGREJA UNIDA DO PARQUE SEVILHA (UNIPAS) CNPJ/MF nº 00.251.701/0001-01 Assembléia Geral Ordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os membros a reunirem-se em Assembléia Geral Ordinária, a ser realizada em primeira convocação no dia 10 de junho de 2006, às 19 horas, com segunda convocação às 20 horas na sua sede à Rua Málaga, 65, Pq. Sevilha na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de deliberarem sobre a seguinte Ordem do Dia: 1º ratificação da nova Diretoria para 2006/2007; 2º Assuntos gerais. São Paulo, 15 de maio de 2006. José Carlos de Souza - Pastor Presidente.

AVISOS DE LICITAÇÕES PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

ABERTURA DE LICITAÇÃO Site: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 17/2006. Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para execução de obras e serviços de melhoramentos, pavimentação e duplicação da Rodovia Br-153, no trecho compreendido entre o Km 61,53 e o Km 72,10, inclusive obras de arte e interseções. Valor estimado: R$ 58.284.881,40. Limite para entrega dos envelopes 20/06/2006 às 16:00h no Departamento de Compras, localizado no 2o andar do Paço Municipal na Av. Alberto Andaló, nº 3030, bairro Centro, e abertura dia 21/06/2006 às 08:30h, no mesmo endereço.

COMUNICADO

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 18 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Requerente: Covolan Indústria Têxtil Ltda. - Requerido: Esma Confecções Ltda. - Rua Miller, 660 - 01ª Vara de Falências Requerente: Trans Well’s Expresso Rodoviário Ltda. - Requerido: MK Comércio de Livros e Publicações Ltda. - Rua Mal. Barbacena, 1265 - 02ª Vara de Falências Requerente: Glasser Pisos e Pré-moldados Ltda. - Requerido: Pilar Incorporadora e Construções Ltda. - End.: n/c - 01ª Vara de Falências


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

Cidades

7 Devemos lutar para que a volta à normalidade não nos faça esquecer o que aconteceu. Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP

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SOCIEDADE DIZ NAO AO TERRORISMO Fotos de Luludi/Luz

Mais de 50 entidades de classe lançaram ontem na seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) documento pedindo ação imediata das autoridades frente aos ataques criminosos que atingem o Estado desde a sexta-feira, feitos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). O Manifesto da Sociedade se solidariza com as vítimas dos atentados e pede que os atos de terrorismo sejam "atacados com urgência". Sergio Leopoldo Rodrigues A sociedade se organizou e já reagiu para exigir um basta ao estado paralelo criado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Ontem, aproximadamente 50 entidades reunidas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP) lançaram o Manifesto da Sociedade contra os "atos de terrorismo destinados a demonstrar a força do crime organizado". "Devemos lutar para que a volta à normalidade não nos faça esquecer o que aconteceu em São Paulo", alertou Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) antes da leitura do Manifesto pelo presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso. "Estamos juntos porque não queremos que esses atos se repitam jamais", acrescentou D’Urso. O Manifesto (leia a íntegra nesta página) pede uma resposta imediata do Poder Público, dentro da lei, envolvendo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, tanto no plano federal como estadual, "para demonstrar que o Estado, como detentor do monopólio do uso da força, está preparado para garantir a segurança da população, dando tranqüilidade para que ela possa trabalhar e prosperar". Reagir – Além de prestar solidariedade às vitimas dos bandidos, o documento deixa claro que a violência que tomou conta do Estado por mais de quatro dias "não pode ser considerada um fato isolado". O Manifesto, com 14 pontos, qualifica os atos do PCC de "terrorismo" que "desafia o poder

Várias instituições representativas da sociedade civil se reuniram ontem, na sede da OAB-SP, para pedir providências imediatas no setor de segurança

do Estado" e pede que eles sejam "atacados com urg ê n c i a e abrangência". O Manifesto da Sociedade enfatiza que a violência que tomou conta de São P a u l o d emonstra a Afif: "Não devemos esquecer" i ne fi ci ên ci a do sistema carcerário, incapaz até mesmo de impedir "que os chefes dessa organização criminosa pudessem comandar os ataques de dentro dos presídios". Para evitar D'Urso: "Nós estamos juntos" que essas ações criminosas se repitam, o Manifesto pede força no combate ao tráfico de drogas, ao contrabando de armas e à lavagem de dinheiro. Finalmente, o Manifesto afirma que a política nacional de segurança, anunciada pelo governo federal, "não foi efetivamente implementada no tocante à construção de presídios federais" e

A ÍNTEGRA DO MANIFESTO 1

A sociedade organizada se solidariza com as famílias que tiveram seus entes vitimados por esses lamentáveis episódios. Os acontecimentos que marcaram a cidade de São Paulo nos últimos dias não podem ser considerados fatos isolados, que se esgotam com o retorno à normalidade da vida da cidade. Deve-se evitar que o debate sobre os acontecimentos e a busca de culpados se transformem em disputa de natureza política, em vez de em um diálogo construtivo que possa encaminhar as soluções. Deve-se evitar também que análises mais amplas sobre as causas da violência, como a de se atribui-la à pobreza, embora devam ser discutidas, acabem tirando o foco do problema atual, que deve ser atacado com urgência e abrangência. Enfrentar as causas da criminalidade, dando atenção às desigualdades sociais, que podem predispor, principalmente os jovens, para o caminho do crime. O que ocorreu em São Paulo e em outras cidades foram atos de terrorismo destinados a demonstrar a força do crime organizado que desafia o poder

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do Estado. Esse grupo mostrou contar com a capacidade de organização, ampla disponibilidade de recursos materiais e humanos e liberdade de atuação. O episódio demonstrou a ineficiência do sistema carcerário para recuperar o preso e impedir que os chefes dessa organização criminosa pudessem comandar os ataques de dentro dos presídios. Deve-se considerar, no entanto, que as ações do crime organizado somente podem atingir a amplitude que se tem verificado, contando com recursos financeiros e apoios externos. Assim, na busca de soluções que evitem a repetição de tão lamentáveis acontecimentos, não se pode deixar de considerar a necessidade do combate ao tráfico de drogas, do contrabando de armas e à lavagem de dinheiro, que permitem a criação e manutenção desses grupos. A Política nacional de Segurança, anunciada pelo governo federal, não foi efetivamente implantada, especialmente no tocante à construção de presídios federais que permitam isolar os presos mais perigosos. No tocante aos presídios existentes, é preciso que se-

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ja realizada uma análise das causas de sua ineficiência para impedir que os criminosos presos possam continuar comandando o crime organizado. É necessário verificar até que ponto isso decorre da insuficiência ou deficiência de recursos humanos, e qual a responsabilidade da legislação brasileira nesse contexto. Não se pode tratar igualm e n te p re s o s co m u n s e chefes de grupos que atuam como organizações estruturadas não apenas para cometer crimes, mas para procurar impor sua vontade à população. O que a sociedade espera é uma resposta do Poder Público dentro da lei em seu conjunto – Executivo, Legislativo, Judiciário – tanto no plano federal, como dos estados, que demonstre que o Estado, como detentor do monopólio do uso da força, está preparado para garantir a segurança da população, dando tranqüilidade para que ela possa trabalhar e prosperar. A sociedade organizada está pronta e dará total colaboração na busca das soluções para os problemas, aqui apontados.

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sugere que seja feita uma análise nos presídios existentes para apurar as causas de sua ineficiência e que presos comuns e chefes de grupos, como o PCC, sejam tratados de Amorim: "Uma ação conjunta" formas diferentes. A f i f l e mbrou que o cidadão paga muito imposto e, por isso, tem o direito de exigir do poder a contrapartida em segurança pública. Ele criticou que, às vésperas Paulinho: "Abandono social" das eleições, não exista um debate em torno de uma agenda econômica, social e política para o País. "Agora, a violência em São Paulo, estampada nas manchetes internacionais, só agrava o problema, pois pode afetar investimentos e geração de empregos no Brasil", disse. Luigi Nese, presidente da Confederação Na-

cional dos Serviços, concordou com Afif. "Já recebi consultas do Exterior sobre como está, de fato, a situação no Brasil". José Roberto Cunha Júnior, presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo (Sindecon-Esp), lamentou que más notícias possam afetar a economia brasileira, "onde os escassos recursos para infra-estrutura ainda são mal gastos". Terreno – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, criticou o esvaziamento econômico "gerado pela fuga de empresas do Estado" e o abandono social para mais de dois milhões de desempregados que vivem em São Paulo. "Terreno fértil para o crime organizado", afirmou. Ele pediu "dureza" da polícia com os bandidos, mas "cuidado para que o clima tenso não acabe gerando mortes inocentes na periferia da cidade". Para o presidente da Associação Paulista de Magistrados, desembargador Sebastião Luiz Amorim, a sociedade precisa agir em conjunto neste momento, pois os problemas que se acumularam são muitos. Entre eles, destacou uma legislação prisional e um Código de Processo Penal (CPP) defasados no tempo, prisões ineficazes, falta de recursos para as polícias combaterem de forma eficiente o crime organizado. Outras entidades, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Central Geral dos Trabalhadores (CGT), Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Associação dos Advogados do Estado de São Paulo (AASP), pediram uma ação enérgica do poder público contra ações criminosas. "Precisamos de atitudes firmes", enfatizou Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

LAZER - 3

Fotos: Lenise Pinheiro/Divulgação

Renata Zanetha: na montagem do Teatro Ágora

TEATRO

SEDUÇÃO E VILANIA Sérgio Roveri A Luta - Parte Dois: último capítulo da adaptação de Os Sertões, de Euclides da Cunha, encerra uma das maiores sagas do moderno teatro brasileiro

Fotos: Elisa Gomes/Divulgação

Celso Frateschi e Plínio Soares: herói de corpo e caráter deformados

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primeiro dos Ricardo 3° aguardados este mês em São Paulo sai hoje dos bastidores. Este personagem de Shakespeare, de corpo e caráter deformados e que conquistou um lugar no camarote da dramaturgia universal por exercer com absoluta maestria o equilíbrio entre sedução e vilania, surge na pele do ator Celso Frateschi para mostrar que a luta obsessiva pelo poder já não parece ser assim tão eficaz. "Eu não diria que Ricardo 3°, um homem que não mede esforços para atingir seus objetivos, seja um tipo em extinção", diz Frateschi, 54 anos. "Mas é uma figura esgotável em termos de benefícios para a humanidade. O mundo ainda está impregnado de Ricardos 3°, mas a fórmula de alguém que pretende tirar vantagem em tudo que faz começa a dar sinais de desgaste". Escrita entre 1592 e 1593, a peça Ri-

cardo 3° é inspirada na história de um dos mais controversos nobres da Inglaterra, o Duque de Gloucester, que, para chegar ao trono, em 1483, teria eliminado seus dois sobrinhos, de 12 e nove anos, que encontravam-se em sua frente na linha sucessória. Depois de comandar o país por apenas dois anos, Ricardo 3° é derrotado em uma batalha na qual, segundo Shakespeare, teria proferido estas últimas palavras: meu reino por um cavalo. "Esta frase, de tão famosa, já pode ser vista fora do contexto da peça", diz Frateschi. "Hoje ela permite inúmeras possibilidades de leitura. Do cavalo como animal, essencial aos exércitos ingleses do século 15, a outras formas mais atuais de poder". Com esta montagem, que inaugura novas instalações no Teatro Ágora, na Bela Vista, Frateschi quer dar prosseguimento a um ambicioso projeto teatral que pretende compreender o ho-

mem do século 21. A empreitada começou no ano passado, com a encenação de O Sonho de um Homem Ridículo, de Dostoievski, e prossegue no segundo semestre, com uma imersão na produção literária de Machado de Assis. "Ricardo 3° é um personagem que sintetiza a ética que se firmou na Idade Média e sobreviveu até o homem contemporâneo", diz. "Mas agora o mundo dá provas de que esta época está terminando. É o fim do indivíduo que vê apenas a si próprio em detrimento de todo o resto, o homem típico do capitalismo". De tanto esmiuçar o personagem, Frateschi localiza hoje na política brasileira reverberações de atos que seriam típicos de Ricardo 3°. "Na segunda-feira passada, quando a cidade tornou-se refém das ameaças do PCC, o governo paulista rejeitou ajuda federal por medo, creio eu, de futuro uso eleitoreiro desta situação. Um objetivo maior, a segurança da população, foi deixado de lado por temor de desgaste político. É exatamente o que Ricardo 3° faria, talvez com mais habilidade ainda". A segunda montagem de Ricardo 3°, protagonizada por Marco Ricca e com direção de Jô Soares, entra em cartaz semana que vem, na Faap.

CANUDOS, 8 HORAS Guerra de Canudos – e a mais quixotesca das batalhas pessoais do diretor José Celso Martinez Correa – chega ao fim. Com a estréia hoje de A Luta – Parte Dois, o Teatro Oficina encena o último capítulo de uma das maiores sagas do moderno teatro brasileiro: adaptar para o palco o clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha, o minucioso relato de como tropas enviadas pelo governo federal combateram e, por fim, riscaram do mapa um grupo de revoltosos no sertão da Bahia liderados pelo mítico Antonio Conselheiro. O projeto do Oficina foi dividido em três grandes capítulos – A Terra, O Homem (que mereceu dois espetáculos) e finalmente A Luta, também com duas

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Divulgação

Arquivo DC

BRUXO DIGITAL A

alta tecnologia acaba de conquistar um território até então inexplorado: o teatro infantil. A peça Bruxo Pontocom, estréia no gênero do dramaturgo Mario Viana, usa efeitos especiais de 3D para narrar as estripulias de Bonitinha, uma garota de dez anos que é sugada pelo computador da família, uma espécie de Poltergeist da era da informática. Em sua aventura por um mundo de circuitos e chips, a garota vai encontrar um caçador de vírus, um grupo de cangaceiros e até um

DJ muito doido. Os atores Marco Ricca, Denise Fraga e Fábio Assunção fazem participações especiais em gravações caprichadas. Na entrada, o público irá receber óculos especiais para poder acompanhar o show de efeitos que o espetáculo promete. (SR) Bruxo Pontocom - Teatro das Artes, Shopping Eldorado, Pinheiros, tel.: (11) 3034-0075. Sábados e domingos às 16h. Ingressos de R$ 15 a R$ 30.

Cunha. O elenco desta superprodução é composto por mais de 58 atores, entre eles mais de uma dezena de crianças da comunidade do bairro do Bexiga, onde está situado o Teatro Oficina. As crianças fazem parte do projeto Bexigão, mantido pelo teatro, que oferece aulas de dança, música e interpretação. Se nos outros espetáculos este elenco infantil não ia muito além da figuração, agora as crianças ganham projeção no episódio do massacre. (SR) A Luta - Parte Dois, estréia nesta sexta, dia 19, no Teatro Oficina, Rua Jaceguai, 520, tel.: (11) 3106-2818. De sexta a domingo às 18h. Ingressos a R$ 30.

NOSSA CANÇÃO

Ricardo 3°, com direção de Roberto Lage, estréia nesta sexta-feira, dia 19, no Teatro Ágora, Rua Rui Barbosa, 672, Bela Vista, tel.: (11) 3284-0290. Espetáculos quinta a sábado às 21h, domingo às 19h. Ingressos a R$ 40.

Bruxo Pontocom: efeitos especiais em 3D para narrar as estripulias de Bonitinha

encenações. Se a íntegra da encenação fosse apresentada sem intervalos, a epopéia teatral regida por Zé Celso resultaria em um espetáculo de quase 30 horas. A Luta – Parte Dois recria, ao longo de quase oito horas, a quarta expedição enviada pelo recémproclamado governo republicano para combater os revoltosos de Canudos que pregavam, entre outras coisas, a volta da monarquia. O saldo desta batalha final foi devastador para o arraial de Canudos: tombaram 25 mil seguidores de Conselheiro. Na montagem, o diretor José Celso interpreta Antonio Conselheiro e o ator Marcelo Drummond vive o jornalista e escritor Euclides da

uando foi assassinado, em 1987, o diretor teatral Luiz Antonio Martinez Corrêa estava prestes a devolver à cena um grande sucesso do teatro musical do País, a opereta A Canção Brasileira, que havia sido apresentada pela primeira vez em 1933, com ninguém menos que Vicente Celestino no elenco. Dezenove anos depois, a irmã de Luiz Antonio, Maria Helena Martinez Correa, consegue finalmente colocar o musical em pé, agora sob a direção de Paulo Betti (foto), estreando no gênero. Espetáculo que narra a origem dos ritmos musicais do Brasil, A Canção Brasileira estréia nesta sexta, dia 19, no Teatro do Sesc Santana para uma temporada de apenas duas semanas. O elenco é composto por três mú-

sicos e 14 atores, que personificam ora instrumentos musicais ora um ritmo. Erom Cordeiro, por exemplo, ator revelado na novela América, da Rede Globo, interpreta o tango. A história do espetáculo se desenrola a partir de um seqüestro em que a vítima é a própria canção brasileira. Conduzida ao morro, ela é submetida a um detalhado questionário, por meio do qual descobre-se que este novo gênero sofreu influências do samba, do tango e até de alguns ritmos americanos. (SR) A Canção Brasileira, Teatro do Sesc Santana, Avenida Luis Dumont Villares, 579, Santana, tel.: (11) 6971-8700. Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos a R$ 10.


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Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Lula deve vetar proposta que renegocia R$ 12 milhões de dívidas de agricultores.

IMPOSTO ALTO INIBE INVESTIMENTOS

Marcos Peron/Virtual Fhoto

CAI OTIMISMO DOS EMPRESÁRIOS A 55

Indústrias de celulose e papel estão menos dispostas a investir por causa do câmbio

IPC Fipe apurou inflação de 0,08% para o consumidor em SP na segunda prévia de maio.

Ó RBITA

IPV Índice de Preços no Varejo captou deflação de 0,06% em abril, segundo a Fecomercio-SP.

Alan Marques/Folha Imagem

DE BRAÇOS CRUZADOS

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erca de 2 milhões de trabalhadores brasileiros cruzaram os braços nas 299 greves realizadas no País em 2005, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), por meio do seu Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG). Em 2004, foram verificadas 302 paralisações. O total de horas paradas chegou a 19,4 mil no ano passado, com queda de 23 mil horas na comparação com 2004. Das 299 paralisações, o Dieese apurou o resultado

DEMISSÕES

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s metalúrgicos da Volkswagen de São José dos Pinhais, no Paraná, paralisaram as atividades por quatro horas ontem, em protesto contra demissões que a montadora começou a fazer nesta semana. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), a Volks sequer esperou o retorno de 1,2 mil funcionários que estão de férias coletivas desde 2 de maio. (AG)

NET

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diretor financeiro e de relações com investidores da Net, Leonardo Pereira, espera concluir entre 60 e 90 dias o processo de agrupamento de ações da empresa. Segundo ele, a decisão foi tomada a pedido de acionistas minoritários para diminuir a volatilidade do papel na bolsa de valores. Cada nova ação representará 15 antigas. A Net quer também que cada American Depositary Receipts (ADR, papel negociado em Nova York) represente uma ação, já agrupada, da companhia negociada na Bolsa de Valores de São Paulo — hoje o ADR equivale a 10 ações. O executivo disse ainda que a Net espera um crescimento no setor de TV por assinatura entre 10% e 12% neste ano. (AE) A TÉ LOGO

de negociações de 108. Dessas, apenas 6% tiveram rejeição total das pautas, enquanto 75% contaram com atendimento parcial ou integral das reivindicações. Das greves deflagradas,

como a que ocorre atualmente no Banco Central (foto), 54,2% foram nos serviços públicos, 45,2% no setor privado e 0,6% de bancários, seja de instituição privada ou pública. (AE)

GREVE PÁRA CAMINHÕES NO PARANÁ

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erca de mil caminhões procedentes do Paraguai com destino ao Porto de Paranaguá estão estacionados na estação aduaneira (porto seco) de Foz do Iguaçu devido à greve iniciada há uma semana pelos funcionários da Receita Federal, que exigem aumento salarial. Por falta de espaço na estação aduaneira, os caminhoneiros foram orientados a estacionar às margens da BR-277. Estão

sendo liberados somente os caminhões que transportam cargas perecíveis. Por causa do bloqueio dos veículos em Foz, o Paraguai não está conseguindo exportar ou importar nada. A paralisação dos funcionários da Receita ocorre em um momento crítico para os agricultores paraguaios, que estão escoando a safra de soja, recém-colhida, para Paranaguá. Os armazéns de Ciudad Del Leste estão abarrotados de grãos. (AE)

DIA DAS MÃES: MAIS VENDAS ONLINE.

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s vendas pela internet no período do Dia das Mães chegaram a R$ 150 milhões, 62% a mais do que em 2005, de acordo com o levantamento do grupo de pesquisas sobre comércio eletrônico e-bit. Portais de comércio eletrônico como Flores Online, Submarino, Americanas.com e Saraiva

foram os principais responsáveis pelo aumento dos negócios. Os produtos mais vendidos foram CDs, DVDs, eletroeletrônicos e arranjos de flores. Segundo a Direct Express, empresa de entregas expressas, o número de pedidos registrados no Dia das Mães aumentou 100% em relação a igual data no ano passado. (AG)

ÔNIBUS PODEM TER SEGURO ADICIONAL

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Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou ontem resolução no Diário Oficial da União autorizando as empresas de ônibus que operam rotas internacionais e interestaduais a oferecer a seus passageiros seguros opcionais complementares. Caso o passageiro opte

por adquirir esse seguro complementar, receberá um comprovante separado, desvinculado do preço que pagou pela passagem. As passagens de ônibus já embutem taxa (inferior a 1% do preço do bilhete) para a cobertura do seguro obrigatório, para eventuais despesas com acidentes ou perda de bagagem. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Financiamento para compra de veículos cresceu 32% no primeiro trimestre

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Governo argentino avalia limitar exportações de trigo

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Novo primeiro ministro italiano defende forte "choque" na economia

s empresas estão menos otimistas em suas projeções para investimento em abril deste ano do que estiveram no mesmo período do ano passado. De acordo com levantamento divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 55% dos empresários disseram estar dispostos a investir mais neste ano. Em abril de 2005, eram 65%. O percentual dos que se dizem dispostos a investir menos cresceu de 8%, em 2005, para 16%, neste ano. A FGV pondera, porém, que "embora a disposição para aumentar investimentos esteja, em abril de 2006, menos disseminada, ela ainda atinge parcela superior a 50% das empresas e a proporção supera as apuradas nos anos de 2003 e 2004". Os setores industriais que registraram as maiores quedas no período foram: vestuários e calçados (de 50% para 20%); celulose e papel (49% para 35%); metalurgia (45% para 35%) e química (54% para 32%). Aloísio Campelo Jr., coordenador da Sondagem Industrial da FGV, acredita que o dólar baixo prejudica as perspectivas desses setores, com destaque para o segmento de calçados, que vem perdendo competitividade nas vendas

por cento das empresas manifestaram a intenção de investir, diz estudo da FGV externas e espaço no mercado doméstico. "É o pior caso, realmente", frisou. No caminho inverso está o grupo material de construção, no qual a parcela que prevê investir mais saltou de 28%, em abril de 2005, para 39%, em abril deste ano. Isoladamente, o segmento de minerais nãometálicos é o que prevê maiores investimentos, com crescimento de 35% para 47%, no período analisado. "As medidas de incentivo à construção adotadas pelo governo ajudam a explicar esse comportamento", disse Campelo. Por categorias de uso, as maiores quedas foram registradas nos setores de bens de capital e bens intermediários. No caso dos bens de capital, em

abril do ano passado, 42% das indústrias previam investir mais, parcela que recuou para 23% este ano. Para Campelo, esse resultado demonstra que há um desejo por maior importação de máquinas no País. No caso dos bens intermediários, o recuo foi de 49% para 36%. Mas, segundo Campelo, como esses setores passaram por fortes investimentos nos últimos anos, é natural que a queda ocorra. Prós e contras – A expansão da capacidade produtiva foi apontada por 49% das empresas como o principal motivo para investimentos. "Historicamente, somente em anos com boas perspectivas , esta opção de resposta tem sido a mais citada", informou a FGV. Em segundo lugar está o aumento da eficiência produtiva (34%), seguido por substituição de máquinas e equipamentos (11%). Cerca de 6% das empresas afirmaram, na época da pesquisa, que estavam sem programa de investimentos. A alta carga tributária continua sendo o principal obstáculo para novos investimentos, na avaliação de 34% das empresas. "Essa proporção é, contudo, a menor desde 2004, quando esta opção de resposta foi incluída", informou a FGV. (AE)

Nova fábrica na Argentina ou Brasil

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omo uma ironia do destino, a Argentina está na mira de uma empresa européia para instalação de uma nova fábrica de celulose, segundo a consultoria internacional Jaakko Pöyry, responsável pelo projeto da finlandesa Botnia, em Fray Bentos, no Uruguai. Em plena briga do governo argentino contra a instalação das fábricas de celulose Botnia (Finlândia) e Ence (Espanha) no Uruguai, o principal executivo da consultoria, Rainer Häggblom, revelou que a província de Corrientes e dois estados brasileiros, Bahia e Rio Grande do Sul, estão sendo avaliados para esses investimentos. Em visita à Finlândia, à convite da Botnia, um grupo de jornalistas argentinos ouviu de Häggblom que "as negociações

entre o grupo europeu e o governador de Corrientes, Arturo Colombi, estão muito avançadas", como informou o jornal argentino Clarín. "Estive com ele (Colombi) na Argentina e propus a ele ter um plano pronto para construir uma unidade. Junto com Bahia e Rio Grande do Sul (no Brasil), Corrientes é um dos melhores lugares do mundo para instalar uma fábrica de pasta de celulose", disse Häggblom ao Clarín. Ao jornal El Cronista, o presidente da consultoria, John Lindahl confirmou que "há um projeto de investimento na Argentina e o conflito com Uruguai não o paralisou". Indagado sobre se a consultoria aconselha investir na Argentina, ele respondeu que sim e que "o crescimento econômico do país é muito sólido e as instituições estão se fortalecendo".

Mistério – Lindahl e Häggblom não revelaram o nome do grupo que pretende instalar a nova fábrica de celulose na Argentina ou no Brasil, mas disseram que "é uma dos maiores do mundo". Nesse perfil, se encaixaria a sueco-finlandesa Stora Enso, que já tem autorização para instalar uma unidade em Durazno, no Uruguai, vizinha de Fray Bentos, segundo o jornal El Cronista. Além de Corrientes, Rio Grande do Sul e Bahia, a consultoria também pediu uma entrevista com o governador de Misiones, fronteira com o Brasil, Carlos Rovira. Entre os candidatos, o jornal afirma que o interesse maior é por Corrientes. A nova fábrica seria igual ou maior que a da Botnia, a qual projeta a produção de 1 milhão de toneladas de celulose por ano. (AE)


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Transpor te Compor tamento Te r r o r Administração

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BOATOS DE ATAQUES ESPALHARAM O MEDO NA CIDADE

PSICÓLOGA DA PUC MOSTRA A GÊNESE DA MENTIRA

O 'mentiroso' pode transmitir notícias ruins por maldade. Luciana Ruffo, psicóloga

J.F.Diorio/AE

Para Luciana Ruffo, o problema dos boatos está na agilidade em atingir cada vez mais pessoas, via e-mail Almeida Rocha/Folha Imagem

Vanessa Rosal

A facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) encontrou uma forte aliada para reforçar sua onda de violência em São Paulo: a mentira. Desde a última sexta-feira, uma enxurrada de boatos disseminou o medo na cidade por meio de e-mails falsos e informações distorcidas publicadas na internet. Por todos os lados, os rumores sobre novos ataques amedrontaram os paulistanos, forçando o retorno dos trabalhadores mais cedo para casa na segunda-feira. Uma das notícias enviadas para milhares de internautas dizia que às 18h, de segunda-feira, aconteceriam fortes ataques à população. Segundo informações contidas no e-mail, "uma grande empresa teria recebido uma

Ruas da cidade estão mais vazias depois dos ataques ligados ao PCC

carta da polícia alertando sobre o perigo e a ordem era para ninguém permanecer nas ruas após as 16h". Para a psicóloga do Núcleo de Pesquisa em Psicologia e Informática da Pontifícia Universidade Católica (PUC - SP), Luciana Ruffo, boatos deste tipo são multiplicados pela internet porque o computador garante anonimato ao autor,

de forma segura. "Online, o 'mentiroso' pode transmitir notícias ruins por maldade, seguro de que não haverá punição. Quem recebe a falsa notícia também acaba repassando por precaução. Infelizmente, vira uma bola de neve". No caso da violência em São Paulo, as mentiras foram espalhadas pela internet e retransmitidas para outras pes-

soas. Na segunda-feira, mesmo quem tinha acesso ao metrô se deparava com boatos incessantes sobre novos ataques às estações, o que não chegou a acontecer. Por meio dos burburinhos chegou até a notícia de que os celulares tinham sido bloqueados para impedir a comunicação dos líderes do PCC quando, na verdade, houve apenas problemas de congestionamento de chamadas. "As pessoas ficam fragilizadas com o momento e acabam acreditando em tudo. Geralmente, quem passa a informação diz que a fonte da notícia é uma grande empresa de credibilidade no mercado. Nunca dá para saber se é verdade ou mentira. A violência divulgada na televisão ajuda a reforçar a idéia de que aquele boato poderia ser até verdade", explicou a psicóloga. Coerência - Segundo Luciana, não é difícil acreditar em um boato porque ele é sempre baseado em algo real. "A fofoca também surge assim. É aquela velha história: onde há fumaça, há fogo. Como o comércio começou a fechar as portas mais cedo naquele dia, poderia ser que os e-mails fossem verdadeiros", disse. De acordo com a psicóloga, os boatos sempre foram um problema. Hoje em dia é pior ainda, porque a informação chega de forma rápida para milhares de pessoas ao mesmo tempo, via e-mail. "Um exemplo são as falsas mensagens que lotam nossas caixas postais em época de declaração do Imposto de Renda. Sempre chega um recado dizendo que o CPF foi cancelado. Infelizmente, muita gente ainda acredita", disse. Orkut - Diariamente, uma enxurrada de boatos também é divulgada por meio do site de relacionamentos Orkut. Após os acontecimentos em São Paulo, a comunidade "PCC - 1º Comando da Capital" foi criada e já conta com 12 pessoas cadastradas. Segundo Luciana, o site é um dos principais alvos de mentiras online. "As pessoas criam perfis falsos, inventam histórias e a maioria acaba acreditando. Muita gente teve o Orkut clonado e se prejudicou com isso, da mesma forma que a cidade se prejudicou nos últimos dias. Na maioria das vezes, quem inventa o boato nem imagina a extensão do problema", finalizou.

Televisor com revólveres e celular: uma forma de burlar a vigilância

Bloqueio de celular custará R$ 1 milhão O superintendente de radiof re q ü ê n c i a e fiscalização da A g ê n c i a N acional de Telecomunicações (Anatel), Edilson Ribeiro, disse que para instalar bloqueadores de celulares em cada presídio será necessário, em média, R$ 1 milhão. Ontem, ele participou de audiência da CPI do Tráfico de Armas, para explicar como funciona o bloqueio dos celulares. O valor de R$ 1 milhão, segundo Ribeiro, é para elaboração do projeto para cobrir todas as radiofreqüências por onde passam as ondas dos celulares e para a compra de equipamentos. Segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, há 300 presídios no País. Com isso, de acordo com a previsão do superintendente da Anatel, seriam necessários R$ 300 milhões para instalar os bloqueadores. Após reunião entre os ministros das Comunicações, da Justiça e representantes das operadoras de telefonia celular ficou acertado que caberá às empresas a compra e a instalação dos equipamentos e a adoção de outras medidas para bloquear a comunicação por celular nos presídios. O ministro questionou os valores e disse que existem no mercado bloqueadores que vão de R$ 10 mil a R$ 150 mil. "É muito difícil fazer uma previsão porque depende do local, do tamanho, do raio de ação e, sobretudo, porque nós todos estamos chegando à conclusão de que o bloqueio é o menos eficiente", afirmou. Costa disse que estão sendo estudadas formas de executar o serviço sem criar problemas para a população. "Não é justo

sacrificar a população de uma cidade inteira para impedir que a telefonia celular chegue nas penitenciárias", afirmou. Prazo - O gerente de Regulamentação dos Serviços Móveis da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Bruno Ramos, disse que será possível cumprir, no prazo de 48 horas, a determinação da Justiça de desligar as antenas de celulares nas regiões próximas aos presídios de São Paulo. A Anatel está coordenando uma operação conjunta com as operadoras para impedir a comunicação nos presídios de Avaré, Araraquara, Iaras, Presidente Venceslau, São Vicente e Franco da Rocha. Ramos explicou que serão adotadas soluções diferentes para cada área. Nas zonas rurais, as antenas poderão ser desligadas completamente. Já nos centros urbanos, o desligamento será parcial, somente nos setores das antenas direcionados para os presídios, para tentar evitar que a população seja prejudicada. "Não vai ter grande impacto para a população", garantiu Ramos. Segundo ele, as antenas têm um raio de alcance que varia de 100 metros a 20 quilômetros. Nas regiões mais populosas, há um número maior de antenas, com um raio menor de atuação. Ele disse que a Anatel vai cumprir a determinação judicial, mas não falou se a agência irá recorrer da decisão. Para o superintendente Edilson Ribeiro dos Santos, no entanto, não há como limitar 100% o sinal de celulares em área de presídios porque a medida afetará a população que mora naquela região. "O bloqueio dos celulares terá efeito também na sociedade", disse o técnico. (Agências)


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Fotos: Paulo Pampolin/Hype

HAPPY HOUR

Jogo do Château de Sours

Prazer no jazz e no blues

José Guilherme Ferreira

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Armando Serra Negra

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uando New Orleans era a capital da província espanhola da Louisiana (1762-1803), esta rua recebeu o nome de Calle de Bourbon". Estampada em azulejos, a frase dá boas vindas a quem chega à melhor casa de jazz abaixo da linha do Equador. Portanto, tanto a cidade quanto a famosa rua já nasceram sob o signo da realeza européia, a Casa de Bourbon (relacionada à família imperial brasileira, Orleans Bragança e Bourbon), remetendo ao axioma de que "quem um dia foi rei, jamais perde a majestade". Uma majestade musical importada – junto com a réplica da entrada – pelo o Bourbon Street Music Club. Em visita aos EUA, o visionário Edgard Radesca, um dos sócios, entendeu a oportunidade de trazer aqueles músicos fabulosos para o Brasil: "Conseguimos a opção de aluguel da casa, preparamos o ante-projeto e o levamos para lá; um amigo conseguiu dez minutos com Yves La Bord, então assessor municipal para assuntos internacionais da cidade de New Orleans", conta. A idéia que venderam era que a casa se tornasse uma "embaixada turística em São Paulo", que se espelharia para o resto do mundo. No dia seguinte, levavam no bolso uma carta do prefeito apoiando o projeto. Tiraram 1600 fotos de referência arquitetônica, compraram posters de jazzistas para a decoração. "Essa carta nos permitiu entrar com propostas aos potenciais investidores nacionais pela porta da frente", diz. Resultado é

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s uniões do vinho com o carvalho, o vidro e a cortiça sempre foram proveitosas, benéficas e estáveis. O carvalho e a cortiça nasceram para beneficiar o vinho e, conseqüentemente, o consumidor. A união com a cortiça, pela rolha, cronologicamente, é a primeira. Na antigüidade e até a segunda metade do século 19, a grande maioria dos vinhos tinha de ser consumida jovem, pelo problema da conservação. Exceções foram os vinhos fortificados, aguardentados e os vinhos doces naturais, aqueles pelo alto teor alcoólico e estes pelo sacárico. Mesmo os trabalhos de Pasteur, de 1886, em que a biologia e a química contribuíram para a elaboração e a conservação dos vinhos, não seriam exeqüíveis sem a participação da cortiça. O sobreiro, do qual provém a cortiça, era já usado no tamponamente de ânforas com vinhos alguns séculos antes do Cristo. O sobreiro (Quercus suber L.) é originário do Mediterrâneo Ocidental, no qual a Península Ibérica tem 75% da produção mundial, e do litoral norte-africano. O tamponamento dos vinhos espumantes "descobertos" por D. Pierre

Bourbon Street Music Club: músicos de primeira linha

Edgard Radesca: visionário

que o bar abriu as próprias em 1993, com a apresentação de ninguém menos que B.B. King. Ousadia comercial, entusiasmo e apuro conceitual elevaram Radesca ao sucesso. O cardápio é variado: o "rei" apresentou-se uma segunda vez há dois anos, passaram por lá Ray Charles, Winton Marsallis, e outros. "Certa vez, um incêndio provocado por uma briga no gueto, levou B.B. King a enfrentar as chamas, tentando salvar sua guitarra. Aí batizou-a de Lucille, o nome da mulher que causou a confusão", diverte-se Radesca, apontando para uma na vitrine. E explica: "A Gibson (marca do instrumento) lançou uma série delas em homenagem ao músico, que,

Château de Sours, em Bordeaux, procura um enólogo capaz de criar um grande vinho tinto. O atual proprietário, Martin Krajewski, receberá o escolhido ainda durante a colheita de 2006, que vai de meados de setembro a meados de outubro. Serão sete dias de passeio pelos vinhedos da região de Entre-deuxMers. O Château de Sours é do século XIV, quando serviu de pouso para peregrinos que cumpriam o Caminho de Santiago de Compostela. A atual construção é de 1792, obra dos Comtes du Richemont, que escaparam das guilhotinas da Revolução Francesa. O Château foi completamente restaurado por Krajewski e recebe enoturistas de todo mundo. O enólogo vai ser selecionado via internet, depois de ter seu vinho "virtual" apreciado por um selecionado grupo de

http://www.decanter.com/game/ http://www.chateaudesours.com/

O bar respira programações altamente criativas

eventualmente, as autografa e presenteia em seus shows". No Bourbon St. também se respira programações mais simples, altamente criativas, de músicos de primeira linha (média do couvert, R$ 25). Exemplo atual é a transmissão ao vivo da "Sala do Professor Bucchanan’s" (Diário do Comércio de 20 de abril). É quando o programa da Rádio Eldorado (FM 92.9) Sala dos Professores, sob este patrocínio, ganha uma noite extra na semana, uma vez por mês, às quartas-feiras a partir das 20h. Sob o comando do músico e apresentador Daniel Daibem, já se apresentaram Johnny Alf, Bocatto (estrela em ascensão), Ana Cañas (cara e voz de

Elis Regina). A próxima edição será em 27 de junho. Petiscos de ascendência francesa creole (mais sofisticado) e cajum (mais rústico): croquete bayou – badejo com molho de maracujá (R$ 10), filé Billie Holliday (R$ 18). Uísque oito anos (R$ 11), doze anos (R$ 16), caipirinha (R$ 8), caipiroska (R$ 10,50), chope Brahma (R$ 3,50). "Jazz, na gíria do gueto, significava orgasmo", lembra o professor de jornalismo da USP, Cláudio Tognolli... E é lá no Bourbon Street, que se pode gozar do melhor que há no gênero! Bourbon Street Music Club Rua dos Chanés, 127, Moema, tel: (11) 5095-6100.

ADEGA

Rolhas e outras tampas Sérgio de Paula Santos Pérrignon (1639-1715), com rolhas de cortiça, foi aprendido pelos monges de região de Champanhe, de religiosos catalães que passavam por Hauttuillers, e usavam a cortiça para tapar seus cantis. Talvez uma das poucas unanimidades que existam no mundo do vinho é a de que a rolha de cortiça natu-

primeiro dos quais a própria cortiça, processada como "aglomerado", de pequenos fragmentos da mesma, unidos por uma substância (polímero), adesiva. Pode ter ou não na extremidade inferior um disco de cortiça natural em contato com o líquido. Essa rolha é com muita freqüência usada

ral seja o vedante ideal. As restrições que se podem fazer é que o material é relativamente caro, e como substância natural, do sobreiro, não pode ser industrializada indefinidamente. Surgiram assim os sucedâneos, o

em espumantes e no champanhe. Das rolhas sintéticas, as mais usadas são as das marcas Neocork, Nomacorc, Betacorc, Aegis, Cellucork, Alterc, produzidas por extrusão, a partir de polietilenos ou de polímeros plásticos. Outra possibilidade, de aparentemente melhor desempenho, é a Cápsula do Vinho, que não deve ser confundida com a Tampa de Rosca (Stelvin), usada para vinhos ordinários, vinhos das companhias aéreas ou em alguns licores. Essas cápsulas, de origem francesa (três fábricas – americana, canadense e chilena), vêm ganhando terreno, estando hoje presente em 60 países, nos quais são utilizadas em 42% dos vinhos tranqüilos, 13% nos espumantes e 40% em destilados. Sua aceitação é maior para os vinhos brancos jovens, o que vem ocorrendo na Nova Zelândia e Austrália. A principal produtora da cápsula é Pechiney Capsules, do grupo Alcan, produtor de Alumínio. Na França, a cápsula ganhou o importante apoio de André Lurton, um dos vinhateiros mais conceituados do país, que em sua produção anual de cerca de 4 milhões de garrafas, usa 1,5 milhão de cápsulas, em seus Châteaux Bonnet, Ch. La Luvière e Ch. Couhins - Lurton,

este um Cru Classé de Graves. Não cabe lembrar o currículo de André Lurton para os que conhecem o mundo do vinho. De qualquer modo, a cápsula poderá se ruma "solução" parcial e parcimoniosa, que não deverá substituir a rolha de cortiça. A última novidade relativa à vedação de garrafas de vinho, menos divulgada, mesmo entre os do ramo, é a "rolha" de vidro. Desenvolvida na Alemanha pela Alcoa, tomou nome de Vino-lok, foi oficialmente lançada na feira Sitevi de Mendoza, Argentina, este mês. A peça é um tampão e cristal envolvido por uma arandela de etilvinilacetato (um tipo de silicone) que assegura a vedação com uma leve pressão. Sobre o conjunto, uma cápsula de alumínio protege o vidro e impede adulterações. O Vino-Lok já fora divulgado anteriormente na Feira Internacional e Vinho e Fruta, de Sttutgard, em 2005, onde recebeu uma medalha de ouro. Seu custo unitário, informa o periódico mendocino Los Andes de 30 de março, estaria ao redor de 1,5 peso argetino, cerca de 1,1 Real. O novo processo de vedação está sendo testado na Argentina, em algumas empresas importantes, como a Chandon e a Norton, que usa 15% de rolhas sintéticas em seus vinhos, que são exportados para 54 países. Em 2005 comercializaram-se 10 milhões de unidades da Vino-Lok em 240 indústrias na Alemanha, Áustria, Itália, Espanha e Suíça. Assim, o Vino-Lok é mais uma alternativa para a vedação do vinho, cujo futuro dependerá, naturalmente, como de qualquer outro bem de consumo, da aceitação do mercado. Ao que parece entretanto, pelo menos para os vinhos de melhor nível e mesmo para os médios, a rolha de cortiça natural deve predominar. Até quando, é difícil saber. Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

degustadores, também "virtuais". Trata-se de um jogo, que acaba de ser disponibilizado no site da revista inglesa Decanter. O participante recebe uma verba, de 50 mil euros (de mentirinha), que poderá usar para contratar consultores. Os conselhos básicos são gratuitos. Para chegar à final tem de "construir" um vinho medalha de ouro. Na primeira fase do desafio, o webviticultor escolhe o nível de açúcar das uvas na colheita, a temperatura e o período de fermentação de seu vinho, quanto tempo deixará as cascas no processo, quanto de tecnologia usará, e diz se vai envelhecer seu vinho em barricas ou tonéis de aço inox. Pronto esse vinho, os degustadores de plantão fazem a prova (às cegas?) e dão rapidamente ser parecer. Vale sonhar com a paisagem de Bordeaux e com o distinto vinho rosé que faz a fama do Château de Sours.

GASTRONOMIA

Bate-papo na cozinha com Anthony Bordain Lúcia Helena de Camargo

T

ransformar o ordinário em ex traordinário é tarefa cotidiana de Anthony Bourdain, polêmico chef executivo da badalada Brasserie Les Halles, de Nova York. Bem humorado, cáustico e egocêntrico, ele diz que seu restaurante é "o melhor e mais autêntico bistrô francês fora da França". Não economiza em elogios a si próprio, mas escreve sem pretensões e cozinha como poucos. Bourdain nasceu em Nova York em 1956. Estudou no Instituto Americano de Culinária e trabalhou quase 30 anos em cozinhas profissionais. A chave do sucesso, prega, é a experimentação. "Quem é rico na adolescência está praticamente fadado a nunca ser mais do que um diletante à mesa, não por causa da burrice dos milionários, mas porque eles nunca são incentivados a experimentar", é a frase de Abbott Joseph Liebling (1904-1963) citada nas páginas iniciais. Em seu livro Cozinha Confidencial: uma Aventura nas Entranhas da Culinária, ele contou os segredos da profissão, como a usual prática de mandar carne perto da data de vencimento à mesa de quem pede um bife bem pas-

mais fácil para ele do que para os pobres mortais sem tanta habilidade com as panelas. O que não nos impede de tentar preparar a Salade Niçoise, que leva o comum atum em lata, ou Paté de Campagne, com fígado de porco. Os mais confiantes podem aventurar-se ainda por Tournedos, Boeuf bourguignon, Daube Provençale (foto), Crème brûlèe e todas as estrelas do cardápio que faz sucesso em seu restaurante. E para não obrigar o leitor brasileiro a quebrar a cabeça com o sistema métrico americano que mede volumes em libras e onças, traz a útil informação sobre as equivalências entre as medidas usadas no livro. Uma xícara sendo 225 mililitros; uma colher de sopa, 14 ml e uma colher de chá, 5 ml. "Se você consegue fazer um feijão decente, fará um cassoulet com a mesma facilidade, porque os princípios básicos de preparo são os mesmos. Não se deixe enganar pelo nome francês. Jamais!", orienta o chef. E promete pagar uma cerveja no bar do Les Halles para quem não conseguir preparar algum dos pratos. Com mais de 200 mil exemplares vendidos no exterior, o livro de Bordain é sobretudo gostoso de ler. A conversa na cozinha é tão gostosa quanto a comida. Enquanto ensina a fazer Foie Gras aux Pruneaux, relata: "Essas revistas masculinas idiotas – você sabe quais são: carrões, roupas de grife, modelos Soupe em poses sensuais etc etc – de estão sempre me pedindo poisson para escrever artigos insípidos sobre pratos adequados para ‘conquistar grandes mulheres’ ou qual seria a ‘comida da sedução’. Não posso garantir que o foie gras é afrodisíaco, mas imagino que o homem (ou mulher, claro) que sabe apreciar e cozinhar essa especialidade tão chique, no simples ato de cortar uma fatia de fígado de ganso alimentado à força, está exibindo, ao mesmo tempo, uma delicada sensibilidade e um atraente toque de crueldade. Qualquer um, com profundo amor pelos prazeres da carne e que não seja membro de uma ONG protetora dos animais, vai desmaiar de paixão."

sado. Na segunda obra editada no Brasil, Em Busca do Prato Perfeito: um Cozinheiro em Viagem, ele faz um giro gastronômico pelo mundo, experimentando a alta cozinha do primeiro mundo e a culinária popular de países como Vietnã, México, Japão, Escócia, Portugal e Rússia. Neste terceiro livro, Afinal, as receitas do Les Halles – Nova York (Editora Melhoramentos, 256 páginas, R$ 59,90), Bourdain ensina suas receitas, que traduzem o melhor da culinária francesa. E sem frescuras. "Não estranhe se, às vezes, eu me dirigir a você, leitor, chamando-o de idiota. Espero sua compreensão e não quero que isso seja levado para o plano pessoal", pede, já na introdução. Para depois tranqüilizar: "Não se sente à vontade com tantos ingredientes, com tantas palavras em francês? Por acaso teve uma experiência traumática com algum garçom pedante, de nariz empinado? Esqueça. Tudo Daube Provençale: pescoço com osso aqui é FÁCIL!" Talvez seja


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

O TRIUNFO DA TERCEIRIZAÇÃO

Os presos também descobriram a terceirização. Eles não precisam mais executar pessoalmente os atos de bandidagem.

Arthur Vinícius Pilastre Silva: prestou serviços à Câmara e ao PCC

nisso perceber qualquer vantagem ou benefício. Por isso, o Estado brasileiro precisa recorrer à terceirização. Mas a terceirização não tem recaído apenas sobre atividades que não são típicas do Estado, como limpeza das repartições ou o preparo de cafezinho para os burocratas. Surpreso, o cidadão toma conhecimento, pelos jornais, que atividades altamente sensíveis foram terceirizadas. Ou seja, não são funcionários públicos concursados que prestam os serviços. Por exemplo: até há algum tempo, os passaportes eram confeccionados por empregados de uma empresa contrata pela

Os criminosos encarcerados também descobriram a terceirização. Eles não precisam mais executar pessoalmente os atos de bandidagem. Basta subcontratar, como os episódios de São Paulo comprovam. A partir das penitenciárias, os líderes das facções ordenam a prática de crimes que lhes rende o suficiente para manter a estrutura criminosa, além de garantir o lazer nas horas vagas. Definitivamente, a subcontratação triunfou, tanto para o Estado brasileiro quanto para os criminosos. TRECHOS DO EDITORIAL DE CÂNDIDO PRUNES NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

F unções sensíveis do governo estão terceirizadas

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

NOVOS RESPONSÁVEIS

Céllus

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Polícia Federal. A emissão de passaportes, que deveria estar sob o total controle da União, estava nas mãos de empregados de empresas privadas. A última terceirização que se tomou conhecimento diz respeito às gravações das sessões secretas da CPIs do Congresso. O cidadão comum ingenuamente imaginava que essa atividade altamente confidencial era executada por antigos funcionários públicos, de total confiança da Casa. Mas não, essa atividade foi também terceirizada. E o encarregado pelas gravações ainda as vende por módica quantia para bandidos encarcerados que as escutam no mesmo dia.

Pantomima trágica BENEDICTO FERRI DE BARROS

Adriano Machado/AE

crescente onda de criminalidade que assola há anos "este país", culminando nos atentados que começaram em São Paulo no dia 13 de maio, colocou em evidência um fato: a terceirização triunfou nos principais setores. Como se sabe, o Poder Público federal conta com cerca de meio milhão de servidores. Mas esse número gigantesco de funcionários, teoricamente, não são capazes de dar conta das inúmeras atividades estatais. Os sociaisdemocratas e socialistas vêm, há décadas, aumentando as atribuições da União, dos estados e municípios, ainda que os contribuintes não consigam

E

stamos denominando de pantomima, no sentido de embuste, aos trágicos acontecimentos de terrorismo criminoso que tiveram por palco a "Paulicéia desvairada", por inexistir em nossa língua ou em qualquer outra designação adequada ao que aqui sucedeu. Grotesco e trágico a um só tempo. Para abertura do ato, logo no Dia das Mães a cidade recebe como presente a soltura de milhares de presos. Ambos os comandantes do confronto terrorista que ocorre se antecipavam ao que poderia suceder, embora a ação de ambos viesse a ultrapassar suas previsões e o preço final viesse – como sempre – a recair sobre a população não só da capital paulistana, mas de todo o País. A ação terrorista, melhor articulada e mais violenta do que as desfechadas no Oriente pelo Hamas, ao contrário do que lá sucede, onde elas reivindicam fundar-se em razões humanas de ordem religiosa e política a mais excelsa e se consumam como heróicos atos sacrificiais de seus atores, foram aqui assumidas pela escória dos "pobrezinhos" bandidos, que, empilhados em celas nojentas no mínimo reivindicavam seu direito de assistir à Copa (!?). E toda a magnífica estrutura de segurança e polícia do Estado parece ter sido derrotada por um conjunto de engenhocas eletrônicas (os celulares), que os chefes da bandidagem adquiriam de agentes penitenciários corruptos, além dos que lhes eram fornecidos por seus advogados, que se acham imunes a revistas. Não teria ficado mais barato para ambas as partes a montagem de telões nas penitenciárias? De coisas de tal natureza, a um tempo grotescas e trágicas, não se pode falar se não ironicamente. Pois os atos subseqüentes à tragédia re-

fletem de forma ainda mais acentuada o que pode resultar quando à incompetência se juntam interesses políticos eleitoreiros. Isto ficou meridianamente claro com as insistentes tentativas do governo federal, endossadas por Lula e protagonizadas pelo criminalista que é seu ministro da Justiça, para assumir o primeiro lugar no palco, usurpando o papel natural do governo paulista. E com que proposta? A mais incompetente possível, a de se colocar forças federais, inclusive as do Exército brasileiro, nas ruas da maior cidade do País. Alguém já imaginou o engrandecimento que isto daria à situação crítica e os custos psicossociais e econômicos que resultariam não só para a cidade e sua população, mas para toda a população brasileira e sua auto-imagem?

L

ê-se pela imprensa, com documentação factual de dados estatísticos, de que a melhoria dos níveis de segurança alcançados por São Paulo desde 1999 se comparam aos conseguidos por Nova York na década dos 90. E isto a despeito de que como toda a imprensa informa, os níveis de rigidez legal contra criminosos no Brasil são muito inferiores aos da Europa e dos Estados Unidos e os recursos alocados à segurança pública sejam escassos e infinitamente mais reduzidos do que não só lá, mas sobretudo aqui. Parecendo mais importante gastar dinheiro com viagens de burocratas do que com a garantia de vida para a população. Da capo: como a "consciência nacional" (se é que tal coisa existe) reagiu à inominável pantomima trágica? Com um aturdimento universal, pois é impossível reagir ao que nem sequer se pode denominar.

N ão existe designação para o aconteceu. Grotesco e trágico a um só tempo.

O primeiro professor ARNALDO NISKIER

Q

uem terá sido o primeiro professor do Brasil? Quando os portugueses aqui chegaram, encontraram tribos organizadas. No seu modo próprio é natural que os mais velhos tenham sido instrutores dos curumins. Os jesuítas, que aportaram com os primeiros governadores gerais, a partir de Tomé de Souza e Duarte da Costa, também exerceram basicamente essas funções, no processo de catequese. É o embaixador Dário Castro Alves, em conversa, no Rio, que chama a minha atenção para o primeiro professor nomeado no Brasil. Estudioso dos primórdios da nossa civilização, aponta com firmeza para a nomeação de José da Silva Lisboa, o célebre Visconde de Cairu, como o pioneiro. Um dos primeiros atos de D. João VI, ainda na Bahia, foi a nomeação do professor titular de "ciência econômica". Ele queria chegar ao Rio de Janeiro com esse fato consumado, tamanha a admiração que nutria pelo homenageado. Isso fazia parte da sua decisão de "tornar o Brasil maior do que o encontrara." Curioso é que os três atos oficiais do Príncipe Regente, na passagem pela Bahia, tratam de assuntos econômicos. O primeiro foi a abertura dos portos às nações amigas, um imperativo econômico do Reino, no dizer do historiador Oliveira Viana. O segundo, com data de 23 de fevereiro de 1808, instituía uma cadeira de "Ciência econômica", no Rio de Janeiro, em nome de José da Silva Lisboa, mais tarde Visconde de Cairu. Ali se tratava até do seu futuro ordenado. Reparem com que pompa se fez essa nomeação. O primeiro professor nomeado do Brasil nasceu na Bahia, se licenciara em Coimbra e tornou-

se famoso como economista e administrador. Em 1804 a Imprensa Régia de Lisboa publicou o seu livro, muito apreciado, sob o título Princípios de Economia Política. Deve-se pensar que, ao contrário do que muitos consideram, nessa primeira fase não se deu tanta ênfase assim ao bacharelismo, representado pelos estudantes de direito. No decreto de nomeação de Cairu, assinalase que "é absolutamente necessário o estudo da ciência econômica na presente conjuntura, em que o Brasil oferece a melhor ocasião de se por em prática muitos dos seus princípios." Mais adiante, o Príncipe Regente, referindo-se à habilidade de Cairu nessa ciência, afirmou que "sem ela se caminha às cegas e com passos muito lentos, e às vezes contrários nas matérias de Governo."

N

osso primeiro professor nomeado foi por muitos considerado "o Adam Smith de Portugal e do Brasil", pois foi quem traduziu para o português o clássico A riqueza das nações. O terceiro ato de D. João VI refere-se à criação da Companhia de Seguros Boa Fé. Com esse lastro que ele chegou ao Rio de Janeiro, onde ficou por 13 anos, sendo autor de uma série de benfeitorias, entre as quais a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico e o Museu Nacional de Belas Artes. Na verdade, o começo da nossa presença cultural. Essa instrumentação política e administrativa foi fundamental para a existência do país que em pouco tempo se tornaria independente de Portugal, viabilizando a liberação da indústria e a existência da imprensa ("A Gazeta do Rio de Janeiro"). ARNALDO NISKIER É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

O Visconde de Cairu tornou-se famoso como economista e administrador

autoridade suprema do Estado, o governador, indigitou novo responsável pela crise, ou por uma parte dela, na qual braceja São Paulo e adjacências. Não interessa ir direto a um objetivo definido. Serei mais amplo, direi que responsáveis somos todos nós, eleitores e eleitos de classes A, B, C, D, E, pois essa crise na qual estamos mergulhados se estende por várias direções e se entroncam na enfermidade de que sofrem as nações de um continente, entre elas o Brasil. Viu-se que o segredo do Congresso foi vendido por R$ 200,00; é um sintoma de degenerescência que empesta o clima político, social e administrativo não só do Estado. Sejamos exatos nas observações e não tenhamos medo da verdade, pois estamos vivendo dias perigosos, desses que submergem civilizações e pode levar a nossa, embora entibiada, mas já portadora da responsabilidade de algumas gerações.

A

Devemos nos unir num plano de reformas de que tanto se fala e do qual nunca se cogita. Somos todos responsáveis ão adianta procurar responsáveis, repito, pois responsáveis somos todos nós e isso é que deve contar na apuração dos fatos, para que eles não se repitam com a extrema gravidade registrada dos últimos dias, em que a paz da cidade, de suas instituições e de todo o aparato social se viram ameaçados de soçobro por uma incrível organização do crime. Sim, somos todos responsáveis; insisto que devemos nos unir num plano de reformas de que tanto se fala e do qual nunca se cogita. É tempo de fazer exame de consciência para ver se está tudo bem para uma reeleição ou para uma eleição, ou se será preciso alongar a vista no horizonte da História, para sacarmos lições de nosso despreparo ou de nossa negligência nos deveres que nos impõe o destino da Nação e seu povo, nas suas instituições, de tudo o quanto constitui o legado da Pátria às gerações que se sucedem. É o que tenho a dizer nesta hora dramática, em que o pânico é uma advertência.

N

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

O assunto foi independência energética, só isso. Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura

NOVA TECNOLOGIA PARA COMBUSTÍVEL

PRODUÇÃO DO GÁS INTERNO , BIODIESEL E COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOS SÃO MEDIDAS A SEREM ADOTADAS

GOVERNO TRAÇA PLANO B DA ENERGIA

O

Brasil vai antecipar a produção de gás das reservas existentes no País como forma de buscar a independência energética, disse ontem o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Até 2008, haverá uma produção adicional de 24,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Essa foi uma das medidas aprovadas na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), da qual participou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na mesma direção, foi anunciado o desenvolvimento, pela Petrobras, de uma tecnologia inédita no mundo: o uso de óleos de soja e outros vegetais no refino do óleo diesel. O resultado será um combustível igual ao diesel mineral, porém, menos poluente. Com isso, será reduzida a necessidade de importação pelo Brasil. O CNPE também discutiu o uso do álcool em substituição ao gás natural nas usinas térmicas. A usina de Seropédica (RJ) começará a operar com turbinas que funcionarão com gás natural, álcool, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) ou o gás natural liquefeito (GNL). A crise com a Bolívia ficou apenas de pano de fundo nas discussões. "O assunto foi independência energética, só isso", disse o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

Jamil Bittar/Reuters

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse contar com a hipótese de que o contrato de fornecimento de gás com a Bolívia seja cumprido. "Apenas mostramos que temos uma alternativa." Questionado se essa seria uma resposta para a Bolívia, ele disse: "Para bom entendedor...". Já o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, lembrou que não só o Brasil vai antecipar sua produção de gás, como também vai substituí-lo por outros combustíveis. "É uma determinação do presidente Lula que o Brasil seja auto-suficiente em todas as suas fontes", disse o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Reservas – A antecipação do gás será feita a partir de reservas encontradas no Espírito Santo. Segundo Gabrielli, são descobertas novas que exigirão alteração na rede de gasodutos no Sul e Sudeste. A previsão inicial era de que a reserva levaria de seis a sete anos para começar a produzir. O prazo foi encurtado para dois anos. A medida mais comemorada pelo governo foi a nova tecnologia do óleo vegetal misturado ao diesel no processo de refino. "É um novo paradigma para a agricultura mundial", frisou o ministro da Agricultura. Já no primeiro trimestre de 2007, três refinarias da Petrobras (Paraíba, Pará e Rio Gran-

de do Sul) começarão a refinar o novo diesel, chamado H-Bio. Nas estimativas de Rodrigues, isso representará aumento de consumo de 1,2 milhão de toneladas de soja. Com isso, o governo aumenta sua independência no diesel e fortalece o mercado de soja, melhorando o preço do produto. Investimento – Para evitar o déficit de gás natural no País em 2009, a Petrobras deverá gastar até US$ 900 milhões por causa da suspensão de seus investimentos na expansão do gasoduto Bolívia-Brasil. A estatal previa a expansão como forma de atender a uma demanda excedente de 15 milhões de m³ por dia a partir de 2009, mas cancelou o empreendimento depois da nacionalização das reservas bolivianas. Preço mantido – Tam bém ontem, em Fortaleza, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, disse que o presidente Lula está tratando a questão boliviana "com equilíbrio e firmeza". Brincando, afirmou que Lula tinha duas alternativas: "chutar o pau da barraca", que teria "sucesso imediato" na mídia e um resultado que "não se sustenta", e a que foi adotada, a "chata". Ele voltou a dizer que não faltará gás no Brasil. "Vamos garantir que não falte gás para ninguém e que o preço não aumente", afirmou. (Agências)

Marcos Brindicci/Reuters

Acima: Roberto Rodrigues (esq.), Silas Rondeau e Gabrielli após reunião sobre alternativas para independência energética depois de crise deflagrada com nacionalização do gás na Bolívia (ao lado)

Gás liquefeito nas usinas Lindomar Cruz/ABr

O

diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou ontem que o gás natural liquefeito (GNL) é uma solução permanente para substituir o projeto de ampliação do fornecimento de 14 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia, que estava previsto para ocorrer a partir de 2010, antes do início da crise com o país vizinho este mês. "O GNL é uma solução permanente e tende a crescer no mundo. Nós tínhamos um projeto até 2010 de colocar mais 14 milhões de metros cúbicos por dia originários da Bolívia. Esses 14 milhões serão realocados e serão possivelmente atendidos pelo GNL", disse Barbassa em seminário sobre energia no Rio. O GNL pode ser transporta-

Barbassa: GNL no lugar do gás

do de outros países por navios na sua forma líquida, eliminando a dependência de gasodutos. "O problema do gás é depender de um gasoduto. À medida que o transforma em líquido, ele vira um equivalente ao petróleo", afirmou Barbassa. Segundo o executivo, a Petrobras pretende ter duas plan-

tas de GNL, sendo uma no Nordeste e outra no Sudeste, a partir de 2008. O investimento estimado é de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões, dependendo do porte das instalações. O GNL seria utilizado nas usinas de energia térmica somente nos momentos de pico de consumo para evitar impacto no preço do combustível nas tarifas de energia. Abastecimento – Barbassa disse que a Petrobras ainda estuda de onde o GNL poderia ser importado. Entre as opções estão Nigéria, Angola, Argélia e Trinidad e Tobago. Ele afirmou, ainda, que a decisão da Bolívia de nacionalizar o setor de petróleo e gás desvaloriza o preço do gás importado. "Um gás com a possibilidade de ser interrompido vale menos que um gás permanente." (Reuters)

Entidade critica uso do álcool

A

União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) criticou ontem as propostas estudadas pelo governo de se utilizar álcool combustível em substituição ao gás natural nas usinas térmicas, e do retorno dos

motores a diesel para os veículos leves no País. Segundo a assessoria da entidade, não é possível discutir soluções pontuais sem antes fazer uma ampla avaliação. Por exemplo, não seria possível comparar o uso do diesel em veículos de

países europeus porque, lá, ele teria outra especificidade do que o vendido aqui. Sobre o uso de álcool nas térmicas, a Unica diz que é tecnicamente viável, mas não há estudos sobre o volume a ser usado na substituição ao gás. (AE)

Brasil, refém do gás boliviano David Mercado/Reuters

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Bolívia continuará sendo por longo tempo a maior fornecedora de gás natural para o Brasil, apesar de o País se esforçar para aumentar a produção doméstica e diversificar as fontes do produto. A afirmação é do presidente da petrolífera estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado. O executivo disse que a realidade do mercado mostra que o Brasil não conseguirá obter preços menores do que os que pede La Paz pelos 26 milhões de metros cúbicos de gás que importa diariamente do país. "De todos os pontos de vista, convém ao Brasil comprar gás boliviano e por isso não nos preocupa que possamos supostamente, como dizem, perder esse mercado. Ele está seguro", disse ontem Alvarado. A Petrobras, maior investidora do setor de gás boliviano, aceitou negociar com a YPFB depois de criticar duramente a recente nacionalização do setor de petróleo e gás e a busca de aumento de preços pelo governo do país andino. Alvarado assegurou que, depois das discussões iniciais, a YPFB e a Petrobras chegarão a um acordo sobre as negociações técni-

Alvarado: maior fornecedora

cas que estão em andamento sobre futuras operações e sobre a revisão de preço de gás, que atualmente é de US$ 3,40 por milhão de BTU. Déficit – O presidente da YPFB reconheceu que o Brasil está fazendo grandes investimentos em exploração que poderão garantir abastecimento de até 60% de sua demanda projetada de gás para o ano de 2010, de aproximadamente 100 milhões de metros cúbicos. "De todas as maneiras, haverá um déficit de 40% e é provável que queiram trazer gás de outros lugares. Mas a que preço?", questionou o executivo.

Barganha – Quanto à proposta da Petrobras de usar o gás natural liquefeito (GNL) como solução para substituir o projeto de ampliação do atual fornecimento de gás da Bolívia, Alvarado argumentou que o GNL custaria ao Brasil mais que o dobro do que o país paga à Bolívia. "Se agora eles não querem aumentar esses preços tão baixos que estamos cobrando, dizendo que são muito caros, imagine trazer o gás de outros lugares. Vai custar a eles no mínimo entre US$ 8 e US$ 10 e nós estamos vendendo a US$ 3,40." Sem confirmar qual o preço que a Bolívia pede agora por seu gás, Alvarado disse que "no pior dos casos" um valor de US$ 6 por milhão de BTU seria vantajoso para o Brasil. "Então, é mais conveniente a eles ter o gás boliviano, com o fato de que a segurança é maior do que com o gás trazido de outros lugares", acrescentou Alvarado. A Bolívia abastece atualmente de 55% a 60% do consumo brasileiro e é particularmente importante para São Paulo, onde responde por 80% do abastecimento do produto, informou o presidente da estatal boliviana. (Reuters)

Depósito de gás na Bahia FMI teme pela economia A norueguesa Norse Energy anunciou ontem a descoberta de uma quantidade maior de gás em seu projeto brasileiro no Campo de Manati, na Baía de Camamu, na Bahia. "Os medidores indicam depósito de gás com a maior margem bruta de ganho obtida até hoje em um único poço no Brasil", disse a empresa em comunicado. "Os cálculos mostram depósitos de 327 metros na formação Sergi, dos quais cerca de 80% são aproveitáveis." Isso representa 140 metros mais que o obtido no poço descoberto e é "muito animador" em relação às reservas recuperáveis no campo de Manati, declarou a Norse Energy. O Campo de Manati poderá entrar em produção no terceiro trimestre de 2006. (Reuters)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que a forma como o governo da Bolívia realizou a nacionalização das áreas de gás natural e petróleo afetará os investimentos estrangeiros e a vitalidade da economia. Segundo o diretor de Relações Exteriores do FMI, Masood Ahmed, a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar a indústria "tem conseqüências econômicas potencialmente amplas". Ahmed destacou que, dependendo da forma sobre como serão resolvidas as negociações com as companhias estrangeiras, "deve haver um impacto na continuidade da disposição do capital estrangeiro e doméstico na produção de energia com base em carbonos".(AE)


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Compor tamento Ambiente Te r r o r Transpor te

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82 ÔNIBUS E 56 CASAS DE POLICIAIS FORAM ATACADOS

As ocorrências estão dentro do normal do que acontece em uma cidade do porte de São Paulo. Godofredo Bittencourt, diretor do Deic

NÚMERO DE MORTOS JÁ CHEGA A 152 Os números da guerra urbana em São Paulo não param de crescer. Há mais mortos e ataques – realizados entre a noite de quarta e a madrugada de ontem. Hélvio Romero/AE

Jonne Roriz/AE

Niels Andreas/AE

Monalisa Lins/AE

José Patrício/AE

Cenas de uma cidade assustada: velório de suspeitos mortos no domingo quando viajavam em um carro roubado; fogo na favela Heliópolis; policiais com cães no Aeroporto de Congonhas; Eduardo Aparecido Vasconcelos, acusado de matar um bombeiro; e bloqueio da PM na ponte Eusébio Matoso, na zona sul.

PREFEITURA QUER CHIPS EM CARROS DO PAÍS Rejane Tamoto

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s atentados do PCC mobilizaram a Prefeitura a investir e m segurança. O pacote de medidas inclui a aceleração do programa de monitoramento por câmeras no Centro, o controle de automóveis por meio de chips e mudanças no sistema de comunicação da Guarda Civil Metropolitana (GCM). O prefeito Gilberto Kassab anunciou que o processo de instalação de 38 câmeras de monitoramento na região central será intensificado

e deve ser finalizado em junho. Iniciado em janeiro, o projeto prevê o monitoramento de 98 ruas do Centro Velho, Centro Novo, Nova Luz, avenida Paulista e rua 25 de Março. Kassab levou ontem ao Ministério das Cidades proposta de instalação de chips em todos os automóveis do País, como forma de controle dos veículos envolvidos em atentados. Além desses projetos, o prefeito assinou um decreto, na última sexta, que prevê a centralização e modernização do sistema de comunicação da GCM, que será integrado ao da Polícia Militar. Segundo o inspetor chefe regional

da GCM, Rubens Trapiá, a medida faz parte de um convênio com o governo do Estado e o objetivo é, até dezembro, atender ocorrências com mais agilidade. O coronel e pesquisador do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, José Vicente da Silva Filho, elogiou as medidas, mas fez ressalvas. "Faltou integrar os bombeiros e a Polícia Civil. Isso geraria economia de recursos, porque esses sistemas de telecomunicações são muitos caros. Existe um problema de comunicação que atingiu também as polícias Civil e Militar nas operações que ocorreram nesta semana".

No último balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, ontem à noite, o número de mortos desde sextafeira, quando começaram os ataques do PCC, chegaram a 152. Entre as vítimas, 107 foram mortas pela polícia em supostos confrontos. Outras 45 eram policiais militares (23), policiais civis (7), guardas metropolitanos (3), agentes penitenciários (8) e civis (4). Somente os nomes dos policiais envolvidos e mortos nos ataques foram divulgados. O total de suspeitos presos chega a 124 e de feridos, 54. De acordo com os dados, foram 82 ônibus incendiados, 56 casas de policiais atacadas com tiros ou explosivos, 17 bancos e caixas eletrônicos destruídos, uma garagem de ônibus, uma estação de metrô metralhada e uma unidade da CET. Os outros 135 alvos não foram especificados. A guerra urbana em São Paulo mereceu reportagem da revista inglesa The Economist. O texto destaca que os brasileiros costumam dizer que o Rio é lindo e que São Paulo é mais segura. "Pelo menos até o dia 12, quando uma onda de violência orquestrada de dentro de prisões atingiu a maior cidade do Brasil". Secretário – O secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, em entrevista à Rede Globo, disse ontem que a polícia São Paulo não se excedeu ao matar 107 suspeitos. O secretário afirmou que a polícia foi covardemente atacada. Mas não respondeu por que os policiais que estavam de serviço na sexta-feira não foram avisados de que o PCC planejava os ataques, para que pudessem tomar medidas preventivas. "Avisamos a todos, mas muita gente não acreditou", alegou. Soldados e sargentos da PM disseram que não sabiam da possibilidade dos ataques. O comando da corporação garante que essa informação foi passada aos comandantes de batalhões e companhias. Saulo afirmou ainda que a situação em São Paulo está sob controle. O secretário fez um apelo à população para que dê informações ao Disque-Denúncia (181). "Estamos numa guerra contra o crime". O delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), endossou as palavras do secretário e reiterou que a situação na cidade já está normalizada. Segundo ele, os últimos ônibus queimados não estão necessariamente ligados a ações do PCC. "As ocorrências estão dentro do normal do que acontece em uma cidade do porte de São Paulo. A polícia está em alerta e começamos a correr atrás de informações que já havíamos mapeado sobre membros do PCC". Segundo o delegado, os policiais estão de prontidão e tiveram suas férias suspensas. Para ele, a população pode retomar à sua rotina. Ataques - Apesar das informações de que os ataques haviam cessado, entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem 10 ônibus foram incendiados na Capital. Algumas empresas chegaram a retirar seus veículos de circulação. Em Guaratinguetá (SP), um ônibus municipal também foi incendiado. Outros dois foram queimados em Mauá, na Grande São Paulo. As mortes continuaram durante a madrugada de ontem. Segundo informações do 95º DP, em Heliópolis, três suspeitos foram mortos em uma favela após dispararem tiros de fuzil contra uma viatura da PM. Em Guarulhos, dois suspeitos morreram após trocas de tiros com a polícia. Outro homem que planejava um ataque a uma delegacia também foi morto. Em São Sebastião, no litoral paulista, homens encapuzados e armados com espingarda calibre 12 e pistolas destruíram parte da gráfica do jornal "Imprensa Livre". Na manhã de ontem, policiais trocaram tiros com suspeitos em um carro na marginal Tietê. Um deles foi baleado e o outro fugiu. No carro foram encontradas bananas de dinamite. (Agências)


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Fotos: Arquivo DC

Fotos: Reprodução

MUNDO DO SAMBA

A rica melodia de Wanderley Monteiro

CONCERTO

Ramón Vargas em tom intimista

André Domingues

Grande tenor mexicano, estrela do MET de Nova York, interpreta canções latinas em São Paulo Luis S. Krausz

A Aprendizado musical surgiu nas rodas de samba de quintais e bares noturnos cariocas. Beth Carvalho foi sua madrinha musical.

mundo do samba nem sempre está em sincronia com o resto da MPB. Seus movimentos, seus grandes sucessos, muitas vezes, passam despercebidos às rádios, às páginas de jornais. Veja um exemplo: ao lançar o CD coletivo Renascença Samba Clube – Samba do Trabalhador, o idealizador do projeto, Moacyr Luz, listava entre os participantes já "cascudos" (renomados) da gravação o nome de Wanderley Monteiro, cantor de Somos Nós. E de fato é, para os que já presenciaram a receptividade de algumas de suas músicas nas rodas de samba. Mas só para estes. Fora daquele universo, Wanderley soa quase tão novo quanto a novíssima cantora Luíza Dionísio, também integrante do projeto. Só mesmo a ousadia de gente como Moacyr Luz, que acaba de lançar em DVD Renascença Samba Clube, pode corrigir esse equívoco. Wanderley Monteiro não surgiu em nenhuma escola de samba ou bloco carnavalesco. Seu aprendizado musical foi nas rodas de samba de quintais e bares noturnos cariocas. Num deles, aliás, conheceu aquela que lhe daria os primeiros grandes sucessos, Beth Carvalho. "A Beth foi fundamental para minha carreira. Antes dela, o Wanderley Monteiro era só Wanderley, não tinha expectativa de ser artista", conta ele. E com razão. Beth foi para Wanderley, assim como

para todo o pessoal do Fundo de Quintal, para Zeca Pagodinho, para os meninos do Quinteto em Branco e Preto, uma verdadeira madrinha artística, gravando suas composições, citando seu nome e, sempre que possível, levando-o consigo para o palco. A história dos dois é bonita. A primeira música dele que a cantora gravou, Vida de Compositor, curiosamente, nasceu de um fracasso musical, uma derrota na disputa de samba-enredo na escola Unidos de São Clemente, a primeira escola de que se aproximou, já adulto. "Eu estava meio decepcionado e fiz esse samba com meus parceiros Carlos Caetano e Gerson Gomes. Quando a Beth me ouviu cantar, num bar em Vila Isabel, pediu para eu não dar para ninguém, garantindo que ela ia gravar", relembra. E gravou assim que pôde, depois de dois anos, durante os quais Wanderley cumpriu a risca a sua promessa. O maior êxito, porém, veio um pouco depois, com a inspirada Água de Chuva no Mar, a faixa mais tocada do repertório do disco Pagode de Mesa n° 2, lançado por Beth em 2000. Outro bamba empenhado em incentivar Wanderley foi Zé Luiz do Império, que pegou-o pela mão e o levou às rodas onde os compositores cariocas se encontram, sempre apresentando-o como "garoto novo". Desse impulso resultaram parcerias com gente do quilate de Délcio

Carvalho, Ratinho e Luiz Carlos da Vila. Tímido, Wanderley conta que eram sempre esses nomes consagrados que o chamavam para compor: "Eu tinha e – tenho – muita vergonha de chamar um cara importante como o Ratinho para compor", explica. O "cascudo" Wanderley Monteiro tem apenas um CD lançado, o excelente Vida de Compositor, de 2005. Nele, podem-se ouvir as canções que Beth Carvalho gravou – ela, inclusive, assina o encarte e divide o microfone em Água de Chuva no Mar – e outras preciosidades, como Vozes do Subúrbio e Semente do Amor. Seu canto seguro, trazendo claras referências de Paulinho da Viola e Roberto Ribeiro, passeia por melodias ricas e de surpreendente tessitura (extensão entre a nota mais grave e a mais aguda). Um grande destaque do disco é Por um Triz, com seu interessantíssimo uso de contraponto – executado com maestria por sua esposa, Iracema Monteiro. Um aviso aos paulistas: Wanderley tem vindo para cá freqüentemente e se apresentado em bares, sobretudo no bar Samba, na Vila Madalena. Amanhã, sábado, dia 20, estará lá. Iracema também. É boa pedida!

carreira internacional do mexicano Ramón Vargas começou de maneira repentina: convidado de última hora a substituir ninguém menos do que Luciano Pavarotti no Metropolitan Opera House de Nova York, em 1993, ele recebeu todos os elogios possíveis da crítica. E de lá até hoje, não parou mais, interpretando os grandes papéis de tenor nos templos da ópera da Europa e dos Estados Unidos. Ao lado de sua carreira operística, Vargas tem se dedicado à carreira de recitalista, na qual é dono de um repertório notável. Recentemente o selo RCA lançou um CD de Vargas inteiramente dedicado à canzone (canção) italiana dos séculos 17 e 18, além de outros, dedicados à canção erudita de seu México natal. Para a crítica especializada, Vargas passa agora por um grande momento

de sua carreira, tendo atingido a plena maturidade de sua voz e de sua musicalidade, e sentindo-se seguro num repertório que abrange, ao lado dos grandes papéis operísticos para sua voz, o repertório de canções italiano, alemão, francês e espanhol. Assim, assistir ao recital que Vargas apresenta, nas próximas terça e quinta, no Teatro Cultura Artística, é uma rara oportunidade de ver mais de perto – na intimidade por assim dizer – este que é hoje considerado como um dos grandes tenores do cenário internacional, e de ouvir uma voz que quase sempre aparece inserida em produções grandiosas. Acompanhado pela pianista georgiana Mzia Baktouridze, hoje professora no Conservatório de Moscou, Vargas apresenta dois programas diferentes de canções do repertório erudito latino, abordando obras de Fauré, Respighi, Villa-Lobos, de Falla e Bellini.

Não se trata, porém, de árias de óperas, e sim de canções breves, criadas especificamente para voz e piano, com base em poemas tradicionais das culturas francesa, espanhola e italiana. Ele interpreta, também, algumas peças de compositores mexicanos praticamente desconhecidos no Brasil.

Fauré

Villa-Lobos

Respighi

Ramón Vargas e Mzia Bakhtouridze - Teatro de Cultura Artística, Rua Nestor Pestana, 196, tel. (11) 32583344. Terça (23) e quinta (25), às 21h. Ingressos de R$ 100 a R$ 200 (para estudantes custa R$ 10, meia hora antes dos concertos). Ramón Vargas - In my heart Italian Songs from the 17th. and 18th. centuries. RCA Victor. Disponível para compra no site www.amazon.com.

CINEMA Europa Filmes/Divulgação

Bar Samba - Rua Fidalga, 308, tel.: (11) 3819-4619, Vila Madalena. Amanhã, sábado, dia 20, às 21h30. Com participação especial de Carlinhos 7 Cordas.

DVD Renascença Samba Clube: ousado, criativo, um sopro de liberdade na música brasileira

O risco de cruzar fronteiras A outra estréia da semana é A Noiva Síria (The Syrian Bride, 97 minutos, Israel, França, Alemanha, 2004), dirigido por Eran Riklis. O problema da jovem Mona (Clara Khoury) está na fronteira entre Israel e Síria. Ela vive em uma comunidade drusa, nas Colinas de Golã, ocupada por Israel desde 1967 e está de casamento marcado com um astro de TV Tallel (Derar Sliman) também druso, mas morador do lado Sírio. Mona sabe que atravessar a fronteira significa correr o risco de nunca mais voltar para sua adorada família, que acompanha de perto a situação insustentável. O longa é uma história sobre fronteiras físicas, mentais e emocionais e a vontade de cruzar essas fronteiras. Veja a programação de cinema em www.dcomercio.com.br


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Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

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NOVOS LANCHES E BRINDES NAS REDES DE FAST-FOOD

Reco-reco é um dos brindes da rede Giraffas para os clientes durante a Copa do Mundo

Fotos: Newton Santos/Hype

COPA DE

sanduíches Redes investem em lançamentos temáticos McDonald's e Habib's são alguns dos fast-foods que têm novidades para a Copa

A

s redes de fast-food iniciam, neste final de semana, ações para vender mais sanduíches durante a Copa do Mundo de Futebol. McDonalds, Bob's, Habib's e Giraffas já apresentaram suas novidades e esperam altos retornos de seus investimentos. Com ampla campanha de marketing, o McDonald's quer repetir neste ano o sucesso de vendas da Copa de 2002, quando foram criados lanches de países com culinária marcante e exótica, como Arábia Saudita e Japão. A rede de fast food é pioneira nesse tipo de iniciativa nas suas lojas em outros países. "O McDonald's da Alemanha queria fazer o mesmo nesta Copa, mas desistiu", disse o vicepresidente da empresa no Brasil, Mauro Multedo. Em 2002, a campanha elevou as vendas em 18% sobre junho de 2001. Desta vez, a rede vai oferecer a "Copa dos Sabores", com sete sanduíches criados em homenagem aos campeões mundiais: Brasil, Alemanha, Argentina, França, Inglaterra, Itália e Uruguai. A expectativa é de que haja um aumento de 20% na receita sobre junho de 2005. Evolução – Segundo Multedo, os fãs de hambúrgueres poderão provar lanches que mostram a evolução do McDonald's. Entre eles o McItália, com polpetone com recheio, e o McInglaterra, um McFish com molho de limão e salada em pão integral. Os preços va-

Bob's criou o lanche dos campeões

McArgentina, às terças-feiras

Às quintas-feiras, McUruguai

riam de R$ 7,45 a R$ 11,95. Os valores acompanham o Big Mac e o Big Tasty, o carro-chefe e o último lançamento da rede, respectivamente. A campanha começará a ser veiculada na mídia impressa, rádio, internet, pontos-devenda, televisão, outdoor e mídia exterior a partir de amanhã. Foram investidos R$ 15 milhões em mídia e produção. O projeto levou quase um ano para ser implementado. Kits – Mais contida, a rede

Habib's já iniciou nos seus pontos-de-venda e site a promoção do seu lançamento, o Bib'sfera. Trata-se de uma série de kits de esfihas e suco que darão o direito a um copo com desenhos das 32 seleções participantes da Copa. Se o cliente pagar R$ 4,90, pode levar um boneco para casa. A empresa espera faturar R$ 600 mil com a ação. Durante os jogos da seleção brasileira, a previsão é que as vendas cresçam ainda mais. O diretor de marketing do Habib's, Thomaz Pedroso, disse que os clientes poderão assistir aos jogos nos televisores espalhados nas lojas e, se beberem três copos de chope, ganham um. A promoção é válida nos 32 restaurantes paulistas. Frases – No Bob's, a cada semana um lanche campeão de vendas virá acompanhado de uma frase relacionada a futebol. Quem comer o Double Grill Bacon vai ler "Mande a fome para escanteio". A frase do Franfilé é: "Frango só é bom aqui e no campo do adversário". A previsão da rede é de aumentar a receita em até 15% ante junho de 2005. Já a Giraffas vai contribuir para os torcedores fazerem barulho durante os jogos. Ao comprar sanduíches, refeições ou refrigerante, os clientes vão ganhar apito, corneta, reco-reco, sanfona ou trompa.

O McDonald's vai fazer um lanche para cada dia da semana em homenagem aos campeões mundiais

Enquanto o McDonald's aposta em lanches temáticos, o Habib's investe em copos, bonecos e promoção de chope

O McBrasil será vendido às sextas-feiras

O McAlemanha poderá ser provado aos sábados

Givaldo Barbosa/Agência O Globo

Adriana David

SPFW Preview antecipa tendências

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inverno nem começou e os varejistas já estão pensando na coleção de primavera-verão 2006/07. "Não se trata de ansiedade, mas de planejamento", disse Paulo Borges, organizador da São Paulo Fashion Week (SPFW), que promove a primeira edição do SPFW Preview, uma espécie de "novo calendário" da moda para que os lojistas preparem suas coleções com antecedência. No total, 13 marcas, entre elas, Ellus, Forum, Patachou, Reinaldo Lourenço, Triton, Vide Bula e Zapping, estão mostrando parte das coleções que serão apresentadas no SPFW, entre os dias 12 e 18 de julho.

A expectativa do organizador é aumentar 30% o faturamento da SPFW, que chegou a R$ 750 milhões na edição primavera-verão do ano passado. Bom momento – Segundo a estilista e proprietária da Patachou, Tereza Santos, esse é um grande momento para o mundo da moda. "Projeta o País na indústria têxtil, abre caminhos para importações e exportações, além de aumentar a demanda por tecidos e roupas", disse. A Patachou não tem a exportação como parte de seus planos. Mas a estilista já atua no mercado internacional com a outra grife que leva seu nome. A marca é comercializada em Paris, Nova York, Japão, Alema-

nha, Itália, Turquia e Austrália. A cada ano, a Patachou investe no estilo feminino confortável, moderno e elegante. "Pensei na mulher dos anos 90, moderna e despojada", disse Teresa. Roupas esportivas, com tecidos naturais, devem dar o tom da nova coleção. Tendências – Para o organizador da SPFW, tudo vale para a moda da próxima estação. "Tudo é eclético, múltiplo e democrático. Nos anos 80, cerca de 20 nomes ditavam a moda no Brasil. Hoje, não dá para saber o que emociona o consumidor. Então, o estilista faz o que lhe agrada para seduzir", concluiu Paulo Borges. Ana Laura Diniz e Neide Martingo

Planos de saúde com contas em dia

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m levantamento divulgado ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que houve melhora na situação econômico-financeira das empresas que operam planos de saúde no Brasil. De acordo com o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Alfredo Cardoso, isso garante ao consumidor um nível maior de segurança. Os dados fazem parte do Atlas Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar 2005 – um mapeamento da situação dessas operadoras que reúne informações repassadas à ANS desde 2003 até o ano passado.

O documento indicou melhora no grau de liquidez das empresas, ou seja, maior capacidade de as operadoras pagarem suas despesas. Para os usuários, isso representa mais segurança de que as empresas terão condições de manter os serviços contratados. "A ANS está mais próxima de atingir seu objetivo de deixar no mercado somente operadoras com boas condições financeiras", disse Cardoso. "O desafio é fazer com que essa evolução se reflita na melhoria da qualidade assistencial dos serviços prestados." O levantamento também mostra que, a partir de 2003,

houve redução de 7,5% no número de empresas que operam no mercado de saúde suplementar, conseqüência da regulamentação do setor pela ANS. Segundo Cardoso, ao estabelecer regras para o relacionamento entre empresas e usuários, a agência estimula a "seleção natural" do mercado para que somente companhias com condições econômicas mínimas continuem operando. Atualmente, existem cerca de 1,7 mil empresas, atendendo a quase 37 milhões usuários. Mais da metade está no Estado de São Paulo, que apresenta a maior cobertura do País: cerca de 38%. (ABr)

Manifestantes do Grito da Terra protestaram ontem em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília

Protestos em sete estados

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O protesto, iniciado em Mato mento das BRs 285 e 386, a juíza movimento do Grito da Terra, iniciado pe- Grosso, teve adesão de agricul- da 3.ª Vara Cível do município, los produtores rurais tores em São Paulo, Bahia, Rio Marlene de Souza, determipara pedir incentivo ao setor Grande do Sul, Paraná, Mato nou a passagem de ônibus, veípor parte do governo federal, Grosso do Sul e Tocantins. "Esta culos dos Correios e camiprotestou ontem em Brasília e é a hora de sermos inteligentes, nhões com cargas perecíveis. garantiu que os bloqueios vão vamos dar uma trégua, mas Se a ordem não for cumprida, a continuar nos estados, o que continuar mobilizados", disse o Federação dos Trabalhadores promete ameaçar o abasteci- presidente da Famato, Homero na Agricultura, o Sindicato mento de produtos em algu- Pereira. Os pecuaristas do Ins- Rural e dos Trabalhadores Rumas regiões. Em Mato Grosso, tituto Nacional de Defesa rais, responsáveis pelos procomeçam a faltar produtos Agropecuária de Mato Grosso testos, pagarão multa diária de nos supermercados. Incenti- aderiram ao movimento e fe- R$ 30 mil. Em São Luiz Gonzavador do movimento "Grito charam desde segunda-feira 51 ga, o trevo de acesso à cidade do Ipiranga", iniciado em 21 escritórios que liberam a carne também está bloqueado. Agricultura familiar – O gode abril, o governador e pro- das fazendas para o abate. Já no Rio Grande do Sul, os verno federal, no final da noite dutor de soja e algodão Blairo Maggi (PPS) quer a suspensão bloqueios causam desabaste- de ontem, divulgou que vai das manifestações, que já afe- cimento no interior do estado. destinar R$ 10 bilhões em créEm Carazinho, no entronca- ditos para a agricultura famitam a arrecadação estadual. liar, além de medidas O m o v i m e n t o d e Jamil Bittar/Reuters de apoio à comerciacargas nas estradas lização, ao custeio e à caiu 50%. Por causa assistência técnica. O da crise no agronegóanúncio faz parte do cio, o estado fechará o plano de safra ano com um déficit de 2006/2007, que será R$ 600 milhões nas lançado em junho. contas públicas, disse Até agora ainda não Maggi. Mas a mobilifoi apresentada nezação vai continuar, nhuma solução para conforme decisão o endividamento do da Federação da setor em relação à saAgricultura do EstaTrabalhadores rurais querem mais incentivo para o setor fra 2005/2006. (AE) do (Famato).


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Planalto Eleições Segurança CPI

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CONGRESSO QUER LIMPAR A PAUTA DE VOTAÇÕES ANTES DACOPA

Qualquer 'triquetrique' agora não vai ajudar a combater o crime organizado. Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado

DIÁLOGO PARA VOTAÇÕES NO SENADO É RETOMADO, MAS SEGUEM OS ATAQUES SOBRE A CRISE NA SEGURANÇA. Roberto Stuckert Filho/Agência O Globo

GOVERNO E OPOSIÇÃO ENSAIAM UMA TRÉGUA

Ailton de Freitas/Agência O Globo

Ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro (acima), não recua, mas reconhece que é hora de dialogar: 'O momento agora é de alterar a qualidade do debate, devemos estabelecer relações institucionais de forte colaboração'. Do outro lado, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio fala em 'zerar o jogo' para que o Senado volte a funcionar normalmente.

Depois da radicalização em torno da onda de violência em São Paulo, governo e oposição decidiram ontem fazer uma trégua e devem retomar as votações no Congresso na p ró x i m a s e m a n a . N enhum dos dois lados, porém, recuou das duras acusações e críticas feitas na quarta-feira. Mesmo dizendo que "não há por que recuar" de declarações consideradas ofensivas pela oposição, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que oposição e governo devem baixar o tom das "querelas políticas" para resolver o problema na segurança pública e minimizar o poder da facção criminosa PCC. Tarso também retomou ontem contatos com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). O líder tucano disse que o ministro fez "umas conversas de comadre", mas admitiu que não há rompimento de diálogo e propôs "zerar o jogo". "Proponho uma autocrítica geral, para que as autoridades e as lideranças políticas possam zerar o jogo", afirmou Virgílio a jornalistas no Senado. "Qualquer 'triquetrique' agora não vai ajudar a combater o crime organizado", completou. Debate – Genro fez questão de ressaltar que o bombardeio começou com uma declaração do candidato do PSDB à Presidência. O tucano Geraldo Alckmin acusou o governo federal de não repassar dinheiro para o sistema penitenciário, daí o possível motivo de rebeliões em presídios e ordens repassadas de dentro das cadeias para assassinar policiais. "O debate começou à medida em que nós, do governo federal, detectamos uma espécie de transferência de responsabilidade", afirmou o ministro. "Isso nós não admitimos", completou. O ministro, porém, avaliou que não é importante saber quem começou o debate. Três medidas provisórias e as indicações da procuradora Carmem Lúcia Antunes para o Supremo Tribunal Federal (STF), de 12 embaixadores para postos no exterior e de cinco diretores de agências reguladoras deixaram de ser votadas pelos senadores na quarta-feira, num prot e s t o d o P S D B c o n t r a G e n ro , q u e h a v i a responsabilizado o ex-governador Geraldo Alckmin pela crise de segurança. "A oposição passou dos limites necessários para responder politicamente, mas isso é devido ao momento de tensão que o País vive", disse Genro. "O momento agora é de alterar a qualidade do debate, devemos estabelecer relações institucionais de forte colaboração."

Parlamentares do governo e da oposição têm interesse em "limpar" a pauta de votações no Congresso antes da Copa do Mundo, em junho e julho, e do início oficial da campanha eleitoral, em agosto. Votações – Além das matérias negociadas para aprovação pelo Senado, o Congresso tem sessão marcada para quarta-feira, quando deve votar propostas que alteram a tramitação da lei orçamentária. O governo quer concluir a votação do Fundo do Ensino Básico (Fundeb). O líder da oposição, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), disse que a produção legislativa não pode ser comprometida, apesar do "desatino" de Genro Indagado se estava recuando em relação ao que falara na véspera, Tarso Genro negou, mas não repetiu as acusações contra Alckmin. "Recuando de quê? Eu não recuo de nada. As minhas posições foram muito claras, respeitosas, institucionais, não ataquei ninguém pessoalmente", afirmou. "Temos de conversar agora e assumir funções e posições de pessoas de Estado para combater a criminalidade organizada e discutir uma cooperação." Genro ironizou o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Num aparte emocionado, quarta-feira, o parlamentar tucano defendeu a demissão do ministro do governo. "É a mesma coisa que eu pedir a demissão do presidente do PSDB, não tem nenhum valor", disse Genro. "Não podemos ter um contencioso democrático, dramatizado por pessoas que não se falam, não se comunicam." Mais ataques – Em resposta fala do ministro contra Alckmin, o vereador José Aníbal (PSDB) – um dos coordenadores da campanha do pré-candidato tucano à presidência – afirmou que as críticas de Genro refletem uma autocrítica ao próprio PT. Depois de classificar os ataques como "levianos", Aníbal também partiu para o ataque: "realmente não se pode levar a sério o que eles (petistas) dizem, me parece que a acusação do ministro é uma autocrítica às relações do PT com o crime". O coordenador da pré-campanha de Alckmin à Presidência disse que "o PSDB não tem um episódio em toda sua história de qualquer relação com o crime". E continuou: "Já as relações do PT com o crime são públicas, como o assassinato do prefeito Celso Daniel (Santo André), a relação petista com as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o financiamento do jogo do bicho no Estado do ministro (Rio Grande do Sul). Por isso, acredito que as declarações de Genro podem ser percebidas como uma autocrítica." (Agências)

Niels Andreas/AE/23-03-2006

Lula Marques/Folha Imagem/22-11-2005

Deputado tucano Edson Aparecido rebate críticas de Aloizio Mercadante (PT) sobre política de segurança.

PT QUER PUNIÇÃO PARA GOVERNO DE SÃO PAULO A bancada petista na Assembléia Legislativa de São Paulo informou ontem que vai preparar uma ação de responsabilidade criminal contra as autoridades estaduais pelas mortes decorrentes dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado. A decisão foi tomada na quarta-feira, após reunião com pré-candidato do PT ao governo, Aloizio Mercadante. Segundo informou o site do partido, o Partido dos Trabalhadores também pretende investigar se houve acordo entre o governo e o PCC. De acordo com o líder do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Ênio Tatto, o partido quer ainda convocar os secretários da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, e da Segurança, Saulo de Castro Abreu Filho, para prestar esclarecimentos na Casa. O líder da bancada afirmou que o partido vai

lutar pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a crise na segurança pública no Estado. Ele reconheceu, no entanto, que a tentativa pode não funcionar. Reação – O líder do governo na Assembléia Legislativa, Edson Aparecido (PSDB), reagiu irritado frente à atitude dos petistas e às críticas de Mercadante, à política de segurança do governo estadual. Reunido na quarta com a bancada petista na Assembléia, Mercadante responsabilizou a falência do sistema prisional em São Paulo pelos ataques do PCC e acusou governos do PSDB e do PFL de desperdiçar dinheiro. "O Mercadante, que costuma votar contra os interesses de São Paulo no Congresso, não tem moral nenhuma para criticar", disse. "O PT está querendo usar uma tragédia para tirar proveito eleitoral. Isso é inadmissível, e a população vai perceber." Aparecido acusou o governo Lula de "abandonar" o Estado. "Não veio um centavo do Fundo Penitenciário em 2004 e 2005." Segundo a liderança do governo, o investimento federal em segurança caiu 87% de 2002, último ano do governo FHC, até 2005. O deputado tucano descartou a possibilidade de os secretários prestarem depoimentos. "Em algum tempo, eles podem vir, mas, agora, eles têm coisas muito mais importantes para resolver", afirmou. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

CU VIR LT AD UR A AL

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Dança: principal atração do Museu do Ipiranga. Grupo Sensus: estímulo à imaginação do público

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

FESTA PARA TODOS Em sua segunda edição, evento chega para celebrar a cidade através cultura Rita Alves

Tuca Vieira/Folha Imagem

Divulgação

Roberto Sousa/Divulgação

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ranqüilidade e diversão são as palavras-chaves reservadas para o próximo fim de semana, quando começa a segunda edição da Virada Cultural. Mais de 400 shows, peças de teatro, feiras e filmes estarão espalhados em 96 locais da cidade de São Paulo. Para abrir a festa, João Bosco e a Banda Mantiqueira foram os escolhidos. A apresentação está programada para às 18h de sábado, dia 20, no Boulevard São João. Só no Centro, durante a noite e a madrugada, a festa é grande e há opções para os gostos mais diversos e exigentes. Acompanhe. Segundo o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, o conceito dessa segunda Virada continua sendo cultura para todos em todos os lugares e com várias linguagens artísticas. "O evento é um convite para que a cidade seja celebrada através da cultura", afirma. Ele destaca que um dos objetivos do evento é revelar a vocação cultural de alguns importantes espaços urbanos. É o caso do Museu do Ipiranga, que após os shows da primeira Virada Cultural passou a receber outros espetáculos. Este ano a dança será a principal atração do museu, incluindo duas importantes companhias do País: o Ballet Stagium e o Balé da Cidade. Para aqueles que querem conhecer outros museus da capital, a bicicleta pode ser uma alternativa de transporte nessa Virada. Um percurso ciclístico parte da Casa das Rosas, às 19h30 e termina no Museu de Arte Sacra, na avenida Tiradentes. A Pinacoteca do Estado e o recém-inaugurado Museu da Língua estão no trajeto dos ciclistas. Sérgio Affonso, presidente do Clube dos Amigos da Bike, entidade organizadora do Circuito Pedal, conta que o passeio será feito em ritmo leve e não oferece grandes dificuldades, já que a maior parte do trajeto é de descida. O uso de capacete será obrigatório e o participante deverá ter um mínimo de intimidade com a bicicleta. Viva 22 - Para reviver A Semana de Arte Moderna de 1922, o núcleo Studio 184 da Cooperativa Paulista de Teatro montou um espetáculo especial para o evento. O grupo pretende fazer uma tresloucada releitura do maior acontecimento artístico do País. A Semana de Arte Moderna na Virada Cultural - Releitura do Studio 184 será apresentado no Teatro Studio 184, Centro, com ingressos a R$ 2. A programação de teatro da Virada Cultural inclui todas as regiões da cidade. A Casa das Rosas e o Centro Cultural São Paulo são algumas das alternativas para quem gosta de teatro. Em época de Copa do Mundo, as crianças ganham um evento especial ligado ao tema. É o espetáculo Histórias de Chuteiras - Coisas de Futebol, com o grupo Te Conto Umas, que se apresentará no dia 21, às 16h30, no Teatro Sesc Vila Mariana. A apresenta-

Veja mais atrações em www.dcomercio.com.br. E a programação completa no site da Virada Cultural: www.viradacultural.com.br

Sesc/Divulgação

Marco Antônio Resende/Folha Imagem

João Bosco e a Banda Mantiqueira abrem a festa. Esperando Godot é atração no Sesc Paulista. Do fundo do Baú é diversão para as crianças. Mônica Salmaso e Toninho Ferragutti fazem duo no Auditório Ibirapuera. E a Osquestra Bachiana Jovem, sob a batuta do maestro João Carlos Martins, tem o Pátio do Colégio como palco.

ção é recomendada a crianças a partir de 3 anos e traz seis histórias sobre futebol baseadas em textos de escritores como Luís Fernando Veríssimo, Nelson Rodrigues, Armando Nogueira e Eduardo Galeano, misturando literatura, música e teatro. Telão - Os fãs da sétima arte não poderiam ficar de fora da festa. O Museu da Imagem e do Som (MIS) é um dos espaços reservados para a exibição de filmes. No sábado, a partir das 18h, serão exibidos 21 filmes da Mostra Prêmio Estímulo de Cinema, com curtas produzidos entre 1984 e 2003. A iniciativa revelou grandes cineastas da atualidade, como Carlos Reichenbach, Tata Amaral e Fernando Bonassi. As sessões estão programadas para terminar às 2 horas da madrugada do domingo (21). O Reserva Cultural, localizado no prédio da Fundação Cásper Líbero, também é outra alternativa para quem gosta de cinema. A programação especial começa a partir da meia noite de sábado, dia 20. São oito préestréias, além de dois filmes nacionais

com apresentações ligadas às trilhas sonoras das produções. O Cine Tela Brasil, projeto que vai de periferia em periferia exibindo filmes nacionais gratuitamente, vem a São Paulo especialmente para fazer parte da Virada Cultural. Criado e desenvolvido pelos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi (autores do premiado Bicho de Sete Cabeças), o Cine Tela Brasil terá em sua programação filmes como 2 Filhos de Francisco, Ginga, Bicho de Sete Cabeças, entre outros. Bach no Pátio - O jornalista Gilberto Dimenstein e o maestro João Carlos Martins terão seu espaço garantido no Pátio do Colégio. Às 23h30 de sábado, o jornalista fará uma palestra sobre música e inclusão social. "O objetivo é mostrar como a música e a arte podem ser meio de inclusão social e revitalização urbana", disse Dimenstein. Após a palestra, à meia-noite, o maestro conduzirá a Orquestra Bachiana Jovem, com integrantes que no passado eram considerados como socialmente "invisíveis". Também no Centro, na Praça Dom José Gaspar, o projeto Piano na Rua,

formatado pelo maestro Adylson Godoy, vai reunir nomes como Nelson Ayres, João Carlos Assis Brasil, Wagner Tiso e outros solistas. "Chamei o que considero os 12 maiores nomes de solistas do país e todos aceitaram com empolgação", conta o maestro, que tem sua apresentação marcada para às 20h do sábado. Um dos idealizadores da Virada Cultural, o Sesc São Paulo participa com grandes atrações. As unidades Sesc Pompéia, Sesc Santana e CineSesc terão seus horários estendidos durante o evento, que vai das 18h do dia 20 até às 18h do dia 21 de maio. As unidades da Avenida Paulista, Ipiranga e Vila Mariana têm espetáculos em horários alternativos. Joyce e Dori Caymmi marcam

Virada Cultural Teatro Studio 184 Praça Roosevelt, 184, Centro Dia 20, às 18h Ingresso: R$ 2 Histórias de Chuteiras Sesc Vila Mariana Rua Pelotas, 141 Dia 21, às 16h30 Ingresso: grátis Mostra do Prêmio Estímulo de Cinema MIS - Museu da Imagem e do Som Av. Europa, 158, Jardim Europa Dia 20, a partir das 18h Ingresso: grátis

Pré-estréias Reserva Cultural Avenida Paulista, 900 Dia 20, a meia-noite Ingresso: R$ 8

presença no Sesc Pompéia. O reencontro dos músicos resulta em um show ao mesmo tempo elegante sensorial. O espetáculo está marcado para o dia 20, às 21h. Também no Pompéia, o público pode conferir a World Press Photo que mostra as melhores imagens do fotojornalismo de 2005, escolhidas pela fundação holandesa World Press Photona. Show - A programação de shows musicais inclui atrações como os Paralamas do Sucesso, que vão se apresentar às 15h de domingo no Sesc Interlagos. O cantor Zé Ramalho é a atração da unidade de Itaquera. Já no Auditó-

rio Ibirapuera o show fica por conta da cantora Mônica Salmaso, em duo com o compositor e acordeonista Toninho Ferragutti. No repertório, canções compostas por Tom Jobim e Chico Buarque, Adoniran Barbosa, Joyce o por Ferragutti. Quem aproveitar as atrações da segunda Virada Cultural não vai precisar se preocupar com a volta para casa. As estações de metrô e trens funcionarão durante toda a noite. A SPTrans promete reforço para as linhas de ônibus.

Cine Tela Brasil Estrada de Taipas (esquina com a Rua Camilo Zanoti) Dia 20, a partir das 18h Ingresso: grátis Palestra: música e inclusão social Pátio do Colégio, Centro Dia 20, às 23h30 Ingresso: grátis Orquestra Bachiana Jovem Pátio do Colégio Dia 20, a meia-noite Ingresso: grátis Piano na Rua Praça Dom José Gaspar, s/n, Centro Dia 20, a partir das 22h, grátis

Paralamas do Sucesso Sesc Interlagos Av. Manuel Alves Soares Dia 21, às 15h Ingresso: R$ 6 Zé Ramalho Sesc Itaquera Av. Fernando do Espírito Santo Dia 21, às 15h Ingresso: grátis Mônica Salmaso e Toninho Ferragutti Auditório Ibirapuera Av. Pedro Álvares Cabral Dia 20, a meia-noite Ingresso: grátis

Fernando Mucci

Divulgação

Ballet Stagium Museu do Ipiranga Parque da Independência dia 20, às 22h Ingresso: grátis Balé da Cidade de São Paulo Museu do Ipiranga Parque da Independência dia 21, às 1h15 Ingresso: grátis Pedalada cultural Casa das Rosas Avenida Paulista, 37 Dia 20, às 19h30 Ingresso: grátis A Semana de Arte Moderna na

Luiz Prado/LUZ

Passos e poses do Balé da Cidade


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Nacional Imóveis Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

BALANÇA COMERCIAL FORTALECE O REAL

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

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por cento é a valorização acumulada pela Bolsa de Valores de São Paulo desde o início deste ano.

UMA DAS IDÉIAS É PERMITIR AO EXPORTADOR QUE DEIXE DÓLARES NO EXTERIOR PARA PAGAR COMPROMISSOS

GOVERNO ESTUDA CONTER ALTA DO REAL Ed Ferreira/AE – 27/3/06

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governo estuda a adoção de medidas na área cambial para conter a valorização do real e ajudar o setor exportador, que tem reclamado desse problema. O Ministério da Fazenda confirmou ontem que, por determinação do ministro Guido Mantega, técnicos da pasta e do Banco Central (BC) estudam a adoção de medidas para diminuir o fluxo de entrada de dólares obtidos com as vendas externas, como a permissão para o exportador manter fora do Brasil dólares para honrar compromissos no exterior. Hoje, para honrar uma dívida no exterior ou pagar algum produto importado, o exportador precisa trazer, em um prazo de até 210 dias, os dólares que conseguiu com suas vendas. Então, para quitar seus compromissos lá fora ele novamente realiza uma operação de câmbio e troca os reais por dólares e os envia ao exterior. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que o custo dos exportadores com esse processo chega a 4% do valor transacionado. O cálculo não é confirmado pelo BC. Mantega almoça hoje na Fiesp com cerca de 30 empresários para discutir o assunto. Se os exportadores puderem ter conta no exterior, cai o fluxo de dólares no mercado brasileiro, o que eleva a cotação da moeda norte-americana. A assessoria do Ministério da Fazenda informou também

que a conclusão dos estudos e uma decisão de Mantega devem ocorrer em menos de um mês. A hipótese mais forte é de que em cerca de duas ou três semanas o ministro chegue a alguma conclusão. A possibilidade de se manter dólares no exterior em uma conta aberta pelos exportadores já faz parte de projeto de lei elaborado pela Fiesp e apresentado ao Congresso Nacional em fevereiro. Até agora, o projeto, que atualiza a legislação cambial brasileira, vem tramitando a passos lentos. Alternativas — Para o setor produtivo, o governo tem alternativas para colocar o dólar em um nível mais favorável à exportação, que não passam necessariamente pela aceleração da queda do juro. As sugestões dos representantes da indústria envolvem mecanismos que freariam o fluxo de dólares no mercado brasileiro – desde a revogação de isenções fiscais oferecidas para investidores estrangeiros aplicarem em títulos brasileiros até a adoção de quarentena para o dinheiro especulativo que vem de fora do País. "Quaisquer que sejam as medidas adotadas, elas servirão apenas como paliativos para estancar a sangria dos exportadores até que seja possível a queda mais rápida dos juros", afirmou Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor-técnico do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). (AE)

Tesouro recusa juro alto

O

Tesouro Nacional vendeu ontem 1,92 milhão de títulos prefixados (LTNs e NTNs-F) ou 37,5% dos 5,1 milhões de unidades ofertadas ao mercado. A operação, equivalente a R$ 1,75 bilhão, será quitada hoje. O Tesouro rejeitou a maioria das propostas de preço encaminhadas pelas instituições financeiras interessadas em comprar os títulos. A elevação dos juros futuros nos últimos dias provocou um forte ajuste nas taxas de remuneração dos papéis federais e o Tesouro evitou sancionar uma trajetória de alta excessiva, e

talvez transitória, das taxas de retorno desses títulos. O Tesouro pretendia vender até 4,5 milhões de LTNs em três vencimentos, mas colocou apenas 1,82 milhão de unidades de um único lote: janeiro de 2007, a 14,939% ao ano. A meta de venda de NTN-F era de até 600 mil unidades, mas a colocação ficou limitada a 100 mil títulos com resgate em janeiro de 2012, a 15,79%. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), os contratos de depósito interfinanceiro (DI) oscilaram muito e fecharam em baixa. (Reuters)

COMUNICADOS CASA DE TINTAS DIVA LTDA – ME - CNPJ: 02.587.383/0001-71 I.E. 115.278.126.110 R. Dr. Silvio Dante Bertacchi, 65 comunica que foram extraviadas as seguintes notas fiscais série D-1, 14 a 1000. (17, 18 e 19/05/2006)

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: TOMADA DE PREÇOS

A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar: TOMADA DE PREÇOS N.º - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/0723/06/02 - EE Prof. Zilton Bicudo – Rua Pery, s/nº - Lago Azul Alto - Franco da Rocha/SP; EE Mns João Batista de Carvalho - Rua Cristiania, 13 - Jardim Thomaz - Campo Limpo - São Paulo/SP - 90 - R$ 32.974,00 – R$ 3.297,00 – 09:30 – 13/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 22/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 12/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - TOMADA DE PREÇOS Nº 006/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1105/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de Tomada de Preços, do tipo menor preço global, tendo como objeto a contratação de empresa especializada de engenharia para construção de ponte de concreto armado na rua Totó Leite sobre o córrego do Tijuco Preto, conforme Projeto Básico, Memorial Descritivo e Planilha de Orçamento Básico, fornecidos em CD-Rom, que ficam fazendo parte da presente Tomada. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da Prefeitura Municipal de São Carlos, situada à Rua Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 19 de maio de 2006 até o dia 05 de junho de 2006, no horário das 09:00 h às 12:00 h e 14:00 h às 16:00 hs, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 05 de junho de 2006, quando após o recebimento iniciar-seá sessão de abertura. São Carlos, 18 de maio de 2006. Paulo José de Almeida - Presidente da Comissão Permanente de Licitações. PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 10.514/2005 - CONCORRÊNCIA PÚBLICA Nº 004/2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de Concorrência Pública. O objeto desta Concorrência Pública é a concessão administrativa de uso de bem municipal para exploração do espaço físico constituído de um prédio de alvenaria com área coberta de 72,44 m², localizado no Parque da Avenida Francisco Pereira Lopes, no município de São Carlos - SP, denominado “Parque Kartódromo”, com a prestação dos seguintes serviços: a) comercialização cotidiana, nos horários estabelecidos pela Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano, de alimentos naturais como: saladas, sucos, lanches, chás, bolachas, frutas, salgados, assados, iogurtes, doces e refrigerantes; b) comercialização de revistas, livros, jornais e gêneros afins; c) manutenção paisagística do parque, deixando-o sempre em perfeitas condições, no tocante ao canteiro de flores, arbustos, poda de árvores, replantio de mudas, corte de grama e irrigação. O Edital na íntegra poderá ser adquirido na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone (16) 3307-4272, a partir do dia 19/05/06 até o dia 19/06/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16:00hs, mediante a apresentação da guia de recolhimento da Tesouraria Municipal, situada na Av. São Carlos, nº 1.814, dos emolumentos de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes nºs. 01 e 02 serão recebidos na Sala de Licitações até às 10h do dia 19/06/06, quando após o recebimento iniciar-se-á a sua sessão de abertura. São Carlos, 18 de maio de 2006. Paulo José de Almeida- Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

Analistas dizem que dólar retorna a R$ 2,05

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Ministro Mantega autorizou estudos de medidas que atenuem perdas dos exportadores com o câmbio

Em dia menos tenso, dólar volta a fechar em queda. Bolsa recua. EFE

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m dia depois de registrar a maior alta desde 2003 (3,23%), o dólar comercial fechou ontem em queda de 1,32%, negociado a R$ 2,173 para compra e valendo R$ 2,175 para venda. O mercado enfrentou muita volatilidade, acompanhando a trajetória também incerta das bolsas mundiais. Durante o dia, o dólar chegou a subir 0,22%, atingindo R$ 2,209. "Ontem (quarta-feira) o real se desvalorizou muito e houve um ajuste natural das cotações da moeda americana, que voltou a um preço mais normal", afirmou o diretor de Câmbio da corretora Novação, Mário Battistel. De acordo com ele, a pequena alta registrada durante o dia foi provocada pelos operadores, diante da possibilidade de um leilão de compra do Banco Central (BC). "Geralmente, o BC faz os leilões pouco depois do meio-dia ou das 15 horas. Nesses dois horários, o mercado costuma pressionar o dólar para tentar conseguir um melhor preço no leilão", comentou Battistel. Ansiedade — Os mercados internacionais tiveram ontem mais um dia de muita oscilação e ansiedade relacionados

Bernanke: aquecimento ordenado

aos rumos da política monetária norte-americana. Os temores de novos aumentos na taxa básica de juros dos Estados Unidos estão sendo aguçados com indicadores econômicos conflitantes. Se na quarta-feira a inflação ao consumidor nos EUA gerou grande sobressalto por ter ficado acima das estimativas dos analistas, na terça-feira o índice de preços ao produtor tinha provocado alívio, por revelar um número abaixo do esperado. Ontem, as notícias voltaram a ser mais tranqüilizadoras: o número de pedidos de seguro-desemprego cresceu mais – sugerindo que a economia

americana não está tão aquecida – e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou que o desaquecimento do setor imobiliário no país está ocorrendo de forma "ordenada" e "moderada", afastando o fantasma de uma bolha no segmento. Os investidores temem a elevação dos juros norte-americanos porque, nessa situação, investidores de todo o mundo transferem recursos de vários ativos para os títulos do governo do país (os Treasuries), que passam a ter um bom rendimento com menor risco. Bovespa — A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um pregão de intensa volatilidade. Em alguns momentos, acompanhou os mercados mundiais. Em outros, se descolou do cenário externo. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, fechou em baixa de 1,26%, em 37.807 pontos. Durante o dia, o índice oscilou entre queda de 1,26% e alta de 0,71%. No mês, a bolsa paulista acumula desvalorização de 6,33% e, no ano, alta de 13,01%. O giro financeiro ficou em R$ 2,667 bilhões. (Agências)

Fed: inflação além do aceitável

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perspectiva de inflação nos Estados Unidos tem chances de superar um patamar dito "aceitável" nos próximos meses e, diante desse cenário, garantir um custo de vida contido tem de ser a tarefa número um do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Essa avaliação foi feita ontem pelo presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker.

"A previsão para a inflação agora está no limite do aceitável, e talvez até superior", afirmou Lacker, que neste ano vota nas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed, instância em que são discutidos os juros básicos. Ele também declarou estar desapontado com os últimos dois relatórios de preços ao consumidor, que mostraram um índice excluindo variações

de alimentos e de energia com alta de 0,3% entre os últimos meses de março e abril. "O fato importante é se concentrar em como a política do Fed depende do dado e da perspectiva econômica", afirmou. "Eu penso que a projeção de expansão real se mostra razoavelmente saudável, resultando de cenários plausíveis a partir de um declínio do mercado imobiliário." (Reuters)

EUA ameaçam China por câmbio

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China enfrenta chances cada vez maiores de uma reação protecionista do Congresso dos Estados Unidos, a não ser que se movimente rapidamente em direção a um câmbio com base no mercado, afirmou ontem o secretário do Tesouro norteamericano, John Snow. Durante um depoimento diante do Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos, Snow também disse que o Tesouro do país pode decidir rotular a China como manipuladora do câmbio, a menos que a valorização do iuan (a moeda do país) seja maior no primeiro

semestre deste ano do que nos últimos seis meses de 2005. Questionado pelo senador Charles Schumer, Snow declarou acreditar que "o fracasso de a China responder às preocupações do Congresso sobre o câmbio eleva a perspectiva de uma lei que tome atitudes contra o país asiático". Ameaça — Schumer, democrata, é co-autor de uma lei que ameaça a China com uma tarifa de 27,5% sobre todas as exportações de produtos para os Estados Unidos caso o país asiático não modifique seu sistema de câmbio. No total, 67 parlamentares votaram contra

uma tentativa de enterrar essa lei no ano passado. Snow resistiu a uma tentativa de Schumer de fazê-lo dizer que cada vez mais senadores votariam pela nova legislação agora. O secretário do Tesouro americano admitiu, entretanto, que atualmente o sentimento é "muito forte" tanto no Senado como na Câmara dos Deputados para "fazer algo contra a China" por causa dos temores com o câmbio. "Acho que a inscrição está na parede. A China precisa agir e, se eles não agirem, isso aumenta as chances de a lei ser aprovada", disse Snow. (Reuters)

assada mais essa tormenta nos mercados internacionais, o real retomará o terreno perdido diante do dólar, que voltará ao nível de R$ 2,05 alcançado no início deste mês, segundo avaliação de boa parte dos analistas de instituições financeiras estrangeiras. Eles acreditam que, embora a moeda brasileira possa, eventualmente, até se desvalorizar um pouco mais nos próximos dias, caso o nervosismo em torno dos juros americanos se aprofunde, o bom desempenho do balanço de pagamentos garantirá sua recuperação. "O real vai voltar para seu nível registrado antes dessa onda de volatilidade global, embora provavelmente em um ritmo mais lento do que vimos no passado", disse o economista sênior do banco Dresdner Kleinwort Wasserstein, Nuno Camara, que manteve previsão de uma cotação de R$ 2,05 por dólar para o final deste ano. "Isso ocorrerá devido à mudança estrutural ocorrida na balança comercial, que prevê fluxos intensos nos próximos meses, além dos investimentos diretos", afirmou. Segundo ele, a recuperação do real se dará em ritmo mais lento devido à redução da chegada de recursos de caráter especulativo que vinham sendo direcionados ao Brasil. "Em contrapartida, a possibilidade de Anthony Garotinho não participar da corrida presidencial deste ano pelo PMDB teve um impacto positivo e afastou os temores de alguns investidores, o que ajudará o real." Os estrategistas do banco Goldman Sachs mantiveram sua previsão de uma cotação de R$ 2,05 por dólar para os próximos três meses. "As bases para o real continuam extremamente positivas, com fatores sazonais devendo aumentar os fluxos líquidos de moeda estrangeira em junho", afirmaram, em nota para clientes. "Deixando-se de lado por um minuto um importante protagonista – os Estados Unidos –, está claro que a conjuntura da política econômica e a força do balanço de pagamentos do Brasil sustentam um real mais forte", observaram os analistas. (AE)

Volatilidade sugere riscos, segundo FMI

A

recente volatilidade nos mercados emergentes tem sido ordenada até o momento, mas enfatiza os riscos ao atual cenário econômico global, afirmou ontem um porta voz do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Embora os movimentos nos mercados até agora tenham sido ordenados e dentro da faixa de flutuação normal, eles apontam para os tipos de riscos que têm sido enfatizados pelo Fundo e por outros ao que seria, de outra maneira, uma forte situação econômica internacional", disse o portavoz Massood Ahmed. Ele afirmou que o FMI não quer comentar movimentos do mercado no dia-a-dia e se negou a comentar o forte declínio do dólar nos mercados de câmbio mundiais. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do arquiteto Oscar Niemeyer, à Folha de S. Paulo, ontem, ao responder à pergunta: 'o que o sr. menos gosta em Brasília?'

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MAIO

Por que essa preocupação de encontrar defeitos em tudo que é realizado? Por que não lembrar como Brasília foi importante, levando o progresso para o interior do País? Por que não dizer que ela atendeu ao objetivo que JK tanto perseguiu?

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

19 Dia do advogado Dia de Santo Ivo, padroeiro dos advogados

I NTERNET A FEGANISTÃO

Invasão de spam

Violência taleban deixa cem mortos Um dos mais sangrentos ciclos de violência desde a queda do regime liderado pela milícia fundamentalista islâmica Taleban deixou mais de cem mortos ontem em choques entre forças estrangeiras e supostos rebeldes, explosões de carros-bomba e uma ofensiva contra uma pequena aldeia atribuída a insurgentes. Os mais mortíferos episódios de violência ocorreram nas províncias de Helmand e Kandahar, onde milhares de soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deverão atuar a partir das próximas

semanas para conter uma escalada de ataques. O número de rebeldes supostamente ligados ao Taleban possivelmente mortos entre a noite de quarta-feira e a manhã de ontem era de 87, disseram autoridades militares americanas e afegãs. Quinze policiais afegãos, um civil americano, uma soldado canadense e um civil afegão também morreram nos episódios de violência. O Taleban é formado principalmente por guerrilheiros da etnia pashtun, majoritários no sul e no leste do Afeganistão, especialmente ao longo da fronteira com o Paquistão.

E UA Kevin Lamarque/Reuters

C HINA Peter Parks/AFP

Mais de 70% dos e-mails que circulam pela rede mundial são lixo

O

número de e-mails t r o c a d o d i a r i amente cresce em ritmo geométrico, mas o número de spam – mensagens indesejadas enviadas por desconhecidos com o objetivo de vender algum produto, correntes de todos os tipos, propaganda e falsas comunicações em geral contendo vírus - se multiplica na mesma velocidade. Esta é uma das constatações de uma pesquisa mundial realizada por uma empresa especializada em pesquisas de mercado da Grã-Bretanha, The Radicati Group. Segundo o estudo, existem hoje 1,1 bilhões de usuários de e-mail em todo o mundo e 1,4 bilhões de contas ativas de c o r re i o e l e t rô n i c o . E s s e s

usuários geram um tráfego diário de cerca de 171 bilhões de mensagens diárias, 71% dos quais são spam. Ainda segundo o estudo do Radicati Group, cerca de 67% do tráfego de correio eletrônico é realizado por serviços de webmail, aqueles visualizados diretamente pela internet, sem a necessidade de fazer download das mensagens para o computados. Apenas 27% do tráfego de correio eletrônico mundial chega diretamente na caixa do usuário por meio de algum programa específico, como o Outlook. O mesmo estudo foi realizado no ano passado. Na época, o número de mensagens trocadas diariamente entre os usuários de correio eletrônico chegava a 135 bilhões por dia. Des-

se total, 67% eram spam O trabalho do Radicati Group também faz estimativas de crescimento de correio eletrônico e móvel (os acessados por redes sem fio e celulares) para os próximos anos. Segundo as previsões, os os serviços de e-mail movimentarão US$ 7,8 bilhões em 2010, contra os módicos US$ 800 milhões que devem ser movimentados este ano. Já as contas de e-mail móvel deves passar dos atuais 14 milhões para 228 milhões em 2010. Além disso, as receitas do mercado de mensagens instantâneas corporativas crescerá pelo menos 23% ao ano ao longo dos próximos quatro anos. O estudo completo está disponível no site da empresa de pesquisas. www.radicati.com

Shaun Curry/AFP

Mais valia de Mao: US$ 150 mil A casa de leilões Beijing Huachen espera obter entre US$ 120 mil e US$ 150 mil com a venda do retrato mais famoso do líder comunista Mao Tsétung. O quadro, no qual se basearam reproduções que estão há décadas na Praça da Paz Celestial de Pequim, será leiloado no dia 3 de junho e apresenta Mao aos cinqüenta anos. O artista americano Andy Warhol também se baseou na obra para sua famosa série de retratos pop do líder chinês. B RAZIL COM Z

Pelé e o risco do favoritismo

L

O tablóide sensacionalista inglês The Sun publicou ontem uma entrevista que foi reproduzida por vários jornais na Europa e nos EUA com o brasileiro Pelé. Na entrevista, o ex-craque falou sobre o risco de a seleção brasileira sofrer durante a Copa do Mundo por causa do favoritismo. Segundo ele, a pressão, as expectativas altas e a falta de sorte já prejudicaram a seleção no passado. Pelé, que estava na Inglaterra para promover sua autobiografia e apoiar o novo garoto prodígio do futebol inglês, Theo Walcott, disse que a Inglaterra pode levar a taça.

Nomeado por George W. Bush e confirmado pelo Senado, o novo diretor da CIA, o general da Força Aérea Michael Hauden foi sabatinado ontem, em meio a uma crise sobre os métodos de espionagem da organização.

A RQUEOLOGIA

O feroz dino emplumado ave do mundo. A exclusividade é tanta que eles não se atrevem a dar nome ao dino, que tinha no máximo 2 metros de comprimento e pesava cerca de 80 quilos. Ele viveu na região há cerca de 70 milhões de anos, e competia por alimento e terreno com outros dinossauros. A garra encontrada foi usada como uma foice, para matar e dilacerar muitas presas, inclusive filhotes de titanossauros grandalhões herbívoros de pescoço longo e cabeça pequena.

P ERU

L

Perigoso e plumado. Assim era o dinossauro que viveu onde hoje está Peirópolis (MG). Integrante do grupo de répteis Maniraptora, que deu origem às aves, o dino foi descoberto a partir de uma garra fossilizada encontrada por pesquisadores de Minas Gerais e Rio. A garra - com 5,5 centímetros estava praticamente intacta e, a partir dela, os especialistas desenharam as características do bicho, e perceberam que ele não se parece com nenhum outro dino-

MERGULHO - Especialistas conversam sobre o quadro Splash, do britânico David Hockney, na Sotheby´s de Londres. O quadro, que irá a leilão em 21 de junho, é um dos mais significativos do artista e pode alcançar lance de até 3 milhões de libras esterlinas. P OLÍTICA

E M

C A R T A Z

VIOLÃO O violonista Yamandu Costa (foto). Auditório Ibirapuera. Parque do Ibirapuera, portão 2. Tel.: 5908-4299. 20h30. R$ 30.

Quartos separados. Com papel.

O mundo sobre quatro rodas

A Black Paper Softwall é uma divisória de papel leve e dobrável que pode ser disposta em qualquer formato para separar espaços, como background ou escultura. Desdobrada, a Softwall fica com 2 metros de altura e de 2,5 a 20 metros de comprimento. Preço sob consulta.

O site Automobiles traz uma série de informações para apaixonados por carros e por automobilismo. Novidades sobre lançamentos do mercado brasileiro, notícias mais recentes da Fórmula 1, cálculos para economizar mais no combustível, enquetes são alguns dos serviços do portal. Além disso, o internauta encontra dicas para a hora de comprar um carro, endereços das melhores oficinas indicadas pela equipe do site e galeria de fotos das máquinas.

http://molodesign.com/pages.php? section=products&view_product_id=38

The Economist desta semana: uma luta pela alma latino-americana. Abaixo: Chávez, Morales, Castro e Bush Fotos: Reuters

AFP

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, preso em Santiago desde novembro, ganhou ontem da Justiça chilena o benefício da liberdade sob fiança. Fujimori, cuja extradição foi pedida pelo Peru, está proibido, no entanto, de deixar o Chile. A decisão de libertar Fujimori foi tomada pela 2ª Corte Suprema do Chile por 4 a 1. O expresidente, que esteve no poder no Peru de 1990 a 2000. A fiança paga foi de 1,5 milhão de pesos (cerca de US$ 2.900). Sorridente, Fujimori deixou a Escola de Gendarmeria, onde estava detido, à tarde. M ÚSICA

Puccini em estréia mundial A marcha Dios y Patria, do compositor italiano Giacomo Puccini (1858-1924) teve sua estréia mundial ontem no edifício onde ficou esquecida durante cem anos. Puccini visitou a Argentina em 1905 e ficou hospedado no edifício, onde a peça foi encontrada pelos pesquisadores argentinos Daniel Varacalli Costas e Gustavo Gabriel Otero, que lançaram também noite passada seu livro Puccini en Argentina - Junio/Agosto 1905. L OTERIAS Concurso 1602 da QUINA

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

EUA propõem novo tratado para impedir produção de material para bombas nucleares Cientistas questionam a descoberta de uma nova espécie humana, apelidada de hobbit

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www.automobiles.com.br

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Por trás desses conflitos se desenrola uma luta pelo futuro da América Latina, diz a revista. De um lado, os liberais de direita ou esquerda – representados por governos socialdemocratas no Chile, Brasil e Uruguai. De outro, populistas radicais – Chávez, Morales e Fidel Castro –, que "gritam alto e afirmam defender os pobres por meio do controle estatal do petróleo e do gás". Mas, defende The Economist, os fatos desmentem tal discurso. Chávez criou programas de educação e saúde e reduziu a pobreza – que atinge 40% da população –, reconhece a revista, apenas graças ao alto preço do petróleo. Já os países alinhados à liberal democracia começariam a reduzir as desigualdades. "A vantagem ficará clara quando o preço do petróleo cair no mercado internacional". "É lugar comum dizer que Bush perdeu a América Latina" e agora chegou a hora de os democratas escolherem de que lado ficar, antes que a "restauração da democracia" na região "custe o sangue de muitos".

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F AVORITOS

América Latina, pela qual, disse uma vez o ex-presidente americano Richard Nixon, "as pessoas não ligam a mínima" se tornou alvo das atenções do mundo. Democratas e populistas se mobilizam para conquistar a alma da região, defende o editorial da revista britânica The Economist. Esse pedaço secundário da economia mundial, que nas duas últimas décadas se aproximou da democracia liberal e do capitalismo de mercado, agora dá sinais de transformação no sentido do antiamericanismo e de um nacionalismo de esquerda. Os exemplos elencados pela revista são dos últimos sete dias: depois de Evo Morales na Bolívia, o Equador nacionalizou companhias estrangeiras na área de energia; em São Paulo, "máfias ligadas ao narcotráfico internacional" dominaram a "metrópole mais moderna da região". Enquanto isso, hordas de latinos tentam entrar nos EUA de George W. Bush, que reforçou a segurança nas fronteiras.

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G @DGET DU JOUR

América Latina no alvo

Fujimori é libertado no Chile

Tufão Chanchu faz mais de 60 mortos na Ásia e perde força ao chegar ao sul da China

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Concurso 764 da MEGA SENA 03

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OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

Divulgação

Guy Sorman, à esquerda, professor do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Paris, participou por teleconferência do Seminário Internacional Democracia Liberal, promovido na segunda e terça passadas pela ACSP. Considerado um dos mais influentes intelectuais contemporâneos, discutiu no seminário o conceito de democracia. O texto abaixo foi escrito depois do debate, quando defendeu junto aos participantes que é necessário não confundir o adversário (da democracia liberal) e que o verdadeiro perigo não está à esquerda de Lula ou de Bachelet (presidente do Chile), mas no populismo. E lançou uma tese polêmica: na América Latina, o liberalismo se tornou centrista, um programa comum aos partidos democráticos de esquerda e direita.

DEMOCRACIA LIBERAL

Lula é o melhor antídoto ao populismo de Fidel, Morales e Chávez. Por Guy Sorman

E

verdadeiro debate nesse país não é tanto entre a direita e a esquerda mas no interior do campo liberal. Os liberais de direita – eles são muitos no Brasil e em todo o continente – não fazem um juramento que não seja por Milton Friedman e o mercado: que o Estado nos deixe em paz e a prosperidade será alcançada. Mais quando essa política foi aplicada, por exemplo, na Argentina de Menem, de 1990 a 2000,

G É melhor, para

o Brasil e para a América Latina, um governo de esquerda que não aplica seu programa do que o retorno de uma direita conservadora e pseudoliberal. G O verdadeiro

debate nesse país é no interior do campo liberal. Os liberais de direita não fazem um juramento que não seja por Milton Friedman e o mercado. G Convenci meu

auditório em São Paulo? Não estou certo.

ou no Peru, com Toledo, depois de cinco anos, o crescimento foi mesmo alcançado, mas em benefício de 20% da população apenas. Os pobres, os analfabetos, as diversas etnias não conquistaram nenhuma vantagem. Isso aconteceu na Argentina; no Peru, Toledo, que presidiu o país com uma taxa de crescimento de 5% sem inflação e sem guerrilha, terminou seu mandato em descrédito. Por quê? Porque, como expliquei em São Paulo, nessas terras de profundas desigualdades históricas, os eleitores querem de uma só vez o crescimento e a redistribuição de renda. omo redistribuí-la sem matar o crescimento? Eu propus aos meus interlocutores brasileiros – de direita ou de esquerda, pouco importa – encararem a redistribuição com os métodos liberais. Por exemplo, o microcrédito (privado, não público) que permitiria gerar novos empreendedores ainda que modestos. Hérman de Soto, economista peruano, apresentou essa proposta, que não foi aceita, em seu país; mais o Banco Grameen aplicou a fórmula, com sucesso, em Bangladesh, emprestando às mulheres. O microcrédito promove a emergência de uma nova classe de empreendedores independentes do Estado e da tutela das oligarquias. Esta me parece o tipo de proposta que contribui para um capitalismo de pés nus, a boa resposta econômica e social ao populismo. Convenci meu auditório em São Paulo? Não estou certo. Os empresários brasileiros preferem se livrar de Lula e substituí-lo por um presidente de direita. Entretanto, Lula tem uma grande virtude: não aplicou seu programa socialista, pelo qual foi eleito, mas seguiu os preceitos do liberalismo ao controlar os gastos públicos e ao respeitar a estabilidade monetária. (O preço a pagar: a corrupção de seus companheiros mais à esquerda, freqüentemente silenciosos.)

C

isso eu concluo que não existe uma "crise do liberalismo" na América Latina, como comentam os veículos de comunicação europeus e latino-americanos. Na verdade, o liberalismo se tornou centrista, um programa comum aos partidos democráticos de esquerda e de direita, que poderiam se beneficiar de refletir e trabalhar juntos, depressa, antes que o populismo de Chávez, Morales seja apreendido pelos mais pobres, que são também, no continente, os mais numerosos.

D

O

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

NEIL FERREIRA O HORROR, O HORROR. ão as palavras finais do livro O coração das trevas, de Joseph Conrad, são as palavras finais do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Copolla, é o que todo mundo que eu conheço ainda está sentindo depois de um fim de semana sangrento aqui em São Paulo. Guardadas as devidas proporções, vivemos o nosso 11 de Setembro, descobrimos que o PCC é a nossa Al Qaeda e que o Marcola é o nosso Bin Laden. Descobrimos o que é o pânico coletivo, o que é a paranóia, convivemos com os boatos viajando à velocidade da luz e com o medo -- o medo que sentíamos "deles", o medo que sentíamos um do outro nas ruas, nos congestionamentos e no meio das multidões de pedestres angustiados e assustados, abandonados sem transportes e sem segurança. Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou que só os mesquinhos tirariam proveito político do terror que tomou conta de São Paulo. E os mesquinhos já apareceram. Posso, por enquanto, colocar os pingos em três "is", o próprio Luiz Inácio que falou e avisou foi o primeiro mesquinho. Tarso Genro foi o segundo e Mercadante foi o terceiro. Numa ação tão bem planejada e coordenada como foi a ação do PCC, atacaram a administração Alckmin e o pré-candidato Alckmin como responsáveis pelo que aconteceu, como se fossem cúmplices do PCC e do Marcola. E circula a notícia da reformulação do programa de propaganda política do PT, que vai ser transmitido no dia 20 e que já estaria pronto mas agora está sendo "atualizado".

S

Fidel Castro, invencível?

m São Paulo, diante de uma platéia de empresários e universitário perplexos, eu explico que é melhor, para o Brasil e para a América Latina, um governo de esquerda que não aplica seu programa – como o de Lula – do que o retorno de uma direita conservadora e pseudoliberal. Explico que é necessário não se confundir sobre o adversário e que o verdadeiro perigo não está à esquerda de Lula ou de Bachelet, no caso do Chile, mas no populismo: Chávez na Venezuela, Morales na Bolívia, são realmente perigosos, nem à direita, nem à esquerda, mas populistas. E aliados de Fidel Castro, decididamente insubmersível (e, se acreditarmos na revista Forbes, um dos homens mais ricos do mundo). Entre esses três populistas, uma aliança estranha: Castro tem as idéias, mas não tem o dinheiro; Chávez tem o dinheiro, mas não tem idéias; Morales tem uma bela aparência física andina para seduzir as multidões. Evo Morales tem também o apoio de Danielle Mitterrand e de Jacques Chirac. Danielle Mitterrand, contra heróis carismáticos – o subcomandante Marcos desapareceu em Chiapas –, encontrou uma causa antiliberal a seu gosto. Morales confiscou, de momento, sem indenização, as empresas de gás e petróleo exploradas pela Petrobrás e a Total em particular. "Evo", lhe disse Chirac, "você restaurou a dignidade de seu país, ridicularizado por 50 anos". Assim encorajado, Evo nacionalizou a água. Que a Bolívia não exista mais em cinco anos, que importa! Por outro lado, Chirac tem razão num ponto: a oligarquia da América Latina abusou demais dos indígenas e dos escravos e a democracia permite, hoje, que seus descendentes se vinguem. Mas as nacionalizações servirão aos pobres? Na Bolívia, as empresas já haviam sido nacionalizadas nos anos 50, depois foram privatizadas nos anos 80: em ambos os casos, sem efeito para os indígenas que vivem sobretudo da cultura da coca.

P

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

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TRADUÇÃO: HECI REGINA CANDIANI

ense bem: se você fosse obrigado a negociar com uma de duas organizações criminosas, você não escolheria imediatamente aquela que cumpre a palavra ? O PCC não faria o que fez com tanta competência e eficiência se não tivesse dinheiro, armamento e militância. Mas isso não adiantaria nada se não houvesse um sofisticadíssimo sistema de organização e comunicações, que não caiu do céu nem foi criado do dia para a noite. E Marcola não é nenhum PHD que enveredou pelo caminho do crime por algum desvio de comportamento. Dizem que o seu livro de cabeceira é A Arte da Guerra, de Sun Tzu, mas eu não acredito nisso nem vendo. O PCC é um filho mais novo, ou mesmo sobrinho do Comando Vermelho, organização criminosa que foi criada e treinada pelos militantes da VARPalmares, Colina, AP e outras das dezenas de organizações de esquerda que optaram pela luta armada contra a ditadura

penas para pingar mais um "i", é conveniente lembrar que o "governo" Lulla gastou mais com diárias de funcionários em viagens do que com segurança pública. E quando não sabia o que fazer com Fernandinho Beira Mar, foi um presídio de segurança máxima construído pelo Alckmin que o "hospedou" por um bom tempo. Agora acusam o governo de São Paulo de ter negociado com o PCC e de não ter negociado com o "governo" do PT.

A

O PCC e Marcola não são filhos de chocadeira, nem cairam do céu por acaso. dos militares. "Caídos", presos e torturados, os que sobreviveram foram condenados pela "justiça" dos militares. Cumpriram pena na Ilha das Flores e, principalmente, na Ilha Grande, onde organizaram-se em "coletivos" e passaram a ensinar organização e táticas de guerrilha aos seus colegas de prisão, os criminosos comuns. Com as penas cumpridas ou soltos pela Anistia, esses militantes agruparam-se preferencialmente no PT. No PT estão ou estiveram os "professores" do Comando Vermelho. Aí, a origem do sistema de organização. sistema de comunicações que depende de celulares foi implantado com os conhecimentos de um jovem estudante canadense, especialista em informática, preso como um dos sequestradores de Abílio Diniz. Na prisão, transmitiu seus conhecimentos e lançou os fundamentos do que é hoje uma rede de comunicações talvez mais eficiente do que a da polícia. Foi por esse canadense e por sua namorada, também canadense e também sequestradora de Abillio Diniz, que o então casal Suplicy, Eduardo e Marta, fez greve de fome na porta da cadeia. O PCC e Marcola não são filhos de chocadeira, nem cairam do céu por acaso.

O

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 19, 20 e 21 de maio de 2006

LAZER - 1

Fotos: Columbia Pictures/Divulgação

O monge albino Silas e a correria de Robert Langdon (Tom Hanks) e Sophie Neveu (Audrey Tautou) dentro do Louvre: um assassinato e o segredo que pode fazer ruir os alicerces da fé cristã

O CÓDIGO DA VINCI

CINEMA ESQUENTA MAIS A POLÊMICA Adaptação é fiel ao best-seller de Dan Brown. Opus Dei e CNBB protestam Lúcia Helena de Camargo

C

om estréia mundial nesta sexta, dia 19, o filme O Código Da Vinci, baseado no best-seller de Dan Brown, é uma adaptação fiel do livro, que já vendeu mais de 45 milhões de exemplares em todo o mundo. Isso posto, podem alegrar-se os fãs da história. Está tudo lá. Os mistérios, a simbologia rebuscada, as correrias tresloucadas por entre monumentos históricos e construções arquitetônicas modernas, conduzindo para o clímax da revelação final. Tom Hanks e Au-

ces da fé cristã. Foi excluído, por exemplo, a existência do duplo críptex (engenhoca que armazena mensagens em código), pois desvendálo exigia longas elucubrações, muitos diálogos, muito tempo. Também não demora a ser revelado o verdadeiro vilão, coisa que na obra escrita fica-se sabendo somente perto do final. Mas isso não compromete o longa-metragem dirigido por Ron Howard (vencedor do Oscar por Uma Mente Brilhante, 2001). Quem não leu o livro, ainda poderá apreciar as surpresas do enredo.

Sem sex-appeal

Sir Ian McKellen como Sir Leigh Teabing: magnífica interpretação, que chama para si todos os olhos nas cenas em que aparece

drey Tautou são os astros deste suspense de primeira. Obviamente foram feitas simplificações necessárias para que o filme, já longo (duas horas e meia) não se estendesse demais. Brown, que vendeu os direitos de sua obra à Sony por US$ 6 milhões, assegurou-se de que nada sairia do rumo, supervisionando todas as adaptações para a tela. Assim, o básico foi mantido, começando com o assassinato dentro do Museu do Louvre, ligado ao segredo que pode fazer ruir os alicer-

Os bonitões Russell Crowe, Hugh Jackman, Ralph Fiennes e George Clooney foram cotados para interpretar o protagonista Robert Langdon, que acabou na pele de Tom Hanks. Embora não seja uma decepção total, porque ele é um ator competente, o Langdon do filme não tem o sex-appeal atribuído ao personagem no livro. Ron Howard chegou a declarar que o ator ideal para o papel seria Bill Paxton, que não aceitou o projeto alegando "conflitos de agenda". Também à Sophie Neveu várias atrizes foram cogitadas: Julie Delpy, Sophie Marceau, Linda Hardy e Kate Beckinsale entre os nomes mais conhecidos. Venceu a francesa Audrey Tautou, que se desfez da carinha de menina de Amèlie Poulain e mostrou que tem pique para ação, mesmo interpretando em inglês. As cenas foram rodadas no próprio Louvre, em igrejas e remotas capelas, nas ruas de Londres e Paris. A Capela Rosslyn, próxima de Edimburgo, na Escócia, teve sua visitação aumentada em 50% depois da publicação do livro. A estréia do filme vai incrementar a ro-

ta turística O Código da Vinci, oferecida na Europa. No Brasil, cerca de 10 mil ingressos já foram vendidos, para as mais de 500 salas em que o longa-metragem entra em cartaz. Algumas sessões estão completamente lotadas. A escolha brilhante foi de Sir Ian McKellen (Magneto, dos X-Men). Com atuação impecável, o inglês puxa para si todos os olhares nas cenas em que aparece. Fica a impressão de que o personagem Leigh Teabing, também um Sir, foi escrito para ser encarnado por ele. Outro coadjuvante de destaque é Paul Bettany, como o assustador monge albino Silas, que mata e se flagela, em nome de sua crença. As seqüências em que ele se açoita e usa a cinta de cilício (arame fino eriçado de pontas) para se penitenciar, equiparam-se em realismo às de A Paixão de Cristo, de Mel Gibson. Membro da seita secreta Opus Dei, na caracterização do monge reside uma das grandes polêmicas que o filme vem provocando mundo afora. Prelazia do Vaticano com 84 mil membros no mundo todo – 1700 desses no Brasil – estes temem que as práticas criminosas do personagem sejam vistas pelo público como inerentes à instituição. Também provocativa é a transação financeira comandada pela organização para li-

vrar-se do incômodo segredo. Quanto vale a revelação que pode destruir o cristianismo? Para o Bispo Manuel Aringarosa (Alfred Molina), 20 milhões de euros (cerca de R$ 56 milhões).

Polêmicas Parte do charme de O Código Da Vin ci, porém, está justamente nas questões que levanta. Dan Brown usa com habilidade algumas teses sobre manobras de Leonardo da Vinci para incluir, em seu quadro A Última Ceia, informações sobre aspectos humanos e divinos de Jesus Cristo, Maria Madalena e o cálice Santo Graal, cuja proteção estaria a cargo de uma sociedade chamada Priorado de Sião. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o arcebispo espanhol Javier Echeverría, falando pela Opus Dei, disse que a obra irá se tornar o "bumerangue para atingir os inimigos da Igreja", mas que a organização não vai boicotá-la. Os católicos brasileiros foram advertidos pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a não assistir a O Código da Vinci. No dia 12 de abril, o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, declarou que o filme apresenta "uma imagem distorcida de Jesus Cristo, que está em

contraste com as pesquisas e afirmações de estudiosos de diversas áreas das ciências humanas, da teologia e dos estudos bíblicos". O deputado Salvador Zimbaldi (PSB-SP) está travando uma guerra contra a exibição do filme no Brasil. Na Índia, o Fórum Social Católico (CSF) protestou contra a estréia no país, além de oferecer uma recompensa em dinheiro no valor de US$ 25 mil para quem capturar o escritor Dan Brown "morto ou vivo". Para encerrar a polêmica, bastaria lembrar que por mais convincente e bem amarrada que seja a trama criada por Dan Brown, trata-se apenas de uma obra de ficção. O Código Da Vinci (The Da Vinci Code, 149 minutos, EUA, 2006). Direção de Ron Howard. Com Tom Hanks, Audrey Tautou, Jean Reno, Ian McKellen, Alfred Molina, JeanPierre Marielle. Columbia Pictures e Buena Vista.

Q

A Última Ceia, de Leonardo Da Vinci, imagem do artista, seu homem vitruviano e o críptex, que na história teria sido inventado por ele

uem foi Leonardo Fibonacci? Matemático italiano criador do código numérico escrito no chão por Jacques Saunière, personagem morto dentro do Museu do Louvre. Onde fica Temple Church, um dos lugares-chaves na trama de O Código Da Vinci? Em Londres, entre a Freet Street e o rio Tâmisa. Informações como essas estão no livro ABC do Código Da Vinci (Editora Conex, 368 páginas, R$ 49), do brasileiro Ludenbergue Goes. Entre as dezenas de obras que saíram para pegar carona na fama do best-seller, este livro, com 200 verbetes extraídos da tradução brasileira do livro de Dan Brown, ajuda a explicá-la. Leitura para quem quer chegar à sala de exibição já informado ou aprofundar o conhecimento sobre os lugares da trama e seus aspectos que foram baseados na realidade.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

segunda-feira, 22 de maio de 2006

ATAS

CONVOCAÇÕES

COMUNICADO TELECOM NET S/A LOGÍSTICA DIGITAL, estabelecida à Praça Alpha Centauro, 54 - Conj. 03 - Ed. Center - Centro Com. Apoio II - Santana de Parnaíba - SP, inscrita no CNPJ sob nº 03.282.579/000110 e no Estado sob nº 623.082.471.110, comunica o extravio das N. Fiscais nºs 3150, 5178, 6248, 6292, 6367, as N. Fiscais nºs 3865 e 5434 foram extraviadas somente as 2as vias. (22, 23 e 24/05/2006)

BALANÇOS Engra Administrações e Participações Societárias S/A

COMUNICADOS COMUNICADO CHAFIK HAMMOUD ME, CNPJ 00.303.047/0001-24, Inscr. Est. 114.270.831.114, comunica o extravio das seguintes n/ fiscais série D, nºs 001 a 1251, 1551 a 1600, 1801 a 2500 todas já emitidas, e o Lv. Reg. Entradas mod. I-A

CNPJ - 06.270.377/0001-47 Relatório da Administração – Senhores Acionistas: Em cumprimento à Lei e às disposições estatutárias, apresentamos o relatório da administração, o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras acompanhadas de notas explicativas. A empresa em 2005 – A empresa mantém sua matriz em São Paulo-SP iniciada em 2004 dentro de um programa de criação e reestruturação do Grupo ENGRA, para possibilitar melhor controle e gerenciamento das controladas. Esta centralização da administração das empresas tem a pretensão de simplificar e criar uma política de capital de prazo mais longo, conseqüentemente mais adequada às necessidades do nosso negócio, junto ao mercado financeiro. Em outubro de 2005 foram realizadas incorporações das empresas Engratech Suzano Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A e Engratech São Bernardo Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A na Empresa Engratech Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A, para permitir medidas de redução de custos administrativos e operacionais. Balanço Patrimonial em 31 de Dezembro de 2005 – (Em Reais) Demonstração de Resultados do exercício findo em 31 de Dezembro (Em Reais) Ativo 2005 2005 2004 2004 Passivo 2005 2005 2004 2004 2005 2005 2004 2004 Empresa Consolidado Empresa Consolidado Empresa Consolidado Empresa Consolidado Empresa Consolidado Empresa Consolidado Circulante 2.741.474,00 17.331.089,00 2.757.866,35 16.321.740,59 Circulante 7.338,00 25.355.629,00 2.768,79 29.222.177,11 Disponível 7.013,00 1.617.415,00 1.708,26 335.972,41 Fornecedores 217,00 5.618.284,00 1.428,08 11.167.138,46 Receita Bruta de Vendas – 92.590.912,00 – 72.727.896,88 Clientes 7.236,00 7.024.138,00 28.933,09 9.196.171,21 Financiamentos Devoluções Estoques – 3.758.907,00 – 3.199.820,68 e Empréstimos 5.455,00 16.328.365,00 1.149,99 8.548.390,21 e Retornos – 1.535.745,00 – 752.743,22 Outros 2.727.225,00 4.930.629,00 2.727.225,00 3.589.776,29 Obrigações Impostos Realizável a com Pessoal – 319.391,00 – 178.020,83 sobre vendas – 28.446.530,00 – 22.328.957,90 Longo Prazo 981.970,00 13.282.163,00 406.902,44 9.617.614,89 Obrigações Empresas Previdenciárias – 285.589,00 – 174.928,17 Receita Líquida de Vendas – 62.608.637,00 – 49.646.195,76 Ligadas – 12.089.787,00 – – Obrigações Custos das Vendas – 29.271.068,00 – 23.255.176,35 Depósitos Tributárias 412,00 1.826.553,00 190,72 8.578.192,75 Gasto com Judiciais – 109.938,00 – 89.730,08 Outras Pessoal 22.048,00 7.959.675,00 – 8.517.780,23 Empréstimo Obrigações – 350.423,00 – 302.252,57 Despesas Terceiros – 1.082.438,00 406.902,44 9.527.884,81 Provisões 1.254,00 627.024,00 – 273.254,12 Operacionais 33.888,00 21.206.835,00 – 15.743.176,51 Coligadas 981.970,00 – – – Exigível a (55.936,00) 4.171.059,00 – 2.130.062,67 Permanente 15.626.440,00 37.482.508,00 2.292.674,60 14.452.550,81 Longo Prazo 664.588,00 14.625.093,00 – 4.786.604,84 Lucro Bruto Receitas e Diferido – 35.511,00 – – Financiamentos e Desp. Financ. (14.329,00) (3.756.440,00) – (3.646.819,36) Investim. 15.626.440,00 – 2.292.674,60 44.602,19 Empréstimos – 316.280,00 – 1.208.588,33 Outras Receitas Imobilizado – 37.446.997,00 – 14.407.948,62 Parcelamentos e Desp. Oper. (40.217,00) (1.881.218,00) – (102.459,31) Total do de Impostos – 14.297.203,00 – 3.578.016,51 Lucro Oper. (110.482,00) (1.466.599,00) – (1.619.216,00) Ativo 19.349.884,00 68.095.760,00 5.457.443,39 40.391.906,29 Coligadas 664.588,00 11.610,00 – – Resultados Participação de Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos do não Oper. – – – (85.723,13) Minoritários – (1.224.422,00) – (681.975,65) Equivalência exercício findo em 31 de Dezembro – (Em Reais) Patrimonial (813.670,00) – (1.022.963,47) – 2005 2005 2004 2004 Patr. Líquido 18.677.958,00 29.339.460,00 5.454.674,60 7.065.099,99 Capital Social 6.324.000,00 29.040.332,00 6.324.000,00 6.941.370,00 Participação Empresa Consolidado Empresa Consolidado Reserva Reav. Minoritários – 542.447,00 – 681.975,65 Recursos Imobilizado 13.694.228,00 307.398,00 – – Lucro Antes Originados das Reser. Legal 606.845,00 2.359.226,00 153.638,07 1.567.073,97 I.R. e CSLL (924.152,00) (924.152,00) (1.022.963,47) (1.022.963,48) Operações Lucros Imp. Renda e Lucro Líquido Acumulados (1.947.115,00) (2.367.496,00)(1.022.963,47) (1.443.343,98) C. S. L. Líquido do Exercício (924.152,00) (924.152,00)(1.022.963,47) (1.022.963,48) Lucro Líquido Total do Origens da do Exercício (924.152,00) (924.152,00) (1.022.963,47) (1.022.963,48) 19.349.884,00 68.095.760,00 5.457.443,39 40.391.906,29 Operação (924.152,00) (924.152,00)(1.022.963,47) (1.022.963,48) Passivo Financiamentos Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – (Em Reais) e Empréstimos – (892.308,33) – 346.280,24 Capital Reserva Reserva Lucros Patrimônio Parcelamentos Empresa Social Legal Reavalição Acumulados Líquido de Impostos – 10.719.186,49 – 3.021.985,10 Em 31 de dezembro de 2003 – Origens de Integralização do Capital 3.596.775,00 – – – 3.596.775,00 Terceiros – 9.826.878,16 – 3.368.265,34 Capital a Integralizar 2.727.225,00 – – – 2.727.225,00 Total dos Reserva Incentivos Fisciais – 180.354,28 – – 180.354,28 Recursos (924.152,00) 8.902.726,16 (1.022.963,47) 2.345.301,86 Ágio / Deságio – (26.716,21) – – (26.716,21) Aplicações de Lucro Líquido do Exercício – – – (1.022.963,47) (1.022.963,47) Recursos Em 31 de dezembro de 2004 6.324.000,00 153.638,07 – (1.022.963,47) 5.454.674,60 Participação – – 13.694.228,00 – 13.694.228,00 dos Minoritários – 542.447,00 – 681.975,65 Reserva Reav. Imobilizado Reserva Incentivos Fisciais – 453.206,93 – – 453.206,93 Emp. a Liagadas Terceiros (406.902,44) 3.664.548,11 406.902,44 8.454.931,04 Ágio / Deságio Lucro Líquido do Exercício – – – (924.151,53) (924.151,53) Empréstimos 6.324.000,00 606.845,00 13.694.228,00 (1.947.115,00) 18.677.958,00 de Coligadas 317.382,00 (11.610,00) – – Em 31 de dezembro de 2005 Aquisições de Consolidado Investim. 13.333.765,4 0 23.029.957,19 2.292.674,60 2.590.278,04 Em 31 de março de 2004 617.370,00 5.329.073,97 – (720.970,97) 5.225.473,00 Integralização Capitalização da Reserva 3.162.000,00 (3.162.000,00) – – – de Capital (14.147.435,40)(23.198.512,01)(6.477.638,07) (2.862.590,47) Integralização do Capital 434.775,00 – – – 434.775,00 Total das Capital a Integralizar 2.727.225,00 (600.000,00) – – 2.127.225,00 Aplicações (903.190,44) 4.026.830,29 (3.778.061,03) 8.864.594,26 Reserva Incentivos Fisciais – – – 180.354,28 180.354,28 Alterações de Períodos Anteriores – – – 120.236,19 120.236,19 Aumento do – – – (1.022.963,48) (1.022.963,48) Capital Circul. (20.961,56) 4.875.895,87 2.755.097,56 (6.519.292,40) Lucro Líquido do Exercício Em 31 de dezembro de 2004 6.941.370,00 1.567.073,97 – (1.443.343,98) 7.065.099,99 Variações do Reserva Reav. Imobilizado – – 22.553.730,00 – 22.553.730,00 Capital Circul. Ativo Circulante Capitalização da Reservas 22.098.962,00 147.370,00 (22.246.332,00) – – No Fim do Capital a Integralizar – Exercício 2.741.474,00 17.331.089,00 2.757.866,35 16.321.740,59 Reserva Incentivos Fisciais – 644.782,03 – – 644.782,03 No Inicio do Alterações de Períodos Anteriores – Exercício 2.757.866,35 16.321.740,59 – 7.513.984,72 Lucro Líquido do Exercício – – – (924.152,02) (924.152,02) (16.392,35) 1.009.348,41 2.757.866,35 8.807.755,87 Em 31 de dezembro de 2005 29.040.332,00 2.359.226,00 307.398,00 (2.367.496,00) 29.339.460,00 Passivo Circul. tado do exercício foi apurado de acordo com o regime de competência, periféricos, enquanto os valores de Parcelamento de Impostos se referem No Fim do sendo para a empresa utilizado o método da equivalência patrimonial, en- a saldos de valores parcelados junto aos Governos Estaduais e Federal Exercício 7.338,00 25.355.629,00 2.768,79 29.222.177,11 quanto que para o consolidado foram agrupados os valores de cada con- pelas empresas controladas.d - Permanente: O Ativo permanente está deNo Inicio do trolada e eliminados os valores intercompanhias e a participação dos acio- monstrado ao custo de aquisição, sendo depreciado linearmente de acorExercício 2.768,79 29.222.177,11 – 13.895.128,84 nistas minoritários. c - Ativos e passivos circulantes e a longo prazo: Os do com as taxas usuais. Em Outubro de 2005 a controlada Engratech Tec. 4.569,21 (3.866.548,11) 2.768,79 15.327.048,27 valores de Clientes no consolidado refletem todos os títulos das empresas Emb Plásticas S/A, realizou reavaliação espontânea de seus ativos fixos, Aumento do do grupo que estão em aberto, e apenas 2% deste valor são títulos com trabalho executado por empresa capaz e habilitada, conforme laudo em Capital Circul. (20.961,56) 4.875.896,52 2.755.097,56 (6.519.292,40) perspectiva de dificuldades no recebimento. Estoques referem-se à nosso poder, com resultado para a Engra Participações e Administração Notas Explicativas da Administração às Demonstrações somatória das matérias-primas, dos materiais de acondicionamento e em- S/A num total de R$ 13.532.238,00, correspondente a 60% de R$ Financeiras em 31 de Dezembro de 2005 balagens e dos produtos acabados de todas as controladas que estão va- 22.553.730,00, sendo na filial de Jaguariúna R$ 13.949.013,00, de São Ber1. Contexto Operacional – A atividade da Engra Administração e Partici- lorizados ao custo médio e estão em patamares de mercado ou menor. nardo do Campo R$ 3.087.334,00, de Suzano R$ 2.194.340,00, de Lençóis pações Societárias S/A é a administração e participação nas empresas Outros créditos da empresa são compostos dos valores de capital que os Paulista R$ 1.182.188,00, de Paulínia R$ 2.077.573,00 e na matriz em São abaixo, de fabricação de embalagens plásticas sopradas e injetadas em sócios devem integralizar no valor de R$ 2.727.225,00, e no consolidado Paulo R$ 63.284,00. e - Patrimônio Líquido: O capital social é composto por PEAD, PVC, PP e PET, para atender clientes de todo o Brasil, com plantas adicionam-se os valores de adiantamentos a fornecedores e impostos a 6.324.000 ações nominativas, sendo 50 % de ações ordinárias, com direito industriais nas cidades de Jaguariúna, Suzano, São Bernardo do Campo, recuperar das controladas. Empréstimos a Terceiros na empresa são valo- a voto, e 50 % de ações preferenciais sem direito a voto. Resta ainda para Paulínia e Lençóis Paulista no Estado de São Paulo, de Uberaba em Minas res a receber junto às empresas Rekata Administração e Participação Ltda. ser integralizado o valor de R$ 2.727.225,00. Foi constituída Reserva de Gerais, de Abreu e Lima e de Paulista na Grande Recife em Pernambuco; e Safira Administração e Participação Ltda., no consolidado o valor refere- Reavaliação do Ativo Permanente no valor de R$ 13.532.238,00 que deveEngratech Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A; Engratech Suzano se a créditos com empresas prestadoras de serviços, sendo o principal rão ser realizadas de acordo com a depreciação dos bens reavaliados. f Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A; Engratech São Bernardo Tecno- valor junto à empresa Tecnomaq Manutenção Industrial Ltda., uma Contingências: Não existe qualquer contingência conhecida por parte da logia em Embalagens Plásticas S/A; Engratech Uberaba Tecnologia em Em- prestadora de serviços de manutenção, serviços de fabricação de moldes administração da empresa, sendo que as provisões são suficientes para balagens Plásticas S/A; Engranor Abreu e Lima Tecnologia em Embala- e ferramentais, e que também é locadora de equipamentos industriais para todas as estimativas de valores devidos. g - Instrumentos Financeiros: As gens Plásticas S/A; Engranor Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A; A a controlada Engratech Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A. Forne- principais operações realizadas pela empresa referem-se aos empréstiparticipação no capital total das empresas é de 60% em cada uma, repre- cedores são valores de curto prazo devidos a fornecedores de matérias- mos para a aquisição dos equipamentos e periféricos, e para o capital de sentando a totalidade do capital votante, ou seja,100% das ações ordinári- primas, materiais de embalagem e a prestadores de serviços, enquanto giro das empresas do grupo. Os riscos de taxas de juros não são relevanas. 2. Principais práticas Contábeis – As demonstrações financeiras fo- empréstimos refletem a soma dos empréstimos das empresas controladas tes, em função de que os valores estão prefixados e parte dos financiaram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, e estão corrigidos monetariamente até a data, de acordo com as taxas mentos atrelados em Dólares ou Euros estão já em fase final de liquidação. com base nas disposições da Lei das Sociedades por Ações e normas estipuladas nos contratos e são oriundos de compras de equipamentos e As empresas controladas continuam executando planos de contenções de estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM. a - O início das operações de capital de giro, e operação de suporte para as controladas. custos e capital de giro para redução das despesas financeiras, que no operações da empresa se deu em 01 de abril de 2004, tendo seu capital Obrigações Tributárias são valores de impostos a recolher á vencer ou ven- período de 2005 situaram-se em 6% da receita líquida consolidada. formado pelos patrimônios líquidos das empresas controladas acima, por- cidos. As diretorias das empresas controladas esperam, até o final de 2006, tanto os relatórios daquele exercício referem-se a um período de abril a regularizar completamente as suas situações perante o fisco. Financiamendezembro de 2004, ou seja, 9 meses. b - Apuração de Resultados: O resul- tos e Empréstimos são oriundos dos financiamentos dos equipamentos e

Renato Szpigel – Presidente Antonio Pereira Camargo Neto – Diretor Pedro Munhoz Faciolo – Contador CRC.SP. 091314

ENGRATECH TECNOLOGIA EM EMBALAGENS PLÁSTICAS S/A Relatório da Administração – Senhores Acionistas: Em cumprimento à Lei e às disposições estatutárias, apresentamos o relatório da administração, o balanço patrimonial e demais demonstrações financeiras acompanhadas de notas explicativas. A empresa em 2005: Em Outubro de 2005 foram incorporadas as empresas Engratech Suzano Tecnologia em Embalagens Plasticas S/A e Engratech São Bernardo Tecnologia em Embalagens Plasticas S/A. A empresa mantém sua matriz em São Paulo-SP e filiais em Jaguariúna, Paulínia e Lençóis Paulista, Suzano e São Bernardo do Campo, todas em São Paulo, sendo a primeira (Jaguariúna) a principal unidade industrial do grupo para atender clientes do Centro Sul, com clienATIVO Circulante Disponível Clientes Estoques Outros

RETIFICAÇÃO

Realizável a Longo Prazo Creditos com Terceiros Empresas Ligadas Coligadas Permanente Diferido Investimentos Imobilizado

Total do Ativo

AVISOS DE LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 043/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de equipamentos para semáforos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até as 23:59 horas do dia 31/05/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 12:00 horas do dia 05/06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 13:00 horas às 14:00 horas do dia 05/06;2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 044/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela internet. Objeto: Aquisição de equipamentos para laboratório de prótese dentária. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até as 23:59 horas do dia 05/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 10:00 horas do dia 08/ 06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 12:00 horas às 13:00 horas do dia 08/06;2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

Em 31 de dezembro de 2003 Integralização do Capital Reserva p/Futuro Aumento de Capital Lucro Líquido do Exercício Em 31 de dezembro de 2004 Reserva Reav. Imobilizado Capitalização da Reservas Lucro Líquido do Exercício Em 31 de dezembro de 2005

CNPJ/MF nº 05.825.478/0001-74 tes principalmente em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, está dotada de grande variedade de equipamentos, periféricos e flexibilidade para trabalhar com PEAD, PVC, PP e PET, de um conjunto de linhas de decoração de frascos, de um grande depósito e centro de distribuição de onde distribui diretamente para todos os seus clientes, além de centro de desenvolvimento e de manutenção para todas as empresas do Grupo. As demais filiais são plantas “In-House” nas instalações dos Clientes; SYNGENTA em Paulínia, VINAGRE BELMONT em Lençóis Paulista, SCARLAT em Suzano e BOMBRIL em São Bernardo do Campo. Os parques fabris contam com equipamentos de várias gerações, com as mais

Balanço Patrimonial em 31 de Dezembro (Em reais) PASSIVO 2005 2004 Circulante 12.786.091,00 7.604.369,91 Fornecedores 1.293.903,00 315.887,63 Financiamentos e Empréstimos 6.546.987,00 4.294.162,51 Obrigações com Pessoal 3.101.437,00 2.763.603,53 Obrigações Previdenciárias 1.843.764,00 230.716,24 Obrigações Tributárias Outras Obrigações 12.775.822,00 12.358.088,09 Provisões 691.257,00 – Exigível a Longo Prazo 12.084.565,00 – Financiamentos e Empréstimos 0,00 12.358.088,09 Parcelamentos de Impostos Coligadas 33.056.999,00 3.757.857,93 Patrimônio Líquido 35.511,00 – Capital Social 1.480,00 – Reserva Legal 33.020.008,00 3.757.857,93 Reserva Reavaliação Lucros Acumulados Total do Passivo 58.618.912,00 23.720.315,93 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (em reais) Capital Reserva Reserva Social Legal Reavaliação – – – 100.000,00 – – – 600.000,00 – – – – 100.000,00 600.000,00 – – – 22.553.730,00 22.246.332,00 – (22.246.332,00) – – – 22.346.332,00 600.000,00 307.398,00

Notas Explicativas da Administração às Demonstrações Financeiras em 31/12/2004 e de 2005 – 1. Contexto Operacional – A atividade da Engratech Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A é a fabricação de embalagens plásticas sopradas e injetadas em PEAD, PVC, PP e PET, decoração de frascos cilíndricos e ovais, e desenvolvimento de novos frascos e tampas, para atender clientes do centro sul do Brasil. 2. Principais práticas Contábeis – As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, com base nas disposições da Lei das Sociedades por Ações e normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM. a - Apuração de Resultados: O resultado do exercício foi apurado de acordo com o regime de competência, com as incorporações em 31/10/2005 das empresas Engratech Suzano Tec. Emb. Plásticas S/A e Engratech São Bernardo Tec Emb Plásticas S/A. O resultado de 2005 inclui os valores de Receitas e Despesas de novembro e dezembro destas duas novas filiais. b - Ativos e passivos circulantes e a longo prazo: Os valores de Clientes se referem a faturamentos a receber, sendo que a parcela já vencida não é relevante, estoques referem-se a matérias-primas, matérias de acondicionamento e embalagens e produtos acabados que estão valorizados ao custo médio e estão em patamares de mercado ou menor, e outros créditos são adiantamentos a fornecedores e impostos a recuperar. Fornecedores são valores de curto prazo devidos pela aquisição de materiais e a prestadores de serviços, enquanto empréstimos estão corrigidos monetariamente até a data de acordo com as taxas

2005 23.035.153,00 5.259.658,00 15.188.496,00 200.724,00 165.287,00 1.302.836,00 342.611,00 575.541,00 13.435.912,00 316.280,00 11.584.539,00 1.535.093,00 22.147.847,00 22.346.332,00 600.000,00 307.398,00 (1.105.883,00) 58.618.912,00 Lucros Acumulados (65.033,95) – – (246.185,53) (311.219,48) – – (794.663,52) (1.105.883,00)

2004 22.102.424,86 7.882.640,85 6.773.995,90 67.648,54 95.928,57 7.118.852,90 33.855,64 129.502,46 1.229.110,55 107.309,01 1.121.801,54 – 388.780,52 100.000,00 600.000,00 (311.219,48) 23.720.315,93 Patrimônio Líquido (65.033,95) 100.000,00 600.000,00 (246.185,53) 388.780,52 22.553.730,00 – (794.663,52) 22.147.847,00

estipuladas nos contratos e são oriundos de compras de equipamentos e operações de capital de giro, e operação de suporte para a coligada Engratech Uberaba Tecnologia em Embalagens Plásticas S/A. Obrigações Tributárias são valores de impostos não recolhidos. A diretoria espera, até o final de 2006, regularizar completamente a sua situação perante o fisco. Financiamentos e Empréstimos são oriundos dos financiamentos dos equipamentos e periféricos, enquanto os valores de Coligadas se referem a mútuos e contas correntes com empresas do grupo. c - Permanente: O Ativo permanente está demonstrado ao custo de aquisição, sendo depreciado linearmente de acordo com as taxas usuais. Em 10/2005 a empresa realizou reavaliação espontânea de seus ativos fixos, trabalho executado por empresa capaz e habilitada, conforme laudo em nosso poder, com resultado de R$ 22.553.730,00, sendo nas plantas : Jaguariúna R$ 13.949.013,00, São Bernardo do Campo R$ 3.087.334,00, Suzano R$ 2.194.340,00, Lençóis Paulista R$ 1.182.188,00, Paulínia R$ 2.077.573,00 e na matriz em São Paulo R$ 63.284,00. d - Capital: O capital social é composto por 22.346.322 ações nominativas no valor de R$ 1,00 cada, sendo 60 % de ações ordinárias, com direito a voto, e 40 % de ações preferenciais sem direito a voto. Na AGE de 31/10/2005 foram deliberados os aumentos de capital social; mediante a capitalização de reservas de capital a titulo de reserva de reavaliação existente nesta data, à ordem de R$ 17.069.110,00; mediante a incorporação do patrimônio da empresa Engratech Suzano no valor de R$ 1.923.222,00; e mediante a incorporação do patrimônio da

avançadas tecnologias disponíveis e periféricos desenvolvidos especialmente para melhor aproveitamento de materiais, redução de energia elétrica, refrigeração e ar comprimido, e outros mais modestos para atender clientes com produtos em lançamento ou com escala reduzida de volumes. Em 2004, seguindo a tendência dos grandes conglomerados, a companhia aderiu a projeto de reestruturação e reorganização societária, passando a compor o GRUPO ENGRA, controlado pela holding Engra Administração e Participações S.A, de modo a racionalizar custos, maximizando investimentos e resultados com a maior identidade e uniformidade dos planos e condutas das empresas. A Administração Demonstração de Resultados do Exercício Findo em 31 de Dezembro (em reais) 2005 2004 Receita Bruta de Vendas 67.601.811,00 60.887.615,43 Devoluções e Retornos 1.231.682,00 1.082.604,16 Impostos sobre vendas 22.421.898,00 19.435.687,64 Receita Líquida de Vendas 43.948.231,00 40.369.323,63 Custos das Vendas 24.770.269,00 24.176.822,19 Gasto Com Pessoal 4.616.276,00 3.005.983,65 Despesas Operacionais 13.345.492,00 11.505.367,38 Lucro Bruto 1.216.194,00 1.681.150,41 Receitas e (Despesas Financeiras) (2.454.942,00) (1.795.723,97) Outras Receitas e Desp. Operacionais 476.337,00 (131.611,97) Participação nos Lucros 32.253,00 Lucro Antes I.Renda e CSLL (794.664,00) (246.185,53) Imp. Renda e Contr. Social Lucro Líquido Lucro Líquido do Exercício (794.664,00) (246.185,53) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos do Exercício Findo em 31 de Dezembro (em reais) 2005 2004 Recursos Originados das Operações 11.216.026,45 1.635.161,93 Lucro Líquido do Exercício (794.664,00) (246.185,53) Depreciação e Amortização 1.338.982,00 652.236,91 Origens da Operação 544.318,00 406.051,38 Financiamentos e Empréstimos 208.970,99 107.309,01 Parcelamentos de Impostos 10.462.737,46 1.121.801,54 Origens de Terceiros 10.671.708,45 1.229.110,55 Aplicações de Recursos 6.967.033,50 16.088.017,09 Creditos com Terceiros 691.257,00 Empréstimos de Coligadas (1.808.616,09) 12.410.094,73 Aquisições do Ativo Permanente 8.084.392,59 4.377.922,36 Integralização de Capital (700.000,00) Aumento do Capital Circulante 4.248.992,95 (14.452.855,16) Variações do Capital Circulante Ativo Circulante 5.181.721,09 7.603.953,31 No Fim do Exercício 12.786.091,00 7.604.369,91 No Inicio do Exercício 7.604.369,91 416,60 Passivo Circulante 932.728,14 22.056.808,47 No Fim do Exercício 23.035.153,00 22.102.424,86 No Inicio do Exercício 22.102.424,86 45.616,39 Aumento do Capital Circulante 4.248.992,95 (14.452.855,16) empresa Engratech São Bernardo no valor de R$ 3.254.000,00. e - Contingências: Não existe qualquer contingência conhecida por parte da administração da empresa, sendo que as provisões são suficientes para todas as estimativas de valores devidos, inclusive para aqueles de clientes com processo de falência decretado no período. f - Instrumentos Financeiros: As principais operações realizadas pela empresa referem-se aos empréstimos para a aquisição dos equipamentos e periféricos, e para o capital de giro das empresas do grupo. Os riscos de taxas de juros não são relevantes, em função de que os valores estão prefixados, e parte dos financiamentos atrelados em Dólares ou Euros, estão já em fase final de liquidação. Continua em execução plano de contenção de custos e capital de giro para redução das desp. financeiras, que se situou em 5,6% da receita líquida. Renato Szpigel – Presidente; Antonio Pereira Camargo Neto – Diretor Pedro Munhoz Faciolo – Contador CRC.SP. 091314


segunda-feira, 22 de maio de 2006

Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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A CIDADANIA É UMA CARTEIRA DE IDENTIDADE

O Lula perdeu o bonde da história ao não dar um corretivo quando surgiram os escândalos Christiane Torloni

Marcelo Corrêa/1000 Palavras

O Brasil não é um País que está à venda

N

da grade curricular de ensino? A cidadania é uma carteira de identidade e precisa ser melhor exercitada. As pessoas não têm a oportunidade que eu tenho de falar num veículo de comunicação. O povo só pode ir para a rua e falar. Falar numa voz grande, coletiva. Mas ninguém sabe que pode fazer isso. Porque nós, numa ação muito calma e determinada, estamos perdendo a nossa identidade de cidadão brasileiro. A quem interessa isso? Porque identidade quer dizer soberania. A quem interessa a perda da nossa soberania? A quem interessa que nós viremos o Cartel de Medellín? A alguém certamente interessa. Quando começou o escândalo do mensalão, a deputada Denise Frossard começou a usar uma pulseira verde-amarela na qual se lia: "O Brasil não está à venda". Ela fez isso porque sabia que parte do dinheiro do mensalão não era brasileiro. Ele vinha de fora. Às vezes, nem vinha, como no caso do publicitário Duda Mendonça, que teve seu dinheiro depositado fora. Precisamos começar a botar as camisetas, vamos botar as pulseiras e dizer que o Brasil não está à venda.

M

sa chorando, porque a vontade popular foi respeitada. Eu torci para que desse certo, porque torço pelo Brasil, e não pelo Lula e nem pelo José Dirceu. Eu torço pelo Brasil, um país que vou deixar para meus filhos e netos. O fato de discordar politicamente do Lula não é a questão central. O povo votou e é soberano, então que dê certo. Mas o que está acontecendo agora, infelizmente? Esse partido roubou a nossa esperança. Roubou a esperança de uma geração inteira que saiu às ruas. Eu saí às ruas para panfletar e sei do que estou falando. Então você tem um candidato eleito por um partido que reuniu as esperanças populares e daí o cara chega lá e faz isso? O Lula perdeu o bonde da história ao não dar um corretivo sério quando começaram a surgir os escândalos. Qual é o pai de família que não sabe o que está acontecendo em sua casa? Ele perdeu a autoridade ao dizer que não sabia de nada. Então a casa está de ponta-cabeça. Se o chefe da nação não sabe o que acontece dentro do gabinete dele, em que mundo estamos? O senhor José Dirceu está dando palestras. Será que está ensinando como se faz o que ele fez? Quando o José Dirceu foi denunciado como chefe do mensalão, o Lula perdeu uma chance histórica de dar uma lição de dignidade a este País. Ele poderia ter calado a boca de todo mundo, inclusive a minha. Em vez disso, o que fez? Disse que mensalão sempre existiu. Isto aqui parece Hamlet, um reino que cheira mal. De onde vem tanta podridão?

E

u sou uma empresária pequenininha, mas sou. E pago a mesma coisa de tributação que um empresário que tenha 40, 50 ou centenas de empregados. Um ator, que é produtor cultural, pode pagar a mesma tributação de um cara que tem uma empresa? A mesma tributação? Não pode, isso não é justo. Por isso cada vez se produz menos no País. É aquela história: essa tributação pesada começa a dar artifícios para a corrupção. A questão tributária precisaria ser vista com mais lucidez porque existem atividades diferencia-

O presidente blindado O povo só pode ir para a rua e falar. Falar numa voz grande, coletiva. Mas ninguém sabe que pode fazer isso. Precisamos começar a botar as camisetas, vamos botar as pulseiras verde-amarelas e dizer que o Brasil não está à venda. Christiane Torloni

O rabo preso da oposição

E PT, o ladrão de esperanças inha análise dos fatos vem da observação do que está ocorrendo. A campanha que foi feita na época do impeachment do presidente Fernando Collor me deixou comovida. Achei que aquilo ainda era rastro das Diretas (campanha pelo voto direto em 1984). Me engajei na campanha das Diretas, fui para as ruas. Mesmo que as Diretas não tenham passado, o movimento em si foi fundamental. As Diretas não passaram porque, naquele momento, a minoria votou contra a maioria. Eu não conseguia entender. Como é que a gente podia voltar para casa de mãos abanando, com nossos títulos eleitorais enfiados sabe Deus lá onde. Que gente banana! Brasileiro ficou banana. Na época, eu tinha 27 anos. Agora, aos 49, o que eu observo? Vieram as últimas eleições e eu não fiz campanha para ninguém, e nem votei no PT, porque o PT sempre teve uma participação incendiária nas reuniões políticas. E eu participei de várias. Em todas essas reuniões, sempre que começava a haver um esvaziamento e você ia lá investigar, encontrava o PT por trás. Eles sempre estavam esvaziando tudo. É uma atitude arrogante, marxista antiga que eles tinham e ainda têm. Não tem jeito. Essa é a atitude deles. Mas tudo bem, na democracia tem que caber todo mundo. Então o Lula foi eleito, e poucas coisas me encheram de tanta alegria. Quando eu vi a festa da eleição do Lula na Avenida Paulista, pensei: que bom, as pessoas estão na rua cantando e não foram para ca-

Torloni: "Não votei no PT porque ele sempre teve uma participação incendiária".

das. Para eu conseguir um incentivo fiscal da Lei Rouanet – e estou falando isso por causa dessas ONGs do Rio que receberam mais de R$ 160 milhões sem ter um papel, uma certidão negativa –, eu preciso ter toda minha documentação em ordem. Imagine se eu passar para o Ministério da Cultura um projeto meu que não tenha todos os documentos. Quando você faz uma peça, você pede, estourando, R$ 500 mil ou R$ 600 mil. E agora sabemos que R$ 160 milhões foram dados para sócios laranjas do governo do Rio de Janeiro.

u estou muito triste porque tem uma geração que foi assaltada não só nos seus tributos, mas foi assaltada no coração, na sua esperança. E até agora ninguém fez nada, ninguém foi às ruas. A inércia dessa geração guerreira, que são os estudantes, é fruto de duas situações: em primeiro lugar, os jovens não tiveram formação política, isso também foi roubado deles. E, depois, veio a facada dada por esse partido. E há ainda uma terceira agravante: os partidos de oposição têm o rabo preso. É só ver a absolvição dos deputados envolvidos no mensalão, que se dá sob as nossas barbas. E nós continuaremos pagando a aposentadoria dessas pessoas e elas poderão se reeleger. As Diretas (campanha pelo voto direto em 1984) andaram por-

que todos os partidos estavam interessados e colocaram suas máquinas para trabalhar. Na época do impeachment do Collor, idem. Agora, em vez de os partidos fazerem seu mea-culpa e limarem os políticos que se deixaram corromper, eles não fazem nada, estão se lixando, não guardam nenhuma ideologia partidária. Aos próprios partidos não interessa a punição dos seus parlamentares, por isso eles estão recolhidos. Então nós estamos sós e abandonados à nossa própria organização ou desorganização. As pessoas esquecem que o mandato de um político é de quem votou nele. Temos de cobrar. Eu moro no Rio de Janeiro e a cidade está confusa e abandonada. Nossa Assembléia Legislativa cheira mal, parece caixa de esgoto.

O listão dos processados

À

s vésperas das próximas eleições, eu acho que a imprensa deveria publicar um listão, como no caso do vestibular, com o nome de todos os deputados que estão sendo processados, qualquer que seja o tipo de processo. Para que as pessoas saibam em quem não votar. Em quem votar deve ser outro problema, pois devem sobrar uns três ou quatro. A quantidade de deputados, senadores, governadores como a Rosinha Garotinho e ex-candidatos como o Anthony Garotinho, que têm acusações pesando contra eles, é imensa. Há deputados acusados de homicídio em seus estados. Há outros tantos processados por formação de quadrilha, porque nunca agem sozinhos. Esses nomes têm de vir a público. Não podemos cair de novo nas mãos des-

As instituições e o silêncio dos inocentes

E

u não acho que tudo esteja perdido. Fui criada de uma maneira a acreditar nas instituições. Eu acredito nos Legislativo, no Judiciário, no Executivo, enfim, nos três Poderes, e na polícia. Eu acredito que ainda existam homens de valor nessas instituições. Eu acredito que haja deputados, senadores e governadores honestos. Mas as pessoas de bem estão tão caladas...

se bando de 171 (crime de estelionato) que está no poder, desses irmãos Metralha da política. Eles podem ter imunidade parlamentar, mas não podem ter imunidade popular. Vai ser difícil sobrar alguém em quem valha a pena votar. Por quê, a princípio, um deputado é inocente se ele já tem quatro processos nas costas? Pelo amor de Deus. Uma pessoa que tenha quatro processos nas costas alguma coisa deve ter feito.

N

o ano passado eu estava fazendo um espetáculo em Curitiba (Paraná) quando um repórter da rádio CBN me ligou para perguntar o que eu achava daquele movimento de blindagem em torno do presidente da República. Eu respondi: eu acho que entendi mal. Como assim? Estão blindando o Luiz Inácio Lula da Silva? O presidente da República está sendo blindado? O Lula é sujeito a uma blindagem? O carro dele pode ser blindado, mas ele também? Um presidente não pode ser sujeito a uma blindagem. A criatura menos blindada do País devia ser justamente o presidente da República. As

pessoas envolvidas no mensalão são inteligentes. Elas estudaram nessas cartilhas que ensinam como fazer para se manter no poder por 30, 40 ou até mesmo 50 anos. Esta blindagem do Lula foi tão bem feita que nós agora estamos vendo os resultados. Fomos expostos internacionalmente ao mico da Bolívia (referindo-se à crise pela nacionalização do gás boliviano). Eu fiquei com pena do ministro Celso Amorim, com muita pena. Um cara enfraquecido, que teve de engolir tudo aquilo. Em vez de blindarem o presidente da República, eles deveriam "desblindar" Brasília, expondo os nomes de todos os corruptos que estão lá.

Marcola, o poderoso chefão

S

ão Paulo parou por causa de um comando de bandidos. E voltou a funcionar por quê? Porque o Marcola, líder do PCC, deu um telefonema e mandou acabar com a rebelião. Olha que beleza. O cara tem palavra, voz de comando. No Rio é do mesmo jeito. Por que a situação dos presídios chegou a este ponto?

Que ninguém venha me dizer que é por falta de dinheiro. Dinheiro tem, e muito. Como é que alguém condenado por um crime hediondo pode ser solto? Porque solto ele é menos perigoso. De dentro do presídio ele manda, é mais perigoso ainda. Ele está dentro de um escritório, que tem de tudo, até computador.

Escolha a sua falcatrua

V

amos voltar à questão da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Ela foi criada para beneficiar a saúde. Não foi essa a mentira que nos contaram? Jamais beneficiou. Depois, uma coisa que era provisória virou permanente. E nós estamos pagando a CPMF que vai para onde? Está indo para o champanhe de quem? Por que isso, se o seu salário já foi tributado? Vou ter de pagar mais imposto por movimentar um dinheiro que é meu? Ora, eu estou movimentando a economia. As pessoas deixam de mexer no dinheiro porque

sabem que pagarão mais um tributo. Hoje você pode escolher para onde vai o dinheiro da sua CPMF. Se ele vai para as ONGs do Garotinho, para ambulâncias da operação sanguessuga, para as CPI dos Correios ou dos Bingos. Você pode escolher para qual CPI quer enviar o dinheiro da sua CPMF. Ela tem de cair. Nós nunca concordamos com isso. Estamos vivendo uma ditadura branca. Quando vivíamos na ditadura mesmo, sabíamos ao menos quem eram os ditadores. E agora, quem são os ditadores? Como se organizar contra eles?

L

a época da ditadura nós tínhamos na escola uma matéria chamada Educação Moral e Cívica. Por quê? Porque eles achavam que nós tínhamos de ter uma noção de patriotismo. Isso nos obrigava a saber coisas que todo mundo acha um saco, mas elas estavam lá. Na transição para o regime democrático, aquela matéria mudou de nome, e passou a se chamar Organização Social e Política Brasileira, que soa até mais agradável. Nas aulas de OSPB nós aprendíamos o que é cidadania, o que é a Constituição Federal, quais são os direitos e deveres que um cidadão tem. Hoje em dia, de que maneira um adolescente começa a se formar como cidadão? Onde ele aprende o que é voto, qual é o instrumento que meu voto me dá dentro da nação, o que é uma Câmara ou o Senado, o que fazem os deputados e s e n a d o re s ? I s s o v o c ê n ã o aprende em História. As aulas de Organização Social e Política Brasileira deveriam informar o que é tudo isso de forma clara e objetiva para formar cidadãos. Volto a perguntar: que inteligência é essa que articulou que essa matéria deveria ser retirada

As ONGs e as negociatas


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO

O FUTURO DO DÓLAR

A

americano. Admitindo-se que isto seja verdade, cabe indagar a que velocidade dar-se-ia tal processo? Haveria motivos suficientemente fortes para nos fazer apostar em velocidade acelerada e processo conturbado? Em princípio, a resposta é negativa. Encontram-se presentes importantes fatores atenuantes, como: (i) o fato de o maior crescimento mundial (exEUA) constituir relevante elemento propulsor das exportações americanas; (ii) o declínio do valor real dos imóveis americanos já em curso, o qual seguramente terminará por afetar adversamente o consumo doméstico e, portanto, as importações americanas; (iii) a baixa probabilidade de que os juros se elevem de maneira agressiva fora dos EUA.

EXCESSIVA

Lição a aprender PAULO SAAB

D

epois da porta arrombada, põe-se a tranca. É sempre assim. Na linha do otimismo, pode-se dizer que é melhor assim do que nada acontecer. O fato de o Senado correr para aprovar medidas de segurança que há anos tramitam naquela Casa mostra o quanto o Poder Público está apartado das necessidades reais da população brasileira. Houvesse uma sintonia maior entre os anseios das ruas e o que se faz no Congresso Nacional, por exemplo, e não teríamos a necessidade de correr para pôr cadeados após a porta ser escancarada pela força. Do mesmo modo, em relação aos movimentos do Judiciário e mesmo do Ministério Público e da sociedade em geral, poderia existir uma pressão maior para as alterações que se fazem necessárias na legislação penal e na de execução criminal. Estamos no tempo das carroças em termos de legislação e a bandidagem já na era da microeletrônica avançada. Pelo lado do Executivo, as ações são lentas e inexiste investimento em inteligência, sofisticação de investigação e armamentos adequados. A cada crise é um Deus nos acuda. As lições são tantas e não se pode deixar baixar o clima de indignação quando houver um acomodamento de situação. A OAB precisa ser mais dura com os maus advogados e menos corporativa na defesa de quem não merece. A maioria é decente, mas há muito advogadobandido protegido. Para complicar, em vez de serenar a situação, o inábil ministro Tarso Genro ainda transforma a questão em embate eleitoral, com declarações desnecessárias para alimentar o clima.

Entendo, inclusive, e há críticas no PSDB a Geraldo Alckmin por isso, que ele explorou pouco politicamente, eleitoralmente, a omissão do governo federal ao cortar verbas para a segurança pública no ano passado e na crise recente querer aparecer de salvador da pátria. Foi adequado ao momento. O que não aconteceu com Tarso Genro. Aliás, santa crise na segurança para o governo Lula! Desviou a atenção do quanto a Bolívia humilhou o Brasil e o seu presidente no episódio da nacionalização da Petrobrás. Desviou a atenção de como o Itamaraty se apequenou na defesa dos interesses soberanos brasileiros, para deixar o folclórico presidente boliviano capitalizar eleitoralmente em seu país em cima de bravatas e violências contra o Brasil.

A

crise ainda não acabou. A própria imprensa precisa refletir um pouco mais sobre seu importante papel como informadora e orientadora da sociedade. Cumpriu importante missão no auge da situação de guerra urbana. Em minha opinião, poderia ter sido um pouco mais orientativa e menos reclamona. Mas imprensa livre é fundamental e, no geral, o desempenho foi bom. Pode melhorar muito. Espero que não em situações de aprendizado forçado. Se tudo isto que aconteceu, e ainda não terminou, não trouxer uma profunda mudança no comportamento dos agentes públicos, da sociedade, do governo, dos legisladores, de todos nós, para melhor, todas as vidas perdidas terão sido em vão. E muitas ainda poderão ser. Sem demagogia.

E stamos no tempo das carroças em termos de legislação criminal

Este governo precisa de contabilistas

TRECHOS DO ARTIGO DE OPINIÃO

ANTONIO MARANGON

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Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

maneira mais eficiente e segura de se conhecer um governo em seu exercício permanente, cifra-se em analisá-lo e estudá-lo sobre o ponto de vista da carteira de impostos. Quem quiser conhecer como vai um governo, se é bom ou não, se é sofrível ou não, se é péssimo ou não, estude o seu elenco de impostos e o peso que eles têm sobre os contribuintes. Se encararmos o Brasil nesse setor, chegamos a detestável conclusão que somos mal governados por um Estado incapaz de votar um sistema tributário. Não direi que é justo querer o impossível no Brasil, mas próximo do justo, por termos especialistas capazes de nos dotar de tributos bem lançados e bem cobrados, para reverterem em benefícios que abranjam toda a Nação.

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DO SITE DA MCM CONSULTORES

O dólar vive uma trajetória de depreciações

Auditado pela

TRIBUTAÇÃO

Philippe Desmazes/AFP

Forças econômicas (como déficit em conta-corrente de quase 7% do PIB) dão certa lógica à depreciação da moeda americana. moeda americana seja de depreciação. Os motivos são: 1- Mesmo sendo os EUA uma economia com fortes ganhos de produtividade e alta credibilidade como devedor, não é nada trivial sustentar déficit externo equivalente a 7% do PIB. Na verdade, a médio e longo prazo inexiste saída para os americanos que não passe por uma combinação de retração da absorção doméstica e aumento da produção de bens comercializáveis. A força por trás de ambos tem de ser o enfraquecimento do dólar. 2-Ao que tudo indica, é bem possível que o processo de ajuste de taxa de juro tenha chegado ao fim nos EUA, ou esteja próximo disto. No Japão e na Europa, porém, a história é outra. Em tais regiões, a tendência do juro é de alta. A melhor previsão é de que o diferencial de juro entre os EUA e o resto do mundo

JOÃO DE SCANTIMBURGO

desenvolvido diminuirá. 3- Aos poucos, melhoram as perspectivas de crescimento econômico no resto do mundo (ex-EUA). Como grande parte dos fluxos de capital compõe-se hoje de aplicações de risco (FDI, bolsas, etc), movimentos estes sempre sensíveis a alterações de expectativas sobre crescimento futuro, o cenário de expansão mais forte da economia mundial poderá, realmente, significar certo direcionamento de recursos, para fora dos EUA. Em poucas palavras, tudo isto nos parece compatível com previsão de continuidade do processo de depreciação do dólar norte-

Céllus

pesar do título ousado, a palavra de ordem é humildade na análise. A questão relacionada aos desequilíbrios em contacorrente encontra-se no centro das discussões internacionais de política econômica. A imprensa estrangeira especializada não cessa de tocar nesta tecla, principalmente depois da divulgação do comunicado do FMI, em abril, no qual a instituição chama para si a responsabilidade de agir como “facilitadora”, ou “coordenadora”, do processo de ajuste envolvendo grande número de países. Há boas razões para acreditar que a tendência da

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nquanto o País não tiver gestores que controlem e distribuam bem o dinheiro arrecadado de nós, contribuintes, não haverá desenvolvimento para a nossa sociedade. Enquanto os nossos governantes não aprenderem os princípios da Contabilidade, haverá gastos desnecessários e investimentos em projetos de curto prazo com resultados imediatistas, que não resolvem a raiz de problemas que precisam ser atacados com urgência. Senão, vejamos: cerca de 13,4 milhões de famílias recebem os benefícios do Bolsa-Família – programa social do governo federal –; entretanto, o número de famílias pobres é menor: 11,2 milhões. Enquanto isso, o TCU (Tribunal de Contas da União) reprovou 48 de 101 contratos da operação Tapa-buracos para as rodovias, uma polêmica gerada desde o início de sua implantação. Dentre as irregularidades encontradas pelo tribunal destacam-se os custos superestimados. A realidade dos fatos citados é uma pequena amostra da insensatez e da displicência com que o governo federal trata os seus projetos sociais, uma das principais bandeiras de sua campanha. Uma das razões para as referidas inconsistências é não separar política de contabilidade. Interesses partidários da administração pública. Até hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deu explicações sobre as acusações do ex-secretário do PT de que os dirigentes do partido tinham a intenção de arrecadar R$ 1 bilhão para engordar suas contas. Montante significa-

tivo que, certamente, não seria contabilizado. Contudo, querem nos fazer crer que programas sociais como o Bolsa-Alimentação, Bolsa-Escola, Bolsa-Família e Vale-Gás estão diminuindo a exclusão social no País. Ledo engano, estamos, na verdade, incentivando a formação de subcidadãos, subservientes e submissos aos mandos e até desmandos das autoridades que lhes põem a "esmola" nas mãos. Quando, ao contrário, devíamos motivar essas famílias à garra por crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional, independência financeira, vontade própria, poder de decidir sobre seu presente e seu futuro e, principalmente, à liberdade de opção e voto, fatores indispensáveis para a sobrevivência humana.

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recisamos de investimento em educação e incentivos fiscais, para que micro, pequenas e médias empresas possam se desenvolver e gerar mais mão-deobra, dando condições de emprego a quem quer e precisa trabalhar. Programas assistenciais não incentivam o empreendedorismo. Assim, nos convencemos cada vez mais que governo e sociedade precisam dos contabilistas, profissionais capazes de auxiliar o gerenciamento dos recursos públicos, das empresas em geral e também do poder legislativo, contribuindo para que os parlamentares possam elaborar leis tributárias justas e adequadas para governo e contribuintes. ANTONIO MARANGON É PRESIDENTE DO SESCON

I nsensatez e displicência: o governo não separa política de contabilidade.

O fôlego do Leão tributário é de dinossauro, sem ceder a nenhum argumento favorável ao contribuinte. irse-á que o sistema tributário de alguns países é pesado. Recuso a qualificação, mas é tanto quanto possível para alguns Estados proporcionarem ao contribuinte taxas justas de impostos, tão justas que sejam visíveis nos orçamentos bem administrados, o que não é o caso do Brasil. Temos nos batido neste jornal por uma tributação justa, embora não tenhamos ilusões de vencer a disputa, pois o fôlego do leão tributário é de dinossauro e não tem disposição para ceder a nenhum argumento que seja favorável ao contribuinte. É mesmo um velho problema pelo qual nos batemos, mas sem encontrar solução que seja aceita pelo poder público. A gula leonina tem dimensões infinitas porque o Estado sempre quer mais recursos, não aperfeiçoa a receita e logo aumenta impostos; isto é, aumenta a carga tributária que pesa como mole de chumbo sobre o pobre contribuinte, que não tem escapatória para as garras do Leão. É um absurdo que modestos contribuintes do Imposto de Renda passem necessidades para poderem pagar esse tributo, pois estamos num país, como tantos outros, de tributação excessiva.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Nós tínhamos a chama da esperança, mas agora temos o espinho da indignação. Christiane Torloni

BLINDAR PRESIDENTE NÃO É DEMOCRACIA

Marcelo Casal Jr/ABr

Líderes muy amigos Marcelo Corrêa/1000 Palavras

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u e m e s t á n o s s a c aneando atualmente? São as mesmas pessoas que estavam no fim da ditadura, em 1982, e no movimento das Diretas, em 1984. Eles estavam com a gente e agora estão nos sacaneando. Eles estão sacaneando a democracia. Eles estão sacaneando o nosso futuro. Nós seremos responsáveis por tudo isso. As gerações futuras irão nos perguntar: o que vocês estavam fazendo enquanto o País estava sendo degradado? Se, hoje, você tem uma conta no banco e sabe que qualquer um pode invadi-la, como fica isso? Todas as instituições foram colocadas em xeque. É verdade que democracia se dá quando um caseiro derruba um ministro. Isto é democracia, blindar presidente não é. Os caras estão em Brasília votando coisas indecentes, em horários indecentes. Veja o caso da deputada Ângela Gua-

Amorim, ao desembarcar em La Paz, afirma que o Brasil quer continuar projetos de longo prazo com Bolívia

Torloni: "Eles estavam com a gente, e agora estão nos sacaneando"

dagnin, dançando no Plenário. E ela é só advertida. Como assim, advertida? Olhem para o histórico dessa parlamentar. Ela não poderia nem estar lá,

pois está envolvida em escândalos em São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde foi prefeita. Como é que essa mulher chegou ali?

Prato do dia: só notícias ruins

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a campanha das Diretas, nós éramos movidos pela indignação também, em função dos nossos direitos usurpados. Agora, o que a gente quer é nosso dinheiro de volta e dizer que nossa liberdade está correndo risco. Não sejamos bobos. Hoje em dia as pessoas têm acesso à informação. Os jornais nos dizem todos os dias o que está acontecendo. As pessoas dizem: pôxa, mas só tem notícia ruim. Cara, não é que só tem

notícia ruim, é o que está acontecendo. Você quer que os jornais dourem que pílula? Nossa cara está à tapa na rua, para assalto, para tudo. A diferença entre as duas épocas, a das Diretas e agora, é que antes havia, por trás da indignação, a esperança de uma abertura política. É óbvio que eu conservo a esperança de novas lideranças. Mas eu insisto em dizer que nós não sabemos o que fazem os parlamentares. Com essa rebelião em São Pau-

lo, muitos projetos foram votados rapidamente. Mas onde estava essa gente que não fez a lição de casa? Nós tínhamos a chama da esperança, mas agora temos o espinho da indignação. É muito mais que espinho; eu sinto vergonha de ser brasileira agora. Tenho muitas saudades de algumas pessoas cuja voz eu gostaria de voltar a ouvir. Nós estamos precisando daquilo que ainda temos de melhor dentro de nós: alguma dignidade.

Amorim cobrará segurança jurídica

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apenas quatro dias do anúncio de uma volumosa injeção de recursos da Venezuela na Bolívia, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, dará hoje ao presidente boliviano Evo Morales a clara mensagem de que o Brasil quer manter seu projeto de cooperação com o país vizinho e alavancar outros segmentos produtivos, além do gás e do petróleo. Mas indicará que esse sinal de boa vontade só será efetivado com a adoção de um marco de segurança jurídica, o ressarcimento do patrimônio da Petrobras no país e o tratamento digno aos brasileiros que venham a ser afetados por sua reforma agrária. Amorim ainda deixará claro a Morales que o Brasil não pretende jogar um braço de ferro com a Bolívia. Entretanto, prosseguirá com suas iniciativas de buscar a auto-suficiência de gás natural e a diversificação de suas fontes de energia. "Queremos manter nosso engajamento de longo prazo com a Bolívia. Não por generosidade ou por ideologia. Mas por uma decisão de Estado, que vem de alguns governos anteriores, sobre a necessária

ajuda ao desenvolvimento e à estabilidade da Bolívia", afirmou o chanceler, durante o vôo de Brasília a La Paz, na manhã de ontem. "Embora o governo boliviano diga o contrário, a transferência de propriedade da Petrobras é uma expropriação. Mas se houver indenização, não será tão dramática." Otimismo – Amorim desembarcou no início da tarde de ontem otimista em encontrar um comportamento mais brando das autoridades bolivianas, que se mostraram agressivas no episódio da nacionalização do gás. Ele assegurou que sua missão hoje, em La Paz, não será a de negociar questões pontuais sobre o abastecimento ou o reajuste de preços. No entanto, destacou que espera que os resultados das negociações favoreçam a ambas as nações. Apesar do interesse do Brasil de manter alguma influência geopolítica sobre La Paz e de, ao menos, não permitir o completo controle do país vizinho por Hugo Chávez, da Venezuela, os sinais de boa vontade do governo brasileiro somente sobreviverão se houver um clima favorável para as conversas de hoje nos gabinetes de La Paz. A tarefa de Amo-

HIDRELÉTRICA A China concluiu a construção da maior hidrelétrica do mundo, após nove anos.

VAREJO

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á existe uma rede varejista equivalente às Casas Bahia no Nordeste. São as Lojas Insinuante, com sede em Lauro de Freitas (BA). Desde 2003, a companhia ampliou em mais de 50% ao ano o faturamento em reais, a maior taxa de crescimento entre as redes varejistas de eletrodomésticos e móveis do País. No ano passado, faturou R$ 1,6 bilhão e subiu da quinta para a quarta posição entre as redes do setor que mais vendem. Atualmente, a companhia tem 226 lojas espalhadas entre os nove estados do Nordeste, além do Espírito Santo e Rio de Janeiro. (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

rim, a rigor, será a de reconstruir as "pontes" queimadas pelos bolivianos com as atropeladas decisões e declarações sobre o processo de nacionalização. Mas, igualmente, de defender os interesses brasileiros no país vizinho. Cidadãos – Com o cuidado de não ameaçar com retaliação os cerca de 80 mil bolivianos que vivem no País, o chanceler deverá cobrar de Morales respeito no tratamento aos brasileiros que venham a ser afetados pela reforma agrária, ainda em fase de elaboração. Até setembro, permanece em vigência o acordo bilateral de regularização de cidadãos bolivianos no Brasil e de brasileiros na Bolívia. Amorim salientou que as mensagens das autoridades da Bolívia têm sido tranqüilizadoras e que dificilmente La Paz tomaria medidas prejudiciais aos cultivadores de soja brasileiros, que respondem por 60% da exportação do produto pelo país. Mas o fato de apenas 15% das propriedades de terra serem regulares na Bolívia preocupa Brasília, assim como a situação dos sete mil brasileiros estabelecidos como posseiros na região do Pando, no Norte boliviano. (AE)

SIDERURGIA A Arcelor decidiu adiar o exame da oferta da Mittal Steel, de 25,8 bilhões de euros.

ARGENTINA JÁ TEM PREÇO DO GÁS

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embaixador da Bolívia na capital argentina, Roger Ortiz Mercado, declarou que o futuro preço do gás que seu país vende à Argentina já está acertado. Segundo ele o acordo será assinado dentro de uma semana e meia. Mercado sustentou que o preço a ser fixado é "tal como esse que está sendo falado pela imprensa" argentina, ou seja, ao redor de US$ 5 o milhão de BTU (unidade de medida do gás). Em declarações ao jornal "Clarín", o diplomata explicou que o valor estará entre "US$ 5 ou US$ 5,50.... por aí". O governo argentino mantém silêncio sobre o

assunto, sequer confirmando ou desmentindo as afirmações do embaixador boliviano. Hoje, a Argentina paga US$ 3,20 o milhão de BTU. A Argentina estava tentando conseguir um acordo com a Bolívia há várias semanas. Uma primeira missão enviada a La Paz, comandada pelo Secretário de Energia, Daniel Cameron, terminou em fracasso. O plano argentino é fechar um acordo de vários anos de duração, ao contrário do governo boliviano, que pretende assinar um trato com duração somente até fins deste ano. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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GM e Renault mantêm cautela sobre investimentos na Argentina

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Receita simplifica acesso de empresas ao comércio exterior

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Câmbio mudará logo, promete ministro Guido Mantega, da Fazenda


Transpor te Saúde Distritais Segurança

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Encontro de aproximação e parcerias na Penha

A Reunião do Degrau traçou metas para a adesão de empresas

Projeto Degrau e aula de técnica de vendas

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Vendas - A distrital também promoveu a palestra Liderança em Vendas, ministrada pelo professor Cláudio Vélez, formado em direito, história, técnicas de venda com motivação de PNL e técnicas de estudos acelerados (memorização, leitura dinâmica, mind maps e oratória), além de consultor do Instituto Técnico de Treinamento e Excelência em Capacitação Humana. O objetivo foi qualificar os participantes por meio de técnicas de venda com motivação. Os participantes doaram um quilo de alimento não-perecível para a a APAE.

Divulgação

Reunião divulgou trabalho de frente parlamentar

Plenária em Santo Amaro

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Distrital Santo Amaro realizou plenária de Apoio à Pequena e Micro Empresa, coordenada pela diretora 1ª vice-superintendente, Rita Campagnoli. O objetivo do encontro, segundo ela, foi divulgar os trabalhos da Frente Parlamentar de Apoio a Pequena e Micro Empresa, disciplinada pelo Projeto 27/2005. Esse projeto visa aperfeiçoar,

GIr Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Santo Amaro - A distrital faz

reunião setorial de beleza do Projeto Empreender, coordenada por Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 10h. I APAS 2006 – O vice-presidente da ACSP Roberto Mateus Ordine vai à sessão solene da Associação Paulista de Supermercados (APAS 2006). Às 14h, auditório central do Expo Center Norte, rua José Bernardo Pinto, 333. I Santo Amaro - A distrital realiza reunião setorial de pet shops do Projeto Empreender, coordenada por Maria Cristina Imbimbo Gonçalves. Às 20h. I Beirute – A Missão Comercial da São Paulo Chamber of Commerce realiza seminários e encontros de negócios em Beirute (Líbano).

Amanhã

I Exterior – Reunião da Comis-

são de Comércio Exterior da ACSP, coordenada pelo vice-presidente Renato Abucham. Às 17h, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi Sakurai. I Pi ri tu ba - A distrital tem reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h. I Penha - A distrital promove reunião Viva a Penha, coordenada por Eugênio Cantero Sanches. Às 19h30.

Quarta I Santo Amaro - A distrital rea-

liza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h.

A palestra faz parte de uma série de eventos sobre gestão que a Distrital Penha da ACSP pretende realizar

PALESTRA ORIENTA MICROS E PEQUENOS

Divulgação

Distrital Centro realizou uma reunião do Movimento Degrau, coordenada por Paula Braga Viscaino, para traçar metas para a adesão das empresas ao projeto. Por meio do Degrau, empresas podem contratar adolescentes entre 14 e 18 anos como aprendizes. A condição para que isto aconteça é que os jovens estudem em escolas públicas e freqüentem cursos profissionalizantes. Já estão sendo realizados contatos com empresas que se mostraram positivas à contratação de aprendizes.

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incentivar e implementar o setor das micro e pequenas empresas, maior pólo gerador de emprego e renda do País. Estiveram presentes o vereador José Américo; Marco Antonio dos Reis, representando o presidente da Fiesp, Paulo Skaf; Jorge Lehm Muller, diretor do Ciesp; e Ricardo Espinosa Covelo, gerente regional Sebrae Distrital Sul, entre outros. I Jabaquara - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30. I Vila Maria - A distrital faz reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor, com a palestra Depressão, com a psicóloga Silvana Leite do Amaral. Às 19h30. I L apa - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30.

Quinta I Exportar – O vice-presidente

da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo Cotait Neto, participa da sessão de abertura do evento Exportar para Crescer - Novos caminhos para o mercado externo. Às 8h30, Centro de Eventos de Barueri, av. Pastor Sebastião Davino dos Reis, 672. I Conjuntura - Reunião do Comitê de Avaliação da Conjuntura. Às 12h30, rua Boa Vista, 51/12º andar, Enre. I Penha - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h30. I Santana - A distrital faz happy hour de negócios. Às 19h30. I Lapa - A distrital realiza reunião setorial de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada por André Gil Sanches. Às 19h30.

Sexta I Banco Central – O vice-presi-

dente da ACSP Alfredo Cotait Neto participa da reunião almoço em homenagem ao presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Campos Meirelles, promovida pela Adeval. Às 12h30, no Nacional Club, rua Angatuba, 703.

Distrital Penha da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) realizou, no último dia 4, um almoço/reunião no restaurante Juca Picanha com o objetivo de aproximar empresários da região, a administração do Shopping Center Penha com a Subprefeitura da Penha. A intenção do encontro foi de estabelecer futuras parcerias para realizar melhorias no bairro. Depois do almoço, o grupo de empresários circulou por diversas áreas da Penha, com o objetivo de identificar e avaliar algumas necessidades mais urgentes, entre elas a melhoria no fluxo do comércio. Várias propostas e alternativas foram discutidas, dando início ao desenvolvimento de um novo modelo de atuação conjunta que trará benefícios para toda a região. Participaram do encontro Marco Antonio Jorge, superintendente da Distrital Penha; Manuel Antonio Fernandes Gonçalves, 1º vicesuperintendente e membro do Rotary Club de São Paulo Penha; Ivan Lorena Vitale, conselheiro nato; Darcio Cardoso, conselheiro e vicepresidente social do Clube Esportivo da Penha; Eugênio Cantero Sanchez, presidente da Associação Viva Penha e diretor da Gazeta Penhense; Roberto Pereira, superintendente do Shopping Center Penha; Paulo Aguiar, diretor da revista CityPenha e membro ativo do Fórum de Jovens Empreendedores da ACSPDistrital Penha; major Moacir Rosado, diretor do PSIU (Programa do Silencio Urbano); e a equipe da subprefeitura, composta pelo subprefeito José Araújo Costa, Osmar Cardoso Alves, coronel Gilberto, Valdir Alves e engenheiro Teixeira.

NO CENTRO, A VEZ DOS EMPREENDEDORES Luis Prado/Luz

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Distrital Centro da A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) promoveu a palestra Planejamento Estratégico para Micro e Pequena Empresa, coordenada pelo professor Ribeiro de Sousa. Foram apresentadas alternativas de competitividade para as pequenas e médias empresas de diversos ramos de atuação. Para o superintendente da Distrital Centro, Marcelo Flora Stockler, o tema estimula a geração de novos negócios. "A palestra faz parte de uma série de eventos sobre gestão que pretendemos realizar. Trata-se de uma ótima oportunidade para fomentar negócios e mostrar o trabalho da ACSP", disse. E st r a té g i a - Os principais pontos de um planejamento estratégico, apontados por Ribeiro, são a educação e a excelência no atendimento aos clientes. Por meio de parcerias com fornecedores, empresários podem oferecer cursos e palestras a clientes. "A educação atualmente é um diferencial competitivo. A empresa cede o espaço físico e os forne-

Factoring

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segunda-feira, 22 de maio de 2006

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

c e d o re s p agam o palestrante. Em troca, têm seus nomes divulgados no evento. O cliente se sentirá privilegiado sem nenhum gasto". P a r a c o ncorrer com as grandes empresas, as pequenas e médias devem oferecer um atendimento personalizado. Para Ribeiro, além de promoções e cartões de fidelidade, os empreendedores devem estar atentos. "O comerciante deve atender a um cliente como se estivesse recebendo uma visita em sua casa. Por isso, as expressões 'pois não' ou 'posso ajudar ?' não se usam mais. Recomendo usar 'seja bem-vindo', 'aceita um café?' ou 'conhece a loja'? Um cadastro com o aniversário dos clientes também ajuda na excelência do atendimento", afirmou. Para completar o planeja-

Ribeiro de Sousa (esquerda) explicou que os lojistas devem receber seus clientes como se estivessem recebendo uma visita

mento estratégico de competitividade, o professor destacou a importância da fachada, site, folder e uniformes dos funcionários. "O segredo é fazer um plano de marketing sem gastar dinheiro, por meio de parcerias com fornecedores". De acordo com Stockler, o balanço do evento foi positivo, já que reuniu associados e nãoassociados em torno de um tema comum a todos. A Distrital Centro já fez um acordo com Ribeiro para a realização de mais palestras. André Alves


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Política

O problema não é do governador, do presidente ou do prefeito, o problema é da sociedade brasileira. Presidente Lula

PRESIDENTE LULA TENTA INSUFLAR TENSÃO ENTRE TUCANOS E PEFELISTAS AO DEFENDER O GOVERNADOR DE SP

ELOGIOS A LEMBO PARA ATINGIR O PSDB

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o palanque para tentar acirrar o clima de tensão entre pefelistas e tucanos, causado pela crise gerada com os ataques promovidos pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em todo o Estado, na semana passada, elogiando a atuação do governador Cláudio Lembo do PFL. "Eu quero aqui, de público, dar minha solidariedade ao governador Cláudio Lembo pela postura que ele teve. Ele não poderia fazer mais do que fez", disse. Ontem, durante a inauguração da Sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, no Vale do Anhangabaú, o presidente Lula voltou a responsabilizar a falta de investimentos na educação pela onda de violência que se abateu sobre o Estado. Ele creditou a crise atual à falta de investimentos na educação nas "duas décadas perdidas", de 1980 e 1990. A fala de Lula tinha o PSDB como alvo. Ele aproveitou que, na semana passada, quando se buscava um responsável pelas ações violentas e rebeliões em presídios paulistas, Lembo trocou duras farpas com os pré-candidatos tucanos ao governo paulista e à presidência da República, respectivamente, José Serra e Geraldo Alckmin, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estava em Nova York. Em ocasiões anteriores Lula chegou a acusar as administrações tucanas como responsáveis pela crise na segurança pública no Estado de São Paulo. Mas desta vez Lembo foi meticulosamente poupado. "O problema não é do governador, o problema não é do presidente ou do prefeito, o problema é da sociedade brasileira", enfatizou. Ajuda – O presidente relatou que havia se encontrado com o governador Lembo, no aeroporto de Congonhas, na mesma manhã de domingo, quando reiterou sua disposição de ajudar São Paulo no que fosse preciso. "Estive com ele (Lembo) ainda há pouco e disse: Cláudio, o que você precisar, não se faça de rogado. Nós estamos dispostos a ajudar com o que a gente tiver para ajudar", contou durante o evento na sede do Sindicato dos Comerciários. Lula prosseguiu em sua estratégia de alimentar o mal-estar nas relações do PFL com o PSDB, envolvendo também o prefeito pefelista de São Paulo, Gilberto Kassab. Primeiro disse que governo federal não poderia desembarcar em São Paulo sem um pedido formal

Luiz Prado/Luz

de Lembo. "Por isso nós oferecemos. Senão seria intervenção, e não pode haver intervenção, tem que haver o pedido do governador", insistiu. Depois, utilizou um tom conciliador em relação ao prefeito paulistano, justificando estar convencido de que com Kassab os programas federais, entre eles o Pró-Jovem, vão andar em São Paulo "porque não serão mais alvo de retaliações". Problema antigo – Para Lula, o País está colhendo os erros de 15 ou 20 anos atrás e precisa olhar para o futuro. Ele insistiu: "Cada tijolo que colocarmos numa escola, será um tijolo a menos numa cadeia". Acrescentou que sem isso não adianta colocar mais policiais nas ruas. "É um problema cultural e precisa muito mais do que polícia para resolver". Num discurso de campanha, Lula aproveitou para enumerar suas ações na área de educação e dizer que os gasLuiz Prado/LUZ

Participaram do evento (da esq. para a dir.): senador Mercadante, prefeito Kassab, presidente Lula, Patah (do Sindicato dos Comerciários), ministro Nelson Machado, Paulinho da Força Sindical e Afif Domingos, da ACSP.

ATOS PELA DIGNIDADE NACIONAL Clayton de Souza/AE

tos sociais saltatro da Previdênram de R$ 7 bicia Social, Nellhões para R$ 22 son Machado, bilhões na atual Estive com ele (Lembo) falou da imporg e s t ã o . A c re stância dos conainda há pouco centou ainda esvênios entre a Manifestações contra a corrupção no País ocorreram simultaneamente em 22 cidades tar certo de que a e disse: Cláudio, previdência e os reforma sindical o que você precisar, sindicatos para e trabalhista de- não se faça de dar acesso via unidos de apitos, reuniu na Praça Osvaldo Cruz está em jogo. Não dá mais para verá ser aprova- rogado. Nós estamos internet aos serfaixas de protesto e e saiu em passeata até a As- reclamar, tomando uísque no da pelo Congresviços do INSS. narizes de palhaço sembléia Legislativa. Os mani- sofá de casa. É indo para a rua dispostos a ajudar. so Nacional. Patah, por sua cerca de 3 mil pessoas em São festantes percorreram ainda a que a gente modifica as coisas", Presidente Lula vez, apostava Paulo e 200 no Rio – além de Avenida Brigadeiro Luís An- disse Christiane que, em um "Estamos no Século 21, na era na presença de outros grupos em mais 20 cida- tonio até a Avenida Paulista, carro de som, fez um apelo para de informática, Lula para tentar des brasileiras – realizaram bloqueando totalmente a via. que, na véspera das eleições, seda química fina, das fibras resolver a regulamentação do passeatas simultâneas contra a No Rio, a manifestação na Ci- ja divulgada uma lista com os óticas, ou seja, não podemos trabalho dos comerciários nos corrupção e em defesa da "dig- nelândia, centro da cidade reu- nomes dos políticos corruptos. ter a mesma legislação da dé- finais de semana. "A minha indignação é em niu atrizes como Christiane Tornidade nacional". cada de 40, quando o Brasil Sergio Leopoldo Rodrigues De acordo com a Polícia Mi- loni e Lúcia Veríssimo. "Chega- âmbito federal, estadual, muniestava começando seu procom Agências litar, o grupo de São Paulo se mos no limite. Nossa dignidade cipal", completou Lúcia. (AE) cesso de industrialização", deliberações. Capítulo III - Capital e Ações - Artigo 7º - O Capital Social é de R$ 6.881.706,00 (Seis Milhões, Oitocentos Bens de Raiz Participações S/A justificou para lideranças sine Oitenta e Um Mil e Setecentos e Seis Reais), dividido em 6.881.706 (Seis Milhões, Oitocentas e Oitenta e Um Mil e Setecentas CNPJ (MF) nº 07.717.193/0001-45 e Seis) ações ordinárias, sem valor nominal. Artigo 8º - Cada ação ordinária dá direito a um voto na Assembléia Geral de Escritura de Constituição em 13 de julho de 2005 – Livro nº 2.189, páginas nºs 005 a 011 dicais presentes. Saibam quantos a presente escritura virem que aos treze (13) dias do mês de julho do ano de dois mil e cinco (2005), nesta Acionistas da Sociedade. Capítulo IV - Administração - Artigo 9º - A Sociedade é administrada, com os poderes e atribuições conferidos por lei e por este Estatuto, por uma Diretoria composta de 03(três) Diretores, sendo um Diretor Presidente e dois Cidade de São Paulo, no Cartório do 12º Tabelião de Notas, situado na Al. Santos, nº 1470, perante mim, Ivo Dimas do Otimismo – O prefeito GilDiretores sem designação específica, eleitos pela Assembléia Geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, residentes no Nascimento, escrevente notarial designado à lavratura desta, compareceram neste Cartório, munidos e identificados diante País, com mandato de 03 (três) anos, permitida a reeleição. Artigo 10º - Em casos de ausências ocasionais ou de vaga, os documentos abaixo indicados, entre si reconhecidos e contratados, a seguir designados outorgantes e/ou acionistas: 1) dos berto Kassab destacou, duranLaila Racy Saigh, brasileira, viúva, empresária, portadora da Cédula de Identidade RG 746.395-SSP-SP, inscrita no CPF/MF Diretores se substituirão na forma do deliberado em reunião de Diretoria, especialmente realizada para esse efeito. Artigo te a cerimônia, que a categoria sob nº 001.789.898-60, residente e domiciliada na Al. Ministro Rocha Azevedo, nº 1388, 10º andar, Cerqueira César, nesta 11º - A Diretoria reunir-se-á ordinariamente no primeiro quadrimestre do exercício anual e, extraordinariamente, quando os interesses sociais o exigirem, mediante convocação de seu Diretor Presidente ou de dois Diretores em conjunto. § 1º - As Capital; e, 2) Raul Raphael Saigh, brasileiro, casado, industrial, portador da Cédula de Identidade RG 2.536.313-SSP-SP, dos comerciários tem papel reinscrito no CPF/MF sob nº 008.202.298-49, residente e domiciliado na Rua Alemanha, nº 659, Jardim Europa, nesta Capital. reuniões da Diretoria se instalarão com a presença de, pelo menos, dois Diretores eleitos, deliberando por maioria de votos dos presentes. § 2º - Além de seu voto, o Diretor Presidente terá o de desempate. § 3º - Das reuniões da Diretoria serão lavradas Então, pelas partes, falando cada uma por sua vez, foi declarado o seguinte: Primeiro Do Objetivo A presente escritura levante para a vida econômica tem por finalidade a constituição de uma sociedade anônima, como ora o fazem pela presente escritura e melhor forma de atas sumarizadas, sendo arquivadas no Registro do Comércio e publicadas as que contiverem deliberação destinada a produzir efeitos perante terceiros. Artigo 12º - Compete à Diretoria a prática dos atos de administração da sociedade, gestão direito, com a denominação de Bens de Raiz Participações S/A, a ser sediada na Al. Campinas, nº 463, 8º andar, Jardim de uma cidade de serviços coPaulista, nesta Capital, Cep: 01404-902, destinada a administrar bens próprios, com Capital de R$ 6.881.706,00 (Seis dos negócios sociais, e, ainda: a) deliberar sobre voto da sociedade em assembléias gerais ou reuniões de companhias de mo São Paulo. Ele elogiou a esque seja acionista ou sócia; b) autorizar a alienação de bens do ativo permanente e a constituição de ônus reais, a prestação Milhões, Oitocentos e Oitenta e Um Mil e Setecentos e Seis Reais) totalmente subscrito, dividido em 6.881.706 (Seis Milhões, de garantias a obrigações de terceiros; c) autorizar “ad referendum” da assembléia geral ordinária, o pagamento de Oitocentas e Oitenta e Um Mil e Setecentas e Seis) ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, integralizadas neste colha do Anhangabaú para a ato mediante conferência de bens móveis, livres e desembaraçados de quaisquer ônus, constituído de ações de outras dividendos com base em balanços semestrais; d) declarar dividendos intermediários à conta de lucros existentes no último companhias como caracterizadas no Laudo de Avaliação, a seguir transcrito: Laudo de Avaliação: Pelo presente instrumento balanço anual ou semestral. Artigo 13º - Compete ao Diretor Presidente: a) convocar e presidir as assembléias gerais, sem instalação da nova sede do sinprejuízo do disposto no artigo 4º e seus parágrafos, b) convocar e presidir as reuniões da Diretoria onde, além de seu voto, os srs: Oswaldo Rocha Filho, brasileiro, solteiro, contador, portador da Carteira de Identidade RG nº 9.542.389-59, e do CPF terá o de desempate; c) representar isoladamente a sociedade perante terceiros, em juízo ou fora dele; d) dirigir as atividades nº 022.139.328-59, CRC-SP 131.409/0-0, residente e domiciliado na Capital de São Paulo; Lucineide Damasceno de Jesus, dicato. "Tem um toque simbóbrasileira, solteira, contadora, portadora da Carteira de Identidade RG nº 21.159.542-SSP-SP, CRC 1SP 222366/0-4, da sociedade, coordenando e supervisionando a atuação dos demais Diretores. Artigo 14º - A remuneração dos Diretores será fixada pela Assembléia que os eleger. Artigo 15º - A Sociedade obriga-se mediante a assinatura do Diretor Presidente, residente e domiciliada na cidade de Guarujá - SP; Antonio Carlos Ceccon, brasileiro, casado, contabilista, portador da lico, pois mostra confiança de

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PFL QUER ACALMAR LEMBO

LULA EM PROGRAMA DO PT

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A

presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), desembarca hoje em São Paulo com a missão de acalmar os ânimos do governador Cláudio Lembo – que tem feito declarações irônicas sugerindo que Geraldo Alckmin e José Serra o abandonaram no meio do furacão – e, assim, desmontar a estratégia petista de investir numa crise da aliança PFL e PSDB. Estarão juntos o senador José Jorge, o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, e o deputado Vilmar Rocha.

que o centro velho voltará a seus bons momentos". Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), também destacou a sensibilidade do presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah. "Ao invés de fazer como outras categorias que investem na construção de novos prédios, preferiu recuperar um edifício que estava abandonado no centro, usando bem do dinheiro do imposto sindical", afirmou. Para Afif, a nova sede espelha uma categoria "que tem hoje forte influência na vida econômica do nosso Estado". União – O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, pediu mais atenção de todas as esferas do poder para São Paulo, onde vivem quase dois milhões de desempregados. "Temos todos que nos unir para tornar esta uma cidade melhor". O minis-

pesar de não confirmar sua reeleição e negar que estpa em campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve bater hoje o martelo, em reunião com assessores, sobre sua possível participação no programa partidário do PT, que será veiculado nesta quinta-feira, com duração de 20 minutos. O mais provável é que Lula grave uma mensagem, fechando o programa. Ele até já discutiu um pré-texto com alguns assessores e dirigentes.

Carteira de Identidade RG nº 5.318.054-SSP-SP, CPF 651.648.148-20, CRC-SP nº 1SP-084814/0-0, residente e domiciliado na Capital de São Paulo-SP. Peritos indicados pelos acionistas subscritores para proceder à avaliação das ações que ambos possuem, do capital social das empresas abaixo relacionadas, títulos esses que serão conferidos à sociedade, em constituição, Bens de Raiz Participações S/A, como integralização da totalidade do capital por eles subscrito. Em razão disso, de conformidade com o art 8º da Lei 6.404, apresentam o resultado de seu trabalho neste laudo de avaliação: Bens conferidos pela acionista Laila Racy Saigh - a) 4.713.422 (Quatro Milhões Setecentas e Treze Mil e Quatrocentas e Vinte e Duas) ações ordinárias do capital social da Fazenda Palmeiras do Ricardo S/A, empresa com sede à Al. Campinas, 463, 8º andar - São Paulo, Estado de São Paulo - CNPJ 61.206.314/0001-30, avaliadas em R$ 574.421,00 (Quinhentos e Setenta e Quatro Mil e Quatrocentos e Vinte e Um Reais); b) 1.158.518 (Um Milhão, Cento e Cinquenta e Oito Mil e Quinhentos e Dezoito) ações do capital social da Richard Saigh Indústria e Comércio S/A, empresa com sede em São Caetano do Sul, à Rua Heloísa Pamplona, nº 842, Bairro Fundação, Estado de São Paulo, CNPJ 61.206.397/0001-67, avaliadas em R$ 1.158.518,00 (Um Milhão, Cento e Cinquenta e Oito Mil, Quinhentos e Dezoito Reais) totalizando sua participação, R$ 1.732.939,00 (Um Milhão, Setecentos e Trinta e Dois Mil e Novecentos e Trinta e Nove Reais). Bens conferidos pelo acionista Raul Raphael Saigh - a) 13.512.300 (Treze Milhões, Quinhentas e Doze Mil e Trezentas) ações ordinárias do capital social da Fazenda Palmeiras do Ricardo S/A - acima qualificada, avaliadas em R$ 1.677.543,00 (Um Milhão, Seiscentos e Setenta e Sete Mil e Quinhentos e Quarenta e Três Reais); b) 3.471.224 (Três Milhões, Quatrocentas e Setenta e Um Mil e Duzentas e Vinte e Quatro) ações ordinárias, do capital social da Richard Saigh Indústria e Com. S/A, acima qualificadas, avaliadas em R$3.471.224,00 (Três Milhões, Quatrocentos e Setenta e Um Mil e Duzentos e Vinte Quatro Reais), totalizando sua participação, R$ 5.148.767,00 (Cinco Milhões, Cento e Quarenta e Oito Mil e Setecentos e Sessenta e Sete Reais). Foram examinados os livros e demais demonstrações financeiras de cada sociedade. A avaliação obedeceu os critérios legais previstos na Lei 6.404. Dando por concluídos os trabalhos, apresentam este laudo de avaliação, colocando-se à disposição para eventuais esclarecimentos. São Paulo, 14 de setembro de 2004. aa) Oswaldo Rocha Filho; Lucineide Damasceno de Jesus; Antonio Carlos Cecon. Segundo - 2.1. - Conferência de Bens - Em face do exposto, os acionistas com o intuito de formalizar o que deliberaram, por esta mesma escritura e tomando-se como base o elencado no mencionado Laudo de Avaliação, vêm conferir à sociedade ora constituída – Bens de Raiz Participações S/A, como a ela conferidas ficam, as ações que possuem do capital social das empresas e montantes indicados no Laudo referido, a saber: 2.1.1. – Bens Conferidos pela Acionista – Laila Racy Saigh: a) - 4.713.422 (Quatro Milhões, Setecentas e Treze Mil e Quatrocentas e Vinte Duas) ações ordinárias do capital social da Fazenda Palmeiras do Ricardo S/A, citada no Laudo, avaliadas em R$ 574.421,00 (Quinhentos e Setenta e Quatro Mil e Quatrocentos e Vinte e Um Reais); e, b) - 1.158.518 (Um Milhão, Cento e Cinquenta e Oito Mil e Quinhentas e Dezoito) ações do capital social da Richard Saigh Indústria e Comércio S/A, referida no Laudo, avaliadas em R$ 1.158.518,00 (Hum Milhão, Cento e Cinquenta e Oito Mil, Quinhentos e Dezoito Reais) totalizando, assim, sua participação na sociedade ora constituída em R$ 1.732.939,00 (Hum Milhão, Setecentos e Trinta e Dois Mil e Novecentos e Trinta e Nove Reais); e, 2.1.2 – Bens Conferidos pelo Acionista - Raul Raphael Saigh: a) 13.512.300 (Treze Milhões, Quinhentas e Doze Mil e Trezentas) ações ordinárias do capital social da citada Fazenda Palmeiras do Ricardo S/A, avaliadas em R$ 1.677.543,00 (Um Milhão, Seiscentos e Setenta e Sete Mil e Quinhentos e Quarenta e Três Reais); b) 3.471.224 (Três Milhões, Quatrocentas e Setenta e Um Mil e Duzentas e Vinte Quatro) ações ordinárias, do capital social da Richard Saigh Indústria e Comércio S/A, acima qualificada, avaliadas em R$ 3.471.224,00 (Três Milhões, Quatrocentos e Setenta e Um Mil e Duzentos e Vinte e Quatro Reais), totalizando, assim, sua participação na sociedade ora constituída em R$ 5.148.767,00 (Cinco Milhões, Cento e Quarenta e Oito Mil e Setecentos e Sessenta e Sete Reais); 2.2. Assim, diante da conferência enunciada no subitem anterior, os acionistas cedem, transferem e transmitem à sociedade ora constituída - Bens de Raiz Participações S/A, a posse, o domínio e todos os direitos que até então vinham exercendo sobre as ações acima referidas; e, prometem por si, seus herdeiros e eventuais sucessores, considerar a presente como boa, firme e valiosa na forma da lei. - Terceiro - 3.1. - Do Estatuto Social - Os acionistas declararam que a sociedade ora constituída reger-se-á pelas cláusulas e condições do Estatuto Social, do teor seguinte: Estatuto Social - Bens de Raíz Participações S/A – Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto e Duração - Artigo 1º - Sob a denominação de Bens de Raiz Participações S/A, fica constituída uma sociedade por ações, com sede na Capital do Estado de São Paulo, na alameda Campinas, nº 463, 8º andar. Artigo 2º - O objeto da Sociedade é a participação em outras sociedades, assim como a aplicação de recursos financeiros, em valores mobiliários ou bens móveis. Artigo 3º - O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. Capítulo II - Assembléias Gerais - Artigo 4º - A Assembléia Geral reunir-se-á ordinariamente dentro de quatro meses do término do exercício social e, extraordinariamente, quando os interesses sociais o exigirem. § 1º - A Assembléia Geral será convocada pelo Diretor Presidente. § 2º - A Assembléia Geral será presidida pelo Diretor Presidente ou, em suas ausências e impedimentos ocasionais, por pessoa, acionista ou não, escolhida pelos presentes. § 3º - Incumbirá ao Presidente convidar acionista, ou não, como secretário. Artigo 5º - O acionista poderá ser representado em assembléia geral por procurador constituído há menos de um ano, que seja acionista, administrador da companhia ou advogado. Artigo 6º - Das Assembléias Gerais lavrar-se-á Ata no livro próprio, em forma de sumário das

que assina isoladamente ou de dois Diretores em conjunto, ou de um Diretor e um procurador, ou de dois procuradores com poderes especiais. As procurações outorgadas devem especificar os poderes concedidos “ad negotia” e o prazo de vigência do mandato, que não deverá ser superior a 01 (um) ano, com exceção das procurações “ad judicia” que não terão prazo de validade. Artigo 16º - Os Diretores continuarão no exercício de seus cargos até a eleição e posse de seus substitutos. Capítulo V - Conselho Fiscal - Artigo 17º - A Sociedade terá um Conselho Fiscal composto de 03 (três) membros e suplentes em igual número, sem funcionamento permanente, a ser instalado na Assembléia Geral em casos previstos no parágrafo 2º do art. 161, da Lei 6404/76. Parágrafo único - O Conselho Fiscal terá a competência prevista na Lei, sendo indelegáveis as funções de seus membros, que perceberão a remuneração que for fixada pela Assembléia que os eleger. Capítulo VI - Exercício Social - Artigo 18º - O exercício social terá início em 1º de janeiro e terminará em 31 de dezembro de cada ano. Artigo 19º - Levantado o Balanço Patrimonial e elaboradas as demonstrações financeiras do exercício e após a dedução dos prejuízos acumulados, da provisão para pagamento do Imposto de Renda e, se for o caso, da provisão para participação dos administradores no resultado do exercício, o lucro líquido ajustado terá a seguinte destinação: a) 5% (cinco por cento) para constituição da Reserva Legal, até que esta atinja a 20% (vinte por cento) do capital social; b) 50% (cinquenta por cento) para pagamento de dividendo obrigatório, aos Acionistas, compensados os dividendos semestrais e intermediários que tenham sido distribuídos; c) o saldo terá a destinação que for deliberada pela Assembléia Geral. Parágrafo único - A Companhia poderá levantar, além do balanço anual do exercício, balanços semestrais e, ainda, balanços extraordinários, em qualquer época, e a Diretoria poderá, com base em qualquer desses documentos, efetuar a distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio correspondentes ao período. Fica, ainda, a Diretoria, autorizada a declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral. Capítulo VII - Da Liquidação - Artigo 20º - A Sociedade entrará em liquidação nos casos previstos em lei, competindo à Assembléia Geral determinar o modo de liquidação, nomear o liquidante e eleger o Conselho Fiscal que deve funcionar durante o seu processamento. Quarto - Dos Primeiros Membros da Diretoria - Declararam ademais os acionistas, que os membros da Diretoria para o primeiro mandato, a encerrar-se em março do ano de 2008, conforme deliberaram e que ora elegem, de mútuo e comum acordo, para o cargo de Diretor Presidente, o Sr. Raul Raphael Saigh, qualificado no preâmbulo da presente, e para o cargo de Diretora sem designação específica, a Sr. Laila Racy Saigh, brasileira, viúva, empresária, portadora da Cédula de Identidade RG nº 746.395-SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob nº 001.789.898-60, residente e domiciliada na Al. Ministro Rocha Azevedo, nº 1388 - 10º andar Cerqueira César - São Paulo/SP; ficando vago o outro cargo de Diretor sem designação específica, para posterior preenchimento. Os membros ora eleitos ficam investidos em seus cargos, independentemente de qualquer caução ou formalidade. Como remuneração mensal da Diretoria foi fixado o montante de R$ 6.000,00 (Seis Mil Reais) a ser dividido entre seus membros. Quinto - Transcrição do Boletim de Subscrição: “Bens de Raíz Participações S/A – Assembléia Geral de Constituição - Boletim de Subscrição: Subscritor - Raul Raphael Saigh, brasileiro, casado, industrial, RG nº 2.536.313SSP/SP e do CPF nº 008.202.298-49, residente e domiciliado nesta Capital, à Rua Alemanha, nº 659 - Jardim Europa - Cep: 01448-010 - Ações Subscritas = 5.148.767 - Valor = R$ 5.148.767,00 - Integralizado = R$ 5.148.767,00; Subscritora - Laila Racy Saigh, brasileira, viúva, do lar, RG nº 746.395-SSP/SP e do CPF nº 001.789.898-60, residente e domiciliada nesta Capital, à Al. Ministro Rocha Azevedo, nº 1388 - 10º andar, Cerqueira César, Cep: 01410-000 - Ações Subscritas = 1.732.939 - Valor = R$ 1.732.939,00 - Integralizado = R$ 1.732.939,00. TOTAL - Ações subscritas = 6.881.706 - Valor = R$ 6.881.706,00 - Integralizado = R$ 6.881.706,00. São Paulo, 13 de julho de 2005, Raul Raphael Saigh. Diretor Presidente”. Sexto - Das Declarações e Disposições Finais - 6.1. - Declaram, inclusive sob as penas da lei: 6.1.1. Membros da Diretoria - para os fins dispostos na Portaria DNRC nº 04/80, não estarem incursos nos crimes previstos em lei que os impeçam de exercer atividades de comércio; 6.1.2. - Acionistas - que os primeiros diretores providenciarão as formalidades necessárias à definitiva formalização do ato constitutivo da sociedade, e à transferência dos bens ora conferidos à sociedade, esclarecendo, ainda, que pelo fato de a integralização do capital ter sido feita em bens, fica dispensado o depósito que trata o artigo 80, inciso II, da Lei nº 6.404/76. Presentes a este ato, a Sr. Laila Racy Saigh, na condição de Diretora ora eleita, e o Dr. Carlos Gustavo Carvalho Escobar, brasileiro, separado judicialmente, advogado, CI/RG 2.261.106-SSP/ SP, OAB/SP nº 22.267, e CPF/MF nº 024.091.608-59, residente e domiciliado nesta Capital, na Al. Ministro Rocha Azevedo, nº 599 - Apto. 21 - Jardim América - São Paulo/SP, como advogado, pelos quais foi declarado que assinam esta escritura por estarem de pleno acordo com todos os seus dizeres. Lida a presente em voz alta e clara, as partes declararam aceitar esta escritura em todos os seus termos, passando, com isso, a assiná-la por achar em tudo conforme. Nada mais, de tudo dou fé. Eu, Ivo Dimas do Nascimento, escrevente notarial, a lavrei. Eu, Manoel Celestino dos Santos Nicolau, Substituto do Tabelião, a subscrevo. (aa) Laila Racy Saigh, Raul Raphael Saigh e Carlos Gustavo Carvalho Escobar. Eu, Manoel Celestino dos Santos Nicolau 12º Tabelião de Notas, a conferi, subscrevo e assino em público e raso, portanto por fé que o presente traslado é cópia do original, lavrado nestas notas. SECRETARIA DA JUSTIÇA - JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO CERTIDÃO: Certifico que este documento foi registrado sob nº e data estampados mecanicamente JUCESP: NIRE 35.300.324.994, em sessão de 02 de agosto de 2005. Pedro Ivo Biancardi Barboza – Secretário Geral.


segunda-feira, 22 de maio de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CADEIA PRODUTIVA E FORNECEDORES REUNIDOS

400

expositores participarão da Feira de Negócios em Supermercados, realizada pela Apas.

PROMOVIDO PELA APAS, COMEÇA HOJE O EVENTO QUE REÚNE TODA A CADEIA SUPERMERCADISTA

A MAIOR FEIRA DE SUPERMERCADOS Fotos: Emiliano Capozoli/LUZ

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Vilma e José Domingo Balaguer, proprietários do Boi & Cia: modernizar para concorrer com supermercados

Muito além da carne fresca

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quela conversa têteà-tête com o açougueiro da esquina para negociar a espessura do bife ou a retirada da gordura, além do melhor tempero para determinado tipo de carne não dá mais a tônica do setor varejista de carnes frescas. Os açougue tradicionais, que na década de 1980 atingiram o auge no Estado de São Paulo, com mais de 5 mil estabelecimentos e quase 70% das vendas de carne, perderam espaço frente ao gradual aparecimento das redes de supermercados. Hoje, elas dominam o setor e apenas 30% do mercado é abastecido pelos 2,8 mil açougues que sobreviveram, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de São Paulo. Para sobreviver, esses estabelecimentos precisaram mudar de perfil. Saíram os "varejões de carne", e apareceram as casas especializadas, com destaque para as butiques de carne, o grau mais elevado de sofisticação do setor. Esses novos açougues driblam a concorrência dos supermercados, vendendo serviços diferenciados. As peças inteiras de carne que "decoravam" os espaços cederam lugar para as carnes pré-preparadas, como lagarto e medalhões de filé mignon recheados. Segundo Manuel Henrique Farias, presidente do sindicato do setor, uma pesquisa feita com clientes mostrou que eles procuram em primeiro lugar higiene, e depois serviço e conveniência. "Concorrer com a conveniência do supermercado, que oferece estacionamento, é difícil. Mas com a modernização pela qual estamos passando e com mais serviços agregados às casas, estamos conseguindo sustentar os 30% do mercado", diz.

Maria Justina: 50 anos no ramo

Churrasco – Proprietário do Boi & Cia, casa instalada há 14 anos no Tatuapé, José Domingo Balaguer mantém em sua estrutura profissionais que podem ser contratados para fazer churrascos particulares. Mesas, churrasqueiras e demais equipamentos são colocados à disposição na contratação do serviço. "Se não fossem os supermercados, os açougues ainda seriam como há 50 anos, realizando um serviço limitado, embrulhando a carne em papel", afirma o empresário. Segundo ele, o consumidor não vai ao supermercado apenas para comprar pãezinhos, porque nesse caso é mais prático ir à padaria da esquina. "É esse cliente que sempre vem nos procurar", completa Balaguer, que é engenheiro e admite não ter prática suficiente para cortar um bife. Por isso, contrata especialistas. Prática, aliás, comum entre os novos empresários que apostam no setor. Investimento – Hoje, os novos estabelecimentos são controlados por empresários com cacife para investir, no mínimo, R$ 100 mil para montar uma casa de carnes moderna, com até três funcionários, câ-

CONVOCAÇÃO

mara frigorífica, freezers e máquinas de corte e de embalar a vácuo. Seguindo a tendência do setor, é necessário contratar um bom açougueiro. O piso salarial desses profissionais é de cerca de R$ 800. Os funcionários do atendimento recebem salários de comerciários, que têm piso de R$ 498. Se os novos empresários entram no ramo conscientes da mudança no perfil, os antigos açougueiros sofrem para se adaptar às novas demandas. Açougueira profissional há mais de 50 anos, Maria Justina, dona do açougue Dois Corações, na Vila Mariana, teve de fechar outras casas e demitir funcionários para conseguir se adaptar. "As despesas foram aumentando e precisei comprar novas máquinas. Há seis anos tinha seis funcionários, agora tenho dois. Pior é que aquele prazer de conversar com o cliente não é o mesmo. Todo mundo tem pressa", diz. Instalada em um bairro nobre da cidade, ela aposta na modernização que tem promovido em sua casa, e na inauguração da estação Klabin do Metrô, em frente a seu ponto, para que não tenha de abandonar a profissão que exerce desde os 10 anos de idade. Renato Carbonari Ibelli

SERVIÇO Para saber como entrar no ramo varejista de carnes ou se atualizar nas práticas que o setor exige, as dicas são procurar o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de São Paulo (SCVCFESP), pelo telefone (11) 3255-2371/2369 ou os cursos oferecidos pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pelo telefone 0800-78 02 02. FALÊNCIA &

RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 19 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez? Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3643

Requerente: Ftech Informática Ltda. - Requerido: Teclamaster Informática Com. Importação e Exportação Ltda. - Rua Serra de Bragança, 55 - 02ª Vara de Falências Requerente: Uniserv União de Serviços Ltda. - Requerido: Engestile Engenharia e Construção Ltda. - Rua Professor José Horácio Meirelles Teixeira, 975 – conj. 41 - 02ª Vara de Falências Requerente: Tecelagem Brasil Ltda. - Requerido: Antimo Indústria e Comércio de Tecidos Ltda. - Rua Anhaia, 1173 - 02ª Vara de Falências Requerente: Diptronic Eletrônica Ltda. Requerido: AC Eletromecânica Indústria e Comércio Ltda. - Rua dos Ciclames, 417 - 02ª Vara de Falências Recuperação Judicial Requerente:WRJ Artes Gráficas Ltda. - Requerido: WRJ Artes Gráficas Ltda. Rua Tabor, 707 - 02ª Vara de Falências

om o desafio de preparar o setor de supermercados para enfrentar a concorrência dentro e fora do segmento, começa hoje o Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, promovido pela Associação Paulista de Supermercados (Apas). O tema do evento, Batendo Bola com o Consumidor, uma alusão à Copa do Mundo, vem a calhar: o que está em "campo" é a disputa pelo consumidor. Além de ponto de encontro entre supermercadistas e fabricantes de produtos, os visitantes poderão acompanhar 65 palestras e simulações de pontos-de-venda, como açougues e padarias. "Todos os setores estarão representados, mas daremos ênfase ao de alimentos", diz o superintendente da Apas, Carlos Corrêa. A idéia, segundo ele, é proporcionar condições para que o empresário melhore o serviço prestado ao consumidor. "O supermercado deve voltar a ser a referência na compra de produtos. Para isso, tem que seduzir o usuário para que ele compre mais. Hoje, a concorrência engloba desde empórios a grandes locadoras de vídeo, que oferecem até refrigerantes", explica Corrêa. Mais importante que observar o concorrente, diz ele, é ficar de olho nas necessidades do consumidor. "O objetivo deve ser gerar valor para o freqüentador", detalha. Para Corrêa, a

Leonardo Rodrigues/Hype

Clélia Angelon, da Surya: cosméticos têm mais espaço nas gôndolas

automação, a limpeza, a qualidade dos produtos e o bom atendimento são também destaques em um bom negócio. No ano passado, 330 expositores participaram do evento; este ano serão 400. Mas a expectativa de negócios gerados no curto prazo (entre 30 e 60 dias) é a mesma: R$ 3 bilhões. Rodada de contatos – A Surya, empresa do segmento de cosméticos, participa da feira pela segunda vez. De acordo com a presidente da marca, Clélia Angelon, "o objetivo principal não é incrementar o faturamento, e sim fazer novos contatos". "A prioridade da empresa é aumentar o número de pontos-de-venda, dos atuais 20 para 200 até o final deste ano", afirma Clélia. Ela diz que o espaço de cos-

méticos e produtos de higiene nas gôndolas de supermercados está crescendo. "As pessoas vão fazer compras e aproveitam para adquirir itens também para a saúde e beleza. Encontrar o necessário em um lugar só é muito prático." A Surya é uma empresa brasileira que está há 28 anos no mercado. O princípio básico dos seus cosméticos é a não utilização de substâncias que possam ser prejudiciais ao homem ou ao ambiente. Neide Martingo

SERVIÇO O Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados – Apas 2006, é realizado no Expo Center Norte, entre hoje e 25 de maio.

Caos do trânsito em pauta

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transporte urbano de cargas volta à pauta de discussão de especialistas em logística e empresários durante o 2º Seminário de Transporte Urbano de Cargas: Casos de Sucesso, que começa amanhã, no Novo Hotel Jaraguá Convention Center, em São Paulo, cenário dos maiores congestionamentos do País. O encontro funcionará como um "acelerador" de experiências, já que os participantes terão contato com empresas de variados segmentos para discutir soluções para o caos do transporte em curto espaço de tempo. "Precisamos resolver não apenas o problema de trânsito da cidade, mas as

questões de furtos e roubos de cargas nos inúmeros congestionamentos", diz Alberto Lima, coordenador técnico da área de transporte da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), que desenvolve projetos e cursos da Faculdade de Tecnologia de São Paulo. De acordo com dados da Fed e r a ç ã o d a s E m p re s a s d e Transporte de Cargas de São Paulo (Fetcesp), de janeiro a dezembro do ano passado foram registrados 2.592 roubos e furtos de cargas no Estado, o que equivale a uma média de 216 ocorrências por mês. "Esse é o momento de elaborarmos medidas conjuntas, preventivas e repressivas, no

combate aos delitos de carga em níveis governamental e empresarial. Ações isoladas já provaram morrer sempre no meio do caminho", diz Lima. Apoios – O evento tem o apoio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), da Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Associação Brasileira dos Transportadores de Cargas (ABTC) e do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região. O seminário prossegue até quarta-feira. Mais informações e inscrições pelo telefone (11) 3311-2676. Ana Laura Diniz


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 22 de maio de 2006

Internacional

Faltam poucos meses para o Irã adquirir o conhecimento tecnológico para construir a bomba atômica Ehud Olmert

PREMIER DE ISRAEL GARANTE QUE O PAÍS ISLÂMICO ESTÁ PERTO DE CONSTRUIR UMA BOMBA Dimitar Dilkoff/AFP

IRÃ ATÔMICO Jim Hollander-Pool/AFP

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altam poucos meses para que o Irã adquira o conhecimento tecnológico necessário para construir uma bomba atômica, disse o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ontem, nos Estados Unidos. Olmert viajou a Washington, para sua primeira reunião, como chefe do governo, com o presidente George W. Bush. Olmert disse que a questão em relação ao Irã não é quando o país islâmico construirá uma arma nuclear, mas quando terá o conhecimento para fazê-lo. "Eles já estão envolvidos, se-

Olmert, primeiro-ministro de Israel

riamente, no enriquecimento de urânio", declarou. O premier também afirmou que o mundo não pode fazer pouco caso das ambições ira-

nianas, pois o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, já fez vários apelos pela destruição do Estado de Israel. Ontem, a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, rejeitou a possibilidade de oferecer garantias de segurança ao Irã dentro do conjunto de propostas com as quais se está tentando convencer Teerã a renunciar a seu programa nuclear. O governo iraniano, por sua vez, indicou que não acreditaria nas garantias oferecidas pelos EUA e insiste que seu programa nuclear serve a fins pacíficos. (AE)

Steve Dipaola/Reuters

Montenegrinos tomam as ruas de Podogorica emocionados com o resultado do referendo

MONTENEGRO SEPARADA pelo Monotiramento. Tão logo esses números foram divulgados, Podogorica, a capital de Montenegro, foi tomada por fogos de artifício e por ruídos de tiros disparados para o alto. Se o resultado for confirmado hoje, significará a dissolução da união da Sérvia com Montenegro, estabelecida em 1918, ao fim da Primeira Guerra Mundial. Montenegro seria a última das seis repúblicas da extinta Iugoslávia a romper com a Sérvia. A dissolução iniciou-se em 1991, com a saída da Eslovênia.

Seguiram-se a Croácia, a Macedônia e a Bósnia-Herzegovina. A província sérvia de Kosovo está sob controle da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde 1999. "Tenho o prazer de anunciar que Montenegro será um Estado independente", disse Predrag Sekulic, porta-voz do Partido Democrático Socialista, do governo de coalizão. Já os defensores da continuidade da união com a Sérvia se negaram a reconhecer a derrota até a divulgação do resultado oficial. (Agências)

Instalações forneciam água fria para a produção de energia elétrica para a região de Oregon entre 1976-1993

EUA implodem usina nuclear A

torre de resfriamento da usina nuclear de Trojan foi implodida ontem, em Ranier, no Oregon. As instalações da General Electric's, localizada na 68 km do norte de Por-

tland, próxima ao Rio Columbia, é a primeira usina de larga escala a ser desativada nos Estados Unidos. A implosão de 41 mil toneladas de concreto e aço demorou

apenas dez segundos e precisou de 2.800 libras de dinamites. A torre fornecia água fria para a produção de energia elétrica para a região entre 1976-1993. (Reuters)

SUSTO NA PALESTINA A

utoridades palestinas informam ter frustrado um atentado contra a vida de um importante chefe de segurança, aliado do presidente Mahmoud Abbas, ao descobrir uma bomba plantada na rota de seu comboio. A descoberta dos 70 quilos de explosivos provavelmente inflamará ainda mais as tensões entre Abbas e o grupo extremista Hamas, que controla o atual governo palestino. No sábado, o chefe de espionagem de Abbas foi ferido em um atentado. A bomba de ontem foi descoberta pouco antes de a escolta

Goran Tomasevic/Reuters

Rashid Abu Shbak

motorizada do alto comandante da Faixa de Gaza, Rashid Abu Shbak deixar sua casa. A estrada é checada todos os dias, an-

tes que ele saia para o trabalho. Autoridades informam que a bomba foi removida e há uma investigação em andamento. Abu Shbak está no núcleo da disputa de poder que vem numa escalada desde que o Hamas derrotou o Fatah, partido de Abbas, na eleição para o Parlamento palestino. Ao dominar o Parlamento, o Hamas ganhou o direito de formar o governo. Abbas, eleito numa votação em separado, é um moderado e exerce grande autoridade sobre as forças de segurança. É quanto ao controle dessas forças que o Fatah e o Hamas vêm se digladiando.

Martin Bernetti/AFP Photo

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s eleitores da repúblic a d e M o n t e n e g ro aprovaram ontem em um referendo a separação da Sérvia, com a qual a região forma uma federação que sucedeu a república da Iugoslávia. Projeções extra-oficiais da contagem dos votos apontavam na noite de ontem vitória do "sim" por 55,3%, superando o mínimo de 55% requerido pela União Européia para validar o resultado. O cálculo é das entidades Centro para Eleições Livres e Democracia (Cemi) e o Centro

PROTESTO CHILENO – Um policial de choque persegue manifestante em um protesto de estudantes no Chile. Eles pedem aumento de investimentos do governo em educação.


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Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

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MERCADO DE OURO É ARRISCADO

AFP

VAIVÉM DO DÓLAR SUGERE PROTEÇÃO DE APLICAÇÕES

Proteção por meio de aplicação em dólares é mais indicada para as pessoas que querem viajar para os Estados Unidos ou empresas com dívidas na moeda

Em ano eleitoral, investidores prestam mais atenção ao chamado hedge Leonardo Rodrigues/Digna Imagem – 24/9/05

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e você é uma daquelas pessoas que perde o sono só de pensar em uma arrancada do dólar às vésperas da eleição presidencial, como ocorreu em 2002, talvez esteja na hora de recorrer a aplicações conhecidas no mercado financeiro como de proteção (ou hedge, na expressão em inglês), casos de dólar, euro e até de ouro. Embora os especialistas concordem que dificilmente haverá um repeteco do que foi a eleição de 2002, com o dólar valendo perto de R$ 4, nem por isso acreditam que a moeda continuará em um patamar baixo. "Costumamos dizer que o dólar está muito barato. Por isso ainda vale a pena 'hedgiar' parte dos investimentos", diz o economista Nathan Blanche, da Tendências Consultoria. O conselho só é válido, no entanto, para pessoas que pretendem viajar para o exterior a partir do último trimestre do ano e no início do próximo e empresas que tenham uma postura mais cautelosa ou que operem com margens de lucro apertadas — o que as torna mais sensíveis a qualquer mudança de câmbio no País. "Não acredito que seja o mo-

mil apólices de seguro é o que a Real Tokio Marine Vida pretende vender até o dia 30 de junho

Rocha: olhos voltados ao exterior

mento de empresas, no geral, queimarem parte do caixa para fazer hedge", diz o economista Antônio Corrêa de Lacerda. "Não há hoje nenhum motivo ou razão concreta para que as companhias se sintam ameaças por uma crise cambial, como aconteceu em 1999 e também em 2002", completa. Pré-candidatos — O que faz os analistas temerem menos uma arrancada do dólar neste ano é o fato de os dois principais pré-candidatos à Presidência (Lula e o tucano Geral-

do Alckmin) pertencerem a partidos que, em tese, conduziram com responsabilidade a economia. "É diferente de 2002, quando o mercado temia um Lula mais radical, que rompesse com o modelo econômico em vigor. Por esse motivo, é difícil imaginar o dólar saltando do patamar atual para R$ 4, como já ocorreu no passado", diz o professor do Laboratório de Finanças da USP, Ricardo Humberto Rocha. Outro fator que deve colaborar diretamente para uma estabilidade cambial é o resultado positivo da balança comercial. De acordo com o economista da Tendências, o bom desempenho das exportações deve servir para segurar o dólar em momentos de turbulências. "Só no primeiro quadrimestre de 2006 o fluxo positivo foi o equivalente ao registrado em todo o ano de 2005", destaca. Nem mesmo a crise política afeta as projeções positivas para este ano. "Uma surpresa pode acabar vindo de um desenrolar negativo da crise no Irã ou da Venezuela. Nesse caso, é possível assistirmos a uma corrida maior por h ed g e no mercado", afirma Rocha.

Moeda e ouro são opções de hedge

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ma vez decidida a fazer he dge , a empresa ou pessoa física deve ficar atenta ao que o mercado oferece, a fim de não cair em armadilhas. Os analistas acreditam que aplicações atreladas ao dólar ainda são mais seguras do que o investimento em metais, como é o caso do ouro, apesar da recente valorização desse tipo de metal. O ouro está liderando por dois meses o ranking de aplicações mais rentáveis no mercado financeiro. Só em abril, os ganhos atingiram 9,18%, contra uma valorização de 1,2% dos fundos de renda fixa em igual período. No ano, a aplicação já subiu 13,99% e só perde para a bolsa, cujo resultado estava positivo em 20%. O bom resultado do metal pode até fazer brilhar os olhos de investidores e empresas interessadas em proteger o patri-

mônio contra crises. Mas os analistas alertam que esse é um mercado de altíssimo risco. "Além de terem risco elevado, as aplicações em ouro não rendem dividendos como as ações. Também é preciso lembrar que, além de ser um ativo financeiro, o ouro é uma commodity, o que faz o seu preço estar atrelado à lei da oferta e da demanda", observa o economista Nathan Blanche, da Tendências Consultoria. Quem comprou ouro na década de 1980 e vendeu entre os anos de 2000 e 2001, pode atestar cada palavra dos analistas. Segundo o consultor da Tendências, no final dos anos 70 e início dos 80, a onça-troy do ouro chegou a valer US$ 860. No final dos anos 80 já havia recuado para US$ 500 e atingiu US$ 250 entre 2000 e 2001. "Apesar de hoje a onça-troy do metal estar cotada próxima de

US$ 700, ainda assim esse valor é inferior ao de duas décadas atrás", afirma. Moeda — Por esse motivo, o consultor aconselha as empresas e pessoas físicas que desejem fazer hedge a procurar aplicações que tenham um vínculo com o que pretendem proteger. É o caso, por exemplo, da compra de dólar para quem pretende viajar para os Estados Unidos e do euro, se o destino da viagem é a Europa. O mesmo se aplica às empresas cuja produção esteja atrelada à importação de componentes. Nesse caso, a proteção deve ser feita na mesma moeda da dívida. "As operações de hedge funcionam como uma espécie de seguro e, por isso mesmo, não devem ser confundidas com investimento", diz o professor do Laboratório de Finanças da USP, Ricardo Humberto Rocha. (AG)

Real quer crescer em seguro de vida

Adriana Gavaça

Divulgação/ABN Amro

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pós ter reestruturado sua linha de seguro de vida individual, o que resultou na segmentação dos produtos de acordo com a renda do segurado, a Real Tokio Marine Vida e Previdência, joint venture formada em 2005 pelo banco Real ABN AMRO e a tradicional seguradora japonesa, quer multiplicar seus negócios. Até o dia 30 de junho pretende vender 80 mil apólices entre os 12,1 milhões de clientes do ABN AMRO Real e do Sudameris, banco comprado pelo Real em 2003. A meta é arrojada, considerando-se que a média mensal de venda de apólices durante todo o ano passado foi de 3 mil. Para alcançá-la, a Real Tokio Marine investiu R$ 2 milhões em campanha de divulgação do seguro de vida, com um slogan que tem o objetivo de provocar o consumidor: "Por que seu carro não pode ficar sem seguro e você pode?" "Nossa campanha não visa apenas vender mais apólices. Queremos, acima de tudo, mostrar que o seguro de vida não é apenas uma forma de se poupar, mas um investimento que garante a renda familiar nas situações de emergência", diz o diretor-presidente da Real Tokio Marine, Edson Franco. Segundo ele, uma pesquisa do banco mostrou que uma família leva entre quatro e cinco anos para recompor sua renda em eventuais perdas de seu principal provedor. "Mobilizamos a equipe de vendas para atuar com força no segmento, que é pouco explorado pelo mercado segurador brasileiro", completa. De fato, a investida da Real Tokio se dá em um segmento com grande espaço de crescimento, pois a participação no mercado segurador brasileiro do ramo vida, em especial o vida individual, é pequena. Em 2005, o mercado segurador faturou R$ 42 bilhões. O segmento de vida individual contribuiu com R$ 546 milhões. Já o seguro de vida em grupo somou R$ 6 bilhões e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), modalidade que

Franco: espaço para expansão

funciona como um seguro e ao mesmo tempo um investimento, R$ 11,7 bilhões no mesmo período. Os dados são da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Baixo volume — No primeiro trimestre de 2006, o ramo vida individual cresceu 20% comparado ao primeiro trimestre do ano passado, somando R$ 161 milhões em prêmios, para um faturamento do mercado de R$ 12 bilhões. Ainda assim, o resultado está distante da expansão registrada pelo VGBL, que faturou R$ 3 bilhões entre janeiro e março deste ano, e do seguro de vida em grupo, cuja receita chegou a R$ 1,7 bilhão. Na avaliação de André Oliveira, chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Susep, o baixo volume de vendas do seguro de vida individual se deve à falta de cultura do brasileiro em relação ao produto. É nesse espaço que a Real Tokio Marine aposta suas fichas para crescer. Na reestruturação do portfólio da Real Tokio Marine, os produtos foram desenhados com base no perfil dos clientes do ABN AMRO e do Sudameris: clássicos, especiais e clientes Van Gogh. Os clientes podem escolher entre o Real Vida Premiado, o Real Vida Mulher ou Real Vida Homem e o Real Vida Van Gogh. Para os correntistas do Sudameris, os produtos têm o mesmo formato, com a diferença de que levam a marca da instituição. "O carro-chefe da campanha é o Real Vida Mulher e Real Vi-

da Homem", diz Franco. O produto oferece cobertura de doenças graves com um diferencial: oferece assistência nutricional ao segurado. O capital segurado fica a critério do consumidor. O Real Vida Mulher custa até 5% menos do que o mesmo produto voltado para o público masculino. Mais simplificado, o Real Vida Premiado dá direito ao segurado de concorrer, todo mês, a prêmios com base nos sorteios da Loteria Federal com valores de R$ 20 mil, R$ 25 mil ou R$ 30 mil, de acordo com o valor do capital segurado contratado. As coberturas são para morte e invalidez. Voltado para um público de renda mais elevada, o Real Vida Van Gogh, terceiro produto da linha vida individual da empresa, agrega às coberturas de morte e invalidez assistência ao segurado em viagens internacionais, para gastos de até US$ 10 mil (R$ 22 mil pelo dólar da última sexta-feira). Marítima — A Marítima Seguros, que retornou ao mercado de seguro de vida em novembro de 2005, após cinco anos afastada desse segmento, acaba de colocar no mercado um seguro de vida em grupo voltado para os funcionários de condomínios. O produto foi configurado para atender às convenções coletivas regionais da categoria e varia entre os estados, segundo Samy Hazan, superintendente do ramo Vida da Marítima. "Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, temos cobertura complementar ao segurado nos casos em que é afastado por doença ou acidente. A cobertura equivale à diferença entre seu salário e o que ele recebe do INSS durante o período de afastamento", diz Hazan. A média de capital segurado, segundo o executivo, gira em torno de R$ 10 mil. Com o novo produto, a Marítima Seguros, cujo lucro, em 2005, somou R$ 15,9 milhões, quer vender ao mercado 25 mil apólices até o final de 2006, com as quais pretende ter um ganho de R$ 4 milhões. Roseli Lopes


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Logo Logo

E agora dizem nos Estados Unidos que não podemos vender os aviões. Venderemos estes aviões a quem tivermos vontade se alguém quiser comprá-los

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www.dcomercio.com.br/logo/

Hugo Chávez, presidente venezuelano, criticando as autoridades norte-americanas sobre as obrigações contratuais que proíbem a Venezuela de vender aviões a outro país.

MAIO

Celso Junior/AE

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Recolhimento de ICMS, INSS e Simples Nascimento de Arthur Conan Doyle (1859-1930), médico e escritor, criador do detetive Sherlock Holmes

F ESTIVAL F ILATELIA

Sexo e política em Cannes

Selos de alta tecnologia

S UCESSO

S AÚDE

Mitchell, Guggenheim e Kelly deram as cartas na programação do fim de semana

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em gente até agora tentando se recuperar do susto provocado pela seqüência inicial de Short Bus, exibido no Grand Theatre Lumière, o Palais (palácio do festival) de Cannes, no último sábado. Num esforço contorcionista, um dos personagens do filme de John Cameron Mitchell consegue praticar sexo oral consigo mesmo. O diretor não simula, mostra. Short Bus é o nome de um clube no qual as pessoas se reúnem para tentar resolver suas carências afetivas e sexuais. Na coletiva, o diretor defende-se de qualquer possível acusação de sensacionalismo e diz que fez Short Bus para denunciar/afrontar o puritanismo da

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"O Código Da Vinci" atingiu US$ 224 milhões em sua estréia mundial e conquistou a segunda maior bilheteria no último sábado

era George W. Bush. Os dois temas, sexo e política, deram as cartas na programação. Também integrando a seleção oficial, mas fora de concurso, Guggenheim veio mostrar An Inconvinient Truth. O diretor trouxe à tona o aquecimento da Terra, enfatizando que o problema precisa ser encarado com urgência, sob pena de selar a destruição da humanidade. A Terra, a se julgar pelos filmes do Cannes está condenada. Na abertura de The Southland Tales, de Richard Kelly, uma voz anuncia que a vida na Terra vai acabar. Ele sugere que será numa festa e filma uma comunidade em comemoração quando, de repente, explode uma bomba atômica. A partir daí, o

C IÊNCIA

França descobre o 'fóssil vivo'

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identificação até 1975, quando dois cientistas franceses o identificaram e batizaram: Neoglyphea inopinata. Mais dessas criaturas foram encontradas em expedições entre 1976 e 1984. Em outubro, os biólogos marinhos Philippe Bouchet e Bertrand Richer De Forges encontraram a nova espécie do mesmo gênero num platô submarino entre Austrália e Nova Caledônia. Bouchet descreveu a criatura, de 12 centímetros, como "uma mistura de camarão e lagosta".

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Cientistas franceses informaram ter descoberto um exemplar de uma espécie de crustáceo que, acreditava-se, tinha sido extinta há 60 milhões de anos. O "fóssil vivo", fêmea da espécie batizada de Neoglyphea neocaledonica, foi descoberto a 400 metros de profundidade durante uma expedição nas Ilhas Chesterfield. Outro "fóssil vivo" do grupo Neoglyphea havia sido descoberto em 1908, nas Filipinas, pelo navio de pesquisas U.S. Albatross. O espécime ficou sem C A R T A Z

FESTIVAL – Os atores Bruce Willis e Bai Ling posam para os fotógrafos durante a coletiva de apresentação dos filmes da 59ª edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes. A STROLOGIA

Gemêos e a dualidade EXPOSIÇÃO e no signo cuja regência terminou ontem, 21/05, quando Zeus se transformara em Touro a fim de seduzir a linda ninfa Europa, a partir de hoje a regência de Gêmeos – que vai até 21/06 – remete a outro romance mitológico. Dessa vez, o Júpiter romano usou sua magia para se transformar num lindo cisne branco, a fim de conquistar Leda, mulher de Tíndaro, o rei de Esparta. Dessa relação, tiveram os gêmeos Castor e Pólux – um mortal e outro imortal – Helena, a mulher mais bela do mundo. A fama de sua beleza era tanta, que não havia príncipe que não quisesse desposá-la. Mas Páris, filho de Príamo, rei da vizinha Tróia (cujas ruínas, descobertas na Turquia em 1870, por Heinrich Schlieman, inauguraram a arqueologia moderna), ofertando uma maçã de ouro a Afrodite, conseguiu o favor da deusa do amor para raptála. Veio a mítica guerra: uma armada de mil barcos partiu

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Telas de Milton Dacosta (na foto, Carrossel). Galeria Bergamin. Rua Rio Preto, 63. Tel.: 3062-233. 10h às 19h. Grátis.

Telefone, mapa e endereço

O carregador solar Scotty atinge carga completa com 7 horas de exposiçao ao sol, e permite que a pessoa fale por uma hora seguida no celular. Pode ser conectado a outros aparelhos eletrônicos. Custa 34,99 libras no site da Maplin.

Catálogos telefônicos na internet são inúmeros e nem sempre fáceis de encontrar. Mas o site Help Listas reuniu diversas listas de telefone e endereço do Brasil e do exterior num só lugar para facilitar buscas. A maior vantagem do serviço é trazer, além do endereço da pessoa ou do estabelecimento comercial que está sendo procurado, um mapa via satélite, em pequena escala, de sua localização. Os mapas são detalhados e podem ser movidos em qualquer direção.

www.maplin.co.uk

www.helplistas.com.br

A TÉ LOGO

Armando Serra Negra

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Caloi lança nesta semana duas bicicletas inspirada no sucesso esperado do filme X-Men 3 Schincariol aposta no efeito "Schrubles" na Copa para atrair público infanto-juvenil

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Carregador solar para celular

da Grécia em busca de sua libertação. Dentre os capitães estava o famoso Ulisses que, após a vitória dos gregos, seguiu viagem com o Argos – e os argonautas – em epopéia narrada por Homero na Odisséia. Helena foi resgatada pelos irmãos, considerados deuses protetores dos marinheiros. São simbolizados por duas sobre uma embarcação. Terra arrasada, por sua brilhante atuação na batalha, o herói troiano Enéias também singrou os mares, em saga relatada por Virgílio na Eneida.

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F AVORITOS

Arte: O. Sequetin

Após inúmeras peripécias, aportou no Lácio, região da Itália central, onde o rei Latino, persuadido pela revelação dos oráculos, aguardava a chegada de um forasteiro, que desposaria sua filha Lavínia, dando origem à uma geração poderosa que governaria o mundo: o império romano. Mas a grande batalha, que determinaria o destino dos irmãos, aconteceu na Messênia. Enamorados de Hilária e Febe, noivas dos herdeiros desse reino, enfrentaram a fúria do povo, e Castor foi assassinado. Atormentado pela perda do irmão, Pólux suplicou a Zeus que o devolvesse. A contraproposta foi que dividisse sua imortalidade com Castor, alternando com ele um dia de vida e outro de morte. Aceitando, Zeus se compadece de tamanha prova de amor fraternal, e os transforma na constelação de Gêmeos, de modo a jamais se separarem novamente. Características astrológicas do signo: dualidade, curiosidade, relações lúdicas.

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G @DGET DU JOUR

O prazo de inscrição para os interessados em concorrer ao 9º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Compositores está no fim. Quem se inscreveu pela internet e ainda não enviou as músicas, tem até as 22 horas de hoje para fazê-lo. Até sextafeira a organização do prêmio realizado pela Rádio Eldorado em parceria com a Visa do Brasil - tinha recebido 1.305 inscrições, o que corresponde a 32% dos 4.121 pré-inscritos na internet. Dos 1.305 que já tinham efetivado a inscrição, 45,7% são de São Paulo, mas compositores de outros 25 estados brasileiros também estão participando, além de dois do exterior: Áustria e Austrália.

diretor começa a discutir sexo, política e vazio existencial. Para concluir as informações, Pedro Almodóvar - de novo. Volver é uma história de fantasmas no sentido figurado, não literal, o que só se percebe quando assistir ao filme. Numa cena, Penelope Cruz canta o tango Volver. É de chorar. Ainda no festival, Volver, o imortal tango de Carlos Gardel e Le Pera que fornece o título ao grande filme de Almodóvar, voltou a ser ouvido na Croisette. Volver, na voz do próprio Gardel, abre o novo filme de Aki Kaurismaki, que escolheu para terminar Laitakaupungan Valot (As Luzes da Cidade) outro tango imortal deles, El Dia Que Me Quieras.

Eric Gaillard/Reuters

Leite aumenta chance de ter gêmeos Uma dieta rica em produtos lácteos pode aumentar as probabilidades de uma mulher vir a ter filhos gêmeos, revelou um estudo britânico. A pesquisa foi publicada pelo Jornal of Reproductive Medicine e demonstrou que as mulheres que bebiam leite com freqüência tinham cinco vezes mais hipóteses de vir a ter uma gravidez múltipla do que aquelas que não consumiam qualquer tipo de produto animal.

Prêmio Visa encerra as inscrições hoje

ValeryHache/AFP Photo

Cookies & Cream, Macadamia Nut Brittle e Strawberry Cheesecake. Outra idéia inovadora em selos foi desenvolvida pela agência holandesa Solar: cada selo é um rápido "filme" que usa 12 imagens sucessivas de TV para reproduzir vitórias de atletas holandeses em competições internacionais. O selo com movimento custa 0,39 euro.

Divulgação/Columbia Pictures

A fabricante de sorvetes Häagen-Dazs e o serviço postal da Áustria criaram em conjunto uma edição limitada de selos com as tradicionais figuras que ilustram as embalagens dos sorvetes. Mas a maior novidade dos selos é que eles também trazem o sabor inconfundível dos gelados da Häagen-Dazs. Ao lamber a cola adesiva do verso do selo, o sabor é o de um sorvete de

M ÚSICA

Governo israelense devolve US$ 11 milhões em impostos cobrados dos palestinos

B RAZIL COM Z

Música brasileira em Tenerife A imprensa espanhola divulgou no fim de semana a programação do III Tensamba, o Festival de Música Brasileira de Tenerife, nas Ilhas Canárias. O principal destaque da mídia foi dado às aulas de samba e capoeira que acontecem durante as atividades do festival, que começa em 1º de junho e dura dez dias. O show de abertura será de Arismar do Espírito Santo. Também se apresentarão Gladston Galliza, Leo Minax e Quarteto Em Cy, entre outros. Entre os dias 5 e 8 haverá conferências sobre a música brasileira, mostras do cinema nacional, um festival de batucada e exibições de capoeira e samba. Ed Motta e Carlos Lyra se apresentam nos últimos dias do evento.

Arte indígena na ronda dos museus A Europa realizou no fim de semana uma "noite branca" dos museus, que foi destaque da revista francesa L´Express. Mais de 1500 museus de toda a Europa ficaram abertos da noite de sábado para domingo e receberam visitantes insones gratuitamente. A publicação francesa destacou a exposição de arte indígena brasileira Les Gardiens de la forêt des ombres. L'Art de la plume en Amazonie (Guardiães da floresta de sombars - A arte da pluma na Amazônia), no Museu de História Natural de Lille. A exposição traz peças produzidas por índios das diversas tribos que ocupam as margens dos rios da região e que representam a vida comunitária, a floresta e as crenças religiosas desses povos. C INEMA

O outro lado de Martin Scorsese O diretor norte-americano Martin Scorsese será premiado no Festival de Cinema Silverdocs, que ocorre em junho nos EUA. Mas por suas obras menos conhecidas, os documentários. Scorsese, famoso por filmes como Taxi Driver e O Aviador, produziu documentários como The Last Waltz (o último show do grupo The Band) e Bob Dylan: No Direction Home, uma história dos primeiros anos do cantor. Com O Aviador, Scorsese ganhou, em 2005, cinco prêmios no Oscar, inclusive o de melhor diretor.


Senado Planalto Cassação Eleições

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Não posso assumir aquilo que não fiz. Deputado Vadão Gomes

ALÉM DE VADÃO, AINDA FALTA JULGAR JOSÉ JANENE

CÂMARA VOTA PROCESSO DE VADÃO GOMES (PP) NA QUARTA Valter Campanato/ABr

Os cacos da crise

VADÃO: O PRÓXIMO ABSOLVIDO.

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s presidenciáveis Lula e Alckmin continuam contabilizando o prejuízo eleitoral que ambos sofreram com a onda de violência em São Paulo. A população responsabiliza os dois pela situação dramática em que se encontra a área de segurança pública no Estado. A política de segurança que não deu certo em São Paulo foi idealizada no governo Franco Montoro, que tinha por objetivo humanizar os presídios no Estado. A mesma política foi aprimorada por Mário Covas em defesa dos direitos humanos dos presos e seguida por Geraldo Alckmin. Mas, o governo federal também é culpado. Lula é acusado de não ter construído os presídios federais nos estados, de ter cortado verbas para os governadores aplicarem na segurança e, sobretudo, de não ter colocado em prática uma política nacional de segurança.

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o mês em que o es- geral da República, Antonio cândalo do men- Fernando de Souza, não ter resalão completou lacionado o seu nome na deum ano, a Câmara núncia entregue ao Supremo deverá absolver mais um par- Tribunal Federal (STF). Parecer rejeitado – Apesar lamentar acusado de ter sido beneficiado com dinheiro do da conclusão do relator ter siesquema. Com a votação do do pela cassação, o deputado processo de cassação de Va- do PP foi beneficiado pela d ã o G o m e s ( P P - S P ) n e s t a mudança do perfil do colegiaquarta-feira, deverá subir pa- do com a saída de cinco consera 11 o número de deputados lheiros, e o parecer de Torgan absolvidos nos julgamentos foi rejeitado. Na ocasião, Vadão Gomes contou com o do plenário. Até agora, dos 15 deputa- apoio dos partidos envolvidos que foram processados dos no mensalão (PT, PP, PSB pela Casa, apenas três foram e PMDB) e de pefelistas. O processo do deputado do punidos com a perda de mandato: Roberto Jefferson (PTB- PP chega ao plenário com a RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pe- sugestão de arquivamento, dro Corrêa (PP-PE). Do cha- formalizada pelo segundo remado grupo dos mensaleiros, lator do processo, deputado ainda falta ser julgado o de- Eduardo Valverde (PT-RO). putado José Janene (PP-PR), Para cassar o mandato, serão necessários 257 votos, a maioalém de Vadão. O deputado do PP foi acu- ria absoluta dos 513 deputasado pelo empresário Marcos dos em votação secreta. Acreditando na absolviValério e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, os su- ção, Gomes pediu ao presipostos operadores do esque- dente da Câmara, Aldo Rebem a , d e t e r r e c e b i d o lo (PCdoB-SP), que seu proR$ 3,7 milhões das contas do cesso fosse votado o logo pelo empresário. O primeiro rela- plenário. O último – No dia 31, o detor do processo no Conselho de Ética, deputado Moroni putado José Janene deverá Torgan (PFL-CE), apresentou depor no Conselho de Ética dados de quebra de sigilo te- da Câmara, depois de tentar lefônico para pedir a perda de com vários recursos que seu mandato de Gomes. Nas in- processo fosse interrompido. formações apresentadas pelo O deputado alegou por diverrelator, Delúbio e Marcos Va- sas vezes não ter condições de lério telefonaram a Vadão Go- saúde para depor no Consemes em datas anteriores aos lho. Janene pediu aposentadias nos quais o empresário doria por invalidez. A aposentadoria foi negada afirma ter feito os pagamenpor Rebelo até a conclusão do tos ao deputado. Torgan sustentou que Delú- processo, de acordo com conbio ligava autorizando o pa- clusão da Comissão de Constituição e Justiça gamento dos reda Casa (CCJ). cursos e Valério Até agora, dos Uma junta médiexecutava o traca da Casa atesbalho e, por tele15 deputados tou que o deputafone avisava Goque foram do tem uma grames da entrega processados ve doença no codo dinheiro. Sepela Casa, ração. gundo Moroni, as apenas três Janene, que era investigações líder do PP na Câconfirmaram os foram punidos mara quando o depoimentos das com a perda de escândalo veio à d u a s t e s t e m umandato. tona, é acusado nhas: Delúbio e de também ter siMarcos Valério. Sem provas – Vadão Go- do beneficiado com o dinheiro mes nega ter recebido dinhei- do esquema. O assessor do parro do esquema. Ele argumen- lamentar João Cláudio Genu tou no processo que a denún- teria sacado R$ 4,1 milhões das cia contra ele tinha por base contas do empresário Marcos depoimentos sem provas. Valério. O deputado admite sa"Não posso assumir aquilo que de R$ 700 mil para o PP paque não fiz", disse em seu de- gar as despesas do advogado do deputado Ronivon Santiago poimento ao Conselho. Em sua defesa, o deputado (PP-AC), cassado pela Justiça citou o fato de o procurador- Eleitoral. (AE)

Vadão confia na sua absolvição. Ele nega ter recebido dinheiro do mensalão e diz que acusações contra ele são baseadas em depoimentos sem provas.

PF CRITICA VISITA DE BASTOS A DANTAS

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Comando da Capital), continuará presente em Brasília e em São Paulo. O clima pode esquentar ainda mais amanhã com o depoimento de Delúbio Soares, extesoureiro do PT, à CPI dos Bingos. Veja, a seguir, os principais fatos da semana: TERÇA-FEIRA G A Câmara dos Deputadostenta votar as quatro medidas provisórias que trancam a pauta, entre elas a que eleva o salário mínimo para R$ 350. G O Senado deve retomar as votações no plenário. Três MPs estão na pauta, incluindo a que isenta de pagamento do Imposto de Renda os investidores estrangeiros em títulos da dívida pública.

MENSALÃO

INDEPENDÊNCIA

O deputado-federal Luiz Antônio Medeiros (PL-SP) aproveitou ontem a inauguração da nova sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo para fazer um discurso elogiando a liderança do "companheiro Lula". Algumas lideranças sindicais presentes ironizaram: "Está aí a prova de que o mensalão existe".

O PMDB não deve lançar candidato próprio a presidente, mas também não deseja se aliar a nenhum dos candidatos. Pretende ficar livre e solto para estabelecer diferentes coligações nos estados. A meta do PMDB é se fortalecer nas casas legislativas e nos estados.

Roosewelt Pinheiro/ABr/04-2006

PERDA Alckmin e Lula trocam farpas, um denunciando que a culpa é do outro. Lula diz que a segurança pública é um atribuição dos governos estaduais. Mas, os governadores se defendem alertando que o governo federal cortou parcela das verbas que são destinadas ao setor.

CANDIDATURAS Segundo a cúpula, o PMDB deve lançar candidatos a governador em pelo menos 15 estados. Se lançar candidato a presidente fica impedido de fazer coligações diferentes nos estados. Por isso, o partido defende a neutralidade, dizendo "não" ao PSDB e PT.

CAMPANHA Ministro da Justiça nega encontro com banqueiro em Brasília

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nvestigadores da Polícia Federal que se debruçam sobre o dossiê atribuído ao banqueiro Daniel Dantas – que reúne dados sobre supostas contas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades no exterior – não gostaram de saber que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, encontrou-se secretamente com o banqueiro na noite da última terça-feira, em Brasília. Segundo policiais federais, o encontro emite sinais contraditórios justamente às vésperas do depoimento de Dantas à PF, previsto para esta semana, para esclarecer a autenticidade da documentação e o envolvimento do banqueiro na confecção dos extratos bancários. O encontro levanta, ainda, a suspeita sobre um pacto de nãoagressão entre governo e banqueiro que pode repercutir nas investigações. Na quinta-feira passada, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem sobre a negociação do Planalto com Dantas com vistas a silenciar o banqueiro. Na entrevista, o banqueiro disse que a PF que-

ria "mordê-lo" (prendê-lo) e mostrou-se disposto a negociar. O temor de integrantes da PF – que está subordinada a Bastos – é que a investigação seja abafada ou levada em fogo brando. Encontro negado – A reunião entre Dantas e Bastos ocorreu na casa do senador Heráclito Fortes (PFL-PI), notório defensor do banqueiro nas CPIs dos Correios e dos Bingos. As assessorias de Bastos e Dantas negaram a existência de qualquer acordo. O encontro teria sido agendado para que o banqueiro dissesse que não encomendou o dossiê, supostamente confeccionado por um ex-agente da Kroll, multinacional que atua na área de investigação. Na PF, existe um grupo que deseja mergulhar nas investigações contra Dantas. O banqueiro foi denunciado por corrupção ativa, quebra ilegal de sigilo telefônico, violação de sigilo bancário e formação de quadrilha à Justiça Federal. Se for condenado, ele pode pegar até nove anos de prisão e perderá a primariedade. (AE)

CONGRESSO ACELERA VOTAÇÕES Congresso Nacional tentará liberar durante a semana a pauta de votações para permitir que deputados e senadores voltem aos Estados com o objetivo de cuidar de suas campanhas eleitorais. O governo tentará um entendimento junto à oposição para que as disputas políticas, acentuadas nos últimos dias por conta da onda de violência em São Paulo, não emperrem o andamento dos trabalhos legislativos. E concentrará seus esforços para barrar a abertura da CPMI dos Sanguessugas. O debate sobre a segurança pública, transformado em combustível político por conta das rebeliões e ataques da facção criminosa PCC (Primeiro

Eymar Mascaro

A indicação de Carmen Lúcia Antunes para o Supremo Tribunal Federal para ocupar a vaga de Nelson Jobim também está na fila, além de nomeações para a diretoria do Banco Central. G Congresso analisa proposta de mudanças na tramitação da lei orçamentária. G A CPI do Tráfico de Armas ouve os advogados do PCC para explicar a compra de uma fita com gravação de uma audiência sigilosa da comissão sobre o crime organizado. G

QUARTA-FEIRA Comissão de Sindicância da Câmara ouve parlamentares envolvidos no caso Sanguessuga, de superfaturamento na compra de UTIs móveis. G

QUINTA-FEIRA O presidente francês, Jacques Chirac, estará em Brasília em visita oficial. Tem encontro com o presidente Lula e faz visitas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal. G

NA SEMANA PT inaugura nova sede nacional em Brasília, futura coordenação política da campanha do presidente Lula. G O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), delibera sobre a proposta de criação da CPI mista dos Sanguessugas. O PT já avisou que é contra. G PMDB deve reunir, mais uma vez, sua Executiva Nacional para decidir se adia ou não a convenção do partido marcada para 11 de junho. (Reuters) G

Os dois principais candidatos a presidente estão em campanha e querem tirar proveito da crise na segurança. O tema tem sido explorado nas últimas campanhas pelos candidatos de oposição. No caso de São Paulo, o PT é oposição.

ABALO A crise na segurança explodiu e surpreendeu os candidatos, sobretudo Alckmin. O candidato tucano admite que a onda de violência abalou sua campanha, mas o que a pesquisa Datafolha constatou é que a população responsabiliza também o candidato petista, Lula.

PANOS QUENTES A turma do deixa-disso já entrou em cena para apaziguar o governador Cláudio Lembo e os tucanos FHC e Geraldo Alckmin que entraram em rota de colisão no auge da crise na segurança. FHC responde que teria sido mal interpretado pelo governador paulista.

IRRITAÇÃO O que mais teria irritado Lembo é o fato de Alckmin ter comentado que o governador deveria ter acolhido a oferta do governo federal para combater a violência. Para os mais íntimos, Lembo teria reclamado que recebeu uma estrutura frágil na área de segurança.

AINDA O VICE O PT estava (e está) disposto em aceitar um vice do PMDB para Lula, de preferência que seja o ex-ministro do STF Nelson Jobim. Mas, o convite foi extensivo também a Michel Temer, ao ex-presidente Itamar Franco e ainda ao ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos.

NÚCLEO PSOL, PSTU e PCB estão reunidos para discutir a escolha do vice da senadora Heloísa Helena, candidata ao Planalto. O PSTU já avisou que não aceita que o vice seja indicado também pelo PSol. Heloísa Helena está com cerca de 5% de índice de intenção de voto nas pesquisas.

TURNO ÚNICO Técnicos em pesquisas insistem em defender a tese de que a eleição presidencial pode ser decidida já no primeiro turno, se o PMDB não lançar candidato. Segundo os entendidos, o candidato peemedebista faria entre 12% 1 5% dos votos, forçando a decisão ficar para o segundo turno.

COLIGAÇÕES

UNIÃO

Paralelamente ao que está acontecendo, PT e PSDB estão atrás das alianças partidárias. Os dois partidos estão de olho principalmente no PMDB. Os tucanos querem amarrar, já, um acordo com o PMDB para vigorar no segundo turno, mas o PT quer sacramentar o acordo ainda no primeiro turno.

Está confirmada para o dia 29, em Recife, a formalização da chapa Alckmin/José Jorge. O senador pernambucano nega que o partido tenha sofrido uma ruptura com sua escolha. José Jorge nega também que a preferência de Alckmin era pela escolha do outro senador, José Agripino (RN).


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

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Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

ANTONIO DELFIM NETTO

NEM QUE A VACA TUSSA... grande problema do agronegócio brasileiro não está na agricultura..., não depende da política agrícola e não tem nada a ver com a disposição ou a capacidade do produtor rural de tocar o seu negócio. Ele é o fruto da insensata política monetária dos últimos 24 meses que usou, oportunisticamente, a taxa de câmbio como instrumento da política antinflacionária. O problema é a sobrevalorização do Real, permitida por essa política que deprecia o valor da produção agrícola e desestrutura o setor exportador. O Brasil tem hoje a moeda mais valorizada do mundo, o que não traz nenhum benefício para o setor produtivo nacional. Ela faz a felicidade dos especuladores nos mercados financeiros que vivem da arbitragem da diferença das taxas de juro interna e externa.

Leonardo Rodrigues/Hype

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Lei seca: a lição de Diadema N N V

o último dia 2 de maio foi publicado nesse espaço um artigo do Instituto Braudel sobre o que ficou conhecido como a "lei seca de Diadema", que na realidade não é uma "lei seca", mas simplesmente um controle social do ambiente onde o álcool é consumido, fenômeno que já existe na maioria dos países desenvolvidos. Esse tema tem produzido enorme interesse pelo Brasil afora e dezenas de cidades estão implementando medidas semelhantes. Todas as cidades que implementaram essa lei notaram uma melhora substancial no ambiente urbano e com clara diminuição da violência. O próprio governo federal ensaia transformar as medidas de fechamento de bares como um dos fatores que facilitariam a liberação de recursos para a segurança dos municípios. Temos, portanto uma das poucas histórias de sucesso na luta contra a violência urbana no Brasil. Como explicar que um instituto tão respeitado como o Braudel possa gastar seu tempo e dinheiro violentamente atacando essa lei ? ois fatores podem ter influenciado essa avaliação. Primeiro, o fato do instituto ter como um dos seus financiadores a AmBev, uma das maiores indústrias cervejeiras multinacionais e que tem 70% do mercado de cervejas no Brasil. Com certeza, os interesses da AmBev são contrariados com o fechamento dos bares: 80% do consumo de cerveja ocorre em bares. Em todos os países onde isso ocorre existe uma maior exposição da população à violência causada pela intoxicação alcoólica. Não podemos negar que uma parte das pessoas intoxicadas pelo álcool vão se tornar violentas, e como na maioria das vezes estão bebendo fora de casa, essa violência tem conseqüências para a segurança pública. Com o fechamento dos bares, temos uma diminuição do consumo de

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á l c o o l e c o m o c o n s eqüência, uma diminuição da violência. Bom para a saúde pública e para a violência urbana. Mal para os lucros da AmBev, que só no ano passado repassou para os seus acionistas, na forma de dividendos, R$ 3 bilhões de reais, ou seja quase 10% de todo o orçamento da saúde brasileira.

segundo fator que pode ter influenciado a avaliação do Instituto Braudel foi uma análise amadora dos dados estatísticos que dá respaldo à política implementada em Diadema. Após a introdução dessa lei, foi proposta à Administração de Diadema uma pesquisa que avaliaria o impacto no número de homicídios e violência doméstica. Essa pesquisa foi feita com financiamento da Fapesp num tipo de projeto chamado de Políticas Públicas, que é basicamente uma parceria entre um órgão público (Prefeitura de Diadema) e uma unidade de pesquisa (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da UNIFESP). Tivemos a grande oportunidade de incluirmos na análise estatística colegas do Pacific Institute for Research and Evaluation, do Prevention Research Center, Berkeley, California, e do Guy’s King’s and St Thomas’ School of Medicine, University of London. O resultado final dessa pesquisa está submetido, na forma de artigo, em revista de saúde pública internacional. Vale a pena ressaltar que nenhum dos envolvidos recebe financiamento da industria do álcool. Diferente do alegado pelo Instituto Braudel, a análise estatística dos dados de Diadema foi feita ao longo de 10 anos. Utilizamos dados de homicídios de janeiro de 1995 a julho de 2005, o que tornou os dados muito consistentes. Após a coleta dos dados, fizemos um tipo de análise chamada de multivariada (l og -l inear regression analyses), que, basicamente, leva vários fatores em consideração e não somente o fechamento dos bares.

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o nosso modelo estatístico, fatores como criação da Guarda Municipal, taxas de desemprego, atividades contra o tráfico de drogas, além de outros fatores sociais e econômicos foram avaliados como podendo causar as mudanças nas taxas de homicídio, em conjunto ou isoladamente. Também levou-se em conta que nesse período de 10 anos a população da cidade cresceu em 20%. O número de homicídios por mil habitantes antes da lei de fechamento de bares, entre janeiro de 1995 e julho de 2002, apresentou grande variação mensal, de 4 a 41 mortes. Os homicídios aumentaram de 1995 a 1 9 9 9 a n t e s d e c a í re m abruptamente em 2000, possivelmente em resposta a criação de Guarda Municipal e de algumas medidas em relação ao tráfico de drogas que ocorreram na cidade. Nos dois anos anteriores a introdução da nova lei, a taxa era de 22 mortes por mês antes de caírem para aproximadamente 12 por mês durante os três anos que se seguiram ao fechamento dos bares. Esses dados serviram como base para a análise estatística mais sofisticada, que mostrou que nos três primeiros anos após a introdução da lei, 267 homicídios deixaram de ocorrer especificamente pelo fechamento dos bares. Isto é, um declínio de 40% do que esperaríamos se não houvesse a nova lei. A análise mostrou também que a diminuição do desemprego e a criação da Guarda Municipal também tiveram efeito, muito embora pequeno, na diminuição da mortalidade. No entan-

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to, atividades contra o tráfico de drogas não produziram efeito estatístico. No geral houve uma diminuição de 89 mortes por ano numa cidade de 360.000 habitantes, ou seja, uma diminuição de 25 mortes por 100.000 habitantes, por ano, especificamente devido ao fechamento de bares. Esse é um dado substancial, quando levado em consideração que Diadema era uma cidade com uma das maiores mortalidades do Brasil e do mundo, com 103 homicídios por 100.000 habitantes. Sob todos os pontos de vista esse é um grande acontecimento do ponto de vista de saúde e segurança pública Vale a pena salientar que no Brasil tivemos um das maiores aumentos da taxa de homicídios do mundo. De 1980 a 2004, a cidade de São Paulo passou de 18 para 54 por 100.000. A Organização Mundial da Saúde produz a seguinte comparação, se considerarmos as mortes por homicídio no Reino Unido como 1, os EUA seriam 6 e o Brasil 27. Homicídio é a principal causa de mortalidade em homens de 15 a 44 anos. Mesmo com a discreta diminuição nacional dessas taxas, elas ainda são muito altas. Como existe essa relação tão forte entre álcool e taxas de homicídios, devemos continuar implementando essa lei, como uma das medidas, em todo o Brasil, para que continuemos esse sucesso na diminuição desse tipo de morte desnecessária. Felizmente, um grande número de cidades está implementando programas semelhantes ao de Diadema e a política de fechamentos de bares deixou de ser uma peculiaridade de uma cidade e passou a ser uma política de segurança a ser perseguida pelos homens públicos com compromisso social. Dados de 2005 da UNESCO, compara dados da Grande São Paulo, onde existem 16 municípios que já implementaram o fechamento dos bares e outros 23 municípios que não o fizeram.

ários fatores contribuem para que possamos utilizar os dados de Diadema como um modelo para outras cidades. São eles: 1 - boa qualidade de dados municipais, com um bom monitoramento das mortes ocorridas ; 2 – implementação do fechamento dos bares após debate municipal, onde todos foram consultados e opinaram, mas que prevaleceu o interesse público e não os interesses da industria do álcool; 3 – após a aprovação da lei, criou-se um sistema de fiscalizaçãomodelo, onde todas as noites uma viatura, com fiscais e membros da comunidade, vigiam o cumprimento da lei, o que contribuiu e muito para que a lei fosse e seja seguida; 4 - monitoração da aprovação da lei pela população, e para surpresa de muitos, mais de 95% dos habitantes apóiam integralmente o que ocorre na cidade, mesmo os donos de bares; 5 – Diadema deixou de ser o município mais violento do Brasil para se tornar pólo de desenvolvimento regional; 6 – os dados da pesquisa acima descrita são muito consistentes e corroboram que o fechamento de bares salva vidas. Quem ganhou com o sucesso internacional dessa política não foi só o prefeito de Diadema e a sua secretária de Defesa Social. Ganhamos todos nós, que assistimos uma política social sendo implementada de uma forma consistente e barata. De todas as medidas já propostas para a diminuição da violência, o fechamento de bares é uma das mais baratas e das mais efetivas, se fiscalizada apropriadamente. O Instituto Braudel e a AmBev precisam justificar de uma forma muito mais consistente p o rq u e s e o p õ e m t ã o violentamente a essa medida, que felizmente continua salvando vidas no Brasil. PROF. DR. RONALDO LARANJEIRA, PROFESSOR DE PSIQUIATRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ão é por outra razão que o competente ministro Roberto Rodrigues, homem do ramo e conhecedor profundo dos problemas do setor, anuncia que vai jogar a toalha, descrente da possibilidade de convencer seu próprio governo de fazer mudanças na política monetária. Num desabafo bem ao estilo do homem do campo, afirmou que "nem que a vaca tussa me pegam num outro mandato"...

O Brasil tem hoje a moeda mais valorizada do mundo, o que não traz benefício para o setor produtivo nacional. inda teremos este ano uma safra um pouco maior do que a de 2004/2005, mas por conta da excessiva valorização do Real os agricultores acumulam dois anos sucessivos de queda no valor bruto da produção e de aumento do endividamento. As recentes medidas do governo para permitir a renegociação das dívidas dos produtores rurais dão alguma sobrevida aos negócios mas não resolvem o comprometimento dos patrimônios. Elas são mais importantes pelo que revelam do empenho do Ministério da Agricultura em ajudar do que pelo alívio que dão.

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realidade é que ninguém pode tirar a razão dos produtores rurais que protestam em todo o interior contra a política de valorização cambial, que além de atingir as exportações de grãos e reduzir a renda do agronegócio, já inviabiliza exportações de amplos setores fabris, ameaçando inclusive o poderoso segmento da indústria automobilística. Com problemas graves na agricultura, o crescimento econômico e o emprego passam a depender ainda mais do comportamento do setor industrial, cuja expansão depende por sua vez do dinamismo das exportações. Uma boa parte (mais de 70%) das variações do nível de crescimento industrial é explicada pela variação da produção automotiva, por suas vendas no mercado interno e pelas exportações do setor. Uma redução da atividade no setor comprometerá o crescimento esperado de 4% do PIB em 2006 e recuperação da taxa de emprego.

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Brasil sofreu em diversas oportunidades nos últimos 20 anos as conseqüências da utilização da taxa de câmbio como instrumento de política antinflacionária, ancorada em políticas monetárias insensatas como a que vimos praticando há 24 meses. As dificuldades na agricultura já reduzem a perspectiva de um crescimento econômico robusto este ano. Se o governo permitir, ainda, a desarticulação do setor exportador, a economia vai pagar muito caro por isso. E o presidente Lula vai pagar em dobro, se for reeleito...

O

DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

Se o governo permitir a desarticulação do setor exportador, a economia vai pagar muito caro por isso.

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segunda-feira, 22 de maio de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Vamos eleger o maior número de governadores e bancadas fortes no Senado e na Câmara para lançar um candidato competitivo em 2010". Senador Ney Suassuna (PB)

O QUE QUEREM OS CACIQUES DO PMDB?

PORQUE O PMDB CORRE TANTO DO PODER Adriano Machado/AE

O maior partido do País revela sua preferência pelo mais fácil, o poder regional, e adia a luta pelo verdadeiro poder, do qual espera participar apenas como coadjuvante. E manter, assim, sua identidade fisiológica e oportunista.

Beto Barata/AE - 19/04/06

Senador Ney Suassuna Ed Ferreira/AE

Sergio Kapustan

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s alianças nos Esta- ex-deputada Rita Camata como dos, que incluem o candidata a vice do tucano) e PT e o PSDB, impe- depois foi para o colo do Lula". A tentativa - Em desvantadem o PMDB, maior força política do país com gem na disputa, o grupo prósete governadores, 83 deputa- candidatura própria integrados federais e 21 senadores, de do pelo presidente nacional do disputar o cargo mais cobiçado partido, Michel Temer, senada República: a presidência. A dor Pedro Simon (RS) e o goconvenção que indicará o can- vernador gaúcho Germano Rididato está marcada para o dia gotto tenta ainda viabilizar 11 de junho, mas no último dia uma saída nos bastidores. 13 os peemedebistas decidiram Uma delas seria o lançamento em reunião tumultuada (fato da chapa Simon-Garotinho deque não é novidade na história pois que a candidatura do exdo partido) não lançar nome. presidente Itamar Franco foi Tudo indica que a decisão será descartada. O político mineiro mantida e a sigla terá um papel não consegue entender como o secundário, apesar de seu peso PMDB, em troca do controle da Câmara e Senado e da eleição de no cenário político nacional. A decisão beneficia o presi- governadores, abra mão do podente Luiz Inácio Lula da Silva der de fato que, num regime (PT) que poderá fazer alianças presidencialista, está mesmo no nos Estados e vencer a eleição Palácio do Planalto. Michel Temer reconhece que no primeiro turno, numa disputa polarizada com o gover- as alianças regionais sufocaram nador de São Paulo Geraldo o projeto de candidatura próAlckmin (PSDB). "Vamos ele- pria. Para ele, a manutenção da ger o maior número de gover- verticalização pesou mais que a nadores possível e bancadas candidatura própria, apesar de fortes no Senado e Câmara Fe- o partido ser forte: "Pessoalderal para lançar um candida- mente, defendo que o PMDB, to competitivo em 2010", de- por sua postura nacional, deva lançar candidato. clara o senador Ney Depois, no segundo Suassuna (PB), um turno, vamos decidir dos líderes da ala quem apoiar. Mas o contra a candidatuproblema é que os inra própria e que fará O problema teresses regionais se aliança com o PT no é que os sobrepõem ao inteseu Estado. resse maior do partiSuassuna integra interesses do", lamenta. o grupo pró-Lula regionais se Apesar de recojunto aos senadores sobrepõem ao nhecer a dificuldaRenan Calheiros interesse maior de, o governador Ri(AL) e José Sarney gotto diz que a tese (RO) e o deputado do partido. federal Geddel VieiMichel Temer da candidatura própria não está morta. ra Lima (BA). Mas se a convenção A razão - Suassuna justifica que a verticaliza- não mudar a decisão inicial, o ção - regra que obriga os esta- governador defenderá que o dos a reproduzir localmente a PMDB fique fora de tudo. A posição de Rigotto se deve coligação acertada em nível federal - e a falta de um candida- à costura das alianças no seu to com chances de vitória obri- Estado. Embora o governador gam o partido a adiar o projeto não tenha decidido se será ou de candidatura própria. O gru- não candidato à reeleição (depo ignora a consulta realizada cisão que deve ser anunciada em março que indicou o ex-go- em junho), os partidos que vernador do Rio de Janeiro An- apóiam o seu governo, como o thony Garotinho pré-candida- PP e o PSDB, já lançaram préto a presidente. "Você não pode candidatos ao Palácio Piratini mascarar a verdade: o PMDB o ex-ministro Francisco Turra não tem um líder nacional, por e a deputada federal Yeda Cruisso, não pode ter candidatura. cius, respectivamente. No caso Não podemos brincar de can- da tucana, se confirmada a didatura nesse quadro (em candidatura, Rigotto acha difíque Lula aparece nas pesqui- cil um palanque PMDB-PSDB sas com mais de 40% dos vo- em terras gaúchas. "Sem candidato próprio, eu defendo tos) ", afirma. Geddel argumenta que a de- que o partido não apoie nem cisão de não ter candidatura não PSDB nem PT", declara. O significa embarcar já no barco principal adversário no PMDB de Lula. De acordo com o pee- no Estado é o PT, que lançou a medebista, a decisão de aderir candidatura do ex-ministro ou não ao novo governo só ocor- Olívio Dutra. Pernambuco é outro Estado reria depois da eleição. Segundo Geddel, é um "devaneio" es- em que a aliança regional está pecular que a convenção do 11 vinculada à nacional. O ex-gode junho não irá ratificar o resul- vernador Jarbas Vasconcelos, principal eleitor no estado e tado dia último dia 13. Geddel articula uma aliança defensor da candidatura prócom o PT contra o PFL de Antô- pria, é candidato ao Senado. nio Carlos Magalhães. "Não po- Ele lidera uma aliança com demos repetir a estratégia de PFL, PSDB e PPS. O candidato 2002 quando o partido apoiou a governador é o pefelista José Serra (o PMDB indicou a Mendonça Filho, seu vice.

Os três caciques do PMDB: Michel Temer, presidente nacional do partido, Orestes Quércia e Itamar Franco. Deputado Geddel Vieira de Lima Arquivo DC/AE

Tancredo Neves Sergio Amaral/AE/Arquivo DC

Ulisses Guimarães

UM VELHO DEFEITO PERSEGUE O PARTIDO

E

m 1 9 8 5 u m P M D B recheado de lideranças nacionais, como Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e Franco Montoro, derrubava no voto a ditadura militar instalada no País em 1964 ao eleger Tancredo Neves presidente da República. Passados 21 anos, o partido retoma o rumo, apesar de não superar as richas regionais - muito comuns na República Velha - e a imagem de um partido fisiológico. Na avaliação do jornalista e cientista político Gaudêncio Torquato, o PMDB, ao querer dominar os Estados, Câmara dos Deputados e Senado, obrigará o próximo presidente da República, seja do PT ou do PSDB, a ne-

gociar a governabilidade. "Sem candidato competitivo a presidente para lançar, o PMDB opta pelo pragmatismo, pois fica livre para fazer as alianças necessárias nos Estados, para conquistar cadeiras no Senado, na Câmara e os governos estaduais. Ele ditará as regras da República. Sem o PMDB, o próximo presidente não governará", garante. Interesse eleitoreiro – O cientista político lembra, no entanto, que a estratégia revela um velho defeito peemedebista: jogar de acordo com os interesses eleitoreiros, deixando os aspectos programáticos e a unidade partidária em segundo plano. "O que a gente vê é uma banalização da atividade

partidária. No caso da verticalização, por exemplo, como ela foi mantida, foram priorizadas as alianças regionais". O cientista político Rubens Figueiredo, diretor do Centro de Pesquisas, Análise e Comunicação (Cepac), acrescenta que o partido tem uma grande estrutura que poderia bancar uma candidatura própria. "O que falta é uma liderança forte", avalia. Linha de ação– Para Figueiredo, comparando com o seu passado, o PMDB perdeu sua iden-

tidade de uma legenda comprometida com um programa. Ele recorda a eleição presidencial de 2002 quando o partido coligou-se com o PSDB e, no entanto, uma parte significativa da legenda acabou seguindo outro caminho e participando do governo Lula. " Passada a eleição, o PSDB e o PFL foram para a oposição, mostrando serem coerentes. O PMDB foi para o governo, mostrando que não consegue ter uma linha de ação", analisa Figueiredo. (SK)


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segunda-feira, 22 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

7

-6,52

19/5/2006

por cento é a variação acumulada pelo índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, neste mês.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 17/05/2006 17/05/2006 17/05/2006 17/05/2006 17/05/2006

P.L. do Fundo 5.201.479,66 1.265.343,63 5.336.019,06 2.515.726,27 924.332,73

Valor da Cota Subordinada 1.068,294026 1.016,637983 1.055,178515 1.024,523735 989,938234

% rent.-mês 1,6865 1,2031 1,9615 0,0356 1,9743

% ano 9,3476 1,6638 5,5179 2,4524 -1,0062

Valor da Cota Sênior 0 1.031,949375 1.039,884240 0 0

% rent. - mês 0,7031 0,7660 -

% ano 3,1949 3,9884 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

maioria dos cientistas sociais não se dedica a outra coisa senão a explicar os acontecimentos como efeitos de "causas" impessoais e anônimas, como por exemplo a "luta de classes" (com todas as variações aí introduzidas pela moda e pelas conveniências táticas), escamoteando a ação concreta dos indivíduos e grupos que dirigem o processo. Tudo aí parece derivar de estruturas, de leis, de estatísticas, reduzindo-se os agentes reais a meros instrumentos, quase sempre inconscientes, de forças coletivas que os transcendem imensuravelmente. A principal utilidade dessa construção fantasiosa é encobrir sob um manto de invisibilidade a força dos próprios cientistas sociais enquanto "agentes de transformação", bem como a dos grupos e entidades que lhes dão sustentação editorial e financeira. Os exemplos sucedem-se a cada semana, mas tornam-se mais enfáticos nos momentos de confusão e pânico, quando essas criaturas das trevas emergem de seus sepulcros acadêmicos para vir explicar ao mundo que não há nada de novo sob o Sol, que está tudo sob o controle infalível da ciência que professam. Assim, diante do estado insurrecional triunfante produzido em São Paulo por uma iniciativa estratégica bem articulada entre o governo brasileiro e três organizações milionárias, PCC, MST e FARC, o sociólogo francês Loïc Wacquant, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, foi convocado às pressas pela Folha de S. Paulo do dia 15 para acusar os culpados de sempre e ajudar as vítimas a não enxergar os agentes efetivos por trás do processo. A principal glória curricular do prof. Wacquant é ser autor de dois

Experimento sociológico

livros que explicam a criminalidade como efeito da guerra dos ricos contra os pobrezinhos e ter recebido, em função de suas obras, um prêmio da paupérrima John D. & Catherine T. MacArthur Foundation, badalado como "o prêmio dos gênios". Felizmente, a ciência social às vezes nos fornece o antídoto à sua própria vigarice. No caso, o antídoto é o "experimento imaginário" sugerido por Max Weber para comparar a importância relativa de vários fatores causais numa dada situação. Trata-se de fazer abstração mental de determinado fator e averiguar se, sem ele, os acontecimentos teriam sido possíveis. Suponhamos a miséria e a desigualdade. Elas estão presentes por igual em sociedades assoladas pela violência criminosa e entre povos mais pacíficos como os indianos e os romenos. Mutatis mutandis, a criminalidade no Brasil não se expandiu nas áreas mais pobres, mas justamente naquelas que, ao longo das últimas décadas, passaram da miséria absoluta a um padrão de vida que, na Índia, seria considerado de classe média, como por exemplo as favelas cariocas. Omitida a comparação, porém, restam dentro de cada área isolada sinais aparentes em quantidade bastante para manter viva a impressão de que o crime é efeito da miséria. Acoplada a outro topos da retórica esquerdista, o de que a miséria é causada pelo imperialismo americano, essa crença tem por efeito despertar o ódio aos EUA e fomentar esperanças messiânicas numa nova ordem internacional paradisíaca, a ser instaurada sob os auspícios da ONU, da China e da Rússia. Para a realização desse objetivo trabalham incansavelmente várias fundações bilionárias, entre as quais Rockefeller, Carnegie, Soros e, é claro, MacArthur. Seus esforços nesse sentido já

Comerciantes de armas relatam que viram policiais saírem de suas lojas chorando, conscientes de que estavam condenados à morte sem apelação.

L.C. Leite/Folha Imagem

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maiores do banditismo nacional tem representado, para ele, mais que um estilo de vida, um meio de próspera subsistência. 5 - Em vista disso, é absolutamente impossível que essas duas excelências ignorassem a preparação do mais vasto movimento insurrecional já planejado neste país no último meio século, e que, portanto, fosse com cândida inocência e desconhecimento das conseqüências que a primeira autorizou e a segunda pôs em prática o indulto que colocou na rua, livres, armados e bem articulados, doze mil delinqüentes, entre os quais os autores da carnificina. 6 - Mais impossível ainda é que os excelentíssimos ignorassem o detalhe mais lindamente perverso da situação que geraram. Todo mundo sabe que, neste país, os policiais recebem uma quantidade irrisória de munições, tendo de dispender do próprio bolso para ga-

foram bem documentados meio século atrás por uma comissão do Congresso americano (v. René A. Wormser, Foundations: Their Power and Influence, New York, DevinAdair, 1958) e desde então não fizeram senão multiplicar-se em abrangência e quantidade de recursos, incluindo dotações de dinheiro do próprio governo de Washington, que essas entidades sugam e utilizam para seus próprios fins (de modo que esse governo acaba aparecendo como o culpado do que fazem contra ele). Premiar uns quantos "gênios" que ajudem a revestir de honorabilidade científica a trapaça essencial em que se assenta a operação é a parte menos dispendiosa do orçamento. O grosso do dinheiro vai para fomentar diretamente movimentos subversivos e organizações pró-

Na escala individual a pobreza só pode ser justificação direta e determinante do crime em exemplos excepcionais e raros. terroristas (v. a estrutura da rede e m w w w . d i s c o v e r t h enetwork.com). Se, de acordo com o experimento weberiano, abstrairmos do quadro presente a atuação dessas fundações, o resultado será simplesmente que a esquerda revolucionária do Terceiro Mundo não teria podido continuar a existir e prosperar depois da queda da URSS e, portanto, a utilização do crime como instrumento da subversão organizada, que é o seu principal modus operandi na última década, se tornaria inviável. O banditismo, assim, cresceu junto com o prestígio oficial da tese mesma que o explica pela luta de classes. Alegando razões fundadas nessa teoria, o prof. Wacquant prevê um aumento da violência no Brasil. Mas essas razões são desnecessárias. A violência crescerá junto com o número de idiotas que acreditam no prof. Wacquant. Se os praticantes da ciência wacquântica fossem sérios, estudariam um pouco de lógica da investigação científica e saberiam que nenhuma correlação causal (entre pobreza e crime ou entre qualquer coisa e qualquer outra) pode ser generalizada para um grupo abrangente de casos sem que esteja muito bem provada ao menos em alguns deles individualmente. Ora, na escala individual a pobreza só pode ser justificação direta e determinante do crime em exemplos

excepcionais e raros – tão excepcionais e raros, na verdade, que em todo país civilizado a lei os isenta da qualificação mesma de crimes. São os chamados "crimes famélicos" – o desnutrido que rouba um frango, ou o pai sem tostão que furta um remédio para dar ao filho doente. Em todos os demais casos, a pobreza, se está presente, é um elemento motivacional que, para produzir o crime, tem de se combinar com uma multidão de outros, de ordem cultural e psicológica, entre os quais, é claro, a persuasão pessoal de que delinqüir é a coisa mais vantajosa a fazer nas circunstâncias dadas. Quando o hábito da delinqüência se espalha rapidamente numa ampla faixa populacional, é claro que, antes dele, essa persuasão se tornou crença geral nesse meio, reforçando-se à medida que as vantagens esperadas eram confirmadas pela experiência e pelo falatório. Ora, é de conhecimento público que, entre a mesma população pobre, por exemplo das favelas cariocas ou da periferia paulistana, duas crenças opostas se disseminaram concorrentemente nas últimas três décadas: de um lado, o apelo do crime; de outro, a fé evangélica. Numa população uniformemente pobre, o número de evangélicos praticantes que delinqüem é irrisório. Basta esse fato para provar que a correlação entre pobreza e crime é uma fraude, um sofisma estatístico da espécie mais intoleravelmente suína que se pode imaginar. Nenhuma ação humana é determinada diretamente pela situação econômica, mas pela interpretação que o agente faz dela, interpretação que depende de crenças e valores. Estes, por sua vez, vêm da cultura em torno, cujos agentes criadores pertencem maciçamente à camada letrada, como por exemplo os bispos evangélicos e os cientistas sociais. Os bispos ensinam que, mesmo para o pobre, o crime é um pecado. Os cientistas sociais, que os criminosos, agindo em razão da pobreza, são sempre menos condenáveis do que os ricos e capitalistas que (também por uma correlação geral mágica) criaram a pobreza e são por isso os verdadeiros culpados de todos os crimes. Essas duas crenças disputam a alma da população pobre. Não é preciso di-

zer qual delas estimula à vida honesta, qual à prática do crime. Nos bairros mais miseráveis e desassistidos, qualquer um pode fazer esta observação direta e simples: as pessoas de bem repetem o discurso dos bispos, os meliantes o dos cientistas sociais (do sr. Marcola nem preciso dizer nada, já que ele próprio é meio cientista social). Quando, do alto das cátedras, esses senhores pregam a doutrina de que a pobreza produz o crime, não estão cometendo um inocente erro de diagnóstico. Estão ocultando, com maior ou menor consciência, a colaboração ativa que eles próprios, por meio dessa mesma doutrina, dão ao crescimento irrefreado da criminalidade. E, quando são premiados por uma organização ostensivamente interessada em disseminar a subversão, como é o caso notório da Fundação MacArthur, eu seria o último a negar que mereceram o prêmio. Se, deixando de lado as generalizações etéreas, nos atemos à seqüência real dos fatos, a ordem temporal de produção dos acontecimentos da semana passada aparece com o seguinte desenho: 1 - Desde a década de 30, atendendo a uma ordem de Stalin, a intelectualidade esquerdista mundial, onde há mais cientistas sociais per capita do que lobos numa alcatéia, se dedicou ativamente a infundir em todas as patologias sociais, como o crime e o racismo, a substância universalmente explicativa da luta de classes. O esforço dos teóricos foi aí secundado por uma multidão inumerável de romances, filmes, peças de teatro e canções populares que faziam a idéia penetrar profundamente no imaginário popular ao ponto de se tornar um dogma inabalável. Nos países do Terceiro Mundo, justamente graças à profusão de patologias sociais existentes, essa doutrina se impregnou com aderência maior ainda, tornando-se o tema dominante, senão único, de várias culturas nacionais, entre as quais a brasileira (dediquei a esse tema uma série de artigos publicados em 1994 sob o título "Bandidos e letrados"). 2 - Quando o ambiente cultural estava suficientemente preparado, a transformação do banditis-

A correlação entre pobreza e crime é uma fraude, um sofisma estatístico da espécie mais intoleravelmente suína que se pode imaginar.

mo em instrumento da luta de classes revolucionária passou da teoria à prática. No Brasil, especialmente, o empenho organizado dos militantes de esquerda para arregimentar a serviço da subversão as gangues de delinqüentes já é um fato abundantemente documentado desde a década de 60. Da esquerda o banditismo absorveu não somente a doutrina e o discurso, mas também as técnicas de guerrilha urbana que empregou, por exemplo, no movimento insurrecional da semana passada. O contato entre as gangues e os grupos terroristas intensificou-se ao ponto de tornar-se institucional. A presença de técnicos das FARC e das organizações terroristas islâmicas em vários grupos criminosos do Brasil já se tornou tão freqüente que não suscita mais nenhuma reação de escândalo. Acostumamo-nos a isso como a um dado da natureza. 3 - Quando a esquerda latinoamericana, em 1990, passou por um formidável upgrade com a fundação do Foro de São Paulo, as organizações de narcotraficantes, seqüestradores e assaltantes acompanharam-na na sua ascensão social, assentando-se ao lado de partidos legais como o PT e o PC do B nas assembléias do Foro, coordenação estratégica do movimento comunista latino-americano. Desde então, todo empreendimento subversivo de larga escala, no continente, é realizado sob a supervisão ao menos indireta do Foro de São Paulo. Não há mais iniciativas isoladas: o banditismo avulso vai sendo sepultado na memória coletiva como um resíduo de eras extintas. Por toda a parte o que se vê é integração, conexão, unidade ideológica e estratégica. 4 - Como fundador e principal líder do Foro de São Paulo, o sr. Luiz Inácio Lula da Silva sempre esteve muito bem informado do grau de organização que seus colegas de militância haviam conseguido transmitir aos grupos de delinqüentes, nas cadeias ou fora delas. Mais informado ainda encontravase esse cidadão pelo fato de ser presidente da República, tendo sob seu serviço direto os órgãos de inteligência e a Polícia Federal, além, é claro, da figura insubstituível do seu ministro da Justiça, cuja convivência íntima com os líderes

rantir-se em situações de risco de vida. Ao ver-se acossados, nas ruas, nos batalhões e nos postos, por inimigos decididos a tudo e incomparavelmente mais armados e municiados, os policiais paulistas, naturalmente, correram às lojas de armamentos para trocar o leite das crianças por meios elementares de defesa. Com enorme surpresa, descobriram que um determinado item da lei do desarmamento, que até então jazia inerte num papel, tinha acabado de entrar em vigor: não podiam comprar munição nenhuma sem autorização escrita da Polícia Federal. Comerciantes de armas relatam que viram policiais saírem de suas lojas chorando, conscientes de que estavam condenados à morte sem apelação. Se me disserem que o sr. ministro da Justiça ignorava essa armadilha, responderei então que ele é o mais estúpido incompetente que já passou pelo seu cargo, já que a entidade encarregada de fornecer as autorizações repentinamente exigidas e faltantes está sob o seu comando direto. Mas somente um país muito louco, muito alienado, mantém nesse cargo, numa hora dessas, o advogado pessoal do próprio chefe da insurreição. Como defensor de Marcola, o sr. Márcio Thomaz Bastos tem confiabilidade zero até mesmo para dar uma opinião imparcial quanto aos acontecimentos da semana passada, quanto mais para reter em suas mãos, com avareza assassina, os meios de defesa que teriam podido salvar centenas de pessoas. 7 - Aqueles que acima da suspeita racional coloquem a crença dogmática na idoneidade do governo petista podem apostar numa conjunção fortuita de fatores, na santa e pura coincidência. Eu é que não. P.S.- A situação de total desamparo em que o governo brasileiro deixa os policiais, entregando-os à mercê dos criminosos, já é um fato oficialmente reconhecido pela justiça norte-americana. No fim de abril, um tribunal da Flórida concedeu asilo político a um policial de Minas Gerais por reconhecer que, após matar em tiroteio um importante líder do narcotráfico local, o infeliz estava tão desguarnecido quanto um pato de plástico num estande de tiro. Voltarei ao assunto num próximo artigo. Como a promotoria abdicou de recorrer da sentença, a decisão está incorporada à jurisprudência americana e valerá para os casos subseqüentes. Os policiais brasileiros propositadamente deixados sem munição na hora do aperto já não podem dizer que não têm a quem recorrer: esqueçam o sr. Márcio Thomaz Bastos, peçam socorro à justiça de um país onde existe justiça.


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Tr i b u t o s Nacional Comércio Exterior Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Queremos mostrar a independência de Hong Kong em relação à China no mercado internacional. Alfredo Cotait Neto, coordenador da SP Chamber

BRASIL EXPORTOU US$ 1,04 BI PARA PORTUGAL EM 2005

EMPRESÁRIOS PORTUGUESES FAZEM ENCONTRO DE NEGÓCIOS COM BRASILEIROS NA SEDE DA ACSP

REUNIÃO DE PARCEIROS HISTÓRICOS

G

erar negócios e estreitar o vínculo entre o empresariado brasileiro e o português. Este foi o objetivo da Missão Empresarial de Trás-OsMontes que visitou a São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no início deste mês. O grupo de cerca de 16 empresários portugueses se reuniu com 40 brasileiros para tentar expandir os números da balança comercial entre os dois países. No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,014 bilhão para Portugal, enquanto as vendas de lá para cá não passaram de US$ 227 milhões. Diante de cifras tão díspares, o vice-presidente da ACSP e coordenador da SP Chamber, Luiz Roberto Gonçalves, ressaltou a importância do evento para estabelecer estratégias e aproveitar as vantagens que os vínculos históricos e o idioma comum proporcionam. Gonçalves lembrou que, apesar do desempenho tão desigual, Portugal é o quarto maior investidor no Estado de São Paulo e que esse interesse e a estrutura da ACSP – com 15 distritais na capital paulista e 417 associados – podem alavancar esses números. Resistências – Tão importante quanto a prospecção de novos mercados é a luta contra as resistências culturais para ampliar o comércio entre os dois países, na opinião do presidente da direção da Associação Empresarial de Bragança (Nerba-AE), Rui Rodrigues Vaz. Ele citou, também, a alta taxa de juros no Brasil como outro fator inibidor no fechamento de negócios. Para Vaz, o evento na ACSP foi importante para que a entidade crie estratégias empresariais e uma base de conhecimentos compartilhados. "Queremos criar laços comerciais, efetuar captação de recursos e incrementar as relações entre pequenas e médias

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

N gócios

&

oportunidades

Canadenses interessados em negócios de carbono

O

Representantes da Nerba e empresários de Trás-Os-Montes conversam com entidades nacionais

Vaz, da Nerba, e Gonçalves, da SP Chamber

empresas da região de TrásOs-Montes e empreendedores brasileiros", disse Vaz. Atualmente, Portugal importa do Brasil petróleo, soja, ferro, aço, madeira, laminados de ferro, tubos, frango, anéis de segurança e café, entre outros produtos. Os lusitanos vendem ao mercado brasileiro azeite, óleos lubrificantes, minérios de cobre, bacalhau, vinhos e cabos acrílicos. Conversações – Após o evento, representantes de ambas as nações estabeleceram

Empresariado luso-brasileiro

contatos e trocaram informações. O advogado brasileiro Juliano Mendes, por exemplo, conversou com empresários de empresas portuguesas da agroindústria, seu principal ramo de atuação. "Queremos saber o que eles desejam", disse. Por sua vez, a empresa comercializadora portuguesa dos vinhos Vitor Manuel apresentou sua linha de produtos. A companhia brasileira Engetecnica, com foco em construção civil, alimentos processados e produtos farmacêuti-

cos, considerou o evento positivo. Seu representante, Ricardo Cury, contou que, nas conversas com Artur Nunes, da portuguesa Mirapapel, encontrou um possível comprador para suas aparas de madeira. Já no caso da lusitana Electro, o contato foi estabelecido com a brasileira Cearve, que atua em reciclagem, para a aquisição de briquetes para comercialização tanto em Portugal como em outros países da União Européia. Paula Cunha

Milton Mansilha/Luz

Milton Mansilha/Luz

governo canadense promove a vinda a São Paulo, no próximo dia 29, da missão de empresas que atuam em Projetos MDL - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo - Protocolo de Kyoto e que buscam contatos com empresas brasileiras. Haverá seminário e reuniões individuais. Relação de empresas canadenses e seus interesses: G AgCert: projetos de redução de emissão de gases de efeito estufa em projetos agrícolas. G CO2E.com: especializada na comercialização de créditos de carbono. Cuida de estruturação de projetos d e re d u ç ã o d e e m i s s õ e s de carbono, incluída a parte financeira. G Conestoga-Rovers: fornece serviços de engenharia ambiental, construção e TI. Larga experiência em depósitos de lixo e no aproveitamento do gás produzido nesses depósitos. G Douglas Tingey: escritório internacional de advocacia, com base no Canadá. A empresa representa investidores estrangeiros interessados em MDL G Fourth Generation Capital: corporação canadense especializada em energia renovável e serviços de gerenciamento de capitais para mercados globais de emissões. G Global Facman Enterprises: consultoria ambiental e de eficiência energética.

G Golder Associates: consultoria com expertises nas áreas de mineração, manufatura, gestão de recursos hídricos, petróleo e gás, energia, agricultura, gestão de resíduos, silvicultura, transportes e finanças. G Hygrex Technologies: fabricante de equipamentos de secagem de lodo de esgotos e resíduos sólidos, transformando-os em materiais alternativos. G MacLeod Dixon: escritório de advocacia internacional atuando na área ambiental e de projetos de reduções de emissões G Natsource: focada nas áreas de mudanças climáticas, energia renovável e qualidade do ar. Assiste empresas em avaliação de riscos de projetos de reduções de emissões, nas transações comerciais de commodities ambientais e gerencia investimentos em ativos relacionados a projetos de redução de emissões. G New East Consulting Services Ltd: engenharia com e x p e r i ê n c i a e m p ro j e t o s MDL, nas áreas de gerenciamento de resíduos ambientais e de transportes. O evento será realizado no Hotel Gran Estanplaza São Paulo, Rua Arizona, 1517, no Brooklin. A confirmação de presença e agendamento de reuniões devem ser feitos antecipadamente pelo telefone (11) 5505-6722 ou pelo e-mail: casacanada@casacanada.com.br.

Exporta, SP em Barueri

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Empresários de Hong Kong visitam sede da ACSP para mostrar oportunidades de negócios

Wong: preço e qualidade em primeiro lugar

Hong Kong: caminho para a China

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caminho das pedras para o comércio com os chineses foi o assunto do seminário Hong Kong: Apresentando Grandes Oportunidades na China, realizado na semana passada na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "É importante mostrar aos empresários brasileiros as grandes vantagens de se negociar com o mercado chinês: preço e qualidade, em primeiro lugar", afirmou o diretor regional do Hong Kong Trade Development Council para as Américas, Stephen Wong. Ele veio a São Paulo espe-

cialmente para se reunir com os 200 empreendedores que participaram do evento. "Na China, existem 2 bilhões de consumidores desejosos de novidades", afirmou Wong. "E os empresários brasileiros não podem mais perder tempo", completou o executivo. Aproximação – A instituição representada por ele tem grande experiência na promoção e desenvolvimento comercial entre a China e diversos países da Ásia e América, o que facilita os negócios bilaterais. "E o Brasil é um dos favoritos para aprofundarmos essas relações", afirmou Wong.

Uma missão de empresários brasileiros, liderada pela São Paulo Chamber of Commerce, da ACSP, deve seguir para a China em novembro deste ano. E Hong Kong é parada garantida nesse roteiro oriental. "A missão faz parte do nosso programa de incentivar as exportações e importações de pequenos e médios empresários brasileiros", revelou o vicepresidente da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo Cotait. "Queremos mostrar, já com esse seminário, o que Hong Kong representa no mercado internacional e sua indepen-

dência em relação à China", afirmou Cotait. Ele se referiu à gestão autônoma da cidade em relação ao país, às negociações comerciais internacionais livres de impostos em Hong Kong e diferença de moedas – enquanto na China o dinheiro oficial é o yuan, em Hong Kong é o dólar. "É preciso ficar atento ao que se passa no mercado", disse Cotait. "Muitos empresários ainda não sabem, mas há muito menos burocracia para se negociar com Hong Kong do que com a China", concluiu o coordenador da SP Chamber. Sonaira San Pedro

arueri será palco, nesta quinta-feira, do Exportar para Crescer – Novos Caminhos para o Mercado Externo, evento que integra o Projeto Exporta, São Paulo, parceria entre a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. O seminário, com início previsto para as 8h30, será aberto pela secretária da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. A seguir haverá apresentações de Flávio Musa e José Cândido Senna, sobre os objetivos e as ações do Projeto Exporta, São Paulo; Logística de Exportações e Importações e as Operações Simplificadas, por Anísio de Melo Silva, dos Correios; Mecanismo de Financiamento de Exportações, pelo gerente do departamento de Negócios Internacionais do banco Nossa Caixa, Carlos Pereira Mendonça Filho. Haverá ainda a

participação de representantes de comerciais exportadoras, com depoimentos sobre os serviços oferecidos. Contatos – Na segunda parte do evento, entre as 14h30 e 17h30, as empresas industriais participantes serão convidadas a apresentar folhetos, catálogos e amostras de produtos para contatos com profissionais especializados. E, principalmente, com comerciais exportadoras, caminho natural para que pequenos e médios empresários coloquem seus produtos no mercado global. Ao longo do dia, os participantes poderão ter contatos individuais, esclarecendo dúvidas sobre negócios internacionais com as seguintes entidades: Banco Nossa Caixa; Correios-Exporta Fácil; Programa de Apoio Tecnológ i c o à E x p o r t a ç ã o ( P r ogex/IPT); Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE); Sebrae-SP e São Paulo Chamber of Commerce Inteligência Comercial. Inscrições – As inscrições devem ser efetuadas na Associação Comercial e Industrial de Barueri, pelo telefone (11) 4198-8787, ou e-mail: marketing@acibnet.org.br

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Esporte DE VOLTA À BRIGA

Ofereço a vitória ao Marcelo, pois montei o time com os olhos dele.” Tite, sobre seu antecessor

almanaque Celso Unzelte

SANTOS X FLUMINENSE: 88 ANOS DE TRADIÇÃO UH/Arquivo do Estado de São Paulo

Fluminense e Santos voltaram a disputar ontem, no Maracanã, uma partida valendo as primeiras colocações do Brasileiro. Clubes tradicionais do Rio e de São Paulo, eles se enfrentam desde 1918, quando os cariocas, na Vila Belmiro, impuseram aos paulistas sua primeira derrota em jogos interestaduais, por 6 a 1. Acima, o lateral santista Carlos Alberto Torres e o ponta tricolor Cafuringa enfrentam-se no Maracanã, pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão) de 1969, em jogo que terminou empatado em 0 a 0.

UM DUELO PARA A HISTÓRIA Dos 72 jogos disputados até hoje entre as duas equipes, com 29 vitórias do Fluminense, 27 do Santos e 16 empates, 126 gols tricolores e 117 gols alvinegros, destaca-se o de 5 de março de 1961, pelo Torneio Rio-São Paulo. Naquele dia, o Santos venceu por 3 a 1. Um dos gols foi marcado por Pelé, driblando Edmílson, Clóvis, Pinheiro, Jair Marinho e o goleiro Castilho antes de marcar. Foi um gol tão bonito que ganhou uma placa em sua homenagem no Estádio do Maracanã, dando origem à expressão “gol de placa”.

OS CONFRONTOS PELO BRASILEIRO

Quem veste essa camisa não pode desistir nunca.” Geninho, que estreou no Corinthians

Tasso Marcelo/AE

N

a estréia de seu novo técnico, Geninho, no jogo disputado ontem, em São Januário, o Corinthians chegou a estar perdendo para o Vasco por 2 a 0. Mas encontrou forças para virar o resultado para 4 a 2, chegar aos 9 pontos e à nona colocação. Ganhou cinco posições nesta rodada e voltou à briga pelo bicampeonato brasileiro. O Corinthians jogou com dez homens desde os 18 minutos do primeiro tempo, quando o volante Xavier foi expulso. Terminaria com nove, pois Rafael Moura, depois de marcar os dois gols que valeram o empate, também recebeu cartão vermelho. Do Vasco, três foram expulsos: Jorge Luiz, Fábio Braz e Cássio. O Vasco saiu na frente logo no primeiro minuto do segundo tempo, com Ramón. E ampliou cinco minutos depois, com Valdiram. As coisas só começaram a mudar depois que o mesmo Valdiram perdeu a chance de fazer o terceiro, acertando o travessão em uma jogada em que esteve cara a cara com o goleiro Sílvio Luiz. Logo depois daquele lance, aos 17, Rafael Moura diminuiu para o Corinthians, de cabeça, aproveitando cruzamento de Carlos Alberto. Três minutos depois, em jogada praticamente idêntica, Rafael Moura empatou. Aos 40, Nilmar foi derrubado pelo goleiro Cássio na grande área. Pênalti que Carlos Alberto bateu duas vezes. Na primeira, o goleiro defendeu, mas o árbitro mandou voltar. Na segunda, o Corinthians fez 3 a 2. Aos 49, em jogada parecida, Nilmar foi novamente derrubado por Cássio na grande área. Como o goleiro vascaíno já havia tomado um cartão amarelo, foi expulso.

Fifa promete investigar MSI urante a Copa do Mundo, a Fifa promete investigar a parceria entre MSI e Corinthians. Em entrevista na sede da entidade, em Zurique, na Suíça, o presidente Joseph Blatter disse que um relatório ainda não definitivo sobre o assunto será apresentado no congresso do mês que vem, em Munique. “Não está claro até hoje a estrutura de quem comanda o clube”, afirmou Blatter, que colocou o tema “a propriedade dos clubes” como prioritário. “Depois da Copa teremos mais investigações. A raiz do problema é saber quem é o dono”, disse Blatter. Ainda segundo ele, o Corinthians não é o único clube que vive essa situação. Blatter também se preocupa com a concentração de equipes de um mesmo dono.

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Corinthians sofre dois gols do Vasco, vira para 4 a 2 e aproxima-se das primeiras posições

Tríplice derrota Tasso Marcelo/AE

A

Pelo Campeonato Brasileiro, desde 1971, Santos e Fluminense fizeram ontem o 31º confronto, com 16 vitórias tricolores, 9 santistas e 6 empates, 44 gols do Santos e 49 gols do Fluminense. Os jogos mais importantes aconteceram nas semifinais de 1995. Goleado na primeira partida, no Maracanã, por 4 a 1, o Santos precisaria devolver a diferença na volta, no Pacaembu, para decidir o título brasileiro daquele ano com o Botafogo. Conseguiu, vencendo por 5 a 2 em partida na qual o destaque foi seu principal jogador, Giovanni.

"Naquele dia, eu apenas fiz o que todo atacante deve fazer: chutei para o gol. Nada mais do que isso." (Pelé, explicando o gol que marcou no goleiro Castilho em 1961 e que lhe valeu uma placa no Maracanã. Foi, talvez, o mais belo dos 243 já marcados nos 72 jogos entre Santos e Fluminense até hoje.) Também ontem, em São Januário, Vasco e Corinthians enfrentaram-se pela 95ª vez em suas histórias. Foi a 38ª vitória corintiana, contra 32 vascaínas e 25 empates. Com os quatro de ontem, o Corinthians chegou aos 144 gols marcados, ultrapassando o tradicional adversário, que agora passar a ter um gol a menos: 143.

Pelo Campeonato Brasileiro, as duas equipes jogaram ontem pela 37ª vez, a contar da primeira edição do torneio, em 1971. Eram dez vitórias para cada lado, mas com a de ontem o Corinthians passa à frente: 11 contra 10. Aconteceram 16 empates, com 42 gols corintianos e 46 gols vascaínos. Já o Palmeiras, ontem, diante do Santa Cruz, alcançou sua nona vitória, contra 3 empates e 4 vitórias do rival, 35 gols marcados e 26 sofridos nos jogos pelo Campeonato Brasileiro. Mas as duas equipes também já se enfrentaram três vezes pela Série B do Brasileiro, em 2003, com um empate (2 a 2) e duas vitórias palmeirenses (3 a 1 e 2 a 0).

Marcelo Mattos bateu e fez 4 a 2. “Apesar do pouco tempo no clube, ele trabalhou bem o lado psicológico dos jogadores. Aliás, parabéns a todos pelo esforço e superação”, ressaltou Carlos Alberto, um dos destaques do time. Ele citou como exemplo de dedicação o meia Roger, com quem se desentendeu em um treino na semana passada: “Ele deixou de atacar para ficar marcando. Correu o tempo todo e foi fundamental”.

Santos perde o jogo e a invencibilidade para o Fluminense (1 x 0) e a liderança para o Cruzeiro

pós um lançamento despretensioso para a área santista, Luiz Alberto, pressionado por Tuta, toca a bola com a cabeça para trás. Fábio Costa não alcança, e ela vai morrer no fundo do gol. Eram 24 minutos do segundo tempo, e o Fluminense fazia 1 a 0 no Santos. Um resultado que, ao permanecer até o final, valeu como uma tríplice derrota. Com ele, além da partida e da invencibilidade (era o último time que não havia perdido ainda neste Brasileiro), o Santos cedeu, também, a liderança, que agora é do Cruzeiro. Os dois times têm o mesmo número de pontos (13), vitórias (4) e saldo de gols (6), porém os mineiros fizeram dois gols a mais (11 contra nove). “A bola ia passando, resvalou na minha cabeça e acabou surpreendendo Fábio Costa. Fui infeliz no lance mas estou tranqüilo porque não fiz por querer”, tentou justificar o zagueiro Luiz Alberto, sobre o lance do gol contra. Até ali, o Santos havia dominado total-

mente o primeiro tempo. No segundo o Fluminense voltou melhor, mas não tinha competência para segurar os contraataques. Depois do gol, o Santos sentiu o golpe, principalmente por causa do cansaço. “Criamos as melhores oportunidades, não fizemos o gol e acabamos perdendo num lance acidental. Agora é levantar a cabeça e ganhar do Flamengo, quarta-feira”, apostava o meia Cléber Santana. O time só retornará do Rio na quinta-feira, porque vai enfrentar o Flamengo na véspera, às 21h45. Para essa partida, o técnico Vanderlei Luxemburgo voltará a contar com o volante Fabinho e o atacante Reinaldo. Os dois foram punidos com um jogo de suspensão cada, na sexta-feira, mas mesmo assim viajaram. Até ontem à tarde os advogados do clube esperavam a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Rubens Approbato Machado, sobre o pedido para transformar as suspensões em multas.

Ernesto Rodrigues/AE

Finalmente A

lívio. Foi esse o sentimento que tomou conta do Parque Antarctica, ontem, após a vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o Santa Cruz. Afinal, graças a ela (a primeira após oito jogos e também a primeira neste Brasileiro ), a equipe conseguiu deixar a incômoda última posição na classificação, que pertence, agora, ao próprio Santa Cruz. “Até agora, os meus jogadores traziam o peso de estar na lanterna e na zona de descenso. Esse quadro começa a mudar. Mas só conseguiremos somar pontos se tivermos equilíbrio em campo”, pregava o técnico Tite, que estreou ontem no cargo. “A nossa vitória foi justa. Ganhamos porque sufocamos o adversário.” O Palmeiras, no entanto, atuou desde os 26 minutos do

primeiro tempo com um jogador a mais, quando o volante Bruno Lança, do Santa Cruz, foi expulso. E apesar da vantagem numérica não conseguia se impor ao adversário. Logo aos 4 minutos, Correa cruzou e Leonardo Silva, de cabeça, se antecipou para fazer 1 a 0. Parecia que a vitória viria facilmente, mas um erro de Ilsinho no meio do campo proporcionou o contra-ataque do Santa Cruz. Rosembrinck, em posição duvidosa, chutou, Sérgio espalmou e Nenê empatou: 1 a 1. A partir dali, o nervosismo tomou conta do Palmeiras. O esquema do Santa Cruz só iria por água abaixo aos 32 minutos. O gol salvador saiu com a participação de dois atletas que vieram do banco e entraram durante a partida. Mi-

chael cruzou e Enílton, que substituía Washington, fez, de cabeça, Palmeiras 2 a 1. Com a vantagem, o Palmeiras ficou mais confiante e conseguiu fazer as jogadas. Michael, Edmundo e Enílton quase fizeram o terceiro. Os três pontos elevam o moral do time para o clássico de quarta-feira diante do São Paulo. “Ele foi brincar onde não podia e quase pôs o trabalho de uma semana no lixo. Tem de jogar com seriedade. Não estamos numa fase em que podemos errar. Um erro pode ser fatal, como aconteceu na jogada em que ele perdeu a bola no meio”, disse Edmundo, referindo-se à falha do jovem Ilsinho no gol de empate do Santa Cruz. “Errei, reconheço, mas graças a Deus o Palmeiras ganhou”, assumiu o jogador.

Na estréia de Tite, Palmeiras ganha a primeira: 2 a 1 no Santa Cruz


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

1 Tudo que compro no supermercado tem um valor de imposto agregado. Christiane Torloni

TORLONI PISA NO RABO DO LEÃO Fotos: Marcelo Corrêa/1000 Palavras

A atriz Christiane Torloni é uma cidadã inconformada com a quantidade de tributos que sai do bolso dos brasileiros para os cofres do governo. Em entrevista ao Diário do Comércio, a atriz expõe sua indignação com o mau – e misterioso – uso do dinheiro público e a atual situação política do País.

Nós financiamos os escândalos financeiros

E

u volto a falar na questão da desobediência civil. A gente precisa se conscientizar do que está acontecendo neste País, exercitar nossa cidadania. Não adianta só pagar as contas em dia. Nós precisamos saber para onde esse dinheiro está indo. Eu quero que alguém me diga para onde esse dinheiro dos impostos está indo. Se na minha conta de luz está escrito que R$ 375,11 são tributos, isto quer dizer que esse dinheiro está voltando para o governo federal. Eu pergunto: onde é que o governo está colocando esses recursos provenientes dos impostos? Quer saber? Então, vamos olhar os escândalos: o mensalão – a gente sabe que a lenha dessa fogueira são os impostos, as ONGs fantasmas, as operações sanguessug a s . É p a r a e s s e s l u g a re s que o imposto está indo.

Sérgio Roveri

N

o fim do mês passado, a atriz Christiane Torloni concedeu uma entrevista de 16 minutos ao programa Mais Você, comandado por Ana Maria Braga, na Rede Globo. Parte da entrevista versou, como era esperado, sobre a carreira da atriz e seus projetos para 2006, que incluem estudos, meditação e ioga. Na segunda metade da conversa, no entanto, a atriz lançou mão de um discurso, ao mesmo tempo contundente e indignado, que não poupou a atual situação política brasileira e muito menos a carga de impostos cobrados pelo governo. O depoimento de Christiane não só apimentou a pacata cozinha de Ana Maria Braga, mas também fez subir a temperatura no Congresso Nacional. Alguns deputados, como Chico Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro, procuraram a atriz para saber de que modo a frustração que ela demonstrou poderia ser amainada. A reação dos deputados – e o sucesso da entrevista, que po-

de ser acessada pelo site www.globo.com/maisvoce – justificam-se: com 49 anos de idade e 30 de carreira, Christiane Torloni é uma das atrizes brasileiras que melhor soube transitar pelo terreno nem sempre seguro que tem os estúdios de gravação e o glamour do show biz numa ponta e os palanques e as manifestações de rua na outra. Sua militância política, que começou aos 18 anos, como estudante de sociologia da PUC, ganhou destaque nacional durante a campanha pelas eleições diretas, em 1984. Com 23 novelas e 14 filmes no currículo, a atriz, neste longo depoimento concedido ao Diário do Comércio do is dias depois dos ataques do PCC na cidade de São Paulo, expõe seu descontentamento com o governo petista e sua indignação com a onda de escândalos na qual o País se encontra submerso. E aproveita p a r a p i s a r, d e s a l t o a l t o e impiedosamente, no rabo deste famigerado Leão que abocanha cada um dos contribuintes nacionais.

Pago por uma Genebra, e levo para a casa o Brasil

E

Mordida de todos os lados

E

u fico imaginando como uma dona de casa vive. Como ela faz para administrar a casa com essa quantidade de impostos. Eu comecei a fazer algumas contas depois que meu filho, Leonardo, saiu de casa. Quis saber como ficariam os gastos com uma pessoa a menos. E eu senti que tinha alguma coisa errada. Eu vi que o consumo de luz tinha diminuído, mas o valor a ser pago, não. Por quê? Porque os tributos não caíram. É uma loucura. Todos os impostos são repassados para nós. Em vez de as instituições arcarem com os impostos delas, repassam para o consumidor. O trabalha-

dor já paga seu imposto na fonte, tudo o que eu ganho é caixa 1, então tudo é tributado. Tudo que eu compro no supermercado tem um valor de imposto agregado, e todos os serviços que utilizo também. Eu acho que todos deviam calcular o que estão pagando de tributos. Todos deviam verificar suas contas de água, luz, telefone, todos os bens que consomem e ver o quanto está sendo pago de imposto. Tem um erro nessa legislação. Não é possível. Se você já paga seu Imposto de Renda, não é justo que tenha de arcar com alíquotas desse tamanho nos serviços e produtos que você utiliza.

Atriz costuma esmiuçar a conta de luz para saber a fatia de impostos reservada aos cofres públicos

NAS NOVELAS E NO PALANQUE Divulgação/TV Globo/Márcio de Souza

Marcos Andre Pinto/Ag. O Globo

Imposto: em juízo, como permite a Constituição

Conta de luz com juba

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ejam só este exemplo (exibindo sua última conta de luz). Eu gastei R$ 131,88 de energia elétrica. Com a transmissão, foram pagos R$ 21,72; a distribuição ficou em R$ 205,41; os encargos setoriais me custaram R$ 68,02; e de tributos, que é a pérola da conta, eu paguei R$ 375,11. Conclusão: o total final da conta chegou a R$ 984,14. Quer dizer, eu consumi R$ 313,88 e paguei R$ 984,14. Aí é muito

fácil ser a Light, a Telefônica, a Vivo, pois esses caras só ganham. É impossível! A gente chegou a um ponto em que várias questões têm de ser analisadas. Os maridos chegam em casa e dizem para a mulher: você tem de baixar a conta de luz. Quando eu era pequena, meu pai me perguntava: "Você acha que eu sou sócio da Light?" Nós somos sócios da Light, sim. Mas não recebemos os benefícios disso.

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N

Torloni na novela América, em que interpretou Haydée, uma cleptomaníaca Guto Costa/Ag. O Globo

A atriz ao lado de Antonio Fagundes, casal principal da novela A Viagem

Na novela Cara e Coroa, Christiane Torloni ao lado de Luís Mello

Fechando as torneiras Passar papel é com a gente mesmo. É óbvio que há malversação do dinheiro público. Mas o que devemos fazer para que o nosso dinheiro não chegue aos cofres públicos?

Rolando de Freitas/AE

No palco da vida, a atriz teve participação ativa na campanha Diretas Já, em 1984, que ganhou as ruas do Brasil

ós nunca vivemos uma situação em que houvesse uma imprensa tão empenhada em discutir e expor os rumos do País. Nós temos articulistas ótimos mostrando os bastidores da situação política. A situação que a gente está vivendo é muito transparente. Eu adorei um artigo do Arnaldo Jabor, no qual ele dizia que o PT conseguiu desmoralizar o escândalo. O escândalo já não nos escandaliza mais. Então, cabe a nós perguntar: por que não fechamos as torneiras? Pela Constituição, é possível depositar os impostos em juízo. Como? De que maneira? Eu passo a palavra aos tributaristas, para que eles nos orientem, pobres cidadãos ignorantes dos nossos direitos, sobre como podemos fazer isso. Nós já temos impostos municipais e estaduais. No caso do Rio, sabemos bem com quem a governadora Rosinha Garotinho está gastando os impostos estaduais: com empresas fantasmas, sócios laranjas, com presidiários que estavam contribuindo para o caixa de campanha do marido dela – um pré-candidato que foi fazer um jejum, um regime, uma situação que nos esbofeteou diariamente. E temos também os impostos federais. Esta minha entrevista é um grande ponto de interrogação.

L

consumidor precisa de um instrumento para dizer que não concorda com os tributos. Ele não pode, por exemplo, ter a luz cortada se não concordar com as tarifas. A correlação de forças é desigual. Uma pessoa só não vai poder dizer que não paga os impostos, porque a luz dessa única pessoa vai ser realmente cortada. Precisamos que seja feito um fórum imediato para discutir isso. Quantos milhões de pessoas deixarão de pagar a luz para que todos estejam protegidos? Do que precisamos? De um milhão de assinaturas? Vamos colher, não é problema.

u acho que a carga tributária no Brasil é escandalosa e indecente. Não existe nem a questão do custobenefício. Eu não vejo o dinheiro que eu pago de impostos sendo revertido para mim e nem para os meus. A empregada que trabalha em casa tem de pagar um plano de saúde. Embora ela seja contratada e eu recolha todos os impostos, ela sabe que nunca terá direito a nada, que, se ela não tiver um amigo no hospital Miguel Couto, vai morrer no corredor. Com esta quantidade de tributos que se paga, a gente deveria viver melhor do que se vive em Genebra. A questão não é essa. É que o dinheiro arrecadado não vai para onde deveria ir. E, se fosse, ainda assim seria um escândalo.


Ano 81 - Nº 22.131

São Paulo, segunda-feira 22 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

A TIGRESA CONTRA O LEÃO Para onde vão os impostos? Para o mensalão, ONGS fantasmas, sanguessugas. Nossa carga tributária é escandalosa e INDECENTE.

Marcelo Corrêa/1000 Palavras

A atriz Christiane Torloni quer o Brasil agindo contra o assalto dos tributos e da esperança, agora "o espinho da indignação". Em seu papel de cidadã ela sente no Brasil um "cheiro do mal", como em Hamlet, e pergunta: "De onde vem tanta podridão?" Brava tigresa: em entrevista exclusiva, ela pisa impiedosamente no rabo do Leão.

Hipólito Pereria/ Agência O Globo

Com o que pagamos de tributos deveríamos estar vivendo MELHOR do que se vive em Genebra

Vamos fechar a TORNEIRA. Vamos depositar os impostos em juízo. Vamos botar camisetas, pulseiras. Vamos dizer que o brasil não está à venda.

Torloni no Rio, ontem: "Chegamos no limite. Nossa dignidade está em jogo. Não dá mais para reclamar, tomando uísque no sofá de casa. É indo para a rua que a gente modifica as coisas". Ela pediu que os jornais publiquem a lista de todos os mensaleiros para os eleitores.

Economia/1, 3 e 4; Política/3; Opinião/10

Márcio Fernandes/AE

Seleção a caminho do hexa Robinho (acima) e Rogério Ceni (abaixo): em Cumbica, antes de voar para a Suíça. Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Luiz Prado/LUZ

Tasso Marcelo/AE

AS VIRADAS SP comemora a virada em paz Corinthians dobra o Vasco no Rio É a resposta da cidade (foto) à violência. Ontem, médicos foram ao IML Rafael Moura (foto) comemora o 1º dos 4 a 2 da virada corintiana no e detectaram indícios de execução das vítimas do terror. Páginas 7 e 8 Brasileirão. Com a derrota do Santos, 4 líderes embolam. HOJE

Lula na festa dos comerciários

Nublado com chuva Máxima 21º C. Mínima 15º C.

AMANHÃ

Luiz Prado/LUZ

Nublado om chuva Máxima 19º C. Mínima 15º C.

Inauguração do novo Sindicato dos Comerciários teve Lula, Paulinho, Kassab e Afif Domingos (foto), além de ironia eleitoral do PT ao PSDB. Pág. 3

DC Esporte


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Passe Livre Camp. Brasileiro Copa do Brasil Série B

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

MAIS PERTO DO TOP

U

m lugar entre os cinco primeiros colocados do Brasileiro. Foi isso que a vitória de sábado sobre o São Caetano, por 1 a 0, no Morumbi, valeu ao São Paulo. Com 12 pontos, a equipe, agora, está atrás apenas de Cruzeiro, Santos, Internacional e Fluminense, que têm 13 pontos cada. O São Paulo marcou seu único gol no primeiro tempo, aos 37 minutos, quando Alex Dias recebeu ótimo passe de Mineiro, dominou no peito e bateu no canto direito do goleiro Luiz. Na segunda etapa, poderia ter conseguido mais gols. Ricardo Oliveira mandou uma bomba no travessão e o árbitro mineiro Alício Pena Júnior não marcou um pênalti de Triguinho sobre Souza. Além disso, teria ameaçado o lateral Souza de expulsão, conforme o jogador relatou no vestiário: “Pedi ao Muricy que me tirasse do jogo, porque o árbitro falou que iria me expulsar”. Assim, Souza acabou substituído pelo volante Ramalho, aos 38 minutos do segundo tempo. O atacante Ricardo Oliveira também não saiu de campo satisfeito: faltou um gol para consagrar a boa atuação. “Caprichei, mas só acertei o travessão, no segundo tempo”, lamentou, lembrando-se do chute forte, de fora da área. “Mas o importante foi o empenho da equipe para conquistar um resultado que nos dá mais confiança para o próximo jogo.” Ele também prometeu “seduzir” o Betis, da Espanha, a liberá-lo para o São Paulo por mais tempo que os três meses do contrato formado com o clube do Morumbi. “A melhor forma de agradecer tudo o que eles me fizeram aqui é conversar lá na Espanha para que o presidente do Betis prorrogue meu acordo com o São Paulo. Quero muito agora permanecer no Brasil e ficar por mais tempo aqui”, disse o jogador. “Acredito que será possível um acordo por alguns motivos. Primeiro, porque o São Paulo e eu queremos nos acertar por mais tempo. Segundo,

Celso Junior/AE

porque o relacionamento do São Paulo com o Betis é muito bom. Eles já venderam o Denílson para a Espanha, recentemente mandaram o Tardelli e ainda tem lá o Edu, meia que também foi daqui. Acredito que tudo dará certo.” O atacante ficou surpreso com sua atuação no sábado. Esperava jogar apenas parte da partida, mas foi suportando a pegada e ficou até o final. Quarta-feira, o São Paulo enfrenta o Palmeiras sem o lateral Souza e o zagueiro Fabão, que receberam o terceiro cartão amarelo. Mas os atacantes Leandro e Aloísio, que cumpriram suspensão automática, poderão voltar à equipe.

Viagem perigosa

L

á vai a Seleção Brasileira rumo à Copa do Mundo, cercada por um otimismo inédito, tanto quanto perigoso, de sua torcida e até de parte da delegação, como deixou explícito o chefe Marco Polo del Nero, que deitou falação, no embarque em Cumbica, sobre as cidades que, na volta, farão as primeiras festas de comemoração do hexa. Chefe de delegação do Brasil em Copas do Mundo é, há muito e muito tempo, um cargo meramente decorativo, coisa que o cartola-mor da Federação Paulista de Futebol ainda vai levar alguns dias para entender. Os tempos de Paulo Machado de Carvalho, o Marechal das vitórias de 1958 e 62, já vão longe. Hoje, quanto mais calado o chefe, melhor para a Seleção. Até se entende que um palmeirense, como Del Nero, não consiga segurar a animação diante da perspectiva de conquista de um título, coisa que o pessoal do Parque Antártica já nem lembra bem como é que é. No caso da Seleção, porém, a maior preocupação de Parreira e de outros profissionais responsáveis é justamente baixar a bola dos muito auto-suficientes. Com a autoridade de quem pôs o Brasil no mapa-mundi do futebol e ganhou as Copas de 1958, 62 e 70, tendo saído daqui debaixo do mais completo descrédito, Pelé lembrou, há pouco, que o favoritismo nunca fez bem ao Brasil. O Rei sabe o que está falando: na única vez em foi à Copa ungido pelo otimismo da torcida, em 1966, de lá voltou desclassificado ainda na primeira fase. O grande adversário do Brasil em campos alemães será este excesso de otimismo, um sentimento a que nem todos os jogadores chamados por Parreira estão imunes. E é isso que preocupa o técnico da Seleção. A autoconfiança é um valor indispensável numa competição de alto nível. Em excesso, porém, pode derrotar a mais forte das equipes, mesmo esta Seleção que todo o mundo da bola reverencia.

Com a vitória por 1 a 0 sobre o São Caetano, São Paulo fica a apenas um ponto da liderança do Campeonato Brasileiro

EM FALTA

Não é fácil o Campeonato Brasileiro: ao final da sexta rodada, já não há mais nenhum invicto. O Inter perdeu a invencibilidade em casa, sábado, no surpreendente 4 a 2 para o Figueirense. O Santos foi derrotado ontem, no Rio, pelo Flu por 1 a 0.

Muricy Ramalho está convencido de que o reserva Bosco substituirá sem problemas Rogério Ceni no gol, mas lamenta ficar sem ele porque agora não terá seu cobrador oficial de falta. "Precisamos encontrar um jogador que possa aprimorar esse fundamento já", diz o técnico são-paulino.

Geninho despediu-se do Goiás, no domingo anterior, batendo o Vasco por 2 a 0 e, ontem, estreou no Corinthians batendo o Vasco por 4 a 2.

BURRICE Impaciente como sempre, a torcida palmeirense nem levou em consideração que era apenas a estréia de Tite: "Burro, burro" - ouvia-se no Parque Antártica antes que o time chegasse aos 2 a 1 sobre o Santa Cruz e saísse, enfim, da lanterna.

Time paulista vence o Atlético, no Mineirão, de virada, por 2 a 1, e é o novo líder da segundona nacional

PACIÊNCIA Marcelinho Carioca esquentou o banco nos 4 a 2 sobre o Vasco, mas ainda não conseguiu reestrear no Corinthians.

Reginaldo, aos 39 do primeiro tempo, e Paulo Santos, aos 39 do segundo, marcaram os gols da importante vitória do Ituano fora de casa. Foi também a primeira derrota do Atlético-MG na competição. A liderança do Ituano consolidou-se no sábado, quando o América de Natal fez 2 a 0 no Sport, que também estava invicto até ali. Os gols do América foram de Souza, de falta, e Paulinho Kobayashi, ambos no segundo tempo. Para os times paulistas,

a rodada começou na terça-feira, com mais um empate entre os invictos Paulista e Marília (1 a 1), gols de Alexandre Silva, para o MAC, e Ânderson, para o time de Jundiaí. Também na terça-feira, caiu a invencibilidade do Guarani, derrotado em Belém, pelo Remo, por 2 a 0, ambos os gols de Gileno, o segundo de pênalti. No sábado, o empate em 0 a 0 entre Santo André e Portuguesa, no ABC, manteve ambas as equipes na zona de rebaixamento.

Basta que o Brasil cumpra o caderno de encargos da Fifa para que a Copa de 2014 seja disputada no país - informou o presidente Joseph Blatter a um grupo de jornalistas brasileiros, afastando a hipótese de que a competição seja disputada no Chile ou no Canadá, como andou se falando.

RECOMENDAÇÃO Se você vai acompanhar a Seleção na Alemanha, deve vacinar-se contra sarampo. As autoridades sanitárias alemãs têm registrado cerca de 150 casos da doença por semana. Altamente contagioso, o sarampo pode provocar complicações como pneumonia e encefalite.

COPA DO BRASIL

Cariocas fazem a final

F

Classificação

P

V

S

1 Ituano

14

4

4

11

2 Sport

13

4

5

10

GP

3 Atlético-MG

11

3

8

14

4 Coritiba

11

3

2

10

5 Náutico

10

3

0

13

6 Paulista

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3

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7 Paysandu

9

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8 Avaí

9

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10 Marília

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11 Brasiliense

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12 Remo

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14 Guarani

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15 Vila Nova

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16 América-RN

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18 Santo André

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19 São Raimundo

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4

20 Ceará*

0

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-1

5

*Perdeu seis pontos no STJD.

BRASIL 2014

*Com Agência Estado e Reuters

6ª rodada Paulista 1 x 1 Marília Remo 2 x 0 Guarani Brasiliense 4 x 0 Paysandu Atlético-MG 1 x 2 Ituano Avaí 1 x 0 Gama Santo André 0 x 0 Portuguesa América-RN 2 x 0 Sport Vila Nova 3 x 1 CRB Náutico 2 x 1 Ceará São Raimundo 1 x 2 Coritiba

O

É O FIM

EM UMA SEMANA

Ituano canta de galo

novo líder da Série B é paulista. Com a vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, no Mineirão, na sexta-feira, e a derrota do desfalcado Sport por 2 a 0 para o América-RN, em Natal, no sábado, o Ituano assumiu a primeira colocação, com 14 pontos contra 13 da equipe pernambucana. A surpreendente vitória do Galo paulista sobre o mineiro foi de virada. Marinho, aos 30 minutos do primeiro tempo, abriu a contagem para o Atlético.

paSse livre Roberto Benevides

SÉRIE B

Rodrigo Clemente/Futura Press

Boa sorte rumo ao hexa.” Mensagem do placar eletrônico do Morumbi para Rogério Ceni

FLA E VASCO SÓ COMEÇAM A DECIDIR EM JULHO

lamengo e Vasco decidirão a Copa do Brasil depois da Copa do Mundo. Pela primeira vez, os gols marcados fora de casa não servirão como critério de desempate na final, pois ambas as partidas serão realizadas no Maracanã.

Na quarta passada, o Vasco classificou-se para a decisão com um empate diante do Fluminense por 1 a 1, gols de Valdiram e Petkovic. Na quinta, o Flamengo fez 2 a 1 no Ipatinga (Marcelinho e Renato, para o Fla, e Camanducaia, para o Ipatinga).


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Cidades

7 Vim sozinha para ficar a noite inteira. Não tenho medo e acho que esse evento é para promover a paz. Maria Antonieta de Paula, cidadã, 75 anos

VIRADA CULTURAL

PAZ: RESPOSTA DA CIDADE AO TERRORISMO Um milhão e meio de pessoas saíram às ruas de São Paulo para participar de um espetáculo de cultura e cidadania, com apresentações de dança, teatro, música, cinema e literatura, entre outras. A 2ª Virada Cultural foi interpretada como uma resposta pacífica da população de São Paulo aos ataques do PCC. Fotos de Luiz Prado/Luz

Rejane Tamoto

A

cultura a serviço da paz e da cidadania. Assim, a cidade de São Paulo protagonizou a 2ª edição da Virada Cultural, que terminou na noite de ontem com o show do cantor Luiz Melodia, no Parque da Independência. A resposta pacífica de cerca de 1,5 milhão de pessoas que estiveram nos 600 eventos realizados nos quatro cantos da cidade, durante 24 horas, confirmou a aversão da população aos recentes episódios de barbárie e terrorismo impostos à cidade pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 24 horas de festas, nenhuma ocorrência policial. A abertura da Virada Cultural, às 18h de sábado, teve queima de fogos e os shows da Banda Mantiqueira e de João Bosco, no Vale do Anhangabaú. Maria Antonieta de Paula, de 75 anos, veio de Osasco e estava eufórica na primeira fila da platéia. Vestida de branco e com uma faixa no cabelo com a palavra "paz", ela resumiu o propósito do evento, ocorrido exatamente uma semana depois dos ataques dos criminosos. "Eu vim sozinha para ficar a noite inteira. Não tenho medo e acho que esse evento é para promover a paz". Paz - Ela acertou em cheio. Público, artistas, representantes do Poder Público e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) disseram em coro que o evento era uma manifestação de paz, de cidadania e de coragem. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse que a Prefeitura, em nenhum momento, pensou em adiar a Virada, mesmo depois dos ataques do PCC. "Essa foi a virada da paz. São Paulo está voltando a ser o que era: o berço da cultura e das artes". Para o Secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade, a Virada ensina as pessoas a usarem a cidade como um patrimônio. "A Virada trouxe um elemento fundamental para a cidadania, o sentimento das pessoas de que a cidade pertence a elas e vice-versa". O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos, considerou o comparecimento das pessoas à Virada uma resposta à violência. "Todo mundo saiu da toca porque essa é uma cidade de empreendedores, que assumem o risco e dão a volta por cima. Os acontecimentos da semana passada não podem ser esquecidos e nem esta resposta da população". Ontem à tarde, o ex-prefeito e candidato do PSDB ao governo do Estado, José Serra, disse que a reação ao evento foi considerável. "A cidade pertence às pessoas e não aos bandidos". Quem também apoiou a paz foi a platéia de cerca de mil pessoas que conferiu o concerto da Orquestra Bachiana Jovem, regida pelo maestro e pianista João Carlos Martins, à meia-noite de sábado, no Pátio do Colégio. Cada espectador empunhou velas acesas que simbolizaram a paz e a solidariedade. Tranqüilidade- O secretário da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, disse que o paulistano foi consciente e reagiu rapida-

Velas acesas no Pátio do Colégio simbolizaram a paz e a solidariedade. No alto, à direita, o casal Strasinski, no Parque da Independência. Nas fotos menores, atividades no Municipal e no Anhangabaú. À direita, mil pessoas, entre elas Afif Domingos, presidente da ACSP, viram o concerto da Orquestra Bachiana Jovem.

mente aos eventos da semana passada. E destacou a região central como palco para a realização da maioria das atrações. "O Centro é o local propício à realização de atividades culturais, e isso resulta do processo de revitalização pelo qual vem passando". O clima de paz também contagiou os jovens que ouviam música eletrônica, reggae e rock em diferentes ruas do Centro. A caminho de uma rave na rua XV de Novembro, a estudante Aline Pendek, de 26 anos, teve um pouco de medo de sair de sua casa, na zona leste. "Mas decidi vir mesmo assim. Agora que cheguei aqui, vi que está tranqüilo". Enquanto isso, na praça da Sé, Marcelo Yuka, da banda de rock F.U.R.T.O., afirmou à multi-

dão de jovens que a violência não pode ser estereotipada. "Estamos mostrando, através da cultura, que somos bonitos, gentis e capazes de estarmos juntos sem atos agressivos". Direito - Até a transferência da estátua de Álvares de Azevedo da praça da República para a Faculdade de Direito do Largo São Francisco foi pacífica. A operação, batizada de "Volta, Álvares!", foi realizada pelos estudantes em plena madrugada da Virada, porque o poeta foi um dos filhos ilustres da faculdade. No Parque da Independência, o casal Eber Strasinski e Andrea Cristina Nunes não teve receio de sair de casa para assistir o espetáculo de dança

do grupo Célia Gouvêia. Para Strasinski, a Virada Cultural é um direito do cidadão. "As pessoas precisam ter consciência de que este evento é pago com o dinheiro dos impostos. E, por isso, deveria se repetir em todos os meses do ano". Inspirada nas Noites Brancas parisienses, a Virada Cultural é iniciativa da Prefeitura, Secretaria de Estado da Cultura, Sesc-SP e SPTuris. O secretário-adjunto de cultura do Município, José Roberto Sadek, disse que o investimento na Virada foi de R$ 3,5 milhões.


segunda-feira, 22 de maio de 2006

Atletismo Ve l a Tênis Automobilismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MARTINA HINGIS CONQUISTOU SEU 41º TÍTULO

O pior dos perigos de uma regata é cair no mar." Hans Horrevoets, velejador que morreu afogado na Volvo Ocean Race Divulgação

SHOW DE SALTOS Fotos: Wander Roberto/AE

J

adel Gregório conquistou sua terceira medalha de ouro em oito dias no salto triplo, mas a grande estrela do GP Brasil de Atletismo, ontem, em Belém, foi Fabiana Murer, que colocou o País na elite mundial do salto com vara ao anotar o novo recorde sul-americano, com 4,55 m - 12 centímetros a mais que a marca anterior, da argentina Alejandra Garcia. A melhor marca anterior de Fabiana ao ar livre era de 4,40 m - ela também é a recordista sul-americana indoor, com 4,41 m. Com o salto de ontem, Fabiana passou a ser dona da quinta melhor marca do ano no mundo - de quebra, garantiu um lugar na equipe que disputará o Mundial de Osaka, no Japão, em 2007. Fabiana competia na ginástica artística, mas cresceu demais e acabou começando no salto com vara aos 15 anos, em escolinhas de Campinas. Agora, os bons resultados levam a planos mais ambiciosos, como disputar o circuito europeu depois do Ibero-Americano, que será disputado de sexta-feira a domingo, em Porto Rico. "Tremi quando saltei 4,45 m

Senna brilha em Donington

B

runo Senna (foto) venceu uma corrida e chegou em quarto lugar em outra, na segunda etapa da Fórmula 3 inglesa, disputada ontem em Donington Park. O resultado garantiu ao sobrinho do tricampeão mundial Ayrton Senna a liderança com folga da competição, com 72 pontos, contra 44 do inglês Mike Conway, que venceu a segunda corrida do dia. "Eles terão muito trabalho para me pegar", disse Bruno, que ainda fez um ponto extra por ter marcado a melhor volta do dia. "O saldo do fim de semana foi excelente", festejou. A próxima prova será em 5 de junho, em Pau, na França.

Jadel Gregório e Fabiana Murer foram as grandes estrelas do GP Brasil. Ele ganhou o terceiro ouro seguido no salto triplo; ela bateu o recorde sul-americano do salto com vara

e 4,50 m, marcas que já esperava fazer há algum tempo. Estava cansada quando fiz o terceiro salto com o sarrafo a 4,55 m, mas ainda estava atrás na prova e queria vencer. O público me ajudou. Tinha de saltar. E deu tudo certo", disse Fabiana, que festejou ainda no ar, antes mesmo de cair no colchão. No salto triplo, Jadel repetiu as vitórias obtidas no domingo passado, no Rio, e na quartafeira, em Fortaleza, com a me-

lhor marca da semana: 17,45 m. A medalha de prata foi de outro brasileiro, Jefferson Dias, que fez 17,22 m, melhor marca de sua carreiro. O bronze ficou com o cubano Yoandri Betanzos, vice-campeão mundial da modalidade, com 17m19. O Brasil conquistou outro ouro no Mangueirão: Raphael Fernandes, venceu os 400 m com barreiras, com o tempo de 50s71, três segundos à frente do jamaicano Dean Griffiths.

A fera Hingis está de volta Tony Gentile/Reuters

Devid Hecker/AFP

A

suíça Martina Hingis conquistou neste domingo o título do Aberto de Roma, na Itália, ao derrotar na final a russa Dinara Safina por 2 a 0 (6/2 e 7/5). Foi o primeiro título de Hingis após sua volta ao circuito profissional, no início deste ano, e a 41ª conquista da carreira. Foram três anos e meio sem levantar um troféu. Depois de vencer o Aberto do Tóquio, em dezembro de 2002, Hingis se cansou das seguidas contusões e pendurou a raquete, no início do ano seguinte. No início do ano, Hingis resolveu voltar. Devagar, conseguiu alguns resultados, mas faltava o título, que veio após a vitória sobre a irmã de Marat Safin. Agora, Hingis deve aparecer hoje entre as 15 melhores tenistas no ranking mundial. E ela não está satisfeita: quer vencer Roland Garros, que começa na próxima semana e é o único Grand Slam que falta em seu currículo - foi vice em 1997 e 1999. "Este ano há muitas boas jogadoras que podem se

Título sem festa Jon Nash/ABN Amro Team

O

favorito ABN Amro conquistou com duas regatas oceânicas de antecipação o título da Volvo Ocean Race, mas pouco comemorou: o time ainda está de luto pela morte do holandês Han Horrevoets, membro do ABN Amro 2, que foi jogado ao mar durante a sétima etapa, que cruzou o Atlãntico Norte de Nova York até Portsmouth, na Inglaterra, e resgatado sem vida pelos companheiros. "Foi uma etapa terrível desde o início", disse o comandante do barco vencedor, Mike Sanderson, referindo-se aos ventos de mais de 50 km/h e às ondas acima de 6 metros. Por pouco a tragédia não foi maior. No sábado, o barco espanhol Movistar começou a afundar, e foi abandonado pela equipe, a cerca de 560 km da costa. Tripulantes e equipamentos foram recolhidos pelo ABN 2, que alterou a rota. O Brasil 1 também teve problemas mecânicos, mas conseguiu chegar em quarto, sem maiores percalços. No geral, está em terceiro, ao lado do Movistar, com 48 pontos.

Gaspar Nóbrega/CBB

Martina Hingis conquistou em Roma seu primeiro título após abandonar a aposentadoria precoce; no esvaziado Masters Series de Hamburgo, a festa foi do espanhol Tommy Robredo, que ganhou o terceiro título da carreira

sair bem no torneio. A pressão está sobre elas, não sobre mim, e agora que ganhei este evento (Roma) eu sei que posso fazêlo de novo", disse Hingis, que não escondeu a alegria com a conquista na Itália. "Eu me sinto como se tivesse ganho meu primeiro título. É como se tivesse realizado um sonho." Entre os homens, a festa ficou com o espanhol Tommy Robredo, que venceu o Masters Series de Hamburgo ao derrotar na final o checo Radek Stepanek por 3 a 0 (6/1, 6/3 e 6/3 e deve subir pelo mepns três posições no ranking da ATP - estava em décimo na semana passada. Robredo era um dos integrantes menos coroados da "armada espanhola": tinha apenas o título de dois torneios de menor expressão: Sopot, na Croácia, em 2001, e Barcelona, em 2004. Ele é outro que chegará empolgado a Roland Garros. "Essa vitória não significa que vou vencer todas as Paris, mas sei que estou em boa forma", disse.

Bourdais ganha outra

O

francês Sebastien Bourdais venceu ontem o GP de Monterrey, terceira prova da temporada da Champ Car, e disparou na liderança da categoria, da qual é o atual bicampeão. O melhor brasileiro foi Cristiano da Matta, que foi o nono, seguido por Bruno Junqueira. CLASSIFICAÇÃO: 1. Bourdais (FRA), 102; 2. Wilson (ING), 77; 3. Dominguez (MEX), 69; 4. Ranger (CAN), 58; 5. Tagliani (CAN), 56; 6. Tracy (CAN), 54; 7. Da Matta (BRA), 47; 8. Allmendinger (EUA), 45; 9. Power (AUS) 40; 10. Philippe. (FRA), 35; 11. Heylen (BEL), 31; 12. Legge (ING) e Junqueira (BRA), 29.

Stock: Cacá vence no MS

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ebaixo de muita chuva, Cacá Bueno conseguiu ontem, em Campo Grande, sua segunda vitória na temporada da Stock Car, e assumiu a vice-liderança, a seis pontos de Hoover Orsi, que chegou na terceira posição. David Muffato foi o segundo e fez os primeiros pontos no ano. O bicampeão Giuliano Losacco abandonou. CLASSIFICAÇÃO: 1º Hoover Orsi, 56; 2º Cacá Bueno, 50; 3º Antônio Jorge Neto, 41; 4º Alceu Feldmann, 32; 5º Giuliano Losacco, 26; 6º Thiago Camilo, 22; 7º Ingo Hoffmann, David Muffato e Guto Negrão, 20; 10º Popó Bueno, 17.

Na MotoGP, deu Melandri

M

arco Melandri conquistou ontem sua segunda vitória nesta temporada, no GP da França, em Le Mans, e assumiu a vice-liderança da MotoGP, ao lado de Loris Capirossi, que chegou em segundo. Eles estão a quatro pontos de Nicky Hayden, que foi o quinto. O pentac a m p e ã o Va l e n t i n o R o s s i abandonou e está bem abaixo dos líderes.

A morte de Horrevoets marcou a conquista da Volvo pelo ABN Amro 1 Ricardo Ermel/Brasil 1

ENFIM, A FINAL – O Nacional de basquete, que teve muita

O Brasil 1 chegou em quarto lugar, e está em terceiro na classificação

confusão, times entrando na metade e o regulamento modificado, começa a ser decidido na sexta-feira. Os finalistas fizeram uma prévia ontem, com vitória do Franca, de Demétrius, sobre o COC/Ribeirão, de Arthur, por 95 a 88.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Hayden (EUA), 83; 2. Capirossi (ITA) e Melandri (ITA), 79; 4. Pedrosa (ESP), 73; 5. Stoner (AUS), 65; 6. Edwards (EUA), 45; 7. Rossi (ITA), 40; 8. Elias (ESP), 39; 9. Gibernau (ESP) e 10. Tamada (JAP), 33.


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Transpor te Urbanismo Polícia Educação

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

CPI DECIDE AMANHÃ QUANDO E ONDE OUVIRÁ MARCOLA

...verifiquei lesões de defesa nas mãos, tiros na cabeça que atravessaram o cérebro e lesões que denotam emprego de arma de repetição... Pedro Giberti, defensor público

MÉDICOS VÊEM INDÍCIOS DE EXECUÇÕES Representantes do CRM estiveram ontem no IML e disseram ter visto mortos com tiros na cabeça e na nuca. Palavra final depende de comparações entre laudos e BOs. Thiago Bernardes/AOG

As lesões nos corpos de algumas vítimas da onda de violência deflagrada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) são compatíveis com atos de execução. A opinião é dos médicos João Ladislau Rosa e Adriane Guilhermino, representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM), que ontem viram uma série de cadáveres no Instituto Médico-Legal (IML) Central, com tiros na cabeça e na nuca. O defensor público Pedro Giberti, que acompanha o caso, viu esquemas gráficos e rascunhos de laudos e chegou à mesma conclusão. "Entre os apontamentos dos peritos do IML, verifiquei lesões de defesa nas mãos, tiros na cabeça que atravessaram o cérebro e lesões que denotam emprego de arma de repetição, dada a proximidade dos orifícios de entrada das balas", afirmou o defensor, que trabalhou 13 anos com homicídios no Tribunal do Júri. Identificação – Todos ressaltaram, no entanto, que só será possível dizer se houve mesmo execução quando forem confrontados os laudos e os boletins de ocorrência sobre as mortes, o que ainda deve levar alguns dias. Ladislau afirmou que os procedimentos de recepção e identificação dos cadáveres está sendo feito dentro das normas legais. "Ao que parece, ninguém está sendo enterrado sem ser identificado", disse o médico. Os corpos estão sendo fotografados e as impressões digitais, enviadas ao Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD)

Policiais Militares mostram armas apreendidas durante tiroteio na zona norte, na madrugada de ontem

para confronto. Se for o caso, será feita identificação pela arcada dentária ou por exames de DNA. De acordo com Ladislau, que faz a vistoria por solicitação da Defensoria Pública do Estado, os peritos do CRM tiveram acesso a todos os laudos dos 273 corpos que deram entrada no IML Central desde o dia 12 até as 12h de anteontem. Desse total, segundo o médico, 95 morreram em conseqüência de disparos de arma de fogo, o

que os torna o alvo de maior atenção por parte do CRM e do Ministério Público Federal (MPF), que investiga a ação da polícia nos casos. Os demais morreram em acidentes de trânsito, hospitais e prontos-socorros. Ontem, deram entrada mais 11 corpos, um com marcas de tiro. Mais mortes – No sábado, a Secretaria de Segurança Pública relatou a morte de duas pessoas em confrontos com a polícia. Na madrugada de

ontem, três homens morreram em novo confronto, depois de troca de tiros no Tucuruvi (zona norte da cidade). De acordo com a polícia, os homens foram abordados na rua Pedro Vidal e fugiram num Peugeot. Em troca de tiros com os policiais, ficaram feridos e foram levados ao pronto-socorro São Luiz Gonzaga, onde morreram. Essa ocorrência nada teria a ver com o PCC. CPI – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas confirmou para amanhã os depoimentos dos advogados Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado, acusados de comprar por R$ 200 a cópia dos depoimentos do diretor do Deic de São Paulo, Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Ruy Ferraz, prestados no dia 10 de maio em sessão secreta da comissão. Em uma reunião administrativa, a CPI também decidirá onde e quando o líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, será ouvido pela comissão. Por questão de segurança, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, não quer que esse depoimento seja tomado nas dependências da Casa. Temor – Os atentados do PCC mudaram a rotina e levaram medo aos policiais militares e seus parentes. Ameaçados, muitos agentes abandonaram suas casas para morar com amigos ou pessoas da família. Outros, sem saída, buscaram ajuda e refúgio na Associação dos Cabos e Soldados da PM. Tudo para não virar mais uma vítima da guerra que causou baixas de 23 PMs entre a noite do dia 12 e a manhã do dia 16. (Agências) Mais informações em www.dcomercio.com.br/canais/cidades_index.htm

Paulo Bravos/AOG

Monumento em homenagem a Santos Dumont, na zona norte da cidade, amanheceu destruído

Ataque à memória

O

registro de ações violentas em São Paulo não ficou somente por conta dos confrontos entre bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e forças de segurança de São Paulo, com saldo trágico de 172 mortos (23 policiais militares, sete policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária, quatro civis, 18 presidiários e 109 suspeitos de ligações com o crime organizado). Nesta última semana, o vandalismo também atingiu um monumento da cidade, o que presta homenagem a Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação, situado na praça

Campo de Bagatelle, na zona norte. Ontem, a escultura, que representa o pioneiro brasileiro da aviação em seu primeiro avião mais pesado que o ar, o 14 Bis, amanheceu destruída. As asas e o leme da aeronave foram retirados. O que sobrou da homenagem a Santos Dumont foi amassado. O monumento destruído vem engrossar uma triste estatística, segundo a qual inúmeras outras obras de arte – entre elas a homenagem ao tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna – também foram depredadas. O material das esculturas, geralmente o bronze, é vendido em ferros-velhos. (Agências)


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Espanha Europa Rumo à Copa Barcelona

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 22 de maio de 2006

O Brasil é favorito, mas favoritismo nós temos de mostrar no campo." Ronaldo

O BRASIL VAI PARA A ALEMANHA, VIA SUÍÇA

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VOO PARA O HEXA

O

amplo favoritismo na Copa do Mundo não incomoda a Seleção Brasileira, que conciliou otimismo e precaução ao embarcar no Rio rumo à Suíça, onde permanecerá duas semanas se preparando para a disputa na Alemanha. Aplaudido ao chegar ao aeroporto, Carlos Alberto Parreira lembrou que os jogadores têm demonstrado humildade em contraste com o otimismo dos torcedores. "Estamos indo para essa Copa com a obrigação de vencer e precisamos saber lidar com isso", destacou o técnico da Seleção. A primeira preocupação da comissão técnica, segundo Parreira, é recuperar fisicamente e deixar no mesmo nível todos os atletas. O trabalho começa com dois dias de exames clínicos na cidade suíça de Weggis. Depois da avaliação, Moracy Sant'Anna organizará um programa, mais ou menos individualizado, de preparação física. O trabalho do de Parreira, em seguida, vai se limitar a repassar o posicionamento de cada jogador dentro da formação tática 4-4-2. No embarque deste domingo, além da comissão técnica, viajaram 14 jogadores. Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Emerson, Gilberto, Juan, Ricardinho e Júlio César encontraram-se no Rio com Cicinho, Cris, Luisão, Roberto Carlos, Robinho e Rogério Ceni, que tinham embarcado em São Paulo. Juninho Pernambucano saiu diretamente do Recife para a Suiça. Os demais - Dida, Cafu, Lúcio, Zé Roberto, Gilberto Silva, Edmílson, Kaká, Ronaldo e Fred - estão na Europa e encontram-se hoje com a deldgação em Weggis. No Galeão, Ronaldinho Gaúcho fez a alegria dos 200 torcedores que foram se despedir da Seleção e não se furtou a admitir que quer ser o principal jogador da Copa, mas principalmente conquistar o hexa para o Brasil: "O objetivo é este. Sabemos que será difícil, mas já estou procurando mentalizar coisas boas, procurando planejar um trabalho legal para chegar bem na Alemanha." Otimista como sempre, o coordenadortécnico Zagallo - campeão em 1958 e 1962, como jogador, em 1970, como técnico, e em 1994, na mesma função de agora - disse que encara com entusiasmo o novo desafio: "Favoritos ou não, vamos lá para ganhar. Vamos para o hexa e para o bi." Diante do espanto de alguns repórteres, abriu o sorriso: "Não entenderam? Vamos conquistar nosso segundo título na Europa. Lembra de 58?" Um dos mais assediados no embarque, tendo de atender inúmeros pedidos de autógrafos e pose para fotos, o atacante Adriano confessou seu alívio por estar se apresentando a Parreira: "Passei por um momento difícil, mas na Seleção tudo muda. Espero fazer um bom papel na Alemanha e trazer o título." Outra era a preocupação do volante Emerson: espantar o "fantasma" de 2002, quando ficou fora da Copa da Coréia e Japão porque, ao participar de um treino recreativo como goleiro, caiu e quebrou a clavícula. O jogador que acaba de ganhar o título italiano pela Juventus revelou sua ansiedade e ressaltou que a juventude de boa parte da equipe, mesclada à experiência dos jogadores mais velhos, o deixa otimista quanto a uma excelente participação do Brasil no Mundial. Ainda em Cumbica, antes do embarque para o Rio, o são-paulino Rogério Ceni reconheceu que tem poucas chances de ganhar um lugar no time: "São apenas sete jogos, em menos de um mês. Para que alguém saia é preciso que se machuque ou esteja jogando

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem Marcos D'Paula/AE

Marcos D'Paula/AE Marcelo Ferrelli/AE

Marcelo Ferrelli/AE

Marcelo Ferrelli/AE

Parreira, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Ricardinho, Robinhoe Rogério Ceni embarcam no Rio e em São Paulo rumo à Suíça, onde a Seleção Brasileira se preparará durante duas semanas para a campanha do hexacampeonato mundial nos campos da Alemanha.

bem. E não vai acontecer nada com o Dida, que é um grande goleiro. A Seleção está definida por causa de um trabalho de três anos e meio, não tem dúvidas para serem tiradas e é bom que seja assim. São apenas três partidas classificatórias, depois vem um mata-mata muito duro. Vamos torcer para que não haja mudanças." Cicinho, que disputará sua primeira Copa, também fez questão de se mostrar feliz com a condição de reserva de Cafu, que está em seu quarto Mundial. Com um "pequeno" detalhe:

esteve nas três últimas finais. Então, não há muito a dizer. "A camisa de titular está muito bem representada com o Cafu. Eu estou pronto para ajudar, se precisar. Poderia jogar uns 15 minutos, seria ótimo", disse o jogador, que tinha a palavra amor (em ideogramas japoneses) tatuada atrás da orelha direita. "Fiz em Madri." Robinho, o primeiro a chegar ao aeroporto paulista, escutou pedidos de "pedaladas" no Mundial, mas se mostrou bem mais discreto e menos falante do que em seus tempos de

Santos. "Pedalada, só se for necessário. O importante é jogar bem e ganhar a Copa. Todo mundo diz que o Brasil é favorito, mas, se a gente não tiver humildade, tudo pode dar errado. O time está montado, com o quadrado mágico, e acho difícil eu jogar, mas estou pronto para entrar no time em caso de necessidade." Pelo menos no discurso, a Seleção também parece pronta para os desafios que vai entrar na Alemanha. Os jogadores mostram confiança, sem deslumbramento.

Temporada perfeita para o Barcelona Pablo Sanchez/Reuters

F

azer de Samuel Eto'o o artilheiro do Campeonato Espanhol era o único objetivo do Barcelona no jogo de sábado contrao Athletic de Bilbao, que teve sua data alterada por causa de uma chuva que impediu, há cerca de um mês, um jogo entre Barcelona e Sevilla. Bicampeão espanhol antecipado, campeão da Liga dos Campeões com uma vitória memorável sobre o Arsenal, o time entrou em campo de ressaca, após dois dias de festa, e sem a maioria dos astros, como Ronaldinho, Larsson, Messi, Puyol, Márquez - todos liberados para disputar a Copa do Mundo por suas respectivas seleções. Mas restava, para fechar a temporada com chave de ouro, que o camaronês conse-

Campeão de tudo, o time ainda viu Eto'o ser artilheiro do Espanhol

guisse a artilharia isolada do Espanhol - ele tinha 25 gols, o mesmo número de David Villa, do Valência. O autor do primeiro gol contra o Arsenal marcou o seu e agora pode ti-

rar férias, assim como Belletti, que fez o gol do título europeu e, preterido da Seleção Brasileira por Carlos Alberto Parreira, também entrou em campo contra o Athletic e já disse

que, pela TV, vai torcer pela seleção que ajudou a classificar para a Copa, como titular nas Eliminatórias. É verdade que o Athletic venceu a partida por 3 a 1, de

virada, mas o resultado era o de menos: não havia nada mais a querer numa temporada que pode ser considerada uma das mais vitoriosas da história do Barcelona.

ESPANHA 38ª rodada - jogos adiados Osasuna 2 x 1 Valencia Sevilla 4 x 3 Real Madrid Athletic Bilbao 3 x 1 Barcelona Classificação

P

V

S

1 Barcelona

82

25

45

80

2 Real Madrid

70

20

30

70

3 Valencia

69

19

25

58

4 Osasuna

68

21

6

49

5 Sevilla

68

20

5

54

6 Celta

64

20

12

45

7 Villarreal

57

14

11

50

8 La Coruña

55

15

2

47

9 Getafe

54

15

5

54

10 Atlético Madrid

52

13

8

45

11 Zaragoza

46

10

-5

46

12 Athletic Bilbao

45

11

-6

40

GP

13 Mallorca

43

10

-14

37

14 Betis

42

10

-17

34

15 Espanyol

41

10

-20

36

16 Real Sociedad

40

11

-17

48

17 Racing Santander

40

9

-13

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

12 A internet é um mundo sem dono e precisa de uma peneira Caio Henrique Moura

Uma cartilha pelo fim da pornografia na internet

Fotos de Marcos Fernandes/Luz

Experiências no Hackerteen ajudaram jovens

C

riar uma cartilha que alerte pais e filhos sobre os perigos da pornografia na internet é a oportunidade que os jovens participantes do programa Hackerteen encontraram para colocar em prática o que aprenderam. Aos 19 anos, Caio Henrique Moura Cândido é um exemplo de sucesso de um jovem que Grupo de jovens paulistanos se juntam e elaboram participou de um projeto social e construiu, por meio dele, um manual para pais e adolescentes mostrando um caminho intelectual e profissional. Ele iniciou suas ativicomo evitar os perigos da navegação na web dades no Hackerteen como aprendiz, foi para a 4Linux coonhecer um grupo lhar, se conhecer ou aprender. mo funcionário do suporte, de "hackers do bem" A minoria vende drogas, alicia trabalhou no setor de infra-espode parecer uma crianças, incita o ódio racial, trutura e, agora, está na admiobra de ficção. Mas entre outras coisas", diz Tavanistração de servidores e presnão é. Eles existem. Um grupo res. ta consultoria para os dois. No caso mais específico do de adolescentes paulistanos Cursando faculdade de teccom idade de 14 a 19 anos, aca- Orkut, o executivo lembrou nologia com a ajuda da emprebam de lançar em São Paulo a que o canal de relacionamento sa, Caio foi um dos elaboradoCartilha 1.0, uma cartilha, co- tornou-se um "paraíso para a res da cartilha e cita a particimo o nome diz, com o objetivo ação de pedófilos e de nazispação com orgulho. "Moro em de combater a pornografia in- tas". Informou, ainda, que a SaSanto André e um caso de pefantil veiculada na internet. O fernet recebeu 25,5 mil denúndofilia em que uma menina foi lançamento se deu no último cias. Desse total, 12.171 estamorta e o assassino está solto dia 18, considerado o Dia Na- vam ligadas a casos de pornoocorreu na cidade. A internet é cional de Combate à Explora- grafia infantil; 2.962 faziam um mundo sem dono, as leis ç ã o e a o A b u s o S e x u a l d e apologia ao linchamento rasão fracas e ela precisa de uma cial, 2.058 ao racismo, 1.930, ao Crianças e Adolescentes. peneira. A cartilha pode ajuOs autores da Cartilha 1.0 neonazismo, 1.466, aos mausdar na prevenção", diz ele. são jovens que participam da tratos a animais, 592, à homoParticipação – Participar da Organização Não-Governa- fobia e 358, à xenofobia. elaboração da cartilha foi imDiante desses números, Tamental (ONG) HackerTeen, portante para Diego Silva, de que nasceu dentro da empresa vares conclamou a sociedade 14 anos, porque ele pôde compaulista 4Linux, especializada civil a "tomar para si as rédeas partilhar os conhecimentos em soluções para software li- da discussão sobre os limites que adquiriu. "Participei do vre. Ela oferece cursos de for- de uso da internet. Essa é a priprojeto e fui responsável pelo mação em segurança da com- meira parceria entre a Safernet capítulo dos justiceiros. Já tiputação para adolescentes (ver e a iniciativa privada e mostra nha alguns conhecimentos e, perfil dos jovens em matéria nesta que as demais empresas precipara ampliá-los, conversei sam assumir sua responsabilipágina). com alguns professores de étiEscrita em linguagem fácil e dade sobre o problema da porca", contou. acessível ao público adoles- nografia na web", conclui. Com essa experiência, DieOs adolescentes envolvidos cente e, também, aos adultos Por uma internet melhor e mais segura: Diego Silva, de 14 anos, escreveu o capítulo sobre justiceiros. go decidiu trabalhar na área de não familiarizados com o no projeto têm consciência segurança em mundo digital, a cartilha é o dessa realidade e participaram Tecnologia da primeiro resultado prático da dele para transformá-la. Para o ções divulgadas pela assessoIn fo rm át ic a. associação entre a HackerTeen sociólogo Sérgio Amadeu, a ria dos envolvidos, a página "Aos 12 anos, e a Safernet Brasil, responsável cartilha é uma iniciativa que criada para divulgar a campae u j á e r a v opela central de denúncias que deve ser fomentada porque canha (a www.navegueprotegiluntário na combate crimes contra os di- da vez mais a sociedade se codo.org) tem o objetivo de ensiPrefeitura de reitos humanos. O documento munica por meio dos compunar aos usuários como usar, de São Paulo e tijá se encontra disponível na in- tadores. Para ele, a liberdade lém das Organizações forma segura, a internet nas v e a u t o r i z aternet no endereço www.ha- de uso da internet tem de ser Não Governamentais compras online ou nas transação especial preservada, mas todos devem ckerteen.com.br . (ONGs), grandes em- ções bancárias, além de ajudar p a r a d a r s uNúmeros – Levando-se em discutir o assunto. presas se mobilizam para in- usuários pouco familiarizados porte à utilizaA diretora de Responsabili- centivar o uso seguro da inter- com a internet a identificar siconta que o Brasil tem, atualção de compumente, 14,1 milhões de usuá- dade Social do HackerTeen, net. No final da semana passa- tes não seguros, aumentando, Caio Henrique Moura: exemplo de sucesso tadores em rios da internet, e que esses Eliane Feliz, ressaltou a natu- da, a Microsoft, a Fundação assim, sua segurança durante um dos Teleusuários batem recordes de reza social do projeto. "O Ha- Abrinq e a entidade Cidade Es- a navegação. permanência online (algo em ckerTeen já nasceu com a preo- cola Aprendiz apresentaram a Essas informações sobre se- finalidade a conscientização e centros. Depois de um ano lá, torno de 19 horas e 24 minutos cupação social de canalizar a campanha Navegue Protegi- gurança estão sendo divulga- nossa meta é atingir 20 mil vi- me ofereceram uma bolsa inteconectados, por mês) e que energia dos jovens para ações do. A campanha traz orienta- dos por meio de vídeos e con- sitantes únicos no site, além de gral no Hacker Teen", acresexistem 18 milhões de usuá- produtivas. E a cartilha é o re- ções a pais, alunos e educado- teúdos desenvolvidos para 10 parceiros de conteúdo até o centou. Colaboração – Carlos Henrios do site de relacionamento sultado dessa filosofia", ressal- res de práticas saudáveis e se- abordar esses temas. Com links final do ano", diz ela Orkut, a navegação segura na ta ela. especiais dirigidos aos pais, há guras de uso da web. A Fundação Abrinq e a ONG rique de Oliveira, de 15 anos, é rede ganha cada vez mais imPaula Cunha De acordo com as informa- orientações para que eles sai- Cidade Escola Aprendiz ade- mais um bolsista do Hacker portância. bam como fazer com que seus riram à campanha. Para a pri- Teen que elaborou um dos tóDurante o evento de aprefilhos utilizem a internet de meira, o projeto é importante picos da cartilha. Para ele, a sentação da cartilha, o presiforma segura para pesquisa e porque seus representantes própria experiência navegandente da SaferNet Brasil, Thiacomplementação educacio- consideram essencial a criação do na internet e o conteúdo do go Tavares, ressaltou a iniciatinal. Eles aprendem, ainda, co- de condições de que o uso da curso foram decisivos para va como uma forma de consmo rastrear os sites visitados internet colabore para que participar do projeto. A base oferecida pelo curso cientizar não apenas os pais, por crianças e adolescentes e seus usuários a usem com semas também os adolescentes, verificar seu conteúdo. gurança e alcancem o desen- do Hackerteen ajudou Weder Feliciano do Prado a encontrar dos benefícios e malefícios do Consciência – Para a gerente volvimento. uso da internet. "Você pode de soluções de segurança da No caso da Cidade Escola seu caminho profissional na usar a pedra lascada para acenMicrosoft Brasil, Ana Cláudia Aprendiz, a iniciativa visa re- empresa Eversystems, além de der o fogo, mas também pode Alves, os investimentos da forçar a segurança de crianças ajudar na elaboração da cartimatar uma pessoa com ela. A empresa em educação e treina- e jovens que navegam na inter- lha. Ele diz que a pesquisa para faca pode passar a manteiga no mento garantem que crianças net em um tempo em que os a criação do capítulo que trata pão, mas também pode matar. e adultos possam navegar pela veículos de informação trans- da segurança para os pais foi Com a internet é a mesma coiinternet com segurança e pri- formaram-se em professores importante porque ele aprensa: a maioria a usa para trabaThiago Tavares (camisa branca), no lançamento da cartilha, dia 18 vacidade. "O projeto tem por em tempo real e integral. (PC) deu muito. (PC)

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Empresas se unem para ampliar a segurança da rede

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ME CADASTREI PARA VOTAR NO CMDCA. E AGORA? José Francisco Teixeira*

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otar é um exercício democrático que o mundo inventou lá trás e, a cada dois anos, a gente, aqui neste país, pega o título de eleitor e sai de casa para escolher nossos governantes. Na história recente do Brasil, esse direito de escolher vereadores, deputados, senadores e presidentes teve avanços e retrocessos. Esse mesmo direito já nos foi negado. Mas

hoje, mais do que um direito muito reclamado, o voto é um dever. Como se sabe, no Brasil o voto é obrigatório. Nossas próprias escolhas através dos tempos, e quando isso era possível, representaram avanços, descuidos e descasos que resultaram em retrocessos irrecuperáveis. E se mais recentemente temos errado mais do que acertado, isso é uma outra história, outra discussão. Mas o exercício da democracia é interessante:

hoje vota-se para tudo. Para presidente do clube de futebol, para síndico do prédio, para quem deve sair ou não do BBB e também para coisas muito sérias, como, por exemplo, quem deve se sentar à mesa do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o CMDCA, um conselho paritário onde a Prefeitura de São Paulo indica metade dos seus membros e a outra metade é eleita pela sociedade civil, ou seja, você.

Então, se você se cadastrou no CMDCA, neste domingo, dia 28, seu compromisso é ir até o Palácio das Convenções do Anhembi, entre as 8 horas até às 17 horas, e votar em quem entender que defenderá com força e entusiasmo os direitos da criança e dos adolescentes de nossa cidade. Você pode votar em 8 candidatos, sendo dois no segmento Atendimento Social, dois no de Defesa dos Direitos, um no de Defesa dos Trabalhadores, um no de

Estudos, Pesquisa e Formação e dois na Defesa de Melhoria de Condições de Vida. E, a propósito desse seu envolvimento direto, certamente você estará mais disposto ou atento para fiscalizar o que está sendo feito em favor dessa turminha que, ao completar 16 anos (em plena adolescência) adquire o direito constitucional de votar para presidente da república. Como dizem os adolescentes: "Galera, a fila

está andando!" Isso é democracia, esse sistema que está longe de ser perfeito, mas, segundo estudiosos, ainda não inventaram melhor. E repare que já estamos no século XXI. E nunca é demais lembrar: se for votar, não esqueça de levar o Título de Eleitor ou Certificado de Quitação Eleitoral e um documento de identificação, com foto. *Responsável pela área de Comunicação Movimento Degrau e da Rebraf.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

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1,06

foi a desvalorização, no pregão de ontem, do principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo

DEPOIS DE ENSAIAR RECUPERAÇÃO NO INÍCIO DOS NEGÓCIOS, BOVESPA ACABOU FECHANDO COM PERDAS

MERCADOS SOFREM COM VOLATILIDADE Maurício Lima/AFP Photo

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mercado viveu um dia de alta volatilidade ontem. O sobe-e-desce foi extremo: a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a registrar alta de 2,93% durante a manhã, mas acabou fechando com desvalorização de 1,06%. O dólar comercial teve mínima de R$ 2,25, mas encerrou os negócios em alta de 0,17%, cotado em R$ 2,29. O risco-País chegou a cair 5,02% de manhã e encerrou o dia em 285 pontos, uma alta de 2,15% em relação à véspera. A aversão ao risco continuou pautando os movimentos dos investidores. "Não existe uma explicação concreta para o sobe-e-desce", disse Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora Senior. "Os mercados estão muito voláteis porque os investidores tentam descobrir se houve um redirecionamento duradouro dos investimentos externos para ativos mais seguros, ou se a bolsa vai dar um repique." Os mercados brasileiros iniciaram a terça-feira ensaiando uma recuperação. A melhora de humor, no entanto, durou pouco e não conseguiu resistir às incertezas provocadas pela economia norte-americana. Nos Estados Unidos, preocupações com o impacto dos altos preços do petróleo na economia reverteram o otimismo da manhã. O índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York acabou fechando o pregão em queda de 0,25% e o Nasdaq recuou 0,65%. O mercado doméstico acompanhou o movimento de aversão a risco dos Estados Unidos. Realocação — Desde que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou a taxa de juros para 5% ao ano, em 10 de maio passado, e deixou aberta a possibilidade de novas elevações, os investidores se dedicam a um movimento de realocação de carteiras. Eles reduzem posições em ativos de países emergentes e transferem os recursos para os títulos do tesouro americano – considerados mais seguros. Essa movimentação ganhou força nas últimas duas semanas com

o aumento da preocupação com a inflação americana. No mercado brasileiro de câmbio, um fluxo financeiro negativo foi identificado à tarde e também pode ter favorecido a desaceleração da queda do dólar, informou um operador. Os exportadores, de outro lado, ficaram retraídos, diante da expectativa de que a moeda americana poderá subir mais diante da incerteza sobre a continuidade da alta dos juros nos Estados Unidos. Essa avaliação, ao que tudo indica, parece ser corroborada pelo Banco Central (BC), já que a autoridade monetária não realizou leilão de compra de dólar nos últimos cinco dias úteis. Do mesmo modo, o BC não faz leilão de swap cambial reverso há mais de um mês. "O mercado está naquela fase: primeiro bate, depois pergunta", disse a economistachefe do banco Fibra, Maristella Ansanelli, referindo-se ao momento de aversão a riscos. "Só num segundo momento os investidores vão começar a diferenciar os emergentes, ver que o Brasil está em condições bem melhores do que a Turquia, por exemplo." A Bovespa continua registrando saída de recursos de aplicadores estrangeiros. Na última quinta-feira, saíram da bolsa R$ 570,647 milhões, o maior volume líquido de vendas em 2006. Até esse dia, o déficit no mês de maio estava em R$ 620,217 milhões; no ano, porém, ainda havia saldo positivo de R$ 2,604 bilhões. Europa e Ásia — Sem o impacto do fechamento negativo das bolsas americanas, os mercados de ações da Europa e da Ásia, em geral, conseguiram ontem recuperar parte das perdas de segunda-feira. Na Europa, as principais bolsas subiram: Londres (2,64%), Paris (2,45%), Frankfurt (2,38%), Milão (1,96%) e Madri (1,92%). Entre as bolsas asiáticas, os destaques de alta ontem foram as bolsas de Hong Kong (0,37%) e Cingapura (0,53%). Em Mumbai, na Índia, onde no início da semana houve até temor de suicídios, a bolsa de valores teve alta de 3,3%. (AE)

Lula culpa a turbulência global

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostrou-se satisfeito com a redução do nervosismo do mercado financeiro e disse que já esperava que isso ocorresse, devido à boa situação da economia brasileira. Segundo ele, a melhora do humor do mercado reflete os "fundamentos sólidos" da economia brasileira. "Imagine essa situação há alguns anos. O risco-País iria para mil pontos, a bolsa cairia 20%, haveria fuga de capital." Na mesma linha, o presidente Lula afirmou que a economia brasileira está "tranqüila", lembrou que o País tem "reservas" e culpou a turbulência global pelo nervosismo de segunda-feira. "Há uma turbulência no mundo inteiro por conta dos anúncios do banco central americano. Estou convencido de que a economia brasileira está tranqüila", disse, ao encerrar uma visita a um trecho da ferrovia Norte-Sul, em Aguiarnópolis, no Tocantins. Medidas — Q ue s ti o n ad o sobre as medidas que o governo prepara na área cambial, Mantega disse que uma decisão só será tomada quando o assunto tiver amadurecido. Na manhã de ontem, ele se reuniu com o presidente do

Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e com diretores da instituição, mas nem o ministro nem sua assessoria informaram quais foram os assuntos tratados. Mais tarde, Meirelles disse que foram discutidos "assuntos de rotina". A assessoria do Ministério da Fazenda informou que a reunião marcou a retomada dos encontros semanais entre BC e Fazenda, que eram realizados até antes da crise política que envolveu o ex-ministro Antonio Palocci. Segundo a assessoria, para essas reuniões não há uma pauta específica. Sem mudanças — Por sua vez, o presidente Lula garantiu que não haverá mudanças no câmbio e nem na política fiscal do governo. "O câmbio continuará flutuante", disse. Ele negou que vá haver quaisquer alterações na política econômica, seja por conta da turbulência externa ou das eleições. "Enganam-se aqueles que pensam que nós vamos abrir mão da nossa responsabilidade fiscal. Eu digo sempre o seguinte: não haverá processo eleitoral que me faça fazer que não haja seriedade no controle fiscal", afirmou, para depois acrescentar que "só gastaremos aquilo que temos". (AE)

Saída de recursos do mercado de câmbio brasileiro no fim da tarde determinou valorização da moeda americana no fechamento, para R$ 2,29 Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

Spencer Platt/AFP Photo/Getty Images

Lula disse ontem, em Tocantins, que câmbio continua flutuante

Fechamento em baixa da Bolsa de Valores de Nova York impediu recuperação

Fed tenta desfazer mal-entendido Win McNamee/Getty Images/AFP

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en Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), admitiu ontem ter cometido um erro ao fazer comentários sobre economia com uma jornalista da TV CNBC, que mais tarde foram por ela divulgados. Na conversa, em off com a âncora Maria Bartimoro, Bernanke disse que estava decepcionado com investidores que o viam como condescendente em relação à inflação. "Esse episódio foi um lapso de julgamento de minha parte. No futuro, minhas comunicações com o público e os mercados seguirão inteiramente os canais regulares e formais", disse Bernanke durante audiência no Comitê de Bancos do Senado americano. O presidente do Fed fez os comentários durante jantar com os jornalistas que cobrem a Casa Branca no final de abril. No dia 1º de maio, Maria divulgou parte da conversa, causando especulações sobre o futuro do juro básico americano, atualmente em 5% ao ano. Sinais confusos — Muitos analistas temem um aperto monetário no país, já que a inflação dá sinais de força. Outros acreditam que o juro básico terminará 2006 em 6% ao

Câmbio prejudica setor de máquinas

O

faturamento da indústria de máquinas e equipamentos caiu 1,4% nos quatro primeiros meses do ano em relação a igual período do ano passado,

Bernanke, presidente do banco, disse que agora só fala "formalmente"

ano. Alguns economistas dizem que Bernanke emite sinais confusos para o mercado. No depoimento ao Senado, o presidente do Fed disse que "há muitos fatores agindo so-

bre o mercado acionário, entre eles uma certa redução no desejo de correr riscos, uma mudança na avaliação da economia global e alguma preocupação com a inflação".

para US$ 16,9 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O consumo aparente cresceu 1,7%, o que significa que as máquinas importadas conquistam participação no mercado interno em detrimento do produto nacional.

A queda da receita é reflexo direto da valorização do real, afirmou o presidente da Abimaq, Newton de Mello, ressaltando que o câmbio favorece tanto as importações de máquinas mais baratas, como as fabricadas pela China, quanto as compras de bens

E acrescentou: "Em nosso comunicado do dia 10 de maio observamos que há alguns riscos de alta da inflação. Entre outras coisas, uma inflação maior elevaria os juros das hipotecas, aumentando as taxas de juros de longo prazo. E indicamos, na ocasião, que correções adicionais da política (monetária) poderiam ser necessárias para combater esses riscos." Bernanke lembrou que há ainda um mês até a próxima reunião do Fed (que decidirá o rumo do juro básico). "Muitos dados econômicos serão divulgados até lá, e estaremos examinando cada um deles muito cuidadosamente." Bernanke disse aos senadores que o conhecimento do mercado financeiro pode ajudar os investidores e a economia em geral. "Para escolher corretamente entre a variedade de produtos disponíveis, o consumidor deve ter conhecimento para navegar no cada vez mais complexo mercado de serviços financeiros", afirmou. "O consumidor com o preparo necessário para tomar decisões sobre a compra de um imóvel, aposentadoria ou abertura de um empreendimento muito provavelmente se sairá melhor que os que não têm esse preparo." (AE)

de consumo final. Para o empresário, a cotação do dólar mais adequada para garantir alguma competitividade aos produtos brasileiros é R$ 2,60, valor que ele acredita será alcançado no segundo semestre, principalmente com o empenho do governo. (AE)


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Estilo Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

As máquinas continuarão nas ruas até o governo anunciar o pacote agrícola. Roberto Frare, produtor rural

AGÊNCIAS BANCÁRIAS ESTÃO BLOQUEADAS

AGRICULTORES PEDEM MAIS DINHEIRO E SEGURO AGRÍCOLA. GOVERNO PROMETE PACOTE PARA O DIA 25.

PROTESTOS AGRÍCOLAS SE ESPALHAM

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Ivan Cruz/Ag. O Globo

erca de 250 agricult o re s d o i n t e r i o r de São Paulo interditaram ontem, por duas vezes, as rodovias BR-153 e Assis Chateaubriand (SP-425), na altura de José Bonifácio, na região Noroeste do estado, em protesto contra a política agrícola do governo federal. A manifestação teve início às 12h30, quando as rodovias ficaram interditadas por cerca de 100 tratores colocados no meio das duas pistas por 20 minutos. Por volta das 14h30, os agricultore s v o l t a r a m a c o l o c a r a s máquinas nas rodovias. De acordo com o produtor Carlos César Vanzela, o protesto serviu para chamar atenção para a crise da agricultura, cujos preços dos produtos, abaixo dos custos de produção, levaram os produtores rurais à falência. Segundo ele,

agricultores de oito cidades da região participaram do protesto, que terminou por volta das 17 horas. Os agricultores pedem criação de seguro agrícola, preço mínimo de mercadorias, alongamento das dívidas e novas linhas de crédito para o plantio da próxima safra. Bancos – Em Birigüi, Coroados e Glicério, no Noroeste do estado, os agricultores decidiram abrir parcialmente a entrada das agências bancárias, depois de oito dias de protesto. Os correntistas passaram por entre tratores e máquinas agrícolas para ir às agências. O produtor Roberto Frare, um dos líderes do movimento, disse que as máquinas, que também estão nas principais ruas do centro das três cidades, continuarão nas vias públicas pelo menos até quintafeira, 25, quando o governo deverá anunciar novas medi-

ATAS

Ruralistas fecham a Ponte Presidente Dutra, que liga as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE)

das para o setor agrícola. No Paraná, pelo menos 500 produtores rurais ocuparam ontem o Calçadão de Londrina, trancando a entrada da superintendência regional e da maior agência do Banco do Brasil da cidade. Também na Bahia houve uma série de protestos. No Vale do São Francisco, no norte do estado, centenas de agricultores bloquearam a Ponte Presidente Dutra na rodovia BR407, que liga as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O governo confirmou para amanhã o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário 2006/07. A promessa do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, é oferecer aos produtores mais dinheiro, com juro menor, para que eles possam cultivar a próxima safra, que começa a ser plantada em meados de setembro. (AE)

BALANÇO

CIA. CACIQUE DE CAFÉ SOLÚVEL COMPANHIA ABERTA CVM 00290-9 CNPJ/MF nº 78.588.415/0001-15 - NIRE nº 41.300.047.316 ATA DA47ª ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIAE 79ª ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA I – Data, hora, local: Realizadas, cumulativamente, em 28 de Abril de 2006, às 10:00 (dez) horas, na sede social à Rua Horácio Sabino Coimbra nº 100, no município de Londrina, Estado do Paraná. II – Mesa Diretora: Antonio Carlos Aparecido Ribeiro – Presidente e Sérgio Ricardo de Almeida – Secretário Executivo. III – Presença de Acionistas: Comparecimento de acionistas representando 7.652.576 (sete milhões, seiscentos e cinqüenta e duas mil, quinhentas e setenta e seis) ações ordinárias, ou seja, 92,02% do capital social votante e 12.423.319 (doze milhões, quatrocentos e vinte e três mil, trezentas e dezenove) ações preferenciais, todas escriturais. IV – Convocação: Por anúncios insertos no “Diário Oficial do Estado do Paraná”, edições dos dias 11, 12 e 13 de Abril de 2006 – págs. 12, 25 e 19; “Jornal de Londrina”, edições dos dias 11, 12 e 13 de Abril de 2006 – págs. 08, 03 e 04 e no “Diário do Comércio de São Paulo”, edições dos dias 11, 12 e 13 de Abril de 2006 – págs. 10, 02 e 02. V – Publicações: O relatório, contas dos administradores, demonstrações financeiras, notas explicativas relativas ao exercício findo em 31.12.2005, acompanhadas do parecer dos auditores independentes, foram publicados nos jornais supramencionados, nas edições do dia 11 de Abril de 2006, respectivamente, às págs. 25 e 26; 06 e 07; 04 e 05. Os referidos documentos, então encaminhados pelo sistema IPE – Informações Periódicas e Eventuais à Comissão de Valores Mobiliários – CVM e à Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa, estiveram à disposição dos acionistas pelo prazo legal, conforme anúncios também publicados no “Diário Oficial do Estado do Paraná”, edições dos dias 28, 29 e 30 de Março de 2006 – págs. 13, 18 e 38, respectivamente; no “Jornal de Londrina”, edições dos dias 25, 28 e 29 de Março de 2006 – págs. 03, 03 e 03, respectivamente; e no “Diário do Comércio de São Paulo”, edições dos dias 27, 28 e 29 de Março de 2006 – págs. 02, 02 e 02. VI – Ordem do dia: A) Em Assembléia Geral Ordinária: 1) Exame, discussão e votação do Relatório da Administração, Balanço Patrimonial, Demonstrações Financeiras, Notas Explicativas e Parecer dos Auditores Independentes, relativos ao exercício social encerrado em 31.12.2005; 2) Destinação do resultado líquido do exercício e distribuição de dividendos; 3) Fixação do número e eleição dos membros do Conselho de Administração, com dotação das verbas para honorários. O percentual mínimo de participação no capital votante para requisição da adoção de voto múltiplo na eleição dos membros do Conselho de Administração, na forma das Instruções CVM nºs 165/91 e 282/98, é de 5% (cinco por cento). B) Em Assembléia Geral Extraordinária: 1) Aumento do capital social de R$ 103.000.000,00 (cento e três milhões de reais) para R$ 115.000.000,00 (cento e quinze milhões de reais), com aproveitamento parcial de Reservas de Retenção de Lucros, sem aumento do número de ações e conseqüente alteração do artigo 5º do Estatuto Social da Companhia. VII – Conselho Fiscal, Auditoria Independente e Administradores: O Conselho Fiscal, órgão de funcionamento não permanente, não foi instalado em oportunidade anterior, razão pela qual não opinou sobre as matérias a serem submetidas à consideração assemblear. Verificou-se a presença do Sr. Paulo Roberto Cardoso representando a Boucinhas & Campos + Soteconti Auditores Independentes S/S, bem como dos administradores, os quais, nos termos do disposto no artigo 134, § 1º da Lei nº 6.404/76 prestariam os esclarecimentos que viessem a ser solicitados. VIII – Deliaberações: A) Em Assembléia Geral Ordinária: 1) Após a leitura dos documentos mencionados anteriormente, a Assembléia Geral aprovou o Relatório da Administração e todas as Demonstrações Financeiras do exercício encerrado em 31.12.2005. Logo em seguida, aprovou e ratificou todos os atos praticados pelos Administradores da Companhia durante o referido exercício na gestão dos negócios sociais. 2) Posta em discussão a proposta da administração de destinação do resultado do exercício, bem como o quantum destacado para pagamento de dividendo, foi a mesma aprovada, por unanimidade, e consubstanciada nos seguintes valores: a) Transferência para Reserva Legal da importância correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o lucro líquido do exercício no montante de R$ 928.191,63 (novecentos e vinte e oito mil, cento e noventa e um reais e sessenta e três centavos); b) R$ 4.504.777,20 (quatro milhões, quinhentos e quatro mil, setecentos e setenta e sete reais e vinte centavos), destinados à distribuição de dividendos, cabendo R$ 186,21 (cento e oitenta e seis reais e vinte e um centavos) por mil ações preferenciais e R$ 169,28 (cento e sessenta e nove reais e vinte e oito centavos) por mil ações ordinárias pagáveis no dia 26 de Junho de 2006, nos termos do Parágrafo Único do Artigo 36 do Estatuto Social da Companhia. c) o saldo do lucro líquido do exercício, totalizando R$ 13.513.348,01 (treze milhões, quinhentos e treze mil, trezentos e quarenta e oito reais e um centavo) será transferido para a Reserva de Retenção de Lucros para cumprimento parcial do orçamento de capital, para a continuidade dos projetos de automação, modernização e expansão das dependências das unidades fabris de café solúvel spray e freeze dried, aprovado conforme determina o artigo 196 da Lei nº 6.404/76. 3) Em observância ao artigo 17 do Estatuto Social, a Assembléia Geral fixou em 6 (seis) o número de membros do Conselho de Administração para o próximo período. Não tendo sido requerida a adoção do voto múltiplo a que se refere o artigo 141 da Lei nº 6.404/76, bem como verificada a abstenção ao direito conferido pelo disposto no artigo 141, parágrafo 4º, incisos I e II da Lei nº 6.404/76, com as alterações promovidas da Lei nº 10.303/01 por parte dos acionistas Bayside Ventures Ltd. e Shannon Capital Limited, foi regularmente procedida a eleição, verificandose terem sido escolhidos para membros efetivos do Conselho de Administração para o próximo período de 2 (dois) anos, cujos mandatos vigorarão até a posse de seus sucessores, a serem eleitos na Assembléia Geral Ordinária que examinar as contas e demonstrações financeiras do ano-calendário de 2007, os seguintes acionistas: Maria Yolanda Cerqueira Cesar Coimbra, brasileira, viúva, industrial, residente em São Paulo/SP, com domicílio na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 – 11º Andar, portadora da cédula de identidade RG nº 966.350-2 – SSP/ SP e CPF/MF nº 116.402.618-69; Sergio Coimbra, brasileiro, casado, industrial, residente em São Paulo/SP, com domicílio na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 – 11º Andar, portador da cédula de identidade RG nº 4.110.155-8 – SSP/SP e CPF/MF nº 646.938.138-34; Cesário Coimbra Neto, brasileiro, separado judicialmente, industrial, residente em São Paulo/SP, com domicílio na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 – 11º Andar, portador da cédula de identidade RG nº 2.329.738-4 – SSP/SP e CPF/MF nº 025.587.698-04; Daniela Cerqueira Cesar Coimbra, brasileira, separada judicialmente, industrial, residente em São Paulo/SP, com domicílio na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 – 11º Andar, portadora da cédula de identidade RG nº 10.557.368-1 – SSP/SP e CPF/MF nº 132.630.588-35; Massashi Kimura, brasileiro, casado, administrador de empresas, residente em São Paulo/SP, com domicílio na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 – 11º Andar, portador da cédula de identidade RG nº 2.574.787-3 – SSP/SP e CPF/MF nº 045.054.258-00; Antonio Carlos Aparecido Ribeiro, brasileiro, casado, contador, residente em São Paulo/SP, com domicílio na Avenida das Nações Unidas nº 10.989 – 11º Andar, portador da cédula de identidade RG nº 4.101.654-3 – SSP/SP e CPF/MF nº 189.413.628-49. Em seguida, em obediência ao § 1º do artigo 17 do Estatuto Social, a Assembléia Geral aprovou os nomes de Sra. Maria Yolanda Cerqueira Cesar Coimbra para Presidente, e dos Srs. Sergio Coimbra e Cesário Coimbra Neto para Vice-Presidentes do Conselho de Administração para o referido período. Todos os eleitos que tomarão posse em livros próprios, declararam, sob as penas da lei e na pessoa de seu representante legal, não estarem incursos em nenhum dos crimes previstos em lei, que os impeçam de exercer as atividades para as quais foram eleitos e terem pleno conhecimento do disposto no artigo 147 da Lei nº 6.404/76, da Instrução CVM nº 367, de 29.05.2002, e demais preceitos e normas legais pertinentes. Declararam, ainda, que estão em condições de firmar a competente declaração de desimpedimento prevista no art. 2º da referida IN CVM, por ocasião de suas posses. Na oportunidade, foram apresentados os currículos dos Conselheiros ora reeleitos, nos termos do art. 3º, § 2º da Instrução CVM nº 367/02. 4) Aprovadas as verbas globais, mensais e cumulativas de R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais) para pagamento de honorários do Conselho de Administração no corrente exercício e de R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais) para remuneração da Diretoria, incluindo-se nestes totais as verbas de representação, ratificando-se os eventuais ajustes ocorridos no exercício anterior. Os respectivos honorários e verbas de representação serão oportunamente distribuídos e individualizados em Reunião do Conselho de Administração a ser convocada para tal finalidade. Não tendo sido solicitado, não houve instalação do Conselho Fiscal para este exercício. B) Em Assembléia Geral Extraordinária: 1) Esclareceu o Sr. Presidente que estudos efetuados preconizaram o aumento do capital social com aproveitamento parcial da conta de Reserva de Retenção de Lucros, no montante de R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais), sem alteração do número de ações, passando o capital social a expressar-se em R$ 115.000.000,00 (cento e quinze milhões de reais), sendo que o artigo 5º do Estatuto Social passa a ter a seguinte redação, o que foi aprovado e homologado pela Assembléia: “Artigo 5º – O capital social integralmente realizado é de R$ 115.000.000,00 (cento e quinze milhões de reais), dividido em 24.948.000 (vinte e quatro milhões, novecentas e quarenta e oito mil) ações sem valor nominal, sendo 8.316.000 (oito milhões, trezentas e dezesseis mil) ordinárias e 16.632.000 (dezesseis milhões, seiscentas e trinta e duas mil) preferenciais.”. 5) Franqueada a palavra à disposição dos presentes e dela ninguém fazendo uso, o Sr. Presidente deu por encerrada a ordem do dia. IX – Quorum das Deliberações e Abstenções: Todas as deliberações foram obtidas por votação unânime, sem reservas e/ou ressalvas, com exceção do item relacionado à indicação e eleição dos membros do Conselho de Administração, como também abstendo-se de votar os impedidos por lei, se e quando configurado o impedimento. X – Arquivamento de Documentos: Todos os documentos submetidos à Assembléia Geral foram autenticados e arquivados na sede da Companhia. XI – Ata dos Trabalhos: Lavrada na forma de sumário e autorizada a sua publicação com omissão das assinaturas dos acionistas, conforme os termos do art. 130, §§ 1º e 2º da Lei nº 6.404/76. XII – Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos os acionistas e suspendeu os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura da presente ata. Reabertos os trabalhos, a mesma foi lida e colocada em discussão, tendo sido aprovada, vai devidamente assinada. Londrina/PR, 28 de Abril de 2006. Mesa Diretora: Antonio Carlos Aparecido Ribeiro - Presidente e Sérgio Ricardo de Almeida – Secretário Executivo. Acionistas: pp Horácio Sabino Coimbra – Com. e Partic. Ltda. – Sérgio Ricardo de Almeida; Cesário Coimbra Neto; pp Sergio Coimbra – Sérgio Ricardo de Almeida; pp Maria Yolanda Cerqueira Cesar Coimbra – Sérgio Ricardo de Almeida; pp Daniela Cerqueira Cesar Coimbra – Sérgio Ricardo de Almeida; pp Horácio Sabino Coimbra Neto – Sérgio Ricardo de Almeida; Massashi Kimura; Antonio Carlos Aparecido Ribeiro; Sérgio Ricardo de Almeida; pp Bayside Ventures Ltd. – Luiz Roberto de Andrade Novaes; pp Shannon Capital Limited – Fernando Nabais da Furriela; p. Boucinhas & Campos + Soteconti Auditores Independentes S/S – Paulo Roberto Cardoso. A presente datilografada em 05 (cinco) vias é cópia fiel do original, transcrita no Livro de Atas de Assembléias Gerais Ordinárias e Extraordinárias de nº 03, registrado na Junta Comercial do Estado do Paraná sob nº 03102, em 19 de Setembro de 1991, sem as assinaturas dos acionistas para fins de publicação. Londrina/PR, 28 de Abril de 2006. Sérgio Ricardo de Almeida – Secretário da Assembléia – OAB/SP 125.306. Registrado na JUCEPAR em 12.05.2006, sob o nº 20061226882. Maria Thereza Lopes Salomão – Secretaria Geral.

LAR MARIA ALBERTINA - CNPJ (MF) 61.602.280/0001-00 Relatório da Diretoria - Senhores Conselheiros: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V. Sas., o Balanço Patrimonial e demais Demonstrações relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005. Permanecemos ao dispor para quaisquer esclarecimentos. São Paulo, 10 de abril de 2006. A Diretoria. Balanços Patrimoniais encerrados em 31 de dezembro de 2005 e 2004 Ativo 2005 2004 Passivo 2005 2004 Circulante Circulante Caixa e Bancos 13.051,32 222.792,94 Obrigações Trabalhistas 11.984,27 5.222,80 Aplicações Financeiras 432.998,02 75.912,82 Obrigações Sociais 6.115,52 2.246,19 Outros Créditos 136.015,79 134.411,99 132,61 54,39 Total do Circulante 582.065,13 433.117,75 Obrigações Fiscais Empréstimos Capital de Giro 0,00 44.000,38 Permanente 18.232,40 51.523,76 Investimentos 213.326,12 206.858,37 Total do Circulante Imobilizado 399.956,69 398.158,69 Patrimônio Líquido (-) Depreciação 9.757,38 9.487,74 Superávit Exercícios Anteriores 797.123,31 837.833,63 Total do Permanente 603.525,43 595.529,32 Superávit do Exercício 89.117,12 0,00 Total do Ativo 1.185.590,56 1.028.647,07 Déficit do Exercício 40.710,32 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Total do Patrimônio Líquido 886.240,43 797.123,31 Superávit Acumulados Total Saldos em 31/12/03 837.833,63 837.833,63 Resultado de Exercícios Futuros Receitas a Apropriar Déficit do Exercício -40.710,32 -40.710,32 281.117,73 180.000,00 Saldos em 31/12/04 797.123,31 797.123,31 Donativos para Construção 281.117,73 180.000,00 Superávit do Exercício 89.117,12 89.117,62 Total do Resultado de Exerc. Futuros Saldos em 31/12/05 886.240,63 886.240,63 Total do Passivo 1.185.590,56 1.028.647,07 Notas Explicativas às Demonstrações Contábil - Financeiras Exercícios findos em 31 de dezembro de 2005 e 2004 1 - O Lar Maria Albertina tem por objetivo dar Educação Escolar a crianças do 5 - As receitas da entidade são de doações de pessoas fisicas , pessoas jurídicas bairro, com Creche, Ensino Fundamental, Médio, Profissionalizante, EGJ Núcleo e subvenção da Prefeitura para custear o projeto CEI Sócio Educativo 6 - Valores de doações recebidas: a) Pessoa fisica R$ 2.500,00. b) Pessoa Jurídi2 - As demonstrações Contábeis e Financeiras foram elaboradas de acordo com ca R$ 551.435,19 a Lei 6.404/76 Resolução CFC 877/2000 7 - Os recursos do Lar Maria Albertina, foram aplicados em suas finalidades 3 - O regime contábil utilizado foi o regime de Caixa 4 - As aplicações financeiras foram avaliadas pelo custo de aquisição, acresci- institucionais, de acordo com seu Estatudo Social,demonstrados pelas suas Despesas e Investimentos Patrimoniais dos os rendimentos Rosa Andrea Perez de Melo Irene da Gama Santos Diretoria Diretora Tesoureira - CPF (MF) 703.038.278-15 Diretora Presidenta - CPF (MF) 010.390.838-20 Pedro Paulo Santana de Camargo - CRC TC. SP. 169.775/O-9 - CPF (MF) 054.308.288-15

Demonstração dos Resultados dos Exercícios findos em 31/12 Receita Operacional Bruta 2005 2004 Donativos 553.935,19 185.902,49 Subvenções 134.369,76 0,00 Despesas Recuperadas 3.381,80 238,92 Receita Operacional Líquida 691.686,75 186.141,41 Custo dos Serviços Prestados 122.091,56 99.610,66 Custo Projeto CEI 310.187,94 4.104,00 Resultado Operacional Bruto 259.407,25 82.426,75 (-) Despesas Operacionais Despesas Administrativas 263.426,84 193.257,79 Despesas Tributárias 3.958,51 15.883,46 Déficit Operacional Líquido (7.978,10) (126.714,50) Receitas/Despesas não Operacionais (+) Receitas Financeiras 131.840,35 101.708,76 (-) Despesas Financeiras 29.727,81 15.704,58 (-) Despesas Não Dedutíveis 5.017,32 0,00 Superávit/Déficit do Exercício 89.117,12 -40.710,32 Demonstração das Origens e Aplic. de Recursos Exercícios findos em 31/12 2005 2004 Receita Operacional 823.527,10 287.850,17 (-) Custos / Despesas Operacionais 729.392,66 328.560,49 (-) Despesas Não Operacionais 5.017,32 0,00 Superávit/Déficit do Exercício 89.117,12 (40.710,32) Origens de Recursos das Operações - Déficit/Superávit do Exercício 89.117,12 (40.710,32) - Despesas que não afetam o Cap. Circ.: Deprec. / Amortizações e Res. Correção 269,64 489,92 De Terceiros Donativos 101.117,73 180.000,00 Total das Origens 190.504,49 139.779,60 Aplicações de Recursos - Aumento de Investimentos 6.467,75 0,00 - Redução de Investimentos 0,00 169.113,41 - Aquisições Ativo Imobilizado 1.798,00 45.368,90 Total das Aplicações 8.265,75 123.744,51 Acréscimo do Cap. Circ. Líquido 182.238,74 263.524,11

ATAS

COMUNICADO TELECOM NET S/A LOGÍSTICA DIGITAL, estabelecida à Praça Alpha Centauro, 54 - Conj. 03 - Ed. Center - Centro Com. Apoio II - Santana de Parnaíba - SP, inscrita no CNPJ sob nº 03.282.579/000110 e no Estado sob nº 623.082.471.110, comunica o extravio das N. Fiscais nºs 3150, 5178, 6248, 6292, 6367, as N. Fiscais nºs 3865 e 5434 foram extraviadas somente as 2as vias. (22, 23 e 24/05/2006)

CONVOCAÇÃO

EDITAIS

EDITAL COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP

CNPJ 61.585.220/0001-19 PREGÃO (PRESENCIAL) Nº 014/2006 - Locação máqs. e equips. terraplenagem - SP e Baix. Santista. Sessão 5.6.06 às 9 h. Av. Miguel Estefano, 3.900 - Água Funda - SP. Edital: www.codasp.sp.gov.br. Informações: 5077-6586 - Sr. Mário José Bernardo Ortiz - Presidente.

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 23 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Gestão Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: Comercial Aço Prates Ltda. - Avenida Alda, 140-B - 1ª Vara de Falências Requerente: JGM Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: IFFA S.A. Indústria e Comércio - Avenida Mofarrej, 710 - 1ª Vara de Falências Requerente: Muriaço Ferro e Aço Ltda. - Requerida: Metalzul Indústria Metalúrgica e Comércio Ltda. - Avenida das Belezas, 751 - 1ª Vara de Falências

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AVISO DE PRORROGAÇÃO DA DATA DE ABERTURA Pregão Presencial n° 4/299/2006 – Objeto: Aquisição de Cartuchos de Tinta – Reposição ao Estoque. O Presidente da FUNDHAS informa que a data de abertura fica prorrogada para o dia 07/06/2006, às 9h, em virtude de alterações no Anexo I – Descrição Detalhada do Objeto do Edital. São José dos Campos, 23 de maio de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente


quarta-feira, 24 de maio de 2006

Estilo Empresas Nacional Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PARA GOVERNO, TAXA DO CONSIGNADO É ABUSIVA

Os contratos futuros de petróleo fecharam o dia com forte valorização nos EUA, a US$ 71,75 o barril na Nymex.

OCDE RECOMENDA AO GOVERNO REFORÇAR COMPROMISSO COM POLÍTICAS ECONÔMICAS SÓLIDAS

PAÍS PRECISA DE UMA BLINDAGEM IPC-S A inflação subiu 0,01% na última quadrissemana de maio, segundo a FGV.

Ó RBITA

PIB O PIB de Hong Kong cresceu 8,2% de janeiro a março, superando expectativas.

Lindomar Cruz/ABr – 14/1/06

TETO PARA JUROS DO CONSIGNADO

O

governo vai propor hoje aos bancos a fixação de um teto e, conseqüentemente, a redução das taxas de juros cobradas nos empréstimos a aposentados realizados por meio do crédito consignado, em que as parcelas são descontadas diretamente do benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). "Queremos discutir uma redução na taxa de juros porque achamos que está havendo abusos no spread", afirmou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (foto), referindo-se à taxa de

VALE

A

Companhia Vale do Rio Doce anunciou ontem a contratação de linha de crédito rotativo de US$ 500 milhões. O diretor Financeiro, Fábio Barbosa, informou que os recursos irão se somar à linha de mesmo modelo obtida em 2004, no valor de US$ 750 milhões. O "cheque especial" da companhia agora chega a US$ 1,15 bilhão. (Reuters)

IMÓVEIS

O

Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP) divulgou ontem pesquisa que mostra crescimento de 6,09% na locação de imóveis residenciais e queda de 7,78% em unidades vendidas entre os meses de fevereiro e março. As principais regiões responsáveis pelo crescimento da locação foram a capital, com aumento de 9,81%, e o interior, com 7,91%. Os imóveis com aluguel de até R$ 600 foram os mais procurados. No período pesquisado, as vendas caíram 9,5% no litoral e 3,34% na capital. (AE) A TÉ LOGO

risco que os bancos incorporam ao custo dos empréstimos. A atuação do governo é uma resposta às reivindicações de centrais sindicais, que reclamam de abusos nas taxas.

De dezembro de 2005 a março deste ano, o juro do consignado subiu, enquanto a taxa básica (Selic) recuou. Ao ano, as taxas de juros desses empréstimos variam de 36% a 59%. (AE)

BRASILEIROS ENTRE OS MAIORES BANCOS

Q

uatro bancos brasileiros aparecem na lista das 20 maiores instituições financeiras da América Latina e dos Estados Unidos por valor de mercado em dólar. O mais bem colocado é o Bradesco, que valia, na última segunda-feira, US$ 31,46 bilhões, segundo levantamento da consultoria Economática feito com bancos de capital aberto.

No ranking geral de instituições financeiras, o Bradesco ficou no oitavo lugar, abaixo de Citigroup, Bank of America, JP Morgan, Wells Fargo, Wachovia Bancorp e Washington Mutual, todos dos Estados Unidos. O banco Itaú aparece logo abaixo do Bradesco, em 10º lugar. Na 18º posição ficou o Banco do Brasil e, na 20º, o Unibanco. (AE)

PROPOSTAS PARA O SETOR ELÉTRICO

O

Instituto Acende Brasil, entidade que reúne investidores do setor de energia elétrica no País, entregará aos précandidatos à Presidência da República, aos précandidatos aos governos dos Estados e aos principais partidos políticos do País

conjunto de sugestões para tornar o setor mais atrativo. O documento propõe a redução da carga tributária. Uma das sugestões é a redução gradual da alíquota média do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) das contas de energia. (AE)

VARIG A CAMINHO DOS TRIBUNAIS

A

Infraero pode ir hoje à Justiça contra os administradores da Varig, por apropriação indébita. Há 16 dias, a empresa aérea recolhe as taxas de embarque dos passageiros, mas não repassa o dinheiro à estatal que administra os

aeroportos do País. Só nesse período, já são R$ 19 milhões que ficaram indevidamente retidos no caixa da empresa. "Vamos entrar hoje, se eles não pagarem", avisou o presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

L

Empreiteiras brasileiras querem crescer na África e América Latina

L

Pirataria de software no Brasil supera a média mundial, mostra pesquisa

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Câmara dos Deputados aprova reajuste na tabela do Imposto de Renda

A

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) disse ontem que o Brasil reduziu de forma acentuada sua vulnerabilidade externa e vive uma recuperação econômica, mas aconselhou o governo a reforçar seu compromisso com "políticas econômicas sólidas" para enfrentar turbulências nos mercados globais, que podem ser acentuadas por incertezas geradas pelas eleições de outubro. Em seu estudo semestral, "Perspectiva Econômica", a OCDE alertou também sobre os crescentes gastos públicos do governo. "Há uma crescente preocupação de que mais reformas sejam necessárias para lidar com o aumento nos compromissos de gastos correntes", disse. O estudo, concluído antes da volatilidade que atingiu os mercados globais nos últimos dias, afirma que o balanço dos riscos para o Brasil continua pendendo para o lado positivo. O economista Luiz de Mello, analista responsável pelo Brasil no organismo, explicou que, apesar do forte nervosismo dos mercados desde a semana passada, a redução da liquidez global gerada pela alta dos juros nos Estados Unidos deverá ocorrer de uma forma gradual e moderada. "Vimos nos últimos dias movimentos abruptos no mercado, mas que não achamos que deverão ser a regra nesse processo de ajuste

à alta dos juros nos Estados Unidos", disse Mello. "E consideramos que o Brasil tem condições de lidar bem com esse novo ambiente." Mas, apesar desse cenário moderadamente positivo, a OCDE não descarta que os desequilíbrios na economia mundial podem causar turbulências mais sérias, trazendo maiores riscos para a perspectiva do País. "Além disso, na frente doméstica, o barulho

O aumento de gastos não poderá ser mais resolvido pela elevação da carga tributária, que já está em um nível elevadíssimo. Luiz Mello, OCDE político na eleição presidencial em outubro de 2006 poderá adicionar incerteza para a perspectiva (do Brasil)", disse, ao ressaltar que é aconselhável que as autoridades reforcem o compromisso com políticas econômicas sólidas. Mello explicou que a preocupação com o gerenciamento fiscal se concentra partir de 2007. "O aumento de gastos não poderá ser mais resolvido pela elevação da carga tributária, que já está em nível elevadíssimo", disse. "O País terá que adotar mais reformas para reduzir seus

gastos e liberar recursos para investimentos", completou. O estudo da OCDE observa também que o conjunto da política macroeconômica continua pendendo para a restrição monetária, apesar do sustentado declínio das taxas de juros. Retomada – `Para a organização, a recuperação econômica do Brasil decepcionou no ano passado, mas está agora ganhando fôlego, sustentada pelos gastos dos consumidores e as exportações. "O investimento está fadado a retornar", disse Mello. "A desinflação está em curso. Os indicadores de vulnerabilidade externa melhoraram muito e os balanços comercial e em conta corrente continuam a registrar superávits robustos." Segundo o organismo, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer 3,8% neste ano e 4% em 2007. A OCDE observou que o Banco Central continua acumulando reservas internacionais e o País tem reduzido sua dívida externa. "A exposição da dívida pública ao risco cambial foi eliminada, tornando o gerenciamento da dívida consideravelmente mais resistente à volatilidade nos preços dos ativos", disse. O estudo salienta, ainda, que os spreads da dívida externa brasileira atingiram neste ano o seu menor nível histórico, "o que é um sinal positivo para a recuperação do investimento privado". Mas lembra que a taxa de risco do Brasil é superior à média dos países emergentes. (AE)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

PETROBRAS FECHA ACORDO COM BANCOS NOS EUA

900

milhões de dólares é o valor da linha de crédito captada pela Petrobras.

GOVERNO DA VENEZUELA "CONVIDA" EMPRESÁRIOS BRASILEIROS PARA MISSÃO COMERCIAL À BOLÍVIA

CHÁVEZ PRESSIONA BRASILEIROS

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Ministério das Relações Exteriores orientou um grupo de companhias brasileiras a recusar o "convite" de compor uma missão empresarial à Bolívia. Elas foram pressionadas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Do ponto de vista do Itamaraty, a iniciativa de Chávez "extrapolou os limites", e essa contrariedade brasileira será claramente expressa a Caracas. Em reunião ocorrida no Itamaraty no início da semana passada, representantes da Odebrecht, Camargo Corrêa e Companhia Vale do Rio Doce, entre outras, pediram ao chanceler Celso Amorim uma orientação do Ministério sobre como deveriam atuar diante da pressão de Hugo Chávez. Amorim recebeu o relato desse "convite" com irritação e o considerou uma espécie de coerção, em especial às empreiteiras, que conduzem obras de infra-estrutura na Venezuela.

Lucas Lacaz Ruiz/AE

Ontem, uma fonte do gabinete de Amorim afirmou que este não é o momento adequado para a organização de uma missão comercial à Bolívia e que, quando fosse a ocasião adequada, esse evento deveria ser feito de forma conjunta com empresas de outros países da América do Sul. Interferência – O Itamaraty também considerou a atitude de Chávez como uma interferência nas ações de diplomacia comercial brasileira, o que deverá agravar a resposta do governo brasileiro a Caracas. Além disso, especialistas consideram que a iniciativa de "convocar" empresas brasileiras para um esforço na área de infraestrutura da Bolívia seria uma maneira de reforçar o apoio direto de Chávez ao governo Evo Morales e inflar sua pretensa liderança sul-americana. A rigor, a condução de missão empresarial brasileira por Chávez rechearia o pacote de ajuda à Bolívia, que será anun-

ciado por ele e por Evo Morales. O pacote deverá alcançar US$ 1 bilhão, englobando projetos de construção de estradas, a parceria com a Yacimientos Petrolíferos Fiscales de Bolívia (YPFB) no setor de mineração e até a industrialização da coca para a fabricação de produtos lícitos. Riscos – Em princípio, a pressão de Chávez sobre as empresas brasileiras as colocou em uma espécie de beco sem saída. Todas têm interesse claro em preservar seu acesso às licitações controladas pelo governo venezuelano. Duas delas, a Odebrecht e a Queiroz Galvão, fazem obras atualmente na Bolívia, mesmo com o risco jurídico e político desses projetos. A reação do Itamaraty indicou que todas poderão receber respaldo diplomático para não aceitarem o "convite". Mas as chances de perderem negócios na Venezuela são consideradas reais até mesmo por diplomatas brasileiros. (AE)

Situação "cômoda" com a Bolívia

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diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, disse ontem que a situação do Brasil "é muito cômoda" no processo de negociação com a Bolívia. "Em um eventual caso extremo, de a Bolívia fechar a torneira do gás, nós sobreviveríamos, mas a Bolívia, certamente, precisaria vender seu gás

para o Brasil", disse o diretor. Kelman explicou que, do ponto de vista da geração de energia elétrica, o Brasil não sofreria com uma eventual suspensão do fornecimento do gás boliviano. É que os reservatórios das usinas hidrelétricas estão cheios, e o abastecimento de energia no País não está dependendo dessas usinas, que utilizam gás natural.

No cenário extremo, o importante seria garantir, segundo o diretor da Aneel, que não haverá restrições ao abastecimento de gás em 2008, no caso de os reservatórios estarem mais baixos. Mas ele lembrou que a Petrobras já anunciou que, em 2008, poderá pôr à disposição uma produção adicional de 24,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia. (AE)

Canteiro de obras da Revap, em São José de Campos, que receberá o investimento captado pela estatal

Petrobras capta crédito estrangeiro

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Petrobras e um consórcio de bancos internacionais assinaram ontem, nos Estados Unidos, contratos para tornar viáveis investimentos de US$ 900 milhões para a construção de novas unidades na Refinaria Henrique Laje (Revap), da Petrobras. Quarta maior unidade de refino no Brasil, a Revap está localizada em São José dos Campos, a 90 quilômetros de São Paulo. O início das obras está previsto para o segundo trimestre de 2006, e as novas unidades devem entrar em operação no primeiro trimestre de 2009, dando continuidade à política adotada pela estatal de dirigir investimentos para ampliar e modernizar a capacidade de refino do petróleo nacional. Em nota, a Petrobras informou que a expectativa é de que o projeto gere cerca de 26 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de construção. "O objetivo do empreendimento será aumentar a quantidade de conversão de óleo combustível em derivados mais leves, ajustar o óleo diesel produzido às novas especificações nacionais, iniciar a comercialização de coque (produto sólido obtido a partir da quebra das moléculas do pe-

tróleo) pela refinaria e reduzir a emissão de poluentes", informou a empresa na nota. O principal financiador do empreendimento será o Japan Bank for Internacional Cooperation, responsável por 54% da linha de crédito concedida (US$ 486 milhões). Também participam do pool de financiamento um sindicato de bancos comerciais formado, entre outros, pelo Santander-Banespa, que entrará com US$ 378 milhões, o Bank of Tokio Mitsubishi e o Sumitomo; além de uma trading formada por companhias japonesas – que entrará com outros US$ 36 milhões. Participaram da solenidade de assinatura do contrato o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e os diretores Almir Guilherme Barbassa (Financeiro), Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços). Adiamento – A estatal brasileira informou também o adiamento de seus planos para uma troca de dívida e possíveis novas emissões, pois a turbulência nos mercados emergentes impulsionou os custos dos empréstimos. "O momento realmente não é apropriado para qualquer emissão global", disse o diretor financeiro da Petrobras, Almir Guilher-

me Barbassa. "Não tivemos a oportunidade de vir ao mercado mais cedo neste ano e agora temos de esperar uma redução dos spreads." A Petrobras possui cerca de US$ 6 bilhões em bônus globais emitidos e US$ 10 bilhões em caixa, disse Barbassa. A companhia, uma das maiores emissoras de dívida corporativa nos mercados emergentes, planeja uma troca de dívida de US$ 1 bilhão em papéis de curto prazo por títulos de longo prazo. "Essa operação também terá de esperar até que os investidores internacionais estejam mais dispostos a riscos", disse. "Uma ótima emissão para nós seria alcançar taxas em torno de 6,5% acima dos Tre a su r ie s (títulos do Tesouro dos Estados Unidos), e provavelmente isso não seria possível agora." As taxas do referencial de mercado EMBI+, do JP Morgan, chegaram a avançar mais de 40 pontos-básicos sobre os Treasuries desde que teve início a turbulência nos mercados emergentes em 11 de maio. A alta foi amenizada ontem, com o s prea d reduzindo 10 pontos, oferecendo rendimento de cerca de 2 pontos percentuais sobre os títulos comparáveis aos do Tesouro dos Estados Unidos. (Agências)

Brasil precisa do gás boliviano

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presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse ontem, em Nova York, que o esforço para atingir a auto-suficiência na produção de gás natural não significa que o Brasil vai abrir mão do gás fornecido pela Bolívia. "Temos demanda por gás em ritmo bastante elevado. A demanda atual está em 41 milhões de metros cúbicos ao dia, e a previsão é de que atinja 99 milhões de metros cúbicos/dia até 2010", afirmou. A Petrobras tem contrato com a Bolívia até 2019 para fornecimento de 30 milhões de metros cúbicos por dia. "Estamos falando é de aumentar a independência em relação ao gás da Bolívia, mas nós não estamos abrindo mão do fornecimento desses 30 milhões de

metros cúbicos importados." Gabrielli explicou que, se a Bolívia não fornecer o gás para o Brasil, não tem para onde escoá-lo. "Não tendo como produzir o gás, a Bolívia também não tem como refinar os combustíveis líquidos, que dependem do condensado, produzido junto com o gás. Portanto, a Bolívia se condena a uma paralisação se não tiver onde alocar o gás", disse, para depois acrescentar que "não há lógica racional para considerar a hipótese de a Bolívia suspender o fornecimento para o Brasil". Além de replicar para os investidores estrangeiros a apresentação sobre os lucros da empresa no primeiro trimestre, Gabrielli divulgou uma seção de fotos mostrando a Bolívia antes e depois da Petro-

bras, com imagens de instalações de uma unidade de refino. O executivo delineou um panorama, mostrando a modificação nas exportações da Bolívia após 1999, quando o Brasil se tornou o maior comprador de gás natural daquele país. Gabrielli citou a existência de uma equipe técnica que se reúne no país semanalmente. "A Petrobras faz a discussão técnica com a YPFB, e o governo faz a discussão diplomática", disse. Reconhecendo que as condições políticas afetam as questões técnicas, ele afirmou que "o presidente Lula está criando espaço para que a discussão técnica se desenvolva". Do ponto de vista operacional, ele disse que até agora "as coisas continuam como antes (da nacionalização)". (AE)

Produção no Texas pode dobrar

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Petrobras planeja dobrar a capacidade de sua refinaria em Pasadena, Texas (EUA), para 200 mil barris de petróleo por dia. O aumento da capacidade deve ocorrer em quatro a cinco anos, segundo afirmou o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, após apresentação a analistas em Nova York. A expectativa anterior, di-

vulgada em março, anunciava que a capacidade da refinaria seria elevada de 100 mil para 150 mil barris por dia. Compra – No início deste ano, a Petrobras concordou em comprar 50% de participação da Astra Oil Trading NV na refinaria Pasadena Refinery System, por cerca de US$ 370 milhões. A refinaria, conhecida também como Crown Refina-

ry, será operada em conjunto pela Petrobras e pela Astra. Ela está sendo reformada para atender novos padrões de poluição do ar para a gasolina nos EUA. A companhia afirmou que a refinaria poderá processar petróleo pesado e distribuí-lo, incluindo a produção da Petrobras no campo petrolífero de Marlim, na Bacia de Campos (RJ). (Reuters)


quarta-feira, 24 de maio de 2006

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Os idosos têm maior restrição orçamentária e mais tempo para pesquisar preços. Luiz Fávero, coordenador do Provar/FIA

TERMINAIS DE CARGA FUNCIONARÃO À NOITE

O RESULTADO DO MÊS DE ABRIL É 25,4% SUPERIOR AO REGISTRADO NO MESMO MÊS DO ANO PASSADO

DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA É DE R$ 2,6 BI Paulo Pampolim/Hype

Paulo Pampolim/Digna Imagem - 27/10/2005

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Custo da construção civil sobe 0,14%

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custo médio do metro quadrado de construção (CUB) no Brasil variou 0,14% em abril, acumulando alta de 0,9% no ano e de 4,43% nos últimos 12 meses. O índice é calculado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Em valores monetários, o CUB médio do País foi de R$ 840,75 por metro quadrado. Na composição relativa do CUB, a mão-de-obra teve alta de 0,24% e os materiais, 0,04%. Entre as regiões, o Nordeste registrou a maior elevação no custo global (+0,89%). (AE)

Scaringella: ações em sintonia com Plano Diretor

Carga: CET quer criar miniterminais Econ é um exemplo de supermercado que trabalha com produtos mais baratos, apreciados por idosos

Pesquisa decifra os idosos

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esquisa sobre o perfil do consumidor paulistano na terceira idade deixa um alerta especial para supermercados de pequeno e médio portes: na hora de planejar a operação, não basta levar em conta só a estratificação de renda do consumidor. É preciso considerar sua faixa etária, sob pena de se perder receita. Afinal, para o público da terceira idade, o atributo que mais pesa na definição do local de compra é a proximidade. O alerta é o principal destaque da pesquisa Perfil e Hábitos de Consumo na Terceira Idade, realizada pelo Programa de Administração do Varejo, da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA). O consumidor na terceira idade também é muito sensível a preço, o segundo atributo a definir o local das suas compras. A pesquisa mostra que 58% deles pesquisam preço en-

tre lojas, antes de comprar. "Na média da população, esse índice não passa de 40%", compara Luiz Paulo Lopes Fávero, coordenador de pesquisas e publicações do Provar. Além disso, 62% dos pesquisados comparam preço entre as marcas, antes de levar o produto. Fávero comenta que a sensibilidade ao preço é um comportamento universal da terceira idade. Daí o sucesso, entre esse público, de redes como a alemã Aldi, que trabalha 70% com marcas próprias, de preço até 50% mais baixo. "Semelhante ao que acontece aqui com o Econ e o Dia", compara. Só que, no Brasil, quando se pensa nesse formato de negócio, ainda leva-se muito em conta a população de baixa renda, ressalva o pesquisador. Infidelidade –A pesquisa do Provar aponta a necessidade de ampliar o leque de considerações. Seus números indicam que há dificuldades para se ga-

nhar a fidelidade dessa clientela. Respostas sobre o assunto mostram que 56% das pessoas de terceira idade não vêem vantagem em ser fiel a uma loja. "Eles têm maior restrição orçamentária, mais tempo para pesquisar e, com isso, ficam menos suscetíveis às compras por impulso", diz Fávero. A forma de pagamento, em 67% dos casos, é o dinheiro, outro inibidor das compras por impulso, que costumam representar incremento de 20% a 30% no ticket médio de um supermercado. Para reverter esse quadro desfavorável aos negócios, Fávero recomenda cuidados redobrados com o atendimento à terceira idade – embora o quesito atendimento só figure como o quinto item de peso para local de compra. "O atendimento personalizado para esses clientes deve ser valorizado", sugere Fávero. Fátima Lourenço

Emprego formal sobe 0,87%

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nível de emprego formal, ou seja, com carteira assinada, subiu 0,87% em abril, em relação a março. O resultado é considerado o segundo melhor para o mês de abril da série apurada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho. No total, foram gerados 229.803 novos postos de trabalho. O acumulado dos quatro primeiros meses do ano bateu o recorde para o período.

Factoring

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Previdência Social registrou déficit de R$ 2,609 bilhões em abril de 2006, divulgou ontem o Ministério da Previdência Social. O resultado é 25,4% maior do que o déficit registrado no mesmo mês do ano passado, quando atingiu R$ 2,08 bilhões. A arrecadação de abril foi de R$ 9,28 bilhões, enquanto as despesas totalizaram R$ 11,89 bilhões. No primeiro quadrimestre, a Previdência acumula déficit de R$ 12,549 bilhões, 13,1% a mais do que no mesmo período do ano passado. A arrecadação de janeiro a abril atingiu R$ 36,095 bilhões, enquanto as despesas somaram R$ 48,645 bilhões. O secretário da Previdência Social, Helmut Schwarzer, disse que a previsão de déficit para maio é de R$ 3,7 bilhões, em função do reajuste do salário mínimo e dos demais benefícios previdenciários a partir de 1º de abril. Com isso, segundo ele, as despesas com benefícios vão "para outro patamar". A observação do secretário foi feita em função de certa estabilidade que ocorreu no desempenho da Previdência em abril deste ano em relação a março. O déficit no mês passado foi apenas 0,2% maior do que o do mês anterior, enquanto a arrecadação e as despesas cresceram 0,8% e 0,6%, respectivamente. Schwarzer disse que a Previdência continua trabalhando com uma previsão de déficit para o ano de R$ 45,8 bilhões. No entanto, ele admitiu que é possível que o número chegue a R$ 43,2 bilhões, conforme está previsto no decreto de programação orçamentária do Ministério do Planejamento. Essa redução seria possível com o recenseamento dos beneficiários, que deve proporcionar economia entre R$ 900 milhões e R$ 1,3 bilhão, e as mudanças no Simples, que podem trazer um ganho de até R$ 2 bilhões no ano. (AE)

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

A pesquisa identificou crescimento do emprego em todos os setores de atividades, com destaque para a indústria e serviços. A indústria de transformação, como as de produtos alimentícios, metalúrgicos e têxteis, contribuiu com 78.481 postos, o segundo maior saldo de geração de empregos no setor. No mês anterior, haviam sido 25.062 postos, ou seja, em um mês houve aumento de 53.419 postos. O número se aproxima do melhor desempenho, verificado em abril

do ano passado, quando foram gerados 79.495 postos. Fatores sazonais – De acordo com o Ministério do Trabalho, a elevação é justificada por fatores sazonais relacionados ao agronegócio, aos efeitos positivos da balança comercial, à redução da taxa de juros e às medidas de incentivo à construção civil. "Este ano os juros estão colaborando para que a indústria de transformação retome o crescimento", disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. (Agências)

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Companhia de Engen h a r i a d e Tr á f e g o (CET) apresentou ontem projeto para melhorar a distribuição de carga dentro da região metropolitana. A idéia consiste na criação de miniterminais de carga em pontos estratégicos da cidade, que funcionariam em esquema de crossdocking – centro de movimentação rápida de produtos para expedição –, e seriam abastecidos durante a noite, quando o trânsito permite acesso fácil de grandes caminhões. As cargas que entrariam nos miniterminais seriam levadas ao longo do dia por veículos menores até os varejos próximos. A idéia, apresentada no 2º Seminário de Transporte Urbano de Carga, é embrionária. Prazos e custos ainda não foram mensurados pela CET, mas sua realização passaria necessariamente pelo estab e l e c i m e n t o d e P a rc e r i a s Público-Privadas (PPPs). "É fundamental a participação do setor privado, mas as esferas governamentais precisam contribuir para dar segurança durante as entregas das cargas, já que estamos falando em distribuição noturna", comen-

tou Nelson Maluf El Hage, especialista em trânsito e ex-presidente da CET. O esboço do projeto sugere que os miniterminais devam ter área útil em torno de 2 mil metros quadrados e sejam abastecidos das 20 horas até às 8 horas. Durante 24 horas, cargas embarcariam imediatamente dos terminais para veículos menores, que as distribuiriam a estabelecimentos comerciais da região. Mercadorias que não saíssem imediatamente dos terminais aguardariam no local, nos próprios baús ou semi-reboques que as trouxeram. Zona Azul – A proposta dos minicentros viria suprir a necessidade de regiões que não se adaptassem a um outro projeto da CET, que ainda continua no papel: o da Zona Azul Mista. Este daria prioridade ao estacionamento rotativo, em determinado horário, para veículos que transportam carga. Os dois projetos fazem parte de uma nova visão da CET que, segundo Roberto Scaringella, presidente da entidade, agrega as ações do órgão à formulação do novo Plano Diretor da cidade. Renato Carbonari Ibelli

Pão de Açúcar, exemplo de logística

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sistema de abastecimento do grupo Pão de Açúcar, na Grande São Paulo, foi apresentado como exemplo de sucesso logístico no 2º Seminário de Transporte Urbano de Carga. A rede de supermercados utiliza Centros de Distribuição (CD) de mercadorias e agenda as entregas em suas lojas, mecanismos que permitem que 315 mil toneladas de produtos sejam entregues mensalmente em 13,2 mil viagens. Segundo especialistas em transporte, trabalhar com CDs, além da redução de custos, diminui a circulação de caminhões e vans pelas ruas. Isso

porque, assim que os fornecedores entregam as mercadorias nos centros, elas são reorganizadas para que possam seguir em um único veículo menor a várias lojas da rede. A logística de distribuição de cargas do Pão de Açúcar também utiliza um sistema de agendamento de entregas, o que, segundo a rede, permite escapar de horários em que costumam ocorrer congestionamentos nas vizinhanças das lojas. Cada caminhão carrega consigo uma autorização com data e hora para descarga. A medida evita que ocorra concentração de veículos em um mesmo período. (RCI)


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Nacional Finanças Tr i b u t o s Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

600

CONTA DE LUZ PODERÁ FICAR MAIS BAIXA

é o número de pedidos para penhora online que chegam ao BC diariamente.

IRREGULARIDADES NA DCTF 97/98 LEVAM FISCO A CHAMAR CONTRIBUINTES PARA ACERTAR SITUAÇÃO

61 MIL NA MIRA DA RECEITA FEDERAL

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erca de 61 mil contribuintes paulistas receberão, neste ano, notificação da Receita Federal referente a irregularidades na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) 97/98. São renotificações de autos de infração enviadas, pela primeira vez, em 2001 e 2002 e que, segundo a Receita, não foram quitados nem contestados. Os contribuintes que não regularizarem a situação em até 30 dias, a contar do recebimento do aviso, serão inscritos na dívida ativa da União e, assim, não poderão obter a Certidão Negativa de Débitos (CND). "O problema é que há casos de contribuintes que sequer haviam sido notificados anteriormente, além daqueles que haviam impugnado (contestado) a primeira notificação, mas não obtiveram resposta do Fisco desde então", afirma José Constantino Bastos Júnior, assessor da presidência do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP). Essas notificações começaram a ser enviadas por correio, em abril, e instituem multa de 75% do valor devido, segundo Bastos Jr. Na Organização King de Contabilidade, existem dois tipos de situações: contribuintes que receberam comunicado de extinção do auto de infração e outros que não receberam a notificação em 2001/2002 e foram surpreendidos pela renotificação agora. "Nesses casos, vamos ter de entrar com uma

Pablo de Sousa/LUZ

defesa e alegar que o contribuinte não havia recebido a notificação anterior", diz Neusa Soares de Souza, encarregada do departamento contábil da King. "Como se trata da DCTF de 97/98 e a Receita tem cinco anos para avisar sobre irregularidades fiscais, quem não havia sido notificado antes pode alegar decadência do direito de cobrar", afirma Bastos Jr. Na Confirp Consultoria Contábil, também há contribuintes que não haviam sido comunicados antes. "O estranho é que estes contribuintes vinham obtendo a CND normalmente. A Receita Federal nunca contestou", diz Heloisa Harumi Motoki, gerente de serviços especiais. Mas, na maioria das vezes, os contribuintes erraram no preenchimento do Darf – documento que comprova a quitação do débito fiscal. O chefe de comunicação da Superintendência da Receita Federal da 8ª Região (São Paulo), Luís Monteiro, admite que o Fisco pode não ter encontrado registro de contestação anterior. "O contribuinte notificado pode quitar o débito pelo site www.receita.gov.br ou ir a um posto fiscal para impugnar novamente a notificação", explica. Mas Bastos Jr. avisa que o procedimento não é tão simples. "É um absurdo o contribuinte ser obrigado a voltar ao posto fiscal para levar o protocolo de impugnação, provando que já havia contestado a notificação antes", critica.

ONLINE Fenaseg pede mudanças no sistema

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Monteiro: contribuinte pode quitar débito pela internet Newton Santos/Digna Imagem

Laura Ignacio

Aneel quer reduzir taxa de fiscalização

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Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está elaborando uma proposta para reduzir em 25% o valor da Taxa de Fiscalização, cobrada de todos os consumidores de energia no País. Atualmente, a taxa representa 0,19% de uma conta de luz de R$ 100. Segundo o diretor-geral da agência, Jerson Kelman, a proposta prevê, ainda, que os 75% dos recursos arrecadados com a taxa não sejam contingenciados, mas destinados à Aneel. Em 2005, dos R$ 271 milhões arrecadados, somente R$ 130 milhões foram repassados à agência. "Hoje, recebemos menos do que o necessário, mas os consumidores pagam mais do que deveriam", afirmou Kelman, durante o seminário Setor Elé-

trico Brasileiro - Agenda 2020. A taxa é usada para bancar os gastos da Aneel com fiscalização e regulação do setor elétrico. Segundo dados da Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica (CBIEE), agora chamado Instituto Acende Brasil, 90% das receitas da agência vêm dessa taxa, e isso correspondeu a 0,24% das tarifas em 2003. O contingenciamento da taxa de fiscalização vem crescendo ano a ano desde 2001. Nesse ano, a receita da Aneel estava orçada em R$ 162 milhões e foram liberados R$ 161 milhões, um contingenciamento de menos de 1%. Em 2002, o orçado era de R$ 175 milhões, mas foram liberados R$ 112 milhões, ou seja, um contingenciamento de 36%. (AG)

PENHORA

Orcesi, da ACSP: sistema é tecnicamente imperfeito

Imposto alto, contribuinte feliz

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ara a nova Associação dos Pagadores Felizes de Impostos, os finlandeses não deveriam reclamar tanto de uma das mais altas taxas de impostos na Europa, mas focar nos serviços públicos que recebem. "Nós queremos criar discussões construtivas e positivas sobre os impostos", disse a vice-presidente do grupo, que tem 250 membros, Anna Tommola. (Reuters)

Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) enviou, na semana passada, ofício ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, criticando o sistema Bacen-Jud, conhecido como penhora online, que bloqueia valores referentes a débitos trabalhistas nas contas correntes das empresas. A entidade solicita aperfeiçoamento no sistema para evitar que sejam bloqueados valores superiores ao crédito executado. O sistema Bacen-Jud é uma ferramenta desenvolvida por convênio entre o BC e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e que está em funcionamento desde 2002. Ele permite ao juiz enviar ordem de penhora aos bancos pelo sistema eletrônico, agilizando o tempo entre a emissão da ordem judicial e o retorno da instituição bancária. Desde que entrou em vigor, entretanto, o sistema vem recebendo muitas críticas. Mudanças – A Fenaseg ainda não recebeu resposta do BC. Mas o chefe do Departamento de Supervisão Indireta e Gestão da Informação do Banco Central (Desig), Cornélio Faria Pimentel, informou, ontem, que mudanças no sistema dependem do Poder Judiciário. "Para evitar distorções, é necessária uma lei obrigando os juízes a solicitarem o desbloqueio das contas somente por meio eletrônico", disse. Uma das principais queixas envolvendo a penhora online é o bloqueio de valores em todas as contas correntes do devedor para garantir o pagamento das dívidas trabalhistas. Se um empregador é condenado a pagar, por exemplo, R$ 10 mil e possui cinco contas, esse valor será bloqueado em cada uma delas. Para reduzir o problema, em 2003 o TST instituiu uma norma determinando que as empresas devedoras cadas-

trem uma conta para o bloqueio o que, segundo Pimentel, não vem ocorrendo. No ofício, o presidente da Fenaseg, João Elísio Ferraz de Campos, reclama dos excessos no que diz respeito à importância que efetivamente deve ser bloqueada. "Enquanto permanecem os múltiplos bloqueios, ficam os executados impossibilitados de cumprir compromissos, prejudicando outros credores, além de sacrificar a própria atuação ou operações do dia-a-dia da empresa." Segundo o ofício, o executado tenta desbloquear o excedente, mas o processo torna-se demorado não só em razão da própria lentidão judicial, mas também pela imprecisão ou atraso das informações entregues pelos bancos fornecedores das contas bloqueadas. Demora – Em média, as empresas ficam dois meses com as contas bloqueadas, mas há casos de demora de quase dois anos sem poder movimentálas. Para Pimentel, outro complicador é o fato de muitos juízes usarem, ainda, ofício em papel para pedir o bloqueio ou desbloqueio. De acordo com ele, são quase 600 determinações judiciais feitas dessa forma por dia. Em março, foram enviados 148 mil, sendo 15 mil em papel. "Até chegarem ao BC, os ofícios demoram pelo menos um mês. Muitos juízes têm o sistema eletrônico, mas preferem não usá-lo. Algumas varas nem são informatizadas", afirmou Pimentel. Na opinião do diretor do Instituto Jurídico da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Carlos Celso Orcesi da Costa, embora seja justo fazer com que os maus devedores paguem suas dívidas trabalhistas, o sistema de penhora online é tecnicamente imperfeito. "É uma violência alguém invadir sua conta corrente e bloquear valores acima do devido." Adriana David


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15,68

por cento é a taxa de juros para contratos de depósito interfinanceiro de junho de 2006, segundo a Bolsa de Meradorias e Futuros (BM&F).

23/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 19/05/2006 19/05/2006 19/05/2006 19/05/2006 19/05/2006

P.L. do Fundo 5.221.809,71 1.267.640,69 5.500.808,00 2.520.177,11 949.333,14

Valor da Cota Subordinada 1.072,469467 1.018,831284 1.058,197913 1.026,336329 989,938673

% rent.-mês 2,0839 1,4214 2,2533 1,2144 1,9743

% ano 9,7750 1,8831 5,8198 2,6336 -1,0061

Valor da Cota Sênior 0 1.033,153117 1.041,205420 0 0

% rent. - mês 0,8206 0,8940 -

% ano 3,3153 4,1205 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

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COMÉRCIO


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

PARA ESTE PESSOAL, MODERNIDADE NÃO FAZ FALTA

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quarta-feira, 24 de maio de 2006

A caneta traduz meus pensamentos para o papel. Dircêo Torrecillas Ramos, advogado

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Os fãs das boas e velhas máquinas Máquina fotográfica digital? Palmtop? Computador? Não, obrigado, dizem eles.

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á dez anos não era assim. Hoje, pela tela do computador, internautas se conhecem, se vêem, namoram, brigam, negociam, compram. Pelo celular, é possível conversar com alguém em qualquer parte do mundo – na maioria das vezes, porque nada é perfeito. Mulheres nuas se livram das imperfeições nas páginas das revistas. A tecnologia está "impregnada" no dia-a-dia da população, a ponto de as pessoas pensarem: "Como era possível viver sem tudo isso?" Mas há quem tenha acesso a todas as modernidades e abra mão delas. Alguns, porque não se adaptaram; outros, por charme ou opção. Os proprietários da Imagens do Brasil, Renato Soares e Lucíola Zvarick, empresa que desenvolve projetos em fotografia e fornece material para as principais editoras do Brasil, têm máquinas fotográficas digitais, mas preferem as analógicas. O custo chega a ser 70% maior, mas Renato garante que vale a pena. "O equipamento analógico me faz pensar mais na hora de fazer a foto. A criatividade e a técnica andam juntas", diz Renato. Segundo ele, uma foto "no papel" dura mais de 100 anos. Lucíola diz que a empresa tem mais de 70 mil cromos. "A qualidade é superior. Acho que até as cores são mais reais." Mas ela não abriu mão totalmente da "modernidade": todas as imagens foram digitali-

zadas, para que os clientes tenham acesso a elas. Já o advogado especialista em Direito Constitucional e penal Dircêo Torrecillas Ramos não quer nem ouvir falar em computador. Depois de ter perdido textos e não ter recebido mensagens importantes pela internet, voltou a utilizar a caneta, o papel e a boa e velha máquina de escrever. "A caneta traduz meus pensamentos para o papel. Escrevo artigos e livros à mão. Minha secretária digita no computador. Cansei de ver o equipamento 'travado' ", desabafa. "Vivo muito bem sem o computador." Máquina de calcular Há 15 anos, o comerciante Cláudio Ferreira é dono de um pequeno mercado no centro da cidade. Ali, ele ainda marca os preços das mercadorias com etiquetas ou anúncios de promoções. E, na hora da venda, digita o preço de cada produto na antiga máquina de calcular que mantém no caixa. "Prefiro do jeito que está, pois mesmo sem automatizar a loja, consigo manter o controle", diz. Já a jornalista e empresária Efigênia Menna Barreto, mesmo com tantos palmtops sendo lançados todos os dias, não desgruda da coleção de agendas – de compromissos e de telefones. "Tenho memória fotográfica. Sei em qual agenda anotei um endereço, e de qual ano. Não perco nada", garante. Ela já teve agenda eletrônica – e perdeu todos os dados duas vezes. "Diante disso, fiz uma

O advogado Torrecillas prefere escrever artigos e até livros à mão.

impressão dos meus dados. Os aparelhos ficam guardados. Só manuseio os papéis no meu dia-a-dia", confessa. Nova realidade Aprender a viver com novas tecnologias faz parte da vida e das gerações do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony. Primeiro foi o pai dele, também jornalista, que fazia as matérias à mão e teve de se acostumar à máquina de escrever. "Meu pai só sabia pensar com a caneta ou com o lápis." Depois foi a vez do próprio Cony. "Há mais de 30 anos, quando comecei no jornalismo, usava a máquina de escrever. Um dia estava sentado em minha sala e vi chegar um computador. Já estava aposentado como jornalista. E tive que aprender a mexer no equipamento, contando com a ajuda de amigos", lembra Cony, rindo. "Hoje tenho dois computadores de mesa e quatro notebooks– não saberia mais escrever à máquina. Não uso internet, não participo de bate-papos. Mas meus livros e artigos são feitos no computador. Os textos ficam limpos. Não preciso mais fazer uma operação plástica de cortar e colar papel quando faço modificações. Já superei as dificuldades", garante. Do passado, Cony guarda apenas uma máquina de escrever Remington semiportátil. "Trata-se de uma questão afetiva. É como se fosse uma flor ou uma foto antiga no meio de um livro. Não me desfaço dela."

Dircêo Torrecillas Ramos está cansado de ver o computador 'travar' e diz que já perdeu textos. Luiz Prado/LUZ

Neide Martingo Luiz Prado/LUZ

Lucíola, da Imagens do Brasil... Luiz Prado/LUZ

... "O bom é máquina analógica."

Para Lucíola Zvarick, além da qualidade ser superior, as cores da máquina analógica são "mais reais".


Ano 81 - Nº 22.133

São Paulo, quarta-feira 24 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h35

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Como Dantas escapou da prisão Joedson Alves/AE

Simples: foi jantar com o ministro da Justiça Página 3

Eram 110 mortos. Agora são 79. A conta exclui 31 civis, mortos na guerra diária da Polícia Página 9

Leão no rastro de 61 mil contribuintes Fisco cerca declarações de 97/98. Quer acerto de contas Economia/ 6

Chantagem de Chávez contra o Brasil O compañero "convida" empreiteiras do Brasil para negócios na Bolívia. Itamaraty diz "não". Página 6 Ricardo Stuckert/PR

O trem eleitoral de Lula Lula embarcou ontem no comício mais explícito da campanha para a reeleição que diz não estar fazendo, ao visitar trecho da Ferrovia Norte-Sul. Comparouse de novo a JK e falou de "político que não gosta de pobre". Os habitantes de Aguiarnópolis, no Tocantins, ganharam ônibus e comida grátis. Com direito a Sarney elogiando Lula. Página 5

On-road na contramão

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 18º C. Mínima 12º C.

AMANHÃ

Luiz Prado/LUZ

Nublado Máxima 19º C. Mínima 12º C.

Enquanto outras montadoras investem no off-road, a Citröen aposta no urbano C3 XTR, um valente.


terça-feira, 23 de maio de 2006

Transpor te Ciência Administração Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BALANÇO MOSTRA TRABALHO DOS VEREADORES

Para mais informações sobre a Câmara Municipal de São Paulo, clique www.deolhonacamara.org.br

Marcos Fernandes/Luz - 17/06/2005

TRABALHO INCENTIVA PARTICIPAÇÃO POPULAR Reprodução

D

Gilberto de Palma, do Ágora: incentivo à participação popular

VOTAÇÕES MARCAÇÃO HOMEM A HOMEM

E

m 2005, as votações cluía as garagens da metragem dos oito principais das obras tiveram apenas um projetos de lei aprova- voto contra cada, vindos, resdos pela Câmara fo- pectivamente, dos vereadores ram acompanhadas de perto, Marcos Zerbini e Tião Farias. O balanço traz ainda outra lisvoto a voto, pelo Instituto Ágora. Escolhidos por sua ordem de ta que mostra a porcentagem de importância, os textos já foram Projetos de Política Pública sancionados e transformados (PPP) e Projetos de Baixo Impacto (PBI) apresentados por em lei pelo Executivo. No balanço da entidade, além cada parlamentar no ano. Com ele em mãos, é possíde uma tabela com os votos de todos os vereadores, há um re- vel analisar o trabalho de casumo do conteúdo de cada pro- da vereador. Por exemplo, jeto. São eles: o aumento da con- nove parlamentares aparetribuição previdenciária de ser- cem entre os 15 primeiros covidores municipais, a facilita- locados nas duas modalidaç ã o n a c o m p r a e Marcos Fernandes/Luz - 04/05 des, PPP e PBI, e, portanto, foram os venda de bens muque mais apresennicipais, a alteração taram propostas da forma de recolhiem 2005, fossem mento do ISS, a exelas de política púclusão das garagens blica ou de baixo da metragem das impacto. São eles: obras, a criação do Átila Russomano, Cadastro Informatio primeiro colocavo Municipal (CaSoninha do entre os PPPs, din), do programa apresentando de incentivos seleti- Paulo Pampolin/Hype - 12/03 4,1% do total de vos para a região da novas sugestões, Nova Luz e do ConWa d i h M u t r a n , selho Municipal de Claudete Alves, Tributos, além do orAntonio Goulart, çamento de 2005. F a rh a t , Wi l l i a m Do total de 55 veWoo, Aurélio Noreadores, 18 deles, o mura, Agnaldo Tiequivalente a 32%, móteo e Carlos estiveram presentes Wadih Mutran Giannazi. em todas as votações J o r g e Ta d e u , analisadas. E apenas Marcos Fernandes/Luz - 04/05 Aurélio Miguel, os vereadores Abou Adilson Amadeu, Anni e Beto CustóPaulo Fiorilo, Sodio comparecem a ninha e a Bispa Lemenos da metade nice completam a das votações, estanlista dos 15 primeid o p re s e n t e s e m ros colocados enapenas três. tre os que mais A votação que reapresentaram texgistrou maior númeAgnaldo Timóteo tos de política púro de presentes (53) blica. foi a que aumentou a Do outro lado, Ushitaro Kacontribuição previdenciária da Prefeitura – apenas Átila Russo- mia (com 2,4% do total de mano e Roberto Trípoli, que pre- PBIs), Antonio Carlos Rodriside a Casa, deixaram de votar. gues (1,9%), Toninho Paiva Já a ocasião que teve menos par- ( 1 , 8 % ) , A d o l f o Q u i n t a s lamentares presentes foi a que (1,3%) e Paulo Frange (1,0%) aprovou a criação do Cadin, são os cinco primeiros na lista quando 37 vereadores registra- d o s v e re a d o re s q u e m a i s ram seus votos e 31 votaram a apresentaram sugestões de baixo impacto. O vereador favor da medida. Três projetos de lei receberam Claudinho completa a lista aprovação unânime: o que alte- dos 15 à frente dos PBIs. Por fim, o estudo apresenta rou o recolhimento do ISS, com 46 presentes, e os que criaram o fichas individuais de cada programa de incentivos para a um dos 55 vereadores, com Nova Luz, com 39 vereadores, e dados como projetos apreo Conselho Municipal de Tribu- sentados no ano, para quais políticas públicas mais sugetos, com 43. Pela tabela, é possível saber riu novas leis, qual a presença que a votação da proposta que em votações importantes e facilitava a compra e venda de qual sua posição no ranking bens municipais e a da que ex- de PPPs e PBIs. (CC)

ividido em duas partes, o Balanço Anual do Legislativo Municipal 2005, Um Olhar da Sociedade Civil (o terceiro lançado pelo Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia), traça um panorama geral do que foi realizado na Câmara Municipal de São Paulo em 2005. Além disso, traz informações gerais a respeito da história e do funcionamento da Casa, para que os eleitores possam entender qual é o papel dos parlamentares do Legislativo Municipal e quais são todos os passos necessários para a aprovação de uma nova lei. Na primeira parte do trabalho, com detalhes, diagramas, tabelas e gráficos, o balanço do Ágora explica como a Câmara Municipal de São Paulo funciona, qual a sua estrutura, como é feita a votação e a aprovação de projetos, o que são e para que servem as Comissões Permanentes e Extraordinárias de vereadores, a Mesa Diretora, a Plenária e as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Papel do vereador – Detalha também qual o papel do vereador (que vai muito além da sugestão de textos para novas leis), quais os tipos de projetos existentes, seu fluxograma até ser aprovado e quem pode apresentar novos textos e fiscalizar a Casa. Essas duas últimas funções (apresentar projetos e fiscalizar o trabalho dos parlamentares) são destacadas e incentivadas no texto do Instituto Ágora, já que, apesar da maior parte da população não saber, qualquer pessoa pode sugerir novas normas e fiscalizar o trabalho dos vereadores. O diretor da instituição, Gilberto de Palma, acredita que essa é uma função muito importante da sociedade e, por isso, a incentiva. O balanço explica como isso pode ser feito e dá um direcionamento aos interessados em participar da vida legislativa da cidade, mas que não sabem por onde começar.

Fac-símile da capa do trabalho que está sendo lançado hoje pelo Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia. Este é o terceiro levantamento realizado pela entidade e contempla as doações feitas para as campanhas eleitorais dos vereadores.

"Dar sugestões de novas leis e acompanhar o processo legislativo é tão ou mais importante do que participar do processo eleitoral. Nós escolhemos nosso time de governantes e depois reclamamos da atuação parlamentar sem acompanhá-la e sem fiscalizá-la. Somos co-responsáveis por todos os cargos políticos", afirma Palma. Ouvidoria – Uma das formas de a população participar do processo legislativo da cidade é, por exemplo, apresentar sugestões de projetos de lei à Comissão de Legislação Participativa (CLP). Composta por sete vereadores, a comissão vai analisar o texto e decidirá se ele tem condições de ser transformado em uma nova norma. Em caso positivo, a proposta será encaminhada à comissão competente. Para facilitar esse trabalho, o Instituto Ágora criou a Ouvidoria do Eleitor, que recebe as sugestões dos eleitores e as encaminha para a comissão pertinente ou para o vereador da preferência de cidadão que fez a proposta. Em 2005, foram encaminhados 23 projetos à Comissão de Legislação Participativa, sendo 21 da Ouvidoria do Eleitor, elaboradas a partir de sugestões da população. Nenhum texto, entretanto, foi

transformado em projeto de lei. No balanço, a instituição faz uma crítica à CLP, que foi criada tarde – em junho – e, apesar de receber uma média de quatro propostas por mês, não deu continuidade a nenhuma delas. Presença – Na segunda parte, o balanço do Instituto Ágora expõe o trabalho realizado pelos vereadores em 2005, especialmente no que se refere à apresentação de projetos de lei e à presença em plenário. Na introdução do trabalho que está sendo lançado hoje, Palma afirma que não é possível qualificar a atuação de um vereador apenas com esses dados em mãos. De qualquer forma, eles servem de base para a elaboração desse tipo de análise. Por isso mesmo, a partir do próximo balanço, a entidade vai ampliar sua vigilância sobre os parlamentares, acompanhando também sua participação nas comissões permanentes e a fiscalização que exercem para saber se o Orçamento municipal está sendo bem aplicado. "É função dos vereadores saber se os recursos do Orçamento estão sendo direcionados para onde foram originalmente destinados. Mas os parlamentares não costumam exercer essa fiscalização. Então, vamos acompa-

nhar a execução do Orçamento de perto e fiscalizar o Legislativo e o Executivo de uma só vez", explicou o diretor. O ideal, acredita Palma, seria também acompanhar as atividades dos vereadores fora do ambiente parlamentar, nas segundas e nas sextas-feiras (os vereadores precisam comparecer à Câmara Municipal de terça a quinta-feira). "Teoricamente, nesses dois dias, eles deveriam comparecer a seus redutos eleitorais para saber quais as necessidades da população e o que pode ser feito para melhorar as condições da região. Mas eles não fazem isso. Gostaríamos de acompanhar inclusive essa atividade", disse Palma, sugerindo que a própria população contribua nessa fiscalização. Evolução – Apesar da expectativa de ampliação para o ano que vem, este ano o balanço do Ágora já foi bem maior e mais detalhado do que os dois primeiros. Há, por exemplo, um resumo dos sete principais projetos aprovados pela Câmara e sancionados pelo Executivo, com uma análise detalhada e individual da presença de todos os vereadores na votação de projetos e de como votou cada um. O estudo mostra também qual a origem dos textos apresentados – se foi sugestão dos vereadores ou da Prefeitura –, qual a porcentagem de Projetos de Política Pública (PPP) e de Baixo Impacto (PBI) apresentados e aprovados no ano e quais as áreas de política pública contempladas. Na parte final do trabalho, a ficha individual de cada vereador, com dados pessoais, atuação parlamentar e nome de seus colaboradores na campanha eleitoral, com os respectivos valores doados. (CC)

2006 DEVAGAR, QUASE PARANDO Com a Copa do Mundo, o recesso de julho e as eleições, a tendência é de um 2006 ainda mais lento

O

andamento dos trabalhos na Câmara, que já é considerado lento, pode ficar ainda pior. Com a Copa do Mundo chegando, seguida do recesso parlamentar de julho e das eleições de outubro, a probabilidade de a produção da Casa em 2006 ser uma das menores dos últimos anos é muito grande. Por enquanto, de acordo com o acompanhamento do Instituto Ágora, foram 69 projetos aprovados, sendo 61 dos parlamentares e o restante do Executivo. Em 2005, até esta mesma época haviam sido aprovados cinco textos a mais. Os números são considerados baixos pelo diretor da entidade, Gilberto de Palma. Com relação aos projetos apresentados, foram 394 em 2005 contra 344 neste ano, sendo que no ano passado, como é ressaltado pelo Ágora em seu Balanço Anual, houve a troca do prefeito e a renovação de 45% do quadro da Câmara.

Ou seja, a baixa quantidade de projetos no primeiro semestre já era esperada. Além disso, enquanto neste ano 66% do total são Projetos de Política Pública, no ano passado essa porcentagem era de 88%, incluindo as sugestões da Prefeitura e dos parlamentares. Apostas – Ninguém aposta que os projetos apresentados vão chegar perto de mil, como em 2005, e tampouco que serão aprovados 315 textos. Isso porque, as atividades da Câmara serão praticamente paralisadas em menos de um mês, por causa da Copa, que antecede o recesso. No segundo semestre, os parlamentares que não são candidatos têm mais dois meses para trabalhar até que as atividades sejam novamente quase paralisadas pela eleição. Para o lugar dos candidatos virão suplentes que pouco tempo terão para fazer alguma coisa. Onze vereadores devem sair candidatos: Francisco Chagas, Soninha e Zelão (do

PT); Marcos Zerbini, Ricardo Montoro, Carlos Alberto Bezerra Júnior, William Woo e José Aníbal (do PSDB); Jorge Tadeu (PFL), Paulo Frange (PTB) e Carlos Apolinário (PDT). Depois das eleições, em novembro, todas as discussões vão se concentrar em torno do Orçamento de 2007. Ou seja: pouco deve trabalhar este ano o Legislativo paulistano – e muitos outros do País. Foco – O líder do PT na Câmara, Arselino Tatto, acredita que é um processo natural que acontece de quatro em quatro anos, quando as eleições e a Copa acontecem juntas. "Não são apresentados projetos muito importantes e a Câmara sai do foco das notícias", disse. Para tentar minimizar o problema, o vereador Celso Jatene (PTB) tentou este ano, pela quarta vez, colocar em votação um projeto que acaba com as férias de julho. Segundo a proposta, o ano dos parlamentares iria de 1º de fevereiro a 15 de dezembro, com recesso em

janeiro. Na justificativa do texto, Jatene comenta que "não há necessidade de uma Casa Legislativa entrar em recesso duas vezes por ano, já que todos os trabalhadores dos diversos segmentos da economia só têm um mês de descanso, como determina a legislação". No Congresso Nacional, há o argumento de que deputados e senadores precisam do recesso no meio do ano para regressar a seus redutos eleitorais. Mesma justificativa usada por deputados estaduais. Mas o motivo não se aplica aos vereadores, que passam o ano próximos a seus redutos. Tatto aprova a proposta e defende que 30 dias de recesso são suficientes, mas ressalta que dificilmente a mudança será realizada neste ano, já que não há mais tempo hábil. "Ficaremos na torcida para que em quatro anos tenhamos conseguido acabar com o recesso de julho e o ano dos vereadores não seja tão curto." (CC)


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Te r r o r Ambiente Administração Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

Presidente da Câmara, Roberto Trípoli, disse que houve engano. Que as obras serão em setores administrativos.

HAVERÁ TROCA DE LUMINÁRIAS E DA FIAÇÃO ELÉTRICA

Luiz Prado/Luz - 03/02/2005

Ó RBITA

JAPONESES ASSALTADOS ois estudantes universitários japoneses passaram momentos de terror na noite de domingo. Eles estavam em um táxi, com um amigo americano, quando o carro foi interceptado na Linha Vermelha, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O taxista e o americano foram obrigados a saltar pelos quatro bandidos, que estavam em um Audi. O casal foi levado e liberado dez minutos depois em um posto de gasolina do Caju. Os turistas japoneses tiveram roubados cartões de crédito, dólares, malas com roupa, jóias, máquinas fotográficas e um computador portátil. Os três

D

O valor total das reformas foi orçado em R$ 100.142, 54. Entre as mudanças planejadas, uma beneficiará a GCM, que terá um espaço próprio.

estudantes tinham acabado de desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim e vieram ao Rio para terminar um projeto acadêmico. Eles já tinham ido também ao Chile. O caso será investigado pela Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), onde os estudantes registraram a ocorrência (foto). A Linha Vermelha, onde ocorreu o assalto, é a principal via de acesso do aeroporto à zona sul do Rio. Esse é o caminho mais comum, mas também é considerado o pior para os turistas, por causa dos assaltos constantes. A PM informou que possui motos e carros para o patrulhamento da área. (Agências)

Gustavo Stephan/AOG

CÂMARA ENTRARÁ EM OBRAS Segundo publicação no D.O., reformas incluem gabinetes de vereadores. Presidente da Casa nega. Paulo Pampolin/Hype - 04/04/2004

Marcos Fernandes/Luz - 05/04/2005

Ivan Ventura

O

s gabinetes de alguns dos 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo deverão passar por pequenas reformas em breve. A obra será realizada pela Construtora Chervemco, vencedora do pregão promovido pela Casa. A empresa ficará responsável, por exemplo, pela troca de luminárias e também da fiação elétrica, além de outras pequenas mudanças nos gabinetes e secretarias. As obras nem começaram, mas o assunto já começa a causa polêmica nos corredores da Câmara. O início das discussões foi a publicação do nome da empresa no Diário Oficial do Município, na sexta-feira passada. A Chervemco venceu o chamado pregão invertido, justamente por apresentar um preço menor do que as construtoras concorrentes. O valor total das reformas foi orçado em R$ 100.142, 54. Engano – Ontem, porém, apareceram as contradições. O texto publicado afirma que são obras "nos gabinetes e secretarias" da Câmara Municipal . O presidente da Casa, o vereador Roberto Trípoli (sem partido), disse que houve um engano na publicação e prometeu desfazer o erro. Segundo ele, deveria aparecer no D.O. apenas obras e reformas em setores administrativos da Casa.

CÂMERAS

GREVE

omeça a ser montada nos próximos dias a central de controle da rede de câmeras instaladas no Centro de São Paulo. Composta por monitores e computadores, o local vai funcionar na sede da Guarda Civil Metropolitana (GCM). A instalação gradual das câmeras, em pontos como o vale do Anhangabaú e praças da Bandeira, República e Sé, deve ser concluída até o fim de julho. Eram previstos 38 pontos, mas o número de câmeras será aumentado para 51, segundo a GCM. (AE)

Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo anunciou uma greve da categoria a partir de hoje. São 20.400 agentes em São Paulo e serão mantidos apenas os serviços essenciais. A categoria tem uma série de reivindicações. Uma delas é segurança no trabalho. Outra é a substituição do secretário de Assuntos Penitenciários, Nagashi Furukawa. Para os serviços essenciais, 30% dos agentes manterão a rotina nos presídios do estado. (AE).

C Gianazzi (esq.) não quer obra desnecessária em seu gabinete. Trípoli (acima) afirmou que a reforma será apenas em setores administrativos.

"Serão apenas nos setores administrativos da Câmara. Não tem obra em gabinete de vereador", afirmou. No entanto, pessoas que participaram da licitação para a escolha empresa afirmaram que as obras irão acontecer nos gabinetes e também nas secretarias e em outros setores da Casa. Outra contradição é que a Chervemco irá realizar as obras com base na planta desenvolvida por arquitetos da própria Câmara. Não estão incluídas na planta a ampliação ou diminuição de gabinetes. Gasto – Ao ser perguntado sobre as mudanças nos gabinetes dos vereadores, o líder do PSOL na Câmara, o vereador Carlos Gianazzi, disse que é um gasto desnecessário do Legislativo Municipal. "O meu

gabinete já está organizado e bem distribuído. Pessoalmente, eu acho que é desnecessária esse tipo de reforma. Não haverá diferença no trabalho de um parlamentar da cidade". Gianazzi, no entanto, valorizou o investimento de Trípoli na área de informática da Câmara. "Ele comprou novos computadores e outros equipamentos de informática. Isso ajuda, e muito, no trabalho do parlamentar". GCM - Entre algumas das mudanças planejadas para a Câmara, uma delas irá beneficiar a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que passará a ter um posto policial próprio. Atualmente não há um espaço destinado à guarda. "A GCM terá uma área somente para os guardas-municipais, seme-

lhante ao que a PM já possui hoje na Casa", disse Trípoli. Outra possível mudança será a extinção de um dos dois almoxarifados. "Com isso a Câmara Municipal ganhará uma outra sala para algum setor administrativo", afirmou. Hoje, os 55 gabinetes destinados aos vereadores têm os mais variados tamanhos, disposições e decoração. O maior é justamente o do presidente da Câmara, o vereador Roberto Trípoli. A decoração de cada gabinete fica a critério dos próprios vereadores. "Gosto do meu gabinete. Nada justifica esse tipo de gasto, que é desnecessário", disse Gianazzi.

O

ACIDENTE NO MAR ombeiros de Angra dos Reis resgataram ontem o corpo da empregada doméstica Giovana Aparecida dos Santos Moreira, de 29 anos, lançada ao mar, à 1h de domingo, quando a traineira Pena Mar, onde estava, foi atingida pela lancha September V, do empresário Eduardo Plass. Morreu também no acidente Gerson Paula da Silva, de 23 anos, que trabalhava na

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traineira. Duas pessoas ficaram gravemente feridas e estão hospitalizadas. Na September V, além de Plass, estavam três mulheres e o marinheiro Alex Sandro de Oliveira Ricardo. Plass pilotava a lancha. O inquérito foi instaurado na 166 ª DP e o delegado Francisco Lopes vai ouvir as testemunhas até quarta para apurar os crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa. (AE)


terça-feira, 23 de maio de 2006

Compor tamento Administração Te r r o r Transpor te

DIÁRIO DO COMÉRCIO

ALÉM DOS SUSPEITOS, PERDERAM A VIDA 42 POLICIAIS

9 O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, proibiu o depoimento de Marcola nas dependências da Casa.

Daniel Pera/AOG

MP QUER A LISTA DOS MORTOS As Polícias Civil e Militar têm 72 horas para apresentar a identidade dos suspeitos mortos, que chegam a 109. Os Boletins de Ocorrência também deverão ser entregues.

O Ministério Público do Estado de São Paulo deu ontem um prazo de 72 horas para que as polícias Civil e Militar encaminhem a lista com os nomes e os boletins de ocorrência referentes aos 109 mortos em confronto com a polícia nos ataques e tumultos da semana passada. O pedido, feito pelo Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial, é destinado a apurar possíveis abusos de poder cometidos por policiais civis e militares durante a repressão à violência desencadeada por criminosos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Pelo prazo do MP, em três dias, o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo, e comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, devem enviar cópias dos Boletins de Ocorrência lavrados sobre as 109 mortes dos supostos suspeitos, assim como a lista integral com os nomes dos mortos. A polícia tem ainda cinco dias para enviar cópias das portarias de instauração de inquérito sobre as ocorrências. O diretor do Instituto Médico Legal (IML) também deverá disponibilizar cópias de todos os laudos periciais relativos às mortes violentas ocorridas entre os dias 13 e 19 de maio, em u m p r a z o m á x i m o de cinco dias. Onda – Desde o início da onda de violência atribuída ao PCC, a polícia de São Paulo matou mais pessoas que no último trimestre de 2005. Desde o dia 12, 109 pessoas foram mortas por policiais. Nos últimos três meses de 2005, o número ficou em 65 mortos. A média diária de homicídios praticados pela polícia depois dos ataques do PCC é 21 vezes maior do que a média de todo o o ano passado. Até o início da manhã de ontem, não havia sido divulgado o nome de nenhuma vítima. Entidades de direitos humanos acreditam que houve execução e morte de inocentes. A hipótese já foi admitida até pelo governador Claudio Lem-

bo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, todas as mortes serão investigadas e as vítimas serão identificadas após o término do inquérito. Além dos 109 suspeitos mortos, perderam a vida 42 policiais e 17 presos rebelados. Foram contabilizados 299 ataques, incluindo incêndios a ônibus. Representantes de Ongs de defesa dos direitos humanos propuseram ao procuradorgeral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, que uma comissão com membros da sociedade civil acompanhe as investigações sobre a morte dos suspeitos. "Temos informações de que há inocentes entre os mortos. O próprio governo já reconheceu essa possibilidade", afirmou nesta segunda o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves. Marcola – O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), informou ontem que proibiu o líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, de prestar depoimento nas dependência da Casa. A determinação já foi repassada ao presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFLCE), autor do requerimento. Aldo justificou que a presença do criminoso na Câmara poderia colocar em risco a segurança dos deputados, dos servidores e dos que visitam a Casa. "A CPI pode colher o depoimento de pessoas envolvidas com o crime organizado, mas esses depoimentos não serão tomados na Câmara. Não é apropriado que esse tipo de depoimento seja tomado aqui", disse. O presidente da Câmara negou que o PCC tenha ameaçado colocar uma bomba no Congresso em retaliação ao depoimento de Marcola. A informação foi divulgada no jornal Correio Braziliense. "Não houve qualquer tipo de ameaça", disse. Ele reconheceu, no entanto, que providências foram tomadas para melhorar a segurança na Câmara depois do ocorrido em São Paulo, mas observou que não há relação com ameaças do PCC. (Agências)

Ó RBITA

BELO

MORTE

cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, evitou dar entrevistas no seu primeiro dia de trabalho, ontem, numa produtora de vídeo na Urca, no Rio. Ele temia que a exposição pudesse ser mal interpretada pela Vara de Execuções Penais e levasse à suspensão do regime semi-aberto, com o qual é beneficiado. Belo foi contratado pelo diretor Rodrigo Brandão para ser o diretor musical da Rio Vídeo, produtora especializada em cinema e publicidade. Ele chegou às 7h30 e receberá R$ 3. 500 por mês. (AE)

m policial militar foi assassinado ontem, às 16h30, numa tentativa de assalto na Lapa, zona oeste. Segundo as primeiras informações, o cabo Euzir, da 1ª Companhia do 4º Batalhão, estava à paisana em seu veículo quando foi abordado por homens armados na esquina das ruas do Curtume r Emílio Goeldi, no Parque Residencial Lapa. Ele teria reagido ao assalto e foi baleado. Encaminhado ao pronto-socorro do Hospital Sorocabana, não resistiu e morreu. Os assaltantes estão foragidos. (AE)

O

U

No IML, muitos corpos ainda permanecem sem identificação. Outros, identificados, não tiveram seus nomes divulgados. Agora, o Ministério Público quer apurar se houve abuso por parte dos policiais durante a repressão à violência desencadeada por criminosos integrantes do PCC.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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terça-feira, 23 de maio de 2006

Cidades

O Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia está divulgando hoje seu Balanço Legislativo Municipal, relativo ao ano de 2005. O documento faz uma análise detalhada dos trabalhos realizados pela Câmara Municipal de São Paulo no ano passado. Entidade de governança que se dedica ao controle social dos parlamentos, o Ágora tem números pouco animadores em relação ao desempenho dos vereadores de São Paulo. De um total de 315 textos aprovados em 2005 (30 projetos apresentados pelo Executivo, 284 pelos vereadores

O Instituto Ágora dividiu os projetos em duas categorias: de Política Pública e de Baixo Impacto.

e apenas um oriundo da sociedade, por meio da Comissão de Legislação Participativa) apenas oito, segundo os critérios de avaliação adotados pelo Instituto Ágora, foram realmente relevantes. Divididos em duas categorias – Projetos de Política Pública (PPP) e Projetos de Baixo Impacto (PBI) –, os trabalhos da Câmara ainda deixam a desejar aos cidadãos paulistanos. Mesmo assim, em 2005, seu desempenho foi melhor do que em 2004. No ano passado, a área de segurança pública foi uma das mais maltratadas.

CÂMARA EM 2005: DE 315 PROJETOS APROVADOS, APENAS 8 RELEVANTES Clayton de Souza/AE - 19/02/2005

Clarice Chiquetto

Segurança mereceu pouca atenção

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m 2005, os 55 vereadores eleitos pelos paulistanos para ocupar as cadeiras da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram 315 textos legislativos, dos quais apenas oito foram considerados realmente importantes para os cidadãos paulistanos e para a administração da cidade como um todo. Essas informações seguem os critérios de avaliação do Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia, que está lançando hoje seu Balanço Legislativo Municipal 2005, Um Olhar da Sociedade Civil. Entidade de governança que se dedica ao controle social dos parlamentos, o Instituto Ágora tem atuação suprapartidária. De acordo com seus levantamentos, os projetos apresentados, discutidos e eventualmente aprovados pela Câmara Municipal dividem-se em duas categorias: os Projetos de Política Pública (PPP) e os Projetos de Baixo Impacto (PBI). Apenas oito – A i n d a d e acordo com os critérios do Instituto Ágora, apenas oito projetos de lei aprovados em 2005 foram considerados importantes. A saber: 1) o que aumenta a contribuição previdenciária de servidores e da Prefeitura, no dia 11 de maio; 2) o que facilita a compra e venda de bens municipais, em 11 de maio; 3) o que altera a forma de recolhimento do Imposto sobre Serviço (ISS), em 23 de agosto; 4) o que, na Lei de Zoneamento, exclui as garagens do cálculo de área construída nas edificações, em 31 de agosto; 5) o que cria o Cadastro Informativo Municipal (Cadin), em 26 de outubro; 6) o que cria incentivos seletivos para a região da Estação da Luz, especialmente para a região da chamada Cracolândia, em 30 de novembro: 7) o que cria o Conselho Municipal de Tributos, em 6 de dezembro; e 8) o que define o Orçamento Municipal para o exercício deste ano, em 19 de dezembro. Frequência – De acordo com os levantamentos do Instituto Ágora, dos oito projetos considerados mais importantes, o que reuniu mais vereadores na votação foi o que aumentou a contribuição previdenciária de servidores da da Prefeitura, com 96% dos parlamentares presentes em plenário. Já a decisão com menor porcentagem de presença foi a que criou o Cadastro Informativo Municipal, com 67% de participação do conjunto de vereadores. Apesar de um quadro, em princípio, pouco animador e que denota baixa qualidade em relação a propostas para a cidade, o balanço do Instituto Ágora também revela pontos positivos na legislatura municipal de 2005. Boa evolução – Um deles refere-se aos 999 projetos de lei apresentados às Comissões da Câmara Municipal nesse ano.

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Vereadores paulistanos em plenário, durante sessão realizada em fevereiro de 2005. De acordo com levantamentos do Instituto Ágora, poucos foram os projetos aprovados realmente importantes.

Artur de Leos/Luz - 15/06/2005

Desse total, 70%, ou 705 textos, foram direcionados ao setor de Política Pública e apenas 30% foram textos legislativos considerados de baixo impacto. Dos 999 projetos apresentados, 96,6% (ou 965 propostas) foram apresentados pelos próprios vereadores, 3,2% (32 propostas) pelo Executivo Municipal (Prefeitura) e 0,2% (2 propostas) do Tribunal de Contas do Município (TCM). Esses números podem até significar uma importante com-

pensação para os eleitores de São Paulo, capazes de deixá-los esperançosos em relação ao que esperam de seus representantes na Câmara Municipal. Afinal, entre os projetos de lei aprovados no ano passado, a diferença entre os Projetos de Política Pública e os Projetos de Baixo Impacto foi muito menor à verificada em anos anteriores: 52% e 48%, respectivamente. Na página seguinte, mais sobre o balanço do Instituto Ágora. Mais sobre a Câmara na página 8.

Jornalista do Instituto Ágora acompanha sessão do plenário da Câmara Municipal: fiscalização dos parlamentares

s levantamentos do Instituto Ágora mostram que em 2005 a atuação da Câmara Municipal na área da segurança pública deixou muito a desejar: apenas um projeto de lei foi aprovado. Ele representa apenas 0,6% do total de Projetos de Política Pública (PPP) aprovados pelos vereadores. O dado torna-se ainda mais preocupante se se considerar a aprovação de grande quantidade de projetos de baixo impacto, entre eles mudanças de nome de ruas e concessões de título de cidadão paulistano – temas que não despertam polêmica, mas que têm fácil aprovação em plenário. Levando-se em conta os dois tipos de projetos (PPPs e PBIs), a Câmara aprovou um total de 315 textos (30 sugestões do Executivo, 284 dos vereadores e um oriundo da sociedade). Desses, um único projeto, que representa a porcentagem ínfima de 0,31%, foi voltado à segurança. E, ainda assim, não se refere à segurança pública. A nova lei trata da obrigação de prédios comerciais possuírem ascensoristas. O projeto que serviu de base à lei, vale dizer, foi apresentado pelos vereadores, e não pelo Executivo – que não apresentou nem aprovou textos sobre esse tema. O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Casa, Arselino Tatto, defendeu a Câmara e disse que a questão de segurança pública é essencialmente tarefa do Executivo Estadual e não do município. "Os vereadores pouco podem fazer para contribuir com o assunto. Nossa função é regular a Guarda Civil Metropolitana e, com relação a ela, já aprovamos praticamente todos os textos que poderiam ser aprovados, como a questão da sua reestruturação e da gratificação dos funcionários", disse. Dentre as 16 áreas de política pública definidas pelo Instituto Ágora, ao lado da Segurança, apenas a de Turismo teve só um texto transformado em lei. (CC)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Da top model brasileira de origem alemã Gisele Bündchen sobre a Copa do Mundo, em entrevista à agência Deutsche Welle.

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MAIO

O campeão, é claro, tem que ser o Brasil. O segundo colocado até poderia ser a Alemanha, já que é o país que está sediando o evento.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Morte dos estudantes Miragaia, Martins, Dráusio, Camargo e Alvarenga, na Revolução Constitucionalista de 1932. Aniversário do piloto Rubens Barrichello (1972)

M EIO AMBIENTE A LEMANHA

Recebido a tiros, 170 anos depois busca de comida, o urso foi visto na Alemanha pela primeira vez no último fim de semana nas proximidades de Garmisch Partenkirchen, no Estado da Baviera, fronteira com a Áustria. "O animal está claramente fora de controle", disse o secretário bávaro do Meio Ambiente, Werner Schnappauf. Foi ele quem liberou o abate ou a captura do urso. Acredita-se na Alemanha que o animal, uma fêmea, veio de um programa de reintrodução de ursos ao ambiente selvagem em Trentino, na Itália. O animal é o primeiro urso selvagem na Alemanha desde 1835.

Remo Casilli/Reuters

L ITERATURA

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Enquanto O Código Da Vinci lotava os cinemas no fim de semana, o democrata cristão italiano Stefano Gizzi queimou uma cópia do livro de Dan Brown, acusando-o de blasfêmia, e convocando um boicote ao filme.

Cientistas garantem que, em 2050, buraco na camada de ozônio estará fechado

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buraco que existe hoje na camada de ozônio que protege a Terra dos raios nocivos do sol está em contração. A constatação é de cientistas japoneses que estudam a falha na camada de ozônio sobre a Antártida. Eles acreditam que, em 2050, a camada estará totalmente recuperada e atribuem a reversão do quadro à redução do uso de clorofluorcarbonetos (o CFC) e outros gases prejudiciais ao ozônio. As conclusões são baseadas numa série de simulações numéricas realizadas por Eiji Akiyoshi, do Instituto Nacional de Estudos Ambientais do Japão. Ele e sua equipe projetaram as emissões de CFC e outros gases que afetam a camada de ozônio pelos próximos 44 anos. De acordo com um relatório produzido pela equipe e divulgado no website do Instituto, a falha na camada de ozônio atingiu seu ponto máximo agora. Mas deve come-

Mancha azul mostra buraco na camada de ozônio nos anos 90

çar a se retrair a partir de 2020 e desaparecerá totalmente por volta de 2050. Essa descoberta está de acordo com uma série de outras pesquisas realizadas em outros países. Alguns, entretanto, acham difícil que o buraco da camada de ozônio se feche totalmente, porque os antigos refrigeradores e sistemas de ar-condicionado, que usam CFC – a maioria deles em operação nos Estados Unidos e no Canadá – continuarão emitindo gases que destroem o ozônio da atmosfera. Esses dois países também reduzi-

ram a aplicação desses gases em novos produtos. Alguns especialistas afirmam ainda que a redução da camada de ozônio enfrentará outros problemas, não apenas a emissão de gases CFC. O efeito estufa e o aquecimento global podem prejudicar a recuperação da camada. Óxido nitroso e gás metano também são fatores que ameaçam o filtro solar que protege a Terra. Alguns satélites têm monitorado a camada de ozônio desde que o buraco sobre o pólo sul foi descoberto, na década de 80. Com o objetivo de reparar o problema, foi assinado o Protocolo de Montreal, em 1987, para reduzir a produção de gases CFC, cuja presença na atmosfera é considerada a principal causa do desgaste na camada de ozônio. Os níveis de clorofluorcarbonetos na atmosfera começaram a cair em meados dos anos 90, devido aos esforços internacionais para reduzir sua utilização.

Suhaib Salem/Reuters

C INEMA

Bilheteria recorde graças a Da Vinci desbancou A Era do Gelo 2, do brasileiro Carlos Saldanha. No Brasil, O Código Da Vinci teve a maior abertura em renda dos últimos tempos, segundo a assessoria da Columbia, a distribuidora do filme, com uma arrecadação de R$ 9,8 milhões e um público de 1 milhão e 120 mil pessoas. A Columbia informa ainda que filme já é o quinto na história com abertura acima de 1 milhão de espectadores, com classificação indicativa para 14 anos, sendo que os outros quatro receberam classificação livre: Homem Aranha, Homem Aranha II, Star Wars e Era do Gelo.

GUERRA - Milicianos do grupo islâmico Hamas e policiais palestinos trocaram tiros ontem nas proximidades da sede do Parlamento da Faixa de Gaza. O episódio resultou na morte do motorista do embaixador da Jordânia no território e deixou outros seis feridos.

MÚSICA

C A R T A Z

Recital de Maurício Carrilho (foto), na Série Panorama do Violão. Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112. Tel.: 3113-3600; R$ 6 e R$ 3. 13h.

Para antes ou depois de votar

O site Boomer Gagdets anuncia essa interessante solução para esconder objetos de valor. Um pequeno cofre disfarçado de tomada, com chave ou segredo. O fabricante diz que a instalação é simples. Custa US$ 9,95. www.boomergadgets.com/ser vlet/the-

O site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo traz uma série de serviços para os eleitores antes e após as eleições. Além de fazer denúncias sobre irregularidades nas campanhas e propagandas eleitorais, o cidadão pode conferir a situação de seu título de eleitor, solicitar a quitação de pendências em seu título. O site também traz os endereços dos escritórios eleitorais no Estado e tem uma seção de dúvidas com as perguntas mais freqüentes dos eleitores e telefones para contato.

336/Hidden-Wall-Outlet-Mini/Detail

www.tre-sp.gov.br

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Brasileiros em Cannes Dois filmes brasileiros receberam destaque na mídia francesa, como integrantes da Semana Internacional da Crítica, um dos eventos paralelos ao hiperdivulgado Festival de Cannes. Sonhos de Peixe, brasileiro dirigido pelo russo Kirill Mikhanovsky conta a história do vilarejo pesqueiro de Baía Formosa (RN) e pode levar o troféu Caméra D'Or de diretor revelação. O curta do paulista Esmir Filho, de 23 anos, Alguma Coisa Assim, foi recebido com entusiasmo e conseguiu sua primeira exibição completa no evento.

Um grupo de arqueólogos descobriu uma pequena cidade da época grecoromana (do ano 332 a.C. a 335 d.C.) em frente ao litoral da cidade mediterrânea egípcia de Al Arish. A cidade foi encontrada a um quilômetro de distância do litoral de Al Arish, no norte da Península do Sinai e fronteira com a Faixa de Gaza, e a cerca de 30 metros de profundidade no mar. Fontes do Conselho Supremo de Antiguidades disseram que a equipe de arqueólogos que descobriu a cidade começou suas operações na área há um mês, mas não quiseram revelar mais detalhes sobre a descoberta. S EXUALIDADE

O novo Viagra, para mulheres O semanário alemão Der Spiegel anunciou: depois do sucesso do Viagra, uma indústria farmacêutica norteamericana se empenhou nas pesquisas e conseguiu criar uma versão do afrodisíaco, mas para mulheres. Trata-se de um spray nasal que traz moléculas semelhantes à da dopamina, substância produzida naturalmente no cérebro e que é associada a sensações de prazer - que vão desde a percepção de um suave perfume até um orgasmo. O produto promete aumentar o desejo sexual. A produção em massa do produto, entretanto, ainda está sendo viabilizada pelo seu criador, George Dodd, que se auto-descreve à reportagem da revista como um "mercador" de moléculas.

Espaço dos Satyros Dois. Praça Roosevelt, 124. Tel.: 3258-6645. Terças e quartas,

L OTERIAS

às 22h30. R$ 20.

Concurso 139 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

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Esconda as jóias na tomada

Divulgação

pós um misterioso eclipse, fatos estranhos começam a ocorrer no zoológico da capital de um país fictício. Este é o ponto de partida da comédia O Eclipse, de Sérgio Roveri, que após duas leituras públicas estréia hoje no Espaço dos Satyros Dois. Sob a direção de Fábio Ock, a peça retrata os desdobramentos do eclipse na rotina desse país imaginário. "Os animais do zoológico têm seus comportamentos alterados e isso afeta toda a sociedade, o que leva as autoridades, a população e a comunidade científica a realizarem um grande debate nacional", conta Roveri, que caracteriza a obra como uma comédia de realismo fantástico. "O debate que acontece no país fictício serve a uma reflexão bem humorada de aspectos sociais universais como o preconceito, o avanço da ciência e o papel da religião", revela. As conseqüências de toda essa discussão são imprevisíveis.

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F AVORITOS

Eclipse animal

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Cidade no fundo do mar

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Jardim dos Sonhos é o título dado pelos paisagistas Marney Hall e Heather Yaroow ao jardim criado especialmente para a feira anual das flores de Chelsea, que acontece no país desde 1862.

A RQUEOLOGIA

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O Código Da Vinci, filme de Ron Howard, arrecadou US$ 224 milhões em todo o mundo, informou a Columbia Pictures. O filme, estrelado por Tom Hanks e adaptado do best-seller de Dan Brown, estreou mundialmente na sexta-feira e já é o segundo maior sucesso de bilheteria da história desde a estréia de Star Wars, em 1977, que arrecadou US$ 253 milhões, em todo o mundo. Nos EUA, o filme não bateu recorde de bilheteria da história, mas consagrou-se como a melhor estréia do ano. Com uma arrecadação de US$ 77 milhões,

Carl de Souza/AFP

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As autoridades alemãs liberaram ontem o abate ou a captura do primeiro urso selvagem a aparecer no país em mais de 170 anos, depois que especialistas advertiram que o animal pode atacar seres humanos. O urso – um filhote de 100 quilos – entrou no país depois de cruzar os Alpes, mas já causou uma série de estragos e as autoridades temem pela segurança das pessoas na Baviera. Entre os prejuízos causados pelo urso estão a morte de várias ovelhas e galinhas nas proximidades de áreas domiciliares. Aparentemente em

'Filtro solar' recuperado

I NGLATERRA

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

No Dia da Biodiversidade, governo anuncia programa de preservação das espécies França nega pagamento de resgate para libertação de cidadãos seqüestrados no Iraque Brasileiro quer preservar o ambiente, mas não muda seus comportamentos, diz pesquisa

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

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Cidades PARA CPI, ADVOGADA DE É um depoimento cheio de mentiras que será desconstruído. Paulo Pimenta, deputado, relator da CPI

Reprodução/Site O Globo

MARCOLA MENTE SOBRE CD Dois advogados de criminosos do PCC depuseram ontem em Brasília e negaram ter entregue a líderes da facção CD com depoimentos sigilosos de delegados. Para deputados, os advogados mentiram. Alan Marques/Folha Imagem

Foto publicada no site O Globo, mostra símbolo da Escuderia Le Cocq

PROCURADORIA TEME NOVOS ESQUADRÕES Grupos de extermínio podem ter atuado durante os confrontos, já que algumas mortes não tiveram autoria esclarecida. O símbolo proibido do Esquadrão da Morte ressurgiu em São Paulo. A procuradoria de direitos humanos vai investigar a suposta atuação de grupos de extermínio na morte de jovens na periferia da capital. A principal pista é uma foto, tirada há uma semana, na Assembléia Legislativa de São Paulo, durante a realização de uma votação que aprovou um abono para os policiais. A foto, publicada ontem no site O Globo, mostra dois homens de costas vestidos com camisetas com a marca da Escuderia Le Cocq, símbolo do Esquadrão da Morte, que atuou nos anos 60 e 70. A escuderia foi extinta por ordem da Justiça Federal. A divulgação de seus símbolos é proibida. Durante os confrontos que aterrorizam São Paulo na semana passada, algumas mortes não foram assumidas pela Polícia, o que tambem levou a Ouvidoria da PM a investigar a atuação de grupos de extermínio. Em todos os casos, a situação é semelhante: homens com toucas ninjas atacaram pessoas aparentemente sem ligação com o crime e que estavam desprevenidas. Em alguns casos, pessoas mortas sequer tinham passagem pela polícia, segundo o ouvidor Antônio Funari Filho. A maioria dos crimes foi cometida à noite. "Os casos nos preocupam, mas os de autoria desconhecida, que não foram assumidos por policiais ou por qualquer outra pessoa, nos deixam mais apreensivos. Se há Boletim de Ocorrência atestando a morte em confronto com a PM, menos mal. O problema é quando não se sabe o autor dos assassinatos", dis-

se Antônio Funari Filho. CRM – O Conselho Regional de Medicina (CRM) deve entregar hoje ao Ministério Público Federal o relatório sobre as mortes dos suspeitos de envolvimento em ações promovidas pelo PCC. Segundo a Procuradoria, o documento será composto por diligências realizadas no Instituto Médico Legal (IML) central e cópias dos rascunhos dos laudos necroscópicos de 130 vítimas de armas de fogo, cujos corpos passaram pela unidade entre os últimos dias 12 e 20. O objetivo é, a partir do cruzamento da origem dos corpos, identificar o tipo de agressão e saber se inocentes foram mortos pela polícia depois do início dos ataques. O relatório deveria ter sido entregue ontem, "mas houve atraso devido à grande demanda de cópias de documentos junto ao IML", afirmou o Ministério Público Federal em nota assinada também pela Defensoria Pública e CRM. Não há previsão para que o relatório seja divulgado publicamente. Comissão – Representantes de organizações não-governamentais dos direitos humanos deverão encontrar-se hoje para constituir uma comissão que acompanhará a apuração sobre as mortes ocorridas na semana passada. O titular do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo, Frederico dos Santos, disse que a comissão acompanhará a apuração sobre eventuais abusos de policiais durante a repressão aos crimes. (Agências) Governo reduz número de suspeitos mortos. Na página 9.

Apontados como cúmplices do Primeiro Comando da Capital (PCC), os advogados Maria Cristina de Souza Rachado e Sérgio Weslei da Cunha caíram em contradição ontem durante depoimentos tensos na CPI do Tráfico de Armas, na Câmara dos Deputados. Os dois são acusados de comprar de um técnico de som a serviço da Câmara uma gravação da sessão sigilosa em que a CPI ouviu os delegados Godofredo Bitencourt Filho e Ruy Ferraz. Poucas horas depois o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, teria sabido de uma transferência de presos e precipitado a onda de violência que assustou o Estado de São Paulo. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que eles mentiram e que será realizada uma acareação. A primeira a falar foi Maria Cristina, que negou ter comprado e repassado a gravação, contrariando declarações do técnico de som Arthur Vinícius Pilastre Silva, que confessou ter vendido aos advogados, por R$ 200, um CD com a íntegra da sessão secreta. Logo na chegada à CPI, a advogada caiu na sala de reunião. Permaneceu sentada em uma bancada usada por deputados até ser chamada. No depoimento, Maria Cristina chorou, passou mal, mas não sensibilizou os deputados. Para integrantes da CPI, a advogada mentiu várias vezes. Indiciados - Osdoisadvogados são considerados indiciados pela CPI, portanto, o falso testemunho no depoimento não pôde ser considerado motivo para declarar a prisão dos dois. Um pedido de prisão preventiva da dupla foi encaminhado à Justiça Federal em Brasília, na segunda-feira passada. Os dois estão sendo investigados pelo Departamento de Polícia Legislativa (Depol) por corrupção ativa e, além disso, são acusados pela CPI de formação de quadrilha. "É um depoimento cheio de mentiras que será desconstruído", afirmou o relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PTRS). Ele enumerou cinco pontos em que a advogada mentiu. "Em primeiro lugar, ela não conseguiu explicar o que estava fazendo em Brasília", disse Pimenta. A advogada afirmou que foi à reunião da comissão do dia 10 porque pensou que seu cliente Marcola fosse depor na comissão. Mesmo depois de saber que

A advogada Maria Cristina chorou, mas não comoveu os deputados. Ela prestou depoimento ontem à tarde.

não havia sido marcado o depoimento dele, ela permaneceu na Casa, porque segundo ela, não tinha o que fazer. Pimenta ressalta também que não havia motivos para que Maria Cristina buscasse a cópia do depoimento da sessão reservada, já que ela não é advogada de Leandro Lima de Carvalho preso acusado de ligações com o PCC, que depôs no mesmo dia na CPI em sessão reservada. "Ela nega que tenha adquirido e ficado com o CD (cópia da gravação), mas Arthur e os funcionários da loja em que foram feitas as cópias dizem o contrário", afirmou. Além disso, Pimenta disse que a advogada mentiu ao se referir a uma troca de e-mails entre ela e Arthur. No depoimento, disse que sua secretária, de nome Sheila, respondeu à mensagem enviada pelo exfuncionário, mas o relator mostrou cópia da mensagem assinada por "Cris". Pimenta mostrou ainda imagens colhidas pelo sistema de TV interno da Câmara para contestar parte do depoimento da advogada na qual ela relata como se deu o encontro com o advogado Sérgio e o ex-funcionário Arthur, antes de seguirem para o shopping onde foram feitas as cópias em CD. A CPI exibiu em um telão imagens que registraram a movimentação dos dois na Casa e fotos do sistema do shopping mostrando os três nos corredores e na porta da loja onde foram feitas as cópias, segundo Arthur. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) apontou outra contradição de advogada. Ela afirmou que não freqüentava pre-

sídios porque não tinha tempo. O deputado levou dados com registro do número da OAB da advogada em dez entradas em penitenciárias. No depoimento, a advogada chorou. "Não sou pombo-correio. Eu sou uma advogada", disse Maria Cristina. "Não é justo vocês chamarem uma pessoa que não conhecem de pilantra, sem provar", disse chorando. A advogada negou que tenha ouvido a gravação. Nega - Assim como a advogada, Sérgio Cunha também negou fazer parte de qualquer facção criminosa. Ele disse que pensou que a cópia entregue pelo funcionário fosse autorizada pela Câmara, mesmo sabendo que a sessão era reservada. Cunha, advogado de Leandro Carvalho, argumentou que tinha direito de saber o que foi falado na reunião. "Eu solicitei na secretaria e subentendi que tinha sido autorizado, porque o próprio técnico foi fazer a cópia comigo". Os dois advogados acusaram Arthur Silva de mentir. Maria Cristina disse que sua carreira profissional está sendo "jogada na lama por um funcionário que mente". "Ele não é todo esse santinho que ele está querendo pintar", afirmou Cunha. (AE)

LÍDER DO PCC FALARÁ EM SP

A

CPI dos Tráfico de Armas, na Câmara, decidiu ontem que irá tomar o depoimento do chefe da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Camacho, o Marcola, no Fórum da Barra Funda, na capital paulista. A data do depoimento ainda não foi marcada pelo presidente da CPI, o deputado Moroni Torgan (PFL-CE). Inicialmente, o depoimento seria na próxima semana, mas teve de ser adiado por causa dos distúrbios da semana passada. A maioria dos integrantes da comissão entendeu que um eventual comparecimento de Marcola ao Congresso, em Brasília, para prestar depoimento poderia se transformar em um palco para o bandido. Pois o encontro com Marcola seria transmitido pela TV Câmara para todo o País, até mesmo para os presídios. A presença de Marcola nas dependências da Câmara já havia sido vetada pelo presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), por medida de segurança. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

. EM

Na matéria de Lúcia Helena de Camargo sobre o lamentável filme O Código da Vinci, na capa do DCultura da última sexta, há uma referência ambígua ao Opus Dei como uma seita secreta. O Opus Dei, do que tenho a honra de fazer parte, nem é seita, nem é secreta. Trata-se duma Prelazia da Igreja Católica universalmente conhecida, sem a mínima semelhança com a imagem que apresenta o livro e o filme. Peço aos amigos que publiquem a minha nota.

PAUTA

Opus Dei, uma seita secreta? Guy Sorman, uma opinião liberal ou de esquerda?

IVES GANDRA MARTINS, ADVOGADO

DOISPONTOS -11 11

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Onde está a "direita"? Esse sr. Guy Sorman deve estar cego ou parece ser nosso caboclo, que não sabe onde está a mão direita e esquerda. Não existe no Brasil, e praticamente no mundo todo, uma direita. Só esquerda, com seus diversos matizes. Parece que ele foi subvencionado pelos ávidos de poder, que desorientam nossos intelectuais. A menos que a esquerda, por ser a conservadora da doutrina de Marx-Engels-Lenin seja uma pseudo-direita. E assim la nave va... Que pena, o seminário sobre a Democracia Liberal parecia tão interessante! F.HABL JR. ZOCOR@IG.COM.BR

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O OUTRO CÓDIGO

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eiam-se, a título de exemplo, alguns textos do Código de Conduta do Grupo Sony, aprovado pelas máximas autoridades da Corporação em 28 de maio de 2003, que mostram esse compromisso: - No parágrafo 1.3 lêse: "Reconhecendo que uma conduta social e profissionalmente aceitável em uma cultura ou região possa ser vista de modo difere n t e e m o u t r a s , o s funcionários da Sony devem ser cuidadosamente respeitosos para com as diferenças culturais e regionais no cumprimento de seus deveres" - O parágrafo 2.4 explica as normas de comportamento que todos os membros da empresa devem observar: “Ninguém pode expressar no lugar de trabalho insultos raciais ou religiosos, nem piadas nem outros comentários ou comportamentos que criem um ambiente hostil”. - Quanto à publicidade (parágrafo 3.4), a Sony compromete-se a não fazer uma publi-

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Roma, divulgado na estréia do filme O Código Da Vinci

Íntegra do comunicado do Escritório de Informação do Opus Dei em

A

PAULO SAAB DIFÍCIL ENTENDER ara o cidadão comum da classe média brasileira é difícil entender o atual quadro da vida brasileira. Tudo que o tem acontecido envolvendo o presidente Lula passa como se fosse natural. No governo Collor a dimensão foi outra e por muito menos ele caiu. Não opino agora se Lula deve, deveria ou não ter sido processado, mas sobre a perplexidade do cidadão comum de ver tanto acontecendo e nada sendo do conhecimento ou responsabilidade do presidente. A lista de fatos não explicados, de denúncias de corrupção, de negociatas envolvendo o próprio presidente, colaboradores íntimos e familiares, é suficiente para fazer corar frade de pedra e tudo se passa como se fosse com outra pessoa. Não sei se é desfaçatez, cara-de-pau, ignorância da gravidade da situação ou outra forma de ver o mundo. Dizem que o poder embriaga. Pode ser que o presidente esteja embriagado pelo poder.

P

Lula está aplicando a lição de Chávez, criando e estimulando diferenças de classes.

cidade falsa, que desoriente ou calunie os outros.

O

revista Veja desse fim de semana publicou detalhadamente a relação de acusações, denúncias, fatos não explicados, praticados por Lula ou seus próximos ao longo de seu governo. É estarrecedora. Mesmo as acusações chulas, fora do padrão de um presidente da República, dirigidos por Lula a Veja, revelam que ele se considera acima do bem e do mal. O que transparece é que, além da disputa pelo poder, a única coisa que existe entre os políticos - disputar o poder e não buscar o bem do Brasil é um enorme conluio, uma cerca de proteção criada para não trazer a público a profundeza dos acordos e desmandos que parecem alcançar a todos, sem distinção de poder ou cor partidária. Os eventuais inocentes entram na vala comum por omissão.

A

Franceschi-Gisone/Reuters

oje é apresentado o filme O Código Da Vinci”. O filme mantém as cenas do livro que são falsas, injustas e ofensivas para com os cristãos. Chega a multiplicar o seu efeito injurioso, pelo poder que s e m p re t ê m a s i m agens. Foi confirmado também que o filme não estará precedido de um aviso que esclareça que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Durante os últimos meses, muitos católicos, cristãos de diversas confissões, judeus, muçulmanos, outros crentes e cidadãos de boa vontade levantaram respeitosamente a sua voz para pedir respeito. Parece que o seu pedido não teve êxito. Essas vozes não solicitavam um tratamento de favor, não queriam pôr entre parêntesis a liberdade de expressão. O pedido de respeito é de senso comum e está de acordo com os compromissos que a Sony adquiriu para com a sociedade.

G O filme mantém

as cenas do livro, que são falsas, injustas e s dirigentes da ofensivas para Sony manifes- com os cristãos.

taram repetidas vezes esse compromisso ético. Em uma recente publicação da empresa, um alto executivo reconhece que os seus “negócios têm impacto direto e indireto nas sociedades em que operam”. Outro afirma que a “ética e a integridade têm que fazer parte do DNA” da empresa. E um terceiro assevera que “ não pode haver prosperidade para uma companhia que não respeite o ambiente e a sociedade em que vive”. Nestes meses ninguém se atreveu a ir tão longe em suas afirmações quanto os diretores da Sony, embora tais declarações sejam desmentidas pela penosa falta de respeito que o filme im-

G Os cristãos têm

reagido sempre com uma atitude pacífica, buscando o diálogo e evitando o conflito. G Está no

Código da Sony: "Ninguém pode expressar no lugar de trabalho insultos raciais ou religiosos."

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

plica para centenas de milhões de cristãos. O fim econômico não justifica os meios ofensivos. Além disso, é o agressor que se degrada, não é a vítima que perde a sua dignidade. Não é o caso, agora, de fazer juízos. A questão que fica em aberto é se este filme respeita o Código de Conduta do Grupo Sony, ou se, pelo contrário, estamos também neste caso ante um “Código de ficção”, em que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. s acontecimentos dos últimos meses levaram muitos dos que crêem a aprofundar em sua fé cristã, a conhecer melhor o Evangelho e a Igreja, sua história e seu presente. Como há 20 séculos, Jesus Cristo continua sendo “escândalo e loucura” para al-

O

guns. Mas são muitos mais os que – por um dom recebido, não por méritos próprios – cremos que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus e o Redentor do homem, que veio ao mundo para difundir a caridade. oje termina um e p i s ó d i o l amentável, mas passageiro. Os cristãos, perante a falta de respeito, têm reagido sempre com uma atitude pacífica, buscando o diálogo e evitando o conflito. Além disso, este episódio pode servir para que nós, os cristãos, levemos mais a sério a nossa fé e para que todos aprendamos a compreender e a respeitar os outros".

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MANUEL SÁNCHEZ HURTADO, ESCRITÓRIO DE INFORMAÇÃO DO OPUS DEI EM ROMA.

campanha eleitoral ostensiva a que se dedica o presidente, usufruindo dos recursos públicos e alegando não ser ainda candidato, é no mínimo uma ofensa à capacidade de discernimento do cidadão brasileiro, que aprendeu a escrever seu nome juntando as letras. Não precisa ser doutor para ver o escárnio contido nessa situação. Desde que chegou ao poder, o PT, o presidente Lula e seus aliados de usufruto do próprio poder estão brincando com o Brasil. Será preciso muito tempo para consertar o dano perpetrado nesta gestão contra coisas materiais da vida nacional e contra a forma moral de se enxergar o trato da coisa pública. stão estimulando a dependência do pobre do Estado, ou melhor, do governo Lula, que deseja ser eterno. Fidel é inspiração. Estão fazendo da esmola oficial (com dinheiro arrecadado de quem trabalha, produz) um instrumento de dependência permanente do desfavorecido, que precisa votar nesse governo para garantir a miséria que o sustenta indignamente. Não se ensina a pescar. Dá-se o peixinho miúdo. Talvez, se conseguisse entender como tudo isso acontece no País e o presidente consegue ficar incólume, com índices elevados de aprovação nas pesquisas, ficaria menos insatisfeito com tudo que envolve a vida nessa quadra. Mas não consigo e ninguém me explica.

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emo que a reeleição de Lula levará o País a uma situação de instabilidade institucional. E temo que sua não-reeleição também. Lula está aplicando no Brasil a lição de Chávez, criando, acentuando, estimulando, diferenças de classes, apartes e sectarismos, para ter linha de defesa se perder nos votos ou for processado. A questão das cotas para negros na universidade pública é uma delas. Voltarei a esse assunto. Por enquanto, fico tentando entender o resto. A perplexidade não é só minha. Quem consegue explicá-la e aos fatos?

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PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

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Ambiente Compor tamento Urbanismo Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

META É COMPREENDER A TRANSFORMAÇÃO DA REGIÃO

Quero que as pessoas observem, reflitam e criem um trabalho artístico. Carlos Matuck, artista plástico

NA ARTE, AS MUDANÇAS DO CENTRO Para comemorar os 15 anos da Associação Viva o Centro, pessoas comuns vão fazer arte. Um workshop com o artista plástico Carlos Matuck mostrará aos participantes o passado do Centro, com cenas que não se vêm mais, levará o aluno a observar o cenário atual e, finalmente, a criar a sua obra de arte sobre a região central da cidade. O objetivo principal é revalorizar a história e a arquitetura do Centro e sensibilizar para a cultura paulistana. Nos seus 15 anos de existência, a Associação Viva o Centro enumera uma série de conquistas para a região e relaciona o que é prioridade daqui para frente.

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Reprodução/Lembrancas de São Paulo

Reprodução/Milton Mansilha/Luz/

Reprodução/Lembrancas de São Paulo

Rejane Tamoto

omparar as fotografias antigas das ruas e prédios históricos do Centro de São Paulo com as imagens presentes e, com esses dados, elaborar uma obra de arte. Além da experiência estética de produzir um trabalho visual, as pessoas podem compreender o que houve com o Centro ao longo dos anos, com um olhar sensível e apurado. Esta proposta artístico-urbana é o fio condutor do workshop com o artista plástico Carlos Matuck, que a Associação Viva o Centro organiza a partir do dia 30 – o primeiro de uma série – em comemoração aos 15 anos da entidade, fundada em 15 de outubro de 1991. "Todos os workshops serão ligados à cidade e ao Centro, a partir de diferentes linguagens artísticas. O objetivo é revalorizar a história e a arquitetura da área central e sensibilizar os participantes para a cultura paulistana", disse o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida. O workshop que inaugura a série é aberto ao público e tem a proposta de levar ao paulistano uma reflexão dialética sobre as mudanças e contrastes do Centro da cidade. "Não é um trabalho urbanístico ou histórico. Mas sim artístico. Não é acadêmico, mas crítico. A partir desse confronto quero que as pessoas observem, reflitam e criem um trabalho artístico. Pode ser um desenho, uma tela, fotografia ou qualquer proposta visual. A definição do trabalho depende das habilidades de cada um", disse o artista plástico Carlos Matuck. As comemorações da Viva o Centro continuarão em julho. A partir do dia 10, será ministrado um workshop sobre teatro, que terá como palco espaços como a rua, a praça e o bar. A proposta do workshop, que será ministrado pela professora doutora Eugênia Rodrigues Cruz, é despertar nos participantes a responsabilidade pelo espaço público, interagindo e intervindo nele, a partir de obras de poetas, dramaturgos e músicos paulistanos antigos e contemporâneos. Artes visuais – Segundo Carlos Matuck, o workshop é composto de quatro módulos e os iniciais devem se concentrar em identificar as mudanças vividas pelo Centro. O primeiro encontro será dedicado à observação de fotografias de alguns locais emblemáticos da São Paulo antiga, como as ruas Líbero Badaró, São Bento, Direita e praças do Patriarca e da Sé. Na aula seguinte, o grupo percorrerá esses locais para observá-los sob o mesmo ângulo das fotos. Os passos seguintes serão a comparação, a discussão sobre os cenários antigo e atual da cidade e o processo criativo, que culminará em diversas obras de arte. "A observação, neste caso, é muito importante. As pessoas não reconhecem mais o vale do Anhangabaú, onde só há um elemento de identificação: o Teatro Municipal", disse Matuck. O vale, para o artista, sofreu intervenções radicais e foi descaracterizado. "Uma delas é a construção do edifício Zarzur, que escondeu o Hotel Esplanada. Esse prédio é uma construção criminosa porque tirou toda a escala humana dos edifícios do vale que, em geral, tinham seis andares, no máximo", criticou. O objetivo do workshop, de acordo com o artista, é despertar nas pessoas a importância que o Centro já teve. "O área foi abandonada pela cidade e destruída pela visão imediatista da especulação imobiliária. Isto pode ter sido bom para alguns setores, mas não foi para a coletividade", acrescentou. Hoje, Matuck avalia que São Paulo se transformou esteticamente em três cidades. A primeira, de estilo colonial, desapareceu. Hoje há apenas algumas igrejas protegidas pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural. A segunda é a cidade em que houve destruições e construções e, segundo o artista, um

Reprodução/Milton Mansilha/Luz/

Muito pouco restou do antigo Pátio do Colégio (foto maior). Até a primeira igreja foi reconstruída diferente da original. À esquerda, dois trabalhos do artista Carlos Matuck com paisagens do Centro. À direita, vista do antigo vale do Anhangabaú, com o Teatro Municipal ao fundo.

exemplo é o Pátio do Colégio: uma igreja do século 19 que ruiu e foi reconstruída, em um estilo diferente do original. A terceira é a São Paulo republicana, com prédios de estilos francês e inglês. Grafite – Além da paixão pelo passado do Centro, Matuck alimenta o gosto pela técnica de pintura chinesa. Em contrapartida, também se inspira na linguagem das histórias em quadrinhos (HQ), na filatelia (hábito de colecionar selos) e da estética dos grafites (desenhos feitos em muros e paredes públicas). Matuck é considerado um dos precursores da arte do grafite na cidade, iniciada por ele em 1978. Técnicas industriais e modernas, como o uso de carimbos e as máscaras em estêncil (cartões recortados e aplicados com spray), também fazem parte do arsenal utilizado na composição de suas obras. "Os carimbos Dulcemira, de impressão em anilina, eram utilizados antigamente pelo comércio do Centro. O desenho de pão estampado nos pacotes de papel das padarias vem de um carimbo Dulcemira. O desenho do frango, da Rainha do Frango, também", contou. O artista, que é conhecido pelos trabalhos que têm como temática a cidade, também comemora 25 anos de carreira. Uma das experiências que antecipam o que Matuck desenvolverá no workshop é a série Cidades, na qual elaborou trabalhos, com base em fotos antigas do Centro, utilizando as mais diferentes técnicas artísticas. "Em uma série montei cenas que as fotos não me davam. Um exemplo é o Pátio do Colégio, que retratei em tons sépia, em acrílico e nanquim, com técnicas da pintura chinesa. Emumasérieanterior,utilizeicarimbos para compor o vale do Anhangabaú e, sobre a tela, colei um selo, como se fosse um cartão postal. Fiz sobreposições de tintas e criei uma máscara que, dependendo do ângulo em que é observada, apresenta um detalhe diferente do vale", explicou. Conquistas – Para o superintendente da Associação Viva o Centro, Marco Antônio Ramos de Almeida, a série de workshops comemora as conquistas da entidade ao longo de 15 anos. "Entre elas, estão a criação da Sala São Paulo no Complexo Cultural Júlio Prestes, a requalificação urbanística da praça do Patriarca, a requalificação da Estação da Luz, do largo São Bento, da Pinacoteca do Estado, da Escola de Música Tom Jobim, do Museu de Arte Sacra, da Catedral da Sé e a mudança de algumas secretarias municipais para o Centro. A

Milton Mansilha/Luz/

Evandro Monteiro/Digna Imagem -16/06/04

cisa de mais limpeza, polícia, equipamentos públicos, iluminação, sistemas de recolhimento de lixo, melhoria dos jardins e das calçadas. Tudo deve funcionar como um relógio porque a concentração de pessoas é gigantesca: 2 milhões em 4,4 quilômetros quadrados só nos distritos Sé e República", disse. De acordo com o superintendente, os governos federal, estadual e municipal têm em comum o apetite por obras e a falha na manutenção do que é construído. Outra deficiência da região é o policiamento, que terá de ser reforçado, mesmo Matuck (esq.) quer destacar a importância que o Centro já que o Centro não seja o lugar teve. À direita, Marco Antônio Ramos de Almeida. mais perigoso da cidade. "Ao quantidade de ações é espetacular e nossa luta fu- Centro não basta ser seguro. É preciso parecer segutura é trazer o Palácio do Governo para cá", disse. ro. Essa sensação de segurança atrairia turistas e geSegundo Marco Antônio, desde a fundação da raria mais empregos e renda. Um turista deixa para a entidade, os participantes tinham clareza de que o cidade de US$ 600 a US$ 1 mil. Um milhão de turistas trabalho de revitalização seria empreendido em, são de US$ 600 milhões a 1 bilhão", explicou. Outra bandeira da Associação é a criação de no mínimo, 20 anos. O autor dessa projeção foi o primeiro presidente da Associação Viva o Centro, uma espécie de sub subprefeitura. "Hoje existem Henrique Meirelles, que na época presidia o Bank 43 Ações Locais, organizações não-governamenBoston no Brasil. "Ele acompanhou a experiência tais, que poderiam interagir diretamente com suda recuperação do Centro de Boston e dizia que pervisores de 12 microregiões da Subprefeitura da esse é um processo de mudança cultural de longo Sé. O que falta é um supervisor urbano da subpreprazo. Isso nos tirou a tensão de obter resultados feitura que seja um interlocutor mais próximo do imediatos, que iriam redundar em frustração. cidadão. Essa proposta não caberia à cidade como um todo, somente no Centro, o que facilitaria o traSempre tivemos consciência disso", afirmou. Na avaliação do superintendente, a Associação balho das ações locais. Esse é o projeto que queformou bases para uma recuperação sustentável remos viabilizar nessa gestão", concluiu. do Centro nos quinze primeiros anos. Outra conSERVIÇO quista, segundo Marco Antônio, é a garantia da continuidade dos projetos de revitalização em governos Workshop com Carlos Matuck (quatro módulos diferentes. "Esta é a quinta gestão municipal que teórico-práticos). acompanhamos e nosso papel é evitar que a cada Data: De 30/05 a 20/06 (às terças-feiras, das governo as propostas dos anteriores fiquem para 9h30 às 12h30). Local: Associação Viva o Centro, na rua Líbero trás. O resultado é que cada governo acaba fazendo Badaró, 425, 4º, andar. mais do que o antecessor, porque se beneficia de um Inscrições: até amanhã, pelo site trabalho continuado por outros", afirmou. www.vivaocentro.org.br/workshop Bandeiras – Embora elogie as gestões que coPreço: R$ 420 (com material didático). laboraram com a recuperação do Centro, Marco Associados da Viva o Centro e dirigentes de Antônio ressalta que todas elas têm um problema Ações Locais terão 25% de desconto. em comum: a falta de manutenção. "O Centro pre-


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terça-feira, 23 de maio de 2006

Informática

A tendência traz tecnologias e recursos que mudam a forma de se trabalhar na rede, mais interativa e compartilhada

Jonathan Ernst / Reuters

Web 2.0: a nova cara da internet Por Barbara Oliveira

ma nova revolução está em curso na internet há cerca de dois anos. Silenciosa para uns, barulhenta para outros, a Web 2.0 veio para ficar e muita gente já participa dela, mesmo sem se dar conta. Conceituar essa nova tendência não é fácil e vai variar conforme o especialista consultado (programador, designer, fornecedor de conteúdos, nerd etc.). Basicamente, trata-se de uma transição da web tradicional, que era estática, às vezes lenta demais e pouco interativa para uma outra geração de tecnologias, recursos e serviços que mudam o jeito de se fazer os programas, os sites e de se navegar e trabalhar na internet. Quem já entrou na rede e compartilhamento de arquivos BitTorrent, na enciclopédia online Wikipedia, no GMail, tem um blog, recebe notícias em feeds RSS, ou SALVEM A INTERNET – O DJ Moby representou artistas e músicos em campanha para preservar a participa do Orkut já está, de alguma "arquitetura aberta e livre da internet", conhecida como Network Neutrality (neutralidade da rede), em uma forma, participando da Web 2.0. conferência no Congresso norte-americano na semana passada. No site http://www.savetheinternet.com, Outra característica importante é o Moby afirma que representa 700 mil americanos que assinaram a petição da coalizão SavetheInternet.com fato de ela possibilitar o acesso a para garantir a liberdade da internet. Apesar de comemorar a nova fase colaborativa da internet, o aplicativos na internet de forma que o inventor da web, Tim Berners-Lee, também se mostrou preocupado: "o público exige uma internet livre" usuário trabalhe online, de onde estiver, mesmo longe de seu desktop da casa ou do escritório. Quer mais? A Web 2.0 permite sites e serviços mais colaborativos e que possam ser compartilhados com outras pessoas e comunidades. Podemos pegar a informação, acrescentá-la em uma página pessoal e fazer inúmeras coisas com ela –desde agregar novos conteúdos, etiquetá-las (tagging), fazer correlações, enriquecendo ainda mais o site, e compartilhar isso com os amigos depois. Ou seja, cada pessoa pode produzir e alterar o conteúdo, e não apenas ser o consumidor solitário do serviço. E quanto mais usuários fizerem isso, mais a qualidade tende a aumentar, pelo menos teoricamente. O termo Web 2.0 surgiu em 2004, durante uma conferência sobre a internet realizada em São Francisco. Um de seus organizadores, o empresário norteamericano de mídia Tim O'Reilly, foi quem cunhou o novo rótulo para a web, realçando que ela deveria ser mais interativa para que o internauta pudesse contribuir com seus conteúdos, produzindo-os e classificando-os. Segundo O'Reilly, a idéia central é "aproveitar a inteligência coletiva, a sabedoria das multidões". A Wikipedia e seus fãs agradecem. Hoje, a enciclopédia online é uma das fontes de consultas mais populares da internet, com cerca de 3,8 milhões de artigos em 200 idiomas, postados por colaboradores do mundo todo e sem ganhar um tostão por isso. A Web 2.0 permite Um dos principais agentes dessa nova internet é a tecnologia sites e serviços Ajax (Asynchronous Javascript and XML), que reúne as linguagens de programação Javascript (baseada em Java) e XML mais (Extensible Markup Language). A primeira cria pequenos colaborativos e aplicativos para rodarem no browser da máquina, enquanto a segunda formata os dados para serem lidos por qualquer que possam ser software, como os feeds de notícias em RSS. compar tilhados A grande sacada da Ajax é que ela transforma as páginas em aplicações, permitindo que elas fiquem mais rápidas. Isto é, a com outras cada clique não será necessário que o browser carregue pessoas novamente toda a página, evitando que fique uma tarefa lenta e repetitiva. Podemos carregar apenas a área a ser alterada. O Google usa a técnica para seus serviços de mapas online (http://maps.google.com), onde é possível navegar num mapa, fazer aproximações ou um zoom out sem muitos redesenhos na tela. Com Ajax, a internet fica mais gostosa de usar, sem tempo de espera e com muito mais possibilidades de interação do que a web convencional. "O Ajax trouxe a interatividade. Isso já era possível com o flash, que é muito limitado em relação ao Ajax, pois nele não é necessário instalar nenhum plugin, não tem limite de tamanho e se integra com qualquer linguagem de programação" explica o especialista no assunto Gilberto Alves Jr. Ele criou a primeira agência digital voltada exclusivamente para a Web 2.0, a Desta.ca. (http://desta.ca), para criação e produção de sites, aplicativos online e marketing performance (como melhorar o desempenho nas páginas dos buscadores, com links patrocinados). "Apesar de ser considerada por alguns especialistas como uma plataforma, nada mudou na internet, o que mudou foi o nosso jeito de entendê-la", diz Alves. Resumindo, a Web 2.0 tem três pilares: interface rica com a Ajax; sites colaborativos e redes sociais (comunidades) e os aplicativos online que podem ser baixados e trabalhados fora do desktop, desde que se esteja conectado à internet. Um exemplo é o editor de textos Writely (http://www2.writely.com) que dispensa a instalação e pode ser acessado de qualquer computador conectado à rede, uma facilidade para quem precisa escrever mesmo quando está fora da empresa ou do escritório. Basta instalar o aplicativo e sair trabalhando online dentro de um cybercafé ou de um aeroporto enquanto se espera por um vôo ou por uma reunião, por exemplo. Ou seja, os programas rodam em todos os lugares mas só existem em um lugar, no servidor. "Em vez de grandes e complexos softwares, na Web 2.0 eles são simples e modulares, assim fica mais fácil tirar ou acrescentar uma funcionalidade ou compartilhar uma parte dele com outro software", observa Gilberto Alves. O Google é um ícone de empresa Web 2.0 porque está sempre com novidades, sem deixar para amanhã o que pode lançar hoje, mesmo que tenha o mínimo de funcionalidades. Segundo Alves, o conteúdo dos sites também sofreu um grande impacto com a Web 2.0, porque agora o usuário tem um papel fundamental, ele não lê apenas, mas participa e até organiza esses conteúdos e coloca à disposição para comentários (é o caso típico dos blogs). Leia mais na próxima página

1 Nada mudou na internet, o que mudou foi o nosso jeito de entendê-la Gilberto Alves Jr.


quarta-feira, 24 de maio de 2006

Compor tamento Ambiente Te r r o r Transpor te

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31 MORTOS NÃO TÊM RELAÇÃO COM ATAQUES, DIZ GOVERNO

Na crise, decidimos computar tudo. Agora, estamos depurando. Saulo Abreu, secretário de Segurança

Clayton de Souza/AE

O secretário de Segurança, Saulo Abreu: "Sumiu algum cadáver"?

SUSPEITOS MORTOS: NÚMERO CAI PARA 79 Governo do Estado informa que 31 civis mortos pela polícia não tinham relação com a guerra ao PCC Uma semana depois da onda de ataques patrocinados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o governo do Estado descobriu que 31 dos 110 civis mortos pela polícia entre os dias 12 e 19 (e não 111, conforme divulgado anteriormente) não têm relação com a guerra deflagrada contra a facção criminosa. Segundo o secretário da Segurança, Saulo Abreu essas pessoas foram mortas em confrontos com a polícia depois de terem praticado crimes comuns. De acordo com a secretaria, entre os dias 12 e 19 aconteceram 31 mortes em confrontos

rotineiros com a polícia – registradas como resistência seguida de morte. O total é mais de quatro vezes superior ao ocorrido em 2005, quando morreram, em média, 7 pessoas por semana em confrontos com policiais. "No meio da crise tinha que tomar uma decisão. Decidimos computar tudo. Agora, estamos depurando", disse Saulo, ao anunciar os novos números. "Sempre colocamos que eram mortes decorrentes de confrontos. Nunca disse que todas eram ligadas à facção." Preliminares – Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Eliseu Éclair, os dados são preliminares.

"Ainda estamos cruzando informações. Mas já sabemos que 31 mortes não guardam relação com os ataques." Éclair disse ainda que a média de ocorrências da semana passada não pode ser comparada à de outras semanas: "31 mortes é um número elevado, eu concordo. Mas passamos uma semana em guerra, não dá para comparar com períodos normais", disse Éclair. Dos 79 mortos com ligação comprovada com a onda de ataques do PCC, de acordo com o governo estadual, 55 já foram identificados. Desses, segundo Éclair, 49 tinham antecedentes criminais. Dos 31 mortos em confrontos normais, somente 8 foram identificados até agora. Saulo negou que a mudança nos números tenha relação com a polêmica sobre as condições em que ocorreram essas mortes. Há suspeitas de ligação de policiais com uma matança indiscriminada, um revide aos ataques do PCC. "Sumiu algum cadáver? Foi jogado no rio? A polícia levou pra onde? Para o IML e entregou na mão de médicos. Só estamos tendo classificações diferentes", disse Saulo. A lista – O governo estadual prometeu atender ao pedido do Ministério Público Estadual (MPE) e entregar a lista com o nome dos civis mortos e

cópias dos boletins de ocorrência e dos laudos do Instituo Médico-Legal (IML). Saulo, no entanto, recusou-se a dizer se cumprirá o prazo dado pela promotoria, que vence amanhã. "Vamos tentar cumprir, mas não adianta chegar para o produto químico que tem de reagir (no cadáver) em dez dias e dizer que faça isso em dez minutos." Ontem o governador Cláudio Lembo, Saulo, a cúpula da polícia e o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, tiveram uma reunião de quatro horas a portas fechadas na sede do governo estadual para discutir a entrega dos documentos. O MPE quer investigar as circunstâncias das mortes. Entidades ligadas à defesa dos direitos humanos acusam a polícia de cometer execuções arbitrárias diante do clima de terror que assolou o Estado. Para a promotoria, a não-divulgação dos nomes contribui para dúvidas sobre as condições das mortes. A seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB- SP) informou na tarde de ontem que a lista de mortos será entregue pela Secretaria de Segurança ao Ministério Público Estadual no prazo estipulado de 72 horas. (AE) Mais informações em www.dcomercio.com.br/canais/ cidades_index.htm

BALANÇO LEGISLATIVO É LANÇADO NA CÂMARA

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Instituto Ágora em Defesa da Cidadania e do Eleitor, uma Organização NãoGovernamental (ONG) de São Paulo, lançou ontem o Balanço Legislativo Municipal, referente ao ano de 2005. "Nossa missão é criar um controle social sobre as câmaras municipais", explicou Gilberto de Palma, diretor institucional da entidade. Trata-se da terceira publicação do gênero desde que o instituto foi criado, em 2000, hoje com o apoio da Fundação Ford. Segundo Gilberto de Palma, o Instituto Ágora criou o balanço como um instrumento para ser "multiplicado" pela imprensa em geral. "Assim, São Paulo e Rio de Janeiro já têm esse instrumento em mãos para ser usado junto com outras iniciativas semelhantes", acrescentou. Gilberto de Palma enfatizou que o Ágora acompanha o trabalho do Legislativo municipal com o

objetivo de permitir não apenas uma aproximação entre eleitor e candidato eleito, mas também para que haja alguma fiscalização sobre o trabalho desenvolvido pelos vereadores. "Por exemplo, poder acompanhar se o Orçamento municipal foi executado em benefício da sociedade", disse. A publicação do Balanço Legislativo Municipal 2005: Um Olhar da Sociedade Civil sobre a Câmara de Vereadores de São Paulo apresenta o perfil de atuação dos 55 vereadores paulistanos, relacionando a participação de cada um deles em votações e apresentação de projetos. Palma lembrou ainda a importância da Ouvidoria do Eleitor, criada pelo Ágora, que recebe sugestões de projetos de leis dos moradores da Capital e encaminha cada uma delas à Câmara. Essa participação pode ser feita pelos telefones 3898-0123 e 3088-6787 ou pelo e-mail agora@agoranet.org.br. (SLR)


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quarta-feira, 24 de maio de 2006

Geral / Internacional

Não gostaria de colocar os governos de Brasil e Chile na mesma categoria que um governo como o da Venezuela. Condoleezza Rice

Fotos:Antonio Cruz/Folha da Manhã/ O Globo

CHÁVEZ ARRANJA UM NOVO PAÍS AMIGO, O IRÃ Venezuela e Irã celebram acordo para apoio mútuo. Soou como provocação. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse que o mais preocupante na América Latina não são os governos de esquerda, mas os irresponsáveis.

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MAIO VERMELHO – Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) coordenaram ontem, em todo o País, várias manifestações, invasões de terras, passeatas e protestos. Em campos, no Rio de Janeiro, cerca de 270 manifestantes bloquearam duas estradas (BR-101 e BR356), provocando grandes congestionamentos. O chamado Maio Vermelho tem por objetivo de pedir mais agilidade do governo federal em relação aos processos de Reforma Agrária.

que nos unem profundamente", disse Ahmadinejah, referindo-se a Chávez. "Já as posições dos inimigos de nossos dois países são cada vez mais frágeis", acrescentou. Nas declarações à emissora, o governante iraniano reafirmou a importância de que "governos independentes se unam para defender os interesses de seus povos". Condoleezza - - O apoio explícito ao Irã deve aprofundar as divergências entre Chávez e o governo americano, em rota de colisão desde que o presidente venezuelano chegou ao poder, em 1999. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse ontem que o que mais preocupa Washington na América Latina não são os governos de esquerda, mas "os governos que governam de

maneira irresponsável". Segundo Condoleezza, o panorama político da região é misto. "Há governos de esquerda com os quais nos sentimos muito confortáveis", afirmou a secretária, citando como exemplos o Brasil e o Chile. "Com o governo do Brasil, temos excelentes relações. Com o governo do Chile, temos excelentes relações, e esses são governos de esquerda", disse, lembrando que tanto o presidente Lula quanto a presidente Michelle Bachelet "foram democraticamente eleitos" e "governam de maneira democrática", com "políticas econômicas abertas". "Não gostaria de colocar os governos de Brasil e Chile na mesma categoria que um governo como o da Venezuela", acrescentou a secretária. (AP/AE) Mais sobre Venezuela em Eco/4

Ali Al-Saadi/AFP

s presidentes do Irã, Mahmud Ahmadinejad, e da Venezuela, Hugo Chávez, se comprometeram ontem a garantir apoio mútuo nos fóruns internacionais de que os dois países participam. A informação foi divulgada pela rádio estatal iraniana (Irna). Ahmadinejad e Chávez conversaram por telefone na segunda-feira à noite. O presidente iraniano agradeceu a Chávez pelas manifestações de apoio ao programa nuclear de seu país. O governo americano sustenta que o Irã planeja desenvolver armas atômicas, mas o regime iraniano assegura que o objetivo de seu programa nuclear é produzir exclusivamente energia elétrica. Inimigos - "Temos muitos ideais e propósitos comuns,

IRAQUE EXPLOSIVO – Uma bomba plantada numa motocicleta estacionada no pátio de uma mesquita xiita em Bagdá explodiu ontem matando 11 pessoas e ferindo outras nove, em um dos atos de violência que deixaram pelo menos 41 mortos em todo o Iraque. Outra bomba explodiu perto de uma padaria no sudeste da capital (foto), matando três pedestres. A onda de terror ocorre na primeira semana de governo do novo gabinete que declarou como prioridade a retomada da segurança no país.

BIN LADEN REFUTA CONDENAÇÃO Terrorista diz que não recrutou Moussaoui para os ataques de 11 de Setembro

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uma gravação de áudio divulgada na internet, uma pessoa identificada como o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, afirmou que Zacarias Moussaoui – a única pessoa condenada nos EUA pelos atentados de 11 de setembro de 2001 – não teve nada com a operação. Moussaoui, um francês de origem marroquina, foi sentenciado à prisão perpétua no dia 4. A autenticidade da gravação ainda não foi

confirmada, mas dois funcionários de inteligência dos EUA disseram que não há razão para duvidar que seja mesmo de Bin Laden. "Ele não teve conexão com o 11 de Setembro", disse Bin Laden. "Sou a única pessoa no comando dos 19 irmãos e nunca designei o irmão Zacarias para estar com eles naquela missão", ressaltou, referindo-se aos 19 seqüestradores. O líder da AlQaeda disse que os seqüestradores foram

divididos em dois grupos, "pilotos e assistentes", e acrescentou: "Já que Zacarias Moussaoui ainda estava aprendendo a pilotar, ele não foi o 20º do grupo, como o governo (dos EUA) tem dito", declarou. "Ele (o governo americano) sabe disso muito bem." Bin Laden disse que Moussaoui não era um risco para a segurança da AlQaeda, pois não sabia do complô. Moussaoui foi preso duas semanas antes dos atentados. (AP/AE)


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Varejo Hi-tech Convergência Inovação Lançamento

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terça-feira, 23 de maio de 2006

A TENDÊNCIA É A WEB SER MAIS AMIGÁVEL PARA O USUÁRIO

Cresce a cada dia o número de programas que podem ser acessados diretamente via internet

Fotos: Divulgação

Programas saem do desktop e "flutuam" pela internet O usuário pode acessar a nova geração de programas, mais leves e gratuitos, que ficam armazenados em servidores da própria rede rova de que a nova geração da web ganha a atenção de empresas de tecnologia, desenvolvedores, programadores e webdesigners é que cresce a cada dia o número de programas (ou aplicativos) que podem ser acessados diretamente via internet. Os webmails, com os quais já estamos acostumados há alguns anos, de certa forma foram os pioneiros dessa tendência. Agora ganharam cara nova, ficaram mais incrementados e ampliaram a capacidade de armazenamento, com o mínimo de 1 GB. O esforço das empresas valeu a pena, e agora se pode fazer praticamente tudo no GMail, Yahoo! Mail e no novo Windows Live Mail, como se eles fossem o Outlook, por exemplo. Essa também é a nova tendência da web, ser mais amigável e transparente para o usuário, de forma que ele se sinta sempre "em casa", mesmo longe dela. A Microsoft, aliás, não podia perder essa oportunidade e também entrou nessa onda. Depois de algumas versões beta, a empresa deve lançar em julho um pacote de aplicativos gratuitos da plataforma Windows Live, com versões já em português, que poderão ser carregados a partir de uma janela de um navegador, dispensando a instalação de aplicativos

no PC. Vêm aí novas versões do MSN Messenger (8.0); do Live Mail (que substitui o Hotmail) com recursos de arrastar e soltar; do Live Search, com nova interface e classificação por categorias de notícias, imagens, busca acadêmica etc.; o Live Local, um serviço de mapas parecido com o Google Maps; e o Live.com para a personalização, utilizando tecnologias RSS e Ajax. "Queremos que os usuários tenham uma experiência online completa e segura. O Windows Live é um conjunto de softwares e serviços pessoais para reunir em um só local os rel ac io na me ntos, informações e interesses das pessoas", lembrou o co-presidente da divisão de plataformas e serviços da Microsoft, Kevin Johnson, que esteve no Brasil para a apresentação dos novos serviços e ferramentas. O processador de textos Writely também começa a ficar popular graças à sua interface parecida com o Word, e ainda com a possibilidade de compartilhar (de novo!) documentos, enviar textos do e-mail diretamente para a conta do programa, salvar como PDF, atualizar textos do Word, OpenOffice, RTF, publicar em blogs. O problema é

que ele só "fala" inglês. Alguns pacotes para escritório em substituição ao caro e pesado Office também estão disponíveis na Web 2.0. Um deles é o ThinkFree, que além de possibilitar o trabalho online, pode ser baixado também para o PC para ser usado offline. Ele traz o editor de textos Write, o gerenciador de planilhas Calc e um programa para slide show (Show). Além de ser compatível com os aplicativos do Office, o Write embute várias fontes e seus textos podem ser igualmente enviados para blogs e publicados online no site do ThinkFree, que oferece até 1 GB de espaço para os textos, planilhas e slides ali armazenados. O curioso é que vários documentos postados no site eram apenas testes feitos pelos usuários. A AjaxLaunch, que desenvolve produtos com base da tecnologia Ajax, está com novidades todos os meses, a exemplo do Google. Um deles é o ajaxWrite, o editor de textos cujos documentos são abertos em abas e são compatíveis com o Office, MS Works, Open Office e WordPerfect. Uma planilha (ajaxXls) e um programa básico de criação de gráficos, o ajaxSketch, completam o pacote. O site dispõe ainda do novo player de músicas, o ajaxTunes, para tocar músicas em streaming diretamente da internet. O usuário pode fazer um teste com uma conta demo contendo 25 músicas previamente carregadas. Ele também tem a opção de criar um espaço (um locker) para armazenar uma lista (playlist) com suas canções preferidas, escolhidas entre 40 mil já disponíveis. É claro, que depois disso, o internauta permite que outras pessoas

Acima, um acessem sua lista de músicas. detalhe do Para quem está de férias e precisa ediprocessador tar suas fotos ou vídeos para enviar aos de textos amigos e familiares a partir da cidade de Writely, que onde se encontra, nada como programas pode ser magrinhos e que possam ser acessados trabalhado online. Um deles é o EyeSpot, programionline; nha também da AjaxLauch para postar, à esq., tela editar e compartilhar vídeos e fotos. inteira do O MyImager é outro editor de imaWritely gens para arquivos até 500 KB, mas ele tem uma limitação, as fotos não ficam armazenadas, pois são apagadas do servidor diariamente ao meio-dia. O MyImager possui alguns filtros e ferramentas para melhorar a qualidade das fotos. Onde encontrar: O PXN8 (leia pix-en-ate) http://local.live.com é outro editor prático. http://ideas.live.com Nele podemos pegar a imagem do álbum online www.ajaxlaunch.com e fazer as edições neceswww.ajaxwrite.com sárias, reduzir olhos verhttp://www.ajaxxls.com/ melhos, cortar excessos http://www.ajaxsketch.com da paisagem, dar ajustes http://www2.writely.com nas cores e até branquear http://pxn8.com os dentes da pessoa fotografada, se for o caso. Cawww.myimager.com da arquivo deve ter no http://eyespot.com máximo 1 MB. Barbara Oliveira

www.thinkfree.com

Blogs, favoritos, fotos, notícias e muito mais num só espaço Personalização de serviços na Web 2.0 é uma das grandes tendências a Web 2.0 existe uma diversi- dor que ganha popularidade é o Technoficação de sites com várias fi- rati (http://technorati.com). Ele busca nalidades, entre elas a nova quase 30 milhões de diários espalhados mania de personalização de pela internet e os classifica por assuntos. home pages com indexado- O site está em várias línguas, inclusive res de favoritos, de blogs, de notícias (fe- em português. O conteúdo do blog pode eds), álbum de fotos, páginas com listas ser adicionado aos favoritos do usuário, de vídeos, troca de músicas etc., todos que também tem a opção de procurar eles podendo ser compartilhados e enri- mais links relacionados com o assunto, além de realizar outras tarefas, depenquecidos por outros internautas. Um desses serviços é o de páginas que dendo do seu grau de interesse. Com recursos semelhantes existe ainguardam os links dos favoritos, como o Delicious (http://del.icio.us/). Neste da o Blummy (www.blummy.com), que caso, o interessante é que o usuário em ganhou o prêmio como o melhor da rede vez de criar pastas e categorias dos seus pela facilidade de uso. O prêmio é uma favoritos, dá uma palavra-chave para espécie de Oscar da internet para a Web determinado conteúdo e, desta forma, 2.0 e foi promovido pela empresa de conorganiza e classifica os links (isso tam- sultoria de marketing online SeoMOZ. A equipe do Web 2.0 Awards avaliou 38 cabém se chama tagging, do inglês tag Fotos: Divulgação –etiqueta). O Furl (www. furl.net) é outro classificador online de bookmarks, parecido com o Delicious, mas com a vantagem de que salva a pá- O álbum de fotos Flickr (esq.) e o NetVibes, de personalização de páginas gina no servidor, o que é útil quando se quer ter acesso a al- tegorias da nova geração de sites e progum artigo depois de passado certo tem- gramas e mais de 300 endereços. po, e sem correr o risco de ele sair do ar. E já que personalizar é a nova tendênNa semana passada, o Google –uma cia, por que não ter uma home page cusdas mais pródigas em novidades e com o tomizada e cheia de recursos para serem maior número de lançamentos em rela- compartilhados com amigos? Um dos ção aos concorrentes Yahoo! e Microsof–, serviços mais ricos é o NetVibes apresentou o seu serviço social de orga- (www.netvibes.com ). Há até um espaço nização de favoritos, o Notebook, para para se colocar o nome no alto da página facilitar a marcação de conteúdos especí- para personalizá-la ainda mais e deixá-la ficos de páginas, como textos, imagens e online. Ali podemos adicionar de tudo, links e salvá-los num caderno de anota- horóscopo, cotações da moeda, notícias, ções, podendo ser enriquecidos com ob- previsão do tempo, links de webmails, servações do usuário. blogs, editor de textos Writely, indexaOutro site típico dessa onda Web 2.0, e dor de favoritos, álbum de fotos etc. Tudentro do conceito de rede social, é o ál- do de forma organizada. A ordem de exibum fotográfico Flickr (www.flickr. bição dos conteúdos é feita pelo usuário, com), que assim como o Delicious, foi que também pode eliminar o que não comprado pelo Yahoo!. Ele compartilha precisa mais. É preciso salvar a página a as imagens do usuário, as de seus amigos cada modificação. Assim, quando o ine pode buscar fotos relacionadas ao as- ternauta precisar acessar essas informasunto pesquisado, por temas ou nomes. ções num único lugar, elas estarão lá, onComentários sobre as imagens são pos- line. O Google, o Meu Yahoo e o My MSN tados pelos usuários do mundo inteiro. também oferecem plataformas de persoNa mesma linha, um serviço indexa- nalização, mas de páginas iniciais. (BO)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

capitão da seleção inglesa, David Beckham.

Logo Logo www.dcomercio.com.br/logo/

MAIO

Acredito que há mais por vir, pelo menos mais quatro ou cinco anos ainda restam nas minhas pernas, e espero que sejam como jogador da Inglaterra e do Real Madrid.

quarta-feira, 24 de maio de 2006

24 Recolhimento de IRRF e IPI Dia da Infantaria Dia do Café

T ECNOLOGIA T ELEFONIA

Celular do apocalipse por R$ 6 milhões O celular de número 666-6666 foi disputado por oito compradores, lance a lance, num leilão realizado no Qatar. O lance mais elevado, de 10 milhões de riales (US$ 2,74 milhões ou aproximadamente R$ 6 milhões), encerrou o leilão organizado pela operadora de telefonia móvel Q-Tel. A empresa organizou um leilão ontem, cobrando uma entrada que custava 3 mil riales. O dinheiro arrecadado com o evento foi doado para o fundo Zakat, de assistência a comunidades carentes do país.

Além de ser uma combinação rara, o número da linha é associado ao 666, considerado o "número da besta" segundo o livro do Apocalipse, que integra a Bíblia. O lance inicial para o número 666-6666 de celular foi de 1 milhão de riales. O nome do vencedor não foi divulgado. Segundo informações da agência QNA, o valor da venda também terá como destino um programa assistencial e será repassado à organização médica Hamad, que trabalha no atendimento a comunidades carentes no Qatar.

A RTE

A outra seleção brasileira País vai à Alemanha para a Copa do Mundo de futebol. De robôs

E

m junho, haverá mais de uma Copa do Mundo de futebol em disputa na Alemanha: alguns dias antes de os atletas de carne e osso entrarem em campo, uma outra seleção brasileira - a equipe Itandroids, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) - tentará trazer para o Brasil três títulos da RobotCup 2006, uma copa de futebol disputada em várias categorias. Por robôs. "Vamos para a Alemanha disputar o título mundial, não apenas para participar", diz o

professor Jackson P. Matsuura, coordenador da Itandroids. "Ouso dizer que as chances da Itandroids voltar com um título da Alemanha são até maiores do que as da seleção... Afinal, estaremos disputando o título em três categorias, e a seleção, apenas em uma." No futebol de robôs os desafios vão desde a criação da inteligência artificial à coordenação e integração entre as máquinas. As categorias que o Brasil disputa são de simulação, o que significa que não haverá robôs construídos no País en-

trando em campo, mas programas de computador que "pensam" que são robôs. O jogo é duro: a Itandroids disputou eliminatórias em quatro categorias, e classificou-se em três. Matsuura explica que a equipe participa apenas com simulações por falta de tempo e recursos para montar os robôsjogadores. Por enquanto, o Brasil ainda não é um celeiro de artilheiros eletrônicos. "Potencial tecnológico nós temos", diz Matsuura. "Faltam realmente os recursos materiais para enfrentar as grandes potências".

NY se rende a Portinari e Schendel Enterro (1942, foto) e Moça Penteando os Cabelos (1941), de Cândido Portinari (1903-1962) integram o leilão de arte latinoamericana que a cada de leilões Christie´s, de Nova York, iniciou ontem e termina amanhã. As duas obras estão cotadas entre US$ 300 mil e

US$ 400 mil. Outra brasileira que terá destaque nos leilões desta temporada na cidade é Mira Schendel (1919-1988). Uma têmpera sobre madeira, sem título, de 1963, está à venda no leilão da Sotheby´s – que começa hoje e termina amanhã – avaliada entre US$ 125 mil e US$ 175 mil.

Copa

O técnico da seleção, Carlos Alberto Parreira, reconheceu ontem que trabalha com um time de celebridades: "Só tem jogador ganhador aqui... Todos conquistaram muitos títulos. Nesse aspecto, eu estou sossegado".

Antonio Scorza/AFP Amanda Loureiro/AE Reuters

O jornal econômico francês Les Echos publicou ontem um balanço sobre a "guerrilha urbana liderada pelo PCC, principal facção criminosa do maior estado brasileiro, sede das principais multinacionais no País". A matéria fala dos 135 mortos na semana passada, da corrida dos donos de automóveis da classe mais alta às empresas que realizam serviços de blindagem e do fato de as ações de ataques e rebeliões terem sido comandadas, de dentro de prisões, por criminosos de posse de seus celulares. O destaque, aliás, é dado à questão da telefonia móvel. Segundo Les Echos, as autoridades não foram capazes de impedir a entrada dos aparelhos nas prisões o que "quebraria a espinha dorsal do crime organizado".

Oriente e Ocidente, com apoio mútuo Os presidentes do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e da Venezuela, Hugo Chávez, se comprometeram ontem a garantir apoio mútuo nos fóruns internacionais de que os dois países participam. Ahmadinejad e Chávez conversaram por telefone na noite de segunda-feira. "Nós temos muitos ideais e propósitos comuns, que nos unem profundamente. Já as posturas dos inimigos de nossos dois países são cada vez mais frágeis", disse Ahmadinejad, reafirmando a importância de que os "governos independentes se unam para defender os interesses de seus povos". Chávez garantiu o apoio de seu país à postura do Irã no que se refere a suas atividades nucleares, que considera "pacíficas".

Vargas Llosa, o amor e a política

E M

Guerrilha urbana por celular

P OLÍTICA

L ITERATURA

O escritor peruano Mario Vargas Llosa lançou ontem seu novo romance, Travessuras de Una Niña Mala (Travessuras de uma garota má) e anunciou que a obra trata de um tema que não havia explorado até agora: o amor. Mas se a política tema central de todas as suas outras obras - deu uma trégua neste livro, o mesmo não acontece com o escritor de 70 anos. Durante o lançamento internacional da obra na Espanha, ele comentou que a democracia peruana correrá um risco no segundo turno eleitoral de 4 de junho, e afirmou que o candidato do APRA, Alan García, "é o mal e menor" no qual os

B RAZIL COM Z

peruanos deverão votar, pois uma vitória do candidato nacionalista Ollanta Humala poderia resultar em uma ditadura militar. "O que está em jogo no Peru é se a democracia que temos, mesmo imperfeita, sobreviverá ou desaparecerá uma vez mais com a presença de um caudilho militar nacionalista (no poder), representado pelo senhor Humala", afirmou Vargas Llosa em Madri. Humala, um tenente-coronel da reserva, disputará o segundo turno com García, um centroesquerdista que realizou uma desastrosa gestão entre 1985 e 1990 e que deixou o Peru submerso numa grave crise econômica.

T ELEVISÃO

C A R T A Z

CINEMA

APOIO DO SANTO – A seleção brasileira foi recebida ontem pelos fãs no primeiro dia de preparação para a Copa do Mundo, na Suíça. Ronaldo (alto) foi assediado e Robinho (direita) passou por uma série de testes. "Quero dizer que este aqui vai acompanhar o treino calado. Ele estará olhando tudo, mas vai ficar quieto. Vai entrar em ação no dia 13 de junho", disse o coordenador da seleção, Zagallo, mostrando a imagem de Santo Antônio.

I NTERNACIONAL

Guerra pelo ar AFP

Kenoma (foto), de filme de Eliane Caffé, lançado em 1998. Na mostra o Novo Cinema Brasileiro. Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000. Telefone: 3277-3611. 18h. Grátis.

Uma passadinha no cartório

Se o seu cão come depressa demais, eis a solução. A tigela Brake-fast tem três pinos no interior, o que obriga o cão a fazer um certo malabarismo na hora de comer. Custa US$ 14,99 no site.

Sem filas, sem passar horas em pé, sem vai e volta. Essa é a proposta do site Cartório Brasileiro, que oferece uma série de serviços que são realizados em cartórios, igrejas, fóruns, delegacias pela internet. Certidões de nascimento, óbito, casamento e batismo, autorizações, escrituras e protestos são alguns desses serviços. Registros de imóveis, negativas cíveis e de tributos também podem ser conseguidas pelo site. Todos os serviços são cobrados.

www.brake-fast.net

www.car toriobrasileiro.com.br

L OTERIAS Concurso 455 da DUPLA SENA Caças gregos, semelhantes ao que protagonizou acidente ontem, sobrevoam o Mar Egeu

Primeiro Sorteio 02

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Segundo Sorteio

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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AI acusa grandes potências de colocarem segurança à frente dos direitos humanos

Concurso 1604 da QUINA

Presidente Bush nomeará Clifford Sobel como novo embaixador dos EUA no Brasil

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Prato para cães esganados

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F AVORITOS

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Antonaros porta-voz do governo grego. O Exército da Turquia identificou os dois aviões como caças F-16 O piloto turco foi resgatado no mar por um navio mercante. O piloto grego ainda não foi encontrado. A Grécia alega que seu espaço aéreo estende-se por 16 quilômetros além de sua costa, mas a Turquia reconhece apenas dez quilômetros - mesma distância das águas territoriais. Disputas por territórios e espaço aéreo deixaram Turquia e Grécia à beira de guerra em três ocasiões desde 1974. (AE)

Michelle Rodriguez, que atuou na série de TV norteamericana Lost como Ana Lúcia, violou sua condicional e foi condenada, ontem, a dois meses de prisão, em Los Angeles. A atriz também terá de prestar 30 dias de serviços comunitários e deve se inscrever em um programa de auxílio a alcoólatras. Michelle, de 27 anos, volta para a prisão em 31 de maio. Ela violou os três anos de condicional que recebeu em 2004 quando dirigiu sem licença, acima do limite de velocidade e sob efeitos do álcool, na ilha de Oahu, no Havaí. A condicional foi agora prorrogada para junho de 2009.

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G @DGET DU JOUR

aças de combate de Grécia e Turquia chocaram-se ontem, em mais um episódio de uma conhecida e velada disputa entre gregos e turcos pela delimitação de seus espaços aéreos. A colisão ocorreu sobre a ilha de Cárpatos, no Mar Egeu. Aviões de combate dos dois países freqüentemente interceptam-se mutuamente sobre o Mar Egeu, especialmente em regiões onde há disputa pelo espaço aéreo. "Parece que o incidente ocorreu no momento em que o jato grego interceptava um caça turco", disse Evangelos

Atriz de Lost volta à prisão

Google promete tirar do ar, em 24 horas, páginas do Orkut que façam apologia ao crime

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terça-feira, 23 de maio de 2006

Inovação Varejo Hi-tech Lançamento Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TRADUÇÕES LITERAIS PODEM PROVOCAR GRANDES GAFES

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milhões é o número de usuários do Babylon no Brasil ou o correspondente a 5,71% do total no mundo

IT BREAKS A BRANCH (Ele quebra um galho) Nova versão de dicionário eletrônico Babylon traz recursos limitados de tradução de texto, mas o forte da ferramenta continua sendo a facilidade de acesso aos ricos verbetes, aplicáveis em diversos contextos Por Vanderlei Campos Fotos: Captura de telas

raduções literais são motivos comuns de piadas entre bilíngües, e também de grandes gafes. Mesmo os que conhecem bem as línguas correm riscos quando não dominam o contexto cultural ou o jargão de alguma área. Boa parte desse tipo de problema é contemplada na versão 6 do Babylon –software de dicionário online, que funciona integrado ao aplicativo de leitura ou edição de textos– com a apresentação simultânea dos conteúdos de vários dicionários e da Wikipedia. Contudo, o novo módulo de tradução de blocos de texto ainda apresenta limitações. "A tradução automática serve para que se tenha alguma noção sobre o conteúdo de um parágrafo (em uma língua desconhecida). É um recurso emergencial, que não substitui o tradutor humano", admite Noah Bell, diretor de vendas da Babylon. Até o lançamento da versão 6, neste mês, a base de usuários do Babylon no Brasil ultrapassava 2 milhões, o que correspondia a 5,71% do total no mundo. Segundo Noah, em 2006 o aplicativo chegou a uma média de um download por minuto, incluindo as versões de avaliação e as compras. "Entre as pessoas que baixavam mas não compravam o produto, 30% reclamaram da falta de um tradutor de textos. Sabemos que, hoje, nenhum desenvolvedor consegue produzir um tradutor automático com o nível de precisão que caracteriza o Babylon (como dicionário). Como não queremos perder nossa reputação, aprofundamos a precisão e a abrangência do dicionário e, para responder à demanda do mercado, também acrescentamos uma alternativa, mesmo que incipiente, de tradução de blocos", conta. Para o usuário final utilizar o Babylon, a R$ 148

browser, e-mail e processador de texto. A vantagem da interface é que, com um atalho simples, aparecem as alternativas na língua de destino, com o recurso de tradução reversa (cross translation), que facilita chegar ao termo mais preciso. A versão 6 traz ainda, nas mesmas janelas de tradução, os verbetes da Wikipedia, além de mais expressões idiomáticas. "Muitas vezes, tão importante quanto entender o vocabulário é compreender certas referências. Por isso é interessante que o dicionário e a enciclopédia trabalhem juntos", observa Raphael Cohen, diretor da VM Tecnologia, que representa a Babylon no Brasil. Além de eliminar as soluções grotescas de alTelas mostram guns tradutores online, os verbetes mais coma nova versão pletos ajudam a decidir o que se deve ou não trado dicionário duzir. Outra vantagem da enciclopédia integraeletrônico da é a possibilidade de entender uma expressão Babylon em em seu contexto –por exemplo, PET pode ser ação: "tomografia por emissão de pósitrons", em texapresentação to sobre radiologia, ou "politereftalato de etilesimultânea dos no", em artigo sobre plásticos. conteúdos de O dicionário oferece suporte a 12 idiomas. A livários cença inclui acesso a 1,6 mil glossários específicos, dicionários e da cedidos por grandes corporações, grupos de inteWikipedia resse ou usuários individuais. Outros conteúdos, como Michaelis, Britannica, Oxford, Merriam Webster, Pons, Larousse, Langenscheidt, Taishukan, Michaelis e Van-Dale, tem um custo adicional, que varia entre R$ 36 e R$ 270. "Quem comprar ou fizer a atualização para a versão 6 recebe a licença ou R$ 73 a assinatura anual, a conexão acesso automático ao conteúdo Premium durancom internet tem que estar ativa, pois as bases de te 30 dias", informa Noah Bell. Os que compraram dados não são baixadas. O aplicativo funciona in- a versão 5 a partir de 15 de fevereiro também potegrado a qualquer outro software, como dem atualizar, sem a taxa de R$ 97 de upgrade.

Na prática Veja uma comparação entre as traduções publicadas no próprio site da Babylon com as produzidas pelo software: Original em inglês Just click any word in the text you want to translate and Babylon will automatically identify the relevant text passage and translate it. Tradução humana inglês/português Basta clicar em qualquer palavra no texto a ser traduzido e o Babylon irá identificar automaticamente o trecho relevante do texto e traduzi-lo. Tradução automática inglês/português Há pouco clique em qualquer palavra no texto você quer traduzir e a Babilônia identificará a passagem de texto pertinente automaticamente e traduzirá isto. Tradução humana inglês/espanhol Haga un solo clic en cualquier palabra del texto que desea traducir, y Babylon identificará automáticamente el texto relevante y lo traducirá. Tradução automática inglês/espanhol Sólo haga clic en cualquier palabra usted quiere traducir y Babilonía identificará el pasaje de texto en el texto relevante automáticamente y tradúzcalo. (VC)


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Inovação Lançamento Convergência Varejo Hi-tech

terça-feira, 23 de maio de 2006

Essa situação da comunicação e mobilização do crime organizado via celular poderia ter sido prevista

É IMPOSSÍVEL DELIMITAR UMA ÁREA EXATA PARA INTERCEPTAR OS SINAIS

necessidade de bloquear os celulares em presídios, apesar de óbvia, não é tão simples quanto parece. Como à época das privatizações essa situação não foi prevista, legalmente as operadoras não são obrigadas a ficar com toda responsabilidade comercial ou mesmo operacional de instalar qualquer tipo de dispositivo que iniba a comunicação via celular. Se tivesse sido previsto, as concessionárias teriam, por lei, que bloquear os sinais no início de suas operações e muito provavelmente os acontecimentos de São Paulo seriam evitados. As operadoras deverão fazer o bloqueio como forma de acordo com o governo, Anatel e Ministério das Comunicações, devido à gravidade da situação, e isso já vem ocorrendo. Mas os contratempos causados pelos bloqueios já foram sentidos nas primeiras instalações, causando problemas p a r a u s u ários, operadoras e Anatel. A população vizinha dos complexos penais vai perder o Privatização não previu áreas às quais as teles deveriam inibir os sinais sinal em seus aparelhos, Por Guido Orlando Júnior pois é impossível delimitar uma área exata para interceptar a transmissão e recebimento de sinais. Como exemplo e para ilustrar a dificuldade, os sinais devem ser enviados a partir de torres ou pontos instalados nos presídios como se fossem a iluminação de um campo de futebol. Assim como a luz vaza e ultrapassa os limites do campo, acontece o mesmo com os sinais. Os problemas já começaram. O prefeito de Iaras, cidade do interior de São Paulo, vem dando nos últimos dias entrevistas argumentando que não irá permitir o bloqueio, pois isso irá prejudicar a população "honesta e trabalhadora". Já advogados ouvidos pela mídia dizem que a população ao redor dos presídios tem todo o direito de entrar na Justiça para reclamar seus direitos caso se sinta prejudicada pela interrupção do sinal em seus celulares. Diante disso, prevêem uma enxurrada de ações contra as teles.

Lei não obriga operadoras a bloquear celulares

O problema, contudo, não se restringe aos celulares. Segundo Joel de Lima Simão, engenheiro de telecomunicações e com larga experiência no setor, o ideal é que sejam bloqueadas absolutamente todas as faixas de freqüência de comunicações e não somente as que possibilitam o funcionamento de aparelhos móveis. Isso para que não seja possível qualquer tipo de troca de informações entre os detentos e o mundo exterior. Se essa medida não for tomada, mais cedo ou mais tarde os presos darão um jeito de abrir um novo canal de comunicação, devido aos avanços da tecnologia. "A tecnologia avança muito mais rápido do que podemos prever como ela será utilizada e ninguém garante que os bandidos passem a utilizar um aparelho que faça uso de ondas fora da faixa dos celulares para se comunicar", avalia Simão. Atualmente essa é uma hipótese distante, pois eles teriam que utilizar, por exemplo, transmissões via rádio, na freqüência do cidadão, ou os populares radioamadores. Como esses aparelhos são grandes, dificultam sua entrada e a portabilidade é quase nula. Mas como reforça o engenheiro: "Quem garante que daqui algum tempo eles não serão portáteis?". De fato, já existem à venda pequenos aparelhos de comunicação via tranking –um exemplo são os dispositivos do tipo Nextel–, que podem ser comprados em qualquer loja de eletrônicos, com alcance até que razoável. Toda essa confusão gerada em torno dos celulares leva a uma só conclusão: como sempre, a falta de planejamento do governo cria situações polêmicas e que para serem resolvidas criam novos problemas que demoram a ser resolvidos e quem se dá mal é a população. Essa situação da comunicação e mobilização do crime organizado via celular poderia muito bem ter sido prevista e o governo não foi pego de surpresa. Ou, se ficou surpreso, somos governados por um bando de inocentes, o que não é o caso. Há muitos anos que as prisões dos EUA, Itália e outros países utilizam esse tipo de bloqueio para evitar rebeliões e motins. Apesar desses exemplos, não fomos capazes de prever isso na época das concessões de telefonia celular e agora terão que ser feitos remendos a toque de caixa para que o problema seja minimizado.

Divulgação

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RELÍQUIA 1 O Forte Montgomery, construído em 1844, durante a Guerra Civil americana, está à venda no eBay

Ó RBITA

RELÍQUIA 2 No sábado, havia um lance de US$ 1,5 milhão pela relíquia arquitetônica. O leilão termina em 5 de junho

Invasão turca Divulgação

m hacker turco, conhecido nos subterrâneos da internet pelo apelido iSKORPiTX, modificou a home page de 40 mil sites, deixando no lugar do conteúdo sua marca registrada. Com esse volume de pichações, batizada de "defacement", a Turquia passou o Brasil como país que promoveu mais ataques do gênero, segundo o ranking do

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EXTRALIFE LANÇA PEN DRIVE COM A CARA DA COPA

O Pen Drive Football tem a cara da Copa do Mundo de Futebol

observatório de ameaças digitais Zone-H. Há alguns anos, iSKORPiTX foi o responsável por ataques a mais de 100.000 sites. Muitos

deles eram do governo da Turquia. João Magalhães Site relacionado: http://www.zone-h. org/en/news/ read/id=206009/

Divulgação

o país dos Ronaldos, a Copa do Mundo da Alemanha já entrou em campo em praticamente todos os setores da economia. De olho no rico mercado da indústria do futebol, que movimenta sozinho cerca de US$ 7 bilhões por ano no Brasil, a fabricante brasileira de suprimentos de tecnologia Extralife desenvolveu um produto especialmente para a ocasião –o Pen Drive Football. Revestido de material emborrachado, que o torna resistente a quedas, e com design diferenciado em

formato de bola de futebol, a engenhoquinha colorida tem tudo para se tornar o objeto de desejo tecnológico dos torcedores, especialmente dos que adoram colecionar fotos, vídeos, textos e músicas ligados ao esporte mais popular do mundo, com a vantagem de que no pen drive eles podem ser armazenados e transportados para qualquer lugar. O Pen Drive Football é plug and play e está sendo fabricado com cinco diferentes capacidades de armazenamento: 128 MB, 256MB, 512 MB,

1GB e 2 GB. Para copiar ou baixar arquivos o usuário precisa de PC ou notebook com porta USB 2.0 e sistema operacional Windows 98SE ou MAC OS 9.0X e Linux 2.5, ou acima. Preços e disponibilidade – O Pen Drive Football Extralife estará à venda a partir do final de maio nas principais lojas de informática do país. Os preços variam de acordo com a capacidade: 128MB (R$ 99), 256 MB (R$ 129), 512MB (R$ 159), 1GB (R$ 239) e 2GB (R$ 469). Rachel Melamet Onde encontrar: São Paulo - tel. (11) 3872-1070; outros Estados - 0800 175 088.

Novo mensageiro UOL está lançando uma versão de teste de um novo comunicador de mensagens instantâneas, que permite conexão com o MSN Messenger, Yahoo Messenger, ICQ e Jabber. O UOL Messenger, como foi batizado o programa, é o sucessor do ComVC, lançado em 1999. Ao contrário dos rivais, a novidade do UOL não exibe propaganda, e possui um recurso de privacidade que codifica as mensagens trocadas entre os usuários. (JM)

O

Site relacionado: http://messenger.uol.com.br

Boate virtual emergente empresa americana Doppelganger criou um clube noturno virtual chamado The Lounge, destinado a adolescentes. O "clube" gera avatares com roupas, cortes de cabelo e postura excêntricos e é uma estratégia da Doppelganger para levar glamour a jovens de áreas rurais dos EUA. Na foto, avatares representam membros da banda inglesa Pussycat Dolls. (JM)

A

Site relacionado: http://pcdmusiclounge.com/Home.do


DEU

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HTTP://CESARMAIA. BLOGSPOT.COM/

DOISPONTOS -11 11

a manutenção do Estado de Direito, da ordem interna e a preservação da segurança contra a agressão externa. Pela mesma razão defende o direito de propriedade privada, já que o direito de propriedade é o único meio efetivo de assegurar a liberdade. E defende a democracia, a "liberdade dos antigos" no dizer de Constant, como o meio por excelência de escolher os governantes em um sistema representativo.

Receita para chegar ao segundo turno

BLOG C O prefeito do Rio, Cesar Maia, traça em seu "ex-blog" um roteiro para a oposicão chegar ao segundo turno na campanha presidencial. Quanto mais candidato, melhor. O inverso do que estaria sendo incentivado pela campanha de Alckmin.

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

omo se traçar uma estratégia eleitoral? Diagnóstico e ação! Para analisar o quadro eleitoral deve-se fazer um diagrama e ir vencendo cada ponto ou nó. O primeiro nó é responder se tende a ocorrer ou não segundo turno. Se a oposição achar que chegar ao segundo turno é uma questão

tranqüila, deve passar para os nós alternativos, seguintes. Mas se achar que não é tranqüila, a oposição deve se dedicar a pensar como garantir o segundo turno. Há pelo menos três formas de agir, simultâneas e cumulativas: 1) Balançar, bater a árvore do Lula, para os frutos (intenções de voto) caírem. 2) Apresentar o seu candidato com o cesto certo

para colher os frutos. Em geral, isso significa identificar valores que tornem o candidato como depositário natural do que cair do líder. 3) Talvez - o mais importante, que os líderes que apóiam Alckmin não entenderam -, quanto mais candidatos competindo, maior a garantia de um segundo turno.

Nesse caso, não se entende o tempo gasto por estes líderes, junto ao PPS, PDT e parte do PMDB para atraí-los. O estímulo deve ser para que todos lancem candidatos e se encontrem no segundo turno. É tempo de pararem com esta bobagem de querer atrair outros partidos, assim como de evitar que estes lancem

candidatos. Mesmo que sangre em alguns estados, esta é a melhor fórmula para se garantir o segundo turno. O quadro muda sempre que numa eleição com reeleição há segundo turno, pois o presidente, mesmo que líder, parte com mais da metade dos eleitores tendo razões para votar contra ele.

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ROBERTO FENDT O SAMBA DO CRIOULO DOIDO verdadeiro Guy Sorman é um intelectual. Um jornalista combativo. Um respeitado sociólogo, filósofo e autor. É autor de inúmeros livros, incluindo A solução liberal, O estado mínimo, A nova riqueza das nações e Os verdadeiros pensadores do nosso tempo. Não há qualquer dúvida de que o verdadeiro Guy Sorman seja um autêntico liberal. O Guy Sorman que falou no Seminário Internacional Democracia Liberal deve ser outro (sua palestra, editada depois de feita por videoconferência, foi reproduzida aqui ao lado, na última sexta-feira). Leiam suas afirmações e me digam se tenho ou não razão: "O verdadeiro debate nesse país não é tanto entre a direita e a

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ra, o liberalismo clássico não comporta qualquer debate no seu "interior". Debate há, sim, no campo da socialdemocracia. Mas essa não tem nada a ver com o liberalismo, a menos que se aceite que o welfare state, o Estado Hobin Hood previdenciário, seja uma degenerescência do liberalismo – coisa da social-democracia. Mais absurdo ainda é o liberalismo "de direita" ou "de esquerda". Em política, à esquerda dos liberais estão os socialistas – os que têm por valor o desprezo à liberdade e louvam o coletivismo. À direita estão os conservadores, os que têm por principal valor a ordem, não a liberdade. Liberalismo "de esquerda" ou "de direita" é uma aberração, simplesmente não existe. Por fim, compreendo o possível desconforto do

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O verdadeiro Guy Sorman é um autêntico liberal. O Sorman que falou no seminário da Democracia Liberal deve ser outro. José Patrício/AE

Dura realidade

s recentes acontecimentos em São Paulo são a ponta-de-lança mais aguda da tragédia política que estamos a viver, o ato mais exposto e assustador, que assusta mais ainda por ser um simples elo de uma cadeia que pode desembocar em acontecimentos sangrentos. Digo sangrentos e deveria dizer ainda mais sangrentos, porque as dezenas de mortos que caíram nessas primeiras escaramuças não foram poucas vidas. Muitos inocentes morreram, como insistem em dizer os nossos grandes jornais diários e as fajutas organizações que supostamente lutam pelos direitos humanos: foram os policiais assassinados pelas costas, na porta de suas casas, no relaxar da sua faina, na surpresa de quem não esperava o ignóbil, na impiedosa e fria execução que o braço armado e facinoroso do Foro de São Paulo não se furtou a fazer. Entendo que um aviso foi enviado à sociedade brasileira, é como se dissessem que Lula tem que ser reeleito, sob pena de o caos vir a se instalar e os demônios do crime, nas cidades, e das reforma agrária, no campo, serem soltos em represália ao exercício livre da

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alternância de poder. Os inocentes mortos no altar da covardia típica das forças revolucionárias – bem vimos o que aconteceu em 1935 – são as testemunhas silenciosas que clamam para que os bons brasileiros, os homens de bem, não fiquem apequenados em seus afazeres e acordem de sua letargia, a começar pelas forças políticas tidas por liberais e conservadoras. A mentira sociológica não pode mais servir de ornamento de bem parecença de salão, na boca das personalidades destacadas. Chega de falar em “elite branca”, de “exploração capitalista”, de “desigualdades sociais”, de “desigualdades entre as nações”, de satanização dos EUA. A verdade é que vivemos em um país multirracial em que nenhuma raça em particular pode ser acusada de ter o monopólio das culpas coletivas. A verdade é que a desigualdade é inerente à condição humana e nada tem a ver com a ord e m c a p i t a l i s t a e nquanto tal. A verdade é que a ação estatal no suposto combate à desigualdade é que tem exacerbado os índices de concentração de renda; quanto mais o Estado faz intervenção, mas concentra a renda; quanto mais tributa,

G Um aviso foi enviado à sociedade brasileira, é como se dissessem que Lula tem que ser reeleito, sob pena de o caos vir a se instalar. G É preciso enfrentar as ameaças e a melhor forma é manter a normalidade da vida. Correr para casa não protegerá ninguém dos seus algozes. G Não será por medo que vamos manter o continuísmo.

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mais rouba de quem tem pouco e trabalha e mais dá a quem tem muito e nada faz. A verdade é que o grau de civilização que o Brasil alcançou, ainda que claramente insuficiente, se deve à ordem capitalista que, bem ou mal, ainda persevera por aqui. E a verdade nua e crua é que os nossos maiores aliados em termos econômicos e políticos são os EUA. O que aconteceu na Bolívia e o que vem acontecendo no Mercosul é a prova da estultícia diplomática em que nos meteram os sucessivos governos “não-alinhados”, desde que Sarney foi presidente da República. Cada um de nós terá que fazer a sua parte, que começa por compreender corretamente a realidade, mas não acaba aí. Continua na ação exibidora de atos c o t i d i a n o s d e c o r agem, de não se acovardar diante das ameaça à nossa vida. Fiquei estupidificado ao ver São Paulo inteira a correr na Segunda-Feira Negra, o 15 de Maio, de triste memória quando algumas dezenas de vagabundos decididos, a mando bem sabemos de quem, decidiram agir de forma coordenada. Nada a fazer senão esquecer o medo, para lembrar a bela canção de Milton Nas-

cimento. É preciso enfrentar as ameaças e a melhor forma é manter a normalidade da vida. Correr para casa não p ro t e g e r á n i n g u é m dos seus algozes ímpios. Na casa de cada um eles poderão estar a nossa espera. É preciso que os homens de empresa, os políticos conscientes, os jornalistas íntegros, os que têm cátedra, enfim, a elite que de faz a vida acontecer e move a roda da História, que se enrijeça e se prepare para dias ainda mais duros. É cingir os cintos aos rins, para usar a expressão bíblica, a fim de combater o bom combate. Não será por medo que vamos manter o continuísmo. Mas será por um ato de audaciosa coragem que os brasileiros conscientes correrão com os malfeitores que tomaram conta do poder, que apequenaram a Nação brasileira diante de ditadores insignificantes, que acobertaram os criminosos mais rapaces, que acusaram os inocentes mortos – os justos sacrificados no cumprimento do dever – de culpados por resistirem aos seus inimigos. Mais do que nunca, São Paulo não pode e não tem porque parar. Nem o Brasil. NIVALDO CORDEIRO WWW.NIVALDOCORDEIRO.ORG

esquerda, mas no interior do campo liberal". Disse também que "os liberais de direita – eles são muitos no Brasil e em todo o continente – não fazem um juramento que não seja por Milton Friedman e o mercado: que o Estado nos deixe em paz e a prosperidade será alcançada". E que "Lula é o melhor antídoto ao populismo de Fidel, Morales e Chávez". O que é o "campo liberal"? O liberalismo comporta pelo menos três visões: é uma tradição política, é uma filosofia política e é uma teoria filosófica geral, que engloba uma teoria de valor, uma concepção do indivíduo e uma teoria moral e política. Para efeito do que foi dito no Seminário, basta a segunda visão. omo teoria política, o liberalismo clássico dá primazia à liberdade como valor político. E define "liberdade" simplesmente como ausência de coerção por terceiros, aceita apenas para proteger a liberdade dos outros. Por essa razão defende a limitação do Estado, que deve ser forte naquilo que é sua atribuição específica:

C

presidente Lula ao ser defendido por um liberal. Mas não vejo como o classificar como "opção ao populismo". Populista o senhor presidente é, a menos que o julguemos pelo que diz e não pelo que faz. Como o outro Sorman classificaria o paternalismo com milhões de eleitores através do programa Bolsa-Família? palestra do outro Sorman parece um samba do crioulo doido, uma criação do realismo mágico latinoamericano. Essa expressão, "realismo mágico", foi criada em 1949 pelo grande escritor cubano Alejo Carpentier para descrever a combinação quotidiana do fantástico com o mundano na América Latina. Alguém já disse que o realismo mágico também pode ser observado na arte alemã no pós-guerra, como no filme de Wim Wenders, Asas do desejo. Não havia notícia, até agora, de que o fenômeno também tivesse se ramificado para a França. Depois da palestra do outro Sorman, parece que sim.

A

ROBERTO FENDT É ECONOMISTA FENDT@TERRA.COM.BR

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São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

DCARRO

7

MINIATURA

Brincando com a velocidade

Divulgação

Lego lança três produtos ligados à Fórmula 1, com destaque para a Ferrari F430 Spider em escala 1:17

O

s fanáticos por velocidade e por miniaturas de veículos já têm mais opções para se divertir. A Lego Racers está lançando no mercado brasileiro a cópia da Ferrari F430 Spider em escala 1:17, que tem as mesmas características da original, apresentada no Salão de Automóvel Genebra em março do ano passado. A réplica do esportivo vermelho da tradicional marca italiana tem pneus de borracha, capôs dianteiro e traseiro que abrem e um volante que funciona de verdade e pode ser posicionado para condução à direita ou à esquerda. Quando montada, a Ferrari Spider fica com 27cm de comprimento. Incorpora adesivos autênticos da Ferrari, espelhos ajustáveis e motor detalhado. Destinada aos apaixonados por miniaturas, a F430 Spider em escala 1:17 faz parte da nova linha Racers da Lego, que envolve três produtos diferentes e visa, também, o público infanto-juvenil, na faixa de 8 a 12 anos, que curte automóveis

A linha Racers é composta pela Ferrari 430 Spider, a Finish Line e Fuel Stop. O importante é soltar a imaginação. Os preços variam de R$ 99,90 a R$ 299,90.

e competições esportivas. Segundo a empresa, o sucesso do lançamento da lendária Enzo Ferrari em escala 1:10, apresentada no ano passado, motivou o investimento em novos modelos ligados à Fórmula 1. Outras opções - Toda a emoção e trabalho da Ferrari em uma corrida de Fórmula 1 viram brincadeira com a Ferrari Finish Line, que reproduz a preparação do veículo na mais tradicional prova automobilística do mundo. O conjunto vem com minifiguras e ferramentas que permitem exercitar a imaginação das crianças e também dos adultos. No pódio, a Ferrari Finish Line destaca a bandeira do Brasil ao lado dos símbolos da Itália e da Alemanha. Nos boxes estão estampados os nomes dos melhores pilotos da atualidade da escuderia italiana, Felipe Massa e Michael Schumacher. A Ferrari F1 Fuel Stop completa o cenário da corrida. Inclui a bomba de combustível e permite verificar os pneus

do tradicional carro vermelho da marca italiana. Ferramentas e minifiguras também completam esse kit. Identificação - A Lego informa que os consumidores podem identificar os brinquedos por seus números de referência, através dos seguintes códigos: 8671 (Ferrari F430 Spider), 8672 (Ferrari Finish

Line) e 8673 (Ferrari F1 Fuel Stop). Os preços dos produtos da linha Racers variam de R$ 99,90 a R$ 299,90.

NOVO PRODUTO

VAREJO

Pirelli apresenta primeiro pneu aro 30 do mundo

Nova coleção de produtos licenciados Chevrolet

Divulgação

U

O

315/30R30 Scorpion Zero Asimmetrico, o primeiro pneu aro 30 do mundo, é a mais recente novidade apresentada pela Pirelli no mercado automotivo norte-americano. Há quatro anos consecutivos a empresa vem inovando na fabricação de pneus tamanho plus. Em 2003 lançou o 315/40VR25 Scorpion Zero, que nos anos seguintes saiu também nas medidas 26 e 28 polegadas. O novo modelo foi desenvolvido na fábrica da Pirelli em Rome, Geórgia, EUA. A produção em larga escala só foi possível graças ao Sistema Robotizado Modular Integrado (MIRS), um revolucionário processo de fabricação exclusivo da Pirelli, que permite confeccionar pequenas quantidades de pneus especializados de alta performance com ótimo custo-benefício. Desde a inauguração, em agosto de 2002, esta unidade de produção da Pirelli nos Estados Unidos garantiu a

Modelo 315/30R30 Scorpion Zero

ma coleção de produtos licenciados com a marca Chevrolet foi a novidade que a General Motors apresentou durante o 2º Salão de Tuning de São Paulo e que a partir do início de junho estará disponível em toda a sua rede de concessionárias. Entre os produtos estão bonés, camisetas e moletons para homens e mulheres. "O prestígio e a credibilidade dos Divulgação

liderança da marca no setor especializado em veículos para cargas leves, com a exclusividade da linha Scorpion Zero, oferecendo tamanhos de aros que variam de 16 a 30 polegadas de diâmetro. O objetivo da empresa com pneu de aro 30 é preencher um nicho emergente de mercado. O novo produto vem com o padrão exclusivo “Duplo Z”, que proporciona máxima tração seca aliada à tração total no molhado.

Coleção inclui bonés e camisetas

veículos Chevrolet mostram que a marca é amplamente conhecida e aceita no mercado nacional. Com este programa a empresa terá o privilégio de ver produtos de vestuário sendo usados por consumidores e admiradores da marca", destaca Samuel Russell, diretor de Marketing da General Motors do Brasil. Parceria - Para lançar sua linha de produtos Chevrolet a montadora firmou parceria com a Lenix, que é a empresa licenciada para a venda de todos os itens de vestuário e outras peças do gênero que o consumidor vai encontrar nos distribuidores da marca. "Além da aplicação da cobiçada gravata Chevrolet, os produtos da nossa nova coleção são fabricados com alto padrão de qualidade e requinte. Este é o nosso grande diferencial", destaca Russell.


Suplemento Especial - São Paulo, 23 de maio de 2006

Paulo Pampolin/Hype

Um mundo de aluguel

É

Um anjo (de fantasia alugada) pula numa cama elástica. A cama pertence à empresa Casanova Eventos, especializada em grandes festas. Tudo de aluguel. A modelo é Danila Monzani

possível alugar qualquer coisa, até um elefante cor-de-rosa para uma festa. Deixe que um site especializado faça isso por você. Também não é difícil alugar um escritório pronto para uso em Tóquio ou Nova York, por exemplo. Afinal, neste mundo de aluguel, tudo é possível: de cão de guarda a vasos com plantas, de piano a fantasias, de carros a oxigênio. Alguns negócios vão muito bem - como o de automóveis -, outros nem tanto. As locadoras de vídeo, por exemplo, começam a perder terreno para a pirataria. E se a Copa do Mundo vem aí, por que não alugar uma TV de plasma 42 polegadas?


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

terça-feira, 23 de maio de 2006

Alugue o que quiser, de vestido de noiva a escritório Carro, vestido de noiva, fantasia, áudio e vídeo, ferramenta, móveis e utensílios domésticos, festas, livros. Tem de tudo nesse mercado de locação. Alguns setores faturam muito e chegam a crescer de 20 a 30% ao ano Patrícia Cruz/LUZ

Luiz Guerrero

N em sempre comprar é a melhor opção: de aspiradores de pó a vestidos de noiva, é possível alugar qualquer objeto, serviço ou animais. Não há como quantificar esse mercado, pois nem todas as atividades são regulamentadas, muitas ainda são tocadas na base da informalidade. Mas tome-se como exemplo os números divulgados pela Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis, que responde por uma frota de 223.811 veículos: em 2005 o setor registrou faturamento de R$ 2,91 bilhões, crescimento de 8,3% em comparação a 2004. No ano passado, 12,2 milhões de pessoas alugaram um carro, 2,1 milhões a mais de usuários que no ano anterior. O advogado Jair Muniz Andrade Júnior, criador de um site de serviço sobre locação, vem acompanhando atentamente o mercado desde 1998. E nota crescimento em todas as áreas, além do surgimento de outras inéditas. Percebe tam-

O aluguel do vestido, do carrão antigo (que tal um Rolls Royce, por exemplo?), da festa completa. Tudo se aluga, menos o amor

bém a crescente procura de interessados pelos mais diferentes serviços: “Muita gente chegou à conclusão que é mais vantagem alugar do que comprar”. Entre outros motivos que levam a esta opção, desta-

cam-se os altos custos de manutenção de determinados equipamentos e ainda a falta de espaço para guardar objetos que, afinal, serão pouco ou quase nunca utilizados. Mas, como observa John Paz,

dono de uma empresa especializada no aluguel de móveis e utensílios para empresas e residências, o brasileiro ainda não adquiriu a cultura de alugar bens e serviços: “Nos Estados Unidos e em alguns países da

Europa, dá-se preferência pela locação”. Ainda assim, o empresário estima que os negócios em sua área tenham crescido de 20% a 30% ao ano, uma média excelente, mas que ainda depende do movimento das grandes corporações: “Os pequenos empresários ou as pessoas que estão iniciando um negócio não alugam, mas compram o que existe de mais barato em móveis e utensílios”. O maior problema dos pequenos empreendedores, explica o consultor do Sebrae Ari Antonio Rosolen, é a falta de crédito: “Ninguém concede empréstimo a quem está começando. E raramente uma locadora confiará a entrega de seus

A.P. Abreu IMÓVEIS E ADMINISTRAÇÃO

bens sem garantias sólidas”. A saída para muitos nesta situação, afirma Rosolen, é partir para as atividades informais, valendo-se dos recursos domésticos. No setor de locações boa parte das ofertas vem da informalidade. “As vezes basta uma fantasia e um carrinho de pipoca para que algumas pessoas anunciem serviços de animação de festas”, diz Wagner Casanova, que se especializou na montagem de eventos. Ou basta ter paixão por algum tipo de atividade, como a psicóloga Silvana Piccoli, que abriu uma locadora de livros com sua própria biblioteca e expandiu os negócios a ponto de reunir 1.200 títulos e uma clientela fiel. Ou como o criador de cães Adriano Salles, que há 18 anos, por assim dizer, farejou que a locação de animais de guarda poderia ser rentável. Há áreas que dependem de determinadas estações do ano para prosperar. Uma delas é a de fantasias, que tem maior procura nas festas populares, conforme vem testemunhando Domingos de Lello Júnior, membro da terceira geração de uma família que desde 1929 se dedica à atividade: “Diria que nos últimos anos a queda nos negócios foi brutal, algo em torno de 80%”. E não é por falta de festa: as locadoras de equipamentos áudio-visuais já se prepararam para atender aos pedidos de telões e - a sensação do momento - aparelhos de TV de plasma. “Desde o começo do ano estamos recebendo consultas de interessados nesses equipamentos”, afirma Osni Freitas de Almeida, gerente de uma locadora. É que em 13 de junho o Brasil faz sua estréia na Copa da Alemanha e todos querem acompanhar os lances com as melhores imagens. Nesse dia, a propósito, comemora-se também o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro e quase um padroeiro das locadoras de vestidos de noivas.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

ESPECIAL - 3

Bel Pedrosa

Newton Santos/Hype

Locação de filmes em queda. E a pirataria de DVD em alta As vídeo-locadoras calculam uma queda de 30% no faturamento este ano, em razão da oferta de DVD pelos grandes magazines e pela internet e o crescimento da atividade clandestina de discos piratas

P

or tradição, dois ram o s e s t ã o d i re t amente associados ao setor de locação - o de carros e o de vídeos. “A associação é tão imediata que, para a maioria das pessoas, a expressão ‘locadora’ basta para designar as vídeo-locadoras”, observa Antônio Marcos Zanon, presidente do Sindemvídeo, a associação das empresas locadoras de vídeos. Só na Grande São Paulo existem duas mil vídeo locadoras associadas ao sindicato, metade do número de todo o Estado: “O número é maior, porque nem todas as empresas são nossas associadas”. Seja como for, 40% a 50% do mercado de todo o País está concentrado no Estado de São Paulo.

Todos os sábados na cidade de São Paulo perto de 200 mil títulos são alugados. É o dia de maior movimento nas lojas do ramo, mas a procura já foi muito maior: “Os melhores dias para esse tipo de serviço são os dias frios e chuvosos e, neste ano, os primeiros meses foram de noites quentes. Fora isso, a oferta de DVDs nos grandes magazines e pela internet com compra facilitada determinaram a queda no movimento”. O sindicato estima que nos três primeiros meses do ano a queda foi de 30%. “Há outro problema, talvez o mais sério: o crescimento da atividade clandestina de venda de DVDs piratas. Hoje, por R$ 100 pode-se comprar gravadores de DVDs e instalar em qualquer computador doméstico. É a origem da

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Editor Luciano Ornelas

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê / Céllus

Chefe de Reportagem Arthur Rosa

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

Repórter Luiz Guerrero

Impressão O Estado de S. Paulo

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira

maioria dos discos pirateados”, afirma Zanon. Ele acredita que dificilmente a atividade fechará o ano com números tão significativos como os registrados no ano passado: em todo o Estado, foram movimentados R$ 540 milhões, o maior valor da história do ramo. As locadoras de veículos também comemoraram recorde de faturamento em 2005: foram R$ 2,91 bilhões contabilizados em todo o País. Segundo a associação das empresas do setor, a Abla, também foi registrado número recorde de usuários do serviço, 12,2 milhões, 2,1 milhões a mais que em 2004. São Paulo, com sua frota

Osni de Almeida: consultas em penca para o aluguel de tevês de plasma 42 polegadas. É a Copa do Mundo

de 67 mil veículos de aluguel, concentra a maior parte do movimento. Ainda segundo a Abla, mais da metade do faturamento é proveniente da locação de veículos para empresas, ou da terceirização de serviços. A procura de carros de aluguel por turistas a lazer (28%) ou a trabalho (17%) ainda não é tão significativa. Outros dados recentemente divulgados pela associação mostram que a frota de carros de aluguel teve um salto de 10% (de 203.650 carros em 2004 para 223.811 unidades no ano passado). Isso corresponde a 11% da frota comercializada pelos fabricantes de veículos no ano passado.

Antigos e plasma Nem só de carros novos vive o mercado de locações: uma atividade já tradicional é a locação de carros antigos para casamentos. Boa parte dos colecionadores de automóveis clássicos cede alguns de seus modelos para o transporte dos noivos, a preços que variam de R$ 300 a R$ 1.500, dependendo do modelo escolhido - e a lista vai do nacional Ford Landau, fabricado nos anos 1970, aos Rolls-Royce das décadas de 30 e 40. É uma forma, dizem os colecionadores, de manter as raridades em movimento e de ganhar algum dinheiro. O valor da locação inclui a presença sempre obrigatória do motorista que, invariavel-

mente, é o dono do carro. Se maio representou o mês de maior movimento para esta atividade, junho significará grande faturamento para o ramo de locação de aparelhos de televisão. “Desde o começo do ano estamos recebendo consultas para os aparelhos de plasma de 42 polegadas, mas os negócios só começarão a ser fechados às vésperas da Copa do Mundo”, informa Osni Freitas de Almeida, da AV Locação, de São Paulo. A diária do aparelho é de R$ 100, em média. “Quando se considera que o preço de um equipamento desses gira em torno dos R$ 10 mil, pode ser mais vantagem alugar”, afirma. (LG)

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4 -.ESPECIAL

terça-feira, 23 de maio de 2006

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Rubens Nicastro: equipamentos de informática para grandes empresas

John Paz: "O brasileiro não tem a cultura de alugar, ao contrário do americano".

Móveis, máquinas sofisticadas - coisas para grandes empresas Móveis para agências bancárias, por exemplo, podem ser alugados, assim como equipamentos de informática. Para residências, é comum a locação de móveis para empresários estrangeiros transferidos para cá

É

bem provável que os móveis da sua agência bancária tenham saído de um depósito com três mil metros de á re a c o b e r t a n a s cercanias de Interlagos. É desse lugar que John Paz, americano de 53 anos, radicado no Brasil desde os dois, despacha os pedidos para os clientes da John Richard, uma das grandes locadoras de móveis para escritórios e residências do País. Além da sede em São Paulo, tem filial no Rio de Janeiro e em Curitiba. "Pegue a relação das 500 maiores empresas: atendemos a boa parte delas", afirma esse ex-funcionário da Bolsa de Valores, que investiu num ramo ainda pouco conhecido por aqui: "O brasileiro não tem a cultura de alugar, ao contrário do americano. Aqui, dá-se mais importância à propriedade". O forte da John Richard são os móveis corporativos: "Embora tenha criado uma divisão

para atender residências, em função de nossa associação com a Cort, empresa americana do mesmo ramo, isso representa apenas 30% do nosso faturamento". Os clientes desta divisão são basicamente empresários estrangeiros transferidos para cá: "O período de locação dos móveis residenciais é de dois meses, em média, tempo para que o contêiner com os móveis originais da família deixe o país de origem e chegue ao Brasil". Uma casa completa, com todos os utensílios, incluindo berço, custa cerca de R$ 4 mil por mês. Para atender a esta estrutura, criouse uma lavanderia para as roupas de cama, mesa e banho, também fornecidas no pacote residencial. "Temos de ter controle absoluto de tudo", diz John Paz. Para o escritório, tome-se como base de cálculo o que John Paz chama de "uma posição" (mesa, cadeira e gaveteiro): R$ 100 por mês. A partir de R$ 200, aluga-se uma estação em L. Os móveis são de primeira linha,

porque são mais resistentes e têm vida útil maior. Quem aluga são as grandes empresas e não, como se poderia imaginar, o empreendedor que está iniciando um negócio: "Quem começa, prefere comprar móveis e equipamentos de segunda mão ou de qualidade inferior". Há 18 anos no mercado, a Telelok, a maior empresa do ramo, também centra seu foco nas grandes corporações, embora atenda a escritórios com até dez funcionários, segundo informa o departamento de vendas da companhia, que conta com galpão de quatro mil metros quadrados para estoque de material. Tanto a Telelok quanto a John Richard possuem frota própria, uma necessidade do negócio, segundo John Paz: "Um dos segredos desta atividade é a agilidade: não podemos depender de transportadoras para fazer entregas sob risco de perder o controle dos prazos". Agilidade é igualmente fundamental para a Suprisul,

fornecedora de equipamentos de informática fundada por Rubens Nicastro, um dos pioneiros do ramo no Brasil, e que tem como clientes empresas do porte dos grupos Pão de Açúcar e Votorantin, entre outras. O gerente comercial Paulo Ingrivallo conta que a empresa está capacitada a fornecer de imediato até 200 máquinas, cujos preços partem dos R$ 65 mensais por um contrato médio de 36 meses: "Para atender às empresas de menor porte, criamos uma divisão específica. Mas percebemos que boa parte prefere comprar equipamentos sem procedência". Um dos problemas notados nesse ramo, segundo Ingrivallo, é a instalação de programas piratas nas máquinas alugadas para empresas de pequeno porte: "Geralmente esses programas acabam interferindo no bom funcionamento dos computadores". Nas grandes corporações, diz ele, isso raramente ocorre. (LG)

Alugar escritório pronto? Calma, antes faça as contas Ponha tudo no papel, faça e refaça seus cálculos. Pode ser um mau negócio. Consultores acham que é arriscado e quem está começando não aluga: se a atividade é de longo prazo, invista no básico

D

ependendo do que se procura, nem é preciso quebrar a cabeça com cálculos para concluir que é vantagem alugar. Uma lona de circo ou um contêiner para serem usados eventualmente, por exemplo, devem ser alugados. Mas, e um escritório: quem está começando um negócio deve comprar ou alugar mobiliário e equipamentos? “Nesse caso, é preciso fazer e refazer contas”, orienta Ari Antonio Rosolen, consultor administrativo-financeiro do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de São Paulo. Antes de mais nada, diz o consultor, deve-se traçar um plano de negócio e responder a três questões básicas: 1- Qual o capital para começar a atividade? 2- O dinheiro a ser empregado na infra-estrutura do escritório fará falta? 3- Em quanto tempo o capital investido nos utensílios - móveis, telefone, computador, fax, entre outros será amortizado? “Há outra pergunta que deve ser respondida: por quanto tempo o negócio será mantido? Se for por apenas alguns meses, o melhor é alugar. Se a idéia é uma atividade a longo prazo, invista na compra do básico”, afirma Rosolen. O raciocínio é o seguinte: o aluguel de uma estação de trabalho

(mesa, cadeira e gaveteiro), apenas como exemplo, sai por volta de R$ 100 por mês ou R$ 1 200 por ano. “É provável que em menos de um ano o valor será amortizado. Considerando-se ainda que a vida útil desses móveis seja de pelo menos cinco anos, conclui-se que não é vantagem alugar”. A mesma lógica vale para os equipamentos de informática, utensílios que exigem atualizações e eventual manutenção. “Nesse caso, deve-se colocar tudo no papel: o preço do equipamento, os custos extras e a depreciação e fazer o cálculo para descobrir em quanto tempo o investimento será coberto”. Nesse cálculo, lembra o especialista, deve-se levar em consideração que despesas com aluguel são dedutíveis no Imposto de Renda: as despesas reduzem a margem de lucro da empresa e, em conseqüência, o eventual valor do imposto cai. O empresário John Paz, dono da John Richard, uma grande locadora de móveis para escritórios e residências em São Paulo, afirma que quem está começando o negócio não aluga: “A regra é que o iniciante equipe o escritório com móveis de segunda-mão ou de baixa qualidade para poupar investimento”. Rosolen concorda. E lembra que a grande maioria começa na informalidade. Só depois estabelece o negócio. Quando estabelece. (LG)


terça-feira, 23 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 5


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Inovação Convergência Varejo Hi-tech Novidade

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

A APPLE INVESTIU CERCA DE US$ 9 MILHÕES NA NOVA LOJA

O rendimento por metro quadrado nas lojas da Apple é de cerca de US$ 7.400, segundo o Forrester Research

Fotos: Divulgação

Apple aposta alto em sua loja-conceito em Nova York Loja ficará aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano

Por Sergio Kulpas Apple Computer inaugurou na última sexta-feira, dia 19, sua nova loja no coração de Manhattan. O prédio é um cubo de vidro com cerca de 10 metros de altura e se destaca na paisagem já marcada por lojas famosas, como Tiffany's, Saks, e Louis Vuitton. A Apple Store Fifth Avenue fica no nº 767 da Quinta Avenida, entre as ruas 58 e 59. Os vizinhos incluem o Central Park, a megaloja de brinquedos FAO Schwarz e a Bergdorf Goodman. Estima-se que a Apple tenha investido cerca de US$ 9 milhões para criar a nova loja. Porém, diferente dos vizinhos famosos, que fecham ao anoitecer, a Apple Store Fifth Avenue vai ficar aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano, oferecendo um nível sem precedentes de serviços, mesmo para os padrões da "cidade que nunca dorme". Segundo o executivo-chefe da Apple, Steve Jobs, a empresa abriu a primeira loja em Nova York em 2002, e o sucesso superou todas as expectativas. "Com um serviço espetacular e o fato de ficar aberta 24 horas, acreditamos que a loja na Quinta Avenida será um ponto turístico para visitantes de todo o mundo", disse Jobs. A loja oferecerá mais de 100 modelos do Mac (incluindo os mais recentes MacBooks, com processadores Core Duo da Intel) e 200 modelos diferentes de iPods, como o novo ultrafino iPod Nano, capaz de guardar até 1000 canções. Além disso, a loja oferece centenas de acessórios para complementar sua linha de produtos. Uma das principais idéias da nova loja é inspirada pelo setor automobilístico: os consumidores podem fazer "test drives" de qualquer produto da Apple antes de comprar. Dessa forma, a empresa se assegura de que os clientes estão comprando o

a semana passada, durante a Fenalaw - Feira Nacional de Serviços e Suprimentos Jurídicos, realizada em São Paulo, várias novidades tecnológicas foram apresentadas para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. A BCS Informática (www.bcsinfo.com.br), por exemplo, lançou o ERP jurídico Sisjuri 6.0 e demonstrou a sua integração com um sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), o Worksite, da norte-americana Interwoven, um dos mais conhecidos do mercado. "O Sisjuri é um sistema integrado de gestão para escritórios jurídicos com quase 20 anos de experiência e possui mais de 6 mil instalações. Por ser modular, ele é voltado para escritórios de qualquer porte", explica Rubens Manino, sócio-diretor da BCS, acrescentando que ele pode ser alugado por R$ 50 mensais ou adquirido por R$ 1.500 por usuário, mais R$ 30 mensais para futuras atualizações. Uma das principais novidades da nova versão é o módulo de Auditoria de Processos, que conta com recursos para extrair e comparar dados sobre a viabilidade financeira dos casos, como valores de contingência, juros e probabilidade de perda. Deste modo, os gestores do escritório podem comparar a variação desses valores entre vários períodos e, inclusive, visualizar curvas de desempenho, que facilitam a gestão financeira. Outra novidade é a gestão de propostas e contratos, que será feita com os novos recursos do Módulo de Gestão de Processos e Contratos. Apenas com a configuração de telas específicas, é possível acompanhar contratos, oportunidades e propostas. Além disso, a BCS fez uma integração entre telas de follow-up, agenda, e-mail e andamentos, possibilitando a construção de fluxos de trabalho completos. Como, por exemplo, controle de prazos e audiências com link para os documentos gerados no decorrer do processo ou fluxo de aprovação de contrato, com link para várias versões de contrato. A versão 6.0 ganhou outros novos módulos, como o BCSMail, que notifica, por e-mail, os responsáveis pelo processo quanto ao follow-up dos prazos e compromissos cadastrados no sistema; e um módulo para criação automática de diretórios na rede. Assim, para cada novo cliente ou caso cadastrado, o sistema cria uma pasta eletrônica. "A intenção foi torná-lo ainda mais intuitivo e completo pos-

produto mais adequado para suas necessidades, sem confiar exclusivamente nas palavras do vendedor. Obviamente, os vendedores são peçachave da estratégia da Apple Store Fifth Avenue. A loja tem 300 vendedores altamente treinados em diversas especialidades relacionadas com os produtos da Apple, e oferecem dicas gratuitas aos clientes. A loja ainda tem vários espaços de lazer e socialização, como o Genius Bar (com um balcão de 15 metros), o iPod Bar e o Studio, onde os clientes podem consultar os especialistas sobre qualquer dúvida relacionada com os produtos, a qualquer hora do dia ou da noite. Em Nova York, não deverá ser incomum que a loja fique cheia em plena madrugada. A nova loja coroa a ação do diretor de varejo da Apple, Ron Johson, que era executivo da rede Target. Ele chegou a Apple em 2000 e estabeleceu que as lojas da marca deveriam ser ambientes modernos, espaçosos e amigáveis: uma materialização do conceito da marca Apple. O interessante é que quando Johnson começou a revolução das lojas Apple, a linha de produtos era minúscula. O executivo apostou no valor mundial da marca, e não no espaço dedicado às mercadorias. A aposta arriscada se mostrou um grande acerto. Desde que a Apple abriu suas primeiras lojas há 5 anos, a rede varejista se transformou em um fenômeno. A Apple descartou as regras consagradas que regiam localização, design, treinamento de pessoal e serviços no setor de varejo. Segundo dados da Forrester Research, o rendimento por metro quadrado nas lojas da Apple é de cerca de US$ 7.400, comparado com cerca de US$ 2.900 por metro quadrado na Best Buy, a grande varejista de in-

O prédio que abriga a nova loja da Apple em Nova York é um cubo de vidro com cerca de 10 metros de altura e se destaca na paisagem; a loja propriamente dita fica no subsolo

sergiokulpas@gmail.com

Novidades para a área jurídica Sistemas integrados que gerenciam todas as atividades de um escritório e documentos eletrônicos são as atuais tendências Por Carlos Ossamu Fotos: Divulgação

A Fenalaw - Feira Nacional de Serviços e Suprimentos Jurídicos trouxe diversas novidades

sibilitando a integração com os documentos por meio da estrutura de cliente e caso". Documento eletrônico – Já a integração do Sisjuri ao Worksite, solução de GED da norte-americana Interwoven, permite aos advogados anexarem documentos, como mensagens de e-mail, planilhas, arquivos de texto e apresentações, ao módulo de Gestão de Processos do ERP da BCS. Uma das principais vantagens da integração é permitir a identificação rápida dos documentos que devem ser considerados oficiais ou finais, entre as dezenas de documentos produzidos para determinado caso. De acordo com Henrique Barreto Aguiar, diretor da BCS, a vinculação de documentos ao sistema de gestão é fundamental para que as bancas de direito transformem dados não estruturados em conhecimentos utilizáveis. "A BCS já vinha sincronizando os dois siste-

formática dos EUA. A Apple já t e m 1 4 7 l ojas, 14 delas fora dos Estados Unidos, e planeja abrir 40 novas unidades por ano. As vendas nas lojas dobraram ano passado, atingindo quase US$ 2,4 bilhões. Porém, as vendas no trimestre encerrado em março registraram uma queda de 18% em relação ao ano passado. Analistas estão se perguntando se a Apple está perdendo o gás. A empresa se justifica dizendo que esse resultado é atípico, causado em boa parte pelo anúncio de que a Apple vai usar processadores Intel em seus computadores Macintosh. O porta-voz da empresa disse que as vendas já se recuperaram. Os processadores Intel estão na maioria das máquinas que usam o Windows da Microsoft, e o uso desses chips nos Macs pode facilitar o uso de programas do Windows. A Apple tem menos de 5% do mercado de computadores pessoais, e é vista como um pequeno rebelde em um mundo que roda Windows. As lojas são cruciais como ferramentas de marketing, transformando usuários do Windows em fãs do Mac -- especialmente porque permitem que os consumidores testem as máquinas, auxiliados por profissionais treinados. A empresa diz que pelo menos metade das pessoas que compram Macintosh nas lojas são ex-usuários do Windows, "convertidos" pela Apple. Segundo Ted Schadler, analista da Forrester Research, as lojas da Apple estão oferecendo "experiências digitais", e não meros produtos. Suas lojas podem ser vistas com "butiques de informática", disse ele.

mas e unindo os dados não estruturados ao Sisjuri, devido a uma demanda latente. Neste sentido, nossa expectativa é que a venda casada incremente as vendas em 50%, já em 2006", avalia. A empresa estima também que, devido às inúmeras vantagens, muitos escritórios decidam migrar para o Sisjuri, principalmente aqueles que já utilizam ou que planejam utilizar o WorkSite. Outra novidade em GED foi o ARQ - 3C Server, aplicativo desenvolvido pela Preambulo Informática (www.preambulo.com.br), que se integra ao programa CPJ-C/S - Controle de Processos Jurídicos Client/Server da empresa. Através do CPJ, pode-se digitalizar ou selecionar documentos já existentes, inclusive no formato MS-Word e MS-Excel, associando-os aos processos em andamento no ARQ-3C Server. Os dados são transformados em arquivos no formato TIFF Multi-Page,

com exceção de som e imagens que são armazenados nos seus formatos originais, evitando deixar o sistema lento e sobrecarregado. O aplicativo também impede que pessoas não autorizadas consigam acessar os arquivos, minimiza custo com cópias e envio de peças processuais que serão acessadas remotamente ou enviadas via e-mail e gerencia automaticamente a organização dos documentos em diretórios. Além disto, o ARQ-3C Server viabiliza o compartilhamento em tempo real dos documentos na rede local e Internet, permitindo o acesso a arquivos digitais durante viagens, reuniões ou de casa. Consulta online – Outra empresa que mostrou novidade foi a Virtuem (www. virtuem.com.br), que lançou o Projuris 7, um sistema para controle e acompanhamento de processos judiciais e administrativos. O produto é comercializado em várias versões. O Projuris Professional tem modelos para um, cinco ou dez usuários simultâneos, com preços entre R$ 280 e R$ 800. "Um escritório pode ter 30 usuários, mas nem todos usam o sistema ao mesmo tempo. Assim, ao invés de comprar 30 licenças, o escritório pode adquirir 10 acessos simultâneos", diz Gabriel Cherem, presidente da empresa. O sistema possui um gerador de relatórios de fácil operação e com recursos como gráficos, código de barras, formatação de texto para emissão de cartas e documentos personalizados. Os relatórios podem ser enviados por e-mail em diversos formatos (PDF, Word, TXT, Excel etc.) Um painel de informações apresenta os prazos críticos, últimos processos cadastrados, notícias e atalhos mais acessados. Para não esquecer os compromissos, a agenda traz alarmes que avisam o usuário. A Virtuem oferece um outro serviço interessante para grandes escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de grandes empresas. Trata-se do Projuris Captura, uma espécie de robô que acessa os serviços onlines dos tribunais e faz a atualização automática dos processos em andamento. "São mais de 120 tribunais que disponibilizam consultas de processos via internet, por meio de seus portais. Normalmente, o advogado teria de entrar em cada um e consultar processo por processo. O Projuris Captura automatiza esse serviço, proporcionando um grande ganho de tempo", afirma Cherem, dizendo que o serviço custa R$ 65 por mês.


terça-feira, 23 de maio de 2006

Inovação Convergência Mercado Varejo Hi-tech

DIÁRIO DO COMÉRCIO

7 Acreditamos que a máquina fotográfica SLR faz parte da cultura humana Toru Katsumoto, da Sony

EMPRESA LANÇARÁ 20 OBJETIVAS E ACESSÓRIOS ATÉ O FIM DO ANO

Fotos: Divulgação

Sony também aposta nas reflex digitais

A mais nova integrante da família Sony foi anunciada na semana passada

Toru Katsumoto "esqueceu" de falar sobre detalhes da câmera; foto divulgada leva a dúvidas

HP lidera mercado de notebooks no Brasil HP Brasil conquistou a liderança nas vendas de notebooks (em unidades) no mercado brasileiro, segundo relatório da IDC (International Data Corporation) referente ao primeiro trimestre deste ano. A liderança refere-se à soma das vendas nos segmentos corporativo e de consumo. No período, a empresa conquistou cerca de 24% de market share dos portáteis. No segmento de empresas, enquanto o mercado em geral apresentou uma retração do último trimestre de 2005 para o primeiro trimestre de 2006, a HP foi na contramão e obteve um forte crescimento - cerca de 33% tanto para notebooks quanto para desktops. Em relação ao primeiro trimestre de 2005, a HP obteve um crescimento de 48% em notebooks e 79% em desktops. Os dados mostram que a HP conseguiu aumentar sua participação no setor corporativo, mesmo com o recuo de 2% do mercado total de desktops e 17% no de notebooks, em relação ao último trimestre. A empresa começou 2006 lançando diversos produtos para o mercado corporativo, a preços muito competitivos, e também investiu em desktops mais baratos e equipados com software livre, aproveitando os incentivos fiscais do governo. No segmento de consumo, a empresa lidera 31,4% do mercado em relação a unidades vendidas de notebooks e sua participação no mercado de desktops teve um salto de cerca de 130%. De todos os desktops corporativos que a HP vendeu no último trimestre, 50% foram adquiridos por pequenas e médias empresas. Em relação aos notebooks, este número é de 64%.

câmera Alfa Digital reflex é o mais novo membro da família Sony, anunciada na semana passada por Toru Katsumoto, da direção geral da divisão de negócios digitais da companhia japonesa. Segundo ele, o projeto com sistema reflex –funciona com um conjunto interno de espelhos que abre e fecha para tirar fotos– começou a ser desenvolvido em julho de 2005, época em que também foi concretizada a união com as fábricas japonesas Konica Minolta, cujos insumos já pertencem a Sony. O nome alfa (a), como a primeira letra do alfabeto grego, foi escolhido por simbolizar para a empresa o início e o essencial da reflex D-SLR, encarnando o espírito e o princípio filosófico da aproximação da Sony com esse mercado. "Acreditamos que a máquina fotográfica SLR faz parte da cultura humana, por isso, não vamos produzir apenas uma câmera, mas equipamentos de altíssima qualidade, acompanhados de linhas inteiras de lentes e complementos. No próximo verão europeu e até o final do ano, estaremos lançando mais de 20 objetivas e acessórios", disse. Ficou patente que todos usuários dos equipamentos Minolta Maxxum e Dinax, lançados no final dos anos 90, poderão usar as objetivas desses modelos na Alfa D-SLR. Para John Barton, da Review Dig, a câmera envolve, na verdade, um esquema de negócios arquitetado engenhosamente para aproveitar o legado tecnológico, sobretudo da Minolta, que foi líder da produção de máquinas reflex 35 mm tradicionais nos anos 70 e 80. Toru Katsumoto estava tão entusiasmado com o anúncio bombástico que omitiu (ou esqueceu?) detalhes do produto, como a capacidade de resolução, se a câmera usará ou não objetivas alemãs Carl Zeiss, e qual será o tipo de sensor, CCD ou CMOS. A foto mostrada da câmera também faz parte do pacote de dúvidas, porque o desenho poderá sofrer mudanças para chegar à versão final. No final da apresentação, Katsumoto comparou a nova digital reflex à arte popular do "Rakugo", um dos entretenimentos mais difundidos no Japão no período Meiji, desde 1867. É baseado em monólogos cômicos e cheio de piadas, interpretados por artistas que procuram capturar a imaginação da audiência com pantomimas, expressões faciais, e histórias engraçadas, puxando a imaginação das pessoas para a livre associação com um sonho. Bela estratégia do dirigente da Sony para estabelecer a nobreza dos conceitos da Alfa digital. Ana Maria Guariglia Para saber mais: www.sony.net/products/dslr/

Rachel Melamet Divulgação

Serão realizadas eliminatórias em Recife, Brasília, Minas, Rio, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo

Abertas as inscrições para World Cyber Games 2006 Em 2005, o Brasil ficou em 3º no ranking mundial

uem gosta de desafio, fazer novas amizades e conhecer outras culturas tem a oportunidade de realizar esse sonho ao entrar na maior olimpíada de jogos eletrônicos do planeta: o World Cyber Games 2006 (WCG 2006). O festival, que foi lançado em 2001, patrocinado pela Samsung, acaba de abrir as inscrições para a fase nacional, que terá final brasileira em São Paulo e a mundial na Itália. O WCG 2006 chega a sua 6ª edição e

se tornou um fenômeno global. Em 2005, a final em Cingapura contou com aproximadamente 700 jogadores de 67 países participantes, reunindo cerca de 55 mil espectadores. A expectativa da organização é contar com a participação de 70 países este ano. "Queremos promover o e-sports e contribuir para a profissionalização dos players em todo Brasil, participando do desenvolvimento do mercado de games e proporcionando o

intercâmbio cultural entre os participantes", diz Rodrigo Moretz, gerente de Marketing de Relacionamento da Samsung. Aliás, a participação brasileira tem sido muito boa no evento. Em 2005, o Brasil ficou na terceira posição no ranking mundial de vencedores, depois de conquistar o ouro e a prata no jogo Need for Speed Underground 2 e prata no Warhammer, classificandose atrás apenas dos EUA e Coréia. "O nível de profissionalismo presente do WCG é cada vez mais alto, com competições acirradas. Acreditamos que os jogadores brasileiros são habilidosos e têm mostrado o favoritismo no decorrer dos anos." As novidades deste ano ficam por conta de um torneio com o Xbox 360, da Microsoft, na final nacional; a escolha de jogadores de apoio, chama-

dos de "embaixadores"; e a alteração da versão na disputa do CounterStrike para a 1.6. A escolha dos embaixadores será feita pela organização nacional, que buscará jogadores experientes que não participam mais de campeonatos. Eles serão contratados para dar apoio aos organizadores e jogadores. Seletivas – Como no ano passado, a etapa brasileira contará com as seletivas regionais e online, procurando atender todo o país. A primeira regional está programada para 23 de junho, em Manaus, mas também serão realizadas eliminatórias em Recife, Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, na capital e no interior de São Paulo. Na etapa preliminar brasileira do WCG 2006, os jogadores concorrerão em seis categorias de jogos para PC,

envolvendo títulos de estratégia, futebol, corrida e luta contra terroristas. São eles: StarCraft: Brood War, WarCraft III: The Frozen Throne, Half-Life: Counter-Strike 1.6, Warhammer 40.000: Winter Assault, FIFA 06 e Need for Speed Most Wanted. Internacionalmente, a competição ainda envolve dois jogos para Xbox: Dead or Alive 4 e Project Gotham Racing 3. "Vamos realizar um torneio de Xbox na arena de jogos da final nacional, mas será mais uma atração e momento de diversão para os visitantes do evento", afirma Moretz. Os jogadores interessados em participar e que desejam concorrer a uma vaga para o mundial em Monza podem registrar-se na página oficial nacional http://www.samsung.com. br/wcg. O valor da inscrição é R$ 25. Fábio Pelegrini


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Inovação Varejo Hi-tech Novidade Convergência

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

CHIP MELHORA O PROCESSAMENTO DAS IMAGENS NA LUMIX DMC-FX9

A Lumix DMC-FX9 tem 14 modos de cenas automáticas e recursos para destacar a coloração da pele

Fotos: Divulgação

Construa Nova York e vire um magnata

À medida que o jogador aumenta suas habilidades, bairros residenciais, edifícios imponentes e grandes avenidas vão surgindo na "cidade que nunca pára"

Em Tycoon City - New York (TCNY), o usuário pode construir bairros inteiros e ter a sensação de poder que um grande empreendedor imobiliário sente ao erguer edifícios enormes e complexos de recreação, como teatros, cinemas e restaurantes Por Fábio Pelegrini

onstruir Nova York e se tornar um magnata dos empreendimentos, além de explorar e ampliar o seu potencial de negócios em uma grande cidade. Essa é a proposta da Atari e da Deep Red Games, responsáveis pelo desenvolvimento do game para computador Tycoon City - New York (TCNY) –um dos poucos títulos que não busca a violência como tema principal, especialmente quando cita uma das maiores capitais do mundo. Aqui o que vale é ter criatividade e boa coordenação para se dar bem nos negócios. O jogador terá como objetivo principal criar lojas e mais lojas até sufocar seus adversários, estabelecendo grandes cadeias comerciais. A idéia é arquitetar os 12 bairros da cidade com as atrações e o glamour que só a ilha de Manhattan pode ter, cada qual com seu estilo de construção, seus marcos

históricos e pontos turísticos, mantendo o charme e fascínio de uma metrópole eclética. Logo no começo, o gamer terá de escolher entre os dois modos de jogos disponíveis: a campanha principal "Construir Nova York" e a liberdade da "Caixa de Areia". Este último traz a possibilidade de construir de forma livre e sem objetivos a serem seguidos, com todos os bairros disponíveis de imediato. Já o "Construir Nova York" o levará a um passoa-passo de construção predefinido. Algumas dicas lhe serão apresentadas pelos nova-iorquinos durante o jogo e devem ser seguidas para o sucesso da missão. Os moradores são os responsáveis por nos guiar em um trajeto de crescimento, explicando os detalhes sobre a construção e identificando as oportunidades. O primeiro bairro que aparecerá é o de Gre-

enwich Village, que funciona como tutorial. O jogador conhecerá mais sobre o local e as pessoas que vivem lá assistindo a um pequeno filme de introdução –é bom prestar atenção nas dicas sobre as preferências dos que moram na região. À medida que os objetivos são alcançados e as metas financeiras são batidas, outros bairros são desbloqueados, como Little Italy, Soho, TriBeCa, Chinatown, Financial District. Em todos eles será preciso construir desde casas e lojas a monumentos e atrações para dar mais vida ao ambiente. Aliás, o público do jogo será o mais diversificado possível. Serão habitantes com ocupações e gostos diferentes, como celebridades, turistas, estudantes etc. Apesar de não ser fácil agradar tanta gente, descobrir seus desejos é muito simples: basta clicar sobre a cabeça dos que circulam pelas ruas e um quadro apresenta todas as informações. Com essas dicas o jogador saberá como melhor atender o possível comprador e suas necessidades, de onde veio, para que local vai, além da sua opinião sobre a região. Se o jogador quiser ter uma visão mais ampla das necessidades dos moradores, existe a possibilidade de clicar sobre um edifício residencial, que somará todos os desejos dos residentes e apresentará um quadro com suas preferências. É claro que fica mais simples se dar bem sabendo do que as pessoas precisam –qualquer empresário faria de tudo para ter esse recurso em suas mãos. Se o gamer construir uma loja na região para atender as ambições de quem mora ou circula por lá, provavelmente seu empreendimento será um sucesso, mas é preciso estar atento às reações dos clientes. Querer controlar tudo o que se passa em NY é praticamente impossível, já que muita coisa acontece ao mesmo tempo, mas é preciso ficar atento à concorrência. Para auxiliá-lo nessa tarefa, Tycoon City - New York traz uma barra de notícias que sempre informa sobre algum evento importante ou uma construção da concorrência. A simplicidade é um ponto forte do jogo. O gamer precisará ter o domínio da câmera e selecionar no menu a edificação que deseja construir. Se preferir, poderá optar por fazer melhorias para aumentar a influência sobre os visitantes. Detalhes – A parte gráfica do jogo é muito boa, com construções detalhadas e personagens bem desenhados, mas os pontos que merecem destaque são a localização e a Inteligência Artificial. Em TCNY as legendas são bem sincronizadas e traduzidas, conseguindo manter as tiradas típicas nova-iorquinas. Já a Inteligência Artificial reproduz bem as reações dos moradores.

Tycoon City New York (TCNY ) Distribuição:Moving Editora Telefone: (11) 3071-1390 Configuração mínima do sistema: Windows 2000 ou XP, processador Pentium 4 1,5 GHz, 512 MB de memória RAM, 1,5 GB de espaço no disco rígido, leitor de CD-ROM 4X, placa de vídeo 3D 64 Mb com suporte a HT&L e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: Software em inglês, com manual, textos e legendas em português. Faixa etária: Livre Preço médio: R$ 72,90

Fotos: Flora Chaves

Câmera é álbum digital portátil Com recursos diferenciados, a Lumix DMC-FX9 contém um chip que evita vibrações no momento do registro e permite captar bem as cenas em movimento Por Ana Maria Guariglia

mbora não seja marca tradicional de produtos fotográficos, a Panasonic é uma das mais fortes no exterior, com uma série de câmeras e produtos afins (veja matéria ao lado). Para conhecer a tecnologia digital dessa indústria japonesa, escolhemos a digital Lumix DMC-FX9 (R$ 1.100), um de seus produtos de ponta. Com capacidade de resolução de 6 Megapixels (2.816 X 2.112 pixels), o modelo tem como destaque o chip Mega O.I.S. (Optical Image Stabilizer). Sua função é evitar a vibração da câmera no momento do registro, o mais simples movimento é detectado automaticamente, pelos sinais emitidos por osciladores numa freqüência de quatro mil vezes por segundo, como explicam os engenheiros da Panasonic. Com o modo 1, a objetiva continuamente compensa a vibração. No modo 2, as lentes suprimem o tremor da mão no instante em que o botão disparador é apertado. Nesse modo, a objetiva pode ser dirigida para qualquer direção e continuará trabalhando sem interrupção. O chip batizado de Venus Engine Plus melhora o processamento das imagens, principalmente, em disparos contínuos, que tiram fotos a 0.006 por segundo, um exagero de rapidez. Esse recurso pode ser útil, por exemplo, para captar seqüências inteiras de uma corrida de Fórmula 1. Os mesmos aperfeiçoamentos estão na captação de imagens em movimento (videoclipes), funcionando à semelhança das câmeras de vídeo digital em que a Panasonic é uma das líderes de mercado. Faz videoclipes de 640 x 480 ou de 320 x 240 pixels, entre 30 e 10 quadros por seg, limitados pela capacidade do cartão de memória SD (Secure Digital Card) ou MMC (Multi Media Card), com som e no formato QuickTime 4. Outro ponto que merece destaque é a exposição automática que torna possível acompanhar a vida do recém-nascido, a partir da data de seu nascimento. Tudo começa com a prefixação dessa data no programa da máquina, depois, toda vez que fotografar o bebê nos meses seqüentes, as informações serão gravadas sobre as fotos, que acompanham mês a mês a

evolução do pequerrucho. A exposição adiciona efeitos como o de estrelas, determina a velocidade e uso ou não do flash. As imagens são acessadas no monitor de cristal líquido, permitindo que sejam impressas. Não deixa de ser uma experiência interessante para os papais corujas. Como a maquininha arquiva as fotos, é também um álbum digital portátil que você carrega para onde quiser. A FX9 tem 14 modos de cenas automáticas e, além das já conhecidos para retratos, fotos noturnas e de fogos de artifício, foram acrescentadas as seleções para registros de alimentos (food) e soft skin, indicado para reproduzir a coloração da pele e as tonalidades de objetos, buscando o máximo de fidelidade. A objetiva é 35/105 mm é a DC Vario-Elmarit da tradicional indústria de lentes alemã Leica, com zoom óptico de três vezes e digital, de quatro vezes. O flash embutido tem alcance de até 2,5 m, a lente macro aproxima objetos a partir de 5 cm; a velocidade do obturador é de 8 a 1/2.000 de seg e o monitor é de 2,5 pol, com o menu interno que pode ser ajustado para vários idiomas, inclusive português. A câmera pesa 170 gramas e vem acompanhada de um cartão SD de 16 Megabyes. Para os testes, entregamos a digital para a artista plástica e fotógrafa Flora Chaves, em São Paulo, que desenvolveu um tema sobre os olhos, associando-os aos objetos com a mesma conformação, como rodas de bicicletas, pneus, engrenagens etc. Para ela, a imagem digital permite bons resultados em termos de criatividade e exploração de recursos visuais e quanto mais recursos a câmera possuir, maior será a gama de possibilidades de criação. "A FX9 respondeu muito bem ao assunto proposto e me deu liberdade para desenvolver as idéias. Os resultados foram bastante satisfatórios." Para saber mais: www.panasonic.com Onde comprar: www.elimarshop.com.br

O design diferenciado, mais fino, contribui para que o usuário capte todos os detalhes da imagem, sem vibrações

Empresa já fabricou rádios om um faturamento de US$ 51,7 bilhões no ano passado, a Matsushita Electric Company que incorpora a Panasonic, teve início em 1918, na cidade de Osaka, no Japão, quando Konosuke Matsushita criou uma lâmpada elétrica com dois pinos, passando a comercializá-las. Em 1929, instalou definitivamente uma fábrica para produtos elétricos. Tornou-se o primeiro fabricante de rádios no Japão, em 1942, e, em 1953, lançou seu primeiro aparelho de televisão. Hoje, é uma das maiores companhias de produtos eletrônicos no mundo, com cerca de 300 mil funcionários, trabalhando com 15 mil itens, desde pilhas e baterias, aparelhos de som e DVD até equipamentos para aviação e digitais, como a linha de câmeras. A empresa é reconhecida internacionalmente pelas suas marcas Panasonic, Technics, National, Quasar, Ramsa e MAS (Matsushita Aviação). (AMG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

Apaixonada por carros, Maria Fernanda aproveitou o Salão de Tuning para ver as novidades do setor. Na página 3

DCARR São Paulo, 24 de maio de 2006

Nº 121

PÁGINAS 4 E 5

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ENFIM, UM ON-ROAD!

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Luiz Prado/Luz


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

Situação inédita no mercado de zero mercado de carros novos está vivendo uma situação inédita nestes primeiros meses do ano. Os preços têm se mantido estáveis, enquanto o tradicional é haver uma série de reajustes por causa do represamento que normalmente acontece ao final de cada ano, quando se acirra a disputa entre as principais montadoras por uma melhor colocação no ranking nacional. Pesquisa mensal da Agência AutoInforme, com cotação da Molicar, constatou que em abril chegou até a haver deflação. Os preços dos automóveis zero-quilômetro caíram, na média, 0,04%. E essa situação de estabilidade não aconteceu apenas no mês passado. Desde o início do ano têm sido insignificantes as variações nos valores cobrados pelos carros novos no varejo brasileiro. Durante todo o quadrimestre foram registrados índices médios muito parecidos. Em janeiro a variação foi positiva em apenas 0,09%, em fevereiro o índice ficou em 0,04% e no mês de março começou o processo de queda, com ligeiro decréscimo de 0,01%. Um dos fatores que têm contribuído para este

comportamento atípico do mercado é a necessidade de promoções no segmento de carros importados. O preço destes veículos tem sofrido grandes depreciações no mercado de zero-quilômetro. Na média, o decréscimo foi de 0,36% no mês passado, mas teve caso de importado que, no período de apenas 30 dias, teve seu valor reduzido em 14,2%. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o Xtype 3.0, da Jaguar, que oficialmente custa R$ 225 mil, mas pode ser encontrado por R$ 193 mil. Carros mais baratos também têm descontos altos. O Ka 1.0 cai de R$ 24,5 mil para R$ 21,1 mil e o Mille Fire duas portas é vendido por R$ 19,6 mil, 12,1% a menos do que o preço de tabela, R$ 22,3 mil. Outra boa oferta no momento é o Civic velho. Ainda tem carro modelo 2006 no estoque das concessionárias ao preço de R$ 67 mil (versão EX 1.7 automático) enquanto na tabela oficial o valor é R$ 78,1 mil, um desconto de 14,2%. Atualmente, 77% dos carros são ofertados abaixo da tabela. Na média, o desconto está em 4,8%.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

O

ÍNDICE ACESSÓRIOS - 3 Salão do Tuning movimenta a Bienal do Ibirapuera.

LANÇAMENTO 4 e 5 A Citroën apresenta o C3 XTR, com visual mais agressivo e esportivo.

MERCADO - 6 O preço do carro usado acumula queda de 1,76% este ano.

PARA MONTAR - 7 A Lego lança cópia da Ferrari F430 Spider em escala 1:17.

LEILÃO - 8 Porsche 911 Carrera ano 97/98 é arrematado em leilão por R$ 225 mil.

AGENDA 27 e 28 de maio

Acontece em Minas Gerais a 25ª etapa do Nissan Ecotrip, que reunirá 25 veículos para encarar uma aventura ao longo de 340 km de trilhas, em torno do Parque Nacional da Serra do Cipó.

7 de junho

A AEA promove, em São Paulo, o "Jantar do Meio Ambiente", que neste ano comemora os 20 anos do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores).

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Agência AutoInforme

Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

Quer um escritório pronto em Tóquio ou Nova York? Fácil A multinacional britânica Regus é especialista na locação de escritórios prontos para uso. A empresa tem representação em 350 cidades de 60 países e oferece espaços de trabalho com estrutura completa Toru Yamanaka/AFP

É

John Frumm/AFP

A empresa informa que os escritórios para alugar em Tóquio ou Nova York não são virtuais: "Virtual pressupõe algo que não existe. E nossos escritórios são concretos”

caro. Mas, sem sair de São Paulo, é possível alugar um escritório no Shinjuku Park Tower, um conjunto de três torres de 52 andares no coração de Tóquio, por 1.480 dólares. Ou uma sala equipad a c o m o i n d i spensável no Rockefeller Center, na Quinta Avenida de Nova York, por 1.277 dólares. Um espaço no Barra Trade V do Rio de Janeiro custa R$ 900. Os preços dão direito à locação pelo período mínimo de três meses e são estipulados pela Regus, multinacional britânica especializada em uma atividade que começou a florescer nos anos 1990 - a oferta de escritórios virtuais. O termo “virtual”, no entender de Gonzalo Cassarino, gerente-geral da companhia no Brasil, não é o mais apropriado: “Virtual pressupõe algo que não existe. E nossos

escritórios são concretos”. A empresa tem representação em 350 cidades de 60 países e oferece espaços de trabalho para até dez pessoas: “É como um hotel para que os interessados exerçam suas atividades profissionais

com toda infra-estrutura necessária”, compara Cassarino. A estrutura compreende serviço de conexão banda larga, secretária e pode incluir sala de reunião e cozinha equipada. Ele alega sigilo corporativo para não revelar a taxa de ocupação das salas que a multinacional mantém em São

Paulo (em prédios comerciais do Itaim, avenida Paulista e World Trade Center) e no Rio de Janeiro (na Barra da Tijuca e em Botafogo). Mas sabe-se que a adesão é alta. Segundo estudo citado pela Regus, o segundo maior custo de um escritório, cerca de 40%, provém das despesas com aluguel. “Locar o espaço pode ser vantajoso pela flexibilidade, já que as salas são adaptadas de acordo com as necessidades dos interessados”. A locação pode ser feita, segundo Cassarino, por uma hora ou por tempo indeterminado. Em 2001, a Nokia assinou contrato de seis anos para usar a estrutura da Regus em todos os países em que mantém negócio. (LG)

ESPECIAL - 5


São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

DCARRO

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SALÃO DE TUNING

Paixão "quase" de berço

Milton Mansilha/Luz

Apaixonada por carros desde pequena, Maria Fernanda foi pela primeira vez a um grande evento de tuning. Apesar de se impressionar e fotografar várias "máquinas" personalizadas, seu coração bateu mais forte por um carro "não tunado". ANDERSON CAVALCANTE

M

uitas cores e luzes, músicas de vários estilos, mas sempre com muita qualidade e potência nos motores. Essa foi a tônica do 2º Salão de Tuning, que acabou no final de semana e já deixou saudades. Após visitar pela primeira vez o evento realizado na Bienal do Ibirapuera, tem gente garantindo que irá em todas as edições nos próximos anos. Para Maria Fernanda Silva, de 21 anos, o salão foi a oportunidade de ver novidades e conhecer de perto alguns automóveis que, antes, considerava uma "lenda".

Maria Fernanda fotografou o carro oficial do Salão de Tuning (Corsa) e ficou admirada com a Harley-Davidson tunada. Só não subiu na moto porque não era permitido.

Fez questão de ver tudo de perto e registrar detalhes na câmera de seu celular, desde rodas, motores, amplificadores e monitores para DVD. Mas a empolgação chegou ao máximo ao sentar-se no Corvette. "Nele não precisa mudar nada, acho que ninguém é louco de 'mexer' em um carro como este", explica a apaixonada por carros.

Paixão - Aficionada por carros desde os oito anos, quando viu surgir no mercado o Kadett GSi, Maria Fernanda decidiu estudar Letras, mas trabalhar com o que realmente gostava e foi assim que há dois anos começou a procurar uma vaga em lojas de personalização automotiva, mesmo que não remunerada, onde pudesse aprender a "mexer" em carros. Hoje como funcionária de uma loja no bairro Parque São Domingos, em São Paulo, ela conta com orgulho que já aprendeu muito sobre instalação de som e DVD, insulfilm, alarmes, rastreadores e outros acessórios. "Só preciso fazer um bom curso de mecânica para me sentir totalmente

realizada", conta Nanda (como prefere ser chamada). No Salão - Com a companhia de seu "fiel" celular com câmera fotográfica embutida, ao passear pelas mais de 100 empresas expositoras no local, Nanda olhou os equipamentos de som e os belos efeitos visuais proporcionados pelos instaladores, observou acessórios como rodas, manoplas e pedaleiras, mas se empolgou mesmo com as pinturas diferenciadas dos carros. "É incrível a tonalidade e os efeitos que eles conseguem fazer com as tintas. O que é ruim aqui é que os carros já estão prontos, eu não gosto de ficar só olhando, dá a impressão que assim eles não precisam mais de mim". Mesmo se sentindo "louca" para mexer nas máquinas, ela teve que se contentar em parar e admirar cada carro do evento, mas, no final, não resistiu aos encantos de um "não tunado". Exposto sobre um dinamômetro no estande da General Motors, Nanda teve o prazer de acomodar-se dentro de um carro sem nenhuma personalização: um Corvette Z06, com motor V8 e 505 cv de potência. "Logo que entrei no prédio ouvi o ronco deste motor, mas não imaginei que poderia conhecer um carro como este por dentro", contou a empolgada visitante.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

Toda semana tem festa. Mais prático contratar a sua É um negócio em expansão este de aluguel de festas completas. Por isso, um bom negócio para as locadoras. Mas é um ramo ainda repleto de informalidade e o que contempla o maior número de ofertas

Paulo Pampolin/Hype

Tânia Rego/LUZ

6 -.ESPECIAL

Wagner e Viviane Casanova: hoje em dia, quase todos os clientes preferem comprar um pacote fechado

O

empresário Wagner Casanova abandonou o empurra-empurra e as gritarias das festas de aniversário infantis. E passou a ganhar dinheiro se divertindo com o empurraempurra e gritarias das festas de adultos. Há doze anos no ramo de animação, Casanova expandiu seu negócio para

dedicar sua atenção aos eventos corporativos - festas que reúnem centenas de pessoas e exigem estrutura bem maior que a necessária para manter dois carrinhos de pipoca e um palco mambembe: "Percebi que era necessário centralizar todos os serviços para atender às empresas: hoje, todos preferem comprar um pacote fechado e não orçar comida com um fornecedor e anima-

ção com outro". O pacote oferecido pela Casanova Eventos de São Paulo inclui desde a tenda de circo de 25x40 metros, a banheiros químicos e bufê completo: "Também temos palcos com sistema de som e iluminação e conjuntos musicais". O ramo de festas e eventos é, provavelmente, o que oferece maior número de ofertas no setor de locação embora não haja estatísticas a

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respeito, basta uma consulta nos classificados e na internet para se chegar a esta conclusão. "O problema é que há muita informalidade nesta área: são poucos os profissionais que contam com estrutura para atender às exigências", explica Casanova. A montagem de um evento de grande porte leva de 5 a 6 horas de trabalho para uma festa de cerca de 6 horas de duração. "Quando o último convidado deixa o ambiente, começa a desmontagem que consome outras 5 horas. Sem estrutura é impossível cumprir esse cronograma". Os preços, segundo o empresário, são fechados em pacotes. Mas podem chegar a R$ 25 mil: "Parece caro. Mas é preciso considerar que uma lona de 10x10 metros com as ferragens de armação custa R$ 17 mil. Além disso, os custos podem ser diluídos entre os convidados". É um negócio que não depende de datas comemorativas: toda semana tem festa. (LG)


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terça-feira, 23 de maio de 2006

ESPECIAL - 7

Um filme espetacular. Com equipamentos alugados É bem mais barato fazer um filme com equipamentos alugados. Assim como sai também mais em conta alugar uma cama hospitalar, ou muletas, um piano ou ainda um contêiner para montar um escritório Fotos: Divulgação

H

á casos em que não há o que pensar: o aluguel é a melhor saída ainda que a diária custe R$ 40 mil. É quanto as produtoras de comerciais e de cinema investem na locação de equipamentos. “É caro, mas sai mais em conta que comprar uma câmara de ponta”, afirma Marcos Menescal, da Paradiso Films, produtora localizada no bairro de Perdizes, que se dedica a atender exclusivamente clientes de outros países. A câmara de última geração usada pelos profissionais do ramo é a alemã Arriflex, cujos preços na Europa variam de 30 mil euros a 122.200 euros, sem as lentes. A câmara grava películas de 16 mm ou de 35 mm, material que garante a qualidade perseguida pelos cineastas e pelos publicitários. A tecnologia digital é desprezada no meio. No Brasil, com as taxas e im-

A equipe da Paradiso roda um comercial da Coca-Cola em Marica, Rio de Janeiro. Claro, com equipamentos alugados

postos, apenas o corpo do equipamento pode custar até 200 mil euros, informa Fábio Valese, da JKL Cine, empresa de locação de equipamentos de cinema, há quinze anos em operação em São Paulo. Só a diária da câmara custa R$ 6 mil reais. Somem-se as lentes, os acessórios e a iluminação e chega-se à média dos R$ 40 mil

informados por Menescal. Apenas duas empresas alugam esse material no País. “O investimento é muito alto e a manutenção dos equipamentos exige mão-de-obra altamente especializada”, afirma Valese. A procura, em contrapartida, é freqüente: cineastas e produtoras de comerciais co-

mo a Paradiso Films são os principais clientes. Atletas de muletas Há outros setores no mercado de locações tão especializados quanto o da JKL Cine. E que, igualmente, dispensam cálculos para se concluir que o aluguel é mais vantajoso. A Compass é uma das empresas que se dedica a alugar contêineres, aqueles caixotes de aço de 12 m e t ro s d e c o m p r imento por 2,4 metros de largura e 2,6 metros de altura, usados geralmente para transporte naval, mas também procurados para a montagem de escritórios ou habitações temporários em canteiros de obra. A peça de 3,5 toneladas de peso - ainda utilizada por algumas prefeituras para suprir a carência de salas de aulas de alvenaria - pode ser alugada a partir de R$ 200 por ano. Segundo a empresa, a procura por esse tipo de serviço aumentou nos últimos cinco anos, a ponto

de justificar a abertura de seis filiais no Estado de São Paulo. Para os músicos eventuais, a locação de piano de boa qualidade custa em média R$ 150 por mês e há pelo menos uma dezena de casas especializadas no ramo. É mais vantagem do que investir cerca de R$ 20 mil no instrumento que ocupa boa área na sala e que, dependendo de como é tocado, pode causar mais irritação que prazer.

Outro exemplo de compra dispensável: a cama hospitalar com comandos eletrônicos. O equipamento, só encontrado em hospitais de primeira linha, custa em média R$ 4 mil. Mas quem precisa prefere alugar por R$ 200 por mês. “Tem boa saída”, informa Fabiano Rodrigues, da Fisio-Med, especializada na locação de artigos hospitalares no bairro da Saúde. Mas, diz ele, nada supera a procura

por muletas: mais de 30 peças por mês, à média de R$ 20 mensais cada peça: “Geralmente são usadas durante dez dias e depois devolvidas.” A prática de quem está há seis anos no ramo mostrou a Fabiano que é prudente manter bom estoque de muletas às segundas-feiras. É nesse dia que os atletas de fimde-semana ocupam o balcão de atendimento da empresa. (LG)


DIÁRIO DO COMÉRCIO Paulo Pampolin/Digna

terça-feira, 23 de maio de 2006

Marcelo Mim/AFG

8 -.ESPECIAL

Paulo Pampolin/Digna

esde 2002 circula na internet anúncio de locação de animais de estimação, incluindo gatos e outros mascotes, oferecidos por certa empresa carioca. Mera zombaria de um site de humor duvidoso. Mas a atividade de Adriano Salles não é brincadeira: há quinze anos ele aluga cachorros - na verdade, cães de guarda: "É um serviço que tem muita procura". A maior parte dos clientes do Canil Salles é formada por empresas, mas 15% do plantel de 80 animais do canil são destinados a residências particulares: "Os cães são treinados e, fora

Casas noturnas são grandes clientes de Michael Miller (acima). E a maior parte dos clientes do Canil Salles é formada por empresas

isso, existe um período de adaptação com as pessoas com as quais o animal irá conviver". O índice de rejeição - tanto do animal, quanto do locador - é mínimo, segundo ele. Em média são alugados 60 animais por mês. O serviço, a partir de R$ 150 mensais, inclui cuidados veterinários e ração. A exigência é que o interessado disponha de espaço para a montagem de canil de 4x2 metros. "O rottweiler representa 60% da procura, depois vem o pastor-alemão e o restante de outras raças, incluindo o pitbull". Compensa? "Um animal desse porte custa, em média, R$ 3 mil e, entre alimentação e cuidados veteriná-

rios, consome em torno de R$ 200 por mês. Além disso, é preciso considerar os custos de adestramento e o fato de que a vida útil desse tipo de cão é de seis a oito anos". Na ponta do lápis, pode compensar - a menos que se queira um animal de estimação. "Há ofertas que beiram o insólito", afirma Jair Muniz Andrade Júnior, que mantém um site especializado em locação (veja reportagem). Esse pode ser o caso do americano radicado em São Paulo Michael Miller: seu negócio desde 2002 é alugar máquinas, ou como ele diz, "concentradores" que fornecem oxigênio à taxa de 48%, mais que o dobro da concentração

existente no ar que respiramos (21%). O 02 é inalado por meio de cateter cirúrgico e vem misturado a doze diferentes tipos de essências que vão da hortelã ao cravo: "Isso existe há mais de doze anos em alguns países. No Brasil, até onde sei, sou o único a oferecer o serviço". Os clientes da Bardeo2-Oxygen Bar, empresa de Miller, são as casas noturnas: "Mas faz muito sucesso em festas de casamento e em bailes de debutantes". Não é barato respirar o ar purificado do empresário: R$ 900 reais para um grupo de até 300 pessoas. Por R$ 25 a diária, pode-se alugar um vaso com planta para decorar o escritório ou o am-

biente da convenção. É a atividade da Verde Vaso, do empresário Raul Cavallari. "Há empresas que alugam até vinte mil vasos por mês", afirma. A atividade de locação ainda representa pequena parte dos negócios de Cavallari - a fabricação de vasos de fibra de vidro -, mas ele acredita que pode expandir: "Alugamos, em média, de 250 a 300 peças por mês". Outro negócio que parece próspero é o de aluguel de livros. Ainda há poucas empresas especializadas no ramo, mas a da psicóloga Silvana Piccoli, de Santo André, na Grande São Paulo, vem se mantendo há três anos: "Alugo 80 títulos por mês, a maioria para o público femini-

no". Nora Roberts, a autora americana de best-sellers, é o mais requisitado. Custa R$ 2 por dia ou R$ 32 fixos por mês para se ter direito a número ilimitado de locações. A fonoaudióloga Débora Knoplich tentou manter a mesma atividade durante dois anos. Encerrou as atividades por absoluta falta de clientes, embora ainda mantenha o site "saudeealegria" no ar com dois mil títulos catalogados: "Sempre achei que fosse um excelente negócio, porque livro ainda é um artigo caro e, depois de lido, ocupa espaço e acumula poeira. Mas concluí que leitura não é o forte da média dos brasileiros". (LG)

ÕES CAÇÇÕES MULTILO ILOCA

D

Se fizer as contas, verá que sai mais barato alugar do que comprar um cão de guarda para sua casa ou para a empresa. Mas aqui você encontra também aluguel de oxigênio, de vasos com plantas, de livros

Marcelo Soares/Hype

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terça-feira, 23 de maio de 2006

ESPECIAL - 9

Esta água vem de uma Brastemp alugada

A

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Jair Arruda e o filho: o site tem hoje uma média diária de 3.500 acessos, com consultas grátis. O cadastro das empresas também é gratuito

Aqui tem de tudo, até elefante cor-de-rosa O endereço do site é www.aluga.com.br e tem de tudo, com vinte mil empresas cadastradas e uma média diária de 3.500 acessos. E convém pensar nisso: é mais negócio comprar ou alugar uma casa na praia?

J

air Muniz Andrade Júnior é advogado. Mas, depois de formado, já trabalhou, entre outras funções, como corretor de imóveis. Atualmente é diretor do www.aluga.com.br, um site de serviço para quem procura qualquer coisa para alugar. Qualquer coisa: “Já encontramos até

elefante cor-de-rosa para uma festa”. O endereço foi criado em 1998 e hoje tem vinte mil empresas de todo o País e de vários ramos de locação cadastradas. O serviço que porventura não é encontrado no cardápio de treze itens com suas respectivas divisões por especialidade é rastreado pela equipe de seis

funcionários do site. O retorno às solicitações costuma ser imediato. É o único site do gênero no País. “Investi na idéia porque percebi o aumento das empresas de locação e o desconhecimento da maioria das pessoas sobre a atividade”. Alugar, nas palavras de Andrade Júnior, pode ser a melhor opção: “É,

para citar um exemplo, mais vantajoso alugar uma casa na praia ou no campo do que comprar. O dinheiro que seria investido na compra desse imóvel pode ser aplicado e o aluguel pago apenas com o rendimento: evita-se assim despesas extras com manutenção, empregados e taxas, além de poder escolher locais dife-

TRANSPORTES DE MÁQUINAS LAPA Guindauto (munck), cavalos mecânicos especiais, carretas pranchas retas e rebaixadas, com dois, três e quatro eixos, jamantas convencionais extensivas e porta-containers, empilhadeiras, guindastes telescópicos, pórticos tubulares, plataforma aérea e equipes técnicas com todo ferramental específico, buscando somar esforços técnicos p/ solucionar todos os trabalhos com a máxima eficiência.

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rentes para passar as férias”. O site tem a média diária de 3.500 acessos, com consultas grátis. O cadastro das empresas também é gratuito, embora algumas patrocinem a iniciativa. Além da localização dos serviços, oferece ainda algumas orientações aos interessados. (LG)

lgumas empresas que sempre operaram no setor de vend a s c o m eç a m a d e scobrir que podem ficar mais próximas do cliente com a locação de seus produtos. O caso mais significativo é o da Whirlpool, dona da Multibrás (que comercializa a marca Brastemp): há cerca de um ano, a marca lançou o serviço de locação - ou de “assinatura”, como prefere chamar do purificador de água. “Foi a primeira vez que usamos a estratégia e as expectativas vêm sendo superadas: já ampliamos a presença do purificador em seis capitais, além de várias cidades, incluindo São Paulo”, informa Henrique Carneiro, gerente-geral de novos negócios da Whirlpool. Ele explica que o purificador não é vendido para que a empresa tenha controle sobre o grau de pureza da água: “No modelo de negócio desenvolvido pela empresa, por meio de uma assinatura mensal o consumidor conta com a manutenção oferecida periodicamente pela Brastemp, o que garante o perfeito funcionamento do purificador”. Ele diz que, além disso, a empresa se mantém mais próxima do cliente. Carneiro não revela o número de adesões por considerar informação estratégica. Mas informa que a mesma fórmula pode ser usada para outros produtos da empresa. (LG)


10 -.ESPECIAL

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

A FANTASIA Vire Batman ou King-Kong: é só alugar O macaco é a sensação do momento, mas Batman e Super-Homem ainda fazem sucesso. Aluguel de fantasias já foi um grande negócio, hoje nem tanto: é a primeira despesa cortada no orçamento de quem organiza uma festa Fotos: Paulo Pampolin/Hype

Q

uando a loja de aluguel de fantasias da família Lello foi inaugurada, em 1929, onde hoje funciona a estação São Bento do metrô, na rua Boa Vista, nem Batman nem o Super-Homem existiam. O homem-morcego surgiria dez anos mais tarde e Clark Kent só doze anos depois, mas o patriarca Pedro Alves da Cunha já alugava trajes de pierrô e colombina para os foliões que desfilavam em corsos na avenida Paulista. Alugava também roupas para finas recepções ou para elegantes jantares. Boa parte dos convidados para a recepção ao imperador Hiroito, do Japão, naquele ano de 1929, trajaram fraques e cartolas alugados pelo Magazine Central. O aluguel das indumentárias do Batman e de Super-Homem, duas fantasias clássicas ainda hoje entre as mais pedidas, só começaria a ser feito bem mais tarde, a partir dos anos 1960. Aluguel de fantasias é, como

se vê, negócio antigo. Mas seu auge ocorreu nos anos 1970 a 1980, diz Domingos de Lello Júnior que, aos 39 anos de idade, representa a terceira geração no ramo do avô. O Magazine Central não existe mais, mas a atividade da família continua com a Paraíso Fantasias, no bairro do Paraíso. “Hoje a procura diminuiu muito se comparada à da década de 70, quando havia praticamente uma festa temática por dia na cidade”, afirma Lello, com a autoridade de administrar a loja de fantasias há mais tempo em atividade na cidade. Também não se alugam mais como antes trajes para espetáculos teatrais ou programas de televisão: “Praticamente todas as emissoras e companhias teatrais têm sua própria equipe para confeccionar as vestimentas”. “Representamos o supérfluo do supérfluo e, por isso, é a primeira despesa cortada no orçamento de quem está organizando uma festa”, diz Lello. O aluguel de uma fantasia custa, em média, R$ 10 por dia.

O negócio é sazonal, confirma Fernanda Diniz, dona do Ateliê da Fantasia, aberto há três anos no bairro do Brooklin: “Ainda existe procura por trajes para festas temáticas, mas o maior movimento é no carnaval, nas festas juninas e, ultimamente, no halloween.” Fernanda investe nas fantasias artesanais que ela mesmo, ex-estudante de moda, confecciona. Mas diz que os trajes mais pedidos ainda são dos super-heróis e dos personagens das histórias infantis - de príncipes encantados a Cinderelas: “Mas os personagens sempre se renovam: é só surgir um filme ou uma novela de sucesso para que, em seguida, as pessoas nos consultem sobre os trajes do personagem”. O sucesso do momento é King-Kong. A atividade do Ateliê é dirigida aos adultos. “Alugar fantasia para crianças é mais complicado: geralmente elas não querem devolver o traje e os pais acabam sendo obrigados a comprar. Venda não é nosso negócio”, diz Fernanda. (LG)

A mulher-gato, a Odalisca, a Penélope - fantasias de Letícia Serena de Almeida Moreira, de 12 anos. A Paraíso Fantasias foi a primeira da cidade e seu proprietário confessa: “Representamos o supérfluo do supérfluo”


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

terça-feira, 23 de maio de 2006

LENTE DE AUMENTO MERCADOS: AJUSTE OU RUPTURA?

Os mercados globalmente se excederam nas doses de otimismo nos últimos meses. O ajuste nos preços é saudável. movimento atual nos preços como de correção. Não acreditamos que seja o caso, por exemplo, de um movimento ligado a um aumento da percepção de risco em relação aos déficits gêmeos norte-americanos, que poderiam ter alcançado seus pontos de ruptura. Vale citar, ainda, a forte redução observada no déficit fiscal norteamericano, de US$ 326 bilhões em março para US$ 265 bilhões em abril, no acumulado em 12 meses. Apesar da melhora observada no quadro fiscal nos últimos meses, sabemos que esta é totalmente cíclica e está relacionada ao aumento de arrecadação, por conta do forte ritmo de crescimento econômico. Uma desvalorização ordenada do dólar, em conjunto com um esfriamento da demanda doméstica, devem garantir uma correção gradual destes déficits. Entretanto, a preocupação com os déficits

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE NATHAN BLANCHE NO BOLETIM TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR

F light to quality: fugindo dos emergentes

JOÃO DE SCANTIMBURGO

O CÓDIGO DA VINCI

Cego conduzindo cegos ROBERTO FENDT

O

s "mercados" são "exuberantes". Muitas vezes são tidos como "irracionais". O fato é que, exuberantes ou irracionais, os mercados afetam a vida de todos. As ações dos bancos centrais, cuja missão é disciplinar a exuberância e controlar a irracionalidade, também afetam a vida de todos. O Federal Reserve, o banco central dos EUA, elevou no último dia 10 a taxa de juros básica em mais 0,25 ponto percentual, colocando-a em 5% ao ano. A taxa atual resulta de 16 aumentos consecutivos, iniciados em junho de 2004. No comunicado que acompanhou a decisão, o presidente do Fed, Bem Bernanke, afirmou que é preciso ter uma idéia melhor da diferença entre a atual taxa de juros e a taxa de juros "neutra". John Maynard Keynes, o célebre economista inglês, costumava dizer que "homens práticos, que se imaginam isentos de qualquer influência intelectual, muitas vezes são escravos de algum economista defunto". Pelo visto, o espírito do economista sueco de Knut Wicksell continua escravizando os presidentes do Federal Reserve dos EUA. Para Wicksell, há uma determinada taxa de juros, que chamou de "neutra", que assegura a estabilidade de preços. De acordo com esse ponto de vista, a instabilidade econômica resulta do descompasso entre a taxa de juros de mercado e a taxa de juros "neutra". Quando a taxa de mercado é menor que a neutra, o investimento excede a poupança, gerando um excesso de demanda. Se o excesso for financiado pela expansão dos empréstimos bancários, mais cedo ou mais tarde os preços subirão. O oposto ocorre quando a taxa de juros de mercado é maior que a taxa neutra. Só quando as taxas de juros de mercado e neutra coincidem não haverá pressões para aumentos ou reduções de preços. Se a taxa de juros "neutra" fosse conhecida, a tarefa do banco central seria simples: fazer a taxa de mercado convergir para a taxa neutra. Como

essa taxa é desconhecida, conhecemos apenas as conseqüências da disparidade entre as taxas. Um aumento da inflação é sinal que a taxa neutra é maior que a de mercado e sugere um aumento na taxa de juros comandada pelo banco central. Tudo indica que a inflação está se acelerando nos EUA. Isso parece indicar que o Federal Reserve continuará subindo os juros. Um aumento da taxa de juros nos EUA deteriora a qualidade dos títulos dos países emergentes. De fato, na semana entre os dias 10 e 17 de maio, os riscospaís pioraram para a maioria dos países emergentes. O indicador geral mostra um aumento de 14%. Mas o aumento não foi uniforme. O da Ásia subiu 5,5% e o da América Latina, 15,8%, indicando que ao lado dos efeitos da política americana há outras causas locais. O do Brasil, por exemplo, aumentou 17%, superando o aumento médio da América Latina. Não deixa de ser curioso que a política monetária americana seja ditada pela tentativa de aproximação da taxa de juros de mercado a uma taxa de juros desconhecida. O banco central daqui segue uma política parecida.

E

m 1568, Pieter Bruegel, o Velho, o maior dos pintores flamengos de seu tempo, ilustrou as palavras bíblicas "se um cego conduz outros cegos, todos cairão em um precipício". O quadro, de grandes dimensões e notável beleza, hoje pertence à Galleria Nazionale, de Nápoles. O primeiro cego, que conduz em fila os demais, já está caído; o segundo está caindo; o terceiro pressente que há algo errado, mas não atina o que; os demais sequer se apercebem do que está ocorrendo. Depois de 16 aumentos na taxa de juros americana e da expectativa de mais outro, parece que os cegos locais, no fim da fila e em pânico, só agora estão se dando conta de que a nossa política econômica é mais frágil que imaginavam.

O s cegos locais só agora se dão conta de que a política econômica é frágil

O caso das ambulâncias EVANDRO MESQUITA

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

sse O Código Da Vinci, que já atraiu milhões de leitores para o livro de Dan Brown e que agora atrai milhões de cinéfilos para a superprodução de Hollywood, é mais um petardo de heresia atirado contra os muros da Cidade do Vaticano. A Santa Madre Igreja tem coleção de heresias engendradas através dos milênios e dos séculos, tentando abater o seu primado espiritual na humanidade, que sempre se debate em crise. Quem conhece a história da Igreja sabe que a barca de Pedro nunca atravessou mar de bonança, mas sim tempestades em todo o trajeto de sua oferta do Céu para os pecadores arrependidos. O que se acrescenta com esse O Código Da Vinci é que a heresia abrange hoje, pelos modernos meios de comunicação, o acesso a uma história improvável, que foi criada pelo romancista de grandes tiragens.

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Céllus

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americanos não é a que prevalece no momento. Nos últimos dias, temos observado um movimento de realocação de portfólio, com uma saída de ativos de emergentes para compra de ativos mais seguros, como os treasuries norte-americanos (movimento conhecido como flight to quality), que corrobora a tese de que não há preocupação nos mercados quanto à sustentabilidade dos déficits americanos. Nos mercados de ativos domésticos, o maior ajuste têm ocorrido no mercado de renda variável. Nota-se que nos últimos dias o índice Ibovespa saiu de um patamar próximo a 42.000 pontos para 37.700 pontos. Assim, podemos esperar alguma recuperação em bolsa. No mercado de renda fixa, os juros futuros subiram, mas não têm mostrado prêmio suficiente para atrair os investidores. Por fim, no mercado de câmbio, a alta da taxa para R$ 2,20/US$ tende a se reverter, tão logo a volatilidade externa diminua. A nossa expectativa para a volta do câmbio está relacionada aos fundamentos favoráveis deste mercado, já que a expectativa de fluxo privado é de US$ 47 bilhões para este ano - o que, dada a entrada de US$ 22 bilhões já observada até os primeiros dias de maio, significa dizer que ainda deve haver um influxo adicional de US$ 25 bilhões.

Caetano Barreira/Reuters

á mais de três anos puxados pela locomotiva americana, os países emergentes vêm crescendo a níveis acelerados e, na sua maioria, têm melhorado seus fundamentos externos via ajuste nas contas correntes, reduzindo passivos e aumentando as reservas internacionais. No entanto, mesmo contando com esta importante melhora de fundamentos, podemos avaliar que o aumento dos preços dos ativos, principalmente bolsas e fundos de commodities, tem se mostrado bastante excessivo, quando consideramos o crescimento destas economias. Nesta linha, avaliamos o

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omo exemplo exordial para clarear a tese desse artigo, lembro o momento em que vereador indica ao chefe do Poder Executivo o nome de seu irmão para o cargo de administrador regional da Mooca. Consumada a nomeação, a partir daí, para questões de tapamento de buracos, limpeza de bocas de lobo, corte de árvores, deve o mooquense procurar, não a Administração Regional, órgão do poder executivo, mas o vereador, integrante do legislativo. Opera-se, em decorrência, uma transferência de atribuições. Para ter sua indicação atendida e por via dela obter decisões de caráter administrativo, o vereador abdica de fiscalizar o Poder Executivo e sanciona leis de acordo com a vontade do mesmo Executivo que, por seu lado, passa a legislar, pois tem a certeza de que suas mensagens ao legislativo serão mecanicamente aprovadas. Nessa agressão ao princípio constitucional da tripartição dos poderes, viga mestra das democracias modernas, a meu ver, está a questão fundamental da governabilidade em nosso país e alhures. Fidelidade partidária, cláusula de barreira, financiamento público de campanhas, voto distrital, são propostas que terão o seu peso. Não obstante, a questão fundamental que,

ao não ser enfrentada com coragem, impede o efetivo saneamento da vida pública, consiste na necessidade de retorno ao sistema de governo formulado pelos enciclopedistas, especialmente Montesquieu, de separação dos poderes e de seu exercício harmônico e independente.

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questão das ambulâncias, antes de mais nada, é conseqüência dessa promiscuidade de atribuições, pois obviamente não constitui missão parlamentar distribuir ambulâncias, ônibus escolares, carros de bombeiros ou quaisquer atendimentos administrativos – tarefa precípua e indelegável do Poder Executivo. É nesse campo que deve ser travado o grande debate nacional versando reforma política que valha, que logre resultado virtuoso e que sirva efetivamente aos interesses do Brasil. Resta aduzir que os desvios em apuração são decorrentes da ânsia eleitoral na busca de votos pela distribuição de benesses e de quitação de custos eleitorais pela obtenção de espórtulas, práticas que restam aos integrantes do denominado baixo clero, inacessíveis às grandes formulações. EVANDRO MESQUITA É DIRETOR DA FUNDAÇÃO ULYSSES GUIMARÃES DE SÃO PAULO

N ão é missão parlamentar distribuir ambulâncias ou ônibus escolares.

A Santa Madre Igreja tem coleção de heresias tentando abater o seu primado espiritual na humanidade história de Madalena tem sido muito explorada através dos séculos. Quem a tratou muito bem foi o grande romancista, e estilista da língua francesa, Jean D’Ormesson, em seu livro sobre o judeu errante. Quem leu o livro concorda com o romancista, que a colocou muito bem no quadro dos costumes no início da Era Cristã, mas não derivou para a heresia e nem para a blasfêmia. Pessoalmente, coloco esse O Código Da Vinci como uma fascinação de mentes perturbadas com um lugar hipotético, como se o grande gênio da Renascença tivesse querido nos prender a incógnitas indesvendavéis. Leonardo da Vinci deixou testemunhos de seu trabalho e seu tratado de pintura é clássico, valendo muito como um breviário de arte e de genialidade. Não se façam, portanto, interpretações imaginosas sobre códigos. Fico, portanto, com a Igreja, mais uma vez ofendida por uma bombarda violenta, mas que, como as portas do inferno, não prevalecerá contra ela.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

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Política

Não entendo por que tanta celeuma. O que importa é que essas conversas sejam impessoais, transparentes, públicas, e não tratem de coisas que não podem ser tratadas. Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça

MÁRCIO THOMAZ BASTOS CONFIRMA ENCONTRO COM DANIEL DANTAS. DELÚBIO DEPÕE SEM HABEAS-CORPUS.

BASTOS EM NOVO ENCONTRO POLÊMICO

Dida Sampaio/AE

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Ministro diz que cabe a ele definir a conveniência de sua agenda

Valter Campanato/ABr

Tarso e Busato discutem meios de acelerar as votações do Congresso

ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou ontem que teve na última quinta-feira um encontro com o ex-banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, na casa do senador Heráclito Fortes (PFL-PI). O encontro, segundo o ministro, foi realizado a pedido da assessoria de Dantas e justamente, para evitar polêmica, contou com a presença dos deputados José Eduardo Cardoso (PT-SP) e Sigmaringa Seixas (PT-DF). "Concordei e levei duas testemunhas – um senador e dois deputados", contou Bastos após a solenidade de assinatura de acordos de cooperação na área jurídica com o ministro da Justiça da Espanha, Juan Fernando Lopes Aguiar. Segundo o relato de Bastos, Daniel Dantas queria um encontro para entregar uma carta ao Ministério da Justiça na qual dizia que nunca tinha investigado a existência de contas bancárias no exterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades ou passado informações a nenhum órgão de imprensa – referindo-se a matéria publicada na semana passada pela revista Veja. A reportagem informava a respeito de um dossiê segundo o qual o presidente Lula, o ministro da Justiça e o diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, entre outras autoridades, teriam contas bancárias em paraísos fiscais. A revista diz que fez a reportagem com base nas informações de um dossiê, que teria sido preparado por um ex-funcionário da Kroll Associates por encomenda de Daniel Dantas.

Carta– Na carta endereçada ao ministro, com data do dia 15 deste mês, Dantas contesta as informações da revista : "Em respeito à verdade e a Vossa Excelência, asseguro-lho que não sou responsável, não forneci informações e nem tive participação nessa reportagem divulgada pela revista Veja nessa última semana trazendo a lista de pessoas que supostamente teriam contas bancárias no exterior", afirma.

pela revista e que a investigação também está sendo acompanhada pelo Ministério Público. Bastos voltou a afirmar que a PF levará as apurações até as últimas conseqüências, como tem feito nas grandes operações de combate ao crime organizado nos últimos três anos e meio: "Eu disse que a PF vai investigar de maneira impessoal e séria", afirmou. "Não interfiro na atuação da PF. Procuro dar um rumo à PF

Antonio Cruz/ABr

Bastos ao lado do ministro da Justiça da Espanha, Juan Aguiar.

Testemunhas – Bastos disse que cabe a ele definir a conveniência de sua própria agenda e que o teor da conversa com Daniel Dantas podia ser obtida com os demais presentes ao encontro. "Não entendo por que tanta celeuma. O que importa é que essas conversas sejam impessoais, transparentes, públicas, e não tratem de coisas que não podem ser tratadas", afirmou o ministro sem mais detalhes. Márcio Thomaz Bastos afirmou que no encontro informou a Dantas que a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar as denúncias feitas

mas não controlá-la." E recordou ainda que, em centenas de operações que realizou, a PF mostrou que não persegue inimigos e nem protege amigos. O outro encontro– Por causa de outro encontro polêmico, aquele que Márcio Thomaz Bastos teve com o então ministro da Fazenda Antonio Palocci e o experiente advogado criminalista, Arnaldo Malheiros Filho, no dia 23 de março – durante a crise da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa – a Comissão de Ética Pública da Presidência da República foi chamada a se pronunciar. O pedido de explica-

ções encaminhado ao ministro foi aprovado pela Comissão de Ética Pública, no dia dois de maio, atendendo à representação do deputado Rodrigo Maia líder do PFL na Câmara. Postura comum– O entendimento dos integrantes da Comissão, divulgado ontem, foi de que não houve quebra dos princípios de ética e que o ministro da Justiça apenas indicou um advogado, o que é comum acontecer com pessoas que tem cargo público, semelhante à situação de uma pessoa indicar um médico a pedido de outra. Para o PFL, "o encontro com o ministro Palocci tinha por objetivo oferecer-lhe serviço jurídico especializado para que enfrentasse adequadamente as questões que, inclusive, levaram ao seu indiciamento pelo Departamento da Polícia Federal". O deputado Rodrigo Garcia questionava na representação se o ministro Márcio Thomaz Bastos não teria infringido o artigo terceiro do Código de Conduta da Alta Administração Federal. Infração– Este artigo ressalta que, "no exercício de suas funções, as autoridades públicas deverão pautar-se pelos padrões da ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à clareza de posições e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral". E o parágrafo único destaca que "os padrões éticos de que trata este artigo são exigidos da autoridade pública na relação entre suas atividades públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses". (Agências)

'FOI UMA MISSÃO INSTITUCIONAL', DIZ TARSO. P

ara o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos cumpriu uma missão institucional ao se encontrar em sigilo com o banqueiro Daniel Dantas. "Não vejo nenhum problema na reunião. Pelo contrário. Ficou absolutamente claro que o ministro recebeu informações e afirmou ao senhor Daniel Dantas que a Polícia Federal vai fazer o inquérito. Uma missão institucional cumprida de maneira correta e adequada pelo ministro Márcio", afirmou Tarso Genro. Tarso Genro não quis comentar as suspeitas de que o encontro teria ocorrido para firmar um pacto de não-agressão entre o banqueiro e o governo: "Demais questões têm de ser respondidas pelo ministro", disse. "Essa questão da visita, do encontro, tem que ser tratada tecnicamente pelo ministro. Estou respondendo politicamente que

JACQUES CHIRAC CHEGA AO BRASIL AMANHÃ

O presidente da França, Jacques Chirac, desembarca amanhã em Brasília, para uma visita oficial ao Brasil. Chega acompanhado de cinco ministros de Estado – Relações Exteriores, Defesa, Economia e Finanças, Educação e Indústria –, dois parlamentares e 20 empresários. Vai assinar, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vários acordos de interesse dos dois países, entre eles uma declaração conjunta na área de biocombustível. Segundo, Antônio Aguiar Patriota, subsecretário-geral político do Itamaraty, na declaração conjunta sobre biocombustível, os dois países vão deixar clara a intenção de constituir um fundo de apoio para o desenvolvimento de projetos nessa área em países de economia vulnerável. Segundo Patriota, a visita do presidente francês é muito importante. A França apóia a reivindicação do Brasil de ampliação do Conselho de Segurança da ONU, além de ser a grande parceira do projeto brasileiro de combate à fome e à pobreza. Durante a visita, serão assinados também acordos na área de educação e na área comercial.

ele cumpriu uma função institucional sua. O que eu afirmo é que essa questão tem que ser tratada pelo ministro", completou Tarso. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, que esteve ontem com o ministro das Relações Institucionais, disse que não vê problema no encontro de Bastos com Dantas, desde que tenha sido transparente. "Cabe saber se foi transparente. Não vejo problema no encontro em si", disse Busato. Trabalho conjunto– Após reunião com Roberto Busato, Tarso Genro afirmou que o governo vai procurar implementar um trabalho conjunto com a entidade para aprovar projetos que tramitam no Congresso Nacional e que prevêem mecanismos de participação social e ampliação da democracia. Um deles seria a ampliação do número de plebiscitos e referendos. Segundo o ministro, esse trabalho conjunto deverá ser "ágil" e

DELÚBIO DEPÕE HOJE

S

Antonio Cruz/ABr

CPI dos Correios e ouem a proteção de tra para a do Mensalão habeas-cor pus, (já encerradas) e partio ex-tesoureiro cipou de uma acareado PT Delúbio Soares ção com o empresário será ouvido hoje pela Marcos Valério e com o CPI dos Bingos. O relapresidente licenciado tor da comissão, senado PL, Valdemar Costa dor Garibaldi Alves Neto, além de tesou(PMDB-RN), quer saber reiros de partidos da de Delúbio se ele pediu base aliada do goverentre R$ 40 milhões e no na CPI do MensaR$ 50 milhões ao banlão. Em todos os dequeiro Daniel Dantas poimentos, Delúbio para que o governo do assumiu sozinho a resPT não criasse embaraDelúbio Soares ponsabilidade pelo ços para o Banco Opcaixa 2 do PT. portunity, que controO ministro do Supremo Tribunal Federal Marlava a Brasil Telecom. Garibaldi vai perguntar ainda a Delúbio se era co Aurélio Mello, que negou o pedido de liminar ele quem recebia o dinheiro que supostamente para Delúbio, disse que a convocação para o deseria levado à sede do PT por Ralph Barquete, poimento partiu de uma CPI e que não se pode ex-assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto na supor que ela vá realizar atos arbitrários. "Pregestão do ex-ministro Antonio Palocci; se o di- sume-se o que normalmente acontece e não o nheiro da Prefeitura de Santo André destinado extravagante. Os cidadãos, em geral, devem coao PT era entregue a ele; quem recebeu a supos- laborar com as autoridades constituídas para a ta doação de R$ 1 milhão de empresários ango- elucidação de fatos", disse Marco Aurélio, na lanos do bingo; e qual era o assunto que ele sentença. O ex-tesoureiro pediu para não comconversava com Wladimir Poletto (também ex- parecer ao depoimento; e, comparecendo, não assessor da Prefeitura de Ribeirão Preto), pois responder a perguntas fora do fato determinanuma gravação que a CPI tem, Poletto diz ao ad- do da CPI, nem assinar o termo de compromisso vogado Rogério Buratti que terá um encontro com a verdade. O ex-tesoureiro teme ser preso caso a CPI interprete que ele não colabora com com o ex-tesoureiro petista. Este será o quarto depoimento de Delúbio as investigações. Esses pedidos foram aceitos Soares a uma CPI. Antes ele falou uma vez para a pelo STF. (AE)

"transcender questões partidárias", uma vez que "um grupo de trabalho da OAB e representantes do governo deve trabalhar nessas propostas". Ao mesmo tempo, Tarso afirmou que vai tentar mobilizar a base governista para aprovar os projetos no Congresso. Uma das propostas prevê a alteração da regulamentação de referendos e plebiscitos e da iniciativa popular, o que daria mais possibilidade da população de convocar estes dispositivos de participação. Plebiscito– "O plebiscito e o referendo não enfraquecem o Congresso. Ao contrário, o fortalece, porque asseguram à sociedade a regulamentação da democracia direta, dando força à democracia representativa. Preenche um vazio que existe entre o momento da representação, da eleição e o desligamento que ordinariamente o parlamento possa ter daqueles que são delegantes do mandato, que são os eleitores", explicou Tarso. (Agências)

GABEIRA QUER MINIRREFORMA EXPULSÃO DE ELEITORAL: TSE CANDIDATO DO PV DEFINE HOJE. O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) defendeu ontem a retirada do nome do advogado José Cláudio Bravos da lista de pré-candidatos a deputado estadual do partido em São Paulo. Bravos disse ter o apoio da facção criminosa que comanda os presídios paulistas, o PCC, para a sua candidatura. "A minha posição é de que ele já é um ex-pré-candidato. O PV não tem restrição a quem luta pelos direitos dos presos no País, mas não aceita quem mantém simpatia com o crime organizado. Isso enfraquece nossa posição de luta contra a insegurança no País". Presidente nacional do PV, José Luiz Penna disse que foi criada uma Comissão de Ética para analisar o caso de Bravos, que pode ser expulso do PV.

CONVOCAÇÃO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai definir hoje à noite se as mudanças impostas pela minirreforma eleitoral poderão ou não ser aplicadas já em outubro. Entre os especialistas no assunto, a expectativa é de que a maioria das modificações somente terá validade na eleição de 2008. Especialistas em direito eleitoral explicam que as mudanças com repercussões no processo de escolha dos candidatos deveriam ter sido aprovadas com um ano de antecedência. E, como a minirreforma não foi aprovada com essa antecedência de um ano, os especialistas acreditam que pouco poderá ser aplicado à disputa deste ano. A expectativa é de que, se o TSE permitir alguma mudança, esta erá pontual.


Senado CPI Planalto Eleições

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

GOVERNO DIZ TER MAIS DINHEIRO PARA PREFEITOS E GOVERNADORES

PARA PRESIDENTE, RESTRIÇÃO DA LEI ELEITORAL É 'ATRASO PARA O PAÍS'. Evaristo Sá/AFP

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a solenidade de assinatura de convênios para obras de saneamento básico, no valor de R$ 1,3 bilhão, ontem no Palácio do Planalto, para criticar a Lei Eleitoral que proíbe a assinatura de convênios entre os governos federal, estaduais e municipais e a realização de novas obras no período de três meses que antecede as eleições. Para Lula, a lei teria que ser mudada porque considera que a proibição é um "atraso na mentalidade política" do País e faz com que o dinheiro fique mofando nos cofres públicos. Foram assinados 33 protocolos com concessionárias e governos estaduais e municipais do Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Cerca de 670 mil família serão beneficiadas. Durante a cerimônia, o presidente lembrou que ainda há dinheiro, além do que foi liberado, para que prefeitos e governadores apresentem projetos de saneamento. O Ministério das Cidades prevê R$ 3,5 bilhões para 2006. Segundo ele, essa restrição faz com que muitas vezes o dinheiro fique parado enquanto a população fica sem obra. Dificuldade – "Os legisladores imaginaram que não poderiam dar dinheiro muito perto das eleições porque parece cooptação eleitoral. O que eu acho um atraso na mentalidade política do nosso País é essa criação de dificuldade para que você possa liberar os recursos, porque todo mundo sabe que o saneamento básico, eu não sei se o Ministério da Saúde concorda com isso, mas a Organização Mundial da Saúde costuma avisar que a cada real que a gente coloca no saneamento básico, a gente está evitando gastar R$ 4 na saúde. Se isso for verdade, daqui a alguns dias vai estar sobrando dinheiro no Ministério da Saúde, porque o Brasil passou muito tempo sem investir em saneamento básico", disse.

Lula pede a prefeitos e governadores que enviem projetos até 30 de junho

LULA QUERIA MAIS TEMPO PARA DAR MAIS DINHEIRO "É verdade que tem eleição pois você pára seis meses quanpara presidente da República e do tem eleição para governador para governador em outubro, e presidente da República, ou mas é verdade que vocês (prefei- seja, de seis em seis meses, é tos) não têm eleição. E por conta quase um ano que você perde na possibilidade de da eleição, a parfazer convênio tir de junho a nas mais diferengente não pode tes áreas. Não é fazer nenhum a p e n a s s a n e aconvênio. Se tiver dinheiro dis- Por conta da eleição, a mento básico, ponibilizado, vai partir de junho a gente não. São várias po ss ibi lid ad es ficar mofando aí não pode fazer de fazermos cone a gente não vai vênios e ficamos poder fazer ne- nenhum convênio. Se i mp os s ib il it anhum convênio tiver dinheiro dos", reclamou. com nenhuma disponibilizado, vai Projetos – Luprefeitura por- ficar mofando. la defendeu que que a lei no BraPresidente Lula todos os que tesil, lamentavelnham projetos mente, é proibitiva, a cada seis meses das elei- prontos e qualificados os apreções, de a gente fazer alguma sentem. "Não guardem na gaveta. Não há coisa pior que discoisa", disse. E continuou: "Então, você pá- ponibilizar recursos para uma ra no mês de junho de um ano e, obra que não começou porque depois, quando tem eleição pa- o projeto tem problemas." O presidente criticou ainda ra prefeitos e vereadores. De-

o que chamou de "fila-burra", quando alguém que não tem projeto entra na fila para receber recursos. Segundo Lula, um projeto de lei já enviado ao Congresso poderá gerar um avanço nesse sentido. "O prefeito que não tem projeto entra na fila e quando sai o dinheiro, não tem projeto, às vezes passa dois ou três anos com o dinheiro disponibilizado e não acontece absolutamente nada porque não tinha projeto. E outros prefeitos que tinham projeto, que estavam em terceiro ou quarto lugar na fila, terminam não pegando o dinheiro." Segundo ele, nos próximos anos quem estiver governando as cidades, os estados e o País vai ter que pensar num jeito de fazer com que o dinheiro chegue mais rápido para que a obra comece imediatamente. Lula criticou ainda os políticos que não investem em saneamento básico porque não dá para "colocar o nome de uma pessoa querida numa manilha que está embaixo da terra ou numa tubulação". O presidente disse que o governo ainda tem mais dinheiro para ser disponibilizado, mas é preciso que as prefeituras que não apresentaram projetos o façam até junho. Mais verba – "Eu posso dizer para vocês que a Caixa Econômica tem dinheiro como jamais teve para fazer isso. Posso dizer para vocês que o Fundo de Garantia tem mais dinheiro do que em qualquer outro momento. Agora, esse dinheiro, para que ele possa ser colocado à disposição e para financiar as cidades brasileiras, é preciso que os projetos sejam trabalhados antes de fazer o pedido. Os contratos assinados ontem são parte do programa Saneamento para Todos. Criado em 2005 para financiar operações de crédito de saneamento básico, o programa substituiu outros quatro que vinham funcionando desde 1996. Os tomadores de empréstimos – governadores, prefeitos e órgãos diversos – participaram de seleção pública. Eles assinaram contratos de financiamento com a Caixa, o BNDES e bancos privados para início das obras até o dia 30 de junho. (Agências)

SÓ 39% DAS VERBAS FORAM REPASSADAS

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s números dos efetivos desembolsos do governo para a área de saneamento básico destoam do ufanismo do presidente Lula ao anunciar ontem a liberação de R$ 1,3 bilhão para convênios com Estados, municípios e empresas públicas e privadas. De acordo com os dados do Ministério das Cidades, apenas 39,4% dos R$ 7,7 bilhões contratados e disponibilizados pelo governo federal, entre 2003 e 2005, já foram repassados aos conveniados. O baixo porcentual de desembolso, de acordo com técnicos do governo, se deve ao ritmo das obras e a alguns problemas nas licitações. O dinheiro só pode ser entregue na medida em que as fases da obra vão sendo concluídas. Em São Paulo, apenas R$ 263

milhões, de um total de R$ 1,2 bilhão, foram transferidos até o final de 2005 – uma execução de apenas 21,7%. O melhor desempenho é em Roraima, onde 75% dos recursos foram usados. Há um ano, essa situação era mais grave e obrigou o Ministério das Cidades a adotar medidas mais firmes para evitar um vexame ao final de governo. De qualquer forma, o volume de recursos já canalizado – R$ 1 bilhão por ano – não chega nem perto dos R$ 15 bilhões anuais que, segundo cálculos da área técnica, seriam necessários para acabar com o déficit de saneamento básico no Brasil. O País ainda está longe de atingir uma situação em que, como sugeriu Lula, as despesas de saúde poderão ser reduzidas em decorrência da melhoria no saneamento básico. (AE)

OPOSIÇÃO SE IRRITA COM FALA DE LULA

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oposição se irritou com as queixas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a Lei Eleitoral. O líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), protestou contra as reclamações públicas de Lula contra a legislação que trata os repasses de verbas como cooptação.

Ele não tem dúvidas de que é o presidente quem está usando a Lei Eleitoral para justificar o que não foi feito por incompetência administrativa, especialmente agora, quando às vésperas das eleições. "Mas não convence", adverte o líder, para quem a execução orçamentária tem sido "uma lásti-

ma" e isto não se deve apenas a determinação do governo de produzir um superávit nas contas públicas. "Um dos graves problemas desse governo é a humilhação por que passam vários ministérios de devolver dinheiro ao Tesouro por incapacidade gastá-lo, executando o orçamento", critica Dias. Cinismo – "É inacreditável que Lula tenha a coragem de falar com tamanho cinismo, quando temos provas evidentes de um novo 'valerioduto' no Ministério das Cidades, onde já há um escândalo de R$ 1 bilhão para a 'compra' de prefeituras", disse o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). ACM disse que além de continuar "liberando recursos escandalosamente", o governo está pedindo a aprovação de créditos em valores maiores do que os repasses previstos no Orçamento para Estados e municípios. "Vou denunciar o ministério

das Cidades, que Lula deu ao PP do ministro do Severino (Cavalcanti, ex-presidente da Câmara)", disse, revelando-se disposto a encaminhar sua denúncia ao Tribunal de Contas da União e ao Tribunal Superior Eleitoral. Ele está especialmente irritado por conta de um pedido de crédito extraordinário de R$ 878 milhões ao Ministério das Cidades, aprovado pela Câmara na última quarta-feira. ACM fez uma varredura nos projetos do ministério e estranhou o fato de o valor dos projetos em municípios diversos ser sempre o mesmo: R$ 292 mil. "Ainda estou conferindo documentos e já encontrei projetos diferentes para 27 cidades, envolvendo esta mesma quantia. Devem ser projetos de fachada", suspeita ACM. Ele garante estar convencido de que os repasses federais estão sendo usados para tentar cooptar prefeitos de partidos da oposição. (AE)

Um problema desse governo é a humilhação por que passam os ministérios de devolver dinheiro ao Tesouro por incapacidade gastá-lo. Senador Álvaro Dias

Eymar Mascaro

PMDB em foco

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PMDB volta a entrar em ebulição com a proposta de lançamento da candidatura do senador Pedro Simon à presidência. Simon aceita a empreitada mas acha muito difícil atrair o apoio de governistas como Renan Calheiros e José Sarney. Mesmo assim, o senador vai conversar com ambos nas próximas horas. Em princípio, a convenção oficial do PMDB está marcada para 11 de junho, mas existe um movimento entre governistas para abortar sua realização. O argumento do grupo é que só os partidos que vão lançar candidatos próprios realizam convenções. Pedro Simon está decidido a disputar a eleição se o partido lançar candidato. Seu vice seria o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. Os governistas, no entanto, estão dispostos a jogar o partido no colo de Lula. Querem o partido apoiando a reeleição do presidente.

HISTÓRIA Pedro Simon radicaliza sua posição e adverte que o PMDB pode desaparecer se ficar sem lançar candidato próprio a presidente. O senador gaúcho recorre à história do partido para condenar a posição de Renan Calheiros e José Sarney.

SUGESTÃO Após admitir que não teria o apoio do presidente do Senado e do expresidente Sarney, Simon sugeriu que o PMDB poderia lançar a candidatura presidencial do ex-governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos ( que já anunciou que será candidato ao Senado).

ENTENDIMENTO Simon deve se reunir amanhã com Orestes Quércia (que está em Nova York) para fortalecer sua posição. O ex-governador de São Paulo é o grande incentivador de candidatura própria no PMDB. Quércia queria como candidato Itamar Franco, mas o expresidente desistiu para se candidatar ao Senado por Minas.

CHAPA Renan Calheiros e José Sarney ainda sonham que podem indicar o vice na chapa de Lula. Falam nos nomes de Nelson Jobim, Michel Temer e até em Itamar Franco. O PT não perde a esperança de ter o PMDB ao seu lado.

NEUTRALIDADE Se não der para lançar o vice na chapa de Lula, os governistas defendem também a tese de que o partido deva ficar neutro na eleição presidencial, para estabelecer diferentes alianças nos estados. Os governistas querem fortalecer o partido nos estados e nas casas legislativas.

Alckmin/José Jorge, dia 29, em festa programada para Recife, os candidatos colocam o Nordeste na alça de mira. Alckmin e José Jorge vão se dedicar, com especial atenção, em fazer campanha na região. É lá que Lula leva ampla vantagem sobre Alckmin nas pesquisas.

DUREZA O vice de Alckmin, José Jorge garante estar preparado para bater duro em Lula. Jorge espera pelos ataques dos adversários, mas diz que já listou os pontos negativos de Lula. José Jorge não vai ficar calado se for chamado de "ministro do apagão" (o candidato foi ministro de Minas no governo FHC na época do apagão).

RESPOSTAS Na condição de presidente estadual do PSDB de São Paulo, o deputado estadual Sidney Beraldo decidiu que não vai deixar sem resposta todos aqueles que criticar injustamente o exgovernador Geraldo Alckmin. Beraldo resolveu pegar o pião na unha.

VICE Na impossibilidade quase certa de ter um vice do PMDB, o PT continua esmerilhando a candidatura de Ciro Gomes para compor a chapa do PT. O PSB gosta da idéia e acha que Ciro Gomes pode sustentar a campanha de Lula na região do Nordeste que recebe a influência do Ceará.

CANDIDATURAS

FAVORITISMO

Calculam os governistas que o PMDB pode ter pelo menos 15 candidatos a governador. O partido poderá eleger grandes bancadas de deputados estaduais e federais. Mas, para isto, o partido não pode se agregar a nenhum dos candidatos presidenciais.

Mesmo entrando no olho do furacão, por força da crise na área de segurança, José Serra continua liderando as pesquisas de governador. Se a eleição fosse hoje, o tucano poderia se eleger já no primeiro turno. Serra retornou dos EUA disposto a dar continuidade à sua campanha.

ACORDO O PSDB continua trabalhando para atrair o apoio do PMDB a Alckmin no segundo turno. Os tucanos, a exemplo dos petistas, queriam dispor do tempo que o PMDB terá de campanha na horário gratuito de televisão, mas enfrenta o empecilho da verticalização.

CAMPANHA Assim que for formalizada a chapa

INIMIGO O principal adversário de Serra continua sendo o candidato do PT, Aloizio Mercadante. Mas, as pesquisas indicam que o petista tem menos da metade do índice de intenção de votos nas pesquisas do que o tucano. Serra teria hoje cerca de 50% dos votos contra 20% de Mercadante.


terça-feira, 23 de maio de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PFL EM XEQUE. PMDB SEDUZ PDT E PPS.

Felizmente, a semana passada já passou. Governador Cláudio Lembo

PEFELISTAS VISITAM LEMBO E ALCKMIN E CONSEGUEM ABAFAR CRISE DE ALIANÇA ENTRE OS DOIS PARTIDOS

CÚPULA DO PFL CUMPRE SUA MISSÃO EM SP Mônica Zarattini/AE

Eduardo Oliveira/AE

E

m meio à crise de se- político. Mas o respeito." No intuito de dizer que as regurança que atinge o Estado de São Paulo, lações com o tucano Geraldo o governador pau- Alckmin estão caminhando lista Cláudio Lembo ontem o bem, Lembo afirmou: "Ele (Alapoio integral da cúpula pe- ckmin) é uma figura distinta, tifelista. "A Direção Nacional picamente paulista, do interior do PFL veio trazer solidarie- do Brasil." E finalizou a entredade total a São Paulo. O meu vista dizendo que não se sente partido está comigo, é solidá- abandonado, principalmente rio e tem aquilo que deve ha- pela sua legenda. Bornhausen – O presidente ver sempre em política, que é a lealdade", afirmou Lembo, Jorge Bornhausen, por sua vez, não quis entrar na polêmica soapós o encontro. Questionado se havia sofri- bre a divergência que ocorreu do alguma deslealdade nos entre sua legenda e o PSDB. momentos mais críticos da cri- "Não viemos aqui tratar de asse de segurança, na semana suntos políticos, mas trazer a passada, Lembo reconheceu: nossa solidariedade ao gover"No mundo, sempre se sofre nador, que soube atuar corredeslealdade." E, sem citar no- tamente e manter São Paulo mes ou partidos, continuou a sem intervenção", destacou. Bornhausen disse não ver crítica: "Quanto mais evoluído intelectualmente, mais a leal- problemas nos elogios que Lula dade demora a chegar." Per- fez a Lembo. "É um relacionaguntado em seguida se consi- mento institucional." E contiderava que o PSDB tinha mui- nuou: "Não há problemas na tos intelectuais, foi evasivo. aliança nacional. Estamos avan"Não sei responder porque não çando com o vice (José Jorge)." O senador reconheceu, posou especialista em PSDB" Lembo destacou ainda que rém, que está havendo alguos bons amigos permanece- mas dificuldades na formataram ao seu lado durante todo o ção da aliança nacional do episódio. "E, particularmente, partido para disputar as eleições de outubro. "Em 94 não tive o calor do povo." foi fácil. Em 98 Apesar do defoi menos difísabafo, o govercil e agora estanador paulista m o s t e n d o a ldisse que as relagumas dificulções com o PSDB dades por conta continuam "ótida cláusula de mas, solidárias e barreiras com o firmes". IndagaPPS, com o PDT do se poderia cie com o PV. Mas tar o nome dos com o PSDB esque teriam faltatá tudo bem. Vado com a lealdamos formalizar de no momento a aliança com o em que mais PSDB no próxip r e c i s a v a d e O meu partido está mo dia 29." a p o i o , L e m b o comigo, é solidário e Mais legennovamente des- tem aquilo que deve d a s – O p re s iconversou, mas haver sempre em dente nacional foi irônico: "Posdo PFL pregou s o c i t a r m u i t a política, que é a t a m b é m a e xgente, mas não lealdade. gosto de listas." Governador de São tensão da alianE continuou: Paulo Cláudio Lembo ça no intuito de atrair outras le"Felizmente, a gendas, tais cosemana passada mo o PMDB, PPS, PDT e PV. O já passou." Lembo recebeu, por cerca de vice na chapa de Alckmin, Joduas horas, no Palácio dos sé Jorge, disse não acreditar Bandeirantes, o presidente na- que a crise na área da segucional do PFL, senador Jorge rança em São Paulo irá prejuBornhausen (SC), o prefeito da dicar a campanha presidencapital paulista, Gilberto Kas- cial do ex-governador paulissab (PFL), o vice na chapa do ta. "Questão da segurança é pré-candidato do PSDB à Pre- nacional e de responsabilidasidência da República, Geral- de do governo federal, que do Alckmin, senador José Jor- não enfrentou devidamente a ge (PE), os senadores Heráclito situação", afirmou. Depois de saírem do Palácio Fortes (PFL-PI) e Marco Maciel (PFL-PE), e os deputados Ro- dos Bandeirantes, toda a cúpudrigo Maia (PFL-RJ) e Vilmar la do PFL foi para o escritório de Alckmin, no Itaim Bibi, na Rocha (PFL-GO). Diálogo – Em rápida entre- zona Sul de São Paulo. Após o vista coletiva, concedida após encontro com os pefelistas, Alo encontro, o governador disse ckmin negou de novo que teque o diálogo com os tucanos nha telefonado apenas duas está acertado, mas cutucou: vezes para Lembo, no auge da "Nunca houve ausência de crise de segurança que atingiu diálogo. Houve, talvez, ausên- o Estado na semana passada. "Falo com o Lembo diariamencia de mais diálogo." Para aparar as arestas com te. O que não faço é interferir Lembo, o pré-candidato Geral- em sua administração. Dei lido Alckmin, esteve no domin- berdade para ele agir", justifigo na ala residencial do Palácio cou, refutando a existência de dos Bandeirantes para uma crise entre o PSDB e o PFL. Campanha – Alckmin conconversa informal, que durou cerca de 40 minutos. O gover- cedeu uma breve entrevista conador classificou o encontro letiva e disse que sua campanha caminha muito bem e que de "muito bom". Lembo recebeu também a vi- está muito feliz com a escolha sita do pré-candidato do PSDB de José Jorge como seu vice em ao governo do Estado, José Ser- sua chapa. "Na próxima sera, acompanhado do prefeito gunda-feira vamos formalizar Kassab. "Foi um encontro ex- a aliança em Pernambuco. A cepcional. Serra é um grande aliança é importante, não só quadro político e uma figura de para ganhar a eleição, mas também para governar o Bragrande respeito", elogiou. O g o v e r n a d o r t a m b é m sil", reiterou o candidato. Alckmin comentou também aproveitou a oportunidade para comentar os elogios que a respeito dos elogios feitos recebeu do presidente Luiz por Lula a Lembo. "Acho ótiInácio Lula da Silva (PT). mo que o Lula elogie o Lembo. "Gostei do elogio. Elogio é Isto é muito bom. Desta vez, sempre bom. Tenho muito ele acertou, porque passou respeito pelo presidente Lu- meses elogiando os 40 ladrões. la. Sou amigo do presidente Agora, elogiou um homem desde 1978 e sou adversário correto", ironizou. (Agências)

À esquerda Claudio Lembo e a cúpula do PFL. Logo acima, Pedro Simon e Cristovam Buarque discutem alianças. Abaixo, Itamar Franco não resiste à pressão do PMDB.

SIMON QUER PMDB E PDT JUNTOS

O

governador gaúcho Germano Rigotto anunciou que nos próximos dias deve crescer o apoio à candidatura do senador Pedro Simon à presidência, pelo PMDB, e sugeriu o desenvolvimento de negociações com o PDT e o PPS, para formação de uma frente de centro-esquerda. Embora destacando a necessidade de respeitar os partidos que já lançaram candidatos, comentou que conversou com o senador Cristovam Buarque, o candidato do PDT, e que este lhe informou que, se dependesse dele, ficaria "feliz" com uma composição que permitisse o lançamento de Simon à presidência. "Isso não significa que o senador Cristovam Buarque tenha aberto mão de sua candidatura. Ele não está abrindo mão da candidatura. Ele apenas disse que vê a candidatura de Simon com grande simpatia e afirmou que ele não seria problema. O presidente do PDT, Carlos Lupi, também já havia me dito em diversas ocasiões que, se eu vencesse as prévias do PMDB, havia todas as condições para ter o PDT ao meu lado. Acredito que isto possa se estender à candidatura de Simon", afirmou Rigotto. O encontro de Rigotto com o senador Cristovam Buarque ocorreu ontem durante almo-

ço no Palácio Piratini, juntamente com outros senadores, entre eles Paulo Paim, do PT, e deputados federais, integrantes da Comissão Mista Especial que estuda sugestões sobre a política de reajustes para o salário mínimo. Simon, que também esteve no encontro, reiterou sua intenção de disputar a presidência, se esta for uma decisão do partido. O im-

portante, destacou, é o lançamento de candidatura própria, o que dependerá de negociações com a ala governista do PMDB. Apoio a Simon– Mas, segundo Rigotto, alas históricas do partido devem se antecipar e ainda nesta semana o ex-presidente Itamar Franco deve manifestar-se favorável à candidatura de Simon e será se-

Emmanuel Pinheiro/Estado de MG/Folha Imagem

ITAMAR FRANCO DESISTE DE CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA O ex-presidente Itamar Franco confirmou ontem que desistiu de ser précandidato à Presidência pelo PMDB e vai disputar a indicação do partido ao Senado. Itamar recebeu o apoio do ministro das Comunicações, Hélio Costa, mas poderá ganhar mais um adversário na disputa interna: o ex-governador de Minas Newton Cardoso, seu ferrenho opositor no diretório estadual da legenda. Durante o anúncio à imprensa, Itamar distribuiu

uma carta, na qual reclama dos "estranhos rumos" tomados pelo PMDB e classifica a ala contrária à candidatura própria como uma "facção" que pretende que os eleitores acreditem que "o maior partido político do Brasil não pode ter caminho próprio na eleição do mais alto cargo da República para ater-se a situações regionais". "Recuso-me a ver o Brasil sobre prisma tão indigente", disse Itamar em tom de voz indignado. (AE)

guido nos próximos dias por outras lideranças nacionais. Perguntado se aceita Garotinho como seu candidato a vice, Simon afirmou que, se depender dele, aceita: "Mas esse não é problema meu e sim do partido", afirmou o senador. Germano Rigotto, comentando essa possibilidade, também disse que Garotinho não será problema e certamente abrirá mão da candidatura para que o vice possa, segundo sua avaliação, ser do PDT. A li a nç as – O governador gaúcho acredita que se as direções do PDT e PPS sinalizassem com a possibilidade de uma coligação com o PMDB estariam dando uma grande força ao lançamento de candidatura própria do partido. De outro lado, enfatizou a necessidade de a convenção do PMDB realizar-se em 11 de junho. "Se ocorrer em 29 de junho acontecerá depois das convenções estaduais, praticamente inviabilizando a candidatura própria. Acontecendo em 11 de junho, balizará o que vai acontecer nos estados", disse Rigotto. No que se refere à sucessão estadual, Germano Rigotto continua não confirmando sua decisão de disputar a reeleição, fato já dado como certo pelo PMDB e pelos demais partidos que estão na disputa. Ele adiantou apenas que o vice deve sair do PTB. (AOG)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

BLUE COLLAR, WHITE COLLAR

Os crimes de colarinho branco e os do PCC se aproximam extraordinariamente. São complementos do mesmo enredo. melhor intermediário entre as causas duvidosas e o erário, pretensamente público, até apaniguados de biografia criminal mais curta, como é o caso de Genoíno, Delúbio, Duda, Marcos Valério e outros. É bom ler ou reler o livro, recém-lançado, de Ricardo Vélez, Patrimonialismo e a realidade latino-americana: “As ideologias políticas funcionam, nas sociedades patrimonialistas, como roupagem retórica que encobre a mais profunda realidade do poder administrado cinicamente. A prática democrática retomada pela região no final do século passado não conseguiu, porém, se firmar no exercício diuturno e

Revolucionários BENEDICTO FERRI DE BARROS

R

evolucionários são psicanaliticamente formatados na primeira infância por um sentimento de frustração e rejeição vital que os leva a crer que todos estão contra ele. Para auto-justificar seu direito de sobrevivência, adotam duas conclusões: a de que todos estão errados e a de que ele é o único que está certo, e narcistamente merecem ser o primeiro bem-amado. Sublimam sua auto-dejeção e sentimento de ódio contra todo o mundo considerando-se investidos de um amor universal que impõe uma nova ordem a ser realizada pelo poder, pela destruição de "tudo o que aí está", como se a história inexistisse antes deles e fossem demiurgos de uma nova humanidade. Tais fins sublimes justificam meios os mais violentos e sórdidos. Essa inversão psicanalítica original os aliena de todos os valores humanistas da lógica, da ética e da estética. E, como advertia Pascal, ceux qui veut faire l’ange fait la bête. Transformam-se nos anjos bons do mal. Esse perfil esquemático do revolucionário, traçado a bico-de-pena – do qual Robespierre, "O incorruptível" pode ser tomado como um dos seus exemplos emblemáticos - explica não só porque jamais um revolucionário se entende com outro e seus companheiros são suas primeiras vítimas, como suas ações são a negação mesma de tudo o que se possa conceber como um governo e uma política. Já que os fins de uma e de outro pressupõem antes de tudo uma convivência pacífica e qualquer progresso social institucional, de acordo com a natureza humana, só pode se realizar de forma eficaz e permanente, mediante mudanças graduais consensualmente aceitas. Pois não há nada mais difícil para um homem do que mudar suas idéias, salvo corrigir hábitos que se

REPRODUÇÃO DO COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ PUBLICADO NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

H á diferenças entre o PCC e o valerioduto?

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

Céllus

E

esclarecido de representação. Os partidos políticos, neste contexto, não passam de blocos parlamentares aglutinados ao redor de figuras carismáticas, mediante a prática de cooptação, do nepotismo e do clientelismo”. A tênue linha que separa os crimes de colarinho branco – praticados pelos amigos do rei em proveito próprio – e os de colarinho azul, como os do PCC - os aproxima extraordinariamente como complementos de um mesmo enredo. Os assassinos de Celso Daniel e Zeca do PT mostram claramente até onde estão dispostos a ir os donos do poder. O financiamento pelo Estado e a operacionalização do MST tornam claro que os atuais ocupantes do poder estão dispostos a tudo para permanecer. Uma solução chavista que para os patrimonialistas do PT parece ser uma solução ambicionada, porque usa os véus democráticos - talvez não seja possível porque, embora Lulla mantenha seu favoritismo para a próxima eleição, dificilmente terá bancadas auxiliares tão disponíveis para compra. Em outras palavras, as situações white collar do primeiro mandato poderão não ser suficientes para consolidar o império peto-patrimonialista.

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

mbora dramáticos, os episódios que marcaram São Paulo com a revolta estruturada do PCC nem de longe são tão sérios quanto o conjunto de atos de corrupção praticados pela quadrilha dos quarenta ladrões, como classificou o procuradorgeral da República os malfeitores liderados por José Dirceu. Enquanto o PCC assassinava policiais e civis, com o intuito de criar o terror, os comandados de Dirceu espalharam pela sociedade brasileira a convicção de que, apesar das evidências, nada acontecerá à quadrilha. Começando por Dirceu, que goza da amizade e companheirismo de Lulla e, com isso, continua sendo o

acham organicamente formatados em seus circuitos neurológicos. Na pressa de mudar tudo e radicalmente – o que é inexeqüível em qualquer atividade humana- e dada a exigüidade e incompetência de seus quadros, na prática o resultado de seu desgoverno resulta numa acumulação generalizada de fracassos. Isto não é política nem governo. É desgoverno. E o desgoverno é a ante-sala da anarquia.

À

primeira e corrida leitura pode parecer que as reflexões acima sejam um compacto de abstrações genéricas. Na realidade trata-se de uma síntese de muito ou de tudo o que já vem sendo identificado e explicitado por observadores mais altos e melhor informados. E comentado em termos mais candentes do que estamos utilizando. Lembremo-nos do pronunciamento do ministro Marco Aurélio ao tomar posse do Supremo Tribunal Eleitoral, um dos mais candentes e corajosos libelos de nossa história contra todo esse faz-de-conta que aqui está, e do primeiro relatório do procurador-geral da República explicitando nos acharmos dominados por uma quadrilha de bandidos que deseja ficar onde se acha, perpetuando-se no poder. Em circunstâncias dessa natureza, a grande questão é a de saber se os mecanismos da democracia têm recursos adequados seja para impedir que a anarquia se transforme em caos, seja para evitar que na sua impotência seja substituída por regimes de força. Posto que um povo e uma nação podem subsistir a tudo, menos à acefalia política que aqui está e o caos que dela resulta. O camarão apodrece pela cabeça. O governo por ser acéfalo.

U m povo e uma nação podem subsistir a tudo, menos à acefalia.

O monopólio da Petrobras LUIZ GONZAGA BERTELLI

A

Petrobras foi criada, basicamente, com o escopo de ser a executora da diretriz política do Estado de pesquisa e lavra das jazidas do petróleo brasileiras. Expandiu-se em outras áreas mais lucrativas, absorvendo o refino do petróleo, ao lado de sua crescente participação no transporte, distribuição dos derivados, petroquímica, fertilizantes, gás natural, fundos de pensão e operações fora do País. No ano de 1975, o ex-presidente, Ernesto Geisel, iria anunciar a intenção governamental de aceitar a contribuição das empresas de petróleo estrangeiras, interessadas a operar com risco na prospecção do petróleo. Contudo, por razões ideológicas, esse propósito viria encontrar dentro da Petrobras sérias restrições. Aliás, Castello Branco, o primeiro presidente da Revolução de 1964, que era antimonopolista, também tivera obstáculos à revogação do monopólio, passando a repetir, com lógica irrefutável: "Se a Petrobras é eficiente não precisa de monopólio; se não é eficiente, não o merece". Ruidosamente, a Petrobras gastará mais de R$ 40 milhões para proclamar a auto-suficiência do petróleo. É um dos maiores investimentos na história da publicidade brasileira, embora, anteriormente, já dispendera R$ 75 milhões para celebrar o seu cinqüentenário. A verdade é que a auto-suficiência é o resultado de diversos governos, que acreditaram na efetiva possibilidade de o nosso país desenvolver o seu setor de petróleo com competência e discernimento. Para tanto, foram outorgados inúmeros benefícios à Petrobras, entre eles o pagamento ao Tesouro de dividendos simbólicos, contribuição ao fundo de pensão dos seus funcionários e isenção de Imposto de Renda nas atividades monopolizadas. Como dizia, recentemente, um ex-presidente da Petrobras, "O Brasil passou a ser referência internacional como detentor da tecnologia mais avançada na produção de petróleo em águas profundas. A auto-suficiência é uma be-

líssima vitória, mas não o berço esplêndido, em cujo aconchego se possa esquecer da vida". Com efeito, o preço do barril já supera a marca de US$ 70 e, ademais, as reservas petrolíferas mundiais e do Brasil não são inesgotáveis. Daí, a imprescindibilidade da continuidade do excelente trabalho, com obstinação. Bem como, contemplar todos os demais combustíveis na matriz energética, mui especialmente os oriundos de biomassa e de fontes limpas e renováveis, como é o caso do álcool e dos óleos vegetais (biodiesel). Bastará voltarmos a crescer 5% ou 6% ao ano, como precisamos, para encontrarmos sérios entraves por falta de oferta de eletricidade e combustíveis.

A

Petrobras deverá ser, nos próximos anos, uma grande empresa de energia e não só de petróleo, com forte atuação nos combustíveis alternativos, devido ao alto custo de extração do petróleo e do mercado internacional, decorrente do terrorismo, conflitos geopolíticos e explosiva combinação de religião e política. O álcool, obtido a partir da cana, é cada vez mais conhecido nos EUA, onde é produzido do milho. Os analistas ponderam que para o álcool brasileiro ser competitivo, o barril de petróleo deve custar no mínimo US$ 30/barril, valor já largamente superado. Daí, o crescente interesse em fontes substitutivas ao petróleo, em todo o universo. Hoje, mais de 70% dos veículos brasileiros consomem, alternativamente, álcool ou gasolina. O Brasil foi a primeira nação do universo a eliminar o chumbo tetraetila da gasolina, em 1989, graças à produção alcooleira. Na matriz energética brasileira dos combustíveis, em 2005, o álcool teve uma participação de 15% no total. Contudo possibilitou a economia de mais de 200 mil barris diários de gasolina, ou seja, US$ 70 bilhões. LUIZ GONZAGA BERTELLI É DIRETOR DA DIVISÃO DE ENERGIA DA FIESP E PRESIDENTE-EXECUTIVO DO CIEE

A Petrobras deverá ser uma grande empresa de energia, não só de petróleo

JOÃO DE SCANTIMBURGO CONTINENTE INGOVERNÁVEL? simpático leitor Adel Auada mandou-me algumas frases do pensamento de Simón Bolívar, o grande libertador latinoamericano. Tenho vasta bibliografia sobre Bolívar e o admiro como guerreiro e libertador, não como codificador político, cujo malogro ele mesmo se encarregou de deixar patente em suas palavras sobre a América Latina. Palavras que o Dr. Auada me transmitiu para melhorar a minha memória e que algumas transcrevo aqui: A América é ingovernável. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar. Esta terra cairá infalivelmente na mão de uma multidão desenfreada, para passar depois a tiranetes de todas as cores e raças. Quem vemos no presente na América Latina do século XIX? O caudilho, o dono do poder, o mandão, o dono da vida e da morte dos seus subordinados e de extensões maiores da população onde atuava.

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Quem vemos no presente? O caudilho, o dono do poder, o mandão, o dono da vida e da morte dos seus subordinados. m meu livro sobre a América Latina demonstro, ou procuro demonstrar, que esse continente de fala luso-espanhola não se adapta aos princípios liberais em política e economia, e o presidencialismo copiado dos EUA não se institucionalizou, como está provado nas tentativas frustradas de vários idealistas. Dizia Bolívar que o continente é ingovernável. Está se vendo que é, com alternativas liberais e discricionárias, umas mais prolongadas que outras, mas ambas paralelas. O presidencialismo, ao qual dediquei estudo, segundo Harold Laski é mais e menos que uma ditadura, e como ditadura legal tem tido longos trajetos no continente. Isso para que a governabilidade não se perca como tem se perdido. Como se vê, concordo com o Dr. Auada que, evidentemente, concorda com Bolívar, vendo o continente bracejar suas dificuldades políticas com a falta de institucionalização e, por isso, ainda se pode considerar que a governabilidade tem sido difícil.

E

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

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Política

Esse encontro merecia uma acareação entre o ministro e o banqueiro. Romeu Tuma (PFL), senador da República

G

overno e oposição participaram de uma encenação em torno da convocação de Daniel Dantas, banq u e i ro d o O p p o r t u n i t y, a quem se atribui a elaboração de um dossiê contra várias autoridades, divulgado pela revista Veja. Ao desinteresse dos oposicionistas em tomar o seu depoimento, juntou-se o desejo petista em não ouvi-lo. Dantas, que teria contratado o espião internacional Frank Holder para coletar informações sobre supostas contas no exterior do presidente Lula e de ministros do governo, ganhou a condição de intocável, segundo a Agência Estado, depois de um jantar de duas horas na residência do senador Heráclito Fortes (PFL-PI) com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos (um dos que integravam a lista supostamente enviada pelo banqueiro) e os deputados Sigmaringa Seixas (PT-DF) e José Eduardo Cardozo (PT-SP).

Detalhes– O encontro, ocorrido na quarta-feira passada, não foi uma daquelas típicas reuniões entre adversários políticos. Articulado pelo empresário Carlos Rodemburg, um dos sócios de Dantas, o jantar foi bastante informal, começando com uma discussão sobre futebol. Para esquentar a conversa, os participantes ainda trocaram impressões sobre a crise de segurança em São Paulo. Nem parecia que na tarde do mesmo dia o banqueiro teria tido informações de que a PF planejava uma operação secreta para prendê-lo. Segundo a Agência Estado, tanta cortesia nem sequer chegou a ser quebrada quando, de maneira gentil, o ministro Márcio Thomaz Bastos – que deveria estar irritado com o homem suspeito de difamá-lo nas mídia – entrou no assunto objeto da conversa. "Para ser franco, eu acho que você está por trás do dossiê", teria dito o ministro, segundo um dos participantes do encontro. Dantas

DANTAS SAI COMO INTOCÁVEL

Joedson Alves/ AE

CONVOCAÇÃO DE BANQUEIRO É VISTA COMO ENCENAÇÃO. TUCANOS ACIRRAM CRISE COM PFL.

Jamil Bittar/Reuters

Ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, depõe na CPI dos Bingos.

teria respondido com uma certa dose de frieza, procurando embaralhar a linha de raciocínio de Bastos. "Só se fosse muito burro e acho que sou inteligente, para vazar um dossiê com contas no exterior do ministro da Justiça, do diretor da PF, Paulo Lacerda, e do senador Romeu Tuma", argumentou Dantas, negando qualquer participação na elaboração do documento. Inversão– Numa momentânea inversão dos papéis, Bastos chegou a contar que tinha contratado uma empresa para averiguar a suposta conta. O ministro ainda negou qualquer possibilidade de uso político da PF contra o banqueiro, desfazendo os temores que estavam no ar. Na avaliação do ministro, quem manda prender é a Justiça. Dantas, por sua vez, recolheu-se e deixou Brasília sem o interesse de depor na CPI dos Bingos em sessão secreta, manifestado poucas horas antes do jantar. A trégua provocada pelo en-

contro oferecido pelo senador piauiense causou mal-estar entre os que não desfrutaram o jantar. "Esse encontro merecia uma acareação entre o ministro e o banqueiro. O ministro poderia até ouvir o Dantas, mas em seu gabinete, na luz do dia, e na presença de jornalistas", disse o senador Romeu Tuma (PFL/SP). Em conversa telefônica, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), amigo comum de Bastos e Dantas, disse que o ministro errou ao participar do encontro e o senador Heráclito ao patrociná-lo. Mas o ministro defendeu a sua iniciativa e disse que o banqueiro ainda não foi preso por culpa da Justiça, que por duas vezes teria negado a prisão. Aval - O depoimento do extesoureiro do PT Delúbio Soares à CPI dos Bingos não apresentou novidades. Ele disse que não atuava sozinho, já que tinha aval superior para as operações financeiras para alimentar o caixa 2 do partido. (AE)

'LULA TRABALHA PARA OS RICOS', DIZ ALCKMIN.

Jefferson Bernardes/AE

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Geraldo Alckmin, pré-candidato pelo PSDB, tenta conquistar o eleitorado gaúcho em Cachoeira do Sul (RS).

JUCÁ SERÁ O LÍDER DO GOVERNO

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) será o novo líder do governo no Senado. O peemedebista deve assumir o cargo ainda hoje. "Estou transferindo a responsabilidade para o Romero. Ele já tem experiência e é natural que assuma a liderança", afirmou o senador Aloizio Mercadante que deixa o cargo para disputar o governo de São Paulo. Jucá já era vice-líder do governo no Senado e ex-ministro da Previdência no atual governo. Deixou o ministério em meio a denúncias de envolvimento em irregularidades em seu Estado, antes de assumir a pasta. E é tido no Congresso como bom articulador político e conhecedor do processo legislativo. (Reuters)

pré-candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, defendeu ontem à noite uma renovação no Congresso e ressaltou que pretende trabalhar pela fidelidade partidária. "Acho que é importante mudar não só pessoas, mas também métodos e princípios", declarou ao comentar denúncias de corrupção envolvendo parlamentares. Para Alckmin sempre houve problemas no Congresso, mas "a novidade é a impunidade". O tucano também comentou uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita em Tocantins, de que há no Brasil políticos que não gostam de pobres. "Lula gosta dos pobres mas trabalha para os ricos", afirmou, acrescentando que o governo teve gastos de R$ 156 bilhões no ano passado com pagamento de juros, o que representa, em sua opinião, um "grande programa de concentração de renda". Alckmin retornou para Porto Alegre no começo da noite após visitar a 14.ª Feira Nacional do Arroz (Fenarroz), em Cachoeira do Sul, a 200 km da capital. "Não existe uma política agrícola, nem cambial, os juros e o custo de produção estão altíssimos e não há preço mínimo", enumerou ele. "A insegurança no campo é grande", disse durante visita ao evento. Lembo– Quando se preparava para ir embora, Alckmin

PROPAGANDA É ALVO DE GUERRA

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PSDB entrará na Justiça Eleitoral contra a propaganda eleitoral que o PT veiculou ontem no horário político destinado à legenda. Os tucanos alegam estar indignados com o uso político-eleitoral da tragédia que atingiu toda a sociedade paulista. "O senador Aloizio Mercadante (pré-candidato do PT ao governo de São Paulo) adotou uma postura mesquinha e partiu para a exploração nitidamente eleitoreira dos últimos acontecimentos ocorridos em São Paulo", criticou o presidente estadual do PSDB, Sidney Beraldo. Na avaliação dos tucanos, o PT, mais uma vez, violou a lei eleitoral. "Além de fazer propaganda política antecipada, o senador Mercadante demonstrou desinformação ou má fé ao criticar o governo paulista do PSDB," reiterou Beraldo.

Segundo dados da legenda, entre 1998 e 2004, o orçamento da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo cresceu 150%, passando, respectivamente, de R$ 2,2 bilhões para R$ 5,5 bilhões, o que resultou numa queda dos principais índices de criminalidade no Estado. Entre 1999 e 2004, continuam os tucanos, o número de homicídios caiu 43% no Estado e 52,5% na capital, tendências apontadas também em levantamentos da Fundação Seade e da Unesco. Balanço– O PSDB também se defende das críticas feitas à área da saúde pública. De acordo com a legenda, o governo do Estado recuperou hospitais paralisados há anos e entregou outros novos, num total de 20, além de estar em fase de conclusão o novo prédio do Instituto Dr. Arnaldo, na capital de São Paulo, cuja obra ficou anos paralisada. E investe 12% da

receita orçamentária no setor. Na Educação, os tucanos informam que desde 2002 o Estado investe mais de 30% da receita tributária no setor, porcentual acima da exigência constitucional. Segundo os dados, os recursos destinados ao ensino público passaram de R$ 9,9 bilhões, em 2002, para R$ 12,8 bilhões em 2005. Para este ano, a previsão é aplicar R$ 14 bilhões. Na área de saneamento básico, os tucanos alegam que os investimentos realizados garantiram 100% de abastecimento de água, quase 80% na coleta de esgoto e o nível de tratamento de esgoto coletado saltou de 29%, em 1994, para 63% em 2.004. Essa performance, segundo o PSDB, refletiu diretamente na redução da mortalidade infantil, que cai para 14,2 mortes para cada mil nascidos vivos em números de 2004. (AE)

aproveitou ainda para alfinetar Aécio Neves manteve a "tradiLula, ao ser indagado sobre os cional pinta de boa vida". "Era elogios que o presidente havia melhor que não tivessem dito feito ao governador de São Pau- nada", disse Goldman. Reação – Ao rebater o presilo, Cláudio Lembo (PFL). "Falo praticamente todos os dias com dente do PSDB, o líder do PFL o Lembo e fico contente pelo na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), presidente tê-lo elogiado, por- disse que o problema é outro: que até agora ele só elogiava os falta de lealdade dos tucanos. "Não é carência, é deslealda40 ladrões", ironizou Alckmin. Jereissati– A troca de farpas de", afirmou Maia, que contientre tucanos e pefelistas - e nua fazendo críticas à falta de também entre os próprios tuca- estratégia da pré-campanha nos - parece longe de acabar. do tucano Geraldo Alckmin à Ontem o presidente do PSDB, presidência da República. senador Tasso Eduardo Oliveira/AE Jereissati (CE), apimentou o embate entre o partido e o governador Cláudio Lembo. "O índice de carência de Lembo é muito grande. Um governador não pode ser tão Yeda Crussius e Alckmin na Fenarroz carente assim", afirmou Tasso, após sucessivas indiretas de Segundo o líder pefelista, o Lembo, sinalizando que se sen- senador Tasso Jereissati vai tiu abandonado pelos tucanos acabar desmontando a coligana crise da segurança paulista. ção entre os dois partidos se O deputado Alberto Gold- continuar agindo dessa forma. man (PSDB-SP), líder do parti- Para Rodrigo Maia, o PFL já esdo na Câmara, abriu uma nova tá sendo prejudicado na eleição frente de atrito. Em seu site com a desistência de lançar pessoal, dedicou algumas pa- candidato próprio ao Planalto lavras aos líderes tucanos que e, por isso, não pode abrir mão se reuniram em Nova York. No de eleger uma bancada federal que denominou "desabafo dos expressiva. Ele elogiou o comque ficaram em São Paulo", portamento de Cláudio Lemdisse que o ex-presidente Fer- bo, afirmando que o governanando Henrique Cardoso "fa- dor fez as críticas de forma lou demais" e o governador aberta. (Agências)

TESTEMUNHA COMPROMETE JOSÉ DIRCEU O Ministério Público Estadual revelou ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o nome de uma nova testemunha que pode reforçar as suspeitas de envolvimento do deputado cassado e ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), com o suposto esquema de propinas na administração Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André seqüestrado e morto a tiros em janeiro de 2002.

CONVOCAÇÃO

Altivo Ovando Júnior, exsecretário de Habitação de Mauá na Grande São Paulo, declarou aos promotores criminais que investigam fraudes na administração de Celso Daniel que Dirceu sabia da corrupção. "O então presidente do PT, José Dirceu, também tinha conhecimento da arrecadação de propina em Santo André, como relatava em reuniões no gabinete do prefeito", afirmou Ovando Júnior, referindo-se a Osvaldo Dias (PT ), prefeito de Mauá entre 1997 e 2001. "O Dirceu falava abertamente sem constrangimento algum", confirmou a testemunha. (AE)


Senado CPI Operação Castores Eleições

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 24 de maio de 2006

A quadrilha estava prestes a efetivar um saque de R$ 1 milhão de Itaipu. Abortamos vários processos Jaber Saadi, superintendente da PF no Paraná

PF SUSPENDE AÇÃO DE QUADRILHA NO PARANÁ

SURPRESA: PRESOS NA OPERAÇÃO SANGUESSUGA SERÃO SOLTOS. Sergio Lima/Folha Imagem

Alan Marques/Folha Imagem

Eymar Mascaro

Paz no ninho

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PSDB e o PFL admitem que já passou da hora de Geraldo Alckmin fumar o cachimbo da paz com Cláudio Lembo. Os partidos temem que a rixa entre os dois aliados possa provocar novo abalo na campanha de Alckmin. Lembo tem criticado a postura do candidato tucano diante da crise que enfrenta na área de segurança pública, mas a turma do deixa-disso já entrou em cena. Alckmin diz ter sido mal interpretado, pois garante ter telefonado várias vezes para hipotecar solidariedade ao governador. Oportunista, o presidente Lula aproveitou o mal-estar entre Lembo e Alckmin para elogiar o governador com o objetivo de esquentar a discórdia. Mas, o PSDB e o PFL garantem que não vão permitir que a crise na segurança comprometa a campanha de Alckmin em São Paulo. Afinal, o Estado concentra 1/5 do eleitorado brasileiro.

ARESTAS

Engenheiro da Eletronorte, Luiz Geraldo Tourinho é preso. Agentes da PF vão ao escritório do senador Valdir Raupp (PMDB-PR), em Brasília.

PF DETÉM SUSPEITOS DE FRAUDE EM ITAIPU

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Polícia Federal já prendeu seis dos sete acusados de tráfico de influência e corrupção ativa e passiva em Itaipu Binacional, Furnas, Eletrosul e Eletronorte, em quatro Estados diferentes: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Segundo a denúncia, o grupo tinha um esquema e, com o uso de documentos falsos, facilitava que empresas fornecedoras fos-

sem favorecidas em pagamentos de supostas dívidas. Laércio Pedroso que denunciou em janeiro um suposto caixa 2 em Itaipu, em entrevista à revista Istoé, consta entre os presos. Dep oime nto– Durante a prisão de Pedroso, ele estava entregando uma mala vermelha ao chefe de gabinete do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Escudero. Segundo Escudero, como Pedroso iria depor na Comissão

de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara ontem sobre o possível caixa 2 na Itaipu – o depoimento foi desmarcado e não tinha lugar no vôo – Pedroso pediu que ele levasse a mala e fizesse cópias dos documentos. Quando chegou em Brasília, Escudero foi barrado por funcionários da empresa aérea e da PF, que ficaram com a mala. Assessor de senador– Entre os detidos está o assessor legislativo José Roberto Parquier, que trabalha no gabinete do senador Valdir Raupp (PMDB-PR). Também foi preso pela PF de Brasília Luiz Geraldo Tourinho Costa, engenheiro da Eletronorte, também acusado de integrar a quadrilha. O senador Raupp informou que vai se manifestar sobre o episódio tão logo seja informado do que está acontecendo e de que o seu assessor está sendo acusado. As prisões foram feitas pela PF na Operação Castores. As investigações foram iniciadas em agosto de 2005, por meio de representação criminal da Diretoria Jurídica da Itaipu Binacional, que relatava indícios de crimes de falsificação de docu-

mentos públicos e estelionato cometidos por Laércio Pedroso. "Nesse período, o Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Civil do Paraná (Nurce) iniciou investigação sobre a mesma quadrilha que versava sobre os crimes de falsificação de selos, carimbos cartorários e assinatura de diretores da empresa Lorenzetti em procedimentos administrativos financeiros junto a Itaipu Binacional", afirma a nota da Polícia Federal. A nota informa que "os principais fatos investigados denotam indícios da participação de diretores da empresa multinacional Alston no pagamento de vantagem financeira para funcionários públicos, visando a facilitação na liberação de pagamentos, diminuição de multas e alterações em contratos com a Eletronorte". Esquema– De acordo com o superintendente da PF no Paraná, Jaber Saadi, a quadrilha estava prestes a efetivar um saque de R$ 1 milhão de Itaipu, que seria dividido em 300 cheques de valores baixos para passar despercebido pela diretoria da binacional. "Abortamos vários processos", salientou. (Agências)

TRF LIBERTA PRESOS NA OPERAÇÃO SANGUESSUGA

O PSDB está convencido de que o PT vai usar as imagens dos conflitos em São Paulo, na tentativa de responsabilizar Alckmin pelo que aconteceu. Os tucanos querem aparar as arestas internas para enfrentar o adversário no auge da campanha.

IMPORTÂNCIA O objetivo do PT é fazer Lula crescer no Estado de São Paulo: nas últimas pesquisas Alckmin livrava 10 pontos percentuais de vantagem sobre o petista. É importante estar na frente em São Paulo porque o Estado contabiliza 25 milhões de um total de 125 milhões de eleitores no país.

A CRISE Até os tucanos esperam prejuízo na campanha de seu candidato devido à crise na segurança. Admitem que os conflitos de rua em São Paulo tenham arranhado não só a imagem de Alckmin, mas também a de Lula, como constatou a pesquisa Datafolha. Em tempo: o eleitor responsabilizou os dois pelo que aconteceu.

UNIDOS

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CANDIDATURA Pedro Simon deve conversar hoje (ou amanhã) com Orestes Quércia para fortalecer a tese de candidatura própria no PMDB. O senador gaúcho está disposto a aceitar sua candidatura presidencial. Simon está convencido de que Anthony Garotinho será seu vice. Mas enfrenta a resistência de Renan Calheiros e José Sarney. Simon está magoado com a resistência de Renan.

O VICE Embora ainda lute por um vice do PMDB, o PT está a caminho de fechar um acordo para que o companheiro de chapa de Lula seja José Alencar (PRB) ou Ciro Gomes (PSB). Uma ala do PT, contudo, acha que como vice, o ex-ministro Ciro Gomes fortalece sua candidatura a presidente em 2010.

Alckmin e Serra devem fazer algumas viagens juntos ao interior de São Paulo. Alckmin vai aproveitar o excelente índice de Serra nas pesquisas para consolidar sua posição no interior do Estado. O exgovernador deixou o cargo com cerca de 60% de avaliação positiva.

ANDARILHOS s desembargadores da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região decidiram ontem soltar todos os presos na Operação Sanguessuga, que investiga compras superfaturadas de ambulâncias. Além disso, os desembargadores também devem transferir ao Supremo Tribunal Federal (STF) inquéritos referentes ao caso que tramitam na 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso. A decisão foi tomada durante julgamento do pedido de habeas corpus do ex-deputado Carlos Rodrigues, preso na operação. Agora, o STF fará triagem sobre quem responderá em foro privilegiado e definirá se alguém deve voltar à cadeia. Os desembargadores concluíram que o juiz em Mato Grosso não era competente para conduzir o processo, uma vez que há a suspeita de envolvimento de parlamentares - que só podem ser investigados pelo Supremo. Nova CPI - O presidente do S enado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende trabalhar contra a criação da CPI da Operação Sanguessuga. Ele se reunirá nesta semana com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e com lideranças para falar sobre o desgaste que nova comissão pode ocasionar. Para o presidente do Senado, há grandes chances de a CPI se esvaziar devido às eleições. (AE)

sua convenção para o dia 11, os governistas do PMDB brigam para alterar a data para o dia 29. É a fórmula encontrada para evitar que o partido lance candidato próprio. Mas, os oposicionistas se mexem para a realização da convenção no dia 11.

O vice de Alckmin, senador José Jorge já elaborou um roteiro para a campanha da dupla no Nordeste, região em que Lula continua com boa vantagem nas pesquisas. José Jorge e Alckmin vão intensificar as viagens na região a partir de junho.

CONSOLIDAÇÃO Embora coloque o Nordeste na alça de mira, o candidato tucano não vai deixar de se preocupar em intensificar também a campanha em São Paulo, sul do país e em Minas, regiões em que está bem situado nas pesquisas. Alckmin não perde de vista também o Rio.

APOIO Os tucanos e os petistas estão em busca do apoio do PMDB. Tasso Jereissati tem conversado com a cúpula peemedebista na esperança de amarrar o apoio do PMDB no segundo turno. Por enquanto o PMDB está rachado entre os grupos que lutam por não ter candidato e o que quer candidatura própria.

CONVENÇÃO Embora esteja marcada

AMARGURA José Alencar está amargurado porque ainda alimenta o sonho de ser o vice de Lula pela segunda vez. Alencar acha que está sendo injustiçado porque apoiou Lula nos momentos mais difíceis do mensalão. Alencar é de Minas, que é o 2º maior colégio eleitoral do país.

DUALIDADE Apesar de Ciro Gomes reunir condições para ser o vice de Lula, o PSB pode rachar, porque o partido, em São Paulo, está em entendimentos para apoiar a candidatura do tucano José Serra a governador. O prefeito de São Bernardo, William Dib, tem conversado com os tucanos e pode amarrar o apoio do partido a Serra.

SEGURANÇA Imbuído de cooperar com a segurança na cidade de São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab apressa a integração de mais agentes da guarda civil na corporação. O prefeito quer pressa também na instalação de câmeras filmadoras no centro para acompanhar o vai-vém das pessoas.


quarta-feira, 24 de maio de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ATAQUES E CONTRA-ATAQUES DO GOVERNO E OPOSIÇÃO

Lula é um grande administrador, um homem que está marcando a história do País. José Sarney (PMDB), senador e ex-presidente

PRESIDENTE FAZ CAMPANHA EM AGUIARNÓPOLIS - TO . ALELUIA E AÉCIO BOMBARDEIAM O GOVERNO.

LULA EXIBE O COMPANHEIRO SARNEY Fotos: Luis Carlos Murauskas/ Folha Imagem

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um discurso inflamado em visita a um trecho da ferrovia Norte-Sul, em Aguiarnópolis (TO), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu de vez o tom de campanha eleitoral e fez duros ataques à oposição. Sem citar os adversários, disse que há políticos que não gostam de pobre, não conhecem o interior do País e torcem para o Brasil não dar certo para que possam voltar ao poder. "Tem um tipo de político no Brasil que por mais experiência que tenha, mais mandato, mais cargo que tenha ocupado, está sempre torcendo para que as coisas não dêem certo pra ver se eles voltam. É muito fácil fazer crítica quando se está numa sala com ar refrigerado", disse. Ao lado do ex-presidente José Sarney, Lula fez um meaculpa pelas críticas que fez no passado à ferrovia, projeto de Sarney, e em contrapartida recebeu rasgados elogios do senador. Sarney disse que Lula é um grande administrador, "um homem que está marcando a história do país" e que sempre vai apoiá-lo. Na festa, em clima de comício, havia faixas com os dizeres "Lula de novo, governo do povo" e "Lula mais quatro anos!" Amizade – Sarney disse que tinha autoridade – por ser expresidente, mas também por tê-lo sempre apoiado – para afirmar que Lula é o presidente popular, do povo. "E ele terá sempre a minha solidariedade, sempre que necessitar", disse em um apoio explícito a Lula no momento em que seu partido, o PMDB, ainda briga para saber se terá candidato próprio ou se apóia Lula ou o tucano Geraldo Alckmin. "É um homem que tem responsabilidade com suas bases populares e tem sido o grande presidente do povo", discursou Sarney. "Aí estão seus programas sociais, o Bolsa Família, a Farmácia Básica, o aumento do salário mínimo." Os elogios não foram em vão. Em seu discurso, logo depois, Lula voltou a dizer que tinha se enganado ao criticar, no governo Sarney, a construção da ferrovia e citou o programa do leite, criado pelo ex-presidente, como um dos "maiores programas de combate à desnutrição" que o País já teve. FMI– Ao exaltar os feitos do seu governo nas áreas social e econômica, Lula disse que alguns de seus adversários gostariam que a inflação estivesse em alta e que o Brasil ainda estivesse dependendo do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Tem gente que gostaria que a inflação estivesse em 30%, que o país não estivesse crescendo, que as exportações não estivessem crescendo, que o FMI estivesse em minha porta batendo, que o salário-mínimo e o emprego não estivessem crescendo. Mas para desgraça deles tudo isso está acontecendo", disse o presidente. Lula mais uma vez se comparou a Juscelino Kubitschek, dizendo que tem sido mais ofendido do que foi o ex-presidente. "As ofensas que fizeram a ele, fazem pior a mim, mas não perco a tranqüilidade e vou me encontrar com o povo, porque o povo pensa outra coisa", discursou. Oficialmente o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à reeleição será anunciado no dia 24 de junho. Esta é a data definida para a Convenção Nacional do PT, quando será lançada a candidatura à Presidência e à VicePresidência. Na convenção serão oficializadas ainda as alianças nacionais. (Agências)

Lula diz que se enganou ao criticar a construção da ferrovia Norte-Sul, projeto de Sarney.

Abraço caloroso entre Lula e Sarney revela que a inimizade política é coisa do passado.

GOVERNO GASTA MAIS EM ANÚNCIO QUE EM SANEAMENTO, DIZ PFL.

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m dia depois de o governo federal assinar convênios de R$ 1,3 bilhão para obras de saneamento básico, o líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse que o governo Lula gasta mais em publicidade do que em saneamento. Segundo ele, o governo gastou, de 1º de janeiro a 22 deste mês, R$ 155.344.958,23 em publicidade institucional e de

utilidade pública e apenas R$ 11.526.732,46 em obras de saneamento nas áreas urbana e rural. O Ministério das Cidades investiu exatos R$ 1.915.628,73, segundo ele. "Esses números desmascaram o discurso social do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se acrescentarmos os gastos de publicadade da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, dos Correios, e de outras estatais,

essas despesas desmoralizam inteiramente a política social do governo Lula. Abstraindose o clientelismo, o que resta das promessas de campanha é o estelionato eleitoral", disse. Citando dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), Aleluia disse que nos 142 dias deste ano a administração direta aplicou R$ 91.101.770,09 em publicidade institucional e

mais R$ 64.243.188,14 em publicidade de utilidade pública, totalizando R$ 155.344.958,23. Ainda segundo ele, no mesmo período a administração federal aplicou R$ 11.526.732,46 em saneamento básico urbano e rural. Discriminados esses investimentos, o Ministério da Saúde destinou R$ 6.649.269,54 em saneamento básico urbano e

R$ 2.785.200,01 para a área rural. " Para se ter uma idéia do disparate da administração Lula, embora os Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Social e Combate a Fome tivessem dotação orçamentária da R$ 71.395.851,00, o governo federal não investiu um centavo sequer em saneamento básico, no campo ou em cidades", disse o líder pefelista. (AOG)

AÉCIO DISPARA CRÍTICAS AO GOVERNO O Antonio Cruz/ABr

governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva critica a Lei Eleitoral, que proíbe assinaturas de convênios com Estados e municípios nos três meses que antecedem a eleição, porque falta planejamento ao seu governo. "O que falta ao governo federal é planejamento. Quando ele não planeja, ele fica com o problema que está hoje: no último momento quer gastar e não consegue gastar. Eu acho que é uma lei preventiva. Eu não vejo problemas nela", comentou Aécio, candidato à reeleição. Em visita a Brasília de Minas, no norte do Estado, onde inaugurou e assinou ordem de serviço para pavimentação de trechos rodoviários, o gover-

nador tucano disse que Lula que oficialmente ainda não assumiu a candidatura à reeleição– cometeu um "equívoco" ao reclamar da legislação. Para ele, trata-se de uma limitação "saudável", que impede que o governante que concorre a um novo mandato seja favorecido na disputa. Na segunda-feira passada, durante evento no Palácio do Planalto, Lula classificou como um "atraso da mentalidade política" brasileira "essa criação de dificuldade para liberar recursos", chamando a Lei Eleitoral de "proibitiva". Críticas– "Essa questão não deve preocupar a nós governantes. Eu também tenho as mesmas limitações que o presidente tem. Não podemos iniciar obras novas a partir do (fi-

do presidente francês. Após o almoço, os dois chefes de Estado devem fazer uma declaração conjunta à imprensa. Às 17 horas, Chirac visita os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Aldo presidente da França, Rebelo (PCdoB-SP). À noite, Lula oferece jantar a Jacques Chirac, desembarca às 23 horas Chirac no Palácio do Itamaraty. de hoje na Base Aérea de Brasí- A comitiva do presidente franlia para uma visita oficial ao cês é integrada pelos ministros País. Ele passa a noite num ho- Philippe Douste-Blazy (Relatel da capital e, amanhã, às 11 ções Exteriores), Michèle Alliothoras, será recebido pelo presi- Marie (Defesa), Thierry Breton dente Luiz Inácio Khaled Desoki/AFP- 20/04/06 (Economia e Finanças), Gilles de RoLula da Silva no Pabien (Educação) e lácio do Alvorada François Loos (Inpara assinatura de dústria). Também acordos nas áreas fazem parte do grude ciência e biodiepo cinco represensel. Os dois presitantes de centros dentes vão, tamde pesquisa e 20 bém, discutir os enempresários. traves nas negociaA visita oficial do ções comerciais da presidente da FranRodada de Doha e o ça é uma retribuiprojeto de intercâmbio entre o Mercosul e a ção pela viagem que Lula fez a Paris, em julho do ano passado, União Européia. Age n d a– Antes, às 10h35, durante as comemorações do Chirac será recebido pela presi- ano do Brasil na França. Depois dente do Supremo Tribunal Fe- da visita ao Brasil, Chirac seguideral (STF), ministra Ellen Gra- rá, na sexta-feira, às 9h15, para cie. Aviões da Esquadrilha da Santiago, onde se encontra Fumaça vão sobrevoar o Alvo- com a presidente do Chile, Mirada no momento da chegada chelle Bachelet. (AE)

JACQUES CHIRAC NO BRASIL

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Aécio Neves, governador de Minas.

nal do) mês de junho até o dia da eleição", observou. "Apenas quem não planeja adequadamente é que fica refém desses prazos. Quando sabe antecipadamente que tem esses

prazos, você deve se preparar para eles. E ele (o presidente Lula) não se preparou". Aécio também avaliou como uma das características do atual governo a lentidão. E aproveitou para criticar a operação tapa-buraco. "Aqui mesmo na região norte nós assistimos o que foi isso", afirmou o governador, apontando "sobre preços" e falta de qualidade nas obras, além de "um desperdício enorme de dinheiro público". "Muitas estradas que foram submetidas ao tapa-buracos – não só em Minas, mas no Brasil inteiro – estão em péssimas condições". Apoio a Itamar– Com relação à eleição em Minas, Aécio afirmou que "do ponto de vista pessoal" torce para que o expresidente Itamar Franco con-

siga legenda no PMDB para disputar uma vaga no Senado e apóie sua candidatura à reeleição. O governador de Minas chegou a sugerir que esse acordo pode significar "um projeto maior no futuro". Aliança regional– Itamar Franco desistiu de sua précandidatura presidencial e anunciou que vai à convenção estadual disputar a indicação do partido. "Tenho um apreço pessoal pelo governador Itamar Franco, como todos sabem. Já deixei claro que, para Minas Gerais, a sua presença no Senado seria extremamente positiva", disse Aécio. "Até porque, mais do que eleitoral, essa aliança pode simbolizar uma grande união de Minas, quem sabe, para um projeto maior no futuro." (AE)


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Usado fica 1,76% mais barato no ano É a quarta queda de preços consecutiva, tendência que deve se manter nos próximos meses. No mercado de novos, as vendas crescem na primeira quinzena.

O

preço do carro usado acumula queda de 1,76% neste ano. Pesquisa da Agência AutoInforme que analisa a cotação da Molicar, registrou mais um decréscimo mensal, desta vez de 0,16%, em abril. Foi a quarta queda consecutiva. Janeiro começou com recuo de 0,09% e em fevereiro o setor registrou o maior índice negativo até aqui: -1,36%. Em março os preços caíram 0,16% e o porcentual foi repetido no mês passado. Os importados estão com desvalorização ainda maior (-3,04%) nos quatro primeiros meses do ano. Na média, a queda de preços dos carros fabricados no Brasil é de 1,56%. Com os preços dos automóveis zeroquilômetro estabilizados (veja artigo na página 2), a tendência é de que os usados mantenham esse ritmo de queda nos próximos meses. Em abril os seminovos do ano 2006 foram os que mais caíram de preço (-0,47%). Nos modelos 2005, o índice foi de 0,20%. Mercado - A venda de carros e comerciais leves na primeira quinzena de maio cresceu 2,4% em relação ao mesmo período do mês passado. Até o dia 16,

foram vendidas 72.901 unidades, ante 71.197 do mês anterior. Os dados são do Renavam. Em relação às vendas diárias houve queda no volume comercializado (6.627 contra 7.910). A Fiat lidera com 17.887 unidades e 24,5% de participação no mercado. A surpresa até aqui é a GM, que superou a Volks e está na segunda posição, com um total de 16.393 unidades e 22,5% de participação. A Volks somou 15.929 unidades e está com 21,9% do bolo do mercado (sem incluir os veículos pesados). A Ford vendeu 15.929 unidades e está em quarto lugar com 11,0% do mercado. Na briga das novas montadoras quem está se dando bem é a Honda. A marca está ocupando a quinta posição no ranking, com 3.344 unidades e participação de 4,5%, bem à frente da Toyota, a sétima, que vendeu 2.864 unidades e tem 3,9% do mercado. A Peugeot, que teve um ótimo início de ano, está perdendo terreno. Até o dia 15 a marca francesa vendeu 2.292 unidades, com 3,1% de penetração. A Renault está em oitavo, com 2.206 unidades e 3% do mercado. Segue o ranking, a Citroën e a Mitsubishi.

Consórcio em queda, leasing em alta

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venda de carros pelo sistema de consórcio está em queda no Brasil. Segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), o uso dessa modalidade de compra vem caindo a cada ano, enquanto a procura por leasing está crescendo. Os dados referem-se apenas aos negócios feitos pelas financeiras das montadoras de veículos, não considerando os bancos comerciais e financeiras independentes. Em 2005, cerca de 8% das vendas de carros foram efetivadas por consórcio. No ano anterior o volume tinha sido de 10% e, em 2003, o porcentual foi de 13%. No ano 2000, 19% das vendas foram efetivadas por consórcio. Leasing - Já as vendas de automóveis pelo sistema de leasing totalizaram 15% no ano passado, contra um índice de

10% em 2004 e de apenas 5% em 2003. A participação da comercialização de carros com pagamento a vista também caiu no ano passado em relação a 2004, mas cresceu nos últimos cinco anos. Em 2000, 24% dos veículos eram vendidos a vista. O número subiu para 32% no ano seguinte, manteve-se no mesmo patamar em 2002, voltou a expandir-se para 38% em 2003 e depois começou um processo de queda. Em 2004 o percentual de vendas a vista foi de 35% e no ano passado de apenas 30%. A modalidade mais usada para a compra de carros é o financiamento, conhecido como CDC (Crédito Direto ao Consumidor). No ano passado, 47% das vendas foram financiadas, 2 pontos porcentuais a mais que no ano anterior. O pico foi em 2003, quando 53% das vendas foram feitas através do CDC.


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

LEILÃO

Dou-lhe uma, dou-lhe R$ 225 mil... Porsche 911 Carrera ano 97/98, inteiro, é arrematado durante leilão em meio a carros batidos, recuperados de furto e sucatas

Santoro garante que compradores adquirem veículos com preço até 10% abaixo do mercado

Milton Mansilha/Luz

ANDERSON CAVALCANTE

m anúncio na internet mostrava um Porsche 911 Carrera Evolution Coupé 1997/1998, inteiro e com apenas 43 mil km rodados. Nas observações sobre o veículo constava ainda: documentação em 20 dias úteis, não há débitos e se surgir algum até a data do leilão será por conta do vendedor, importação oficial, kit gt3 original, faróis xenon, interior preto e pneus novos. Revisada, embreagem nova, rodas 19", CD original no painel. Lance inicial: R$199 mil mais R$ 500 referentes aos 5% do leiloeiro. No dia do leilão, promovido pela empresa Sodré Santoro, 170 veículos foram vendidos e 66 ficaram em "condicional". Entre eles estava o Carrera! O vendedor havia estipulado o mínimo de R$ 230 mil e o valor não foi atingido. Após o final do leilão, o dono do maior lance (que por uma questão de segurança não foi identificado) entrou em negociação diretamente com o proprietário do veículo e o Porsche foi vendido por R$ 225 mil.

U

Como funciona - O leiloeiro lê as condições de venda, sob o olhar atento dos compradores. Durante um dia podem estar disponíveis entre 100 e 200 veículos, mas isso não quer dizer que todos sejam vendidos. Se o valor mínimo não for atingido será aceito

um lance condicional. Em casos específicos como o do Porsche, os lances também puderam ser efetuados pela internet. Nos leilões de veículos o lance mínimo não é divulgado, mas é bom não confundir com o lance inicial que é informado pela casa para que os compradores comecem a disputa. Quando o valor estipulado (lance mínimo) não é atingido pelo maior lance ofertado, a empresa leiloeira contata o proprietário do veículo para verificar se o lance é aceito. "Temos como norma vender somente bens de empresas conceituadas de médio e grande portes como bancos, financeiras, seguradoras, locadoras e concessionárias", explica o leiloeiro Luiz Fernando de Abreu Sodré Santoro. A maior - Segundo Sodré, a empresa não tem estatísticas, mas talvez seja a maior vendedora de carros do mundo, sendo que só no pátio de Guarulhos são vendidos em média 5.500 carros por mês, sem contar os volumes das filiais de Campinas, Curitiba, Ribeirão Preto, Baurú, Recife, Manaus e associados em outras cidades.

O pátio de Guarulhos, na Marginal da Via Dutra, tem 250 mil m², sempre abarrotados de veículos


DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2006

LANÇAMENTO

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Para garantir o espaço de 305 litros de bagagens, os amortecedores tiveram que ser reposicionados

DCARRO

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Fotos: Luiz Prado/Luz

Urbano a toda prova Enquanto outras montadoras investem na imagem de carros com espírito "off-road", a Citroën vai na contramão e apresenta o seu C3 "onroad". Um carro para aventureiros das áreas metropolitanas.

ANDERSON CAVALCANTE

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novo Citroën C3 XTR, definido pela fábrica como um compacto premium ou um pequeno não popular, já está à venda nas concessionárias da marca no Brasil. Os novos párachoques, as rodas em liga leve exclusivas, as lanternas traseiras com estilo exclusivo e a inscrição XTR nas laterais dão um toque de sofisticação ao design externo do C3. O visual lembra o de veículos anunciados como off-road, mas a empresa decidiu chamar o carro de on-road. "Fizemos pesquisas com proprietários deste tipo de carro e 97,3%, após 15 meses de uso, ainda não tinham colocado-o na lama", explica o presidente da Citroën do Brasil, Sérgio Habib. "Decidimos apostar na personalização do veículo ao invés de mudar a motorização. No Brasil, ninguém procura mais desempenho por causa dos radares espalhados por todos os lugares", complementa o executivo. Uma das apostas da montadora francesa foi na grande quantidade de itens de conforto. O C3 XTR vem equipado com ar-condicionado, bancos em couro, air bag para motorista e passageiro, painel digital, CD Player com comando no volante, computador de bordo, alerta sonoro de velocidade, pack elétrico e outros equipamentos de série. Externamente - Os novos pára-choques pretos são integrados com os arcos das rodas. Maiores que os do

A versão XTR será oferecida apenas com motorização 1.6i 16V Flex que alcança 110 cv de potência a 5.600 rpm (utilizando apenas gasolina) e 113 cv (abastecido com álcool)

C3, oferecem mais resistência a possíveis danos e pequenos impactos. As saias laterais e os arcos das rodas são cobertos por um revestimento preto, que vai do pára-choque dianteiro ao traseiro, fornecendo maior proteção lateral. As lanternas traseiras são translúcidas, como no C3 europeu, assim como os indicadores de direção nos pára-lamas. As barras modulares do bagageiro, uma das características principais do C3 XTR, podem se transformar em poucos minutos em barras de carga transversais capazes de transportar até 60 kg. O modelo vem com rodas "Coyote" e pneus Goodyear Eagle NCT 185/60 R15, podendo ser encontado nas cores luminium (prata), Noir Onyx (preto) e Rouge (vermelho). O novo carro da Citroen tem posição elevada de direção, graças às regulagens de altura e profundidade de volante e banco do motorista. Um espelho de vigilância e mesas do "tipo avião" nas costas dos assentos dianteiros garantem praticidade e segurança. As bandejas são equipadas com porta-caneta, porta-copo e ganchos para sacolas de plástico. Motor - Na parte mecânica, nenhuma surpresa. O modelo é equipado com o propulsor 1.6i 16V Flex de 110 cv (113 cv com álcool), pneus 185/60 R15, direção elétrica e sistema de freios com ABS, EBD e AFU. O carro leva 9,8 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h com 100% de gasolina (9,6 s com 100% de álcool) e atinge velocidade máxima de 196 km/h (gasolina) e 198 km/h (álcool). O sistema de direção do C3 XTR é dotado de coluna ajustável em altura e profundidade, com assistência elétrica. Este sistema elétrico apresenta vantagens em comparação com a direção hidráulica convencional, como uma maior precisão garantida pelo gerenciamento eletrônico do sistema que processa informações como velocidade do veículo e ângulo de esterçamento do volante para definir os parâmetros de direção e redução de peso e de ruído devido à ausência da bomba de direção, fluído hidráulico e linhas de fluído. Para garantir melhor aproveitamento do espaço interno, os amortecedores foram posicionados de maSaias laterais, arcos das rodas e párachoques, pretos, são integrados oferecendo maior resistência a pequenos danos e impactos

neira a invadir o mínimo possível o compartimento de Rodas em liga leve, bancos bagagem, garantindo o volume de 305 litros. Acessórios e preço - Para tornar o C3 XTR ainda mais exclusivo, a Citroën disponibiliza uma ampla linha de acessórios originais: kit Viva Voz Veicular Sem Fio (com tecnologia Bluetooth), disqueteira para cinco CDs, revestimento interno "Aluminium", protetor de maçaneta, Detector de Obstáculo Traseiro (DOT), tapete acarpetado, jogo de tapetes de borracha, tapete reversível para porta-malas e, ainda, um protetor de soleira. Mesmo com a ampla oferta de itens de personalização e conforto, o preço promocional de lançamento do C3 XTR é R$ 48.900, pouco mais de R$ 4 mil a mais do que o valor de tabela do C3 1.6, que já estava no mercado. Citroën - No Brasil, o modelo C3 permitiu à marca bater seu recorde histórico de vendas, o que comprova sua aceitação pelo mercado. O Citroën C3 já registrou no acumulado do ano (janeiro/abril 2006) 6.384 emplacamentos, volume três vezes maior que do mesmo período de 2005 (total de 2.567 unidades). Desde seu lançamento, em junho de 2003, o Citroën C3 somou mais de 30 mil unidades vendidas no Brasil. Segundo Sérgio Habib, com o lançamento da nova versão, a expectativa é de que a média de vendas do C3 passe das atuais 1.800 unidades/mês para 2.100. Ainda segundo o presidente da Citroën do Brasil, a empresa deve lançar até 2010 quatro modelos "totalmente" novos, fabricados no Brasil ou na Argentina. Ou seja, a partir de 2007 haverá pelo menos um lançamento por ano.

em couro com logotipo XTR e descanso de braço, air bag para motorista e passageiro, computador de bordo, painel digital, CD Player com comando no volante e alerta sonoro de velocidade são alguns dos itens de série do Citroën C3 XTR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

Copa

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Atletas da seleção, como Ronaldo, tornaram-se celebridades e, por isso, recebem tratamento especial, como o de grandes estrelas de cinema

Antônio Gaudério/Folha Imagem

POPSTARS DO BRASIL AGITAM A PACATA WEGGIS Seleção desembarca longe dos fãs, frustrando quem foi ao Aeroporto de Zurique. Suíços e brasileiros só poderão ver seus ídolos amanhã, quando o time começará os treinamentos. No site da Ebay, entradas para os treinos já custam mais de US$ 120.

A

seleção desembarcou ontem na Suíça, m a s q u a s e n i nguém viu. Cerca de 200 brasileiros da região foram até o aeroporto de Zurique para receber os craques do time pentacampeão mundial, mas perderam a viagem. Os jogadores, tratados como celebridades pela segurança local, não passaram nem perto do saguão e pularam do avião para o ônibus que os levou até Weggis. O mesmo ocorreu na chegada à pequena cidade na área de Lucerna. O veículo, escoltado por policiais, entrou no Park Weggis Hotel sem parar para os fãs. Em Zurique, os torcedores, quase todos brasileiros, reclamaram da falta de atenção dos jogadores. Consideraram a atitude antipática. Em Weggis, apesar do clima de festa, pouca gente saiu de casa para esperar a equipe de Carlos Alberto Parreira. Apenas crianças e adolescentes da região foram ao hotel. E pouco puderam aproveitar. Para eles, pelo menos, valeu o fato de terem visto alguns jogadores de longe ou pela janelinha do ônibus. Ro-

naldinho Gaúcho parou por cerca de um minuto e acenou para o pequeno público, os fotógrafos e os cinegrafistas. Um grupo com oito jogadores chegou separado. Entre os quais estavam Kaká, Dida e Cafu, todos do Milan. Eles vieram diretamente da Itália, onde moram. Mas também não desceram do carro para falar com torcedores e jornalistas. O Park Weggis Hotel está totalmente fechado. Imprensa e moradores da cidade não entram. Ninguém se hospeda no estabelecimento até a data da saída da seleção, em 3 de junho. Os seguranças – cerca de 40 no hotel e 300 no total, incluindo os do estádio – não tiveram quase nenhum trabalho. Alguns atletas da seleção se tornaram celebridades internacionais nos últimos anos e, por isso, recebem tratamento especial, como o de grandes estrelas de cinema, do nível de Julia Roberts. No elenco atual, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo têm esse status. Um segurança disse que é preciso cuidado com um time badalado como o do Brasil. "Ainda mais numa época em

que há tantos atos terroristas no mundo", declarou ele, pedindo para não ser identificado. Os suíços e os brasileiros da região poderão ver seus ídolos pela primeira vez na tarde de amanhã, quando o time começará os treinamentos no Estádio de Weggis. Os ingressos para assistir aos treinos se tornaram itens de luxo. No site eletrônico da Ebay, as entradas para um dos 14 treinamentos programados para as próximas duas semanas já estão sendo vendidos por mais de US$ 120,00. O valor chega a ser superior ao preço de tabela de muitos ingressos para a Copa do Mundo. Hoje e amanhã, a seleção vai passar por rigorosos exames cardiológicos, algo que até pouco tempo atrás inexistia. Hoje, a Fifa exige diagnóstico completo e as equipes já percebem a importância das avaliações. Pela primeira vez, a Fifa está criando um fundo com dinheiro arrecadado do mundial para ressarcir os clubes que se sentirem prejudicados caso um desses craques sofra uma séria contusão ou tenha um problema físico na Copa do Mundo. (AE)

Em Zurique, funcionário do Aeroporto aproveita para beijar o atacante Adriano Fotos: Antonio Scorza/AFP

Poucos torcedores acompanharam a chegada da seleção brasileira em Weggis

Caldo de cana para adoçar a torcida brasileira

D

uas agricultoras alemãs aproveitam a presença de torcedores brasileiros em Weggis, na Suíça, para empreender. Montaram uma barraca de caldo de cana no pátio de um bar instalado às margens do lago da cidade. A moenda para espremer a cana-de-açúçar foi importada da Índia. Já a cana tem origem africana. Weggis, onde a seleção brasileira fará os treinos preparatórios para a Copa, deve receber a visita de dez mil brasileiros. As alemãs apostam no gosto da torcida e sonham em ver a barraca Caldo de Cana do Engenho sempre cheia. Mario Anzuoni/Reuters

VAI QUE É TUA TAFFAREL – Os veteranos Taffarel e Bebeto, que integraram a seleção brasileira de 1990 e 1994, descansam durante jogo do Sagatiba, evento paralelo do 59º Festival de Cannes.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

1 O investidor passou a priorizar a qualidade. Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC

Fotos: Caetano Barreira/Reuters

NERVOSISMO TOMA CONTA DO MERCADO FINANCEIRO Diminuição das aplicações em ativos de países emergentes fez bolsa despencar

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nervosismo tomou vos dos emergentes. Mas, do investidores devem esperar conta do mercado ponto de vista financeiro, en- mais volatilidade. Nova equipe — Além de soontem, levando o trou muito dinheiro nos países Ibovespa, princi- emergentes nos últimos anos. frer com a turbulência internapal indicador da Bolsa de Valo- Então, há muito espaço para a cional, o mercado brasileiro reagiu mal ontem à notícia de res de São Paulo (Bovespa), a realização de lucros. Na próxima sexta-feira, os que o economista Julio Sergio fechar em baixa de 3,28%, a maior queda em sete meses, EUA vão divulgar o PCE (índi- Gomes de Almeida, diretordesde 18 de outubro de 2005 – ce de gastos pessoais, na sigla executivo do Instituto de Estuno início dos negócios regis- em inglês), acompanhado de dos para o Desenvolvimento trou queda de 5,5%. O dólar fe- perto pelo Fed (o banco central Industrial (Iedi), assumirá a chou em R$ 2,28, com alta de do país, responsável pela fixa- Secretaria de Política Econô3,67%, e o risco-País, em 277 ção dos juros). Até lá, é prová- mica do Ministério da Fazenp o n t o s , c o m e l e v a ç ã o d e vel que o mercado continue da. "Do que o mercado menos precisava hoje (ontem) era sa4,53%. Esses dois indicadores volátil, destacou Póvoa. Paulo Leme, diretor para ber que um profissional não atingiram o nível mais alto M e rc a d o s E m e rg e n t e s d a alinhado com o Banco Central desde 19 de janeiro. A instabilidade é reflexo da Goldman Sachs, também acha vai ter poder na Fazenda", cochamada "fuga para a qualida- que a volatilidade deve pros- mentou um operador. Crítico da política monetária de". Com incertezas em rela- seguir nesta semana. O econoção ao ritmo de elevação dos mista acredita, porém, que o do Banco Central, Gomes de juros americanos, os investi- mercado deve se reacomodar e Almeida já afirmou que o País dores tiram parte do capital estabilizar em duas a seis se- precisa reduzir a taxa de juros e dos países emergentes, mais manas. Já na avaliação do jor- criar condições para um cresciarriscados, e aumentam apli- nal britânico Financial Times, os mento mais robusto – um discurso que os investicações em títulos de dores classificam países desenvolvidos, de "desenvolvimenmais seguros. tista". Todas as bolsas dos Considerada um países emergentes sodos postos-chave do freram com a aversão Ministério da Fazenao risco: a do México da, a Secretaria de Pocaiu 4,03%, maior perlítica Econômica é da desde setembro de responsável pela ela2002; a de Buenos Aires boração de medidas teve perda de 3,91%; e a microeconômicas e de Istambul, na Turpela análise e avaliaquia, desabou 7,6%. ção da macroeconoInflação — Investimia. O Ministério dores acreditam que os também anunciou juros americanos pooutros nomes de sua dem subir mais do que nova equipe. Para a se esperava por causa Secretaria de Acomde indícios de alta da inpanhamento Econôflação. Com isso, os inmico foi efetivado covestimentos em países mo titular Marcelo ricos podem se tornar Saintive. Para o cargo mais atraentes do que de procurador-geral nos emergentes. da Fazenda Nacional Para Alexandre Pófoi escolhido Luis Inávoa, sócio da Modal cio Lucena Adams, Asset Management, antigo colaborador do ponto de vista de do ministro Guido fundamentos econôMantega no Planejamicos, não há motivo para essa saída de ati- Inflação nos EUA é foco de preocupação no mercado mento. (Agências)

Dia foi tenso nos mercados, em especial nos emergentes, como o brasileiro. Dólar subiu 3,67%, para R$ 2,28. Jamil Bittar/Reuters

Paulo Liebert/AE

Indicação de Almeida (à dir.) foi mal recebida, segundo operadores

Meirelles evitou comentar tensão

Volatilidade surpreende

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receio de um crescimento menor da economia global por conta do arrefecimento da produção e do consumo nos Estados Unidos, somado à apreensão com nova alta dos juros norte-americanos, foi o principal elemento que desencadeou ontem a alta do dólar e a forte queda das ações. A avaliação é do economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) no Rio de Janeiro. A queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), segundo Freitas, era esperada, devido aos recentes altos ga-

nhos aqui e nas bolsas internacionais. Mas a magnitude da volatilidade surpreendeu. "O investidor, em especial aquele que aplica em mercados emergentes como o Brasil, passou a priorizar a qualidade, ou seja, saiu de mercados onde o risco é maior para aqueles em que a qualidade dos ativos é maior, com menor risco", disse. "Grandes investidores reduziram suas posições e o Brasil foi a reboque", completou Luis Paulo Parreiras, analista de mercado da corretora de valores Hedging Griffo. Ajuste — Para o diretor de Renda Variável e Multimercados da UAM (Asset Management Unibanco), Pedro Bastos,

o que se viu ontem pode ser traduzido por um movimento de ajuste do mercado em resposta ao cenário de incerteza. Ontem, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, não quis comentar o nervosismo do mercado. Evitou a imprensa após ter participado de um evento em São Paulo. Ele preferiu minimizar a volatilidade, afirmando que a Bovespa tem crescido muito pelo sucesso da economia. "O sobe-e-desce da bolsa independe dos últimos acontecimentos", disse Meirelles, em uma alusão, ainda que indireta, ao nervosismo. "O Brasil está mais previsível", afirmou. Roseli Lopes

Perdas e pânico nas bolsas FMI: EUA pode elevar mais o juro

A

incerteza em relação à trajetória dos juros básicos dos Estados Unidos — taxa de que depende a manutenção do atual fluxo financeiro em todo o mundo — voltou a derrubar as bolsas de valores em vários países ontem. Em alguns casos chegou a haver pânico entre os investidores. "Muita gente se machucou na semana passada. Num mercado como esse, é comum os investidores ficarem mais cautelosos. Mesmo hoje (ontem), cada movimento de compra foi seguido por vendas. Ficou difícil escolher nível apropriado para compra", disse Frank Davis, da Lek Securities. Na Índia, a polícia chegou a temer uma onda de suicídios por causa da forte queda da bolsa. O mercado norte-americano de ações fechou em baixa, com o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York tendo recuado em seis dos últimos oito pregões. A desvalorização no fechamento dos negócios foi de 0,17%. Operadores destacaram que, em termos percentuais, a queda pode ser considerada pequena. "Mas, lembrando que o mercado vem de uma consistente seqüência de baixas, a perda foi muito significativa", observou um profissional em Nova York. O índice Nasdaq fechou em queda de

0,96% e o Standard & Poor's500 caiu 0,39% no pregão. Europa — Na Europa, os mercados de ações abriram sob o impacto das quedas registradas nas bolsas asiáticas. Todas as principais bolsas européias terminaram o dia com perdas superiores a 2%: Londres (-2,2%), Paris (-2,65%), Frankfurt (queda de 2,2%), Milão (-3,76%) e Madri (-2,84%). Punit Paranjpe/Reuters

Na Índia, medo de suicídios

O movimento global de aversão ao risco pressionou bastante os mercados dos países emergentes da Ásia. A bolsa de Mumbai, na Índia, teve os negócios suspensos depois de o índice Sensex ter caído mais de 10% — o indicador encerrou as operações com desvalorização de 3,7%. Por causa do péssimo desempenho do mer-

cado acionário, a polícia indiana disse temer que operadores e investidores tentassem se suicidar por terem perdido bilhões de dólares com a queda das ações na bolsa de valores. "Uma crise financeira pode gerar suicídios. Estamos apenas tentando prevenir essas ocorrências", disse um agente de polícia em Ahmedabad. Perdas — A Bolsa de Mumbai tinha valor de mercado de US$ 657 bilhões na semana passada, depois de cair 10% na quinta e na sexta-feira. A cifra caiu para US$ 624 bilhões. A retração deixou operadores e investidores abalados. Ahmedabad, capital do estado de Gujarat, é considerada especialmente vulnerável à volatilidade do mercado acionário. É um dos principais centros de negócios da Índia, com 5 milhões de pequenos investidores. "Peguei dinheiro emprestado para negociar no mercado. Perdi tudo nos últimos dois pregões", afirmou Sanjay Joshi, um pequeno investidor de 37 anos. "Não sei como vou conseguir pagar minhas dívidas", disse. As quedas nas bolsas asiáticas foram generalizadas ontem. Recuaram as ações em Tóquio (-1,8%), Hong Kong (perdas de 3,11%), Cingapura (baixa de 3,10%) e Kuala Lumpur (queda de 2%). (Agências)

O

Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode precisar elevar mais a taxa de juros, dependendo de como as condições econômicas do país evoluam, afirmou ontem o dire-

tor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato. Ele disse que a retirada do estímulo monetário globalmente é um "movimento saudável", especialmente em um momento em que os

riscos inflacionários estão ascendentes no mundo. Rato pediu cuidado ao Banco Central do Japão e ao B a n c o C e n t r a l E u ro p e u (BCE), regiões em que a recuperação econômica está menos fortalecida. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

terça-feira, 23 de maio de 2006

ATAS

MITSUI BRASILEIRA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A. CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE 35.300.172.108 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA 1. Data e Horário: 28 de abril de 2006, às 10 horas. Local: Sede Social à Av. Paulista, 1842 - 23º andar - Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2. Convocação e Quórum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo § 4º, do art. 124, da Lei 6404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: a) Eleição para preenchimento de cargo de Diretor; b) Discussão e deliberação sobre a mudança de endereço da filial de Belo Horizonte, com a conseqüente alteração da alínea “b” do § Único do Artigo 2º do Estatuto Social; c) Outros assuntos de interesse social; 5. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” da Ordem do dia, procedida a eleição para o preenchimento de cargo, apurou-se ter sido eleito para ocupar o cargo de Diretor Supervisor, o Sr. Takashi Tomita, japonês, casado, do comércio, portador da Carteira de Identidade de Estrangeiro RNE nº V346864-Q e do CPF/MFnº 228.939.268-51, domiciliado na cidade do Rio de Janeiro-RJ, na Praia do Flamengo, 200 - 14º andar, salão 1401, CEP 22210-030. O Diretor Supervisor, Sr. Takashi Tomita eleito nesta sessão, cujo mandato terá a duração igual ao dos demais membros da Diretoria eleita em 31.03.2005, declarou sob as penas da lei não estar incurso em quaisquer impedimentos previstos no artigo 38, III, da Lei nº 4.726/65 e no artigo 147 da Lei 6.404/76. A posse no respectivo cargo, neste ato reconhecida, será formalizada com a assinatura do respectivo termo de investidura no livro próprio. 5.2. Quanto ao item “b” da ordem do dia, decidiram os senhores acionistas pela aprovação da alteração do endereço da filial de Belo Horizonte, que passará a exercer suas atividades na Avenida do Contorno, 6321, 7º andar - Belo Horizonte/MG, com a conseqüente alteração da alínea “b” do § Único do artigo 2º do Estatuto Social, o qual passa a vigorar com a seguinte e nova redação: “Artigo 2º - A sociedade tem sede e foro jurídico na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Paulista, 1842, 23º andar, Edifício Cetenco Plaza - Torre Norte, podendo abrir filiais, escritórios, agências, depósitos ou representações em qualquer localidade do país ou do exterior, mediante deliberação de sua Diretoria. § Único - A sociedade mantém as seguintes filiais: a) na cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, à Praia do Flamengo, 200, 14º andar, salão 1401; e b) na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, à Avenida do Contorno, 6321, 7º andar.” 5.3. Quanto ao item “c” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 28 /04/2006. aa) Mitsui & Co. Ltd., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Yasushi Nakano; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita; Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa: Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 28 de abril de 2006. (a) Atsuo Fujishita- Secretário. Visto da Advogada: (a) Mônica Missaka - OAB/SP 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Jucesp. Certifico o registro sob o nº 124.203/06-1 em 12/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CONVOCAÇÃO

EDITAL

COMUNICADOS

BALANÇO


terça-feira, 23 de maio de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Recursos do FGTS para o setor habitacional somaram R$ 2,187 bilhões até abril de 2006.

FEIRA DA APAS VAI ATÉ QUINTA-FEIRA

Newton Santos/Hype

PEQUENAS CRIAM 70 MIL NOVAS VAGAS

A

Sussumu Honda, presidente da Apas (à frente): levantamento vai ajudar a nortear próximas ações estratégicas do setor

EM BUSCA DO CLIENTE PERDIDO

A

infidelidade e o endividamento do consumidor são as maiores preocupações do setor de supermercados. Essa é uma das tendências reveladas na pesquisa realizada pela ACNielsen e pela LatinPanel, encomendadas pela Associação Paulista dos Supermercados (Apas). Segundo o levantamento da LatinPanel, 77% das famílias brasileiras optam por três ou mais locais para realizar suas compras. Além disso, o orçamento dos consumidores "não fecha": a renda mensal é de R$ 1.337 e o gasto, de R$ 1.378, o que corresponde a um endividamento de 3%. Do total da receita, 21% vão para alimentação e bebida, 17% para habitação, 11% para transporte, 10% para serviços e tarifas públicas e 6% para saúde. Os dados foram divulgados ontem, no início do 22º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, realizado pela Apas no Expo Center Norte.

Os supermercados em todo o Brasil comprovam os dados. O setor registrou crescimento de 4,8% no ano passado em volume de vendas, em relação a 2004. Mas o faturamento teve expansão mais modesta, de apenas 0,9%, totalizando R$ 106,4 bilhões. Os preços dos produtos tiveram queda de 2,3% na mesma comparação. "O levantamento indica que os supermercados têm que atrair o consumidor pela eficiência dos serviços. Mas devem também buscar o diálogo com os fabricantes dos produtos. Estabelecer uma parceria é a única maneira de cortar custos e otimizar a receita", disse o diretor da ACNielsen, João Carlos Lazzarini. Direção – Para o presidente da Apas, Sussumu Honda, a pesquisa servirá para nortear as próximas ações estratégicas do setor. Para ele, a saída encontrada pelos supermercados para ter o cliente de volta tem sido ampliar a variedade de marcas nas gôndolas.

Expectativa – O evento da Apas continua até o dia 25. Na edição do ano passado, a feira reuniu 330 expositores; neste ano, são 400. A expectativa é de que sejam gerados negócios de R$ 3 bilhões no curto prazo. A Predilecta, fabricante de alimentos, participa do evento há 10 anos. "Trata-se da maior feira do setor. Estamos aproveitando para lançar seis produtos. Antes mesmo de a Apas 2006 começar oficialmente, recebemos compradores internacionais interessados nesses novos itens", explicou o gerente de Marketing da empresa, Rogério Byczyk. "Nossa expectativa é de que os negócios gerados no evento sejam 25% maiores do que os registrados na edição do ano passado." A Leão Júnior, fabricante da linha Matte Leão, também participa há mais de 10 anos. "O objetivo da participação é gerar negócios futuros e divulgar os produtos", disse a gerente de Marketing, Simone Bork. Neide Martingo

s micros e pequenas empresas do Estado de São Paulo criaram em março 70 mil empregos, representando um aumento de 1,2% em comparação com fevereiro. O crescimento foi divulgado ontem pelo Sebrae-SP. Já na comparação com o mesmo mês de 2005, a expansão foi de 0,5%, o que representa mais 28 mil vagas. "As contratações de março são uma demonstração de otimismo dos empresários para os próximos meses, depois de um primeiro trimestre aquém das expectativas", analisou o coordenador do Departamento de Pesquisas Econômicas do Sebrae-SP, o economista Marco Aurélio Bedê. Por setores, o comércio foi o que mais contratou em março, com um aumento de 2,2% do

pessoal ocupado em relação a fevereiro, e de 3,7% na comparação com março de 2005. A indústria teve uma variação de 0,8% no número de vagas em março na comparação com fevereiro, mas uma queda de 1,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já o setor de serviços demitiu mais em março, com diminuição de 0,3% no número de postos de trabalho na comparação com o mês anterior, e queda de 2,8% ante março de 2005. Rendimentos – A pesquisa do Sebrae também revelou que o rendimento médio dos empregados nas micros e pequenas empresas do estado teve alta de 4,3% em março, na comparação com março de 2005. O rendimento mensal médio dos empregados em março foi de R$ 671, contra R$ 644 no mes-

mo mês no ano passado. Em relação a fevereiro, entretanto, foi verificada queda de 1,1% no salário médio, quando este estava em R$ 679. O valor inclui salários fixos, honorários, comissões, ajuda de custo, 13º salário e abono de férias. "Apesar da melhora recente, ainda estamos longe do melhor março da série, em 2001, quando o empregado ganhava, em média, R$ 742. Os rendimentos médios dos trabalhadores ainda estão 10% abaixo do verificado há cinco anos", informou o diretor-superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca. Universo – De acordo com o Sebrae, existe 1,3 milhão de micros e pequenas empresas formalizadas, que empregam entre 5 e 6 milhões de pessoas. A pesquisa foi realizada com 2,7 mil empresas. (AE)

Mais mulheres são chefes de família

O

número de domicílios que têm mulheres como chefe da família é maior entre as brancas. A constatação é do Sistema Nacional de Informação de Gênero, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, a proporção de residências chefiadas por mulheres brancas aumentou 1,5 ponto percentual de 1991 a 2000, passando de 53,6% para 55,1%, enquanto nas chefiadas por mulheres negras e pardas houve recuo de quase 2 pontos, passando de 45,5% para 43,4%. Na avaliação da ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o cruzamento das informações reveladas nos censos de 1998 e de 2000 vai permitir desatar nós históricos que difi-

INFLAÇÃO Após três deflações consecutivas, prévia do IGP-M registra alta de 0,34% em maio.

PETROBRAS EM ANGOLA

A

Petrobras venceu licitação para explorar petróleo em Angola. Segundo nota da concessionária estatal angolana de petróleo, a A TÉ LOGO

cultam a inserção plena da mulher na sociedade brasileira. "Nós podemos ver coisas que não víamos antes, como a evolução dos domicílios chefiados por mulheres e todos os indicadores que permitem avaliar as desigualdades no Brasil. A análise dos microdados dos censos permitirá a avaliação de variáveis e a construção, a partir daí, de uma base histórica de análise para acompanhar sua evolução ao longo do tempo", afirmou Nilcéa, que participou ontem do lançamento do Sistema, desenvolvido pela Secretaria em parceria com o IBGE. A ministra lembrou que um dos gargalos que precisam ser desfeitos é a entrada de mulheres no mercado de trabalho. E que as conquistas delas foram enormes na última década, como o avanço da escolaridade. Nilcéa criticou, no entanto, o

Ó RBITA

Sonangol, divulgada ontem, a Petrobras detém 30% de participação no consórcio que arrematou o bloco de número 18. No consórcio também estão presentes a Sonangol (20%), a sino-angolana SSI (40%), a angolana Falcom

crescimento limitado da carreira profissional feminina, ao afirmar que quanto maior a escolaridade delas, maiores são as diferenças entre mulheres e homens nos postos de trabalho. "É o chamado teto de vidro. As mulheres só crescem até determinado ponto na carreira", disse a ministra. O estudo também mostrou que houve um aumento de quase 37% no número de domicílios chefiados por mulheres no Brasil, quando comparados os anos de 1998 e 2000. A contribuição das mulheres no rendimento familiar também cresceu 56%, enquanto a taxa de analfabetismo entre as de 15 anos ou mais caiu – chegou ao mesmo patamar da população masculina, 13%. Apesar desses avanços, elas ganham, em média, 30% menos que os homens. (ABr)

PETRÓLEO Os preços do petróleo em Nova York encerraram em alta de mais de US$ 1 ontem.

Oil (5%) e o grupo angolano Gema (5%). Na mesma licitação, a francesa Total líder, de um segundo consórcio com participação de 40%, arrematou o bloco de número 17, pelo qual a Petrobras também havia apresentado proposta. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Standard & Poor's eleva rating da Vale do rio Doce de BBB para BBB+

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BR Distribuidora manterá abastecimento de aeronaves da Varig

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Espanha está disposta a entrar na justiça internacional contra a Bolívia

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

500

FIM DO SUBSÍDIO SÓ CHEGA NO PAPEL

milhões de dólares poderá ser o valor da retaliação se a UE não eliminar o subsídio ao açúcar.

KIRCHNER, QUE PRESIDIRÁ REUNIÃO DO BLOCO, TERÁ DE USAR MUITA DIPLOMACIA PARA EVITAR CONFLITOS

PREVISÃO DE CRISES NO MERCOSUL Miguel Rojo/AFP

O

presidente argentino Néstor Kirchner terá de presidir em julho uma reunião de cúpula dos países do Mercosul que promete ser turbulenta. No encontro presidencial, que será realizado na cidade argentina de Córdoba, Kirchner terá de lidar com uma presença mais ostensiva que a costumeira nessas cúpulas por parte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que busca maior protagonismo na região. Chávez está negociando uma promoção do status quo da Venezuela, para transformá-la em breve em sócia plena "100%" do Mercosul. N a c ú p u l a a n t e r i o r, e m Montevidéu, Uruguai, os países do bloco do Cone Sul definiram a Venezuela como "sócio pleno", embora com a ressalva de estar "em estado de adesão". Isso permite que o governo venezuelano possa participar das reuniões do bloco com direito a voz, mas sem possibilidades de voto. Chávez quer agora um upgrade para seu país ser "pleno 100%", posição que lhe permitiria mais influência e peso regional. Esse upgrade começou a ser discutido ontem, em Buenos Aires. Além disso, Kirchner terá de lidar com a eventual ausência do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, com o qual

mantém um duro confronto desde meados do ano passado por causa da "Guerra da Celulose". O presidente argentino também terá de fazer, com grande diplomacia, malabarismos para que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o boliviano Evo Morales (a Bolívia é país "associado" do Mercosul) tenham uma convivência pacífica, sem troca de farpas por causa da nacionalização do gás boliviano e o aumento do preço do produto. Contradição – Enquanto a Venezuela pretende fazer parte do Mercosul, o Paraguai e o Uruguai dão sinais de que buscam parcerias fora do grupo. Na sexta-feira passada, o presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos, afirmou que seu país e o Uruguai pediriam permissão ao bloco econômico para realizar acordos de livre comércio com outros países. No fim de semana passado, os assessores do presidente Vázquez deram sinais de que ele poderia não comparecer à reunião de cúpula do Mercosul, que será realizada nos dias 20 e 21 de julho em Córdoba. Se isso ocorrer, a cúpula correrá o risco de ficar "esvaziada". Vázquez não teria a intenção de colocar os pés em território argentino enquanto não for resolvida a "Guerra da Celulose", cujo pivô é a construção de

COMUNICADO

UE não cumpre medida sobre açúcar

T

Kirchner (esq.) e Chávez: protagonistas do encontro do Cone Sul

duas megafábricas de celulose no município uruguaio de Fray Bentos, sobre as margens do Rio Uruguai. Kirchner exige a suspensão da construção das fábricas, alegando que elas

causarão danos ambientais e econômicos à Argentina. A "Guerra da Celulose" será analisada na primeira semana de junho pela Corte Internacional de Haia. (AE)

erminou ontem o prazo para que a União Européia (UE) cumprisse a determinação da Organização Mundial do Comércio (OMC) e comece a reforma do sistema de subsídios ao açúcar, que pelos últimos 40 anos gerou prejuízos ao Brasil. A Comissão Européia teve mais de um ano para implementar a condenação da OMC, que julgou a ilegalidade das exportações de açúcar e ordenou a retirada dos subsídios. Bruxelas assegura que cumpriu todas as exigências, mas o Brasil, que iniciou o caso na OMC, não está satisfeito ainda com as medidas tomadas pelos europeus e estuda retaliações de até US$ 500 milhões. A OMC deu razão ao Brasil, Austrália e Tailândia ao condenar os subsídios europeus ao açúcar e estipulou, então, a data de 22 de maio para que a UE reformasse seu sistema. Pela lei, os europeus podem exportar até 1,2 milhão de toneladas de açúcar subsidiado por ano. Mas o Brasil conseguiu provar que eles estavam colocando todos os anos no mercado mais de 4 milhões de toneladas.

Outro lado – Os europeus anunciaram que, a partir de hoje, todas as licenças para a exportação de açúcar subsidiado estão suspensas. O problema é que as licenças têm validade de três meses, o que significa que os produtores poderiam usar suas autorizações até agosto para exportar, o que não agrada ao Brasil. Além disso, os europeus se recusam a informar se o volume máximo permitido de exportações foi ou não ultrapassado em 2006. Retaliação – Diplomatas admitem que brasileiros, australianos e tailandeses já se coordenam para ver o que farão diante do eventual não cumprimento da medida. Além disso, no Brasil, estudos estão sendo feitos para determinar o valor do pedido de retaliação. A Austrália é a mais cética em relação ao cumprimento da medida pelos europeus. Segundo eles, as exportações subsidiadas de Bruxelas devem bater todos os recordes neste ano, chegando a 8 milhões de toneladas de açúcar. O excesso de exportação subsidiada seria o equivalente a toda produção anual australiana. (AE)

BALANÇOS

TELECOM NET S/A LOGÍSTICA DIGITAL, estabelecida à Praça Alpha Centauro, 54 - Conj. 03 - Ed. Center - Centro Com. Apoio II - Santana de Parnaíba - SP, inscrita no CNPJ sob nº 03.282.579/000110 e no Estado sob nº 623.082.471.110, comunica o extravio das N. Fiscais nºs 3150, 5178, 6248, 6292, 6367, as N. Fiscais nºs 3865 e 5434 foram extraviadas somente as 2as vias. (22, 23 e 24/05/2006)

CONVOCAÇÃO

TOMADAS DE PREÇOS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO CARLOS -TOMADA DE PREÇOS Nº 007/2006 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 2635/ 2006 - Faço público de ordem do Senhor Prefeito Municipal de São Carlos, que se acha aberta licitação na modalidade de Tomada de Preços, do tipo menor preço global, tendo como objeto a contratação de empresa especializada de engenharia para a recuperação de área manancial degradada da “Sub Bacia São Rafael Tangará”, conforme Projeto Básico, Projeto Executivo, Memorial Descritivo e Planilha de Orçamento Básico,fornecidos em CD-ROM, que ficam fazendo parte da presente Tomada. O Edital na íntegra poderá ser retirado na Sala de Licitações da PMSC, sita à R. Major José Inácio, 1973, Centro, São Carlos, fone 3307-4272, a partir do dia 22/05/06 até o dia 06/06/06, no horário das 09h às 12h e 14h às 16h, mediante o recolhimento de emolumentos no valor de R$ 30,00 (trinta reais). Os envelopes contendo a documentação e as propostas serão recebidos na Sala de Licitações até às 10:00 horas do dia 06 de junho de 2006, quando após o recebimento iniciarse-á sessão de abertura. São Carlos, 22 de maio de 2006. Paulo José de Almeida- Presidente da Comissão Permanente de Licitações.

FUNDAÇÃO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - FADE-UFPE AVISO DE JULGAMENTO TOMADA DE PREÇOS Nº 02/06 Tornamos público o Resultado do Julgamento da Tomada de Preços nº 02/06 - destinada à contratação de hotel na cidade de Campinas - SP para hospedagem e realização de evento, no qual foi julgada vencedora a empresa: CM&O EVENTOS E TURISMO LTDA. “Publique-se”. Prof. Suêldo Vita da Silveira Secretário Executivo da FADE-UFPE.

ATAS

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 22 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Reqte: Vesúvio Representações Comerciais Ltda. - Autofalência - Reqdo: Vesúvio Representações Comerciais Ltda. Autofalência - Rua Brejo Alegre, 750 - 1ª Vara de Falências Reqte: Jobinvest Factoring Ltda. - Reqdo: Sandrini Travesseiros Ltda. - Rua Clenio Wanderley, 80 - 1ª Vara de Falências Reqte: Inovac Eletronic Comercial Ltda. - Reqdo: Marcelo Aparecido Ramos - ME - Rua

Santa Efigênia, 92 - loja 57 - 1ª Vara de Falências Reqte: Virpav Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. - ME - Reqdo: Embatex Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. Rua Lucas Obes, 1. 018 - 2ª Vara de Falências Reqte: Rivian Metal Comercial Ltda. - Reqdo: GF Trend Indústria e Comércio de Móveis Ltda. - Rua Celso de Azevedo Marques, 334 - 2ª Vara de Falências

STAREXPORT TRADING S.A. CNPJ n° 54.646.419/0001-44 - NIRE 35.300.108.311 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 28 de abril de 2006 Data, Hora e Local: 28 de abril de 2006, às 16:00 horas, na sede social, na Avenida Alfred Jurzykowski, 562, parte, em São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo, CEP 09680-900; Presença: Acionista representando a totalidade do capital social; Mesa: Presidente, Dr. Jackson Medeiros de Farias Schneider; Secretário: Dr. José Roberto Fadon Vicente; Deliberações da acionista que detém a totalidade do capital social: 1) Aprovação do Relatório da Diretoria e das Demonstrações Financeiras referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005, publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo e no jornal Diário do Comércio, ambos na edição de 28 de abril de 2006, considerando-se sanada, nos termos do §4º do art. 133 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a falta de publicação dos anúncios e a inobservância dos prazos tratados no mencionado art. 133; 2) Aprovar a Proposta da Diretoria destinando o lucro líquido do exercício, no valor de R$ 42.501.633,31 (quarenta e dois milhões, quinhentos e um mil, seiscentos e trinta e três reais e trinta e um centavos), para a conta de Lucros Acumulados; 3) Eleição e posse da Diretoria para o novo mandato, com duração até a próxima Assembléia Geral Ordinária e fixação dos respectivos honorários, a saber: Diretores: Sr. Paulo Antonio Silvestri, brasileiro, casado, administrador de empresas, com domicílio em São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo, na Avenida Alfred Jurzykowski, 562, Vila Paulicéia, CEP 09680-900, portador da cédula de identidade RG nº 7.734.978-7-SSP/SP e do CPF n° 074.277.478-36, para o cargo de Diretor da Sociedade, e do Sr. Toshihiro Yamamoto, brasileiro, casado, administrador de empresas, domiciliado em São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo, na Avenida Alfred Jurzykowski, 562, Vila Paulicéia, CEP 09680-900, portador da cédula de identidade RG nº 3.587.769-SSP/SP e do CPF nº 063.824.958-91, para o cargo de Diretor da Sociedade. A remuneração dos Diretores será fixada em Reunião de Diretoria, consoante a política da Sociedade adotada para esse fim. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata que, após lida e achada conforme, foi assinada por todos os presentes: Presidente da Assembléia: Dr. Jackson Medeiros de Farias Schneider; Secretário: Dr. José Roberto Fadon Vicente; Acionista representando a totalidade do capital social: DaimlerChrysler do Brasil Ltda.: Dr. Gero Herrmann e Sr. Josef Ludwig Würth. O presente sumário é cópia fiel do original lavrado em livro próprio. Jackson Medeiros de Farias Schneider - Presidente da Assembléia - OAB/DF n° 7.140. José Roberto Fadon Vicente - Secretário da Assembléia - OAB/SP n° 48.769. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Jucesp. Certifico o registro sob o nº 134214/06-7, em 19/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

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terça-feira, 23 de maio de 2006

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

BRASILEIROS DETÊM 40% DA SOJA BOLIVIANA

5 Não negociamos pela imprensa, mas temos grupos de trabalho procurando soluções. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras

AMORIM DEIXOU CLARO AO GOVERNO BOLIVIANO QUE A ESTATAL BRASILEIRA PRECISA SER RESSARCIDA

PETROBRAS NÃO SAI SEM INDENIZAÇÃO Amanda Loureiro/AE

"O presidente Evo Morales sabe o que pensamos e a sensibilidade desse assunto para o Brasil", respondeu Amorim, ao ser indagado por uma jornalista boliviana se o País havia superado o mal-estar causado pela ocupação militar nas refinarias da Petrobras. Indenização – Ao lado de Amorim, no Palácio Quemado, a sede do governo boliviano, Choquehuanca indicou que não houve mudança no argumento da Bolívia de que a Petrobras já obteve o retorno de seus investimentos na exploração do gás natural e que, portanto, não mereceria indenização, caso as negociações terminem sem acordo até 1º de outubro, e a empresa venha a se retirar da Bolívia. O chanceler boliviano informou que seu país não tra-

tará de nenhum assunto relacionado a esse tema antes de obter os resultados da auditoria sobre as contas da estatal brasileira. Nos encontros privados, Amorim insistiu para que o governo boliviano aceite também os trabalhos de uma auditoria independente, para evitar conclusões apressadas e equivocadas. Crédito – O chanceler brasil e i ro a i n d a a c e n o u c o m a possibilidade de a Bolívia acessar uma linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a execução de obras de rodovias e a compra de tratores. Aberta há três anos, essa linha foi suspensa diante do cenário de instabilidade política e poderá, nos próximos meses, ser restaurada. (Agências)

Brasileiros estão sem garantia

O

Grupos de trabalho – Os reBrasil não conseguiu cional dos Produtores de Oleaobter nenhuma ga- ginosas (Anapo), com sede na sultados positivos dos enconrantia sólida do presi- cidade de Santa Cruz de La tros de Amorim em La Paz, dente da Bolívia, Evo Morales, Sierra, os brasileiros são res- nesse sentido, foram a criação de que os brasileiros em condi- ponsáveis por 40% da produ- de dois grupos bilaterais de ções precárias de posse de ter- ção boliviana de soja, o que re- trabalho, um para monitorar ra naquele país poderão ali presenta 14% do Produto In- as questões relativas à imigração e outro para acompanhar permanecer. Ontem, depois de terno Bruto (PIB) boliviano. Mas a declaração de Cho- os impactos da reforma agránegociar o tema com o próprio presidente, o ministro das Re- quehuanca recaiu como uma ria sobre a população brasileilações Exteriores do Brasil, ameaça ao destino de cerca de ra naquele país. Amorim ressaltou que a Bolívia Celso Amorim, ouviu Agliberto Lima/AE tem direito soberano seu colega David de adotar uma nova Choquehuanca afirfórmula para o setor mar claramente à imagrário, mas garantiu prensa que "os ilegais, que esses grupos persejam brasileiros ou mitirão um tratamenbolivianos, terão de to "civilizado e sem ser desalojados". arbitrariedades" aos A referência não se brasileiros lá residenestendeu aos brasites. "O tratamento leleiros que cultivam vará em conta aspecsoja na região próxitos humanitários", ma ao Mato Grosso disse o ministro. do Sul, que são resO chanceler brasiponsáveis por cerca Amorim cumprimenta o chanceler Choquehuanca leirou disparou ainda de 60% das exportações bolivianas dessa oleagi- 2 mil brasileiros que ultrapas- outro alerta ao governo de nosa. Esses foram considera- saram a fronteira do Acre para Morales: o de que o Brasil está dos publicamente por Evo a região do Pando, na Bolívia, disposto a renovar, em setemMorales como "seus amigos". trabalharam em atividades co- bro próximo, o acordo bilateral "Os produtores de soja de- mo a coleta de castanhas e o de regularização de imigranvem ficar tranqüilos, porque corte de madeiras e se estabe- tes ilegais. Caso não haja tal suas terras são produtivas e leceram nos últimos anos co- renovação, La Paz está ciente são de posse legítima. O pro- mo posseiros em terras de pro- de que poderá haver prejuízo blema são as terras de fronteira priedade do governo bolivia- para os 80 mil bolivianos resie devolutas que foram consi- no – na faixa de 50 quilômetros dentes no Brasil, entre os quais deradas de interesse para re- da fronteira. "Não ouvi a pala- boa parte está de forma ilegal. forma agrária", esclareceu vra expulsão do país das auto- Na Bolívia, a população brasiAmorim à imprensa. ridades bolivianas", rebateu leira é estimada em cerca de 7 mil pessoas. (Agências) Segundo a Associação Na- imediatamente Amorim.

Suspensa licitação de duto

O

diretor superintendente da Transportadora Brasil Bolívia (TBG), José Zonis, responsável pelo gasoduto que liga os dois países, disse ontem que a empresa encaminhou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) pedido de cancelamento da licitação que visava ampliar o duto.

Segundo ele, com a retirada das propostas da Petrobras, Repsol e Total, a licitação "perdeu o sentido". Zonis não vê motivos para que seja acatado o pedido de outras duas empresas, a Pan Energy e a BG, de um prazo de 180 dias para que fosse analisada com cautela a situação da Bolívia. (AE)

Ministro pediu ao presidente Evo Morales que aceite os trabalhos de uma auditoria independente

Lula pede que orem pela Bolívia

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem a uma platéia de mais de 100 representantes de igrejas evangélicas que eles orem pela Bolívia, "um país muito pobre, que precisa de ajuda". O presidente defendeu a necessidade de negociar com os bolivianos o preço do gás, avisando que não pretende brigar com o país-irmão. "Alguns acham que devo mostrar a espada e brigar. Mas o gás é deles, precisamos deles e um dia vamos ser auto-suficientes", disse Lula. Ao sair em defesa de um entendimento com os bolivianos, que têm insistido em atacar o governo brasileiro e a Petrobras, Lula afirmou que o caminho é o entendimento porque

"o bem que eles têm lá é o gás, e eles precisam vendê-lo e o Brasil precisa comprar". O presidente lembrou ainda que, em 2008, o País terá ampliado sua produção de gás em um volume equivalente ao que hoje compra dos bolivianos. "Mas isso não quer dizer que a gente vá suspender as compras da Bolívia", disse Lula. "O povo boliviano precisa de nossa ajuda. Por isso, as nossas posições precisam ser justas e fazer bem para ambos os sujeitos implicados", completou. A busca da independência energética foi tema também do programa semanal de rádio, veiculado ontem. Lula comemorou os resultados da produção de biodiesel e a nova tecnologia que mistura de óleo vege-

tal ao petróleo, formando um novo combustível chamado H-Bio. Para o presidente, o uso de biocombustíveis "poderá mudar a matriz energética do mundo nos próximos anos". Lula avisou: este programa "é a menina dos meus olhos". Ele também comemorou outra decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tomada na quinta-feira passada: o fato de que começarão a ser testadas as usinas termelétricas que utilizarão álcool em substituição ao gás natural. "Será uma revolução porque vai aumentar a produção de álcool", declarou o presidente, lembrando que o País já está exportando muito etanol, mas agora vai ampliar seu consumo internamente. (AE)

Auto-suficiência só em 2008

O

presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, prevê que, em dois anos, o Brasil atingirá a "auto-suficiência na produção de gás natural", com um acréscimo de mais 24 milhões de metros cúbicos diários na produção. Esse volume é igual ao total importado pelo Brasil da Bolívia atualmente. Gabrielli afirmou que a estatal continua negociando com o país. "Não vamos ficar nego-

ciando pela imprensa. Mas, toda semana, os grupos de trabalho (criados na reunião que ocorreu no dia 10 em La Paz) se reúnem em busca de soluções." Mas frisou que as negociações devem ser pautadas pelos acordos assinados entre as partes. "Nós temos um acordo que vai até 2019. Queremos cumprir esse acordo." Em palestra na Câmara Britânica de Comércio, Gabrielli detalhou o programa de inves-

timentos que a Petrobras está desenvolvendo até 2010. Indagado sobre o abastecimento de gás natural para o Nordeste, Gabrielli foi evasivo, ressaltando apenas que só deverá ocorrer em 2009. "Isso vai depender de o gasoduto Gasene ficar pronto." Além da produção interna de gás , a Petrobras está avaliando a possibilidade de construir duas unidades de regaseificação do gás natural. (AE)

Factoring

DC

O

ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deixou claro aos membros do governo de Evo Morales que o Brasil ainda não engoliu a maneira como foi anunciado o decreto de nacionalização de gás e petróleo e, em especial, a ocupação militar das instalações da Petrobras na Bolívia. Ao lado do chanceler boliviano, Davids Choquehuanca, Amorim esclareceu que não interessa ao País uma negociação de governo a governo sobre questões técnicas, como o reajuste do preço do gás. Mas acentuou, nas reuniões que manteve com Choquehuanca e com o próprio Evo Morales, que o Brasil não aceitará a saída da Petrobras sem o pagamento da devida indenização.

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

VENCE EM MARÇO DE 2007 PRAZO PARA RELACRAR ECF

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dias de trabalho são necessários para se pagar a mensalidade de uma escola particular.

FAMÍLIAS COM RENDA ATÉ R$ 10 MIL USAM 73,5% DA RENDA COM TRIBUTOS E SERVIÇOS, REVELA IBPT

CLASSE MÉDIA, TRIBUTAÇÃO ALTA Patrícia Cruz/LUZ

A

renda do brasileiro da classe média só começará a ser usada para comer, se vestir, morar, comprar e poupar a partir do dia 26 de setembro. Até lá, o seu salário estará comprometido com o pagamento de impostos e serviços particulares de segurança, educação, saúde e previdência, já que os públicos são considerados ineficientes pela população. O dado consta de um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que mostra, ainda, que essas despesas totalizarão, até setembro, 73,53% da renda das famílias que recebem entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, ou seja, da classe média. Até o dia 4 de junho, essas famílias vão trabalhar para recolher impostos para o governo. E do dia 5 de junho até 25 de setembro, o salário será usado para pagar serviços essenciais. Conclusão: são 268 dias trabalhando literalmente para o Fisco. Outro dado do estudo é que o brasileiro da classe média precisa trabalhar 48 dias somente para pagar a mensalidade de uma escola particular. Para dar conta das despesas médicas, são mais 40 dias de labuta.

Já as famílias com renda inferior a R$ 3 mil levam 41 dias para pagar por serviços que, em tese, o governo deveria oferecer. Aquelas com rendimento mensal superior a R$ 10 mil precisam de 116 dias. Em média, o levantamento aponta que o brasileiro precisa trabalhar 59 dias só para pagar pelos serviços essenciais. Serviços – Segundo o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, a classe alta gasta mais para garantir segurança e previdência privada. São 27 e 16 dias, respectivamente, enquanto a classe média trabalha 16 e 8 dias para pagar por esses

serviços. Os gastos com saúde são praticamente os mesmos, mas a classe média tem que trabalhar mais tempo (40 dias) que a alta, por causa do rendimento dessa última (33 dias). Além dos serviços privados, a classe média trabalha mais 155 dias para recolher impostos. Em média, o brasileiro gasta os primeiros 145 dias do ano, ou até a próxima quinta-feira (25), só para pagar tributos. "É o dia da alforria", afirmou o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos. "Mas a escravidão só acaba de fato no dia 25 de setembro, quando terminamos de pagar pelos serviços bitributados. Pagamos duas vezes pelos mesmos serviços." Na década de 1970, trabalhava-se, em média, 76 dias para pagar tributos. "Isso significa que se trabalha mais para ter a mesma tributação e serviços mínimos decentes", afirmou Amaral, do IBPT. Para chamar a atenção para a elevada carga tributária, lojas de Lajeado (RS) realizam um protesto inusitado até o dia 25 de maio: vendem de tênis a geladeiras com desconto de até 56%. Adriana David

Jonne Roriz/AE

Greve da RF atrapalha balança

A

Gilberto Amaral, do IBPT: mais dias de trabalho para suportar tributação

Newton Santos/Digna Imagem

Sefaz exige de lojistas a troca de lacre no ECF

F

Regis Trigo, do escritório Marcondes: decisão pode servir de argumento para contribuintes na mesma situação

Fisco permite compensar tributos antes do fim de processo Código Tributário Nacional condiciona compensação à decisão final da Justiça

E

m resposta à consulta de um contribuinte, a Superintendência Regional da Receita Federal da 7ª Região Fiscal, que compreende o Estado do Rio de Janeiro, liberou uma empresa para compensar créditos tributários que ainda estão sendo discutidos na Justiça com outros tributos. Na opinião de advogados, a decisão é importante porque o Código Tributário Nacional (CTN) somente permite a compensação tributária depois de finalizado o processo judicial, ou seja, quando não é mais possível entrar com recurso. Embora o entendimento tenha partido de uma única região fiscal, trata-se de um precedente importante para contribuintes de outros estados. "A decisão poderá servir de argumento para outras empresas na mesma situação obterem o benefício", afirmou o

advogado tributarista Régis Pallotta Trigo, do escritório Marcondes Advogados. O tributarista explicou que os fiscais do Rio de Janeiro têm, agora, de seguir o entendimento dessa superintendência e, apesar de a consulta ser de uma única empresa, não poderão autuar outros contribuintes na mesma situação. De acordo com a consulta, a compensação de crédito havia sido reconhecida por decisão judicial vigente. "O inusitado é o fato de a Receita Federal admitir a compensação tributária, mesmo que ainda seja possível entrar com recurso contra a ação que reconheceu o direito ao crédito", disse Trigo. São Paulo – A Superintendência da Receita Federal da 8ª Região (São Paulo) informou que o contribuinte paulista que esteja em igual situação deverá fazer uma consulta

própria, mas adiantou que o posicionamento do órgão será semelhante ao da 7ª Região. Na opinião do advogado tributarista Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados Associados, a decisão judicial que permitiu a compensação tributária pode ser um precedente, já que o artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN) veda esse procedimento antes que se esgotem as possibilidade de recursos judiciais em um processo. O advogado, entretanto, fez uma ressalva. Ele chamou a atenção para o fato de que a resposta à consulta no Rio de Janeiro deixa claro que a Receita Federal pode ajuizar medida cautelar fiscal para reverter a compensação tributária caso, no fim do processo, o Poder Judiciário rejeite a reivindicação do contribuinte. Laura Ignacio

oi publicada, no último sábado, no Diário Oficial, a Portaria n° 36/05, da Coordenadoria da Administração Tributária (CAT) paulista, que obriga quase 150 mil contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a trocarem o lacre do Emissor de Cupom Fiscal (ECF), de uso obrigatório para quem fatura acima de R$ 120 mil por ano. Os usuários têm até o dia 31 de março para cumprir a exigência. Depois desse prazo, a Diretoria de Administração Tributária (Deat) da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) partirá para a fiscalização. O ECF não relacrado será considerado não autorizado para fins fiscais. Assim, segundo o diretor-adjunto da Deat, Antônio Carlos de Moura Campos, se for verificada fraude no lacre, o estabelecimento será autuado e terá de pagar 500 Ufesps (hoje cada Ufesp vale R$ 13,93), além do imposto que ele deixou de recolher, acrescido de multa de 150% do valor devido. A responsabilidade pela relacração foi atribuída aos fabricantes por meio da Portaria n° 35/06 da CAT – também publicada no sábado. "Elegemos os fabricantes como responsáveis porque o Fisco nunca conseguiu provar que eles tenham participado de adulteração de aparelhos", disse Campos. A

adulteração permite que haja supressão ou redução do valor de venda do produto, diminuindo conseqüentemente o valor do imposto a pagar. Os fabricantes deverão enviar à Sefaz informações sobre a relacração e o programa aplicativo de cada ECF (os modelos dos documentos estão anexados à portaria). O programa aplicativo faz com que os dados sobre as operações do contribuinte cheguem à Sefaz. Se preferir, o fabricante poderá delegar esse trabalho a algum interventor técnico, mas, neste caso, ele precisa assinar um termo de responsabilidade pessoal por qualquer irregularidade com relação à relacração que possa ser posteriormente constatada pelo Fisco. Créditos – De acordo com a portaria, o custo pela troca do lacre poderá ser abatido do pagamento do tributo desde que o contribuinte tenha solicitado autorização para o uso de ECF até 15 de dezembro de 2005. Um aparelho equivalerá a um crédito de R$ 80; de duas a sete impressoras fiscais, R$ 75 cada; de oito a 13, R$ 70 cada; de 14 a 19, R$ 65 cada; e mais de 20 emissores, R$ 60 cada. "O fabricante que procurar um contribuinte não poderá cobrar mais de R$ 80 pela relacração de um ECF. Se cobrar, o contribuinte deverá denunciá-lo em um posto fiscal", disse Campos. (LI)

Mais de 15 minutos na fila

A

Federação Brasileira de Bancos (Febraban) obteve uma liminar na 2ª Vara da Fazenda Pública, em São Paulo, contra os efeitos da Lei nº 13.948/05, do Município de São Paulo, que fixa em 15 minutos o tempo máximo que os clientes devem aguardar na fila para serem atendidos nas agências bancárias em dias normais. De acordo com a Febraban, o juiz Marcelo Sergio entendeu se tratar de uma exigência de difícil, ou até impossível, cumprimento uma vez que não haveria como estabelecer, para todos os dias, independentemente de eventuais anormalidades, o tempo má-

ximo que o consumidor deveria ser atendido. Pela lei, o prazo máximo de espera é de 15 minutos em dias normais, 25 minutos em véspera e após os feriados prolongados e 30 minutos em dias de pagamento de funcionários públicos. Em sua decisão, o juiz ressaltou que a legislação municipal fere o princípio da isonomia, já que afeta apenas um determinado segmento comercial, excluindo, por exemplo, supermercados, aeroportos, casas de espetáculos e os próprios estabelecimentos públicos municipais, como postos de saúde e hospitais, além de serviços públicos, como os de transporte. (Agências)

greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que já dura 21 dias, está prejudicando o resultado da balança comercial em maio. O crescimento das exportações e importações registrado no mês está muito abaixo da média do ano. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a média diária até a terceira semana de maio, de US$ 475,6 milhões, é apenas 1,7% superior ao resultado de maio de 2005. Os embarques de produtos básicos cresceram 2,9% e os de manufaturados, 1,2%, enquanto os de semimanufaturados caíram 2,1% no período. Entre os básicos, aumentaram as vendas externas de milho em grão, petróleo em bruto, soja em grão, fumo em folhas e carne bovina. Entre os manufaturados, subiram as exportações de óxidos e hidróxidos de alumínio, suco de laranja, hidrocarbonetos e seus derivados, polímeros de etileno, motores e geradores elétricos, máquinas e aparelhos para terraplanagem, óleos combustíveis e motores para veículos. A queda nas vendas de semimanufaturados foi puxada pela retração nas vendas de óleo de soja em bruto, semimanufaturados de ferro-aço, ferro fundido, borracha sintética, açúcar em bruto e ferro-liga. Em relação a abril, as exportações apresentaram retração de 12,7%, com queda, na média diária, de US$ 544,7 milhões em abril para US$ 475,6 milhões em maio. Do lado das importações, a média diária até a terceira semana de maio de 2006, de US$ 305,3 milhões, ficou 0,7% acima da média de maio de 2005. Aumentaram os gastos, principalmente, com instrumentos de ótica e precisão, siderúrgicos, equipamentos elétricos e eletrônicos, farmacêuticos, cobre e suas obras, veículos automóveis e partes e químicos orgânicos e inorgânicos. Em relação a abril de 2006, houve queda nas importações de 18,1%. O superávit comercial na última semana foi de US$ 433 milhões, o menor do mês, resultado de exportações de US$ 2,247 bilhões e importações de US$ 1,814 bilhão. Em maio, as exportações acumulam US$ 6,658 bilhões, e as importações, US$ 4,274 bilhões, saldo de US$ 2,384 bilhões. No ano, as vendas totalizam US$ 45,849 bilhões, e as compras, US$ 31,027 bilhões, com saldo positivo de US$ 14,822 bilhões. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

7

1,04

22/5/2006

por cento é a rentabilidade média dos fundos de renda fixa no mês de abril, de acordo com a Associação Nacional de Bancos de Investimentos (Anbid).

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 17/05/2006 18/05/2006 17/05/2006 18/05/2006 18/05/2006

P.L. do Fundo 5.201.479,66 1.266.570,35 5.336.019,06 2.517.950,77 925.882,73

Valor da Cota Subordinada 1.068,294026 1.017,830551 1.055,178515 1.025,429658 991,598247

% rent.-mês 1,6865 1,3218 1,9615 1,1249 2,1453

% ano 9,3476 1,7831 5,5179 2,5430 -0,8402

Valor da Cota Sênior 0 1.032,551282 1.039,884240 0 0

% rent. - mês 0,7618 0,7660 -

% ano 3,2551 3,9884 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


8

Tr i b u t o s Nacional Agronegócio Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 23 de maio de 2006

Os produtores estarão irregulares se usarem sementes não certificadas. Adilson Penariol, gerente da Coplana

CUSTO PODE SER PASSADO AO CONSUMIDOR

Ewerton Eleuterio/Divulgação

AMENDOIM: FALTA DE SEMENTE PREJUDICA SETOR Associação pediu a liberação do uso de semente S2 há dois meses. Decisão do Ministério da Agricultura precisa ser anunciada até junho para dar tempo de preparar os grãos para o plantio da próxima safra, que começa em outubro.

S

em volume suficiente de semente certificada para plantio de amendoim, produtores do grão aguardam decisão do governo para a liberação do uso de semente não certificada de segunda geração (S2), já usada em safras anteriores. Desde o ano passado, os agricultores de amendoim só podem usar a semente por quatro safras. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) pediu a liberação do uso da S2 há dois meses ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mas até agora não obteve resposta do órgão. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), responsável pela preparação das sementes, não tem material suficiente para atender todos os produtores. Segundo o gerente da divisão de produção da Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona Guariba (Coplana), Adilson Penariol, há apenas 20% do volume de semente necessário para se atingir a mesma produção do ano passado: 301 mil toneladas. Vulneráveis – A legislação brasileira (Lei de Sementes nº 10.711/2003) veda o uso de sementes não certificadas. Os

produtores até poderão usar o grão no lugar da semente, mas não vão obter documentação regular, não vão conseguir fazer financiamento e nem seguro. "Estarão vulneráveis", afirma o gerente da Coplana. O plantio da próxima safra tem início em outubro, mas a decisão do Ministério da Agricultura precisa ser anunciada até junho, pois é necessário que haja um tempo para o preparo da semente a ser comercializada. "Os produtores estarão irregulares caso usem as sementes não certificadas", diz Penariol. Sua cooperativa produziu 38 mil toneladas de amendoim no ano passado. Benefício – Segundo o vicepresidente da área de amendoim da Abicab, Carlos Barion, se o produtor usar o grão normal, a indústria não terá o benefício fiscal de isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O custo operacional da semente corresponde a 8% do preço do produto final. "E esse custo poderá ser repassado para o consumidor", diz Barion, que é diretor da Dori Alimentos, uma das maiores indústrias de amendoim do País. Outra reivindicação do setor é a isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguri-

dade Social (Cofins), dos Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) para o amendoim destinado à produção de biodiesel, em equiparação à mamona e dendê empregados para o mesmo fim. "O custo para transformar o amendoim em óleo não compensa, pois a carga tributária é muito pesada", afirma o vicepresidente. Em média, o percentual de impostos sobre o preço do produto vendido ao consumidor é de 36% no Brasil, segundo Carlos Barion. Com a isenção tributária, a produção de biodiesel a partir do amendoim poderia se tornar viável e o setor teria mais uma opção de mercado. Hoje, o óleo bruto feito com amendoim de baixa qualidade para o consumo é destinado ao exterior, um mercado restrito. O setor critica também a valorização do real. Se o Brasil não exporta e o mercado interno tem preço alto, será compensador para a indústria brasileira importar amendoim da Argentina. "Com incentivos ao biodiesel a partir do amendoim, há a possibilidade de ampliação da safra sem medo de ficar com um mico na mão", afirma o gerente da Coplana.

Monalisa Lins/AE

Divulgação

Divulgação

No alto, plantação de amendoim e linha de produção de doces e produtos derivados da semente. Segundo o setor, as importações de amendoim estão crescendo. Acima, amendoim Tatu, variedade desenvolvida pelo IAC.

Adriana David

Melhora a armazenagem

A

facilidade nos procedimentos de enquadramento para linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos caminhos para melhorar as condições de armazenagem de amendoim e para se desenvolver mais o setor. Com armazenagem adequada, o risco de o produto ser contaminado com aflatoxina, substância tóxica e cancerígena, é afastado e as perdas são reduzidas. Segundo especialistas no assunto, para obter mais controle de temperatura e umidade nos armazéns em todo o País, é necessário um investimento de cerca de R$ 150 milhões por parte de cerealistas e cooperativas. Há três anos, a Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona Guariba (Coplana), responsável por 38 mil toneladas de amendoim em 2005, investiu R$ 35 milhões para instalar secadores e outros equipamentos e dar treinamento aos funcionários que trabalham em um armazém com capacidade para armazenar 50 mil tonela-

35 milhões de reais foram investidos pela Coplana na instalação de equipamentos para melhorar as condições de armazenamento das/ano. Segundo o gerente da Divisão de Grãos da Coplana Dejair Minotti, os secadores são importantes para o amendoim não reter umidade, o que propicia o surgimento da aflatoxina. Atualmente, 5% da produção de amendoim não se enquadra nos padrões de qualidade e é usada na fabricação de óleo bruto destinado ao mercado externo. "No entanto, o negócio não é tão interessante quanto a produção de biodiesel, que tem mais valor agregado", diz Carlos Borin, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de

Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab). Pró-Amendoim – Há cinco anos, 40% da produção estava fora das condições de consumo. Mas, graças ao programa Pró-Amendoim, que tem como objetivo monitorar a qualidade dos produtos feitos à base do amendoim, o setor conseguiu reverter esse quadro. Outro programa para desenvolver a atividade foi implementado em parceria com o governo neste ano. Trata-se da Produção Integrada de Amendoim (PIA), que destinará R$ 500 mil até 2009 para organizar ainda mais o setor no Estado de São Paulo, que detém 75% da produção, e no Ceará e na Paraíba, onde a produção é de subsistência. O objetivo é melhorar a cadeia para garantir a sustentabilidade econômica, social e ambiental. "Queremos preparar o agricultor para ter melhor produtividade com sustentabilidade", diz Adilson Penariol, gerente da Coplana. "Não adianta registrar um empregado se está prejudicando o ambiente onde ele vive." (AD)

Governo anuncia pacote até quinta

O

ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que o pacote para a agricultura deve ser concluído até hoje. Segundo ele, o conjunto de medidas – que deverá ser anunciado pelo governo na quinta-feira – aliado às mudanças no câmbio que estão sendo planejadas pela equipe econômica, poderá "acabar com a pior crise no campo nos últimos 40 anos". Rodrigues admitiu, porém, que nem todas as perdas do setor agrícola nos últimos dois anos serão recuperadas.

"O pacote para a agricultura ainda não está fechado", disse Rodrigues antes de proferir uma palestra organizada pela Câmara Brasileira de Comércio na Grã-Bretanha. Ele explicou que o pacote terá "três vertentes". A primeira incluiu um plano de safra para o próximo ano "com mais dinheiro e juros menores do que no passado". Além disso, serão tratados "temas estruturais da agricultura, com ênfase no seguro rural e cujo ponto central é a criação do Fundo Catástrofe, mas tam-

bém algumas questões tributárias". O pacote também "dará uma olhada geral" no endividamento da agricultura. Rodrigues reafirmou que não vai permanecer no cargo no próximo governo e considera sua missão cumprida. Disse ainda que "o céu caiu sobre" sua cabeça nos últimos dois anos, referindo-se à seca, problemas de infra-estrutura, a febre aftosa, a gripe aviária, valorização do real e outros fatores que assolaram a agricultura brasileira. (AE)

Crise prejudica Agrishow Divulgação

A

queda nos preços das commoditi es do setor agrícola registrada nos últimos dois anos no mundo e a valorização excessiva da moeda brasileira frente ao dólar, que comprometem o rendimento dos produtores brasileiros, atingiram em cheio a edição deste ano da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O evento, o 13º realizado no estado, iniciado no dia 15 deste mês e encerrado no último sábado, fechou com R$ 500 milhões em negócios, 34% menos que a expectativa inicial de movimentar R$ 760 milhões. "Esperávamos uma queda, mas não tão forte", disse o diretor do evento, Carlos Alberto Pereira da Silva. Na edição deste ano da feira em São Paulo, segundo o diretor, a retração dos negócios foi visível particularmente entre os produtores de grãos, principalmente de soja. "São setores do agronegócio que estão muito sensíveis às variações dessas c o m mo d i t ie s e à política cambial brasileira. Com a queda no rendimento, o produtor reduz o investimento e conseqüentemente a produção." O comportamento dos produtores no Agrishow explicita a crise que se arrasta e está levando agora ao protesto os agricultores e empresários do agronegócio. "Há, entretanto, uma grande expectativa para

Organização esperava 150 mil visitantes. Apareceram 115 mil.

com as medidas que devem ser anunciadas pelo governo federal para recuperar o setor", disse Silva (leia mais nesta página). Culpa – Um dos principais produtores de soja do mundo, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, visitou a feira e disse que está confiante nas medidas que o governo federal deve anunciar. De acordo com ele, a culpa pelos protestos do agronegócio, hoje, está exatamente na política cambial atual e não tanto na variação dos preços das commodities no planeta. O movimento na Agrishow de Ribeirão Preto só não foi pior porque alguns setores, como o da cana, café e laranja, por exemplo, estão em alta. Foi o caso da empresa Santal Equipamentos, de Ribeirão Preto, que encerrou sua participação na feira com faturamento de R$ 3

milhões, e R$ 12 milhões em consultas para aquisição de colhedeiras para a cana de açúcar. De acordo com o presidente da empresa, Arnaldo Ribeiro Pinto, o movimento foi 50% maior que no ano passado e considerado satisfatório. Neste ano o evento de Ribeirão Preto recebeu pelo menos 3 mil visitantes estrangeiros. Participaram da exposição cerca de 600 empresas, 10% delas de outros países, como China, Estados Unidos, Itália, Alemanha e Argentina. Ao todo houve 1,2 mil demonstrações dinâmicas que ajudaram a apresentar cerca de 2,5 mil marcas diferentes dispostas em uma área total de 240 hectares. Passaram pelos portões 115 mil visitantes. A organização esperava receber pelo menos 150 mil visitantes. Mário Tonocchi


Ano 81 - Nº 22.132

São Paulo, terça-feira 23 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

MAIS UM ENCONTRO POLÊMICO DE BASTOS

Paulo Pampolin/Hype

Dida Sampaio/Agência Estado

O ministro da Justiça (foto), precavido, levou três testemunhas para seu encontro com Daniel Dantas. E recebeu uma carta em que ele nega espionagem de conta de Lula no exterior. Pág. 3

Um caderno para alugar O mercado de aluguel é cada vez maior. Nele cabem um escritório, fantasia de anjinho (foto), cão de guarda, elefante... E até TV de plasma para ver melhor os gols do Brasil.

Livres do Leão, reféns de tributos e serviços

Alex Wong/Getty Images/AFP

Classe média só poupará a partir de setembro. IBPT mostra que famílias que ganham até R$ 10 mil gastam 73,5% da renda com tributos e serviços. Economia/6

INTERNET VERSÃO 2.0

Antonio Scorza/AFP

Caetano Barreira/Reuters

DJ Moby (foto) representa artistas e músicos que defendem rede mais interativa e compartilhada. A web 2.0. DC Informática

A seleção do Brasil na ex-pacata Weggis A cidade suíça acompanha amanhã os treinos do time brasileiro, com direito a Ronaldinho (foto). A barulhenta torcida é esperada com caldo de cana. Página 12

Nocauteado pela tensão mundial

Um ano de Câmara. E só 8 projetos importantes Entre esses 8, dos 315 aprovados, está o aumento de contribuição dos servidores da Prefeitura à Previdência. Leia balanço feito pelo Instituto Ágora. Páginas 6 e 7

O dólar elevou-se 3,67%, a R$ 2,28; o risco país, 4,53%, para 277 pontos, e a bolsa recuou sete meses, fechando em baixa de 3,28%. O nervosismo é global ante a incerteza dos juros americanos. Crescendo, eles atrairão mais os investidores que estão em países emergentes, arriscados, criando um vácuo que já ameaça suicídios na Ásia. O mercado brasileiro (foto) ainda reagiu (mal) à nomeação do novo secretário de Política Econômica. Eco/1 e Opinião

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 18º C. Mínima 13º C.

MP QUER A LISTA EM 72 HORAS O Ministério Público exige que as Polícias Civil e Militar apresentem a identidade dos suspeitos mortos entre 13 e 19 de maio, que chegam a 109. O IML deverá também liberar cópias de todos os laudos relativos às mortes violentos. Pág. 9.

DC

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 19º C. Mínima 14º C.

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6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Indicadores Econômicos

9

1,90

dólares foi a queda nos preços dos contratos de petróleo para entrega em julho, na cotação da Nymex ontem.

24/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 22/05/2006 22/05/2006 19/05/2006 22/05/2006 22/05/2006

P.L. do Fundo 5.226.035,40 1.268.910,08 5.500.808,00 2.522.406,43 951.099,21

Valor da Cota Subordinada 1.073,337351 1.020,076207 1.058,197913 1.027,244215 991,780283

% rent.-mês 2,1665 1,5453 2,2533 1,3039 2,1641

% ano 9,8638 2,0076 5,8198 2,7244 -0,8220

Valor da Cota Sênior 0 1.033,755024 1.041,205420 0 0

% rent. - mês 0,8793 0,8940 -

% ano 3,3755 4,1205 -

rating AA-(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

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COMÉRCIO


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Tr i b u t o s Nacional Empreendedor Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

EMPRESA COMEÇOU COM UM FEIRANTE. DE PEIXE

Família já admite expandir os negócios por intermédio de franquias.

Fotos: Marcos Fernandes/LUZ

PARA ELES, CHOCOLATE FAZ BEM AO BOLSO. Família italiana Marconi fundou a Chocolates Munik há 30 anos. Hoje, se preocupa em manter o jeito artesanal e atender à crescente demanda. Para se manterem atualizados, integrantes da família viajam duas vezes por ano à Europa atrás de novidades. Vendas para a Páscoa cresceram 8% neste ano.

A

família Marconi tem várias fábricas de chocolate, todas com nomes de cidades européias: Siena, Liverpool, Munique. A Munik, com "k" no final, ganhou o toque brasileiro. Mas a tradição é a mesma: "Na Europa faz muito frio e as pessoas adoram chocolate. Lá, a qualidade é prioridade. Nosso objetivo é oferecer produtos que agradem aos brasileiros", diz o sócio da empresa, Márcio Marconi. Uma curiosidade: "Muitas pessoas ligam para cá todos os dias perguntando pela dona Munik, achando que o nome do negócio é de uma mulher", afirma.

SEGREDO

C

omo toda empresa familiar, a Munik também enfrenta alguns conflitos no dia-a-dia. "Todos amam muito o negócio. Por isso, as idéias divergentes provocam debates", explica Márcio Marconi. Mas a forma de resolver os impasses começou em casa, com a educação tradicional. A palavra do mais velho, o sócio-fundador Guilhelmo Marconi, é a mais respeitada. "A educação da geração mais nova foi assim. A experiência dos mais antigos resolve tudo", diz o empreendedor.

com chocolate no Natal e ovos com trufas na Páscoa", detalha. A Páscoa é a melhor data para a Munik – representa 30% do faturamento do ano. Em relação a 2005, as vendas deste ano cresceram 8%. A expectativa é que no Dia dos Namorados o faturamento suba 6%, se compararmos o resultado com o mesmo período de 2005. "O ano está indo bem", afirma o empresário. Tão bem que a família já admite expandir os negócios por intermédio de franquias. O impedimento, até agora, era o ciúme do negócio. "Não sabemos como uma pessoa estranha vai cuidar da nossa marca." A expectativa é dobrar o faturamento com as 30 franquias que serão abertas até 2007. "Temos mais de 300 pessoas interessadas. Até o final de 2006 já teremos novas unidades", diz Marconi. Existem atualmente sete lojas próprias da Munik: nos shoppings Ibirapuera, Aricanduva, Center Norte, West Plaza, nos bairros de Vila Mariana, Jardim São Paulo e em Atibaia, interior de São Paulo. Novidades – A Chocolates Munik inovou em duas frentes: criou o centro culinário e a venda de produtos por catálogo. A primeira novidade tem o objetivo de "alcançar" as pessoas que fazem chocolate em casa. "Já que os concorrentes são inevitáveis, por que eles não podem ser parceiros?", pergunta Marconi. Segundo ele, 40% dos ovos de chocolate vendidos na Páscoa vêm do mercado informal. Criando o centro culinário, a Munik forma esses "concorrentes" e faz com que a matéria-prima utilizada por eles seja da empresa. "No curso oferecido no centro culinário, o aluno tem que comprar apenas a barra de chocolate utilizada em casa para a fabricação dos produtos, que sai por R$ 10. Depois de três dias de aulas, a pessoa é capaz de fazer os próprios produtos", diz Marconi. A segunda novidade é a venda dos chocolates por catálogo. "Começamos na Páscoa deste ano e já temos mais de 300 promotoras. Elas ficam com 25% do total vendido", afirma a diretora Silvana Marconi.

Márcio Marconi: a expectativa é dobrar o faturamento com as 30 franquias que serão abertas até 2007.

Silvana, Guilhermo, Gustavo e Márcio: os Marconi inovaram com a venda de chocolate por catálogo.

Neide Martingo

PEDRA

Família montou centro culinário para formar "concorrentes"

A

expansão da Chocolates Munik é a grande preocupação de Márcio Marconi. "O difícil é achar o momento certo. Mas é a hora em que as contas estão em ordem e o faturamento vai bem." A família decidiu aumentar a rede – atualmente com sete lojas próprias –, por intermédio de franquias. "Foi uma opção difícil. Toda a família sente ciúme do negócio. Sempre pensamos como um estranho cuidaria de uma empresa com o nome Munik, criado por nós", explica. O objetivo é abrir 30 franquias até 2007 e dobrar o faturamento atual.

EMPREENDEDORES

Fábrica no Jardim São Paulo

CABECEIRA

Receita para se tornar bom empreendedor

T

Os chocolates podem ser encontrados atualmente em sete endereços

Divulgação

LETREIRO

s médicos dizem que o chocolate faz bem à saúde; os esteticistas garantem que melhora a pele; os chocólatras juram que o produto os deixa mais felizes; e tem quem comprove as benesses no bolso e no espírito também. É o caso da família italiana Marconi, proprietária da Chocolates Munik, criada há 30 anos. "Nós transbordamos Munik", é a frase que caracteriza o sentimento dos descendentes dos fundadores pelo negócio. Tudo começou com um primo feirante, que de peixe passou a vender chocolate. A opção empolgou toda a família, inclusive os irmãos Romeu e Guilhelmo – fundadores da Munik. O negócio começou a dar certo e foi crescendo. Márcio Marconi, à frente da Munik atualmente, é filho de Romeu, que já morreu. "Comecei na fábrica com 15 anos, fazendo de tudo. Entregava mercadoria, limpava as prateleiras. Na época, não tinha vontade de trabalhar. Hoje, com 48, não vivo sem a rotina, que começa às 7 e meia da manhã", diz Marconi. Os gêmeos Gustavo e Gabriel, filhos de Márcio, também trabalham na Munik. Eles têm 20 anos, mas começaram com 16. Gustavo escolheu o curso na faculdade pensando no negócio da família: "Quero abrir uma agência de marketing, que vai atender a conta da Munik". Cuidados A preocupação dos Marconi é manter o jeito artesanal e atender à crescente demanda. Os produtos são deixados nas prateleiras por dois dias. Não existe estoque na fábrica. "Vamos repondo os chocolates aos poucos. Tudo está sempre fresquinho. É a tradição da Munik, de oferecer carinho e qualidade", explica Marconi. Ele afirma que os chocolates vão mudando de forma a cada data especial, e ganham alguns recheios diferentes. A família vai à Europa duas vezes por ano, para conhecer as novidades. "Fazemos bolas de chocolate com marshmellow na Copa do Mundo, corações recheados com frutas da Amazônia no Dia dos Namorados, panetones

odo ser humano pode ser um bom empreendedor, mas para isso tem que acreditar que é capaz de conquistar seu próprio espaço com um negócio. Com essa concepção, Victor Mirshawka abre o prefácio do livro Empreender é a solução (DVS Editora/ 2004; 300 páginas). Segundo o autor, poucas premissas

bastam para que o leitor vença o drama do desemprego e crie um negócio para si e sua família e, ainda, gere novos postos de trabalho para o País. O livro também contém depoimentos de notáveis empreendedores brasileiros e estrangeiros, nos quais o leitor pode, e deve, se inspirar. Fernanda Pressinott


Empreendedores Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

CRÉDITO RURAL CRESCEU 61% NAS ÚLTIMAS TRÊS SAFRAS

Nova safra O terá juros menores

dinheiro e menos juros, mas não falou em números", disse. Na atual safra, o governo tornou disponível R$ 44,35 bilhões aos agricultores. Desse total, R$ 19,5 bilhões foram oferecidos a juro do crédito rural (8,75% ao ano). Porém, o parlamentar não saiu otimista da reunião. "Não adianta ter um plano bom para morto", frisou. No encontro, os parlamentares pediram a suspensão por 180 dias de todas as execuções judiciais das dívi-

ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, garantiu a parlamentares da bancada ruralista que o plano de safra para 2006/07, que será anunciado hoje, "será melhor que o anterior". A informação é do deputado Odacir Zonta (PP-SC). Zonta e outros parlamentares estiveram reunidos na manhã de ontem, em Brasília, com Rodrigues. "O ministro disse que os produtores terão mais

Factoring

das dos agricultores, a prorrogação por cinco anos de todos os débitos de custeio das culturas atingidas por problemas climáticos ou por depreciação de preços. Os parlamentares também querem uma linha de crédito de R$ 3 bilhões para capital de giro das cooperativas. Segundo Zonta, o ministro pediu que os parlamentares ajudem na negociação com o Ministério da Fazenda. "Eu não tenho mais nada a fazer. Procurem o (ministro Guido) Mantega", teria dito Rodrigues ao final do encontro. Pacote – O anúncio do pacote agrícola e pecuário 2006/07 está confirmado para hoje e, com ele, o governo pretende colocar fim aos protestos dos produtores rurais que se espalharam por todo o País ao longo das últimas semanas. Segundo técnicos do Ministério da Agricultura, nas últimas três safras, o volume de recursos do crédito rural cresceu

O ministro garantiu mais dinheiro e menos juros, mas não falou em números. Odacir Zonta, deputado (PP-SC)

61%. O total para financiar a agricultura aumentou 79%. Para a atual safra, serão mantidos, em todas as linhas de financiamento, os mesmos encargos da safra 2005/06. O juro do crédito rural é de 8,75% ao ano, mas os produtores não conseguem financiar 100% da produção com essa taxa. Por isso, Rodrigues tem se empenhado em baratear o custo dos empréstimos. Além do plano de safra, o governo deve anunciar medidas estruturais para reduzir os custos dos agricultores. Várias dessas medidas, segundo o governo, referem-se à redução de tributos cobrados sobre insumos utilizados na produção. Na semana passada, ao receber produtores rurais e governadores no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também acenou com a possibilidade de uma nova renegociação de dívidas do setor. (Agências)

DC

4

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

ATAS

EDITORA PERSPECTIVA S/A

CNPJ/MF nº 61.545.984/0001-80 - NIRE nº 35.300.067.266 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 27 de abril de 2006 Data, Hora e Local: 27/04/2006, às 10:00 horas, na sede social à Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 3025, nesta Capital-SP. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social. Mesa: Presidente - Jacó Guinsburg e Secretária - Fany Kon. Convocação e Avisos: dispensada a publicação nos termos do art. 294 da Lei nº 6.404/76, sendo entregues cartas de convocação pessoais, conforme anexo à presente ata. Deliberações: 01) Aprovados, com as devidas abstenções legais, o Relatório da Diretoria, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras do exercício findo em 31/12/2005, que, ainda em conformidade com o art. 294 da Lei nº 6.404/76, será arquivado em separado no registro do comércio. 02) O Sr. Presidente esclareceu que no exercício aprovado, a sociedade apresentou um lucro de R$ 102.775,55 (cento e dois mil, setecentos e setenta e cinco reais e cinquenta e cinco centavos), destinando R$ 5.138,78 (cinco mil, cento e trinta e oito reais e setenta e oito centavos), em conformidade com a Lei, para a conta de Reserva de Capital, sendo que o saldo de R$ 97.656,57 (noventa e sete mil, seiscentos e cinquenta e seis reais e cinquenta e sete centavos) permanecerá na conta de Lucros Acumulados para futuro aumento do capital social. 03) O Sr. Presidente observou que o Capital Social foi elevado para R$ 327.468,00 (trezentos e vinte e sete mil, quatrocentos e sessenta e oito reais) em AGO realizada em 30/04/96, registrada na JUCESP sob nº 79.141/96-1 em 28/05/96. Informou também que a Diretoria, com mandato até a AGO a realizar-se até 30/04/2008, é composta pelos Srs. Diretor Presidente - Jacó Guinsburg, CPF nº 004.174.918-91; Diretor Superintendente - Gita Kukavka Guinsburg, CPF nº 004.175.13887, conforme AGO realizada em 29/04/2005, registrada na Jucesp sob nº 157.993/05-0 em 02/ 06/2005. Encerramento: Nada mais havendo a tratar foi lavrada a presente Ata, em forma sumária que lida e achada conforme foi por todos assinada. São Paulo, 27 de abril de 2006. Assinatura: Jacó Guinsburg - Presidente da Mesa, Fany Kon - Secretária. Acionistas: Jacó Guinsburg, Fany Kon, Celso Lafer pp. Rubens M. Peinado, Mário Luiz Frochtengarten, José Mindlin e Charles Kirov Naspitz pp. Mario Luiz Frochtengarten. Diretoria: Jacó Guinsburg e Gita Kukavka Guinsburg. A presente é cópia fiel do original lavrado em livro próprio. Jacó Guinsburg. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 133.111/06-4 em 18/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP

ESCLARECIMENTO DE EDITAL E PRORROGAÇÃO DE DATAS MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 010/06 Objeto: contratação de agência de propaganda para execução de serviços publicitários. A Comissão Especial de Licitação informa que foi prestado esclarecimento e retificado o edital, com a conseqüente prorrogação de datas, ficando designado o dia 11/07/2006 às 16:00 horas para encerramento e dia 12/07/2006 às 08:30 horas para abertura. O edital corrigido será encaminhado a todas as empresas que já retiraram o edital, juntamente com os esclarecimentos que, desde já, ficam fazendo parte integrante do instrumento convocatório, publicado no site www.riopreto.sp.gov.br e válido para todos os efeitos, o documento original encartado aos autos. Alaor Ignácio dos Santos Júnior - Presidente.

DECLARAÇÃO Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AVISO DE PRORROGAÇÃO DA DATA DE ABERTURA Pregão Presencial n° 5/296/2006 – Objeto: Aquisição de materiais para pintura

Declaramos que foi constituída em 28/04/2006 a Associação dos Amigos da Vila Isa e do Conj. Residencial Sabará - AAVISA através do registro do Estatuto Social e da Ata de constiuição nº 5º RCPJ sob o nº 033017 inscrita no CNPJ sob o nº 08.000.007/0001-15.

AVISO DE LICITAÇÃO

predial (tintas, verniz, etc) – reposição ao estoque. O Presidente da FUNDHAS informa que a abertura da presente licitação, que ocorreria no dia 26/05/06, às 9h, foi prorrogada por prazo indeterminado, em virtude de alterações no objeto do Edital. São José dos Campos, 24 de Maio de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP SECRETARIA MUNICIPAL ADMINISTRAÇÃO - DEPARTAMENTO DE COMPRAS ABERTURA DE LICITAÇÃO Site: www.riopreto.sp.gov.br MODALIDADE: PREGÃO PRESENCIAL Nº 060/2006 - OBJETO: Registro de Preços p/aquisição de carne bovina e salsicha, destinados à confecção da alimentação escolar da rede municipal, estadual e entidades filantrópicas do município. Data de processamento do pregão: 07/06/2006 às 09:00 h.

DECLARAÇÃO J.G.GIRASSOL REPRESENTAÇÕES E PARTICIPAÇÕES S/S LTDA, CNPJ. 67.145.839/0001- 99, declara o extravio dos livros diário nºs 1, 2 e 3, referentes aos exercícios de 1992 e 1993.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO

13 de Maio congela a pauta

As propostas para a segurança devem ocupar espaço na campanha presidencial e ao governo de São Paulo. Entre outras medidas, o pacote inclui o aumento do limite da pena máxima de privação de liberdade dos atuais 30 para 40 anos, a extensão do prazo de isolamento do preso em regime de segurança máxima para 720 dias, o bloqueio dos celulares dentro dos presídios pelas empresas de telefonia, a criação do serviço de inteligência penitenciária e o esquema de videoconferência para o interrogatório de réus à distância. Para entrar em vigor, as medidas ainda precisam ser votadas pela Câmara. No entanto, as propostas aprovadas estão longe de solucionar o problema, que deve ocupar espaço na campanha dos candidatos à Presidência da e ao governo de São Paulo. A MP 281, que desonera os investimentos estrangeiros em títulos públicos, foi um dos projetos cuja votação foi adiada para esta semana no Senado.

MUDANÇA AMERICANA

Sorman está por fora OLAVO DE CARVALHO

R

TRECHOS DO COMENTÁRIO DE FERNANDA MACHIAVELI NO BOLETIM TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR

oberto Fendt (Samba do crioulo doido, no DC de ontem) está montado na razão quando reclama da palestra de Guy Sorman no seminário Democracia, Liberdade e o Império das Leis. Sorman, que era um sujeito lúcido até umas semanas atrás, de repente apareceu proclamando, com a cara mais bisonha do mundo, que Lula é o remédio anti-Chávez e que só não concordam com isso os "liberais de direita". Mas os senhores não reparem: o cidadão é sociólogo e é francês. Dificilmente um cérebro humano escapa por muito tempo à debilitação resultante desse destino duplamente cruel, por mais nutrido que esteja de von Mises e Hayek. Lula, fundador do Foro de São Paulo, só não pode ser dito o pai de Chávez porque essa honra cabe a Fidel Castro. Lula tem sua glória própria: é a mãe. E ele mesmo, no discurso com que celebrou os quinze anos de fundação dessa entidade criminosa, admitiu o desvelo maternal com que ajudou a colocar e manter o filhinho no poder por vias secretas e fraudulentas. Depois de tão longo trabalho de parto, ele não vai querer agora pôr tudo a perder mediante um aborto retroativo. O erro de Sorman é o mesmo dos iluminados "especialistas" do Departamento de Estado: vêem Lula só pela orientação econômica do seu governo, fazendo abstração dos compromissos que ele tem com a revolução continental e com a subversão local, inclusive armada e sangrenta. Visto só pelo lado econômico, Vladimir I. Lênin pareceria um antepassado ideológico de Margaret Thatcher, porque deu chance à livre iniciativa e abriu o mercado russo aos investidores estrangeiros. Tanto ele quanto Lula, porém, guardadas as devidas diferenças e proporções, encobriram com o manto da economia bem

comportada uma política voltada à centralização do poder, à internacionalização do movimento revolucionário, à eliminação das oposições e à subjugação da sociedade por meio do caos e do terror. Por uma ironia bem significativa, a voz de Sorman ecoou no auditório do Hotel Caesar Business ao mesmo tempo que, nas ruas de São Paulo, se ouviam os tiros do PCC. Nada, absolutamente nada pode camuflar a evidência de que a rebelião dos bandidos, empreendida em associação com o MST e chefiada por um protegido do sr. Márcio Thomas Bastos, foi obra direta ou indireta do governo federal. Milhões de Sormans gritando bobagens pró-Lula não poderiam suprimir essa obviedade.

Q

uanto à divisão do liberalismo em esquerdista e direitista, nada preciso dizer. Fendt já a depositou na privada e puxou a descarga. Só devo fazer um pequeno reparo às classificações com que ele a substitui. Não é verdade que os conservadores se diferenciem dos liberais por preferirem a ordem à liberdade. Mil páginas da recém publicada American Conservatism: An Enclyclopedia (ISI Books, 2006) provam que não é nada disso, pelo menos no contexto anglo-saxônico. O conservatism é acima de tudo o amor às liberdades individuais, ao ponto de em suas expressões mais extremadas ter gerado a facção dos libertarians, quase anarquistas na sua recusa de toda interferência estatal na economia ou na vida moral. O amor unilateral à "ordem" caracteriza, isto sim, a direita francesa, que por sinal não se autodenominou "conservadora" quase nunca, pelo simples fato de ser tecnocrática e positivista. Tirando esse detalhe, subscrevo cada palavra do artigo de Roberto Fendt.

P or ironia, a voz de Sorman ecoou ao mesmo tempo que os tiros do PCC.

Empresa e comunidade: sem paternalismo

A taques do PCC ajudam a trancar o Congresso

MÁRIO ERNESTO HUMBERG E PAULO ROBERTO DAMIÃO Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

modesta mudança americana na sua política econômico-financeira não poderia deixar de repercutir na brasileira. Ainda bem que não caímos na pneumonia, mas o risco-Brasil sofreu abalos. Dou relativa importância ao riscoBrasil; ele ficou mais alto, mas continuo a crer que o Brasil é ainda um dos melhores campos de investimentos que os estrangeiros, donos do capital, têm para investir. Potência emergente, o Brasil gravita aceleradamente para a condição de potência completa, com opções para os diversos investimentos na área econômica e financeira. De resto, é relativa a classificação do Brasil por pontos positivos e negativos na área econômica.

A

Céllus

O

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Com o provável fim da obstrução feita pela oposição, a matéria deve ser aprovada sem alterações significativas. Apenas a MP 280, que reajusta em 8% a tabela do imposto de renda, acabou sendo votada na Casa e, como foi alterada, retorna agora para a Câmara. No entanto, a medida deve ser vetada parcialmente pelo presidente Lula, caso os deputados não revoguem o dispositivo que concede prazo de 120 dias às empresas em débito com o Fisco para aderirem ao Refis. Na Câmara, a única matéria aprovada na última semana foi a polêmica MP 285, editada em substituição ao projeto de lei da bancada ruralista que havia sido vetado pelo governo há alguns meses. Na votação, os ruralistas restabeleceram o projeto original por meio de emendas à MP, aprovando-a a contra-gosto da bancada governista. A matéria que havia sido vetada estabelecia condições muito vantajosas para a renegociação da dívida de produtores rurais nordestinos. A medida do governo restringiu consideravelmente a extensão do benefício. A bancada governista precisará agora se esforçar para derrubar a emenda no Senado. O restabelecimento do projeto ruralista na Câmara foi uma importante derrota para o governo, que além da segurança, precisará encarar o tema da agricultura nas próximas eleições.

Jonne Roriz/AE

combate entre policiais e crime organizado em São Paulo foi transformado em questão eleitoral pelo Congresso na última semana. A segurança pública se tornou tema central do debate partidário, deteriorando o diálogo entre governo e oposição, e inviabilizando as votações em plenário. Em resposta às acusações feitas por membros do governo federal, PSDB e PFL decidiram obstruir a pauta, adiando algumas votações importantes para esta semana. A questão da segurança também entrou na agenda do Senado, que aprovou um pacote de projetos que tramitavam na casa há anos.

I

mplantar, expandir ou alterar uma empresa geram impactos. Para a comunidade, são oportunidades de trabalho, mudanças na logística, na receita municipal e no ambiente, entre outros aspectos. Assim, qualquer movimento empresarial deve ser objeto de um processo de comunicação transparente, claro e ético. Ao se instalar, a empresa passa a ser parte da comunidade e deve assumir sua cidadania empresarial, participando do desenvolvimento e discutindo os problemas, as soluções e o futuro da região. Esse é o objetivo dos PARCs – Planos Ativos de Relações com a Comunidade, que deve abranger desde a definição de objetivos e responsabilidades até os meios para se integrar à comunidade e superar barreiras e dificuldades naturais no relacionamento com grupos de interesses diversificados e mesmo conflitantes. A preparação de um PARC começa pela identificação das expectativas. Esse levantamento pode ser feito de modo formal, com uma auditoria de opinião, ou de modo informal nos casos menos complexos, ouvindo um número restrito de pessoas, particularmente lideranças regionais. Identificadas as expectativas, é possível ela-

borar um pré-plano de relacionamento e apresentar os objetivos empresariais e o que podem significar - impactos positivos, possíveis problemas e o que está sendo feito para controlar eventuais conseqüências.

O

PARC deve indicar as ações previstas no relacionamento com a sociedade e os projetos de responsabilidade social, nas áreas de educação, cultura, preservação ambiental e outras. Assim, desenvolve-se uma relação ética e aberta, que permite explicar o que vai ser feito e o que não dá para fazer. Num país como o Brasil, em que os governos usam mal os recursos que arrecadam (mais de 37% da renda nacional), a tendência da comunidade é esperar que as empresas supram as deficiências da ação pública. Cidadania empresarial e boas relações com a comunidade não são sinônimo de paternalismo ou doação – embora o PARC deva prever este aspecto –, mas de comportamento ético, relacionamento correto e participação ativa na comunidade. MÁRIO ERNESTO HUMBERG E PAULO ROBERTO DAMIÃO SÃO PRESIDENTE E DIRETOR DA CL-A COMUNICAÇÕES

C idadania empresarial e boas relações com a comunidade são sinônimos

Se as autoridades da Fazenda e do BC se mantiverem prudentes, o risco-Brasil nem se mostrará na sua inteira face stamos numa fase criadora, com desenvolvimento das exportações de maneira significativa. Internamente, grupos industriais se mostram preparados para enfrentar todas as solicitações categorizadas do desenvolvimento, e como tal respondem positivamente às mais cerradas classificações. O risco-Brasil é, portanto, relativo e deve ser levado a sério apenas como uma advertência para melhores informações sobre a canalização de investimentos. Se as autoridades do Ministério da Fazenda e do Banco Central se mantiverem prudentes e bem aconselhadas, o riscoBrasil nem se mostrará na sua inteira face, pois ele continua sendo atraente para investimentos em qualquer dimensão. É por este motivo que dou relativa importância ao risco-Brasil, porquanto uma nação com os atributos do Brasil está muito longe do abismo que quase destruiu a economia americana, fortemente abalada na Grande Depressão. As mudanças americanas ficam aqui conservadas como um lembrete, mas não como um movimento decisivo, portador de golpes que poderão ser fatais para uma economia menos pujante que a nossa.

E

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


quinta-feira, 25 de maio de 2006

Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ELEIÇÕES DEVEM AUMENTAR VENDAS DO SETOR

Para 2006, Abras prevê crescimento real de 2% nas vendas dos supermercados.

DE ACORDO COM A ABRAS, SETOR CONSEGUIU REDUZIR PERDAS ACUMULADAS NOS ÚLTIMOS 12 MESES

SUPERMERCADOS VENDEM 5,04% MAIS Patrícia Cruz/LUZ

A

s redes de supermercados registraram aumento real de 5,04% nas vendas em abril na comparação com o mês de março. Em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 4,48%. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O índice positivo contribuiu para a redução nas perdas acumuladas durante os últimos 12 meses – comparação 2006/2005. Na última pesquisa da Abras, as perdas eram de 4,83%, levando em conta os números de março deste ano e do ano passado. Com a alta registrada em abril, o saldo negativo passa para 2,53%. O presidente da Abras, João Carlos de Oliveira, atribuiu a alta nas vendas a vários fatores: incremento na renda das classes de menor poder aquisitivo, campanhas mais "agres-

sivas" de promoções e ofertas pelas redes e ampliação do leque de produtos oferecidos nas lojas. "O aumento do salário mínimo representou um impacto positivo, principalmente nas regiões mais periféricas e cidades de menor porte", explicou Oliveira. O presidente da Abras olha 2006 como um ano positivo para o setor, mais pela aproximação do período pré-eleitoral do que pela Copa do Mundo. Ele explica que as vendas ligadas à Copa do Mundo são direcionadas ao setor de eletroeletrônicos, grande parte delas parceladas, no melhor cenário, em cinco a oito vezes, o que leva a um comprometimento da renda durante esse período. "Com isso, os demais gastos sofrem uma redução", avaliou. No caso do período eleitoral, a melhora é atrelada ao processo político brasileiro. Oliveira lembra que todos os governos,

independente do partido, adotam medidas simpáticas à população, principalmente às classes de menor renda familiar. "Ano eleitoral é positivo. Entramos em um arremedo de bolha de crescimento. Mas isso é válido só durante este ano, não tem impacto sobre o futuro do setor", disse Oliveira. Para o ano, a entidade trabalha com expectativa de crescimento real de 2%. O saldo positivo, porém, é visto com cautela pelos donos de supermercados. Oliveira avalia o índice como uma bolha favorável, não o sinal de um processo de retomada no aquecimento da economia e no poder de compra da população. Ele acredita que ainda faltam sinais claros do governo para que isso ocorra, principalmente a redução da taxa de juros, o que permitiria às redes de supermercados retomarem uma série de projetos.

O

xam de comprar um produto de maior valor e passam para o similar de menor preço. Essa equação, na conta do supermercadista, representa a venda de uma unidade, mas a entrada de um ticket menor – o termo é usado como referência para a contabilização do volume financeiro. Em sua última pesquisa, a Abras apresentou um acu-

Cai índice de inadimplência

Davi Franzon

Migração de cliente preocupa setor desafio para os donos de supermercados brasileiros é reduzir a diferença entre o volume de compras e o valor real (financeiro) que entra em seus caixas. Hoje, segundo a Abras, essa diferença fica em cerca de 11 vezes no comparativo de 12 meses. O alerta para os empresários é a migração dos clientes, que dei-

Promoções e ofertas nos supermercados contribuíram para o resultado positivo em abril

mulado positivo no volume vendido de 5,5% entre janeiro deste ano e o mesmo período do ano passado. Já o percentual do ticket foi de 0,68% no mesmo período. "O razoável seria uma diferença de 3,5 vezes entre volume e ticket. Essa diferença é um dos entraves para todo o setor", avaliou João Carlos de Oliveira, presidente da Abras. (DF)

A

inadimplência dos consumidores da Região Metropolitana de São Paulo apresentou queda em maio, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). O levantamento apontou que o total de endividados que estão inadimplentes caiu para 38% dos consumidores, ante os 45% dos meses de abril de 2006 e maio de 2005. O índice é o terceiro mais

baixo desde que a pesquisa começou a ser realizada, em abril de 2004. Igualou a marca de fevereiro de 2006 e ficou abaixo somente dos indicadores verificados em dezembro de 2004, quando a parcela de consumidores com prestações vencidas recuou 8 pontos percentuais (de 40% para 32%), e em setembro de 2005, quando houve retração de 7 pontos (de 44% para 37%). A mesma tendência de queda na inadimplência não se repetiu em abril, segundo a Serasa. Pesquisa da entidade mos-

trou aumento de 11,3% na inadimplência na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação a março de 2006, entretanto, houve um recuo de 11,4%, após um aumento de 35,1%, constatado na pesquisa anterior, na comparação entre fevereiro e o terceiro mês do ano. Segundo a Serasa, a queda reflete o fim da sazonalidade, que acumula compromissos característicos do primeiro trimestre do ano, como pagamentos de impostos e matrículas escolares. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

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Política

Esse resultado indica o pior momento de Alckmin e um momento normal de Lula. Marcos Coimbra, Vox Populi

PESQUISA SENSUS INDICA QUE LULA VENCERIA NO 1º TURNO. DATAFOLHA APONTA VITÓRIA NO 2º TURNO.

LULA AMPLIA VANTAGEM SOBRE ALCKMIN

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esquisa do Instituto Sensus mostra que o presidente Lula hoje venceria a disputa no 1º turno, em todos os cenários possíveis, inclusive quando são oito os candidatos. Já seu principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin, apresentou um índice preocupante para o PSDB: a rejeição a seu nome subiu de 33,5% para de 40,6%, enquanto que a do petista caiu de 35,7% para 34,7%. A consulta foi divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Na primeira simulação, Lula aparece com 40,5% das intenções de voto, três pontos percentuais a mais do que na pesquisa de abril. Nesta lista estão Alckmin, que passou de 20,6% para 18,7%; Anthony Garotinho, que caiu de 15% para 11,4%; e a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que cresceu de 4,3% em abril para 6,1% em maio. Análise – O cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, disse considerar que a redução das intenções de voto em Alckmin esteja, provavelmente, relacionada aos atentados do crime organizado em São Paulo. A queda de Garotinho, diz, teria sido motivada também provavelmente pela greve de fome e pela decisão da convenção do PMDB contra a candidatura própria. "Hoje, ele (Alckmin) perderia no 1º turno... Verificamos, empiricamente, que quem tem até 35% de rejeição está dentro do jogo político", argumentou Guedes.

DATAFOLHA: LULA VENCE NO 2º TURNO

"Se retirar os indecisos, brancos e nulos, Lula ganharia no 1º turno...Tradicionalmente, o percentual de abstenção no Brasil é de 20 %. Em votos válidos (descontando brancos e nulos), Lula teria mais de 50 % das intenções de voto", explicou o responsável pela pesquisa. Das cinco listas apresentadas aos entrevistados como cenários de 1º turno, o percentual de indecisos, votos brancos e nulos varia de 21,9% a 25,4%, apenas um pouco acima da média histórica. Influência– O diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, opinou que esse resultado indica "o pior momento de Alckmin e um momento normal de Lula". Ele lembra que o presidente foi beneficiado em maio pela superexposição na mídia e pelos programas nacional e estaduais do PT; em junho, observa, serão exibidos os programas nacional e estaduais do PSDB e do PFL, além das inserções em televisão, o que deverá favorecer Alckmin. A pesquisa também simulou alternativas de 2º turno e em todas elas Lula venceria. Contra Alckmin, o petista ganharia por uma diferença de 17,5 pontos — Lula teria 48,8% dos votos contra 31,3% do tucano. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo. O Instituto Sensus entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 18 e 21 de maio, em 195 municípios do País. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 6770/2006. (Agências)

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Antonio Cruz/ABr

Monica Zarattini/AE

ATENTADOS PREJUDICAM TUCANOS

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s atentados violentos perpetrados pela facção criminosa que controla os presídios de São Paulo prejudicaram o desempenho eleitoral do candidato tucano à Presidência da República, o exgovernador paulista Geraldo Alckmin. A rebelião, que aterrorizou a população paulistana, é de conhecimento de 84,1% dos entrevistados pela pesquisa CNT/Sensus entre os dias 18 a 21 de maio. Destes, 59,5% acreditam que a onda de violência em São Paulo prejudica a campanha de Alckmin, sendo que 27,1% dizem que isso não vai atrapalhar o tucano. Esta percepção dos entrevistados é confirmada pelos cruzamentos dos dados por região da pesquisa sobre as intenções de voto para a Presidência. O candidato tucano, cujo ponto forte é São Paulo, caiu na região Sudeste em relação à pesquisa de abril — suas intenções de votos caíram de 27,1% nesta região para 23,6%, uma queda acima da margem de erro de 3%. O tucano também caiu na região Sul, onde também tinha bom desempenho, de 24% para 19,3%. Mas manteve-se estável nas regiões Norte/CentroOeste, variando de 20,8% para 20,1%. Alckmin só teve um crescimento leve no Nordeste, de 8,7% para 10,1%, devido a suas viagens.

Apesar da rebelião ter afetado a candidatura Alckmin, segundo hipótese de Guedes, a maior parte da população que tomou conhecimento da rebelião (84,1%) considera que o governo federal tem mais responsabilidade sobre a segurança pública do que os governos estaduais e municipais. Para 35,4%, a responsabilidade pela segurança pública é do governo federal, enquanto 35,1% acham que o assunto cabe aos três poderes: federal, estadual e municipal. Apenas 16,2% dizem que a responsabilidade é dos governos estaduais e 6,5% afirmam que é das prefeituras. Para 67,8% dos que tomaram conhecimento dos ataques, os fatos têm origem criminal e para 23,1% têm motivação política. Reação– Depois do resultado, os tucanos fizeram um movimento para tentar vincular o PT à facção criminosa O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), leu da tribuna uma nota divulgada pela internet sobre um ofício secreto enviado pela Polícia Federal ao governo de São Paulo. O documento se referia a uma mensagem que o PCC teria disseminado pelos presídios paulistas em maio, estimulando levantes e recomendando o voto no PT. "Ainda bem que o PSDB não tem esses votos. Queremos eles na cadeia", atacou Virgílio. (Agências)

PESQUISA ACENTUA CRISE NO PSDB A

inda há tempo e espaço para a disputa mudar de rumo. Apesar do susto com o aumento da rejeição do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, essa foi a leitura pública que os dirigentes tucanos fizeram sobre as pesquisas de intenções de votos para a disputa presidencial. O argumento é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em campanha permanente, com o uso da máquina, e que o jogo mudará quando os candidatos estiverem em situação de igualdade. Ontem, Alckmin e seus companheiros do PSDB e do PFL fizeram uma reunião em Brasília. Os petistas, por seu lado, estão eufóricos com o desempenho do presidente Lula, mas se esforçam para evitar o salto alto. Depois de receber em seu gabinete a visita do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, logo no início da tarde, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), admitiu que ficou arrasado quando viu os números secos, mas garantiu que depois de analisá-los mais friamente chegou à conclusão que o candidato petista não é tão imbatível assim. Rejeição– Virgílio considera que a rejeição de Alckmin, por exemplo, é mais fácil de reverter

que a do presidente, carregada com a marca da discussão ética e da corrupção no governo e no PT. "No primeiro momento fiquei arrasado. Depois vi que não era tão ruim assim. Esse patamar de rejeição do Alckmin é muito bom e até promissor. É diferente da rejeição do Lula, que é mais pesada. O presidente não teve nenhuma avaliação brilhante, estacionou nos 40% e não vai nem pra frente nem pra trás. Não é uma vantagem que signifique o nocaute. Não é um adversário difícil de ser batido. Em cinco dias de campanha na TV podemos tirar já uns oito pontos de diferença", avaliou Virgílio. "Nosso objetivo é buscar essa massa que rejeita o Lula", disse o senador tucano. Lavagem cerebral– O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), voltou a repetir que, apesar das pesquisas, não existe a menor possibilidade de o partido substituir seu candidato. E manteve o discurso de que o resultado não é ruim para Alckmin porque a campanha ainda não começou. "O governo federal tem um um volume muito grande de publicidade na TV. O presidente Lula está em campanha direta, inaugurando pedra fundamental,

mas isso vai mudar quando o jogo ficar igual, a partir de julho, com o início oficial da campanha, e quando começar a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Neste momento está ocorrendo uma verdadeira lavagem cerebral", disse Tasso. O candidato a vice na chapa de Alckmin, senador José Jorge (PFL-PE), também avaliou que a pesquisa mostra um quadro estável. "O presidente Lula tem 40% e o presidente Alckmin cerca de 20%. Isso demonstra que a população não se ligou nas eleições ainda e indica o grau de conhecimento dos candidatos. Só com o tempo e o desenrolar da campanha vamos nos aproximar do resultado do presidente Lula ", comentou José Jorge. Ele estima que os resultados demorem por causa da Copa. Ex-secretário do governo Alckmin em São Paulo, o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) também avalia que há espaço para o crescimento do tucano. "Com toda a exposição na mídia, autosuficiência da Petrobras, Vale do Rio Doce, programa do PT e os discursos diários de viagens, o Lula continua estagnado nos 40%. Eu achava que ele viria estourando, com muito mais nesse levantamento. O fato mais im-

portante é que as pesquisas mostram que 60% do eleitorado está procurando uma alternativa a Lula. Os resultados são alentadores." "Esses resultados mostram um momento de popularidade do Lula, que deve estar fazendo uma campanha melhor do que vinha fazendo e não uma queda do Alckmin. Enquanto não começarmos pra valer, e Lula continuar fazendo campanha sozinho, usando a máquina da Presidência, só vai dar ele", afirma Eduardo Paes (RJ), secretário geral do PSDB. PT– Já os petistas dizem que os resultados confirmam que a população está percebendo que o governo Lula é, comparativamente com o do PSDB, muito melhor. "Os números mostram que Lula está tendo uma excelente aceitação. É lógico que é um resultado muito bom, mas não é um quadro fixo nem significa que a vitória esteja garantida", comentou Tarso Genro ao lado de Arthur Virgílio. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), diz que o resultado é extremamente positivo, mas é cauteloso. "Temos que receber essas pesquisas com humildade, prudência e redobrar o trabalho. Temos chances reais

de resolver isso no 1º turno, mas a eleição só se define em outubro", disse Fontana. Lula evita comentar– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não comentou diretamente os resultados. "Primeiro, eu não me preocupo com pesquisas. Vocês me conhecem e sabem que a pesquisa não mexe comigo", afirmou. Lula desconversou ao ser questionado sobre o possível anúncio, em junho, de sua candidatura à reeleição. "Tenho 28 dias para pensar. Vamos ver quem são os candidatos", disse. "Chega o momento em que todo mundo vai saber o que vai acontecer no Brasil, que é o dia da eleição", completou Lula. Apesar dos dados favoráveis, o Planalto considera difícil que Lula assuma a candidatura antes da convenção do PT, marcada para 24 de junho em Brasília. (Agências)

CONVOCAÇÃO

esquisa Datafolha/Rede Globo divulgada na noite de ontem durante o Jornal Nacional indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotaria hoje qualquer dos adversários apresentados se a disputa for levada ao 2º turno. O instituto fez duas simulações, com um representante do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin, e o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB). Contra o tucano, Lula marcaria 52% das intenções de voto. Já Alckmin teria 35%. A vantagem de Lula sobre Garotinho – que já anunciou a disposição de renunciar à précandidatura – é ainda maior: 57% a 24%. O instituto apresentou cinco simulações de 1º turno. No cenário em que o PMDB não tem candidato, o presidente seria reeleito ainda no 1º turno, com 45% das intenções de voto, seguido por Alckmin, com 22% . O petista cresceu em todos os cenários. Com Garotinho, Lula cresceu de 40% (levantamento realizado no início de abril) para 43%. O ex-governador tucano oscilou de 20% para 21% e o peemedebista caiu de 15% para 7%. O levantamento foi feito após a greve de fome de Garotinho. A senadora Heloísa Helena (PSol) obteve 6%, Enéas Carneiro (Prona) 3%, Roberto Freire (PPS) 2%, José Maria Eymael (PSDC) 1% e Cristovam Buarque (PDT) 1%. PMDB– O Datafolha testou ainda mais dois cenários com possíveis candidatos do PMDB: o ex-presidente Itamar Franco, que desistiu da candidatura na última segunda-feira, e o senador Pedro Simon, que no mesmo dia se ofereceu para disputar a Presidência pelo partido. No cenário com Pedro Simon o presidente estaria reeleito no 1º turno, atingindo 44% do total de votos – 53% dos votos válidos. Alckmin atinge 22% do total. O senador gaúcho fica com 2% das preferências. Força de Itamar– Itamar Franco se sai ligeiramente melhor, chegando a 6% das intenções de voto. Nesse cenário, Lula fica com 43% e Alckmin com 21%. O petista obtém 51% dos votos válidos nesse cenário. Nesse caso, levando-se em consideração a margem de erro da pesquisa não é possível afirmar com absoluta certeza se o petista estaria reeleito no 1º turno."Acho que aumentam a chances do presidente Lula sem o PMDB", disse Itamar. Heloisa Helena (PSol) tem 7% das intenções de voto em cada um dos quatro cenários propostos. Enéas (PRONA) atinge entre 3% e 4% e Roberto Freire (PPS) entre 2% e 3% das intenções de voto. Cristovam Buarque (PDT) e José Maria Eymael (PSDC) obtém 1%, cada, em todos os cenários. O Datafolha ouviu 6 mil eleitores em 258 municípios do País, nas últimas terça e quarta-feiras. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO Agora ele [Pontes] deve vender bonequinhos .

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Logo Logo

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Ennio Candotti, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), crítico da missão do astronauta brasileiro Marcos Pontes. O militar anunciou que vai para a reserva.

Dia da indústria, do massagista e do trabalhador rural Último dia para o recolhimento do ICMS e do DCide

A DMINISTRAÇÃO S AÚDE

Dieta japonesa é a mais saudável A tradicional dieta japonesa, com baixa gordura e muito peixe é muito mais saudável que o cardápio comum americano e contribui para uma vida mais longa, segundo estudo divulgado ontem. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tohoku fez a descoberta durante uma análise de três semanas envolvendo ratos. Um nutricionista criou dois cardápios, contendo 21 comidas típicas dos Estados Unidos e Japão. Cada refeição, desidratada e misturada em um pó, foi dada a oito ratos por um período de três semanas, segundo os relatórios.

O estudo descobriu que muitos genes que trabalham para quebrar o colesterol e a gordura estavam 1,5 vezes mais ativos nos ratos que receberam o cardápio japonês que naqueles que comeram as refeições americanas. O estudo também descobriu que o nível de colesterol estava 10% mais alto nos ratos do cardápio americano. Os resultados comprovaram o dito popular de que a comida japonesa contribui para uma vida longa. O Japão abriga algumas das pessoas mais velhas do mundo. A expectativa de vida lá é de 86 anos (mulheres) e 79 (homens), de acordo com o Ministério da Saúde.

J USTIÇA

B OXE

Mike Theiler/Reuters

A nova aposta de Foreman

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O cantor Elton John recebeu ontem indenização no valor de 100 mil libras de ação movida contra a Associated Newspapers por calúnia e difamação

O lendário George Foreman anunciou seu primeiro projeto como empresário de boxe. Em outubro ou novembro em Melbourne, na Austrália, o excampeão mundial vai reunir oito pesos pesados. Em uma noite, em sistema eliminatório, os pugilistas se enfrentam em três combates de quatro rounds. O campeão vai receber US$ 5 milhões. Em maio do próximo ano, Foreman quer repetir o evento, em Nova York, com pugilistas da categoria dos médios.

M USEU

C HINA

Maria Soldado volta à ativa

Dever escolar de 1.200 anos

Após quatro anos fechado para visitação, o Museu Maria Soldado, que abriga o acervo da Revolução Constitucionalista de 1932, reabre hoje ao público como parte das comemorações do 9 de Julho. Todos os objetos e documentos sobre o levante paulista contra a ditadura de Getúlio Vargas saíram do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, e foram para o bairro da Lapa, na zona oeste da capital, onde funciona ainda o núcleo distrital da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC. (AE)

Um texto escrito por uma criança há 1.200 anos e que foi encontrado na região de Xinjiang, na China, é, segundo os analistas, o dever escolar mais antigo achado no país. O texto foi descoberto perto do oásis de Turfan e é da época da dinastia Tang (618-907), um dos auges da cultura e da educação na China. Segundo o analista Zhu Yuqi, se trata de uma cópia – por pedido de um professor – de dois poemas, um anônimo e outro de Cen Derun, um famoso poeta dos séculos 4 e 5.

Empresas usam Copa do Mundo para incentivar equipes de vendas

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a Siemens, a mania de trocar figurinhas da Copa invadiu os corredores e é assunto constante nas rodas de bate-papo entre os colegas de trabalho. A diferença é que ao invés de jogadores como Ronaldinho Gaúcho, os craques presentes no álbum são os 99 funcionários da equipe de vendas da empresa. "Isso cria um entrosamento da equipe, pois nem todo mundo se conhece e agora eles passam a se sentir realmente parte de um time", diz Andrea Piagentini, gerente de Marketing da Unidade de Comunicação da Siemens.

Assim como na Siemens, utilizar a Copa do Mundo tem sido a estratégia de muitas empresas que querem animar e incentivar equipes, principalmente as de vendas, no qual o espírito coletivo do esporte e a garra para atingir metas faz muito sentido. Segundo Andrea, o tema é ideal para se trabalhar com a área comercial. Os funcionários da multinacional recebem um pacote de figurinhas a cada 15 dias. A idéia é que todos completem o álbum até o final da campanha. No Magazine Luiza, o incentivo para que a equipe trabalhe unida e que os vendedores batam metas chegou até a Alema-

Copa

nha. "Estamos levando os 15 melhores vendedores para assistir aos jogos da Copa", conta Douglas Matricardi, gerente de Vendas da rede de varejo. Na Unimed, Almir Gentil, diretor de Marketing, explica que utilizar a Copa do Mundo não incentivará vendas, mas vai ajudar a criar um clima positivo dentro da empresa. Para incentivar os funcionários, a empresa forneceu camisetas, bandanas, corneta e até um massageador para aliviar as tensões depois do jogo. A empresas vai também instalar telões para seus empregados assistirem aos jogos juntos. (AE)

Treino da seleção brasileira lotou as arquibancadas do Weggines Sport Clube

Ivo Gonzales/Agência O Globo

Contratenor canadense Daniel Taylor (foto). No repertório, obras de Schumann, Mahler e Haendel. Espaço Cultural Bankboston. Av. Doutor Chucri Zaidan, 246. 21h. R$ 45. Tel.: 3081-1911

Alaor Filho/Agência Estado

Antônio Gaudério/Folha Imagem

O BioTrainer é um pequeno aparelho que conta as calorias que você queima de acordo com a atividade praticada. Usado em conjunto com um website que fornece dados sobre consumo de calorias, o gadget pode ser bem útil em dietas e programas de exercícios. Custa US$ 49,95 no site.

Se você toma alguns cuidados para garantir sua proteção quando sai de casa é porque sabe do risco de assaltos e outros crimes. Esta preocupação não deve ser diferente quando o assunto é navegar na web, que também pode causar sérios transtornos por causa de alguns golpes, roubo de arquivos e senhas, ou espionagem nas contas de e-mail ou em seu PC. O site do InfoWester apresenta 12 dicas para proteger seus dados e turbinar o seu computador.

http://www.biotrainerusa.com/

I RAQUE

Brazil, rota de fuga polícia libanesa prendeu, em Beirute, um sobrinho do ex-presidente Saddam Hussein, o iraquiano Bashar Sabawi Ibrahim al-Hassan, acusado de planejar ataques contra as forças de ocupação americanas no Iraque logo após a queda do ditador. Hassan seria filho de Sabawi Ibrahin al-Hassan, que está preso no Iraque, sob custódia americana. A informação, divulgada inicialmente por fontes no setor de segurança em Beiru-

http://www.infowester.com/

to internacional de busca de Hassan por terrorismo. Ao comentar a prisão, o primeiro-ministro Maliki disse apenas que ele é acusado de crimes cometidos após a queda do governo de Saddam. O governo iraquiano e o comando militar americano atribuem boa parte dos atentados cometidos no Iraque a grupos formados por ex-membros das forças de segurança do ex-ditador ou de seu partido, o Baath, que foi proscrito depois da derrubada do regime. (AE)

O jornal La Vanguardia circulou na edição de ontem com uma matéria falando sobre o desafio do Brasil para combater o crime organizado. O periódico destacou que o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Williams Herbas Camacho, o "Marcola", que é leitor assíduo da "Divina Comédia" de Dante e da "Arte da Guerra" do general chinês Sun Tzu, passou mais da metade de seus 38 anos de vida em presídios e hoje é conhecido como o homem que encostou às cordas as autoridades do estado de São Paulo.

Treinando um grupo de humanos para operar um joystick controlado roboticamente, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins mostraram que quanto mais devagar o cérebro "aprende" a controlar certos movimentos musculares, mais provável que se lembre mais. Os resultados poderão alterar a reabilitação de pessoas que perderam habilidades motoras. O trabalho revelou que algumas partes do cérebro aprendem e esquecem rápido, enquanto outras mais lentamente e mais duradoura. S UÍÇA

Um quadro do pintor norueguês Edvard Munch foi roubado ontem de uma casa de campo nos arredores de Hoerby, no sul da Suécia. Tratase de um quadro, cujo nome não foi divulgado, de 50 por 70 centímetros com duas pessoas sobre um fundo verde e um valor mínimo estimado de um milhão de coroas suecas (mais de 108 mil euros). A Polícia está buscando provas no local e alertou os postos de fronteira do país para evitar a possível fuga dos ladrões. Ninguém foi detido até agora. L OTERIAS Concurso 622 da Lotomania 02

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Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Tariz Aziz, de pijamas, defende Saddam e ataca novo governo do Iraque Astronauta custou ao País cerca de US$ 30 milhões, segundo a Agência Espacial Brasileira

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dicaseguranca.php

A TÉ LOGO

te, foi confirmada pelo primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki. Os informantes em Beirute disseram que Hassan foi detido no aeroporto de Beirute, anteontem, quando se preparava para embarcar "num vôo para o Brasil" (na realidade, ele teria de fazer uma conexão em outra cidade, já que não há vôos diretos para o País). Segundo as fontes, o iraquiano entrou no Líbano pela Síria, onde teria passado pela fronteira iraquiana, e foi preso com base num manda-

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Navegue na web com segurança

Crime organizado é o desafio

Quadro de Munch é roubado

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BioTrainer ajuda a perder peso

B RAZIL COM Z

Funcionamento do cérebro

TORCIDA VERDE E AMARELO – A seleção brasileira pôde sentir durante o treinamento de ontem, realizado no campo do Weggines Sport Cluble, como será o clima da torcida na Copa do Mundo. A maioria dos espectadores que lotaram as arquibancadas vestiam camisetas verdes e amarelas para homenagear os jogadores. Até mesmo as crianças compareceram ao local "uniformizadas".

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F AVORITOS

O maior reator experimental de fusão nuclear do mundo, batizado de Iter, será construído a partir de 2016, com orçamento previsto de 5 bilhões de euros. O sinal verde para o início dos trabalhos foi dado ontem. O objetivo do projeto, discutido internacionalmente desde 1988, é unir esforços da comunidade científica da UE, Japão, Estados Unidos, China, Rússia, Coréia do Sul e Índia na pesquisa da fusão nuclear. A UE financiará cerca de 50%, dos quais a França entrará com 10% e a Comissão Européia, 40%.

C IÊNCIA

Sobrinho de Saddam Hussein foi preso quando tentava vir para o País

G @DGET DU JOUR

Sinal verde para grande reator

http://www.lavanguardia.es/

C A R T A Z

SCHUMANN

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Vendedores em campo

C IÊNCIA

São Paulo goleia o Palmeiras em noite do atacante Ricardo Oliveira

Concurso 766 da Mega-Sena 01

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Senado CPI Sanguessuga Eleições

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Entre os que ainda não foram recapturados estão os exdeputados Ronivon Santiago (RO) e Bispo Rodrigues (RJ).

ESQUEMA DEU ATÉ R$ 1,5 MILHÃO A PARLAMENTARES

PARLAMENTARES ABAFAM ESCÂNDALO DAS AMBULÂNCIAS

Eymar Mascaro

Adriano Machado/AE

VADÃO: CÂMARA LIVRA O 11º MENSALEIRO.

Renan Calheiros, Aldo Rebelo, Romeu Tuma e Ciro Nogueira após encontro com Antonio Fernandode Souza.

STF MANTÉM PRISÃO DE SANGUESSUGAS. E PF RECAPTURA 19.

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presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, revogou a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, que determinou na terça-feira a soltura de todos os presos da Operação Sanguessuga, que investiga a compra fraudulenta de ambulâncias. A decisão do TRF também determinava a transferência para o STF de todos os inquéritos relacionados a essas investigações. Mas Ellen Gracie decidiu que os inquéritos deverão permanecer na 3ª Vara Federal de Mato Grosso. Numa investida rápida, a Polícia Federal recapturou 19 das 44 pessoas que foram soltas. A operação Sanguessuga desmantelou uma quadrilha que desviava recursos da União mediante compra superfaturada de ambulâncias para 44 municípios com recur-

sos de emendas apresentadas por parlamentares. Entre os que ainda não foram recapturados estão os ex-deputados Ronivon Santiago (RO) e Bispo Rodrigues (RJ). A PF passou circular a todos os portos, aeroportos e postos de fronteira para impedir a saída do País de qualquer um dos ainda soltos. A operação provocou desgaste à Polícia Federal, que teve de interromper outras operações e mobilizar mais de 100 homens para recapturar pessoas que já estavam presas. Abafa– Parlamentares decidiram ontem que vão esperar a conclusão das investigações do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, sobre a Operação Sanguessuga" para decidir o destino dos acusados de envolvimento no caso". A informação foi dada pelo presidente do Senado, Renan

Calheiros (PMDB-AL), que reuniu-se com o procurador juntamente com o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e os corregedores da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), e do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP). Propina – Documentos apreendidos pela PF e pelo Ministério Público indicam que integrantes do esquema teriam pago pelo menos R$ 1,5 milhão em propina a parlamentares entre 2000 e 2002. Os repasses estão no livro-caixa da Planam, empresa acusada de se beneficiar do esquema, fornecendo ambulâncias superfaturadas às prefeituras, que as compravam com recursos de emendas parlamentares ao Orçamento da União. Há registros da data e a forma dos repasses, classificados de "pagamentos a terceiros", especificando se foi em cheque ou dinheiro. (Agências)

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções) I

Exame e votação da ata da reunião anterior (24/04/2006)

II

Informações sobre a Campanha “De Olho no Imposto” - Viagem a Brasília e entrega ao Congresso de 1,5 milhão de assinaturas, como apoio popular ao projeto de lei que regulamenta o § 5º do artigo 150, da Constituição

III

Segurança: considerações sobre os últimos acontecimentos

IV Avaliação do Seminário Internacional “Democracia Liberal”, realizado nos dias 15 e 16 deste mês em São Paulo V

Outros assuntos

Dia: 29 de maio de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

Por 243 votos a 161, a Câmara livrou ontem da cassação o 11º acusado de envolvimento no esquema do mensalão: o deputado Vadão Gomes (PP-SP). Ele foi acusado pelo empresário Marcos Valério e pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, os operadores do esquema, de ter recebido R$ 3,7 milhões das contas do empresário. Houve 4 votos em branco, 1 nulo e 16 abstenções. Votaram 425 dos 513 deputados. O processo contra Vadão será arquivado. Em sua defesa no plenário, o deputado alegou que sofreu acusações injustas. No discurso, que durou cerca de cinco minutos, Vadão disse ter absoluta certeza de que teria apoio do plenário: "Sempre acreditei no senso de justiça dos que me julgariam. As conclusões do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar fala por si só", afirmou. Até agora, dos 15 deputados que foram processados pela Casa, só três foram punidos com a perda de mandato.

DANTAS VAI À CPI DOS BINGOS NO DIA 7 DE JUNHO A oposição saiu em busca do tempo perdido e resolveu, finalmente, convidar o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, para depor no Senado. Ontem, o presidente da Comissão de Justiça do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), marcou para 7 de junho a data do depoimento do ex-banqueiro no plenário da comissão. Até lá, Dantas, que responde processo na Justiça americana por quebra fiduciária e está impedido de contar o que sabe por determinação de um juiz de Nova York, já estará livre para falar em sessão pública sobre o suposto dossiê contratado na sua gestão na Brasil Telecom. Antônio Carlos Magalhães disse que vai insistir para que o banqueiro confirme ou negue as denúncias que lhe foram atribuídas por uma revista de circulação nacional. Entre as informações estariam supostas contas de ministros do governo e até do próprio presidente Lula.

TCU ACABA COM A FESTA NOS CORREIOS O Tribunal de Contas da União (TCU) julgou irregular o comissionamento pago pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT ) às agências franqueadas e determinou que a estatal abra uma tomada de contas especial para apurar qual o valor total do rombo. Cálculo inicial feito pela CPI dos Correios aponta que, entre janeiro e julho do ano passado, o prejuízo provocado pelo sistema de Franqueamento Autorizado de Cartas (FAC) - que são as contas corporativas - foi de R$ 3,4 milhões. O valor do prejuízo é bem maior, na avaliação do TCU, pois o cálculo da CPI considera apenas os clientes com faturamento acima de R$ 28,8 milhões por ano e abrange um período restrito. Por conta disso, o tribunal determinou que os Correios façam a análise dos pagamentos de comissionamento para todas as 1.466 agências franqueadas do País e que o período de análise seja ampliado.

Corte no ar

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PSDB e o PFL devem contestar na justiça eleitoral o programa de televisão do PT que vai ao ar hoje, devido à participação de Lula. Entendem as cúpulas dos dois partidos que o presidente está fazendo campanha pela reeleição. Diz-se que Lula vai ocupar quatro dos 20 minutos do programa. Pelo mesmo motivo, o TSE puniu o PSDB porque no seu programa de abril fez inserções e jogou no ar obras realizadas no governo Alckmin. Entendeu o tribunal que como pré-candidato a presidente, Alckmin estava fazendo propaganda fora de época. No programa gravado, Lula aborda a questão da educação e fala de jovens. Os petistas justificam que como filiado do partido, Lula pode participar da gravação. O que não pode fazer é campanha como candidato nãodeclarado. Resta aguardar os próximos episódios.

CAUTELA PT e PSDB armaram esquemas jurídicos para recorrer aos tribunais, se julgarem prejudicados pelos programas dos partidos adversários. No caso do programa de hoje do PT, os tucanos estão convencidos de que Lula contrairá a lei. Por isso, a contestação.

CONVENÇÃO O PT deve alterar a data de sua convenção em um dia para ser realizada num sábado e não numa sextafeira, como estava prevista. O pedido foi feito por um grupo do partido (funcionários do governo) para evitar que a oposição acuse os filiados de faltarem ao serviço para comparecer à convenção.

FAVORITISMO O ex-ministro Ciro Gomes aumentou seu favoritismo para ser o candidato a vice na chapa de Lula. Portanto, está em andamento a coligação do PSB com o PT. Um grupo de petista entende que Ciro Gomes pode usar o cargo, em caso de reeleição de Lula, para fazer sua campanha presidencial em 2010.

no rádio e televisão empatado com Lula nas pesquisas. O candidato tucano acha que no enfrentamento com Lula na TV leva vantagem. Alckmin (que está atrás do petista nas pesquisas) confia nas suas realizações como governador.

INVESTIDA Para empatar o jogo com Lula, Alckmin precisa tirar a diferença que não é pequena que favorece o petista sobretudo no Nordeste. Em alguns estados nordestinos, Lula tem cerca de 50% de índice de intenção de voto contra 10% de Alckmin.

RECADO Caberá ao Instituto Teotônio Vilela a tarefa de elaborar a cartilha com que o PSDB pretende responder às críticas de Lula. O instituto vai abastecer Alckmin com informações e estatísticas para contradizer o candidato do PT, toda vez que Lula fizer comparação do seu governo com os governos de FHC.

PREJUÍZO Os partidos estão certos de que a campanha eleitoral será esvaziada no período de 9 de junho a 9 de julho, o tempo que vai durar a Copa do Mundo na Alemanha. Para os partidos, o eleitor estará mais preocupado com o destino da seleção na Copa do que com a campanha dos candidatos.

ESTOCADA OPÇÃO Além de Ciro Gomes, também o vice atual José Alencar (PRB) é cotado para ser outra vez o companheiro de chapa do petista. Alencar é empresário e poderia ser o ponta-de-lança da campanha de Lula em Minas, o 2º maior colégio eleitoral do país.

INSISTÊNCIA Mas, antes de fechar qualquer acordo com Ciro Gomes ou José Alencar, o interesse do PT está voltado para o que vai acontecer no PMDB. O PT gostaria que o vice de Lula fosse do PMDB. Por isso, está de olho na realização ou não da convenção do partido que, em princípio, está marcada para o dia 11.

FIM DO PRAZO Mas, os governistas querem transferir a data da convenção de 11 para 29 de junho, o que daria ao grupo o direito de conhecer os acordos firmados nos estados. O objetivo dos governistas é não realizar a convenção do partido, por isso quer adiar a data.

EMPATE A meta de Alckmin é iniciar a campanha gratuita

Candidato à reeleição pelo PT, o senador Eduardo Suplicy volta a irritar a cúpula do partido e o governo, com a iniciativa de querer levar o ministro Márcio Thomaz Bastos ao Congresso para explicar seu encontro com o banqueiro Daniel Dantas (Opportunity). Suplicy dá outra estocada no partido.

RELATÓRIO Com a decisão da maioria governista de rejeitar a convocação de Daniel Dantas para depor na CPI dos Bingos, o senador Garibaldi Alves resolveu rascunhar, já, seu relatório, enquanto o presidente da Comissão, Efraim Moraes acha que daqui em diante, o plenário não vai aprovar mais nenhum requerimento de convocação.

FICA FORA O PT ainda vai tentar convencer a ex-prefeita Marta Suplicy a se candidatar a deputada federal, para puxar votos para a legenda. Mas, até agora, a ex-prefeita está convencida de que não será candidata. Marta, contudo, promete se engajar na campanha de governador de Aloizio Mercadante.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

O frio pegou carona no Dia das Mães e as vendas de produtos de inverno já cresceram 35% sobre 2005.

SETOR DE VEÍCULOS FOI DESTAQUE EM 2004

O PEQUENO COMÉRCIO É O SEGUNDO EM RECEITA DO VAREJO BRASILEIRO E O SEGMENTO QUE MAIS EMPREGA

O PEQUENO É O HERÓI DO VAREJO

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spremido de um lado pelo avanço das grandes redes de lojas; de outro, pelo baixo poder aquisitivo da população, e esmagado sob o peso dos tributos, o pequeno comércio varejista não só sobrevive no Brasil, como em algumas regiões ainda consegue experimentar crescimento. Essa realidade é espelhada pela Pesquisa Anual do Comércio (PAC), relativa ao ano de 2004 e divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que se observa que as empresas com até 19 pessoas ocupadas são as responsáveis pela maior representatividade nas variáveis analisadas nos anos de 2003 e 2004. Na média nacional, a participação das pequenas ficou estável no período. Em 2004, elas representaram 98,5% do universo pesquisado, com 1,145 milhão de empresas, R$ 148,2 bilhões de receita operacional líquida, equivalente a 44,4% do total, ou a segunda posição no total da receita da atividade comercial no País. O pequeno varejo empregou 3,599 milhões de pessoas e pagou R$ 16,6 bilhões em salários. A receita total do comércio brasileiro foi de R$ 798,2 bilhões em 2004, com crescimento real de 11,7% em comparação a 2003. Dos três segmentos que compõem a pesquisa, a maior expansão ficou com veículos, motos e peças, com alta de 18,6%, enquanto o varejo mostrou crescimento de 14,2%

Fotos: Paulo Pampolim/Hype

e o atacado, elevação de 7,9%. Técnicos do IBGE atribuem o impulso do comércio à expansão da economia e ao aumento do crédito. Obstáculos – Mas o pequeno varejo tem enfrentado um inimigo poderoso nos últimos anos: os supermercados e hipermercados, que avançaram muito, inclusive em 2004, aliado à expansão das grandes redes de lojas, com suas ofertas e

798,2 bilhões de reais foi a receita total do comércio brasileiro em 2004, com crescimento real de 11,7% em relação a 2003. promoções. Sem escala, os pequenos encontram dificuldade para obter bons preços junto aos fornecedores e não conseguem ser competitivos. O economista Emilio Alfieri, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reconhece que a chegada dos grandes estabelecimentos leva à estagnação do comércio de rua. Mas por outro lado, diz ele, os pequenos usam de agilidade e armam estratégias para sobreviver, seja beneficiando-se da fa-

cilidade de encontrar novas praças, pois qualquer espaço comporta o seu tamanho, seja buscando alternativas para obter escala, articulando-se em torno de compras consorciadas. "Esse tipo de ação ajudou a região da Rua 25 de Março, por exemplo, a ter um Natal mais gordo, concorrendo até com shopping centers", afirmou. Alfieri destacou também que os impostos punem o pequeno comerciante, que não tem como fazer um planejamento tributário ou se beneficiar de incentivos. De acordo com Pedro João Gonçalves, economista do Sebrae-SP, a perda de poder aquisitivo dos trabalhadores chegou a cerca de 30%, em termos reais, entre 1998 e 2003, prejudicando segmentos como alimentação, vestuário e habitação. No entanto, houve uma melhoria desse quadro a partir de 2004, o que ajudou a aquecer as vendas dos pequenos. Crédito – Tanto Gonçalves quanto Alfieri destacam como fator positivo para o desempenho do pequeno varejo (e do geral), a expansão do crédito ao consumidor, ocorrida especialmente a partir de 2004. Além disso, Gonçalves entende que o efeito do corte dos juros básicos da economia, desde setembro do ano passado, só agora começa a ter reflexos na grande indústria. "Mesmo sendo de pequena magnitude, isso acabará por favorecer o comércio mais à frente", avaliou.

A expansão do crédito colaborou no crescimento do faturamento do comércio em 2004, favorecendo o pequeno varejo

Setor de veículos e peças cresce 18%

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segmento de varejo e veículos, motos e peças teve um crescimento real de 18,6% em 2004 sobre 2003, segundo a Pesquisa Anual do Comércio (PAC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo os técnicos do instituto, isso ocorreu devido à maior quantidade de carros vendidos, à facilidade de crédito e de prazos de pagamento, além de inovações tecnológicas, como o carro flex (bicombustível), lançado em 2004. O desempenho foi tão expressivo que influenciou até mesmo o segmento de varejo, no qual a venda de combustíveis ultrapassou hiper e super-

mercados, tradicionais líderes. Combustíveis teve maior receita (R$ 79,5 bilhões) e maior crescimento real (22,2%), contra a receita de R$ 78,9 bilhões de hiper e supermercados, com expansão real de 7,5%. Para Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), vale lembrar que 2004 foi um bom ano para a economia, e o mercado de veículos contou com o dólar alto em relação ao real e ao aumento das exportações, o que levou a uma redução do custo fixo por causa da escala, beneficiando também os preços internos. Alfieri entende que os resultados de 2005 para o co-

mércio desse segmento ainda deverão ser expressivos, arrefecendo em 2006. Isso dependerá também do comportamento do dólar, explica, destacando que a política do ministro Guido Mantega, da Fazenda, difere da de seu antecessor Antônio Palocci, que dava prioridade às exportações. Também o economista do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves entende que o desempenho do comércio de veículos poderá ser menos significativo em 2006 – apesar de positivo, graças ao crédito expandido. "O que deve ocorrer é um crescimento mais equilibrado dos demais setores", ressaltou Gonçalves. (VP)

Sudeste diminui participação

Vilma Pavani

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processo de desconcentração da economia brasileira continuou em 2004, conforme a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), referente ao período 1996-2004, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de manter-se na liderança, a participação da região Sudeste no faturamento do comércio caiu de 58,7% em 1996 para 53,4% em 2004. O Rio de Janeiro também perdeu espaço, caiu do segundo para o quarto lugar, atrás de Minas Gerais e Paraná. São Paulo continuou na liderança, mas a participação nas vendas caiu de 35,1% em 1996 para 33,6% em 2004. Todas as demais regiões tiveram sua representatividade ampliada. O Centro-Oeste teve a maior elevação, de 6,6% para 9%.

Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), destacou que algumas condições deverão se manter em determinadas regiões neste ano, mas haverá alterações em outras. Ele prevê, por exemplo, continuidade no crescimento do comércio da região Nordeste em 2005/2006, em decorrência de dois fatores: primeiro, pelos programas do governo federal, concentrados na região, e que significam a criação de um mercado consumidor, especialmente para o pequeno comércio. E, segundo, pelo aumento da atividade turística nos estados nordestinos. "A violência no Rio e a proximidade maior desses destinos com a Europa aumentam a procura dos europeus pelo Nordeste. Além do mais, o clima favorece o turismo da região."

Um terceiro fator está ainda mais ligado ao turismo: o boom imobiliário no Nordeste, com a construção de casas, prédios e condomínios voltados para compradores europeus, em geral aposentados de classe média. "A construção civil é forte geradora de empregos e vai se refletir no aumento de vendas do comércio", disse Alfieri. Já a região Centro Oeste deveu seu bom desempenho à expansão do agronegócio, que depende do dólar. "No momento, a atividade está em retração e não é possível prever o comportamento que terá no período 2005/2006", afirmou. Alfieri ressaltou, entretanto, que a participação menor do Sudeste não significa perda, mas ampliação da economia de outras regiões e pode representar melhor distribuição da renda inter-regional. (VP)

Onda de frio anima os lojistas

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aposentado Maurílio Adelha viu uma jaqueta na vitrine de uma loja de confecções da Rua São Bento. Entrou, provou a peça e a levou para casa. "A cada ano que passa, compro mais modelos de inverno", contou. "Gasto cerca de R$ 500 com roupas e sapatos nesses meses mais frios." Adelha é o típico consumidor que os lojistas dizem estar acostumados a atender: vê no mostruário, compra e parcela em duas ou três vezes, no cartão de crédito ou em cheques pré-datados. "O frio pegou carona com o Dia das Mães e as vendas não pararam de crescer desde então", disse, animado, o gerente da loja Start, César de Castro Júnior. Ali, os clientes costumam gastar R$ 150 a cada compra. E a busca por jaquetas, calças e moletons já aumentou 35% em relação a igual época do ano passado. "Por conta da concorrência acirrada, a maioria das lojas manteve os preços do último inverno, mesmo que os fornecedores tenham trazido as mercadorias com valores

O aposentado Maurílio Adelha diz gastar R$ 500 nos meses mais frios com roupa e sapato

mais elevados", afirmou Castro Júnior. "E isso também estimula o cliente a consumir", avaliou o gerente da Start. Vendas dobradas — O comerciante David Wagner Severo investiu em variados modelos de botas e sapatos fechados nessa temporada. "As vendas praticamente já dobraram neste ano", disse. "Se continuarmos assim, teremos um bom retorno até o fim de agosto." Entusiasmado, ele planeja as negociações de mercadorias com os fornecedores para o restante da estação. Segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o número de consul-

tas ao Usecheque, que serve de termômetro das vendas à vista, cresceu 10,6% na primeira quinzena de maio na comparação com igual período de 2005. E foram os segmentos de vestuário e calçados as responsáveis pelo avanço. Já em relação à primeira quinzena de abril passado, houve alta de 5,1%. "O frio, que chegou mais cedo neste ano, e a antecipação do aumento do salário mínimo ajudaram a alavancar as vendas", avaliou o economista da ACSP Emílio Alfieri. "Se o tempo continuar gelado assim, os comerciantes paulistanos só têm a ganhar", afirmou. Sonaira San Pedro


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PAUTA Lei seca em Diadema contraria a Ambev?

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

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O Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial esclarece que são inverídicas e improcedentes as afirmações contidas no artigo Lei Seca: A Lição de Diadema, assinado por Ronaldo Laranjeira e publicado na edição desta segunda-feira do Diário do Comércio nesta seção. Em seus 19 anos de existência, o Instituto nunca foi alvo de acusações semelhantes. Pelo contrário, tem se destacado pela autonomia de suas análises e publicações. De fato, a Ambev consta da lista das 31 empresas de diferentes setores apoiadoras do instituto. Mas é importante ressaltar que o estatuto da entidade proíbe a atividade de lobby para fins comerciais,

DOISPONTOS -11 11

assim como não permite a influência por parte de qualquer uma das empresas apoiadoras nos resultados de suas análises e documentos. As conclusões das publicações, abertas ao público, são pautadas pela independência do Instituto. Além disso, a pesquisa em questão, que será publicada integralmente nas próximas semanas, utilizou estatísticas públicas, em geral disponíveis nos sites da Fundação Seade e da Secretaria Segurança Pública de São Paulo, que permitirá um debate sério e responsável. NORMAN GALL, DIRETOR EXECUTIVO DO INSTITUTO FERNAND BRAUDEL DE ECONOMIA MUNDIAL

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

O PCC e os marcolas facção criminosa PCC (Primeiro Comando da G Alejandro Capital), ou Partido do Crime, ou 15 .3 . 3 ( po r Juvenal Herbas causa da posição das letras P e C no alfabeto), a maior e mais organizada do país hoje, foi criada por Camacho Júnior oito presos, em 31 de agosto de 1993, no Anexo da Ca- divide com o irmão sa de Custódia de Taubaté (130 km de SP), o Piranhão, Marcola o tida naquela época como a prisão mais segura do Es- comando da facção tado. Foi dito que o PCC havia sido criado para "combater a opressão do sistema prisional paulista" e tam- criminosa. bém para vingar a morte dos 111 presos, em 2 de outubro de 1992, no episódio que ficou conhecido como G Os ataques de Massacre do Carandiru. Em novembro de 2002, Marcoalto risco, como os la assume o comando do grupo. Sob as ordens de Marcola, também conhecido como playboy (por ser realizados nos uma pessoa muito vaidosa), o PCC é acusado de par- últimos dias, são ticipação no assassinato do juiz-corregedor Antonio praticados por José Machado Dias, em março de 2003. homens que têm A revista Veja de 11 de maio de 2005 publicou uma reportagem dando conta das ligações entre o PCC e o dívidas com o PCC. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Eles são (MST). Fazendo referência a um relatório preparado denominados pelo Juiz Edmar de Oliveira Ciciliati, da Vara de Exe"bin ladens" ou cuções Criminais de Tupã (SP) baseado em escutas telefônicas feitas no início de abril de 2005 em celu- "homens-bomba". lares de presos, assinala que esse relatório sugere que o PCC contou com a colaboração dos sem-terra para a G Os comandos organização do protesto realizado dia 18 de abril, em regionais do PCC São Paulo, que envolveu, em uma manifestação, cerca de 4 mil parentes de condenados, reivindicando foram acionados mudanças no regime de visitas nos presídios. Essa e seus "soldados" manifestação demonstrou a capacidade, até então foram às ruas inédita, de articulação dos detentos. Xico Graziano, executar missões ex-presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), não considera improvável que tenha sido estabelecida uma relação mais próxima entre o MST e o PCC . "Desde que passou a montar fábricas de sem-terra, o MST faz alianças urbanas de todo tipo", diz Graziano. "Eles precisavam arregimentar pessoas para a militância e, nesse proMande seu comentário para doispontos@ cesso, essa aproximação é razoável". Razoável e com dcomercio.com.br precedentes, conforme comprova o caso da associação, na Colômbia, entre as FARC e os traficantes de cocaína daquele país. Irmão do líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, de 34 anos, foi preso pelo Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), em 25 de abril de 2006, no Tatuapé, zona leste da Capital. Condenado a quase 40 anos, divide com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, condenado a 39 anos, o comando da facção criminosa. Camacho Júnior foi um dos protagonistas da espetacular fuga do Complexo do Carandiru, em 26 de novembro de 2001, com outros 101 detentos, através de um túnel. Desde então, era o líder do PCC mais procurado pela polícia brasileira. Na CPI do Tráfico de Armas, instalada em 2003, foi apurado que Camacho Júnior, como braço direito de Marcola, era o responsável pela compra e distribuição de armamento para os integrantes do PCC . As armas seriam trazidas para o Brasil junto com carregamentos de cocaína, vindos da Colômbia e da Bolívia. Ataques de alto risco, como os realizados em São Paulo nos últimos dois dias, são praticados por homens que têm dívidas com o PCC . Eles são denominados "bin ladens" ou "homens-bomba", em referência a Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda. Essas pessoas, membros do PCC em liberdade, quando não conseguem dinheiro para pagar a contribuição mensal ao caixa do grupo, contraem uma dívida com o comando e, em caso de momentos de afronta ao Estado, como o que ocorreu em meados de maio de 2006, são escalados para praticar os atentados. Pessoas que consomem drogas em bocas-de-fumo controladas por traficantes ligados ao PCC e não pagam suas dívidas também são convocadas. De dentro dos presídios, com a utilização de celulares, detentos subordinados aos "generais do PCC " dão ordens para que os endividados executem os atentados, com bombas ou tiros, contra as forças de segurança oficiais. No caso recente, as ordens foram atirar em quem quer que usasse uma farda.

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a manhã de sábado, 13 de maio de 2006, dia em que 30 policiais civis e militares foram assassinados pelos membros do PC C nas ruas de São Paulo, foi completada a operação, que deu origem a esses ataques, de remoção dos 10 maiores chefes do PCC – entre os quais o Marcola – para o presídio de Presidente Venceslau, completando a remoção de 768 presos para o presídio de Presidente Bernardes, feita durante a semana. O cumprimento da ordem de atacar a polícia mostrou os tentáculos do poder paralelo.

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JORGE SANTOS/OESTE NOTÍCIAS/AE

morte de policiais, avaliam setores de Inteligência, não se deu por escolhas feitas ao acaso. Os comandos regionais do PCC foram acionados e seus "soldados" foram às ruas executar missões com precisão. Note-se que nenhum delegado foi atacado diretamente. Um ataque do gênero significaria um degrau a mais na escalada. Hipótese não descartada, como revelam os diálogos do chefão Marcola com o delegado Bittencourt. A matança mostra um modus operandi e a intenção clara de mandar um recado: os "soldados" do PCC conhecem os policiais de cada região, seus hábitos e onde encontrá-los. Essa foi a mensagem enviada através de oito tiros disparados num bar em uma região rica da cidade, matando alguém trajado como civil – um policial - sem nada dizer e sem motivo algum. Realização de conferência telefônica por celular para julgar uma pessoa, afinal condenada à morte e assassinada. Entrada de fuzil em presídio por meio do Sedex, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Cobrança de contribuições mensais dos "sócios" (R$ 50 por mês de cada preso e R$ 500 de criminosos que se encontram em liberdade). Caixa para financiar roubos, seqüestros e outras ações violentas mediante concessão de empréstimos, pagos com juros e correção monetária. Fornecimento de "bolsas de estudo" a estudantes de Direito para futuramente defender "juridicamente" a organização. Tudo isso, e muito mais, consta do relato feito no dia 10 de maio de 2006 – dois dias antes do início da matança - à CPI do Tráfico de Armas sobre o funcionamento e os métodos do Primeiro Comando da Capital (PCC ), revelando a face secreta do PCC . As fontes das informações: o diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) de São Paulo, Godofredo Bittencourt, e Ruy Ferraz Fontes, delegado da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos do Deic (http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=6368).

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ntre outras coisas, os delegados revelaram que o grupo ganhou força em Mato Grosso do Sul e também está presente no Distrito Federal e em pelo menos mais quatro estados: Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, onde é apoiado pelo Comando Vermelho. Diz Godofredo: "O governo de São Paulo errou "quando pegou a liderança do PCC e os bandidos mais perigosos e redistribuiu-os pelo Brasil", porque propiciou a articulação do grupo com facções criminosas que atuam em outros estados. Segundo Godofredo Bittencourt, o PCC tem efetivo controle sobre os 140 mil presos do estado de São Paulo, é apoiado por aproximadamente 500 mil pessoas fora da prisão, e está por trás dos quase cem casos de extorsão via celular ocorridos diariamente apenas na cidade de São Paulo. Ele acrescenta que mais de 70% da ações de extorsão praticadas com realização de seqüestros no Estado "são comandadas de dentro da cadeia". Ambos descrevem Marcos Williams Elba Camacho, o Marcola, como líder inconteste da organização. O delegado Ruy conta que "ele pretende agora uma estrutura política. Eles formam, pagam pela formatura de pessoas nas escolas de Direito. Isso está escriturado no livro-caixa. Então, a tendência da organização é c re s c e r, p o rq u e a gente acaba não tendo como, não conseguindo atingir o objetivo principal que é desmontá-la". Ruy também confirma que "Marcola com certeza geriu a questão dos concursos públicos". Ou seja, patrocinou, inclusive por meio de fraudes (como compra de gabarito), a inscrição de candidatos em concursos públicos para funções de carreira em órgãos de segurança. Foram repassadas também à CPI informações confidenciais a respeito de linhas de investigação perseguidas pela polícia de São Paulo. Entre os dados repassados, uma lista com 18 advogados vinculados ao PCC . Para os policiais, esses advogados ultrapassam em muito a mera defesa jurídica dos líderes do grupo, agindo como agentes de fato da organização. CARLOS ILICH SANTOS AZAMBUJA

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vão desde as verbas de gabinete de cada deputado até a freqüência e a forma como votaram nas comissões e no plenário, quase nenhuma Assembléia oferece informação sobre o desempenho de seus integrantes que seja consultável de forma agregada.

CLAUDIO WEBER ABRAMO NOS FUNDÕES or força de um novo projeto da Transparência Brasil, passei os últimos dias a percorrer bases de dados de órgãos públicos federais e estaduais que proporcionem consulta livre pela Internet. O resultado mostrou, mais uma vez, que o Brasil federal é uma coisa e o país estadual, outra. No plano federal, há uma profusão de informações que o cidadão – ou melhor, o cidadão com acesso à rede, que corresponde a uma porcentagem pequena da população – pode consultar sem sair de sua cadeira.

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ngana-se o eventual leitor se imagina que isso seja fortuito. Muitas Assembléias (nem todas, porém) têm sistemas eletrônicos de registro da vida parlamentar, desde votações até proposições, emendas etc. Seria elementar disponibilzar acesso livre a essas bases de dados. O fato de não se conseguir isso é certamente intencional. Os deputados meramente não querem que seu comportamento parlamentar, de faltas a verbas que dispendem, seja conhecido pelos eleitores que os puseram lá. O escamoteamento dessas informações torna muito difícil aquilatar o comportamento objetivo dos deputados estaduais – a grande maioria dos quais tentará reeleger-se em outubro deste ano.

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O Brasil federal é uma coisa e o país estadual, outra. Quase nenhuma Assembléia informa sobre o desempenho dos deputados. odos os tribunais federais, o Ministério Público Federal, muitos órgãos de controle, a Câmara dos Deputados (mas nem tanto o Senado), ministérios, divulgam dados que, se reunidos, ajudam a desenhar perfis de pessoas e empresas. Quando se desce ao plano estadual, porém, a coisa muda de figura. Somente informações que se integram em repositórios coordenados centralmente são em geral disponíveis. São exemplos os dados sobre processos nos Tribunais Regionais Eleitorais e o cadastro de empresas que participam de operações comerciais interestaduais. Em muitos Tribunais de Justiça estaduais, a consulta ao andamento de um processo (uma boa maneira de verificar se uma pessoa ou empresa é parte em algum procedimento judicial) só se pode fazer a partir do número do processo, e não do nome. Isso restringe o acesso a essas informações aos interessados, que conhecem esses números – quando, na verdade, sendo público, o acesso deveria ser facilitado, e não dificultado.

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pior desempenho é o das Assembléias Legislativas. Enquanto na Câmara dos Deputados se conseguem dados que

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Evelson de Freitas/AE

Algo parecido acontece com os Tribunais de Contas. Enquanto no Tribunal de Contas da União se conseguem informações sobre processos e jurisprudência a partir dos nomes das pessoas/empresas, doze dos 27 TC estaduais (contando o do DF) não disponibilizam qualquer consulta. Dos quatro Tribunais de Contas “dos Muncípios” que existem no País (Bahia, Ceará, Goiás e Pará), só o do Ceará permite buscas por nomes. Com isso, fica muito mais difícil saber se uma licitação realizada no município X, gerido pelo prefeito Fulano, foi impugnada pelo TC correspondente porque restringia a competição (em outras palavras, estava dirigida). odo mundo sabe que a opacidade tem raízes fortes no Brasil. Ela é pior nos fundões. A possibidade de reunir num lugar só informações que se encontram disperas numa multiplicidade de bancos de dados públicos é a justificativa para o tal projeto da Transparência Brasil mencionado no início. Chama-se MultiBusca e o endereço é www.transparencia.org.br /multi/multi.html.

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CLAUDIO WEBER ABRAMO É DIRETOR EXECUTIVO DA

TRANSPARÊNCIA BRASIL WWW.TRANSPARENCIA.ORG.BR.

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


quinta-feira, 25 de maio de 2006

Congresso Eleições Planalto CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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CHIRAC: AGENDA CHEIA NA VISITA DE UM DIA

O que queremos, no Brasil, é evitar a dependência em relação a uma potência ou a um grupo de potências. Presidente Lula

EM ENTREVISTA A JORNAL FRANCÊS, LULA FALA DE CONCEITOS POLÍTICOS, MENSALÃO E SEGURANÇA.

IDEAIS DE ESQUERDA ESTÃO SUPERADOS Marcelo Sant'Anna/Estado de Minas/Folha Imagem

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ESTÁ MAIS FÁCIL PARA LULA, DIZ ITAMAR.

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ex-presidente da República, Itamar Franco, avaliou ontem que a ausência de um candidato peemedebista "torna mais fácil" a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acho que aumentam a chances do presidente Lula sem o PMDB", disse, salientando, porém, que toda eleição pode trazer "uma dose de surpresa" e que não é possível prever se o processo eleitoral será favorável ao presidente. Itamar, que desistiu de sua pré-candidatura presidencial e vai disputar a indicação do partido para concorrer ao Senado, demonstrou pouca confiança no sucesso da eventual chapa à Presidência encabe-

çada pelo senador Pedro Simon (RS). "A minha visão é que essa luta está cada vez mais difícil", observou, se referindo à oposição ferrenha da ala governista do PMDB, principalmente do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e do senador José Sarney (AP). Questionado se subiria novamente no palanque de Lula, ele desclarou: "Eu nunca serei candidato a vice do presidente Lula". Itamar se reuniu ontem com o governador Aécio Neves (PSDB), no Palácio das Mangabeiras. Ele não quis fazer considerações sobre o encontro. Disse apenas que gostaria que o PMDB estivesse mais próximo do governador, candidato à reeleição. (AE)

Evaristo Sá/AFP

CHEGOU CHIRAC O presidente Jacques Chirac desembarcou ontem em Brasília para uma visita oficial, cujo objetivo principal é renovar sua parceria estratégica entre Brasil e França. O presidente francês deixou a França por quatro dias, desgastado por uma série de denúncias de corrupção, complôs e rivalidades políticas, além de forte divisão interna do governo, envolvendo alguns de seus principais membros.

presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista ao jornal Le Monde, que considera superados certos conceitos de esquerda, como "antiamericanismo" e "revolução". Ao ser diretamente indagado pelos enviados especiais do vespertino francês se admitia tais idéias como arcaicas, ele foi direto: "Na minha opinião, sim. Como sou um partidário da defesa da liberdade de expressão, cada um utiliza esses termos como m e l h o r l h e c o nvém. Sobretudo porque essas mesmas palavras têm um sentido diferente em cada país." Segundo Lula, um tipo de discurso de esquerda no Brasil não tem o mesmo peso no México. Ele ressaltou que jamais manteve a etiqueta de esquerda. "Sou torneiro mecânico de profissão, militante político de um partido, o PT, cujo compromisso fundamental é a construção de uma sociedade mais justa." A entrevista foi concedida no contexto da visita do presidente Jacques Chirac ao Brasil e ao Chile nesta semana. Auto-suficiência – Ao jornal Le Monde, Lula reafirmou sua tese de que nos próximos 20 ou 30 anos o Brasil será a maior potência energética do planeta. Segundo ele, após a auto-suficiência em petróleo, nos próximos dois anos o Bra-

sil vai produzir a maior parte do gás que consome, além de já ser o país mais competitivo na produção de etanol e biodiesel. A seu ver, o Brasil lançou uma revolução energética e por isso não deve se preocupar com eventuais pressões de países produtores. "Nós optamos por apostar nas energias alternativas e poucos países poderão concorrer com o Brasil na hora de extrair da terra o combustível do futuro, em razão de sua extensão territorial." Gás – Quanto às tensões com a Bolívia após a nacionalização do gás pelo presidente Evo Morales, Lula disse que existe lugar para a negociação. E criticou a imprensa por pretender que ele fosse duro com os bolivianos. "Se não fui com os Estados Unidos e a Europa, porque deveria ser duro com a Bolívia, um país mais pobre do que o Brasil? Prefiro apostar na negociação do que desenvolver um discurso para uso interno", disse. Lula lembrou sua conversa com Morales, em Viena, quando afirmou que ele tinha todo o direito de nacionalizar o gás, mas chamou atenção para o fato de que, se o Brasil depende do gás boliviano, a Bolívia depende das compras no Brasil. Estados Unidos – Sobre as afirmações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, favoráveis a uma integração lati-

no-americana que se oponha aos Estados Unidos, Lula disse que não se deve misturar ideologia nas relações comerciais. "Mesmo Chávez não deve pensar isso, pois vende 85% de seu petróleo aos Estados Unidos. O que queremos, no Brasil, é evitar a dependência em relação a uma potência ou a um grupo de potências, construindo nossa soberania a partir de nossas capacidades tecnológicas e produtivas." Lula abordou ainda a questão da violência. Disse que há muito tempo sabe que o sistema penitenciário vai mal. No plano social, comparou os 40 meses de seu governo aos oito anos de Fernando Henrique Cardoso. Disse que em dezembro de 2003 o País gastava menos de R$ 7 bilhões em programas sociais e agora gasta R$ 22 bilhões. Segundo ele, houve também uma redução de 3 milhões no número de pobres do País. Mensalão – Na entrevista, o presidente Lula previu que muitos dos 40 denunciados pelo Ministério Público Federal no caso do mensalão serão absolvidos pela Justiça. Questionado sobre as lições que tira dos escândalos de corrupção envolvendo o PT, Lula afirmou: "O relatório da CPI foi transmitido ao Ministério Público, que o encaminhou ao Poder Judiciário. Eu não estou em condições de dizer se as acusações contra essas pessoas serão provadas. Mas eu acredito que muitas delas serão inocentadas." (AE)


quinta-feira, 25 de maio de 2006

Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

TESOURO AJUDA RESULTADO DAS CONTAS

7 É uma decisão histórica! É um novo Mercosul! Hugo Chávez, presidente da Venezuela

RESULTADO DE ABRIL PODE AJUDAR A PROTEGER A ECONOMIA DOS ESTRAGOS DA TENSÃO NOS MERCADOS

GOVERNO TEM SUPERÁVIT DE R$ 14,8 BI Consignado: plano sai até terça

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epois de ameaçar, na semana passada, obrigar os bancos que fazem empréstimo com desconto em folha (consignado) para aposentados e pensionistas a estabelecer um teto para a cobrança de juros, os ministérios do Trabalho e da Previdência Social decidiram ontem estabelecer um prazo até a próxima terça-feira para receber das instituições financeiras proposta de auto-regulação. O ministro da Previdência Social, Nelson Machado, disse que, embora as taxas do consignado sejam mais baixas do as das demais linhas de crédito, elas não têm convergido pa-

ra um patamar "aceitável". Ele defendeu a interferência do governo na negociação com os bancos. "Não estamos tabelando os juros. Estamos negociando, já que a Previdência Social garante os empréstimos." O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, informou, porém, que o governo não descartou a possibilidade de fixar o teto. "Esta possibilidade está colocada e poderá ser adotada pelo Conselho Nacional de Previdência Social." Bancos não gostam — De acordo com Marinho, a concorrência entre os bancos está se mostrando insuficiente para que o juro baixe ainda mais,

o que é o desejo do governo. "Antes eles alegavam que a inadimplência elevava a taxa de juros. E agora que o risco do empréstimo consignado é mais baixo?", questionou. O vice-presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Fábio Barbosa, deixou claro que as instituições financeiras não gostaram da idéia do teto. Os bancos acreditam que a livre concorrência fará com que as taxas caiam. Mas Barbosa admitiu que alguns cobram mais do que deveriam. "É em cima dessas instituições que vamos trabalhar numa proposta de autoregulação", disse. (AE)

Chávez identifica "novo Mercosul"

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m "novo Mercosul". Esta foi a definição aplicada ontem pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para a assinatura, realizada na capital argentina, Buenos Aires, do Protocolo de Adesão que estabelece um prazo máximo de quatro anos para que seu país esteja plenamente integrado ao Mercosul. Desta forma, o bloco, que desde seu início, em 1991, era um quarteto formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, passará a ser um quinteto com a Venezuela.

O protocolo será referendado pelos presidentes dos cinco países durante a próxima cúpula do Mercosul, marcada para os dias 20 e 21 de julho. Segundo a Chancelaria argentina, a assinatura do protocolo "confirma o compromisso do Mercosul e da Venezuela com a consolidação do processo de integração da América do Sul no contexto da integração latino-americana". Nos próximos quatro anos, a Venezuela terá de adotar o conjunto de normas do Mercosul, além de aplicar a Tarifa Ex-

terna Comum (TEC). Em Caracas, o clima no governo venezuelano era de celebração. "É uma decisão histórica! Nos causa grande júbilo! Chegamos a um novo Mercosul", declarou Chávez. Ele quer agora incorporar a Bolívia de seu amigo Evo Morales ao bloco. Em entrevista ao jornal francês Le Monde, o presidente Lula disse que "não se deve fazer ideologia com relações políticas e comerciais". "Chávez não deve pensar assim porque vende 85% de seu petróleo para os Estados Unidos." (AE)

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epois de um pri- mia feita pelo Governo Cen- municípios) um superávit de meiro trimestre de tral, de R$ 29,61 bilhões, foi in- 4,25% do PIB. Disse até que, resultados mais ferior aos R$ 29,73 bilhões de para não correr o risco de desfracos, que deram igual período de 2005. O valor, cumprir a meta, o governo vai margem a temores sobre o en- entretanto, superou a meta trabalhar mirando um pouco fraquecimento da política fis- para todo o governo federal acima desse objetivo. Kawall ressaltou que essa cal brasileira, o governo voltou (que inclui as empresas estaa registrar um superávit em tais) prevista na Lei de Diretri- "gordura" não será na magnisuas contas em abril. zes Orçamentárias (LDO), de tude do excedente que houve O Governo Central (conjun- R$ 28,7 bilhões. O resultado no ano passado, quando o suto formado por Tesouro Nacio- acumulado no ano correspon- perávit ficou em 4,8% do PIB. nal, Previdência Social e Banco de a 4,66% do Produto Interno Mas não disse se o excedente Central) apresentou superávit Bruto (PIB) brasileiro do pe- deste ano será ou não superior primário (receitas maiores que ríodo, abaixo dos 5,03% do ao 0,14% do PIB relativos ao despesas, sem considerar os PIB verificados nos quatro Projeto Piloto de Investimento (PPI), conjunto de investimengastos com juros) de R$ 14,85 primeiros meses de 2005. bilhões, mais que o Givaldo Barbosa/Agência O Globo tos que podem ser excluídos do cálcudobro dos R$ 7,23 bilhões registrados lo do superávit primário realizado peem março e 17% acilo governo. ma do verificado Mercados — O em abril de 2005. secretário do TesouAnunciado em ro comentou que mais um dia de não vê piora no cegrande turbulência nário econômico inno mercado finanternacional que jusceiro, o resultado foi o melhor da série tifique tamanha perda de preços dos histórica iniciada em 1997 e deve conativos financeiros brasileiros nos últitribuir para evitar Kawall: resultado em linha com a meta de superávit mos pregões. Mas piora na expectativa do mercado sobre a capaci"O resultado do ano está em admitiu que, nos próximos dade da economia em resistir à linha com o cumprimento da dias, é de se esperar que o esinstabilidade. O Tesouro Na- meta de 4,25% para o setor pú- tresse no mercado continue e cional foi determinante para o blico consolidado, composto oscile a cada divulgação de nobom resultado, com superávit por Governo Central, estados, vos indicadores americanos. Kawall disse que a turbulênprimário de R$ 17,4 bilhões, municípios e empresas estagraças, fundamentalmente, ao tais", garantiu o secretário do cia não reflete a situação econômica brasileira. "O Brasil aumento de arrecadação obti- Tesouro, Carlos Kawall. do no mês. A Previdência apreCompromisso — Para afas- não é o epicentro da volatilidasentou déficit de R$ 2,6 bilhões tar a crise, ele aproveitou para de global. Somos passageiros e o Banco Central, saldo positi- reiterar o compromisso do go- da incerteza, assim como os vo de R$ 42 milhões. verno de cumprir a meta de ob- agentes financeiros globais", No período de janeiro a abril ter nas contas de todo o setor disse. Segundo ele, há mudande 2006, no entanto, a econo- público (incluindo estados e ça no "apetite por risco". (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

TURISMO - 1

RIO DE JANEIRO

Sergio Costa/Divulgação

Fotos: Divulgação

A o longo do Rio

Paraíba do Sul, entre montanhas cobertas de Mata Atlântica, a região de Vassouras convida a conhecer cerca de 20 fazendas estabelecidas no século 19 pelos barões do café. E além da volta ao passado, o roteiro é coroado por delícias da gastronomia regional, de influência mineira. Págs. 2 e 3

AVENTURA COM FESTEJOS RELIGIOSOS A charmosa São Luís do Paraitinga gaba-se de ser a 'terra das cachoeiras' e de ter a melhor Festa do Divino do Estado, que começa amanhã. Pág. 4

Pelo Vale do Café

TESOUROS: rica arquitetura da era de ouro do café pontua toda a viagem. Na Fazenda São João da Prosperidade (ao lado e abaixo, à esq.), a mais visitada da região, a proprietária recebe turistas vestida com trajes de época. Na Fazenda Cachoeira Grande (abaixo), a maior atração é uma coleção de carros antigos


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quinta-feira, 25 de maio de 2006

Cidades MASP FUNCIONA MESMO SEM ENERGIA A direção do Masp foi avisada sobre a possibilidade de corte de energia em dezembro.

Dívida com Eletropaulo é de R$ 3,5 milhões, referente a sete anos de contas não pagas. Museu está aberto graças a geradores a diesel, a um custo de R$ 7 mil/dia.

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alemão Wilfred Ludwig Franz Josef Hoffmann foi persistente. Depois de voltar, na terça-feira, para o hotel sem conhecer o Masp, fechado por falta de energia (cortada pela AES Eletropaulo por dívidas), ele conseguiu, ontem, ver a mostra de Edgar Degas. Graças ao gerador do museu e a mais dois alugados para suprir o fornecimento. Segundo a Eletropaulo, a suspensão continua e o Masp ainda não enviou proposta de acordo. A direção do museu não deu entrevista. "Achei extraordinário ter um museu fechado por falta de luz porque não pagou a conta. Na Alemanha não tem isso. Conheço muitos países e nunca vi coisa parecida", disse o professor aposentado. "É um absurdo um dos principais museus de São Paulo, referência pela arquitetura e pelo acervo, reconhecido no mundo, passar por essa situação", disse o cantor e compositor Lulo Scroback. "É má administração." O Masp abriu ontem, como de costume, às 11h. O vaivém do público foi constante, mas estava tranqüilo, sem filas. Havia pelo menos dois grupos, um de crianças e um de adultos, fazendo visita com monitores. Segundo a assessoria de imprensa, foi um movimento normal. Estavam abertos o 1º e 2º subsolos, com a mostra de Degas, assim como o 1º andar, com arte contemporânea e o 2º, que abriga a exposição permanente. O restaurante também funcionou. Os visitantes não perceberam nenhum problema. "Não percebi nenhum problema", disse a engenheira Maria Odila Cavalcanti, que mora em Brasília. Ela estava a passeio em São Paulo com o marido, o médico Alexandre Cavalcanti. "Mas imagino o risco que houve, não só na questão da umidade e da temperatura que as peças exigem, mas da segurança", disse o médico. Romaric Sulger-Büel, curador da mostra de Degas, informou que todos os museus estrangeiros que emprestaram obras para a exposição foram avisados por e-mail. "É uma situação desconfortável, mas os museus dependem do Masp, há uma relação de intercâmbio entre as instituições." A França emprestou 50 obras para a exposição (14 do Museu D’Orsay, em Paris).

Caio Guatelli/Folha Imagem

A dívida do Masp supera os R$ 10 milhões. Há débitos com o INSS, com a AES Eletropaulo e os R$ 2,6 milhões a serem pagos pelo prédio adquirido na Paulista

Segundo a Eletropaulo, o Masp deve R$ 3,5 milhões, referentes a sete anos de contas. A empresa fechou dois acordos de parcelamento da dívida, mas nenhum foi cumprido. Ela negou que tenha posto o acervo em risco e culpou a administração. A direção foi avisada sobre a possibilidade de corte em dezembro. Para manter-se em funcionamento, o MASP alugou dois geradores de 450 KWA (a diesel). O

aluguel diário de cada um é de R$ 3.500,00, o que resulta numa conta de R$ 7 mil no fim do dia. O valor é quase o equivalente à receita diária do Masp com a bilheteria da exposição de Edgar Degas. Ontem, 960 pessoas estiveram no museu. O ingresso custa R$ 15,00, mas boa parte dos visitantes é de estudantes, que pagam R$ 7,00. Assim, é provável que a receita do dia tenha ficado abaixo de R$ 10 mil. Em relação à eletricidade, o gasto pode ser ainda Com a instalação de geradores, o museu ficou aberto normalmente ontem mais assustador se a situação perdurar: o Masp vai ter uma conta extra de R$ 210 mil ao Financiamento da Seguridade Social (Cofins). fim de um mês (quase três vezes mais alta do O Masp arrecadou R$ 6 milhões em 2005. Desque a conta de luz, R$ 80 mil mensais, que o mu- se total, R$ 938 mil vieram das bilheterias. A Preseu não paga há 7 anos). feitura e o Estado contribuíram com subvenção A dívida total do Masp é hoje de mais de R$ 10 de R$ 1 milhão, e o museu conseguiu obter R$ milhões. Ela compreende débito com o INSS, de 479 mil para o patrocínio de exposições, além de R$ 4.521.491,00 (em valores de dezembro), mais R$ 293 mil com a cessão do espaço para outro tios cerca de R$ 3,5 milhões da AES Eletropaulo e po de eventos. Outros R$ 187 mil vieram da coR$ 2,6 milhões a serem pagos pelo prédio adqui- mercialização de livros e catálogos. Também foi rido na Paulista. registrado como "doação" R$ 1,4 milhão. A dívida com o INSS é questionada na Justiça, O resultado é que, ironicamente, o Masp acajá que o museu considera-se isento da cobrança bou gerando um superávit no seu balanço da cota patro- anual, auditado pela Price Waterhouse e Coonal do INSS – pers. Mas há problemas nas contas. A contabit a m b é m r e- lidade registrou como ativo contingente decorclama isenção rente de "crédito de tributo incidente sobre a degarantida pe- manda de energia elétrica", no valor de R$ 540 lo Certificado mil. "Em decorrência, o patrimônio social e o sude Isenção de perávit do exercício estão demonstrados a Entidade Be- maior pelo referido montante", diz a auditoria. neficente de Atrasos de salários e encargos são freqüentes. A s s i s t ê n c i a O museu é uma entidade privada e funciona em Social (Cebas) edifício cedido pela Prefeitura. Sua gestão é sue da Contri- bordinada a um conselho deliberativo, cujo prebuição para sidente é o cirurgião Adib Jatene. (AE)


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Empresas Empreendedores Finanças Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Taxa de risco do Brasil operava em alta de 2% no fim da tarde de ontem, em 284 pontos-base.

MERCADOS ENCERRARAM CICLO

AINDA SOB O EFEITO DO TEMOR DE ALTA DO JURO NOS EUA E SEGUINDO BOLSAS MUNDIAIS, IBOVESPA CAIU 0,88%

BOVESPA NÃO CONSEGUE SE RECUPERAR Dólar tem maior alta desde 2002

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nervosismo mais uma vez predominou no mercado de câmbio brasileiro. Ontem, o dólar comercial subiu 4,76% — a maior alta diária registrada desde setembro de 2002. Com isso, a moeda americana encerrou os negócios valendo R$ 2,398 para compra e R$ 2,40 para venda, cotações mais altas desde 26 de agosto de 2005. Em maio, a moeda americana já acumula valorização de 15% e, no ano, sobe 3,27%.

Kazuhiro Nogi/AFP Photo

Japoneses observam nota gigante de dólar: contra falsificação

Observando um período, maior, porém, o dólar está em nível considerado

razoável pelos analistas (veja o vaivém das cotações no quadro acima). (Agências)

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esmo depois de várias quedas consecutivas, que deixaram mais baixos os preços de muitas ações, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) não conseguiu se recuperar ontem. Ainda sob o efeito da expectativa de elevação do juro nos Estados Unidos, o mercado acionário brasileiro teve nova rodada de desvalorização. Em 11 pregões, a bolsa caiu em dez. Na sessão de ontem, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, fechou em 35.791 pontos, com queda de 0,88%. Na mínima do dia, chegou a cair abaixo de 35 mil pontos, voltando ao patamar de janeiro. No mês, o índice acumula perdas de 10,4%. Desde o

início do ano, no entanto, a Bovespa ainda tem ganhos de 10,5%. O volume financeiro ontem somou R$ 3,3 bilhões. À exceção dos mercados americanos de ações, as bolsas mundiais fecharam ontem novamente com tendência de desvalorização. Como no Brasil, as quedas foram resultado da preocupação em torno da economia americana. Liquidez — Na visão dos investidores, se os juros subirem mais nos Estados Unidos, certamente será reduzido o volume de recursos disponíveis para aplicação (a chamada liquidez mundial). Isso porque os aplicadores tendem a transferir dinheiro para ativos americanos, em especial os títulos do Tesouro do país (Treasuries).

Na Europa, todos os principais mercados de ações tiveram baixas: Londres (-1,61%), Paris (-1,25%), Frankfurt (queda de 1,61%), Milão (-0,65%) e Madri (-1,02%). Nas Ásia, os destaques de baixa da sessão foram as bolsas da Tailândia (-1,8%) e de Hong Kong (-0,26%). Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com discreta alta de 0,17% e o Nasdaq ganhou 0,48%. Segundo operadores do mercado de ações, o fato de as bolsas americanas ainda apresentarem valorizações tímidas mostra que a turbulência ainda vai persistir no curto prazo. A tendência é os investidores permanecerem atentos aos sinais dados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). (Agências)

Volatilidade deve persistir Wilson Magao/AE

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o comemorar, na última terça-feira, a redução do nervosismo nos mercados antes do encerramento dos negócios, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assumiu um risco que nem mesmo os investidores e analistas mais otimistas têm coragem de expressar agora. Não há dúvida de que uma hora os mercados vão se acomodar. Mas nove entre dez analistas não arriscam dizer quando isso acontecerá, e apostam em mais volatilidade pelo menos no curto prazo. Como os próprios investidores admitem, os mercados abandonaram seu "otimismo irracional" e iniciaram uma era de incertezas. E incertezas, com exceção de alguns fundos de proteção (hedge) que se dão bem no atual ambiente, é o que os investidores mais temem. A atenção continuará concentrada nos indicadores dos Estados Unidos, que mostrarão o comportamento da inflação e vão nortear as perspectivas para os juros. O índice PCE, que mede o gasto do consumo pessoal e é muito importante nas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), será divulgado hoje e é aguardado com ansiedade. Um resultado que sinalize uma inflação contida, sem necessidade de se apertar mais os juros, poderá resultar numa maior serenidade nos merca-

Mantega: otimismo corajoso

dos, inclusive provocando uma valorização em bolsas, preços de commodities e ativos de países emergentes. Por outro lado, um dado considerado negativo poderá gerar mais um ensaio de pânico nos mercados globais, como o visto na segunda-feira passada. Indicadores — Mas nem mesmo um PCE positivo será capaz de reverter de uma forma sustentada o novo ambiente que se instalou nos mercados mundiais. Nas próximas semanas os novos indicadores das economias americana, européia e japonesa serão recebidos num ambiente de tensão que tende a maximizar movimentos negativos. O diretor da corretora de fundos de hedge Liabilities Solutions, Wilber Colmerauer,

observa que os tempos mudaram. Num longo período, que se estendeu por mais de três anos e foi encerrado há duas semanas, os mercados vinham mostrando um otimismo inabalável e rapidamente ignoravam dados ou notícias preocupantes. "Agora, veremos o contrário, com o mercado reagindo exageradamente a dados ruins", disse Colmerauer. "Esse comportamento cíclico é da natureza dos mercados financeiros, mas muitos tinham esquecido disso por causa dos bons ventos que sopraram nos últimos anos", destacou. "Muitos investidores ganharam 15%, 20% ou 30% no primeiro trimestre com os ativos de emergentes, o que é muito expressivo, e, diante do que está acontecendo agora, resolveram tirar o time de campo e colocar seu dinheiro em ativos mais seguros, garantindo um resultado ainda positivo para o ano como um todo", explicou Colmerauer. "Se houver sinais de que o Fed terá de levar os juros para mais perto dos 6%, aí então esse movimento será ainda mais acentuado." Uma hora a poeira baixará, mas poucos acreditam que os ativos de países emergentes recuperarão todas as perdas sofridas nas últimas semanas. Está em curso um ajuste, que muitos esperavam gradual e indolor, ao novo estado da economia mundial. (AE)

Oportunidades depois da crise

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banco Morgan Stanley acredita que o mercado acionário brasileiro deve oferecer oportunidades atraentes depois do fim da onda de volatilidade. "A queda nos preços das commodities tem impacto menor no Brasil do que em seus vizinhos", disse o chefe de Pesquisa para a América La-

tina, Gray Newman, em nota para clientes. "Com os produtos nãomanufaturados representando 45% do total de suas exportações, o Brasil não está predominantemente concentrado nas co mmo di tie s e sua economia está no meio de uma virada." Segundo ele, as commodities represen-

tam 78% da base de exportações da Venezuela, 82% do Chile e 80% do Peru. O analista disse que é preciso contextualizar o atual movimento de venda de ações. Ele calcula que o mercado acionário brasileiro subiu 490% desde janeiro de 2003, enquanto na Argentina a alta foi de 294%. (AE)


Ano 81 - Nº 22.134

São Paulo, quinta-feira 25 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

UFA!

Chegou o dia de alforria do contribuinte Seremos todos tax free amanhã. Trabalhamos os primeiros 145 dias de 2006 apenas para pagar impostos. O cálculo é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). O DC foi às ruas para ouvir os contribuintes. Surpresa: não é a voracidade do Leão, excessiva, o que mais incomoda, mas o troco devolvido em péssimos serviços públicos. Economia/1

Nervosismo dos mercados não passa

Sergio Amaral/Ag. Pixel

Pela transparência tributária. E com apoio de 1,5 milhão

Temor de uma alta de juros nos Estados Unidos levou o dólar a subir 4,76% ontem, a maior alta desde 2002. E a Bolsa de Valores de São Paulo não conseguiu se recuperar. O ministro da Fazenda Guido Mantega acredita numa rápida acomodação dos mercados, mas os analistas apostam em mais volatilidade. Pelo menos no curto prazo. Economia/ 8 Paulo Pampolin/Hype

Afif Domingos e Renan Calheiros (foto) marcaram o último ato para o De Olho no Imposto. Veja como será em Eco/1 Ailton de Freitas/Ag. O Globo

O frio está bom para as lojas O frio, que chegou mais cedo, e a antecipação do salário mínimo deram uma injeção de ânimo no comércio. As vendas aumentaram. Economia/6 Divulgação

Lula seria reeleito no primeiro turno

HOJE Nublado Máxima 19º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 22º C. Mínima 11º C.

DC

Pesquisa CNT-Sensus mostra que presidente ampliou a vantagem sobre Alckmin: 40,5% a 18,5%. Crise na segurança atrapalhou votação do ex-governador. No Datafolha, Lula tem 45 %, Alckmin, 22%. Página 3

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BOA VIAGEM

Lembranças do século 19, num roteiro pelo Vale do Café, RJ. Na foto, fazenda Santa Cecília.

6748-5627 (Itaquera) 6749-5533 (Artur Alvim)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

1 É uma proposta que muda a atitude do cidadão, que terá mais condições de cobrar em serviços públicos. Guilherme Afif Domingos

DO INÍCIO DO ANO ATÉ HOJE, BRASILEIRO COMPROMETEU SALÁRIO PARA PAGAR IMPOSTOS

DIA DE ALFORRIA DO CONTRIBUINTE Fotos: Luiz Prado/LUZ

Sergio Amaral/Ag. Pixel

S

Laura Ignácio

Giorgio e Fabiana, indignados

De Olho no Imposto vai a Brasília na quarta-feira

Santana: "Deixamos de ser escravos"

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Valdelice Morbeck (dir.): "Absurdo!"

Maria Gomes: "Sobra muito pouco"

União – Para Monteiro de Carvalho, da Associação Comercial do Rio, é preciso unir a classe empresarial em torno de temas nacionais. "Somente a França, Itália, Suécia e Noruega têm cargas tributárias maiores que a nossa. Mas nesses países há serviços eficientes, enquanto a população brasileira não tem acesso a serviços básicos", disse. Ele destacou, ainda, que a entidade fará uma mobilização para pressionar pela aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. "Essa lei é fundamental para o desenvolvimento do País. Não podemos ficar ausentes, temos que trabalhar em conjunto para tornar esse discurso realidade."

ais de 300 lideranças da sociedade civil estarão em Brasília, na próxima quarta-feira, para entregar ao presidente do Senado, Renan Calheiros, as assinaturas colhidas pelo movimento De Olho no Imposto, de apoio ao projeto que prevê a inclusão, na nota fiscal, do valor referente aos impostos cobrados por produtos e serviços. A entrega foi acertada, ontem, em reunião do presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, com Calheiros. Mais de 1,5 milhão de assinaturas foram coletadas em cidades de todo o País desde o início do ano, o que demonstra o interesse da população sobre o tema. "Na verdade, queremos apenas a regulamentação do que estabelece o parágrafo 5º do artigo 150 da Constituição Federal, que prevê a adoção de medidas para que o consumidor seja informado sobre o imposto que está pagando", disse o presidente da ACSP, ao lembrar que a maioria das pessoas não tem noção dos impostos que paga no dia-a-dia. Afif sugeriu que o projeto seja encampado por lideranças políticas no Congresso e seja suprapartidário, já que a proposta tem respaldo popular. "É um projeto cívico-educativo, que garante transparência na relação de consumo. Sabendo quanto paga de impostos em cada produto que consome, o brasileiro terá consciência de que, na realidade, os serviços públicos não são gratuitos. Assim, poderá exigir melhorias e cobrar dos governos a contrapartida dos impostos." Projeto – A forma como o projeto será apresentado está sendo analisada pela assessoria do presidente do Senado. Segundo a proposta, entregue a Renan Calheiros, os estabelecimentos comerciais passariam a informar, no rodapé da nota fiscal, o valor aproximado dos tributos incidentes na compra do produto ou serviço. Os estabelecimentos menores poderiam afixar listas com os valores aproximados. Não haveria a necessidade de ser o valor exato do imposto, já que a proposta não tem relação com a obrigatoriedade fiscal do documento, mas com o direito do consumidor de ter informação sobre o imposto que paga. Abaixo-assinado – De acordo com o presidente da ACSP, lideranças da sociedade organizada já estão mobilizadas para ir a Brasília no próximo dia 31 para a entrega do abaixo-assinado de apoio à proposta. A grande quantidade de assinaturas deverá sensibilizar os parlamentares, garantindo a adesão necessária para sua aprovação no Congresso Nacional, acredita Afif Domingos. "É uma proposta que muda a atitude do cidadão, que terá mais condições de cobrar a melhoria nos serviços públicos que paga através dos impostos."

Mariangela Santos

Cláudio Tourinho

Afif se reuniu ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros

DeBRITO

e em 13 de maio se comemora a liberdade dos escravos, hoje é dia de festejar a alforria dos contribuintes. Isso porque cada cidadão brasileiro trabalha cerca de 145 dias do ano – de 1° de janeiro até 25 de maio – só para pagar impostos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). "O brasileiro vai deixar de ser escravo dos impostos", disse o encarregado fiscal Celso Santana, na Praça Antônio Prado, região central de São Paulo, que no início do século XVIII era povoada por escravos. Para Santana, é um absurdo direcionar para os cofres públicos quase cinco meses do salário. "Se tivéssemos retorno de toda essa carga tributária, o brasileiro não reclamaria de pagar tantos impostos", afirmou. A advogada Márcia Gomes concorda. "Se víssemos mais obras públicas, seria mais consolador", disse. Para ela, o problema é que o brasileiro mais paga impostos do que recebe para viver. "Se considerarmos todas as despesas domésticas, sobra muito pouco para uma poupança ou um investimento", contabilizou a advogada. O casal Giorgio Donofrio, fotógrafo, e Fabiana Cardoso, estudante, disse que se sente enganado ao saber que, por um período tão longo do ano, a renda dos trabalhadores vai para o governo. "No Canadá, 40% do salário dos trabalhadores ficam com o governo, mas eles vêem a contrapartida disso nos serviços públicos. Nós, não", comparou Donofrio. "Eu até coletei assinaturas para um movimento que luta pela revelação dos impostos embutidos nos produtos que compramos nos supermercados", disse Fabiana, referindo-se ao movimento De Olho no Imposto, que luta pela discriminação, nas notas fiscais, dos impostos embutidos nas mercadorias e serviços. Revolta – A fatia do salário reservada ao Fisco revolta a auxiliar geral Valdelice Morbeck. "Acho um absurdo! É só olhar no holerite para ver que quase nada fica com a gente". O analista de sistemas Denis Dainese também se lembra da alta carga tributária brasileira todo mês. "Fui obrigado a me tornar pessoa jurídica para que a empresa onde trabalho não tenha que pagar tantos impostos. Com isso, quase 12% do que ganho mensalmente vai para o pagamento de tributos", lamenta. "Acho uma injustiça ter que pagar impostos por 145 dias do ano", completou. No Pátio do Colégio, quando o assunto é impostos, a população ainda se lembra do mensalão. "Não é justo pagarmos tanto imposto porque sabemos que o governo acaba usando esse dinheiro para benefício próprio, como no mensalão", criticou a operadora de máquina Maria do Socorro Nunes de Lima. Já a amiga de Maria, a auxiliar de expedição Adriana Dias lembrou o mau uso do dinheiro que vem dos impostos. "Quando vou a um hospital público, tenho que esperar pelo menos quatro horas para ser atendida", reclamou. Hoje, em Porto Alegre e Lajeado, a Associação da Classe Média (Aclame) comemora o "Dia da liberdade de impostos". Na capital gaúcha, haverá shows em que as bebidas serão vendidas com o desconto do imposto. Já no município de Lajeado, lojistas e prestadores de serviços comercializarão eletrodomésticos, roupas e até um carro com o desconto equivalente à carga de tributos, valor que pode chegar a até 60% do preço.

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A DIFERENÇA ENTRE APRENDER E APRENDER NA PRÁTICA.

Afif: País continua sem agenda.

O

presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, recebeu ontem do presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Olavo Monteiro de Carvalho, a medalha Visconde de Mauá. Em almoço que reuniu empresários, banqueiros e presidentes de associações comerciais de bairros do Rio, Afif destacou que, mesmo diante de uma sucessão presidencial, o Brasil continua sem uma agenda. "Corremos o risco de passar o ano debatendo quem roubou mais, e não é isso que a nação espera. Queremos diretrizes mais claras", afirmou. Segundo Afif, enquanto as

empresas se esforçam para reduzir custos e adequar suas despesas à receita, o governo se empenha em fechar suas contas com o aumento da arrecadação. "O ajuste fiscal é para o lado da receita e não para a busca da produtividade e da racionalidade da estrutura fiscal. Com isso, o País saltou dos 23% de arrecadação para 42% do PIB ", alertou, ao ressaltar que o sistema tributário mascara a verdade e que não há transparência na arrecadação. "Nos Estados Unidos, é claro para o consumidor o que é preço do produto e o que é imposto. Lá existe a cultura do pago, logo exijo", ressaltou. Afif Domingos disse que o empresário quer pagar seus

impostos. Segundo ele, a campanha De Olho no Imposto, que prega a discriminação entre preço e tributos dos produtos, serve para conscientizar o cidadão do quanto ele paga para o governo cada vez que faz uma compra. "Temos uma imensa agenda pela frente, mas precisamos ter coragem para mudar. O primeiro passo do movimento De Olho no Imposto é a consciência cidadã." O presidente da ACSP anunciou que a campanha já conseguiu mais de 1,5 milhão de assinaturas e, no dia 31 de maio, entregará ao Congresso Nacional o projeto de lei que torna obrigatório discriminar na nota fiscal o valor do imposto que incide sobre mercadorias e serviços.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.TURISMO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Fotos: Divulgação

Um vale feito de cultura e natureza Cidades como Barra do Piraí, Engenheiro Paulo de Frontin e Vassouras se unem em projetos de revitalização e eventos especiais para promover o turismo no chamado Vale do Café Por Fátima Lourenço

Vassouras (no topo) e Barra do Piraí (foto da prefeitura, à esq.) são alguns dos municípios que se aliaram para lançar eventos, como o Festival do Vale do Café, dias 15 a 30 de julho. Além da história, o destino chama a atenção pela beleza natural (riacho na Fazenda Santa Cecília, acima)

N

atureza, história e gastronomia caminham juntas no turismo concebido para revigorar o Vale do Café, no Rio de Janeiro. As cidades da região integradas ao projeto, espalhadas ao longo do Rio Paraíba do Sul, entre montanhas cobertas de Mata Atlântica, reservam ao visitante, além de um clima agradável, passeios ecológicos, de aventura, incursões rurais e uma série de eventos musicais. Os roteiros podem ser elaborados com a ajuda de agências especializadas ou em acertos diretos do visitante com os proprietários de hotéis e fazendas históricas integradas aos projetos de revitalização regional. A visita às fazendas, que em alguns casos também estão preparadas para oferecer hospedagem, é um dos grandes atrativos. Elas são fazendas estabelecidas no século 19 pelos barões do café, que ali viveram momentos de glória e decadência. A migração do plantio do produto para São Paulo, aliada à abolição da escravidão e à degradação do solo, levaram esses barões a abrir mão de suas preciosas terras. Hoje, muitos desses lugares estão abertos à visitação pelos atuais proprietários, que buscaram resgatar, além da história do

ciclo virtuoso do café no Rio de Janeiro, aspectos marcantes da arquitetura e costumes da época. Em Barra do Piraí, a Fazenda Ponte Alta, por exemplo, prepara saraus para contar essa história ao visitantes, em performance interpretadas por seus proprietários. Como ocorre também na Fazenda São João da Prosperidade. "Hoje, 20 fazendas do Vale, com arquiteturas diferenciadas, estão abertas à visitação", explica Maria Letícia Teixeira Campos, do Conselho de Turismo do Vale do Café (Conciclo). O trabalho desenvolvido na região, envolvendo empresários e várias instâncias do poder público, quer estimular um turismo personalizado, mas que não está concentrado só no resgate da história. "Temos também muita natureza. Há o turismo rural para todas as idades", diz Maria Letícia. Natureza – Além das fazendas do século 19, a região oferece muitas cachoeiras, rios, possibilidades de trilhas, trekkings e cavalgadas e visita a alguns dos 150 alambiques espalhados pelas cidades do vale. São passeios organizados por agências que operam por lá, ou diretamente com os proprietários das fazendas integradas aos projetos de revitalização, como o

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editora Antonella Salem antonellasalem@uol.com.br Sub-editora Lygia Rebello lygiarebello@uol.com.br Chefe de reportagem Arthur Rosa

Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Céllus Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão Diário de S. Paulo

www.dcomercio.com.br

"Caminhos Singulares do Turismo e Artesanato da Região do Vale do Café", coordenado pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa, do Rio de Janeiro (Sebrae/RJ). Em torno do projeto estão cidades como Barra do Piraí, Engenheiro

Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Paty do Alferes, Rio das Flores, Valença e Vassouras. Ao longo do ano, esses municípios e os empresários do Vale do Café se unem em torno de grandes eventos, criados para atrair turistas e

incrementar negócios. O Festival Vale do Café, previsto para 15 a 30 de julho na região, é um deles – e uma boa desculpa para se conferir de perto as atrações do destino. A programação é extensa – com direito a shows, rodas de causos,

bailes e até palestras à luz de velas em algumas das fazendas. Inclui, ainda, a realização paralela do VI Encontro Latino Americano de Harpas. A viagem foi oferecida pelo Sebrae/RJ

Gastronomia é destaque na região Fotos: Divulgação

Cozinha regional inclui pratos feitos com café (acima). Na Vivenda Les Quatre Saisons, o chef Boomgaardt cria delícias francesas. E recebe em sete suítes (à esq.)

O

s acontecimentos na região do Vale do Café estão sempre associados à culinária regional, fortemente influenciada por hábitos mineiros. É uma herança deixada pelos tropeiros que atravessavam aquelas terras, no percurso Minas Gerais-Rio de Janeiro. A influência está presente nos lanches e almoços servidos nas fazendas, nos cardápios dos hotéis e na produção das inúmeras doceiras espalhadas pelo vale. Piraí, uma das portas de entrada para a região, é grande produtora de nós macadâmia, utilizada para complementar muitos dos pratos do cardápio local. A cidade não oferece fazendas para visita-

ção, apesar de ter abrigado Joaquim José de Souza Breve, o Rei do Café. Mas tem boa infraestrutura ao turista e, durante os festejos do seu aniversário, em meados de outubro, promove o "Piraí Fest Paladar" – uma semana de festival dedicado à gastronomia e cultura. Sofisticação – O aquecimento do turismo têm atraído muitos empreendedores ao vale. Como Diana Maria Vieira de Carvalho, que se estabeleceu há oito anos em Miguel Pereira com o seu Summer Garden, disposta a ofere-

cer boa comida aos viajantes. "Trabalho com um cardápio fixo, mas sempre tenho novidades", diz. A Cachaça Magnífica, produzida na região, ajuda a compor muitos dos pratos concebidos por ela. Não muito distante dali, em Engenheiro Paulo de

Frontin, o chef holandês Jos Petrus Boomgaardt chegou há dois anos com a Vivenda Les 4 Saisons, onde recebe grupos mínimos de 12 pessoas para almoços ou jantares pré-agendados. O gasto médio por pessoa: R$ 150, com vinho incluído. É uma cozinha de base francesa, com influência asiática, resultado de dois anos de pesquisas. A Vivenda, montada em antigo casarão totalmente recuperado, também comporta hospedagem confortável, em sete suítes amplas e dotadas de aquecimento. Distância da violência urbana e "um dos melhores climas do mundo" são motivações para a permanência, diz o chef. (F.L.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

7

Cidades RELATÓRIO DO CRM TEM 132 MORTOS Num único dia houve o equivalente a 5 vezes a média de mortes por arma de fogo na cidade.

Nos dias dos ataques do PCC, o número de mortes por armas de fogo subiu demais. Os nomes dos mortos já foram entregues ao MPE, que iniciou investigação.

O Ministério Público Estadual (MPE) começou a investigar ontem as mortes ocorridas na capital durante a onda de ataques comandada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas já se sabe que nunca se matou tanta gente com arma de fogo na cidade. Conforme dados compilados pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), dos 273 corpos que deram entrada no Instituto Médico-Legal Central do dia 12 ao 20 (até as 14 horas) 132 tinham marcas de balas. Nesses números, não se faz distinção entre policiais e civis nem entre casos de homicídios em confrontos com a polícia, crimes comuns e até suicídios. Conforme dados compilados pela Prefeitura de São Paulo, em 2005 aconteceram por dia na capital, em média, 5,5 mortes provocadas por armas de fogo. Pela lista do CRM, só no dia 13 (sábado), 7 de cada 10 corpos periciados no IML Central eram de vítimas de armas de fogo. A maior mortandade ocorreu no dia 15 (segunda-feira), quando uma onda de boatos parou São Paulo: o IML Central recebeu 34 vítimas de armas de fogo. Ou seja, aconteceu o equivalente a 6 vezes a média de mortes por arma na cidade. O crescimento vertiginoso do número de casos surpreendeu representantes do CRM. O presidente do conselho, Desiré Carlos Callegari, não se recorda de estatísticas tão sombrias na história do IML. Mas ressaltou: "Seria temerário afirmar que houve execução." Feita entre os dias 20 e 22, a pedido de procuradores da República, a vistoria do CRM nos laudos do IML resultou num relatório com mais de mil páginas, dividido em três volumes. Ele foi concluído na manhã de hoje e encaminhado também à Defensoria Pública e ao Ministério Público Estadual. Os promotores começaram a fazer o cruzamento de dados do relatório com os dos boletins de ocorrência policial. Isso é vital para a investigação, até porque a Secretaria da Segurança centralizou as informações sobre as mortes e se recusa a torná-las públicas.

Monalisa Lins/AE

OUVIDORIA APURA 19 MORTES

A

Carro do Tribunal de Justiça no IML. Dos 273 corpos que deram entrada, 132 tinham marcas de bala.

Separar o joio do trigo é agora o trabalho do Ministério Público Estadual. Com o relatório do Conselho Regional de Medicina e os BOs, será possível descobrir em que condições as vítimas foram mortas e se os casos têm relação com os ataques – tanto do PCC quanto na reação das forças policiais (confronto direto), além da ação de grupos de extermínio. Na vistoria, o CRM verificou que 98 das vítimas de armas de fogo deram entrada em hospitais e prontos-socorros. O São Luís Gonzaga, o de Campo Limpo e o de Vila Nova Cachoeirinha tiveram o maior número de ocorrências: 10, 7 e 7, respectivamente. Outros 34 corpos tiveram como local de registro de óbito ruas, avenidas e casas da cidade. O relatório mostra ainda as condições em que estavam os corpos, o número de perfurações, locais de entrada, saída ou localização das balas, entre outros dados. Os técnicos do CRM verificou que, na hora da vistoria, 13 cor-

pos estavam sobre macas na sala onde ficam as câmeras de refrigeração, que estavam lotadas. Corpos sem identificação não estavam sendo liberados e permaneceram no IML Central por mais de 72 horas. O relatório inclui apenas dados do Instituto Médico Legal Central porque, das quatro unidades da capital, duas, as da zona leste e sul, estão em reforma. O IML Oeste continua funcionando, mas, a partir do dia 15, todas as vítimas de morte violenta passaram a ser encaminhadas ao IML Central. Hoje, o Conselho Regional de Medicina dará início a vistorias semelhantes no IML Oeste e nas outras unidades do Estado. Não se sabe ainda a dimensão da mortandade nesses locais, já que os órgãos estão proibidos de prestar informações. Na página 9, informações sobre o depoimento de Marcola, líder do PCC, à CPI do Tráfico de Armas, e sobre a acareação de dois advogados do bandido com ex-funcionário terceirizado da Câmara Federal.

Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo abriu ontem mais dois procedimentos para investigar novas denúncias de mortes cometidas por um possível grupo de extermínio. Com os novos casos, aumentam de 12 para 19 o número de mortes suspeitas e de autoria desconhecida, que ocorreram na semana dos ataques do PCC. "A cada dia estamos nos deparando com mais informações que levam a crer que realmente há um grupo de extermínio, atuando não apenas em São Paulo, mas nas cidades vizinhas", disse o ouvidor Antônio Funari Filho. Os dois novos casos ocorreram nas cidades de Guarulhos e Carapicuíba. "As características são as mesmas: pessoas com roupas escuras, com toucas ninja e armas de grosso calibre." Só em Guarulhos, foram cinco mortes no mesmo local – a Estrada de Itaim. As vítimas foram Valdemir da Costa, de 31 anos; Alexandro dos Santos, de 29; João Donizete Domingos, de 48; Francisco da Silva Oliveira e Ednei de Oliveira Eugênio, ambos com 25 anos. "Pelos relatos de testemunhas e dados do boletim de ocorrência, o local era o ponto final de um lotação e as pessoas estavam aguardando, quando um carro Vectra e duas motos passaram atirando", contou o ouvidor. O crime ocorreu por volta de 20h30, da segunda-feira, dia 15. Em Carapicuíba, no domingo (dia 14), Tiago de Souza Ferreira, de 21 anos, e Alan de Ponte Ferreira, de 17, estavam conversando no portão da casa de Tiago quando homens encapuzados desceram de um carro e atiraram. "Vou pedir o laudo das mortes dessas vítimas para o IML das cidades", adiantou Funari. (AE)


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

quinta-feira, 25 de maio de 2006

ATAS

BALANÇO Rua Maestro Cardim, 370 - CEP 01323-000 - São Paulo - SP Fone (011) 3251-5377 - Fax (011) 3285-5373 Site: www.ceu.org.br/e-mail: ceu@ceu.org.br

CNPJ 03.488.576/0001-38 BALANÇO PATRIMONIAL DE 2005 E 2004 (Em milhares de reais) ATIVO

PASSIVO

CIRCULANTE Caixa e bancos Aplicações financeiras Contas a receber de clientes Outros créditos Despesas antecipadas

2005 3.708 181 3.206 243 72 6

2004 2.515 108 2.130 237 23 17

PERMANENTE Investimentos Imobilizado Diferido TOTAL DO ATIVO

1.697 1 736 960 5.405

1.007 797 210 3.522

2005 522 151 78 117 154 22 310 263 47 51 4.522 2.751 476 1.295 5.405

CIRCULANTE Fornecedores Contribuições e impostos Provisão de férias Outras contas Provisão para contingências EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos Provisão para contingências Resultado de exercícios futuros PATRIMÔNIO LÍQUIDO Patrimônio social Patrimônio fundo especial Superávit do exercício TOTAL DO PASSIVO

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - 2005 ( Em milhares de reais) Patrimônio Patrimônio Superávit Social Fundo Especial do Exercício Saldo em 31/12/2003 1.563 152 262 Constituição de fundo especial – 37 – Transferência do superávit ant. 262 – (262) Superávit do exercício – – 926 Saldo em 31/12/2004 1.825 189 926 Constituição de fundo especial – 287 – Transferência do superávit ant. 926 – (926) Superávit do exercício – – 1.295 Saldo em 31/12/2005 2.751 476 1.295

2004 258 59 45 106 27 21 289 264 25 35 2.940 1.825 189 926 3.522

Total 1.977 37 – 926 2.940 287 – 1.295 4.522

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que Ilmos Srs. Diretores suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e c) a Centro de Extensão Universitária - CEU avaliação das práticas e estimativas contábeis mais representativas 1. Examinamos o balanço patrimonial do Centro de Extensão Universitária adotadas pela Administração da Entidade, bem como da apresentação CEU em 31 de dezembro de 2005 e 2004, e as correspondentes das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das 3. Somos de parecer, que as referidas demonstrações financeiras, origens e aplicações de recursos findos nessa data, elaborados sob a representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de patrimonial e financeira do Centro de Extensão Universitária - CEU em emitir parecer sobre essas demonstrações financeiras. 31 de dezembro de 2005 e 2004, o resultado de suas operações, as 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus aplicáveis no Brasil, que requerem que os exames sejam realizados com recursos referentes ao exercício findo nessa data, de acordo com as o objetivo de comprovar a adequada apresentação das demonstrações práticas contábeis emanadas da legislação societária brasileira. financeiras em todos os seus aspectos relevantes. Portanto, nossos São Paulo, 10 de abril de 2006 exames compreenderam, entre outros procedimentos: a) o planejamento F Guerra Auditores Associados Ltda. - 2SP022.691/O-5 dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da Entidade; Dulcinio Carlos A. Guerra - CT 1SP192.589/O-2 - Auditor - Sócio Ives Gandra da Silva Martins - Presidente Beatriz Augusta de Campos Sampaio - Vice-Presidente

CONVOCAÇÃO

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DE 2005 E 2004 (Em milhares de reais) 2005 2004 RECEITA RECEITAS OPERACIONAIS Receitas de cursos e eventos 6.012 5.193 TOTAL DAS RECEITAS 6.012 5.193 (–) CUSTOS DOS SERVIÇOS PRESTADOS (3.740) (3.777) Superávit bruto 2.272 1.416 Despesas Despesas operacionais Administrativas e gerais (1.403) (639) TOTAL DAS DESPESAS (1.403) (639) Resultado financeiro Receitas financeiras 461 239 Despesas financeiras (36) (87) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO 426 152 Resultado não operacional Despesas não operacionais – (3) Superávit líquido 1.295 926 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS 2005 E 2004 (Em milhares de reais) 2005 2004 ORIGENS DE RECURSOS Das atividades Superávit do exercício 1.295 926 Outros: 456 162 Doações fundo especial 287 37 Depreciação 153 122 Valor residual do ativo permanente baixado – 3 Aumento do resultado de exercícios futuros 16 – De terceiros Aumento do exigível a longo prazo 21 11 Total das origens 1.772 1.099 APLICAÇÕES DE RECURSOS Aumento do imobilizado e investimentos 93 51 Acréscimo do ativo diferido 749 148 Diminuição de resultados de exercícios futuros – 79 Total das Aplicações 842 278 Aumento no capital de giro circulante 930 821 Representada por: Aumento no ativo circulante 1.193 850 Acréscimo no passivo circulante (263) (29) Variação do capital circulante líquido 930 821

Paulo Restiffe Neto - Secretário Alfredo Canteli Loredo - Diretor Cultural

Lisandro Carmona de Souza - Tesoureiro Diógenes Pedrassi da Silva - CT- CRC - 1SP222277/O-2

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 24 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerentte: Polus do ABC Eletrônica Ltda. - Requerida: NKR Ferramentaria Modelação Ind. e Comércio Ltda. - Rua Platina, 698 - 2ª Vara de Falências Requerente: AB Paineiras Pallets Embalagens Ltda. - Requerido: Laboratório Odontomed Comércio Ltda. - Av. Bosque da Saúde, 188 - 2ª Vara de Falências

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

TURISMO - 3

Fazendas recebem com muitas surpresas

Fotos: Divulgação

Uma coleção de carros antigos, personagens com trajes de época e até uma capela assinada por Oscar Niemeyer encantam turistas

E

ntre as fazendas da região do Vale do Café abertas à visitação, a de São João da Prosperidade, localizada em Barra do Piraí, está entre as mais visitadas. Só em 2005, recebeu 15 mil pessoas. A peculiaridade da visita se dá pelo receptivo da Sinhá Luizinha, personificada pela dona da casa, Magid Muniz, que há 25 anos vive no lugar, com o marido, Luiz Geraldo Muniz. É a personagem Sinhá Luizinha quem explica ao visitante a história da fazenda e de sua casa de paredes largas, pé direito alto, paredes internas de pau-a-pique, mantida, a propósito, com o aspecto simples e rústico da construção original. "Fomos pesquisar nos acervos de Vassouras e procuramos reconstruir a história do lugar", justifica Magid. As visitas ali ocorrem há oito anos e contribuem para resgatar a história da região e ajudam a gerar recursos para a manutenção da fazenda, dedicada à produção de lingüiça, além de contar com um mini-alambique de cachaça. Magid recebe grupos de até 60 pessoas, em visitas previamente agendadas, ao custo de R$ 18 ou R$ 30 por pessoa, incluindo lanche ou almoço, também servidos por "mucamas" em trajes de época. Bazar – A São João da Prosperidade também mantém um pequeno bazar, onde divulga e vende produtos artesanais da região. O sucesso já atrai até estrangeiros, vindos especialmente da França, por indicação do Club Med, do Rio de Janeiro. Não tão distante de Barra do Piraí, a Fazenda Cachoeira Grande, antiga residência do Barão de Vassouras, já mostra um estilo mais luxuoso de se morar, resgatado pela

Na Fazenda São João da Prosperidade (acima e à esq., no alto), a dona Magid Muniz recebe os visitantes vestida de Sinhá Luizinha. Já na Fazenda Cachoeira Grande (fotos ao lado), o chamariz é uma coleção de carros antigos. E a Fazenda Santa Cecília (fotos à esq.), oferece hospedagem e uma capela criada por Niemeyer

proprietária Núbia Vergara Caffarelli, ao longo de quatro anos de restauração. O visitante da Cachoeira Grande, sustentada pelo turismo e pela criação de tilápias, também conta com a possibilidade de conhecer uma preciosa coleção de carros antigos. Ao final da visita, pode-se apreciar a culinária local e relaxar ao som do piano, tocado por Madalena Vieira de Barros, tia de Núbia. A cidade de Vassouras, onde está a Fazenda, merece uma visita. Seu centro histórico, ainda com ruas de pedra, reúne vários imóveis preservados, de estilo predominante neoclássico. Vassouras figura entre as maiores cidades dos áureos tempos do Ciclo do Café, ao lado de Valença. Aliás, amantes da música devem reservar um espaço no roteiro para visitar

Conservatória, distrito de Valença e um dos lugares mais conhecidos do circuito, pela sua tradição musical. Hospedagem – A visita a esses circuitos pode ter como base hotéis e pousadas da região, como o Parque Hotel Santa Amália, em Vassouras, ou fazendas que também estão preparadas para hospedar o visitante. A Santa Cecília (antiga Fazenda Piedade), no distrito de Vera Cruz, em Miguel Pereira, é uma delas. O lugar sofreu muitas transformações, até que em 1973 foi vendido para o embaixador José Aparecido de Oliveira, que investiu na sua recuperação. Hoje, sua filha Maria Aparecida é quem está à frente do projeto. A proposta, segundo ela, é fazer o turista se sentir um visitante. Para acomodá-los,

a fazenda tem de 20 suítes. A região oferece várias alternativas de turismo ecológico, por meio de caminhadas, cavalgadas e pescaria. "Não é um turismo rural. É turismo históricocultural em meio rural", define Cecília. O projeto da fazenda inclui o consumo de 25 pequenos produtos orgânicos da região. O café da manhã da fazenda , aliás, é imperdível. Além de remeter o visitante à história mais antiga da região, a fazenda permite ao visitante apreciar, de perto, uma obra pouco conhecida de Oscar Niemeyer. Trata-se de uma pequena capela – um presente do arquiteto para a filha do embaixador. É ele também quem assina os desenhos dos ladrilhos internos, que contam a história de Santa Cecília. (F.L.)

Fotos: Divulgação

Patrimônio e arte

C

A restauração de toda a Fazenda Monte Alegre, que durou seis anos, recuperou os ares da época áurea do café na região, com móveis e objetos antigos. Hoje, o lugar fica aberto à visitação

riado há mais de dez anos, por iniciativa de alguns proprietários das fazendas históricas do Ciclo do Café no Vale do Paraíba, o movimento em torno da preservação do patrimônio da região não pára de crescer. Há um ano, uma nova fazenda, a Monte Alegre, localizada em Paty do Alferes, também abriu suas portas ao público, em visitas guiadas pela filha do proprietário, Cecília Fonseca. A Monte Alegre foi transformada em cassino, depois da morte do Barão de Paty do Alferes, Francisco Peixoto de Lacerda Werneck. Quando o

escultor Gabriel Fonseca, pai de Cecília, comprou a fazenda, em 1976, pouco restava da antiga construção. Com a proibição do jogo, o lugar permanecia abandonado. Belo jardim – O trabalho de restauro durou seis anos, com reaproveitamento do que restou de original, complementado com aquisições. As ruínas deram lugar a uma fazenda de arquitetura colonial, que tem entre seus atrativos um jardim de 150 metros quadrados, que acomoda, de forma harmoniosa, algumas obras de Fonseca. Engenheiro por formação, o escultor tomou gosto pela arte depois de se aposentar. Dono de uma indústria metalúrgica, ele fez da sucata o seu hobby. Hoje, tem obras expostas em várias cidades brasileiras. No parque de Paty do Alferes, mantém 30 delas. Conhecer a fazenda requer agendamento prévio, feito por meio da agência local Turisvale. A visita custa R$ 20 por pessoa e inclui um lanche ao final do tour, com duração aproximada de uma hora e meia. (F.L.)

RAIO X

COMO CHEGAR A partir de São Paulo, pegue a Via Dutra e entre por Barra Mansa e Piraí. ONDE DORMIR Hotel Casa do Manequinho: Piraí, tel. (24) 2431-9900, www.casadomanequinho.com.br. Diária a partir de R$ 100, com café da manhã. Hotel Santa Amália: Vassouras, tel. (24) 2471-7007, www.hotelsantaamália.com.br. Diárias por casal a partir de R$ 109, com café da manhã. Fazenda Santa Cecília: Miguel Pereira, tel (24) 2484-8283. Diárias a partir de R$ 250 com pensão completa. FAZENDAS Cachoeira Grande: Vassouras, tel. (24) 2471-1264, www.fazendacachoeiragrande. com.br. Fazenda São João da Prosperidade: tel. (24) 24423194. Fazenda Monte Alegre: agendamento na Turisvale, tel (24) 2484-1333.

ONDE COMER Summer Garden: Miguel Pereira, tel. (24) 2484-1814, www.summergarden.com.br. Vivenda Les 4 Saisons: Engenheiro Paulo de Frontin, tel. (24) 2463-2892, www.les4saisons.com.br. FAÇA AS MALAS Agências de viagem: Turisvale – tel. (24) 2484-1333 – e Rio das Flores Turismo – tel. (24) 2458-1162. Fazendas e pousadas também organizam passeios. Reservas pelo tel. (21) 2533-2205. Na internet: sites www.valedocafe.com.br e www.preservale.com.br. Eventos: em abril, há sempre o Festival Café, Cachaça e Chorinho, com atrações nas cidades e fazendas; em julho, de 15 a 30, Festival Vale do Café e o VI Encontro Latino Americano de Harpas (25 cursos de música, entre outros eventos marcados para a ocasião); e em setembro, há Primavera no Vale, voltado à melhor idade, com atividades em todo o vale.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Administração Transpor te Urbanismo Te r r o r

REVITALIZAÇÃO BENEFICIARÁ 220 MIL PESSOAS

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Queremos embelezar a avenida e torná-la segura. Fernando Calderón Alemany, superintendente da Distrital Jabaquara

Patrícia Cruz/Luz - 02/03/06

JABAQUARA TERÁ BULEVAR E SHOPPING A CÉU ABERTO Com apoio da Prefeitura e da ACSP, a avenida Santa Catarina será revitalizada. Comércio local será decisivo nessa tarefa. Fotos de Milton Mansilha/Luz

Rejane Tamoto

O O corredor Expresso Tiradentes, antigo FuraFila, irá receber o ônibus a gás italiano

ÔNIBUS A GÁS FARÁ TESTE NO FURA-FILA Renato Carbonari Ibelli

A

Prefeitura de São Paulo trará da Itália um modelo de ônibus movido a gás que tem previsão para começar a circular nos corredores do Expresso Tiradentes - antigo Fura-Fila -, em caráter de teste, em setembro. O modelo é fabricado pela Iveco, empresa que pertence à montadora Fiat. Segundo Pedro de Souza Rama, técnico da SPtrans, o ônibus vem com tecnologia de controle de emissão de poluentes "bastante superior ao exigido pelas normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)". Ele ainda trará equipamentos voltados à acessibilidade, como o piso rebaixado. Os valores e condições que envolvem a transação, assim como o consórcio que irá operar o novo veículo, não foram divulgados. As informações foram passadas durante o último dia do 2° Seminário de Transporte Urbano de Carga, que aconteceu ontem. O seminário foi organizado pela Fundação de Apoio à tecnologia (FAT) e teve apoio da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Volkswagen, Mercedes-Benz e entidades ligadas ao setor. A Prefeitura já vinha testando veículos movidos com combustíveis alternativos, mas todos os que foram testados até então eram produzidos por montadoras com linhas instaladas no País. Pela cidade, hoje, circulam dois modelos da Mercedes movidos a gás, administrados pela viação Sambaíba, que opera na zona norte, e um da Volkswagen, circulando na região central. Ainda são testados 20 ônibus híbridos – com motor a diesel e elétrico – rodando pelo corredor Ibirapuera. Também está nos plano da Prefeitura ainda para este ano, segundo o técnico da SPtrans, colocar em funcionamento um modelo que funciona com biodiesel. O modelo será operado pela viação Cidade Dutra. Em geral, os modelos movidos a gás produzidos no País custam cerca de R$ 280 mil, 20% a mais do que um similar movido a diesel. "O preço é dependente da escala de produção destes veículos. Se os consórcios começarem a encomendar em grande quantidade, o preço diminui", disse Rama.

s 220 mil habitantes do bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo, poderão, em breve, fazer compras em um shopping center a céu aberto. Pelo menos essa é a expectativa para a avenida Santa Catarina, via comercial do bairro, que começa a ser revitalizada no próximo semestre, com o apoio da Prefeitura e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Segundo o superintendente da Distrital Jabaquara da ACSP, Fernando Calderón Alemany, o objetivo é transformar a avenida em um bulevar. A partir de agosto, a avenida será recapeada, terá calçadas novas e padronizadas com rampas de acesso para deficientes físicos, troca de guias e sarjetas, inserção de lixeiras, luminárias novas e retirada de poluição visual. "Queremos embelezar a avenida e torná-la segura. Será um shopping ao ar livre e acredito que o varejo local tem condições de crescer muito. O problema hoje é que o visual das lojas é feio e as pessoas não entram para consumir", disse. A revitalização da avenida Santa Catarina, que tem ao todo 4 quilômetros e cerca de 400 estabelecimentos, depende do apoio dos comerciantes locais para ser concretizada. As obras, que começam no próximo semestre, contemplarão, num primeiro momento, 300 metros de via (quatro quadras), com a participação de 15 comerciantes, no trecho entre as ruas João Barreto de Menezes e Conselheiro Elias de Carvalho. A previsão de entrega desse trecho à população do Jabaquara é de seis meses após o início das obras. Divisão de tarefas – Segundo Alemany, o comércio arcará com a compra dos materiais para a construção das calçadas. A Prefeitura será a responsável pela construção do calçamento, pela revisão de vias pluviais, troca de guias e sarjetas, rampas de acesso, pelo recapeamento asfáltico e pela melhoria da iluminação da avenida. "Já compramos as guias e o concreto para reformar as sarjetas. As lixeiras vieram da Secretaria de Serviços e Obras. Amanhã (hoje) teremos uma reunião com o Ilume (Departamento de Iluminação Pública) para acertar os detalhes do projeto. Como vários órgãos estão envolvidos, não tenho como saber o custo desse trecho do projeto", disse o subprefeito de Jabaquara, Cássio Freire Loschiavo. "Diante da participação da Prefeitura, o custo para o comerciante será pequeno, cerca de R$ 83 por metro quadrado de calçada. Como os estabelecimentos têm, em média, 10 metros, o custo sairia em torno de R$ 830 por comerciante", afirmou o superintendente da Distrital Jabaquara da ACSP. Outra contrapartida do comércio, segundo o superintendente, será a instalação de iluminação em calçadas e fachadas. O objetivo é que a quantidade excessiva de faixas e cartazes que cada estabelecimento comercial exibe seja reduzida. "A poluição visual é muito grande. No lugar, queremos totens iluminados a cada quarteirão, com o nome das lojas de cada trecho", disse. Parceria - A parceria estabelecida entre o comércio e a Prefeitura culminou com a criação da Associação dos Comerciantes da Vila Santa Catarina. O grupo, composto por representantes da ACSP e empreendedores locais, é responsável pela administração do dinheiro arrecadado para o projeto de revitalização.

Acima, a avenida Santa Catarina, que passará por processo de revitalização. À direita, Fernando Calderón Alemany, superintendente da Distrital Jabaquara da ACSP

Alemany ressalta que essa união é muito importante. Com esse projeto, ele espera atrair toda a população residente no bairro para a avenida Santa Catarina. "Aqui há 98 favelas de um lado e residências de classe média alta do outro. Queremos que o bairro cresça e se torne a Cidade Jabaquara, porque aqui temos tudo", afirmou. De acordo com o subprefeito do Jabaquara, Cássio Freire Loschiavo, existem outras iniciativas para atrair mais pessoas à avenida e estimular o turismo de comércio na região, tais como o reforço do policiamento e a promoção de eventos de lazer. "Estamos fazendo uma parceria grande no bairro, com a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Guarda Civil Metropolitana, para que haja um patrulhamento ostensivo na avenida", disse. Além disso, eventos culturais, de lazer e entretenimento serão realizados na avenida revitalizada, em datas comemorativas. Loschiavo ressaltou que outras parcerias poderão ser firmadas no decorrer do projeto. "O grande mote é conseguirmos um patrocinador da iniciativa privada para investirmos na parte

de mobiliário e de iluminação especial das calçadas. É permitida a propaganda em locais determinados para essas parcerias", disse. Tendência - A revitalização de ruas comerciais é uma tendência em São Paulo e, em experiências anteriores (como no caso da rua João Cachoeira), o crescimento nas vendas foi de 15%. "Quando terminarmos o primeiro trecho, os comerciantes que não aderiram vão aderir. É inevitável. A avenida Santa Catarina ganhará um plus muito grande. Ela será uma rua comercial de São Paulo e vai ser divulgada em todas as revistas de turismo da cidade. Agora, só depende dos comerciantes", disse o subprefeito.


quinta-feira, 25 de maio de 2006

Empresas Finanças Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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PETROBRAS É CONTRA A CRIAÇÃO DA LEI DO GÁS

Ministros apresentarão ao presidente Lula as sugestões para adoção do padrão de TV digital.

SP RACES TERÁ INVESTIMENTOS DE R$ 100 MILHÕES E ÁREA DUAS VEZES SUPERIOR À DE INTERLAGOS

COMPLEXO AUTOMOTIVO NO INTERIOR Divulgação

DEFLAÇÃO Os preços em São Paulo, medidos pelo IPC-S caíram 0,34% na terceira semana de maio.

VARIG

A

Justiça americana deve receber até cinco ações de reintegração de posse de aeronaves da Varig, segundo uma fonte que acompanha as negociações da companhia com empresas internacionais de arrendamento de aviões. Por conta da greve dos auditores da Receita Federal, a Varig entrará com um mandado de segurança na Justiça do Rio para poder devolver dois aviões Boeing 737-500 à empresa de leasing International Lease Finance Corporation . (AE) A TÉ LOGO

Ó RBITA

SIDERURGIA As exportações de siderúrgicos caíram 9,5% em abril, na comparação com o mês anterior.

GABRIELLI É CONTRA LEI DO GÁS

O

presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, mostrou-se contrário à idéia de elaboração de uma lei para o setor de gás. "Não acredito que esse seja o principal problema na área de gás", disse o presidente da estatal durante o Fórum Energia, promovido pelo grupo Estado. O projeto de lei em tramitação no Congresso garantiria o livre acesso aos gasodutos da Petrobras. A empresa é contra. Segundo ele, em todos os países do mundo os

investimentos em infraestrutura para produção e distribuição do gás natural foram feitos por um grupo investidor que apostou no setor e assumiu os riscos. Os demais apareceram apenas em um segundo momento. Sobre as negociações do preço do gás boliviano, Gabrielli evitou fazer comentários. Mas descartou a possibilidade de a Bolívia impor reajuste unilateral, já que o contrato entre os dois países é regido pela legislação internacional, o Forum de Arbitragem de Nova York. (Agências)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Taxa de desemprego se manteve estável na Grande São Paulo em abril

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Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto de lei do telefone social

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Cade adia decisão sobre fusão da Sky e DirecTV

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ois empresários de sucesso, Antônio Ermirio de Moraes Filho e Walter Zarzur Derani, do Grupo Projeção, uniram-se para construir um complexo automotivo, automobilístico e de lazer no interior paulista. O SP Races deverá ocupar área de 2,1 milhões de metros quadrados, quase o dobro do tamanho do Autódromo de Interlagos, e será construído em Cabreúva, a 80 quilômetros da capital paulista. A sociedade entre a holding de Walter Derani e Antonio Ermirio vai investir inicialmente R$ 42 milhões, mas até a finalização das obras esse número pode chegar à casa dos R$ 100 milhões. O projeto prevê um completo pólo de entretenimento que terá hotel, parque temático infantil, shopping, centro de convenções, simuladores de corrida, automodelismo e galpões empresariais. Além, claro, de pistas para competições off-road, kart, arrancada, realizações de testes de desenvolvimento de automóveis e um moderno autódromo com capacidade para 15 mil espectadores. Segundo o superintendente do projeto, Roldo Goi Junior, pesquisas na região e conversas diretamente com a vizinhança do empreendimento

ADVOGADOS Wadih Helú - Waldir Helú

Advocacia Cível - Comercial - Família - Tributária Escritórios: Rua José Bonifácio, 93 - 9º andar, conj. 91 - CEP 01003-001 Av. Nove de Julho, 4.887 - 10º andar, conj. 101-B - CEP 01407-200 Fones: (11) 3242-8191 e (11) 3704-3407

Investimento no projeto será, inicialmente, de R$ 42 milhões

indicam "uma ótima aceitação da população local", não só como uma atração turística, que será gerada para a região, mas também com a viabilização da duplicação e melhoria da estrada de acesso (Rodovia Marechal Rondon), além da criação de um projeto paralelo para a construção de um condomínio residencial no local. "A maioria dos entrevistados acredita no crescimento do comércio e na valorização dos imóveis e no desenvolvimento tanto econômico como estrutural da região", disse Roldo. A expectativa dos empresários é de que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado aprove o projeto em, no máximo, 18 meses. Durante a fase de construção, que deverá durar

aproximadamente um ano, estima-se a abertura de 3 mil postos de trabalho. Depois, o empreendimento deverá gerar cerca de 400 empregos diretos. Os sócios esperam recuperar o investimento inicial em cinco anos. "Os serviços de entretenimento, hobbies e também o trabalho corporativo (eventos especiais voltados para empresas) serão o principal foco. As competições serão os eventos mais esporádicos, que podem ou não ocorrer em nosso complexo, mas é claro que se uma Fórmula 1 nos procurar, será muito bem acolhida", brincou Derani. O complexo terá, ainda, um centro de primeiros socorros e serviços médicos, além de helicóptero e ambulância. Anderson Cavalcante


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.TURISMO

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Paraitinga celebra o ecoturismo e a Festa do Divino A pequena e histórica cidade do Vale do Paraíba dá a largada amanhã aos festejos religiosos, que se estendem até 4 de junho. Além da comemoração, conheça ruelas e monumentos, percorra trilhas e pratique rafting Por Antonio Paulo Pavone

B

oa comida, animadas bandas musicais, danças folclóricas, brincadeiras com os bonecos gigantes João Paulino e Maria Angu, além de muitas procissões e novenas estão na programação da melhor Festa do Divino do Estado de São Paulo, que começa amanhã em São Luís do Paraitinga. A pequena cidade do Vale do Paraíba, às margens da Rodovia Oswaldo Cruz, ganha muita animação durante os dez dias de festejos, que se encerram no próximo dia 4 de junho. Como em inúmeras outras cidades brasileiras, a festa religiosa ocorre 50 dias após a Páscoa e mescla o catolicismo trazido pelos portugueses nas caravelas às tradições africanas e indígenas, incorporadas ao evento ao longo do tempo. Bandeirolas vivas exibindo cores fortes e símbolos religiosos tomam conta da cidade, que se engalana para receber os fiéis. Moradores de cidades próximas e gente simples do meio rural comparecem para pedir graças, pagar promessas e celebrar o Divino Espírito Santo, a pomba branca, que representa a revelação do mistério da Santíssima Trindade. Folclore africano – O folclore trazido pelos descendentes da cultura negra se mantém vivo com danças típicas, como moçambique e congada, que enchem de música e movimento as vielas e praças, principalmente nos dois últimos dias.

RAIO X COMO CHEGAR Saindo de São Paulo, pegue a Rodovia Presidente Dutra até Taubaté. Siga, então, pela Rodovia Oswaldo Cruz. A cidade fica no km 42,5. ONDE FICAR Pousada Sertão das Cotias: Rodovia Dr. Oswaldo Cruz, km 42,5, SP-125, tels. (12) 2711318 e 3671-1741, www.sertaodascotias.com.br. Os apartamentos estão cercados de Mata Atlântica, e possuem televisão e frigobar. Diárias a partir de R$ 50, incluindo café da manhã. Pousada Ápice: Rua Antonio Benildo Vaz de Campos, 213, tel. (12) 3671-1724. www.pousadaapice.com.br. Possui piscina e organiza passeios em parceira com agências de turismo. Diárias para o casal a partir de R$ 40, incluindo café da manhã. Pousada Primavera: Via de acesso Renato Aguiar, 400, tel. (12) 3671-1289, site www.primaverapousada. com.br. Possui um lago e fica a 500 metros do centro. Diárias para o casal a partir de R$ 75.

Jonne Roriz/AE

Há um ar inocente, uma suave folia, sem os excessos do Carnaval. A Cavalhada, por exemplo, é parte importante da celebração, e dramatiza as batalhas a cavalo entre mouros e cristãos. O público assiste ao desenrolar das trama nas arquibancadas de um campo de futebol. Tudo simples e original. Em meio aos festejos destacam-se sempre as duas figuras dos bonecos gigantes João Paulino e Maria Angu, feitos em papel machê, que representam a cultura popular e lembram o Carnaval de Olinda. Os bonecos foram criados por um português da cidade, cuja mulher cozinhava um saboroso angu. Há também brincadeiras típicas de festa do interior, como corridade-saco e pau-de-sebo. Outro ponto alto da festa é uma atração gastronômica típica do vale paraibano: o afogado, herança dos tropeiros. Leva ponta de filé, acém e courinho de porco. As carnes são temperadas com cebolinha, salsa, cominho e pimenta. É Daniel Kfouri/Folha Imagem

ONDE COMER Restaurante Santa Teresinha: Rua 31 de Março, Calçadão, tel. (12) 3671-1357. Existe há mais de 20 anos e serve pratos típicos. Restaurante e Pizzaria Cantinho dos Amigos: Rua Cel. Domingues de Castro, 10, tel. (12) 3671-1466, www.cantinhodosamigos. com.br. Serve comida caseira e mais de 20 tipos de pizzas. FAÇA AS MALAS Festa do Divino: o evento começa amanhã e vai até 4 de junho. Programação pelo www.saoluizdoparaitinga. sp.gov.br. AVENTURE-SE Parque Estadual da Serra do Mar: Núcleo Santa Virgínia: Rodovia Oswaldo Cruz, km 78, Saída para Ubatuba. Tel. (12) 3671-1572. Circuito de Arvorismo: na Pousada Ápice, Rua Antonio Benildo Vaz de Campos, 213, tel. (12) 3671-1724, www.pousadaapice.com.br. Agência Freeway Brasil: Rua Capitão Cavalcanti, 322, São Paulo, SP, tel. (11) 50880999, www.freeway.tur.br. Organiza grupos partindo de São Paulo, com um roteiro completo, incluindo trilhas e rafting.

Um dos pontos fortes de São Luís do Paraitinga são as vielas de pedra emolduradas por um casario colonial bem preservado. O cenário fica ainda mais atraente com os festejos deste mês (foto no topo). Ao redor, trilhas e 17 quedas d'água

Divulgação

servido num prato forrado com farinha de mandioca, que ao misturar-se com o molho forma um saboroso pirão. Ecoturismo e aventura – Para quem tiver pique e quiser curtir também aventura e ecoturismo, a região de São Luís do Paraitinga tem muito a oferecer em qualquer época do ano. Lá fica o Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar. A reserva, que faz parte do Patrimônio Natural da Humanidade tombado pela Unesco, tem muitas nascentes, rios e Mata Atlântica preservada. Daí a fama local de "terra das cachoeiras". Nessa porção da serra existem pelo menos 17 quedas d’água, em meio a 17 mil hectares de floresta preservada. O Rio Paraibuna é o mais importante da região e o melhor para a prática de rafting e outros esportes aquáticos de aventura. São 18 km de corredeiras entre os níveis 2 e 4 em um percurso para rafting que dura seis horas. Há corredeiras mais leves, num circuito alter-

nativo que dura pouco mais de duas horas, com acesso pela Fazenda Palmeiras. As trilhas do Núcleo são ótimas, com muita mata densa e a oportunidade de tomar vários banhos de cachoeira para descarregar as energias negativas. Uma das mais conhecidas é a do Pirapitinga, pelas margens do Rio Ipiranga. Durante as caminhadas, com um pouco de sorte, é possível avistar macacos-prego, quatis e aves diversas. Já a

Trilha Poço do Pito segue pelas margens do Rio Paraibuna. O tempo de percurso é de 4h30, sem dificuldades. Para fazer as trilhas, as visitas devem ser agendadas. E os que gostam de altura, irão vibrar no novo circuito de arvorismo. Único na cidade, tem altura média de oito metros, com duas tirolesas: uma de 70 e outra de 300 metros. História preservada – Os prédios históricos são muitos e alguns estão bem conserva-

dos. Quem caminha distraído pelo centro da cidade tem a impressão de estar no Brasil colonial. O verde da Mata Atlântica serve moldura para a arquitetura preservada. Não é à toa que a cidade é considerada uma das mais importantes em quantidade de monumentos tombados pelo Condephaat no Estado de São Paulo. Os sobradões coloridos, com visual simples, remontam aos séculos 18 e 19. Igrejas – As ricas igrejas em estilo barroco e colonial são uma atração à parte. A Matriz, construída no século 19 em homenagem ao bispo São Luís de Tolosa, padroeiro da cidade, está repleta de altares de mármore Carrara. Na Igreja do Rosário, o alicerce é de pedras e a construção de taipa, predominando o estilo gótico. Algumas das fazendas coloniais também estão abertas à visitação. Os belos casarões representam o período áureo do café. Vale também visitar a casa onde nasceu o ilustre médico sanitarista Oswaldo Cruz, que hoje abriga o Centro Cultural da cidade. Nos restaurantes, saboreie comida caseira, com pratos típicos do interior. O clima é bem família, com locais pequenos, aconchegantes e decoração simples. É aí que está o charme de São Luís do Paraitinga: na simplicidade das coisas, na simpatia das pessoas e na natureza presente em todos os lugares. (Colaborou Bruna Veloso)

Corridas de aventura: pelo bom desempenho da equipe

P

arece uma simples competição esportiva, mas a corrida de aventura pode ser um laboratório para entender a convivência entre os funcionários de uma empresa. Talvez, lá no meio do mato, o executivo descubra a melhor maneira de agir com um empregado ou a melhor fórmula para tirar o máximo proveito da equipe. "Esse esporte propicia vivências com inúmeros paralelos no cotidiano. As exigências e aptidões para se dar bem nas corridas e na vida profissional têm uma relação direta. Planejamento, flexibilidade, criatividade, desenvolvimento de habilidades, capacidade para superar desafios. Tudo isso é importante em ambos os casos", explica Said Aiach Neto, de 44 anos, organizador da Ecomotion, a maior e mais importante prova de corrida de aventura do Brasil, além das versões exclusivas para empresas. O grande desafio, na opinião do expert Aiach, sempre é a convivência. Não é à toa que hoje tantas empresas usem as corridas de aventura como treinamento corporativo. Dentro do conceito "team building", nada mais forte do que construir um time e edificar relacionamentos durante uma atividade. Faz a vaidade simplesmente desaparecer, já que durante as provas os participantes ficam sujos, famintos, exaustos. Enfim, sem máscaras. O empresário do ramo de informática, Gustavo Vaqueiro, de 29 anos, sentiu na pele a falta de planejamento durante sua primeira prova. "Não me preparei e deu tudo errado", conta. "Quebrei a bicicleta, estava com capacete inadequado, não passei pomada no corpo e fiquei todo assado por causa do banco da bike; não levei luva e detonei as mãos no guidão, nem levei água suficiente. Resumindo, fui massacrado." Aprendizados – Com o tempo, Gustavo conseguiu tirar bons ensinamentos da corrida de aventura. Há três anos participando das provas, ele levou o aprendizado para sua empresa. Também começou a se organizar mais e a gerenciar os funcionários de maneira diferente. "Você deixa de ter ‘piedade’ de todo mundo e isso fortalece o trabalho de equipe", diz. "E acaba entendendo que quando seu funcionário diz que está no limite, ele ainda pode dar mais. Na corrida, acontece isso. A gente fala que não agüenta mais e quando percebemos, já andamos mais dez quilômetros." Hanna Karen Antunes, formada em Educação Física e doutoranda pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), fez uma minuciosa pesquisa sobre os efeitos físicos em competidores de provas longas, aquelas que levam entre dois e sete dias, com mínimo 100 quilômetros intercalados por várias modalidades esportivas – de corrida à canoagem e rappel. "Esses participantes enxergam o mundo diferente", atesta Hanna. "Quando

aparece um problema na vida, ele lembra das dificuldades da corrida e age de outra forma." Segundo a pesquisadora, a corrida faz a pessoa se deparar com questões do cotidiano, como amizade e solidariedade. Se faltar a água de alguém do grupo, por exemplo, sempre há alguém disposto a ajudar. Outro ponto interessante mostra como os laços de amizade são criados ou reforçados entre os membros da equipe. Eles enfrentam tantos obstáculos que acabam valorizando o companheiro. Bom relacionamento – Assim como em uma empresa, o bom relacionamento do grupo é essencial para o sucesso da empreitada. "O que se nota é que equipes unidas tendem a alcançar com mais freqüência os seus objetivos, exatamente como acontece na vida profissional, familiar, etc", observa Aiach. "Precisamos de estímulos para desempenhar melhor qualquer coisa nesta vida, faz parte do ser humano. Arriscaria dizer que é por isso que as corridas de aventura funcionam como um laboratório da vida real." Ricardo Tamaoki, de 32 anos, empresário do ramo de eventos e membro da QuasarLontra, uma das principais equipes profissionais brasileiras, sabe muito bem que o relacionamento dentro da prova é muito importante. Em duas ocasiões houve divergência na equipe e tiveram de abandonar a corrida. "A cada minuto a prova testa o participante, oferecendo diversos desafios", diz Tamaoki. Para seu parceiro de equipe, Fabrizio Giovannini, de 42 anos, empresário do setor de autopeças, manter controle emocional é essencial. "Nesses momentos de tensão e desgaste físico, leva vantagem quem sabe atuar em equipe", resume. Dicas – Said Aiach Neto, da Ecomotion, dá algumas dicas para quem quiser experimentar: "Compre uma mountain bike e vá pedalar em solo não asfaltado, na natureza mesmo. Se você gostar da experiência, tem grande chance de gostar de corrida de aventura. O segundo passo é aprender a remar. Em todas as grandes cidades existem cursos disponíveis. Se você já gostou de pedalar e de remar, o terceiro passo é aprender as técnicas verticais. E se gostar de tudo isso, inscreva-se em um curso de orientação e boa sorte". O site da Adventuremag (www.adventuremag.com.br) dá boas dicas de como se portar em uma prova, dos equipamentos necessários e dos cursos. I n fo rm a ç õ e s : www.adventuremag.com.br ; www.ecomotion.com.br; www.brasilwild.com.br. Mais informações sobre o Panrotas Corporativo no site www.panrotas.com.br. Assinaturas pelo tel. (11) 5070-4816 ou 5070-4804, e-mail assinaturas@panrotas.com.br.


quinta-feira, 25 de maio de 2006

Ambiente Compor tamento Te r r o r Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LÍDER DO PCC IRÁ DEPOR NA BARRA FUNDA

9 Mais informações em www.dcomercio.com.br/ canais/cidades_index.htm

MARCOLA: DEPOIMENTO NO DIA 6 OU 7 Líder do PCC será ouvido em SP, já que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, proibiu sua presença em Brasília. Hoje, advogados de Marcola serão acareados com funcionário que lhes vendeu CD.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas deve tomar o depoimento do líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na segunda semana de junho, no dia 6 ou 7, no Fórum da Barra Funda, na capital paulista. O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, vetou a presença do preso no prédio do Congresso, em Brasília. Além do presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFLCE), e do relator, deputado Paulo Pimenta (PT-SP), outros 10 integrantes da comissão, entre eles a vice-presidente, Laura Carneiro (PFL-RJ), manifestaram intenção de ouvir Marcola. O requerimento de convocação do preso foi aprovado pela CPI no início do mês e o depoimento estava marcado inicialmente para o dia 30 de maio. Com os ataques em São Paulo e com o vazamento dos depoimentos do diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Godofredo Bittencourt Filho, e do delegado Ruy Ferraz, em sessão secreta da CPI, realizada no dia 10 de maio, a programação da comissão acabou alterada. Acareação – A advogada Maria Cristina Rachado e o advogado Sérgio Weslei da Cunha, advogados de Marcola, são acusados pela CPI de ter comprado cópia da gravação da sessão secreta com os depoimentos e repassá-la ao líder do PCC dois dias antes do início dos ataques em São Paulo, no dia 12. Hoje os dois advogados serão acareados com Arthur Vinícius Pilastre Silva, ex-funcionário que teria vendido o áudio da sessão secreta aos advogados. Ontem a CPI aprovou requerimentos para que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo envie à Comissão Parlamentar de Inquérito a relação de todos os advogados que visitaram Marcola neste ano, que critérios e regulamentos são usados para permitir a entrada dos advogados dos presos e quais são, na investigação da polícia, os presos identificados como integrantes do PCC. Revista – No Rio, o secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, defendeu ontem que todos os advogados sejam revistados antes de entrarem em presídios para visitar clientes. "Tem que revistar todo mundo", disse. "Chefiei um departamento da Polícia Federal onde o Fernandinho Beira-Mar (Luís Fer-

Reprodução/O Globo

Marcola, líder do PCC

nando da Costa) esteve, e lá os advogados só falavam com hora marcada e através do parlatório, sem contato físico. Havia um desconforto com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas era uma questão de segurança", disse. Morte de PMs – Morreu na madrugada de ontem, em Campinas (SP), o policial militar Gilberto Cavalini de Araripe, que estava internado desde o último dia 15 no Hospital Estadual de Sumaré. Ele foi atingido por tiros em Hortolândia durante a onda de violência no Estado. O corpo do PM foi sepultado ontem à tarde no Cemitério dos Amarais, em Campinas. Araripe tinha 21 anos de serviço e estava de folga na ocasião do atentado. Ele é o quarto PM morto na região. Em Santa Barbara d'Oeste (SP) morreu dia 13 o PM Adilson Umbelino de Carvalho. Ele foi vítima de dez tiros a curta distância. A ação de dois homens está registrada na fita da câmera de vigilância de uma loja de conveniência. Em Limeira, dois policiais também foram assassinados. A polícia civil investiga os ataques e já prendeu suspeitos. (Agências)


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Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONGRESSISTAS PROTOCOLAM DÚVIDAS NO TSE

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Com a deliberação, ganhou a sociedade brasileira em termos de purificação eleitoral. Marco Aurélio Mello, presidente TSE

SEGUNDO TSE, DECISÃO VISA EVITAR COMPRA DE VOTOS. PARLAMENTARES COMEMORAM NOVAS REGRAS.

MINIRREFORMA ATENDE A APELO POPULAR

A

decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir showmícios, veiculação de propaganda em outdoors e a distribuição de brindes e camisetas, entre outras medidas (veja arte), nas eleições deste ano já suscita dúvidas entre os candidatos. O próprio presidente do tribunal, ministro Marco Aurélio de Mello, admite que a validade ou não das mudanças poderá ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, ao considerar válidos quase todos os pontos da lei para estas eleições, o tribunal adotou uma posição menos ortodoxa. Os que se sentirem lesados poderão recorrer ao STF alegando, por exemplo, o descumprimento do princípio da anualidade – que determina que qualquer mudança nas regras devem ser feitas, no mínimo, um ano das eleições. Marco Aurélio disse que a decisão tomada pela Corte atendeu a um apelo popular e teve o objetivo de evitar a compra de votos. "Com a deliberação de ontem, ganhou a sociedade brasileira em termos de purificação eleitoral." Avanço –A lei regulamentada na terça-feira pelo TSE foi aprovada em abril pelo Congresso Nacional e sancionada no último dia 10 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Podem entrar com ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo contra as normas os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), governadores e até o presidente da República. Apesar de admitir que cabe recurso ao STF, Marco Auré-

lio não acredita que isso será feito. "Pode parar no Supremo, pois temos o controle constitucional. Mas não imagino (que ocorra) porque a sociedade aplaude avanços e a lei implicou em avanços." Ontem, menos de 24 horas depois da decisão do TSE, cinco consultas foram protocoladas no tribunal por congressistas com dúvidas sobre a aplicação das regras da minirreforma. As consultas foram feitas pelo senador Cesar Borges (PFL-BA) e os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e José Carlos Araújo (PFL-BA). Congresso – No Congresso, a decisão do TSE foi comemorada pela maioria dos líderes. O líder do PT, Henrique Fontana (RS), afirmou que houve avanços importantes, mas insuficientes. "Não adianta só proibir camiseta, o processo é contaminado pela exorbitância dos valores das campanhas. Quantos Delúbios, Ricardos Sérgios e PC Farias vamos ter que assistir ainda para de fato coibir o abuso de poder econômico nas campanhas?". O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), gostou da medida: "A redução dos custos ajuda a combater a corrupção e o caixa 2. Se o candidato tem menor necessidade de gastos, a probabilidade de se envolver com recursos ilegais é menor", disse o pefelista. Para o autor da proposta, senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), "o TSE achou uma maneira legal de aproveitar aquilo que era possível para as eleições de 2006". (Agências)

A ATUAÇÃO DA PF DURANTE AS ELEIÇÕES

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e o diretor da Polícia Federal (PF), Paulo Lacerda, visitaram ontem o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, para discutir a atuação da PF nas eleições de outubro. Na saída do encontro, Bastos disse que será criado um grupo para "difundir e clarear todas as regras das eleições, de modo que a eleição seja uma festa cívica". Segundo Bastos, a idéia é explicitar a legislação para garantir tratamento homogêneo aos candi-

datos. Com isso, a PF só deve atuar por requisição dos tribunais ou do Ministério Público Eleitoral. "Isso é importante numa campanha acirrada para que a requisição da Polícia Federal não seja avassaladora. Estamos trabalhando para que seja uma campanha republicana." Marco Aurélio endossou as palavras de Bastos: "Não será por provocações deste ou daquele candidato que a PF vai agir para que não prevaleçam paixões. O candidato que se sentir lesado aciona o MP Eleitoral". (AG)

PV E PSOL: CONTRA A CLÁUSULA DE BARREIRA. O PV e o PSOL encaminharam ontem ofício ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o direito de participar como interessados na ação direta de inconstitucionalidade que pretende derrubar a exigência do mínimo de 5% de votos na eleição para que os partidos continuem existindo. O documento reforça a tese jurídica de que a cláusula de barreira da legislação eleitoral brasileira – exigindo que partidos

façam pelo menos 5% dos votos válidos para deputados federais, com pelo menos 2% em 9 unidades da federação – fere o direito à representação política. Eles alegam que a barreira leva a absurdos, como o que pode ocorrer em outubro: candidatos à presidência – como Heloísa Helena, que aparece com cerca de 7% dos votos – podem obter 10 milhões de votos e, no entanto, ver desaparecer seu partido. (AG)

ALERTA ENTRE OS FABRICANTES DE BRINDES O veto à distribuição de bonés, camisetas e outros brindes nas eleições deste ano deixou Apucarana, norte do Paraná, em alerta total. A cidade, que produz 5 milhões de bonés por mês em suas mais de 500 confecções, fornecendo metade da produção nacional e empregando 8 mil pessoas, prevê grandes prejuízos com a decisão do TSE. O presidente da Asso-

ciação Nacional das Indústrias de Bonés, Brindes e Similares (Anibb), Valdenílson Costa, Vado, considera a medida catastrófica. "São milhões, muitos milhões", disse Vado sobre o que o setor deixará de faturar. Segundo a Anibb, no período eleitoral, as indústrias produzem em média 10 milhões de bonés e 20 milhões de camisetas para candidatos de todo o País.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

Tr i b u t o s Empresas Imóveis Nacional

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Detalhe de um dos 60 ambientes da Casa Cor: tendências da decoração até 9 de julho no Jockey.

ITENS ECOLOGICAMENTE CORRETOS EM ALTA

Fotos: Milton Mansilha/LUZ

CASA COR Tons, texturas e formas em exibição Instalada no Jockey Club de São Paulo neste ano, a maior mostra de decoração do País apresenta as idéias dos principais profissionais do segmento

Sala de jantar criada por Dado Castello Branco

Paredes coloridas do banheiro infantil da mostra

C

ozinhar, tomar banho, escovar os dentes, assistir à televisão e dormir são algumas das atividades que podem ser feitas em um espaço de apenas 6 metros quadrados. Essa é a proposta do móvelambiente, peça criada pelo Studio Ornare em parceria com o arquiteto João Armentano e uma das sensações da Casa Cor 2006, que começa no próximo dia 30, no Jockey Club, na capital paulista. Mas os visitantes não devem se animar para viver em um mundo tão minimalista. O móvel é apenas conceitual, assim como o chuveiro gigante e a cuba multiuso na cor preta da Deca, criados especialmente para o evento. Discreta, a cuba é aproveitada como tanque na sala de apoio dos hóspedes, outro ambiente da mostra, montado pela arquiteta Luciana Lancellotti Teperman. Mas a Casa Cor 2006 traz outras idéias plenamente usáveis para todos os tipos de ambientes. Uma delas é uma estufa de vidro, denominada Smeg, em formato de uma casa, onde se podem colocar vasos com hortaliças para o uso no dia-a-dia ou cactos, bonsais e plantas ornamentais. O acionamento dos mostradores de temperatura e umidade internas da estufa, relógio, vapor, iluminação e ajuste de programação de acordo com o tipo de planta é feito por controle remoto. A estufa, de design italiano, é importada pela Iesa Eletrodomésticos e já está à venda em São Paulo e no Rio de Janeiro. Automação — Uma lavanderia totalmente automatizada é outra novidade na Casa Cor 2006. Todo o processo de lavagem e secagem de roupas é feito com um toque. A automação custou R$ 50 mil. Se alguém quiser modernizar sua

nitos e práticos também poderão ser encontrados na Casa Cor 2006. A decoradora Clarisse Reade levou ao terraço social o limestone para revestir o piso, e o vidro deslizante para as janelas. O primeiro material lembra o mármore, mas tem a vantagem de ser mais barato. Enquanto o metro quadrado do limestone custa R$ 350, o preço do mármore varia em torno de R$ 500. "E o limestone é tão chique quanto o mármore", afirma Clarisse. O uso do vidro deslizante foi determinante para valorizar a vista que se tem do terraço para o jardim. O sistema basculante faz o vidro girar e ficar em um ângulo de 90 graus. Por não haver esquadrias nas verticais do vidro, o visual fica mais limpo. O material tem tratamento acústico e vedação contra vento e chuva, tudo por R$ 450 o metro quadrado. A Deca vai expor no evento dez lançamentos em 25 ambientes, entre eles o vaso sanitário Slow Close, que tem um mecanismo de fechamento lento e silencioso com amortecedor que evita a queda e a batida do tampo. O produto será vendido a partir da segunda quinzena de junho. Outra novidade da Casa Cor 2006 é o assento sanitário com tecnologia chamada Microban, que inibe a proliferação de bactérias e fungos. Adriana David

SERVIÇO De 30 de maio a 9 de julho. De terça-feira a domingo, das 12h às 21h. Ingressos: R$ 30 (terça a sexta-feira) e R$ 35 (sábados, domingos e feriados) Jockey Club de São Paulo Avenida Lineu de Paula Machado, 775 – portão 6A

Evento completa 20 anos

Luciana Lancellotti fez sala de apoio de hóspedes

A Lavabo feminino para hóspedes, de Patrícia Martinez

lavanderia poderá pagar menos, dependendo do painel de controle a ser instalado. "Vale pela praticidade, tecnologia e conforto", afirma o arquiteto Lionel Sasson, autor do projeto desenvolvido pela empresa de automação Taag. O uso de materiais e técnicas inovadoras está presente em muitos dos 60 ambientes da mostra. As crianças vão se encantar com o banheiro infantil criado pelos arquitetos Carlos Henrique Nascimento e Renato Vieira Barbosa. Em vez de azulejo, vidro colorido fundido reveste as paredes no espaço. "A idéia foi criar um banheiro lúdico para atrair a criançada", diz Nascimento. Pintura — A arquiteta Luciana Teperman também revestiu as paredes de seu ambiente, a sala de apoio dos hóspedes, de maneira inovadora. A artista Nathalie Morhange usou uma técnica especial de pintura sobre tela que envolve palha e serigrafia, denominada Tromp L´Oeil. O efeito lembra o de um papel de parede, mas é muito mais sofisticado. O papel reciclado está presente em uma luminária de teto na Livraria Café, projeto da decoradora Ana Lúcia Siciliano. "A idéia é mostrar que podemos ser ecologicamente corretos sem abrir mão da beleza, da sofisticação ou do conforto", afirma Ana, ao explicar o uso da luminária criada por Nildo Campolongo. Arame — Até quadros apresentam algo além da tradicional tinta. Na sala íntima, o decorador Antonio Ferreira Júnior colocou uma obra do artista plástico Rox Rezende, feita com arame enferrujado e envernizado, que resume a idéia do ambiente. "Quis caracterizar a reunião da família com figuras humanas", diz. Materiais mais baratos, bo-

o comemorar 20 anos em 2006, a Casa Cor, maior evento de arquitetura e decoração do País, renova-se. Investe em novos projetos, como seminários, galerias, livros e uma campanha publicitária em comemoração ao aniversário. Empresas e

órgãos não ligados diretamente ao tema, como o Ponto Frio e a Embaixada da Tailândia, participam pela primeira vez do evento. "Nossa meta é desenvolver ações diferenciadas para o nosso público, das classes A e B mais", afirma Roberto Dimbério, diretor da mostra.

A Casa Cor deste ano demandou investimentos 26% maiores do que os de 2005, com um retorno 40% superior. Neste ano foram vendidas mais cotas de apoio. Os valores variam entre R$ 165 mil, para apoio local, e R$ 780 mil, para cobertura nacional. (AD)

O aconchegante terraço social projetado por Clarisse Reade para a mostra deste ano

Evento tem adega projetada por Marina Linhares

Vista da sala íntima e de estudos da Casa Cor 2006 Newton Santos/Hype – 6/4/06

Talamini: dinheiro para reforma fecha leque de opções

Caixa Consórcio: crédito para reforma

O

s quase 70 mil consorciados da Caixa Consórcios acabam de ganhar uma opção para o uso da carta de crédito: além da compra ou construção de um imóvel, o dinheiro poderá ser usado, a partir de agora, para reformar ou ampliar o imóvel próprio, nos casos em que o consorciado já possua um. A novidade anunciada pela Caixa Econômica Federal deve beneficiar especialmente proprietários de imóveis mais antigos. "Começamos com as cartas de crédito para aquisição do imóvel, depois estendemos para a construção e agora a possibilidade de reforma fecha o leque de opções para nossos consorciados", diz o diretor da Caixa Consórcios, Ricardo Talamini. A decisão de utilizar o dinheiro para a reforma e não para a compra é feita pelo consorciado no momento em que é sorteado ou dá o lance para a retirada da carta. Precisará comprovar que fará a reforma apresentando à administradora do consórcio um plano da obra, com orçamento incluindo os gastos com material e com mão-deobra. Ao optar por esse novo tipo de utilização, o consorciado, no entanto, só poderá usar a carta de crédito em até 50% do valor de avaliação do imóvel que será reformado ou ampliado. A avaliação é feita pela Caixa. Isso significa que um consorciado que tem uma carta de crédito no valor de R$ 100 mil poderá usar na reforma um máximo de R$ 50 mil. "Os R$ 50 mil restantes poderão ser abatidos do saldo devedor, reduzindo, com isso, seu prazo de pagamento", afirma Talamini. Prazo menor — Algumas pessoas, segundo o executivo, preferem pagar o plano em um prazo menor. Hoje, a Caixa Consórcios tem planos que variam de 60 a 120 meses, com um intermediário de 90 meses. Em janeiro de 2003, ano em que a Caixa entrou no mercado de consórcio de imóveis no País, foram vendidas 515 cotas. Em janeiro de 2004, as vendas da empresa subiram para 906 cotas (75% mais). No mesmo mês do ano passado, a Caixa Consórcios registrou alta de 86,4% na comercialização, totalizando 1.689 cotas vendidas no período. Mas foi em janeiro deste ano que a empresa teve seu maior crescimento em um único mês: 122%, com um total de 3.755 novas cotas comercializadas. De acordo com Talamini, a média mensal de vendas de cotas em 2006 tem sido de 5 mil. Entre os meses de janeiro e março passados foram entregues 20 mil cartas de crédito a consorciados, entre sorteios e lances. Isso é praticamente a metade do total de cartas de crédito que a Caixa Consórcios entregou durante todo o ano passado, informa o diretor da empresa, e comprova, na sua opinião, a boa aceitação do produto entre os consumidores brasileiros. Roseli Lopes


Senado CPI Pesquisas Eleições

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Eu não aplicaria a pergunta que o Sensus faz porque ela não mede rejeição. Mauro Paulino, diretor do Datafolha

SENSUS E DATAFOLHA DIVERGEM SOBRE METODOLOGIA

ELEIÇÃO ESTADUAL: SERRA, MERCADANTE E QUÉRCIA PERDEM VOTOS.

Eymar Mascaro

Alvos do PSDB

I

REJEIÇÃO A ALCKMIN CAUSA POLÊMICA

A

taxa de rejeição ao pré-candidato Geraldo Alckmin é de 40,6%, como apontou a pesquisa CNT/Sensus, ou é de 14%, como indicou a pesquisa Datafolha, ambas divulgadas na última quarta-feira? "A rejeição de Alckmin subiu 7 pontos percentuais por causa de São Paulo", afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. "Eu afirmo que a rejeição de Alckmin é baixa", contrapõe Mauro Paulino, diretor do Datafolha. A enorme distância entre os dois números criou interrogações, mas em princípio eles não podem ser comparados porque foram apurados com metodologias diferentes. Paulino diz que a real rejeição do candidato tucano foi medida em sua pesquisa e explica que os dois números não se referem à mesma coisa: "Eu não aplicaria a pergunta que o Sensus faz porque ela não mede rejeição", observa. O método usado pelo Datafolha para medir rejeição prevê a apresentação de um cartão circular ao eleitor entrevistado, contendo os nomes dos candidatos listados na pesquisa. O método, que tam-

bém é utilizado pelo Ibope, permite respostas múltiplas; ao final, são computadas as respostas de "não votaria de jeito nenhum" atribuídas pelos consultados a cada candidato rejeitado. Já o Sensus não apresenta uma lista dos potenciais candidatos, mas submete cada nome, isoladamente, ao eleitor entrevistado, pedindo que ele responda a quatro perguntas com relação àquele candidato: ele é o "único em quem votaria", em quem "poderia votar", em quem "não votaria" e "não conheço". Segundo Paulino, isso não mede rejeição, mas o que ele chama de "limite do voto". Método– Guedes se defende e insiste em que o conjunto de perguntas utilizado pelo Sensus mede, ao mesmo tempo, voto incondicional, possibilidade de voto e rejeição, reservando espaço para o eleitor revelar desconhecimento do candidato. Segundo ele, seu método coloca em condições de igualdade candidatos conhecidos por 100% do eleitora-

do, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os que têm alta taxa de desconhecimento, como Alckmin. Guedes introduziu no Brasil um método americano de medir as possibilidades eleitorais do candidato a partir dessa aferição. O raciocínio é este: como a taxa de abstenção, votos brancos e nulos se situa, na média, em torno de 20%, restam 80% de votos engajados; a partir daí, se um candidato tem até 35% de rejeição (tal como é med i d a p e l o S e nsus), ele ainda está no páreo, mas se sua rejeição passar dos 40% (metade dos votos engajados) ele não tem chance real de se eleger. Dico rdânci a– Paulino entende que a rejeição medida pelas pesquisas de opinião não apura apenas o potencial de voto negativo, mas também a indiferença ou o desconhecimento do eleitor quanto àquele candidato. Por isso, ele defende a tese de que as perguntas sobre rejeição devem ser muito objetivas e não podem se misturar com outras pro-

postas para apurar a visão do eleitor sobre um candidato. O diretor do Datafolha afirma que, ao longo das eleições a experiência tem mostrado que a aferição da rejeição se torna mais precisa a partir do momento em que os candidatos são oficializados pelos partidos. Antes disso, as pesquisas têm uma margem especulativa grande, o que confunde o eleitor e embaralha os números. Como exemplo, ele cita o caso atual do PMDB, que tem freqüentado as listas de candidatos com vários nomes e pode chegar às eleições de outubro sem concorrente oficial. Tarso Genro– Longe de entrar na discussão de metodologia, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, reagiu com cautela às últimas pesquisas que apontam a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no 1º turno: "Pesquisa é circunstancial. Não quer dizer que a eleição esteja assegurada e a vantagem cristalizada". O ministro evitou comentar a estagnação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que disse estar relacionada aos ataques criminosos recentes ocorridos em São Paulo. (AE)

O FAVORITO SERRA CAI UM POUCO NO DATAFOLHA

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções) I

Exame e votação da ata da reunião anterior (24/04/2006)

II

Informações sobre a Campanha “De Olho no Imposto” - Viagem a Brasília e entrega ao Congresso de 1,5 milhão de assinaturas, como apoio popular ao projeto de lei que regulamenta o § 5º do artigo 150, da Constituição

III

Segurança: considerações sobre os últimos acontecimentos

IV Avaliação do Seminário Internacional “Democracia Liberal”, realizado nos dias 15 e 16 deste mês em São Paulo V

Outros assuntos

Dia: 29 de maio de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

O pré-candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, perdeu votos, mas mantém o favoritismo na disputa pelo governo do Estado, vencendo no 1º turno, segundo a pesquisa Datafolha em parceria com a Red e Globo, divulgada na noite de ontem. Serra obteve 52% das intenções de voto, ante 15% do senador Aloizio Mercadante (PT) e 9% do ex-governador Orestes Quércia. No último levantamento do Datafolha para o governo do Estado divulgado, em abril, Serra tinha 59%, Mercadante 14% e Quércia 12%. No cenário em que o PMDB não tem candidato ao governo, Serra sobre para 56% contra 17% de Mercadante. Num eventual 2º turno, Serra teria 62% contra 23% de Mercadante ou 63% contra 18% de Orestes Quércia. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. No cenário do 1º turno que inclui Quércia, os demais candidatos tiveram o seguinte desempenho: Apolinário (PDT) - 3%; Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) - 1%; Beto Mansur (PP) - 1% e Cunha Lima (PSDC) - zero; brancos e nulos - 11% e não sabem - 8%. Sem a presença de candidato do PMDB, a votação dos demais foi a seguinte: Apolinário - 3%; Plínio, Mansur e Cunha Lima - 1% cada; brancos e nulos - 12%; não sabem - 9%. Foram ouvidas 1.884 pessoas em 54 municípios e foi registrada no TRE-SP, sob nº 723072/2006. (AE)

ntensificar a campanha no Nordeste e melhorar a posição do candidato do partido em São Paulo e Minas são os objetivos do PSDB depois de conhecer os resultados das novas pesquisas que pipocam no País. Os levantamentos CNT/Sensus e Datafolha ameaçam jogar o PSDB na crise porque revelaram que a liderança de Lula continua intocada. Alckmin e José Jorge, que formam a chapa coligada do PSDB/PFL, vão cumprir intenso programa em terras nordestinas. Há estados na região em que o petista tem índice de 50% de intenção de voto contra 10% do candidato tucano. As novas pesquisas representam um alerta. O sonho de Alckmin é encostar em Lula quando chegar a hora da campanha gratuita no rádio e televisão. Mas, por enquanto, Lula vai arrancando cerca de 40% de intenção de votos, enquanto Alckmin fica com 20%.

PERIGO

DECISÃO

O medo das oposições é que Lula vença a eleição já no 1º turno, como revelou o levantamento da CNT/Sensus. É por isso que as oposições torcem para que o PMDB lance candidato próprio. Se o PMDB não sair com candidato aumenta a chance da eleição ser decidida no 1º turno.

Em princípio, a convenção do PMDB está marcada para o dia 11, mas existe um movimento para transferir a data para o dia 29. A meta dos governistas do partido é evitar a convenção e jogar por terra a idéia de candidatura própria.

ANÁLISE Os tucanos estão preocupados com o crescimento do índice de rejeição de Alckmin na pesquisa CNT/Sensus. A cúpula do PSDB admite que o crescimento é produto do reflexo dos conflitos em São Paulo provocados pelos ataques da facção criminosa PCC.

APOIO Os governistas querem que o PMDB apóie Lula e, se possível, indicando o vice na chapa petista. Se não der, os governistas se dariam por satisfeitos se o partido ficar sem candidato próprio, mantendo a neutralidade para firmar acordos diferentes nos estados.

CORRIDA Apesar da ação dos governistas, também o PSDB corre atrás do apoio a Geraldo Alckmin. Os tucanos trabalham para protocolar o apoio do PMDB no 2º turno. Os tucanos estão convencidos de que o PMDB se manterá neutro no 1º turno.

ÍNDICE

COLIGAÇÃO

Admite-se que o candidato peemedebista (se lançado) teria até 15% dos votos, o que ajudaria a levar a decisão da eleição para o 2º turno, Na pesquisa CNT/Sensus, por exemplo, Anthony Garotinho arranca 11% dos votos, mas a tendência é de crescimento.

Os tucanos não estão de olho apenas no PMDB. Querem também fechar um acordo com o PPS e PDT no 2º turno. Em tempo: os dois partidos (PPS e PDT) podem se aliar na eleição de presidente. O candidato à presidência seria o senador Cristovam Buarque (DF) e, o vice, o deputado Roberto Freire (PE).

VAI SUBIR Os tucanos mais otimistas, no entanto, apostam que Alckmin vai crescer no mês de junho, porque o candidato vai ocupar os espaços nos programas de TV do partido. A tendência para os tucanos é que Alckmin cresça e Lula caia. Para o PSDB, o patamar de Lula é de um índice de 30% de intenção de voto.

PAULISTAS A pesquisa Datafolha revelou que Lula cresceu e Alckmin recuou entre os eleitores paulistas. A revelação causa preocupação no PSDB, porque o Estado de São Paulo concentra 1/5 do total de eleitores no País, isto é, de cada grupo de 5 eleitores no Brasil, 1 é de São Paulo.

CHAPA O PT praticamente já acertou as coligações com o PSB, PC do B, PL e PRB. O vice pode sair do PSB ou do PRB. Se for do PSB, o vice será o ex-ministro Ciro Gomes. Se furar, o PRB indica novamente José Alencar como companheiro de chapa do petista.

MENSALEIROS José Genoino, João Paulo Cunha e Antonio Palocci integrarão a chapa de candidatos a deputado federal do PT. Os três estiveram envolvidos com as denúncias que desaguaram no escândalo do mensalão. Detalhe: a base eleitoral de Palocci continua sendo a região de Ribeirão Preto.

CRISE

COMANDO

Após a revelação das pesquisas, surgiu um clima de descontentamento no PSDB, um princípio de crise, envolvendo também o prefeito do Rio, César Maia, do PFL. Maia chegou a comentar que um dos principais responsáveis pela situação de Alckmin nas pesquisas é o presidente do PSDB, Tasso Jereissati.

Aloizio Mercadante transfere a liderança do governo no Senado para Romero Jucá (PMDB-RR). Mercadante vai se licenciar do Congresso para se dedicar à campanha de governador. No momento, o candidato petista perde para José Serra (PSDB) nas pesquisas. Se a eleição fosse hoje, Serra venceria no 1º turno.


sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

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CONSELHO SE REÚNE PARA ABAFAR CRISE ENTRE PSDB E PFL

Estou muito otimista. Nossa pré-campanha é como mandacaru, cresce na adversidade. Geraldo Alckmin (PSDB)

CANDIDATO TUCANO MINIMIZA FRACO DESEMPENHO NAS PESQUISAS E NEGA CRISE NA ALIANÇA COM PFL

ALCKMIN ACHA QUE ESTÁ TUDO MUITO BEM Paulo Pampolin/Digna Imagem/07-12-2004

Givaldo Barbosa/Agência O Globo

Alckmin: 'É estresse de campanha, é passageiro'.

U

m dia depois do bate-boca entre os dirigentes do PSDB e do PFL por causa do fraco desempenho nas pesquisas de opinião do candidato tucano à presidência, Geraldo Alckmin, os chamados "bombeiros" saíram a campo para reduzir a crise. O próprio presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que na quarta-feira atacara o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), procurou o senador José Jorge (PFL-PE), o vice de Alckmin, para tentar pôr um fim aos desentendimentos. Ontem, o líder tucano na Câmara, deputado Jutahy Jr. (BA), foi atrás do coordenador da campanha de Alckmin senador Sérgio Guerra (PE), para falar de um eventual tratado pela paz. Não o encontrou em seu gabinete. Ficou sabendo que Guerra estava na Comissão de Relações Exteriores. Foi até lá, o puxou para um canto e falou da necessidade que to-

César Maia: 'Alckmin não é Fernando Henrique'.

LIDERANÇAS TENTAM TRÉGUA ENTRE PSDB E PFL dos têm de parar o bate-boca. Depois, procurou o líder Rodrigo Maia. Disse que era hora de os ânimos serenarem, porque, divididos, podem ser mais inferiorizados nas próximas pesquisas eleitorais. Culpa – Rodrigo Maia havia dito que a culpa pela oscilação negativa do candidato tucano à Presidência não era de Alckmin, mas "da coordenação, do Tasso". Em resposta, o tucano atacou o deputado e o pai, o prefeito do Rio, César Maia. "Quando o garoto fala, só vale quando o papai confirma". Em defesa dos Maia, o senador Heráclito

Fortes (PFL-PI) contra-atacou. "Ouvi que a canoa afunda pela água de dentro. A de fora a sustenta. A água de dentro é o PSDB; a de fora, o PFL". O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), era um dos que tentavam serenar os ânimos. "Foram desabafos. Mas não devem mais acontecer. Não há mais a mínima condição de manter esse tipo de coisa nas nossas conversas", afirmou. A crítica pública do PFL ao PSDB e ao candidato Alckmin pode até ser reduzida para que os ânimos não se exaltem na coligação. Mas os pefelistas querem mudanças no comportamento do presidenciável. Eles acham que ele tem de ser muito mais agressivo contra o governo e contra o PT, que tem de fazer denúncias, falar em corrupção, partir para o ataque. "É preciso acentuar a conseqüência política no tom do que é falado", disse Agripino Maia. (AE)

O

candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin afirmou ontem que sua campanha ao Palácio do Planalto é capaz de resistir às maiores dificuldades, assim como o mandacaru, cacto típico do sertão nordestino que cresce em períodos de seca. "Estou muito otimista. Nossa pré-campanha é como mandacaru, cresce na adversidade. Liderança política é forjada na adversidade. Já estou acostumado e isso faz parte", afirmou o tucano em Brasília. Ele atribuiu a crise na sua candidatura, motivada pelas críticas entre PFL e PSDB, ao estresse. "Isso é estresse de campanha, é passageiro, não há razão para ficar maximizando isso", afirmou. Pesquisas CNT/Sensus e Datafolha, divulgadas na quarta-feira, mostraram que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ganhar as eleições já no primeiro turno. A sondagem do Datafolha, no entanto, apontou uma oscilação positiva no desempenho do ex-governador, mas dentro da margem de erro. A possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno deixou inquietos o PSDB e o PFL, já em divergência política por conta de desavenças sobre as alianças estaduais. O presidenciável tucano negou uma crise na coligação. Para ele a aliança PSDB-PFL vai bem. E uma prova disso é o acordo fechado ontem com o ex-senador Albano Franco, que decidiu desistir de se candidatar ao Senado para atender ao PFL. O governador de Sergipe, João Alves, do PFL, exigiu a vaga ao Senado para a mulher dele, Maria do Carmo, candidata à reeleição. Atendendo ao apelo do PSDB, Albano Franco desistiu de concorrer e, segundo Alckmin, ele deve se candidatar à Câmara Federal. Conversa – Mesmo assim, Alckmin mandou ao Rio de Janeiro, João Carlos Meirelles, seu exsecretário e um dos coordenadores de sua campanha para presidente, para conversar com o prefeito César Maia (PFL) e aparar as arestas do partido com os pefelistas. César Maia tem feito

duras críticas aos tucanos e ao comando da candidatura de Alckmin. Ontem, em entrevista à Rádio CBN, Maia afirmou que vai continuar a criticar publicamente a pré-campanha do PSDB ao Palácio do Planalto enquanto não houver um comando unificado de tucanos e pefelistas na disputa eleitoral nacional. E, apesar de reiterar seu apoio a Alckmin, ele o criticou, dizendo que "não sai competitivo como sairia o (José) Serra". "Alckmin não é Fernando Henrique", ironizou. Em seu blog diário na internet, porém, Maia disse achar que chegar ao segundo turno não é uma tarefa complicada para Alckmin e que esse é o objetivo que deve ser perseguido pelo candidato tucano e seus aliados. Encontro – Ao fim do encontro com o prefeito do Rio, Meirelles disse que não há crise. "César Maia tem total disposição de ajudar Geraldo Alckmin", garantiu o coordenador. Meirelles almoçou com César Maia e o o vice-prefeito Otávio Leite e o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia. Perguntado sobre as críticas do PFL aos tucanos dos últimos dias, Meirelles disse que "é preciso respeitar o estilo de cada um". Ele vê as críticas "da forma mais positiva possível, pois elas representam o compromisso dele com a eleição de Geraldo Alckmin". "O prefeito colocou sua equipe à disposição para ajudar na elaboração do programa de governo, que está sob sua responsabilidade. Só tem gente de peso, extremamente competente", disse Meirelles, que está elaborando o programa de governo para ser apresentado na convenção, no dia 10, em Belo Horizonte. Segundo Meirelles, César Maia fez um diagnóstico do desempenho de Alckmin nas recentes pesquisas: "O quadro indica estabilidade. Como o presidente Lula tem um índice de aprovação de 40% e um índice de rejeição próximo disso, sua capacidade de subir é praticamente nula, enquanto a de Geraldo Alckmin é enorme", disse Meirelles, interpretando a análise de Maia. (AE)

UM CONSELHO PARA CUIDAR DA CAMPANHA N um momento em que tucanos e pefelistas trocam divergências publicamente, o comando da campanha presidencial criou um conselho político, formado por doze caciques dos dois partidos, com o objetivo de dar um rumo à campanha. O conselho foi criado na quarta-feira e se reúne pela primeira vez na próxima terça-feira. No dia seguinte, será formalizada a aliança entre os dois partidos.

D

ois episódios políticos mal resolvidos estão entre as causas da crise de relacionamento entre PFL e PSDB, provocando instabilidade na campanha do candidato tucano a presidente da República, Geraldo Alckmin (SP). O primeiro problema nasceu da discussão entre o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o deputado federal pefelista Pauderney Avelino (AM), ainda em março. O segundo envolveu a escolha interna do PFL para indicar o candidato a vice-presidente na chapa de Alckmin, na qual Jereissati preferia que o escolhido fosse o senador José Agripino (RN), nome favorito também do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), de quem o presidente tucano é muito amigo. A opção final do PFL pelo senador José Jorge (PE), num acirrado processo de votação, acabou abrindo uma nova frente de divergências entre os dois partidos. Divergências – Nos dois casos, Jereissati e o grupo político do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), estão no centro das divergências. O choqueentre Pauderney e Jereissati ocorreu logo depois da indicação de Alckmin para a candidatura presidencial. O deputado amazonense deu uma entrevista para uma emissora de televisão afirmando que a candidatura de José Serra teria maior po-

O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, irá presidir a reunião. A divergência interna em torno da política de alianças será um dos principais assuntos da agenda, mesmo porque Alckmin e o seu candidato a vice-presidente, senador José Jorge (PFL-PE), manifestaram ontem posições antagônicas sobre uma eventual composição com o PPS e PDT. "Se depender de mim o PPS fi-

cará junto", disse Alckmin, defendendo uma aliança, já no primeiro turno, com o partido do deputado Roberto Freire. A expectativa com o PDT é mais remota, uma vez que o senador Cristovam Buarque (DF) já lançou sua candidatura. Na contramão de Alckmin, José Jorge (foto) comparti-

PFL na Câmara, Rodrigo Maia, filho de César Maia, foi um dos primeiros a reagir contra Jereissati, criticando seus ataques. Seqüelas – Agora, na escolha do vice, seqüelas desse primeiro desentendimento apareceram. O grupo de Maia e o de Jereissati se colocaram novamente em lados opostos. tencial eleitoral que a de Alck- Depois do desgaste desse promin e causou grande irritação cesso, Rodrigo Maia elogiou a candidatura de Alckmin, mas em Jereissati. Encontrando Pauderney no atacou a coordenação da camplenário do Senado, ao lado do panha, numa crítica endereçalíder tucano Arthur Virgílio da a Tasso Jereissati. O senador (AM), Jereissati tirou satisfações cearense reagiu à queixa, dipela entrevista. "Ele já entrou no zendo que era preciso dar um basta nisso. PSDB?", perguntou para VirgíAliados de lio. "Não, mas Dida Sampaio/AE/09-03-2006 Geraldo Alckposso entrar", min acham respondeu que esses proP a u d e r n e y. blemas estão "Não entra, ganhando porque eu vemaior amplifito", rebateu na cação do que o hora Jereissati, normal por provo c ando conta da situas u r p re s a n o ção do candipefelista. "Ardato nas pesthur, ele está quisas de inbr incando?", p e r g u n t o u Tasso, no centro das discussões. tenção de voto. Para eles, se AlP a u d e r n e y, sendo interrompido por Jereis- ckmin estivesse mais próximo sati. "Como é que você vai para a de Lula, dificilmente a crise teria televisão falar mal do nosso tanta repercussão. Até porque, candidato", cobrou o senador, lembram, pefelistas e tucanos prosseguindo na cobrança, que são aliados na oposição, mas diterminou com uma ríspida tro- vergem sistematicamente, sem maiores conseqüências, desde ca de palavrões. Depois desse episódio entre a primeira campanha de FerJereissati e Pauderney, o líder do nando Henrique Cardoso. (AE)

A ALIANÇA COMEÇOU COM UMA DISCUSSÃO

lha da posição do prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. Para ele, a estratégia correta é outra: com um número maior de candidatos a disputa poderá ser levada para o segundo turno. No entanto, Geraldo Alckmin pensa diferente. "Quanto mais fortes estivermos será melhor", disse

Além dessa polêmica, o Conselho Político, formado pelos presidentes e líderes do PSDB e do PFL e pelos coordenadores da campanha, pretende dar um basta nas brigas internas. O conselho será formado pelos líderes do PSDB na Câmara, Jutahy Junior (BA), do PFL, Rodrigo Maia (RJ) e da Minoria José Carlos Aleluia (PFL-BA); os líderes do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), do PFL, José

Agripino (RN), e da Minoria, Álvaro Dias (PSDB-PR); os presidentes do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC); os coordenadores da campanha pelo ninho tucano, o senador Sérgio Guerra (PE), e pelos pefelistas, o senador Heráclito Fortes (PI); além dos dois candidatos, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin e o senador José Jorge (PFL-PE). (Agências)


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Internacional

TIMOR: BRASILEIROS FOGEM DE COMBATES.

Iranianas juraram em Teerã, capital do Irã, suicidar-se para defender o país e o Islã no caso de um ataque dos Estados Unidos.

Jaafar Ashtiyeh/Reuters

Missionário que trocou Ribeirão Preto pelo Timor Leste relata a situação, que se agravou ainda mais ontem com o registro de pelo menos 12 mortes

O

s confrontos em Timor Leste entre as forças comandadas pelo major demitido Alfredo Reinaldo e as forças militares forçaram o deslocamento de brasileiros. Ontem, o pior dia dos conflitos, com um saldo de pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos, dez brasileiros foram parar num hotel da cidade, para fugir da zona de luta. A crise começou em março, com a demissão de 600 soldados, que haviam feito greve em protesto pelo que qualificaram de discriminação. "Houve tiros a noite toda. De manhã, lá pelas 6h30 (18h30 de ontem em Brasília), eu levantei e fui trabalhar. Estava entregando alimentos para a população refugiada, mas como estava tudo fechado não conseguimos. A situação se tornou crítica ao ponto de não oferecer segurança para ninguém", conta o advogado e missionário José Ricardo Silva, que veio para Timor de Ribeirão Preto, onde ajuda na redação das leis do trabalho do país. José Ricardo relata que os revoltosos se queixam de discriminação. "Existem os Lirio da Fonseca/Reuters Lorosae (orientais) e os Loromanos (Ocidentais). A maioria dos comandos é Lorosae, que são três dos 13 distritos do país". Ele conta que a confusão está instalada: "A força policial se dividiu. Lá pelas 13h30 (1h30 da manhã no Brasil), além dos tiros de fuzil começaram também as granadas. Aconteceu um ataque ao comando central da polícia. Eles renderam o comando central da polícia." José Ricardo diz que a situação piorou quando os rendidos saíram. "Houve negociações e os comandantes da polícia iam ser levados para Soldado australiano de força a sede da ONU. Quando eles internacional para manter a paz estavam saindo, junto com o observa mulher timorense pessoal da ONU, sob bandeira branca, os militares começaram a atirar e morreram cinco policiais. Neste momento, não se sabe que forças estão com o governo ou contra, quem defende o estado de direito. A confusão é maior porque os dois grupos estão com fardas iguais". Embaixada – Os brasileiros que moram perto do local onde os confrontos estavam ocorrendo pediram ajuda e ele pegou o carro e trouxe nove brasileiros e uma timorense de um ano que está sendo adotada por um casal de brasileiros para a embaixada do Brasil. Eles foram instalados no Hotel Farol a 50 metros da embaixada e perto do mar: "Daqui dá para ouvir os tiros, mas é muito mais calmo", relata. "A embaixada fez o que tinha que fazer. Na área em que estavam havia um tiroteio, havia risco de balas perdidas. Nós colocamos esses brasileiros em lugar seguro", afirma o conselheiro Jairo Collier, que exerce as funções de cônsul do Brasil em Timor. Segundo a embaixada, existem 184 brasileiros registrados no país. "Até agora, pelo que soubemos nenhum brasileiro foi atingido pelos conflitos", diz Collier. (AE)

Colômbia na reta final das eleições

A

Colômbia se destaca como um oásis de conservadorismo em meio a uma crescente legião de líderes esquerdistas na América Latina e as eleições de domingo dificilmente mudarão o quadro, com o presidente Alvaro Uribe sendo franco favorito para conquistar a reeleição. Mas um crescimento de última hora da candidatura de um esquerdista apelidado de Papai Noel apresentou a surpresa solitária numa campanha dominada pelo conservador Uribe, o mais ferrenho aliado de Washington na região que ganhou popularidade reprimindo rebeldes esquerdistas e grupos armados. A esquerda democrática da Colômbia, há muito maculada por sua associação, real ou imaginária, com a insurgência guerrilheira de quatro déca-

das, tem se revigorado com o surpreendente desempenho do senador Carlos Gaviria, candidato do partido Pólo Democrático Alternativo, ou PDA, na campanha para as eleições de 28 de maio. Desconhecido para metade dos colombianos apenas poucos meses atrás, o acadêmico e ex-presidente da mais alta corte colombiana superou o candidato do tradicional Partido Liberal, Horácio Serpa, e passou a ocupar o segundo lugar nas pesquisas. Desde março, o apoio a Gaviria triplicou, chegando agora a 24%. Enquanto isso, Uribe perdeu 10 pontos no mesmo período, estando agora com 55%. "Quero mostrar aos colombianos que ser esquerdista não significa ser agressivo", explicou Gaviria numa recente entrevista. (AE)

Integrantes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, em Nablus: Abbas quer que grupos radicais reconheçam existência de Israel.

ANP ameaça Hamas com referendo

O

presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, deu ontem prazo de dez dias para que o grupo radical islâmico Hamas – que desde fim de março chefia o governo palestino – endosse um documento prevendo a criação do Estado

palestino na "fronteira de 1967". Ou seja, nos territórios ocupados por Israel nesse ano na Guerra dos Seis Dias, e que até então estavam sob controle árabe: a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Do contrário – Abbas advertiu – convocará dentro de 50 dias um referendo para que a população aceite ou rejeite a proposta, elaborada por líderes das principais facções palestinas presos em Israel. O documento foi divulgado no início do mês.

Entre seus redatores estão o líder da Fatah (a facção de Abbas) na Cisjordânia, Marwan Barghuti, e dirigentes do Hamas. Sua aprovação seria um reconhecimento implícito da existência de Israel por todas as facções. OLP – A Organização de Libertação da Palestina (OLP), presidida por Abbas, reconheceu Israel ao assinar os acordos de paz de Oslo, em 1993. No entanto, grupos radicais como o Hamas, a Jihad Islâmica e as Brigadas não integram a OLP e têm como

plataforma criar o Estado na Palestina histórica, o que incluiria todo Israel. Abbas deu o surpreendente ultimato durante uma conferência de todas as organizações palestinas, em Ramallah. Ele afirmou que os conflitos armados entre a Fatah e o Hamas em Gaza (com saldo de dez mortos em duas semanas) põem em perigo o plano nacional. Israel anunciou que permitirá a entrega de armas nos territórios para reforçar a guarda pessoal de Abbas. (AE)

PAPA NÃO EMPOLGA POLÔNIA Peter Andrews/Reuters

A

acolhida dos poloneses ao papa Bento XVI, na segunda viagem internacional de seu pontificado, foi modesta, se comparada às recepções dispensadas ao papa João Paulo II, o polonês Karol Wojtyla. Segundo estimativas da polícia, havia cerca de 70 mil pessoas nos 11 quilômetros que separam o aeroporto Okecie, de Varsóvia, até a catedral localizada na parte velha da cidade. "Quando o papa Wojtyla veio em 1979 em sua primeira peregrinação eu esperei por horas. Havia uma grande alegria de centenas de milhares de pessoas, um ambiente incrível", lembrou Barbara Gorska, de 50 anos de idade. "Hoje, é um pouco triste. Já não é nosso papa, mas há também uma alegria porque ele era amigo de João Paulo II", explicou. "Compraram poucas bandeiras", reclamou um vendedor ambulante, referindo-se à bandeira branca e amarela, do Vati-

de Jasna Gora, em Czestochowa, para rezar no altar da Rainha da Polônia. Mas o ponto alto dessa viagem – de fato, a primeira internacional de seu pontificado, já que a visita a Colônia, na Alemanha, em agosto do ano passado havia sido planejada por João Paulo II – será a ida a Auschwitz – Birkenau. Nesses antigos campos de concentração, lembra o Vaticano, "os nazistas exterminaram mais de 1 milhão de judeus, cerca de 150 Cerca de 70 mil pessoas acompanharam o papa na chegada à Varsóvia mil poloneses, 23 mil ciganos e 15 mil prisioneiros de cano. "Nada em comparação to XVI advertiu o clero para guerra soviéticos e dezenas de com a época de João Paulo II." "as tentações do relativismo e milhares de cidadãos de outras Vocação – A Polônia tem 38 do permissivismo" e afirmou nacionalidades". Bento XVI rezará com líderes milhões de habitantes, dos que "não se pede dos padres quais 95% se declaram católi- que sejam especialistas em judeus e representantes de oucos. Não existe ali crise de vo- economia ou política, mas em tras religiões em Birkenau, depois de visitar, no Bloco da Morcações: seminaristas e padres vida espiritual". fervilham e são constante"O que os fiéis esperam de te, em Auschwitz, a cela de São mente "exportados" para paí- um padre é que ele seja teste- Maximiliano Kolbe, o frade ses carentes. Pouco depois de munha da sabedoria eterna, franciscano que ali foi executado em agosto de 1941, em lugar chegar ao país para uma visi- contida na Palavra revelada." ta de quatro dias, o papa BenHoje, o papa irá ao santuário de um guerrilheiro. (AE)

Fotos: Enrique Marcarian/Reuters

BEIJINHO, BEIJINHO – Mais de 250 mil pessoas reuniram-se ontem na Praça de Mayo, no centro da capital argentina, para pedir que o presidente Néstor Kirchner seja candidato à reeleição presidencial no ano que vem. Segundo analistas políticos, três de cada quatro pessoas foram levadas à manifestação "pró-Kirchner" por meio da ostensiva rede de aliados políticos do presidente, do sistema de assistencialismo estatal, além dos sindicatos e associações de desempregados. A multidão, de forma organizada, entoou o cântico "bom-bom-bom-bom, queremos todos a reeleição!". Acima, Kirchner, com a mulher Cristina, a caminho da catedral de Buenos Aires, onde iria assistir à missa. (AE)


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9

4,42%

foi a queda do dólar comercial para venda na cotação de ontem. A moeda norteamericana fechou a R$ 2,294.

25/5/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 23/05/2006 23/05/2006 23/05/2006 23/05/2006 23/05/2006

P.L. do Fundo 5.233.769,48 1.269.953,64 5.519.894,29 2.524.637,58 952.892,73

Valor da Cota Subordinada 1.074,925797 1.021,044045 1.062,078130 1.028,152846 993,650517

% rent.-mês 2,3177 1,6417 2,6282 1,3935 2,3567

% ano 10,0264 2,1044 6,2078 2,8153 -0,6349

Valor da Cota Sênior 0 1.034,356930 1.042,526707 0 0

% rent. - mês 0,9380 1,0220 -

% ano 3,4357 4,2527 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


Ano 81 - Nº 22.135

São Paulo, sexta-feira a domingo, 26 a 28 de maio de 2006

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

DIA DA LIBERDADE DE IMPOSTOS

Edição concluída às 23h55 Emilio Pedroso/Zero Hora

Foto de C. Schmidt/zefa/Corbis com arte de Abê

Celta 1.0: R$ 11 mil 7 ,3 1 $ R : a n li o s a g e d Litro 50 fraldas: R$ 11,25 Porto Alegre: gasolina a R$ 1,37 no 1º dia do ano livre dos impostos

Ricardo Stuckert/PR

Tênis: R$ 76,18

O contribuinte passou 145 dias trabalhando para pagar impostos, desde 1º de janeiro. Hoje, o 146º, é o Dia da Liberdade de Impostos. Desde ontem Porto Alegre e Lajeado, no RS, já o comemoram, com o comércio oferecendo produtos com até 60% de desconto. Veja em Economia/1

OU LÀ LÀ! No ar, caças da FAB: em terra, Chirac admirado, junto a Lula e dona Marisa. A visita do presidente francês, na página 3. HOJE

Parcialmente nublado Máxima 23º C. Mínima 11º C.

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 25º C. Mínima 10º C.

BOM PROGRAMA:

CORRUPÇÃO Estréia Ricardo III (esq.), clássico de Shakespeare, escrito em 1593. O soberano inglês, interpretado por Marco Ricca, é um poço de vilania; mestre na arte da dissimulação e da conquista do poder. A corrupção permeia todos seus atos. Nesta versão, dirigida com criatividade por Jô Soares, é o melhor programa de teatro da semana. Sim, ainda tem X-Man (detalhe) na tela, para quem gosta de HQ. Mais: fotojornalismo premiado e 40 anos de MPB4. DCultura


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LAZER - 3

Fotos: Mais Filmes/Divulgação

CINEMA Ian McKellen como Magneto (esq.), Phoenix (Famke Janssen) e Hugh Jackman como Wolverine, em X-Men - O Confronto Final: questões filosóficas Fox Film/Divulgação

Filme de Ronaldo Duque: passagem direta das assembléias estudantis para o sonho da revolução própria

Idealistas, porém amadores São os jovens de Araguaya, a Conspiração do Silêncio

O

Ser ou não ser mutante? Geraldo Mayrink

U

m filósofo, mesmo citado aqui em vão, dizia que a única questão fundamental é saber se a vida vale ou não a pena ser vivida. Para os personagens de X-Men O Confronto Final (X-Men: The Last Stand, 104 minutos, EUA, 2006, direção de Brett Ratner) o buraco é mais embaixo. Em seu terceiro filme de uma série que agora promete acabar, embora não se possa ter certeza, pois alguém dado como morto aparece num rapidíssimo epílogo deitado numa cama de hospital, eles precisam decidir se querem ser curados do mal que deveria atormentá-los, mas que na verdade lhes dá prazer e, acima de tudo, poder. Eles são mutantes, por motivo ignorado, e por isso podem levitar, tirando também do chão automóveis e até casas. Garras em forma de lâminas brotam das unhas de suas mãos, e espinhos parecendo pregos de seus rostos, além de possuírem asas, dependendo da

ocasião. Seus olhos brilham como minúsculas lanternas vermelhas, avisando que não estão para brincadeiras. Pois os humanos, que os desprezam e odeiam, agora descobriram uma vacina e querem aplicá-las neles. Filosoficamente, precisam saber se vale a pena viver essa vida, e de que lado querem ficar, se do seu, tão fantasiosamente maravilhoso, ou da humanidade, tão medíocre na sua mesmice. Poderiam fazer um plebiscito para resolver a questão. Na prática, partem para a ignorância pois são personagens de quadrinhos, herdeiros do capitão Marvel, cujo nome é emprestado à poderosa indústria de gibis que coproduz o filme. É coisa para especialistas ou para quem gosta muito de ficçãocientífica, mesmo em suas manifestações mais vulgares como esta. A turma está toda lá, como nos outros filmes. Wolverine (Hugh Jackman), o líder meio arrogante

portador de unhas-lâminas, o sábio e careca professor Xavier (Patrick Stewart), o sombrio Magneto (Ian McKellen), a jovem Vampira (a ex menina-prodígio Ana Paquim, a cada novo filme mais apagada) e Tempestade (a sempre insinuante Halle Berry, negra de cabelos platinados, num lance de autêntica ficção científica). A eles se juntam novas criaturas, chamadas Anjo e Fera, mas é tudo a mesma coisa dos outros episódios da série, passado "num futuro não muito distante", como em O Exterminador do Futuro, quando as máquinas dominavam o mundo. E parece que já dominaram mesmo, pelo menos em algumas telas de cinema. Que ninguém se atreva a perguntar por quê botam o presidente dos EUA atrás das grades, quem é mutante ou gente comum, porque ninguém trabalha ou almoça, se beija ou abraça e outras vulgaridades de enredo, tão humanas. Isto realmente não está no gibi.

OUTRAS ESTRÉIAS

Divulgação

Columbia Pictures/Divulgação

Pai-menino e os agitos de East Village A Criança (L'Enfant, 95 minutos, Bélgica/França, 2005). Aos 18 anos, Sonia (Débora François) tem seu primeiro filho. Bruno (Jérémie Renier), 20 anos, é o pai, e o pequeno apartamento de Sonia agora é moradia para os três. O nascimento do bebê não altera a rotina de Bruno, que continua a viver de pequenos furtos cometidos por ele e a turma de amigos adolescentes. Despreocupado, o jovem pai chega a tentar vender o filho recémnascido para pagar uma dívida. Ao longo do filme, o espectador vê Bruno tendo atitudes de menino e de adulto. Dirigido pelos irmãos belgas Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, foi vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 2005.

Rent - Os Boêmios (Rent, 135 minutos, Estados Unidos, 2005). Inspirado na ópera La Bohème, de Puccini, o longa é um musical de rock. A exemplo do original, em que os artistas parisienses do século 19 lutam contra a tuberculose, a aids é a realidade enfrentada pelos personagens da versão atualizada. O cenário é a boêmia e moderna East Village, bairro de Nova York, onde vive um grupo de amigos. Drag queens, dependentes químicos e sem-tetos estão entre os personagens. Chris Columbus, além de dirigir, fez uma pequena participação no filme. Ele aparece como um homem irritado dentro de um carro. Anthony Rapp, Idina Menzel e Tracie Thoms estão no elenco.

que se passou no sul do Pará, onde do fim dos anos de 1960 a meados dos 70 tentouse implantar uma guerra revolucionária para derrubar o governo militar, nunca foi devidamente revelado. O filme Araguaya, a Conspiração do Silêncio (Brasil, 2004, 105 minutos, direção de Ronaldo Duque) também não revela, ficando pelas bordas de uma especulação que usa personagens reais e fictícios. Não é necessariamente um defeito, já que a coisa toda continua sendo um segredo de Estado. Na realidade, os mais conhecidos em cena são um valoroso líder combatente, um certo Oswaldão (Norton Nascimento, o ator que se tornou famoso ao receber um coração implantado, sem o qual morreria) e o padre Chico (Stephane Brodt), um francês que pode não ter sido ninguém em carne e osso mas sintetiza o papel de muitos religiosos estrangeiros envolvidos no episódio. Os demais são, de um lado, um bando de jovens que trocaram as assembléias estudantis e as passeatas pelo sonho da revolução própria (com destaque para o depois deputado José Genoíno, que dá um curto depoimento sobre o caráter secreto sobre o que faziam lá no mato). De outro, milicos raivosos que se lambuzam em palavrões.

Um homem, muitos ursos: ótimo documentário

O

documentário O Homem Urso (Grizzly Man, 100 minutos, Estados Unidos, 2005), com direção e roteiro do alemão Werner Herzog, mostra a vida de Timothy Treadwell, que durante 13 anos viaja todo ano para o Alasca com objetivo de estudar ursos pardos. Ele foi morto, junto com sua namorada, Amie Huguenard, por um velho urso em outubro de 2003. O testemunho de Treadwell chegou às telas porque ele gravou em vídeo cerca de cem horas de seus encontros com o mundo selvagem. De posse do material, Herzog colheu entrevistas e transformou tudo neste ótimo documentário.

O que não era defeito de origem, porém, passa a ser por força do caminho do filme de aventura seguido pelo roteirista e diretor Ronaldo Duque. Sem prática nesse tipo de ação patenteada há décadas pelos estúdios de Hollywood, com muitíssimo mais dinheiro e recursos, a equipe se mostra tão amadora quanto seus esforçados e idealistas personagens. Maniqueísmo - Alguns estão tão maltratados pela rudeza da selva e da produção, com maquiagem pesada, que nem os atores mais conhecidos (como Françoise Forton e Fernando Alves Pinto) são identificáveis. Claramente visível a olho nu, no entanto, é o maniqueísmo que mostra os jovens

guerrilheiros como uma turma legal, simpática e alegre, em oposição as bocas sujas e baixíssimos instintos dos brucutus fardados. Pode até ter sido tudo verdade (quem vai saber?) mas na tela assim não dá. Curiosamente, o que melhor funciona não é a ação mas um pouco de reflexão angustiada sobre os dilemas da fé religiosa. As lembranças e considerações do padre Chico (em francês, com legendas) dão uma certa diferença a Araguaya, evocando sem querer o diário de um pároco de aldeia, título famoso de um romance de Georges Bernanos e de um filme de Robert Bresson. Mas aquilo era outra coisa, da alma, sem selva, sem tiroteios e sem milicos. (GM)

Norton Nascimento (Oswaldão) e Fernanda Maiorano (Tininha)


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1 Não fosse a alta carga tributária brasileira, os cidadãos pagariam muito menos pelos produtos. Fernando Bertuol, Aclame

LOJISTAS DE PORTO ALEGRE E LAJEADO VENDEM MERCADORIAS SEM O VALOR DOS IMPOSTOS

DIA DA LIBERDADE DOS IMPOSTOS NO RS

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dia da alforria dos contribuintes, ontem, começou com a venda de gasolina no posto Firenze, em Porto Alegre, pela metade do preço: o litro do combustível baixou de R$ 2,74 para R$ 1,37. "O que queremos é conscientizar a população de que, não fosse a alta carga tributária brasileira, os cidadãos pagariam muito menos pelos produtos e serviços", disse Fernando Bertuol, presidente da Associação da Classe Média (Aclame), uma das organizadoras do movimento Dia da Liberdade dos Impostos. O movimento tem esse nome porque cada cidadão brasileiro trabalha cerca de 145 dias do ano – de 1° de janeiro a 25 de maio – só para pagar impostos. Ontem, no dia do Tax Free no Brasil, o Impostômetro registrou uma arrecadação de mais de R$ 328 bilhões. O Dia da Li- Emílio Pedroso berdade dos Impostos é lembrado no Rio Grande do Sul desde 2004. "Inspirado na co mem oraç ão que ocorre na E u ro p a e n o s E s t a d o s U n idos, o Instituto Liberdade teve a idéia de fazêlo também no País e convidou a Aclame para participar", informou Bertuol. Desconto – Hoje, no município gaúcho de Lajeado, 20 lojistas dos setores de eletroeletrônicos, medicamentos, calçados, vestuário, supermercados, postos de gasolina e uma concessionária participam do movimento vendendo seus produtos sem o valor dos impostos. Quem está coordenando o evento na cidade é a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), a Câmara de Lojistas de Lajeado (CDL), o Sindicato dos Lojistas do Vale do Taquari (Sindlojas) e a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CICVT). A partir das 10 horas de hoje, quem quiser comprar os produtos das lojas que estarão oferecendo o desconto, devem buscar senha de atendimento no Largo da Cultura, na região central da cidade. Um dos participantes é o dono da loja de calçados Dullius, Claudir José Dullios. "Nossa idéia não é promover as lojas

ou os produtos, mas indignar a população, mostrando que mesmo o trabalhador informal paga impostos embutidos nos preços", explicou o empresário, que também é presidente da CDL de Lajeado. A loja vai vender pares de sapatos a R$ 127, quando o preço normal, com os impostos, é R$ 200. "Outro objetivo da campanha é pressionar para que as notas fiscais mostrem o valor dos impostos separado do preço do produto", informou. Para Osmar Fernando Ehlers, proprietário da Farmácia Centralderm, em Lajeado, participar do movimento é importante para fazer com que o brasileiro exija pagar menos impostos. "A carga tributária atual é absurda. O presidente Lula está tirando todo o nosso dinheiro pelos impostos, deixando o contribuinte numa situação difícil", reclamou. Amanhã, a Ce ntr alde rm vai vender pacotes com 50 fraldas descartáveis por R$ 11,25 (o preço normal é R$ 20), um desconto de 36%, que equivale à carga tributária embutida no preço. No geral, as m e rc a d o r i a s serão vendidas por um preço até 60% mais baixo. Às 17 horas, um automóvel será vendido na Gambatto F5 Veículos, sem os impostos. Para ver a programação do Dia da Liberdade dos Impostos em Porto Alegre e em Lajeado, basta acessar o site www.aclame.com.br, que também mostra produtos com os respectivos preços e o valor sem os impostos. Uma camiseta vendida por R$ 40, por exemplo, sairia por R$ 25,20; um automóvel de R$ 18 mil custaria R$ 11 mil e uma casa no valor de R$ 35 mil seria vendida por R$ 22 mil,

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lém do Brasil, outros países pelo mundo também comemoram o Dia da Liberdade dos Impostos, conhecido no exterior como Tax Free Day. De acordo com a Tax Foundation, o dia do tax free é festejado atualmente em oito nações. Neste ano, o Reino Unido, por exemplo, comemora o dia sem

impostos no próximo dia 3. De acordo com um levantamento divulgado no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 1998, a carga tributária do Reino Unido correspondeu a 36,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Já os Estados Unidos, que festejaram o Tax Free Day no dia 17 de abril no ano

passado, têm uma carga tributária da ordem de 23%, segundo o estudo do Ipea. No mesmo ano, o Canadá festejou o dia sem impostos em 25 de junho. A Lituânia também comemorou, no dia 5 de maio. Já em 2002, a África do Sul – que tem uma carga tributária correspondente a 27,9% do PIB, segundo o

Divulgação

levantamento do Ipea – decidiu comemorar a data no dia do descobrimento do Brasil, 22 de abril. Já na Eslováquia, a data caiu no dia 18 de junho. A República Checa e a Austrália, em 2001, festejaram, respectivamente, a liberdade tributária nos dias 7 de junho e 21 de abril. (LI) Logo da campanha da Aclame

Laura Ignacio

SERVIÇO Para saber mais sobre os impostos, basta acessar os seguintes sites: www.impostometro.com.br; calculadorado imposto.com.br; feirãodoimposto.com.br e deolhonoimposto.com.br

Juizados especiais estão abarrotados lentidão da Justiça chegou aos judiciários especiais cíveis. A conclusão está em uma pesquisa inédita apresentada ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O diagnóstico traçou o perfil dos usuários, a natureza das reclamações e o tempo decorrido entre o início e o fim de um processo. Um dos resultados mostra que a duração dos processos pode chegar a quase dois anos, no caso de execução da sentença. Esses juizados foram criados em 1984 para serem mais rápidos, atenderem as camadas mais humildes da população – a primeira fase do processo é gratuita – e resolverem causas no valor de até 40 salários mínimos, o que equivale hoje a R$ 14 mil. Um outro diferencial é que o cidadão comum pode atuar como conciliador e árbitro.

Data é comemorada em oito países

O estudo foi realizado pelo Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais entre dezembro de 2004 e fevereiro de 2006. Foram analisados 5, 8 mil ações em nove capitais: Macapá, Salvador, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Belém, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. A análise indica que as ações que percorrem todas as fases processuais (distribuição, audiência de conciliação, entre outras) duram cerca de 349 dias. Se houver execução de sentença, o que ocorre em 15,3% dos casos, chega a 649 dias. Queixas – As principais reclamações envolvem relações de consumo (37,2%), acidentes de trânsito (17,5%) e cobrança de dívidas (14,8%). Cerca de 94% dos reclamantes são pessoas físicas e 49% dos reclamados são pessoas jurídicas. (Agências)

Posto de combustível (ao lado), em Porto Alegre, vende gasolina pela metade do preço. A outra metade é imposto. Acima, o presidente da Aclame, Fernando Bertuol.

Associações superam meta Luludi/LUZ

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participação das 412 associações comerciais que integram a rede da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) na campanha De Olho no Imposto foi fundamental para arrecadar as mais de 1,5 milhão de assinaturas necessárias para enviar o projeto de lei ao Congresso Nacional pedindo a transparência tributária no País. Essa foi a mensagem do presidente da Facesp e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, para assessores de imprensa de 30 associações do interior paulista, entre eles os das 19 regiões administrativas da Facesp, reunidos ontem na sede da entidade. "Temos de comemorar a superação dessa meta como resultado da ação conjunta dessa rede que tem credibilidade junto à sociedade", disse. Para Afif, a maioria das cidades que participou da

Afif Domingos durante reunião com assessores de imprensa, na sede da ACSP

campanha conseguiu superar suas metas de assinaturas, o que demonstra um envolvimento do cidadão. "Houve entrada ao vivo das tevês na abertura dos Feirões do Imposto na praça central de cada cidade", elogiou. Guilherme Afif informou aos assessores que as assinaturas serão levadas ao Congresso Nacional no próximo dia 31. Acrescentou que a campanha do De Olho no Imposto é um primeiro passo na conquista da

cidadania no Brasil. "Porque sabendo que paga impostos em tudo o que consome, o cidadão começará a exigir melhores serviços do poder público", enfatizou. Rede Social – O presidente da Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas e secretário Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADS), Rogério Amato, mostrou aos assessores que a participação em ações cívicas requer uma vontade própria

do cidadão interessado em melhorar a comunidade. "São tarefas que pedem muito da vontade e empenho de cada um", explicou. Amato relatou que a Rede Social São Paulo, fruto de um trabalho voluntário de lideranças de vários setores (entidades sociais, fundações, institutos etc), ao longo dos últimos seis anos, procura compartilhar valores, ações e conhecimento "para trabalhar de forma eficiente na área social". Recordou que em 2003 o primeiro setor (governo), o segundo setor (empresas) e o terceiro setor (institutos, fundações e entidades) se uniram na Rede Social com o compromisso de promover a cooperação entre todos os parceiros, evitando superposição de tarefas e de desperdícios de recursos. O atual desafio da Rede Social São Paulo é atingir a maioria dos municípios paulistas para garantir a todas as crianças e jovens oportunidade de cidadania. Sergio Leopolpo Rodrigues


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ECONOMIA/LEGAIS

COMUNICADO

ATAS

COMUNICADO DE DISTRATO SOCIAL

Informamos que a empresa TVV BRASIL VÍDEO MONITORAMENTE S/C LTDA, CNPJ.03.685.264/0001-14, com sede na rua Antonio Moussa Jreige 31, sala 11, Vila Monteiro, Município de Poá - SP, encontra-se com suas atividades encerradas, datando o distrato social de 10/05/2006.

EDITAL

EXTRAVIO DE DOCUMENTO

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

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BALANÇO

CONVOCAÇÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

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Cidades MP RECEBE LAUDOS SOBRE O governador Cláudio Lembo fez ontem uma homenagem aos policiais mortos pelo PCC. Ele leu o nome de todos e os chamou de heróis.

Lula Marques/Folha Imagem

MORTOS NA GUERRA DO PCC Secretaria de Segurança decidiu entregar ao Ministério Público Estadual uma relação de pelo menos 174 mortes – 64 além dos 110 casos solicitados pelo procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho. No Palácio dos Bandeirantes houve homenagem aos policiais mortos. Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

O advogado Sérgio Weslei da Cunha foi preso por desacato

CPI COBRA PRISÃO DE ADVOGADOS QUE COMPRARAM CD Depois de quase quatro horas de acareação, muitas contradições dos advogados, uma prisão e irritação dos parlamentares, o presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), cobrou ontem da Justiça a prisão dos advogados Sérgio Weslei da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado, acusados pela comissão de integrarem a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Na semana passada a CPI pediu a prisão preventiva dos dois advogados, acusados de comprar depoimento de sessão sigilosa da comissão, na qual o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho, e o delegado Ruy Ferraz fizeram um raio-X do PCC e apontaram Marcos Willians Herbas Camanho, o Marcola, como o chefe da organização criminosa O ex-funcionário de empresa que presta serviço à Câmara Arthur Vinícius Pilastre Silva, confirmou a venda. Os advogados são acusados de repassar cópia da gravação a Marcola dois dias antes do início da onda de violência em São Paulo. O pedido de prisão aguarda decisão na 10ª Vara da Justiça Federal. "Não temos dúvida do envolvimento dos dois com o crime organizado. A Justiça tem de decretar a prisão preventiva logo", disse Torgan. Corrupção - Torgan concluiu que a corrupção ativa, pelo qual os dois são acusa-

dos pela CPI, está qualificada uma vez que esse crime se dá no oferecimento ou promessa de dinheiro. Pilastre Silva, que confessou ter vendido a cópia da gravação aos advogados por R$ 200, manteve a mesma versão apresentada em seu depoimento na CPI. Deixou implícito que receberia mais dinheiro. Prisão – Durante sua inquirição, o advogado Sérgio Wesley da Cunha acabou preso por desacato aos parlamentares. Cunha evitava responder a perguntas e irritou o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que o provocou: "O senhor aprendeu rápido com a malandragem". Cun h a re t ru c o u : " A g e n t e aprende rápido aqui". Os congressistas levaram alguns segundos para registrar o significado da resposta do advogado, mas reagiram e pediram sua prisão. O advogado ainda tentou consertar. Disse que estava querendo dizer "aqui", no Brasil, e não no Congresso. Não adiantou. Foi retirado algemado da sala da CPI e levado ao Departamento de Polícia Legislativa, onde houve o registro de flagrante. Foi liberado depois de assinar um termo em que se compromete a comparecer à Justiça quando solicitado. Um processo por desacato será aberto na Justiça Federal. Ontem, o presidente da CPI teria sido ameaçado de morte. O alerta foi transmitido por uma testemunha ligada ao crime organizado e que já cooperou com a comissão. (Agências)

Lula Marques/Folha Imagem

Pilastre Silva e Maria Cristina de Souza Rachado (de costas)

A Secretaria da Segurança Pública informou às 20h10 de ontem que entregou ao Ministério Público Estadual (MPE) os laudos sobre as mortes ocorridas na guerra contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), de 12 a 20 de maio. Os boletins de ocorrência relativos a esses casos deverão ser repassados hoje à equipe do procuradorgeral de Justiça, Rodrigo Pinho, que havia dado prazo de 72 horas para o recebimento dos dados e ameaçava processar o secretário da Segurança, Saulo Abreu, se ele não cumprisse as determinações. Nem a secretaria nem a Procuradoria-Geral revelaram o número de laudos enviados. O MPE chegou a informar que Saulo havia descumprido o prazo dado pelo procurador, que vencia hoje. O anúncio foi feito às 19h45, por assessores de Pinho, segundo os quais o expediente na procuradoria havia acabado às 19h30. À tarde, a Secretaria decidiu entregar ao MPE uma relação de pelo menos 174 mortes. A decisão de ampliar o número de casos foi tomada por Saulo. A justificativa era de que o pedido de envio de documentos sobre 110 casos feito por Pinho foi muito vago. Dessa forma, o MPE receberá os boletins de ocorrência dos casos de 79 pessoas mortas em tiroteio pela Polícia Militar, das 31 mortas no mesmo período pela polícia sem que (segundo a secretaria) os casos estivessem ligados aos ataques do PCC, além de 18 casos de pessoas mortas em rebeliões. Por fim, a secretaria vai mandar os BOs dos 46 casos de agentes de segurança mortos nos atentados do PCC. Sobre os laudos do Instituto Médico-Legal (IML), Saulo pretendia enviar os realizados

POLICIAIS MORTOS SÃO HOMENAGEADOS

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governador de São Paulo, Cláudio Lembo, participou ontem de uma homenagem caracterizada por um ato ecumênico aos policiais mortos durante os confrontos ocorridos entre os dias 12 e 19 de maio. Em ato ecumênico, Lembo disse que os policiais civis e militares são heróis e respeitaram os direitos humanos no período dos ataques do PCC às forças de segurança. Na presença do comandante d a P o l í c i a M i l i t a r, E l i z e u Eclair, do secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, de oficiais PMs e policiais civis, Lembo leu os nomes dos policiais civis, militares, agentes de segurança e penitenciários mortos e pediu a execução do toque de silêncio. "Hoje, certamente, seria um dia de grande alegria para a Polícia Militar de São Paulo, com uma reestruturação de contingentes e um enorme decreto que faz parte de um processo longo iniciado pelo governador Alckmin, com a sua filosofia e sua visão de polícia muito qualificada", disse, elogiando o ex-governador. Na solenidade, realizada no Palácio dos Bandeirantes, o governo anunciou a criação ou reforma de 20 novas unidades da PM em cidades do interior paulista, iniciativa que teve início em 2002. (Agências)

O governador Claudio Lembo e o secretário de Segurança, Saulo Abreu, em solenidade no Morumbi

pelos legistas, com a trajetória e a quantidade de tiros nos corpos, mas não os exames residuográfico e toxicológico. Os primeiros servem para verificar se há resíduos de cobre ou chumbo nas mãos de quem a polícia afirma ter matado em tiroteio. O segundo verificará se quem morreu tinha usado substância entorpecente. Execuções –A análise de boletins de ocorrência referentes a homicídios ocorridos na capital paulista entre os dias 12 e 20 revela pelo menos mais dois casos de execução. Em ambos, há suspeita de participação de policiais. As vítimas foram jovens de 18 e 23 anos mortos a tiros, no meio da rua. Samerson Buddin de Souza morreu na sexta-feira (19), por

volta das 20h. O rapaz, de 18 anos, estava perto de casa, na Vila Brasilândia, zona norte, conversando com vizinhos. Dois homens passaram em uma moto e pararam. O que estava na garupa sacou uma pistola e atirou na perna do jovem. Depois, disparou mais seis tiros. "Foi quase tudo na cabeça", disse Thiago Rodrigues, de 20 anos, amigo de infância de Souza. Átila Diogo Goudinho, de 23 anos, foi morto domingo, dia 14, às 22h, no Jardim São Savério, na zona sul. Um parente contou à reportagem que ele voltava de um bar perto de casa quando foi alvo de disparos feitos por 5 ou 6 homens encapuzados numa espécie de caminhonete.

Mais mortes – A PM matou três homens anteontem à noite na ponte Cruzeiro do Sul, em Santana. Um casal de PMs à paisana afirma ter sido abordado por quatro homens, dois deles armados. Assim que anunciaram o assalto, começou a troca de tiros. Dois homens foram mortos sobre a ponte pelo policial. O terceiro homem conseguiu fugir. O quarto homem desceu correndo por uma escada em direção à marginal Tietê, onde, naquele momento, passava uma viatura da Rota. O homem acabou morto porque, segundo informou a Polícia Militar, ele não se rendeu e ainda tentou atirar contra a viatura policial. Na ação, nenhum policial foi ferido. (AE)


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Finanças Tr i b u t o s Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 A Siemens VDO do Brasil investiu US$ 8 milhões na inauguração de sua primeira fábrica no País.

DESEMPREGO IGUAL, SALÁRIO MAIOR EM ABRIL

Leonardo Rodrigues/Hype

TAXA DE DESEMPREGO FICA ESTÁVEL EM ABRIL Nível de desocupação no País foi o mesmo registrado em março, de 10,4%

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Sonia, da Conlicitação, contratou Daniel (sentado de azul) e Jorge, fato que se repetiu nos meses anteriores

BOLÍVIA O partido de Evo Morales quer incluir a reeleição presidencial na nova Constituição.

Ó RBITA

VIVO A Telefónica Móviles diz não ter planos de vender sua participação de 50% na empresa.

Tiago Queiroz/AE

PARAGUAI LIVRE DA FEBRE AFTOSA

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Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) concedeu novamente o certificado de país livre de aftosa com vacinação ao Paraguai, condição que o país havia adquirido em janeiro do ano passado. A revalidação do certificado desmistifica a crença, não assumida oficialmente mas difundida entre pecuaristas e associações de produtores brasileiros e argentinos, de que o país vizinho teria sido o responsável pelo ressurgimento da aftosa em seus territórios. Brasil e Argentina tiveram casos da doença a partir de outubro

GÁS NATURAL

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presidente do grupo francês Suez, Gerard Mestrallet, disse ontem que o conglomerado, que no Brasil controla a geradora de energia Tractebel, está pronto para participar de eventuais investimentos em unidades de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Brasil. Isso se as autoridades brasileiras concluírem que essa pode ser uma saída para reduzir a dependência brasileira do gás importado da Bolívia. (AE)

ÁCIDO FÓLICO

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Câmara dos Deputados aprovou ontem projeto de lei que obriga a indústria a adicionar ácido fólico às farinhas de trigo e de milho. A adição do ácido, uma vitamina que pertence ao complexo B, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde e pela Organização PanAmericana da Saúde para prevenção de malformação em fetos. (AE)

EDP

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forte desempenho operacional no Brasil garantiram à Energias de Portugal (EDP) alta de 9% (US$ 304,66 milhões), no lucro líquido do primeiro trimestre. (AE) A TÉ LOGO

do ano passado. Os focos de aftosa surgidos no Mato Grosso do Sul (foto), e depois estendidos ao Paraná, que contesta a contaminação do rebanho, estavam próximos à fronteira com o Paraguai, onde o trânsito de animais

ocorre sob controle deficiente. Essa deficiência será superada com o monitoramento, via satélite, do rebanho em uma faixa de 10 quilômetros da fronteira, que está sendo instalado sob supervisão do Ministério da Agricultura. (AE)

INGLESES SE APOSENTAM MAIS TARDE

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governo britânico anunciou ontem que pretende aumentar a idade de aposentadoria para 68 anos até 2044 para evitar o aumento da crise no sistema previdenciário em um momento no qual as pessoas vivem por mais tempo. De acordo com os planos do governo, a idade aumentaria de 65 para 66 anos, em 2024, e para 68, em 2044. O governo acredita que a mudança possibilitaria a retomada da conexão entre pensão

mínima e ganhos a partir de 2012. A relação entre pensão e renda média foi removida pela então primeiraministra Margaret Thatcher. Ao longo dos anos, o sistema reduziu o poder de compra dos aposentados. As mudanças propostas foram extraídas das recomendações de um painel indicado pelo atual primeiro-ministro da GrãBretanha, Tony Blair, em 2002. Segundo cálculos da época, haveria 50% mais pensionistas na GrãBretanha até 2050.

CAFETERIAS STARBUCKS NO BRASIL

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Starbucks Corp., uma das principais redes mundiais de cafeterias, informou ontem que planeja abrir lojas em vários pontos do Brasil por meio de uma joint-venture com empresa brasileira. A primeira loja Starbucks deve ser inaugurada em São Paulo dentro de um ano. A Starbucks, conhecida por seus cafés sofisticados, já possui cafeterias em 37 países fora dos Estados

Unidos, incluindo operações por meio de joint-ventures, licenças para franqueados e também lojas próprias. A joint-venture será formada com a Cafés Sereia do Brasil, de Maria Luísa e Peter Rodenbeck, que já participaram da implantação de pontos de venda de outras redes no Brasil, como o McDonald's e a Outback Steakhouse. (Reuters)

LULA VOLTA A DEFENDER MORALES

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presidente Lula voltou ontem a defender a Bolívia e o presidente Evo Morales, no episódio da nacionalização do gás que tanta polêmica causou.

"Muita gente queria que eu fosse agressivo. Mas, quando eu ainda era candidato, já diziam que eu era 'paz e amor'. Então acreditei no poder da conversa", afirmou. (AG)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Juíza impede que governo federal tenha prejuízo de bilhões de reais

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Venezuela pode pagar preço "espetacular" por soja boliviana

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Fiesp entregará aos candidatos propostas para desenvolvimento do País

desemprego ficou estável em todo o País no mês de abril. É o que aponta a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada ontem. O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a taxa de desempregados foi a mesma registrada no mês de março – 10,4% da população economicamente ativa do País. O quadro também é considerado estável em relação a abril do ano passado, quando a taxa de desocupação ficou em 10,8%. Houve aumento, no entanto, no rendimento médio mensal dos trabalhadores (descontada a inflação). O valor passou de R$ 1008,42 em março, para R$ 1012,50 no mês de abril. A alta é de 0,4% em relação ao mês passado, mas chega a 4,7% na comparação com o mesmo período de 2005. Este é o décimo mês consecutivo em que a variação anual dos rendimentos é positiva. A pesquisa mostra que também cresceu o número de pessoas que trabalham com carteira assinada no setor privado. O aumento foi de 5,2% em rela-

ção ao número apurado em abril do ano passado. O resultado foi influenciado principalmente pelas taxas registradas em São Paulo (6,5%) e em Belo Horizonte (6,7%). De acordo com o coordenador da Pesquisa Mensal de

1.012 reais foi o rendimento médio mensal dos trabalhadores em abril, segundo o IBGE Emprego do IBGE, Cimar Azeredo, o conjunto dos resultados é o melhor para o mês de abril desde 2002, quando teve início a série atual da pesquisa. Ele avaliou que, embora não tenham sido criados novos postos de trabalho, o resultado revela uma qualificação do emprego. "É um mês louvável

no poder de compra do trabalhador e no aumento da formalização", afirmou. Para Cimar Azeredo, os resultados são conseqüência do cenário favorável da economia. Ele apontou a redução da taxa de juros, a inflação em queda e o baixo risco-País como fatores que influenciaram positivamente o mercado de trabalho. A expectativa do técnico do IBGE é que haja redução da taxa de desemprego no Brasil no mês de maio. "Os resultados positivos de abril mais a o resultado da série histórica indicam que a taxa de maio vá cair," disse Azeredo. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE mede a relação entre o mercado e a força de trabalho no País. O levantamento é realizado mensalmente nas seis principais regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte. São consideradas desocupadas aquelas pessoas que estavam sem trabalho, estavam disponíveis e tomaram alguma atitude para conseguir trabalho nos 30 dias anteriores à entrevista. (ABr)

Contratações ajudam

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estabilidade na taxa de desocupação registrada em abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve a contribuição de todas as regiões pesquisadas. Em São Paulo, a taxa ficou em 10,7%, contra os 10,6% verificados no mês de março. Se depender de empresas como a Consórcio Nacional de Licitação (Conlicitação), de Sonia Lúcia de Moura, essa estabilidade deverá continuar. Especializada em montar clippings sobre licitações, Sonia fez contratações em todos os meses deste ano e acaba de efetivar mais dois funcionários. Agora, são 63 colaboradores. Palavra, aliás, bem ade-

quada à gestão de pessoal da empresa. Segundo Sonia, uma das dez finalistas do Prêmio Mulher Empreendedora do Sebrae-SP em 2005 – as contratações acontecem por indicação e aval dos funcionários. O recém-contratado Daniel Alves de Oliveira, de 18 anos, por exemplo, foi indicado pela cunhada da cabeleireira que possui um salão nas imediações da empresa. Jorge Rodrigues da Matta, de 55 anos, pelos filhos, também funcionários da Conlicitação. Daniel tem o perfil da maioria dos funcionários da empresa: entre 17 e 24 anos e no seu primeiro emprego. Ele tem por tarefa selecionar licitações nos jornais e as inserir nos sistemas

desenhados pela Conlicitação para que possam ser enviadas aos mais de 4,5 mil assinantes do serviço. Aluno de um curso de web design, tem ensino médio concluído e planeja ser jornalista. "Quero continuar aqui para pagar minha faculdade." Já para Matta, ex-conferente de uma empresa de ônibus, a reposição no mercado de trabalho estava prejudicada por conta da idade. Ele buscava um emprego desde agosto de 2005. E mostra-se muito feliz com a função de sair a campo para coletar avisos de licitação. O projeto mais imediato é comprar um carro para substituir pelo que vendeu durante o período de desemprego. Fátima Lourenço


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Ambiente Compor tamento Administração Polícia

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PARA ESPECIALISTA, TRÂNSITO É COMPETÊNCIA DA UNIÃO

Só no ano passado, quase 200 mil motoristas foram multados enquanto falavam ao celular.

Luludi/Luz

Ó RBITA

BCG

DENGUE

partir do dia 1º, a segunda dose da vacina BCG (contra tuberculose), aplicada em crianças com idade entre 6 e 10 anos, será suspensa no País. A primeira, dada no recém-nascido na maternidade será mantida. A decisão, divulgada ontem pelo Ministério da Saúde, tem base em estudo que comprova a baixa eficácia da segunda dose. O trabalho, publicado em 2005 na Lancet, é da London School of Hygiene and Tropical Medicine, com a participação da Universidade Federal da Bahia. Para as formas mais graves da tuberculose, uma dose da vacina é eficaz. (AE)

cidade do Guarujá, no litoral sul de São Paulo, teve o primeiro caso de dengue hemorrágica. A vítima, uma comerciária que morava no bairro Morrinho, morreu em 29 de março. A Secretaria Municipal de Saúde havia descartado esse caso no início de abril, suspeitando que a morte teria ocorrido por leptospirose. Mas a dengue foi confirmada através de exames realizados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde. A cidade do Guarujá registrou até agora 734 casos da doença. No ano passado foram confirmados 387 positivos. (AE)

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VISCOME

PIT BULL

4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) rejeitou ontem recurso do Ministério Público Estadual (MPE), que pedia o retorno do exvereador Vicente Viscome à prisão. Desde abril de 2005, quando recebeu indulto, Viscome está em liberdade. O MPE alegava que Viscome descumpriu as regras do regime semiaberto, pois estaria em uma loja de carros e não na pizzaria informada à Justiça. "O juiz não considerou falta grave e o TJ manteve a decisão", disse o defensor de Viscome, Leonardo Pantaleão. Em dez meses, a pena do ex-vereador deverá estar cumprida. (AE)

rês cães da raça pit bull atacaram e mataram um homem, além de ferirem outras duas pessoas, anteontem à noite, em Belo Horizonte. O corpo do pedreiro Sérgio Augusto Ferreira, 49 anos, foi encontrado no início da manhã de ontem num terreno baldio. Um dos feridos, Vanderlei Ferreira Dourado, 26 anos, sofreu lesões nas pernas, rosto e cabeça. Ele permanece internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não corre risco de morte. Outro homem, que não foi identificado, ficou ferido nas pernas. (AE)

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FÓLICO

METROVIÁRIOS

Câmara dos Deputados aprovou ontem Projeto de Lei que obriga a indústria a adicionar ácido fólico às farinhas de trigo e milho. A adição do ácido é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização PanAmericana da Saúde (Opas) como forma de prevenção de malformações no feto. Estudos indicam que o suplemento de ácido fólico é suficiente para reduzir em até 95% os problemas de malformação do tubo neural. O Projeto de Lei segue agora para o Senado e, se aprovado, para sanção do presidente da República.

s metroviários de São Paulo decidiram ontem, em assembléia, entrar em greve a partir de terça-feira, dia 30, para pressionar o governo estadual e a Companhia do Metropolitano a atender a suas reivindicações. A categoria pede reajuste salarial de 9,9% (3,19% de reajuste e mais 6,5% de produtividade) e melhorias nas condições de trabalho. Hoje, às 17h funcionários do Metrô e da Sabesp devem fazer manifestação na Estação Sé do Metrô. Durante o ato será entregue uma carta aberta aos passageiros, esclarecendo o motivo da possível paralisação do sistema na terça-feira. (AE)

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A regra que proíbe fumar ao volante já está gerando discussões. Mas o autor do projeto justifica, alegando que é um assunto de interesse local .

CÂMARA APROVA PROJETO QUE PROÍBE CIGARRO AO VOLANTE Motorista que for flagrado fumando poderá ser multado em R$ 85,13. Prefeito Gilberto Kassab deve vetar o texto.

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Código de Trânsito Brasileiro já proíbe o motorista de dirigir com o braço para fora da janela ou falando ao celular. Agora, os fumantes é que estão na mira das leis de trânsito, pelo menos em São Paulo. É que a Câmara Municipal aprovou ontem, em votação definitiva, um projeto de lei que proíbe o motorista de fumar enquanto está ao volante. O projeto, do vereador Atílio Francisco (PRB), tem de passar pela sanção do prefeito Gilberto Kassab (PFL). A medida prevê multa de R$ 85,13 para o motorista que for flagrado fumando enquanto dirige. A Prefeitura informou que seus assessores jurídicos vão analisar o projeto. A tendência é de que Kassab vete a proposta sob a alegação de que trânsito é competência da União. Para o presidente da Comissão para Assuntos e Estudos sobre Direito de Trânsito da OAB-SP, Cyro Vidal, o entendimento é correto e o projeto, inconstitucional. "A Constituição é clara: Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte", disse o advogado, ex-diretor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Atílio, por sua vez,

Milton Michida/AE

Volante e celular: apesar da proibição, o hábito permanece

defendeu a proposta e a legitimidade da Câmara em legislar sobre o tema. "Sabia que iria dar polêmica, mas foi assim com o cinto de segurança, não foi? Começou em São Paulo e hoje é regra nacional", disse. "Eu mesmo fui fumante, mais de 30 anos atrás, e uma vez tive de frear bruscamente o carro Se aprovada, a lei corre o risco de ter o mesmo destino daquela que proíbe dirigir e falar ao celular. Muitos sabem que a prática é proibida, mas continuam desrespeitando a norma. Só em 2005, quase 200 mil motoristas foram multados falando ao celular. Na justificativa do projeto, o vereador ainda cita o artigo 13, inciso I da Lei Orgânica do Município, que caracteriza o assunto como sendo de

interesse local, uma vez que visa ao aumento da segurança no trânsito da cidade. Além de evitar possíveis acidentes, o fato de os motoristas não fumarem pode deixar a cidade mais limpa, com menos bitucas de cigarro pelo chão. A lei pode também incentivar algumas pessoas a largarem o vício. Em 1997, o cantor João Paulo, da dupla João Paulo e Daniel, morreu em um acidente na rodovia dos Bandeirantes. A suspeita é de que ele tenha perdido o controle porque um cigarro aceso caiu no banco. Pesquisa – Uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas, mostrou que o paulistano tem alto grau de dependência do cigarro. Conforme os dados,

72% dos 3,8 mil fumantes pesquisados fumam seu primeiro cigarro na primeira meia hora após acordar. Outro dado, considerado alarmante, é que 57% dos fumantes não deixam de fumar nem mesmo quando estão doentes. A maioria, 42%, fuma um maço por dia, e 10% consome mais de 30 cigarros. Os fumantes paulistanos foram considerados jovens: fumam, em média, há 22 anos e têm em torno de 41 anos. Segundo os pesquisadores, à medida que a pessoa envelhece, o vício tem a tendência de ficar mais acentuado, já que o fumante torna-se tolerante à nicotina, tendo de fumar mais para conseguir a mesma sensação de satisfação. É comum o número de cigarros aumentar com o avanço da idade. A pesquisa do Incor foi realizada em junho de 2005, mas os dados só foram divulgados ontem para lembrar o Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, no próximo dia 31. Os médicos afirmaram que o tabagismo é uma doença que deve ser tratada com ajuda médica. Pelos dados do Incor, cerca de 60% das pessoas pesquisadas pretendem parar de fumar nos próximos 30 dias. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Fotos: Divulgação

ADEGA

Os rótulos de Tutankhamon

Vinhos Mastroianni e John Wayne

José Guilherme Ferreira

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As variedades notáveis da produção de Angelo Gaja Sérgio de Paula Santos

Angelo Gaja: "show man", misto de filósofo e empresário, compara uvas com personalidades

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assou pela cidade de São Paulo este mês Angelo Gaja, para muitos enófilos o maior nome do vinho italiano do momento. Independentemente de seus vinhos, notáveis, como são reconhecidos em toda parte, o próprio Angelo já é um "show man". Misto de filósofo e empresário, compara as variedades de uvas com personalidades – a Cabernet-Sauvignon seria John Wayne, dominador, que dá pouca visibilidade às suas parceiras, no caso os alimentos que acompanham o vinho. Já Marcelo Mastroianni se compararia à Nebbiolo, discreto, com charme e que valoriza suas acompanhantes, na vida, e na mesa. Nesse aspecto, da filosofia ligada ao vinho, não há como não nos lembrarmos de Oscar Giglielmone, conhecido e querido vinhateiro de Viamão, Rio Grande do Sul, produtor dos melhores Nebbiolos que se fizeram entre nós. A mídia européia refere-se a Gaja como o responsável pela revolução do vinho italiano nos últimos 30 anos. É fato sabido que a qualidade do vinho italiano, de um modo geral, era secundária até a Segunda Guerra Mundial. Alguns vinhos do Piemonte (Barolos e Barbarescos) e do Veneto (Amarone), talvez fossem as exceções que confirmavam a regra. Passados os primeiros tempos após o conflito, alguns poucos vinhateiros, principalmente do Pie-

monte e da Toscana, iniciaram um lento e decidido movimento de transformação dos vinhos correntes e comerciais para vinhos de qualidade, especiais e originais. Na realidade, esses dois grupos de vinhos, correntes e especiais, não se combatem, se completam, pois que se destinam a públicos diferentes. Não cabe qualquer crítica ao consumidor de vinho corrente, mas informá-lo. Por outro lado, temos consciência, que em todas as partes o vinho corrente é a maioria, o mais consumido. Entre nós é o de garrafão... Na Itália, dois nomes se destacaram nessa mudança, no aspecto conceitual e técnico, Renato Ratti, o pioneiro e Angelo Gaja, seu continuador. Muitas de suas inovações causaram polêmica entre os produtores tradicionais na época. Assim a redução do rendimento dos vinhedos, a modernização da tecnologia e o envelhecimento dos vinhos em pequenas barricas de carvalho francês, ao invés de usar os tradicionais grandes balseiros de carvalho esloveno, trouxeram mais equilíbrio e elegância a seus vinhos. Essa melhoria foi reconhecida pela crítica independente de seu país. Para o Gambero Rosso, "não temos mais adjetivos suficientes para descrever a qualidade dos vinhos de Gaja. Uma paleta de vinhos inacreditavelmente bons, e os principais formam um trio magnífico". Fora da Itália, Gaja

foi reconhecido por James Suckling (Wine Spectator), pelo Decanter e pelo crítico Robert Parker, para o qual "seus vinhos são candidatos à perfeição". Foi esse o homem que nos visitou, Angelo Gaja, o show man, que nos proporcionou um segundo espetáculo paralelo, com seus vinhos: Gaja & Rey Langue Chardonnay 2002; Magari 2002; Brunello Di Montalcino Rennina 1999 e Barbaresco 2001 e 1999. Sendo todos de alto nível qualitativo, comentaremos os que mais nos impressionaram. Brunello Di Montalcino Rennina 1999 D.O.C.G. Importador Mistral, Rua Rocha, 288, Bela Vista, tel.: (11) 3372-3400. A D.O.C.G. (Demominazione di Origine Controlata i Garantita) é uma das mais emblemáticas do país. É produzido a partir da variedade Sangiovese, de vinhedos da região de Rennina (nome derivado de Remnius, legionário romano que habitou a zona), junto a Pieve S. Restituta. O vinho é fermentado em cubas de aço inoxidável, passa um ano em carvalho e dois em garrafas. De coloração rubi o vinho é opulento de aromas, frutados e florais. É encorpado, de taninos redondos e macios, com retrogosto e retrofalto duradouros. Um vinho absolutamente notável. Preço: US$ 160. Avaliação: 96/100.

Barbaresco 2001 Mesma importadora, Mistral, Rua Rocha, 288, tel.: (11) 3372-3400. Também um vinho DOCG, de origem controlada, na categoria mais alta dos vinhos italianos, este da região de Piemonte. O vinho é produzido a partir da variedade Nebiollo, fermentado em aço inoxidável e envelhecido por 12 meses em barricas e outros 12 em cascos maiores. A complexidade do vinho deve-se ao fato de suas uvas provirem de 14 vinhedos diferentes, do que resulta uma riqueza e elegância únicas. Amplo e rico na boca, é um dos vinhos mais reputados do país. Preço: US$ 260,00. Avaliação: 96/100.

s arqueólogos já não têm dúvidas sobre a sofisticação da indústria de vinho dos faraós, desenvolvida no Egito desde as primeiras dinastias (3100 - 2700 a.C.). Desenhos nas tumbas reais mostram os cuidados com as vinhas entreliçadas, os processos de colheita, prensagem, vinificação, engarrafamento e estocagem. Acredita-se que as primeiras parreiras foram levadas da Ásia para regiões ao longo do Nilo. O grego Athenaeus (170-230 d.C.) sacramentou para a história os vinhos brancos de Plinthine, a sudoeste de Alexandria. As ânforas egípcias receberam os primeiros "rótulos" de vinho do mundo, calcados e queimados para sempre nas alongadas peças de argila. Milhares dessas ânforas foram resgatadas em Abydos e Saqqara (Memphis), de onde o delta se abre para o Mediterrâneo. Na tampa de uma delas, um

hieróglifo de Den, da 1ª Dinastia. Até então o "rótulo" resumia-se à "logomarca" real. Mas a indústria se aprimorou e fez escola: das 5.000 peças sepultadas com Tutankhamon (1328 a.C.), no Vale dos Reis (Tebas), 26 eram ânforas de vinho, com inscrições precisas sobre safra, origem, algo como appellation contrôlée, viticultor e até seu enólogo. Os vinhos animariam a vida post-mortem. "Um menino de 19 anos [Tutankhamon, 18ª Dinastia] provavelmente não era o maior connaisseur de vinhos do seu tempo, mas quem o enterrou escolheu os itens mais finos que pôde achar", escreve o Leonard H. Lesko emThe Origins and Ancient History of Wine (Universidade da Pennsylvania), um dos estudos mais completos sobre a vitivinicultura do Antigo Egito.

http://showcase.netins.net/web/ankh/wine.html http://www.arabworldbooks.com/egyptomania/wine.htm Fotos: Milton Mansilha/LUZ

Cotações:

Regular - 50 a 60 pontos sobre 100 possíveis G Bom - 60 a 70 pontos G Muito Bom - 70 a 80 pontos G Ótimo - 80 a 90 pontos G Excelente - acima de 90 pontos. G

HAPPY HOUR Sérgio de Paula Santos é médico e crítico de vinhos. Membro-Fundador da Federação Internacional dos Jornalistas e Escritores do Vinho (Fijev), é autor de livros sobre vinhos, o último dos quais, O Vinho e suas Circunstâncias, Senac, São Paulo, 2003.

OBA, BOLINHOS! E muito mais, no Empório D'Anita Armando Serra Negra

Garrafas da vinícola Angelo Gaja: na opinião do prestigiado crítico americano Robert Parker, "seus vinhos são candidatos à perfeição"

Fotos: Divulgação

Além dos bolinhos de arroz, a comida caseira faz lotar a casa todo dia

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Massas como o rigatone e a procura pelos risotos lotam a casa no almoço de sábado

GASTRONOMIA

Aconchego e refeição. Devagarinho Para namorar e comer fondues, racletes e risotos, vá ao Piccolo Bistrot

A

casa chama-se Piccolo Bistrot. Ao entrar no restaurante, não sobra dúvida de que o diminutivo, aqui em italiano, é adequado. Com apenas sete mesas, iluminação indireta e decoração minimalista, é lugar para namorar e fazer uma refeição sem pressa, como nos bistrôs parisienses. O ambiente lembra a França, mas o chef e proprietário Sandro Sarbach busca inspiração para a comida em outros cantos da Europa, principalmente na Suíça, seu país natal, e na Itália, onde foi criado na Sicília. O cardápio resumido contém oito opções de antepastos e entradas, como palmito pupunha al funghi (R$ 12,90); melão e figo com presunto cru (R$ 16,80). Há ainda uma entrada da semana, sempre diferente. Nos dias frios, as sopas ganham destaque, como o saboroso creme de abóbora com cogumelo shitake. E enquanto a temperatura continua baixa vale experimentar uma das especialidades da casa: o foundue feito à base de queijos emental e gruyère (R$ 46,90). Como

Lúcia Helena de Camargo serve duas pessoas, convém ir mesmo acompanhado. Outro prato sazonal que sai da cozinha de Sarbach e merece menção é o Magret de pato com mel (R$ 39,90), servido com o risoto de outono, que leva abóbora, castanha-do-Pará e sálvia. Cinco opções de saladas fazem a alegria dos lights. Bom exemplo de verde com sabor: mix de folhas de alface roxa, verde e agrião, guarnecida com tiras de peito de pato grelhado e temperada com molho de laranja (R$ 21). Entre as massas, o Rigatoni alla n o rm a vem coberto pelo molho caseiro de tomate e manjericão, berinjela grelhada em cubos e ricota fresca (R$ 17,90); o Fettucine Tutto M a re é a massa fresca com frutos do mar ao molho de vinho

branco (R$ 18,20) e o Mezzo Sole d'autunno é recheado com abóbora e carne seca, ao perfume de manteiga e sálvia (R$ 19,90). Quem aprecia gostos mais fortes pode pedir o Pollo al Curry dal Wok (peito de frango ao molho picante de curry tailandês e leite de coco com baby cenouras, ervilha torta e alho poro cozidos no wok), servido sob fettucine (R$ 33,30) ou o Filé Mignon com Risoto ai funghi, o medalhão de filé alto grelhado, envolto em fatia de bacon, com risoto de funghi e parmesão (R$ 36). Todos os pratos, inc l u s i ve s o b remesas, são a co m p a n h a d o s por uma sugestão de vinho, também ser vidos em taça. Formado em gastronomia pela tradicional Gastro Suisse,

Sarbach passou a viver no Brasil depois do casamento com a brasileira Gisele Giardino, que recebe os clientes na casa. Poliglota, o casal oferece atendimento em inglês, alemão, italiano e francês. Também diplomado enólogo pela Académie du Vin em Zurique, o chef presta ainda serviços de "personal sommelier", para ajudar na montagem e atualização da adega pessoal, organização de confrarias e eventos com amigos, consultoria na harmonização de vinhos para recepções, coquetéis e jantares. No almoço de sábado, acontece o concorrido Festival do Risoto. Com doze opções de sabores, começando com o Risoto Piccolo (rúcula, tomate seco e parmesão), o prato custa de R$ 24 a R$ 35 e serve duas pessoas. A sugestão é acompanhá-lo com grelhados. E a dica é chegar por volta do meio-dia, quando o restaurante abre, se não quiser pegar filas na porta do piccolo e simpático bistrot. Piccolo Bistrot - Rua Tucuna, 689, Perdizes, tel.: (11) 3872-1625.

travesse o toldinho lis- um dia nhoque ao sugo; apareceu trado em branco e ver- mais um cliente com outro pedido, o de, experimente o me- Chico Buarque passou por aqui e quelhor bolinho de arroz da ria um vinho... então resolvemos amcidade. Ou não atravesse: há três me- pliar a proposta". E a mesa grande (únisinhas na calçada. Eles são graúdos, ca, para oito, as outras são de quatro, sequinhos, gordinhos, porção com mas re-arrumáveis) que servia de mosseis unidades, parmesão por cima, truário aos queijos, encontrou nova e derretido por dentro (R$ 9), gotinhas confraternal vocação. O happy hour "pegou", o pessoal de Tabasco... De dia, o D’Anita está sempre cheio na hora do almoço, num que sai das lojas, moradores da região, salão – se é que se pode usar a expres- depois do cinema, não é difícil enconsão – de 40 m². Como a comida caseira, trar a Luana Piovani ou a Sabrina Sato por lá. O empório tem apenas dois ambiente familiar. Anita era a mãe dos sócios Alberto anos, mas, ainda bem, veio para ficar. Secos: oito tipos de sanduíche, sete e Roberto: "Ela cozinhava muito bem, só para a família, mas muitos vizinhos de saladas, seis pratos quentes + sugeslhe pediam bolinhos, doces, salga- tões da lousa, porção de bolinho de bados". Foram suas receitas que leva- calhau – tão bons quanto (R$ 14). Moram para lá – principalmente o arroz lhados: água com gás (R$ 1,20), refri (R$ com feijão – dizem, apontando para 2), suco natural (R$ 3), Itaipava Premium uma foto antiga (década de 1940) de (R$ 4), Stella Artois (R$ 5), Caipirinha, caiuma linda mulher, cabelos negros, pirosca, cachaças especiais (R$ 8). Mural com recortes de jornal: horósemoldurada por outras, "do tempo em que o nono tinha um pastifício no copo, coluna social (o habitué César Belém!". Numa delas, lá está ele, mo- Giobbi ia ficar chateado se não tivesse), cinho em frente à fábrica, posando dicas de cinema, shows, teatro, mistuao lado da jardineira Chevrolet, para ram-se com cartões de clientes oferecendo seus serviços. Um belo quadro entregas em domicílio. Mas engana-se quem acha o tema moderno dá o tom contemporâneo e estar se desviando para gastronomia, descolado. A sensação geral é de calma que hoje retrata o Piccolo Bistrot. É e segurança, hoje encontrada apenas que o D’Anita começou como um em- nas cidades do interior... Talvez seja por pório de secos & molhados, e mantêm isso que o pessoal não sai de lá! a função: azeites, vinagres, queijo prato (R$ 20/kg), salame (R$ 33/kg), graEmpório D’Anita - R. Dr. Melo Alves, nola (R$ 18/kg), frutas secas (em mé498, Jardins, tel.: (11) 3064-5929. dia R$ 43/kg), leite tetra-pak, sucos, chás e mais 90 e tantos produtos, em estantes, contêiners de varejo, panelas penduradas, balcão com vitrine. É o toque frugal da decoração, descontraída, hospitaleira. "Nós servíamos apenas pastel e sanduíche, mas a Pierangela – que trabalhava na butiAnita, a mãe dos sócios, em 1940 que Clube Chocolate – pediu


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

RESENHA

NACIONAL

PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS

A

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Marcola e os sequazes de Stédile. Vejo, com enorme preocupação, que as organizações de direitos humanos – com apenas uma exceção – não se manifestam sobre a morte dos policiais, mas agora estão se mobilizando pelo direito dos bandidos. É certo que deve ter havido algumas mortes injustificadas de gente inocente, o que não é perdoável. A solução encontrada, até agora, pelas autoridades em relação à comunicação entre bandidos é absolutamente ridícula: bloqueio dos celulares dos marginais. Ora, como é possível admitir que entrem celulares nas prisões? Nas agências bancárias até chaveiros são deixados de fora.

desapropriar terras para os que não têm justifica as agressões ao Estado de Direito. O governo federal e os estaduais não impedem as invasões nem retiram os invasores. Os prejudicados que se queixem ao Bispo! (Que, aliás, via de regra apóia o MST...) Ainda mais, a sociedade toda sabe que a movimentação do MST é patrocinada pelo governo, seja através de dinheiro fornecido a assentamentos, seja através de ajuda para a realização de mobilizações e passeatas. Mas o morador da cidade não vê. Será que agora que o PCC atingiu em cheio a segurança dos paulistanos, os da metrópole vão se sensibilizar com os crimes do campo? Há poucas dúvidas sobre as conexões entre o grupo do

Nos aeroportos, todo objeto metálico e os celulares ficam retidos. É procedimento simples e barato. Não se pode é deixar que a penitenciária funcione como uma pensão onde os marginais todos os fins-desemana encontrem familiares e tenham conversas (?) diuturnas com seus advogados, em boa parte cúmplices. Há muito mais por fazer. Marcolas e Stédiles não podem conspurcar a ordem pública e agredir os mais comezinhos princípios da vida em sociedade. O direito à vida, à liberdade e o direito de propriedade são ameaçados, diariamente, no campo e na cidade. COMENTÁRIO DE ARTHUR CHAGAS DINIZ NO SITE DO INSTITUTO LIBERAL WWW.INSTITUTOLIBERAL.ORG.BR

S erá que os urbanos vêem os crimes no campo?

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

otícia amarga nos golpeou nesta semana. Foi cortada a luz do Masp, o fabuloso museu criado exclusivamente pela tenacidade, obstinação e pelo amor à arte de Assis Chateaubriand. Um homem resoluto decidiu doar a São Paulo um museu de arte, e doou-o com obras-primas da pintura universal, todas elas conhecidas dos maiores museus do mundo e dos maiores colecionadores. Essa instituição, que deveria estar integrada num ministério com dotações orçamentárias para sua manutenção e para dar acesso pleno aos interessados em conhecer sua pinacoteca, não conseguiu por motivos vários, entre eles econômico-financeiros, atender às exigências de manutenção de um grande museu. Daí o corte da energia elétrica na última terça-feira. É uma notícia amarga, e gravíssima, pois o acervo do Masp não pode ficar sem energia elétrica, sob pena de se perderem quadros de valor inestimável.

N República em branco e preto PAULO SAAB Renata Carvalho/Ag. A Tarde/Folha Imagem

Marcolas e Stédiles não podem conspurcar a ordem pública e agredir os mais comezinhos princípios da vida em sociedade.

A LUZ DO MASP

Céllus

cidade de São Paulo viveu alguns dias de inferno quando o PCC (Primeiro Comando da Capital) resolveu "botar a tropa na rua". Morreram 40 policiais e a população passou por momentos de terror. No campo, o MST continua invadindo fazendas, cortando cercas, matando gado, roubando e ocupando terras de comprovada produtividade, além de interditar estradas e ocupar prédios públicos. Os urbanos, em boa parte, não se sensibilizaram, até agora, com as agressões sofridas pelos agricultores. Afinal, moradores de metrópoles vêem o MST como um movimento de natureza social e que a demora do governo em

H

á temas que são polêmicos, além da exploração política e eleitoral que os cerca. Mexem com os sentimentos das pessoas, com as origens, histórias, presente e futuro de cada um. O do racismo é um deles. O da discriminação racial embutida no racismo é latente em nosso país. Traz como sub-produto uma tentativa discutível de descaracterizar o direito assegurado na Constituição Federal, de que todos somos iguais perante a lei. A questão das cotas nas vagas das universidades públicas brasileiras para pessoas de cor negra, afro-descendentes para ser politicamente correto, como mencionado mais adiante, é um desses temas que extrapolam a polêmica, para levar as pessoas a nutrirem sentimentos que ficam exacerbados pela discriminação que contém. Ao distinguir, através de cotas, inclusive minoritárias, as pessoas de cor, o poder público está apenas estimulando o preconceito, colocando-as numa posição de inferioridade, quando deveria oferecer as condições para que, indistintamente, cada brasileiro fosse igual ao outro efetivamente. A mestranda em Direito Canônico Regina Laura Morais Marinho, afro-descendente, perguntada por que não via nas cotas o melhor caminho, disse que o cerne da questão das cotas nas universidades brasileiras está na discriminação que quer dizer separação. Nosso país, disse ela, é multi-racial, onde é difícil encontrar um "branco

puro". A grande maioria dos brasileiros é mestiça (embora muitos não acreditem), não havendo como separar os afro-descendentes. Tem, sim, afirma Regina Laura, como separar os de pele mais claras dos de pele mais escura.

N

essa linha de raciocínio, a grande maioria teria direito às cotas. E pergunta: como ficariam os que não têm linhagem africana? Concorrendo com aproximadamente 70% da população. Alega ainda, com todo meu apoio, que ao invés das humilhantes cotas se deveria investir radicalmente na educação básica. Todos poderiam disputar igualmente vagas nas universidades. Afirma a mestranda, que é afro-descendente escura e tem dignidade e senso de justiça, que os brancos de hoje não têm culpa do que os ignorantes antigos fizeram. O preconceito só será resolvido quando o povo for educado e parar de chamar um afro-descendente de homem de cor. Concordando com a mestranda, é preciso explicitar, no presente momento da vida nacional, a contribuição negativa que o governo Lula vem dando à questão racial no País, ao "discriminar" pobres e afro-descendentes, separando um brasileiro do outro em vez de governar para todos sermos iguais de verdade, nas condições e oportunidades. Lula estimula a pobreza para dela tirar votos e cria a República em branco e preto na pátria verde-amarelo.

L ula estimula a pobreza e cria a república em branco e preto

O impacto eleitoral da impunidade JOSÉ PAULO MARTINS JÚNIOR

T

radicionalmente no Brasil os analistas políticos seguiam a trilha das análises estruturais para entender o comportamento eleitoral. Muitos foram os que disseram que as condições sociais, ou a posição ideológica dos eleitores, eram as principais explicações para o voto. Se assim fosse, como explicar que na cidade de São Paulo, desde 1985, esquerda, centro e direita tenham se revezado no poder? Na verdade, as motivações para o voto no Brasil apresentam muito mais indícios de serem guiadas por aspectos conjunturais do que estruturais. Os exemplos são mais claros nas eleições presidenciais. Em 1989 e 1994 o principal problema do País era a inflação e venceram os candidatos que prometeram que iriam debelá-la. Em 1998, quando a crise econômica assolava o mundo e rondava o Brasil, foi eleito aquele que os eleitores julgavam mais capaz de enfrentála. Finalmente, em 2002, o desemprego era apontado pela população como a questão mais premente; mais uma vez, o candidato julgado como o mais credenciado para solucionar o problema foi eleito. Os acontecimentos da última semana no Estado de São Paulo deixaram todos atônitos e com um forte sentimento de impotência frente à capacidade de organização dos fora-da-lei e da incapacidade daqueles que deveriam fazer com que a lei fosse cumprida. A impunidade no Brasil, tanto dos ricos, como dos pobres, é um grande incentivo à criminalidade, seja crime de colarinho branco ou crime comum. Dos principais candidatos que até agora se apre-

sentaram à disputa presidencial, Lula, Alckmin, Heloísa Helena e Cristóvão Buarque, o mais prejudicado pelos eventos parece ser o ex-governador de São Paulo. Com o PSDB à frente do Estado há mais de uma década e tendo o candidato tucano sempre apresentado o tema da segurança pública como um dos seus preferidos, a guerra deflagrada pelo PCC expôs sobremaneira a fragilidade do poder constituído em ter controle da situação. Todo o investimento do Estado na construção de presídios contrasta com a negligência em relação à educação e à saúde pública, algo que terá impacto eleitoral. Ainda que a segurança pública seja da alçada estadual, o presidente Lula também terá dificuldade em se mostrar capaz de combater a impunidade vigente no País, especialmente porque em toda a crise do mensalão ninguém ainda foi de fato punido.

N

ão há dúvida de que todos os candidatos tentarão propor soluções para a questão, mas ficará muito difícil Alckmin e Lula mostrarem que têm condições para encaminhar esse problema de forma satisfatória para os eleitores. Os temas da segurança pública e da corrupção, ambos resvalando na questão da impunidade, devem ocupar boa parte das agendas das campanhas. Se isso de fato acontecer, o candidato que se apresentar como sendo o mais capaz de solucionar esses problemas será o favorito para ocupar a cadeira presidencial. JOSÉ PAULO MARTINS JÚNIOR É ANALISTA POLÍTICO DA TOLEDO & ASSOCIADOS.

L ula e Alckmin têm dificuldade em atacar a impunidade

Um homem resoluto decidiu doar a São Paulo um museu de arte. Salve-se o Masp! hamo a atenção de São Paulo, de todos os paulistas, para a situação do Masp, que precisa de socorro, a fim de ter ao alcance de sua curiosidade uma riqueza fabulosa. Cita-se muito o que devem os EUA a doadores particulares, aos capitalistas americanos. Mas aquela é uma potência singular, que não encontra paralelo no mundo. Ficamos na nossa modéstia, mas dentro dela tudo envidando para socorrer o único museu internacional que possuímos, acrescido de notas elogiosas de seus similares no Brasil e no exterior, por serem de superior valor suas coleções, o seu acervo e o seu arquivo. Com a palavra os amorosos da arte e do presente dado por um homem de extraordinária teimosia, que doou ao País essa instituição que, infelizmente, não pôde até agora se libertar de injunções econômicofinanceiras. Salve-se o Museu de Arte de São Paulo e devolvam-lhe em permanência a luz

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


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Tr i b u t o s Nacional Empresas Imóveis

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Mistura para bolo é um dos produtos que a Vilma Alimentos vai vender no mercado interno

FEIRA DE SUPERMERCADOS TEM RECORDE DE EXPOSITORES

VIOLÊNCIA E DIFICULDADE DE ENCONTRAR EMPREGO DERRUBARAM OTIMISMO DO BRASILEIRO

CONSUMIDOR ESTÁ MENOS CONFIANTE

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Fotos: Newton Santos/Hype

onda de violência em São Paulo em razão dos ataques da facção criminosa PCC, combinada com a dificuldade em encontrar emprego, derrubou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em maio em 2,3% na comparação com a de abril. É o que revela o estudo Sondagens Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), divulgado ontem. Essa foi a quarta queda consecutiva do indicador. Segundo o coordenador do estudo, Aloisio Campelo, o ICC de maio teria caído de qualquer maneira, tendo em vista o cenário de pessimismo do consumidor brasileiro nos últimos meses. "A queda talvez pudesse ter sido menor, não fosse a onda de violência em São Paulo", disse. Excepcionalmente, o economista abriu o resultado do ICC

em São Paulo – o indicador é apurado com base em entrevistas em 2 mil domicílios em sete capitais –, e revelou que a confiança do consumidor na capital paulista caiu 5,3% em maio (acima da média nacional, de -2,3%), ante queda de 3,2% em abril. O economista comentou que São Paulo é a cidade de maior peso na formação do indicador. Campelo ressalvou que, no cenário nacional, o principal motivo que levou à continuidade do mau humor do consumidor em maio não foi apenas a onda de violência em São Paulo. "O que ocorreu em São Paulo ajudou, mas a confiança do consumidor está caindo porque os efeitos da lenta recuperação econômica, apesar de já serem sentidos pelo setor industrial, ainda não são visíveis para o consumidor", disse Campelo. De acordo com o economista, em maio, 88,6% dos entre-

vistados da sondagem classificaram como difícil encontrar emprego – sendo que esse percentual era de 88,2% em abril Futuro – A confiança pode se recuperar nos próximos meses, na avaliação de Campelo, à medida que a retomada da economia comece a influenciar mais diretamente o consumidor brasileiro, e não só o setor industrial. "Na medida em que a recuperação impacte favoravelmente o nível de emprego, e seja mais generalizada, a confiança do consumidor tem de tudo para se recuperar nos próximos meses", afirmou Campelo. Entre os brasileiros com renda de até R$ 2,1 mil , a confiança subiu 3,1% em maio ante abril. Mas foi a única análise de todo o levantamento por faixa de renda a mostrar saldo positivo. Entre os consumidores com renda entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, a confiança caiu 2,5% no período. (AE)

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lhões, segundo a associação. A América Latina e os países africanos aparecem como os principais compradores. A feira, que ocupou 24 mil m² do Expo Center Norte, reuniu mais de 400 expositores, um número considerado recorde pela organização. No ano passado, participaram do evento 330 empresas. Além de ser um ponto de encontro entre donos de super-

mercados e fabricantes de produtos, os visitantes que passaram pelo evento também puderam participar de 65 palestras e simulações de pontos-devenda. O presidente da Apas, Sussumu Honda, destacou, entre as novidades e tendências para o setor, as "embalagens menores, alimentos que não precisam ir à geladeira e produtos prontos para o consumo".

Ferreira: o câmbio impactou muito os negócios

R$ 2,5 mi para o setor de pesca

Congresso gerou R$ 3 bi em negócios O

Renato Carbonari Ibelli

quenos pescadores de 9 mil, em 2003, para 31 mil, em 2004, e 35 mil, no ano passado. O Pronaf Pesca dispõe de R$ 350 milhões para distribuição em 2006. Outros R$ 1,2 bilhão devem ser destinados à construção de frota pesqueira, além R$ 57 milhões para a melhora de 19 terminais. Gregolim também está envolvido nos encaminhamentos, junto à Organização Mundial da Saúde (OMC), de propostas brasileiras para criação de novas regras para o comércio e produção de pescado. Em síntese, buscam-se para os países em desenvolvimento os mesmos subsídios que os ricos ofereceram para fomentar o setor. Hoje, segundo o ministro, a cadeia produtiva da pesca recebe cerca de US$ 20 bilhões em subsídios nos países desenvolvidos. Setor disperso – Não há dados precisos sobre a dimensão do setor. Sabe-se que 603 empresas são portadoras de Certificado de Inspeção Federal (CIF) e representam até 3% do Produto Interno Bruto. Mas, além delas, ainda existem os armadores, cerca de 500 mil pescadores, distribuidores e exportadores. Fernando Ferreira, presidente da Ecomar, está entre os ex-

ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), Altemir Gregolin, garantiu a liberação de R$ 2,5 milhões – de um total de R$ 9 milhões – destinados a modernizações na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais (Ceagesp), de São Paulo. O anúncio foi feito na quarta-feira, na 3ª Seafood Expo Latin América, que reúne empresas de diversos segmentos da cadeia produtiva do setor e termina hoje no Expo Center Norte. A modernização é uma das opções para melhorar o desempenho dos negócios do ramo que, apesar do grande potencial para crescimento, tanto no mercado interno como no internacional, tem se mantido bem aquém das expectativas. "Houve pouco investimento nos últimos 20 anos, com total ausência do Estado", justifica o ministro. Fomento – A Seap foi criada para intensificar a política nacional de desenvolvimento do setor. Recadastramento dos pescadores e criação de uma linha de crédito (Pronaf Pesca) são algumas das ações. Segundo o balanço, essa linha de crédito aumentou o número de pe-

positores interessados em exportar. O câmbio, segundo ele, impactou muito os negócios. O mercado internacional, que já representou 85% do seu faturamento, hoje tem participação de 35%. Ferreira espera crescimento de 50% nas exportações em 2006. No âmbito interno, a empresa inicia atuação junto ao segmento de merenda escolar. Novidades – A empresa Ecomar aproveitou a feira para apresentar sua novidade, o medalhão de peixe, um dos produtos da linha food service. A Costa Sul Pescados é outra que traz novidades. Ela acrescenta à linha de produtos que oferece aos supermercados um prato pronto (rigatoni com camarão ao molho). Segundo Luzaldo Pscheidt, diretor comercial, mais do que novos negócios, a feira é estratégica para reforçar a exposição da marca. Na Frigostrella, ao contrário, a meta é apresentar a versão mais econômica da sua máquina fabricadora de gelo. Segundo a gerente de vendas, Patrícia Santos, a produção do gelo em escamas ajuda a preservar o peixe e o uso do aço naval reduz o preço em 40%. Fátima Lourenço

Vilma Almentos quer mercado paulista

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mineira Vilma Alimentos vai ampliar suas fronteiras e aterrissar em território paulista neste mês. O anúncio foi feito ontem pela empresa, durante o 22º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, promovido pela Associação Paulista de Supermercados (Apas). Líder no mercado de massas em Minas Gerais, a Vilma projeta atingir até 2 mil pontos-de-venda no estado até o final de junho, nos quais serão vendidas linhas de produtos que hoje a empresa reserva apenas para o mercado internacional. Com a ampliação da atuação na região, que vai exigir um investimento de R$ 250 mil, a marca espera aumentar em 3,5% seus lucros já nos próximos seis meses, fechando o ano com um faturamento de R$ 330 milhões. Entre as linhas que a marca traz para São Paulo estão as de

Divulgação/Link Comunicação

ais de 60 mil visitantes estiveram no 22° Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, promovido pela Associação Paulista de Supermercados (Apas). O evento, que terminou ontem, teve como principal destaque a consolidação das negociações voltadas à exportação, que movimentou negócios de mais de R$ 3 bi-

Pscheidt: a feira é estratégica para reforçar a marca

Tavares: preços competitivos

macarrão, mistura para bolo, mistura para pão de queijo, sucos e achocolatados. Ainda que sejam linhas configuradas para o mercado externo, Cezar Tavares, vice-presidente de vendas e marketing da Vilma, diz que os preços em vigor competirão com os de marcas já estabelecidas no estado. Um pacote de mistura para bolo, segundo o vice-presidente, será encontrado nas gôndo-

de televisão por Fusão da Sky serviços assinatura via satélite. O parecer do relator, e DirecTV conselheiro Luiz Carlos

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Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem, com restrições, a fusão da Sky com DirecTV, que operam

Prado, foi aprovado por unanimidade, com a redação do conselheiro Ricardo Cueva. A decisão atinge 97% dos assinantes de TV por assinatura que usam o

las por R$ 1,80. "A diferença está nas embalagens, que são metalizadas. O consumidor paulista é mais atencioso com estes detalhes", comentou Cezar. A chegada a São Paulo ocorre ao mesmo tempo em que a empresa inaugura, em Belo Horizonte, uma fábrica com capacidade para produzir até 18 mil toneladas anuais. A unidade entra em operação em agosto. "A entrada em São Paulo dependia da certeza de que conseguiríamos abastecer esse novo mercado. Por isso esperamos até a conclusão da nova fábrica", contou o vice-presidente. Hoje a produção da empresa é de 199 mil toneladas ao ano. O carro-chefe da marca é sua linha de macarrão, que representa 40% do total das vendas. No mercado externo, os produtos da empresa já estão presentes em Angola, Guiana Francesa, Estados Unidos, Inglaterra, Bolívia, Paraguai e Cabo Verde. (RCI)

sistema de recepção de satélite. Isto significa que a nova empresa, que se chamará Sky Brasil, terá o controle de 97% do mercado do sistema por satélite e 32% do mercado nacional de TV por assinatura, que também envolve TV a cabo e por microondas. (AE)


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Compor tamento Ambiente Cultura Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MASP DEVE R$ 3,5 MILHÕES POR 7 ANOS DE ATRASO

Começaram a circular na internet manifestos e abaixo-assinados contra a atual gestão do museu.

Monalisa Lins/AE

O BELO E O EMPREGO O Ministério Público do Rio pediu a revogação do benefício de trabalho externo concedido ao cantor Belo. A argumentação é que houve fraude em seu primeiro emprego.

Ó RBITA

PRISÃO NA REDE TV! Foram decretadas as prisões de Amilcare Dallevo e Marcelo Carvalho, presidente e vice da Rede TV!. O motivo foi o não-pagamento de uma suposta dívida trabalhista.

PESQUISA APONTA PROBLEMAS EM RÓTULOS

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o rótulo do suco de laranja está escrito "100% suco natural", mas basta uma rápida olhada na tabela de composição nutricional para notar a presença de conservantes não tão naturais assim. A embalagem da hortaliça vem com um selo de qualidade de um instituto ambiental atestando a ausência de agrotóxicos, mas o tal instituto é mantido pelo próprio produtor. Esses são casos em que o consumidor pode ser levado a comprar um produto

influenciado por informações enganosas. Foi o que constatou pesquisa do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição (Opsan), da Universidade de Brasília. O estudo revela que dados enganosos ou falsos são comuns nas embalagens de alimentos e bebidas. A equipe do Opsan analisou 1.789 produtos durante seis meses nos supermercados de Brasília. Do total, 12% apresentaram informações que induzem o consumidor a erro, como a afirmação de ausência de

açúcar em produtos que têm mel. Isso traria os mesmos efeitos para uma pessoa diabética. Outros 7% apresentaram informações falsas, como as gelatinas em pó com fotos de frutas na embalagem, mas sem traço delas, a não ser no nome. Liderando o ranking da desinformação estão as hortaliças. Mensagens falsas foram encontradas em 43% dos produtos analisados, e outros 43% apresentam informações que induzem ao erro. Para minimizar interpretações subjetivas, as pesquisadoras formaram

grupos de nutricionistas e estabeleceram os critérios utilizados nas análises. Um dos aspectos destacados foi o nível cultural dos consumidores. O rótulo pode ser enganoso para uns, mas verdadeiro para outros." Chama a atenção o fato de os problemas com os rótulos serem encontrados em quase todos os grupos de alimentos: cereais, verduras e legumes, frutas e sucos, leites e derivados, carnes e ovos. Grandes fabricantes ou pequenos apresentam erros, sem distinção. (AE)

Masp está funcionando normalmente, mas não pagou a conta de luz

SEM ACORDO, MASP CONTINUA COM GERADORES

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Museu de Arte de São Paulo (Masp) entra hoje no quarto dia sem energia elétrica, funcionando à base de geradores. E ainda não há sinal de solução para o impasse com a AES Eletropaulo. A direção da concessionária esperou ontem, até o fim do dia, pela presença do presidente do museu, Júlio Neves, que deveria apresentar uma nova proposta. Mas Neves não apareceu. Ao negar hoje, em nota à imprensa, que tenha pedido obras de arte como garantia de pagamentos atrasados, a AES Eletropaulo revelou bastidores da negociação com o museu. A informação sobre a exigência de quadros como garantia foi veiculada na Rádio CBN, em boletim do jornalista Gilberto Dimenstein, que entrevistou Júlio Neves. A empresa informou que exigiu garantias do Masp, mas elas consistiam em fiança bancária e aval pessoal dos membros da diretoria e do conselho deliberativo da instituição. Entre os sócios e conselheiros, estão os ex-ministros Adib Jatene e José Gregori, os publicitários Alex Periscinoto e Nizan Guanaes, além de personalidades como João Dória Jr., Andrea Calabi e Pedro Piva. "Em nenhum momento a direção da AES Eletropaulo cogitou receber uma obra do acervo do museu", informou a nota, dizendo reconhecer que as peças são patrimônio da humanidade. A nota sugere que a solução de penhora é idéia do próprio museu, já adotada junto ao INSS, outro grande credor. A concessionária disse que o Masp foi avisado do corte em 5 de dezembro e que, em 22 de maio, o presidente do museu solicitou uma reunião com a Eletropaulo, mas não compareceu. Depois, foi a outras duas reuniões na data do corte, mas sem apresentar propostas.

Alarmismo – A diretora do mais importante museu carioca, o Museu Nacional de Belas Artes, Mônica Xexéo, informou ontem que a instituição tem uma aquarela de Rodolfo Amoedo cedida à exposição de Degas em curso no Masp, mas não há intenção de resgatá-la. "Não podemos ser alarmistas. As obras são seguradas e os técnicos do Masp, sérios. Eles tomarão providências se houver perigo", disse. "Espero que as autoridades tirem o Masp dessa situação. É um símbolo da nossa arte, um ícone entre os museus brasileiros." A exposição de Degas tem também uma tela de propriedade do Museu Castro Maya, do Rio, e uma água-forte da Biblioteca Nacional (de Jean-AugusteDominique Ingres). Ontem, começaram a circular na internet abaixo-assinados e manifestos em blogs contra a gestão atual do museu, alguns muito contundentes. O manifesto SOS Masp e sp alhou-se pela rede, com o slogan: Fora Júlio ‘Branca’ Neves e seus Setenta Anões!!! . Diz o texto, não assinado: "Os Bardi não mereciam ter um algoz à frente do seu imaginário cultural." Desde o início da crise, visitas da imprensa ao museu só são possíveis com autorização de Neves. O museu não divulgou a quantidade de visitantes que recebeu ontem. Devedores – O Masp é um dos 20 consumidores que mais devem para à AES Eletropaulo. Ao todo, a dívida é de R$ 88 milhões. O fornecimento de outros 19 clientes não foi cortado, pois a maioria está na Justiça ou em negociação. Com o Masp, a concessionária fechou dois acordos. Em um deles, o museu pagaria 17 prestações de R$ 40 mil, mas só pagou duas. No outro, eram 35 parcelas de R$ 21 mil, mas só uma foi quitada. O museu deve R$ 3,5 milhões por 7 anos de atraso. Os principais devedores da AES Eletropaulo são os consumidores residenciais, com R$ 14,5 milhões, seguidos pelos comerciais e pelo poder público (prefeituras e governos estadual e federal). (AE)


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LAZER - 5

Fotos: Marcelo Soares/Hype

SHOW Fotos: Alex Ribeiro

O soul de de Maga Lieri

Amigos. Aliás, amigos para sempre.

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x-integrante de uma das últimas formações do grupo Secos e Molhados, Maga Lieri assume a carreira solo com muito lastro artístico. Aos 15 anos, apresentava-se ao lado de Tom Zé e Salloma Salomão, cantor e compositor mineiro. Com eles, desenvolveu grande presença de palco, que vem confirmando em shows recentes. Nesta sexta (26), Maga Lieri canta no Centro Cultural São Paulo, tendo no repertório clássicos da MPB e as canções de seu primeiro CD, lançado em abril, no Crowe Plaza. Centro Cultural São Paulo: Rua Vergueiro, 1000. Tel.: (11) 3277-3611, às 19h. Ingressos: R$ 10 e R$ 5.

Magro, Dalmo, Aquiles e Miltinho: DVD comemorativo gravado no teatro do Sesc Vila Mariana

MPB40 A marca de 4 vozes da resistência

Como foi formar um grupo dividido entre a sofisticação dos grandes conjuntos vocais e a simplicidade da música mais popular? Magro: Eu acho que isso foi o que criou a trilha por onde o MPB4 seguiu naqueles tempos de ditadura: era um grupo que tinha um ideal político e, ao mesmo tempo, um ideal musical que poderia, em princípio, ser contrastante. Aquiles: O que acontecia, em termos de escolha de repertório, é que a gente privilegiava as letras. As melodias eram também bonitas, mas

Tem alguma de memória? Aquiles: Viola Enluarada. A gente recusou. E quando isso mudou? Magro: Não sei, uma data um pouco próxima é 1980. Aquiles: É, 1980 é, de fato, um

O importante era que a letra pudesse dizer alguma coisa. A mensagem tinha privilégio. Aquiles marco pra muita coisa do MPB4 por confundir-se com abertura política, Anistia... Miltinho: A gente coloriu muito a nossa postura e as nossas músicas. Foi um florescimento. O resultado apareceu em termos de opinião pública, de crítica, de execução em rádio – que é uma coisa que a gente estava um pouco fora.

Como é essa família? Dalmo: Até por ter um grande cantor na família, o Cauby Peixoto, meu tio, sempre fui fascinado por vocal. A tradição vem desde o Nonô, pianista, e passa pelo Cyro Monteiro, pela minha mãe, que foi cantora, e pelo meu pai, que foi maestro. Nos saraus da casa da minha avó tinha Dalva de Oliveira, Hellen de Lima, Elizeth Cardoso... essa turma toda!

A gente coloriu muito a nossa música. Miltinho

Como foi a escolha dos convidados para este DVD? Miltinho: Na verdade, a gente queria ter muito mais convidados, mas ficaria na platéia e assistiria nossos ídolos cantando... O Chico e o Milton não poderiam faltar, nem o Quarteto em Cy. O Cauby veio por ser o baita cantor maravilhoso que é e pela facilidade do Dalto ser sobrinho dele. Acho que vai ser o grande nome desse DVD! E o Zeca Pagodinho? Miltinho: O Zeca sempre foi distante, mas ao mesmo tempo próximo de nós. Ele canta o que gostamos de cantar e é um grande nome, além de ser uma pessoa que a gente tem a maior admiração. Foi um barato ele ter escolhido Olé Olá pra cantar!

Cinco conjuntos pouco conhecidos indicados pelo MPB4: Groselha Light (SP) Vésper (SP) A Três (SP) O Tal do Trio (PR) Bando de Boca (BA)

Fotos: Arquivo DC

mor à MPB de muitas vertentes, dos clássicos da "dor-de-cotovelo" compostos por Lupicínio Rodrigues aos ensaios com um pé no baião e outro no reggae, bem representados pelo embalo animado e poético de Gilberto Gil. Estas são duas fortes referências de Maga Lieri, refletidas em seu primeiro CD, dançante, bem dosado entre baladas e suingues. Nesse contexto há outras influências (e não imitações): Marvin Gaye, Stevie Wonder e o bem brasileiro Cassiano. Em 11 faixas, o CD Maga Lieri (Amellis Records) sinaliza uma carreira promissora. Ouça, em especial, canções assinadas pela própria Maga. Entre elas, Sotaque Soul e Cadê. (MMJ)

RECITAL

1980 é um marco para muita coisa do MPB4. Aquiles

Que futuro vocês vêem para os nossos conjuntos vocais? Miltinho: Pela dificuldade de divulgação, eu não vejo um futuro maravilhoso, sinceramente. Magro: Aqui, não se toca, mas se faz muita música vocal. O Brasil inteiro está cheio de conjuntos vocais. Aquiles: Mas é uma cachaça para o brasileiro. É uma erva daninha: pisam e ela nasce de novo!

E a saída do Rui, em 2004, foi mais uma grande mudança? Magro: Em princípio, foi meio traumática, mas era inevitável. A gente teve muita sorte de achar um parceiro, o Dalmo, que supriu e sobejou, até, a falta do Rui. É um grande músico, vem de uma família de músicos.

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Divulgação

o importante era que a letra pudesse dizer alguma coisa. A mensagem tinha privilégio. Um grande exemplo desse tipo de preocupação está no arranjo que o Magro fez para uma música maravilhosa que a gente lançou: Olé Olá do Chico Buarque. A gente cantou – e canta até hoje – toda em uníssono e só abre um acorde no final. Deixamos de gravar coisas belíssimas porque a letra não tinha um texto assim.

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violinista russo Maxim Vengerov (foto) não dispensa a academia: alongamentos, musculação, cama elástica. "Dálhe exercícios!", gosta de exclamar, ao olhar o próprio corpo. Justifica-se: "Fôlego e controle muscular ajudam o instrumentista". Parece estranho que Vengerov pense também como atleta. Mas ao vê-lo no palco, em voleios rápidos e contorcionismos, entende-se o que ele quer dizer. Exibe assombrosa técnica e emocionante delicadeza ao interpretar as mais complexas obras do repertório erudito. É este fenômeno que se apresenta neste sábado (27), acompanhado pelo pianista Igor Levit. No repertório, peças de Mozart e Shostakovich. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/nº. Tel.: (11) 3337-3140, às 21h. Ingressos de R$ 100 a R$ 250.

Sempre fui fascinado por vocal. (...) Minha mãe foi cantora, meu pai foi maestro. Dalmo

CONCERTO

Arquivo DC

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unca um conjunto vocal brasileiro abriu vozes como o MPB4. Não tanto pelo lado musical, em que a concorrência é bastante acirrada – felizmente! –, graças a grupos como Os Cariocas e Boca Livre, mas, sobretudo, pelo lado das vozes que vêm do cotidiano político e cultural do país. Nisso, esse time de Magro Waghabi, Miltinho, Aquiles e Dalmo (recém incorporado ao conjunto, no lugar do quarto co-fundador, Rui, egresso em 2004) é insuperável. Nas comemorações de seus 40 anos de trajetória, encerradas em grande estilo na semana passada, com a gravação de um DVD ao vivo no teatro do SescVila Mariana, sua propensão ao debate foi, novamente, o que mais chamou a atenção. A começar pela heterogeneidade dos convidados especiais que reuniu: por um lado, os já esperados Quarteto em Cy, Milton Nascimento e Chico Buarque (gravado em estúdio); por outro, o sambista Zeca Pagodinho, o singularíssimo Cauby Peixoto e a novata Roberta Sá. O sentido firme e muito transparente de revisão de seu passado também ficou evidente, sobretudo no grande número de releituras que fizeram de peças importantes de seu repertório, como Roda Viva, Olê Olá, O Ronco da Cuíca e San Vicente. Mas foi na entrevista que o grupo concedeu ao DCultura que a vontade de discutir o papel do MPB4 na música brasileira tomou grandes proporções. Fez jus à sua fama de ter sido o demolidor daquela imagem de que os conjuntos vocais se constituem por músicos preocupados, apenas, em harmonizar dissonâncias musicais. Há outras dissonâncias que se pode resolver...

André Domingues

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a gravação do DVD pelos 40 anos de estrada do MPB4, ao vivo no teatro do Sesc Vila Mariana, o tom foi de revisão, com versões de Roda Viva, O Ronco da Cuíca, São Vicente. Não faltaram convidados ilustres. O singularíssimo Cauby Peixoto (à esquerda, no alto) era esperado e não decepcionou, assim como o sambista Zeca Pagodinho (centro), admirado pelo grupo de vozes, que cantou Olé Olá. No trabalho entrou também Milton Nascimento (acima) e Chico Buarque, com gravação de estúdio. E teve ainda Quarteto em Cy e Roberta Sá.

Devoções de Haydn Aqui, não se toca. Mas se faz muita música vocal. Magro

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Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) apresenta neste sábado (27) As Sete Últimas Palavras do Redentor na Cruz, de Joseph Haydn (foto), que viveu entre 1732 e 1809, e ocupa, em nosso tempo, um lugar de destaque entre as grandes sinfonias e missas da fase criativa final do compositor austríaco. É um trabalho grandioso, estruturado em oito partes, além de uma introdução e um interlúdio. Mobiliza grande efetivo instrumental e vocal, com duração de 70 minutos. Participam a Osesp, dirigida por John Neschling; quarteto vocal (soprano, mezzo soprano, tenor, baixo) e coro sinfônico. Sala São Paulo. Praça da Luz, s/nº. Tel.: (11) 3337-5414, às 16h30. R$ 25 a R$ 79.


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Tr i b u t o s Nacional Energia Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

PETROBRAS QUER CONSTRUIR REFINARIA EM SÃO PAULO

RESERVAS DE GÁS DA BOLÍVIA SÃO MENORES Nova metodologia de certificadora fez volume de gás natural cair de 28 para 18 TCF

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reclassificação das reservas provadas de gás natural da Bolívia fez o país perder cerca de 10 trilhões de pés cúbicos (TCF), o equivalente a todas as reservas brasileiras do combustível. De acordo com o presidente da estatal boliviana YPFB, Jorge Alvarado, o volume de gás natural cai de 28 para 18 TCF, segundo a nova metodologia adotada pela agência certificadora DeGoyle & MacNaughton, cujo contrato com a YPFB foi rescindido na semana passada. Alvarado já havia admitido em entrevista que as reservas do país poderiam ser menores

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do que se estimava e acusou a DeGoyle de fornecer dados falsos nos últimos anos. Ontem, o jornal local Opinión publicou uma reportagem dizendo que o executivo afirmou que rompeu o contrato com a certificadora porque a nova metodologia de classificação iria prejudicar muito a Bolívia. O presidente da YPFB disse que se surpreendeu com a intensidade da redução nos números. A empresa DeGoyle & MacNaughton informou em nota oficial que verificou "algumas incertezas" durante o trabalho de avaliação das reservas bolivianas em 2005, o que a fez rebaixar certas reservas de pro-

vadas para prováveis - aquelas que têm menos chance de serem extraídas e precisam de novos estudos para sua comprovação. Segundo a consultoria americana, as reservas totais, que somam as provadas mais as prováveis, não sofreram redução drástica, continuando na casa dos 48 TCF. O presidente da YPFB disse ao Opinión que a empresa planeja, a partir de agora, contratar duas companhias para fazer o serviço. Uma delas certificará as reservas e outra verificará os números. O objetivo é evitar conflitos semelhantes aos que tiveram com a DeGoyle. A certificadora rechaçou as acusa-

ções de que estivesse passando dados falsos à estatal boliviana. Auditoria - O governo boliviano publicou ontem um decreto autorizando o Ministério de Hidrocarbonetos a contratar sem licitação as consultorias que vão dissecar os números das petroleiras multinacionais que operam no país. O trabalho faz parte do processo de implementação do decreto de nacionalização. O resultado das auditorias vai determinar os novos contratos que serão assinados com as empresas até outubro. Segundo o texto do novo decreto, a urgência da contratação é necessária porque o prazo é escasso. Ontem, representantes da YPFB e da Petrobras se reuniram. No mesmo dia o presidente da estatal boliviana disse que o governo estuda indenizar a Petrobras pelo controle das refinarias de Santa Cruz e de Cochabamba. Alvarado defendeu os acordos que a YPFB negocia com a venezuelana PDVSA. Segundo ele, a empresa é diferente das outras transnacionais porque vai investir na industrialização do gás na Bolívia, enquanto as demais exportam a matéria-prima. (AE)

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mil assentados serão beneficiados com a construção da refinaria

US$ 20 mi para refinaria em SP

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Petrobras estuda investir mais de US$ 20 milhões na construção de uma usina de refino de biodiesel de 100 mil toneladas por ano e de ao menos três esmagadoras de grãos para a produção de óleo no Estado de São Paulo. O financiamento para as obras seria feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e tanto as esmagadoras quanto o cultivo do grão ficariam sob responsabilidade de pequenos produtores e trabalhadores rurais assentados. A intenção de se fazer o empreendimento foi revelada em reunião nesta semana entre representantes da Petrobras, do BNDES, de trabalhadores rurais, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A Petrobras manifestou o interesse de construir a usina em

Araraquara (SP), cujo prefeito Edinho Silva (PT), também participou do encontro. A cidade teria a preferência por estar na região central do estado, o que facilitaria a logística, tanto para a recepção do óleo vegetal como para o escoamento do biodiesel após o refino. O projeto prevê que as esmagadoras do óleo fiquem espalhadas pelo estado em regiões com alto índice de assentados, com o Pontal do Paranapanema, e que a matéria-prima seja o girassol. Pelos cálculos iniciais, seriam beneficiados 13 mil assentados, sem contar com os pequenos produtores rurais. "A prioridade é o assentado, mas o projeto está voltado para a agricultura familiar e temos um volume grande de pequenas propriedades", informou o prefeito. A proposta será analisada por técnicos da Petrobras e do BNDES. (AE)

ATAS São Paulo Turismo S.A. CNPJ nº 62.002.886/0001-60 - NIRE 353.00015967 Ata da Assembléia Geral Ordinária Dia, Hora e Local: Aos 27 (vinte e sete) dias do mês de abril do ano de dois mil e seis, às 11:30 horas, na Sala 1, antigo Auditório L, na sede social da empresa na Av. Olavo Fontoura nº 1.209, São Paulo, em primeira convocação. Quorum: Presentes os acionistas representando mais de dois terços do capital votante, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas. Publicações e Convocação: As demonstrações financeiras foram publicadas no Diário Oficial do Estado Empresarial e Diário do Comércio no dia 11/04/2006. As publicações referidas no artigo 133 da Lei 6.404/76 foram efetuadas no Diário Oficial do Estado - Empresarial e no Diário do Comércio nos dias 28, 29 e 30/03/2006. O edital de convocação foi publicado no Diário Oficial do Estado - Empresarial e no Diário do Comércio nas edições de 11, 12 e 13/04/2006, respectivamente. “Ordem do Dia: 1) Tomar conhecimento do Relatório da Administração e examinar, discutir e votar as Demonstrações Financeiras, relativas ao exercício encerrado em 31/12/2005; 2) Eleição de membros efetivos e suplentes do Conselho Fiscal; e 3) Assuntos de interesse da empresa. São Paulo, 10 de abril de 2006. Caio Luiz de Carvalho Diretor Presidente.” Mesa e Instalação: Em consonância com o artigo 10 do Estatuto Social da empresa, os trabalhos foram abertos pelo Sr. Caio Luiz de Carvalho, Diretor Presidente, que dirigiu a palavra aos ilustres senhores e senhoras presentes à mesa desejando boas vindas, e informou estar presente à esta Assembléia a Ilma. Procuradora do Município, Dra. Debora Sotto, Registro Funcional nº 729380.1.00, devidamente credenciada para representar a acionista majoritária, a Prefeitura do Município de São Paulo, tendo sido composta a mesa ainda pelo, Sr. Benedito Nicotero Filho, Presidente do Conselho de Administração, Sr. Ailton de Lima Ribeiro, Presidente do Conselho Fiscal, Sr. Celso Tadeu de Azevedo Silveira, Conselheiro de Administração, Adenir Martins, Conselheiro de Administração, José Gregori, Conselheiro de Administração, Sr. Luís Fernando Lucato, representante da empresa de Auditoria Independente Sacho Auditores Independentes, e pelo Sr. Antonio Carlos Carneiro, Chefe de Gabinete. Na seqüência, foram apresentados os nomes de Caio Luiz de Carvalho e de Mariana Albert Acherboim para presidir e secretariar a reunião, o que foi aceito pelos presentes. Deliberações: Foi apresentada a matéria constante do Item 1 da Assembléia Geral Ordinária referente à tomada de contas dos administradores, exame, discussão e votação das Demonstrações Financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2005, as quais foram aprovadas por unanimidade de votos, consignando que por determinação do Sr. Secretário de Governo Municipal Dr. Aloysio Nunes Ferreira Filho, exarada no Ofício DPR/049/06 - Folha de informação nº 025, a empresa observará todas as ocorrências/constatações e conferirá atendimento às propostas de regularização consignadas no Relatório de Auditoria nº 008/AUDG/2006, constante a fls. 03/19 do Processo nº 2006-0.075.268-9, elaborado pela Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico, cuja cópia é parte integrante desta Ata. Adiante, passou-se à apreciação do Item 2, por proposta da acionista majoritária de reeleger para o Conselho Fiscal, como membros efetivos, juntamente com o Sr. Sérgio Ricardo Bueno Mesquita - representante dos empregados, os Senhores Carlos Henrique Flory, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade nº 2.949.950 e do CPF nº 045.994.208-59, residente e domiciliado na Alameda dos Anapurus nº 511 - aptº 41 - Bairro Moema, nesta Capital; Márcia Regina Ungarette, brasileira, separada judicialmente, economista, portadora da Cédula de Identidade nº 12.793.891-6 e do CPF nº 102.109.148-07, residente e domiciliada na Rua Hermantino Coelho nº 841 - aptº 61 - Bloco C - Mansões Santo Antonio - Campinas-SP; Ailton de Lima Ribeiro, brasileiro, casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade nº 6.722.817 e do CPF nº 487.119.008-06, residente e domiciliado no Condomínio Mirante das Paineiras, Conj. 4 - Casa 13 - Lago Sul - Brasília-DF; Mônica Maia Bonel Maluf, brasileira, casada, socióloga, portadora da Cédula de Identidade nº 23.395.866-6 e do CPF nº 040.824.558-17, residente e domiciliada na Rua Aleixo Garcia nº 51 - aptº 91 - Bairro Vila Olímpia, nesta Capital; e como membros suplentes, juntamente com Cláudia Carvalho Gomes - Representante dos Empregados, os Senhores Jose Luiz Solheiro, brasileiro, solteiro, advogado, portador da Cédula de Identidade nº 6.783.995 e do CPF nº 790.812.668-53, residente e domiciliado na Rua Pernambuco nº 204 - 4º andar - aptº 4 - Bairro Higienópolis, nesta Capital; Sr. Virgílio Nelson da Silva Carvalho, português, separado, administrador, portador da Cédula de Identidade nº 35.660.000-2 e do CPF nº 372.271.148-72, residente e domiciliado na Rua dos Aliados nº 1129, aptº 31, Alto da Lapa - SP, nesta Capital; Sr. Alexandre Leite Werfel, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade nº 6.064.562-3 e do CPF nº 672.550.358-68, residente e domiciliado na Rua dos Crídios nº 251 - aptº 21 - Suzano, nesta Capital, e Marcos Scarpi da Costa, brasileiro, separado judicialmente, contador, portador do RG 7.156.290 e CPF nº 010.870.688-51, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo à Rua Rio Grande, nº 551 - aptº 203 - Bloco A - Vila Mariana, para mais um mandato de 01 ano, cujas investiduras dar-se-ão de acordo com o artigo 16 do Estatuto Social da empresa. Colocada a palavra à disposição, o Sr. Amadeu Zamboni Neto solicitou ficasse consignado em Ata a intenção de que venha ser eleito um membro representante dos acionistas minoritários para o Conselho Fiscal. Superados os assuntos da ordem do dia, o Presidente da Mesa, Sr. Caio Luiz de Carvalho, declarou encerrados os trabalhos, lavrando-se a Ata que, após lida e aprovada, passou a ser assinada pelos presentes, tendo sido autorizada a extração das cópias legais. São Paulo, 27 de abril de 2006. A presente é cópia fiel lavrada em livro próprio. Caio Luiz de Carvalho - Presidente da Mesa; Mariana Albert Acherboim - Secretária da Mesa; Debora Sotto - Representante da Prefeitura do Município de São Paulo; Luís Fernando Lucato - Representante da Auditoria Independente; Ailton de Lima Ribeiro - Presidente do Conselho Fiscal; Benedito Nicotero Filho - Presidente do Conselho de Administração - Acionista; José Gregori - Conselheiro de Administração - Acionista; Adenir Martins - Conselheiro de Administração - Acionista; Celso Tadeu de Azevedo Silveira - Conselheiro de Administração - Acionista; Amadeu Zamboni Neto - Acionista; Antonio Carlos Carneiro - Chefe de Gabinete. JUCESP nº 134.495/06-8 em 22/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

São Paulo Turismo S.A. CNPJ nº 62.002.886/0001-60 - NIRE 353.00015967 Ata da Assembléia Geral Extraordinária da São Paulo Turismo S.A. Dia, Hora e Local: Aos 04 (quatro) dias do mês de maio do ano de dois mil e seis, às 10:30 horas, na sede social da empresa na Av. Olavo Fontoura nº 1.209, São Paulo, em primeira convocação. Quorum: Presentes os acionistas representando mais de dois terços do capital votante, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas. Publicações e Convocação: O edital de convocação foi publicado no Diário Oficial do Estado e no Diário do Comércio nas edições de 19, 20 e 21/04/2006 e 19, 20 e 24/04/2006, respectivamente. “Ordem do Dia: 1) Eleição de membro do Conselho de Administração; 2) Assuntos de interesse da sociedade. São Paulo, 17 de abril de 2006. Caio Luiz de Carvalho - Diretor Presidente.” Mesa e Instalação: Em consonância com o artigo 10 do Estatuto Social da empresa, os trabalhos foram abertos pelo Sr. Tasso Gadzanis, Diretor Vice-Presidente, que dirigiu a palavra aos ilustres senhores e senhoras presentes à mesa desejando boas vindas, e informou estar presente à esta Assembléia o procurador Dr. Eduardo Mikalauskas, Registro Funcional nº 696.434.6.00, devidamente credenciado para representar a acionista majoritária, a Prefeitura do Município de São Paulo, tendo sido composta a mesa ainda pelo Sr. Benedito Nicotero Filho, Presidente do Conselho de Administração, pelo Sr. Antonio Carlos Carneiro, Chefe de Gabinete e pelo Sr. Humberto Rodrigues da Silva. Na sequência, foram apresentados os nomes de Tasso Gadzanis e de Mariana Albert Acherboim para presidir e secretariar a reunião, o que foi aceito pelos presentes. Deliberações: A acionista majoritória, por intermédio de seu procurador, propõe, e é aprovado por unanimidade, a eleição para membro do Conselho de Administração, em substituição à Sra. Maria Helena de Andrade Orth, brasileira, divorciada, Engenheira Química Industrial, portadora da Cédula de Identidade nº 2.401.889.2 e do CPF nº 039.201.788-15, residente e domiciliada na Rua Flórida nº 169 - apto. 92 - nesta Capital, do Sr. Humberto Rodrigues da Silva, brasileiro, solteiro, Administrador, portador do RG 7.562.671-8 e CPF nº 014.114.778-47, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo à Rua Paes de Araújo, 89 - apto. 132 - Chácara Itaim, tendo sido efetuada a entrega de suas declarações de Bens, com a indicação de fontes de renda nos termos do disposto na Lei Federal nº 8.730, de 10 de novembro de 1993 e Instrução Normativa nº 01/94 do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, cuja investidura dar-se-á de acordo com o artigo 16 do Estatuto Social da empresa. O membro do Conselho de Administração ora eleito terá mandato coincidente com os demais Conselheiros, até 16/03/2007, permitida a reeleição. Colocada a palavra à disposição, o Sr. Benedito Nicotero Filho enalteceu a contribuição da Sra. Maria Helena Andrade Orth no Conselho de Administração. Adiante, estando esgotada a Ordem do Dia, o Presidente da Mesa, Sr. Tasso Gadzanis, declarou encerrados os trabalhos, lavrando-se a Ata que, após lida e aprovada, passou a ser assinada pelos presentes, tendo sido autorizada a extração das cópias legais. São Paulo, 04 de maio de 2006. A presente é cópia fiel lavrada em livro próprio. Tasso Gadzanis - Presidente da Mesa; Mariana Albert Acherboim - Secretária da Mesa; Eduardo Mikalauskas - Representante da Prefeitura do Município de São Paulo; Benedito Nicotero Filho - Presidente do Conselho de Administração; Antonio Carlos Carneiro - Chefe de Gabinete; Humberto Rodrigues da Silva - Acionista. JUCESP nº 134.494/06-4 em 22/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

EDITAL GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº21/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1800/5900/2006. OBJETO: BISCOITO WAFER COM RECHEIO SABOR BAUNILHA. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:00 h do dia 12 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº22/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1801/5900/2006. OBJETO: BISCOITO DOCE COM RECHEIO SABOR MORANGO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 12:30 h do dia 12 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº23/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1802/5900/2006. OBJETO: BISCOITO COM RECHEIO SABOR CHOCOLATE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 15:30 h do dia 12 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº24/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1803/5900/2006. OBJETO: BISCOITO DOCE COM RECHEIO SABOR LIMÃO. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 14 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº25/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1805/5900/2006. OBJETO: BISCOITO WAFER COM RECHEIO SABOR DOCE DE LEITE. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 14 de junho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 25 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Manoel Expedito Guimarães - Requerida: Cape Eventos Ltda. - Avenida Nove de Julho, 4.349 - 1ª Vara de Falências Requerente: Wika do Brasil Indústria e Comércio Ltda. - Requerido: Motopress Instrumentos de Medição Ltda. - Rua Santa Lina, 53 - 2ª Vara de Falências Requerente: Alfa Invest Fomento Mercantil Ltda. - Requerida: R E Gráfica Fotolito e Editôra Ltda. - Rua Zanzibar, 728 - 2ª Vara de Falências Requerente: Fácil Serviços Comerciais Ltda. - EPP - Requerida: Luk Plus Confecções e Comércio Ltda.- Rua General Porfírio da Paz, 1.365 - salão 1 - 1ª Vara de Falências Requerente: Indústria e Comércio Leal Ltda. - Requerido: Euro Fashion Modas Ltda. - Rua dos Italianos, 988 - 2ª Vara de Falências

CONVOCAÇÃO Sindicato da Indústria do Papel, Celulose e Pasta de Madeira para Papel, no Estado de São Paulo CNPJ/MF nº 60.976.487/0001-74 Assembléia Geral Ordinária - Edital de Convocação Eleições Sindicais - Aviso Será realizada eleição, no dia 27 de junho de 2006, na sede desta Entidade, à Rua Afonso de Freitas, 499 - Paraíso, - São Paulo - Capital, para composição da Diretoria, Conselho Fiscal, Delegados Representantes Junto a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, para o biênio 2006/2008, devendo o registro de chapas ser apresentado à secretaria, no horário das 9:00 às 17:00 horas, ininterruptamente. No prazo de 10 (dez) dias a contar da publicação deste Aviso. Edital da Convocação da eleição, encontra-se afixado na secretaria desta Entidade. São Paulo, 26 de maio de 2006 Georges Henry Grego - Presidente


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Política

3 Renan, todo bacana, é uma ave que pula de galho em galho. Eles (Renan e Sarney) trocam interesses pessoais e estão vendendo a alma do PMDB. Pedro Simon, senador (PMDB-RS)

GOVERNISTAS DO PMDB VENCEM E PRATICAMENTE INVIABILIZAM CANDIDATURA PRÓPRIA DO PARTIDO. Alan Marques/Folha Imagem

STF NÃO CONSEGUE NOTIFICAR DIRCEU

BERZOINI DIZ QUE ALIANÇA COM PMDB EXIGE PACIÊNCIA

Dois meses após o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ter denunciado 40 pessoas suspeitas de envolvimento com o mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não conseguiu notificar todos os investigados. Entre os que não foram encontrados até agora está o deputado cassado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que esteve ontem em Brasília, onde se reuniu com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e freqüentemente dá palestras e participa de eventos públicos. Além de Dirceu, os oficiais de Justiça não conseguiram notificar o deputado José Janene (PP-PR), e os ex-deputados Pedro Corrêa e Paulo Rocha. A informação sobre o paradeiro desconhecido de José Dirceu foi dada pelo relator dos dois inquéritos que tramitam no STF e apuram o mensalão, ministro Joaquim Barbosa. Ele também disse que, antes de apresentar a denúncia, o procurador pediu a prisão de suspeitos de envolvimento com o mensalão, entre os quais o publicitário Marcos Valério, sua mulher e sócios. Indagado se também teria sido requisitada a prisão de José Dirceu, Barbosa acenou afirmativamente com a cabeça. Em seguida, questionado se realmente havia sido pedida essa prisão, ele disse que não "fulanizaria". Barbosa disse que caberá ao procurador-geral, que é o autor da denúncia, localizar os investigados. Segundo o ministro, se as pessoas não forem encontradas pelos oficiais de Justiça, serão notificadas por edital. Não aparecendo mesmo assim, o inquérito tramitará à revelia. Além das 11 pessoas que moram ou já moraram em Brasília, outras 29, que residem em sete Estados, estão sendo notificadas pela Justiça. Informados oficialmente sobre a denúncia, os investigados terão um prazo de 15 dias para apresentar sua defesa. (AE)

O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini, garantiu ontem que seu partido manterá os esforços para atrair o PMDB para o palanque do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas próximas eleições. Isso apesar dos obstáculos criados pela quantidade de tendências diferentes dentro da sigla e pelo desejo de ter candidato próprio nas próximas eleições, de uma dessas correntes. Apesar de reconhecer que esta é uma tarefa difícil, ele afirmou que ainda não descarta as chances de uma coligação formal com os peemedebistas. "Estamos em meio a um trabalho de paciência e determinação", afirmou Berzoini, acrescentando que o quadro das negociações ainda não está claro e que é preciso aguardar pelo menos mais algumas semanas para avaliar melhor a situação. Ele apontou, por exemplo, que o resultado dos esforços do senador Pedro Simon de sustentar a tese da candidatura própria dentro da legenda só ficará claro após a convenção nacional peemedebista. "Acho que isso tudo só vai se resolver mesmo depois da convenção", acrescentou. Berzoini afirmou que continua conversando diariamente com lideranças do PMDB , sem citar nomes, para avaliar as condições de um acordo. Esse esforço, segundo ele, está sendo feito em duas frentes: uma focada no âmbito nacional, visando uma possível coligação; e outra nos Estados, para assegurar o apoio de boa parte do PMDB caso o partido feche acordos independentes com outros partidos por região. "Precisamos trabalhar nas duas frentes." (AE)

LULA REPETE A FÓRMULA DE VÍTIMA EM PROGRAMA DE TV O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou o programa de TV do PT exibido ontem em rede nacional defendendo a Educação como medida preventiva à violência. Segundo Lula, como ele não pode cursar a universidade, quer ser o presidente que mais levou educação ao Brasil. "Sei da tristeza de muitos pais que vêem seus filhos correndo o risco de ficar no meio do caminho ou no caminho da marginalidade", disse. Depois da exposição de números dos principais programas do governo e sem citar a crise paulista ou os adversários, Lula chamou de "distorção profunda" os gastos com presos em comparação com a manutenção de alunos: "Você sabia que o custo mensal de um preso em algumas penitenciárias brasileiras chega a ser dez vezes mais alto do que o custo de um aluno no ensino fundamental e que é igual praticamente ao que o governo investe em cada aluno na universidade? Olha, o mínimo que podemos dizer é que há uma distorção profunda", disse emocionado e em tom de mea culpa. (AE)

Atropelados pela ala governista do PMDB: Pedro Simon, Michel Temer e Anthony Garotinho. Convenção nacional é marcada para 29 de junho.

PMDB ADIA CONVENÇÃO PARA DIA 29 DE JUNHO

O

senador gaúcho Pedro Simon registrou ontem sua candidatura à presidência da República pelo PMDB, tendo como candidato a vice o ex-governador Anthony Garotinho. Mas uma decisão tomada pelo Executiva Nacional do partido, no mesmo local e logo em seguida, praticamente inviabiliza a candidatura própria no partido: por 11 votos a 5, a Executiva adiou para o dia 29 de junho a convenção nacional para a oficialização ou não da candidatura própria. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), tinha marcado a convenção para o dia 11 de junho. Mas a estratégia dos setores do partido que são contrários à candida-

tura própria, ao adiar a convenção, é exatamente o de esvaziar o encontro, já que, a esta altura, os estados já terão feito suas convenções estaduais, estabelecendo alianças (com PT, PSDB e PFL, por exemplo) e diante desse quadro consolidado nos estados, o PMDB não poderá ter candidato próprio à Presidência, por causa da regra da verticalização. E é justamente com base na verticalização que os defensores da candidatura própria irão à Justiça para tentar manter a convenção nacional no dia 11 de junho. O argumento será o de que, para atender à regra, a convenção nacional deve ser obrigatoriamente anterior às dos estados. A reunião da Executiva durou quase duas horas, com tro-

ca de agressões e insultos de lado a lado. A governadora do Rio, Rosinha Garotinho, acusou o senador Ney Suassuna (PMDB-AL) e os governistas de estarem dando um golpe. "A gente precisa parar com essa hipocrisia aqui dentro. O senador Suassuna fala em voto democrático, mas isso não passa de golpe. Vocês querem se cacifar para ter cargos no governo federal", disse ela. Ao deixar a reunião, o deputado Geddel Viera Lima (PMDB-BA), que é da ala de oposição ao governo Lula mas é contra a candidatura própria, com e n t o u : " S e a lguém quiser continuar com esse papel ridículo, de candidatura própria, com 2% nas pesquisas, que continue", disse, referindo-se ao desempenho de Pedro Simon nas pesquisas de intenção de votos. Ataques– Antes da reunião, ao registrar formalmente a intenção de serem candidatos pelo partido, Simon e Garotinho não pouparam a ala governista do PMDB, que, segundo eles, só está preocupada em manter cargos e benesses do governo federal. Simon fez ataques diretos ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e ao senador José Sarney (AP), dizendo que eles não são do velho MDB. Os dois, enfatizou, têm mais cargos que qualquer petista.

"Renan, todo bacana, é uma ave que pula de galho em galho. Eles trocam interesses pessoais e estão vendendo a alma do PMDB. Um grupo que veio fazer negócio em nome do PMDB. Temos que saber quem é o PMDB. Ele estão botando ovo no ninho errado", protestou Simon. Desistência– Em discurso, Garotinho disse que desistiu da cabeça da chapa porque a resistência dos governistas era forte demais, mas continua defendendo a candidatura própria. E pediu o apoio de Simon para vencer o neoliberalismo do PT e do PSDB. "Os governistas não têm projeto para o País. Eles querem apoiar o governo Lula por causa de cargos e benesses, querem se manter no poder. Eu venho travando um debate sério com essas pessoas e se tornou difícil conviver com eles, por isso sugeri o nome de Simon. Não dá pra mim, cheguei ao meu limite. É preciso que alguém assuma a bandeira", disse Garotinho. Segundo Simon, sua candidatura é uma alternativa à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do tucano Geraldo Alckmin. "Eu achei que Lula fosse fazer um governo bom. Não pedimos este caos, mas ele está aí. O PMDB pode dar uma opção de linha ética, em favor do social." (AOG)

LULA, CHIRAC E O BIOCOMBUSTÍVEL.

B

rasil e França desenvolverão projetos de produção de biocombustível em países africanos e caribenhos, em especial no Haiti. A proposta será apresentada em julho, na próxima reunião do G8 (sete países mais ricos do mundo e a Rússia) em São Petersburgo, na Rússia. O acordo de cooperação foi firmado durante a visita do presidente francês, Jacques Chirac, a Brasília. Chirac, que se encontrou com o presidente Lula no Palácio da Alvorada, elogiou o Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo federal, e a missão brasileira no Haiti. Para o presidente francês, o Brasil "deu a mão" de que o Haiti precisa para sair do caos. Lula destacou outras iniciativas franco-brasileiras de apoio às nações em desenvolvimento, como a doação de uma taxa sobre passagens aéreas internacionais para a criação de uma central internacional de compra de medicamentos, para que os países pobres tenham acesso a remédios contra aids, malária e tuberculose. "Nossa parceria é exemplo de como países desenvolvidos e em desenvolvimento podem trabalhar juntos em favo das nações mais pobres", disse. Acordos – Além do combustível renovável, os governos brasileiro e francês firmaram acordos também para intercâmbio de funcionários diplomáticos, promoção de desenvolvi-

mento tecnológico de empresas de pequeno e médio porte, estímulo ao ensino dos dois idiomas, criação do Fórum FrancoBrasileiro de Ensino Superior e Pesquisa e implementação do projeto de gestão sustentável de recursos florestais no Brasil. Chirac foi recebido com honras de chefe de Estado. É a primeira vez desde a reinauguração que o Alvorada é usado para este tipo de evento. Em jantar no Itamaraty, Jacques Chirac e Lula brindam acordos com caipirinha. Ele se mostrou particularmente entusiasmado ser truculento com a Bolívia, blema são os Estados Unidos, com a apresentação da esqua- eu acreditei no poder da con- que não cederam nada na quesdrilha da fumaça. Durante a ce- versa, na capacidade do diálo- tão dos subsídios agrícolas". rimônia, ele quebrou o protoco- go", afirmou o presidente. Lula reafirmou que o G20 está lo, ao estender a mão a um ofiLula avaliou que a América disposto a abrir mercados para cial da guarda presidencial. do Sul passa por um momento produtos e serviços, mas que O presidente francês elo- político muito rico em termos além de um avanço dos Estados giou a nacionalização das re- de consolidação democrática. Unidos, espera que a União Euservas bolivianas de gás natu- "Sabemos que a construção da ropéia promova abertura em ral. Para ele, a decisão de Evo democracia e a paz são a única seu mercado agrícola. "Não deMorales "devolveu a honra a possibilidade de nos tornar- pende mais de decisão econôum país sofrido". Chirac mos- mos uma região rica." mica, é uma decisão política". trou-se confiante no encontro À noite, em jantar no ItamaSubsídios agrícolas – Lula e de uma solução para a crise en- Chirac voltaram a expor as di- raty, Lula fez um brinde com tre Brasil e Bolívia, gerada pe- vergências entre o grupo de paí- caipirinha ao presidente da las medidas adotadas por Mo- ses emergentes (G20) e a União França. Horas antes numa conrales no setor de energia. Européia em torno da Rodada versa informal com jornalistas Já o presidente Lula disse Doha da Organização Mundial franceses, Chirac contara ter que pretende resolver o pro- de Comércio. Em entrevista no experimentado e aprovado a blema com o país vizinho por Palácio da Alvorada, Chirac in- bebida brasileira na visita ofimeio da conversa. "Em vez de sistiu em que "a chave do pro- cial ao País. (Agências)

PRESIDENTE DE CPI É AMEAÇADO DE MORTE O deputado Raul Jungman (PPS-PE), integrante da CPI do Tráfico de Armas, na Câmara, disse ontem que uma testemunha da comissão telefonou para a Secretaria da CPI alertando para que o presidente da comissão, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), tenha cuidado, porque sua vida estaria correndo risco. Segundo relato de Jungman, a testemunha pediu que o delegado da Polícia Federal, José Antonio Dornelles, que acompanha os trabalhos da comissão, e o secretário da CPI, Manoel Alvim, "tomem cuidado com a vida de Moroni." Jungman contou que se trata de uma testemunha já colaborou com a CPI no passado e que pertence ou pertenceu ao crime organizado. E disse que qualquer ameaça à integridade de Moroni Torgan é "uma ameaça à CPI e ao Congresso". "Não vamos permitir que nos acovardem nem que executem a ameaça", concluiu. Sanguessuga– PV, PSol e PPS, que defendem a criação de uma CPI para investigar fraudes na liberação de emendas para compra de ambulâncias, ameaçam entrar semana que vem com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a instalação da comissão. (Agências)


sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Imóveis Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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AGRICULTORES RECLAMAM DO CÂMBIO DO DÓLAR

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bilhões de reais serão liberados pelo governo para a produção dos agricultores familiares.

Wilson Dias/ABr

GOVERNO LIBERA R$ 60 BI PARA AGRICULTORES O pacote de medidas anunciado também inclui renegociação de dívidas antigas nos estados das regiões Sul e Sudeste. O restante será negociado caso a caso. Nas demais regiões, haverá uma prorrogação automática de 80% da dívida, e os 20% restantes serão negociados separadamente. No caso da produção de arroz, haverá prorrogação automática de 40% da dívida que vence neste ano em todas as regiões do País. Os 60% que sobram serão discutidos individualmente. Para o algodão, serão prorrogados automaticamente 30% do crédito de custeio que vence este ano. E os outros 70% serão renegociados. Já para o milho, 20% da dívida será negociada automaticamente e os 80% restantes serão discutidos caso a caso. Nova safra – Para este ano, os recursos destinados ao custeio e comercialização da agricultura comercial somarão R$ 41,4 bilhões, montante 25% superior ao da safra 2005/06. O maior volume de recursos ofertados (R$ 30,1 bilhões) terá taxas de juros controladas de 8,75%. O restante usará juros de mercado. O crédito para investimento, no entanto, será de R$ 8,6 bilhões, 23% menor

que na safra anterior. As taxas de juros cobradas para investimentos serão reduzidas para três linhas de crédito: Finame Agrícola Especial (de 13,95% para 12,35%), Prodecoop (de 10,75% para 8,75%) e Moderfrota (as novas taxas variam de acordo com a renda do produtor). No Moderfrota, a linha de crédito passará a estar disponível para a compra de máquinas usadas, e não apenas máquinas novas como acontece atualmente. Outra medida do governo foi aumentar em mais R$ 2 bilhões, para R$ 4 bilhões, a disponibilidade de recursos no Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT) Giro Rural, que tem como objetivo fornecer capital de giro a produtores rurais e fornecedores. Segundo o ministro da Agricultura, essas medidas "devem ser satisfatórias e devem resolver a imensa maioria dos problemas agrícolas". Ele também disse esperar que as medidas anunciadas desmobilizem as manifestações de produtores em todo o país e que, para ele, a negociação com o setor "está encerrada". (Agências)

Plano é insuficiente, dizem produtores

A

Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) emitiu nota ontem, logo após a divulgação do pacote agrícola pelo governo federal, considerando-o insuficiente. "Ao que parece, o governo não entendeu plenamente a natureza da crise agropecuária e muito menos o seu profundo alcance", registrou o presidente da entidade, Ágide Meneguette. Segundo a nota, "mesmo dando fôlego maior para parte das dívidas agrícolas, o pacote ficou aquém do necessário." A Faep reconheceu que o plano de safras apresenta condições melhores para o novo plantio, no entanto, acentuou que não resolve o "monstruoso passivo que pesa sobre os produtores rurais". Segundo a Faep, os produto-

res vêm acumulando prejuízos e dívidas desde o segundo semestre de 2004, em conseqüência de efeitos da política cambial do governo. E, por outro lado, o custo de produção mantém-se alto em função do preço do petróleo, que influencia o custo de insumos. Na região noroeste do estado, os produtores reuniram-se no Sindicato Rural de Maringá e chegaram à mesma conclusão. "O produtor rural não terá renda suficiente para quitar o acúmulo da dívida nesse prazo proposto pelo governo", afirmou o presidente do sindicato de Maringá, José Antonio Borghi. Segundo ele, é preciso pelo menos 10 anos para que o agricultor tenha liquidez. Manifestações – Em Londrina, os agricultores foram mais enfáticos: "Vamos voltar

para a estrada!", reagiram, assim que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, terminou a apresentação do plano. O anúncio das medidas foi acompanhado pela TV por um grupo de 50 produtores, visivelmente tensos, que estavam em vigília na sede do Sindicato Rural de Londrina desde terça-feira passada, dia em que bloquearem a agência do Banco do Brasil. Já o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, avaliou que houve "sensibilidade e um início de entendimento" nas medidas anunciadas pelo governo. Ele previu, porém, que deverão prosseguir negociações com o governo, especialmente nos aspectos estruturais do pacote. (Agências)

D

e olho no mercado americano, o Brasil quer ampliar as relações comerciais com os países da América Central, que possuem um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, o Cafta. O governo brasileiro entende que o acordo abre uma oportunidade para que empresas nacionais instalem unidades produtivas naquela região para terem acesso aos Estados Unidos sem que as vendas sejam tributadas. Seria uma forma de driblar as proteções tarifárias impostas ao Brasil pelo governo dos EUA. Para tanto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vai liderar uma missão empresarial, com mais de 50 empresários, que visitará cinco países da América Central a partir de domingo. Os países escolhidos foram Panamá, Costa Rica, Guatemala, El Salvador e Honduras. Apenas o Panamá não participa do Cafta, mas negocia acordos bilaterais com os EUA e outros países da região. "O presidente Lula tem estimulado o desenvolvimento de

Luiz Prado/Ag. Luz

Brasil de olho na América Central

Furlan: acesso aos EUA

multinacionais brasileiras. Temos que dominar os canais de distribuição", disse o ministro Luiz Fernando Furlan. Para ele, é possível que empresas brasileiras se instalem em zonas francas em alguns países, como no Panamá, sem pagamento de impostos. Furlan acredita que o Brasil pode ampliar suas exportações para a América Central em algo entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, dos quais uma parte seria reexportado não só

para os EUA, mas para outros países menores do Caribe. As exportações brasileiras para a América Central somam atualmente menos de US$ 2 bilhões por ano. Álcool – Uma das idéias é tentar transferir parte da produção de álcool para os países da América Central para driblar a barreira tarifária encontrada hoje pelos exportadores brasileiros para entrar no mercado americano. Os Estados Unidos taxam o álcool brasileiro em US$ 0,51 por galão. Mas, se o produto for exportado a partir daqueles países, a restrição seria evitada. Segundo dados do ministério, 57,5% do etanol importado pelos EUA vêm do Brasil, Costa Rica e El Salvador. Furlan também quer aproveitar a oportunidade para divulgar o carro bicombustível, já lançado no Brasil, que permite o uso dos dois combustíveis – álcool ou gasolina. Também está na pauta a divulgação do biodiesel. "A orientação do presidente Lula é para que o Brasil seja um pólo disseminador da tecnologia", disse. (AE)

Bernardo, Rodrigues, o porta-voz da presidência, André Singer, e Mantega: mais crédito

Empresários prevêem ano difícil

A

ameaça de aumento dos juros nos Estados Unidos, combinada com o clima eleitoral, crise no agronegócio e aumento nos gastos públicos aqui no Brasil, faz os empresários projetarem um cenário econômico interno mais volátil e difícil para este ano. A manutenção do crescimento do varejo e da indústria ainda é explicada pela maior oferta de crédito no País e pelo aumento da massa salarial desde janeiro passado. Ainda segundo avaliação feita ontem na reunião de conjuntura da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) – que reúne empresários de vários setores e economistas –, os dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela ACSP projetam "um nível de atividade morna" para os próximos meses, sujeito a mudanças dependendo do cenário internacional, fortemente influenciado pelo desempenho da economia norte-americana. Segundo os empresários do varejo, o desempenho do setor para maio deve ser de retração, em relação a abril passado. Os

segmentos de móveis, estofados e colchões, por exemplo, tiveram uma queda de vendas acentuada de até 10% no período, sem sinais de recuperação para frente. O grande atacado prevê um crescimento real para 2006 de 2%, bem abaixo das projeções feitas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ao redor dos 3,5%. Andando de lado – Vários outros setores, como embalagens, construção civil e metais, detectam um quadro de estabilidade a partir de abril. Para embalagens, relatou um empresário, não há perspectiva de melhora no curto prazo. Para metais, há uma situação "confortável" para o alumínio, mas cobre, zinco e níquel têm tido seus preços pressionados pelo aumento da demanda externa. A construção civil encara uma situação complicada: há oferta de crédito para o setor, mas a instabilidade política tem retardado o fechamento de negócios. Esse quadro se agrava na capital paulista, explicou um empresário do setor, porque os últimos lançamentos ainda foram feitos com base na anti-

ga lei de uso e ocupação do solo, que permitia construir mais sobre os terrenos do que hoje em dia. "Com o novo Plano Diretor em vigor, o preço dos terrenos cresceu muito, encarecendo o preço do nosso produto", enfatizou. Na agricultura ocorre algo semelhante. No Estado de São Paulo, informou um líder da atividade, a situação é confortável, sobretudo porque o governo reduziu de 25% para 12% a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o setor sucro-alcooleiro. "Hoje, São Paulo está ganhando mais 44 usinas", disse, e mais 500 mil alqueires para plantio de cana. No entanto, há pessimismo em relação ao gado e à soja, o que deverá reduzir em 20% a produção da c o mm o d it y e st e ano, "tirando US$ 5 bilhões do saldo da balança comercial". Ou seja, a agricultura como um todo ainda enfrenta uma forte crise, apesar "do governo estar se mexendo" para evitar perdas maiores com a valorização do real e com o crescimento do endividamento no campo. Sergio Leopoldo Rodrigues

Indústria comemora alta do dólar

A

recente valorização do dólar deixou o setor produtivo um pouco mais aliviado. Depois de quatro dias de alta, a moeda americana fechou ontem em baixa de 4,54%, cotada em R$ 2,294. Apesar disso, ainda acumula valorização de quase 25% no período. Para os em-

presários que participaram de congresso da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a retomada corrige um problema estrutural que vem reduzindo a competitividade do produto nacional. Roberto Giannetti da Fonseca, diretor de Comércio Exterior da Fiesp, no entanto, con-

Factoring

sidera que o processo de queda ocorreu de "forma inadequada". Segundo ele, o ministro Guido Mantega sinalizou que a reforma da legislação cambial seria realizada. Porém, nos últimos dias, "ele já se mostrou hesitante, talvez porque tenha conversado com economistas do setor financeiro". (AE)

DC

O

ministro da Agricultura e Pecuária, R o b e r t o R o d r igues, anunciou ontem um pacote de crédito de R$ 60 bilhões para a safra 2006/07, dos quais R$ 50 bilhões serão destinados ao setor comercial e R$ 10 bilhões para a agricultura familiar. Esse valor é 12,5% superior ao da safra anterior. Também participaram da divulgação os ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, e da Fazenda, Guido Mantega. O governo ainda anunciou a renegociação de dívidas dos produtores rurais, que será regionalizada e por produtos, referentes à safra passada. A primeira parcela das dívidas vencerá um ano após a data da renegociação. De acordo com o ministro da Agricultura, essas são medidas emergenciais para ajudar o setor a enfrentar uma grave crise. Rodrigues explicou que, no caso da soja, haverá uma prorrogação automática de 50% do crédito de custeio que vence neste ano (referente à safra passada) pelos próximos quatro anos, em quatro parcelas,

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sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Geral Boeing da Varig

A bancarrota da Enron fez evaporar US$ 60 bilhões do valor acionário da empresa, US$ 2,1 bi em planos de pensão e mais de 5,6 mil empregos.

Hélvio Romero/AE/23/4/2006

apreendido em aeroporto de NY A Bristol, empresa americana de arrendamento de aviões, chegou a transferir o 777 do hangar da Delta Airlines para o da American Airlines

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Aviões da Varig no Aeroporto de Cumbica: em estudo a antecipação do leilão da companhia aérea

m avião de grande porte (Boeing 777) da Varig foi retomado no aeroporto de Nova York esta semana por uma companhia de arrendamento de aeronaves. Outros 5 pedidos devem chegar à Justiça americana na semana que vem. A Varig tentará bloquear na Justiça dos EUA os pedidos de arrestos de aeronaves. Leilão antecipado - Para evitar situações limite como esta, a consultoria Alvarez & Marsal, juntamente com a direção da Varig e com o Tribunal de Justiça do Rio, está estudando formas de antecipação do leilão da companhia, previsto para o início de julho. Além de tentar tornar disponíveis mais cedo os dados sobre a empresa (data room), avalia também a possibilidade de a venda ocorrer já em junho. Na terça-feira, a Bristol, empresa americana de arrendamento de aviões (leasing) criada por um grupo de bancos liderado pelo US Bank, chegou a transferir o 777 do hangar da Delta Airlines para o da American Airlines. A Varig nega que tenha havido reintegração de posse por-

que não foi notificada judicialmente. Segundo a Varig, a Bristol "não procurou os caminhos legais". O presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, afirma que o temor dos empregados é que a empresa pare

A Varig tem um problema de urgência urgentíssima, mas a praia, que é o leilão, está à vista Senador Jefferson Péres (PDT-AM) de operar antes que a Justiça tome alguma providência, assim como ocorreu com a Vasp e a Transbrasil. Segundo fontes ligadas à Varig, a aeronave arrestada estava parada havia três meses, sem motor, nem manutenção. Os advogados da compa-

nhia estão procurando em Nova York alguma ação judicial que caracterize o arresto, mas ainda não obtiveram sucesso. Outra empresa de leasing, a GATX está pressionando a companhia por causa de uma dívida de US$ 3 milhões pelo arrendamento de 4 aviões. Senado - Em mais uma tentativa de ganhar tempo até a realização do leilão de venda da Varig, os senadores que participam do grupo de trabalho que busca encontrar uma solução para a companhia aérea, vão pedir aos governadores que editem um decreto reconhecendo os débitos que possuem junto à empresa, referente à cobrança indevida de ICMS no passado. Com esse documento em mãos, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) está convencido de que a Varig conseguirá, junto à Justiça de NY, prorrogação do prazo para o pagamento das prestações atrasadas às empresas americanas de leasing de aviões. A dívida ultrapassa US$ 20 milhões. "A Varig tem um problema de urgência urgentíssima, mas a praia, que é o leilão, está à vista", disse Péres. (AE)

Richard Carson/Reuters

Ken Lay, fundador da Enron, e sua mulher Linda, ao deixarem ontem a corte federal, em Houston

FRAUDADORES DAENRON CONDENADOS NOS EUA

U

m júri popular condenou ontem em Houston, Texas, nos Estados Unidos, o fundador e ex-presidente da Enron, Kenneth Lay, e o ex-executivo-chefe, Jeffrey Skilling, por 26 crimes federais no episódio que levou à espetacular bancarrota da empresa, no final de 2001. As sentenças serão anunciadas no dia 11 de setembro. Se não conseguirem reverter ou limitar a decisão com os recursos que seus advogados anunciaram que apresentarão, sob a alegação de que os clientes não poderiam ter um julgamento justo em Houston, a cidade sede da Enron, Lay, de 64 anos, e Skilling, de 52, poderão passar o resto da vida na cadeia. Cada uma das acusações de que foram culpados é punível com até dez anos de prisão. O juiz federal Simeon T. Lake III, que presidiu sentenciará os dois ex-altos executivos não é conhecido por leniência. Uma das companhias-

símbolo da "nova economia" dos anos 90, a Enron nasceu como uma pequena empresa texana de gás natural e chegou a ser a sétima maior corporação empresarial dos EUA, com tentáculos no setor de energia em vários países, inclusive o Brasil. Sua estrondosa falência abriu uma era marcada pelo colapso de várias grandes corporações que cresceram rapidamente montando complicadíssimas estruturas de financiamento de seus negócios, que tinham por principal objetivo esconder informações dos acionistas e encher os bolsos de seus controladores. A bancarrota da Enron fez evaporar US$ 60 bilhões do valor acionário da empresa, US$ 2,1 bi em planos de pensão e mais de 5,6 mil empregos. Lay, o filho de um pastor protestante de Missouri que se tornou uma das figuras mais influentes de Houston e era amigo próximo da família Bush até a quebra da En-

ron, foi declarado culpado por formação de quadrilha e fraude financeira. Skilling, um ex-executivo da McKinsey, foi condenado por formação de quadrilha, fraude financeira, uso de informação privilegiada e a falsificação de documentos. Anteriormente, trinta pessoas, a maioria ex-altos funcionários da Enron, haviam sido formalmente acusadas pela promotoria federal. Destas, 24 fizeram acordos com a Justiça e forneceram as informações que serviram de base para o bem sucedido processo montado contra Lay e Skilling. A implosão da Enron e os vários escândalos que se seguiram afugentaram os investidores das bolsas, endureceram a fiscalização federal sobre transações com ações de companhias abertas e levaram o Congresso a aprovar a lei SarbanesOxley, que introduziu novos regulamentos contábeis e aumentou a responsabilidade criminal dos executivos.


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sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Imagens contundentes trazem o melhor do atual jornalismo fotográfico mundial em três mostras na cidade Lúcia Helena de Camargo

A VIDA EM FOTOS

Fotos: Word Press Photo/Divulgação

Na foto de Yannis Konnos, Abu, 7 anos, abotoa o colarinho de seu pai, Abu Kargbo, que teve os braços cortados por rebeldes, em Serra Leoa

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Mallan Ahamadu com sua hiena amestrada, Jamis, nas estradas de Abuja, Nigéria

Primeiro lugar na categoria Esportes: Donald Miralle fotografa o nadador Aaron Peirsol no GP Santa Clara MIS/Divulgação

Criança em orfanato de Goma: registro do italiano Paollo Pellegrin, fotógrafo da agência Magnum

enri Cartier-Bresson (1908-2004), fotojornalista entre os mais influentes do século 20, assim instruía seus pupilos para obter uma boa imagem: "Aproximese gentilmente, na ponta dos pés, mesmo se for uma natureza-morta. Quando objeto a ser fotografado fica inquieto, a personalidade foge para um lugar onde não pode ser encontrada; é como quando se joga uma pedra na água: devemos esperar até que as ondas passem e os peixes voltem". Com boa técnica, ótimos olhos e uma percepção fora do comum, o francês captou imagens extraordinárias ao longo da vida. Lição aprendida, os aspirantes a Bresson hoje não fazem feio, como atestam três mostras de bom fotojornalismo em cartaz na cidade. No Sesc Pompéia está a Wo rld Press Photo 2006, a exposição das fotos vencedoras do concurso anual que há 49 anos premia fotojornalistas de todo mundo. A imagem vencedora da edição 2006 foi feita pelo canadense Finbarr O’Reilly, contratado da Reuters. Mostra os pequenos dedos de uma criança sobre a boca da mãe. Registrada no Centro de Emergência de Nutrição em Tohoua, na Nigéria, é um contundente retrato da fome e da desnutrição causada por uma das piores secas que a região já sofreu. E moção - Todas tiradas no momento decisivo do qual falava Cartier-Bresson, as fotos da mostra são divididas em dez categorias, como Natureza, Notícias, Esportes, Arte e Entretenimento, Cotidiano e Esportes. Impossível não se emocionar diante da vencedora do primeiro lugar em Questões Contemporâneas: na imagem registrada pelo grego Yannis Konnos, o menino Abu, de sete anos, abotoa o colarinho de seu pai, em um abrigo no campo de am-

putados próximo à cidade que tem o irônico nome de Freetown, mas fica em Serra Leoa, dos países africanos mais problemáticos e pobres. O homem amputado é Abu Bakarr Kargbo, que teve os braços cortados por rebeldes da Frente Revolucionária Unida durante os onze anos da guerra civil, que terminou em 2004. Surreal - Também vem da África a fo t o p r e m i a d a com o primeiro lugar na categoria Retratos, de autoria do sul-africano Pieter Hugo. Quase surreal e divertida, nela vemos Mallan Galadime Ahamadu com sua hiena amestrada, Jamis, nas estradas de Abuja, Nigéria. Ele faz parte de um grupo que viaja pelo país com três hienas, duas cobras P i t ó n e q u a t ro macacos, montando números de entretenimento, vendendo ervas medicinais e produtos "mágicos". Com outro tipo de apelo, a ganhadora na categoria Série de Retratos é a foto dos semblantes consternados, na Praça de São Pedro, no Vaticano, em abril de 2005, após o anúncio da morte do papa João Paulo 2º. O autor é o italiano Paolo Pellegrin, aqui produzindo para a revista americana Newsweek. Sediada na Holanda, a organização World Press Photo este ano recebeu 83.044 imagens, enviadas por 4.448 profissionais de 122 países. O júri, composto por 63 fotógrafos profissionais de 25 nacionalidades, escolheu as 205 fotos que agora estão expostas no Sesc Pompéia. Lamentavelmente, o Brasil não tem nenhum representante entre os vencedores, nem no júri.

Magnum - No Museu da Imagem e do Som (MIS) estão expostos trabalhos dos seguidores diretos de Cartier-Bresson, que considerava sua câmara Leica uma extensão de seus olhos, e em 1947 fundou a agência Magnum junto com Robert Capa. Chamada de Off Broadway, a mostra reúne imagens dos atuais fotojornalistas da agência, como Thomas Dworzak, Alex Majoli, Paolo Pellegrin, Ilkka Uimonem, Chris Anderson e Antoine D'Agata. Os registros foram capturados em cobertura de guerras, pequenos e grandes conflitos no Afeganistão, Israel, Palestina, Estados Unidos, Iraque, Índia, Rússia e Itália. Eles expõem pela primeira vez no Brasil, mas já conhecem seu trabalho os leitores de publicações jornalísticas internacionais como National Geographic, New Yorker, The New York Times Magazine, Newsweek, Time e Paris Match. A exposição Off Brodway já esteve em cartaz em Berlim, na Mercer Gallery, nos EUA, no festival de fotografia Rencontres Internationales de Photographie, de Arles, na França. Com curadoria é de Daniela Machado de Freitas, a exibição do MIS inclui também projeções em telas, vídeo e outdoors em preto e branco. A trilha sonora que acompanha as projeções são de autoria do músico Fabio Barovero. Pen iten ci ária - Ainda no MIS, uma exposição fotográfica adentra a Casa de Detenção de São Paulo. Arquitetura da Detenção, organizada por Lucas Pupo, reúne fotos produzidas no projeto Jovens Fotógrafos, em ensaio sobre aquela que foi a maior penitenciária da América Latina. São fotografados apenas o ambiente desolador e objetos, indícios e vestígios do ambiente opressivo do cárcere. O material foi produzido em 2002 quando Pupo realizou, no presídio, o fotodocumentário Deus e o Diabo em Cima da Muralha, dirigido por Daniel Lief e Tosha, e encomendado pelo médico Dráuzio Varela. As três mostras paulistanas de fotografias contêm muitas visões diferentes do mundo, das pessoas e situações. Mas estão unidas por um caráter comum: o fotojornalismo que vai além do registro simples, e captura a essência do fotografado, seja ele uma pessoa, um animal ou o cenário de uma tragédia.

Veterano de guerra, por Martin Roemers; e o rastro de devastação do Katrina em Nova Orleáns, por Michel Appleton (abaixo) World Press Photo - Sesc Pompéia, rua Clélia, 93, Pompéia, tel.: (11) 3871-7700. Terça a sábado, das 9h30 às 20h30; domingo e feriado, das 9h30 às 19h30. Até 11 de junho. Grátis. Off Broadway - MIS, avenida Europa, 158, Jardim Europa, tel.: (11) 3062-9197. De terça a domingo, das 12h às 20h. Até 11 de junho. Grátis. Arquitetura da Detenção MIS, no Espaço Alex Vallauri. De terça a domingo, das 12h às 20h. Até 4 de junho. Grátis.


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Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

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sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

TÍTULOS BRASILEIROS SÃO PREFERIDOS DENTRE OS EMERGENTES

40,41

bilhões de reais é o superávit acumulado de janeiro a abril, ou 6,36% do PIB do período.

ECONOMIA DE R$ 19,43 BILHÕES DO SETOR PÚBLICO FOI O MELHOR RESULTADO MENSAL DESDE 1991

SUPERÁVIT RECORDE EM ABRIL Ed Ferreira/AE - 23/03/2004

B

em acima das expectativas do mercado, o setor público, composto por governo federal, estados, municípios e suas respectivas estatais, apresentou, em abril, um vultoso superávit primário de R$ 19,43 bilhões. Foi o melhor resultado mensal da série histórica divulgada pelo Banco Central (BC), iniciada em 1991. Resultado primário é a economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública e evitar que ela saia do controle. Mas o governo, em abril, conseguiu guardar dinheiro mesmo depois de contabilizar o pagamento de juros. Assim, o resultado nominal, que leva em conta todas as receitas e despesas, foi superavitário em R$ 6,553 bilhões, também o melhor da série histórica do BC. O desempenho do governo central, do qual fazem parte o governo federal, o BC e a Previdência Social, foi o destaque, com um superávit também recorde de R$ 16,31 bilhões. O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, explicou que esse resultado reflete o tradicional aumento nas receitas obtidas com o recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Física e Jurídica, além da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e do pagamento de dividendos dos bancos estatais para o Tesouro Nacional. Ele explicou, entretanto, que em maio essa sazonalidade se reverte e o resultado deverá ser

Altamir Lopes, diretor do BC: meta de 4,25% do PIB será atingida

menor do que em abril. Além de as receitas voltarem a seu ritmo normal, as despesas das três esferas de governo deverão aumentar por conta da elevação do salário mínimo para R$ 350. "Eu não vou me surpreender se o superávit de maio

for menor do que o de abril." Dentro da meta – De qualquer forma, o desempenho acumulado do ano mostra que há uma folga em relação à meta de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) fixada para 2006. De janeiro a abril, o superávit

primário somou R$ 40,41 bilhões, o correspondente a 6,36% do PIB calculado para o período. Nos últimos 12 meses encerrados em abril, o saldo positivo acumulado foi de R$ 89,9 bilhões, 4,54% do PIB. São números significativamente acima do objetivo, cujo cumprimento tem sido colocado em dúvida por alguns economistas do mercado financeiro. "Os resultados mostram que a meta de 4,25% do PIB para o setor público será cumprida", garantiu Lopes. Nos primeiros quatro meses do ano, foi cumprido um dos objetivos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que exigia que o governo federal, BC e estatais federais atingissem superávit primário de R$ 28,7 bilhões. Chegaram a R$ 30,76 bilhões. Além do governo central – O chefe do Depec destacou também o desempenho dos governos estaduais e municipais, que, em abril, tiveram, somados, superávit primário de R$ 2,05 bilhões e, no acumulado do ano, R$ 7,96 bilhões. "A despeito do ano eleitoral, os estados e municípios têm mostrado comprometimento com o saneamento fiscal. " As empresas estatais, de todas as esferas de governo registraram superávit primário de R$ 1,06 bilhão em abril. O valor é muito inferior ao obtido em março, quando somou R$ 5,49 bilhões, mas bem acima do registrado no mesmo mês do ano passado, que foi de R$ 219 milhões. (AE)

Dívida do setor público também cai O

superávit primário recorde de R$ 19,43 bilhões em abril fez a dívida líquida do setor público recuar 0,8 ponto percentual no mês passado. Com a queda, o endividamento do setor público brasileiro passou dos 51,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de março para 51% do PIB em abril. O percentual, segundo o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, é o menor desde os 50,8% do PIB de maio de 2005. No ano, a dívida líquida acumula redução de 0,5 ponto percentual. A trajetória de queda, segundo o chefe do Depec, deverá ser mantida neste mês de maio, embora em intensidade menor. "Com uma taxa de câmbio de R$ 2,40, é possível que a dívida termine maio em 50,6% do PIB", disse Lopes. A manutenção da tendência de redução seria assegurada, desta vez, pelo comportamento do câmbio. "O BC lucra com a desvalorização do real em função das operações de sw ap cambial reverso", explicou. Esse ganho acabará por gerar um nova diminuição da dívida, mesmo que o superávit primário de maio venha em nível mais baixo que o de abril. No fim do ano, a dívida líquida do setor público deverá atingir a marca dos 50% do PIB, segundo Lopes. "A projeção leva em conta o dólar cotado a R$ 2,20 no final do ano, um crescimento do PIB de 4% e uma taxa média de juros de 15,3% ao ano", explicou o economista. Neste caso, o tamanho da dívida atingiria seu menor nível desde os 49,9% do PIB

alcançado em abril de 2001. Queda livre – No segundo semestre, a velocidade da diminuição da dívida deverá se acentuar em função da redução do peso dos juros incorporados ao valor do endividamento. Em abril, o BC já registrou uma discreta queda dos valores efetivamente pagos em juros da dívida. O tamanho dessas despesas, de acordo com os dados do BC, passou dos R$ 12,899 bilhões de março para R$ 12,873 bilhões. A redução, de acordo com o chefe do Depec, só não foi maior em função da valorização de 3,8% do real ocorrida no mês passado, antes da atual oscilação negativa da moeda nacional. "A valorização fez o BC pagar cerca de R$ 2 bilhões nos contratos de swap cambial reverso", comentou Lopes. Estas despesas, de acordo com o chefe do Depec, são contabilizadas como gastos com juros do setor público. No período de janeiro a abril, os gastos com juros estão em R$ 57,048 bilhões (8,98% do PIB). Em maio, a desvalorização do real frente ao dólar fará com que o BC, em vez de despesa, venha a ter receita com as operações de swap cambial reverso. O peso dos gastos com juros sobre as contas do setor público, com isso, tenderá a ser menor que o verificado em abril. Assim, o déficit nominal do setor público acumulado em 12 meses poderá começar a se aproximar um pouco mais da projeção de 3% do PIB feita ontem pelo chefe do Depec. Em abril, o déficit estava em 3,69% do PIB, percentual já inferior aos 3,89% de março. (AE)

Títulos brasileiros são mais negociados

O

s negócios com papéis da dívida brasileira no primeiro trimestre somaram US$ 444 bilhões, um aumento de 24% em relação aos volumes registrados tanto no último trimestre de 2005, US$ 357 bilhões, como no mesmo período do ano passado, US$ 359 bilhões, informou ontem a Associação de Operadores para Mercados Emergentes (Emta, da sigla em inglês), associação que reúne instituições que transacionam ativos de países emergentes. O Brasil foi responsável por 27% do volume total com papéis da dívida emergente entre janeiro e março passados, a maior participação entre os países pesquisados. No trimestre anterior, o País havia abocanhado 26% dos negócios. No total, as transações com títulos emergentes atingiram US$ 1,631 trilhão, um aumento de 18% em relação ao último trimestre de 2005. Esse foi o maior volume de negócios com a dívida emergente desde que a Emta começou a realizar esse levantamento, em 1997. Apenas o bônus externo brasileiro com vencimento em 2040 foi responsável por US$ 143 bilhões do volume de negócios e contabilizou mais da metade (54%) de todas tran-

sações com eurobônus do País. Além disso, a pesquisa constatou um total de US$ 133 bilhões em negócios com instrumentos da dívida pública brasileira (ante os US$ 98 bilhões do trimestre anterior) e US$ 19 bilhões com eurobônus corporativos do País, ante os US$ 11 bilhões do trimestre anterior. O diretor para pesquisa de mercados emergentes do banco Goldman Sachs, Paulo Leme, disse que "o Brasil foi um dos principais destinos tanto dos fluxos dedicados como dos não-dedicados nos mercados emergentes por causa de suas taxas de juros reais elevadas, o atual ciclo de relaxamento monetário promovido pelo Banco Central, e pela especulação do mercado sobre uma maior valorização do real, pois o superávit no balanço de pagamentos continuou a subir no País nesse período". Medalha de prata– O levantamento mostrou que a dívida mexicana foi a segunda mais negociada entre os emergentes no primeiro trimestre deste ano, com um volume total de US$ 306 bilhões, o que representa um aumento de 36% em relação ao trimestre anterior. O terceiro país mais negociado foi a Argentina, com um total de US$ 122 bilhões. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

DO diretor da Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, justificando por que as grandes potências devem escolher entre renunciar às armas atômicas ou aceitar a proliferação nuclear em todo o mundo.

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MAIO

Mandel Ngan/AFP

Enquanto alguns países repetirem obstinadamente que as armas nucleares são indispensáveis para a sua segurança, outras nações vão querê-las.

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80 anos do nascimento do compositor e trompetista norte-americano Miles Davis (1926-1991)

C IÊNCIA E M

C A R T A Z

O vírus selvagem

GAL Gal Costa (foto) canta músicas do álbum Hoje, lançado no ano passado. Citibank Hall. Avenida Jamaris, 213. Telefone: 6846-6040. 22h. R$ 40 a R$ 80.

M ÍDIA

Jornalismo, peça de museu Jornalista por um dia. Essa é a proposta do Newseum, um grande museu que será inaugurado em 2007 entre a Casa Branca e o Capitólio, para seus futuros visitantes. O museu, uma enorme estrutura de cimento armado cujo nome é um trocadilho em inglês entre as palavras "news" (notícias) e "museum" (museu), é a continuação de uma instalação anterior que ficava em Arlington, e que fechou em 2002. Na nova sede, ao longo de 12 galerias, o "repórtervisitante" viverá experiências como a de apresentar a previsão

do tempo, narrar uma notícia diante das câmeras e repassar os destaques do dia na abertura de um telejornal. O museu também apresenta a evolução histórica do jornalismo desde Guttenberg. No exterior uma gravura de mais de 20 metros com as 45 palavras da primeira emenda da Constituição americana, que defende a liberdade de expressão, de imprensa e de religião. A construção terá um custo total de US$ 435 milhões, financiados na maior parte pela empresa Freedom Forum.

Cientistas localizam na África a origem da infecção do HIV em humanos

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inte e cinco anos após os primeiros casos de aids virem a público, c i e n t i s t a s c o n f i rmam que o vírus HIV que atinge os humanos realmente veio dos chimpanzés selvagens, naturais de Camarões. Cientistas mergulharam as selvas para recolher as fezes de macacos selvagens – 1.300 amostras ao todo. Antes disso, foram necessários sete anos de pesquisa só para desenvolver os exames capazes de rastrear geneticamente a versão primata do vírus em chimpanzés vivos, mas sem ferir os animais. Até agora, "ninguém tinha sido capaz de procurar. Ninguém tinha as ferramentas", disse a cientista Beatrice Hahn, da Universidade do Alabama em Birmingham. Ela liderou a equipe de pesquisadores que informa o sucesso da pesquisa na edição de hoje da revista Science. "Não temos uma cura. Não temos

Copa

uma vacina. Mas sabemos de onde veio. Pelo menos podemos tirar essa questão da lista". Cientistas sabem há tempos que os primatas não-humanos carregam sua própria versão do vírus da aids, conhecido como SIV, ou vírus da imunodeficiência dos símios. Mas, com uma única exceção o SIV só havia sido encontrado em chimpanzés em cativeiro, particularmente numa subespécie que, na natureza, habita principalmente a África Ocidental. Não se sabia o quanto o vírus seria freqüente nos chimpanzés silvestres, ou qual a diversidade genética e geográfica do SIV, o que tornava difícil definir em que ponto teria ocorrido o salto do macaco para o homem. A equipe de Hahn testou fezes de chimpanzé para anticorpos do SIV, descobrindo-os numa subespécie chamada Pan troglodytes troglodytes, no sul de Camarões.

Os cientistas descobriram comunidades com até 35% de taxa de infecção, e outras sem nenhum indivíduo contaminado. Todos os macacos infectados tinham um padrão genético comum, que indica um ancestral comum. O primeiro humano infectado, até onde se sabe, foi um homem de Kinshasa, do Congo, que teve uma amostra do sangue guardada em 1959 para um estudo médico, décadas antes que os cientistas soubessem da existência do HIV. Presume-se que alguém, em Camarões, foi mordido por um chimpanzé ou cortou-se ao matar um, infectando-se com o vírus símio. Essa pessoa teria passado o vírus para outra, e assim por diante. Em algum momento dessa disseminação, o vírus se tornou mais letal para seres humanos do que para chimpanzés - mesmo os macacos infectados raramente são incomodados pelo SIV. (AE)

O "espião" brasileiro Jairo dos Santos vai assistir aos três próximos jogos da Croácia. Carlos Alberto Parreira quer detalhes sobre o desempenho do adversário de estréia da seleção, dia 13 de junho, em Berlim.

Wander Roberto/Gazeta Press/AE

Albari Rosa/Gazeta do Povo/AE

www.newseum.org

A RTE

S OCIEDADE

Comunidades invisíveis As comunidades indígenas tenderão a desaparecer ao serem "invisíveis" para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, segundo um estudo publicado ontem pela revista científica britânica The Lancet. Os pesquisadores denunciam que as necessidades de saúde desses grupos - que constituem 6% da população mundial - foram ignoradas nesses objetivos e que a esperança de vida é muito menor para os indígenas, que também estão mais sujeitos a problemas como falta de acesso a ambulatórios e educação sanitária, nos países em desenvolvimento ou a alcoolismo, suicídios e drogas em países desenvolvidos. T URISMO

Google, estratégia publicitária O Ministério do Turismo vai investir R$ 100 mil por mês em links patrocinados do Google para divulgar o Brasil no exterior e estimular a visitação ao Portal Brasileiro de Turismo. A campanha teve início este mês e, entre os dias 1º e 19, resultou 71 mil cliques provenientes das aparições de links no buscador. Argentina e Reino Unido são as principais origens desses cliques. Mas Alemanha, Chile, Colômbia, EUA, Espanha, Itália, França, Paraguai, Peru, Reino Unido, Portugal, Uruguai e Venezuela também visualizam os links. A RGENTINA

Paulo Whitaker/Reuters

Gustavo Muñoz/AFP

L

Jorge Gontijo/Estado de Minas/AE

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O quadro Raízes, da mexicana Frida Kahlo, bateu ontem o recorde pago por uma obra de arte de um artista latino-americano ao ser vendido por US$ 5,6 milhões em um leilão da Sotheby's, em Nova York. O recorde, até então, era de US$ 5 milhões, pagos por Auto-retrato, também de Frida, em 2000.

Valery Hache/AFP

A 'cara' de Bob Dylan Após viver a rainha Elizabeth e Katharine Hepburn, a atriz Cate Blanchett, 37, interpretará mais uma grande personalidade: Bob Dylan. Cate é um dos sete artistas que viverão Dylan em várias fases de sua carreira em I'm Not There, filme biográfico que deve estrear em 2007. Ela interpretará um aspecto específico da personalidade de Dylan, dando vida a um cantor e compositor andrógino chamado Jude.

Sandálias pós-Havaianas

Um portal para a cidadania

As sandálias Dopie, do escritório de design Studiohead, buscam a máxima simplicidade. Exemplo de objeto futurista: concebido, desenhado, modelado e materializado por computador. A sandália é moldada em uma única peça, o solado se dobra para formar o apoio para os dedos. Sem preço definido.

O portal do cidadão do Estado de São Paulo reúne uma série de serviços. Informações e até mesmo a obtenção de alguns documentos podem ser conseguidas diretamente no site. IPVA e licenciamento, documentos como RG e CPF, contas e impostos como água, luz e telefone, boletim eletrônico de ocorrência, achados e perdidos, defesa civil e atestado de antecedentes são alguns deles. A busca pode ser realizada por órgão responsável, pelo tipo de serviço ou por temas.

http://www.studiohead.com

Leia mais na página 12.

C ELEBRIDADES

B RAZIL COM Z

Para além do PCC jornal norte-americano The Christian Science Monitorpublicou ontem uma reportagem em que aponta a possibilidade de São Paulo se transformar numa das principais cidades do mundo para investidores. "Apesar da violência, muitos enxergam a cidade brasileira como um dos locais mais promissores do mundo". A reportagem ouviu o dono da construtora Grosvernor Group, o Duque de Westminster, o homem mais rico da Grã-Bretanha, que é cate-

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A TÉ LOGO

górico em classificar São Paulo, Xangai e o corredor entre San Diego e Los Angeles como os melhores locais para investimentos neste século. "As favelas mostram sinais de mudança e as chances são de que a topografia da cidade adquira um formato mais estruturado, precipitando um processo natural de regeneração ajudado por investimentos externos", diz um relatório da construtora. Os investidores estariam sendo atraídos pela "estabilidade na economia" e a "lenta mas gradual

queda das taxas de juros". O jornal ouviu urbanistas paulistas reconhecidos, como Candido Malta Campos, Nabil Bonduki e o secretário do Planejamento Francisco Vidal Luna. "Não se podem ignorar as questões relativas à segurança. Mas as decisões sobre propriedades não são afetadas por isso. Considerando-se que em São Paulo os serviços estão melhorando, a terra é barata e há estabilidade financeira, pode-se ver que nosso momento está chegando", disse Luna ao jornal.

Jackson fará nova "Terra do Nunca" Em uma entrevista para o jornal inglês Daily Mirror, Michael Jackson afirmou que planeja se mudar para Londres, onde quer construir uma nova Neverland, nome do rancho que o cantor norte-americano construiu na Califórnia. "Estou aqui em Londres para negócios por alguns dias. Este lugar me encanta", declarou Jackson. "Estou procurando um lugar aqui para viver. Sempre gostei da Grã-Bretanha e adoro os fãs", acrescentou. O rancho Neverland, na Califórnia, foi fechado em março deste ano devido a acusações de funcionários de que Jackson atrasava os salários e não lhes fornecia seguro.

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L OTERIAS

Cientistas da Inglaterra e dos EUA dizem que é possível criar o 'manto de invisibilidade' 95% de todas as florestas tropicais do planeta são exploradas e estão desprotegidas

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www.cidadao.sp.gov.br

preferência dos suíços. Ronaldinho foi o jogador mais aplaudido no treino de ontem em Weggis, inclusive pelos fãs que assistiram tudo de fora do estádio, sem pagar ingresso. Após o treino, o goleiro Rogério Ceni escolheu o garoto Kevin para entregar seu par de luvas.

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F AVORITOS

CENTRO DAS ATENÇÕES – Ronaldinho Gaúcho desbancou ontem o xará Ronaldo na

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G @DGET DU JOUR

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Timothy A. Clairy/AFP

C INEMA

Boneco de pingüim na Plaza de Mayo comemorava ontem os 3 anos do governo do presidente "pingüim" Néstor Kirchner. As 100 mil pessoas que estavam no evento apoiam Kirchner para a eleição em 2007.

Médicos espanhóis realizaram transplante de seis órgãos em uma menina de 18 meses

Concurso 1605 da QUINA 11

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sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Tr i b u t o s Imóveis Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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RISCO BRASILEIRO RECUOU PARA 270 PONTOS-BASE

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investidores procuraram, em 2005, o ombudsman da Bovespa para pedir informações e reclamar.

CRESCIMENTO MENOR QUE O ESPERADO DOS EUA E AJUSTE DE PREÇOS DETERMINARAM VALORIZAÇÃO

BOVESPA REAGE E TEM ALTA DE 4,96% Alex Wong/Getty Images/AFP

A

pós seis quedas consecutivas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aproveitou o cenário externo favorável e fechou ontem em alta de 4,96%, com Ibovespa (principal indicador do mercado brasileiro de ações) nos 37.569 pontos. Foi o maior ganho diário da bolsa paulista desde maio de 2004. O mercado acionário nacional aproveitou a divulgação de bons indicadores da economia americana para reduzir as perdas acumuladas nas últimas semanas, ajustando os preços de ações que ficaram muito defasados. Para se ter uma idéia, desde o último dia 10 de maio, quando o aumento dos juros nos Estados Unidos iniciou um período de turbulência nos mercados internacionais, a Bovespa só havia registrado um fechamento positivo. De 9 de maio até ontem, as perdas da bolsa somam 10,5%. O mercado de ações também acompanhou a recuperação das bolsas mundiais, que respiraram mais aliviadas. A melhora generalizada foi motivada pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Segundo dados oficiais, a economia americana cresceu 5,3% no primeiro trimestre, bem acima da expansão de 1,7% registrada no quarto trimestre de 2005, mas abaixo das previsões dos analistas, que oscilavam entre 5,7% e 5,8% (leia mais sobre o assunto em reportagem nesta página).

Alerta — Se a economia americana está crescendo menos do que se imaginava, é provável que diminua a necessidade de aumento de juros. Mas analistas alertam, contudo, que o período de volatilidade ainda não acabou, e que as dúvidas sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos devem continuar pelo menos até a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) no próximo dia 31. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem acreditar que a turbulência está se dissipando sem afetar o Brasil, graças à situação favorável das contas externas do País. "Já estamos caminhando para a normalidade. Foi um teste para o Brasil, com a demonstração de que o País está sólido." Mantega afirmou que, desde o princípio, achou que a turbulência seria passageira e que não afetaria o Brasil de forma importante. "Quem tem de se preocupar neste momento é quem tem falta de moeda forte. Nós temos sobra", avaliou. As altas foram generalizadas ontem nas principais bolsas mundiais. Na Bolsa de Valores de Nova York, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,84% e o Nasdaq subiu 1,34%. Os indicadores americanos favoreceram as bolsas européias, com destaque para Londres (alta de 0,76%), Paris (1,63%) e Frankfurt (2,13%). Na Ásia, Tóquio destoou, com queda de 1,3%. (Agências)

DÓLAR Moeda despenca 4,54%

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dólar comercial fechou ontem em queda de 4,54%, vendido a R$ 2,294. Foi a maior desvalorização diária desde agosto de 2002. Na quarta-feira, o dólar havia subido 4,76% e encerrado os negócios a R$ 2,40. O mercado de câmbio brasileiro aproveitou a divulgação de bons indicadores da economia americana — como o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo das expectativas — para ajustar as cotações depois da turbulência do início desta semana. Desde 10 de maio, quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) elevou a taxa de juros sem descartar novos aumentos, ontem foi a terceira vez em que o dólar terminou o dia em queda. No último dia 9, a moeda americana valia R$ 2,06. Com o fechamento de ontem, acumula alta de 11,26% no período.

Vaivém — O mercado cambial foi novamente marcado por volatilidade. Na máxima do dia, o dólar atingiu R$ 2,356 e, na mínima, foi a R$ 2,284. De acordo com analistas, mesmo com as incertezas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos, o tom mais otimista dos mercados externos permitiu que o dólar corrigisse o exagero das sessões anteriores. O riscoBrasil operava em queda de 3,91% no fim da tarde de ontem, em 270 pontos-base. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, lamentou ontem a queda do dólar, que na quarta-feira chegou a R$ 2,40. Na avaliação dele, a elevação da moeda americana no início da semana é o aspecto positivo da turbulência externa que agitou os mercados financeiros. Mantega, no entanto, evitou fazer estimativa de qual seria um patamar ideal para a taxa de câmbio no Brasil. (AG)

Reclamações na Bolsa

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ombudsman da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Joubert Rovai, divulgou ontem o balanço referente a 2005, com o registro de 926 investidores que procuraram a ouvidoria. Em relação a 2004, o número de ocorrências caiu 18,1%. No ano passado, a Bovespa recebeu reclamações (226), pedidos de esclarecimento de dúvidas (224), solicitações de informação (429) e sugestões (37). Rovai afirmou que uma parte considerável das reclamações de 2005 foram motivadas por fatores não administrados pela Bovespa. "Muitos investidores questionam, por exemplo, os moti-

vos da queda de uma ação, querem saber por que a bolsa não retirou determinado papel de negociação", informou, ressaltando que todos esses contatos são computados nos relatórios da ouvidoria. Na avaliação do ombudsman da Bovespa, desconhecimento das regras do mercado de ações e do funcionamento da bolsa de valores é o responsável pela maior parte das reclamações que recebe dos investidores. Em especial os pequenos, que aplicam as economias em ações principalmente por meio do home broker, sistema de negociação de ações pela internet da Bovespa. Davi Franzon

Bernanke: política de olho no futuro

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Sebastian D'Souza/AFP

Ben Bernanke (no alto), presidente do banco central americano, escreveu sobre a economia do país. À esquerda, operador acompanha mercados em dia de recuperação dos ativos.

PIB americano cresce 5,3%

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Departamento do Comércio dos Estados Unidos anunciou ontem a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre deste ano para uma taxa anualizada de 5,3%. A estimativa anterior indicava crescimento de 4,8%. A mediana das previsões de 23 analistas econômicos era de taxa de expansão de 5,8%. O fato de o PIB ter crescido menos do que o esperado favoreceu a recuperação dos mercados financeiros (leia reportagens nesta página). O indicador ajuda a reduzir as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) elevar o juro para conter avanço indesejado da economia. O Departamento do Comércio informou também que os lucros das empresas cresceram 8,8% no primeiro trimestre, depois de terem obtido resultados 13,8% maiores no quarto trimestre do ano passado. Enquanto isso, o índice revisado de preços para os gastos com consumo pessoal (conhe-

cido pela sigla PCE) no primeiro trimestre subiu 2%, a mesma taxa da previsão anterior. O índice de preços das compras domésticas brutas, que reflete os preços pagos pelos residentes nos EUA, subiu 2,8%, acima da estimativa anterior de aumento de 2,7%, mas abaixo da alta de 3,7% do quarto trimestre de 2005. Desemprego — Também foram divulgados ontem dados relativos ao seguro-desemprego no país. O número de pedidos caiu 40 mil na semana que terminou em 20 de maio, para o nível sazonalmente ajustado de 329 mil. Analistas previam queda de 52 mil e patamar sazonal ajustado de 315 mil. A quantidade de requisições se manteve próxima a 300 mil no período de janeiro a abril. A média em quatro semanas subiu na semana passada 3.250, para 337 mil. O número de novos pedidos para o período de sete dias terminado em 13 de maio foi revisado para 369 mil, de 367 mil no período anterior. Na sema-

na passada, a elevação nos pedidos resultante do fechamento de postos do governo em Porto Rico elevaram em cerca de 50 mil as requisições, em base sazonalmente ajustada. O número de trabalhadores que recebem o benefício há mais de uma semana subiu 38 mil até 13 de maio, dado mais recente, para 2,420 milhões. A taxa de desemprego entre trabalhadores que recebem o benefício esteve em 1,9% na mesma semana, acima da taxa de 1,8% no período anterior. Imóveis — A Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos Estados Unidos informou que o indicador de vendas de unidades residenciais usadas em abril apresentou queda de 2%, para uma média anualizada de 6,76 milhões. A previsão dos economistas era de queda de 2,5%. Os dados econômicos divulgados ontem influenciaram a alta do preço do petróleo. Na Nymex, os contratos com entrega em julho subiram para US$ 71,35 o barril. (Agências)

Bradesco quer ampliar rede Prime

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Bradesco planeja ampliar, em 2006, sua carteira de clientes Prime, aqueles que, segundo o banco, têm renda média mensal acima de R$ 4 mil ou R$ 50 mil em aplicações financeiras na instituição. O maior banco privado brasileiro prevê a abertura de mais 15 agências Prime até dezembro. Um espaço de atendimento criado exclusivamente para esse público, que está longe de parecer uma agência bancária. "O mercado vem disputando cada vez mais esse cliente, também conhecido como afluente, que, por ter renda maior, é um comprador em potencial de produtos como previdência privada, cartões de crédito ou crédito imobiliário, segmento no qual o Bradesco tem uma meta para este ano de R$ 2 bilhões", diz Maria Eliza Sganserla, diretora departa-

mental da operação no Brasil do Bradesco Prime. Hoje, o Bradesco tem espalhados pelo País 202 desses espaços diferenciados, responsáveis pelo atendimento dos 300 mil clientes incluídos na categoria Prime. Com a ampliação da rede de atendimento, o banco espera engordar sua carteira em 100 mil novos clientes, do próprio banco e vindos da concorrência, encerrando o ano com 400 mil. Divisão — O Bradesco Prime foi criado em 2003, um ano depois de o Bradesco dar início a seu processo de segmentação de clientes. O novo espaço de atendimento abrigou os clientes com maior renda do banco Mercantil, comprado pelo Bradesco naquele ano. Movimento que se intensificou, ainda em 2003, com a compra do Banco Bilbao Viscaya (BBV), que também passou pelo pro-

cesso de segmentação. Na mesma categoria foram incluídos, gradativamente, os clientes do Banco do Estado do Maranhão (BEM), incorporado ao grupo Bradesco em 2004, e, mais recentemente, os do Banco do Estado do Ceará, que o Bradesco levou para casa no final do ano de 2005. "Com necessidades especiais, diferenciadas, esse cliente tem de ser trabalhado também de forma diferenciada. Assim, o que se fez foi levá-lo para sua faixa de renda", diz Maria Eliza. Além do espaço único, os clientes Prime do Bradesco contam com produtos exclusivos. "São 17 fundos de investimento entre renda fixa, variável e multimercados. Têm, ainda, serviços diferenciados com taxas menores, em especial nas operações de crédito", completa a executiva. Roseli Lopes

Comitê Conjunto de E c o n o m i a d o C o ngresso dos Estados Unidos divulgou ontem uma carta do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Ben Bernanke, datada de anteontem, em resposta a perguntas enviadas por escrito pelo presidente do comitê, deputado Jim Saxton. Na carta, Bernanke diz que "a política monetária precisa olhar para o futuro e depende da melhor avaliação que o Fed pode fazer sobre as perspectivas da economia, tal como inferidas de informações econômicas e financeiras". Indagado sobre as críticas ao regime de metas de inflação, o presidente do Fed disse que "as críticas parecem questionáveis, tendo em vista os muitos ajustes e exceções usados no sistema de metas de inflação". "Por exemplo, bandas numéricas, em vez de estimativas pontuais, são normalmente usadas como metas da política pelos países que implementaram o sistema com sucesso. De maneira simular, metas plurianuais freqüentemente são empregadas. Os índices de inflação normalmente usados são ajustados para componentes voláteis e outros fatores. Na prática, todos os países que adotaram o regime de metas de inflação usaram um ponto de vista flexível na implementação da política monetária. Isso não sugere que o sistema de metas de inflação é flexível?" Objetivos — Ainda sobre o regime de metas inflacionárias, Bernanke escreveu que "os objetivos são fixados para alguma data no futuro, em reconhecimento do fato de que a política monetária afeta a economia apenas com uma demora considerável". "Alguns bancos centrais que usam o sistema de metas inflacionárias estabelecem metas plurianuais, enquanto outros estabelecem a política de modo a manter suas projeções de inflação num certo horizonte próximo da meta; outros visam manter a inflação próxima da meta na média, ao longo de um ciclo." Indagado sobre o papel dos preços dos ativos em uma política monetária focada na estabilidade de preços, se o Fed deve ou não reagir a "bolhas" de ativos e se existe "risco moral" associado a reações como essa, Bernanke respondeu que um banco central "deve levar em conta todos os fatores que influenciam a perspectiva econômica (...) e não pode ignorar movimentos nos preços de ações, imóveis e outros ativos, mas deve reagir a eles somente na medida em que têm implicações para a produção e a inflação no futuro". A respeito das vantagens do índice de preços dos gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos em relação ao índice de preços ao consumidor (CPI), o presidente do Fed disse que "embora o PCE geralmente se mova aproximadamente em linha com o CPI (...), ele tem, de fato, algumas vantagens como medida da inflação". "O índice PCE é construído a partir de uma fórmula que reflete a composição variável dos gastos, evitando, portanto, algumas das distorções para cima associadas com a natureza de pesos fixos que está na composição do CPI." (AE)


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GUY SORMAN

OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

tiracolo equipes oficiais de tv e rádio que no mesmo dia ocupam enormes espaços, numa campanha de reeleição não confessada que começou no dia 1º. de janeiro de 2003.

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

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Eu não tinha nenhuma intenção de evocar a situação do mundo árabe em solo islâmico, especialmente em Riad, capital da Arábia Saudita. Mas este reino é rico em surpresas de todos os tipos: é permitido se exprimir em certos círculos e certos meios de comunicação com uma liberdade de tom relativo e mais direto do que em outros países da região. Na Arábia Saudita e nos estados do Golfo o petróleo abundante e o aumento da corrida energética mascaram a falta de desenvolvimento. Porém, ninguém acredita mais que a pobreza é causada pelo imperialismo ocidental.

questão veio do fundo de uma sala, no último instante de uma conferência que dediquei à comparação das estratégias de desenvolvimento da Índia e da China, um tema na moda e importante. Na Livraria do Rei Fahd, local famoso de debates em Riad, eu acabava de expor minha tese sobre a relação entre desenvolvimento e democracia: o crescimento chinês é rápido, mas incerto, já o desenvolvimento indiano é mais lento, entretanto mais previsível. Eu não tinha nenhuma intenção de evocar a situação do mundo árabe em solo islâmico, especialmente a capital da Arábia Saudita. Mas este reino é rico em surpresas de todos os tipos. Antes de mais nada, é permitido se exprimir em certos círculos e certos meios de comunicação com uma liberdade de tom relativo e mais direto do que em outros países da região, como o Egito ou, pior ainda, a Síria. Aqui, o debate é permitido sob a condição de não negar a identidade muçulmana do país nem a monarquia saudita. Sobre o apartheid a que são submetidas as mulheres? Sim, se pode discutir: os sauditas exprimem de boa vontade suas divergências em relação ao uso do véu (costume muito mais regional, tribal, do que muçulmano), sobre a proibição de que as mulheres dirijam ou exerçam algumas profissões. Muitas vezes já me fizeram observar que na Arábia as mulheres representam 55% das pessoas com diplomas universitários, e apenas 5% dos assalariados. A controvérsia da semana é precisamente sobre isso: o ministro do Trabalho concedeu às mulheres a autorização para se tornarem vendedoras em lojas de lingerie feminina. O Mufti, autoridade religiosa suprema do islamismo, se opôs. Seu argumento? Essas lojas se encontram nos centros comerciais onde trabalham os homens e, assim, a proibição da convivência mista seria violada. Mas os editoriais da imprensa local protestam contra a estreiteza de espírito do Mufti. Enquanto isso, as sauditas compram suas lingeries de vendedores filipinos ou indianos. E esses paradoxos não escapam aos sauditas. as, voltemos à questão sobre a pobreza. O mundo árabe testemunha bem em volta de si a emergência da Ásia, em especial dos seus países muçulmanos, como a Malásia e, em parte, a Índia. Na Arábia Saudita e nos estados do Golfo o petróleo abundante e o aumento da corrida energética mascaram a falta de desenvolvimento, mas ninguém se ilude; se por ventura o petróleo não encontrar mais compradores, o país retornará ao deserto. Assim, a questão do desenvolvimento sustentado, durável, diversificado, assombra os espíritos - com ou sem petróleo - do Marrocos à Arábia. À questão da pobreza, alguns responderiam há 20 ou 30 anos tanto na Europa como no mundo árabe - que sua causa era o imperialismo ocidental; mas ninguém no mundo árabe acredita mais nessas escapadelas marxistas. Reina entre os islâ-

G Atribuir a

pobreza do mundo árabe ao Islã seria tomar o efeito como causa. G O nacionalismo

micos uma quase unanimidade em relação à economia de mercado e à globalização; ambas se inscrevem muito bem, há tempos, na civilização árabe, que sempre foi comerciante e viajante. Por que então essa tradição não se transformou numa globalização baseada sobre esses mesmos princípios? (Com a exceção marcante de Dubai.) Seria o Islã a causa? Sinceramente, não creio.

e o socialismo destruíram essas ão é na leitura do Corão que se descubrirá sociedades e o as razões da pobreza nem as causas reais povo desesperado da violência propagada pelos islâmicos se voltou para uma radicais. Eu não diria isso em Riad para agradar outra solução, o meus anfitriões, mas porque esta é a realidade Islã político. histórica: o subdesenvolvimento do mundo ára-

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G Certos tiranos,

como Mubarak, realizam privatizações em benefício próprio, destruindo a reputação do liberalismo.

be está ancorado na história do século 20, não do século 7. O nacionalismo e o socialismo soviético, duas ideologias ocidentais e contemporâneas, destruíram o salto econômico do mundo árabe. Até os anos 50, Egito, Síria e Iraque pareciam engajados numa trajetória histórica comparável à de todas as economias emergentes. A vida cultural no Egito e na Síria era fecunda, a atmosfera das cidades mais liberal, a imprensa e as universidades eram abertas para o mundo. Mas a combinação de nacionalismo e socialismo representada por Nasser no Egito e pelo partido Baath na Síria e no Iraque representou um golpe talvez mortal nesta parte do mundo islâmico. Em nome da dignidade nacional recuperada? Certamente. Mas, infelizmente, também em nome da eficácia que se buscava do lado da União Soviética. Os empresários, os intelectuais, os estrangeiros foram expulsos. A economia, nacionalizada. Conhecemos o resultado. obre o que restou, ninguém pode reconstruir facilmente. As tiranias perduram no mundo árabe, se tornando hereditárias (exceto sob intervenção americana). O Estado de Direito é sempre adiado para amanhã. As economias se privatizam um pouco, mas lentamente, e freqüentemente em benefício do déspota, mais dotado para a pilhagem do que para os investimentos. Atribuir a pobreza do mundo árabe ao Islã seria tomar o efeito como causa. É porque o nacionalismo e o socialismo destruíram essas sociedades que o povo desesperado se voltou para uma outra solução, o Islã político. Fator agravante: o fato de que certos tiranos como Mubarak, em nome da economia de mercado, realizam privatizações em benefício próprio, destruindo a reputação do liberalismo. Meu auditório saudita, em sua maioria de tendência liberal, pareceu aprovar minha hipótese; alguns islâmicos presentes não me contradisseram. Mas esta é uma outra história.

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NEIL FERREIRA TÁ LÁ UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

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Audi A8 do sheik de AbuDhabi feito em prata

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emos duas notícias, uma ruim e uma péssima. As pesquisas CNT/Sensus e Datafolha dão o Lulla da Çilva ganhando a eleição já no primeiro turno, com ou sem candidatura do PMDB, com 40% a 45% das intenções de voto e com variações irrelevantes entre um instituto e outro. Em relação às pesquisas anteriores, Lulla da Çilva subiu um pouquinho, Alckmin caiu um pouquinho, Garotinho caiu bastante, Heloisa Helena afiou mais ainda a sua peixeira. Essa a notícia ruim.

Por que os árabes são pobres?

TRADUÇÃO: HECI REGINA CANDIANI

Alckmin foi quem mais perdeu, sua candidatura foi alvejada pelas balas disparadas em todos os lados do conflito A notícia péssima é que Alckmin além de ter estagnado e encarar a curva descendente, cresceu de maneira impressionante no quesito rejeição. Dá até para duvidar que um candidato com 11% de rejeição, a menor de todas, pulasse para entre 45% e 50% em um mês, sem ter programa de tv polêmico, sem ter feito declarações explosivas, só aparecendo em espaços modestos da mídia impressa. Mas quem sou eu para duvidar de institutos tão sérios e experientes, o que eu posso discutir é que eles estão registrando o efeito e eu posso tentar enxergar a causa. Abrindo um parênteses, o efeito tem que ter causa, efeito sem causa é milagre e eu não acredito em milagre. Fechando. claro que cada um pode achar a causa que mais lhe apetecer. Por exemplo, o pequeno crescimento de Lulla da Çilva. É melhor crescer pouco do que estagnar ou despencar. Esse pequeno crescimento é quase um milagre quando se leva em conta a propaganda biliardária do governo e as intermináveis viagens do AeroLulla, inaugurando galpão de loja e buraco novo de estrada, levando a

É

as qual causa explicaria a queda de Alckmin e o aumento brutal da sua rejeição, a se acreditar nos números dos institutos ? Eu tenho a minha teoria da conspiração, que reparto com você, sem esperar ser acreditado. Vamos fazer uma pequena volta no tempo e relembrar uma palavra de ordem incendiária. Há pouco tempo, Stédile e Rainha, cartolas do MST, gritaram para suas massas "Agora é guerra!" Logo depois, o "professor" João Felício, cartola da CUT, gritou para suas massas "Agora é guerra !". Em seguida, Berzoini, Ideli Salvati, o mensaleiro confesso "professor" Luizinho e outros cartolas do PT gritaram para suas massas, em recente encontro nacional do partido, "Agora é guerra!" Aí, por uma incrível coincidência, o PCC começou a sua terrível guerra contra São Paulo, que além das dezenas de rebeliões em presídios, centenas de ataques a instalações e equipamentos da polícia, deixou um número ainda indefinido de mortos, entre cento e quarenta e cento e sessenta. sobrou um corpo estendido no chão, fora os cento e quarenta ou cento e sessenta que passaram pelo IML. É o corpo da candidatura Alckmin que já está sendo devidamente autopsiado pelos especialistas forenses que ocupam espaços no rádio e tv, apresentados como "cientistas políticos". Alckmin foi quem mais perdeu, sua candidatura foi alvejada por todas as balas disparadas em todos os lados do conflito. E quem ganhou, a quem aproveitou o crime, e não foram apenas sessenta aparelhos de tv de plasma? Olhe as pesquisas, está lá com todas as letras. Você pode perguntar de onde eu tirei que essa ação do PCC teve uma, digamos, "vontade política" apertando seus gatilhos e atirando coquetéis molotov em mais de cem ônibus. Num documento manuscrito do PCC, capturado pela Polícia Federal, encaminhado ao ministro Thomaz Bastos e vazado à imprensa pelo blog do Josias, dando a ordem para iniciar o combate e terminando com uma recomendação de voto no PT. Você tem todo o direito de me achar paranóico, sou mesmo. Nada impede um paranóico de ser verdadeiramente perseguido. E que las hay, las hay.

E

NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO NEIL_FERREIRA@UOL.COM.BR

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sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

LAZER - 1

CRIADOR

A LUTA PELO PODER Tragédia de Shakespeare em nova versão no Teatro Faap Pricila Prade

RAIO X DE SHAKESPEARE

O

No palco, uma aposta na linguagem coloquial sem perder a poesia

Ricardo III vê o mundo de uma forma irônica, grotescamente cômica. É uma peça de humor negro.

Sérgio Roveri

(Marco Ricca)

U

ma semana após a estréia de Ricardo III no Teatro Ágora, uma nova versão da tragédia escrita em 1593 por William Shakespeare entra em cartaz amanhã no Teatro Faap. E, neste caso, uma nova versão pode ser sinônimo de prováveis grandes diferenças entre os dois espetáculos. Jô Soares, que dirige a montagem da Faap, despendeu oito meses em uma nova tradução do clássico shakespeariano, que reduziu para 23 os 48 personagens originais da trama. Assinar uma nova tradução e a posterior adaptação foi a exigência feita pelo apresentador para aceitar dirigir a peça que traz Marco Ricca, Denise Fraga e Glória Menezes à frente de um elenco de 15 atores. "O principal desafio da tradução foi preservar a poesia de Shakespeare dentro de uma linguagem mais coloquial", diz Jô Soares. "O trabalho do diretor, na minha opinião, começa quando eu leio o primeiro diálogo da peça. Eu não gostaria de dirigir um texto em que os personagens se tratassem por tu e vós". A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo aproveita a estréia de Ricardo III para lançar a tradução de Jô Soares em um livro ilustrado com imagens dos ensaios, dos cenários e figurinos do espetáculo. Ricardo III figura entre as peças históricas mais importantes de Shakespeare por uma razão à primeira vista corriqueira, mas robusta a ponto de atravessar séculos e contaminar civilizações inteiras: seu tema central é a luta pelo poder e o cenário abjeto no qual ela se desenrola. No Brasil das CPIs, do mensalão e da absolvição quase generalizada dos parlamentares acusados de corrupção, Ricardo III, o nobre que corrompeu, subornou e por fim exterminou membros da própria família para chegar ao trono, parece assumir, com seu aleijão físico e sua insignificante estatura moral, a forma de todas as corrupções que aproximam a Brasília do século 21 da sangrenta Londres do século 15. "É inegável que existem coincidências entre o Brasil de hoje e o universo degradante em que transcorre a tragédia shakespeariana", diz o ator Marco Ricca, que vive Ricardo III na montagem na Faap (no Ágora, o vilão é interpretado por Celso Frateschi). "Mas quando se discute Shakespeare, não está se falando de política partidária momentânea. O autor está discorrendo sobre as virtudes e os defeitos do ser humano, algo bem maior do que este momento que estamos vivendo".

dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare é considerado por muitos, o mais importante autor da língua inglesa e um dos mais influentes do mundo ocidental . Até hoje seus textos e temas permaneceram vivos, sendo revisitados com freqüência pelo teatro, televisão, cinema e literatura. Embora a sua data de nascimento seja desconhecida, admite-se a de 23 de abril de 1564 com base no registro de seu batizado, a 26 do mesmo mês, devido ao costume, à época, de se batizarem as crianças três dias após o nascimento. Começou a escrever a sua primeira peça, A Comédia dos Erros, em 1590 e terminou de escrevê-la quatro anos depois, época em que ingressou na Companhia de Teatro de Lord Chamberlain. Desde então escreveu mais de trinta e oito peças, divididas entre comédias (O Mercador de Veneza, A Megera Domada, Sonho de uma noite de verão), tragédias (Romeu e Julieta, Julio César, Macbeth, Otelo e Hamlet) e peças históricas. Escreveu, além disso, 154 sonetos e vários poemas de maior dimensão. Grande parte de suas peças foi escrita entre 1590 e 1611. Até hoje são encenadas com sucesso. Por volta de 1611, ele aposentou-se em Stratford, onde havia estabelecido sua família. William Shakespeare faleceu em 23 de abril de 1616, de causa ainda não identificada pelos historiadores.

FILME

Marco Ricca interpreta Ricardo III, o nobre que exterminou membros da família para chegar ao trono

Há muito humor dentro do seu cinismo

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icardo III é o típico espetáculo que não pode ser encerrado com um beijo do gordo. São mais de duas horas de traições, violências de toda ordem, conspirações e assassinatos praticados por ou a mando de um candidato a monarca que avançou feito um mastodonte por sobre aqueles que se encontraram no seu caminho em direção ao trono inglês. Neste conglomerado de atrocidades, o apresentador Jô Soares, cuja última experiência em direção teatral foi com Frankensteins, de 2002, garante ter encontrado espaço para hastear sua inconfundível bandeira do humor. Você diz que Ricardo III é uma aula de maquiavelismo, sedução, permanência no poder e uso incorreto da atividade política. Você não chegou a pensar, em

algum momento, que estivesse dando muitas idéias aos políticos brasileiros? Não, os políticos brasileiros não precisam disso. Eles sabem de tudo.

Rogerio Albuquerque/AFG

Ricardo III, estréia amanhã no Teatro Faap, Rua Alagoas, 903, tel.: (11) 3662-7233. Quinta e sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 18h. Ingressos de R$ 50 a R$ 60. No alto, Jô Soares: diretor da montagem da Faap. Acima, Glória Menezes, Marco Ricca e Denise Fraga que estão à frente de um elenco de 15 pessoas. Ao lado, um dos atores de Ricardo III com Jô Soares. Diretor despendeu oito meses em uma nova tradução do clássico.

Só quem não sabe são os vices. Você acredita que Ricardo III, por abordar especificamente a luta desmedida pelo poder, seja a peça mais significativa para o Brasil de hoje? Há algo de fantástico em todas as peças histórias de Shakespeare: elas sempre mexem com o poder. Se Ricardo III for montada agora na Nicarágua, tenho certeza de que terá tudo a ver com a situação de lá, e eu nem preciso saber que situação é esta. Se tivesse sido montada nos anos Collor, teria sido pertinente, o mesmo teria ocorrido nos anos FHC. Ela tem sempre algo a dizer sobre quem já está no poder ou quer chegar lá. É por isso que Shakespeare ficou e tantos outros não ficaram. Por que você resolveu fazer uma nova tradução deste texto? Porque havia no Brasil grandes traduções literárias – mas era um Ricardo III para ser lido, e não para ser feito no palco. A íntegra do texto renderia uma encenação de seis horas. Eu já comecei a dirigir a partir da tradução, dos cortes e da adaptação. Depois de passar oito meses traduzindo e adaptando a peça, você acredita que Ricardo III continue tratando apenas da luta pelo poder? Os episódios dos últimos dias em São Paulo mostraram que pouca coisa mudou nesta luta nos últimos 500 anos. O que vimos foi o poder marginal querendo tomar o lugar do poder constituído, exatamente o que fez Ricardo III em sua época. O que leva alguém a optar pela carreira política a não ser a sede de poder? Embora esta luta seja a grande marca do texto, há espaço para uma certa delicadeza que você não encontra em outras obras de Shakespeare. Ricardo III tem a crueldade de uma criança que arranca as asas de uma mosca apenas pelo prazer de vê-la rastejar. O público irá rir do seu Ricardo III? Estamos falando de um personagem cruel e sacana que quer o trono da Inglaterra. Ele tem consciência do seu charme diabólico. Há muito humor dentro do seu cinismo.

As mulheres deste texto são maravilhosas. Nesta adaptação, Jô Soares colocou as mulheres como personagens fortes e participantes, o que dá ao espetáculo uma credibilidade incrível. (Glória Menezes)

O ENSAIO DE AL PACINO

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clássica história de William Shakespeare sobre poder, desejo e traição ganha uma versão mais didática sobre o rei (foto), em Ricardo III - Um Ensaio. O longa marca a estréia de Al Pacino como diretor e mostra a peça de Shakespeare narrada em paralelo a uma série de depoimentos. Conversas entre os atores sobre a melhor forma de encenar e entrevistas com personagens que conhecem a obra são alguns dos diálogos mostrados. Al Pacino (foto) também sai às ruas perguntando para as pessoas o que elas sabem sobre Shakespeare. Todos os passos para entender melhor o texto são acompanhados pelas câmaras. Um dos objetivos do diretor é apresentar ao espectador a peça de Shakespeare de maneira que o cidadão comum possa conhecer um pouco mais sobre o autor e, em particular, sobre sua obra mais encenada e menos compreendida. O longa-metragem, que não é uma superprodução capaz de dar conta da grandiosidade da peça de Shakespeare, traz em seu elenco Winona Ryder, Aidan Quinn, Alec Baldwin, Kevin Space e Penelope Allen. Ricardo III - Um Ensaio (Looking for Richard, EUA, 1996, 113 minutos)

ÓPERA Criamos um espetáculo com muita fluência e linguagem direta, mas sem perder a poesia. (Denise Fraga)

A OBRA DE BELLINI

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omeu e Julieta, de Shakespeare, também serviu de inspiração para o compositor italiano Vicenzo Bellini (foto). Foi ele que, nas primeiras décadas do século 19, valorizou o estilo dramático relegado a segundo plano pelos seus colegas italianos. Entre suas obras antológicas está I Capuleti ed I Montecchi que terá montagem no Teatro São Pedro. A obra de grande teatralidade e caráter cinematográfico, traz o contraponto de uma voz feminina interpretando Romeu, diante de um coro totalmente masculino. A Orquestra Sinfônica de Americana estará sob a regência de Parcival Módolo. A soprano Gabriela Pace encarna Julieta. Luciana Bueno e Cristina Sogmaister alternam-se como Romeu. Teatro São Pedro. Rua Barra Funda, 171, Barra Funda, tel.: 3667-0499. Sábado (27), às 20h30; domingo (28), 17h. R$ 10 a R$ 40. (Rita Alves)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LAZER

sexta-feira, sábado e domingo, 26, 27 e 28 de maio de 2006

Fotos: Arquivo DC

TEATRO Fotos: Divulgação

Teoria da Relatividade e luta contra o cigarro

Alberto Dines: o selecionador

Leonel Brizola

Fernando Henrique Cardoso

Antonio Ermírio de Moraes

José Mindlin

Ferreira Gullar

Michel Melamed: crítica às relações mercantilistas

Quanto vale um poema?

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epois do sucesso do espetáculo Re gurg itof agia , uma performance verborrágica em que levava choques elétricos diante da platéia, o ator e autor carioca Michel Melamed está de volta a São Paulo para, a partir de amanhã, mostrar seu mais recente trabalho, Dinheiro Grátis, a segunda parte de um projeto que ele batizou de Trilogia Brasileira. Em um palco delimitado por arame farpado, Melamed solta a voz agora para criticar as relações mercantilistas que regem a atual sociedade. Anunciado como interativo, o espetáculo, na ver-

dade, não obriga ninguém a dividir a arena com o ator – o público, no máximo, faz as vezes de um participante de leilão, quando Melamed pergunta, por exemplo, quanto vale um poema. No Rio de Janeiro, onde a peça fez uma temporada de muito sucesso, os lances variavam de R$ 0,50 a R$ 2. O comprador não leva o poema impresso para casa; em vez disso, Melamed o recita exclusivamente para o felizardo. Dinheiro Grátisestréia amanhã no Tucarena, Rua Monte Alegre, 1024, tel.: (11) 31884156. Sexta e sábado às 21h, domingo às 19h. Ingressos a R$ 30 e R$ 40. (SR)

A dor como protagonista

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escritor Fernando Bonassi escolheu um texto de sua própria autoria, Centro Nervoso, para estrear na direção teatral. Composto por 13 esquetes que retratam cenas do cotidiano – e que têm em comum apenas a presença da dor – o espetáculo entra em cartaz amanhã no Teatro do Sesc Anchieta. Os atores Eucir de Souza, Malu Bierrenbach, Pascoal da Conceição e Thereza Piffer vivem diversos personagens em situações atemporais, mas de caráter inegavelmente urbano. A escolha da dor como linha a cos-

turar todas estas histórias não significa que o resultado tenha sido uma peça trágica, já que o autor acredita que sempre haverá lugar para o humor mesmo nos dramas mais empedernidos. Embora Bonassi assine o texto final, Centro Nervoso foi fruto de uma criação conjunta, na qual os atores tentaram tornar públicas e publicáveis todas as dores que o espetáculo procura agrupar. A peça estréia no Teatro Sesc Anchieta, Rua Doutor Vila Nova, 245, tel.: (11) 3234-3000., com espetáculos quinta a sábado, às 21h, e domingo às 19h. Ingressos a R$ 20. (SR)

DOCUMENTO

OUSADIA EM CY Aquiles Rique Reis A história musical do Quarteto em Cy tinha enredo a ser revelado, e o samba foi escolhido para sonorizá-lo. Cybele, Cynara, Cyva e Sonya lançam Samba em Cy (gravadora Fina Flor), cujo repertório esbanja ousadia. Fugindo da seleção óbvia de sambas já testados, e por isso mesmo quase banalizados, elas revelam que samba bom é samba que se descobre nas rodas de bamba, tocados ao ritmo da palma da mão. Os arranjadores Ruy Quaresma (este também produtor do disco) e o ótimo Humberto Araújo, saxofonista ainda não condignamente reconhecido, dão ao Quarteto em Cy a qualidade sonora que suas exuberantes vocalistas merecem e precisam para desempenhar seu ofício. Os músicos asseguram o resultado sonoro competente: Andréa Ernest Dias (flautas), Levi Chaves (clarinete e clarone), Altair Martins (trompete e flugel), Alan de Palma (trombone), Chico Faria (cavaquinho), Nilze Carvalho (cavaquinho solo), Alceu Maia (cavaquinho), Ruy Quaresma (violão), Humberto Araújo (saxes e assovio), Carlinhos 7 cordas, Fernando Merlino (piano), João Faria (baixo), Jurim Moreira (bateria), Gordinho (surdo e tamborim), Marcelinho Moreira (repique de mão, tamborim e caixa), Ovídio Brito (cuíca, tamborim, caixa, ganzá e agogô) e Pretinho da Serrinha (tantã, reco-reco, caxixi, repique de baqueta, tamborim e atabaque). O CD roda. O sambão-enredo Samba em Cy, de Ruy Quaresma e Nei Lopes, relata a trajetória das moças desde Ibirataia, interior da Bahia, até a vigorosa e vitoriosa carreira que ainda hoje resiste. Os sambas, mais os arranjos instrumentais, somados à interpretação das inspiradas vocalizações escritas por Cynara, dão ao CD uma unidade que só realça a qualidade do Quarteto em Cy, melhor do que nunca. Cybele, Cynara, Cyva e Sonya esbanjam alegria em suas vozes experientes; enchem de emoção os versos que entoam; cantam em uníssono como ninguém; fazem crer que longevidade é sinônimo de qualidade, posto que a usam para fugir de regras

testadas e vão fundo em revigorados sambas que lhes realçam a musicalidade incontestável. Os naipes de metais se misturam ao ritmo e se tornam irresistíveis. Não há como não mexer ao menos um pé (a não ser que se seja ruim da cabeça), ouvindo Pam pam pam, o saboroso clássico de Paulo da Portela. Mas é no inédito Investida Fatal, da grande dama do samba Dona Ivone Lara, de André Lara e de Bruno Castro que Samba em Cy se faz antológico. Que coisa mais linda, Deus do céu! O solo de Cynara se põe à altura da majestade do samba, que ainda mais cresce ao sabor do solo do sax de Humberto Araújo. (E, por falar em solo, o de Cybele, em Capital do Samba, de José Ramos, revela a voz de uma sambista de primeira linha.) E vêm os belos Questão de Tempo, de Sombrinha, Marquinhos PQD e Rubens Gordinho, e Insensato Destino, de Acyr Marques, Maurício Lins e Chiquinho. A produção de Ruy Quaresma é esmerada, reverencial à grife que o Quarteto em Cy representa para a música brasileira. O cuidado com os mínimos detalhes salta à vista. Não houve economia de gastos, houve isso sim opulência, amor ao que significa a história de um grupo vocal feminino com 42 anos de estrada. A mixagem dá justa pujança aos metais, privilegia tamborins, pandeiro, repiques de mão e de baqueta, mas encobre o surdo. Ora, questão de gosto! Mas justo ele, a cara da marcação de um bom samba, tem o som acobertado pelo bordão do violão de 7 cordas ou pelo baixo tocado por João Faria (ele toca também com Dudu Nobre), que vem se firmando como um dos grandes baixistas do mundo do samba carioca. Finalizo inspirado pelos versos de Elton Medeiros para o samba com Paulinho da Viola Ame, faixa que encerra o CD: Cantem, Cybele, Cynara, Cyva e Sonya. Seja lá como for, cantem. Sem temer o tempo, sigam. Dando de ombros à descrença, vivam. Sem perder as lágrimas, sorriam. Sabedoras que a peleja é para sempre, lutem. Ressoem a vida com o samba que não morre, posto que é ar. Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4 e autor de O gogó de Aquiles, editora A Girafa.

TELEVISÃO

VOZES DO PODER Regina Ricca

Sinfonia de Einstein

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s cem anos da Teoria da Relatividade, que deu a Albert Einstein (foto) o Prêmio Nobel da Física de 1921, serão comemorados pelo History Channel em dose dupla neste domingo, dia 28. Os últimos anos da vida do cientista e sua incansável obcessão em produzir a série de equações que ligaria as forças da relatividade ao do eletromagnetismo – trabalho teórico que sugeria a possibilidade da criação de uma bomba atômica – são o foco principal do primeiro programa – A Sinfonia Inacabada de Einstein – que vai ao ar às 21h. O lado pessoal do físico, por princípio um ser racional, científico e objetivo convivia em estranha harmonia com o de um homem sonhador, que esperava conseguir até a forma de ler a mente de Deus. Já o documentário dramatizado Einstein e Sua Equação de Vida e Morte, que vai ao ar às 22h, acompanha passo a passo como a equação E = MC2 deixou de ser símbolo e anotações para transformar-se numa arma mais do que letal. Outro detalhe interessante abordado pelo programa é que, apesar de ter sido sempre contra a guerra e ter se colocado contra o desenvolvimento de sua teoria como arma de destruição em massa, Einstein chegou a enviar uma carta, que tornouse histórica, ao presidente americano Roosevelt. Nela, temendo que os alemães fizessem uso de sua descoberta antes, o físico defendia a utilização da bomba atômica. Após Hiroshima ter sido destruída, foi tomado pelo remorso.

Fumaça nível 4

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a quinta (31), Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco, um programa dos mais educativos – principalmente para fumantes – pode ser visto no GNT às 21h. O documentário inédito Era Uma Vez Um Fumante (foto) vai acompanhar o primeiro mês como ex-fumante de um cidadão chamado Thomas B. Diagnosticado como nível 4 no teste de dependência física Fagerström, Thomas consumia 40 cigarros ao dia, até que resolveu dar o basta. Com a ajuda de cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e até hipnoterapeutas, ele deu a largada a sua batalha contra o vício. Seus dramas, conflitos, insônias são acompanhados passo a passo no documentário, que mostra ainda experiências laboratoriais com cobaias, os níveis de dependência do cigarro relacionado à cocaína e heroína, as predisposições que fazem um indivíduo se tornar dependente e como exercícios diários e uma dieta balanceada à base de proteínas e frutas viram armas no combate ao vício. (RR)

"E

u não tenho convicção que Herzog tenha sido morto. Porque eu sei o que é uma pessoa assustada e não preparada. Porque você sabe que, normalmente, os homens da subversão eram homens preparados, eram soldados como nós. Nitidamente, Herzog não era preparado para isso. Às vezes, estive pensando, um homem não preparado e assustado faz qualquer coisa, até se mata. Até se mata." A versão do general Leônidas Pires Gonçalves, ex-ministro do Exército do governo Sarney, sobre a morte do jornalista Wladimir Herzog, ocorrida em 1975 nas dependências do Doi-Codi, em São Paulo, foi há mais de três décadas desmontada pelos fatos: Herzog não se suicidou na prisão. Foi morto, sob tortura, pelas forças de segurança do regime militar. O depoimento acima do general Leônidas, porém, somou-se ao de outros 69 personagens que atuaram na linha de frente da política brasileira nos últimos 100 anos e formaram a base do documentário Histórias do Poder, que será exibido pela TV Cultura a partir desta quinta-feira, dia 1º de junho, às 23h30. Dividido em cinco episódios (que serão exibidos nas quintas-feiras seguintes, sempre às 23h30), o documentário é uma co-produção da SescTV, TV Cultura e das produtoras Canal Independente e Digital Produções. Os depoimentos foram colhidos entre os anos de 2000 a 2004 pelos diretores Max Alvim e Nelma Salomão, a partir de uma seleção de nomes representativos da nossa história política recente feita pelo jornalista Alberto Dines. Ali figuram, por exemplo, relatos do ex-governador Leonel Brizola,

do presidente Luís Inácio Lula da Silva, dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello, José Sarney, dos jornalistas Mino Carta e Octavio Frias de Oliveira, dos empresários Abram Szajman e Antonio Ermírio de Moraes, do arquiteto Oscar Niemeyer, do bibliófilo José Mindlin, do escritor Ferreira Gullar, do cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e até o da atriz Fernanda Montenegro. DNA da Política - Histórias do Poder pretende fazer um recorte da política brasileira de 1900 a 2000, afirma o diretor Max Alvim. "Todo o material político é publicado no factual. Achamos, porém, que estava na hora de enxergarmos isso tudo em perspectiva histórica, para saber, afinal, qual o DNA da política brasileira. São depoimentos e ‘causos’ contados por testemunhas oculares da nossa história política contemporânea." "A idéia era contar os bastidores da política através desses personagens, mas era preciso também contextualizar esses depoimentos com imagens das histórias que eles contaram. Fizemos, então, uma pesquisa enorme, que envolveu mais de 30 pessoas", conta a jornalista Ana Dip, diretoraexecutiva do projeto. Segundo Alvim, Histórias do Poder foi um jogral difícil de ser montado, principalmente porque optou-se em fazer um painel temático da nossa história política em vez de um cronológico, o que seria mais fácil. "Foi muito trabalhoso conseguir reunir em todas essas entrevistas fatos que se cruzavam, histórias que se assemelhavam. Muita gente se equivocava com nomes e datas durante a tomada dos depoimentos, por isso o trabalho de pesquisa foi meio insano."

O documentário será exibido em cinco partes. O primeiro episódio, Partidos, Alianças e Frentes, analisa a ideologia dos partidos políticos da República Velha (1889-1930) ao governo Collor. No segundo, A Batalha Pelo Voto, o telespectador poderá acompanhar a evolução dessa ‘guerra’ da época das "eleições bico de pena" à era do marketing eleitoral, com análises das distorções do sistema eleitoral brasileiro, na qual frutificam as legendas de aluguel e a corrupção no financiamento das campanhas políticas. Em Militares, Imprensa e Igreja, tema do terceiro episódio da série, é feito um retrato das inter-relações dessas três instituições durante todo o século 20, e em Administração Pública e Política, o quarto episódio, intelectuais e atores políticos discorrem sobre a ação dos lobbies na gestão pública, a corrupção, o nepotismo e a descontinuidade administrativa. Por fim, no quinto e último episódio de Histórias do Poder, Economia e Política, são abordados os principais acontecimentos econômicos do século 20, da era Vargas, com sua estratégia de substituição de exportações, ao Plano de Metas de JK, do ‘milagre econômico’ do regime militar aos planos de controle de inflação, até finalmente desaguarmos na implantação do Plano Real, em 94. Toda essa pesquisa feita a partir da tomada dos depoimentos acabou frutificando, e o projeto Histórias do Poder, além do documentário, resultou em um livro, no qual foram transcritos os depoimentos tomados. Lançado em 2001, já está com a quarta edição esgotada, segundo a diretora-executiva Ana Alvim. O projeto também está disponível no site www.historiasdopoder.com.br.

"Esse homem quer destruir a Igreja"

E

ntre os depoimentos que colheu, o diretor Max Alvim cita dois que particularmente o surpreenderam – um de natureza política e outro de natureza pessoal. No primeiro caso, encaixa-se o do ex-governador Leonel Brizola, tomado em 2000. "Ele conta detalhes de como organizou a resistência ao golpe de 64, ou seja, de como preparou um encontro entre nove generais com o presidente João Goulart, na escala que Jango faria no sul antes de partir para o exílio no Uruguai. Na verdade ele propunha que Jango resistisse e que os generais fossem com suas tropas a pé até Brasília e fechassem o Congresso. A reação de Jango, como se sabe, foi negativa. Ele preferiu se afastar para não haver derramamento de sangue. Mas no documen-

Dom Paulo: pedido a Médici

tário, três décadas depois, Brizola ainda insistiu em dizer: ‘Jango só caiu porque quis’." Outro depoimento destacado pelo diretor, esse de natureza pessoal, foi o dado pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Nele, Dom Paulo relata o encontro que manteve com o presidente Médici, quando a repressão estava no auge e grassavam denún-

cias sobre torturas a presos políticos. Despachado a Brasília pela direção da CNBB, Dom Paulo se vê sentado frente a frente com o presidente, no Palácio do Planalto. Dom Paulo, então, pede a Médici que o governo promova julgamentos antes de prender, torturar ou dar sumiço nos adversários do regime. Irado, Médici, dá um soco na mesa e dispara: "O senhor volte para a sua sacristia, para a sua igreja, porque aqui nós sabemos exatamente o que devemos fazer." Segundo Alvim, a primeira reação de Dom Paulo ao ouvir a ordem presidencial foi quase de natureza ‘corporativa’. "Ao sair do encontro, ele contou no documentário que apenas conseguiu murmurar: ‘Meu Deus, esse homem quer mesmo destruir a Igreja...’" (RR)

Roda Viva em três volumes

Ernesto Sabato

José Saramago

Oscar Niemeyer

á nas livrarias, a série O melhor do Roda Viva traz em três livros as 60 mais interessantes entrevistas que passaram pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, desde a estréia do programa, em 29 de setembro de 1986. Com organização de Paulo Markun, e dividida nos volumes Internacional, Cultura e Poder, sai pela Editora Conex, em parceria com a Fundação Padre Anchieta. O preço sugerido de cada exemplar é R$ 55. As conversas foram editadas,

obviamente, mas diga-se: bem editadas. Foi cortada a "gordura" e ficou o inédito e relevante. O cineasta espanhol Pedro Almodóvar entrou no volume Internacional, assim como Domenico de Masi, Ernesto Sabato, Hugo Chávez, José Saramago, o brasilianista Thomas Skidmore. Entre as personalidades de Cultura foram escolhidos para integrar a coletânea Arnaldo jabor, Orlando Villas-Bôas, Oscar Niemeyer, a arqueóloga Niéde

Guidon. E reunidas sob o título Poder, chegam as conversas com Luiz Carlos Prestes, Fernando Gabeira, Mario Covas, Antonio Ermírio de Moraes, entre muitos outros. O programa segue firme e forte na emissora, sempre trazendo figuras do mundo da política, economia, esportes e cultura, sabatinadas por um grupo de jornalistas e especialistas. Quem quiser assistir às entrevistas, pode ainda comprar a maioria em formato DVD, no site www.culturamarcas.com.br. (LHC)

J


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO A VITÓRIA DO EFEITO TEFLON

Sem o noticiário negativo das últimas semanas, o resultado poderia ter sido ainda melhor para Lula recentemente, os protestos de agricultores contra a política agrária do governo), o resultado poderia ter sido ainda melhor para o presidente. O que reforça a tão propalada mística sobre o efeito teflon de Lula. ara Alckmin, o resultado é preocupante. Além de ter caído na pesquisa, sua rejeição cresceu quase 7% de abril a maio (de 33,5% para 40,6%). Contudo, ainda pode ser considerada baixa a probabilidade de mudança de candidato pelo PSDB. Também merece destaque o desempenho da senadora Heloisa Helena (PSOL), que cresceu em relação à pesquisa anterior. Ela pode ser um dos obstáculos à vitória de Lula já no primeiro turno. Os principais problemas da senadora são: pouco tempo de televisão e alto índice de rejeição (50,7%). A pesquisa também revela o forte desgaste sofrido por

P

REFORMAS ELEITORAIS

A

Bolhas ou fundamentos? ROBERTO FENDT

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TRECHOS DOS COMENTÁRIOS DA CONSULTORIA POLÍTICA

ARKO ADVICE WWW.ARKOADVICE.COM.BR/

m uma ponta, as autoridades locais procuram nos tranqüilizar dizendo que vivemos em uma "ilha de tranqüilidade". Já ouvimos essa história antes. A história de que "estamos blindados contra a crise", também. Deu no que deu. Na outra ponta, pessoas mais sérias discutem a natureza da violenta alta das matérias- primas no mercado internacional – e as violentas quedas de preços nas duas últimas semanas. Uma corrente de analistas diz que estamos às vésperas do estouro de uma "bolha especulativa". Outra, que os preços das principais matérias-primas subiram no mercado internacional porque os fundamentos da economia mundial assim o determinaram. De tudo o que tenho lido dos principais analistas internacionais, o que mais gostei foi da argumentação do sempre correto Stephen Roach, do Morgan Stanley. Steve pergunta: como é possível, com a economia mundial crescendo ligeiramente abaixo da média das quatro últimas retomadas, mas dessa vez sem inflação, que os preços das matérias-primas tenham crescido tanto? O argumento de Roach tem três pontos. Primeiro, a média de crescimento da economia mundial entre 2002 e 2006 deve ficar em torno de 4,2% ao ano, ligeiramente abaixo da média de 4,4% para as quatro últimas retomadas da economia mundial. Segundo, nos últimos quatro anos, o índice de preços das matérias-primas industriais do Journal of Commerce de Nova Iorque subiu 53% e, descontada a inflação, subiu 42%. Esse aumento é mais que o dobro dos 23% de subida nos preços das matérias primas nos dois grandes booms de preços desses produtos na década de setenta (que teve dois choques do petróleo). Finalmente, Roach aponta que toda "bolha" se baseia em histórias plausíveis de uma

"nova era", como as das empresas "pontocom" na década passada. A "nova era" agora é a China. O que há de errado com a "nova era" da vez? O que há de errado é o fato de a China ter 4% do PIB mundial e consumir 9% do petróleo produzido, 20% do alumínio, um terço do aço, carvão e minério de ferro, e 45% da produção total de cimento do mundo. Imaginar que isso possa persistir para sempre, puxando cada vez mais os preços dessas matérias-primas, é o grande equívoco. Os próprios chineses estão tomando medidas para corrigir essa situação. O atual plano qüinqüenal prevê uma redução de 20% na intensidade de matérias-primas no PIB chinês nos próximos cinco anos. Portanto, se os "fundamentos" vão mudar, os preços deveriam parar de crescer – quando, ninguém sabe. Mas se os americanos decidem que é imperioso brecar a sua inflação aumentando os juros, o problema aumenta. A tão propalada liquidez internacional seca. E, como disse Armínio Fraga com muita propriedade, o país que pagava os juros mais altos e atraía mais capital, seria naturalmente o mais atingido.

U

ma bolha especulativa é aquela situação em que os preços sobem hoje porque subiram ontem e subirão amanhã porque estão subindo hoje. É cedo para saber se estamos no meio do "estouro" de uma bolha ou se estamos a caminho de uma correção aos trancos e barrancos, com os preços das matérias-primas retornando a seus níveis "normais". Mas não é cedo para pararmos de ser enganados pelas autoridades, que insistem em dizer que está tudo bem, que estamos blindados, e que nunca esse país foi uma "ilha" tão tranqüila como agora.

S e é cedo para falar em estouro da bolha, é tarde para deixar de ser enganado

Negociação tácita

A lckmin não segurou a ascensão de Lula

CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

nuncia o Superior Tribunal Eleitoral que reformas serão introduzidas no processo eleitoral, provavelmente já nas próximas eleições. Deve se reconhecer que os códigos eleitorais vigentes depois da queda do Estado Novo só se completaram com a introdução do sistema eletrônico na votação geral. Fizemos um progresso considerável desde as cédulas de 1945. Temos ouvido algumas críticas ao atual sistema eletrônico, argüido de abrir brechas para fraudes. Não creio, pois as eleições têm sido limpas e a apuração imediata. A Justiça Eleitoral, diga-se de passagem, é credora de aplausos gerais de políticos, juízes e eleitores pelo enorme serviço que presta à democracia nesse imenso Brasil.

A

nova pesquisa Datafolha sobre sucessão presidencial foi realizada entre os dias 23 e 24 de maio com 6 mil eleitores. A margem de erro é de 2%, para mais ou para menos. A pesquisa traz algumas importantes semelhanças com a da CNT/Sensus. Lula continua liderando com folga, com chances de vitória já no primeiro turno. Geraldo Alckmin está consolidado no segundo lugar, mas perdeu terreno no Sudeste. O Datafolha mostra queda de 11% na diferença entre o candidato do PSDB e Lula na capital de São Paulo. Porém, as pesquisas trazem resultados conflitantes com relação à rejeição dos candidatos. A pesquisa CNT/Sensus mostrou que a rejeição de Geraldo Alckmin subiu quase 7%, passando de 33,5% para 40,6%. De acordo com o mesmo instituto, a rejeição de Lula apresentou leve queda entre abril e maio, passando de 35,7% para 34,7%. Segundo o Datafolha, a rejeição de Alckmin caiu de 17% para 14% em abril. A de Lula também caiu de 29% para 27%.

Céllus

F

JOÃO DE SCANTIMBURGO

Anthony Garotinho nas últimas semanas. Em um dos cenários, caiu de 15% para 11,4%. Além disso, seu índice de rejeição, o mais alto de todos, foi também o que mais cresceu (10%). Passou de 50,7% para 60,7%.

Ed Ferreira/AE

oi divulgada mais uma pesquisa CNT/Sensus sobre avaliação do governo e sucessão presidencial. A margem de erro da pesquisa, realizada entre os dias 18 a 21 de maio com 2 mil entrevistados, é de 3%, para mais ou para menos. A pesquisa mostra que Geraldo Alckmin (PSDB) tem se mostrado incapaz de conter a ascensão de Lula, que, de acordo com o levantamento, poderia vencer já no primeiro turno. Provavelmente, sem o noticiário negativo das últimas semanas (crise com a Bolívia, novas denúncias do ex-secretário do PT Silvio Pereira sobre o escândalo do mensalão; acusações de extorsão pelo PT ao Banco Opportunity e, mais

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esde que o homem se tornou racional, criando a linguagem que o permitiu caçar organizadamente e a viver em grupos, passou a disputar territórios, mais ou menos como vizinhos a respeito de suas cercas. O primeiro direito é o de propriedade, a "minha" arma ou o "meu" cavalo. Na transição do nomadismo para o sedentarismo, a inteligência passou a servir para travar guerras; o "nosso" território. Porém, mesmo inimigas, as tribos preservavam mecanismos de negociação. Colocava-se o trigo, depois a outra tribo deixava a lã ou o sal que julgava adequado, o vizinho retirava parte do trigo, pelo equivalente ao sal deixado em contrapartida, até que afinal se encerrasse a negociação. Mais importante é compreender o simbolismo: havia negociação mesmo durante a guerra. A diferença é que as duas tribos, como hoje dois países ou duas empresas, negociavam de igual para igual, utilizavam as mesmas regras, seguiam o mesmo modelo. Não havia contrato escrito ou palavras exatas -- como por exemplo "negócio fechado" -- mas obedeciam o mesmo ritual. Podiam dizer não. Aí residiu o erro. Não se negocia com bandidos porque não têm os mesmos valores, não se-

guem o mesmo ritual. Simplesmente a eles falta legitimidade. Mais ou menos com o pai não negocia com a criança, o presidente da empresa com o estagiário, ou o professor com os alunos. Ouve suas reivindicações, procura ser justo, mas sem prejuízo da hierarquia. Eles não são guerreiros leais disputando o mesmo território.

É

possível compreender a boa intenção de negociar, diante do inusitado, do interesse público imediato, até do medo. Ao menos não faltou coragem e ética de dizer que deu a ordem. Há quem prefira a barra da saia de dizer "eu não sabia", nada vi e de nada participei. Importa que o adversário esperto percebeu que, cessando o estado de guerra, ganhava precisamente a tal da legitimidade que lhe falta. E até se colocou talvez na posição de lhe ser atribuída alguma gratidão, por estuprar mas não matar! Porém, agora não dá para esconder a precipitação. Não há como trocar a realidade por eufemismos. Por mais que a autoridade policial diga em contrário, houve sim negociação tácita, implícita, subentendida. CARLOS CELSO ORCESI DA COSTA É SUPERINTENDENTE JURÍDICO DA ACSP

N ão se negocia com bandidos porque eles não têm os mesmos valores

Reformas eleitorais são sempre bem-vindas e são sempre bem recebidas ou pelo voto distrital, pois o voto proporcional é causador de falhas funestas para a democracia, como tem sido observado por numerosos observadores. O voto distrital teria vantagens na identificação do eleitor com o eleito e por ser um sistema provado em muitos países. A democracia é desejada com partidos e eleições exatamente como temos aqui, embora com falhas graves na organização partidária e com menos falhas nas eleições. Não preciso trazer aqui o testemunho do cônego Vargas, do saboroso conto A Sereníssima República, de Machado de Assis. Mas, ao contrário do que concluiu Machado, creio ser possível aprimorar o processo eleitoral, e o Superior Tribunal Eleitoral, juntamente com os Tribunais Regionais, está capacitado para elevar as reformas que anunciam a relativa perfeição que, segundo os técnicos da instituição reconhecem, são necessárias. Reformas eleitorais são sempre bem-vindas e são sempre bem recebidas, principalmente por uma instituição que conquistou o apreço dos eleitos pela correção e pela técnica que vem sendo objeto de constante preocupação dos seus dirigentes máximos.

S

JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


segunda-feira, 29 de maio de 2006

Finanças Comércio Exterior Empresas Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Presentes diferenciados, como lingerie ou pijama, podem agradar os parceiros apaixonados

SHOPPINGS APOSTAM EM VENDAS DE 8% A 12% MAIORES

EMPOLGAÇÃO COM O DIA DOS NAMORADOS

Luludi/Ag. Luz

Varejo espera uma alta média de 10% nas vendas de lembranças para os casais superintendente da Alshop. Moda jovem, feminina e masculina devem crescer 4%, 5% e 20%, respectivamente. O ramo de floricultura, 35%. "Apesar de não termos fechado os números de eletroeletrônicos, as vendas de celulares e TVs de plasma, com preços e facilidades de pagamentos bem mais acessíveis que em 2005, também crescerão", disse Silva. Entusiasmo – Para os shoppings centers, o tempo é de alegria. Tanto que as previsões mais baixas são do Central Plaza e Interlagos, que esperam um incremento de 7% de vendas e de 5% de fluxo de público em relação ao mesmo período do ano passado. "Dentro da linha idealizada para o ano de 2006, o Shopping Interlagos utilizará em todas as suas campanhas palavras-conceitos com o prefixo 'inter'", explicou a superintendente do local, Carla Bordon Gomes. Para o Dia dos Namorados, a palavra escolhida é "Interligados", representando o sentimento entre pessoas que se amam. Já o Center Norte aposta no crescimento de 8% sobre 2005. Segundo a diretora de marketing do complexo, Glorinha Baumgart, o fluxo de visitantes deve aumentar de 120 mil para 170 mil por dia. "Faremos uma promoção conjunta para

alavancar as vendas: Dia dos Namorados, Festa Junina e Copa do Mundo", revelou. No SP Market, a previsão é de um aumento de 10% nas vendas e de 13% no fluxo de visitantes em relação ao mesmo período de 2005. "Investimos R$ 320 mil em uma campanha que tem como estrela um dos namoradinhos do Brasil, o ator Vladimir Brichta", disse a gerente de marketing, Maria Eugênia Duva. Já o Center Light prevê aumento de 15% a 18% nas vendas. "O Dia dos Namorados tem se firmado como uma data tão importante quanto o Dia das Mães", disse o gerente geral do local, Claudio Vozo. Superando todas as expectativas, o Shopping Raposo aposta num acréscimo de 25% nas vendas e um aumento de 5% no público. "Nossa perspectiva parece alta, mas segue o ritmo dos últimos meses. Ou seja, estamos trabalhando sob uma análise conservadora", disse Manoel Salgado, gerente de marketing e comercial do empreendimento. Boa parte desse sucesso está ligado à mudança na composição de lojas do shopping. "A exemplo da Casas Bahia, que abriu mais uma filial aqui", finalizou Salgado.

As vitrines dos shoppings estão tomadas por mensagens de amor. Na foto, a Papel Magia do Center Norte.

Ana Laura Diniz

Copa do Mundo estimula vendas

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oleada de beijos. Há quem aposte no clima festivo da Copa do Mundo para disparar as vendas no Dia dos Namorados. É o caso do proprietário da loja Top Jeans, Pedro Paulo Batista da Silva, que prevê um aumento de 10% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Jaquetas, malhas de lã e camisetas com estampas do Brasil são as vedetes da loja. "Muitos casais torcem juntos nessa época. O período é de pura emoção", disse Silva. O Central Plaza Shopping também acredita nisso e adotou a campanha "Paixão e Emoção", e oferece um relógio, em quatro versões exclusivas, por R$ 10, para o consumidor que apresentar cupons ou notas fiscais no valor de R$ 100 em compras efetuadas no centro de compras. Para Cássia Arantes, proprietária da MKF Confecções, os tempos são felizes porque o romantismo tem a ver com a paixão pelo futebol. "Mesmo as pessoas que não assistem jogos normalmente, torcem quando se trata da seleção", disse a lojista. Euforia – Felicidade mesmo é aumentar as vendas por conta da fidelização da clientela. "Nem sempre é preciso mudar o que se comercializa para atingir o público", afirmou o

Patrícia Cruz/Ag. Luz

Mércia: foco no feminino

A mulher é consumista, e sempre terá algo para se vestir. Os namorados também comprarão presentes para elas Mércia Castro. da Barred´s proprietário da loja Miveste, Mailer Bekierman. Há 56 anos no bairro de Mirandópolis, zona Sul de São Paulo, ele acredita que muitas vezes o que vale é uma promoção ou facilidade no pagamento das compras. "Aceitamos cheques pré-datados para 60 dias ou pagamen-

Milton Mansilha/Ag. Luz

Loja Miveste, na zona sul, aposta na facilidade de pagamento

to em cinco vezes sem juros no cartão de crédito", disse. As vendas do Dia dos Namorados deste ano da Miveste devem crescer 10% em comparação ao ano passado. "Acredito no aumento das vendas de pulôver, malharia e calça esportiva", disse o proprietário. Alta compatível deve ter a loja Barred's, do Shopping Center Norte. Segundo a gerente Mércia de Castro, o ritmo de expansão tem sido esse desde o Carnaval. "A mulher é naturalmente consumista, e sempre comprará algo para se vestir. Além disso, acreditamos que os namorados comprarão presentes para elas", acrescentou Mércia, que vende exclusivamente roupas femininas. Já o gerente da loja de calçados Mundial, Sérgio Eduardo da Silva, do mesmo centro de compras, prevê o dobro: aumento de 20% nas vendas. "Bola no campo, tênis no pé", brincou. Depois disso, é só correr para o abraço. (ALD)

Criatividade é fundamental

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uas semanas para a comemoração do Dia dos namorados. A contagem é regressiva para os comerciantes que ainda não se prepararam para a data. "Falta pouco, mas ainda dá tempo de o comerciante se preparar", acredita Edilberto Camalionte, professor de marketing financeiro e coordenador dos cursos de pós-graduação de marketing da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Cada vez mais importante no calendário do varejo, o lojista precisa atrair corretamente a atenção do consumidor não apenas para aumentar seu caixa, mas para manter a clientela no decorrer de sua existência. "Há duas variáveis para o comerciante levar em conta neste momento: a proximidade da data com o Dia das Mães, já que muitos consumidores estão ainda endividados, e a Copa

Newton Santos/Hype

Camalionte: comerciante deve levar em conta proximidade do Dia das Mães

do Mundo", diz. Segundo o professor, futebol, muitas vezes, é motivo de briga entre casais. "Também, ao contrário do que se pensa, contribui para desaquecer vários setores da economia", acrescenta. Receita – Apelo sentimental, propaganda que foge do convencional e parcerias com lojistas de outros segmentos também são receitas para boas vendas. "O fundamental é usar a criatividade e transformar obstáculos em

sucesso. Por que não oferecer uma garrafa de vinho na compra de determinado produto?", diz o professor. Para a consultora de varejo Valéria Varella, da V Comunicações, o mais importante é que o lojista "estude" sua clientela por meio de um banco de dados. "Esse é o maior diferencial que um proprietário pode ter entre o seu negócio e o de seu concorrente. Quem sabe para quem vende, está sempre à frente", diz Valéria. (ALD)

Rubens Garcia Dirlene de Fátima Ramos Advogados Avenida Guilherme Cotching, 1.080 - Vila Maria São Paulo - SP - CEP 02113-012 Telefax (11) 6631-0194 / 6631-5217 e-mail g.rubens@globo.com

Factoring

DC

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resentinhos garantirão o romantismo e o aumento de até 10% na vendas, em relação ao mesmo período do ano passado, no Dia dos Namorados. A previsão é do economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). "Embora os aparelhos de TV estejam vendendo mais que o normal por conta da Copa do Mundo, confecções, calçados, perfumes, flores, livros, bijuterias, CDs e DVDs continuarão na mira dos consumidores e serão os artigos mais procurados", disse Alfieri. A mesma previsão é seguida pelo Sindicato dos Lojistas de São Paulo (Sindilojas). "O otimismo é maior para os lojistas dos shoppings, que apostam em um aumento de 8% a 12% nas vendas", disse Marcos Antônio Galindo, diretor de relações institucionais do Sindilojas. Índices - De acordo com levantamento da Associação dos Lojistas de Shopping Center (Alshop), cada segmento responderá de uma forma. O setor de jóias oscilará de 3% a 8% em relação ao ano passado. "A variação está ligada às altas recentes da cotação do ouro no mercado nacional", explicou Luís Augusto da Silva, diretor

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

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Política

A Bíblia diz: ou se serve a Deus ou ao capital. Quem serve ao capital vai virar churrasco do demônio. Heloísa Helena

INSTITUTOS DE PESQUISA DISCUTEM O FAVORITISMO DE LULA E APONTAM UM BOM CABO ELEITORAL: O REAL. Ed Ferreira/AE

PSOL LANÇA HELOÍSA HELENA PARA A PRESIDÊNCIA

UM CONSELHO PARA AJUDAR A CAMPANHA DE ALCKMIN

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ob chuva de papel picado e gritos entusiasmados da militância, o PSOL lançou ontem, em Brasília, a pré-candidatura da senadora Heloísa Helena (AL) à Presidência da República. O partido também fechou aliança com PCB e PSTU para formação de uma frente de esquerda e escolheu como vice da chapa o economista César Benjamin, ex-guerrilheiro, ex-preso político e fundador do PT. O PSTU queria a vaga de vice mas, ontem, durante a conferência nacional do partido, foi aprovado o apoio de candidatos ao Senado nos estados do Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul, e ao governo de Minas Gerais. Com a língua mais afiada do que nunca, Heloísa Helena fez um discurso emocionado e mordaz. Ela reafirmou o compromisso marxista da candidatura, condenou as elites "cínicas e decadentes" do País, denunciou "a farsa neoliberal" do PT e PSDB e mandou um aviso aos dois partidos, seus grandes inimigos na disputa: "Podem vir quentes que estamos fervendo, feito lava vulcânica". Ela deu uma explicação messiânica para a opção socialista da chapa. "A Bíblia diz: ou se serve a Deus ou ao capital. Quem serve ao capital vai virar churrasco do demônio". O lançamento da chapa socialista ocorreu no encerramento da 1ª Conferência Nacional do PSOL, iniciado sexta-feira. Estiveram presentes ex-integrantes da esquerda petista, que deixaram o partido expulsos ou decepcionados com o governo Lula, entre os quais o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, que será candidato ao governo de São Paulo e os deputados federais Luciana Genro (RS), Babá (PA), Maria José Maninha (DF) e Chico Alencar (RJ). No auditório, um público eclético contagiava o evento com palavras de ordens enaltecedoras de Heloísa Helena, chamada de "a rosa morena das Alagoas". Quando a senadora foi anunciada para falar, a platéia irrompeu num coro gigantesco: "É combativa/ É radical/ É Heloísa/ Presidente Nacional". Ela não se conteve e, com voz embargada pelo choro, começou o discurso com uma frase que disse ter tirado da Bíblia: "Quem semeia em lágrimas colhe com alegria". A candidata lembrou seu passado pobre no interior de Alagoas, mas disse que o mais importante foi não ter se corrompido. "Estive no território da burguesia e não me vendi", afirmou ela, garantindo que pretende governar o País "com vergonha na cara e amor no coração". Para o céu – Sempre invocando sua condição religiosa, Heloísa Helena disse que, como socialista, vai para o céu. "Mas nesse momento estou lutando pela democratização do Brasil". Para ela, o País ainda não é uma democracia porque não tem justiça social. "Não é democracia o País onde meia dúzia toma para si metade da riqueza nacional, enquanto uma menininha pobre vende o corpo por R$ 1,99 e um menino de seis anos vira olheiro do narcotráfico". Ela considera difícil, mas não impossível derrotar os dois principais adversários. "Teremos de fazer nascer um Davi por dia para derrubar os gigantes (PT e PSDB) da farsa técnica e da fraude política do projeto neoliberal, da roubalheira do dinheiro público e de tantas outras formas malditas e perversas de enfrentar o processo eleitoral", afirmou. A candidata desdenhou da liderança do presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto: "Eu não sei como ele ainda não passou de 90%. Está todo dia fazendo campanha com dinheiro público!". (AE)

Senadora Heloísa Helena, feliz e emocionada, com os aplausos que recebeu no encontro em que seu partido decidiu indicá-la como candidata.

O GRANDE ELEITOR DE LULA Ricardo Stuckert/PR

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real, a moeda que deu a Fernando Henrique Cardoso (PSDB) dois mandatos de presidente da República, continua sendo o instrumento eleitoral que decidirá a sucessão presidencial. A ironia é que desta vez a moeda servirá de cabo eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve disputar a reeleição. "O susto moral provocado pela crise do mensalão passou e o real tornou-se novamente o grande eleitor. Isso é a chave de tudo nessa eleição", afirma Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, que durante a semana apresentou Lula como candidato praticamente imbatível com grande chances de ganhar a eleição já no primeiro turno. Há 12 anos, quando o real foi criado, Lula não só não acreditou na efetividade da moeda, como iniciou campanha nacional para denunciar o estelionato provocado pelo seu suposto

Presidente Lula

uso eleitoral. Quatro anos depois, Lula aumentou o tom e, com certa razão, atribuiu a Fernando Henrique a prática de um populismo cambial. Perdeu no primeiro turno para um adversário invisível: a estabilidade da moeda. Agora, com o real de novo sobrevalorizado, Lula já está quase lá. O troco - Para Guedes, o PT agora está dando o troco no PSDB. O partido teria superado o escândalo do mensalão e se consagrado como o gestor de uma nova fase de estabili-

dade e prosperidade. "Lula conseguiu aliar a estabilidade da moeda à criação de meio milhão de empregos, ao aumento do salário mínimo e à criação de programas sociais que fazem com que ele seja identificado como um novo pai dos pobres. Como Getúlio Vargas, Lula botou comida na boca dos pobres. Geraldo Alckmin, do PSDB, poderá ter o mesmo destino de Cristiano Machado, o candidato escolhido para perder", exagerou. Herança - Outro instituto, o Ibope, de Carlos Augusto Montenegro, vai além. De acordo com as pesquisas de campo, depois da crise do mensalão, até o perfil do eleitor do PT mudou "O eleitorado de Lula era composto por gente de nível cultural elevado, de classe média, formado por artistas, jornalistas, professores e universitários. Após a crise, o eleitorado de Lula passou a ser gente do povo, o mesmo tipo

de eleitor que elegeu Fernando Henrique duas vezes. O Alckmin é que herdou o eleitorado perdido por Lula, aquele formado pela classe média alta." Essa inversão, segundo o Ibope, solidifica ainda mais a perspectiva de reeleição de Lula. Na contramão, Marcos Coimbra, do Vox Populi, diz que ainda é muito cedo para antecipar um vencedor. Segundo ele, Lula lidera a corrida presidencial porque é de longe o candidato mais conhecido. Pelo menos dois terços dos eleitores conhecem o presidente, enquanto os outros candidatos somente são reconhecidos por um terço. Como exemplo, diz ele, apenas 35% dos eleitores sabe que Alckmin foi governador de São Paulo. Essa situação pode mudar com a exposição dos candidatos na TV. "Junho será decisivo. O PSDB terá uma série de inserções nos Estados e Alckmin deverá crescer 10 pontos." (AE)

AUMENTO DOS MILITARES. ESSE É O PROBLEMA DESTA SEMANA.

A

pesar de o clima político lhe estar favorável, o presidente Lula terá, nos próximos dias, de decidir e encerrar um novo round de uma longa e penosa batalha entre as áreas militar e econômica. Até o dia 30 de junho, ele precisa enviar ao Congresso uma Medida Provisória concedendo reajuste salarial aos militares, fruto de promessa feita há quase dois anos à categoria. A área econômica quer pagar 8,85%, mas os militares querem 10%. Em agosto de 2004 Lula concordou em dar uma correção de 23%.Desses, 13% foram pagos em outubro de 2005. Para os economistas, faltam 8,85% para completar os 23%. De fato, um reajuste de 10% em cima de uma base já corrigida em 13%, dá um rea-

juste total de 24,3%. O acordo - Para os militares, a questão vai além da matemática. Eles afirmam que o acordo foi de 13% em 2005 mais 10% em 2006, e isso ficou claro em todas as conversas com a área econômica. Eles sabem que isso dá mais do que 23%. No entanto, essa diferença seria uma forma de compensar o atraso, pois o reajuste deveria ter saído em 2004, e só saiu em 2005. Naquele ano, foi enviado um projeto de lei ao Congresso, autorizando reajuste imediato de 13%, mais 10% este ano. Na a tramitação do texto, porém, o segundo índice foi suprimido. Os militares suspeitam que isso tenha ocorrido por pressão da área econômica. Um reajuste de 10% representa um impacto na folha de

Antônio Cruz/ABR

Ministro Valdir Pires

pagamentos da ordem de R$ 1,26 bilhão. Já 8,85%, custa menos R$ 200 milhões. Na sextafeira passada, o ministro da Defesa, Waldir Pires, esteve com Lula para tratar do assunto. Ele não admite, mas está preocupado com a inquietação nas Forças Armadas. Além dos salários, há outra

fonte de insatisfação. Exército, Marinha e Aeronáutica estão descontentes com o contingenciamento (bloqueio de recursos) decretado pela área econômica. A situação é delicada, a ponto de o assunto ter sido repassado a Lula para servir de árbitro da questão. O ministro da Defesa lembrou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que o aumento de 10% precisa ser aprovada até 30 de junho, para que possa ser paga sem esbarrar nas restrições da lei eleitoral. Pelo acordo, o reajuste entraria em vigor em 1.º de agosto. Pires pediu que o projeto de lei que autoriza a correção seja transformado em uma MP, pois Teme que o Congresso não avalie o projeto de lei a tempo. Já a MP tem vigor imediato. (AE)

montagem dos palanques regionais será um dos pontos centrais da primeira reunião do conselho político da campanha presidencial do tucano Geraldo Alckmin, em Brasília. Dirigentes do PSDB e PFL reconhecem dificuldades para a formação esses palanques consensuais em vários Estados, como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal, além de divergências entre os dois partidos em Sergipe e Rio Grande do Norte. Na avaliação dos dois partidos, o fortalecimento das campanhas regionais é fundamental para que Alckmin consiga cumprir seu principal objetivo, que é o de chegar ao segundo turno contra o presidente Lula. Com esse objetivo, integrantes do conselho querem apressar as negociações com os candidatos regionais do PMDB. Além disso, líderes pefelistas e tucanos também estão de olho no PP e no PTB, para recompor a parceria bem sucedida que levou Fernando Henrique Cardoso ao Planalto em 1994 e facilitou sua reeleição em 1998. "Precisamos dar a Alckmin os palanques regionais mais fortes e isso inclui nomes do PMDB", diz o líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Como não será possível fazer uma aliança institucional com o PMDB, é preciso fazer negociações individuais com candidatos que possam interessar. O que não dá é ter palanques divididos nos Estados." Ampliação - O conselho é composto pelos líderes do PSDB e PFL na Câmara e no Senado e pelos presidentes dos dois partidos, além de Alckmin e seu vice pefelista, senador José Jorge (PE). Mas o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), vai propor amanhã que o colegiado seja ampliado Para evitar novos atritos entre aliados potenciais que ainda não selaram parceria oficial com o PSDB, já sugeriu a Alckmin que o conselho inclua também um representante do PP. "Alguém do PP gaúcho que esteja nos apoiando pode participar das reuniões para evitar problemas de comunicação e articulação nas viagens do candidato", defende o presidente do PFL. A decisão de reunir os conselheiros de Alckmin foi sugerida por Bornhausen na semana passada, em meio às críticas à coordenação da campanha e ao presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Problemas - No Rio Grande do Sul, a deputada Yeda Crusius (PSDB) lançou sua pré-candidatura. Mas existe interesse no apoio do governador Germano Rigotto (PMDB), que disputará a reeleição. No Rio, Eduardo Paes (PSDB) será candidato e o prefeito César Maia (PFL) estuda apoiar o senador Sérgio Cabral Filho (PMDB) ou a deputada Denise Frossard (PPS). No Distrito Federal, o PFL lançou uma chapa puro-sangue com o deputado José Roberto Arruda na cabeça e o senador Paulo Octávio como vice. Mas a governadora Maria de Lurdes Abadia (PSDB) tende a apoiar o candidato que for lançado pelo ex-governador Joaquim Roriz (do PMDB). Em sua primeira visita a Pernambuco como pré candidato a vice, o senador José Jorge comentou que as reclamações do PSDB nos estados , inclusive em Sergipe, onde o tucano Albano Franco acusa o PFL de prejudicar o PSDB, serão resolvidas caso a caso. O senador confessou que praticamente não há esperança de vitória de Alckmin no primeiro turno. "Nós sabemos que não vamos ganhar no primeiro turno. Vamos garantir a chegada ao segundo e reunir as condições para vencer — disse. (Agências)


segundo-feira, 29 de maio de 2006

Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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26,5

FEIRA TÊXTIL TERÁ 200 EXPOSITORES

CONCORRIDA, TEXFAIR ESPERA 30 MIL PESSOAS azer negócios e mostrar as tendências da coleção primavera-verão 2006/2007. São esses os objetivos dos 200 expositores que vão participar da sétima

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edição da TexFair do Brasil, considerada uma das maiores feiras da indústria têxtil nacional. O evento será realizado entre os dias 30 de maio e 2 de junho em Blumenau, Santa Catarina.

O segmento de cama, mesa e banho, moda para homens, mulheres e crianças, além de tecidos para decoração, itens de praia e malharia são chamarizes para empresários nacionais e importadores.

A expectativa é de que a visitação supere em 30% o número registrado na edição de 2005. "Esperamos que 30 mil pessoas prestigiem a TexFair. É um evento tão concorrido que aproximadamente 60 empresas, que tinham interesse em expor seus produtos, ficaram de fora por falta de espaço", diz o diretor da feira Júlio Viana. Dois dos participantes são estrangeiros: a Formas e Collores é da Argentina e a Diletto Casa, de Portugal, embora seja uma marca italiana. Entre as empresas brasileiras estão Marisol, Hering, Brandili, Malharia Cristina, Karsten e Buettner. "As participantes

nacionais não têm do que reclamar. As vendas, em quatro dias de feira, equivalem a 30 ou 60 dias de produção", afirma Viana. As duas maiores dificuldades do setor têxtil atualmente, segundo o diretor da feira, é o dólar que, apesar de estar em recuperação, estacionou num patamar baixo para os exportadores, e a pesada carga tributária. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), o setor faturou US$ 26,5 bilhões em 2005. Já as exportações chegaram a US$ 2,2 bilhões, um aumento de 5,8% em comparação com 2004. O parque têxtil brasileiro é o sexto maior do mundo,

bilhões de dólares foi quanto o setor têxtil faturou no ano passado.

emprega 1,6 milhão de pessoas e produz 6,4 bilhões de peças todos os anos. Participações – A Buettner, empresa especializada em produtos de cama, mesa e banho, espera que o faturamento nos quatro dias da TexFair seja 8% maior do que o alcançado no evento do ano passado, chegando a R$ 1 milhão em negócios. A companhia vai mostrar o resultado do investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras. "Entre os lançamentos estão as toalhas produzidas com a fibra natural do bambu", conta o gerente comercial da Buettner, Sérgio Lombardi. Neide Martingo

BALANÇO ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA CNPJ: 61.330.817/0001-12 MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO Estamos apresentando as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2003 com a reclassificação das contas do Ativo Permanente para melhor demonstração da operação da aquisição da Nova Escola, conforme nota explicativa nº 1. No exercício de 2003, aplicamos R$ 3.148.919 diretamente na assistência sócio-educacional gratuita de 1.438 crianças, jovens e adultos; e indiretamente a 812 famílias. Essa cifra corresponde ao dobro da isenção previdenciária gozada no exercício. Aplicamos complementarmente recursos próprios de R$ 158.099; também contamos com convênios, parcerias e doações cujo significado maior é a confiança depositada em nosso trabalho. Nosso desempenho contou também com a colaboração de 158 voluntários que se identificaram e se envolveram de coração com nossos objetivos. A Escola Nossa Senhora das Graças que completou 60 anos em 2003, continuou oferecendo cursos no ensino fundamental e ensino médio, a 870 alunos, prosseguiu com cursos gratuitos de pósalfabetização e telecurso para adultos, no período noturno, com vinte alunos do ensino médio atuando como monitores. A força da equipe da Associação Pela Família, comprometida e motivada, tem assegurado o crescimento consistente de todas as atividades, sem perda da qualidade, o que é atestado pelas parcerias e convênios, na atividade assistencial, e pelos pais de alunos, na Escola Nossa Senhora das Graças. Em 2003, a Associação Pela Família reforçou as bases para sustentar seu crescimento através das seguintes ações: a) novo sistema de planejamento; b) reforma e construção de 5 pavimentos na área da Escola Nossa Senhora das Graças; c) aquisição de nova unidade escolar na região do Aeroporto e d) transferência da sede para a Rua Bento de Andrade, 324. Estamos gratos pelo apoio e reconhecimento de todos, sócios, funcionários, parceiros, doadores e voluntários, com quem contamos para enfrentar novos desafios e partilhar o orgulho e a alegria do trabalho realizado. BALANÇOS PATRIMONIAIS LEVANTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E DE 2002 - Em Reais - Republicação 2003 2002 ATIVO 2003 2002 PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Fornecedores 215.479 152.670 Disponibilidades 101.328 77.144 Aquisição nova escola 1.062.500 Aplicações financeiras 8.334.047 9.652.243 Contas a pagar 15.795 14.925 Mensalidades a receber 544.866 437.395 Obrigações sociais 144.225 121.068 Contas a receber 19.719 5.178 Obrigações fiscais 14.661 3.219 Adiantamentos 485.614 114.881 Provisão de férias 552.545 492.229 Total do circulante 9.485.574 10.286.841 Receita Antecipada 493.837 237.995 Total do circulante 2.499.042 1.022.106 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Depósitos Judiciais 14.363 14.363 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Contingências Trabalhistas e Fiscais 75.668 83.638 Total do realizável a longo prazo 14.363 14.363 Aquisição nova escola 3.187.500 Total do exigível a longo prazo 3.263.168 83.638 PERMANENTE Imobilizado líquido 8.188.299 8.188.385 PATRIMÔNIO SOCIAL Fundo Social 17.342.893 15.355.898 Imobilizado - Aquisição Nova Escola 7.619.044 Fundo Patrimonial 43.584 40.953 Diferido 108.000 Superávit do exercício 2.266.593 1.986.994 Total do permanente 15.915.343 8.188.385 Total do patrimônio social 19.653.070 17.383.845 25.415.280 18.489.589 TOTAL 25.415.280 18.489.589 TOTAL

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E DE 2002 - Em Reais 1. REPUBLICAÇÃO - Estamos republicando as Demonstrações Contábeis de 31/12/2003, com O contrato prevê que as parcelas serão corrigidas anualmente pela TJLP – Taxa de Juros de Longo reclassificação das contas do Ativo Permanente para melhor apresentação da operação da aquisição Prazo divulgada pelo Banco Central do Brasil. da Nova Escola, conforme descrito na NOTA 7. Abaixo demonstramos a reclassificação: 8. OBRIGAÇÕES SOCIAIS 2003 2002 CONTAS PUBLICAÇÃO RECLASSIFICAÇÃO PUBLICAÇÃO Salários e honorários 3.259 502 ANTERIOR ATUAL INSS a recolher 26.968 24.287 Permanente FGTS a recolher 59.218 51.405 Investimentos 7.619.044 (7.619.044) 0 IRF s/ salários 53.462 43.670 Imobilizado - Aquisição Nova Escola 0 7.619.044 7.619.044 Outros 1.317 1.204 DOAR Total 144.224 121.068 Investimentos 7.619.044 (7.619.044) 0 9. INSS – LEI N.º 9.732/1998 - A Lei N.º 9.732 de 11 de dezembro de 1998 prevê o recolhimento de Imobilizado - Aquisição Nova Escola 0 7.619.044 7.619.044 quota patronal das contribuições previdenciárias ao INSS, proporcionalmente aos atendimentos graEm viturde dessa reclassificação, estão sendo alteradas as Notas Explicativas nºs 6 e 7. tuitos efetuados pela entidade. O Supremo Tribunal Federal, através de Ação Direta de 2. CONTEXTO OPERACIONAL - A Associação Pela Família é uma sociedade civil, beneficente, Inconstitucionalidade, concedeu liminar contra a Lei N.º 9.732 de 11 de dezembro de 1998, desobrifilantrópica, cujo principal objetivo é a educação; para realizá-lo mantém centros educacionais onde gando as Entidades Beneficentes de Assistência Social de recolhimento das contribuições presta serviços inteiramente gratuitos, a crianças, jovens e adultos, em turmas de alfabetização; na previdenciárias. Dessa forma, a administração e seus consultores jurídicos optaram por não depositar Escola Nossa Senhora das Graças presta serviço remunerado, nos cursos fundamental e médio. A em juízo, nem provisionar a quota patronal das contribuições previdenciárias ao INSS. Associação atua através das seguintes unidades: · Centro Educacional Gracinha; · Centro de Parti- 10. FUNDO DE FINANCIAMENTO DO ENSINO – LEI N.º 10.260/2001 - O Art. 19 da Lei N.º 10.260, de cipação Educativa e Comunitária Clarisse Ferraz Wey; · Centro Educacional Colibri; · Centro Educa- 12 de julho de 2001 regulamentado pelo Decreto N.º 4.035, de 28 de novembro de 2001 altera a legislacional Girassol; · Projeto Aquarela; · Projeto Uirapuru; · Escola Nossa Senhora das Graças; ção sobre bolsas de estudos, exigindo das entidades filantrópicas educacionais a concessão de bolsas 3. PRINCIPAIS CRITÉRIOS CONTÁBEIS - As demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com de estudos no valor mínimo correspondente à isenção previdenciária. A Confederação dos Estabelecias práticas contábeis adotadas no Brasil. a) Apuração do superávit do exercício - As receitas e despesas mentos de Ensino ajuizou ação direta de inconstitucionalidade contra vários dispositivos dessa lei, obsão registradas considerando o regime de competência de exercícios. b) Aplicações financeiras - As tendo liminar favorável do Supremo Tribunal Federal, que desobrigou as instituições de ensino das refeaplicações financeiras são registradas ao custo acrescido das receitas auferidas até a data do balanço. c) ridas exigências. Dessa forma, a administração e seus consultores jurídicos optaram por não depositar Mensalidades a receber - São demonstradas, considerando o regime de competência de exercícios. Para em juízo, nem provisionar a quota patronal das contribuições previdenciárias ao INSS. eventuais perdas são constituídas provisões para devedores duvidosos. d) Imobilizado - É demonstrado 11. ASSISTÊNCIA SOCIAL - As despesas com atividade assistencial gratuita são efetuadas nos cenpelo custo de aquisição e reavaliação; as depreciações foram calculadas pelo método linear, considerando tros educacionais mantidos pela Associação Pela Família, no município de São Paulo e do Embu, a vida útil-econômica dos bens. e) Investimentos - Avaliados pelo método de custo, não sendo necessário onde são atendidos gratuitamente crianças, jovens carentes; adultos em cursos de alfabetização, aos constituir provisão de perdas. f) Diferido - Demonstrado pelo custo de aquisição. As amortizações serão quais são oferecidos serviços pedagógico-educacionais e de lazer, além de refeição. contabilizadas por ocasião do retorno de tais gastos. f) Assistência Social - Está demonstrada no item 10, Durante o ano de 2003, a matrícula geral nessas unidades beneficentes foi de 1.438 crianças, jovens atendendo o disposto no Art. 4.º, parágrafo único, do Decreto N.º 2.536 de 06 de abril de 1998. g) Atualiza- e adultos; 812 famílias receberam atendimento indireto. ção Monetária - As demonstrações contábeis foram preparadas atendendo às práticas estabelecidas pela Centro Educacional Matrícula Geral Famílias legislação societária, conforme Lei N.º 9.249 de 20 de dezembro de 1995, a qual estabelece que, a partir de Centro Educacional Gracinha 203 102 janeiro de 1996, fica vedada a atualização monetária das demonstrações contábeis para fins societários. Centro de Participação Educativa e Comunitária Clarisse Ferraz Wey 157 97 4. MENSALIDADES A RECEBER 2003 2002 Centro Educacional Colibri 516 297 Mensalidades vencidas até 30 dias 82.413 67.649 Centro Educacional Girassol 185 129 Mensalidades vencidas até 60 dias 115.358 82.003 Projeto Uirapuru 133 66 Mensalidades vencidas com mais de 90 dias 659.304 484.865 Alfabetização de adultos 244 121 Provisão para Devedores Duvidosos (312.209) (197.122) Total 1.438 812 Total 544.866 437.395 11a. CONVÊNIOS FIRMADOS - A Associação Pela Família renovou convênios com a SAS – Secretaria 5. CONTAS A RECEBER 2003 2002 de Assistência Social – PMSP com vigência de 01/11/2003 a 31/10/2005 cujos números atuais são os IRF s/ Aplicações Financeiras 5.299 4.504 seguintes: Cheques Devolvidos 11.897 564 • 2003-0.242.720-8 - Centro Educacional Gracinha; Outros Valores a Receber 2.523 110 • 2003-0.242.717-8 - Centro de Participação Educativa Clarisse Ferraz Wey Total 19.719 5.178 • 2003-0242.710-0 - Projeto Uirapuru, no Centro de Convivência Uirapuru. 6. IMOBILIZADO 2003 2002 Manteve também o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, PETI nº 2001.0.136.230.3 e o convênio com a Secretaria Municipal de Educação NAE-12, MOVA, convênio n° 2001-0221.042-6, Projeto Depreciação Aquarela. Descrição Custo Acumulada Líquido Terrenos 4.629.598 4.629.598 4.629.598 Valores recebidos desses convênios em 2003 Imóveis e edificações 3.617.233 (836.912) 2.780.321 2.896.555 CONVÊNIOS VALOR Móveis e utensílios 333.219 (172.008) 161.211 172.846 131.354 Computadores e periféricos 391.306 (268.757) 122.549 149.775 Núcleo Sócioeducativo – SAS (PMSP) - C.E. Gracinha Direito uso de linhas telefone 6.180 6.180 6.180 Núcleo Sócioeducativo – SAS (PMSP) 127.871 Direito uso de Software 159.866 (37.909) 121.957 87.383 Centro de Participação Educativa e Comunitária Clarisse Ferraz Wey 175.679 Veículos 16.600 (14.387) 2.213 5.533 Núcleo Socioeducativo – SAS (PMSP) - Projeto Uirapuru 2.230 Máquinas e equipamentos 269.144 (101.649) 167.495 144.447 Programa de erradicação do Trabalho – PETI (PMSP) - Projeto Uirapuru 46.200 Obras e Implantações 196.775 196.775 96.092 Mova (PMSP) – Alfabetização de adultos 11b. PARCERIAS - A Associação Pela Família manteve parceria com o Instituto Ayrton Senna – CidaAquisição Nova Escola 7.619.044 7.619.044 Total 17.238.965 (1.431.622) 15.807.343 8.188.385 dão 21 Arte, no período de 2002 e 2003, tendo recebido o montante de R$ 72.648, sendo apropriados, Conforme descrito na NOTA 1, foi reclassificado o valor da Aquisição Nova Escola, que passa a ser em 2002, o valor correspondente a R$ 20.970 e em 2003, para pagamentos de serviços e materiais, o valor de R$ 49.046 e R$ 2.631 para aquisição de bem imobilizado. registrado no Imobilizado. 7. AQUISIÇÃO NOVA ESCOLA - Durante o período de 2003 a Associação Pela Família adquiriu ativos Redes - A Associação Pela Família integra a rede de associações assistenciais da: do Colégio Augusto Laranja Ltda, no valor base de R$ 7.450.000 e despesas assessórias de R$ 169.044, • Rede Butantã – SAS; totalizando o valor de R$ 7.619.044, cujo valor encontra-se classificado como imobilizado. No período • Federação de Obras Sociais – FOS; de 2003 foi pago o montante de R$ 3.200.000 e o restante correspondente a R$ 4.250.000 foram • Rede Cooperapic – Cooperativa da Associação de Promoção e Incentivo à Criança; • Associação Cirandar; pactuados para serem pagos conforme demonstrativo a seguir: • Rede Brasileira de Entidades Assistenciais e Filantrópicas – Rebraf; Passivo Circulante Passivo Longo Prazo Valor da Nº Valor total Valor total Valor da Nº Valor Total Valor Total • Centro de Voluntariado Paulista. parcela Parc. 2003 2002 parcela Parc. 2003 2002 11c. DOAÇÕES - Eventualmente a entidade recebe doações de pessoas físicas e jurídicas. Nos anos de 2003 e de 2002, a entidade recebeu o total de R$ 41.420 (período de 2003) e R$ 32.483 (período de 2002). 265.625 04 1.062.500 265.625 12 3.187.500 DIRETORIA JOSUE RODRIGUES SILVA MACHADO JAYME ALTOMAR Presidente Tesoureiro PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES das contribuições previdenciárias ao INSS, proporcionalmente aos atendimentos gratuitos efetuados Aos administradores da pela entidade. O Supremo Tribunal Federal, através de Ação Direta de Inconstitucionalidade, concedeu ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA liminar contra a referida lei, desobrigando as Entidades Beneficentes de Assistência Social de São Paulo - SP 1. Examinamos os balanços patrimoniais da ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA em 31 de dezembro de recolhimento das contribuições previdenciárias. Dessa forma, a administração e seus consultores 2003 e de 2002 e as respectivas demonstrações do superávit, das mutações do patrimônio social e jurídicos optaram por não depositar em juízo, nem provisionar a quota patronal das contribuições das origens e aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados previdenciárias ao INSS. 5. Conforme nota explicativa 14, a ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA foi autuada sob a responsabilidade de sua administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, por entender o mesmo que a Entidade estava em sobre essas demonstrações contábeis. 2. Nosso exame foi conduzido de acordo com as normas de desacordo com exigências legais para entidade de fins filantrópicos no período compreendido entre auditoria aplicáveis no Brasil e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a maio de 1988 a janeiro de 1996, exigindo, assim, o recolhimento da cota patronal da previdência relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controle internos da entidade; social. Parte das notificações fiscais foram consideradas improcedentes e remanesce ainda em (b) a constatação com base em testes, das evidências e registros que suportam os valores e as discussão o montante de R$ 2.183.598. Este questionamento encontra-se em fase de defesa judicial informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e estimativas contábeis mais e, de acordo com a avaliação de seus consultores jurídicos, existem boas possibilidades de êxito. 6. representativas adotadas pela administração da entidade, bem como da apresentação das Conforme nota explicativa 15a, a entidade possui liminar desde maio de 1998, impetrada junto à Justiça demonstrações contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as demonstrações contábeis Federal, opondo-se ao artigo 12º da Lei N.º 9.532 de 11 de dezembro de 1998, que determina a representam adequadamente, em todos os seus aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira retenção de Imposto de Renda na Fonte e Imposto sobre Operações Financeiras, inclusive para da ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA em 31 de dezembro de 2003 e de 2002, o superávit de suas operações, entidades com imunidade tributária. Não foi apurado o montante envolvido. De acordo com a avaliação as mutações de seu patrimônio social e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos de seus consultores jurídicos, existem boas possibilidades de êxito nesta questão. 7. Conforme nota exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. 4. Conforme explicativa 15b, a entidade não está recolhendo e nem provisionando o PIS sobre folha de pagamento, nota explicativa 9, a Lei N.º 9.732 de 11 de dezembro de 1998 prevê o recolhimento de quota patronal amparada por liminar impetrada junto à Justiça Federal. Conforme consultoria jurídica da entidade as

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 26 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

EXTRAVIO DE DOCUMENTO

empresários de uma só vez?

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E DE 2002 - Em Reais - Republicação Fundo Fundo Superávit Social Patrimonial Acumulado Total Saldo em 31/12/2001 13.991.987 39.014 1.363.911 15.394.912 Fundo Patrimonial 1.939 1.939 Transferência para Fundo Social 1.363.911 (1.363.911) Superávit do exercício 1.986.994 1.986.994 Saldo em 31/12/2002 15.355.898 40.953 1.986.994 17.383.845 Fundo Patrimonial 2.631 2.631 Transferência para Fundo Social 1.986.994 (1.986.994) Superávit do exercício 2.266.593 2.266.593 Saldo em 31/12/2003 17.342.893 43.584 2.266.593 19.653.070 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E DE 2002 - Em Reais - Republicação ORIGENS DE RECURSOS 2003 2002 Superávit do exercício 2.266.593 1.986.994 Baixa do Imobilizado 66.045 5.271 Acréscimo no Patrimônio Social 2.631 1.939 Depreciação 283.210 293.963 Acréscimo no exigível a longo prazo 3.187.500 Total das origens 5.805.979 2.288.167 APLICAÇÕES DE RECURSOS Aquisições do imobilizado 349.168 257.943 Aquisição Nova Escola 7.619.044 Ativo diferido 108.000 Diminuição exigível a longo prazo 7.970 Total das aplicações 8.084.182 257.943 VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (2.278.203) 2.030.224 ATIVO CIRCULANTE No Início do Exercício 10.286.841 8.105.037 No Fim do Exercício 9.485.575 10.286.841 Variação (801.268) 2.181.804 PASSIVO CIRCULANTE No Início do Exercício 1.022.106 870.526 No Fim do Exercício 2.499.041 1.022.106 Variação (1.476.935) (151.580) VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (2.278.203) 2.030.224 DEMONSTRATIVO DE GRATUIDADES

Valor R$ 2003 2002 Receita com ensino 9.449.186 8.458.798 Receita Financeira 2.609.785 1.497.845 Receitas Diversas 26.135 23.236 Total das receitas 12.085.106 9.979.879 20% conforme Decreto 2536-06/04/98 Artigo 3º, inciso VI 2.417.021 1.995.976 100% da receita de doações, convênios e parcerias 573.799 500.599 Valor destinado para atividade assistencial (gratuita) 2.990.820 2.496.575 Unidade de Gestão Aquarela 618.061 435.675 Centro Educacional Gracinha 442.981 412.390 Centro de Participação Educativa e Comunitária Clarisse Ferraz Wey 333.206 300.314 Centro Educacional Colibri 1.073.081 900.384 Centro Educacional Girassol 299.710 254.148 Projeto Uirapuru 276.724 223.233 Alfabetização de Adultos 105.156 100.143 Total das despesas da atividade assistencial (gratuita) 3.148.919 2.626.287 Valor aplicado acima do exigido pela legislação 158.099 129.712 12. ISENÇÃO PREVIDENCIÁRIA - Em atendimento ao artigo 4.º do Decreto N.º 2.536 de 06 de abril de 1998, os valores relativos às isenções previdenciárias gozadas estão demonstrados da seguinte forma: 2003 2002 Contribuição Patronal 1.229.279 1.058.424 SAT 59.261 50.905 Terceiros 266.676 229.075 Total 1.555.216 1.338.404 13. COBERTURA DE SEGUROS - Com a finalidade de atender medidas preventivas adotadas permanentemente, a Instituição efetua contratação de seguros contra incêndio em valor considerado suficiente para cobertura de eventuais sinistros nas Unidades. 14. PROCESSOS PREVIDENCIÁRIOS – INSS - A entidade foi autuada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS em 28 de fevereiro de 1996, pelo não recolhimento da cota patronal de maio de 1988 a janeiro de 1996, sob alegação que a entidade não possuía o Certificado de Utilidade Pública Federal, expedido pelo Ministério da Justiça referente àquele período. Através de pedido de anulação da lavratura dos Autos junto à Gerência Regional de Arrecadação e Fiscalização do INSS – Pinheiros, foram analisadas e julgadas integralmente improcedentes as Notificações Fiscais de Lançamentos de Débito – NFLD N.os 31.838.667-4 e 31.838.668-2. Estão, ainda, em trâmite junto ao INSS, os processos referentes às NFLDs N.os 31.838.669-90 e 31.838.670-4, compreendendo apenas o período entre maio de 1988 e outubro de 1993, visto que os períodos posteriores (novembro de 1993 a janeiro de 1996) foram considerados improcedentes. O valor nominal considerado nas causas é de R$ 2.183.598. 15. PROCESSOS FISCAIS - a) A entidade possui liminares impetradas junto à Justiça Federal contra a retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte e Imposto Sobre Operações Financeiras por ocasião do resgate dos rendimentos de suas aplicações financeiras, conforme determina o artigo 12º da Lei N.º 9.532 de 11 de dezembro de 1998, incluindo as entidades com imunidade tributária. b) Não está sendo recolhido e provisionado o PIS sobre folha de pagamento amparado por liminar impetrada pela Justiça Federal. Conforme consultoria jurídica da entidade as possibilidades de êxito são boas. JOSÉ SALIM ARBID MITAURY CONTADOR C.R.C.-1SP091.727/O-3 possibilidades de êxito são boas. 8. Conforme nota explicativa 10, o Art. 19 da Lei N.º 10.260, de 12 de julho de 2001 regulamentado pelo Decreto N.º 4.035, de 28 de novembro de 2001 altera a legislação sobre bolsas de estudo, exigindo das entidades filantrópicas educacionais a concessão de bolsas de estudos no valor mínimo correspondente à isenção previdenciária. Em decisão unânime, o Supremo Tribunal Federal concedeu liminar à Confederação dos Estabelecimentos de Ensino, suspendendo os dispositivos da referida lei, especificamente o artigo 19. Dessa forma, a administração e seus consultores jurídicos optaram por não depositar em juízo, nem provisionar a quota patronal das contribuições previdenciárias ao INSS. 9. Conforme mencionado na Nota Explicativa nº 1, as Demonstrações Contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de 2003, estão sendo retificadas e as reclassificações ali descritas foram por nós examinadas de acordo com as Normas de Auditoria e, em nossa opinião, estão adequadamente contabilizados. 10. As Demonstrações Contábeis relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2003, antes das reclassificações mencionadas na Nota Explicativa nº 1, foram por nós examinadas conforme Parecer emitido em 04 de março de 2004. São Paulo, 22 de maio de 2006. Silvio de Jesus CRC 1 SP 141.676/O-7

EDITAL SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA:

Requerente: Vocal Comércio de Veículos Ltda. - Requerida: Leoma Transportes Rodoviários Ltda. - Rua Luiz Matheus Alpiovezza, 40 - 1ª Vara de Falências Requerente: Hélvia Indústria de Borracha Ltda. - Requerido: Mingone Comércio e Serviços Ltda. - End.: n/c - 1ª Vara de Falências

Quer falar com 26.000

DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E DE 2002 - Em Reais - Republicação RECEITAS 2003 2002 Receita com atividades educacionais 9.449.186 8.458.798 Convênios, parcerias e doações 573.799 500.599 Receitas financeiras 2.609.785 1.497.845 Resultado bruto 12.632.770 10.457.242 DESPESAS Despesas com atividade assistencial gratuita (3.148.919) (2.626.287) Despesas com pessoal (4.926.094) (4.186.740) Serviços operacionais (651.273) (455.717) Materiais (243.682) (220.432) Tributárias (18.288) (17.030) Despesas gerais (311.014) (195.900) Depreciação (179.474) (180.480) Despesas Adm. Mantenedora (854.770) (577.871) Despesas Financeiras (37.230) (31.011) Total das despesas (10.370.744) (8.491.468) Superávit operacional 2.262.026 1.965.774 Resultado não operacional 4.567 21.220 Superávit do exercício 2.266.593 1.986.994

Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3643

TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – FDE comunica às empresas interessadas que acha-se aberta licitação para execução de Obras: TOMADA DE PREÇOS N.º - OBJETO - PRÉDIO – LOCALIZAÇÃO - PRAZO – CAPITAL SOCIAL MÍNIMO DE PARTICIPAÇÃO – GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO – ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/1231/06/02 - Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar - EE Profª Alice Sales Cunha – Rua José Poloni, 1312 - Centro - Poloni/SP – 150 - R$ 20.883,00 – R$ 2.088,00 – 09:30 – 15/06/2006. 05/0476/06/02 – Reforma de Prédio Escolar - EE Culto à Ciência – Rua Culto à Ciência, 422 - Botafogo - Campinas/SP – 180 - R$ 81.157,00 – R$ 8.115,00 – 10:30 – 15/06/2006. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – São Paulo – SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 30/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). O Edital completo através de cópias reprográficas/heliográficas terá o custo de R$ 0,10 (dez centavos) por cópia reprográfica e R$ 3,00 (três reais) por cópia heliográfica. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 17:00 horas do dia 14/06/2006, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO e a PROPOSTA COMERCIAL deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. Willian Sampaio de Oliveira Diretor Executivo


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Tr i b u t o s Nacional Finanças Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

ANALISTAS ESPERAM ACOMODAÇÃO DE PREÇOS

O Brasil tem consolidado sua economia e não temos que ter preocupação. Luiz Inácio Lula da Silva

RECUPERAÇÃO DOS DOIS ÚLTIMOS PREGÕES COMPENSOU TURBULÊNCIA. DÓLAR SUBIU 1,49% NO PERÍODO.

BOVESPA FECHA SEMANA COM ALTA DE 2% Monalisa Lins/AE

A

cia dos primeiros dias da semana passada. A inversão de tendência também mexeu com o mercado de câmbio. Depois de ter atingido a cotação de R$ 2,40 no pior momento da turbulência, o dólar encerrou os negócios de sexta-feira com perda de 2,23%, cotado a R$ 2,241 para venda. A alta da moeda americana acumulada na semana limitou-se a 1,49%. Expectativa — "O fato de o indicador de inflação dos Estados Unidos ter ficado dentro das estimativas dos analistas ajudou a acalmar o mercado. Acredito que nos próximos dias os negócios voltem à normalidade", afirmou Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy, lembrando que entre segunda e quarta-feira o dólar se valorizou 8,74%. O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,2% em abril, enquanto

Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) conseguiu, na última sexta-feira, manter a tendência de recuperação da sessão anterior. Em dois dias, o Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, virou o placar negativo da semana de maior volatilidade deste ano, e acabou encerrando o período com ganhos de 2%. No fechamento de sexta-feira, o indicador estava em 38.629 pontos, com valorização de 2,82%. O estímulo para as compras de ações veio antes da abertura do pregão da Bovespa, com a divulgação de um indicador de inflação nos Estados Unidos em linha com o esperado pelo mercado, o que reduziu temores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) eleve a taxa básica além do estimado anteriormente. Foi exatamente essa preocupação que provocou a turbulên-

o índice geral avançou 0,5%. Ambas as taxas corroboraram as projeções do mercado. A expectativa é de acomodação dos preços dos ativos nos primeiros pregões desta semana, mas os investidores ainda aguardam a divulgação, na quarta-feira, da ata da última reunião do Fed. No documento, esperam identificar sinais a respeito da trajetória dos juros nos Estados Unidos. Mas, pelo menos hoje, o ambiente deve ficar tranqüilo — os mercados norte-americanos não abrirão por causa de um feriado. Também mais pessimistas no começo da última semana, os mercados internacionais mostraram-se mais favoráveis na sexta-feira. As principais bolsas de valores americanas e européias subiram. O riscoBrasil recuou levemente (para 270 pontos-base no fim da tarde), enquanto os títulos da dívida externa brasileira ganharam força. (DC/Reuters)

É

certo que a forte turbulência que atingiu os mercados financeiros na semana passada assustou muitos investidores. Mas também é fato que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nunca esteve tão em alta quanto neste ano: recebe volumoso investimento estrangeiro e também conta com as aplicações de pequenos investidores. Para se ter uma idéia, o giro financeiro da Bovespa no primeiro trimestre de 2006 foi o maior da história do mercado de ações do país para um período de janeiro a março: atingiu a marca de R$ 127 bilhões no mercado à vista. Em 2002, quando começava a recuperação do mercado acionário brasileiro, a média diária de negócios na bolsa paulista era de R$ 400 milhões, volume que nos primeiros meses deste ano chegou a R$ 2,3 bilhões. "A expansão reflete bons resultados das empresas e a situação econômica favorável", diz o economista da consultoria Economática, Einar Rivero. Para ele, o giro recorde, com diferentes tipos de investidores fechando operações, garante maior estabilidade ao mercado de ações, pois dilui o risco. "Como muitas pessoas físicas chegaram à Bovespa nos últimos dois, três anos, as ações agora estão nas mãos de grupos mais diversificados de investidores. Essa pulverização protege nosso mercado", diz Rivero. Em 2003, a partici-

Milton Mansilha/LUZ

Bolsa vive seu melhor momento

Barboza: popularização ajuda.

pação das pessoas físicas no total de negócios não passava de 12%. Hoje, perto de 25% das operações são feitas por esses pequenos aplicadores. Popularização – "O mercado cresceu também por causa do projeto de popularização do investimento em ações desenvolvido pela Bovespa", afirma o diretor de Marketing e Comunicação da bolsa, Luís Abdal. "Com o trabalho, conseguimos mostrar às pessoas que elas podem se tornar sócias das empresas, contribuindo para financiar o crescimento dessas companhias e, conseqüentemente, da economia brasileira", destaca o diretor. O programa de popularização promoveu as aplicações em ações por meio da criação de clubes de investimento. A idéia é que, em grupo, as pessoas possam entrar no mercado acionário com pequenas quantias em dinheiro. Segun-

do a Bovespa, o número de clubes de investimento saltou de 350 em 2002 para 1,5 mil neste ano, o que representa expansão de 328% em quatro anos. Novatas – Mesmo com a diversificação dos investidores, os negócios ainda estão muito concentrados em ações de empresas de primeira linha, mais tradicionais (Petrobras, Telemar e Vale do Rio Doce, entre outras). De qualquer forma, as empresas que abriram o capital e entraram na Bovespa recentemente têm (em geral) dado bom retorno financeiro aos acionistas. Neste ano estrearam empresas como Gafisa, Copasa, Vivax e Company. "A popularização da bolsa e o cenário estável na economia atraem cada vez mais empresas", afirma o analista-chefe da corretora Coinvalores, Marco Aurélio Barboza. "E, do ponto de vista dos investidores, o mercado está mais seguro, pois as regras de governança corporativa aumentam as garantias de relacionamento transparente entre as empresas e os acionistas" acrescenta, referindo-se às normas de segmentos especiais de negociação da bolsa paulista, como os níveis 1 e 2 de governança e também o Novo Mercado. A principal recomendação para quem quer entrar no mercado é buscar informações confiáveis. Pode-se procurar ajuda na Bovespa, pelo site www.bovespa.com.br. Sonaira San Pedro

Para Henrique Meirelles, comportamento do mercado prova que vulnerabilidade externa do País é menor

Meirelles e Lula defendem economia

O

presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, reiterou, na última sexta-feira, que o comportamento recente do mercado financeiro é uma comprovação de que a economia brasileira tem vulnerabilidade externa significativamente menor do que no passado. Os mercados operaram muito nervosos no início da semana passada, mas recuperaram-se na quinta e na sexta-feira. "Tivemos mudança estrutural importante no cenário externo, o que gerou ajustes importantes, e essa turbulência que vimos no começo da semana não teve o efeito de gatilho de uma deterioração dos ativos brasileiros. Ao contrário", afirmou o presidente do BC em almoço promovido pela Associação das Empresas Distribuidoras de Valores (Adeval). Meirelles acrescentou que essa condição permite à economia brasileira navegar com mais tranqüilidade nos ciclos da economia internacional. Em uma breve exposição sobre

as incertezas do cenário externo, o presidente do BC destacou que, entre os fatores que estão claros, um é especialmente importante: a política monetária americana. "Se estiver encerrado o período de uma política monetária mais acomodada nos Estados Unidos, o cenário externo de liquidez naturalmente não será tão benevolente como nos últimos anos", afirmou. "Mas olhamos isso com tranqüilidade", enfatizou. "Não que tenhamos feito todo o trabalho, ainda temos muito o que fazer", concluiu Meirelles. Lula reclama – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou, também na sexta-feira, dos especuladores e dos analistas econômicos. Em rápida entrevista após participar de um encontro de idosos, ele voltou a assegurar que a economia brasileira está sólida. "Não é possível que um cidadão fale uma coisa em off (sem se identificar) e isso vire um pandemônio nos mercados internacionais", disse, referindo-se aos que recomendam cautela com o Brasil.

Lula, no entanto, reconheceu que o País precisa ficar atento às variações do mercado. "O Brasil tem consolidado sua economia e não temos que ter preocupação. Obviamente que temos sempre de ficar atentos", disse o presidente. Um dia depois de agricultores cobrarem aumento do dólar, o presidente reclamou das pressões para a mudança no câmbio. "As pessoas sempre reclamam. Uns querem dólar a R$ 2,30 e outras, a R$ 2,50, como se pudesse, com uma mágica, o presidente do Banco Central ficar dizendo que hoje o dólar vai ser assim, amanhã vai ser assim", disse. "Ele (o dólar) vai se ajustar num patamar que vai ser ideal para todo mundo", acrescentou. Lula reafirmou que, diferentemente de outras épocas, o País não tem de temer, por exemplo, a posição do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). "O Brasil não tem que ficar temendo o discurso do banco central americano", salientou. "Temos solidez." (AE)

HSBC destaca Brasil e Rússia O

s analistas do banco HSBC acreditam que o mercado acionário do Brasil é, ao lado do da Rússia, o que apresenta maior potencial de valorização entre os países emergentes. O banco britânico manteve sua recomendação overweight (exposição acima

da média) para as ações brasileiras. Em nota distribuída entre clientes, o estrategista do HSBC, John Lomax, observou que o mercado brasileiro foi um dos mais atingidos pela recente correção e o real sofreu uma forte desvalorização.

Destacando que os fundamentos da economia brasileira são positivos, o analista lembrou como fator favorável o fato de o presidente Lula manter uma liderança folgada nas pesquisas eleitorais. Para ele, os ativos brasileiros têm bom nível de preço. (AE)


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Nnononoon Nononono Seção Congresso Nononono

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

"Os bancos não estão colaborando (...) Isso vai se refletir no número de indiciamentos". Alerta de um dos peritos da CPI dos Bingos

INVESTIGAÇÕES SOBRE OS BINGOS QUASE NO FIM

RELATÓRIO SOBRE OS BINGOS FICA PRONTO QUINTA-FEIRA, APESAR DE TUDO.

FALTA INFORMAÇÃO À CPI

A

três dias de apresentar seu relatório final, a CPI dos Bingos ainda não recebeu informações completas sobre cerca de 75% das operações que constam dos sigilos bancários dos investigados. Os dados enviados pelos bancos escondem, na maioria dos casos, a origem e o destino das movimentações sob investigação - falha que impossibilita a análise das contas. A extinta CPI dos Correios enfrentou o mesmo problema com os bancos para receber corretamente as informações requisitadas. "Os bancos não estão colaborando e sem esses dados vai ficar difícil avançar em pontos importantes das investigações", alerta um dos peritos designados para a CPI. "Isso vai se refletir no número de indiciamentos", completa. O documento - A falta de dados para rastrear operações bancárias suspeitas é um dos maiores desafios dos técnicos, que devem entregar o relatório nesta quinta. O documento vai examinar as ligações das casas de bingo com o crime organi-

Há extratos telefônicos funzado e as práticas de lavagem de dinheiro. Os peritos tam- damentais nessa lista. Entre bém produziram capítulos so- eles, o que trazem as ligaçõesbre as conexões dos bingos feitas e recebidas pelo ex-subcom esquemas de corrupção chefe de Assuntos Parlamennas prefeituras de Santo André tares da Casa Civil Waldomiro Diniz, os telefonemas da casa e de Ribeirão Preto. A suposta doação de R$ 1 mantida pela República de Ribeirão Preto em milhão dos em- Marcos Peron/Virtual Photo Brasília e os extrapresários do setos do telefone tor para a campautilizado por Jusnha do presidencelino Dourado te Luiz Inácio Luquando era chela da Silva em fe-de-gabinete do 2002 será citada ex-ministro Anno relatório, astônio Palocci. sim como a renoTa m b é m n ã o vação do contrachegaram à CPI to de loterias da dados telefônicos Caixa com a Gtede Ralf Barquete e ch. Há evidências Vladimir Poleto, de pagamento de PauloOkamoto ex-assessores de Palocci, invespropina, segundo técnicos. Outro motivo de reclamação tigados por corrupção na Prefeidos peritos são os atrasos no tura de Ribeirão Preto e de emenvio dos sigilos telefônicos presários de bingo angolanos. A dos investigados. Duas gran- CPI havia concedido 10 dias des operadoras, segundo os úteis para as operadoras. Segundo os peritos, a Caixa peritos, ainda não remeteram os dados de quebra de sigilos Econômica Federal ainda não aprovadas pela comissão nos enviou documentos determidias 13 e 14 de dezembro do nados pela comissão sobre biano passado - um atraso, por- lhetes ganhadores de loterias. Uma das linhas de investigatanto, de seis meses.

M

ais de 800 pessoas, entre elas líderes políticos – o governador e prefeito de São Paulo, Cláudio Lembo e Gilberto Kassab, além do presidente da Assembléia Legislativa, Rodrigo Garcia –, empresários, religiosos e representantes de entidades afrobrasileiras, fizeram uma manifestação pela tolerância racial e em defesa da inclusão étnica, na última sexta-feira, em São Paulo. Na inauguração do escritório político do ex-secretário de Justiça de São Paulo, Hédio Silva Júnior, o governador elogiou a luta do ex-secretário contra a discriminação e pela tolerância racial. "Ele é um grande representante da cidadania e da etnia negra neste País", disse Lembo. Kassab acrescentou: "Hédio é um idealista que irá se engajar agora no

UM ENCONTRO PELA TOLERÂNCIA RACIAL Afif Domingos, Hédio Silva Júnior e Cláudio Lembo na manifestação que defendeu a inclusão étnica e o fim da discriminação.

nosso projeto político, como futuro deputado na Câmara Federal". Garcia garantiu que o ex-secretário é "acima de tudo um homem de bem que trás boas es-

peranças para o futuro do País". Hédio lembrou sua passagem pela secretaria como uma enorme experiência: "Acho que política se faz em torno de

ção envolve suspeita de fraudes na emissão desses bilhetes. Os técnicos afirmam que o banco remeteu só os dados dos bilhetes, e não cópias deles. Explic ação - As investigações sobre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, foram seriamente prejudicadas pela falta de documentos. A começar pelo próprio Okamotto, que prometeu entregar um ofício explicando qual a origem do dinheiro que ele utilizou para quitar uma suposta dívida de R$ 29 mil de Lula com o PT. A quebra do sigilo de Okamotto, que poderia explicar o mistério, foi aprovada pela comissão, mas barrada pelo Supremo Tribunal Federal. Sobre Okamotto, falta o detalhamento de um relatório do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) sobre suas movimentações financeiras. O único banco de dados completo da comissão é dos sigilos fiscais dos investigados, enviado pela Receita Federal. "Se tivéssemos recebido normalmente os demais dados, certamente o resultado final seria mais sólido." (AE) uma agenda que traga benefícios para toda a sociedade". O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, ressaltou a liderança de Hédio na defesa do respeito à diversidade étnica e religiosa no Brasil. Afif Domingos lembrou as parcerias entre o ex-secretário e a Associação Comercial para modernizar e agilizar os trabalhos da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). "Essas parcerias ajudaram a desburocratizar a vida dos empreendedores paulistas". A sub-secretária de Justiça, Evane Kramer, e o superintendente da Sede Distrital Pinheiros da ACSP, Ricardo Granja, elogiaram o empenho de Hédio para melhorar a justiça no Estado. (SLR)

PSDB e PFL FORMALIZAM ALIANÇA

Reunião Plenária (informações, debates e busca de soluções) I

Exame e votação da ata da reunião anterior (24/04/2006)

II

Informações sobre a Campanha “De Olho no Imposto” - Viagem a Brasília e entrega ao Congresso de 1,5 milhão de assinaturas, como apoio popular ao projeto de lei que regulamenta o § 5º do artigo 150, da Constituição

III

Segurança: considerações sobre os últimos acontecimentos

IV Avaliação do Seminário Internacional “Democracia Liberal”, realizado nos dias 15 e 16 deste mês em São Paulo V

Outros assuntos

Dia: 29 de maio de 2006, segunda-feira Horário: às 17 horas Local: Rua Boa Vista, 51 - 9º andar

A

s divergências entre PSDB e PFL deverão continuar na ordem do dia. Em princípio, o PFL oficializa na quarta-feira a coligação com os tucanos para a eleição de presidente da República. Mas as arestas devem ser aparadas até lá. As relações não vinham bem depois das críticas do governador paulista Cláudio Lembro (PFL) à ausência dos tucanos na crise de violência de São Paulo e pioraram com a divulgação de pesquisas que apontam favoritismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A seguir, os principais fatos previstos para amanhã: TERÇA-FEIRA Apresentação do relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias , que traz as regras para o Orçamento da União de 2007. G Congresso vota as regras da tramitação do Orçamento. G A pauta do Congresso continua trancada por medidas provisórias. Na Câmara, a que eleva o salário mínimo para R$ 350. No Senado, a que isenta de pagamento do Imposto de Renda os investidores estrangeiros que investem em títulos públicos. G Senado pode votar proposta de emenda constitucional do Fundeb G CPI dos Bingos tentará votar o requerimento que pede a quebra de sigilo do presidente do Sebrae, Paulo Okamoto. G

Eymar Mascaro

Olho na queda

O

comando da campanha do PSDB está preocupado com a queda de Geraldo Alckmin entre eleitores paulistas, segundo a pesquisa Datafolha. Alckmin tinha 47% de índice de intenção de voto no levantamento anterior e recuou para 41%, enquanto Lula cresceu de 30% para 35%. É importante para o candidato ser bem votado em São Paulo. O Estado registra quase 25 milhões de um total de 125 milhões de eleitores no País. Vale dizer que de cada 5 eleitores no Brasil, 1 é de São Paulo. Conta a história que JK foi o único candidato a presidente que se elegeu mesmo tendo perdido em São Paulo (Juscelino foi derrotado no Estado por Adhemar de Barros). A queda de Geraldo Alckmin teria ocorrido como reflexo dos ataques da facção criminosa PCC, segundo analistas da política.

RECUPERAÇÃO

CANDIDATURA

Técnicos em pesquisas, como o diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, admitem que Geraldo Alckmin vai crescer no mês de junho, devido à sua exposição nos programas de TV do partido. Alckmin concorda com os analistas e garante que crescerá no momento certo.

Registrando sua précandidatura no partido, o senador Pedro Simon quer obrigar o PMDB a realizar a convenção em junho. Simon escolheu seu vice, é o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. Mas, os governistas conseguiram transferir a data de convenção do partido de 11 para o dia 29.

JOGOS Alckmin será a figura central nos programas de televisão do PSDB. Mas existe o medo de que os jogos da Copa do Mundo na Alemanha prejudiquem a campanha dos candidatos. Admite-se que o eleitor poderá estar mais bem mais preocupado com a seleção brasileira do que com a política.

COM LULA O objetivo dos governistas é levar o PMDB a apoiar a reeleição de Lula. Eles querem abortar a convenção e a primeira investida foi transferir a data. Com o argumento de que é mais conveniente para o PMDB ficar sem candidato a presidente para ter a liberdade de fechar alianças diferentes dos estados.

GOVERNADORES

CAMPANHA O coordenador da campanha tucana, senador Sérgio Guerra (PE) elaborou uma programação especial para Alckmin cumprir no Nordeste, que é a região em que o índice de rejeição do candidato tucano supera o de Lula. Além disso, é grande a vantagem de Lula nas pesquisas nos estados nordestinos.

ALTERNATIVAS O PSDB não está preocupado apenas com o Nordeste. O partido quer concentrar a campanha de Alckmin também em outras regiões igualmente importantes, como São Paulo, Rio e Minas. Em São Paulo, por exemplo, Alckmin deve fazer a campanha acoplado a José Serra, líder nas pesquisas de governador.

COM AÉCIO Em Minas, Alckmin joga com os votos de Aécio Neves, amplamente favorito para se reeleger governador (segundo o Datafolha Aécio tem 72% de índice de intenção de votos). O nó da questão está no Rio, onde está havendo desentendimento entre o prefeito César Maia (PFL) e a cúpula do PSDB.

COLIGAÇÕES Independentemente da crise que ameaça o partido, o PSDB pensa em amarrar acordos para o 2º turno. Uma de suas preferências é o PMDB. Outra tentativa dos tucanos é costurar, já, o apoio do PPS e PDT também no 2º turno. No 1º turno PPS e PDT não fazem acordo porque disputarão a eleição presidencial.

Outro argumento de governistas como José Sarney e Renan Calheiros é que o PMDB precisa se fortalecer nos estados e nas casas legislativas. Por isso, o partido espera lançar candidatos a governador em pelo menos 15 estados.

CRESCIMENTO O PSol gostou dos 6% de intenção de votos que sua candidata, Heloísa Helena alcançou nas últimas pesquisas. O partido acha que Heloísa pode ter até 15% dos votos, porque a tendência é de crescimento de sua candidatura. Se Heloísa crescer pode ajudar Alckmin a levar a eleição para ser decidida somente no 2º turno.

NÚMEROS Pela pesquisa Datafolha, José Serra (PSDB) teria hoje o mínimo de 10 milhões de votos e se elegeria governador de São Paulo ainda no 1º turno. O tucano obteve 56% de índice de intenção de voto contra 17% de Aloizio Mercadante (PT), seu principal adversário.

COLÉGIO Dos quase 25 milhões de votos que o Estado de São Paulo concentra, 2/3 estão nos 645 municípios do interior. Pelo Datafolha, Serra perdeu uma parcela de votos em maio, sobretudo na capital, por conta dos ataques do PCC. Mesmo assim, venceria a eleição hoje no 1º turno.

VOTAÇÃO Na eleição para o Senado, há 4 anos, Mercadante alcançou 10 milhões 500 mil votos. O candidato precisa repetir a votação se quiser ter chance de se eleger governador. Por enquanto, Mercadante tem 17% dos votos, ou, cerca de 3 milhões 500 mil.


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Nacional Tr i b u t o s Comércio Exterior Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

5,9

SETOR DE SERVIÇOS BUSCA REGRAS CLARAS

bilhões de dólares foram liberados pelo BNDES para financiamento de bens e serviços em 2005.

SERVIÇOS BRASILEIROS N gócios LÁ FORA: FALTAM REGRAS oportunidades

&

Apontado por seu potencial de comercialização no mercado externo, setor sofre por falta de regulamentação Fotos: Divulgação

A

maior barreira pa- nacional, acredita que o setor r a a e x p o r t a ç ã o de serviços será o próximo a brasileira, princi- entrar nas negociações da palmente para o se- OMC e, por isso, o Brasil precitor de serviços, responsável sa de um marco regulatório por cerca de 54% do Produto claro. A expectativa de Celli é Interno Bruto (PIB) do País, é a de que essa discussão seja falta de uma regulamentação aberta no médio prazo. "O seconsistente para alguns seg- tor de serviços é a grande barmentos, como o da construção ganha do País para conseguir civil e engenharia, por exem- quebrar as barreiras tarifárias plo. Para o setor, apontado co- impostas para os produtos mo o grande potencial de co- agrícolas. Os nossos diplomamercialização para o mercado tas sabem disso e estão exploexterno, essa deficiência regu- rando muito bem essa carta na latória impede que seja mais manga. Só que eles precisam atrativo e captador de grandes ter respaldo do governo para investimentos internacionais. apresentar aos investidores". Ele cita como O tema foi segmentos em discutido dupotencial, além rante a 2ª Conda construção ferência sobre c i v i l e e n g eComércio Innharia, aponternacional e tados como D e s e n v o l v iverdadeiros mento, organic ar ro s -c h ef es , zada pelo Instios segmentos tuto do Direito d e a u d i o v ie do Comércio sual, serviços I n te r n ac i o na l financeiros, em Desenvoleducacionais e v i m e n t o ambientais. (IDCID). Sem Neste último, exceção, espeespecificamencialistas em co- Umberto Celli: urgência te, ele acredita mércio exterior sinalizaram que o Brasil preci- que o Brasil tem mais kn o w sa agilizar a elaboração de uma h ow . "Somos extremamente legislação regulatória para ser competitivos no que se refere a escolhido como grande merca- tratamento de resíduos sólido de prestação de serviços, dos e de esgoto. E isso é muito vantajoso no mercado externo, como ocorre com a Ásia. "A mão-de-obra brasileira é justamente pela preocupação mais maleável do que a asiáti- que se está criando com a posca e nós precisamos mostrar is- sível falta de água no mundo. so lá fora para alavancarmos A água, em breve, será um reesse setor. O Brasil precisa pa- curso que vai representar para rar de concentrar seu potencial o século XXI a mesma imporde exportação apenas na agri- tância que o petróleo teve no cultura e na indústria", afir- século XX", afirmou. Para o advogado, o fato desmou Henri Eduard Stupakoff Kistler, secretário de Assuntos se conhecimento ter sido deInternacionais do Ministério senvolvido por uma empresa estatal, no caso a Companhia da Fazenda. Segundo Stupakoff, dos 22 de Saneamento Básico do Estapedidos de demanda (abertu- do de São Paulo (Sabesp), e não ra de mercado) para o setor de pela iniciativa privada, o torna serviços feitos junto à Organi- ainda mais interessante. "Sozação Mundial do Comércio mos o País que detém a maior (OMC), o Brasil foi citado 18 parte da água do mundo e vezes. "Quanto maior a inser- mostrar nossa preocupação e o ção de nossas empresas no pioneirismo no tratamento e mercado internacional, maior preservação de nossas reserserá a proporção de crescimen- vas é muito positivo para eleto de vários setores. Precisa- var a imagem do governo bramos valorizar o que realmente sileiro no exterior", afirmou. Abertura – Celli acredita temos para oferecer de mais competitivo no exterior para que a abertura do mercado incomeçarmos a explorar novos terno para investimentos esmercados. É assim que funcio- trangeiros poderá gerar mais empregos e aprimorar o dena o sistema internacional." Umberto Celli Júnior, conse- senvolvimento de novas teclheiro do IDCID e advogado nologias. "Desde que as multiespecialista em Direito Inter- nacionais do setor de teleco-

Empresários da Polônia em São Paulo

A

Obras da Camargo Corrêa no Peru: avanços, mas é preciso mais

A Mário Marconini, da Fecomercio: regulamentação para serviços

municações chegaram ao País, elas não pararam de contratar nossa mão-de-obra", lembrou. Mas ele reconhece que a medida deve ser avaliada com muita cautela, e cita como exemplo o caso da indústria de software, na qual o Brasil ainda não é competitivo. "Devemos estudar proteção nos segmentos que exigem mais cuidado e abrir nos quais somos mais competitivos", disse. Participação – Na opinião de Mário Marconini, presidente-executivo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), a iniciativa privada deve ser consultada antes e durante a elaboração da regulamentação

do setor de serviços. E também em negociações do governo com o exterior. Segundo ele, isso é necessário para que não ocorram os mesmos erros de concessões dadas pelo Mercosul, consideradas "pífias" por ele, a países como Venezuela e Peru. "O Brasil não pode se dar ao luxo de abrir o setor de serviços sem antes definir qual o tipo de inserção que realmente deseja no mercado externo. A iniciativa privada precisa ter uma participação ativa nessa formulação para que as negociações e os mercados a serem explorados sejam realmente vantajosos para as empresas." Márcia Rodrigues

Alaor Filho/AE - 29/03/2006

O

Armando Mariante, do BNDES

Segundo Carvalho Júnior, as atividades relacionadas à construção civil e engenharia apresentam grande potencial de mercado a se explorar. O motivo, explicou o executivo, é que está se criando no cenário mundial uma cultura de valorização da chamada economia do conhecimento ou

(7322.1900), torneiras e chuveiros (8481.8011), artigos de iluminação (9405.1099), móveis para banheiros, tijolos de vidro (7016.9090). G PPHU KOBUD: importar mármore (6802.91), granito (6802.93), pedra natural (6804.2300) e cerâmica de construção (6804.2230). G IP INSTALACJE: contatos com produtores, exportadores e importadores de ferramentas, equipamentos técnicos, materiais de construção e equipamentos industriais. G PROINSTAL: mesmos contatos da empresa anterior. G DOBOSZ: importar andaimes (7308.4090), edifícios préfabricados, contendores, escavadoras (8429.5290), centros de trabalho vertical (8457.1090); exportar artigo de construção. Para participar das reuniões, que ocorrem na Sede Central da ACSP, é necessário a confirmação de presença e indicação das empresas polonesas com quem deseja agendar reunião, pelo tel.: (11) 3244-3500 ou email: tneuma@acsp.com.br.

Exporta, São Paulo em Ribeirão

BNDES tem linha especial para o setor

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizou, no ano passado, US$ 5,9 bilhões em linhas de financiamento para incentivar a exportação brasileira de bens e serviços. Para este último, especificamente, foram destinados US$ 300 milhões, números que deverão ser mantidos neste ano. Basicamente, o foco desse investimento foi a prestação de serviços de engenharia e construção, área apontada como carro-chefe do setor de serviços na comercialização internacional. Para discutir formas de alavancar as exportações de serviços, o diretor da Área Industrial e de Comércio Exterior do BNDES, Armando Mariante Carvalho Júnior, reuniu-se na semana passada, em São Paulo, com entidades e empresários do setor na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).

São Paulo Chamber of Commerce, da Associação Comercial de São Paulo, em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Polônia e o Departamento Econômico e Comercial da Embaixada da Polônia, recepciona a missão empresarial do setor de construção civil de Lodz, Polônia, na quinta-feira, a partir das 9 horas. As empresas e seus interesses são: G PIAS: importar do Brasil, materiais de construção. G BALTECH: exportar compensados de madeira duros (4411.1900), placas de isolamento (4411.9100), placas envernizadas (4411.1990). G AMII: exportar filtros de água (8421.2190) e partes de filtros de água (8421.9900). G EUROTAXPOL: exportar e importar: placas cerâmicas (6908.9099), vasos sanitários (6910.9000), banheiras metálicas (7324.2900), boxes e banheiras (3922.1000), aquecedores elétricos (8516.2950), radiadores para aquecimento central e radiadores de rede

economia intangível. Ou seja, os países estão percebendo a importância de se investir no fomento de atividades que valorizem a produção do conhecimento. Isso faz com que, cada vez mais, empresas comecem a investir na exportação de produtos "invisíveis", mas seguramente mais nobres. "A engenharia civil se encaixa como uma luva nessa nova inserção de mercado. Por isso é o setor que mais procura o banco para buscar investimentos", afirmou Carvalho Júnior. Opinião semelhante tem Umberto Celli Júnior, conselheiro do Instituto do Direito e do Comércio Internacional e Desenvolvimento (IDCID): as empresas estão percebendo que esse novo nicho de atuação é um grande mercado para investir, principalmente as companhias ligadas à construção civil. "Ainda mais agora, com a internet, é muito simples

comprar um projeto de engenharia de outro país porque é possível enviar toda a especificação por e-mail", disse. Críticas – Mas claro, há dificuldades. A maior delas, segundo empresários do setor, continua sendo a burocracia. De acordo com a superintendente do Departamento de Comércio Exterior do BNDES, Luciene Machado, muitas empresas criticaram, durante a reunião, o fato de terem dificuldade em constituir garantias para o banco de que o empréstimo será pago. Outra queixa, e essa é de todos os setores que apresentam projeto de investimento ao banco estatal, se refere ao acesso a um novo financiamento. Segundo Luciene, as empresas alegam que o BNDES precisa de uma revisão, principalmente na documentação exigida, para facilitar a vida das empresas que querem exportar. (MR)

cidade de Ribeirão Preto será palco, no dia 6 de junho, do Projeto Exporta, São Paulo. Com o tema "Exportar para Crescer - Novos Caminhos para o Mercado Externo", o evento será uma oportunidade para que as comerciais exportadoras possam se encontrar com indústrias da região com potencial exportador e que buscam canais para colocarem seus produtos em outros países. O Exporta, São Paulo é uma parceria entre o Governo do Estado de São Paulo, Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a São Paulo Chamber of Commerce, da Associa-

ção Comercial de São Paulo, e tem por objetivo aumentar a base exportadora estadual. A secretária da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Maria Helena Guimarães de Castro, fará uma análise do comércio exterior brasileiro e paulista. Também haverá sessões sobre logística de exportações e importações e as operações simplificadas; mecanismos de financiamento das exportações e relato de experiências com negócios de exportação. Local: O evento será realizado a partir das 8h30, na sede da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, na Rua Visconde de Inhaúma, 489.

Empresários de Milão na Fispal

A

Promos, Empresa Especial da Câmara de Comércio de Milão para as Atividades Internacionais, está organizando a vinda de uma missão empresarial italiana para participar da Fispal Tecnologia 2006, de 6 a 9 de junho, no Anhembi. Durante a feira serão organizados encontros com interessados em discutir negócios e parcerias. A delegação italiana é formada por quatro empresas: BMA Engineering, fabricante de automação de maquinários de embalagens de produtos alimentícios e dimensionamento de controle de motores para diferentes atividades;

Tec no s of t, indústria de processamento de temperatura e umidade no setor alimentar, farmacêutico, de energia e de supermercados; Te kn o w e b , industria que produz máquinas para confecção wet wipes (guardanapos umedecidos), produtos de higiene para indústrias e para o lar e Save, que produz moldes e projetos para a indústria de vidros côncavos e planos, tijolos de vidro para iluminação, isoladores, etc. Contatos – Inscrições aos cuidados da Promos, Divisão São Paulo, pelo (11) 31790132/33 ou pelo e-mail: promosanpaolo@italcam.com.br, com Anna Paola.

Setor de alumínio busca clientes

A

s empresas venezuelanas Venalum, Cabelum, Alcasa e Alucasa, visitam São Paulo, no dia 6 de junho, para atender clientes dos seguintes produtos: Alumínio não ligado, em forma bruta (760110), ligas de a l u m í n i o e m f o r m a b ru t a (760120), barras e perfis de alumínio não ligado (760410), chapas e tiras de alumínio não ligado (760611), chapas e tiras

de ligas de alumínio (760612), folhas e tiras de alumínio (760711), fios de alumínio não ligado (760511), fios de ligas de alumínio (760521), cordas, cabos e tranças de alumínio com alma de aço (761410) e outras cordas, cabos e tranças de alumínio não isolados (761490). Local: Consulado da Venezuela, confirmação pelo email: seconbra@vivax.com.br, ou pelo (61) 2101-1003 e 1020.

Departamento de Comércio Exterior da Associação Comercial Gerente: Sidnei Docal R. Boa Vista, 51— Telefones: 3244-3500 e 3244-3397


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

A

Arrecadar mais para distribuir privilégios

J

a arrecadação tributária, como vem ocorrendo e está sendo amplamente noticiado. Uma análise primária das ordenanças constitucionais faz ver que essas coisas aqui funcionam assim: a União arrecada e distribui parte dessa arrecadação entre os estados e os municípios; por sua vez, os estados arrecadam e distribuem parte da sua arrecadação entre

os municípios de seu território. E, afinal, os municípios arrecadam um pouco e aplicam este dinheiro nas coisas de seu peculiar interesse. Aí está, parece-me, a origem do mal: arrecadar para distribuir, distribuição que sempre enseja privilégios e prerrogativas de apaniguados, assim como as tais emendas orçamentárias que geraram a chamada Operação Vampiro e os Sanguessugas.

Rafael Neddermeyer/AE

A reforma tributária acabaria com as transferências eleitoreiras que alimentam os vampiros e os sanguessugas

Uma forma de reforma seria o estado arrecadar e distribuir parte para a União e parte para os municípios. Desta forma, acabariam as transferências em épocas eleitorais e fins eleitoreiros, como está descaradamente ocorrendo agora com a abertura dos cofres da União para se fazer farta distribuição de dinheiro. PEDRO CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX.COM.BR

Site na internet www.blog. dcomercio.com.br

Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

De mal a pior imagem da classe política – e a dos legisladores, particularmente – é a pior possível. Nem poderia ser diferente. Suponho que muitos editores fiquem em dúvida na hora de ordenar as notícias. Não sabem se as colocam no caderno de política ou nas páginas de polícia. Afinal, não são os políticos infratores contumazes, gente medonha a tramar sempre contra os cofres públicos? Não, não são – ao menos, nem todos o são. Convém à canalha que todos os gatos se pareçam com ratos pardos. De esgoto. E esta a impressão que fica – a de que a maioria é, sim, formada por sanguessugas e por todas as variantes de corruptos. "Somos todos iguais. Somos todos chegados a uma mesada", poderia brandir, naturalmente, no sacolejar das ancas absurdas, a obesa "musa" dos negócios escusos. Como álibi, poderia usar o fato de que seu líder inconteste – o presidente Lula –, réu confesso do uso de Caixa 2, ter dito que nin-

A

G A imagem da classe política e a dos legisladores, particularmente, é a pior possível. Nem poderia ser diferente. G Nesta história não há santos. Somos todos igualmente responsáveis pela degradação a que chegou a classe política. Temos que romper com o corporativismo. Dar nome e sobrenome aos bois corruptos. G Creia a leitora, acredite o leitor: não são poucos os políticos sérios.

guém neste país pode lhe dar lição de ética. De fato, não são tantos assim os que professam sua cartilha de moral tortuosa. reia a leitora, acredite o leitor: não são poucos os políticos sérios. E eles estão em todos os partidos, inclusive no PT, que, segundo o procurador-geral da República, colocou sua tropa de elite para assaltar, sem-cerimônia, os cofres públicos e comprar consciências venais, em prol de um projeto de poder. E a leitora e o leitor devem imaginar o quão é complicado para quem se propõe a trabalhar – politicamente –, com decência, ser nivelado por baixo. Pedir o seu voto! Agora, nesta história, não há santos. Somos todos – e me refiro, em particular, aos que são sérios – igualmente responsáveis pela degradação a que chegou a classe política, em todos os seus níveis. Temos que romper, de uma vez por todas, com o corporativismo. Dar nome e sobrenome aos bois corruptos que solapam as instituições. Oferecer à opinião pública os apelidos e os números do registro geral de todos os que, por safados inveterados, solapam a democracia, o Estado de Direito. Temos que ter a coragem de apontar – publicamente e em alto som – quem são os nossos Catilinas contemporâneos. Expulsá-los, com o apoio da mídia, de nosso convívio. Só isto não basta, claro. Mas seria um bom passo. Um passo fundamental. Do contrário, continuaremos assim: de mal a pior. Fazendo de conta que as coisas são sérias.

C

MILTON FLÁVIO (PSDB) FOI VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

ANTONIO DELFIM NETTO

DESAJUSTE AMERICANO ssistimos na semana passada ao primeiro "soluço" do processo de correção dos mecanismos de financiamento do enorme déficit em contacorrente dos Estados Unidos, equivalente a 7% do seu PIB. Um ligeiro solavanco, suficiente para alimentar o stress dos mercados financeiros, assustando os chamados emergentes, mas que reflete, na realidade, o desconforto crescente dos agentes econômicos em acomodar nos seus portfólios o aumento da dívida americana.

A

Ninguém sabe quando vai começar o ajuste, mas é inexorável.

Mauricio Lima/AFP

á que ainda vem sendo cogitada de uma reforma do Estado, ao lado de nova reforma tributária, sobretudo porque a tributação é hoje escorchante, como vem sendo proclamado, concluo que, realmente, essas reformas continuam necessárias e imprescindíveis, não apenas a reforma tributária, mas, também, a financeira. A rigor, até agora nenhuma reforma foi feita: o que se fez o foi apenas para aumentar

s países cujos saldos comerciais têm participação importante naquele déficit , como a China e o Japão, que detêm 37% do total, vêm sustentando a expansão do déficit americano, financiando-o com a compra de papéis do Tesouro. Tal sistema, no entanto, viola a segunda lei da termodinâmica (o moto contínuo é impossível). Ninguém sabe quando vai começar, de fato, o ajuste, nem qual a velocidade do processo: pode ser agora ou levar dois, três anos, mas é inexorável. Ele vai acabar de uma forma que pode ser dolorida, como nos ensinou a experiência dos petrodólares na crise dos anos 80.

O

muito pouco provável que um desajuste em contacorrente daquela dimensão, no maior país do mundo, possa ser resolvido apenas com a desvalorização do dólar, a não ser que os principais parceiros com grandes superávits no comércio permitissem uma forte valorização de suas moedas.

É

Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

EM

PAUTA

O Masp pode atrasar a conta de luz? O PCC coordena sua ações com as FARC e o Foro de São Paulo?

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ROBERTO DAL PONT

Alguém pode me explicar? Acompanho Olavo de Carvalho (O.C), Mídia sem Máscara (MSM) e Cia. há pelo menos três anos. O artigo Dura Realidade publicado aqui o DC no dia 24, juntamente com outros artigos dá a entender que a crise da segurança pública em São Paulo nos dias 13-15 de maio foi mais uma articulação entre o PCC, FARC e Foro de São Paulo. Ou algo está mal explicado, ou eu sou muito cego, pois não consigo enxergar essa conexão ou alguma coisa que justifque essa idéia. Será que alguém poderia me explicar isso?

RDALPONT@IG.COM.BR

LEANDRO COELHO BERGANTIM

Gostaria de saber qual entidade brasileira (pessoa física ou jurídica) consegue ficar sete anos sem pagar a conta da Eletropaulo. O meio artístico se diz consternado com a atitude da concessionária, mas nós, contribuintes, nos sentimos mesmo é enojados. Sinceramente, não dá mais para sustentar esta corja de vagabundos, trapaceiros, embrulhões e outros que tais que tomaram conta deste País. Chega!

AMIGOLEANDRO@BOL.COM.B

China, por exemplo, maior beneficiária do déficit comercial americano, valorizou o Yuan em termos reais em menos de 5% entre abril de 2004 e abril de 2006. Mesmo pressionada, de tempos em tempos, pela Secretaria do Tesouro dos EUA, não dá nenhum sinal de que "amoleceu o coração" para aliviar os problemas do grande irmão. Preserva a taxa de câmbio como um fator decisivo em sua política de agressividade comercial, que lhe permite inundar o mundo com mercadorias de baixo preço. O Brasil, "cheio de amor para dar", vivendo um período de bondades com seus parceiros, tem um saldo comercial com os Estados Unidos de 9 bilhões de dólares (que se compara com o saldo de 202 bilhões de dólares da China), mas mantém um nível excepcional de solidariedade com o velho companheiro do Norte: descontada a inflação interna, valorizou a moeda 36% em relação ao dólar nestes

dois últimos anos, transformando o Real na mais saborosa mercadoria consumida pelo capital financeiro internacional. ão há muita alternativa para a desmontagem do sistema a não ser, infelizmente, uma recessão nos Estados Unidos, que irá punir mais duramente os países com grande superávits mas não livrará de problemas todos os demais . Os estragos que a supervalorização do Real produziu na economia brasileira são muito grandes. Para enfrentar as novas dificuldades que se prenunciam será preciso coragem para adotar as medidas que vão produzir o equilíbrio cambial, reduzindo de maneira segura e cuidadosa a taxa de juro, de forma a suprimir a diferença entre as taxas interna e externa e eliminar a arbitragem que permite a valorização do Real.

N

DEP.DELFIMNETTO@ CAMARA.GOV.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


segunda-feira, 29 de maio de 2006

Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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FEIRA DE FRANCHISING REÚNE 200 EXPOSITORES

FRANQUIAS: UMA REDE QUE NÃO PÁRA DE CRESCER

Em 2005, o setor reunia 61.458 unidades entre lojas próprias e franquias, segundo a ABF.

Artur de Leos/LUZ - 03/02/2005

A cada hora é aberta uma nova franquia no Brasil, sinal de amadurecimento de 2006, entre lojas próprias e franqueadas. É um crescimento de 5% sobre as 61.458 unidades computadas pela ABF em 2005, em levantamento feito em conjunto com o Grupo Cherto, especialista em franchising e varejo. "Há uma tendência de as redes consolidarem seu crescimento", justifica Camargo. Tanto que, se vingarem as projeções da ABF para 2006, o número de novas bandeiras não chegará a duas dezenas, ou 2% sobre 2005, quando surgiram

Divulgação-Inédita Comunicação

O

s especialistas do ramo são unânimes: o f r an c hi s in g brasileiro está mais sólido e, além das histórias de sucesso que já coleciona, ainda reserva espaço para muito crescimento. Análise do desempenho do setor nos últimos 15 anos, realizada pelo consultor Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, aponta que a cada hora é aberta uma nova franquia no Brasil. Segundo suas projeções, até 2008 o sistema terá 140 mil unidades em operação por todo o País. No ano passado eram 1.109 franqueadores e mais de 97 mil pontos, abrangendo 23 setores e 169 ramos de atividade. Os números e as análises do consultor compõem o livro "Franchise, o Negócio do Século", patrocinado pelo Unibanco, que adaptou vários dos seus produtos para atrair empresários do ramo. Mas neste ano, segundo Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a expansão do sistema se dará muito mais pela venda de franquias já estabelecidas do que pela adesão de novos negócios. Ele estima que o setor ganhará 3,1 mil novas unidades ao longo

Marcus Rizzo: solidez e histórias de franquias de sucesso

157 redes (expansão de 19%). Os números mais elevados da Rizzo Franchising, para 2005, levam em conta redes como concessionárias e postos de gasolina, desconsiderados no levantamento da ABF. Maturidade - Independente dos números divergentes, há consenso sobre o grande potencial para novos negócios no ramo. "O franchising brasileiro atingiu a maturidade", afirma Camargo. "Temos vinte redes com mais de 500 unidades. São marcas como O Boticário, com 2,3 mil lojas mais operação fora do País; ou como a Wizard, com 1,2 mil pontos aqui no Brasil", exemplifica. "O perfil do franqueador mudou muito. Há cerca de cinco anos, ele buscava um operador de negócio", acrescenta o consultor Marcelo Cherto. Hoje, segundo ele, com o aumento da concorrência, a maior parte deles procura vender sua franquia para um gestor. "O ideal (para otimizar o negócio) é o franqueado operar com até seis franquias." Ele pode até começar com uma lojinha, ressalva Cherto. "Mas tem que sair com perspectiva de crescer." Na opinião do consultor, há exagerado número de fran-

Divulgação

Feira ABF (acima) reuniu em 2005 interessados em novos negócios. Ao lado, a Mr. Cheney Cookies, que participa desta edição

queadores no mercado com poucas unidades. "Isso não dá escala. O caminho lógico é começarem a se fundir", diz. Segundo levantamento do Grupo Cherto/ABF, os crescimentos em 2005 ocorreram nos segmentos de acessórios pessoais e calçados (46%), vestuário (32%), informática e eletrônicos (25%), além de esporte, saúde, beleza e lazer (20%).

Cuidados – O setor que estiver crescendo mais não é necessariamente o que continuará crescendo", alerta Rizzo. Ele exemplifica com o caso do segmento de saúde e beleza, entre os que mais cresceram nos últimos 15 anos. "Provavelmente vestuário, o que mais caiu, depois de grande crescimento inicial, deve voltar a crescer, mais amadurecido", acredita.

Hoje, apesar de 54,2% das bandeiras do franchising estarem em São Paulo, o sistema também cresce em outras praças. O consultor Hamilton Marcondes, há dez anos no Nordeste (sete deles representando a ABF), lembra que os franqueados locais não chegavam a dez. "Hoje, são mais de 110", afirma. E novos estão chegando. Fátima Lourenço

Feira reúne empresários do setor

A

s pessoas interessadas em aproveitar a experiência de marcas já estabelecidas para montar seu negócio têm, neste início de junho, uma boa oportunidade de conferir novidades e tendências do mercado de franchising. será realizada em São Paulo, entre os dias 7 e 19, a 15ª edição da ABF Franchising Expo, considerada a maior feira do gênero na América Latina. São esperados 200 expositores, público de 25 mil pessoas e volume de negócios em torno de R$ 22 milhões. Todos os expositores, segundo Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), são filiados à entidade. Isso garante ao franqueado que os dados e procedimentos da rede estão descritos na Circular de Oferta (que ele tem direito a receber antes de fechar negócio), conforme define a legislação do setor. Novidades – De olho nas oportunidades de expansão

Divulgação/D.Freire

Ricardo Camargo: tendências

que o evento proporciona, marcas como a Góoc, de calçados e acessórios rústicos, e a Mr. Cheney Cookies, participam pela primeira vez no evento. A Góoc, do vietnamita Thai Quang Nghia, opera com lojas próprias e franquias, tem fábricas em São Paulo e no Nordeste e demanda de R$ 100

mil a R$ 120 mil para ser concebida em 70 metros quadrados. As papetes dos tempos de guerra são típicas da marca. A Mr. Cheney Cookies foi fundada há dois anos, por Lindolfo Dias de Paiva, inspirada nos cookies americanos que sua mulher fazia. Os docinhos tornaram-se o carro-chefe do negócio, ideal para operação em quiosque. A franquia da marca requer investimento de R$ 84 mil, fora o ponto. Os produtos, feitos na cozinha central da Mr. Cheney, vão congelados para o franqueado. Fórum – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, é esperado para a abertura da feira, na plenária do Fórum de Franquias. Entre os temas, a reavaliação da legislação que o rege o franchising, limite do cartão BNDES para aquisição de equipamentos e produtos na instalação da franquia; e os créditos do Banco do Brasil para o setor. (FL)

Divulgação

Doces do Mr. Cheney Cookies: feitos na cozinha central da marca, vão congelados para os franqueados


segunda-feira, 29 de maio de 2006

Eleições Planalto Congresso CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Na verdade, o Senado se retirou da confusão e transferiu o problema para a Câmara. José Militão (PTB-MG)

Veja como é o trâmite para a aprovação das leis

CÉLLUS

O PAPEL DE CADA CASA NO JOGO POLÍTICO

S

C

ENADO Os 81 senadores representam os 27 Estados de forma

I

igualitária. I Mandato de 8 anos. I Presidente do Senado é o presidente do Congresso. I Julga o presidente da República, o vicepresidente da República e ministros. I Aprova a indicação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal de Contas da União (TCU), embaixadores, o Procurador-Geral da República e diretores do Banco Central (BC). I Finaliza a tramitação de projetos que vem da Câmara. Isso não impede o Senado de apresentar projetos (depois eles obrigatoriamente seguem para a Câmara, como é o caso do pacote de segurança). I Autoriza empréstimos externos da União, estados e municípios. I Projetos de iniciativa de senadores seguem o mesmo rito da Câmara.

A

o enfrentar uma das piores crises em sua história, com políticos envolvidos em denúncias de recebimento de propina para aprovar projetos de lei e emendas, o Congresso Nacional frustra mais uma vez a opinião pública – ao não votar as medidas de segurança e combate à violência propostas como uma resposta aos ataques de uma facção criminosa em São Paulo que mataram mais de 130 pessoas, há duas semanas. Para se ter a dimensão do imbróglio político, há 66 dias nada é votado em Brasília porque as pautas da Câmara e Senado estão trancadas em razão da não-votação de medidas provisórias editadas pelo governo. São elas: a que institui o salário mínimo de R$ 350,00 – parada na Câmara, e a que isenta de recolhimento de imposto de renda os investidores estrangeiros que comprarem títulos do governo federal, parada no Senado. Mas de olho nos holofotes, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, ignorando os projetos de leis de combate à violência que já tramitam na Câmara, aprovou um pacote de mais 11 propostas como resposta política à po-

Por Sergio Kapustan

PROJETOS DE SEGURANÇA REFÉNS DO CONGRESSO Beto Barata/AE - 17/04/06

Por causa das regras do jogo federativo que vigoram nas duas casas legislativas, os 11 projetos para reforçar a segurança pública enviados pelo Senado após a crise que abalou São Paulo correm o risco de não serem votados este ano - apesar da urgência. Eles se somam a outros 150 projetos de combate à violência e ao crime organizado que estão reféns da burocracia na Câmara dos Deputados.

ÂMARA

I 513 deputados representam o povo. I Mandato de 4 anos. I Deputados são eleitos proporcionalmente. I Vagas são distribuídas de acordo com a população de cada Estado. I Autoriza a abertura de processo contra o presidente da República, o vice-presidente da República e ministros. I No impedimento do presidente da República e do vice, quem assume a presidência do País é o presidente da Câmara. I Projetos de iniciativa do presidente da República, presidentes de tribunais superiores e Procuradoria-Geral da República dão entrada na Câmara e depois vão ao Senado. Caso o Senado modifique o projeto, ele volta para a Câmara e depois vai para a sanção do presidente da República. I Os projetos de iniciativa de deputados seguem o mesmo rito.

Plenário vazio da Câmara dos Deputados. Há 66 dias nenhum projeto é votado. Beto Barata/Folha Imagem - 12/06/01

pulação – nove delas deveriam seguir direto para a Câmara, mas até o momento permanecem no seu local de origem. "Todo mundo ficou ansioso para produzir alguma coisa, mas na prática pouco se produziu por questões políticas. Na verdade, o Senado se retirou da confusão e transferiu o problema para a Câmara", critica o deputado José Militão (PTB-MG), presidente da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado. O deputado Alberto Fraga (PFLDF), que integra a mesma comissão, também alerta para a disputa entre as duas casas. "Com essa troca de chumbo (entre Câmara e Senado), perdemos a oportunidade de darmos uma resposta à sociedade. Quem sabe precise morrer alguém importante – um deputado, por exemplo – para a coisa melhorar", desabafa. Projetos não faltam– Na Câmara, o mais importante foi a decisão da CCJ de aprovar a criação de uma subcomissão para levantar os projetos que já tramitam na Casa, analisar os projetos do Senado e ouvir especialistas. O presidente da comissão, o deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF), estima que 150 projetos relacionados à segurança estejam espalhados

Leonardo Rodrigues/Digna Imagem -29/10/05

Alberto Fraga (PFL-DF)

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)

na Câmara. Não há prazo de conclusão do levantamento. O petista reconhece que é mais fácil hoje os governos federal e estaduais tomarem medidas administrativas para melhorar a segurança da população do que o parlamento brasileiro aprovar leis. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) diz que nessas horas o Congresso precisa trabalhar com mais cuidado. "O Congresso mostrou firmeza ao tratar do assunto, mas não pode criar uma falsa expectativa. Não basta só aprovar projetos, é preciso atacar a raiz do problema, que é social", defende. Outros deputados lembram que, além da falta de agilidade,

outros fatores contribuem para os projetos não saírem do papel. O período da Copa do Mundo, as festas juninas (que atraem os deputados do Nordeste), as convenções partidárias (que obrigam os políticos a permanecer nos Estados mais tempo que o habitual), o recesso de julho (que emenda com o início da campanha eleitoral) e a disputa política entre governo e oposição, tornam praticamente impossível a aprovação de projetos até julho. Há quem aposte que o quadro não mude até as eleições de outubro. Eleições – Outro integrante da Comissão de Segurança, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), diz que a disputa en-

tre PT e PSDB está atrapalhando a tramitação dos projetos. "O governo federal jogou a crise da segurança no colo do governo estadual e lavou as mãos", critica. O deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), integrante da CCJ, discorda. Segundo Cardozo, a imagem do Congresso já estava prejudicada antes da crise. "O que nos resta agora é dar uma resposta a altura da sociedade, mas dentro de critérios. Aprovar uma lei não é igual a fabricar salsicha", responde o petista. Pacote – Entre as medidas do pacote de segurança aprovadas na CCJ do Senado, estão a criação do regime penitenciário de segurança máxima– que prevê isolamento de até 720 dias, que transforma em isolamento a posse e utilização de celulares pelos presos, que extingue a possibilidade de liberdade condicional para o condenado reincidente em crime e que obriga as empresas de telefonia a instalarem bloqueadores de celulares nos presídios. A CCJ da Câmara já aprovou o projeto que proíbe a entrada de celulares em presídios e autoriza a revista pessoal de advogados e juízes, o que agora depende de acordo político para ser votado.

LEI DA MICRO EMPRESA NA FILA DAS VOTAÇÕES

N

ão é só o pacote contra a violência que está parado no Congresso Nacional . Dois projetos prioritários para o País - a reforma tributária e a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa - dormem nos gabinetes por falta de acordo político. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), costura um acordo com os partidos de oposição (PSDB e PFL) para votá-los ainda este ano. A reforma tributária unifica as alíquotas de ICMS em apenas cinco e aumenta em um ponto o percentual dos repasses federais ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, entre outras coisas, elimina as restrições ao ingresso no Simples e procedimentos trabalhistas – como as fichas de registro – e desburocratiza o pagamento dos tributos federais, estaduais e municipais num único documento.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL/OPINIÃO

m leitor me envia a pergunta mais urgente e mais temível dos últimos tempos: Será que todo mundo já esqueceu a gravação, transcrita meses atrás na revista Veja, na qual um líder do PCC confessava que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, havia ajudado a organização a obter o apoio do MST? É claro que, sem esse apoio, a matança do dia 15 não teria chegado a acontecer. Ela resultou diretamente da ponte entre as duas organizações criminosas. E quem construiu essa ponte foi o sr. ministro. Se ele não foi o pai da criança, foi pelo menos o parteiro. Quando vemos, porém, que a mídia e a opinião pública em geral continuam inocentemente tratando S. Excia. como se fosse um virtual portador de soluções em vez de parte do problema, a pergunta é irresistível: Será que todo mundo esqueceu quem é esse cidadão? Será que as galinhas já não sabem – ou não querem – distinguir entre o granjeiro e a raposa? Não tenho resposta. E não tenho um remédio mágico para curar a amnésia coletiva dos brasileiros. Em compensação, acho que não é só amnésia. Também não é só incapacidade de juntar os fatos e tirar conclusões. A percepção mesma dos fatos singulares, na hora em que acontecem, já é deficiente. No trajeto do olho ao cérebro, são tantos os neurônios dorminhocos estendidos pelo caminho, que a coitada da informação vai tropeçando, tropeçando, e não chega nunca. Em qualquer país medianamente acordado, um ministro suspeito de colaborar tão intimamente com duas gangues de criminosos seria bombardeado na mídia, afastado do cargo e investigado. No Brasil, a denúncia não ecoou nem nos jornais: morreu ali mesmo, nas páginas de Veja, como se nunca tivesse sido publicada. O sr. Bastos continuou no seu posto, imperturbado e solene como um cavalo de bronze indiferente aos cocôs de passarinhos. DINHEIRO DAS FARC - Antes disso, a declaração do sr. Olivério Medina, de que havia trazido cinco milhões de dólares das Farc para a campanha do PT, também foi amortecida com reconfortante facilidade. Alguém alegou que fôra apenas uma bravata, e imediatamente a explicação foi aceita como um motivo razoável para não perturbar o sr. Medina, mesmo depois de preso, com perguntas inquietantes. Em compensação, qualquer especulação idiota contra os militares brasileiros, mesmo quando contraria a lógica e o senso de realidade, é alardeada como se fosse uma verdade definitiva, uma revelação dos céus. Jamais esquecerei a história do terrorista que, assassinado e colocado por malvados milicos num automóvel em velocidade para simular acidente, emergiu do além para frear o veículo em tempo de não morrer de novo. Essa estupidez foi trombeteada pela Rede Globo durante uma semana inteira e, mesmo depois de demonstrada a sua absoluta impossibilidade física, rendeu dois prêmios jornalísticos ao seu inventor, Caco Barcelos. Nem sai dos meus pesadelos o episódio do soldadinho que, na urgência de sumir com documentos comprometedores, vendo que não tinha cinco minutos para lhes atear fogo, optou por passar algumas horas cavando um vasto buraco para enterrá-los. E, por mais desmemoriada que esteja a nação, talvez ainda recorde por alto as fotos do falso Vladimir Herzog, fartamente exibidas como provas da crueldade militar até ser demonstrado que as imagens do preso cabisbaixo e deprimido na beira da cama eram, de fato, as de um padre num bordel, recuperando forças após o extenuante exercício da cópula em doses cardinalícias. Os casos dessa natureza são centenas. Mas, em sã consciência, não posso atribuí-los à pura incompetência jornalística, por mais disseminada que esteja. Nenhuma incompetência é ideologicamente seletiva. Incompetentes genuínos errariam, de vez em quando, contra a esquerda. Façam uma revisão dos jornais dos últimos trinta anos e verão que isso jamais aconteceu. Lapsos, distrações, burradas, inconseqüências, são sempre contra os mesmos alvos – os militares, o "imperialismo", a "direita". CIRCUNSPEÇÃO PARALÍTICA - Outro detalhe que me chama a atenção

U

segunda-feira, 29 de maio de 2006

MuNDOreAL por OLAVO DE CARVALHO, de Washington DC

O parteiro do mal

Rick Brown/Corbis

nesse assalto persistente e sistemático à honra das Forças Armadas é a reação sempre tímida, quase envergonhada, dos comandos militares. No máximo soltam uma notinha oficial de protesto, que ninguém lê. Nunca processam ninguém, nunca fazem nenhum engraçadinho pagar pelo crime de calúnia dolosa. O resultado dessa circunspeção paralítica é bastante pedagógico: ano após ano os detratores aprendem, diretamente dos próprios comandos das três armas, que a mentira antimilitar é barata e rentável. Quando estreei na prática do jornalismo aprendi que a essência da técnica profissional era a capacidade de apreender a importância relativa dos fatos e de discernir entre os verdadeiros e os falsos. Na época, isso não parecia ser objeto de dúvida entre meus colegas. Transcorridos quarenta anos, noto que essa capacidade distintiva elementar foi atrofiada, su-

No trajeto do olho ao cérebro, são tantos os neurônios dorminhocos estendidos pelo caminho, que a coitada da informação vai tropeçando, tropeçando...

focada e por fim proibida no jornalismo nacional. Não por coincidência, isso aconteceu precisamente nos anos em que os jornalistas passaram a falar obsessivamente de "ética". É claro que a única ética imperante no jornalismo nacional consiste em mentir a favor do lado certo. A chave do enigma re-

side portanto em saber o que é que entendem por "lado certo". Que as crenças e valores gerais recortam e determinam em grande parte a percepção dos fatos, é algo que nenhum psicólogo jamais colocou em dúvida. Os antigos retóricos romanos já sabiam que a boa fama de um cidadão às vezes pesa mais do que centenas de provas contra ele. Quando a mentira se torna hábito e prática sistêmica de toda uma corporação profissional, é porque houve, antes disso, alguma mudança profunda na índole dos seus sentimentos morais. O império da mentira esquerdista na mídia brasileira tem de ser explicado, portanto, como efeito de uma mudança geral do código de valores imperante na sociedade brasileira. MUTAÇÃO RADICAL - Essa mudança de fato ocorreu e não foi nenhum fenômeno social espontâneo. Há mais de meio século o conjunto de fundações bilionárias e organizações subversivas empenhadas em criar uma nova ordem global paradisíaca vem usando de todo o poder de controle que o dinheiro tem sobre a mídia, o movimento editorial e as escolas, para operar uma mutação radical dos sentimentos morais da humanidade inteira. O fenômeno está hoje tão fartamente documentado que só botocudos isolados da civilização pensariam em negá-lo (não digo que eles não existam mas, por economia de tempo, permito-me não levar suas opiniões em consideração). O fundo doutrinal dessa mudança vem do ódio milenar que certas seitas ocultistas devotam às religiões tradicionais e aos valores morais que elas ensinaram à humanidade. Entre os séculos XVIII e XIX, algumas dessas organizações saíram do isolamento e se transformaram em movimentos revolucionários de massa. Tal é a origem do comunismo, do fascismo e do nazismo, cujos discursos econômico-sociais não são senão puras construções

pretextuais destinadas a encobrir as ambições civilizacionais muito mais vastas e profundas. Esse processo foi bem descrito em clássicos da historiografia e da ciência política como Fire in the Minds of Men, de James H. Billington (1980) e The New Science of Politics de Eric Voegelin (1950). Só a partir de fins do século XIX, no entanto, aparece comprovadamente a penetração da influência gnóstica em círculos de bilionários que então se transfiguram em reformadores do mundo e acabam dando aos mãos aos movimentos revolucionários. ABERRAÇÕES IDEOLÓGICAS - No vasto documentário que reuniram sobre as ambições espirituais do projeto globalista, os pesquisadores Lee Penn, Stanley Montieth, Pascal Bernardin e Ted Flynn, entre dezenas de outros, demonstraram, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que as organizações financiadoras da subversão mundial se inspiram diretamente em crenças ocultistas e gnósticas de uma grosseria sem par. Os maiores charlatães espirituais de todos os tempos – Madame Blavatski, Aleister Crowley, Albert Pike, Alice Bailey – são cultuados em altos círculos de potentados financeiros e planejadores sociais como portadores da mensagem celeste destinada a forjar a utopia do Terceiro Milênio. É horrível ver tão descomunal poder político e financeiro ser posto a serviço de ideais tão imbecis e destrutivos, mas quem disse que o dinheiro traz sabedoria? Se dois milênios atrás o destino espiritual da humanidade dependesse do gosto das classes abastadas, a Europa teria sido educada por Simão o Mago e não por Simão Pedro. A novidade do mundo moderno é que a tradição judaico-cristã foi sendo perdida de vista pelas multidões ao mesmo tempo em que o veloz enriquecimento capitalista elevava ao sétimo céu do poder famílias inteiras de idiotas presunçosos que acreditam ter no

bolso a solução de todos os males humanos. Se não fosse a vaidade insana de Morgans e Carnegies, aberrações ideológicas como o comunismo e o nazismo teriam morrido no berço, por falta de suporte financeiro. Hoje em dia, se não fossem pelas fundações Soros, Ford e MacArthur, não ha-

E o sr. Bastos continuou no seu posto, imperturbado e solene como um cavalo de bronze indiferente aos cocôs de passarinhos. veria a estupidez neocomunista no Terceiro Mundo, nem tanta inermidade ante o terrorismo no Primeiro. Muito menos haveria o surto mundial de ódio gnóstico ao cristianismo. SLOGANS CASUÍSTICOS - Dentre os itens fundamentais da mutação civilizacional em curso, destaca-se a idéia de desviar o culto religioso dos seus alvos espirituais tradicionais e canalizá-lo no sentido de "ideais sociais" oferecidos como o nec plus ultra da bondade humana. Ao longo de milênios a humanidade foi educada na base da devoção à bondade infinita, da prática das virtudes e do senso do dever. Um ataque maciço e simultâneo através de livros, filmes, espetáculos de teatro e TV, programas educacionais e ativismo judicial está tratando de abolir rapidamente esse quadro de referência e substituí-lo por slogans casuísticos como "inclusão", "justiça social", "igualdade", etc. No curso de duas gerações, esses novos símbolos

de bom-mocismo lograram penetrar tão profundamente na alma das classes letradas, que hoje têm aí o mesmo valor emocional coercitivo dos Dez Mandamentos. Quem os infringe sente-se um pecador, um réprobo, um inimigo da espécie humana. Na classe jornalística, por exemplo, não há mais quase ninguém que não esteja persuadido de que esses estereótipos constituem a mensagem essencial das grandes religiões, cuja doutrina efetiva já escapa por completo ao seu horizonte de visão. Quando anos atrás a revista Veja propôs, a sério, a beatificação do sr. Herbert de Souza -o estrategista revolucionário espertalhão que gramscianamente sugou o prestígio do cristianismo para esvaziá-lo do seu conteúdo espiritual e usá-lo como canal de agitação revolucionária –, não fez senão comprovar até que ponto a moral comunista, já tão assimilada que nem se reconhecia como tal, havia ocupado na mente da classe jornalística brasileira o lugar das crenças religiosas mais antigas e fundamentais. POLIGAMIA HOMOSSEXUAL - A "revolução cultural" gramsciana é, decerto, apenas uma expressão parcial e localizada de uma mutação muito mais vasta empreendida por um exército de poderes entre os quais se destacam a ONU, a Unesco e as fundações bilionárias. As revoluções morais ali planejadas sucedem-se em rapidez alucinante e em escala tão gigantesca que o cidadão comum não tem sequer os meios de acompanhá-las, quanto mais de apreciá-las criticamente e defender a sua integridade psíquica pessoal que elas violam incessantemente. Em cada terreno, a escalada de novas exigências e cobranças que se substituem aos antigos deveres morais é veloz e prepotente. Só para dar um exemplo, aqueles que ainda estão escandalizados com a idéia do casamento gay, devem agora de se preparar para a etapa seguinte: a Fundação Ford está lançando uma vasta campanha em favor não do simples casamento, mas da poligamia homossexual. A força desses empreendimentos é irresistível: em menos de uma geração, quem quer que se oponha à idéia de crianças serem criadas por uma tropa de marmanjos entre uma suruba e outra será considerado um sujeito cruel e sem sentimentos, um perseguidor dos oprimidos, um nazista. Projetos do mesmo teor com relação à pedofilia já estão em avançado estado de implementação. O ardil é apelar à liberdade individual como legitimador de "relações consentidas" entre adultos e crianças. Que a coisa é uma mera bolha de sabão verbal, é claro que é. Todo ato de pedofilia é consentido, caso contrário não seria mera pedofilia e sim estupro. Legitimar a pedofilia consentida é legitimar toda e qualquer pedofilia. Isso está no programa e vocês dificilmente sairão desse mundo antes de ver a rejeição do "amor entre homens e meninos" ser condenada como atitude socialmente inaceitável. CONSCIÊNCIAS - Muito antes de se disseminar na sociedade em geral, essas mutações afetam a cabeça das classes letradas, dos "intelectuais" no sentido gramsciano do termo. E os jornalistas são, entre os "intelectuais", um alvo prioritário das lutas pela conquista das consciências. Especialmente no Brasil, país sem quaisquer tradições culturais sólidas que possam oferecer resistência ao assalto da utopia globalista, essas coisas penetram e se arraigam com impressionante facilidade, tornando-se o próprio cimento para a construção de personalidades adaptadas à "nova civilização". Vocês podem ter a certeza de que, entre os jornalistas brasileiros, essa é a crença, essa é a moral, esse é o sentimento orientador. A perversão cultural que os afetou é funda e letal ao ponto de abolir em suas mentes o próprio senso de realidade, quanto mais a habilidade jornalística de distinguir o verdadeiro do falso. Toda uma geração de jornalistas, independentemente das convicções políticas nominais de cada um, enxerga o mundo por um prisma onde o único pecado é violar os mandamentos da sensibilidade politicamente correta. Para evitar a experiência de isolamento e exclusão decorrente de eventuais transgressões, eles fazem tudo. Até esquecer que o ministro da Justiça é o padrinho da aliança PCC-MST.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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segunda-feira, 29 de maio de 2006

14,90

26/5/2006

por cento é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) para 90 dias de acordo com a Enfoque Sistemas.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 23/05/2006 24/05/2006 23/05/2006 24/05/2006 24/05/2006

P.L. do Fundo 5.233.769,48 1.269.225,09 5.519.894,29 2.526.872,62 978.233,58

Valor da Cota Subordinada 1.074,925797 1.019,837416 1.062,078130 1.029,063061 994,005946

% rent.-mês 2,3177 1,5216 2,6282 1,4833 2,3933

% ano 10,0264 1,9837 6,2078 2,9063 -0,5994

Valor da Cota Sênior 0 1.034,959144 1.042,526707 0 0

% rent. - mês 0,9968 1,0220 -

% ano 3,4959 4,2527 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


2

Passe Livre Camp. Brasileiro Fluminense Série B

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Carlos Mesquita/AE

I

O Colo-Colo, de Ilhéus, derrotou ontem o Vitória por 4 a 2 e sagrou-se campeão baiano. Há 37 anos o título estadual não saía das mãos da dupla Bahia e Vitória.

VITÓRIA EM CLÁSSICO DÁ O 1º LUGAR

TROCA DE LÍDER

maginava-se que o líder do Campeonato Brasileiro poderia sair do jogo entre Internacional e Cruzeiro. Afinal, ambos tinham 16 pontos e enfrentavam-se ontem no Beira-Rio, em Porto Alegre. No entanto, com o empate por 1 a 1 (gols de Índio, para o Inter, aos 27, e Edu Dracena, para o Cruzeiro, aos 32 minutos do primeiro tempo), o primeiro lugar acabou ficando com o Fluminense. O tricolor carioca, que também tinha 16 pontos, derrotou o Flamengo por 1 a 0, chegou aos 19 e alcançou a liderança isolada. O gol da vitória do Fluminense foi marcado por Tuta, aos 8 minutos do primeiro tempo. Petkovic cobrou uma falta pela esquerda da área e o artilheiro completou de cabeça. O Flamengo reclamou muito da atuação do árbitro Paulo César Oliveira, principalmente em dois lances no primeiro tempo do jogo. No primeiro, ele teria deixado de marcar um pênalti sobre Léo Medeiros. No segundo, aos 46 minutos, anulou um gol marcado pelo meia Renato, após uma cobrança de escan-

segunda-feira, 29 de maio de 2006

paSse livre Roberto Benevides

Quem dá bola?

C

Com o 1 a 0 no Fla-Flu e o empate entre Internacional e Cruzeiro (1 a 1), Fluminense assume a liderança

teio, alegando que a bola havia saído de campo durante a cobrança. Aos 19 minutos do segundo tempo, Tuta foi expulso, mas nem jogando o resto do tempo com um homem a mais o Flamengo conseguiu chegar ao empate.

Nos demais jogos da rodada que envolveram equipes paulistas, a Ponte Preta perdeu para o Paraná Clube por 5 a 2, no sábado, em Campinas, e agora está na zona de rebaixamento. Tuto e Almir fizeram os dois gols da Ponte, enquanto Gus-

tavo, Maicossuel, Ricardo Conceição (contra), Leonardo e Cristiano marcaram para o Paraná. Ontem, em Goiânia, o São Caetano perdeu para o Goiás por 2 a 1. Welliton fez os dois gols do Goiás e Ânderson Lima, o do São Caetano.

hega a ser comovente o esforço de jogadores e times para dar andamento ao Campeonato Brasileiro nestes dias em que a cabeça dos torcedores já está na Alemanha, acompanhando peripécias e artes de Ronaldinho Gaúcho e companhia na esperança de que, no dia 9 de julho, estejamos todos comemorando o hexacampeonato mundial. A força do futebol brasileiro está cada vez mais isolada na Seleção, técnica e economicamente, como mostra a boa situação financeira da CBF e dos principais jogadores. O futebol dos times é o avesso da opulência em que vive a Seleção. Em estado de penúria generalizada, os clubes vivem de negociar seus principais talentos com o mercado externo. Com raras exceções, os times do Brasil são atualmente muito fracos. O resultado é o esvaziamento das bilheterias. No meio da semana passada, por exemplo, Corinthians 0 x 1 Internacional levou 7.067 pagantes ao Morumbi e apenas 5.827 pagantes foram ao Maracanã ver o Botafogo golear o Vasco por 4 a 1. Ontem, 16.563 torcedores viram Flu 1 x 0 Fla no Maracanã e 8.783 foram ao Santos 2 x 0 Corinthians na Vila Belmiro. A escassez de público não é novidade em jogos no Brasil, mas nesta época de Copa do Mundo o problema se agrava, pois toda a atenção da mídia e da torcida concentra-se na Seleção. Se tivéssemos um futebol mais competentemente organizado, a bola pararia por aqui, pelo menos na Primeira Divisão, até que os torcedores se desligassem da Copa e voltassem a dar atenção ao seu time. Eis uma boa ocasião para se discutir a sério a adaptação do calendário brasileiro ao europeu, idéia que a Globo bombardeia para não ficar sem os jogos de cada domingo e cada quarta nesta época, mas pode fortalecer a economia dos clubes brasileiros e ajudá-los a fazer o que realmente importa no sportbusiness : vender o espetáculo e não, como hoje, os artistas.

FIEL ADVERSÁRIO

CIRANDA

Acostumado a sempre derrotá-los em campo, Pelé continua azucrinando a vida dos corintianos. Ontem, foi à Vila aplaudir a vitória santista por 2 a 0.

Disputadas apenas oito rodadas, Corinthians, Palmeiras, Flamengo Botafogo, Santa Cruz, Fortaleza e Goiás, por vontade própria ou dos profissionais, já mudaram de técnico neste Campeonato Brasileiro. Dá quase um técnico novo por rodada.

EM CANA Quando o time do Corinthians voltava do intervalo, alguém gritou, do meio da torcida do Santos, para o zagueiro Marinho. "Seqüestrei sua mãe no ano passado e vou seqüestrar de novo." O jogador apontou o autor da ameaça aos policiais, que o prenderam.

DIFICULDADES Geninho justifica as derrotas do Corinthians para Inter e Santos: "Temos grandes e diferentes dificuldades a cada jogo. Não é possível nem fazer uma análise do trabalho. Faltam jogadores , não dá para ter seqüência."

CORO ARGENTINO Maradona engrossa o coro de argentinos deslumbrados com a atual Seleção Brasileira e diz que o time de Parreira é mesmo o favorito na Alemanha, mas pede uma colher-de-chá: "Espero que Ronaldinho, que eu admiro, deixe Messi ser o melhor do Mundial."

A CONFERIR Palpite do Doutor Sócrates ao “Guia Lance!”: a França será campeã na Alemanha, Gana será a surpresa, o Brasil será a decepção e o francês Henry será o artilheiro.

*Com Agência Estado e Reuters

SÉRIE B

Só o Santo André se salva Fernando Pilatos/AE

S

eis pontos em duas rodadas, que ajudaram o time a sair da zona de rebaixamento. Foi isso o que o Santo André conseguiu na semana passada. Na terça-feira, o time do ABC foi a Goiânia e derrotou o Vila Nova por 3 a 1. No sábado, jogando em casa, ganhou do Coritiba, de virada: 2 a 1. Marcelo Batatais, de cabeça, fez Coritiba 1 a 0. Vânder e Galiardo marcaram os gols da vitória do Santo André, que foi a única equipe paulista a conquistar 100% dos pontos na última semana. Líder da competição até a semana passada, o Ituano caiu para o quarto lugar. Na terçafeira, a equipe de Itu foi ao Paraná e perdeu do Coritiba por 3 a 1. No sábado, na partida que marcou sua volta ao Estádio Novelli Júnior após dois meses mandando jogos em outras cidades do interior do Estado, o Ituano foi novamente derrotado, dessa vez pelo então lanterna São Raimundo, por 2 a 1. Os amazonenses abriram o placar com Erivélton. Reginaldo empatou para o Ituano, mas

7ª rodada Sport 0 x 0 Atlético-MG Vila Nova 1 x 3 Santo André CRB 2 x 1 Paysandu Coritiba 3 x 1 Ituano Guarani 3 x 1 Paulista Remo 0 x 0 Náutico Avaí 0 x 0 Ceará Portuguesa 2 x 1 Marília Gama 2 x 1 América-RN São Raimundo 1 x 0 Brasiliense 8ª rodada Paulista 0 x 1 Avaí Ceará 2 x 1 Gama Brasiliense 4 x 1 CRB Atlético-MG 1 x 1 Vila Nova Ituano 1 x 2 São Raimundo Paysandu 0 x 1 Sport Santo André 2 x 1 Coritiba Marília 1 x 0 Guarani Náutico 2 x 0 Portuguesa América-RN 3 x 0 Remo

Classificação

P

V

S

1 Sport

17

5

6

11

2 Coritiba

14

4

3

14

3 Náutico

14

4

2

15

4 Ituano

14

4

1

13

5 Atlético-MG

13

3

8

15

6 Avaí

13

3

2

6

7 Gama

11

3

-1

8

GP

8 Marília

11

2

1

9

9 Brasiliense

10

3

6

18

10 CRB

10

3

-5

13

11 Guarani

10

2

0

12

12 Paulista

10

2

0

8

13 Ceará*

10

2

-1

8

14 Paysandu

9

3

-4

9

15 Santo André

9

2

-1

8

16 São Raimundo

9

2

-4

7

17 Remo

8

2

-2

8

18 Portuguesa

8

2

-2

7

19 Vila Nova

7

2

-4

9

20 América-RN

6

2

-8

4

*Perdeu seis pontos no STJD.

Com os 2 a 1 no Coritiba, time do ABC foi o único paulista a fazer 6 pontos nas duas rodadas da semana

Flávio Mineiro acabou fazendo São Raimundo 2 a 1. O Marília, que na terça havia perdido sua invencibilidade para a Portuguesa, no Canindé (2 a 1), recuperou-se no sábado, derrotando o Guarani em

casa: 1 a 0, gol de Creedence. O time de Campinas, por sua vez, havia derrotado na terça o Paulista de Jundiaí (3 a 1), que na sexta-feira perdeu de novo, em Florianópolis, para o Avaí (1 a 0).

Entre os clubes paulistas, a pior situação passou a ser da Portuguesa. Após a vitória no C a n i n d é s o b re o M a r í l i a , por 2 a 1, no meio da semana, a equipe voltou a ser derrotada. Jogando no sábado, no Estádio

dos Aflitos, no Recife, a Lusa não resistiu ao Náutico, que ganhou por 2 a 0 (gols de Anselmo e Felipe, ambos marcados no segundo tempo). Com este resultado, a equipe pernambucana passa

a ocupar a terceira colocação, atrás apenas do arquirrival Sport e do Coritiba. A Portugues, 18ª, volta a ocupar a zona de rebaixamento. O AtléticoMG, ao empatar com o Vila Nova (1 a 1), caiu para quinto.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

1 O governo não fez a lição de casa com o fim da inflação e confiscou o excedente. Guilherme Afif Domingos

FAMÍLIAS COM RENDA ATÉ R$ 10 MIL TRABALHAM 113 DIAS PARA PAGAR POR SERVIÇOS ESSENCIAIS

CLASSE MÉDIA: ESCRAVA DO GOVERNO Paulo Pampolin/Hype

P

assado o dia da alfor- terão de trabalhar até 26 de seria dos impostos - 25 tembro para pagar por servide maio -, a escravi- ços mal prestados pelo goverdão do contribuinte no. Neste caso, porém, é precibrasileiro da classe média ain- so 116 dias de trabalho, o que da não terminou. Serviços corresponde a 31,67% da renessenciais, como escola parti- da bruta familiar anual. Secular, plano de saúde e previ- gundo o estudo, 33 dias do ano dência privada, custam às fa- são trabalhados para pagar mílias brasileiras, com renda por serviços de saúde (9,02% mensal entre R$ 3 mil e R$ 10 da renda bruta); 37 dias por mil, em média, 113 dias de tra- educação (10,16%), 27 dias balho durante o ano. Isso signi- por segurança (7,28%), 16 dias fica que essas famílias terão de por previdência (4,49%) e 3 trabalhar até 26 de setembro dias por pedágios (0,72%). Para o presidente da Associapara pagar por serviços que, em tese, deveriam ser ofereci- ção Comercial de São Paulo dos, com qualidade, pelo go- (ACSP), Guilherme Afif Doverno. Os dados são do Institu- mingos, ter de trabalhar mais to Brasileiro de Planejamento 124 dias para pagar por serviços que deveriam ser prestados peTributário (IBPT). "É um absurdo o que aconte- lo governo, depois de já ter trace porque somos o quarto País balhado por 145 dias para pagar impostos, deiem arrecadaxam claro que o ção de tribupovo brasileiro tos e nossa é bitributado. prestação de Afif criticou serviço é tão ainda o consprecária que tante aumento obriga o cidapor cento da renda de dias de tradão a ter um das famílias da classe balho necessáplano de saúrios para o pade", criticou o média é usada para gamento de tripresidente da pagar por serviços butos. Se neste Associação como saúde, ano foram nePaulista de cessários 145 Medicina educação e dias para dar (APM), Jorge segurança. conta da tribuC a r l o s M atação, em 1997 chado Curi. foram necessá"O Canadá, por exemplo, cobra também rios 100 dias. "Todo ganho de altos impostos, mas é uma re- produtividade que o cidadão e ferência na área da saúde. O as empresas tiveram foi confisBrasil, hoje, aplica menos de cados pelo governo com o 4% do PIB no setor", lembrou. aumento de dias de trabalho O levantamento do IBPT em que a renda foi transferida concluiu que o trabalhador para o Estado", criticou. "O godentro dessa faixa de renda tra- verno não fez a lição de casa balha 40 dias do ano para pagar com o fim da inflação e confispor serviços de saúde, o que cou o excedente", concluiu. Na última sexta-feira, na cocorresponde a 10,87% da sua renda bruta; 48 dias por educa- memoração pelo Dia da Liberção (13,22% da renda bruta); 16 dade de Impostos – 25 de maio dias por segurança (4,31%); oi- – em Lajeado, no interior do to dias por previdência (2,06%) Rio Grande do Sul, cerca de 2 e d o i s d i a s p o r p e d á g i o s mil pessoas foram beneficia(0,49%). Somando tudo, 30,95% das com a compra de produtos da renda, neste ano, ficará com- sem impostos, de acordo com a Associação Comercial e Indusprometida com esses gastos. As famílias com renda men- trial de Lajeado (Acil). sal acima de R$ 10 mil também Laura Ignacio

30,95

Celular: STJ mantém prazo de validade de créditos

A

Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou, em decisão unânime, liminar do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, que determinava que as operadoras de telefonia celular Claro, Tim e Oi deixassem de impor prazo de validade para o uso dos créditos de celulares pré-pagos. A liminar havia sido concedida em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. No voto do relator, ministro Francisco Falcão, a Primeira Turma do STJ avaliou que a liminar causava "danos irreversíveis" às operadoras de celular. Segundo os ministros, as operadoras teriam um prejuízo de R$ 16 milhões em dois anos apenas para alterar seu sistema para cumprir a decisão. O STJ

entendeu que, caso no fim do processo as empresas ganhassem a causa, esse valor não teria como ser resgatado. As empresas de telefonia alegam que o Ministério Público Federal não tem legitimidade para mover essa ação por se tratar de interesse individual homogêneo disponível. A Claro alega, também, que a Lei nº 8.078/90 ampara a fixação de prazo de validade para utilização dos créditos, por se tratar de prática necessária para a continuidade do serviço. Já a Tim sustenta que o tribunal violou o Código de Processo Civil, por não ter resolvido uma omissão questionada pela empresa por meio de recurso dirigido ao juiz, para esclarecimento de obscuridade, omissão ou contradição da sentença. (Agências)

Caminhão com as assinaturas da campanha De Olho no Imposto saiu hoje de madrugada, do centro de São Paulo, rumo a Brasília

A caminho da transparência

R

umo à transparência tributária, o caminhão que vai levar as listas com 1,560 milhão de assinaturas do movimento De Olho no Imposto partiu para Brasília esta madrugada. O veículo saiu da sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na região central, com 35 caixas, contendo assinaturas de brasileiros que querem a

regulamentação do artigo 150, parágrafo 5º da Constituição Federal. O dispositivo estabelece que os consumidores sejam esclarecidos sobre os impostos embutidos no preço final das mercadorias e serviços. As assinaturas serão entregues no próximo dia 31 ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo presidente

da ACSP, Guilherme Afif Domingos, que será acompanhado por cerca de 300 empresários de 100 entidades de classe do País que apoiaram a campanha, como a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP). Para conseguir as adesões para a apresentação de um

projeto de lei, uma caravana do movimento De Olho no Imposto percorreu cerca de 500 municípios no Estado de São Paulo e outros estados, como Paraná e Bahia, desde janeiro deste ano. Nesses locais, a população foi informada sobre os impostos incidentes em produtos e serviços através do Feirão do Imposto. Adriana David

Edmar Cid aguarda habeas-corpus Valéria Gonçalvez/AE

O

ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira continua preso, desde sexta-feira, numa cela de quatro metros quadrados, sem janelas, na sede da Polícia Federal de São Paulo. Até o fechamento desta edição, o pedido de habeascorpus feito pelo advogado de Ferreira, Armando Malheiros Filho, não havia sido julgado. A liberdade do ex-banqueiro está nas mãos da desembargadora Ana Maria Pimentel, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Ontem, Malheiros ficou 40 minutos no prédio da Polícia Federal e disse que não teve autorização para conversar com Edemar. "Não estive com o cliente. Conversei apenas com o delegado de plantão", informou. Durante esse período, um funcionário do ex-banqueiro chegou com duas malas

O advogado de Cid Ferreira, Arnaldo Malheiros, na sede da PF

e um engradado com seis garrafas de água. De acordo com Malheiros, as malas continham objetos pessoais, de higiene e livros. Questionado se o grande volume das malas

não seria um indicativo de que o ex-banqueiro ficaria muito tempo preso, o advogado declarou: "foi ele quem pediu". Embora demonstrando preocupação, Malheiros disse

estar confiante que seu cliente será libertado em breve, pois acredita que a prisão não tenha sustentação jurídica. "A acusação é complexa, mas a prisão preventiva, antes do julgamento, não acredito que tenha sustentação jurídica", comentou. Acusado de crimes financeiros, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação de tributos, entre outros, que provocaram um rombo de mais de R$ 2 bilhões no Banco Santos, Ferreira foi preso sob acusação de ocultar o paradeiro de pelo menos dez obras de arte. Cid Ferreira teve a prisão decretada na última sexta-feira pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo. Detido em sua mansão, ele foi conduzido para a Delegacia de Combate aos Crimes Financeiros da Polícia Federal em São Paulo. (AE)


Bento XVI ao visitar Auschwitz, no 4º dia de visita à Polônia: "É estarrecedor". Logo/2

Ajuda à Africa só alimenta a corrupção

Santiago Ferrero/Reuters

Max Rossi/Reuters

Papa: "Onde estava Deus?"

Economista Shikwati, do Quênia, diz que doações de bilhões de US$ só aumentam o drama africano (foto). Pág. 6 Ano 81 - Nº 22.136

São Paulo, segunda-feira 29 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Lá vai a carga imposta ao Congresso por 1,5 mi As assinaturas de 1,560 milhão de contribuintes exigindo transparência tributária serão entregues por 300 empresários ao Congresso na quartafeira. O caminhão (foto) partiu na madrugada de hoje da ACSP. Eco/1

Alforria dos serviços: 26/9 Trabalhamos até 25/5 para pagar impostos. Agora a classe média paga pelos serviços que não tem. Eco/1

Paulo Pampolin/Hype

Dever cumprido

Beawiharta/Reuters

Santos de Cleber Santana (foto) vence o Corinthians na Vila. Fez lição de casa direitinho. O Brasileirão, no DC Esporte

Indonésia em pânico. Tremor já matou 4600 Equipes de resgate escavam em desespero. Já são 20 mil feridos e 100 mil desabrigados. A tragédia (foto) na Ilha de Java, na página 7. Maurício de Souza/AE

HOJE Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Sol com pancadas de chuva Máxima 27º C. Mínima 12º C.

Segurança era urgente? Era...

E a Colômbia reelege Uribe

Os 11 projetos nascidos sob o impacto dos ataques do PCC em SP não deverão mais ser votados este ano no Congresso. Página 5

Raridades: eleições tranqüilas e a 1ª reeleição na Colômbia em mais de 100 anos. E mais: Uribe não é outro populista no poder. Página 7


segunda-feira, 29 de maio de 2006

Tênis IRL Fórmula 1 Basquete

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Estamos batendo na porta cada vez mais." Rubens Barrichello, sobre o 4º lugar em Mônaco

ALONSO VENCE PELA PRIMEIRA VEZ EM MÔNACO

Jeff Haynes/AFP

Hornish ganha na reta final

S

am Hornish Jr. venceu a 90ª edição das 500 Milhas de Indianápolis na reta de chegada, com uma brilhante ultrapassagem na última reta sobre Marco Andretti. O piloto da Penske, que havia feito a pole, perdeu a posição bem no início e só conseguiu recuperá-la no fim da prova. Foi sua primeira vitória em Indianápolis. Michael Andretti completou o pódio. Hélio Castroneves foi atingido por Buddy Rice quando tentava ultrapassá-lo e não completou a prova, mas segue na liderança da IRL. "Ele me pediu desculpas, disse que não me viu", disse Helinho. O melhor brasileiro foi Tony Kanaan, quinto colocado. Vítor Meira foi o décimo, e Airton Daré, o 18º. Thiago Medeiros e Felipe Giaffone abandonaram.

CLASSIFICAÇÃO: 1. Castroneves (BRA), 156; 2. Hornish Jr. (EUA), 144; 3. Wheldon (ING), 139; 4. Dixon (NZL), 120; 5. Kanaan (BRA), 119; 6. Matsuura (JAP), 95; 7. Franchitti (ESC) e Herta (EUA), 89; 9. Andretti (EUA), 88; 10. Meira (BRA), 84; 11. Patrick (EUA), 83; 12. Sharp (EUA), 82; 13. Giaffone (BRA) 73; 14. Scheckter (AFS), 67; 15. Lazier (EUA), 66; 16. Rice (EUA), 63; 17. Cheever Jr. (EUA), 56; 18. Cheeson (EUA), 54; 19. Carpenter (EUA), 37.

ALONSO DISPARA Fotos: Damien Meyer/AFP

N

ão é de hoje que o treino de classificação é decisivo para vencer o complicado GP de Mônaco, mas nunca o sábado foi tão decisivo e emocionante nas ruas de Montecarlo. A vitória que permitiu Fernando Alonso disparar na liderança do Mundial de F-1 começou a ser construída no último minuto do treino, e o espanhol começou a história como vítima. Michael Schumacher tinha o melhor tempo, e dava sua última volta rápida. Alonso vinha cerca de meio circuito atrás, com parciais melhores que as do alemão, e tinha tudo para fazer a pole. Então Schumacher simplesmente parou o carro na curva La Rascasse, próxima à chegada, o que fez com que os fiscais acionassem a bandeira amarela. O espanhol foi obrigado a diminuir a velocidade, e acabou atrás do piloto da Ferrari. Imediatamente, começaram os protestos pela atitude do alemão, que disse ter errado numa curva anterior. O mais enfático foi de Flavio Briatore, chefe da Renault e primeiro patrão de Schumacher na categoria. "Conheço-o há anos e sei que ele fez de propósito", disparou. Alonso, mais polido, disse que não ia expor sua opinião publicamente. Sete horas depois, a direção de prova deu o veredicto: puniu o alemão por ter prejudicado propositalmente a volta rápida de Alonso. Ele teve de largar dos boxes, depois de todos os pilotos.

Pole, Alonso venceu de ponta a ponta, mas precisou mais uma vez da sorte que o acompanha desde o ano passado - e que falta a Kimi Raikkonen. O finlandês vinha em segundo e tinha boas chances de ganhar a ponta na parada dos boxes, mas um pouco antes o motor de seu carro explodiu, abrindo caminho para a quarta vitória de Alonso. "Estamos construindo uma boa liderança. Se

Jean-Pierre Muller/AFP

Eric Feferberg/AFP

Espanhol venceu o GP de Mônaco pela primeira vez na carreira e tem 21 pontos a mais que Schumacher, protagonista da grande polêmica do fim de semana, ao parar o carro no meio da pista durante o treino de classificação

Herdeiros se dão mal

N

Basquete: final suspensa

U

ma liminar obtida pelo Universo/BRB suspendeu a final do Nacional de basquete masculino, que teria ontem a segunda partida entre Franca e COC/Ribeirão - na sexta, Ribeirão venceu o primeiro jogo por 63 a 61. O time de Brasília se considera prejudicado pelo Telemar/Rio, que usou outra liminar para escalar o armador Arnaldinho no jogo em que o bateu pelo hexagonal semifinal. Com a vitória nessa partida, o Universo teria ficado em segundo e se classificado para a final contra Franca. Esse é só um dos problemas judiciais que a CBB enfrenta hoje: está prevista a entrega de outra liminar, obtida pelas federações do Rio, Espírito Santo e Paraná, que afasta a diretoria da entidade para averiguar irregularidades na gestão.

Federer e Sharapova sofrem para vencer na estréia em Roland Garros

Que sufoco! M

aria Sharapova e Roger Federer sofreram ontem para passar da primeira rodada de Roland Garros. A russa levou duas horas e 27 minutos para bater a norte-americana Mashona Washington por 2 a 1 (6/2, 5/7 e 7/5), depois de salvar três match points. A musa já esperava problemas, pois acaba de se recuperar de uma lesão no tornozelo e fez sua primeira partida do ano no saibro. O suíço, número 1 do mundo, precisou de mais três minutos para bater o argentino Diego Hartfield por 3 a 0 (7/5, 7/6 (7/2) e 6/2). "Seria pior se per-

desse o primeiro set", disse Federer, que aproveitou para elogiar Ronaldinho Gaúcho, a quem venceu no início da semana ao conquistar o Laureus, o chamado "Oscar do esporte". "É um craque, adoro vê-lo em campo. E espero que a Suíça também vá bem na Copa", disse. O atual campeão Rafael Nadal estréia hoje contra o sueco Robin Soderling. Flávio Saretta pega o italiano Potito Starace; Júlio Silva enfrenta, o norteamericano Kevin Kim - se vencer, pode encontrar Nadal na segunda rodada. Amanhã, Marcos Daniel joga contra o francês Mathieu Montcourt.

Divulgação/FIVB

elsinho Piquet e Bruno Senna não se deram bem nas provas preliminares do GP de Mônaco, neste sábado. O filho de Nelson Piquet foi somente o 12º colocado na prova da GP2 e perdeu a liderança para o inglês Lewis Hamilton, que soma 49 pontos, dez a mais que o brasileiro. As próximas duas etapas serão na Inglaterra, também na véspera da F-1, em 10 e 11 de junho. O sobrinho de Ayrton Senna disputou como convidado uma prova da Porsche SuperCup, mas não conseguiu completar a disputa, vencida pelo austríaco Richard Lietz. Mas Bruno admitiu que o mais importante era conhecer a pista onde o tio trinfou seis vezes na F-1. "O projeto não é apenas chegar à F-1, é ter sucesso lá", destacou o piloto, que disse não ter pressa de chegar à principal categoria do automobilismo.

COM O BRAÇO DIREITO – Ataque de Fábio Luiz na vitória, ao lado de Márcio, contra Franco e Pedro Cunha, na final da etapa de Xangai, que abriu o Circuito Mundial masculino. No feminino, as melhores brasileiras foram Juliana e Larissa, que foram bronze.

continuar assim, o campeonato vai ficar muito bom para mim'', disse o atual campeão. Juan Pablo Montoya ficou em segundo, seguido por David Coulthard, que levou a Red Bull a seu primeiro pódio em pouco mais de um ano na categoria. Schumacher mostrou sua competência ao chegar em quinto, e ameaçar a quarta posição de Rubens Barrichello até a última curva. "Se

quisesse, ia ter que passar por cima", brincou o brasileiro, que fez seu melhor resultado na Honda e só não foi ao pódio por ter sido punido - andou mais rápido que o permitido nos boxes. No ano passado, Schumacher lhe tomou o sétimo lugar na última volta. Giancarlo Fisichella, Nick Heidfeld e Ralf Schumacher completaram a zona de pontuação, com Felipe Massa em

nono. E Schumacher teve de passar o resto do domingo dando explicações sobre sua atitude no treino. "Qualquer um que pense que fiz aquilo deliberadamente está enganado. E para eles, só posso pedir desculpas", disse o alemão, que culpou o preconceito que teriam contra ele. "Ninguém estava no carro e sabe como e por que aconteceu o que aconteceu", declarou. MUNDIAL DE PILOTOS: 1. Alonso (ESP/ Renault), 64; 2. M. Schumacher (ALE/Ferrari), 43; 3. Raikkonen (FIN/ McLaren) e Fisichella (ITA/Renault), 27; 5. Montoya (COL/McLaren), 23; Massa (BRA/Ferrari), 20; 6. Button (ING/Honda), 16; 8. Barrichello (BRA/Honda), 13; 9. R. Schumacher (ALE/Toyota) e Heidfeld (ALE/BMW Sauber), 8; 11. 15. Coulthard (ESC/Red Bull), 7; 12. Villeneuve (CAN/BMW Sauber) e Webber (AUS/Williams) , 6; 14. Rosberg (ALE/Williams), 4; 15. Klien (AUT/Red Bull), 1. MUNDIAL DE CONSTRUTORES: 1. Renault, 91; 2. Ferrari, 63; 3. McLaren, 50; 4. Honda, 29; 5. BMW Sauber, 14; 6. Williams, 10; 7. Toyota e Red Bull, 8.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Geral /Internacional

Se a Constituição diz que a criança e o adolescente são o mais importante, a eleição é importantíssima. Rogério Amato, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social

Terremoto na Indonésia deixa mais de 4,6 mil mortos e de 100 mil pessoas desabrigadas. Hospitais estão lotados de feridos. Fotos: Newton Santos/Hype

PÂNICO NA INDONÉSIA Crack Palinggi/Reuters

E

quipes de resgate escavavam em desespero e hospitais lutavam para lidar com os milhares de feridos ontem, um dia depois do terremoto que matou mais de 4,6 mil pessoas na ilha de Java, na Indonésia. Cerca de 20 mil pessoas ficaram feridas e mais de 100 mil desabrigadas, segundo o porta-voz da Unicef, fundo da Organização das Nações Unidas (ONU) para a infância, John Budd. Mas ele afirmou que o número ainda não é o final. "Ninguém realmente sabe com certeza, porque muita gente foi retirada para ser tratada e muita gente ferida foi recusada", disse Budd. Caminhões cheios de voluntários de partidos políticos e grupos islâmicos da Indonésia, além de veículos militares com soldados, partiram em direção ao sul, a partir da antiga cidade real de Yogyakarta, para Bantul, a mais atingida pelo terremoto, para ajudar nos trabalhos. "Kopassus (tropas de forças especiais) e voluntários da Cruz Vermelha da Indonésia estão tentando procurar entre os destroços, porque milhares de casas foram danificadas e muita gente ainda pode estar presa", disse Ghozali Situmorang, diretor-geral do setor de ajuda do departamento social nacional, em entrevista à rádio local Yogyakarta. O terremoto aumentou a atividade vulcânica no Monte Merapi, na mesma região, e especialistas acham que ele poderá entrar em erupção. O Merapi vem soltando lava quente e gases altamente tóxicos nas últimas semanas. Devastação – Na região de Bantul, onde foram registradas mais de 2 mil mortes e onde a maioria dos prédios caiu, barracas de plástico tomaram as ruas. Sob o calor da tarde, Sugiyo procurava entre os destroços de sua casa. Ele ficou preso com a família e foi resgatado por outros moradores. Sua mãe morreu. "Encontrei minha moto, mas está destruída. Encontrei o armário, mas também está quebrado", disse. Mas sua face brilhou quando localizou uma caixa rosa com fraldas e roupas de bebê. "Isso é para minha filha de dois anos", disse emocionado. As autoridades lutam para levar ajuda para a região. "O problema agora é que ainda faltam barracas, muita gente ainda está nas ruas e em áreas abertas", disse Suseno, da força-tarefa em Yogyakarta. Outro problema é a falta de água limpa. Todos os 12 sistemas de distribuição de Bantul pararam totalmente, ou não estão funcionando bem. O terremoto atingiu a região quando muita gente ainda estava dormindo. As casas costumam ser mal construídas, com telhados de madeira. Os hospitais estão lotados. No Bethesda, em Yogyakarta, as pessoas estão nos corredores. "Há muitos feridos graves", disse um voluntário no hospital Andrew Jeremijenko. "Estive em outros hospitais. Todos estão lotados. Não há médicos nem enfermeiras suficientes para tratar de todos." O terremoto de sábado foi o terceiro tremor forte na Indonésia em 18 meses. O pior, ocorrido em 26 de dezembro de 2004, que provocou o tsunami, deixou cerca de 170 mil mortos e desaparecidos. Brasil – Segundo o Ministério das Relações Exteriores, até o momento, não há registro de nenhuma vítima brasileira entre os mortos. De acordo com o Itamaraty, dos sete brasileiros que vivem na região, seis já foram localizados. (Agências)

Eleição para representantes do Conselho da Criança e do Adolescente

Paulistanos vão às às urnas por CMDCA

C População chora seus mortos enquanto equipes de resgate buscam sobreviventes entre os escombros

URIBE REELEITO

Á

Rodrigo Arangua/AFP

lvaro Uribe tornou-se ontem o p r i m e i ro p re s idente reeleito pelo voto popular na história colombiana. Confirmando as pesquisas de intenção de voto e os altos índices de popularidade que o acompanharam por todo o seu primeiro mandato, Uribe repetiu o desempenho de quatro anos atrás, elegendo-se já no primeiro turno. O presidente obteve 62% dos votos válidos, enquanto o segundo colocado, o candi- Uribe: sem populismo dato de esquerda Carlos Gaviria, ficou com 22%. Hora- crático Alternativo, uma cio Serpa, do tradicional Par- frente de esquerda que abritido Liberal, teve apenas ga os ex-guerrilheiros do 12%, o pior desempenho da M-19. Com 2,5 milhões de história da legenda. Com votos, Gaviria teve a votação 7 milhões de votos, Uribe su- mais expressiva da história perou em 1,2 milhão sua vo- da esquerda na Colômbia. tação de quatro anos atrás. Outra particularidade desAs urnas também confir- sa eleição foi o clima de relamaram outra tendência de- tiva tranqüilidade. Pela pritectada pelas pesquisas: o meira vez em décadas, o cocrescimento da candidatura mando das Forças Armadas de Gaviria, do Pólo Demo- Revolucionárias da Colôm-

bia (Farc) não ordenou a sabotagem das eleições. As forças de segurança mobilizaram 220 mil homens, presentes em 99% das 55.510 seções de votação em todo o país. "Aqueles que não votarem é porque definitivamente não têm vontade", disse o prefeito de Bogotá, Luis Eduardo Garzón, na abertura das urnas, às 8 horas da manhã (10 horas em Brasília). Promessa – Em 2002, Uribe elegeu-se com a promessa de uma guerra total contra a guerrilha, depois de um fracassado processo de paz conduzido pelo presidente anterior, Andrés Pastrana. Uribe cumpriu a promessa, liberando extensas faixas de território e obrigando os 10 mil guerrilheiros das Farc a recuar para regiões de fronteira com o Equador, o Panamá e a Venezuela. Com isso, diminuíram os bloqueios dos guerrilheiros nas estradas os seqüestros, as extorsões e as chacinas. (AE)

erca de 15 mil paulistanos passaram ontem pelas urnas e depositaram o seu voto para a eleição do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Segundo o secretário José Police Neto, da Secretaria Especial de Participação do Município de São Paulo, cerca de 30 mil pessoas se cadastraram para votar nos 51 candidatos, que concorriam a oito vagas no Conselho. Segundo Police Neto, esse número cresceu cerca de quatro vezes em relação à eleição anterior e foi conseqüência de dois fatores: a eleição foi melhor divulgada e a sociedade está mais consciente de que é importante participar do processo para decidir os rumos das políticas voltadas para as crianças e adolescentes. Para o secretário estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato, o CMDCA é o local onde todas as políticas referentes a este assunto deveriam ser tratados. "Se a Constituição diz que a criança e o adolescente são o mais importante, a eleição é importantíssima." Segundo ele, a próxima fase após as eleições será de fiscalizar as políticas criadas e aplicadas e de apoio às iniciativas para defender as crianças e os adolescentes. Atualmente, para cumprir esta tarefa, o Conselho é composto por 16 conselheiros, que passam a ter um mandato de dois anos e podem concorrer à reeleição uma vez. Oito são in-

dicados pelo governo municipal e oito pela sociedade civil. Destaques – Entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP), que começam a participar do Conselho a partir desta eleição, compareceram maciçamente. Os eleitores também estavam otimistas. Sueli Alves, da ONG Santos Mártires, acredita que é importante ter um representante de sua região no Conselho. Para ela, as ONGs precisam de ajuda e por isso participaram. O jovem Leone Martins Machado, conhece de perto os resultados das políticas defendidas pelo CMDCA e por isso votou. O jovem de 18 anos, lembra que é graças ao Conselho que funcionam os projetos de aprendizes pelos quais ele passou, como o da Associação comercial de São Paulo (ACSP). Paula Cunha

José Police Neto: mais consciente


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2 -.ECONOMIA/LEGAIS

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BALANÇO ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA CNPJ: 61.330.817/0001-12 MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO Estamos apresentando as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2003 com a reclassificação das contas do Ativo Permanente para melhor demonstração da operação da aquisição da Nova Escola, conforme nota explicativa n° 1. O ano de 2004 foi sem dúvida um desafio diferente exigindo agilidade e flexibilidade de toda a equipe, que trabalhou com vontade e determinação. Com a realização de novas parcerias abrimos três novas unidades de assistência social gratuita, em abril, agosto e novembro de 2004. Na Escola Nossa Senhora das Graças convivemos com a obra de reforma e ampliação resultando em mais 2.700 m2 de área construída. No imóvel adquirido em 2003 na região do Aeroporto, iniciamos a atividade da Nova Escola, outra unidade de ensino remunerado, de qualidade e diferenciado. Nas duas escolas recebemos 1.394 alunos nos cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Na assistência sócio-educacional gratuita aplicamos R$ 4.461.327 para atendimento de 1.879 crianças, jovens e adultos em alfabetização, mais 1.048 famílias. Em dez unidades desenvolvemos diferentes trabalhos de educação, para crianças e jovens preparando-os para sua inserção no mercado de trabalho, para adultos e homens em situação de rua e para pessoas com dificuldades especiais. Mantivemos o compromisso de investir na equipe, com oportunidades de cursos para capacitação e participação em seminários e oficinas. A contratação de mais 136 funcionários, completando um quadro de 353 também reflete o resultado desse crescimento. Estamos gratos pelo apoio e reconhecimento de todos, associados, funcionários, parceiros, doadores e 171 voluntários com quem contamos para enfrentar novos desafios e partilhar o orgulho e a alegria do trabalho realizado. BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2004 E 2003 - Em R$ (Reais) - Sem Centavos - Republicação 2004 2003 ATIVO 2004 2003 PASSIVO 3.590.241 2.499.042 CIRCULANTE 5.625.936 9.485.574 CIRCULANTE Fornecedores 204.683 215.479 Disponível 4.340.674 8.435.375 Aquisição Nova Escola 1.698.274 1.062.500 Caixa e Bancos C/Movimento 128.756 101.328 Contas a Pagar 244.293 15.795 Aplicações Financeiras 4.211.918 8.334.047 Obrigações Sociais 254.671 144.225 Créditos 1.285.262 1.050.199 Obrigações Fiscais 20.007 14.661 Mensalidades a Receber 1.056.103 544.866 Contas a Receber 13.777 19.719 Provisões de Férias 754.566 552.545 Receitas Antecipadas 413.747 493.837 Adiantamentos 215.382 485.614 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 2.409.716 3.263.168 Provisões de Obrigações Trabalhistas e Fiscais 75.668 75.668 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 11.111 14.363 Aquisição Nova Escola 2.334.048 3.187.500 Depósitos Judiciais 11.111 14.363 25.409.673 19.653.070 PERMANENTE 25.772.583 15.915.343 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Fundo Social 19.609.486 17.342.893 Imobilizado - Aquisição Nova Escola 0 7.619.044 Fundo Patrimonial 49.884 43.584 Imobilizado 25.691.583 8.188.299 Reserva de Reavaliação 4.501.574 0 Diferido 81.000 108.000 Superávit do Exercício 1.248.729 2.266.593 31.409.630 25.415.280 TOTAL DO ATIVO 31.409.630 25.415.280 TOTAL DO PASSIVO

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2004 e de 2003 Em Reais (R$) - Sem Centavos NOTA 1) - REPUBLICAÇÃO - Estamos republicando as Demonstrações Contábeis de 31/12/2003, 9) - OBRIGAÇÕES SOCIAIS com reclassificação das Contas do Ativo Permanente para melhor apresentação da operação da Descrição 2004 2003 aquisição da Nova Escola, conforme descrito na NOTA 8. Abaixo demonstramos a reclassificação: Salários e honorários 24 3.259 CONTAS PUBLICAÇÃO RECLASSIFICAÇÃO PUBLICAÇÃO INSS a recolher 48.103 26.968 ANTERIOR ATUAL FGTS a recolher 134.897 59.218 PERMANENTE IRF s/ salários 69.479 53.462 Investimentos 7.619.044 (7.619.044) 0 Outros 2.168 1.317 Imobilizado – Aquisição Nova Escola 0 7.619.044 7.619.044 Total 254.671 144.224 DOAR 10) - ASSISTÊNCIA SOCIAL - As despesas com a atividade sócio-educacional gratuita são efetuadas Investimentos 7.619.044 (7.619.044) 0 no desenvolvimento de cinco programas: • educação infantil; • educação complementar; • educação de Imobilizado – Aquisição Nova Escola 0 7.619.044 7.619.044 jovens e preparação para a sua inserção no mundo do trabalho; • educação de jovens e adultos e de Em virtude dessa reclassificação, estão sendo alteradas as Notas Explicativas nºs 6, 7 e 8. homens em situação de rua; • educação de pessoas com dificuldades especiais, - cognitivas: em fase 2) - CONTEXTO OPERACIONAL - A Associação Pela Família é uma associação civil, de fins filantró- de implantação. Esses programas são realizados no município de São Paulo, do Embu e do Taboão da picos, sem fins econômicos, cujo principal objetivo é promover o pleno desenvolvimento do ser huma- Serra, proporcionando aos educandos, moradores de bairros da periferia, um serviço educacional de no, comunitário e pessoal, por intermédio de serviços de educação, sob todas as formas. Para realizá- qualidade, atividades de lazer e refeição, esta, exceto para os adultos dos cursos de alfabetização. lo mantém centros educacionais onde presta serviços inteiramente gratuitos, a crianças, jovens e Durante o ano de 2004, a matrícula geral dessas unidades beneficentes, foi de 1.879 jovens e adultos; adultos, em turmas de alfabetização; na Escola Nossa Senhora das Graças e na Nova Escola, que 1.048 famílias receberam atendimento indireto. iniciou as atividades no exercício de 2004, presta serviço remunerado, nos cursos de educação infan- Centro Educacional Matrícula Geral Famílias til, fundamental e médio. Serviços remunerados: • Escola Nossa Senhora das Graças; • Nova Escola. Centro Educacional Gracinha 182 106 Serviços gratuitos: • Centro Educacional Gracinha; • Centro de Participação Educativa e Comunitária Centro de Participação Educativa e Comunitária Clarisse Ferraz Wey 202 169 Clarisse Ferraz Wey; • Centro Educacional Uirapuru • Centro Educacional Colibri; • Centro Educacio- Centro Educacional Colibri 516 362 nal Girassol • Centro Educacional Asas Fortes; • Alfabetização de adultos; • Educação de jovens e Centro Educacional Girassol 186 137 adultos; • Caminho Novo Arco-Íris. Centro Educacional Uirapuru 118 70 3) - PRINCIPAIS CRITÉRIOS CONTÁBEIS - As Demonstrações Contábeis foram elaboradas de acor- Centro Educacional Asas Fortes 140 88 do com as práticas contábeis adotadas no Brasil, sendo as principais: a) Apuração do Superávit do Alfabetização de adultos 217 116 Exercício - As receitas e despesas são registradas considerando o regime de competência de exercí- Educação de jovens e adultos 99 0 cios. b) Aplicações Financeiras - As aplicações financeiras são registradas ao custo acrescido das Caminho Novo 219 0 receitas auferidas até a data do balanço. c) Mensalidades a Receber - São demonstradas, conside- Total 1.879 1.048 rando o regime de competência de exercícios. Para eventuais perdas são constituídas as respectivas a) - Convênios Firmados - A Associação Pela Família manteve convênios com a SAS - Secretaria de provisões. d) Imobilizado - É demonstrado pelo custo de aquisição, corrigido monetariamente até 31/ Assistência Social – PMSP com vigência de 01/11/2003 a 31/10/2005 cujos números atuais são os 12/1995 e acrescido de reavaliações parciais e espontâneas; as depreciações foram calculadas pelo seguintes: • 2003-0.242.720-8 - Centro Educacional Gracinha; • 2003-0.242.717-8 - Centro de Particimétodo linear, considerando a vida útil-econômica dos bens. e) Diferido - Demonstrado pelo custo de pação Educativa Clarisse Ferraz Wey; • 2003-0242.710-0 - Centro Educacional Uirapuru, no Centro de aquisição. As amortizações são contabilizadas com base na previsão de retorno de tais gastos. f) Convivência Uirapuru. Manteve também o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, PETI nº Assistência Social - Está demonstrada no item 9, atendendo o disposto no Art. 4.º, parágrafo único, 2001.0.136.230.3 e o convênio com a Secretaria Municipal de Educação NAE-12, MOVA, convênio n° do Decreto n.º 2.536 de 06 de abril de 1998. 2001-0221.042-6. 4. MENSALIDADES A RECEBER Valores recebidos desses convênios em 2004 2004 2003 Convênios Descrição VALOR Mensalidades vencidas até 30 dias 133.009 82.413 Núcleo Sócio-educativo - SAS (PMSP) - Centro Educacional Gracinha 136. 155 Mensalidades vencidas até 60 dias 104.402 115.358 Núcleo Sócio-educativo - SAS (PMSP) - Centro de Participação Educativa e Mensalidades vencidas com mais de 60 dias 1.219.948 659.304 Comunitária Clarisse Ferraz Wey 120.525 Provisão para Perdas (401.256) (312.209) Núcleo Sócio-educativo - SAS (PMSP) - Centro Educacional Uirapuru 146.817 Total 1.056.103 544.866 Programa de erradicação do Trabalho - PETI (PMSP) - Centro Educacional Uirapuru 480 5. ADIANTAMENTOS Mova (PMSP) - Alfabetização de adultos 38.520 Descrição 2004 2003 Total 442.497 Adiantamentos a fornecedores 76.966 394.470 b) - Parcerias - • A Associação Pela Família manteve parceria com o Instituto Ayrton Senna - Cidadão Adiantamentos a funcionários 1.584 1.014 21 Arte, e em 2004 recebeu o montante de R$ 27.500, para pagamentos de serviços e materiais. • Antecipações de férias 133.636 86.934 Firmou parceria com o Instituto Hedging-Griffo, tendo recebido R$ 50.000, para pagamentos de serviDepósitos judiciais 3.196 3.196 ços e materiais, sendo que R$ 13.800 serão aplicados em 2005. Redes - A Associação Pela Família Total 215.382 485.614 integra a rede de associações assistenciais da: • Rede Butantã - SAS; • Federação de Obras Sociais – 6. IMOBILIZADO FOS; • Rede Cooperapic - Cooperativa da Associação de Promoção e Incentivo à Criança; • Rede Descrição 2004 2003 Brasileira de Entidades Assistenciais e Filantrópicas - Rebraf; • Centro de Voluntariado Paulista. c) Depreciação Doações - Eventualmente a Entidade recebe doações de pessoas físicas e jurídicas. Em 2004 a Custo Acumulada Líquido entidade recebeu o total de R$ 30.736, sendo que R$ 6.300 foram alocados ao Fundo Patrimonial. Terrenos 3.093.155 0 3.093.155 4.629.598 d) Demonstrativo das Gratuidades Imóveis e edificações 8.000.878 921.537 7.079.341 2.780.321 Descrição Valor R$ Móveis e utensílios 402.944 207.721 195.224 161.211 2004 2003 Computadores e periféricos 470.269 310.642 159.627 122.549 Receita com ensino 16.465.252 9.449.186 Direito uso de linhas telefone 6.180 0 6.180 6.180 Receita Financeira 1.135.015 2.609.785 Direito uso de Software 222.000 74.102 147.898 121.957 Receitas Diversas 34.609 26.135 Veículos 16.600 16.600 0 2.213 Total das receitas 17.634.876 12.085.106 Máquinas e equipamentos 323.853 130.998 192.855 167.495 20% conforme Decreto 2536-06/04/98 Artigo 3º, inciso VI 3.526.975 2.417.021 Benfeitorias imóveis de terceiros 236.909 15.137 221.771 0 100% da receita de doações, convênios e parcerias 530.633 573.799 Terrenos – Reavaliação 6.265.136 0 6.265.136 0 Valor destinado para atividade assistencial (gratuita) 4.057.608 2.990.820 Imóveis – Reavaliação 3.536.547 311.967 3.224.580 0 Unidade de Gestão Aquarela 605.156 618.061 Obras e Implantações 5.105.816 0 5.105.816 196.775 Centro Educacional Gracinha 493.403 442.981 Aquisição Nova Escola 7.619.044 Centro de Participação Educativa e Comunitária Clarisse Ferraz Wey 368.811 333.206 Total 27.680.287 1.988.704 25.691.583 15.807.343 Centro Educacional Uirapuru 306.853 276.724 Conforme descrito na NOTA 1, foi reclassificado o valor da Aquisição Nova Escola, que passa a ser Centro Educacional Colibri 1.293.327 1.073.081 registrado no Imobilizado. Centro Educacional Girassol 333.353 299.710 Permanece como Obras e Implantações a ampliação da Escola Nossa Senhora das Graças. Centro Educacional Asas Fortes 662.972 7) - REAVALIAÇÃO DE IMÓVEIS - Neste exercício, foi efetuada uma reavaliação do Imóvel e Terrenos Alfabetização de Adultos 123.862 105.156 da Nova Escola, conforme Laudo de Avaliação da empresa Valliun Engenharia e Avaliações S/C Ltda, Educação de Jovens e Adultos 101.121 em março de 2004, cujo valor atingiu o montante de R$ 12.120.617 conforme demonstrado no quadro Caminho Novo 74.015 abaixo: Arco Íris 98.454 Descrição Saldo conforme Total das despesas da atividade assistencial (gratuita) 4.461.327 3.148.919 Laudo de Avaliação Saldo Contábil Reavaliação Valor aplicado acima do exigido pela legislação 403.719 158.099 Imóveis 7.391.924 4.645.888 2.746.036 11) - ISENÇÃO PREVIDENCIÁRIA - Em atendimento ao Artigo 4.º do Decreto n.º 2.536 de 06 de abril Terrenos 4.728.693 2.973.155 1.755.538 de 1998, os valores relativos às isenções previdenciárias gozadas estão demonstrados da seguinte Totais 12.120.617 7.619.043 4.501.754 forma: 2004 2003 Esta reavaliação realizada três meses após a aquisição da Nova Escola teve como objetivo demonsContribuição Patronal 1.842.737 1.229.279 trar o sucesso na negociação de compra dessa nova unidade educacional. 89.051 59.261 8) - AQUISIÇÃO NOVA ESCOLA - No exercício de 2003 a Associação Pela Família adquiriu ativos do SAT 400.730 266.676 Colégio Augusto Laranja Ltda, no valor base de R$ 7.450.000 e despesas assessórias de R$ 169.044, Terceiros 2.332.518 1.555.216 totalizando o valor de R$ 7.619.044, cujo valor estava classificado no grupo imobilizado, na conta Total contábil Aquisição da Nova Escola e, neste exercício foi transferido para a conta de Terrenos e Imóveis. 12) - COBERTURA DE SEGUROS - Com a finalidade de atender medidas preventivas adotadas permanentemente, a Instituição efetua contratação de seguros contra incêndio em valor considerado suO saldo restante corresponde a R$ 4.032.322, para serem pagos conforme demonstrativo a seguir: Descrição Passivo Circulante Exigível Longo Prazo ficiente para cobertura de eventuais sinistros nas Unidades. 2 parcelas em negociação 531.250 0 13) - PROCESSOS PREVIDENCIÁRIOS - INSS - A Entidade foi autuada pelo Instituto Nacional de 4 parcelas a vencer em 2005 1.167.024 0 Seguridade Social - INSS em 28 de fevereiro de 1996, pelo não recolhimento da cota patronal de maio 8 parcelas a vencer após 2006 2.334.048 de 1988 a janeiro de 1996, sob alegação que a entidade não possuía o Certificado de Utilidade Pública Totais 1.698.274 2.334.048 Federal, expedido pelo Ministério da Justiça referente àquele período. Através de pedido de anulação O contrato prevê que as parcelas serão corrigidas anualmente pela TJLP – Taxa de Juros de Longo da lavratura dos Autos junto à Gerência Regional de Arrecadação e Fiscalização do INSS - Pinheiros, foram analisados e julgados integralmente improcedentes as Notificações Fiscais de Lançamentos de Prazo divulgada pelo Banco Central do Brasil.

CONVOCAÇÕES

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Em R$ (Reais) - Sem Centavos - Republicação 2004 18.130.899 16.465.252 530.632 1.135.015 (16.916.779) (4.461.327) (8.016.242) (1.540.742) (358.219) (15.492) (743.562) (482.263) (1.248.196) (50.736) 1.214.120 34.609 1.248.729

RECEITA OPERACIONAL Receitas com atividades educacionais Convênios, Parcerias e Doações Receitas Financeiras DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com Atividade Assistencial Gratuita Despesas com Pessoal Serviços Operacionais Materiais Tributárias Despesas Gerais Depreciação Despesas Administrativas - Gestão Corporativa Despesas Financeiras RESULTADO OPERACIONAL RESULTADO NÃO OPERACIONAL SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO

2003 12.632.770 9.449.186 573.799 2.609.785 (10.370.744) (3.148.919) (4.926.095) (651.273) (243.682) (18.288) (311.014) (179.473) (854.770) (37.230) 2.262.026 4.567 2.266.593

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS Em R$ (Reais) - Sem Centavos - Republicação ORIGEM DOS RECURSOS Das Operações Superávit do Exercício Baixa do Imobilizado Acréscimo no Patrimônio Social Depreciações e Amortizações Diminuição do Realizável a Longo Prazo Acréscimo no Exigível a Longo Prazo TOTAL DAS ORIGENS APLICAÇÃO DE RECURSOS Novas Imobilizações Imobilizado - Aquisição Nova Escola Ativo Diferido Diminuição do Exigível a Longo Prazo TOTAL DAS APLICAÇÕES VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

2004 2.176.482 1.248.729 927 6.300 603.703 3.252 313.571 2.176.482

2003 5.805.979 2.266.593 66.045 2.631 283.210 0 3.187.500 5.805.979

5.960.296 0 0 1.167.023 7.127.319 (4.950.837)

349.168 7.619.044 108.000 7.970 8.084.182 (2.278.203)

DEMONSTRAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 2004 2003 Acréscimo/Decréscimo no Ativo Circulante (3.859.638) (801.268) Acréscimo/Decréscimo no Passivo Circulante 1.091.199 (1.476.935) TOTAL (4.950.837) (2.278.203) DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO EM R$ (Reais) - Sem Centavos - Republicação Patrimônio Social Fundo Res. de Superáv. Eventos Fundo Social Patrimonial Reaval. Acumul. Totais SALDO EM 31/12/2002 15.355.899 40.953 0 1.986.994 17.383.846 Fundo Patrimonial 2.631 2.631 Transferência para Fundo Social 1.986.994 (1.986.994) 0 Superávit do Exercício 2.266.593 2.266.593 SALDO EM 31/12/2003 17.342.893 43.584 0 2.266.593 19.653.070 Fundo Patrimonial 6.300 6.300 Transferência p/Patrimônio Social 2.266.593 (2.266.593) 0 Reserva de Reavaliação 4.501.574 4.501.574 Superávit do Exercício 1.248.729 1.248.729 SALDO EM 31/12/2004 19.609.486 49.884 4.501.574 1.248.729 25.409.673 Débito - NFLD N.os 31.838.667-4 e 31.838.668-2. Estão, ainda, em trâmite junto ao INSS, os processos referentes às NFLDs N.os 31.838.669-90 e 31.838.670-4, compreendendo apenas o período entre maio de 1988 e outubro de 1993, visto que os períodos posteriores (novembro de 1993 a janeiro de 1996) foram considerados improcedentes. O valor nominal considerado nas causas é de R$ 2.183.598, e não é possível no momento prever o desfecho da ação. 14) - PROCESSOS FISCAIS - a) A entidade possui liminares impetradas junto à Justiça Federal contra a retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte e Imposto Sobre Operações Financeiras por ocasião do resgate dos rendimentos de suas aplicações financeiras, conforme determina o artigo 12º da Lei n.º 9.532 de 11 de dezembro de 1998, incluindo as entidades com imunidade tributária. b) A partir de agosto de 2001 a entidade está questionando a constitucionalidade da cobrança do PIS sobre a folha de pagamento e pleiteando a restituição dos valores pagos até aquela data, tendo obtido liminar da Justiça Federal. Dessa forma deixou de recolher e provisionar o referido tributo, correspondente a R$ 221.030 (valor original). Não é possível prever o desfecho da ação. 15) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO - O Patrimônio Líquido é apresentado em valores atualizados e compreende o Patrimônio Social inicial, acrescido dos valores dos Superávits e diminuído dos Déficits ocorridos. O superávit do exercício será destinado à manutenção das atividades, para atender dispositivos legais vigentes e o Princípio Contábil da Continuidade da Entidade. São Paulo, 22 de maio de 2006. DIRETORIA JOSUÉ RODRIGUES SILVA MACHADO Presidente - CPF 036.919.188-91 JAYME ALTOMAR Tesoureiro - CPF 444.514.828-87 JOSÉ SALIM ARBID MITAUY - CONTADOR C.R.C.-1SP091.727/O-3 PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES Ilmos. Srs. Associados e Diretores da ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA - 1. Examinamos o Balanço Patrimonial da ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA, levantado em 31 de dezembro de 2004 e as respectivas Demonstrações do Resultado, das Mutações do Patrimônio Líquido e das Origens e Aplicações de Recursos, correspondentes aos semestres findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas Demonstrações Contábeis. 2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de Auditoria e compreenderam: a) O planejamento dos trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controle interno da Entidade; b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da Entidade, bem como da apresentação das Demonstrações Contábeis tomadas em conjunto. 3. Em nossa opinião, as Demonstrações Contábeis referidas no primeiro parágrafo representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA, em 31 de dezembro de 2004, o resultado de suas operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos, correspondentes ao exercício findo naquela data, de acordo com as Práticas Contábeis adotadas no Brasil. 4. Conforme Nota Explicativa nº 13, a ASSOCIAÇÃO PELA FAMÍLIA foi autuada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, por entender que a Entidade estava em desacordo no cumprimento de exigências legais requeridas para entidades de fins filantrópicos, no período de maio de 1988 a janeiro de 1996, exigindo, assim, o recolhimento da cota patronal da previdência social. Parte das notificações fiscais foram consideradas improcedentes e remanesce ainda em discussão o montante de R$ 2.183.598. Este questionamento encontra-se em fase de defesa judicial e não é possível prever no momento o desfecho da ação. 5. Conforme Nota Explicativa nº 14b, a Entidade não está recolhendo e nem provisionando o PIS sobre folha de pagamento, cujo montante é de R$ 221.030 (valor original), amparada por liminar impetrada junto à Justiça Federal e está requerendo a restituição dos valores recolhidos nos 10 anos anteriores a 2001. Não é possível prever no momento o desfecho da ação. 6. As Demonstrações Contábeis relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2003, apresentadas para fins comparativos, foram examinadas por outros auditores independentes, conforme Parecer emitido em 04 de março de 2004, com parágrafo de ênfase de autuação pelo INSS referente à falta de recolhimento da cota patronal no período de maio/ 1988 a janeiro/1996, falta de retenção de IOF e IRRF sobre aplicações financeiras e falta de recolhimento de PIS sobre folha de pagamento. Para a republicação das Demonstrações Contábeis contendo a reclassificação mencionada na Nota Explicativa nº1, os auditores concordaram com o procedimento e emitiram novo Parecer datado de 22 de maio de 2006. 7. Anteriormente emitimos Parecer sobre as Demonstrações Contábeis encerradas em 31 de Dezembro de 2004 (que não foram alteradas), em 18 de Fevereiro de 2005. São Paulo, 22 de maio de 2006.

CRC 2SP 002000/0-O

Member of IGAF The International Group of Accounting Firms

MILTON MIRANDA RODRIGUES Diretor CONTADOR CRC 1SP112905/O-5

ATAS

CONDOMÍNIO EDIFÍCIO SANTA FILIPPA

CNPJ 59.953.554/0001-56 EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA. Conforme instruções recebidas do Síndico Dr. Kenzi Tagomori e obedecendo disposto da cláusula décima segunda da Convenção do Condomínio Edifício Santa Filippa, sito à Av. Paulista nº 688, em face da não realização das assembléias designadas para o dia 15 de maio p.p., pela ocorrência de força maior, fica V.Sª. convocada para as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária a serem realizadas no dia 05 de junho de 2006, às 17hs em 1ª convocação e às 18hs em 2ª e última convocação, na Av. Paulista nº 688, 7º andar, afim de ser apreciada a seguinte ordem do dia: 1) - Prestação de contas da Administradora relativas ao ano de 2005. - 2) - Previsão Orçamentária. - 3) Ratificação da aprovação das contas relativas à reforma das fachadas do edifício.- 4) - Colocação de películas de controle solar (insulfilm) nos vidros.- 5) - Assuntos de interesse geral do Condomínio. (29/05/06 e 05/06/06)

EDITAIS Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS AVISO DE LICITAÇÃO Concorrência n° 1/446/2006 – Objeto: Contratação de empresa para fornecimento de refeições diárias, em sistema self service e em embalagens individuais, aos adolescentes da FUNDHAS. Abertura: 26/06/06, às 9h. Data de vistoria técnica às Unidades: 21/06/06, às 9h. O Edital, com as condições de habilitação e informações sobre o processo licitatório, está à disposição dos interessados no Setor de Licitações, à Rua Santarém, 560 – Parque Industrial – São José dos Campos – SP, das 8 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, de 2ª à 6ª feira. As cópias do Edital podem ser requeridas mediante preenchimento de recibo com identificação dos interessados, junto à Comissão Permanente de Licitações. São José dos Campos, 22 de Maio de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente

Fundação Hélio Augusto de Souza - FUNDHAS

Guiraponga Agropecuária S.A. CNPJ/MF Nº 06.108.550/0001-05 - NIRE N° 35.300.312.856 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada em 27 de abril de 2006 Data, Horário e Local: 27 de abril de 2006, às 14:00 horas, na sede da Sociedade, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na avenida Moema, nº 170 - 15° andar, conjunto 156/D. Presença: Acionistas representando a totalidade do capital social, estando, portanto, regularmente instalada a Assembléia, nos termos do artigo 124, parágrafo 4°, da Lei n°. 6.404/76, conforme se verifica no Livro de Presença de Acionistas da Sociedade. Mesa Diretora: Foram indicados para conduzirem a assembléia o Sr. Marcos Tadeu Barsotti, como Presidente da Mesa e o Sr. Robert Gray Birch, para secretariá-la. Ordem do Dia: 1) Examinar, discutir e deliberar sobre as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005 e deliberar acerca do resultado do exercício; 2) Demais assuntos de interessa da sociedade. Deliberações: 1. Os acionistas deram por sanada a publicação das Demonstrações Financeiras do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2005, publicadas no Diário Oficial do Estado e Diário do Comércio do dia 26 de abril de 2006, às páginas 54 e 2 respectivamente. 2. Foram aprovados, por unanimidade de votos, sem qualquer reserva, o Relatório da Diretoria e as Demonstrações Financeiras do exercício social findo em 31 de dezembro de 2005, sendo certo que, o resultado do lucro líquido foi destinado à conta de lucros acumulados; 3. Não eleição dos membros do Conselho Fiscal, por não ter sido solicitada a sua instalação, na forma da Lei e do Estatuto Social. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, a Assembléia foi suspensa, para lavratura desta ata que, lida, foi assinada por todos os presentes. Assinaturas: Sr. Robert Gray Birch, como presidente da Mesa e o Sr. Marcos Tadeu Barsotti como secretário da Mesa. Acionista: Agro-Pecuária Kature Ltda., dirigida pelo Sr. David Victor Makin e Sr. Geraldo José de Toledo Martins; Acionista: Agro-Pecuária Saltinho da Boa Vista S/A, representada por Rodney Philip Ernest Hobbs Jones e Aroldo Machado Cáceres. A presente é cópia fiel da lavrada no livro próprio. Marcos Tadeu Barsotti - Presidente da Mesa. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - JUCESP - Certifico o registro sob o nº 134.201/06-1, em 19/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

AVISO DE PRORROGAÇÃO DA DATA DE ABERTURA Pregão Presencial n° 6/297/2006 – Objeto: Aquisição de materiais de limpeza e higienização – reposição ao estoque. O Presidente da FUNDHAS informa que a

EDITAIS

abertura da presente licitação, que ocorreria no dia 29/05/06, às 9h, foi prorrogada para o dia 09/06/2006, às 9h. São José dos Campos, 25 de Maio de 2006. AVISO DE ABERTURA DE ENVELOPES N° 2 – PROPOSTAS Tomada de Preços n° 2/271/2006 – Objeto: Contratação de seguro de vida em

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Processo: Concorrência Pública nº004/05 Objeto: Contratação de empresa especializada em informática educacional para promover a implantação de projeto de informática educativa com capacitação continuada de professores e coordenadores pedagógicos da Rede Municipal de Ensino de Guaratinguetá. O Prefeito Municipal determinou a paralisação do certame, até nova determinação.

grupo para as crianças, adolescentes e funcionários da FUNDHAS. O Presidente da FUNDHAS informa que a abertura dos Envelopes n° 2, contendo as propostas, das empresas habilitadas, dar-se-á no dia 30/05/06, às 9h, na Sala de Licitações. São José dos Campos, 26 de Maio de 2006. Hiromiti Yoshioka - Presidente

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Presencial nº 012/06 Objeto: Aquisição de móveis de escritório Edital disponível no site: www.guaratingueta.sp.gov.br. Local sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 09-06-06, às 13:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 5,00.

EDITAIS PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO REVOGAÇÃO DE LICITAÇÃO MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 17/2006. Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para execução de obras e serviços de melhoramentos, pavimentação e duplicação da Rodovia BR-153, no trecho compreendido entre o Km 61,53 e o Km 72,10, inclusive obras de arte e intersecções. Considerando a necessidade de adequação do instrumento convocatório às exigências dos órgãos Federais, a fim de viabilizar a formalização de futuro convênio, nos termos do art. 49 da Lei 8.666/93, determino a revogação do processo licitatório. PREFEITO EDINHO ARAÚJO.

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 046/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela Internet. Objeto: Aquisição de medicamentos diversos. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até as 23:59 horas do dia 07/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 12:00 horas do dia 12/06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 12:00 horas às 13:00 horas do dia 14/06/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ Aviso de Abertura de Licitação Processo: Pregão Eletrônico nº 045/06 A Prefeitura Municipal de Guaratinguetá, informa que este Pregão será realizado por meio de sistema eletrônico, pela Internet. Objeto: Aquisição de material elétrico. Endereço Eletrônico do Pregão: www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico. Data de Credenciamento para o Pregão: até as 23:59 horas do dia 07/06/2006. Data e Horário do Recebimento das Propostas: até as 09:00 horas do dia 12/06/2006. Data e Horário do Recebimento dos Lances: das 13:00 horas às 14:30 horas do dia 12/06/2006. Disponibilização do edital e informações no endereço web www.caixa.gov.br, no menu principal portal de compras CAIXA, na opção outros compradores - pregão eletrônico, no item Editais.


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Rumo à Copa Adriano Jogo-treino Ginástica

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

O time precisa melhorar, mas, quando chegarmos lá, todo mundo vai saber o que fazer" Roberto Carlos

SELEÇÃO FAZ 13 GOLS NOS JUNIORES DO FLU

QUARTETO É DÚVIDA Fernando Maia/Agência O Globo

Alaor Filho/AE

E

m Weggis, na Suíça, onde a Seleção Brasileira se prepara para a Copa da Alemanha, o quarteto mágico - com Kaká, Ronaldino, Ronaldo e Adriano - é tão falado quanto o peso de Ronaldo. Será que vai dar certo? perguntam uns. Será que o time não vai ficar muito vulnerável? - insistem outros? Carlos Alberto Parreira já confirmou a escalação dos quatro astros do ataque na estréia do Brasil, dia 13 de junho, contra a Croácia, em Berlim, mas, ontem, deixou claro mais uma vez que só manterá o esquema se os atacantes ajudarem na marcação. Caso contrário, pode haver mudanças já para o confronto com a Austrália, o segundo compromisso do Brasil nba primeira fase da Copa. "Não dá para ganhar a Copa com quatro jogadores parados na frente", disse o técnico na entrevista coletiva. Parreira foi claro: "Não podemos cair no 4-2-4." Parreira quer que pelo menos dois dos quatro jogadores mais ofensivos ajudem constantemente Emerson e Zé Roberto na marcação e que os laterais Cafu e Roberto Carlos se revezem no apoio ao ataque. E isso nem sempre tem ocorrido. Ontem, por exemplo, os titulares venceram o time sub-20 do Fluminense por 5 a 1 em 45 minutos, mas levaram alguns contraataques perigosos. Além do gol, marcado em jogada às costas de Roberto Carlos, os garotos do Flu chegaram com perigo algumas vezes ao gol de Dida. Ronaldo, Kaká e Adriano jogaram bem e marcaram gols, Ronaldinho deu ótimos passes, dribles e acertou o travessão na cobrança de uma falta, mas a defesa ficou exposta. Ronaldo e Ronaldinho em nada ajudaram na marcação. Adriano e Kaká tentaram, mas, por terem características predominantemente ofensivas, nem sempre tiveram sucesso. Já o time reserva goleou os cariocas por 8 a 0, também em 45 minutos, e, graças à marcação mais pesada no meio-campo, não foi ameaçado em nenhuma ocasião. Parreira terá duas oportunidades de ver o quarteto mágico em ação antes da Copa:amanhã, contra o Lucerna, na Basiléia, e no domingo, contra a Nova Zelândia, em Genebra. Mas o teste decisivo será a estréia no Mundial. Se o esquema ofensivo mostrar vulnerabilidade, o treinador tirará um jogador da frente - Adriano é o Tatyana Makeyeva/AFP

Albari Rosa/Gazeta do Povo/AE

Antonio Scorza/AFP

Adriano: gol, assistência e muita movimentação no jogo-treino

Adriano: "Sei que temos de ajudar na marcação" Ronaldinho, Ronaldo, Kaká, Cafu e Parreira: todos querem o quarteto mágico na estréia contra a Croácia, mas defendem um modelo menos ofensivo se a defesa se mostrar vunerável

mais cotado - para colocar um volante, Juninho Pernambucano ou Edmilson. Por enquanto, o sistema é aprovado por comentaristas, ex-jogadores e técnicos. Todos torcem para que dê certo, mas a própria comissão técnica ainda tem algumas dúvidas sobre seu sucesso. Parreira não quis fazer comentários sobre o desempenho do Brasil no jogotreino deste domingo. "Resultado do trabalho só pode ser analisado em jogos, não em treinos." Afirmou, porém, ver deficiência na marcação: "Precisamos melhorar a coordenação do time quando estivermos sem a posse de bola." Outro assunto que ocupa o dia-a-dia dos repórteres desde que a Seleção passou a treinar na pacata cidade de Weggis é a condição física de Ronaldo, que às vezes corre separadamente dos demais jogadores

na tentativa de recuperar a forma, pois está parado há um mês e meio por causa de umacontusão na coxa direita. Discute-se muito o peso do atual do jogador, mas o médico José Luiz Runco afirma que este é um assunto "altamente confidencial". Ronaldo se queixa da polêmica e disse ontem aos jornalistas: "Se eu falo sobre isso, vocês não acreditam. Se o médico diz, não acreditam. Se o técnico Parreira diz, ninguém acredita. Cada dia vocês fazem uma confusão sobre isso." Em dois dias de treinos no fim de semana, Ronaldo marcou três gols. Dois no sábado, em coletivo contra os reservas, e um no domingo, na vitória brasileira em jogo-treino com os juniores do Fluminense. "Estou treinando com o grupo, voltando de uma lesão, e quem precisa fazer uma avaliação de

meu desempenho é o Parreira. Eu não preciso ficar obcecado com a minha condição ou como eu estou. Tenho que deixar a coisa acontecer. Está tudo indo bem", garante o jogador sem esconder uma certa irritação com a insistência da imprensa. "Entendo que é muito difícil cobrir uma Copa sem uma polêmica, mas não temos por que aumentar as coisas", disse ontem aos repórteres. Independentemente do peso, porém, Ronaldo vem recebendo rasgados elogios de Parreira. O treinador afirma ter ficado satisfeito com a atuação do craque nas atividades do fim de semana e reiterou que aposta em seu talento na Copa: "O Ronaldo está sob controle, já teve melhora na parte física e na técnica e vai chegar bem à Copa. Ele é um jogador de decisão, é de fazer gols, dos grandes momentos."

M

esmo sabendo que é um dos ameaçados de perder lugar no time se o esquema tático não funcionar com o quadrado mágico, o atacante Adriano concorda com Parreira e diz que a manutenção da proposta ofensiva depende de o ataque ajudar na marcação. Em baixa na Internazionale, pois ainda não teve um teve bom desempenho este ano, Adriano é um dos que mais têm se esforçado nos treinamentos da Seleção em Weggis,. Corre, divide bolas, cabeceia, tenta ajudar na marcação e distribui sorrisos. Ontem, no jogo-treino contra o time sub-20 do Fluminense, marcou um gol - o segundo na vitória dos titulares por 5 a 1 - e deu passe para Ronaldinho fazer o seu. Em entrevista a Eduardo Maluf e Jamil Chade, da Agência Estado , ele fala da Seleção e de sua situação na Itália. O que Parreira tem dito ao quarteto mágico sobre a solidariedade em campo? Certamente teremos de ajudar na marcação. Caso contrário, a defesa vai ficar sobrecarregada. Se não dermos uma

mão e só atacar, vai ficar complicado para o meio-de-campo e para o pessoal da defesa. Parreira tem nos orientado e sabemos que teremos de ajudar. Como jogador de um clube italiano, como você avalia os escândalos de corrupção que estão atingindo o futebol do país? É um pouco difícil falar sobre isso, pois se trata de um caso que envolve jogadores de outras equipes. Mas isso tudo que está ocorrendo vai ser positivo para a Itália, pois, de agora em diante, vão tomar as providências necessárias para evitar que esses problemas voltem a ocorrer. Acha que a crise pode afetar o desempenho da Itália na Copa do Mundo? Acredito que não. A motivação dos italianos também é alta e eles vão para a Alemanha querendo ganhar a Copa. Depois de um 2005 excelente, você tem sido questionado na Inter. Pensa em mudar de equipe após a Copa? Por enquanto, sou jogador da Inter.

Estréia dourada N

ão importa a canção, Daiane dos Santos brilha sobre os tablados de ginástica do mundo. Na última sexta-feira, em Moscou, ela conquistou a medalha de ouro da etapa russa da Copa do Mundo na estréia de sua nova coreografia, ao som da canção "Isso Aqui O Que é", de Ary Barroso. Depois de dois anos ao som de "Brasileirinho", de Valdir Azevedo, e problemas com a liberação de "País Tropical", de Jorge Ben Jor, ela começou com chave de ouro a temporada com a nova trilha sonora. Mas a vitória não a deixou totalmente satisfeita. "Acho que a apresentação ainda tem algumas falhas, e, Daiane dos Santos foi ouro na primeira etapa da Copa do Mundo com a nova coreografia; Laís ganhou duas medalhas

portanto, pode ser melhorada", disse a ginasta, que competiu pela primeira vez sob o novo código de pontuação da ginástica - a nota agora vai até 20. Ela diz que desconhecia também o nível das rivais. "Não tinha idéia do estágio em que se encontravam as meninas de outros países. Todas ainda estão tentando se entender com as regras." Além do solo, Daiane foi à final das barras paralelas e ficou em oitavo - a última entre as finalistas. Ela negou que o nível tenha sido baixo pela ausência de grandes estrelas. "Há muitos torneios nesta época do ano e as equipes acabam fazendo um rodízio, mas achei o nível alto mesmo assim", disse. Daiane não foi a única brasileira a brilhar em Moscou. Laís Souza ficou com a prata na prova do solo e o bronze no salto sobre o cavalo. Para ela,

poderiam ter sido duas pratas, não fosse uma queda na aterrissagem do primeiro salto. "Perdi 0,8 ponto. Não fosse por esse erro, teria sido a segundo colocada", lamentou ontem, na chegada ao Brasil. Laís disputou mais uma final, na trave, e acabou em oitavo lugar, depois de cair duas vezes do aparelho, o que a deixou irritada. "Um dos erros ainda deu para aceitar, porque o movimento era difícil, mas o outro foi muito bobo." Daniele Hypólito disputou sua primeira competição internacional desde o Mundial da Austrália, no ano passado. Recuperada de uma grave lesão no ombro, ela disputou apenas a trave e foi à final, mas acabou em sexto, depois de cair uma vez. A ginasta do Flamengo enfatizou que a prova é a mais difícil das quatro da ginástica feminina. "Por mais

que você treine, está sempre sujeita a um erro. É como o pênalti no futebol", comparou. Mas o Brasil não foi só alegria e medalhas em Moscou. O ginasta Adan Santos disputou a final do salto e sofreu uma séria luxação na região do joelho direito ao falhar na aterrissagem de sua apresentação. Acabou com o oitavo - e último - lugar e ainda visitou um hospital em Moscou, onde foi submetido a exames que não constataram fratura. Ele chegou ontem ao País com a perna imobilizada e será examinado pelos médicos da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica). O atleta chegará no domingo ao Brasil com a perna imobilizada. Os médicos da Confederação farão exames para saber se Santos tevealgum outro tipo de lesão e se precisará passar por cirurgia.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Cidades

Milton Mansilha/Luz

Prefeitura cria grupo executivo para estimular o uso da bicicleta na cidade. Em Parelheiros, experiência pioneira sofre com maus motoristas, que invadem e quebram os blocos que delimitam a via.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Os motoristas não enxergam a gente, porque aqui não há sinalização. Até os ônibus já passaram por cima da ciclovia e destruíram as tartarugas . Edmilson Alexandre Pauloto, ciclista

Fotos de Newton Santos/Hype

Acima, à esq., ciclista circula por região próxima ao Ibirapuera, onde, apesar da demanda, ainda não há planos oficiais para a construção de ciclovias. No alto, à dir., e acima, à dir., ciclistas na ciclovia construída em Parelheiros, por iniciativa da subprefeitura local. A falta de educação dos motoristas é responsável pela invasão e destruição da faixa exclusiva, precariamente delimitada por blocos. A CET não se manifesta sobre bicicletas.

SINAL VERDE PARA AS BICICLETAS Milton Mansilha/Luz

Rejane Tamoto

A

idéia de ir ao trabalho e circular por São Paulo sobre uma bicicleta deverá deixar de ser utópica ou vista como política de transporte exclusiva de Primeiro Mundo. O sinal verde para as bicicletas foi dado no último dia 18, quando o prefeito Gilberto Kassab assinou portaria que estabelece a criação de um grupo executivo para estudo e fomento da bicicleta na cidade, o Pró-Ciclista. Segundo o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, há condições de implementar 104 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas ou vias de tráfego compartilhado no município. Os projetos devem começar pelos bairros de Parelheiros, Ermelino Matarazzo e Cidade Tiradentes, que já foram vistoriados e, atualmente, passam por um estudo para a execução de cicloredes conectadas com o transporte público. Para agilizar a execução, será utilizado orçamento da própria Secretaria do Verde, de R$ 2,3 milhões. O que motivou a escolha dessas regiões foi a iniciativa das subprefeituras em adotar o projeto. "Quando esses planos saírem do papel, outras subprefeituras vão se mobilizar". Jorge ainda ressaltou que há possibilidade de obter recursos do Banco Mundial para implementar projetos em outras regiões da cidade e que do governo federal espera verba de R$ 29 milhões. Para o prefeito Gilberto Kassab, a iniciativa é importante para sua gestão, já que o ex-prefeito José Serra ressaltou a importância da bicicleta para o transporte público da cidade. Kassab lembrou da importância do projeto para pessoas de baixa renda que, ao se locomoverem de bicicleta, poderão melhorar seu orçamento. O grupo executivo Pró-Ciclista coordenado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente é composto por representantes das secretarias de Transportes, SPTrans, Infra-estrutura Urbana, Subprefeituras, Esportes e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Em conjunto, identificarão oportunidades para o fomento e uso da bicicleta na cidade. "É importante formalizar um grupo no qual as responsabilidades estão divididas. Vejo que essa será a chance de a imaginação chegar ao poder", disse Eduardo Jorge. Projetos - Segundo a coordenadora do Pró-Ciclista, Laura Ceneviva, a implementação de melhoramentos cicloviários na cidade é importante porque a bicicleta é o veículo que propicia mobilidade, acessibilidade e não polui. Laura disse que está sendo feito um estudo aprofundado para definir as intervenções em cada bairro. A decisão de como será cada projeto segue cinco diretrizes: a conexão da bicicleta com o transporte público, previsão no plano diretor da região, dados de pesquisa origem-destino que medem cientificamente a mobilidade das pessoas na cidade, aptidão topográfica da região e visto-

Ciclistas do Ibirapuera e da região central da cidade ainda terão de esperar por projetos da Prefeitura

rias de todos os envolvidos no projeto. "Dependendo das circunstâncias podemos optar por: a) ciclovias, b) ciclofaixas, c) sinalização vertical ou horizontal para o tráfego compartilhado de bicicletas com motorizados ou d) ajustes na geometria da via. Em todas elas, haverá bicicletários (estacionamentos para bicicletas)". Estudos preliminares sugerem algumas propostas para as três regiões que serão beneficiadas. As avenidas Antônio de Castro Lopes e Assis Ribeiro, em Ermelino Matarazzo, deverão ter tráfego compartilhado entre veículos e bicicletas. "Há possibilidade de promover a sinalização e adequação de pavimentos nessas vias. Temos dados que demonstram que o volume de veículos motorizados não entrará em conflito com as bicicletas". Essas vias ligarão o bairro com a estação de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e ao terminal de ônibus AE Carvalho, na zona leste. Em ambos, bicicletários. Em Cidade Tiradentes, a proposta é construir seis estacionamentos localizados entre as estações do Expresso Tiradentes. A avenida Souza Ramos deverá ser pavimentada de modo a se tornar via de tráfego compartilhado. Bicicletários – Como parte do projeto Pró-Ciclista, a CPTM quer inaugurar oito bicicletários junto às novas estações de trens em construção. Na linha F, haverá bicicletários nas futuras estações USP Leste, Jardim Romano e Jardim Helena. As estações Ermelino Matarazzo e Itaim Paulista serão modernizadas e, nesse processo, ganharão estacionamentos. Na linha C, que passa por ampliação, três estações estão sendo construídas, com a previsão de bicicletários: Autódromo, Interlagos e Grajaú.

Segundo Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro, gerente de programas de transporte da CPTM, a gestão dos bicicletários deverá ser feita pela Prefeitura. Pesquisa da companhia mostra que 5 mil pessoas/dia acessam as estações de trem de bicicleta. Segundo dados da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) circulam 350 mil bicicletas, por dia, em São Paulo. Periferia –Nesta no, a primeira região a receber uma ciclovia foi Parelheiros, na zona sul de São Paulo. Em janeiro, por iniciativa do subprefeito da região, Walter Tesch, foi inaugurada uma pista de 1.800 metros de extensão na estrada de Colônia que, por enquanto, não liga inteiramente Colônia a Parelheiros. Segundo o subprefeito, a estrada (por onde 60% da população do bairro circula a pé ou de bicicleta) não tinha calçada, apenas barro e mato. "Com recursos próprios, investimos R$ 137 mil na construção de ciclovia e calçada. Queremos concluir os 4 quilômetros até o fim do ano com o apoio do grupo de trabalho". Segundo Eduardo Jorge, o objetivo na região é concluir a ligação entre Colônia e o terminal de ônibus de Parelheiros, que terá um bicicletário. Embora a idéia da ciclovia agrade a população da região, alguns ciclistas se queixam de problemas na via. Os principais são a ausência de sinalização e a deterioração dos blocos que delimitam o 1,70 m de largura da ciclovia. José Carlos da Silva, de 38 anos, e Wagner de Oliveira Costa, de 16 anos, moradores do bairro, aprovaram a idéia, já que se arriscavam pedalando pela calçada ou pela estrada. Como o trecho Colônia-Parelheiros não foi concluído, os dois acabam usando esses recursos para completar o percurso. Mesmo com a ciclovia, eles se sentem em perigo. Segundo eles,

95% dos motoristas de carros não respeitam os ciclistas. "Os motoristas não enxergam a gente, porque aqui não há sinalização. Até os ônibus já passaram por cima da ciclovia e destruíram os blocos que fazem a separação com a estrada", disse Edmilson Alexandre Pauloto, de 24 anos. De acordo com informações da subprefeitura local, a ciclovia foi construída lateralmente à estrada e a largura da via foi mantida. O problema, de acordo com Tesch, é o comportamento do motorista que, ao volante, não pensa no pedestre e no ciclista. "Colocamos lombadas e restrição de velocidade para evitar que o carro entre na ciclovia". Segundo Tesch, desde a inauguração, foi solicitado à CET uma sinalização para o local. "A CET fez vistoria, falta implementar, falta dinheiro", disse. Procurada pela reportagem do DC, a assessoria da CET informou que a empresa não falaria sobre sua participação no Pró-Ciclista. Obstáculos - Para o cicloativista Arturo Alcorta, da Escola de Bicicleta, que também participa dos grupos de discussão do Pró-Ciclista da Prefeitura, o primeiro passo correto no sentido de criar facilidades para as bicicletas está sendo dado neste ano. Arturo explicou que boa parte dos 27 quilômetros de ciclovias construídos na cidade se perdeu ao longo de décadas, principalmente porque os projetos eram feitos por uma pessoa e não por um grupo interinstitucional. Com 20 anos de estudos sobre as bicicletas no Brasil e no Exterior, o cicloativista já apresentou projetos de percursos para os bairros próximos ao parque do Ibirapuera e para o Centro da cidade, de modo que os ciclistas pudessem evitar as vias mais procuradas por carros e ônibus. Questionado sobre o motivo de tais projetos não terem sido incluídos, até agora, nas prioridades do grupo executivo, Arturo atribuiu o entrave à CET. "Eles têm medo de bicicleta. São excelentes em motorizados, mas não têm gente especializada em bicicleta. Alegam que a bicicleta diminui o fluxo de automóveis. Acredito que o ser humano é mais importante do que o fluxo". Para Laura Ceneviva, existe a avaliação da sociedade de que o fluxo de carros é mais importante. "Mas há experiências em outros lugares do mundo que mostram que as opções podem ser diferentes". Segundo ela, o ciclista também deverá aprender a ser um condutor e a respeitar as regras de trânsito. "O grupo vai providenciar ações estratégicas para que o uso da bicicleta não acabe sendo visto como nefasto". Segundo o arquiteto Sérgio Luiz Bianco, coordenador do grupo de trabalho sobre bicicleta da ANTP, a implantação de cicloredes deverá ser acompanhada de uma campanha de educação. "Os usuários de outros transportes deverão aprender sobre a bicicleta. Os ciclistas também terão de saber o que é pilotagem defensiva, já que eles são mais vulneráveis do que o pedestre. O sistema e a educação são indissociáveis", afirmou.


segunda-feira, 29 de maio de 2006

Tr i b u t o s Finanças Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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AGRONEGÓCIO VAI RECEBER NOVA AJUDA DO GOVERNO

Não houve tempo de trabalhar a redução dos impostos para o setor. Ivan Wedekin, secretário de política agrícola

RESTAURANTES ALEMÃES DA CIDADE INVESTEM NO ATENDIMENTO A TORCEDORES

CARDÁPIO ESPECIAL PARA A COPA

Marcelo Min/AFG

N

O dono do Armazém Alemão, Christian Krieger, comprou aparelhos de TV para os clientes assistirem aos jogos

IPCA-15 Pressionado pelo preço dos remédios, o IPCA subiu 0,27% na primeira prévia de maio.

Ó RBITA

IPC O IPC registrou deflação de 0,05% na terceira quadrissemana de maio.

Lula Marques/Folha Imagem

SETOR RURAL: NOVAS MEDIDAS

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epois de três pacotes de ajuda ao setor rural só neste ano, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Ivan Wedekin, disse que o governo deve anunciar, em breve, novas medidas. Desta vez, na área de logística. O secretário descartou a possibilidade de novas renegociações de dívida e sinalizou que não haverá mudança nos impostos. Wedekin não quis adiantar as medidas em estudo na área de infra-estrutura, mas

PARMALAT

C

om um aporte de R$ 20 milhões, o fundo de investimentos Latin American Equity Partners é, a partir de hoje, o maior acionista da Parmalat, com 98,5% das ações. (AE) A TÉ LOGO

disse que elas reduzirão os custos de produção. O secretário também comentou outro ponto pedido dos agricultores e que ficou de

fora do pacote baixado pelo governo: a redução de impostos. "Não houve tempo de trabalhar nessa direção", disse. (AE)

ão seria exagero dizer que para muitos dos 180 milhões de brasileiros, a Copa do Mundo é o principal evento do calendário neste ano. No País do penta, assistir aos jogos é quase um ritual. Bancos têm o expediente encurtado. A maioria das lojas fecha e todos correm para a frente de uma televisão – em casa, no bar ou no restaurante. De olho na paixão nacional e atentos aos horários das transmissões – já que os jogos neste ano serão à tarde – , proprietários de bares e restaurantes alemães da cidade se preparam para atender a demanda no período. O Konstanz, restaurante que completa 25 anos neste ano, investiu cerca de R$ 10 mil no aluguel de dois telões, um para cada ambiente. A chef Roberta Jordão ainda montou um cardápio especial com pratos típicos de cada região da Alemanha. O impronunciável schlachtplatte, por exemplo, serve três pessoas e é feito de, entre outros ingredientes, joelho de porco, salsicha de vitela e blutwurst , um amarrado de sangue. Para beber, chopp alemão. Durante os jogos, serão sorteados camisetas, apitos e bandeirinhas. Chopp de graça – O Kobinho já anunciou que quem for assistir aos jogos – em um telão e uma televisão – no restaurante não paga o primeiro chopp. Segundo o proprietário Rubens Alexandre dos Santos, a clientela é uma mistura de brasileiros e alemães, e com a a p ro x i m a ç ã o d a C o p a d o Mundo, o lugar tem atraído ainda mais a colônia germânica que mora em São Paulo. O restaurante só não abre na segunda-feira. Mas isso pode mudar se algum jogo do Brasil cair nesse dia, o que não ocorre

Tadeu Brunellilli

Prato do Konstantz

na primeira rodada da Copa. E se a final de 2002, entre Brasil e Alemanha, se repetir? "Aí, a gente não vai torcer por ninguém. Temos que ser imparciais", diz Santos. O Kobinho funciona das 11h à meia-noite, de terça a domingo. No Bier & Bier, na Avenida Sumaré, os clientes vão poder acompanhar a Copa por um telão ou uma TV de plasma de 40 polegadas. Tanto o telão como a TV foram comprados especialmente para a Copa. A casa abre todos os dias a partir das 11h até 1h da madrugada. Às quintas, sextas e sábados, as portas fecham às 2h. O Armazém do Alemão – neste caso, o Christian Krieger –, também investiu e comprou cinco aparelhos de TV de 29 polegadas. Os clientes vão poder assistir a todos os jogos da Copa, principalmente, é claro, os do Brasil e os da Alemanha. Serão servidos cervejas alemãs e petiscos, como salsichas e salsichões. Lá, como no Kobinho, o público é uma mistura de brasileiros e alemães. Abre para o almoço, de segunda a sábado. Na quinta e na sexta, tem happy hour. Considerado o ponto de en-

contro da colônia alemã, o Club Transatlântico tem um dos melhores restaurantes alemães da cidade, o Wein Stube. Por R$ 30 reais, o torcedor poderá beber quantas cervejas alemãs quiser – ou aguentar – durante os jogos. A orgia etílica começa trinta minutos antes da bola rolar e só termina meia hora depois do apito final. Outra novidade será o sorteio de copos de edição limitada da famosa cerveja Erdinger, criados especialmente para o mundial com design inspirado na taça da Copa. Serão sorteados seis copos por jogo. Água, refrigerante e brezel (pão típico alemão) serão servidos à vontade. Segundo Tassilo Drosdek, chef-executivo do restaurante, em 2002, eles foram pegos de surpresa com tanta procura, principalmente na final entre Brasil e Alemanha. "Não estávamos preparados", reconhece Drosdek. Agora, até pacotes especiais para empresas foram montados. No cardápio, metade dos pratos será de origem alemã e pratos típicos brasileiros vão completar a lista. É lógico que o movimento das casas vai depender diretamente do desempenho da seleção. Mas quem quiser casa lotada em dia de jogo do Brasil, além de uma boa TV e telão de última geração, tem de caprichar no atendimento. Divulgar a programação com antecedência também é um bom negócio pois a concorrência é acirrada, já que muitos bares fazem promoções e festas em dias de jogos. Kety Shapazian

SERVIÇO Konstanz (5543-4813); Kobinho (5041-9771); Armazém do Alemão (5041-8799); Bier & Bier (3871-4677); Club Transatlântico (2133-8600)

Leonardo Rodrigues/Hype

SELIC: MERCADO ESPERA CORTE

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mercado financeiro está convencido de que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), vai fechar maio, na quarta-feira, desacelerando o ritmo de redução da taxa

básica de juros. Das 50 instituições financeiras consultadas pela Agência Estado, 48 projetaram corte de 0,50 ponto porcentual, com o juro recuando de 15,75% ao ano para 15,25%. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz 70 anos

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Indústria têxtil ameaça governo com redução de investimentos

L

Medida Provisória deve encerrar greve no Banco Central

Tassilo Drosdek, do restaurante do Club Transatlântico: por R$ 30 o cliente tem direito a cervejas e pratos típicos


Ambiente Compor tamento Distritais Administração

DIÁRIO DO COMÉRCIO

9 A escola é uma empresa e, conseqüentemente, visa a geração de lucro. André Gil, consultor

NÚCLEO DAS ESCOLAS EXISTE HÁ DOIS MESES

ESCOLAS INFANTIS NO EMPREENDER

Fotos de Marcelo Soares/Hype

Reprodução

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Lapa reúne empresários para debater problemas André: projeto visa elevar competitividade entre as micro e pequenas

DEGRAU – A Distrital Centro (foto) realizou reunião do Movimento Degrau para traçar metas para a adesão das empresas ao projeto. Por meio do Degrau, empresas podem contratar adolescentes entre 14 e 18 anos como aprendizes.

ARBITRAGEM É TEMA DE PALESTRA NA PENHA

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Empreendedores discutem soluções para os problemas comuns

do SCPC, por exemplo, pode ajudar muito a reduzir a inadimplência", disse o consultor. Durante a reunião foi constituída uma comissão de quatro representantes para discutir soluções para os problemas

enfrentados pelos empresários. Para o próximo encontro, Sanchez espera contar com a participação de representantes do Sebrae e da Caixa Econômica Federal (CEF). André Alves

Distrital Penha da ACSP realizou uma palestra sobre arbitragem em sua sede. Arbitragem é a forma legal mais rápida e segura para a solução de conflitos, sem a intermediação do poder judiciário. A rapidez é uma das principais características, já que o árbitro tem até 180 dias para dar a sentença. O prazo para a solução do problema, se comparado com o da justiça comum, significa uma grande economia de tempo e dinheiro para os envolvidos. A arbitragem representa uma evolução na solução de conflitos das mais diversas áreas de atividade.

Reprodução

sários são de ordem administrativa e financeira, como a inadimplência, pouca disponibilidade de crédito, burocracia exagerada e impostos elevados", afirmou Sanchez. Segundo o consultor, a escola é uma empresa como qualquer outra, e, conseqüentemente, visa a geração de lucro. O contato mais próximo entre os donos, pais e alunos muitas vezes gera uma relação de afetividade que prejudica os negócios. "Muitos empresários acabam relegando a um segundo plano a questão da escola como empresa. Daí a importância das reuniões". Soluções – As principais soluções de crescimento e sustentabilidade para os integrantes do núcleo, na opinião de Sanchez, passam pela busca de parcerias, apoio administrativo, treinamento, capacitação e planejamento. "O papel da Associação Comercial é de grande importância. Além da seriedade e de um nome forte, ela oferece o suporte para a realização do projeto. O serviço

DESCARTÁVEIS ENTREGA GRÁTIS OU RETIRE C/10% DESC. Toalha papel p/mão creme c/1000 .......4,10 Toalha papel p/mão branca c/1000 ......6,10 Papel Higiênico Fiore Branco c/64 .....17,60 Papel Higiênico Rolão Bco 08x300 ....18,70 Sabonete Líquido Perolado 5 lts ..........7,90 Água Sanitária Cx.06x02 litros .............9,80 Desinfetante Eucalipto 5 lts ..................3,90 Desinf. Lavanda/Floral 06x2 lts ..........12,80 Multiuso Tot Cx.12x500 mls................23,90 Vassoura de Nylon ...............................3,90 Rodo Duplo borracha 40 cms...............3,80 Saco Lixo 20 lts. Preto c/100................9,70 Saco Lixo 40 lts. Preto c/100..............13,90 Saco Lixo 60 lts. Preto c/100..............20,90 Saco Lixo 100 lts. Fino Preto c/100....20,90 Sacola Plást. Branca recicl. c/5 kg .....29,90 Saco Alvejado p/ limpeza c/10 un. .....18,60 Flanela p/limpeza 30x50 c/12.............12,50 Copo Plást. p/Café 50 mls. C/5000 ....36,80 Copo Plást. Chopp 300 mls. 2000......52,70 Mexedor Plástico p/ café c/1000 ..........7,90 Sachet de Adoçante c/1000 ...............22,80 Sachet de Açúcar c/1000 ...................21,80

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Trânsito – Uma reunião com representantes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da SPtrans foi realizada na distrital para esclarecer dúvidas e tentar obter solução para problemas viários, com o planejamento de possíveis alterações. Estiveram presentes José Jarusenicius, engenheiro da CET; Angelo Fede e Aderoaldo Vieira do Nascimento, técnicos da SPtrans; sargento Nancy Aparecida de Oliveira Gonçalves; Osmar Cardoso Alves, da Subprefeitura da Penha; engenheiro Vagner Antonio de Macedo Vitale; e Reinaldo A. Moraes, representando a Associação Viva a Penha.

FRENTE EM SANTO AMARO – A Distrital Santo Amaro realizou plenária de Apoio à Pequena e Micro Empresa (foto). O objetivo do encontro foi divulgar os trabalhos da Frente Parlamentar de Apoio a Pequena e Micro Empresa, disciplinada pelo Projeto 27/2005.

EM PIRITUBA, A REALIZAÇÃO DE SONHOS

GIr

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Agendas da Associação e das distritais

Distrital Pirituba promoveu a palestra motivacional Como realizar os sonhos da sua vida, com Dill Casella (foto), conferencista e professor univer sitár io. A palestra abordou a re a l i z a ç ã o de sonhos, estratégias para construção de metas pessoais e profissionais e o processo criativo. O encontro foi coordenado pelo superintendente da Distrital Pirituba, José Roberto Maio Pompeu.

DC

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Distrital Lapa da A s s o c i a ç ã o C omercial de São Paulo (ACSP) realizou a reunião setorial de escolas infantis do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor André Gil Sanchez. O encontro teve como objetivos levantar os principais problemas enfrentados pelos proprietários de escolas particulares e apontar caminhos para solucioná-los. O Projeto Empreender visa elevar a competitividade das micro e pequenas empresas por meio da constituição de núcleos setoriais de organizações do mesmo segmento a partir de suas Associações Comerciais e Empresariais (ACEs). E conta com a parceria do Sebrae. O núcleo setorial das escolas infantis existe há dois meses. Atualmente, conta com representantes de 10 instituições de ensino que se reúnem semanalmente para compartilhar experiências e buscar parcerias. "Os principais problemas enfrentados por esses empre-

Hoje I Administradores – O

advogado do Instituto Jurídico da ACSP, João Baptista Morello Netto, participa da assinatura do termo de posse dos administradores do Instituto Brasileiro de Direito Comercial Comparado e Biblioteca Tullio Ascarelli. Às 12h, no gabinete do diretor da Faculdade de Direito da USP, largo São Francisco, 95. I Plenária – Reunião Plenária da Associação Comercial de

São Paulo (ACSP) para discutir informações sobre a entrega de 1,5 milhão de assinaturas da campanha "De Olho no Imposto" ao Congresso Nacional em Brasília. Às 17h, na sede da entidade, rua Boa Vista, 51/9º andar. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de salões de beleza do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 18h. I Pirituba - A distrital, em parceria com a Câmara Municipal e a Sociedade Amigos da Parada de Taipas, promove sessão solene em comemoração aos 107 anos do bairro. Às 19h30, avenida Deputado Cantídio Sampaio, 6530.


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Empresas Nacional Telecomunicações Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Cada operadora gastaria até US$ 150 milhões para implantar a portabilidade dos números no Brasil.

PORTABILIDADE FAVORECE O CONSUMIDOR

FALTA REGULAMENTAÇÃO PARA A MANUTENÇÃO DO NÚMERO NA MUDANÇA DE OPERADORA DE TELEFONIA

TROCA DE TELEFONE GERA POLÊMICA Newton Santos/Hype

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rocar o número do telefone pessoal é um transtorno: leva dias, às vezes meses, até avisar todos os amigos e parentes. Para uma empresa, a mudança é mais que um problema, é garantia de perda de clientes ou de aumento de gasto com publicidade. Se a atividade depender do contato do público para efetivação das vendas, é praticamente impossível evitar prejuízos. Essas situações, por lei, já não deveriam existir. Desde 1998, quando o setor de telecomunicações foi privatizado e a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) foi criada, ficou determinado que, se o consumidor quisesse, poderia trocar de operadora e ficar com o número antigo. Mas esse serviço — a portabilidade numérica — nunca foi regulamentado. Como se não bastassem os sete anos de atraso, em 2005, na ocasião da assinatura dos novos contratos de concessão para as operadoras de telefonia fixa, ficou estabelecido que, a partir de janeiro deste ano, a portabilidade entraria em vigor, o que não ocorreu. Segundo a Agência Nacion a l d e Te l e c o m u n i c a ç õ e s (Anatel), os aspectos regulatórios entram em consulta pública neste semestre e serão regulamentados até o fim do ano. Muitos agentes envolvidos duvidam. "É uma luz no fim do túnel, mas com brilho fraco. Já nos acostumamos a ver a questão adiada", diz o presidente

O comerciante Takasaki cansou dos problemas e trocou de operadora: deixou a Telefônica pela Embratel

da Associação Brasileira de Prestadores de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), Luís Cuza. Ele é um dos defensores da portabilidade para aumentar a concorrência na telefonia e, por conseqüência, diminuir as tarifas. Na teoria, se as novas operadoras de telefonia fixa tivessem acesso aos números antigos, teriam mais facilidade de conquistar consumidores, principalmente do mercado corporativo. "Uma empresa que tem as vendas baseadas no contato do consumidor por telefone, como uma seguradora de saúde, jamais vai aceitar

trocar o número. Agora, se pudesse testar outra prestadora de serviços sem perder o contato com seus clientes, com certeza faria isso", afirma Cuza. Monopólio — No mundo todo, a telefonia fixa está nas mãos das primeiras concessionárias a prestar o serviço. No Brasil, existe praticamente um monopólio da Brasil Telecom, da Telemar e da Telefônica, situação agravada pela falta de portabilidade numérica, dizem as operadoras novas. Já as concessionárias reclamam que as novas não querem atender o mercado residencial, principalmente o de baixa renda.

O presidente da Associação das Operadoras de Telefonia Fixa (Abrafix), José Fernandes Pauletti, já declarou diversas vezes que as empresas antigas no Brasil têm obrigações de universalização e qualidade, com o dever de chegar a localidades pouco rentáveis. Analistas calculam que o custo de instalação da tecnologia de portabilidade ficaria entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões por operadora. Nos anos seguintes, as empresas precisariam de outros milhões para atualizar as centrais. A conta — A Anatel ainda não chegou a uma conclusão de quem deve arcar com os custos da implantação da portabilidade. O que se sabe é que as concessionárias devem permitir que suas redes tenham capacidade de oferecer o serviço, o que, na prática, significa que elas vão arcar com os custos. As novas empresas, por sua vez, já afirmaram que aceitam pagar para oferecer a tecnologia. Resta saber se o consumidor vai pagar, e quanto, pelo serviço. De acordo com a assessoria de imprensa da Anatel, um comitê interno analisa a regulamentação. Falta decidir, por exemplo, se a portabilidade será oferecida somente dentro de uma área geográfica ou no País todo, se o número móvel poderá

ser usado na telefonia fixa e vi- rede da Telefônica. Ele comce-versa e se os serviços de prou um telefone da Embratel. "Pagava uma assinatura almultimídia também serão anexados à resolução. "É comple- ta, mas quando precisava de xo, mas já há cerca de 30 países qualquer coisa a Telefônica recom portabilidade", diz Cuza. solvia apenas até o poste", reclama. TakasaN o s E s t a d o s Divulgação/Telcomp ki conta ter tenUnidos, que tado, sem sut em p ert o d e cesso, comprar 400 operadoplanos mais ras de telecoadequados a municações, já seu perfil de são 40 milhões gasto. "Preferi de telefones trocar de emportados. "No presa para não início, há mime irritar com o gração grande serviço da Telede usuários pafônica", diz. ra outras opeO comercianradoras, mas te gostou tanto depois o merda mudança cado se estabique comprou liza, com pretambém um ç o s m a i s j u saparelho e uma tos", afirma. linha da Net, o Com ou sem Netphone. Ele discussão, sogastava em méfrem os consuNo início, há uma dia R$ 120 por midores. O comês em sua loja merciante Sérmigração grande de com a Telefônigio Takasaki, usuários para outras ca. Agora, paga dono de uma operadoras de R$ 34 mensais à loja de auto telefonia fixa, mas Net, com direipeças em São depois de algum to a 300 minuPaulo, a Dhatos de ligação, e ruma, sempre tempo o mercado se outros R$ 28 à quis mudar estabiliza, com Embratel, com de operadora, preços mais justos. franquia de 230 mas adiou os Luís Cuza, da Telcomp m i n u t o s . planos para " A l é m d a s l inão ter de munhas, ainda insdar o númetalei banda larga aqui na loja e, ro do estabelecimento. Há cinco meses, porém, ele juntando tudo, gasto menos se cansou dos problemas com a do que pagava à Telefônica", linha e achou melhor passar afirma o comerciante. O próxipelo transtorno de avisar a to- mo passo, afirma, é trocar a tedos os clientes o novo número lefone de sua residência. em vez de permanecer ligado à Fernanda Pressinott

Celular: problema é escolher

O

s consumidores tendem a ser mais flexíveis com os números de seus telefones celulares, mais fáceis de trocar, mas não escapam dos transtornos, nesse caso referentes à escolha de um dos tantos planos oferecidos pelas operadoras. A maior parte das empresas oferece celulares agregados a um determinado plano de pagamento. Algumas vezes, dão os aparelhos em troca da fidelidade do cliente. A Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP), no entanto, alerta que, por lei, os planos de pagamento só podem durar até 12 meses. "Pode haver parcelamento do valor do aparelho. O que é proibido é obrigar o usuário a pagar uma franquia de conta por mais de 12 meses", explica a técnica do Procon-SP, Marta Kassis Aur. Segundo ela, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) permite que o cliente altere o plano após 12 meses. "Mas tudo tem que estar em contrato. Caso contrário, a empresa está contrariando o Código de Defesa do Consumidor e sujeita a sanções." Independentemente do contrato, explica a técnica, se o cliente se sentir lesado ou

achar que o serviço prestado não corresponde ao que foi ofertado, ele pode solicitar o cancelamento do plano. Marta afirma também que, em geral, essa venda de aparelhos ligada a algum plano de pagamento não pode ser considerada venda casada, porque os consumidores têm a opção de comprar os aparelhos em outros lugares ou separados do plano. Só que, nesse caso, pagam mais caro, ou à vista. Subsídios — As operadoras dizem que os aparelhos têm preços muito caros para o mercado brasileiro e, por isso, os subsidiam. Elas precisam, portanto, garantir que os usuários fiquem o máximo de tempo possível com a mesma operadora para que esse subsídio compense financeiramente. A orientação da Fundação Procon-SP é para que o consumidor não se impressione com os valores de desconto e pesquise muito antes de fechar um plano de serviços. De qualquer forma, parece que as pessoas precisam ser experts no assunto para saber escolher. Atualmente, só em São Paulo, as três operadoras móveis — Vivo, Claro e TIM — oferecem um mar de opções. A Claro, por exemplo,

lista em seu site sete planos de minutos e o modelo Super Controle 35, que bloqueia novas ligações quando a conta atinge o valor de R$ 35. Além deles, mais de 50 opções de aparelhos, alguns por R$ 1, desde que vinculados ao plano X (o que só se descobre com uma explicação detalhada e confusa dos vendedores). A TIM complica a decisão ao dar nomes simpáticos aos planos como "Meu jeito sempre", Meu jeito cedo", "Meu jeito tarde", entre outros. Cada um é ligado a um plano de tarifas especiais dependendo do horário do dia. Nesse caso, o consumidor precisa saber antes qual seu volume de ligações, para que tipo de aparelhos, fixos ou móveis, e em qual horário. Além desses planos, a TIM tem o timmais25, que dá direito a R$ 25 de crédito a cada R$ 25 gastos, e outras muitas opções. Isso tudo sem contar que existem os planos de telefones prépagos também especiais. A Vivo segue na mesma linha, com seis planos básicos, sem contar os especiais, com descontos para determinados números. No mundo todo é assim e pode-se conseguir bons descontos. O difícil é conseguir escolher. (FP)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Geral

AFP/Issouf Sanogo

segunda-feira, 29 de maio de 2006

O Ocidente subsidia as políticas que sustentam a pobreza no continente. James Shikwati

Grupo de refugiados togoleses abandona uma missão católica na capital, Benin. Muitos cidadãos foram obrigados a deixar o país devido à violência que se instalou no Togo depois das eleições, no começo do mês.

O

economista queniano James Shikwati, 36 anos, não tem papas na língua quando o assunto é a pobreza na África. Para ele, as doações internacionais só atrasam o desenvolvimento do continente e os africanos passariam muito bem sem a ajuda. Os recursos, segundo Shikwati, “financiam burocracias, e a corrupção e a complacência são promovidas". Formado pela Universidade de Nairóbi, no Quênia, e diretor da Rede Econômica Inter-regional, um instituto de pesquisas com o objetivo de promover idéias de livre mercado, ele afirma que os africanos foram ensinados a mendigar. "Não nos mostraram como ser independentes", critica. "Além disso, a ajuda enfraquece os mercados locais em toda parte e mina o espírito empreendedor de que tanto precisamos”, diz. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos, dos 84 países mais pobres e que apresentam déficit alimentar, 40 estão no continente africano. Os sete países mais ricos do mundo doam anualmente US$ 50 bilhões à África, mas Shikwati diz que só "centavos" chegam àqueles que precisam. O resto se perde no meio de burocratas, organizações não-governamentais e elites políticas. "O alvo da ajuda é um mero espectador no jogo do dinheiro." Sobre a América Latina e a crescente virada que a região tem dado em direção a políticos de esquerda e políticas protecionistas, Shikwati foi enfático: "Talvez eles deveriam dar uma olhada na história da África e ver os fracassos que vivenciamos por causa de líderes esquerdistas que tivemos durante a independência. Eles nos ensinaram a depender dos governos para solucionar nossos problemas e eventualmente transformaram um continente tão rico num mendigo. Então, latino-americanos deveriam ter cuidado se quiserem manter uma civilização forte", avisa ele. Leia entrevista que o queniano deu ao Diário do Comércio, por email:

Qual é a causa da pobreza em

O DINHEIRO QUE NUNCA CHEGA AOS MAIS POBRES Divulgação

James Shikwati, do Quênia

Segundo dados da ONU, quase metade dos países mais pobres do mundo está no continente africano. Na tentativa de reverter esse quadro de fome e pobreza, os sete países mais ricos do mundo doam juntos US$ 50 bilhões à África. Isso sem contar a ajuda de inúmeras organizações-não governamentais. Para o queniano James Shikwati, da Rede Econômica Inter-regional, todo esse dinheiro internacional mais atrapalha que ajuda e só ensinou os africanos a mendigar. O economista vai além e afirma que o Ocidente tem pregado uma mensagem errada – a de que o continente é pobre, o que não é verdade. "Temos óleo, diamante, ouro, gás natural, urânio e acres de terra ainda para explorar", diz ele.

países pobres? A maioria dos países é pobre devido a uma idéia equivocada. Por exemplo, as pessoas acreditam que a África seja pobre apesar das evidências dizerem o contrário: a enorme quantidade de recursos naturais nas profundezas do solo e que ainda não foi explorada. Óleo, diamante, ouro, gás natural, urânio e acres de terra ainda para explorar, milhões de idéias para implementar. No caso da África, os países são pobres porque comentaristas têm, ao longo dos anos, pregado uma mensagem errada – a de que o continente é pobre, o que não é verdade. O outro motivo é que países são pobres por causa de suas políticas. Por exemplo, governos africanos impõem regras demais aos seus mercados, tor-

nando muito difícil para os africanos começar e operar um negócio. O governo também protege demais suas fronteiras fazendo com que seja extremamente difícil africanos se movimentarem livremente na África e negociar entre eles. Os ‘fazedores’ de política também focam demais nos mercados externos enquanto deixam de cultivar o mercado de 800 milhões de pessoas na África. A pobreza também nasce em países onde os governantes ignoram a habilidade de cada cidadão de, individualmente, solucionar seus próprios problemas. O que o senhor diz às nações desenvolvidas do Ocidente que querem eliminar a fome e a pobreza na África? Que elas não vão conseguir a

Pessoas como o cantor Bob Geldof (que organizou o primeiro concerto Live Aid), Bono (líder do grupo de rock U2) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acreditam que seja o dever delas ajudar pessoas que estão passando fome no Quênia ou morrendo no Sudão. É função das pessoas pobres se ajudarem. Mas se Bob, Bono e

No Brasil, não é muito diferente

esteve presente ao menos um dia em 2004. Mas a situação piora se considerarmos todos os níveis de insegurança alimentar: 72 milhões de pessoas (39,8%) estavam vulneráveis à fome em maior ou menor grau. No Brasil, programas assistencialistas, como o Bolsa-Família e o Fome Zero, garantem a sobrevivência de municípios do semi-árido. No entanto, o que era para ser transitório se transformou em instrumento permanente de política

pública. O governo estima que o Bolsa-Família, sua principal ação de transferência de renda, atingirá 11,1 milhões de domicílios até o fim deste ano, quando também devem ser unificados os programas federais. Hoje, 9,1 milhões de famílias recebem o benefício. E aqui, como na África, recursos são desviados e quem mais precisa vira "espectador no jogo do dinheiro", como disse James Shikwati. Só para citar um caso, funcionários da Caixa

S

egundo a primeira pesquisa (divulgada neste mês) sobre Segurança Alimentar feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 14 milhões de brasileiros (ou 7,7% da população) viviam em domicílios nos quais a fome

menos que identifiquem primeiro o seu próprio papel na existência da pobreza e da fome. No momento em que os países do Ocidente reconhecerem o fato de que suas ações contribuem no erro comum – o de que a África é pobre – e que são eles que subsidiam as políticas que sustentam a pobreza no continente, pode ser que a situação melhore. Do contrário, ela vai continuar macabra.

Lula forem sinceros em pressionar seus governos a revisar políticas internacionais que empobrecem os quenianos, passa a ser dever deles também. A questão do acesso de mercado a produtos africanos, por exemplo, precisa ser discutida. O fato de que todo dinheiro roubado da África está em bancos de nações ricas precisa ser discutido. E a idéia de aumentar as tarifas sobre os produtos de necessidade africanos também deve entrar no debate. E o Programa Mundial de Alimentos, da ONU? Também não funciona? O programa tem intenções muito boas e que levam ajuda às pessoas nos casos de emergência. No entanto, a ONU erra profundamente ao não focar nas causas da fome – e isso, paEconômica Federal em Monte Carmelo (MG) são suspeitos de desviar cerca de R$ 500 mil em recursos do Bolsa-Família. O caso começou a ser investigado depois de a Polícia Federal e o Ministério Público Federal receberam denúncias de cadastrados no programa que não recebiam o benefício. Segundo o delegado Sérgio de Lima, pelo menos 131 beneficiados pelo BolsaFamília em sete cidades foram lesados. (KS)

ra falar a verdade, nem deveria ser obrigação dela. Os africanos precisam tomar iniciativas próprias para terminar este cenário de falta de comida através de tecnologias modernas e fronteiras abertas. O que acontece com o dinheiro que é doado à África? Ele desaparece nos seguintes canais: burocratas, ONGs (organizações não-governamentai s), consultores dos países doadores, elites políticas dos países destinatários através da corrupção, setores empresariais de países doadores que pretendem implementar o projeto e, com alguma sorte, alguns centavos atingem o alvo. O dinheiro doado por governos e até por indivíduos à África piora a corrupção em países do continente? Nem todo dinheiro doado leva à corrupção, mas muitos dos grandes escândalos financeiros na África envolvem doações de países ricos. Esse dinheiro tem corrompido os africanos. Pessoas que poderiam resolver seus próprios problemas têm se mantido na pobreza porque se corrompem com o dinheiro doado por essas nações. Por quanto tempo acha que que "intelectuais ocidentais vão matar o sonho africano", como o senhor mesmo disse? Não para sempre. Os africanos estão avaliando melhor suas relações com os chamados experts de países desenvolvidos que nos pintam como pessoas que não pensam. As mudanças testemunhadas na Índia, na China, são uma boa motivação para nós. Elas mostram a importância de se criar um eleitorado que irá perceber dentro do continente se uma nova civilização africana foi colocada no mapa global. A África consegue resolver seus próprios problemas? Sim. Os africanos têm feito isso há séculos. Cidadãos comuns fazem isso quase todo dia e tudo que eles precisam é criar um vínculo entre pensadores africanos para dar valor às lutas diárias do continente e facilitar maneiras eficientes de resolver os nossos problemas. Kety Shapazian


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Heloísa Helena, deputada federal pelo PSOL, no lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República

Logo Logo

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www.dcomercio.com.br/logo/

MAIO

Não é democracia o País onde meia dúzia toma para si metade da riqueza nacional, enquanto uma menininha pobre vende o corpo por R$ 1,99 e um menino de seis anos vira olheiro do narcotráfico.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Dia do Estatístico Dia do Sociólogo Dia do Geógrafo (ao lado, quadro O Geógrafo, de J. Vermeer)

R ELIGIÃO B RAZIL COM Z

Os novos proprietários O jornal francês Libération publicou no fim da semana uma reportagem sobre os moradores da favela da Rocinha, no Rio, que compraram suas casas próprias na favela. Até aí, nada de novo. O destaque do jornal é para a atitude do governo brasileiro, que resolveu legalizar as aquisições, até então totalmente irregulares. Cerca de 1.400 famílias aguardam seus títulos de proprietários só na Rocinha. "O rico, quando entra na Rocinha, pensa que somos todos pobres. Mas as aparências enganam. muitos dos moradores da favela não são pobres, ao menos não são miseráveis. E as

casas, aqui, não custam barato", contou um morador ao jornal. Nas outras favelas o fenômeno é semelhante. A decisão do governo é o reconhecimento do déficit de habitações populares, diz o Libération. "No Brasil, há entre 12 e 14 milhões de famílias em situação de irregularidade habitacional, mais de um terço da população urbana se encaixa neste caso", admitiu ao jornal o responsável por questões de habitação do Ministério das Cidades, Celso Carvalho. Isso acontece, segundo ele, porque o mercado imobiliário é inacessível a quem ganha menos de cinco salários mínimos.

F UTEBOL

'Ronaldinhos' de rua Máquinas de refrigerantes, chocolates e salgadinhos já são conhecidas em todo o mundo. Mas a Nike se propôs a lançar uma nova moda em época de Copa, para incentivar os "craques" que andam pelas ruas de Nova York, e deu utilidade nova para as ‘caixas de vendas’. A empresa espalhou pela cidade, epsecialmente próximo a centros de esporte, várias máquinas Joga3, que vendem bolas de futebol pela "módica" quantia de US$ 20.

Por que Deus se calou? Em Auschwitz, campo de concentração nazista, Bento XVI reza e clama

U

ma visita aos campos de concentração nazistas de Auschwitz e Birkenau, duas horas de silêncio e oração, de tensão e lágrimas encerrou, ontem, a viagem de quatro dias de Bento XVI à Polônia, pátria de seu antecessor e amigo João Paulo II. "É estarrecedor para um cristão e para um papa alemão, mas eu não poderia deixar de vir aqui", disse Bento XVI, de 79 anos, o Joseph Ratzinger que na 2ª Guerra Mundial lutou no exército nazista, depois de ser obrigado a se alistar na Juventude Hitlerista, na Baviera. Com voz pausada e semblante comovido, Bento XVI falou em italiano, para cerca de 200 pessoas, no Monumento Internacional das Vítimas do Nazismo, em Birkenau. Foram mais de 1,5 milhão os condenados, na maioria judeus, mas também ciganos, patriotas poloneses e prisioneiros de guer-

ra soviéticos. "O objetivo de minha presença aqui é implorar a graça da reconciliação com Deus, com os homens que sofreram e com todos aqueles que, nesta hora da história, sofrem mais uma vez sob o poder do ódio e da violência fomentada pelo ódio", disse o papa. Bento XVI, o chefe de uma igreja de mais de 1,1 bilhão de fiéis, fez questão de assumir sua identidade, salientando que, se o papa João Paulo II foi a Auschwitz como filho do povo polonês, ele ali estava como filho do povo alemão. "Sou filho daquele povo no qual um grupo de criminosos chegou ao poder mediante falsas promessas, em nome de perspectivas de grandeza e de recuperação da honra da nação e de sua relevância", disse, acrescentando que, com a força do terror e da intimidação, o povo alemão "foi usado como instrumento na loucura de destruição e de domínio."

Encontro ecumênico – Um rabino e dois cantores recitaram preces judaicas e entoaram um salmo pungente, depois de um bispo ortodoxo e um pastor luterano também terem lembrado as vítimas do Holocausto. Foi o momento mais emocionante da visita. "Onde estava Deus naqueles dias? Por que se manteve em silêncio? Como ele permitiu essa opressão sem fim, o triunfo do mal?", perguntou Ratzinger, teólogo respeitado, para logo acrescentar que é impossível adivinhar o plano de Deus. Ao atravessar o portão da entrada principal de Auschwitz, na cidade de Oswiecim, a 60 quilômetros de Cracóvia, onde um letreiro em alemão – "Arbeit match frei – O trabalho os torna livres" – saudava prisioneiros –, a comitiva do papa segurou o passo e ele foi caminhando sozinho, com mãos unidas, entre pavilhões de tijolos aparentes. (AE)

www.sciencemag.org

C A R T A Z

MOSTEIRO

ONDE ESTARIA DEUS - O papa alemão Bento XVI atravessa os portões do campo de concentração nazista de Auschwitz. "Por que senhor, permaneceste em silêncio?", questionou ele, para em seguida acrescentar que é impossível adivinhar o plano de Deus.

Pesquisas online

O site "Robot Island", especializado em robôs de brinquedo, tem esse fantástico robô fabricado na Alemanha, que é movido à vapor. Custa cerca de US$ 300 no site. www.robotisland.com/

Um completo banco de dados virtual com informações sobre ciências, artes, história, tecnologia, esportes, educação, cultura, música, religião e geografia. Esta é a proposta do site Sua Pesquisa, que também reúne imagens que podem ser usadas livremente em trabalhos, fotografias, mapas e dados atuais sobre diversos países. Na seção destaques do mês, o site reúne as informações mais procuradas ou que mereceram destaque na mídia e no calendário.

product_info.php/products_id/433

www.suapesquisa.com

Reprodução

m estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade de Poitiers, na França, e da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, mostra que a migração de animais mamíferos pela África e a distribuição de várias espécies de mamíferos pelo continente africano seriam a prova de que o atual deserto do Saara já foi um "ambiente exuberante", como um oásis, ligando bacias hidrográficas caudalosas e cercadas de vegetação entre o Chade e a Líbia. O estudo seria também mais uma prova de que o mais antigo hominídeo conhecido, o Sahel anthro pus tchadensis, conhecido como homem de Toumai, teria habitado a região. Todas essas conclusões foram possíveis após a descoberta de dentes fósseis bem preservados no sítio de Toros-Ménalla, no Chade, que

U

A TÉ LOGO

S AÚDE

Fumantes involuntários indicariam a existência de condições climáticas no local para a sobrevivência de mamíferos semi-aquáticos, como os ancestrais dos atuais hipopótamos. Os registros são do Mioceno superior, período geológico que durou de 11 milhões a 5 milhões de anos atrás. O estudo foi publicado na revista Pnas. www.pnas.org

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Paraguaios ameaçam bloquear Ponte da Amizade em protesto contra Polícia Federal Governador Cláudio Lembo pede reflexão sobre ética na comunicação

L

Robôs a todo vapor

Saara, um oásis

L

F AVORITOS

B ELEZA

Em nova tentativa de demonstrar normalidade depois de mais de uma década de guerra na conturbada República da Chechênia, no sul da Rússia, uma estudante colegial de apenas 15 anos foi coroada Miss Chechênia, no primeiro concurso de beleza realizado no território de maioria muçulmana. Zamira Dzhabrailova bateu outras 18 concorrentes em provas tradicionais desses concursos. Ela ganhou um carro e um período de férias na França.

L

G @DGET DU JOUR

Um adolescente armado com uma faca desferiu golpes contra uma multidão em Berlim, na sexta-feira, e feriu 35 pessoas. Um estudante de 16 anos está sendo investigado pelo ataque, ocorrido após a inauguração de uma estação ferroviária na capital alemã. Ele disse que estava embriagado e que não se lembra do ataque. Inicialmente, autoridades informaram que 28 pessoas ficaram feridas. Mas outras sete apresentaram-se depois de um apelo informando que uma das pessoas esfaqueadas era HIV positivo.

Chechênia elege sua Miss

G EOLOGIA

Recital de Alexander Hülshoff (cello) e Patricia Pagny (piano). Obras de Schumann, Schubert, Beethoven, Mozart e Mendelssohn (foto). Mosteiro de São Bento Basílica. Largo de São Bento, s/nº. Telefone: 3328-8799. 12h. Grátis.

Valery Hache/AFP

Adolescente fere 35 a facadas

L

E M

Foi a mais inesperada das Palmas de Ouro. O júri do maior evento de filmes de arte do mundo atribuiu o prêmio a Ken Loach (foto), com "The Wind That Shakes the Barley". A história, que se passa na Irlanda dos anos 1920, quando parte dos nacionalistas que combatiam os invasores ingleses aceitam um acordo de paz desfavorável, é um pretexto para que Loach fale, metaforicamente, da Inglaterra de Tony Blair e do que está ocorrendo no Iraque.

V IOLÊNCIA

Fenômeno 'Tropicália' motivada por algum fenômeno provocado pelo homem, como o aquecimento global ou a diminuição da camada de ozônio. Longos períodos de estiagem e climas inusitadamente secos em anos recentes em regiões como a Europa Mediterrânera e o sudoeste da América do Norte podem estar relacionados ao aumento dos trópicos, segundo os cientistas que, agora, querem descobrir as causas da expansão tropical, como relataram à revista científica Science.

Filme político, premiação idem

Alberto Pizzoli/AFP

M EIO AMBIENTE

Ecologistas das universidades de Washington e Utah, nos EUA, descobriram que a zona tropical terrestre - que fica entre os trópicos de Capricórnio e Câncer - está aumentando de tamanho. Com base em análises feitas a partir de imagens de satélites e informações meteorológicas do período de 1979 até o momento, eles notaram que os trópicos aumentaram 230 quilômetros, metade em cada hemisfério. Os pesquisadores ainda não sabem se a expansão tropical tem sua causa relacionada à variação climática natural ou se foi

C ANNES

Para deputado, massacre de civis iraquianos pode se tornar escândalo pior que Abu Ghraib

Pesquisa feita na Universidade de Minnesota, EUA, com 144 crianças com pais fumantes identificou que, em 47% dos casos, os pequenos traziam substâncias cancerígenas na urina. A substância mais comum encontrada foi o NNAL (4(metilnitrosamina)-1-(3piridil)-1-butanol) contido no tabaco. Segundo os pesquisadores, os dados obtidos na pesquisa reforçariam a suspeita de que a exposição contínua ao fumo passivo pode estar relacionada ao desenvolvimento de cânceres na idade adulta e também que os pais não devem fumar em casa.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Foi um gol importante para mim, mas, em respeito à torcida do Vasco, nem comemorei.” Alex Dias, ex-jogador do Vasco e autor do gol do São Paulo ontem

almanaque

Esporte

Se há cinco anos, quando o Marcelinho saiu do Corinthians, ele não servia, eu não entendo por que vai servir agora.” Pelé, sobre a volta do corintiano

LIÇÃO DE CASA

Celso Unzelte

RECORDE AINDA É DE ROBERTO DINAMITE

1

Guilherme Dionízio/Futura Press

Guilherme Dionízio/Futura Press

Arquivo Celso Unzelte

Pelo menos um gol em cada um dos oito primeiros jogos de um Campeonato Brasileiro. Até hoje, em 35 anos de competição, somente um jogador atingiu essa marca: Roberto Dinamite, do Vasco, em 1975. Na foto, ele aparece comemorando um gol marcado em uma de suas vítimas preferenciais, o Fluminense. Roberto é também o maior artilheiro da história do Brasileiro, com 190 gols marcados entre 1971 e 1989, e foi duas vezes o principal goleador da competição, em 1974 e 1984, em ambos os anos com 16 gols.

OS GOLS EM CADA UM DOS OITO JOGOS Nas primeiras oito rodadas do Campeonato Brasileiro de 1975, Roberto Dinamite já era o artilheiro com 11 gols, com pelo menos um deles marcado em cada partida. Ele fez um na estréia contra o Grêmio (Vasco 2 a 1, 23/8/1975); outro no empate com o Santa Cruz (1 a 1, 28/8); os dois nos 2 a 2 com o Vitória (31/8); o gol do 1 a 0 sobre o Sergipe (3/9); mais três nos 4 a 2 sobre o Flamengo (7/9); um nos 2 a 0 sobre a Portuguesa (14/9); outro nos 2 a 1 sobre o Goiânia (17/9); e, finalmente, o gol vascaíno no empate de 1 a 1 com o Santos (20/9).

Na vitória por 2 a 0 em casa, contra um Corinthians desfigurado, o Santos cumpre sua obrigação

E

stá certo que em clássicos não há favoritos. Mas jogar em casa diante de um adversário desfalcado é sempre uma vantagem e tanto. Que o Santos não desperdiçou ontem, na Vila Belmiro, ao derrotar o Corinthians por 2 a 0. “Jogar com o Corinthians não é fácil. Temos de fazer valer a força da Vila Belmiro”, já previa o técnico Vanderlei Luxemburgo antes de o duelo começar. E essa força começou a aparecer já aos 20 minutos do primeiro tempo, quando Rodrigo Tabata cobrou escanteio e Cléber Santana fez 1 a 0, de cabeça. O clássico seguiu equilibrado até a expulsão do lateral-esquerdo corintiano Rubens Júnior, aos 11 minutos do segundo tempo, por tocar a bola com o braço depois de já haver recebido o cartão amarelo. Depois, o árbitro Alício Pena Júnior anotou um pênalti inexistente

sobre Rodrigo Tiuí, que na verdade chutou a grama e caiu. Sílvio Luiz defendeu a cobrança de Cléber Santana. Antes do final da partida, Geílson ainda perdeu alguns gols antes de Rodrigo Tabata, já aos 48 minutos, ampliar a vantagem santista para 2 a 0. “Era jogo para ganharmos de cinco ou seis. Talvez não fosse possível devolver os 7 a 1 do ano passado, mas pelas oportunidades que criamos daria para fazer um placar bem mais elástico”, lamentava no vestiário o goleiro Fábio Costa. “Esse foi um clássico atípico. É muito difícil num jogo entre Corinthians e Santos um time criar tantas oportunidades como criamos. Não poderíamos deixar escapar essa chance.” O zagueiro Luiz Alberto foi outro que lamentou as inúmeras oportunidades perdidas pelo time no clássico de ontem: “Merecíamos vencer?

Sim, porque o Corinthians não fez quase nada. Mas não podemos apenas comemorar o resultado. O que precisamos é refletir sobre os muitos gols perdidos. Em clássico, isso não pode acontecer. O time tem que ter olho grande e não perder as chances de liquidar o adversário”. O meia Rodrigo Tabata, ao contrário, saiu de campo satisfeito com sua atuação, com o gol que marcou e a cobrança perfeita de escanteio para Cléber Santana abrir o marcador. “Subi mais um degrau para me tornar titular”, disse, humildemente, o meia, que quando saía de campo ouviu o seu nome ser gritado por boa parte dos torcedores. No Corinthians, sobraram reclamações contra a arbitragem. “Vi lances iguais com interpretações diferentes. O Cléber cortou a bola com a mão exatamente como fez o Rubens Júnior e não recebeu nem cartão”, disse o técnico Geninho. “Além disso, não foi pênalti e houve um exagero no número de cartões para o Corinthians. Não quero

Nina Lima/Futura Press

O sofrimento continua

O QUASE RECORDE DE WAGNER, DO CRUZEIRO

S

Neste ano, Wagner, do Cruzeiro, esteve perto desse recorde. Nos sete primeiros jogos do Brasileiro, marcou oito gols. O primeiro nos 2 a 1 sobre o São Caetano (16/4). O segundo, nos 3 a 1 no Grêmio (23/4). Fez mais um nos 2 a 0 no Figueirense (30/4), outro nos 2 a 0 no Juventude (7/5) e o do empate por 1 a 1 com o Palmeiras (14/5). Mais um nos 2 a 1 sobre o Flamengo (21/5) e dois nos 5 a 1 na Ponte (24/5). No oitavo jogo, ontem, contra o Inter, Wagner poderia ter igualado a marca de Roberto Dinamite, mas passou em branco.

"O Vasco joga para fazer gols e ganhar. Eu sou apenas uma peça do time. Se marcar, tudo bem. Essa é a minha obrigação." (Roberto Dinamite, em outubro de 1975, logo depois de estabelecer o recorde de gols nas primeiras partidas seguidas do Brasileiro, que permanece de pé até hoje.) A vitória do Santos sobre o Corinthians, ontem, por 2 a 0, na Vila Belmiro, serviu para desempatar o histórico do clássico entre os dois rivais em jogos pelo Campeonatos Brasileiros. Agora, em 37 partidas, são 13 vitórias do Santos, 12 do Corinthians e 12 empates, 46 gols corintianos e 49 gols santistas. No geral da história do confronto, Santos e Corinthians jogaram 285 vezes. O Corinthians ganhou 115 jogos, o Santos 89 e aconteceram 81 empates. São 532 gols corintianos e 449 gols santistas. O Operário de Várzea Grande sagrou-se ontem campeão matogrossense ao bater o Barra do Garças por 2 a 1. Foi o nono título estadual da história do clube, que agora é o maior vencedor de todos os tempos, ultrapassando o Mixto.

ser beneficiado, quero justiça! Acho que o Corinthians está sendo castigado por muitos erros de arbitragem.” Porém, e apesar das críticas, Geninho também soube reconhecer que o time não foi bem. Ele pretende se reunir com Kia Joorabchian, chefão da MSI, para solicitar mais reforços - entre eles, um atacante -, porém sem pressa. “Precisamos analisar que qualquer reforço só vai poder ser utilizado em agosto. Esse é um dado muito importante.” Embora tenha sido substituído, Marcelinho passou no teste dos primeiros jogos segundo a avaliação do treinador: “O Marcelinho foi bem, principalmente contra o Inter [referindo-se à derrota do Corinthians por 1 a 0, no Morumbi, na quarta-feira passada]. Ele começou bem, mas depois deixou de participar das jogadas ofensivas. Nem nas jogadas de bola parada ele estava conseguindo ser efetivo. Então, era hora de trocar. Mas isso é normal. Acho que ele cansou”.

Para o São Paulo, o 1 a 1 com o Vasco, fora de casa, valeu a conquista de mais um ponto

Empate confortável

N

ão foi o resultado que a torcida mais queria, até porque o São Paulo continua sem vencer o Vasco em São Januário desde 2000. Ainda assim, o empate de ontem por 1 a 1, no Rio de Janeiro, não foi um resultado de se jogar fora para o Tricolor. Graças a ele, a equipe somou mais um ponto, chegando a 16, apenas três a menos que o líder Fluminense e a um de ICruzeiro, Santos e Internacional. Aos 11 minutos, Alex Dias, que vinha sendo hostilizado pela torcida carioca por ter saído recentemente do clube, recebeu a bola fora da área, limpou a zaga e chutou sem defesa para o goleiro Cássio, abrindo o placar para o São Paulo. Pela primeira vez desde a sua conturbada saída do Vasco, o atacante Alex Dias voltou a São Januário. E a torcida não o perdoou: a cada vez que o jogador tocava na bola, era insultado. Seu belo gol, no entanto, foi digno dos tempos em que fazia dupla com Romário. Após a partida, Alex Alves negou ter problemas com seu ex-clube: “Minha saída foi tranqüila, mas alguns torcedores não entendem. Então, deixa isso para lá”. Sabe-se, no entanto, que no início do ano, quando ainda era atleta do Vasco, Alex chegou a processar o clube por atraso em pagamentos de salários e do

13º. A decisão causou a suspensão do atleta, que em seguida deixou o Rio de Janeiro para atuar no São Paulo. Depois do gol, a equipe paulista teve grande dificuldade para criar outras chances e o Vasco, mais corajoso, resolveu sair de seu campo, levando perigo. O empate quase veio aos 30 minutos: Bosco saiu da área e falhou na tentativa de cabecear a bola, que sobrou para Edílson. Mas o atacante chutou fraco e permitiu que Lugano colocasse para escanteio. Na etapa final, o comodismo tricolor resultou no empate do Vasco, com um gol aos 9 minutos. Após uma cobrança de falta, Ygor subiu sozinho para fazer de cabeça, em falha coletiva da defesa são-paulina, que, no lance, até tentou, mas não conseguiu fazer a linha de impedimento com competência. A partir dali, o jogo ficou aberto, com boas chances para ambos os lados. A surpresa mais agradável ficou por conta da estréia do lateral-esquerdo Lúcio, recentemente trocado pelo atacante Roger com o Palmeiras. O jogador, execrado em seu clube de origem, entrou no lugar de Richarlyson e melhorou o lado esquerdo do São Paulo, mas sua atuação foi insuficiente para levar a equipe à vitória.

eis derrotas em oito jogos, três delas jogando em casa. Penúltimo lugar entre os 20 times que disputam o Brasileiro. Esta é a situação do Palmeiras a essa altura do campeonato. A derrota de ontem para o Grêmio, por 1 a 0, no Parque Antarctica, soou apenas como a repetição de um sofrimento que parece não ter data para terminar. Ontem, mesmo contando com um jogador a mais durante a maior parte do jogo (Evaldo, do Grêmio, foi expulso aos 29 minutos do primeiro tempo), o time alviverde foi incapaz de conseguir pelo menos um empate. O gol, inclusive, saiu aos 33 minutos, quando o Grêmio já estava com dez: Alessandro bateu falta da direita. Hugo, com tranqüilidade, ajeitou, livrou-se da marcação e chutou sem chances para Sérgio. A situação piorou aos 30 minutos do segundo tempo, quando o garoto William, do Palmeiras — que voltou a fazer uma partida oficial após dois anos parado devido a um problema cardíaco — também foi expulso. “A torcida está chateada pelos resultados e só vamos trazê-los de volta ao nosso lado quando os resultados acontecerem”, disse o técnico Tite. “Mas a falta de apoio também interfere na produtividade.” Após a derrota por 4 a 1 no

clássico contra o São Paulo, no meio da semana passada, Thiago Gomes havia reclamado de todo o sistema de marcação. Ontem, foi a vez de Juninho criticar seus companheiros. “Faltou eficiência no ataque. A nota para as finalizações foi ruim”, resumiu o meia, que voltou a jogar depois de um mês parado. Enquanto isso, aos poucos, a diretoria vai atendendo às exigências de reformulação. Depois de Lúcio (que foi para o São Paulo), Marcinho Guerreiro e Corrêa (que foram para o futebol europeu) , sexta-feira foi a vez de o zagueiro Douglas sair do Palmeiras. Ele foi dispensado. O meia Cristian também deve sair. Ele pode ser incluído numa troca com o meia Rosembrick, do Santa Cruz. O atacante Alex Afonso, com poucas chances na equipe paulista, também pode ir para o time pernambucano. Paulo Baier, Leonard o S i l v a , M á rc i o C a re c a , A l c e u , Washington e Enílton são os jogadores perseguidos pela torcida que ainda continuam no elenco. Ontem, os torcedores chegaram a ensaiar um boicote ao jogo, mas acabaram convencidos pela diretoria a mudade de idéia, em troca da promessa de que pelo menos três reforços de peso chegarão até o fim da Copa do Mundo.

Nelson Antoine/Futura Press

Derrota para o Grêmio foi a sexta neste Brasileiro, a terceira jogando no Parque Antarctica


terça-feira, 30 de maio de 2006

Finanças Empresas Nacional Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

EMPRESAS ESTÃO MAIS ENDIVIDADAS

5

4,2

por cento foi a alta da inadimplência das empresas em abril sobre igual mês de 2005.

NA QUARTA SEMANA DO MÊS, SUPERÁVIT FOI DE US$ 392 MILHÕES, QUEDA DE 9,47% SOBRE A SEMANA ANTERIOR

SALDO COMERCIAL É O MENOR DO ANO Paulo Pinto/AE - 22/07/2004

A

s exportações brasileiras somaram US$ 2,325 bilhões na semana passada, com crescimento de 3,47% na comparação com as vendas da semana anterior. As importações chegaram a US$ 1,933 bilhão, com aumento de 6,56%. A diferença dá um saldo de apenas US$ 392 milhões na semana entre os dias 22 e 26 de maio, estabelecendo o resultado mais fraco do ano. O levantamento mostra que o superávit (saldo positivo) semanal caiu 9,47% na quarta semana de maio, comparado à semana anterior que, por sua vez, tinha caído quase 60% em relação à segunda semana do mês. A queda é resultado do forte crescimento das importações na segunda metade do mês, em um ritmo bem mais agressivo que as exportações. Com isso, o saldo acumulado em maio soma US$ 2,776 bilhões, faltando ainda três dias úteis para fechar o mês. No ano, o superávit chega a US$ 15,214 bilhões. Fruto de exportações totais equivalentes a US$ 48,174 bilhões (alta de 12,85%) e de compras externas no valor de US$ 32,960 bilhões (20,92%). Pela primeira vez em 2006, o superávit é inferior ao saldo obtido em igual período do ano passado, quando somou US$ 15,429 bilhões. Uma queda percentual de 1,4%. Efeito câmbio – Para a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os resultados da balança comercial na quarta semana de maio mostram de forma mais clara os efeitos no-

civos do câmbio do dólar sobre as exportações de manufaturados, que já vinham aparecendo nas semanas anteriores. O diretor-executivo da AEB, José Augusto de Castro, descartou a possibilidade de a queda nas exportações ser resultado da greve dos fiscais da Receita Federal, iniciada em 2 de maio. Segundo ele, a greve tem efeito sobretudo nas importações, cuja média diária, na última semana, cresceu 26,6% sobre a média das três semanas anteriores. "É bem possível que, não fosse a paralisação dos fiscais da Receita, o saldo da balança fosse ainda pior. A queda de 9,46% sobre a semana anterior foi o pior resultado do mês para uma semana de cinco dias", afirmou. A AEB projetava uma queda nas exportações a partir do segundo semestre. Mas avalia que houve uma antecipação do recuo por conta da queda na renovação dos contratos de manufaturados, a categoria de produtos mais sensível ao câmbio. "Não é um resultado conjuntural, mas estrutural", ressaltou o executivo. Previsões – A associação divulgará, na segunda quinzena de julho, como faz habitualmente, a revisão de suas projeções anuais para o desempenho da balança comercial. A previsão atual é de alta de 3,2% nas exportações e de 9,2% nas importações sobre o resultado do ano passado. Castro adiantou que, provavelmente, a AEB vai reavaliar para cima suas expectativas de aumento das importações. (Agências)

Petrobras manterá investimentos no exterior

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Em maio, as importações brasileiras continuam crescendo em ritmo mais acelerado do que as exportações Roosewelt Pinheiro/ABr 05/05/2006

Gabrielli, presidente da Petrobras: aumento da produção de gás natural não vai prejudicar investimentos no exterior

Acordo na OMC precisa Sobe inadimplência das empresas ser político, afirma Lula inadimplência das enfrentada pelas empresas entre as pessoas jurídicas em

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, durante seu programa de rádio semanal, Café com o Presidente, que é hora de se tomar uma decisão política em relação à questão agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo ele, o prazo para as negociações técnicas entre os países está chegando ao fim e agora a solução cabe aos presidentes e primeiro-ministros. "Eu acho que nós temos que trazer para o fórum político e tomar uma decisão: se queremos ou não dar uma certa guinada no mundo para melhorar a posição dos países pobres, para reduzir a violência, para diminuir a pobreza, para eliminar o terrorismo e para aumentar a riqueza desses países", disse o presidente. Segundo Lula, para o Brasil, o que se vê "é um triângulo de compromisso, ou seja, a Europa tem que abrir acesso ao mercado agrícola, os Estados Unidos têm que diminuir os subsídios e nós temos que permitir acesso a bens industriais e serviços. E nós dissemos, não só ao

presidente Chirac, mas eu disse ao Tony Blair, e à primeira-ministra Angela Merkel, da Alemanha, que o Brasil está disposto a conversar com o G-20 para fazer a sua parte; mas a Europa tem que fazer a dela". Reunião – O presidente lembrou que está marcada para julho uma reunião do G-8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia), em São Petersburgo, com alguns convidados, entre eles o Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a cúpula ampliada do G-8 está marcada para o período de 15 a 17 de julho e discutirá, entre outros temas, a segurança energética internacional, a luta contra doenças infecciosas e o desenvolvimento da educação. Lula se declarou disposto "a ir a qualquer lugar para ver se nós apresentamos ao mundo um alento". O presidente disse, ainda, estar otimista em relação à possibilidade de um acordo na área agrícola, que, segundo ele, daria "uma nova cara para a geografia comercial do mundo". (Leia mais sobre a OMC na pág. E/8). (ABr.)

Consumo de energia pode cair

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hina, Índia e Brasil poderiam reduzir o consumo de energia em até 25% com medidas simples, mas há falta de disposição dos bancos em financiar os projetos que permitiriam essa economia, de acordo com relatório elaborado sob a orientação do Banco Mundial e do Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo apontou que muitos bancos desprezam as chances de aumentar seus lucros concedendo empréstimos a iniciativas que reduzam o uso de energia, em uma época em que os preços do barril de petróleo rondam os US$ 70.

A modernização de edifícios e fábricas reduziria em pelo menos 25% o uso de energia na China, na Índia e no Brasil que, juntos, têm cerca de 40% da população mundial, e cujo consumo de combustíveis fósseis deverá dobrar até 2030. As medidas incluiriam ainda a adoção de sistemas mais eficientes de iluminação e de ar condicionado, e de recuperação de calor. Segundo Jeremy Levin, um dos autores do estudo do Banco Mundial, os bancos não perceberam o potencial de fazer empréstimos para esquemas de uso eficiente de energia, que a princípio não soam muito glamurosos. (Reuters)

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empresas no País aumentou 4,2% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado. Em relação a março de 2006, porém, houve queda expressiva de 22,7%, após a alta de 41,6% registrada na comparação entre o terceiro mês do ano e fevereiro, segundo informações da Serasa. No primeiro quadrimestre do ano, houve crescimento de 13,6% na inadimplência sobre o período compreendido entre janeiro e abril de 2005. De acordo com a companhia de análise de crédito, o aumento do índice, nas comparações anuais, está relacionado à dificuldade

"com as elevadas taxas de juros e com a valorização do real". Quanto à diminuição da inadimplência entre março e abril deste ano, os técnicos destacaram que o comportamento foi motivado pela base comparativa elevada. "A ocorrência do Carnaval no final de fevereiro fez com que um grande volume de títulos não pagos em fevereiro fossem anotados no mês seguinte, o que inflou o indicador em março", observaram. Ranking – A Serasa informou que, entre as modalidades pesquisadas, os títulos protestados continuaram com a maior participação (40,5%)

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abril, ante 41,3% no mesmo mês de 2005. O segundo indicador em representatividade das empresas foi o dos cheques sem fundos, que aumentou de 39,1%, em abril de 2005, para 39,8%, no mês passado. A menor participação, de 19,7%, ficou por conta das dívidas registradas com os bancos, em um resultado ligeiramente superior à participação, de 19,6%, do mesmo mês do ano passado. A Serasa destacou ainda que, em relação ao primeiro quadrimestre de 2005, houve um aumento de 6,7% no valor médio das dívidas com cheques sem fundos. (AE)

s investimentos da Petrobras para aumentar a produção de gás natural no Brasil não devem prejudicar a atuação da empresa no exterior. Ontem, em um seminário sobre multinacionais, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, disse que os recursos para a produção de gás no País, principalmente no Espírito Santo, virão do saldo de caixa da empresa. "Nós temos uma geração de R$ 22 bilhões em caixa", informou Gabrielli. Segundo ele, a aceleração da produção de gás não implicará redução dos investimentos de US$ 7,1 bilhões que a empresa pretende fazer nos mercados externos. Entre os pólos de investimento previstos estão América Latina, Estados Unidos e países da África Ocidental. Para o presidente da Petrobras, o episódio envolvendo a Bolívia é um dos exemplos dos riscos da atuação internacional. Novos desafios seriam resultado do crescimento das empresas. "Faz parte do negócio do petróleo se investir em áreas que têm alto risco; infelizmente não há petróleo em regiões de baixo risco", afirmou. Dólar – De qualquer forma, Raul Campos, executivo de Relações com Investidores da estatal, disse que a Petrobras está revisando seus investimentos estratégicos por conta da valorização do dólar frente ao real. Segundo ele, apesar de o preço ser favorável à empresa, o dólar mais caro aumenta o custo de financiamentos e, com isso, a companhia poderá realocar investimentos. Gabrielli complementou que a Petrobras poderá alterar a participação em dólar na geração de caixa da empresa, hoje de 85%. "Na medida em que nós temos um volume crescente de fornecedores brasileiros, que operam no Brasil em reais, não necessariamente precisa haver o volume de caixa dolarizado que existe hoje", afirmou. Os executivos participaram do seminário Novas Multinacionais Brasileiras, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. (Agências)


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Empresas Agronegócio Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

BOVESPA: EXPANSÃO FORA DO EIXO RIO-SÃO PAULO

4,32

por cento é a projeção dos analistas para o IPCA deste ano.

Tasso Marcelo/AE

COPOM JURO BÁSICO DEVE CAIR 0,5 PONTO AMANHÃ Piora do cenário externo leva analistas a apostar em conservadorismo do comitê

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Comitê de Política M o n e t á r i a ( C opom) deve reduzir o ritmo de queda da taxa básica de juros da economia (a Selic) na reunião que começa hoje e termina amanhã. Depois de três cortes consecutivos de 0,75 ponto percentual, o mercado financeiro acredita que chegou o momento de um recuo menor, de 0,5 ponto, conforme indicou pesquisa semanal do Banco Central (BC), feita com economistas de instituições financeiras (leia reportagem a respeito da pesquisa Focus abaixo, nesta página). Se a expectativa se confirm a r, a t a x a p a s s a r i a p a r a 15,25% ao ano, a menor desde fevereiro de 2001. Apesar disso, o juro real (descontada a inflação) continuará o maior do mundo, em 10,5%, segundo cálculos da GRC Visão. De acordo com o economista da corretora López Leon, Flávio Serrano, se fossem consi-

Segundo o presidente do Banco Central, volume de recursos no exterior chegou a US$ 71,6 bi em 2005

derados os fundamentos econômicos domésticos, haveria espaço para cortes maiores. Mas a recente turbulência do mercado externo, provocada pelas incertezas quanto ao rumo dos juros americanos, pode contribuir para uma decisão mais cautelosa do Copom. A expectativa, disse Serrano, é de duas novas elevações da taxa americana, o que geraria nervosismo nos mercados mundiais. Isso tende a elevar a cotação do dólar e, conseqüentemente, a pressionar os índices de inflação. De qualquer forma, os analistas consideram, por enquanto, o cenário para o custo de vida no Brasil muito favorável à estabilidade. Em média, os especialistas do mercado financeiro apostam em um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,32% para este ano, taxa inferior à meta de 4,50% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

O IPCA é o índice que serve de referência para o sistema de metas do governo. Cautela — Outro analista avaliou, porém, que o aumento das incertezas no cenário internacional pode levar o Copom a cortar os juros básicos em apenas 0,25 ponto percentual. "É a hipótese menos provável, mas não a descarto totalmente", observou. O gerente do banco Prosper, Carlos Cintra, aposta em um corte de 0,5 ponto, como Serrano. Para ele, a ata do Copom de abril já indicava uma redução menor da Selic neste mês. Isso porque ainda não se sabe qual o impacto dos últimos cortes na economia do País, argumentou. "Além disso, há a turbulência externa." Cintra, no entanto, disse não acreditar que a alta do dólar vá ter impacto sobre a inflação neste ano. "As projeções mostram que a inflação vai ficar 0,2 ponto abaixo da meta." (AE)

Mercado projeta alta de 3,59% do PIB e inflação abaixo da meta

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esquisa semanal que o Banco Central (BC) faz no mercado financeiro, divulgada ontem, mostrou que a avaliação predominante entre os bancos é que o Produto Interno Bruto (PIB) terá expansão de 3,59% neste ano. Embora tenha mostrado um discreto aumento em relação à semana anterior (3,58%), a estimativa ainda está abaixo da previsão oficial do BC, que aposta em uma alta de 4%. Para a economista-chefe da Mellon Global Investments Brasil, Solange Srour, o ritmo da atividade econômica não será fonte de risco para a inflação de 2006. "Não vemos nenhuma pressão pelo lado da demanda", comentou. De acordo com ela, no primeiro trimestre, a expansão do PIB deverá ficar em 1,5%. "Será o

melhor trimestre do ano em termos de atividade econômica", disse Solange. O resultado oficial será divulgado amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sem enxergar pressões do lado da demanda, o mercado, segundo a pesquisa, chegou às vésperas da reunião de hoje e amanhã do Comitê de Política Monetária (Copom) apostando em um corte de 0,5 ponto percentual do juro básico (Selic). A taxa, com isso, passaria para 15,25% ao ano, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2001. "O cenário para a inflação continua bastante benigno", afirmou a economista. Inflação — Para o mercado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano ficará em 4,32%, percentual inferior à meta de 4,5% fi-

xada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O impacto da recente tendência de desvalorização do real sobre os preços, de acordo com a economista da Mellon, só deverá preocupar se for mantida por um prazo mais longo. "Não sabemos ainda se é um ajuste temporário ou não", comentou. Mesmo assim, ela avaliou que o dólar só colocará em risco o cumprimento da meta de 2007 se passar da marca dos R$ 2,30. "É possível suportar uma taxa entre R$ 2,25 e R$ 2,30", disse. Mas ela afirmou que o aumento das incertezas no cenário internacional pode levar o Copom a cortar os juros em apenas 0,25 ponto percentual. "É a hipótese menos provável. Mas não a descarto de todo", acrescentou Solange. (AE)

Meirelles: investimentos do Brasil no exterior crescem 44%

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estoque de investimentos brasileiros no exterior cresceu 44% entre 2001 e setembro de 2005, passando de US$ 50 bilhões para US$ 71,6 bilhões. Os dados foram apresentados pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, que participou ontem do seminário Novas Multinacionais Brasileiras, promovido pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Meirelles disse que a quantidade de multinacionais brasileiras tem crescido, mas reconheceu que o total "certamente, não é um número muito grande". Para ele, os investimentos brasileiros no exterior são consistentes, e o fato de o País exportar capital não gera vulnerabilidade para a economia. "Do ponto de vista macroeconômico, o Brasil está preparado para esses tipos de investimento", avaliou. O presidente do BC disse não concordar que um dos principais motivos da ida das companhias brasileiras para o exterior seja o baixo crescimento econômico do País nos últimos anos. Entre 2004 e 2006, o País deve crescer, em média, 3,7% ao ano, afirmou. Para ele, as empresas brasileiras estão se globalizando

para buscar vantagens competitivas e contornar problemas de barreiras tarifárias. Depois de definir esse movimento como saudável, Meirelles disse que a globalização "gera para o País vantagens como a remessa, por parte dessas empresas, de dividendos e royalties para a economia nacional, ajudando a equilibrar, no longo prazo, mais uma vez, a balança de pagamentos do Brasil". Ratings melhores — O presidente do BC lembrou também que empresas brasileiras estão conseguindo classificações de crédito até melhores do que a do próprio País e isso tem um "significado importante". Trata-se, segundo ele, de um sinal de que "as agências de rating começam a dizer que a economia brasileira já está atingindo nível em que o risco de um problema fiscal do setor público contaminar o setor privado passa a ser muito baixo". Em palestra, Meirelles apresentou dados positivos da economia, como a evolução das exportações nos últimos 12 meses. Para ele, a queda do saldo comercial registrada na semana passada é "atípica". Depois de lembrar a melhora da renda média do trabalhador e da geração de empregos, Meirelles disse que a maior

parte dos avanços econômicos obtidos pelo País decorre da estabilização da economia. "É importante que a sociedade brasileira tenha essa consciência muito clara, para que possa dar a orientação a longo prazo aos seus representantes", afirmou o presidente do BC. Ao fim do seminário, em entrevista, Meirelles voltou a afirmar que existe "uma certa perspectiva de arrefecimento" na economia mundial, refletida no mercado financeiro. "Pode acontecer numa dimensão muito pequena ou pode nem acontecer", ponderou. Pacote cambial — O presidente do Banco Central disse que o País tem de adequar sua legislação cambial aos avanços da economia, citando a trajetória positiva dos saldos de conta corrente e comercial. Ele afirmou que o processo de modificação em normas cambiais tem de ser "bem feito" e exige mudanças legislativas, citando que a maior parte do que cabia ao Conselho Monetário Nacional (CMN) já foi feito. Henrique Meirelles não fixou prazo para a elaboração das medidas. Questionado a respeito da tendência do câmbio, afirmou que "o BC normalmente não faz previsões, nem para câmbio nem para juros". (AE)

Bovespa quer abrir seu capital O

presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), Raymundo Magliano Filho, disse ontem que o processo de abertura de capital da bolsa e da Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) deve levar 18 meses.

Atualmente, a Bovespa é "mutualizada". Trata-se de uma sociedade civil em que os participantes — as corretoras de valores — têm títulos patrimoniais que dão o direito de negociar na bolsa. Para abrir o capital, a Bovespa terá que se

transformar em uma Sociedade por Ações (S.A.). "Isso vai baratear e facilitar o acesso de corretores ao mercado. Queremos aumentar nossa abrangência, em especial fora do eixo Rio-São Paulo", afirmou Magliano. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

7

94,75

por cento foi a alta das ações da Varig no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

29/6/2006

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 25/05/2006 25/05/2006 25/05/2006 25/05/2006 25/05/2006

P.L. do Fundo 5.253.477,75 1.270.409,37 5.534.190,55 2.529.110,10 979.977,20

Valor da Cota Subordinada 1.078,973535 1.020,977568 1.064,954242 1.029,974269 995,777680

% rent.-mês 2,7030 1,6351 2,9062 1,5731 2,5758

% ano 10,4407 2,0978 6,4954 2,9974 -0,4222

Valor da Cota Sênior 0 1.035,561712 1.043,849282 0 0

% rent. - mês 1,0556 1,1502 -

% ano 3,5562 4,3849 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

COMÉRCIO


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Empresas Finanças Agronegócio Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

AS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO CRESCERAM 8,2%

Está proibida a entrada de uvas chilenas no País para impedir que um ácaro ataque as videiras nacionais.

APESAR DAS EXPORTAÇÕES, CNA AFIRMA QUE O SETOR ESTÁ EM CRISE E PODE PERDER R$ 33 BI ATÉ O FIM DO ANO

PIB DO AGRONEGÓCIO PODE CAIR 1,28% Marco Antônio Teixeira/O Globo

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Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio pode cair 1,28% em 2006, segundo cálculos da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Se for confirmada essa projeção, será o segundo ano consecutivo de redução nesse indicador, o que implicará uma perda de R$ 33,12 bilhões no período. Segundo o assessor técnico da CNA, Getúlio Pernambuco, a queda no PIB do agronegócio reflete a combinação entre custos em alta e preços de venda mais baixos em virtude do câmbio. Pernambuco explicou que a valorização do real frente ao dólar não tem sido suficiente para conter o aumento nos custos dos principais itens da atividade agropecuária, como fertilizantes, frete, diesel e fungicidas, que têm registrado aumentos em dólar. Além disso, a diferença entre o valor do câmbio no plantio e o registrado na época da colheita também impactou de forma "perniciosa" a agricultura. Ao revelar os dados da balança comercial do setor no primeiro quadrimestre do ano, o assessor técnico disse ser necessário olhar com atenção o PIB que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, provavelmente haverá

um aumento do índice no período divulgado pelo instituto. Mas, para Pernambuco, a informação a ser divulgada está "errada" porque o IBGE só considera a quantidade produzida sem levar em conta os preços do mercado. Produção – A CNA projeta para este ano uma queda de 2,2% no valor bruto da produção agropecuária (VBP), que

11,24 bilhões de dólares é o saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro no primeiro quadrimestre de 2006 calcula a receita bruta dos 25 principais produtos do setor. Se confirmada essa queda, o VBP sairá de R$ 175,1 bilhões em 2005 para R$ 171,3 bilhões no final deste ano. Será a terceira queda consecutiva. A projeção da CNA, entretanto, não considera os possíveis efeitos do pacote agrícola lançado pelo governo na semana passada.

Balança – A balança comercial do agronegócio registrou no primeiro quadrimestre de 2006 superávit de US$ 11,24 bilhões, crescimento de 5,9% em relação ao mesmo período de 2005. As exportações cresceram 8,2%, atingindo US$ 13,24 bilhões. Já as importações cresceram 22,8% de janeiro a abril, atingindo US$ 1,99 bilhão. Apesar do aumento nas vendas externas, o diretor do Departamento de Comércio Exterior da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Beraldo, apontou que o ritmo de crescimento está mais fraco, fruto do problema cambial. O complexo soja continua liderando as exportações, somando US$ 2,57 bilhões de janeiro a abril, com aumento de 9,7%. O crescimento mais expressivo nas vendas, no entanto, ocorreu no setor de açúcar e álcool, com expansão de 20,1%, totalizando US$ 1,4 bilhão no primeiro quadrimestre. Segundo Beraldo, as exportações totais do agronegócio em 2006 deverão somar US$ 45 bilhões, resultado praticamente estável em relação a 2005. No lado das importações, ele projeta um total de US$ 6 bilhões, ante US$ 5,2 bilhões em 2005. "Isso vai provocar uma queda no saldo da balança comercial e no peso do agronegócio no PIB nacional", disse. (AE)

Faep pede bloqueio de portos

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Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) vai propor em reunião da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) amanhã, em Brasília, que os agricultores fechem os principais portos exportadores de grãos – Paranaguá, Santos, São Francisco do Sul e Rio Grande – como forma de reivindicar mudanças no plano de safra 2006/2007 anunciado pelo governo federal na semana passada. Mas essa medida só deve ser tomada se houver adesão nacional. A Faep também vai propor aos membros da CNA a redução em 30% da produção

nacional de grãos. O bloqueio de rodovias seria encerrado. As decisões foram tomadas por representantes de 101 sindicatos rurais do estado, reunidos ontem em Curitiba. O presidente da Faep, Agide Meneguetti, considerou que o plano anunciado pelo governo "talvez seja um dos melhores, se não o melhor que tivemos nos últimos anos". No entanto, ele afirmou que "as medidas de alongamento das dívidas não são suficientes". Com um prazo considerado curto e sem previsão de renda, em função da desvalorização do dólar, ele entende que a capacidade de pagamento fica comprometi-

da. "Não temos condições de arrumar nossas finanças para alcançar o excelente plano de safras que o governo anunciou", disse Meneguetti. As principais reivindicações do setor para o governo federal são o aumento de prazo para pagamento das dívidas e alterações na política cambial. Estudo – Um estudo realizado pela Faep, tendo como ponto de partida a safra de inverno de 2004, quando a expectativa de receita era de 100%, mostra que na atual safra de inverno os produtores devem acumular prejuízo de 187%. Na safra de inverno de 2005, o prejuízo foi de 84%. (AE)

A vinhaça, um subproduto da cana, é usada para adubar o solo, pois é muito rica em potássio

Pesquisadores transformam vinhaça em pó para fertilizar solo

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embrada por suas qualidades na fertilização do solo, mas também por seu alto grau de toxicidade quando aplicada de maneira errada, a vinhaça – subproduto líquido da fermentação do álcool ou do açúcar – tem passado por testes que tentam lhe dar características economicamente mais viáveis. Estudos têm sido realizados na direção da concentração do subproduto, para que ele ganhe as propriedades de um pó. Hoje, muitos usineiros, os usuários diretos da vinhaça, dependem de caminhões para levar o fertilizante aos locais de sua aplicação, uma logística que encarece o uso do produto. Nos processos empregados atualmente pelas usinas de cana-de-açúcar consegue-se a relação de 13 litros de vinhaça para cada litro de álcool. A proporção evidencia o tamanho da necessidade de estrutura de estoque e transporte para todo esse fertilizante líquido. Porém, essa relação, segundo o pesquisador Sérgio Antônio Veronez de Sousa, do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), pode ser reduzida em

até nove vezes com a concentração do material. Em estado sólido, o transporte da vinhaça é mais prático e permite que o produto seja dissolvido em água próximo ao ponto de fertilização. "É para esse sentido que caminham as mais avançadas pesquisas sobre a vinhaça", diz Sousa. O subproduto é fabricado e usado por usinas para enriquecer o solo onde a cana é plantada, devido à grande quantidade de potássio encontrada em seu extrato. A cada saco de potássio de 50 quilos que o usineiro substitui com a utilização da vinhaça, consegue uma economia de R$ 60, ganho que se reduz com o trabalho logístico de levar o subproduto às lavouras, mas que ainda assim compensa. Perigo – O principal problema hoje relacionado ao material é a adequação de seus usuários ao que determina a normatização de sua aplicação nos diferentes tipos de solos. Quando usada sem controle por um longo período, a vinhaça libera quantidades perigosas de nitratos – altamente cancerígenos – no solo, que po-

dem atingir lençóis freáticos e causar contaminação. "A vinhaça não causa diretamente problema algum ao ser humano, mas, se não houver controle, ela acarreta conseqüências negativas", comenta o engenheiro agrônomo Fábio Garcia, do Instituto Agronômico (IAC). O engenheiro cita outro problema. "O material não pode vazar para rios, porque, por suas propriedades, retiram o oxigênio da água, o que mata a fauna local", lembra. Em São Paulo, a norma técnica mais recente a tratar do tema, redigida em março de 2005 pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente, diz que, durante o armazenamento, transporte e aplicação, a vinhaça deve ficar afastada, no mínimo, 15 metros de rodovias e ferrovias ou estar a mil metros dos núcleos populacionais. A norma traz também a metodologia usada para determinar a quantidade de vinhaça que pode ser aplicada a cada hectare de solo. A quantidade varia de acordo com o tipo de solo. Renato Carbonari Ibelli

UE resiste a novos cortes de tarifa Suspensa a compra de frutas chilenas

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Áustria, que atualmente preside a União Européia (UE), alertou o comissário de comércio do bloco para que não faça uma nova oferta de redução de tarifas de importação como parte de um acordo mais amplo da Organização Mundial do Comércio (OMC). O ministro da Agricultura da Áustria, Josef Proell, afirmou que a Europa já fez suas propostas para a Rodada de Doha e que não deveria fazer outras, apesar das preocupações com o prazo da rodada e o risco de atrasos.

O comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, declarou neste mês que o bloco poderia aumentar sua oferta agrícola, desde que outros membros da OMC também fizessem concessões. "Os ministros da Agricultura acreditam que a Europa não deve apresentar nova oferta, mas sim que nossos parceiros deveriam fazê-la. Apresentamos nossa oferta e não iremos mudá-la", disse Proell. O porta-voz de Peter Mandelson, Peter Power, disse no dia 19 de maio que a UE poderia chegar mais perto da

demanda de países em desenvolvimento, que exigem um corte de 54% nas tarifas de importação, se outros membros da OMC também fizessem concessões. Atualmente, o bloco trabalha com a proposta de corte de 39% nas tarifas. Para o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, o sucesso da rodada depende de a UE dar maior acesso ao mercado agrícola, assim como de os EUA reduzirem os subsídios e de os países em desenvolvimento, como o Brasil, cortarem tarifas na área industrial. (Reuters)

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Brasil suspendeu a importação de vários tipos de frutas do Chile, incluindo uva fresca, devido à identificação do ácaro Brevipalpus chilensis em cargas que vieram do Chile recentemente, de acordo com informações do Ministério da Agricultura. "Este ácaro é considerado uma praga quarentenária ausente no Brasil e, caso se estabelecesse nos pomares nacionais, poderia ocasionar perdas de até 30% na produção de videiras", afirmou o ministério em comunicado. Além da uva, foram suspensas também as importações de kiwi, anona, damasco, mas-

truço, frutas cítricas, caqui, figo, maçã, maracujá amarelo, ge ra ni um, plumcot, sweet almond, nectarina, pêra, groselha e framboesa, todas por serem potenciais hospedeiras da praga, informou o governo. "As infestações por B. chilensis em videiras podem causar a morte dos brotos pela desidratação dos tecidos", disse a nota divulgada, acrescentando que o mosto proveniente das plantas atacadas apresenta menor graduação alcoólica. Vinhos – As variedades de uva mais susceptíveis à praga são as européias Cot Rouge, Semillón (Sauvignon e Cabernet),

utilizadas para a produção de vinhos vermelhos, informou o comunicado. "A proibição de importação tem como base o Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Científica e Tecnológica entre os governos do Brasil e do Chile em matéria de sanidade agropecuária", informa a nota. "Tal acordo prevê a possibilidade da suspensão de importação de produtos que possam apresentar ameaça ao nível de proteção fitossanitária fixado pelos países, até que seja verificado se os vegetais e seus produtos de exportação encontram-se sujeitos a rigorosos acompanhamentos fitossanitários em atendimento às exigências de importação da outra parte", ressaltou o governo. Carne – O Brasil também enfrenta no momento uma proibição ampla do Chile para exportações de carne bovina de qualquer região brasileira. A ação foi tomada após os casos de febre aftosa no País no ano passado e ainda não houve sinais de relaxamento da proibição, diferentemente de outros países que liberaram carne de estados distantes dos focos. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes já protestou contra a manutenção da proibição chilena. (Reuters)


Ano 81 - Nº 22.137

São Paulo, terça-feira 30 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h45

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Justiça tarda e dá prejuízo de US$ 10 bi/ano Cada ministro do STF ou STJ recebeu cerca de 8 mil ações para julgar em 2005 – ou 1 julgamento por hora, o ano inteiro. O acúmulo de processos dá um prejuízo de US$ 10 bilhões por ano à economia. Eco/1 Marcelo Min/AFG

Os negócios de Mr. Taylor, o poodle gigante Em famoso Pet Center da cidade,Taylor é todo glamour, de óculos, roupa da moda e lacinho. Ele é um dos 27 milhões de animais de estimação que alegram residências de SP e movem fantástico mercado. Veja no suplemento especial.

PSDB e PFL preparam contra-ataque Lideranças querem tirar campanha de Geraldo Alckmin do amadorismo e montam estratégias para os programas de TV. Caberá ao PFL as críticas mais duras ao presidente Lula. Política 6 Fernando Maia/Ag. O Globo

Paulo Pinto/AE

Fecha o tempo na Seleção

Os portáteis agora cabem no bolso Isen

Durante coletivo em Weggis, Suíça, Edmílson acertou Adriano no rosto e na cabeça. Logo depois, o jogador da Inter de Milão resolveu retribuir a entrada e levou Edmílson ao chão (foto). Mais imagens da Copa em Logo.

tos de Cofins e PIS , e com o dólar mais baixo, os notebooks são best-sellers. In

formática

Divulgação

AMANHÃ Parcialmente nublado Máxima 28º C. Mínima 14º C.

A má filha à prisão domiciliar torna Saiu da cadeia em Rio Claro e chegou à casa de seu advogado em SP (foto) ouvindo os gritos de "assassina!" Suzane Richthofen, ré confessa da morte dos pais, fica em prisão domiciliar até o dia 5 de junho, quando será julgada. Página 7

DC

HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 14º C.

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

Ivandel foi assassinado a coronhadas, diz seqüestrador

C

om a prisão de Miguel José dos Santos Júnior, o Juninho, a polícia espera esclarecer o seqüestro do jornalista Ivandel Godinho Júnior, em 22 de outubro de 2003. Juninho disse que, já no terceiro dia de cativeiro, Ivandel foi morto a coronhadas por um comparsa, mas a quadrilha prosseguiu com a extorsão. Juninho foi preso ontem em Itanhaém, na Baixada Santista, sem resistência. Além de confirmar grande parte do que havia sido contado por Fabiano Pavan Prado, Wilson Moraes Silva e pelo menor G.M.S., presos em janeiro de 2005, envolvidos no seqüestro, Juninho apontou novos caminhos e deu detalhes sobre o seqüestro e a morte do jornalista. Até as 20h de ontem, equipes de busca tentavam achar a ossada. Outros dois envolvidos no seqüestro continuam foragidos. Wellington Ricardo da Silva, de 26 anos, o Neneco, e Sidnei Correa, de 22, o Sidnelson, comandavam a quadrilha ao lado de Juninho. Este confessou à polícia participação em mais seis seqüestros. Op er açã o - Segundo o depoimento de Juninho, Ivandel foi seqüestrado por três homens, em duas motocicletas, quando deixava a In Press, empresa que dirigia na avenida Brigadeiro Faria Lima, em um táxi. Ele foi levado em uma das motos. Juninho havia trabalhado como motoboy na empresa e indicou a vítima. Segundo Juninho, já no cativeiro, no Jardim Ângela, zona sul, Ivandel não passou do terceiro dia. "Ele precisava de remédios. No terceiro dia teve uma crise nervosa, gritou e brigou com Turu (Wilson Moraes Silva), o único que estava lá no cativeiro", contou o delegado Wagner Giudice, da Divisão Anti-Seqüestro do Deic. Juninho contou que Turu matou Ivandel com coronhadas de revólver e que ficou irritado com o assassinato, pois a extorsão ficaria mais difícil. No início, os bandidos exigiam R$ 5 milhões. Meses depois, receberam US$ 50 mil. (AE)

Cidades JÁ EM CASA, SUZANE VAI

Vizinhos de Suzane jogaram papel higiênico molhado na viatura que a levou para casa.

AGUARDAR JULGAMENTO Ré confessa da morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002, a jovem de 22 anos deve ser julgada por duplo homicídio triplamente qualificado, assim como os irmãos Daniel Cravinhos, namorado de Suzane à época, e Christian. Ontem, Suzane foi insultada ao deixar a prisão e ao chegar em casa. Paulo Pinto/AE

A

os gritos de "assassina" e "você vai morrer", Suzane von Richthofen, de 22 anos, deixou no fim da tarde de ontem o Centro de Ressocialização de Rio Claro (SP). Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ela vai aguardar em prisão domiciliar preventiva o julgamento marcado para dia 5, no Fórum Criminal da Barra Funda. Deve permanecer na casa de seu protetor, o advogado Denivaldo Barni, na Vila Sônia, zona sul, onde chegou às 19h30. Ré confessa da morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em outubro de 2002, a jovem de 22 anos deve ser julgada por duplo homicídio triplamente qualificado, assim como os irmãos Daniel Cravinhos, namorado de Suzane na época, e Christian. Insultos – Ao chegar à casa da família Barni, Suzane voltou a ser insultada por vizinhos, que jogaram papel higiênico molhado no carro da polícia. O veículo entrou pela porta dos fundos da garagem do prédio, mas uma multidão de fotógrafos, cinegrafistas e populares cercou o carro. Escoltada por três policiais, Suzane teve de passar pelo tumulto e entrar correndo no prédio. Após quase um ano de liberdade, ela foi presa em 10 de abril. A Justiça acatou pedido do promotor Roberto Tardelli mencionando reportagens sobre a aspiração de Suzane em cuidar do patrimônio da família, e do Fantástico, da Rede Globo, na qual advogados orientavam a jovem a chorar e a se mostrar desesperada. Julgamento – A chance de Suzane ser julgada dia 5, no mesmo júri que os irmãos Cravinhos, no entanto, é mínima. Mesmo assim, ela terá de comparecer ao Fórum Criminal da Barra Funda, às 13h, e se sentar

Acompanhada de seu protetor Denivaldo Barni, Suzane chega em casa, onde aguardará seu julgamento

no banco dos réus. O julgamento deve ser separado porque Suzane e os irmãos Cravinhos adotam teses de defesa diferentes. Os irmãos dizem que ela foi mentora do assassinato dos pais, enquanto a jovem alega ter sido manipulada pelos dois. Daniel e Christian devem ser julgados an-

tes, por estarem presos há mais tempo que Suzane. O julgamento deve durar entre dois e três dias. Nem defesa nem acusação querem que sejam lidas muitas peças do processo. Mesmo assim, essa fase deve durar cinco horas. Estão arroladas 20 testemunhas: 5 de cada réu e 5 da acusação.

Cravinhos devem recorrer

O

s advogados Geraldo e Gislaine Jabur, que defendem os irmãos Daniel e Christian Cravinhos, vão hoje a Brasília pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a extensão a seus clientes da prisão domiciliar preventiva concedida a Suzane von Richthofen. A medida é considerada excepcional por especialistas e destina-se a presos que não representam perigo à sociedade nem atrapalham a produção de provas. É

normalmente adotada em casos de doentes que não podem ser tratados na prisão e veta atividades externas – qualquer saída exige autorização judicial. Segundo o professor de Direito Constitucional Rui Celso Reali Fragoso, a prisão domiciliar preventiva faz parte de uma lei de 1945 e ainda é objeto de discussões: como o Código de Processo Penal não a abordou, ficou o debate se continua ou não eficaz. (AE)

Sérgio Barzaghi/Parceiro/AOG

Juninho foi preso em Itanhaém

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METRÔ FUNCIONARÁ NORMALMENTE

O

s metroviários de São Paulo aceitaram a proposta de reajuste da Companhia do Metropolitano (Metrô) e desistiram de levar adiante a greve que estava marcada para hoje. Os trabalhadores aceitaram a proposta que prevê aumento salarial de 4,63%. Inicialmente, eles reivindicavam 9,9% enquanto o Metrô oferecia um aumento de 2,57%.

Na tarde de ontem, após uma audiência que terminou sem acordo, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) manteve uma liminar que determina a manutenção de 100% da frota nos horários de pico -- entre 6h e 9h e entre 16h e 19h-e de 80% nos demais horários, mesmo em caso de greve. Mas, à noite, os metroviários decidiram acatar o índice oferecido. (Agências)

Privilégio – O promotor Tardelli disse que a concessão de prisão domiciliar a Suzane é "uma situação absurda de privilégio". Para ele, o episódio mostra "que a lei não é igual para todos, que a vida não é igual para todos e que uns são mais iguais do que os outros". A possibilidade de que Suzane fique pouco tempo presa também é grande. Em tese, caso seja condenada a 25 anos de prisão, por exemplo, poderá reivindicar progressão de pena, após cumprir um sexto da sentença. Ou seja, poderia passar do regime fechado ao semiaberto após pouco mais de quatro anos. Nesse cálculo, são considerados os mais de dois anos que Suzane já ficou presa. O advogado criminalista Roberto Podval lembra, no entanto, que a progressão de regime não é automática. Ao contrário, depende do tempo de pena definido, do comportamento de Suzane na prisão e de critérios do juiz. (AE)

Policiais foram mortos com 7 tiros

N

ove corpos de policiais e 62 tiros. O Primeiro Comando da Capital (PCC) acertou, em média, 7 tiros em cada policial morto durante os conflitos, há duas semanas. É isso que mostra a investigação preliminar dos corpos levados ao IMLCentral. Com a reação da polícia nos dias seguintes, o IML Central recebeu corpos de 28 suspeitos. Neles havia uma média de 3 tiros, muitos disparados pelas costas ou de cima para baixo, situações que indicam possíveis execuções. Entre os suspeitos, há quem tenha morrido com oito tiros. Os exames dos corpos dos policiais revelam que nenhum deles foi atingido por menos de 3 tiros – o recorde foram 18 no policial civil Ailton Carlos Santana, de 28 anos, no dia 13. Esse primeiro balanço sobre as mortes é baseado no exame dos 132 laudos sobre pessoas mortas a tiros entre 13 e 20 de maio, no auge da guerra entre a polícia e o PCC. Os documentos foram entregues pelo governo paulista, na semana passada, ao Conselho Regional de Medicina, à Defensoria Pública e ao Ministério Público Federal. O material inclui 37 casos de morte diretamente ligados aos ataques do PCC. Outros 10 casos são de vítimas de execuções nas quais se suspeita da participação de policiais. Havia ainda no material 85 casos de homicídios e suicídios que não tinham nenhuma relação com os atentados. Marcola - Vetado na Câmara novamente, o depoimento do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, à CPI do Tráfico de Armas, deve ser transferido. Estava marcado para o Fórum de Barra Funda, mas a Secretaria de Segurança Pública tenta, junto aos integrantes da CPI, que o depoimento aconteça na penitenciária de Presidente Bernardes, onde ele está preso. A definição do dia e do local sairá até quinta-feira. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), quer ouvir o preso na próxima semana. (AE)


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Saúde Polícia Transpor te Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

LINHA C DA CPTM LIGA ZONA SUL À ZONA OESTE

DEMOCRÁTICO, TREM DA MARGINAL É SÍNTESE DA CIDADE

Entre Osasco e Jurubatuba, num percurso de 40 minutos, os carros da linha C da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ligam a região oeste à sul da Grande São Paulo. No percurso, democrático, todo tipo de gente (da mais humilde à mais afortunada) e todo tipo de paisagem (dos edifícios modernos da avenida Luís Carlos Berrini aos barracos da favela do Ceagesp). Os contrastes que passam pelas janelas dos vagões são um pouco a imagem da cidade.

Fotos de Newton Santos/Hype

Vanessa Rosal

Q

uatro da manhã. O aposentado João Elói dos Santos, de 62 anos, inicia mais um dia na favela Cumbica, em Guarulhos, onde divide um barraco com a filha e dois netos. Cinco horas depois, do outro lado da cidade, na zona sul de São Paulo, o executivo Arnaldo Alves se prepara para o trabalho. Embora diferentes, suas histórias de vida se cruzam assiduamente dentro de um trem. Numa manhã fria de maio, às margens do rio Pinheiros, o Diário do Comércio pegou carona no vagão dividido pelos dois personagens. Quase todos os dias, João Elói vai de ônibus de Guarulhos até a Barra Funda, pega o trem da linha B da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e, depois, a Linha C. Desce na estação Santo Amaro e segue de metrô para o Capão Redondo, onde mora sua irmã mais velha. "Eu a ajudo com as tarefas de casa", explica o aposentado, que recebe menos de dois salários mínimos por mês. Dentro do confortável trem alemão, ele olha timidamente a paisagem pela janela. E suspira. "Este lugar é lindo. Muito chique", diz, ao avistar os edifícios prateados da avenida Luís Carlos Berrini. Até o destino final, a viagem de João leva cerca de quatro horas. "Pego ônibus, metrô, dois trens, outro metrô da linha lilás e outro ônibus. Mas é bem sossegado". Contrastes – Enquanto isso, às dez da manhã, Arnaldo corre para assumir a direção do setor de relações públicas da empresa onde trabalha. No trem, lê atentamente as principais notícias do dia. "Para fugir do trânsito, deixo meu carro em casa, pego o trem e atualizo a minha leitura. Este aqui é muito bom". De uma ponta a outra, o percurso da linha C da CPTM, que liga Osasco a Jurubatuba, retrata bem os contrastes vividos pela cidade grande. João e Arnaldo são apenas dois exemplos. Em apenas 40 minutos, o trajeto de um trem mostra bem a realidade de todo um País. "Temos belas paisagens passando pela Berrini, Morumbi e Hebraica-Rebouças. Mas a coisa fica feia depois da Cidade Universitária", diz o executivo, com sua revista em punho. Ele se refere à favela ao lado da estação Ceagesp, um cenário de alguma forma familiar para João Elói. "É a minha realidade", diz ele, olhando para os barracos próximos aos trilhos. Mas ele não reclama das dificuldades. "Graças a Deus estou vivo, tenho a minha família e posso andar de trem. O transporte melhorou 100% em relação ao que era", garante. O trem, na verdade, é democrático. Acolhe a todos. É o caso, por exemplo, do vendedor ambulante Manuel Gomes, de 38 anos, que mora de aluguel em uma pequena casa no município de Osasco. Vende cabides que traz de uma cidade do interior do Ceará. "Os produtos vêm de caminhão. É uma longa viagem. Dá para viver bem em São Paulo. Chego a vender dez produtos a R$ 25 cada, por dia. Alguns, vendo dentro do trem mesmo". Casamento – Vindo de outra realidade, o publicitário Anderson Lucena, morador de Carapicuíba, município da zona oeste de São Paulo, utiliza os trens da CPTM desde a adolescência. "Quando era mais jovem, andava de trem com os amigos nos fins de semana. Depois, passei a ir às aulas na faculdade, às multinacionais da zona sul onde sempre trabalhei e, mais recentemente, à pós-graduação na USP", diz.

Pego ônibus, metrô, dois trens, outro metrô da linha lilás e outro ônibus. Mas é bem sossegado. João Elói dos Santos, passageiro

O executivo Arnaldo Alves (foto acima) e sua revista num dos vagões da linha C da CPTM. Na foto à esquerda, o aposentado João Elói dos Santos. Abaixo, o publicitário Anderson Lucena. Os três têm histórias distintas, mas todos compõem o cenário que caracteriza a cidade de São Paulo: contrastes. A linha de trem que corre ao longo da marginal Pinheiros será ampliada em breve.

Na foto menor ao alto, plataforma da estação Santo Amaro. Na foto do meio e acima, obras de expansão da linha C da CPTM, que chegará até o Grajaú. Abaixo a estação Jurubatuba.

O publicitário anda tanto de trem que conheceu a esposa dentro de um deles. "A vi pela primeira vez num vagão desta linha C", relembra. E mesmo tendo comprado um veículo, Lucena continuou adepto do transporte público, usando o carro esporadicamente. "Minhas três filhas andam de trem comigo, para passear", diz. Dentro dos vagões da linha C da CPTM, o publicitário aproveita para ler e ouvir música. Depois de todas as suas andanças pelos trilhos de São Paulo, Lucena já presenciou várias situações, no mínimo, engraçadas. "Antes, quando os trens da linha C tocavam música ambiente, vi uma menina levantar e começar a dançar axé, com o trem em movimento. Ela fez toda a coreografia. Eu estava lendo um livro e não aguentei de tanto rir. Até o momento, acho que passei metade da minha vida dentro destes vagões", finaliza Lucena.

Passageiras da linha C da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos na passarela da estação Hebraica-Rebouças: diversidade marca a ligação ferroviária sul-oeste da cidade

LINHA SERÁ AMPLIADA ATÉ O GRAJAÚ

E

m breve, moradores dos bairros de Interlagos, Socorro, Cidade Dutra, Parelheiros e Grajaú, todos na zona sul da cidade, poderão usufruir da linha C da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Hoje, quinze estações integram a via, que vai de Jurubatuba (no extremo sul) a Osasco (município localizado a oeste da Grande São Paulo). A ampliação do sistema, já em andamento, beneficiará cerca de 45 mil pessoas/dia. Segundo a CPTM, atualmente a linha C atende 110 mil usuários/dia. A modernização da estação Jurubatuba e a construção de três novas estações (Autódromo, Interlagos e Grajaú) representam uma importante ampliação na malha ferroviária da Região Metropolitana de São Paulo. Serão mais 8,5 quilômetros de via dupla sinalizada, elevando para 32,8 quilômetros a linha que corta a zona sul em direção à zona oeste. Com entrega prevista para o início do segundo trimestre, a modernização da estação Jurubatuba recebeu investimentos de R$ 3,8 milhões em obras civis e de R$ 7 milhões em sistemas. O engenheiro de obras Luiz Henrique Bonaparte afirma que o prolongamento de 60 metros da Plataforma 1 da estação Jurubatuba permitirá a circulação de composições com doze carros. "Além disso, o intervalo entre trens será de apenas três minutos. Atualmente, os intervalos são de sete minutos em horário de pico", explica. Salas operacionais e administrativas também estão sendo construídas para o conforto dos funcionários da CPTM. "Teremos também dois novos elevadores para garantir a acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência e o visual da fachada foi preservado, com tijolinhos à vista", diz Bonaparte. Já as obras de extensão da linha C foram iniciadas em novembro de 2005, com orçamento de R$ 245 milhões. Até o final deste ano deve será concluída a via 1S, que ligará as estações Jurubatuba e Autódromo. Ainda não há previsão para as outras estações. "Tivemos problemas com as áreas de propriedade da CPTM. Várias famílias construíram casas no local por onde passa a via. Estamos fazendo um trabalho social para mudar essas pessoas de lugar", diz o engenheiro de obras João Luiz dos Santos, responsável pelo projeto. Segundo ele, os benefícios das obras vão além do transporte ferroviário. "Com certeza, as regiões por onde o trem passar serão valorizadas. Sem falar que os moradores de Interlagos, Socorro, Cidade Dutra, Parelheiros e Grajaú terão possibilidade de acesso direto à linha 4 do metrô, que está sendo finalizada", diz Santos. (VR)


terça-feira, 30 de maio de 2006

Compor tamento Ambiente Distritais Polícia

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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COMISSÃO PEDE AGILIZAÇÃO NA INSTALAÇÃO DE FÓRUM

A Distrital Butantã arrecadou 12 mil assinaturas para a campanha De Olho no Imposto.

Divulgação

DE OLHO NO IMPOSTO

O

superintendente da Distrital Butantã da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), José Sérgio Toledo Cruz, acompanhado do superintendente da Distrital Pinheiros, Ricardo Granja, que é morador da área, compareceram ao Continental Shopping, no Parque Continental, em Osasco, para o encerramento da campanha De Olho no Imposto naquela região da cidade. A campanha contou com o apoio da diretoria do

Na reunião no TJ, José Sérgio Toledo Cruz, Celso Limongi, José Vicente Laino e André Luis Marques

Estiveram presentes José Vicente Laino, presiFÓRUM NO BUTANTÃ dente da 93ª subseção de Pinheiros da OAB; José

O

presidente do Tribunal de Justiça (TJ), desembargador Celso Luiz Limongi, recebeu uma comissão que solicitou agilização no andamento dos processos no Fórum Regional de Pinheiros. Os integrantes pediram também a instalação do Fórum Regional do Butantã, que já tem aprovado o seu quadro de pessoal e imóveis à disposição na região.

Sérgio de Toledo Cruz, presidente da Associação dos Advogados do Butantã e superintendente da Distrital Butantã; André Luis Marques, presidente da Associação dos Advogados de Pinheiros, e representantes das entidades. O presidente do TJ pediu a colaboração junto ao governador para uma suplementação de verbas ao judiciário, podendo assim providenciar, entre outros itens, a instalação do Fórum do Butantã.

GIr

Agendas da Associação e das distritais

Hoje

I Árabe– O vice-presidente da

ACSP Hélio Nicoletti e o diretor de redação do Diário do Comércio, Moisés Rabinovici, recebem o presidente da Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira, Antonio Sarkis Júnior, e o professor titular de Estudos Árabes e Islâmicos da USP, Helmi Nasr, que entregarão um exemplar da primeira edição oficial do novo Alcorão traduzido para o português. Às 15h, rua Boa Vista, 51/11º andar, sala Tadashi Sakurai 2. I Velas – A vice-presidente da ACSP Diva Helena Furlan participa da cerimônia das velas promovida pela Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de São Paulo (BPW-Brasil). Às 18h30, no auditório da BM&F, praça Antonio Prado, 48/3º andar. I São Miguel - A distrital realiza reunião ordinária da diretoria executiva e do conselho diretor. Às 19h. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de bufês e eventos do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 19h.

Quarta I Facesp – Reunião do

conselho diretor da Federação das Associações do Estado de São Paulo (Facesp). Na Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) – SCS Quadra 3, bloco A/Edifício CACB, nº 126,

Brasília (DF). I Centro - A distrital promove Café com Negócios. Às 8h30. I Segurança – O vicepresidente da ACSP Roberto Mateus Ordine participa da 17ª reunião plenária do Fórum Metropolitano de Segurança Pública. Às 9h30, na Federação do Comércio do Estado de São Paulo, rua Dr. Plínio Barreto, 285/3º Andar. I CPU – Reunião da Comissão de Política Urbana (CPU) da ACSP com a presença do secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo. Às 11h, rua Boa Vista, 51/9º a., plenária. I Imposto – O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, e as demais lideranças do movimento "De Olho no Imposto" entregarão ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, 1,5 milhão de assinaturas coletadas desde janeiro deste ano. Às 13h, no salão negro do Senado Federal, Brasília (DF). I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de lojas de móveis e colchões do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 20h.

Quinta I Chamber – O vice-

presidente da ACSP e coordenador da São Paulo Chamber of Commerce, Alfredo

Cotait Neto, recepciona missão comercial do setor de construção civil de Lordz (Polônia). Às 9h, rua Boa Vista, 51/9º andar, plenária. I São Miguel - A distrital realiza reunião do núcleo setorial de profissionais de escolas particulares do Projeto Empreender, coordenada pelo consultor Valdeir Gimenez. Às 9h. I Jabaquara - A distrital participa da missa de um ano de falecimento do professor Everardo. Às 19h na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Santa Rosália. Avenida Mascote, 1.171.

Continental Shopping, representada na ocasião por Romauro Cabral Ribeiro de Almeida, superintendente; Ênio Machado, gerente de marketing; e Paulo Kao Chin Lan, ex-presidente da Associação dos Lojistas. Eles estiveram presentes no encerramento e foram homenageados. O conselheiro Nelson Valejo foi quem estabeleceu a ligação entre o shopping e a Distrital Butantã, que recebeu um espaço para trabalhar nas dependências do

centro de compras, onde se instalou em dia 15 de março. No local foi montado um balcão para arrecadação de assinaturas e também o Feirão de Impostos. A parceria entre o Continental e a Distrital Butantã rendeu mais de 12 mil assinaturas para a campanha De Olho no Imposto. Na ocasião do encerramento, o Continental recebeu mais um troféu da distrital: Ouro em Parceria, dado em agradecimento aos serviços prestado à campanha.


Suplemento Especial - São Paulo, 30 de maio de 2006

ets P Marcelo Min/AFG

O poodle Taylor na Pet Center Marginal: de óculos, roupa da moda e lacinho. Ainda falta pintar as unhas

Quarenta e dois milhões de animais de estimação vivem nas residências brasileiras - são 27 milhões de cachorros, gatos, pássaros, peixes e animais exóticos só no Estado de São Paulo. Conheça, neste suplemento especial, as novidades da coleção outono/inverno, os cuidados a tomar e todo o glamour que envolve este fantástico mercado movido pelo amor aos bichos


6 -.POLÍTICA

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, terça-feira,30 30de demaio maiode de2006 2006

CONSELHO POLÍTICO SE REÚNE HOJE PELA PRIMEIRA VEZ

Estamos preparando tudo. Dia 12 o bloco vai estar pronto para ir à rua. João Carlos Meirelles, coordenador do programa de Alckmin

PSDB E PFL TRAÇAM ESTRATÉGIAS PARA TIRAR A CAMPANHA DE ALCKMIN DO AMADORISMO

A GRANDE OFENSIVA TUCANA

Nem Anthony Garotinho, nem o Senador Pedro Simon. Antecipando-se à convenção nacional do PMDB que escolherá o candidato do partido à sucessão presidencial, o Diretório Regional do PMDB anunciou ontem que vai mesmo é apoiar o candidato do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin. A iniciativa foi anunciada pelo presidente do PMDB pernambucano, Dorany Sampaio e ratificada em nota. Segundo a nota, a decisão foi tomada por unanimidade e lembra que em Pernambuco, "o partido integra uma aliança com o PFL e o PSDB, que elegeu o governo de dois mandat o s d e J a r b a s Va s c o n c e l o s (PMDB), continuado pela gestão de José Mendonça Filho (PFL)".

LU ALCKMIN, MAIS UM OBSTÁCULO NA CAMPANHA? O Conselho Político da campanha presidencial tucana faz sua estréia hoje, em Brasília, com um desafio duplo: além de administrar as disputas locais que dificultam a montagem de palanques fortes para Geraldo Alckmin nos Estados, os conselheiros do PFL e PSDB terão a difícil tarefa de "enquadrar" ninguém menos que a mulher do pré-candidato a presidente. Tucanos do Tocantins acusam Lu Alckmin de tumultuar a política local e fortalecer os adversários do PSDB, que dividem o palanque com o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A razão do queixume do tucanato de Palmas foi a visita que Lu Alckmin e o ex-secretário de Edu-

brincou. "Agora, as farpas foram superadas e estamos prontos para o ataque." Engenheiro de formação, Meirelles preferiu recorrer à física para explicar o momento da campanha tucana. "Temos energia potencial e, em julho (com o início oficial da campanha), ela vai se transformar em energia dinâmica", assegurou. "Estamos preparando tudo. Dia 12 (de junho), o bloco vai estar pronto para ir à rua." Para o líder da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), as diferenças foram

superadas. "Creio que os desentendimentos acabaram por trazer um lado positivo, pois permitiram o ajustamento de questões que estavam dificultando o relacionamento entre setores das duas legendas." Além das mudanças políticas da campanha, o PSDB dará continuidade ao projeto de arrecadar fundos para as campanhas de Alckmin e Serra (que disputará o Palácio dos Bandeirantes). Para ontem foi organizado um jantar, cujo convite custava R$ 3 mil. Conflitos – Apesar das tentativas de amenizar os desentendimentos, os conflitos provocados pela falta de consenso em torno da aliança entre o PFL e o PSDB, continuam aparecendo. O último caso foi entre lideranças tucanas na Bahia. No domingo, o secretário-geral do diretório regional do partido, deputado federal João Almeida foi surpreendido com a notícia de que a sua participação no horário político, que foi ao ar ontem, fora vetada. A censura foi determinada pelo próprio presidente estadual do partido, deputado federal Jutahy Magalhães Júnior, como retaliação ao fato de Almeida ter sido um dos articuladores da visita que Alckmin, fez à Bahia neste mês. O objetivo era sacramentar a aliança PSDB-PFL no Estado. “O deputado defende a aliança do PSDB com o PFL e isso contraria decisão anterior da maioria”, argumentou Jutahy. (Agências)

FIM DO NAMORO ENTRE PPS E PDT A aliança entre o PDT e o PPS para lançar um candidato conjunto à Presidência da República naufragou. Também já está descartada a candidatura presidencial do deputado Roberto Freire (PE) e o PPS deverá declarar apoio ao candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin. Em troca, o PPS deverá receber apoio de pefelistas para a candidatura da deputada Denise Frossard (PPS) ao governo do Rio de Janeiro, e dos tucanos para a candidatura do ex-deputado Rubens Bueno no Paraná. Desde sábado, quando os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PPS, deputado Roberto Freire (PE), conversaram ficou claro que a relação entre os dois partidos não tem futuro. Freire explicou que o partido

não sairá na disputa pela presidência porque a prioridade são as eleições estaduais. A pretendida aliança não deu certo porque prevaleceu a leitura de que o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) não en-

cação Gabriel Chalita fizeram à cidade há exatos dez dias. Os dois participaram do 2º Salão do Livro de Tocantins à revelia do PSDB local, que desaconselhou a visita por avaliar que o compromisso tinha caráter político. A deputada Ana Alencar (PSDB-TO) tentou desmontar a visita, levando o assunto à coordenação da campanha de Alckmin, mas fracassou. Lu Alckmin manteve seu compromisso, sob o argumento de que era editorial, e não política. Os tucanos ponderaram da inconveniência de a mulher de Alckmin prestigiar o evento promovido pelo governador Marcelo Miranda (PMDB), que disputa a reeleição contra o candidato do PSDB e tem em sua vice a petista Solange, mulher do prefeito Raul Filho, também do PT. A avaliação geral foi de que estaria prestigiando o palanque de Lula em Tocantins. Ainda assim, tiveram de amargar a tarde de autógrafos da dupla e o desfile de Lu pelo Centro de Convenções de Palmas, em companhia da primeira-dama do Estado, Dulce Miranda. (AE)

ELEIÇÃO E DEVOÇÃO DEIXAM CEARÁ SEM COMANDO TUCANO

Dida Sampáio/AE

EM PERNAMBUCO, PMDB CONFIRMA APOIO A ALCKMIN.

mento dos líderes dos dois partidos – que pareciam mais adversários do que aliados – ficou para trás. Apagão – Em época de Copa do Mundo, um tucano recorreu ontem ao "apagão" da Seleção Brasileira de 1998, na final com a França, para comparar o que aconteceu na campanha de Alckmin na semana passada. "Há momentos em que o time inteiro fica apático, um esperando pela jogada do outro. Essas coisas fazem parte do jogo e é bom que aconteçam no começo do campeonato, e não na final",

Marcos Fernandes/LUZ

meira reunião do Conselho Político da candidatura, para discutir as alianças estaduais, dar um exemplo de unidade da aliança e reforçar a idéia de que a campanha tem articulação e não é "amadora", como eles próprios tinham admitido na semana passada. Críticas – Na reunião da cúpula do PSDB, os tucanos definiram o tom a ser adotado nos programas de TV – que eles consideram fundamental para virar o jogo a favor de Alckmin – e fixaram que até sexta-feira, segundo informou Guerra, o PSDB defina o local que o comi-

E

de TV dará maior visibilidade a Alckmin, sobretudo na região Nordeste do País, tornando sua figura mais popular. Na reunião, Fernando Henrique, os pré-candidatos Geraldo Alckmin, José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), os senadores Tasso Jereissati (CE), presidente do partido, e Sérgio Guerra (PE), coordenador da campanha presidencial, definiram com Luiz Gonzalez, dono da produtora GW, a estratégia para a televisão. Hoje, os principais líderes de PSDB e PFL, sob a batuta de Alckmin, fazem em Brasília a pri-

ues/A

O

PSDB e o PFL desencadearam ofensiva para impulsionar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República. O alto comando tucano definiu no domingo, numa reunião na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, detalhamentos da estratégia que vai orientar o programa nacional do PSDB e as inserções publicitárias do partido em junho. Ontem, foram ao ar os programas regionais dos tucanos na TV. O partido aposta que a sucessão de programas

Rodrig

Alckmin: o garoto-propaganda nos programas regionais do PSDB para se tornar mais popular em todo o País.

tê central da campanha de Alckmin deverá ocupar. Os estudos prévios indicaram dois endereços em Brasília. A inauguração será no dia 12 de junho, um dia depois da convenção nacional da sigla que vai homologar a candidatura de Alckmin. Pela estratégia, caberá aos pefelistas a tarefa de fazer as mais duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o principal adversário de Alckmin na sucessão de outubro. Os dois partidos terão uma seqüência de programas e inserções de rádio e TV, enquanto Lula não terá mais nenhuma exibição gratuita. Propagandas – O primeiro round será visto no dia 15 de junho, quando o PFL exibirá seu programa de propaganda gratuita. No dia 22, é a vez de o PSDB apresentar seu programa, que poderá abrir espaço para Alckmin, então já candidato formal. No dia 19 o PFL apresentará seus programas estaduais. O PSDB terá inserções em rede nacional nos dias 8, 13, 20, 27 e 29 de junho. E ainda haverá o programa (29 de junho) e as inserções nacionais (entre 15 e 24) do PPS, que, se não forem a favor de Alckmin, certamente serão contra Lula. A maior aposta dos tucanos é que as inserções, em época de Copa, terão uma audiência privilegiada. O episódio da semana passada está completamente superado", garantiu hoje João Carlos Meirelles, coordenador do programa de Alckmin. Segundo ele, o aquele comporta-

Eliana

Epitácio Pessoa/AE/11/01/2006

carna nem oposição a Lula nem uma contestação à política econômica. "Espero que o PDT nos apóie", disse Freire (foto à esq.). "Vamos disputar a eleição com a nossa cara e coragem", respondeu Lupi, reafirmando a candidatura de Buarque (foto acima, à dir.). (AG)

A cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, está há quase uma semana sem gestor. O prefeito Raimundo Macedo (PSDB) viajou com o vice Andrey Salviano (PSDB) e com o presidente da Câmara, José Amélia Júnior (PSDB), para o Vaticano. Eles foram ver o papa Bento XVI para pedir a reabilitação de padre Cícero Romão Batista, o "Padim Ciço", primeiro prefeito da cidade que perdeu seus direitos sacerdotais em 1889. O grupo foi liderado pelo bispo dom Fernando Panico. Até o governador do Estado, Lúcio Alcântara (PSDB), foi junto. O vice-givernador, Maia Júnior (PSDB), e o presidente da Assembléia Legislativa, Marcos Cals (PSDB), que querem ser candidatos nas próximas eleições, estão fora do Estado. Quem responde pelo Executivo cearense é o presidente do Tribunal de Justiça, Francisco da Rocha Victor.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.ESPECIAL

terça-feira, 30 de maio de 2006 Fotos: Anna Carolina Negri/AFG

Marcos Fernandes/LUZ

A vida muito mansa de cães e gatos de casa O cocker spaniel Aramis não é apenas um filho - chega a ser chamado de herdeiro. O mesmo tratamento recebe a poodle Ani Fernandes Soares, assim mesmo, de sobrenome e tudo. Aqui, cães e gatos ou gente da família Adriana com Aramis, sempre de gravata; Vamile com Ani e a tatuagem no pé

Maristela Orlowski

A

ramis adora comer maçã cortada em tirinhas, dormir esparramado na cama e sua coleção de gravatas. Fora isso, seu hobby predileto é passear de carro, sentado no banco da frente e com a cabeça para fora, sentindo o vento em suas ma-

deixas douradas. Mais que um simples bichinho de estimação, o cocker spaniel, de cinco anos e seis meses, é praticamente um membro da família da funcionária pública federal Adriana Barbosa Costa, de 39 anos: "Ele é meu filho-cão". A "mãe" de Aramis revela que ainda não tem filhos, mas está tentando engravidar faz algum tempo: "Já sofri três abortos. Por enquanto, ele é meu

único herdeiro". Há quem diga que não é fácil lidar com a raça cocker. Adriana - que nunca teve outro cão, apenas uma gata siamesa quando tinha nove anos de idade - revela que sofreu um pouco no início: "O Aramis veio para casa com apenas três meses de vida. Nos primeiros dois meses, eu e meu marido s o f re m o s m u i t o p a r a n o s adaptar, até porque ele era terrível. Estragou o sofá, os fios do telefone e da televisão, e conseguiu comer dez CDs meus - pelo menos ele só comia os piratas. Meu marido foi quem teve maior dificuldade para se relacionar com o Aramis. Hoje, o Toninho é capaz de comprar briga pelo cão". As regalias do cocker não são poucas: adora comer beterraba, cenoura, manga e melancia, tem uma coleção de brinquedos - de bolinhas a bichinhos de pelúcia -, e outra de gravatas - a mais nova diz "eu amo meu dono" -, sai para passear, ainda rouba o cobertor de seus "pais" durante à noite e não recebe bronca. "Já passei frio por causa dele", diz Adriana. Avós, tios e sobrinhos também mimam o cãozinho sempre que possível, compram até presente de aniversário. "O

Aramis soube levar minha mãe no bico", comenta Adriana. Sua mãe não gostava de cães, mas agora se derrete toda: "Sempre que vamos visitar minha mãe, ela prepara um prato de arroz com queijo fresco para ele, que, aliás, adora queijo e come um pedaço todas as manhãs. Sem falar que meu irmão, que não tem cachorro, guarda um pacote de biscoito especialmente para o Aramis. Ele é muito mimado". Amor à primeira vista Aramis não é o único cãozinho que irradia felicidade dentro de casa. Ani Fernandes Soares, uma poodle abricot de um ano e cinco meses, começou a fazer parte da vida da estudante de administração de empresas Vamile Faria Fernandes, de 27 anos, na noite de Natal de 2004. Na ocasião, o marido de Vamile a surpreendeu com um presente: "Quando todos gritaram Feliz Natal, ele apareceu na sala com uma touquinha de Papai Noel e uma caixinha. Dentro dela estava a Ani, muito pequenina. Amei-a demais desde o primeiro segundo e até chorei quando a peguei no colo", lembra a estudante, que confessa que não

gostava muito de cães até Ani aparecer: "Hoje sou muito apegada a ela. Quem gosta de mim tem de gostar dela também. Mas é difícil não gostar da Ani, pois ela é boazinha e quietinha". O carinho pelo bichinho é tão grande que Vamile até tatuou a figura de um cãozinho com as características de Ani no seu pé direito: "Quando Ani chegou a casa, logo pensei em fazer tatuagem. Eu e meu marido rabiscamos um poodle e levamos para o tatuador, que foi redesenhando e ressaltando as características de Ani, como o focinho chocolate e os olhos esverdeados. Escolhi fazer no pé porque, quando fico doente, a Ani é minha força para me curar e levantar logo da cama. Acho que meus pés sustentam meu corpo e a Ani, muitas vezes sustenta minha alegria de viver". A ligação entre "mãe" e "filha" não pára por aí. Vamile ressalta que até usa um pingente de menina no brinco para representar a maternidade: "Também mandei fazer duas medalhas de coração com o nome da Ani; ela usa uma, eu uso outra. Não tiro para nada. A maioria das pessoas acha que tenho uma filha de verdade, mas quem não pergunta acaba não sabendo que ela é uma cachorrinha. A Ani é meu bebê e minha companheira até mesmo nas madrugadas em que estou acordada estudando ou sentindo alguma dor". Tanto afeto faz Vamile encher Ani de mimos: a cachorrinha toma banho junto com sua dona, dorme na cama debaixo do edredon, bebe leite quentinho, têm vários brinquedos - o predileto é uma ovelha de pelúcia -, e diversos tipos de vestidos, lacinhos, coleiras e perfumes: "Adoro deixá-la bem cheirosa e limpinha. Eu mesma dou banho nela e cuido do seu topete". A vez dos felinos Os gatos também estão com a bola toda quando o assunto é

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Luciano Ornelas Chefe de Reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto

o coração dos donos. A pedagoga Letania Ibarra Kolecza, de 32 anos, que o diga. Jéssica, Jim Morrison, Lara e Yasser Arafat, seus gatinhos sem raça definida de 7, 4, 3 e 2 anos de vida, respectivamente, são praticamente seus filhos: "Quando penso em filhos, na verdade, penso neles. Minha família somos eu, meu esposo e eles. Quem sabe, no futuro, a gente tenha um bípede. Quando isso acontecer, acredito que eles vão cuidar, pois quando vem uma criança em casa, ficam em volta pajeando". A paixão da pedagoga pelos bichanos é antiga: "Sempre gostei de gatos. Era do tipo que pegava os gatos abandonados no caminho da escola e levava para casa". Conforme Letania, todos os seus gatos foram adquiridos de forma não muito convencional: "A Jéssica foi achada abandonada na rua, ainda bebê. O Jim estava em uma loja de animais, e eu - que nunca entro nesses lugares, pois fico aflita com os bichinhos presos - fiquei com muita pena de vê-lo na jaulinha; logo depois meu esposo me trouxe de presente de aniversário. A Lara foi resgatada de uma clínica na qual foi abandonada cheia de sarna. E o Ara era de uma ninhada de uma fazenda onde todos os outros gatinhos já tinham sido devorados pelos cachorros". Não é porque são gatos que os bichinhos não vão receber mimos como os cães. Letania confessa que tudo o que tem em casa é deles: "Também têm roupas, coleiras, caminhas, afiador de unhas, torre com andares e cavernas para brincar, playground, bichinhos de pelúcia e até um minissofá, que o meu marido trouxe de presente para eles". Os gatinhos são tão amados que até possuem Orkut e Fotolog, exibindo perfis, passatempos, manias e características de personalidade. "Tiro fotos deles todos os dias, pois estão sempre aprontando uma", conclui a pedagoga.

Repórteres Davi Franzon Maristela Orlowski Vanessa Rosal Editor de Arte José Coelho Diagramação Lino Fernandes Ilustração Abê Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122 Impressão: O Estado de S. Paulo


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do candidato nacionalista a presidente do Peru, Ollanta Humala, ontem, garantindo que não se subordinará aos interesses do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se for eleito no segundo turno no próximo domingo.

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MAIO

Mariana Bazo/Reuters

Chegando ao poder, vamos defender os interesses nacionais. Não iremos nos subordinar a nenhum país e a nenhum governo.

terça-feira, 30 de maio de 2006

30 Em 1431, Joana d'Arc, então com 19 anos, foi levada à fogueira, acusada de bruxaria, em Ruão, na França.

I NTERNET E M

C A R T A Z

FILARMÔNICA Orquestra Filarmônica Checa, sob a regência de Gerd Albrechet (foto). Obras de Beethoven e Dvorák. Sala São Paulo. Praça Júlio Prestes, s/nº. Telefone: 3337-5414. R$ 140 a R$ 280. Estudantes até 30 anos, R$ 10 (meia hora antes do concerto).

I NTERNET

Campanha por uma web livre A Anistia Internacional (AI) iniciou uma campanha contra os governos que usam a internet para reprimir dissidentes. China, Vietnã, Irã, Arábia Saudita e Síria e Egito são exemplos de países que não garantem a liberdade de expressão na web. A campanha, batizada como Irrepressible.info, vai divulgar casos de abusos dos direitos na internet. Além disso, a AI também pretende pressionar governos para a libertar pessoas presas por expressar opiniões na web. Empresas de tecnologia que ajudam esses governos a censurar protestos online - como Yahoo!,

Microsoft e Google - também estão na mira a campanha. Internautas que queiram participar da campanha podem assinar uma petição online pelo direito à liberdade política na internet, que será apresentada em novembro de 2006, durante uma conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que irá discutir o futuro da rede. O documento já está próximo de Envio de e-mails às autoridades chinesas pedindo a libertação de um jornalista preso por defender a democracia é outro modo de participar.

'Armário' digital

B RAZIL COM Z

Futuro da música na rede está na questão 'onde guardar', não 'onde comprar'

A

batalha da música digital no futuro pode não ser sobre onde as canções serão compradas, mas onde e como elas serão armazenadas. Um crescente número de empresas está oferecendo na Web uma série de "armários" de conteúdo onde os usuários podem enviar seus arquivos de mídia digital que poderão ser acessado por uma variedade de dispositivos, publicou a revista Billboard. Exemplos incluem o Oboe, do fundador da MP3Tunes, Michael Robertson, e MediaMax, da Streamload. O serviço Oboe oferece capacidade ilimitada

Copa

para armazenagem de músicas por uma taxa fixa de 40 dólares por ano, enquanto o MediaMax armazena 25 gigabytes de música e fotos de graça ou até 1 terabyte por US$ 30 por mês. Apesar de serem inicialmente uma opção de backup de mídia, ambos os serviços oferecem opções de acesso criadas para valorizar a música para os usuários. Por exemplo, arquivos musicais guardadas em qualquer dos serviços podem ser transmitidas remotamente para qualquer computador com acesso à internet. Mas como tudo na indústria da música digital, o conceito de armários digitais não está li-

vre de problemas. Canções criadas com tecnologias de proteção de direito autoral (DRM), como a Fairplay da Apple, não podem ser transmitidas a partir dos serviços de armazenagem de dados. Para driblar isso, outra empresa de armazenamento de mídia online, Navio, se associou com proprietários de conteúdo para criar portais de vendas online. Os clientes que comprarem músicas por esses portais podem fazer downloads de suas compras nos formatos que precisarem. O serviço funciona mais como a venda de direitos sobre um arquivo em vez do arquivo em si. (Reuters)

Adriano e Edmilson se estranharam no treinamento de ontem no Estádio de Weggis, abalando a tranqüilidade da seleção brasileira. Num dos lances do treino, Edmilson entrou duro em Adriano, atingindo com a mão o rosto do atacante. Adriano revidou.

Joerg Koch/AFP

http://irrepressible.info

Seleção no alvo dos inimigos O jornal australiano Sydney Morning Herald divulgou ontem que um dos itens que mais faz sucesso nas lojas de bugigangas, nesta época de Copa do Mundo na Alemanha, é o boneco de vudu com cinco alfinetes e o uniforme da seleção brasileira. O fabricante, que oferece o boneco também em versões de outras seleções, diz que os feitiços do vudu enfraquecem qualquer time. As lojas estão repletas também de bonecos dos outros times, mas a seleção também é vítima do "favoritismo ao contrário". Outros itens que integram a "indústria da Copa da Alemanha" são papéis higiênicos com temas da copa. Até mesmo as sex shops entraram na onda, e também vendem vibradores com nomes de jogadores de futebol e fantasias nas cores das seleções mais cotadas para levar a taça: Brasil e Alemanha.

M EMÓRIA Guillaume Rater/AFP

C IÊNCIA

Comer também faz mal à saúde

Kimimasa Mayama/Reuters

Paulo Whitaker/Reuters

L

Um par de tênis com rosas é colocado no Memorial da Guerra do Vietnã, em Washington. Ontem, 29 de maio, foi a data das homenagens anuais, nos Estados Unidos, aos soldados mortos no conflito.

F AVORITOS

Sandália com abridor

Guia para quem vai à Alemanha

A Reef lançou esses chinelos em homenagem ao surfista e festeiro Mick Fanning. O interessante é que as sandálias vêem com um abridor de garrafas no solado. Custa entre US$ 39,95 e US$ 43,95 no site Dog Funk.

O Procon-SP e a Associação Pro Teste lançaram ontem o Guia do Torcedor na Copa, para os brasileiros que irão para a Alemanha acompanhar o Mundial. O guia, que pode ser acessado no site, informa procedimentos de toda a viagem. As entidades reuniram telefones úteis, de órgãos brasileiros e alemães, e não esqueceram de recomendações para o dia-a-dia - como, por exemplo, dar gorjetas e usar transportes públicos.

www.dogfunk.com

L

G @DGET DU JOUR

PREPARATIVOS – Oliver Kahn, o goleiro da seleção alemã, em outdoor que esconde uma das pontes da principal estrada nas proximidades do aeroporto de Munique. G Ontem, em Bonn, o técnico brasileiro Zico dava instruções a sua seleção, a japonesa, nos treinos para a Copa. G O atacante Ronaldinho Gaúcho leva o número de sua camisa na seleção brasileira não só nas costas, mas também na orelha. G O quarto de Ronaldo no Park Hotel Weggis, na Suíça ficou à frente do de Ronaldinho Gaúcho em um leilão online. Um fã se dispôs a pagar US$ 825,80 por uma noite no dormitório em que o atacante ficou.

M EIO AMBIENTE

Aquecimento venenoso

www.procon.sp.gov.br

U

T ECNOLOGIA

O clássico e o moderno A combinação da clássica madeira com a tecnologia dos computadores é o conceito por trás dessa criação de carpinteiros russos. Do desktop ao mouse, passando pela estrutura do monitor e do

m novo motivo para temer o aquecimento global: hera venenosa em maior quantidade e com mais veneno. A trepadeira nociva cresce mais e com maior velocidade com o aumento dos níveis de gás carbônico na atmosfera, informam cientistas. Além disso, a planta estimulada pelo excesso de CO2 produz mais uruxiol, a substância que gera irritação ao contato com apele, de

teclado, tudo é revestido de madeira. Suécia e Alemanha também têm seus modelos. www.ecogeek.org/content/view/62/1/

acordo com experiências realizadas numa floresta da Universidade Duke, onde os pesquisadores elevaram os níveis de gás carbônico aos esperados para 2050. O gás carbônico é um dos gases do efeito estufa - substâncias químicas que aprisionam o calor na atmosfera, de forma semelhante ao vidro de uma estufa. Comparadas com as heras venenosas cultivadas em condições atmosféricas

normais, as plantas expostas à concentração alta do CO2 cresceram até atingir tamanhos três vezes maiores - e produziram mais da forma do uruxiol que gera alergias. O estudo está publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo o estudo, o aumento da forma nociva do uruxiol tem "implicações importantes para a saúde futura de humanos e florestas". (AE)

Dietas inadequadas são tão ruins para a saúde quanto fumar, indica um estudo da agência de saúde da Holanda. "De todos os fatores da dieta, o consumo insuficiente de peixes, frutas, legumes e verduras é o que provoca mais casos de doenças sérias e de morte na Holanda", diz a agência. "A composição pouco saudável da dieta é responsável, atualmente, pela redução de 1,2 ano na expectativa de vida de uma pessoa holandesa de 40 anos". A má alimentação provoca cerca de 13 mil mortes por ano na Holanda, em decorrência de diabete, doenças cardiovasculares e câncer. M EDICINA

Música, antídoto contra a dor Pesquisa feita nos EUA aponta que ouvir música pode ajudar a reduzir dores crônicas. A pesquisa foi realizada com 60 pacientes que há anos sofriam de dores crônicas e foram divididos em dois grupos. Um ouvia música constantemente e o outro, não. O resultado foi que a redução dos níveis de dor daqueles que ouviam música foi 21% superior do que a dos que não ouviam. O índice dos que sentiam depressão em decorrência da dor crônica também diminuiu 25%. Um estudo anterior já havia descoberto que ouvir música suave durante 45 minutos antes de dormir pode aumentar o sono em até um terço. L OTERIAS Concurso 140 da LOTOFÁCIL

A TÉ LOGO

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Três militantes da Jihad morreram atingidos por um míssil israelense na Faixa de Gaza

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Site de buscas e comparação de preços Buscapé vai se unir ao concorrente Bondfaro

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Washington pressiona Europa e Japão para que apliquem sanções financeiras contra o Irã

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

Q

Luxo e requinte na coleção outono/inverno E não é só o mundo da moda dos pets que inova e cresce a cada ano. A indústria de alimentos também se prepara para exportar mais. E, aqui dentro, esbarra num problema comum: a excessiva carga tributária Fotos: Luludi/LUZ

Designers da moda pet apostam no requinte das coleiras enfeitadas com cristais e muito brilho, pingentes, tiaras, esmalte, bolsa, sapatos e muito mais

mês." Lá, a coleção de inverno é a que faz mais sucesso: "O mercado vem crescendo bastante nos últimos três anos". Alimentação A indústria de alimentos pets está sempre inovando o mix de produtos. Rações com vitaminas e fortificantes, petiscos, chocolates e até chicletes conquistam consumidores internos e externos. De acordo com o analista de mercado ex-

terno da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Companhia (Anfal), Wendel Nogueira, o mercado de alimentos pet cresceu 9,5% em 2005. No entanto, espera-se um crescimento de 8% para este ano. "Existe uma demanda de 3,63 milhões de toneladas de alimentos industrializados para animais de estimação, mas apenas 40% estão sendo atendidos. O principal entrave é a alta carga tributária que en-

carece o produto e dificulta o acesso da população", informa Nogueira. O alimento para bichinhos de estimação é taxado em 49,9%, enquanto que os produtos da cesta básica não passam de 7%. Em 2005, conforme explica Nogueira, o Brasil exportou 39 mil toneladas, apenas 2,5% de s u a p ro d u ç ã o , q u e f o i d e 1.562.000 toneladas. "Apesar de ser o segundo maior produtor e de ter o maior potencial de exportação, nossas vendas ex-

ternas não chegam a 1% do mercado mundial”. Para ele, a Anfal está promovendo, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), um projeto para fomentar as exportações, principalmente de pequenas e médias empresas nacionais de alimentos, acessórios, vacinas e outros produtos voltados para animais de companhia. "O projeto está em execução há um ano. Nesse período, foram realizadas feiras, rodadas

de negócios e estudos de mercado no México, Itália, China, Japão e Alemanha. Ainda neste ano, participaremos de feiras na China, República Tcheca e nos Estados Unidos", conta o analista da Anfal. Com a iniciativa, as exportações cresceram 27,4% em faturamento no ano passado. "Abrimos novos mercados, como a Coréia do Sul, por exemplo, e aumentamos em quase trinta vezes as exportações para a China”. (M.O.)

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uando se fala em moda, acessórios e alimentação, a indústria pet só tem a comemorar. Roupas, sapatinhos, bolsas de transporte, coleiras e guias, brinquedos, alimentos especiais, como fritas, chiclete e até chocolate, já são produzidos especialmente para animais de estimação. Dentre as tendências apontadas pelos designers da moda pet, óculos e bolsas de transporte para animais que combinam com os acessórios do dono estão no auge, assim como coleiras de luxo enfeitadas com cristais e muito brilho, pingentes e tiaras. Com o frio se aproximando, a coleção pet outono/inverno já corre solta por aí, sempre privilegiando roupas confortáveis e tecidos próprios para que os bichinhos de companhia fiquem aquecidos, sem perder o charme. E as vendas devem aumentar nesta estação, que promete ser mais gelada, segundo Keyla Leal, uma das proprietárias da Xodo's, pequena empresa que confecciona roupas e acessórios para pet shops, no mercado desde 1995. Há onze anos, de acordo com Keyla, sua mãe, Clotilde Helena Leal tinha muita dificuldade para encontrar roupinhas para sua cachorrinha poodle Pitucha, hoje com onze anos: "Naquela época, só tinha uma fabricante e sem muita variedade. Daí minha mãe começou a comprar roupas, desmontar e criar novos modelos. O pessoal começou a fazer pedidos e tudo começou aos poucos". Hoje a Xodo's fabrica mais de 50 modelos para cães e gatos, procurando sempre diferenciar em detalhes e cores: "As idéias vêm todas de minha mãe. É ela quem desenha todas as linhas até hoje". Segundo a empresária, a Xodo's conta com 800 clientes em todos os Estados brasileiros, que demandam aproximadamente três mil peças por mês. E os modelitos inspirados em Pitucha já chegaram ao mercado externo. "Exportamos para os Estados Unidos e para a Europa. Só para os Estados Unidos enviamos cerca de mil peças por

ESPECIAL - 3

Uma foto para a posteridade? Trabalho de profissional A fotógrafa Mirna Módolo se especializou em fotos de animais de estimação, a “foto-pet”: "Tem de ter bastante paciência e tempo. Uma sessão pode demandar até duas horas e meia”

M

uitas pessoas adoram fotografar seus bichinhos de estimação e não perdem oportunidade para um clique. Mas existe especialista nisso. A fotógrafa profissional Mirna Módolo iniciou o trabalho fotográfico com animais domésticos há quatro anos e já clicou mais de 200 bichinhos, incluindo seus quatro cães e três gatos. O objetivo é retratar a essência do bichinho para deixar de recordação para seu dono. Apaixonada por animais, Mirna explica que, para realizar um trabalho com bom gosto e sensibilidade, é necessário conhecer o histórico do bicho, suas manias e caracte-

Divulgação

rísticas, seu comportamento e até seu dono: "O que faço é 'foto-pet', que é muito diferente de foto técnica. Procuro passar o que o animal é através da imagem". A fotógrafa confessa que busca estabelecer um vínculo com o animal e para isso faz de tudo - mia, late, faz barulhos esquisitos: "Por isso, gosto de ficar sozinha com o animal". É importante entender a psicologia canina ou felina e estabelecer uma comunicação com eles: "Cada um tem um comportamento diferente. Cães são mais comandáveis, ao contrário dos felinos. Por isso, adoro fotografar gatos, um desafio para mim". Mirna explica que é muito importante respeitar o tempo de cada bichinho: "Tem que ter bastante paciên-

Mirna Módulo

Mirna e um de seus modelos: "Cada um tem um comportamento diferente. Gosto de ficar sozinha com o animal"

cia e tempo. Uma sessão, entre montagem do estúdio e o clique, pode demandar até duas horas e meia”. Geralmente, donos de filhotes e de animais já velhinhos são os que mais procuram pelo serviço: "Eles não querem perder a chance de ter uma recordação bonita. Lembro que fotografei uma gata de 15 anos. Na semana seguinte, ela morreu". Mais de cem fotos são feitas em cada sessão, e cerca de 70 são selecionadas e encaminhadas para o proprietário do bichinho. Para complementar, às vezes, Mirna também faz lembrancinhas, como portaretratos, marcadores de páginas e porta-cartões com a imagem do bichinho. As fotos valorizam o animal: "Não costumo enfeitar o bichi-

nho. O máximo que faço é fazer uma brincadeira com um tecido, por exemplo, para destacar a imagem. Foi o que fiz com uma cachorrinha da raça maltês. Coloquei um tule rosa por baixo dela, o que transmitiu um ar de graça e delicadeza mesma impressão transmitida pela dona durante a entrevista". Em outra ocasião, Mirna descobriu que sua "modelo" tinha uma mochila, que continha xampu, pasta e escova de dentes - um kit completo que a acompanhava em suas idas ao pet shop: "Tive de fotografá-la com aquele adereço. Era a Yasmin-Mochilinha". Mais informações: www.mirnamodolo.com.br (M.O.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.ESPECIAL Denise Adams/AFG

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K eyla e sua modelo Pitucha, inspiração da loja faz onze anos. E, agora, a Copa do Mundo também serve de inspiração para quem cria roupas e acessórios para os animais de estimação. Da ponta do focinho até a ponta da cauda, tudo fica verde-amarelo: são macacões, vestidos, capasde-chuva, gravatas, bonés, coleiras, pingentes e até esmaltes ao estilo Seleção Canarinho

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Fotos: Denise Adams/AFG

Clientes pedem xampus acompanhados de deo-colônias; uma empresa se esmera para sair da mesmice e criar produtos diferenciados e mais naturais para animais de estimação

O mercado investe pesado em higiene e beleza dos animais

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Corretivos para as áreas dos olhos, mechas coloridas, xampus para todos os tipos de pêlos e aromaterápicos, tonalizantes, deo-colônias, fluido desembaraçador. Este mercado exige novidades, cada vez mais

ingir as madeixas, alisar, hidratar, lavar, secar, fazer as unhas. Há tempos essas tarefas deixaram de ser atividades exclusivas das mulheres, que costumam dedicar pelo menos um dia da semana para ir a um instituto de beleza e cuidar do visual. Não estamos falando dos metrosexuais - homens ao estilo de David Beckham, o jogador de futebol inglês do Real Madri -, mas sim de cães e gatos, responsáveis pelo consumo de 38% dos produtos para higiene e beleza animal. De olho nessa nova clientela, o mercado vem apostando em lançamentos de cosméticos e produtos de beleza cada vez mais especializados e diferenciados. Pense o que for,

já existe uma linha desenvolvida exclusivamente para os bichos: corretivos para as áreas dos olhos, mechas coloridas, xampus para todos os tipos de pêlos e aromaterápicos, tonalizantes, deo-colônias, fluido desembaraçador, mousses, pads de limpeza, esmaltes para unhas, protetores solares e até cristais de banho, ofurô e óculos de sol. Pensando no bem-estar dos gatos, a Pet Society, divisão veterinária da Cosmotec, empresa fundada em 1987 e especializada na introdução de p ro d u t o s i n o v a d o re s n o s mercados cosmético e alimentício, desenvolveu uma linha de higiene e embelezamento exclusiva para gatos. Os produtos são cuidadosamente formulados com pH balanceado e ingredientes

suaves que conferem limpeza e beleza, respeitando as características particulares da pele e pelagem dos gatos. Sem estresse A Natural Pet, empresa especializada em cosméticos para animais com seis anos no mercado, resolveu criar a primeira linha de produtos aromaterápicos para cães e gatos, apostando no bem-estar e na qualidade de vida dos bichinhos e a redução do estresse. Os xampus contêm óleos essenciais que, durante o banho, dispersam aromas para proporcionar conforto, paz, tranqüilidade ou energia e vigor, além de restabelecer a harmonia entre corpo e mente. De acordo com o proprietário da Natural Pet, Saul Ribeiro Spinetti, engenheiro químico industrial que atua há 25 anos no ramo cosmético, o retorno da linha aromaterápica de xampus foi tão bom que, em breve, será lançado mais um produto: "Isso é resultado de uma cobrança de nossos clientes, que pediram xampus acompanhados de deocolônias. Nosso objetivo é sair da mesmice e criar produtos diferenciados e mais naturais, já que o mercado pet de cosméticos, assim como o de humano, vive muito de novidades". Mercado externo Os brasileiros estão se apegando mais aos animais de estimação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 28 milhões de cães e 12 milhões de gatos, ocupando o segundo lugar no ranking do número de animais domésticos, atrás apenas dos Estados Unidos, que abriga 90 milhões de gatos e 74 milhões de cães. De acordo com o vice-presidente da Pet Society, Douglas Vocci, o mercado pet americano gera US$ 36 bilhões por ano, e US$ 2 bilhões vêm da receita de produtos de higiene e beleza: "Nosso objetivo é conquistar

1% desse mercado entre cinco e dez anos". Para atingir a meta, a empresa vem participando de feiras internacionais, realizando contatos e captando clientes: "Neste ano já estivemos presentes como expositores em três grandes feiras internacionais, duas nos Estados Unidos e uma na Ale-

nologia brasileira chamaram a atenção do Exterior. A linha de spa, com o ofurô, chocou até o Japão". Outro passo é finalizar um projeto de exportação para duas redes norte-americanas de pet shops, que juntas totalizam mais de 1800 lojas: "Estamos em processo avançado de

negociação. Para atender toda essa demanda, estamos construindo uma nova fábrica, com quatro mil metros quadrados de área total, que custará R$ 3 milhões e estará pronta dentro de três meses. Com isso, triplicaremos nossa capacidade de produção", conta o vice-presidente da Pet Society.

SERVIÇO

Saul Ribeiro Spinetti, da Natural Pet

manha. Fizemos contatos com distribuidores de mais de trinta países, alguns até surpreendentes, como Estônia, Senegal, Costa Rica, Rússia e Bélgica, e até já fechamos pedidos com Itália, Portugal, Inglaterra, Áustria e Hong Kong. Voltei muito orgulhoso de lá, pois a inovação e a tec-

Serviços especiais - Fora a infinidade de produtos voltados para os animais domésticos, os pet shops estão procurando especializar cada vez mais seus serviços para embelezar os bichanos, além de proporcionar uma vida mais saudável e relaxante. Atualmente, já é possível encontrar clínicas estéticas superequipadas e academias pets voltadas para fitness, recreação, suplementação e fisioterapia. Goofy, um dachshund de quase 7 anos, por indicação médica, está fazendo hidroesteira há um mês para perder quatro quilos. "Atualmente, O Goofy está com 16 kg, pois tem

problema de tireóide", informa a dona do animal, a cerimonialista Ana Lukower: "Ele também está seguindo uma dieta orientada e tomando medicação contra hipotireoidismo. A academia é coadjuvante para acelerar o processo de emagrecimento". Segundo a médica veterinária da academia localizada na Gang dos Bichos, Glauce Carreira, os exercícios duram 30 minutos, duas vezes por semana: "A maioria dos cães que vem aqui fazer exercício é obesa, mas também há quem faça apenas para estimular a musculatura, como cães que moram em apartamento e não se exercitam muito". (M.O.)


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Luludi/LUZ

Essa vida ociosa, a dieta falha. E os animais doentes Cachorros e gatos com problemas cardíacos, diabetes, hipertensão - tudo isto pode ser resultado da falta de uma dieta alimentar ou da ociosidade. Talvez a solução seja deixá-los num spa, para perder peso

Davi Franzon

A

s doenças causadas pela obesidade já assustam os donos de animais de estimação. P ro b l e m a s c a rdíacos, até mesmo quadro de diabetes e hipertensão, são diagnosticados com mais freqüência em cachorros e gatos. Os principais causadores dessas doenças são a falta de uma dieta alimentar e a ociosidade, causadas pela falta de tempo para caminhadas durante a semana e, principalmente, finais de semana. Dentro desse quadro, o Hospital Veterinário Morumbi, na Zona Leste de São Paulo, atende mais de mil animais por mês, em sua maioria casos de doenças crônicas, atropelamentos e realização de exames laboratoriais. Ligado à universidade Anhembi Morumbi, o centro de saúde atende a população local e dos bairros do entorno. Considerado um dos maiores hospitais-escola da América Latina, o centro realizou, somente entre no mês de janeiro, 900 exames e 70 cirurgias. Além dos casos já citados, o centro também se especializa no tratamento do câncer animal. Um problema que até

pouco tempo era desconhecido pela população e que resultava na perda do bicho de estimação na maioria das vezes. Márcia Jerico, diretora do Hospital Universitário, explica que todos os serviços são cobrados, mas, por se tratar de um espaço universitário, os preços são menores do que os encontrados nos demais centros de saúde universitários. Márcia explica que os valores são calculados para o pagamento da manutenção do local e dos funcionários da sua administração: “O corpo veterinário é formado por professores coordenadores e alunos. Ele faz parte da grade curricular do curso de veterinária. O aluno aprende entrando em ação”. Quem procura pelos serviços do Hovet paga, por exemplo, R$ 35 por uma consulta médica e cirurgia; ultra-sonografia sai por R$ 45 e hemograma, R$ 20. SPA Veterinário O local atende cães e gatos acima do peso. O programa oferece trabalhos para a redução de peso e ganho de massa muscular. Para manter um cardápio saudável do pet, o hospital fechou uma parceria com a Royal Canin, fornecedora de

rações especiais aos pacientes. Nos últimos dois anos cerca de 42 cães e dois gatos já passaram pelo programa de perda de peso do Spa. Banco de Sangue O serviço oferece transfusão de sangue para animais no caso de cirurgias ou traumas que necessitem da doação. Márcia conta que a seleção de doadores é feita a partir da coleta adequada de sangue total, que passa por uma análise com o objetivo é levantar um histórico do animal - papa de hemácias, plasma fresco congelado, concentrado de plaquetas, entre outros. Além disso, é feito o teste de compatibilidade e pesquisa das principais doenças infecciosas transmissíveis por uma transfusão. SERVIÇO O H o s p i t a l Ve t e r i n á r i o Anhembi Morumbi (Hovet) atende na rua Conselheiro Lafaiete, 64, Brás, Zona Leste de São Paulo. O atendimento é agendado pelos telefones: 6090-4642 ou 6090-4643. O horário de atendimento vai das 8h às 18h segunda, terça e sexta-feira. Quarta e quinta-feira os trabalhos vão das 8h às 22h; sábados das 8h às 12h.

Um cartão facilita a vida dos donos

Cada vez mais os bichos precisam de exercícios para controlar a obesidade. Como a cadela Julieta, numa academia da Gang dos Bichos

N

ecessidade foi o ponto principal para a criação do Vet Card. O cartão, criado por uma publicitária e duas administradoras de empresa, concede a seus filiados descontos de 5% a 40% em toda rede de pet shoppings e clínicas veterinárias filiadas ao programa. Hoje o número de empresas credenciadas chega a cem, com uma previsão de ampliação para redes de café, hotéis e até restaurantes que permitem a permanência de animais dentro de suas dependências. Luciana Lobo, a publicitária dentro do negócio, explica que todo o associado paga uma taxa anual de R$ 30, o que concede as facilidades

dentro da rede credenciada: “A rede atual possui clínicas e hospitais veterinários, pet shops, lojas para animais em geral, farmácias de manipulação, serviços de adestramento, consulta, vacina, banho, tosa, ofurô, entre outros serviços”. A empresária informa que 200 pessoas já aderiram ao programa, isso no prazo de um mês de vendas efetivas, já que o projeto surgiu há um ano. Antes de colocar a busca por associados em pratica, a primeira ação foi contratar um médico veterinário e com isso receber o certificado do CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo): ”Hoje temos trinta pontos de credenciamento dentro do estado de

São Paulo. Agora partiremos para hotéis na cidade de São Paulo e uma temporada em Campos do Jordão, onde é comum a ida de famílias e seus animais”. Para iniciar a projeto, as sociedade investiu cerca de R$ 60 mil. A meta é cadastrar 1,2 mil estabelecimentos comerciais e 100 mil animais até o final deste ano. Como forma de publicidade, todo novo credenciado recebe uma coleira de identificação para facilitar a localização do animal no caso de desaparecimento. Os interessados no serviço encontrarão a ficha de credenciamento e a relação de estabelecimentos conveniados no site: www.meuvetcard.com.br. (D.F.)


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Casa cheia de aranhas, cobra, caracol, perereca e outros bichos Esta bióloga anos adora cuidar de seus bichinhos de estimação. Além de aranhas e da cobra d’água, cria também duas ratas, dois jabutis, cães, gato, peixes e passarinho. Fora a coleção de animais mortos

num programa de televisão a existência do ferret - também conhecido como "furão", um animal de pequeno porte, super brincalhão, que mede cerca de 40 cm e pesa aproximadamente um quilo - ficou entusiasmada e mudou de idéia: "Fui a um pet shop no Plaza Sul junto com minha mãe e compramos a Pipa, hoje com cinco anos. Na época, ela tinha três meses. Para quem quer um bichinho mais sossegado, que fica preso em gaiola e é brincalhão, o ferret é perfeito". Embora tenha ganhado um cão da raça west highland white terrier - o cachorrinho do IG , a Pipa é o xodó da casa: "Ela é tranqüila e amorosa. Adora brincar e nunca mordeu ninguém". Segundo Juliana, Pipa é uma desbravadora extremamente curiosa: "Ela gosta de se enfiar em qualquer canto e buraco que encontra pela frente. Se não cuidar, a Pipa entra até pela calça". A adolescente adora levar a sua ferret para passear no shopping: "Agora, ter um ferret está mais comum, mas antes todos ficavam olhando abismados". Pipa, além de brincar com seu amigo-cão Banzé, também adora conhecer outros bichanos de sua raça: "Já a levei a um encontro de ferrets no Parque Ibirapuera e ela adorou". Exóticos

A aranha na casa de Paula, um iguana em exposição na Gang dos Bichos e o ferret Pipa de Juliana. Bichos exóticos e amados

Escapadinhas Os bichinhos podem ser curiosos e, às vezes, dar uma escapadela para um passeio noturno. Paula confessa que houve alguns episódios de fuga, mas não com as aranhas: "O primeiro foi o Calby, o caracol. Segui seu rastro e o encontrei no teto do quartinho, ainda

Luludi/LUZ

Marcelo Min/AFG

Denise Adams/AFG

ães e gatos não são os únicos animais a fazer a cabeça e preencher o coração das pessoas. Bichinhos estranhos e nada convencionais também povoam muitos lares. A bióloga Paula Galvão Alves, de 25 anos, dona de cinco cachorrinhas, uma gata, um passarinho e mais de vinte peixes, começou a criar outros tipos de animais quando iniciou a faculdade: "O que deu início a tudo foi um caracol gigante chamado Calby, que ficava em uma caixa com terra e água, e se alimentava de verduras e frutas. Foi um presente do meu namorado". A partir daí, Paula, de tempos em tempos, ganhava um bichinho estranho, diferente: cobra d'água, caracóis ou escargots africanos e franceses, sapos, pererecas e aranhas de várias espécies. Atualmente, fora as cachorrinhas Lady, Natasha, July, Lara e Bia, a gata Rebeca, a rolinha e os peixes, a bióloga cria também duas ratas, Fifi e Gigi, dois jabutis bebês, Kely e Keite, cinco aranhas caranguejeiras de espécies diferentes, além de 90 filhotes de aranhas, que serão utilizadas em um projeto de análise de comportamento. No entanto, o gosto por animais esquisitos começou bem antes da faculdade: "Quando tinha mais ou menos oito anos de idade, encontrava animais mortos, como lagartixas, abelhas e formigas, e guardava-os nas minhas panelinhas de brinquedo. Depois de alguns anos, já tinha noção de como armazenar os bichinhos e comecei a colocá-los em potes com álcool. Mas foi quando iniciei a faculdade que aprimorei e valorizei a coleção". A relação de Paula com os animais é sempre a melhor possível. Para ela, ter caranguejeiras é como realizar um grande sonho: "São animais muito fáceis de cuidar, demandam poucos gastos e são ideais para quem não tem tempo". O único problema que a bióloga teve foi com a família: "Tanto minha mãe quanto minha irmã acham as aranhas os bichos mais feios que já viram e não gostam nem de chegar perto". Segundo Paula, a maneira que encontrou para driblar o desconforto da mãe foi montar um lugar especial para os bichos, inclusive a coleção de animais mortos: todos ficam em um quartinho nos fundos da casa.

ESPECIAL - 7

dormindo. O outro foi da cobra d'água, que fugiu na minha frente e deu um verdadeiro baile para ser capturada. Depois, foi a Julia, a perereca. Dois dias depois - nem havia sentido falta dela -, quando fui

arrumar o lixo do quintal para jogar fora, ela pulou e grudou 'gelada' na minha perna. Cuidar de animais sempre foi o sonho da minha vida. Infelizmente, existem outros fatores que me impedem de dedicar

mais a eles. Sou uma pessoa que chora só de ver um cãozinho ou gatinho, por exemplo, com um olhar de 'me adota'", finaliza a bióloga apaixonada por bichinhos de todos os tamanhos, tipos e cores.

Nem tão estranho assim A estudante Juliana Aparecida Pereira, de 18 anos, sempre quis ter um cachorrinho, mas sua mãe não aprovava. No entanto, quando descobriu

Ter animais exóticos está virando moda. Pode parecer estranho, mas a procura por répteis e pássaros é maior do que se imagina. Vale lembrar que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recomenda a compra de animais silvestres de criadouros devidamente registrados. De acordo com o diretor do pet shop Gang dos Bichos, Alexandre Alonso, jib ó i a s , j a b u t i s , t a r t a ru g a s aquáticas e cágados e lagartos dos tipos iguana e teiú são os répteis mais procurados, assim como papagaios e araras: "Sagüis também têm uma boa demanda. Os jovens preferem comprar répteis, mas já vendemos uma jibóia e todos os acessórios necessários para um senhor de 65 anos." Quem quer um animal silvestre como bichinho de estimação precisa ter responsabilidade, respeitar as características comportamentais do animal, cuidar da alimentação, prevenir e tratar doenças, fornecer abrigo e segurança adequados. Uma iguana, por exemplo, que custa em média R$ 1.100, pode chegar a 1,80 metro de comprimento, enquanto uma jibóia, cujo preço pode varia de R$ 900 a R$ 1.200, pode atingir 2,80 metros ou até quatro metros, conforme sua espécie. (M.O.)


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mercado de pet shoppings no Brasil segue em expansão desde o início da década de 90. Hoje, 42 milhões de pets (animais de estimação) vivem nas residências brasileiras. Somente no Estado de São Paulo a população de cachorros, gatos, pássaros e animais mais exóticos chega a 27 milhões, mais da meta da população nacional. O setor gera 30 mil empregos diretos. Não há duvidas que o mercado oferece oportunidades de novos negócios, mas o ponto principal é a preparação e estudo de mercado para a abertura de um pet shopping. Em relação à demanda, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que no ano de 2010 a população de pets brasileiros será de 74 milhões, quase o dobro da atual. Mesmo sem esse número, o Brasil já é o segundo maior mercado consumidor de produtos para animais, perdendo apenas para os EUA. Tem-se um mercado consumidor em plena expansão, qual a dificuldade de se ganhar dinheiro com o nicho? Segundo o consultor de investimentos do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Milton Fumio Bando, a falta de planejamento financeiro e de divulgação de seu empreendimento. Bando informa que existem cerca de oito mil lojas especializadas no setor no Brasil; cinco mil estão no Estado de São Paulo, concentrando mais de 65% do comércio formal especializado: "Os números não totalmente precisos. Isso fica claro quando se reconhece vinte mil tosadores em atividade no Brasil. Poucas lojas trabalham com mais de um profissional desse tipo. Precisamos identificar esse mercado informal ainda". Milton avalia a falta de preparo como o principal fator de falência dos pet shoppings. O consultor diz que grande parte dos donos desses estabelecimentos, num cenário de pequenos e médios estabelecimentos - representação de 90% do mercado - são veterinários que diversificaram o mix de produtos de suas clínicas e oferecem outros serviços: "A falha é a falta de planejamento de caixa, um fundo de reserva e o preparo do próprio estabelecimento. Esse profissional não é

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Um mercado em expansão. Mas também tem seus riscos O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de produtos para animais, perde só para os EUA, e ainda vai crescer muito. Nem por isso se deve tentar ganhar dinheiro sem o devido preparo, diz um consultor do Sebrae WValente/AFG

preparado para isso". Bando lembra que antes de abrir a loja o interessado deve preparar um estudo de demanda da região, o que os clientes do bairro escolhido procuram dentro de uma loja pet shopping: "Vender ração é o básico, o simples. Isso é obrigação, os demais serviços precisam atender a demanda do bairro, assim como é a padaria, a farmácia, o banco e todos os serviços mais que estão disponíveis naquela região". Outro ponto é a divulgação da loja, a montagem das prate-

leiras, a disposição do material de divulgação dos principais fabricantes; pontos muitas vezes deixados de lado pela maioria dos proprietários de lojas do setor de animais: "Não se pode errar nesse ponto. Os produtos são colocados a 1,6 metros de altura do chão. Deve-se trabalhar com a venda conjunta; um produto chama o outro; ração ao lado das vasilhas. Isso é incentivar o consumo de forma inteligente". Na questão financeira, a base é calcular seu preço de venda. Uma ação vista como fácil

para muitos, esse é o fator chave para o sucesso ou fracasso de um pet shopping. Como colocar no seu preço os serviços que você presta, a qualidade de seu atendimento e de seus produtos. A resposta, segundo o consultor, só é alcançada por meio do preparo, do conhecimento financeiro. Mas como o setor avaliado é administrado por veterinários ou pessoas apaixonadas por animais, muitos deixam isso em segundo plano, o erro fatal para o futuro de seu empreendimento: "Procure os

cursos do Sebrae sobre formação de preços. Eles são gratuitos. Para saber a agenda dos cursos basta consultar www.sebraesp.com.br. No portal há uma gama de informações sobre o setor". O animal e de seu dono Ao contrário dos demais nichos comerciais, o dono de um pet precisa agradar dois clientes - o dono e o animal. Afinal, um paga e outro usufrui as mordomias dessa nova "vida de cão" ou de gato, pássaro, tartaruga ou qualquer outro bicho que apareça na sua loja. Assim, Milton lembra que conhecer a região, os moradores e se tornar uma espécie de "médico da família" são fatores que contribuem

para o sucesso do estabelecimento comercial. Dicas Serviços como o de delivery buscar e levar o animal para banho, tosa e vacinação- são positivos. Oferecer hospedagem, para aqueles que possuem uma estrutura viável, também é uma forma de credenciar o cliente na loja. "Mas nada pode ser feito por impulso. Veja se a necessidade desses serviços e quanto serão necessários para colocá-los em prática", finaliza o consultor. (DF)

O mercado de pets no Brasil 43% - São Paulo 28%- Nordeste 15% Sul 7% Centro Oeste 7% Norte


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Mulheres apaixonadas por todos os bichos. De pelúcia Muitas guardam seus bichinhos desde criança e as coleções vão se amontoando pelos quartos. Uma delas confessa: "Cuidar deles é uma terapia. Eu amo todos, principalmente os mais velhinhos" WValente/AFG

A jornalista Ana Kalyne é viciada em bichinhos de pelúcia: "Da última vez que eu contei, tinha 300, todos muito queridos". A mania passou para a filha Anna Flávia

Vanessa Rosal

T

er animais de estimação em casa pode ser uma idéia tentadora, principalmente para quem não suporta ver um bichinho manhoso pelo chão sem pegá-lo no colo. No entanto, há quem prefira colecionar "seres de mentirinha" em vez de adotar outros que necessitem de cuidados especiais, como alimentação apropriada, higiene e veterinário. "Meus 'filhos' dão bem menos trabalho e eu não vivo sem eles", diz a engenheira Juliana Zantut, referindo-se aos 43 bichos de pelúcia que ocupam uma das três camas do quarto: "Esse lugar é exclusivo deles. Quando alguém vem aqui, tem de sentar em outro lugar". O amor pela brincadeira surgiu quando Juliana tinha 16 anos: "Uma amiga viajou para fora do País e me trouxe uma pelúcia de presente. Um elefante roxo, lindo". Desde então os bichinhos foram se multiplicando e hoje já não encontram mais espaço na cama. Alguns, mais privilegiados, recebem nomes e passam a noite debaixo das cobertas com a dona: "Tenho dó de deixar os mais novos com os antigos durante a noite. Então, durmo com eles.

Atualmente estou mais apegada ao coelho cor-de-rosa. Ele se chama Biscuí". Aos 25 anos, Juliana explica que vários bichos de pelúcia da coleção são especiais: "São presentes de ex-namorados, pessoas que foram importantes na minha vida. Por isso, cuido muito bem deles". Um dos preferidos é o peixe Nemo, personagem do desenho animado feito em parceria entre as produtoras Disney e Pixar: "Quase todos os meus bichinhos são presentes. Como ninguém me deu o Nemo, eu comprei, porque o adoro. O Ursinho Puff eu também comprei. Mas as outras 41 pelúcias recebi de amigos, parentes e namorados". Bichos exóticos também fazem parte da coleção de Juliana. Coalas, rinocerontes, focas, golfinhos e pingüins se amontoam no quarto da engenheira. "Adoro essa mania da Ju, a casa fica bem mais alegre. É importante mantermos sempre esse espírito jovem", diz a mãe da colecionadora de pelúcias, Viviane Zantut. "O único trabalho é que acumula um pouquinho de pó. Mas isto é o de menos". Terapia Desde criança a restauradora e conservadora Janaína Gui-

sato coleciona bichinhos de pelúcia: "Cuidar deles é uma terapia. Eu amo todos, principalmente os mais velhinhos". Quem pensa que os tradicionais ursinhos fazem mais sucesso, está enganado. O preferido de Janaína é um hipopótamo cinza. Ela conta que ganhou o bicho na adolescência e até hoje cuida dele com carinho. Quando ia viajar para a Itália, recebeu o presente inesperado de um "paquera", no aeroporto: "Na época, o filme 'Proposta Indecente' fazia muito sucesso. Então ele brincou comigo, dizendo que ao invés de US$ 1 milhão, ele me oferecia um hipopótamo". Assim como Juliana, Janaína deu nome ao seu bichinho preferido. "Chamo o meu hipopótamo de Luizs, com as duas letras, 'z' e 's', que é para ninguém confundir. Sempre que

estou em casa, restaurando alguma obra de arte, e me sinto sozinha, eu chamo o Luizs para me fazer companhia". A atenção dada às pelúcias é dividida com os dois cachorros, que vivem correndo pela espaçosa casa, na região do Pacaembu: "Sou carinhosa com todos eles. Mesmo assim a Pêta, minha rottweiler, ficou com ciúmes, e comeu a orelha do Luizs", disse Janaína, enquanto rolava no chão com os seus bichinhos de verdade e de brinquedo. "Costumo sempre manter esse espírito infantil. Faz bem ao coração". De mãe para filha Aos 38 anos, a jornalista Ana Kalyne é viciada em bichinhos de pelúcia: "Da última vez que eu contei, tinha 300, todos muito queridos". A mania começou quando ainda

era criança. Até hoje guarda os bichos lado a lado, em várias prateleiras espalhadas pelo quarto: "Quando a minha filha Anna Flávia nasceu, montei um quarto só de brinquedos no nosso apartamento". A menina de 9 anos se diverte em meio a tantas pelúcias: "A minha preferida é a cabrita Luki. Eu até durmo com ela", diz, abraçada ao brinquedo. Ana Kalyne também costuma batizar os seus bichinhos preferidos. O que ela mais gosta é uma tartaruga chamada Talita, que "mora" no carro da jornalista. "Quando estou estressada no trânsito, ela me acalma". Outro bicho que merece destaque é uma simpática macaquinha, que Anna ganhou de presente da mãe faz pouco tempo. "Disseram que ela era engraçadinha, como eu. Por isso, o nome dela não poderia ser

outro: Anna". A paixão pelos bichos de pelúcia é tanta, que até hoje Ana Kalyne os compra, com a desculpa de que será para a filha: "Dou a ela de presente aquele bichinho que eu gosto, porque eu sei que ficará aqui em casa, junto com a coleção". Segundo a jornalista, ter tantas pelúcias requer cuidados especiais, pois "dá trabalho como um animalzinho de verdade, porque precisa lavar, para ficar bonito, sempre. Tenho rinite e não posso deixar acumular pó". Pelo menos a herança de Anna Flávia está garantida: "Gosto do Mickey, da coelhinha da páscoa, da tartaruga, do ursinho, do cachorrinho, do gorila, do patinho, da vaquinha, do rinoceronte... ufa! Quanta coisa!", diverte-se a menina, que resume toda a sua paixão por bichinhos: "Quando eu crescer, quero ser veterinária".


OPINIÃO

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10 -.OPINIÃO

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LENTE DE

AUMENTO

SUPERÁVIT NÃO ALTERA RISCO FISCAL EM 2006

O

A ressalva a ser feita é que o resultado, ainda que tenha sido positivo, não altera de forma significativa o risco fiscal neste ano. O desempenho do governo central foi fortemente influenciado pelo pagamento de dividendos da Caixa Econômica Federal, do BNDES e do Banco do Brasil para a União, totalizando R$ 1,6 bilhão e explicando a maior disparidade em relação às projeções. Além disso, vale lembrar que uma boa parte do resultado positivo do Banco do Brasil no primeiro trimestre de

O que pode ser feito -I Emprego BENEDICTO FERRI DE BARROS

O

Joedson Alves/AE

O desempenho do governo federal foi fortemente influenciado pelo pagamento de dividendos da Caixa Econômica, do BNDES e do Banco do Brasil para a União.

DEVEDORAS Céllus

resultado primário do setor público em abril, divulgado pelo Banco Central, superou as estimativas de mercado e atingiu um superávit de R$ 19,4 bilhões. Nos últimos 12 meses, como porcentagem do PIB, o resultado é compatível com um superávit de 4,54%, o que fez com que a relação dívida/PIB recuasse para 51,0% nesse mês. Analisando a abertura dos dados, o governo central foi o principal responsável pela diferença do primário em relação às projeções. O resultado divulgado pelo Banco Central superou significativamente o

JOÃO DE SCANTIMBURGO PREFEITURAS

divulgado pelo Tesouro Nacional (de R$ 14,9 bilhões) e atingiu R$ 16,3 bilhões. A discrepância ocorre pela diferença na apuração dos resultados (receitas menos despesas, pelo critério do Tesouro, e variação do caixa do Tesouro, pelo critério do BC); contudo, a simples disparidade não indica nenhum ajuste mais à frente. Isso porque, na média, ambos os resultados tendem a ser iguais. O superávit das empresas estatais ficou abaixo do esperado em R$ 1,1 bilhão e o dos governos regionais, ligeiramente acima das nossas expectativas (R$ 1,7 bilhão), em R$ 2,1 bilhões.

2006 foi explicada por uma mudança nos critérios contábeis de créditos tributários (determinado pela resolução 3.355 do CMN de 31 de março deste ano), que permitiu a ativação de cerca de R$ 2,0 bilhões em créditos tributários de períodos anteriores, segundo informação divulgadas pelo BB. Em resumo, ainda que os resultados positivos criem um colchão para os próximos meses, os mesmos não afastam o risco fiscal em 2006. TRECHOS DO COMENTÁRIO DE GUILHERME LOUREIRO NO SITE DA CONSULTORIA TENDÊNCIAS WWW.TENDENCIAS.COM.BR

A relação dívida/PIB recuou para 51%

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

desemprego não é um problema brasileiro, mas universal. Entre outras causas, ele representa uma decorrência perversa do extraordinário desenvolvimento tecnológico dos últimos anos. Principalmente da informática, que permite a eliminação de fantástico contingente de mão-de-obra e dispensa centenas ou milhares de empregados; substituindo-os por estruturas e processos digitais que reduzem não só custos financeiros como a burocracia trabalhista e seus ônus. O problema assume maior gravidade social e política sobretudo nas regiões metropolitanas e entre as camadas mais pobres e menos educadas de suas populações. Falando genericamente, os políticos têm se mostrado incapazes de encontrar soluções racionais e criativas para a questão, limitando-se a criar placebos que não a resolvem, se não que a agravam e perpetuam, como as ínfimas bolsas populistas para isso e aquilo. Contrastando com essa penúria mental, é notável, contudo, que o povo, até mesmo de regiões consideradas as mais atrasadas e destituída de recursos, haja criado soluções mais inteligentes e efetivas. Há vários exemplos ocorridos em esquecidos rincões do Nordeste em que se formaram organizações que hoje exportam sua produção para o mercado internacional. Tais exemplos não foram, entretanto, devidamente estimulados pelas agências públicas. E há no mundo de maior poder aquisitivo um vasto e inexplorado mercado para produtos artesanais em que é pródiga a população brasileira. Uma solução ainda menos explorada para o desemprego é a criação do próprio emprego, sobretudo nas megalópolis. As megalópolis

não são uma sociedade integrada, mas um agregado de nichos ou comunidades locais onde há carências de toda a ordem, o que significa necessidade de trabalho e oportunidade de auto-emprego. Se jovens dessa comunidade se reunissem descobririam de pronto numerosas coisas em que se empregar, com benefício não só para sua comunidade, como para si próprios. Isso, como resultado de curto ou médio prazo. O melhor é que com essa experiência em lugar de se formarem como empregados dependentes, estariam aumentando o plantel empresarial de empregadores experimentados – de que tanto o País necessita. Ainda aqui falta, entretanto, a iniciativa pública, política e/ou governamental para dar arranque e promoção a esse modelo. Um espaço que pode, eventualmente, ser assumido por ONGs – organizações a-políticas e não-governamentais. Interessados encontrarão na net informações sobre associações de jovens e emprego já em amplo desenvolvimento na Europa. E um evento nacional poderia por essas medidas na ordem do dia.

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ouco ou nada se pode esperar para idéias dessa natureza do homo politicus. Eles estão concentrados sobre o próprio umbigo, onde vêm refletido o status quo de suas ambições e perspectivas eleitorais. Como sucede com numerosos chefes de partidecos que, sabendo embora de suas perspectivas zero, se lançam como candidatos à Presidência apenas para se beneficiarem da popularização de suas figuras, a custas de recursos pagos pelos eleitores-contribuintes.

P ouco ou nada se pode esperar para idéias dessa natureza do homo politicus

O berro da pecuária PAULO REIMANN

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enhum animal de importância econômica para o homem apresenta tantas e tamanhas aplicações quanto o gado bovino – utilidade sintetizada pelo conhecido ditado popular: "Do boi só não se aproveita o berro". Excetuando-se, entretanto, o bife, e um ou outro subproduto, como pincéis confeccionados com pêlos e botões produzidos a partir de ossos, o aproveitamento dos derivados bovinos ainda não é conhecido em profundidade pelo grande público. Tome-se um de seus mais nobres derivados – a gelatina. Uma das mais baratas e acessíveis fontes de proteína, a gelatina também é empregada em larga escala pelas indústrias de cosméticos, farmacêutica e química. Alimento não-energético, a gelatina vem sendo demanda cada vez mais por consumidores adeptos de regimes de baixa caloria. Poucos brasileiros sabem que o Brasil é um dos maiores players do mercado internacional de gelatinas. No ano passado, o Brasil realizou embarques de 25 mil toneladas anuais – o que representa perto de 10% de um mercado que movimenta cerca de US$ 3 bilhões anuais. Dono do maior rebanho comercial de bovinos do mundo e primeiro colocado no ranking das exportações de carne, com embarques da ordem de US$ 3,149 bilhões no ano passado, o Brasil tem tudo para firmar-se como o principal provedor mundial de gelatina do planeta: conta com farta disponibilidade de recursos naturais, um sistema de criação que dispensa a utilização de insumos de origem animal ou de anabolizantes e apurado nível de gerenciamento da produção. A consecução deste projeto, entretanto, depende de uma pronta intervenção sobre uma das principais vulnerabilidades do segmento: a aplicação das medidas e procedimentos neces-

sários para assegurar um padrão minimamente aceitável de sanidade animal. Com efeito, todo o esforço produtivo e, particularmente, de exportação que a cadeia produtiva da pecuária vem realizando está sendo ameaçado pela conduta irregular adotada por empresas que comercializam gelatina para o mercado externo, recorrendo à emissão de certificados sanitários forjados ou falsos – as chamadas exportadoras de "raspas secas para o fabrico de gelatinas". Esse procedimento, é importante lembrar, não coloca em risco apenas as operações do Brasil no mercado internacional de gelatina, mas abre um perigoso flanco na própria cadeia produtiva da pecuária, colocando em risco a posição de liderança que o País conquistou no mercado de carnes.

É

preciso ter em mente a crescente importância que a questão da sanidade assumiu, principalmente após a eclosão de casos de encefalopatia espongiforme bovina (a chamada doença da "vaca louca"), no Hemisfério Norte, do célere avanço da gripe aviária na Ásia e Europa e de surtos de febre aftosa na Argentina e no próprio Brasil. A questão sanitária, neste contexto, assume contornos estratégicos não apenas para a cadeia produtiva da pecuária, mas para a própria economia brasileira, que tem a maior parte de suas receitas de exportação colhida com o embarque de produtos agroindustriais. A adoção de sistemas de controle e de rastreabilidade da produção – a exemplo do que vem fazendo as empresas que operam de forma organizada no mercado de gelatina –, é a melhor medida de defesa de um segmento em que o Brasil ostenta, até aqui, competitividade imbatível. PAULO REIMANN É PRESIDENTE DA GELITA SOUTH AMERICA

A questão sanitária assume contornos estratégicos para a pecuária

eio que 77% das prefeituras são devedoras de empréstimos contraídos para a realização de obras públicas. O que mais impressiona nesta estatística é que as prefeituras não têm como pagar, vindo, portanto, a serem inadimplentes. Essa é uma velha história; em geral as prefeituras, com exceções que se pode nomear, tomam empréstimos para não pagá-los, deixando esta obrigação para a União. Sabe-se que as prefeituras são mal administradas, salvo algumas exceções dignas de nota. As autoridades municipais, sobretudo num interior profundo, são recrutadas no ambiente pouco seletivo do interior, e o programa de fazer obras, não poucas suntuosas, logo é dado a conhecer e os ingênuos habitantes aprovam o anúncio do realizador.

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Falta muito para o Brasil ser uma nação bem governada, com administrações bem escolhidas e capazes urante alguns anos, no interior de São Paulo prosperaram os fabricantes de fontes luminosas, uma caipirice que empolgou numerosos prefeitos, que, sob aplausos da população, inauguravam essa falsa benfeitoria. A regra é que poucos empréstimos foram gastos em obras públicas para melhorar a vida da população, e o interior continua a clamar por essas obras. Na realidade, faltam quadros técnicos para o interior se desenvolver, visando os interesses das populações. Esses 77% de empréstimos não pagos terão que ser saldados; mas aí é que entra a União, que só ela poderá fazer, e o fará provavelmente, cedendo aos caprichos do eleitorado. Como se vê, falta muito para o Brasil ser uma nação bem governada, com administrações bem escolhidas e capazes de dar andamento aos negócios estaduais, federais e municipais segundo as aspirações do povo. Prefeituras devedoras têm que se enquadrar numa disciplina enérgica, para o bem delas próprias e das situações dos Estados e da União.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

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Política

Denunciante da farsa em concurso é identificada, apesar da garantia de anonimato pelo MP.

O GOLPE FOI DESCOBERTO NUM CONCURSO PÚBLICO NO RIO. A IDÉIA É FACILITAR A CONTRATAÇÃO DE PARENTES.

FRAUDE PARA GARANTIR NEPOTISMO Sergio Lima/Folha Imagem - 08/01/01

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Futura nora do procurador-geral de Justiça Marfan Vieira pode ter sido beneficiada pelo concurso que está sob investigação no CNPM.

PROCURADOR VÊ FALHAS EM EDITAL Apesar de ter conhecimento de possíveis "facilitações" no concurso, o procurador da República Fábio Moraes Aragão, não contando com o testemunho dos denunciantes, ateve-se na representação ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) a questões legais do edital de convocação: falta de previsão de isenção do pagamento da taxa de inscrição e impossibilidade de revisão no mérito das correções das provas. Para ele, ao não prever a possibilidade de os R$ 200 deixarem de ser pagos, o edital impediu a participação de cidadãos sem recursos. Lembrou, inclusive, que promotores estaduais ajuizaram ações contra órgãos públicos do Estado cu-

jos concursos não previam tais isenções. Já o impedimento de revisão do mérito da correção das provas, para Aragão, é uma violação do direito de defesa dos candidatos. O procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, rebate, mostrando que foram feitos 137 pedidos de isenção da taxa, 66 deles atendidos. Para ele, o edital não precisa dizer o que a lei já prevê: "É de se supor que o candidato a fiscal da lei conheça a lei. Portanto, não era necessário o edital explicitar o que a lei manda." Já na questão da revisão da correção das provas - só era possível a revisão de erros de contagem de ponto ou de questão sem correção - ele recorre à tradição dos concursos do

MP e até a decisões judiciais neste sentido. Reclamações– As insinuações de "facilitações" surgiram nas reclamações anônimas ao CNPM ou em denúncias que circulam nos meios jurídicos, uma delas encampada por Aragão, que a transcreveu em sua representação explicando que, embora sem identificação do autor, elas mereceriam ser investigadas. Os denunciantes compararam o resultado do concurso da Defensoria Pública do Rio, cuja primeira fase foi em novembro, às demais provas em janeiro, com o do MP-RJ. Na defensoria, Luciana Reis, a futura nora de Marfan, na prova preliminar obteve 10 pontos em um total de 100. No MP, na

primeira prova teve 65,5. Já João Alfredo Gentil Gibson Fernandes, filho de Fernando Fernandy Fernandes, procurador de Justiça com cargo de comissão na procuradoria e ex-subsecretário da governadora Rosinha Garotinho, fez 30,5 pontos na prova da defensoria e 65 na do MP. O candidato Jonas Lopes de Carvalho Neto - cujo pai, de mesmo nome, foi sócio de Rosinha em uma editora e é amigo do ex-governador Anthony Garotinho, que o nomeou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado -, apesar de no concurso da defensoria ter feito apenas 19 pontos (em um total de 100), no MP atingiu 62,5. Jonas e Luciana foram eliminados na prova oral de direito penal. (AE)

MATTOSO COMPROMETE PALOCCI

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racassou a tentativa do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso de assumir sozinho a responsabilidade pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, pivô da crise que há quase dois meses derrubou o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci. Ouvido ontem em depoimento pela Polícia Federal em São Paulo, pela segunda vez, Mattoso entrou em contradição e complicou ainda mais a situação de Palocci e do líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), que poderá ser convidado a dar esclarecimentos à PF. Após o depoimento que durou das 9 horas às 12h30, a PF reforçou sua convicção de que o ex-presidente da Caixa simulou uma consulta de fachada

quando pediu à Seção de Informática, no dia 17 de março, que fizesse a pesquisa de conta do caseiro. A PF tem provas de que Palocci já tinha cópia do extrato de Francenildo desde a noite do dia anterior, quintafeira, 16 de março. Apesar disso, Mattoso insistiu na tese, aparentemente para proteger outros companheiros do governo e da Caixa, de que foi o único responsável pela quebra do sigilo do caseiro. Enredo– A farsa de Mattoso ficou mais evidenciada ainda com o depoimento do advogado Wlício da Costa, tomado no final de se semana, que garantiu à PF que seu cliente, Francenildo, confidenciou ao jardineiro Leonardo Moura, uma semana antes, em dia 10 de março, ter "um bom dinheiro" depositado numa conta de

poupança na Caixa. Leonardo, ainda segundo levantou a PF, teria soprado a história para sua patroa, Helena Chagas, que é diretora da sucursal do jornal O Globo em Brasília. Em depoimento à PF, Helena confirmou ter ouvido a versão do seu jardineiro e disse ter comentado o assunto com o líder do PT no Senado na tarde de 15 de março, uma quartafeira, com o intuito de fazer reportagem para o jornal. No mesmo dia, ela afirmou ter recebido ligação de Palocci, que queria checar a veracidade dos rumores sobre a movimentação financeira de Francenildo. Jornalista– A jornalista contou que conversou com o ministro e disse a ele que os rumores existiam, mas, por não serem consistentes, seu jornal desistira de publicar a matéria.

Ela mora numa casa no Lago Sul, vizinha da mansão usada por antigos assessores de Palocci, na qual Francenildo trabalhava como caseiro. Francenildo e Leonardo serão chamados para depor novamente esta semana e, se necessário. Na noite do dia 16, quintafeira, conforme apurou a PF, Palocci já teria em mãos uma cópia do extrato de Nildo e se reuniu com dois assessores do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para tentar colocar a PF no encalço do caseiro que, conforme supunha, estaria recebendo dinheiro da oposição para denegrir sua imagem. As investigações constataram que o dinheiro na conta do caseiro, R$ 25 mil, tinha sido depositado pelo seu pai biológico, que não reconhece oficialmente a paternidade. (AE)

CPI DOS BINGOS PODE IR ATÉ OUTUBRO

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a reta final, a CPI dos Bingos convive com risco de terminar sem relatório. O documento, que já é preparado sem informações preciosas, como a quebra de sigilo telefônico e bancário de investigados até agora não enviada à comissão, pode tornar-se mera peça de ficção em meio ao intenso tiroteio político. Nos bastidores, o governo ameaça apresentar um relatório paralelo. Se isso acontecer, a oposição, que tem maioria do Senado, já avisou que irá colher as assinaturas para prorrogar a CPI, que nesse caso invadiria o período de campanha eleitoral. "Se tentarem desqualificar o relatório, se houver tentativa do governo de passar o rolo compressor, eu simplesmente

Sérgio Lima/Folha Imagem

não voto o relatório e prorrogo a CPI até outubro", afirmou o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB). Sem fim – "Quero ver trabalhar até outubro. Tudo o que não tiver a ver com os bingos tem que estar fora do relatório", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvati (PT-SC), referindo-se as inúmeras linhas de investigações abertas, que deram à comissão o apelido de CPI do Fim do Mundo. O prazo final da CPI é o dia 24 de junho. Mas o relator da comissão, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), précandidato ao governo do Rio Grande do Norte, promete concluir até quita-feira o relatório final. Ficarão de fora, por exemplo, as informações de 75% dos sigilos bancários que-

brados, problema semelhante ao enfrentado pela CPI dos Correios. Garibaldi admite que o relatório terá buracos, mas diz que o trabalho não foi em vão. "O relatório pode ter deficiências, mas não vai comprometer como um todo o nosso trabalho", disse. A CPI também patinou quando os investigados por ela recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte deu mais de 20 decisões contrárias à comissão, suspendendo depoimentos e impedido quebras de sigilo. Mesmo com todas as dificuldades, o relatório deve citar o presidente Lula e pedir ao Ministério Público o indiciamento de mais de 80 pessoas, entre elas os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceu . Resta saber se haverá votação do relatório. (AG)

Presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais: se não houver votação haverá prorrogação.

epois da decisão concursos e na fiscalização de do Supremo Tri- provas dos membros da prob u n a l F e d e r a l curadoria "quando concorrer, (STF) impedindo ou for interessado, seu cônjua prática do nepotismo no Ju- g e , c o m p a n h e i ro , c o m p adiciário e no Ministério Públi- nheira ou parentes consanco, surgem suspeitas em tor- güíneo até o terceiro grau". Já no de supostas "facilidades" o edital do 28º Concurso imem concursos públicos para pediu apenas a participação driblar a decisão que proíbe a de parentes , "consangüíneos contratação de parentes. No ou afins, até o segundo grau". 28º concurso para promoto- Não fala dos "interessados", res de Justiça no Rio, 6 dos 15 caso do filho de Vieira. O procurador-geral garanaprovados entre 3.740 candidatos são parentes de procu- tiu que o edital respeita o Córadores e promotores. No dia digo Civil, que menciona pa12, uma prova oral de direito rentes até o segundo grau. Diz penal eliminou a candidata ainda que Raquel "é sobrinha mais visada: Luciana Lanhas por afinidade, sobrinha torReis, futura nora do procura- ta", e, no seu entendimento, dor-geral de Justiça, Marfan nem a participação dela nem a Vieira, presidente da comis- de Luciana justificariam que se "declarasse imsão do concurso. O pedido, até porfilho de Marfan e que o presidente noivo de Luciana, da comissão é uma o p ro m o t o r B e respécie de rainha nardo Maciel Vieira, foi convocado Raquel é sobrinha da Inglaterra, não faz nada, é título para fiscalizar as por afinidade. honorífico". provas. Nem ela nem Denunciante Quatro represenLuciana (nora) i d e n t i fi c a d a – A tações chegaram ao justificariam que discussão em torConselho Nacional no do concurso do Ministério Púse declarasse proporcionou uma blico (CNMP) reiimpedido. questão inusitada. vindicando a anuMarfan Vieira U m a d e n ú n c i a lação do concurso. anônima para a Diante disso, na Ouvidora do Misexta-feira, Marfan anunciou a decisão de suspen- nistério Público – em cuja págider a homologação do resulta- na na internet se garante o sigido até uma decisão CNMP, o lo da identidade do denunque pode ocorrer na sessão do ciante – acabou tendo sua autora identificada. dia 5 de junho. A denúncia foi feita por Autores de duas das representações ao CNMP, que pre- uma candidata que se sentiu ferem permanecer anônimos lesada. A reclamação foi paspor temer represálias em fu- sada por um fax, sem identifituros concursos, dizem que cação do número do telefone, não existem dúvidas de frau- que é do gabinete de um dede. Os fatos denunciados são sembargador, seu marido. No confirmados na página da mesmo aparelho de fax – cujo procuradoria na internet, ou número não tinha sido identimesmo pelo próprio procura- ficado na denúncia –, ela recebeu uma resposta da ouvidodor-geral. Artimanha– Um exemplo é ria dizendo que a "solicitação a participação no concurso já foi decidida pela comissão não apenas da futura nora, co- do concurso". Segundo Marmo também da sobrinha de fan Vieira, a própria denunVieira, Raquel Vieira Abraão, ciante dera um número de fax eliminada na última prova es- para que fosse mandada a respecífica, em 9 de abril. A Lei posta. Ela nega e sugere que o Orgânica do MP-RJ veda a sigilo do telefone tenha sido participação na comissão de quebrado. (AE)

JANENE DEPÕE AMANHÃ

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deputado José Janene (PP-PR) deve depor amanhã, a partir das 14 horas, no Conselho de Ética da Câmara, onde corre processo que pede sua cassação por quebra de decoro parlamentar. Janene é acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões do chamado "valerioduto", por meio de saques feitos pelo assessor João Cláudio Genu. O processo contra Janene é o último a ser julgado pelo Conselho de Ética e pelo plenário da Câmara sobre o envolvimento de parlamentares no "mensalão", o suposto pagamento de mesadas a parlamentares em troca de apoio ao governo. O deputado entrou de licença médica em setembro do ano passado e, com isso, deixou de comparecer ao Conselho, por várias vezes, para depor. Ele

tentou se livrar do processo ao pedir aposentadoria por invalidez junto à Câmara e também tentou, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a tramitação do processo. Janene sofre de cardiopatia grave – uma junta médica da Câmara fez a perícia no deputado e comprovou a doença. Mesmo assim, a aposentadoria não foi concedida. O relator do processo, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), havia marcado para esta semana a apresentação de seu parecer, mas Janene encaminhou carta ao Conselho pedindo para depor. O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), aceitou a solicitação e marcou o depoimento amanhã. A pedido, Janene será acompanhado por dois médicos durante o depoimento. (Agências)


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CPI Câmara Eleições Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

Deve ter ocorrido algum erro de comunicação. Não há nenhum tipo de discriminação. Paulo Frateschi, presidente do Diretório Estadual do PT

CAMPANHA DE MERCADANTE NA MIRA DO PT

ALIADOS DA EX-PREFEITA SE DECLARAM PRETERIDOS POR MERCADANTE

PT DE MARTA PEDE A PALAVRA Newton Santos/Digna Imagem - 27/08/04

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ma reunião de preparação da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo causou polêmica ontem no PT e deixou à mostra feridas da prévia realizada no dia 7. Excluído da lista de convidados, o secretário-geral do PT no Estado, vereador João Antônio, divulgou uma nota protestando contra "atitudes fracionárias" na condução da campanha estadual. Presidente do diretório paulistano, o vereador Paulo Fiorillo, disse também não ter sido convidado para a reunião. Ele e João Antônio fazem parte do grupo político que apoiou a ex-prefeita Marta Suplicy, derrotada na prévia. Deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores da capital e dirigentes do partido no Estado receberam um email assinado pela "coordenação da campanha" convocando para um encontro com o objetivo de criar o "conselho estadual da campanha Mercadante governador". Carta– "Causou-me, no mínimo, estranheza o fato de o Diretório Estadual do PT ter-se reunido no dia 20 passado e nem sequer haver sido cogitada a existência ou criação do conselho de campanha. Menos ainda que já existisse uma coordenação de campanha de Mercadante", diz a nota de João Antônio. "Como defensor histórico da unidade partidária, entendo que, a partir da prévia realizada dia 7 passado, a candidatura Mercadante passou a ser de todo o partido. Atitudes fracionárias não contribuem para a vitória do candidato escolhido pelo partido." O secretário-geral cobrou a "unidade partidária" como

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"único caminho" que pode levar o PT à vitória na eleição deste ano. "E isso se traduz numa direção de campanha estruturada a partir das instâncias partidárias", afirmou o vereador no texto. Ele disse ter estranhado o fato de que o encontro não tivesse sido debatido na última reunião da direção estadual do partido, no dia 20. "É um absurdo, é uma inversão de valores", disse João Antonio, negando relação entre sua reação e a prévia. "Não sei o que a ex-prefeita pensa a esse respeito." Outro petista, que preferiu não se identificar, porém, viu no episódio rescaldo das divergências internas com o grupo de Marta. "Outros vereadores que apoiaram a exprefeita não foram convidados", afirmou. D es cu lp a s– Presidente do diretório estadual, Paulo Frateschi, pediu desculpas públicas pelo fato de João Antônio não ter sido avisado. "Deve ter ocorrido algum erro de comunicação. Não há nenhum tipo de discriminação", afirmou. "Não houve briga durante a prévia, porque haveria agora? O PT está unido." Mercadante já tinha outro encontro marcado com o diretório da capital, ontem à noite, onde era esperada a participação de Fiorillo e do próprio João Antônio. A coordenação da campanha só será definida no encontro estadual do partido, no dia 10 de junho, afirmou Hamilton Lacerda, um dos coordenadores da equipe que auxiliou o senador durante as

110% de superfaturamento. Só com a compra de ambulâncias podem ter sido desviados de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões. PMDB – Grampo telefônico feito pela PF em 15 de dezembro de 2005 mostra o empresário Darci Vedoin, cabeça do esquema, contando para Maria da Penha Lino, assessora do ministro, que havia sido apresentado pelo secretário do PMDB mineiro a Sérgio Amaral, ex-superintendente de Desenvolvimento do Norte de Minas e braço direito de Felipe. Na fita, Vedoin diz que Amaral é de Minas e "faz as coisas do homem". Penha, que havia trabalhado na própria Planam e foi chamada para o gabinete de Saraiva Felipe em agosto de 2005, diz na gravação que essa pessoa "pode mexer com outras coisas" de interesse do grupo. Até agora o MiAntonio Cruz/ABr

Senador Ney Suassuna

nistério da Saúde não apresentou explicações sobre os motivos que levaram Saraiva Felipe – substituído recentemente por seu secretário-executivo, Age-

PMDB, o réu

O

PT e o PSDB estão de olho no julgamento do recurso do senador Pedro Simon (RS), que reivindica a manutenção da data de 11 de junho para a realização da convenção do PMDB. Simon se sentiu atingido pela decisão de alguns membros do partido que conseguiram transferir a convenção para 29 de junho. Sua pré-candidatura foi registrada tendo como vice o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho. Ao transferir do dia 11 para o dia 29, a ala governista do PMDB deixa explícito que não quer que o partido realize a convenção. José Sarney, Renan Calheiros e Ney Suassuna desejam que o PMDB apoie a reeleição de Lula. Como justificativa para a não realização da convenção, os governistas defendem a tese de que o partido precisa ficar livre e solto para firmar diferentes alianças nos estados.

PERSEGUIÇÃO

2º TURNO

Os dois partidos, PT e PSDB, estão atrás do apoio do PMDB, pois sabem que difìcilmente o partido terá candidato próprio à presidência. Ao que tudo indica, o PMDB vai rachar: uma parte vai ficar com Geraldo Alckmin e outra com Lula.

O PSDB não está investindo mais para ter o apoio do PPS a Geraldo Alckmin. Os tucanos agora querem que o PPS lance a candidatura do deputado Roberto Freire a presidente, para forçar o 2º turno. Quanto mais candidatos maior será a chance de haver dois turnos.

DIFERENÇA

João Antônio, secretário-geral do PT em SP, reclama de 'atitudes fracionárias' na condução da campanha.

prévias. A interlocutores, Mercadante explicou que solicitou o encontro, realizado no Sindicato da Indústria de Panificação e Confeiteiros de São Paulo, apenas para ouvir sugestões sobre a campanha e discutir os problemas do Estado, a exemplo da reunião realizada com a bancada estadual, há duas semanas. Acus ações – Entre vários prefeitos, dirigentes e deputados presentes, também estavam lá pessoas que apoiaram a ex-prefeita Marta Suplicy na prévia, como a deputada estadual Beth Sahão e Angélica

Fernandes, secretária de Formação Política do Diretório Estadual. Mais do que os próprios précandidatos, as equipes de Marta e Mercadante trocaram acusações pesadas na prévia para a escolha do nome para disputar o governo do Estado. Os aliados da ex-prefeita levantaram suspeitas sobre riscos de fraude na votação e uso da máquina federal na obtenção do apoio de prefeitos – o que o senador nega veementemente. Pessoas da equipe de Mercadante acusaram a ex-prefeita de financiar sua pré-campanha com caixa 2. (AE)

MPF VAI DENUNCIAR 50 ENVOLVIDOS NA FRAUDE DAS AMBULÂNCIAS Ministério Público Federal (MPF) vai oferecer denúncia contra pelo menos 50 pessoas envolvidas com a compra de ambulâncias superfaturadas, descoberta pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga. Eles são acusados de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em processo de licitação, crimes contra ordem tributária e formação de quadrilha. A quadrilha teria movimentado cerca de R$ 110 milhões entre 2001 e 2005. O relatório com a denúncia será concluído até amanhã. As investigações revelam ainda que o grupo que operava no Congresso e no Ministério da Saúde podia estar planejando ações mais ousadas na esfera federal por meio de contatos com a cúpula do PMDB de Minas, presidido pelo ex-ministro da Saúde, Saraiva Felipe. Na denúncia os procuradores Mário Lúcio Avelar e Paulo Gomes sustentam, com base em depoimentos e gravações telefônicas autorizadas pela Justiça, que a quadrilha liderada pelo empresário Darci Vedoim, dono da Planam, agia nos gabinetes do Congresso e do Ministério da Saúde. Segundo o Ministério Público, o esquema envolveu assessores parlamentares, servidores públicos, empresários, prefeitos e parlamentares. Os 129 inquéritos instaurados pela PF constataram a fraude milionária na compra de ambulâncias e equipamentos hospitalares com dinheiro do Orçamento da União em seis Estados – Acre, Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro – e no Distrito Federal. Há indícios de

Eymar Mascaro

Cristina Horta/AE - 07/07/05

Ex-ministro Saraiva Felipe

nor Alves da Silva – a convidar Penha para um cargo-chave, responsável pelo acompanhamento das emendas parlamentares e pela análise dos convênios. Saraiva Felipe– O advogado da ex-funcionária, que está presa, disse que ela conheceu o ministro na época em que trabalhou para o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde. Em seus depoimentos, Penha tem dito que o ministro não sabia de suas articulações com a família Vedoin, mas, nos grampos, é dito por integrantes da quadrilha que Darci teria sido um dos responsáveis por sua indicação para o posto. Desde 2001, o empresário montou uma poderosa rede de contatos com parlamentares e assessores do Congresso para direcionar emendas do orçamento para a "aquisição de unidades móveis". Suassuna – Os grampos mostram que os Vedoin tinham informações sobre as conversas que o senador Ney Suassuna (PB), líder do PMDB, tinha com

Saraiva Felipe sobre a liberação de emendas de seu interesse. No dia 21 de dezembro de 2005, por exemplo, o filho de Darci, Luiz Antônio Vedoin, diz a Penha que o senador peemedebista havia estado naquele dia com o ministro e que iria empenhar R$ 3 milhões para um instituto da Paraíba (Ippes) e R$ 1,2 milhão para uma fundação. Em outra conversa, no dia 28, Luiz diz que Suassuna queria repassar o dinheiro para o instituto porque as prefeituras de seu contato estavam inadimplentes e, dessa forma, não poderiam assinar convênios com o Ministério da Saúde. Penha alerta que colocar todo dinheiro para uma entidade "chama a atenção de qualquer um que olha para o documento" e daí "começam a questionar". Os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), levantados pela ONG Contas Abertas, revelam que o conselho dado pela ex-assessora foi seguido, pois as emendas da bancada e dos parlamentares da Paraíba para as ambulâncias, num total de R$ 8,3 milhões, acabaram sendo fracionadas em 70 pequenas notas de empenho. Nos diálogos, Penha indica que mantinha contato direto com Suassuna, como quando diz que "o senador ligou falando que somente tinha mandado o (pedido) das unidades móveis" e que, posteriormente, ligou para explicar que "tinha assinado sem ver" alguns pedidos de liberação de outras emendas. Suassuna afirma que não conhece os institutos mencionados nos diálogos, nem a funcionária Penha e a família Vedoin. (Agências)

O PSDB se dará por satisfeito se conseguir o apoio (mesmo parcial) do PMDB no 2º turno, mas o PT não perde a esperança de fechar um acordo com os peemedebistas já no 1º turno. Mas, não existe a menor possibilidade do PMDB sair unido e apoiar apenas um dos lados.

O VICE

RUMO O Conselho Político que vai comandar a campanha de Geraldo Alckmin se reúne hoje, em Brasília, pela 1ª vez, para traçar diretrizes e colocar um ponto final nos desentendimentos que existem envolvendo tucanos e pefelistas (como Tasso Jereissati e Cesar Maia). A ordem é fumar o cachimbo da paz.

Apesar do racha que há no partido, o PT mantém o convite para que o PMDB indique o vice na chapa de Lula. Os petistas sugeriram o nome do exministro do STF, Nelson Jobim, mas aceitariam outra indicação, como as de Michel Temer, Itamar Franco ou Jarbas Vasconcelos.

NEUTRALIDADE

DOBRADINHA

Mas, nem PT nem PSDB devem ter o apoio por inteiro do PMDB no 1º turno. Deve vencer a tese de neutralidade. O partido terá candidato a governador em pelo menos 15 estados e quer ter a liberdade de estabelecer alianças com diferentes partidos.

A formalização da chapa Alckmin/José Jorge ocorrerá amanhã, em Brasília, e não mais em Recife como estava anteriormente prevista. A partir de sua consolidação, a chapa intensificará a campanha principalmente nos estados em que a dobradinha perde para Lula nas pesquisas.

DECISÃO Mesmo que o PMDB não tenha candidato a presidente, o tucano Geraldo Alckmin acredita que a eleição só será decidida no 2º turno. Alckmin não crê numa decisão ainda no 1º turno. Acredita que as oposições crescerão no decorrer da campanha.

ARRECADAÇÃO Se não houver novo recuo de última hora, os tucanos promovem hoje, no Gallery, o jantar para arrecadar fundos para a campanha de Geraldo Alckmin. Preço do convite: R$ 3 mil. O PSDB teria vendido cerca de 300 convites.

CRESCIMENTO

ENCONTRO

O PSDB acha que Alckmin começará a crescer nas pesquisas em junho, graças à sua exposição nos programas de televisão do partido. Alckmin começou a ser exibido no programa que foi ao ar ontem nos estados. No de São Paulo, por exemplo, falou da sua preocupação com a área de segurança.

PT, PC do B e PSB voltam a se reunir amanhã, à noite, provavelmente no Palácio da Alvorada, para acertar as coligações de apoio à candidatura de Lula. As cúpulas dos três partidos vem se reunindo e devem acertar também o nome do vice na chapa petista. Se for do PSB, o vice será o exministro Ciro Gomes ou o deputado pernambucano Eduardo Campos.

VONTADE No plano federal, Geraldo Alckmin defende o lançamento de candidatura própria do PMDB para diminuir a chance da eleição ser decidida no 1º turno, mas, em São Paulo, os tucanos não querem que o PMDB lance candidato a governador para beneficiar José Serra.

MARCOLA Prevalece a dúvida sobre o depoimento do líder da facção criminosa PCC, Marcola, aos membros da CPI das Armas. O depoimento deve ser realizado no Fórum da Barra Funda (capital) ou no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, onde o criminoso está preso.


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

DOISPONTOS -11 11

de ver as coisas, impedir que o pânico, o caos, a derrocada do Estado bandeirante, ocorressem no calor das ações criminosas.

E por falar em proposta, o que quer Mercadante? omeçou. Ou, melhor dizendo, continuou. Aloízio Mercadante mantém o discurso habitual do petismo: criticar o que vem sendo feito, comparar e fazer comparações, meramente verbais é claro. À vista do recente drama vivido pela cidade de São Paulo, merecemos, sem dúvida alguma,

C

uma resposta segura e objetiva, mediante um discurso transparente que contenha as informações de como será assegurada a segurança, no seu significado de tranquilidade pública, almejada por todos. Dizer que se pretende priorizar o combate à violência é mero discurso populista para angariar votos e que

não passa da proposta comum de todos os postulantes. O que queremos é uma proposta efetiva de ação ou de ação efetiva no combate ao crime, esclarecendo de forma transparente o que se pretende fazer e como será feito. Construir presídios, comprar viaturas, comprar equipamentos sofisticados, aumentar

Robson Fernandjes/AE

Mercadante deixou de dizer como vai enfrentar o problema da criminalidade

o contingente policial, são coisas que já foram feitas e que, parece, não foi suficiente nem eficaz. O que mais é necessário, pois? Essa é a resposta que a sociedade paulista e paulistana exige do candidato Aloízio Mercadante. PEDRO LUÍS DE CAMPOS VERGUEIRO PEDROVER@MATRIX. COM.BR

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Capital natural Os limites do crescimento econômico

s meias-verdades estão tomando conta de tudo. Mata-se a ex-namorada, mata-se os pais e o destino é a liberdade, mesmo com condenação. Governantes e políticos corruptos, comprovadamente envolvidos em fraudes, em roubo do dinheiro público, em desvios, em favorecimento a amigos e parentes, ditam as regras de comportamento, dão o exemplo de desrespeito às normas. Fazem do salve-sequem-puder, acima da lei, em nome de um duvidoso benefício de dar vida semi-escrava aos mais pobres, a única regra. A leniência do poder público com os infratores da lei; a fraqueza do Judiciário em condenar e manter na cadeia bandidos confessos; o despudor avançado que domina o Congresso Nacional, a desfaçatez do Executivo em agir permanentemente em

A

PAULO SAAB LEMBO AGIU CERTO cidadão brasileiro de classe média que freqüentou o Grupo Escolar, que se formou numa escola de padrão ético, moral, lapidado dentro da família e juntos aos professores nos bancos escolares; aquele pai, aquela mãe, que pautaram e pautam a educação de seus filhos dentro de normas de respeito, de convivência pacífica, de harmonia e dedicação aos estudos e ao trabalho, para generalizar, vivem numa era de desconforto.

O

pós soar o apito final na Alemanha – espero que com mais um título mundial de futebol para o Brasil, consagrando definitivamente o gênio de Ronaldinho Gaúcho –, três palavras vão começar a ser repetidas como um mantra por candidatos a todos os cargos em disputa nas eleições de outubro deste ano: crescimento da economia. O crescimento vai ser vendido como a panacéia que resolverá todos os problemas da Nação. A oposição vai mirar suas metralhadoras giratórias no "pífio" crescimento deste ano, comparando o percentual ao alcançado por outros países do continente e do mundo. O governo vai devolver comparando seu resultado em quatro anos com a média durante o reinado tucano, vencendo por uma cabeça de vantagem. A China será citada como exemplo a ser seguido, com seus dois dígitos de expansão no ano passado. Até mesmo candidatos a cargos legislativos darão preferência ao tema para seduzir o eleitor. Do PCO ao PFL, o coro vai entoar o mesmo tom. Por pior que seja a distribuição de renda no Brasil, é inegável que a expansão do PIB acaba melhorando a vida de quase todos. Se o país tivesse crescido 10% e não 2,3% no ano passado, representantes de todas as camadas sociais se beneficiariam. Mesmo com a vergonhosa distribuição de renda no país, quando o tamanho do bolo aumenta, as migalhas também se tornam mais fartas (na forma de caixas de papelão de eletrodomésticos novos para os catadores de lixo, por exemplo). Mas a coisa muda de figura quando falamos seriamente sobre meio ambiente e quando pensamos no que vai acontecer no mundo que queremos deixar para as futuras gerações. Não há mágica que permita a expansão contínua e constante da economia, pois os recursos necessários para a produção dos bens de consumo são limitados. Alguns deles são finitos e outros renováveis, mas nem uns nem outros podem suportar por muito tempo um crescimento desenfreado da economia. Talvez você nunca tenha ouvido falar em Herman Daly. Este norte-americano nascido em 1938 é talvez o principal "economista ecológico" do mundo. Professor de grandes universidades durante a maior parte de sua vida, Daly ocupou por seis anos o prestigioso cargo de Senior economist no incipiente Departamento Ambiental do Banco Mundial. Em 1994, cansado de tentar sem sucesso mudar a forma de pensar dos economistas conservadores, pediu demissão e voltou a dar aulas e a escrever livros e artigos bombásticos. Ele defende que, para que a economia seja sustentada no longo prazo, devemos obedecer a três preceitos fundamentais: a) limitar o uso dos recursos para que os rejeitos possam ser absorvidos pelo ecossistema; b) explorar recursos renováveis de forma a não exceder a capacidade do ecossistema de regenerá-los; e c) exaurir recursos não-renováveis a um ritmo que não exceda a taxa de desenvolvimento de substitutos renováveis. Não é pouca coisa.

A

Luludi/Luz

Márcio Fernandes/AE

Mesmo rotulado disso e daquilo, conseguiu impedir que ocorresse o caos no calor das ações criminosas

G O crescimento da

mbasado em ricas e revolucionárias teorias econômicas que não caberiam no eseconomia vai ser paço deste artigo, Daly defende uma radivendido como a cal mudança no raciocínio econômico, que paspanacéia que saria a considerar mais explicitamente que a resolverá todos os biosfera que lhe dá suporte é finita. O professor problemas. afirma que o crescimento da economia está afeMas não há mágica tando cada vez mais o ecossistema à sua volta e que permita a isso causa o sacrifício do que chama de "capital expansão contínua natural" (os recursos naturais em geral, como e constante da peixes, minerais, petróleo), que valeria mais do economia. que o capital criado pelo homem (estradas, fábricas, eletrodomésticos). Aí começa o que ele chama de "crescimento deG Diz o economista seconômico", que produz males mais rapidamenHerman Daly: te do que bens, o que nos torna mais pobres e não o crescimento da mais ricos (como, por exemplo, as atividades maeconomia está afetando cada vez deireiras na Amazônia). Segundo seu raciocínio, a única forma de resolmais o ver este problema é exatamente interrompendo o ecossistema e isso crescimento econômico, pois, considerando-se causa o sacrifício que, à exceção da energia solar, a biosfera é finita, do chamado não cresce e é fechada, o subsistema econômico "capital natural" tem que parar de crescer em algum momento. Este momento já teria passado, segundo os cálculos G O crescimento de Daly. Se não respeitarmos os limites físicos inedeseconômico rentes ao ecossistema mundial, não há como produz males mais mantê-lo funcionando no futuro. Contrariando praticamente todos, em todos os rapidamente do países do mundo, que comemoram recordes na que bens, o que produção de automóveis e nas safras de mononos torna mais pobres e não mais culturas como grandes vitórias da sociedade, ele defende o fim do crescimento econômico. ricos (como, por De forma incrivelmente lúcida, Daly afirma exemplo, as que os padrões econômicos defendidos pelo atividades que chama de economistas neoclássicos foram madeireiras na definidos há muitos anos, para lidar com um Amazônia). "mundo vazio", quando a idéia de 6,5 bilhões de habitantes e da escassez de recursos não era considerada. Para ele, devemos passar a produzir bens com vida útil mais longa, de forma que consumam menor quantidade de recursos naturais, dando preferência para a manutenção do antigo que à compra de um novo; limitar os rendimentos conforme a capacidade do meio ambiente de repor o que é consumido; taxar não a renda (o que queremos), mas sim o que queremos evitar (esgotamento de recursos e poluição). Daly sabe que o sucesso de suas propostas depende de enorme mudança de visão de mundo de todas as pessoas. Ele sabe que muitos taxarão tal projeto de politicamente impossível. Para estes, ele tem resposta pronta: "a alternativa a uma economia sustentável, que mantenha permanente crescimento, é biofisicamente impossível. Ao escolher entre enfrentar uma impossibilidade política e uma impossibilidade biofísica, eu escolheria a primeira opção". Mande seu comentário para doispontos@ dcomercio.com.br

E

DANILO PRETTI DI GIORGI É JORNALISTA.

Os rótulos, as meiasverdades, a absoluta falta de apego às leis, o estímulo à transgressão, a ocupação violenta do espaço alheio, a destruição de patrimônio e de valores, a disseminação da corrupção, em todos os níveis, a falta de autoridade e uma parafernália jurídica que só favorece os criminosos, os infratores, tudo isso e muito mais faz parte de um quadro institucional que o Brasil atravessa, suficientemente forte para gerar um profundo desconforto nas pessoas de bem. aço essas reflexões lembrando a carga de pressão, as críticas que caíram sobre o governador Cláudio Lembo que, formado na velha escola do comportamento que busca na integridade sua formatação, não cedeu ao populismo nem ao discurso demagógico ou à acomodação de interesses ligados ao seu grupo de poder quando o Estado de São Paulo foi atingido por uma onda de exibicionismo criminoso das forças do mal. Mesmo sendo rotulado disso e daquilo, bem ao estilo dos mortos-vivos herdeiros da idéia do Estado controlar o ser humano, foi vítima do transbordamento de uma situação contida nas reflexões acima e conseguiu, adaptando seu modo irônico, típico das inteligências privilegiadas,

F

campanha eleitoral, deixando de lado a legislação e o respeito aos cidadãos da classe média brasileira que sustentam o País, formam um quadro onde os MSTs, os PCCs, os CVs da vida só tendem a crescer e se fortalecer. Colocar culpa, pressionar para subjugar, buscar maximizar episódios, dar à polícia culpa na reação, é parte da receita de deixar a confusão germinar na mente dos que ainda conseguem discernir. O aparato de salvaguarda dos "direitos humanos", dos que infringem a lei, é desproporcional ao que se aplica às vítimas que não mereceram direito algum quando são brutalmente assassinadas. elo pouco tempo de exercício do cargo, Lembo reagiu bem. Acima de tudo, pelo tempo de exercício de uma visão humanista, educadora e perfil de quem nunca roubou, matou, desviou recursos públicos, favoreceu indevidamente a própria família ou desrespeita a inteligência da população, agiu certo o governador Cláudio Lembo na forma como conduziu e tem conduzido esse episódio, cujas origens extrapolam as divisas do Estado paulista, vicejando em cerrado.

P

PAULO SAAB É JORNALISTA PSAAB@UOL.COM.BR

FALE CONOSCO E-MAIL PARA CARTAS doispontos@dcomercio.com.br E-MAIL PARA PAUTAS editor@dcomercio.com.br E-MAIL PARA IMAGENS dcomercio@acsp.com.br CENTRAL DE RELACIONAMENTO E ASSINATURAS 3244-3544, 3244-3046 , Fax 3244-3355 E-MAIL PARA ASSINANTES circulacao@acsp.com.br PUBLICIDADE LEGAL 3244-3626, 3244-3643, 3244-3799, Fax 3244-3123 PUBLICIDADE COMERCIAL 3244-3344, 3244-3983, Fax 3244-3894


terça-feira, 30 de maio de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

DIÁRIO DO COMÉRCIO

5 Estamos jogando todas as nossas fichas no recurso para anular a reunião da executiva. Foi um golpe baixo. Senador Pedro Simon

ALENCAR: VICE DE LULA E FILIAÇÃO AO PMDB

PRESIDENTE QUER QUE PARTIDO ADOTE CANDIDATURA DE VICE, MESMO SEM PARTICIPAR DE ALIANÇA.

O

presidente Luiz REELEIÇÃO, UM Inácio Lula da Silva quer que a ala PERIGO PARA governista do PMDB adote a candidatura do AS ELEIÇÕES. vice-presidente da chapa da

A

reeleição com a permanência no cargo se torna perigosa em term o s d e d e s v i r t u amento e desequilíbrio na disputa eleitoral." A declaração foi feita ontem, no Recife, pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello (foto), que não vê relação direta entre reeleição e corrupção, mas destaca que a tendência é haver "uma mesclagem da atuação, considerado o exercício do mandato com a caminhada no sentido da reeleição". Ele creditou o "perigo" ao fato de que o instrumento da reeleição "não fazia parte da cultura jurídica, do sistem a " d o Pa í s e lembrou que representações nesse sentido (por supostos benefícios de candidatos que se mantêm no cargo e buscam a reeleição) têm sido julgadas mesmo antes do início do período da campanha eleitoral. O ministro falou à imprensa antes de receber o título de cidadão pernambucano. Em seu discurso, ele disse acreditar numa maior transparência nas eleições, com a adoção de regras mais rígidas. "Na medida em que barateia o pleito, afasta-se a fachada e se dá prevalência ao perfil do candidato", explicou. E voltou a condenar o voto nulo. "A forma de protestar não é anulando o voto, este tipo de protesto é fuga." (AE)

reeleição, mesmo que o partido não participe formalmente da aliança PT-PSB-PCdoB. O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, transmitiu a informação ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao senador José Sarney (PMDB-AP). Esta operação política fortalece a possibilidade de o vice-presidente José Alencar, filiado ao minúsculo PRB, permanecer na chapa de Lula, mas com o compromisso de se filiar ao PMDB após a eleição. "O Tarso nos colocou esta questão. Podemos nos posicionar num segundo momento. Mas não faremos essa discussão agora. Qualquer movimento nosso poderia atrapalhar a aliança com os oposicionistas do partido contra a candidatura própria", disse Renan. Como a ala governista do PMDB está empenhada em manter Alencar fora da política de Minas, a proposta de Lula e do PT pode ser aceita. É que se Alencar perder a candidatura a vice na chapa de Lula, poderia prejudicar os esforços do PMDB para que o governador Aécio Neves (PSDB) apóie a candidatura do ex-presidente Itamar Franco (PMDB) ao Senado. Projetos futuros – Além disso, os peemedebistas estão se preparando para disputar as eleições presidenciais de 2010 e, como o PT, não gostariam que o vice de Lula, caso o escolhido seja o ex-ministro da Integração, Ciro Gomes, se trans-

GAROTINHO QUER TOMAR O PMDB

LULA SAI ATRÁS DO PMDB formasse num candidato em potencial ao Planalto. Alencar, que já foi filiado ao PMDB – foi para o PL depois de ter sido preterido numa eleição para líder da bancada do Senado em 2001 – voltaria ao partido após o início do segundo mandato, pelos planos do Planalto e do PT. Lula está pessoalmente empenhado em trazer a maior fatia possível do PMDB para sua campanha. Ele irá se encontrar pessoalmente com o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia para discutir o assunto ainda esta semana. Tarso Genro e o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), já se encontraram com Quércia. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), também vem sendo procurado pelos petistas. A expectativa do presidente Lula é a de conseguir atrair

70% do partido. Ele não quer tratar com os peemedebistas apenas da escolha do vice. Acena com um governo de coalizão, de fato, que executaria um programa de governo acordado entre a coligação PTPSB-PCdoB e o PMDB. Desta forma, cada partido assumiria a responsabilidade por áreas do governo, ao contrário da estrutura horizontal montada no primeiro mandato. Negociações – Berzoini também está atuando nas negociações com o PMDB, mas considera difícil uma coligação formal, devido às divisões internas na sigla. "Sabemos que a coligação com o PMDB não é fácil em função das divergências internas. Mas estamos trabalhando na relação institucional com o partido e com lideranças regionais. Estamos nesse esforço, sabendo das dificuldades.

M

Queremos uma aliança programática. E, como da outra vez, todos os aliados terão poder para influir na discussão da chapa." Derrota – O PT ficará sem o horário gratuito no rádio e na televisão no primeiro semestre de 2007. A suspensão foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última quinta-feira, como penalidade pela propaganda partidária veiculada em 18 de abril. O relator da ação no TSE, ministro Ari Pargendler, entendeu que houve desvio de finalidade no programa. Ao invés de difundir os ideais da legenda, o horário gratuito teria sido usado para comparar as administrações de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique. A representação contra o programa petista foi apresentada pelo PSDB. O argumento seria que o horário gratuito teria sido usado para promover o presidente. (AG)

omentos antes da uma homenagem na qual o senador Pedro Simon (PMDB-RS) seria comparado ao personagem Dom Quixote, o exgovernador Anthony Garotinho (foto0 disse que vai se preparar para "tomar o partido" após as eleições, caso a legenda não tenha candidato à presidência da República. "Vamos nos preparar para tomar o partido depois da eleição", disse ele, pré-candidato à vice de Simon, homenageado pela Associação Brasileira dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil. O n t e m , S im o n e G a ro t inho anunciaram ter entrado na Justiça para anular a decisão da Executiva Nacional do PMDB que adiou para 29 de junho a convenção que decidirá sobre a candidatura própria. A manobra dos governistas jogou a convenção, marcada para o dia 11, para depois das convenções estaduais. Os oposicionistas argumentam que isso inviabiliza a candidatura à presidência por causa da regra da verticalização. "Estamos jogando todas as nossas fichas no recurso para anular a reunião da executiva realizada na quinta-feira. Ela é absurda, ela não tem lógica. Foi um golpe baixo", disse Simon, reafirmando a intenção de disputar a sucessão presidencial dizendo. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

1

Informática

O consumidor percebe que pode ter mais mobilidade e acaba investindo um pouco mais César Aymoré, Positivo

ABAIXO DA LINHA DOS R$ 3MIL Da Positivo, o Mobile C25 A (acima) sai por R$ 2.999; já o Pavilion ze2410 (abaixo), da HP, custa R$ 2.999; todos com leitor de DVD e gravador de CD

O Brasil nunca teve tantos computadores portáteis vendidos: a queda nos preços promovida pela baixa do dólar e da MP do Bem, que isenta o pagamento de Cofins e do PIS, desde outubro de 2005, para computadores com preço de até R$ 3 mil, tem movimentado muito esse mercado

Fotos: Divulgação

Por Fábio Pelegrini

O modelo AS 3624 Lci (acima), da Acer, custa R$ 2.999; já o Dell LatitudeTM 120L (abaixo), R$ 2.392; ambos com processador Intel Celeron

s brasileiros estão comprando cada vez mais notebooks, porém não o bastante ainda para desbancar os computadores de mesa. Quem afirma são os fabricantes de laptops, que comemoram o aumento significativo em vendas. Apesar disso, proporcionalmente o Brasil vende menos notebooks do que outros países da América Latina. A consultoria IDC Brasil apontou em sua última pesquisa crescimento de 47,5% em 2005 (total de 275 mil unidades vendidas) em relação a 2004 e prevê um crescimento de 46% para este ano. A Intel é mais otimista. A expectativa da companhia, divulgada em evento realizado neste final de semana em Muro Alto (PE), é de que o mercado dobre este ano, com a comercialização de cerca de 600 mil unidades, atingindo 8,5% de participação –hoje é de 5%. Esses números têm como grande incentivador a queda dos preços. No começo de 2005 não existiam notebooks vendidos abaixo de R$ 3 mil. Hoje é possível encontrálos por R$ 2.499. "O preço está chegando perto do ideal", disse Elber Mazaro, diretor de marketing da Intel do Brasil. Segundo Mauro Peres, diretor de consultoria da IDC Brasil, o número de notebooks é pequeno e tem condições de ser melhor. No Japão se vende 1,1 computador de mesa para cada notebook vendido. No Chile, a participação é de 24% das vendas. E no Japão, de 46%. "Isso se dá por vários fatores, mas principalmente pela diferença de preço. Enquanto no Japão o valor do micro e do notebook são praticamente iguais, no Brasil um portátil com a mesma configuração de um computador de mesa vale mais que o dobro. Mas o mercado brasileiro sem dúvida evoluiu e vem crescendo com grande potencial." Com a recente queda de preço é possível notar uma mudança do perfil do comprador. Antes esse mercado era basicamente corporativo, principalmente porque as empresas têm uma menor sensibilidade a preço e maior necessidade de mobilidade. Agora, os fabricantes buscam crescer no mercado doméstico, sobretudo aqueles que compram como opção à atualização do desktop. "Preferencialmente quase todos comprariam um notebook, justamente por causa da mobilidade. É uma tendência mundial que o mercado de desktop aos poucos seja consumido pelos notebooks. Todos vão querer estar conectados em qualquer lugar, já que o avanço da tecnologia deve tender a isso", completa. Para César Aymoré, diretor de marketing da Positivo Informática, esse cresci-

mento tem base em três motivos claros: a queda dos preços, cada vez mais acessível ao consumidor final; uma baixa penetração do segmento e a troca por um portátil na atualização do PC antigo. "Na recompra o consumidor percebe que pode ter mais mobilidade e acaba investindo um pouco mais", explica. A Positivo tem crescido de forma vigorosa e acredita nesse mercado. Lançou uma nova linha, que atende desde o chamado entrante, aquele consumidor que compra seu primeiro notebook, aos clientes mais sofisticados. "Acreditamos que o segmento de portáteis deva crescer 100% até o final de 2006, chegando a 550 mil unidades vendidas", completa. Como uma das líderes do mercado, a Dell Brasil aposta fortemente nesse setor. "Notamos que um dos segmentos que está ganhando mercado é o de notebooks de baixo preço, principalmente pela questão da redução de impostos. Porém, o usuário que procura esse equipamento normalmente tem um conhecimento maior de informática ou pelo menos conhece os benefícios da mobilidade. Isso faz com que ele procure itens que facilitem a vida na utilização do equipamento", explica Ricardo Shiroma, gerente de produto para notebooks da Dell Brasil. A HP do Brasil também não reclama e está vendo a linha de portáteis como uma excelente oportunidade de crescimento. "Se você me perguntar qual é o limite, ainda não tenho esse número. Quando mais temos disponibilidade, mais vendemos", comemora Valéria Molina, diretora do grupo sistemas pessoais. Para Molina, o computador portátil é uma ferramenta de produtividade e de educação acessível. "Passou de objeto de desejo a um produto que podemos oferecer para outras camadas. Há uma expectativa que para este ano tenhamos uma explosão de vendas de notebooks no mercado brasileiro", completa. A Acer, que já vendeu computadores convencionais no Brasil quando tinha produção local, aproximadamente há seis anos, hoje tem uma grande participação no mercado de portáteis, sendo uma das primeiras a vender esses equipamentos a um preço mais acessível. As vendas são feitas através de distribuidores e sua estratégia não é mais a de comercializar computadores de mesa. "O mercado está migrando para notebooks a partir do momento que os produtos se tornam acessíveis ao consumidor, como é o caso desse dispositivo. Agora a tendência é crescer. Hoje a política mundial da Acer é fabricar mais notebooks do que desktops", explica Anne da Gama, diretora-geral da Acer para o Brasil. Toda a fabricação da Acer está concentrada na China. "Em realidade a Acer nunca saiu do Brasil, mudou a estrutura de fornecimento para baratear o produto, mudando a forma de fazer negócio. Antes vendíamos direto para revendas, hoje temos um canal de distribuição." Colaborou Arthur Rosa, de Muro Alto (PE) Leia mais na próxima página


DIÁRIO DIÁRIO DO DO COMÉRCIO COMÉRCIO

12 -.INTERNACIONAL

Temos 300 famílias em nossa vila e recebemos apenas dois sacos de arroz. Lastri, vítima do terremoto em Java

Jewel Samad/AFP

Internacional

terça-feira, terça-feira,30 30de demaio maiode de2006 2006

ue fique bem claro, que, como presidente da República, não tenho medo!...Não tenho medo de vocês!". Com estas palavras, pronunciadas pessoalmente diante de 5 mil oficiais e soldados, além de outros surpresos milhões de telespectadores argentinos que assistiam as cerimônias do Dia do Exército transmitidas ao vivo, o presidente Néstor Kirchner indicou que está determinado a realizar uma depuração na mentalidade das Forças Armadas. Kirchner anunciou que os militares terão que freqüentar aulas sobre direitos humanos e sustentou que os insatisfeitos e os indisciplinados terão que abandonar os quartéis. A carraspana em tom de desafio protagonizada por Kirchner dentro de um quartel é inédita na história do país. No discurso, realizado no Colégio Militar de El Palomar, Kirchner criticou os oficiais que, vestindo o uniforme do Exército, participaram na semana passada de uma manifestação a favor do terrorismo de Estado praticado pela últi-

ma ditadura militar (1976-83). No protesto, realizado na frente do monumento aos mortos na Guerra das Malvinas, na Praça San Martín, em pleno centro portenho, os participantes, aos gritos, chamaram o chefe do Exército, o general Roberto Bendini - que é amigo de Kirchner - de "traidor" e "lacaio". Os simpatizantes da ditadura expulsaram jornalistas que estavam presentes com socos e chutes. Com a irritação acumulada de vários dias, o presidente declarou que a defesa do terrorismo de Estado constitui "apologia do delito" e citou uma série de heróis do Exército do século XIX e XX para compará-los aos generais da ditadura respaldados na manifestação. O presidente também desferiu críticas contra oficiais dos serviços de inteligência da Base Almirante Zar, da Marinha, que estiveram recentemente envolvidos em um escândalo de espionagem de políticos, jornalistas e intelectuais. Segundo Kirchner, o governo não tolerará falta de disciplina nos quartéis. Minutos antes, o general Bendini, no

mesmo tom do presidente, havia declarado que não aceitaria "atos que conspirem contra a coesão" das Forças Armadas. "O respeito pelas instituições e pela dignidade das pessoas deve ser exercido sempre. Aqueles que não estiverem de acordo, podem se retirar". O presidente também afirmou que os militares terão que voltar às salas de aula para cursos sobre os direitos humanos, sendo que o primeiro deles começou ontem em Buenos Aires, com a presença da ministra da Defesa, Nilda Garré. Tensão – Kirchner foi aplaudido sem muito entusiasmo pelos oficiais presentes. Ao concluir o discurso, entrou em uma van e foi embora. Nesse mesmo instante, um grupo de esposas de oficiais chamou-o, aos gritos, de "hipócrita" e tentou aproximar-se dele, sem sucesso. O clima de tensão era evidente. Kirchner não é bem visto pelos militares, já que ele tornou-se o presidente que mais confrontou-se com os quartéis na última década e meia, além de ser o que mais criticou as violações cometidas pela ditadura.

BAGDÁ – Uma onda de atentados com carro-bomba causou a morte de cerca de 50 pessoas ontem, entre elas o cinegrafista Paul Douglas e operador de som James Brolan, da TV americana CBS. A jornalista Kimberley Dozier, também da equipe, está gravemente ferida. Desde 2003, 69 jornalistas morreram no país AFP

"Não tenho medo de vocês!", diz Kirchner a militares argentinos "Q

Ahmad Al-Rubaye/AFP

DESTRUIÇÃO – Mais de 5 mil pessoas morreram depois do terremoto de sábado na Ilha de Java. A ONU alertou que a ajuda os sobreviventes, agora, é "uma corrida contra o tempo". As avarias causadas pelo terremoto no principal aeroporto regional e o péssimo estado das vias locais atrapalham os esforços de ajuda. Chuvas torrenciais fizeram as condições piorarem para os sobreviventes e a atividade do vulcão Monte Merapi aumentou. Vários residentes de áreas devastadas pelo tremor reclamam da falta de comida e medicamentos. Ontem, milhares de pessoas perambulavam por estradas da zona de desastre, recolhendo o que podiam.

Haim Horenstein/AFP

AMEAÇA – Um vulcão entrou em erupção ontem no arquipélago de Comores, no Oceano Índico, cuspindo

COLÔMBIA vitória foi do presidente Álvaro Uribe, reeleito no domingo, em primeiro turno, com 62,2% dos votos válidos. Mas a mensagem mais eloqüente Albeiro Lopera/Reuters foi a da esquerda, com os 2,6 milhões de votos, ou 22% obtidos pelo candidato Carlos Gaviria, do Pólo Democrático Alternativo. "Foi um recado muito importante para a guerrilha", diz a cientista política Elisabeth Ungar, diretora do programa Congresso Visível da Universidade Los Andes, que monitora as atividades parlamentares. "A cidadania deixou claro que acredita na democracia, não na guerrilha".

lava e fumaça branca. O Monte Karthala entrou em atividade pela última vez em abril de 2005, ninguém morreu. A cidade de Moroni, a capital, fica ao pé da encosta do vulcão. A população é de 50.000. Shah Marai/AFP

A

Ó RBITA

EXPLORAÇÃO utoridades da Itália, Bulgária, Alemanha e Áustria prenderam 41 búlgaros ontem depois de a polícia italiana ter descoberto uma organização que explorava centenas de crianças vendidas por famílias pobres. Outras 75 pessoas estão sob prisão domiciliar. Os investigadores acreditam que a quadrilha obrigava as crianças a cometerem roubos e espancava aquelas que não cumprissem sua "cota" diária de mendicância. Uma das meninas exploradas, de 13 anos, está grávida de 8 meses.

A

PALESTINA aola Haniye, de 17 anos, filha do primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye, foi presa ontem em Israel após tentar visitar seu noivo em um centro de detenção israelense usando uma identidade falsa. Ela também teria dito que ia visitar seu irmão. Haola teria viajado sem conhecimento do pai, foi interrogada e libertada.

H

REVOLTA – Em meio a gritos de "morte à América", afegãos revoltados apedrejaram veículos militares americanos envolvidos num acidente ontem na zona norte do Afeganistão. Houve depredação e saques generalizados, Pelo menos oito pessoas morreram e 107 ficaram feridas na capital, Kabul.


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Varejo Hi-tech Convergência Hardware Software

falta de espaço no disco rígido sempre foi uma limitação para quem utiliza notebook, mas as soluções para armazenamento de dados externos é a alternativa mais barata para quem precisa de espaço extra. "Os notebooks têm uma limitação de capacidade e para você trocar um disco rígido não é tão simples assim. Fora o fato de sair bem mais caro, necessita de mão-de-obra especializada, além da dificuldade de encontrar peças originais", explica Julio Esteves, gerente de marketing da Controle Net. Especializada nesse segmento, a Controle Net conta com as mais variadas opções de dispositivos externos para guardar informações. O Carte Orange USB, por exemplo, é um dos menores sistemas de armazenamento existente no mercado, com capacidade de 4 GB ou 8 GB. O produto é ideal para executivos que necessitam de grande capacidade de armazenamento associada à portabilidade –pesa 56 gramas. Suas proporções são parecidas com as de um cartão de crédito. É

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terça-feira, 30 de maio de 2006

Comprar um notebook vale a pena se o fator mobilidade for importante Mauro Peres, IDC Brasil

EQUIPAMENTOS AUMENTAM CAPACIDADE DOS PORTÁTEIS

Acessórios para todas as necessidades Se o aumento das vendas de notebooks é uma realidade, o crescimento do número de acessórios também faz parte desse desenvolvimento de mercado; de armazenamento a meios de energia alternativa, hoje existe praticamente tudo que é necessário para trazer um maior conforto, mobilidade e melhora de capacidade para esse tipo de equipamento

à internet, com conexão mínima de 33 Kbps. O aparelho tem tamanho reduzido, semelhante a um celular, possui display LCD com luz de fundo azul e duas linhas de oito caracteres, memória para os números discados e para as chamadas não atendidas, agenda telefônica para seleção de números, identificador de chamadas e número fixo. O telefone pode ser conectado a qualquer computador através de uma porta USB e tem entrada para fone de ouvido e microfone, que permite continuar operando o computador normalmente durante a conversação. A combinação do uso do IP Phone com uma webcam permite ao usuário realizar uma teleconferência com muito mais realismo, sem custos ou tarifas. A instalação não exige configurações complicadas. Os planos de créditos estão disponíveis no site da operadora (www.taho.com.br) e o aparelho custa R$ 199, com crédito de R$ 10 para realizar ligações. Mais informações no site da Clone (www.clonevoip.com.br) ou pelo te-

Fotos: Divulgação

plug and play (conexão hi-speed USB 2.0) e pode ser usado sem a necessidade de cabos, fonte de energia ou A partir de cima, drivers. Para garantir a facilidade de conexão no sentido em computadores ou estações em que a CPU horário: Carte fica em posições de difícil acesso, o produto já Orange USB da vem acompanhado de cabo extensor USB. O Lacie, Safe Finger preço varia conforme o tamanho, o de 4 GB Print Mobile sai por R$ 836, 00 e o de 8 GB, R$ 1.250. Hard Drive, PCTV Gravadores – Os modelos de gravadores da Pinnacle, de DVD externos Slim USB e Slim Firewire Portawatts da são portáteis (pesam 345 gramas) e compatíNodaji e IP veis com Macintosh e PC –garantem o armaPhone, da Clone zenamento seguro de informações em cada mídia DVD de 4.7 GB. Os modelos gravam em todos os formatos do mercado e em duas camadas, com velocidade de 8x. Seu grande

diferencial é o sistema de gravação LightScribe, que permite personalizar, gravar e etiquetar o DVD ou CD, sem gasto de tinta, com o uso da tecnologia do mesmo laser do gravador, que queima o rótulo da mídia e o conteúdo. Os gravadores de DVD da LaCie têm preços sugeridos de R$ 1.826 para o Slim FireWire e de R$ 1.653 para o Slim USB. Como segurança de dados é um dos itens preocupantes para as empresas, principalmente para as que têm seus empregados se deslocando e trabalhando com notebook em vários locais, o modelo Safe Finger Print Mobile Hard Drive pode ser uma boa solução. Ele foi projetado para tornar o transporte de dados mais seguro e permitir o acesso às informações só a partir da leitura da digital. Com capacidades de 40 GB e 80 GB, permite a identificação pessoal com até 10 impressões digitais. A taxa de transferência é de 60

MB por segundo e rotação de 5400 rpms. Seu design é compacto e o modelo pesa menos de 250 gramas, com dimensões de 13 cm x 8 cm x 2,5 cm. Pode ser adquirido na ControleNet por R$ 1.250 (40 Gb) e por R$ 1.664 (80 GB). TV portátil – A Copa e s t á p ró x i m a e n i nguém quer perder os jogos. Uma solução da Pinnacle promete ajudar aqueles que devem viajar durante as partidas. Trata-se do modelo PCTV externo 100e, que conta com ferramentas de edição e gravação de vídeos, além de trazer funcionalidades, como assistir a vídeos, ver fotos, escutar músicas e gravar programas de TV e rádio. O lançamento vem com os softwares Studio 9 Quick Start, Media Manager e pelo Media C e n t e r, p r i n c i p a l software do equipamento, que nessa versão permite a gravação direta em DVD, podendo ser programada graças à tecnologia Time Shiftting. A alimentação de energia é feita pela própria porta USB2, sem necessidade de cabos externos. Por R$ 619, o PCTV 100e inclui os softwares. Telefone móvel – O IP Phone, telefone IP microprocessado da Clone, é uma boa alternativa para os donos de notebooks, profissionais liberais e pequenas empresas que precisam realizar chamadas por voz para outros usuários, para qualquer local do mundo. As ligações são gratuitas entre os aparelhos da Clone; já para os telefones fixos e celulares para qualquer lugar do mundo as chamadas são feitas através de operadora de VoIP no Brasil, com uma economia de aproximadamente 50% em comparação às tarifas convencionais. Como a conversa é por IP basta que ambos os computadores estejam conectados

lefone (11) 2141-6000 (Grande São Paulo e capital) e 4002-0400 (demais localidades). A Nodaji está trazendo para o Brasil uma boa opção para quem trabalha em campo: os inversores que transformam baterias de 12V (como as de automóveis) em fontes de energia de 110/220V para aparelhos elétricos. Basta conectar o plug à tomada do acendedor de cigarros do veículo, embarcação ou o cabo com garras diretamente a bateria, que o inversor fornecerá energia suficiente para ligar os equipamentos. A nova linha de inversores da Nodaji tem as proteções usuais contra tensão de bateria baixa, sobrecarga, sobreaquecimento, inversão de polaridade e curto-circuito na saída. O sistema de segurança avisa por alarme sonoro quando é hora de recarregar as baterias, e desliga-se automaticamente quando a tensão cai para 10 Volts, protegendo as baterias. Existem três modelos de inversores: o Portawatts 140W, ideal para pequenos eletrodomésticos, com o preço sugerido de R$ 175; o Xpower 400 Plus, que pode ser usado para ligar câmeras filmadoras, aparelhos de som, notebooks, televisores de 20" combo (com vídeo cassete acoplado), televisão de 27" e recarregar telefones celulares, por R$ 357; e o Xpower 700 Plus, com potência suficiente para televisores de 29", pequenas ferramentas e eletrodomésticos, R$ 499. As vendas são realizadas por revendedores autorizados em todo o Brasil, que podem ser pesquisados no site www.nodaji.com.br ou pelo telefone (11) 3361-5857. (FP)

Atenção na hora da escolha ara os revendedores de computadores e futuros compradores, Mauro Peres, diretor de consultoria da IDC Brasil, arrisca a dar alguns conselhos, como investimento em mostruário e cautela na hora da compra. "Esse é um mercado promissor e um investimento em produtos para demonstração é uma boa oportunidade para captar novas vendas, já que o consumidor se vê mais atraído ao ver as qualidades dos equipamentos. Porém, vale ressaltar que os produtos de tecnologia têm um tempo de atualização muito rápido e não é sábio ficar com equipamento parado. A cada seis meses os produtos dessa área mudam muito", observa Peres. E os clientes não devem comprar na empolgação. "Comprar um notebook vale a pena se o fator mobilidade for importante. Esse equipamento é bem mais caro do que um desktop e fatalmente será desatualizado mais rapidamente. Além disso, o suporte e upgrade são mais difíceis e caros." Esse mercado também tem problemas, principalmente quanto à importação ilegal desses equipamentos, mas o consumidor já está percebendo que não vale a pena comprar no mercado paralelo. "A diferença de preço praticamente não existe e no mercado formal o consumidor tem várias vantagens, como financiamento, a garantia de qualidade e suporte do fabricante. Ele tem uma empresa brasileira que paga impostos e que está instalada em um endereço onde ele poderá encontrá-la", explica César Aymoré, diretor de marketing da Positivo Informática. (FP)

PCs pré-pagos Microsoft, em parceria com a fabricante de computadores chinesa Lenovo, está lançando PCs pré-pagos. Trata-se do seguinte: o consumidor adquire metade do computador e paga o resto do valor com a compra de créditos, como acontece com celulares. O modelo de comercialização, batizado de FlexGo, foi a fórmula encontrada para vender computadores para as classe menos favorecidas de países em desenvolvimento. As máquinas, que rodam uma versão convencional do Windows, já estão à venda no Brasil e devem ser comercializadas também no México, China, Rússia e Índia. João Magalhães


DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

1 É uma vitória dos empresários e trabalhadores para que o imposto seja transparente a todos. Luigi Nese, CNS

CADA MINISTRO DO STJ OU DO STF RECEBEU, NO ANO PASSADO, 8 MIL PROCESSOS PARA SEREM ANALISADOS

JUSTIÇA LENTA, PREJUÍZO DE US$ 10 BI CONGRESSO RECEBE A AMANHÃ O APELO DE 1,5 MI DE CIDADÃOS Milton Mansilha/LUZ

De Olho no Imposto entrega 1,564 milhão de assinaturas amanhã em Brasília

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manhã, às 13 horas, o presidente do Senado, Renan Cal h e i ro s ( P M D B AL), receberá as 35 caixas com 1,564 milhão de assinaturas coletadas pelo movimento De Olho no Imposto. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, acompanhado por 200 empresários, entregará a Calheiros o pedido para que conste nas notas fiscais a discriminação dos impostos incidentes nos produtos e serviços. O caminhão com as assinaturas chegou ontem à noite ao Distrito Federal. Depois, às 15h30, os representantes do movimento se reunirão com os líderes das bancadas no Congresso para pedir que seja elaborado e aprovado, com urgência, um projeto de lei que regulamente o parágrafo 5° do artigo 150 da Constituição Federal, que diz: "A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços." Meta superada – O movimento ultrapassou a meta de captar 1,5 milhão de assinaturas. "É uma vitória dos empresários e trabalhadores que, assim como na luta contra a MP 232, se uniram para que o imposto seja transparente para todos", afirma Luigi Nese, presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS). A expectativa do jurista Ives Gandra Martins é alta. Ele afirmou, ontem, em seminário realizado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), que uma das iniciativas da sociedade que deve dar resultado é o pedido do De Olho no Imposto. "Em ano de eleição, os parlamentares vão se sentir pressionados", disse. O presidente do Etco, Emerson Kapaz, também apoiou o movimento. "O consumidor precisa saber que é tributado quando compra uma mercadoria ou serviço", afirmou. Parcerias – Além da ACSP e

da CNS, participaram da campanha o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (SesconSP), a seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), a Associação Médica do Brasil (AMB), a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Força Sindical. Só na comemoração do dia 1° de maio, organizada pela Força, foram coletadas 300 mil assinaturas. Outra ferramenta fundamental foi o site www.deolhonoimposto.org.br , que registrou mais de 12 mil adesões online. A comitiva que vai a Brasília representa o apoio que o movimento recebeu em todo o País. Iniciado em janeiro, o De Olho no Imposto percorreu 500 cidades paulistas e avançou para estados como Paraná, Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, o município de Auriflama foi o que superou em percentual maior a meta de assinaturas. A estratégia foi bater de porta em porta pela cidade. "Visitei as 150 empresas associadas. Levei listas de adesão e depois cobrei", lembrou Ue-

merson Ribeiro de Souza, presidente da Associação Comercial e Industrial de Auriflama (ACIA). Outras cidades paulistas também conseguiram superar a meta de assinaturas, como Guaicara, Araçatuba, Avanhadava e Itapira. Vitória – A campanha foi considerada vitoriosa pelo presidente da ACSP, ontem, durante a reunião plenária da entidade. Afif destacou o sucesso da união das entidades em torno de um objetivo comum. "Para isso, partimos juntos mobilizando as bases, mídias regionais e a rede das 412 associações comerciais paulistas", disse. O próximo passo é fazer com que o projeto de lei pela transparência tributária seja aprovado ainda neste ano. O conselheiro da Distrital Centro da ACSP, Nichán Bertezlian, fez um inflamado discurso durante a plenária, destacando o papel de Afif nas campanhas pela cidadania no Brasil promovidas pela ACSP. "É um exemplo a ser seguido por todos os brasileiros", resumiu. Laura Ignacio, Adriana David e Sergio Leopoldo Rodrigues

ACSP firma convênio com Sescon

O

s presidentes da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, e do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon), Antonio Marangon, firmaram ontem um convênio que permitirá aos associados da ACSP cursar a Universidade Corporativa do Sescon. Além disso, o convênio abre espaço pa-

ra o desenvolvimento de programas conjuntos visando o preparo dos profissionais e de empreendedores ligados às duas entidades. Guilherme Afif Domingos lembrou que esse convênio aproxima ainda mais as duas entidades, já parceiras em muitas lutas cívicas. "Trata-se de mais um importante salto para integrar nossos associados por meio da qualificação

profissional", afirmou o presidente da ACSP. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Marcel Solimeo, o convênio reflete um esforço das duas entidades para ajudar a capacitar o empreendedor. "É um instrumento para lidar melhor com os desafios impostos pelas constantes mudanças econômicas", resumiu. Sergio Leopoldo Rodrigues

Simples: 900 mil devem declaração

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Receita Federal alertou ontem que pelo menos 900 mil micros e pequenas empresas inscritas no Simples ainda não entregaram a declaração anual simplificada.

O prazo se encerra amanhã, às 20 horas. De acordo com a Receita, até a manhã de ontem, 1,4 milhão de empresas já haviam prestado contas ao Fisco pela internet.

Os programas para o preenchimento e transmissão da declaração estão disponíveis no site da Receita Federal no endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br . (AE)

economia brasileira perde US$ 10 bilhões por ano com a morosidade da Justiça. O dado consta do estudo Análise - Justiça, da Análise Editorial, que também traça um retrato do Judiciário, com ênfase no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O levantamento foi divulgado ontem durante o seminário "A Justiça e o seu Papel no Combate à Concorrência Desleal", do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco). Atualmente, são distribuídos cerca de 17 milhões de processos por ano em todo o País. Em 2005, cada ministro do STF ou STJ teve uma demanda de aproximadamente 8 mil ações. O levantamento aponta que, para os ministros analisarem cada processo, seria necessário um julgamento por hora, durante o ano inteiro. O seminário serviu para advogados, empresários e representantes do governo discutirem mudanças legislativas que possam contribuir para a concorrência leal no País. Instâncias – O jurista Hamilton Dias de Souza sugeriu o fortalecimento das instâncias administrativas para que suas decisões sejam consideradas como de última instância. "Os tribunais administrativos, como o Conselho de Contribuintes e o Tribunal de Impostos e Taxas, teriam que ser mais isentos. Hoje, os representantes da sociedade civil que julgam contra o Fisco não são reconduzidos à função. Muitos

Seminário discutiu o impacto da morosidade do Judiciário na economia

votam a favor do governo para não sair", afirmou Souza. Para acabar com a insegurança jurídica que impera no País, o jurista Ives Gandra da Silva Martins defendeu a regulamentação da Lei Complementar 104/2001, a lei antielisão. "Hoje, os autos de infração são baseados no palpite do fiscal e não na lei", afirmou o jurista. Ives Gandra também tocou na questão do papel dos tribunais superiores, referindo-se às mudanças constantes

de entendimento do STF e STJ. Segundo ele, a decisão jurídica deve ser da segunda instância, cabendo aos tribunais superiores apenas dar estabilidade à ordem jurídica. De acordo com o estudo, em 68% das 24 ações analisadas envolvendo tributos indevidos, os ministros do STJ votaram em favor dos contribuintes. Em 82% das 17 votações sobre direito do consumidor, houve a ampliação desse direito.

Luludi/LUZ

Burti ao lado de Afif durante a plenária da ACSP que divulgou balanço do De Olho no Imposto

Adriana David


terça-feira, 30 de maio de 2006

Varejo Hi-tech Hardware Sistema Convergência

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PRESENÇA DA MICROSOFT EM EVENTO DO LINUX FOI PRAGMÁTICA

Há momentos em que é preciso olhar mais a oportunidade do que a competição Bill Hilf, Microsoft

Fotos: Divulgação

onge da visão maniqueísta e ideológica de software livre versus software proprietário, as palestras, a exposição e os l a n ç a m e n t o s d a L inuxWorld Brasil, na semana passada, em São Paulo, demonstraram que os programas open source (cujo código é aberto para uso e alterações por parte de comunidades internacionais de desenvolvedores) representam uma alternativa eficiente e segura para uso empresarial. Entre as principais distribuições mundiais, a Novell anunciou a nova versão SUSE Linux 10, além da suíte Open Workgroup, e a Red Hat oficializou a abertura de sua subsidiária no Brasil. O gerente geral de estratégias de mercado da Microsoft, Bill Hilf, explicou os planos da empresa para aumentar a integração com Linux. O encontro contou também com Jon "Maddog" Hall, considerado um "papa" da computação e um dos pioneiros do movimento open source. Presente durante os três dias do evento, Maddog mostrou que adota a idéia de compartilhamento e colaboração em sua própria conduta pessoal: sempre simpático, dividia sua atenção com diretores de empresas, jornalistas e estudantes, que entravam em pesadas conversas técnicas, ou simplesmente queriam tirar uma foto com o guru. Ele teve tempo ainda para uma conversa com seu colega da Microsoft, que buscou algumas das lições aprendidas em seu trabalho na Digital (empresa posteriormente adquirida pela Compaq, em que Maddog foi responsável pelo projeto de suporte a Linux). A Novell lançou a Open Workgroup Suite, que combina produtos comerciais da empresa e outros desenvolvidos pela comunidade. O pacote inclui o Open Enterprise Server (a nova geração do NetWare baseada em um kernel do Linux), Group Wise 7, ZENworks Suíte 7, o SUSE Linux Desktop, e o Open Office 2.0 para Windows e Linux. A licença custa US$ 110 por usuário (ou US$ 80 no modelo de assinatura anual), o que segundo Ricardo Fernandes, presidente da Novell do Brasil, custaria cerca de US$ 300 no modelo "totalmente proprietário". "Nossa estratégia é oferecer uma opção de colaboração, segurança e produtividade. Nenhum cliente deve definir adotar 100% de software livre, nem 100% de software proprietário. Recomendamos que busquem a solução de maior valor, com o melhor custo", resume Fernandes. O executivo informou sobre o lançamento, previsto para agosto, da versão 10 do SUSE Linux Desktop. Ele também enfatizou que, além das alianças com grandes fornecedores como SAP, Oracle e IBM, busca parcerias com os desenvolvedores locais de software, para aproveitar as oportunidades em que a aplica-

ssim como a Bossa Nova e o Cinema Novo destacaram artistas no mercado mundial de cultura, o movimento do Linux e do software open source abre uma das maiores oportunidades de inserção de brasileiros no cenário do desenvolvimento tecnológico. Durante a LinuxWorld, a IBM anunciou um investimento de US$ 2,2 milhões na expansão de seu Centro de Tecnologia Linux (LTC), com unidades em Campinas e Hortolândia (SP). No anúncio de abertura da subsidiária da Red Hat, uma das ênfases foi a contratação de Marcelo Tosatti, um programador de 22 anos de idade e 8 de profissão, que compõe o grupo internacional de atualização do kernel do Linux e é um dos responsáveis pela produção da plataforma de software para o OLPC (One Laptop Per Child, o projeto do computador de US$ 100 do MIT). "No mundo open source, se alguém apresenta um problema sempre há um desenvolvedor que cria uma solução, por dinheiro, vaidade ou obsessão. No Brasil, os usuários vêem rapidamente novas necessidades e os tecnólogos surgem com inovações que pareciam impossíveis mesmo para empresas internacionais", observa Hélio Castro, gerente de Pesquisa e Desenvol-

Linux traz inovação da comunidade com suporte de grandes indústrias Representantes de companhias como IBM, HP, Novell, Red Hat e Microsoft marcaram o pragmatismo da LinuxWorld Brasil, em que a maioria dos participantes buscava soluções efetivas para as suas empresas Por Vanderlei Campos

Presenças ilustres: o "papa" Jon "Maddog" Hall (no alto); Ricardo Fernandes (acima), da Novell; e Julian Somodi, da Red Hat

Um código aberto na mão e uma idéia na cabeça vimento da Mandriva/Conectiva e um dos responsáveis pelas funcionalidades multimídia da KDE (uma das interfaces gráficas do Linux). A iniciativa da IBM é um desdobramento de uma parceria com a Unicamp, que mantém uma equipe de 11 pesquisadores dedicada a melhorias no kernel do Linux. Com a nova unidade em Hortolândia, o time passa a incluir um total de 45 pessoas. "A qualidade do trabalho na Unicamp justificou a expansão. O Brasil está hoje entre as cinco principais bases de desenvolvimento Linux para a IBM no mundo", informa Haroldo Hoffman, diretor de iniciativas estratégicas da companhia. Hoffman explica que a IBM mantém ainda mais duas unidades –o Centro de Competência Linux, voltado a parceiros de software e consultoria, e o Linux Integration Center, que apóia implementações inovadoras do sistema operacional. Para o mercado de usuários, o executivo destaca que os novos programas de certi-

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Marcelo Tosatti: programador de 22 anos de idade e 8 de profissão

ficação, como os da Novell, Red Hat e da própria IBM, traz maior segurança às decisões empresariais. Suporte – Na Linux World, a Stefanini IT Solutions e a Intel anunciaram a criação de um suporte aos usuários corporativos de software livre. A central de atendimento está em teste piloto com o Metrô de São Paulo. "O suporte será estendido a outras companhias interessadas. Temos a intenção de oferecer o serviço também para o usuário final, mas isso será na segunda fase do projeto", afirma Zenos Strazzeri Araújo, diretor de serviços para infra-estrutura da Stefanini. Segundo Rodolfo Gobbi, diretor da LPI (Linux Professional Institute) no Brasil, o país ocupa o sexto lugar em quantidade de profissionais certificados, com um total de

ção determina o investimento em infra-estrutura. "O NetWare perdeu espaço para outras plataformas, que passaram a contar com mais opções de aplicativos. A companhia aprendeu a lição." Fernandes menciona que, entre os nichos verticais, a empresa tem tido um crescimento acentuado no segmento de varejo. No próximo mês, a Novell vai trazer especialistas do exterior para apoiar ações específicas para esse mercado. A Red Hat aproveitou o evento para anunciar o início de sua operação neste continente, com a abertura de escritórios na Argentina e no Brasil. Assim como a SUSE, a distribuição da Red Hat tem versões para mainframes, servidores x86 (Intel ou AMD) e desktops. A empresa também fornece ferramentas para ambientes de grande volume, como o GFS e a Cluster Suite (que permite que vários servidores operem em conjunto). Além da oferta de contratos de suporte, serviços, consultoria e treinamento (a fonte de receita das distribuições, uma vez que não há custo de licença), a presença local também visa a desenvolver parcerias com integradores e software houses no país. "Temos que investir no Brasil não só para vendas, mas também para buscar soluções para o mercado brasileiro e internacional", afirmou Julian Somodi, diretor-geral para América do Sul. Focado no mercado de infra-estrutura empresarial, a Red Hat chega ao Brasil no mesmo momento em que conclui a incorporação da JBoss, produtora do servidor Java mais utilizado no segmento de médias empresas. Cordialidade pragmática – Bem diferente dos acalorados, mas improdutivos, debates de outros eventos, a participação da Microsoft na LinuxWorld foi focada em esclarecer o trabalho da empresa para apoiar os usuários que pretendem combinar seus produtos a soluções open source. "Mais importante do que a redução de custos é a abordagem horizontal dos serviços de TI. O cliente tem que poder escolher e substituir cada componente, sem ter que reformular todo seu ambiente", disse Bill Hilf, responsável pelo laboratório da Microsoft dedicado a open source. As iniciativas da Microsoft de colaboração com a comunidade open source estão apresentadas no portal www.port25. technet.com. Como exemplo de interoperabilidade, Hilf apresentou o caso do Swedish Medical Group, uma companhia americana de assistência médica, que usa servidores Windows e SQL Server junto a aplicações Java sobre o JBoss. "Há momentos em que é preciso olhar mais a oportunidade do que a competição. Se o cliente já tomou a decisão por Java, não é mais hora de tentar vender uma solução .Net (o padrão equivalente da Microsoft)", constata.

692 pessoas até o final de 2005. "De 100 mil provas aplicadas no mundo, cerca de 30 mil resultaram em aprovação. O Japão responde por 52% e a Alemanha por 25%. Depois vêm EUA, Taiwan, Índia e Brasil, cuja distância para o terceiro colocado é muito pequena", descreve. Mesmo com a formação e certificação de técnicos, Gobbi avalia que ainda faltam profissionais de Linux no mercado, particularmente para atender ao segmento de pequenas e médias empresas. "Os empresários têm interesse, mas esperam respostas de seus consultores, integradores e revendas de informática. Por isso, quem vem aproveitando melhor o interesse pelo Linux são os provedores de informação –sites, revistas, promotores de eventos e treinamentos", constata. Gobbi adverte que a valorização dos especialistas em Linux não se deve apenas a uma questão de oferta e procura, mas à própria qualificação média desse tipo de profissional. "Não dá para comparar um consultor de Linux, que normalmente vem do mundo Unix e está preparado para administrar servidores de missão crítica, com o micreiro avançado que dá suporte a outros produtos", afirma. (VC)


2 -.ECONOMIA/LEGAIS

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terça-feira, 30 de maio de 2006

ATAS

CONVOCAÇÕES

NOSSA CAIXA S.A. - ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO CNPJ Nº 05.105.802/0001-80 ATA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA, REALIZADAS EM 19 DE ABRIL DE 2006. Aos 19 (dezenove) dias do mês de abril de dois mil e seis, às 10h00, reuniram-se em RUBENS SARDENBERG-Conselheiro.”. “PARECER DO CONSELHO FISCAL. O CON- Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no que se refere à entrega Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária, na sede da Nossa Caixa S.A. - Administra- SELHO FISCAL DA NOSSA CAIXA S.A. – ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO, da declaração de bens. Recomendou, ainda, a fixação da remuneração mensal de cada dora de Cartões de Crédito, na Rua Quinze de Novembro, 111 – 3º andar, nesta Capital, os no uso de suas atribuições, legais e estatutárias, manifesta-se favoravelmente à proposta de membro do Conselho de Administração no valor correspondente a 0,2 (dois décimos) dos acionistas da Empresa, conforme se verifica das assinaturas constantes do “Livro de pagamento do valor de R$ 328.582,39 (trezentos e vinte e oito mil, quinhentos e oitenta e dois honorários mensais do Diretor Presidente, lembrando a necessidade de se realizar pelo Presença”. Na forma prevista no Artigo 18, do Estatuto Social, assumiu a Presidência dos reais e trinta e nove centavos), aos acionistas da Empresa, referente aos Dividendos – menos uma reunião por mês, conforme previsto no Estatuto Social. O Conselheiro que trabalhos o Senhor Paulo Roberto Penachio, Presidente do Conselho de Administração, que Exercício 2005, na seguinte conformidade: Banco Nossa Caixa S.A.: R$ 273.511,98 faltar a duas reuniões consecutivas ficará privado do recebimento dos honorários relativos convidou a mim, nos termos do Artigo 18 do Estatuto Social, Daniel Rodrigues Alves – Diretor (duzentos e setenta e três mil, quinhentos e onze reais e noventa e oito centavos) e Fazenda ao mês em que for constatado o mencionado acúmulo de faltas. Os Conselheiros de da Empresa, para secretariar os trabalhos, ficando, assim constituída a Mesa. Destacou o do Estado de São Paulo: R$ 55.070,41 (cinqüenta e cinco mil, setenta reais e quarenta e um Administração farão jus, ainda, à gratificação anual, na forma prevista no Artigo 4º, da Presidente, a presença da Senhora Tomie Matsushita – Contadora da Empresa. Em centavos), devendo a mesma ser submetida à Assembléia Geral de Acionistas. São Paulo, Deliberação CODEC nº 1/91. Concluída a manifestação, por unanimidade de votos, a seguida, informou que, para atender eventuais esclarecimentos, solicitados pelos acionistas 23 de fevereiro de 2006. (a.a) CARLOS EDUARDO ESPOSEL-Conselheiro; MARILDO proposta foi aprovada pelos Acionistas da Empresa. (c) Exame e aprovação do Relatório da Empresa, estavam presentes o Senhor Marildo Manoel do Nascimento, membro efetivo MANOEL DO NASCIMENTO-Conselheiro; NEIDE BERTEZINI-Conselheira”. “PARECER da Administração, das Demonstrações Financeiras e dos Pareceres da KPMG Auditores do Conselho Fiscal, bem como a KPMG Auditores Independentes, neste ato representada DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA NOSSA Independentes e dos Conselhos Fiscal e de Administração - Exercício de 2005. Pedindo pelo Senhor Alberto Spilborghs Neto. Disse, também, o Presidente, que com o compareci- CAIXA S.A. – ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO, no uso de suas atribuições a palavra, o Representante do Acionista Controlador, recomendou a aprovação da matéria, mento dos acionistas da Empresa e “quorum” equivalente à totalidade do Capital Social, as legais e estatutárias, manifesta-se favoravelmente à proposta de pagamento do valor de R$ considerando os pareceres dos Conselhos de Administração e Fiscal, bem como da Assembléias se instalavam regularmente na forma prevista pelo Artigo 124, parágrafo 4º, da 328.582,39 (trezentos e vinte e oito mil, quinhentos e oitenta e dois reais e trinta e nove auditoria independente - KPMG Auditores Independentes, que examinou as demonstraLei nº 6.404/1976. Continuando, destacou o Presidente que as Assembléias foram convocadas centavos), aos acionistas da Empresa, referente aos Dividendos – Exercício 2005, na ções financeiras e declarou que representam adequadamente, em todos os aspectos para que os acionistas da Empresa, possam deliberar sobre os seguintes assuntos, seguinte conformidade: Banco Nossa Caixa S.A.: R$ 273.511,98 (duzentos e setenta e três relevantes, a posição patrimonial e financeira da Nossa Caixa S.A. – Administradora de constantes da Ordem do Dia: I – ASSUNTOS ORDINÁRIOS: (a) Eleição de Membros do mil, quinhentos e onze reais e noventa e oito centavos) e Fazenda do Estado de São Paulo: Cartões de Crédito, em 31 de dezembro de 2005 e 2004. Concluída a manifestação, por Conselho Fiscal; (b) Eleição de Membros do Conselho de Administração; (c) Exame e R$ 55.070,41 (cinqüenta e cinco mil, setenta reais e quarenta e um centavos), devendo a unanimidade de votos, a proposta foi aprovada pelos Acionistas da Empresa. (d) Pagaaprovação do Relatório da Administração, das Demonstrações Financeiras e dos Pareceres mesma ser submetida à Assembléia Geral de Acionistas. São Paulo, 24 de fevereiro de 2006. mento no valor de R$ 328.582,39 (trezentos e vinte e oito mil, quinhentos e oitenta e dois da KPMG Auditores Independentes e dos Conselhos Fiscal e de Administração - Exercício (a.a) PAULO ROBERTO PENACHIO-Presidente; RUBENS SARDENBERG-Conselheiro; reais e trinta e nove centavos), aos acionistas da Empresa, referente aos Dividendos – de 2005; e (d) Pagamento no valor de R$ 328.582,39 (trezentos e vinte e oito mil, quinhentos JORGE LUIZ AVILA DA SILVA-Conselheiro.” Concluída a leitura dos referidos documen- Exercício 2005, na seguinte conformidade: Banco Nossa Caixa S.A.: R$ 273.511,98 e oitenta e dois reais e trinta e nove centavos), aos acionistas da Empresa, referente aos tos, informou o Presidente que as matérias constantes da Ordem do Dia foram submetidas, (duzentos e setenta e três mil, quinhentos e onze reais e noventa e oito centavos) e Dividendos – Exercício 2005, na seguinte conformidade: Banco Nossa Caixa S.A.: R$ previamente, à apreciação do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC, Fazenda do Estado de São Paulo: R$ 55.070,41 (cinqüenta e cinco mil, setenta reais e 273.511,98 (duzentos e setenta e três mil, quinhentos e onze reais e noventa e oito centavos) recebendo manifestação, do Órgão, conforme Parecer CODEC nº 050/2006, de 18 de abril quarenta e um centavos). Pedindo a palavra, o Representante do Acionista Controlador e Fazenda do Estado de São Paulo: R$ 55.070,41 (cinqüenta e cinco mil, setenta reais e de 2006 (Processo S.F. nº 12091-179166/2006). Assim, o Presidente colocou em discussão recomendou a aprovação da matéria, posto que encontra-se legalmente amparado pelo quarenta e um centavos). II – ASSUNTOS EXTRAORDINÁRIOS: (a) Ratificação da eleição e votação os assuntos constantes da Ordem do Dia: I – ASSUNTOS ORDINÁRIOS: (a) Estatuto Social da Empresa e legislação societária, bem como contou com manifestações do Senhor Jorge Luiz Avila da Silva como membro do Conselho de Administração; e (b) Eleição de Membros do Conselho Fiscal. Pedindo a palavra, o Representante do Acionista favoráveis da Diretoria e dos Conselhos de Administração e Fiscal. Concluída a manifesRatificação da nova remuneração dos membros da Diretoria, a partir de janeiro de 2006, Controlador indicou, para integrar o Conselho Fiscal da Empresa, os Senhores: CARLOS tação, por unanimidade de votos, a matéria foi aprovada pelos Acionistas da Empresa. II conforme Parecer do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC nº 150/2005. EDUARDO ESPOSEL, brasileiro, divorciado, engenheiro mecânico, portador da Cédula de - ASSUNTOS EXTRAORDINÁRIOS: (a) Ratificação da eleição do Senhor Jorge Luiz Avila Em seguida, solicitou o Presidente, que se procedesse à leitura dos Pareceres da KPMG Identidade RG nº 2.867.748 - SSP-SP e do CPF/MF nº 250.457.418-53, residente e da Silva como membro do Conselho de Administração. Pedindo a palavra, o RepresentanAuditores Independentes, dos Conselhos Fiscal e de Administração, que dizem respeito aos domiciliado em São Paulo – SP e seu respectivo Suplente CLÁUDIO COSTA DOS ANJOS, te do Acionista Controlador recomendou a ratificação da eleição do Senhor Jorge Luiz Ávila itens “c” e “d” dos Assuntos Ordinários da Ordem do Dia, destacando que as peças, relativas brasileiro, casado, bacharel em Ciências Contábeis, portador da Cédula de Identidade RG da Silva para preenchimento de vaga então existente no Conselho de Administração, ao balanço de 2005, foram publicadas, em 07 de março de 2006, no Diário Oficial do Estado- nº 10.348.407 - SSP-SP e do CPF/MF nº 937.016.758-72, residente e domiciliado em São conforme deliberação tomada no âmbito do próprio Conselho de Administração. Concluída Empresarial e no Jornal Diário do Comércio, em sua versão integral: “PARECER DOS Paulo – SP; NEIDE BERTEZINI, brasileira, casada, bacharel em direito, portadora da Cédula a manifestação, por unanimidade de votos, a proposta foi aprovada pelos Acionistas da AUDITORES INDEPENDENTES. Ao Conselho de Administração e aos Acionistas da Nossa de Identidade RG nº 3.803.591 - SSP-SP e do CPF/MF nº 045.135.018-98, residente e Empresa. e (b) Ratificação da nova remuneração dos membros da Diretoria, a partir de Caixa S.A. - Administradora de Cartões de Crédito. São Paulo – SP. Examinamos o balanço domiciliada em Mairiporã – SP e seu respectivo Suplente JOÃO CARLOS ARAÚJO DOS janeiro de 2006, conforme Parecer do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – patrimonial da Nossa Caixa S.A. - Administradora de Cartões de Crédito, levantados em 31 SANTOS brasileiro, casado, bacharel em filosofia e funcionário público, portador da Cédula CODEC nº 150/2005. Pedindo a palavra, o Representante do Acionista Controlador de dezembro de 2005 e 2004, e as respectivas demonstrações de resultados, das mutações de Identidade RG nº 7.681.538-9 - SSP-SP e do CPF/MF nº 011.035.138-00, residente e recomendou a fixação da remuneração dos membros da Diretoria, no valor mensal do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos, correspondentes aos domiciliado em São Paulo – SP e MARILDO MANOEL DO NASCIMENTO, brasileiro, individual de R$ 14.800,00 (quatorze mil e oitocentos reais), com vigência a partir do mês exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. casado, administrador de empresas, portador da Cédula de Identidade RG nº 7.877.114 - de competência de janeiro de 2006, conforme Parecer CODEC nº 150, de 14 de dezembro Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações SSP-SP e do CPF/MF nº 025.642.048-30, residente e domiciliado em Santos – SP e seu de 2005. Além disso, os Diretores farão jus à gratificação anual prevista no artigo 4º, da financeiras. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria respectivo Suplente MARA APARECIDA DOS SANTOS, brasileira, casada, administradora Deliberação CODEC nº 1/91. Destacou que, para a remuneração da Diretoria deverão ser aplicáveis no Brasil e compreenderam: (a) o planejamento dos trabalhos, considerando a de empresas, portadora da Cédula de Identidade RG nº 18.037.773-5 - SSP-SP e do CPF/ observadas as orientações do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – CODEC, relevância dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábil e de controles internos MF nº 145.055.978-65, residente e domiciliada em São Paulo – SP. A investidura no cargo especialmente os artigos 2º a 6º, da Deliberação CODEC nº 1/91. Nos casos em que da Companhia; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que de Conselheiro Fiscal deverá obedecer os requisitos, impedimentos e procedimentos ocorrer acumulação de funções na Diretoria, o Diretor perceberá apenas uma remunerasuportam os valores e as informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas previstos na Lei das Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no ção. Concluída a manifestação, por unanimidade de votos, a matéria foi aprovada pelos e das estimativas contábeis mais representativas adotadas pela administração da Compa- que se refere à entrega da declaração de bens. Relativamente aos mandatos, os Conselhei- Acionistas da Empresa. O Representante do Acionista Controlador, pedindo a palavra, nhia, bem como da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Em ros Fiscais exercerão as funções até a próxima Assembléia Geral Ordinária e, na disse que o fazia para que fosse consignado em ata que todos os votos do Banco Nossa nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas representam, adequadamen- impossibilidade de comparecimento do membro efetivo, deverá ser convocado o respectivo Caixa S.A., relativamente às matérias constantes da Ordem do Dia destas Assembléias, te, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Nossa Caixa S.A. suplente para participar das reuniões. Recomendou, a fixação da remuneração dos o foram com arrimo no Parecer CODEC nº 050/2006, de 18 de abril de 2006 (Processo S.F. - Administradora de Cartões de Crédito, em 31 de dezembro de 2005 e 2004, os resultados Conselheiros Fiscais, por comparecimento a cada reunião do órgão, no valor correspondente nº 12091-179166/2006), promanado pelo Conselho de Defesa dos Capitais do Estado – de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus a 0,1 (um décimo) dos honorários mensais do Diretor Presidente, limitada a uma sessão CODEC, destacando que, consoante orientação constante do Parecer CODEC, não foram recursos, correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas remunerada por mês. Os Conselheiros Fiscais também farão jus à gratificação anual, na deliberadas outras matérias de ordem econômico-financeiras. A Senhora Procuradora do contábeis adotadas no Brasil. 16 de janeiro de 2006. KPMG Auditores Independentes. CRC forma prevista no artigo 4º da Deliberação CODEC nº 01/91. Concluída a manifestação, por Estado, pedindo a palavra, reiterou à Administração da Empresa a necessidade da 2SP014428/O-6. (a) Alberto Spilborghs Neto. Contador CRC 1SP167455/O-0.”. “PARE- unanimidade de votos, a proposta foi aprovada pelos Acionistas da Empresa. (b) Eleição de observância da legislação em vigor, destacando que os votos da Acionista Fazenda do CER DO CONSELHO FISCAL. Os membros do Conselho Fiscal da Nossa Caixa S.A. - Membros do Conselho de Administração. Pedindo a palavra, o Representante do Acionista Estado de São Paulo, relativamente às matérias constantes da Ordem do Dia destas Administradora de Cartões de Crédito, no uso das suas atribuições legais e estatutárias, Controlador indicou, para compor o Conselho de Administração, vez que contaram com a Assembléias, foram com arrimo no Parecer CODEC nº 050/2006, promanado pelo procederam ao exame das Demonstrações Financeiras e respectivas Notas Explicativas competente autorização da Secretaria da Casa Civil, nos termos do Ofício CE nº 200/06-CC, Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - CODEC. Nada mais havendo a tratar, o referentes ao Exercício de 2005 e, nos termos do Parecer dos Auditores Independentes, para mandato com vigência até a Assembléia Geral Ordinária que deliberar sobre as Presidente, após agradecer a presença dos Acionistas da Empresa; do membro do manifestam sua aprovação, estando as mesmas Demonstrações Financeiras e respectivas demonstrações financeiras do exercício social de 2007, os Senhores: Presidente: PAULO Conselho Fiscal; do Representante da KPMG Auditores Independentes e da Contadora Notas Explicativas em condições de serem submetidas ao Conselho de Administração. São ROBERTO PENACHIO, brasileiro, casado, advogado e contador com MBA - controller, da Empresa, declarou encerrada a reunião, do que eu, Daniel Rodrigues Alves – Paulo, 26 de janeiro de 2006. (a.a) Carlos Eduardo Esposel; Marildo Manoel do portador da Cédula de Identidade RG nº 7.562.707 – SSP-SP e do CPF/MF nº 799.368.228- Secretário, lavrei a presente ata que, depois de lida e achada conforme, segue assinada Nascimento; Neide Bertezini”. “PARECER DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO. O 20, residente e domiciliado em São Paulo – SP. Conselheiros: RUBENS SARDENBERG, pelos membros da Mesa e Acionistas da Empresa. São Paulo, 19 de abril de 2006. (a.a) Conselho de Administração da Nossa Caixa S.A. – Administradora de Cartões de Crédito, brasileiro, casado, pós-graduado em economia, portador da Cédula de Identidade RG nº PAULO ROBERTO PENACHIO- Presidente; DANIEL RODRIGUES ALVES-Secretáno uso de suas atribuições legais e estatutárias, procedeu ao exame do Relatório de 7.689.020-X SSP-SP e do CPF/MF nº 023.297.238-90, residente e domiciliado em São rio; BANCO NOSSA CAIXA S.A.- Carlos Eduardo da Silva Monteiro; FAZENDA DO Administração, das Demonstrações Financeiras e respectivas Notas Explicativas, referentes Paulo – SP e JORGE LUIZ AVILA DA SILVA, brasileiro, casado, engenheiro com pós- ESTADO DE SÃO PAULO-Cristina Margarete Wagner Mastrobuono; JORGE LUIZ ao Exercício de 2005 e nos termos dos Pareceres dos Auditores Independentes e do graduação em administração pública, portador da cédula de identidade RG nº 2.659.125 – AVILA DA SILVA; RUBENS SARDENBERG. (Cópia fiel do que se contém no Livro de Conselho Fiscal da Empresa, manifesta sua aprovação, ao Balanço Anual, para apreciação IFP-RJ e CPF-MF nº 264.122.257-49, residente e domiciliado em São Paulo – SP. Os Atas de Assembléias Gerais da Nossa Caixa S.A. – Administradora de Cartões de pela Assembléia Geral Ordinária. São Paulo, 27 de janeiro de 2006. (a.a) PAULO ROBERTO Conselheiros eleitos cumprirão mandato nos termos do Estatuto Social e a investidura nos Crédito). Registrada na JUCESP sob nº 135.975/06-2, em 23.05.2006. DANIEL PENACHIO-Presidente; LUIZ FRANCISCO MONTEIRO DE BARROS NETO-Conselheiro; cargos deverá obedecer aos requisitos, impedimentos e procedimentos previstos na Lei das RODRIGUES ALVES - Secretário.


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Hardware Te l e f o n i a Convergência Varejo Hi-tech

conceito de casa inteligente vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e em alguns anos irá se tornar realidade. Ele remete imediatamente à casa dos personagens de desenho animado "Os Jetsons", que fez sucesso nas décadas de 60 e 70, mas não será bem assim. O conceito de casa do futuro é bem mais modesto se comparado à série americana, mas começa a trazer comodidades que há 10 anos não eram imaginadas. Hoje muitas residências podem ser consideradas do futuro se comparadas às casas da década passada e, o que é mais inusitado, não damos a devida atenção para isso. Vamos absorvendo as tecnologias no diaa-dia sem perceber. Só o fato de ter pelo menos um computador conectado à internet já seria motivo de espanto se alguém escrevesse no começo dos anos 90, no século passado, o seguinte: 1 - Que as residências teriam um computador capaz de acessar literalmente qualquer tipo de informação no mundo e as notícias chegariam até você no instante em que o fato estivesse acontecendo com imagens, vídeo e áudio, numa espécie de tudo em um que reunisse rádio, TV, jornais e revistas. 2 - Que muitas residências teriam uma rede com dois ou mais computadores, sendo muito deles portáteis e com conexão sem fio. 3 - Que você poderia escolher, capturar, armazenar e gravar um CD com quase 400 músicas de qualquer artista, banda ou gênero musical de sua preferência. E de graça. 4 - Que você poderia transformar a qualidade da imagem de sua TV para muito melhor do que tinha até àquela época e que o som seria dividido em seis canais de áudio independentes. 5 - Que você iria poder ver, ser visto e falar com qualquer pessoa ao redor do mundo sentado confortavelmente em sua cadeira preferida em casa e, o que é melhor, sem gastar nada. 6 - Que seus filhos poderiam fazer trabalhos para a escola em grupo, cada um em sua respectiva casa e que, acabada a tarefa, não

DIÁRIO DO COMÉRCIO

No futuro sua casa terá mais um endereço: www.sua_casa.com.br A residência dos Jetsons ainda é um sonho, mas não tão distante Por Guido Orlando Júnior

iriam levar nada para a aula, pois já teriam enviado para o professor sem nem mesmo falar com ele. E não seria pelo correio. 7 - Que você poderia trabalhar em casa como se estivesse no escritório e que iria interagir com a matriz nos EUA ou de qualquer parte do mundo em tempo real, sem eles terem a menor idéia de onde você estaria. 8 - Que você iria falar mais do telefone móvel em casa do que do telefone fixo. E, mais absurdo ainda, cada membro de sua família iria ter um aparelho que seria denominado "telefone celular". E que, pasme, sua empregada doméstica, o jardineiro, o motorista ou o zelador, porteiros e faxineiros de seu prédio também teriam um. Isso iria facilitar bastante o dia-a-dia em casa. 9 - Que você poderia comprar literalmente qualquer coisa, desde uma pizza até um automóvel, sem precisar falar ao telefone ou se deslocar até a loja; que você iria conseguir visualizar o produto, ver suas características, escolher o modelo e a cor, pagar e receber em casa em poucos dias.

Fotos: Divulgação

O equipamento da Polycom de viva-voz portátil para ser usado com o Skype, o que reduz ruídos e permite audioconferências

10 - Sem sair de casa ou falar ao telefone, poderia pagar contas, fazer transferências bancárias e aplicações financeiras. Tudo isso hoje parece banal e corriqueiro, mas é perfeitamente possível ser feito em qualquer casa que tenha um computador e conexão com a internet, mas não era possível há 10 ou 15 anos, volto a repetir. Daqui para a frente o conceito de casa do futuro irá mudar e situações que parecem impossíveis e inimagináveis irão ocorrer nos próximos anos. A Microsoft e empresas de eletrodomésticos montaram uma casa do futuro na sede da companhia em Redmond, Seatle, nos EUA, para desenvolver e tornar realidade esse conceito. Veja algumas novidade que vêm sendo testadas. Não necessariamente são todas da Microsoft. 1 - Forno conectado à internet que realiza o cozimento ideal de qualquer alimento, pois busca na rede o tempo ideal de preparo. 2 - Geladeira também conectada à interYOU TUBE 1 Criado em janeiro de 2005, recebeu 43% de todas as visitas feitas a sites de vídeo, na semana passada.

net que identifica os produtos que estão faltando e solicita a compra, entrega da mercadoria e pagamento via cartão de crédito mediante informações cadastradas pelo usuário. 3 - Persianas que se ajustam sozinhas, dependendo do grau de luminosidade informado pelo usuário. 4 - Possibilidade de interação com a casa remotamente, via internet, para realizar funções do tipo ligar o aquecedor de água, acender e apagar luzes de qualquer ambiente, iniciar a gravação de um programa de TV e outras funções. 5 - Programar que as plantas sejam molhadas ou a comida do cachorro seja servida a intervalos regulares de tempo ou quando for necessário. 6 - A partir de um servidor central, diferentes moradores poderão acessar o tipo de entretenimento que desejarem: internet, TV, solicitar eventos pay-per view, ver álbum de fotos ou tocar uma seleção de músicas preferidas. 7 - Lavar e secar roupa em uma só máquina que irá desempenhar as duas funções. 8 - Interromper o fornecimento de água automaticamente para um ponto onde um vazamento teve início. 9 - Da mesma forma, cortar a energia de um ponto da casa quando o nível de sobrecarga indicar que pode haver um curto-cicuito. É uma ação diferente de desligar o fusível por sobrecarga. 10 - A entrada na residência será feita por biometria, ou seja, pela leitura da íris ou digitais dos ocupantes. Isso já é possível hoje, só que a um preço ainda proibitivo. Esses são apenas alguns exemplos de facilidades que irão estar presentes no dia-a-dia em alguns anos. E o que será mais engraçado é que iremos absorvê-las de maneira tão natural quanto incorporamos os 10 itens no começo desta coluna. Com a diferença de que sua casa terá um endereço na internet, além do físico: será http://www.sua_casa.com.br. gojunior@voit.com.br

@ Ó RBITA

YOU TUBE 2 Os vídeos, disponíveis em www.youtube.com são listados por categorias e por palavras-chave.

ROBÔ-ASTRONAUTA Divulgação

esenvolvido por algumas das mentes mais brilhantes da Nasa, o Robonaut não só tem a aparência de um astronauta como já integra algumas características humanas, como visão periférica, a capacidade de se ajustar a ambientes em constante mudança ou destreza manual. O objetivo da equipe da Nasa é ter uma máquina que possa ajudar os astronautas em seus trabalhos no espaço, bem como tomar seu lugar quando as situações envolverem grande risco.

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Por Barbara Oliveira

ssim como o Google se transformou no buscador-padrão da internet, o Skype também ficou tão popular que virou sinônimo de Voz sobre IP. Com mais de 100 milhões de downloads contabilizados no mundo, o simpático softphone ganha a cada dia serviços e equipamentos que ampliam o seu uso em outros mercados que vão além do residencial, como é caso de profissionais que dependem muito da internet para trabalhar e de pequenas e médias empresas. Na esteira desse sucesso, a Polycom, líder absoluta em equipamentos para áudio e videoconferências corporativas de grande porte, com 90% do mercado mundial, está focando também os profissionais liberais e pequenas empresas com o lançamento do Polycom Communicator, equipamento portátil de viva-voz para ser usado com o softphone, melhorando a comunicação via VoIP. O produto será lançado no varejo mundial, inclusive no Brasil, em 1º de julho, por US$ 129 (nos EUA) e chegando aqui por R$ 180, informou o gerente de marketing da Polycom para a América Latina e Caribe, Pierre Rodriguez. Segundo ele, o mercado potencial para esse equipamento é imenso, diante da popularidade do software de VoIP, mas isso não impede que a empresa faça novas parcerias com outros softphones no futuro. No Brasil, Rodriguez estima que pelo menos 300 mil pessoas usem o Skype no trabalho. "Calcula-se que dos 100 milhões de usuários mundiais, 30% utilizem o programa dentro das empresas para se comunicar com suas filiais ou com outros profissionais liberais. O Brasil tem uma participação de 1% desse mercado corporativo de

Hoje muitas residências podem ser consideradas do futuro se comparadas às casas da década passada

TECNOLOGIA É ABSORVIDA NO DIA-A-DIA, SEM QUE SE PERCEBA

Skype no viva-voz e com qualidade Polycom lança o Communicator, um aparelho para profissionais e pequenas empresas que usam o programa de VoIP

terça-feira, 30 de maio de 2006

pequeno porte e de profissionais que lidam com a internet todo o dia. E será nesse nicho que vamos trabalhar nosso produto." O Communicator além de ser um aparelho pequeno (do tamanho de um iPod) e que pode ser carregado nas viagens para melhorar o áudio da comunicação do Skype, é fácil de ser instalado. Vem com CD para instalar o driver, e depois, é só conectá-lo à porta USB do micro para que detecte o driver, se instale e comece a trabalhar. Para abrir o Skype basta apertar um botão dedicado. "Pelos botões, o usuário controla o volume da voz e fala naturalmente, sem precisar gritar ou ficar próximo do microfone." Ao fim da conversa, a pessoa clica no botão de desligar ou coloca no mudo. O executivo lembra que a comunicação por viva-voz é de qualidade e full-duplex (bidirecional) e que o equipamento ainda pode ser usado como alto-falante para outros aplicativos do PC, como apresentações de áudio, para ouvir música, jogos e filmes e possui porta embutida para fones de ouvido. O cabo USB fica escondido dentro do dispositivo e guardado num estojo para viagens. Ele dispensa baterias e fonte de alimentação adicional. Além dos equipamentos para vídeo e teleconferência (o mais popular é o SoundStation, que já vendeu 2 milhões de unidades desde que foi lançado há 10 anos), a Polycom também fabrica telefones IP. Ela vende um kit corporativo voltado para VoIP, o Computer Calling Kit, com as versões dos telefones de conferência SoundStation2 e SoundStation2W e que funcionam também pelo Skype. Mais informações: www.polycom.com/communicator.

YAHOO QUER AJUDA

Yahoo pretende utilizar o conhecimento de seus 400 milhões de usuários habituais para desenvolver uma nova tecnologia de buscas. "Existe muito mais conhecimento no mundo a ser obtido, e a maneira de alcançá-lo é indo além das dezenas de milhões de sites criados por editores e aproveitar a autoridade das pessoas comuns", diz Jeff João Magalhães Weiner, vice-presidente de buscas do Yahoo. Segundo ele, a idéia é fazer com que os internautas acrescentem Site relacionado: palavras-chave às imagens colocadas em sites e http://vesuvius.jsc.nasa. adicionem etiquetas ("tags") às páginas da web que gov/er_er/html/robonaut consideram úteis, o que "resultará em resultados de /robonaut.html buscas mais relevantes". (JM)

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CONTRA A CENSURA ONLINE site Irrepressible.info, lançado neste fim de semana, durante o 45º aniversário da Anistia Internacional (AI), iniciou suas atividades promovendo uma campanha que promete muita polêmica: acabar com as diversas formas de censura na internet. A AI acusa vários países, entre os

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quais China, Tunísia, Vietnã, Irã e Israel, de monitorar indevidamente salas de bate-papo online e de fechar cibercafés e blogs. O Google e o Yahoo também estão na lista negra do AI por não exibir em seus resultados de buscas conteúdos com críticas ao governo de Pequim. (JM) Site relacionado: http://irrepressible.info


terça-feira, 30 de maio de 2006

Tr i b u t o s Nacional Empresas Finanças

DIÁRIO DO COMÉRCIO

3 Sobe para 37 o número de vítimas da gripe aviária na Indonésia. A doença já matou pelo menos 125 pessoas no mundo todo.

EMPRESÁRIOS QUEREM MUDAR CARGA TRIBUTÁRIA

Áurea Cunha/Gazeta do Povo – 5/5/01

Edemar pode ficar em cela comum Evelson de Freitas/AE – 12/11/04

O Para empresários ouvidos para o estudo da Fipe, mudanças são mais difíceis em setores como o de energia

Menos impostos, mais investimentos Reforma tributária — A proposta apontada pelos empresários como a mais importante para estimular os investimentos das empresas é a reforma tributária. Hoje, o peso dos impostos, contribuições e taxas é de 38,94% do PIB, semelhante à carga média dos países industrializados (38,8%) e bem superior à dos países em desenvolvimento (27,44%). Os entrevistados também afirmaram que é imprescindível a expansão da demanda das classes médias e baixa para elevar os investimentos. O "Simplificando o Brasil" prevê um imposto sobre o consumo com alíquota única de 12% sobre o valor adicionado de todos os bens e serviços. Mas existe ceticismo entre os empresários de que o governo federal aceite a proposta de mudanças e ajustes em áreas consideradas de fácil tributação, como são os casos de energia elétrica, de telecomunicações, cigarros, bebidas e remédios, entre outras.

FUSÃO Buscapé e Bondfaro, sites de comparação de preços, fundem suas operações.

RECALL

A

Ó RBITA

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NEGOCIAÇÃO

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A TÉ LOGO

ÁLCOOL Apesar da queda no preço, valor ainda é 45% maior que o cobrado em maio de 2005.

DEMISSÕES VOLUNTÁRIAS NA GM

Volkswagen pede direção da GM do aos proprietários de Brasil informou ao Gol, Fox e Kombi, Sindicato dos anos 2005 e 2006, para irem Metalúrgicos de São José a uma concessionária . (AE) dos Campos que abrirá um

ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, reclamou ontem que a negociação com o Brasil sobre o preço do gás boliviano está paralisada. Ele disse que ligará para o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, para pedir retorno. Segundo ele, o ideal é que o gás chegue ao Brasil por US$ 6 por milhão de BTUs, preço 50% superior ao vigente. Soliz ironizou a tentativa brasileira de atingir a autosuficiência em gás: "Há um contrato com o Brasil até 2019, no qual a Petrobras tem que pagar pelo gás, mesmo que não o consuma." (AE)

Sobre a proposta de alíquota uniforme de 17% sobre todos os rendimentos da economia, os entrevistados mostraram certa preocupação. A explicação está nas várias brechas do atual sistema ao planejamento tributário, que levam à redução legal do imposto. De qualquer forma, a coordenadora de Pesquisas da Fipe, Maria Helena Zockun, acredita que as propostas fazem uma redistribuição de renda, pois diminuem a carga tributária dos pobres. Segundo ela, atualmente o Brasil é considerado pouco atraente para o financiamento e o crescimento dos negócios quando comparado ao conjunto dos países pobres e emergentes. Falta um ambiente adequado para investir. Além da carga tributária e das questões fiscais, há também a burocracia. O prazo médio para abertura de uma empresa, por exemplo, é de 190 dias e a de obtenção de licença ambiental, de dois anos. (AE)

Programa de Demissões Voluntárias (PDV) na cidade. O sindicato disse, em nota, que vai se opor a qualquer demissão. (AE)

Edemar foi para cadeia superlotada

ex-banqueiro foi preso em sua mansão. Para Sanctis, ele é uma ameaça à ordem pública. O juiz fundamentou a prisão em oito itens, entre os quais as acusações de que o ex-banqueiro ocultou o paradeiro de obras de arte (38 não foram localizadas), e tentou, por advogados, impedir que autoridades da ilha caribenha Antígua — onde Ferreira seria dono de um banco e também de uma empresa — fornecessem informações à Justiça.

Acusações — O ex-banqueiro é acusado de gestão fraudulenta e responsabilidade pela quebra do Banco Santos, que teve falência decretada em setembro de 2005. Estima-se prejuízo de R$ 2,2 bilhões. Ferreira e outros 18 ex-diretores do banco respondem a processo por crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta na 6ª Vara. Boa parte das obras da coleção de Cid Ferreira foi tomada pela Justiça em 2005 e encaminhada a museus do País. O advogado que defende o ex-banqueiro, Arnaldo Malheiros Filho, até tentou conseguir um habeas-corpus para seu cliente. Mas o pedido foi negado na madrugada de ontem pela desembargadora Ana Maria Pimentel, do Tribunal Regional Federal (TRF). Márcia Cid Ferreira e Edna Ferreira de Souza e Silva, respectivamente esposa e irmã de Ferreira, devem prestar depoimento hoje na Justiça Federal. Elas também são acusadas de lavagem de dinheiro. (AE)

Confirmado leilão da Varig

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s investidores interessados em participar do leilão da Varig, confirmado ontem para as 10 horas da próxima segunda-feira, na sede da empresa, terão apenas cinco dias para analisar os dados financeiros da companhia (data room) disponíveis a partir de amanhã. O edital da concorrência será publicado hoje. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações da Varig subiram ontem 98,5%, depois da confirmação do leilão. O juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Roberto Ayoub, afirmou que a data só muda se a Varig receber, antes do leilão, créditos devidos. Uma das fontes de recursos são ações já julgadas pela Justiça, para as quais não cabe mais recurso, em um total de R$ 1,3 bilhão.

Valores — A Varig poderá ser arrematada de duas formas. Na primeira, por preço mínimo de US$ 860 milhões, com as rotas nacionais e internacionais. A alternativa é a compra apenas da operação doméstica por, no mínimo, US$ 700 milhões. Em nenhum dos casos estará incluída a parte comercial, que inclui o programa de milhagem Smiles, a área de marketing e balcões de vendas de passagens. Nas duas hipóteses, as divisões que não serão vendidas permanecerão em recuperação fiscal e herdarão o passivo total, de R$ 7,9 bilhões, que poderá ser amortizado com o valor arrecadado no leilão e com a receita delas mesmas. Ou seja, o edital exime o comprador de responsabilidade sobre o passivo. Este é um dos pontos mais polêmicos do processo de

venda. No dia 5, se não houver proponentes ou o valor mínimo não for alcançado, haverá uma segunda rodada sem preço mínimo, desde que "não seja preço vil", segundo o edital. Embora a não incorporação das dívidas fiscais esteja assegurada no processo judicial, ainda não há clareza quanto ao passivo trabalhista. "Por enquanto não há jurisprudência firmada. É tudo novo, estamos interpretando, mas me parece que por hora prevalece o entendimento de que haverá a sucessão trabalhista, havendo somente a eliminação da sucessão fiscal", disse o juiz Ayoub. Os débitos trabalhistas somam R$ 200 milhões. Em palestra no Rio de Janeiro, Ayoub fez uma defesa veemente da Varig e disse que fará todo o possível para salvar a companhia aérea. (AE)

Vasp terá plano de recuperação

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em voar desde janeiro de 2005, a Vasp está no centro de uma disputa bilionária. Um estudo que acaba de ser concluído calcula em R$ 6,48 bilhões o patrimônio da empresa entre prédios, aviões e ações que correm na Justiça e que

podem ter decisão favorável à companhia. Na manhã de hoje, credores vão se reunir em assembléia para votar um plano de recuperação judicial. A idéia é separar a Vasp em duas: uma parte operacional e outra para administrar os ativos e as dívidas.

A parte que ficará com os ativos e dívidas terá nove Fundos de Investimentos e Participações (FIPs). Os credores poderão trocar dívidas por cotas dos fundos, que terão ativos, incluindo de imóveis a eventuais créditos obtidos na Justiça. (AE)

ANEEL

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Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentou denúncia na Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça contra a BR Distribuidora levantando suspeita de abuso do poder econômico na venda de combustível às usinas da Manaus Energia. Os técnicos da Aneel avaliam que há indícios de aumento abusivo de preço por parte da BR. Segundo a agência, em outubro de 2005 o óleo tipo A1 da BR custava R$ 1,221 por quilo (sem ICMS), enquanto o quilo vendido pela Texaco valia R$ 0,917. (AE)

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias

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Importadoras vão à Justiça para liberar mercadorias

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Vale vende 50% de pelotizadora no Bahrain

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Siderúrgicas chinesas aceitam alta de 19% no ferro

Factoring

DC

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volume de investimentos do País pode atingir 25% do Produto Interno Bruto (PIB) caso haja melhoria nas áreas fiscal e tributária. De acordo com o estudo "Simplificando o Brasil", feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), dessa forma o Brasil retomaria os níveis de investimentos das décadas de 1960 e 1970, quando o crescimento do PIB era da ordem de 7% ao ano. Segundo o trabalho, que encerra uma série de propostas para garantir o crescimento sustentável do País, os empresários estão dispostos a elevar os investimentos caso suas reivindicações sejam atendidas. A maioria afirmou que o volume adicional de recursos aplicados ficaria entre 10% e 20% ao ano. Outros disseram que elevariam em até 30% se houvesse um ajuste dos gastos públicos e da carga tributária.

ex-controlador do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, foi transferido às 14h30 de ontem para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele estava, desde a última sexta-feira, na superintendência da Polícia Federal, na zona oeste da capital paulista. Ferreira ficará até 15 dias no regime de observação no CDP e poderá ter companhia na cela. Basta que outro detento seja encaminhado para lá na mesma situação (regime de observação). A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) não informou se alguém já está preso no local. Se não conseguir um habeas-corpus, Ferreira será encaminhado a uma cela comum. Na unidade em que ele vai ficar há 1.165 detentos. A capacidade é para 768. Preso na mansão — A prisão preventiva foi decretada na sexta-feira pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal, especializada em lavagem de dinheiro. O

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com


terça-feira, 30 de maio de 2006

Hardware Convergência Inovação Varejo Hi-tech

Urna virtual permite imprimir voto Sistemas de votação via internet ganham espaço entre empresas, entidades de classe e organizações que precisam eleger representantes e querem evitar a abstenção dos eleitores, evitando filas e perda de tempo em congestionamentos de trânsito Por Rachel Melamet

Eduardo Favaretto, do iBuscas, e telas dos passos 1, 2 e 3 da votação eletrônica

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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VOTAÇÕES UTILIZANDO A INTERNET GANHAM ESPAÇO

uita coisa mudou desde a primeira votação oficial ocorrida no Brasil, há 474 anos, no dia 23 de janeiro de 1532, quando os moradores da primeira vila fundada na colônia portuguesa –São Vicente, em São Paulo– foram às urnas para eleger o Conselho Municipal. Depois de muitos embates sobre as fraudes nas tradicionais urnas de lona e a polêmica, ainda presente, sobre as urnas eletrônicas, implantadas em 1996, agora é a vez do voto virtual, que ganha cada vez mais espaço em empresas, associações, entidades de classe, clubes etc. Entre suas principais vantagens estão a economia de tempo e de recursos na organização das votações e a elevação do quorum, devido à facilidade de acesso à urna virtual por parte dos eleitores, que não precisam se deslocar até locais específicos para votar. A desconfiança em relação a esse tipo de sistema eleitoral vem diminuindo à medida em que aumentam os mecanismos de sigilo e proteção ao conteúdo da urna, identificação criptográfica e a possibilidade de o eleitor conferir seu voto através de um código e imprimi-lo para comprovação. Em países do Primeiro Mundo, como a Suíça, o voto via web já é considerado confiável o suficiente para plebiscitos e escolha de governantes. A primeira votação pública pela internet naquele país ocorreu em janeiro de 2003, na pequena cidade de Aniéres, nos arredores de Genebra. Encurtando distâncias - No Brasil, as eleições online já são uma realidade. Nos meios acadêmicos e científicos, o sistema é uma prática comum. Empresas, associações e

entidades de classe com filiais espalhadas pelo país, têm utilizado o sistema de votação via web para eleger dirigentes e membros de conselhos. No ano passado, os contabilistas aderiram à novidade, começando pelo conselho regional de São Paulo que realizou a eleição para renovação de 2/3 dos conselheiros de forma eletrônica, entre 3 e 17 de novembro. A eleição online foi aprovada pelos eleitores e deixou para trás a perda de tempo, congestionamentos de trânsito e filas e teve um quorum bastante elevado. Este ano, a urna virtual foi usada para eleger a diretoria em nível nacional. Oportunidade – Quem fatura com as urnas virtuais são as empresas de tecnologia, que enxergaram na modalidade um mercado ainda pouco explorado. A Adaltech, por exemplo, especializada na organização de eventos online, como congressos e feiras, apostou no segmento e desenvolveu um programa de votação online que é referência na área médica e científica. A empresa atende, entre outros, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e as sociedades brasileiras de Química, Física, Fruticultura, Farmacologia, Bioquímica e Biologia Molecular, além da Faculdade de Medicina da USP, universidades e fundações com sedes regionais em todo o território nacional. De olho numa fatia desse promissor mercado, o consultor de Tecnologia da Informação Eduardo Favaretto, criador do iBuscas –gestor de aplicativos e recursos– acaba de lançar uma nova ferramenta: o iBuscas VotoEletrônico. Como funciona – O sistema, 100% nacional, realiza a administração completa de todo o processo de uma eleição comum, só que pela internet. Depois de definidos os

2003

Fotos: Marcos Fernandes / Luz e Divulgação

trâmites legais –candidatos, período de votação e eleitores autorizados a votar– a empresa ou organização que encomendou a votação tem apenas que colocar um link em seus sites para encaminhar os eleitores ao sistema de votação. Clicando no link, o eleitor poderá ver os candidatos com seus códigos,

Foi quando ocorreu a primeira votação pública pela internet na Suíça

foto e minicurrículo para fazer sua opção. A convocação dos eleitores é feita dois dias antes da eleição: um comunicado é enviado por e-mail, a cada eleitor, contendo instruções para uso do sistema eletrônico de votação. Cada um recebe também, seu código de identificação (login) e sua senha de acesso. Segurança –Segundo Favaretto, o sistema só permite que cada eleitor vote uma única vez. "Para votar o eleitor precisa informar seu login, que é o número do CPF, e a senha personalizada que recebeu por email. Após votar, recebe uma notificação por e-mail e o sistema bloqueia qualquer tentativa de votar novamente com os mesmos dados." O sistema ainda permite que o eleitor imprima seu voto, se desejar, e confira se ele foi computado comparando o código impresso na sua confirmação de votação via e-mail com a listagem de votos (que o programa emite para que a organização divulgue). Desta forma, o eleitor confirma sua participação no pleito mas mantém o anonimato. De acordo com Favaretto, a urna virtual é totalmente segura contra fraudes. Todas as informações do eleitor, como o número do CPF, nome completo, código de identificação, e-mail de contato, senha, login de acesso e registro de votação, dentre outras, são mantidas seguras nos servidores do iBuscas, aos quais apenas o administrador tem acesso. Para legitimar juridicamente o pleito eletrônico, o iBuscas oferece apoio através de advogados especializados em direito digital, que auxiliam previamente as empresas ou instituições na adaptação de estatutos SERVIÇO: o u re g iwww.adaltech.com.br mentos www.ibuscas.com.br internos.


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

Além dos tradicionais pratos italianos, cliente pode montar sua salada com até sete ingredientes.

RAGAZZO: DO GÊNIO PARA A MAMMA

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Ragazzo oferece comida italiana a preços baixos Nova franquia pertence ao Grupo Alsaraiva, do qual faz parte o Habib´s

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assa artesanal e salada sofisticada a R$ 4,90 são a aposta da nova franquia de fast-food italiano Ragazzo. O restaurante faz parte do Grupo Alsaraiva, holding que abriga cinco empresas, entre elas o Habib's. "Seguiremos os mesmos moldes de qualidade e atendimento da casa de comida árabe, além do preço baixo", diz o diretor de Expansão do Ragazzo, João Augusto Ribeiro Penna. "Se a relação custo-benefício agradar ao cliente, conseguiremos alavancar o negócio." O Ragazzo existe há 16 anos na cidade de São Caetano, na Grande São Paulo. E agora chega à capital paulista, com a inauguração da loja na Aveni-

Refeições a partir de R$ 4,90

da Guilherme Dumont Villares, no bairro do Morumbi. É com ela que começa o processo de expansão do restaurante em formato de franquia. O projeto é ambicioso e prevê a abertura de 50 casas pelo País nos próximos cinco anos. "Até o final de 2006, devemos inaugurar dez lojas na Grande São Paulo", diz Penna. A investida inicial foi dada com a construção de uma cen-

tral de produção de 7 mil metros quadrados em Itapevi, onde se preparam todas as iguarias servidas no Ragazzo. "O lugar já está pronto para atender a demanda de todos os restaurantes inaugurados no estado", afirma Penna. "Conforme expandirmos a rede pelo Brasil, outras dessas centrais serão implantadas", acredita. Estratégia – A idéia é atrair os clientes que freqüentam redes maiores de massa fast-food, como o Spoleto e Spedini Trattoria Expressa, só que com preços menores. Nesses restaurantes, o tíquete médio é de R$ 15, enquanto no Ragazzo o cliente costuma gastar R$ 8. "Queremos atrair o público que não tem alto poder aquisitivo, mas quer um atendimen-

Ragazzo do Morumbi: primeira inauguração do restaurante de massas fora das fronteiras de São Caetano

to digno de cantina italiana." Penna explica que o preço vigente na rede ainda não é economicamente viável para o grupo. "Mas quando o volume de compras aumentar, junto com a expansão da rede, poderemos negociar valores mais baixos com os fornecedores e melhorar o lucro", afirma. Ambiente – A decoração moderna e clean, nas cores vermelho e creme e com muita vegetação, aliada ao atendimen-

BALANÇO

to correto, torna o espaço extremamente convidativo. Os pratos, sempre fartos, chegam à mesa rapidamente. Além das massas, chamam a atenção as saladas, elaboradas com até sete produtos escolhidos pelo freguês. "É assim que queremos fidelizar clientes", explica o diretor de Expansão. Franqueados – O modelo de franquia do Ragazzo prevê espaços amplos, com cerca de 200 lugares. Mas também há

opções de lojas mais compactas, adaptadas às áreas de alimentação dos shopping centers. O investimento varia entre R$ 800 mil e R$ 1,2 milhão, dependendo do porte da loja. O faturamento mensal é estimado em R$ 300 mil, taxa de franquia de R$ 85 mil e mais 9% em encargos. "Estamos recebendo propostas de interessados em expandir esse negócio conosco", finaliza Penna. Sonaira San Pedro

ATAS Zanthus Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos S/A

CNPJ/MF nº 50.245.869/0001-74 Relatório da Diretoria Senhores acionistas: Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, submetemos à apreciação de V. Sas. as demonstrações contábeis correspondentes aos exercícios sociais encerrados em 31 de dezembro de 2005 e de 2004, A Diretoria acompanhadas das notas explicativas da administração. Permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que sejam necessários. São Paulo, 04 de abril de 2006. Balanço Patrimonial (Em milhares de Reais) Demonstração do resultado – Exercícios encerrados em 31 de dezembro (Em milhares de reais) Ativo 2005 2004 Passivo 2005 2004 Circulante 3.497 3.190 Circulante 921 973 2005 2004 Disponibilidades 2.207 1.780 Fornecedores 158 169 Receitas 4.660 4.093 Contas a receber de clientes 566 230 Contas a pagar 342 180 Venda de produtos 5.638 4.836 Adiantamentos a terceiros 104 14 Obrigações fiscais 112 29 Venda de serviços 296 319 Adiantamentos a empregados 33 6 Salários e contribuições sociais 94 135 Devoluções de vendas (41) (168) Estoques 366 1.043 Dividendos propostos e participações 164 384 Contribuições sociais incidentes sobre as receitas (1.233) (894) Impostos a recuperar 221 117 Provisões 51 76 Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados (3.584) (2.921) 96 29 Lucro bruto 1.076 1.172 Realizável a longo prazo 158 636 Exigível a longo prazo Provisão para contingência 96 29 Despesas (Receitas) operacionais 458 341 Contas com empresa subsidiária 144 622 4.233 4.041 Honorários da administração 186 139 Depósitos judiciais 14 14 Patrimônio líquido Capital social 1.446 1.446 Gerais e administrativas 916 910 Permanente 1.595 1.217 Reserva de capital 162 162 Com vendas 105 137 Investimento em empresa subsidiária 1.241 802 Reserva de lucros 124 95 Financeira, líq. de desp. de R$ 45 mil (2004 – R$ 68 mil) (309) (376) Imobilizado 354 415 Lucros acumulados 2.501 2.338 Resultado positivo de equivalência patrimonial (440) (469) Total do ativo 5.250 5.043 Total do passivo 5.250 5.043 Lucro operacional 618 831 (3) 7 são demonstrados por seus valores conhecidos ou calculáveis e acrescidos Receitas (Despesas) não operacionais Mutações do Patrimônio Líquido (Em milhares de reais) dos correspondentes encargos e variações monetárias e cambiais proporci- Lucro antes da contribuição social s/ o lucro e do IR 615 838 Capital Res. de Res. de Lucros onais incorridos. 3. Disponibilidades – As aplicações financeiras no monContribuição social sobre o lucro líquido (14) (7) social capital lucro acumul Total tante de R$2.118 (2004 – R$1.753) estão representadas por Certificados de Imposto de renda (23) (13) Em 01/01/2004 1.446 162 58 2.023 3.689 (37) (20) Juros sobre o capital próprio – – – (200) (200) Depósito Bancário de instituições de primeira linha. 4. Investimento em empresa controlada – A companhia mantém investimento na subsidiária Lucro antes das participações 578 818 Lucro líquido do exercício – – – 736 736 integral Zanthus Comércio e Serviços Técnicos S/A, cujas informações em Participação dos administradores (58) (82) Constituição da reserva legal – – 37 (37) – Lucro líquido do exercício 520 736 Proposta de dividendos – – – (184) (184) 31 de dezembro podem ser assim resumidas: Informações contábeis: 2005 2004 Lucro por ação Em 31/12/2004 1.446 162 95 2.338 4.041 R$ 0,36 R$ 0,51 100 100 Juros sobre capital próprio – – – (200) (200) Capital subscrito e integralizado Demonstração das origens e aplicações de recursos Patrimônio líquido 1.241 802 Ajuste de exercício anterior – – – 9 9 Exercícios encerrados em 31 de dezembro (Em milhares de reais) Lucro líquido do exercício 437 232 Lucro líquido do exercício – – – 520 520 2005 2004 Movimentação do investimento: Constituição da reserva legal – – 29 (29) – 775 442 802 570 Origens dos recursos Proposta de dividendos – – – (137) (137) Investimento no início do exercício Das operações sociais: Lucro líquido do exercício 520 736 Resultado positivo de equivalência patrimonial 439 232 Em 31/12/2005 1.446 162 124 2.501 4.233 Despesas (Receitas) que não afetam o capital circulante: Investimento no final do exercício 1.241 802 Notas Explicativas sobre as Demonstrações Financeiras Valor residual dos bens do ativo imobilizado baixados 6 2005 2004 1. Contexto operacional – A companhia tem como atividade operacional 5. Imobilizado Depreciação 143 146 Taxa anual Deprec. preponderante a fabricação, montagem, compra, venda, importação, exporEquivalência patrimonial (439) (469) de deprec. Custo acumul. Líq. Líq. tação, aluguel de máquinas e equipamentos pertinentes ao ramo eletrônico; 230 413 Máquinas e equipamentos 10% 34 (22) 12 14 prestação de serviços de processamento de dados, prestação de serviços De terceiros 10% 225 (113) 112 89 de assessoria e consultoria técnica, manutenção e assistência técnica Móveis e utensílios Aumento do exigível a longo prazo 67 29 Instalações 10% 73 (53) 20 27 concernentes ao ramo da indústria eletrônica e informática. 2. Sumário das Realização de créditos com empresa subsidiária 478 – 20% 479 (328) 151 188 principais práticas contábeis – As demonstrações contábeis em 31 de Equipamentos de informática Aplicação dos recursos 416 736 20% 301 (257) 44 82 dezembro de 2005 e de 2004 foram elaboradas e estão sendo apresentadas Softwares No realizável a longo prazo – 268 Moldes 10% 24 (23) 1 1 em conformidade com as práticas contábeis previstas na legislação societáNo ativo permanente – imobilizado 88 84 14 – 14 14 ria brasileira. Os princípios e procedimentos contábeis mais significativos Demais ativos Dividendos propostos 137 184 1.150 796 354 415 podem ser assim resumidos: a) O resultado das operações é apurado em Juros sobre o capital próprio 191 200 conformidade com o regime contábil de competência de exercícios. b) Os 6. Provisão para contingência – A provisão constituída refere-se à particiAumento (Diminuição) no capital circulante líquido 359 (294) estoques são valorizados ao menor entre o custo mensal de produção ou de pação proporcional relativa a uma discussão de natureza societária no que Variação do capital circulante líquido aquisição e o valor líquido de realização ou de reposição. c) Os demais ati- se refere à participação minoritária do acionista Espólio Bechara Zugaib. Ativo circulante 307 (500) vos circulante e realizáveis a longo prazo são apresentados pelo valor de 7. Patrimônio líquido – Capital social e destinação do lucro do exercíNo fim do exercício 3.497 3.190 custo ou de realização, dos dois o menor, e incluem, quando aplicável, os cio: O capital social subscrito e totalmente integralizado está representado No início do exercício (3.190) (3.690) rendimentos proporcionais auferidos. d) O ativo permanente é apresentado por 1.446.000 ações ordinárias, sem valor nominal. Os juros sobre o capital (52) (206) ao custo corrigido monetariamente até 31 de dezembro de 1995, combinado próprio são contabilizados em despesas financeiras como requerido pela Passivo circulante No fim do exercício 921 973 com os seguintes aspectos: (i) avaliação do investimento em controlada se- legislação tributária. Entretanto, para efeito de apresentação das demonsNo início do exercício (973) (1.179) trações contábeis estão sendo apresentados como distribuição do lucro do gundo o método da equivalência patrimonial, utilizando suas demonstrações Variação no capital circulante líquido 359 (294) financeiras em 31 de dezembro de 2005 e 2004; (ii) depreciação linear do exercício, na demonstração das mutações do patrimônio líquido. Aos acioimobilizado, segundo taxas que levam em consideração as vidas útil-econô- nistas é assegurada pelo estatuto social, anualmente, a distribuição de diviRicardo Záccaro de Queiroz – Diretor Presidente micas dos bens (Nota 5). e) Os passivos circulante e exigível a longo prazo dendos mínimos correspondente a 25% do lucro líquido ajustado. Luiz Novaes Cabral – CRC 1SP1788461/O-6

COMUNICADOS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

A Empresa POENTES ARTES GRÁFICAS LTDA - ME, CCM de nº 2.336.892-6, extraviou o livro fiscal 57 PMSP.

FDE AVISA:

TELECOM NET S/A LOGÍSTICA DIGITAL, estabelecida à Praça Alpha Centauro, 54, Conj. 03 - Ed Center - Centro Com. Apoio II - Santana de Parnaíba - SP, inscrita no CNPJ sob n º 03.282.579/000110 e no Estado sob nº 623.082.471.110, comunica o extravio das N.Fiscais mod.1 nºs 2661, 2700, 2728, as N.Fiscais mod. 1 nºs 3184, 3186, 3187, 3188, 3189, foram extraviadas somente as 4ªs vias. 30, 31/05 e 01/06

Comunicado - Adiamento – Tomada de Preços nº 05/1231/06/02 Comunicamos o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) da Tomada de Preços nº 05/1231/06/02, cujo objeto é a Construção de ambientes complementares e Reforma de prédio escolar - EE Profª Alice Sales Cunha - Rua José Poloni, 1312 - Centro - Poloni/SP, para às 09:30 horas do dia 19-06-2006, quando dar-seá a abertura do envelope 1. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital na SEDE DA FDE na Supervisão de Licitações, na Rua Rodolfo Miranda, 636 – Bom Retiro – CEP 01121-900 - São Paulo - SP, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, ou através do site www.fde.sp.gov.br. Permanecem inalteradas as demais condições do Edital.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: Comunicado - Adiamento – Tomada de Preços nº 05/0925/06/02 A Comissão Julgadora de Licitações comunica o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) para o dia 19/06/2006, sendo que a abertura do envelope 1 (Documentação), dar-se-á às 14:00 hs, cujo objeto é a Reforma de Prédio Escolar - EE Yoshiya Takaoka - Rua José Bonifácio Arantes, 272 - Vila Paiva - São José dos Campos/SP. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 16:30 horas do dia 14/06/2006. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Os interessados poderão adquirir o Edital completo, devidamente alterado, através de CD-ROM a partir de 30/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 16:00 horas. Ficam mantidas as demais condições do aviso inicial. Solicitamos às empresas que já adquiriram anteriormente o edital realizarem a devida troca.

MINERAÇÃO JUNDU LTDA. CNPJ/MF: 60.628.468/0001-57 - NIRE: 35.217.935.191 CERTIDÃO JUCESP Instrumento Particular de Alteração de Contrato Social de Sociedade Limitada de 22.12.05 Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 100.686/06-0 em 19/05/2006. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

ADMINISTRAÇÃO E REPRESENTAÇÕES TELLES S/A CNPJ Nº 61.363.842/0001-00 - NIRE 353 000 165 72 Extrato da Ata da Assembléia Geral Ordinária de 29/04/2006 arquivada em seu inteiro teor na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob nº 118.859/06-7 em 04/05/06. Com a presença da totalidade do capital social foram tomadas as seguintes deliberações à unanimidade. a) aprovadas as demonstrações financeiras relativamente ao ano de 2005, ratificados todos os atos praticados pela Administração permanecendo o capital social inalterado e, o artigo 5.º do Estatuto Social com a mesma redação: “ARTIGO 5O - O Capital Social é de R$ 9.784.627,00, dividido em 6.000.000 ações ordinárias sem valor nominal”; b) aprovada a verba da Administração para o exercício de 2006, em até R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) globais anuais, que a Diretoria poderá dividir entre seus membros, a seu exclusivo critério; c) a Assembléia delegou à Diretoria poderes para atribuir, durante o exercício de 2006, gratificações eventuais a Diretores não acionistas como estímulo à sua maior produtividade, levando-as à conta de despesas gerais; d) em havendo lucro disponível, ficou aprovado a distribuição no exercício de 2006, de um dividendo mensal de até R$ 20.000,00 (vinte mil reais), e pagamento de juros sobre o capital, nas taxas legalmente permitidas para este fim. A Ata em seu inteiro teor foi lavrada em livro próprio, lida e aprovada, vai por todos assinada, autorizada a sua publicação em forma sumária. São Paulo, 29 de abril de 2006. Acionistas presentes. Antônio de Queirós Telles Júnior, Presidente da Mesa, Alice de Queirós Telles Cajado, Secretária, Zilda Telles Rodrigues de Siqueira, Maria Emília de Queirós Telles Cunali; Isabel de Queirós Telles Cunali, Rosa Maria de Queirós Telles Cunali Melges, Antonio Queirós Telles Cunali e Marina Queirós Telles Cunali. Certidão Jucesp: registro sob n.º 118.859/06-7.

AVISO DE LICITAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP ABERTURA DE LICITAÇÃO MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 18/2006. Objeto: Permissão de uso, a título precário, de bar/lanchonete localizado no Terminal Rodoviário de Eng. Schimidt. Limite para entrega dos envelopes 30/06/2006 às 16:00h e abertura dia 03/07/2006 às 08:30h. MODALIDADE: CONCORRÊNCIA Nº 19/2006. Objeto: Contratação de empreitada de mão-de-obra com fornecimento de materiais para execução de obras e serviços de melhoramentos, pavimentação e duplicação da Rodovia BR-153, no trecho compreendido entre o Km 61,53 e o Km 72,10, inclusive obras de arte e intersecções. Valor estimado: R$58.284.881,40. Limite para entrega dos envelopes 29/06/2006 às 16:00h no Departamento de Compras, localizado no 2o andar do Paço Municipal na Av. Alberto Andaló, n. 3030, bairro Centro e abertura dia 30/06/2006 às 08:30h, no mesmo endereço.

RETIFICAÇÃO Thyssen Trading S.A. CNPJ/MF nº 61.079.091/0001-97 RETIFICAÇÃO Na publicação do Balanço Patrimonial encerrado em 31 de dezembro de 2005 e 2004 , inserido neste jornal na edição de 15 de maio de 2006, deve-se considerar as seguintes inclusões: Na Demonstração do Passivo, no item Patrimônio Líquido, inclui-se a conta: Reserva Legal – 2005: R$ 436.853, 2004: R$ 0,00. O total de Resultados Acumulados na coluna 2005 passa a ser de R$ 5.047.897. Na Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido, inclui-se a conta: Reserva Legal, no valor de R$ 436.853. Na coluna de Resultados Acumulados, o total passa a ser de R$ 5.047.897.

Menor preço pelo mesmo espaço, só no DC Maior cobertura pelo menor preço Publicidade Comercial 3244-3344 / 3244-3983 Fax 3244-3894 admdiario@acsp.com.br Publicidade Legal 3244-3643 Fax 3244-3123 publicidade@acsp.com.br

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 29 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial:

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO FDE AVISA: Comunicado - Adiamento – Tomada de Preços nº 05/0476/06/02 A Comissão Julgadora de Licitações comunica o adiamento da data de entrega dos envelopes 1 (Documentação) e 2 (Proposta Comercial) para o dia 19/06/2006, sendo que a abertura do envelope 1 (Documentação), dar-se-á às 10:30 hs, cujo objeto é a Reforma de Prédio Escolar - EE Culto à Ciência – Rua Culto à Ciência, 422 - Botafogo - Campinas/SP. Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até as 16:30 horas do dia 14/06/2006. Os invólucros contendo os Documentos de Habilitação e a Proposta Comercial deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Os interessados poderão adquirir o Edital completo, devidamente alterado, através de CD-ROM a partir de 30/05/2006, na SEDE DA FDE, de segunda a sextafeira, no horário das 09:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 16:00 horas. Ficam mantidas as demais condições do aviso inicial. Solicitamos às empresas que já adquiriram anteriormente o edital realizarem a devida troca.

Requerentte: Fixopar Comércio Parafusos e Ferramentas Ltda. Requerido: IPS Port Systems Ltda. - Rua Alexandre Dumas, 2.220 - 5º andar - 2ª Vara de Falências Requerente: CR Representação e Comércio Ltda. - Requerida: Santa Maria de Atibaia Empreendimentos Imobiliários Ltda. - Rua Sete de Abril, 118 - 4º andar - 2ª Vara de Falências Requerente: Jade Comércio e Importação de Alimentos Ltda. Requerida: Minoru Distribuidora de Gêneros Alimentícios Ltda. - Rua Benjamim de Oliveira, 338 - 2ª Vara de Falências RECUPERAÇÃO JUDICIAL

EDITAL

AVISO DE LICITAÇÃO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº26/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1804/5900/2006. OBJETO: Biscoito Doce Sabor Banana. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 20 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº27/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1807/5900/2006. OBJETO: Mistura para o Preparo de Pudim de Leite, Ovos e Leite Condensado. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 20 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº28/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 1808/5900/2006. OBJETO: Mistura para o Preparo de Pudim de Frutas. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 09:30 h do dia 21 de junho de 2006. PREGÃO (presencial), para Registro de Preços DSE nº29/06. Tipo: menor preço. PROCESSO DSE 0013/5900/2006. OBJETO: Mistura para o Preparo de Creme de Milho com Coco. A Sessão Pública do Pregão será realizada no Departamento de Suprimento Escolar na Rua João Ramalho, 1.546 – Perdizes, nesta capital, com início previsto às 14:30 h do dia 21 de junho de 2006. Edital completo à disposição dos interessados, via Internet, pelo Site www.e-negociospublicos.com.br. INFORMAÇÕES: fones: (11) 3866-1615/1616, de 2ª a 6ª feira, no horário das 8h às 17h. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE SUPRIMENTO ESCOLAR

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARATINGUETÁ/SP

Aviso de Abertura de Licitação Processo: Tomada de Preços nº 004/06 Objeto: Execução de restauro e reconversão da cobertura, forros, estrutura, calhas e condutores do prédio da Estação Ferroviária. Edital disponível para retirada. Local: Praça Dr. Homero Ottoni, nº 75 Centro/Guaratinguetá. Horário: das 12:00 às 15:30 horas. Local da sessão pública: Praça Dr. Homero Ottoni nº 75, Centro-Guaratinguetá. Data da sessão: 19.06.06, às 14:00 horas. Valor para retirada do edital: R$ 30,00.

Quer falar com 26.000 empresários de uma só vez?

Requerente: Broker Comércio Importação e Exportação Ltda. Requerido: Broker Comércio Importação e Exportação Ltda. - Rua Carlo Carra, 178 - 2ª Vara de Falências Requerente: De Pádua Rodas Ltda. EPP - Requerido: De Pádua Rodas Ltda. EPP - Rua Embaixador João Carlos Muniz, 126 - 2ª Vara Falências

Publicidade Comercial 3244-3344 Publicidade Legal 3244-3643


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Te l e f o n i a Convergência Varejo Hi-tech Hardware

s redes de varejo dos EUA têm perdido espaço publicitário nos veículos tradicionais (TV aberta, rádio e jornais) para novas mídias como a TV paga, o rádio via satélite e a internet. Esses novos meios exibem menos publicidade, e a maioria possui recursos para contornar ou "pular" os anúncios. Segundo Tim McKenzie, vicepresidente de vendas e marketing da Vestcom, o sistema de monitores nas prateleiras pode ser uma estratégia muito eficiente para influenciar o consumidor na decisão final sobre a compra. A Vestcom (www.vestcom. com) é uma empresa especializada em comunicação visual para lojas, responsável por placas e sinais usados em grandes redes como Kroger, Target e Walgreens. Os monitores desenvolvidos pela Vestcom têm apenas 4 polegadas e exibem comerciais com 10, 20 ou 30 segundos, além do preço dos itens nas prateleiras. Os monitores nas próprias gôndolas eram o passo lógico depois das telas montadas no teto e os quiosques nas pontas dos corredores. A Vestcom está desenvolvendo um protótipo de seu sistema para uma grande rede varejista dos EUA, e deve lançar o produto em larga escala até o começo do próximo ano. Segundo especialistas do setor de varejo, o conceito tem boas possibilidades de funcionar. Jack Taylor, professor de técnicas de varejo do BirminghamSouthern College, no estado de Alabama, disse que os consumidores agem espontaneamente se forem "fisgados" com uma pro-

DIÁRIO DO COMÉRCIO

terça-feira, 30 de maio de 2006

VAREJISTA NÃO PODE SATURAR AMBIENTE COM PUBLICIDADE

Monitores de vídeo para prender a atenção dos consumidores A empresa norte-americana Vestcom criou uma nova modalidade de publicidade dentro de lojas: pequenos monitores de vídeo nas gôndolas de prateleiras exibem anúncios Por Sergio Kulpas Fotos: Divulgação

Quiosques com vídeo (à esq.) já são comuns em lojas; agora, é a vez de monitores que exibem anúncios na prateleira dos estabelecimentos

moção bem planejada. Mas os varejistas devem tomar um grande cuidado com a fina linha que separa a informação da irritação. Mas como o público-alvo já está na loja, anúncios exibidos diretamente nas prateleiras podem ser um bom investimento publicitário, diz o professor Taylor. "Não são anúncios querendo atrair pes-

soas para as compras, mas anúncios voltados para pessoas que já estão comprando", disse ele. Porém, observa Taylor, já há muita publicidade dentro das lojas: nos carrinhos, em telões no teto, nos caixas, em quiosques. Acrescentar mais um sistema eletrônico de publicidade pode ser um grande risco, ao saturar o ambiente de

compras com tantas mensagens publicitárias. Isso pode gerar o efeito oposto do desejado, espantando o consumidor das compras. O sistema de vídeo pode ser uma grande mudança para a Vestcom, uma empresa que se tornou conhecida pelas etiquetas de preços que são usadas em muitas lojas nos EUA. A companhia

Menos de 2 minutos. É o tempo para que o mundo todo saiba onde está uma encomenda da Fedex

São anúncios voltados para pessoas que já estão comprando Jack Taylor

existe há 21 anos, e foi criada com o nome Electronic Imaging Systems (EIS). Em 1997, a EIS se fundiu com seis outras empresas para formar a Vestcom. Steve Bardwell, presidente da Vestcom, diz que não esperava que o empreendimento crescesse tanto em menos de 10 anos. Hoje, 50 milhões de consumidores vêem os produtos da Vestcom todos os dias, e a empresa processa 100 milhões de novos avisos de preços e promoções por semana, para redes de conveniência e supermercados. O novo sistema com monitores pode representar um grande salto tecnológico para a Vestcom. Enquanto as etiquetas e cartazes impressos podem demorar entre 24 e 48 horas para serem produzidos e despachados, as telas poderão exibir mudanças de preços e promoções imediatamente. A Vestcom também investe em "ad tags", placas que exibem preços juntamente com anúncios e informações sobre os produtos. As placas podem passar informações úteis para o consumidor, como o vinho adequado para um prato com carne de frango ou o melhor xarope para tosse seca. Os anunciantes se mostram satisfeitos com os produtos da Vestcom, e um grande número de varejistas dos EUA se mostraram interessados pelo novo sistema de vídeo nas prateleiras, segundo o presidente Bardwell. sergiokulpas@gmail.com

Sistema wireless implantado pela multinacional, que investe US$ 1 bilhão por ano em novas tecnologias, chega ao Brasil e permite acompanhamento online das encomendas; a burocracia em papel foi eliminada e os clientes assinam as entregas e recebimentos direto no computador de mão do courier

Fotos: Paulo Pampolin / Hype

Com o uso do PowerPad é possível saber exatamente em que momento a encomenda foi entregue ao destinatário

FedEx Express, presente em 220 países com seu serviço de entregas rápidas que movimenta quatro milhões de encomendas por dia –sendo mais de um milhão processados através da internet– acaba de implantar no Brasil uma nova tecnologia de rastreamento de cargas, o PowerPad. Trata-se de um computador de mão (PDA) com avançada tecnologia sem fio, General Packet Radio Service (GPRS) e bluetooth, que permite enviar e receber informações online a qualquer hora e de qualquer lugar, mesmo quando os couriers –profissionais que coletam e entregam as encomendas– estão na rua. Com isso, tanto os clientes como a empresa têm informações atualizadas com muito mais rapidez. No máximo em dois minutos após um pacote ser coletado ou entregue, os procedimentos em relação a ele já podem ser acompanhados, via internet, de qualquer lugar do mundo. O Brasil foi escolhido pela FedEx como primeiro país da América Latina a receber o Power Pad. São 186 couriers em todo o Brasil, sendo 86 só no estado de São Paulo. O sistema PowerPad foi implementado em São Paulo e Campinas em março, e já está sendo estendido para o Rio de Janeiro e Porto Alegre. A migração completa para o PowerPad no país deve estar concluída até 2007. "A estratégia global da FedEx sempre foi aliar negócios e tecnologia de uma maneira eficaz. A empresa investe cerca

de US$ 1 bi em novas tecnologias todo ano", revela Jane Nunes, gerente de vendas da FedEx para o Brasil e Cone Sul. Em tempo real – O PowerPad está substituindo o handheld utilizado atualmente, o SuperTracker, que também armazena as informações de todos os passos dos couriers, mas elas só são descarregadas nos computadores da FedEx quando eles voltam para a base, o que pode levar de 6 a 8 horas, não permitindo o acompanhamento em tempo real do destino dos pacotes. O PowerPad é um dispositivo Intermec 761, com microprocessador Intel Xcale de 400 MHz e sistema operacional Microsoft Windows for Pocket PC, e foi desenvolvido especialmente para a FedEx. Tem memória RAM de 128 MB e memória Flash de 128 MB, scanner de código de barras integrado, display de 240 x 320 pixel e 256 cores. O teclado foi adaptado para ficar idêntico ao do SuperTracker, já conhecido pelos couriers e montado de acordo com as funções necessárias à rápida execução dos procedimentos exclusivos da empresa. Como funciona – Tudo começa no escritório central da FedEx, em São Paulo, onde ficam os "dispatchers ", ou despachantes, que coordenam o trabalho dos couriers através de computadores. Cada courier recebe diariamente no PowerPad o roteiro de suas coletas e entregas, organizadas por área de atuação e numeradas em ordem crescente.

Até aí, nada de mais. Mas, com o novo dispositivo, o uso de rádios nos veículos da empresa está sendo desativado e os celulares não são mais necessários, já que a comunicação com a base é feita pelo computador de mão, em tempo real. Através de mensagens de texto (SMS), os couriers esclarecem dúvidas e também recebem informações sobre o trânsito, por exemplo, para reorganizar suas rotas e otimizar o tempo. A partir do momento em que o courier entrega ou coleta uma encomenda, a informação digitada no PowerPad é enviada à rede interna da FedEx Express, e de lá passa a estar disponível na internet. As assinaturas do despachante e do destinatário são agora feitas no próprio display do PowerPad, com uma caneta digital, e também ficam disponíveis online. Assim, o remetente fica sabendo exatamente quando foi efetuada a entrega, e ainda pode conferir a assinatura de quem recebeu, em tempo real. A papelada foi praticamente eliminada e resume-se agora à nota de recebimento/entrega dos pacotes. E-Business – "Na América Latina e Caribe, 50% de todas as remessas da FedEx são feitas através de ferramentas de eBusiness", relata a gerente Jane Nunes. O número mais que dobrou nos últimos três anos. A crescente porcentagem confirma a preferência dos clientes no mundo inteiro pela tecnologia digital como uma maneira rápida e fácil de acessar o mercado global. Para pequenos e médios empresários, o sistema de logística online da FedEx facilita o comércio exterior através do Global Trade Manager, que oferece documentação online de importação e exportação de mais de 200 países. Um dos desafios mais comuns no comércio exterior é encontrar informação sobre regulamentos alfandegários e tendências de mercado, atualizadas e específicas para um determinado país. Uma grande porcentagem dos atrasos de remessas são causados por pacotes que chegam ao país de destino com documentação incorreta. O Global Trade Manager guia virtualmente os clientes em cada etapa do processo da documentação alfandegária, auxiliando no preparo de documentos de importação/exportação e fornecendo aconselhamento sobre os regulamentos de comércio dos países de origem e destino, para que as remessas não sejam atrasadas na alfândega. Tarifas – O site da FedEx oferece também o serviço Get Rates, que fornece tarifas de envio online, em moeda local, para mais de 42 países na América Latina e no Caribe. Disponível em espanhol, português, francês e inglês. Rachel Melamet


terça-feira, 30 de maio de 2006

DIÁRIO DO COMÉRCIO

INFORMÁTICA - 7


DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.ESPECIAL

terça-feira, 30 de maio de 2006

Marcelo Min/AFG

A esteticista canina do Pet Center Marginal prepara o seu poodle Taylor com esmalte nas unhas, óculos, lacinho, roupinha da moda e tudo o mais, como o banho de ofurô

U

ma das maiores lojas do setor de pet shoppings da América Latina, O Pet Center Marginal procura dosar o lado “mega” e oferecer aos seus clientes um ambiente de comércio de bairro, que demonstre ao consumidor que ele e, principalmente, seu animal de estimação são conhecidos por todos dentro do empreendimento. Edison Adrades, diretor executivo da rede, diz que essa diretriz tem como objetivo oferecer serviços e produtos com o foco do cliente, não “no cliente”,

Pet shoppping 24 horas, um sucesso na Marginal Durante a madrugada, o destaque entre os serviços da Pet Center Marginal fica por conta do banho e da tosa, banho de ofurô, tintura, alisamento e amaciamento de pêlos. E o horário atraiu consumidores que não eram atendidos antes pelas demais redes de pet shopping ou seja, colocar a disposição um mix que atenda qualquer necessidade do consumidor e do seu animal de estimação. Andrades conta que o sucesso da rede, que hoje possui seis lojas, três na Capital, as outras em Alphaville, Ribeirão Preto e Campinas, tem como base as negociações e parcerias com grande parte da indústria de alimentos e todas as demais linhas

de produtos disponíveis no mercado pet: “Oferecemos praticamente tudo o que há no mercado. Pesquisamos tudo o que é produzido no mercado nacional e no Exterior. Nossas parcerias são fechadas com os fabricantes, que nos concedem exclusividade na venda de um determinado tipo de ração, serviço ou produto. Isso garante um diferencial no mercado”.

Avaliado como uma iniciativa de ganho de um novo mercado consumidor, a decisão de abrir 24 horas, segundo o diretor executivo da rede, é uma das marcas registradas da rede, porque atraiu uma faixa consumidora que antes não era atendida pelas demais redes de pet shopping: “Achávamos que uma parcela dos clientes do dia passaria à madrugada, o que

não ocorreu. Conquistamos uma nova parcela de consumidores, que prefere realizar tudo durante à noite”. Dentro dos serviços prestados durante a madrugada, o destaque fica por conta do banho e da tosa, banho de ofurô, tintura, alisamento e amaciamento de pêlos. O projeto é coordenado por Roseli Figueiredo, uma das primeira esteticista canina e felina. Roseli também realiza cursos de formação e especialização de tosadores. Outro ponto é a “Câmara Hiperbárica” e um centro cirúrgico com salas de internação separadas para doenças infecciosas e não-infecciosas, sala de fluidoterapia, sala de RX e, para os casos de emergência, existe uma CTI, onde são realizados eletrocardiogramas, exames laboratoriais e diagnósticos da condição motora do animal. Ali atuam nove médicos, em quatro consultórios, para atendimento 24 horas. Estão disponíveis os serviços de dermatologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, neurologia, anestesia, pediatria, homeopatia, fisioterapia, oncologia e

odontologia. Dentro dessa ação de diferencial, Andrades conta sobre a inauguração de um setor de répteis com jibóias, iguanas, jabutis, cágados e teiús. Sob a supervisão da bióloga Paola Antoniasse, o espaço foi divido para atender à necessidades de cada tipo de bicho. A loja dá assessoria técnica aos novos donos, além de pôr à dosposição toda documentação e autorização do IBAMA necessária para posse de répteis. Andrades garante que todo esse investimento só é realizado porque existe um espaço de crescimento, uma faixa de consumidores nova que passará a consumir serviços e produtos do setor nos próximos meses: “Esse mercado é rentável, desde que tudo seja muito bem planejado. O ponto principal é atenda bem o cliente e o animal. Eles são os responsáveis pelo crescimento ou fechamento do seu negócio”. Serviço O Pet Center Marginal fica na Marginal Tietê, ao lado da ponte da Vila Guilherme, número 1795, no sentido Centro. (DF)


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Convergência Varejo Hi-tech Câmeras Hardware

O game baseado no livro de Dan Brown faz o jogador enfrentar os mesmos desafios do herói, o professor Robert Langdon Por Fábio Pelegrini

DIÁRIO DO COMÉRCIO

A DIGITAL REFLEX EVOLT CONTA COM FLASH INTEGRADO

Código Da Vinci: mistério e arte

Tech Dealer, graças à sua parceria com a Take 2, traz para o Brasil o esperado jogo para computador O Código Da Vinci, baseado no livro de mesmo nome de Dan Brown, um dos títulos mais vendidos da atualidade e filme de sucesso nos cinemas. A trama do jogo se desenrola em torno de sociedades religiosas secretas, feitos ocultos do passado e uma história que promete mudar a visão dos mais crédulos e religiosos. Robert Langdon, um renomado professor de Simbologia da Universidade de Harvard, se vê envolvido em uma situação de perigo e mistério, logo após uma palestra sobre o Poder dos Símbolos, no Simpósio de Simbologia realizado em Paris. O docente é surpreendido ao ver que dois agentes da Direção Central de Polícia Judiciária (DCPJ), o FBI francês, o procuram nos bastidores para solicitar a sua ajuda na solução de um homicídio muito bizarro, o de Jacques Saunière, o curador de um dos maiores e mais famosos museus do mundo, o Museu do Louvre. O velhinho conhecido como um homem reservado e pacífico foi estranhamente assassinado dentro do museu: encontrado despido e com um símbolo de um pentagrama no corpo, desenhado por ele mesmo antes de morrer. Sua vida particular sempre foi mantida em segredo, mas tudo isso está por ser revelado. Na verdade, Jacques Saunière seria o último grande mestre de uma sociedade secreta que remonta ao tempo da fundação dos Templários e que combatia uma conspiração antiga da Igreja Católica existente até hoje, que busca acabar com um "segredo" histórico: que Jesus Cristo teria tido um filho com Maria Madalena. Com a morte do curador, Robert Langdon se torna um dos principais suspeitos, isso

Fotos: Ana Maria Guariglia

A máquina funciona exatamente como uma tradicional 35 mm e com excelente qualidade Stanley Maas, Olympus

Fotos: divulgação

porque o especialista em símbolos marcou um encontro com Saunière, antes da palestra e do assassinato. O professor, porém, só soube que era procurado ao conhecer Sophie Neveu, agente da polícia Judiciária francesa. A policial, que é neta de Jacques Saunière e trabalha no Departamento de Criptografia decifrando mensagens codificadas, ajudou Langdon em sua fuga para tentar descobrir o que aconteceu com seu avô. A partir de agora o jogador estará na pele do especialista Robert Langdon e da oficial Sophie, ambos procurados pela polícia e pelos membros de uma seita secreta. Sua missão principal será a de procurar por pistas deixadas pelo próprio curador pouco antes de morrer para decifrar o grande segredo. Achar as pistas é simples: ao passar a câmera por um objeto de interesse, ele será realçado e uma mensagem de exame irá aparecer na parte inferior da tela, solicitando que a tecla para examinar seja pressionada. Alguns objetos serão coletados automaticamente ao serem investigados, de modo que você possa examiná-los melhor em seu inventário. Aliás, o recurso do inventário lembra o do Resident Evil, o jogador poderá percorrer os itens, selecionando três opções: "Use", para usar o objeto selecionado; o "Combine", que permite abrir um segundo menu de inventário, para que você selecione outro objeto e possa combiná-los – caso sejam compatíveis; e o "Examine", que possibilita girar um objeto, para que ele seja examinado por todos os lados. Isto também revela algo interessante que Robert ou Sophie possam perceber sobre o objeto. Habilidade – Alguns movimentos exigirão do jogador habilidade no teclado e no mouse, já que combinam comando de ambos ao mesmo tempo. É preciso estar atento para as instruções que são exibidas na parte inferior da tela, que determinam as seqüências.

O CÓDIGO DA VINCI Distribuição: Tech Dealer Requisitos mínimos de sistema: Processador: Pentium 4 1,8 GHz OU AMD Athlon 1,8 GHz ou superior; Windows 2000 ou XP; 512 MB de memória RAM; 3 GB de espaço livre no disco rígido, leitor de DVD de 6X, placa de vídeo de 64 MB, com Transform & Lighting por hardware (Não é compatível com as séries MX das famílias Geforce3 e 4 da nVidia) e placa de som, ambas compatíveis com DirectX 9.0c. Idioma: Manual em português, software em inglês Faixa etária: 16 anos Preço sugerido: R$ 99,90

câmera digital reflex Evolt E-300 (R$ 4.090, com a objetiva Zuiko 14-45 mm, equivalente a 28-90 mm tradicional) possui algumas características interessantes que vale conhecer. A primeira é o sensor de imagem KAF8300CE, criado pela Kodak, com a capacidade de 8,3 Megapixels (3.136 x 2.352 pixels). Segundo Stanley Maas, um dos engenheiros de aplicação da Olympus, esse sensor trabalha com o mecanismo CCD da digital e é altamente sensível, o que pudemos comprovar. Explicou que a máquina utiliza o circuito FFT-CCD, que transfere dados usando o Vertical Charge Transfer Register. Trata-se de um sistema que possibilita capturar e utilizar mais dados, resultando em maior faixa dinâmica da resolução. "A máquina funciona exatamente como uma tradicional 35 mm e com excelente qualidade de imagem para amadores exigentes e profissionais". O conjunto de lentes, criado pela Olympus, possui sua própria CPU, que se comunica diretamente com a câmera. Dessa forma, transfere os dados específicos da objetiva que está sendo usada para o software da câmera. A correção de distorções e possíveis aberrações ocorrem automaticamente. Outro destaque da Evolt é a memória buffer de 64 Megabytes, que permite gravar imagens comuns e contínuas de 2,5 quadros por segundo. Ela permite armazenar temporariamente as imagens que, depois, são apagadas ou gravadas no cartão de memória.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Reflex Evolt funciona como uma máquina 35 mm Câmera digital conta com sensor de imagem KAF-8300CE e tem capacidade de 8,3 Megapixels Por Ana Maria Guariglia gando uma câmera comAo manusear a câmera, pacta, devido aos progranotamos que o desenho remas de cena automáticos e flex, com o sistema interno que são ajustados sem comde espelhos que abre e fecha plicações. Você pode escopara tirar as fotos, incorpolher 14 opções, entre eles, ra um visor óptico diferente retrato, foto noturna e de do tipo Porro, que designa ação e close-up. Por ser reseu inventor Ignazio Porro, flex, a composição e enquaque se caracteriza pela audramento são feitos pelo visência da saliência superior, sor óptico, trazendo as inonde se localiza o pentaprisma das reflex. Na câme- O novo modelo permite a gravação formações básicas que apara da Olympus, os espelhos de imagens comuns e contínuas de recem no monitor, como 2,5 quadros por segundo velocidade do obturador, se deslocam pela lateral. Não deixa de ser um novo conceito tecnoló- valor da abertura, modos de exposição, tipo gico que ameniza o peso da máquina e a torna de flash, marca de confirmação do foco automais ágil. O flash integrado ao equipamento mático e manual, número de imagens setrabalha de modo curioso. Ele se ejeta e avan- qüenciais que podem ser armazenadas, indiça para frente, possibilitando fotografar ima- cação de valor de compensação de exposição, modo de gravação e indicador de bateria. gens em close-up ou mesmo comuns. Além das informações, no monitor de 1,8 Nos testes, parecia que estávamos carre-

Em alguns momentos, será preciso se mover furtivamente, para caminhar em silêncio ou agachar até o chão para que seu personagem não seja visto ou ouvido pelos guardas. As emboscadas também serão necessárias: caso esteja próximo a uma parede ideal para essa façanha, uma mensagem na parte inferior da tela irá pedir que pressione a tecla configurada, para preparar as emboscadas a partir de uma parede – você poderá usar a câmera para olhar após o ângulo da parede e verificar se os oponentes se aproximam. Os combates também exigem habilidade no teclado, já que, assim que um oponente perceber sua presença, seu personagem assumirá imediatamente a postura de combate e uma seqüência de botões deve ser pressionada em um curto espaço de tempo. Essa ordem faz com que o personagem realize uma seqüência de ataques contra seu adversário. O jogador poderá também usar as várias armas distribuídas ao longo do jogo, como canos de chumbo, vigas de madeira, chaves inglesas, tacos, pés-de-cabra, entre outras. Os gráficos são belos e bem detalhados, com controle de sombra e luzes bem definido. Já a qualidade sonora é muito rica, com efeitos, melodias e diálogos interessantes que enriquecem o jogo e dão aquela pitada de emoção às cenas. Apesar de muito gamers já se saberem o final, o jogo traz grandes doses de suspense e ação, tanto para os experts como para os iniciantes, principalmente se forem apaixonados pelo título. Essa é uma história linear com base em muita cultura e arte, que garante diversão por várias horas, principalmente pela ótima qualidade gráfica e sonora, além de contar com quebracabeças inteligentes, um avançado sistema de combate e uma boa jogabilidade.

Durante a aventura, os heróis procuram pistas escondidas em artefatos, percorrem o museu do Louvre e fogem dos vilões em corridas desenfreadas

pol, você vê a reprodução das fotos e obtém dados sobre as imagens, usados por profissionais: historiograma, alerta de luzes muito fortes ou altas luzes, modo de exposição, modo de fotometria ou medição de luminosidade da foto, velocidade de obturador, nível da sensibilidade ASA ou ISO, avaliação das cores, distância focal projetada pela objetiva. A E-330 oferece três parâmetros de cor, vibrante, natural ou muted, o controle de saturação de cor, contraste e nitidez em cada parâmetro individualmente. Possui cinco modos em preto-e-branco e o branco monocromático para adicionar efeitos dramáticos à foto, além de dois ajustes de espaço de cor e quatro formatos de gravação: TIFF, RAW, JPEG, RAW com JPEG. Há ainda cinco modos de medição, a digital de 49 pontos, média central ponderada, spot, spot de altas luzes e spot de sombra. Essa diversificação foi básica para os testes, fotografando os habitantes da Fundação Parque Zoológico de SP e Bosque do Jequitibá, em Campinas (SP). Todas as imagens foram feitas com a câmera em ajuste manual, retrato e objetiva zoom em 45 mm. O resultado muito bom mostrou que a E-300 não fica devendo nada a uma câmera reflex tradicional tanto pelas regulagens, como a focalização manual, quanto pela fotometria para medir a luminosidade e pelas facilidades da composição e do enquadramento. Para saber mais: www.olympus.com Onde comprar: www.etronics.com.br


Suplemento Especial - São Paulo, 31 de maio de 2006 Marcelo Min/AFG

SUPERFEIRA DA INDÚSTRIA GRÁFICA APRESENTA:

Os heróis da impressão Começa hoje, em São Paulo, a ExpoPrint Latin America, evento que reúne os principais fornecedores de tecnologia de impressão e pré-impressão. Conheça também o mercado gráfico e a sua história A Gráficos Burti é uma das mais importantes empresas do setor gráfico nacional, um mercado que fatura mais de R$ 17 bilhões


10 - DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Fotos: Divulgação

Cresce o uso do papel reciclado

Fábrica da Votorantim Celulose

Responsabilidade social e preservação do meio-ambiente fazem a produção crescer. De janeiro a março, 858 mil toneladas de aparas foram consumidas pelo setor

á são muitas as empresas brasileiras que, conscientes da necessidade de preservação ambiental, passaram a refletir sua responsabilidade social com o uso do papel reciclado em quase tudo. Os produtos fabricados, considerados ecologicamente corretos, são os mais diversos. Vão de papéis de presentes, agendas, notas fiscais, formulários, talões de cheques, a jornais, livros, revistas, cadernos escolares e embalagens. Com níveis de recuperação de aparas e papéis usados dentro da média mundial observada entre os países produtores, no Brasil, a atividade - que é complementar e não substituta da produção de matériasprimas fibrosas virgens, que são a porta de entrada para o processo - existe há mais de 110 anos, mas só passou a ser adotada em larga escala na última década, com fundamento em questões de natureza essencialmente sócio-econômicas e ambientais. A taxa de recuperação de papéis recicláveis sobre o consumo aparente nacional de papéis cresceu de 34,6% em 1995 para 45,8 %, em 2004, segundo a Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel). Com forte distribuição nos Estados de São Paulo (37,1%) e Santa Catarina (19,1%), no ano passado, o consumo do produto chegou a 3,4 milhões de toneladas, correspondentes a uma taxa de recuperação média equivalente a 46% do consumo aparente de papel (sendo 77,3% só de caixas de papelão ondulado), podendo a média nacional alcançar até 52,1%, se excluirmos da relação os papéis sanitários e os especiais que, devido à sua natureza, não são passíveis de reciclagem. De janeiro a março deste ano, conforme a Bracelpa, 858 mil toneladas de aparas já foram consumidas pelo setor. A quantidade representa 39,7% do consumo total de matériaprima fibrosa utilizada na fabricação de papel. Uso do produto - Pioneiro

J

na utilização do produto no segmento bancário, o Banco Real adotou a medida há pouco mais de quatro anos e já utiliza o papel reciclado em 92% de seus produtos, entre eles, materiais promocionais, extratos, talões de cheques, papéis para impressão e até em cartões de apresentação a seus clientes. O superintendente de Comunicação Mercadológica do banco, Fábio Pando, afirma que enquanto 250 toneladas ao ano de papel branco (não reciclado) são utilizadas pelo banco, 3 mil toneladas por ano de reciclados são adquiridos da Companhia Suzano de Papel e Celulose, desde 2002. “Fomos implementando o papel reciclado a medida em que os fornecedores dispunham dos produtos que, na época, não eram muitos. No início, causava até certa estranheza. Atualmente, o que se tornou incomum para nós é o uso do papel branco”, diz o su-

perintendente. Ele explica que além da questão da responsabilidade social da empresa com a utilização de papéis ecologicamente corretos e a colaboração para a geração de empregos, a atitude tomada pelo banco não avaliou questões financeiras. “No início, o objetivo não foi redução de gastos que, hoje, já está praticamente equiparada, mas a necessidade de procurarmos andar de acordo com os nossos valores. O papel reci-

clado materializou um de nossos ideais, que é colaborar para a preservação ambiental e a geração de empregos”. Seguindo exemplo, o Bradesco aplica o uso do papel reciclado em seus produtos desde fevereiro do ano passado. A partir de então, o uso desse material vem sendo incorporado de maneira crescente em todos os informativos internos e em publicações destinadas ao público externo. De acordo com o relatório de responsabilidade social do banco, o consumo total de papel na empresa é de 700 toneladas ao mês, sendo que a participação do reciclado é de 550 toneladas ao mês. O impacto ambiental positivo na atitude adotada, conforme dados do relatório, gera a preservação de 11,5 mil árvores ao mês e 138,6 mil árvores ao ano, além da economia de 5,5 milhões de litros de água ao mês e 66 milhões de litros de água ao ano.

A organização ainda pretende implantá-lo na confecção de todos os talões de cheques, o que deverá representar ampliar o uso em 100 toneladas ao mês, e no envelope expresso, mais 50 toneladas ao mês. Pioneirismo - No intuito de contribuir para a profissionalização do catador de rua e para a preservação do meio ambiente, em 2001, a Companhia Suzano de Papel e Celulose saiu à frente de seus concorrentes. Com o lançamento do

Reciclato, para impressões em offset, ela iniciou a fabricação de papéis reciclados de alta qualidade no Brasil. Primeiro papel 100% reciclado produzido em escala industrial, o produto é composto de 75% de aparas pré-consumo e 25% de aparas pós-consumo -adquiridas diretamente de cooperativas de catadores de material reciclável. Embora não divulgue números em relação à produção e comercialização de seu papel reciclado, por razões mercadológicas, a empresa assegura que o Reciclato contribui para o aumento real da renda de mais de 1,3 mil cooperados que vendem, mensalmente toneladas de papel para a companhia. “É um conceito cada vez mais presente no cotidiano da população. Hoje, vivemos a reciclagem e muitos encontraram nessa atividade uma importante fonte de trabalho e renda”, diz a gerente de marketing da Suzano Papel e Celulose, Marta Vasconcellos. Na visão da companhia, ao adquirir o Reciclato, o consumidor ou a empresa contribui também para a solução de um dos maiores desafios dos grandes centros: reduzir o material descartado e não aproveitado nas cidades. Como complemento, parte da renda obtida com a venda do produto também é destinada aos projetos sociais e ambientais realizados pelo Instituto Ecofuturo, ONG (Organização Não-governamental) instituída pela Suzano, cujo objetivo é promover a educação para o protagonismo, visando a integração do homem

Bradesco: 550 toneladas de papel reciclado por mês

com a natureza. Lançado inicialmente para os mercados promocional, editorial e corporativo, o Reciclato offset conquistou empresas de porte no país, como o Banco Real, Natura, Bradesco, Tilibra, Aços Villares, Credicard, Gradiente, Philips, Nestlé, Tam e Telefonica. O sucesso do produto foi grande. Em dois anos, a produção aumentou sete vezes e, em 2003, a Suzano disponibilizou para o mercado corporativo o Reciclato no formato do papel sulfite, como mais uma opção para o papel de qualidade, personalidade e atuação social. Disponível então nas versões A4 e carta, em embalagens de 500 folhas, o Reciclato passou a ser adotado não apenas no mercado promocional, editorial e na comunicação externa, mas também para a impressão de documentos internos no dia-a-dia de trabalho de empresas alinhadas com o conceito do produto. A partir de abril deste ano, a Suzano deu outro importante passo na disseminação da sustentabilidade: após uma completa reconfiguração da embalagem do produto, a empresa passou a distribuir o Reciclato nas principais papelarias e supermercados do país, para estimular ainda mais a participação e contribuição do consumidor final ao Movimento Cooperativas de Catadores de Material Reciclável, do Instituto Ecofuturo.

Avanço digital - Para o gerente de produtos da Suzano Papel e Celulose, André De Marco, a idéia de que a tecnologia tende a acabar com o papel é remota, diante da crescente busca de inovações. “Essa é uma discussão recorrente e interessante. Ao contrário da expectativa que havia com a evolução do computador, a circulação de novas revistas, por exemplo, aumentou”, destaca. Ele salienta que mesmo com todo o avanço digital, a produção de papéis permanece acima do PIB. “Você tem também o mercado de impressão digital que acaba gerando maior impressão de papéis, como no caso de malasdiretas, que antigamente, as pessoas gastavam muito mais para adquiri-las”, completa. Quanto à tecnologia do papel reciclado em outros países, De Marco diz que ela é até antecipada ao Brasil, em razão da quantidade de exportação promovida pela Suzano. “Atualmente, cerca de 40% da produção da Suzano é exportada para mais de 60 países e, como vendemos lá fora, conseguimos trazer as inovações para o Brasil”. O gerente também afirma que o produto no Brasil já conquistou um importante conceito sócio-ambiental. “Ele se tornou uma espécie de sinônimo de tonalidade sócio-ambiental. Isto porque muitas empresas adotaram o uso da tonalidade do Reciclato como marca”, explica. Lúcia Bakos


2 - DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

ExpoPrint brilha na estréia Fotos: Divulgação

Segundo os organizadores, esta primeira edição superou todas as expectativas e reúne 350 empresas expositoras, que estão mostrando as últimas tecnologias e tendência para a indústria gráfica. O objetivo é se transformar em um evento de referência do setor na América Latina

omeça hoje no Pavilhão de Exposições do Transamérica ExpoCenter, em São Paulo, a primeira edição da ExpoPrint Latin America, que durante sete dias vai mostrar o que existe de mais avançado em tecnologias para a indústria gráfica nos setores de pré-impressão, impressão, impressão digital, acabamento, flexografia e consumíveis. Até o dia 6 de junho estão sendo esperados 30 mil visitantes, que poderão conferir as novidades dos 350 expositores, 275 nacionais e 75 internacionais, que estão ocupando 25 mil metros quadrados do pavilhão. "Esta primeira edição teve uma excelente aceitação entre os expositores. Superamos as nossas metas de vendas de espaço em 35%, o que mostra que o mercado realmente carecia de um evento neste segmento e com essa qualidade", afirma Karl Klökler, presidente da Afeigraf - Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica, realizadora da ExpoPrint. Segundo Ligia Amorim, diretora-geral da Messe Frankfurt Feiras, organizadora da exposição, a ExpoPrint será o maior evento do segmento no ano. "A adesão rápida das empresas à proposta da ExpoPrint mostra que realmente o mercado estava necessi-

C

tando de um evento de mais qualidade, desenvolvido para atender às expectativas deste mercado", comenta. Sem dúvida, o volume de áreas negociadas e a parceria com grandes empresas no Brasil e no exterior já tornam a ExpoPrint um evento consagrado", observa. Para se transformar no evento de maior referência do setor gráfico na América Latina, a ExpoPrint ocorrerá sempre no período entre a Drupa, a principal feira internacional do setor, que ocorre a cada quatro anos na Alemanha. "Aqueles que não puderam estar presentes a esse evento internacional poderão encontrar o maior parque de soluções já exposto no Brasil. São sistemas e tecnologias consagrados no exterior, baseados no que existe de mais moderno na indústria", resume Klökler. Portanto, quem perder esta edição da ExpoPrint, a próxima somente em 2010. Segundo o presidente, a exposição ocorre em um momento bastante propício, com estabilidade na economia e queda do dólar. "As empresas gráficas estão buscando renovar o seu parque para ganhar mais com-

petitividade, principalmente partindo para a tecnologia de impressão digital, que é hoje a grande tendência do setor", diz Klökler. A previsão é de que os negócios gerados a partir da ExpoPrint para os próximos dois anos cheguem a US$ 38,5 milhões. Números do setor – Segundo dados divulgados pela Afeigraf, o faturamento da indústria gráfica nacional no ano passado foi de US$ 226,5 milhões somente com a venda de equipamentos. No mesmo período, o Brasil importou quase US$ 282 milhões em máquinas impressoras. A previsão é de que as vendas de equipamentos e insumos cresçam este ano entre 10% e 11%. "No cenário internacional, os grandes fornecedores de tecnologia são a Alemanha, Japão e Estados Unidos", comenta Klökler. "O Brasil é um dos principais fornecedores de produtos acabados na área gráfica. No ano passado, as exportações neste segmento chegaram perto de US$ 157 milhões", comenta. Já a Abigraf – Associação Brasileira da Indústria Gráfica, que reúne na maioria empresas usuárias de tecnologia, os núme-

Klökler: vendas superaram expectativas

ros são bem maiores. Segundo a entidade, o faturamento da indústria gráfica brasileira teve crescimento real de 3,3% em 2005, em comparação a 2004, apresentando resultado de R$ 17,01 bilhões, ante R$ 16,08 bilhões no exercício anterior. A primeira projeção de desempenho do setor gráfico em 2006 aponta para um acréscimo nominal do faturamento entre 10% e 11%. Somente a Copa do Mundo e as eleições deverão significar expansão de 5%, equivalente a US$ 380 milhões. Carlos Ossamu

SERVIÇO ExpoPrint Latin America 2006 31 de maio a 6 de junho Horário: 13h às 20h - sábado e domingo das 10h às 17h Entrada: mediante a convite Endereço: Transamérica ExpoCenter (atrás do Hotel Transamérica) Avenida Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387 Santo Amaro - São Paulo - Brasil Informações: www.expoprint.com.br Stahlthk: equipamento da Heidelberg em exposição na feira


DIÁRIO DO COMÉRCIO - 3

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Expositores mostram novidades Quem visitar o evento poderá conferir os últimos lançamentos e as tecnologias de ponta para a área de impressão

A

pressora de produção gráfica da Xerox hoje, que imprime 100 páginas por minuto em full-color e qualidade de impressão idêntica ao off-set. A multifuncional digital Xerox 4110 é outro equipamento em demonstração. Com velocidade de até 110 ppm, ela permite a impressão de mapas, extratos, contas de consumo, pequenas publicações, folhetos ou mala-direta, por exemplo. É voltada para o mercado de média produção, segmento que abrange sistemas entre 80 e 350 mil impressões por mês. O equipamento traz sistema dual-head scanning, oferece re solução de até 2.400 x 2.400 dpi e ampla compatibilidade para papéis de maior gramatura. A fabricante observa que a multifuncional 4110 alia-se à multifuncional Digital 2101 na linha de produtos de baixa

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor Carlos Ossamu

produção da Xerox. No mercado de impressões monocromáticas, a 2101 tem sido amplamente adotada para uso em escritórios, gráficas rápidas e departamentos reprográficos de centrais corporativas. A 4110, por sua vez, é voltada para funções ainda mais específicas, em ambientes de trabalho que exijam maior produtividade e acabamento. Multitarefa - A SRS Equipamentos Gráficos, que faz parte da rede de revendedores autorizados da Konica Minolta BusiA Konica Minolta está mostrando no evento diversos equipamentos multifuncionais da linha bizhub. Acima o modelo c500; à direita a c450 e à esquerda a c250

Fotos: Divulgação

Xerox e a Gutenberg estarão juntas em um dos maiores estandes da exposição. Entre as novidades estão a nova impressora digital para formulários contínuos Xerox 495CF, que está sendo lançada no evento, e a Impressora/Copiadora digital colorida DocuColor 250, que traz três novos servidores de impressão, proporcionando robustez aos ambientes de impressão voltados à baixa produção com tecnologia cor. A Xerox 495CF, a nova impressora de alimentação contínua (continuous feed) da empresa, opera a uma velocidade de 500 ppm (páginas por minuto) em formulários contínuos e imprime full-duplex em um único engine. A máquina, apresentada pela primeira vez no Brasil, tem dimensões compactas, viabilizando sua instalação em departamentos de empresas e áreas de impressão que tenham limitações de espaço. Uma das principais funcionalidades do modelo é a fusão à frio, o que permite ao sistema operar com um número quase ilimitado de materiais e especificações de mídia. A fabricante também está demonstrando a impressora/copiadora Digital DocuColor 250, outro destaque da fabricante. Ela imprime e copia documentos a uma velocidade de 50 ppm em modo cor e 65 ppm em preto e branco. O sistema já faz parte do portfólio de produtos para escritório da Xerox. E pela primeira vez em um evento no Brasil, a empresa está demonstrando a iGen3, a principal im-

para as mais diversas necessidades dos departamentos de artes gráficas ou dos ambientes de produção de impressão sob demanda. A máquina imprime 51 páginas coloridas ou preto e branco por minuto e tem opcionais de acabamento avançados, como dobras triplas e confecção de livretos com função de refilo. A Canon do Brasil está lançando no evento os sistemas digitais de impressão iR 7105, 7095 e 7086. Segundo a fabricante, são equipamentos multifuncionais monocromáticos capazes de produzir até 1 milhão de páginas por mês, com velocidaness Solutions, está mostrando na ExpoPrint as multifuncionais coloridas bizhub C250, bizhub C450 e bizhub PRO C500, como as soluções tecnológicas diferenciadas oferecidas pela empresa. As três máquinas, além de impressoras, são copiadoras e scanners, com função scan-to-e-mail, permitindo que uma imagem seja escaneada e enviada por e-mail, sem precisar que seja aberta em uma estação de trabalho. A bizhub C450 imprime 45 páginas coloridas ou preto e branco por minuto e terá demonstrações de impressão em papéis especiais e prova de cor contratual, similar ao off-set. Já a bizhub PRO C500 é voltada para o mercado de alto volume de impressão, possui configurações e acessórios versáteis

Repórteres Lúcia Bakos Mário Tonocchi Editor de Arte José Coelho Diagramação Evana Clicia Lisbôa Sutilo Ilustração Abê, Céllus e Jair Soares

Chefe de Reportagem Arthur Rosa

Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

Editor de Fotografia Masao Goto

Impressão: O Estado de S. Paulo

de de até 105 ppm (páginas por minuto) e ainda reúnem funções como impressão, cópia, scanner, além de envio de mensagens via e-mail, I-Fax ou pasta em rede. “Nossos sistemas digitais foram desenvolvidos para o segmento gráfico, de forma a garantir máxima fidelidade de cores, impressões em grande formato e alta velocidade de impressão”, explica Ivan Kotchetkoff, supervisor de Produto da Canon do Brasil. O executivo ressalta ainda que a estratégia atual da Canon é desenvolver soluções específicas para cada segmento, de acordo com cada necessidade.

Na Expoprint a Canon está apresentando soluções voltadas para o segmento gráfico. São elas: impressão de alto volume, cor, dados variáveis, provas contratuais, DSF, entre outras. Os modelos variam de acordo com a capacidade. O iR7105 é o mais poderoso, capaz de imprimir com velocidade de 105 ppm no formato A4 e 53 ppm em A3. Já os modelos iR 7095 e 7086 apresentam velocidades de 95 ppm (A4)e 49 ppm (A3), e 86 ppm e 43 ppm, respectivamente. A resolução óptica é de 600 dpi e eles trazem 1 GB de memória Ram e HD de 40 GB. Carlos Ossamu

A Xerox apresenta uma linha completa de impressoras/ copiadoras de alta performance, além de equipamentos multifuncionais


16 - DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

A evolução gráfica Por décadas as letras dos livros eram talhadas em madeira para depois serem molhadas em tinta e comprimida sobre a folha. Foi o alemão Johann Gutemberg que desenvolveu um método de imprimir escritos utilizando letras de metal reunidas para formar palavras inteiras e frases. texto bíblico Vulgata Latina, de Jerônimo, publicado em 1450 pelo alemão Johann Gutemberg – considerado o pai do método de imprimir escritos utilizando letras de metal reunidas para formar palavras e frases – mudou o mundo. Não pelo que estava escrito, mas porque desde a invenção, a humanidade descobriu uma forma de reproduzir livros e textos com rapidez, perfeição e volume muito maiores. A conseqüência disso abalou a detenção do conhecimento contido nos textos reproduzidos à mão pelos monges, restrito até então ao Clero e à Corte. O princípio da descoberta de Johann Gutemberg permanece o mesmo: a reunião de letras que são utilizadas para transferir tinta para o papel por compressão. Por décadas, as letras e ilustrações eram talhadas em madeira em um único bloco no formato de uma página que era molhada em tinta e comprimida sobre a folha. Com o passar do tempo, a invenção de Gutemberg foi aperfeiçoada, tanto na qualidade quanto na velocidade da impressão. Em 1796, outro alemão, desta vez o escritor Aloysius Snefelder, procurando uma forma econômica de publicar seus livros, esbarrou com a técnica que passou a ser chamada de Litografia. Conhecida como método "planográfico", esta forma de imprimir separava as áreas que seriam impressas das que não deveriam aparecer no papel por um processo químico. Passado mais quase um século, já em 1820, o inventor francês Joseph-Nicephore Niepce descobriu que alguns compostos químicos eram especialmente sensíveis à luz. As pesquisas e trabalhos do francês levaram a humanidade à fotogravura o que, na evolução tecnológica originou a fotografia e o processo de reprodução de imagens. Já na revolução industrial, por volta de 1850, período que abalou as estruturas produtivas da Europa, o setor gráfico em franca expansão não poderia fica de fora. Nessa época, prensas e máquinas gráficas passaram a utilizar o vapor para seu funcionamento, o que mecanizou e automatizou ainda mais o processo gráfico até então tocado por homens, animais e moinhos. No século 19, a indústria gráfica passou a utilizar letras compostas por chumbo. O material era considerado ideal pois, por suas características químicas, poderia ser utilizado várias vezes para a criação de novos tipos de letras. Com o chumbo foi possível a indústria gráfica utilizar para a confecção de uma página mais de um tipo e de tamanho de letra. Inventado em 1886 pelo alemão Ottmar Mergenthaler, o Linotipo fazia a composição mecânica dos textos com fundição de caracteres, formando linhas tipográficas. Os tipos eram fundidos numa caldeira com chumbo derretido, para formar a linha de matriz em uma só barra. Já resfriadas, as linhas eram reunidas numa bandeja, seguindo para a máquina de impressão.

O

Bloco de metal reunindo letras para imprimir palavras inteiras e frases

Mário Tonocchi

Peças de metal, desenvolvidas por Johann Gutemberg, para a impressão de textos e livros

Revolução no Brasil começou com a chegada do off-set

Fotos: Divulgação

A era industrial indústria gráfica brasileira foi estabelecida em 1808, por decreto do regente D. João VI. Nesta época, foi implementada a primeira gráfica, a Imprensa Régia, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, segundo levantamentos da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). Mas a tipografia, como atividade industrial e comercial, só passou a ser realidade no País em 1922, quando a Companhia Lithographica Ferreira Pinto importou a primeira máquina de off-set. De acordo com a cronologia da atividade gráfica nacional da Associação, outro momento importante para o setor no País acontece em 1926. Nesse ano, a Editora Pimenta de Mello & Cia lançou a primeira revista brasileira em off-set, a Cinearte. Dois anos mais tarde, o

A

jornal O Estado de S. Paulo colocou no mercado o primeiro suplemento impresso em rotogravura, um processo de impressão direta que trabalha em sistema de rotativas, daí o nome "roto" – "gravura". A segunda ação estatal no setor aconteceu em abril de 1940, quando o presidente Getúlio Vargas editou o decreto 2.130. A nova lei eliminou as oficinas gráficas de todos os órgãos públicos reunindo-as na Imprensa Nacional. Em 26 de janeiro de 1982 aconteceu um novo ajuste estatal no setor gráfico. Novamente, foi promulgado um decreto, o de nº 86.873, pelo presidente, dessa vez, João Figueiredo, que proibiu a criação de unidades de artes gráficas na administração federal direta e indireta, assim como nas fundações instituídas ou mantidas pela União. Neste período, exatamente em 1984, a informática chegou ao setor gráfico e alterou sua rotina e forma de execução. Já em 1993, a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) elaborou um conjunto de normas setoriais, que foram registradas e reconhecidas pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), e trouxeram mais alterações . Em 2000 aconteceu o Drupa 2000, um evento voltado para o setor gráfico que contou com a participação de mais de quatro mil profissionais brasileiros. Com o sucesso absoluto nas participações, São Paulo passou a sediar uma das seis unidades mundiais da Print Media Academy, da Heidelberg, com a Escola Senai de Artes Gráficas Theobaldo De Nigris e a Faculdade Senai de Artes Gráficas. No Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica (Congraf), de 2003, foram aprovados os novos estatutos do sistema Abigraf, que congrega várias entidades representativas do setor. No mesmo ano, o Senado Federal alterou a redação do Projeto de Lei nº 161/89 e determinou que o setor de impressão gráfica em geral pagaria o Imposto sobre Serviços (ISS). Hoje, segundo a Abigraf, o setor representa 1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 3,3% do industrial. Com 200 mil empregos diretos calcula-se que nos últimos 15 anos foram investidos cerca de US$ 6 bilhões em máquinas, equipamentos e novas tecnologias. (MT)

Bloco de metal com letras e gravuras

Uma das revoluções no setor gráfico mundial e nacional foi a invenção do offset, já no século 20. O sistema é composto por equipamentos nos quais as chapas de impressão não entram em contato direto com o papel. Elas são instaladas em um cilindro e transferem (off-set) a imagem para um cilindro de borracha limpo. Quando o cilindro roda, a chapa transfere a imagem para a borracha que também gira e transfere a imagem para a folha de papel. O papel também é alimentado por um terceiro conjunto de cilindros. A evolução do off-set chegou à Flexografia. São máquinas com capacidade de trabalhar com papel, plástico, vidro entre outras mídias. Podiam imprimir tanto com tinta a base de óleo, para offset, como a base de água, o guache. Outra novidade é que podiam usar chapas de impressão com materiais flexíveis ao invés das usuais chapas de metal do off-set. Também apresentava a possibilidade de trabalhar de seis a 13 tipos de cores diferentes. Nessa linha de pesquisa, no início da década de 70, foi lançada a máquina Composer, importada para o Brasil pela IBM. Em um teclado semelhante ao de uma máquina de escrever e um monitor de vídeo, o operador datilografava a linha do texto para uma determinada página, discriminando sua família e corpo. Nesse equipamento o operador tinha cinco famílias de tipos (letras) que podiam variar de corpo 2 até 72 pontos com três estilos de letras diferentes, finas (light), normal ou negrita (bold). (MT)


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Soluções para todas as áreas Alguns fabricantes criaram ambientes temáticos em seus estandes, facilitando a busca por soluções específicas. Todos trouxeram muitas novidades.

m seu estande, a Canon most r a t r ê s a mbientes temáticos. A primeira tem como tema Gerenciamento de Cor e traz sistemas digitais, o IRC 3220 e o CLC 1140. Ambos utilizam o software de gerenciamento de cor Color pass Z 500. Com o gerenciamento de cor é possível obter a máxima fidelidade de cor desejada, agregando valor a todos e qualquer material impresso com a solução. O segundo tema é Dados Variáveis. Os visitantes poderão conferir o desempenho da iR 7105 e da IR 105+, além da iRC 6800, que trazem um software específico para dados variáveis. Além de proporcionar materiais personalizados, a solução garante economia na impressão, eliminando documentos pré-impressos. Por fim, o terceiro tema é Impressão de Grande Formato, com os modelos W 6200, 6400 e 8400, que utilizam o software Color Prof XF. Segundo a empresa, além de garantir a impressão em grande formato e fidelidade de cores, a solução possibilita a produção de provas contratuais, imposição e simulação de retícula. Grande porte - A alemã Heidelberg montou um estande com cinco áreas-chaves de soluções, identificada com sinalização colorida: Soluções em Impressão Comercial, Soluções em Impressão Industrial, Soluções em Impressão Rotativa, Prinect Experience e Heidelberg Experience. Cada uma destas áreas mostra os respectivos equipamentos da fabricante e inclui um Centro de Aplicação, no qual os visitantes poderão observar as soluções da Heidelberg para Aplicações Especiais. Entre os destaques está a Suprasetter 105 E, voltado para gráficas que buscam o crescimento de seus negócios ou a renovação de seus equipamentos de Computer-to-Plate. Tem capacidade de incorporar módulos de acordo com a real

Fotos: Divulgação

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No estande da Gutenberg Máquinas e Materiais Gráficos os destaques são as impressoras off-set da japonesa Komori

necessidade da gráfica, aumentando sua produtividade sem a necessidade de troca do equipamento CtP. Com isso, é possível aumentar a produtividade, passando da velocidade de produção de 14 chapas por hora para 30 chapas por hora. O Suprasetter pode ser integrado ao Prinect - ferramenta exclusiva de integração e automação do fluxo de trabalho da gráfica. Outro equipamento em exposição é a Speedmaster SM 102 8-P, que possibilita a impressão em quatro cores, em ambos os lados do papel, em uma única alimentação de papel, com uma velocidade de 13 mil folhas por hora. A Heidelberg afirma que é pioneira no desenvolvimento

de chapas para cilindros e está quatro anos à frente de seus concorrentes nesta tecnologia. O PerfectJacket Plus permite impressões frente e verso, sem o acúmulo de tinta nos cilindros da máquina, podendo imprimir, frente e verso, trabalhos com alta carga de tinta, incluindo papéis espessos (até cartões leves, como cartões postais).As impressoras das séries SM 102, CD 102, XL 105 e CD 74, permitem a instalação do Cutstar, acessório que possibilita alimentação de papel com bobina, diminuindo os custos com matéria-prima e o tempo de troca de papel. A impressora torna-se totalmente

automatizada por meio do Prinect CP 2000 Center, que promove todos os acertos da máquina, além de armazenar os dados de cada trabalho. No estande da Gutenberg Máquinas e Materiais Gráficos o destaque são as impressoras off-set da japonesa Komori. Pela primeira vez em uma feira gráfica no País é apresentada uma impressora de oito cores, a Lithrone S 840P, única máquina longa do mercado que imprime cartão frente e verso. Segundo a fabricante, o equipamento tem a característica única de imprimir com três cilindros de duplo

diâmetro para fazer a reversão, tanto só frente como frente e verso. Outro destaque é a Komori Spica 29P. Impressão – A HP do Brasil está mostrando no evento soluções de provas de imposição para jornais e revistas, como a HP Designjet 4500ps. Este produto é destinado para o segmento de reprografia, imposição e de provas de jornais, além de ser repleta de recursos para produção em volume de imagens em cores de grande formato. Também estão expostas soluções para provas

As impressoras da série XL 105, da Heidelberg, podem ser totalmente automatizadas

de conceito e layout, como aHP Designjet 130nr; solução para impressão indoor, HP Desingjet 5500; e o mais recente lançamento para impressão outdoor em grande formato a base de solventes, a HP Designjet 9000s. Nos estandes dos distribuidores, Alphaprint, Comprint e Digigraf, diversas aplicações serão demonstradas em cinco equipamentos HP Indigo, de etiquetas a manuais, de painéis a fotografias. A HP Indigo press s2000 é voltada para impressão em qualquer tipo de substratos, desde bopp, pvc, entre outros. Seus recursos incluem o uso de cores especiais como fluorescentes e invisível para aplicações especiais e de segurança. A HP Indigo press ws4050 é um a impressora offset digital rotativa de etiquetas e rótulos, permite a impressão de pequenos lotes de forma econômica e rápida com altíssima qualidade. A HP Indigo 1050 é a impressora off-set digital comercial HP de entrada da linha, ideal para fornecedores de serviços de impressão que pretendem entrar no mundo digital. Já a HP Indigo press 5000 oferece o máximo em produtividade digital para obter alta qualidade em uma impressora robusta e confiável, com baixo custo de impressão e operando em até sete cores. A Ulderigo Rossi, de Ribeirão Preto, mostra a nova geração de dobradeira K-78, recomendada para produção de livros com folhas de formato de até 78 x 115 cm , que pode ser acoplada a um alimentador contínuo. Indicada para a produção de livros de até 32 páginas, a K-78 também está equipada com tela touch screen, que permite o comando de todas as funções da máquina. Sua velocidade é de até 10 mil cadernos de 32 páginas/hora. Já a Dobradeira T-56 traz um sistema de pré-empilhamento, hot melt e tela touch screen. Com capacidade para dobrar 10 mil cadernos de 16 páginas, formato livro, em apenas uma hora, a T-56 também conta agora com a opção de um aplicador de cola quente (hot melt). A T-56 atende formatos de folha de até 56 x 84 cm e possibilita a execução de até 37 tipos de dobras básicas, o que assegura seu uso na grande maioria das gráficas. Carlos Ossamu


8 -.ESPECIAL INDÚSTRIA GRÁFICA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

ESPECIAL INDÚSTRIA GRÁFIC


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Jornais de bairro resistem ao tempo Apenas na capital paulista são mais de 220 títulos, que somam 2 milhões de exemplares por semana. O Brasil é o segundo maior mercado mundial neste setor

ma boa parte da população j á s e a c o s t umou a receber em casa, gratuitamente, o jornal ou a revista do bairro. Ao contrário dos veículos de grande circulação tradicionais, esses periódicos focam em notícias da região, servindo de porta-voz da população local, que muitas vezes reivindicam melhorias em segurança, saúde, transportes etc. Quase sempre são empresas de pequeno porte, que sobrevivem com dificuldade, mas que juntas representam uma

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grande força no mercado editorial. Segundo Antônio Carlos Cimino, presidente do Sindicato das Editoras de Jornais e Revistas de Bairro de São Paulo, são cerca de 2 milhões de exemplares rodando por semana somente na capital, atingindo um público de 8 milhões de leitores. "O Brasil é o segundo maior mercado neste segmento, perdendo somente para os Estados Unidos, onde é muito forte a penetração dos tablóides. Lá, são cerca de 1.100 títulos", comenta Cimino, observando que no Brasil não há dados exatos. "Na cidade de São Paulo são cerca de

220 títulos, de 150 empresas. No Rio de Janeiro há algo em torno de 60 jornais de bairro e no Mato Grosso do Sul, perto de 40. Queremos criar uma federação ou confederação do setor para reunirmos toda a classe e termos números mais confiáveis", afirma o presidente. E os números não param por aí: para rodar os 2 milhões de exemplares semanais, são consumidos cerca de 200 toneladas de papel, que somam 800 toneladas por mês. Nas redações, são cerca de cinco profissionais em média, o que somaria algo em torno de 750 empregos diretos, fora os vendedores de anúncios, pessoal administrativo e de distribuição. As 3.600 páginas semanais produzidas em média também vão gerar empregos nas gráficas, que confeccionam fotolitos e chapas para impressão. "A receita média de um jornal de bairro, por edição, é de R$ 10 mil com publicidade", afirma Cimino. Tomando como base esse número, os 220 títulos que circulam na capital devem faturar algo em torno de R$ 100 milhões por ano. Entidade – Antônio Carlos Cimino é proprietário de três jornais de bairro – Jornal da Zona Leste, Jornal Marco Zero e Valor da Serra – e está no seu terceiro mandato no Sindicato das Editoras de Jornais e Revistas de Bairro de São Paulo, entidade com 20 anos de existência. Ele também faz parte da

diretoria da Associação dos Jornais de Bairro de São Paulo (Ajorb) e já ocupou a vice-presidência da Associação Paulista de Imprensa (API). "Antes, as empresas de jornais de bairro eram filiadas ao sindicato onde estavam os grandes jornais diários, mas a nossa realidade é diferente. A Ajorb, por sua vez, é uma entidade mais elitista e exige que o associado tenha um título com pelo menos dois anos de circulação ininterrupta e comprove a regularidade da circulação", diz Cimino, acrescentando que por essa razão foi criado o sindicato. Entre as atuais reivindicações da entidade está a de uma lei que obrigaria os governos municipal e estadual a destinar 20% das verbas publicitárias para os jornais de bairro, que, na sua visão, são empresas que prestam serviços públicos à população. Encabeçado por Cimino, o sindicato da categoria vem buscando uma parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para desenvolver trabalhos conjuntos com as distritais. "A ACSP é uma entidade com grande penetração nos bairros. Todos ganhariam com uma parceria e nós poderíamos ter acesso facilitado aos serviços oferecidos", comenta. História – Segundo Maria Elisa Vercesi Albuquerque, coordenadora do livro "Os Jornais de Bairro na Ci-

Marcelo Min/AFG

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Cimino: os jornais de bairro buscam parceria com a ACSP

dade de São Paulo", editado pela Secretaria Municipal da Cultura (1985), desde 1882 há registros de jornais das colônias italiana, espanhola e alemã. Na sua opinião, talvez pelo exemplo da pequena imprensa étnica, começaram a surgir os primeiros jornais de bairros. O primeiro jornal desse tipo que se tem notícia foi O Braz, fundado em 1º de setembro de 1895. Essa é a razão do dia 1º de setembro ser considerado o Dia do Jornal de Bairro. A re-

gião do Brás, por sinal, foi um terreno fértil para as publicações do gênero, como a Tribuna do Braz, em 1897, e a Gazeta do Braz e Folha do Braz, ambos em 1898. Outros bairros também entraram na onda, como a Penha com O Bandeirante (1900) e Belenzinho, com O Marco (1907). Por conta de dificuldades financeiras, que parece ser uma sina e perdura até hoje, esses jornais de bairro tiveram vida curta. Carlos Ossamu


São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 2006

DCARRO

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LANÇAMENTO

Ônibus só para grandes cidades

Divulgação

Mercedes-Benz lança novos chassis para ônibus articulados para atuar nas grandes cidades brasileiras e aumentar a exportação de seus produtos ANDERSON CAVALCANTE

O

mercado para este tipo de veículo ainda é pequeno, no ano de 2005 foram comercializadas aproximadamente 50 unidades, sendo 45 produzidas pela Mercedes-Benz. Mas a empresa aposta em um aumento na procura e lança novos chassis de ônibus articulados para transporte urbano. Desenvolvido na unidade de São Bernardo do Campo da DaimlerChrysler, o ponto de partida foi a série O 500 que trouxe para o mercado brasileiro inovações como o conceito de chassi de concepção modular, motores eletrônicos de avançada tecnologia, suspensão pneumática integral e maior agilidade dos serviços de inspeção diária e de manutenção, entre outros itens. A linha de chassis O 500 , que já contava com 12 modelos entre rodoviários e urbanos e mais de 20 para atender as exportações, passa também a oferecer os dois novos chassis articulados, O 500 MA com piso normal, para plataformas de embarque elevadas, e O 500 UA com piso baixo, para pontos de embarque ao nível

da calçada. Ambas as versões podem transportar até 180 passageiros em corredores de ônibus, como os existentes em São Paulo, Curitiba, Goiânia e Manaus. Por enquanto, a Mercedes-Benz só produz os produtos por encomenda, não havendo estimativa de produção ou vendas. Um primeiro lote com 50 unidades do O 500 MA já foi vendido, no mês passado, para uma empresa de transportes da cidade de Bogotá, na Colômbia, e deverá ser entregue em regime CKD (completamente desmontado). Motor e preço - Os dois novos chassis são equipados com o motor eletrônico de 360 cavalos de potência a 2.000 rpm e torque de 1.600 Nm a 1.100 rpm, instalado na parte traseira do veículo, câmbio automático com retardador (Voith ou ZF), freios a disco no O 500 UA e a tambor no O 500 MA. Opcionalmente, podem ser equipados com o sistema eletrônico de freio ABS. O modelo de chassi com piso normal tem preço público sugerido, com ICMS de 12%, de R$ 422.916. Já no O 500 UA este valor sobe para R$ 440.104.

Novos chassis da Mercedes-Benz: O 500 MA com piso normal e O 500 UA com piso baixo. Nas fotos, os ônibus utilizam carrocerias fornecidas pela empresa Marcopolo. Transporte para até 180 passageiros.

TECNOLOGIA

SEGURANÇA

Linha Audi ganha dois novos acessórios

Recall da Volkswagen abrange 122,9 mil veículos

S

em alteração nos preços de tabela, o Audi A4 ganha dois novos equipamentos: o interface Bluetooth com tecnologia wireless (sem fio) para uso de telefone celular e o Acoustic Parking System, sistema auxiliar de estacionamento, que alerta o motorista quando há obstáculos na traseira do veículo. Com a tecnologia Bluetooth, o motorista consegue falar ao celular utilizando o sistema de áudio do veículo, com atendimento automático da chamada e sem a necessidade de tirar as mãos do volante. Basta plugar o telefone móvel no painel central do veículo, programar o computador de bordo e ligar o rádio. A recepção das chamadas passa a ser feita pela antena do carro, o que amplia a qualidade das ligações. Os modelos A4 já estão nas concessionárias da marca. A versão 1.8 sai por R$ 159,5 mil, a 1.8 T Exclusive continua custando R$ 180,2 mil e a 3.0 Multitronic tem preço fixado em R$ 249 mil.

Divulgação

A

Bluetooth: para uso de celular

Volkswagen do Brasil iniciou esta semana a convocação de 122,9 mil proprietários de veículos Gol 1.0, Fox 1.0 e Kombi 1.4 para que compareçam a qualquer concessionária autorizada da marca para a instalação de uma nova versão do software do motor, que tem por objetivo evitar falhas de funcionamento. No caso dos produtos da linha Gol, a convocação deve-se à possibilidade de um eventual dano no filtro de ar do motor. Já nos veículos Fox e Kombi, o defeito detectado no software pode levar a um aquecimento excessivo do motor. A campanha, segundo a montadora, abrange cerca de 52,2 mil unidades do Gol, 63,5 mil unidades do Fox e 7,2 mil unidades da Kombi Na nota de convocação, a Volkswagen destaca que a medida é preventiva e tem por objetivo assegurar a satisfação de seus clientes. A empresa orienta os donos dos veículos envolvidos no recall a

procurar a concessionária da marca que lhe for mais conveniente e agendar a data com antecedência. O serviço é totalmente gratuito. Para melhor informar e atender os clientes, a Volkswagen do Brasil está enviando cartas a todo os consumidores envolvidos nesta ação. Além disso, coloca à disposição a Central de Relacionamento com Clientes pelo telefone 0800 - 195775 e também o site da empresa na internet - www.vw.com.br -, que pode ser utilizado para qualquer tipo de informações sobre o assunto. Chassi - Veja abaixo a relação dos modelos e a numeração do chassi: Gol 1.0/06 - de 6T 002 327 a 6T 111 925 Gol 1.0/06 - de 6P 000 005 a 6P 050 581 Fox 1.0/05 - de 54 087 082 a 54 110 005 Fox 1.0/05 - de 5P 000 067 a 5P 007 644 Fox 1.0/06 - de 64 030 760 a 64 177 255 Fox 1.0/06 - de 6P 000 269 a 6P 002 607 Kombi 1.4/06 - 6P 004 524 a 6P 012 061


6 - DIÁRIO DO COMÉRCIO

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Embalagens movimentam US$ 304 mi Paulo Pampolin/Hype

O bom desempenho do setor ficou concentrado nos itens de plásticos e de papelão, que registraram o maior crescimento: 32,2% e 30,9%, respectivamente.

e s d e o s p r imórdios, as embalagens fazem parte de nosso dia-adia. Explícita ou indiretamente, elas proporcionam benefícios que justificam a sua existência. Com uma variedade de formas, modelos, cores e materiais, contribuem para a diminuição das perdas de produtos primários e para a preservação do padrão de vida das pessoas. Com tanta importância, a indústria de embalagens acaba tendo papel fundamental na conjuntura econômica nacional. Recente estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Estado do Rio de Janeiro para a Associação Brasileira de Embalagens (Abre), mostra que o setor – considerado termômetro da economia – teve considerável alta no último ano. Obteve receita líquida de vendas de R$ 31,338 bilhões em 2005, o que representou R$ 2.492 bilhões a mais do que em 2004. Outros dados, menos oti-

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mistas, de uma pesquisa realizada pelo Departamento de Estudos Econômicos da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), no ano passado, mostraram que o crescimento do setor foi inferior a 2004, com faturamento de R$ 3,54 bilhões (5,3%). O material de embalagens de

plásticos, conforme o estudo da FGV, foi o que apresentou maior índice: 32,2%, com valor de produção de mais de R$ 10 milhões, seguido do item papelão, com 30,9% e receita líquida de vendas de cerca de R$ 9 milhões. Já o material de madeira foi o que obteve o menor crescimento: 2,1% e um faturamento de R$ 655,92 no ano passado. Exportação – As exportações de embalagens também apresentaram crescimento de 4,3%, em relação ao ano anterior. As indústrias do setor realizaram negócios na ordem de US$ 304.955 milhões em 2005, contra US$ 292.511 de 2004. O material da categoria plástico obteve a maior fatia: US$ 101.955, o que representou um aumento de 33,4% em 2004. Já o item vidro foi o que teve menor índice: 4,72%, com negócios no valor de US$ 14,386. E a tendência para este ano parece ser a mesma. As exportações no segmento têxtil já estão estabilizadas, segundo o s ó c i o - d i re t o r d a e m p re s a M e rc a n t i l S a n Vi t o L t d a . , Luiz Prado/Luz

Francisco Giannoccaro, da Mercantil San Vito Ltda, que produz embalagens para a indústria frigoríficas: as vendas externas continuam estáveis mesmo com a restrição criada pela febre aftosa.

Francisco Giannoccaro, que fornece embalagens para indústrias brasileiras de exportação frigoríficas (carne e pescado) e de estocagem (móveis, colchões e confecções). "Com a restrição das exportações de carne, por causa da febre aftosa, e a paralisação do câmbio, nesse momento, não há perspectivas do aumento da vendagem no segmento têxtil. O que notamos no mercado é que as vendas continuam estáveis, porque as indústrias não têm feito estoque, compram somente o necessário", diz. Segundo o empresário, as expectativas de crescimento no setor devem surgir ao final do ano. "Esperamos que para o quarto trimestre, a situação melhore, em razão

das festas natalinas". Ainda conforme o estudo da FGV, em 2005, as importações de embalagens chegaram a US$ 222.037, sendo a indústria do plástico o setor que apresentou maior participação, com US$ 153.171 (69%). Emprego – O nível de emprego formal no setor foi ampliado em cerca de 7.500 postos, uma expansão de aproximadamente 5%. Ao final do ano passado, de acordo com informações do Ministério do Trabalho, o setor empregava 170.917 pessoas com carteira assinada. Os itens de plástico e papelão lideraram o ranking de contratações, com 90.424 (52,9%) e 30.418 (17,8%), respectivamente. Nos primeiros três meses deste ano, o número médio de empregados na indústria de embalagem prosseguiu prosperando: 5,02%. O número total de contratados no final de março de 2006 era de 177.548. O maior crescimento se verificou na indústria do plástico, com crescimento de 7,89%. Já a participação de mercado de cada material de embalagem apresentou uma pequena variação ao longo dos oito anos (1996 a 2005) de realização do estudo. Em relação ao desempenho da indústria de embalagens, que é aferido pela produção física, em 2005, a indústria brasileira de embalagem também registrou queda de 1,26%. A indústria usuária de embalagens que teve maior participação no ano passado foi a farmacêutica, com 14,43% contra 0,95% em 2004, seguida de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (14,22% ante 17,79%). Os atrativos visuais da embalagem Uma pesquisa setorial feita pela Abre/FGV revela que pa-

A embalagem é uma grande mídia que nos dá a oportunidade de transmitir os benefícios do produto Alexandre Sugai, diretor da FutureBrand brasileira ra muitos produtos a embalagem é o seu símbolo. Cita-se como exemplo o frasco de perfume, extintor de fogo, caixa de lenços de papel e a caixa de fósforos. Todos lutam por atenção na prateleira do ponto-de-venda, diz o estudo. Os aprimoramentos na conveniência de uso, aparência, possibilidade de reaproveitamento, volume, peso, portabilidade e características de novos materiais são fatores que promovem a modificação da embalagem de forma a adequá-la ao processamento moderno, reciclagem de lixo e estilo de vida, completa o estudo. Para alguns produtos, o design, a forma e a função da embalagem podem ser tão importantes quanto o conteúdo. Venda conjunta – O desenvolvimento do produto, de acordo com a pesquisa, não pode ser planejado separado da embalagem, que por sua vez, deve ser definida com base na engenharia, marketing, comunicação, legislação, economia e inovação. Os padrões gráficos numa embalagem ainda moldam a personalidade dos produtos, principalmente aqueles de distribuição em massa exibidos nas prateleiras, os quais freqüentemente enviam mais mensagens do que algumas exposições publicitárias. Prova disso é que, conforme a pesquisa, dos cerca de 10 mil produtos expostos nas prateleiras dos supermercados, estima-se que apenas 5% possuam propaganda massiva na mídia.

Daí a necessidade dos atrativos visuais da embalagem, a qual acaba tornando-se uma espécie de "vendedor silencioso". E é partindo desse princípio – a embalagem faz a propaganda –, que as agências de publicidade atuantes no setor estão cada vez mais atentas à necessidade de confeccionar embalagens adequadas, convenientes, competitivas e principalmente criativas. Interação – Peças publicitárias internacionais criadas em sacolas que parecem interagir com o consumidor são uma das inovações marcantes nesse mercado. Em uma delas, a agência alemã Jung von Matt, criou uma para divulgar o produto Stop 'n Grow – um esmalte para quem roe unhas –, a sacola parece morder as mãos de quem a segura. Na mesma linha, a norteamericana Ogilvy criou uma espécie de saco plástico com um rosto feminino que, quando fechado, deixa a impressão de que a imagem reclama por ter sido puxada. Já a agência belga Duval Guillaume Brussels lançou produto específico para um autor de livros de histórias de crimes naquele país: um pacote que simula carregar junto uma arma de fogo. Mas para Alexander Sugai, diretor de criação da FutureBrand brasileira, multinacional que pertence à agência de publicidade McCann World Group, esse tipo de criação não funciona no Brasil, principalmente para clientes de porte. "A embalagem é uma grande

mídia que nos dá a oportunidade de transmitir os benefícios do produto, mas como 99,9% das pessoas no Brasil pertencem às classes média e baixa, não funciona. Nossos consumidores são muito conservadores. Não é uma crítica, é um fato. Tudo o que o ser humano não compreende, ele tende a rejeitar", diz. Sugai afirma que existem vários casos de pesquisas, com peças publicitárias irreverentes, que acabaram sendo rejeitadas pelo consumidor brasileiro por causa de preconceitos. "Se você acrescentar a imagem de um rapaz com barba para fazer, que é a moda atual, em uma famosa embalagem de chocolates, as pessoas aqui não aceitam, acham ser inconveniente para o produto. Por isso, há muita inovação em empresas menores, onde o poder de decisão é apenas do proprietário, não envolve preocupações, por exemplo, com as pesquisas, vendas e a imagem da empresa, igual ocorre em multinacionais como a Nestlé". No Brasil, a FutureBrand tem entre seus principais clientes empresas como a Unilever, Nestlé, Itaú, Bimbo, Medley, Mundial e Pernambucanas, entre outras. Sobre o lado sadio da concorrência, Sugai lembra a liberação das importações, ocorrida no governo Collor, na década de 90, que a seu ver, estimulou o desenvolvimento de novas produções. "As inovações aparecem quando se tem muita competitividade. A liberação das importações prejudicou muita gente, mas também obrigou os produtores a criarem produtos melhores e competitivos. Acho que nos últimos 15 anos, a indústria brasileira conseguiu correr atrás do prejuízo", analisa. Lúcia Bakos


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São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 2006

FORD FUSION Pablo de Souza

O esporte fino Com suas linhas esportivas, o novo carro da Ford chama atenção nas ruas. O acabamento interno é primoroso, mas o espaço para o motorista deixa a desejar.

exta-feira, 12 de maio, 18h30 em São Paulo, garoa paulistana. Ao ligar o controle remoto no Páteo do Collégio, ao longe ele me espera. Acende seus faróis, pisca suas lanternas e acende a luz de cortesia abaixo dos retrovisores laterais para se ver onde pisa antes de abrir as portas. Primeira impressão, que luxo! (durante o dia descobri que este comando é sensível à luz e, portanto, estas funções só são ativadas à noite). Depois de uma breve procura dos comandos de regulagem do banco do motorista, abro o porta-malas para transferir minha bagagem. Excelente espaço, acabamento cuidadoso e um puxador amarelo para a eventualidade de inadvertidamente eu me trancar lá dentro. Boa idéia, embora não pretenda me alojar naquele amplo espaço. O congestionamento de sexta-feira me espera na avenida Tiradentes. Para o anda-e-para paulistano o conforto

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O porta-malas é amplo, com acabamento requintado. Pode ser aberto pelo lado de dentro.

interno é excelente. Ar-condicionado automático, bom rádio, comandos acessíveis no volante, travas elétricas para tudo. Do lado de fora todos olham. Que carro diferente! Por fora parece um esportivo. Rodas e pneus imponentes, linhas modernas e insinuantes. O pára-brisa traseiro, que de fora parece bem dimensionado, por dentro, quando se olha para trás, uma decepção. Como é difícil manobrar sem saber o que há atrás. E vejam que tenho mais de 1,80 m de altura. Por isso ainda brigo o tempo todo com o console central, minhas pernas querem mais espaço e meu joelho bate no console a toda hora. Meu passageiro, de dimensões mais normais, nada reclama. Se estacionar ao lado da guia, cuidado com a cabeça! Ao entrar lembre-se que é um carro com design esportivo e o teto é baixo! Marginal do Tietê congestionada. O bom motor e o excelente câmbio facilitam muito a troca de faixas em busca daquela que anda mais rápido. Logo estou na Bandeirantes. Primeira estrada sem grandes emoções, pois o tráfego não permite desenvolver o potencial do carro. Após Vinhedo, já com estrada livre, aperto o acelerador e ele pula rápido, dos 100 para os 150 km/h tranqüilamente. Mas é preciso duas mãos no volante. Não se comporta como as "banheiras" de antigamente. O comando de farol alto tem curso muito grande e na estrada demora um pouco para acostumar. Experimento pela primeira vez o "piloto automático". Muito sensível e agradável. A experiência de ir acelerando pelo botão me lembra os pequenos aviões. Sábado, dia de pôr a família para passear. Cinco adultos, mais de 350 kg de passageiros. Estrada limpa, com radares fixados a 110 km/h. Ligo o "piloto automático", regulo para 120 km/h e fico tranqüilo. Excelente desempenho, viagem rápida e sem o estresse de ir procurando os radares. Um barulhinho irritante no painel incomoda até descobrir que o para-sol do passageiro estava desencaixado. Colocado no lugar o "besouro" desapareceu. Entro em Jaguariúna, em pleno dia de Rodeios. Parece que cheguei para desfilar. Todo mundo pára para olhar. Os mais entusiasmados emparelham querendo testar seus bólidos. Triste engano, estava apenas passeando e nem tinha trazido o chapéu de vaqueiro... O quinto passageiro, contemplado com o "meio" do banco de trás, reclama da falta de apoio e do ronco do motor nas retomadas. Pudera, estamos no paraíso das lombadas... mais de dez delas na entrada e saída da cidade. Na volta, resolvi testar para valer o novo Fusion. Para quem quer algo esportivo, ele satisfaz. É só apertar o da direita com vontade que ele sobe o giro e responde. Para andar acima de 120 km/h é preciso estar com o pé no acelerador o tempo todo. Não se pode facilitar que ele retorna aos 100 km/h. Sua suspensão não tão macia reclama dos buracos e irregularidades e transmite os barulhos para dentro. No estacionamento do shopping, nova leva de curiosos.

À noite, os faróis podem ser acionados por controle remoto. Todos os comandos internos são bem posicionados.

O primeiro contratempo. O controle remoto de alarme tranca o carro, tranca o porta-malas, mas não fecha os vidros. Acionei novamente para abrir as portas e fechar os vidros por dentro, mas ao destravar, as portas traseiras não abrem. É preciso abrir a porta do motorista e destravar as portas traseiras. Que mão-de-obra para fechar um vidro! Voltamos à noite para a Capital. Nova briga com o comutador de luz alta. Parece uma alavanca de câmbio de Kombi tão longo é seu curso. Ao estacionar no condomínio, nova leva de curiosos. "É este o novo carro da Ford?" perguntam os proprietários dos Toyotas, Vectras e Mercedinhas. "Qual é o preço? Pelo aspecto externo deve ser um carrão", exclamam os curiosos. No dia seguinte, cedinho, ainda frio, a grande utilidade do ar-condicionado automático. Você regula a temperatura que deseja e ele decide se liga o frio ou o quente. Começa com o quente e à medida que nos aproximamos do destino, uns 40 minutos de trânsito, já está ele acionado no frio. No abastecimento, outra surpresa agradável. Além do consumo razoável para as estripulias do teste, o computador de bordo "adivinha" que enchi o tanque e zera o odômetro parcial, tarefa que eu sempre esqueço nos carros convencionais. Este carro tem um defeito grave... não é meu. Boa viagem. Victorio Ferraz


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Por outro lado, ele ressalta que a existência de mercados abertos a novas tecnologias e inovações, como a Inglaterra, serve de inspiração para as produções brasileiras. “A embalagem dos salgadinhos ‘Sensações’, da marca Elma Chipps, é uma delas. Embora o material fosco e acetinado seja mais caro que o tradicional brilhante, deu certo lá fora e foi aceito aqui. Já a embalagem de leite com aparência da pele de vaca, não. São culturas diferentes”, explica. No segmento de embalagens têxteis, a situação é dife-

rente. Embora parte da tecnologia adotada já tenha sido importada, atualmente, não existe inovação, em razão do uso de costumes brasileiros. “Não há novidades, já que a fabricação das embalagens tubulares para o setor é feita por um único tipo de máquina. Utilizamos os sintéticos (poliéster), que as indústrias de estocagem (móveis, colchões e confecções) consideram mais barato por render mais, e o natural (algodão), que protege os alimentos da indústria frigorífica (carne e pescado). Mas ainda não há novidades. Só se forem fios novos”, afirma o sócio-diretor da Mercantil San Vito, Francisco Giannoccaro. Novidades - Entre as criações que deram certo no País dentro do segmento plásticos, o diretor de criação da FutureBrand brasileira cita a recente embalagem majoritariamente branca da marca de pães saudáveis Plus Vita (adotada para toda a linha de pães light e especiais da Pullman), de seu cliente, o Grupo mexicano

Acima, peças publicitárias internacionais criadas em sacolas que parecem interagir com o consumidor são uma das inovações neste mercado. Abaixo, a recente embalagem majoritariamente branca da Pullman.

Bimbo. Até então, segundo ele, havia disponível no mercado embalagens coloridas e produtos de fabricantes com a linha light e não marcas específicas. Outra inovação certeira criada e que agradou o público infantil, segundo Sugai, foi uma edição limitada de embalagens em latas do cereal Neston, da marca Nestlé, com partes dos corpos de personagens animados, que podiam ser montados aleatoriamente. “Foi um meio de fazer a embalagem ficar divertida. O público gosta muito da reutilização das embalagens dos produtos”, finaliza. Já a Klabin - fabricante de papéis e cartões para embalagens, embalagens de papelão ondulado e sacos industriais -, lançou recentemente no mercado as embalagens-display, que permitem a exposição dos produtos diretamente na gôndola dos supermercados. As embalagens-display também permitem o transporte seguro dos produtos, proporcionan-

do uma redução significativa das perdas ao reduzir o manuseio dos produtos. “Isso se reverte em ganho na cadeia logística, impactando diretamente no resultado do cliente e do varejista”, afirma o diretor comercial de Embalagens da Klabin, Carlos Alberto Masili. A nova embalagem, segundo a empresa, permite ainda utilizar recursos de impressão para transmitir as mensagens necessárias na promoção do produto. Transporte - Outro destaque apresentado ao mercado pela Klabin é a caixa check-out, usada para o transporte de volumes desde o supermercado até a casa do consumidor, como uma alternativa às tradicionais sacolas dos supermercados. “Essa embalagem reduz o tempo gasto na fila do caixa e melhora a acomodação dos produtos, além de ser um material 100% reciclável”, destaca Masili. Para o transporte de produtos líquidos e pastosos, a Klabin apresentou o conceito bag-

A embalagem reduz o tempo gasto na fila do caixa e melhora a acomodação dos produtos, além de ser um material 100% reciclável Carlos Alberto Masili, diretor comercial de Embalagens da Klabin

in-box, que traz um sistema de papelão ondulado com uma bolsa, reforçando a versatilidade do papelão ondulado. Este tipo de embalagem, de acordo com a produtora, viabilizou, recentemente, a exportação de água de coco em grandes volumes para países europeus como Alemanha e Suíça. A Klabin é líder brasileira no setor de papelão ondulado e atende a todos os segmentos da economia no país. Sua capacidade de produção de papéis é de 1,6 milhão de toneladas anuais e sua receita bruta, em 2004, atingiu R$ 3,2 bilhões. No encerramento de 2004, a Klabin contava com 8.137 empregados e 5.054 contratados, totalizando 13.201 colaboradores. História - A Abre considera que as primeiras embalagens surgiram há mais de 10 mil anos, como simples recipientes para beber ou estocar. As cascas de coco ou conchas do mar, usados em estado natural, sem qualquer beneficiamento, passaram com o tempo a ser obtidos a partir da habilidade manual do homem. Tigelas de madeira, cestas de fibras naturais, bolsas de peles de animais e potes de barro, entre outros ancestrais dos modernos invólucros e vasilhames, fizeram parte de uma segunda geração de formas e técnicas de embalagem. A primeira matéria-prima usada em maior escala para a produção de embalagens foi o vidro, seguido pelo uso de metais como cobre, ferro e estanho. Em seguida, surgiram as latas em alumínio, em 1959. Após a 2ª Guerra Mundial, com o surgimento do supermercado, foi a vez do papel e do papelão. É também do imediato pós-guerra o aparecimento do plástico, que permitiu a oferta

A Klabin lançou as embalagensdisplay, que permitem a exposição dos produtos diretamente na gôndola dos supermercados

de embalagens numa infinidade de formatos e tamanhos. Além da busca constante de materiais, a indústria de embalagem passou a combinar matérias-primas. As embalagens compostas reuniam características e propriedades encontradas em cada matéria-prima. É o caso das caixas de cartão que ao receberem uma camada de resina plástica, tornam-se impermeáveis e podem ser utilizadas para embalar líquidos (sucos, leite etc.). No mesmo período, foi o processo de industrialização que viabilizou a substituição de importações impulsionando a demanda por embalagens, tanto ao consumidor como de transporte. Vários setores, segundo a Abre, reagiram as essas novas necessidades. Os sacos de papel multifoliados surgiram para atender a demanda no acondicionamen-

Fotos: Divulgação

Jung Von Matt

Apesar da globalização, é preciso respeitar as diferenças culturais. Os fabricantes de embalagens buscam sempre novidades para atrair o público.

to de cimento e produtos químicos. Instalaram-se, em todo o país, fábricas de sacos de papel para suprir os supermercados e o varejo de produtos de primeira necessidade. Com a implantação da Companhia Siderúrgica Nacional, no início dos anos 40, foi possível fornecer às indústrias de produtos químicos, cervejas e alimentos as embalagens metálicas de folha-de-flandres. A partir dos anos 60, cresceu a produção de embalagens plásticas. Dos anos 70 até os dias atuais, a Abre considera que a indústria brasileira de embalagem vem acompanhando as tendências mundiais, produzindo embalagens com características especiais, como o uso em fornos de microondas, tampas removíveis manualmente, proteção contra luz e calor e evidência de violação. Lúcia Bakos


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Gigantes na produção

Por outro lado, mesmo sem investir nesse crescente mercado de reciclados, por opção de seus acionistas, a VCP (Votorantim Celulose e Papel), adotou práticas ambientais conscientes. Considerada uma das maiores fabricantes da América Latina, a empresa tem capital aberto com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo e ADRs no mercado de Nova York desde o ano 2000. Com capacidade de 1,4 milhão de toneladas de celulose e 635 mil toneladas de papéis, a VCP exporta cerca de 90% da produção de celulose para mais de 55 países, nos cinco continentes. No Brasil, ela é líder nos segmentos de papéis couché, autocopiativos, térmicos e especiais. Com quatro unidades industriais localizadas em três regiões do Estado de São Paulo (nordeste, centro e sul), a operação da VCP é integrada, isto é, inclui desde a produção de madeira em florestas até a distribuição de papéis para o consumidor final. A matéria-prima, segundo divulgado pela empresa, é proveniente de 285 mil hectares de terras, das quais 56% são áreas plantadas com eucaliptos e o restante, ocupado por matas nativas preservadas ou em recuperação. A VCP ainda detém 80 mil hectares no extre-

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mo sul do Rio Grande do Sul, espalhados por mais de 25 municípios, mas a intenção é atingir o total de 140 mil hectares na região. Nessas áreas, segundo a VCP, é disponibilizado o total de 40% para a preservação, enquanto que a legislação brasileira exige 25%, ou seja, a cada quatro eucaliptos derrubados para a indústria de papel e celulose, uma árvore nativa da região deve ser replantada. Outra grande produtora de papel e celulose é a Ripasa S.A. Com quatro u n i d a d e s i ndustriais localizadas no Estado de São Paulo (centro de Limeira, Limeira na divisa de Americana, Cubatão e Embu das Artes), atualmente, a empresa produz 520 mil toneladas ao ano de papel e 450 mil toneladas ao ano de celulose. Voltada à fabricação de celulose, papéis de imprimir, escrever, especiais, papel cartão e cartolinas, a empresa atua no setor há mais de 45 anos, e configura-se como a sétima maior produtora de celulose-pasta do país, além de ocupar a quarta posição em papel para imprimir e a segunda em papel cartão. A Ripasa tem um patrimônio controlado pela Rilisa Ltda, de 90 milhões de árvores plantadas em oito parques flo-

restais, totalizando 86 mil hectares de terras, das quais 16 mil hectares são de reservas naturais destinadas à preservação permanente. Ela atua de modo expressivo no mercado internacional, com ênfase no Mercosul, além de manter negócios regulares com os mercados da América Central e do Norte, Europa, Ásia e África. Projetos florestais - No Brasil, segundo a apostila do “Histórico da Celulose”, de Benjamin Solitrenick, a produção industrial de celulose começou no início dos anos 40, em Monte alegre (PR), a partir do pinheiro, pelos processos Sulfito e Soda/Enxofre. A produção em grande escala de celulose de eucalipto, pelo processo Kraft, foi iniciado no Estado de São Paulo, em 1957, estabelecendo-se o caminho para a grande etapa de industrialização da celulose. Dados sócio-econômicos do ano passado da Bracelpa mostram que os produtos brasileiros, ao contrário de países europeus, asiáticos e da América do Norte, são fabricados, exclusivamente, a partir de madeira de florestas plantadas, a exemplo do eucalipto e pinus. O cultivo é realizado exclusivamente em áreas degradadas, e não em substituição a florestas nativas. A indústria, segundo a Bracelpa, preserva ativamente uma área de florestas nativas igual a que é coberta por plantios industriais de

eucalipto. Produção - A produtividade florestal no Brasil também causaria inveja a outros países produtores por ter, na extensão territorial e no clima, vantagens competitivas para a produção de papel e celulose a partir de florestas plantadas. Além de não utilizarmos árvores nativas, o eucalipto e o pinus crescem mais rapidamente que nos países do hemisfério norte, que lideram a produção mundial. Como se pode perceber uma das principais preocupações do setor de celulose e papel é o equilíbrio ambiental entre áreas de produção e reservas naturais, para preservação da flora e da fauna. Tanto que, no ano passado, a área plantada era de 1,7 milhão de hectares (75% de eucalipto, 24% de pinus e 1% de demais) contra 2,6 milhões de hectares de florestas nativas preservadas. O setor - Composto por 220 empresas localizadas em 450 municípios de 16 Estados brasileiros, o setor de celulose e papel, no ano passado, contratou 108 mil empregados diretos. A produção de celulose atingiu 10,1 milhões de toneladas e de papel a marca de 8,6 milhões de toneladas, registrando um crescimento sobre 2004 de 5,3% e 1,7%, respectivamente. O consumo aparente nacional de papel foi de 7,3 milhões de toneladas, com um consumo “per capita” de 39,5 kg por habitante ao ano. Com participação de 1,4% no PIB (Produto Interno Bruto), as exportações de celulose e papel em 2005 foram de US$

Recolhimento de aparas de papel na Suzano Celulose para a produção de papel reciclado

Fotos: Divulgação

Cerca de 220 empresas produzem 8,6 toneladas de papel e geram 108 mil empregos diretos

3,4 bilhões contra US$ 2,9 bilhões em 2004, com crescimento de 17,1%. O superávit de US$ 2,5 bilhões, no ano anterior, também representou crescimento (18,1%) sobre 2004. Entre os principais mercados para exportação de celulose estão a Europa (50%), seguida da Ásia (25%) e da América do Norte (23%). Para papel, os maiores mercados são a América Latina (45%), Europa (28%), Ásia (14%) e América do Norte (8%). Conseqüentemente, a indústria gráfica brasileira como um todo terminou 2005 com saldo positivo. Fechou o ano com crescimento nominal de 6,8%. O faturamento registrado, segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), foi de R$ 17,18 bilhões contra R$ 16,08 bilhões em 2004. O segmento que teve melhor performance foi o de Artigos de Papelaria, com faturamen-

to de R$ 1,95 bilhão, 11,2% a mais do que no ano anterior. Para este ano, as perspectivas são ainda otimistas. Uma primeira projeção de desempenho indica acréscimo nominal do faturamento entre 10 e 11%, conforme a pesquisa. Investimentos - Nos últimos dez anos, as indústrias, aplicaram US$ 12 bilhões na ampliação de sua capacidade produtiva, o que possibilitou o setor de papel e celulose triplicar as exportações na última década, que em 1990 eram de pouco mais de US$ 1 bilhão, chegando a US$ 3,4 bilhões em 2005, segundo a Bracelpa. Os investimentos realizados pelo setor, que é altamente globalizado e demandante de capital intensivo e longo prazo de maturação de seus investimentos, também permitiram o desenvolvimento tecnológico de processos e produtos de maior valor agregado e a racionalização industrial das empresas. Lúcia Bakos


São Paulo, 31 de maio de 2006

DCARR

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nº 122

Fotos: Divulgação/VW/GM/FIAT

Divulgação

A Volks está convocando recall de modelos Gol, Fox (foto) e Kombi. Veja relação dos números de chassi na página 7.

A partir do próximo dia 5 o DCarro passa a circular às segundas-feiras

PICAPES PEQUENAS

APELO ESPORTIVO PÁGINAS 4 E 5


12 - DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

Mercado publicitário mantém expansão

O diretor de Produção da McCann Erickson, Ricardo Ramos (à esq.), diz que bom trabalho da indústria gráfica "facilita os projetos especiais". O vicepresidente de Mídia, Ângelo Franzão (abaixo), destaca os jornais de grande circulação.

Nos quatro primeiros meses do ano, setor registrou crescimento de 18,8% na comparação com igual período de 2005, atingindo rendimentos de R$ 10,98 bilhões

antendo o ritmo de expansão de 2005, a indústria brasileira de comunicação cresceu 18,8% de janeiro a abril na comparação com igual período do ano passado. De acordo com pesquisa do Ibope Monitor, os rendimentos no meio publicitário no primeiro quadrimestre de 2006 somaram R$ 10,980 bilhões. O meio jornal contou com a segunda maior fatia de investimentos em autorizações de mídia: R$ 3,573 bilhões, seguido por revista, que obteve R$ 922,783 milhões até o mês de abril. Entre as 50 agências de publicidade que fazem parte do ranking de quantidade de emissão de pedidos de inserção, a Y&R liderou no período, com um faturamento bruto de R$ 800,2 milhões. A McCann Erickson encerrou o quadrimestre com R$ 395,6 milhões e a DM9DDB, com R$ 354,8 milhões. A AlmapBBDO obteve R$ 330,1 milhões, seguida pelas agências JWT e Ogilvy, que obtiveram R$ 298,1 milhões e R$ 246,1 milhões, respectivamente. Os números do Ibope Monitor incluem os preços de tabela dos veículos, sem os descontos negociados. Em relação às veiculações em diferentes meios de comunicação, a Caixa Econômica Federal apareceu na pesquisa como a maior anunciante. De janeiro a abril, a verba bruta do banco foi de R$ 102,1 milhões. O ano de 2005 foi considerado satisfatório para a indústria da comunicação, que teve crescimento de 14,7%, em relação ao exercício anterior. Segundo dados preliminares do projeto Inter-Meios, divulgados pelo Grupo Meio & Mensagem, o

M

faturamento na indústria da comunicação foi de R$ 21,9 bilhões, já incluídas as verbas de produção de peças publicitárias. Os números do InterMeios são calculados pela PricewaterhouseCoopers. Perspectivas — Para 2006, a expectativa dos profissionais do mercado publicitário brasileiro é de crescimento entre 12% e 15%, expansão puxada principalmente pela Copa do Mundo e pelas eleições. Entre os veículos que utilizam a indústria gráfica para anunciar, a mídia revista foi a que registrou o segundo maior índice de expansão no ano de 2005: 21,2%, chegando a um

do um pouco inferior à média. Estreante, o veículo guias e listas começou com uma participação de 2,5%, equivalente à verba de R$ 406 milhões registrada pelo meio em 2005. O baixo índice, segundo o projeto Inter-Meios, é reflexo da recuperação das perdas anteriores. No ano passado, o setor viveu um período de turbulência com a mudança da regulamentação, que acabou com o monopólio da publicação de catálogos telefônicos pelas empresas de telecomunicações. Para computar o índice no

volume de R$ 1,4 bilhão de faturamento com anúncios. O meio jornal, que representa o segundo maior faturamento, em valor, da mídia nacional, teve R$ 2,6 bilhões arrecadados no ano passado, contra um total de R$ 2,3 bilhões em 2004. Com esse resultado, a participação manteve-se praticamente estável (era de 16,6% no exercício anterior e ficou em 16,3% em 2005), apesar de o crescimento de 12,4% ter fica-

primeiro exercício de participação (2005), as empresas do novo segmento forneceram à PricewaterhouseCoopers seus dados de faturamento relativos também ao ano anterior para que a consultoria pudesse estabelecer o comparativo entre os dois períodos. Na brasileira McCann Erickson, depois da televisão, quem teve o maior faturamento em 2005 foi o segmento revista, que conquistou a fatia de

12,2%. Os meios jornal e outdoor tiveram na agência os percentuais de 5,1% e 1,7%, respectivamente, enquanto a mídia alternativa — backlight, front-light e empena (espécie de outdoor colocado em cima de edifícios) — obteve 6,1% no ano passado. O vice-presidente e diretor de Mídia da McCann Erickson, Ângelo Franzão, destaca que são os jornais de grande circulação de capitais como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG),

Salvador (BA) e Recife (PE), que permanecem na mira das agências de publicidade para as grandes campanhas. Entretanto, o executivo da McCann ressalta: "É importante observar a concentração de leitores no perfil consumidor do produto e não simplesmente o to-

tal geral de leitores." "Por outro lado, o jornal tem como características básicas a cobertura localizada ou regionalizada. Logo, o título é selecionado depois de escolhido o mercado pretendido na cobertura", diz. Franzão cita ainda jornais como Valor Econômico e Gazeta Mercantil que, embora sediados em São Paulo, alimentam uma circulação nacional, porém, com o editorial concentrado em economia. Revistas — No segmento de revistas, ele afirma acontecer o mesmo. "Claro que a circulação e a quantidade de leitores concentrados pelo título poderão ser determinantes, mas a adequação editorial é tão importante quanto a quantidade de circulação ou leitores. Em determinados momentos, diria que a adequação editorial é ainda mais importante que a própria quantidade de leitores ou circulação", afirma.

"Normalmente, as revistas de interesse geral concentram a atenção do mercado publicitário e anunciante. Logo, revistas como Veja, Época e Isto É são as mais focadas", observa. "Depois, segue a ordem em relação ao editorial específico mas, mesmo assim, veículos como Playboy, Quatro Rodas, Veja São Paulo e as demais Vejas regionais, Ca r as , C on t ig o , E x a me e outras, têm extrema relevância na preferência", completa. Já o diretor de Produção da McCann Erickson, Ricardo Ramos, ressalta o bom trabalho realizado pelas gráficas brasileiras. "Elas estão muito bem equipadas e contam com excelentes profissionais, o que facilita o trabalho das agências no desenvolvimento de projetos especiais. Falo não só das gráficas de impressão em off-set, como também na área de mídia exterior", elogia. Lúcia Bakos


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 2006

Parece que chegou a hora! o primeiro de maio, chegando em Congonhas, tomamos um táxi com nossas duas malas de um final de semana prolongado de três pessoas. Uma vai no portamalas. Só uma, já que a outra não coube. O espaço estava definitivamente ocupado pelos tanques de gás combustível. E a outra mala, onde foi? Evidentemente no banco traseiro, entre os dois passageiros. Desconforto total, a menos para a mala. A televisão estava ligada. Uma bela propaganda da Petrobras contava as benesses do Brasil atingindo a autosuficiência em petróleo. Coincidência. É bom chegar e sentir orgulho de ser brasileiro! Passado o stress de chegar, já no sofá, dá para perceber que as notícias do jornal da TV falam de algo inusitado. O Evo confisca os bens da Petrobras e pode faltar gás. De novo? Mais uma ameaça em poucos meses, essa mais crítica. Será verdade? É, a coisa é realmente complicada entre os populistas. Os nossos, os do Norte e agora os do Oeste da nossa América. Parece brincadeira, comemora-se a autosuficiência em petróleo e a indústria pode parar por falta de energia. Os táxis também

podem estar voltando à gasolina ou ao álcool. Com o tanque lá no porta-malas esperando poder ser abastecido para dar o lucro da sobrevivência ao taxista. Será que vale a pena continuar assim para sobreviver, sendo refém do combustível e das bravatas populistas dos governantes vizinhos? E a história da energia mal aproveitada e da poluição exagerada dos carros adaptados "com tecnologia de ponta" para uso do gás. E o desempenho sofrível em aceleradas para uma ultrapassagem ou para sair de uma situação de perigo? Pois é, algo deveria ser feito. Cadê os táxis a diesel que poderiam estar rodando sem essas desvantagens e com diferenciais positivos da durabilidade adequada para o tipo de uso, do elevado rendimento energético e do desempenho que já chega a ser suficiente até para vencer competições? Existem os feitos aqui. Para exportação. É difícil de acreditar, mas é isso mesmo. Chegou a hora do Brasil liberar o diesel para os carros. Vamos começar com os táxis.

Diretor-Presidente Guilherme Afif Domingos

Chefe de reportagem Arthur Rosa Editor de Fotografia Masao Goto Editor de Arte José Coelho Diagramação Hedilberto Monserrat Junior Ilustração Abê / Céllus / Jair Soares Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. 3244-3122

N

ÍNDICE CARROS E FUTEBOL - 3 Setor automotivo aposta em promoções e produtos referentes à Copa.

COMPARATIVO - 4 e 5 Veja as diferenças entre três picapes pequenas top de linha.

MERCADO - 6 A Volks foi a única que perdeu com a chegada de novas montadoras.

LANÇAMENTO - 7 Mercedes-Benz lança dois novos chassis para ônibus articulados.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR - 8 O luxo e a esportividade do Ford Fusion.

AGENDA 2 de junho

Fenabrave realiza encontro com a imprensa, às 11h, na sua sede, avenida Indianópolis, 1967 (SP), para divulgar balanço das vendas de veículos e motos em maio.

13 de julho

"Matriz Energética x Custos e Benefícios dos Usuários" é o tema do seminário que a AEA promove das 12h às 19h no Centro de Convenções Millenium, em São Paulo.

Diretor de Redação Moisés Rabinovici Editor-Chefe José Guilherme Rodrigues Ferreira Editor chicolelis chicolelis@dcomercio.com.br Repórteres Alzira Rodrigues alzira@dcomercio.com.br Anderson Cavalcante acavalcante@dcomercio.com.br

Luso Ventura, diretor da Netz Automotiva e da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade)

Impressão S/A O Estado de S. Paulo www.dcomercio.com.br/dcarro


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Planalto Câmara CPI Senado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

A INVESTIGAÇÃO NÃO PODE TERMINAR EM PIZZA, DIZ O RELATOR.

Se houver rolo compressor e o governo tomar uma atitude política, vamos prorrogar a CPI por mais 120 dias. Efraim Morais, presidente da CPI dos Bingos

RELATÓRIO FINAL DA CPI DOS BINGOS PODE SER APRESENTADO HOJE.

O ÚLTIMO ROUND DA CPI Sergio Lima/Folha Imagem

O

relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), candidato a governador, disse que deixará a relatoria se as investigações forem prorrogadas até outubro, como anunciou o presidente da comissão, Efraim Morais (PFL-PB), diante da pressão "para proteger figurões que estiveram ou estão no governo". "Se houver rolo compressor e o governo tomar uma atitude política, vamos responder com uma atitude política e prorrogar a CPI por mais 120 dias", disse Efraim. Garibaldi é contra. "Tenho um dever político a cumprir. Não quero abandonar o trabalho de maneira nenhuma, mas tenho um compromisso de candidato. Se houver necessidade de prorrogação, vou ter que submeter à CPI meu problema. Talvez a solução seja escolher um relator ad hoc (designado)", disse . Com a proximidade da conclusão do relatório, que Garibaldi espera receber hoje dos técnicos da CPI, os ânimos entre oposicionistas e governistas se acirram. O relator disse que não está fechado a negociações com os petistas da comissão, mas garantiu que não vai retirar nomes de pessoas ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fato relevante – No relatório será pedido o indiciamento de cerca de 70 pessoas. Entre elas, estarão o ex-ministro Antonio Palocci e o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto. Os senadores petistas Ideli Salvatti (SC) e Tião Viana (AC) não aceitam a inclusão desses

Presidente da CPI dos Bingos, Efraim Morais (centro), conversa com o senador Tião Viana (à direita).

nomes, com o argumento de que não estão ligados ao foco da CPI, que são os bingos. Outro ponto de divergência é a conclusão do relator de que houve motivação política no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, em janeiro de 2002. "Qualquer negociação pode existir, desde que não traga constrangimento para o relator. Esta CPI não pode terminar em pizza, em fim do mundo", disse Garibaldi, brincando com o apelido de CPI do Fim do Mundo dado à comissão, por causa dos vários objetos de investigação dos senadores. Para o relator, o mais provável é que haja um confronto em plenário. "Não vamos ter gargalos no relatório. Vamos para a votação. Quem

tiver maioria ganha, tem tiver minoria perde", afirmou. Votaç ão– As seguidas ausências do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), vicepresidente da CPI dos Bingos, podem contribuir decisivamente para uma vitória do governo na votação do relatório. Brigado com o PFL, por conta da falta de apoio para sua reeleição, Mozarildo tem deixado seu lugar na CPI para o senador Sérgio Zambiazi (PTB-RS), que vota com o governo. Como o placar das votações na CPI é sempre muito apertado (a CPI tem 15 integrantes e geralmente a diferença é de um voto para um lado ou para outro), a atitude de Mozarildo deixou o governo confiante e a oposição preocupada. Resta aguardar o desfecho de hoje.

Outro que tem se ausentado nas últimas reuniões é o senador Augusto Botelho (PDTRR). "Se na sessão decisiva ele não aparecer, vou substituí-lo por eu mesmo", disse o líder em exercício do PDT, senador Jefferson Péres (AM). É uma decisão regimental. O líder pode trocar o liderado de qualquer comissão ou CPI na hora que quiser. A assessoria de Mozarildo Cavalcanti informou que o senador está em tratamento de saúde. O mesmo disse a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), quando perguntada se há algum acordo com o governo para que o senador de Roraima fique longe da CPI . O que há, de fato, é uma pressão de Mozarildo para que o PFL apóie a sua reeleição. (Agências)

ELZA BURATTI COMPLICA A SITUAÇÃO DE PALOCCI

pagou o aluguel da casa em Angra dos Reis, no valor de R$ 5 mil a diária, e do iate usado por Palocci e companhia, que teria custado US$ 5 mil por dia. Palocci sempre omitiu essa viagem a Angra dos Reis nas vezes em que foi questionado sobre encontros com Buratti, depois da eleição de Lula. O exministro admitia, no máximo, ter recebido Buratti e Elza em sua casa, em Brasília. Elza também confirmou essa visita. Após o depoimento, Elza disse em entrevista que não entendeu porque Palocci negava o relacionamento com seu exmarido. "Não entendia porque ele fazia aquilo, por que negar?", perguntou ela. Na avaliação dos senadores, Elza escondeu muito do que sabe para proteger os dois filhos que teve com Buratti. (Agências)

A ex-mulher do advogado Rogério Buratti , Elza Gonçalves Buratti, confirmou em depoimento à CPI dos Bingos que esteve em Angra dos Reis, "não se lembra quando", para um final de semana na companhia de Buratti e do então ministro da Fazenda Antonio Palocci. Ela também confirmou a presença de uma pessoa chamada Roberto Carlos, mas não soube identificar se era o empresário Roberto Carlos Kurzweil, dono de uma empresa que alugava carros para o PT em Ribeirão Preto. A CPI suspeita que foi Roberto Carlos quem

Elza Buratti diz que esteve com o então ministro Antonio Palocci em Angra dos Reis

BLOQUEADOS OS BENS DE JANENE

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O fim do ti-ti-ti

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om a formalização da chapa Alckmin/José Jorge a ser promovida hoje, em Brasília, tucanos e pefelistas esperam colocar um ponto final nos desentendimentos entre os dois grupos, para o bem da campanha. A solenidade foi transferida de Recife para Brasília porque o ex-governador peemedebista Jarbas Vasconcelos não poderia comparecer, uma vez que o PMDB ainda não decidiu qual será sua participação nas eleições. A desavença maior entre os dois grupos envolve o presidente do PSDB, Tasso Jereissati e o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL). O prefeito acusou Jereissati de estar mais preocupado com a eleição de governador no Ceará do que com a campanha de presidente. Houve bate-boca entre eles, mas as cúpulas dos partidos prometeram que, a partir de hoje, a paz volta a reinar no PFL e PSDB.

NO AR

Ed Ferreira/AE

or determinação da 2ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, os bens da mulher do deputado federal José Janene (PP), Stael Fernanda, e de dois assessores, Meheidin Jenani, primo do parlamentar, e sua mulher Rosa Alice Valente, estão indisponíveis e os ativos financeiros – contas bancárias, aplicações, poupança e outros – estão bloqueados. Esta é mais uma etapa na investigação da Justiça de que os bens são incompatíveis com a renda declarada. O advogado que representa Janene e sua família, Adolfo Góes, esteve ontem em Curitiba para analisar a decisão e tentar revertê-la. Segundo o advogado, ao investigar a mulher e assessores de Janene, a Justiça Federal invade competência do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação estaria ainda atingindo indiretamente o de-

Eymar Mascaro

putado, que possui imunidade e foro privilegiado. A medida atinge fazendas, imóveis urbanos e veículos. Em muitos dos imóveis, a Polícia Federal já tinha realizado busca e apreensão no dia 18, recolhendo vários documentos. Cruzamento entre informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de bancos e da Receita Federal apontam que desde 2003 as movimentações e acréscimo patrimonial são muito superiores aos rendimentos. As investigações mostram que Janene e sua mulher recebiam depósitos de altos valores de várias empresas, enquanto Stael Fernanda aumentava o patrimônio constantemente. Receita Federal– Segundo o Ministério Público, a mulher do deputado declarou ter uma única fonte de renda, os R$ 5 mil que recebia como assesso-

ra parlamentar do marido. No entanto, no período de 2003 a 2005, adquiriu um patrimônio de mais de R$ 2 milhões, declarados à Receita Federal. A Justiça Federal acredita que o patrimônio seja ainda superior, visto que as primeiras análises estariam mostrando bens com valor real significativamente superior ao declarado à Receita Federal. Bens– Nesse item está uma mansão em um condomínio de luxo em Londrina. Pelos documentos apreendidos no dia 18 já teriam sido pagos para a construtora responsável pela obra cerca de R$ 1,8 milhão. Mas ao fisco foi declarado um valor de R$ 20 mil. Em alguns casos, a partir de levantamentos feitos em cartórios e no Departamento de Trânsito, a Justiça tem descoberto que muitos bens declarados estão registrados em nome de terceiros.

O deputado José Janene não é alvo de investigação nesse processo de primeira instância, pois goza de imunidade parlamentar e tem direito a foro privilegiado. Janene foi convocado para prestar depoimento hoje no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Ele está em licença médica desde setembro de 2005 por causa de uma cardiopatia grave atestada pelos seus médicos. Ex-líder do PP na Câmara, Janene foi citado como sendo um dos beneficiários de R$ 4,1 milhões que teriam sido sacados pelo seu assessor João Cláudio Genu das contas do publicitário Marcos Valério. Ele tentou suspender a tramitação do processo no Supremo Tribunal Federal, mas não conseguiu. Também queria aposentadoria por invalidez, pretensão rechaçada pela Mesa Diretora da Câmara. (AE)

Geraldo Alckmin começou a ocupar os espaços nos programas de televisão do PSDB, na esperança de reverter um quadro que lhe é desfavorável. O candidato iniciou também as estocadas em Lula, denunciando a eventual corrupção que diz existir no governo do PT.

COMO ESTÁ No instante em que vai para a televisão, Alckmin perde para Lula nas pesquisas. O petista alcança a média de 40% de índice de intenção de voto contra 20% do tucano. Se a eleição fosse hoje, diz a pesquisa que Lula poderia se eleger já no 1º turno.

CANDIDATURA Mas, para ter maior chance de a eleição ser decidida já no 1º turno, é preciso que o PMDB não lance candidato próprio. A estimativa é que o candidato peemedebista poderia obter o mínimo de 15% dos votos, o que forçaria a eleição a ser decidida somente no 2º turno.

PREOCUPAÇÃO Embora esteja preocupado em resgatar melhor índice de intenção de voto no Nordeste (onde Lula leva vantagem), Geraldo Alckmin não quer abrir a guarda no Sul e Sudeste, regiões em que está bem situado nas pesquisas. Alckmin tem medo de que Lula cresça nas duas regiões, sobretudo no Estado de São Paulo.

CONVENÇÃO Tudo indica que o PMDB não terá candidato, porque os governistas conseguiram transferir a data da convenção de 11 para 29 de junho. Como a legislação determina que as convenções sejam realizadas de 10 a 30 de junho, fica evidente que os governistas não realizarão a convenção do partido.

ESPERANÇA O PSDB espera que a candidatura de Heloísa Helena (Psol) cresça e chegue aos 15% da votação. Atualmente, a senadora vem alcançando de 6% a 8% de índice de intenção de voto nas pesquisas. Heloísa Helena já escolheu seu vice: é o economista Cezar Benjamin, ex-PT.

MAIS TORCIDA Os tucanos esperam ainda que o PPS lance a candidatura presidencial do deputado Roberto Freire que, por ser de esquerda, invade redutos eleitorais do PT. Os tucanos esperam também pelo lançamento da

candidatura do senador Cristovam Buarque (PDT), ex-PT.

DECISÃO A decisão sobre a candidatura de Roberto Freire sairá amanhã, em reunião da cúpula do PPS. Freire desistiu de ser candidato a vice na chapa de Cristovam Buarque (PDT). A tendência é que Freire não se lance e leve o partido a apoiar, já no 1º turno, Geraldo Alckmin.

MIGRAÇÃO O Instituto GPP fez uma pesquisa no Rio para saber a migração dos votos de Anthony Garotinho, que desistiu de ser candidato pelo PMDB. Lula herdaria 29% dos votos; Alckmin 18%; Heloísa Helena 12%; outros 11% e nenhum dos candidatos 30%.

REGRA 3 Nas últimas pesquisas, divulgadas na semana passada, Garotinho alcançou 11% dos votos, mas com tendência de crescimento. Já Pedro Simon (RS), que postula a candidatura presidencial pelo PMDB aparece com 2%. Garotinho, portanto, ajudaria Alckmin se fosse candidato.

CORRIDA PT e PSDB continuam disputando o apoio do PMDB. Como nenhum dos dois terá o apoio integral do partido, a ordem nos partidos é estabelecer alianças com o PMDB nos estados. Em São Paulo, por exemplo, PT e PSDB disputam o apoio do exgovernador Orestes Quércia.

CONVENIÊNCIA Se dependesse de Lula, o PMDB lançaria a candidatura de Orestes Quércia ao governo de São Paulo. Quércia tiraria votos de José Serra e ajudaria Aloizio Mercadante (PT). Quércia tem conversado com emissários do PT e PSDB e tem um fuça-fuça previsto com Lula.

NULOS O TSE vai encomendar peças publicitárias para combater a campanha do voto nulo. Entende o presidente do tribunal, ministro Marco Aurélio de Mello, que o voto nulo é um desserviço que se presta à democracia. Para o ministro, o voto nulo não melhora o País em nada.


São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 2006

DCARRO

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FUTEBOL E CARRO

Divulgação

Unindo duas paixões nacionais Aproveitando a proximidade da Copa, fabricantes do setor automotivo investem em promoções, campanhas e produtos alusivos ao maior evento esportivo do mundo. Tem até bolão eletrônico para quem quer ganhar um carro.

E

m ano de Copa do Mundo vale de tudo para capitalizar em cima do esporte mais popular do Brasil. Principalmente quando se pode aliar duas paixões nacionais - futebol e automóvel. Seja para atrair compradores, seja para reforçar a imagem institucional, muitas empresas do setor automotivo estão aproveitando a ocasião para lançar não só produtos como também campanhas e promoções ligadas ao evento. Já no início do ano foram desencadeadas algumas ações, como a campanha "Pra frente Brasil", da General Motors, e a caravana "Time dos Sonhos" da Scania. Recentemente as promoções se intensificaram, com o lançamento de bolões e premiações programadas para o período da Copa. Entre os veículos que incorporam logotipos com alusão ao campeonato estão o Gol Copa, da Volkswagen, a Xsara Picasso Seleção, da Citroën, e o kit "Seleção" da General Motors, disponível para vários modelos. Agora em maio, a Volkswagen lançou Bolão Volkswagen, que pode ser acessado no site www.vw.com.br e tem duas opções: acertar o maior número de jogos ou os quatro finalistas. Os ganhadores vão receber um Gol Copa zero-quilômetro. Outra empresa que também lançou um bolão é a Delphi Automotive Systems (www.delphi.com.br). Para participar, o internauta deverá inscrever-se no site com

seu nome, CPF e contatos e tentar adivinhar o placar dos jogos da Copa. Os cem primeiros colocados, que acertarem mais resultados, ganharão prêmios, entre os quais tem o rádio S2000 MP3 Player, novidade da empresa para o mercado de entretenimento automotivo. Analogia - A Scania aproveitou a Copa do Mundo para lançar o projeto “Time dos Sonhos”. Quinze veículos caracterizados com as cores da bandeira brasileira percorreram estradas de todo o País durante os primeiros meses do ano para que clientes pudessem realizar test-drive com produtos da marca. "Nosso objetivo foi mostrar para os consumidores que realmente temos o Time dos Sonhos do segmento rodoviário, com veículos destinados a todos os nichos de mercado", diz Wilson Pereira, gerente-executivo de Vendas de Ônibus da Scania. Pneu - A Pneus Levorin encontrou uma forma inusitada de homenagear a seleção brasileira, lançando um linha de pneus para bicicletas com as cores verde-eamarela. Disponíveis no mercado de reposição, são pneus do tipo praieiro na medida 26 x 2.0, voltados para bicicletas dos modelos mountain bike. “É uma forma de o consumidor personalizar as bicicletas e deixá-las com um visual descontraído, com as cores da seleção nos pneus”, diz Eduardo Tavarez, gerente da Unidade Ciclo da Pneus Levorin. O preço médio do produto no mercado é de R$ 18 e a expectativa da empresa é que a nova linha gere um aumento de 5% no volume de vendas.

A Picasso Seleção tem série limitada em 4 mil unidades

Séries limitadas - O Gol Copa tem produção limitada em 16 mil unidades. A série, iniciada em 1994 e com volume crescente a cada campeonato, já está em sua quarta edição. Disponí-

vel com motores 1.0 e 1.6, o modelo traz um conjunto completo de itens de série, incluindo acabamento interno dos bancos em Tear Active cobre, rede de portaobjetos nas laterais dos bancos dianteiros, sobretapetes de borracha, detalhes em Satim Cross e aerofólio traseiro preto. O Gol Copa está disponível nas sólidas vermelho Flash, amarelo Solar e branco Glacial; e nas metálicas cinza Cosmos e prata Light. O preço vai de R$ 26,5 mil a R$ 34,4 mil. Já a Xsara Picasso Seleção é uma série especial limitada a 4 mil unidades, que traz detalhes exclusivos e uma ampla lista de equipamentos de série, como rodas em liga leve, rádio CD Player com comando no volante, bancos com revestimento em couro e DVD de teto com entradas auxiliares para áudio e vídeo. Todos os compradores do produto estão ganhando uma bola de futebol profissional exclusiva. Produzida em couro e com peso e

O Gol Copa já está em sua quarta edição. A Levorin inova com pneus coloridos

dimensões oficiais, a bola recebeu a marca Citroën acompanhada do logo "duplo chevron" em pontos alternados.

Divulgação

ALZIRA RODRIGUES

VIAJANDO PARA A ALEMANHA – Com a frase "Veículo monitorado por 180 milhões de corações brasileiros", Jesse de Andrade ganhou o direito de ir assistir à Copa do Mundo junto com uma acompanhante. A promoção é da coreana Hyundai, responsável pela frota de ônibus que vai atender todas as seleções participantes do campeonato. A frase eleita estará no veículos com as cores do Brasil.


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Setor espera goleada nas vendas Fotos: Leonardo Rodrigues/Hype

A expectativa é de que, com eleições gerais, juntamente com a Copa do Mundo, o faturamento possa crescer próximo a US$ 380 milhões acima do normal Divulgação

esmo enfrentando um ano difícil, com forte recuo nas exportações, a indústria gráfica brasileira fechou 2005 com crescimento nominal de 6,8%. Segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Estudos Econômicos da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), o faturamento registrado foi de R$ 17,18 bilhões ante R$ 16,08 bilhões em 2004. A projeção de desempenho da pesquisa para 2006 é ainda melhor: indica acréscimo nominal do faturamento entre 10 e 11%. Os segmentos que tiveram melhor performance no ano passado foram artigos de papelaria, com faturamento de R$ 1,95 bilhão (11,2% a mais do que no ano anterior), e promocional, com R$ 1,86 bilhão (crescimento de 10,8%). Os segmentos editorial, embalagens e formulários tiveram crescimento inferior a 2004, com faturamento de R$ 4,16 bilhões (4,7%), R$ 3,54 bilhões (5,3%) e R$ 2,92 bilhões (8,7%), respectivamente. A variação do nível de emprego no setor gráfico em 2005 também foi positiva, de 4,28%, com a contratação de 8.743 trabalhadores. Em 2004, o número de postos de trabalho já havia crescido 4,57% em comparação a 2003, com a contratação de 8.954 profissionais. No total, o mercado gráfico terminou o ano passado com 202 mil postos de trabalho.

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Camargo, da Abigraf: o faturamento do setor deve engordar US$ 380 milhões este ano

Para a Abigraf, os fatores que contribuem para esse cenário, no tocante ao mercado externo, diz respeito à continuidade do crescimento da economia e do comércio mundiais, a perspectiva de fim do ciclo de alta dos juros norteamericanos e o bom desempenho de países como China e Índia. Aquecimento - No âmbito doméstico, fatores como as eleições, que aumentam os investimentos públicos, aquecendo a demanda em alguns segmentos, e a Copa do Mundo, dentre outros, são apontados como positivos para a economia e o setor gráfico. “Tradicionalmente, o setor tem expansão de dois a quatro pontos percentuais acima do PIB, que deverá evoluir entre 4% e 4,5%, conforme as primeiras projeções. Além disso, teremos dois fatores sazonais de estímulo à impressão: eleições e Copa do Mundo. Esperamos, contudo, que os juros sejam reduzidos e que haja uma política econômica mais orientada para o crescimento, removendo-se obstáculos à elevação do nível de atividades”, afirma o presidente da Abigraf, Mário César de Camargo. A estimativa de Camargo é de que as eleições gerais, juntamente com a Copa do Mundo, possam representar algo próximo a US$ 380 milhões de acréscimo no faturamento do setor, contribuindo com cerca de 5% do total do crescimento previsto para o exercício. Em 2002 -período que tam-

As agências de publicidade são grandes usuárias dos serviços prestados pelas gráficas. Ao lado e acima, peças criadas pela McCann Erickson

bém contou com os dois eventos - o incremento dos resultados a eles atribuídos foi de aproximadamente 4%, o equi-

Oportunidades para todos A

Rogério Albuquerque/AFG

Copa do Mundo é um excelente negócio para as gráficas brasileiras, pelo menos para as de maior porte que trabalham com grandes clientes. As oportunidades de negócio nos anos de disputa do mundial de futebol não se restringem apenas no período dos jogos. As negociações, produções realizações de campanhas, para este ano, acontecem desde meados do ano passado. De acordo com o vice-presidente comercial da gráfica Burti Solutions, em São Paulo, Leandro Burti, a Copa é o grande momento do negócio de impressão. “Com o banco Santander começamos a produzir uma ampla campanha ainda no ano passado. Também temos muitos trabalhos com encartes de revistas, tabelas e folhetos”, observou o vice-presidente. Assim como as copas do

mundo, as eleições também podem ser um bom momento para as gráficas. Para esse ano entretanto, de acordo com Burti, só devem ser aceitos contratos com pagamento antecipado e total comprovação do negócio com a emissão de nota fiscal. “Com todos os problemas que estamos vendo no meio político, hoje, as empresas gráficas devem ser rigorosas com esses contratos”, afirmou. Para o vice-presidente, as mudanças promovidas com a nova regulamentação eleitoral que já valem para este ano, como a proibição de distribuição de brindes e shows, vão favorecer as gráficas. Outro lado - Já para o proprietário de uma gráfica de médio porte em São Paulo, a Lab Press Gráfica e Editora, Gilson da Silva Alves, os negócios não aquecem tanto nos anos de Copa do Mundo. De acordo com ele, o que au-

Leandro Burti: a Copa é o grande momento do setor de impressão

menta um pouco são os pedidos de tabelas dos jogos. Já para as solicitações de componentes para campanhas políticas, como santinhos, por exemplo, segundo Alves, só com pagamento adiantado. “Conheço gráficas que acabaram tento de fechar as portas com os calotes que levaram de políticos que

contratam o serviço mas não pagam”, disse o empresário. Alves afirmou já ter perdido a conta de quantos serviços entregou e não viu a cor do dinheiro. “Nem adiantando a metade antes aceito mais. Além de adiantado, tem que ser pagamento integral”, observou. Mário Tonocchi

Trabalhamos na área de projetos e montagens de Stands, Displays, Exposições, Feiras e Showroom, contamos com uma estrutura adequada e voltada à servir a sua Empresa com maior eficiência e qualidade. Rua Ezequiel Freire,150 São Paulo-SP - CEP: 02034-000 Fone: 11 6950-2001 - www.impactmontagens.com.br

valente a US$ 176 milhões. O menor impacto naquele ano deveu-se ao ambiente econômico-financeiro tumultuado. A sazonalidade do período eleitoral (sem Copa do Mundo) é de atendimento ao mercado entre julho e setembro. Quando os eventos ocorrem conjuntamente, tal período sazonal estende-se de março a setembro. “Também deverá ser um ano mais positivo para o comércio exterior de produtos gráficos. A balança comercial

deverá continuar superavitária e se espera melhor comportamento das exportações, que em 2005 foram prejudicadas pela queda nas vendas de cadernos em função da concorrência da China. Para este ano, o setor de Artigos de Papelaria espera aumento substancial das vendas externas, uma vez que os Estados Unidos, principal mercado de destino dos cadernos brasileiros, impôs restrições à entrada do produto chinês”, diz Camargo. (L.B.)


quarta-feira, 31 de maio de 2006

Congresso Planalto Eleições CPI

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PFL VAI ENTREGAR PROGRAMA DE GOVERNO A ALCKMIN

Quando o povo conhecer o caráter de Alckmin a campanha vai decolar. Senador Tasso Jereissati

DEPOIS DA REUNIÃO ENTRE PFL E PSDB, O TUCANO ATACA LULA E DIZ QUE RUMO DE SUA CAMPANHA FOI DEFINIDO. Lula Marques/Folha Imagem

Geraldo Alckmin entre Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen, na reunião do conselho político: palanques estaduais serão prioridade na campanha. 'É hora da grande arrancada', disse o presidente do PFL.

O NOVO DISCURSO DE ALCKMIN

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epois de quase três horas de reunião do Conselho Político de sua campanha, o pré-candidato do PSDB a presidente da República, Geraldo Alckmin, endureceu o tom contra o governo de seu principal adversário. "Este governo que mal termina pode ser um pesadelo num segundo mandato", afirmou. "Acho que temos o dever de trabalhar para mudar isso", disse, depois de decidir com seus aliados ampliar as alianças partidárias, dar prioridade aos palanques estaduais e concentrar a campanha em 80 municípios considerados pólos e importantes na formação de opinião pública. Além disso, o Conselho Político decidiu reagir com ações judiciais ao uso da máquina pública em favor da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigar os gastos com publicidade. "Não podemos continuar nesta mesmice, um governo autoritário na sua maneira de agir, sem espírito republicano. A utilização da máquina pública jamais vista, fora de qualquer critério de razoabilidade, uma publicidade às custas do dinheiro público", atacou Alckmin. "O único projeto que temos hoje por parte do governo do PT é projeto de poder. Aí não tem limite, é uma postura antirepublicana. É uma coisa absurda", prosseguiu. Os aliados do PSDB e PFL resolveram também, na reunião, estabelecer uma ação política clara em Minas Gerais e em São Paulo, os dois Estados mais populosos e onde o PSDB têm candidatos competitivos a governador. Alckmin disse que seu programa de governo começou a ser discutido na reunião e estará voltado para o futuro. "A gente está verificando que o conjunto de problemas está sendo empurrado para o próximo mandato, para o ano que vem. Um populismo fiscal, um populismo cambial que vai ter conseqüências graves no próximo mandato." Continuísmo – Para o tucano, a eventual reeleição de Lula será o continuísmo. " Se não fez em quatro anos, o que vai fazer daqui para frente?", perguntou. "As reformas e um ambicioso programa que o País precisa, não há a menor hipótese de fazer", disse. Por isso, na sua avaliação, a reeleição de Lula seria um pesadelo: "Não tem projeto, é uma base de sustentação que já não existe hoje e será muito menor, não tem equipe, que se esfacelou toda e tem uma baixíssima credibilidade." Na avaliação de Alckmin, a reunião do Conselho Político serviu para pacificar a aliança. "Nos últimos três anos e meio, PSDB e o PFL exerceram uma

oposição extremamente amadurecida, bem entrosada. Agora estamos unidos", disse. "Estou absolutamente zen." Foi feito um balanço da campanha em maio e uma avaliação positiva dos resultados das pesquisas. Rumo – Foi a primeira vez que Alckmin sentou à mesa com as cúpulas do PSDB e PFL, que passaram as duas últimas semanas trocando farpas publicamente com o objetivo de efetivamente dar um rumo à campanha e buscar sintonia. Além do candidato a vice-presidente, senador José Jorge, estavam presentes os presidentes e os líderes dos dois partidos na Câmara e Senado, os dois líderes da minoria na duas casas legislativas e os dois coordenadores da campanha, os senadores Sergio

ALCKMIN FALA EM 'IRA SANTA' CONTRA LULA Durante o jantar com um grupo de 220 empresários cada um desembolsou R$ 3 mil para arrecadar recursos para o PSDB – o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, disse estar convencido de que o eleitorado está decepcionado com o governo. Ao comentar o que sente nas ruas, em viagens da précampanha, ressaltou: "Vai ter uma ira santa na eleição. As pessoas estão decepcionadas, há indignação." Em discurso de 31 minutos, Alckmin utilizou a maior parte de sua fala - 21 minutos - para explicar a onda de violência que atingiu o Estado que ele governou: "Enfrentamos o crime. Às vezes não há rebelião porque há paz acordada". Guerra (PSDB-PE) e Heráclito Fortes (PFL-PI). De assessores, o coordenador do programa de governo, João Carlos Meirelles. Tanto tucanos quanto pefelistas reconhecem que terão de conviver com as dificuldades regionais, mas preferem minimizar os efeitos dessas divergências no rumo da campanha. "Essas dificuldades são normais e os problemas localizados sempre vão ocorrer", afirmou o senador Tasso Jereissati (CE). Na avaliação dos dirigentes do PSDB e PFL um objetivo comum estaria acima das divergências pontuais entre os dois partidos. "A principal prioridade é ganhar a eleição deste presidente leniente e incompetente. É hora da grande arrancada", afirmou o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). "Tem uma gama de brasileiros que não quer a re-

petição do governo Lula", afirmou o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). Tasso mostrou confiança no crescimento de seu candidato e aposta que isso acontecerá. "Quando o povo conhecer o caráter de Alckmin a campanha vai decolar", afirmou. Progama – O PFL vai aproveitar a cerimônia de formalização da aliança entre o partido e o PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto par mostrar que não abre mão de participar da elaboração do programa de Alckmin. As sugestões do PFL foram reunidas em um documento de 31 páginas intitulado "Caminhos para um País que tem pressa", que Bornhausen passará hoje às mãos de Alckmin. O PFL receita a adoção de uma política nacional de segurança a partir da criação do Ministério da Segurança Pública. Caberá ao novo ministério definir, coordenar e executar essa política, com uma Força Especial do Exército auxiliando no combate ao crime, a partir de um sistema único de informações. Como o assunto entrou na ordem do dia depois dos ataques do PCC em São Paulo e já foi pivô de desentendimentos públicos entre os aliados, o PFL não quer deixar dúvidas de que a segurança será prioridade no governo Alckmin e que terá orçamento garantido. Embora sugira a criação de uma Pasta especial para cuidar da segurança, a proposta do PFL vai na contramão do governo petista. Logo após a posse, Lula aumentou de 23 para 35 o número de ministérios. O documento sugere que o Executivo Federal de Alckmin opere com apenas 15 ministros e propõe o corte gradual dos gastos com custeio da máquina. Bolsa Família – E não é por acaso que o item número um do "conjunto de propostas para unir os partidos de oposição em torno de um projeto real, exeqüível e capaz de iniciar o processo de mudanças", trata de um programa já existente: o Bolsa Família. Esta é uma das principais preocupações de líderes políticos e comunitários do PFL e PSDB, todos receosos com a exploração eleitoral do programa pelos petistas. Diz o documento que, "para colocar o Brasil no rumo certo do desenvolvimento econômico, da geração de empregos e da justiça social", é essencial não apenas manter, como ampliar e aprimorar o programa Bolsa Família. Para o PFL, a educação passa a ser "a prioridade das prioridades", com atenção especial ao ensino fundamental. O documento é resultado de dois anos de estudos. (Agências)

sem problemas, a qualquer exame governador disse que "o nosso LEMBO psiquiátrico. "Aos 71 anos de ida- senador é um homem de agressiATACA ACM. E de, se continuasse calado, num vidade contínua. Felizmente, posto elevado como o de governa- não tenho nada com ele". OS TUCANOS, dor de São Paulo, eu seria um Resposta –Em nota divulgagrande covarde", justificou. Ele da ontem, o senador Antônio É CLARO. explicou que, apesar de ter essa vi- Carlos Magalhães respondeu a

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lém da resposta dura ao senador Antônio Carlos Magalhães (PFLBA) – que segundo ele age como "senhor de engenho" – , o governador de são Paulo, Cláudio Lembo (PFL), voltou à carga de ironias contra o PSDB, em sabatina promovida ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. "Eu diria que, como toda ave, eles (os tucanos) têm de andar pelo mundo afora (numa referência à presença dos caciques tucanos em Nova York na semana dos ataques do PCC em São Paulo), e às vezes voam fora de hora, não para eles, talvez, mas para mim". E fez o seguinte desabafo: "Gostaria de ter tido o Alckmin ao meu lado (no auge da crise de segurança pública), mas passou e eu sobrevivi". Apesar das críticas aos tucanos, Lembo afirmou que nas eleições de outubro deste ano votará em Geraldo Alckmin para a Presidência da República, "porque ele é uma figura diferenciada" e para o governo de São Paulo, votará em José Serra, por considerá-lo uma pessoa "extremamente competente". O governador disse também que já fez as pazes com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Foi o Ricardo III que nos aproximou", disse, numa referência ao encontro, classificado por ele de cordial, com o ex-presidente, na estréia desta peça na capital. Sanidade mental – Ao comentar as recentes críticas que tem feito especificamente à "burguesia branca" e à "minoria perversa", o governador paulista disse que está em seu juízo perfeito, e que poderia ser submetido,

são crítica há tempos, não havia dito nada antes porque o cargo de vice-governador exigia uma postura "cordata, tranqüila e solidária", para evitar uma crise institucional. E frisou: "sou da corrente do Marco Maciel (senador q u e f o i v i c e - p re s i d e n t e d e FHC)". Durante a sabatina, Lembo irritou-se com as perguntas sobre a eventual execução de inocentes pela polícia no episódio da crise de segurança no estado. O governador dis- ABr/25/10/2005 se que haverá apuração e inquérito sobre todas as mortes, ACM e Lembo: e q u e s otiroteio entre mente o Jupefelistas. diciário poderá dizer se isto ocorreu. "Mas não vejo excesso das minhas duas polícias", defendeu. PT – Apesar dos escândalos que envolveram integrantes do Partido dos Trabalhadores, Lembo acredita que o PT entrará para a história como uma legenda importante, que rompeu com os partidos de matriz conservadora. E lamentou que esta sigla seja muito complexa. Por conta dos escândalos, Cláudio Lembo prevê que o PT deverá ter um resultado negativo nas próximas eleições, principalmente no voto proporcional. O governador voltou a dizer que apesar da honra de exercer o cargo de governador, este é um fardo pesado. "Graças a Deus falta pouco para terminar, porque é uma função áspera." Sobre ACM, que teria dito que Lembo tem cara de burro, o

Lembo. "O governador Cláudio Lembo é fruto do acaso e da pressão que o ilustre senador Marco Maciel (PFL-PE) exerceu no partido para alçá-lo, sem que mérito ele tivesse, à condição de vice-governador, o que resultou torná-lo responsável por administrar um governo como o do Estado de São Paulo sem qualquer experiência a não ser a subalterna em um grande banco paulista", disse ACM. Na nota, ACM disse que não é agressivo, Paulo Pinto/AE como acredita o govern a d o r . "Apenas reafirmo q u e a l eniência do go ve rn ad or Lembo nos episódios recentes em São Paulo, além de causar espanto à população, pode, sim, ter contribuído para o agravamento da situação." (Agências)


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PICAPES

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A Saveiro tem capacidade de carga para 679 kg ou 859 litros. O modelo ganhou o painel de instrumentos do Fox.

A disputa entre as pequenas

Veja comparativo de três modelos top de linha, todos com motor 1.8: Montana Sport, Saveiro Crossover e Strada Adventure ANTÔNIO FRAGA

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ouve época em que as picapes eram uma febre de consumo, muito mais para lazer do que para o trabalho. Hoje menos, mas ainda é objeto de desejo principalmente entre os jovens. A função para as quais foram inicialmente projetadas não supria o anseio do consumidor deste tipo de veículo e, com isso, foram ganhando sofisticação e design moderno. A primeira picape brasileira derivada de um Fotos: Divulgação/VW

veículo de passeio foi a Fiat 147 caçamba curta, no final dos anos 70. Em seguida vieram outras ainda destinadas ao uso profissional, como a Ford Pampa (Corcel II), Volkswagen Saveiro (Gol) e a Chevrolet Chevy (Chevette). Para a nossa avaliação optamos pelas três mais atuais, com motor 1.8 litro flex-fuel: Fiat Strada Adventure, Volkswagen Saveiro Crossover e Chevrolet Montana Sport. Elas custam, respectivamente, a partir de R$ 41.310, R$ 39.057 e R$ 43.786. Ficou fora dos testes a Courier, que não tem motor flexível, é 1.6 litro e há muitos anos não tem novidades estéticas nem mecânicas. Vale destacar que é um bom produto, tem um dos melhores custos-benefício do mercado, mas sai do conceito que nos propusemos. Ares de luxo - Com apelo cada vez mais esportivo, as picapes ganham ares de carro de luxo e vão obrigando as montadoras a adaptá-las às necessidades dos consumidores. Um bom exemplo é a cabine estendida, já que os ocupantes, em caso de viagens ou compras nos supermercados, teriam que usar a caçamba, correndo o risco de roubo ou de ver a bagagem pegar uma chuva. A mais agradável e de melhor posição para dirigir é a Strada, também a mais eficiente na utilização fora de estrada, conceito introduzido no mercado brasileiro - com a Palio Weekend Adventure - pela própria Fiat. Ao inovar, a montadora fez um grande trabalho em desenvolvimento, especialmente na suspensão, o que favoreceu o produto. O design mais harmonioso e a maior capacidade de carga fica com a Montana. E a Saveiro leva vantagem na tradição, com acabamento luxuoso na

Fotos: Divulgação/GM

O design mais harmonioso e a maior capacidade de carga fica com a Montana. Seu interior é confortável e é fácil achar uma posição boa para dirigir.

versão top e um conjunto agradável. Interior - O interior das três picapes é confortável e, logicamente, pouco ou nada diferem dos modelos hatch da qual derivam. Com o face-lift efetuado na Saveiro no ano passado, o modelo ganhou o painel de instrumentos do Fox, que por sinal está invadindo os demais carros da marca e, apesar de moderno e bonito, não tem boa visibilidade. Se o motorista, por exemplo, quiser efetuar uma "tocada" mais esportiva e realizar a troca de marchas no limite é impossível fazê-lo acompanhando o conta-giros. Simplesmente não dá para ver nada. Mas a Saveiro tem bancos confortáveis, que "abraçam" bem o motorista em curvas. O volante tem boa empunhadura mas sem regulagem de altura, o que prejudica um pouco para encontrar a melhor posição de dirigir. É a única, no entanto, com os controles do som no volante e a possibilidade da forração interna em couro. Por sinal, de ótima qualidade e beleza. A Montana, obviamente, é o Corsa geração II bem acabada, tem um conjunto interior bonito e discreto. Os bancos são confortáveis e achar uma posição boa para dirigir é moleza. Diferencial - A Strada, por sua vez, tem várias regulagens do volante e banco, deixando o motorista totalmente à vontade para encontrar a melhor posição. O painel de instrumentos é completo, apenas a cor amarela é de gosto duvidoso. Os bancos são confortáveis, mas seguram muito pouco o motorista em curvas mais fortes. O seu principal diferencial é o My Car, um computador de bordo

muito útil e eficiente. De todas é a que tem maior espaço atrás dos bancos, possibilitando até o seu uso como uma cama. Bastante desconfortável, diga-se de passagem, mas que pode ser útil numa situação adversa. Mas é um absurdo não ter travas elétricas à distância nas portas, como as concorrentes. Ter que enfiar a chave na fechadura da porta para trancar a picape num carro desse preço é inacreditável, já que os demais modelos da marca já têm esse conforto. Nas três a visibilidade traseira é prejudicada por uma estúpida barra no meio do pequeno vidro basculante. Mas na Montana é um perigo, pois esconde um carro inteiro que venha atrás numa distância maior. Caçambas - As caçambas são todas muito similares, ficando como destaque a maior profundidade da Montana. A capacidade de carga da Strada é de 695 kg ou 800 litros, enquanto a da picape Chevrolet é de 735 kg ou 1.143 litros e a da Saveiro, 679 kg ou 859 litros.

Assim, a maior capacidade volumétrica é a da Montana. Nela, é possível até carregar uma motocicleta de porte médio com a porta da caçamba fechada, o que evita problemas ao proprietário, como multas ou danos ao veículo. Em todas há a opção de serem equipadas com uma útil capota marítima. A Saveiro tem também, como opcional, uma caixa removível, cuja tampa tem uma fechadura. Muito útil, porém ocupa uma boa parte da capacidade de carga. Mas como quem tem um veículo desse tipo pouco vai utilizar a caçamba, é bem recomendável. Motor - No quesito desempenho e potência, a mais potente é a Chevrolet Montana. Quando abastecida com gasolina desenvolve 112 cv e a álcool atinge potência de 114 cv, nos dois casos a 5.600 rpm. A aceleração de 0 a 100 km/h é de 10,8 segundos com gasolina e 10,6 segundos com álcool. A velocidade máxima chega a 182 km/h. O consumo na estrada é de, respectivamente, 15,1 km/litro e 11 km/litro (na cidade, 10,6 e 7,6 km/l). Já a Saveiro produz 103 cv com gasolina e 106 cv a 5.250 rpm com álcool, o que faz com que a picape da Volkswagen atinja a velocidade máxima de 175 km/h com gasolina e um quilômetro por hora a mais com álcool. A aceleração de 0 a 100 km/h foi de 10,4 segundos com gasolina e 10 segundos com álcool. O consumo no ciclo rodoviário ficou em 16,1 km/l com gasolina e de 10,6 com álcool. Já no urbano, foi de, res-

Fotos: Divulgação/Fiat

pectivamente, 11 km/l e 7,2 km/l. A picape da Fiat fica no meio das duas concorrentes, com 106 cv de potência com gasolina e 110 cv a 5.500 rpm com álcool. Acelera de 0 a 100 km/h em, 10,5 e 7,7 segundos, respectivamente. A velocidade máxima é de 180 km/h com gasolina e 182 km/h com álcool. O consumo se manteve na média em relação às duas adversárias percorrendo 11,3 km/l na cidade com gasolina e 8,1 km/l com álcool. Já em rodovias, a Strada consumiu 15,7 km/l com gasolina e 10,8, com álcool.

Strada: mais eficiente na utilização fora de estrada e a que tem maior espaço atrás dos bancos


14 - DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Informática: a grande revolução Rogério Albuquerque/AFG

A chegada da computação gráfica – deixando de lado o antigo linotipo e, mais recentemente, o off-set – pode ser considerada um divisor de águas para o setor

e existe um divisor de águas nos sistemas de p ro d u ç ã o d o setor gráfico no mundo e, conseqüentemente, no Brasil, definitivamente, é a informática. Antes da computação gráfica, os processos eram totalmente analógicos, baseados em reprodução fotográfica e retoques manuais com a utilização de pincéis, tintas e produtos químicos, disse o diretor da Escola de Artes Gráficas do Sistema Senai Theobaldo De Nigres, Manoel Manteigas de Oliveiras. "A introdução da informática provocou enormes alterações nos processos de produção gráfica. Isso teve início já na década de 80. Computadores de grande porte, caríssimos, eram usados para tratamento de imagens e montagem eletrônica", afirmou em entrevista por e-mail ao Diário do Comércio. De acordo com Oliveiras, os desenvolvimentos mais recentes na tecnologia de pro-

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dução gráfica dizem respeito à impressão digital e à integração das etapas da produção – desde a pré-impressão até o acabamento sobre os procedimentos de impressão off-set ainda utilizados em gráficas e jornais. "Com os computadores atuais todo o trabalho de pré-impressão é digital. Com as câmeras fotográficas digitais de qualidade profissional, os equipamentos 'computer-to-plate ' (que gravam, a laser, as chapas de impressão) e as impressoras para prova digital permitem que se feche o ciclo completo da produção gráfica", disse. A produção é muito mais simplificada do que nos tempos da linotipia, utilizada no Brasil na década de 50, e do offset, que hoje está gradualmente sendo substituído pelo sistema digital. As últimas novidades, hoje, segundo o Oliveiras, são máquinas com melhor qualidade de impressão e alta velocidade. A tecnologia, entretanto, tem um preço. "Os modelos mais sofisticados podem re-

Escolas do Senai se espalharam na capital O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de São Paulo instalou, em 1945, no bairro do Belém, na zona leste da capital, a primeira escola de artes gráficas de sua rede de ensino. Era destinada à formação de aprendizes para atender à demanda de mais da metade dos estabelecimentos gráficos de São Paulo. Já naquela época o setor empregava aproximadamente 12 mil pessoas. Nos anos seguintes, o Senai paulista intensificou a oferta de cursos e treinamentos e, em 1951, transferiu a Escola de Artes Gráficas para um novo prédio, localizado no bairro do Cambuci, na área central. Em 1962, a unidade passou a se chamar Escola Senai Felício Lanzara.

Já em 1971, com a cooperação técnica da Associação de Construtores Industriais de Máquinas Gráficas e Afins (Acimga), da Itália, o Senai inaugurou o Colégio Industrial de Artes Gráficas, atualmente Escola Senai Theobaldo De Nigris, no bairro da Mooca, onde é ministrado o curso Técnico em Artes Gráficas. Hoje, as duas escolas funcionam na Mooca. Em 1998, com a implantação do curso para formação de tecnólogos, a escola do Senai transformou-se na primeira instituição da América Latina a oferecer um curso superior de Tecnologia Gráfica. Em abril de 2002, o curso superior foi reconhecido MEC e avaliado com menção final 'A'. (MT)

querer investimentos de até um milhão de dólares, mas há uma enorme variedade de soluções para as mais diferentes aplicações". Com a impressão digital não é mais necessária a produção de uma chapa de impressão, muito menos fotolitos. A impressora é alimentada com os dados de impressão diretamente do computador. O fluxo de trabalho, desde a criação até a impressão, é reduzido e acelerado. "O acerto da máquina impressora é insignificante se comparado com os complexos ajustes necessários para a operação de um equipamento offset, mesmo com o atual nível de automação dessas máquinas." Com isso, disse Oliveiras, os custos de preparação do trabalho diminuem sensivelmente. "A conseqüência imediata desse novo paradigma é que o custo de produção de impressos de alta qualidade, mas com pequena tiragem, cai drasticamente. No entanto, para tiragens médias e grandes, o processo off-set continua como melhor solução de custo, já que os insumos utilizados são mais baratos que aqueles da impressão digital", observou. Mesmo assim, novos sistemas, evidentemente, trazem muitas vantagens em relação

ao esquema analógico. De acordo com Oliveiras, a grande mudança é que com a forma digital é possível alterar qualquer parte da imagem, em cada folha impressa, com mínimo aumento de custo da produção gráfica. Na impressão tradicional isso é impossível. Profissionais - Com o avanço da tecnologia, é necessário ter uma equipe profissional com a melhor preparação é um diferencial crítico para qualquer empresa gráfica, analisa Oliveiras. "Como os investimentos são altos para se adquirir as tecnologias mais avançadas, o risco de pagar por elas mas não usar plenamente seus recursos pode condenar a empresa ao fracasso", afirmou. Para o diretor, os profissionais da área gráfica precisam conhecer em profundidade os recursos à disposição e como utilizá-los de forma eficiente e competitiva. "O planejamento estratégico por parte do empresário gráfico é indispensável num ambiente em que as novas tecnologias trazem muitas oportunidades novas e em que os clientes querem cada vez melhor, cada vez mais rápido e cada vez mais barato", afirmou Oliveiras. Mario Tonocchi

A tecnologia trouxe mais rapidez ao processo de produção

O difícil caminho da linotipia Anna Carolina Negri/AFG

m 1950, quando um jornal decidia pela realização de uma reportagem, desencadeava uma série de etapas até chegar ao produto final. Etapas que hoje foram eliminadas pela evolução da tecnologia. Era o tempo do linotipo, um processo que utilizava o chumbo derretido para a composição das letras, alinhadas de modo a formar os textos que seguiam para as impressoras rotativas. Trabalhando até hoje com o linotipo, o presidente da Associação dos Aposentados Gráficos de São Paulo, Darci Callegari, de 68 anos , o Jacaré, lembra com saudade da atividade, mas não do volume de trabalho necessário para o jornal chegar às bancas. "Quando o repórter chegava na redação, escrevia a matéria na máquina de escrever. O texto ia para a diagramação que calculava o tamanho que ocuparia na página", conta o linotipista aposentado. O cálculo da diagramação seguia para a

E

Darci tem saudade da atividade, mas não do volume de trabalho

composição, que produzia um "prelinho", como era chamada uma pequena prova que seguia para a revisão. Revisto e corrigido, o texto seguia agora para a composição onde eram montadas as linhas, colocando-se letra por letra. O serviço era executado por um "emendador". "As linhas montadas voltavam para a revisão e o que est a v a e r r a d o re t o r n a v a a o emendador, que trocava as li-

nhas com problemas", observou o linotipista. Linhas prontas, o material seguia para a "calandra", uma máquina que prensava o texto montado em chumbo em uma folha de papelão chamada "flan". O papelão seguia para a esteriotipia onde era dobrado. "Depois o 'flan' recebia um jato de chumbo e era gravado em um objeto cilíndrico, denominado telha, que encaixava no rolo da rotativa", concluiu o

aposentado. Tudo pronto, rodava-se o jornal. Mesmo em meio a tantos processos, o trabalho fluía por causa da experiência dos funcionários da composição, de acordo com Callegari. Em média, eram montadas 400 linhas por hora e, em seis horas de trabalho, estava concluída uma edição de geralmente 30 páginas com textos, ilustrações e anúncios. Callegari entrou para a profissão de linotipista em 1952, quando ingressou no curso do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Trabalhava no Diário da Noite, do grupo Diários Associados, que pagou seus estudos. Passou, segundo ele, por mais de dez gráficas e jornais de São Paulo até se aposentar, em 1981, quando assumiu um posto na Secretaria de Saúde de São Paulo. "Na secretaria hoje usamos o linotipo para fazer cartões e folhetos. Mas usamos muito pouco. O chumbo quase não esquenta mais", afirmou o aposentado. (MT)


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Paulo Pampolin/Hype

Estilista ajuda a modelo Fabiana de Oliveira a experimentar roupas para gestantes na Mammy

Nova silhueta não impede o uso de blusinhas com decote mais ousado

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Nacional Empresas Estilo Tr i b u t o s

quarta-feira, 31 de maio de 2006

C&A TEM SEÇÃO PRÓPRIA PARA GESTANTES

Hoje, gestantes encontram no mercado roupas adequadas à sua nova silhueta.

GRÁVIDA MAS NA MODA

Lojas especializadas oferecem soluções para a mulher manter a elegância

É

bem verdade que não é fácil se sentir na moda ganhando até cinco quilos em um único mês durante uma gravidez. Ainda mais quando essa quantidade extra de peso se concentra basicamente no abdome. Pior: descobrir na última hora para uma importante reunião que nenhuma roupa serve, nem mesmo aquela usada no dia anterior. Quem já ficou grávida sabe muito bem o que é isso. "Não é porque a mulher está grávida que ela deixou de ser mulher. Ela ainda quer se sentir elegante e preservar seu estilo, principalmente nesse período que costuma ser um dos mais importantes de sua vida", diz a arquiteta e estilista da Mammy Gestante, Daniella Cilento. Roupa do marido Até pouco tempo, restava à mulher que esperava um filho rezar para conseguir entrar nas roupas que usava antes da gestação pelo maior número de meses possível. Ou, ainda, se conformar em vestir somente macacões, malhas e vestidos de até três vezes o seu tamanho normal. Para executivas acostumadas a usar camisas, tailleurs e terninhos, a gravidez, muitas vezes, significava abrir mão de seu estilo. Sob medida "Não me conformava de ver uma mulher sempre bem vestida usando uma calça de malha do marido, durante a gravidez, até para ir a uma reunião importante", diz Daniella. O problema, segundo a estilista, era a dificuldade de essa mulher encontrar roupas adequadas à sua nova silhueta.

Apesar de os principais desfiles de moda ainda deixarem muito a desejar para as mulheres grávidas, as lojas especializadas nesse segmento já começam a mudar por si próprias. Hoje é possível encontrar camisetas básicas, que se encaixam perfeitamente no corpo, com espaço suficiente para abrigar a barriga, sem deixar o umbigo de fora em praticamente todas as lojas voltadas para grávidas. Até mesmo lojas de departamento já têm seções exclusivas para esse segmento. Na C&A, por exemplo, há uma coleção voltada especialmente para as gestantes. São roupas muito semelhantes às des-

tinadas a consumidoras convencionais, como calças jeans, blusas, regatas e camisas. A diferença está em detalhes de acabamento, como elástico no lugar do cós convencional de calças jeans, por exemplo. Coleções Na Mammy Gestante são lançadas três coleções ao ano, nas quatro estações (verão, alto verão e inverno), com 200 peças cada. Há desde jeans, blusas, camisas, terninhos e até vestidos de festa. As mulheres que gostam de estar sempre na moda, encontram na loja, por exemplo, peças em alta neste inverno, como o bolero, adequado ao corpo da grávida. "Não acreditamos que deva existir uma moda gestante. Isso é um conceito antigo. A moda deve ser igual para todas as mulheres. Daí a importância de desenvolver peças de acordo com a moda, que caibam na gestante", diz Daniella. Peças que encantam Um erro comum, segundo a estilista, é o da gestante comprar roupas normais de numeração maior, achando que usará durante toda a gravidez, quando na verdade essas peças podem até comportar a barriga da gestante, mas só que a um alto custo. "As calças acabam com o cavalo na altura do joelho, mais parecendo um cantor de rapp. Com as blusas, as mangas acabam maiores que os braços, os ombros caídos, só para citar alguns problemas. "A grávida deve pensar não só se a roupa serve, mas principalmente se aquela peça é capaz de deixá-la bonita", explica.

Com barriga, mas mantendo sempre o estilo na hora de vestir

Vestidos sempre caem bem nas mulheres, mesmo grávidas

Adriana Gavaça

Tecidos naturais para época especial

J

ustamente por trabalhar somente com roupas para grávidas, na Mammy Gestante o que não faltam são peças confeccionadas em tecidos naturais e muita lycra. "As grávidas geralmente sentem mais calor do que quando não estavam esperando um filho. Por isso, abusamos de tecidos leves, como a seda", diz a estilista responsá-

vel pela criação de todas as coleções da loja, Daniella Cilento. Outro diferencial é manter peças de coleções trocadas, como de verão em pleno inverno e vice-versa, a fim de atender clientes que pretendem viajar para outros países. "Os dez anos da loja nos ensinaram que muitas mulheres procuram casacões pesados em pleno dezembro para levar para a Euro-

pa", afirma a estilista. São esses diferenciais da Mammy Gestante que atraem um grande número de empresárias, socialites e artistas para a loja. Por lá já passaram personalidades como as apresentadoras Angélica e Sílvia Popovic, a ex-jogadora de basquete Hortência, as atrizes Glória Pires, Maria Fernanda Cândido e Helena Ranaldi. (AG)

Os terninhos são uma boa pedida, principalmente para as reuniões de negócios

Roupas que se encaixam perfeitamente ao novo e temporário corpo

Loja oferece várias opções para as gestantes

Batas leves para os dias de calor são outra opção Uma roupa para o peso extra do abdome


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 31 de maio de 2006

Copa

O Japão jogou bem, criou várias chances, dominou o jogo e acabou penalizado pela marcação de várias faltas inexistentes. Zico, técnico brasileiro da seleção alemã

Andreas Meier/Reuters

Adriano, Ronaldinho e Ronaldo comemoram o segundo gol da partida de ontem contra o Lucerna. Adriano e Ronaldo aproveitaram o jogo para conquistar mais confiança depois de uma temporada fraca na Europa Alabari Rosa/GDP/AE

Thomas Bohlen/Reuters

8 X 0. SERÁ JÁ COISA DO QUARTETO? Nem o técnico Parreira é capaz de responder. O resultado, diante de um Lucerna fraco, valeu apenas para aumentar ainda mais o moral do time

C

arlos Alberto Parreira queria ver o quarteto mágico em ação num jogo com estádio cheio e alguma resistência por parte do adversário. Assistiu ao show de Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano, ontem, na Basiléia, mas não concluiu muita coisa do amistoso, às vésperas do início da Copa do Mundo. O rival, o Lucerna - com o reforço de dois jogadores do futebol alemão - não impôs nenhuma dificuldade, marcou muito mal e permitiu que o ataque brasileiro fizesse gols de todos os jeitos: de cabeça, de pé direito, de pé esquerdo, de dentro da área, de fora da área... O placar final de 8 a 0 valeu apenas para aumentar o moral do elenco já tranqüilo e confiante, e para proporcionar diversão aos cerca de 30 mil pagantes no gelado Saint Jakob Park. A grande preocupação do treinador é conseguir pôr em prática esquema tático equilibrado, com poder ofensivo, mas sem perder a força na marcação. É essa a maior dúvida em relação ao quarteto mágico. Será possível jogar com ele e, ao mesmo tempo, manter a defesa forte? Os quatro craques passearam diante do Lucerna, time que acaba de conseguir o acesso para a Primeira Divisão do Campeonato Suíço. Fizeram gols, driblaram, deram bons passes, encantaram o público. Mas na Copa seguramente não terão tanta liberdade, observou Parreira, consciente de que os 8 a 0 de ontem não tiveram grande significado. "Na Copa vai ser muito mais difícil,

muito mais complicado, lá será nosso grande teste", afirmou. Os 90 minutos contra o horrível Lucerna foram úteis para que Adriano recuperasse a confiança. O atacante chegou a Weggis, para a preparação, de cabeça baixa, depois de temporada ruim pela Internazionale de Milão. Esbanjou força de vontade e fez dois gols ontem. Ronaldo pôde medir como anda sua condição física, depois de um mês e meio sem jogar por causa de contusão. Foi bem. Kaká comandou o time na Basiléia desde o início e foi premiado com o gol de abertura. O jogo ficou ainda mais fácil na segunda etapa, em que Ronaldo fez o quarto gol e o zagueiro Lúcio, o quinto. Parreira aproveitou a ocasião para fazer alguns testes e trocou meio time. O Lucerna, que encarou o confronto com o Brasil como festa, pôs todos os reservas em campo. Um deles, o paranaense Ratinho, foi homenageado pelo público. Ele se despediu do futebol no ano passado, mas foi convidado para o amistoso. Sem ingressos – Para a maioria dos brasileiros que vive na Europa, a Copa do Mundo na Alemanha poderia ocorrer na região ou do outro lado do mundo que não faria qualquer diferença. Isso porque poucos conseguiram ingressos e se queixam de que, quem está no Brasil, teve mais facilidades do que os brasileiros na Europa. Como prêmio de consolação, esses emigrantes contam apenas com a possibilidade de ir aos amistosos da seleção, como o de ontem.

Grupo de torcedores-mirins em Lucerna: preparação para a Copa Ina Fassbender/Reuters

Atsushi Yanagisawa reclama do cartão amarelo, em LeverKusen

DE OLHO ABERTO NO JAPÃO DE ZICO

S Alemão lança mão do bom humor para incentivar a seleção alemã Ina Fassbender/Reuters

Torcedor japonês comemora gol durante o amistoso com a Alemanha

atisfeito, mas com a cara amarrada. Foi desta maneira que o técnico Zico apareceu na tenda instalada nos fundos do Bay Arena para a entrevista coletiva após o empate por 2 a 2 de ontem entre Japão e Alemanha. Ele gostou do rendimento do seu time, mas detestou a atuação do juiz grego Kyros Vassaras, para o brasileiro o responsável por sua equipe não ter vencido os alemães. "Estou bastante satisfeito com os meus jogadores. O Japão jogou bem, criou várias chances, dominou o jogo e fez por merecer a vitória. Acabou penalizado pela marcação de várias faltas inexistentes e, assim, a Alemanha empatou", reclamou Zico. Sua maior revolta foi com o lance do segundo gol, marcado por Zchweinsteiger,

"um jogador que deveria ter sido expulso, pelas várias faltas violentas que fez. O juiz não o tirou e ele acabou empatando a partida". Zico admitiu, no entanto, que o resultado nestes jogos preparatórios é o que menos interessa. "O que importa é o comportamento da equipe. Gostei do espírito que os jogadores demonstraram. Trabalhamos muitos e vamos trabalhar ainda mais para que possamos estrear em alto nível contra a Austrália." Domingo, o Japão faz outro amistoso, desta vez contra a fraca seleção de Malta. Os dois itens que Zico mais vai trabalhar são conhecidos: bolas levantadas sobre a área japonesa e as conclusões. A Alemanha abre a Copa dia 9, em Munique, contra a Costa Rica. O Japão estréia dia 12, contra a Austrália. (AE)


DIÁRIO DO COMÉRCIO - 15

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Fotos: Captura de tela

Centenas de obras numa só Os mais puristas torcem o nariz para os e-books e não abrem mão dos livros de papel. No entanto, os livros eletrônicos vem ganhando cada vez mais adeptos.

om os avanços da tecnologia, muitos acreditam que o livro pode, no futuro, acabar. Imagine ter em mãos um único equipamento capaz de armazenar centenas de obras e mostrá-las numa tela de LCD. Trata-se dos e-books, os livros eletrônicos. Os mais puristas torcem o nariz e não abrem mão dos livros de papel, que até servem para enfeitar a estante. Muitos acham que o e-book é para se ler apenas na tela do computador, o que é possível, mas o objetivo não é esse. Através de equipamentos como PDA e TabletPC, com um software que permita ler o arquivo (e-book reader), é possível manuseá-lo como um livro, só que com páginas eletrônicas – não será mais preciso molhar o dedo com a língua para virar a página, basta apertar um botão. Gutenberg – A idéia de digitalizar livros não é nova. A primeira iniciativa data de 1971, c o m o G u t e n b e rg P ro j e c t (www.gutenberg.org), criado

C

por Michael Hart, que possui um catálogo com mais de 17 mil livros, que podem ser baixados gratuitamente, pois já são de domínio público. No fim do ano passado, a Microsoft anunciou um acordo com a Biblioteca Britânica para digitalizar e colocar na internet 100 mil obras de seu acervo, todas de domínio público. Os e-books como conhecemos hoje começaram a surgir em 1998, com o lançamento de um equipamento chamado Rocket eBook, que não é mais comercializado desde 2003. Mais ou menos na mesma época, a Adobe (www.adobe.com) disponibilizou o Acrobat eBook Reader, voltado exclusivamente para aparelhos portáteis. Formato – Até hoje, uma boa parte dos livros eletrônicos usam o formato .pdf da Adobe, que são abertos por esse software. Outros programas de leitura bastante usados são o MS Reader, da Microsoft, voltado para PocketPC, TabletPC e smartphones, e o MobiPocket Reader (www.mobipocket.com), que roda em PalmOS, Windows Móbile, Sym-

Referência no segmento, o eBooks Brasil está no ar desde 1999

bian e Blackberry. No última Consumer Electronics Show (CES 2006), em Las Vegas, no início do ano, a Sony lançou o Sony Portable R e a d e r P R S - 5 0 0 ( p r od u c t s . s e l . s ony.com/pa/prs/index.html), que deverá chegar ao mercado até fim de junho. Junto com o produto, será lançado um serviço similar ao iTunes, da Apple, só que voltado para a venda de livros eletrônicos, o Connect Store. O equipamento, que mede 175,6 x 123,6 x 13,8 mm, pesa 250 gramas e tem tela LCD monocromática, terá capacidade para armazenar cerca de 80 livros em sua memória interna de 64 MB, que pode ser ampliada com o uso de Memory Stick. Proteção – Apesar de o livro eletrônico ser mais antigo que a música online, a sua popularização esbarra na pirataria. O mercado editorial tem um trauma profundo até hoje de cópias ilegais – ao invés de comprar um livro, muita gente tira uma fotocópia, principalmente estudantes. Assim, o e-book depende hoje do sucesso do plano de

negócios das músicas online, como iTunes, iMusica etc., pois deverá ser esse modelo que as editoras usarão. Enquanto isso, grande parte da oferta que existe de e-books no mercado é de conteúdo livre, que pode ser copiado gratuitamente. Um bom endereço para iniciar a busca é o e B o o k C u l t ( w w w. e b o o kcult.com.br), que traz um bom acervo, dividido por categorias. Ao escolher uma categoria, aparecem as obras disponíveis, trazendo informações como tamanho do arquivo e para qual tipo de reader ele deve ser usado (Acrobat, MS Reader, eRocket etc.). Um outro endereço que é uma referência no segmento é o eBooksBrasil (www.ebooksbrasil.org), que está no ar desde 1999. O usuário pode fazer a busca por tipo de reader, o que facilita bastante o seu trabalho. O VirtualBooks (www.virtualbooks.com.br) é um portal de livros, que também oferece alguns e-books gratuitos, digitalizados por eles. Um exemplo é Casimiro de

Sony Portable Reader PRS-500, lançado no início do ano em Las Vegas

Abreu - Obras Completas Vol. 1. O arquivo está no formato .pdf e pode ser lido tanto no micro quando em outros equipamentos. Já a HotBook (www.hotbook.com.br) é uma editora de livros eletrônicos, coordenado pela escritora Roberta Rizzo, autora do livro "O Amor na Era da Internet", que pode ser baixado gratuitamente no site. Há diversas outras opções gratuitas, mas algumas o autor pede uma colaboração espontânea e qualquer valor. Audiolivro – Livros falados parecem coisas de criança ou de deficientes visuais, mas com a falta de tempo das pessoas e a facilidade da internet, os audiolivros vêm ganhando terreno no mundo todo. A onda parece ter começado nos anos 80 nos Estados Unidos e nos anos 90 na Alemanha. Seus defensores afirmam que ele é complementar à leitura tradicional e não um concorrente. No aprendizado de línguas, escutar e depois ler o trecho ajuda a memorizar as palavras. Uma outra vantagem do audiolivro é a interpretação

que o narrador dá à obra, seguindo toda a atmosfera criada pelo autor, enriquecida com efeitos sonoros e música. Tudo isso ajuda o ouvinte a entrar mais no clima. No Brasil, há pelo menos dois bons endereços para se comprar os livros falados: VOo l u m e ( w w w . v o o l ume.com.br) e Editora Nossa Cultura (www.nossacultura.com.br). O primeiro é totalmente online: o usuário entra no site, escolhe as diversas categorias e pode ouvir trechos da obra. A compra é feita via cartão de crédito e o usuário faz o download do arquivo. Para rodar o programa, o site recomenda o Windows Media Player 10, embora as versões 7.1 e superiores também sejam compatíveis. Outros requisit o s s ã o : Wi n d o w s XP/2000/98SE, Microsoft Internet Explorer 5.1 ou superior, conexão com internet e direitos administrativos sobre o seu computador. O MacOS não é um sistema compatível. O sistema usa o Windows Media DRM para evitar piratarias. Carlos Ossamu


"TUCANOS VOAM FORA DE HORA" Calar-se, para o governador Lembo (foto) "seria covardia". Então, ele voltou a criticar ontem o PSDB e manteve um bate-boca com o senador ACM. Pág. 5 Paulo Pinto/AE

Ano 81 - Nº 22.138

São Paulo, quarta-feira 31 de maio de 2006

R$ 0,60

Jornal do empreendedor

Edição concluída às 23h50

w w w. d co m e rc i o. co m . b r

Mercado ruge à espera do PIB

É hoje: de olho no imposto no Congresso.

A agitação do início da semana passada voltou, com queda de 4,54% da Bovespa, a maior desde 2004, e dólar em alta de 2,11%. Hoje será conhecido o novo PIB. Eco/5

Empresários entregam no Congresso as 1,560 milhão de assinaturas exigindo transparência nos impostos. Senadores prometem recebê-los muito bem. Eco/1

Fabrice Coffrini/AFP

8 x 0

Japão de Zico assusta alemães

E com valsa

Takahara (foto) marcou 2 a 0. Juiz ajudou Alemanha a empatar. Pág. 12

Quarteto mágico precisa agora ser testado com time mais forte do que o Lucerna. Pág. 12

Leonardo Rodrigues/Hype

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Kimimasa Mayama/Reuters

Albuquerque/AFG

Duelo de gigantes entre as pequenas picapes Acompanhe o desafio entre a Montana Sport (foto), Saveiro Crossover e Strada Adventure. Divulgação/GM

Um passeio pela Catedral, nova atração do Centro revitalizado. Pág. 7 HOJE Parcialmente nublado Máxima 27º C. Mínima 13º C.

AMANHÃ Nublado com chuva Máxima 23º C. Mínima 14º C.

A superfeira da indústria gráfica Caderno especial mostra novidades do setor de impressão


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

1 É justo que os empresários desejem que as notas fiscais mostrem os impostos embutidos. Antônio Carlos Magalhães, senador

DE OLHO NO IMPOSTO

PRESSÃO POPULAR NO CONGRESSO Ed Ferreira/AE

Marcos Peron/Ag. Pixel

H

oje, o caminhão com as 1,564 milhão de assinaturas captadas pelo movimento De Olho no Imposto vai estacionar em frente ao Congresso Nacional. As 35 caixas com as listas de adesões serão entregues por cerca de 200 empresários ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e aos líderes das bancadas do Congresso. Depois de conscientizar os cidadãos sobre a importância da transparência tributária, o próximo desafio da campanha é convencer os parlamentares a aprovar um projeto de lei que estabeleça a obrigatoriedade de as notas fiscais discriminarem o valor dos tributos incidentes no consumo de mercadorias e serviços. Hoje há quase uma dezena de projetos na Câmara dos Deputados pedindo que as notas fiscais ou embalagens dos produtos revelem a carga tributária embutida nas mercadorias. Mas as propostas, em sua maioria, são assinadas por deputados ou ex-deputados federais e estão há muito tempo engavetadas nos gabinetes do Congresso. Desta vez, entretanto, a pressão é popular: são 1,564 milhão de cidadãos em favor do movimento De Olho de Imposto. Somente no Estado de São Paulo, desde 17 de janeiro, a caravana tributária percorreu 500 cidades e avançou para os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia e Rio de Janeiro. Além disso, o projeto de lei deverá ser subscrito pelo próprio presidente do Senado, acompanhado de líderes do Congresso, o que dará ainda mais força à proposta da campanha pela transparência.

Tebet: questão de cidadania

Apoio – Ontem, parlamentares manifestaram apoio à campanha. O senador Ramez Tebet (PMDB-MS), por exemplo, acredita tratar-se de uma questão de cidadania. "Isto é a sociedade tomando conhecimento sobre o que paga de impostos e porque o produto custa determinado valor para poder exercitar um controle sobre o que é arrecadado", afirmou Tebet. Segundo o senador, é possível que a tramitação do projeto seja em regime de urgência, em que não Roosewelt Pinheiro/Ag. Senado

Virgílio: projeto semelhante

são contados alguns prazos para a votação da proposta. Para o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), a Copa do Mundo e eleições podem tornar lenta a tramitação do projeto na Casa. "Mas assim que ele chegar à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, para onde vão os projetos subsidiados por abaixo-assinado, vou encaminhálo para debate", garantiu. Até o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), do governo, apóia a medida. "Sou favorável ao De Olho no Imposto porque o projeto visa a maior transparência sobre o quanto contribuímos para o poder público, seja em nível federal, estadual ou municipal. Assim, depois, poderemos influenciar sobre a maneira como são arrecadados e para onde são destinados esses recursos", disse Suplicy. O líder do PFL no Senado, Antônio Carlos Magalhães (BA), é outro entusiasta da proposta. "Eu acho que é justo que os empresários desejem que as notas fiscais mostrem os impostos embutidos nas mercadorias para que possam justificar seus preços", afirmou. "Além disso, mostrando o quanto o cidadão paga de impostos, ficará muito clara a escorcha do governo federal, sobretudo sobre os produtos de primeira necessidade", disse. No Senado, um projeto semelhante ao que o movimento quer ver aprovado é de autoria de Arthur Virgílio (PSDBAM). Segundo a assessoria de imprensa do senador, o projeto encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça, à espera de emendas e parecer junto com outros dois projetos que tratam do mesmo assunto.

Caravana do De Olho no Imposto percorreu 500 cidades no Estado de São Paulo em busca de assinaturas Marcos Fernandes/LUZ

Tânia Rego/LUZ

Celso Junior/AE

Buarque: promessa para debater

Suplicy: maior transparência

ACM: pedido dos empresários é justo

Sergio Amaral/Ag. Pixel

Laura Ignacio

Banco assume prejuízo de lojistas usual". Ele também afirmou que, "diante da inércia do réu, os comerciantes nada podiam fazer para evitar os danos" e que, portanto, não deveriam ser punidos com a operação. Pela decisão, o Banco Sudameris Brasil deve ressarcir as empresas pelos cheques devolvidos com correção monetária e juros de um ponto percentual ao mês, conforme determinação do novo Código Civil. A ação beneficiou as redes de lojas Têxtil Rossini do Brasil, Khelf Modas, Corpo e Perfume Cosmético, Square Modas e Lady & Perfume Cosméticos. Segundo o advogado e autor do processo, Amilcar Altemani, juntas, as cinco empresas tiveram 26 cheques devolvidos, totalizando R$ 8 mil. O escritório ainda tem mais 15 ações semelhantes em tramitação na Justiça. De acordo com o advogado, o desfecho

Luiz Prado/LUZ

Altamani: prejuízo de R$ 8 mil para as redes de lojas

deverá ser favorável aos comerciantes. "Além dessa primeira decisão, já tivemos três audiências com os bancos que, imediatamente, tentaram fazer acordo para não arcarem, sozinhos, com os prejuízos. O que prova que as instituições estão percebendo que nossa fundamentação jurídica está correta", afirmou Altemani. Para o diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, a decisão é positiva para o comércio e deve ser mantida pela Justiça. "Os bancos precisam ficar atentos às alterações no cadastro de seus correntistas para retransmitir as informações ao Banco Central no momento em que elas ocorrem. Só assim os sistemas de proteção poderão prevenir os comerciantes", disse. Márcia Rodrigues

Divulgação

Solimeo: decisão é positiva para o comércio

O presidente da ACSP, Afif Domingos, em encontro com Calheiros para agendar dia da entrega das adesões

Um Conselho para a nota eletrônica

C

erca de 600 empres á r i o s p a r t i c i p aram, ontem, do Fórum Oficial da Nota Fiscal Eletrônica, realizado pela Associação Brasileira de EBusiness na capital paulista. Eles estão se preparando para usar o novo sistema de emissão do documento fiscal, em que o papel será aposentado – o que deve reduzir custos para as empresas e facilitar a fiscalização tributária pelo governo. Na oportunidade, foi criado o Conselho da Nota Fiscal Eletrônica do Brasil (Confeb), que terá como função facilitar o diálogo entre os usuários e os fiscos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de EBusiness, Richard Lowenthal, no modelo eletrônico da nota há campos em branco – intencionalmente deixados pelas secretarias de Fazenda de Estado – que poderão ser usados para a comunicação de dados entre duas empresas. Entre as informações que deverão ser trocadas, estão o aviso de embarques, a programação de compras e vendas das empresas. "As propostas serão discutidas pelo Conselho e passadas ao Fisco", disse

Divulgação

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juiz Fernando Bueno Mala Giorgi, da 29ª Vara Cível de São Paulo, condenou o Banco Sudameris Brasil S.A. a ressarcir cinco redes de lojas que tiveram cheques devolvidos pela alínea 25 – quando o talonário é extraviado dentro do banco ou durante a postagem para o correntista. O banco ainda pode recorrer da decisão. De acordo com o magistrado, cabe às instituições financeiras informar ao Banco Central (BC) esse tipo de ocorrência para que as informações sejam repassadas aos sistemas de proteção ao crédito (SCPC e Serasa) e, dessa forma, prevenir os lojistas sobre eventuais problemas. Na sentença, o juiz Giorgi ressaltou que "isso não foi feito e os comerciantes nem mesmo puderam saber do ato ilícito em consulta ao banco de dados

Richard Lowenthal vai presidir o novo conselho

o presidente da Associação. Como ocorre em todo início de um processo, os empresários estão com muitas dúvidas. De acordo com Lowenthal, que também foi eleito presidente do Confeb, o fórum recebeu mais de 100 perguntas de empresários. "As dúvidas referem-se aos documentos auxiliares, à validade jurídica, ao canhoto da nota", informou. Para respondê-las, foi criada uma comissão técnica com 150 profissionais da área jurídica, contábil e tecnológica. A comissão terá, ainda, grupos para dar suporte aos usuários de

diferentes setores, como o de alimentação, químico e comércio exterior. E, em junho, será lançado o sitewww.nfe.org.br. Umas das dúvidas entre os empresários participantes do fórum envolvia, também, ataques de hackers. Segundo o diretor da True Access Consulting, Carlos Magno, esses problemas serão afastados com a correta implantação das soluções tecnológicas. Desde o dia 3 de abril, a Wickbold, Volkswagen e Souza Cruz estão emitindo a nota fiscal eletrônica. Em agosto, outras empresas devem aderir. Adriana David


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DCARRO

São Paulo, quarta-feira, 31 de maio de 2006

MERCADO/AUTOINFORME

Volkswagen: a grande vítima Fiat, GM e Ford conseguiram manter participação após a chegadas das novas montadoras ao País durante os anos 90. Só a Volks perdeu. uinze anos após a abertura do mercado, a distribuição das vendas entre as montadoras começa a se cristalizar. Três das quatro grandes mantiveram a sua participação nos mesmos níveis de 1992. A Ford (12,4%) caminha para a recuperação dos 14,2% que tinha no início dos anos 90. Fiat e General Motors apresentaram pequena variação nesse período. A primeira para cima (de 19,7% para 23,6%) e a GM para baixo (de 22,6% para 21,3%). O caminho das "novas" foi penoso, brigando com a desconfiança do consumidor, com o desconhecimento do mercado brasileiro e a falta de estrutura de distribuição. Juntas, as sete montadoras novas fecharam 2005 com uma participação de 16,3%, sendo que quatro delas - Honda, Toyota, Renault e PSA (Peugeot e Citroën) - ficaram com 14,3% da vendas. Mas se Ford, GM e Fiat não perderam, de onde vieram os 16,3% conquistados pelas "novas"? Da outra grande, a Volkswagen, a única perdedora nesse novo contexto do mercado nacional. A marca alemã tinha nada menos do que 37,1% de participação em 1992 e hoje detém 22,3%. A partir do início da década passada, a

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montadora de origem alemã foi perdendo espaço na mesma proporção que as "novas" foram ganhando presença no País. Ford, GM e Fiat seguiram estáveis (com pequenas variações) ao longo dos últimos 13 meses, período durante o qual a Volkswagen perdeu também a liderança de vendas que manteve com tranquilidade até a virada do Século. A marca caiu para a terceira colocação em 2003, quando a liderança ficou com a Fiat e o segundo lugar com a General Motors. No ano seguinte as duas primeiras posições se inverteram, mas a Volks continuou em terceiro, o mesmo que aconteceu em 2005, quando a Fiat retomou o lugar de líder. É a segunda vez que a Volks é vítima da ampliação do mercado brasileiro. Até a metade da década de 1970 a montadora reinava absoluta, com produtos de grandes volumes, como o Fusca. Chegou a ter 57% do mercado brasileiro no início dos anos 70. A Fiat chegou em 1976 e já no ano seguinte conquistou 7,4% de participação, subindo gradativamente nos anos 78/79 até atingir 12,3% em 1980. Esses 12,3% foram tirados quase todos das vendas da Volkswagen, que caiu de 51,5% em 76 para 42,4% naquele ano.

Mercado oferece 593 opções de carros e comerciais leves

pção de compra é o que não falta no mercado de carros novos. No geral, entre nacionais e importados, o consumidor dispõe de 593 alternativas de compra. São carros com as mais diversas configurações: hatch, sedã, utilitário esportivo, perua, minivan, picape (pequena, média, grande), multiuso etc. As configurações mais comuns são o sedã e a hatch. A primeira é responsável por 21,8% e a segunda por 21,4% dos catálogos das montadoras e importadoras. O hatch é o carro de dois volumes, com tampa traseira que dá acesso ao interior do veículo, sem divisão, portanto, entre o habitáculo e o porta-malas. Já o sedã é o chamado "três volumes", por ter o porta-malas em espaço independente. Um segmento que cresceu muito é o

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dos utilitários esportivos, a terceira carroceria com o maior número de ofertas: são 86 opções ou 14,2% no total. A perua já foi o veículo preferido das famílias brasileiras, mas com a chegada das minivans esse tipo de produto perdeu participação no mercado. A oferta de picapes médias é muito grande devido ao elevado número de configurações possíveis: 4x2, 4x4, cabine dupla, cabine simples e ainda as opções de motor a gasolina ou a diesel (7,4% das ofertas são de picapes médias). As minivans são responsáveis por 4,5% dos veículos disponíveis internamente. É uma configuração muito procurada por quem tem família grande. As minivans são veículos monovolumes e não há divisão entre o habitáculo e o espaço para as bagagens.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

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Cidades ALERTA GERAL: GOL MANIA,

Por não pagar impostos, autor da prática pode ser indiciado por crime fiscal. Luiz Flávio Gomes, jurista

Tiago Queiroz/AE

NOVO JOGO DE AZAR NA CIDADE Bicheiros lançam cartela semelhante à raspadinha. Vendida na cidade, promete prêmios que vão de R$ 1 a um carro zero. Quem ganha prêmio em dinheiro pega o valor na banca do bicho. O endereço para receber o carro zero km é um mistério. Marcos Fernandes/Luz

Ivan Ventura

A Juninho, de máscara, mostra onde está a ossada

ACHADA OSSADA QUE PODE SER DE JORNALISTA

U

ma ossada, que pode ser do jornalista Ivandel Godinho Júnior, foi encontrada ontem em um terreno no Capão Redondo, na zona sul, no local indicado pelo seqüestrador Miguel José dos Santos Júnior, o Juninho. As buscas no terreno contaram com o auxílio de uma retroescavadeira. A ossada agora passará por exames no Instituto Médico Legal. O criminoso confessou ter participado do seqüestro do jornalista em 22 de outubro de 2003, e disse que a vítima foi morta três dias depois, a coronhadas, por um comparsa. Por volta das 18h30, a perícia da Polícia Civil permanecia no local. Juninho era o negociador da quadrilha e foi preso na sexta-feira, em Itanhaém, na Baixada Santista. Além de confirmar grande parte do que havia sido contado por Fabiano Pavan Prado, Wilson Moraes Silva e pelo menor G.M.S., presos em janeiro de 2005, Juninho apontou novos caminhos e deu detalhes sobre o seqüestro e a morte do jornalista. Outros dois envolvidos no seqüestro continuam foragidos. Wellington Ricardo da Silva, de 26 anos, o Neneco, e Sidnei Correa, de 22, o Sidnelson, comandavam a quadrilha ao lado de Juninho. Este confessou à polícia participação em mais seis seqüestros. Segundo Juninho, Ivandel foi seqüestrado por três homens, em duas motocicletas, quando deixava a empresa que dirigia – a In Press, na avenida Brigadeiro Faria Lima – em um táxi. Ele foi levado pelo bando em uma das motos. Juninho contou que havia trabalhado como motoboy na empresa de Ivandel e indicou a vítima aos comparsas. Os detalhes sobre a rotina e as posses do jornalista foram colhidos pelo Juninho quando ele ainda era trabalhador. Morte – Segundo Juninho, já no cativeiro, no Jardim Ângela, Ivandel não passou do terceiro dia. Ele tomava medicamentos e não os tinha à mão. Por volta do terceiro dia, teve uma crise nervosa, gritou e brigou com Turu (Wilson Moraes Silva), o único que estava no cativeiro naquele momento. Juninho contou que Turu matou Ivandel com coronhadas de revólver. No início das negociações, os bandidos exigiram R$ 5 milhões de resgate. Meses depois, receberam da família US$ 50 mil. Segundo a Polícia, todos os envolvidos apontam Turu como autor das coronhadas. Ele diz que foi outro do bando, mas confirma que a morte foi a coronhadas. Em janeiro de 2005, a Delegacia Anti Sequestro anunciou ter encontrado a ossada de Ivandel em um campo de futebol no Capão Redondo, zona sul. Dias depois, porém, descobriu que os restos mortais eram de porco e cabrito. Na época, o filho de Ivandel, Hugo Godinho, de 24 anos, disse repudiar a investigação policial. "A polícia foi precipitada, leviana e incompetente, quando disse que Ivandel estava morto". (AE)

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Copa do Mundo voltou a ser tema de mais uma jogatina ilegal em São Paulo. Bicheiros espalhados pelas ruas da Capital criaram, e já estão comercializando, uma cartela intitulada Gol Mania, a puxadinha da sorte!!!. O jogo promete prêmios que variam de R$ 1 a um automóvel zero Volkswagen Gol City, 1.0, duas portas e total flex. As cartelas podem ser encontradas em bancas de jogo de bicho e custam R$ 1. No mês passado, o Diário do Comérciomostrou outro jogo de azar criado às vésperas da Copa. Trata-se do Gol, que vem sendo praticado por ambulantes em ruas da região central da capital. O objetivo do jogo é chutar uma bola, derrubar duas garrafas plásticas de dois litros vazias – separadas a uma distância de pelo menos 30 centímetros – e, por fim, marcar o gol. Nesse caso, a pessoa aposta R$ 1 e pode ganhar R$ 10. Diferentemente do rudimentar jogo dos camelôs, que é realizado por uma única pessoa, a Gol Mania levanta a suspeita de envolvimento de grupos bem organizados, na verdade bicheiros. Num primeiro momento, o jogo assemelhase muito às chamadas raspadinhas – tipo de jogo vendido em casas lotéricas e com a permissão do governo federal. No caso da Gol Mania, o apostador compra o bilhete numa banca de jogo de bicho. O apostador deve então puxar a parte superior da cartela e conferir o número do bilhete. No verso do cartão, o jogador é informado sobre os cinco números que dão os prêmios: 7 (ganha R$ 1), 8 (R$ 2), 9 (R$ 50), 10 (R$ 500) e 11 (o carro). Caso o apostador tire 1, 2, 3, 4, 5 e 6 ele perde. O prêmio é pago na banca de jogo do bicho, com exceção do carro. Caso apareça o ganhador do veículo, o bicheiro revela o local para a retirada. O endereço ainda permanece um mistério. Detalhes – O que chama a atenção nesse tipo de jogo é o próprio bilhete, muito bem confeccionado, nos mínimos detalhes, pelos organizadores. Por exemplo, o criador da proposta teve o cuidado de mencionar que a foto do veículo é meramente ilustrativa, justamente para não ficar estabelecida uma associação da indústria automobilística com o organizador da jogatina. Além disso, há um número de série que permite ao promotor do jogo um controle contra as possíveis falsificações. A cartela ainda contém um dispositivo de segurança (riscos na cor preta dentro do bilhete) contra os chamados "compradores mais espertos", aqueles que colocam o cartão contra a luz para tentar descobrir o número do cartão sem precisar abrilo. Esse dispositivo é utilizado nas cartelas de título de capitalização, tais como a Tele Sena. Outro importante detalhe é o regulamento do jogo. O texto não menciona o local de retirada do prêmio, apenas cita que ele será pago em 48 horas após a apresentação do bilhete premiado. O regulamento ainda explica em que situações o prêmio não será pago. Exemplo: aos portadores de cartelas rasuradas, dilaceradas, rasgadas ou cortadas. Até cartelas com erros de impressão (de responsabilidade do idealizador da cartela) também se tornam motivo para a anulação do cartão. O jurista criminal Luiz Flávio Gomes explicou que o novo jogo de azar que está sendo praticado na cidade é uma contravenção penal, citada no artigo 50 do Código Penal. Segundo ele, o autor da prática pode ser indiciado por crime fiscal, justamente por não pagar impostos. Procurada para se manifestar sobre o jogo de azar, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que não havia encontrado um delegado para comentar o assunto.

A cartela da "Puxadinha da sorte" é rica em detalhes e tem até um dispositivo para evitar falsificação

CRAVINHOS PEDEM MESMO BENEFÍCIO DADO A SUZANE Eles querem aguardar julgamento em casa. Suzane se fecha em apartamento. Vania Delpoio/Diario SP/Agência O Globo

N

o dia seguinte à transferência de Suzane von Richthofen, de 22 anos, do Centro de Ressocialização de Rio Claro para a casa de seu tutor, o advogado Denivaldo Barni, onde ela ficará em prisão domiciliar, a defesa dos irmãos Christian e Daniel Cravinhos ingressou com pedido de extensão do benefício concedido à jovem no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os dois irmãos são réus confessos, junto com Suzane, do assassinato dos pais dela, o casal Manfred e Marísia von Richthofen. O julgamento dos três está marcado para começar na próxima segunda-feira. O pedido de extensão será analisado pelo ministro Nilson Naves. Os advogados dos irmãos Cravinhos argumentam que, como o ministro teria reconhecido que a detenção de Suzane era desnecessária, o mesmo entendimento deve ser estendido aos acusados, "afastando a adoção de dois pesos e duas medidas em detrimento dos acusados". Os irmãos Cravinhos estão presos na Penitenciária João Batista de Arruda Sampaio, em Itirapina, no interior. Eles haviam conseguido a liberdade também por meio de um pedido de extensão em habeascorpus de Suzane, em 8 de novembro de 2005. O Ministério Público de São Paulo pediu novamente a prisão dos irmãos depois que eles deram uma entrevista para uma rádio. A defesa ainda informou

Único movimento no imóvel foi a colocação de uma gaiola na varanda

que, caso seja concedida a prisão domiciliar, os dois ficarão na casa dos pais, na capital. Suzane – A estudante Suzane passou o dia de ontem trancada na casa de Denivaldo Barni. As cortinas da residência ficaram abertas, mas o único movimento registrado foi a colocação de uma gaiola de passarinhos na janela. Em frente ao edifício da rua Nilza Medeiros Martins, 340, na Vila Sônia, zona sul, não havia nenhum tipo de policiamento ostensivo, nem curiosos. Na segunda, ao chegar ao local, vinda de Rio Claro, a jovem

foi recebida por muitas pessoas que se aglomeravam na porta do edifício e a chamavam de "assassina", aos gritos. Suzane, seu namorado Daniel e o irmão dele, Christian Cravinhos, confessaram terem matado Marisia e Manfred a golpes de pauladas, na casa em que a família vivia, no Brooklin. O assassinato aconteceu em outubro de 2002. Os acusados responderão por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, com a utilização de meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. (AE)


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Finanças Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

GOVERNO GASTARÁ R$ 1,4 BILHÃO COM REAJUSTE

160

mil funcionários públicos federais serão beneficiados com aumento de salário.

PLANALTO CRIA AINDA GRUPO PARA DISCUTIR PLANO DE CARGOS E CARREIRA COMUM NOS TRÊS PODERES

SERVIDORES FEDERAIS TÊM REAJUSTE Niels Andreas/AE

O

Palácio do Planalto editou uma medida provisória aumentando o salário de 160 mil servidores do Executivo, a um custo global de R$ 1,4 bilhão só neste ano. Promoveu também a criação de um grupo de trabalho com integrantes do governo, do Congresso e da Justiça para discutir um plano de cargos e salários comum a todos os funcionários públicos, com o objetivo de equiparar os vencimentos nos três Poderes. A MP, assinada na última segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabeleceu reajustes entre 5% e 20% para servidores do Banco Central e dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, da Educação, da Agricultura e da Saúde. No total, o governo dispõe de uma reserva orçamentária de R$ 3 bilhões para atender a todas as carreiras civis do Executivo. Para os militares, deverá ser concedido um aumento de 10% a partir de agosto, com impacto total de R$ 1,2 bilhão. O pacote pré-eleitoral de bondades deverá incluir nos próximos dias mais cinco MPs beneficiando, entre outros,

funcionários da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso dos servidores de apoio que se espalham pela máquina federal, a expectativa do Planalto é conseguir lhes dar até 29% de aumento, uma iniciativa que pode beneficiar até 300 mil trabalhadores. Para discutir a questão dos servidores, Lula se reuniu no Planalto com os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo, do Senado, Renan Calheiros, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie. Coube ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, apresentar gráficos e quadros mostrando as disparidades entre os salários nos três Poderes. Enquanto no Executivo a média fica em R$ 3.742,60, no Legislativo ela é de R$ 10.800,90 e no Judiciário chega a R$ 12.593,80. Preocupação – O presidente disse estar preocupado com o crescimento das despesas de pessoal, principalmente no Congresso e na Justiça, e apontou a necessidade de se encontrar uma forma de equiparar os vencimentos nos Poderes. O grupo de trabalho criado ontem terá representantes do

Situação vence pleito na Previ

A

chapa 1, formada por funcionários do Banco do Brasil ligados à atual diretoria do fundo de pensão do banco, a Previ, venceu com expressiva diferença a eleição da entidade, finalizada na noite de segunda-feira. Foram reconduzidos ao cargo a diretora de Planejamento, Cecília Siqueira, e o diretor de Administração, Francisco Ferreira Alexandre. O membro do Conselho Deliberativo da Pre-

vi, José Ricardo Sasseron, foi escolhido como diretor de Seguridade do fundo de pensão. Além dos três, foram eleitos 16 representantes da chapa 1 para o fundo, sendo dois para o Conselho Deliberativo, dois para o Conselho Fiscal e 12 para o Conselho Consultivo. Maior fundo de pensão do País, a Previ tem patrimônio de R$ 82 bilhões e 161 mil associados, entre aposentados e funcionários ativos. (Reuters)

FALÊNCIA & RECUPERAÇÃO JUDICIAL Conforme informação da Distribuição Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ajuizados no dia 30 de maio de 2006, na Comarca da Capital, os seguintes pedidos de falência e recuperação judicial: Requerente: Auto Posto Sakamoto Ltda. - Requerida: Flávia Ruiz Virtuoso Lubrificantes - ME - Travessa José Zacarias de Jesus, 31 - 1ª Vara de Falências Requerente: Topsports Ventures S/A - Requerida: Imagem Express Propaganda Comércio e Serviços Ltda - Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1.811- sala 511 1ª Vara de Falências

Executivo, do Judiciário, da Câmara e do Senado. Os integrantes, no entanto, ainda não foram indicados nem foi marcada a sua primeira reunião. Segundo o porta-voz do Planalto, André Singer, a proposta do grupo de trabalho é criar "um plano de cargos e salários comum aos três Poderes e que permita a constituição de uma carreira unificada, a mais favorável possível, para que o Brasil tenha um funcionalismo público federal eficiente, valorizado e bem remunerado". Reações – "Trata-se de uma malandragem do presidente Lula, que quer comprometer os três Poderes em uma decisão que onera o País", criticou o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Entre os técnicos do Executivo, há uma interpretação diferente: a estratégia do Planalto seria conter as despesas do Judiciário e do Legislativo, que já cresceram, respectivamente, 104% e 46% acima da inflação desde 1995. No governo, há uma preocupação grande com a disparidade entre os salários e com novos aumentos que venham a ser decididos pelos demais Poderes. (AE)

TST: cálculo de rescisão pode ser feito pela internet

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atrões e empregados já podem saber o valor de rescisões contratuais pela internet. O Sistema de Cálculo Trabalhista Rápido, disponível na página do Tribunal Superior do Trabalho (w ww.ts t.g ov.br ), fornece, em cerca de dois segundos depois da realização do download, valores como aviso prévio, horas extras, 13º salário, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e demais encargos. Já foram registrados aproximadamente 40 mil acessos ao módulo de treinamento do sistema na página do TST na rede. (AE).

Rubens Riba (esq.), dos Auditores-Fiscais de Santos, e Carlos Paz, dos Técnicos: adesão no Porto de Santos

Receita e INSS em greve

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Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal em São Paulo (Unafisco) informou ontem que cerca de 96% dos auditores fiscais aprovaram a manutenção da greve da categoria, durante a assembléia realizada na última quinta-feira. De acordo com a entidade, a paralisação deve continuar por prazo indeterminado, até que seja iniciada a discussão com o governo pela negociação salarial. Os presidentes do Sindicato dos Auditores-Fiscais de Santos, Rubens Riba, e do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita, Carlos Paz de Souza Castro, reafirmaram a decisão dos servidores do Porto de Santos de aderirem à greve. A Receita Federal não se pro-

nunciou sobre a greve, que já dura 28 dias. Apesar da paralisação, o órgão confirmou que ocorrerá hoje, em Mauá, na Grande São Paulo, a destruição de mais de uma tonelada de mercadorias irregulares, o maior volume de produtos piratas e contrabandeados já apreendido pela Receita. INSS – Também ontem, teve início a greve de três dias dos funcionários da Previdência Social, que paralisou por completo 44 das 166 agências e postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Estado de São Paulo. Segundo a superintendência estadual do INSS, as demais unidades funcionam em regime normal ou parcial. A paralisação seria em protesto ao não cumprimento, pelo governo federal, do acordo assi-

nado durante a greve de 2005. Entretanto, o ministro da Previdência Social, Nelson Machado, disse estar surpreso com a greve, pois o governo, desde o início do ano, já reajustou os salários, cumprindo o acordo que terminou com a greve no ano passado. Quanto à reivindicação sobre o plano de carreira da categoria, o ministro disse que, no acordo de 2005, o governo teria até o dia 30 de junho deste ano, podendo prorrogar por mais 30 dias, para apresentar o plano. "Avaliamos que é uma greve injusta, todas as cláusulas que negociamos com as federações foram cumpridas. Estamos empenhados na construção de uma carreira dos servidores da Previdência e do INSS", disse Machado. (Agências)

EUA têm novo secretário do Tesouro

E

ncerrando meses de especulações, o secretário do Tesouro americano John Snow deixou ontem o cargo. Henry Paulson, presidente da

ATAS

Goldman Sachs, foi nomeado pelo presidente George W. Bush para a função. "A economia americana é poderosa, produtiva e próspera e espero trabalhar

com Henry Paulson para mantê-la neste caminho", disse Bush no anúncio. Paulson precisa ser sabatinado e confirmado em votação no Senado. (Reuters)

EDITAL COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP

Mitsui Brasileira Imp. e

Exportação S.A.

CNPJ nº 61.139.697/0001-70 - NIRE 35.300.172.108 ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA 1. Data e Horário: 12/05/06, às 10:00 horas. - Local: Sede Social à Av. Paulista, 1.842 - 23º andar Cetenco Plaza Torre Norte, em São Paulo, SP. 2. Convocação e Quorum: Presentes acionistas representando a totalidade do capital social conforme assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas, dispensada, dessa forma, a publicação de editais de convocação nos termos da faculdade outorgada pelo parágrafo 4º, do artigo 124, da Lei 6.404/76. 3. Mesa Diretora: Presidente Takao Omae; Secretário Atsuo Fujishita. 4. Ordem do Dia: a) Indicação do Sr. Akihisa Kaneko, de nacionalidade japonesa, portador do Passaporte Japonês nº TG8415514, expedido em 28/12/05 para ocupar futuramente o cargo de Diretor de Departamento; b) Outros assuntos de interesse social. 5. Deliberações: Foram aprovados por unanimidade com a abstenção dos legalmente impedidos: 5.1. Quanto ao item “a” da ordem do dia, foi aprovado por unanimidade a indicação do Sr. Akihisa Kaneko, para ocupar futuramente o cargo de Diretor de Departamento da Companhia, devendo ser efetuado oportunamente, na forma da lei e das disposições estatutárias. A efetivação do Sr. Akihisa Kaneko no referido cargo dar-se-á por deliberação a ser adotada pela respectiva Assembléia Geral dos Acionistas a ser convocada para esse fim, após a legalização de sua permanência no país. 5.2. Quanto ao item “b” da ordem do dia, nada foi apresentado para discussão e deliberação. Cumprida, assim, a ordem do dia e nada mais havendo a ser tratado, o Sr. Presidente declarou suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente que lida e aprovada vai assinada por todos os presentes. São Paulo, 12/05/06. aa) Mitsui & Co., Ltd., pp. Takao Omae; Takao Omae; Atsuo Fujishita; Shuichi Matsumoto; Hidehiro Takahashi, pp. Atsuo Fujishita; Nobuhisa Tomoda; Yasushi Nakano; Hitoshi Ueda; Hajime Tonoki, pp. Atsuo Fujishita; Shunsuke Murai, pp. Atsuo Fujishita; Masanao Matsuo; Mitsunobu Takagi, pp. Atsuo Fujishita; Yota Orii, pp. Atsuo Fujishita; Kenta Hori, pp. Atsuo Fujishita; Tamotsu Ishihara, pp. Atsuo Fujishita; Yoshinobu Watanabe; Takuya Saito, pp. Atsuo Fujishita; Tokuji Morimoto, pp. Atsuo Fujishita; Kengo Yagi. Mesa Takao Omae, Presidente e Atsuo Fujishita, Secretário. Esta é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo, 12/05/06. Atsuo Fujishita - Secretário. Visto da Advogada: Mônica Missaka OAB/SP - 131.912. Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. Junta Comercial do Estado de São Paulo. Certifico o registro sob o nº 136.836/06-9 em 24/05/06. Cristiane da Silva F. Corrêa - Secretária Geral.

CNPJ Nº 61.585.220/0001-19 Ata da 320ª Reunião (Extraordinária) do Conselho de Administração, realizada no dia 26.04.2006 Aos 26.04.06 (vinte e seis dias do mês de abril do ano de dois mil e seis), às 16:00 horas, realizou-se a 320ª Reunião (Extraordinária) do Conselho de Administração da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo - Codasp, na sua sede central, situada na Avenida Miguel Estéfano nº 3.900, São Paulo - Capital. Presentes os membros do Conselho Drs. José Bernardo Ortiz, Luiz Orlando de Barros Segala, Neusa Conceição Bongiovanni e José Levi Pereira Montebelo, todos reeleitos na Assembléia Geral Ordinária de Acionistas da Empresa realizada nesta data e empossados em seguida. Para secretariar os trabalhos foi solicitado o comparecimento do Dr. Jayme Menino dos Santos, da Assessoria Jurídica da Companhia. Deu-se início à reunião, para exame e discussão sobre as matérias abaixo. 1. Eleição do Presidente do Conselho de Administração da Codasp (art. 9º, § 2º, do Estatuto Social). Inicialmente foi exposto o que segue, que os Srs. Conselheiros deliberaram fazer consignar em ata, como esclarecimentos e a fim de servirem de subsídios para apreciação e discussão do assunto: 1) conforme constante do preâmbulo, o Conselho ora reunido foi reeleito na Assembléia Geral Ordinária de Acionistas da Codasp realizada nesta data, para novo período de mandato, com vigência até a Assembléia Geral Ordinária que deliberar sobre as demonstrações financeiras do exercício social de 2008; 2) uma vez eleito o Conselho, mister se faz eleger o seu Presidente; 3) dispõe o artigo 9º e seu § 2º do Estatuto Social: “Artigo 9º - O Conselho de Administração compor-se-á de no mínimo 4 (quatro) membros, todos acionistas, eleitos pela Assembléia Geral, nos termos da legislação em vigor.”... “§ 2º - O presidente do Conselho, eleito por este, será o Diretor Presidente da Sociedade.” Feitas essas colocações preliminares, após discussão e considerando o disposto no Estatuto Social, conforme destacado acima, o Colegiado decide reeleger Presidente do Conselho de Administração da Codasp o Dr. José Bernardo Ortiz, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador do documento de identidade RG nº 1.219.260/IFP-RJ, inscrito no CPF/MF sob nº 027.034.758-53, residente e domiciliado na Av. Carlos Pedroso da Silveira nº 2.824 - Bonfim, Taubaté - SP, com sua remuneração fixada conforme as orientações do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - Codec, da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda de São Paulo. 2. Eleição da Diretoria da Codasp (artigo 13, II, do Estatuto Social). Com vistas à eleição da Diretoria da Empresa para novo período de mandato, com vigência até 27/03/2009, primeiramente foi exposto o seguinte, como subsídios para instrução da matéria: 1) tendo em vista as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária de Acionistas da Codasp que haviam sido designadas para a data de hoje, o Sr. Secretário de Agricultura e Abastecimento (Pasta à qual a Codasp é vinculada, nos termos do Decreto Estadual nº 43.142 de 02.06.1998) apresentou ao Sr. SecretárioChefe da Casa Civil sugestão dos nomes para composição do Conselho de Administração e da Diretoria da Empresa, tendo indicado para esta, objetivando a manutenção dos Diretores, os nomes dos Drs. José Bernardo Ortiz para Diretor Presidente, e Anísio Elias da Silva para Diretor de Operações; 2) o Conselho de Defesa dos Capitais do Estado - Codec, da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda de São Paulo, em seu Parecer Codec nº 064/2006, encaminhado à Presidência do Conselho de Administração da Codasp com o Ofício Codec nº 115/2006, ambos datados de hoje, ao pronunciar-se sobre a eleição de membros para integrarem a Diretoria da Codasp, recomendou ao Conselho de Administração considerando que, conforme exposto no citado Parecer, as indicações contaram com a competente autorização da Casa Civil nos termos do Ofício CE nº 229/06-CC de 26.04.2006, dirigido ao Presidente do Codec, com cópia transmitida à Companhia - a eleição do Dr. José Bernardo Ortiz para Diretor Presidente, e do Dr. Anísio Elias da Silva para Diretor de Operações; 3) a par disso, diz o Estatuto Social da Empresa, no seu artigo 9º, § 2º: “O Presidente do Conselho, eleito por este, será o Diretor Presidente da Sociedade.”, e quanto a este aspecto fez referência ao item 1 da presente reunião e ao que ali foi decidido (isto é, a eleição do Dr. José Bernardo Ortiz para Presidente do Conselho de Administração); 4) ainda, conforme disposto no mesmo Estatuto, artigo 13, inciso II, é da competência do Conselho de Administração eleger e destituir os Diretores da Sociedade. Feita essa explanação, o Sr. Presidente procedeu à leitura do já citado Parecer Codec nº 064/2006, colocando em seguida a matéria em discussão, com cópia do Parecer sobre a mesa, à disposição dos demais Srs. Conselheiros. Deliberação: examinado o Parecer, discutido o assunto, o Colegiado, considerando a recomendação havida, conforme constante do Parecer Codec nº 064/2006, e dada a competência que lhe é atribuída por força do disposto no artigo 13, inciso II, do Estatuto Social da Codasp, decidiu reeleger: Diretor Presidente, o Dr. José Bernardo Ortiz, brasileiro, casado, engenheiro civil, portador do documento de identidade RG nº 1.219.260/IFP-RJ, inscrito no CPF/MF sob nº 027.034.758-53, residente e domiciliado na Av. Carlos Pedroso da Silveira nº 2.824 - Bonfim, Taubaté -SP; e Diretor de Operações, o Dr. Anísio Elias da Silva, brasileiro, casado, engenheiro eletricista, portador da carteira de identidade RG nº 10.771.1412/SSP-SP, inscrito no CPF/MF sob nº 130.891.296-04, residente e domiciliado na Rua Carlos Lucas Evangelista nº 436 - Ribeirânia, Ribeirão Preto - SP. Ainda, em consonância com o contido no Parecer Codec nº 064/2006, no Estatuto Social e demais disposições em vigor a respeito, o Conselho deliberou: a) que os Diretores reeleitos cumprirão mandato nos termos do Estatuto Social da empresa; b) que a investidura nos cargos deverá obedecer os requisitos, impedimentos e procedimentos previstos na Lei das Sociedades Anônimas e demais disposições normativas, inclusive no que se refere à entrega da declaração de bens; c) que as suas remunerações serão fixadas conforme orientações do Codec. Os Srs. Diretores reeleitos declararam não estar incursos em nenhum dos crimes previstos em lei que os impeça de exercerem a administração da Empresa. Ficam ratificados os atos praticados pela Diretoria no período de 27/03/2006 a 26/04/2006. Nada mais havendo a ser tratado, foi franqueada a palavra. Como ninguém mais quis fazer uso dela, o Sr. Presidente encerrou a reunião, da qual, para constar, foi lavrada a presente ata, sendo a mesma assinada pelos Srs. Conselheiros e por mim, Jayme Menino dos Santos, convocado para secretariar os trabalhos. São Paulo, 26 de abril de 2006. a) Dr. José Bernardo Ortiz - Dr. Luiz Orlando B. Segala - Sra. Neusa C. Bongiovanni - Dr. José Levi P. Montebelo - Jayme Menino dos Santos. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. a) Jayme Menino dos Santos - Assessoria Jurídica - Advogado - OAB/SP 68.765 - Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o Registro sob o número 145.387/06-9 em 29.05.06. a) Cristiane da Silva. F. Corrêa - Secretária Geral.

COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA DE SÃO PAULO - CODASP

CNPJ 61.585.220/0001-19 PREGÃO (PRESENCIAL) Nº 018/2006 - Contrat. empr. p/forn. (p/h) máqs. e equips. terrapl. - S. J. R. Preto. Sessão 12.6.06 às 9 h. Av. Lineu de Alcântara Gil, 4.877 - S. H. R. Preto. Edital: www.codasp.sp.gov.br. Informações tel. 5077-6586 - Sr. Mário José Bernardo Ortiz - Presidente.

COMUNICADO TELECOM NET S/A LOGÍSTICA DIGITAL, estabelecida à Praça Alpha Centauro, 54, Conj. 03 - Ed Center - Centro Com. Apoio II - Santana de Parnaíba - SP, inscrita no CNPJ sob n º 03.282.579/000110 e no Estado sob nº 623.082.471.110, comunica o extravio das N.Fiscais mod.1 nºs 2661, 2700, 2728, as N.Fiscais mod. 1 nºs 3184, 3186, 3187, 3188, 3189, foram extraviadas somente as 4ªs vias. 30, 31/05 e 01/06

CONVOCAÇÕES

União Brasileira de Vidros S.A. CNPJ/MF nº: 60.837.689/0001-35 - NIRE: 35.300.033.205 Assembléia Geral Extraordinária - Edital de Convocação Ficam convocados os Srs. Acionistas da União Brasileira de Vidros S.A., a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 08 de junho de 2006, às 9:00 horas, na sede da Sociedade, Av. Senador Teotônio Vilela, km 30 - Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, a fim de examinar, discutir e deliberar sobre: a) alteração do artigo 8º do Estatuto Social; b) outros assuntos de interesse da sociedade. São Paulo, 30 de maio de 2006. José Roberto Mendes Freire - Diretor Presidente. (31/05 e 01 e 02/06/2006)


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Polícia Administração Urbanismo Compor tamento

DIÁRIO DO COMÉRCIO

Púlpito iluminado pelo reflexo do sol nos vitrais

Colunas góticas refletem a luz dos vitrais coloridos

Turistas visitam a catedral, nova atração no Centro

A maioria das pessoas entra aqui apenas para uma breve oração. Severino Martins, pároco da catedral da Sé

CATEDRAL DA SÉ QUER SER PÓLO CULTURAL

+ CATEDRAL É NOVA ATRAÇÃO TURÍSTICA Cada vez mais, a igreja recebe visitas monitoradas. Além dos moradores da cidade, chineses e japoneses são os turistas mais assíduos. A catedral da Sé, que pretende ser um pólo cultural, guarda tesouros sacros e históricos.

+ PREFEITO ANUNCIA REURBANIZAÇÃO Uma nova praça da Sé, com canteiros rebaixados, mais limpa e mais segura, deverá ser entregue em janeiro de 2007, no aniversário da cidade. A um custo de R$ 4,1 milhões, as obras de reurbanização tiveram início ontem. Leonardo Rodrigues/Hype

Fotos de Luiz Prado/Luz

Beato: imagem do padre José de Anchieta

quarta-feira, 31 de maio de 2006

Fernando Vieira

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s raios de luz cortam os vitrais, refletindo sobre as altas colunas. Um espetáculo em cores. Azul, verde, amarelo, vermelho e branco se misturam. Ao longo do dia, o efeito colorido se movimenta de um lado para outro, no ritmo do sol. A cena encanta e ganha ares de sobrenatural. Mas não é. Trata-se de um artifício minucioso, bem humano, estrategicamente planejado em sua concepção. Um passeio pela catedral da Sé, no Centro, pode revelar muitos "quase-segredos" escondidos nos detalhes de sua construção e nas curiosidades de sua rotina. Já chega a três mil o número de visitantes durante a semana, entre população circulante da capital e turistas. Grupos da China e do Japão são os mais assíduos. "A maioria apenas entra para uma breve oração, é verdade”, diz o cônego Severino Martins, responsável pela catedral. Mas o movimento vem subindo, desde que a igreja passou a integrar o circuito turístico e educacional de São Paulo, há cerca de um ano. Esse processo de redescoberta da catedral, que À direita, a catedral metropolitana e, à esquerda, cartaz que anuncia a reurbanização da praça da Sé ocupa lugar privil egiado no coração da cidade, trouxe ainda uma novidade: o serviço de visita monitorado. Uma surpresa para a grande maioria das pessoas, mas que já completa um Grupo de turistas chineses na escadaria da Sé ano de existência. “Tem monitor? Não sabia”, diz surpresa a aerov i á r i a paulistana Paula Fernan- Do alto de uma das torres da igreja, vista privilegiada da praça e de sua Rosa dos Ventos des, de 29 anos. om seis meses de atraso, começaUm pequeno papel de aviso em um painel na enram ontem as reformas das praças trada da igreja dá o recado. Tímido, mas valioso. da Sé e da República, dentro do Nele está a proposta de uma imersão nos detalhes projeto de revitalização do Centro. O objeda grandiosa catedral da Sé. tivo é facilitar a circulação de pessoas e meA visita – Paula, que pela segunda vez entra na lhorar o aspecto paisagístico. "As praças tiigreja da Sé, passeia ao lado do marido, o bailarino nham deixado de ser transitáveis", disse o Alexandre Fernandes, de 33 anos, que também subprefeito da Sé e secretário de Coordedesconhecia o projeto turístico. Ambos decidem nação das Subprefeituras, Andrea Matacomprar os bilhetes, que custam R$ 3 por pessoa. razzo. O custo estimado, financiado pelo No início do tour, recebem um folder da catedral Banco Interamericano de Desenvolvi(uma espécie de ficha técnica) que traz dados da mento (BID), é de R$ 7,2 milhões. construção iniciada em 1912, mas descontinuada As praças deverão ser entregues em janos períodos de crise. Por isso, o projeto do arquineiro, mês do aniversário da cidade. O foteto alemão Maximilian Emil Hehl só foi retomaco da reforma na Sé, que vai custar R$ 4,1 do em 1950 e concluído em 1954, com a inaugumilhões, é eliminar os desníveis causados ração na comemoração do Quarto Centenário. pela construção da estação do metrô na déA partir daí, esqueça as datas. O momento é cada de 1970. Estão previstos o rebaixade observar o interior, de perceber os detalhes mento de jardineiras e canteiros suspenque acabam passando em branco, mesmo aos sos e a substituição das escadas por ramolhares mais atentos. “A idéia é chamar a atenpas. A fonte será reativada e o espelho ção para as coisas pequenas, mostrando que tud’água, recuperado. Haverá nova ilumido aqui dentro tem uma razão de ser. Cada denação e o plantio de 94 árvores. talhe foi elaborado com um significado”, expliNa República, onde serão investidos R$ ca a monitora Vera Regina Gomes. 3,1 milhões, o asfalto dos passeios será troO primeiro ponto a ser destacado está no alto cado por lajotas iguais às originais e os candas colunas, onde encontram-se as representateiros, rebaixados ao nível do solo. (AE) ções da fauna e da flora brasileira. Esculpidos nas Casal de turistas na cripta da catedral da Sé pedras estão tatus, tucanos, lagartos e garças, que se repetem pelo ambiente. Milho, café, cacau, ma- em um navio de Milão. Nos fundos do altar- totalmente reformada. Lá embaixo existem 30 racujá , vitória-régia, samambaia, trigo e mamona mor, quinze vitrais nacionais feitos pela Casa câmaras mortuárias, das quais 16 estão ocupasão outros elementos recortados no concreto, que Conrado de São Paulo completam o cenário. das por bispos e arcebispos. Além deles, estão aparecem de forma alternada no topo das pilasAs explicações da monitora ao casal chamam a Tibiriçá, primeiro chefe indígena catequizado tras. “Esta é apenas uma das exceções ao estilo atenção de outras pessoas que circulam pela igre- pelo padre José de Anchieta, e o regente e padre neogótico, atribuído à catedral”, diz Vera. ja. Algumas se encostam para acompanhar. Diogo Antônio Feijó. Muitas das peças que compõem o interior da “Com licença, aquilo ali é feito em ouro?”, perO acesso restrito é justificado pelos atos de catedral vieram da Itália. Entre elas estão 102 es- gunta um rapaz, referindo-se aos mosaicos nos al- vandalismo que marcaram a época de livre tátuas em bronze, 96 painéis em mármore de tares laterais. Atenciosa, Vera responde: “São ape- trânsito no local. Manchas de pichações e danos Carrara, o altar principal, os dois púlpitos, a ca- nas pedras douradas”. E continua: “Os dois mo- nas placas de identificação ainda podem ser pela do Santíssimo, dois mosaicos, a pia batis- saicos laterais vieram de Ravena, na Itália. Um re- percebidos depois dos trabalhos de recuperamal e trinta vitrais, encomendas feitas no início trata Sant' Ana, mãe da virgem Maria. O outro, ção. Por isso, hoje, a cripta só recebe visitas aberda década de 50, em caráter de urgência para São Paulo. Se você olhar bem, vai perceber peque- tas durante celebrações especiais. Mas essa sique, enfim, fosse inaugurada até a data limite. nas imperfeições, porque eles foram trazidos em tuação pode mudar em breve. Verde e amarelo – Apesar de construído em blocos e montados aqui”. No final da explicação, Pólo cultural – Nessa linha de promoção culmaterial importado e por artistas europeus, o al- convidou o rapaz a integrar a visita. Ele declinou, tural e turística da catedral, prepara-se o projeto tar principal revela, contudo, um cuidado com as mas duas outras senhoras se entusiasmaram e fo- Concertos ao Cair da Tarde, que pretende transcores brasileiras. A mesa em mármore amarelo de ram comprar os ingressos. “Estou encantada com formar a cripta em um espaço para encontros de Sena tem sobre ela o crucifixo verde esculpido na a riqueza de detalhes da igreja”, disse a dona-de- corais. “A igreja sempre esteve vinculada à arte e pedra malaquita do Congo, formando um con- casa Victoria Pereira Santana, de 59 anos. nossa proposta é fazer com que a catedral se torne traste verde e amarelo. O ambiente é dedicado a Anchieta – À direita do altar principal, a ima- um pólo de irradiação de cultura”, afirma o Padre Nossa Senhora de Assunção, cuja imagem rodeia gem do beato José de Anchieta, que ocupa lugar Juarez Pedro de Castro, responsável pela idéia. a mesa do altar principal. de destaque num pequeno altar. Ao lado de Santo Em fase final de elaboração, a catedral da Sé busca Logo acima do crucifixo, um móvel aparen- Expedito, há um ano o patrono da cidade ganhou patrocinadores para essa iniciativa. Caso obtenha temente comum esconde o órgão da catedral, endereço permanente na catedral. Hoje, recebe sucesso, o projeto cultural poderá abrir caminho que tem cinco teclados com 61 teclas cada um. orações e pedidos dos devotos. para uma outra atração: os andares superiores da Nas laterais do altar, dez mil tubos prateados O percurso segue para o grand finale, ao qual catedral. A estrutura de acesso ao alto das torres dão a dimensão do instrumento, considerado o apenas quem compra o ingresso tem acesso. está pronta desde 2002. De lá, uma passagem leva maior da América Latina, que veio desmontado Trata-se da cripta, sob o altar principal e que foi ao mirante da cúpula, hoje fechado ao público.

R$ 4,1 MILHÕES PARA MELHORAR A PRAÇA

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quarta-feira, 31 de maio de 2006

Estilo Tr i b u t o s Nacional Empresas

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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INDÚSTRIA TÊXTIL RECLAMA DO REAL VALORIZADO

7,50

dólares é a proposta da Bolívia para o novo preço do gás vendido ao Brasil por milhão de BTU.

Ricardo Stuckert/ABr

PARA GOVERNO, BOLÍVIA JÁ RECUA

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Reunião do setor teve a presença de dirigentes sindicais, empresários e representantes do governo

Empresários do setor têxtil expõem problemas a Lula

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a Texfair, feira de negócios do setor têxtil, os 200 expositores lançam produtos da coleção primavera-verão, itens que estarão nas lojas dentro de dois meses. O evento prossegue até a próxima sexta-feira em Blumenau, Santa Catarina. As tendências se misturam: o que é bom para a casa serve também para uso dos moradores. No estande da Altenburgh, fabricante de artigos de cama, mesa e banho, as recepcionistas exibem vestidos feitos com matelassê, material usado em edredons. As camas parecem prontas para uma festa, arrumadas com cetim, lençóis com cristais Swarosvski e grandes estampas florais com cores quentes. Os brilhos são vistos em saias, blusas e almofadas. Mas quem chamou a atenção no evento foi o ator Marcelo Antony, convidado pela fabricante de roupas infantis

Brandili — ele e o filho Francisco estrelam a campanha da grife. "Ele veio receber uma doação de malhas da Brandili para uma instituição de caridade de São Paulo", contou a gerente de Desenvolvimento da marca, Corina Bernardes. Segundo ela, a campanha deve alavancar em 10% o faturamento da marca no segundo semestre. A presença do ator no estande da Brandili foi um capítulo à parte na Texfair deste ano: as mulheres se engalfinharam por uma foto ou autógrafo. Expansão — A expectativa da 7ª edição da Texfair é receber aproximadamente 30 mil pessoas do Brasil e do exterior, um número 30% maior que o registrado na edição de 2005. A Sulfabril participa da feira com a novidade de uma roupa de dormir que protege contra micróbios e bactérias. "As malhas podem livrar as pessoas dos odores e manchas", afir-

mou o diretor-presidente da empresa, Celso Mário Zipf. Ele disse esperar aumento nas vendas no segundo semestre de até 15%. Zipf reclamou do real valorizado. "Enquanto não houver uma taxa adequada de câmbio, nossas vendas externas estarão comprometidas. No ano passado, as exportações foram responsáveis por 15% do faturamento. Se, neste ano, o índice chegar a 10%, ficaremos satisfeitos", afirmou. No primeiro dia, a feira ficou com os corredores lotados. A comerciante Martina Zucatelli, de Santa Catarina, aproveitou para abastecer sua loja de enxovais. Já o comprador da rede de lojas Pompéia, Alex Maciel, queria acompanhar as tendências. "São 44 unidades no Rio Grande do Sul. Preciso ficar atento ao que vai interessar os consumidores na primavera-verão", afirmou. Neide Martingo, de Blumenau

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

STJ recebe dois pedidos de habeas-corpus para ex-dono do banco Santos Trabalhadores da Volkswagen entram em greve de 24 horas hoje Empresas brasileiras de tecnologia buscam mercado europeu

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Texfair: coleção primavera-verão

A TÉ LOGO

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Refinanciamento – Além de conversarem sobre os problemas do setor têxtil, Skaf reivindicou na reunião que o governo não vete o dispositivo que permite a reabertura do prazo de inscrição das empresas no Refis, o chamado "Refis 3". A área econômica recomendou o veto ao presidente Lula, por considerar que o novo programa de refinanciamento poderia comprometer o cumprimento das metas fiscais. A pressão do empresariado contra o veto de Lula está forte. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ouviu vários apelos no mesmo sentido ontem, quando esteve em visita à Confederação Nacional da Indústria (CNI). (AE)

pendeu as importações de diesel, observou Alvarado. Ele afirmou que o atraso do governo boliviano em efetivar os pagamentos para a Petrobras relativos aos subsídios do diesel pode ter levado o grupo a suspender as importações. O ministro Amorim minimizou as acusações. "Tenho certeza de que a Petrobras não tem nenhum interesse em sabotar suas vendas à Bolívia." Em Buenos Aires, na Argentina, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, ignorou as acusações e avaliou que as negociações caminham "extremamente bem". Mas Rondeau retrucou as declarações do ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, que disse ser uma "loucura" a tentativa brasileira de atingir a auto-suficiência na produção de gás. "Loucura? Posso dizer que o Brasil tem orientação estratégica que o presidente Lula indicou nas primeiras reuniões com a área energética." (AE)

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Rossi afirmou também que o setor foi prejudicado com o acordo entre o Brasil e a China, que teria fixado um volume máximo de exportações têxteis chinesas para o País muito elevado. Por causa dele, as indústrias nacionais não podem ingressar com pedido de salvaguardas contra os chineses. "O governo não mostrou nenhuma sensibilidade com os nossos problemas", queixou-se o presidente do Sinditec. Da audiência com o presidente Lula participam também o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Josué Gomes da Silva, e o presidente da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

ponto de vista de Brasília, esse gesto reforçaria a confiança necessária entre os dois lados nas negociações técnicas. Sabotagem — A Bolívia está acusando a Petrobras de sabotagem depois de a unidade de distribuição do grupo ter interrompido a exportação de diesel para o país e cogita adotar sanções contra a estatal brasileira, informou ontem o viceministro de Comercialização e Industrialização dos Hidrocarbonetos, William Donaire. "Interpreto essa atitude como um ato de sabotagem ao país, não posso entender isso de outra forma", declarou o presidente da estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado. Nos postos de combustível das cidades de La Paz e de Santa Cruz de la Sierra há longas filas para abastecimento. A Petrobras Bolívia de Refinacion, distribuidora do grupo, é só uma das empresas que importam diesel para a Bolívia. Mas foi a única que sus-

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mpresários do setor têxtil estiveram reunidos ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a crise da atividade, que já dura mais de dois anos, provocada pela desvalorização do dólar em relação ao real e pela concorrência com os produtos chineses. O presidente do Sindicato das Tecelagens de Americana e Região (Sinditec) – no interior de São Paulo –, Fábio Beretta Rossi, disse que as 600 empresas da região já fecharam 5 mil postos de trabalho neste ano. O total de empregados caiu de 35 mil para 30 mil, enquanto as exportações encolheram cerca de 30% e as vendas no mercado interno caíram 20%.

anúncio do presidente da Bolívia, Evo Morales, da retirada das tropas que ocupam há 30 dias as unidades da Petrobras foi descrito ontem por Brasília como um recuo, diante da reação que essa atitude provocou no governo brasileiro. Morales ordenou na última segunda-feira às Forças Armadas que desocupassem as instalações. Na avaliação do governo boliviano, não há mais riscos de interrupção das atividades pelas empresas, que, agora, começam a negociar as mudanças para o novo modelo. De acordo com Morales, o Exército terá outras missões a cumprir, à medida que o plano de desenvolvimento e defesa dos recursos naturais avance para outros segmentos. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, relatou que solicitara a retirada das tropas das plantas da Petrobras ao governo boliviano na visita do dia 22. Do

Conclusão de Doha precisa de "coragem política", diz Amorim

Gráficas esperam bater recorde de vendas de figurinhas da Copa


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

10 -.OPINIÃO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

LENTE DE

AUMENTO A DEMOCRATIZAÇÃO DO CONSUMO

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Mudanças cosméticas no câmbio ROBERTO FENDT

O Sérgio Amaral/Ag. Pixel

Consumidores cada vez mais exigentes na periferia, mas frustrados com a qualidade dos serviços públicos.

em três pontos principais: 1. As famílias de baixa renda conseguem cada vez mais aspirar e possuir bens e serviços antes restritos às classes média e alta. Estas comunidades se consolidaram, estimulando novas aspirações e sistemas de distribuição por meio de um vibrante comércio local. 2. Esta democratização do consumo tem sido em parte viabilizada pela expansão do crédito ao consumo que, devido a taxas de juro proibitivas, provoca um preocupante aumento do endividamento das famílias. 3. O baixo investimento em educação ameaça as conquistas e o futuro desenvolvimento destas comunidades. Mas os moradores da periferia estão se tornando consumidores cada vez mais exigentes e frustrados com a qualidade dos serviços públicos, como as escolas de seus filhos. A elite política do país em

JOÃO DE SCANTIMBURGO ESTABILIDADE

grande parte ainda subestima a consciência política desta população e a sua crescente intolerância à educação pública de baixa qualidade. Nos últimos dez anos, as famílias brasileiras de baixa renda passaram a consumir cada vez mais bens e serviços antes exclusivos das classes média e alta. Com o controle da inflação, a urbanização crescente, a expansão do crédito, e o barateamento dos alimentos e da tecnologia, a democratização do consumo é parte de um processo histórico de adaptação que começa a redefinir as fronteiras de classe e status no Brasil e outros países. Mas no Brasil a democratização do consumo

Céllus

s histórias dos moradores da periferia da Grande São Paulo e o progresso de suas comunidades contrastam com as imagens mais divulgadas de miséria, violência e desespero, muitas vezes transmitidas e aceitas por aqueles que raramente ou nunca convivem na periferia. Embora comovam a opinião pública, estes estereótipos só servem para perpetuar políticas paternalistas e programas paliativos, que não geram mais oportunidades de geração de renda e desenvolvimento. Esta análise, a partir dos resultados de nossa pesquisa na periferia junto a 1092 famílias, se concentrará

não veio acompanhada de um crescimento econômico significativo, juros baixos ou políticas públicas e investimentos de longo prazo em educação e geração de renda. Os consumidores emergentes passaram a chamar a atenção da mídia e de grandes empresas, que têm criado departamentos dedicados a desenvolver produtos e estratégias de venda para as classes C, D e A periferia da Grande São Paulo, metrópole de 19,1 milhões de habitantes, lidera a democratização do consumo no Brasil. Mas o potencial desta crescente demanda por bens e serviços ainda é pouco compreendido. TRECHO DA PESQUISA DE PATRICIA MOTA GUEDES E NILSON VIEIRA OLIVEIRA PUBLICADA PELO INSTITUTO FERNAND BRAUDEL HTTP://WWW.BRAUDEL.ORG.BR/ NOVO/PUBLICACOES/ BP/BP39_PT.PDF.

O s emergentes agora chamam atenção

governo parece finalmente ter se dado conta de que as exportações estão perdendo fôlego. Prova disso, o saldo comercial entre janeiro e maio deste ano é menor que o do mesmo período do ano passado. Pudera: depois de três anos de valorização do real seria realmente surpreendente se estivesse ocorrendo o contrário. Para "mostrar serviço", o governo prepara "pacote" de medidas na área cambial. A questão é que o governo insiste em não ver o óbvio: a valorização do real tem pouco a ver com a balança comercial. Não é ela que determina a taxa de câmbio. Para o governo, a oferta de dólares dos exportadores e a demanda de dólares pelos importadores determina a taxa de câmbio. Para a teoria econômica, a taxa de câmbio é o preço que equilibra a demanda e a oferta total de dólares. Ou, o que é a mesma coisa, a demanda e a oferta total de reais. Visto por esse lado, quanto maior a demanda por reais de brasileiros e estrangeiros, em relação à oferta de dólares no mercado, mais se valoriza o real. Ocorre o contrário quando é maior a demanda por dólares em relação à sua oferta. Se assim é, medidas que flexibilizem o mercado de câmbio, embora boas em si mesmas, pouco contribuirão para resolver os problemas de valorização do real. Exemplo desse tipo de medida é a autorização de que os exportadores possam manter depositados no exterior parte da sua receita em dólares. Outras medidas de flexibilização do mercado de câmbio serão também bemvindas, mas deve-se não perder de vista que elas não atacarão as causas da valorização do real. Há uma grande oferta de dólares no mercado brasileiro por duas razões: os preços das matérias-primas que exportamos ainda garantem uma apreciável receita de exportações; mas, principalmente porque investidores estrangeiros demandam reais para investir em títulos da dívida pública brasileira. Esses papéis, como não se cansa de repetir o deputado Delfim Neto aqui neste espaço, continuam muito baratos, comparados com outros de igual risco. Ou, o

que quer dizer a mesma coisa, oferecem um retorno muito superior ao que seria compatível com o nível de risco desses papéis. Embora a demanda por dólares pelos importadores continue crescendo e tenha ocorrido um apreciável volume de remessa de lucros e dividendos com o real valorizado, a oferta total de dólares, relativamente à demanda, ainda é grande o suficiente para impedir a desvalorização do real.

A

entrada de dólares tem a ver tanto com as taxas de juros excessivamente altas no Brasil como com o excesso de liquidez que persiste no mercado internacional. Já se argumentou que o problema hoje tem uma nova origem: a acumulação de petrodólares decorrente da substancial elevação do preço do petróleo – algo parecido com o que aconteceu na década de setenta. Alguém poderia dizer que o problema tende a se resolver sozinho. Por um lado, é possível que estejamos passando pelo pico dos preços das matérias primas. Por outro, o Federal Reserve americano vem elevando as taxas de juros lá e o Banco Central reduzindo as taxas de juros aqui. De fato, a partir de setembro do ano passado, essa tem sido a direção do movimento dos juros nos dois países. No entanto, decorridos nove meses e aos ritmos que os aumentos e reduções dos juros ocorrem, o real persiste valorizado e tudo indica que somente a explosão da "bolha" dos preços das matérias-primas resolveria o problema – obviamente, pelo caminho mais doloroso para nós. Que o ajuste no balanço de pagamentos dos EUA é inevitável, ninguém discute. "Pode ser agora, ou levar dois, três anos, mas é inevitável", como disse Delfim. Se vier agora, as medidas em estudo para o ajuste no câmbio são desnecessárias e inócuas; se demorar muito, o diferencial de juros continuará se reduzindo tão lentamente que, quando finalmente produzir efeitos (desvalorizando-se o câmbio), já teremos perdido desnecessariamente outros tantos anos de crescimento.

A s medidas para o ajuste no câmbio são desnecessárias e inócuas

Estratégias para driblar a instabilidade cambial MOACYR BIGHETTI

Rua Boa Vista, 51 - PABX: 3244-3030 CEP 01014-911 - São Paulo - SP home page: http://www.acsp.com.br e-mail: acsp@acsp.com.br Presidente Guilherme Afif Domingos Vice-Presidentes Alencar Burti, Adhemar Cesar Ribeiro, Alfredo Cotait Neto, Carlos R.P.Monteiro, Diva Helena Furlan, Flávio Gurgel Rocha, Gilberto Kassab, Hélio Nicoletti, João de Almeida Sampaio Filho, Júlio César Bueno, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Marcus Abdo Hadade, Nilton Molina, Renato Abucham, Roberto Mateus Ordine, Rogério Amato, Valmir Madazio e Walter Shindi Iihoshi

Fundado em 1º de julho de 1924 CONSELHO EDITORIAL Guilherme Afif Domingos Benedicto Ferri de Barros, João Carlos Maradei, João de Scantimburgo, Marcel Solimeo, Márcio Aranha e Rogério Amato Diretor-Responsável João de Scantimburgo (jscantimburgo@acsp.com.br) Diretor de Redação Moisés Rabinovici (rabino@acsp.com.br) Editor-Chefe: José Guilherme Rodrigues Ferreira (gferreira@dcomercio.com.br) Chefe de Reportagem: Arthur Rosa (arosa@dcomercio.com.br) Editores Seniores: Alcides Lemos (alcides@dcomercio.com.br), Carlos de Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), Célia Almudena (almudena@dcomercio.com.br), Kléber de Almeida (kleber@dcomercio.com.br), Luiz Octavio Lima, (luizo@dcomercio.com.br), Web, Luiz Antonio Maciel (maciel@dcomercio.com.br), Marino Maradei Jr. (marino@dcomercio.com.br) e Masao Goto Filho (masaog@dcomercio.com.br), fotografia Editores: , Estela Cangerana (ecangerana@dcomercio.com.br), Roseli Lopes (rlopes@dcomercio.com.br) e Ricardo Ribas (rribas@dcomercio.com.br) Repórteres: Ana Laura Diniz, Adriana David, Clarice Chiqueto, Davi Franzon, Dora Carvalho, Heci Regina Candiani, Fernanda Pressinott, Fernando Vieira, Ivan Ventura, Kelly Ferreira, Kety Shapazian, Laura Ignácio, Lúcia Helena de Camargo, Márcia Rodrigues, Neide Martingo, Patrícia Büll, Paula Cunha, Rejane Aguiar, Renato Carbonari Ibelli, Sandra Manfredini, Sergio Leopoldo Rodrigues, Sílvia Pimentel, Teresinha Leite Matos, Tsuli Narimatsu, Vera Gomes e Wladimir Miranda. Superintendente de Marketing e Serviços Roberto Haidar Gerente Comercial Arthur Gebara Jr. (agebara@acsp.com.br) Gerente de Operações José Gonçalves de Faria Filho (jfilho@acsp.com.br) Serviços Editoriais Material noticioso fornecido pelas agências Estado, Globo e Reuters Impressão Diário S. Paulo Assinaturas Anual - R$ 118,00 Semestral - R$ 59,00 Exemplar atrasado - R$ 0,80 REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E PUBLICIDADE Rua Boa Vista, 51, 6º andar CEP 01014-911 PABX (011) 3244-3030 REDAÇÃO (011) 3244-3449 FAX (011) 3244-3046 Tiragem média diária de 25.646 exemplares, conforme auditoria realizada na semana de 13 a 17 de junho de 2005

Auditado pela

V

imos nos últimos tempos produtores de soja fechando as estradas do País reivindicando uma taxa de câmbio com dólar mais alto para o setor. Os produtores de calçados do País, que também passam por um momento difícil, com muitas demissões, também têm uma reivindicação semelhante. Estes dois setores contribuíram significativamente para a balança comercial brasileira nos anos anteriores e são responsáveis por desenvolvimento e empregos. O setor do agronegócio, de forma geral, responde por uma grande parcela do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, e embora nunca tenha recebido a devida atenção do governo, que não tem uma política agrícola, foi fator de desenvolvimento de novas regiões, e responsável por manter o crescimento do País em momentos onde a atividade interna estava estagnada. A soja foi também uma das responsáveis pelo bom desempenho das exportações nos últimos anos e muitos produtores investiram em suas propriedades para aumentar produtividade e produção. O Brasil é um dos principais produtores mundiais deste produto e grande exportador. O setor calçadista também contribuiu para o bom desempenho das exportações e, ao contrário da soja, é um produto com valor agregado, onde exportamos, além do couro brasileiro, design, conhecimento e tecnologia.

Há produtores de soja abandonando a produção no campo, pois fica mais cara a colheita do que o preço recebido pelo produto. No caso da soja, o preço é fixado internacionalmente em dólar. Já o sapato não tem seu preço fixado em bolsa, mas não podemos competir com nossos concorrentes internacionais com um dólar tão desvalorizado, e assim como os produtores de soja abandonam colheitas no campo, os fabricantes de sapato fecham postos de trabalho, pois não têm mercado para seu produto neste preço.

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ma coisa é “câmbio flutuante”, outra é ausência total de políticas cambiais inseridas em uma política de exportações. Não acredito que o governo adotará um valor de dólar para setores específicos, como forma de subsidiá-los, assim como querem o setor calçadista e os produtores de soja, tampouco acredito que isso seja uma saída. Temos que mudar as estratégias empresariais e a forma de agir comercialmente. Empresas que possuem estratégia de exportação de longo prazo e passaram a ter controle das políticas de preço e de marketing de seus produtos no exterior estão menos sujeitas às alterações cambiais, se tornando mais competitivas. MOACYR BIGHETTI É DIRETOR DA BRASIL-EXPORT.

P olíticas de preço e marketing no exterior compensam falta de política cambial

NO EMPREGO política social de Getúlio Vargas, iniciada com a vitória da Revolução de 30, introduziu na legislação a estabilidade no emprego, adquirida ao empregado quando completasse 10 anos de trabalho na empresa. Esse dispositivo não caiu bem no universo empresarial brasileiro e acabou sendo desvirtuado pelos próprios interessados, que não o cultivaram com a dedicação psicológica e social necessárias. Com a Revolução de 64, proposição de Roberto Campos incidiu sobre esse dispositivo e criou o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, em vigor até hoje, sem a extensão do dispositivo anterior. Como acentuei no artigo anterior, os economistas liberais não acreditam no pleno emprego, a menos que seja adotado como política de Estado. Mas os trabalhadores brasileiros têm reivindicado a estabilidade no emprego como garantia de manutenção da família e a educação dos filhos.

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Os comunistas europeus pretendem voltar com um programa da estabilidade no emprego como bandeira emos, então, forças que se equivalem, mas que não atuam no mesmo plano, e essa reivindicação dos trabalhadores não é atendida, principalmente por ter institutos legais amparando a decisão contrária, embora sem neutralizar o impacto do desemprego na vida de cada desempregado. Não sei se a estabilidade no emprego virá a prevalecer um dia, depois de uma reforma completa nos usos e costumes sociais e econômicos. Forças há que lutam pela estabilidade - por exemplo, a Igreja -, mas como política de extensão a totalidade dos trabalhadores está muito longe de alcançar a sua finalidade. Concluindo, direi que os comunistas europeus pretendem voltar à atividade com um programa de estabilidade no emprego como bandeira, e bandeira vermelha. Mas até lá muitas voltas esta Terra dará até corresponder a este novo sonho das extremas esquerdas, que estão vivendo bem no regime liberal.

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JOÃO DE SCANTIMBURGO É MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS JSCANTIMBURGO@ACSP.COM.BR


quarta-feira, 31 de maio de 2006

Compor tamento Ambiente Polícia Urbanismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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BOMBEIRO JOÃO ALBERTO DA COSTA FOI MORTO NO DIA 13

Morreu segunda-feira, aos 13 anos, Kat Schürmann, a caçula da família brasileira que deu a volta ao mundo duas vezes num barco. Clique em www.dcomercio.com.br/ canais/cidades_index.htm

Leonardo Soares/Parceiro/Agência O Globo

DESMANCHE Polícia descobre em Itu (SP) desmanche de automóveis que operava com linha de produção. No local, uma chácara na zona rural do município, eram desmontados de dois a três carros/dia.

Carlos Santos de Portugal, o Nego Peba, foi preso ontem na Sé

PRESOS TRÊS ACUSADOS DE MATAR BOMBEIRO Eles estavam em uma pensão na Sé e confessaram participação no ataque à corporação

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Polícia prendeu ontem mais três pessoas acusadas de participar do ataque a uma unidade dos bombeiros na Luz, no Centro, no último dia 13, durante os tumultos atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). No atentado, foi morto o bombeiro João Alberto da Costa. Foram presos Carlos Santos de Portugal, de 30 anos, o Nego Peba, Alex Gaspar Cavalheiro, de 27 anos, e Vânia Marques. Os três estavam numa pensão na região da Sé e foram descobertos por meio de denúncia. A polícia já havia prendido, há alguns dias, Eduardo Aparecido Vasconcelos, o Mascote, e a peruana Juliana Custódio, em Piracicaba. Os dois também estariam envolvidos no ataque aos bombeiros. Juliana teria dito, inclusive, que era membro Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os presos admitiram a participação no ataque ao posto dos bombeiros, mas nenhum assume a responsabilidade pelo tiro dado em João Alberto. Além de celulares, a polícia aprendeu com os presos um revólver 38, o mesmo calibre que matou o bombeiro. A arma agora vai ser examinada. Mascote e Juliana disseram que não queriam atacar a unidade dos bombeiros, mas que os demais integrantes resolveram prosseguir com a ação. Todos admitiram que a ordem partiu do PCC. Varas – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu ontem recomendar a todos os tribunais estaduais e federais do País que criem varas especializadas no combate ao crime organizado. Presente à sessão na qual a proposta foi aprovada por unanimidade, o presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado federal Moroni Torgan, disse acreditar que quase todos os tribunais seguirão a recomendação. "Tenho certeza que a vontade de todos os Tribunais é mostrar ao crime organizado que estão prontos para enfrentá-lo", afirmou o deputado.

GIr Agendas da Associação e das distritais

P re s íd io s – O Governo de São Paulo gastará pelo menos R$ 40 milhões para reconstruir as prisões destruídas nas rebeliões em maio. Até o final da tarde de ontem, engenheiros e técnicos da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) orçaram em mais de R$ 38 milhões os custos com as obra em 16 presídios do interior, mas os números podem ultrapassar os R$ 50 milhões. O cálculo total ficará pronto até o fim de semana, pois ainda não foram concluídas as vistorias nas 74 unidades atingidas. Pelos números parciais, nove presídios foram destruídos. Os maiores estragos foram na Penitenciária de Valparaíso, com rebelião durou de 10 a 13 de maio. Lá, deverão ser gastos R$ 6,3 milhões, mais de 50% do total que o governo gastou (R$ 12 milhões) para construir o presídio, há oito anos. As obras da Penitenciária 1 de Avaré, que estava sendo reformada, foram orçadas em R$ 6,2 milhões e as da P-2 de Pirajuí, em R$ 6,1 milhões. Outra penitenciária destruída foi a de Araraquara, cujo orçamento deverá chegar a R$ 5 milhões. Em Ribeirão Preto serão gastos R$ 3,3 milhões, o mesmo valor orçado para reforma da unidade de Pacaembu. Já as obras do CDP de Campinas foram orçadas em R$ 2,9 milhões e as de Hortolândia, em R$ 3,3 milhões. As de Irapuru, em R$ 1,6 milhão; e as de Presidente Prudente, em R$ 1, 3 milhão. Para reconstruir esses presídios a SAP está superlotando outras unidades. Os 1.118 detentos de Valparaíso, que tem capacidade para 792 detentos, foram para outros presídios. Em Araraquarara, com capacidade para 750 detentos, a destruição do Anexo de Detenção Provisória fez com que 568 detentos tivessem de se juntar a outros 1.095. Na Penitenciária de Pacaembu há 1.200 detentos soltos, para uma capacidade de 792 homens. A superlotação facilita fugas, como as registradas em Valparaíso, Pacaembu e Pirajuí, onde mais de 40 detentos já fugiram. (Agências)

Hoje I Ipiranga - A distrital realiza

reunião e palestra ministrada pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado Ademir de Carvalho Benedito, com o tema Novas perspectivas do Poder Judiciário no Estado de São Paulo. Às 19h30.

Ó RBITA

DROGA

VIRACOPOS

oliciais federais prenderam em flagrante a holandesa Claudine Van Wyngaarden, de 23 anos, quando tentava embarcar com dois quilos de cocaína para Lisboa, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica. Os agentes desconfiaram da estrangeira pela forma estranha como ela caminhava na fila de embarque. Na revista foram encontrados dois quilos de cocaína enrolados em meias elásticas que estavam presas com fitas adesivas nas pernas de Claudine.(AE)

a madrugada de ontem, pelo menos dez homens armados invadiram o terminal de cargas da TAM em Viracopos. Os bandidos levaram quase todas as mercadorias que estavam no local. Segundo a TAM, os produtos estão segurados e os clientes não terão prejuízo. Este foi o segundo assalto ao terminal da TAM em 35 dias. O levantamento do que foi roubado ainda não havia sido feito até o fim da tarde de ontem, porque os ladrões levaram os computadores da empresa. (AE)

P

N

PRISÕES EM CAMPO GRANDE Foi preso em Campo Grande mais um grupo ligado ao PCC. A quadrilha é responsável pelo assassinato do advogado criminalista e ex-vereador William Macksoud, em 5 de abril.

INDISCIPLINA

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Coordenadoria das Unidades Prisionais da Região Oeste do Estado de São Paulo abriu sindicância para apurar atos de indisciplina cometidos pelos detentos do Centro de Readaptação Penitenciário (CRP) de Presidente Bernardes, na revista feita dia 22. Entre eles está Marcos Camacho, o Marcola, apontado como principal líder do PCC. A revista foi filmada pela coordenadoria e divulgada pela imprensa. Os detentos considerados culpados vão perder regalias. (AE)

PIRATARIA

A

Receita Federal vai destruir hoje, às 10h, em Mauá, mais de uma tonelada de mercadorias apreendidas durante operações contra a pirataria, contrabando e descaminho. O evento destruirá o maior número de mercadorias irregulares da história do País. Serão inutilizadas 1.100 toneladas, entre máquinas caça-níqueis e produtos piratas, tais como: cigarros, brinquedos, perfumes, objetos de toucador, óculos, bolsas, mochilas, autopeças, bebidas, DVD e CD. (AE)


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Nacional Finanças Empresas Tr i b u t o s

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

A Subway regionalizou a gestão do fundo de propaganda da rede de franquias da marca.

MARCA É PRINCIPAL APELO NAS FRANQUIAS

PESQUISA DA CETELEM-IPSOS MOSTRA QUE SONHO DE CONSUMO DA CLASSE C É IGUAL AO DAS CLASSES A e B

CLASSES DIFERENTES, DESEJO IGUAL A 90

pretensão de compra da classe C é cada vez mais parecida com a das classes A e B, segundo pesquisa divulgada ontem pela Cetelem, empresa líder na concessão de crédito na Europa, feita em parceria com o Instituto Ipsos. O levantamento, que partiu de entrevistas com 1,2 mil pessoas em 70 cidades em novembro e dezembro de 2005, mostra que o percentual de entrevistados com intenção de comprar eletroeletrônicos e móveis, neste ano, é tecnicamente igual entre as classes. A intenção de adquirir móveis surgiu em 37% das entrevistas em todas a camadas sociais, e os eletroeletrônicos, em 40% das pessoas das classes A e B e em 37% da classe C. Para Georges Régimbeau, diretor-geral da Cetelem no Brasil, essa característica do padrão de compra é uma evolução natural do mercado. "Como em 90% dos lares brasileiros já há eletroeletrônicos básicos, a tendência é buscar equipamentos mais sofisticados", disse. Ele citou a TV de plasma e o aparelho de DVD como objetos pretendidos pela classe C. "Como o poder de compra dessa camada é menor, o crédito tem importância fundamental para tornar real o sonho de consumo dessa população", explicou Régimbeau. TV de plasma – O especialista em manutenção hospitalar Gilberto Edgar se encaixa nesse perfil. Ele tinha a intenção de

Newton Santos/Hype

por cento dos lares brasileiros possuem eletroeletrônicos básicos. Por isso a tendência é buscar equipamentos mais sofisticados. comprar uma TV de plasma, que acabou substituída por uma de tela plana de 21 polegadas, parcelada em 12 vezes. "Preciso comprar uma nova máquina de lavar roupas, microondas e geladeira, que orcei em R$ 4,5 mil. Por isso, a TV de plasma vai ter de esperar", disse, enquanto olhava a vitrine do hipermercado Extra. Se, nos últimos anos, a venda do setor de eletroeletrônicos cresceu mais que outros setores, a previsão de Régimbeau para 2007 é a de um boom

do setor de móveis. "Primeiro a população se equipa de eletroeletrônicos, depois vai atrás de móveis", disse o executivo. Demais – Já a intenção de compra das classes D e E se volta para aparelhos de DVD e TV de tela plana, tendências mais evidente no Sul e Sudeste do País. Entretanto, como esse público, segundo a pesquisa, fica no vermelho no final do mês (em média, R$ 16,50 negativos), não há possibilidade de tomar crédito, fator que empurra o consumo. Aqui, na opinião de Régimbeau, o crédito teria de ser gerador de receita, como é o microcrédito. "O crédito produtivo possibilitaria, por exemplo, que uma costureira comprasse uma outra máquina de costura para gerar mais receita." Gastos – A pesquisa mostra, ainda, que a soma dos gastos essenciais do brasileiro é de R$ 512,59 mensais. Os gastos com supermercado são os mais representativos entre os essenciais (R$ 298,61), seguidos por energia elétrica (R$ 61,67) e medicamentos (R$ 34,79). Renato Carbonari Ibelli

Gilberto Edgar: no lugar da TV de plasma, uma de tela plana, com a intenção de substituir eletroeletrônicos antigos de casa

Empresa terá cartão de crédito online

A

Cetelem realizou uma joint venture com a loja virtual Submarino para oferecer financiamento aos clientes do site. O primeiro passo será o lançamento de um cartão de crédito para uso online, projetado para atingir 1 milhão de pessoas em cinco anos. Os cartões começarão a ser distribuídos no terceiro trimestre deste ano. O passo se-

guinte da parceria será criar uma financeira online, que oferecerá outros produtos, como crédito direto ao consumidor. No Brasil, ainda não existe financiamento pela internet, considerada uma ferramenta importante dos varejos europeu e norte-americano. Cerca de 15% das operações financeiras realizadas pela Cetelem nos 25 países em que atua são originadas pela internet.

Dificuldades – Uma dificuldade para o crescimento do crédito online, que é igual à enfrentada pelo varejo pela internet, segundo a pesquisa divulgada ontem pela Cetelem, é o pequeno número de usuários conectados à rede. Segundo a pesquisa, a média de acesso à internet no Brasil é de 24% da população, enquanto em países europeus essa média chega a 54%. (RCI)

Pequeno varejo está em alta

O

faturamento real das micros e pequenas empresas do varejo paulista aumentou 8,6% no primeiro trimestre de 2006, na comparação com os três primeiros meses de 2005, conforme a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV), divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). A entidade constatou que o desempenho no acumulado do trimestre foi superior ao ritmo econômico geral, já que trabalha com crescimento estimado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 3% para 2006. Esse comportamento, se-

gundo a Fecomercio-SP, pode ser atribuído ao desempenho de dois segmentos: Vestuário, Tecidos e Calçados, cujo faturamento real registrou alta de 22,7%; e Alimentos e Bebidas, com alta de 12,2%. Os demais fecharam em queda: Autopeças e Acessórios (-16,4%), Farmácias e Perfumarias (-15%), Materiais de Construção (-9%), Eletroeletrônicos (-3%) e Móveis e Decorações (-0,9%). De acordo com o presidente da Fecomercio-SP, Abram Szajman, não são esperadas mudanças no quadro macroeconômico no curto prazo. A expectativa da entidade é de que o crédito aos consumidores continue em expansão, a infla-

ção se mantenha em queda e o dólar permaneça mais valorizado do que em 2005. Março – Em março, houve alta de 7,6% sobre o mesmo período do ano passado, com base na coleta de dados de 600 empresas paulistas. No desempenho por segmentos, a Fecomercio-SP destacou que o comportamento de Vestuário, Tecidos e Calçados foi influenciado pela expansão do crédito, cerca de 15% somente em 2005, e da renda real, que tende a crescer até 3% em 2006, segundo estimativas da entidade. Em março, as vendas do segmento registraram aumento de 19,8% ante igual mês de 2005. (AE)

Propaganda é pedra das franquias

D

eixar de ter patrão e estar à frente de um negócio próprio é um sonho recorrente da população. É também um dos motivos pelos quais o sistema de franchising não pára de crescer no Brasil. Empresários que já trilharam esse caminho, comprando ou vendendo franquias, destacam a força da marca, ou seu reforço, entre os aspectos mais relevantes dessas operações em rede. O relacionamento franqueado-franqueador, no entanto, nem sempre é consensual, aponta pesquisa sobre o tema realizada pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA-USP). O marketing, segundo o estudo, é o ponto mais crítico dessa relação: quase 40% dos franqueados entrevistados mostraram-se insatisfeitos com o apoio do franqueador na implementação do marketing local, explica Patrícia Vance, que divide a coordenação da pesquisa com Marcos Luppe. A definição dessas ações e a gestão dos recursos do fundo de publicidade e propaganda – formado por contribuições de toda a rede – estão entre os itens sob responsabilidade do franqueador que mais geram insatisfação entre empreendedores que operam franquias. Retorno – Em geral, operações regidas pelo franchising demandam pagamento mensal de taxa de propaganda (para um fundo coletivo), além de

royalties, que é a contrapartida por serviços oferecidos pelo dono da marca. Esses, afirma Patrícia, não chegaram a ter grande peso na insatisfação. Habituada a essas discussões, pela atuação de 20 anos como consultora jurídica do ramo, Melitha Prado ratifica que a pesquisa reflete um conflito ainda comum nas redes. A decisão mais inteligente, segundo ela, seria o franqueador estimular a formação de um conselho de franqueados para que a rede participe das decisões. A pesquisa do Provar aponta que 60% dos franqueadores mantêm conselhos, mas apenas 50% deles tomam decisões junto com os franqueados. "O franqueador tem que agir com muita transparência", recomenda Melitha. Isso inclui prestação de contas e ouvir sugestões dos franqueados. Na questão específica do marketing, vale ainda o bom senso. Uma loja mais isolada às vezes demanda ações pontuais. "A

grande idéia em ter uma rede é não querer decidir tudo sozinho", afirma Melitha. Gestão regional – Para a norte-americana Subway a solução, em sua segunda incursão no Brasil, foi regionalizar a gestão do fundo de propaganda, explica Frederico Lanat Pereira, diretor local da empresa. Ele foi franqueado da rede, em sua primeira incursão, quando a propaganda era apenas um dos problemas. "Pagávamos, mas nunca tivemos", lembra. O sumiço do master-franqueado foi a gota-dágua. Hoje, segundo Pereira, a marca tem 53 lojas em operação, mais 42 vendidas e estréia campanha publicitária em canal fechado a partir do dia 1º de junho. Fátima Lourenço

SERVIÇO ABF Franchising Expo, de 7 a 10 de junho, no ITM Expo, na Avenida Engenheiro Roberto Zuccolo, 555, em São Paulo.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

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Política

Jamais faria uma coisa dessas (me eleger pelo PRB e ir para o PMDB). Vice-presidente José Alencar

LULA SE REÚNE HOJE COM QUÉRCIA PARA DIZER QUE GOSTARIA MUITO DE UM VICE DO PMDB. Alan Marques/Folha Imagem

Paulo Liebert/AE/10/05/2006

JEFFERSON VOLTA À CARGA. E DIZ QUE PT E PSDB TÊM MEDO DE DANTAS.

PSDB PROCESSA PT POR FOLHETO QUE DIZ: 'LULA É SHOW DE BOLA'.

O ex-deputado Roberto Jefferson fez um balanço positivo do resultado das denúncias que fez há um ano, determinantes para a formação de CPIs e para a cassação do deputado José Dirceu. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira, ele opinou sobre a decisão do Congresso que inocentou 11 deputados. "A cassação por meio do voto popular é a mais justa", frisou. Demonstrando certa amargura, afirmou que houve um acordo entre o governo e a oposição para evitar as cassações. E voltou a preservar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, conseguiu se "descolar do PT". Mas, demonstrando certa contradição, afirmou que o presidente esteve muito perto de um impeachment. "Eu creio sinceramente que o presidente Lula não participou desse esquema do PT. Era uma coisa mais do José Dirceu, Antônio Palocci, Luiz Gushiken, José Genoíno, Silvinho Pereira e do Delúbio Soares. E ele se surpreendeu realmente com isso", sustentou Jefferson . "Eu não mantive com o presidente nenhum diálogo que pudesse me permitir nenhuma acusação contra ele". Referindose às últimas pesquisas eleitorais para a Presidência da República, disse que "o povo percebeu que o presidente Lula foi traído pelo PT e se descolou muito do PT". O deputado cassado, no entanto, não poupou o presidente de críticas indiretas. "A meu ver, o presidente peca por omissão. O núcleo duro dele está todo envolvido em irregularidade de financiamento partidário", alfinetou. "Ele (Lula) não gosta de administrar, é mais assim um chefe de Estado." Dantas– Jefferson disse que foi procurado por um advogado do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, para fazer denúncias contra o PT. O contato foi feito no ano passado, quando ele denunciou a existência do mensalão, pago pelo governo aos deputados federais em troca de apoio nas votações do Congresso. "Na época das denúncias, fui procurado por um advogado dele (Dantas), por intermédio de uma deputada, querendo um encontro e dizendo que ele queria me municiar, me dar documentos para colocar à opinião pública", afirmou . Jefferson afirmou que não aceitou o suposto convite. E afirmou não saber que documentos eram esses. "Eu disse que não queria. Ia levar minha luta pelo que eu sabia e tinha vivenciado", afirmou. Na entrevista, Jefferson também comentou o temor que Dantas provocaria tanto entre políticos do governo Lula quanto do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Ele (Dantas) deve ter alguma relação que permita a ele ameaçar tanto a oposição quanto o governo", disse. Dantas acusa o governo Lula de ter cobrado cerca de US$ 50 milhões em propina do seu banco. Segundo o ex-presidente do PTB, foi feito "um acordão entre PSDB, PFL e PT" para impedir a convocação de Dantas na CPI dos Bingos, em 23 de maio. O acordo, segundo ele, foi feito para livrar o governo atual e o anterior das denúncias do banqueiro. "Ele vem de participações recentes nas privatizações, nos fundos de pensão e atualmente na estrutura de relacionamento com o PT", afirmou. Na entrevista, Jefferson admitiu: "Eu sempre tive caixa dois". Perguntado se os seus dois filhos, que concorrem nas eleições de outubro, utilizariam o mesmo estratagema, ele negou. "Não vou fazer isso com eles. Com eles vou ter um cuidado muito grande". (Agências)

O PSDB entrará com uma representação na Justiça eleitoral contra o PT, por causa do folheto distribuído pela legenda com uma tabela dos jogos do Brasil na Copa do Mundo de futebol, acompanhada de elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e referências à reeleição. O folheto apócrifo, intitulado "Lula é show de bola", foi distribuído na segunda-feira, durante uma reunião preparatória para a campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo. De acordo com a direção nacional do PSDB, a representação já está pronta, mas ainda falta o partido conseguir uma cópia do panfleto. Diz o texto: "Na Copa do Mundo, já temos o melhor time. Nossa parte é torcer e ver a seleção jogando prá frente. Agora, quando o assunto é o nosso País, quem escala o time é a gente. E o Brasil não pode andar prá trás. O povo sabe: Lula de novo é continuar construindo um futuro." A campanha eleitoral começa em 6 de julho e a punição prevista é o pagamento de multa.

Lula tem um encontro hoje com PT, PSB e PCdoB para fechar uma aliança.

Quércia, também assediado pelo PSDB, espera uma boa proposta do PT.

A ROTA DE LULA ATÉ O PMDB

O

presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra hoje com o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia para discutir o apoio do PMDB à sua candidatura à reeleição. Lula dirá a Quércia que seu desejo é contar com um vice indicado pelo PMDB, seja ele do partido, numa coligação formal, ou um terceiro, patrocinado informalmente pelo partido, como o atual vice-presidente José Alencar. O encontro será às 11h no Palácio do Planalto. Adiantado nas negociações para a campanha da reeleição, o Lula se reuniu ontem com o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, para acertar o discurso do encontro com Quércia. Ainda hoje, o presidente poderá participar de outro encontro com dirigentes do PT, PSB e PCdoB para fechar a aliança formal da reeleição. Sobre o PMDB, a meta de Lula é contar com pelo menos 70% do

partido na sua campanha. "O presidente Lula tem uma predileção por um vice do PMDB. Se o PMDB não entrar num coligação devido à divisão interna, mas apoiá-lo desde o primeiro turno, ele vai ter o direito de discutir o vice", confirmou um um interlocutor do presidente envolvido nas negociações com os partidos. Troca de partido – Pelas negociações em curso, a proposta é de o PMDB apostar na manutenção de Alencar como vice, com a promessa de que em 2007 ele trocar o seu pequeno PRB pelo PMDB. Mas o vicepresidente José Alencar negou que poderá se transferir para o PMDB. Alencar afirmou que ainda não tratou do assunto com o presidente Lula e explica que o presidente não poderia escolher seu vice antes de anunciar publicamente que será candidato à reeleição. "Jamais faria uma coisa dessas (me eleger pelo PRB e ir para o PMDB). O PMDB foi meu pri-

meiro partido e não saiu do meu coração. Mas o próprio PMDB ficaria decepcionado se isso fosse verdade", disse. Para conquistar o apoio de Quércia, que sempre defendeu uma candidatura própria no partido, Lula terá que dobrar o PT de São Paulo, que não abre mão de candidaturas próprias ao governo e ao Senado. Senado – O PT chegou a estudar a possibilidade de apoiar Quércia ao Senado, mas preferiu confirmar a reeleição de Eduardo Suplicy. Ontem, os governistas do PMDB se recusaram a fazer novos comentários sobre a oferta feita pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, de que eles poderiam indicar um vice da chapa mesmo sem participar da coligação da reeleição. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), falava em cautela nas negociações. "Temos que ter habilidade e garantir as condições que permitiram

unir gregos e troianos contra a candidatura própria." Enquanto isso, os líderes e dirigentes do PSB já não acreditam mais na escolha do exministro da Integração Nacional Ciro Gomes para compor a chapa com o presidente Lula. Além da oposição dos petistas, que vêem em Ciro um potencial candidato nas eleições presidenciais de 2010, os socialistas concluíram, por razões de pragmatismo eleitoral, que esta não é a melhor alternativa. "O presidente Lula precisa de um vice que seja representante do Sudeste e do Sul. E nesse aspecto o vice José Alencar, que é de Minas Gerais, tem uma grande vantagem", afirmou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). O PSDB também quer atrair o Quércia e para isso a legenda teria a vaga ao Senado, mas pode ser uma oferta pouco atrativa pela dificuldade em enfrentar o favoritismo de Suplicy. (Agências)

LULA CONSEGUE NOVA VITÓRIA SOBRE PSDB NO TSE

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presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve ontem uma nova vitória no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O plenário do TSE rejeitou um recurso no qual o PSDB contestava decisão anterior, também favorável a Lula, num processo em que o presidente era acusado de fazer propaganda eleitoral antecipada em discursos. Por maioria, os ministros do TSE entenderam que Lula não agiu como candidato, mas no pleno exercício do cargo do presidente. "As áreas são fronteiriças e cabe à Corte distinguir as situações. Neste caso tivemos uma propaganda institucional", resumiu o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello. O PSDB queria que o TSE aplicasse uma multa de 20 mil a 50 mil Ufirs a Lula. Mas o relator do caso no TSE, ministro Marcelo Ribeiro, observou que nos discursos não houve menção à candidatura do presidente à reeleição. Em discurso feito durante cerimônia de inauguração da ponte Brasil-Peru, em Rio Branco, Lula teria dito: "Até junho eu sou o presidente da República para governar este País e inaugurar as coisas que nós temos que inaugurar".

Em Rio Branco, de acordo com o PSDB, o presidente Lula teria feito comparações entre seu governo e os anteriores, ao dizer: "Não vejo a hora de chegar o dia 31 de dezembro, vai ter que ser um pouco antes de 2006, porque eu quero fazer ... Não para ficar dizendo que melhor ou o pior, mas gostaria de fazer uma comparação do que aconteceu no Brasil com o Lula presidente e o que aconteceu no Brasil com todos os outros presidentes que vieram antes de mim". "Não houve menção à candidatura, a pleito futuro e à política a ser implementada no discurso feito na inauguração da ponte. No outro, mesmo pinçando frases, o que se vê é um discurso feito de improviso e todos conhecemos os discursos improvisados do presidente, não há uma forma linear e não entendo que houve propaganda eleitoral", disse Ribeiro. Em outro julgamento, o TSE explicitou decisão anterior do tribunal que impôs ao PT a perda de espaço de veiculação da propaganda partidária no primeiro semestre de 2007. Segundo a decisão, o partido perderá cinco minutos do tempo a que teria direito em 2007 em cadeia de rádio e televisão. (Agências)

Leandro Amaral/AE

Mônica Zarattini/AE

CIRO GOMES ARRISCA PALPITES PARA VICE DE LULA. EXCETO ELE MESMO.

DANTAS REPETE O BORDÃO DE LULA: NÃO SABIA NADA. SOBRE A KROLL.

O ex-ministro Ciro Gomes disse ontem, em Santos, que, a exemplo de alguns setores do PT e do PMDB, também é contra a indicação de seu nome como vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu também sou contra o meu nome", comentou. Deixou de responder a uma pergunta sobre se aceitaria a indicação caso fosse convidado, alegando que o repórter não poderia induzi-lo "a cometer uma grosseria". Ciro Gomes explicou que seu plano é se eleger deputado federal pelo Ceará e que irá colaborar "para o êxito de uma possível candidatura do presidente Lula". Na seqüência, deu sua opinião sobre a escolha do vice, "um cargo da estrita confiança do Presidente da República". "Se ele ouvisse um palpite meu, deveria

O dono do banco Opportunity, Daniel Dantas, não convenceu em seu depoimento na 5ª Vara Criminal Federal em São Paulo. Nas cinco horas de audiência, Dantas se limitou a responder apenas ao juiz Sílvio Luís Ferreira da Rocha, desmerecendo as acusações das procuradoras da República Anamara Osório Silva de Sordi e Ana Carolina Yoshi Kano, autoras dos dois processos que denunciam o banqueiro por crimes como formação de quadrilha e divulgação de segredo no chamado caso Kroll, e se colocando como vítima do Ministério Público Federal (MPF) e da imprensa. Dantas negou ter contratado a Kroll e disse que não sabia das práticas ilegais da empresa de espionagem. A responsabilidade da contratação, segundo ele,

reconduzir o atual vice-presidente José Alencar por todos os seus méritos e, seguindo palpitando, o que se impõe até a exaustão é o esforço para incorporar uma aliança com o PMDB." Caso nenhuma dessas alternativas dê certo, ele propõe alguns nomes, como o do ex-ministro da Ciências e Tecnologia, Eduardo Campos (PSB), "um garoto de grande valor", além "do nosso companheiro Aldo Rebelo (PC do B), que tem todos os dotes para, se for o caso, apoiar Lula nessa ambição". (AE)

era da direção da Brasil Telecom, na época controlada pelo Opportunity. Ele é acusado de contratar a Kroll para espionar executivos da Telecom Itália durante o processo de privatização da Brasil Telecom, a terceira maior empresa de telefonia fixa do Brasil. Nas investigações a PF e o MPF concluíram que a Kroll fez escuta ilegal de conversas telefônicas de empresários, membros do governo federal e jornalistas. Além disso, teria se utilizado de servidores para obter informações sigilosas. (AE)

RENAN AVISA AO PV, PPS E PSOL QUE PEDIDO DE CPMI ESTÁ IRREGULAR. O presidente do Senado, Renan Calheiros, pediu que PV, PPS, e Psol elaborem novo pedido de criação de CPMI para investigar as fraudes nas licitações para compra de ambulâncias superfaturadas e que podem ter o envolvimento de deputados e senadores. O motivo alegado foi que o pedido não obdece as normas regimentais ao classificar as assinaturas como "apoiadores" e não como "signatários". Questionado pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE) se iria instalar a CPI, Renan Calheiros disse que sempre "obedeceu as normas regimentais" e, como o pedido estaria irregular, deu prazo de cinco dias para os partidos colherem novas assinaturas. "Caso entrasse com o mandado de segurança, o Supremo Tribunal Federal iria interferir e dizer que se trataria de questão interna da casa", disse Jungmann ao concordar com a decisão. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) ficou irritado. "Isso se tratava de um detalhe", disse. Renan desligou os microfones e encerrou a sessão.

CRESCE A LISTA DE MUNICÍPIOS QUE SUPER FATURARAM AMBULÂNCIAS A Controladoria G eral da União (CGU) identificou mais 14 municípios onde foram constatadas irregularidades relacionadas à compra de ambulâncias. Os problemas detectados foram, entre outros, direcionamento de licitação, simulação e fraudes nos processos licitatórios, superfaturamento e falsificação de documentos. A CGU já havia divulgado na semana passada levantamento que identificou 60 municípios nos quais haviam sido verificados problemas relacionados à aquisição de unidades móveis de saúde. Segundo a CGU, as novas irregularidades detectadas não indicam necessariamente envolvimento com o mesmo esquema fraudulento revelado pela Operação Sanguessuga. No município de Caracaraí (RO), a prefeitura utilizou uma modalidade licitatória inadequada. Recebeu do Ministério da Saúde R$ 120 mil para a compra das unidades móveis, e a empresa vencedora foi a Planam, apontada como chefe do esquema Sanguessuga.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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quarta-feira, 31 de maio de 2006

Programa transforma comunidades Luís Fernando Neri, da Petrobras

PROGRAMA DA ESTATAL BRASILEIRA RECEBE INSCRIÇÕES PARA FINANCIAMENTO DE PROJETOS SOCIAIS

Petrobras Fome Zero abre edição 2006 Fotos: Divulgação

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stão abertas, desde a última quinta-feira, as inscrições de projetos sociais para a terceira fase do Programa Petrobras Fome Zero. Nesta nova etapa (as outras foram em 2004 e 2005), R$ 20 milhões serão destinados aos projetos de combate à miséria e à fome em todo o País. O Petrobras Fome Zero abriga projetos sociais que transformem as comunidades onde são implantados. Para 2006, o programa focará três linhas de atuação: educação e qualificação profissional de jovens e adultos; geração de emprego e renda; e garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Os requisitos para participar do programa foram anunciados pela Petrobras, na semana passada, durante cerimônia realizada na sede da estatal, no Rio de Janeiro. Projetos em andamento ou em desenvolvimento poderão participar desde que a verba solicitada não ultrapasse R$ 660 mil ao ano, com possibilidade de renovação por até dois anos. Nas edições de 2004 e de 2005 foram patrocinados 147 projetos. Na apresentação da edição 2005, Luís Fernando Neri, gerente de responsabilidade social da Petrobras ressaltou a importância do programa: "Diversas comunidades em todo o País estão passando por uma transformação profunda graças ao programa", disse. Transparência – Para garantir a transparência da escolha

Este é o momento de enfrentar desafios com mais inclusão e menos desigualdade social José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras

dos projetos a Petrobras convidou o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) para fazer parte da comissão que selecionará os projetos. "O Ibase levou para a Petrobras o mecanismo de avaliação do balanço social, o que dá um efeito demonstrativo importante das ações", explicou o diretor-executivo do instituto, João Sucupira, ressaltando o valor do processo de seleção pública, que, segundo ele, "dá chance a todos". O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse esperar uma ampla apresentação de projetos neste edital. "Este é o momento de enfrentar desafios com mais inclusão e menos desigualdade social".

Para Gabrielli, é fundamental continuar investindo em planos que se tornem autosustentáveis e que ao mesmo tempo consigam refletir as diversidades regionais do País. Regras – Para a edição 2006 do Petrobras Fome Zero, cada Estado terá no mínimo um projeto selecionado, com destaque para as unidades federativas do semi-árido, que poderão apresentar dois planos de ação. No caso das Organizações Não Governamentais (ONGs) há a exigência de estarem legalmente estabelecidas. As que não se encaixarem nos padrões exigidos podem associar-se a entidades que preencham os requisitos. As inscrições para a Seleção Pública do Programa Petrobras Fome Zero se encerram em 14 de julho, data-limite, também, para os interessados acessarem o formulário de inscrição na internet, no site www.petro bras. com.br /patrociniosocial. É gratuita e deverá ser feita em nome da instituição participante. Os projetos devem ser enviados via correio à Petrobras, em quatro vias, até o dia 17 de julho. Cada projeto deve ser encadernado e estar acompanhado dos respectivos sumários, do formulário de inscrição e do comprovante de inscrição no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), se o projeto for desenvolvido para essa parcela da população. Paula Cunha

Edição deste ano prevê R$ 20 milhões em financiamentos de projetos voltados a comunidades carentes

Parceria dá fôlego a ONG do Rio

"

Nosso projeto chama-se Encantar porque a arte me encantou". Carmen Luz, diretora da Companhia Étnica de Dança, define assim a ONG que criou para atender crianças e jovens carentes do Rio de Janeiro e que faz parte dos projetos sociais apoiados pela Petrobras. Com uma casa no centro do Rio e outra no morro do Andaraí, na zona norte, a ONG atende 80 crianças e jovens na primeira e 250 crianças, adolescentes e idosos na segunda, ajudando jovens que, antes, ficavam à mercê do tráfico de drogas. A criadora do projeto explica que a ONG é uma escola informal, que não emite

certificados de conclusão de seus cursos, mas encaminha seus participantes para o mercado de trabalho. Além de dança clássica e moderna, há cursos de teatro. Já passaram pelo projeto mais de 800 crianças e adolescentes. Mais história – Ca rm en conta que a Petrobras entrou no projeto no final de 1996. Hoje, além das crianças e dos adolescentes, a ONG atende idosos do Andaraí, que participam de cursos especialmente formatados para eles. "Com isso, contribuímos para a integração de toda a comunidade. Todos levam a sério os cursos e alguns deles já estão dançando em companhias internacionais", disse.

A companhia já participou de 163 apresentações da coreografia "Cobertores", criada em 2000, tanto no Rio de Janeiro quanto em outros estados. "Acredito que ainda falta no País uma educação permanente para a cidadania", avaliou Carmen. Quando o projeto foi divulgado positivamente na mídia também avançou dentro da comunidade", contou. Carmem avaliou o impacto do trabalho com a comunidade do Andaraí. "Para mim, ONG faz trabalho como agente social não como governo. Governo somos todos nós. Nosso trabalho é de participação e cumplicidade para mudar o País". (PC)

Os que defenderão crianças e jovens

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Secretaria Especial de Participação do Município de São Paulo divulgou, ontem, a lista dos candidatos eleitos para o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). Foram eleitos 16 conselheiros, oito indicados pela sociedade civil durante a votação, no último domingo, na capital paulista. Ao todo, 52 candidatos concorreram. Os eleitos terão mandato de dois anos, podendo concorrer à reeleição uma vez. Eles serão responsáveis pela elaboração das políticas públicas para o setor. Foram escolhidos, também, os respectivos suplentes. Neste ano, 30 mil pessoas se cadastraram para votar.

Entretanto, as urnas registraram o comparecimento de menos de um terço desse total, o que equivale a 9.843 votos válidos. A posse será em 12 de junho. No segmento I, correspondente ao atendimento social à criança e ao adolescente, foram eleitos Aracelia Lucia Costa (2.006 votos), superintendente da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Ronaldo Prado Lino (1.710). Os suplentes são Carlos Nambu (1.219) e Luciana Maria de Lima e Silva (1.088). No segmento II, de defesa dos direitos da criança e do adolescente, se elegeram Geraldo Salvador de Souza (1.826) e Malta de Souza Martins (1.760). Os suplentes

são Andréia Alves de Souza (1.365) e Fabio Vicente de Souza (1.198). No setor de defesa dos trabalhadores ligados à questão, ganhou Letícia Santos Souza (55) e seu suplente Esequias Marcelino da Silva Filho (31). No segmento IV, de estudos, pesquisa e formação com intervenção política na área, o escolhido foi Walter Camorra, com 2.078 votos. Seu suplente, Paulo Joaquim de Melo Júnior, alcançou 1.058 votos. No segmento V, de defesa das melhorias de condições de vida da população, os eleitos foram Maria Bezerra de Menezes (1.753 votos) e Alis Aires Menegotto de Vasconcelos (1.594). (PC)


quarta-feira, 31 de maio de 2006

Estilo Empresas Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

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ANALISTAS AMERICANOS ESPERAM ATA DO COPOM

1,3

por cento é a expansão mínima prevista pelo governo para o PIB do primeiro trimestre.

NERVOSISMO DO INÍCIO DA SEMANA PASSADA VOLTOU AOS MERCADOS. DÓLAR COMERCIAL SUBIU 2,11%.

BOVESPA TEM MAIOR QUEDA DESDE 2004 Dida Sampaio/AE

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omo uma repetição do que ocorreu no início da semana passada, os mercados financeiros mundiais tiveram nova rodada de forte volatilidade ontem. E o motivo foi o mesmo: o temor de que uma elevação de juros nos Estados Unidos reduza a liquidez internacional. Quando os juros americanos sobem, os investidores tendem a transferir recursos de ativos considerados arriscados (como os papéis de países emergentes) para os títulos do governo americano — mais seguros e com rendimento maior. Resultado: diminui a quantidade de dinheiro em circulação nos mercados. Seguindo o mau desempenho das bolsas internacionais, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) despencou 4,54%, com seu principal indicador (o Ibovespa) em 36.412 pontos. Foi a maior desvalorização desde 10 de maio de 2004. O risco-Brasil subiu para 280 pontos-base e o dólar encerrou o dia com valorização de 2,11%, cotado a R$ 2,325 para venda. A moeda americana só não subiu mais porque o Banco Central (BC) interveio no mercado por meio de um leilão. Nas bolsas de valores, as perdas foram generalizadas nos mercados europeus, com destaque para Londres (queda de 2,40%) e Frankfurt (perdas de 2,30%). Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,63% e o Nasdaq recuou 2,06%.

Indicadores — Os temores dos investidores ressurgiram por causa da divulgação do índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos em maio. O indicador ficou em 103,2, acima das previsões médias de 101,1 dos analistas. A alta indica aquecimento da economia do país, que pode gerar a necessidade de aumento dos juros. Para o analista de m e rc a d o s e m e rg e n t e s d a IDEAglobal em Nova York,

4,54

por cento foi a desvalorização ontem do Ibovespa, principal indicador de ações no Brasil. A queda é a maior desde 10 de maio de 2004. Ítalo Lombardi, os mercados devem ficar voláteis ao menos até sexta-feira, quando o Departamento do Trabalho dos EUA divulga indicadores de emprego relativos a maio. Outro fator de pressão foi a expectativa em torno da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), em que foi determinada a elevação do juro, que será divulgada hoje.

Para se ter uma idéia da extensão da turbulência, o índice de volatilidade do mercado da Chicago Board Options Exchange, termômetro do humor dos mercados americanos, teve ontem a maior alta desde 17 de setembro de 2001 — o primeiro dia de negócios depois dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono. Copom — No Brasil, o nervosismo voltou exatamente no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que discute a trajetória do juro básico (Selic). A maior parte dos analistas aposta em corte de 0,5 ponto percentual da taxa, mas se o tom da ata do Fed for diferente do esperado, eles não descartam a possibilidade de a queda ser menor, de 0,25 ponto. No mercado brasileiro, houve outro componente de pressão sobre o dólar: ajustes para o vencimento de contratos futuros na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que sempre mexe com as cotações no último dia útil de cada mês. Para conter o avanço das cotações, o BC fez leilão de swaps cambiais, papéis que servem de proteção para as operações por garantirem ganhos quando a variação da moeda americana supera a dos juros. O BC não oferecia ao mercado esses swaps desde abril de 2004. A autoridade monetária fará hoje outro leilão desse tipo, ainda para tentar conter altas exageradas. (DC/Reuters)

Mantega disse que confia na sensibilidade do Copom para avaliar a trajetória da inflação e estabelecer uma taxa básica de juros condizente com a evolução dos preços

Para Mantega, País está confortável

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ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que um eventual aumento da taxa de juros nos Estados Unidos terá um efeito "suave" no Brasil porque o País tem atualmente condições econômicas confortáveis, com reservas internacionais próprias, superávit em conta corrente e pouco capital especulativo em circulação. Ele acrescentou que o aumento dos juros americanos teve seu impacto antecipado pelo mercado financeiro, que já fez as acomodações necessárias. "Mesmo que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) eleve os juros do país, a decisão já está no preço dos ativos. Portanto, se houver um aumento de apenas

0,25 ponto percentual, os ajustes foram feitos", afirmou. "Nunca vi o Brasil em situação tão favorável para enfrentar a turbulência, que não é nenhuma coisa grave, mas que mexe com o mercado financeiro. Para o Brasil, será algo suave e passageiro", avaliou. Papel do BC — Mantega disse ainda ver com naturalidade as intervenções do Banco Central (BC) no mercado de câmbio na tentativa de conter uma excessiva alta da moeda americana. "É papel do BC interferir no mercado quando considera que há algum excesso. Isso garante equilíbrio e as atuações têm sido muito bem-sucedidas", observou. Ontem o BC fez leilão de papéis cambiais de um tipo que não oferecia aos in-

vestidores há dois anos (leia sobre o comportamento do mercado de câmbio ontem em reportagem a esquerda, nesta página). O ministro da Fazenda negou que, na última sexta-feira, tenha lamentado a queda da cotação da moeda americana. "Eu não estava comemorando. Fiz uma brincadeira que não foi entendida", justificou. A respeito da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que nesta quarta-feira deve determinar a taxa básica de juros da economia brasileira, Mantega disse apenas que confia na sensibilidade dos diretores do BC que fazem parte do comitê para avaliar o comportamento da inflação e estabelecer um patamar adequado para os juros. (AE)

PIB: avanço em todos os indicadores Wall Street: Selic cai 0,5 ponto hoje expansão da economia já havia sido alardeada pelos governistas. "Não só o dado do PIB, mas também o bolsa-família, o aumento na renda, o crescimento do crédito. Tudo conspira a favor do governo", avaliou o economista da consultoria MB Associados Sérgio Vale. Otimismo — A expectativa otimista da área econômica para o PIB é compartilhada por analistas. A economista do

Juros futuros têm alta na BM&F

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nervosismo dos mercados brasileiros de câmbio e de ações, à espera de dados da economia americana, contaminou ontem as projeções de juros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Todos os contratos de depósito interfinanceiro (DI) negociados no pregão da bolsa de futuros encerraram o dia em alta. (Reuters)

Factoring

DC

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resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje apresentará crescimento em todos os indicadores. A equipe econômica aposta na avaliação de que a expansão da atividade econômica foi superior a 1,3% entre janeiro e março, o que, em termos anualizados, significa crescimento ao redor de 6%. Um resultado robusto no PIB tende a atenuar as pressões do governo sobre a condução da política monetária pelo Banco Central (BC), pois mostraria que a queda dos juros, embora inferior à desejada pela grande maioria dos integrantes do governo, está sendo conduzida na magnitude suficiente para garantir a estabilidade da moeda, sem prejudicar a expansão da atividade. Propaganda — Além de atenuar as pressões sobre o Comitê de Política Monetária (Copom), que divulga também hoje a taxa básica, a notícia do PIB tende a ser objeto de intensa propaganda do governo neste ano eleitoral. Em 2004, ano das eleições municipais, a

O que é Factoring? É uma empresa comercial, que compra ativos de vendas oriundas de prestação de serviço ou venda mercantil (cheques e duplicatas). As empresas e comércio vendem a prazo e a Factor faz dinheiro a vista para você, com taxa compatível aos Bancos, diferenciando dos Bancos, não temos limites para o nosso cliente e não analisamos a situação do cliente, e sim dos sacados, damos assistência prévenda, auxiliando na seleção de clientes, fazemos sua cobrança, deixando seu tempo mais livre para dedicar-se ao seu negócio, tendo assim o máximo de rendimento da sua empresa. Entre em contato conosco Empresa filiada PABX (11) 6748-5627 (Itaquera) à ANFAC 6749-5533 (Artur Alvim) E-mail: falecom@finanfactor.com - www.finanfactor.com

banco ABN Amro Zeina Latif espera que o PIB cresça 1,8%. Para ela, a melhor notícia será a forte expansão do investimento, de 4,5% na comparação com o resultado do último trimestre de 2005, já desconsiderando os efeitos sazonais. Ela avalia que o aumento nos investimentos ajuda a diminuir a preocupação do BC com a inflação. Isso porque o Copom sempre se mostra atento ao risco de a inflação subir por conta de a demanda superar a oferta. "Esse dado deve reforçar o cenário positivo para o BC", afirmou Zeina. Vale, da MB Associados, também espera uma forte expansão dos investimentos. Mas ele pondera que, embora esse resultado ajude a tranqüilizar o BC, o aumento será fortemente puxado pelo setor da construção civil, por produtos comprados pela população de baixa renda para construções de menor porte. "Isso não significa uma melhora generalizada e sustentável das condições gerais de oferta na economia", explicou o economista, que aposta em uma expansão de 1,5% do PIB no primeiro trimestre deste ano. (AE)

O

Banco Central (BC) deve manter o processo de flexibilização monetária no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina hoje, mas com um corte moderado, menor que o 0,75 ponto percentual do ciclo atual. Essa é a avaliação dos analistas em Wall Street, Nova York. Enquanto a maioria espera uma redução de 0,5 ponto percentual da taxa básica (Selic), hoje em 15,75% ao ano, o consenso é que a volatilidade recente dos mercados financeiros não terá papel preponderante na decisão do Copom. Contudo, alertam os especialistas, é possível que a ata do encontro, que será divulgada em 8 de junho, indique interrupção das quedas da Selic. Os analistas para a América Latina do banco UBS prevêem um corte de 0,75 ponto. "Acreditamos que, a menos que a taxa de câmbio tenha enfraquecimento substancial, os movimentos recentes do mercado tenham impacto muito pequeno na decisão do BC." No entanto, para a equipe do UBS, um corte de 0,5 ponto também seria justificado, pois

faria sentido para o BC sinalizar para o mercado que o ciclo de flexibilização dos juros está chegando ao seu final. Pausa — Os especialistas do Morgan Stanley acreditam que o recente vaivém da moeda americana alterou o debate da política monetária em relação a cortes mais moderados. Para a instituição, também é possível que o Copom indique pausa para os próximos meses. Na avaliação dos especialistas em América Latina do Lehman Brothers, a Selic deve cair 0,5 ponto, seguindo a cautelosa ata da reunião anterior.

Contudo, as explicações para a decisão de hoje devem ter mais referências de cautela. Para a instituição, o quadro de inflação é muito bom, mas o Copom pode citar o perigo da alta do dólar para a inflação. Para a equipe do Barclays Capital, a observação do presidente do BC, Henrique Meirelles, de que "não cabe ao banco tomar decisões ou antecipá-las com base em tendências ou situações pontuais" reforça a visão de que o Copom cortará o juro básico brasileiro hoje. A instituição aposta em redução de 0,5 ponto. (AE)

Juro pode subir na Europa

O

Banco Central Europeu (BCE) pode elevar a taxa de juros em sua reunião de 8 de junho em Madri, na Espanha, disse ontem o membro do Conselho de Administração do banco, Guy Quaden. Ele acrescentou que a medida não deve impedir o crescimento econômico do bloco europeu.

Os mercados esperam que o BCE eleve os juros em junho em 0,25 ponto percentual, para 2,75% ao ano, mas alguns economistas consideram a chance de aumento de 0,5 ponto percentual. O BCE pretende conter as pressões inflacionárias dos preços do petróleo e da expansão do crédito. (Reuters)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

2 -.LOGO

Do presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre a escolha do presente que seu país levará para Fidel Castro, que faz 80 anos em 13 de agosto.

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MAIO

O que podemos levar de presente? Podemos levar um poncho ou um chicote de gado. Os cocaleiros perguntam porque não levamos uma torta de coca para Fidel? Então, os cocaleiros têm a obrigação de levar uma torta de coca.

quarta-feira, 31 de maio de 2006

31 Dia Mundial de Luta Contra o Tabaco. Recolhimento de Cofins/CSL/ PIS-Pasep, IRPJ e IPI

T ECNOLOGIA E M

C A R T A Z

TV digital, banzai!

Cerâmicas (foto) de Fulvio Pennacchi. Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Telefone: 3229-9844. R$ 4.

VISUAIS

Governo quer fechar acordo com o Japão e anunciar tecnologia antes da Copa

S AÚDE

Fumo é sempre perigoso, diz OMS equivalentes a algo entre 100 e 200 cigarros. Além disso, como a nicotina desses cachimbos está diluída na água, o consumidor consegue ficar mais tempo exposto às substâncias cancerígenas do tabaco e a gases perigosos, como o monóxido de carbono. Em relação ao fumo de mascar, os analistas advertem que essa versão pode causar câncer no cérebro, no pescoço, na garganta e no esôfago, assim como várias doenças bucais e dentais muito graves. O fumo de mascar causa 90% de todos os casos de morte por câncer na Índia.

talhado, principalmente com a troca de informações entre os ministérios da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior com as áreas correspondentes do governo japonês. Também haverá contatos entre empresas brasileiras e as indústrias do Japão que pretendem investir no País, como a Toshiba. Apesar de todos os sinais em sentido contrário, o ministro das Comunicações disse que o governo brasileiro ainda não fez a escolha do padrão de TV digital que implantará no País. Além do japonês, o Brasil vinha estudando as tecnologias da Europa e dos Estados Unidos. "Não tem nada decidido ainda nestes termos, porém evidentemente que nós estamos seguindo aquilo que nós nos propusemos a fazer dentro do memorando de entendimentos. Tínhamos que encaminhar um procedimento, e fizemos isto", afirmou.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, evitou comentar o assunto. Ao ser questionado sobre a correspondência enviada ao Japão, ele disse que não assinou a carta e esquivou-se de dizer se a havia encaminhado. "Eu não vou falar nada sobre TV digital". Hoje, chega a Brasília o presidente da União Européia, José Durão Barroso, que deverá tratar do assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os europeus tentam reforçar as propostas para que o padrão da Europa seja escolhido. Mesmo que o sinal da televisão leve mais de um ano para começar a ser transmitido em sistema digital, como prevêem as emissoras de TV, o anúncio antes da Copa é simbólico para o governo. Costa já havia previsto, em várias oportunidades, que os primeiros testes seriam feitos durante os jogos da seleção brasileira no mundial de futebol.

Champagne nuclear O Greenpeace, organização ambientalista mundial, alertou ontem que o enterro de resíduos nucleares na região francesa de Champagne poderá contaminar com radioatividade as uvas que dão origem à famosa bebida espumante da região. Segundo o Greenpeace, na cidade de Aube, na região, um depósito nuclear já contaminou a superfície freática. O próximo alvo seriam as vinícolas. Aube tem capacidade para um milhão de metros cúbicos de resíduos radioativos. E GITO Discovery Channel/Reuters

L

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou ontem um relatório que desfez a crença de que os cachimbos de água, o fumo para mascar e o cigarro indiano conhecido como "bidi" são menos prejudiciais à saúde do que os cigarros normais. A OMS, que lidera campanhas do Dia Mundial sem Tabaco, hoje, afirma que todos os produtos relacionados ao tabaco são altamente viciadores e prejudiciais para a saúde. No caso do cachimbo d´água - conhecido como shisha e narguilé - a pessoa que inala o fumo por uma hora sofreria os efeitos prejudiciais

O

governo quer fechar na próxima semana com autoridades japonesas o acordo para a implantação de TV digital no Brasil. Tudo para que o anúncio do padrão digital seja feito antes da Copa do Mundo, que começa no dia 9 de junho. O Palácio do Planalto aguarda a disposição dos japoneses em vir a Brasília, mas a idéia, segundo fontes do governo, é assinar o acordo até quarta-feira que vem. Segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a reunião com os japoneses é uma continuação do encontro de abril, quando uma comitiva de ministros brasileiros foi ao Japão e assinou com autoridades daquele país um memorando de entendimento sobre a implantação do padrão japonês de TV digital no Brasil. Costa comentou que o memorando de entendimento é "muito amplo" e precisa ser de-

M EIO AMBIENTE

Adrees Latif/Reuters

Um sarcófago infantil de cerca de 60 cm de comprimento é um dos itens da mais recente descoberta em escavações no Egito. Esta é a mais primeira descoberta em 80 anos na região. Os detalhes serão divulgados no dia 4 de junho.

R ELIGIÃO C IÊNCIA

Marcos Fernandes/Luz

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O professor Helmi Nasr entregou ontem ao diretor de Redação do Diário do Comércio, Moisés Rabinovici, um dos exemplares de sua tradução do Alcorão direta do árabe para o português. Na cerimônia também estava presente o coordenador do Conselho das Câmaras Internacionais de Comércio da ACSP, Hélio Nicoletti.

M EMÓRIA Fabrizio Bensch/Reuters

Relíquias do 'Grande Ditador'

Pulseira repelente de insetos

Sem lutar com as palavras

O Wrist Mosquito Repeller é um repelente eletrônico de pernilongos, para ser usado no pulso. O fabricante afirma que o aparelhinho espanta insetos, mas não informa se é bom o suficiente para os mosquitos de países tropicais como o Brasil. US$ 8,50 no site Brando.

Mais de 95 mil verbetes, dicas de gramática online, correção ortográfica integrada, conjugação em todos os tempos e pessoas de mais de 13.000 verbos, pesquisa avançada e detalhada, além da possibilidade de integrar o dicionário ao programa de navegação na internet de seu computador, para obter o significado de palavras desconhecidas com apenas dois cliques, sem a necessidade de procurá-la no dicionário. Esses são os serviços do site Língua Portuguesa Online. A única ressalva: em português de Portugal, o site não serve como dicionário ortográfico para os brasileiros.

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A TÉ LOGO

Interessados, os cientistas estão dispostos a isolar os peptídeos contidos na saliva do sapo para utilizá-los em medicamentos para hipertensão, derrames e outras doenças. O pajé Fernando também tem interesse em colaborar com a ciência e o governo brasileiro já se mostrou a favor da iniciativa, que é vista como um passo a mais no desenvolvimento e na pesquisa de produtos farmacêuticos nacionais. "O conhecimento tradicional pode ajudar a medicina moderna e se transformar em benefícios econômicos para a comunidade", disse ao jornal o coordenador técnico do projeto do Ministério do Meio Ambiente, Filizola. Para o governo brasileiro, outro ponto importante é que a oficialização de todo o processo ajudaria a combater a ameaça da biopirataria,

ou seja, o roubo de fontes biológicas do habitat natural amazônico para uso comercial indiscriminado. Apesar de o projeto estar ainda em um estágio inicial, cerca de 20 cientistas já estão envolvidos em seu desenvolvimento, além de várias universidades da região amazônica, governo e outras agências federais, que devem viabilizar o financiamento do projeto, estimado em US$ 1 milhão. Segundo The New York Times, existe mais por trás do projeto do que apenas viabilizar a subsistência econômica de uma tribo indígena e desenvolver produtos com a marca brasileira. A idéia é começar a explorar o potencial da floresta amazônica e transformá-la num laboratório de pesquisa e desenvolvimento de produtos para exportação.

Clique www.dcomercio.com.br/logo/ para ler a íntegra das notícias abaixo:

Arquiteto Paulo Mendes da Rocha recebeu ontem em Istambul o Prêmio Pritzker de 2006 O Hugo Chávez é denunciado na OEA por 'ingerência em assuntos internos da Bolívia'

L

www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx

ma tribo da Amazônia, que vive numa reserva sem água encanada ou eletricidade, está prestes a entrar para o ramo de biotecnologia. A notícia foi divulgada ontem no jornal norte-americano T he New York Times. O produto - que o pajé da tribo, Fernando Katukina, acredita ser a fonte da riqueza de seu povo no futuro - é uma grande promessa para a indústria farmacêutica: o veneno contido na saliva de um sapo de árvore. Os pajés - que o jornal norte-americano identifica como xamãs - sempre usaram a saliva do sapo como remédio para males como dor e fraqueza. Os ingredientes cruciais são substâncias anestésicas e tranqüilizantes, com propriedades medicinais, detalha o texto, de um repórter brasileiro.

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F AVORITOS

Na boca do sapo

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G @DGET DU JOUR

http://gadget.brando.com.hk/

A história do ovo e da galinha

B RAZIL COM Z

O globo do gabinete de Adolf Hitler na Chancelaria do Reich que Charlie Chaplin transformou em uma bola de brinquedo no filme O Grande Ditador - é uma das peças do führer em destaque entre os mais de 8 mil itens - nunca antes expostos ao público - da mostra História da Alemanha em Imagens e Testemunhos de Dois Milênios, aberta ontem em Berlim.

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CRISE - Os 23 professores brasileiros que estavam em Timor Leste deixaram a capital, Díli, ontem. A decisão é resultado da onda de violência iniciada por grupos armados na segunda-feira, após uma rebelião militar. O conflito já deixou 27 mortos. O presidente Xanana Gusmão anunciou ontem que assumiria o controle total do Exército.

Derrame é a principal causa de morte entre as mulheres com idade entre 10 e 49 anos

Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? A resposta foi publicada pelo jornal inglês The Times. Três especialistas - o professor de genética da evolução da Universidade de Nottigham, John Brookfield, o filósofo da Ciência do King's College, David Papineau e o avicultor Charles Bourns - se debruçaram sobre a questão e concluíram que o ovo nasceu primeiro. A explicação é simples: o material genético não se transforma durante a vida de um animal. A transformação se daria na fecundação ou na divisão da primeira célula do novo animal - no caso o ovo. Assim, a "primeira coisa viva que podemos classificar, sem medo, de membro da espécie é o primeiro ovo", explicou Brookfield, tirando uma preocupação de milênios da frente de outros cientistas. L OTERIAS Concurso 457 da Dupla Sena Primeiro Sorteio 05

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Segundo Sorteio 21

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Concurso 1607 da Quina 03

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Estilo Tr i b u t o s Finanças Nacional

DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

PACOTE DEVE AMPLIAR PRAZO PARA REENTRADA DE DÓLARES

É preciso acabar logo com as altas taxas de juros para aposentados. Nelson Machado, ministro da Previdência

CERCA DE R$ 3 BILHÕES SERÃO OFERECIDOS PELO BNDES PARA FINANCIAMENTO DE PRÉ-EMBARQUE

PACOTE CAMBIAL PARA EXPORTAÇÃO

O

pacote cambial que o governo prepara incluirá a criação de uma linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de pré-embarque das exportações. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, informou ontem que o crédito será em reais e corrigido pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 8,15% ao ano. "Se os exportadores puderem fazer um financiamento pré-embarque em reais com TJLP, eles talvez não sejam estimulados a fechar câmbio com seis meses de antecedência (antes da operação de exportação), criando uma oferta adicional no mercado", argumentou Furlan, que está na Costa Rica liderando uma missão empresarial a países da América Central. O ministro disse que o pacote cambial deve ser anunciado na primeira quinzena de junho. "As medidas proporcionarão mais oportunidades para os exportadores", disse. Com a linha do BNDES, acredita Furlan, os empresários ampliarão os prazos para converter os dólares em reais. Por isso, o pacote também deve alterar de 210 dias para pelo menos 360 dias o prazo para que os exportadores tragam seus dólares para o País. Furlan explicou que o prazo médio dessas operações está, atualmente, entre 90 e 120 dias. O BNDES já oferece linhas de pré-embarque, 100% corrigidas por TJLP, mas apenas para as exportações de bens de capital. A idéia do governo é estender a todos os setores. Segundo Luciene Machado, chefe do Departamento de Comércio Exterior do BNDES, os recursos podem ser liberados para o exportador até um ano

antes do embarque, com seis meses para liquidação após a operação de exportação. A nova linha do BNDES dobra o prazo permitido atualmente para o Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC), que é de até 180 dias antes do embarque, e também tira o risco cambial – hoje são oferecidos 80% em reais, corrigidos por TJLP, e o restante em dólar, vulneráveis à variação cambial. Recursos – O BNDES dispõe neste ano de R$ 3 bilhões para linhas de pré-embarque, a metade do valor total disponível na instituição para políticas de apoio às exportações. Luciene Machado disse, no entanto, que o orçamento do banco para 2006 pode ser ampliado. Sobre a possibilidade de se permitir que os exportadores possam manter recursos das operações fora do País para pagar seus compromissos, Furlan foi cauteloso. "Isso não fui eu que falei. O que eu estou dizendo é: linha de crédito em reais e aumento do prazo de internalização. A regulação de conta no exterior e a compensação entre recebíveis e realizáveis é um pleito que foi colocado pelos exportadores e as áreas técnicas do Ministério da Fazenda e do Banco Central estão analisando a questão." O ministro também foi cuidadoso ao comentar a queda do dólar, após ter atingido R$ 2,40 na semana passada. Ao ser questionado se também achava "uma pena", como afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, Furlan disse que a maioria dos brasileiros queria que a taxa de câmbio estivesse em um patamar mais elevado porque teria mais geração de emprego, crescimento e investimento. "Mas não temos as ferramentas nas mãos. E nem o presidente Lula quer fixar uma taxa para o câmbio", ressaltou. (AE)

Greve do BC acaba hoje

D

epois de 15 dias em greve, os funcionários do Banco Central (BC) decidiram ontem voltar ao trabalho. A edição de uma medida provisória pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu aos servidores reajuste salarial de 10%, acertado no fim do ano passado e que não havia sido pago até agora pela demora na aprovação do Orçamento de 2006. Segundo o presidente do

Sindicato dos Funcionários do BC (Sinal) de Brasília, Paulo Calovi, todas as unidades do banco espalhadas pelo País voltarão a funcionar hoje. A paralisação, segundo a assessoria do BC, prejudicou o atendimento ao público, além da publicação de alguns relatórios. Além disso, os serviços de distribuição de moeda também pararam.(AG)

Valter Campanato/ABr - 03/05/06

Setor de calçados quer dólar a R$ 2,30

O

Furlan: exportadores deixarão de fechar contratos de câmbio com seis meses de antecedência

Consignado: juro terá teto definido

N

ão houve acordo entre o governo e representantes dos bancos na reunião de ontem que discutiu a redução dos juros do empréstimo com desconto em folha para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Com isso, o governo vai mesmo fixar um teto para as taxas durante a reunião do Conselho Nacional de Previdência Social que será realizada hoje. No encontro de ontem, os bancos propuseram a auto-regulamentação e a criação de um comitê para avaliar periodicamente as taxas e fazer com que elas caiam no longo prazo, mas o governo quer que os juros baixem logo. "Nós achamos que é preciso acabar logo

com as taxas que estão fora da curva", disse o ministro da Previdência, Nelson Machado. O ministro não quis adiantar qual seria o teto ideal, afirmando que isso ainda será discutido dentro do governo. A média ponderada dos empréstimos com desconto em folha está em 3,1% ao mês. Machado disse que houve um aumento das taxas nos últimos meses. Como o governo obrigou que os bancos conveniados ao INSS não cobrassem a tarifa de abertura de crédito nas operações, os bancos começaram a repassá-las para os juros. As taxas variam de acordo com o prazo do empréstimo, que pode ser parcelado em até 36 meses. Quanto mais curto o prazo, maior a taxa. Segundo o

ministro, a tendência é fixar um teto único, independente do período de pagamento. Os bancos também participam do Conselho, mas governo e trabalhadores são maioria. Tarifas – Levantamento divulgado pelo Ministério na semana passada revelou que as taxas variam entre 2,6% ao mês (36,07% ao ano) e 3,99% ao mês (59,92% ao ano). Entre os bancos que cobram as menores tarifas estão dois oficiais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal). O outro é o HSBC, que oferece as condições mais atraentes, com juro de 2,6% ao mês para um prazo de pagamento de 36 meses. Entre os bancos com maiores taxas estão o GE Capital, o Votoratim e o banco Máxima. (AG)

IGP-M registra inflação de 0,38%

C

om os preços de combustíveis, metais e commodities em alta no atacado, além da perda de influência benéfica da desvalorização do dólar, a deflação chegou ao fim no Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) de maio. A análise é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele comentou que a alta de 0,38% no IGP-M de maio, enquanto em abril houve queda de 0,42%, foi causada por uma combinação de fatores, que levaram à elevação mais intensa nos preços do atacado e da construção civil. O indicador de maio sofreu a influência de aumentos em

commodities importantes, como soja (de -4 09% para 1,72%) e milho em grão (de -8,31% para 6,21%). Segundo Quadros, a atual tendência de alta dos metais também influenciou a elevação mais intensa nos preços da construção civil. Combustíveis – Pressionados pelo fim da deflação no preço de óleos combustíveis (de -6,15% para 4,93%), e pela aceleração no valor de querosene para motores (de 2,53% para 7,48%), os preços do setor de combustíveis e lubrificantes aceleraram no atacado (de 0,21% para 0,46%), de abril para maio. Quadros comentou que, tanto óleos combustíveis, como querosene para motores, têm estreita ligação com a cota-

ção do petróleo no mercado internacional. Entretanto, a aceleração de preços, registrada nesses dois produtos, não se encontra em todo o setor de combustíveis no atacado. Isso porque os preços do álcool etílico hidratado estão caindo, com retração de 4,35% em maio no atacado, ante uma elevação de 5,26% em abril. Influenciado pelo álcool, o preço da gasolina também diminuiu: queda de 0,27% em maio (a gasolina tem 20% de álcool em sua formação) ante alta de 1,62% em abril. Quadros explicou que a canade-açúcar está em período de safra, o que aumenta a oferta do álcool e derruba os preços do produto. (AE)

setor de calçados, um dos que mais têm perdido com o real valorizado, considera que o dólar cotado entre R$ 2,10 e R$ 2,30 seria adequado, se o custo-Brasil não fosse tão oneroso. Na avaliação do diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, o Brasil tem um sistema de câmbio de primeiro mundo, mas taxas de juros e carga tributária de terceiro. "Por causa dessas disparidades, não conseguimos competir no exterior." Klein disse que, com a perda de competitividade das exportações e o aumento da concorrência dos importados no mercado interno, o setor vive um de seus piores momentos, similar a 1994, quando o Plano Real desencadeou uma crise. Os fabricantes só conseguiam se recuperar em 2002. Em 2004, as exportações do setor atingiram o pico de 212 milhões de pares, volume que caiu para 189 milhões em 2005. Para a Abicalçados, o recuo é resultado do aumento relativo do preço do produto brasileiro, o que está limitando a entrada até em mercados tradicionais, como os Estados Unidos. Há alguns anos, os americanos absorviam cerca de 80% das exportações do setor. Em 2005, esse percentual caiu para 50% e, de janeiro a abril deste ano, chegou a 44%. "A China tomou essa fatia. Sem uma política clara de exportação, nós não teremos como recuperála", disse. Os fabricantes esperam agora ajuda do governo com linhas de crédito. (AE)


OPINIÃO

DIÁRIO DO COMÉRCIO

DOISPONTOS -11 11

E

Ciranda, cirandinha, vamos todos operar título deste artigo talvez devesse ser algo parecido com "O retorno dos que nunca foram". É impressionante como uns e outros – todos homens de absoluta confiança do presidente – continuam a fazer seus negócios com desembaraço total, apesar das acusações cabeludas de que são alvos. E o fazem com a total anuência de Lula da Silva. De acordo com a revista Veja, o exministro e exdeputado José Dirceu (PT), cassado por seu estilo heterodoxo e truculento de fazer política, para dizer o mínimo, estaria empenhado em intermediar um negócio entre a Varig e um bilionário russo

O

acusado de toda espécie de falcatruas, que vão do contrabando à lavagem de dinheiro, passando pela suspeita de morte. Dirceu, segundo a reportagem, estaria usando sua inegável influência no governo – e no PT – para obter R$ 100 milhões junto ao BNDES e viabilizar a transação. O objetivo do exprimeiro ministro de Lula da Silva seria obter uma polpuda comissão, da ordem de 20 milhões de dólares, para eleger sua bancada de deputados estaduais e federais, quase todos envolvidos até o pescoço no esquema do mensalão. Isto é PT. Isto é Dirceu. Duda Mendonça – conforme noticia a Veja – continua a

aconselhar Lula e a dar apoio, por debaixo dos panos, para publicitários dos quais já foi (ou é?) sócio. Chama a atenção o fato de que todos eles serão responsáveis ou pela campanha do presidente ou de petistas ao governo de seus estados. Até onde se sabe, Duda não faz o tipo de quem trabalha por amor à causa. Se os devidos pagamentos serão feitos aqui ou no exterior, é algo que se ignora. Por fim, as folhas nos informam – e não é de hoje – que o expresidente da Câmara Federal, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), atua com desembaraço no Ministério das Cidades, sob o comando de um de seus afilhados

Beto Barata/AE

Os homens de confiança do presidente Lula, mesmo denunciados, continuam na ativa: Zé Dirceu, Duda...

políticos. Cavalcanti, como se recorda, renunciou ao mandato para não ser cassado, por extorsão. Nem por isso deixou de fazer política nem de dar uma mão à base aliada em votações de interesse do governo e dos mensaleiros. Lula, dizem, o tem em alta conta. E não pelo fato de que ambos sejam pernambucanos. As graves denúncias que pesam sobre os três em nada abalaram a confiança de que gozam junto ao presidente da República petista. O pior é que o envolvimento de Lula, ainda não incorporado por grande parte dos eleitores, estimula-os a se manterem na ativa. MILTON FLÁVIO (PSDB) FOI VICE-LÍDER DO GOVERNO NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA EPMILTONFLAVIO@YAHOO.COM.BR

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Escreva para doispontos@ dcomercio.com.br

Bolsa-Vespasiano s cestas-básicas, auxílios-gás, bolsas-família, bolsas-escola e outros programas similares tornaram-se a moeda corrente com que o governo brinda o quotidiano de uma grande parcela da população brasileira. Conheci um prefeito – todos saberão citar exemplos – que distribuía as cestas em estádio de futebol, exigia o comparecimento de toda a família do beneficiado, tinha banda de música, jogador de futebol, artista de TV e muitos discursos. Tornou-se um costume tão arraigado que nem precisa ser adivinho para saber que durante a próxima campanha para a presidência da República, qualquer candidato deverá dizer que irá mantê-lo ou até mesmo ampliá-lo. À primeira vista todos elogiam e dizem que tudo é distribuído gratuitamente. Poucos se dão conta que os custos desta distribuição provêm de alguma fonte, e que não existe nada grátis. A experiência mostra que não devemos esperar nada de graça do governo. Tudo tem o seu preço meticulosamente calculado, com a assessoria de espertos marqueteiros que sabem provocar alarde nos meios de comunicação. Não é próprio das estruturas de poder qualquer ato de magnanimidade. "There’s no free lunch", ensinou Milton Friedman, Prêmio Nobel de economia em 1976.

A

G Cestas-básicas, auxílios-gás, bolsas-família, bolsas-escola e outros programas similares tornaram-se moeda corrente G A distribuição "gratuita" de recursos, sob a roupagem de transferência de renda, pode ser excelente expediente eleitoral. G O imperador Vespasiano teria dito: "Deixai-me continuar a dar de comer a este povinho".

ntretanto, nem tudo está perdido. Na raiz da organização criminosa que procura se perpetuar no governo, denunciada pelo procurador-geral da República, se acha o Caixa 2, que permitiu com o mensalão a institucionalização da corrupção como forma de garantir governabilidade para o PT. Governabilidade que o presidente jamais exerceu, mas o mensalão continua a garantir. É à luz da substituição dessas trevas pela plena consciência popular de quanto o governo encarece e absorve de tudo o que é produzido e consumido pelo povo que deve ser vista a intensa atividade desenvolvida por Guilherme Afif Domingos para colher o milhão e meio de assinaturas que o caminhão De olho no imposto despeja como reivindicação e protesto dos cidadãos-eleitorescontribuintes para seus representantes políticos no Congresso Nacional nesse dia 31 de maio.

historiador Suetônio, autor de uma famosa Vida dos Doze Césares, conta que o imperador Vespasiano (69-79) teve bons resultados em sua política econômica a tal ponto que, só em Roma, pode destinar vultosos recursos para a construção do Coliseu e a reconstrução do Capitólio. Mas era muito difícil levar os pesados blocos de granito e mármore até à altura das paredes do anfiteatro ou ao topo da colina; exigia-se enorme sacrifício humano. Um cidadão arquitetou um engenho para conduzir as pedras ao seu destino. Pensou-se numa espécie de Esforço-zero. Vespasiano aplaudiu a idéia, mandou premiar o arquiteto, mas não deu curso à invenção salvadora. Ela poderia trazer desemprego. Teria dito: "Deixai-me continuar a dar de comer a este povinho". Em nome da taxa de ocupação dos escravizados o soberano atrasou o progresso tecnológico e organizacional. No Brasil de hoje corremos este risco. A distribuição "gratuita" de recursos, sob a roupagem de transferência de renda, pode ser excelente expediente eleitoral, entorpecendo milhões de consciências, sobretudo de pessoas humildes que deles acabam dependendo para subsistir; mas a ninguém deveria escapar que esses recursos estão sendo manipulados para o esquecimento da desilusão com o poder público e o desvio da atenção sobre os escândalos nas mais altas esferas do governo. Nem de longe esses regalos substituem o que mais precisa a Nação: as reformas de saneamento econômico (trabalhista, tributária, previdenciária, desburocratização...) que permitam a ampliação das ofertas de trabalho.

O

DOMINGOS ZAMAGNA É JORNALISTA E PROFESSOR DE FILOSOFIA

BENEDICTO FERRI DE BARROS

LUZ ACESA NA BABEL NACIONAL os dias correntes tornou-se extremamente difícil para qualquer um ter uma idéia clara do que se passa no País, quer em matéria de fatos, quer em matéria de posições, opiniões ou simples declarações. Uma nebulosidade recobre a "transparência" da famosa "realidade brasileira" e quanto mais alguém se informa, mais confuso fica. As estatísticas de um dia desmentem a do dia anterior. A estrela vermelha do PT se apresenta um miolo branco – mas dentro de um contorno vermelho. Quedê o processo que Berzoini prometeu contra FHC? O agronegócio é responsável pelo desgraçado-êxito (!) da balança comercial que com seu êxito desvaloriza o dólar?

N

ão é demais considerar esse fato como um marco divisório de águas na política brasileira, capaz de expor à luz do Sol o ônus do Estado para o povo. E, em última análise, a razão pela qual o País não se desenvolve como precisa e pode. Foi essa exigência

N

Marco divisório na política brasileira ão se abre um dia um jornal sem que alguém esteja dizendo que não quis dizer o que disse – mas disse. Parece que todos os porta-vozes políticos foram atacados daquela moléstia que Churchill apontou em um dos parlamentares ingleses. Disse Churchill uma vez, comentando o discurso de um opositor no Parlamento: "Quando ele toma a palavra não sabe o que vai dizer; quando fala não sabe o que está dizendo; quando acaba de falar não sabe o que disse." Será que Lula não sabe mesmo de nada? Será que ele é "um bobalhão ou um ladrão bonzinho" como disse Roberto Freire, do PPS? Será que tendo dito isto ele vai ser processado por desacato, injúria, difamação ou qualquer outra coisa, ou não? Será que ele não disse isso não?

N

estabelecida pela Carta dos Barões de 1215 que permitiu que a Inglaterra desenvolvesse a mais avançada, honesta e estável forma de política nacional. Pela simples razão de que na ordem material das sociedades humanas, tudo se faz e intermedia pelo dinheiro e pelo uso que dele se faz. O resto é aquele blá denunciado por Churchill. BENEDICTO FERRI DE BARROS É ESCRITOR PAJOLUBE@TERRA.COM,BR

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Paulo Pampolin/Hipe

quarta-feira, 31 de maio de 2006


DIÁRIO DO COMÉRCIO

quarta-feira, 31 de maio de 2006

7

15

por cento ao ano é a taxa para Certificação de Depósito Bancário (CDB) de 30 dias, segundo a Enfoque Sistemas.

Informe Publicitário

FIDC - Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Administração: Petra - Personal Trader CTVM Ltda

Fundo Empresarial LP Lastro Performance LP Múltiplo LP Esher LP Master Recebíveis LP

Posição em: 26/05/2006 26/05/2006 26/05/2006 26/05/2006 26/05/2006

P.L. do Fundo 5.261.545,04 1.271.612,61 5.543.902,39 2.531.350,94 981.707,37

Valor da Cota Subordinada 1.080,630417 1.022,140628 1.066,929561 1.030,886846 997,535746

% rent.-mês 2,8607 1,7508 3,0970 1,6631 2,7569

% ano 10,6103 2,2141 6,6930 3,0887 -0,2464

Valor da Cota Sênior 0 1.036,164965 1.044,511548 0 0

% rent. - mês 1,1145 1,2144 -

% ano 3,6165 4,4512 -

rating A+(Austin) A+(Austin) A+(Austin) BBB (Austin) A+(Austin)

DC

30/5/2006


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